Educação Empreendedora
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Educação Empreendedora
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ, CAMPUS DE TOLEDO PATRICIA SOARES DE MOURA FOMENTO À CULTURA EMPREENDEDORA JUNTO AO GRÊMIO ESTUDANTIL DO COLÉGIO GABRIELA MISTRAL – PALOTINA/PR TOLEDO 2011 PATRICIA SOARES DE MOURA FOMENTO À CULTURA EMPREENDEDORA JUNTO AO GRÊMIO ESTUDANTIL DO COLÉGIO GABRIELA MISTRAL Relatório Final de Estágio apresentado à disciplina de Estágio Supervisionado em Secretariado Executivo da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE, Campus de Toledo, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Secretariado Executivo. Orientadora: Professora Ivanete Daga Cielo, Ms. TOLEDO 2011 PATRICIA SOARES DE MOURA FOMENTO A CULTURA EMPREENDEDORA JUNTO AO GRÊMIO ESTUDANTIL DO COLÉGIO GABRIELA MISTRAL Relatório Final de Estágio Supervisionado aprovado como requisito parcial para a obtenção do grau de bacharel em Secretariado Executivo da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus de Toledo, pela banca examinadora formada por: Orientador: ____________________________________________ Professor(a) Ivanete Daga Cielo, Ms. Colegiado do Curso de Secretariado Executivo, Campus de Toledo _____________________________________________________ Professor(a) Carla Maria Schmidt, Dra. Colegiado do Curso de Secretariado Executivo, Campus de Toledo ____________________________________________________ Professor(a) Dari Jose Klein, Ms. Colegiado do Curso de Secretariado Executivo, Campus de Toledo Toledo, 11 de novembro de 2011. À minha mãe, que depositou em mim seus sonhos e desejos, os quais ela não pode realizar! AGRADECIMENTOS A Deus, por ter permitido o dom da vida e pela proteção constante em toda a minha caminhada, em especial os últimos dois anos, impedindo-me de desistir em meio a tantos desafios, e possibilitando a realização de mais um sonho. A minha mãe, fonte de eterna admiração, que sempre incentivou a busca pelo conhecimento e mesmo de longe acompanha minha caminhada e torce pelo meu sucesso. Obrigada pelo exemplo e por compreender a minha ausência em especial neste último ano. Ao meu pai, que embora tenha me deixado muito cedo, foi o maior responsável pela construção do meu caráter, o que possibilitou que eu chegasse até aqui. Aos meus irmãos que mesmo ausentes fisicamente, vibram com as minhas conquistas, me incentivando a continuar no caminho escolhido, com os quais deixei de vivenciar momentos importantes nestes anos. Obrigada por compreenderem minha ausência. As minhas amigas (quase irmãs) Vanessa e Lis, companheiras das viagens diárias a Toledo, de todos os eventos, trabalhos, provas, enfim de todos os momentos tristes ou felizes, os quais foram intensamente compartilhados nestes anos de graduação. A vocês, meu muito obrigado e minha eterna admiração. Antes de iniciar o curso jamais imaginei que pudesse encontrar pessoas tão especiais e que se tornariam parte de mim como vocês o fazem. À amiga Tina, pelo exemplo de superação, fonte de motivação para lutar contra qualquer obstáculo; amiga de todas as horas e todos os momentos, modelo de justiça e de garra, dona de um coração gigante, onde cabe todo o mundo. À minha amiga Daya, pessoa incrível, motivo para sorrir... todos os momentos compartilhados com você ficarão pra sempre em minha memória e no meu coração. À amiga Kemeli, alemoa de personalidade forte, que tem um coração enorme, companheira dos estudos e deste projeto, quem contribuiu grandemente para que eu me tornasse o que sou hoje. As amigas Thany e Niqueli, pessoas com as quais aprendi muito e que não pouparam esforços para me motivar. Estes últimos anos não seriam os mesmos sem vocês. A amiga Bruna, com quem me identifiquei em diversas características, e que neste período compartilhou suas dúvidas e sua história de vida. Exemplo de pessoa que está guardada dentro do meu coração. Ao amigo Fabricio, a quem dispenso palavras para expressar a admiração pela força, coragem e atitude! A essência da universidade é a aprendizagem de vida que levaremos conosco o restante dos nossos dias, e tenha certeza que conviver com você foi uma grande aprendizagem, que levarei comigo para sempre. A todos os companheiros do SEB 2008-2011, que chegaram, se foram, permaneceram, mas que de uma forma ou de outra deixaram sua marca, seu exemplo de vida e que fizeram dessa graduação os anos mais especiais da minha vida. A minha orientadora, Ivanete Daga Cielo, ser humano admirável, que nas muitas horas de orientação, com muita dedicação e paciência, me apontou o caminho certo a seguir e não poupou esforços para a conclusão desse trabalho, meu muito obrigada! A todos os professores, pela transmissão diária de conhecimento e experiências, compartilhando desejos e conquistas do curso. Vocês contribuíram grandemente para minha formação, obrigada pelo apoio e incentivo! As minhas colegas de trabalho, que me apoiaram em todos os momentos e compartilharam comigo as alegrias e frustrações nesse período. A minha orientadora profissional, Rita, exemplo de profissionalismo, que me apoiou e auxiliou inteiramente na realização deste projeto desde o seu início. Aos alunos do Grêmio Estudantil, que participaram do projeto e se dedicaram na busca pelo crescimento humano, sendo pessoas essenciais para a realização deste projeto. Ao colégio Gabriela Mistral, pelo espaço disponibilizado e apoio para a realização deste projeto, que me proporcionou um aprendizado imensurável. À UNIOESTE, pela oportunidade da realização do curso de graduação. Enfim, a todos que me incentivaram nessa caminhada, que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste projeto e torcem pelo meu sucesso. Meu muito obrigada! A capacidade definitiva de um homem não está nos momentos de conforto e conveniência, mas nos períodos de desafios e controvérsias. (Martin Luther King) RESUMO O empreendedorismo tem se tornado um assunto bastante discutido pelo Governo e entidades da classe, uma vez que o mesmo é apontado como uma das estratégias para impulsionar o desenvolvimento econômico bem como criar valor para o cenário organizacional, considerando as características do perfil empreendedor. Diante dessa realidade, a concepção de indivíduos empreendedores torna-se imprescindível, visto que características empreendedoras podem ser estimuladas e ensinadas, desde que o ambiente e fatores educacionais contribuam para isso. Sendo assim, o objetivo desse trabalho foi fomentar a cultura empreendedora no Grêmio Estudantil do Colégio Gabriela Mistral – Palotina/PR, visando a formação de jovens com comportamento empreendedor. Para tanto adotou-se ações voltadas ao empreendedorismo, como treinamentos, dinâmicas, estudos de caso, filmes e depoimentos de empreendedores, além de uma ação de empreendedorismo social. Como metodologia abordou-se inicialmente a pesquisa bibliográfica e a tipologia do projeto caracteriza-se como proposição de planos. Utilizou-se predominantemente a pesquisa quantitativa e para coleta de dados aplicou-se um teste, através do qual foi possível avaliar o nível empreendedor dos alunos antes e depois da aplicação das ações. Pode-se concluir que através das atividades desenvolvidas no projeto, foi possível o desenvolvimento e aprimoramento de características empreendedoras dos alunos do Grêmio Estudantil fazendo com que o objetivo do trabalho fosse alcançado. Palavras-chave: Empreendedorismo. Ensino. Educação empreendedora. ABSTRACT Entrepreneurship has become a subject much discussed by the government and entities of the class, since it is pointed like one of the strategies to stimulate economic development and create value for the organizational scenery, considering the characteristics of the entrepreneur profile. Before this reality, the conception of enterpreneurs individuals becomes vital, because the entrepreneurial characteristics can be stimulated and encouraged, since that the environmental and educational factors contribute to it. Therefore, the objective of this study was foment the entrepreneurial culture in the Student Bosom of Gabriela Mistral School - Palotina/ PR, taking the formation of young people with entrepreneurial behavior. For this it was adopted actions related to entrepreneurship like as training, dynamics, case studies, films and testimonials from entrepreneurs and an act of social entrepreneurship. The methodology boarded beginning the bibliographic search and the type of project is characterized as a proposition of plans. The quantitative research was predominantly used and to collect facts was applied a test, through which it was possible to assess the level of entrepreneurial of students before and after the implementation of actions. It can be concluded that, through the activities developed in the project, it was possible the development and improvement of ' entrepreneurial characteristics of students from the Student Bosom making the objective of this study was achieved. Key words: Entrepreneurship. Education. Entrepreneurship education. RESUMEN El emprendedorismo se ha tornado en un asunto bastante discutido por el gobierno y las entidades de la clase, ya que el tema es citado como una de las estrategias para impulsar el desarrollo económico y la creación de valor para el escenario de la organización, considerando las características del perfil emprendedor. Ante esta realidad, la concepción de las personas emprendedoras se torna imprescindible, ya que las características empresariales pueden ser estimuladas y enseñadas, desde que el ambiente y los factores educacionales contribuyan para ello. A causa de ello, la meta de este estudio fue fomentar la cultura emprendedora en el Gremio Estudiantil del Colegio Gabriela Mistral - Palotina - PR, visando la formación de los jóvenes con posturas emprendedoras. Para lograrlo se adoptaron acciones relacionadas al emprendedorismo tales como el entrenamiento, dinámicas, estudios de caso, las películas y los testimonios de los emprendedores, relacionados al emprendedorismo en un ámbito social. En cuanto a la metodología, se utilizó inicialmente la investigación bibliográfica, dado e tipo de proyecto caracterizarse por ser una propuesta a nivel de planificación; también fue utilizada sobre todo la pesquisa cuantitativa y para la recolección de datos. También se aplicó un cuestionario por medio del que fue posible evaluar el nivel emprendedor de los estudiantes antes y después del desarrollo de la aplicación de acciones. Por fin, se pudo concluir que a través de las actividades desarrolladas en el proyecto, se logró una mejora en las características emprendedoras de los estudiantes del Gremio Estudiantil. Ello permite asegurar que la meta del proyecto fue lograda. Palabras-clave: Emprendedorismo. Enseñanza. Educación emprendedora. LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1 – TENACIDADE E OBSTINAÇÃO. ....................................................... 68 GRÁFICO 2 – PERSISTÊNCIA EM RESOLVER PROBLEMAS. .............................. 69 GRÁFICO 3 – DISPOSIÇÃO PARA ATINGIR METAS. ............................................ 70 GRÁFICO 4 – IMERSÃO TOTAL NAS ATIVIDADES QUE DESENVOLVE.............. 70 GRÁFICO 5 – PROCURA MINIMIZAR RISCOS. ...................................................... 71 GRÁFICO 6 – TOLERÂNCIA ÀS INCERTEZAS E A FALTA DE ESTRUTURA. ...... 72 GRÁFICO 7 – HABILIDADE EM RESOLVER PROBLEMAS E INTEGRAR SOLUÇÕES. ............................................................................................................. 73 GRÁFICO 8 – PENSAMENTO NÃO-CONVENCIONAL. .......................................... 74 GRÁFICO 9 – INCONFORMISMO COM O STATUS QUO....................................... 74 GRÁFICO 10 – HABILIDADE EM DEFINIR CONCEITOS E DETALHAR IDEIAS. ... 75 GRÁFICO 11 – ORIENTAÇÃO PARA METAS E RESULTADOS. ............................ 76 GRÁFICO 12 – NECESSIDADE DE CRESCER E ATINGIR MELHORES RESULTADOS. ......................................................................................................... 77 GRÁFICO 13 – AUTOCONFIANÇA .......................................................................... 77 GRÁFICO 14 – TER SENSO DE HUMOR E PROCURAR ESTAR ANIMADO......... 78 GRÁFICO 15 – INICIATIVA....................................................................................... 79 GRÁFICO 16 – PODER DE AUTOCONTROLE........................................................ 80 GRÁFICO 17 – SER PACIENTE E SABER OUVIR. ................................................. 80 GRÁFICO 18 – CONSTRUIR TIMES E TRABALHAR EM EQUIPE. ........................ 81 LISTA DE QUADROS QUADRO 1 – DESENVOLVIMENTO DA TEORIA DO EMPREENDEDORISMO E DO TERMO EMPREENDEDOR. .............................................................................. 21 QUADRO 2 – CARACTERÍSTICAS DOS EMPREENDEDORES. ............................ 28 QUADRO 3 – DIVERSOS ENFOQUES SOBRE EMPREENDEDORISMO. ............. 30 QUADRO 4 – ENSINO TRADICIONAL E APRENDIZADO DE EMPREENDEDORISMO........................................................................................... 36 QUADRO 5 – PLANO DE AÇÃO DO PROJETO EMPREENDEDORISMO SOLIDÁRIO. .............................................................................................................. 58 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 – ORGANOGRAMA DO COLÉGIO GABRIELA MISTRAL. ..................... 43 FIGURA 2 – ALUNOS DO GRÊMIO ESTUDANTIL REUNIDOS NO PRIMEIRO TREINAMENTO. ....................................................................................................... 51 FIGURA 3 – EMPREENDEDORA EXPONDO AOS ALUNOS. ................................. 53 FIGURA 4 – EQUIPE QUE REALIZOU A REFORMA DA CASA. ............................. 59 FIGURA 5 – LIMPEZA E ORGANIZAÇÃO DO AMBIENTE INTERNO DA CASA. ... 59 FIGURA 6 – CONSTRUÇÃO DA CALÇADA............................................................. 60 FIGURA 7 – PINTURA DAS PAREDES INTERNAS DA CASA. ............................... 60 FIGURA 8 – ALUNOS REALIZANDO A PINTURA EXTERNA DA CASA. ................ 61 FIGURA 9 – GRUPO APÓS A CONCLUSÃO DA REFORMA. ................................. 61 FIGURA 10 – APRESENTAÇÃO DA AÇÃO DE EMPREENDEDORISMO SOCIAL. 63 FIGURA 11 – MURAL EXPOSTO NO COLÉGIO. .................................................... 64 FIGURA 12 – MATÉRIA PUBLICADA NO SITE DO COLÉGIO. ............................... 64 FIGURA 13 – MATÉRIA PUBLICADA NO JORNAL FOLHA DE PALOTINA. ........... 65 FIGURA 14 – MATÉRIA SOBRE O PROJETO PUBLICADA NO SITE DO COLÉGIO. .................................................................................................................................. 66 FIGURA 15 – LINKS CRIADOS NO SITE DO COLÉGIO. ........................................ 67 FIGURA 16 – ENQUETE DISPONIBILIZADA NO SITE DO COLÉGIO. ................... 67 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 15 2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 17 2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 17 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 17 3 JUSTIFICATIVA..................................................................................................... 18 4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 20 4.1 ORIGEM E EVOLUÇÃO...................................................................................... 20 4.2 CONCEITO DE EMPREENDEDORISMO ........................................................... 22 4.2.1 Empreendedorismo no Brasil ........................................................................... 24 4.3 O INDIVÍDUO EMPREENDEDOR: PERFIL E CARACTERÍSTICAS .................. 27 4.4 O ENSINO DO EMPREENDEDORISMO ............................................................ 31 4.4.1 Aspectos metodológicos no ensino do empreendedorismo ............................. 34 4.4.2 A formação do professor no ensino do empreendedorismo ............................. 37 5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................... 40 6 ANÁLISE DA ORGANIZAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS COLETADOS .................................................................................................................................. 42 6.1 DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL .................................................................. 42 6.1.1 Caracterização da organização ........................................................................ 42 6.1.2 Histórico da organização .................................................................................. 44 6.1.3 Ambiente organizacional .................................................................................. 46 6.1.4 Operacionalização da organização .................................................................. 47 6.2 OPERACIONALIZAÇÃO DO ESTÁGIO .............................................................. 49 6.2.1 Primeiro treinamento ........................................................................................ 50 6.2.2 Segundo treinamento ....................................................................................... 52 6.2.3 Terceiro treinamento: Relato de uma empreendedora ..................................... 53 6.2.4 Quarto treinamento: Exibição do filme Patch Adams – o amor é contagioso ... 55 6.2.5 Ação desenvolvida – Empreendedorismo solidário .......................................... 57 6.2.6 Divulgação das ações no colégio e nos meios de comunicação ...................... 62 6.2.7 Análise do teste do perfil empreendedor. ......................................................... 68 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 83 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 85 APÊNDICES ............................................................................................................. 90 ANEXOS ................................................................................................................... 