Relatório final

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Relatório final
Contributos do SIGRE para o Desenvolvimento Socioeconómico
e Ambiental de Portugal
Relatório final
Destinatário:
Desenvolvido por:
[Dezembro de 2012]
Página | 1
Relatório final
Estudo desenvolvido para a SPV
Intervenientes na Avaliação de Ciclo de Vida:
Coordenação operacional
do projeto: Paulo Ribeiro
Ambiente, aspetos
específicos da sócioeconomia e elaboração do
relatório: Paulo Ribeiro,
Ana Lopes e Inês Costa
3 Drivers – Engenharia, Inovação e Ambiente Lda.
Av. 5 de Outubro, nº 124, 4º
1050-061 Lisboa, Portugal
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E-mail: [email protected]
Internet: http://www.3drivers.pt
Créditos das imagens e figuras no relatório:
3 Drivers, se não especificado.
Data do documento:
Coordenação científica do
projeto: Paulo Ferrão
Dezembro de 2012
Impacte económico: João
Rodrigues, Alexandra
Marques e Tiago Domingos
Caracterização das empresas
e emprego: Miguel Amaral,
Miguel Preto
Disclamer:
Instituto Superior Técnico (IST)
Centro de Estudos em Desenvolvimento, Tecnologias
e Políticas de Desenvolvimento (IN+)
[O conteúdo deste documento é da autoria dos seus
autores, sendo que as conclusões expressas podem
não coincidir necessariamente com a posição oficial
da entidade que adjudicou o estudo.]
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1049-001 Lisboa
Tel: (+ 351) 218 417 732, Fax: (+351) 218 496 156
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Internet: in3.dem.ist.utl.pt
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal,
Relatório Final
ÍNDICE
NOMENCLATURA
XI
GLOSSÁRIO
XIII
SUMÁRIO EXECUTIVO
XVII
1
INTRODUÇÃO
1
1.1
Âmbito e Objetivos do Relatório
1
1.2
Organização do Relatório
2
2
ANÁLISE DE BIBLIOGRAFIA RELACIONADA COM OS CONTRIBUTOS AMBIENTAIS, ECONÓMICOS E
SOCIAIS DA GESTÃO DE RESÍDUOS
5
2.1
Considerações Iniciais
5
2.2
Contributos Ambientais
5
2.2.1
Enquadramento
5
2.2.2
Setor de Gestão de Resíduos
8
2.2.3
Gestão de Resíduos de Embalagens
2.3
14
Contributos Económicos
24
2.3.1
Enquadramento
24
2.3.2
Setor de Gestão de Resíduos
24
2.3.3
Gestão de Resíduos de Embalagens
33
2.4
Contributos Sociais
37
2.4.1
Enquadramento
37
2.4.2
Setor de Gestão de Resíduos
37
2.4.3
Gestão de Resíduos de Embalagem
42
3
AVALIAÇÃO AMBIENTAL DO SIGRE
43
3.1
Âmbito e Objetivos da Avaliação
43
3.2
Metodologia Utilizada
43
3.3
Resultados
49
3.3.1
Impactes e Benefícios Ambientais da Gestão de Resíduos Urbanos de Embalagens (Sistema Urbano)
49
3.3.2
Impactes e Benefícios Ambientais da Gestão de Resíduos Não Urbanos de Embalagens (Sistema eXtra-Urbano)
59
3.3.3
Balanço Global do SIGRE
65
4
AVALIAÇÃO ECONÓMICA DO SIGRE
71
4.1
Considerações Iniciais
71
4.2
Embaladores Aderentes ao SIGRE
71
4.2.1
Âmbito e objetivos da avaliação
71
4.2.2
Metodologia utilizada
71
4.2.3
Resultados
72
4.3
Empresas de Recolha, Triagem e Retoma/Reciclagem dos Resíduos de Embalagens
74
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
4.3.1
Âmbito e objetivos da avaliação
74
4.3.2
Metodologia utilizada
74
4.3.3
Resultados
76
4.4
Impacte Económico da Gestão de Resíduos de Embalagens em Portugal
79
4.4.1
Âmbito e objetivos da avaliação
79
4.4.2
Metodologia utilizada
80
4.4.3
Resultados
83
5
AVALIAÇÃO SOCIAL DO SIGRE
89
5.1
Enquadramento Geral
89
5.2 Caracterização das Empresas de Recolha, Triagem e Retoma/Reciclagem dos Resíduos de
Embalagens
89
5.2.1
Âmbito e objetivos da avaliação
89
5.2.2
Metodologia utilizada
90
5.2.3
Resultados
90
5.3
Empregos Associados à Gestão de Resíduos de Embalagens
95
5.3.1
Âmbito e objetivos da avaliação
95
5.3.2
Metodologia utilizada
95
5.3.3
Resultados
97
5.4
Impacte dos Projetos de Responsabilidade Social Promovidos pela SPV
98
5.4.1
Âmbito e objetivos dos projetos
98
5.4.2
Meios utilizados
99
5.4.3
Resultados
100
6
AVALIAÇÃO INTEGRADA DOS RESULTADOS AMBIENTAIS, ECONÓMICOS E SOCIAIS
103
6.1
Considerações Iniciais
103
6.2
Resultados Ambientais
103
6.2.1
Redução das Emissões de GEE
103
6.2.2
Redução do Consumo de Energia
104
6.2.3
Redução do Consumo de Água
105
6.2.4
Redução das Emissões de Substâncias Acidificantes
106
6.3
Resultados Económicos
106
6.3.1
Número e Volume de Vendas das Empresas Aderentes
106
6.3.2
VPV pago pelas Empresas Aderentes
107
6.3.3
Estrutura do Capital Social e Volume de Vendas e de Empresas Parceiras no SIGRE
108
6.3.4
Efeito Multiplicador do SIGRE ao Nível do Valor Acrescentado
108
6.3.5
Efeito Multiplicador do SIGRE ao Nível dos Salários
109
6.3.6
Efeito Multiplicador do SIGRE ao Nível do Volume de Negócios
109
6.3.7
Redução do Valor Acrescentado pela Ausência de Promoção da Reciclagem
109
6.4
Resultados Sociais
110
6.4.1
Número e Características dos Trabalhadores das Empresas Parceiras SPV no SIGRE
110
6.4.2
Empregos Associados à Atividade de Gestão de Resíduos de Embalagem
110
6.4.3
Impacto dos programas de responsabilidade social
111
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
7
CONCLUSÕES FINAIS
113
8
REFERÊNCIAS
117
ANEXO A – DESCRIÇÃO METODOLÓGICA DETALHADA DA AVALIAÇÃO DE CICLO DE VIDA (ACV)
REALIZADA AO SIGRE
123
Aspetos Gerais
123
Data e Contexto da Avaliação de Ciclo de Vida (ACV)
123
Conformidade com Documentos e Normas de Referência
123
Antecedentes - Estudos de ICV e ACV Anteriores
123
Objetivos da Análise
124
Aplicações Pretendidas
124
Limitações Iniciais Relacionadas com os Objetivos
124
Razões para o Desenvolvimento do Estudo e Contexto da Decisão
125
Públicos-Alvo
126
Existência de Afirmações Comparativas
126
Entidade Promotora do Estudo, Equipa de Projeto e Outras Partes Interessadas
126
Âmbito do Estudo
128
Sistema em Análise e Sua Função
128
Unidade Funcional do Estudo
129
Fluxos de Referência
129
Tipo de Metodologia ICV
130
Fronteiras do Sistema
130
Critérios de exclusão para Inclusão de Inputs e Outputs
132
Critérios para a ICV
133
Critérios para a AICV
138
Modificações em Relação ao Âmbito Definido Inicialmente
139
Inventário do Ciclo De Vida (ICV)
139
Procedimentos de Recolha de Dados
139
Descrição Qualitativa e Quantitativa dos Processos Unitários
140
Fontes Bibliográficas
145
Procedimentos de Cálculo
145
Validação dos Dados
146
Análise de Sensibilidade para Refinação das Fronteiras do Sistema
146
Substituição Específica ou Procedimentos de Alocação para Processos Multifuncionais
146
Tabela de Inventário
147
Avaliação de Impactes no Ciclo De Vida (AICV)
147
Considerações Iniciais
147
Métodos Utilizados
147
Elementos Opcionais da AICV
148
Processos Excluídos da Análise
148
Apresentação dos resultados
148
Considerações finais
148
Interpretação dos Resultados
Identificação das Questões Significativas
149
149
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Controlo de Integralidade
150
Controlo de Coerência
150
Análise e Controlo de Sensibilidade
150
Análise de Incerteza
150
Pressupostos e Limitações
152
Conclusões e Recomendações
153
ANEXO B - TABELA DE INVENTÁRIO DO SIGRE
155
ANEXO C – TABELA DE RESULTADOS DE CARACTERIZAÇÃO PARA TODAS AS CATEGORIAS DE IMPACTE
DO MÉTODO ILCD 2011 (V.1.1)
175
ANEXO D – CÁLCULOS AUXILIARES PARA A AVALIAÇÃO INTEGRADA DOS RESULTADOS AMBIENTAIS,
ECONÓMICOS E SOCIAIS
177
I. Carbono | GEE | Alterações climáticas
177
II. Acidificação
178
III. Energia
178
IV. Água
179
ANEXO E – QUADROS DE MULTIPLICADORES E DE ALAVANCAGEM
181
ANEXO F - ANÁLISE DE INCERTEZA DOS MULTIPLICADORES E DA ALAVANCAGEM ESTIMADOS
191
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal,
Relatório Final
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1.1 – A inserção da Economia Verde nos três pilares do Desenvolvimento Sustentável
1
Figura 2.1 – Extração de materiais ao nível global, em 109t por ano
6
Figura 2.2 – Ligações existentes entre o uso de recursos naturais e a produção de resíduos numa economia
7
Figura 2.3 – Potencial contributo da reciclagem para o consumo do respetivo material (ano base 2006)
10
Figura 2.4 – Emissões da GEE na Europa dos 27 entre 1990 e 2008, em CO2 equivalentes
12
Figura 2.5 – Evolução prevista para as emissões da GEE na UE27 até 2020 segundo um cenário de Business-as-usual
13
Figura 2.6 – Balanço das emissões de GEE na gestão e tratamento de RSU
13
Figura 2.7 – Tendência de crescimento da produção de resíduos de embalagem e o PIB na UE15 entre 1998 e 2008
15
Figura 2.8 – Produção total de resíduos de embalagens na União Europeia (kg/hab.ano)
15
Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano)
16
Figura 2.10 – Taxas de reciclagem de resíduos de embalagens em 1998 e 2008
17
Figura 2.11 – Fluxo de resíduos de embalagens gerados e recuperados
18
Figura 2.12 – Impactes da reciclagem de resíduos de embalagens
23
Figura 2.13 – Volume de negócios da reciclagem de 7 tipos de materiais nucleares
26
Figura 2.14 – Valor do comércio interno e externo de alguns materiais recicláveis
27
Figura 2.15 – Evolução dos preços de alguns materiais secundários, baseados nas estatísticas de comércio intra e extracomunitário
28
Figura 2.16 - Produtividade aparente do trabalho da indústria de reciclagem
30
Figura 2.17 – Rendimentos e custos associados à gestão de resíduos de embalagens pelos SMAUT
36
Figura 2.18 – Custos unitários de recolha seletiva e triagem por material de embalagem e volume de resíduos de embalagens
recolhidas
36
Figura 2.19 - Pessoal ao serviço em ambiente por principal atividade económica (2010)
38
Figura 2.20 - Pessoal ao serviço em funções de ambiente por nível profissional e atividade económica (2010)
39
Figura 3.1 – Ciclos de vida dos Resíduos de Embalagens Urbanos geridos pela SPV
46
Figura 3.2 – Ciclos de vida dos Resíduos de Embalagens Não Urbanos geridos pela SPV
47
Figura 3.3 - Importância relativa de cada processo unitário para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de
embalagens em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
50
Figura 3.4 - Importância relativa de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens em
2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
52
Figura 3.5 - Importância relativa de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos, valores por t de
material reciclado (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
53
Figura 3.6 - Importância relativa de cada processo para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens de
plástico em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
54
Figura 3.7 - Importância relativa de cada processo para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens de
Papel/Cartão em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
55
Figura 3.8 - Comparação relativa de diferentes cenários de gestão dos resíduos urbanos de embalagens em 2011 (categorias AC,
FOF, AT, DRH e DRN)
57
Figura 3.9 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens em 2011
(Consumo de energia)
58
Figura 3.10 - Importância relativa de cada processo unitário para o resultado ambiental da gestão dos resíduos não urbanos de
embalagens em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
60
Figura 3.11 - Importância relativa de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos não urbanos de embalagens
em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
62
Figura 3.12 - Comparação relativa de diferentes cenários de gestão dos resíduos não urbanos de embalagens em 2011 (categorias
AC, FOF, AT, DRH e DRN)
63
Figura 3.13 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos não urbanos de embalagens em
2011 (Consumo de energia)
64
Figura 3.14 - Importância relativa de cada processo unitário para o resultado ambiental do SIGRE em 2011 (categorias AC, FOF, AT,
DRH e DRN)
66
Figura 3.15 - Importância relativa de cada material para o resultado ambiental do SIGRE em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e
DRN)
67
Figura 3.16 - Comparação relativa de diferentes cenários de gestão do SIGRE em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
68
Figura 3.17 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental do SIGRE em 2011 (Consumo de energia)
69
Figura 4.1 - Evolução do número de “Empresas SIGRE” (2000-2009)
76
Figura 4.2 - Evolução do número de ”Empresas SIGRE” e “Não SIGRE” com mesmo CAE entre 2000-2009
77
Figura 5.1 - Número médio de trabalhadores por empresa no SIGRE, em 2000-2009
91
Figura 5.2 - Força de trabalho em empresas parceiras da SPV no SIGRE, em 2000-2009
91
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Figura 0.1 – Diagrama simplificado do Sistema de Gestão de Resíduos Urbanos de Embalagens
Figura 0.2 - Diagrama simplificado do Sistema de Gestão de Resíduos Não Urbanos de Embalagens
Figura 0.3 - Análise de incerteza ao cenário baseline do SIGRE (Caracterização)
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131
131
152
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal,
Relatório Final
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 2.1 – Principais metas e objetivos existentes na legislação europeia referente a resíduos
8
Tabela 2.2 – Estimativas da poupança de recurso naturais pela reciclagem de resíduos
10
Tabela 2.3 - Poupança de emissões de GEE e consumo de energia pela reciclagem de vários materiais
11
Tabela 2.4 – Preferência ambiental global de várias opções de gestão de resíduos tendo em conta estudos de ACV realizados
14
Tabela 2.5 – Quantidade de resíduos de embalagens gerados e reciclados em 2009 na EU27
17
Tabela 2.6 – Resíduos de embalagens geridos no contexto da responsabilidade da SPV no quadro do SIGRE
19
Tabela 2.7 – Percentagem da produção global que é utilizada para o fabrico de embalagens
19
Tabela 2.8 - Estimativas da reciclagem de materiais na UE por fluxo de resíduos selecionados em 2006
20
Tabela 2.9 – Impactes ambientais evitados associados com um cenário de reciclagem em que a taxa de reciclagem da UE é idêntica
à taxa de reciclagem atual do Estado-Membro mais avançado nesta matéria, por material
23
Tabela 2.10 – Volume de negócios do setor da reciclagem
25
Tabela 2.11 – Evolução dos valores médios em Euros/t de diferentes recicláveis baseados nas estatísticas de comércio intra e
extracomunitário
28
Tabela 2.12 – Dados gerais das entidades produtoras de bens e serviços de ambiente por atividade económica
29
Tabela 2.13 – Distribuição do volume de negócios das entidades produtores de bens e serviços de ambiente por atividade
económica segundo o tipo de mercado
29
Tabela 2.14 – Multiplicadores da indústria de reciclagem e reutilização nos EUA e comparação com outras indústrias
31
Tabela 2.15 – Multiplicadores para o Estado do Missouri, Tipo I
32
Tabela 2.16 - Multiplicadores para o Estado do Missouri, Tipo II
32
Tabela 2.17 – Impactes anuais de um cenário de reciclagem mais elevado do que o atual na UE
35
Tabela 2.18 – Crescimento do emprego nos sub-setores das eco-indústrias na União Europeia entre o período 2000 e 2008
38
Tabela 2.19 - Pessoas ao serviço nas entidades produtoras de bens e serviços de ambiente por atividade económica, segundo o
sexo e nível profissional
40
Tabela 2.20 – Multiplicadores da criação de empregos diretos relacionados com a reciclagem de materiais
41
Tabela 2.21 – Empregos diretos criados por t de material reciclado
42
Tabela 3.1 - Contribuição de cada processo unitário para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens em
2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
49
Tabela 3.2 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens em 2011
(categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
51
Tabela 3.3 – Análise comparativa de diferentes cenários de gestão dos resíduos urbanos de embalagens em 2011 (categorias AC,
FOF, AT, DRH e DRN)
56
Tabela 3.4 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens em 2011
(Consumo de energia)
57
Tabela 3.5 - Análise comparativa de diferentes cenários de gestão dos resíduos urbanos de embalagens (Consumo de energia) 59
Tabela 3.6 - Contribuição de cada processo unitário para o resultado ambiental da gestão dos resíduos não urbanos de embalagens
em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
60
Tabela 3.7 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos não urbanos de embalagens em
2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
61
Tabela 3.8 – Análise comparativa de diferentes cenários de gestão dos resíduos não urbanos de embalagens em 2011 (categorias
AC, FOF, AT, DRH e DRN)
62
Tabela 3.9 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos não urbanos de embalagens em
2011 (Consumo de energia)
64
Tabela 3.10 - Análise comparativa de diferentes cenários de gestão dos resíduos não urbanos de embalagens (Consumo de energia)
65
Tabela 3.11 - Contribuição de cada processo unitário para o resultado ambiental do SIGRE em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e
DRN)
65
Tabela 3.12 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental do SIGRE em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN) 67
Tabela 3.13 – Análise comparativa de diferentes cenários de gestão do SIGRE em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
68
Tabela 3.14 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental do SIGRE em 2011 (Consumo de energia)
68
Tabela 3.15 - Análise comparativa de diferentes cenários de gestão do SIGRE em 2011 (Consumo de energia)
70
Tabela 4.1 – Enquadramento económico dos embaladores aderentes ao sistema gerido pela SPV
73
Tabela 4.2 - CAE das empresas parceiras da SPV que foram caracterizadas
75
Tabela 4.3- Evolução do número de empresas do SIGRE (2000-2009)
76
Tabela 4.4 – Evolução do capital social, nº de estabelecimentos e volume de vendas das “Empresas SIGRE” e ”Empresas Não SIGRE”
em 2000-2009 (valores médios por empresa)
78
Tabela 4.5 – Evolução do capital social, nº de estabelecimentos e volume de vendas das “Empresas SIGRE”, desagregadas por tipo
de operador, em 2000-2009 (valores médios por empresa)
79
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Tabela 4.6 - Interacção entre os setores do SIGRE e o resto da economia nacional
81
Tabela 4.7 - Multiplicadores de tipo I (Euro/Euro), do SIGRE e a ele associados e representativos da economia portuguesa (por
ordem decrescente de multiplicador de VAB)
83
Tabela 4.8 - Desagregação do multiplicador de tipo I do SIGRE por ramo de atividade (Euro/Euro), por ordem decrescente de
multiplicador de VAB
85
Tabela 4.9 - Alavancagem do SIGRE por ramo de atividade (milhões de Euros), por ordem decrescente de alavancagem em VAB. 86
Tabela 5.1 – Evolução do número de trabalhadores das empresas parceiras da SPV no SIGRE, em 2000-2009 (valores médios por
empresa)
90
Tabela 5.2 – Evolução do número de trabalhadores das empresas parceiras da SPV no SIGRE, desagregadas por tipo de operador,
em 2000-2009 (valores médios por empresa)
90
Tabela 5.3 - Estatísticas descritivas dos trabalhadores das empresas parceiras da SPV no SIGRE, em 2000-2009 (valores médios) 92
Tabela 5.4 – Estatísticas descritivas dos trabalhadores em empresas parceiras da SPV no SIGRE, desagregadas por tipo de
operador, em 2000-2009 (valores médios)
94
Tabela 5.5 – Estimativa do número de empregos associados à gestão dos resíduos de embalagens do SIGRE
97
Tabela 5.6 - Resultados globais do projeto “2 causas por uma causa”
100
Tabela 5.7 - Resultados globais da 1ª fase do projeto “Reciclar é Dar e Receber”
100
Tabela 5.8 - Resultados globais da 2ª fase do projeto “Reciclar é Dar e Receber”
101
Tabela 6.1 - Benefício ambiental do SIGRE em 2011 (emissões de CO2eq evitadas)
103
Tabela 6.2 - Benefício ambiental do SIGRE relativamente ao cenário de encaminhamento dos resíduos para aterro (emissões de
CO2eq evitadas)
104
Tabela 6.3 – Benefício ambiental do SIGRE relativamente ao cenário de encaminhamento dos resíduos para incineração (emissões
de CO2eq evitadas)
104
Tabela 6.4 - Benefício ambiental do SIGRE em 2011 (consumo de energia primária total evitado)
105
Tabela 6.5 - Benefício ambiental do SIGRE em 2011 (consumo de energia primária fóssil evitado)
105
Tabela 6.6 - Benefício ambiental do SIGRE em 2011 (consumo de água evitado)
106
Tabela 6.7 – Benefício ambiental do SIGRE em 2011 (emissões de SO2e evitadas)
106
Tabela 6.8 – N.º de empresas que reportaram a colocação de embalagens no mercado em 2010
106
Tabela 6.9 – Volume de vendas das empresas aderentes à SPV em 2010 [principais setores]
107
Tabela 6.10 – Valor Ponto Verde pago pelas empresas aderentes à SPV em 2010
107
Tabela 6.11 – Características médias das empresas parceiras da SPV no SIGRE em 2009
108
Tabela 6.12 – Efeito multiplicador do Tipo I do SIGRE ao nível do valor acrescentado
108
Tabela 6.13 - Efeito multiplicador do Tipo I do SIGRE ao nível dos salários
109
Tabela 6.14 - Efeito multiplicador de Tipo I do SIGRE dao nível do volume de negócios
109
Tabela 6.15 – Diminuição do valor acrescentado num cenário sem SIGRE
110
Tabela 6.16 – Características médias dos trabalhadores das empresas parceiras da SPV no SIGRE, em 2009
110
Tabela 6.17 – Estimativa funcional dos empregos associados à gestão dos resíduos de embalagens do SIGRE
111
Tabela 6.18 – Investimento inerente às campanhas de solidariedade social da SOV
111
Tabela 0.1 – Públicos-alvo
126
Tabela 0.2 – Equipa responsável pelo estudo de ACV
127
Tabela 0.3 – Partes interessadas
128
Tabela 0.4 – Resíduos geridos no âmbito do SIGRE em 2011 (t)
129
Tabela 0.5 – Características dos processos de reciclagem
135
Tabela 0.6 – Consumos energéticos associados aos processos de reciclagem
136
Tabela 0.7 – Emissões de GEE evitadas devido à reciclagem de vários materiais (t CO2 eq /t resíduo)
137
Tabela 0.8 – Emissões de GEE evitadas/produzidas devido à valorização energética de vários materiais (t CO2 eq evitadas/t resíduo)
137
Tabela 0.9 - Métodos de recolha de dados
140
Tabela 0.10 - Balanço de massas dos principais processos unitários considerados na modelação do Sistema Urbano (cenário
Baseline 2011)
144
Tabela 0.11 - Balanço de massas dos principais processos unitários considerados na modelação do Sistema Não Urbano (cenário
Baseline 2011)
145
Tabela 0.12 - Fontes de informação
145
Tabela 0.13 - Análise de incerteza ao cenário baseline do SIGRE
151
Tabela 0.1 - Multiplicadores de tipo I (euro/euro), ordenados por código de CAE
181
Tabela 0.2 - Desagregação do multiplicador de tipo I do SIGRE por ramo de atividade (Euro/Euro)
184
Tabela 0.3 - Alavancagem do SIGRE por ramo de atividade (milhões de Euros)
187
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal,
Relatório Final
NOMENCLATURA
ACV
Análise de Ciclo de Vida
CV
Ciclo de Vida
GEE
Gases com Efeito de Estufa
ICV
Inventário de Ciclo de Vida
IES
Institute for Environment and Sustainability
ILCD
International Reference Life Cycle Data System
IN+
Centro de Estudos em Inovação, Tecnologias e Políticas de Desenvolvimento
do Instituto Superior Técnico (IST)
ISO
International Organization for Standardization
IST
Instituto Superior Técnico
GEE
Gases com Efeito de Estufa
JRC
Joint Research Centre
LCA
Life Cycle Assessment
OGR
Operador de gestão de resíduos
ONGA
Organizações Não-governamentais de Ambiente
SMAUT
Sistema Multimunicipal, Intermunicipal e Autarquia
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Relatório Final
GLOSSÁRIO
Aderente
Empresas que passam à Sociedade Ponto Verde a responsabilidade de gestão
dos resíduos de embalagem associados à sua atividade
Afirmação
comparativa
Alegação ambiental relativa à superioridade ou equivalência de um produto em
relação a um produto concorrente que desempenhe a mesma função;
Alocação
Imputação dos fluxos de entrada ou saída de um processo ou sistema de
produto entre o sistema de produto em estudo e um ou mais outros sistemas de
produto;
Análise de incerteza
Procedimento sistemático para quantificar a incerteza introduzida nos
resultados do inventário do ciclo de vida, devida aos efeitos cumulativos da
imprecisão do modelo, da incerteza e da variabilidade dos dados;
Análise de
sensibilidade
Procedimentos sistemáticos para estimar os efeitos das escolhas efetuadas, em
relação aos métodos e dados, no resultado de um estudo;
Aspeto ambiental
Elemento das atividades, produtos ou serviços de uma organização que pode
interagir com o ambiente;
Avaliação
Elemento no seio da fase de interpretação do ciclo de vida pretendido para
gerar confiança nos resultados da avaliação do ciclo de vida;
Avaliação de
impacte do ciclo de
vida (AICV)
Fase da avaliação do ciclo de vida com o objetivo de compreender e avaliar a
magnitude e significância dos impactes ambientais potenciais para um sistema
de produto ao longo do seu ciclo de vida;
Avaliação do ciclo de
vida (ACV)
Compilação e avaliação das entradas, saídas e dos impactes ambientais
potenciais de um sistema de produto ao longo do seu ciclo de vida;
Categoria de
impacte
Classe que representa questões ambientais dignas de preocupação à qual os
resultados de inventário de ciclo de vida poderão ser atribuídos;
Ciclo de vida
Etapas consecutivas e interligadas de um sistema de produto, desde a obtenção
de matérias-primas ou sua produção a partir de recursos naturais até ao destino
final;
Controlo de
coerência
Processo que verifica se os pressupostos, métodos e dados são aplicados de
modo coerente ao longo do estudo e se estes estão de acordo com a definição
do objetivo e do âmbito antes que se retirem as devidas conclusões;
Controlo de
integralidade
Processo que verifica se a informação das fases de uma avaliação de ciclo de
vida é suficiente para se alcançarem conclusões de acordo com a definição do
objetivo e do âmbito;
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Controlo de
sensibilidade
Processo que verifica se a informação obtida de uma análise de sensibilidade é
relevante para se alcançarem conclusões e para que se façam recomendações;
Co-produto
Qualquer de dois ou mais produtos oriundos do mesmo processo unitário ou
sistema de produto;
Critérios de exclusão
Especificação da quantidade de fluxo de material ou energia ou do nível de
significância ambiental associado aos processos unitários ou sistema de produto
a serem excluídos de um estudo;
Emissões e
descargas
Emissões para o ar descargas para a água ou solo;
Energia de
alimentação
Calor de combustão de uma matéria-prima que não é utilizada como fonte de
energia para um sistema de produto, expresso em termos de poder calorífico
superior ou de poder calorífico inferior;
Energia de processo
Entrada de energia necessária para operar o processo ou equipamento num
processo unitário, excluindo as entradas de energia para produção e
fornecimento da própria energia;
Entrada
Fluxo de produto, material ou energia que entra num processo unitário;
Entrada auxiliar
Entrada de material utilizada no processo unitário que produz o produto, mas
que não constitui parte dele;
Fator de
caracterização
Fator derivado de um modelo de caracterização que é aplicado para converter
um resultado atribuído do inventário do ciclo de vida à unidade comum do
indicador de categoria;
Fluxo de produto
Produtos que entram de ou saem para outro sistema de produto;
Fluxo de referência
Medida das saídas de processos de um dado sistema de produto necessária para
cumprir a função expressa pela unidade de referência;
Fluxo elementar
Material ou energia que entra no sistema em estudo que tenha sido extraído do
ambiente sem transformação prévia humana, ou material ou energia que sai do
sistema em estudo e que é libertado para o ambiente sem subsequente
transformação humana;
Fluxo energético
Entrada para ou saída de um processo unitário ou sistema de produto,
quantificada em unidades de energia;
Fluxo intermédio
Fluxo de produto, material ou energia que ocorre entre processos unitários do
sistema de produto em estudo;
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Fronteira do sistema
Conjunto de critérios que especificam que processos unitários são parte de um
sistema de produto;
Impacte final por
categoria
Atributo ou aspeto do ambiental natural, saúde humana ou recursos, que
identifica uma questão ambiental que causa preocupação;
Indicador de
categoria de
impacte
Representação quantificável de uma categoria de impacte
Interpretação do
ciclo de vida
Fase da avaliação do ciclo de vida na qual os resultados, quer do inventário,
quer da avaliação de impacte, ou de ambas, são avaliados de acordo com o
objetivo e âmbito definidos, com vista à obtenção de conclusões e
recomendações;
Inventário de ciclo
de vida (ICV)
Fase da avaliação do ciclo de vida que envolve a compilação e quantificação de
entradas e saídas para um sistema de produto ao longo do seu ciclo de vida;
Matéria-prima
Material primário ou secundário que é utilizado para produzir um produto;
Mecanismo
ambiental
Sistema de processos físicos, químicos e biológicos para uma determinada
categoria de impacte, que alia os resultados do inventário de ciclo de vida aos
indicadores de categoria e aos impactes finais por categoria;
Parte interessada
Indivíduo ou grupo preocupado com ou afetado com o desempenho ambiental
de um sistema de produto, ou pelos resultados da avaliação do ciclo de vida.
Processo
Conjunto de atividades inter-relacionadas ou que interagem entre si, que
transforma entradas em saídas;
Processo unitário
O menor elemento considerado no inventário do ciclo de vida para o qual os
dados de entrada e saída são quantificados;
Produto
Qualquer bem ou serviço;
Produto intermédio
Saída de um processo unitário que constitui uma entrada para outros processos
unitários que requer transformação posterior dentro do sistema;
Qualidade dos
dados
Característica dos dados relacionados com a sua capacidade para satisfazer
requisitos estabelecidos;
Resíduo
Substâncias ou objetos que o detentor tem intenção de ou é obrigado a rejeitar;
Resultado do
inventário do ciclo
de vida
Conjunto de informação resultando do inventário do ciclo de vida que cataloga
os fluxos que atravessam a fronteira do sistema e que constitui o ponto de
partida para avaliação de impacte do ciclo de vida;
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Revisão crítica
Processo que visa assegurar a coerência ente a avaliação do ciclo de vida e os
princípios e requisitos das Normas Internacionais sobre a avaliação do ciclo de
vida;
Saída
Fluxo de produto, material ou energia que sai de um processo unitário;
Sistema de produto
Conjunto de processos unitários com fluxos elementares e de produto,
desempenhando uma ou mais funções definidas, e que modelam o ciclo de vida
do produto;
Transparência
Apresentação aberta, completa e compreensível de informação;
Unidade funcional
Desempenho quantificado de um sistema de produto para utilização como
unidade de referência;
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal,
Relatório Final
SUMÁRIO EXECUTIVO
Nos últimos três anos, o conceito da “Economia Verde” (Green Economy), definida pela UNEP em 2010
como “a melhoria do bem-estar humano e da equidade social, em conjugação com a redução
significativa dos riscos ambientais e escassez ecológicas”, ganhou uma elevada notoriedade e passou
para a agenda política atual. São exemplos os recentes comunicados do grupo de países do G20, (UNEP,
2011) e as discussões na United Nations Conference on Sustainable Development, realizada no mês de
Junho de 2012.
Numa Economia Verde, o crescimento da riqueza e do emprego são conjugados com a redução das
emissões de gases com efeito de estufa e de outros impactes ambientais, melhorando-se a eficiência
energética e a utilização de recursos e prevenindo-se a perda de biodiversidade e serviços associados.
A atividade de gestão de resíduos em geral, e a reciclagem em particular, são elementos fundamentais
para a prossecução de uma “Economia Verde”, por potenciarem uma gestão mais de eficiente dos
recursos naturais e reduzirem os impactes ambientais da extração de novos recursos naturais e
assegurarem a disponibilidade de recursos essenciais às nossas economias (EEA, 2011a).
Neste contexto, a SPV lançou um projeto de investigação intitulado “Contributos do SIGRE para o
Desenvolvimento Socioeconómico e Ambiental de Portugal”, com o objetivo principal de avaliar os
contributos diretos e indiretos da gestão de resíduos de embalagens efetuada no âmbito do Sistema
Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens (SIGRE) aos níveis ambiental, económico e social no
nosso país e, deste modo, quantificar o contributo da gestão de resíduos de embalagens no conceito da
“Economia Verde”.
Relativamente aos aspetos ambientais, avaliaram-se os impactes e os benefícios que advêm da gestão
destes resíduos, com especial enfoque nos relacionados com a produção de Gases com Efeito de Estufa
(GEE) e no consumo de materiais primários e de energia, que foram calculados através da metodologia
de Avaliação de Ciclo de Vida (ACV).
Da avaliação realizada, constatou-se que no global e para as categorias de impacte ambiental estudadas,
o SIGRE apresenta um balanço ambiental positivo, ou seja, os impactes gerados pelas diversas
atividades de recolha, triagem, transporte, tratamento e valorização de resíduos são suplantados pelos
impactes evitados devido à recuperação de materiais e energia obtidos pelos processos de valorização
dos resíduos, com especial enfoque na sua reciclagem.
Por exemplo, estima-se que em 2011 a gestão dos resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE gerido
pela SPV permitiu evitar a emissão de 116 kt CO2 eq, o que é equivalente ao carbono sequestrado por
2
198 km de área florestal com pinheiros bravos ou as emissões geradas pelo consumo de eletricidade de
124 mil agregados familiares em Portugal.
Em relação à contribuição por tipo de material para o desempenho do SIGRE, verifica-se que os
materiais mais relevantes são tipicamente o vidro e o papel/cartão, dependendo da categoria de
impacte em questão, facto a que não é alheio a elevada quantidade de resíduos destes materiais que
foram encaminhados para reciclagem em 2011.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Por outro lado, comparando-se o desempenho do SIGRE com o desempenho potencial de dois cenários
hipotéticos associados a diferentes destinos finais, nomeadamente a incineração e o aterro, verifica-se
que a configuração atual do SIGRE é a única que apresenta um resultado ambiental positivo em todas as
categorias de impacte consideradas. Por exemplo, a nível da emissão de GEE, o atual modelo de gestão
de resíduos de embalagens permitiria evitar a emissão de 396.240 t CO 2 eq em 2011, face a um modelo
onde os resíduos de embalagens teriam sido recolhidos indiferenciadamente com os outros resíduos e
encaminhados para incineração.
No que respeita à avaliação económica, calculou-se o enquadramento dos embaladores aderentes ao
sistema e das empresas responsáveis pela recolha, triagem, tratamento e retoma/valorização dos
resíduos de embalagens e calculou-se o impacte económico do SIGRE na economia nacional. Tal foi
realizado através de várias metodologias, sendo de destacar a utilização da Análise de Entradas-Saídas
(AES) na determinação do impacte económico do SIGRE.
Em relação ao enquadramento económico dos embaladores aderentes ao sistema gerido pela SPV,
verifica-se que a maior parte dos embaladores se enquadram em setores ligados às indústrias
transformadoras (46%), seguidos das empresas ligadas ao comércio por grosso e a retalho, reparação de
veículos automóveis e motociclos (36%) e agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca (9%). No
total, as cerca de 12 mil empresas aderentes representam apenas 0,9% do número de empresas
existentes em Portugal, mas geram, no mínimo, 31,4% do volume de vendas das empresas não
financeiras no nosso país.
A adesão ao SIGRE é realizada mediante o pagamento do Valor Ponto Verde (VPV), que em 2010
totalizou 71,8 Milhões de Euros, ou seja, apenas 0,08% do total de custos com fornecimentos de
serviços externos (FSE) das empresas nacionais ou a 0,1% do volume de vendas das empresas aderentes
ao SIGRE.
No que respeita às empresas parceiras da SPV que efetuam a recolha, triagem e retoma/reciclagem dos
resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE, verificou-se que estas tinham, em média, um capital social
de 2,3 milhões de Euros e geravam um volume de vendas médio de 11,7 Milhões de Euros, em 2009.
Neste último aspeto, tal significava que estas empresas apresentavam um valor de vendas 6,4 vezes
superior à média agregada dos setores económicos a que pertencem.
Finalmente, verificou-se que as atividades de gestão de resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE
apresentam um impacte económico significativo, considerando tanto os seus impactes diretos, como
indiretos. Por exemplo, quanto ao valor acrescentado, o impacte do SIGRE encontra-se no terço superior
dos ramos de atividade com maior efeito multiplicador a nível nacional, sendo que, por cada Euro de
valor acrescentado no SIGRE são gerados adicionalmente 1,25 Euros de valor acrescentado no resto da
economia (efeito multiplicador do tipo I de 2,25). Por outro lado, por cada Euro de salários são
adicionalmente pagos 1,30 Euros de salários no resto da economia e por cada Euro de volume de
negócios circulam adicionalmente na economia 1,04 Euros de volume de negócios.
A alavancagem total do SIGRE, entendida como o valor monetário dos efeitos indiretos dos vários ramos
de atividade que integram o SIGRE nos restantes setores da economia, é de 147 milhões de Euros de
VAB, 80 milhões de Euros de salários e 391 milhões de Euros de volume de negócios.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Por outro lado, tendo em conta o atual panorama relacionado com a gestão de resíduos de embalagens
no SIGRE, que é gerido pela SPV, procurou-se adicionalmente avaliar as consequências económicas de
um cenário alternativo em que não ocorreria separação e reciclagem de resíduos de embalagens, sendo
estes resíduos geridos indiferenciadamente. Neste caso, estimou-se que tal cenário alternativo
implicaria uma redução de PIB de 71 milhões de Euros.
Quanto às questões sociais, tipificaram-se os empregos existentes nas parceiras da SPV no SIGRE,
responsáveis pela recolha, triagem, tratamento e retoma/reciclagem de resíduos de embalagens e
estimaram-se os empregos associados à gestão de resíduos de embalagens. Adicionalmente,
analisaram-se os resultados de diversos projetos de responsabilidade social promovidos pela SPV, com o
intuito de contribuir para uma sociedade mais justa e sustentável e que extravasam o âmbito
obrigatório de atuação da SPV. A avaliação do contributo social da SPV foi realizada sobretudo tendo em
conta informação bibliográfica existente.
Verificou-se que as empresas que colaboram com a SPV no SIGRE tinham em média, em 2009, 67
trabalhadores, representando no total 7.095 empregos, o que equivalia, por exemplo, a 0,23% dos
empregos remunerados das empresas não financeiras em Portugal. O trabalhador típico dessas
empresas é homem, português, com 40 anos de idade e com 8,5 anos de escolaridade. Comparando
com o universo de empresas que apresentam os mesmos CAE que as empresas parceiras da SPV,
verifica-se por exemplo, que o seu salário médio era superior em 52%.
Em termos dos empregos diretos associados à gestão de resíduos de embalagens, estima-se que este
número ascenda a mais de dois mil e trezentos trabalhadores, o que equivale a 0,08% do emprego nas
empresas não financeiras em Portugal. Destes, 83% dizem respeito à gestão dos resíduos urbanos de
embalagens, sobretudo ligados às atividades de recolha seletiva e triagem, 15% à gestão de resíduos
não urbanos de embalagens e apenas 2% encontram-se ligados à SPV.
No que respeita aos projetos de responsabilidade social, a SPV suportou nos últimos anos duas grandes
causas – a prevenção do cancro de mama e a ajuda a criança carenciadas. Assim, em conjunto com a
Associação Laço foram angariados 409 mil Euros, que foram utilizados para comprar duas unidades de
rastreio de cancro de mama. Por outro lado, em conjunto com a Associação Entrajuda foram angariados,
no global, cerca de 450 mil Euros que serviram, até agora, para construir 55 salas de aula e apoiar 4.500
crianças carenciadas.
Tendo em conta os resultados obtidos, conclui-se que a gestão dos resíduos de embalagens no âmbito
do SIGRE gerido pela SPV enquadra-se por excelência no conceito da Economia Verde, dado que
potencia uma gestão mais de eficiente dos recursos naturais, contribuindo para a redução dos impactes
ambientais da extração de novos recursos e para a disponibilidade de recursos essenciais às nossas
economias, criando ao mesmo tempo oportunidades de negócio e valor acrescentado e promovendo a
criação de emprego.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal,
Relatório Final
1 INTRODUÇÃO
1.1 ÂMBITO E OBJETIVOS DO RELATÓRIO
Nos últimos três anos, o conceito da “Economia Verde” (Green Economy), definida pela UNEP em 2010
como “a melhoria do bem-estar humano e da equidade social, em conjugação com a redução
significativa dos riscos ambientais e escassez ecológicas”, ganhou uma elevada notoriedade e passou
para a agenda política atual. São exemplos os recentes comunicados do grupo de países do G20, (UNEP,
2011) e as discussões na United Nations Conference on Sustainable Development, realizada no mês de
Junho de 2012.
Numa Economia Verde, o crescimento da riqueza e do emprego são conjugados com a redução das
emissões de gases com efeito de estufa e de outros impactes ambientais, melhorando-se a eficiência
energética e a utilização de recursos e prevenindo-se a perda de biodiversidade e serviços associados
(figura 1.1).
Figura 1.1 – A inserção da Economia Verde nos três pilares do Desenvolvimento Sustentável
Fonte: Adaptado de EEA (2011a).
A atividade de gestão de resíduos em geral, e a reciclagem em particular, são elementos fundamentais
para a prossecução de uma “Economia Verde”, por potenciarem uma gestão mais de eficiente dos
recursos naturais e reduzirem os impactes ambientais da extração de novos recursos naturais e
assegurarem a disponibilidade de recursos essenciais às nossas economias (EEA, 2011a).
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Neste contexto, a SPV lançou um projeto de investigação intitulado “Contributos do SIGRE para o
Desenvolvimento Socioeconómico e Ambiental de Portugal”, com o objetivo principal de avaliar os
contributos diretos e indiretos da gestão de resíduos de embalagens efetuada no âmbito do Sistema
Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens (SIGRE) aos níveis ambiental, económico e social no
nosso país e, deste modo, quantificar o contributo da gestão de resíduos de embalagens no conceito da
“Economia Verde”.
Ao nível ambiental avaliaram-se os impactes e os benefícios que advêm da gestão de resíduos de
embalagens, com especial enfoque na produção de Gases com Efeito de Estufa (GEE), e nos consumos
de materiais primários e de energia, os quais foram calculados através da metodologia de Avaliação de
Ciclo de Vida (ACV).
Ao nível económico, avaliou-se o enquadramento económico dos embaladores aderentes ao sistema e
das empresas responsáveis pela recolha, triagem, tratamento e retoma/valorização dos resíduos de
embalagens e calculou-se o impacte económico do SIGRE na economia nacional. Tal foi realizado através
de várias metodologias, sendo de destacar a utilização da Análise de Quadros Entradas-Saídas
económicos ou, simplesmente, Análise de Entradas-Saídas (AES) na determinação do impacte
económico do SIGRE.
Ao nível social, tipificam-se os empregos associados às empresas parceiras da SPV que efetuam a
recolha, triagem, tratamento e retoma/reciclagem de resíduos de embalagens e estimaram-se os
empregos associados à gestão de resíduos de embalagens. Adicionalmente, analisam-se os resultados
de diversos projetos de responsabilidade social promovidos pela SPV com o intuído de contribuir para
uma sociedade mais justa e sustentável e que extravasam o âmbito obrigatório de atuação desta
empresa. A avaliação do contributo social da SPV foi realizado sobretudo tendo em conta informação
bibliográfica existente, sendo de destacar neste caso a utilização da base de dados “Quadros de Pessoal”
do INE.
Deste modo, no presente relatório apresentam-se os resultados obtidos no âmbito do projeto
promovido pela SPV e que foi desenvolvido pela 3 Drivers – Engenharia, Inovação e Ambiente, Lda.
em colaboração com o Instituto Superior Técnico (IST).
1.2 ORGANIZAÇÃO DO RELATÓRIO
O presente documento encontra-se dividido em 8 capítulos, que se descrevem de seguida:
Capítulo 1 – “Introdução”, no qual se descreve o âmbito e os objetivos do trabalho realizado, bem como
a estrutura do presente relatório.
Capítulo 2 – “Análise Bibliográfica Relacionada com os Contributos Ambientais, Económicos e Sociais da
Gestão de Resíduos”, onde se analisam estudos existentes que identificam e estimam os contributos
ambientais, económicos e sociais da gestão de resíduos, em geral, e da gestão de resíduos de
embalagens, em particular.
Capítulo 3 – “Avaliação Ambiental do SIGRE”, no qual se apresentam os contributos ambientais do
SIGRE, bem como a metodologia utilizada na avaliação.
Capítulo 4 – “Avaliação Económica do SIGRE”, no qual se apresentam alguns contributos económicos do
SIGRE, bem como as metodologias utilizadas na avaliação.
Capítulo 5 – “Avaliação Social do SIGRE”, onde se apresentam os contributos sociais do SIGRE, bem
como as metodologias utilizadas na avaliação.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Capitulo 6 – “Avaliação Integrada dos Resultados Ambientais, Económicos e Sociais”, no qual se
apresentam os principais resultados identificados em capítulos anteriores de uma forma integrada e
mais tangível para o cidadão comum.
Capítulo 7 – “Conclusões Finais”, no qual se identificam as principais conclusões do projeto realizado.
Capítulo 8 – “Referências”, onde se identificam os documentos citados no presente relatório, bem como
os documentos de onde se extraíram dados utilizados na avaliação ambiental, económica e social
realizada.
Anexos – Onde se apresenta outra informação, que sendo relevante, se considerou não dever fazer
parte do corpo principal do relatório, nomeadamente a descrição detalhada da metodologia utilizada na
ACV do SIGRE.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal,
Relatório Final
2 ANÁLISE DE BIBLIOGRAFIA RELACIONADA COM OS
CONTRIBUTOS AMBIENTAIS, ECONÓMICOS E SOCIAIS DA
GESTÃO DE RESÍDUOS
2.1 Considerações Iniciais
No presente capítulo realiza-se uma análise bibliográfica de estudos e projetos que incidem sobre os
contributos económicos, sociais e ambientais da gestão de resíduos, em geral, e de resíduos de
embalagens, em particular. Para esse efeito, recorreu-se à análise de relatórios e estudos do domínio
público e a informação bibliográfica existente em bases de dados científicas.
Verificou-se que não existem muitos estudos abrangentes relacionados com os contributos
ambientais, económicos e sociais da gestão de resíduos e da gestão de resíduos de embalagens.
A maioria dos estudos identificados encontra-se sobretudo relacionada com o setor da gestão de
resíduos e com a reciclagem em termos globais e focam-se normalmente em aspetos particulares,
como por exemplo, nas emissões de Gases com Efeito de Estufa (GEE) e no número de trabalhadores em
empresas de reciclagem.
Deve salientar-se, no entanto, que os resultados dos estudos existentes relativamente ao setor de
gestão de resíduos, como um todo, permitem balizar os contributos relacionados com a gestão dos
resíduos de embalagens, dado que em muitos casos a importância específica da gestão de embalagens é
bastante significativa no setor de gestão de resíduos, como é o caso, por exemplo, da reciclagem de
vidro de embalagem face à reciclagem de vidro global. Noutros casos, os resultados identificados
apontam para que as diferenças existentes entre os dois âmbitos não sejam muito significativas, como
por exemplo é o caso das características dos empregos das empresas que efetuam a recolha e
reciclagem de resíduos de embalagens face ao universo global das empresas que atuam no setor.
O presente capítulo centra-se na análise dos impactes globais da cadeia de valor relacionada com a
gestão dos resíduos. Neste contexto, dados bibliográficos específicos relacionados com processos
unitários, como por exemplo, os consumos energéticos, as eficiências de operação e o nº de
trabalhadores afetos à triagem dos resíduos de embalagens, foram compilados por forma a colmatar
lacunas de informação existentes relativamente ao SIGRE e para servir de comparação com os
resultados obtidos no âmbito do projeto, mas não são relevantes no contexto deste capítulo.
Desta forma, nas secções seguintes apresentam-se os principais resultados e conclusões da análise
bibliográfica realizada.
2.2 Contributos Ambientais
2.2.1 Enquadramento
As economias são construídas à volta da utilização e transformação de recursos naturais. Estes
compreendem recursos renováveis, como a biomassa, a madeira e o papel e recursos não renováveis,
como sejam os metais e outros minerais. Durante o último século, o aumento do nosso padrão de vida
foi alicerçado no aumento do consumo de recursos naturais da natureza. A extração de recursos
naturais aumentou num fator de 8 (EEA, 2012a), sobretudo à custa dos recursos não renováveis (ver
figura 2.1), mas significou igualmente um aumento da produção de resíduos, que acarretou
consequências ambientais negativas.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Este aumento exponencial aconteceu mesmo num quadro de terciarização das economias mais
desenvolvidas, que consomem mais recursos direta ou indiretamente que economias em
desenvolvimento.
Figura 2.1 – Extração de materiais ao nível global, em 109t por ano
Fonte: Com base em UNEP (2012b) e Kausmann et al. (2009).
Os problemas ambientais relacionados com os resíduos não estão diretamente associados à sua
produção per si, apesar de esta ser uma medida importante da eficiência com que a economia usa os
seus recursos e produz bens e produtos úteis (Ribeiro, 2008).
As questões mais relevantes surgem quando os resíduos não são reaproveitados e constituem assim
desperdícios do sistema económico, sendo devolvidos de volta ao ambiente e quando a gestão de
resíduos não é realizada de forma adequada originando impactes ambientais elevados (e.g. levando à
mobilização para o ambiente de substâncias perigosas) (Ribeiro, 2008).
De facto, a utilização dos recursos naturais e a produção de resíduos são duas faces da mesma moeda.
Os resíduos são um recurso potencial quando são reutilizados, reciclados ou valorizados. Os resíduos
que são eliminados constituem uma perda de recursos (EEA, 2012a). Na figura 2.2 apresenta-se a interrelação entre o uso de recursos naturais e a produção de resíduos numa economia, segundo uma
1
perspetiva de Análise do Fluxo de Materiais (AFM) .
1
Material Flow Analysis (MFA), em inglês, que é uma ferramenta que tem como a unidade de análise a economia de um país ou
região, sendo que se analisa o metabolismo dessa região estudando as entradas, as saídas e o comportamento do stock de
materiais na economia (Ribeiro, 2008).
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Figura 2.2 – Ligações existentes entre o uso de recursos naturais e a produção de resíduos numa economia
Fonte: EEA (2012a).
Atualmente e em termos globais, a sociedade contemporânea é ainda ineficiente na forma como usa
os seus recursos. As sociedades atuais produzem uma grande quantidade de resíduos e emissões para a
atmosfera e água e uma parte significativa dos produtos e materiais utilizados na economia são
devolvidos à natureza, sendo que apenas uma fração reduzida é reintroduzida no sistema económico
(Ribeiro, 2008).
De modo a capturar o potencial de recursos associados aos resíduos e a reduzir os impactes ambientais
da gestão de resíduos na Europa, a União Europeia introduziu o conceito da hierarquia da gestão de
resíduos e definiu como estratégia transformar-se numa sociedade de reciclagem (EEA, 2012a). A
promoção da reciclagem foi concretizada em diversas iniciativas legislativas específicas, de que a
Diretiva relativa a Embalagens é um exemplo, como ilustrado na tabela 2.1.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Tabela 2.1 – Principais metas e objetivos existentes na legislação europeia referente a resíduos
Veículos em fim
de vida
Ano
Objetivo de recolha
Taxa de recolha
Objetivos de reciclagem
2006
100%
85%
80% incluindo reutilização
2015
100%
2005
2006
REEE
2016 (proposto)
Resíduos de
Embalagens
Min. 4kg por habitante por
ano
65% do colocado no
mercado ou 85% dos
resíduos gerados
2008
Pilhas e
acumuladores
60%
55% dos quais 50% metal, 60%
vidro, papel/cartão, 22,5%
plásticos e 15% madeiras.
100% das baterias recolhidas
2011
65% para baterias de chumboácido; 75% para nickel-cádmio e
50% para outras
25%
2016
45%
2015
Separar a recolha para pelo
menos o papel, metal e os
vidros e plásticos.
2020
Construção e
demolição
Resíduos
municipais
biodegradáveis
85% incluindo reutilização
Reutilização e/ou reciclagem de
veículos no mínimo em 85%
50-80% incluindo reutilização,
dependendo da categoria de REEE
2009
2012
Papel, metal, vidro
e plástico de
origem doméstica
e outros resíduos
domésticos
semelhantes.
95%
Reciclagem de
veículos de 95%
70-80% dependendo
da categoria de REEE
50%
Reutilização, reciclagem ou recuperação de 70% (em peso)
dos resíduos não perigosos
2020
2006 ou 2010
Redução para 75% do valor de referência de 1995 no envio para aterro.
2009 ou 2013
Redução para 50% do valor de referência de 1995 no envio para aterro.
2016 ou 2020
Redução para 35% do valor de referência de 1995 no envio para aterro.
Pneus usados
2006
Eliminação dos aterros
De seguida enquadra-se o atual panorama relacionado com os resíduos em geral, e os resíduos de
embalagem, em particular, discutindo-se os atuais níveis de produção, reciclagem e valorização e os
impactes ambientais associados à sua gestão.
2.2.2 Setor de Gestão de Resíduos
2.2.2.1
Produção
Atualmente, estima-se que sejam produzidos na UE27 2,7 mil milhões de toneladas de resíduos (EEA,
2
2012b), equivalentes a 5,2 t/hab.ano , sendo que a maior parte são resíduos minerais resultantes das
indústrias de extração de recursos naturais e de construção (EEA, 2010). Em Portugal, a capitação de
produção de resíduos é menor, sendo que, em 2010, ascendeu a 3,2 t/hab.ano (INE, 2011).
2
Eurostat, Waste statistics, http://epp.eurostat.ec.europa.eu/portal/page/portal/waste/data/main_tables,
consultado em 23 de Maio de 2012.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Ao nível Europeu, na maior parte dos países da União Europeia, a produção de resíduos tem vindo
aparentemente a crescer ou, no melhor dos casos, a estabilizar (EC, 2011). Por exemplo, no que
concerne os resíduos urbanos, que representam 7% do total de resíduos da União Europeia, a produção
cresceu 16% entre 1999 e 2007, o que significou uma dissociação relativa entre o crescimento
económico e a produção deste tipo de resíduos. Atualmente, a produção estabilizou na ordem dos 524
kg/hab.ano, valor que se verificou em 2008, apesar de existirem grandes diferenças entre Estados
Membros, com as capitações a oscilarem entre cerca de 400 kg/hab.ano e os 800 kg/hab.ano (EC, 2011).
Um estudo da União Europeia estimou que a produção de resíduos aumentaria cerca de 7% entre 2008
e 2020, caso não fossem aplicadas políticas de prevenção de resíduos adicionais (EC, 2011), o que diz
bem sobre a relevância dos esforços realizados a este nível.
2.2.2.2
Reciclagem e Valorização
Ao nível europeu tem-se vindo a assistir a uma mudança importante ao nível da gestão de resíduos.
Em comparação com o passado, os resíduos são cada vez mais reciclados e valorizados, fruto das
políticas europeias e nacionais, como por exemplo, as que estabeleceram metas e instrumentos para a
reciclagem e valorização de resíduos, as taxas de deposição em aterro ou as restrições à eliminação de
certos tipos de resíduos. Outro aspeto que contribuiu para esta evolução foram os aumentos dos preços
das matérias-primas e da energia, que potenciam a reciclagem e valorização dos resíduos em
detrimento da sua eliminação (EEA, 2010).
No entanto, verifica-se que a eliminação de resíduos é ainda dominante a nível europeu. Em 2008, o
Eurostat estima que foram eliminados 55% dos resíduos produzidos, tendo sido valorizados os restantes
3
45% . Destes, a maior parte foram valorizados através de reutilização ou reciclagem, sendo que a UNEP
estima que atualmente 38% do total de resíduos produzidos na União Europeia tenha estes destinos
(UNEP, 2012b).
A situação existente entre os Estados-Membros é bastante díspar, sendo que, por exemplo, em 2006,
98% do total de resíduos eram eliminados na Bulgária, enquanto na Dinamarca e Bélgica esse número
era inferior a 10% (EEA, 2010). Em Portugal, em 2010, a eliminação de resíduos ascendeu a 47% (INE,
2011).
2.2.2.3
Impactes e Benefícios Ambientais
Redução do Consumo de Recursos Naturais
A reciclagem dos resíduos gerados pelas atividades económicas é importante, dado que permite, em
geral, evitar o consumo de recursos extraídos da natureza, e os impactes associados a esses processos.
De igual forma, a valorização energética dos resíduos permite evitar o consumo de outros tipos de
recursos energéticos, como sejam os combustíveis fosseis (UNEP, 2012b).
Por outro lado, uma grande parte da reciclagem de materiais encontra-se ligada aos recursos não
renováveis, como sejam os metais (EEA, 2011a), pelo que, através da redução do consumo desses
recursos se promove a extensão das suas reservas (stocks).
3
Eurostat, Treatment of waste by NUTS 1 regions, consultado em 23 de Maio de 2012.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Apesar de nas economias europeias ainda se verificarem muitas ineficiências na utilização de
recursos, em termos gerais, os níveis de reciclagem atualmente praticados para alguns materiais
cobrem já uma parte importante da sua procura (EEA, 2011a), de que os metais ou o papel/cartão são
exemplos. No entanto existe espaço para evolução, como se mostra na figura 2.3, onde se apresenta o
potencial de reciclagem dos resíduos existentes atualmente na EU27, por material, face ao seu nível de
consumo pela economia.
Figura 2.3 – Potencial contributo da reciclagem para o consumo do respetivo material (ano base 2006)
Fonte: Adaptado de EEA (2012c).
A redução do consumo de recursos naturais através da reciclagem de materiais, pode ser altamente
benéfica, particularmente quando a extração de determinados materiais a partir de recursos naturais
tem elevados impactes ambientais. Por exemplo, os metais exigem a extração de uma quantidade
muito elevada de minerais da crosta terrestre para a obtenção de 1 kg de material primário puro, como
se indica na tabela 2.2.
Tabela 2.2 – Estimativas da poupança de recurso naturais pela reciclagem de resíduos
Categoria
Aço e ferro
Alumínio
Quantidade reciclada (kt)
Fator*
Poupança (kt)
77.700
4
310.800
3.100
9
27.900
Cobre
900
100
90.000
Chumbo
600
33
19.800
Zinco
700
19
13.300
10.700
1
10.700
769.200
1
769.200
Vidro
Agregados
Plástico
Papel
Madeira
Outros
Total
4.500
1
4.500
44.200
1.1
48.620
21.700
1
21.700
119.200
1
119.200
1.052.500
Fonte: Com base em BIO Intelligence et al. (2011b).
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1.435.720
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Relatório Final
Adicionalmente, devido à procura de recursos naturais continuar a aumentar e dada a dependência da
União Europeia na sua importação, prevê-se que o papel da reciclagem será cada vez mais importante
no espaço europeu (EC, 2011).
Emissões de Gases com Efeito de Estufa (GEE)
As emissões de GEE do setor como definidas pelo Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC)
compreendem as emissões diretas dos aterros, da incineração sem recuperação de energia, do
tratamento de águas residuais e do tratamento biológico (IEEP et al., 2011). Tendo por base este
âmbito, estima-se que as emissões diretas de Gases com Efeito de Estufa (GEE) do setor dos resíduos
na EU27 tenham representado 2,8% do total de emissões ocorridas em 2007, tendo decrescido 30%
desde o ano de 1995 (EC, 2011).
A gestão adequada dos resíduos contribui para a redução das emissões globais de GEE inerentes às
atividades humanas, sendo que esta redução é alcançada de duas formas:

Através da redução das emissões diretas relacionadas com a eliminação e valorização de
resíduos, mais concretamente com o aterro de resíduos (sobretudo por se evitar a produção de
metano), mas igualmente pela redução das emissões diretas relacionadas com as atividades de
incineração e reciclagem, para além do transporte dos resíduos.

