Não pode ser vendido separadamente.

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Não pode ser vendido separadamente.
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Portugal Inovador
Índice
10
Região das Beiras
34
Distrito de Braga
50
Grande Porto
72
Terras de Basto
Paixão pela arte
78
Distrito de Viseu
Mediação Imobiliária
Transportes e
Logística
8
Expoente
46
PML Transportes
Vila do Conde
95
“Já contribuímos para a felicidade
de centenas de famílias”
Valorizamos a Pessoa
60
87
6
Luso Basto
47
Casa Espregueira
Símbolo do século XIX
na época contemporânea
74
Ruvel
História de necessidade e paixão
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4 I Dezembro
Portugal Inovador
Dezembro I 5
Portugal Inovador
“Já contribuímos para a felicidade
de centenas de famílias”
A Luso Basto foi constituída em 2005, fruto da experiência de trabalho dos seus fundadores
desenvolvida no Norte da Europa.
Esta vivência acabou por gerar o
know-how necessário para criar uma
empresa capaz de satisfazer necessidades produtivas em outras firmas
nacionais e estrangeiras, contribuindo assim para a empregabilidade
e melhoria da qualidade de vida de
cidadãos portugueses. “Desde a sua
constituição, temos assistido a um
degradar da nossa economia o que
tem feito com que reforcemos as estratégias comerciais noutros países”,
refere Leandro Fernandes, administrador da empresa. Deste modo, hoje
a Luso Basto “cria oportunidades de
trabalho, apresentando aos seus
trabalhadores soluções seguras,
temporárias ou permanentes, dentro
e fora de Portugal”.
Apesar de não ser muito comum
e reconhecida esta figura de intermediário quer pelo mercado, quer pela
legislação em Portugal, a Luso Basto
conta com uma base de dados composta por cerca de 10 mil candidatos,
6 I Dezembro
entre os 25 e os 50 anos de idade. Do
ponto de vista de Leandro Fernandes,
“o empresário português está cada
vez mais aberto a parcerias e aproveitamento de sinergias, através da
subcontratação de especialistas em
matérias que não são o seu foco, melhorando assim a sua produtividade e
qualidade de produto, à semelhança
do que acontece em economias altamente desenvolvidas”.
Leandro Fernandes tem a perceção que “quando as empresas
contratam estes serviços, não o
fazem de forma pontual ou apenas
com vista à resolução de um mero
problema. Tipicamente, as relações
comerciais mantêm-se durante muito
tempo, criando uma parceria capaz
de fornecer apoio permanente”.
Sendo especialistas em recursos
humanos, a Luso Basto torna-se, não
raras vezes, o apoio permanente, ora
em serviços de reforço de pessoal,
através de trabalho temporário, bem
como recrutamento para quadros
próprios, consultoria de otimização
de recursos humanos ou intermediação laboral, gerindo alguns conflitos
empresa-trabalhador com boas taxas
de resolução. “Com isto, as empresas
concentram-se no seu core-business
e conseguem melhores rácios de
rentabilidades sem descurar uma área
tão essencial como a de RH”, vinca.
Trabalhando fundamentalmente
no mercado externo - numa percentagem de atuação, em que 30% se
reserva ao mercado nacional e 70%
a alguns países da União Europeia,
com especial enfoque no mercado
belga, a Luso Basto, ajustando os
padrões nacionais exigidos às normas
vigentes nesse país, tornou-se a primeira empresa portuguesa a receber
o estatuto por parte das autoridades
belgas como empresa de trabalho
temporário a atuar legalmente. “Porquê o mercado belga?” Questionámos. Ao que Leandro Fernandes
responde: “O mercado belga tem um
potencial de crescimento e de sustentabilidade diferente do português
e os salários que se aplicam são, em
média, cinco vezes superiores aos
nacionais. Falamos de valores mais
elevados, por isso, obviamente, um
mercado muito mais vantajoso”.
Portugal Inovador
Recrutamento
O método de recrutamento e
seleção é muito diverso, ainda que
feito para funções semelhantes. “Desenhamos sempre os processos de
acordo com os requisitos específicos
de cada cliente. É um processo que
requer muita sensibilidade humana e
emocional, de outra forma, a empresa não vai ficar satisfeita com o candidato proposto e o processo falha”.
Aproveitando esta questão, o gestor
não deixa escapar a oportunidade
para alertar as instituições competentes, nomeadamente o Ministério
da Educação, para a escassez de
quadros técnicos em Portugal. “Os
quadros técnicos e intermédios estão
a desaparecer e é urgente que se
faça algo para alterar esta situação.
Temos um défice de profissões como
soldadores, eletricistas, serralheiros,
entre outras”.
Segundo o ponto de vista do
nosso interlocutor, a legislação que
regulamenta esta atividade em Portugal é “redutora e está totalmente
desatualizada, se a compararmos
com alguns países da Europa do
Norte. O trabalho temporário em
Portugal é visto como um trabalho
precário, que não estando especificamente regulamentado acaba por criar
situações menos positivas”, continua
Leandro Fernandes.
A Associação Portuguesa das
Empresas de Trabalho Temporário
tomou a iniciativa, em 2008, de alterar o seu nome para Associação
Portuguesa das Empresas de Setor
Privado de Emprego. “Isto diz muito
daquilo que queremos ser. Pretendemos ser reconhecidos como o setor
privado de emprego, que de forma
ativa ajuda os cidadãos a encontrarem trabalho. No fundo, queremos
ser intermediários entre as empresas
finais e o trabalhador. Na Bélgica, há
trabalhadores que passam toda a sua
vida profissional na mesma empresa
intermediária, com a garantia de que,
em caso de falência da firma empregadora, mantem um compromisso
com o intermediário, que com uma
vasta carteira de clientes, facilmente
consegue encontrar uma alternativa,
facto que confere segurança”.
Em Portugal todo este trabalho
tem que responder a uma série de
requisitos e elaboração de planos
que justifiquem a integração de uma
pessoa numa firma em regime de
trabalho temporário. Obviamente,
como no nosso país, este regime
está limitado ao prazo máximo de
dois anos, no final desse período o
trabalhador ou integra os quadros da
empresa ou retorna ao desemprego.
Esta restrição legislativa conduz a
que os trabalhadores sejam, efetivamente, precários”, alerta Leandro
Fernandes.
Futuro
Para o futuro, “estamos a desenvolver uma política de crescimento
interno em Portugal. Quanto mais
pessoas envolvermos, mais facilmente podemos crescer. Queremos
encontrar trabalhadores de excelência com capacidade para alcançar
contratos muito bons em qualquer
país europeu. Um soldador, por
exemplo, que em Portugal ganha
11 euros por hora, no Norte da Europa facilmente ganha 40 euros. No
entanto, não desistimos do nosso
país e lutamos, diariamente, para
encontrar soluções nacionais também, mas, ainda que o sentimento
seja de alguma conquista, muito pela
mudança de postura do tecido empresarial português, a recessão da
nossa economia não tem permitido
desenvolver um crescimento interno
como gostaríamos que acontecesse.
Porém, orgulhamo-nos de dizer que
já contribuímos para a felicidade de
centenas de famílias, algumas que
foram e ficaram, outras que regressaram com os seus problemas financeiros resolvidos. Estamos também
a considerar abri filiais em alguns
países, a primeira vai ser na Bélgica,
já em 2015. Desta forma, criaremos
uma rede local que vai facilitar o
contacto com os clientes”, conclui. |
Dezembro I 7
Portugal Inovador
Valorizamos a Pessoa
Na comemoração do seu 20º aniversário, a Expoente retorna ao centro de Braga com novas
instalações, inovadoras e repletas de potencialidades.
A Expoente é um Grupo económico que presta inúmeros serviços integrados na economia e
gestão empresarial. Falamos de
planos de consultoria e gestão;
candidaturas a sistemas de incentivos; formação profissional;
consultoria em sistemas de gestão; gestão industrial; comunicação e marketing. Contando com
um total de 60 colaboradores,
esta equipa acompanha e apoia
todas as necessidades dos seus
clientes desde a sua génese, até,
se for o caso, ao processo de
insolvência.
Foi no número 31 do Largo
São Francisco, que visitámos a
azáfama no ultimar das obras
das novas instalações da Expoente. Aí, estivemos à conversa
com os dois administradores:
Cristiane Miranda, economista,
e Nuno Juncal Pires, psicólogo:
“Atuamos em todas as áreas de
promoção de negócios, direcionado para a gestão de empresas”,
refere Nuno Juncal Pires, focando
logo de seguida a forte vertente
social do projeto que tende a
8 I Dezembro
intensificar-se e se consubstanciou, mais recentemente, nas
obras de requalificação do Largo.
Sendo que o local era até à
data frequentado por um grupo
de pessoas sem-abrigo a Expoente contratou alguns desses
cidadãos para realizarem a
reabilitação do espaço: “Acompanhámo-los diariamente nos
trabalhos, sendo todos devidamente remunerados como autênticos profissionais de carpintaria,
trolhas e limpeza de obra. O
nosso objetivo é contribuir para
a felicidade de todas pessoas,
sem exceção, que trabalham
connosco, é esse o nosso verdadeiro lucro”, descreve Nuno
Juncal Pires. Outros projetos no
âmbito social podem estar na calha. Promover a economia social
é um mapa de intervenção muito
importante para nós. Fazemo-lo
por ideologia, não como um negócio”, complementa a gestora.
Portugal Inovador
Largo Sinergias
A Expoente procurou posicionar-se no centro da cidade de
Braga, por este ser o cérebro
de toda a atividade económica
e comercial da cidade.
“Atualmente, temos muitos
jovens a lançarem projetos próprios e que necessitam dos mecanismos básicos para iniciarem
o seu trabalho. Nesse sentido,
reunimos aqui todas as condições: num mesmo espaço todos
têm secretária pessoal, acesso
à internet e telefone podendo
interagir e trocar informações.
O único requisito que impomos é
que não haja concorrência interna, queremos pessoas abertas à
partilha e troca de experiências
que comunguem da nossa identidade e dos nossos valores”,
afirma Cristiane Miranda.
O novo espaço, batizado de
Largo Sinergias, prevê a interação entre todos os players convergindo de modo a rentabilizar
custos e potenciar negócios. Baseado no conceito de coworking,
está aberto a todos os parceiros,
que podem usufruir de duas
salas de reuniões, uma formal
outra mais informal, biblioteca,
espaços de convívio, Centro de
Desenvolvimento de Negócios,
Pavilhão Multiusos, Academia
“Expoente”, Clínica Médica,
Centro de Massagens e Ginásio.
Em final de conversa os nossos
entrevistados não perdem a oportunidade de agradecer “a todas as
pessoas, sem exceção, que passaram pela Expoente ao longo dos
últimos 20 anos e que, de alguma
forma, fizeram a empresa crescer”. |
Dezembro I 9
Portugal Inovador
Região
das Beiras
10 I Dezembro
Portugal Inovador
Inteligência energética intermunicipal
Enquadramento historico e evolução de objetivos
A Associação de Municípios da Cova da Beira, nasceu no ano de 1981. Foram fundadores
os municipios de Belmonte, Covilhã, Fundão e Penamacor.
A sua criação e objetivos
foram ao tempo, como agora, a
proteção e defesa do ambiente.
Em 1981 o problema essencial
era a deposição e contenção
dos “lixos” (Resíduos Sólidos
Urbanos). Historicamente estamos perante uma inovação na
agora institucionalizada noção
de proteção ambiental e desenvolvimento sustentavel.
Nasceu então o Aterro Sanitário, como solução que na época
era inovadora, em 1995 aderiram
à Associação os municípios de
Manteigas e Sabugal, quando
a génese do processo já havia
evoluido em ordem a substituir
a “Lixeira do Souto Alto” para
um aterro Sanitário Controlado.
Corria, então, o concurso internacional para o aterro da Cova
da Beira, aterro sanitário que
está em função pela, agora sob
gestão da empresa Resiestrela.
Foi a partir da construção do
aterro sanitário que, em ordem
ao seu aproveitamento otimizado, o Ministério do Ambiente
propos e dinamizou a integração
no sistema e na Associação de
Municipios da Cova da Beira dos
municipios de Almeida, Celorico
da Beira, Figueira de Castelo
Rodrigo, Fornos de Algodres,
Guarda, Meda, Pinhel e Sabugal,
tendo saido a Covilhã.
São cerca de 5600 quilómetros quadrados e, aproximadamente, 167 mil habitantes, o alvo
da atual estratégia da Associação na fomentação de práticas
ambientais. Na génese estão
programas como o SAVE, que se
traduziu na criação da Agência
Regional de Energia e Ambiente
do Interior, programa INTERREG
(Plano Transfronteiriço de Optimização de Energia Elétrica), o
programa POEFDS destinado ao
emprego e desenvolvimento social, programa FORAL (formação
para autarquias locais), cartografia, planeamento territorial e a
elaboração de Mapas de Ruído
que servem de identificação de
zonas ruidosas.
A limpeza de todos os equipamentos de despejo de resíduos
e a criação do aterro sanitário
e da estação de compostagem
são o exlibris da associação,
a que aditámos qualificadamente a formação de ativos, a
modernização administrativa, a
gestão adequada do território e
prevenção de riscos naturais e
a eficiência energética através
da ENERAREA (Agência Regional de Energia e Ambiente do
Interior)
Para José Manuel Biscaia,
presidente vigente da associação, o conhecimento académico
– protocolos com a Universidade
de Salamanca, da Beira Interior
e Instituto Politécnico da Guarda
– deve estar “intrinsicamente”
ligado a esta vertente ambiental.
“Esta simbiose e promiscuidade
positiva já é uma realidade. Já
temos um conjunto de pessoas
que se estão a formar para
serem os nossos porta-vozes
junto de empresas sobre esta
matéria”, revelou.
Ligação a Espanha
“Nesta zona fronteiriça, Beira
Interior Norete e Diputacion de
Salamanca, os problemas, são,
genericamente, os mesmos.
Portanto, a Associação tem vindo a trabalhar em conjunto com
Salamanca para tentar alterar
uma economia extrativa”, disse
perentoriamente José Manuel
Biscaia. Esmiuçando o tema,
o presidente deu a conhecer a
existência de uma comunidade
de trabalho a laborar em projetos conjuntos direcionados à
proteção ambiental, energias
renováveis, estudo e criação
de projetos e/ou soluções ambientais, apoio a corporações
de bombeiros e proteção civil e
proteção de riscos, designadamente transporte de produtos inflamáveis entre as duas regiões.
Estando o turismo intrinsecamente ligado ao ambiente e
desenvolvimento sustentavel há
que dinamizar estratégias conjuntas diz José Manuel Biscaia
que pretende, no futuro, que a
região comercialize quotas de
carbono, proporcionar poupanças na iluminação municipal,
redução de C02, e adequar as
energias alternativas e limpas às
infraestruturas polidesportivas
numa “caminhada progressiva
para uma economia limpa e verde, com níveis zero de carbono,
ambicionado a autosustentabilidade”. |
Dezembro I 11
Portugal Inovador
Uma ferramenta para ajudar
toda a comunidade!
Primula Veris é um conceito que surgiu há 23 anos na Covilhã.
Olga Ribeiro deixou de lado o seu anterior ramo profissional
para se dedicar a uma nova paixão: a Medicina Tradicional.
Em 2014, abre um espaço holístico de harmonia e bem-estar:
o SerenityRiver.
ciente na sua totalidade, através da
medicina holística”, explica a terapeuta das Medicinas Alternativas.
Olga Ribeiro reflete um gosto enorme por tudo o que faz e
sente-se a alegria contagiante
desta terapeuta. “Deve existir uma
familiaridade entre o paciente e a
terapeuta de tal modo que, às vezes, o paciente necessita apenas
de falar um pouco comigo para
já se sentir melhor e isso, dá-me
imenso ânimo”, completa.
Métodos de
Diagnóstico
Seguindo o conselho de um
homeopata que surgiu repentinamente na cidade, Olga Ribeiro
largou a contabilidade e enveredou
pelo estudo das medicinas alternativas. “Sofri um esgotamento
nervoso, mas vejo isso de forma
muito positiva, porque me deu luz
e vida para perceber o que podia
mudar. Desde 1991 que tenho este
espaço, onde primo por tratar o pa-
12 I Dezembro
Na Primula Veris e no espaço
novo SerenityRiver encontramos
diversas especialidades destinadas ao diagnóstico do paciente por
diferentes meios: a naturopatia, a
iridiologia, a homeopatia, a osteopatia, yoga terapia e a hidroterapia
do cólon.
A Terapeuta realçou também
um fator de muito interesse que
é o facto de ter uma alimentação
cuidada ajudar na cura, citando
Hipócrates com “que seu alimento
seja seu medicamento”.
Termografia
Colocando as anteriores especialidades de lado, o que nos
interessou na Primula Veris foi
a termografia. Esta é uma ferramenta de rastreio rápida e eficiente que ainda não é suficientemente divulgada em Portugal.
Este é um dos métodos mais
modernos de diagnóstico, feito
através de uma imagem digital
e é capaz de detetar inúmeras
doenças de uma forma mais
precoce. “Conseguimos dizer
ao paciente se observamos uma
tendência para cancro da mama
com alguns anos de antecedência”, assegura Olga Ribeiro.
A termografia também permite
descobrir lesões e problemas
que estejam ocultos. “Este método é, sem dúvida, fascinante e
devia ser visto por todos os profissionais de saúde modernos,
pois só este permite, na consulta
diária com o paciente, uma observação facilitada do problema.
Olga Ribeiro indica também que
este não pretende substituir
outros meios de avaliação dos
pacientes, sendo apenas uma
ferramenta a acrescentar ao leque das existentes. Porém, tem
características especiais dada
a sua versatilidade e rapidez de
utilização, além de não emitir
qualquer tipo de irradiação é
totalmente indolor. |
Portugal Inovador
Em prol da partilha
intermunicipal
A CIMBSE representa mais de 236 mil habitantes e integra 15 municípios da região das
Beiras e Serra da Estrela. Desde infraestruturas turísticas, passando pela restauração até à
educação, ciência e tecnologia, esta região dispõe de uma enorme diversidade de recursos.
versidade da Beira Interior e o
Instituto Politécnico da Guarda.
PEDI
Após a junção que deu lugar à
Comunidade Intermunicipal das
Beiras e Serra da Estrela, Vitor
Pereira reflete a importância de
atrair novos investimentos para
os 15 municípios que somam
a CIMBSE - Almeida, Belmonte, Celorico da Beira, Covilhã,
Figueira de Castelo Rodrigo,
Fundão, Fornos de Algodres,
Guarda, Gouveia, Manteigas,
Meda, Pinhel, Seia, Sabugal e
Trancoso.
Com um território tão rico é
insuficiente falar dos produtos
sem referir as famosas marcas.
Partindo das marcas Serra da
Estrela, Aldeia Histórica, Aldeias
de Xisto, Beira Baixa, Coa, Cova
da Beira, deparamo-nos com
produtos “identitários e potencializadores da região” como o
queijo da Serra da Estrela, o
queijo Amarelo da Beira Baixa, o
queijo Kosher, a cereja da Cova
da Beira, os enchidos da Beira
Baixa e Beira Alta, o requeijão de
Seia, as compotas de Trancoso
e alguns dos melhores pêssegos
da Europa, provenientes da Covilha e Fundão.
Outro forte eixo da região
apoia-se nas inovadoras tecnologias de informação, com a sua
base nas instituições de ensino
que abraçam esta zona, a Uni-
Recorrendo ao Plano Intermunicipal Estratégico aprovado
recentemente, Vítor Pereira indica a missão do CIMBSE como
“arrecadar uma visão cada vez
mais abrangente e supramunicipal e ganhar a capacidade de
criar infraestruturas e organismos necessários para alcançar
a harmonia e a coesão territorial,
económica e social que procuramos”, explana Vitor Pereira.
Os pilares deste PEDI estão
cimentados sobre cinco pontos:
a internacionalização e a captação de investimento; a aposta
na exportação e a utilização de
um laboratório vivo direcionado
para a regeneração urbana e
eficiência energética como, por
exemplo, no setor agroalimentar
e no turismo; as infraestruturas
de logística e mobilidade, essenciais ao escoamento dos produtos; a formação e qualificação do
capital humano; a promoção da
qualidade de vida e bem-estar
da população.
Vitor Pereira termina, referindo um projeto âncora neste último domínio que é a criação de
um laboratório vivo na temática
da saúde. |
Dezembro I 13
Portugal Inovador
Um espaço renovado
O espaço Bricomarché na Covilhã foi objeto de uma reestruturação. Sérgio Ovelheiro, gerente
desde 2006, explicou-nos o balanço que faz da experiência.
A inauguração desta unidade
teve lugar em outubro de 2001.
Na sequência da sua recente
renovação, as dimensões desta
loja passaram dos 1300 para os
2500 m2. A oferta aqui apresentada passa por 20 mil referências
constantes, sendo que no total
do período anual atinge as 25
mil. O respetivo volume de faturação encontra-se acima das
previsões.
Os artigos disponibilizados
neste espaço, à semelhança do
que ocorre nas outras unidades
desta insígnia, distribuem-se por
cinco diferentes famílias: decoração, bricolage, construção,
jardim e pet shop. Ajudando-nos
a perceber o comportamento
do mercado ao qual se dirige,
Sérgio Ovelheiro indica-nos que
nota “uma importância acrescida
14 I Dezembro
a nível da venda de produtos
para aquecimento”, por motivos
que são evidentes se atendermos às características da região.
De resto, tal como sucede no
resto da cadeia, “a secção da
bricolage tem um peso muito importante dada a sua continuidade
ao longo do ano”.
A equipa com que é dada resposta às necessidades do cliente
é composta por 23 elementos,
disponíveis para todas as vertentes do acompanhamento na
informação e assistência ao
cliente, o que, no âmbito deste
processo, foi reforçado com o
serviço de chamada do funcionário.
Concluindo, o responsável
mostra-se satisfeito com o feedback muito positivo obtido junto
dos clientes e deixa em aberto a
maneira de estar que pretende
incutir no funcionamento desta
unidade Bricomarché: “Daqui
para a frente, vamo-nos preocupar inteiramente com o cliente,
com ações, descontos, fidelizações e todo um conjunto campanhas dinamizadoras em termos
comerciais. Vamos proporcionar
todas as condições para que os
clientes nos procurem sempre
que necessário”. |
Portugal Inovador
Para um estilo de vida…
serrano
Carlos Mineiro é o atual proprietário da Snowsport, situada na Covilhã, que atua na
comercialização de produtos ligados a atividades montanhistas e citadinas.
Presente no mercado covilhanense há mais de 40 anos, a
Snowsport partiu de uma iniciativa
do anterior proprietário com quem
Carlos Mineiro mantinha boas relações e que lhe propôs “dar continuidade ao projeto”, pela “nostalgia
pelo espaço” e a reputação alcançada após tantos anos de atividade.
Aceite o desafio, toda a família – de
cinco elementos – gerem a loja
“sem desvirtuar o seu conceito e
procurando dinamizar através de
marcas conotadas como referências” – Salomon, Lacoste, Hi-Tech
e RockPort – no setor.
Aproveitando a proximidade
com a Serra da Estrela, com temperaturas propícias à queda de neve
no inverno e, por conseguinte, às
práticas serranas, nomeadamente
o ski e snowboard, a Snowsport
dispõe de uma panóplia de produtos – maioritariamente para o sexo
masculino e “tecnicamente ligado
ao trail” – de calçado para trail
running, running e casual, além do
vestuário, destacando as sweats
e blusões com atributos de impermeabilidade e respiração. Para
além disso, a Snowsport possibilita
um serviço de reparação manual
de ski’s e pranchas dos demais
utilizadores e clientes.
Questionado sobre o volume
da procura neste mercado, Carlos
Mineiro admitiu que a conjuntura
económico-financeira atual “não facilita o negócio”, argumentando que
os preços praticados pela sua loja
associam-se à qualidade apresentada, proporcionando no momento
uma menor rentabilidade. Todavia,
o número de interessados está em
crescendo: “Há uma adesão forte
em relação aos desportos intimamente ligados com a natureza”,
afiançou o gerente.
Enquanto representantes do
setor, encaram como “fundamental” a fomentação de eventos relacionados com o ski, snowboard
e trail: “Quisemos incutir esse tipo
de iniciativa e fizemo-lo através de
uma colaboração com a Câmara
Municipal e a UBI”, revelou Carlos
Mineiro, antes de revelar os seus
objetivos: “Tínhamos perspetivas
de que seria abrangente, aproveitando para divulgar o nosso nome
e proporcionar momentos de bem-estar às pessoas”, admitiu.
Alertando, enquanto empresário, para a “necessidade de
dinamização da região” utilizando as infraestruturas existentes
“para se empreender”, o futuro da
Snowsport será, indubitavelmente,
de crescimento com um objetivo:
“Primordialmente, satisfazer o nosso cliente com qualidade e oferta
ímpar de produtos”, finalizou. |
Dezembro I 15
Portugal Inovador
Conforto na sua saúde
Pedro Santos esteve à conversa com a revista Portugal Inovador, abordando o percurso que
tem feito o seu projeto Clínicas Essenses. Sediada na Covilhã, abrange já outras zonas do
país com a perspetiva de oferecer conforto a um preço reduzido.
Há cinco anos, Pedro Santos
sentiu a necessidade de abrir uma
clínica que oferecesse melhores
serviços na área da fotodepilação
e emagrecimento. “Muitas das
pessoas não tinham capacidade
financeira para aceder a estes
serviços. Através de um esforço,
quer da parte dos nossos parceiros
fabricantes de equipamentos, quer
da nossa parte de investigação na
área da cosmética, conseguimos
proporcionar os melhores serviços
que, neste momento, existem no
mercado a preços bem mais acessíveis”, explica.
Cedo se apercebeu do sucesso
que a Clínica Essenses estava a
ter na Beira Interior e por isso, decidiu projetá-la para outros pontos
16 I Dezembro
do país. Atualmente, já contam
com três clínicas. “Abriremos uma
quarta em dezembro nas Caldas da
Rainha, e uma quinta em janeiro,
em Beja. As pessoas acreditam no
projeto e o crescimento acaba por
dar-se de forma natural”, verifica.
Fazendo uma retrospetiva, Pedro Santos constata que o crescimento foi gradual e positivo. Aliado
ao serviço da fotodepilação e do
emagrecimento, fazem também
tratamentos em endermoterapia,
tratamentos à base de cosméticos
e tratamentos mais básicos na área
da estética como massagens de
relaxamento, tratamento de rosto,
manicure e pedicure. “Não somos
‘mais um’ centro de estética, queremos ser um centro especializado na
foto depilação e no emagrecimento”, explica.
Neste momento, 25 colaboram
nas várias clínicas. Na sua atividade zelam pelo profissionalismo e
eficácia dos seus métodos, garantindo sempre um conforto máximo
ao cliente. Apesar de ser a mulher
a procurar mais estes espaços, manifestamente o homem sente uma
crescente preocupação com a sua
imagem e procura estes serviços.
Para fomentar uma imagem
uniforme com a qual as pessoas
se identifiquem, a Clínica Essenses
alarga o seu conceito às várias
lojas. Na sua estratégia de marketing traçam campanhas especiais
de épocas festivas para conseguir
oferecer produtos de qualidade com
diferença.
Brevemente, em dezembro,
lançará uma nova linha de cosméticos de marca exclusiva. No futuro
continuará a levar a sua marca a
outras regiões do país, e a longo
prazo procurará atingir o mercado
de Angola e Brasil. |
Portugal Inovador
Realçar Penamacor no
contexto intermunicipal
Autarca de Penamacor há um ano, António Luís Beites retratou
a potencialidade do concelho, destacando a inter-relação entre
municípios para o seu próprio desenvolvimento e da região.
Município integrante do distrito de
Castelo Branco, Penamacor é constituído por nove freguesias, com cerca
de cinco mil habitantes – sendo que
cerca de metade da população tem
mais de 65 anos – numa área delimitada de 563 km2 que perfaz cerca de
onze penamacorenses por km2. Os
índices de emigração nos anos 70 e
de migração nos anos 80 – para o
estrangeiro e principais polos urbanos
respetivamente – são, atualmente,
fatores que têm contribuído para “as
perdas de ligações às raízes daqueles
que saíram e que não regressaram”.
António Luís Beites encarou, inicialmente, as principais dificuldades
que o concelho enfrentará a médio
e longo prazo: “Atendendo á pirâmide etária completamente invertida,
teremos que ter uma estratégia de
médio/longo prazo, para ser possível
inverter essa tendência, e potenciar o
desenvolvimento do concelho”, disse
o presidente da Câmara Municipal,
generalizando o problema a toda a
faixa raiana que enfrenta “grandes
proporções de desertificação”.
Posteriormente, foi abordado o
investimento e definição de estratégias para fomentação de riqueza
em diversas vertentes – ação social,
cultura, empreendedorismo, ensino,
turismo e agricultura– apoiadas pelo
conhecimento académico visto ser
“fundamental aproveitar todo o know-how”, através de protocolos com a
Universidade da Beira Interior e o
Instituto Politécnico de Castelo Branco.
António Luís Beites realçou a
importância das “vantagens ambientais” de Penamacor em virtude de
estar integrado na Reserva Natural
da Serra da Malcata. Em face dessa
situação, terá que se evoluir para um
aproveitamento turistico aproveitando
esse potencial natural. Por outro lado,
a requalificação e reabilitação do seu
património histórico, beneficiando do
mercado espanhol vizinho que se
pode deslocar sem custos portageiros.