97 15 1 INTRODUÇÃO Derivado do termo francês entrepreneurship, o empreendedorismo adquiriu nas últimas décadas, considerável relevância em diversos países, inclusive no Brasil, fato que é decorrente do processo de reconhecimento das características e do perfil peculiar do empreendedor, os quais trazem uma nova concepção na forma de ser dos indivíduos. De acordo com Drucker (1987), o espírito empreendedor é uma característica distinta, seja do indivíduo ou de uma instituição empreendedora. Dessa maneira percebe-se que tanto instituições quanto indivíduos empreendedores tornam-se diferenciados, seja pela postura pessoal, como pela maneira de conduzir seus negócios. Diante dessa realidade, a concepção de indivíduos empreendedores tornase imprescindível, visto que características empreendedoras podem ser estimuladas e ensinadas, desde que o ambiente e fatores educacionais contribuam para isso. Nesse sentido, as instituições de ensino do país, mostram-se o local mais propício para o aprendizado do empreendedorismo, pois a escola, através da transmissão de múltiplos conhecimentos, possibilita a descoberta das potencialidades pessoais de cada ser humano. Para Franzini, Sela, V. e Sela, F. (2006), o ensino de empreendedorismo na formação de um profissional tem sido considerado pelos especialistas como essencial para o seu sucesso. Ou seja, o empreendedorismo agrega valores à formação de um profissional, gerando benefícios para si próprio e para a comunidade na qual está inserido, o que o distingue da maioria. No Brasil, a educação empreendedora está sendo difundida desde a década de 80 e, a partir da década de 90, ganhou maior destaque, e hoje é considerada fator fundamental para o desenvolvimento de empreendedores. Contudo, ainda existem barreiras tanto na forma de ensinar o empreendedorismo como na formação de profissionais aptos a educação empreendedora. Diante disso, a educação voltada ao empreendedorismo precisa ser implementada nos bancos escolares e explorada pelas instituições de ensino de forma mais intensa, para que essa formação voltada ao desenvolvimento da 16 criatividade, inovação, dedicação e senso de responsabilidade faça parte da formação do indivíduo desde os primeiros contatos com o ambiente escolar. Portanto, a necessidade de inserção da educação empreendedora no Colégio Gabriela Mistral visando o fomento da cultura empreendedora, inicialmente no Grêmio Estudantil, configurou o objetivo principal deste projeto, cujo objetivo foi buscar o desenvolvimento do perfil empreendedor nos alunos. Para atingir as metas propostas, o projeto foi desenvolvido em dois blocos, sendo que no primeiro foi repassado aos alunos aspectos teóricos, utilizando-se de treinamentos com palestras, vídeos, dinâmicas, filmes e estudos de caso, através do quais os alunos puderam obter conhecimentos relacionados ao conceito de empreendedorismo e do indivíduo empreendedor. Já, o segundo bloco foi composto da parte prática do projeto, na qual desenvolveu-se uma ação conjunta de empreendedorismo social, que proporcionou uma visão prática do empreendedorismo de forma a ampliar o potencial empreendedor dos alunos do Grêmio Estudantil. Portanto, o presente trabalho apresenta inicialmente os objetivos, os quais nortearam as ações do projeto; a descrição da justificativa para o estágio, incluindo sua problemática, seguida do referencial teórico acerca do tema em estudo; a metodologia utilizada, a operacionalização da organização, a operacionalização do estágio, incluindo as atividades práticas do projeto e por fim o referencial bibliográfico. Os apêndices e anexos trazem todo o material utilizado para o desenvolvimento do projeto. 17 2 OBJETIVOS Os objetivos do presente trabalho estão divididos em geral e específico. 2.1 OBJETIVO GERAL Fomentar o espírito empreendedor junto ao Grêmio Estudantil do Colégio Gabriela Mistral localizado em Palotina-PR. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Compõem os objetivos específicos: a) avaliar o nível empreendedor dos alunos através de testes, antes de iniciar as atividades do projeto; b) aplicar treinamento sobre o tema empreendedorismo, com o intuito de despertar o interesse pela atividade empreendedora no Grêmio Estudantil, utilizando ciclos de depoimentos com empresários do município e exalunos; c) elaborar e desenvolver ações empreendedoras visando ampliar o potencial empreendedor dos alunos; d) reaplicar o teste para avaliar os avanços em relação ao nível empreendedor dos alunos após a realização das atividades; e) divulgar por meio de matérias em jornais e no site do colégio as ações empreendedoras realizadas, visando promover a cultura empreendedora. 18 3 JUSTIFICATIVA O cenário econômico mundial passa nos últimos anos por transições decorrentes de fatores como a inovação tecnológica e a velocidade da informação. Essas transições impõem a procura por mudanças no contexto organizacional, a fim de atender as exigências desse novo paradigma da economia mundial bem como impulsionar a vantagem competitiva das empresas. Nesse contexto, o empreendedorismo é apontado como uma das estratégias utilizadas pelas organizações, já que a busca por oportunidades, inovação e geração de riquezas são características que fazem parte da concepção do empreendedor o qual possui papel fundamental no processo de desenvolvimento econômico. De acordo com Dornelas (2003), os países desenvolvidos têm dado especial atenção e apoio às iniciativas que envolvem empreendedorismo por saberem que são a base do crescimento econômico, da geração de emprego e renda. Ações empreendedoras são importantes tanto para o cenário organizacional quanto para o desenvolvimento econômico de um país, pois quanto mais se desenvolve a cultura empreendedora, maiores são as chances de crescimento. Segundo Dolabela (1999, p. 64), “o apoio ao empreendedorismo e o aumento da dinâmica empreendedora de um país deveriam ser prioridades de qualquer política ou ação governamental que tenha por objetivo promover o desenvolvimento econômico”. Considerando o empreendedorismo um fator relevante para o crescimento e desenvolvimento econômico mundial, surge a necessidade de desenvolver empreendedores para atuar nesse cenário. Para isso a educação empreendedora ganha destaque, pois inserir a cultura do empreendedorismo nos bancos escolares pode ser o caminho mais viável para a construção de uma nação geradora de riquezas. No entanto, atualmente observa-se que a educação empreendedora possui pouco espaço no ambiente escolar, pois percebe-se que as instituições de ensino voltam-se muitas vezes à formação de colaboradores e não empreendedores. De acordo com Franzini, Sela, V. e Sela, F. (2006) muitos educadores reconhecem que o atual sistema de ensino enfatiza a aquisição de conhecimento e não se preocupa com o desenvolvimento de habilidades específicas para o uso 19 produtivo desse conhecimento. Assim, pode-se dizer que as instituições educacionais necessitam incrementar o seu processo educativo, estimulando a aquisição de novas competências e habilidades com foco empreendedor, através das quais o aluno possa ter autonomia e iniciativa, para a aplicação do conhecimento adquirido na vida escolar no seu cotidiano. Para Dolabela (1999), os valores do ensino brasileiro não sinalizam para o empreendedorismo, estando voltados em todos os níveis para a formação de profissionais que irão buscar emprego no mercado de trabalho. Ou seja, ainda não existe uma preocupação no âmbito educacional em desenvolver empreendedores como ferramenta para o desenvolvimento econômico. A preocupação se firma ainda na formação de simples profissionais empregados e não profissionais com características empreendedoras, com capacidade para gerar emprego e renda. Dentro deste contexto, pode-se verificar a necessidade da formação diferenciada dos jovens, com perfil criativo, inovador e apto a mudanças, de forma que se torna importante estimular esse perfil desde cedo. Como afirma Franzini, Sela, V. e Sela, F. (2006, p. 76), “trata-se de uma postura que deve ser tomada desde a infância, no ambiente familiar, e desde o ensino fundamental, no âmbito social”. Nesse sentido faz-se necessário fomentar o ensino do empreendedorismo nas instituições de ensino, visando à formação de alunos com capacidade empreendedora, de modo que eles possam se tornar profissionais diferenciados, capazes de criar ações que promovam melhorias tanto pessoal quanto profissionalmente. A escolha do Colégio Gabriela Mistral para a realização do projeto, através do Grêmio Estudantil, deu-se pela abertura e receptividade ao desenvolvimento do trabalho que servirá de Projeto Piloto para os próximos anos. Como a estagiária já possuía vínculos, sendo funcionária efetiva da instituição, foi possível estreitar as relações para que o projeto fosse realizado. Assim, acredita-se que inserir a cultura empreendedora permitirá que o ensino oferecido no colégio torne-se mais dinâmico, oferecendo espaço para o aluno desenvolver as suas competências empreendedoras. Além disso, será possível instigar a comunidade escolar a realizar ações voltadas ao empreendedorismo em todos os níveis da educação, criando valor para a instituição, e atendendo ao novo paradigma da economia mundial. 20 4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Neste capítulo apresenta-se a abordagem teórica do projeto, envolvendo tópicos, tais como a origem e a evolução do empreendedorismo, o conceito de empreendedorismo, empreendedorismo no Brasil, o indivíduo empreendedor (perfil e características) e o ensino de empreendedorismo. 4.1 ORIGEM E EVOLUÇÃO O empreendedorismo vem sendo praticado pelo ser humano há muitos séculos, desde que iniciou a caça, para adquirir alimento e proporcionar o sustento à família (SALIM; SILVA 2010). Dessa forma, o homem no início da civilização já praticava o empreendedorismo, diferentemente da forma como é praticado hoje, porém, mantendo a essência da busca por novas alternativas para sua sobrevivência. Dolabela (2006) corrobora com Salim e Silva (2010) ao afirmar que o empreendedorismo não é um tema novo, existe desde a primeira ação inovadora do homem, com o objetivo de melhoria das relações dos homens com os outros, bem como com a natureza. Nesse sentido, pode-se dizer que o empreendedorismo acompanha a evolução da humanidade, visto que características empreendedoras podem ser reconhecidas em indivíduos que se aventuravam a colonizar novas terras, bem como criar novos objetos, antes apenas imaginados, com o intuito de beneficiar ou ocasionar alguma mudança no cenário em que viviam. Na Idade Média o termo empreendedor foi utilizado para definir aquele que administrava e organizava grandes projetos de produção, sendo um indivíduo que apenas gerenciava os projetos, com recursos geralmente provenientes do governo do país (DORNELAS, 2001). Pode-se perceber que nesse momento histórico o empreendedor era visto como um administrador, e sua função limitava-se ao planejamento dos projetos sem iniciativas de inovação. A criação de valor e a obtenção de lucro sempre foram fatores que caracterizavam o espírito empreendedor. Nesse sentido, o empreendedorismo era 21 visto como fator determinante para o desenvolvimento econômico e como elemento propulsor da inovação. Na visão de Filion (1999), o surgimento do termo empreendedorismo deu-se no século XIX, por meio de pessoas que aproveitavam oportunidades de obter lucros assumindo os riscos inerentes à atividade. Esses indivíduos eram responsáveis por adquirir um produto sem nenhuma inovação, desenvolvê-lo e vendê-lo a um preço maior. Hisrich e Peters (2004) relatam a evolução do empreendedorismo, conforme a visão de alguns estudiosos: QUADRO 1 - DESENVOLVIMENTO DA TEORIA DO EMPREENDEDORISMO E DO TERMO EMPREENDEDOR. Idade Média Participante e pessoa encarregada de projetos de produção em grande escala. Século XVII Pessoa que assumia riscos de lucro (ou prejuízo) em um contrato de valor fixo com o governo. 1725 Richard Cantillon – pessoa que assume riscos é diferente da que fornece capital. 1803 Jean Baptiste Say – lucros do empreendedor separados dos lucros de capital. Francis Walker – distinguiu entre os que forneciam fundos e recebiam juros e 1876 aqueles que obtenham lucro com habilidades administrativas. Joseph Schumpeter – o empreendedor é alguém dinâmico que corre riscos 1934 moderados. David McClelland – o empreendedor toma iniciativa, organiza alguns mecanismos 1961 sociais e econômicos, e aceita riscos de fracasso. Karl Vesper – o empreendedor é visto de modo diferente por economistas, 1980 psicólogos, negociantes e políticos. Gifford Pinchot – o intra-empreendedor é um empreendedor que atua dentro de 1983 uma organização já estabelecida. Robert Hisrich – o empreendedorismo é o processo de criar algo diferente e com 1985 valor, dedicando o tempo e o esforço necessários, assumindo os riscos financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebendo as consequentes recompensas da satisfação econômica e pessoal. FONTE: Hisrich e Peters (2004). Através do Quadro 1, pode-se perceber que o empreendedorismo adquiriu diversas conotações ao longo da história, de acordo com a época e também com o perfil dos estudiosos que tomaram o empreendedorismo como objeto de pesquisa, isso contribuiu para que o empreendedorismo fosse levado à discussão mundial. Segundo Dolabela (1999), o primeiro congresso internacional sobre empreendedorismo foi realizado em Toronto, no Canadá, em 1973. A partir disso, estudos e pesquisas cresceram substancialmente, várias publicações a respeito da atividade empreendedora foram realizadas até formar o cenário no qual o empreendedorismo encontra-se hoje. O momento atual pode ser considerado a era do empreendedorismo, uma vez que os empreendedores são os responsáveis pela eliminação das barreiras 22 comerciais e culturais, diminuindo distâncias, globalizando e reorientando os conceitos econômicos, criando diferentes relações de trabalho, novas ocupações e gerando valor para a sociedade (DORNELAS, 2001). Nesse sentido, o autor menciona que o empreendedorismo é o principal responsável pelas mudanças ocorridas no cenário econômico mundial, o qual afeta a realidade das empresas num contexto geral. Como afirma Timmons (apud SALIM; SILVA, 2010, p. 14), “o empreendedorismo é uma revolução silenciosa, que será para o século XXI mais do que a Revolução Industrial foi para o século XX.” Dessa maneira, observando a significativa evolução e desenvolvimento do empreendedorismo, torna-se fundamental embasar teoricamente as principais concepções do empreendedorismo. 4.2 CONCEITO DE EMPREENDEDORISMO O empreendedorismo é uma livre tradução da palavra francesa entrepreneurship, que remete a ideias de iniciativa e inovação. Muitos são os conceitos aplicados ao empreendedorismo devido a sua abrangência e a infinidade de situações nas quais a figura do empreendedor se faz presente. O termo está sendo cada vez mais utilizado como objeto de pesquisa para estudiosos, fazendo com que muitas definições sobre empreendedorismo surgissem desde que iniciaram os estudos a respeito do termo. Duas vertentes principais trazem elementos que são encontrados em grande parte dos conceitos atuais: os economistas precursores do estudo e pesquisa a respeito do empreendedorismo associam o empreendedor ao aspecto da inovação; e os comportamentalistas, que enfatizam a criatividade e intuição (DOLABELA, 1999). Schumpeter (apud DORNELAS, 2001), de forma ampla, define o empreendedor como aquele que destrói a ordem econômica existente com a introdução de novos produtos e serviços, criação de novos padrões de organização ou também pela utilização de novos recursos e materiais. De acordo com este conceito, o empreendedorismo dinamiza a economia em um contexto geral com a inserção de novos elementos, no contexto organizacional, isso compreende 23 modernos modelos de patrões e empregados e a criação de novas relações de trabalho. Neste sentido, Hisrich e Peters (2004, p. 29) definem que: empreendedorismo é o processo de criar algo novo, com valor, dedicando o tempo e o esforço necessários, assumindo riscos financeiros, psíquicos e sociais correspondentes e recebendo as conseqüentes recompensas da satisfação e independência econômica e pessoal. Para Mori et al (1998), empreendedor é um indivíduo que inova, identifica e cria oportunidades de negócios, monta e coordena novas combinações de recursos, para extrair os melhores resultados de suas inovações em um cenário incerto. Portanto, para o empreendedor o desafio e a busca pelo desconhecido são fatores constantes nas suas atividades, pois ele observa oportunidades onde a maioria dos indivíduos visualiza problemas. Já para Drucker (1987), o empreendedor é o indivíduo que cria algo novo, diferente; é aquele que muda ou transforma valores e ainda pratica a inovação sistematicamente buscando fontes de inovação e criando oportunidades. Sob o enfoque comportamental, McClelland (apud LIMA; VITORIO, 2010) comenta que o empreendedorismo está relacionado à necessidade de sucesso, de reconhecimento, de poder e controle. Para o autor, o comportamento do empreendedor é movido pela necessidade de realização, o que o leva a busca incessante dos seus objetivos. Isso significa a vontade de se superar e se distinguir entre os demais, englobando um conjunto de características que o predispõe a iniciativa e desejo de reconhecimento. O empreendedor é considerado também como o indivíduo que sonha e transforma seu sonho em realidade (DOLABELA, 2006). Ou seja, guiado muitas vezes por um desejo pessoal o empreendedor de forma criativa e inovadora, busca a realização de seu sonho, articulando competências, valores e desejos para transformar sua atual realidade. Filion (apud Salim e Silva 2010) define o empreendedor como alguém que imagina, desenvolve e realiza visões. Dessa forma, o empreendedor é um visionário, observa oportunidades, tem imaginação aguçada, trabalha com dedicação para desenvolver seus projetos. 