introdução a biologia celular
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introdução a biologia celular
INTRODUÇÃO A BIOLOGIA CELULAR Thiago Campos Monteiro UFMS / CPCS Créditos: Profa Elisângela de Souza Loureiro Origem e Evolução da Vida Teorias Sobre a Origem da Vida 1. Geração espontânea (abiogênese) A vida se origina de material não vivo (Aristóteles, sec. IV). 2. Criação especial ou criacionismo (Idade Média) ► A vida foi criada por um poder sobrenatural. 3. Teoria cosmozóica ►O protoplasma, em forma de esporos resistentes, teria chegado a Terra de outro ponto do universo. Teorias Sobre a Origem da Vida 4. Teoria naturalista (biogênese) A vida se originou na Terra pela combinação progressiva de pequenas moléculas em moléculas orgânicas mais complexas. Teorias Sobre a Origem da Vida 4. Teoria naturalista (biogênese) Francisco Redi - século XVII Teorias Sobre a Origem da Vida 4. Teoria naturalista (biogênese) A vida se originou na Terra pela combinação progressiva de pequenas moléculas em moléculas orgânicas mais complexas. Como essas moléculas apareceram? Origem do Universo • Surgimento com uma grande explosão: - Big Bang - 13,3 e 13,9 bilhões de anos Origem da Terra • 4,6 bilhões de anos • Explosão criou uma nuvem de poeira e gases • A poeira foi se condensando em grãos sólidos • Os grãos se transformaram em fragmentos de rochas cada vez maiores • Um deles evoluiu e se transformou na Terra • Tudo com o auxílio de grandes reações químicas • A gravidade reteve gases (amônia, metano, gás carbônico e vapor d’água) constituindo uma atmosfera primitiva • A condensação do vapor d’água originava tempestades e chuvas que caiam sobre a crosta quente (quente por causa de erupções vulcânicas) Sinais de Vida • 3,5 bilhões de anos • As tempestades constantes formaram os primeiros mares • Terra primitiva + chuvas + descargas elétricas→ sopas orgânicas • Surgimento dos COACERVADOS → aglomerados de proteínas circundados por uma película de H2O COACERVADOS - proteínas circundados por uma película de H2O Teoria de Oparin: existiam coacervados formados de diversas maneiras. • Pode-se caracterizar os primeiros seres vivos como: - simples - unicelulares - heterótrofos - fermentadores - anaeróbicos Célula Procarionte E como se deu a passagem do estado de uma simples “sopa orgânica”para o aparecimento de formas celulares organizadas? Definições da Biologia Celular Organismos vivos possuem um plano único de organização Aristóteles (Antiguidade, 300 a.C.) Paracelsus (Renascimento, séc. XV e XVI) “Todos os animais e plantas, por mais complexos que sejam, são constituídos por poucos elementos que se repetem em cada um deles” estruturas macroscópicas = folhas, membros Introdução à Biologia Celular Citologia (do grego kytos = célula e logos = estudo): é a parte da biologia que estuda a célula. As células são as unidades funcionais e estruturais básicas dos seres vivos! História da Biologia Celular Robert Hooke - 1665 “a constituição da cortiça analisada através de lentes de aumento” Percebeu que a cortiça era formada por numerosos compartimentos vazios. A esses compartimentos ele deu o nome de célula, palavra diminutiva do latim cella que significa cavidade. História da Biologia Celular Brown - 1831 - descoberta do núcleo Conceito de célula: massa de protoplasma limitada por uma membrana celular e possuindo um núcleo. Schleiden - 1838 (estrutura dos tecidos vegetais) Schwann - 1839 (estrutura dos tecidos animais) “Teoria Celular” -Todos os organismos são compostos de uma ou mais células - A célula é a unidade estrutural da vida Virchow - 1855: médico alemão As células podem surgir somente por divisão de uma célula pré-existente. Todo ser vivo origina-se de células pré-existentes (Biogênese) Todo metabolismo ocorre em nível celular Toda célula possui material genético (DNA/RNA) Eduard Strasburger - 1880: Primeiros desenhos de células em divisão (célula ciliada de flor de Tradescantia) - Flemming, 1880 (mecanismo da mitose) - Waldeyer, 1890 (divisão precisa dos cromossomos) ~ 1900 - Versão moderna da “Teoria celular” 1) as células são as unidades morfológicas e fisiológicas de todos os organismos vivos; 2) as propriedades de um dado organismo dependem daquelas de cada uma de suas células; 3) as células originam-se somente de outras células, das quais herdam suas características; 4) a menor unidade da vida é a célula. Os níveis de organização da vida Desenvolvimento da Microscopia Invenção de lentes de aumento: levou ao descobrimento do mundo microscópico. 500 a.C. – Confúcio, China: pedras cortadas e utilizadas como instrumento óptico. 