Devido ao “característico clima”, a
aposta empresarial recai sobre o setor
agroalimentar, potenciando sobretudo
a agricultura e pecuária, sendo que a
horticultura terá que ser uma aposta,
visando aproveitar a mais valia que
é o regadio da Cova da Beira, não
descurando a vertente apicola com o
aproveitamento da flora existente“Em
ligação intermunicipal com o Sabugal,
estamos cientes que o mel será um
produto no qual iremos apostar em
grande para gerar riqueza. Tem havido
vários projetos por parte jovens empresários nesta área”, afiançou o autarca.
Com uma ação social “a funcionar
durante 24 horas” e que “corresponde
a todas as situações”, Centro de Dia
e Apoio Domiciliário em todas as freguesias”, a vertente cultural tem sido
igualmente estruturada, vitalizando
o histórico Madeiro de Penamacor
para se tornar “num evento à escala
nacional e que traga gente ao território.
No futuro, António Luís Beites ressalvou que serão feitos investimentos
concretos na educação e agregados
familiares. |
Dezembro I 17
Portugal Inovador
Uma empresa na vanguarda da
consciência social
A IBERSACO é líder nacional no fabrico de telas e embalagens de polipropileno extrudido,
mas este não é o único motivo pelo qual merece destaque. O fundador, Armindo Borges,
partilhou connosco os princípios com que dirige a sua equipa de 30 elementos.
Foi após um percurso de mais
de 20 anos numa outra grande empresa do setor dos plásticos, que
Armindo Borges tomou a iniciativa
de fundar a IBERSACO, corria o
ano de 1991. Este foi também um
regresso às suas origens, ao instalar
a fábrica em Penamacor depois de
ter ido viver e trabalhar em Lisboa
aos 14 anos.
É remetendo-nos para esse
passado que nos começa por explicar a ética empresarial que tem
seguido: “Fui operário e senti que os
princípios do sindicalismo estavam
errados e deturpados e então decidi
invertê-los na nossa empresa. Considerei que devíamos trabalhar por
mérito, e o resultado é que ninguém
na Ibersaco recebe o salário mínimo
nacional. Eu não concebo - e penso
18 I Dezembro
que ninguém concebe - como é que
uma empresa pode ter milhões de
lucro e pagar mal aos seus trabalhadores”. Também resultante dessa
política fortemente orientada para o
mérito, é a mobilidade de funções e
remunerações que aqui se verifica.
“Qualquer funcionário tem a possibilidade de chegar a uma posição
de chefia aqui dentro”, esclarece,
acrescentando que isto estimula o
espírito competitivo dentro da equipa
e que “a essência do sucesso da
empresa tem sido essa”. Exemplificativa do espírito que aqui se vive foi
também a instalação de um ginásio
para usufruto dos trabalhadores da
empresa.
Por conseguinte, a IBERSACO encontra-se atualmente numa
posição de liderança neste setor
a nível nacional, produzindo anualmente 25 milhões de sacos, que
estão presentes nos mais diversos
mercados. A estrutura com que
tudo isto é concretizado passa por
umas instalações com 2800 m2 de
área coberta, localizadas na Zona
Industrial de Penamacor. Sendo
que esta importância comercial traz
também importantes responsabilidades, as preocupações da empresa
de Armindo Borges estendem-se
igualmente à sua política ambiental:
“É uma preocupação constante. O
polipropileno é totalmente recuperável e é totalmente recuperado. Aqui
não há desperdícios nem é permitido
conspurcar nada”. |
Portugal Inovador
Uma nova resposta
à comunidade
O Lar D. Bárbara Tavares da Silva tem uma forte tradição na área social no concelho de
Penamacor. Recentemente, reforçou este papel com a abertura da sua Unidade de Cuidados
Continuados.
Este edifício, na Quinta da
Senhora do Incenso, a poucos quilómetros do centro de Penamacor,
alberga 30 camas, sala de Fisioterapia, gabinete de Terapia da Fala,
gabinete médico, sala de enfermagem, sala de convívio, refeitório e
uma biblioteca.
O diretor geral, Nuno Lucas,
contextualiza-nos acerca da origem
deste projeto, fazendo referência “a
uma necessidade que se colocou
dado o estado de saúde com que
os utentes chegam ao Lar”. Sendo
que o Lar era insuficiente para dar
resposta a certos utentes, e como
a rede nacional tinha aberto portas
a uma candidatura a esta valência,
a Instituição “não olhou para trás”.
Deste modo, a Unidade de Cuidados Continuados foi inaugurada
a 17 de dezembro do ano passado
e é objeto de um balanço “muito
positivo”: “Vem dar uma resposta
mais sólida à Instituição no global,
porque alivia determinado tipo de
utentes que iriam ser canalizados
para Lar. Conseguimos colocar esta
valência a funcionar praticamente
com os recursos que a Instituição
já tinha e conseguimos, assim,
aumentar o património e contribuir
para a sua sustentabilidade”.
Sustentabilidade que, em todas
as suas vertentes, tem sido uma
aposta crescente na gestão do Lar
D. Bárbara Tavares da Silva. “É
uma obrigação visto que não sabemos qual será o futuro dos apoios
que nos são dados pela Segurança
Social”, considera, dando alguns
exemplos de como tem seguido
essa orientação: “Nós praticamente
não gastamos gás, apostamos antes em pellets para o aquecimento
das nossas estruturas, o que nos
permite uma poupança, assim
como o aproveitamento solar. Temos estado também a apostar no
potencial agrícola da Quinta”. Outra
dimensão em que esta gestão tem
procurado a eficiência prende-se
com a racionalização dos recursos
humanos, relativamente aos quais
esta nova valência permitiu uma
distribuição mais equitativa.
Prestes a concluir um ano de
funcionamento e já com o reconhecimento como unidade de
excelência pela Administração
Regional de Saúde, as perspetivas
não poderiam deixar de ser positivas: “Os momentos que o país
passa não são fáceis mas temos
que avançar e a minha razão de
estar na Instituição prende-se com
projetos como este. Enquanto for
possível realizar novos projetos cá
estaremos”, garante. |
Dezembro I 19
Portugal Inovador
Uma vila com tradição
urbana e industrial
Alcains é a segunda localidade mais povoada do concelho de Castelo Branco. Fomos ao
encontro de Cristina Granada, presidente da Junta de Freguesia, para conhecermos a
identidade deste pequeno pólo urbano.
Ainda que não sendo das freguesias mais vastas do concelho no
que respeita à sua área territorial,
os censos de 2011 apontavam para
uma população de 5022 habitantes.
Alcains, elevada a vila no ano de
1971, caracteriza-se, nas palavras
da nossa interlocutora, por apresentar “uma circunstância urbana já de
longa data”.
A grande viragem para que este
povoado assumisse esta proporção
estará relacionada com a estratégia,
por parte do Marquês de Pombal, de
aproveitamento dos seus recursos
com vista ao desenvolvimento de
uma indústria de lanifícios. Já mui-
20 I Dezembro
to mais tarde, podemos encontrar
como corolário desse esforço a
presença e afirmação internacional
de uma empresa como a Dielmar.
O gado ovino como recurso de
excelência também motivou que,
no séc. XX, Alcains se impusesse
como “o espaço mais conceituado
do concelho na produção de queijo
de ovelha”. Outra referência empresarial prende-se com a indústria da
moagem, designadamente através
do exemplo da fábrica Lusitana,
estabelecida já desde o séc. XIX.
Esta tradição está, portanto,
subjacente à identidade urbana
desta vila e à demografia que apresenta. Os mais de cinco milhares
de residentes beneficiam, por isso,
de equipamentos como estabelecimentos escolares que vão do Jardim
de Infância ao Ensino Secundário,
Centro de Saúde, Lar para a 3ª idade, posto CTT, biblioteca, campo de
futebol, um centro cultural com auditório capaz de acolher 250 pessoas
e, também no âmbito da cultura,
o Museu do Canteiro, inaugurado
há 10 anos. A vida quotidiana em
Alcains é também impulsionada pela
iniciativa da própria comunidade,
cuja dinâmica associativa se desdobra nas atividades de 20 grupos
diferentes, que vão desde a música
à solidariedade, à caça e à pesca, ao
teatro, ao atletismo ou ao futebol. |
Portugal Inovador
Beira quente e segura
A ValeGás - Energias do Interior é o principal distribuidor de gás Prio na região da Beira Interior
e Alentejo. A assistência pós-venda e a segurança na instalação de gás são os pontos fortes.
mentalidade dos usuários de gás
tem sido levada em conta pela
ValeGás: “Pode ser consumido
tanto no interior como no exterior
das habitações conforme a portaria 460/2001, artigo 3. Não há
qualquer problema”, ressalvou
Jorge Correia.
No futuro, a empresa ValeGás
desenvolverá outro tipo de projetos utilizando nova tecnologia
na área do gás. |
O projeto da ValeGás, empresa distribuidora, surgiu há mais
de um ano, resultante de uma
“perspetiva comercial” do grupo
Prio que visava o abastecimento
na região interior do país de gás
propano de 9 quilos e 45 quilos.
Atualmente, o raio de ação da
ValeGás estende-se por três distritos, designadamente Guarda,
Castelo Branco e Portalegre,
distrito alentejano que “tem sido
uma surpresa em termos de
aceitação do produto”.
Localizadas as suas instalações em Alcains, freguesia pertencente ao distrito de Castelo
Branco, circula para os múltiplos
trajetos através de uma frota de
quatro veículos, contando com
o apoio de seis colaboradores.
Jorge Correia encara tudo isto
como um “aliciante” desafio: “O
gás tem uma filosofia de distribuição antiga, através de “porta
à porta” e pontos de revenda
com proximidade ao cliente
final. Se tivermos uma rede de
distribuição pequena ficamos
com o nosso trabalho condicionado relativamente ao volume de
negócios que queremos atingir”,
explanou o responsável.
O gás comercializado ofere-
ce uma elevada capacidade de
vaporização e tem um preço de
10 a 15% mais económico. Por
essa razão, e tendo em conta o
pouco tempo de implementação,
são distribuídas cerca de 400
garrafas diariamente mas “está
nos objetivos a triplicação deste
número”. Com, aproximadamente, 1000 clientes entre clientes
particulares e pontos de revenda, e apresentando um serviço
“completo”, para Jorge Correia
é “fundamental” a formação e o
conhecimento “das particularidades específicas”, respeitando
a exigência da Prio em ter os
clientes “satisfeitos” e “seguros”,
analisando, inclusive, a validade
e consistência dos produtos: “Se
for necessário, e após a primeira
venda, oferecemos assistência
técnica, equipamentos e um seguro gratuito”, revelou.
Sendo o “pico de vendas” entre setembro e março, a capacidade de resposta está garantida
com as infraestruturas adjacentes na Covilhã e um parque que,
futuramente, se implementará
em Portalegre. Dessa forma, a
perspetiva de crescimento está
“acentuada”, utilizando sempre
a “mesma filosofia”. A própria
Dezembro I 21
Portugal Inovador
Montes da Raia:
Da Natureza da Terra
O agrupamento Montes da Raia reúne criadores de bovinos, ovinos e caprinos dos concelhos
de Idanha-a-Nova, Castelo Branco e demais concelhos desta região. Dedica-se à produção
de carne com respeito pela Natureza, pela Qualidade de Vida e pelo Bem-Estar Animal, na
boa tradição da Cultura Beirã.
Contribuir para compatibilizar a preservação da Natureza e da Tradição
com o desenvolvimento de iniciativas
empresariais, necessariamente inovadoras, constitui o próximo desafio
deste agrupamento de produtores.
Fomos visitá-los.
A importância do meio
O troço fronteiriço do Tejo delimita,
com os rios Erges e Zêzere, um dos
territórios menos povoados do continente português. Nas suas planícies
e vales, encaixados entre maciços,
ora graníticos ora de xisto, abundam
o javali, a lebre e a perdiz, bem como
numerosas aves de presa e a raríssima
cegonha negra.
Para além das suas belezas naturais, por vezes muito contrastantes,
este território possui um rico património
sóciocultural, do qual sobressaem as
heranças da ocupação romana e da
reconquista cristã, com relevo para a
Ordem dos Templários. Mas algumas
festividades locais denotam, ainda,
usos e costumes ancestrais, cuja origem se perde na noite dos tempos…
Nesta natureza e nesta cultura foi
forjada a maneira de estar da população da Beira Baixa.
Da boa árvore,
os bons frutos
Um território com riquezas naturais
e culturais invulgares reúne as condições essenciais para assegurar, não
apenas uma boa qualidade de vida,
mas também a produção de bens e
serviços de excelência. Quer sejam
produtos manifestamente inovadores,
quer permaneçam mais próximos do
perfil tradicional, todos beneficiam
de uma envolvente ímpar, ambiental
22 I Dezembro
e culturalmente sustentada que lhes
confere uma identidade inconfundível.
O agrupamento de produtores
Montes da Raia foi constituído sob
a forma de sociedade comercial por
quotas, há cerca de nove anos, com o
objectivo de estabilizar o escoamento
da produção das explorações associadas, de bovinos e de pequenos
ruminantes.
O âmbito geográfico do agrupamento coincide com o Geoparque
Naturtejo, o qual reúne os concelhos
de Idanha-a-Nova, Castelo Branco,
Vila Velha de Ródão, Nisa, Proença-a-Nova e Oleiros, e a que se juntam
ainda os concelhos de Penamacor e
Fundão.
O modelo de negócio adotado
consiste na aquisição da produção ao
criador, tendo por referência a tabela de
preços de compra publicada pelo agrupamento, e a sua venda subsequente,
nas condições de mercado.
Actualmente, para além da comercialização grossista de animais, o
agrupamento desenvolve atividades
de recria e de retalho de carnes, com
marca própria.
Portugal Inovador
Inovação para a
Tradição
Para além dos factores de ordem
conjuntural, a implementação da
Política Agrícola Comum 2020 e a
negociação do Acordo Transatlântico
de Livre Comércio com os Estado
Unidos e o Canadá constituem, desde
já e durante os próximos anos, as duas
principais condicionantes das actividades agropecuárias, em Portugal. No
futuro imediato, há, pois, que prevenir a
ocorrência de condições que determinem mercados, simultaneamente, com
menor dinamismo e maior incerteza.
Na perspetiva do agrupamento, o
novo contexto irá requerer um maior
grau de exigência, da parte de todas
as entidades envolvidas no sector pecuário. Assim, afigura-se indispensável
estimular a coordenação e a cooperação alargadas, com vista, não apenas
à simplificação processual e racionalização de custos mas, igualmente, ao
fomento de soluções inovadoras.
A inovação de produto – a conceção e lançamento de novos produtos
finais - e, sobretudo, a inovação de
processos – a adoção de novos, ou
de mais aperfeiçoados, métodos de
produção - constituem, de acordo
com os responsáveis de Montes da
Raia, a via mais capaz de assegurar a rentabilidade das explorações
agropecuárias, no presente horizonte
temporal. Na verdade, em condições
de menor estabilidade de mercado e
de maior vulnerabilidade empresarial, só com recurso a soluções não
convencionais será viável sustentar
a competitividade das produções do
território e garantir, simultaneamente,
a preservação das suas valias naturais e culturais. |
Dezembro I 23
Portugal Inovador
Perseverança vinhateira
Joaquim Gamboa e Jorge Lucas foram os porta-vozes da Cooperativa Agrícola Beira Serra
C.R.L, realçando, fundamentalmente, a importância do organismo na Região Demarcada
da Beira Interior e os projetos futuristas.
Datada de 1956, a entidade
surgiu num período em que se fomentaram várias cooperativas em
Portugal de forma a proporcionar
um melhor escoamento de produto
aos demais agricultores. Durante os
anos 80, as cooperativas “sofreram
um período conturbado” pela falta
de “adaptação às evoluções várias”
que surgiram no setor vitivinícola.
Todavia, e de acordo com os responsáveis, a Cooperativa Agrícola
Beira Serra C.R.L conseguiu “resistir” e desenvolver o seu trabalho
normalmente. Atualmente, atravessam um período de reestruturação,
que poderia ser mais facilitado,
frisaram Joaquim Gamboa e Jorge
Lucas, se o Governo, nomeadamente o Ministério da Agricultura
tivesse a sensibilidade requerida
para este sector Cooperativo, o
que acarretaria um aumento de
produção beneficiando com isso o
Estado Português.
Situada em Vila Franca das
Naves, freguesia do concelho de
Trancoso, a Cooperativa Agrícola
Beira Serra C.R.L conta com 700
associados – “a desertificação do
Interior tem reduzido o número de
agricultores sócios” –,com uma
área de produção de 2100 hectares
– compreendidos entre Trancoso,
Celorico da Beira, Guarda, Pinhel
e Mêda –, com uma uma produção
aproximada de 4,5 milhões de
quilos. Logo, tem capacidade de
armazenamento para 1800 mil litros
de vinho, recebendo, diariamente,
cerca de 400 toneladas de uvas.
24 I Dezembro
Apetrechados com baterias de
fermentação de “excelência”, os
responsáveis realçaram que as
cooperativas “também fazem vinho de qualidade”, havendo clara
evolução em termos de vinho e da
compreensão da “procura específica do mercado”.
Caracterizando os cooperativistas como “verdadeiros lutadores”,
Joaquim Gamboa e Jorge Lucas
afiançaram que a formação é “essencial”, estando a decorrer, neste
momento, um curso de produção
integrada de vinha com uma duração de 75 horas, com o apoio da
CONFAGRI.
Tendo iniciado a venda de vinho engarrafado há cerca de dois
anos a nível regional, a ambição
da Beira Serra Vinhos passa
por consolidar a venda dos seus
vinhos nos mercados Nacional
e Internacional. Actualmente a
comercialização faz-se do Minho
ao Algarve, em França, Alemanha,
Suiça e Luxemburgo.
Os seus vinhos Ótima Pergunta, Boa Pergunta e Fora de Jogo
(tinto e branco) têm obtido medalhas de Ouro, Prata e Bronze, tendo na última Feira Agro-Alimentar
da FIL, obtido mais duas Medalhas
de Prata. |
Portugal Inovador
“Aposta clara na promoção e
divulgação”
António Rocha é o atual presidente da Câmara Municipal
de Belmonte e, enquanto “filho da terra”, explanou os seus
quereres para o futuro do município.
Um passado com história, aqui
sobreviveu uma comunidade judaica
durante mais de cinco séculos e que
é hoje um ponto de visita obrigatório
para a comunidade internacional, e
daqui saiu o grande navegador, Pedro
Álvares Cabral, que em 1500 chegou a
terras de Vera Cruz, hoje Brasil.
Localizado entre Guarda e Covilhã,
o concelho de Belmonte - pertencente
ao distrito de Castelo Branco - tem uma
área de 118 km2, constituído pelas freguesias de Caria, Inguias, Belmonte e
Maçainhas e com, aproximadamente,
6500 belmontenses.
“Filho da terra”, António Rocha
abordou, inicialmente, as enumeradas
vantagens do concelho que podem “e
devem” ser aproveitadas. Entre elas
a sua localização geográfica, o seu
património histórico e as “magníficas”
paisagens envolventes da natureza.
Todavia, e após ter perdido o estatuto
de “capital de confeção masculina”,
tornou-se imperativo para a actual administração o aumento da visibilidade
do concelho de Belmonte: “Queremos
conseguir atrair investimento e tentaremos convencer empresários a apostar
na região. A restauração e a hotelaria
têm algum défice, mas são vitais para
o turismo que queremos proporcionar.
Temos já restaurantes a abrir e um
novo hotel… Ademais, temos uma
enorme qualidade de vida, actividade
cultural, espaços muito atrativos para
ver, com destaque para os museus”,
afirmou o autarca, depois de revelar
que recebem cerca de 80 mil visitantes
por ano.
Ciente da necessidade de travar
a desertificação e “convencer as pessoas a permanecer na sua região”,
António Rocha assumiu que a preocupação em torno da densidade populacional. “Tivemos uma queda de mil
habitantes, um número considerável
para nossa dimensão territorial. Porém,
estamos apostados em proporcionar
condições favoráveis a empresários
que criem postos de trabalho, pois só
assim é possível segurar e atrair família
para a nossa terra”, argumentou.
O intermunicipalismo praticado
na região das Beiras foi também
destacado como um fator vital para o
desenvolvimento integrado - a braços
dados com a ecologia e o ambiente “tendo em conta as características da
região, aproveitando, essencialmente,
o turismo de natureza: “, se queremos
ter alguma importância temos que ter
projetos em comum e intermunicipais.
Os municípios vizinhos partilham
entreajuda havendo uma união forte
neste momento”, explicou.
Ambicionado “reforçar parcerias”,
o conhecimento académico - através
da Universidade da Beira Interior e
os Institutos Politécnicos da Guarda
e Castelo Branco - é um elemento
“igualmente decisivo” para o aconselhamento intermunicipal, admitindo a
sua ambição em construir um centro
de estudos hebraicos. |
Dezembro I 25
Portugal Inovador
Um concelho
com tradição e futuro
Rui Ventura, presidente da Câmara Municipal de Pinhel, partilhou connosco os seus projetos
para a dinamização do município.
Começando por nos introduzir
aqueles que são os traços identitários da cidade de Pinhel, o autarca
relembra a importância que esta,
outrora, teve na defesa da fronteira
nacional, sendo aliás conhecida por
cidade Falcão. “É uma bandeira
que utilizamos ainda hoje”, refere.
A ilustrar o significado histórico que
Pinhel tem está a predominância de
solares, algo que é evidente aos
olhos de quem a visita.
Esta riqueza não se esgota na
sua história, mas está presente, de
igual forma, nos seus recursos endógenos, com as suas 29 empresas
de extração de granito, o azeite e o
vinho. Convém aqui lembrar que a
atividade no concelho representa o
equivalente a dois terços da produção vinícola da Beira Interior.
Como autarca e residente em
Pinhel, Rui Ventura não tem dúvidas em afirmar que tem “orgulho
em viver no Interior do país, que é
onde, de facto, está a qualidade de
vida”. Essa qualidade de vida, no
exemplo concreto deste município,
foi sendo, cada vez mais, uma realidade por intermédio das políticas
desenvolvidas no âmbito da água,
do saneamento, das vias e da pró26 I Dezembro
pria aproximação entre a autarquia
e a população. Considerando que
as infraestruturas essenciais estão
concretizadas, a estratégia de Rui
Ventura direciona-se agora “para a
criação de riqueza”.
Recentemente, o concelho
conseguiu captar investimento,
nomeadamente com a instalação
de duas empresas do ramo do
calçado, contribuindo assim para
fixar dezenas de profissionais especializados entretanto atingidos
pelo desemprego na sequência do
encerramento de uma importante
fábrica do setor. Outro exemplo,
respondendo à vocação agrícola
deste território, está nas presentes
negociações com uma empresa
que deverá escoar o trabalho dos
produtores locais. Também numa
lógica de conferir outra robustez
à vida empresarial do município
teve lugar a recente aquisição de
um terreno de 10 hectares, junto à
A25, com a finalidade de planificar
e construir um polo industrial.
O turismo é, igualmente, contemplado pela atuação da Câmara
Municipal de Pinhel. Nessa perspetiva, visando o reforço do prestígio
de Pinhel enquanto destino, estão
os esforços para que faça parte
da Rota da Judiaria e da Rota das
Aldeias Históricas. “Os concelhos
vizinhos têm todos uma Aldeia
Histórica e nós pretendemos entrar,
com a localidade de Cidadelhe,
conhecida pela referência em livros
de José Saramago e porta sul do
Parque Arqueológico do Vale do
Côa”, explica.
Por fim, Rui Ventura não deixa
de fazer referência ao processo
de requalificação urbana de que
a cidade está a ser alvo: “A praça
principal deixou de ter o movimento
que tinha, com a cidade a deslocar-se para a zona nova e, sem querermos que se descure a zona nova,
queremos também que a população
‘use e abuse’ da parte mais antiga
da cidade. Vamos dar essa centralidade à praça e, de facto, já está
a acontecer o aluguer de casas na
zona histórica”. |
Portugal Inovador
O futuro da saúde no concelho
do Sabugal
Qualidade, eficiência e satisfação dos utentes são os objetivos de Rogério Sousa para a
sua clínica, SousasSaúde. Inaugurada no dia 2 de Janeiro de 2014, este exemplo no setor
dos cuidados de saúde demonstra como o Interior dispõe de serviços do mais elevado nível.
A administração da clínica SousasSaúde menciona parcerias com a
Casa de Saúde São Mateus, a Ótica
Médica das Beiras, as Termas de Monfortinho e a Euromedic (laboratório de
análises clínicas).
Prevenção e Promoção
“Senti necessidade de aplicar os
meus conhecimentos médicos num
espaço adequado aos meus utentes”,
inicia o nosso entrevistado, referindo-se ao seu historial como profissional
de saúde. Apoiado pela esposa,
Maria José, e pelas filhas, Joana e
Sofia Sousa, este distinto profissional
decidiu fomentar um sonho familiar.
“Desde que vim para o Sabugal, senti
que podia fazer mais pelos utentes e
que a região merecia um serviço médico de qualidade”, assume. O nosso
entrevistado indicou-nos ainda que faz
“questão de efetuar uma triagem aos
doentes que necessitem de qualquer
uma das especialidades”.
Pela saúde do Sabugal
O espaço novo da SousasSaúde é composto por 10 salas que
acolhem diversas especialidades:
Medicina Geral, Medicina Dentária,
Cardiologia, Ginecologia/Obstetrícia/
Infertilidade, Dermatologia, Ortopedia,
Urologia, Cirurgia Geral, Cirurgia Plástica, Gastroenterologia, Pneumologia/
Alergologia, Psicologia, Fisioterapia,
Acupunctura, Oftalmologia e Podologia. A clínica SousasSaúde inclui
também Ortopantomografia (RX) e
Ecografia. “O que nos diferencia será
o atendimento personalizado, pois
temos capacidade de acompanhar o
utente em todos os passos, através
dos aparelhos próprios para executar
exames”, completa Rogério Sousa.
Nas duas salas destinadas à medicina dentária efetuam-se tratamentos
de implantologia oral, branqueamento
e estética dentária, prótese fixa e
removível, ácido hialurónico, reabilitação oral, ortodontia, endodontia
mecanizada, periodontologia, odontopediatria, cirurgia oral e dentisteria.
São, também, oferecidos serviços de
enfermagem permanentes e de Análises Clínicas.
A SousasSaúde tem vindo a tomar
esta direção, uma vez que afirma “estarem atentos a riscos cardiovasculares e tentam por isso incutir, através de
consultas pormenorizadas, alterações
a determinados estilos de vida”. O
objetivo será alcançar o público mais
jovem e instruí-lo das consequências
da ausência de prevenção. Isto tem
sido feito através de rastreios gratuitos periódicos para tentar descobrir
patologias que carecem de prevenção
e até tratamento. Para os nossos leitores interessados nos rastreios e em
informações adicionais nesse sentido,
a Portugal Inovador aconselha a adicionar Sousassaúde - Consultórios
Médicos, Lda no Facebook. |
Dezembro I 27
Portugal Inovador
Santa Casa da Misericórdia do
Pinhel sensível à sociedade
O papel que as Santas Casas da Misericórdia desempenham nos dias atuais é diferente do
de outrora. Alberto Ribeiro, provedor desde 1979 na Santa Casa da Misericórdia do Pinhel,
contou-nos a história que acompanhou todo este processo.
alargado com benefícios distintos.
“Temos pessoal técnico adequado
às circunstâncias”, garante.
Para abraçar todos estes desafios, torna-se necessário ter
uma carga humana capaz de estar
sensível a questões diversas. O voluntariado assume assim um papel
fulcral neste parâmetro.
Importância da saúde
Revivendo tempos remotos
como a Idade Média, Alberto Ribeiro lembra que “o ensino e a formação, na altura, eram dinamizados
pela Igreja. Ao longo do tempo a
Instituição foi perdendo relevo e,
mais tarde, criaram-se Confrarias.
Na época, a irmã de D. Manuel
I, D. Leonor, reconheceu o papel
que as Confrarias tinham e passou
a denominá-las por Santas Casas
da Misericórdia”, explica. Foram
criadas duas enfermarias, uma direcionada para os homens, e outra
para as mulheres, e posteriormente, em 1600, o hospital. A Santa
Casa da Misericórdia do Pinhel é
hoje reconhecida como a terceira
Misericórdia do país. “A primeira
foi a de Lisboa e a segunda a das
Caldas da Rainha”, específica.
O acompanhamento a novas
28 I Dezembro
particularidades da sociedade fez
com que ganhasse direções noutras áreas, mas a saúde sempre
teve um maior enfoque.
Em 1950, ergueu-se um novo
hospital. “A Santa Casa da Misericórdia teve uma preocupação
maior na saúde. Com o 25 de abril,
a Igreja confiscou os bens das Misericórdias que por isso viram-se
obrigadas a alterar os seus objetivos para outros fins”, explica.
A partir de 1976, começaram-se a criar outras valências. Agora
a Creche, o Lar de Idosos, o Apoio
Domiciliário vieram diversificar a
sua especificidade.
Hoje, com cerca de 60 crianças
na Creche, 55 no Jardim de Infância, 76 no Lar, 38 no Apoio Domiciliário, e a empregar 70 pessoas,
conseguem abranger um universo
Atualmente, Alberto Ribeiro está
a introduzir um novo projeto para a
saúde: o Programa da Saúde 21.
Para uma estadia de média e longa
duração nos Cuidados Continuados
a estrutura está pronta a funcionar.