24 O empreendedor pode ser considerado também a pessoa que inicia ou gerencia um negócio, para desempenhar uma ideia ou um projeto pessoal, assumindo as responsabilidades e inovando sempre (CHIAVENATO, 2008). Essa definição mostra o empreendedor como um indivíduo que transforma uma ideia em um negócio próprio que pode ser a realização de um sonho, utilizando a inovação como um diferencial. Dornelas (2008), menciona que as definições para o empreendedorismo são várias, mas sua essência se resume em fazer diferente, empregar os recursos disponíveis de forma criativa, assumir riscos calculados, buscar oportunidades e inovar. Este conceito traz o empreendedor como agente de mudanças no cenário econômico, combinando novos métodos, que podem tornar projetos mais atrativos e com maior valor no mercado. Percebe-se assim, que tanto comportamentalistas como economistas concordam que, dentre as várias definições que cercam o empreendedorismo, o empreendedor não é definido apenas como um agente de mudanças no cenário econômico, mas também como um indivíduo que inova na forma de agir e pensar das pessoas, levando-as a desenvolver habilidades tanto na identificação de oportunidades bem como no desenvolvimento da sua criatividade. Portanto, é importante mencionar o conhecimento a respeito das contribuições que a atividade empreendedora acrescenta ao Brasil em relação à inovação e a criação de valor para as organizações e ainda como o brasileiro se comporta diante do empreendedorismo. 4.2.1 Empreendedorismo no Brasil Na década de 80 pequenas ações sinalizavam para a exploração do empreendedorismo no Brasil. De acordo com Stefano, Dutra e Facini (2006) a partir de 1981 a iniciativa governamental dava início à aplicação de recursos em estratégias para o crescimento do empreendedorismo, por meio de trabalhos nas instituições públicas de Ensino Superior. Dessa forma, a atividade empreendedora surgiu com o incentivo do governo brasileiro a projetos voltados ao 25 empreendedorismo nas instituições de ensino em poucos estados, o que posteriormente se ampliou para todo país. A partir da década de 90, o movimento empreendedor começou a se destacar no Brasil, principalmente com o surgimento de entidades como o Sebrae e a Softex. O Sebrae contribui para a disseminação do empreendedorismo oferecendo suporte ao pequeno empresário brasileiro, os quais não recebiam nenhum apoio. Além disso, foi através da Softex que o empreendedorismo começou a ser despertado na sociedade brasileira, através de seus programas criados juntos as incubadoras de empresas (DORNELAS, 2001). Salim e Silva (2010), acrescentam que o empreendedorismo começou a ser tratado no Brasil com uma nova abordagem no final do século XX, com o ensino sistemático e a criação de incubadoras de empresas. Tendo em vista a compreensão da importância das pequenas empresas na geração de emprego e renda, o empreendedorismo foi incluído como objeto de estudo nas universidades brasileiras, além disso, as políticas públicas também incentivaram ações empreendedoras, de forma a auxiliar a criação de pequenos empreendimentos. A partir disso, ações a respeito do tema tomaram um maior dimensionamento, como resultado houve a criação de programas voltados especificamente ao público empreendedor. Em 1999, foi instituído o Programa Brasil empreendedor, que já no início capacitou mais de 1 milhão de empreendedores brasileiros na elaboração de planos de negócios (DORNELAS, 2001). Esse programa contribuiu para o desenvolvimento de empreendedores, bem como de seus negócios, auxiliando no planejamento e organização, possibilitando assim maiores chances de sucesso para os empreendimentos de pequena dimensão. O resultado dessas ações pôde ser percebido com o passar do tempo. Conforme os dados do GEM Brasil, 2010, a taxa de empreendedores em estágio inicial no Brasil foi de 17,5% em 2010, ou seja, a cada 100 brasileiros em idade adulta, 17,5 realizaram alguma atividade empreendedora. Ainda segundo o GEM 2010, o Brasil ocupa a 10ª posição do ranking mundial de empreendedorismo. Além disso, os dados do relatório apontam para uma estabilização no tempo de vida dos empreendimentos. Em 2002, o Brasil apresentava uma taxa de 5,7% de empreendedores nascentes e atualmente a porcentagem é de 5,8%. Ou seja, o país vem mantendo uma porcentagem baixa, o que significa que os empreendimentos 26 conseguem resistir aos primeiros anos de vida, produzindo renda e gerando emprego por mais tempo. Esses dados confirmam um considerável avanço do empreendedorismo no país, visto que os empreendimentos estão sendo melhor planejados e estruturados, impedindo o fechamento prematuro das suas atividades. O apoio à pequena empresa também cresceu nos últimos anos e os empreendedores estão mais instruídos quanto à abertura do seu empreendimento (SALIM; SILVA, 2010). Em 2002, o Brasil apresentava 5,7% de empreendedores nascentes e 8,5% de empreendedores novos. Em 2010, o país teve 5,8% nascentes e 11,8% novos. Esse dado tem grande relevância para o país, pois comprova a permanência dos novos empreendimentos no mercado, impulsionando a economia brasileira (GEM, 2010). No entanto, ainda existe uma preocupação em relação aos fatores que levam o brasileiro a empreender. De acordo com Dornelas (2001), grande parte dos empreendimentos criados no país são baseados no empreendedorismo por necessidade e não pela identificação de oportunidade. Ou seja, os empreendimentos são instituídos para suprir as necessidades financeiras daquele que empreende, sem planejamento ou visão de futuro. Apenas abrir empresas não significa que um país seja mais empreendedor. Ao contrário, são grandes as chances desses empreendimentos fracassarem. Para ser empreendedora, uma empresa tem que possuir características especiais, além de ser nova e pequena (DRUCKER, 1987). Ou seja, abrir empresas sem nenhuma inovação e nenhum diferencial que acrescente valor à comunidade local ou regional onde o negócio esteja inserido não é garantia de se formar um país empreendedor. Almeida et al (2008), acrescentam que no Brasil o empreendedorismo ainda é considerado uma alternativa de sobrevivência, ao contrário de outros países onde o empreendedorismo é uma característica do povo. Assim, para o autor, o brasileiro vê o empreendedorismo como uma fonte de satisfazer suas necessidades básicas para sua subsistência e não como uma fonte de crescimento e desenvolvimento da sociedade. Salim e Silva (2010) afirmam ainda que o ideal seria que todo o empreendimento brasileiro fosse criado a partir de uma oportunidade. Assim, todos poderiam competir pelas vagas existentes no mercado de trabalho com uma melhor preparação, e essas poderiam existir em número suficiente para diminuir o 27 desemprego e gerar renda. Dessa forma, o empreendedorismo por oportunidade possibilitaria mais alternativas para a população atuar no mercado, através da criação de novas empresas, mais duradouras e rentáveis, as quais poderiam gerar novos postos de trabalho. Considerando a grande importância do empreendedorismo para o Brasil é relevante conhecer o indivíduo empreendedor, avaliar o seu perfil e as suas características mais marcantes. 4.3 O INDIVÍDUO EMPREENDEDOR: PERFIL E CARACTERÍSTICAS Por alguns anos, acreditava-se que o ser humano já nascia empreendedor, porém, com a realização de estudos e pesquisas acerca da atividade empreendedora ao longo do tempo, comprovou-se que o empreendedorismo pode ser praticado por qualquer indivíduo. Salim e Silva (2010) afirmam que todas as pessoas possuem em menor ou maior grau características empreendedoras, porém muitas vezes não sabem exercê-las ou não as cultivam. Desde que se tornou agente fundamental no processo de desenvolvimento econômico, estudos a respeito do perfil e das características do empreendedor têm recebido importância, considerando as variáveis que o tornam um ser humano com perfil diferenciado. Segundo Chiavenato (2008), por ser criativo e possuir alto nível de energia, o empreendedor evidencia aspectos como a imaginação e a perseverança que, combinados, o capacitam a transformar uma ideia simples e mal estruturada em algo concreto e bem-sucedido. Dessa forma, o empreendedor não é um indivíduo satisfeito; ele possui energia para estar sempre buscando algum diferencial, pesquisando tendências, observado detalhes, a fim de agregar valor ao seu empreendimento. O empreendedor procura mudanças, reage a ela, e a explora como sendo uma oportunidade (DRUCKER, 1987). Assim, o indivíduo com características empreendedoras desconhece o medo de enfrentar o novo; ele encara as novas mudanças sempre como uma oportunidade lucrativa. 28 Para Hirish e Peters (2004), as características de personalidade dos empreendedores mais estudadas são: necessidade de realização; necessidade de assumir controle sobre suas ações; capacidade de assumir riscos e identidade de gênero, visto que essas características são fortemente observadas em empreendedores que se destacam. Lezana e Tonelli (1998) apresentam as principais características identificadas nos empreendedores de sucesso: QUADRO 2 - CARACTERÍSTICAS DOS EMPREENDEDORES. Característica Especificação Necessidades Aprovação. Independência. Desenvolvimento pessoal. Segurança. Auto-realização. Conhecimentos Aspectos técnicos relacionados com o negócio. Experiência na área comercial. Escolaridade. Experiência com empresas. Formação complementar. Vivência com situações novas. Habilidades Identificação de novas oportunidades. Valoração de oportunidades e pensamento criativo. Comunicação persuasiva. Negociação. Aquisição de informações. Resolução de problemas. Valores Existenciais. Estéticos. Intelectuais. Morais. Religiosos. FONTE: Lezana e Tonelli (1998). Nesse contexto as características apresentadas através do quadro 2 dividem-se em diversos aspectos relacionados à personalidade do empreendedor. Esses aspectos, variando em cada indivíduo em maior ou menor grau, esboçam o perfil do mesmo e o tornam diferenciado dos demais. O empreendedor é dotado ainda de outras características. Para Dornelas (2001), os empreendedores são seguros, sabem tomar as decisões corretas nos momentos corretos, sobretudo nas horas de maior adversidade. Além de tomar decisões conseguem implementar suas ações rapidamente. Dessa maneira, o empreendedor pode ser considerado um indivíduo que possui pensamento dinâmico 29 e lógico, o que facilita na tomada de decisões, e permite a implementação rápida de seus projetos. O empreendedor possui a capacidade de iniciativa, imaginação para concretizar ideias, flexibilidade para adaptá-las e criatividade para transformá-las em uma oportunidade de negócio (PREVIDELLI; SELA, 2006). O empreendedor possui um alto nível de capital intelectual o que o possibilita pensar racionalmente a respeito de seu negócio, unindo todos os recursos necessários para torná-lo um empreendimento seguro. Segundo Andrade (2005), os empreendedores vêm sendo descritos como indivíduos com motivação interna, são mais autoconfiantes e com desejo de independência e autonomia; e também demonstram forte predisposição para a evolução. Dessa forma é importante destacar que o empreendedor, de forma incessante, busca a melhoria de suas atividades, tanto em seu negócio como em sua evolução pessoal, para isso procura adquirir conhecimento principalmente em sua área de atuação, como forma de antecipar tendências e estar à frente no seu ramo de atividade. Lócus interno de controle, alto nível de energia, necessidade de realizar, tolerância a ambiguidade, consciência da passagem do tempo e autoconfiança são as características que definem os traços de personalidade do empreendedor. Nesse sentido o empreendedor tem consciência de que suas ações são responsáveis pelos seus resultados, além disso, possui confiança na sua capacidade para alcançar objetivos (DAFT, 2010). Baron e Shane (2007) elencam algumas habilidades sociais que podem ser úteis aos empreendedores, as quais permitem a integração com outros indivíduos: a) percepção social: refere-se à interpretação das outras pessoas de forma correta. b) expressividade: expressar reações e emoções de modo que sejam facilmente percebidas por outros. c) administração da imagem: causar uma boa primeira impressão. d) persuasão e influência: mudar as atitudes ou comportamentos dos outros. e) adaptabilidade social: adaptação em uma ampla variedade de situações sociais. 30 Cielo (2006) aponta uma multiplicidade de enfoques formados ao longo da história, que evidenciam as características empreendedoras na visão de diversos autores. QUADRO 3 - DIVERSOS ENFOQUES SOBRE EMPREENDEDORISMO. DATA 1848 1917 1934 1954 1959 1961 1963 1964 AUTOR Mill Weber Schumpeter Sutton Hartman McClelland Davids Pickle 1971 1971 Palmer Hornaday e Aboud Kirzner Borland Liles Gasse Timmons 1973 1974 1974 1977 1978 1980 1981 1987 Sexton Welsh e White Dunkelberg Cooper Drucker 1987 Aquino 1989 Degen 1991 1993 Filion Farrel 1995 Oliveira 1998 Lezana e Tonelli Dolabela Dornelas 1982 1999 2001 CARACTERÍSTICAS Tolerância ao risco. Origem da autoridade formal. Inovação, iniciativa. Busca de responsabilidade. Busca de autoridade formal. Corredor de risco e necessidade de realização. Ambição, desejo de independência, responsabilidade e autoconfiança. Relacionamento humano, habilidade de comunicação, conhecimento técnico. Avaliador de riscos. Necessidade de realização, autonomia, agressão, poder, reconhecimento, inovação, independência. Identificação de oportunidades na ordem presente. Controle interno. Necessidade de realização. Orientado por valores pessoais. Autoconfiança, orientado por metas, corredor de riscos moderados, centro de controle, criatividade, inovação. Energético, ambicioso, revés positivo. Necessidade de controle, visador de responsabilidade, autoconfiança, corredor de riscos moderados. Orientado ao crescimento, profissionalização e independência. Inovação e capacidade para conviver com riscos e incertezas. Busca por mudanças. Agressivo para negócios, eterno farejador de oportunidades. Dinamicidade e inquietude. Responsável pela criação de novos produtos e mercados, superando as anteriores. Ser social, produto do meio que vive, fenômeno regional. Capacidade de aprender a utilizar uma estratégia de fazer as coisas e maneira simples, tornando-se competitivo. Capacidade de formar um novo negócio ou desenvolver um negócio já existente, elevando seu valor patrimonial. Persegue o benefício. Trabalha individual e coletivamente. Imagina, desenvolve e realiza visões. Motivação singular, paixão pelo trabalho, necessidade de deixar um legado. FONTE: Compilado por Cielo (2006). 31 Pode-se observar através do Quadro 3 que a tolerância ao risco, inovação e iniciativa são características presentes nos primeiros estudos referentes ao comportamento empreendedor, e que ao longo da história outras características foram acrescidas conforme a visão de cada autor seguindo uma de áreas de conhecimento. O potencial empreendedor é potencial de qualquer ser humano e necessita de algumas condições indispensáveis para se materializar e produzir efeitos. Ou seja, todo ser humano é capaz de ser um empreendedor de sucesso, porém nem sempre essas características são trabalhadas (DOLABELA, 2006). Outro fator que apresenta influência é o ambiente que o cerca, sendo que num ambiente favorável ao empreendedorismo o indivíduo está propenso a desenvolver suas características empreendedoras com maior dimensão. É importante ressaltar que as características que determinam o comportamento do empreendedor podem ser desenvolvidas através de uma educação diferenciada, não apenas no ensino superior, mas em todos os níveis da educação básica. 4.4 O ENSINO DO EMPREENDEDORISMO O primeiro curso na área do empreendedorismo do Brasil, surgiu na Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas, pela iniciativa do professor Ronald Dengen, em 1981 e era denominado “Novos Negócios”. Ainda segundo o autor, a USP – Universidade de São Paulo, iniciou o ensino de empreendedorismo no ano de 1984, quando foi introduzida a disciplina “Criação de Empresas” no curso de Administração (DOLABELA, 1999). Aos poucos, o ensino do empreendedorismo ganhou espaço nas universidades bem como na educação básica. Esse processo demanda inovações no sistema educacional brasileiro, o qual na maioria das vezes se limita em repassar os conteúdos determinados pela legislação do que formar profissionais com espírito empreendedor, dotados de proatividade, criatividade e inovação. Batista apud Almeida et al (2008) menciona as dez razões que justificam o estudo do empreendedorismo, a citar: 32 a) a alta taxa de mortalidade. No mundo das empresas emergentes a regra é falir; não ter sucesso; b) as relações de trabalho estão mudando. O emprego está dando lugar a novas formas de participação; c) exige-se hoje, mesmo para aqueles que vão ser empregados um alto grau de empreendedorismo; d) a metodologia de ensino tradicional não é adequada para formar empreendedores; e) as nossas instituições de ensino estão distanciadas dos “sistemas de suporte”. As relações Universidade-empresa ainda são incipientes; f) cultura: os valores do ensino básico no Brasil não sinalizam para o empreendedorismo; g) ainda há uma percepção insuficiente da importância da Pequena e Média Empresa para o desenvolvimento econômico; h) predomina, no ensino profissionalizante e universitário, a cultura da “grande empresa”. Não é hábito falar de pequena empresa; i) ética: uma grande preocupação no ensino do Empreendedorismo deve estar atrelada aos aspectos éticos que envolvem esta atividade; j) cidadania: o empreendedor deve ser alguém com alto grau de comprometimento com o meio ambiente e com a comunidade, com forte consciência social. Em decorrência das relevantes mudanças que estão ocorrendo na economia e no mundo do trabalho, a escola não pode apenas formar pessoas eficientes e adaptadas para o emprego convencional. Dessa forma é necessária uma reorientação no sistema de ensino criando espaço para a educação empreendedora a qual possui características para formar um novo perfil de profissional apto a acompanhar as mudanças que estão ocorrendo no mercado de trabalho e que impulsionará o desenvolvimento econômico (HOELTGEBAUM; TOMIO, 2002). Dolabela (2006) concorda com a ideia afirmando que a tradição do ensino brasileiro, que é formar empregados nos níveis tanto profissionalizantes quanto universitários não é mais ideal para as novas empresas da atualidade. Portanto, o ideal para as organizações atuais seriam funcionários que tenham uma visão geral dos processos, saibam atender as necessidades dos clientes, sejam inovadores e 33 criativos dentro do seu próprio ambiente de trabalho. O modelo de funcionário que apenas realiza tarefas impostas sem nenhum diferencial, não é o adequado a realidade empresarial atual. Esse novo perfil