Pelo aumento das emissões evitadas, que representam os benefícios da valorização de
recursos (utilização dos resíduos como materiais secundários e substituição de recursos
energéticos) (EEA, 2011b). Por exemplo, na tabela 2.3 apresenta-se a poupança de emissões de
GEE e consumo de energia associados à reciclagem de alguns materiais.
Tabela 2.3 - Poupança de emissões de GEE e consumo de energia pela reciclagem de vários materiais
Tipo de
material
Poupança de
energia (%)
Poupança de emissão de
gases de efeito de estufa
(kg CO2 eq/t material
reciclado)
Poupança no preço do carbono
(USD) por 1000 t de material
reciclado (US$ 13,4/t de CO2eq)
Aço
62-74
1.512
20.260
Papel
40
177
2.372
Fonte: Com base em Ecorys (2009).
Por exemplo, considerando apenas as emissões provenientes da gestão dos resíduos urbanos, que
compreendem as embalagens, verifica-se que o principal responsável pelas emissões diretas a nível
europeu é o aterro de resíduos. Já a reciclagem de resíduos permite evitar emissões da produção de
materiais primários. De realçar que tal é alcançado sobretudo pela reciclagem de resíduos de
embalagens.
Numa lógica de ciclo de vida, considerando o período entre 1995 e 2008, verifica-se que as emissões
relacionadas com a gestão de resíduos urbanos decresceram substancialmente, tendo esse decréscimo
sido devido à redução das emissões diretas com a sua gestão, mas igualmente pelo aumento dos
benefícios da valorização desse tipo de resíduos, com especial enfoque na reciclagem (ver figura 2.4).
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
As principais forças motoras que catalisaram essa mudança foram a Diretiva Aterros, dado terem-se
introduzido metas de redução da quantidade de resíduos biodegradáveis colocados em aterro
(reduzindo-se as emissões de metano) e as Diretivas Embalagens e Diretiva Quadro de Resíduos, que
potenciaram o aumento dos níveis de reciclagem dos RSU como um todo (EEA, 2012b).
Figura 2.4 – Emissões da GEE na Europa dos 27 entre 1990 e 2008, em CO2 equivalentes
Fonte: Adaptado de EEA (2010a).
Com o aprofundamento da implementação da atual legislação europeia de resíduos, espera-se mesmo
que a médio prazo a gestão de RU na UE passe a ter contribuição líquida negativa para as emissões
globais de GEE, ou seja, que as emissões evitadas pela valorização de resíduos sejam superiores às
emissões diretas associadas à gestão dos mesmos, conforme se ilustra na figura 2.5 (EEA, 2012b).
A redução esperada das emissões do setor de gestão de resíduos constituirá uma parte relevante das
metas de redução climáticas da Europa para 2020.
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Relatório Final
Figura 2.5 – Evolução prevista para as emissões da GEE na UE27 até 2020 segundo um cenário de Business-as-usual
Nota: Cenário Business-as-usual, que estima a evolução das emissões de GEE com base apenas na concretização das politicas de
resíduos existentes atualmente. Fonte: Adaptado de EEA (2012b).
Em Portugal, a consolidação dos sistemas de gestão de resíduos urbanos, nomeadamente com o
aumento esperado das taxas de reciclagem e valorização, implica uma melhoria dos impactes
ambientais relacionados com a emissão de GEE, embora os cenários existentes apontem para que em
2020 o balanço liquido das emissões seja ainda negativo. Segundo a análise realizada no âmbito do
PERSU II, a reciclagem é a componente com maior potencial de redução indireta de emissões (0,41 t
CO2 eq/treciclada), valor mais elevado que os da incineração com recuperação de energia (0,18 t CO 2
eq/tincimerada) e da substituição de fertilizantes devido à compostagem (0,02 t CO 2 eq/tvalorizada) (MAOTDR,
2007).
Figura 2.6 – Balanço das emissões de GEE na gestão e tratamento de RSU
Fonte: Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos Urbanos PERSU II
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Relatório de Final
Outras Consequências Ambientais
A reciclagem de resíduos, para além de contribuir para reduzir a extração de recursos naturais e evitar
igualmente a emissão de GEE associadas a estes processos, permite em muitos casos reduzir outros
tipos de impactes ambientais, como sejam os relacionados com a formação de oxidantes fotoquímicos,
com a acidificação ou com a eutrofização.
Por outro lado, a reciclagem apresenta normalmente vantagens sobre outras formas de valorização e
eliminação de resíduos. Por exemplo, uma revisão bibliográfica a estudos de Avaliações de Ciclo de Vida
(ACV) concluiu que a reciclagem era a opção preferível para a maior parte dos materiais face à
incineração e o aterro dos resíduos (ver tabela 2.4).
Tabela 2.4 – Preferência ambiental global de várias opções de gestão de resíduos tendo em conta estudos de ACV realizados
Reciclagem VS Incineração
Material
Reciclagem VS Aterro
Reciclagem
Incineração
Sem preferência
Reciclagem
Aterro
Sem preferência
Papel e cartão
22
6
9
12
0
1
Vidro
8
0
1
14
2
0
Plástico
32
8
2
15
0
0
Alumínio
10
1
0
7
0
0
Aço
8
1
0
11
0
0
6
0
0
65
2
1
Madeira
Agregados
Total
80
16
12
Fonte: Com base em BIO Intelligence (2011).
Por este facto, a reciclagem foi colocada no 3º lugar da hierarquia de gestão de resíduos da União
Europeia, a seguir à prevenção e reutilização (EEA, 2011a).
2.2.3 Gestão de Resíduos de Embalagens
2.2.3.1
Produção
De acordo com a Agência Europeia do Ambiente, os resíduos de embalagens provenientes das
habitações e fontes comerciais representam cerca de 3% do total de resíduos gerados na União
Europeia. A produção destes resíduos tem vindo a crescer, apesar de existir uma dissociação
relativamente ao crescimento económico, como se pode constatar da análise da figura 2.7.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Figura 2.7 – Tendência de crescimento da produção de resíduos de embalagem e o PIB na UE15 entre 1998 e 2008
Fonte: Com base na Agência Europeia do Ambiente (2011). Generation of packaging waste and GDP in the EU-15, CSI017,
www.eea.europa.eu/pt, site consultado em 23/05/2012.
Em termos médios, em 2008, a capitação na União Europeia dos resíduos de embalagem produzidos
rondava os 164 kg/hab.ano, tendo diminuído ligeiramente em relação ao ano 2000, conforme se ilustra
figura 2.8. No entanto, a produção per capita varia bastante entre os Estados Membros, desde 41
kg/hab.ano na Bulgária, até 245 kg/hab.ano na Irlanda (EC, 2011).
Figura 2.8 – Produção total de resíduos de embalagens na União Europeia (kg/hab.ano)
Fonte: BIO Intelligence (2011)
Em Portugal, considerando apenas os resíduos de embalagens geridos no âmbito do SIGRE, a capitação
em 2010 foi de 114 kg/hab.ano (SPV, 2012).
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Em termos da produção de resíduos por material, os materiais com maior geração de resíduos são o
papel/cartão, seguidos do vidro, embora o plástico seja cada vez mais utilizado, tendo aumentado 40%
entre 1997 e 2006 (EEA, 2012c), como se pode inferir pela análise da figura 2.9 que apresenta o
consumo aparente per capita de diferentes materiais de embalagens na UE. Em Portugal a situação é
semelhante, sendo que, no entanto em 2011, os quantitativos de resíduos de embalagens de vidro
geridos no âmbito do SIGRE foram ligeiramente superiores aos do papel/cartão (SPV, 2012).
Figura 2.9 – Consumo per capita de embalagens de diferentes materiais na EU15, 1998-2006 (kg/hab.ano)
Fonte: Adaptado de BIO Intelligence et al. (2011b).
2.2.3.2
Reciclagem e Valorização
Em 2009, segundo dados do Eurostat, 62,5% dos resíduos de embalagens produzidos na União
4
Europeia (EU27) foram reciclados, tendo 12% sido encaminhados para valorização energética .
As taxas de reciclagem variam bastante de Estado Membro para Estado Membro, conforme se ilustra na
figura 2.10, embora para a generalidade dos países estas taxas tenham vindo a aumentar ao longo do
tempo, com a exceção de alguns países, como a Alemanha.
4
Segundo dados disponíveis no site do Eurostat. Site consultado
http://epp.eurostat.ec.europa.eu/portal/page/portal/environment/data/main_tables
Página | 16
em
23
de
Maio
de
2012.
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Figura 2.10 – Taxas de reciclagem de resíduos de embalagens em 1998 e 2008
Fonte: BIO Intelligence (2011).
O material com maior taxa de reciclagem é o papel/cartão na UE, tendo em 2009 sido alcançada uma
taxa de reciclagem de 83%, que correspondeu igualmente à maior quantidade de material processado a
nível europeu (25 Mt), como se pode verificar pela análise da tabela 2.5.
Tabela 2.5 – Quantidade de resíduos de embalagens gerados e reciclados em 2009 na EU27
Reciclagem
Tipo de Resíduo de
Embalagens
Resíduos Gerados
(kt)
Reciclagem
(kt)
Valorização
Taxa de reciclagem
(%)
Valorização
(kt)
Taxa de valorização
(%)
Papel Cartão
29.789
24.828
83
27.019
91
Vidro
16.016
10.827
68
10.827
68
Plástico
14.602
4.697
32
8.718
60
Madeira
11.392
4.294
38
7.257
64
Metais
4.543
Total
76.565
3.158
47.838
70
63
3.176
57.117
70
75
Fonte: Com base em dados do Eurostat. Site consultado em 23 de Maio de 2012.
http://epp.eurostat.ec.europa.eu/portal/page/portal/environment/data/main_tables
Em Portugal, os quantitativos reciclados têm vindo a aumentar ao longo do tempo, bem como as taxas
de reciclagem alcançadas. Na figura 2.11 apresentam-se os fluxos de resíduos de embalagens gerados,
reciclados e valorizados entre 2006 e 2010 a nível nacional.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Figura 2.11 – Fluxo de resíduos de embalagens gerados e recuperados
Fonte: INE (2012).
Considerando apenas os resíduos de embalagens geridos no âmbito da responsabilidade da SPV no
quadro do SIGRE, estima-se que no total tenham sido encaminhados para reciclagem 711 kt de resíduos
5
de embalagens, de um total de 1.198 kt de resíduos de embalagens geridos (tabela 2.6). Tal significa
uma taxa de reciclagem global de 64% e de valorização de 70%. Considerando apenas os resíduos
urbanos de embalagens, a taxa de reciclagem ascende a 46% e a de valorização a 54%.
5
Para o fluxo urbano, os quantitativos mencionados para resíduos reciclados, valorizados organicamente e energeticamente
dizem respeito a resíduos de embalagens que foram efetivamente sujeitos a estas operações, tendo por base as declarações dos
vários SMAUT e Retomadores.
No caso dos quantitativos relativos ao aterro de resíduos de embalagens, estes valores foram estimados tendo em conta o
potencial de geração de resíduos urbanos de embalagens no âmbito da SPV (859.391 t), acrescidos de 1.474 t de resíduos de
embalagens de madeira que foram geridos efetivamente em acréscimo à responsabilidade da SPV e os quantitativos efetivamente
encaminhados para os restantes destinos.
No caso do fluxo não urbano, os resíduos geridos no âmbito do SIGRE foram calculados tendo em conta os resíduos efetivamente
encaminhados para reciclagem segundo os OGR intervenientes no sistema (318.281 t), acrescidos de 18.542 t de resíduos relativos
aos materiais madeira, vidro e outros que resultaram do consumo de embalagens que se estima que contribuíram
financeiramente para o SIGRE, mas que desconhece-se o seu tipo de destino final.
Página | 18
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Tabela 2.6 – Resíduos de embalagens geridos no contexto da responsabilidade da SPV no quadro do SIGRE
Fluxo / Material (t)
Aço
Alumínio
Papel e
Cartão
Madeira
Plástico
Vidro
Outros
Total
Fluxo urbano
Reciclagem
18.676
840
4.516
104.907
47.933
210.422
0
387.295
0
0
0
5.401
0
0
0
5.401
0
0
215
27.105
42.715
0
0
70.036
26.302
7.938
0
83.333
91.608
186.949
2.004
398.133
44.978
8.778
4.732
220.746
182.256
397.371
2.004
860.865
30.294
503
38.013
216.895
25.840
6.736
0
318.281
0
0
11.757
0
0
6.280
505
18.542
Total
30.294
503
49.769
216.895
25.840
13.016
505
336.823
Total Fluxo Urbano +
Fluxo Não Urbano
75.272
9.281
54.501
437.641
208.096
410.387
2.509
1.197.688
Valorização
orgânica
Valorização
energética
Aterro
Total
Fluxo Não Urbano
Reciclagem
Destino
desconhecido
Fonte: Com base em dados fornecidos pela SPV, considerando o sistema de gestão de resíduos urbanos de embalagens e o sistema
eXtra-Urbano.
2.2.3.3
Impactes e Benefícios Ambientais
Redução do Consumo de Recursos Naturais
A reciclagem de resíduos de embalagens é bastante relevante no contexto da redução do consumo de
recursos naturais que são utilizados para fabricar os diferentes materiais de embalagem.
Existem materiais, como o vidro e os plásticos, em que uma parte significativa da sua produção global se
destina ao fabrico de embalagens, como se pode constatar da tabela 2.7. Consequentemente, os
resíduos de embalagens produzidos constituem uma fração bastante significativa da totalidade de
resíduos desses materiais disponíveis para serem reciclados.
Tabela 2.7 – Percentagem da produção global que é utilizada para o fabrico de embalagens
% do material utilizado para
embalagem
Plásticos
38%
Vidro
60%
Alumínio
16%
Observações e fontes
BIO Intelligence et al. (2011a)
Mesmo no caso de outros tipos de materiais com um mais variado leque de aplicações, como por
exemplo, os metais ferrosos, os resíduos de embalagens representam uma fração importante dos
resíduos reciclados na União Europeia, segundo os dados disponíveis e ilustrados na tabela 2.8.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Tabela 2.8 - Estimativas da reciclagem de materiais na UE por fluxo de resíduos selecionados em 2006
Material reciclado sob a política existente (t)
C&D
VFV
Embalagens
REEE
Total
Metal
9.989.944
4.294.855
3.600.212
1.169.576
19.054.587
Metal ferroso
9.989.944
3.842.765
2.788.713
1.063.251
17.684.673
Metal não ferroso
Alumínio
Vidro
Agregados
Plástico
Papel
Madeira
Total
452.090
811.499
106.325
1.369.914
-
-
604.453
-
604.453
11.233.183
-
11.233.183
-
209.788.824
-
-
209.788.824
-
4.994.972
-
4.838.694
531.626
10.365.292
-
-
30.509.027
-
30.509.027
9.989.944
-
5.323.356
-
15.313.300
234.763.684
4.294.855
55.504.472
1.701.202
296.264.213
Fonte: Com base em BIO Intelligence (2011).
De seguida detalham-se algumas características relacionadas com a reciclagem dos diferentes materiais:
Metais
Os metais são vitais para a economia global e podem classificar-se como metais ferrosos e não ferrosos,
fazendo parte destes últimos o alumínio, o cobre ou o zinco. Atualmente, os resíduos de embalagens
representam aproximadamente 1,3% das entradas de metais na economia Europeia (EC, 2011).
A maioria dos metais pode ser reciclada qualquer número de vezes sem uma diminuição percetível da
qualidade. A taxa de reciclagem dos resíduos de embalagens metálicos situou-se nos 70% em 2009,
segundo dados do Eurostat.
No caso específico da taxa de reciclagem de latas de alumínio na Europa, esta estima-se em cerca de
60% (Ecorys, 2009), sendo que o tempo de residência na economia das embalagens deste material situase entre 0,3 e 0,8 anos (UNEP, 2010). Segundo dados da European Environmental Agency (EEA), a
3
reciclagem de uma tonelada de alumínio permite poupar 1,3 t de resíduos de bauxite, 15 m de água de
3
refrigeração, 0,86 m de água de processo, evitando igualmente a emissão de 11 kg de SO2, para além
de 2 toneladas de CO2 (Ecorys, 2009).
Este setor pode ainda ser gerador de diversas atividades de subsistência, como no Brasil, onde se estima
que cerca de 700 mil as pessoas que desenvolvem atividades de reciclagem de latas de alumínio,
sobretudo no setor informal, o que contribui para que o país tenha uma taxa de reciclagem destas
embalagens bastante elevada (UNEP, 2011).
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Vidro
O vidro pode ser refundido de modo a fabricarem-se novos produtos de vidro sem perda de
propriedades físicas ou da sua qualidade. O vidro colorido não pode ser transformado em vidro
transparente, mas pode ser reciclado em produtos de vidro coloridos. Outras aplicações alternativas de
vidro reciclado incluem a filtragem de água e os agregados (BIO Intelligence et al., 2011a).
Plásticos
A produção global de plásticos em 2009 foi estimada em cerca de 245 Mt, sendo que 25% destes foram
produzidos na UE (BIO Intelligence, 2011).
Para além das garrafas de PET, que podem ser recicladas na sua forma prévia (closed-loop recycling), as
opções de reciclagem dos plásticos envolvem usualmente um down-cycling, onde os polímeros são
transformados em produtos de menor qualidade.
As maiores aplicações dos plásticos reciclados são os filmes e sacos para o setor da distribuição, fibras
para o fabrico de produtos para habitações e os materiais de construção. O PEBD e o PEAD podem ser
reciclados para aplicações de embalagem. O PVC é difícil de ser reciclado e atualmente não existem
operações de reciclagem em larga escala para o PVC de pós-consumo (BIO Intelligence et al., 2011a).
Madeira
As opções de reciclagem de madeira pós-consumo dependem sobretudo da qualidade da madeira em si
(e.g. decaimento, contaminações, etc.). A madeira recolhida e adequada para reciclagem é limpa e
processada de modo a remover contaminantes e é posteriormente fragmentada em lascas que podem
ser utilizados em várias aplicações, como no fabrico de contraplacados, arquitetura paisagística ou na
criação de animais (BIO Intelligence et al., 2011a).
Papel/cartão
A reciclagem de papel/cartão usado envolve a sua repolpagem, operação que quebra as fibras e
posteriormente a crivagem, seguida de limpeza e destintagem. Dependendo da qualidade das fibras
recicladas, a pasta de papel pode ser utilizada para fabricar novos produtos de papel e cartão, ou
misturada com fibras virgens para a produção de melhores “grades”. As fibras recicladas deterioram-se
com o tempo e não podem ser recicladas indefinidamente, tendo de ser misturadas com fibras virgens
(BIO Intelligence et al., 2011a).
O papel pode ser reciclado no máximo até oito vezes (EEA, 2011b). No papel/cartão utilizado em
embalagem, mais de 70% é proveniente da reciclagem (73.5% em 2008) (Ecorys, 2009).
Emissões de Gases com Efeito de Estufa (GEE)
As emissões de gases com efeito de estufa relacionadas com o fabrico e consumo de embalagens na
Europa representam uma fração significativa do total de emissões de GEE anuais. Um estudo realizado
em 2003 refere que as embalagens representavam nessa altura cerca de 2% das emissões totais de
GEE na EU15, correspondente a cerca de 80 milhões de toneladas de CO 2 eq.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
A quota-parte das embalagens relativamente a outros impactes ambientais, como a acidificação da
atmosfera, a emissão de partículas finas e a eutrofização, seriam de uma magnitude comparável (EC,
2006a).
Ao nível europeu, o mesmo documento refere que a reciclagem e a valorização energética dos resíduos
de embalagens gerava uma poupança nas emissões de GEEE na ordem das 25 milhões de toneladas de
6
7
CO2 equivalente e de recursos de cerca de 10 milhões de toneladas de equivalente de petróleo , em
comparação com um cenário onde todas as embalagens seriam enviadas para deposição em aterro ou
incineração sem valorização energética, o que corresponderia a cerca de 0,6% das emissões totais de
GEE de países como a Dinamarca, a Irlanda ou a Suécia (EC, 2006a).
Outras Consequências Ambientais
Para além da redução da emissão de GEE, existem outros benefícios ambientais derivados da reciclagem
dos materiais de embalagem. Nesse contexto, segundo um estudo desenvolvido para a União Europeia
que analisou os impactes da Diretiva Embalagens, a reciclagem de embalagens pode ser classificada,
com um grau de certeza relativamente elevado, entre as opções mais eficientes em termos de custos
para a redução das emissões de CO2 e de outros impactos ambientais (EC, 2006a).
Um outro estudo realizado para a União Europeia estimou os impactes de maiores níveis de reciclagem
dos resíduos de embalagem, tomando como cenário que para cada material seria alcançado um nível de
reciclagem idêntico ao existente ao atualmente no Estado-Membro da UE mais avançado nessa matéria
(BIO Intelligence, 2011).
Nesse cenário, que pressupõe um maior índice de reciclagem, para além das vantagens económicas que
8
advêm de evitar da produção de materiais primários , foi estimado que permitiria uma poupança
elevada de combustíveis fósseis, para além da depleção de recursos naturais e das emissões de GEE
(figura 2.12).
6
Cerca de 1 milhão de toneladas em resultado direto da Diretiva Embalagens.
Cerca de 3 milhões de toneladas em resultado direto da Diretiva Embalagens.
8
Considerando a diferença de preços entre meteriais primários e materiais reciclados.
7
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Relatório Final
Figura 2.12 – Impactes da reciclagem de resíduos de embalagens
Fonte: BIO Intelligence (2011).
Para o cenário referido, a redução do impacte ambiental nas referidas categorias de impacte
encontram-se referidas na tabela 2.9. O plástico é o material com maior potencial de redução do seu
impacte ambiental, através da sua reciclagem.
Tabela 2.9 – Impactes ambientais evitados associados com um cenário de reciclagem em que a taxa de reciclagem da UE é
idêntica à taxa de reciclagem atual do Estado-Membro mais avançado nesta matéria, por material
Emissão de GEE
evitada (t CO2 eq)
Consumo de recursos
novos evitados
Combustíveis fósseis
evitados (tep)
74.823
750
38.781
Plástico
8.797.013
106.280
5.431.320
Papel e cartão
4.524.490
4.963
134.312
Metais
3.568.870
26.796
1.048.554
N.D.
N.D.
N.D.
Material Reciclado
Vidro
Madeira
Benefícios totais
16.965.196
138.789
6.652.967
Fonte: Com base em BIO Intelligence (2011).
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Relatório de Final
2.3 Contributos Económicos
2.3.1 Enquadramento
A gestão de resíduos e a reciclagem constituem subsetores importantes das eco-indústrias, que
contribuem para o Produto Interno Bruto (PIB) europeu e para o comércio intra e extra comunitário
(EEA, 2011a).
Em particular, a reciclagem providencia novas oportunidades económicas, potencialmente criando
mercados para novos produtos e serviços (EC, 2011). A reciclagem permite que os recursos se
mantenham na economia num processo fechado (closed-loop), mudando o paradigma de
desenvolvimento económico que tem vindo a ser assente num modelo económico linear, baseado na
depleção de recursos naturais e da produção de resíduos (EEA, 2011a).
Nos parágrafos seguintes apresentam-se alguns impactes económicos relacionados com a gestão de
resíduos, em geral, e de resíduos de embalagens, em particular.
2.3.2 Setor de Gestão de Resíduos
2.3.2.1
Estrutura do Mercado
As indústrias de gestão de resíduos e reciclagem encontram-se bem estabelecidas ao nível europeu.
Segundo dados do Eurostat, em 2006, a UE27 detinha 5.170 instalações de incineração com recuperação
de energia, 3.897 instalações de incineração, 50.682 instalações de reciclagem e 10.286 aterros (IEEP et
al., 2011). Por outro lado, existiam aproximadamente 15.500 empresas dedicadas à reciclagem (Ecorys,
2009b).
A indústria é caracterizada por uma estrutura piramidal, com um número limitado de grandes empresas
e uma base alargada de pequenas empresas (Ecorys, 2009b). Estima-se que aproximadamente 95%
destas empresas são PME (IEEP et al., 2011). O primeiro grupo foca-se no processamento e na entrega
dos materiais reciclados, enquanto as pequenas empresas encontram-se orientadas para a recolha e
triagem dos resíduos (Ecorys, 2009b).
Como os materiais reciclados são matérias-primas, os clientes procuram boa qualidade a um bom preço.
Tipicamente, apenas as grandes empresas investem em I&D, especialmente com o objetivo de
desenvolver melhores processos de reciclagem que permitam produzir materiais reciclados “mais
puros” que podem ser vendidos a um preço mais elevado (Ecorys, 2009b).
O processamento dos resíduos recolhidos é geralmente capital intensivo. Os investimentos necessários
para estabelecer uma unidade de reciclagem são elevados. No entanto, genericamente, após a
construção das unidades de reciclagem, os custos salariais são uma importante fração dos custos
totais, tal como acontece com a energia. Adicionalmente, a recolha e a triagem de resíduos envolve
uma quantidade considerável de mão-de-obra (Ecorys, 2009b).
No entanto, a forma como os resíduos são recolhidos e triados pode variar entre países e regiões,
dependendo dos preços unitários dos fatores de produção. Por exemplo, o Eurostat estima que, em
2006, em termos médios, os custos com pessoal representaram 10% dos custos totais da indústria de
reciclagem, variando entre 1,6% na Bulgária e 20% no Luxemburgo e em França (Ecorys, 2009b).
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Relatório Final
Em Portugal, segundo dados do INE, existiam 1292 empresas dedicadas à gestão de resíduos em 2010
e 410 empresas ligadas à produção de materiais e produtos reciclados. Estas empresas representavam
9
10
respetivamente 71% e 27% do total de empresas ligadas à gestão da poluição e gestão de recursos .
2.3.2.2
Volume de Negócios, Custos Incorridos e Rendimentos Obtidos
Um estudo realizado pela Ecorys, baseado em dados do Eurostat, estima que o volume de negócios
associados à gestão de resíduos e à reciclagem de materiais na Europa representou, em 2008, um
volume de negócios de 147 mil milhões de euros, o que significa em termos agregados 46% do volume
de negócios das eco-indústrias identificadas nesse estudo, que incluem adicionalmente, a distribuição
de água, a gestão de águas residuais, as energias renováveis, o controle da poluição atmosférica, a
biodiversidade, entre outras (Ecorys, 2009a).
Desta fatia, a maior parte estava relacionada com a gestão de resíduos (92 mil milhões de euros), sendo
o restante relativo à reciclagem de materiais (55 mil milhões de euros) (Ecorys, 2009a).
A reciclagem dos materiais apresentou a segunda maior taxa de crescimento das eco-indústrias, apenas
atrás das energias renováveis, tendo no período 2004-2008 apresentado uma taxa de crescimento anual
de 17% (EEA, 2011a) (ver tabela 2.10).
Tabela 2.10 – Volume de negócios do setor da reciclagem
2004
Volume de negócios da reciclagem de sete materiais
nucleares na UE (M€, preços atuais)
VAB dos setores industriais, de produção de eletricidade e
de gestão de resíduos da UE (M€, preços atuais)
Volume de negócios da reciclagem de sete materiais
nucleares relativamente ao VAB dos setores industriais, de
produção de eletricidade e de gestão de resíduos da UE (%)
VAB total da UE (M€, preços atuais)
Volume de negócios da reciclagem de sete materiais
nucleares relativamente ao VAB total da UE (%)
2006
2007
2008
2009
32.535
47.008
56.082
60.524
37.229
1.930.790
2.113.325
2.221.800
2.243.801
1.919.044
1,69
2,22
2,52
2,7
1,94
9.490.958
9.877.205
10.405.157
11.011.791
11.188.957
0,34
0,48
0,54
0,55
0,33
O setor da reciclagem é atualmente é dominado por 7 tipos de materiais nucleares (EEA, 2011a):

Vidro.

Papel e cartão.

Plásticos.

Ferro e aço.

Cobre, alumínio e níquel.

Metais preciosos.

Outros metais.
9 Atividades de prevenção, medição, redução, eliminação, correção dos efeitos da poluição e de qualquer outro dano ao
ambiente, nomeadamente à atmosfera, solos, rios assim como problemas associados à gestão dos resíduos, poluição sonora e
ameaças aos ecossistemas. Notas: Excluem-se medidas tomadas por razões de higiene e segurança dos locais de trabalho ou as
que visam o aumento da eficiência (por exemplo a redução de matérias-primas) ou rentabilidade da produção e melhoria da
qualidade dos produtos e/ou serviços (INE, 2011.
10 Gestão de recursos de modo sustentável como a conservação de recursos naturais que estão sujeitos a esgotamento pelo
consumo humano, visando a limitação ou minimização do seu uso. Notas: Refere-se ao aproveitamento da energia renovável,
poupança de energia, gestão da água potável, entre outras atividades (INE, 2011).
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Relatório de Final
A maior parte do volume de negócios induzido pela reciclagem de materiais na Europa diz respeito à
reciclagem de ferro e aço, seguida de outros metais não ferrosos e do papel/cartão, como se pode
identificar pela análise da figura 2.13.
O setor da reciclagem encontra-se a crescer e em desenvolvimento, uma vez que o consumo de bens
não tem diminuído (EEA, 2011a). No entanto, em termos Europeus e dado que para alguns tipos de
resíduos as taxas de reciclagem alcançadas são elevadas, o espaço de manobra para a evolução é
limitado (Ecorys, 2009b).
Figura 2.13 – Volume de negócios da reciclagem de 7 tipos de materiais nucleares
Segundo a Agência Europeia do Ambiente, o volume de negócios duplicou entre 2004 e 2008, tendo as
exportações destes materiais aumentado devido ao crescimento das economias asiáticas, o aumento da
oferta de materiais recicláveis no mercado e a implementação das Diretivas europeias relativas a
resíduos, incluindo da Diretiva Embalagens. Neste contexto, a importância da exportação tem
aumentado relativamente às importações (ver figura 2.14).
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Figura 2.14 – Valor do comércio interno e externo de alguns materiais recicláveis
Fonte: (EEA, 2011a).
No entanto, o setor encontra-se muito dependente da evolução dos preços unitários das mercadorias
nos mercados internacionais (ver tabela 2.11 e figura 2.15). Por exemplo, devido à crise iniciada em
2008, ocorreu nessa altura uma quebra dos preços de várias matérias-primas, que se refletiu nos preços
dos materiais secundários e que originou uma diminuição acentuada do volume de negócios do setor
em 2009 face aos anos anteriores.
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Relatório de Final
Tabela 2.11 – Evolução dos valores médios em Euros/t de diferentes recicláveis baseados nas estatísticas de comércio intra e
extracomunitário
2004
Preços
médios em
EUR/t
Vidro
2006
2007
2008
2009
Para
fora da
EU
Dentro
da EU
Para
fora da
EU
Dentro
da EU
Para
fora da
EU
Dentro
da EU
Para
fora da
EU
Dentro
da EU
Para
fora da
EU
Dentro
da EU
158
36
89
42
83
39
103
43
101
47
Papel e
cartão
94
94
102
94
116
118
119
120
82
84
Plástico
251
319
310
424
307
454
293
441
208
295
1.015
1.242
1.832
2.134
1.521
2.207
1.543
1.991
1.222
1.412
199
257
273
322
378
393
371
456
241
245
43.591
28.372
44.262
41.543
25.844
41.581
63.659
37.304
129.119
30.150
1.012
921
2.255
1.610
2.724
1.723
2.358
1.519
1.484
1.132
Cu, Al, Ni
Ferro e Aço
Metais
preciosos
Outros
Metais
Fonte: Com base em ETC/SCP (2011).
Figura 2.15 – Evolução dos preços de alguns materiais secundários, baseados nas estatísticas de comércio intra e
extracomunitário
Fonte: Adaptado da EEA (2012c).
Em Portugal, o volume de negócios relacionado com as atividades de gestão de resíduos e os
materiais e produtos reciclados ascenderam a 2683 milhões de Euros em 2010, concentrados
maioritariamente nas empresas com CAE relacionado com a valorização de resíduos metálicos (CAE
38321), comércio por grosso de sucatas e de desperdícios metálicos (CAE 46771) e tratamento e
eliminação de outros resíduos não perigosos (CAE 38312), como se pode analisar da análise da tabela
2.12.
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Relatório Final
Tabela 2.12 – Dados gerais das entidades produtoras de bens e serviços de ambiente por atividade económica
Fonte: INE (2011).
A maior parte do volume de negócios das empresas ligadas à gestão de resíduos e reciclagem está
concentrada no mercado nacional, como se depreende da análise da tabela 2.13.
Tabela 2.13 – Distribuição do volume de negócios das entidades produtores de bens e serviços de ambiente por atividade
económica segundo o tipo de mercado
Fonte: INE (2011).
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Relatório de Final
2.3.2.3
Valor Acrescentado
A UNEP estima que o setor de gestão de resíduos, no seu todo, tenha representado em 2011, 0,16% do
Produto Interno Bruto (PIB) mundial, ou seja, cerca de 108 mil milhões de dólares, podendo triplicar em
valor até 2050 (UNEP, 2011).
Ao nível Europeu, verificam-se grandes diferenças entre os Estados Membros, que estão patentes na
figura 2.16. Estas diferenças refletem em grande parte os salários existentes nos vários países. Caso se
ajustasse a produtividade do trabalho para contabilizar tais diferenças, a situação mudaria bastante,
com alguns dos novos membros da UE a apresentarem os maiores índices ajustados de produtividade
do trabalho (Ecorys, 2009b).
Figura 2.16 - Produtividade aparente do trabalho da indústria de reciclagem
Fonte: Adaptado de Ecorys (2009b).
Por tonelada de resíduo, o Valor Acrescentado Bruto (VAB) varia consoante a localização e as operações
a que os resíduos são sujeitos. Por exemplo, um estudo realizado na Califórnia estimou que em 1999 o
VAB relacionado com a eliminação de resíduos sólidos em aterro ascendia a 144$/t, enquanto a
valorização desses resíduos significava um VAB de 290 $/t (Goldman and Ogishi, 2001).
11
Em termos dos efeitos multiplicadores da reciclagem de resíduos, de referir em primeiro lugar que
existem diferentes tipos de multiplicadores económicos (NRC, 2001).
Por exemplo, os multiplicadores do Tipo I identificam o valor das transações diretas e indiretas
relativamente ao valor das transações diretas (e.g. o rendimento de um setor e todos os outros
rendimentos das compras efetuadas por esse setor aos seus fornecedores). Os multiplicadores do tipo
II identificam o valor de todas as transações económicas (diretas, indiretas e induzidas) que são
estimuladas na economia pela indústria em estudo, incluindo as despesas efetuadas pelos empregados
da cadeia de valor associada ao setor em análise, relativamente ao valor das transações diretas (NRC,
2001).
Ao nível do setor de reciclagem de resíduos, existem alguns estudos que realizaram essa análise,
sobretudo nos Estados Unidos e Austrália, debruçando-se ao nível económico, mas igualmente a nível
do emprego.
11
Termo frequentemente utilizado quando se refere os efeitos económicos ou os impactes económicos (igualmente efeito
multiplicador) (NRC, 2001)
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Relatório Final
Por exemplo, o estudo citado anteriormente do NRC avaliou os multiplicadores associados à
reciclagem nos Estados Unidos e comparou-os com o de outras indústrias. Na tabela 2.14 apresenta-se
essa comparação, tendo sido estimado um efeito multiplicador de 2,43 (tipo I) e 3,82 (tipo 2) para o
valor acrescentado bruto, sendo que informação mais detalhada para várias operações relacionadas
com a reciclagem de resíduos encontra-se disponível no referido estudo.
Tabela 2.14 – Multiplicadores da indústria de reciclagem e reutilização nos EUA e comparação com outras indústrias
Produção
Setores
Emprego
Rendimento pessoal
Valor acrescentado
Tipo I
Tipo II
Tipo I
Tipo II
Tipo I
Tipo II
Tipo I
Tipo II
1,7
2,36
2,18
3,55
2,33
3,56
2,43
3,82
Agricultura
1,9
2,82
1,51
2,11
2,01
3,29
2,08
3,42
Minas
1,54
2,31
1,97
3,93
1,63
2,66
1,46
2,2
Construção
1,9
3,02
1,84
3,16
1,84
3,01
2,17
3,93
Manufatura
1,97
2,9
2,65
4,87
2,3
3,78
2,39
4,04
Transportes, comunicação
e utilidades
1,56
2,41
1,87
3,54
1,69
2,8
1,55
2,43
Comércio grossista
1,44
2,41
1,57
2,91
1,44
2,37
1,38
2,26
Comércio a retalho
1,34
2,37
1,13
1,59
1,24
2,02
1,25
2,08
Finanças, seguros e
imobiliária
1,38
1,98
1,67
3,01
1,57
2,6
1,33
1,83
Serviços
1,51
2,79
1,31
2,17
1,35
2,21
1,46
2,7
Governo
1,14
2,51
1,06
1,88
1,06
1,72
1,08
2,01
Reciclagem e reutilização
Fonte: Com base em NRC (2001).
Verifica-se que os multiplicadores obtidos para as indústrias de reciclagem e reutilização excedem
frequentemente os multiplicadores da maioria dos outros grandes setores, à exceção do setor da
indústria.
A este estudo seguiram-se outros de caráter regional no mesmo país, com resultados consistentes. Por
exemplo, para o Estado do Missouri estimaram-se vários multiplicadores (do Tipo I e Tipo II) para
atividades relacionadas com a reciclagem de resíduos, que se podem analisar na tabela 2.15 e 2.16.
Página | 31
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Relatório de Final
Tabela 2.15 – Multiplicadores para o Estado do Missouri, Tipo I
Fonte: EIERA (2005)
Tabela 2.16 - Multiplicadores para o Estado do Missouri, Tipo II
Fonte: EIERA (2005)
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Outro estudo, desta vez para a Austrália e desenvolvido pelo Australian Council of Recyclers (ACOR),
verificou que o multiplicador variava bastante com o tipo de material. Deste modo, por cada dólar
australiano criado pela reciclagem de alumínio, 1,08 dólares adicionais eram criados indiretamente
(multiplicador do tipo I de 2,08). Caso se tivesse em conta as despesas induzidas pelos consumidores, o
valor subia para 1,52 dólares (multiplicador do tipo I de 2,52). O alumínio era o material com maior
efeito multiplicador do tipo II, acima do plástico (2,15), madeira (2,09), metais (2,07), papel genérico
(1,96), cartão canelado antigo (1,85) e vidro (1,61) (Insidewaste, 2008).
Finalmente, de referir que todas as referidas avaliações foram realizadas com base na técnica de Análise
de Entradas-Saídas (AES), tendo-se concluído que a indústria da reciclagem contribui de forma
significativa para a economia através dos seus efeitos indiretos.
Em relação à reciclagem em Portugal não se conhece nenhuma aplicação específica de AES, existindo no
entanto diversos estudos relacionados com outros temas. Particularmente, em Portugal a AES foi
utilizada no passado para analisar a aplicação de políticas públicas. Exemplo disso é o estudo realizado
pelo Departamento de Prospectiva e Planeamento e Relações Internacionais (DPP) do Ministério do
Ambiente e Planeamento Regional, que avaliou o impacte dos apoios do QREN na economia portuguesa
(Dias e Lopes, 2011).
O único estudo compilado de AES sobre gestão de resíduos em Portugal foi realizado por Barata (2010),
que analisou os processos de geração e tratamento de resíduos e observou, por exemplo, que o setor da
construção é dos mais importantes geradores de resíduos sólidos no país e que a economia portuguesa
é responsável pela geração de 82,8% dos seus resíduos sólidos, sendo o restante gerado em países de
onde as importações portuguesas são provenientes.
2.3.3 Gestão de Resíduos de Embalagens
2.3.3.1
Estrutura de Mercado
Em geral, a função de substituição de produtos e serviços do ponto de vida da procura, bem como os
requisitos legais existentes levam a que exista uma diferença apreciável entre a recolha de resíduos de
embalagens domésticos e a recolha do mesmo tipo de resíduos das atividades comerciais e
industriais. Desta forma, a organização do mercado a nível dos vários países da UE é distinta para ambos
os tipos de resíduos de embalagens (DG Competition, 2005).
Tipicamente, a recolha e triagem dos resíduos de embalagens domésticos é realizada por entidades
com caráter público, em circuitos integrados na recolha dos resíduos urbanos. Neste aspeto, existem
importantes economias de rede a nível da recolha de resíduos de embalagens domésticas (DG
Competition, 2005). Mesmo neste tipo de embalagens, os custos associados à recolha, triagem e
valorização dos resíduos normalmente representam uma pequena fração dos custos totais dos produtos
(DG Competition, 2005)
Por outro lado, os resíduos de embalagens das atividades comerciais e industriais são frequentemente
recolhidos e triados em conjunto com outros tipos de resíduos industriais, sendo que, como existem
menos economias de rede do que no caso dos resíduos de embalagens domésticos, é mais fácil
aparecerem estruturas de recolha alternativas às existentes (DG Competition, 2005).
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Relatório de Final
Em geral, os materiais triados com vista à sua reciclagem fazem parte de mercados distintos (e.g.
vidro, papel, metal), que para além dos resíduos de embalagens integram outros tipos de resíduos do
mesmo material (e.g. RCD). O âmbito destes mercados pode ser predominantemente nacional mas
igualmente internacional, dado que cada vez mais estes mercados são globais (DG Competition, 2005).
O âmbito geográfico depende não só da dimensão dos Estados-Membros e das indústrias ai presentes
(por exemplo, Estados-Membros de pequena dimensão podem não ser autossuficientes a nível da
reciclagem dos resíduos de embalagens), mas igualmente dos custos de transporte e do material em
questão, dado que, por exemplo, a nível Europeu o fluxo intracomunitário de papel/cartão é mais
significativo que o de vidro (DG Competition, 2005).
2.3.3.2
Volume de Negócios, Custos Incorridos e Rendimentos Obtidos
No início da primeira década do sec. XXI, a UE encomendou um estudo para avaliar os impactes da
Diretiva Embalagens publicada em 1994. Tendo por base as taxas de reciclagem alcançadas em 2001
nos países da UE, os custos estimados com a gestão de resíduos de embalagens apontavam para cerca
de 6,6 a 6,8 milhões de Euros.
O mesmo estudo avaliou os custos hipotéticos da gestão dos resíduos de embalagens realizados através
de aterro, tendo concluído que seriam pouco inferiores (cerca de 6,1 mi milhões de Euros). Por outro
lado, os custos diretos relacionados com a aplicação da Diretiva de Embalagens representavam apenas
um incremento de cerca de 3% face aos custos esperados caso não existisse diretiva de embalagens
(GHK, 2006).
O estudo desenvolvido pela GHK refere um aumento de custos de 227 milhões de Euros atribuíveis à
Diretiva para o ano base de 2001 (GHK, 2006), variando a extensão e a forma de distribuição destes
custos por vários atores consoante o Estados Membros.
No entanto, de referir que o mercado evoluiu bastante em 10 anos. Por exemplo, por um lado, os
custos relacionados com a eliminação de resíduos são mais elevados, dado que em muitos países esta
opção foi fortemente restringida, por exemplo, pela adoção de taxas de aterro. Por outro lado, as
quantidades de embalagens recicladas aumentaram, bem como os preços de mercado de alguns
materiais reciclados (ver subcapítulo 3.2).
Passada uma década, um novo estudo desenvolvido para a União Europeia centrou-se no impacte da
gestão de resíduos de embalagens. Nesse estudo foi comparado a atual cenário de reciclagem na EU27,
com um cenário hipotético em que as taxas de reciclagem médias da UE por material seriam idênticas à
máxima taxa apresentada por um dos Estados-Membros (BIO Intelligence, 2011).
Nesse cenário, o acréscimo de materiais reciclados resultantes do incremento das taxas de reciclagem
na UE pode significar uma poupança de 7,5 mil milhões de Euros por ano, correspondente a 15,2
12
Euros/hab.ano, caso se tenha em conta a substituição das matérias-primas pelos materiais reciclados
(BIO Intelligence, 2011). A desagregação por material é apresentada na tabela 2.17, sendo que a maior
poupança adviria do evitar da produção de plásticos e papel/cartão a partir de recursos naturais.
12
Considerando a diferença de preços entre meterias primários e materiais reciclados. A variação da qualidade dos materiais
reciclados (pelo aumento da quantidade de resíduos enviados para reciclagem) não foi tida em conta, nem a volatilidade dos
preços dos materiais reciclados e materiais primários.
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Relatório Final
Tabela 2.17 – Impactes anuais de um cenário de reciclagem mais elevado do que o atual na UE
Tipo de material
Total reciclado no
cenário de "elevada
taxa de reciclagem" (t)
Vidro
Plástico (HDPE/PET)
Papel e Cartão
Metal (alumínio e aço)
Madeira
Total
Toneladas adicionais recicladas
comparativamente à situação atual
da EU (t)
Rendimentos mínimos por material
comparativamente à situação atual
(€, preços de 2011, excl. VAT)
16.694.124
5.674.005
141.850.125 €
8.373.068
3.846.986
4.031.449.482 €
29.993.779
4.720.705
2.841.864.530 €
4.677.323
1.341.352
526.681.725 €
10.323.559
5.180.221
////
-
-
7.541.845.862 €
Fonte: BIO Intelligence (2011).
Em Portugal, um estudo desenvolvido pelo IST analisou a reciclagem dos resíduos de embalagem em
Portugal, centrando-se na reciclagem das embalagens do fluxo urbano. Para tal, baseou-se nos custos e
receitas incorridos pelos SMAUT, utilizando duas perspetivas diferentes (EIMPack, 2011).
A primeira perspetiva (económica), para além de considerar as receitas provenientes da SPV, tem em
conta outras receitas, nomeadamente as transacções diretas com os recicladores e os subsídios de
investimento (e.g. ao nível da triagem). Ao contrário da segunda perspetiva (financeira), tem igualmente
em consideração, os benefícios relacionados com os custos evitados pela recolha seletiva e reciclagem
dos resíduos, nomeadamente dos custos de recolha indiferenciada e dos custos de tratamento dos
resíduos que são evitados (e.g. aterro). Estas últimas componentes foram estimadas em 49 €/t recolhido e
53,9 €/ttratado, respetivamente, com base em inquéritos realizados aos SMAUT e pela análise dos
13
relatórios anuais destas entidades (EIMPack, 2011).
Já no que concerne aos custos, são considerados os custos operacionais relacionados com a recolha
seletiva e a triagem, a depreciação dos equipamentos e bens alocados a estas atividades e o retorno do
14
capital devido aos investimentos realizados nos equipamentos e infraestruturas. Por o outro lado, o
estudo não contabilizou os valores líquidos relacionados com a retoma das embalagens pela SPV e seu
encaminhamento para recicladores e operadores de gestão de resíduos e ainda as mais-valias obtidas na
cadeia de valor a jusante (EIMPack, 2011).
A análise concluiu que os SMAUT em termos médios beneficiam em 260 €/t de resíduos de
embalagem recolhidos, que correspondem a 369 €/t de resíduos encaminhados para reciclagem,
segundo uma perspetiva económica, ou seja, contabilizando os impactes evitados da recolha
indiferenciada e tratamento dos resíduos. Estes benefícios reduzem-se quando se utiliza uma
perspetiva financeira, onde os custos evitados não são considerados (EIMPack, 2011).
13
Tendo ainda em conta as eficiências de “triagem” das embalagens: Vidro – 95%, Papel – 93%, outros materiais – 63%
Considerando um tempo de vida útil de 9,6 anos, um custo do capital de 6,0%, uma taxa de imposto de 20,3%, um custo de
dívida de 4,6% e uma percentagem de 19% de capitais próprios da estrutura do capital.
14
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Relatório de Final
Figura 2.17 – Rendimentos e custos associados à gestão de resíduos de embalagens pelos SMAUT
Fonte: Adaptado de EIMPack (2011)
Tendo em conta os resultados do estudo, os autores referem que o financiamento da indústria via VPV
deve ser discutido, sendo que, caso se utilize uma perspetiva económica, os custos associados estão
sobreavaliados, podendo descer em 43%. Por outro lado, caso se considere que a indústria deve ser
inteiramente responsável pela gestão dos resíduos de embalagem (incluindo os custos inerentes à
recolha indiferenciada e tratamento dos resíduos de embalagens não encaminhados para reciclagem, os
VPV devem subir em média 35% (EIMPack, 2011).
De referir que os resultados diferem consoante os SMAUT analisados, refletindo aspetos tão díspares
como as diferenças entre os materiais de embalagem recolhidos seletivamente, a dimensão e densidade
populacional existente, etc. Por exemplo, na figura 2.18 apresentam-se custos unitários de recolha
seletiva e triagem por tipo de material para vários SMAUT, pelo que se pode verificar as diferença
existentes, que são mais expressivas para resíduos provenientes do ecoponto amarelo (embalão)
(EIMPack, 2011).
Figura 2.18 – Custos unitários de recolha seletiva e triagem por material de embalagem e volume de resíduos de embalagens
recolhidas
Fonte: Adaptado de EIMPack (2011).
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Relatório Final
2.4 Contributos Sociais
2.4.1 Enquadramento
Um dos principais desafios atualmente para os decisores políticos que pretendem transformar a suas
economias é a criação de emprego. De acordo com a Organização Mundial do Trabalho (OMT), ao nível
mundial serão necessários 600 milhões de novos postos de trabalho nos próximos 10 anos de modo a
sustentar o crescimento e manter a coesão social (ILO, 2012).
A transição para uma Economia Verde requer o investimento em capital humano e social através de
políticas adequadas de emprego. Neste contexto, a necessária transformação das economias dos vários
países no sentido da Economia Verde cria um grande potencial para a criação de novos empregos
(UNEP, 2012a). Procurar estratégia Alemã, referida no Editorial do Expresso de 16 de Junho.
As oportunidades de criação líquida de emprego no âmbito da Economia Verde derivam da criação de
novos mercados, como sejam a nível da gestão e reciclagem de resíduos e do facto das cadeias de valor
nos setores verdes serem muitas vezes mais longas e diversificadas que nos setores convencionais,
como é o caso das energias renováveis vs. energia fóssil. Tal origina a criação de empregos indiretos a
jusante e a montante e igualmente efeitos induzidos através do aumento da procura (UNEP, 2012a).
2.4.2 Setor de Gestão de Resíduos
2.4.2.1
Nº de Trabalhadores
Ao nível mundial, a UNEP estima em pelo menos 20 milhões de empregos em atividades ligadas à
gestão de resíduos, com 15 milhões de pessoas no mundo desenvolvido a depender da recolha de
resíduos para a sua subsistência (UNEP, 2011).
O setor da gestão de resíduos, em geral, e o subsetor da reciclagem em particular, tiveram um
crescimento muito acentuado em termos de emprego, acompanhando a preocupação da sociedade na
resolução deste problema (UNEP, 2011).
Por exemplo, as indústrias de reciclagem nos EUA passaram de 8 mil empresas em 1967, que
empregavam 79 mil pessoas e geravam 4,6 biliões de dólares em receitas, para mais de 56 mil empresas
no ano 2000, que empregavam 1,1 milhões de pessoas e geravam 236 biliões de dólares em receitas. Na
China, estimam-se em cerca de 10 milhões os empregos atuais relacionados com as atividades de
reciclagem (UNEP, 2011).
Ao nível europeu, considerando em conjunto os dois subsetores de materiais reciclados e gestão de
resíduos descriminados do estudo Ecorys (2009), os empregos diretos ascenderam a 1,979 milhões em
2008. O crescimento médio anual desde o ano 2000 cifrou-se em 7,9%, sendo superior no subsetor dos
materiais reciclados (10,6%), conforme ilustrado na tabela 2.18 (Ecorys, 2009).
Em conjunto, os dois subsetores referidos perfaziam em 2008 cerca de 58% do emprego das ecoindústrias da União Europeia, sendo que os materiais reciclados representavam 15% do total. Até 2020 é
estimado que a criação de empregos no setor da reciclagem pode significar mais meio milhão de
trabalhadores (EC, 2011).
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Relatório de Final
Tabela 2.18 – Crescimento do emprego nos subsetores das eco-indústrias na União Europeia entre o período 2000 e 2008
Emprego
(2000)
Emprego
(2008)
Emprego: Taxa de
crescimento anual
(%)
Gestão de resíduos
844.766
1.466.673
7,14
Abastecimento de água
417.763
703.758
6,74
Gestão de resíduos de água
253.554
302.958
2,25
Materiais recicláveis
229.286
512.337
10,57
Outros
129.313
193.854
5,19
Energias Renováveis
49.756
167.283
16,37
Poluição ambiental
22.600
19.067
2,1
Biodiversidade
39.667
49.196
2,73
Solo e leitos freáticos
14.882
18.412
2,7
4.176
7.565
7,71
2.005.763
3.441.103
6,98
Vibração e Ruído
Total
15
Ao nível nacional, com base em dados do INE relativos a Portugal, em 2010 existiam cerca de 16.527
empregos ligados a atividades de gestão de resíduos, o que representava 52% do total dos empregos
na área do ambiente das entidades produtoras de bens e serviços de ambiente (32.066 pessoas). A
maior parte dos empregos na área da gestão de resíduos encontra-se relacionada com os CAE 38112 Recolha de outros resíduos não perigosos e 38212 - Tratamento e eliminação de outros resíduos não
perigosos (ver figura 2.19).
Figura 2.19 - Pessoal ao serviço em ambiente por principal atividade económica (2010)
Fonte: INE (2011).
15
Considerando os CAE de atividade centrais do ambiente: 22112 - Reconstrução de pneus, 38111 - Recolha de resíduos inertes,
38112 - Recolha de outros resíduos não perigosos, 38120 - Recolha de resíduos perigosos, 38211 - Tratamento e eliminação de
resíduos inertes, 38212 - Tratamento e eliminação de outros resíduos não perigosos, 38220 - Tratamento e eliminação de resíduos
perigosos, 38311 - Desmantelamento de veículos automóveis, em fim de vida, 38312 - Desmantelamento de equipamentos
elétricos e eletrónicos, em fim de vida, 38313 - Desmantelamento de outros equipamentos e bens, em fim de vida, 38321 Valorização de resíduos metálicos, 38322 - Valorização de resíduos não metálicos, 39000 - Descontaminação e atividades
similares, 46771 - Comércio por grosso de sucatas e de desperdícios metálicos, 46772 - Comércio por grosso de desperdícios
têxteis, de cartão e papéis velhos e 46773 - Comércio por grosso de desperdícios de materiais, n.e.
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Relatório Final
2.4.2.2
Características dos Empregos Existentes
A nível nacional, a maior parte das pessoas afetas à gestão de resíduos eram operários (66%),
seguidas de administrativos (12%), encarregados (11%), quadros (6%) e finalmente dirigentes (5%). A
fração de pessoal afeto a funções de operação é superior na gestão de resíduos relativamente a outras
funções de ambiente, como se ilustra na figura 2.20.
Figura 2.20 - Pessoal ao serviço em funções de ambiente por nível profissional e atividade económica (2010)
Fonte: INE (2011).
Por outro lado, a força de trabalho é maioritariamente constituída por Homens (80%). Apenas a nível
dos quadros e administrativos é que existe uma situação relativamente equilibrada em termos de
género, sendo que a nível de encarregados e operários a proporção de homens para cada mulher é de
6,7 Homens/Mulher. Na tabela 2.19 apresenta-se a quantidade de Pessoas ao serviço nas entidades
produtoras de bens e serviços de ambiente por atividade económica, segundo o sexo e nível
profissional.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Tabela 2.19 - Pessoas ao serviço nas entidades produtoras de bens e serviços de ambiente por atividade económica, segundo o
sexo e nível profissional
Fonte: INE (2011).
2.4.2.3
Efeitos Relacionados com a Criação de Empregos
A gestão de resíduos em geral, e a reciclagem em particular, são elementos importantes de criação de
emprego a nível global, sendo que, como estes empregos representam uma fonte de rendimentos para
trabalhadores que usualmente têm baixos níveis de educação, são igualmente um importante elemento
de redução da pobreza. No entanto, em muitos países, muitos dos empregos relacionados com as
atividades de gestão de resíduos e reciclagem ainda não cumprem os requisitos básicos de trabalho
decente (UNEP, 2011).
A força de trabalho que sustenta o setor da reciclagem, em geral, contribui para a resolução de um ou
mais problemas ambientais (e.g. mitigação das alterações climáticas ou a prevenção da poluição). Estes
trabalhadores devem ser portanto considerados como uma categoria de agentes de mudança de que as
políticas ambientais e económicas dependem e o seu valor acrescentado deve ser mais claramente e
extensivamente reconhecido (UNEP, 2011). Por outro lado, existe um crescente conjunto de evidências
que a indústria de reciclagem gera um maior número de empregos e de níveis salariais mais elevados
(EEA, 2011a) que o aterro e a incineração de resíduos para a mesma quantidade de material
processado (UNEP et al., 2008).
Por exemplo, um estudo na Califórnia estimou que a indústria de reciclagem tinha naquele Estado o
dobro do impacte económico que o aterro de resíduos, sendo que a reciclagem de uma tonelada de
resíduos gerava em salários e vencimentos um montante de 101 dólares superior ao aterro (CIWMB,
2003). Outro estudo norte-americano, referente às cidades Baltimore, Washigton D.C e Richmond,
estimou que a reciclagem de resíduos apresentava um potencial de geração de emprego 10x superior à
eliminação dos resíduos (UNEP et al., 2008).
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Apesar da recolha de resíduos, sua segregação e reprocessamento serem atividades intensivas em
trabalho, o efeito global na criação líquida de emprego não pode ser generalizado. Por exemplo,
Porter refere que os empregos criados pelas atividades de reciclagem substituem empregos a montante
na economia, relacionados com a extração de recursos naturais (Porter (2002) citado em UNEP (2011)).
É o caso dos empregos envolvidos na extração de matérias-primas da natureza e serviços associados,
dado que a reciclagem reduz a necessidade da extração de recursos naturais. No entanto, o balanço na
criação líquida de emprego aparentemente é positivo. Por exemplo, no estado da Carolina do Norte
nos EUA, estima-se que por 100 empregos criados na reciclagem de resíduos, 13 empregos são perdidos
a nível da eliminação de resíduos e extração de recursos naturais (UNEP, 2011).Outro aspeto relevante é
o facto de a reciclagem não gerar apenas empregos diretos, mas igualmente ter um efeito multiplicador
16
a nível da geração de empregos indiretos e induzidos. Uma compilação dos multiplicadores do Tipo I e
17
do Tipo II referidos na literatura encontram-se identificados na tabela 2.20.
Com base no efeito multiplicador da criação de empregos diretos no setor da reciclagem e ainda, com
estimativas para o potencial de crescimento dos empregos diretos pelo incrementar das taxas de
reciclagem (ver tabela 2.21), um estudo dos Friends of the Earth estimou que, caso seja alcançada uma
taxa de reciclagem de 70% para os principais materiais, na UE27 serão criados 322 mil novos empregos
diretos, 161 mil empregos indiretos e 80 mil empregos induzidos, o que perfaz um potencial total de
criação de 563 mil novos empregos (Friends of the Earth, 2010).
Tabela 2.20 – Multiplicadores da criação de empregos diretos relacionados com a reciclagem de materiais
Estudo
Ernst and Young (2006) - UE
EPA (2002) - US
Scottish Executive (2009) Escócia
Access Economics (2009) –
IOWA, US
Access Economics (2009) –
Austrália
Tipo II
1,22
-
Recolha de materiais recicláveis
1,13
1,77
Fabrico de materiais reciclados
2,48
4,11
media do setor de reciclagem
2,18
3,53
Industria não especificada, incluindo reciclagem
1,36
1,63
Setor de produção de vidro
-
1,80
Setor da construção
-
1,93
Setor de produção de papel/cartão
Friends of the Earth (2010) - UE
Tipo I
Recolha e reciclagem de resíduos
-
2,64
Valores considerados para o setor da reciclagem
1,5
1,75
Reciclagem de plásticos
2,53
-
Reciclagem de alumínio
2,39
-
Reciclagem de outros metais
2,48
-
Reciclagem de vidro
1,69
-
Reciclagem de madeira
1,65
-
Setor de gestão de resíduos
1,84
Fonte: Com base no estudo Friends of the Earth (2010).
Nota: Os setores de produção de vidro, construção e produção de papel/cartão estão ligados à reciclagem em circuito fechado, pelo
que podem ser utilizados como indicador para o efeito multiplicador da reciclagem desses materiais.
16
Que calcula o emprego indireto a jusante e a montante na cadeia de valor resultante da criação direta de emprego no setor da
reciclagem.
17
Que calcula o total de empregos induzidos, incluindo pela despesa realizada pelos trabalhadores direta ou indiretamente
envolvidos no setor da reciclagem.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Tabela 2.21 – Empregos diretos criados por t de material reciclado
Rácio de trabalhos criados por kt de material reciclado
Material reciclável
LEPU (2004)
Cascadia (2009)
Taxa assumida para
a EU27
Vidro
0,75
2,6
0,75
Papel
3,5
1,8
1,8
Plástico
15,6
9,3
9,3
Ferro e aço
5,4
-
5,4
Alumínio
11
11
Madeira
0,75
0,75
Têxtil
Bioresíduos
Média
5
8,5
5
1,3
0,4
0,4
6,2
5
4,9
Fonte: Friends of the Earth (2010).
2.4.3 Gestão de Resíduos de Embalagem
2.4.3.1
Nº de Trabalhadores
O estudo realizado para avaliar a primeira fase do impacte da Diretiva de Embalagens ao nível europeu
(UE15) estimou em 42 mil os empregos a tempo inteiro criados direta e indiretamente devido à recolha,
reciclagem e valorização de embalagens.
Apesar de não ser possível contabilizar o número de empregos que são perdidos pelo facto dos resíduos
não serem eliminados, o mesmo estudo concluiu que é provável que o balanço tenha sido neutro ou
ligeiramente positivo (EC, 2006a).
2.4.3.2
Características dos Empregos Existentes
Na análise realizada não se encontrou informação que pudesse ser utilizada para avaliar as
características dos empregos especificamente relacionados com a gestão de resíduos de embalagens.
No entanto, tendo em conta a estrutura do mercado, em que na maior parte dos resíduos de
embalagens são recolhidos e valorizados de forma análoga com outros resíduos com as mesmas
origens/características, poderá assumir-se que as características dos empregos existentes serão
semelhantes às do setor da reciclagem em geral (ver capítulo 5.3).
2.4.3.3
Efeitos Relacionados com a Criação de Empregos
Acresce ao referido no ponto anterior, que os efeitos relacionados com a criação de empregos devido à
gestão de resíduos de embalagens devem ser semelhantes aos efeitos verificados para o setor da
reciclagem em geral (ver capítulo 5.3).
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal,
Relatório Final
3 AVALIAÇÃO AMBIENTAL DO SIGRE
3.1 Âmbito e Objetivos da Avaliação
O Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens (SIGRE), foi criado pela Sociedade Ponto
Verde (SPV) por forma a dar cumprimento às suas obrigações ambientais e legais, através da
organização e gestão de um circuito que garante a retoma, valorização e reciclagem de resíduos de
embalagens não-reutilizáveis (www.pontoverde.pt, consultado em 3 de Outubro de 2012).
Atualmente, o SIGRE compreende dois subsistemas com modelos de gestão distintos:

Sistema de gestão de resíduos urbanos de embalagens.