“Fizemos uma tentativa para a candidatura nos Cuidados Continuados
da saúde mental, dado que as
estatísticas revelam que, em 2030,
cerca de 40% das pessoas irão sofrer da doença Alzheimer”, explica.
Sustentabilidade
económica e social
Para gerir uma casa desta envergadura é importante saber gerir
toda a estrutura, não só em termos
financeiros, como também sociais.
“Equilibrar a situação, entrando em
conformidade com as necessidades
que as pessoas têm, é o maior
desafio atual. As pessoas têm de
perceber o que está nas suas mãos
para crescer com sustentabilidade”,
vinca. |
Portugal Inovador
O sucesso em contraciclo
Desde 1996, a Trancosopedra tem vindo a crescer progressivamente e já é uma referência
na área da transformação do granito, no mercado nacional e internacional.
Cristina Fonseca e o marido,
José Fonseca, são neste momento os sócios da Trancosopedra,
Lda. Para a nossa entrevistada,
a entrada nesta atividade foi uma
novidade. Quanto a José Fonseca, já trabalhava na transformação
de granito há cerca de três anos,
quando ambos decidiram assumir
a gestão da Trancosopedra. “Ele
oferece o know-how, enquanto eu
trato da vertente administrativa”,
refere Cristina Fonseca.
Inicialmente, tinham apenas
três funcionários e três máquinas. Hoje, o desenvolvimento é
notório: contam com dez colaboradores e possuem oito máquinas
industriais.
Transformação
A atividade principal da Trancosopedra prende-se com a
transformação do granito, que
existe em abundância na zona
Centro do país. No entanto, também transformam outro tipo de
rochas, como os mármores. Todo
o processo de transformação da
pedra é realizado internamente.
“Compramos a pedra em blocos e
depois transformamos. Esse bloco é, deste modo, reduzido para
peças mais pequenas. Desde o
corte ao polimento da pedra, o
processo é todo efetuado por
nós”, conta a entrevistada.
Cristina Fonseca explica que,
devido à situação crítica que a
construção civil enfrenta, a Trancosopedra teve que começar a
apostar na exportação. Há pelo
menos três anos, 90% do trabalho
é exportado para países como a
França e a Suíça. Não são apenas firmas portuguesas sediadas
no estrangeiro que procuram os
serviços da Trancosopedra, pois
há empresas francesas que já requisitam os seus serviços. “Neste
momento, o mercado nacional
está em decréscimo, mas não
deixamos de trabalhar a nível interno. São principalmente indústrias, mas também alguns clientes
particulares de um âmbito local”,
comenta Cristina Fonseca.
Desde 2010, que a Trancosopedra é galardoada com o
prémio PME Líder, mas é com a
satisfação dos seus clientes que
vêm o seu trabalho recompensado. “Acima de tudo, tentamos
ser honestos com os clientes e
não falhar”. A eficiência e a qualidade do serviço são também
valores que Cristina Fonseca e
José Fonseca prezam. A empresária explica que hoje em dia é
essencial a rapidez de resposta:
“Temos clientes que pedem hoje,
um determinado material para
amanhã. E nós temos que ter a
capacidade de dar resposta”.
Neste momento, a Trancosopedra encontra-se estabilizada e
num bom caminho. Para o futuro,
esperam continuar o impulso das
vendas para o mercado externo.
Cristina Fonseca exprime ainda
o desejo de ver as vendas nacionais aumentarem, mas admite
que a aposta está no mercado
internacional. |
Dezembro I 29
Portugal Inovador
Educação de eleição
Reunindo estabelecimentos de ensino do município de Castelo Branco, o Agrupamento de
Escolas Nuno Álvares fomenta, de forma inequívoca, uma identidade pedagógica e cultural
ímpar a toda a sua comunidade escolar.
Antigo liceu nacional e, atualmente, escola sede do próprio Agrupamento, a Escola Secundária Nuno
Álvares soma mais de 150 anos de
história ao serviço da educação,
apetrechada de “uma enorme tradição” e “grande peso” em termos
educacionais na região de Castelo
Branco.
Estruturado há mais de um ano,
o Agrupamento de Escolas tem
cerca de 2500 alunos e um corpo
docente com mais de 220 elementos, agrupando 11 estabelecimentos
de ensino, destacando-se – além
das escolas de 1º ciclo e jardins-de-infância – a Escola Básica Cidade
de Castelo Branco e a Escola Básica
Faria de Vasconcelos.
António Carvalho, atual diretor,
abordou múltiplas temáticas relacionadas com o modus operandi
interno e externo do Agrupamento
e as expetativas reservadas para
o presente e futuro dos alunos dos
estabelecimentos de ensino integrantes.
Enalteceu, inicialmente, “os vários
30 I Dezembro
ciclos de ensino e oferta educativa
existente”, havendo “uma verticalização do ensino desde a educação
pré-escolar até à entrada no ensino
superior”. Para o responsável, a missão atual passa por – e beneficiando
de uma cultura “singular adquirida
durante muitos anos” – criar uma nova
identidade para o todo do Agrupamento, a qual seja mais do que a soma das
diversas realidades que cada escola
agora agrupada constitui.
Concretamente, a oferta educativa integra todo o ensino regular
ao nível do ensino básico e ainda
percursos curriculares alternativos
– localizados no 2º e 3º ciclo – destinados a alunos “com insucesso
reiterado”, mas que “têm o direito
a encontrar uma alternativa” que
proporcione o seu sucesso educativo. No nível secundário, além do
ensino dito regular, o Agrupamento
de Escolas Nuno Álvares disponibiliza o curso profissional de Técnico
Auxiliar de Saúde”. Para António
Carvalho, este tipo de ensino tem
sido alvo de uma “credibilização”
cada vez maior: “Após o trabalho
de anos para o qual todos contribuíram, os alunos começam a encarar
esta via como uma verdadeira
primeira oportunidade. Além disso,
procuramos trabalhar em complementaridade com outras entidades
contribuindo para uma maior qualidade do ensino”, explanou o diretor.
Ademais, está instalado na Escola Secundária Nuno Álvares um
Centro de Formação de Associação
de Escolas “Alto Tejo” – constituído
por Agrupamentos de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Vila Velha de
Rodão, Proença-a-Nova, Sertã, Vila
de Rei e Mação – responsável pela
Portugal Inovador
organização de ações de formação
para docentes e não docentes.
Abertos à comunidade
“Uma das grandes forças deste
Agrupamento é a multiplicidade de
protocolos que temos com imensos
organismos associativos e institucionais por toda a região”, afirmou,
de forma indubitável, António Carvalho. Essencialmente, “encontra-se preconizado um caminho de
partilha e articulação”, destacando
as relações fortíssimas com o Instituto Politécnico de Castelo Branco,
a Câmara Municipal, Unidade Local
de Saúde, Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão
Deficiente Mental e associações
empresariais da região.
Traçando o futuro, António Carvalho enumerou três grandes objetivos que pretende alcançar no
sentido de incrementar a qualidade
de ensino “pugnando sempre pelo
esforço, rigor e dedicação dos alunos” e a capacidade de resposta:
“Primeiro, a requalificação das
nossas infraestruturas, depois a
formação fundamental do corpo
docente e, por último, a preparação
e adequação dos meios que permitam abordar cada vez melhor a pluralidade de alunos que recebemos.
Queremos ser um Agrupamento
de sucesso para todos os alunos”,
reiterou. |
Dezembro I 31
Portugal Inovador
Mais Prevenção, Melhor Saúde
O Grupo Videira Lopes Saúde integra quatro espaços farmacêuticos (Nelas, Viseu, Guarda
e Parenhos da Beira) destacando-se pela filosofia inovadora que as suas equipas incutem
em cada atendimento.
A percursora do projeto, e atual
administradora, Isabel Videira
Lopes iniciou este caminho há
mais de 30 anos com a aquisição
do primeiro espaço de saúde, em
Nelas.
Com uma visão muito particular
sobre a farmácia e a sua importância social junto das populações,
defende um serviço focado na
prevenção da saúde. “Quero que
o utente saia com um sorriso, fazendo face à maleita”. Para isso,
sem que o utente se aperceba o
farmacêutico leva-o a conversar
sobre o que mais o inquieta, e com
isto conseguimos muitas vezes
resolver situações de saúde pontuais sem que este se preocupe.
Inovadora, curiosa e principalmente, apaixonada pelo seu
trabalho, Isabel Videira Lopes
fala-nos com a garra daqueles que
defendem os seus ideais e não
esmorecem face às dificuldades:
“Em Portugal, consideramos que
as pessoas sabem as normas
básicas de saúde, exigindo conhecimentos que não lhe foram
transmitidos. Por isso, as minhas
32 I Dezembro
equipas estão em constante formação, tendo sempre em mente o
seu público-alvo. É essa a minha
luta. Aqui não se “aviam” apenas
receitas, o farmacêutico tem que
ter a capacidade de, numa pequena conversa, perceber o problema
do utente, se ele sabe o que vai
tomar e como o deve fazer. O atendimento é mais demorado, mas
muito mais profissional e eficaz”.
Evidentemente, toda a conjuntura económica e as constantes
alterações que afetam o setor
dificultam a manutenção deste
tratamento privilegiado. “Nos últimos cinco anos, com a queda do
preço dos medicamentos a rondar
os 40%, naturalmente, fomos
obrigados a adotar fortes critérios
de gestão. Temos que falar da
farmácia enquanto serviço público
e enquanto empresa e o equilíbrio
é um ponto muito complicado de
atingir. Mesmo assim, metade
das minhas equipas continua a
ser composta por farmacêuticos.
Somos nós os especialistas do
medicamento e fazemos por estar
à altura para podermos dialogar
com todos os setores da área da
Saúde. Pois considero que só
com diálogo interdisciplinar conseguimos atingir uma melhoria
significativa da saúde da nossa
população”.
“Numa crise fecha-se uma porta, mas abrem-se janelas. Temos
que estar atentos aos sinais para
podermos seguir com o nosso trabalho. Os farmacêuticos são uma
classe em quem a população confia, esperamos é que esta entenda
que neste momento a farmácia
foi a área que maiores alterações
sofreu. Estando a fazer por se
estabilizar tão depressa quanto
possível, para poder continuar a
servir a população tão bem ou
melhor como o fez até hoje.”
No futuro, sempre investindo
na formação e na inovação, Isabel
Videira Lopes pretende continuar
a mentalizar as suas equipas para
o trabalho de prevenção.
“Com a nossa atitude, com o
nosso entusiasmo, com o nosso
esforço e com o nosso trabalho, de
todas as nossas equipas, vamos
conseguir ter a nossa população
melhor servida, com as equipas
mais realizadas, atingindo assim
os objetivos a que nos vamos
propondo em cada momento”. |
Portugal Inovador
Em prol dos mais petizes
Joana Sena e Maria Margarida, naturais do Alentejo, são os rostos do projeto “Era Uma Vez”,
creche criada em 2012, em Castelo Branco.
Viveram durante vários anos
em Nisa, um dos municípios de
Portalegre, local onde tentaram
empreender e criar uma estrutura residencial para idosos, argumentada por um índice alto de
envelhecimento. A inexistência
de apoio por parte das entidades públicas nisenses e o facto
de Joana Sena ter conhecido o
seu marido em Castelo Branco
impulsinou a mudança, junto
com a sua mãe, para “uma jovem
cidade”.
Previamente, Joana Sena
trabalhou num cinema “sempre
com o desejo de ter um projeto
pessoal”. Durante a conversa, a
responsável afirmou que observava vários “novos casais”, algo
que lhe despontou a ideia de
criar uma creche. Após a identificação de um espaço que se enquadrava no conceito, o diálogo
com o construtor encarregue e
o ultimar de alguns pormenores,
Joana Sena e a sua mãe iniciaram, por fim, um projeto “pessoal
e muito desejado”.
Classificando o apoio da
Câmara Municipal de Castelo
Branco e o protocolo estabelecido com o Centro Recreativo
Cultural e Desportivo do Hospital
de Castelo Branco – que visa
descontos aos seus associados
– como “muito importantes”, estes foram fatores decisivos para
o alavancar da creche.
Em setembro do presente
ano, decidiram aliar à creche
um jardim de infância, intitulado
“Árvore dos Passarinhos”, de
forma a possibilitar às crianças
fazerem todo o percurso, desde
a entrada até à escola primária:
“Não fazia sentido as crianças virem para a creche e, aos 3 anos,
terem que se mudar por falta de
resposta da nossa parte”, disse
Joana Sena, que desempenha a
função de diretora técnica.
Ao todo, são 49 as crianças
ao cuidado de mais cinco funcionárias – juntamente com uma
nutricionista, um professor de
educação física, e um professor
de educação musical – num
espaço que inclui um berçário,
duas salas, refeitório, cozinha,
ginásio, sala de acolhimento e
um parque infantil, cedido pela
Câmara Municipal. Num espaço
“extremamente familiar e onde
todos se conhecem”, “empenho”,
“dedicação” e “permanente interação” são as linhas mestras:
“Vivemos os problemas deles
como se fossem os nossos fil h o s . Ta m b é m s o l i c i t á m o s a
participação dos pais no nosso
trabalho”, garantiu Joana Sena.
Assombradas pela conjuntura económica desfavorável em
2014, as responsáveis não demoveram a sua ambição. Atingido o “auge”, o objetivo para 2015
está traçado: “Queremos manter
este sucesso e os comentários
positivos para atingir a lotação
máxima em breve”, afiançaram. |
Dezembro I 33
Portugal Inovador
Distrito de
Braga
34 I Dezembro
Portugal Inovador
O nosso melhor produto
é o serviço
A Coteq é uma empresa de tintas e equipamentos para repintura automóvel, indústria e
construção civil, sediada em Braga, em Aveleda. Manuel Oliveira, o fundador, luta pela boa
qualidade do ramo e pelo respeito para com os fornecedores e clientes.
para a repintura automóvel e indústria”, assevera Manuel Oliveira.
Profissionais
da pintura
Com 20 colaboradores, a Coteq
foi iniciada por Manuel Oliveira, que
no ano de 1975 se lançou como
pintor de automóveis e, por volta do
ano de 1980, começou a comercializar tintas para o setor da repintura
automóvel. Com o passar do tempo,
o fundador dedicou-se totalmente
à venda de tintas e equipamentos,
abrangendo o mercado dos Distritos de Braga, Viana do Castelo e,
mais tarde, o Porto. “As dificuldades
que o ramo da construção civil enfrentou pouco nos afetou, porque
apenas representam cerca de 15%
do volume do negócio. A nossa
atividade concentra-se maioritariamente na vertente dos produtos
A marca Coteq – Comércio de
Tintas e Equipamentos – é vista
como uma referência no mercado.
Até pela sua inovação, que há cerca
de 18 anos se consubstanciou com
a criação de um espaço formação
que serve de centro de treino para
profissionais do ramo da pintura. A
formação continua a ser uma das
valências da Coteq e é direcionada
para informar os profissionais sobre
os novos produtos e técnicas de
aplicação.
O fundador considera que o
mercado nacional deste ramo já
evoluiu bastante existindo várias
empresas do setor de tintas. Assim,
se houver alguma diferença entre
as empresas esta deteta-se pelas
marcas com as quais trabalham.
“Somos distribuidores da marca
LECHLER (tintas para automóveis
e indústria) que representamos na
parte norte do país. Depois trabalhamos com as marcas, Presta
(produtos de polimento), Indasa,
Norton (abrasivos), Sata, Iwata,
Sagola (pistolas de pintura), Graco
(máquinas de pintura industrial),
Festool, Dynabrade (máquinas de
lixagem e aspiração), Drester (máquinas de lavar pistolas), Ripolin
(tintas decorativas), entre outras”,
explica o empresário, realçando a
descida dos preços que se verificou
no setor: “Hoje os nossos clientes
estão a fazer serviços de pintura por
preços muito mais acessíveis para
a conjuntura económica”.
De momento, a Coteq tem
crescido cerca de 5% anualmente,
principalmente devido à crescente
procura de reparações em automóveis usados. “Sabemos que a
compra de automóveis novos decresceu, mas as viaturas usadas
passaram a ter uma relevância
enorme no mercado e, para os
nossos clientes, compensa apostar
na reparação de um carro usado”,
conclui Manuel Oliveira.
Para o futuro, a equipa da Coteq
espera prosseguir com o crescimento gradual anual, e reserva esperanças que o futuro traga novos
clientes: “Procuramos adversários
para os nossos craques”. |
Dezembro I 35
Portugal Inovador
Empreender em três frentes
A ÁREATÉCNICA é a logomarca que representa no mercado a empresa Pinheiro Coelho &
Ferreira Sousa Lda., fundada em Braga no ano de 2012.
encerrar. Entretanto, em meados
de 2013, sentimos a necessidade
de crescer e integrámos no projeto
ÁREATÉCNICA a revenda de tintas
da marca SOTINCO”, resume, João
Sousa, de forma sucinta, os três
anos de projeto.
Polivalência: três
vertentes
Surpreendidos com uma situação de desemprego, dois engenheiros civis, e ex-colegas de trabalho,
João Sousa e Mário Coelho, decidiram em pleno pico da crise abrir
um projeto próprio. A empresa
abrangia, inicialmente, a área da
construção civil, mas rapidamente
ultrapassou fronteiras e ganhou
uma polivalência interessante.
“Criada a ÁREATÉCNICA em
janeiro de 2012, no final desse
ano surge a oportunidade de dar
continuidade à SEGURSIGMA (na
vertente Higiene e Segurança no
Trabalho), que estava em vias de
36 I Dezembro
Ligada à construção civil, a
ÁREATÉCNICA está a concluir o
seu terceiro ano de existência. Apesar de ser uma empresa recente,
tem-se ajustado ao atual estado do
setor, direcionando a sua atividade
para obras de reabilitação, remodelação de habitações, escritórios
e lojas comerciais, e remodelações
de telhados, fachadas, aplicação de
Tincotherm (vulgar capoto), trabalhos de caixilharia de alumínio, entre outros. “Somos extremamente
versáteis e procurámos ajustar-nos
às necessidades e às disponibilidades financeiras do cliente”, reforça
Mário Coelho.
É com esta disponibilidade para
o trabalho, foco nas necessidades
do cliente e versatilidade que “orgulhosamente, mantemos o projeto de
pé, de forma sustentável, mesmo
face à falta de apoio da Banca”,
reitera João Sousa. Apresentando
propostas detalhadas, com um
custo justo, têm obtido o sucesso.
Naturalmente, o bom trabalho realizado tem dado frutos e o passa a
palavra entre clientes, tem impulsionado o projeto, que recentemente
mudou para novas instalações. É
de referir que a ÁREATÉCNICA já
ultrapassou as fronteiras de Braga,
falamos do Porto, Aveiro, Coimbra,
Lisboa, Amadora, “só ainda não
chegámos ao Algarve”, recorda
Mário Coelho.
No âmbito da Higiene e Segurança no Trabalho, a SEGURSIGMA
atua, essencialmente, na zona de
Braga, sendo que os nossos interlocutores não desmentem que este é um
setor onde impera uma concorrência
feroz. “Enquanto na ÁREATÉCNICA
nos distinguimos pela qualidade
e experiência, aqui sentimos que
prestamos um serviço que o cliente
só reconhece no dia em que tiver
um problema. Muitas empresas não
chegam a perceber os benefícios de
terem este sistema ativo e atualizado”,
lamenta Mário Coelho.
Futuro
Novo projetos já proliferam na
mente destes empreendedores,
satisfeitos por já terem um quadro
de nove colaboradores, sete ex desempregados e dois estagiários. No
futuro, a área de comércio de tintas
deverá integrar novos produtos, e o
grande sonho passa pela expansão
para outras áreas de negócio complementares da ÁREATÉCNICA.
“Queremos brevemente ingressar
pelos projetos chave na mão que
nos garantam uma qualidade rigorosa, controlada e que deixe
o cliente muito mais satisfeito”,
concluem. |
Portugal Inovador
Calçar e despertar emoções
Foi a 8 de dezembro de 1954 que a rua Dr. Justino Cruz, em Braga, acolheu a Sapataria
Fernando. Fernanda Carvalho conta-nos agora uma história iniciada com Fernando Carneiro,
seu fundador, há 60 anos.
Fernando apresenta, pelo segundo
ano consecutivo, em pleno dezembro,
a coleção de verão, “ou seja, divulgaremos antecipadamente o que irá ser
calçado em 2015”.
“Se és um dos 500 mil portugueses
que vive e trabalha nos trópicos, esta
coleção é para ti”, preenche a ideia
da campanha. Feita a pensar nos
emigrantes que veem passar o Natal
a casa, a iniciativa dá a possibilidade
a que todos realizem as suas compras
para o verão que lá já se faz sentir.
Atualidade
Atendendo a públicos diversos a
Sapataria Fernando desperta emoções com um conhecimento alargado
do seu mercado. O facto de ser visitada
por diferentes faixas etárias permite-lhe
introduzir ideias novas, adaptadas aos
diferentes públicos. “Representamos
marcas italianas, espanholas e agora
cada vez mais portuguesas, sempre
tendo como ponto de honra a qualidade”, sublinha a entrevistada.
Ser visionário no mundo da moda
é uma peculiaridade que ao longo do
tempo se traduz em novas conceções.
Atualmente, a Sapataria Fernando já
conta com três lojas em Braga e uma
no Porto. A linha média alta para a
qual estão mais direcionados dá-lhes
oportunidade de vincar pormenores
com sobriedade. “Criámos moda que
possa perseverar no tempo”.
Com uma escolha de produtos
e materiais criteriosa, afirma-se no
mercado com uma personalidade
muito forte. “Como já vamos na quarta
geração de clientes as pessoas sabem
que adquirem produtos de excelência.
É uma compra de bom senso e bom
gosto”, garante.
Quando a criatividade se transforma a cada momento, consegue
chegar a outros mundos que de outra
forma não alcançaria. É nessa linha de
conduta que desenvolveram o projeto
“Noiva Convidados”. O crescimento
tem sido notável, e apesar de sofrer
de alguma sazonalidade, neste último
verão já conceberam 250 pares de
sapatos de noiva, não só para Braga,
mas também para os arredores.
Atenta à atualidade e à vaga de
emigração que já ascende a 120 mil
pessoas para países como Angola,
Moçambique e Brasil, a Sapataria
Para além do produto há aqui
também uma grande aposta no vitrinismo: “O calçado precisa de ser
colocado de forma a atrair a atenção
dos transeuntes”. Neste momento,
a Sapataria Fernando está com um
projeto de iluminação em todas as
lojas. A mudança para a luz LED dar-lhes-á outros benefícios no consumo,
na proteção do ambiente e na própria
estética dos espaços.
Um trabalho realizado localmente
abre-se todos os dias a novas perspetivas. Em 2015, vão marcar também
presença na loja virtual. “Somos sensíveis às novas tecnologias. Dentro de
um ano, queremos chegar a Lisboa e,
quem sabe mais tarde, até Luanda”,
adianta.
É com regozijo que Fernanda
Carvalho verifica que Portugal e as
fábricas de calçado português têm uma
importância cada vez maior na economia do país. “Precisamos de apostar
cada vez mais no que é nosso”, vinca. |
Dezembro I 37
Portugal Inovador
Retorno a Portugal
Fernando Alves é um dos portugueses mais reconhecidos pelas famílias lusas emigradas
em França. A sua vida de dedicação ao outro foram fundamentais para fazer regressar a
Portugal, aqueles que fora partiram.
“A Funerária Fernando Alves –
Entreprise Funeraire Generale teve
o seu início em 1978, pelas mãos de
Fernando Alves, português emigrado
em Paris. Foi aí que enveredou por
esta atividade ao sentir que os portugueses não tinham a quem recorrer em
caso de morte de um familiar. Começando apenas a fazer transladações
via terrestre de França para Portugal”,
quem nos revela esta história é António
Oliveira, atual responsável técnico da
empresa.
O sucesso alcançado foi tal que
o Grupo E.F.G., chegou a ter quatro
empresas em Paris que acudiam aos
pedidos não só de portugueses, mas
também de outras comunidades. O
lema “consigo nos momentos mais
difíceis” é descritivo do modo de atuar
da funerária.
Com o decorrer dos anos, atualizando-se e ajustando-se à realidade,
modernizando os seus serviços, a administração da E.F.G. optou por fazer o
38 I Dezembro
transporte via aérea das transladações
dos corpos, de modo a reduzir o tempo
de viagem proporcionando um serviço
mais cómodo. “Nesse contexto, começámos a sentir a necessidade de criar
uma empresa de suporte em Portugal,
que permitisse realizar todo o processo
de acompanhamento do corpo até à
sua morada final, com maior eficácia”.
Desta forma, surge em Braga,
em 2008, a Funerária Internacional,
atuando como um suporte à funerária
francesa e, ao mesmo tempo, assistindo a população local.
Serviço Profissional
Como em todas as atividades,
também a funerária tem evoluído de
forma surpreendente ao longo dos
anos. Desde as cerimónias mais simples, às mais arrojadas de tudo se tem
visto, principalmente no estrangeiro,
dado que os portugueses, diz António Oliveira, “continuam a ser muito
conservadores”. Pronta a atender aos
pedidos daqueles que a procuram,
a equipa da Funerária Internacional
integra um técnico credenciado pelo
Instituto Francês de Tanatopraxia e um
técnico de Tanatoestética; dispondo de
serviço de florista, de um showroom onde os familiares podem visualizar
e selecionar os artigos a utilizar no
cortejo fúnebre - e de várias viaturas
modernas.
Ao entrar no mercado bracarense, o nosso entrevistado reforça que
“a Internacional trouxe uma forma
trabalhar de diferente, transparente,
com produtos e preços para todos os
orçamentos. À semelhança do que
fazem em França, os colaboradores
franceses são sujeitos a formação
constante”. Porém, “o mercado às
vezes não acompanha a própria
evolução”, salienta, referindo-se especificamente ao ato de cremação. No
entanto, “este ano noto uma evolução
significativa, devido à possibilidade de
se vir a criar um crematório para Braga
o que permite uma mentalização das
pessoas para esse serviço”.
António Oliveira pretende dar
continuidade ao trabalho iniciado por
Fernando Alves. É com orgulho que
representa a empresa deste emigrante, que tantas pessoas ajudou em vida.
Nesse sentido tem encetado contactos
na América do Sul e em África. “Quando um português morre num país
longínquo há sempre dificuldade em
transladar o corpo, nesse sentido, dispomos de várias soluções através de
parcerias internacionais, que nos auxiliam no processo de transladação”. |
Portugal Inovador
PD Auto: tecnologia e rapidez
de resposta
Paulo Silva e Daniela Marques apresentam-nos a PD Auto, os maiores representantes da
marca Valvoline em Portugal. Esta empresa disponibiliza as melhores peças automóveis
à região do Minho e, perto de festejar o seu 10º aniversário, referem alguns planos muito
interessantes.
Paulo Silva é, podemos denominar, um verdadeiro profissional
e entendedor do seu ramo. A
atuar na comercialização de peças automóveis desde 1990, o
nosso entrevistado entendeu que
a criação de uma empresa própria era uma meta a alcançar. “A
minha experiência na área abriu
imensos caminhos para a PD Auto
trilhar. Quando comecei sozinho,
em 2005, sonhei evoluir até a
condição que tenho hoje”, aponta.
Com 16 colaboradores e somando
a preciosa ajuda da sua esposa,
Daniela Marques, na vertente
administrativa, o crescimento da
PD Auto tem-se feito notar de ano
para ano.
Para além de serem os distribuidores número um de Portugal
da marca Valvoline, a PD Auto
trabalha com outras marcas do
ramo automóvel. “Distinguimo-nos
por ter marcas de qualidade e
orgulhamo-nos de saber que hoje
as principais oficinas de Braga são
nossas clientes”, comenta Daniela
Marques.
O serviço da PD Auto é complementado por um fator de grande importância: a rapidez na
entrega. Os quatro colaboradores,
sempre presentes no balcão da
loja, dão resposta às chamadas
urgentes dos clientes e à procura
dos seus produtos. Para concluir
esse serviço rápido, a empresa
dispõe de veículos que fazem as
entregas num curtíssimo espaço
de tempo.
Inseridos em Braga, os nossos
entrevistados referem a evolução
do tecido empresarial da região
como muito positiva. “Uma empresa que trabalhe bem e esteja pre-
sente no mercado com seriedade
acaba sempre por ter sucesso e
penso que foi isso que levou Braga ao nível onde está atualmente”,
completa Paulo Silva.
Formação
Outro fator que torna a PD Auto
interessante é a formação que
presta às empresas, no sentido
de seguir a inovação da tecnologia. “Damos formação contínua
aos nossos clientes aos nossos
funcionários, de modo a que estes
adquiram todo o conhecimento
sobre as novas peças que vão
surgindo no mercado”, conclui
Daniela Marques.
Projeto para 2015
De modo a facilitar a importação de peças automóveis, a PD
Auto uniu-se a sete empresas do
mesmo ramo que se encontram
em vários pontos do país. “Vamos
começar a importar diretamente
das fábricas”, exclama Paulo
Silva. O objetivo é, através desta
sociedade, conseguir importar o
material em maiores quantidades
e, consequentemente, a preços
mais competitivos. “Sem dúvida
alguma, é gratificante saber que
foi possível unir empresas concorrentes num grupo coeso com
um único propósito”, completa. |
Dezembro I 39
Portugal Inovador
“Percebemos as necessidades
do nosso cliente”
Francisco Pereira, rosto da Padaria e Pastelaria Glicínia, à conversa com a revista Portugal
Inovador, contou-nos como a identidade e o conceito da empresa nasceram e ganharam
expansão até aos dias de hoje.
