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Mário Silva | ASSA-O Ataque dos Campeões
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A.A.S.A.A.
O Ataque dos Campeões
Vance Walberg (ex-Pepperdine, Fresno City College) foi o inventor do
"Attack Attack Skip Attack Attack" que mais tarde seria adoptado por John Calipari (Memphis).
Mário Silva
A.A.S.A.A. - O Ataque dos Campeões | 1ª Edição
A.A.S.A.A.
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Mário Silva | ASSA-O Ataque dos Campeões
PREFÁCIO
“Conhei o Mário Silva há muitos anos. Ainda
ele era jogador do CIF, imaginem! Sempre
controverso e amante do basquetebol, a sua
grande paixão . Gosta de pensar pela sua cabeça
e de ver respeitada a sua sensibilidade para as
coisas da vida. Razões mais que suficientes
para que no passado tenha “incomodado” muita
gente e ainda hoje assim aconteça . Fui, sou e
serei sempre seu amigo porque me identifico
muito com o que dizem ser o seu “mau feitio”.
Pertencemos ao “clube” dos anti “yes man” que
preferem dizer olhos nos olhos o que lhes vai na
alma. É dos que não temem a oposição de quem
quer que seja, porque sabem quanto valem e
quanto necessitam dessa oposição para serem
cada vez melhores.
Força Mário , o Jorge Araújo está contigo.
E não temas a solidão profissional que te
assalta tantas vezes, (demasiadas, face ao
valor que tens). Acredita que mais vale só que
mal acompanhado.” Jorge Araújo ,Team Work
Consultores.
Jorge Araujo
A.A.S.A.A.
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INTRODUÇÃO:
A época de 2007/2008 ficou marcada no que diz respeito a inovações
tácticas pelo ataque “AASAA”. Durante as múltiplas transmissões
televisivas ,nomeadamente nos Estados Unidos , o nome de Vance
Walberg foi muitas vezes citado. A razão é simple Walberg : inventou o
popular ataque “AASAA” que é utilizado com sucesso por muitas das
equipas dos College e da NBA
Em 1997, Walberg treinava
uma modesta equipa na
Califórnia (Clovis West
High School) quando criou
um novo sistema a que
deu o nome de “AASAA”
(“Ataque-Ataque-Skip
passe-Ataque-Ataque”).
Nas épocas seguintes,
ensinou o sistema no
College de Fresno
City (2002-2006)
e, em 2007/2008
na Universidade de
Pepperdine .
Walberg ,nos cinco anos
em que aplicou o modelo
de jogo em Clovis Ocidente
passou a ter um record de
159 vitórias e 18 derrotas .
Em Fresno City College,
acumulado um registo
absurdo de 133 vitórias e
apenas 11 derrotas (92,4%
de vitórias).
Sem sucesso, apenas a
sua passagem meteórica
por Pepperdine onde
obteve um record de
8-23 na época inicial e
6-12, este ano , antes de
abandonar a equipa.
As equipas referência de tal sistema são : na NBA , os Celtics de Boston ,
na NCAA , a Universidade de Memphis e , no High School , a formação
de St. Anthony .
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Em Jersey City, o lendário
treinador Bob Hurley SR. ,
começou a jogar o “AASAA” duas
temporadas atrás e levou St.
Anthony a (32-0) , o nº1 National
High School boys basketball ,
nos E.U.A.
A equipa já ganhou por 25 vezes
o campeonato estadual e tem
como record 933-101 em 36
épocas em New Jersey .
Memphis utilizou esta época o
ataque “Drible Drive Motion”,
uma adaptação do ataque de
Walberg. Alinhando sempre com
três bases, os Tigres colocaram
sempre muitos problemas
aos defesas, dada a grande
capacidade física e técnica
dos seus atletas. A eficácia
deste ataque está naturalmente
traduzida nos resultados
desportivos obtidos.
Calipari , o “Head Coach”, levou
em 2007-08 a equipa a realizar a
melhor temporada da história da
escola , obtendo um novo record
na 1ª Divisão da NCAA com 38
vitórias e apenas 2 derrotas .
Perdeu o campeonato na final e
no prolongamento com Kansas.
Calipari tem agora um recorde
219 vitórias e 65 derrotas , nas
oito temporadas em Memphis (27
vitórias por época).
Nas últimas três temporadas,
Memphis fez 104-10 , marca que
só Kentucky tinha obtido (104
vitórias entre 1996-98).
John Calipari foi nomeado o
técnico do ano (“Naismith
National Coach”) , prémio justo
para uma época brilhante .Mas
as boas notícias não ficam
por aqui: prorrogou o contrato
de permanência ao leme da
Universidade de Memphis.