deve ser construído abrangendo não somente aqueles que já possuem características empreendedoras, se faz necessário também um envolvimento daqueles que tenham capacidade para se tornarem indivíduos empreendedores. De acordo com Previdelli e Sela (2006, p. 78) “com o ensino do empreendedorismo os talentos empreendedores inatos também serão beneficiados e aproveitados pela sociedade de uma maneira mais rápida, eficiente e produtiva.” Ferreira, Sá e Abranches (2000) acrescentam que o ensino de empreendedorismo, como é praticado hoje, apenas em nível universitário, quando os jovens já possuem uma opinião formada, dificulta as mudanças de visão e comportamento. Portanto, o ensino de empreendedorismo introduzido na educação básica redireciona o modo de pensar dos jovens, fazendo-os visualizar a vida sobre vários ângulos, saindo do tradicionalismo. Dessa forma, quando esses indivíduos ingressarem na universidade serão capazes de racionar de forma flexível e criativa. Ainda conforme aponta o relatório do GEM (2010, p. 94): As universidades e escolas precisam rever seus currículos para “contaminar” seus projetos pedagógicos, mesclando formação técnica com desenvolvimento de habilidades empreendedoras, com uso da metodologia de solução de problemas. As instituições de ensino não podem se limitar a oferecer cadeiras eletivas de empreendedorismo; o tema deve ser tratado como um conteúdo transversal a todas as disciplinas. Percebe-se assim, a necessidade das instituições de ensino reformular seus métodos de ensino-aprendizagem, de forma que o aluno não apenas receba conhecimentos teóricos, mas possa ter contato com ferramentas pedagógicas que levem a formação e desenvolvimento das habilidades empreendedoras abrangendo todas as áreas do conhecimento. O ensino do empreendedorismo proporciona ainda o desenvolvimento de indivíduos mais responsáveis socialmente, construindo uma sociedade com bases sólidas de cidadania. Andrade (2005) afirma ainda que o ensino do empreendedorismo proporciona ao aluno o desenvolvimento de uma consciência coletiva, visando não apenas uma posição no mercado de trabalho, mas a contribuição com o desenvolvimento. Portanto, a educação empreendedora 34 transmite também valores como a coletividade, fazendo com que o indivíduo pense em criar e inovar visando o bem estar de sua comunidade ou de forma mais ampla, de seu país. Essa forma de educar também permite uma formação mais participativa para o jovem, preparando-o com uma postura empreendedora, ou seja, um perfil diferenciado para acompanhar as rápidas mudanças no mercado. No entanto, para que o jovem se desenvolva com características empreendedoras; ele precisa ser instigado ao empreendedorismo em tempo integral, e a metodologia utilizada no ensino assume papel fundamental nesse processo. 4.4.1 Aspectos metodológicos no ensino do empreendedorismo Para voltar-se a uma educação empreendedora a metodologia de ensino utilizada deve ser diferenciada da metodologia tradicional, não se restringindo a conteúdos científicos ou técnicos. Conforme Dolabela (2003, p. 29): o saber empreendedor ultrapassa o domínio de conteúdos científicos, técnicos, instrumentais. Estes pouco servem para quem não sonha, para quem não tem a capacidade de, a partir do sonho, gerar novos conhecimentos que produzam mudanças significativas para o avanço da coletividade. Segundo David et al (2001) aspectos pedagógicos do empreendedorismo se referem ao conjunto de características presentes na maneira de “ensinar” o empreendedorismo. E esta maneira não pode ser aquela empregada na Pedagogia tradicional. Em se tratando de formar um indivíduo com características diferenciadas, o ensino do empreendedorismo também deve ser proporcionado de maneira diferenciada. Franzini, Sela, V. e Sela, F. (2006) mencionam que os pressupostos para a concepção de um indivíduo empreendedor fundamentam-se mais em fatores motivadores e em habilidades comportamentais do que em conteúdos meramente instrumentais. Dessa forma a educação empreendedora está mais voltada para a forma de guiar o comportamento e as atitudes dos indivíduos. 35 Complementando esta ideia, Carvalho, Oliveira e Santos (2007) afirmam que a metodologia a ser utilizada no ensino de empreendedorismo deve favorecer a ampliação da percepção do aluno sobre si mesmo para que assim ele possa identificar a necessidade de desenvolver habilidades empreendedoras e seja capaz de desenvolver estratégias para aumentar o seu potencial empreendedor. Portanto, o ensino do empreendedorismo deve ser proporcionado de forma dinâmica, voltado à realidade, ressaltando principalmente as capacidades e habilidades apropriadas para configurar indivíduos capazes de gerar renda e desenvolvimento para o país. Conforme Anjos, Fechine e Nóbrega (2004) surge a necessidade de um processo de aprendizado que leve o aluno a proceder como faz o empreendedor na realidade, ou seja, fazendo, errando e aprendendo. Uma educação empreendedora requer que os alunos tenham exposição substancial com a “mão na massa” e tenham experiência com empreendedorismo e o mundo de empreendedores (BENSON apud LEITE, 2008). Com isso entende-se que a prática tem grande importância na maneira de ensinar o empreendedorismo resultando em um aprendizado mais construtivo e qualificativo. Dolabela (2003) expõe ainda que a educação empreendedora deve desenvolver a auto-estima e valorizar o potencial de persistência dos alunos diante de resultados não esperados, diante do erro e do que os outros consideram fracasso. Portanto, o ensino do empreendedorismo deve instigar o aluno para o inesperado, deve estimulá-lo para a reação positiva diante do erro, considerando que uma das características do empreendedor é aprender com erro. A formação direcionada ao empreendedorismo demanda uma mudança de atitude dos indivíduos, com comportamento voltado à dinamicidade o que não se aprende no ensino convencional. Nesse sentido Andrade (2005, p. 13) menciona que: organizar uma proposta pedagógica comprometida com o empreendedorismo exige a adoção de estratégias que favoreçam e incentivem atitudes como: autonomia, iniciativa, autovalorização, ética, criatividade, cidadania, liderança, diálogo, participação, desenvolvimento de projetos, resolução de problemas, boa utilização da informação e dos recursos, inovação e pioneirismo. 36 O Quadro 4 faz um comparativo entre o ensino tradicional e o ensino de empreendedorismo, considerando fatores como conteúdo, metodologia, conhecimento e aprendizado: QUADRO 4 – ENSINO TRADICIONAL E APRENDIZADO DE EMPREENDEDORISMO. CONVENCIONAL EMPREENDEDOR Ênfase no conteúdo, que é visto como meta. Ênfase no processo; aprender a aprender. Conduzido e dominado pelo instrutor. Apropriação do aprendizado pelo participante. O instrutor repassa o conhecimento. O instrutor como facilitador e educador; participantes geram conhecimento. Aquisição de informações “corretas”, de uma O que se sabe pode mudar. vez por todas. Currículos e sessões fortemente programados. Sessões flexíveis e voltadas a necessidades. Objetivos do ensino impostos. Objetivos do aprendizado negociados. Prioridade para o desempenho. Prioridade para a auto-imagem geradora do desempenho. Rejeição ao desenvolvimento de conjecturas e Conjecturas e pensamento divergentes vistos pensamento divergentes. como parte do processo criativo. Ênfase no pensamento analítico e linear parte Envolvimento de todo o cérebro; aumento da esquerda do cérebro. racionalidade do cérebro esquerdo através de estratégias holísticas, não-lineares, intuitivas; ênfase na confluência e fusão dos dois processos. Conhecimento teórico e abstrato. Conhecimento teórico amplamente complementado por experimentos na sala de aula e fora dela. Resistência à influência da comunidade. Encorajamento à influência da comunidade. Ênfase no mundo exterior; experiência interior Experiência interior é contexto para o considerada imprópria ao ambiente escolar. aprendizado; sentimentos incorporados à ação. Educação encarada como necessidade social Educação vista como processo que dura toda a durante certo período de tempo, para firmar vida, relacionado apenas tangencialmente com habilidades mínimas para um determinado a escola. papel. Erros não aceitos. Erros como fonte de conhecimento. O conhecimento é o elo entre aluno e professor. Relacionamento humano entre professores e alunos é de fundamental importância. Fonte: Dolabela (1999). Por meio do Quadro 4, pode-se perceber que no ensino voltado ao empreendedorismo o aluno não é considerado somente um receptor de informações; ele participa da dinâmica da aula e na construção do conhecimento. O ensino é colocado de forma flexível, no qual não existem verdades irrestritas, ou seja, tudo que se aprende pode ser modificado, de modo que há espaço para divergências, o aprendizado pode ser negociado, deixando de ser uma 37 imposição. Dessa forma a educação empreendedora implica uma forma diferente de observar e se comportar no mundo atual. “Na escola convencional, os conteúdos são tratados como verdades definitivas, destinadas a transmitir a quem os adquire a sensação de segurança e a quem os propaga, a aparência de autoridade” (DOLABELA, 2006, p. 30). Assim, no modelo educativo convencional o aluno não é preparado para lidar com desafios; ao contrário do ensino empreendedor onde o aluno é capacitado a trilhar caminhos, tendo a persistência como elemento fundamental. Dessa maneira entende-se que no ensino do empreendedorismo o ideal seria que o professor estivesse ao lado do aluno, orientando-o na construção de seus sonhos e alcance dos seus objetivos, para isso a formação do profissional deve ser voltada ao ensinar na forma de empreender. 4.4.2 A formação do professor no ensino do empreendedorismo Para um ensino eficaz de empreendedorismo é preciso capacitar professores para transmitir os conhecimentos necessários a educação empreendedora, ou seja, os professores empreendedores além de se preocuparem com a formação integral dos alunos, valorizam as suas aptidões individuais, ou seja, suas múltiplas inteligências, trabalhando para desenvolvê-las e aprimorá-las (DAVID et al, 2001). De acordo com Dolabela (2003), o professor deve propor-se a ser empreendedor em sala de aula, ele não estará somente transferindo informações, mas desenvolvendo potenciais, considerando a natureza característica e a visão de mundo específico de cada aluno. Para David et al (2001), o ensino na pedagogia tradicional, é baseado na memorização; o aluno recebe as informações prontas, sendo considerado um agente passivo, o professor apenas expõe essas informações. Na educação voltada ao empreendedorismo o aluno deve participar da construção dos conteúdos juntamente com o professor. Dessa forma, o professor assume papel de agente facilitador na aprendizagem do aluno, não apenas transmitindo informações, mas fazendo com que o aluno reflita e transforme sua reflexão em ação. 38 Conforme aponta o relatório do GEM (2010), para o fortalecimento do empreendedorismo no Brasil deve-se treinar os professores nos vários níveis da educação formal para o de um desenvolvimento de atividades pedagógicas empreendedoras. O trabalho professor de empreendedorismo exige um comprometimento e um empenho maior que o papel de um professor tradicional (FILION apud PREVIDELLI E SELA, 2006). O professor empreendedor, além de se dedicar a vida escolar do aluno, deve também se preocupar com a formação do mesmo visando sua atuação como profissional, bem como sua formação como cidadão. Ferreira, Sá e Abranches (2000) acrescentam que a maioria dos professores se limitam a transmitir os conteúdos dos livros didáticos existentes no mercado livreiro, sem tentar englobar conhecimentos para a formação ética e profissional dos alunos. Com isso pode-se entender que grande parte dos professores prendem-se a conteúdos teóricos das diversas disciplinas existentes na grade curricular e esquecem que para a formação do aluno também é necessária a transmissão de conhecimentos voltados ao crescimento e desenvolvimento como ser humano. Portanto ser um professor empreendedor é uma tarefa desafiante, visto que vai além de transmitir os conteúdos necessários à aprendizagem do aluno, instigando o mesmo a desenvolver suas competências e habilidades para atuar de forma dinâmica e empreendedora construindo uma sociedade voltada ao desenvolvimento econômico. Assim, no ensino do empreendedorismo o professor não pode agir apenas como um mero transmissor de informações, ele deve permitir que o aluno seja investigador, tenha iniciativa para pensar e agir de forma independente na busca do seu objetivo. Inserir o empreendedorismo no ambiente escolar demanda a capacitação e orientação dos professores, focalizando no trabalho a competência empreendedora, promovendo a integração dos alunos na criação de projetos. Dessa maneira, para um ensino eficaz do empreendedorismo nas escolas é preciso a readequação de fatores importantes como metodologia e preparação dos professores, pois a educação empreendedora exige uma nova ordem educacional, na qual haja mais espaço para a reflexão e ação, deixando de lado a forma convencional de ensino (ANDRADE, 2005). 39 Essa forma de ensinar poderá levar o aluno a obter um crescimento tanto pessoal quanto profissional de forma diferenciada, no qual valores e atitudes empreendedoras serão primordiais. Dessa forma características como a criatividade, inovação e visão de oportunidades farão com que o aluno possa colaborar continuamente para o bem estar coletivo, bem como para a resolução de problemas reais enfrentados pelo seu bairro, sua cidade ou seu país, contribuindo assim para a mudança da realidade em que vive. Dessa maneira o país poderá se tornar empreendedor se escola e sociedade trabalharem unidos na transformação dos jovens, criando em bases adequadas a cultura do empreendedorismo desde cedo. 40 5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A metodologia é um procedimento que envolve um conjunto de métodos e técnicas para conhecimentos. ensinar, realizar, conhecer a realidade e produzir novos Nesse sentido, é importante escolher os métodos e técnicas adequados a problemática explorada para o alcance de um resultado final satisfatório (OLIVEIRA, 2007). No desenvolvimento do presente projeto utilizou-se num primeiro momento a pesquisa bibliográfica com o intuito de embasar teoricamente a temática estudada, identificando os principais autores que abordam o assunto, bem como as principais fundamentações e aspectos teóricos necessários a consecução dos objetivos do trabalho. Pesquisar no campo bibliográfico corresponde a investigar em livros e periódicos, referências conceituais e teóricas consistentes, que possam reforçar os esquemas interpretativos, explicativos e analíticos do pesquisador (LIMA apud LIMA; OLIVO, 2007). Roesch (1999) complementa mencionando que a revisão de literatura implica seleção, leitura e análise de textos relevantes ao tema do projeto, seguida de um relato por escrito. Dessa forma a pesquisa bibliográfica se mostra essencial para a construção do projeto, visto que o embasamento teórico remete credibilidade à pesquisa a ser realizada. Quanto à tipologia, o projeto caracteriza-se como uma proposição de planos. Roesch (1999) define essa tipologia como uma apresentação de propostas de planos ou sistemas para solucionar problemas organizacionais. A proposição de planos visa a recomendação de soluções para eliminar uma determinada anomalia encontrada em um ambiente específico. Assim, o projeto objetivou apresentar e implementar ações de forma a inserir a cultura empreendedora no Colégio Gabriela Mistral, visto que se trata de uma necessidade no ambiente escolar atual. Para execução do projeto definiu-se ainda como população-alvo o Grêmio Estudantil, o qual é composto por 11 alunos, que se dividem entre as séries do Ensino Fundamental e Médio, e se trata de uma instituição estabelecida dentro do colégio. Conforme menciona Roesch (1999) a população-alvo é um grupo de 41 pessoas ou empresas que interessa entrevistar para o propósito específico de um estudo. Considerando também que o trabalho objetivou avaliar o grau de evolução dos alunos em relação ao seu nível empreendedor, utilizou-se a abordagem quantitativa. Segundo Roesch (1999) se a intenção do projeto envolve medir relações entre variáveis, em avaliar o estudo de algum sistema ou projeto, recomenda-se utilizar a pesquisa quantitativa. Assim, o método quantitativo se constitui na quantificação de dados obtidos através de informações por meio de entrevistas, questionários, testes e observações. Dentre as técnicas de coletas de dados, utilizou-se um teste, que foi aplicado nos meses de abril e setembro, aos 11 alunos do Grêmio Estudantil, de forma que foi possível inferir o avanço das características empreendedoras dos alunos depois da realização das atividades do projeto. Como afirmam Marconi e Lakatos (1982), os testes são instrumentos utilizados com o propósito de obter dados que permitam medir o rendimento, a competência, a capacidade ou a conduta dos indivíduos. Outra forma de coleta de dados utilizada foi a observação participante, como afirma Oliveira (2007), na observação participante o pesquisador deve interagir com o contexto pesquisado, estabelecendo relação direta com grupos ou pessoas, acompanhado-os em situações formais e informais. Dessa forma foi possível observar durante as atividades do projeto as características empreendedoras praticadas pelo grupo, com objetivo de auxiliar nas descrições e interpretações dos resultados. A observação ocorreu de forma aberta, pois todos os envolvidos no projeto tinham conhecimento sobre a pesquisadora. 42 6 ANÁLISE DA ORGANIZAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS COLETADOS Este capítulo aborda primeiramente o diagnóstico organizacional da Associação Educacional e Assistencial Gabriela Mistral bem como seu histórico e operacionalização da organização. Posteriormente aborda a implementação do estágio, relatando as ações práticas realizadas ao longo do estágio e as contribuições para a instituição. 