AVALIAÇÃO DE MÉTODOS DE SANITIZAÇÃO DE CHEIRO VERDE

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AVALIAÇÃO DE MÉTODOS DE SANITIZAÇÃO DE CHEIRO VERDE
Área:
CV ( )
CHSA ( )
ECET ( )
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA
Coordenadoria de Pesquisa – CPES
Campus Universitário Ministro Petrônio Portela, Bloco 06 – Bairro Ininga
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AVALIAÇÃO DE MÉTODOS DE SANITIZAÇÃO DE CHEIRO VERDE
COMERCIALIZADAS NA FEIRA LIVRE DE PICOS –PI E UTILIZADAS EM
COZINHAS DOMÉSTICAS
Ana Carla Rodrigues (bolsista do PIBIC/CNPq), Ana Carolina Landim Pacheco (Orientador,
Depto de Biologia UFPI/CSHNB)
INTRODUÇÃO: As hortaliças são fontes de fibras, vitaminas e minerais, e sua ingestão é
recomendada para obtenção de uma alimentação saudável, entretanto estas apresentam-se como
veículos para transmissão de doenças parasitárias. Tendo em vista seu amplo consumo pela
população, o presente trabalho teve como finalidade verificar a presença de estruturas parasitárias e
a eficácia do processo de sanitização.
METODOLOGIA: Foram adquiridas na feira livre do município de Picos- Piauí 40 amostras de coentro
e 40 amostras de cebolinha. As amostras foram obtidas de forma aleatória, considerando-se como
unidade amostral para o coentro e a cebolinha, o maço constitui a unidade amostral. As amostras de
coentro e cebolinha foram acondicionadas em saco de polietileno de primeiro uso e descartável,
sendo identificadas e encaminhadas ao laboratório de Patologia Celular e Molecular da Universidade
Federal do Piauí para análise laboratorial. A análise foi realizada pelo método de sedimentação
espontânea. As amostras identificadas e as folhas separadas uma a uma, desprezando-se partes
deterioradas e talos, pelo processo manual com a utilização de luvas descartáveis de látex, sendo um
par para cada procedimento. Em seguida, as amostras foram lavadas, individualmente, com 250 mL
de água destilada, com o auxilio da mão protegida com a luva, friccionando toda a superfície das
folhas. O líquido obtido foi filtrado, através de gaze de quatro dobras, e transferido para um cálice de
sedimentação onde permaneceu em repouso por 24 horas para decantação das estruturas
parasitárias. Para o processo de sanitização as amostras já lavadas individualmente com água
destilada (250 mL), ficaram submersa na proporção de 10 mL de hipoclorito de sódio 2,0-2,5% para 1
L de água corrente, permanecendo durante 15 minutos nessa solução. Após esse período, a água
utilizada foi descartada, e as amostras foram novamente lavadas uma a uma e folha a folha com
água destilada (250 mL), e as amostras desprezadas. O líquido obtido foi filtrado, com o auxilio de
gaze de quatro dobras, e transferido para um cálice de sedimentação onde permaneceram em
repouso por 24 horas para decantação das estruturas parasitárias. Para análise microscópica as
amostras, sem sanitizar e sanitizada, seguiram o mesmo procedimento para coleta e análise do
sedimento. Desprezou-se o sobrenadante. Coletou-se, com o auxilio de uma pipeta, quantidade
suficiente para o preparo de lâminas que foram observadas em microscópio óptico. Preparou-se para
cada amostra três lâminas sem sanitizar e três após a sanitização, as quais foram coradas com lugol
e observadas diretamente em microscópio óptico nos aumentos de 10 X, 40 X e 100 X.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram encontrados nas amostras analisadas antes da sanitização
66,25% de contaminação, os parasitas encontrados com maior freqüência foram Ancilostomídeo,
Ascaris lumbricóides, Taenia saginata Trichuris trichiura, Strongyloides stercoralis. Diversos estudos
realizados não só no Brasil como também no México e na Noruega evidenciam os elevados níveis de
contaminação parasitológica em hortaliças, detectando índices de 32% até 94,44% dependendo da
região, local de venda e tipo de hortaliça analisadas, mostrando que a presença dessas estruturas
parasitárias é uma desordem de fator mundial. Após o processo de sanitização em que as amostras
foram submetidas ocorreu uma redução do percentual de contaminação (40%) das hortaliças. Os
parasitas que tiveram resistência ao processo de sanitização foram os Ancilostomídeo (larva), Ascaris
lumbricóides (ovo), Taenia saginata (ovo) e Trichuris trichiura (ovo e larva), justamente os parasitas
que apresentaram maior contaminação antes do processo de sanitização, os mesmos apresentaram
redução, mas não a eliminação total. A etapa de desinfecção das hortaliças demostrou ser de
fundamental importância para a redução da carga parasitária.
CONCLUSÃO: Campanhas de educação em saúde para produtores, consumidores e comerciantes
de hortaliças da região, baseada nas técnicas de sanitização e uma rigorosa fiscalização pelos
órgãos competentes da qualidade higiênico-sanitária dos alimentos de consumo no país se faz
necessária, com a finalidade de reduzir os riscos de infecção por agentes infecciosos e parasitários
evitando prejuízos à saúde pública.
“Palavras-chave”: Contaminação de alimentos. Carga parasitária. Desinfecção.
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