Sistema de gestão de resíduos não urbanos de embalagens (sistema eXtra-Urbano).
No sistema de gestão de resíduos urbanos de embalagens, a SPV estabelece parcerias com os Sistemas
Municipais e/ou suas Empresas Concessionárias (SMAUT), que efetuam a recolha seletiva e triagem dos
resíduos de embalagens separados pelo consumidor na sua área de intervenção. Posteriormente esses
resíduos são encaminhados para reciclagem através das parcerias existentes com os Retomadores PréQualificados. Os resíduos de embalagens remanescentes são encaminhados para valorização orgânica
ou energética ou eliminados em aterros de resíduos sólidos urbanos.
No caso do sistema Extra-Urbano, a SPV estabelece uma parceria com Operadores de Gestão de
Resíduos (OGR) que procedem à recolha seletiva, triagem e encaminhamento para reciclagem desses
resíduos, que são produzidos em indústrias e empresas de comércio e serviços.
No caso concreto da avaliação realizada, em primeiro lugar estudaram-se separadamente os dois
referidos subsistemas e com base nos resultados obtidos, posteriormente analisou-se o SIGRE de forma
integrada.
Os objetivos principais da avaliação foram os seguintes:
1.
Produzir informação sobre os impactes e benefícios ambientais (balanço ambiental) da
gestão de resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE, considerando as principais entradas
(recursos e energia) e saídas (emissões e resíduos) por unidade funcional definida.
2.
Verificar quais os aspetos (processos unitários, materiais, etc.) mais relevantes em termos de
impacte ambiental, no contexto da gestão de resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE.
Uma vez que se pretendeu avaliar o balanço ambiental da gestão de resíduos embalagens,
consideraram-se não só os impactes associados à recolha, triagem, transporte, tratamento e
valorização dos referidos resíduos, mas igualmente os impactes ambientais evitados através da
substituição de materiais primários por materiais secundários e energia obtidos dos processos de
valorização (avoided impacts).
3.2 Metodologia Utilizada
Para a avaliação ambiental do SIGRE utilizou-se a metodologia de Avaliação de Ciclo de Vida (ACV). A
Avaliação de Ciclo de Vida (Life Cycle Assessment (LCA), em inglês) é a compilação e avaliação das
entradas e saídas e dos potenciais impactes ambientais de um produto através do seu ciclo de vida (ISO
14040:2006).
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
A ACV, que é baseada na 1ª e 2ª leis da termodinâmica (Ferrão, 1998) tem como objetivos, entre outros,
fornecer um quadro de interações de uma atividade com o ambiente, contribuir para o entendimento
da natureza interdependente e global das consequências ambientais das atividades humanas e
providenciar aos agentes decisores informações que identifiquem oportunidades de ecoeficiência (EEA,
1997 ; Daniels e Moore, 2002).
A ACV permite igualmente ajudar indivíduos, empresas, indústrias e governos a subirem na complexa
curva de aprendizagem relativamente aos impactes ambientais de produtos e serviços, em mudar a sua
cultura de modo a que comecem a pensar e encarar sistemas, processos e produtos em termos de ciclo
de vida (life-cycle thinking) e a alterar algumas ideias erradas enraizadas no senso comum do público em
geral (Allenby, 1999 ; Heiskanen, 2000).
A metodologia de ACV inclui quatro fases principais, que se inter-relacionam entre si (ISO 14040:2006).
1. Definição do objetivo e do âmbito da análise.
2. Inventário dos processos envolvidos no ciclo de vida analisado, com enumeração
das entradas e saídas do sistema.
3. Avaliação dos impactes ambientais associados às entradas e saídas do sistema.
4. Interpretação dos resultados das fases de inventário e avaliação, tendo em
consideração os objetivos do estudo.
No caso concreto da avaliação da gestão de resíduos é necessário considerar algumas particularidades
desta atividade, uma vez que o objeto em análise não é um produto como na ACV tradicional, mas
apenas a fase de fim de vida associada a um determinado tipo de resíduo (produto em fim de vida ou
cabaz de produtos em fim de vida) (Conssoni et al., 2005):

A Unidade Funcional é definida à entrada do sistema considerado (unidades de massa a serem
tratadas) e não à saída do sistema em análise, como numa ACV tradicional para um
determinado produto (neste caso a unidade funcional é, por exemplo, uma unidade de massa
do produto considerado).

A sequência dos processos a analisar começa quando os materiais/produtos se convertem em
resíduos e termina quando os resíduos são colocados e inertizados em aterro, saem do sistema
económico em emissões para o ambiente (e.g. emissões atmosféricas e aquosas) ou quando
entram novamente no ciclo de vida de outros produtos através da reciclagem.

Ao invés de avaliar os efeitos das alterações nos processos de produção, o objetivo da ACV é
comparar diferentes estratégias de gestão de resíduos.
Entre a informação que é necessário compilar para avaliação da gestão de resíduos conta-se, por
exemplo (Ribeiro, 2008):

As características e quantidades de resíduos a tratar em cada cenário.
o
e.g. caracterização material, fração de carbono biogénico e não biogénico, humidade,
poder calorífico, etc.

As características técnicas de cada processo unitário relativo à gestão de resíduos.
o
e.g. eficiências, consumos energéticos, consumo de materiais, produtos e subprodutos
produzidos e seus destinos, custos unitários, etc.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final

As emissões associadas a cada processo unitário.
o

e.g. emissões atmosféricas diretas do processo (CO2, CH4, etc.).
As características da logística utilizada.
o
e.g. tipo de transporte utilizado entre cada processo, distâncias percorridas, quantidade de
combustível utilizado, etc.
No caso da avaliação realizada ao SIGRE, tendo em conta os seus objetivos e âmbito, a Unidade
Funcional selecionada para a avaliação foi o total de resíduos de embalagens geridos pela SPV no
âmbito do SIGRE em 2011, o que pressupõe o cabaz de resíduos geridos neste ano (ver capítulo 2.2.3).
Consideraram-se neste âmbito as embalagens cuja responsabilidade de gestão tenha sido transferida
pelos embaladores para a SPV (através do Valor Ponto Verde), independentemente de a SPV ser ou ter
sido responsável financeiramente por essa gestão. Desta forma, consideram-se incluídos no âmbito da
Unidade Funcional, por exemplo, os resíduos urbanos de embalagens que foram recolhidos
indiferenciadamente e encaminhados para aterro.
Adicionalmente, considerou-se ainda no âmbito da SPV os resíduos que foram efetivamente geridos e
encaminhados para reciclagem/valorização em 2011, embora em acréscimo à responsabilidade de
gestão da SPV, dado terem origem em embalagens que não contribuíram financeiramente para o SIGRE.
É por exemplo o caso dos resíduos de embalagens de metais, que foram reciclados numa quantidade
bastante superior à responsabilidade de gestão da SPV, calculada com base nas declarações dos
embaladores.
O modelo de ciclo de vida para o cálculo dos impactes ambientais diretos e indiretos associados ao
SIGRE é fundamentalmente do tipo “attributional model” ou seja, o modelo de ciclo de vida é
desenvolvido de acordo com os processos unitários existentes. No entanto, especificamente para o
cálculo dos impactes evitados pela reciclagem de resíduos de embalagens e sua valorização orgânica e
energética, recorreu-se a uma abordagem consequencial.
Neste contexto, tendo por base o contexto de decisão do presente estudo de ACV, cuja classificação de
acordo com a metodologia do ILCD Handbook (JRC/IES, 2010) é “C – Accounting/Monitoring", as regras
para subdivisão de processos e multifuncionalidade utilizadas são preferencialmente procedimentos de
substituição via expansão do sistema, mas independentes da quantidade absoluta das co-funções não
18
requeridas que serão substituídas .
Os dados de base utilizados para a modelação do sistema em análise foram, em primeira análise
fornecidos pela SPV, sendo específicos do SIGRE. No entanto, por forma a colmatar lacunas de
informação, utilizaram-se igualmente dados bibliográficos de origem variada, com especial enfoque em
publicações cientificas e nas bases de dados de ACV, nomeadamente a Ecoinvent 2.2 e ELCD 2.0.
Por outro lado, tendo em consideração o âmbito e objetivos do estudo e dado que no SIGRE participam
mais de 130 entidades distintas responsáveis pelas várias operações de gestão, optou-se por
caracterizar os processos unitários mais importantes recorrendo-se a valores médios para as entradas
e saídas dessas operações de acordo com a realidade nacional, ao invés de modelar especificamente e
individualmente as operações realizadas por cada uma das entidades parceiras do SIGRE.
18
Regras semelhantes aos de estudos classificados como “A - Micro-level decision support”.
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Relatório de Final
Neste contexto, a modelação foi realizada tendo por base os seguintes processos unitários:

Recolha seletiva

Recolha indiferenciada

Triagem

Reciclagem

Incineração

Tratamento mecânico

Valorização orgânica

Aterro
No caso dos processos unitários de valorização, englobou-se no seu âmbito o transporte dos resíduos de
embalagens desde a sua origem (triagem, incineração, tratamento mecânico) até ao destino
propriamente dito, quando aplicável.
Por outro lado, a modelação foi realizada para cada família de material de embalagem, tendo então
sido desenvolvidos 7 ciclos de vida distintos para cada um 2 subsistemas do SIGRE analisados (ver
figuras 3.1 e 3.2). Nesse sentido, modelou-se o fim de vida dos resíduos das embalagens de:

Aço

Alumínio

Madeira

Papel/cartão

Plásticos

Vidro
Figura 3.1 – Ciclos de vida dos Resíduos de Embalagens Urbanos geridos pela SPV
Nota: Árvore de ciclo de vida com base nos impactes da categoria Alterações climáticas, valores de caracterização, cut-off de 5%
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Relatório Final
Figura 3.2 – Ciclos de vida dos Resíduos de Embalagens Não Urbanos geridos pela SPV
Nota: Árvore de ciclo de vida com base nos impactes da categoria Alterações climáticas, valores de caracterização, cut-off de 1%
Para cada uma das famílias, tratou-se de forma distinta a valorização de materiais específicos,
nomeadamente de aço seletivo e escórias ferrosas (aço), alumínio seletivo e escórias não ferrosas
(alumínio), ECAL e papel/cartão (papel/cartão) e EPS, filme plástico, outros plásticos, PEAD, PET e
plásticos mistos (plásticos).
No que respeita à avaliação de impactes, analisaram-se os impactes diretos e indiretos do SIGRE
recorrendo-se preferencialmente a 5 categorias de impacte ambiental, nomeadamente:

Alterações Climáticas (AC)

Formação de Oxidantes Fotoquímicos (FOF)

Acidificação Terrestre (AT)

Depleção de Recursos Hídricos (DRH)

Depleção de Recursos Naturais (DRN)
A avaliação do impacte nas referidas categorias foi realizada com base nos fatores de caracterização
estabelecidos no método ILCD 2011 Midpoint, versão 1.01 (de Setembro de 2012), do Joint Reseach
Center da Comissão Europeia e que denotam, segundo esta entidade, o melhor conhecimento científico
atual acerca cada uma das categorias de impacte.
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Relatório de Final
Adicionalmente às categorias descritas anteriormente, para análise específica do balanço energético
associado a cada subsistema e cenário utilizou-se o método Cumulative Energy Demand, v. 1.08 (de
2010), desagregando-se os resultados nas seguintes categorias:

Energia não renovável, fóssil.

Energia não renovável, nuclear.

Energia não renovável, biomassa.

Energia renovável, biomassa.

Energia renovável, vento, solar, geotérmica.

Energia renovável, hídrica.
Este método foi publicado pelo Swiss Centre for LCI no âmbito da base de dados Ecoinvent v.2.0 e
expandido pela PRe Netherlands para incluir outras matérias-primas existentes no Software Simapro
7.3. O método não contempla fatores de normalização.
Para ambos os métodos utilizados, consideram-se os valores médios e globais de caracterização
obtidos, não se tendo procedido à normalização ou ponderação de categorias de impacte ambiental.
Finalmente, de referir que o estudo de ACV realizado teve por base os requisitos das normas ISO
14040:2006 e ISO 14044:2006, publicadas em 2006, e cuja versão portuguesa é a norma ISO 14040,
datada de 2008 (NP EN ISO 14040:2008, 2008).
Por outro lado, em 2010 foi publicado o documento: “The International Reference Life Cycle Data
System (ILCD) Handbook – First edition”, pelo Institute for Environment and Sustainability (IES) do Joint
Research Centre (JRC) da Comissão Europeia, com o objetivo de estabelecer a melhor prática em termos
de Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) e a base para assegurar a qualidade e consistência de dados,
métodos e avaliações de ciclo de vida (JRC/IES, 2010). O ILCD Handbook segue as normas ISO
14040:2006 e ISO 14044:2006, completando-as nos aspetos em que estas normas são mais genéricas e
podem dar origem a diferentes interpretações e, deste modo, colocar em causa a consistência e a
qualidade dos estudos de ACV. Nesse sentido, procurou-se seguir este referencial, bem como as
disposições constantes num documento posterior do JRC, direcionado para a realização de ACV no setor
da gestão de resíduos “Supporting Environmentally Sound Decisions for Waste Management” (JRC,
2011).
Deste modo, por forma a respeitar os requisitos constantes nos documentos acima referidos, em anexo
apresentam-se os vários elementos metodológicos associados à avaliação realizada de forma mais
detalhada.
Os resultados do estudo que se apresentam de seguida refletem portanto este conjunto de escolhas
metodológicas, sendo que a sua comparação em termos agregados com outros estudos deve ser
realizada com as devidas ressalvas, dado que podem ter por base pressupostos diferentes, como por
exemplo, refletirem um volume e cabaz de resíduos de embalagens diferentes ou centrarem a sua
atenção em aspetos particulares da gestão de resíduos de embalagens (e.g. urbanas).
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Relatório Final
3.3 Resultados
3.3.1 Impactes e Benefícios Ambientais da Gestão de Resíduos Urbanos de
Embalagens (Sistema Urbano)
3.3.1.1
Alterações Climáticas, Formação de oxidantes fotoquímicos, Acidificação terrestre,
Depleção de recursos hídricos e Depleção de recursos naturais
Contribuição por tipo de processo unitário
Os impactes e benefícios ambientais por tipo de material nas categorias alterações climáticas, formação
de oxidantes fotoquímicos, acidificação terrestre, depleção de recursos hídricos e depleção de recursos
naturais e que são resultantes da gestão do subsistema de resíduos urbanos de embalagens, são
apresentados na tabela 3.1 tendo por base o ano de 2011.
Os resultados apresentados incluem as emissões diretas e indiretas decorrentes do funcionamento do
sistema, ou seja, incluem por exemplo, as emissões diretas resultantes da deposição de resíduos de
embalagens em aterro, bem como as emissões indiretas decorrentes do consumo de energia nas
operações de triagem de resíduos de embalagens. Por outro lado, têm em conta a gestão das várias
famílias de resíduos de embalagens, nomeadamente de alumínio, aço, madeira, papel/cartão, plástico,
vidro e outros materiais.
Como referido anteriormente no capítulo 3.2, consideraram-se incluídas no âmbito da análise as
embalagens cuja responsabilidade de gestão tenha sido transferida pelos embaladores para esta
entidade (através do Valor Ponto Verde), independentemente da SPV ser ou não ser responsável
financeiramente por essa gestão. Desta forma, consideraram-se incluídos no âmbito da unidade
funcional, por exemplo, os resíduos urbanos de embalagens que foram recolhidos indiferenciadamente
e encaminhados para aterro. Foi igualmente contabilizado o benefício ambiental decorrente da
reciclagem de resíduos e da produção de energia nos processos de valorização energética e incineração
de resíduos.
Tabela 3.1 - Contribuição de cada processo unitário para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens
em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
Categoria de
impacte
Unidade
Recolha
seletiva
Recolha
indiferenciada
Triagem
Incineração
TM
Reciclagem
Valorização
orgânica
Aterro
Total
Alterações
climáticas
kg CO2 eq
2,3E+07
8,6E+06
1,6E+06
9,7E+07
3,3E+05
-1,8E+08
-1,5E+05
5,1E+07
-3,98E+06
Formação de
oxidantes
fotoquímicos
kg NMVOC
eq
1,3E+05
7,0E+04
1,2E+04
3,0E+04
4,0E+03
-1,1E+06
-7,9E+01
9,1E+04
-7,29E+05
Acidificação
terrestre
mol H+ eq
1,1E+05
5,7E+04
1,1E+04
-9,5E+02
3,2E+03
-2,2E+06
-6,3E+02
8,1E+04
-1,93E+06
m3 H2O
6,9E+03
2,4E+03
2,0E+03
2,0E+04
1,0E+02
-3,9E+05
-4,8E+01
4,3E+03
-3,55E+05
kg Sb eq
6,0E-03
2,0E-03
1,5E-04
-5,5E-04
3,9E-05
-1,2E+01
-1,7E-03
-2,5E-04
-1,20E+01
Depleção de
recursos
hídricos
Depleção de
recursos
naturais
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Da análise realizada, verifica-se que, no global e para as 5 categorias de impacte apresentadas, a
gestão dos resíduos urbanos de embalagens no SIGRE apresenta um benefício ambiental, ou seja, os
impactes gerados pelas diversas atividades de recolha, triagem, transporte, tratamento, eliminação e
valorização de resíduos são contrabalançados pelos impactes evitados devido à recuperação de
materiais e energia nos processos valorização.
Pela análise figura 3.3, que apresenta a importância relativa de cada processo unitário para o resultado
ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens em 2011, fica patente que é a reciclagem de
resíduos de embalagens que fundamentalmente origina este resultado em todas as categorias de
impacte.
Caracterização, importância relativa (%)
100%
75%
50%
25%
0%
-25%
-50%
-75%
-100%
Alterações climáticas
Recolha indiferenciada
Valorização orgânica
Formação de
oxidantes
fotoquímicos
Aterro
Recolha seletiva
Acidificação terrestre Depleção de recursos Depleção de recursos
hídricos
naturais
Incineração
Triagem
TM
Reciclagem
Figura 3.3 - Importância relativa de cada processo unitário para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de
embalagens em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
Assim, a reciclagem dos resíduos urbanos de embalagens no âmbito do SIGRE significou, por exemplo,
uma redução nas emissões de GEE em cerca de 184 kt CO2 eq em 2011. O benefício ambiental
decorrente da reciclagem deve-se sobretudo à redução do consumo de recursos naturais devido à
incorporação dos materiais secundários obtidos no fabrico de novos produtos.
De referir que o valor apresentado é o resultado do balanço dos impactes gerados pela reciclagem dos
resíduos de embalagens (e.g. consumo de gás natural para fundir o vidro, consumo de eletricidade para
fragmentar os resíduos de embalagens de aço que são introduzidos no forno de arco elétrico, etc.) e dos
benefícios associados pela incorporação dos materiais secundários em novos produtos.
Da análise da figura 3.4, fica igualmente patente que no caso da categoria alterações climáticas, o
benefício ambiental que é obtido pela reciclagem é no entanto contrabalançado em grande parte
pelos impactes gerados nas restantes atividades de gestão.
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Relatório Final
Tal deve-se a duas situações distintas. Em primeiro lugar, as embalagens que são encaminhadas para
reciclagem e, igualmente para outros tipos de valorização, são provenientes de uma cadeia de valor a
montante, que inclui atividades que geram impactes ambientais, como sejam a recolha seletiva e a
triagem (e.g. devido ao consumo de combustíveis, eletricidade, etc.) e que não têm associado um
benefício ambiental, dado que este ocorre apenas quando os resíduos de embalagens são valorizados.
Das operações de montante, a operação mais relevante é a recolha seletiva das embalagens para a
maior parte das categorias de impacte.
Em segundo lugar, existem operações valorização/eliminação que apesar de originarem benefícios
ambientais devido à produção de energia elétrica, considerando as várias famílias e quantidades de
materiais geridos, apresentam um resultado ambiental líquido negativo, dado que os impactes
associados a essas operações são superiores aos benefícios que geram. Este é o caso da incineração e
do aterro de resíduos. As explicações para tal facto são apresentadas na secção seguinte, onde se
analisa a contribuição de cada material para o resultado ambiental do SIGRE.
Deste modo, considerando os benefícios e os impactes das diversas operações de gestão, estima-se
que a gestão dos resíduos urbanos de embalagens em 2011 tenha significado um benefício ambiental
aproximado de cerca de 3,9 kt CO2 eq.
Contribuição por tipo de material
Analisando os impactes e benefícios ambientais da gestão de resíduos urbanos de embalagens por tipo
de material em 2011, verifica-se que a generalidade dos vários materiais de embalagens apresenta um
resultado ambiental positivo nas diversas categorias de impacte analisadas, conforme se pode verificar
pela análise da tabela 3.2.
Tabela 3.2 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens em 2011
(categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
Categoria de Impacte
Alterações climáticas
Unidade
Aço
Alumínio
Madeira
Papel
Cartão
Plásticos
Vidro
Total
kg CO2 eq
-1,6E+07
-8,8E+06
-6,9E+05
2,9E+07
7,5E+07
-8,1E+07
-3,88E+06
kg NMVOC eq
-2,3E+04
-1,6E+04
-7,1E+03
-2,4E+04
-6,6E+04
-5,9E+05
-7,29E+05
Acidificação terrestre
mol H+ eq
-6,7E+04
-4,7E+04
-9,6E+03
-1,2E+05
-1,1E+05
-1,6E+06
-1,93E+06
Depleção de recursos
hídricos
m3 H2O
-2,4E+04
-5,5E+03
-1,7E+03
-1,1E+05
-2,1E+04
-1,9E+05
-3,55E+05
Depleção de recursos
naturais
kg Sb eq
3,1E-04
-3,0E-03
-9,6E-05
-1,2E+01
2,0E-03
-7,1E-02
-1,20E+01
Formação de oxidantes
fotoquímicos
Analisando a importância relativa de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos
urbanos de embalagens em 2011, que se encontra patente na figura 3.4, verifica-se que o material que
mais contribui para o benefício global do SIGRE é o vidro, com exceção da categoria de depleção de
recursos naturais, onde o bom desempenho do sistema se deve sobretudo ao papel/cartão, de acordo
com método ILCD 2011 do Joint Research Center, embora o resultado absoluto de caracterização seja
bastante reduzido (ver tabela anterior), o que pode influência a análise.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Caracterização, importância relativa (%)
100%
75%
50%
25%
0%
-25%
-50%
-75%
-100%
Alterações climáticas
Aço
Formação de
oxidantes
fotoquímicos
Aluminio
Madeira
Acidificação
terrestre
Papel/Cartão
Depleção de
recursos hídricos
Plásticos
Vidro
Depleção de
recursos naturais
outros
Figura 3.4 - Importância relativa de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens
em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
A contribuição do vidro no desempenho ambiental do sistema varia entre 55% e os 80%, à exceção da
categoria depleção de recursos naturais, onde é relativamente residual. A relevância do vidro em
termos do desempenho ambiental do SIGRE em 2011 é fruto da combinação de dois fatores: Por um
lado, dos elevados quantitativos deste material que foram geridos em 2011 face a outros materiais
(397 kt num total de 861 kt geridos) e por outro, do benefício unitário resultante da reciclagem de cada
unidade de massa deste material, que por exemplo, relativamente à categoria alterações climáticas, se
estimou em 435 kg CO2eq/t de embalagem reciclada.
De referir que, neste último aspeto se considerou um cenário conservativo para os benefícios da
reciclagem de cada um dos materiais, como referido em anexo. Por outro lado, caso se compare a
reciclagem dos vários materiais em termos unitários (por exemplo, por t reciclada), verifica-se que a
importância relativa de cada material varia consoante a categoria de impacte, sendo de destacar a
importância dos metais, especialmente do alumínio, devido sobretudo à redução do consumo de
energia face à produção de alumínio primário (ver igualmente capítulo 2).
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Relatório Final
Caracterização, importância relativa (%)
100%
75%
50%
25%
0%
-25%
-50%
-75%
-100%
Alterações climáticas
Aço
Formação de
oxidantes
fotoquímicos
Aluminio
Madeira
Acidificação terrestre
Papel/Cartão
Depleção de
recursos hídricos
Plásticos
Vidro
Depleção de
recursos naturais
outros
Figura 3.5 - Importância relativa de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos, valores por t de
material reciclado (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
Por outro lado, da análise da figura 3.4 verifica-se igualmente que os plásticos e o papel/cartão
apresentam um impacte ambiental negativo na categoria alterações climáticas. Para melhor evidenciar
o impacte ambiental associado à gestão destas duas frações de resíduos urbanos de embalagens, de
seguida efetua-se uma análise específica da sua gestão.
Na figura 3.6 observa-se que a operação de gestão dos resíduos de embalagens de plásticos que maior
impacte representou na categoria de impacte alterações climáticas foi a incineração, em consequência
das emissões associadas à combustão deste tipo de materiais.
Neste caso, apesar da incineração destes resíduos originar energia elétrica que é injetada na rede
elétrica nacional e, consequentemente, evitar a produção de eletricidade por outras fontes e
respetiva a emissão de GEE, o facto é que se mobiliza para a atmosfera carbono não biogénico (na
forma de CO2), dado os plásticos serem produzidos a partir de combustíveis fósseis. Em temos líquidos,
19
na análise realizada constatou-se que o balanço é negativo , tendo em conta as quantidades e
tipologias de resíduos de embalagens de plástico que são incineradas no SIGRE.
Por outro lado, tendo em consideração os quantitativos que foram reciclados em 2011, verifica-se que
os benefícios ambientais que advêm da reciclagem dos resíduos urbanos de embalagens de plásticos
não são suficientes para contrabalançar os impactes adversos da incineração e de outras operações de
gestão na categoria alterações climáticas.
19
Ver descrição da metodologia empregue para o cálculo das emissões evitadas em anexo.
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Relatório de Final
Caracterização, importância relativa (%)
100%
75%
Recolha indiferenciada
50%
Aterro
25%
Incineração
0%
TM
Valorização orgânica
-25%
Recolha seletiva
-50%
Triagem
Reciclagem
-75%
-100%
Alterações
climáticas
Formação de
oxidantes
fotoquímicos
Acidificação
terrestre
Depleção de
recursos
hídricos
Depleção de
recursos
naturais
Figura 3.6 - Importância relativa de cada processo para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens de
plástico em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
Centrando a análise na gestão dos resíduos de papel/cartão, verifica-se pela análise da figura 3.6 que o
impacte negativo na categoria de alterações climáticas decorre, sobretudo, da deposição em aterro,
sendo este processo uma fonte líquida de emissões de GEE, mesmo considerando a produção de
eletricidade a partir do biogás gerado.
A explicação reside no facto de o carbono existente nos resíduos de papel/cartão e que tem origem
biogénica, acabar igualmente por ser mobilizado para atmosfera, embora com um atraso temporal
20
apreciável . Se a libertação do carbono para a atmosfera se desse apenas na forma de CO 2, esta seria
neutra em termos de alterações climáticas, devida à origem biogénica do carbono.
A questão reside no facto que as emissões de GEE provenientes do papel/cartão em aterro contêm
21
ainda uma fração apreciável de outros gases , nomeadamente de metano (CH4) que é um poderoso
gás com efeito de estufa, mesmo tendo em consideração os sistemas existentes para a captura e
incineração de biogás produzido ao longo do ciclo de vida do aterro.
Tendo em consideração o exposto, verifica-se portanto que de modo a melhorar ainda mais o
resultado ambiental do SIGRE na sua componente urbana é fundamental aumentar o nível de
reciclagem dos plásticos (que se situou em 26% em 2011), bem como reduzir o encaminhamento de
papel/cartão para aterro (que se estimou em 38% em 2011).
20
21
Ao contrário do que sucede com incineração de resíduos.
Por exemplo, através de emissões difusas.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Caracterização, importância relativa (%)
100%
75%
Recolha indiferenciada
50%
Aterro
25%
Incineração
0%
TM
Valorização orgânica
-25%
Recolha seletiva
-50%
Triagem
Reciclagem
-75%
-100%
Alterações
climáticas
Formação de
oxidantes
fotoquímicos
Acidificação
terrestre
Depleção de
recursos
hídricos
Depleção de
recursos
naturais
Figura 3.7 - Importância relativa de cada processo para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens de
Papel/Cartão em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
Comparação da gestão do SIGRE em 2011 com cenários alternativos
Adicionalmente à análise dos impactes e benefícios ambientais da gestão dos resíduos urbanos de
embalagens no âmbito do SIGRE em 2011, compararam-se os resultados obtidos com dois cenários
hipotéticos em que a gestão dos resíduos de embalagens produzidos seria realizada de forma diferente.
Neste contexto, comparou-se a gestão de 2011 (denominada Baseline 2011), com os seguintes
cenários:

No “Cenário aterro”, onde considerou-se que todos os resíduos urbanos de embalagens seriam
recolhidos indiferenciadamente e encaminhados para aterro.

No “Cenário Incineração”, considerou-se que todos os resíduos urbanos de embalagens seriam
recolhidos indiferenciadamente e encaminhados para incineração (mass burn).
A avaliação foi realizada para o mesmo cabaz e quantidades de resíduos que efetivamente foram
geridos em 2011 no âmbito do SIGRE e tendo por base as mesmas tecnologias, constituindo-se portanto
“what-if scenarios” internos de modo a avaliar os benefícios/impactes da atual gestão de resíduos
urbanos de embalagens, face a cenários extremos da configuração do SIGRE. De referir que por uma
questão de simplificação, na análise realizada não têm em conta as implicações não lineares que tais
cenários poderiam acarretar a nível da infra-estrutura tecnológica (e.g. construção de novos aterros,
incineradores, etc.).
Neste contexto, os resultados obtidos são apresentados na tabela 3.3 e figura 3.8.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Tabela 3.3 – Análise comparativa de diferentes cenários de gestão dos resíduos urbanos de embalagens em 2011 (categorias
AC, FOF, AT, DRH e DRN)
Categoria de impacte
Alterações climáticas
Unidade
Baseline 2011
Cenário Aterro
Cenário
Incineração
kg CO2 eq
-3,9E+06
1,3E+08
2,9E+08
kg NMVOC eq
-7,3E+05
3,3E+05
6,7E+04
mol H+ eq
-1,9E+06
2,8E+05
-5,3E+05
Depleção de recursos hídricos
m3 H2O
-3,6E+05
1,4E+04
1,1E+04
Depleção de recursos naturais
kg Sb eq
-1,2E+01
3,1E-03
-3,1E-02
Formação de oxidantes fotoquímicos
Acidificação terrestre
Pelo exposto na tabela 3.3 verifica-se que o “Cenário Baseline 2011” é o único que apresenta um
resultado ambiental positivo em todas as categorias de impacte, sendo que o “Cenário Incineração”
apresenta um impacte ambiental positivo nas categorias acidificação terrestre e depleção de recursos
naturais. Por outro lado, o “Cenário Aterro” apresenta um impacte ambiental negativo em todas as
categorias de impacte.
Por exemplo, no que respeita à categoria alterações climáticas, o “Cenário Baseline 2011” acarreta a
redução das emissões de GEE equivalente a cerca de 3,9 kt CO2 eq, enquanto os cenários “Aterro” e
“Incineração” representariam, respetivamente, a emissão de cerca de 130 e 290 kt CO2 eq. Ao nível da
depleção de recursos hídricos, o padrão é semelhante, verificando-se que o “Cenário Baseline 2011”
3
representa uma poupança de 0,36 hm de água, enquanto os cenários “Aterro” e “Incineração”
apresentam um consumo líquido de água.
Por outro lado, estabelecendo um ranking dos cenários analisados, verifica-se que em primeiro lugar
surge o cenário Baseline 2011, seguido do “Cenário Incineração” e finalmente do “Cenário Aterro” (ver
figura 3.8).
A exceção é a categoria de impacte alterações climáticas, onde a ordem destes últimos se encontra
invertida. Tal deve-se essencialmente aos aspetos mencionados anteriormente, relacionados com a
gestão dos resíduos de embalagens de plástico e papel/cartão. No caso das embalagens de plástico, de
referir adicionalmente que no “Cenário Aterro” as emissões de GEE são relativamente diminutas, dado
que este tipo de embalagens é de difícil degradação. Deste modo, explica-se em grande parte a
diferença existente com o “Cenário Incineração”, onde os resíduos de embalagem sofrem um processo
de combustão, originando fundamentalmente CO2 mas igualmente outros gases com efeito de estufa.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Caracterização, importância relativa (%)
100%
75%
50%
25%
0%
-25%
-50%
-75%
-100%
Alterações
climáticas
Formação de
oxidantes
fotoquímicos
Baseline 2011
Acidificação
terrestre
Cenário Aterro
Depleção de
recursos hídricos
Depleção de
recursos naturais
Cenário Incineração
Figura 3.8 - Comparação relativa de diferentes cenários de gestão dos resíduos urbanos de embalagens em 2011 (categorias AC,
FOF, AT, DRH e DRN)
3.3.1.2
Consumo de energia renovável e não renovável
Contribuição por tipo de material
Os impactes e benefícios ambientais por tipo de material no consumo de energia primária que é
resultante da gestão do subsistema de resíduos urbanos de embalagens, tendo por base o ano de 2011,
são apresentados na tabela 3.4.
Tabela 3.4 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens em 2011
(Consumo de energia)
Categoria de impacte
Unidade
Aço
Alumínio
Madeira
Papel/Cartão
Plásticos
Vidro
Total
Energia não renovável,
fóssil
MJ
-2,3E+08
-8,7E+07
-2,3E+07
-1,8E+08
-1,1E+09
-1,1E+09
-2,69E+09
Energia não renovável,
nuclear
MJ
-8,7E+06
-2,5E+07
-6,9E+06
-1,6E+08
-1,2E+08
-2,8E+08
-6,02E+08
Energia não renovável,
biomassa
MJ
4,9E+01
-4,7E+02
-1,5E+01
-1,9E+06
3,2E+02
-1,1E+04
-1,87E+06
Energia renovável,
biomassa
MJ
4,6E+06
-5,4E+05
-7,4E+07
-1,6E+09
-8,8E+07
-2,5E+08
-1,99E+09
Energia renovável,
vento, solar, geo
MJ
6,7E+06
1,8E+04
1,7E+05
-2,1E+07
-2,2E+07
-8,9E+05
-3,75E+07
Energia renovável,
hídrica
MJ
9,7E+06
-2,5E+07
-4,7E+05
-1,1E+08
-5,1E+07
-3,2E+07
-2,14E+08
Total
MJ
-2,2E+08
-1,4E+08
-1,0E+08
-2,1E+09
-1,4E+09
-1,6E+09
-5,53E+09
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Pela análise da tabela 3.4 pode verificar-se que o papel/cartão é o material cuja gestão no SIGRE implica
maior benefício ambiental em termos de consumo de energia primária, sendo que a gestão do vidro e
dos plásticos se traduz igualmente num benefício ambiental da mesma ordem de grandeza, embora
menor. Deste modo, considerando a gestão dos vários tipos de materiais geridos em 2011, no total
estima-se que o SIGRE tenha significado nesse ano uma redução do consumo de energia primária de
5.535 TJ, que se explica sobretudo devido à reciclagem dos vários tipos de resíduos, mas igualmente
pela produção de energia elétrica que advém da incineração dos mesmos e ainda da queima de biogás
em aterro.
Em termos do consumo de energia evitado, verifica-se que no caso do papel/cartão este tem origem
sobretudo na energia renovável proveniente da biomassa (ver figura 3.9). As principais origens do
benefício ambiental advêm do processo de reciclagem, que evita o fabrico de papel a partir de material
virgem e consequentemente da energia associada a esse fabrico, mas igualmente da energia associada
ao próprio material (energia de alimentação).
Em relação ao vidro e aos plásticos, o consumo de energia evitado é sobretudo do tipo não renovável e
fóssil e tem origem na energia de processo associada ao fabrico dos materiais de embalagens a partir
matérias-primas, que são evitadas pela reciclagem dos referidos materiais. No caso dos plásticos, reflete
ainda a energia de alimentação do próprio material, dado que este é proveniente de combustíveis
fósseis (petróleo).
5,0E+08
Caracterização (MJ)
0,0E+00
-5,0E+08
-1,0E+09
-1,5E+09
-2,0E+09
-2,5E+09
-3,0E+09
Energia não
renovável, fóssil
Aço
Energia não
renovável,
nuclear
Aluminio
Madeira
Energia não
renovável,
biomassa
Papel/Cartão
Energia
renovável,
biomassa
Plásticos
Energia
renovável,
vento, solar, geo
Vidro
Energia
renovável,
hídrica
outros
Figura 3.9 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos urbanos de embalagens em 2011
(Consumo de energia)
Comparação da gestão do SIGRE em 2011 com cenários alternativos
Por outro lado, comparando os cenários de gestão dos resíduos urbanos de embalagens através de
aterro e de incineração com a gestão efetiva destes resíduos em 2011 (cenário Baseline 2011), verificase que os dois primeiros cenários apresentam pior desempenho.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Enquanto que se estima que o SIGRE tenha representado uma redução do consumo de energia primária
de 5.535 TJ em 2011, no “Cenário Incineração” o valor estimado seria de 3.400 TJ e no “Cenário Aterro”
existiria um consumo liquido de energia, na ordem dos 560 TJ. Neste caso, o valor deve-se não só à
energia consumida na recolha e aterro dos resíduos (e.g. combustíveis fósseis), mas igualmente devido
ao desperdício de energia associada aos próprios materiais (energia de alimentação).
Tabela 3.5 - Análise comparativa de diferentes cenários de gestão dos resíduos urbanos de embalagens (Consumo de energia)
Categoria de impacte
Unidade
Baseline
2011
Cenário
Aterro
Cenário
Incineração
Energia não renovável,
fóssil
MJ
-2,7E+09
5,9E+08
-2,1E+09
Energia não renovável,
nuclear
MJ
-6,0E+08
4,8E+07
-2,8E+08
Energia não renovável,
biomassa
MJ
-1,9E+06
4,8E+02
-4,9E+03
Energia renovável,
biomassa
MJ
-2,0E+09
-2,4E+07
-1,9E+08
Energia renovável,
vento, solar, geo
MJ
-3,7E+07
-1,5E+07
-2,0E+08
Energia renovável,
hídrica
MJ
-2,1E+08
-3,7E+07
-5,9E+08
Total
MJ
-5,5E+09
5,6E+08
-3,4E+09
3.3.2 Impactes e Benefícios Ambientais da Gestão de Resíduos Não Urbanos de
Embalagens (Sistema eXtra-Urbano)
3.3.2.1
Alterações Climáticas, Formação de oxidantes fotoquímicos, Acidificação terrestre,
Depleção de recursos hídricos e Depleção de recursos naturais
Contribuição por tipo de processo unitário
Os impactes e benefícios ambientais por tipo de processo unitário nas categorias alterações climáticas,
formação de oxidantes fotoquímicos, acidificação terrestre, depleção de recursos hídricos e depleção de
recursos naturais que são resultantes da gestão do subsistema de resíduos não urbanos de embalagens
(subsistema eXtra-Urbano), tendo por base o ano de 2011, são apresentados na tabela 3.6.
De realçar que a cadeia de valor associada à gestão dos resíduos do subsistema eXtra-Urbano é mais
simples que a cadeia de valor associada aos resíduos urbanos de embalagens. Por outro lado, tendo
em consideração os quantitativos de resíduos da responsabilidade da SPV, verifica-se que o destino final
destes resíduos foi principalmente a reciclagem, existindo uma quantidade diminuta de resíduos de
vidro e madeira que se desconhece o seu destino. Neste contexto, como explicado em anexo aquando
da descrição detalhada dos pressupostos utilizados na avaliação, optou-se por um cenário conservador
para modelar a gestão destes quantitativos, pelo que se considerou que seriam tratados e eliminados
em aterro.
Deste modo, os resultados ambientais desagregados por tipo de processo unitário que se apresentam
na tabela 3.6, apenas incidem nos processos de reciclagem e aterro, sendo que em ambos os casos se
incluem os impactes associados ao transporte dos resíduos de embalagens desde o seu produtor
(indústria e empresas de comércio e serviços) e ainda no caso do aterro, dos refugos dos próprios
processos de reciclagem.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Tabela 3.6 - Contribuição de cada processo unitário para o resultado ambiental da gestão dos resíduos não urbanos de
embalagens em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
Alterações
climáticas
Formação de
oxidantes
fotoquímicos
Acidificação
terrestre
Depleção de
recursos
hídricos
Depleção de
recursos
naturais
Unidade
Recolha
seletiva
Recolha
indiferenciada
Triagem
Incineração
TM
kg CO2 eq
-
-
-
-
-
-1,4E+08
-
3,1E+07
-1,12E+08
kg NMVOC
eq
-
-
-
-
-
-6,3E+05
-
3,3E+04
-6,02E+05
mol H+ eq
-
-
-
-
-
-9,1E+05
-
1,9E+04
-8,87E+05
m3 H2O
-
-
-
-
-
-3,3E+05
-
1,3E+03
-3,33E+05
kg Sb eq
-
-
-
-
-
-2,5E+01
-
-1,5E-04
-2,50E+01
Reciclagem
Valorização
orgânica
Aterro
Como seria de esperar, a reciclagem apresenta um benefício ambiental em todas as categorias de
impacte, enquanto a deposição em aterro tem impacte negativo em todas as categorias à exceção da
depleção de recursos naturais, embora neste caso marginalmente. Por exemplo, na categoria
alterações climáticas a reciclagem no subsistema eXtra-Urbano permite evitar a emissão de 140 kt CO2
eq, enquanto a deposição em aterro tem como consequência a emissão de 31 kt CO2 eq, ou seja cerca
de 22% das emissões evitadas com a reciclagem.
Na figura seguinte apresenta-se a importância relativa de cada processo unitário para o resultado
ambiental da gestão dos resíduos não urbanos de embalagens em 2011 (figura 3.10).
100%
Caracterização, importância relativa (%)
Categoria de
impacte
75%
Recolha indiferenciada
50%
Aterro
25%
Incineração
0%
TM
Valorização orgânica
-25%
Recolha seletiva
-50%
Triagem
Reciclagem
-75%
-100%
Alterações
climáticas
Formação de
oxidantes
fotoquímicos
Acidificação
terrestre
Depleção de
recursos
hídricos
Depleção de
recursos
naturais
Figura 3.10 - Importância relativa de cada processo unitário para o resultado ambiental da gestão dos resíduos não urbanos de
embalagens em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
Página | 60
Total
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Contribuição por tipo de material
Na tabela 3.7 apresentam-se os impactes e benefícios ambientais do subsistema eXtra-Urbano por tipo
de material em 2011. Como se pode observar, a totalidade dos materiais apresenta um resultado
ambiental positivo na maior parte das categorias de impacte, que é devido ao elevado nível de
reciclagem existente.
Relativamente à categoria alterações climáticas, a gestão dos resíduos não urbanos de embalagens
em 2011 originou uma redução das emissões de GEE correspondentes a 112 kt CO2eq, devido
sobretudo à reciclagem do papel/cartão, seguida do aço e dos plásticos (ver figura 3.11).
Tabela 3.7 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos não urbanos de embalagens em
2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
Categoria de impacte
Alterações climáticas
Unidade
Aço
Alumínio
Madeira
Papel
Cartão
Plásticos
Vidro
Total
kg CO2 eq
-3,37E+07
-5,52E+06
2,30E+06
-4,68E+07
-2,54E+07
-2,93E+06
-1,12E+08
kg NMVOC eq
-8,10E+04
-1,14E+04
-6,45E+04
-3,00E+05
-1,23E+05
-2,18E+04
-6,02E+05
Acidificação terrestre
mol H+ eq
-1,53E+05
-3,01E+04
-8,84E+04
-4,37E+05
-1,25E+05
-5,27E+04
-8,87E+05
Depleção de recursos
hídricos
m3 H2O
-4,85E+04
-3,48E+03
-1,55E+04
-2,53E+05
-5,80E+03
-6,67E+03
-3,33E+05
Depleção de recursos
naturais
kg Sb eq
-2,90E-04
-1,89E-03
-1,25E-03
-2,50E+01
5,71E-04
-2,34E-03
-2,50E+01
Formação de oxidantes
fotoquímicos
Como referido anteriormente, os resultados obtidos são uma conjugação dos quantitativos
efetivamente geridos neste subsistema e do impacte/benefício unitário associado a cada tipo de
processo por unidade de massa deste material. Tomado o exemplo do papel/cartão e a sua reciclagem,
22
verifica-se que por unidade de massa este processo permite evitar 216 kg CO2 eq / t reciclada , valor
inferior por exemplo ao dos plásticos que se estimou em 982 kg CO2eq / t reciclada. No entanto, como
foi reciclada uma quantidade bastante superior de papel/cartão, em termos agregados, foi a gestão
deste material que permitiu uma maior redução de emissões de GEE associadas ao SIGRE.
22
Valor que tem em conta o transporte para reciclagem.
Página | 61
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Caracterização, importância relativa (%)
100%
75%
50%
25%
0%
-25%
-50%
-75%
-100%
Alterações climáticas
Aço
Aluminio
Formação de
oxidantes
fotoquímicos
Madeira
Acidificação
terrestre
Papel/Cartão
Depleção de
recursos hídricos
Plásticos
Vidro
Depleção de
recursos naturais
outros_ne
Figura 3.11 - Importância relativa de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos não urbanos de
embalagens em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
Comparação da gestão do SIGRE em 2011 com cenários alternativos
À semelhança do efetuado para o sistema de gestão dos resíduos urbanos, compararam-se os impactes
e benefícios gerados no âmbito do SIGRE em 2011 (Baseline 2011) com dois cenários hipotéticos,
associados a diferentes destinos finais (“Cenário Aterro” e “Cenário Incineração”). Os resultados obtidos
encontram-se descritos na tabela 3.8.
Tabela 3.8 – Análise comparativa de diferentes cenários de gestão dos resíduos não urbanos de embalagens em 2011
(categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
Categoria de impacte
Alterações climáticas
Unidade
Baseline 2011
Cenário Aterro
Cenário
Incineração
kg CO2 eq
-1,1E+08
1,5E+08
-4,9E+06
kg NMVOC eq
-6,0E+05
1,7E+05
-1,3E+05
mol H+ eq
-8,9E+05
1,0E+05
-3,2E+05
Depleção de recursos hídricos
m3 H2O
-3,3E+05
7,1E+03
-3,0E+04
Depleção de recursos naturais
kg Sb eq
-2,5E+01
-7,4E-04
-5,4E-03
Formação de oxidantes fotoquímicos
Acidificação terrestre
Página | 62
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Verifica-se que caso a gestão dos resíduos no subsistema eXtra-Urbano assentasse na deposição em
aterro, o benefício ambiental que se estima para o SIGRE no ano de 2011 seria totalmente revertido,
passando a gestão dos resíduos não urbanos de embalagens a apresentar um balanço ambiental
negativo. Tal diferença é especialmente notória ao nível da categoria alterações climáticas. Por outro
lado, o cenário incineração é um cenário que apresenta resultados intermédios aos referidos
anteriormente, sendo que nas várias categorias de impacte analisadas, resulta sempre num benefício
ambiental, embora bastante menos favorável face ao atual panorama do SIGRE (ver figura 3.12).
Caracterização, importância relativa (%)
100%
75%
50%
25%
0%
-25%
-50%
-75%
-100%
Alterações
climáticas
Formação de
oxidantes
fotoquímicos
Baseline 2011
Acidificação
terrestre
Cenário Aterro
Depleção de
recursos hídricos
Depleção de
recursos naturais
Cenário Incineração
Figura 3.12 - Comparação relativa de diferentes cenários de gestão dos resíduos não urbanos de embalagens em 2011
(categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
3.3.2.2
Consumo de energia renovável e não renovável
Contribuição por tipo de material
Na tabela 3.9 apresentam-se os impactes e benefícios ambientais por tipo de material no consumo de
energia primária que é resultante da gestão do subsistema eXtra-Urbano, tendo por base o ano de 2011.
Pela análise da tabela pode verificar-se que o papel/cartão é o material cuja gestão resulta em maior
benefício ambiental em termos de consumo de energia primária, sendo este aspeto transversal aos
vários tipos de origens energéticas, com a exceção da energia não renovável fóssil, em que os plásticos
neste caso assumem maior importância devido a terem origem em combustíveis fósseis (petróleo) (ver
figura 3.13).
Página | 63
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Tabela 3.9 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos não urbanos de embalagens em
2011 (Consumo de energia)
Categoria de impacte
Energia não renovável,
fóssil
Energia não renovável,
nuclear
Energia não renovável,
biomassa
Energia renovável,
biomassa
Energia renovável,
vento, solar, geo
Energia renovável,
hídrica
Total
Unidade
Aço
Alumínio
Madeira
Papel/Cartão
Plásticos
Vidro
Total
MJ
-4,9E+08
-5,6E+07
-2,2E+08
-7,1E+08
-9,5E+08
-3,9E+07
-2,47E+09
MJ
-1,8E+07
-1,5E+07
-5,8E+07
-3,7E+08
-1,1E+08
-9,2E+06
-5,75E+08
MJ
-4,5E+01
-3,0E+02
-2,0E+02
-3,9E+06
8,9E+01
-3,7E+02
-3,90E+06
MJ
7,4E+06
-3,5E+05
-6,3E+08
-3,3E+09
-3,1E+05
-8,1E+06
-3,92E+09
MJ
1,1E+07
-4,3E+04
-5,6E+05
-1,1E+07
5,8E+06
-3,1E+04
5,66E+06
MJ
1,6E+07
-1,6E+07
-7,6E+06
-1,8E+08
-3,8E+06
-1,1E+06
-1,95E+08
MJ
-4,7E+08
-8,7E+07
-9,2E+08
-4,6E+09
-1,1E+09
-5,7E+07
-7,15E+09
5,0E+08
0,0E+00
Caracterização (MJ)
-5,0E+08
-1,0E+09
-1,5E+09
-2,0E+09
-2,5E+09
-3,0E+09
-3,5E+09
-4,0E+09
-4,5E+09
Energia não
renovável, fóssil
Aço
Energia não
renovável,
nuclear
Aluminio
Madeira
Energia não
renovável,
biomassa
Papel/Cartão
Energia
renovável,
biomassa
Plásticos
Energia
renovável,
vento, solar, geo
Vidro
Energia
renovável,
hídrica
outros
Figura 3.13 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental da gestão dos resíduos não urbanos de embalagens em
2011 (Consumo de energia)
Comparação da gestão do SIGRE em 2011 com cenários alternativos
Por outro lado, comparando a gestão do SIGRE em 2011 com cenários alternativos, verifica-se que, tal
como no caso da gestão dos resíduos urbanos, a valorização dos resíduos de embalagens através de
incineração ou a sua eliminação através de aterro apresentam pior desempenho face ao estimado para
o SIGRE nesse ano, como se pode analisar na tabela 3.10.
Página | 64
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Tabela 3.10 - Análise comparativa de diferentes cenários de gestão dos resíduos não urbanos de embalagens (Consumo de
energia)
Categoria de impacte
Unidade
Baseline
2011
Cenário
Aterro
Cenário
Incineração
Energia não
renovável, fóssil
MJ
-2,5E+09
1,4E+08
-1,3E+09
Energia não
renovável, nuclear
MJ
-5,7E+08
2,5E+07
-1,1E+08
Energia não
renovável, biomassa
MJ
-3,9E+06
-1,2E+02
-8,5E+02
Energia renovável,
biomassa
MJ
-3,9E+09
-3,2E+07
-9,1E+08
Energia renovável,
vento, solar, geo
MJ
5,7E+06
-2,8E+07
-9,6E+07
Energia renovável,
hídrica
MJ
-2,0E+08
-5,3E+07
-1,8E+08
Total
MJ
-7,2E+09
4,9E+07
-2,6E+09
3.3.3 Balanço Global do SIGRE
3.3.3.1
Alterações Climáticas, Formação de oxidantes fotoquímicos, Acidificação terrestre,
Depleção de recursos hídricos e Depleção de recursos naturais
Contribuição por tipo de processo
Tendo em conta os resultados apresentados para a gestão dos resíduos urbanos e não urbanos de
embalagens referidos nas secções anteriores, de seguida descrevem-se os resultados ambientais
agregados do SIGRE, que conjugam os resultados dos dois subsistemas mencionados. Em primeiro lugar,
refere-se a contribuição de cada processo unitário para as categorias alterações climáticas, formação de
oxidantes fotoquímicos, acidificação terrestre, depleção de recursos hídricos e depleção de recursos
naturais (ver tabela 3.11).
Tabela 3.11 - Contribuição de cada processo unitário para o resultado ambiental do SIGRE em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH
e DRN)
Categoria de
impacte
Alterações
climáticas
Formação de
oxidantes
fotoquímicos
Acidificação
terrestre
Depleção de
recursos
hídricos
Depleção de
recursos
naturais
Unidade
Recolha
seletiva
Recolha
indiferenciada
Triagem
Incineração
TM
Reciclagem
Valorização
orgânica
Aterro
Total
kg CO2 eq
2,3E+07
8,6E+06
1,6E+06
9,7E+07
3,3E+05
-3,3E+08
-1,5E+05
8,2E+07
-1,16E+08
kg NMVOC
eq
1,3E+05
7,0E+04
1,2E+04
3,0E+04
4,0E+03
-1,7E+06
-7,9E+01
1,2E+05
-1,33E+06
mol H+ eq
1,1E+05
5,7E+04
1,1E+04
-9,5E+02
3,2E+03
-3,1E+06
-6,3E+02
1,0E+05
-2,82E+06
m3 H2O
6,9E+03
2,4E+03
2,0E+03
2,0E+04
1,0E+02
-7,3E+05
-4,8E+01
5,6E+03
-6,89E+05
kg Sb eq
6,0E-03
2,0E-03
1,5E-04
-5,5E-04
3,9E-05
-3,7E+01
-1,7E-03
-4,0E-04
-3,70E+01
Página | 65
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Da análise da tabela 3.11, pode-se constatar que no global e para as 5 categorias de impacte
apresentadas, o SIGRE apresenta um balanço ambiental positivo, ou seja, os impactes gerados pelas
diversas atividades de recolha, triagem, transporte, tratamento e valorização de resíduos são
suplantados pelos impactes evitados devido à recuperação de materiais e energia obtidos pelos
processos de valorização dos resíduos, com especial enfoque na sua reciclagem (ver figura 3.14). Por
exemplo, em 2011, a gestão dos resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE gerido pela SPV permitiu
3
evitar a emissão de 116 kt de CO2 eq e uma poupança de 0,7 hm de água.
Caracterização, importância relativa (%)
100%
75%
50%
25%
0%
-25%
-50%
-75%
-100%
Alterações climáticas Formação de oxidantes Acidificação terrestre Depleção de recursos Depleção de recursos
fotoquímicos
hídricos
naturais
Recolha indiferenciada
Valorização orgânica
Aterro
Recolha seletiva
Incineração
Triagem
TM
Reciclagem
Figura 3.14 - Importância relativa de cada processo unitário para o resultado ambiental do SIGRE em 2011 (categorias AC, FOF,
AT, DRH e DRN)
Contribuição por tipo de material
Em relação à contribuição por tipo de material para o desempenho do SIGRE, verifica-se que os
materiais mais relevantes são tipicamente o vidro e o papel/cartão, dependendo da categoria de
impacte em questão, facto a que não é alheio a elevada quantidade de resíduos destes materiais que
foram encaminhados para reciclagem em 2011 (ver tabela 3.12 e figura 3.15).
No caso concreto das alterações climáticas, assumem ainda importância os plásticos e o aço, sendo que
no caso dos plásticos, ao contrário do aço, a sua gestão no SIGRE significa ainda uma emissão líquida de
GEE dado o baixo nível de reciclagem e a quantidade deste tipo de resíduos que são incineradas no fluxo
urbano.
Página | 66
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Tabela 3.12 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental do SIGRE em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
Categoria de impacte
Alterações climáticas
Unidade
Aço
Alumínio
Madeira
Papel/Cartão
Plásticos
Vidro
Total
kg CO2 eq
-4,98E+07
-1,43E+07
1,61E+06
-1,83E+07
4,92E+07
-8,44E+07
-1,16E+08
kg NMVOC eq
-1,04E+05
-2,78E+04
-7,16E+04
-3,24E+05
-1,89E+05
-6,15E+05
-1,33E+06
Acidificação terrestre
mol H+ eq
-2,20E+05
-7,70E+04
-9,80E+04
-5,59E+05
-2,36E+05
-1,63E+06
-2,82E+06
Depleção de recursos
hídricos
m3 H2O
-7,27E+04
-8,99E+03
-1,72E+04
-3,64E+05
-2,67E+04
-1,99E+05
-6,89E+05
Depleção de recursos
naturais
kg Sb eq
2,13E-05
-4,92E-03
-1,35E-03
-3,69E+01
2,61E-03
-7,29E-02
-3,70E+01
Formação de oxidantes
fotoquímicos
Caracterização, importância relativa (%)
100%
75%
50%
25%
0%
-25%
-50%
-75%
-100%
Alterações climáticas
Aço
Aluminio
Formação de
oxidantes
fotoquímicos
Madeira
Acidificação
terrestre
Papel/Cartão
Depleção de
recursos hídricos
Plásticos
Vidro
Depleção de
recursos naturais
outros_ne
Figura 3.15 - Importância relativa de cada material para o resultado ambiental do SIGRE em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e
DRN)
Comparação da gestão do SIGRE em 2011 com cenários alternativos
Comparando-se os impactes e benefícios gerados no âmbito do SIGRE em 2011 (Baseline 2011) com dois
cenários hipotéticos associados a diferentes destinos finais (“Cenário Aterro” e “Cenário Incineração”),
verifica-se que a configuração atual do SIGRE é a única que apresenta um resultado ambiental positivo
em todas as categorias de impacte consideradas (tabela 3.13). Por exemplo, ao nível das alterações
climáticas, verifica-se que a gestão dos resíduos de embalagens verificada em 2011 permite poupar
emissões na ordem das 400 kt CO2 eq face ao cenário de aterro das embalagens, o que equivaleria a
cerca de 0,6% das emissões de GEE nacionais.
Página | 67
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Tabela 3.13 – Análise comparativa de diferentes cenários de gestão do SIGRE em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
Categoria de impacte
Unidade
Alterações climáticas
Baseline 2011
Cenário Aterro
Cenário
Incineração
kg CO2 eq
-1,2E+08
2,8E+08
2,8E+08
kg NMVOC eq
-1,3E+06
5,0E+05
-6,4E+04
mol H+ eq
-2,8E+06
3,8E+05
-8,5E+05
Depleção de recursos hídricos
m3 H2O
-6,9E+05
2,1E+04
-1,9E+04
Depleção de recursos naturais
kg Sb eq
-3,7E+01
2,3E-03
-3,7E-02
Formação de oxidantes fotoquímicos
Acidificação terrestre
Por outro lado, pode constatar-se igualmente que o “Cenário Incineração” em termos globais seria
preferível ao “Cenário Aterro”, sendo que este, ao contrário dos demais, apresenta sempre um balanço
ambiental negativo para todas as categorias de impacte (ver igualmente figura 3.16).
Caracterização, importância relativa (%)
100%
75%
50%
25%
0%
-25%
-50%
-75%
-100%
Alterações
climáticas
Formação de
oxidantes
fotoquímicos
Baseline 2011
Acidificação
terrestre
Cenário Aterro
Depleção de
recursos hídricos
Depleção de
recursos naturais
Cenário Incineração
Figura 3.16 - Comparação relativa de diferentes cenários de gestão do SIGRE em 2011 (categorias AC, FOF, AT, DRH e DRN)
3.3.3.2
Consumo de energia renovável e não renovável
Contribuição por tipo de material
Na tabela 3.14 apresentam-se os impactes e benefícios ambientais por tipo de material no consumo de
energia primária que é resultante da gestão do SIGRE, tendo por base o ano de 2011. Verifica-se que a
gestão dos resíduos de embalagens resultou numa poupança de 12.700 TJ de energia primária.
Tabela 3.14 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental do SIGRE em 2011 (Consumo de energia)
Página | 68
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Categoria de
impacte
Energia não
renovável, fóssil
Unidade
Aço
Alumínio
Madeira
Papel/Cartão
Plásticos
Vidro
outros
Total
MJ
-7,2E+08
-1,4E+08
-2,5E+08
-8,8E+08
-2,1E+09
-1,1E+09
5,7E+05
-5,16E+09
MJ
-2,7E+07
-4,0E+07
-6,5E+07
-5,3E+08
-2,2E+08
-2,9E+08
1,5E+04
-1,18E+09
MJ
3,3E+00
-7,7E+02
-2,1E+02
-5,8E+06
4,1E+02
-1,1E+04
1,4E+00
-5,77E+06
MJ
1,2E+07
-8,9E+05
-7,0E+08
-4,9E+09
-8,8E+07
-2,6E+08
1,8E+03
-5,91E+09
Energia renovável,
vento, solar, geo
MJ
1,8E+07
-2,5E+04
-3,9E+05
-3,2E+07
-1,6E+07
-9,2E+05
1,3E+03
-3,18E+07
Energia renovável,
hídrica
MJ
2,5E+07
-4,1E+07
-8,1E+06
-3,0E+08
-5,5E+07
-3,3E+07
4,2E+03
-4,09E+08
Energia não
renovável, nuclear
Energia não
renovável,
biomassa
Energia renovável,
biomassa
Total
MJ
-6,9E+08
-2,2E+08
-1,0E+09
-6,6E+09
-2,4E+09
-1,7E+09
5,9E+05
-1,27E+10
Pela análise da tabela e igualmente da figura 3.17 pode verificar-se que o papel/cartão é o material cuja
gestão no SIGRE implica maior benefício ambiental em termos de consumo de energia primária, seguido
dos plásticos e do vidro. Neste último caso, tal deve-se aos resultados do subsistema urbano, dado que a
quantidade de resíduos de vido que é gerido no âmbito do subsistema eXtra-Urbano é bastante
diminuta.
1,0E+09
0,0E+00
Caracterização (MJ)
-1,0E+09
-2,0E+09
-3,0E+09
-4,0E+09
-5,0E+09
-6,0E+09
-7,0E+09
Energia não
renovável, fóssil
Aço
Energia não
renovável,
nuclear
Aluminio
Madeira
Energia não
renovável,
biomassa
Papel/Cartão
Energia
renovável,
biomassa
Plásticos
Energia
renovável,
vento, solar, geo
Vidro
Energia
renovável,
hídrica
outros
Figura 3.17 - Contribuição de cada material para o resultado ambiental do SIGRE em 2011 (Consumo de energia)
Página | 69
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Comparação da gestão do SIGRE em 2011 com cenários alternativos
Adicionalmente, comparando os vários cenários de gestão dos resíduos de embalagens no âmbito do
SIGRE verifica-se que a configuração atual do sistema é preferível em termos energéticos ao
encaminhamento dos resíduos para aterro e para incineração (ver tabela 3.15).
Tabela 3.15 - Análise comparativa de diferentes cenários de gestão do SIGRE em 2011 (Consumo de energia)
Categoria de impacte
Baseline
2011
Cenário
Aterro
Cenário
Incineração
Energia não renovável,
fóssil
MJ
-5,2E+09
7,2E+08
-3,4E+09
Energia não renovável,
nuclear
MJ
-1,2E+09
7,3E+07
-3,9E+08
Energia não renovável,
biomassa
MJ
-5,8E+06
3,6E+02
-5,8E+03
Energia renovável,
biomassa
MJ
-5,9E+09
-5,6E+07
-1,1E+09
Energia renovável,
vento, solar, geo
MJ
-3,2E+07
-4,3E+07
-3,0E+08
Energia renovável,
hídrica
MJ
-4,1E+08
-9,0E+07
-7,6E+08
Total
Página | 70
Unidade
MJ
-1,3E+10
6,1E+08
-5,9E+09
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal,
Relatório Final
4 AVALIAÇÃO ECONÓMICA DO SIGRE
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A avaliação económica ao SIGRE foi realizada a três níveis. Em primeiro lugar, avaliou-se o
enquadramento económico dos embaladores aderentes ao sistema gerido pela SPV, ou seja,
compararam-se as empresas que contribuem para o financiamento do SIGRE com o universo de
empresas existentes a nível nacional.
Em segundo lugar, avaliou-se o enquadramento económico das empresas responsáveis pela recolha,
triagem, tratamento e retoma/valorização dos resíduos de embalagens do SIGRE, tanto ao nível do
subsistema urbano, como do subsistema não urbano (eXtra-Urbano).
Em terceiro lugar, avaliou-se o impacte económico da reciclagem de resíduos de embalagens em
Portugal, tanto ao nível direto, como indireto, nomeadamente em termos de valor acrescentado e
massa salarial gerada e volume de negócios.
De seguida descrevem-se as avaliações realizadas, nomeadamente em termos do seu âmbito, objetivos
e metodologias empregues e apresentam-se os principais resultados obtidos.
4.2 EMBALADORES ADERENTES AO SIGRE
4.2.1 Âmbito e objetivos da avaliação
O âmbito da avaliação realizada incluiu as empresas que contribuem financeiramente para o sistema
gerido pela SPV, através do pagamento do Valor Ponto Verde (VPV). Com a análise realizada
pretendeu-se estimar a representatividade das empresas aderentes à SPV face ao universo nacional em
termos de:

Volume de vendas

Nº de empresas parceiras

Valor Ponto Verde (VPV) despendido
4.2.2 Metodologia utilizada
Para analisar comparativamente o enquadramento económico dos embaladores aderentes ao sistema
gerido pela SPV com o universo de empresas existentes a nível nacional, recorreu-se a dados
bibliográficos das empresas em questão.
No caso da caracterização do perfil dos embaladores aderentes à SPV e que, como tal, transferem para
esta empresa a responsabilidade da gestão de fim de vida das embalagens que colocam no mercado,
mediante o pagamento do Valor Ponto Verde, utilizou-se uma base de dados disponibilizada pela SPV
com dados específicos referentes a cada uma dos embaladores, incluindo o seu volume de vendas, tipo
de atividade e quantidade de embalagens colocadas no mercado e VPV devidos.
Página | 71
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Para efeitos comparativos com o universo das empresas existentes em Portugal, em primeiro lugar, os
dados de caracterização das empresas embaladoras da SPV, referentes a 2010, foram agrupados por
secção da CAE rev.3, cobrindo desde empresas de agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca
(secção A) até às empresas ligadas a atividades das famílias empregadoras de pessoal doméstico e
23
atividades de produção das famílias para uso próprio (secção T) .
Posteriormente, os resultados obtidos foram comparados com estatísticas produzidas pelo INE
referentes ao universo nacional e constantes do relatório “Empresas em Portugal 2010” (INE, 2012).
De referir que não foi possível obter dados detalhados para todos os embaladores SPV, nomeadamente
em relação ao seu tipo de atividade e volume de vendas, sendo esta uma das limitações da análise
realizada. Desta forma, estabeleceram-se dois cenários:

Cenário de referência, onde de forma conservadora apenas se consideraram as empresas SPV
para os quais existiam dados concretos.

Cenário de “extrapolação”, estimado com base na extrapolação linear, por secção, de valores
médios apurados para o universo de empresas SPV que foram efetivamente caracterizadas.
Os resultados apurados para o primeiro cenário acabam por indicar o limite mínimo estimado para a
importância das empresas aderentes à SPV no contexto nacional.
4.2.3 Resultados
Em relação ao enquadramento económico dos embaladores aderentes ao sistema gerido pela SPV,
verifica-se que a maior parte dos embaladores se enquadram em setores ligados às indústrias
transformadoras (46%), seguidos das empresas ligadas ao comércio por grosso e a retalho, reparação
de veículos automóveis e motociclos (36%) e agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca (9%).
Analisando as empresas em relação ao volume de vendas associadas as estas empresas, verifica-se
igualmente que estes setores são os mais relevantes, sendo que as empresas ligadas ao comércio por
grosso e a retalho, reparação de veículos automóveis e motociclos e as indústrias transformadores
representam, respetivamente, 51% e 45% do volume de vendas dos aderentes da SPV, em 2010.
Por outro lado, comparando as empresas aderentes à SPV e o universo de empresas existentes ao nível
nacional, verifica-se que os embaladores aderentes à SPV, cerca de 12 mil empresas, representam
apenas 0,9% do número de empresas existentes em Portugal, mas geram um volume de vendas, no
mínimo, de 31,4% do volume de vendas das empresas não financeiras no nosso país.
Tal significa que os aderentes à SPV têm, em geral, uma dimensão bastante superior ao que é comum no
nosso país. Tal deve-se, em parte, pela importância das empresas pertencentes aos setores das
indústrias transformadores e de comércio por grosso e a retalho, reparação de veículos automóveis e
motociclos, já referida anteriormente. Os embaladores aderentes à SPV representam nestes setores,
respetivamente 6,7% e 1,5% do número total de empresas nacionais, mas significam em termos de
volume de vendas, no mínimo, 47,4% e 29,3% do volume de vendas destes setores a nível nacional (ver
tabela 4.1). Neste último caso, a discrepância entre a representatividade ao nível do número de
empresas e volume de vendas, não é alheia o facto de nesta secção de CAE existirem bastantes
empresas de pequena dimensão ligadas à reparação automóvel (e.g. oficinas), cuja atividade não implica
a introdução de embalagens no mercado.
23
Não foram identificadas empresas aderentes à SPV e que integram a secção U da CAE rev.3 (atividades dos organismos
internacionais e outras instituições extraterritoriais)
Página | 72
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Tabela 4.1 – Enquadramento económico dos embaladores aderentes ao sistema gerido pela SPV
CAE Secção
% das
empresas
nacionais
Volume de
Vendas
aderentes
(M€) –
d.e.
Volume de
Vendas
aderentes
(M€) –
extrap.
A - Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca
1,85%
1.085,9
2.766,5
B - Indústrias extrativas
0,83%
19,7
43,2
C - Indústrias transformadoras
6,68%
33.042,7
48.529,3
D - Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio
0,68%
3,7
4,6
E - Captação, tratamento e distribuição de água;
saneamento, gestão de resíduos e despoluição
4,40%
169,9
266,2
F - Construção
0,02%
90,8
113,5
G - Comércio por grosso e a retalho; reparação de
veículos automóveis e motociclos
1,52%
37.437,8
54.204,3
H - Transportes e armazenagem
0,44%
75,5
134,6
I - Alojamento, restauração e similares
0,15%
78,8
183,3
J - Atividades de informação e de comunicação
0,81%
614,5
1.178,6
K - Atividades financeiras e de seguros
0,02%
44,6
74,3
L - Atividades imobiliárias
0,03%
0,1
0,4
M - Atividades de consultoria, científicas, técnicas e
similares
0,06%
142,4
272,5
N - Atividades administrativas e dos serviços de apoio
0,03%
61,8
91,7
s.d
s.d
s.d
P - Educação
0,01%
0,2
0,4
Q - Atividades de saúde humana e apoio social
0,03%
1,1
5,7
R - Atividades artísticas, de espectáculos, desportivas e
recreativas
0,02%
reduzido
reduzido
S - Outras atividades de serviços
0,16%
20,4
108,8
T - Atividades das famílias empregadoras de pessoal
doméstico e atividades de produção das famílias para
uso próprio
s.d.
reduzido
reduzido
CAE Desconhecido
s.d
32,0
470,4
O - Administração Pública e Defesa; Segurança Social
Obrigatória
Total
0,9%
72.921,8
108.448,5
Notas:
d.e. – dados existentes - com base nas empresas para as quais existe registo do volume de vendas em 2010.
extrap – considerando as empresas para as quais não existe registo do seu volume de vendas, através da extrapolação linear dos
volumes de venda por empresa médias de cada secção.
s.d. – sem dados.
Reduzido – valor abaixo de 0,05M M€ ou 0,05%.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Por outro lado, no contexto do enquadramento económico dos embaladores aderentes à SPV, verificase que estes, em 2010, contribuíram com 71,8 Milhões de Euros para o SIGRE através do Valor Ponto
Verde (VPV) (SPV, 2010). Este valor representou apenas 0,08% do total de custos com fornecimentos de
serviços externos (FSE) das empresas nacionais.
4.3 EMPRESAS DE RECOLHA, TRIAGEM E RETOMA/RECICLAGEM DOS
RESÍDUOS DE EMBALAGENS
4.3.1 Âmbito e objetivos da avaliação
O âmbito da avaliação realizada são as empresas que efetuam a recolha, triagem e retoma/reciclagem
dos resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE, tanto ao nível dos resíduos urbanos de embalagens
como do sistema eXtra-Urbano. Neste último caso, tendo em consideração o modelo de gestão
existente, excetuam-se do âmbito da análise os produtores de resíduos de embalagens (e.g. empresas
de comércio), estando incluídas as empresas que efetuam a sua recolha para posterior
reciclagem/valorização (OGR).
Com a análise realizada pretendeu-se analisar a evolução e a representatividade das empresas
aderentes à SPV face ao universo nacional em termos de:

Nº de Empresas parceiras da SPV

Capital Social

Nº de estabelecimentos

Volume de Vendas
4.3.2 Metodologia utilizada
De modo a enquadrar as diversas empresas parceiras da SPV face às demais empresas nacionais, em
primeiro lugar realizou-se um levantamento das empresas associadas à SPV desde o ano 2000 até ao
ano de 2009.
Embora a SPV tenha sido constituída em 1998, foi considerado que o período em análise devia ser
censurado à esquerda, por forma a garantir que a análise se centraria num período em que a SPV já
estava presente no mercado há pelo menos dois anos (em 2000), tendo sido já ultrapassada a fase
inicial de arranque de atividade. A censura à direita deveu-se fundamentalmente à falta de dados mais
recentes na base de dados utilizada para caracterizar as empresas.
A SPV forneceu informação sobre as diversas empresas suas parceiras, tendo sido considerado relevante
distinguir estas empresas de acordo com a sua relação com a SPV. Assim as empresas foram
classificadas de acordo com a seguinte tipologia:





SMAUT – entidade que efetua a recolha seletiva, triagem e tratamento dos resíduos urbanos de
embalagens.
Retomador – entidade que efetua a retoma dos resíduos urbanos de embalagens com vista à
sua reciclagem.
OGR – entidade que efetua a recolha dos resíduos de embalagens junto dos produtores não
urbanos com vista à sua reciclagem futura.
SMAUT/OGR – Entidade que apresenta um papel duplo como SMAUT e OGR.
Retomador/OGR - Entidade que apresenta um papel duplo como Retomador e OGR.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
A informação facultada pela SPV foi complementada com a recolha de informação em sites
especializados em informação corporativa, tendo sido dada particular relevância aos seguintes
descritores: código de atividade económica (CAE), ano de início de atividade e localidade da empresa.
Posteriormente, caracterizaram-se as referidas empresas utilizando para o efeito uma base de dados
do INE direcionada fundamentalmente para a caracterização do mercado de trabalho, mas que detém
diversas informações económicas (base de dados “ Quadros de Pessoal”).
Tendo por base os resultados obtidos, finalmente compararam-se os resultados obtidos com dois
grupos de referência para analisar em termos relativos as características das empresas SPV, por um
lado, as empresas não associadas à SPV sem qualquer constrangimento e, por outro, as empresas não
associadas à SPV cuja atividade económica coincidisse com os principais setores económicos (CAE) da
lista de empresas SPV. Os CAE utilizados para caracterizar as empresas parceiras da SPV são os que
constam na seguinte tabela:
Tabela 4.2 - CAE das empresas parceiras da SPV que foram caracterizadas
CAE Rev.2
CAE Rev.3
(2000 a 2006) (2007 a 2008)
Descritivo
21120
17120
Fabricação de papel e de cartão (excepto canelado)
21211
17211
Fabricação de papel e de cartão canelados (inclui embalagens)
27420
24420
Obtenção e primeira transformação de alumínio
25210
22210
Fabricação de chapas, folhas, tubos e perfis de plástico
25220
22220
Fabricação de embalagens de plástico
26131
23131
Fabricação de vidro de embalagem
37100
38321
Valorização de resíduos metálicos
37200
38322
Valorização de resíduos não metálicos
90020
381
Recolha de resíduos
382
Tratamento e eliminação de resíduos
51532
46732
Comércio por grosso de materiais de construção (excepto madeira) e equipamento sanitário
51571
46771
Comércio por grosso de sucatas e de desperdícios metálicos
51572
46772
Comércio por grosso de desperdícios têxteis, de cartão e papéis velhos
De referir que a informação recolhida representa a maior parte e as mais relevantes empresas
atualmente associadas à SPV ou que tiveram associação com a SPV entre os anos 2000 e 2009, embora
não tenha sido possível identificar e caracterizar a totalidade do universo das empresas no período
analisado.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Tal deveu-se ao facto do processo de identificação de algumas empresas ter sido dificultado por várias
razões, nomeadamente:



A existência de várias localidades associadas à empresa (por exemplo, a sede social ser numa
local diferente da instalação fabril).
As empresas apresentaram diferentes atividades económicas (por exemplo, existência de uma
atividade económica principal e de uma ou várias atividades económicas secundárias).
Existir desfasamento no início da atividade da empresa (por exemplo, fusão com uma nova
empresa poderá levar a alteração do ano de constituição) ou cessação da atividade por falência
ou liquidação.
4.3.3 Resultados
4.3.3.1
Evolução do N.º de Parceiros da SPV
Na tabela 4.3 e figura 4.1 apresenta-se a evolução do número de empresas parceiras da SPV ao longo da
última década. Podem igualmente encontrar-se na referida tabela os dados relativos às “empresas não
SIGRE” existentes a nível nacional, mas que apresentam o mesmo CAE de 5 dígitos que estas.
Tabela 4.3- Evolução do número de empresas do SIGRE (2000-2009)
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
SIGRE (desagregadas
por tipo de operador)
SMAUT
13
15
15
19
20
22
23
23
24
25
2
3
3
3
4
4
4
4
4
4
Retomador
34
34
34
35
36
37
38
40
39
40
OGR
18
19
22
24
26
29
28
34
35
36
Retom. / OGR
20
24
24
25
26
29
31
31
33
33
87
95
98
106
112
121
124
132
135
138
2.605
2.752
2.884
3.024
2.970
2.998
3.020
2.995
3.005
2.860
SMAUT/OGR
Total SPV
Não SIGRE (dentro do
mesmo universo CAE)
45
40
N.º de empresas
35
30
25
20
15
10
5
0
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
Ano
SMAUT
SMAUT/OGR
Retomador
OGR
Retom. / OGR
Figura 4.1 - Evolução do número de “Empresas SIGRE” (2000-2009)
Página | 76
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Como pode observar-se, o número de empresas parceiras da SPV aumentou consideravelmente ao
longo da última década. De facto, o número de SMAUT aumentou cerca de 92% (de 13 para 25)
enquanto que o número de OGR duplicou (de 18 para 36).
Por outro lado, em termos globais, no ano 2000 foram identificadas 87 empresas ligadas à SPV, sendo
que em 2009 este valor já correspondia a 138 empresas, o que se traduz num crescimento de cerca de
60%. Analisando ainda os valores da figura 4.2, pode constatar-se que a evolução do número de
empresas parceiras da SPV é mais rápida do que aquelas que possuem o mesmo CAE e que estão fora
do universo SPV. Assim, as empresas não-SIGRE no mesmo período de tempo cresceram apenas 10%.
Figura 4.2 - Evolução do número de ”Empresas SIGRE” e “Não SIGRE” com mesmo CAE entre 2000-2009
4.3.3.2
Evolução do Capital Social, Nº de Estabelecimentos e Volume de Vendas
Na tabela 4.4 encontram-se representados os dados relativos ao capital social, incluindo a sua
composição, nº de estabelecimentos e volume de vendas das empresas parceiras da SPV, entre 2000 e
2010. Estão igualmente listados os dados relativos às “empresas não SIGRE”, mas que apresentam o
mesmo CAE e ainda a totalidade do universo de CAE a nível nacional.
Página | 77
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Tabela 4.4 – Evolução do capital social, nº de estabelecimentos e volume de vendas das “Empresas SIGRE” e ”Empresas Não
SIGRE” em 2000-2009 (valores médios por empresa)
2000
Não SIGRE
(todas)
Não SIGRE
(dentro do
mesmo
universo CAE)
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
Cap. Social (mil €)
500,41
-
564,16
478,77
314,01
448,96
411,11
424,43
429,79
447,36
Cap. Soc. Privado Nacional (%)
98,52
98,60
98,69
98,42
98,37
98,34
98,34
98,28
98,26
98,25
Cap. Soc. Público (%)
0,13
0,19
0,21
0,21
0,17
0,19
0,19
0,20
0,19
0,19
Cap. Soc. Estrangeiro (%)
1,35
1,21
1,10
1,36
1,46
1,48
1,47
1,52
1,55
1,55
Nº Estabelecimentos
1,16
1,16
1,15
1,16
1,16
1,16
1,17
1,17
1,17
1,16
Vendas (milhões de €)
0,84
0,91
1,12
0,92
0,89
0,85
0,93
1,00
1,06
1,10
Cap. Social (mil €)
295,27
-
333,35
368,93
349,96
340,42
346,44
414,62
377,65
488,36
Cap. Soc. Privado Nacional (%)
97,98
98,26
98,22
97,44
96,74
97,15
97,29
97,62
97,63
97,75
Cap. Soc. Público (%)
0,23
0,13
0,21
0,31
0,38
0,38
0,37
0,08
0,08
0,08
Cap. Soc. Estrangeiro (%)
1,79
1,61
1,57
2,25
2,88
2,47
2,34
2,30
2,29
2,17
Nº Estabelecimentos
1,10
1,11
1,10
1,12
1,12
1,12
1,13
1,11
1,12
1,12
Vendas (milhões de €)
1,20
1,25
1,38
1,43
1,44
1,52
1,58
1,73
1,76
1,83
Cap. Social (mil €)
2216,74
2146,25
3087,09
2221,01
2428,39
2050,74
2122,29
1867,63
2253,49
2300,00
Cap. Soc. Privado Nacional (%)
87,66
90,79
87,91
79,45
79,56
80,57
80,22
80,94
81,35
79,86
Cap. Soc. Público (%)
7,75
4,09
7,57
12,68
13,80
14,14
14,49
13,74
13,44
13,78
Cap. Soc. Estrangeiro (%)
4,59
5,11
4,53
7,87
6,64
5,30
5,29
5,31
5,21
6,36
Nº Estabelecimentos
1,40
1,45
1,44
1,65
1,68
1,66
1,68
1,68
1,71
1,80
Vendas (milhões de €)
10,53
7,11
8,40
6,74
6,63
7,43
7,89
8,25
9,62
11,71
SIGRE
Em termos médios, as empresas associadas à SPV apresentam um capital social consideravelmente
superior às empresas não associadas à SPV mas que pertencem aos mesmos setores de atividade
económica que as primeiras. Tipicamente, as empresas associadas à SPV detêm uma maior
percentagem de capital estrangeiro do que outras empresas da economia portuguesa (devido aos
OGR/Retomadores, ver tabela 4.5) e o mesmo se verifica no que respeita à participação pública no
capital social (neste caso devido aos SMAUT-ver tabela 4.5).
No que respeita à dimensão das empresas e considerando os parâmetros volume de vendas e o número
de trabalhadores, pode concluir-se que as empresas associadas à SPV e ao SIGRE são maiores do que
as suas congéneres (i.e., dos mesmos setores de atividade económica) e o mesmo sucede em relação ao
universo de empresas nacional.
As estatísticas descritivas indicam que as empresas associadas à SPV empregam entre seis a sete vezes
mais trabalhadores do que as restantes empresas da economia portuguesa (ver capítulo 5). Em termos
financeiros, o indicador usado aponta para uma relação entre cinco a seis vezes mais facturação (volume
de vendas) das empresas associadas à SPV comparativamente com as suas congéneres não associadas.
Página | 78
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Tabela 4.5 – Evolução do capital social, nº de estabelecimentos e volume de vendas das “Empresas SIGRE”, desagregadas por
tipo de operador, em 2000-2009 (valores médios por empresa)
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
Cap. Social (mil €)
4850,07
3912,94
4437,84
3802,42
3725,85
3587,56
3652,79
3816,77
3978,21
4002,66
Cap. Soc. Privado Nacional (%)
45,75
74,07
47,57
30,71
29,58
25,60
27,81
27,59
30,70
29,42
Cap. Soc. Público (%)
54,25
25,93
52,43
63,41
65,16
69,40
67,64
67,87
64,96
66,42
Cap. Soc. Estrangeiro (%)
0,00
0,00
0,00
5,88
5,26
5,00
4,55
4,55
4,35
4,17
Nº Estabelecimentos
2,31
2,20
2,47
3,26
3,35
3,18
3,17
3,26
3,17
3,44
Vendas (milhões de €)
3,75
5,74
6,83
6,10
6,56
7,02
7,48
8,45
8,30
9,26
SMAUT
Cap. Social (mil €)
3388,09
3733,24
6205,11
3831,86
3965,15
3667,45
3616,49
2908,76
4084,40
4216,09
Cap. Soc. Privado Nacional (%)
91,59
88,65
90,03
88,06
88,19
91,08
91,05
91,28
91,22
89,50
Cap. Soc. Público (%)
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Cap. Soc. Estrangeiro (%)
8,41
11,35
9,97
11,94
11,81
8,92
8,95
8,72
8,78
10,50
Nº Estabelecimentos
1,29
1,35
1,38
1,31
1,33
1,32
1,34
1,33
1,36
1,35
Retomador
Vendas (milhões de €)
23,29
14,16
16,60
12,80
12,87
13,24
13,76
12,55
16,37
20,88
Cap. Social (mil €)
303,28
260,90
415,79
440,94
404,08
358,86
352,21
323,39
358,00
352,06
Cap. Soc. Privado Nacional (%)
93,75
94,74
95,45
86,28
92,00
93,45
96,43
95,61
95,74
95,86
Cap. Soc. Público (%)
0,00
0,00
0,00
1,54
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Cap. Soc. Estrangeiro (%)
6,25
5,26
4,55
12,17
8,00
6,55
3,57
4,39
4,26
4,14
Nº Estabelecimentos
1,28
1,21
1,00
1,08
1,12
1,14
1,07
1,09
1,20
1,17
Vendas (milhões de €)
1,17
1,19
1,07
1,69
1,13
1,62
1,67
1,85
2,07
2,24
Cap. Social (mil €)
376,64
474,48
635,27
565,65
1419,78
627,25
762,30
785,20
812,40
826,34
Cap. Soc. Privado Nacional (%)
100,00
100,00
100,00
100,00
100,00
100,00
96,67
96,77
96,88
93,94
OGR
Cap. Soc. Público (%)
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Cap. Soc. Estrangeiro (%)
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
3,33
3,23
3,13
6,06
Nº Estabelecimentos
1,15
1,21
1,13
1,32
1,35
1,34
1,26
1,29
1,30
1,52
Vendas (milhões de €)
2,50
3,30
5,09
3,88
4,18
6,69
7,04
9,58
10,52
13,10
Cap. Social (mil €)
212,47
641,65
650,00
1356,67
1642,50
1642,50
2100,26
2125,26
2125,26
2125,26
Cap. Soc. Privado Nacional (%)
100,00
100,00
100,00
38,33
28,75
28,75
28,75
30,00
30,00
30,00
Cap. Soc. Público (%)
0,00
0,00
0,00
60,00
70,00
70,00
70,00
70,00
70,00
70,00
Cap. Soc. Estrangeiro (%)
0,00
0,00
0,00
1,67
1,25
1,25
1,25
0,00
0,00
0,00
Nº Estabelecimentos
1,00
2,33
2,67
2,67
2,25
2,50
3,75
4,25
4,25
4,25
Vendas (milhões de €)
2,19
1,95
3,51
4,35
2,44
3,58
4,44
8,23
10,29
9,21
Retom. / OGR
SMAUT/OGR
4.4 IMPACTE ECONÓMICO DA GESTÃO DE RESÍDUOS DE EMBALAGENS
EM PORTUGAL
4.4.1 Âmbito e objetivos da avaliação
O âmbito da avaliação realizada inclui os impactos diretos e indiretos relacionados com as atividades
do SIGRE, no que respeita aos resíduos urbanos de embalagens. Com a análise realizada pretendeu-se:

Identificar os efeitos diretos e indiretos no resto da economia da gestão de resíduos de
embalagens através do SIGRE, relativamente a quadro indicadores: valor acrescentado, salários
e volume de negócio.
Página | 79
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final

Comparar os efeitos diretos e indiretos no resto da economia da gestão de resíduos de
embalagens através do SIGRE com os de outras atividades económicas.

Identificar o efeito sobre o Produto Interno Bruto (PIB) da gestão de resíduos de embalagens
através do SIGRE, através da comparação da situação atual com um cenário alternativo sem
SIGRE.
4.4.2 Metodologia utilizada
Neste estudo, a quantificação de efeitos indiretos utiliza a Análise de Entradas-Saídas (AES) (Miller e
Blair, 2009). Este domínio científico da economia foi desenvolvido por Wassily Leontief, nos anos 40.
Desde então tem sido aplicado em inúmeros países ao estudo do impacto indireto de variados setores
de atividade. Esta técnica permite a identificação de multiplicadores, valores que indicam o efeito direto
e indireto gerado no resto da economia por um dado ramo de atividade económica. Em seguida
discutem-se os conceitos de efeito direto e indireto e apresentam-se as expressões de cálculo dos
multiplicadores.
No decurso da sua atividade económica, uma empresa necessita de recursos, como trabalho,
importações, etc. (efeitos diretos). Uma empresa efetua também compras de bens e serviços a outras
empresas, as quais vão necessitar de recursos (efeitos indiretos de primeira ordem). Estas últimas por
sua vez efetuam aquisições junto de outras empresas (efeitos indiretos de segunda ordem), e por aí
adiante.
No presente estudo são quantificados efeitos indiretos sobre três tipos de recursos: valor acrescendo
bruto (VAB), salários e volume de negócios. Para cada um deles foi calculado o multiplicador de Leontief
de tipo I, que indica qual a soma dos efeitos diretos e indiretos resultantes do consumo de uma unidade
de recurso dum certo ramo de atividade e é calculado através da fórmula:
mi = (Σj dj Lij)/di ,
em que dj é o coeficiente direto do ramo de atividade, que indica o consumo de recurso por volume de
negócios, e Lij é um elemento da matriz inversa de Leontief, que se calcula através da seguinte
expressão:
-1
L = (I – A) ,
onde I é a matriz identidade e A é a matriz dos coeficientes técnicos, que por sua vez se calcula através
da expressão:
-1
A = Z [diag(x)] .
A matriz Z descreve o conjunto de transações entre ramos de atividade na economia nacional. O vetor x
indica o volume de vendas totais de cada ramo de atividade. A matriz Z e o vetor x, juntamente com o
vetor de procura final, y, e com o vetor de valor acrescentado, v, descrevem o conjunto de transações
que têm lugar na economia nacional, relacionando-se de acordo com as seguintes expressões:
x = Ze + y;
x' = e'Z + v',
onde e é um vetor de entradas unitárias, todos os vetores estão em formato coluna e ' representa a
matriz transposta. Em seguida descrevem-se os dados que compõem os elementos de Z, x, y e v.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Como revisto por Cruz et al. (2012), a SPV desempenha um papel crucial na estrutura de gestão de
resíduos de embalagens em Portugal. A SPV cobra um valor VPV aos embaladores aderentes ao sistema
para financiamento do SIGRE e utiliza as receitas resultantes desta cobrança para apoiar
financeiramente os SMAUT, com o intuito de incentivar a separação dos resíduos de embalagens (este
apoio pode ser desagregado em vários incentivos, VC-RS, VC-IC, VIC). Os SMAUT são responsáveis pela
recolha, separação e tratamento/valorização tanto dos resíduos recolhidos seletivamente, como dos
indiferenciados.
Os materiais para reciclagem são leiloados pela SPV, recebendo esta (ou pagando, conforme os casos)
um Valor Líquido de Retoma (VLR) dos/aos retomadores. Para além da reciclagem de resíduos urbanos,
a SPV também oferece um incentivo financeiro (VIM) aos gestores de resíduos não urbanos que
recolhem resíduos de embalagens diretamente das indústrias embaladoras e os encaminham para
reciclagem (sistema Extra-Urbano).
O modelo mínimo necessário para analisar o impacto económico do SIGRE envolve quatro classes de
setores: a entidade gestora dos resíduos de embalagens (SPV), o setor de gestão de resíduos sólidos
(MWS), os retomadores/recicladores (REC) e o resto da economia (ROE), que é constituído por vários
setores. Este modelo está descrito na tabela 4.6, que indica quais os elementos não-nulos de Z, x, y e v.
As fontes de informação e o seu processamento são descritos em seguida e os valores de base são
apresentados em anexo.
Tabela 4.6 - Interacção entre os setores do SIGRE e o resto da economia nacional
Z
ROE
SPV
MWS
ROE
A
B
C
SPV
F
MWS
L
v'
O
y
E
G
J
REC
REC
P
K
Q
Modelação do Resto da Economia (ROE)
O setor ROE (componentes A, E e O da tabela 4.6) foi modelado usando as tabelas AES simétricas
produto-por-produto de 2008 em preços básicos produzida pelo DPP (Dias e Domingos, 2011), com uma
agregação de 85 setores usando a classificação oficial CAE Rev.3 de dois dígitos (INE, 2007). O
investimento foi endogeneizado usando a tabela C.3 das Contas Nacionais (www.ine.pt) e a metodologia
descrita em Lenzen and Treloar (2005).
Modelação da Gestão de Resíduos de Embalagens (SPV)
O setor SPV foi caracterizado usando o relatório de atividade e contas da empresa relativo a 2009 (SPV,
2009, p. 20). As componentes B e P são as compras da SPV a outras empresas e fatores primários; a
componente F é a taxa VPV paga pelos embaladores de embalagens; a componente G é o pagamento
VLR recebido dos retomadores; a componente J é o apoio financeiro ao tratamento de resíduos.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Modelação do Setor de Resíduos Sólidos Urbanos (MWS)
O setor de resíduos urbanos (MWS) representa a recolha, triagem e tratamento de resíduos de
embalagens que é efetuada nos SMAUT (e não da totalidade dos resíduos sólidos urbanos
indiferenciados) que é efetuada pelos SMAUT. As entradas C, K e Q da tabela 4.6 foram modeladas a
partir das fontes referidas em seguida.
Cruz et al. (2012, p. 13-14) apresenta informação geral sobre os custos correntes e depreciação das
operações de recolha e triagem de resíduos de embalagens. Os custos de recolha foram desagregados
usando a caracterização de Lavita (2008, pp. 45-48). Os custos de triagem foram desagregados
utilizando os valores médios resultantes do inquérito levado a cabo por Rodrigues (2009, p. 125).
Tanto Lavita (2008) como Rodrigues (2009) são estudos de pequena escala. A estrutura de custos por
eles descrita foi extrapolada para o conjunto do país utilizando informação complementar presente em
SPV (2010), que descreve os fluxos físicos de resíduos envolvendo cada município.
Para estimar outros fluxos não descritos nos estudos anteriormente referidos, tais como as despesas de
financiamento, recursos humanos e atividades ancilares foram também utilizadas outras fontes: o
relatório da ERSAR (2011), que descreve fluxos económicos para alguns serviços municipalizados; o
relatório da LIPOR (2010), que fornece um relatório de contas razoavelmente detalhado; e o modelo
WIO,
descrito
por
Nakamura
e
Kondo
(2002)
e
que
pode
ser
acedido
em
http://www.f.waseda.jp/nakashin/WIO.html.
Modelação do Setor de Retomadores (REC)
Por fim, o setor REC foi tratado como um setor estritamente intermediário, que recebe fluxos físicos de
resíduos separados da SPV e que entrega esses fluxos físicos ao setor produtivo correspondente, sem
incorrer em despesas ou recebimentos adicionais. Deste modo, a entrada L na tabela 4.6 foi obtida
diretamente a partir de SPV (2009).
Nos resultados são apresentados valores para a atividade de retomadores de papel, plástico, vidro e
metal (aço e alumínio), caracterizados a partir dos dados de ROE com os CAE respetivos de 17, 22, 23 e
24. Para conhecer a alavancagem específica associada à retoma destes materiais considerou-se que a
fração da atividade de cada um destes setores afeta à retoma é dada pela razão entre o VLR
correspondente e as aquisições intersetoriais.
Por fim, nos resultados são também apresentados valores para o SIGRE no seu conjunto, sendo este
compreendido como a SPV, o setor de MWS e os vários retomadores.
Finalmente, tendo por base a modelação realizada, realizou-se uma análise de incerteza aos resultados
obtidos, que se encontra em anexo e que mostram que os resultados obtidos são consistentes.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
4.4.3 Resultados
4.4.3.1
Valor acrescentado, Salários e Volume de Negócios Total
A tabela 4.7 apresenta os multiplicadores de tipo I para o SIGRE e setores representativos da economia
24
portuguesa . Cada entrada da tabela indica o impacto no conjunto da economia dum efeito num setor
em particular, relativamente a valor acrescentado bruto (VAB), salários e volume de negócios.
Os resultados indicam que por cada Euro de valor acrescentado do setor de SIGRE, são gerados
adicionalmente 1,25 Euros de valor acrescentado no resto da economia; por cada Euro de salários são
adicionalmente pagos 1,30 Euros de salários no resto da economia; e por cada Euro de volume de
negócios circulam adicionalmente na economia 1,04 Euros de volume de negócios.
Em anexo são apresentados adicionalmente os multiplicadores para os 85 ramos de atividades
económicos analisados neste trabalho.
Tabela 4.7 - Multiplicadores de tipo I (Euro/Euro), do SIGRE e a ele associados e representativos da economia portuguesa (por
ordem decrescente de multiplicador de VAB)
Setores
VAB
Salários
Volume de negócios
Transporte marítimo
3,82
3,94
2,63
Gás natural
3,34
8,38
2,02
Produtos químicos
2,85
2,86
1,97
Produtos petrolíferos
2,34
2,81
1,26
Produtos agrícolas
2,28
2,90
2,33
Telecomunicações
2,03
3,18
2,10
Produtos metálicos
1,93
1,78
1,88
Serviços de instalação/reparação de
máquinas e equipamento
1,84
1,77
1,82
Serviços imobiliários
1,79
5,30
2,50
Produtos florestais
1,43
2,10
1,66
SPV
5,35
10,11
1,99
MWS
1,32
1,31
1,65
Retomadores papel
2,84
3,07
2,33
Retomadores plástico
2,09
2,03
1,84
Retomadores vidro
2,34
2,28
2,20
Retomadores metais
3,14
3,29
1,96
SIGRE
2,25
2,30
2,04
24
Os multiplicadores do Tipo I identificam o valor das transacções diretas e indiretas relativamente ao valor das transacções
diretas (e.g. o rendimento de um setor e todos os outros rendimentos das compras efetuadas por esse setor aos seus
fornecedores).
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
A análise dos multiplicadores do SIGRE oferece uma visão global do papel da gestão de resíduos de
embalagens na economia. Relativamente ao efeito no valor acrescentado o SIGRE ocupa a 28ª posição,
em 88 ramos de atividade económica (ver tabela em Anexo); relativamente aos salários ocupa a 25ª
posição e em relação ao volume de negócios a 32ª posição. É possível dizer que este é um setor cujo
impacto na economia portuguesa é significativo, pois encontra-se no terço superior dos ramos de
atividade com maior efeito multiplicador. Os resultados obtidos relativos à gestão global dos resíduos de
embalagens são consistentes com os apurados em outros estudos semelhantes. A tabela 2.14 mostra
que o multiplicador de VAB da indústria da reciclagem e reutilização nos EUA é de 2,43, o multiplicador
de salários é de 2,18 e o de Volume de Negócios é de 1,7.
O SIGRE tem como componentes: a entidade gestora (SPV), a gestão de resíduos (MWS) e os
retomadores dos vários tipos de materiais recuperados. Pela análise da tabela pode verificar-se, que a
atividade da SPV tem um forte impacto no valor acrescentado e nos salários. Tal deve-se sobretudo ao
facto da SPV limitar o seu valor acrescentado e ter um baixo número de trabalhadores em relação ao
seu volume de negócios. O setor MWS tem multiplicadores inferiores a 2, porque as atividades de
recolha, triagem e tratamento de resíduos dos SMAUT efetuam poucas aquisições de bens e serviços a
outros ramos de atividade, relativamente às despesas com fatores primários, sobretudo trabalho e
custos de financiamento. Dentro dos vários retomadores, o metal e o papel apresentam os maiores
efeitos indiretos no valor acrescentado e salários. Relativamente ao volume de negócios, há uma menor
variação do multiplicador por tipo de retoma. Estes resultados são consistentes com os valores da
literatura revistos nas tabelas 2.15 e 2.16.
A tabela 4.8 apresenta o multiplicador de tipo I do SIGRE desagregado pelos diferentes ramos da
economia nacional. Relativamente ao VAB, o setor onde a atividade do SIGRE tem maior repercussão é o
setor da recolha, triagem e tratamento de resíduos (MWS). Dos 2,25 Euros de VAB gerados na economia
por um Euro de valor acrescentado do SIGRE, 64 cêntimos são gerados no setor MWS, 34 cêntimos no
setor do papel e cartão, 12 cêntimos no setor dos artigos de borracha e plástico e 9 cêntimos nos
setores de construção de edifícios e vendas para grosso.
Em termos de salários, a maior influência do SIGRE é ao nível do setor MWS. Seguido pelos setores do
papel e cartão e artigos de borracha e plástico. Sendo que, do efeito de 2,30 Euros que o setor do SIGRE
tem nos salários, 73 cêntimos ocorrem no setor MWS, 29 cêntimos no setor do papel e cartão e 13
cêntimos no setor dos artigos de borracha. Seguidamente, o efeito do SIGRE faz-se sentir sobretudo nos
setores de vendas para grosso e construção de edifícios, onde o efeito é de cerca de 10 cêntimos.
Relativamente ao volume de negócios, verifica-se que o setor onde a atividade do SIGRE se repercute
mais é o setor do papel e cartão, seguido pelo setor MWS. Do efeito multiplicador de 2,04 Euros de
volume de negócios de cada Euro de volume de negócios do SIGRE, 41 cêntimos são gerados no setor do
papel e cartão, 31 cêntimos no setor MWS, 19 cêntimos na SPV, 14 cêntimos no setor dos artigos de
borracha e plástico e 11 cêntimos no setor da eletricidade.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Tabela 4.8 - Desagregação do multiplicador de tipo I do SIGRE por ramo de atividade (Euro/Euro), por ordem decrescente de
multiplicador de VAB
Setor
VAB
Salários
Volume de
Negócios
MWS
0,643
0,733
0,317
Papel e cartão
0,340
0,292
0,410
Artigos de borracha e plástico
0,121
0,134
0,135
Construção de edifícios
0,089
0,101
0,083
Vendas para grosso (excepto veículos)
0,088
0,102
0,056
Eletricidade
0,075
0,033
0,111
SPV
0,070
0,037
0,191
Outros produtos minerais não metálicos
(vidro)
0,069
0,075
0,064
Serviços financeiros
0,060
0,054
0,028
Engenharia civil
0,059
0,074
0,064
Transporte terrestre
0,058
0,074
0,045
Instalação/reparação de máquinas e
equipamento
0,049
0,059
0,039
Produtos florestais
0,038
0,012
0,017
Duma forma global, os setores de recolha, triagem e tratamento de resíduos (MWS), papel e cartão,
artigos de borracha e plástico, construção de edifícios, vendas para grosso e eletricidade são os que
beneficiam mais, de forma direta e indireta, da atividade do SIGRE.
Em anexo é apresentado adicionalmente o efeito desagregado do multiplicador de tipo I do SIGRE para
os 85 ramos de atividades económicos analisados neste trabalho.
A tabela 4.9 mostra a alavancagem efetuada pelo SIGRE em vários setores da economia, em valores
absolutos. A alavancagem é entendida aqui como o valor monetário dos efeitos indiretos dum dado
setor (neste caso os vários ramos de atividade que compõe o SIGRE) nos restantes setores da economia.
A alavancagem total do SIGRE é de 147 milhões de Euros de VAB, 80 milhões de Euros de salários e 391
milhões de Euros de volume de negócios. Estes valores devem ser contrastados com o impacto direto do
SIGRE, que é, respetivamente, de 117 milhões de Euros no valor acrescentado bruto da economia
doméstica, 61 milhões em termos salariais e 377 milhões no que se refere ao volume de negócios.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Tabela 4.9 - Alavancagem do SIGRE por ramo de atividade (milhões de Euros), por ordem decrescente de alavancagem em VAB.
VAB
Salários
Volume de
Negócios
MWS
24,78
14,83
39,37
Construção de edifícios
10,39
6,23
31,46
Vendas para grosso (excepto veículos)
10,30
6,26
21,27
Eletricidade
8,79
2,05
42,01
Serviços financeiros
7,00
3,29
10,72
Engenharia civil
6,87
4,57
24,07
Transporte terrestre
6,76
4,56
17,15
Instalação/reparação de máquinas e
equipamento
5,76
3,62
14,81
Máquinas e equipamento
4,28
2,85
13,38
Papel e cartão
2,94
1,33
11,43
Produtos químicos
2,02
1,06
11,08
Combustíveis
0,85
0,33
15,61
Setor
Globalmente, o setor que mais beneficia da alavancagem do SIGRE é o setor de recolha, triagem e
tratamento de resíduos de embalagens (MWS). Em seguida surgem alguns ramos de atividade exteriores
ao SIGRE (construção, vendas por grosso, eletricidade, etc.).
Dentro dos ramos de atividades que compõe o SIGRE os retomadores de papel e cartão são o setor que
mais alavancagem tem do SIGRE, a seguir a MWS. O setor onde a alavancagem de VAB é maior é MWS,
com 25 milhões de Euros; o valor correspondente para salários é de 15 milhões, e ocorre também no
MWS; por fim, o valor correspondente para volume de negócios é de 42 milhões e ocorre para
eletricidade.
4.4.3.2
Comparação de Cenários de Gestão Resíduos de Embalagens
Tendo em conta o atual panorama relacionado com a gestão de resíduos de embalagens no SIGRE, que
é gerido pela SPV, procurou-se adicionalmente avaliar as consequências económicas de um cenário
alternativo em que não ocorrem separação e reciclagem de resíduos de embalagens. O efeito sobre o
valor acrescentado bruto desta alteração foi modelado da seguinte forma:
Variação de VAB = A + B + C + D,
onde cada um dos termos A, B, C e D é descritos abaixo:

A (Efeito da eliminação do VPV):
Na ausência do SIGRE, os embaladores já não têm de pagar o Valor Ponto Verde (VPV). Para
estudar o efeito que esta redução nos custos de produção tem no consumo adicional das
famílias consideraram-se dois casos-limite. Primeiro, se o preço do produto permanecer
constante, o valor acrescentado das companhias embaladoras aumenta, providenciando
rendimento adicional para os acionistas nacionais. Segundo, se o preço do produto refletir a
redução dos custos de produção, os consumidores têm mais rendimento disponível para
gastar. Assim, considerou-se que o cabaz de compras do consumidor médio se mantém
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
inalterado e que a poupança no VPV se manifesta diretamente como um aumento do
consumo médio das famílias. O aumento da procura final estimula o consumo de produtos
domésticos e importados, sendo que o primeiro contribui para o valor acrescentado e o
segundo não. Considerando um total de VPV de 56 milhões de Euros (SPV, 2009), o efeito
líquido do aumento da procura devido à eliminação do VPV é de +45 milhões de Euros.

B (Efeito dos encargos com o tratamento de resíduos indiferenciados):
No cenário alternativo, é necessário considerar o destino dos resíduos de embalagens que
são atualmente reciclados, e que passam a ser tratados. Considerou-se que a sua gestão
seria idêntica à dos resíduos sólidos urbanos indiferenciados. Tal significa um aumento dos
encargos com as operações de recolha indiferenciada e tratamento (aterro e incineração),
que têm que ser suportados pelos municípios e famílias, reduzindo o rendimento disponível
para consumo. De acordo com Cruz et al. (2012), o custo médio do tratamento de resíduos
separados e indiferenciados é, respetivamente de 189 e 103 Euro/t. Considerando um
volume total de resíduos separados a partir de SPV (2010), e uma comparticipação atual de
60 milhões de Euros da SPV às SMAUT (VC-RS, VC-CI e VIC), conclui-se que os atuais encargos
das famílias com a recolha e triagem de resíduos de embalagens são de 26 milhões de Euros.
No cenário alternativo estes resíduos passam ao circuito de recolha indiferenciada
integralmente suportada pelas famílias, num valor de 47 milhões de Euros. Considerando
que este aumento se reflete numa redução de consumo por parte das famílias de 21 milhões
de Euros, o efeito sobre o VAB é de -17 milhões de Euros.

C (Efeito da operação de tratamento de resíduos indiferenciados):
No cenário alternativo o VAB dos setores da SPV e do MWS (no valor de 8 e 51 milhões de
Euros) desaparece. Os resíduos de embalagens presentemente recolhidos de forma seletiva
passarão a ter o mesmo tratamento dos RSU produzidos (SPV, 2010). Esta alteração provoca
um aumento de 9% do VAB atualmente gerado pela atividade de tratamento de RSU
indiferenciado.
Considerando um custo de tratamento de RSU indiferenciado de 103 Euro/t (Cruz et al.,
2012) e o total de RSU produzidos indicado acima, o custo total de tratamento de RSU é de
538 milhões de Euros, o que representa 21% do total de despesas do CAE 37, que engloba o
tratamento de RSU. Como o VAB do CAE 37 é de 977 milhões de Euros, considerámos que o
VAB de tratamento de RSU é de 202 milhões de Euros, e por consequência, a adição de
458324 toneladas de resíduos indiferenciados no cenário alternativo leva a um aumento do
VAB de 18 milhões de Euros.
O efeito resultante sobre o VAB é de -41 milhões de Euros.