A Glicínia, batizada e fundada
na Quinta das Glicínias, em Ferreiros, a 20 de dezembro de 1997, deu
início à sua atividade com apenas
um estabelecimento. Passados
cinco anos, deu-se a inauguração
de uma nova unidade fabril com
aproximadamente mil metros quadrados na área da produção, uma
das partes está vocacionada para
a padaria e outra para a pastelaria,
situada no Parque Industrial de
Sequeira.
Dado o sucesso obtido com o
primeiro espaço e a dimensão reduzida do mesmo “Sentimos a necessidade de alargar o nosso mercado
e foi então que resolvemos abrir um
segundo, no ano de 2001, ditado
pelo nosso crescimento”, conta.
Em 2006, criaram um terceiro
40 I Dezembro
espaço. Em 2008, surgiu a Glicínia
4 e a evolução, que não deu sinais
de paragem, possibilitou a abertura de mais dois espaços em 2011
e 2014. Atualmente, já dispõe de
seis estabelecimentos abertos na
cidade de Braga e com cerca de 50
colaboradores. A expansão deu-se
gradualmente, “pois na verdade foi
um acompanhamento permanente
das necessidades dos clientes que
também nos foi obrigando a lançar
novos produtos e serviços em face
dessas mesmas necessidades, que
nos fizeram chegar até aqui. Atualmente dispomos de uma oferta
variadissima de produtos.”, revela.
Destacando-se com diferenciação laboram com qualidade
sustentada num Sistema de Gestão
Segurança Alimentar, reconhecen-
do que “o pão produzido é diferente
dos outros”. Aliada a esta estrutura
encontram-se também os produtos
confecionados na pastelaria. Na
junção de ambos podem-se encontrar: bolos de aniversário, bolos
de batizado, bolos de comunhão,
pão-de-ló e bolo-rei. Nos produtos, Francisco Pereira destaca: “O
bolo-rei folhado que é divinal e que
desde que foi lançado sempre teve
uma aceitação magnÍfica, tornando-se o ex-libris dos produtos típicos
conhecido até além fronteiras”.
É a constante inovação e adaptação às diferentes necessidades
e épocas que os faz abraçar com
dedicação e motivação este ramo de
atividade. “As novidades tornam as
pessoas mais despertas”, garante.
Nos últimos tempos a Glicínia percebeu que teria de colocar de parte a
revenda do seu produto para se focar
com maior impacto na outra vertente.
A inspiração rejuvenesce com
a partilha de conhecimento que
se estabelece em feiras e formações. Nessa constante busca de
conceitos diferentes procura gerar
novas criações, adaptando-as ao
mercado nacional. A comunicação
visual tornou-se por isso cada vez
mais importante para as empresas.
Nesse âmbito, a Glicínia está cada
vez mais focada no vitrinismo. O
olhar experimenta assim outras sensações que só mais tarde o paladar
vem comprovar. |
Portugal Inovador
Carpintaria que marca
A Flávio e André é uma empresa do ramo mobiliário que na retaguarda, confere vida e cor a
muitos espaços comerciais do país. A Portugal Inovador apresenta-lhe os criadores de, por
exemplo, o novo Food Court do Amoreiras Shopping Center e de lojas do novo Alegro Setúbal.
Foi em dezembro de 2001 que
Flávio Gomes começou a trabalhar no ramo comercial do mobiliário. Percebendo a sua crescente
evolução e potencial, em 2003,
criou a Flávio e André – Fábrica
de Mobiliário e Revestimentos,
Lda. Empresa com sede em Braga
e que se encontra hoje em crescimento e com boas perspetivas
de futuro.
Partindo do ramo mobiliário,
a Flávio e André direciona, essencialmente, os seus serviços
para a vertente comercial, ou
seja, mobiliário e decoração de
lojas de shopping, comércio tradicional ou hipermercados. Esta
empresa labora para reputados
Grupos nacionais como a Jerónimo Martins ou a Sonae, sendo
que podemos encontrar alguns
dos seus trabalhos nos espaços
Pingo Doce, Continente, lojas
Modalfa - as novas Mo’s, Zippy,
Pi e Sport Zone. Desde pequenas
remodelações até construções de
espaços novos, a Flávio e André
agarra cada projeto, tendo como
mais valia a qualidade, a inovação
e a rapidez de resposta. Para além
destes grandes projetos comerciais, surgem ocasionalmente,
outros solicitados por particulares.
Já presentes no mercado
externo, a Flávio e André tem recebido algumas propostas interessantes, principalmente de França
e Suíca, atingindo cerca de 10%
de faturação total da empresa.
Num mercado altamente competitivo, a rapidez de resposta é o
principal argumento desta empresa bracarense. “Os prazos estão
todos delineados e temos de os
seguir fielmente. Essa capacidade
de resposta, aliada à qualidade,
são os fatores principais que caracterizam a nossa presença no
mercado”. Para a concretização
de todas estas obras, a Flávio
e André conta já com 32 jovens
membros na sua equipa e, se a
obra o exigir, subcontratam mais
profissionais – sendo Narciso Gomes, irmão do nosso entrevistado,
o responsável por toda a equipa
de produção. “Há falta de mão
de obra qualificada neste setor”,
denota Flávio. Quando observado potencial num trabalhador, a
empresa dispõe-se para o formar,
dada a falta de profissionais competentes. No que diz respeito a
estagiários, o sóciogerente afirma
que há sempre possibilidade de
dar formação, principalmente na
parte da maquinaria que é vista
como mais complexa.
Apostando na inovação e de
portas abertas à criação de parcerias, esta empresa está em processo de certificação das portas
corta-fogo de madeira juntamente
com a Universidade do Minho.
2014 foi um ano de investimento em tecnologia, “sendo que a
aposta na inovação é constante”.
Para 2015 perspetiva-se “um ano
excelente com os Grupos Sonae e
Jerónimo Martins” e aguardam-se
novos projetos para França, Suíça
e, talvez, Moçambique. |
Dezembro I 41
Portugal Inovador
A segurança automóvel
também está na compra
No distrito de Braga fomos à procura das melhores soluções para quem procura uma viatura
de origem nacional de gama média alta, com a garantia da certificação e de um atendimento
especializado.
A Autofix surgiu em 1982,
em Braga. Fundada por António
Dias foi depois adquirida por
parte de Manuel Araújo, atual
proprietário. “Nessa altura, demos um outro rumo à marca,
com o objetivo de aumentar as
vendas, aprimorar a imagem e
elevá-la a um patamar superior,
com viaturas nacionais de gama
média alta”, introduz o gerente.
Derivado ao sucesso das políticas adotadas em 2008, dá-se
42 I Dezembro
a mudança de instalações da
Autofix para um amplo espaço
com enorme visibilidade, na
avenida da Independência, em
Arcos, que lhe permite acolher
um stock até 60 viaturas.
Apesar de toda a conjuntura
económica que abalou vários
setores de atividade a nível
nacional, a média de vendas da
Autofix situa-se entre as 20 a
25 por mês, com um volume de
negócio anual na ordem dos 3,5
milhões de euros. “A rotatividade
do stock é a prova do nosso sucesso. Cumprimos com todos os
objetivos e compromissos a que
nos propomos, nomeadamente
com a Banca. Reforço também
que, como empresa certificada,
respeitamos todas as normas
em vigor, todas as viaturas são
de origem nacional e saem das
nossas instalações, obrigatoriamente, com a garantia de 24
meses. Protegemos totalmente
os interesses dos nossos clientes, dado que temos um seguro
próprio, vinculado à empresa,
que em caso de falência os salvaguarda, permitindo que continuem a usufruir da garantia até
ao seu termo”, reforça Manuel
Araújo.
Toda esta conjuntura e acompanhamento personalizado da
equipa de colaboradores da Autofix (Manuel Araújo – proprietá-
rio/gerente; Rui Correia – secção
de pós venda; Hélder Sousa –
comercial), tem fidelizado inúmeros clientes de Norte a Sul do
país. “Somos privilegiados pela
população de Braga, no entanto
trabalhamos em grande volume
com todas as zonas do país”. O
nosso entrevistado considera
que este sucesso fora do distrito
“se deve à transparência e humildade transmitida online. Todas
as garantias estão expostas no
nosso site e os carros estão fotografados rigorosamente como
se apresentam”. No entanto,
outros valores também se elevam: “A organização interna, o
controlo rigoroso dos objetivos
e o acompanhamento total ao
cliente, nomeadamente através
do trabalho com diferentes linhas
de crédito, são importantes”.
Em final de conversa, Manuel Araújo congratula-se por
ter arriscado em pleno início de
crise económica e por ter superado todas as expectativas,
desse modo é com confiança e
otimismo que encara o ano de
2015: “Estamos num ponto em
que, dificilmente, seremos derrubados pelo fracasso, temos
uma carteira de clientes muito
boa e a nossa imagem está bem
implementada no mercado, deste
modo não será difícil de prever
que 2015 vai ser um sucesso”. |
Portugal Inovador
Dinamizar energias
As boas ideias podem surgir em qualquer parte do Mundo, mas para que sejam alavancadas
num crescimento próspero a formação tecnicamente especializada torna-se essencial. A
Enermeter, localizada no Parque Industrial de Celeiros, deixa hoje essa marca diferenciadora
no mercado.
apresentam equipamentos de maior
ou menor complexidade, permitindo
um maior desempenho das redes de
distribuição e da leitura em tempo real.
Gestão de parques de contadores
e gestão de consumos, auditorias
técnicas, controlo de qualidade de
medição e monitorização de redes e
de consumos são alguns dos serviços
prestados.
Polos de
conhecimento
Foi sob o olhar visionário de Carlos
Nunes, complemetado com as novas
tecnologias, que o empresário nos
contou como em 2001 três sócios
reuniram esforços para o desenvolvimento de soluções em duas áreas:
medição e visão artificial.
Seguindo a linha do tempo podem
sublinhar-se alguns acontecimentos
mais relevantes. Entre 2001 e 2011
desenvolveram: o primeiro sistema
de telecontagem de água para a rede
de distribuição de água; os primeiros
sistemas automáticos de inspeção
para várias vertentes (polímeros,
produção agrícola, indústria automóvel, indústria alimentar); o primeiro
sistema de telecontagem de água
via rádio para clientes residenciais; e
a primeira exportação de um sistema
automático de inspeção para controlo
de qualidade na indústria automóvel
alemã. Baseada em tecnologias de
visão artificial, deram assim início à
internacionalização dos seus produtos. Esse pioneirismo marca-os hoje
como líderes de mercado nos campos
em que operam.
Áreas de atuação
A Enermeter integra detalhe e
sofisticação nas duas vertentes. Na
visão artificial labora com o hardware
e software mais avançado. “Quando há a necessidade de verificar e
controlar a qualidade em linha nos
processos de produção, desenhamos
e aplicamos sistemas à medida dos
requisitos do cliente”, aclara. Nesse
âmbito a Bosch reconheceu o seu
valor e desenvolveu parceria.
Com o objetivo de otimizar a
utilização de recursos naturais e
humanos, na área da medição,
A Universidade do Minho fortalece as várias áreas de conhecimento.
A Enermeter aproveita esse intercâmbio de saberes para acrescentar
valor. Em 2013, erguendo uma ponte
entre a empresa e a universidade,
criaram a Academia da Visão Artificial. “Este ano, temos a segunda
edição e estamos a levar a nossa
mensagem para dinamizar a área
de negócio”.
Alcançam, de igual forma, outros
mercados quando geram novos
conhecimentos e oportunidades em
feiras internacionais. “Temos de continuar a lutar. Braga teve de remar em
direções diferentes. Agora é preciso
levar o potencial desta cidade a outros
lugares”, veicula.
Carlos Nunes constata que estão
no bom caminho, com uma energia
particular, e por isso o ano de 2014
afirmar-se-á como o ano mais frutífero
até à data. No futuro a expansão nacional e internacional continuará nos
seus horizontes. |
Dezembro I 43
Portugal Inovador
MF: uma referência bracarense
na indústria de precisão
Foi em Ferreiros, na cidade de Braga, que estivemos à conversa com Miguel Faria. Um
profissional, que apesar das contingências da vida não desistiu de lutar, liderando hoje a
MF, parceira de grandes empresas de fundição nacionais e internacionais.
Miguel Faria começou a sua
atividade há mais de 30 anos, em
sociedade com os irmãos, numa
pequena garagem. O projeto alcançou tamanho sucesso que a
empresa teve a necessidade de
adquirir modernas instalações
no Parque Industrial de Celeirós. Por contingências da vida
e divergências no seio da sociedade, esta foi desfeita, mas
Miguel Faria não desistiu de lutar
e apostou num projeto próprio,
criado de raíz. Assim nasce a MF
– Miguel Vilela Faria, Indústria
de Precisão, Unipessoal, Lda.,
corria o ano de 2009.
Hoje, a MF é uma empresa
que está em ascensão, trabalhando praticamente apenas
com empresas exportadoras.
44 I Dezembro
No pico da crise as dificuldades
se fizeram sentir, mas graças
a novas parcerias nacionais e
internacionais um impulso foi
dado à firma portuguesa. “A
partir da concretização destas
parcerias nunca mais tive falta
de trabalho”, congratula-se o
nosso entrevistado.
Com a segunda geração, o
filho José Miguel, a aceitar o
desafio de dar continuidade ao
projeto, Miguel Faria já decidiu
apostar na valorização do seu
parque de máquinas, através
da aquisição de máquinas CNC,
já no próximo ano. Trabalhando
para grandes empresas, a MF
sente a necessidade de dar
maior rapidez de resposta, continuando a apostar na qualidade
e aumentando a celeridade de
entrega dos pedidos.
Sempre que a equipa de quatro colaboradores não consegue
responder ao volume de trabalho
que lhe é solicitado, recorre à
subcontratação de parceiros de
confiança. Os clientes são variados (entre portugueses, franceses espanhóis, entre outros) e
localizam-se essencialmente na
região Norte, atuando no setor
da fundição de alumínio e latão.
O ramo automóvel, da tornearia,
da fabricação de componentes
mecânicos, entre outros, são os
setores que mais recorrem ao
trabalho especializado da MF.
“São clientes cumpridores que
nos têm permitido crescer com
elas”.
Os pedidos constantes de
trabalho, o empenho de toda
a equipa e a futura aposta em
tecnologia, conferem a Miguel
Faria e ao filho José Miguel a
perspetiva de um ano de 2015
bastante positivo. “Apesar das
condições das instalações, de
momento, não serem as ideais,
creio que o futuro é risonho e o
meu filho vai ter a capacidade
para fazer o projeto crescer”. Em
final de conversa Miguel Faria
aproveita para agradecer a todos
os colaboradores o empenho e a
dedicação ao projeto MF. |
Portugal Inovador
Mude de vida
e leve a casa consigo
A Engipúblicas – Concept Houses apresenta diferentes modalidades de construção: desde
a construção tradicional, passando pela Concept Houses até à UCHI, uma inovação na
construção modular.
Manuel Silva, administrador da
Engipúblicas, deu-nos a conhecer
os seus novos projetos, após largos
anos ligado à construção civil. “Após
uma pesquisa do mercado, considerei que a construção modular é
um setor com futuro e no qual decidi
apostar”, esclarece. Assim nasce a
UCHI, um conceito móvel de habitação ou espaço comercial.
Estas inovadoras casas modulares utilizam materiais bastante
resistentes, assentes numa estrutura
em aço galvanizado, revestidas com
os melhores materiais de isolamento
térmico e sonoro. O projeto piloto foi
forrado a cortiça, em parceria com o
Grupo Amorim, sendo sempre personalizável e ajustável às necessidades
de cada cliente. “Um projeto de 24m2
está pronto a habitar no prazo de
uma semana”, garante Manuel Silva.
Os módulos standard T0, T1 e T2
estão disponíveis em três conceitos:
Básico; Eco; e High-tech (sendo que
este último inclui o sistema de robótica e domótica). “O projeto da casa foi
pensado para crescer e ajustar-se às
necessidades do cliente”, acrescenta
Nuno Silva, sócio da Engipúblicas.
“O conceito é inovador em termos
de arquitetura e os materiais que são
usados na construção são nacionais
e de grande qualidade”, reforça o
arquiteto Filipe Andrade.
Equipada com um sistema de
ganchos, aplicados na cobertura da
estrutura, a UCHI pode ser facilmente
transportada. Respondendo deste
modo às exigências da sociedade e
do mercado atual, em que a mobilidade é uma questão essencial.
Manuel Silva garante-nos que a
recetividade em Portugal foi muito
boa, “mas a conquista de clientes foi
feita através da visita ao protótipo”.
Hoje podemos encontrar mais de 50
UCHI de Norte a Sul do país, tanto na
vertente habitação como de espaços
comerciais, sendo vários os projetos
que já estão em carteira.
A Concept Houses é outra modalidade modular apresentada, que
recebeu aplausos por parte da crítica.
O projeto original foi pensado para
ser desenvolvido com contentores
marítimos. “As vantagens deste
tipo de construção, apesar de mais
cara, prendem-se com o facto de a
estrutura ficar pronta em apenas um
dia, oferecendo bastante robustez”,
enaltece Nuno Silva.
Internacionalização
“Temos obras importantíssimas
a fechar no Senegal”, refere Manuel
Silva. Paraguai, Angola e Moçambique são outros países onde existem
projetos UCHI em curso ou prestes
a arrancar. Também o mercado europeu, nomeadamente Luxemburgo
e França, foram conquistados pelo
conceito. A presença na Feira FACIM
em Moçambique, em 2013 e 2014,
foi crucial para abrir horizontes e
recolher contactos.
É de referir que a Engipúblicas
continua a desenvolver projetos
em construção tradicional. O último
projeto conquistado, diretamente
pela empresa portuguesa, vai ser
construído no Senegal, a pedido do
governo local, e será a sede da rádio
e televisão do país. |
Dezembro I 45
Portugal Inovador
Paixão pela arte
Encontramos a Artimúsica a construir a arte intemporal que é os instrumentos tradicionais
portugueses. Miguel Alves, falou-nos sobre a técnica artesanal que envolve esta tradição e
de como é importante valorizar o trabalho manual.
A Artimúsica começou muitos
anos antes de ser oficialmente constituída como uma pequena empresa
no Norte de Portugal. Desde os seus
11 anos, que os irmãos José Carvalho
e Manuel Carvalho seguem a paixão
que lhes corre no sangue - a arte de
fabricar instrumentos musicais de
cordas e, passado quase meio século
e com milhares de instrumentos já
fabricados pelas suas mãos, deram
as merecidas asas a este conceito.
A empresa Artimúsica surgiu assim
em 1992 e dedica-se, desde então,
ao fabrico totalmente artesanal de
instrumentos musicais.
O portfólio é vasto. Desde a guitarra portuguesa, passando pelas
violas tradicionais regionais, guitarra
clássica, bandolim ou cavaquinho, a
Artimúsica representa o artesanato
português na sua plenitude no que
respeita à sua vertente musical de instrumentos de cordas. De acordo com
46 I Dezembro
as palavras dos próprios fundadores,
“a arte pode brotar em todo o seu
esplendor no dedilhar das cordas pelo
artista e complementados pela voz
do cantor, mas começa sempre nas
mãos calejadas do artesão quando
escolhe a tábua tosca para trabalhar”.
Artimúsica
Esta empresa realça a importância
de contribuir para o crescimento da
economia local através da “Compra
do instrumento na loja de música
mais próxima de si”. O principio
orientador é simples: A Artimúsica
cresceu com respeito pelos parceiros
e assim deverá continuar. A tentação
de substituir os parceiros por canais
diretos sempre foi e será posta de
lado pois isso significaria não só uma
traição a quem sempre os ajudou a
crescer como seria perder o foco. A
Artimúsica prima pela excelência no
fabrico de instrumentos musicais, não
pela excelência e agilidade de um
comercial. “Não incentivo as pessoas
a comprar diretamente ao fabricante.
Dou preferência a que comprem nas
lojas de música. A simbiose não acontece só entre fungos e musgos na
natureza, acontece com as pessoas
e negócios”, inclui Miguel Alves.
A recente evolução desta empresa
partiu pela iniciativa da nova gerência
(Miguel Alves, genro de um dos fundadores, o que denota o cariz familiar
e tradicional desta empresa) em criar
um modo de laborar completo. Todos
os colaboradores sabem criar um
instrumento do início ao fim. “Insisti
em que cada um soubesse fazer
a arte num todo e não apenas por
partes, pois assim nenhuma parte da
produção sofre se faltar algum artesão
e todos eles têm o seu cunho pessoal
em cada instrumento que aqui é
manufaturado. Admiro a equipa com
que trabalho, porque é muitíssimo
apaixonada pelo que faz”, termina
Miguel Alves. |
Portugal Inovador
Símbolo do século XIX na
época contemporânea
Com apenas um ano e meio, a Casa Manuel Espregueira e Oliveira – Turismo de Habitação
já é uma referência em Viana do Castelo. A paixão pela casa do século XIX e pela cidade
são um dos segredos para o seu sucesso.
O imóvel foi adquirido em 2004
para investimento imobiliário. Mais
tarde, tendo tomado conhecimento
da história da casa e da vida dos seus
dois ex-proprietários, decidiram honrar
estas memórias e iniciar um projeto
turístico.
Alda Iacovino e João Correia iniciaram um processo de reabilitação
da casa em 2009, que se prolongou
por quatro anos, com o cuidado de
salvaguardar e restaurar a arquitetura
original do século XIX, com o conforto
do século XXI. Os gerentes optaram
por este tipo de oferta turística para
proporcionar serviços e experiências
personalizados aos hóspedes e aos
clientes empresariais.
Provenientes de várias partes do
país e do Mundo, o que permite uma
enriquecedora troca de experiências,
são muitos os que ficam encantados
com “a alma e o cariz que a Casa lhes
apresenta” e com a sua rara arquitetura, com ricos tetos e clarabóias em
gesso, paredes em “mármore veneziano”, azulejos de estampilha ou mesmo
de cozinha, igualmente originais. É
recorrente a surpresa perante a perceção de pormenores arquitetónicos até
então não vislumbrados, confessam
os entrevistados.
Luís Augusto Oliveira, um dos
anteriores proprietários da casa,
médico, militar e um dos primeiros
colecionadores de obras de arte em
Viana do Castelo, possuiu um dos mais
valiosos espólios de artes decorativas
em Portugal, na primeira metade do
século XX. Todo o espólio herdado
pelo seu filho, Manuel Espregueira e
Oliveira, foi doado em testamento em
memória deste e do seu empenho na
constituição do primeiro museu municipal na cidade, para instalação naquele
que é o atual Museu de Artes Decorativas de Viana do Castelo, com uma
coleção de referência a nível nacional.
Era composta por mais de 800 peças
de faiança, 27 pinturas, 75 desenhos
de mestres nacionais e franceses,
100 peças de mobiliário nacional e
indo-português dos séculos XXVII,
XXVIII e XIX e 42 outras peças de arte
decorativa, nomeadamente cruzes
processionais, pequenas caixas e
baixos-relevos com motivos religiosos.
Foi partindo da inspiração deste incalculável património, que os gerentes
construíram a identidade deste projeto,
procurando recriar os ambientes de
outrora, protagonizados por estes
dois beneméritos da cidade. Em sua
memória, o projeto inclui também uma
agenda de Responsabilidade Social
e Cultural, sobretudo dinamizada na
“Sala Luís Augusto de Oliveira”, aberto
às solicitações da comunidade, onde é
possível realizar eventos profissionais
e pessoais, exposições, conferências,
tertúlias, entre outros.
Os entrevistados têm outros projetos para o futuro. Em março de 2015,
a Casa Manuel Espregueira e Oliveira,
juntamente com mais casas de turismo
vianenses, vão estar presentes na
maior feira de turismo do Mundo, em
Berlim. Alda Iacovino e João Correia
convidam a vivenciar o glamour e
as memórias do século XIX na Casa
Manuel Espregueira e Oliveira e a
deixarem-se seduzir pela identidade
e pela história de Viana do Castelo!. |
Dezembro I 47
Portugal Inovador
Osteopatia,
a Saúde em primeiro lugar
A Clínica de Osteopatia de Barcelos - Dra. Milene Macedo assume o compromisso de
diagnosticar e tratar de forma rápida e eficaz quem a procura, através da prática fundada
na excelência e qualidade dos serviços.
“Nos próximos
anos, a Clínica
de Osteopatia de
Barcelos procurará
ampliar a oferta
clínica e agregar
novas áreas”
A Osteopatia é uma medicina
complementar recomendada e
incentivada pela Organização
Mundial de Saúde (OMS). Enquanto disciplina terapêutica age
no tratamento de várias doenças
mas também na sua prevenção,
sem recurso a medicamentos ou
cirurgia. A Clínica de Osteopatia
de Barcelos materializa assim
o paradigma da prestação de
cuidados de saúde percebendo
o organismo humano como um
todo, onde tudo está relacionado
e pode influenciar outros siste-
48 I Dezembro
mas. A qualidade e a experiência
de Milene Macedo, adquirida
ao longo de vários anos de formação académica avançada,
tornam a Clínica de Osteopatia
de Barcelos um modelo de prestação de cuidados de saúde de
excelência, qualidade e segurança dos seus doentes. A Clínica
de Osteopatia de Barcelos disponibiliza serviços de saúde, com
ênfase em áreas diferenciadas
organizadas mediante as necessidades diagnosticadas, o que
contribui para uma abordagem
global e integrada dos doentes.
Formada pela Escola de Osteopatia de Madrid, onde, atualmente, também Professora Assistente, Milene Macedo revela
que a osteopatia atua, através de
técnicas manuais, no restabelecimento da função e mobilidade
do sistema músculo-esquelético,
visceral e sacro-craniano. Milene
Macedo explica também que as
técnicas podem ser aplicadas
em qualquer faixa etária, tendo
como objetivo melhorar o seu
estado de saúde e mobilidade
do utente. O reconhecimento da
qualidade e experiência adquirida, tem contribuído para que a
diretora da Clinica de Osteopatia
de Barcelos esteja, atualmente,
a colaborar com outras clínicas
a nível nacional. Nos próximos
anos, a Clínica de Osteopatia
de Barcelos procurará ampliar
a oferta clínica e agregar novas
áreas. |
Portugal Inovador
Apostar na qualidade
A Padaria Santa Eugénia apresenta-se com uma oferta variada e é um dos sítios a visitar
na área de Barcelos.
O responsável, Luís Fernandes, iniciou-se no ramo há praticamente 20 anos, no primeiro dia
do ano de 1995. Há dois anos,
após acumular uma vasta experiência, sempre trabalhando por
conta própria, resolveu adquirir o
espaço onde atualmente, encontramos a Padaria Santa Eugénia.
O espaço, que na altura da
gerência anterior era apenas de
restauração, foi ampliado para
mais do dobro e é aproveitado
agora para padaria, pastelaria,
churrasqueira e pizzaria, além
da restauração. No total, são 200
lugares sentados na parte interior e 40 na esplanada, destinados a acolher um público diário
que ultrapassa as mil pessoas,
sendo que, aos domingos, chega a triplicar a média semanal.
A equipa, através da qual as
necessidades deste público são
atendidas, é composta por 18
elementos.
Sobre a visão que Luís Fernandes teve para este seu projeto, o responsável partilha
connosco que quis apostar em
três virtudes sem as quais considera que, hoje, ninguém con-
segue trabalhar: “quantidade,
qualidade e preço”. O nosso
entrevistado sente-se satisfeito
com a forma como tem cumprido
estes objetivos, e considera que
essa qualidade está presente em
toda a sua oferta. Contudo, um
destaque especial incidirá sobre
produtos como o pão-de-ló, o
tronco de natal ou o bolo-rei.
Este último foi galardoado, no
ano passado, com o primeiro
prémio num concurso a nível
concelhio. A oferta relativa a bolos de aniversário, de casamento
ou batizado apresenta também
muita qualidade e diversidade.
As perspetivas de Luís Fernandes passam agora por lutar
para que o seu espaço continue
a cativar o cliente. “É para isso
que tentamos dar o melhor na
alimentação, no atendimento e
em tudo o resto”, conclui. |
Dezembro I 49
Portugal Inovador
Grande
Porto
50 I Dezembro
Portugal Inovador
Sonho de inovação
no mundo feminino
Fátima Silveira já passou por vários locais no Porto e em Leiria, com o objetivo de construir
um centro de cabeleireiro e estética. Agora, está situada na Rotunda da Boavista e o seu
percurso ainda não acabou.
A MSE Estética e Cabeleireiro
está sediada no Porto desde o
final de 2006. Após dois anos em
Leiria, no regresso ao Porto, esteve primeiro na Maia, até voltar
ao centro da cidade Invicta. Fátima Silveira é a responsável pelo
sucesso deste centro de estética
e cabeleireiro. “Há clientes que
estão connosco desde a criação.
Algumas, fiéis, deslocam-se da
Maia até ao Porto por causa do
meu trabalho. É muito gratificante”, exprime.
O objetivo inicial de Fátima Silveira passava por criar um espaço
onde as mulheres pudessem fazer
tudo, desde comprar roupa e sapatos até usufruir de cabeleireiro e
tratamentos de estética. Devido a
algumas adversidades, ainda não
lhe foi possível concretizar esse
objetivo, por isso, na MSE Estética
e Cabeleireiro foi desenvolvendo
o início desse projeto, oferecendo
às suas clientes um espaço onde
cuidam do corpo, do rosto e do
cabelo. Recentemente, adicionou
aos serviços de estética e cabeleireiro o método de depilação
a laser de diodo, estabelecendo
uma parceria com a Depilemotion.