6.1 DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL 6.1.1 Caracterização da organização A Agami – Associação Educacional e Assistencial Gabriela Mistral, Colégio Gabriela Mistral, atua no ramo de prestação de serviços educacionais, desde o Berçário até o Pré-Vestibular. A instituição tem como mercado de atuação a cidade de Palotina, localizada na região oeste do Paraná. Como principais concorrentes, podem ser destacadas as seguintes escolas particulares: CEEDUC – Centro de Excelência em Educação, Escola Cecília Meireles, Escola Pingo de Gente, Escola Terra do Saber, além das escolas municipais e estaduais de Palotina. A estrutura organizacional pode ser observada através da figura a seguir: 43 FIGURA 1 - ORGANOGRAMA DO COLÉGIO GABRIELA MISTRAL. PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO PRESIDENTE DO CONSELHO DELIBERATIVO DIRETORIA CONTABILIDADE SECRETARIA COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA ASSISTENTE ADMINISTRATIVO PROFESSORES ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL BIBLIOTECA MECANOGRAFIA RECEPÇÃO ZELADORIA FONTE: Adaptado do Regimento Interno do Colégio Gabriela Mistral (2009) 44 6.1.2 Histórico da organização O Colégio Gabriela Mistral surgiu em 1969, a partir da iniciativa da professora Noeli Dora Freitag Sendtko e da presidente da OASE - Organização Auxiliar das Senhoras Evangélicas - Norma Lamb Fries, que na época tiveram a ideia da criação do primeiro Jardim de Infância do município de Palotina. O projeto foi bem recebido e incentivado pela diretoria da Comunidade Evangélica de Confissão Luterana do Brasil e em 18 de fevereiro do mesmo ano foi fundado o Jardim de Infância Gabriela Mistral, criado inicialmente para atender apenas a comunidade evangélica. O nome foi escolhido em homenagem a educadora da infância e escritora chilena Lucila Godoy de Alcayaga, que usava o pseudônimo de Gabriela Mistral e recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1945. O Jardim de infância iniciou suas atividades com 37 alunos, duas professoras e o seu funcionamento era dentro da própria igreja. Mais tarde, a comunidade evangélica resolveu construir o pavilhão festivo, onde passou a funcionar a escola. Devido à aceitação da comunidade, no ano de 1970 o Jardim de Infância começou a funcionar em dois turnos e atender alunos de todo o município. Em razão disso, buscou-se o auxílio da Prefeitura Municipal, que na época cedeu algumas professoras do município para trabalhar no Jardim. Nesse ano os pais já contribuíam com um pequeno valor em dinheiro para compra de materiais. Em 10 de outubro de 1971 iniciou-se a construção do primeiro prédio próprio do Jardim de Infância Gabriela Mistral. A estrutura com duas salas de aula, localizada na Rua Dom Pedro I, 1267, foi inaugurada em 1972, na época exercia o cargo de Diretora a professora Doraci Konrad, que posteriormente foi ocupado pela professora Lígia Ritter. Já, em 1982, foi criada a Associação Educacional e Assistencial Gabriela Mistral - AGAMI - mantenedora do Colégio Gabriela Mistral. Nesse momento iniciouse também a construção da sede atual do Colégio, localizado na Rua Bento Gonçalves, 637. Durante o período de construção da nova sede foram usadas as instalações do Seminário São Vicente Pallotti, já que o espaço da primeira sede não comportava o número de alunos. 45 No ano 1975 foi montado o processo para requerer a autorização de funcionamento, que foi decretado pelo Governador do Estado do Paraná, em 14/09/76. Também nesse ano assume a função de Diretora a professora Lucilda Rumilda Fries Binsfeld, que se mantêm no cargo até os dias atuais. Em 1977 foram criadas as turmas de Pré I, Pré II e Pré III. Para atender os alunos do Pré III que já estavam alfabetizados, surgiu a idéia de criação da 1ª a 4ª série. Expôs-se o assunto à diretoria da Comunidade Evangélica, a qual aprovou a implantação da Escola de 1º Grau. O Colégio passou a prestar atendimento a alunos de 5ª série em 1982 e sucessivamente para as séries finais do 1º Grau. A implantação do 2º Grau, atual Ensino Médio, iniciou em 1990, aprovado através da Resolução nº. 2.406/90, do dia 27 de agosto do mesmo ano, com a implantação gradativa das séries. Em 2005, o Colégio Gabriela Mistral, firmou parceria com o Grupo Metamorfose, que ministrava aulas para o pré-vestibular, a partir daí foi oferecido o cursinho Pré-Vestibular, fazendo com que os alunos não precisassem se deslocar a cidades vizinhas a fim de se prepararem para o ingresso a Universidade. Somente no ano de 2010 o Colégio implantou a 1ª turma de Berçário, visto que era uma necessidade pela demanda de alunos. No decorrer dos anos várias adaptações foram realizadas na estrutura para melhor atender os alunos, como reformas nas quadras esportivas, laboratório de informática, laboratório de ciências, anfiteatro. Além disso, no ano de 2009, foi aprovada a Lei que determina o Colégio como sendo de Utilidade Pública Estadual, o que dá direito ao colégio receber auxilio do Governo Estadual. Atualmente o colégio Gabriela Mistral, conta com um grande número de alunos, sendo que 50 alunos estão matriculados na Educação Infantil, 185 no Ensino Fundamental e 87 no Ensino Médio, com aulas de segunda à sexta, nos períodos matutino e vespertino. O quadro de funcionários do Colégio é formado por cerca de 60 profissionais distribuídos nas diversas áreas e todos envolvidos para que o objetivo principal da instituição seja alcançado com qualidade. E com esse comprometimento somado a estrutura familiar participativa, o Colégio Gabriela Mistral pretende continuar formando cidadãos críticos e preparados para a vida. 46 6.1.3 Ambiente organizacional Situado na região oeste do Paraná, o município de Palotina, possui uma população de aproximadamente 29 mil habitantes (IBGE, 2010). A economia do município é baseada na agricultura, agroindústria e prestação de serviços. A cidade conta com a segunda maior cooperativa singular do Brasil, a C.Vale Agroindustrial, com atuação no Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraguai e também com um amplo mercado de exportação interno e externo. Além da C.Vale, Palotina é o único município da região oeste que possui o Campus da Universidade Federal do Paraná - UFPR, o qual no ano de 2009 ampliou sua estrutura com a implantação de mais de três cursos tecnológicos, atendendo assim a demanda de profissionais que o próprio município e região exigem. Com isso a contratação de professores e profissionais para suprir as necessidades dos novos cursos também cresceu. Nesse contexto tanto a C.Vale quanto a UFPR possuem um grande número de funcionários vindos de outras cidades juntamente com suas famílias. Em decorrência disso, aumenta o fluxo de pessoas que visitam o colégio para conhecer a estrutura e o método de ensino oferecido, na maioria das vezes indicados pelos próprios funcionários que já possuem filhos matriculados no colégio, ocasionando um aumento no número de alunos matriculados. A agricultura também é um fator importante, uma vez que grande parte dos alunos do colégio são filhos de agricultores. Sendo assim, a produtividade das safras interfere diretamente no desenvolvimento do colégio. Percebe-se isso, por exemplo, quando a safra não é rentável, nessas ocasiões a procura pelo colégio diminui e cresce o número de transferências para escolas particulares menores e até mesmo para escolas públicas. Ainda no âmbito educacional, Palotina é destaque por ser o município do país com menor índice de evasão escolar, ou seja, de cada 100 alunos que entram na escola, apenas um não termina a oitava série. Esse fato se deve a junção de uma boa estrutura escolar e solução de problemas que levam os alunos a desistir de estudar (SEED, 2010). A educação sempre foi um item de preocupação para a população e pelas lideranças municipais de Palotina e cada vez mais as pessoas estão buscando 47 educação de qualidade e alto nível, em contrapartida as escolas investem em estrutura, profissionais qualificados e método de ensino para oferecer a essas pessoas. Assim, a procura por escolas particulares cresce a medida do desenvolvimento do município e junto a isso cresce a concorrência das escolas por melhores preços e melhor estrutura. A instituição está organizada em forma de associação e todos os recursos são investidos na melhoria do colégio. Sendo prestador de serviços, a instituição é considerada sem fins lucrativos e é isenta da Inscrição Estadual. A preocupação ambiental também influencia as ações do colégio que são voltadas na preservação e conservação do meio ambiente. Por isso o colégio realiza diversos projetos voltados à questão ambiental, como distribuição de mudas de árvores, confecção de sacolas retornáveis e camisetas com tecido de garrafas plásticas, ressaltando que além de oferecer um ensino de qualidade, o colégio preocupa-se com a formação do aluno num contexto geral. 6.1.4 Operacionalização da organização O Colégio Gabriela Mistral - Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio, sediado à Rua Bento Gonçalves, 637, na cidade de Palotina - PR, é um estabelecimento educacional que tem por finalidade principal, ministrar educação e ensino formal e informal, de acordo com as leis vigentes. A Instituição garante ao aluno o acesso ao saber produzido socialmente a fim de capacitá-lo para realizar-se como sujeito histórico. O Colégio atende alunos desde o berçário até o Pré-Vestibular, é o único colégio do município a utilizar como base o material Positivo. O Regimento Interno do colégio e o Estatuto da Associação estabelecem as regras e normas a serem seguidas por alunos, professores e colaboradores. Para representação dos pais existe o Conselho Deliberativo, o mesmo é formado por dois pais de cada turma. Esses pais têm participação direta nas sugestões de melhoria e tomada de decisões, as quais são sempre discutidas nas reuniões realizadas mensalmente. No início do ano é eleito o Presidente do Conselho o qual também responde legalmente pela instituição. 48 Quanto ao sistema de seleção que a instituição adota, este visa a valorização das pessoas que integram seu quadro de colaboradores. A instituição busca profissionais que possuem o espírito de cooperação e de equipe, comprometimento com resultados e conquistas do colégio, pois uma das funções gerenciais é combinar pessoas com os cargos para os quais elas se candidatam. Para isso, no processo de seleção, são utilizadas várias fontes de informação, como análise do currículo, perfis dos cargos e a entrevista. Esses fatores dão suporte à tomada de decisão de quem está coordenando a escolha do novo profissional. O processo de seleção inicia-se pela análise de currículos existentes no banco de dados do colégio. Para os cargos de professores a seleção é feita pela diretora da escola, juntamente com coordenadora e orientadora. Inicialmente o candidato é convocado para uma entrevista onde são analisados fatores como formação acadêmica e experiência em sala de aula. Posteriormente o candidato escolhido é convocado para mais uma reunião onde é apresentado o método que a escola utiliza e são repassadas informações sobre o funcionamento geral do colégio, horários de aula, calendário escolar dentre outras normas e avisos, apenas depois desse processo o professor é encaminhado a sala de aula. Já, para os outros cargos a seleção é realizada pela secretária em conjunto com a diretora, onde o candidato também passa por uma entrevista, para analisar sua experiência profissional e verificar se suas habilidades correspondem aos requisitos do cargo, caso seja selecionado o candidato é contratado. A instituição utiliza um estilo gerencial que busca dar ênfase na democratização. Nas reuniões realizadas no colégio e até mesmo no dia a dia, profissionais têm liberdade de opinar e dar sugestões para melhoria do colégio, porém cabe a diretora juntamente com a diretoria a tomada de decisões. Na ausência da diretora a coordenadora e a supervisora são as pessoas que deverão responder pela instituição, sempre seguindo as normas estabelecidas pela instituição. Em relação a gestão da qualidade o colégio baseia-se na qualidade da educação, procurando oferecer ao aluno estrutura e ferramentas que possibilite o alcance do conhecimento de forma eficaz. Para tanto, o colégio proporciona ao aluno suporte em todas as áreas, oferecendo aulas de monitoria no contra turno, onde os alunos podem sanar suas dúvidas com um professor e reforçar os conteúdos ministrados nas aulas, além 49 disso, os alunos podem participar de atividades culturais e esportivas como aulas de flauta e dança, treinos de xadrez, futsal e voleibol. Os alunos do Ensino Médio realizam simulados bimestrais, para avaliar o aproveitamento individual deles em relação aos conteúdos e melhor prepará-lo para o vestibular. A estrutura do colégio é totalmente voltada para o bem-estar dos alunos proporcionando um ensino de qualidade e enriquecendo seu público. O colégio procura continuamente realizar adaptações para oferecer o que existe de melhor no mercado de escolas. A instituição vê a qualidade na educação como condição fundamental para o crescimento e desenvolvimento. Por isso, além dos cursos oferecidos pela editora Positivo a qual a escola é conveniada, os professores constantemente participam da formação continuada oferecida pela instituição. O colégio dispõe também de uma estrutura agradável e aconchegante, as salas de aulas da instituição são climatizadas e o anfiteatro possui cadeiras estofadas, além disso, o colégio possui laboratórios de Física, Química e Biologia, laboratório de informática, uma sala interativa com câmera, projetor multimídia e uma tela interativa para que os professores possam dinamizar suas aulas e duas quadras esportivas cobertas. Nas demais dependências da instituição como, por exemplo, a secretaria e a sala dos professores, o ambiente também é climatizado, os funcionários e professores têm acesso à internet para melhor desenvolver suas atividades. 6.2 OPERACIONALIZAÇÃO DO ESTÁGIO A partir do diagnóstico organizacional desenvolvido no Colégio Gabriela Mistral e da elaboração do referencial teórico, tornou-se perceptível a necessidade de disseminar a cultura empreendedora na instituição, de forma a permitir uma formação diferenciada dos estudantes, tendo em vista que indivíduos com perfil empreendedor são considerados importantes agentes de mudança na sociedade devido as suas características e habilidades como persistência, criatividade, inovação e proatividade. Considerando o expressivo número de alunos matriculados no colégio (345 alunos), o planejamento do ano letivo bem como o horário restrito composto por 50 aulas e atividades extras, optou-se inicialmente por trabalhar no presente projeto apenas com os membros do Grêmio Estudantil, o qual é composto por 11 alunos, e se trata de uma instituição representativa dentro do colégio. Quanto aos procedimentos adotados no processo de implementação do estágio, fez-se necessária a aplicação de diversas metodologias de ensino técnicos, tais como treinamentos, palestras, dinâmicas, estudos de caso e filmes, adequadas a faixa etária e ao nível de conhecimento dos alunos. Dessa forma, realizaram-se quatro encontros teóricos e um encontro prático, no período de abril a setembro. Os mesmos foram desenvolvidos mensalmente, em sua maioria nas sextas-feiras, obedecendo ao cronograma de provas, atividades do colégio bem como a agenda dos alunos. Utilizou-se ainda como instrumento de coleta de dados um modelo de teste adaptado de Dornelas (2007), através do qual, foram analisadas questões referentes ao comportamento e determinação, tolerância ao risco, ambigüidades e incertezas, motivação e superação e liderança. O teste foi aplicado em dois momentos, sendo a primeira aplicação no início e a segunda aplicação no encerramento das atividades do projeto. Ao final, os dados coletados nas duas aplicações foram comparados e analisados. A partir disso, foi possível mensurar quais as mudanças ocorridas referentes ao desenvolvimento das características e habilidades empreendedoras no Grêmio Estudantil com a realização do projeto. 6.2.1 Primeiro treinamento Para iniciar as atividades práticas do estágio, foi realizado no dia 29 de abril de 2011 o primeiro encontro do projeto (Figura 2), reunindo os alunos do Grêmio estudantil na sala interativa do colégio, juntamente com a orientadora profissional do estágio. Inicialmente foram repassadas informações a respeito do projeto bem como as atividades a serem desenvolvidas, a fim de apresentar a proposta e avaliar a receptividade pelos alunos. Posterior à apresentação inicial do projeto, aplicou-se um teste (ANEXO 1), para avaliar o nível do perfil empreendedor dos membros do Grêmio Estudantil, visto 51 a necessidade de comprovar a hipótese do projeto de que a educação empreendedora gera resultados positivos, tanto para os indivíduos quanto para a comunidade na qual ele está inserido. Dessa forma, após a aplicação do teste foi realizada a tabulação dos dados, porém optou-se em analisá-los posteriormente à segunda aplicação. Na sequência do teste foi exibida a apresentação em slides “O que é empreendedorismo?” (APÊNDICE A), com conceitos introdutórios a respeito do que é o empreendedorismo, sua origem e o conceito de empreendedor, contemplando várias definições de autores que abordam a temática. FIGURA 2 – ALUNOS DO GRÊMIO ESTUDANTIL REUNIDOS NO PRIMEIRO TREINAMENTO. FONTE: Dados da Pesquisa. Após a apresentação em slides foi o exibido o vídeo intitulado o perfil empreendedor, para que os alunos pudessem observar um conceito prático de como o empreendedor se comporta na visualização de uma nova oportunidade. O vídeo remete à ideia de que, mesmo em locais jamais explorados por outros indivíduos, o empreendedor visualiza oportunidades de negócio que podem gerar lucratividade. Posterior ao vídeo, deu-se sequência ao conteúdo finalizando com uma segunda apresentação de slides intitulada “A vaquinha” (ANEXO 2), a qual transmite a história de um homem pobre que, depois de perder sua única fonte de sustento, precisou desenvolver novas habilidades para a sobrevivência de sua família, tornando-se uma pessoa com grande poder aquisitivo. 