D (Efeito da eliminação da retoma de resíduos de embalagem):
No cenário alternativo, os ramos de atividade que atualmente retomam resíduos de
embalagens separados como fatores de produção passam a ter que obter essas matériasprimas por outras fontes. Assumiu-se que o valor de mercado de produtos secundários é
semelhante àquele dos produtos principais que substituem, tomando em atenção a perda de
qualidade dos produtos reciclados (Nakamura e Kondo, 2002). Considerou-se igualmente
que estas matérias-primas de substituição são importadas. Assim, considerou-se uma quebra
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
de VAB nos setores de retoma, no valor de 37, 13, 6 e 3 milhões de Euros (respetivamente
para os setores de papel, plástico, vidro e metais). Estes valores foram obtidos considerando
que razão entre o VAB do subsetor de retoma e o VAB do ramo de atividade mais agregado é
idêntica à razão entre o VLR e o valor de trocas intersetoriais do ramo de atividade mais
agregado. A retoma de papel é um subsetor do CAE 17, a retoma de plástico é um subsetor
do CAE 22, a retoma de vidro é um subsetor do CAE 23 e a retoma de metais é um subsetor
do CAE 24. O efeito resultante sobre o VAB é de -58 milhões de Euros.
O efeito combinado destes diferentes fatores é uma redução líquida de PIB de cerca de 71 milhões de
Euros no cenário alternativo (ausência de separação e reciclagem de resíduos de embalagens).
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
5 AVALIAÇÃO SOCIAL DO SIGRE
5.1 ENQUADRAMENTO GERAL
A avaliação social ao SIGRE foi realizada a três níveis. Em primeiro lugar, tipificaram-se os empregos
existentes nas empresas que colaboram com a SPV na recolha, triagem, tratamento e
retoma/reciclagem de resíduos de embalagens, comparando as suas estatísticas descritivas com
indicadores médios nacionais.
Em segundo lugar, com base nos resultados obtidos e com base em informação bibliográfica,
estimaram-se os empregos que estão especificamente associados à gestão de resíduos de embalagens
no âmbito do SIGRE.
Em terceiro lugar, identificaram-se resultados de projetos de responsabilidade social promovidos pela
SPV com o intuído de contribuir para uma sociedade mais justa e sustentável e que extravasam o âmbito
obrigatório de atuação da SPV
De seguida descrevem-se as avaliações realizadas, nomeadamente em termos do seu âmbito, objetivos
e metodologias empregues e apresentam-se os principais resultados obtidos.
5.2 CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESAS DE RECOLHA, TRIAGEM E
RETOMA/RECICLAGEM DOS RESÍDUOS DE EMBALAGENS
5.2.1 Âmbito e objetivos da avaliação
O âmbito da avaliação realizada são as empresas que efetuam a Recolha, Triagem e
Retoma/Reciclagem dos Resíduos de Embalagens no âmbito do SIGRE, tanto ao nível dos resíduos
urbanos de embalagens como dos resíduos não urbanos. Neste último caso, tendo em consideração o
modelo de gestão existente, excetuam-se do âmbito da análise os produtores de resíduos de
embalagens não urbanos, estando incluindo as empresas que efetuam a sua recolha para posterior
reciclagem (Operadores de Gestão de Resíduos (OGR)).
Com a análise realizada pretendeu analisar-se a representatividade das empresas parceiras da SPV face
ao universo nacional em termos de:

Nº de trabalhadores

Características dos empregos existentes, nomeadamente em termos de:
o
Género
o
Idade
o
Nacionalidade
o
Habilitações literais
o
Responsabilidade hierárquica
o
Antiguidade
o
Nº de experiências em outras empresas
o
Nível salarial
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
5.2.2 Metodologia utilizada
A metodologia utilizada, bem como as fontes de dados e as limitações associadas à avaliação são
idênticas às referidas no capítulo 4.3. tendo apenas variado o tipo de informação avaliado.
5.2.3 Resultados
5.2.3.1
Evolução do Nº de Trabalhadores
Na tabela 5.1 encontram-se representados os dados relativos ao número de trabalhadores das
empresas parceiras da SPV ao longo da última década. Estão igualmente listados os resultados relativos
às “empresas não SIGRE”, que são empresas com o mesmo CAE das empresas parceiras da SPV mas que
não efetuam a gestão de resíduos de embalagens e ainda os resultados relativos ao universo de
empresas a nível nacional.
Tabela 5.1 – Evolução do número de trabalhadores das empresas parceiras da SPV no SIGRE, em 2000-2009 (valores médios por
empresa)
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
Não SIGRE (todas)
10,03
10,02
9,39
9,27
9,24
8,99
8,99
9,01
9,09
8,87
Não SIGRE (dentro do mesmo universo CAE)
10,80
10,37
9,44
9,57
10,23
10,13
10,37
9,71
9,75
9,49
SIGRE
69,92
74,01
71,73
63,75
67,02
65,84
66,15
59,40
65,16
67,34
Nota: Ter em atenção que as empresas do SIGRE variaram ao longo dos anos (ver capítulo 4).
Os dados apresentados acima indicam que as empresas do SIGRE empregam em termos médios entre
seis e sete vezes mais trabalhadores do que as restantes empresas da economia portuguesa. Na tabela
5.2 e figura 5.1 apresentam-se os dados sobre a evolução do número de trabalhadores nas empresas
parceiras da SPV, desagregados por tipo de operador.
Tabela 5.2 – Evolução do número de trabalhadores das empresas parceiras da SPV no SIGRE, desagregadas por tipo de
operador, em 2000-2009 (valores médios por empresa)
SMAUT
Retomador
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
68,23
77,07
87,53
90,00
92,40
98,18
96,87 101,13 101,71 105,72
128,59 143,06 140,12 114,43 125,81 120,32 117,47
2007
2008
2009
94,23 113,64 109,00
OGR
13,44
13,47
11,50
12,79
11,38
12,00
14,18
14,50
15,11
17,14
Retom. / OGR
24,35
27,17
23,46
24,48
24,73
27,28
27,52
30,74
30,45
34,39
SMAUT/OGR
47,50
34,33
45,67
41,00
47,50
54,00
65,00
75,00
97,25 134,50
Nota: Ter em atenção que as empresas do SIGRE variaram ao longo dos anos (ver capítulo 4).
Página | 90
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
N.º de trabalhadores (média)
160
140
120
100
80
60
40
20
0
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
Ano
SMAUT
OGR
SMAUT/OGR
Não SPV (dentro do mesmo universo CAE)
Retomador
Retom. / OGR
SPV
Figura 5.1 - Número médio de trabalhadores por empresa no SIGRE, em 2000-2009
Pela observação da tabela 5.2 e figura 5.1, verifica-se que entre 2000 e 2009 ocorreu uma tendência de
diminuição do número médio de trabalhadores nos retomadores, verificando-se a tendência inversa nos
SMAUT e OGR. Se por um lado as empresas retomadoras tiveram uma diminuição do seu número de
trabalhadores em cerca de 15%, por outro, os SMAUT viram o seu número de trabalhadores aumentar
em 55% neste período. Estes resultados contrastam com a diminuição que ocorreu em termos médios
nos setores a que pertencem as empresas parceiras da SPV no SIGRE.
Em termos absolutos, como se pode verificar pela análise da figura 5.2, considerando a totalidade de
empresas associadas à SPV, por tipo de atividade, verifica-se o n.º de empregos dos retomadores do
SIGRE é maior que o n.º de empregos associados aos outros tipos de empresas parceiras da SPV. No
entanto, este valor, apesar de ter flutuado ligeiramente, em 2009, apresentava um valor semelhante ao
início da década, o que contrasta com a evolução do n.º de trabalhadores dos SMAUT parceiros do
SIGRE.
5000
N.º de trabalhadores
4500
4000
3500
3000
2500
2000
1500
1000
500
0
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
Ano
SMAUT
Retomador
Retom. / OGR
SMAUT/OGR
OGR
Figura 5.2 - Força de trabalho em empresas parceiras da SPV no SIGRE, em 2000-2009
Página | 91
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
5.2.3.2
Características dos Empregos Existentes
Na tabela 5.3 encontram-se reunidos os principais dados que caracterizam os trabalhadores das
parceiras da SPV no SIGRE, bem como dos trabalhadores de empresas com o mesmo CAE destas
empresas e ainda do universo de empresas a nível nacional.
Tabela 5.3 - Estatísticas descritivas dos trabalhadores das empresas parceiras da SPV no SIGRE, em 2000-2009 (valores médios)
2000
Não SIGRE
(todas)
Não SIGRE
(dentro do
mesmo universo
CAE)
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
Género (1=mulher)
0,42
0,42
0,43
0,43
0,43
0,44
0,44
0,45
0,45
Idade
37,09
37,28
37,54
37,72
37,62
37,84
38,06
38,26
38,64
Nacional (1=PT)
0,99
0,96
0,96
0,95
0,95
0,95
0,95
0,95
0,95
Habilitações (anos)
7,41
7,74
7,90
8,07
8,31
8,59
8,77
9,00
9,20
Hierarquia (1= Aprendiz; 8=Quadro Superior)
4,09
4,17
4,17
4,17
4,14
4,17
4,20
4,23
4,27
Nº anos como Empregado
9,83
9,03
9,29
9,53
9,50
9,79
10,02
10,23
10,69
Nº de experiências em diferentes empresas
1,83
1,88
1,92
1,96
2,01
2,08
2,15
2,21
2,26
Salário por hora (€)
5,58
5,63
5,58
5,72
5,73
5,74
5,70
5,77
5,80
Género (1=mulher)
0,38
0,39
0,42
0,43
0,44
0,44
0,44
0,43
0,41
Idade
38,07
38,29
38,51
38,97
38,83
39,20
37,50
37,96
38,49
Nacional (1=PT)
0,99
0,95
0,94
0,94
0,93
0,93
0,96
0,96
0,96
Habilitações (anos)
6,43
6,64
7,01
7,12
7,30
7,46
7,56
7,71
7,87
Hierarquia (1= Aprendiz; 8=Quadro Superior )
3,65
3,71
3,73
3,68
3,65
3,64
4,10
4,11
4,15
Nº anos como Empregado
9,55
8,85
8,90
9,34
9,40
9,78
10,92
11,32
11,86
Nº de experiências em diferentes empresas
1,90
1,94
1,97
2,08
2,15
2,23
2,42
2,51
2,57
Salário por hora (€)
4,66
4,69
4,89
5,01
5,06
5,01
4,60
4,67
4,69
Género (1=mulher)
0,20
0,20
0,21
0,20
0,20
0,20
0,21
0,22
0,21
Idade
39,58
39,28
39,32
39,73
39,24
39,23
39,27
39,64
39,87
Nacional (1=PT)
0,99
0,96
0,94
0,95
0,95
0,96
0,95
0,95
0,95
Habilitações (anos)
6,87
7,37
7,49
7,74
7,91
8,13
8,12
8,38
8,53
Hierarquia (1= Aprendiz; 8=Quadro Superior)
3,84
3,89
3,89
3,94
3,91
3,96
3,92
3,97
4,03
Nº anos como Empregado
14,14
12,89
12,35
12,72
12,43
12,47
12,18
12,78
13,04
Nº de experiências em diferentes empresas
1,90
1,92
1,97
1,96
2,09
2,15
2,26
2,27
2,40
Salário por hora (€)
7,17
7,21
7,06
7,43
7,33
7,41
7,33
7,35
7,13
SIGRE
Pela análise dos dados pode verificar-se que tipicamente, as empresas parceiras da SPV empregam
cerca de 21% de trabalhadores do género feminino, enquanto que as empresas do mesmo CAE destas
empregam sensivelmente o dobro (42%).
Apesar desta diferença muito significativa, o aspeto que mais se destaca na comparação dos perfis dos
trabalhadores das empresas parceiras da SPV com as restantes empresas com o mesmo CAE prendese com as remunerações dos trabalhadores, que são consideravelmente mais elevadas nas primeiras.
Um dos fatores que poderá explicar esta diferença é o facto dos trabalhadores das empresas parceiras
da SPV terem maior antiguidade na empresa.
Página | 92
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Outro dos aspetos reconhecidos como relevantes na economia de trabalho, que se pode observar nesta
análise comparativa, consiste no facto dos trabalhadores das empresas parceiras da SPV serem em
média mais velhos dos que os trabalhadores das restantes empresas com o mesmo CAE. Por outro lado,
os trabalhadores das empresas integrantes do SIGRE têm igualmente maior número de anos de
escolaridade do que os trabalhadores e permanecem um número médio de anos como empregado
bastante superior.
Finalmente, ao longo da última década verificou-se nas empresas parceiras da SPV um ligeiro aumento
na contratação de trabalhadores estrangeiros e mulheres, tendência que se registou igualmente no
universo das restantes empresas com o mesmo CAE.
De referir que os resultados obtidos são coerentes com o âmbito mais alargado da gestão de resíduos a
nível nacional, considerando outros resíduos (ver capítulo 2.3.2, por exemplo a participação na força de
trabalho de mulheres). Tal deve-se ao facto de, por um lado, grande parte dos operadores do SIGRE
realiza igualmente a gestão de outros tipos de resíduos e por outro, a atividade de gestão de resíduos de
embalagens é muito similar à dos restantes resíduos.
Na tabela 5.4 apresentam-se as estatísticas descritivas médias da força de trabalhado das empresas
integrantes do SIGRE, desagregadas por tipo de operador.
Pelo apresentado, por exemplo, verifica-se que os SMAUT contrataram tendencialmente mais mulheres
ao longo dos últimos anos, verificando-se também uma maior contratação de trabalhadores
estrangeiros. Os retomadores parecem privilegiar a contratação de trabalhadores mais velhos, tendo
estas empresas os trabalhadores com maior antiguidade, ou seja, anos de experiência na própria
empresa.
Em termos de habilitações, verifica-se que no ano de 2000, o número médio de anos de escolaridade
era superior nos OGR, sendo que no final da última década, esse aspeto alterou-se significativamente,
sendo possível verificar que em 2009 os trabalhadores empregues pelos retomadores são aqueles que
apresentam maiores habilitações.
Página | 93
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Tabela 5.4 – Estatísticas descritivas dos trabalhadores em empresas parceiras da SPV no SIGRE, desagregadas por tipo de
operador, em 2000-2009 (valores médios)
2000
Género (1=mulher)
Idade
SMAUT
2006
2007
2008
2009
0,16
0,17
0,18
0,18
0,19
0,20
0,21
0,21
36,68 36,56
37,42
37,75
37,97
38,48
38,94
39,34
39,99
0,96
0,96
0,96
0,96
0,97
0,96
0,96
0,97
7,65
7,67
7,65
7,79
7,89
8,01
8,07
8,14
8,17
Hierarquia (1= Aprendiz; 8=Quadro Superior)
3,87
3,61
3,63
3,51
3,63
3,64
3,67
3,73
3,86
Nº anos como Empregado
7,57
7,12
7,53
8,14
8,49
9,24
9,87
10,32
11,06
Nº de experiências em diferentes empresas
2,39
2,34
2,33
2,35
2,40
2,45
2,48
2,50
2,60
Salário por hora (€)
6,85
6,77
6,65
6,65
6,73
6,86
6,56
6,75
6,85
Género (1=mulher)
0,21
0,21
0,21
0,19
0,19
0,18
0,18
0,19
0,18
40,68 40,56
40,75
41,14
40,53
40,33
40,27
40,68
40,63
Nacional (1=PT)
1,00
0,97
0,95
0,96
0,96
0,96
0,96
0,96
0,96
Habilitações (anos)
6,73
7,42
7,48
7,79
7,97
8,25
8,18
8,53
8,79
Hierarquia (1= Aprendiz; 8=Quadro Superior)
3,83
3,99
3,96
4,06
4,03
4,10
4,05
4,08
4,12
16,51 15,48
15,43
15,59
15,52
15,31
14,96
15,60
15,70
Nº de experiências em diferentes empresas
1,78
1,78
1,81
1,77
1,91
1,92
2,07
2,04
2,10
Salário por hora (€)
7,52
7,74
7,64
8,13
8,00
8,13
8,37
8,20
7,87
Género (1=mulher)
0,28
0,29
0,31
0,30
0,31
0,30
0,32
0,31
0,26
35,13 33,90
34,95
35,83
35,95
36,59
36,98
37,35
37,63
Nacional (1=PT)
0,99
0,94
0,90
0,90
0,95
0,97
0,93
0,93
0,92
Habilitações (anos)
7,95
7,25
8,25
8,33
8,63
8,83
8,83
8,71
8,51
Hierarquia (1= Aprendiz; 8=Quadro Superior)
4,10
3,65
4,07
4,01
4,09
4,02
4,06
3,91
3,87
Nº anos como Empregado
7,53
6,43
7,21
7,70
8,31
8,64
8,54
8,90
9,49
Nº de experiências em diferentes empresas
2,23
2,13
2,16
2,20
2,31
2,51
2,38
2,45
2,68
Salário por hora (€)
6,18
4,96
5,75
5,86
6,03
6,57
6,59
6,40
5,52
0,22
0,27
0,31
0,29
0,28
0,27
0,28
0,28
0,27
37,45 37,43
37,74
38,02
37,60
37,49
38,16
38,16
38,71
Género (1=mulher)
Idade
Nacional (1=PT)
0,97
0,88
0,87
0,87
0,87
0,88
0,89
0,88
0,91
Habilitações (anos)
6,56
6,50
6,72
7,00
7,41
7,65
7,77
8,14
8,45
Hierarquia (1= Aprendiz; 8=Quadro Superior)
3,93
3,68
3,88
3,96
3,84
3,92
3,88
4,02
4,03
Nº anos como Empregado
9,03
8,31
8,47
9,09
8,81
9,38
9,88
9,97
10,95
Nº de experiências em diferentes empresas
2,02
1,97
1,91
1,99
2,11
2,25
2,40
2,40
2,60
Salário por hora (€)
5,42
4,87
5,24
5,30
5,99
5,87
5,87
6,07
6,11
Género (1=mulher)
0,17
0,17
0,18
0,26
0,27
0,27
0,29
0,29
0,27
36,51 37,02
Idade
SMAUT/OGR
2005
1,00
Idade
Retom. / OGR
2004
Nacional (1=PT)
Nº anos como Empregado
OGR
2003
Habilitações (anos)
Idade
Retomador
0,14
2002
36,13
36,09
36,40
36,76
36,58
36,71
38,13
Nacional (1=PT)
1,00
1,00
0,99
0,97
0,96
0,96
0,95
0,98
0,98
Habilitações (anos)
5,04
6,77
7,38
7,61
7,43
7,51
7,71
8,33
8,38
Hierarquia (1= Aprendiz; 8=Quadro Superior)
2,75
3,75
3,87
3,98
3,78
3,78
3,70
3,95
4,11
Página | 94
Nº anos como Empregado
5,49
6,25
6,93
6,80
7,57
7,80
8,29
8,68
9,86
Nº de experiências em diferentes empresas
1,95
2,13
2,23
2,25
2,34
2,42
2,39
2,74
3,00
Salário por hora (€)
3,98
5,09
5,24
6,05
6,07
5,85
5,72
5,82
6,38
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
5.3 EMPREGOS ASSOCIADOS À GESTÃO DE RESÍDUOS DE EMBALAGENS
5.3.1 Âmbito e objetivos da avaliação
Nos capítulos anteriores apresentaram-se estatísticas relacionadas com o nº e as características dos
trabalhadores das empresas que integram o SIGRE. Acontece que muitas das empresas do SIGRE têm
outras atividades que extravasam a gestão dos resíduos de embalagens, como por exemplo os SMAUT
que efetuam a gestão da totalidade dos resíduos urbanos, ou os Retomadores, que gerem outros tipos
de resíduos (e.g. VFV, WEEE) ou são eles próprios fabricantes de produtos (e.g. recicladores de vidro).
Neste contexto, tendo em consideração os dados obtidos anteriormente, bem como outras fontes
bibliográficas, procurou-se estimar o número de empregos que estão associados diretamente à gestão
dos resíduos de embalagens nas várias empresas do SIGRE.
O âmbito da avaliação realizada e que se apresenta de seguida inclui igualmente os empregos
associados à gestão, recolha, triagem, transporte e retoma/valorização dos resíduos de embalagens no
SIGRE. Tendo por base o ano de 2009, estimou-se o número de empregos diretos associados às
seguintes atividades:

Gestão do SIGRE pela SPV

Sistema Urbano
o Recolha seletiva nos SMAUT
o Triagem nos SMAUT
o Recolha indiferenciada, tratamento, incineração, aterro e outras atividades não
operacionais nos SMAUT
o Transporte para os retomadores
o Retoma das embalagens nos retomadores

Sistema eXtra-Urbano
o Transporte
o “Retoma” das embalagens pelos OGR
5.3.2 Metodologia utilizada
Como não foi possível obter dados específicos para a maior parte das atividades de gestão dos
resíduos de embalagens junto das respetivas empresas associadas ao SIGRE, utilizaram-se nestes
casos métodos indiretos na análise realizada, tendo por base dados bibliográficos e estimativas
periciais. O método e as fontes de dados utilizadas variaram consoante o tipo de atividade, como se
descreve de seguida.
Gestão do SIGRE pela SPV

Utilizaram-se as informações constantes no Relatório Anual e Contas de 2009 da SPV.
Sistema Urbano

Recolha seletiva
o Em ecopontos
 O n.º de trabalhadores afetos à recolha de ecopontos para uma parte
significativa dos SMAUT foram determinados com base em dados fornecidos
pela SPV.
Página | 95
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final

o




Para os SMAUT, para os quais não houve disponibilidade de dados, estimouse o número de trabalhadores tendo por base valores médios dos sistemas
caracterizados especificamente e o n.º de ecopontos existente.
 Por outro lado, estimaram-se os trabalhadores associados à recolha das
embalagens mesmo que esta operação seja efetuada pelos municípios, como
no caso da Valorsul para a recolha seletiva.
Porta-a-porta
 Utilizou-se um procedimento análogo à estimativa realizada para a recolha
em ecopontos, sendo que, no entanto, para os casos em que não existiam
dados específicos por SMAUT, extrapolaram-se os dados em falta com base
na população servida em cada sistema e nas quantidades médias recolhidas
porta-a-porta por habitante.
Triagem
o O n.º de trabalhadores afetos à triagem de resíduos de embalagens para uma parte
significativa dos SMAUT foi determinado com base em dados específicos fornecidos
pela SPV para esta atividade.
o Para os SMAUT em que não existiam dados, estimou-se o n.º de trabalhadores tendo
por base valores médios de trabalhadores por tonelada de resíduos triados, calculados
com base nos sistemas caracterizados especificamente.
Tratamento, incineração, aterro e outras atividades não operacionais
o Para realizar a estimativa do n.º de trabalhadores associados a estas atividades teve-se
em atenção o n.º total de trabalhadores de cada SMAUT associado ao SIGRE, tendo
por base a base de dados do INE referente aos "Quadros de Pessoal" e ainda o n.º de
trabalhadores que se estimou que estão diretamente associados à recolha e triagem
dos RE (ver pontos referidos anteriormente).
o Com base no diferencial obtido, procedeu-se à alocação dos trabalhadores
remanescentes com base nas frações dos resíduos geridos pelos SMAUT que são
embalagens ou embalagens indiferenciadas.
o De referir que neste caso não se estimou a alocação dos trabalhadores dos municípios
que efetuam a recolha indiferenciada dos resíduos urbanos, por falta de dados.
Transporte para os retomadores
o Identificou-se o nº de trabalhadores associados à atividade de transporte de
mercadorias por rodovia e ainda o total de mercadorias transportadas em território
nacional em 2009 (dados INE).
o A estimativa do nº de trabalhadores no transporte associado ao encaminhamento de
resíduos de embalagens do sistema urbano para reciclagem resulta do produto entre o
nº de trabalhadores associados à atividade de transporte de mercadorias (rodovia) em
Portugal e a quantidade dos resíduos de embalagens enviados para reciclagem,
dividido pelo total de mercadorias transportadas por rodovia em Portugal (em
toneladas). Neste aspeto, não se teve em conta os casos em que o transporte é
realizado pelos próprios retomadores, considerando-se que são entidades distintas a
realizar as referidas operações. Não se teve igualmente em conta o transporte dos
retomadores para os locais de reciclagem propriamente ditos, quando aplicável, ou
seja, quando os retomadores apenas efetuam as operações de
processamento/armazenamento dos resíduos de embalagens.
Retomadores
o A estimativa foi obtida através de um procedimento de alocação do nº de
trabalhadores dos retomadores do SIGRE (ver capítulo 5.2), com base no valor das
vendas de 2009 desses retomadores (base de dados “Quadros de Pessoal”, do INE) e o
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final

valor médio de mercado dos materiais transacionados com a SPV. Apesar das suas
limitações, esta metodologia foi utilizada dado de não se disporem de outros dados
que permitissem utilizar métodos de extrapolação mais fidedignos.
Sistema eXtra-Urbano
o Transporte
 Utilizou-se um procedimento análogo à estimativa realizada para o transporte
para os retomadores.
o “Retoma” das embalagens pelo “OGR”
 Utilizou-se um procedimento análogo à estimativa realizada para os retomadores.
A estimativa para o n.º total de empregos relacionados com a gestão dos resíduos de embalagens no
SIGRE é apenas indicativa, dado o nível de incerteza associado aos dados e pressupostos utilizados. No
entanto, de referir que a incerteza a nível da recolha seletiva e triagem no fluxo urbano é bastante
menor, por exemplo, que a incerteza a nível da retoma destes resíduos, dado assentar em parte em
dados compiladores especificamente junto dos SMAUT pela SPV.
Deste modo, uma vez que as operações de recolha seletiva e triagem são as mais intensivas em mão de
obra por quantidade de resíduo de embalagens geridos, dada a sua natureza intrínseca, o resultado
global obtido para o n.º de trabalhadores associados às atividades de gestão consideradas permite no
entanto fornecer uma indicação macro do nível de emprego direto associado ao SIGRE.
5.3.3 Resultados
Na tabela 5.5 apresentam-se as estimativas relativas aos empregos diretamente relacionados com o
SIGRE em 2009, desagregados por tipo de entidade e operação, obtidos tal como descrito no capítulo
5.3.2. Como pode verificar-se, estima-se que o nível de emprego direto relacionado com a gestão dos
resíduos de embalagens das empresas parceiras do SIGRE ascenda a mais de 2300 postos de trabalho.
Tabela 5.5 – Estimativa do número de empregos associados à gestão dos resíduos de embalagens do SIGRE
SMAUT
Nº de trabalhadores afetos à SPV (média
– trabalhadores por empresa)
Retoma
dores
OGR
Recolha seletiva
Triagem
Tratamento,
incineração,
aterro e outras
atividades não
operacionais
46
713
613
306
98
72
243
276
2367
-
21
18
9
-
-
5
4
-
SPV
Nº de trabalhadores afetos ao SIGRE
Transportadores
TOTAL
RE Urbanos
RE Não
Urbanos
RE
Urbanos
RE Não
Urbanos
Embora não tenha sido possível comparar o nível de emprego associado à atual configuração do SIGRE
face a outros cenários em que a gestão dos resíduos de embalagens seria efetuada indiferenciadamente
dos resíduos urbanos, os resultados apurados, que por um lado, indicam que a recolha seletiva e
triagem dos resíduos de embalagens é muito mais intensiva em trabalho do que a recolha indiferenciada
e tratamento destes resíduos por incineração/aterro e, por outro, que a reciclagem é aparentemente
benéfica em comparação com o consumo de recursos primários (ver capitulo 2), permitem inferir que o
SIGRE conduz à criação líquida de emprego a nível nacional.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
5.4 IMPACTE DOS PROJETOS
PROMOVIDOS PELA SPV
DE
RESPONSABILIDADE
SOCIAL
A SPV tem sido ao longo dos seus 15 anos de existência um parceiro ativo na sociedade, interagindo
com os seus stakeholders no sentido de participar em ações de cariz social e educacional, desta forma, a
SPV tem desde sempre assumido a sua responsabilidade perante a comunidade onde se insere.
Extravasando o objeto direto da sua atividade que, como estabelecido no capítulo anterior, tem um
impacte bastante positivo nas empresas suas parceiras, o compromisso da SPV em termos de
responsabilidade social estende-se por todo o país e direciona-se para um desenvolvimento sustentável
sócio-ambiental.
Neste sentido, e assumindo uma posição distintiva no seu setor de atividade, a SPV desenvolveu desde
2008 projetos de responsabilidade social que tiveram como objetivo apoiar causas sociais e,
simultaneamente, melhorar as taxas de recolha e reciclagem dos resíduos de embalagem cuja
responsabilidade de gestão é da SPV.
As campanhas de solidariedade da SPV surgiram numa altura em que esta entidade quis marcar o início
de uma nova etapa da sua atividade, suportada por uma colaboração crescente dos portugueses
relativamente à separação dos resíduos de embalagem.
5.4.1 Âmbito e objetivos dos projetos
Foram dois os principais projetos de responsabilidade social desenvolvidos pela SPV ao longo dos
últimos anos. Estes tiveram como âmbito i) entrega de unidades de rastreio de cancro de mama em
hospitais – Projeto “2 causas por 1 causa”; ii) construção de salas e entrega de material escolar a
escolas/crianças carenciadas – Projeto “Reciclar é Dar e Receber”.
5.4.1.1
Projeto “2 causas por 1 causa”
Em 2008 a SPV lançou a campanha “2 causas por 1 causa” com o objetivo de apoiar uma causa de cariz
social pelo estímulo à melhoria da taxa de recolha de resíduos de embalagem. Neste projeto a SPV
aliou-se à Associação Laço que é uma associação sem fins lucrativos que tem por objetivo contribuir
para a prevenção, diagnóstico e tratamento do cancro da mama.
A Associação Laço possui unidades fixas e móveis de rastreio do cancro da mama com capacidade para
realizar diagnóstico desta doença. O país não está ainda totalmente coberto por este programa de
prevenção, é por este motivo que a atividade da Laço necessita de financiamento privado para garantir
a aquisição de novos equipamentos de rastreio que alarguem a sua cobertura nacional.
Com esta campanha específica a SPV contribuiu para o aumento do número de mulheres portuguesas
com acesso gratuito ao rastreio do cancro de mama, garantindo em simultâneo um incentivo à
prossecução das metas de recolha e reciclagem de resíduos de embalagem. Esta campanha foi por isso
suportada na participação de toda a população residente nos municípios que foram envolvidos na sua
operacionalização. Ao projeto aderiram 23 SMAUT integrando no seu total 231 municípios,
correspondentes a cerca de 9 milhões de habitantes.
A SPV apoiou o desenvolvimento deste projeto sobretudo porque a Associação Laço apoia uma causa
transversal à sociedade, que está presente em todas as regiões do país e que tem muita visibilidade.
Desta forma, a SPV garantiu a potencial participação de um largo conjunto de pessoas que foi alertado
para a questão e que, por sentir alguma proximidade com o tema, foi levado a participar.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
A SPV garantiu a campanha de comunicação do projeto com o objetivo de envolver nesta causa o maior
número de pessoas possível. Era objetivo inicial do projeto contribuir, em 2 anos, com 400.000 Euros
para a Associação Laço.
5.4.1.2
Projeto “Reciclar é Dar e Receber”
O projeto “Reciclar é Dar e Receber” iniciou-se em 2009 e ainda se encontra presentemente ativo. Tal
como na campanha “2 causas por 1 causa”, a SPV pretendeu com este projeto apoiar uma causa social e
simultaneamente, melhorar o nível de participação das populações na recolha seletiva de resíduos de
embalagem. O projeto foi construído com base numa parceria com a Associação Entreajuda que é uma
instituição particular de solidariedade social que visa apoiar outras instituições em tudo o que se refere
à sua organização e gestão, com o objetivo de melhorar o seu desempenho e eficiência em benefício das
pessoas carenciadas.
Nesta campanha a SPV ambiciona mostrar aos portugueses que a separação e depósito dos resíduos de
embalagem para envio para reciclagem tem como consequência a produção e novos produtos com
novas utilizações, bem como a redução do consumo de energia, água e materiais virgens.
Especificamente, este projeto consistiu em aproveitar a atividade de recolha e envio para reciclagem
dos resíduos de embalagem geridos pela SPV para, numa primeira fase, apoiar alunos carenciados e,
numa segunda fase, apoiar um conjunto de escolas espalhadas por todo o país. A participação da
Associação Entreajuda teve como objetivo a identificação das instituições que têm mais condições para
receber o financiamento proveniente do projeto.
Este tem sido um projeto de âmbito nacional que pretendeu apoiar alunos em todo o País. Na sua
primeira fase foram oferecidos kits de material escolar aos alunos carenciados, posteriormente, a SPV
aditou ao apoio dos alunos carenciados a construção de salas de estudo em diversas escolas do país. Ao
longo de toda o projeto a SPV tem garantido a campanha de comunicação do projeto com o objetivo de
envolver nesta causa o maior número de pessoas possível.
5.4.2 Meios utilizados
5.4.2.1
Projeto “2 causas por 1 causa”
Em termos diretos, cada um dos sistemas municipais e autarquias aderentes contribuiu para esta
campanha com um Euro por tonelada de embalagens recicladas em 2008-2009, provenientes da recolha
seletiva (ecopontos e porta-a-porta). A SPV, por seu turno, contribuiu com 0,5 Euro por cada tonelada
retomada de resíduos de embalagem.
Em termos indiretos a SPV fez um investimento em campanhas de televisão e desenho de materiais de
apoio distribuído num valor de cerca de um milhão de Euros. A divulgação da campanha contou com o
apoio de várias figuras públicas que se associaram à SPV e à Associação Laço, são exemplos, a actriz Ana
Bola e as jornalistas Rita Ferro Rodrigues e Tânia Ribas de Oliveira.
5.4.2.2
Projeto “Reciclar é Dar e Receber”
As famílias apoiadas no decorrer do projeto foram definidas em colaboração com a Associação
Entrajuda que trabalha diretamente com IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social) que, por
sua vez, trabalham diretamente com crianças carenciadas e têm a capacidade de identificar mais
facilmente quem deve ser apoiado.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Em 2010, através e um projeto-piloto, foram apoiadas 2.000 crianças que foram identificadas pelas IPSS
que trabalham com a Associação Entrajuda. A cada uma destas crianças carenciadas foi entregue um kit
escolar no valor de 20 Euros, que incluía uma mochila e material escolar diverso (e.g. estojo, canetas,
compasso, dossier, etc.). Durante esse ano a SPV doou vinte cinco cêntimos por cada tonelada de
material de embalagem enviado para reciclagem. Foram contabilizadas todos os resíduos de
embalagem: vidro, papel/cartão, plástico e metal e madeira.
Na segunda fase do projeto a sua operacionalização implicou o esforço dos portugueses na separação
das embalagens de vidro. Neste caso, por cada tonelada de vidro enviada para reciclagem em 20112012 a SPV entregou um Euro para a criação de salas de estudo.
5.4.3 Resultados
5.4.3.1
Projeto “2 causas por 1 causa”
Em termos de resultados globais operacionais da campanha “2 causas por uma causa”, a SPV apoiou e
financiou o rastreio de cerca de 34.000 mulheres em todo o país. Destas mulheres 204 foram enviadas
para tratamento. Na tabela 5.6 apresentam-se os resultados globais do projeto.
Tabela 5.6 - Resultados globais do projeto “2 causas por uma causa”
Ação
Nº Totais (2009|2010|2011)
Mulheres rastreadas
34.102
Mulheres enviadas p/ tratamento
201
Em termos financeiros, angariaram-se 409 mil Euros, quantia que foi usada pela Associação Laço para
comprar duas unidades de rastreio de cancro de mama. Até à data este constituiu o maior valor anual
de investimento feito por uma campanha patrocinada por esta Associação.
Este valor representa 0,69% do volume de negócios da SPV em 2009 e, em termos de comparação com
outras associações de solidariedade representa, por exemplo, cerca de 1% do valor monetário
movimentado pelo Banco Alimentar contra a Fome em 2010 ou 18% do valor anual do orçamento da
Associação Abraço em 2010.
5.4.3.2
Projeto “Reciclar é Dar e Receber”
A campanha está operacional desde 2010, na primeira fase foram apoiadas 2.000 crianças, tendo sido o
valor de investimento de 45.000 Euros. Os seus resultados globais apresentam-se na tabela 5.7.
Tabela 5.7 - Resultados globais da 1ª fase do projeto “Reciclar é Dar e Receber”
Ano
2010
Página | 100
Nº de Crianças
apoiadas
2.000
Valor de
Investimento (€)
45.000
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
A segunda fase do projeto dura até à data de elaboração do presente relatório, teve por isso efeitos em
2011 e 2012. Relativamente ao valor do investimento da SPV no projeto, este evoluiu dos 45.000 Euros
anuais em 2010 para cerca de 200 mil Euros anuais em 2011-2012, esta evolução representa um
aumento de 340% no valor do investimento por parte da SPV. Os dados relativos à segunda fase da
campanha constam da tabela 5.8.
Tabela 5.8 - Resultados globais da 2ª fase do projeto “Reciclar é Dar e Receber”
Ano
Nº de Crianças
apoiadas
Nº Salas Construídas
Valor de
Investimento (€)
2011
1.077
30
230.000
2012
1.492
25
180.000
No total, e até à data, o projeto “Reciclar é dar e Receber” já representou para a SPV um investimento
de cerca de 455 mil Euros. Este valor representa 0,76% do volume de negócios da SPV em 2009. Em
termos de comparação com outras associações de solidariedade este representa, por exemplo, cerca de
2% do valor monetário movimentado pelo Banco Alimentar contra a Fome em 2010 ou 20% do valor
anual do orçamento da Associação Abraço em 2010.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
6 AVALIAÇÃO INTEGRADA DOS RESULTADOS AMBIENTAIS,
ECONÓMICOS E SOCIAIS
6.1 Considerações Iniciais
Como demonstrado anteriormente, a SPV e suas empresas parceiras no SIGRE geram impactes positivos
ao nível ambiental, económico e social. No presente capítulo apresentam-se os principais resultados
obtidos de forma comparativa e integrada, de forma mais percetível, facilitando deste modo a
comunicação entre a SPV e os seus diferentes públicos-alvo, nomeadamente do cidadão comum.
Pretende-se igualmente fornecer indicadores que possam ser usados para estabelecer metas e objetivos
de melhoria contínua das entidades parceiras do SIGRE, em geral, e da SPV em particular.
6.2 Resultados Ambientais
6.2.1 Redução das Emissões de GEE
Atual gestão dos resíduos de embalagens
Em termos globais, a gestão dos resíduos de embalagens no SIGRE em 2011, conjugando os subsistemas
urbano e não urbano, permitiu evitar a emissão de 115.874 t CO2eq. Estas emissões são equivalentes,
por exemplo, ao carbono sequestrado por 386 mil pinheiros bravos em 30 anos (ver tabela 6.1).
Tabela 6.1 - Benefício ambiental do SIGRE em 2011 (emissões de CO2eq evitadas)
115.874 t CO2eq =
15.750
Peso de
Consumo de eletricidade
de
927
viagens à volta da terra em avião (por pax)
baleias azuis
386.247
pinheiros bravos a sequestrar carbono
durante 30 anos
124.302
agregados familiares em Portugal
0,16%
das emissões totais de GEE em Portugal
1,56%
das emissões de GEE do setor de resíduos
nacional
Emissões do fabrico de
321.872.086
latas de alumínio de 33 ml
Emissões do fabrico de
681.611.477
garrafas de vidro de 33 ml
Emissões do fabrico de
260.390.901
resmas de papel
c
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Comparação entre cenários alternativos
Comparando o desempenho da atual gestão de resíduos de embalagens no SIGRE relativamente a um
cenário em que estes seriam encaminhados para aterro, o atual modelo de gestão permite evitar a
emissão de 400.839 t CO2eq. Estas emissões são equivalentes, por exemplo, às emissões produzidas por
54.482 viagens à volta da terra em avião (tabela 6.2).
Tabela 6.2 - Benefício ambiental do SIGRE relativamente ao cenário de encaminhamento dos resíduos para aterro (emissões de
CO2eq evitadas)
400.839 t CO2eq =
54.482
Peso de
3.207
1.336.131
Consumo de eletricidade
de
429.993
viagens à volta da terra em avião (por pax)
baleias azuis
pinheiros bravos a sequestrar carbono
durante 30 anos
agregados familiares em Portugal
Por outro lado, relativamente a um cenário em que os resíduos de embalagens seriam encaminhados
para incineração, o atual modelo de gestão permite evitar a emissão de 396.240 t CO2eq. Estas emissões
são equivalentes, por exemplo, ao peso de 3.170 baleias azuis (tabela 6.3).
Tabela 6.3 – Benefício ambiental do SIGRE relativamente ao cenário de encaminhamento dos resíduos para incineração
(emissões de CO2eq evitadas)
396.240 t CO2eq =
53.857
Peso de
3.170
1.320.801
Consumo de
eletricidade de
425.059
viagens à volta da terra em avião (por pax)
baleias azuis
pinheiros bravos a sequestrar carbono
durante 30 anos
agregados familiares em Portugal
6.2.2 Redução do Consumo de Energia
Relativamente à redução do consumo de energia, a gestão dos resíduos de embalagens no SIGRE em
2011 permitiu evitar o consumo de 12.688 TJ de energia primária total. Este consumo é, por exemplo,
equivalente a 1,32% da energia primária consumida a nível nacional (tabela 6.4).
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Tabela 6.4 - Benefício ambiental do SIGRE em 2011 (consumo de energia primária total evitado)
12.688 TJ =
1,32%
303.063
do consumo nacional de energia primária
toneladas equivalentes de petróleo
Por outro lado, traduziu-se igualmente numa poupança de 5.155 TJ de energia primária fóssil, o que é
equivalente, por exemplo, ao consumo de 1,8 milhões de frigoríficos de classe A num ano (ver tabela
6.5).
Tabela 6.5 - Benefício ambiental do SIGRE em 2011 (consumo de energia primária fóssil evitado)
5.155 TJ =
11.009.862
1.832.041
0,54%
PC num ano, alimentados por eletricidade produzida
por uma termoelétrica a carvão
frigoríficos classe A
do consumo nacional de energia primária
123.132
toneladas equivalentes de petróleo
396.519
t de carvão (antracite)
322.866
m3 de gás natural
6.2.3 Redução do Consumo de Água
No que diz respeito ao consumo de água, a gestão do SIGRE em 2011 permitiu evitar o consumo de
3
688.716 m de água. O volume de água evitado é o equivalente a cerca de 275 piscinas olímpicas de 50
m (tabela 6.6).
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Tabela 6.6 - Benefício ambiental do SIGRE em 2011 (consumo de água evitado)
3
688.716 m =
Consumo de
10.812
Consumo de
7.652.395
Capacidade de
275
habitantes num ano em Portugal
ciclos de lavagem de roupa
Piscinas olímpicas
6.2.4 Redução das Emissões de Substâncias Acidificantes
Em termos da redução da acidificação do meio, a gestão dos resíduos de embalagens no SIGRE em 2011
permitiu evitar a emissão de 2.150 t SO2 eq. Este valor é o equivalente às emissões geradas por 28.308
camiões num ano (tabela 6.7).
Tabela 6.7 – Benefício ambiental do SIGRE em 2011 (emissões de SO2e evitadas)
2.150 t SO2eq =
Circulação de
28.308
camiões por ano
6.3 Resultados Económicos
6.3.1 Número e Volume de Vendas das Empresas Aderentes
Em 2010 10.748 empresas reportaram à SPV que colocaram embalagens no mercado. Este valor
representa 1% do número total de empresas em Portugal. Na tabela 6.8 apresentam-se os números
desagregados pelos principais setores de atividade e a sua relação com a globalidade do setor
correspondente.
Tabela 6.8 – N.º de empresas que reportaram a colocação de embalagens no mercado em 2010
Setor de atividade
N.º de empresas
Representa
10.748
1%
do total de empresas
existentes a nível nacional
991
2%
do número de empresas
desse setor
Indústrias transformadoras (CAE secção C)
4.948
7%
do número de empresas
desse setor
Empresas de comércio por grosso e a retalho;
reparação de veículos automóveis e motociclos (CAE
Secção G)
3.873
2%
do número de empresas
desse setor
Todas as empresas que reportaram dados
Empresas de agricultura, produção animal, caça,
floresta e pesca (CAE secção A)
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Tendo em conta as empresas para as quais existe informação concreta, o volume de vendas total
estimado das empresas aderentes à SPV em 2010 foi de 72.922 Milhões de Euros. Este valor representa
31% do volume de vendas das empresas não financeiras em Portugal. Na tabela 6.9 apresentam-se os
resultados desagregados pelos principais setores de atividade e a sua relação com a globalidade do
setor correspondente.
Tabela 6.9 – Volume de vendas das empresas aderentes à SPV em 2010 [principais setores]
Setor de atividade da empresa aderente
Volume de
vendas [M Euros]
Volume de vendas (% nacional/setorial)
72.922
31%
do volume de vendas das empresas
não financeiras em Portugal
1.086
24%
do volume de vendas desses
setores
Indústrias transformadoras (CAE secção C)
33.043
47%
do volume de vendas desses
setores
Empresas de comércio por grosso e a retalho;
reparação de veículos automóveis e motociclos
(CAE Secção G)
37.438
29%
do volume de vendas desses
setores
Todas as empresas aderentes
Empresas de agricultura, produção animal, caça,
floresta e pesca (CAE secção A)
Realizando uma extrapolação para as empresas para as quais não existe informação sobre o volume de
vendas total, mas que colocaram embalagens no mercado nesse ano, o volume de vendas total
estimado ascenderia neste caso a 108.448 Milhões de Euros, o que representaria 47% do volume de
vendas das empresas não financeiras em Portugal.
6.3.2 VPV pago pelas Empresas Aderentes
Em 2010, o Valor Ponto Verde pago à SPV pelas empresas aderentes ao SIGRE foi de 72 Milhões de
Euros. Este valor representa, por exemplo, 0,08% do total de custos com fornecimentos de serviços
externos das empresas não financeiras em Portugal (tabela 6.10).
Tabela 6.10 – Valor Ponto Verde pago pelas empresas aderentes à SPV em 2010
72 Milhões de Euros =
0,08%
do total dos custos com FSE das empresas nacionais não financeiras
0,03%
dos custos totais intermédios das empresas não financeiras
0,1%
do total de vendas estimado das empresas aderentes
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
6.3.3 Estrutura do Capital Social e Volume de Vendas e de Empresas Parceiras no
SIGRE
As empresas parceiras da SPV que efetuam a recolha, triagem e retoma/reciclagem dos resíduos de
embalagens no âmbito do SIGRE em 2009 tinham em média um capital social de 2,3 Milhões de Euros e
um volume de vendas de 11,7 Milhões de Euros. Neste último aspeto, tal significava que estas
empresas apresentam um volume de vendas 6,4 vezes superior ao valor médio agregado dos setores a
que pertencem (tabela 6.11).
Em termos do seu número, as empresas parceiras da SPV representam cerca de 11% das empresas
dedicadas à gestão de resíduos e 33% das empresas ligadas à produção de materiais e produtos
reciclados.
Em termos do seu volume de vendas global, estima-se que este tenha-se aproximado de 1600 Milhões
de Euros, o que equivale a cerca de 34% do volume de vendas das entidades produtores de bens e
serviços de ambiente em Portugal nesse ano.
Tabela 6.11 – Características médias das empresas parceiras da SPV no SIGRE em 2009
Nº de empresas
Características
das empresas
parceiras da SPV
138
Rácio de comparação
com o universo de
empresas não SIGRE
(mesmo CAE)0,048
Rácio de comparação
com o universo de
empresas não SIGRE
(todos os CAE)
Cap. Social (mil €)
2.300
4,7
5,1
Cap. Soc. Privado Nacional (%)
80
0,8
0,8
Cap. Soc. Público (%)
14
172,3
72,5
Cap. Soc. Estrangeiro (%)
6
2,9
4,1
Nº Estabelecimentos
1,8
1,6
1,6
Vendas (milhões de €)
11,7
6,4
10,6
6.3.4 Efeito Multiplicador do SIGRE ao Nível do Valor Acrescentado
Por cada Euro de valor acrescentado do SIGRE, são gerados adicionalmente 1,25 Euros de valor
acrescentado no resto da economia. Esse valor é, por exemplo, 11% superior ao do efeito gerado no
setor das telecomunicações (ver tabela 6.12).
Tabela 6.12 – Efeito multiplicador do Tipo I do SIGRE ao nível do valor acrescentado
VAB = 2,25
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0,99
X o efeito gerado no setor agrícola
1,57
X o efeito gerado no setor dos produtos florestais
1,11
X o efeito gerado no setor das telecomunicações
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
6.3.5 Efeito Multiplicador do SIGRE ao Nível dos Salários
Por cada Euro de salários do SIGRE, são gerados adicionalmente 1,30 Euros de salários no resto da
economia. Esse valor é, por exemplo, 10% superior ao do efeito gerado no setor dos produtos florestais
(ver tabela 6.13).
Tabela 6.13 - Efeito multiplicador do Tipo I do SIGRE ao nível dos salários
Salários = 2,30
1,10
X o efeito gerado no setor dos produtos florestais
1,30
X o efeito gerado no setor dos serviços de instalação/reparação
de máquinas e equipamento
0,82
X o efeito gerado no setor dos produtos petrolíferos
6.3.6 Efeito Multiplicador do SIGRE ao Nível do Volume de Negócios
Por cada Euro de volume de negócios do SIGRE são gerados adicionalmente 1,04 Euros volume de
negócios no resto da economia. Esse valor é, por exemplo, 62% superior ao do efeito gerado no setor
dos produtos petrolíferos (ver tabela 6.14).
Tabela 6.14 - Efeito multiplicador de Tipo I do SIGRE dao nível do volume de negócios
Volume de negócios = 2,04
1,62
X o efeito gerado no setor dos produtos petrolíferos
1,23
X o efeito gerado no setor dos produtos florestais
0,97
X o efeito gerado no setor das telecomunicações
6.3.7 Redução do Valor Acrescentado pela Ausência de Promoção da Reciclagem
Num cenário em que não se promovesse a reciclagem dos resíduos urbanos de embalagens no quadro
do SIGRE, ou seja, em que os resíduos de embalagens seriam recolhidos e tratados indiferenciadamente,
o valor acrescentado produzido a nível nacional decresceria em 71 Milhões de Euros. Este valor
equivale a 80% das vendas e prestações de serviço da SPV em 2011, sobretudo originárias do VPV e do
VR (tabela 6.15).
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Tabela 6.15 – Diminuição do valor acrescentado num cenário sem SIGRE
71 Milhões de Euros =
80%
ao PIB gerado em média por
das vendas e prestações de serviço da SPV em
2011
0,04%
do PIB nacional em 2011
4.384
pessoas em 2011
6.4 Resultados Sociais
6.4.1 Número e Características dos Trabalhadores das Empresas Parceiras SPV no
SIGRE
No total, as empresas parceiras da SPV no SIGRE empregam 7.095 trabalhadores, o que equivale a
0,23% dos empregos remunerados das empresas não financeiras em Portugal.
O trabalhador típico é homem, português, com 40 anos de idade e com 8,5 anos de escolaridade.
Comparando com o universo de empresas que apresentam os mesmos CAE que as empresas parceiras
da SPV, verifica-se, por exemplo, que o seu salário médio é superior em 52% (tabela 6.16).
Tabela 6.16 – Características médias dos trabalhadores das empresas parceiras da SPV no SIGRE, em 2009
Comparação com o universo de empresas com os mesmos CAE que
as empresas parceiras SPV
Indicador
Género (1=mulher)
0,21
0,5
X Género (1=mulher)
39,87
1,0
X Idade
Nacional (1=PT)
0,95
1,0
X Nacional (1=PT)
Habilitações (anos)
8,53
1,1
X Habilitações (anos)
Hierarquia (1= Aprendiz; 8=Quadro
Superior)
4,03
1,0
X Hierarquia (1= Aprendiz; 8=Quadro Superior)
13,04
1,1
X Nº anos como Empregado
Nº de experiências em diferentes
empresas
2,40
0,9
X Nº de experiências em diferentes empresas
Salário por hora (€)
7,13
1,5
X Salário por hora (€)
Idade
Nº anos como Empregado
6.4.2 Empregos Associados à Atividade de Gestão de Resíduos de Embalagem
No total, estima-se que o número de empregos associados à gestão dos resíduos de embalagens do
SIGRE ascenda a mais de dois mil e trezentos trabalhadores, o que equivale a 0,08% do emprego nas
empresas não financeiras em Portugal.
Dos empregos associados à gestão dos resíduos de embalagens, cerca de 83% dizem respeito à gestão
dos resíduos de embalagens urbanos e 15% à gestão de resíduos de embalagens não urbanos (tabela
6.17).
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Tabela 6.17 – Estimativa funcional dos empregos associados à gestão dos resíduos de embalagens do SIGRE
Importância
relativa (%)
Tipo de empresas
SPV (gestão do SIGRE)
2%
Gestão de resíduos urbanos de embalagens
83%
Gestão de resíduos não urbanos de embalagens
15%
6.4.3 Impacto dos programas de responsabilidade social
No global, os resultados das duas principais campanhas de solidariedade desenvolvidas pela SPV é o que
se apresenta na tabela 6.18.
Tabela 6.18 – Investimento inerente às campanhas de solidariedade social da SOV
Projeto
Peso relativo ao volume
de negócios da SPV
2009 (%)
Comparação com a atividade do
Banco Alimentar Contra a Fome
em 2010
Comparação com
orçamento Associação
Abraço em 2010
0,69%
1%
18%
0,76%
2%
20%
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
7 CONCLUSÕES FINAIS
Nos últimos três anos, o conceito da “Economia Verde” (Green Economy), definida pela UNEP em 2010
como “a melhoria do bem-estar humano e da equidade social, em conjugação com a redução
significativa dos riscos ambientais e escassez ecológicas”, ganhou uma elevada notoriedade e passou
para a agenda política atual. São exemplos os recentes comunicados do grupo de países do G20, (UNEP,
2011) e as discussões na United Nations Conference on Sustainable Development, realizada em Junho de
2012.
Neste contexto, a SPV lançou um projeto de investigação intitulado “Contributos SIGRE para o
Desenvolvimento Socioeconómico e Ambiental de Portugal”, com o objetivo principal de avaliar os
contributos diretos e indiretos que a gestão de resíduos de embalagens efetuada no âmbito do
Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens (SIGRE) tem a nível ambiental, económico,
social no nosso país e deste modo, elucidar de forma compreensiva e abrangente o enquadramento da
gestão de resíduos de embalagens no conceito da “Economia Verde”.
Ao nível ambiental avaliaram-se os impactes e os benefícios que advêm da gestão destes resíduos, com
especial enfoque nos relacionados com a produção de Gases com Efeito de Estufa (GEE) e no consumo
de materiais primários e de energia, que foram calculados através da metodologia de Avaliação de Ciclo
de Vida (ACV).
Da avaliação realizada, constatou-se que no global e para as categorias de impacte ambiental
estudadas, o SIGRE apresenta um balanço ambiental positivo, ou seja, os impactes gerados pelas
diversas atividades de recolha, triagem, transporte, tratamento e valorização de resíduos são
suplantados pelos impactes evitados devido à recuperação de materiais e energia obtidos pelos
processos de valorização dos resíduos, com especial enfoque na sua reciclagem. Por exemplo, estimase que em 2011 a gestão dos resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE gerido pela SPV permitiu
evitar a emissão de 116 kt de CO2 eq, o que é equivalente ao carbono sequestrado por 386 mil
pinheiros bravos durante 30 anos ou as emissões geradas pelo consumo de eletricidade de 124 mil
agregados familiares em Portugal.
Em relação à contribuição por tipo de material para o desempenho do SIGRE, verifica-se que os
materiais mais relevantes são tipicamente o vidro e o papel/cartão, dependendo da categoria de
impacte em questão, facto a que não é alheia a elevada quantidade de resíduos destes materiais que
foram encaminhados para reciclagem em 2011.
Por outro lado, comparando-se o desempenho do SIGRE em 2011 com o desempenho potencial de
dois cenários hipotéticos associados a diferentes destinos finais, nomeadamente a incineração e o
aterro, verifica-se que a configuração atual do SIGRE é a única que apresenta um resultado ambiental
positivo em todas as categorias de impacte consideradas. Por exemplo, a nível da emissão de GEE, o
atual modelo de gestão de resíduos de embalagens permitiria evitar a emissão de 396.240 t CO2 eq em
2011, face a um modelo onde os resíduos de embalagens teriam sido recolhidos indiferenciadamente
com os outros resíduos e encaminhados para incineração.
Ao nível económico, avaliou-se o enquadramento dos embaladores aderentes ao sistema e das
empresas responsáveis pela recolha, triagem, tratamento e retoma/valorização dos resíduos de
embalagens e calculou-se o impacte económico do SIGRE na economia nacional. Tal foi realizado através
de várias metodologias, sendo de destacar a utilização da Análise de Entradas-Saídas (AES) na
determinação do impacte económico do SIGRE.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Em relação ao enquadramento económico dos embaladores aderentes ao sistema gerido pela SPV,
verifica-se que a maior parte dos embaladores se enquadram em setores ligados às indústrias
transformadoras (46%), seguidos das empresas ligadas ao comércio por grosso e a retalho, reparação
de veículos automóveis e motociclos (36%) e agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca (9%).
No total, as cerca de 12 mil empresas aderentes representam apenas 0,9% do número de empresas
existentes em Portugal, mas geram, no mínimo, 31,4% do volume de vendas das empresas não
financeiras no nosso país.
A adesão ao SIGRE é realizada mediante o pagamento do Valor Ponto Verde (VPV), que em 2010
totalizou 71,8 Milhões de Euros, ou seja, apenas 0,08% do total de custos com fornecimentos de
serviços externos (FSE) das empresas nacionais ou a 0,1% do volume de vendas das empresas
aderentes ao SIGRE.
No que respeita às empresas parceiras da SPV que efetuam a recolha, triagem e retoma/reciclagem
dos resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE, verificou-se que estas tinham em média em 2009 um
capital social de 2,3 Milhões de Euros e geravam um volume de vendas médio de 11,7 Milhões de
Euros. Neste último aspeto, tal significava que estas empresas apresentam um volume de vendas 6,4
vezes superior ao valor médio agregado dos setores económicos a que pertencem.
Finalmente, verificou-se que as atividades de gestão de resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE
apresentam um impacte económico significativo, considerando tanto os seus impactes diretos, como
indiretos. Por exemplo, a nível do valor acrescentado, o impacte do SIGRE encontra-se no terço superior
dos ramos de atividade com maior efeito multiplicador a nível nacional, sendo que, por cada Euro de
valor acrescentado no SIGRE são gerados adicionalmente 1,25 Euros de valor acrescentado no resto
da economia (efeito multiplicador do tipo I de 2,25). Por outro lado, por cada Euro de salários são
adicionalmente pagos 1,30 Euros de salários no resto da economia e por cada Euro de volume de
negócios circulam adicionalmente na economia 1,04 Euros de volume de negócios.
A alavancagem total do SIGRE, entendida como o valor monetário dos efeitos indiretos dos vários
ramos de atividade que integram o SIGRE nos restantes setores da economia, é de 147 milhões de Euros
de VAB, 80 milhões de Euros de salários e 391 milhões de Euros de volume de negócios.
Por outro lado, tendo em conta o atual panorama relacionado com a gestão de resíduos de embalagens
no SIGRE, que é gerido pela SPV, procurou-se adicionalmente avaliar as consequências económicas de
um cenário alternativo em que não ocorreria separação e reciclagem de resíduos de embalagens,
sendo estes resíduos geridos indiferenciadamente. Neste caso, estimou-se que tal cenário alternativo
implicaria uma redução de PIB de 71 milhões de Euros.
Ao nível social, tipificaram-se os empregos existentes nas empresas que colaboram com a SPV no SIGRE,
através da recolha, triagem, tratamento e retoma/reciclagem de resíduos de embalagens e estimaramse os empregos associados à gestão de resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE. Adicionalmente,
analisaram-se os resultados de diversos projetos de responsabilidade social promovidos pela SPV com o
intuído de contribuir para uma sociedade mais justa e sustentável e que extravasam o âmbito
obrigatório de atuação da SPV. A avaliação do contributo social da SPV foi realizada sobretudo tendo em
conta informação bibliográfica existente, sendo de destacar neste caso a utilização da base de dados
“Quadros de Pessoal” do INE.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Verificou-se que as empresas que colaboram com a SPV no SIGRE tinham em média, em 2009, 67
trabalhadores, representando no total 7.095 empregos, o que equivale, por exemplo, a 0,23% dos
empregos remunerados das empresas não financeiras em Portugal. O trabalhador típico dessas
empresas é homem, português, com 40 anos de idade e com 8,5 anos de escolaridade. Comparando
com o universo de empresas que apresentam os mesmos CAE que as empresas parceiras da SPV,
verifica-se, por exemplo, que o seu salário médio é superior em 52%
Em termos dos empregos diretos associados especificamente à gestão de resíduos de embalagens,
estima-se que este número ascenda a mais de dois mil e trezentos trabalhadores, o que equivale a
0,08% do emprego nas empresas não financeiras em Portugal. Destes, 83% dizem respeito à gestão dos
resíduos urbanos de embalagens, sobretudo ligados às atividades de recolha seletiva e triagem, 15% à
gestão de resíduos não urbanos de embalagens e apenas 2% encontram-se ligados à SPV.
No que respeita aos projetos de responsabilidade social, a SPV suportou nos últimos anos duas grandes
causas – a prevenção do cancro de mama e a ajuda a criança carenciadas. Assim, em conjunto com a
Associação Laço foram angariados 409 mil Euros, que foram utilizados para comprar duas unidades de
rastreio de cancro de mama. Em conjunto com a Associação Entrajuda foram angariados, no global,
cerca de 450 mil Euros que serviram, até agora, para construir 55 salas de aula e apoiar 4.500 crianças
carenciadas.
Tendo em conta os resultados obtidos, conclui-se que a gestão dos resíduos de embalagens no âmbito
do SIGRE gerido pela SPV enquadra-se por excelência no conceito da Economia Verde, dado que
potencia uma gestão mais de eficiente dos recursos naturais, contribuindo para a redução dos
impactes ambientais da extração de novos recursos e para a disponibilidade de recursos essenciais às
nossas economias, criando ao mesmo tempo oportunidades de negócio e valor acrescentado e
promovendo a criação de emprego.
Ainda com base no trabalho desenvolvido, crê-se que os referidos resultados constituem-se igualmente
como uma informação relevante para a comunicação aos consumidores, entidades estatais e entidades
parceiras do SIGRE e consolidação da posição dos seus intervenientes junto dos embaladores, para além
do estrito cumprimento das disposições legais existentes.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Anexo A – DESCRIÇÃO METODOLÓGICA DETALHADA DA
AVALIAÇÃO DE CICLO DE VIDA (ACV) REALIZADA AO SIGRE
Aspetos Gerais
Data e Contexto da Avaliação de Ciclo de Vida (ACV)
A avaliação ambiental realizada no contexto do presente capítulo insere-se no projeto “Contributos do
SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal”, promovido pela Sociedade
Ponto Verde (SPV), tendo sido desenvolvida durante o ano de 2012.
Conformidade com Documentos e Normas de Referência
O estudo de ACV realizado, assim bem como os seus documentos e relatórios, têm por base os
requisitos das normas ISO 14040:2006 e ISO 14044:2006, publicadas em 2006, e cuja versão portuguesa
é a norma ISO 14040, datada de 2008 (NP EN ISO 14040:2008, 2008).
Em 2010 foi publicado o documento: “The International Reference Life Cycle Data System (ILCD)
Handbook – First edition”, pelo Institute for Environment and Sustainability (IES) do Joint Research
Centre (JRC) da Comissão Europeia, com o objetivo de estabelecer a melhor prática em termos de
Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) e a base para assegurar a qualidade e consistência de dados, métodos e
avaliações de ciclo de vida (JRC/IES, 2010). O ILCD Handbook segue as normas ISO 14040:2006 e ISO
14044:2006, completando-as nos aspetos em que estas normas são mais genéricas e podem dar origem
a diferentes interpretações e, deste modo, colocar em causa a consistência e a qualidade dos estudos de
ACV.
Nesse sentido, procurou-se seguir este referencial, bem como as disposições constantes num
documento posterior do JRC, direcionado para a realização de ACV no setor da gestão de resíduos
“Supporting Environmentally Sound Decisions for Waste Management” (JRC, 2011).
Antecedentes - Estudos de ICV e ACV Anteriores
A gestão de resíduos, em geral, e a gestão de resíduos de embalagem, em particular, têm sido alvo de
atenção pela comunidade científica e vários estudos de ciclo de vida têm sido realizados neste contexto,
sendo que alguns destes estudos são identificados no capítulo 2 e ainda no presente anexo, aquando da
referência à modelação dos processos unitários relacionados com a gestão de resíduos de embalagens.
De igual forma, a Sociedade Ponto Verde (SPV) não tem sido alheia a este facto, tendo no início do
século XXI promovido um estudo compreensivo de ciclo de vida às principais embalagens de bebidas e
bens alimentares e que deu origem a um livro intitulado ”A ecologia industrial e a embalagem de
produtos alimentares em Portugal”, que avaliou as principais embalagens dos setores de bens
alimentares e bebidas (Ferrão et al., 2004).
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Objetivos da Análise
Aplicações Pretendidas
As aplicações pretendidas para o presente estudo de ACV apresentam-se de seguida por ordem de
relevância:
1.
Produzir informação sobre o balanço ambiental da gestão de embalagens no âmbito do
SIGRE, considerando as principais entradas (recursos e energia) e saídas (emissões e resíduos)
por unidade funcional definida.
2.
Verificar quais os aspetos (processos unitários, materiais, etc.) mais relevantes em termos de
impacte ambiental, no contexto da gestão de resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE.
Limitações Iniciais Relacionadas com os Objetivos
Tendo em consideração os objetivos do estudo, que enquadram o método seguido, os pressupostos
considerados e os impactes analisados, nos parágrafos seguintes apresentam-se algumas limitações
iniciais do estudo relacionados com os objetivos definidos.
 Consideração dos impactes evitados pela reciclagem e valorização dos resíduos de embalagens
Tendo em conta o objetivo principal pretendido para o estudo, que é produzir informação sobre o
balanço ambiental da gestão de embalagens no âmbito do SIGRE, a abordagem metodológica
utilizada requer não só a avaliação dos impactes ambientais negativos das várias operações de
gestão de resíduos de embalagens (e.g. recolha, triagem, aterro, etc.), mas igualmente dos
impactes evitados pela produção de materiais secundários e eletricidade, que substituem outros
métodos de produção, nomeadamente através de recursos naturais.
Nesse sentido, de referir que alguns estudos não contabilizam esses impactes ambientais evitados
(créditos) por questões metodológicas e outros, utilizam diferentes pressupostos para
identificação dos materiais e características dos produtos substituídos (e.g. tipo de produtos
substituídos, consideração ou não da degradação da qualidade dos materiais (downcycling), etc.).
A nível dos impactes ambientais evitados, um esforço foi desenvolvido para fundamentar e utilizar
cenários conservadores relacionados com a substituição dos materiais energia, de modo a não
sobreavaliar as vantagens ambientais dos processos de valorização (ver secção relacionada com o
Inventário de Ciclo de Vida (ICV)).
 Cabaz de resíduos em análise
Por outro lado, a avaliação incide sobre o SIGRE, pelo que a avaliação é realizada tendo em conta o
cabaz de resíduos geridos neste sistema referente a 2011 (ver secção Inventário de Ciclo de Vida
(ICV)), que apesar de ter cariz nacional, não represente a totalidade das embalagens geridas em
Portugal. Por outro lado é seguramente diferente do cabaz de resíduos de outros países.
 Categorias de impacte consideradas
Dado que se pretende produzir informação ambiental do balanço ambiental do SIGRE,
consideraram-se apenas algumas categorias de impacte ambiental que se considerou mais
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
relevantes, relacionadas por exemplo, com a emissão de GEE e o consumo de água e energia, pelo
que não se apresentam resultados para a totalidade de categorias de impacte existentes.
 Nível de detalhe do modelo desenvolvido
Tendo em consideração o âmbito e objetivos do estudo e dado que no SIGRE participam mais de
130 entidades distintas responsáveis pelas várias operações de gestão, optou-se por na modelação
do sistema caracterizar os processos unitários mais importantes recorrendo-se a valores médios
para as entradas e saídas dessas operações de acordo com a realidade nacional, ao invés de
modelar especificamente e individualmente as operações realizadas por cada uma das entidades
parceiras do SIGRE.
De referir que as limitações enunciadas não colocam em causa a validade do estudo à partida face às
aplicações pretendidas, apenas significam que os seus resultados devem ser enquadrados no âmbito
dos objetivos definidos. Deste modo, a comparação com outros estudos mais específicos, com uma
vertente mais vertical (e.g. avaliação do fim de vida das embalagens de PET, desempenho ambiental de
um sistema regional de gestão de resíduos, etc.) ou a generalização dos resultados para outras situações
fora dos objetivos formulados (e.g. para efeitos de definição de metas de reciclagem, etc.) deve ser
realizada com as devidas parcimónia e ressalvas.
Razões para o Desenvolvimento do Estudo e Contexto da Decisão
A decisão para a realização de uma Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) à gestão de embalagens realizada
no âmbito do SIGRE partiu da equipa de projeto encarregue da avaliação dos “Contributos do SIGRE
para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal”, que considerou que a metodologia
de ACV era a indicada para dar resposta aos objetivos pretendidos para a avaliação na vertente
ambiental.
Nesse sentido, foram estabelecidas as aplicações pretendidas para o estudo, que como referido
anteriormente, são sucintamente as seguintes, por ordem de relevância:

Produzir informação sobre o desempenho ambiental da gestão de embalagens no âmbito do
SIGRE.