A profissional afirma que o seu
trabalho se distingue pelo acompanhamento e tratamento personalizado que disponibiliza a todas
as suas clientes. Neste momento,
é a única pessoa que trabalha no
centro para que possa fazer um
trabalho uniforme e baseado na
proximidade com o cliente. “Não
se justifica ter mais colaboradores,
uma vez que as clientes preferem
os meus cortes e o meu trabalho.
Só trabalho por marcação e assim consigo atender melhor aos
desejos de cada pessoa”, explica
Fátima Silveira.
Como desde sempre esteve
ligada ao mundo da moda e da
estética, a procura por manter-se
atualizada das novas tendências
já lhe é intrínseca. Fátima Silveira
explica que o corte é uma arte que
precisa de ser cuidada e de ter
muita precisão: “Cortar um cabelo ou fazer um penteado é como
fazer um desenho em papel”. No
entanto, admite que é sempre
importante adequar as tendências
a cada pessoa. Ter em conta o
tipo de rosto da cliente, a forma
do seu corpo, o estilo de roupa
que usa, assim como a sua rotina.
“Tenho sempre a preocupação de
fazer um penteado que seja fácil
e prático de usar, que mantenha a
pessoa jovem e confortável”.
Cada evolução na MSE Estética e Cabeleireiro é feita com o
grande objetivo de ter um dia vir
a ter um grande centro dedicado
à mulher. Apesar de, neste momento, querer manter-se no salão
da Boavista, tem o objetivo de em
2015 alargar o espaço. “Enquanto
não aparecer outra oportunidade,
vou continuar o bom trabalho e
conquistar cada vez mais o público feminino do Grande Porto”. |
Dezembro I 51
Portugal Inovador
Emoções narradas
numa fusão de sabores
O Porto, autêntico na sua simplicidade, entrelaça a sua história com modernidade e tradição.
Numa linha onde a terra e o mar se cruzam, o olhar descobre um novo espaço: o BH.
Sebastião Lopez falou-nos sobre este edifício que já marcou a Invicta.
Este lugar camaleónico, dividido por três pisos, deixa que
o mar preencha os olhos do
observador mais atento num
misto de emoções. Quem por
cá passa não imagina que o
edifício concretizado num Belíssimo Restaurante e espaço de
eventos, fora em tempos uma
estação de serviço e danceteria.
“Denominado outrora como Belo
Horizonte, esteve abandonado
durante 30 anos. Quando decidimos reconstruí-lo, concluímos
que a restauração seria o caminho certo”, conta.
Aberto desde o dia 25 de
Abril de 2013, libertou com ele
todo um imaginário. A estética
52 I Dezembro
materializada com modernização
e sofisticação prende-se agora a
novos mundos. “Não queríamos
ser apenas mais um restaurante…”, esclarece.
Se inicialmente, os clientes, nos visitavam numa fase
de experimentação, hoje vêm
porque conhecem, sentem-se
aconchegadas e por cá gostam
de ficar. Estimulados pelo seu
público, apostam na qualidade
contínua não só nos sabores experimentados na gastronomia ou
nos cocktails, como também na
realização de eventos. Nos pisos
superiores abrem o espaço para
casamentos, aniversários, congressos e formações. Destaque-
-se que também aí foi aclamado
o “Vintage 2011”. “Começámos
do zero, o feedback tem sido
muito positivo, o que se torna
gratificante. Não foi fácil, mas
nunca tivemos medo”, manifesta.
No bar, podem deliciar-se
com a sua variedade de sabores
e cocktails assim como desfrutar
de agradáveis momentos.
O Chef António Vieira juntou-se, mais tarde, à conversa para
nos falar com maior detalhe da
sua área: a restauração. Uma
cozinha que respira vários aromas, António Vieira coordena os
ritmos e as diferentes exigências
de cada um. “Inicialmente, abrimos a cozinha Mediterrânica,
posteriormente, decidimos apostar nas Pizzas e no Sushi. Neste
momento, temos três cozinhas
diferentes dentro do mesmo espaço”, observa.
A prestação de José Pedro
Loureiro, subgerente, é também
relevante para uma gestão adequada.
Passagem de Ano
A passagem de ano está a
chegar. Sebastião Lopez e António
Vieira desvendaram-nos alguns
pormenores. Duas salas, dois menus distintos.
No ultimo piso, o emblemático
Portugal Inovador
jantar será composto por seis
pratos. Com uma introdução de influência oriental, segue a terrina de
Foie Gras com Leitão. Como prato
principal apresentam a Tranche de
Robalo Grelhada com Lâminas e
Bisque de Lavagante, assim como
o Entrecôtte Barrosã com Sabores
de Outono e Trufas. Para finalizar o
Queijo Stilton com Pêra e Açafrão,
a Tarte de Chocolate com Avelã
acompanhada por Gelado de Caramelo. “esperamos pela meia-noite
para abrir o Champanhe”. A ceia,
surge com o decorrer da noite. Tudo
pelo digno valor de 120€
Não menos elegante, nasce o
jantar do Piso intermédio. Um reflexo do ultimo piso, com introdução
de Sabores orientais, a Tranche
de Robalo Grelhada com Lâminas
e Bisque de Lavagante, assim
como o Entrecôtte Barrosã com
Sabores de Outono e Trufas. Para
finalizar a Tarte de Chocolate com
Avelã acompanhada por Gelado
de Caramelo.
Aquando as doze Badaladas,
a este jantar de 80€ brinda-se ao
Novo Ano com o espumante e as
Uvas passas.
Após as 00h30 abrem-se as
portas do piso intermédio, que depois de terminado o jantar, é transformado num amplo espaço festivo.
O Baile da Avenida Brasil pretende assinalar de forma única
uma das datas mais carismáticas
do ano, assumindo-se como um
evento de eleição para quem procura despedir-se em grande de 2014.
A Foz do Douro recebe assim
um evento de excepção, reconhecido pelo seu carácter sofisticado e
exclusivo, que destaca a cidade na
rota das melhores festas temáticas
do país. |
para reservas:
918063077 / 910993040
Dezembro I 53
Portugal Inovador
Tecla, a sua marca de confiança
Quando falamos de formação profissional, o primeiro nome que nos vem à memória é Tecla.
A marca celebra o seu 56º aniversário, instalando-se em julho de 2014, em Vila Nova de
Gaia, com intenções de abranger novas regiões portuguesas muito brevemente.
À frente do mais recente espaço
da Tecla, em Vila Nova de Gaia,
encontramos Pedro Carvalho, o
diretor executivo que pretende
continuar o projeto, inovando. “Esta
marca já tem bastantes anos de
referência, mas hoje enfrentamos
um desafio muito importante, o de
inovar”, inicia. Esta marca constitui
a importante função de fornecer
serviços de formação profissional,
de implementação de sistemas de
gestão, de consultoria organizacional e de gestão de espaços para
uma enorme variedade de entidades e empresas em Portugal e no
estrangeiro.
Atualmente, a Tecla dispõe,
entre delegações e parceiros, por
Portugal Continental e Ilhas e, mais
recentemente, em vários países da
Europa, Ásia, América do Norte e
do Sul e África. Os projetos nestes
países são fruto das necessidades
dos nossos parceiros em vários
âmbitos de atuação da Tecla.
A certificação é uma componente a que a Tecla dá bastante relevo
e, por isso, têm vindo a focar todos
os seus esforços na aquisição das
certificações ISO:9001 (Sistema de
54 I Dezembro
Gestão da Qualidade) e NP4512
(Sistema de Gestão da Formação
Profissional), somando a estas os
certificados pela ACT, IEFP, DGES,
IPRC e LAC.
Na génese da marca
Na base da Tecla, encontramos
uma enorme preocupação com
a confiança e qualidade, pois “a
nossa recompensa demonstra-se
quando um cliente nos pergunta se
podemos ajudar numa outra área
que até podemos nem ter e, isso
sim, é o reconhecimento da confiança do parceiro em nós!”, conta
Pedro Carvalho.
A Tecla nasceu pela arte da
datilografia. Dipõe de 26 áreas de
educação e formação com certificação oficial pela DGERT e, desse
número, muitos cursos partem da
génese da marca como os cursos
de Secretariado, Turismo, Gestão,
entre outros. “Fruto dessa inovação, que temos tentado imprimir na
empresa, têm sido criadas também
novas parcerias com entidades
como a Administração Pública Central e Local, Associações, Cooperativas, Fundações, Santas Casas da
Misericórdia e empresas”, completa
Pedro Carvalho.
Da oferta formativa constam, na
totalidade, pós-graduações em parceria com o Instituto Politécnico da
Guarda, cursos de especialização
profissional, formação contínua de
curta duração, formação “in company” e formação financiada para
ativos empregados e desempregados. Para obter mais informações
sobre todas estas, Pedro Carvalho
insiste que aceda ao site www.
tecla.pt.
Da lista das áreas de negócio
Portugal Inovador
Para o futuro aguarda-se a
confirmação de uma parceria com
o ISCAP que irá contribuir com as
suas competências pedagógicas e
científicas e, também, com as plataformas e-learning, que têm sido
alvo de muita procura.
Em nota final, Pedro Carvalho
termina referindo que a marca nada
seria sem toda a sua equipa, composta por gente dedicada a levar a
Tecla cada vez mais longe. |
da Tecla sobressai também a
implementação de Planos para a
Igualdade, que pretendem fazer
diagnósticos e implementação de
manuais de boas práticas, junto
das entidades parceiras. “O mais
abrangente é a diferença entre homens e mulheres inseridas nessas
entidades. Após diagnosticar a situação, são dinamizadas diversas
ações de sensibilização junto dos
colaboradores, a implementação
de um manual de boas práticas,
terminando na disseminação e
avaliação do próprio projeto”, conta
Pedro Carvalho.
A Tecla trabalha, também, no
âmbito de fundos comunitários
tendo apoiado, também, projetos
para a construção de infraestruturas sociais e irão continuar nesse
rumo para Portugal 2020.
Embora tenham um centro
relativamente próximo, na cidade
do Porto, esse não oferece o espaço necessário para a criação
das oficinas, o que é, definitivamente, uma prioridade da Tecla. E
assim se iniciou a procura por um
estabelecimento ideal para a abertura do novo espaço. “As nossas
formações profissionais requerem
uma enorme componente prática
e, no atual mercado de trabalho,
a empregabilidade é dependente
da experiência prática que o aluno
adquiriu no curso”, explana Pedro
Carvalho.
Porquê Gaia?
A abertura de novos centros
de formação deve-se à procura de
oficinas onde a parte prática pode
ser efetuada. “Este novo espaço
deu-nos a possibilidade de abranger os cursos de Saúde, de Higiene
e Segurança no Trabalho e, mais
recentemente, de Eletricidade e
de Energias Renováveis”, explica.
Vila Nova de Gaia foi o local ideal,
até pelo conhecimento da zona e
das entidades que resultariam em
prováveis parcerias.
Dezembro I 55
Portugal Inovador
A presença necessária
quando mais precisa
A Funerária Ramaldense foi criada por Braselim Pereira Gomes, avô do nosso entrevistado,
César Gomes, atual proprietário. Uma agência funerária que vai já na sua terceira geração
e que prima pelo profissionalismo e competência dos seus serviços.
Quando aos 18 anos o pai, Valdemar Gomes, lhe propôs dar continuidade ao negócio de família, no Porto,
em 1995, César Gomes admite que
“não foi de todo fácil adaptar-se à
ideia. Inicialmente, tive dificuldade
dado que esta é uma área que mexe
com o íntimo das pessoas e onde as
confrontamos quando estas estão
com os sentimentos à flor da pele”.
Hoje, quase 20 anos passados é
com rigor e profissionalismo que
César Gomes e a sua equipa servem todos aqueles que requisitam
os seus serviços. “A caracterização
desta agência incide sobretudo num
serviço de qualidade e cuidado na
preparação dos serviços fúnebres,
sempre assente na formação”, refere
o nosso entrevistado. Desde cedo
que César Gomes apostou na sua
formação: “Em 1997, desloquei-me a
Salamanca para tirar um curso de Ta-
56 I Dezembro
natopraxia. Senti a necessidade e a
obrigação de aprender e oferecer um
melhor serviço aos meus clientes. Já
em 2012, frequentei outra formação
de aperfeiçoamento de maquilhagem
e de estética na Escola de Formação
de Agentes Funerários”, explica.
Com a missão de minimizar o
sentimento de dor das famílias, César Gomes admite que o seu trabalho
passa por facilitar todo o processo de
luto. “São várias as vezes em que
nos deslocámos a casa das pessoas
e prestámos todo o atendimento
necessário, apoiando os familiares e
ouvindo os seus desabafos”, afirma
realçando a qualidade dos serviços
prestados.
Assim, acredita que a sua agência se destaca pelo atendimento
cuidado e a proximidade criada com
as pessoas. “O facto de esta funerária estar a atravessar a sua terceira
geração é garantia de confiança por
parte da comunidade”. Apesar do
raio de ação da agência se centrar
na área do Grande Porto, a Ramaldense tem a capacidade para fazer
transladações por todo o país. Para
tal possui duas viaturas devidamente
equipadas.
No futuro, César Gomes acredita
que a funerária vai continuar a crescer de forma sustentada, revelando
ainda que é sua vontade que o negócio de família continue. |
Portugal Inovador
Raízes de Ouro
Na praça de Carlos Alberto, um dos locais mais históricos
do Porto, encontramos a Companhia União de Crédito
Popular. Manuel Aleixo é a face representante desta empresa
bicentenária, um verdadeiro apaixonado por este negócio que
ainda com 88 faz o seu importante papel.
A Companhia União de Crédito
Popular é uma empresa de penhores com uma loja de ourivesaria
disponível para os clientes que
procurarem um serviço mais rápido.
Desde 1875 que esta empresa faz
os possíveis (e os impossíveis) para
garantir uma excelente qualidade
no serviço para alcançar a satisfação dos clientes.
Manuel Aleixo falou à Portugal
Inovador, com um enorme brilho
nos olhos, contando-nos o seu
percurso até se tornar o grande
coordenador da Companhia União
de Crédito Popular que é hoje. Mesmo com os seus 88 anos, o nosso
entrevistado continua com uma
enorme vontade de levar esta empresa mais longe, embora refira que
se começa a sentir cansado. No
entanto, ficámos com a impressão
que Manuel Aleixo não irá parar tão
cedo. “Neste ramo necessitamos de
estar constantemente atentos aos
valores e cotações, pois o ouro é
muito falso e a sua cotação é alterada praticamente a cada hora”,
comenta o administrador.
Embora tenha entrado na Companhia União de Crédito Popular
como um simples “chefe de vassoura”, Manuel Aleixo rapidamente
alcançou a posição de leiloeiro,
adquirindo até o título de “melhor
leiloeiro” ao longo da sua experiência cinquentenária. Com a sua mãe,
Manuel Aleixo aprendeu todas as
técnicas e truques para lidar com o
ouro e com todas as relíquias que
trabalha hoje.
Após ter tomado as rédeas da
companhia, que soma hoje 30 colaboradores distribuídos pelos seis
espaços que a Companhia União
de Crédito Popular tem, Manuel
Aleixo efetuou algumas alterações
importantes no modo de laborar da
empresa.
Hoje, o balanço anual é regularmente positivo e, após algumas
renovações no espaço da praça
de Carlos Alberto, Manuel Aleixo
mostra-se orgulhoso do que tem
nas suas mãos hoje. “Este espaço é
lidado com muito rigor e seriedade,
como lidar com ouro deve ser. Para
o futuro, esperemos continuar”,
completa o administrador.
Este espaço persevera uma
enorme referência na cidade do
Porto e a sua importância não
passa despercebida. Manuel Aleixo
termina a nossa entrevista referindo
um fator que o público pode não
saber sobre a Companhia União
de Crédito Popular: “nós estamos
aqui para ajudar os menos afortunados, pois somos uma entidade
que sucede aos bancos, de certa
forma e, ao penhorar as relíquias
dos clientes, estamos a fazer-lhes
um empréstimo. Isso é a base da
nossa Companhia”, termina. |
Dezembro I 57
Portugal Inovador
A diferença nos grandes
pormenores
Com 51 anos de história, a Funerária de Paranhos (Funerária Salgueiro, Lda) prima pela
qualidade e competência nos seus serviços, sendo uma das mais antigas da cidade do Porto.
“Possuímos quatro viaturas e
tratamos de toda a documentação,
inclusive de toda a logística de
transladações para outros países”
A Funerária de Paranhos
(Funerária Salgueiro, Lda) conta,
atualmente, com três lojas: uma
em Campo Lindo, uma filial em
Ramalda Alta e uma loja em Costa Cabral, inaugurada há apenas
um mês, tendo sido criadas com
o objetivo de “chegar às pessoas
da melhor forma possível, num
momento difícil, e agilizar todo o
processo”, começa por explicar
à Portugal Inovador, Jorge Salgueiro, proprietário dos espaços.
Criada em 1963 por Carlos
Alberto Vilas Boas Salgueiro, pai
do nosso entrevistado, a funerária realiza cremações e transladações, funerais em jazigos ou
em sepultura, a nível nacional e
no estrangeiro.
“Possuímos quatro viaturas e
tratamos de toda a documentação, inclusive de toda a logística
de transladações para outros
países. Já necessitámos de ir
para o Senegal e o Consul desse
país deslocou-se às nossas instalações para agradecer o nosso
trabalho, algo muito gratificante”,
explica.
58 I Dezembro
Na área há 25 anos, Jorge
Salgueiro acredita que “é necessário ter vocação para atuar
nesta atividade. Eu gosto daquilo
que faço e isso é muito importante. É uma área difícil e passem
os anos que passarem nunca se
torna fácil, dado que mexe muito
com sentimentos”, acrescenta.
Aliada à experiência adquirida
ao longo dos anos, a formação
em áreas mais técnicas é também um fator diferenciador neste
tipo de serviço. “Todos os seis
funcionários têm formação, algo
muito importante para o aperfeiçoamento dos nossos conhecimentos e para a inovação em
outras áreas que vão surgindo e
nas quais não tínhamos qualquer
experiência”.
O sucesso desta funerária
com meio século de existência, deve-se, igualmente, aos
pequenos pormenores que se
destacam na preparação dos
serviços fúnebres. “Funerais
todos sabem e podem fazer, temos é de marcar pela diferença.
Diferentes na postura, na forma
como tratamos o cliente, conforme acompanhamos o funeral.
Pequenos pormenores fazem a
diferença: a forma como dobramos um lenço, a forma como
pegamos no lenço. É a diferença
nos grandes pormenores”, sublinha Jorge Salgueiro.
Para o futuro, espera que o
filho, Hugo Salgueiro, estudante
de Direito continue com o seu
negócio dando continuidade ao
profissionalismo e competência
que caracterizam a Funerária de
Paranhos (Funerária Salgueiro,
Lda). |
“Diferentes na postura, na
forma como tratamos o cliente,
conforme acompanhamos o
funeral. Pequenos pormenores
fazem a diferença”
Portugal Inovador
O pão mais fofo do Porto
Em frente à estação de metro da Trindade, que recebe milhares de pessoas em dias úteis,
o Pão Fôfo oferece os melhores bolos para adocicar o seu dia de trabalho.
Desde os 18 anos que José Meireles lida com a arte de fazer pão,
por isso decidiu apostar num local
estrategicamente perfeito para montar
uma padaria e pastelaria. Por essa e
outras razões, o Pão Fôfo disponibiliza
almoços num horário alargado das
12h até às 16h e, embora esteja num
espaço com uma dimensão muito boa,
a lotação total é quase garantida.
Definimos o administrador José
Meireles como um profissional dedicado e que abdica de muito para
conseguir estar sempre presente na
resolução de problemas. O Pão Fôfo
apresenta um espaço moderno com
uma enorme variedade de pão, bolos
e salgados e, desses, as consideradas
especialidades serão o pão de água e
o bolo (que esgota muito facilmente)
de chocolate com recheio de frutos
vermelhos.
Todos estes produtos apresentam
preços bastante acessíveis, até quando nos referimos aos almoços. “Todos
os dias, alteramos os nossos pratos de
almoço e oferecemos a possibilidade
de escolha ao cliente. Desde snacks
rápidos, passando por bifes de peru
grelhados e até lulas ou salmão grelhado, oferecemos refeições para todos
os gostos”, completa José Meireles.
Outro fator a que o nosso entrevistado
dá relevo é o facto de não colocar no
menu nenhum prato que seja feito com
produtos congelados, até porque “os
alimentos não sobram para os podermos congelar”.
A equipa do Pão Fôfo soma dois
colaboradores na cozinha, quatro na
área de fabrico, uma na limpeza e sete
no balcão. “Assim se forma uma equipa de trabalho e, embora tenha sido
muito difícil no princípio, tanto devido
aos meus requisitos como ao volume
de trabalho, agora formou-se um grupo de colaboradores com vontade,
dedicação e ideais parecidos com os
meus”, comenta José Meireles. A limpeza, a qualidade, o rigor e os horários
são quatro elementos prioritários que
tornam este espaço uma referência.
Agora que se aproxima a época natalícia, José Meireles afirma que “este
ano se vai trabalhar bem, até porque
o dia 24 e 25 são em dias úteis, o que
obriga muitas pessoas a trabalhar nos
dias anteriores e posteriores. Portanto,
estamos já a preparar-nos para a
quantidade industrial de bolo rei, pão-de-ló, rabanadas e, especialmente,
sonhos que temos de fabricar”.
Em jeito de conclusão, José Meireles deixa uma mensagem de Bom Natal aos nossos leitores e, com especial
carinho, aos seus clientes. |
Dezembro I 59
Portugal Inovador
Vila do Conde
60 I Dezembro
Portugal Inovador
Dezembro I 61
Portugal Inovador
O gosto pelo culturismo
em Portugal
Há 11 anos que o Dream Gym treina atletas de alta competição na prática de culturismo.
Ao longo dos anos, Sérgio Fonseca foi desenvolvendo conhecimentos e experiências para
fazer o acompanhamento destes atletas.
O culturismo e o físico trabalhado pelos atletas sempre foram alvo
de interesse de Sérgio Fonseca.
Quando era jovem, o entrevistado
lembra-se de ter uma estatura alta
e um corpo magro. Apesar de nunca
ter competido, foi para melhorar
o seu aspeto fisico que deu os
primeiros passos neste desporto.
“Em 2003, quando abri o ginásio,
já tinha um longo percurso nesta
prática”, conta Sérgio Fonseca. Esteve perto de participar em algumas
competições, mas atualmente o seu
objetivo é ajudar outros atletas, com
o conhecimento que foi adquirindo.
“Este desporto requer a imposição
de muitas regras e disciplina e a
minha vocação passa por prestar
um acompanhamento a outros
desportistas”.
Sérgio Fonseca explica que
cada atleta tem uma dinâmica
corporal específica e que o treino
tem que ser adaptado a cada tipo
de corpo. Para além disso, existe
uma dieta muita rigorosa que tem
62 I Dezembro
que ser seguida. “Alta em proteínas,
baixa em hidratos e reduzida em
gorduras”, explica. O trabalho de
acompanhamento feito no Dream
Gym passa pela consciencialização
dos atletas de que há determinadas
práticas que têm que cumprir para
atingir os seus objetivos, nomeadamente alimentarem-se de duas
em duas horas para não atrasar o
trabalho que é feito no ginásio. “O
treino é apenas um estímulo para o
atleta chegar a um fim. O resultado
final depende muito da alimentação, do descanso e do treino. Se
um destes elementos falhar, os
resultados não são cumpridos”.
O legado no
culturismo
Os atletas treinados por Sérgio
Fonseca não são apenas do Norte
do país, alguns deslocam-se do
Sul e outros de Espanha. “Tenho a
felicidade de, com o decorrer dos
anos, ter ganho alguns amigos no
culturismo e aprendido muito com
eles”, afirma o entrevistado.
Sérgio Areias, de 23 anos, foi o
primeiro atleta treinado por Sérgio
Fonseca, tendo ganho em 2012 o
Campeonato dos Iniciados e, em
2013, o Regional e Nacional Júnior.
Este atleta participou também no
Campeonato Arnold Classic, em
Madrid, em 2012 e 2013. Começou
a treinar aos 15 anos e foi passado
cinco que conheceu o Dream Gym.
“Aprendi com o Sérgio Fonseca.
Com ele ao lado dos atletas, o
trabalho é muito mais fácil ser desenvolvido”, conta Sérgio Areias.
O principal objetivo do atleta era
competir e conseguiu concretizá-lo
devido ao acompanhamento que
teve no Dream Gym.
Outro exemplo do trabalho de
Sérgio Fonseca é o atleta Ricardo
Rodrigues, de 31 anos. Começou
a treinar aos 19 anos e foi através
de um familiar que ouviu falar do
Dream Gym e de Sérgio Fonseca.
“No período de um ano, após ter
entrado no ginásio, comecei a com-
Portugal Inovador
petir no Regional de 2013 e consegui cumprir o meu sonho de subir
a um palco de culturismo”, conta o
atleta. Ricardo Rodrigues passou
por vários ginásios, mas afirma que
foi no Dream Gym que encontrou
o melhor serviço e ambiente. “O
Sérgio dá-nos todas as garantias
para evoluir e para alcançar o sucesso. Ter o acompanhamento de
um profissional como ele, com todo
o seu conhecimento, é um avanço
para atingirmos as nossas metas”.
Filipe Gomes, de 33 anos, conheceu o Dream Gym através de
Ricardo Rodrigues. O atleta tinha
começado a treinar culturismo para
desenvolver o seu corpo. Após ter
parado de praticar durante três
anos, retomou os treinos com Sér-
gio Fonseca. “Sem o conhecimento
do Sérgio, muito dificilmente teria
entrado em competições. No Dream
Gym, o ambiente é completamente
diferente dos outros ginásios onde
já treinei”, afirma. Segundo o atleta,
Sérgio Fonseca assegura todo o
acompanhamento desde “queimar
gordura, manter a boa forma ou
simplesmente sentirem-se bem
com o seu próprio corpo”.
Diferentes visões num
espaço tão próximo
Comparando o modo como o
culturismo é visto em Espanha a par
de Portugal, o entrevistado identifica
muitas diferenças. “Estamos a cerca
de 100km de Vigo e lá conseguimos
ver muitos profissionais de culturis-
mo”, aponta Sérgio Fonseca. “Já em
Portugal, ainda há muita discriminação. Principalmente em relação às
mulheres”, acrescenta.
Segundo a opinião de Sérgio
Fonseca, se o culturismo fosse tão
apoiado cá dentro como acontece
noutros países, este desporto estaria muito mais desenvolvido e seria
maior o número de profissionais. “O
culturismo é um desporto muito caro
e está na base de todos os outros.
Por isso, acho que se deviam criar
mais oportunidades e mais competições”.
No futuro, o entrevistado acredita
que vão surgir novos atletas para
competir, apesar de os anos 90 e o
início do milénio ter sido a época dos
atletas de culturismo com melhor
preparação física. Um dos maiores
desafios que Sérgio Fonseca tem
para o futuro é voltar a colocar nas
competições um atleta de 43 anos,
que já foi campeão nacional cerca
de sete vezes. “Vejo nele muito
potencial. Na minha opinião, ele poderia ter sido um dos poucos atletas,
em Portugal, a tornar-se profissional
de culturismo”. |
Dezembro I 63
Portugal Inovador
Ouriginal traça qualidade com
diferença
Manuela Oliveira, à conversa com a revista Portugal Inovador, falou-nos sobre a sua loja
de ourivesaria: a Ouriginal. Situada na Rua S. Bento, em Vila do Conde, acarinha com um
serviço de proximidade e qualidade todos os seus clientes.
Foi há quinze anos que tudo começou, por isso Manuela Oliveira
está hoje numa fase madura para
narrar a sua história. A lembrança, fá-la memorar tempos mais longínquos,
que se descobrem nas suas raízes,
na Póvoa de Lanhoso. “Tenho família
no ramo da ourivesaria, o meu pai e
o meu avô eram ourives e eu acabei
por ser influenciada”, explica. Foi o seu
casamento que a trouxe à cidade de
Vila do Conde. Aí, decidiu iniciar um
novo projeto na sua vida. A tradição de
uma família uniu-a a esta paixão que
foi crescendo ao longo dos anos ainda
com mais fulgor.
Atualidade
Envolta neste mercado, Manuela
Oliveira identifica que a moda é feita
de momentos, onde é premente reconhecer e prever tendências. Numa
64 I Dezembro
imagem onde o design inovador se
constrói lado a lado com o design
clássico, a Ouriginal consolida-se com
visão no futuro. O presente caminha
aqui com o passado de modo a crescer
com maior notoriedade.
Inicialmente, Manuela Oliveira
verificou que havia uma maior procura
pelo ouro, mas a constante mutação
das tendências levou-a a trilhar outros
percursos. Hoje, labora com marcas
prestigiadas como a Lacoste, a Pandora e a Gofrey. Acompanhando estas
novas tendências soube atrair para si
um público cada vez mais jovem.
A linha desta nova juventude
distingue-se pela sua descontração e
vivacidade. Com cores mais ou menos sóbrias, em contornos suaves ou
robustos, em texturas que exclamam
criatividades desiguais, os diferentes
materiais entrelaçam-se em sintonia
para inspirar novos mundos, conferindo à Ouriginal diversificação na sua
oferta.