52 A história foi exibida com o intuito de induzir os alunos a refletirem a respeito das potencialidades muitas vezes não desenvolvidas pelos indivíduos por comodismo, que procuram fazer algo novo somente quando surge uma necessidade. Os alunos foram orientados a fazer um paralelo entre a história e a realidade deles, quando não procuram desenvolver habilidades e competências porque acreditam não ser necessário, visto que possuem os pais que fornecem o que eles precisam para suprir suas necessidades. O encontro encerrou-se com uma avaliação a respeito do primeiro dia de treinamento, o qual foi bastante positivo tanto na visão dos alunos quanto da supervisora do estágio no Colégio. 6.2.2 Segundo treinamento Neste segundo treinamento, o qual também constituiu-se de caráter teórico, foram abordados temas como as principais características empreendedoras, os tipos de empreendedores e tipos de empreendimentos, para tanto, utilizou-se de uma apresentação de slides (APÊNDICE B). Além disso, foi realizada uma dinâmica intitulada “A estrada da formação” (ANEXO 3). Para a realização da dinâmica os alunos receberam os seguintes materiais: um desenho contendo uma estrada com montanhas ao final, desenhos de pedras, lanternas acesas e vários bonecos. Para iniciar a dinâmica os alunos foram orientados a escrever nas montanhas o seu objetivo pessoal, em seguida colar um boneco na estrada indicando o ponto onde se encontravam. Após isso, os alunos receberam a instrução para colar os desenhos das pedras indicando os obstáculos que seriam enfrentados, e as lanternas que seriam os instrumentos e ferramentas para chegar às montanhas. Essa atividade teve como finalidade proporcionar um momento de autoavaliação dos alunos em relação a sua formação, objetivos e sonhos, bem com quais ações eles estão desenvolvendo para o alcance desses objetivos. Ao final, foi exposta aos alunos uma História de Sucesso (ANEXO 4), publicada pelo Sebrae, intitulada Flores do Sertão, que relata a história de um grupo de agricultores cearenses, que descobriram no cultivo do cactos, benefícios sociais 53 e econômicos para a região do Baixo Jaguaribe, bem como a obtenção de renda para as famílias que vivem do cultivo dessas plantas. A história remete a uma reflexão a respeito da forma como o empreendedorismo pode mudar a realidade e garantir a sustentabilidade de uma localidade com poucos recursos. Além disso, mostra também a importância de superar os desafios diante de uma nova possibilidade e a importância da capacitação para lidar com o novo negócio. 6.2.3 Terceiro treinamento: Relato de uma empreendedora No dia 03 de junho de 2011 os alunos foram novamente reunidos nas dependências do colégio. Nesse encontro os mesmos receberam a visita de uma empreendedora do município (Figura 3) para abordar alguns aspectos do seu negócio e relatar sua experiência como empreendedora, com o objetivo despertar o interesse pelo empreendedorismo nos alunos do Grêmio Estudantil. FIGURA 3 – EMPREENDEDORA EXPONDO AOS ALUNOS. FONTE: Dados da pesquisa. A empreendedora foi escolhida pela estagiária, por se tratar de uma comerciante reconhecida e respeitada, sobretudo pela qualidade do trabalho que 54 realiza no município, além disso, a mesma conhecia anteriormente o público do colégio. Dessa maneira, seguindo um roteiro (ANEXO 5) anteriormente estabelecido pela estagiária, ela iniciou se apresentando e expondo as informações da sua empresa, que atua há 12 anos no município de Palotina no ramo de comércio de calçados. Em seguida, ela explanou sobre o início da sua vida profissional, comentando que iniciou trabalhando em uma loja de “secos e molhados” no Rio Grande do Sul, onde que seus pais possuíam uma empresa de panificação, fator que a influenciou a empreender. Quando casou-se, Eliana mudou-se para Palotina, no município ela trabalhava num escritório de uma cooperativa, porém não se realizava trabalhando como funcionária e com essa atividade, segundo relatou Eliana “trabalhar com papeis não era o que eu gostava de fazer, gostava mais de trabalhar com pessoas”. Eliana ainda relatou aos alunos que iniciou seu empreendimento por necessidade, visto que ela teria sua primeira filha, e por esse motivo ela precisava de um horário mais flexível, no entanto, ela não podia deixar de trabalhar e ter uma renda, então ela optou em abrir sua loja de calçados. Depois que deu início ao seu negócio, sentiu a necessidade de cursar uma graduação, então optou em freqüentar uma faculdade de administração, a qual lhe trouxe um melhor conhecimento a respeito da gestão e organização de seu empreendimento. Após a conclusão da graduação, Eliana ainda cursou uma Pósgraduação. Quanto à manutenção do empreendimento, Eliana disse que está sempre a procura de novidades no que diz respeito a calçados, buscando informações nos meios de comunicação e, além disso, assina um jornal específico do setor calçadista, o qual diariamente traz informações atualizadas a respeito do seu negócio e com isso ela aprende muito. Eliana listou também algumas dificuldades em relação ao seu empreendimento. Disse que a proximidade do Paraguai é um fator que influencia consideravelmente, devido a impossibilidade de competir com os preços dos produtos vendidos naquele país. Isso impediu que ela incrementasse a variedade de produtos da sua loja. Outro fator que limita é o tipo de subsistência do município que vive basicamente da agricultura e quando os agricultores, que, são grande parte de 55 seus clientes, sofrem alguma perda de lucratividade é sentido naturalmente o impacto nas vendas da loja. No entanto, nesses momentos Eliana ressalta a importância da visão e da adaptação, “o empreendedor precisa ter visão do negócio e se adaptar as situações para vencer os obstáculos”. Ela relatou que nos momentos em que percebe diminuição nas vendas procura utilizar a criatividade, realizando promoções para atrair os clientes, além disso, preocupa-se bastante com a decoração da loja para que também seja um atrativo a mais para que os clientes entrem e olhem os produtos. No que diz respeito às relações no negócio, ela disse aos alunos a importância de ter bom relacionamento com todos os envolvidos, principalmente seus clientes. Disse ainda a importância de ter boas relações com os concorrentes e faz questão de “jogar limpo com eles”, consciente de que essa é a melhor forma. Para finalizar, Eliana salientou aos alunos a importância do planejamento, tanto na vida pessoal quanto profissional das pessoas; disse que sem planejamento nenhum negócio pode ter sucesso e nenhum profissional terá uma carreira bemsucedida. Além disso, Eliana também ressaltou a importância da responsabilidade e dedicação; ela salientou que independente da carreira que os alunos desejarem atuar, é importante agir como empreendedores, serem profissionais diferenciados, sendo referência na sua área de atuação. A atividade foi de grande interação e gerou uma forte repercussão nos alunos, os quais não hesitaram em realizar questionamentos à empreendedora em relação às duas dúvidas quanto ao empreendedorismo, além disso, puderam identificar na empreendedora várias características estudadas nos treinamentos anteriores. 6.2.4 Quarto treinamento: Exibição do filme Patch Adams – o amor é contagioso No dia 12 de agosto os alunos do Grêmio Estudantil foram reunidos novamente para quarto encontro do projeto. Nesse dia foi exibido o filme Patch Adams – o amor é contagioso, sendo que o mesmo mostra a história real de um estudante de medicina que atuava de forma dinâmica na sua profissão, trazendo 56 controvérsias, mas ao mesmo tempo mostrando uma forma empreendedora de se atuar como médico. O objetivo principal dessa atividade foi realizar uma reflexão a respeito da importância dos sonhos, o qual tem sido pouco incentivado na realidade atual. Conforme aponta Dolabela (2006), na teoria o conceito de sonho é simples, porém na prática, existem muitas dificuldades para realizá-los, isso porque a sociedade não estimula o ser humano a sonhar, além disso, o sonho não possui espaço na pedagogia das escolas, nem do lar e tampouco das ruas. Foram analisadas ainda as ações do ator exibidas no filme visando a conquista dos sonhos, bem como os obstáculos que Patch Adams teve que superar para se tornar médico. Nesse momento foi questionado aos alunos quais eram os sonhos deles, sendo que os mesmos listaram as atividades profissionais que desejam seguir como medicina, agronomia e odontologia. Os alunos ainda foram instigados a refletir sobre quais as ações estão sendo realizadas por eles para a conquista desses sonhos, tais como: estudos preparatórios para o vestibular ou outros cursos. Além disso, foi realizado um paralelo com a dinâmica estrada da formação, realizada no 2º treinamento, quando eles foram levados a refletir sobre quais os obstáculos eles teriam que superar para a realização dos objetivos e quais as ferramentas eles tem disponíveis para isso. Posteriormente foi questionado aos alunos a respeito dos sonhos antigos, os quais eles cultivavam quando eram crianças, se esses sonhos ainda permaneciam, se a família e a escola incentivaram ou apoiaram na construção e conquista desses sonhos e quais eles conseguiram realizar. Durante a discussão foi sugerida ainda uma reflexão aos alunos para analisar o perfil do ator principal, o qual apresenta-se uma pessoa diferenciada das outras. Nesse momento os alunos também elencaram as principais características empreendedoras de Patch Adams, as quais foram criatividade, iniciativa, liderança, persistência, inovação, paixão pelo trabalho e poder de persuasão. Conforme Dolabela (1999), o empreendedor cria um método próprio de aprendizagem: aprende a partir do que faz; emoção e afeto são determinantes para explicar seu interesse, aprende indefinidamente. Isso pôde ser comprovado no filme, uma vez que o ator contesta a prática dos outros médicos, os quais simplesmente realizam ações para prolongar a vida dos pacientes, e propõe uma forma mais humanizada e dinâmica de exercer a medicina. 57 Para finalizar a discussão os alunos puderam dar a sua opinião a respeito do filme, relacionando aspectos do empreendedorismo, de forma que os mesmos concluíram que Patch Adams pode ser considerado um empreendedor, sendo um exemplo a ser seguido. 6.2.5 Ação desenvolvida – Empreendedorismo solidário Posteriormente aos encontros de caráter teórico sobre empreendedorismo optou-se por construir em conjunto com os alunos do Grêmio Estudantil um plano de ação para aplicação da teoria estudada. Para tanto, optou-se em elaborar o projeto empreendedorismo solidário, o qual consistiu em reformar a casa de uma família carente da comunidade de São Camilo. A escolha dessa ação deu-se por considerar mais adequada a faixa etária dos alunos, bem como a disponibilidade de tempo. Além disso, o colégio já sinalizava apoio para essa ação, visto que o mesmo promove diversos projetos voltados à área social, sendo que a casa reformada foi construída pela instituição através de uma ação comunitária no ano de 2003. A família que reside na casa era uma antiga beneficiada pelas campanhas de doações realizadas pelo colégio e é formada por 8 pessoas (2 adultos, 3 adolescentes e 3 crianças), sendo que os 3 adolescentes são irmãos da proprietária, a qual perdeu a mãe há 6 anos e desde então assumiu a responsabilidade de cuidar dos mesmos. A renda da família é composta pelo salário do proprietário e do valor recebido pelos programas sociais do governo já que as crianças frequentam a escola. Para a realização do projeto inicialmente foi organizado, juntamente com os alunos do Grêmio Estudantil, um plano de ação adaptado do modelo de Andrade (2005). Após algumas reuniões foram definidas as tarefas a serem realizadas e quais os responsáveis pelas mesmas, conforme pode ser observado no Quadro 5. 58 QUADRO 5 – PLANO DE AÇÃO DO PROJETO EMPREENDEDORISMO SOLIDÁRIO. O QUÊ? Contatar o pintor Verificar a quantidade de materiais necessários Arrecadar materiais de construção Arrecadação de tintas QUANDO? Julho Solicitação de transporte Contratação de transporte para entrega dos materiais de construção Preparação do almoço Solicitação de flores para jardinagem Solicitação de móveis 15 de agosto Reforma casa 02 à 06 setembro da COMO? Contato telefônico Visitar a casa ONDE? Palotina QUEM? Estagiária São Camilo Pintor Solicitar doação dos empresários Solicitar doação dos empresários Enviar ofício Lojas de materiais de construção SEMEC Alunos Grêmio Estudantil Alunos Grêmio Estudantil Estagiária 17 de agosto Contato telefônico Palotina Estagiária 02 de setembro Contatar cozinheiras Solicitar doação dos empresários Solicitar doação dos empresários e pessoas do município Limpeza, pintura, instalação do móveis e construção do jardim. Colégio Garmatz Nestor Brandt Julho 01 à 05 agosto de 01 à 05 agosto de 15 de agosto 30 de agosto de Loja de tintas Floriculturas município do Lojas de móveis e Rádio Continental São Camilo Alunos Grêmio Estudantil Diretora do do do Alunos do Grêmio Estudantil. Alunos da 8ª Série, 1ª Série do Ensino Médio Direção, Orientação, Estagiária FONTE: Adaptado de Andrade (2005). Depois de cumpridas as tarefas iniciais referentes à organização do projeto deu-se início a reforma, a qual foi realizada no período de 02 à 06 de setembro e envolveu além do Grêmio Estudantil, alunos da 8ª Série do Ensino Fundamental, da 1ª Série do Ensino Médio, direção, orientação, pintores e demais voluntários que se sensibilizaram com o projeto conforme pode ser verificado na Figura 4. 59 FIGURA 4 – EQUIPE QUE REALIZOU A REFORMA DA CASA. FONTE: Dados da pesquisa. No dia 02 de setembro, após divididas as tarefas entre os grupos, foram iniciadas as atividades de remoção dos móveis, roupas e utensílios, bem como a limpeza do ambiente interno (Figura 5) separando o que ainda era útil para a família e descartando o restante. FIGURA 5 – LIMPEZA E ORGANIZAÇÃO DO AMBIENTE INTERNO DA CASA. FONTE: Dados da pesquisa. Já no ambiente externo (Figura 6), foi realizada toda a limpeza do quintal e a construção de uma calçada contornando a casa para proteger as paredes da chuva. 60 FIGURA 6 – CONSTRUÇÃO DA CALÇADA. FONTE: Dados da pesquisa. Depois de terminada a limpeza, os alunos foram orientados pela estagiária a dividirem-se em equipes para iniciar a pintura interna da casa (Figura 7). Dessa forma, alguns alunos ficaram responsáveis pela pintura do teto, outros pela pintura das paredes e um grupo responsabilizou-se pelo acabamento. As equipes foram orientadas por pintores profissionais, os quais também foram voluntários da ação e contribuíram de forma dinâmica para a realização do projeto. FIGURA 7 – PINTURA DAS PAREDES INTERNAS DA CASA. FONTE: Dados da pesquisa. 61 Após a conclusão da pintura da parte interna no dia 02 de setembro, foi iniciada a organização da casa com os móveis novos doados pelas empresas e pessoas do município. Foram instaladas as camas, colchões e cômodas novas, proporcionando um novo ambiente para a família. No dia 03 de setembro o grupo retornou a casa para dar continuidade e concluir a reforma, realizando a pintura na parte externa a qual possibilitou a visualização de uma nova casa, como poder ser observado nas Figuras 8 e 9. FIGURA 8 – ALUNOS REALIZANDO A PINTURA EXTERNA DA CASA. FONTE: Dados da pesquisa. FIGURA 9 – GRUPO APÓS A CONCLUSÃO DA REFORMA. FONTE: Dados da pesquisa. 62 Ainda em outro momento o grupo fez uma nova visita a casa para fazer a entrega dos móveis restantes, também foram levados produtos de higiene pessoal e de limpeza, utensílios e alimentos que foram doados através de uma campanha realizada pelo Grêmio Estudantil, a qual consistiu na mobilização de todos os alunos em realizar doações à família. Dessa forma, essa ação possibilitou que os alunos do Grêmio Estudantil pudessem efetivamente praticar o empreendedorismo, pois desenvolveram a organização de um projeto, fomentando o trabalho em equipe, disciplina, criatividade, habilidade em resolver problemas, iniciativa, proatividade e negociação, ou seja, características inerentes ao comportamento empreendedor. Além de fomentar o comportamento empreendedor dos alunos, o projeto possibilitou também a prática da cidadania, essencial para o crescimento e desenvolvimento humano. Conforme aponta Dolabela (2006), o fundamento do empreendedorismo é a cidadania. Visa a construção do bem-estar coletivo, do espírito comunitário, da cooperação. Antes de ser aluno, o estudante deve ser considerado um cidadão. Dornelas (2007) afirma ainda que o empreendedor social tem como missão de vida construir um mundo melhor para as pessoas. Envolve-se em causas humanitárias com comprometimento singular. Portanto, para formar empreendedores precisa-se também formar alunos como cidadãos, cientes de que também são responsáveis pela formação do seu ambiente, seja uma comunidade local ou uma região, de forma que seja agregado algum benefício comunitário, no qual as pessoas envolvidas possam ter uma melhor qualidade de vida, com acesso a educação, assistência médica e social, para que dessa forma elas sejam integradas a sociedade com dignidade. 6.2.6 Divulgação das ações no colégio e nos meios de comunicação Para divulgar o projeto empreendedorismo solidário os alunos participaram de um programa na Radio Continental AM, no qual eles enfatizaram a importância da ação tanto para o aprendizado deles, quanto para a família beneficiada, que agora poderia viver de uma forma mais digna. Conforme o relato dos alunos na 63 matéria, era possível perceber a alegria tanto dos adultos quanto das crianças quando questionados se estavam felizes com a reforma da casa. Os alunos comentaram ainda a respeito importância do projeto de empreendedorismo, o qual foi desenvolvido ao longo do ano e trouxe uma visão diferenciada para os alunos do Grêmio Estudantil. Além disso, o projeto foi apresentado aos demais alunos do Colégio (Figura 10), com o intuito de mostrar uma realidade diferenciada da qual eles vivem cotidianamente e muitas vezes não valorizam. Os alunos foram instigados também a refletir sobre a importância de se empreender para mudar a realidade de uma família ou um determinado local. Na oportunidade foi destacada pela estagiária a importância do aluno ter iniciativa, de ser um indivíduo responsável, proativo, de forma que seja capaz de mudar a realidade de mais pessoas. Além disso, ressaltou-se a relevância do empreendedor não se desenvolver de forma isolada, mas fazer com que a população como um todo se desenvolva ao seu entorno para que ocorra um crescimento conjunto que resulte no desenvolvimento. FIGURA 10 – APRESENTAÇÃO DA AÇÃO DE EMPREENDEDORISMO SOCIAL. FONTE: Dados da pesquisa. Além da apresentação aos alunos, o projeto foi exposto no saguão do colégio, através da confecção de um mural (Figura 11), com o objetivo de disseminar 64 a cultura empreendedora em todo o ambiente escolar, instigando os alunos, professores, e toda a equipe de colaboradores a prática do empreendedorismo. FIGURA 11 - MURAL EXPOSTO NO COLÉGIO. FONTE: Dados da pesquisa. Publicou-se ainda uma matéria no site do colégio (Figura 12), com o intuito de divulgar a ação empreendedora realizada através do projeto. O site recebe um relevante número de visitas, sendo considerado também um forte instrumento de comunicação, principalmente entre as famílias dos alunos e a escola. FIGURA 12 - MATÉRIA PUBLICADA NO SITE DO COLÉGIO. FONTE: Dados da pesquisa. 