FashionUp-Online_Estação eclética

Transcrição

FashionUp-Online_Estação eclética
Estação eclética
Tipo Meio:
Internet
Meio:
Fashion Up Online
Data Publicação:
09-12-2015
URL:http://www.fashionup.pt/estacao-ecletica/
9 Dezembro, 2015
37ª edição do Portugal Fashion celebrou a pluralidade. Mais de 30 desfiles marcaram os 20 anos do
certame em propostas ecléticas que demonstraram não só a constante capacidade de reinvenção da
fileira moda nacional, mas também a visão de futuro das gerações de criativos atuais. Criadores,
marcas e jovens designers deixaram nos diferentes palcos, entre Lisboa e Porto, as suas propostas
para a primavera-verão 2016.
As cores, as texturas, os materiais, os padrões e as silhuetas que marcaram as passerelles do Hotel
Ritz, Museu Nacional de História Natural e da Ciência, Coliseu do Porto, Palácio de Cristal, Silo Auto,
Quartel Serpa Pinto e a carismática Alfândega do Porto foram, sobretudo, ecléticas, constantemente
inspiradas pelas artes e destinadas a um consumidor cada vez mais assertivo nas suas escolhas de
guarda-roupa.
Cores
Na paleta de cores pareceu vencer o amarelo, pintado nos desfiles de Luís Buchinho, Elsa Barreto,
Meam by Ricardo Preto, Dielmar, Susana Bettencourt, Katty Xiomara e em toda a coleção "A casa da
brasileira" da jovem Alexandra Oliveira (Bloom/ESAD).
Já o azul - elétrico, suavizado ou em expressão navy - marcou as propostas dos Storytailors, Carla
Pontes, Carlos Gil, Klar (Bloom), Miguel Vieira e Mad Dragon Seeker by Alexandrine Cadilhe & Daniel
Simões.
Por sua vez, os clássicos preto e branco - muitas vezes em look total, como em Storytailors, Miguel
Vieira, Nuno Baltazar, Pedro Pedro e Anabela Baldaque - mostraram-se capazes de manter o estatuto
entre os eleitos da temporada.
Normalmente dedicados à estação fria, também o cinzento, em Carla Pontes, Eduardo Amorim,
Mafalda Fonseca, HIBU, Inês Marques (os cinco no Bloom), Estelita Mendonça e Júlio Torcato, e o
bege, em Klar e Fátima Lopes, marcaram as propostas para a primavera-verão 2016.
Texturas
Na passerelle, as texturas marcaram-se nas redes, nas rendas, no crochet ou, ainda, nas malhas.
Nuno Baltazar distinguiu-se neste campo com a coleção #24. As propostas que procuraram celebrar o
30º aniversário do filme "Out of Africa" (1985) resultaram em coordenados cujo ponto de partida foi a
vivência de Karen Blixen, no Quénia, entre 1917 e 1931 , contou ao Portugal Têxtil terminado o
desfile.
As fascinantes texturas, cores e detalhes da tribo Kikuyu deram origem a looks urbanos, mas
sofisticados. Jacquards de algodão, telas viscose/cupro, crepes e seda natural coexistiram com
elementos fantasiosos tridimensionais, plissados, acabamentos foile e bordados manuais. Susana
Bettencourt também merece ser citada graças às suas peças marcadas por tranças de crochet feitas à
mão que convidavam ao toque.
Materiais
O couro, material normalmente remetido para o frio, marcou as propostas de Luís Buchinho para a
primavera-verão 2016. Inspirado pela música dos anos 80, como os Duran Duran, Culture Club ou os
Thompson Twins, o criador nacional apresentou propostas ricas em sensualidade entre as paredes
austeras do Quartel Serpa Pinto. Usei um imaginário com uma carga sexual muito forte da época.
muito a ver com o espírito da época , explicou sobre a escolha do material.
Na passerelle do certame houve também espaço para o denim, apresentado pelas mãos de Mafalda
Fonseca, em diferentes estruturas, pela Cheyenne numa inspiração oriental, na versão de Daniela
Barros numa expressão destruída em fios e em diferentes lavagens, e na "estreia" de Hugo Costa. O
designer aventurou-se na utilização deste material tentando distanciar-se do trabalho da dupla
Marques'Almeida, reconhecida internacionalmente pela sua abordagem ao denim. Quando selecionei o
denim como matéria-prima, um dos fatores que me fez ponderar foi a repetição do denim noutras
coleções. Não só nos Marques'Almeida, mas noutros criadores nacionais , contou, ao Portugal Têxti,l
nos bastidores. Para se afastar de comparações, o designer apostou em denim nos seus coordenados
de menswear que versam sobre o unissexo.
Já as requisitadas paillettes e lantejoulas, em Carlos Gil, Nuno Baltazar e Anabela Baldaque, por
exemplo, mostram-se capazes de transitar da noite para o dia.
Silhuetas
As silhuetas foram marcadas pelas assimetrias em Alves/Gonçalves, Daniela Barros, Elsa Barreto, Inês
Marques, Klar e HIBU, pelo oversized em Mafalda Fonseca, Júlio Torcato, Hugo Costa e Estelita
Mendonça, pela feminilidade em Carlos Gil, Teresa Abrunhosa (Bloom), Fátima Lopes e Anabela
Baldaque, e pelas sobreposições em Júlio Torcato, Estelita Mendonça, Diogo Miranda - em camisola de
gola alta combinada com vestido - e Pedro Neto (Bloom) em jogos de transparências e opacidades.
Padrões
Nos padrões evidenciaram-se as riscas em Miguel Vieira, Elsa Barreto, Lion of Porches, [UN]T (Bloom),
Carlos Gil, Meam by Ricardo Preto e Ballentina by Filomena Portela - por vezes em look total - e os
padrões florais e geométricos - muitas vezes misturados, como em Alves/Gonçalves, Anabela
Baldaque e Teresa Abrunhosa.
Destaques
As saias midi (Nuno Baltazar, Miguel Vieira, Diogo Miranda) vão continuar a marcar os coordenados
femininos, bem como os vestidos-tubo (Nuno Baltazar, Miguel Vieira), os jumpsuits (Carla Pontes,
Fátima Lopes, Teresa Abrunhosa, Miguel Vieira, Carlos Gil, Katty Xiomara), as culotes (Nuno Baltazar,
Miguel Vieira) e as calças boca-de-sino (Katty Xiomara, Diogo Miranda).
A roupa estruturada e estilizada (Elsa Barreto, Miguel Vieira, Carlos Gil) vai continuar a conviver com a
fluidez de peças que dialogam com a roupa de noite e a lingerie (Pedro Neto, Pedro Pedro).
A tendência agender e as peças unissexo (Hugo Costa, Estelita Mendonça, Sérgio Sousa Bloom/Modatex) vão partilhar as atenções com peças ultra-femininas (Fátima Lopes, Anabela
Baldaque, Teresa Abrunhosa, Alves/Gonçalves, Carlos Gil) e do mais clássico corte masculino (Vicri,
Dielmar).
Fonte: Portugal Fashion
Etiquetas: Desfiles , portugal fashion , Tendencias