A simpatia com que Manuela
Oliveira abraça o seu público confere
um novo traço único ao seu serviço. A
sua proximidade transmite a essência
desta casa, onde a beleza respira com
uma nova cor. Aliada à humanização
do seu serviço está também a garantia
de qualidade. “As marcas têm muito
peso e a diversificação de produtos
também, mas ainda continua a ser a
empatia que conseguimos criar com
cada um dos nossos clientes que
realmente nos destaca”, revela.
A diferença pode proporcionar novas possibilidades e Manuela Oliveira
mostra ter grande abertura para todas
as oportunidades que o mercado tiver
para lhe oferecer. Para a concretização dos objetivos sabe que é cada
vez mais necessário observar a linha
do tempo, porque “a qualidade gera
confiança, e a confiança conquista-se
gradualmente”, conclui. |
Portugal Inovador
Nas ondas do sucesso
Num dos setores tradicionalmente portugueses, encontrámos a Barreto & Filhos, empresa
familiar que se dedica à reparação e construção de embarcações. Juntando-se aos seus
filhos Bruno e Luísa, Henrique Barreto formou a Barreto & Filhos, empresa presente na zona
portuária da Azurara, em Vila do Conde.
Henrique Barreto descobriu a
sua vocação quando se iniciou
na reparação e construção naval.
Mais recentemente, os seus filhos
perceberam a sua aptência para
o ramo e todas as possibilidades
que este lhes traria. Deste modo,
em junho de 2009, começaram o
seu currículo no ramo criando uma
sociedade e instalando-se na zona
portuária da Azurara. “Começámos
de uma forma muito peculiar, pois
não tínhamos nenhuns meios, sendo que hoje já contamos com 16
funcionários”, inicia Luísa Barreto.
Barreto & Filhos trabalha diariamente “para construir algo sólido e
de referência” e, uma vez que é um
ramo onde já laboraram antepassados, este é um projeto e um nome
pelo qual têm que lutar.
Pelo mar fora
A construção naval é um ramo
que tem passado dificuldades, de-
vido à escassez e falta de apoios
que se tem feito notar no ramo da
pesca. “Diria que o nosso método
de trabalho vinga entre fevereiro
e setembro, quando trabalhamos
bastante com os barcos de pesca
de pequena dimensão (traineiras) e
com os barcos de pesca industrial
de grandes dimensões (palangreiros)”, explana Luísa Barreto. A partir
desses meses, o serviço começa a
diminuir para os 30% a 40% e, nessa altura, a Barreto & Filhos dedica
a sua atividade às manutenções
que nos restantes meses não têm
disponibilidade para elaborar.
Esta empresa abrange a costa
portuguesa por inteiro, tendo já feito
reparações de barcos, maioritariamente a nível piscatório, desde o
Algarve até Viana do Castelo.
A Portugal Inovador interessou-se também em saber quantas
embarcações já passaram pelas
mãos destes profissionais, ao que
Luísa Barreto indicou um número
que ronda as 90 embarcações/
ano, que param neste estaleiro
para manutenção. “Esperando por
dias melhores…” é a expressão que
deixa escapar quando questionada
sobre o futuro, realçando que Portugal tem uma vastidão de meios
no ramo naval que deveriam ser
melhor aproveitados.
Para concluir a nossa visita à
Barreto & Filhos, a empresária fez-nos uma pequena visita guiada
onde pudémos apreciar a zona
de carpintaria, de serralharia e, o
mais importante, o estaleiro onde
estavam no momento a fazer a
restauração de uma espetacular
embarcação algarvia com 20 metros. Embora tenha apenas cinco
anos de experiência no ramo, Luísa
Barreto mostrou-nos como é importante inovar na tradição e apostar
numa atividade em que Portugal
sempre foi excecional: a pesca. |
Dezembro I 65
Portugal Inovador
Crescer com segurança
Um dos gabinetes de contabilidade mais antigos da comunidade vilacondense, a Caxiconta,
atravessou já diversos ciclos e contraciclos. Mónica Sidrais, juntamente com o seu pai,
contou-nos uma história com 30 anos.
A Caxiconta valoriza a confiança
e a perseverança para se afirmar
no mercado, e contrariamente ao
que acontece com grande parte
dos gabinetes de contabilidade tem
mantido os seus clientes ao longo
dos anos. Recentemente, tomaram
um passo importante na sua vida
empresarial, expandindo-se para
junto da comunidade chinesa. O
pai, reconhecendo na filha uma boa
profissional, sabe que ela abraça a
atividade com dedicação e firmeza,
apoiando-se em bases sólidas. Sob
uma visão realista, a família Sidrais
verifica que este setor de atividade
atravessa algumas dificuldades.
“Apesar das nossas obrigações
fiscais serem cada vez maiores, continuamos a cobrar o mesmo a cada
cliente, devido à situação que o país
atravessa. Andamos em constante
correria para conseguir cumprir tudo
66 I Dezembro
e acompanhar o cliente diariamente”,
explicam.
A contabilidade das empresas e
famílias portuguesas entrelaça-se,
hoje, com outras áreas, por isso é de
premente importância acompanhar
a legislação. A Caxiconta, atenta
a todos os detalhes, observa que
houve duas leis implementadas que
se revelaram determinantes para
o combate da fuga ao fisco. “Uma
delas diz respeito à comunicação
da faturação mensalmente até ao
dia 25 do mês seguinte; e a outra,
que entrará em vigor a partir de
janeiro de 2015, obriga a que todas
as empresas organizadas apresentem o inventário até 31 de janeiro”,
esclarecem.
No entanto, Mónica Sidrais verifica que os portugueses ainda não
valorizam alguns aspetos da sua
vida contabilística, e por isso as mu-
danças deveriam ter ocorrido de forma gradual para que os empresários
se tivessem preparado para estes
novos conceitos que vão surgindo,
e a partir daí crescer de uma forma
saudável. O pai, alavancado pelo
mesmo pensamento da filha, repara
que as camadas mais jovens apesar
de estarem bastante concentradas
na sua produtividade sofrem de
alguma falta de preparação por não
saberem como respeitar algumas
burocracias.
Para acompanhar todos estes
processos o desenvolvimento de
uma equipa coesa e a formação
tornam-se essenciais. É com algum
orgulho que a Caxiconta revela
que há dez anos mantém a mesma
equipa. Apostando nos recursos e
relações humanas aproximam um
serviço atual e de continuidade.
A Caxiconta, pulsada ao mesmo
ritmo que as empresas, procede
a análises trimestrais, e mensais,
dando-lhes o conhecimento da sua
real situação.
Futuro
Pelo caminho houve aprendizagens e constantes adaptações, que
agora sustentam a Caxiconta para
enfrentar os desafios futuros. Nos
horizontes de Mónica Sidrais está
o desenvolvimento de parcerias.
Neste momento, reconhece como
é importante saber trabalhar com
os clientes que já se encontram
fidelizados para que posteriormente
possa ganhar equilíbrio e crescer. |
Portugal Inovador
Primar pela
diferença e inovação
Surgiu em 2002 quando Domingos Santos percebeu a necessidade do mercado em encontrar
soluções nas áreas da automação e domótica. Doze anos depois, a atual IDAM - Integração
Domótica Automação Multimédia, cresceu e é uma referência a nível nacional.
“É uma tendência de futuro”, foi o
que pensou Domingos Santos quando,
depois de terminar o curso superior
na área de Automação de Edifícios,
decidiu criar a IDAM (ex-INTELBUS)
empresa sediada em Vila do Conde,
que oferece soluções de domótica.
“É uma área em crescimento. É
algo que daqui a 20, 30 anos fará
parte de qualquer casa. Quem adquire domótica, neste momento, está
a preparar-se para o futuro. É uma
área nova e os preços das soluções
começam a ser cada vez mais competitivos, mesmo atingindo um nicho de
mercado médio/alto. O principal valor
da domótica dentro de uma casa é o
conforto, permitindo que o utilizador
possa gerir a sua habitação de forma
fácil, intuitiva, obtendo ao mesmo tempo uma poupança energética que pode
variar entre os 20 ou 30%”, começa por
explicar o responsável.
Associada desde 2008 ao Grupo
Azevedos SGPS, a IDAM conta no
seu percurso, entre projetos concluídos
e em curso, com mais de 100 obras
públicas e privadas. A credibilidade do
serviço deve-se ao tipo de tecnologia
utilizada, acredita Domingos Santos:
“Trabalhamos com tecnologia de KNX,
que em termos de soluções não é
das mais baratas, mas é a que oferece maiores garantias em termos de
funcionalidade, fiabilidade e robustez.
Quando o cliente adquire uma casa
é para a vida, não o faz para daqui a
dois anos a vender, por isso não pode
ter constantes avarias ou problemas
no seu funcionamento. Temos de ser
fiáveis e o KNX dá-nos essa garantia”,
explica.
Relativamente ao futuro da empresa, a IDAM irá centrar-se na criação de
dois novos departamentos, um ligado
à multimédia e ao audiovisual e outro
ao smart metering (soluções de medição e monitorização dos consumos
energéticos).
“Esperamos abrir um novo departamento, sempre ligado à domótica,
com soluções integradas de automação juntamente com multimédia e
audiovisual. Possibilitar que os clientes
cheguem a casa, carreguem num
botão de boas vindas e automaticamente as persianas subam, a luz e a
televisão liguem-se automaticamente,
entre outras funcionalidades. E quando
saiam, carreguem num botão e tudo
se desliga de imediato. Dentro do
smart metering, ou seja dos consumos
energéticos, queremos que as pessoas tenham conhecimento, através
de aplicações para smartphone, dos
consumos da casa em tempo real,
nomeadamente de eletricidade, água
ou luz”, acrescentou Domingos Santos.
Outro dos objetivos passará também por consolidar a sua ligação com
as universidades: “Desenvolvemos
regularmente projetos com o ISEP,
onde sou professor e, neste momento,
estamos a desenvolver um projeto com
um aluno, que consiste em utilizar a
domótica em KNX por controlo de voz,
orientado para ajudará pessoas com
necessidades especiais. É um projeto
que consideramos inovador e bastante
útil, virado para o futuro”, conclui. |
Dezembro I 67
Portugal Inovador
A primazia
pela qualidade do produto
Ligados a grande empresas, a Quinta do Cerqueiral é uma empresa familiar. Há já cinco
anos que Paula e Adelino Maia dedicam-se à exploração agrícola e à quinta.
Em 2009, Paula e Adelino Maia
quiseram dar continuidade à exploração agrícola dos pais da entrevistada e mudá-la para um espaço
maior. Depois da aprovação de
um projeto de investimento para a
Quinta do Cerqueiral, construíram
um pavilhão que desse uma melhor
qualidade de vida tanto aos proprietários, como também às cerca de 70
vacas que têm em produção. “Nós
tinhamos um espaço minúsculo
para fazer a ordenha dos animais
e era muito difícil manter o espaço
minimamente limpo”, conta Paula
Maia.
Com a ajuda da Cooperativa
Agrícola de Vila do Conde, a Quinta
do Cerqueiral trabalhou três anos
para conseguir obter a Certificação
Agrícola. Agora, Paula e Adelino
Maia admitem que, apesar de se-
68 I Dezembro
rem confrontados com bastantes
exigências, sabem que os produtos
que produzem têm qualidade. “A
certificação é uma mais-valia para
nós. Envolve muita burocracia e
muito controlo, mas é uma garantia
que temos”, explica a proprietária.
A Quinta do Cerqueiral fornece
essencialmente leite para a Lactogal e comercializa carne para
alguns talhos, assim como para a
marca Pingo Doce. Para consumo
interno, produzem principalmente
milho e erva. Por trabalharem para
a Lactogal, a distribuição é feita a
nível nacional. Paula Maia explica
que os animais têm que ser constantemente examinados pelo veterinário e têm que respeitar as horas
de intervalo dos antibióticos para
que o leite não seja contaminado.
“Quando vêm cá recolher o leite,
tiram sempre uma amostra para
ver a qualidade do leite e se não
estiver dentro dos parâmetros, nós
somos penalizados”, conta Paula
Maia, “por isso, essa é uma parte
que não podemos descuidar”.
Paula e Adelino Maia são os
únicos funcionários da quinta. Com
a maquinaria, o entrevistado afirma
que não precisam de mais mão
de obra e, nas épocas com mais
trabalho, recorrem à contratação
temporária. O entrevistado recorda
que, da sua geração, eram poucas
as pessoas que queriam trabalhar
na agricultura e havia falta de mão
de obra. Atualmente, já começam
a ver uma adesão maior ao setor,
mas a falta de horários continua a
ser um entrave. “Nós começamos
a trabalhar às 6h e acabamos às
22h. Era preciso um funcionário
que estivesse aqui fora de horas e
as pessoas não querem isso. Mas
agora, a agricultura começa a ser
um setor mais mecânico e não é
um serviço tão sujo como antes”,
diz Adelino Maia.
Para os próximos anos, o aumento da qualidade do produto que
servem é o objetivo principal dos
proprietários. “Não nos interessa
crescer, nem aumentar as terras
que já temos porque para nós os
dois o que temos é suficiente. O
importante agora é consolidarmos
aquilo que já possuímos”, explica o
proprietário. |
Portugal Inovador
Uma nova aposta
na arquitetura
O interesse pela arquitetura foi cultivado por Ricardo da Silva Gonçalves desde muito cedo.
Já com alguns trabalhos nacionais e internacionais, viu agora uma oportunidade de abrir o
seu gabinete pessoal: Sketchbook - Design and architecture office.
Ricardo da Silva Gonçalves é
licenciado em arquitetura, pela Faculdade de Arquitetura da Universidade
do Porto, e frequentou um ano de
Arquitetura Paisagista na Universidade de Évora. Os primeiros trabalhos
foram realizados em 2004 para a
Câmara Municipal de Vila do Conde,
em estágio, na revisão do Plano
Diretor Municipal, juntamente com o
arquiteto Manuel Fernandes de Sá,
e para a Ordem dos Arquitetos, com
o arquiteto João Queirós. Em 2013,
terminou o vínculo com a Câmara de
Vila do Conde e iniciou a atividade por
conta própria, através do seu atelier
Sketchbook.
Para quem está a iniciar uma atividade, o entrevistado afirma que há
poucas oportunidades, principalmente
no ramo da arquitetura. “O mercado
está muito saturado e a oferta de
trabalho é cada vez menor. Mesmo
os grandes gabinetes de arquitetura,
em Portugal, continuam a dispensar
pessoas, porque não conseguem
suportar todos os custos inerentes
ao trabalho de escritório”, exprime
Ricardo Gonçalves.
Desta forma, o arquiteto considera
que a participação em concursos
internacionais são uma mais-valia e
uma rampa de lançamento. “É sempre uma forma que os profissionais
encontram para fazer algum trabalho,
nem que seja para a divulgação do
mesmo”, explica. Durante 2013 e
2014, teve a oportunidade de participar em alguns projetos e, neste
momento, participa num concurso
internacional de ideias para um museu em Pompeia, em Itália.
No mercado interno, já realizou alguns trabalhos de reabilitação urbana,
em Vila do Conde. Segundo Ricardo
Gonçalves, a reabilitação de edifícios
é a área de intervenção que mais
contribuirá para uma recuperação
sustentável do setor da arquitetura,
principalmente nos centros urbanos
com edifícios bastante degradados
e que precisam de uma intervenção
urgente. “É um desafio trabalhar num
edifício descaracterizado e dar-lhe
uma nova vida. É um trabalho que me
agrada muito fazer”.
Projetos
para o novo ano
No final deste ano, Sketchbook
vai ganhar um espaço físico, com a
abertura do gabinete de arquitetura.
Ricardo Gonçalves vai dedicar-se
principalmente à arquitetura, mas
trambém vai desenvolver trabalhos
na área do design e do mobiliário. “A
sociedade portuguesa ainda não compreende inteiramente o trabalho de
um arquiteto.”, explica o entrevistado,
“Infelizmente, ainda há muita construção sem a contribuição do arquiteto,
muitas vezes com prejuízos de vária
ordem para o promotor da obra”. No
atelier Sketchbook, o arquiteto quer
mostrar ao cliente a mais-valia do
trabalho de um profissional habilitado
a solucionar as questões relacionadas
com o projecto e a construção , fornecendo as soluções mais eficazes
e económicas, na conceção e acompanhamento dos seus projetos.
Para além do gabinete, Ricardo
Gonçalves vai estabelecer uma parceria com uma empresa de mediação
imobiliária e construção, em Vila do
Conde. |
Dezembro I 69
Portugal Inovador
Multiplicidade
de serviços num só espaço
Queli Henriques, proprietária do Consultório Médico Dentário Queli Henriques “Sorrisos
Sábios” esteve à conversa connosco sobre o seu espaço e a sua atividade.
O percurso profissional de Queli
Henriques começou há 16 anos em
Vila do Conde quando decidiu abrir
em sociedade uma clínica na zona.
O espaço era “pequeno e com pouca
luz”, como a própria descreve e há
sete anos decidiu abrir o seu próprio
negócio.
“Queria criar um espaço onde as
pessoas pudessem estar à vontade
e onde se sentissem bem, sem sentirem medo de ir ao dentista e neste
momento este consultório é o reflexo
do que sempre quis ter”, explica Queli
Henriques orgulhosa.
O trabalho do Consultório Médico
Dentário Queli Henriques, contempla
todas as diferentes especialidades
da Medicina Dentária, como Implantologia, Branquamento Dentário,
70 I Dezembro
Periodontia, Dentisteria, Endodontia e
Odontopediatria. No consultório trabalham também Joana Gomes, médica
podologista, Noélia Novo, médica de
medicina geral e familiar e Artur Ferreira, especializado em Medicina Natural.
“A multiplicidade de serviços que o
consultório oferece é um aspeto diferenciador e inovador e no futuro gostaria de incluir outras especialidades,
como Pediatria e Enfermagem e assim
corresponder a todas as necessidades
dos nossos clientes”, acrescenta.
Joana Gomes, médica podologista e colaboradora do consultório,
é natural das Caxinas e explica que
a Podologia “é uma área da saúde
que trata, previne e diagnostica todos
os problemas relacionados com os
pés, não isoladamente mas tendo
sempre em conta a própria saúde do
paciente” e que em terra de pescadores é, depois da Medicina Dentária, a
especialidade mais procurada.
Sobre os cuidados de saúde
dentários dos seus clientes, maioritariemente residentes nas Caxinas,
Queli Henriques acredita que os
jovens começam a prevenir-se cada
vez mais cedo.
“Noto uma evolução muito grande
na prevenção da saúde dentária.
Hoje em dia aparecem aqui poucas
crianças com os dentes cariados,
antes isso não havia ponta por onde
se pegasse. Chegavam aqui com os
dentes completamente destruídos e
os cheques dentistas vieram ajudar a
mudar essa situação”.
Visando a facilitação desse acesso, a clínica mantém parcerias com a
Câmara Municipal de Vila do Conde,
onde participa no projeto “Sorrisos
Bonitos” e onde disponibiliza duas
consultas semanais à população que
não teria possibilidade de aceder a
este tipo de serviço e Cheque Dentista.
O futuro acredita que passará
pela continuidade da sua formação
e pela expansão do negócio. “Quero
tirar Mestrado em Cirurgia Oral e
Impantologia e gostaria de abrir mais
consultórios da especialidade aqui nas
Caxinas, que é uma zona que gosto
muito. Abrir noutras zonas também é
um desafio e eu gosto de desafios”,
conclui. |
Portugal Inovador
“Inovação e Desenvolvimento
no presente, a pensar no futuro”
Situada em Vila do Conde, a empresa S.D.Silva & Filhos atua há 21 anos no mercado de
equipamentos agropecuários. Aqui, a inovação é sinónimo de responder às necessidades do cliente.
José Silva criou a empresa em
1993. Começou a trabalhar por
conta própria, mas mais tarde a
quantidade de trabalho e as exigências do mercado fizeram com
que a S.D.Silva & Filhos, ganhasse
uma nova dimensão, em 2001. Na
verdade, visto que o volume de
negócio estava a crescer significativamente, surgiu a necessidade de
criar uma sociedade. Além disso, a
implicação de novos elementos da
família na progressão da empresa,
levou a que uma sociedade familiar
fosse a opção mais apropriada.
A inovação dos equipamentos
e do método de trabalho teve que
evoluir para acompanhar a exigência do mercado da pecuária e da
agricultura. “Nos últimos dez anos,
a pecuária teve uma grande evolução e nós temos que acompanhar
o desenvolvimento do mercado
para o qual trabalhamos, senão
corremos o risco de ficar para trás
e de não conseguimos dar resposta
ao nosso cliente.” Portanto, nos últimos anos a S.D.Silva & Filhos foi
crescendo, sempre com o objetivo
de conseguir proporcionar um bom
serviço à medida das necessidades
do cliente.
A S.D.Silva & Filhos tem capacidade para acompanhar o cliente
nos mais diversos projetos, desde a
construção do pavilhão agropecuário a todos os restantes equipamentos de interior e bem-estar animal.
Atualmente, os seus produtos são
comercializados maioritariamente
desde o Norte à zona do Ribatejo,
contudo com um crescimento sólido
e sustentado a empresa está atenta
ao alargamento do seu mercado.
A sua atividade não se esgota nos produtos que vende e na
colocação dos equipamentos nas
explorações agrícolas dos clientes.
O acompanhamento após a venda
dos produtos é um serviço a que
a gerência dá muita importância.
O apoio que a empresa presta
ao cliente permite que haja uma
proximidade muito grande e um
atendimento personalizado.
Segundo José Silva, o importante não é crescer em dimensão, mas
sim em qualidade, mantendo sempre a filosofia de trabalho da empresa. A preocupação da empresa
passa por realizar um bom trabalho
junto ao cliente, ter um bom produto
e manter-se no mercado. “ O que
pretendemos é trabalhar passo
a passo no presente para termos
um bom futuro, fazendo sempre o
melhor que podermos com gosto e
dedicação”. |
Dezembro I 71
Portugal Inovador
Terras de
Basto
72 I Dezembro
Portugal Inovador
Múltiplas soluções
Carlos Queirós, responsável pela InforMondim, falou-nos acerca do seu projeto pessoal e
das suas ambições para o futuro.
Localizada no concelho de Mondim de Basto, distrito de Vila Real, a
Informondim surgiu em 2001 após
a identificação de “oportunidade de
negócio” no setor informático, não
existindo qualquer empresa do género na zona. O seu modus operandi, através de treze colaboradores,
consiste em disponibilizar serviços
de informática a clientes particulares e a empresas dos mais variados
ramos de atividade, além do renting
de máquinas fotocopiadoras – nova
modalidade – que já se encontram
em mais de 80 empresas de norte
a sul do país.
Atualmente, a Informondim
encontra-se numa uma fase de
expansão, estando já em Arco de
Baúlhe pelos mesmos motivos:
“Encontramos mais uma zona com
mercado que não estava a ser explorado”, revelou Carlos Queirós,
acrescentando ainda que “tem havido crescimento notório do negócio”.
Um dos pontos fortes da Informondim passa pelo software
de gestão comercial e financeira,
mantendo parcerias com a SAGE,
Primavera Software e WinTouch,
tendo aplicações em mais de 250
empresas nos dias de hoje, contando com técnicos especializados nas
diversas vertentes.
Sendo um projeto comum, mas
com empresas distintas, também
a Microbasto, empresa de Francisco Queirós – irmão do nosso
interlocutor – oferece serviços de
informática e software de gestão:
“Partilhamos os mesmos técnicos,
trabalho e até um grande apoio
interpessoal, fomentando uma boa
relação empresarial”, acrescentou.
Além dos vários serviços de
informática, têm ainda a venda e
reparação de telemóveis – com um
técnico especializado –, contando
com outro profissional dedicado à
manutenção de antenas e parabólicas. Ademais, têm em comum as
Lojas Hello que se direcionam para
a venda, manutenção e reparação
de vários tipos de eletrodomésti-
cos. A Papelaria do Prado, outro
negócio de Carlos Queirós, surgiu
através da Informondim, “fruto de
um nicho de mercado que sentia
uma grande necessidade de oferta
para a região”.
Por último, o responsável ressalvou que o sucesso adquirido
prende-se com “a confiança dos
clientes”, desejando “manter a estabilidade do projeto, incrementar
o volume de negócios e preservar
a confiança depositada por cada
cliente”. |
Dezembro I 73
Portugal Inovador
História de necessidade e paixão
Atuando no setor do calçado há 32 anos, Avelino de Jesus, após o aparecimento de uma
situação familiar complexa, empreendeu e, em 2007, fundou a RUVEL, empresa situada
em Felgueiras.
A sua aventura no mundo dos
sapatos surgiu em tenra idade
– tinha 14 anos – altura em que
Avelino de Jesus começou a
operar numa fábrica de calçado,
onde “aprendia mais a cada dia”,
mantendo “constante” contato
com os seus chefes de linha. A
sua progressão foi tal, que com
18 anos de idade acabou por
se tornar supervisor de alguns
setores produtivos.
Aos poucos, e num espaço de
apenas dois metros quadrados,
com uma pequena mesa de paletes, uma turquesa, martelo e um
motor de lixar, iniciou a sua residual produção de sapatos, “que
tentava comercializar batendo
à porta de algumas sapatarias
na zona”.
Em 2007, Avelino de Jesus,
deparando-se com uma complexa patologia num membro
da sua família, que se revelava
74 I Dezembro
dispendiosa, e com um volume
de trabalho cada vez mais elevado, decidiu, apoiado por cinco
funcionários, criar a sua própria
empresa, com instalações capazes de dar resposta a todas as
encomendas.
Passados seis anos, o empresário procurou nova unidade
fabril, procedeu ao seu restauro
e, atualmente é perentório em
relação à motivação que sentiu
após o drama familiar: “Apesar
de ter acontecido numa fase
Portugal Inovador
económica desfavorável para
o ramo do calçado, consegui
afirmar a Ruvel no mercado,
provavelmente, com a força de
vontade de ajudar o meu filho”,
revelou.
Nos dias de hoje
Hoje, com 46 anos de idade
e um vasto know-how, Avelino
de Jesus tem 72 funcionários,
capacitado para uma produção
diária de, no mínimo, 1200 pares, sobretudo para criança e
senhora, um departamento de
design, dez pequenas fábricas
a colaborar através de outsourcing e, em breve, abrirá uma
unidade produtiva no município
de Celorico de Basto, no distrito
de Braga, que albergará mais 30
funcionários. A razão prende-se
com o volume de encomendas
que têm tido: “Apesar de o mês
de novembro ser de alguma queda, estamos numa boa maré de
trabalho”, pronunciou.
O sócio gerente fez questão
de destacar a importância de
todos os seus fornecedores, pela
ajuda que deram ao longo do seu
crescimento e que continuam a
dar, “são eles que contribuem
para o crescimento da RUVEL”.
São os mesmos aquando do
meu início. “Foram eles que nos
ajudaram a chegar a esta dimensão”, afirma.
Inicialmente, o empresário
abordou o mercado nacional
tendo, todavia, o interesse em
“alargar horizontes, Portugal
tornou-se um mercado pequeno, mas continua a ser muito
importante para a Ruvel”. Neste
momento, 95% da produção da
RUVEL destina-se ao mercado
externo, designadamente França, Alemanha, Bélgica, Holanda,
Espanha e Rússia, países “muito
heterogéneos” em termos de tendências de calçado. Avelino de
Jesus afiançou que “os clientes
também participam na idealização do produto”, estratégia que,
consequentemente, permite
fomentar relações de amizade.
Ademais, reiterou ainda que
não se aproximará do mercado
asiático, porque a qualidade é
“facilmente superada pelo calçado português”, exemplificando
com o regresso da confiança por
parte de um cliente alemão à
produção portuguesa após uma
má experiência na Índia.
As condições de trabalho
foram abordadas por Avelino
de Jesus, revelando que está
“sempre disponível para ajudar
qualquer funcionário”, assumindo a sua responsabilidade social
perante os que colaboram consigo no dia-a-dia e classificando
como “essencial” o conforto dos
m e s m o s : “ Ta m b é m j á e s t i v e
daquele lado”, relembrou. Acrescentou ainda que a preocupação
ambiental é um dos marcos da
RUVEL: “É uma área que exige
melhoramentos constantes, com
sucessivas vistorias, devido à
utilização de produtos químicos. Cumprimos, seguramente,
todos os requisitos ambientais”,
assumiu.
Avelino de Jesus exibiu, no
término da nossa conversa,
todo o seu “imenso gosto pelo
calçado” sendo que, numa estimativa de dez anos, a vontade de
crescer continua “seguramente
presente”. |
Dezembro I 75
Portugal Inovador
Experiência na transformação
de granitos
A S.F.A.G. conta com um percurso de muitas décadas nesta área, fornecendo este material
para construções de todo o tipo.
Só em 2004 é que a empresa,
sediada em Gagos, Celorico de
Basto, adquiriu a sua designação
atual. Contudo, a sua história
remonta já aos primeiros tempos
em que o pai de António Silva,
atual gerente, se dedicou a este
trabalho.
Neste momento, a S.F.A.G.
cobre o mercado nacional (ainda
que com maior representatividade para o Norte do país) e
apresenta ainda uma interessante dinâmica exportadora, que
representa mais de metade do
respetivo volume de faturação,
que é dirigida concretamente
para destinos como França, Alemanha e Luxemburgo. A estrutura desta empresa celoricense
encontra-se apoiada no trabalho
76 I Dezembro
diário dos cinco elementos que a
compõem e numa maquinaria de
última geração que, nas palavras
de António Silva, foi “a grande
aposta para se adaptarem à
atualidade deste mercado”.