65 Dessa maneira, tanto pais quanto visitantes do site puderam ter conhecimento a respeito da ação de empreendedorismo social realizada pelo Grêmio Estudantil. A ação empreendedora também foi divulgada, através de uma matéria, no jornal Folha de Palotina (conforme Figura 13), principal jornal do município, com a finalidade de disseminar a importância da educação empreendedora de uma forma mais abrangente. FIGURA 13 - MATÉRIA PUBLICADA NO JORNAL FOLHA DE PALOTINA. FONTE: Dados da pesquisa. 66 Outras formas de divulgação do projeto foram utilizadas ao longo de seu desenvolvimento, tais como um folder explicativo (APÊNDICE C), o qual foi distribuído aos alunos e professores do colégio, contendo informações básicas a respeito do que é empreendedorismo, quem é o empreendedor, além das características empreendedoras e a importância do empreendedorismo. Optou-se ainda em destacar no folder alguns links de sites relacionados ao empreendedorismo jovem e empreendedorismo social, a fim de despertar o interesse pelo empreendedorismo em toda a instituição. Outra forma de repercussão do projeto Educação empreendedora no colégio Gabriela Mistral, foi a publicação de uma matéria no site do colégio (Figura 14), para que pais, alunos e visitantes pudessem visualizar as ações realizadas dentro do projeto. FIGURA 14 - MATÉRIA SOBRE O PROJETO PUBLICADA NO SITE DO COLÉGIO. FONTE: Dados da Pesquisa. Para instigar a cultura empreendedora foram criados links no site do colégio (Figura 15), onde os visitantes também podem ter acesso a sites relacionados ao empreendedorismo, como o Sebrae Paraná, Ashoka, Junior Achievement Paraná e JCI, de forma a instigá-los a cultura empreendedora. 67 FIGURA 15 - LINKS CRIADOS NO SITE DO COLÉGIO. FONTE: Dados da pesquisa. Além disso, foi publicada no mês de setembro, uma enquete no site do colégio (Figura 16) para que os visitantes pudessem opinar a respeito da inserção do empreendedorismo nas escolas brasileiras. O resultado da enquete foi extremamente positivo, pois 100% dos visitantes que participaram da enquete votaram favorável a inserção do empreendedorismo no sistema educacional brasileiro. FIGURA 16 – ENQUETE DISPONIBILIZADA NO SITE DO COLÉGIO. FONTE: Dados da pesquisa. 68 6.2.7 Análise do teste do perfil empreendedor. Com o intuito de verificar o nível do perfil empreendedor dos alunos do Grêmio Estudantil, bem como seu avanço durante a realização do projeto, aplicou-se um modelo de teste adaptado de Dornelas (2007) (ANEXO 1). O mesmo foi aplicado no mês de abril e reaplicado em setembro, correspondendo ao início e final do projeto. O teste era dividido em quatro sessões e continha cinco opções de resposta para cada item, as quais correspondiam a Insuficiente, Fraco, Regular, Bom e Excelente, respectivamente. Dornelas (2007) ainda desenvolveu uma tabela (ANEXO 6), que após a contabilização dos pontos deveria ser consultada, a fim de verificar em qual nível do perfil empreendedor o aluno se encontrava. Na primeira aplicação do teste os dados obtidos foram somente tabulados e armazenados para que com a segunda aplicação pudesse ser possível fazer uma análise comparativa. Nesse sentido foram reunidos os dados coletados na primeira e na segunda aplicação e avaliadas as variáveis mais relevantes dentro das quatro sessões do teste: comportamento e determinação; tolerância ao risco, ambigüidade e incertezas; motivação e superação e liderança. Dessa forma, o primeiro item a ser avaliado em relação ao perfil empreendedor dos alunos do Grêmio Estudantil foi a tenacidade e obstinação, conforme aponta o Gráfico 1. GRÁFICO 1 – TENACIDADE E OBSTINAÇÃO. FONTE: Resultados da pesquisa. 69 Pode-se perceber um avanço em relação à tenacidade e obstinação dos alunos, mantendo-se estável a opção regular com 9,1% das respostas, diminuindo a opção bom de 72,7% para 45,5%, porém aumentado a opção excelente, a qual na primeira aplicação representou 18,2% e na segunda 45,5% das respostas. Dessa maneira percebe-se que as ações realizadas dentro do projeto contribuíram para um aumento no nível de tenacidade e obstinação dos alunos do Grêmio Estudantil, aspectos considerados fundamentais para a construção do perfil empreendedor. A persistência trata-se de um traço inerente ao perfil empreendedor, e remete-se tanto a solução de problemas quanto a busca incessante de alternativas para o alcance dos objetivos almejados, este item foi analisado através do Gráfico 2. GRÁFICO 2 – PERSISTÊNCIA EM RESOLVER PROBLEMAS. FONTE: Resultados da pesquisa. Quanto a persistência em resolver problemas, percebe-se através do Gráfico 2 uma relevante evolução em relação ao nível dos alunos. A opção regular que representava 36,4% das respostas reduziu para 9,1%, ocasionando uma ascensão nas opções bom e excelente que na primeira aplicação representavam 18,2% e 45,5% das respostas e na segunda aplicação representaram 36,4% e 54,5% respectivamente. Nesse sentido entende-se que os alunos do Grêmio Estudantil estão mais persistentes na busca de seus propósitos, fator essencial para o sucesso do empreendedor. Dessa forma, este item pode estar relacionado à disposição para atingir metas, que foi avaliado através do Gráfico 3. 70 GRÁFICO 3 – DISPOSIÇÃO PARA ATINGIR METAS. FONTE: Resultados da pesquisa. Em relação à disposição para atingir metas, houve uma considerável queda na opção regular, que na primeira aplicação do teste apresentava um número de 36,4%, e na reaplicação representa 9,1% das respostas dos alunos. A opção bom passou de 36,4% para 45,5% e a opção excelente elevou-se de 27,3% para 45,5%. Isso reflete a evolução do Grêmio Estudantil em relação a busca por atingir tanto as metas individuais quanto as metas do grupo, o que pode ser reflexo das ações realizadas pelo Grêmio Estudantil, concomitantemente com as ações desenvolvidas pelo projeto. O empreendedor dedica-se totalmente ao alcance dos objetivos estabelecidos, sem distanciar-se do foco. Dessa forma, o teste também avaliou o item imersão total nas atividades que desenvolve, conforme aponta o Gráfico 4. GRÁFICO 4 – IMERSÃO TOTAL NAS ATIVIDADES QUE DESENVOLVE. FONTE: Resultados da pesquisa. 71 Neste item a opção regular representada no primeiro questionário por 36,4% das respostas reduziu para 18,2%, gerando um aumento na opção excelente que passou de 18,2% para 36,4%, que somada com a opção bom, representa 81,9% das respostas. Dessa forma pode-se dizer que os alunos do Grêmio Estudantil aprimoraram tais características estando mais focados nas atividades que desenvolvem. Assim pode-se inferir que houve significativa evolução, tanto no comportamento quanto na determinação, aspectos imprescindíveis na formação do perfil empreendedor, de maneira que os alunos tornaram-se mais dedicados, disciplinados e mais persistentes nas ações para concluir seus projetos. No entanto, alguns itens ainda precisam ser trabalhados para que chegue a 100%, o que poderá ser possível com a continuidade das ações empreendedoras no ambiente escolar. Na segunda sessão do teste, onde o objetivo macro era identificar as características referentes à tolerância ao risco, ambigüidades e incertezas, percebese avanços na maioria dos itens, o que significa que houve uma transição para um melhor nível empreendedor dos alunos em relação aos itens que correspondem as características relacionadas a esta sessão. Dornelas (2001), afirma que o verdadeiro empreendedor é aquele que assume riscos calculados e sabe gerenciar o risco, avaliando as reais chances de sucesso. Dessa forma, aprender a minimizar os riscos torna-se essencial para a formação empreendedora do Grêmio Estudantil, aspecto analisado através do gráfico 5. GRÁFICO 5 – PROCURA MINIMIZAR RISCOS. FONTE: Resultados da pesquisa. 72 Quanto a minimização dos riscos, percebe-se através do Gráfico 5 uma nítida evolução, já que a opção insuficiente que aparecia na primeira aplicação com 9,1% das respostas, aparece na segunda aplicação com 0,0%. A opção fraco manteve-se no mesmo nível, já a opção regular diminuiu de 45,5% para 27,3%, a opção bom que representava 36,4% das respostas, na segunda aplicação apareceu com 18,2%, ocasionando um significativo aumento na opção excelente que surgiu na segunda aplicação com 45,5% das respostas. Nesse sentido, pode-se dizer que os alunos estão mais críticos em relação aos riscos inerentes as suas atividades, procurando minimizá-los para conseguir resultados positivos. Para um empreendedor lidar com a incerteza é fato recorrente. Conforme Dolabela (2006), o empreendedor tem ampla tolerância à ambigüidade e à incerteza, é hábil em definir a partir do indefinido. Assim, o teste também buscou avaliar a tolerância às incertezas e a falta de estrutura, conforme aponta o Gráfico 6. GRÁFICO 6 – TOLERÂNCIA ÀS INCERTEZAS E A FALTA DE ESTRUTURA. FONTE: Resultados da pesquisa. No item tolerância às incertezas e a falta de estrutura houve uma considerável evolução em relação à primeira aplicação do teste, sendo que a opção fraco manteve-se inalterada, porém a opção regular que era representada por 63,6% das respostas reduziu para 27,3%, ocasionando um aumento na opção bom que elevou-se de 27,3% para 45,5% e a opção excelente surgiu na segunda aplicação com 18,2% das respostas. 73 Nesse sentido, percebe-se que os alunos estão aprimorando suas aptidões em relação a lidar com cenários incertos, bem como atuar em cenários que não apresente uma estrutura definida. Relacionado ao item persistência em resolver problemas, analisado na primeira sessão do teste, foi avaliado na segunda sessão o item habilidade em resolver problemas e integrar soluções, conforme mostra o Gráfico 7. GRÁFICO 7 – HABILIDADE EM RESOLVER PROBLEMAS E INTEGRAR SOLUÇÕES. FONTE: Resultados da pesquisa. Percebe-se através do Gráfico 7 que a opção fraco, não aparece na reaplicação do teste, a opção regular manteve-se sem alterações, reduziu a opção bom de 63,6% para 54,5%, gerando um aumento na opção excelente de 9,1% para 27,3%. Somadas, as opções bom e excelente correspondem a 81,8% das respostas. Ou seja, os alunos estão mais reflexivos quanto à solução de problemas, procurando buscar alternativas para solucionar de forma eficaz as anomalias existentes em suas atividades. Conforme afirma Dolabela (2006), a criatividade surge durante o processo de solução de problemas, que, por sua vez, depende do conhecimento, incluindo a aquisição de informações que permitem ao especialista compreender situações rápida e produtivamente. Dessa forma para obter habilidade em resolver problemas e buscar soluções integradas, se faz necessário empregar ideias diferenciadas do convencional, possuir o pensamento criativo, de forma que seja aberto a aquisição de novos 74 conceitos e conhecimentos diversificados. Assim, o Gráfico 8 analisa o item pensamento não-convencional. GRÁFICO 8 – PENSAMENTO NÃO-CONVENCIONAL. FONTE: Resultados da pesquisa. Em relação ao pensamento não convencional percebe-se através do Gráfico 8 que houve uma redução na opção fraco, representada com 18,2% das respostas na primeira aplicação do teste e 0,0% na reaplicação, ocasionando um aumento na opção bom que passou de 27,3% para 45,5%, e que somada com 54,5% da opção excelente resulta em 100% das respostas. Esses números representam um bom indicativo para os alunos, visto que o empreendedor se diferencia dos outros indivíduos, principalmente pelo perfil, o qual foge do convencional. Dessa maneira o empreendedor é um indivíduo que não se conforma com a situação em que ele se encontra, buscando mudar o cenário no qual está inserido. Nesse sentido, o teste também avaliou o item inconformismo com o status quo. GRÁFICO 9 – INCONFORMISMO COM O STATUS QUO. FONTE: Resultados da pesquisa. 75 Através do gráfico 9, pode-se observar que os alunos também evoluíram em relação ao inconformismo com o status quo, visto que a opção fraco não aparece na segunda aplicação do teste, as opções regular e bom mantiveram-se estáveis, já a opção excelente, elevou-se de 27,3% para 45,5%. Isso pode ser explicado pelas atividades realizadas, nas quais os alunos foram estimulados a ter iniciativa para transformar a realidade de uma família, através do comportamento empreendedor. Relacionado ao inconformismo, o teste também avaliou a habilidade em definir conceitos e detalhar ideias, conforme mostra o gráfico 10. GRÁFICO 10 – HABILIDADE EM DEFINIR CONCEITOS E DETALHAR IDEIAS. FONTE: Resultados da pesquisa. No item habilidade em definir conceitos e detalhar idéias, também houve evolução, já que na primeira aplicação a opção fraco aparecia com 27,3% das respostas e na segunda aplicação essa opção não foi apontada pelos alunos, aumentando a opção regular de 27,3% para 36,4% e a opção bom de 36,4% para 54,5%. No entanto, verifica-se que essa variável ainda precisa ser trabalhada, visto que a opção excelente manteve-se no mesmo nível com 9,1% das respostas. De maneira geral, entende-se que as características empreendedoras referentes aos riscos estão mais desenvolvidas nos alunos do Grêmio Estudantil. Ressalta-se que alguns itens necessitam de desenvolvimento para que se atinja uma melhoria, considerando que se trata de indivíduos numa faixa etária entre 12 e 16 anos, os quais ainda estão em fase de formação da personalidade e nem todos reagem da mesma forma as mudanças e a inserção de novos conceitos. O empreendedor é um indivíduo dotado de motivação, o que faz com que estabeleça onde quer chegar, buscando meios necessários para alcançar os 76 objetivos. Nesse sentido na terceira sessão do teste foram avaliados itens referentes a motivação e superação dos alunos do Grêmio Estudantil. Assim, a terceira sessão do teste inicia pela orientação para metas e resultados, conforme Gráfico 11. GRÁFICO 11 – ORIENTAÇÃO PARA METAS E RESULTADOS. FONTE: Resultados da pesquisa. Conforme pode ser observado através do Gráfico 11, houve um relevante desenvolvimento dos alunos em relação ao item orientação para metas e resultados, visto que a opção regular, diminuiu de 27,3% para 18,2%, e a opção bom reduziu de 63,6% para 45,5%, ocasionando um aumento na opção excelente, a qual era representada por 9,1% das respostas na primeira aplicação do teste e aparece com 36,4% na reaplicação. Dessa forma, percebe-se que é característica da maioria dos integrantes do grupo orientar-se para os resultados das suas atividades, entretanto, ainda existem pontos a serem melhorados, considerando que a educação empreendedora induz a mudança comportamental e isso demanda tempo para que seja totalmente absorvido por todos os membros do grupo. Relacionado à orientação para metas e resultados, avaliou-se também o item necessidade de crescer e atingir melhores resultados, conforme pode ser observado no Gráfico 12. 77 GRÁFICO 12 – NECESSIDADE DE CRESCER E ATINGIR MELHORES RESULTADOS. FONTE: Resultados da pesquisa. Verifica-se através do Gráfico 12, que também houve evolução em relação a necessidade de crescer e atingir melhores resultados, visto que, na primeira aplicação do teste, 18,2% dos alunos responderam fraco, e na reaplicação essa opção não aparece, surgindo então a opção regular com 18,2% das respostas. A opção bom diminuiu na segunda aplicação do teste, passando de 36,4% para 18,2%, já a opção excelente aumentou de 45,5% para 63,6%. Assim, percebe-se um aumento significativo nesse item, onde os alunos estão visando o crescimento e a conquista dos melhores resultados, comprovando a eficácia do projeto que influenciou diretamente o comportamento dos alunos. A autoconfiança se trata de uma característica essencial ao empreendedor, e também foi analisada na terceira sessão do teste, conforme mostra o Gráfico 13. GRÁFICO 13 – AUTOCONFIANÇA FONTE: Resultados da pesquisa. 78 Pode-se perceber através do gráfico 13, que a autoconfiança apresenta homogeneidade e já era uma característica relevante da maioria dos alunos do Grêmio Estudantil, havendo pouca alteração na segunda aplicação do teste, visto que a opção fraco manteve-se estável, a opção regular diminuiu de 27,3% para 18,2%, a opção bom também manteve-se estável e a opção excelente passou de 27,3% para 36,4%. Nesse sentido, pode-se perceber que a realização das atividades do projeto contribuiu para elevar a autoconfiança dos alunos do Grêmio Estudantil, fazendo com que eles acreditem em si mesmo, possibilitando maior ousadia na realização de tarefas desafiadoras. Ainda em relação a sessão 3 percebe-se uma relevante característica do grupo, o qual possui senso de humor e procura estar animado, item analisado através do Gráfico 14. GRÁFICO 14 – TER SENSO DE HUMOR E PROCURAR ESTAR ANIMADO. FONTE: Resultados da pesquisa. Por meio do Gráfico 14, percebe-se que 81,8% dos alunos responderam excelente e 18,2% responderam bom na segunda aplicação do teste, totalizando 100% das respostas, o que demonstra que os alunos do Grêmio são indivíduos com senso de humor, sendo fator importante para a motivação dos mesmos. De maneira geral pode-se fazer uma avaliação positiva nesta sessão, mesmo que alguns pontos ainda precisem ser melhorados, considerando que há a necessidade de um período maior para que o empreendedorismo seja implementado de forma eficaz em toda o ambiente escolar. Ressalta-se que se trata de uma 79 mudança no aspecto cultural, e isso demanda tempo e ações integradas em toda a estrutura da instituição. Ciente de que o líder precisa ter capacidade para influenciar seus liderados na busca e alcance dos objetivos propostos, a quarta sessão do teste analisou itens relacionados à liderança dos alunos. Dessa maneira a iniciativa, característica relevante do empreendedor, a qual permite que o mesmo inicie novos projetos, e sempre esteja a frente dos outros foi a competência analisada através do Gráfico 15. GRÁFICO 15 – INICIATIVA. FONTE: Resultados da pesquisa. Através do Gráfico 15 pode-se visualizar um relevante avanço no item iniciativa, visto que a opção regular que aparecia com 45,5% das respostas na primeira aplicação, deixou de aparecer na reaplicação do teste. Já a opção bom que representava 18,2% das respostas, aprece com 45,5% e a opção excelente aumentou de 36,4% para 54,5% das respostas. Somadas, as opções bom e excelente tem-se o resultado de 100,00%. Dessa maneira pode-se dizer que os alunos do Grêmio Estudantil evoluíram consideravelmente em relação à iniciativa, após a realização do projeto, ou seja, eles não se limitam nas atividades, fazendo mais do que o determinado. Diante dos obstáculos e desafios o empreendedor necessita autocontrole para direcionar suas atividades de maneira correta. Ele se vê com capacidade para controlar a si mesmo e influenciar o meio no qual está inserido, de modo que possa atingir seus objetivos. Assim o poder de autocontrole foi analisado através do Gráfico 16. 