1000 d.C. – Monges árabes, “pedra da leitura”, “lupa primitiva” 1270 d.C. – Marco Polo, chineses idosos utilizando “óculos” para leitura. Final Séc. XIII – Veneza, armação com um par de lentes. Desenvolvimento da Microscopia Invenção de lentes de aumento levou ao descobrimento do mundo microscópico A invenção do microscópio Microscópio óptico Microscópio eletrônico A invenção do microscópio: final do século XVI Hans Janssen e Zacharias Janssen (fabricantes de óculos) Leeuvenhoek (1632-1723) Observação de células livres • Microscópio óptico (até 2000 vezes); • Microscópio eletrônico (até 500 mil vezes). Microscópios: Microscópio Óptico (MO) = aumento de até 2.000x observação células vivas (“a fresco”) ou mortas (“fixadas”). Podem ser utilizados estruturas celulares. corantes para realçar as Microscópio Óptico Microscópio Eletrônico (ME) – aumento de até 160.000 x. Pode-se observar a ultra-estrutura celular. Bactéria Escherichia coli - aumento de 10.000x Piolho moderno (Pediculus humanus) visto ao microscópio eletrônico Por que microscopia eletrônica? Devido a utilização do elétron como fonte de iluminação da amostra. Por que utilizar o elétron? O elétron apresenta um menor comprimento de onda, o que permite uma melhor resolução. Luz visível 8 x 10-7, elétron 5x 10-12. d= k / n sen = comprimento de onda Fonte : Prof Eduardo Alves (DFP/UFLA) REQUISITOS PARA O FUNCIONAMENTO DE M.E. • Uma fonte de elétrons – filamento tungstênio (na maioria dos aparelhos). de • Alto vácuo - Bomba de vácuo. • Lentes eletrônicas – Campo magnético com arame de cobre e ferro doce. Fonte : Prof Eduardo Alves (DFP/UFLA) Sistema de iluminação CÁTODO FILAMENTO ÂNODO MET MEV Fonte : Prof Eduardo Alves (DFP/UFLA) Resolução RESOLUÇÃO - menor distância discernível entre 2 pontos Resolução teórica: - Olho humano- 0,1 mm - Microscopia de luz- 200 nm (0,002 mm) - Microscopia Eletrônica de Varredura 10A - Microscopia Eletrônica de Transmissão 1-2 A Fonte : Prof Eduardo Alves (DFP/UFLA) Conversão de unidades 1 m = 10dm = 100 cm = 1.000 mm = 1.000.000 (1 x 1006) µm = 1.000.000.000 (1 x 1009) nm = 10.000.000.000 (1 x 1010) Å COMPARAÇÃO DA RESOLUÇÃO AO MICROSCÓPIO DE LUZ E ELETRÔNICO Fonte : Prof Eduardo Alves (DFP/UFLA) Magnificação ou aumento Aumento ou magnificação = maior diâmetro do objeto. - Aumento -Resolução Fonte : Prof Eduardo Alves (DFP/UFLA) Interação elétron/amostra Para entender como funciona um ME temos que compreender o que ocorre quando um feixe de elétrons interage com átomos da amostra. -elétrons transmitidos -elétrons retro-espalhados -elétrons absorvidos (força eletromotriz) -elétrons secundários e raio X Fonte : Prof Eduardo Alves (DFP/UFLA) Efeito da Interação elétron/amostra Fonte : Prof Eduardo Alves (DFP/UFLA) TIPOS DE MICROSCOPIA • MICROSCOPIA DE LUZ ou FOTÔNICA • MICROSCOPIA DE FORÇA ATÔMICA • MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA: Utiliza elétrons secundários, retro-espalhados e raios X para gerar a imagem através da varredura das amostras. Temos também a varredura de tunelamento e força atômica e a laser confocal que são também de varredura. • MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE TRANSMISSÃO: Utiliza elétrons transmitidos para gerar imagens e Catoluminescência para visualizar a imagem. Fonte : Prof Eduardo Alves (DFP/UFLA) Lupa Fonte : Prof Eduardo Alves (DFP/UFLA) Microscopia luz ou fotônico Fonte : Prof Eduardo Alves (DFP/UFLA) Microscópio estereoscópio com sistema de fluorescência Fonte : Prof Eduardo Alves (DFP/UFLA) Microscópio de luz ou fotônico Fonte : Prof Eduardo Alves (DFP/UFLA) Microscópio de Epifluorescência Fonte : Prof Eduardo Alves (DFP/UFLA) Epifluorescência Fonte : Prof Eduardo Alves (DFP/UFLA) Microscopia Eletrônica de varredura • Utiliza elétrons secundários, retroespalhados e raio X para gerar as imagens. Microscópio eletrônico de varredura Emissor de elétrons Lente magnéticas Feixe defletor Gerador de varredura Bobina magnética com objetivas Vídeo elétrons Detector espécimes -Imagens de superfície (1 a 6 μm); -Varredura: bobinas defletoras; -Alto vácuo; -Elétrons secundários ou retroespalhados; -Ddp entre catodo e anodo; -Aumento de 10 – 100.000 x -Resolução máxima: 10 nm depende das: • espessura do feixe, • interação do feixe com amostra, • velocidade de varredura. Pulga Cabeça de uma mosca doméstica Mitocôndria MEV Fonte : Prof Eduardo Alves (DFP/UFLA) Microscopia eletrônica de Transmissão • Utiliza elétrons transmitidos para gerar imagens Microscópio eletrônico de transmissão -Formação de imagem semelhante ao MO; -Amostras finas 500 a 5.000Å; -Os elétrons atravessam amostra e incidem em uma tela fluorescente, chapa de filme fotográfico, ou dispositivo CCD; -Alto vácuo (0,001 a 0,0000001 mmHg); -Ddp entre catodo e anodo: 40.000 – 100.000 V; -Aumento de 1.000 – 200.000 x; -λ: 0,01 – 0,001 nm; -Resolução máxima 0,5-0,2 nm = 500x m.óptico =10 Å. Vírus da dengue em célula infectada Complexo de Golgi MET Zeiss EM 109 Fonte : Prof Eduardo Alves (DFP/UFLA) COMPARAÇÃO ENTRE MICROSCÓPIOS ÓPTICOS E ELETRÔNICOS Microscópio Óptico (Invertido) Microscópio Eletrônico de Transmissão (TEM) Microscópio Eletrônico de Varredura (SEM) Diferenças das imagens de MEV e MET (estereocílio de uma célula pilosa do ouvido) Fonte : Prof Eduardo Alves (DFP/UFLA) Para pensar! Fonte : Prof Eduardo Alves (DFP/UFLA) Material aula • OBRIGADO PELA ATENÇÃO