Esta laboração é, como já
mencionado, dedicada à transformação de granitos, ainda que
a S.F.A.G. tenha no seu percurso
uma ampla experiência na própria exploração deste material.
Desde há dois anos, como nos
refere o gerente, esta atividade
encontra-se estrategicamente
em suspenso. Ainda assim, a
pedra é local, sendo proveniente
das explorações que são feitas
no Monte Farinha, em Mondim de
Basto. “O granito desta zona tem
vindo a crescer apesar de não
ser muito publicitado; precisava
de outra divulgação quer a nível
nacional quer internacional”,
refere.
Adiantando alguns dos seus
projetos para o futuro próximo,
António Silva fala-nos do interesse em dinamizar a exportação,
com o eventual recurso a “uma
pessoa no exterior que funcione como intermediário com o
possível cliente”, algo que espera ultimar até ao final do ano.
Outra necessidade com que se
depara é a modernização das
instalações, com a construção
de um pavilhão e com “novos
equipamentos que sirvam para
colmatar algumas falhas que
ainda possa haver no processo
de transformação”. |
Portugal Inovador
“As melhores frutas estão,
seguramente, nos campos”
A Frutas Manuel Campos e Irmão, Lda. empresa de cariz familiar,
localizada em Cabeceiras de Basto, direciona a sua atividade ao
comércio e distribuição de produtos hortícolas e frutícolas.
Irmãos e ambos interlocutores na
conversa, Manuel Campos e António
Campos começaram por trabalhar
“desde muito jovens” junto dos seus
pais durante oito anos, espaço de
tempo onde tomaram consciência de
toda a complexidade dos meandros
do comércio de frutas.
Em 2005, constituíram a sua
própria sociedade, partindo da necessidade de estabelecer o contacto
direto com os produtores de frutas
e hortícolas. Todavia, a necessidade
de um espaço direcionado para uma
maior capacidade de armazenagem
e conservação dos produtos, levaram
estes jovens irmãos a construírem
umas infraestruturas pioneiras no
concelho com cerca de 1000m2, o
que aumentou o numero de cola-
boradores da empresa, sendo que,
atualmente a empresa conta com
seis elementos, existindo entre todos
uma relação de proximidade como
referem: “Trabalhamos em prol do
sucesso desta empresa familiar”.
Inicialmente, a Frutas Manuel
Campos e Irmão, Lda. possuía
apenas três viaturas de transporte.
Com o crescimento gradual, a frota
aumentou consequentemente, tendo
agora sete viaturas que circulam diariamente entre Cabeceiras de Basto,
Celorico de Basto, Ribeira de Pena,
Boticas, Montalegre, Chaves, Fafe,
Guimarães e Barcelos. Além da sua
capacidade de distribuição, e beneficiando de duas arcas frigoríficas
com capacidade para 300 toneladas,
possibilitam também venda ao sector
de retalhistas, podendo qualquer
entidade deslocar-se às suas instalações. Atualmente, contabilizam-se
cerca de 150 clientes retalhistas.
Ademais, a Frutas Manuel Campos e Irmão, Lda. conta com sete
produtores hortícolas associados
na Póvoa de Varzim, definiu como
estratégia a receção diária de produtos hortícolas e frutícolas de forma
a apresentar “qualidade” e mantém
ainda uma parceria – sendo cliente e
fornecedor em simultâneo – de uma
empresa espanhola. A empresa tem
intensificado a sua capacidade de
exportação para Espanha e França.
Nesse seguimento, em 2012, Manuel
Campos, procedeu à plantação de
um pomar de Kiwis com cerca de
três hectares, apoiando-se num programa comunitário PRODER, sendo
que o objetivo é “fornecer a empresa
com um produto oriundo da região”.
Os objetivos desta jovem empresa passam pelo sucesso assente
no contacto direto com a produção
dos produtos comercializados, como
forma de rentabilização máxima dos
recursos. |
Dezembro I 77
Portugal Inovador
Distrito de
Viseu
78 I Dezembro
Portugal Inovador
O Direito sob o olhar
de José Marques
Sendo a Justiça um dos pilares da nossa sociedade, procurámos a opinião do advogado
José Marques sobre o atual estado da Justiça em Portugal, com especial enfoque no Distrito
de Viseu.
Licenciado pela Universidade
de Direito de Coimbra, em 1985,
José Marques iniciou o seu estágio no escritório onde ainda
hoje exerce a atividade. Atuando,
essencialmente, no distrito de Viseu, considera que “a advocacia
no Interior nada deve às demais
Comarcas”. Prossegue: “Julgo
que a advocacia aqui praticada,
tem enobrecido a Justiça, sendo
certo que também temos tido um
quadro de magistrados, quer do
Ministério Público, quer judiciais,
que complementam esta pirâmide
em prol do cidadão”.
Questionado sobre a reorganização do mapa judiciário, o advogado considera “que este deve
ir ao encontro de uma boa Justiça
na origem e também na execução”.
Após um início atribulado, que levou
a uma transformação nos tribunais,
“passámos de centenas, a apenas
23 Tribunais de Comarca, a agregar várias valências”, explica. O
exemplo de Viseu é paradigmático,
“dado que temos a sede em Viseu e
três Comarcas extintas – Resende,
Tabuaço e Armamar, cujos processos transitaram para Comarcas
mais próximas, sendo que a Viseu
foram atribuídas novas valências
de processos, designadamente a
instância Central de Família e de
Menores, a secção de Execução,
e a secção de Comércio. Nesse
sentido, “houve um aumento do
quadro de magistrados do Ministério Público, magistrados e funcionários judiciais, num mesmo espaço.
Todos os processos das extintas
comarcas foram transferidos em
suporte papel para a sede, daí o
medo inicial da possível perda dos
mesmos, quando o que efetivamente se passou foi que estes não
estavam ainda inseridos no sistema
informático”. O nosso entrevistado
refere ainda que “os processos que
estão a avançar com maior celeridade são os mais recentes, ou seja,
os instaurados a partir de dia 1 de
setembro de 2013”.
Consciente de que todas as
reformas criam alguma agitação,
o advogado deseja “que já se tenha começado a trabalhar, com a
devida antecedência, numa nova
reforma do Citius”.
Reforma do Código de Processo Civil
Quanto à Reforma do Código
de Processo Civil, “há toda uma
reorganização que está centralizada na cidadania e nas empresas
com o objetivo de torná-la célere,
justa e adequada”.
José Marques continua a sua
explicação: “Em cada Comarca
existe um Tribunal de 1ª Instância,
que se organiza em Instâncias
Centrais e Instâncias Locais. As
Instâncias Centrais, por vezes integram secções de competência especializada. Em Viseu, temos duas
estruturas físicas de tribunais: o
Tribunal Administrativo e Fiscal, o
de Trabalho e o Tribunal Comum
- onde estão instaladas todas as
outras instâncias de natureza civil
ou criminal. Por sua vez, as instâncias locais de Vouzela, Oliveira
de Frades, Castro Daire e Nelas,
para além de outras, integram
secções de competência genérica
e de proximidade, permitindo aos
cidadãos entregar requerimentos,
pedir o registo criminal, etc. Esta
Reforma foi forçada pela intervenção da Troika, considerando ainda
que não deveríamos ceder a parte
da nossa soberania, ao mesmo
tempo que, e relativamente à Justiça, impunha-se uma reforma sem
prazos estipulados “, conclui. |
Dezembro I 79
Portugal Inovador
A condução está no sangue
Como Escola de Condução e Centro de Formação Rodoviária, a família Arede tem uma
enorme responsabilidade na educação de jovens e adultos para o civismo na estrada.
Somando 50 anos em Mangualde, esta escola é uma das mais antigas do país.
mente atualizada e especialmente
atenta às alterações ao código da
estrada e a todas as mudanças
legislativas – que a administradora
considera serem, na maior parte,
desnecessárias. Comenta também
que uma boa escola de condução
tem de funcionar como uma escola
primária, pois tem sido realmente
necessário educar os estudantes,
começando pelas bases de civismo e respeito.
Centro de Formação
Rodoviária
João Arede, o fundador da escola de condução Isabel e Arede,
contou à Portugal Inovador um
pouco da sua história e as razões
que o levaram a dedicar a sua vida
ao ensino da condução. Embora
continue presente no espaço, as
rédeas da empresa foram passadas para a sua filha Isabel Arede
há 10 anos. “Visto que a taxa de
natalidade nacional tem descido
gradualmente, é um pouco arriscado para as escolas de condução
persistirem no mercado sem se
tornarem inovadoras. Por isso,
criámos a vertente do Centro de
Formação Rodoviária, que se tem
tornado uma enorme mais-valia”,
completa a atual administradora.
A equipa da escola de condução
Isabel e Arede é completada pela
80 I Dezembro
restante família, somando o marido
Vítor Rocha, como diretor técnico,
e os filhos Vítor Hugo Rocha e Raquel Arede no papel de instrutores.
“É espetacular saber que toda a
família contribui para o crescimento
da empresa de uma forma ou de
outra, e espero que isto perdure
por mais gerações”, indica Isabel
Arede. Cátia Dias e Mauro Cruz
completam a equipa na parte do
Centro de Formação Rodoviária.
Isabel e Arede dispõe de todas
as cartas de condução para os
seus alunos, sendo estas complementadas por uma frota de três
ligeiros, dois pesados, quatro motociclos de diferentes cilindradas.
Como base do negócio, a
nossa entrevistada comenta a
importância de estar constante-
O mais recente complemento à
Escola de Condução Isabel e Arede
foi o Centro de Formação Rodoviária, que deu lugar a uma imensidão
de possibilidades de crescimento.
Enquanto escola de condução,
lecionam as cartas de condução
para o público geral mas, enquanto
Centro de Formação Rodoviária,
fornecem o CAM para exercer a
condução como profissão.
Encontra nesta escola qualquer
formação de motorista profissional
que pretenda adquirir, como a
Certificação de Aptidão de Motorista de transporte em táxi, de
passageiros em autocarro, coletivo
de crianças, de mercadorias e de
mercadorias perigosas.
No término da nossa entrevista,
tornou-se notável a preocupação
com que lidam com o ensino da
condução e como essa mesma
os irá levar cada vez mais longe. |
Portugal Inovador
Comentário especializado
Pedro Ribeiro Simões, economista e sócio da Farmácia Confiança de Viseu esteve à conversa
com a revista Portugal Inovador.
Quais os antecedentes da Farmácia Confiança de Viseu?
A Farmácia Confiança de Viseu foi
fundada em 1926, tendo sido adquirida
pelo Pai dos atuais proprietários em
1949. Sob a sua direção, em 1953, a
FCV passou a dispor de uma Secção
de Óptica, tendo o grande salto qualitativo sido dado em 1956 com uma
arrojada obra arquitectónica, de que
resultou a duplicação da sua área e
cujos traços, apesar das várias renovações, ainda hoje se mantêm.
Simultaneamente foram sendo
introduzidas novas áreas de produtos
e de serviços disponibilizados aos seus
clientes: perfumaria com representação de marcas exclusivas na cidade de
Viseu, material e equipamento para vinificação, ortopedia e desenvolvimento
de produtos próprios (medicamentos
para uso humano e veterinário e dermocosmética).
Essa dinâmica foi acompanhada
de publicidade sob diversas formas
nomeadamente televisão, distribuição
de folhetos pelas aldeias do concelho,
colocação de placards nas bilheteiras
das estações da CP que contribuíram
para que a farmácia se tornasse mais
conhecida e a percepção dos utentes
que se não havia na concorrência
determinado produto “temos que ir à
Confiança”.
Que medidas considera necessárias para proteger as farmácias, os
farmacêuticos, e, consequentemente
os utentes?
A correção do quadro atualmente
existente relativamente às farmácias
dependerá da política que os governos seguintes irão adotar quer quanto
à política da saúde (destruição/não
destruição do Serviço Nacional de
Saúde), quer quanto à política relativa
às micro e pequenas empresas nas
quais as farmácias se encontram
incluídas: eliminá-las entregando a
disponibilização dos medicamentos
aos utentes às multinacionais da distribuição/apoiá-las.
Existem no entanto indicadores
que algo se encontrará em curso
quando se vê as duas maiores distribuidoras de medicamentos europeias
(Celesio Alemã onde se inclui a OCP
Portugal e Alliance Healthcare Inglesa)
foram compradas por duas empresas
Americanas: Celesio pela McKesson
e Alliance Healthcare pela Walgreens.
Desse processo de concentração
poderão resultar duas situações ou a
combinação das duas:
a) Criação em Portugal de cadeias de farmácias não portuguesas
que irão repartir entre si o mercado
desaparecendo as farmácias tal como
as conhecemos até hoje.
b) Introdução em Portugal do
modelo americano em que a saúde
é prestada e controlada pelas empresas seguradoras que articulando-se
com hospitais privados, empresas
de prestação de serviços na área de
meios complementares de diagnóstico
e cadeias de farmácias, se apresentem
às empresas com um pacote integrado
de prestação de serviços orientados
para os trabalhadores das mesmas.
Na nossa opinião e tendo em conta
que o orçamento aprovado pela AR
para o ano de 2015, estabelece um
abaixamento do preço dos medicamentos em 15%, a resposta à questão
colocada passa por:
a) Manutenção da lei atual, um
controlo efetivo da sua aplicação por
parte da entidade reguladora, mantendo um sector que era importante de um
ponto de vista macroeconómico e que
dava uma resposta eficaz e eficiente às
necessidades dos utentes.
b) O alívio do estrangulamento
que o serviço da dívida colocou às
farmácias, diminuindo os spreads
bancários, introduzindo um período
inicial de carência e alargando o prazo
de amortização das dívidas.
c) Criação de um fee a faturar
pela farmácia ao utente pelo serviço
prestado, proposta já várias vezes
apresentada ao governo, mas que até
à data ainda não foi aprovado. |
Dezembro I 81
Portugal Inovador
Germiltrans dinamiza com
responsabilidade
Sediada numa pequena localidade de Portugal, Germil, a se desloque sem ser inspecionado, qualquer anomalia que seja
Germiltrans transporta eficiência e conforto há 14 anos.
Manuel Lopes percebeu que
na viragem do milénio era altura
de agarrar uma nova oportunidade e lançar-se num novo mundo.
Foi assim que nasceu a Germiltrans em 2000. Durante todo
esse tempo percorreu momentos
bons, e outros menos bons. Através do reconhecimento dos seus
pontos fortes e das suas vulnerabilidades soube prosperar.
Inicialmente, a sua atividade transportadora e logística
desenvolvia-se apenas interna-
82 I Dezembro
cionalmente. Áustria e o Sul da
Alemanha eram as duas áreas
cobertas, atualmente a Germiltrans percorre também todo o
território nacional. “Habitualmente fornecemos serviços de transporte de grupagem”, especifica.
Num setor em que o rigor e
o profissionalismo andam de
mãos dadas com a segurança
e o conforto, a mecânica preventiva acaba por assumir um
papel fulcral. “Na Germiltrans
não há nenhum transporte que
detetada é composta na hora,
pois não podemos correr o risco
de que algo aconteça a meio do
trajeto”, revela.
Crescimento
sustentado
Um mercado que se deixa
interligar com outros mercados,
cresce associado ao que acontece no país e no Mundo. Entrelaçado por diferentes setores de
atividade cruza meios de comunicação vários para que numa
gestão cuidada do tempo, e num
planeamento minucioso das suas
rotas, possa fazer chegar a mercadoria que as empresas tanto
necessitam. Aliado a tudo isto
está também o profissionalismo
dos motoristas.
É nessas bases que a Germiltrans consolida a sua estratégia
de mercado. Contrariando o
obsoleto, alicerça-se com inovação e modernização. Neste momento, a sua frota dispõe de 17
veículos. “Ainda este ano adquiri
cinco veículos para aumentar e
gerar renovação”, conta. Os seus
clientes, para além daqueles que
susteve ao longo deste tempo,
cresceram para mais do dobro
Portugal Inovador
o movimento de toda a sua atividade, percebe que em tempos
o mercado se movia com previsibilidade e hoje a adaptação
torna-se necessária e urgente. |
em apenas dois anos. “Em 2012
tinha 120 clientes, neste momento tenho mais de 300”, identifica.
O olhar de Manuel Lopes,
marcado por uma história de
empenho e inspiração, está traçado num trabalho que se consolida em valores de confiança
e conhecimento. A resposta a
diferentes necessidades, juntamente com a responsabilidade
acrescida, fá-lo valorizar o seu
labor dia após dia. “Claro que
também somos falíveis, mas procuramos responder sempre aos
nossos compromissos”, declara.
Reconhece que a aposta
estará, cada vez mais, na constante fidelização do cliente.
“Nunca perdi o primeiro cliente”,
assegura.
Analisando em retrospetiva
Dezembro I 83
Portugal Inovador
Profissionalismo e dinâmica
culminam em sucesso
Empresa líder em Portugal no mercado dos EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual) e
do Vestuário Profissional reforça a sua estratégia de crescimento e consolidação.
A HR Protecção surgiu em 2001
em casa dos seus administradores
(Hermínio Rodrigues e Isabel Cabral),
em Pedreles, Mangualde e dedicava-se inicialmente à comercialização de
EPI’s, como contou à Portugal Inovador, Fernando Mateus, diretor geral da
HR Group.
“O negócio dos EPI’s podia, evidentemente, trazer um alargamento da
gama e foi então incluído o vestuário de
trabalho. Inicialmente, procedia-se ao
outsourcing da produção e mais tarde,
em 2008, é feita a aquisição da Benilde
Confeções, permitindo a incorporação
da fileira industrial no Grupo”, explica
Fernando Mateus.
Desde então, o HR Group, passa
a ser constituído pelas empresas HR
Protecção S.A. e HR Indústria S.A.,
empregando actualmente 93 pessoas,
34 contratadas nos últimos 18 meses.
“Estamos com um crescimento
de 48% (comparando o Volume de
Negócios acumulado até Setembro
com o mesmo período homólogo do
ano passado), o que é atípico, face ao
que tem sido o atual contexto nacional”, justificando o sucesso alcançado
pela empresa com o profissionalismo
84 I Dezembro
e dinâmica da Estrutura Organizacional, e com a incorporação de marcas
de prestígio na alargada panóplia de
clientes Premium: veja-se a recente
parceria com a Elis Portugal/Elis
França tendo como destinatário final o
Vestuário Profissional da Auto Europa.
Outro exemplo poderá ser partilhado.
“Muito recentemente iniciámos a produção do Vestuário Profissional duma
prestigiada marca internacional com
presença bastante forte e com elevada
notoriedade no nosso país na área da
restauração/fast food”.
“O trabalho tem vindo a ser desenvolvido com consistência, sem deslumbre e com foco”, completa.
A empresa, que atua nos mercados de Portugal Continental e Ilhas,
Moçambique, Cabo Verde, Angola,
França e S. Tomé e Príncipe, possui
um conjunto de marcas próprias e representa algumas marcas de prestígio
da área.
“O nosso foco tem sido o mercado
português, mas queremos expandir a
todo o território de língua portuguesa.
Penetrar no mercado internacional é
um desafio que assumimos, mas no
nosso país ainda há muito para explo-
rar. O nosso propósito é cada vez mais
atingir o cliente final, definir um conjunto de parceiros fortes que nos possam
representar uma estrutura comercial
externa mais reduzida, acompanhada
com um crescimento consistente na
estrutura comercial interna”, respondeu
Fernando Mateus quando questionado
com a expansão futura da HR Group.
Em 2015 o objetivo passa ainda
por reposicionar o HR Group definindo
quatro grandes segmentos: Design,
Line, Tech e Safety: “No primeiro
segmento – Design desenvolvemos
produtos à medida e imagem do cliente
de duas vias: com design próprio ou
utilizando o design do cliente, fazendo
nós a produção”. Esta é a linha onde
estamos a dar mais cartas, porque
é um mercado mais diferenciado e
temos uma expectativa muito positiva;
o segmento Line consiste em produtos de coleção, que estão definidos,
não podemos alterar a gama. O que
o cliente quer é um produto com relação qualidade/preço interessante;
o terceiro segmento onde queremos
apostar é no Tech, tecnologia. Cada
vez mais, acreditamos neste tipo de
linha, ou seja, a linha do valor acrescentado, artigos que incorporam uma
maior complexidade técnica. Um dos
exemplos concretos do segmento Tech
é a nossa gama AntartidA, que é um
Vestuário Profissional para a fileira/
logística do frio, para pessoas que
trabalham, por exemplo, em câmaras
frigoríficas. Este é um dos poucos artigos que está certificado em Portugal
para este tipo de trabalho (nós diríamos mesmo o único português). Por
último, o segmento Safety que inclui
toda a nossa gama de EPI’S, desde
os capacetes até botas, passando por
luvas, óculos, descartáveis, etc.
A empresa, neste momento, está
a concentrar-se cada vez mais em
definir uma estratégia de apresentação
Portugal Inovador
de soluções integradas na área do
vestuário profissional e Equipamentos
de Protecção Individual (EPI’s). “Pretendemos ser um parceiro estratégico
nestes domínios de atuação”, explica
Fernando Mateus.
Ligação às
universidades
“Estamos atentos às universidades
e tentamos, sempre que possível,
participar em projetos em que possamos promover sinergias”. No entanto
Fernando Mateus reconhece que
ainda há muito a fazer neste sentido
no nosso país: “Há quem diga que há
uma barreira entres as universidades
e as empresas (e vice-versa) e eu
acredito que quem faz isso são as
pessoas. As parcerias têm que ser interpretadas como uma mais valia para
ambas as partes. Fala-se muito que as
universidades não estão adaptadas
às necessidades das empresas, mas
se as empresas tiverem uma efectiva
necessidade as parcerias surgem”.
Uma das soluções apontadas passa
chamar as empresas aquando da
“definição dos temas das teses de
mestrado e/ou de doutoramento…
para discuti-las e não apenas quando
já estão no “corredor da investigação”.
Se o mundo empresarial for chamado
a discutir os temas que gostaria de
ver investigados, que áreas gostaria
de ver desenvolvidas e se cada um
dos empresários se comprometesse
à mentoria, tínhamos todo o interesse
que isso acontecesse”, explica.
Por fim, Fernando Mateus desvenda que “este setor está bem
preparado” e que o que os distingue
de outras empresas do mesmo sector “é a atitude, a capacidade de ir à
luta (também bastante resiliência) e
o acreditar – este acreditar e confiar
na HR, nas suas pessoas, nas suas
soluções e naturalmente, no mercado”, conclui. |
Dezembro I 85
Portugal Inovador
Os profissionais da Carriça
Vindos de Moçambique em 1976, José Ferreira e Odete Ferreira começaram do zero numa
tentativa de recuperar alguma parte da vida que deixaram para trás. Hoje, oferecem serviços
de excelência através da empresa Auto-Metalúrgica da Carriça.
No setor da metalurgia, destacamos a Auto-Metalúrgica da
Carriça que se caracteriza pelo seu
serviço completo de manutenção
de veículos pesados, reparação
de suspensões e chassis. Odete
Ferreira e José Ferreira conseguiram transformar uma empresa,
que inicialmente era apenas uma
“serração com estrutura fraca e
velha”, num espaço remodelado
com equipamento atualizado.
A inovação do setor é constante
e a aposta na maquinaria tem sido
uma prioridade. Sendo este um
negócio que corre no sangue da
família Ferreira, não é de admirar que o filho José Luís Ferreira
tenha seguido as pisadas do pai,
estando, desde os seus 14 anos,
86 I Dezembro
presente na empresa, tanto na
vertente produtiva como na gestão
de toda a componente informática.
“Estou confiante que a empresa
vai perdurar, até porque os meus
netos já se estão a interessar pela
arte. É necessário muita dedicação
e requer muito esforço e trabalho,
mas não tenho dúvidas que isso
já lhes corra no sangue”, completa
Odete Ferreira.
Representantes das marcas
WABCO e KNORR, a Auto-Metalúrgica da Carriça tem dedicado
todo o seu esforço à reparação de
suspensões de veículos, desempenho de Chassis, comercialização
de molas, acessórios e soldadura
de alumínios.
Existe também uma enorme
variedade de formações para
saber laborar com as diferentes
maquinarias existentes. Com uma
equipa de 12 colaboradores que
tem contribuído largamente para
o desenvolvimento da empresa,
Odete Ferreira nota que “a especificidade do setor requer muita
prática” e que a Auto-Metalúrgica
da Carriça “aceitou pela primeira
vez um estagiário e aguarda saber
o resultado, realçando a importância de reviver este ramo junto dos
mais jovens”.
Numa região onde ainda encontramos uma variedade de
empresas transportadoras, claro
que a procura da Auto-Metalúrgica
da Carriça faz-se notar. A excelência do trabalho e a aposta na
qualidade são os pontos considerados como prioritários para esta
empresa.
Há 36 anos no mercado, Odete
Ferreira realça as diferenças que o
mercado sofreu, desde a computorização da informação e faturação,
até aos instrumentos utilizados
pelo trabalho manual que agora
são quase extintos.
Quanto a 2015, e uma vez que
estamos na nossa edição de dezembro, Odete Ferreira deixa uma
mensagem confiante da evolução
futura, deixando uma mensagem
natalícia aos seus clientes: “A esperança nunca morre e apostamos
em vocês para contribuir para um
futuro melhor”, termina. |
Portugal Inovador
Mediação Imobiliária
Vila Real - Viana do Castelo
Dezembro I 87
Portugal Inovador
Redescobrir e potenciar Chaves
Após 30 anos de história, o mercado da construção continua a apresentar-se para José Avelino como
um mundo de descobertas. Foi com conhecimento que nos falou sobre as diferentes particularidades
da sua cidade, Chaves, e do seu novo projeto: Condomínio das Campinas.
José Avelino Imobiliária começou a dar os seus primeiros
passos em 1988. Gradualmente,
alicerceando-se em novas bases,
foi percecionando outras realidades que vieram culminar, em
2009, nas Construções José Avelino. Hoje, José Avelino, com uma
visão que se traduz no fazer e no
saber fazer, conjuga a sensibilidade a um novo ritmo no mercado,
abrindo caminhos para um melhor
acompanhamento das diferentes
necessidades dos clientes.
Visualizando o Condomínio
das Campinas percebe-se como o
design ganha nas suas mãos um
novo enredo, fomentando novas
conceções de espaço, onde o
modernismo convive em harmonia
com o funcionalismo. As moradias
T3, com certificação energética de
classe A+, obedecem a padrões
de elevada qualidade, fruto da
especificidade e minúcia dos seus
materiais.
Para além deste projeto já tem
outros em vista, no entanto, José
Avelino manifesta desânimo quanto às leis do urbanismo aplicadas
88 I Dezembro
na cidade, por isso o seu próximo
investimento não será concretizado em Chaves. “Enquanto as
leis não mudarem e a Câmara
Municipal não der incentivos e não
reconhecer o trabalho dos empresários, eu não desenvolverei projetos aqui. Os empreendimentos
precisam de avanços para serem
reconhecidos e não de impasses,
óbices burocráticos ou outros”,
vinca.
Dinamização da cidade
Num passado não muito distante, José Avelino recorda uma
cidade dinâmica com um grande
potencial para singrar.
O impacto que Chaves teve no
exterior, contrastado com os dias
de hoje, levam o nosso entrevistado a colocar algumas questões e a
encontrar explicações para aquilo
que está a acontecer no país, e
mais especificamente no Interior.
Sob a sua visão, os grandes meios
de comunicação nem sempre se
revelam um bom veículo de informação pela quantidade de más
notícias que espalham. Acrescida
a essa má visibilidade, está a implementação das portagens que
dificulta os acessos, colocando
barreiras aos turistas que queriam
vir conhecer a cidade.
Chaves, cidade privilegiada
pela quantidade de emigrantes que
a habitavam, “é hoje uma cidade
que cresceu, mas falta o resto...
Por exemplo, a maior obra que
se fez aqui, após o 25 de abril, foi
o Hospital de Chaves. Volvidos
todos estes anos o Hospital já não
tem serviços quase nenhuns, a
indústria não apareceu, e o poder
político não soube acompanhar o
poder económico”, expõe.
Para que estes problemas
encontrem solução e a cidade
se reerga com o dinamismo que
a caracterizara outrora torna-se
premente um maior empenho por
parte da autarquia local. “Pequenos acontecimentos podem levar a
grandes obras, por isso a Câmara
Municipal tem de actuar neste
âmbito. Chaves tem tudo para se
desenvolver. Temos de aproveitar
o que é nosso”, sublinha.
José Avelino acredita que as gerações mais jovens, com o seu espírito visionário, venham criar uma
rutura em todo este panorama. |
Portugal Inovador
Ancorar com dinamismo
A Imor, localizada na avenida Doutor Manuel Arriaga, no Peso da Régua, contempla dois
mundos distintos, mas complementares: o rural e o urbano. Com uma vocação especial
para a mediação de Quintas produtoras de vinho de qualidade afirma-se no mercado com
constante dinamismo.
Imor
António Ferreira, rosto da mediadora, adquiriu conhecimentos
diversos ao longo da vida. Desenvolvendo competências como
despachante oficial e técnico oficial
de contas, cresceu com uma interdisciplinaridade múltipla. Essa perspetiva fê-lo, mais tarde, perceber
que não conseguiria estar parado
após a reforma. Retomando desde
logo o seu trabalho, decidiu desta
vez abraçar uma nova área com a
Imor. Numa atitude sinergética é
com desafio permanente que agora
encara esta nova fase da sua vida.