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Boston Celtics liderou a NBA
na Fase Regular e é apontado
como um dos favoritos a ganhar
o título. TTal como os Denver
Nuggets jogam o “DDM” no
ataque com uma das melhores
médias de pontos marcados
(100.5 ) e com uma defesa eficaz
(90.2 média pontos sofridos.
Doc Rivers utiliza no seu ataque
muitas das ideias de Walberg no
seu modelo de jogo ofensivo:
1) Boas penetrações em drible
de Rondo, Pierce e também de
Ray
2) Bons finalizadores perto do
cesto, Garnett e Perk
3) Um jogador grande como
Garnett que abre no perímetro
e depois usa o drible de
penetração .
Honestamente , duvido que alguma vez uma equipa NBA seja capaz de
executar a verdadeira versão do sistema “AASAA” ao longo de toda a
época, já que o sistema é muito exigente fisicamente. Dado o elevado
nº de jogos realizados , nenhuma equipa conseguiria aguentar o ritmo e
intensidade que o sistema exige em cada jogo.
O ataque, cuja designação original era AASAA , tem agora designações
diversas : ataque “Walberg”, “Tripls or Key “e “Princeton on steroids.
Calipari chamou-lhe “dribble drive motion” (DDM).
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COMO TUDO COMEÇOU
A criação deste ataque “Foi pura sorte”, disse com modéstia o “coach “
Walberg.
Para facilitar a vida ao seu base, Chris Hernandez resolveu contrariar os
sistemas habituais e resolveu colocar o jogador poste no lado fraco do
bloco, retirando dois jogadores do caminho do jogador penetrador para
o cesto. Assim Hernandez , quando conseguia ultrapassar o defensor
directo passava a ter as seguintes opções:
1) Lançava ao cesto em layup
2) Passava, ao poste (se o seu defensor entrava em ajuda para parar
Hernandez.
3) Passava para fora para o jogador livre no perímetro (se o seu defensor
tinha entrado em ajuda sobre Hernandez). O jogador livre lança triplo, mas
se não estava em boa posição para lançar ataca novamente a defesa.
É sabido que no basquetebol actual a maioria das equipas defende bem os
bloqueios ofensivos , dificultando a penetração da bola em drible, através
do condicionamento das trajectórias dos jogadores bloqueados e dando
tempos de ajuda que permitem a respectiva recuperação. Por essa razão
Walberg resolveu não recorrer aos clássicos bloqueios ofensivos e optou
por colocar bem espaçados os quatro atacantes no perímetro. A equipa
conseguia desta forma mais facilmente abrir buracos na defesa contrária
para os penetradores .
Chris
Hernandez
(que mais
tarde iria ser
estrela em
Stanford),
usava muito
bem o drible
de penetração.
“Quem me dera ter escolhido um nome mais interessante para o ataque
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que AASAA, mas eu queria que os jogadores entendessem o mesmo
;ataque-ataque-skip passe-ataque-ataque”, diz Walberg. “O que estou a
tentar dizer? Que ataquem o cesto . É basicamente isso que queremos “.
Todas as equipes da Walberg ouvem nos treinos o mesmo slogan :
gostamos de triplos, mas amamos os layups.
O mapa estatístico dos lançamentos das suas equipas mostra que quase
não lançam de meia distância , ou lançam “lay ups” ou triplos.
Calipari aprende os segredos…
Vance Walberg faz todos os anos uma peregrinação aos treinadores da
elite dos College ,com o objectivo de aprofundar os seus conhecimentos.
Bob Knight, Dean Smith e Billy Donovan são alguns dos nomes com
quem Walberg aprendeu basquetebol.
No Verão de 2003, foi a vez de estar com o técnico de Memphis , John
Calipari. Durante seis dias , Walberg observou os treinos dos Tigres .
Para sua surpresa , Calipari pediu-lhe um favor “Então diga lá , Vance, o
que é que você faz nas suas equipas?”
Walberg riu e respondeu : “Você quer mesmo saber? É tudo muito simples
“.
“Não faz mal , mostre-me lá o seu sistema “, disse Calipari.
E foi assim que Calipari ficou a conhecer os segredos do ataque de Walberg
que se baseia nos drible de penetração e é muito diferente dos movimento
ofensivo clássicos de Bobby Knight (que são baseados em bloqueios)
ou do ataque Princeton de Pete Carril’s (que é baseado em cortes ).