Verificar quais os aspetos mais relevantes em termos de impacte ambiental.
Deste modo, tendo em conta as aplicações pretendidas, o contexto de decisão que melhor se aplica ao
estudo, e que tem implicações nos métodos seguidos para as fases de ICV e AICV, é a classificação “ C –
Accounting/Monitoring", na metodologia do ILCD Handbook (JRC/IES, 2010).
Tal deve-se ao facto de se pretender analisar de forma retrospetiva os impactes associados à gestão de
resíduos embalagens que ocorreram num determinado período de tempo (neste caso em 2011), não se
pretendendo que o estudo servia de apoio à decisão, nem para análise de quaisquer consequências que
o sistema em análise poderá acarretar no background system ou outros sistemas.
Dado que se realiza a avaliação do SIGRE como ele existia em 2011, mas considera-se a interação deste
com outros sistemas, com especial enfoque nos impactes evitados pela reciclagem e valorização
energética dos resíduos de embalagens, o contexto de decisão é mais especificamente do tipo C1.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Públicos-Alvo
Os públicos-alvo, isto é, a quem se pretende comunicar os resultados do estudo são, em primeiro lugar,
os diversos stakeholders do SIGRE e que se relacionam com a SPV (entidade promotora do estudo).
Estes são apresentados na tabela seguinte.
Tabela 0.1 – Públicos-alvo
OUTROS
Stakeholders do
SIGRE
Entidade
Sociedade Ponto Verde (SPV)
Sistemas Multimunicipais e Autarquias (SMAUT)
Retomadores / Operadores de Gestão de Resíduos (OGR)
Agência Portuguesa do Ambiente (APA)
Organizações Não-Governamentais de Ambiente (ONGA)
Público em geral
Tipo de relação
com o promotor
Entidade interna
Entidades
externas
Entidades
externas
Entidades
externas
Entidades
externas
Entidades
externas
Tipo de audiência
Técnica
Técnica
Técnica
Técnica
Não técnica
Não técnica
Existência de Afirmações Comparativas
A análise comparativa efetuada no presente estudo é realizada sempre no âmbito do sistema em
análise, o SIGRE. Deste modo e uma vez que não se pretende realizar afirmações comparativas
relacionadas com superioridade ou inferioridade do SIGRE face outros sistemas congéneres, considerase não existirem afirmações comparativas na aceção das normas ISO 14040 e ISO 14044 e do
documento de referência relativos a ACV do JRC ((NP EN ISO 14040:2008, 2008) e(JRC/IES, 2010)).
Entidade Promotora do Estudo, Equipa de Projeto e Outras Partes Interessadas
Entidade Promotora
A entidade que promoveu o estudo é a Sociedade Ponto Verde (SPV), entidade que tem por missão
organizar e gerir - em nome dos embaladores, fabricantes de embalagens e materiais de embalagem e
distribuidores - a retoma e valorização de resíduos de embalagens, através da implementação do
Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens (SIGRE), também conhecido como Sistema
Ponto Verde (www.pontoverde.pt, consultado em 3 de Outubro de 2012).
Equipa de Projeto
As entidades que desenvolveram o estudo na sua componente de ACV são a empresa 3 Drivers Engenharia, Inovação e Ambiente Lda. e o Instituto Superior Técnico (IST), através do Centro de
Estudos em Inovação, Tecnologias e Políticas de Desenvolvimento (IN+). Ambas as entidades são
entidades externas ao promotor do estudo.
A 3 Drivers – Engenharia, Inovação e Ambiente é uma empresa dedicada ao trabalho de consultadoria
tecnológica na área da sustentabilidade e constituída por quadros qualificados ao nível de mestrado e
doutoramento.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
A 3 Drivers e os seus recursos humanos já desenvolveram trabalhos relacionados com a avaliação de
ciclo de vida de produtos e serviços (e.g. embalagens, equipamentos elétricos, aproveitamentos
hidroelétricos), estruturação, implementação e avaliação de desempenho de entidades gestoras e
sistemas de gestão de resíduos (e.g. Valorcar, Valorpneu, Sogilub, Amb3E, Sigeru), avaliação tecnológica
de operadores (e.g. fragmentadores de veículos em fim de vida), estudos de viabilidade tecnológica (e.g.
unidade de regeneração para óleos usados), estudos no âmbito da sustentabilidade na construção
(definição de indicadores, normas e boas práticas ambientais) e desenvolvimento de novas aplicações
de reciclagem e valorização energética (e.g. uso de células de combustível para valorização de resíduos
orgânicos).
A ligação próxima a universidades e centros de investigação e desenvolvimento na área do ambiente
induz uma grande flexibilidade na aquisição de competências, o que viabiliza a realização de trabalhos
nos mais variados âmbitos.
O Instituto Superior Técnico (IST), através do Centro de Estudos em Inovação, Tecnologias e Políticas de
Desenvolvimento (IN+), tem desenvolvido atividades multidisciplinares, integrando investigação básica e
aplicada ao desenvolvimento tecnológico e focado na sustentabilidade, nomeadamente na promoção
do desenvolvimento socioeconómico e da qualidade do ambiente conjuntamente com a gestão de
recursos energéticos. O centro inclui três laboratórios principais: o laboratório de termofluídos,
combustão e sistemas energéticos, o laboratório de sistemas ambientais e o laboratório de políticas e
gestão de tecnologias.
O presente estudo é desenvolvido no âmbito do laboratório de sistemas ambientais. Nos últimos anos o
IN+ tem-se envolvido ativamente na aplicação de metodologias de Ecologia Industrial (e.g. ACV) (de que
o livro “A Ecologia Industrial e as Embalagens de Bebidas e Bens alimentares em Portugal” é um
exemplo), na avaliação de fluxos de materiais para Portugal e na definição de práticas e avaliação de
políticas para a gestão de resíduos, conjuntamente com diversas instituições governamentais e
indústrias privadas.
O IN+ encontra-se atualmente envolvido no desenvolvimento do programa MIT Portugal e no
desenvolvimento de variados projetos nas áreas de Sustainable Energy Systems, Engineering Design and
Advanced Manufacturing.
Na seguinte apresenta-se a equipa responsável pelo desenvolvimento do estudo na sua componente de
ACV.
Tabela 0.2 – Equipa responsável pelo estudo de ACV
Atividade
Equipa técnica da ACV
Recursos envolvidos
Responsabilidade
Paulo Ribeiro
Gestão operacional
LCA Project Manager
Ana Lopes
LCA Practicioner
Paulo Ferrão
Coordenação científica
Entidades
Relação com o promotor
3 Drivers
Entidade externa
IST/MIT Portugal
Entidade externa
Para além da equipa de projeto, colaboraram no desenvolvimento do projeto diversos elementos da
SPV. Entre estes contam-se o Eng. João Letras, o Eng. Manuel Pássaro e o Doutor Mário Raposo, entre
outros.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Partes Interessadas
As partes interessadas são os indivíduos ou grupos preocupados com ou afetados com o desempenho
ambiental do sistema em análise, ou pelos resultados da avaliação de ciclo de vida. Na tabela seguinte
identificam-se as partes interessadas, classificando-as em termos técnicos e de relação com o promotor
do estudo.
Tabela 0.3 – Partes interessadas
Entidade
Entidades intervenientes no SIGRE (SMAUT, Retomadores, OGR, etc.)
Tipo de relação com o
promotor
Tipo de
audiência
Entidades externas
restritas
Técnica
Público
Técnica
Público
Não técnica
Entidades do Estado ligadas à gestão de resíduos (e.g. APA, )
Universidades e entidades do sistema científico nacional
Futuras empresas concorrentes da SPV
Organizações Não-Governamentais de Ambiente (ONGA)
Público em geral
Âmbito do Estudo
Sistema em Análise e Sua Função
O Sistema em análise é o Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens (SIGRE), que foi
criado pela Sociedade Ponto Verde (SPV) de forma a dar cumprimento às suas obrigações ambientais e
legais, através da organização e gestão de um circuito que garante a retoma, valorização e reciclagem de
resíduos de embalagens não-reutilizáveis (www.pontoverde.pt, consultado em 3 de Outubro de 2012).
O Sistema Ponto Verde é um SIGRE dinamizado pela SPV que assenta na articulação de
responsabilidades e processos entre um conjunto de parceiros. Visa valorizar e reciclar resíduos de
embalagens, contribuindo para a diminuição do volume de resíduos depositados em aterro
(www.pontoverde.pt, consultado em 3 de Outubro de 2012).
O sistema gerido pela SPV apresenta dois subsistemas com modelos de gestão diferentes:

Sistema de gestão de resíduos urbanos de embalagens.

Sistema de gestão de resíduos não urbanos de embalagens (sistema eXtra-Urbano).
No sistema de gestão de resíduos urbanos de embalagens, a SPV estabelece parcerias com os Sistemas
Municipais e/ou suas Empresas Concessionárias (SMAUT), que efetuam a recolha seletiva e triagem dos
resíduos de embalagens separados pelo consumidor na sua área de intervenção. Posteriormente esses
resíduos são encaminhados para reciclagem através das parcerias existentes com os Retomadores PréQualificados.
No caso da gestão de resíduos não urbanos de embalagens, a SPV estabelece uma parceria com
Operadores de Gestão de Resíduos (OGR) que procedem à recolha seletiva, triagem e encaminhamento
para reciclagem desses resíduos, que são produzidos em empresas de comércio e serviços e empresas
industriais.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Unidade Funcional do Estudo
Em ACV, a comparação entre dois produtos/sistemas só pode ser realizada tendo em consideração a
mesma unidade, que se denomina de unidade funcional. O maior propósito da unidade funcional é
servir de referência para o cálculo dos impactes ambientais, e concomitantemente, para a comparação
dos vários sistemas em análise, permitindo referenciar os inputs e os outputs de um determinado
processo (Sven Lundie, 2005).
Tendo em conta os objetivos do estudo, a unidade funcional selecionada é o total de resíduos de
embalagens geridos pela SPV no âmbito do SIGRE em 2011, o que pressupõe o cabaz de resíduos
geridos neste ano (ver secção seguinte).
Neste contexto, consideraram-se no âmbito da SPV as embalagens cuja responsabilidade de gestão
tenha sido transferida pelos embaladores para esta entidade (através do Valor Ponto Verde VPV),
independentemente da SPV seja ou tenha sido responsável financeiramente por essa gestão. Desta
forma, consideram-se incluídos no âmbito da Unidade Funcional, por exemplo, os resíduos urbanos de
embalagens que foram recolhidos indiferenciadamente e encaminhados para aterro.
Adicionalmente, considerou-se ainda no âmbito da SPV os resíduos que foram efetivamente geridos e
encaminhados para reciclagem/valorização em 2011, embora em acréscimo à responsabilidade de
gestão da SPV, dado terem origem em embalagens que não contribuíram financeiramente para o SIGRE.
É por exemplo o caso dos resíduos de embalagens de metais, que foram reciclados numa quantidade
bastante superior à responsabilidade de gestão da SPV, calculada com base nas declarações dos
embaladores.
Fluxos de Referência
O fluxo de referência é a medida das saídas de processos de um dado sistema de produto necessária
para cumprir a função expressa pela unidade de referência, sendo portanto a realização da unidade
funcional. Neste contexto, os resíduos de embalagens geridos pela SPV no âmbito do SIGRE em 2011
são caracterizados pelo seguinte cabaz de materiais:
Tabela 0.4 – Resíduos geridos no âmbito do SIGRE em 2011 (t)
Fluxo / Material (t)
Aço
Alumínio
Papel e
Cartão
Madeira
Plástico
Vidro
Outros
Total
Fluxo urbano
Reciclagem
18.676
840
4.516
104.907
47.933
210.422
0
387.295
0
0
0
5.401
0
0
0
5.401
0
0
215
27.105
42.715
0
0
70.036
26.302
7.938
0
83.333
91.608
186.949
2.004
398.133
44.978
8.778
4.732
220.746
182.256
397.371
2.004
860.865
30.294
503
38.013
216.895
25.840
6.736
0
318.281
0
0
11.757
0
0
6.280
505
18.542
Total
30.294
503
49.769
216.895
25.840
13.016
505
336.823
Total Fluxo Urbano +
Fluxo Não Urbano
75.272
9.281
54.501
437.641
208.096
410.387
2.509
1.197.688
Valorização
orgânica
Valorização
energética
Aterro
Total
Fluxo Não Urbano
Reciclagem
Destino
desconhecido
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
De mencionar que para o caso do fluxo urbano, os quantitativos mencionados para resíduos reciclados,
valorizados organicamente e energeticamente dizem respeito a resíduos de embalagens que foram
efetivamente sujeitos a estas operações, tendo por base as declarações dos vários SMAUT e
Retomadores.
No caso dos quantitativos relativos ao aterro de resíduos de embalagens, estes valores foram estimados
tendo em conta o potencial de geração de resíduos urbanos de embalagens no âmbito da SPV
(859.391 t), acrescidos de 1.474 t de resíduos de embalagens de madeira que foram geridos
efetivamente em acréscimo à responsabilidade da SPV e os quantitativos efetivamente encaminhados
para os restantes destinos.
No caso do fluxo não urbano (sistema eXtra-Urbano), os resíduos geridos no âmbito do SIGRE foram
calculados tendo em conta os resíduos efetivamente encaminhados para reciclagem segundo os OGR
intervenientes no sistema (318.281 t), acrescidos de 18.542 t de resíduos relativos aos materiais
madeira, vidro e outros que resultaram do consumo de embalagens que se estima que contribuíram
financeiramente para o SIGRE, mas que desconhece-se o seu destino final.
Tipo de Metodologia ICV
Modelo de Ciclo de Vida
O modelo de ciclo de vida para o cálculo dos impactes ambientais diretos e indiretos associados ao
SIGRE é fundamentalmente do tipo “attributional model” ou seja, o modelo de ciclo de vida é
desenvolvido de acordo com os processos unitários existentes.
No entanto, especificamente para o cálculo dos impactes evitados pela reciclagem de resíduos de
embalagens e sua valorização orgânica e energética, recorreu-se a uma abordagem consequencial,
embora neste caso de forma conservativa.
Subdivisão de Processos e Multifuncionalidade
Tendo por base o contexto de decisão do presente estudo de ACV, cuja classificação de acordo com a
metodologia do ILCD Handbook (JRC/IES, 2010) é “C – Accounting/Monitoring", as regras para
subdivisão de processos e multifuncionalidade são preferencialmente através de procedimentos de
substituição via expansão do sistema, mas independentemente da quantidade absoluta das co-funções
25
não requeridas que serão substituídas .
Fronteiras do Sistema
Nas figuras seguintes apresentam-se diagramas muito simplificados com as fronteiras dos sistemas de
gestão de resíduos urbanos de embalagens e resíduos não urbanos de embalagens e onde se
identificam os processos de foreground principais que foram considerados na análise, bem como alguns
processos de background e substâncias consumidas e emitidas para o ambiente.
25
Regras semelhantes aos de estudos classificados como “A - Micro-level decision support”.
Página | 130
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Figura 0.1 – Diagrama simplificado do Sistema de Gestão de Resíduos Urbanos de Embalagens
Figura 0.2 - Diagrama simplificado do Sistema de Gestão de Resíduos Não Urbanos de Embalagens
Página | 131
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Segundo uma perspetiva de gestão, os processos de foreground são aqueles que estão sobre a
influência direta do produtor do bem/serviço ou do seu consumidor ou aquele em que este tem
influência.
Para além dos processos de foreground, consideram-se ainda os processos de background associados
aos dois subsistemas. Os processos de background compreendem os processos que são operados como
parte do sistema mas que não estão sob o controlo direto ou influencia do produtor do bem ou serviço
ou do seu utilizador. No caso da modelação do tipo attributional tipicamente dizem respeito aos
fornecedores de 2ª linha e inferiores (JRC/IES, 2010), como por exemplo, os processos relacionados com
o fabrico de gasóleo que é utilizado como combustível na recolha de resíduos.
A avaliação constante do presente relatório foi efetuada com base em dados fornecidos pela SPV no que
respeita nomeadamente aos fluxos mássicos para reciclagem (origem, destino, materiais, etc.) e
características de algumas operações unitárias efetuadas pelos SMAUT (recolha seletiva de embalagens,
triagem, etc.).
Os restantes dados, com especial enfoque para os processos unitários de valorização/tratamento foram
modelados tendo em conta informação bibliográfica, sobretudo de artigos científicos e bases de dados
de dados ACV: Ecoinvent 2.2 e ELCD 2.0 e com base em informação proprietária da empresa 3 Drivers.
Por não existir informação suficiente para a realização da modelação, ficaram excluídos da análise os
seguintes itens:

Transporte de resíduos desde o local de produção até ao local de recolha em ecopontos,
ecocentros, etc.

Fabrico e manutenção dos ecopontos.

Fabrico e manutenção dos contentores de lixo.

Operação das estações de transferência.

Valorização orgânica em digestores anaeróbicos
Critérios de exclusão para Inclusão de Inputs e Outputs
Os critérios de inclusão para definir as quantidades de fluxos de materiais ou energia a incluir no âmbito
das fronteiras do sistema são os considerados no âmbito da ISO 14040, que são os seguintes:

Significância ambiental, ou seja, definir a inclusão das entradas que contribuem mais de uma
quantidade adicional definida em relação à quantidade estimada para o impacte ambiental
dos processos escolhidos inicialmente.

Massa, ou seja, definir a inclusão das entradas que cumulativamente contribuem mais de uma
percentagem definida da massa total de entradas do sistema de produto analisado.

Energia, ou seja, definir a inclusão das entradas que cumulativamente contribuem mais de
uma percentagem definida da energia total de entradas do sistema de produto analisado.
Os valores de cut-off que foram considerados inicialmente são 1% de relevância ambiental, 1% da
massa, 1% de energia e, por esta ordem, embora devido ao âmbito e objetivos do estudo, alguns
processos unitários que estão abaixo dos valores de cut-off foram considerados (e.g. gestão de resíduos
urbanos de embalagens de madeira, transporte de outros resíduos não especificados), desde que
existisse informação que permitisse a modelação.
Página | 132
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Critérios para a ICV
Representatividade Tecnológica
A informação específica sobre as tecnologias utilizadas nos processos associados ao SIGRE são as
seguintes:

Processos de foreground
o Tecnologias identificadas na gestão de resíduos de embalagens no SIGRE, quando
disponíveis.
o Tecnologias médias europeias para outros.

Processos de background.
o Tecnologias médias europeias.
Representatividade Geográfica
As fronteiras geográficas dos dados adotados a nível dos vários processos são referidas de seguida e
refletem as localizações específicas onde os processos ocorrem:

Processos de foreground
o Informação específica nacional, relacionada com a gestão de resíduos de embalagens
nas suas múltiplas vertentes (recolha, triagem, reciclagem, etc.), quando disponíveis
o Valores médios europeus ou de outros países europeus, quando dados nacionais não
estão disponíveis ou se consideram desajustados à realidade do SIGRE.

Processos de background
o Energia elétrica produzida e consumida no quadro do Sistema Elétrico Nacional (SEN)
e referente ao mix energético nacional.
o Restantes, valores médios europeus.
Representatividade Temporal

Processos de foreground.
o Informação sobre quantitativos geridos relativos a 2011.
o Restantes: variável, dependendo do tipo de informação específica compilada. Para
alguns processos, os dados mais recentes existentes são referentes a 2008.

Processos de background.
o Energia elétrica produzida no quadro do Sistema Elétrico Nacional (SEN) relativa ao
mix energético nacional de 2010.
o Restantes: variável, valores referentes à base de dados Ecoinvent 2.2 e ELCD 2.0,
sempre que possível que refletissem igualmente períodos temporais mais próximos do
período de referência (2011).
Integração da Eletricidade Produzida Externamente ao Sistema
A eletricidade consumida nas diversas operações associadas à gestão dos resíduos de embalagens no
SIGRE (e.g. em triagem, na reciclagem, etc.), corresponde ao mix de produção de eletricidade no quadro
do SEN, para o período mais recente para o qual foi possível caracterizar esse mix e toda a cadeia de
valor específica a montante, que foi o ano de 2010.
Página | 133
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
De referir que se caracterizaram as várias tecnologias produtoras de eletricidade refletindo
concretamente os centros eletroprodutores existentes a nível nacional e as suas características (e.g.
centrais termoelétricas de gás natural – eficiências de conversão Ep-Ef, emissões de GEE, outras
emissões, etc.), bem como a tipificação da eletricidade importada de outros países, nomeadamente de
Espanha.
Cálculo dos créditos ambientais pela reciclagem e valorização dos resíduos de embalagens
Tendo em consideração a sua relevância para os resultados da avaliação, de seguida especificam-se em
detalhe os principais pressupostos utilizados relacionados com o cálculo dos créditos ambientais pela
reciclagem e valorização dos resíduos de embalagens:

Reciclagem:
o Com base em informação da SPV sobre os quantitativos encaminhados para
reciclagem no âmbito do SIGRE, por material.
o Considerando eficiências de reciclagem e rácios de substituição típicos, por material,
dependendo do tipo de reciclagem em questão (open route, open route com
downcycling, etc.) e constantes em artigos científicos publicados em revistas com peer
review.
o Consumos e emissões dos processos bibliográficos com base em dados bibliográficos e
constantes em artigos científicos publicados em revistas com peer review.
o Os produtos substituídos dizem respeito tipicamente ao produto principal que é
substituído e refletem as tecnologias de produção médias europeias.

Valorização orgânica:
o Com base em informação da SPV sobre os quantitativos efetivamente valorizados
organicamente (papel/cartão).
o Considerando eficiências de compostagem presentes na bibliografia.
o A substituição de fertilizantes foi estimada com base nos teores de K, P e N típicos.

Valorização energética (incineração e aterro):
o Com base em informação da SPV sobre os quantitativos efetivamente valorizados
energeticamente por material e estimativas próprias dos resíduos encaminhados para
aterro, quer diretamente, quer indiretamente.
o Considerando eficiências típicas constantes em processos médios europeus, corrigidos
quando possível com base em dados específicos nacionais. A este respeito utilizaramse os processos constantes na base de dados Ecoinvent 2.2 e ELCD 2.0.
o A eletricidade substituída diz respeito ao mix de eletricidade do SEN, referente a 2010.
Nas tabelas seguintes apresentam-se as principais características dos processos de reciclagem
modelados.
Página | 134
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Tabela 0.5 – Características dos processos de reciclagem
Ef.
Reprocessamento
(B)
1
0,84
0,8
Ef. Combinada
de reciclagem
(A x B)
Material
secundário
Material evitado
0,84
Ferrous metals
Pig iron
1
0,84
0,67
Ferrous metals
Pig iron
1
1
0,93
0,93
Aluminium ingot
Aluminium ingot from
virgin aluminium
1
0,95
0,93
0,88
Aluminium ingot
Aluminium ingot from
virgin aluminium
1
Madeira
0,86
1
0,86
particle board
Plywood
0,60
Papel/Cartão
Ef. préprocessamento
(A)
Papel/cartão
0,86
1
0,86*
Recovered
cardboard
Cardboard from virgin
pulp
0,83
ECAL
0,86
1
0,86
Cardboard from virgin
pulp
0,83
EPS
0,8
0,9
0,72
Virgin EPS lightweight
soil
1
Filme plástico
0,8
0,9
0,72
Granules of LDPE
Granules of LDPE from
virgin materials
0,81
Outros
plásticos
0,8
0,9
0,72
Granules of PP
Granules of PP from
virgin materials
0,81
PEAD
0,8
0,9
0,72
Granules of HDPE
Granules of HDPE
from virgin materials
0,81
PET
0,8
0,76
0,61
Granules of PET
Granules of PET from
virgin materials
0,81
Plásticos
mistos
0,8
0,6
0,48
0,94
1
0,94
Plásticos
Alumínio
Aço
Aço selectivo
Escórias
ferrosas
Alumínio
selectivo
Escórias não
ferrosas
Vidro
BIBLIOGRAFIA
Recovered liquid
carton packaging
board
Recycled EPS
lightweight soil
Outside furniture
blocks from
recycled mixed
Glass
cullet
plastics
Rácio de
substituição
Outside furniture
blocks from wood
1
Glass from virgin
materials
1
Com base em Rigamonti et al. (2009), Rigamonti et al. (2009b), Rigamonti et al. (2010) e Pires et al. (2011) e base de dados
Eco-invent 2.2. ; * - cartão
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Tabela 0.6 – Consumos energéticos associados aos processos de reciclagem
En. elétrica
(kWh/t de
reciclado prod.)
Pré tratamento
En. térmica (MJ/t
de reciclado
prod.)
-
-
-
600
-
-
71
-
-
600
-
-
-
-
-
10
4040
gás natural
69
845
gás natural
10
4040
gás natural
36,0
-
-
95
239 (fóssil) + 2147
(wood)
-
Papel/cartão
-
-
-
7
15
gás natural
ECAL
-
-
-
7
15
gás natural
EPS
136
451
gasóleo
278
1840
gás natural
Filme plástico
136
451
gasóleo
278
1840
gás natural
Outros
plásticos
136
451
gasóleo
278
1840
gás natural
PEAD
136
451
gasóleo
278
1840
gás natural
PET
136
451
gasóleo
278
1840
gás natural
Plásticos
mistos
136
451
gasóleo
278
1840
gás natural
-
18,4
-
-
5460
natural gas
Alumínio
Aço
Aço selectivo
Escórias
ferrosas
Alumínio
selectivo
Escórias não
ferrosas
Plásticos
Papel/Cartão
Madeira
Vidro
BIBLIOGRAFIA
Fonte de energia
térmica
Fundição, produção, valorização
En. elétrica
En. térmica (MJ/t
Fonte de energia
(kWh/t de
de reciclado
térmica
reciclado prod.)
prod.)
Com base em Rigamonti et al. (2009b), com alterações de modo a refletir com mais propriedade a realidade nacional e
Eco-invent 2.2.
Considera-se que os pressupostos utilizados foram, em termos gerais, conservadores. No que concerne
à reciclagem, considerou-se que em certos materiais existiria downcycling, como por exemplo no
papel/cartão, dado que as fibras não podem ser recicladas “infinitamente”, sendo que teve-se
igualmente em consideração as eficiências de separação e de reciclagem efetiva. Por exemplo,
considerando as emissões de GEE evitadas por tipo de material, verifica-se que os resultados obtidos
com base nos pressupostos apresentados são, em termos gerais, mais baixos que os encontrados em
outros estudos.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Tabela 0.7 – Emissões de GEE evitadas devido à reciclagem de vários materiais (t CO2 eq /t resíduo)
Estudo
Aço
Estudo realizado SIGRE
0,98
PERSU II (MAOTDR (2007)
Alumínio
Madeira
Papel e
Cartão
Plástico*
Vidro
10,7
0,21
0,21
0,71
0,44
-
0,4
1,36
0,84
1,79
Prognos, IFEU, INFU (2008)
2,0
11,1
-
0,82
0,41
0,48
EPA (2006)
0,49
3,7
-
0,93-0,96
0,38-0,46
0,08
EPA Warm model (2012)
1,98
9,8
-
3,88
1,65
0,31
CEPA (2011)
1,7
14,0
-
1,3
1,1 - 2
0,25
Notas: Um valor negativo indica uma emissão líquida de GEE.
No estudo realizado para o SIGRE, considerou-se incluído o transporte para os retomadores e que existe downcycling para alguns
materiais. Os valores apresentados dizem respeito aos resíduos urbanos de embalagens e refletem o cabaz de resíduos de plástico
(PET, PEAD, plásticos mistos, etc.) e papel/cartão (papel/cartão e ECAL); * Refletindo o “cabaz” de plásticos considerados nos
diversos estudos.
No que respeita aos impactes ambientais evitados pela produção de eletricidade na incineração e aterro
de resíduos de embalagens, considerou-se a substituição do mix de eletricidade do SEN e não da
tecnologia marginal, que neste caso seria o gás natural com ciclo combinado, que, por exemplo, a nível
das emissões de gases com efeito de estufa apresenta um maior impacte ambiental. Por exemplo, em
2010, em Portugal, estima-se que as emissões médias nacionais diretas e indiretas por esta tecnologia
ascenderam a 417 g/kWh de CO2 eq, que contrastam com as emissões de 263 g/kWh de CO2 eq
26
estimadas para o SEN (ver igualmente tabela seguinte relativamente aos fatores de emissão da
incineração dos vários materiais de embalagens). Deste modo, caso se tivesse considerado a
substituição do gás natural ao invés do mix de energia do SEN, o benefício ambiental do SIGRE passaria
de -116 kt Co2eq em 2011, para -131 kt Co2eq.
Tabela 0.8 – Emissões de GEE evitadas/produzidas devido à valorização energética de vários materiais (t CO2 eq evitadas/t
resíduo)
Aço
Alumínio
Madeira
Papel e
Cartão
Plástico*
Vidro
-0,01
-0,02
0,08
0,09
-2,3
-0,01
EPA (2006)
-0,01
-0,01
-
-0,02
-0,56--0,77
-0,01
EPA Warm model (2012)
1,71
-0,06
-
0,54
-1,42
-0,06
Fluxo / Material (t)
Estudo realizado SIGRE
Notas: Um valor negativo indica uma emissão líquida de GEE.
No estudo realizado para o SIGRE, os valores apresentados dizem respeito aos resíduos urbanos de embalagens e refletem o cabaz
de resíduos de plástico (PET, PEAD, plásticos mistos, etc.) e papel/cartão (papel/cartão e ECAL); * Refletindo o “cabaz” de plásticos
considerados nos diversos estudos e o mix de energia substituída.
Tratamento dos Bens de Capital
A análise realizada integra os bens de capital (e.g. fábricas, veículos de transporte, etc.) sempre que
disponível informação sobre estes bens.
26
Diretas e indiretas, considerando o mix de fontes de produção desse ano e as centrais nacionais. Apenas produção, não
considerando perdas por transporte e distribuição.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Análise de Risco e Aspetos Sociais
Os impactes ambientais devido a acidentes ou outros eventos pontuais não estão incluídos na ACV. Os
impactes sociais foram objeto de análise no estudo com base em outras metodologias (capítulos 5 e 6).
Critérios para a AICV
Categorias de Impacte, Métodos e Outros Aspetos
Na realização da AICV consideram-se, preferencialmente, 5 categorias de impacte ambientais,
nomeadamente:

Alterações Climáticas

Formação de Oxidantes Fotoquímicos

Acidificação Terrestre

Depleção de Recursos Hídricos

Depleção de Recursos Naturais
A avaliação do impacte nas referidas categorias foi realizada com base nos fatores de caracterização
estabelecidos no método ILCD 2011 Midpoint, versão 1.01 (de Setembro de 2012), do JRC, da Comissão
Europeia e que denotam, segundo estas entidades o melhor conhecimento científico atual acerca cada
uma das categorias de impacte. Neste contexto, na versão original do referido método, estão
contempladas 16 categorias de impacte ambiental.
Adicionalmente às categorias descritas anteriormente, para análise específica do balanço energético
associado a cada sistema e cenário, utilizou-se o método Cumulative Energy Demand, v. 1.08 (de 2010),
desagregando-se os resultados nas seguintes categorias:

Energia não renovável, fóssil

Energia não renovável, nuclear

Energia não renovável, biomassa

Energia renovável, biomassa

Energia renovável, vento, solar, geotérmica

Energia renovável, hídrica
Este método foi publicado pelo Swiss Centre for LCI no âmbito da base de dados Ecoinvent v.2.0 e
expandido pela Pre Netherlands para incluir outras matérias-primas existentes no Software Simapro 7.3.
O método não contempla fatores de normalização.
Para cada um dos métodos utilizados efetuaram-se os passos metodológicos obrigatórios segundo as
normas ISO 14040 e ISO 14044, nomeadamente a Classificação e a Caracterização de impactes. Foram
considerados todos os processos incluídos na definição das fronteiras dos sistemas, nomeadamente os
processos que se apresentam a seguir neste anexo na secção de Inventário de Ciclo de Vida.
Para qualquer dos métodos referidos, os resultados da AICV são apresentados tendo em conta os
seguintes aspetos:

Inclusão de bens de capital.

Exclusão das emissões de longo prazo (superiores a 100 anos).
Na avaliação realizada não se utilizaram elementos opcionais da AICV.
Página | 138
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Software Utilizado
Para o desenvolvimento da ACV, foi utilizado o Programa Simapro, da Pré Consultants, versão 7.3.3.
Comparação entre Sistemas de Produto
No presente relatório avaliou-se o total de resíduos de embalagens geridos pela SPV no âmbito do SIGRE
em 2011, tendo por base os diferentes destinos a que estes resíduos foram submetidos, tendo por base
nas informações prestadas pela SPV. A esta avaliação denominou-se cenário Baseline 2011.
Apenas para efeitos comparativos, estudaram-se dois cenários hipotéticos alternativos de gestão de
resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE (quer urbanos, quer não urbanos), que se denominaram
“Tudo a aterro” e “Tudo a incineração”, em que se avaliou o que seriam os impactes ambientais
associados à gestão dos resíduos de embalagens geridos pela SPV no âmbito do SIGRE em 2011. Os
principais pressupostos associados a cada um dos cenários são os seguintes:

Cenário “Tudo a aterro”. Considerou-se que todos os resíduos urbanos de embalagens seriam
recolhidos indiferenciadamente e encaminhados para aterro. No caso dos resíduos não
urbanos, estes seriam igualmente encaminhados para aterro.

Cenário “Tudo a incineração”. Considerou-se que todos os resíduos urbanos de embalagens
seriam recolhidos indiferenciadamente e encaminhados para incineração (mass burn). No caso
dos resíduos não urbanos, estes seriam igualmente encaminhados para aterro.
De realçar que a avaliação foi realizada para o mesmo cabaz e quantidades de resíduos que
efetivamente foram geridos em 2011 no âmbito do SIGRE gerido pela SPV e, tendo por base as mesmas
tecnologias, constituindo-se portanto “what-if scenarios” internos que pretendem avaliar os
benefícios/impactes da atual gestão de resíduos de embalagens no SIGRE face a cenários extremos da
sua configuração.
Na análise realizada não se teve em conta as implicações não lineares que tais cenários poderiam ter a
nível dos sistemas de background (e.g. construção de novos aterros, incineradores, etc.).
Modificações em Relação ao Âmbito Definido Inicialmente
Em relação ao âmbito definido inicialmente, não ocorreram alterações significativas em relação ao
equacionado inicialmente.
Inventário do Ciclo De Vida (ICV)
Procedimentos de Recolha de Dados
Os procedimentos de recolha de dados para construção das tabelas de inventário são apresentados na
tabela 0.7.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Tabela 0.9 - Métodos de recolha de dados
Tipo de dados
Métodos aplicáveis
Foreground
Específicos do sistema em análise (dados SPV).
Relatórios técnicos e outros documentos similares e estimativas periciais.
Dados bibliográficos de referência, quando não existiam informações específicas.
Ligação foreground-background
Foram utilizados sobretudo dados bibliográficos de referência.
Background
Foram utilizados sobretudo dados bibliográficos de referência.
No âmbito destes métodos, para além da recolha dos dados em si, procedeu-se à recolha de
metainformação relacionada com esses dados, de modo a permitir averiguar da sua validade tendo em
conta os objetivos e o âmbito do estudo e ainda, estimar o seu grau de incerteza, para efeitos de análise
de sensibilidade.
Descrição Qualitativa e Quantitativa dos Processos Unitários
A descrição qualitativa e quantitativa dos processos unitários considerados no estudo apresenta-se de
seguida.
Resíduos Urbanos de Embalagens
Recolha Seletiva
Este processo unitário consiste na recolha de resíduos de embalagem depositados pelos produtores
individuais (porta-a-porta, ecopontos e ecocentros) e respetiva entrega nas estações de triagem. O fluxo
de referência utilizado foi 1 tonelada de resíduos recolhidos seletivamente.
Incluiu-se na análise o consumo de combustível associado à utilização dos veículos afetos à recolha dos
resíduos de embalagem depositados porta-a-porta, nos ecopontos e nos ecocentros. Foram ainda
considerados neste processo unitário os consumos associados ao fabrico e manutenção dos veículos de
recolha.
O consumo de combustível foi calculado com base em dados fornecidos pela SPV relativa aos vários
SMAUT com que tem contrato, sendo que estimou-se que o consumo associado à recolha seletiva de
6
embalagens representou no total 6,2 x 10 L, em 2011, ou seja, uma média de 15,7 L/t de resíduos
recolhidos.
A recolha mais eficiente estimada foi relativa ao vidro (6,1 L/t) e as menos eficientes dizem respeito aos
resíduos dos contentores amarelos (plástico, aço e alumínio), que se estimou em 41,2 L/t. Estes valores
foram usados em conjunto com os processos unitários de transporte existentes na base de dados
Ecoinvent 2.2. para caracterizar o perfil ambiental da recolha seletiva.
Excluiu-se da análise o transporte de resíduos de embalagem desde o seu local de produção até ao
exterior das habitações, ecopontos e ecocentros, de onde estes são recolhidos pelos SMAUT. Também
foram excluídos os processos de fabrico dos ecopontos e sua manutenção, bem como os consumos
associados à operação dos ecocentros.
Página | 140
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Recolha Indiferenciada
Este processo unitário consiste na recolha dos resíduos urbanos de embalagens através de recolha
indiferenciada, conjuntamente com os demais resíduos urbanos e sua entrega no respetivo destino
(incineração, tratamento mecânico ou aterro). O fluxo de referência utilizado foi 1 tonelada de resíduos
de embalagens recolhidos indiferenciadamente.
Incluiu-se na análise o consumo de combustível associado à utilização dos veículos afetos à recolha dos
resíduos indiferenciados depositados. Tal como na recolha seletiva, foram ainda considerados os
consumos associados ao fabrico dos veículos de recolha.
Para o cálculo do combustível utilizado não se consideram valores diferenciados por tipo de material,
tendo-se considerado apenas a alocação de transporte relativa aos resíduos de embalagens, uma vez
que os resíduos urbanos indiferenciados são constituídos por várias frações (e.g. orgânicos, embalagens,
finos, etc.).
Deste modo, o consumo de combustível considerado foi de 5,27 L/t (Santos, 2011, zona com
6
ecopontos), tendo-se estimado no total um consumo de 2,4 x 10 L em 2011. Estes valores foram usados
em conjunto com os processos unitários de transporte existentes na base de dados Ecoinvent 2.2., para
caracterizar o perfil ambiental da recolha indiferenciada.
Excluiu-se da análise o transporte de resíduos indiferenciados desde o seu local de produção até aos
locais onde estes são recolhidos. Foram igualmente excluídos da análise os consumos associados à
operação das estações de transferência e o transporte associado à entrega e recolha de resíduos destes
locais, quando existente por uma questão de otimização de logística. Finalmente, não se consideraram
igualmente os consumos associados ao fabrico e utilização dos contentores onde são depositados os
resíduos indiferenciados (contentores verdes).
Triagem
Este processo unitário consiste na triagem dos resíduos que chegam às estações de triagem por via da
recolha seletiva efetuada pelos SMAUT. O fluxo de referência utilizado foi 1 tonelada de resíduos
sujeitos a triagem.
Foram incluídos na análise os consumos relativos à operação das estações de triagem, nomeadamente,
de eletricidade, água, combustíveis e outros (e.g. óleos e lubrificantes e fita e arame para embalagem).
Deste modo, para o consumo de eletricidade e outros consumíveis utilizaram-se dados internos da SPV
e de Bovea (2006) e Pires et al. (2011). Esses valores foram desagregados por tipo de material, sendo
que no caso do vidro, uma vez que este material tipicamente não é encaminhado para as estações de
triagem, não se consideraram consumos associados à sua separação, apenas tendo-se considerado uma
eficiência de separação.
Neste contexto, em relação às eficiências, consideraram-se valores nacionais obtidos com base em
dados específicos de alguns SMAUT fornecidos pela SPV e ainda, no caso do vidro, em dados compilados
pelo projeto EIMPACK (Eimpack, 2011). Por falta de informação, não se consideraram valores
diferenciados para o aço, alumínio e plástico. Neste contexto, as eficiências de triagem consideradas
fora as seguintes: aço, alumínio e plástico - 76,9%, papel/cartão – 96,2%, vidro – 95%.
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Relatório de Final
Incineração
Operação de queima com recuperação de energia dos resíduos de embalagens que chegam às
instalações de incineração diretamente por via da recolha indiferenciada ou indiretamente através do
refugo que resulta dos processos de triagem ou do tratamento mecânico. O fluxo de referência utilizado
foi 1 tonelada de resíduo sujeito a incineração.
Para caracterizar esta operação consideraram-se processos unitários presentes na base de dados
Ecoinvent 2.2, para os vários materiais de embalagens.
Para além dos impactes ambientais da operação, consideraram-se os impactes evitados pela produção
de eletricidade, cuja modelação foi realizada com base no mix de produção do SEN (ver anteriormente
“Cálculo dos créditos ambientais pela reciclagem valorização dos resíduos de embalagens”).
Foi excluído o transporte para aterro do refugo resultante desta operação. Não foi igualmente analisado
o acréscimo de massa devido à oxidação do alumínio (escórias), nem a perda ligeira de massa no caso
das escórias dos resíduos inertes (e.g. vidro), ou as cinzas não queimadas no caso dos resíduos
valorizáveis. Finalmente, não foi igualmente considerado na análise o potencial de aproveitamento de
calor associado à operação de queima de resíduos, tendo-se apenas considerado a eletricidade
produzida.
Tratamento Mecânico
Operação unitária que consiste numa sequência de operações mecânicas de preparação dos resíduos
recolhidos indiferenciadamente para serem valorizados e eliminados. Após este processo de tratamento
mecânico, os resíduos são encaminhados para valorização orgânica, incineração ou aterro. O fluxo de
referência utilizado foi 1 tonelada de resíduos sujeita a tratamento mecânico.
Foram incluídos na análise o consumo de eletricidade e combustíveis associados à operação dos
equipamentos utilizados nesta operação. Excluíram-se do presente processo os consumos relativos à
operação de compostagem, sendo que esta é caracterizada no processo unitário como valorização
orgânica.
Reciclagem
Processo que consiste na receção dos resíduos recolhidos seletivamente e triados (retomas) e seu
aproveitamento como matéria-prima secundária em processos produtivos. O fluxo de referência
utilizado foi 1 tonelada de resíduo retomado.
Foi incluído na modelação deste processo unitário tanto o consumo de combustível associado ao
transporte das retomas desde o seu local de origem (e.g. triagem e incineração) até aos retomadores,
como todos os consumos associados ao fabrico e manutenção dos camiões utilizados na recolha, para
além dos consumos e emissões associados ao processo de reciclagem em si.
Finalmente, foi considerado na análise o benefício ambiental decorrente da substituição de recursos
naturais por recursos secundários (impactes evitados), tendo em conta os vários materiais de
embalagens.
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Relatório Final
As principais características dos processos de reciclagem considerados estão referidas anteriormente
aquando da apresentação da forma de “Cálculo dos créditos ambientais pela reciclagem valorização dos
resíduos de embalagens”.
Valorização Orgânica
Processo unitário que consiste na receção dos resíduos provenientes do tratamento mecânico e sua
valorização orgânica para produção de composto. O fluxo de referência utilizado foi 1 tonelada de
resíduo valorizado organicamente, sendo que o único material de embalagem considerado na
valorização orgânica foi o papel/cartão.
Foram incluídos na análise os principais consumos associados à compostagem, bem como o transporte
do composto para o seu local de aplicação e, igualmente, os consumos associados ao fabrico e
manutenção dos camiões utilizados no transporte. Em termos dos primeiros, ou seja, do consumo de
eletricidade, combustível, água e material estruturante, consideraram-se os valores presentes em Pires
et al. (2010).
A nível dos impactes evitados, foi tido em conta o benefício ambiental associado à utilização do
composto em detrimento de fertilizante. Nesse aspeto, estes foram estimados com base em Rigamonti
et al. (2010) e Grosso et al. (2009).
Aterro
Processo de deposição dos resíduos em aterro com origem nos vários processos unitários referidos
anteriormente (e.g. recolha indiferenciada, incineração, refugos triagem e da reciclagem, etc.) . O fluxo
de referência utilizado foi 1 tonelada de resíduos depositados em aterro.
Para modelação consideraram-se os processos de deposição em aterros dos vários tipos de materiais
que estão presentes na base de dados ELCD 2.0, do JRC. Neste aspeto, consideraram-se os impactes
ambientais evitados resultantes da produção de eletricidade a partir do biogás de aterro, devido à
degradação do papel/cartão e madeira.
Na tabela seguinte apresenta-se o balanço de massas considerado para os principais processos unitários
da modelação do sistema urbano.
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Relatório de Final
Tabela 0.10 - Balanço de massas dos principais processos unitários considerados na modelação do Sistema Urbano (cenário
Baseline 2011)
Processos unitários
Aço
Alumínio
Madeira
Papel e
Cartão
Plástico
Vidro
Outros
Total
1
Produção de RE
44.978
8.778
4.732
220.746
182.256
397.371
2.004
860.865
2
Recolha Seletiva
8.150
519
4.516
107.579
54.457
221.497
0
396.719
3
para triagem
8.150
519
4.516
107.579
54.457
221.497
0
396.719
3
Recolha Indiferenciada
36.828
8.259
215
113.167
127.799
175.874
2.004
464.146
5
Para incineração
9.201
354
194
23.546
30.386
62.201
957
126.839
6
Para TMB
8.783
1.970
21
25.911
13.475
57.709
782
108.650
9
Para aterro
18.844
5.935
0
63.710
83.938
55.965
265
228.656
8.150
519
4.516
107.579
54.457
221.497
0
396.719
543
37
0
1.221
10.399
2.729
0
14.928
4
Triagem
5
Refugo para incineração
7
Retomas da recolha seletiva
6.267
399
4.516
103.491
41.878
210.422
0
366.974
9
Refugo para aterro
1.340
83
0
2.867
2.181
8.346
0
14.817
9.744
391
215
27.105
42.715
64.929
957
146.057
0
0
215
27.105
42.715
0
0
70.036
5
Incineração
5
Valorização energética
7
Retomas da incineração
(escórias)
9.744
391
0
0
0
0
0
10.135
9
Refugo para aterro
0
0
0
0
0
64.929
957
65.886
8.783
1.970
21
25.911
13.475
57.709
782
108.650
0
0
21
2.338
1.930
0
0
4.289
Retomas do PTC (TM)
2.665
50
0
1.415
6.055
0
0
10.186
Valorização orgânica
0
0
0
5.401
0
0
0
5.401
6.118
1.920
0
16.756
5.490
57.709
782
88.775
18.676
840
4.516
104.907
47.933
210.422
0
387.295
0
0
0
5.401
0
0
0
5.401
26.302
7.938
0
83.333
91.608
186.949
2.004
398.133
6
TMB
Refugo para incineração
Refugo para aterro
7
Reciclagem
8
Valorização orgânica
9
Aterro
Resíduos Não Urbanos de Embalagens
Reciclagem
Os processos de reciclagem considerados são idênticos aos modelados no sistema urbano, com a
exceção do transporte dos resíduos de embalagens, que foi estimado especificamente tendo em conta a
origem dos resíduos e seus destinos, pelo que divergem dos estimados para o caso das retomas dos
resíduos urbanos.
Incineração
Este processo apenas foi considerado em termos de análise de cenários.
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Relatório Final
Aterro
Processo unitário idêntico ao descrito para os resíduos de embalagem urbanos.
Tabela 0.11 - Balanço de massas dos principais processos unitários considerados na modelação do Sistema Não Urbano (cenário
Baseline 2011)
Processos unitários
Aço
Alumínio
Madeira
Papel e
Cartão
Plástico
Vidro
Outros
Total
30.294
503
49.769
216.895
25.840
13.016
505
336.823
11
Produção de RE
15
Incineração
0
0
0
0
0
0
0
0
17
Reciclagem
30.294
503
38.013
216.895
25.840
6.736
0
318.281
19
Aterro
0
0
11.757
0
0
6.280
505
18.542
Fontes Bibliográficas
Em termos de fontes de informação, os dados para os processos de foreground do sistema analisado
tiveram, sempre que possível, como proveniência a SPV, enquanto que para a compilação de dados
genéricos (background) utilizou-se de preferência bases de dados de ACV ou outra informação
bibliográfica com carácter científico (tabela 0.10).
Tabela 0.12 - Fontes de informação
Tipo de processos
Fontes de informação
Foreground
SPV
Outras fontes genéricas para lacunas de dados
Dados bibliográficos
Ligação foreground-background
Dados bibliográficos
Background
Fontes principais:
Ecoinvent 2.2
ELCD 2.0
Outras bases de dados de LCA
Revistas científicas
Procedimentos de Cálculo
Os consumos e as emissões utilizadas nos vários processos unitários dos sistemas urbano e eXtra-urbano
são valores médios estimados para as diversas operações de gestão de resíduos urbanos (recolha,
tratamento, valorização, etc.), tendo por base a informação disponível. Neste sentido, sempre que
possível foram utilizados dados específicos das diversas empresas associadas do SIGRE para a obtenção
das estatísticas médias descritivas dessas operações, por exemplo através de cálculo de médias
ponderadas pela quantidade de resíduos processados.
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Relatório de Final
Validação dos Dados
Aquando da recolha de dados, foi compilada informação para indicar se os dados eram provenientes de
medições, calculados, estimados ou resultantes da modelação, para além de serem dados de uma fonte
ou valores médios de várias medições/estimativas/locais. Os dados compilados através de informações
fornecidos pela SPV foram pré-avaliados com esta entidade, sendo que a equipa de ACV realizou ela
própria uma avaliação desses dados, nomeadamente comparando-os com informação bibliográfica,
quando disponível.
Análise de Sensibilidade para Refinação das Fronteiras do Sistema
Em relação às fronteiras do sistema, como referido anteriormente, não foram considerados os seguintes
processos:

Produção de resíduos
o


Encaminhamento dos resíduos para os seus locais de recolha (ecopontos, ecocentros,
etc.).
Recolha de resíduos
o
Infraestrutura de recolha (contentores) e sua manutenção.
o
Centrais de transferência de resíduos
Valorização orgânica
o
Valorização por digestão anaeróbica
No entanto, tendo por base os processos incluídos na análise, bem como os fluxos de massa dos
diversos circuitos de gestão e os resultados ambientais obtidos, verificou-se que os processos mais
importantes foram contemplados na análise, no contexto do âmbito e objetivos estabelecidos para o
estudo.
Substituição Específica ou Procedimentos de Alocação para Processos Multifuncionais
No inventário de ciclo de vida realizado evitou-se sempre que possível a utilização de procedimentos de
alocação e, igualmente, de substituição específica. Estes quando ocorreram foram marginais e em
processos pouco relevantes em termos do balanço ambiental do SIGRE. Por exemplo, em termos do
consumo de eletricidade proveniente do SEN, na desagregação da origem Produção em Regime Especial
(PRE) - Térmica através da combustão de gás natural em co-geração, que produz como co-produtos a
eletricidade e o calor, utilizou-se o processo "natural gas, burned in power plant/MJ/UCTE" da base de
dados Ecoinvent 2.2, adaptado à realidade Portuguesa. Neste processo realizou-se a expansão das
fronteiras do sistema de modo a contemplar a produção de calor, tendo-se considerado como “avoided
product” o calor gerado, modelado com o processo “Heat, natural gás at industrial furnace > 100kW /
ReR U” dado ser funcionalmente equivalente à co-função do sistema em análise.
Em relação ao referido, excetua-se obviamente a expansão das fronteiras do sistema relacionada com
os impactes ambientais evitados pela substituição material e energética que ocorre nos processos de
valorização de resíduos, que foi já referida.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Tabela de Inventário
Em anexo próprio é apresentada a Tabela de Inventário do SIGRE, para o cenário Baseline 2011.
Avaliação de Impactes no Ciclo De Vida (AICV)
Considerações Iniciais
A avaliação constante do presente relatório foi efetuada com base em dados fornecidos pela SPV no que
respeita nomeadamente aos fluxos mássicos para reciclagem (origem, destino, materiais, etc.) e
características de algumas operações unitárias efetuadas pelos SMAUT (recolha seletiva de embalagens,
triagem, etc.). Os restantes dados, com especial enfoque para os processos unitários de
valorização/tratamento foram modelados tendo em conta informação bibliográfica, sobretudo de
artigos científicos e bases de dados de dados ACV: Ecoinvent 2.2 e ELCD 2.0 e com base em informação
proprietária da empresa 3 Drivers.
Finalmente, é de realçar que os resultados ambientais apresentados têm em conta o seguinte:

Exceto informação em contrário, são relativos a resultados por unidade funcional do estudo ou
seja, consideram-se a soma dos impactes diretos e indiretos.

Refletem o cenário Baseline 2011 e, quando especificado, os cenários “Tudo a aterro” e “Tudo
a incineração”.

Contabilizam não só o impacte ambiental gerado mas igualmente o crédito ambiental obtido
pela reciclagem e valorização orgânica das embalagens e produção de energia elétrica por
incineração e aterro (recuperação de biogás).
Métodos Utilizados
Na realização da AICV consideram-se, preferencialmente, 5 categorias de impacte ambientais,
nomeadamente:

Alterações Climáticas.

Formação de Oxidantes Fotoquímicos.

Acidificação Terrestre.

Depleção de Recursos Hídricos.

Depleção de Recursos Naturais.
A avaliação do impacte nas referidas categorias foi realizada com base nos fatores de caracterização
estabelecidos no método ILCD 2011 Midpoint, versão 1.01 (de Setembro de 2012), do JRC, da Comissão
Europeia e que denotam, segundo estas entidades o melhor conhecimento científico atual acerca cada
uma das categorias de impacte.
Adicionalmente às categorias descritas anteriormente, para análise específica do balanço energético
associado a cada sistema e cenário, utilizou-se o método Cumulative Energy Demand (CED), v. 1.08 (de
2010), desagregando-se os resultados nas seguintes categorias:

Energia não renovável, fóssil

Energia não renovável, nuclear
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final

Energia não renovável, biomassa

Energia renovável, biomassa

Energia renovável, vento, solar, geotérmica

Energia renovável, hídrica
Para cada um dos métodos utilizados efetuaram-se os passos metodológicos obrigatórios segundo as
normas ISO 14040 e ISO 14044, nomeadamente a Classificação e a Caracterização de impactes. Foram
considerados todos os processos incluídos na definição das fronteiras dos sistemas, nomeadamente os
processos que se apresentam no capítulo 4 e 5.
Elementos Opcionais da AICV
Na avaliação realizada não se utilizaram elementos opcionais da AICV.
Processos Excluídos da Análise
Ver secção “Fronteiras do sistema”.
Apresentação dos resultados
Os resultados da análise apresentam-se no capítulo 3 divididos pelos dois subsistemas da SPV:

Sistema de gestão de resíduos urbanos de embalagens.