As preocupações são vividas
com maior relevo quando se nasce
e cresce numa terra do Interior de
Portugal como o Peso da Régua.
Com uma interioridade enraizada
nos hábitos e costumes das suas
gentes António Ferreira verifica,
que “apesar de existir um grande
interesse por parte das pessoas
para vender, são poucas as que
aparecem para comprar”.
A Imor, mediada nas mãos
de António Ferreira desde 1997,
não abandonando a hipótese de
concretizar negócios no mercado
de arrendamento, focaliza-se essencialmente nas propriedades
agrícolas, especialmente de Vinho
do Porto, na região demarcada
do Douro e, nas regiões do Dão
e dos Vinhos Verdes. “O mercado
de arrendamento, numa localidade
tão pequena, não cresce significativamente, por isso estou mais direcionado para as Quintas”, revela.
Aliado ao serviço da mediação
oferece serviços de contabilidade
para poder proporcionar o seu cliente um atendimento e acompanhamento mais personalizado. “Sinto
que posso oferecer essa mais-valia
à Imor e reconheço que isso beneficia a atividade, proporcionando-me
vantagens para gerar negócios de
Quintas, casas antigas para recuperar, solares, quintinhas na zona
do Douro”, especifica.
tar o interesse dos estrangeiros”,
explica.
António Ferreira observa que
a beleza desta terra não pode por
isso ficar esquecida no tempo,
precisa de alguém que a consiga
reerguer e valorizar.
A dinamização da atividade
económica vitivinícola é por isso
fundamental para a criação de uma
base económica de exportação e
um consequente esbatimento das
assimetrias regionais.
No futuro “penso que o grande
produto da região não será o vinho,
mas sim o turismo. O vinho será a
âncora do turismo”, conclui. |
Beleza insubstituível
O Peso da Régua deixa que os
olhos se enriqueçam de uma paisagem incomparável, no entanto,
existem obstáculos que não podem
ser descurados. “Esta região tem
um potencial muito forte ao qual não
tem sido dada a devida atenção.
Neste momento, quero chegar aos
canais certos para conseguir cap-
Dezembro I 89
Portugal Inovador
Explorar com confiança
A Habit 3, localizada no Passeio 25 de Abril, em Ponte de Lima, está em constante relação com o
cliente, estruturando-se com dinamismo. Com raízes sólidas na Vila mais antiga de Portugal transporta
a sua mensagem para outros destinos.
Durante a crise que se instalou
no país, houve a possibilidade
de perceber como cada um dos
mediadores se posicionavam no
mercado. Vítor Fernandes e João
Castro acreditam que o mediador
imobiliário, que se estrutura com
diferenciação e profissionalismo,
trilha o seu percurso em direção
ao progresso. “Aqueles que sobreviveram, penso que terão agora o
caminho aberto para se cimentar
no mercado”, declara João Castro.
Analisando a mediação imobiliária dentro e fora de fronteiras,
percecionaram e anteviram diferentes necessidades no mercado.
A estagnação da construção e o
declínio nas vendas não os impediu
de procurar soluções novas, muito
pelo contrário, construíram aí uma
nova visão, explorando outros
nichos que se mostraram sólidos.
A Habit 3, gradualmente, percebeu
que o arrendamento, apesar de
não ter grande relevância no dia-a-dia, a longo prazo pode fazer
toda a diferença, por isso “hoje o
mercado reergueu-se e deu sinais
de melhorias, mas desta vez de
forma sustentada e estruturada”,
verifica Vítor Fernandes.
Marcados por um olhar regional
90 I Dezembro
verificam que agora é preciso reabilitar o centro histórico de Ponte de
Lima. A autarquia local tem estado
atenta a essa particularidade e desenvolve estratégias nesse âmbito.
Um outro mercado que tem revelado uma franca procura nos últimos
tempos são as quintas rurais, por
parte de particulares e de empresas que querem expandir-se na
produção agrícola. Há ainda assim
outros nichos que se desenvolvem
lado a lado, como os Golden Visa e
o turismo de habitação. Os particulares e as empresas têm mostrado
interesse nessas aquisições, “não
é um nicho de mercado que todos
os dias obtenha solicitações, mas
está a crescer”, divulgam.
Porém, a Habit 3 não fica só
pela região e estende o seu raio
de ação até Braga e Paredes de
Coura. A possibilidade de constituir
uma carteira de imóveis variada,
confere-lhes um universo ainda
mais extenso. Braga assume-se
um mercado diferenciado por ser
uma localidade onde se construiu
em quantidade. Paredes de Coura,
apesar de ter maiores semelhanças
com Ponte de Lima, adota valores
mais baixos no mercado.
Há diferenças e especificidades
nos vários mercados imobiliários de
cada região de Portugal, mas em
Ponte de Lima a diferença respira
outras particularidades. “No centro
da Vila sente-se uma forte procura,
no entanto não há oferta”, revelam.
Vítor Fernandes e João Castro, situados num lugar estratégico, têm
a capacidade de, num estudo mais
atento, agir com proximidade.
Com uma equipa reduzida no
terreno consolidam a sua presença com segurança. A diversidade
aliada ao constante dinamismo
gera confiança por parte de quem
os procura. Estabelecer proximidade no contacto com o cliente e
o conhecimento de boas práticas
torna-se essencial na sua conduta
para ganhar estrutura e calibre. |
Portugal Inovador
Estratégias consolidadas
com segurança
Na mediação imobiliária cruzam-se e entrecruzam-se ciclos com constâncias, ruturas e
dinamismos diferentes. Venâncio Fernandes, a laborar na Arcobarca desde 2007, acredita
que brevemente reafirmar-se-á uma nova conjuntura.
As diferentes abordagens do produto, a crescente preocupação numa
aquisição segura e a atual situação
económica conseguem dar visibilidade
ao novo paradigma que se avizinha.
“Há uns anos, não existiam as atuais
preocupações que os casais jovens
enfrentam. Existem outros objetivos,
outras formas de estar”, observa. A
mediação imobiliária tão intimamente
ligada à vida das pessoas, acompanha
a adoção desses estilos de vida e
aprende agora a recriar-se em novos
moldes, abrindo espaço a novas possibilidades.
Ainda que a estratégia da Arcobarca tenha raízes no Alto Minho, ganha
expansão no Porto. A loja da Invicta
dá-lhe possibilidade de perceber outra realidade, atraindo clientes para
segunda habitação. As regiões rurais
(Arcos de Valdevez, Ponte da Barca e
Ponte de Lima), por sua vez, captam
essências e especificidades distintas.
Com uma oferta alargada de produto,
o território é marcado por uma riqueza rústica. São as casas tradicionais
para recuperar que revigoram terras
tão características pelo mercado de
emigrantes. Porém, nestes meios onde
a ruralidade aproxima e tranquiliza,
o mercado de arrendamento ainda
não mostrou valores representativos.
“Penso que os proprietários continuam
desconfortáveis e com alguma insegurança. A falta de informação sobre as
novas regras de despejo contribui para
que haja um maior ceticismo na colocação do imóvel no mercado”, expõe.
Aliada a esta descrença está também a conduta que a Banca teve nos
últimos tempos. As pessoas, que cada
vez se sentem menos seguras com
os seus bens no Banco, recorrem ao
mediador imobiliário para desenvolver
potenciais negócios. No entanto, para
desenvolver essa operação torna-se
necessário perceber que este investimento deve ser rentável, tendo
em conta os preços que estão a ser
praticados no momento e os imóveis
disponíveis.
O mediador é a pessoa recomendada para intervir e gerar estas
oportunidades de forma vantajosa.
Mas para que todos os elementos se
estabeleçam com firmeza e solidez
a formação, a consolidação de uma
equipa constante e o relacionamento
de confiança tornam-se essenciais.
Venâncio Fernandes e os seus colaboradores mantêm-se atualizados para
poder dar o devido acompanhamento
às questões que os clientes lhes colocam. Neste momento, a equipa conta
com sete colaboradores distribuídos
pelos vários espaços. “Tenho pessoas
que trabalham comigo desde o início”,
revela.
Em 2015, a Arcobarca vai focar-se-á, essencialmente, na consolidação
da sua atividade. A breve disponibilidade de financiamento por parte da
Banca permitir-lhe-á a introdução de
negócios no mercado local.
Como mensagem final Venâncio
Fernandes manifesta: “A nossa área
tem sido afetada por preconceitos e
precisa de ser mais acarinhada. Este
setor é fundamental para a dinamização do mercado”. |
Dezembro I 91
Portugal Inovador
Mediação na primeira pessoa
De passagem por Vila Praia de Âncora, procurámos a opinião das empresas de mediação imobiliária
locais sobre a atual situação do setor, assim como as perspetivas para o novo ano que se avizinha.
procurada por cidadãos oriundos de
Braga, Melgaço, Arcos de Valdevez,
Monção e Guimarães. As pessoas
do Porto procuram mais a praia de
Moledo”, explica.
Panorama do setor
Fátima Simões, Mediação e
Imobiliária, surgiu no mercado a
16 de junho de 2014, embora a
sua fundadora, Fátima Simões, já
acumule um vasto know-how neste
ramo. “Comecei em 2004 na Frontal,
onde trabalhei seis anos, em 2009
foi-me atribuído o prémio de melhor
vendedora a nível nacional. A partir
daí surgiu a oportunidade de entrar
numa sociedade, mas o projeto não
correspondeu às minhas expectativas e exigências enquanto profissional, por isso decidi abandonar a
sociedade”.
Fátima Simões procura constantemente superar-se. “Nunca trabalhei em competição com ninguém,
eu trabalho de forma a alcançar os
meus objetivos”. Depois de todo este
percurso, a nossa entrevistada, visível apaixonada pela profissão que
exerce, abre então o projeto próprio,
segundo as suas regras e formas de
estar no mercado.
“Faço o que realmente gosto.
Não trabalho apenas em busca do
92 I Dezembro
lucro, prefiro ganhar pouco, mas de
forma honesta”. Dedicando igual
atenção ao cliente comprador e
cliente vendedor, Fátima Simões é a
profissional ideal se pretende adquirir uma casa na zona de Vila Praia de
Âncora, totalmente ajustada às suas
necessidades. “Em carteira, tenho,
sobretudo, clientes que sabem e
descrevem precisamente o que pretendem, sendo que o meu trabalho
passa por procurar e apresentar-lhes a casa ideal”. Consciente das
atuais contigências do mercado de
trabalho e dos horários incompatíveis de muitos clientes, Fátima
Simões está “totalmente disponível
para apresentar uma casa ao fim
de semana, caso seja necessário”.
Incidindo a sua atuação na zona
de Vila Nova de Cerveira até Viana
do Castelo, a profissional assiste
à afluência de pessoas destas
regiões, que na época balnear
procuram as praias de Vila Praia de
Âncora ou de Moledo. “Vila Praia de
Âncora é uma zona turística muito
Analisando os mais recentes
anos de atividade, a gestora realça:
“2008 e 2009 foram anos excelentes para mim; 2010 a 2013 foram
maus, sendo que este último, posso
mesmo classificá-lo como péssimo;
em 2014, começo a sentir uma
recuperação. Nomeadamente, este
verão, considero que foi positivo:
Vendemos imóveis de praia mais
pequenos. Longe vão os tempos
dos negócios de milhões. Mesmo
assim, as perspetivas para 2015
são positivas”.
No que concerne à vertente
do arrendamento, Fátima Simões
denota que os habitantes da zona,
principalmente os jovens, optam
muito por esta opção. A instabilidade
económica e os parcos recursos
impedem-os de adquirir casa própria. No entanto a crescente procura, não é acompanhada pela oferta.
Impulsionados pelos benefícios
fiscais também alguns estrangeiros
reformados ingleses, holandeses,
mas, sobretudo, franceses procuram
adquirir uma habitação em Portugal.
“Atualmente, estou a finalizar um
contrato de compra. Também tenho
recebido contactos de franceses,
mas esses procuram mais o arrendamento”, conclui. |
Portugal Inovador
Dinamizar novas realidades
Arcos de Valdevez distingue-se, em relação aos grandes centros, pela dinâmica da sua ruralidade.
Com uma natureza fora do comum, comunica cultura e proximidade estabelecendo um elo com a
comunidade. Tiago Fernandes e Fernando Cação capturam e narram esta realidade com a Remax
Barcovez.
aos clientes. O seu foco mantém-se
ainda em Arcos de Valdevez, mas
não descuram a possibilidade de vir
a ter uma unidade em Monção ou
Paredes de Coura.
Revitalizar
Arcos de Valdevez
A autenticidade de Portugal
reside aqui com uma essência completamente distinta daquela que
se faz sentir em outras regiões do
país. “O inglês quando se desloca
para o Algarve é como se estivesse
em casa, ao vir para o Alto Minho
consegue ter uma realidade do país
completamente diferente, através
de uma aproximação da natureza,
com um custo de vida muito mais
reduzido do que nos grandes centros”, verificam os entrevistados.
A Remax Barcovez procura estar sempre próxima dos arcoenses
e com os portugueses residentes e
não residentes no estrangeiro. Embora estes mercados sejam mais
complicados de promover - por o
reconhecimento lá fora estar mais
concentrado nas cidades do Porto,
Lisboa e Algarve -, Tiago Fernandes
e Fernando Cação reúnem esforços
nesse sentido. “A zona Norte não é
tão divulgada lá fora e é um trabalho
mais demorado, porque primeiro
temos que dar a conhecer, mas a
resposta é sempre muito positiva.
Se todos estivermos no mesmo
barco, conseguimos chegar lá fora
de uma outra forma”, aclaram.
A agência imobiliária, Remax,
conhecida por cumprir determinadas diretrizes, prolifera com
autonomia. Mas não é por isso que
a Barcovez deixa os seus ideais,
delineando a sua filosofia. A Remax Barcovez dá conta de que a
realidade de agora não é igual à de
outrora. Atualmente, o imóvel traz
outros encargos, como é o caso
do aumento do IMI, o condomínio
e os seguros. Por isso, “passou a
ser importante para os proprietários
rentabilizarem os imóveis e tirarem
algum proveito dos mesmos”.
A nova legislação no âmbito da
mediação imobiliária trouxe algumas consequências no mercado e
na forma como este se movimenta.
A formação do agente como ator
do mercado imobiliário é, na visão
da marca, importante para ganhar
consistência regional e profissionalmente. Para a Barcovez, que se
posiciona num meio rural, não é só
importante como essencial. “Antigamente não era obrigatório o registo,
e há aqui muitas propriedades que
não estão registadas, mas as novas
obrigatoriedades legais veem trazer
uma nova reestruturação, para isso
torna-se necessário que o mercado
tenha conhecimento para transmitir
essas informações”, exemplificam.
Atualmente a Remax Barcovez
está numa fase de expansão da
sua equipa comercial. O aumento
revela-se necessário para conseguir dar o devido acompanhamento
Neste momento, o município de
Arcos de Valdevez está a apostar
no restauro dos edifícios, com o
objetivo de revitalizar toda a malha
urbana do concelho. “Foi definida
a malha urbana e foram criados os
incentivos, com algumas isenções
fiscais, para quem compra e para
quem faz o restauro”, concretizam. |
Dezembro I 93
Portugal Inovador
Arcos de Valdevez
respira história
Artur Henriques Caneja, com sede na Praça Salvador Alves Pereira, em Arcos de Valdevez, iniciou a
sua atividade na mediação imobiliária há 25 anos. Foi essa longa história, aliada ao seu conhecimento,
que a revista Portugal Inovador foi conhecer.
Artur Caneja falou-nos inicialmente dos tempos áureos dos
anos oitenta. O grande número de
vendas nessa fase trazia consigo
fortes expetativas. Mas o mercado
é dinâmico e por isso instável. Hoje,
em retrospetiva, verificam-se as
mudanças ocorridas, que obrigaram a um novo posicionamento
das empresas. “Naquela época
vendia-se praticamente tudo, inclusive os próprios terrenos de
cultivo, ao contrário do que sucede
atualmente. Neste momento, as
pessoas procuram mais quintas
de maiores dimensões”, observa o
entrevistado.
A região, na perspetiva de Artur
Caneja, pelas suas áreas bastante
delimitadas, apresenta desafios.
Torna-se, aqui, cada vez mais difícil
encontrar um terreno agrícola de
grandes dimensões. Os concelhos
limítrofes, como Ponte da Barca
e Paredes de Coura acabam por
sofrer das mesmas limitações. As
quintinhas, por sua vez, continuam
94 I Dezembro
a ser um grande alvo de interesse
para a zona metropolitana do Porto. “Os portuenses estão atentos
essencialmente às casas de granito para restauro, para um fim-de-semana ou férias”, especifica. Não
obstante a esses desafios, a aposta
em projetos turísticos é cada vez
mais a força motriz desta região
e deve ser agora, cada vez mais,
analisada e projetada para o futuro.
O mercado dos emigrantes,
conhecido pela sua sazonalidade,
ajuda a rejuvenescer a região. São
por isso os meses como julho e
agosto que vêm consolidar a sua
ação em novas bases. Quando
questionado sobre o arrendamento,
Artur reconhece que nas grandes
cidades como Porto, Lisboa ou toda
a região do Algarve esse mercado é
uma grande aposta, mas uma vez
aqui, caracteriza-o como “exíguo e
muito limitado”.
A mediadora imobiliária não se
restringe ao concelho de Arcos de
Valdevez, estendendo-se aos vá-
rios concelhos limítrofes. Artur Caneja reconhece assim os diferentes
comportamentos de mercado: “Há
muitos anos as pessoas procuravam mais o mercado de Braga; em
Viana do Castelo, apesar de ser
uma zona balnear, estas investiam
com menor confiança. Atualmente,
são os bracarenses que assistem a
novas dificuldades, porque a construção não foi bem desenvolvida”,
verifica.
A eficiência energética dos
edifícios também suscita algumas
dúvidas aos clientes que se dirigem
à imobiliária. Encarada com alguma
relutância, os mediadores têm de
fazer um esforço redobrado para
sensibilizar as pessoas para esta
questão.
Credibilização
do setor
As obrigatoriedades várias a
que a mediação imobiliária esteve,
durante longa data, sujeita vem
contrabalançar com a recente
liberalização do setor, gerando outros conflitos neste ramo, como a
concorrência desleal. Para impedir
que estas situações continuem a
acontecer no futuro Artur Caneja é
a favor da fiscalização. |
Portugal Inovador
Transportes
e Logística
Dezembro I 95
Portugal Inovador
Internacionalização e
crescimento sustentado
A PML Transportes – Pinho, Moreira & Lago, Lda. está no mercado há mais de 20 anos
e encontra-se sediada em Vila do Conde. Estivemos em diálogo com Fernando Moreira e
Carminda Marques, sócios gerentes responsáveis, para percebermos as características do
seu serviço.
destinos, o mais representativo
dentro do volume de negócio da
PML é o mercado inglês, sendo
que Espanha, Itália e Áustria
apresentam também uma relevância significativa. Sobre Inglaterra, é com muita satisfação que
os nossos entrevistados fazem
referência ao facto de ser um
mercado onde se “paga muito
bem e atempadamente”.
Financiamento
Fundada no ano de 1992, a
PML foi crescendo em parte graças à parceria desenvolvida com
as Tintas Cin, mediante a qual
ainda hoje se responsabiliza pelo
transporte dos seus produtos.
Face à conhecida quebra entretanto verificada no mercado da
construção, tornou-se imperativo
96 I Dezembro
que a estratégia se direcionasse
para fora de portas. Como nos
relata o sócio-gerente, a respetiva faturação “caiu muito no ano
de 2011 e foi então necessário
que a empresa recorresse a
alguém que conhecesse bem os
mercados internacionais”.
Dentro desse conjunto de
A afirmação comercial da PML
ao longo dos anos teve, necessariamente, o suporte financeiro
proveniente do recurso à Banca.
No caso individual de quem comanda os destinos desta empresa, as instituições bancárias têm
mostrado recetividade, o que,
como não poderia deixar de ser,
justifica-se pela saúde que esta
transportadora vilacondense demonstra. “Os critérios são mais
apertados; hoje quem concede
Portugal Inovador
“Começámos
como uma
empresa familiar
e queremos
continuar a ser
uma empresa
familiar”
crédito quer ter toda a informação acerca da disponibilidade
que a pessoa terá para o cumprir,
ao contrário do tempo em que
alguém pedia um empréstimo
para dois camiões e recebia
com muita facilidade”, considera.
Com a crise financeira, já terá
sido feita “uma grande filtragem
neste mercado, a partir da qual
quem não cumpria as regras e
praticava preços impróprios foi
obrigado a encerrar”.
Uma condicionante que encontra, na qual acompanha
muitos outros empresários do
ramo, prende-se com os preços
do combustível. “Quando fazemos trabalhos internacionais,
optamos sempre por não colocar combustível em Portugal”,
esclarecendo-nos assim acerca
da apreensão com que encaram
esta realidade.
Futuro
A empresa de Fernando Moreira e Carminda Marques adquiriu,
só no último ano, 12 camiões,
ficando agora com uma frota de
65. “O nosso projeto é, de facto,
crescer”, declaram, acrescentando que “as coisas estão a atingir
outro patamar e, neste momento,
está nos nossos planos a possibilidade de abrirmos um novo espaço
de armazém ou de escritórios, talvez em Espanha”. A PML não tem
intenções, contudo, de desvirtuar
a sua identidade: “Começámos
como uma empresa familiar e
queremos continuar a ser uma
empresa familiar”. |
Dezembro I 97
Portugal Inovador
Transporte com o máximo
controlo
A TKW Cargo está sediada na cidade da Maia e conta com seis anos de existência. Está
vocacionada, unicamente, para o transporte internacional, com especial destaque para a
Europa de Leste.
O fundador, Miguel Ribeiro,
foi adquirindo know-how ao longo
do seu percurso como comercial
noutras empresas do setor, até
que se sentiu capacitado para “dar
o salto e criar o próprio negócio”.
Passados seis anos, a TKW é hoje
uma empresa com uma frota de 18
camiões e dispõe do trabalho de 24
colaboradores.
Sobre a visão que quis para a
sua empresa, o responsável começa
por referir que, na sua carreira como
comercial, conseguiu “identificar
perfeitamente as necessidades dos
clientes”. Daí que uma preocupação
inicial tenha sido “um perfeito controlo das cargas”, algo que é passível
de ser cumprido apenas com recurso a uma frota própria. “É o nosso
grande fator de valorização, a partir
do qual podemos fazer o controlo
das viaturas, o acompanhamento
diário das cargas e dar informação
98 I Dezembro
espontânea ao cliente sobre a localização do camião e a previsão de
chegada”, explica. Resumindo, “a
grande diferença é que connosco
os clientes estão constantemente
informados”.
Outra diferença na estratégia
da TKW tem sido a opção por se
direcionar, especificamente, para
os mercados de Leste. “Para Espanha ou França já há uma enorme
concorrência por parte dos outros operadores nacionais”, indica,
acrescentando que, atualmente, o
trabalho dirigido aos países do Leste
da Europa representa um peso de
cerca de 70% do volume de negócio
e que passa, especialmente, por países como Polónia, República Checa
ou Eslováquia e grande parte com
clientes ligados ao ramo automóvel.
Do referido volume de negócio,
já o trabalho entre portas tem uma
representatividade que é exatamen-
te nula, por razões que, segundo o
nosso interlocutor, são as seguintes:
“Não é dado apoio nenhum aos
transportadores. Com o preço do
gasóleo, face ao qual o Estado não
nos dá nenhum benefício e altamente penalizado em impostos, e
com as despesas em portagens não
nos é possível trabalhar no mercado
interno. Por exemplo, fazemos um
serviço semanal entre Portugal e
Eslováquia, e percorrendo uma distância mensal de 12 mil km, que nos
custa aproximadamente 800 euros
em portagens. Já uma possibilidade de negócio que tivemos a nível
nacional, com distâncias mensais
equivalentes, ia representar uma
despesa muito aproximada a 2500
euros”.
Sobre as expetativas que alimenta para o futuro da TKW, Miguel Ribeiro mostra contenção nos planos
que faz: “Não tenciono atingir os 100
nem sequer os 50 camiões. Vamos
crescer à medida das necessidades
dos nossos clientes, querendo estar
sempre com capacidade para fazer
face aos pedidos, mas também com
consciência de que o mercado não
é estável. A exportação por vezes
desce e isso reflete-se nos transportadores, nomeadamente nos que
têm mais viaturas e não querem ficar
com eles parados e que, por isso,
até acabam por fazer cargas abaixo
do custo. Ter entre 25 a 30 camiões
é o nosso objetivo”. |
Portugal Inovador
“O transporte de mercadorias
por camião será o futuro”
Há sete anos no mercado dos transportes de mercadorias, a InterBrigas é uma empresa
familiar sediada em Ansiães, Amarante que prima pela qualidade e rapidez nos seus serviços.
Com uma frota de 14 camiões e
17 funcionários, a InterBrigas atua
nos mercados nacional e internacional, sobretudo em Espanha e
França atua sobretudo é de produtos têxteis e sapatos
“Temos crescido consoante a
evolução do mercado e do setor”,
começa por explicar à Portugal
Inovador, Bruno Brigas, fundador e
proprietário da InterBrigas.
A empresa, que iniciou a sua
atividade da promessa de um
cliente, foi entrando nos mercados
internacionais e consequentemente
aumentando a sua frota.
“Temos 17 viaturas, atuamos
principalmente em carga completa.
Estamos a investir na renovação
da frota para poder dar uma maior
fiabilidade aos nossos clientes”,
explica.
Dentro dos serviços que disponibiliza, os serviços de expressos
são os que dão maior credibilidade
à empresa.
“Com os meios que existem
hoje é possível por camião colocar
a mercadoria em qualquer ponto
de França e Espanha em 24 horas
acrescentando que todas as suas
viaturas “estão equipadas com sis-
tema de localização. Conseguimos
analisar a condução do motorista,
os consumos da viatura, etc.”
Sobre o passado e futuro do setor dos transportes de mercadorias,
acredita que apesar de ser uma
área que já atravessou dias difíceis, o futuro será de crescimento
e prosperidade.
“Em 2008, 2009 quando houve
uma enorme crise no setor dos
transportes houve uma filtragem
e algumas empresas ficaram pelo
caminho. Hoje em dia é diferente e
o transporte das mercadorias por
camião será o futuro. Atualmente
estamos a trabalhar bem, a empresa está a crescer acompanhando o
crescimento do mercado global.”
O objetivo primordial da empresa passa por criar instalações
próprias onde a empresa será
centralizada e incluirá escritórios e
armazéns.
“Já temos o espaço e as instalações serão construídas em 2015 ou
2016”, confidencia o proprietário. |
Dezembro I 99
Portugal Inovador
100 I Dezembro
Portugal Inovador
Dezembro I 101
Portugal Inovador
102 I Dezembro
Portugal Inovador
As dificuldades
reforçam os
mais audazes
Prestes a comemorar o seu
quinto aniversário, em mais um
ano de estrada, a revista Portugal
Inovador deu voz a centenas de
empresas portuguesas nos mais
variados setores de atividade. Ao
longo de 2014, apresentamos-lhe micro, pequenas e grandes
empresas que nos abriram as
suas portas, revelando o seu
passado, os seus projetos atuais
e anseios de futuro.
Os nossos parceiros de múltiplos setores, desde o têxtil, passando pelo calçado, a indústria
dos moldes, da ouriversaria, dos
transportes, das novas tecnologias, entre tantas outras, reportaram-nos o modo como encaram
o mercado nacional; e muitas
outras - cada vez mais - que têm
no exterior o seu foco, revelaram
as suas dificuldades iniciais, mas
provaram que a capacidade de
trabalho dos portugueses, aliada
a uma grande aposta na inovação e na formação, marcam a
diferença e as colocam a par dos
grandes players internacionais.
De igual modo, demos um especial enfoque às instituições de
cariz social e de ensino. Nomeadamente as Santas Casas da
Misericórdia, nas suas áreas de
abrangência têm sido um apoio
fulcral para milhares de famílias
portuguesas que enfrentaram
dificuldades perante um panorama económico desfavorável de
desemprego. Muitas destas têm
trilhado um caminho de louvar,
criando parcerias com as instituições empresariais e camarárias,
ampliando o número de valências
e assegurando uma vida mais
segura, especialmente aos cidadãos mais desprotegidos.
Também as instituições de
ensino estão cada vez mais
abertas à sociedade, ajustando a sua oferta letiva às reais
necessidades de mão de obra
especializada das empresas,
suas parceiras. A abertura de
cursos profissionais, direcionados para as necessidades locais
e regionais tem vindo a revelar-se positiva.
Mês a mês, realizámos especiais em diversos distritos
nacionais. Esses périplos deram
a conhecer também micro e pequenas empresas que marcam a
diferença localmente, merecendo-nos igual destaque e atenção.
Em 2015, queremos continuar a marcar a diferença e a
revelar-lhe um Portugal cada
vez mais inovador, consciente
das alterações de um mercado
irreversivelmente global.
Dados recentes, divulgados
pelo Instituto Nacional de Estatísticas revelam que o Produto
Interno Bruto português, no terceiro trimestre deste ano, registou um aumento, relativamente
ao mesmo período de 2013, de
1,1%. O crescimento é paulatino,
mas positivo. Ambicionamos, em
2015, continuar a apresentar-lhe
casos de sucesso que ajudam a
impulsionar a economia nacional
e a levar o nome das nossas
marcas e empresas além fronteiras. |
Dezembro I 103
PORTUGAL INOVADOR
Portugal Inovador
Dezembro I 105
Portugal Inovador
106 I Dezembro

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