Para Calipari, o novo ataque tem duas noções totalmente não
convencionais:
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-Não utiliza os bloqueios , o que é considerado por muitos como a melhor
forma de criar situações de cesto fácil, mas que limita os espaços para
as penetrações.
- Coloca o poste a jogar no lado fraco do ataque (em vez de jogar do lado
da bola), deixando também caminho aberto ao portador da bola para
caminhar para o cesto.
Os aspectos centrais do ataque de posição de Vance são o “espaço”, o
“tempo” e as “movimentações dos jogadores sem bola”. Os jogadores do
perímetro devem manter entre si distâncias que dificultem as ajudas .Do
mesmo modo , os atacantes devem ler a defesa e decidir quando e para
onde se devem deslocar.
Quando Calipari
resolveu modificar
o seu “playbook”
e optou pelo ataque
de Walberg,os seus
mentores pensavam
que tinha perdido o
juízo.
“Então você ganhou centenas de jogos jogando à sua maneira e agora
é que vai mudar?” disse o “ of Famer”, Larry Brown. “ Ele é apenas
um treinador de Juniores? Você está louco?” . “Eu gosto de Walberg,
ele estimulou o meu pensamento. Os jogadores gostam de jogar dessa
maneira “, diz ele, “porque cada jogador tem luz verde para atacar o seu
adversário directo em cada jogo.” Disse Calipari,até aí um adepto da
velha escola dos “play-calling”. “Vance acredita muito naquilo que faz”,
diz Brown, um discípulo de Dean Smith (North Carolina). “A primeira vez
que falei com ele sobre princípios defensivos , tudo o que lhe dizia ele
respondia : “Não, não, não, você não poderá fazê-lo dessa forma” . Eu
disse, ‘Bem, o Coach Dean Smith ensinou-me assim. “ E ele continuava a
dizer, ‘Não, não, não. “ Ele é mesmo uma grande personagem ! “
Quem treina as equipas de top nos College é normalmente fiel aos seus
modelos ano após ano e raramente renova os mesmos. Durante décadas
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os grande treinadores seguem página a página os seus playboks. Porque
razão resolveu então Calipari optar por tal mudança radical ? Em jovem
ele era mais conhecido pelo gel que usava nos cabelos escuros e por ter
um sobrenome que terminava numa vogal. Muitos diziam que ele era
apenas um clone de Rick Pitino (Louisville).
Iniciou a sua carreira como adjunto de Larry Brown no Kansas e esteve
com Paul Evans em Pitt. Dirigiu, mais tarde, com sucesso a equipa de
Massachusetts (chegou à Final Four em 1996 ) onde a posse de bola era
bem controlada, o oposto do basquetebol à moda de Pitino, o que lhe deu
um emprego lucrativo na NBA com o New Jersey Nets.
De regresso à NCAA , passa a treinar os Memphis ( 2000). Nas suas cinco
primeiras temporadas, os Tigres apenas venceram uma única partida na
Fase Final da NCAA. Estava pois na hora de uma nova abordagem ao
modelo de jogo. Algo que estivessse mais de acordo com os atléticos
jogadores da cidade de Memphis .Asim a partir da temporada 2005-06,
passa a jogar o “AASAA” e os resultados falam por si.
O ATAQUE AASAA:
As penetrações em drible constituem um dos principais factores de
desiquilíbrio das defesas e são a arma principal do ataque “AASAA” (
Atacar, Atacar, Passar Skip, Atacar, Atacar). Forçam os defesas a
movimentarem-se para ajudar e assim criam espaços para os lançadores.
Uma das razões por que tantos treinadores gostam deste ataque é porque
as leituras das defesas são bastante óbvias e o drible de penetração é uma
das acções mais difíceis de defender no basquetebol.
Este sistema utiliza um jogador (normalmente, o base), para penetrar em
drible na direcção do cesto. Dependendo da resposta da defesa, o jogador
pode acabar a lançar em lay-up, passar para o poste no interior, ou passar
(“kick-out”) a um dos jogadores do perímetro. Se a bola é passada para
o perímetro, o jogador que recebe o passe pode lançar triplo, ou driblar na
direcção do cesto, reiniciando todo o processo.
O ataque não usa os tradicionais “set plays” e está dependente da
velocidade e capacidade de decisão dos seus jogadores, principalmente
dos bases.
O ataque “AASAA” ,que Walberg iniciou no College de Fresno City, tem
por base alguns princípios elementares. É sabido que a agressividade na
utilização da bola pode ser feita por via do passe ou do drible do jogador
com bola e das movimentações dos jogadores sem bola

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