80 GRÁFICO 16 – PODER DE AUTOCONTROLE. FONTE: Resultados da pesquisa. Em relação ao poder de autocontrole, houve um avanço expressivo, sendo que a opção insuficiente deixou de existir na segunda aplicação do questionário, a opção fraco manteve-se estável, já a opção regular diminuiu de 18,2% para 9,1%. A opção bom diminuiu de 45,5% para 27,3%, causando um aumento significativo na opção excelente que era representada por 18,2% das respostas e aparece na segunda aplicação do questionário com 54,5% das respostas. Fica claro que pequena parte do grupo ainda não possui poder de autocontrole, e como o Grêmio Estudantil é formado por alunos de todas as turmas, entende-se que alguns alunos ainda não desenvolveram esta característica. Outro aspecto importante para o empreendedor no processo de liderança é ser paciente e saber ouvir seus liderados, item que também foi avaliado na quarta sessão. GRÁFICO 17 – SER PACIENTE E SABER OUVIR. FONTE: Resultados da pesquisa. 81 Observa-se através do Gráfico 17 que a opção fraco não foi representada por nenhuma resposta na reaplicação do teste, a opção regular diminuiu de 27,3% para 18,2%, já a opção bom aumentou de 36,4% para 54,5% e a opção excelente manteve-se estável. Somados, os itens bom e excelente correspondem a 81,8% das respostas. Dessa maneira pode-se dizer que a maioria dos alunos tem habilidades para ouvir o que as pessoas têm a dizer, o que é um aspecto positivo na composição do perfil empreendedor, visto que ele aprende também com os outros. Relacionado a ser paciente e saber ouvir, o teste avaliou ainda o item construir times e trabalhar em equipes, conforme mostra o Gráfico 18. GRÁFICO 18 – CONSTRUIR TIMES E TRABALHAR EM EQUIPE. FONTE: Resultados da pesquisa. Construir times e trabalhar em equipe são características latentes do Grêmio Estudantil, visto que os alunos já apresentavam um nível relevante na primeira aplicação do teste, conforme aponta o Gráfico 18. Para este aspecto a opção fraco permaneceu estável na reaplicação, a opção regular diminuiu de 18,2% para 9,1%, a opção bom aumentou para 27,3% e a opção excelente manteve-se com 54,5% das respostas. Considerando que o projeto foi aplicado no Grêmio Estudantil é fundamental destacar a importância de trabalhar em equipe, visto que é necessário o trabalho conjunto dos membros para a obtenção dos objetivos propostos para o colégio. Com a análise comparativa, pode-se inferir que de uma maneira geral houve significativas evoluções nas características que compõem o perfil de um empreendedor. Apesar de existirem itens a serem melhorados como tolerância a 82 incertezas e falta de estrutura e habilidade em definir conceitos e detalhar idéias, acredita-se que tais traços ainda serão incorporados pelos alunos com a continuidade das atividades ao longo do tempo. Ressalta-se que os alunos do Grêmio Estudantil evoluíram de forma relevante, e certamente estão um passo a frente dos estudantes que não são estimulados a desenvolver suas características e habilidades de forma que se tornem empreendedores. 83 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho teve como objetivo fomentar a cultura empreendedora junto ao Grêmio estudantil do Colégio Gabriela Mistral, visto a necessidade latente da formação de empreendedores para atuarem no mercado de trabalho altamente competitivo que se configura atualmente, bem como contribuir para o crescimento e desenvolvimento econômico do país. Evidenciou-se a partir das ações realizadas e dos resultados obtidos no teste que o objetivo do trabalho foi concretizado, visto que os alunos evoluíram em relação às suas características empreendedoras, ainda que existam pontos a serem melhorados e melhor desenvolvidos, considerando que cada indivíduo age diferentemente em relação às mudanças. Isso confirma a hipótese inicial de que características empreendedoras podem ser adquiridas e aprimoradas através de programas de educação empreendedora, principalmente aqueles realizados no ambiente escolar. Além disso, as ações realizadas através do projeto envolveram tanto a comunidade escolar, quanto empresas, meios de comunicação e moradores que se sensibilizaram com a ação de empreendedorismo social. Dessa forma, o projeto teve uma ampla abrangência, o que foi repercutido em toda a instituição. Ressalta-se que em se tratando do processo de fomento ao empreendedorismo se faz necessária uma mudança cultural na instituição, abrangendo toda a estrutura organizacional. A partir disso, sugere-se que as ações empreendedoras intensifiquem-se em todo o colégio, não como ações isoladas, mas de forma integrada para que a instituição direcione suas atividades voltadas ao empreendedorismo. Como resultado do trabalho, a partir do ano letivo de 2012, o colégio utilizará em seu método de ensino o conteúdo de empreendedorismo, inicialmente no Ensino Médio. Nesse sentido, sugere-se que os professores, principalmente aqueles que serão responsáveis por ministrar o conteúdo, recebam cursos voltados à educação empreendedora, para que efetivamente o empreendedorismo seja ensinado de forma dinâmica em todas as áreas do conhecimento e em todas as séries. Sugere-se também que atividades e ações como a Semana do Empreendedorismo na escola sejam incluídas na programação do colégio, no 84 sentido de aguçar a criatividade e a inovação dos alunos para que se tornem indivíduos mais reflexivos e dinâmicos. O presente trabalho proporcionou que Colégio Gabriela Mistral oferecesse aos seus alunos um primeiro contato com a cultura empreendedora. Acredita-se ainda que com as informações sugeridas à organização será possível fomentar o empreendedorismo em todo o colégio e, dessa forma, a instituição formará jovens com perfil empreendedor, não apenas no Grêmio Estudantil, mas em todos os níveis de ensino. A realização deste projeto também propiciou aos alunos do Grêmio Estudantil um aprendizado voltado ao empreendedorismo, em se tratando de uma instituição legal formada dentro do colégio, eles poderão contribuir significativamente através do desenvolvimento de seu perfil empreendedor. Além disso, a ação de empreendedorismo social propiciou um crescimento humano, o qual norteará as ações dos alunos como empreendedores. Para a acadêmica do curso de secretariado executivo, este estudo propiciou experiências imensuráveis, e principalmente comprovou a importância do secretário executivo em todos os segmentos, que com sua multifuncionalidade proporcionada através dos conhecimentos adquiridos na graduação, está apto a diagnosticar problemas e propor soluções para que as instituições possam sobreviver no mercado competitivo atual. 85 REFERÊNCIAS ANDRADE, R. C. de (org.). O empreendedorismo na escola. São Paulo/Belo Horizonte: Armed/Rede Pitágoras, 2005. ALMEIDA et al. A influência do ensino do empreendedorismo no potencial empreendedor do aluno. Revista de negócios. Blumenau, v. 13, n. 2, p. 67-76, abril/junho 2008. Disponível em: <http://proxy.furb.br/ojs/index.php/rn/article/view/966/839>. Acesso em: 10 out. 2010. ANJOS, G. C. B. dos. et al. 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Maringá: UNICORPORE, 2006. p. 53-74. 90 APÊNDICES 91 APÊNDICE A – SLIDES O QUE É EMPREENDEDORISMO. 92 APÊNDICE B – SLIDES: PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDEDOR, TIPOS DE EMPREENDEDORES E TIPOS DE EMPREENDIMENTOS. 93 94 APÊNDICE C – FOLDER CRIADO COM INFORMAÇÕES A RESPEITO DO EMPREENDEDORISMO. 3 Links interessantes: http://www.sebraepr.com.br/ http://www.ashoka.org.br/ http://www.jci.org.br/ http://www.japr.org.br/ Grêmio Estudantil: GRÊMIO ESTUDANTIL SUPERAÇÃO Presidente: Fabielle G. Zandonadi Vice-Presidente: Arthur Araujo Kons 4 “As” da oportunidade: Secretário Geral: Henrique V. dos Santos Primeira Secretária: Isabela Buttini Vieira Tesoureira: Pamela Cristina S. Becker Primeira Tesoureira: Jaqueline M. Missio Diretora Social: Ana Julia Paludo Romani Diretora de Imprensa: Amanda R. Massochin Diretor Cultural: Vinicius Ortega Berno Diretora de Esportes: Carla L. Lucion Freitag Atenção Acreditar 4 “As” da oportunidade: Aprender Diretor de Saúde e Meio Ambiente: Charles Celant Agir Coordenadora: Patricia Soares de Moura Atenção Acreditar O empreendedor imagina, desenvolve e realiza visões! 4 (Louis Jacques Filion) Principais características do Importância do empreendedorismo empreendedor O que é Empreendedorismo? O empreendedorismo é o estudo voltado para o desenvolvimento de competências e Possibilita a criação de empregos, inclusive o Aprender com os próprios erros; Nunca parar de aprender e de criar; Dedicar-se ao trabalho; Ter habilidades capacidade de auto-emprego; Possibilita o crescimento econômico de forma organização e organizada; planejamento; relacionadas à criação e execução de um projeto Acreditar no que faz; (técnico, científico, empresarial). Tem origem no termo Ter responsabilidade; empreender que significa realizar, fazer ou executar. Ser persistente e determinado mesmo sem Possibilita a inovação, principalmente pelos Auxilia na melhoria da competitividade; recompensa imediata; Quem é o empreendedor? Ter visão de futuro e coragem para assumir riscos; Os empreendedores são pessoas que se diferenciam Ter a capacidade de liderança; das Possuir outras por serem mais motivados, são apaixonados pelo que fazem, procurando formas para habilidade para trabalhar em Dedicar-se a área em que atua; Possuem de Saber buscar, utilizar e controlar recursos; pensamento. Buscam conhecimento e estabelecem Utilizar a criatividade e a imaginação; metas a serem cumpridas. Sempre estar bem informado. independência efetiva os interesses da sociedade; equipe; e Aproveita melhor o potencial dos indivíduos; Permite entender e explorar de forma mais solucionar os problemas que surgem em seu caminho. autoconfiança novos empreendimentos; É empreendedor, em qualquer área, alguém que sonha e busca tra nsformar seu sonho em realidade ! Fernando Dolabela Permite o desenvolvimento de carreira de uma parte significativa da força de trabalho. 97 ANEXOS 98 ANEXO 1 – TESTE DO PERFIL EMPREENDEDOR. TESTE DO PERFIL EMPREENDEDOR 1 - Insuficiente 2. - Fraco 3 - Regular 4 - Bom Características 5 - Excelente Auto-avaliação de seu Perfil Empreendedor (Ambiente, Atitudes e Know-how) 1 Atribua à sua pessoa uma nota de 1 a 5 para cada uma das características a seguir e escreva a nota na última coluna. 2 Some as notas obtidas para todas as características. 3 Analise seu resultado global com base nas explicações ao final. 4 Destaque seus principais pontos fortes e pontos fracos. 5 Quais dos pontos fortes destacados são mais importantes para o desempenho de suas atribuições nas suas atividades atuais? 6 Quais dos pontos fracos destacados deveriam ser trabalhados para seu desempenho seja melhorado? É possível melhorá-los? Nota COMPORTAMENTO E DETERMINAÇÃO 1. Proatividade 2. Tenacidade e obstinação 3. Disciplina, dedicação 4. Persistência em resolver problemas 5. Disposição para atingir metas 6. Imersão total nas atividades que desenvolve TOLERÂNCIA AO RISCO, AMBIGÜIDADE E INCERTEZAS 7. Toma riscos calculados (analisa tudo antes de agir) 8. Procura minimizar riscos 9. Tolerância às incertezas e falta de estrutura 10. Tolerância ao estresse e conflitos 11. Habilidade em resolver problemas e integrar soluções 12. Pensamento não-convencional 13. Inconformismo com o status (quo), ou seja, condição atual 14. Hábil em se adaptar a novas situações 15. Não tem medo de falhar 16. Habilidade em definir conceitos e detalhar idéias MOTIVAÇÃO E SUPERAÇÃO 17. Orientação para metas e resultados 18. Necessidade de crescer e atingir melhores resultados 19. Não se preocupa com status e poder 20. Autoconfiança 21. Ciente de suas fraquezas e forças 22. Ter senso de humor e procurar estar animado LIDERANÇA 23. Iniciativa 24. Poder de autocontrole 25. Transmite integridade e confiabilidade 26. Ser paciente e saber ouvir 27. Construir times e trabalhar em equipe TOTAL Fonte: DORNELAS, J.C.A. Empreendedorismo na prática: mitos e verdades do empreendedor de sucesso. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. Adaptado pela acadêmica Patricia Soares de moura. 99 ANEXO 2 – APRESENTAÇÃO “A VAQUINHA”. 100 101 102 ANEXO 3 – DINÂMICA ESTRADA DA FORMAÇÃO. A estrada da formação - Empreendedorismo e Competências Objetivo dessa dinâmica para empreendedores é proporcionar a avaliação e auto avaliação da sua formação. Materiais necessários: Desenho da estrada; Recortes de bonecos, pedras e lanterna; Cola e caneta. Desenvolvimento: Dá-se a cada participante um desenho de uma estrada e montanhas ao fundo, algumas bonecas ou bonecos recortados em papel, desenhos de pedras e desenhos de lanterna acesa. Dar os seguintes comandos: a) Escrever nas montanhas qual o seu projeto pessoal, aonde quer chegar? b) Colar um boneco de onde partiu em algum lugar da estrada. c) Colar um segundo boneco no ponto da estrada onde você está hoje. d) Colar pedras, significando obstáculos estruturais, que te impedem chegar onde quer. Dar nome às pedras. e) Colar lanternas, significando instrumentos, ferramentas que você precisa ainda para superar as pedras e chegar às montanhas, dar nome às lanternas. f) Todos olham o de todos. Agrupam-se por identificação, no máximo três trocam idéias. g) Terão idéia então de que a formação é um processo onde o que importa é caminhar e ter claro aonde chegar, quais obstáculos comuns, quais lanternas comuns. No final o coordenador deve explicar a todos os empreendedores que a chave para o sucesso é a continua qualificação e estudo para que este esteja sempre a frente, pronto para inovar e revolucionar o mercado de trabalho. 103 ANEXO 4 – HISTÓRIA DE SUCESSO: FLORES DO SERTÃO. 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 ANEXO 5 – ROTEIRO PARA ENTREVISTA COM EMPREENDEDOR. ROTEIRO PARA ENTREVISTA 1 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA/EMPREENDEDOR Nome do empreendedor/data de nascimento; Nome da empresa/endereço/telefone; Setor de atividades e produtos; Numero de empregados da empresa; 2 HISTÓRIA DO EMPREENDEDOR Existe algum empreendedor em sua família? Alguém que possa tê-lo influenciado a abrir o seu negócio? Algum parente, amigo, alguém próximo? Tem como modelo? O que os seus pais fazem? Você foi criado em um ambiente de negócios? Adquiriu conhecimento sobre negócios já na sua infância ou adolescência? Qual a sua formação? Foi bom aluno? Gostava de estudar? Como você aprende hoje? Tem algum método próprio? Desenvolve um método próprio de aprendizagem, aprende com as pessoas ou com leituras específicas, freqüenta cursos, seminários, etc. Como você se vê como pessoa? Na sua visão, quais suas características pessoais mais marcantes? Quantas horas você trabalha por dia/semana? Trabalha aos sábados e domingos? Você tira férias? Pensa em se aposentar? 3 VISÃO E SISTEMA DE RELAÇÕES Como surgiu a idéia de ser empreendedor? Como a sua empresa começou? Conte-nos um pouco da criação da sua empresa. Que importância você atribui as relações? Que contatos são mais importantes: fornecedores, clientes, pessoas de influência? Como você identifica uma oportunidade de negócio? O que você ainda quer realizar? Em outras palavras, o que você deseja deixar para a posteridade? 4 GESTÃO DO EMPREENDIMENTO Qual é o seu trabalho na empresa? Qual o seu envolvimento nas operações diárias e qual o nível de relações interdepartamentais? Em que área gostaria de se concentrar? Quantas pessoas se reportam diretamente a você? Quais atividades que mais ocupam seu tempo? Quais as que dão mais resultados? Qual o fator mais importante para o sucesso da sua empresa? Quais são as principais potencialidades e fraquezas de sua empresa? Como você comunica os seus objetivos, aquilo que deseja realizar para as pessoas que o cercam? Que mensagem deixa para nós? 115 ANEXO 6 - TABELA PARA CONSULTA DA PONTUAÇÃO DO TESTE DO PERFIL EMPREENDEDOR. Analise seu desempenho: 105 a 135 pontos: Você provavelmente já é um empreendedor, possui as características comuns aos empreendedores e tem tudo para se diferenciar em sua organização. 75 a 104 pontos: Você possui muitas características empreendedoras e, às vezes, se comporta como um, porém pode melhorar ainda mais se equilibrar os pontos ainda fracos com os pontos ainda fortes. 45 a 74 pontos: Você ainda não é muito empreendedor e provavelmente se comporta, na maior parte do tempo, como um administrador e não um “fazedor”. Para se diferenciar e começar a praticar atitudes empreendedoras, procure analisar os seus principais pontos fracos e definir estratégias pessoais para eliminá-los. Menos de 44 pontos: Você não é empreendedor. Isso não significa que você não tem qualidades, apenas que prefere seguir a ser seguido. Se seu anseio é ser reconhecido como empreendedor, reavalie sua carreira e seus objetivos pessoais, bem como suas ações para concretizar tais objetivos. FONTE: Adaptado de Dornelas (2007).