Sistema de gestão de resíduos não urbanos de embalagens (sistema eXtra-Urbano)
Foram igualmente produzidos resultados globais, que conjugam os resultados de cada subsistema.
Para cada subsistema de resíduos de embalagens apresentam-se os resultados por tipo de processo de
gestão de resíduos e por tipo de material.
Para comparação entre opções de gestão de resíduos, foram calculados ainda os impactes ambientais
resultantes da operação dos cenários alternativos ao Baseline do SIGRE: Tudo a aterro e Tudo para
incineração, já referido anteriormente neste anexo.
Considerações finais
Limitações dos Resultados da AICV e conclusões para a revisão/aprofundamento da avaliação
Como referido anteriormente, os resultados apresentados refletem o sistema em análise ou seja o
funcionamento do SIGRE em 2011 e os pressupostos e dados compilados tendo em conta o âmbito e
objetivos do estudo. Por outro lado, refletem as categorias de impacte identificadas.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Relação entre os Resultados da AICV e os Objetivos e Âmbito do Estudo
A análise realizada encontra-se em geral de acordo com o inicialmente previsto, a indisponibilidade de
alguns dados não inviabilizou a utilização dos resultados da AICV para os objetivos propostos,
nomeadamente:
1. Produzir informação sobre o desempenho ambiental da gestão de embalagens no âmbito
do SIGRE, considerando as principais entradas (recursos e energia) e saídas (emissões e
resíduos) por unidade funcional definida.
2. Verificar quais os aspetos (processos unitários, materiais, etc.) mais relevantes em termos de
impacte ambiental, no contexto da gestão de resíduos de embalagens no âmbito do SIGRE.
Relação dos Resultados da AICV e os Resultados de ICV
Os impactes resultantes da gestão do SIGRE em 2010 decorrem do consumo de um conjunto alargado
de substâncias e variam grandemente de categoria para categoria de impacte, mesmo assim é possível
salientar as principais substâncias consumidas geradoras de impacte ambiental. Desta forma, pode
dizer-se que, em termos gerais, as substâncias consumidas nos processos do SIGRE 2011 que geram
impacte ambiental são:

Petróleo utilizado para o fabrico de combustíveis não renováveis utilizados na recolha seletiva e
indiferenciada de resíduos.

Carvão consumido indiretamente na produção de eletricidade consumida nos processos de
Triagem, Incineração, Tratamento mecânico, Reciclagem, Valorização orgânica e deposição em
Aterro.

Gás natural consumido indiretamente para produção de eletricidade consumida nos processos
de Triagem, Incineração, Tratamento mecânico, Reciclagem, Valorização orgânica e deposição
em Aterro.

Emissões de GEE resultantes da incineração e aterro de resíduos, nomeadamente de CO 2 e CH4
devido, respetivamente, à incineração de plásticos e ao aterro de papel/cartão.
A nível dos impactes evitados, a principal origem destes diz respeito à substituição material induzida
pela reciclagem dos resíduos de embalagens, de acordo com os vários materiais.
Interpretação dos Resultados
Identificação das Questões Significativas
A identificação das questões significativas é realizada no capítulo 3 do estudo, tendo por base uma
análise de pareto aos resultados obtidos.
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Controlo de Integralidade
Para a elaboração do presente relatório foi efetuada uma análise prévia de integralidade, sendo que,
como referido anteriormente, existem alguns processos que não foram incluídos na análise,
nomeadamente os relacionados com a origem dos resíduos de embalagem. Apesar disto, tendo por
base as informações disponíveis, bem como a informação bibliográfica recolhida, os principais
processos, tanto em termos de fluxos mássicos e energéticos, como de relevância ambiental, foram
incluídos na análise.
Controlo de Coerência
Na preparação do presente relatório realizou-se uma análise prévia de coerência de acordo com o
âmbito e objetivos do estudo definidos inicialmente, desta concluiu-se que o estudo corresponde, em
termos gerais, com o previsto.
Assim, tanto os cálculos e como a modelação efetuada para os principais processos da ACV são
coerentes e consistentes com os objetivos e o âmbito definidos inicialmente.
Análise e Controlo de Sensibilidade
Num projeto como o presente, fazer uma análise de sensibilidade significaria avaliar a influência de
alguns pressupostos assumidos e, deste modo, verificar se as informações obtidas são suficientes para
se alcançarem conclusões e efetuarem recomendações. Tendo em conta a fiabilidade da
metainformação associada aos dados utilizados na presente análise, definiu-se que seria feita uma
análise da sua incerteza mas não uma análise e controlo de sensibilidade. A análise de incerteza
realizada encontra-se no ponto seguinte.
Adicionalmente, dado que no decorrer dos trabalhos associados ao presente projeto houve a
necessidade de estabelecer e analisar dois cenários alternativos de funcionamento do SIGRE (aterro e
incineração), esta análise constituiu per si uma análise de sensibilidade aos resultados obtidos no
cenário baseline.
Análise de Incerteza
Foi feita uma análise de incerteza ao cenário baseline de funcionamento do SIGRE, tendo por base a
metodologia estabelecida pela base de dados Ecoinvent 2.2, também conhecida como “pedigree
matrix”.
Nesta metodologia, a estimativa da incerteza associada a um processo faz-se de acordo com a
metainformação associada aos dados, utilizando para isso a expressão abaixo expressa (Frischknecht, et
al., The ecoinvent Database: Overview and Methodological Framework, 2005).
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Equação 1 – Cálculo da incerteza associada aos dados
Estimada a incerteza associada a cada parâmetro utilizado na simulação, bem como a sua distribuição
estatística associada, com base no método de Monte Carlo efetuou-se um conjunto de simulações
sistemáticas para análise de incerteza, introduzindo variações nos parâmetros de entrada de acordo
com o grau de incerteza existente nos dados.
Tabela 0.13 - Análise de incerteza ao cenário baseline do SIGRE
Categoria de impacte
Unidade
Baseline ()
Alterações Climáticas
kg CO2 eq
-1,18E+08
-2,18+08
[2,5% - 97,5%]
-3,86E+07
Formação de oxidantes fotoquímicos
kg NMVOC eq
-1,33E+06
-1,80E+06
-9,68E+05
Acidificação
molc H+ eq
-2,81E+06
-3,52E+06
-2,26E+06
Depleção de recursos hídricos
m3 água eq
-6,93E+05
-8,81E+05
-5,47E+05
Depleção recursos naturais
kg Sb eq
-3,73E+01
-5,30E+01
-2,56E+01
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Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Figura 0.3 - Análise de incerteza ao cenário baseline do SIGRE (Caracterização)
NOTA: A verde claro representa-se o intervalo dos resultados encontrados. Com um ponto representa-se o valor esperado.
Pela análise da figura 0.3 pode concluir-se que nas categorias de impacte consideradas, tendo em conta
o cenário baseline de funcionamento do SIGRE, a incerteza dos dados não influência o “sinal” desse
balanço, assim, a conclusão de que o SIGRE apresenta um desempenho ambiental favorável não é
afetada pela incerteza associada aos dados.
Pressupostos e Limitações
Em termos dos principais pressupostos e limitações, de salientar o seguinte:

Na análise consideraram-se não só os impactes associados à recolha, triagem, transporte,
tratamento e valorização dos referidos resíduos, mas igualmente os impactes ambientais
evitados através da substituição de materiais primários por materiais secundários e energia
obtidos dos processos de valorização (avoided impacts).

O cabaz de resíduos em análise (ver unidade funcional do estudo) foi o relativo a 2011 no
SIGRE.
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Relatório Final

Os fluxos mássicos dos sistemas de gestão de resíduos urbanos e não urbanos de embalagens
dizem respeito, a nível das operações de valorização, a dados fornecidos especificamente pela
SPV (resíduos encaminhados para reciclagem, resíduos valorizados energeticamente, etc.). Ao
nível dos fluxos de recolha seletiva, indiferenciada e encaminhamento direto para aterro,
recorreu-se a estimativas com base em diversas fontes de dados, de forma coerente e
respeitando-se a regra de conservação de massa no sistema.

Não se consideram os efeitos que potenciais contaminantes dos resíduos de embalagens
podem ter a nível da valorização dos resíduos, sobretudo no sistema urbano (e.g. orgânicos,
humidade), estando apenas de alguma forma este aspeto considerado a nível das eficiências de
separação e valorização consideradas (e.g. reciclagem).

Na análise utilizaram-se valores médios estimados para as várias operações de gestão de
resíduos no âmbito do SIGRE, não se tendo avaliado especificamente o panorama associado à
gestão de resíduos de embalagens numa dada área geográfica, sendo que os processos
unitários utilizados podem variar de sistema para sistema (e.g. não existência de tratamento
mecânico ou valorização orgânica).

Alguns dos dados utilizados para caracterizar os processos de foreground foram obtidos da
bibliografia, devido às lacunas de dados existentes. Para minimizar esta limitação utilizaram-se
preferencialmente dados publicados em jornais com peer review e consideram-se cenários
conservativos, por exemplo no que concerne aos impactes evitados, como é exemplo o
pressuposto da substituição do mix de eletricidade do SEN pela eletricidade produzida na
incineração de resíduos de embalagens de plástico.

Consideram-se 6 categorias de impacte, que foi as que se consideraram mais relevantes tendo
em conta o âmbito e objetivos do estudo, pelo que não se avaliou a totalidade dos aspetos
ambientais associados à gestão de resíduos de embalagens.

Os resultados e conclusões apresentadas no capítulo 3 e 6 referem-se ao cenário Baseline 2011
avaliado e, como tal, refletem entre outros, os pressupostos acima referidos.
Após a avaliação realizada e os resultados obtidos, de referir que se considera que os pressupostos e
limitações enunciadas não colocam em causa a validade do estudo face aos seus objetivos e âmbito.
No entanto, de salientar que a comparação com outros estudos mais específicos, com uma vertente
mais vertical (e.g. avaliação do fim de vida das embalagens de PET, desempenho ambiental de um
sistema regional de gestão de resíduos, etc.) ou a generalização dos resultados para outras situações
fora dos objetivos formulados (e.g. para efeitos de definição de metas de reciclagem, etc.) deve ser
realizada com as devida parcimónia e ressalvas.
Conclusões e Recomendações
As principais conclusões face aos objetivos e âmbito do trabalho são realizados no capítulo 3 e 6 do
presente relatório.
Em relação às recomendações para trabalhos futuros, apresentam-se, por exemplo, as seguintes ideias.

Compilar-se uma maior quantidade de informação sobre os processos de valorização dos
resíduos de embalagens existentes em Portugal, com especial incidência na sua reciclagem, por
exemplo em termos de:
o Produtos substituídos
o Eficiências de reciclagem
o Consumos energéticos e de outros materiais e emissões para a natureza
Página | 153
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final

Atualizar a informação relativa aos fluxos de massa e consumos específicos dos processos
associados à recolha e tratamento de resíduos de embalagens, aumentando a sua abrangência
para a totalidade dos SMAUT existentes (e.g. eficiências de triagem, consumos de combustíveis
na recolha seletiva, etc.).

Realizar a análise comparativa dos impactes e benefícios associados a cada área geográfica com
base em dados específicos que reflitam a realizada de cada SMAU, estabelecendo o seu ranking
e avaliando os aspetos fulcrais a melhorar em cada sistema.
Página | 154
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Anexo B - TABELA DE INVENTÁRIO DO SIGRE
Calculation:
Analisar
Results:
Inventário
Product:
1 p RE todos os materiais (of project SPV - Baseline)
Método:
ILCD 2011 Midpoint (v1.01)
Indicador:
Inventário
Unidade:
?
Compartimento:
Todos os compartimentos
Per sub-compartment:
N.º
Default units:
Excluir processos de infraestrutura:
Excluir emissões de longo
prazo:
N.º
Sorted on item:
Substância
Sort order:
Ascendente
N.º
Substância
N.º
Sim
Compartimento Unidade Totalt
1 1-Butanol
Ar
kg
-0,00157
2 1-Butanol
Água
kg
-0,37645
3 1-Pentanol
Ar
kg
-0,29348
4 1-Pentanol
Água
kg
-0,70439
5 1-Pentene
Ar
kg
-0,22179
6 1-Pentene
Água
kg
-0,5323
7 1-Propanol
Ar
kg
-2,06442
8 1-Propanol
Água
kg
-0,94412
9 1,4-Butanediol
Ar
kg
-0,01131
10 1,4-Butanediol
Água
kg
-0,00452
11 2-Aminopropanol
Ar
kg
-0,00209
12 2-Aminopropanol
Água
kg
-0,00503
13 2-Butene, 2-methyl-
Ar
kg
-4,92E-05
14 2-Methyl-1-propanol
Ar
kg
-0,50645
15 2-Methyl-1-propanol
Água
kg
-1,21547
16 2-Methyl-2-butene
Água
kg
-0,00012
17 2-Nitrobenzoic acid
Ar
kg
-0,00017
18 2-Propanol
Ar
kg
-21,1385
19 2-Propanol
Água
kg
-0,00077
20 2,4-D
Solo
kg
-18,8552
21 4-Methyl-2-pentanone
Água
kg
-4,21E-05
22 Acenaphthene
Ar
kg
-0,00027
23 Acenaphthene
Água
kg
0,012251
24 Acenaphthylene
Água
kg
0,008764
25 Acetaldehyde
Ar
kg
889,7328
26 Acetaldehyde
Água
kg
-7,81994
27 Acetic acid
Ar
kg
-2730,26
28 Acetic acid
Água
kg
-39,145
Página | 155
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Página | 156
29 Acetone
Ar
kg
856,795
30 Acetone
Água
kg
-0,96518
31 Acetonitrile
Ar
kg
-56,2076
32 Acetonitrile
Água
kg
-0,00205
33 Acetyl chloride
Água
kg
-0,55336
34 Acidity, unspecified
Ar
kg
0,001376
35 Acidity, unspecified
Água
kg
-1077,42
36 Aclonifen
Solo
kg
-0,79494
37 Acrolein
Ar
kg
-0,0894
38 Acrylate, ion
Água
kg
-0,12948
39 Acrylic acid
Ar
kg
-0,05471
40 Acrylonitrile
Água
kg
0,000319
41 Actinides, radioactive, unspecified
Ar
Bq
-36330,2
42 Actinides, radioactive, unspecified
Água
Bq
-4994316
43 Aerosols, radioactive, unspecified
Ar
Bq
-804877
44 Air
Matéria prima
kg
1,48E+08
45 Aldehydes, unspecified
Ar
kg
-2,44162
46 Aldrin
Solo
kg
-0,00141
47 Aluminium
Ar
kg
-13652,1
48 Aluminium
Água
kg
-1226,85
49 Aluminium
Solo
kg
-6457,4
50 Aluminium, 24% in bauxite, 11% in crude ore, in ground
Matéria prima
kg
-1677745
51 Americium-241
Água
Bq
57443,61
52 Ammonia
Ar
kg
-77333
53 Ammonia
Água
kg
24114,94
54 Ammonia
Solo
kg
145154,8
55 Ammonium carbonate
Ar
kg
-0,30211
56 Ammonium, ion
Ar
kg
9,84E-05
57 Ammonium, ion
Água
kg
-4920,9
58 Anhydrite, in ground
Matéria prima
kg
-200,594
59 Aniline
Ar
kg
-1,0587
60 Aniline
Água
kg
-2,54096
61 Anthracene
Ar
kg
0,000305
62 Anthracene
Água
kg
0,006806
63 Anthranilic acid
Ar
kg
-0,00013
64 Antimony
Ar
kg
-17,6372
65 Antimony
Água
kg
581,6109
66 Antimony
Solo
kg
-20,5271
67 Antimony-122
Água
Bq
-2031,55
68 Antimony-124
Ar
Bq
15,10267
69 Antimony-124
Água
Bq
-960809
70 Antimony-125
Ar
Bq
-52,5863
71 Antimony-125
Água
Bq
-1116009
72 AOX, Adsorbable Organic Halogen as Cl
Água
kg
24173,84
73 Argon-41
Ar
Bq
-9,5E+07
74 Arsenic
Ar
kg
-50,1228
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
75 Arsenic
Solo
kg
-9,86621
76 Arsenic trioxide
Ar
kg
1,39E-06
77 Arsenic, ion
Água
kg
-193,585
78 Arsine
Ar
kg
0,000115
79 Atrazine
Solo
kg
-0,00037
80 Barite
Água
kg
-7792,53
81 Barite, 15% in crude ore, in ground
Matéria prima
kg
-148303
82 Barium
Ar
kg
5,208487
83 Barium
Água
kg
-1857,21
84 Barium
Solo
kg
-887,89
85 Barium-140
Ar
Bq
-3420,69
86 Barium-140
Água
Bq
-8899,21
87 Basalt, in ground
Matéria prima
kg
-84504,1
88 Benomyl
Solo
kg
-0,1202
89 Bentazone
Solo
kg
-0,4057
90 Benzal chloride
Ar
kg
-7,09E-09
91 Benzaldehyde
Ar
kg
-0,04065
92 Benzene
Ar
kg
-3121,92
93 Benzene
Água
kg
-1513,39
94 Benzene, 1-methyl-2-nitro-
Ar
kg
-0,00015
95 Benzene, 1,2-dichloro-
Ar
kg
-0,49427
96 Benzene, 1,2-dichloro-
Água
kg
-3,59333
97 Benzene, 1,3,5-trimethyl-
Ar
kg
1,06E-06
98 Benzene, chloro-
Água
kg
-49,7589
99 Benzene, ethyl-
Ar
kg
108,0525
100 Benzene, ethyl-
Água
kg
-49,0682
101 Benzene, hexachloro-
Ar
kg
0,130123
102 Benzene, pentachloro-
Ar
kg
0,337312
103 Benzo(a)anthracene
Ar
kg
0,000153
104 Benzo(a)anthracene
Água
kg
0,005613
105 Benzo(a)pyrene
Ar
kg
-6,87395
106 Benzo(b)fluoranthene
Ar
kg
0,000274
107 Benzo(b)fluoranthene
Água
kg
0,00622
108 Benzo(g,h,i)perylene
Ar
kg
0,000137
109 Beryllium
Ar
kg
-0,0746
110 Beryllium
Água
kg
-0,44249
111 Biomass, feedstock
Matéria prima
MJ
-30895
112 BOD5, Biological Oxygen Demand
Água
kg
-703073
113 Borate
Água
kg
-53,5053
114 Borax, in ground
Matéria prima
kg
-3,63867
115 Boron
Ar
kg
-708,792
116 Boron
Água
kg
-696,736
117 Boron
Solo
kg
-59,6679
118 Boron trifluoride
Ar
kg
-8,73E-09
119 Bromate
Água
kg
-180,566
120 Bromide
Água
kg
-2770,43
Página | 157
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Página | 158
121 Bromide
Solo
kg
13,1703
122 Bromine
Ar
kg
-188,637
123 Bromine
Água
kg
1410,466
124 Bromine, 0.0023% in water
Matéria prima
kg
-3291,61
125 Butadiene
Ar
kg
-0,18971
126 Butane
Ar
kg
-1076,16
127 Butene
Ar
kg
-42,0954
128 Butene
Água
kg
-0,5871
129 Butyl acetate
Água
kg
-0,48457
130 Butyrolactone
Ar
kg
-0,00033
131 Butyrolactone
Água
kg
-0,00079
132 Cadmium
Ar
kg
-28,586
133 Cadmium
Água
kg
1,096095
134 Cadmium
Solo
kg
-7,71756
135 Cadmium, 0.30% in sulfide, Cd 0.18%, Pb, Zn, Ag, In, in ground
Matéria prima
kg
107,8363
136 Cadmium, ion
Água
kg
-16,7899
137 Calcite, in ground
Matéria prima
kg
-2,1E+07
138 Calcium
Ar
kg
-11765
139 Calcium
Solo
kg
510702,6
140 Calcium chloride
Matéria prima
kg
8,66E-06
141 Calcium fluoride waste
Resíduo
kg
5,501584
142 Calcium, ion
Água
kg
-414605
143 Carbetamide
Solo
kg
-8,12899
144 Carbofuran
Solo
kg
-65,9
145 Carbon
Solo
kg
146 Carbon-14
Ar
Bq
-42640
3,01E+09
147 Carbon-14
Água
Bq
148 Carbon dioxide, biogenic
Ar
kg
149 Carbon dioxide, fossil
Ar
kg
150 Carbon dioxide, in air
Matéria prima
kg
2907904
1,60E+08
1,67E+08
5,34E+08
151 Carbon dioxide, land transformation
Ar
kg
58089429
152 Carbon disulfide
Ar
kg
-688,74
153 Carbon disulfide
Água
kg
-33,684
154 Carbon monoxide, biogenic
Ar
kg
-98290,1
155 Carbon monoxide, fossil
Ar
kg
-1481412
156 Carbon, in organic matter, in soil
Matéria prima
kg
-83237,9
157 Carbonate
Água
kg
-593,417
158 Carboxylic acids, unspecified
Água
kg
-9036,96
159 Cerium-141
Ar
Bq
-829,251
160 Cerium-141
Água
Bq
-3558,06
161 Cerium-144
Água
Bq
-1083,2
162 Cesium
Água
kg
-2,06771
163 Cesium-134
Ar
Bq
15917,26
164 Cesium-134
Água
Bq
1875289
165 Cesium-136
Água
Bq
-631,484
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
166 Cesium-137
Ar
Bq
167 Cesium-137
Água
Bq
31895,83
5,49E+08
168 Chemical waste, inert
Resíduo
kg
-1773,18
169 Chemical waste, regulated
Resíduo
kg
-164366
170 Chemical waste, unspecified
Resíduo
kg
-2638,48
171 Chloramine
Ar
kg
-1,03094
172 Chloramine
Água
kg
-9,19911
173 Chlorate
Água
kg
-1666,99
174 Chloride
Ar
kg
3,895531
175 Chloride
Água
kg
-1994745
176 Chloride
Solo
kg
215954,8
177 Chlorinated solvents, unspecified
Água
kg
-0,92482
178 Chlorine
Ar
kg
-752,69
179 Chlorine
Água
kg
33,67286
180 Chloroacetic acid
Ar
kg
-0,34737
181 Chloroacetic acid
Água
kg
-81,2003
182 Chloroacetyl chloride
Água
kg
-0,0067
183 Chloroform
Ar
kg
-1,65623
184 Chloroform
Água
kg
-0,29862
185 Chlorosilane, trimethyl-
Ar
kg
-0,04339
186 Chlorosulfonic acid
Ar
kg
-0,00299
187 Chlorosulfonic acid
Água
kg
-0,00746
188 Chlorothalonil
Solo
kg
-7871,99
189 Chromium
Ar
kg
-327,929
190 Chromium
Água
kg
17,82261
191 Chromium
Solo
kg
13,4405
192 Chromium-51
Ar
Bq
-53,1372
193 Chromium-51
Água
Bq
-1354288
194 Chromium VI
Ar
kg
-7,27843
195 Chromium VI
Água
kg
-292,733
196 Chromium VI
Solo
kg
-78,3376
197 Chromium, 25.5% in chromite, 11.6% in crude ore, in ground
Matéria prima
kg
-80768,3
198 Chromium, in ground
Matéria prima
kg
4,253367
199 Chromium, ion
Ar
kg
0,000412
200 Chromium, ion
Água
kg
-61,7608
201 Chromium, ion
Solo
kg
4,36E-06
202 Chrysene
Ar
kg
0,000377
203 Chrysene
Água
kg
0,031678
204 Chrysotile, in ground
Matéria prima
kg
-34,2447
205 Cinnabar, in ground
Matéria prima
kg
-3,20011
206 Clay, bentonite, in ground
Matéria prima
kg
-648354
207 Clay, unspecified, in ground
Matéria prima
kg
15827306
208 Coal, brown, in ground
Matéria prima
kg
-2,3E+07
209 Coal, hard, unspecified, in ground
Matéria prima
kg
-6,7E+07
210 Cobalt
Ar
kg
-24,9811
211 Cobalt
Água
kg
-13,8157
Página | 159
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Página | 160
212 Cobalt
Solo
kg
28,79467
213 Cobalt-57
Água
Bq
-20045,8
214 Cobalt-58
Ar
Bq
25,96384
215 Cobalt-58
Água
Bq
-9009549
216 Cobalt-60
Ar
Bq
1881,693
217 Cobalt-60
Água
Bq
5365458
218 Cobalt, in ground
Matéria prima
kg
-0,50465
219 COD, Chemical Oxygen Demand
Água
kg
-592812
220 Colemanite, in ground
Matéria prima
kg
-600,267
221 Construction waste
Resíduo
kg
26035,21
222 Copper
Ar
kg
-416,742
223 Copper
Água
kg
3,141293
224 Copper
Copper, 0.99% in sulfide, Cu 0.36% and Mo 8.2E-3% in crude ore, in
225 ground
Copper, 1.18% in sulfide, Cu 0.39% and Mo 8.2E-3% in crude ore, in
226 ground
Copper, 1.42% in sulfide, Cu 0.81% and Mo 8.2E-3% in crude ore, in
227 ground
Copper, 2.19% in sulfide, Cu 1.83% and Mo 8.2E-3% in crude ore, in
228 ground
Solo
kg
-266,878
Matéria prima
kg
-7097,83
Matéria prima
kg
-39140,9
Matéria prima
kg
-10382,7
Matéria prima
kg
-51740,7
229 Copper, in ground
Matéria prima
kg
-47,3314
230 Copper, ion
Água
kg
-110,637
231 Cresol
Água
kg
2,23E-05
232 Cumene
Ar
kg
-800,516
233 Cumene
Água
kg
-1923,63
234 Curium alpha
Água
Bq
76130,09
235 Cyanide
Ar
kg
91,57467
236 Cyanide
Água
kg
-84,0144
237 Cyanoacetic acid
Ar
kg
-0,00245
238 Cyclohexane
Ar
kg
0,002143
239 Cypermethrin
Solo
kg
-9,71409
240 Decane
Água
kg
30,13908
241 Decane
Solo
kg
1,602412
242 Diatomite, in ground
Matéria prima
kg
0,05602
243 Dibenz(a,h)anthracene
Ar
kg
8,52E-05
244 Dichromate
Água
kg
-1,98088
245 Diethanolamine
Ar
kg
2,41E-09
246 Diethylamine
Ar
kg
-0,47133
247 Diethylamine
Água
kg
-1,13121
248 Dimethyl malonate
Ar
kg
-0,00307
249 Dimethylamine
Água
kg
-0,47583
250 Dinitrogen monoxide
Ar
kg
-31600,7
251 Dioxin, 2,3,7,8 Tetrachlorodibenzo-p-
Ar
kg
0,000671
252 Dioxin, 2,3,7,8 Tetrachlorodibenzo-p-
Água
kg
-2,47E-09
253 Dioxins, measured as 2,3,7,8-tetrachlorodibenzo-p-dioxin
Ar
kg
-6,63E-07
254 Dipropylamine
Ar
kg
-0,30003
255 Dipropylamine
Água
kg
-0,72007
256 DOC, Dissolved Organic Carbon
Água
kg
-180871
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
257 Dolomite, in ground
Matéria prima
kg
-4984254
258 Energy, from coal
Matéria prima
MJ
20809995
259 Energy, from coal, brown
Matéria prima
MJ
15652501
260 Energy, from gas, natural
Matéria prima
MJ
1,31E+08
261 Energy, from oil
Matéria prima
MJ
85555331
262 Energy, from peat
Matéria prima
MJ
31782,56
263 Energy, from uranium
Matéria prima
MJ
26426317
264 Energy, from wood
Matéria prima
MJ
608,7075
265 Energy, geothermal, converted
Matéria prima
MJ
266 Energy, gross calorific value, in biomass
Matéria prima
MJ
30810,65
5,91E+09
267 Energy, gross calorific value, in biomass, primary forest
Matéria prima
MJ
-5770804
268 Energy, kinetic (in wind), converted
Matéria prima
MJ
269 Energy, potential (in hydropower reservoir), converted
Matéria prima
MJ
-3,7E+07
4,09E+08
270 Energy, solar, converted
Matéria prima
MJ
4721836
271 Ethane
Ar
kg
-580,569
272 Ethane, 1,1-difluoro-, HFC-152a
Ar
kg
-0,16154
273 Ethane, 1,1,1-trichloro-, HCFC-140
Ar
kg
-0,00035
274 Ethane, 1,1,1,2-tetrafluoro-, HFC-134a
Ar
kg
107,4731
275 Ethane, 1,1,2-trichloro-1,2,2-trifluoro-, CFC-113
Ar
kg
-0,0026
276 Ethane, 1,2-dichloro-
Ar
kg
-16,2935
277 Ethane, 1,2-dichloro-
Água
kg
-28,7216
278 Ethane, 1,2-dichloro-1,1,2,2-tetrafluoro-, CFC-114
Ar
kg
-1,11565
279 Ethane, hexafluoro-, HFC-116
Ar
kg
-36,9772
280 Ethanol
Ar
kg
-53,8528
281 Ethanol
Água
kg
-6,45375
282 Ethene
Ar
kg
-1780,24
283 Ethene
Água
kg
-21,1198
284 Ethene, chloro-
Ar
kg
201,3281
285 Ethene, chloro-
Água
kg
-0,05881
286 Ethene, tetrachloro-
Ar
kg
-0,0009
287 Ethyl acetate
Ar
kg
-99,0744
288 Ethyl acetate
Água
kg
-1,20106
289 Ethyl cellulose
Ar
kg
-0,1986
290 Ethylamine
Ar
kg
-0,25872
291 Ethylamine
Água
kg
-0,62093
292 Ethylene diamine
Ar
kg
-5,53994
293 Ethylene diamine
Água
kg
-13,2956
294 Ethylene oxide
Ar
kg
-30,4885
295 Ethylene oxide
Água
kg
-0,61302
296 Ethyne
Ar
kg
-177,115
297 Feldspar, in ground
Matéria prima
kg
-0,08036
298 Fenpiclonil
Solo
kg
-309,867
299 Fluoranthene
Ar
kg
0,000992
300 Fluoranthene
Água
kg
0,006567
301 Fluorene
Ar
kg
0,003149
302 Fluoride
Ar
kg
3,194347
Página | 161
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Página | 162
303 Fluoride
Água
kg
-9857,33
304 Fluoride
Solo
kg
3285,08
305 Fluorine
Ar
kg
-104,152
306 Fluorine
Água
kg
0,023038
307 Fluorine, 4.5% in apatite, 1% in crude ore, in ground
Matéria prima
kg
-17619
308 Fluorine, 4.5% in apatite, 3% in crude ore, in ground
Matéria prima
kg
-12331,2
309 Fluorspar, 92%, in ground
Matéria prima
kg
-502039
310 Fluosilicic acid
Ar
kg
-43,0026
311 Fluosilicic acid
Água
kg
-77,4046
312 Food biomass waste, DK
Resíduo
kg
-0,72224
313 Formaldehyde
Ar
kg
-7292,04
314 Formaldehyde
Água
kg
-273,323
315 Formamide
Ar
kg
-0,53679
316 Formamide
Água
kg
-1,28831
317 Formate
Água
kg
-0,54954
318 Formic acid
Ar
kg
-376,226
319 Formic acid
Água
kg
-0,37397
320 Furan
Ar
kg
-106,751
321 Gallium, 0.014% in bauxite, in ground
Matéria prima
kg
-0,00123
322 Gas, mine, off-gas, process, coal mining/m3
Matéria prima
m3
-624234
323 Gas, natural, in ground
Matéria prima
m3
-2,8E+07
324 Glutaraldehyde
Água
kg
-0,96204
325 Glyphosate
Solo
kg
-134,154
326 Gold, Au 1.1E-4%, Ag 4.2E-3%, in ore, in ground
Matéria prima
kg
-0,19455
327 Gold, Au 1.3E-4%, Ag 4.6E-5%, in ore, in ground
Matéria prima
kg
-0,35675
328 Gold, Au 1.4E-4%, in ore, in ground
Matéria prima
kg
-0,42715
329 Gold, Au 2.1E-4%, Ag 2.1E-4%, in ore, in ground
Matéria prima
kg
-0,65244
330 Gold, Au 4.3E-4%, in ore, in ground
Matéria prima
kg
-0,1617
331 Gold, Au 4.9E-5%, in ore, in ground
Matéria prima
kg
-0,38729
332 Gold, Au 6.7E-4%, in ore, in ground
Matéria prima
kg
-0,5996
333 Gold, Au 7.1E-4%, in ore, in ground
Gold, Au 9.7E-4%, Ag 9.7E-4%, Zn 0.63%, Cu 0.38%, Pb 0.014%, in
334 ore, in ground
Matéria prima
kg
-0,6761
Matéria prima
kg
-0,04051
335 Gold, in ground
Matéria prima
kg
8,65E-06
336 Granite, in ground
Matéria prima
kg
337 Gravel, in ground
Matéria prima
kg
-0,02388
1,21E+08
338 Gypsum, in ground
Matéria prima
kg
339 Heat, waste
Ar
MJ
340 Heat, waste
Água
MJ
1,27E+08
341 Heat, waste
Solo
MJ
-7470198
342 Helium
Ar
kg
-56,5145
343 Heptane
Ar
kg
-416,92
344 Hexamethylene diamine
Ar
kg
5,43E-06
345 Hexane
Ar
kg
-3388,06
346 Hexane
Água
kg
2,52E-06
347 Hydrocarbons, aliphatic, alkanes, cyclic
Ar
kg
-65,0206
508,32
5,12E+09
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
348 Hydrocarbons, aliphatic, alkanes, unspecified
Ar
kg
-8504,05
349 Hydrocarbons, aliphatic, alkanes, unspecified
Água
kg
-268,803
350 Hydrocarbons, aliphatic, unsaturated
Ar
kg
-6408,58
351 Hydrocarbons, aliphatic, unsaturated
Água
kg
-25,0651
352 Hydrocarbons, aromatic
Ar
kg
-3677,22
353 Hydrocarbons, aromatic
Água
kg
-1103,57
354 Hydrocarbons, chlorinated
Ar
kg
-9,64887
355 Hydrocarbons, unspecified
Água
kg
-3268,34
356 Hydrogen
Ar
kg
357 Hydrogen-3, Tritium
Ar
Bq
358 Hydrogen-3, Tritium
Água
Bq
11056,95
1,78E+10
1,24E+12
359 Hydrogen bromide
Ar
kg
0,015638
360 Hydrogen chloride
Ar
kg
-22531,9
361 Hydrogen chloride
Água
kg
0,000466
362 Hydrogen cyanide
Ar
kg
0,001043
363 Hydrogen fluoride
Ar
kg
-6376,04
364 Hydrogen fluoride
Água
kg
29,30976
365 Hydrogen iodide
Ar
kg
1,12E-05
366 Hydrogen peroxide
Ar
kg
-0,14741
367 Hydrogen peroxide
Água
kg
-1,69861
368 Hydrogen sulfide
Ar
kg
-5808,12
369 Hydrogen sulfide
Água
kg
-46,0798
370 Hydroxide
Água
kg
-5,62368
371 Hypochlorite
Água
kg
-47,5127
372 Indeno(1,2,3-cd)pyrene
Ar
kg
0,000102
373 Indium, 0.005% in sulfide, In 0.003%, Pb, Zn, Ag, Cd, in ground
Matéria prima
kg
1,736226
374 Iodide
Água
kg
-589,893
375 Iodine
Ar
kg
-40,538
376 Iodine-129
Ar
Bq
-2950240
377 Iodine-129
Água
Bq
8308375
378 Iodine-131
Ar
Bq
-8,8E+07
379 Iodine-131
Água
Bq
-188582
380 Iodine-133
Ar
Bq
-8433,94
381 Iodine-133
Água
Bq
-5586,77
382 Iodine-135
Ar
Bq
-9421,65
383 Iodine, 0.03% in water
Matéria prima
kg
-717,187
384 Iron
Ar
kg
-357,976
385 Iron
Água
kg
2682,452
386 Iron
Solo
kg
-15374,4
387 Iron-59
Água
Bq
-1535,93
388 Iron, 46% in ore, 25% in crude ore, in ground
Matéria prima
kg
-5,1E+07
389 Iron, ion
Água
kg
-43694
390 Isocyanic acid
Ar
kg
-1,57992
391 Isoprene
Ar
kg
-4,95366
392 Isopropylamine
Ar
kg
-0,00014
393 Isopropylamine
Água
kg
-0,00033
Página | 163
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Página | 164
394 Kaolinite, 24% in crude ore, in ground
Matéria prima
kg
-295191
395 Kieserite, 25% in crude ore, in ground
Matéria prima
kg
396 Krypton-85
Ar
Bq
8,997405
6,98E+08
397 Krypton-85m
Ar
Bq
2,15E+12
398 Krypton-87
Ar
Bq
-1,9E+07
399 Krypton-88
Ar
Bq
-2,1E+07
400 Krypton-89
Ar
Bq
-6708930
401 Lactic acid
Ar
kg
-0,23502
402 Lactic acid
Água
kg
-0,56406
403 Lanthanum-140
Ar
Bq
-292,348
404 Lanthanum-140
Água
Bq
-9478,45
405 Lead
Ar
kg
-459,676
406 Lead
Água
kg
-105,469
407 Lead
Solo
kg
-102,088
408 Lead-210
Ar
Bq
409 Lead-210
Água
Bq
-1,4E+07
2,53E+08
410 Lead compounds
Ar
kg
1,04E-06
411 Lead, 5.0% in sulfide, Pb 3.0%, Zn, Ag, Cd, In, in ground
Matéria prima
kg
10004,88
412 Lead, in ground
Matéria prima
kg
219,2249
413 Linuron
Solo
kg
-6,12461
414 Lithium, 0.15% in brine, in ground
Matéria prima
kg
-15,5292
415 Lithium, ion
Água
kg
-35,3572
416 m-Xylene
Ar
kg
-241,136
417 m-Xylene
Água
kg
-1,38971
418 Magnesite, 60% in crude ore, in ground
Matéria prima
kg
-7397,05
419 Magnesium
Ar
kg
-1018,41
420 Magnesium
Água
kg
-27274,1
421 Magnesium
Solo
kg
73600,58
422 Magnesium chloride
Matéria prima
kg
4390,518
423 Magnesium, 0.13% in water
Matéria prima
kg
-31,0585
424 Magnesium, in ground
Matéria prima
kg
-7,53E-05
425 Mancozeb
Solo
kg
-10224,3
426 Manganese
Ar
kg
-385,658
427 Manganese
Água
kg
-1134,52
428 Manganese
Solo
kg
-4915,23
429 Manganese-54
Ar
Bq
-27,2125
430 Manganese-54
Manganese, 35.7% in sedimentary deposit, 14.2% in crude ore, in
431 ground
Água
Bq
1356603
Matéria prima
kg
-10637,9
432 Manganese, in ground
Matéria prima
kg
37,58877
433 Mercury
Ar
kg
-8,77958
434 Mercury
Água
kg
-0,78496
435 Mercury
Solo
kg
-1,94442
436 Mercury, in ground
Matéria prima
kg
-0,00295
437 Metaldehyde
Solo
kg
-3,54614
438 Metamorphous rock, graphite containing, in ground
Matéria prima
kg
22927025
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
439 Methane
Ar
kg
3510605
440 Methane, biogenic
Ar
kg
-32892,4
441 Methane, bromo-, Halon 1001
Ar
kg
-1,62E-09
442 Methane, bromochlorodifluoro-, Halon 1211
Ar
kg
-0,01579
443 Methane, bromotrifluoro-, Halon 1301
Ar
kg
-1,02207
444 Methane, chlorodifluoro-, HCFC-22
Ar
kg
-0,59146
445 Methane, chlorotrifluoro-, CFC-13
Ar
kg
0,04826
446 Methane, dibromo-
Água
kg
5,03E-07
447 Methane, dichloro-, HCC-30
Ar
kg
-0,93314
448 Methane, dichloro-, HCC-30
Água
kg
-26,3268
449 Methane, dichlorodifluoro-, CFC-12
Ar
kg
0,037246
450 Methane, dichlorofluoro-, HCFC-21
Ar
kg
-1,92E-05
451 Methane, fossil
Ar
kg
-927627
452 Methane, monochloro-, R-40
Ar
kg
-0,00997
453 Methane, monochloro-, R-40
Água
kg
0,002462
454 Methane, tetrachloro-, CFC-10
Ar
kg
-1,2005
455 Methane, tetrafluoro-, CFC-14
Ar
kg
-331,157
456 Methane, trichlorofluoro-, CFC-11
Ar
kg
0,357448
457 Methane, trifluoro-, HFC-23
Ar
kg
-0,0061
458 Methanesulfonic acid
Ar
kg
-0,00247
459 Methanol
Ar
kg
-2507,48
460 Methanol
Água
kg
-55,9857
461 Methyl acetate
Ar
kg
-4,05E-05
462 Methyl acetate
Água
kg
-9,72E-05
463 Methyl acrylate
Ar
kg
-0,06207
464 Methyl acrylate
Água
kg
-1,21259
465 Methyl amine
Ar
kg
-0,00651
466 Methyl amine
Água
kg
-0,01562
467 Methyl borate
Ar
kg
-0,10871
468 Methyl ethyl ketone
Ar
kg
-98,5707
469 Methyl formate
Ar
kg
-0,14216
470 Methyl formate
Água
kg
-0,05676
471 Methyl lactate
Ar
kg
-0,25801
472 Metolachlor
Solo
kg
-44,3273
473 Metribuzin
Solo
kg
-360,011
474 Mineral waste
Resíduo
kg
-339,208
475 Mineral waste, from mining
Resíduo
kg
29021302
476 Molybdenum
Ar
kg
-2,87019
477 Molybdenum
Água
kg
-91,8222
478 Molybdenum
Solo
kg
-1,0033
479 Molybdenum-99
Molybdenum, 0.010% in sulfide, Mo 8.2E-3% and Cu 1.83% in crude
480 ore, in ground
Molybdenum, 0.014% in sulfide, Mo 8.2E-3% and Cu 0.81% in crude
481 ore, in ground
Molybdenum, 0.022% in sulfide, Mo 8.2E-3% and Cu 0.36% in crude
482 ore, in ground
Molybdenum, 0.025% in sulfide, Mo 8.2E-3% and Cu 0.39% in crude
483 ore, in ground
Água
Bq
-3268,06
Matéria prima
kg
-961,534
Matéria prima
kg
-136,378
Matéria prima
kg
-103,306
Matéria prima
kg
-499,729
Página | 165
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Página | 166
Molybdenum, 0.11% in sulfide, Mo 4.1E-2% and Cu 0.36% in crude
484 ore, in ground
Matéria prima
kg
-207,174
485 Molybdenum, in ground
Matéria prima
kg
0,035268
486 Monoethanolamine
Ar
kg
-6,0442
487 Naphthalene
Ar
kg
0,032
488 Naphthalene
Água
kg
0,802928
489 Napropamide
Solo
kg
-6,27384
490 Natural aggregate
Matéria prima
kg
23734159
491 Nickel
Ar
kg
-229,807
492 Nickel
Água
kg
5,834601
493 Nickel
Nickel, 1.13% in sulfide, Ni 0.76% and Cu 0.76% in crude ore, in
494 ground
Solo
kg
-7,98539
Matéria prima
kg
-1387,94
495 Nickel, 1.98% in silicates, 1.04% in crude ore, in ground
Matéria prima
kg
-192558
496 Nickel, in ground
Matéria prima
kg
-4,36494
497 Nickel, ion
Água
kg
-170,286
498 Niobium-95
Ar
Bq
-3,23039
499 Niobium-95
Água
Bq
-150704
500 Nitrate
Ar
kg
-4,93163
501 Nitrate
Água
kg
-972883
502 Nitric oxide
Ar
kg
0,000103
503 Nitrite
Água
kg
-60,0617
504 Nitrobenzene
Ar
kg
-1,41366
505 Nitrobenzene
Água
kg
-5,66518
506 Nitrogen
Ar
kg
10864,94
507 Nitrogen
Água
kg
-25454,3
508 Nitrogen oxides
Ar
kg
-978337
509 Nitrogen, in air
Matéria prima
kg
-136186
510 Nitrogen, organic bound
NMVOC, non-methane volatile organic compounds, unspecified
511 origin
Água
kg
-422,029
Ar
kg
512 Noble gases, radioactive, unspecified
Ar
Bq
-245132
2,96E+13
513 o-Xylene
Água
kg
-0,00022
514 Occupation, arable, non-irrigated
Matéria prima
m2a
-2,6E+07
515 Occupation, construction site
Matéria prima
m2a
-105245
516 Occupation, dump site
Matéria prima
m2a
-386127
517 Occupation, dump site, benthos
Matéria prima
m2a
518 Occupation, forest, intensive
Matéria prima
m2a
519 Occupation, forest, intensive, normal
Matéria prima
m2a
-12506,6
8,19E+08
3,81E+08
520 Occupation, forest, intensive, short-cycle
Matéria prima
m2a
-1447596
521 Occupation, industrial area
Matéria prima
m2a
-420625
522 Occupation, industrial area, benthos
Matéria prima
m2a
-95,9325
523 Occupation, industrial area, built up
Matéria prima
m2a
-527350
524 Occupation, industrial area, vegetation
Matéria prima
m2a
-164908
525 Occupation, mineral extraction site
Matéria prima
m2a
-220094
526 Occupation, permanent crop, fruit, intensive
Matéria prima
m2a
-2112102
527 Occupation, shrub land, sclerophyllous
Matéria prima
m2a
-7805,36
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
528 Occupation, traffic area, rail embankment
Matéria prima
m2a
-74805,2
529 Occupation, traffic area, rail network
Matéria prima
m2a
-82716,9
530 Occupation, traffic area, road embankment
Matéria prima
m2a
-1,7E+07
531 Occupation, traffic area, road network
Matéria prima
m2a
240080
532 Occupation, urban, discontinuously built
Matéria prima
m2a
-62268,9
533 Occupation, water bodies, artificial
Matéria prima
m2a
-685047
534 Occupation, water courses, artificial
Matéria prima
m2a
-225733
535 Octane
Ar
kg
3,292155
536 Oil, crude, in ground
Matéria prima
kg
-6,1E+07
537 Oils, biogenic
Solo
kg
-4818,97
538 Oils, unspecified
Água
kg
-149355
539 Oils, unspecified
Solo
kg
-157811
540 Olivine, in ground
Matéria prima
kg
-78,124
541 Orbencarb
Solo
kg
-1944,05
542 Oxygen
Ar
kg
366252,9
543 Oxygen, in air
Matéria prima
kg
-20448,3
544 Ozone
Ar
kg
-1255,35
545 Packaging waste, paper and board
Resíduo
kg
-79,2056
546 Packaging waste, plastic
Resíduo
kg
-0,00228
547 Packaging waste, steel
Resíduo
kg
-0,53274
548 Packaging waste, wood
Resíduo
kg
-18,8149
549 PAH, polycyclic aromatic hydrocarbons
Ar
kg
-158,873
550 PAH, polycyclic aromatic hydrocarbons
Água
kg
-12,8879
551 Palladium
Ar
kg
2,40E-10
552 Palladium, in ground
Matéria prima
kg
9,10E-06
553 Particulates, < 10 um
Ar
kg
-1209,24
554 Particulates, < 10 um
Água
kg
-18,1989
555 Particulates, < 2.5 um
Ar
kg
-229077
556 Particulates, > 10 um
Ar
kg
-340363
557 Particulates, > 10 um
Água
kg
29274,36
558 Particulates, > 2.5 um, and < 10um
Pd, Pd 2.0E-4%, Pt 4.8E-4%, Rh 2.4E-5%, Ni 3.7E-2%, Cu 5.2E-2% in
559 ore, in ground
Pd, Pd 7.3E-4%, Pt 2.5E-4%, Rh 2.0E-5%, Ni 2.3E+0%, Cu 3.2E+0% in
560 ore, in ground
Ar
kg
-51200,5
Matéria prima
kg
-0,08629
Matéria prima
kg
-0,20736
561 Peat, in ground
Matéria prima
kg
-2954976
562 Pentane
Ar
kg
-1845,02
563 Phenanthrene
Ar
kg
0,010052
564 Phenol
Ar
kg
-599,93
565 Phenol
Água
kg
-788,118
566 Phenol, 2,4-dichloro-
Ar
kg
-0,00558
567 Phenol, pentachloro-
Ar
kg
-0,53893
568 Phosphate
Água
kg
-28226,9
569 Phosphate
Solo
kg
110586,6
570 Phosphine
Ar
kg
-4,60E-05
571 Phosphorus
Ar
kg
-607,623
572 Phosphorus
Água
kg
-1169,22
573 Phosphorus
Solo
kg
-2688,42
Página | 167
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Página | 168
574 Phosphorus, 18% in apatite, 12% in crude ore, in ground
Matéria prima
kg
-49114,6
575 Phosphorus, 18% in apatite, 4% in crude ore, in ground
Matéria prima
kg
-70476,1
576 Phosphorus, in ground
Matéria prima
kg
0,002786
577 Pirimicarb
Solo
kg
-0,03838
578 Plastic waste
Resíduo
kg
-701,927
579 Platinum
Ar
kg
-3,37E-05
580 Platinum, in ground
Matéria prima
kg
0,000109
581 Plutonium-238
Ar
Bq
-0,41946
582 Plutonium-alpha
Ar
Bq
3,41712
583 Plutonium-alpha
Água
Bq
228690,7
584 Polonium-210
Ar
Bq
585 Polonium-210
Água
Bq
-2,4E+07
3,83E+08
586 Polychlorinated biphenyls
Ar
kg
-0,27422
587 Potassium
Ar
kg
-47022,5
588 Potassium
Água
kg
1753,064
589 Potassium
Solo
kg
57043,92
590 Potassium-40
Ar
Bq
-3131659
591 Potassium-40
Água
Bq
-3,8E+07
592 Potassium chloride
Matéria prima
kg
-2,068
593 Potassium, ion
Água
kg
-28758,8
594 Primary energy from waves
Matéria prima
MJ
-170,887
595 Propanal
Ar
kg
-1,79
596 Propanal
Água
kg
-1,01973
597 Propane
Ar
kg
-1072,29
598 Propane, 1,2-dichloro-
Água
kg
4,36E-09
599 Propene
Ar
kg
-928,54
600 Propene
Água
kg
-705,134
601 Propionic acid
Ar
kg
16,23152
602 Propionic acid
Água
kg
-0,02445
603 Propylamine
Ar
kg
-0,16999
604 Propylamine
Água
kg
-0,40797
605 Propylene oxide
Ar
kg
5,993227
606 Propylene oxide
Água
kg
14,42439
607 Protactinium-234
Ar
Bq
-436878
608 Protactinium-234
Pt, Pt 2.5E-4%, Pd 7.3E-4%, Rh 2.0E-5%, Ni 2.3E+0%, Cu 3.2E+0% in
609 ore, in ground
Pt, Pt 4.8E-4%, Pd 2.0E-4%, Rh 2.4E-5%, Ni 3.7E-2%, Cu 5.2E-2% in
610 ore, in ground
Água
Bq
-8049733
Matéria prima
kg
-0,00405
Matéria prima
kg
-0,0145
611 Pumice, in ground
Matéria prima
kg
0,432306
612 Radioactive species, alpha emitters
Água
Bq
613 Radioactive species, Nuclides, unspecified
Água
Bq
-663889
2,99E+09
614 Radioactive species, other beta emitters
Ar
Bq
89841392
615 Radioactive tailings
Resíduo
kg
616 Radium-224
Água
Bq
9637,365
1,03E+08
617 Radium-226
Ar
Bq
-1,9E+07
618 Radium-226
Água
Bq
-
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
4,51E+09
619 Radium-228
Ar
Bq
620 Radium-228
Água
Bq
621 Radon-220
Ar
Bq
622 Radon-222
Ar
Bq
-3823222
2,07E+08
1,38E+08
1,31E+12
623 Rejects
Rh, Rh 2.0E-5%, Pt 2.5E-4%, Pd 7.3E-4%, Ni 2.3E+0%, Cu 3.2E+0% in
624 ore, in ground
Rh, Rh 2.4E-5%, Pt 4.8E-4%, Pd 2.0E-4%, Ni 3.7E-2%, Cu 5.2E-2% in
625 ore, in ground
Resíduo
kg
4287513
Matéria prima
kg
-0,00129
Matéria prima
kg
-0,00404
626 Rhenium, in crude ore, in ground
Matéria prima
kg
-0,0019
627 Rhodium
Ar
kg
2,31E-10
628 Rubidium
Água
kg
-20,6771
629 Ruthenium-103
Ar
Bq
-0,70973
630 Ruthenium-103
Água
Bq
-689,576
631 Ruthenium-106
Água
Bq
57443,65
632 Sand, unspecified, in ground
Matéria prima
kg
15458748
633 Scandium
Ar
kg
-0,14093
634 Scandium
Água
kg
-5,32738
635 Selenium
Ar
kg
-1506,62
636 Selenium
Água
kg
34,89141
637 Shale, in ground
Matéria prima
kg
-567,923
638 Silicon
Ar
kg
-1421,31
639 Silicon
Água
kg
-10282,6
640 Silicon
Solo
kg
-22385,8
641 Silicon tetrafluoride
Ar
kg
-0,52991
642 Silver
Ar
kg
-0,02651
643 Silver-110
Ar
Bq
-7,03408
644 Silver-110
Água
Bq
-5874953
645 Silver, 0.007% in sulfide, Ag 0.004%, Pb, Zn, Cd, In, in ground
Silver, 3.2ppm in sulfide, Ag 1.2ppm, Cu and Te, in crude ore, in
646 ground
Matéria prima
kg
-4,42697
Matéria prima
kg
-3,16015
647 Silver, Ag 2.1E-4%, Au 2.1E-4%, in ore, in ground
Matéria prima
kg
-0,29163
648 Silver, Ag 4.2E-3%, Au 1.1E-4%, in ore, in ground
Matéria prima
kg
-0,66606
649 Silver, Ag 4.6E-5%, Au 1.3E-4%, in ore, in ground
Silver, Ag 9.7E-4%, Au 9.7E-4%, Zn 0.63%, Cu 0.38%, Pb 0.014%, in
650 ore, in ground
Matéria prima
kg
-0,65283
Matéria prima
kg
-0,43078
651 Silver, in ground
Matéria prima
kg
0,001488
652 Silver, ion
Água
kg
-1,8953
653 Slag (uranium conversion)
Resíduo
kg
25,58018
654 Slags
Resíduo
kg
1090,042
655 Slate, in ground
Matéria prima
kg
-7,98372
656 Sodium
Ar
kg
-2215,61
657 Sodium
Solo
kg
528216
658 Sodium-24
Água
Bq
-24725,2
659 Sodium chlorate
Ar
kg
-5,74859
660 Sodium chloride, in ground
Matéria prima
kg
-5094706
661 Sodium dichromate
Ar
kg
-0,53666
Página | 169
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Página | 170
662 Sodium formate
Ar
kg
-6,82075
663 Sodium formate
Água
kg
-16,3864
664 Sodium hydroxide
Ar
kg
-0,54914
665 Sodium nitrate, in ground
Matéria prima
kg
-0,20584
666 Sodium sulphate, various forms, in ground
Matéria prima
kg
-145044
667 Sodium, ion
Água
kg
-301695
668 Soil, unspecified, in ground
Matéria prima
kg
9800871
669 Solids, inorganic
Água
kg
-361556
670 Solved solids
Água
kg
-28172,2
671 Stibnite, in ground
Matéria prima
kg
0,005822
672 Strontium
Ar
kg
-21,0464
673 Strontium
Água
kg
-4219,66
674 Strontium
Solo
kg
270,8109
675 Strontium-89
Água
Bq
676 Strontium-90
Água
Bq
-165106
2,45E+09
677 Styrene
Ar
kg
-14,1338
678 Sulfate
Ar
kg
-13902,9
679 Sulfate
Água
kg
-1100562
680 Sulfate
Solo
kg
4197,041
681 Sulfide
Água
kg
820,8909
682 Sulfide
Solo
kg
24625,87
683 Sulfite
Água
kg
-130,861
684 Sulfur
Água
kg
-3595,46
685 Sulfur
Solo
kg
-3095,41
686 Sulfur dioxide
Ar
kg
-1419337
687 Sulfur hexafluoride
Ar
kg
-13,6847
688 Sulfur trioxide
Ar
kg
-11,3695
689 Sulfur, in ground
Matéria prima
kg
-4429,27
690 Sulfuric acid
Ar
kg
-0,1153
691 Sulfuric acid
Solo
kg
-7,09E-05
692 Suspended solids, unspecified
Água
kg
-171227
693 Sylvite, 25 % in sylvinite, in ground
Matéria prima
kg
-483481
694 t-Butyl methyl ether
Ar
kg
-5,48992
695 t-Butyl methyl ether
Água
kg
-4,92925
696 t-Butylamine
Ar
kg
-0,00178
697 t-Butylamine
Água
kg
-0,00428
698 Talc, in ground
Matéria prima
kg
-134,9
699 Tantalum, 81.9% in tantalite, 1.6E-4% in crude ore, in ground
Matéria prima
kg
-3,47442
700 Tebutam
Solo
kg
-14,8662
701 Technetium-99m
Água
Bq
-75356,3
702 Teflubenzuron
Solo
kg
-23,9992
703 Tellurium
Ar
kg
5,50E-05
704 Tellurium-123m
Água
Bq
-119953
705 Tellurium-132
Tellurium, 0.5ppm in sulfide, Te 0.2ppm, Cu and Ag, in crude ore, in
706 ground
Água
Bq
-189,221
Matéria prima
kg
-0,47404
707 Terpenes
Ar
kg
-46,8408
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
708 Thallium
Ar
kg
-0,10846
709 Thallium
Água
kg
-0,27261
710 Thiram
Solo
kg
-0,21325
711 Thorium
Ar
kg
-0,16024
712 Thorium-228
Ar
Bq
713 Thorium-228
Água
Bq
-722204
4,17E+08
714 Thorium-230
Ar
Bq
715 Thorium-230
Água
Bq
716 Thorium-232
Ar
Bq
-914490
717 Thorium-232
Água
Bq
-1563990
718 Thorium-234
Ar
Bq
-436982
719 Thorium-234
Água
Bq
-8051029
720 Tin
Ar
kg
-5,29618
721 Tin
Água
kg
6,45E-05
722 Tin
Solo
kg
-40,4406
723 Tin oxide
Ar
kg
1,09E-07
724 Tin, 79% in cassiterite, 0.1% in crude ore, in ground
Matéria prima
kg
-191,969
725 Tin, in ground
Matéria prima
kg
7,33E-12
726 Tin, ion
Água
kg
-75,8186
727 TiO2, 54% in ilmenite, 2.6% in crude ore, in ground
Matéria prima
kg
-262473
728 TiO2, 95% in rutile, 0.40% in crude ore, in ground
Matéria prima
kg
0,002372
729 Titanium
Ar
kg
10,98
730 Titanium
Água
kg
0,108821
731 Titanium
Solo
kg
-371,59
732 Titanium, in ground
Matéria prima
kg
12,45685
733 Titanium, ion
Água
kg
-54,8362
734 TOC, Total Organic Carbon
Água
kg
-183939
735 Toluene
Ar
kg
-418,109
736 Toluene
Água
kg
-260,884
737 Toluene, 2-chloro-
Ar
kg
-0,41972
738 Toluene, 2-chloro-
Água
kg
-0,87916
739 Transformation, from arable
Matéria prima
m2
-741,083
740 Transformation, from arable, non-irrigated
Matéria prima
m2
-4,8E+07
741 Transformation, from arable, non-irrigated, fallow
Matéria prima
m2
-203,558
742 Transformation, from dump site, inert material landfill
Matéria prima
m2
-1066,48
743 Transformation, from dump site, residual material landfill
Matéria prima
m2
-467,978
744 Transformation, from dump site, sanitary landfill
Matéria prima
m2
-36,332
745 Transformation, from dump site, slag compartment
Matéria prima
m2
10,45602
746 Transformation, from forest
Matéria prima
m2
-43395,3
747 Transformation, from forest, extensive
Matéria prima
m2
-8220772
748 Transformation, from forest, intensive, clear-cutting
Matéria prima
m2
-51699,5
749 Transformation, from industrial area
Matéria prima
m2
-214,021
750 Transformation, from industrial area, benthos
Matéria prima
m2
-0,04223
751 Transformation, from industrial area, built up
Matéria prima
m2
-25,0235
752 Transformation, from industrial area, vegetation
Matéria prima
m2
-42,6871
753 Transformation, from mineral extraction site
Matéria prima
m2
-3945,55
-2769787
1,10E+09
Página | 171
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Página | 172
754 Transformation, from pasture and meadow
Matéria prima
m2
-5151,98
755 Transformation, from pasture and meadow, intensive
Matéria prima
m2
-39553,7
756 Transformation, from sea and ocean
Matéria prima
m2
-12520,4
757 Transformation, from shrub land, sclerophyllous
Matéria prima
m2
-2787,72
758 Transformation, from tropical rain forest
Matéria prima
m2
-51699,5
759 Transformation, from unknown
Matéria prima
m2
-42762,3
760 Transformation, to arable
Matéria prima
m2
-2055,1
761 Transformation, to arable, non-irrigated
Matéria prima
m2
-4,9E+07
762 Transformation, to arable, non-irrigated, fallow
Matéria prima
m2
-256,73
763 Transformation, to dump site
Matéria prima
m2
-2976,75
764 Transformation, to dump site, benthos
Matéria prima
m2
-12506,6
765 Transformation, to dump site, inert material landfill
Matéria prima
m2
-1066,48
766 Transformation, to dump site, residual material landfill
Matéria prima
m2
-468,011
767 Transformation, to dump site, sanitary landfill
Matéria prima
m2
-36,332
768 Transformation, to dump site, slag compartment
Matéria prima
m2
10,45602
769 Transformation, to forest
Matéria prima
m2
-2461,52
770 Transformation, to forest, intensive
Matéria prima
m2
-5467024
771 Transformation, to forest, intensive, clear-cutting
Matéria prima
m2
-51699,5
772 Transformation, to forest, intensive, normal
Matéria prima
m2
-2608338
773 Transformation, to forest, intensive, short-cycle
Matéria prima
m2
-51699,5
774 Transformation, to heterogeneous, agricultural
Matéria prima
m2
-1985,26
775 Transformation, to industrial area
Matéria prima
m2
-10051,1
776 Transformation, to industrial area, benthos
Matéria prima
m2
-13,8137
777 Transformation, to industrial area, built up
Matéria prima
m2
-10688
778 Transformation, to industrial area, vegetation
Matéria prima
m2
-3372,61
779 Transformation, to mineral extraction site
Matéria prima
m2
-52863,5
780 Transformation, to pasture and meadow
Matéria prima
m2
-293,516
781 Transformation, to permanent crop, fruit, intensive
Matéria prima
m2
-29732,2
782 Transformation, to sea and ocean
Matéria prima
m2
-0,04223
783 Transformation, to shrub land, sclerophyllous
Matéria prima
m2
-1560,32
784 Transformation, to traffic area, rail embankment
Matéria prima
m2
-174,066
785 Transformation, to traffic area, rail network
Matéria prima
m2
-191,328
786 Transformation, to traffic area, road embankment
Matéria prima
m2
-115272
787 Transformation, to traffic area, road network
Matéria prima
m2
-828,417
788 Transformation, to unknown
Matéria prima
m2
-849,345
789 Transformation, to urban, discontinuously built
Matéria prima
m2
-1240,36
790 Transformation, to water bodies, artificial
Matéria prima
m2
-5231,59
791 Transformation, to water courses, artificial
Matéria prima
m2
-2680,21
792 Tributyltin compounds
Água
kg
-6,26359
793 Triethylene glycol
Água
kg
1,041639
794 Trimethylamine
Ar
kg
-7,81E-05
795 Trimethylamine
Água
kg
-0,00019
796 Tungsten
Ar
kg
-0,0013
797 Tungsten
Água
kg
-9,24163
798 Ulexite, in ground
Matéria prima
kg
-70,5601
799 Uranium
Ar
kg
-0,15243
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
800 Uranium-234
Ar
Bq
-6096968
801 Uranium-234
Água
Bq
-9659680
802 Uranium-235
Ar
Bq
277881,2
803 Uranium-235
Água
Bq
-1,6E+07
804 Uranium-238
Ar
Bq
805 Uranium-238
Água
Bq
-7760707
1,37E+08
806 Uranium alpha
Ar
Bq
807 Uranium alpha
Água
Bq
-2,4E+07
4,64E+08
808 Uranium, in ground
Matéria prima
kg
-2148,09
809 Urea
Água
kg
-1,17188
810 Used air
Ar
kg
1,77E+08
811 Vanadium
Ar
kg
-248,141
812 Vanadium
Água
kg
0,657176
813 Vanadium
Solo
kg
-10,636
814 Vanadium, ion
Água
kg
21,79047
815 Vermiculite, in ground
Matéria prima
kg
-21,6314
816 VOC, volatile organic compounds
Ar
kg
5472,308
817 VOC, volatile organic compounds, unspecified origin
Água
kg
-747,13
818 Volume occupied, final repository for low-active radioactive waste
Matéria prima
m3
-3,61397
819 Volume occupied, final repository for radioactive waste
Matéria prima
m3
-0,90848
820 Volume occupied, reservoir
Matéria prima
m3y
-9057382
821 Volume occupied, underground deposit
Matéria prima
m3
-9,38341
822 Waste returned to mine
Resíduo
kg
173961,5
823 Waste, industrial
Resíduo
kg
-544,911
824 Waste, nuclear, unspecified/kg
Resíduo
kg
106,2971
825 Waste, unspecified
Resíduo
kg
-909,836
826 Water
Ar
kg
66515025
827 Water, cooling, unspecified natural origin/m3
Matéria prima
m3
-8637596
828 Water, lake
Matéria prima
m3
-22761,2
829 Water, river
Matéria prima
m3
-1302221
830 Water, salt, ocean
Matéria prima
m3
-124138
831 Water, salt, sole
Matéria prima
m3
832 Water, turbine use, unspecified natural origin
Matéria prima
m3
-1458542
2,12E+09
833 Water, unspecified natural origin/kg
Matéria prima
kg
4,35E+08
834 Water, unspecified natural origin/m3
Matéria prima
m3
-3002750
835 Water, well, in ground
Matéria prima
m3
-358782
836 Wood waste
Resíduo
kg
-34,526
837 Wood, hard, standing
Matéria prima
m3
-276884
838 Wood, primary forest, standing
Matéria prima
m3
-535,324
839 Wood, soft, standing
Matéria prima
m3
-215753
840 Wood, unspecified, standing/m3
Matéria prima
m3
-0,22439
841 Xenon-131m
Ar
Bq
842 Xenon-133
Ar
Bq
-9,1E+07
2,82E+09
843 Xenon-133m
Ar
Bq
844 Xenon-135
Ar
Bq
-9450697
1,17E+09
Página | 173
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Ar
Bq
846 Xenon-137
Ar
Bq
847 Xenon-138
Ar
Bq
-1,8E+07
1,46E+08
848 Xylene
Ar
kg
-381,706
849 Xylene
Água
kg
-210,355
850 Zinc
Ar
kg
-1137,71
851 Zinc
Água
kg
17,29543
852 Zinc
Solo
kg
-1752,43
853 Zinc-65
Ar
Bq
-135,879
854 Zinc-65
Água
Bq
-335226
855 Zinc oxide
Ar
kg
2,17E-07
856 Zinc, 9.0% in sulfide, Zn 5.3%, Pb, Ag, Cd, In, in ground
Matéria prima
kg
-54639,1
857 Zinc, in ground
Matéria prima
kg
40,36077
858 Zinc, ion
Água
kg
-886,81
859 Zirconium
Ar
kg
-0,91211
860 Zirconium-95
Ar
Bq
-132,817
861 Zirconium-95
Água
Bq
-3882,15
862 Zirconium, 50% in zircon, 0.39% in crude ore, in ground
Matéria prima
kg
-4,67179
Valores retirados da modelação no Simapro
Página | 174
7,64E+08
845 Xenon-135m
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Anexo C – TABELA DE RESULTADOS DE CARACTERIZAÇÃO PARA
TODAS AS CATEGORIAS DE IMPACTE DO MÉTODO ILCD 2011
(v.1.1)
Calculation:
Analisar
Results:
Avaliação de impacto
Product:
1 p RE todos os materiais (of project SPV - Baseline)
Método:
ILCD 2011 Midpoint V1.01
Indicador:
Caracterização
Unidade:
%
Skip categories:
Nunca
Modo:
Excluir processos de infraestrutura:
Excluir emissões de longo
prazo:
Grupo
Sorted on item:
Categoria de impacte
Sort order:
Ascendente
Categoria de impacte
Unidade
Total
Climate change
kg CO2 eq
-1,2E+08
2,3E+07
8,6E+06
1,6E+06
9,7E+07
Ozone depletion
Human toxicity, cancer
effects
Human toxicity, non-cancer
effects
kg CFC-11 eq
-1,4E+01
3,3E+00
1,3E+00
1,5E-01
-8,0E-01
CTUh
-4,4E+00
1,8E-01
5,7E-02
1,1E-01
CTUh
-1,3E+02
1,3E+00
4,3E-01
2,8E-01
Particulate matter
kg PM2.5 eq
-6,7E+05
5,7E+03
2,6E+03
Ionizing radiation HH
kg U235 eq
-3,2E+07
3,3E+05
1,1E+05
Ionizing radiation E (interim)
Photochemical ozone
formation
CTUe
-2,8E+02
2,9E+00
kg NMVOC eq
-1,3E+06
Acidification
molc H+ eq
Terrestrial eutrophication
molc N eq
Freshwater eutrophication
Marine eutrophication
N.º
Sim
2) Recolha
seletiva
3) Recolha
indiferenciada
7)
Reciclagem
8) Valorização
orgânica
3,3E+05
-3,3E+08
-1,5E+05
8,2E+07
4,0E-02
-1,8E+01
-1,6E-03
2,8E-01
4,3E-01
2,3E-03
-5,6E+00
-5,1E-04
3,6E-01
-1,3E-01
1,1E-02
-1,3E+02
-3,3E-03
-1,4E-01
1,3E+03
8,7E+02
3,7E+02
-6,8E+05
-4,0E+01
2,3E+03
3,8E+04
-5,1E+04
3,7E+03
-3,3E+07
-1,9E+03
8,3E+05
9,7E-01
3,4E-01
-4,7E-01
3,4E-02
-2,9E+02
-1,3E-02
8,4E+00
1,3E+05
7,0E+04
1,2E+04
3,0E+04
4,0E+03
-1,7E+06
-7,9E+01
1,2E+05
-2,8E+06
1,1E+05
5,7E+04
1,1E+04
-9,5E+02
3,2E+03
-3,1E+06
-6,3E+02
1,0E+05
-5,2E+06
4,8E+05
2,7E+05
4,4E+04
1,1E+05
1,5E+04
-6,5E+06
-2,3E+03
3,3E+05
kg P eq
2,7E+04
2,6E+02
8,1E+01
5,3E+01
-4,5E+02
3,5E+00
-1,7E+04
-9,2E+00
4,4E+04
kg N eq
-5,9E+05
4,4E+04
2,4E+04
4,0E+03
9,8E+03
1,3E+03
-7,2E+05
-5,0E+01
5,0E+04
Freshwater ecotoxicity
CTUe
-5,1E+08
6,8E+06
2,3E+06
1,3E+06
1,7E+08
4,3E+04
-7,0E+08
-3,1E+04
8,8E+06
Land use
kg C deficit
-2,9E+09
4,6E+07
1,7E+07
2,7E+06
-1,5E+05
8,1E+05
-3,0E+09
4,7E+03
-3,2E+06
Water resource depletion
Mineral, fossil & ren resource
depletion
m3 water eq
-6,9E+05
6,9E+03
2,4E+03
2,0E+03
2,0E+04
1,0E+02
-7,3E+05
-4,8E+01
5,6E+03
kg Sb eq
-3,7E+01
6,0E-03
2,0E-03
1,5E-04
-5,5E-04
3,9E-05
-3,7E+01
-1,7E-03
-4,0E-04
4) Triagem
5)
Incineração
6) TMB
Valores de caracterização, modelo ILCD 2011 (V.1.01), retirados da modelação no Simapro.
Página | 175
9) Aterro
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Anexo D – CÁLCULOS AUXILIARES PARA A AVALIAÇÃO INTEGRADA DOS RESULTADOS AMBIENTAIS,
ECONÓMICOS E SOCIAIS
I. Carbono | GEE | Alterações climáticas
Fatores de conversão
Comparação
Árvores a sequestrar carbono no seu tempo de
vida (emissões)
Área plantada com pinheiro bravo (emissões)
Quilómetros de automóvel (emissões)
Circulação de um veiculo num ano (emissões)
Conversão
300,00 kgCO2e / 30 anos
300.000,60 kgCO2e/ha.30anos
0,20 kgCO2e / km
39,60 kgCO2e / ano
Viagens Lx-Pequim ida e volta (emissões)
2.020,00 kg CO2e / viagem
Voltas à Terra de avião (emissões)
7.357,27 kgCO2e / volta
Emissões anuais de um agregado familiar médio
Baleias azuis (peso)
Total Portuguese GHG emissions without landuse, land-use change and forestry (LULUCF)
Emissões anuais de GEE do setor de gestão de
resíduos
Emissões geradas na produção de uma garrafa
de vidro de 33 ml
Emissões geradas na produção de uma lata de
alumínio de 33 ml
Emissões geradas na produção de uma resma
de papel
VPV pago à SPV
932,20 kgCO2e / ano
Obs.
Fonte
uma árvore compensa 0,01t
CO2/ano
DGRF, ISA
área plantada num ano
DGRF, ISA
lig passg; consumo médio; traj comb
ligeiro passg; consumo médio; traj
comb; 20.000 km/ano
1 pax; avião; Lisboa- Pequim (ida) =
9661,183 km
1 pax; avião; circunferência
equatorial = 40075,16 km
Emissões
atribuíveis
a 1 pax
3 pax; 250
kWh.mes;
10m3 gas,
3.3
kg resd
The Carbon Neutral Company
The Carbon Neutral Company
The Carbon Neutral Company
Inventário nacional florestal
Inventário nacional florestal
http://www.carbonneutralcalculator.com/househ
oldcalculator.aspx
http://www.carbonneutralcalculator.com/househ
oldcalculator.aspx
http://www.carbonneutralcalculator.com/househ
oldcalculator.aspx
Wikipédia
http://en.wikipedia.org/wiki/Earth
Carbonozero
http://www.carbono-zero.com/
125.000,00 kg / baleia azul
varia entre 100 a 150 toneladas
American Cetacean Society
http://www.acsonline.org
70,60 Mt CO2eq /ano
--
APA
Portuguese national inventory report on
greenhouse gases, 1990 - 2010,
7,41 Mt CO2eq /ano
--
360,00 g CO2e/garr 33 ml
--
170,00 g CO2e/lata 33 ml
--
445,00
g CO2e/resma
papel
67.561.795 Euros
---
Portuguese national inventory report on
greenhouse gases, 1990 - 2010,
http://www.cokecorporateresponsibility.co.uk/big
Coca cola
-themes/energy-and-climate-change/productcarbon-footprint.aspx
http://www.cokecorporateresponsibility.co.uk/big
Coca cola
-themes/energy-and-climate-change/productcarbon-footprint.aspx
http://www.glatfelter.com/sustainability/environ
Produtor de papel - Glatfelter
mental/greenhouse_gases.aspx
APA
SPV
VPV de 2011
Página | 177
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
II. Acidificação
Fatores de conversão
Comparação
Emissões de SO2 associadas à circulação de
camiões num ano (emissões)
Conversão
Obs.
75,96 kgSO2 / ano
Fonte
EURO 5-25t; 60.000 km/ano;
15l/100km
DAF --
III. Energia
Fatores de conversão
Comparação
Consumo de eletricidade em computadores
Conversão
Obs.
49,92 kWh/ano
Consumo de eletricidade em computadores
468,24 MJ /ano
Consumo de eletricidade de um frigorifico
300,00 kWh/ ano
Consumo de eletricidade de um frigorifico
classe A
2.813,97 MJ /ano
Fonte
Potência computador económico: 41W (ativo) /
2,3W (latente) / 1,4W (desligado)
assumindo uma eficiência de conversão Ep - Ef de
38,38% (central termoelectrica a carvão - Sines)
Consumo de referência frigorífico Classe A –
Combinado Bosch KGP 39371
assumindo uma eficiência de conversão Ep - Ef de
38,38% (central termoelectrica a carvão - Sines)
UE Energy Star http://www.eu-energystar.org/pt/pt_008.shtml
UE Energy Star http://www.eu-energystar.org/pt/pt_008.shtml
Bosch -Bosch -http://www.pordata.pt/Portugal/Consumo+de+en
DGEG/MEID
ergia+primaria+total+e+por+tipo+de+fonte+de+e
(2010)
nergia-1130
http://www.pordata.pt/Portugal/Consumo+de+en
DGEG/MEID
ergia+primaria+total+e+por+tipo+de+fonte+de+e
(2010)
nergia-1130
Consumo de energia primária nacional
22.902.000 tep/ano
--
Consumo de energia primária nacional
958.860.936.000 MJ/ano
--
41.868,00 MJ /tep
--
-- --
--
-- --
Conversão tep - MJ
kg de carvão (antracite)
3
m de gás natural (Argélia)
Página | 178
32,00
MJ / kg carvão
(antracite)
3
39,30 MJ / m gás natural
--
Portal gas http://portal.gasnatural.com/docs/brr/guiadelgas
natural /poder_calorifico.swf
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
IV. Água
Fatores de conversão
Comparação
Conversão
3
Obs.
Fonte
INAG/MAOT - INE http://www.pordata.pt/Portugal/Consumo+de+agua+dis
(2010) tribuida+pela+rede+publica+per+capita-1226
Consumo de água por habitante
63,70 m /hab.ano
--
Consumo de água ciclo lavagem de máquina
de lavar roupa
90,00 l/ciclo
--
INAG
--
Federação Internacional
Natação
Capacidade piscina olímpica
3
2.500,00 m / piscina
http://www.inag.pt/inag2004/port/divulga/pdf/Poupeh
ojeparateramanha.pdf
Página | 179
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Anexo E – QUADROS
ALAVANCAGEM
DE
MULTIPLICADORES
E
DE
Tabela 0.1 - Multiplicadores de tipo I (euro/euro), ordenados por código de CAE
Setores
VAB
Salários
Volume de
Negócios
01
Produtos da agric., prod. animal, caça e serv. relac.
2,28
2,90
2,33
02
Produtos da silvic., expl. florestal e serv. relac.
1,43
2,10
1,66
03
Produtos da pesca, aquacultura e serv. relac.
1,40
1,49
1,67
05
Hulha (inclui antracite) e linhite
0,00
0,00
0,00
061
Petróleo Bruto
0,00
0,00
0,00
062
Gás Natural produzido
0,00
0,00
0,00
Outras Extrativas
1,92
2,05
2,05
10
Produtos alimentares
3,40
2,95
2,33
11
Bebidas
3,15
3,12
2,46
12
Produtos da indústria do tabaco
1,54
1,94
1,76
13
Produtos têxteis
2,26
1,91
1,97
14
Artigos de vestuário
1,75
1,61
1,80
15
Couro e produtos afins
1,83
1,67
1,71
16
Madeira e cortiça e suas obras, excl.mobil.; obras de
esp. e cest.
3,22
2,57
2,39
17
Papel e cartão e seus artigos
2,84
3,07
2,33
18
Trabalhos de impressão e gravação
1,93
1,82
2,02
19
Coque, produtos petrolíferos refinados e aglomerados
de combustíveis
2,34
2,81
1,26
20
Produtos químicos e fibras sintéticas ou artificiais
2,85
2,86
1,97
21
Produtos farmacêuticos de base preparações e artigos
farmacêuticos
1,81
1,81
1,88
22
Artigos de borracha e de matérias plásticas
2,09
2,03
1,84
23
Outros produtos minerais não metálicos
2,34
2,28
2,20
24
Metais de base
3,14
3,29
1,96
25
Produtos metálicos transformados, excepto máquinas
e equipamento
1,93
1,78
1,88
26
Produtos informáticos, eletrónicos e ópticos
1,47
1,58
1,32
27
Equipamento elétrico
1,99
1,94
1,62
28
Máquinas e equipamentos, n.e.
1,80
1,68
1,69
29
Veículos automóveis, reboques e semi-reboques
2,24
1,87
1,57
30
Outro material de transporte
1,78
1,61
1,71
31
Mobiliário
2,01
1,71
1,95
07+08+09
Página | 181
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
32
Produtos diversos das indústrias transformadoras
1,89
1,75
1,81
33
Serviços de reparação e instalação de máq e equip
1,84
1,77
1,82
Eletricidade, vapor e água quente e fria e ar frio
3,66
5,96
3,05
352
Gás natural distribuído
3,34
8,38
2,02
36
Captação, tratamento e distribuição de água
2,23
2,42
2,48
37+38+39
Serviços de saneamento, descontaminação e
valorização de materiais
2,26
2,30
2,18
41
Construção de edifícios
2,30
2,27
2,16
42
Trabalhos engenharia civil
2,78
2,70
2,44
43
Trabalhos de construção especializados
1,91
1,71
1,95
45
Vendas p/ grosso e ret. e serv. Rep. Veíc. Auto. e
motoc
1,80
1,53
1,83
46
Vendas p/ grosso, excep veíc. Auto. e motociclos
1,85
1,74
1,98
47
Vendas a retalho, exc veículos automóveis e
motociclos
1,55
1,51
1,82
49
Serv. transporte terrestre e por condutas (pipelines)
1,96
1,80
2,02
50
Serviços de transporte por água
3,82
3,94
2,63
51
Serviços de transporte aéreo
2,91
2,11
1,97
52
Serviços de armazenagem e auxiliares dos transportes
2,01
2,27
2,25
53
Serviços postais e de courrier
1,64
1,43
1,83
55
Serviços de alojamento
1,88
1,78
2,12
56
Serviços de restauração e similares
1,59
1,58
1,88
58
Serviços de edição
2,24
1,87
2,04
59
Serv prod filmes, vídeos e prog TV, grav som e ed
músic
3,72
3,28
2,45
60
Serviços de programação e radiodifusão
3,15
2,68
2,66
61
Serviços de telecomunicações
2,03
3,18
2,10
62
Consultoria e prog informática e serviços relacionados
2,01
1,74
2,02
63
Serviços de informação
2,05
1,76
2,07
64
Serviços financeiros, exc. seguros e fundos de pensões
1,48
1,50
1,66
65
Serv seguros, resseg e f. pensões, exc. Seg soc. Obrig.
1,49
1,86
1,63
1,52
1,70
1,65
1,79
5,30
2,50
Rendas imputadas em habitação própria
1,80
n.d.
2,53
69
Serviços jurídicos e contabilísticos
1,48
1,63
1,68
70
Serv. sedes sociais; serviços de consultoria de gestão
1,83
1,82
1,92
71
Serv arquitect e de eng.; serv. de ensaios e de anál.
Técn.
1,92
1,89
1,96
72
Serviços de investigação e desenvolvimento científicos
1,40
1,55
1,60
73
Serviços de publicidade e estudos de mercado
2,71
3,42
2,39
351+353
66
6801+6802
6803
Serviços auxiliares de serviços financeiros e de
seguros
Serviços imobiliários excluindo rendas imputadas em
habitação própria
Página | 182
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
74
Out serv consultoria, científicos, técnicos e similares
1,93
1,69
1,97
75
Serviços veterinários
1,55
1,88
1,73
77
Serviços de aluguer
1,95
3,44
2,31
78
Serviços de emprego
2,21
2,21
2,09
79
Serv. ag. viagens, op. Turíst. e out. serv. reservas e rel.
2,95
2,35
2,43
80
Serviços de segurança e investigação
1,21
1,13
1,36
81
Serv p/ edifícios e serv. Plant. e manutenção de
jardins
1,40
1,24
1,60
82
Serv. Administr. e de apoio prestados às empresas
2,07
1,82
2,08
84
Serv. Admin. pública, defesa e seg. social obrigatória
1,42
1,29
1,74
85
Serviços de educação
1,16
1,10
1,31
86
Serviços de saúde humana
1,50
1,36
1,64
87
Serviços de apoio social com alojamento
1,63
1,43
1,86
88
Serviços de apoio social sem alojamento
1,45
1,32
1,73
90
Serviços criativos, artísticos e de espectáculo
2,43
3,18
2,20
91
Serv. bibliotecas, arquivos e museus e out. serv.
culturais
1,80
1,57
2,04
92
Serviços de lotarias e outros jogos de aposta
1,60
1,89
1,81
93
Serviços desportivos, de diversão e recreativos
2,16
1,86
2,14
94
Serviços prestados por organizações associativas
2,35
1,72
2,20
95
Serv. Rep. computadores e de bens pessoais e dom.
1,69
1,44
1,86
96
Outros serviços pessoais
1,55
1,48
1,75
97
Serv. famílias empregadoras de pessoal doméstico
1,00
1,00
1,00
SPV
5,35
10,11
1,99
MWS
1,32
1,31
1,65
Retomadores
n.d.
n.d.
2.00
Retomadores papel
2,84
3,07
2,33
Retomadores plástico
2,09
2,03
1,84
Retomadores vidro
2,34
2,28
2,20
Retomadores metais
3,14
3,29
1,96
SIGRE
2,25
2,30
2,04
O multiplicador de tipo I dum certo recurso (VAB, salários ou volume de negócios) indica o impacto total
na economia duma unidade de recurso no setor de origem.
A maioria dos multiplicadores de tipo I calculados encontra na gama de valores entre 1 e 3, conforme
seria de esperar.
Página | 183
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Há alguns multiplicadores que são nulos (CAE 4, 5 e 6) porque não há produção nacional desses ramos
de atividade.
Há alguns multiplicadores que não estão definidos (n.d.) (ex. multiplicador de salários do CAE 59, ou os
multiplicadores do setor REC) porque não existem efeitos diretos associados a esse ramo de atividade.
Um multiplicador de tipo I tem valor muito elevado quando a utilização direta de recurso é reduzida. Por
exemplo, os multiplicadores de salários dos CAE 32 e 33 são muito elevados porque na geração de
eletricidade e no transporte de gás o fator trabalho é pouco significativo em relação aos restantes
fatores de produção. Este efeito também se observa nos multiplicadores de VAB e salários do setor SPV.
Tabela 0.2 - Desagregação do multiplicador de tipo I do SIGRE por ramo de atividade (Euro/Euro)
Setores
VAB
Salários
Volume de
Negócios
01
Produtos da agric., prod. animal, caça e serv. relac.
0,003
0,002
0,002
02
Produtos da silvic., expl. florestal e serv. relac.
0,038
0,012
0,017
03
Produtos da pesca, aquacultura e serv. relac.
0,000
0,000
0,000
05
Hulha (inclui antracite) e linhite
0,000
0,000
0,000
061
Petróleo Bruto
0,000
0,000
0,000
062
Gás Natural produzido
0,000
0,000
0,000
Outras Extrativas
0,011
0,010
0,008
10
Produtos alimentares
0,002
0,002
0,003
11
Bebidas
0,000
0,000
0,001
12
Produtos da indústria do tabaco
0,000
0,000
0,000
13
Produtos têxteis
0,001
0,002
0,001
14
Artigos de vestuário
0,000
0,000
0,000
15
Couro e produtos afins
0,000
0,000
0,000
16
Madeira e cortiça e suas obras, excl.mobil.; obras de
esp. e cest.
0,012
0,016
0,016
17
Papel e cartão e seus artigos
0,340
0,292
0,410
18
Trabalhos de impressão e gravação
0,005
0,006
0,004
19
Coque, produtos petrolíferos refinados e
aglomerados de combustíveis
0,007
0,005
0,041
20
Produtos químicos e fibras sintéticas ou artificiais
0,017
0,017
0,029
21
Produtos farmacêuticos de base preparações e
artigos farmacêuticos
0,000
0,000
0,000
22
Artigos de borracha e de matérias plásticas
0,121
0,134
0,135
23
Outros produtos minerais não metálicos
0,069
0,075
0,064
24
Metais de base
0,030
0,030
0,060
25
Produtos metálicos transformados, excepto
máquinas e equipamento
0,021
0,028
0,019
26
Produtos informáticos, eletrónicos e ópticos
0,002
0,001
0,002
07+08+09
Página | 184
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
27
Equipamento elétrico
0,003
0,003
0,003
28
Máquinas e equipamentos, n.e.
0,037
0,046
0,035
29
Veículos automóveis, reboques e semi-reboques
0,013
0,021
0,026
30
Outro material de transporte
0,001
0,001
0,001
31
Mobiliário
0,002
0,003
0,002
32
Produtos diversos das indústrias transformadoras
0,001
0,001
0,000
33
Serviços de reparação e instalação de máq e equip
0,049
0,059
0,039
Eletricidade, vapor e água quente e fria e ar frio
0,075
0,033
0,111
352
Gás natural distribuído
0,005
0,001
0,014
36
Captação, tratamento e distribuição de água
0,001
0,001
0,001
37+38+39
Serviços de saneamento, descontaminação e
valorização de materiais
0,025
0,026
0,020
41
Construção de edifícios
0,089
0,101
0,083
42
Trabalhos engenharia civil
0,059
0,074
0,064
43
Trabalhos de construção especializados
0,026
0,040
0,021
45
Vendas p/ grosso e ret. e serv. Rep. Veíc. Auto. e
motoc
0,010
0,015
0,007
46
Vendas p/ grosso, excep veíc. Auto. e motociclos
0,088
0,102
0,056
47
Vendas a retalho, exc veículos automóveis e
motociclos
0,016
0,017
0,008
49
Serv. transporte terrestre e por condutas (pipelines)
0,058
0,074
0,045
50
Serviços de transporte por água
0,001
0,001
0,001
51
Serviços de transporte aéreo
0,001
0,001
0,001
52
Serviços de armazenagem e auxiliares dos
transportes
0,008
0,007
0,005
53
Serviços postais e de courrier
0,004
0,006
0,002
55
Serviços de alojamento
0,002
0,002
0,001
56
Serviços de restauração e similares
0,003
0,003
0,002
58
Serviços de edição
0,003
0,004
0,002
59
Serviços produção filmes, vídeos e progamas TV,
gravação som e edição música
0,001
0,001
0,001
60
Serviços de programação e radiodifusão
0,003
0,004
0,003
61
Serviços de telecomunicações
0,010
0,004
0,007
62
Consultoria e prog informática e serviços
relacionados
0,014
0,019
0,008
63
Serviços de informação
0,001
0,002
0,001
0,060
0,054
0,028
0,009
0,004
0,004
0,004
0,003
0,002
0,037
0,006
0,014
351+353
64
65
66
6801+6802
Serviços financeiros, exc. seguros e fundos de
pensões
Serv seguros, resseg e f. pensões, exc. Seg soc.
Obrig.
Serviços auxiliares de serviços financeiros e de
seguros
Serviços imobiliários excluindo rendas imputadas
em habitação própria
Página | 185
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
6803
69
70
71
72
Rendas imputadas em habitação própria
0,000
0,000
0,000
Serviços jurídicos e contabilísticos
0,019
0,014
0,009
0,023
0,024
0,013
0,018
0,020
0,012
0,008
0,006
0,004
Serv. sedes sociais; serviços de consultoria de
gestão
Serv arquitect e de eng.; serv. de ensaios e de anál.
Técn.
Serviços de investigação e desenvolvimento
científicos
73
Serviços de publicidade e estudos de mercado
0,022
0,016
0,021
74
Out serv consultoria, científicos, técnicos e similares
0,003
0,004
0,002
75
Serviços veterinários
0,000
0,000
0,000
77
Serviços de aluguer
0,011
0,004
0,006
78
Serviços de emprego
0,003
0,003
0,002
79
Serv. ag. viagens, op. Turíst. e out. serv. reservas e
rel.
0,001
0,001
0,001
80
Serviços de segurança e investigação
0,007
0,012
0,003
81
Serv p/ edifícios e serv. Plant. e manutenção de
jardins
0,005
0,009
0,002
82
Serv. Administr. e de apoio prestados às empresas
0,019
0,028
0,013
84
Serv. Admin. pública, defesa e seg. social obrigatória
0,001
0,002
0,000
85
Serviços de educação
0,003
0,005
0,001
86
Serviços de saúde humana
0,002
0,003
0,001
87
Serviços de apoio social com alojamento
0,000
0,000
0,000
88
Serviços de apoio social sem alojamento
0,000
0,000
0,000
90
Serviços criativos, artísticos e de espectáculo
0,000
0,000
0,000
91
Serv. bibliotecas, arquivos e museus e out. serv.
culturais
0,000
0,000
0,000
92
Serviços de lotarias e outros jogos de aposta
0,000
0,000
0,000
93
Serviços desportivos, de diversão e recreativos
0,001
0,001
0,000
94
Serviços prestados por organizações associativas
0,001
0,002
0,001
95
Serv. Rep. computadores e de bens pessoais e dom.
0,001
0,002
0,001
96
Outros serviços pessoais
0,000
0,000
0,000
97
Serv. famílias empregadoras de pessoal doméstico
0,000
0,000
0,000
SPV
0,070
0,037
0,191
MWS
0,643
0,733
0,317
Retomador
0,000
0,000
0,002
A soma em colunas da tabela 0.2 corresponde à linha SIGRE da tabela 0.1.
Página | 186
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
Tabela 0.3 - Alavancagem do SIGRE por ramo de atividade (milhões de Euros)
Setores
VAB
Salários
Volume de
Negócios
01
Produtos da agric., prod. animal, caça e serv.
relac.
0,31
0,11
0,90
02
Produtos da silvic., expl. florestal e serv. relac.
4,45
0,72
6,34
03
Produtos da pesca, aquacultura e serv. relac.
0,01
0,00
0,01
05
Hulha (inclui antracite) e linhite
0,00
0,00
0,00
061
Petróleo Bruto
0,00
0,00
0,00
062
Gás Natural produzido
0,00
0,00
0,00
Outras Extrativas
1,28
0,62
3,01
10
Produtos alimentares
0,21
0,13
1,09
11
Bebidas
0,06
0,03
0,22
12
Produtos da indústria do tabaco
0,00
0,00
0,00
13
Produtos têxteis
0,15
0,12
0,56
14
Artigos de vestuário
0,01
0,01
0,02
15
Couro e produtos afins
0,02
0,01
0,06
16
Madeira e cortiça e suas obras, excl.mobil.; obras
de esp. e cest.
1,40
1,00
6,04
17
Papel e cartão e seus artigos
2,94
1,33
11,43
18
Trabalhos de impressão e gravação
0,59
0,38
1,37
19
Coque, produtos petrolíferos refinados e
aglomerados de combustíveis
0,85
0,33
15,61
20
Produtos químicos e fibras sintéticas ou artificiais
2,02
1,06
11,08
21
Produtos farmacêuticos de base preparações e
artigos farmacêuticos
0,01
0,00
0,02
22
Artigos de borracha e de matérias plásticas
0,98
0,57
3,49
23
Outros produtos minerais não metálicos
2,40
1,37
7,19
24
Metais de base
0,76
0,38
4,77
25
Produtos metálicos transformados, excepto
máquinas e equipamento
2,47
1,71
7,22
26
Produtos informáticos, eletrónicos e ópticos
0,18
0,08
0,67
27
Equipamento elétrico
0,31
0,18
1,31
28
Máquinas e equipamentos, n.e.
4,28
2,85
13,38
29
Veículos automóveis, reboques e semi-reboques
1,54
1,28
9,85
30
Outro material de transporte
0,07
0,05
0,20
31
Mobiliário
0,22
0,17
0,62
32
Produtos diversos das indústrias transformadoras
0,06
0,04
0,17
33
Serviços de reparação e instalação de máq e
equip
5,76
3,62
14,81
Eletricidade, vapor e água quente e fria e ar frio
8,79
2,05
42,01
Gás natural distribuído
0,60
0,09
5,38
07+08+09
351+353
352
Página | 187
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
36
Captação, tratamento e distribuição de água
0,17
0,08
0,36
37+38+39
Serviços de saneamento, descontaminação e
valorização de materiais
2,89
1,57
7,69
41
Construção de edifícios
10,39
6,23
31,46
42
Trabalhos engenharia civil
6,87
4,57
24,07
43
Trabalhos de construção especializados
3,07
2,47
7,94
45
Vendas p/ grosso e ret. e serv. Rep. Veíc. Auto. e
motoc
1,13
0,93
2,60
46
Vendas p/ grosso, excep veíc. Auto. e motociclos
10,30
6,26
21,27
1,82
1,03
2,88
6,76
4,56
17,15
47
49
Vendas a retalho, exc veículos automóveis e
motociclos
Serv. transporte terrestre e por condutas
(pipelines)
50
Serviços de transporte por água
0,12
0,06
0,49
51
Serviços de transporte aéreo
0,07
0,07
0,37
52
Serviços de armazenagem e auxiliares dos
transportes
0,97
0,41
1,78
53
Serviços postais e de courrier
0,42
0,34
0,75
55
Serviços de alojamento
0,19
0,11
0,37
56
Serviços de restauração e similares
0,38
0,21
0,72
58
Serviços de edição
0,30
0,23
0,84
59
Serv prod filmes, vídeos e prog TV, grav som e ed
músic
0,12
0,07
0,47
60
Serviços de programação e radiodifusão
0,32
0,23
0,97
61
Serviços de telecomunicações
1,20
0,27
2,62
62
Consultoria e prog informática e serviços
relacionados
1,58
1,15
3,20
63
Serviços de informação
0,14
0,11
0,30
7,00
3,29
10,72
1,02
0,27
1,58
0,48
0,18
0,79
4,32
0,39
5,44
Rendas imputadas em habitação própria
0,00
0,00
0,00
Serviços jurídicos e contabilísticos
2,21
0,88
3,35
2,69
1,48
5,08
2,14
1,21
4,47
0,96
0,39
1,37
64
65
66
6801+6802
6803
69
70
71
72
Serviços financeiros, exc. seguros e fundos de
pensões
Serv seguros, resseg e f. pensões, exc. Seg soc.
Obrig.
Serviços auxiliares de serviços financeiros e de
seguros
Serviços imobiliários excluindo rendas imputadas
em habitação própria
Serv. sedes sociais; serviços de consultoria de
gestão
Serv arquitect e de eng.; serv. de ensaios e de
anál. Técn.
Serviços de investigação e desenvolvimento
científicos
73
Serviços de publicidade e estudos de mercado
2,57
0,99
7,87
74
Out serv consultoria, científicos, técnicos e
similares
0,34
0,25
0,74
75
Serviços veterinários
0,00
0,00
0,00
77
Serviços de aluguer
1,28
0,27
2,13
78
Serviços de emprego
0,31
0,16
0,72
Página | 188
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
79
Serv. ag. viagens, op. Turíst. e out. serv. reservas e
rel.
0,07
0,05
0,23
80
Serviços de segurança e investigação
0,77
0,72
0,96
81
Serv p/ edifícios e serv. Plant. e manutenção de
jardins
0,59
0,56
0,92
82
Serv. Administr. e de apoio prestados às empresas
2,26
1,71
4,93
84
Serv. Admin. pública, defesa e seg. social
obrigatória
0,12
0,10
0,17
85
Serviços de educação
0,34
0,32
0,40
86
Serviços de saúde humana
0,26
0,21
0,46
87
Serviços de apoio social com alojamento
0,00
0,00
0,00
88
Serviços de apoio social sem alojamento
0,00
0,00
0,00
90
Serviços criativos, artísticos e de espectáculo
0,02
0,01
0,07
91
Serv. bibliotecas, arquivos e museus e out. serv.
culturais
0,00
0,00
0,01
92
Serviços de lotarias e outros jogos de aposta
0,00
0,00
0,00
93
Serviços desportivos, de diversão e recreativos
0,06
0,05
0,14
94
Serviços prestados por organizações associativas
0,10
0,11
0,28
95
Serv. Rep. computadores e de bens pessoais e
dom.
0,16
0,12
0,29
96
Outros serviços pessoais
0,01
0,00
0,02
97
Serv. famílias empregadoras de pessoal
doméstico
0,00
0,00
0,00
SPV
0,07
0,02
0,66
MWS
24,78
14,83
39,37
Retomador
0,00
0,00
0,63
Página | 189
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Anexo F - ANÁLISE DE INCERTEZA DOS MULTIPLICADORES E DA
ALAVANCAGEM ESTIMADOS
O grau de fiabilidade dos resultados dos impactes económicos do SIGRE foi avaliado através do seguinte
procedimento:

Atribuição duma estimativa de incerteza a cada dado de base.

Integração numérica do sistema, assumindo que os erros têm distribuição normal e
independente.
Assumiu-se que os valores agregados (vector x) não têm erro enquanto os valores de base das
componentes interiores do sistema (matriz Z e vectors y e v) têm erros estimados através da expressão:
-b
e(t)/t = at ,
onde e(t) é o erro, t é o valor de base, e a = 0.165518 e b = 0.05160 são parâmetros determinados de
forma a que o erro relativo do valor de base mais baixo seja de 30% e o erro relativo do valor de base
mais elevado seja de 10%. A escolha desta gama de valores reflecte o facto empírico de haver um
decrescimento da incerteza com o aumento do valor de base (Lenzen, 2001) e a escolha dos valoreslimite é consistente com um estudo feito para a matriz simétrica portuguesa de 1995 (Nhambiu, 2004),
e consistente com estudos internacionais (Bullard e Sebald, 1977; Lenzen et al., 2010).
Os erros foram gerados assumindo uma distribuição normal e independente para cada valor de base
(Lenzen et al., 2010). Para garantir que não ocorrem valores negativos mas que o valor esperado é
preservado, para cada valor de base t só foram aceites realizações entre 0 e 2t. Depois de gerada uma
configuração do sistema, esta foi balançada utilizando o método RAS (Lahr e de Mesnard, 2004).
Utilizando a técnica de integração de Monte-Carlo, para cada configuração foram calculados os
multiplicadores de tipo I analisados acima e as estimativas de incerteza foram obtidas através da
estatística descritiva:
E[m] = (Σj mj)/n;
2
Var[m] = (Σj (mj - E[m]) )/n,
onde E[m] e Var[m] são o valor esperado e variância dum multiplicador, mj é uma realização do
multiplicador a partir duma dada configuração de valores de base e n é o número de configurações. Por
fim, o erro do multiplicador é dado por:
0.5
e(m) = (Var[m]) .
Tendo efectuado n = 10000 realizações, obtiveram-se as estimativas de incerteza relativa (e(m)/m)
apresentadas em anexo.
Para o multiplicador de tipo I de cada ramo de actividade obteve-se uma incerteza relativa máxima de
13% para o VAB, 19% para os Salários e 8% para o Volume de Negócios. Os valores equivalentes para a
desagregação por ramo de actividade do multiplicador de tipo I do SIGRE são de 28%, 30% e 25%. No
caso da alavancagem do SIGRE os valores são 29%, 30% e 26%.
Página | 191
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Incerteza relativa (%)
Multiplicador de tipo I
VAB
Alavancagem total
Volume de
negócios
Salários
VAB
Volume de
negócios
Salários
01
Produtos da agric., prod. animal, caça e serv.
relac.
6,30
8,87
2,86
3,39
5,15
2,86
02
Produtos da silvic., expl. florestal e serv. relac.
4,90
8,51
3,87
6,39
8,57
3,87
03
Produtos da pesca, aquacultura e serv. relac.
4,31
5,99
2,92
5,15
7,98
2,92
05
Hulha (inclui antracite) e linhite
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
061
Petróleo Bruto
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
062
Gás Natural produzido
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
07+08+09
Outras Extrativas
6,17
8,21
2,68
3,67
5,94
2,68
10
Produtos alimentares
7,39
8,75
2,35
3,19
4,68
2,35
11
Bebidas
7,70
10,00
1,92
2,24
3,87
1,92
12
Produtos da indústria do tabaco
5,86
9,07
2,93
4,74
6,68
2,93
13
Produtos têxteis
7,26
6,67
2,92
4,49
6,63
2,92
14
Artigos de vestuário
5,70
5,78
2,66
4,55
6,85
2,66
15
6,00
5,98
2,96
5,19
7,62
2,96
16
Couro e produtos afins
Madeira e cortiça e suas obras, excl.mobil.; obras
de esp. e cest.
7,92
7,88
2,87
3,49
5,76
2,87
17
Papel e cartão e seus artigos
7,52
10,19
2,27
2,71
4,27
2,27
18
Trabalhos de impressão e gravação
Coque, produtos petrolíferos refinados e
aglomerados de combustíveis
6,17
6,69
2,97
3,97
6,88
2,97
8,29
11,42
2,18
7,18
8,48
2,18
7,50
9,56
2,82
4,28
5,59
2,82
21
Produtos químicos e fibras sintéticas ou artificiais
Produtos farmacêuticos de base preparações e
artigos farmacêuticos
6,04
7,58
2,27
3,61
6,07
2,27
22
Artigos de borracha e de matérias plásticas
6,58
8,06
2,50
4,06
5,97
2,50
23
Outros produtos minerais não metálicos
6,55
8,04
2,15
2,85
4,95
2,15
24
8,41
11,01
3,19
5,04
6,19
3,19
25
Metais de base
Produtos metálicos transformados, excepto
máquinas e equipamento
5,61
5,87
2,63
4,42
6,84
2,63
26
Produtos informáticos, eletrónicos e ópticos
4,20
5,87
1,93
5,92
8,02
1,93
27
Equipamento elétrico
6,46
7,74
2,58
4,89
6,72
2,58
28
Máquinas e equipamentos, n.e.
6,13
6,83
2,48
4,58
6,85
2,48
29
Veículos automóveis, reboques e semi-reboques
7,81
7,25
2,74
5,65
7,08
2,74
30
Outro material de transporte
6,85
7,11
2,63
4,85
7,35
2,63
31
7,32
6,79
2,69
4,06
6,48
2,69
6,63
7,51
2,40
4,10
6,53
2,40
33
Mobiliário
Produtos diversos das indústrias
transformadoras
Serviços de reparação e instalação de máq e
equip
5,40
6,03
2,55
4,32
6,87
2,55
351+353
Eletricidade, vapor e água quente e fria e ar frio
7,22
10,40
3,42
3,67
5,28
3,42
352
Gás natural distribuído
9,56
15,21
4,19
6,70
8,14
4,19
36
7,46
9,65
3,76
2,93
5,42
3,76
37+38+39
Captação, tratamento e distribuição de água
Serviços de saneamento, descontaminação e
valorização de materiais
6,54
8,18
2,83
3,18
5,41
2,83
41
Construção de edifícios
5,69
7,01
2,09
3,13
5,10
2,09
42
Trabalhos engenharia civil
6,77
8,17
2,41
3,18
4,99
2,41
43
Trabalhos de construção especializados
Vendas p/ grosso e ret. e serv. Rep. Veíc. Auto. e
motoc
6,10
5,66
3,03
4,78
7,13
3,03
6,42
5,42
2,55
4,11
6,69
2,55
5,37
6,05
2,08
2,96
5,39
2,08
4,54
5,27
2,30
3,45
6,05
2,30
49
Vendas p/ grosso, excep veíc. Auto. e motociclos
Vendas a retalho, exc veículos automóveis e
motociclos
Serv. transporte terrestre e por condutas
(pipelines)
5,96
6,50
2,25
3,42
5,71
2,25
50
Serviços de transporte por água
9,10
12,00
2,27
2,37
3,94
2,27
51
Serviços de transporte aéreo
Serviços de armazenagem e auxiliares dos
transportes
9,80
8,43
2,47
4,45
5,56
2,47
6,46
8,40
3,60
3,05
5,53
3,60
19
20
32
45
46
47
52
Página | 192
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
53
Serviços postais e de courrier
6,61
5,50
3,05
4,36
7,20
3,05
55
Serviços de alojamento
6,41
7,41
2,56
2,82
5,48
2,56
56
Serviços de restauração e similares
4,78
5,87
2,46
3,73
6,21
2,46
58
7,99
7,90
2,40
3,09
5,54
2,40
59
Serviços de edição
Serv prod filmes, vídeos e prog TV, grav som e ed
músic
9,39
11,48
1,95
2,15
3,71
1,95
60
Serviços de programação e radiodifusão
9,45
10,79
2,38
2,01
3,78
2,38
61
Serviços de telecomunicações
Consultoria e prog informática e serviços
relacionados
6,50
9,54
3,07
3,51
5,32
3,07
6,71
6,08
2,99
3,25
6,31
2,99
8,63
8,14
3,10
3,26
6,13
3,10
3,98
4,53
2,52
4,26
7,12
2,52
5,31
7,63
2,45
4,50
6,62
2,45
5,46
7,45
2,65
4,31
6,89
2,65
9,26
15,25
7,80
4,45
11,07
7,80
8,75
11,03
6,01
4,02
0,00
6,01
Serviços jurídicos e contabilísticos
Serv. sedes sociais; serviços de consultoria de
gestão
Serv arquitect e de eng.; serv. de ensaios e de
anál. Técn.
Serviços de investigação e desenvolvimento
científicos
4,60
6,25
2,54
4,14
6,77
2,54
5,68
6,65
2,68
3,31
6,01
2,68
5,87
6,89
2,65
3,37
6,06
2,65
4,72
6,57
2,66
4,80
7,33
2,66
6,85
9,55
2,53
2,80
4,57
2,53
74
Serviços de publicidade e estudos de mercado
Out serv consultoria, científicos, técnicos e
similares
7,41
7,43
2,57
3,18
6,03
2,57
75
Serviços veterinários
6,43
9,24
3,02
4,76
7,21
3,02
77
Serviços de aluguer
7,92
11,87
4,15
3,12
6,05
4,15
78
Serviços de emprego
Serv. ag. viagens, op. Turíst. e out. serv. reservas
e rel.
7,72
9,47
2,62
2,73
5,32
2,62
9,37
9,69
2,22
2,19
4,36
2,22
3,76
2,40
2,77
7,99
10,03
2,77
5,50
3,61
3,18
6,42
8,66
3,18
6,69
6,31
2,91
3,26
5,93
2,91
84
Serviços de segurança e investigação
Serv p/ edifícios e serv. Plant. e manutenção de
jardins
Serv. Administr. e de apoio prestados às
empresas
Serv. Admin. pública, defesa e seg. social
obrigatória
4,75
4,01
2,84
4,60
6,91
2,84
85
Serviços de educação
2,62
1,70
2,17
7,45
8,91
2,17
86
Serviços de saúde humana
4,59
3,98
2,44
4,89
7,28
2,44
87
Serviços de apoio social com alojamento
6,53
5,66
2,92
4,49
7,05
2,92
88
Serviços de apoio social sem alojamento
5,43
4,67
2,98
4,95
7,44
2,98
90
8,25
11,63
2,37
2,46
4,42
2,37
91
Serviços criativos, artísticos e de espectáculo
Serv. bibliotecas, arquivos e museus e out. serv.
culturais
8,51
7,99
3,44
3,74
6,55
3,44
92
Serviços de lotarias e outros jogos de aposta
6,08
8,99
2,85
3,99
6,29
2,85
93
Serviços desportivos, de diversão e recreativos
7,91
7,94
2,73
2,89
5,26
2,73
94
Serviços prestados por organizações associativas
Serv. Rep. computadores e de bens pessoais e
dom.
10,88
7,71
2,82
3,01
5,29
2,82
6,81
5,71
2,99
4,10
7,43
2,99
5,16
5,79
2,48
4,11
7,09
2,48
62
63
Serviços de informação
Serviços financeiros, exc. seguros e fundos de
64
pensões
Serv seguros, resseg e f. pensões, exc. Seg soc.
65
Obrig.
Serviços auxiliares de serviços financeiros e de
66
seguros
Serviços imobiliários excluindo rendas imputadas
6801+6802 em habitação própria
6803 Rendas imputadas em habitação própria
69
70
71
72
73
79
80
81
82
95
96
97
Outros serviços pessoais
Serv. famílias empregadoras de pessoal
doméstico
SPV
MWS
Retomador
Máximo
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
12,73
19,36
1,76
5,40
8,70
1,76
4,19
5,09
2,57
6,88
10,00
2,57
0,00
0,00
1,20
0,00
0,00
1,20
12,73
19,36
7,80
7,99
11,07
7,80
Página | 193
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório de Final
Multiplicador do tipo I do SIGRE por ramo de
actividade
Volume de
VAB
Salários
negócios
Alavancagem do SIGRE por ramo de actividade
Volume de
VAB
Salários
negócios
01
Produtos da agric., prod. animal, caça e serv.
relac.
15,59
18,91
11,04
17,05
18,85
14,58
02
Produtos da silvic., expl. florestal e serv. relac.
20,66
23,70
16,63
22,47
24,12
19,94
03
Produtos da pesca, aquacultura e serv. relac.
20,49
23,67
16,55
21,46
23,35
19,10
05
Hulha (inclui antracite) e linhite
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
061
Petróleo Bruto
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
062
Gás Natural produzido
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
07+08+09
Outras Extrativas
19,26
22,15
16,36
18,79
20,96
16,56
10
Produtos alimentares
19,13
22,01
15,79
20,70
22,30
18,85
11
Bebidas
15,31
18,95
10,39
16,17
18,56
13,33
12
Produtos da indústria do tabaco
27,62
30,15
24,55
28,53
30,12
26,46
13
Produtos têxteis
21,55
23,44
17,95
21,91
22,93
19,47
14
Artigos de vestuário
17,92
20,60
13,62
18,58
20,01
15,96
15
24,61
26,51
21,65
24,77
26,01
22,80
16
Couro e produtos afins
Madeira e cortiça e suas obras, excl.mobil.; obras
de esp. e cest.
18,11
21,02
13,91
19,52
20,91
17,14
17
Papel e cartão e seus artigos
13,45
16,45
10,66
9,80
13,15
6,02
18
12,79
16,68
6,06
13,86
16,21
10,28
15,78
19,47
10,47
14,52
17,15
11,31
16,58
19,59
12,72
17,93
19,90
15,63
21
Trabalhos de impressão e gravação
Coque, produtos petrolíferos refinados e
aglomerados de combustíveis
Produtos químicos e fibras sintéticas ou
artificiais
Produtos farmacêuticos de base preparações e
artigos farmacêuticos
17,82
21,20
13,48
18,52
20,63
15,90
22
Artigos de borracha e de matérias plásticas
22,99
24,51
21,19
13,41
15,81
11,15
23
Outros produtos minerais não metálicos
19,22
21,54
17,01
12,19
14,66
9,38
24
22,32
24,80
19,40
13,65
16,35
10,66
25
Metais de base
Produtos metálicos transformados, excepto
máquinas e equipamento
13,41
16,78
7,28
13,55
15,55
10,18
26
Produtos informáticos, eletrónicos e ópticos
16,95
20,49
12,45
17,46
19,71
14,87
27
Equipamento elétrico
15,56
19,01
10,45
15,92
18,00
13,02
28
Máquinas e equipamentos, n.e.
21,18
23,73
17,11
19,05
20,71
16,62
29
Veículos automóveis, reboques e semi-reboques
23,55
25,42
19,31
21,37
22,32
18,81
30
Outro material de transporte
17,09
20,18
11,78
17,25
19,09
13,73
31
16,55
19,15
11,17
17,39
18,76
13,95
16,92
20,25
12,03
17,43
19,49
14,45
33
Mobiliário
Produtos diversos das indústrias
transformadoras
Serviços de reparação e instalação de máq e
equip
14,68
18,15
9,25
13,90
16,10
10,67
351+353
Eletricidade, vapor e água quente e fria e ar frio
16,15
19,42
11,68
18,01
19,60
15,43
352
Gás natural distribuído
16,19
19,62
10,01
17,65
19,76
13,72
36
15,45
19,04
10,67
16,19
18,49
13,39
37+38+39
Captação, tratamento e distribuição de água
Serviços de saneamento, descontaminação e
valorização de materiais
17,87
20,98
14,02
17,71
19,71
15,30
41
Construção de edifícios
14,10
17,50
9,54
15,46
17,25
13,19
42
Trabalhos engenharia civil
14,03
17,27
8,42
13,34
15,25
10,26
43
Trabalhos de construção especializados
Vendas p/ grosso e ret. e serv. Rep. Veíc. Auto. e
motoc
14,03
16,92
7,13
13,99
15,43
10,05
15,18
17,73
9,62
16,10
17,26
12,75
12,73
16,20
7,63
13,56
15,46
11,05
15,60
18,66
11,91
16,64
18,40
14,73
49
Vendas p/ grosso, excep veíc. Auto. e motociclos
Vendas a retalho, exc veículos automóveis e
motociclos
Serv. transporte terrestre e por condutas
(pipelines)
15,07
18,24
10,71
16,66
18,27
14,32
50
Serviços de transporte por água
20,62
24,05
17,01
21,86
24,19
19,70
51
Serviços de transporte aéreo
17,66
19,47
11,70
18,28
18,90
14,29
52
Serviços de armazenagem e auxiliares dos
13,90
17,69
8,84
14,93
17,18
12,38
19
20
32
45
46
47
Página | 194
Contributos do SIGRE para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental de Portugal
Relatório Final
transportes
53
Serviços postais e de courrier
13,57
16,47
5,53
14,30
15,68
9,72
55
Serviços de alojamento
16,10
19,26
11,97
16,81
18,73
14,45
56
Serviços de restauração e similares
16,15
19,40
12,16
17,05
18,93
14,99
58
15,61
18,52
9,92
15,74
17,48
12,02
59
Serviços de edição
Serv prod filmes, vídeos e prog TV, grav som e ed
músic
15,21
18,92
9,68
15,28
17,71
11,74
60
Serviços de programação e radiodifusão
15,82
18,96
10,59
15,63
17,67
12,12
61
Serviços de telecomunicações
Consultoria e prog informática e serviços
relacionados
14,54
17,77
9,05
15,28
17,07
12,18
12,52
15,84
5,76
13,42
15,24
9,83
14,05
17,44
5,71
14,80
16,70
9,79
12,78
16,46
7,64
13,66
15,68
11,20
17,27
20,44
12,70
17,39
19,26
14,73
14,66
18,28
9,03
15,32
17,67
12,20
14,45
17,23
7,91
14,18
15,70
10,14
62
63
Serviços de informação
Serviços financeiros, exc. seguros e fundos de
64
pensões
Serv seguros, resseg e f. pensões, exc. Seg soc.
65
Obrig.
Serviços auxiliares de serviços financeiros e de
66
seguros
Serviços imobiliários excluindo rendas imputadas
6801+6802 em habitação própria
6803 Rendas imputadas em habitação própria
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Serviços jurídicos e contabilísticos
Serv. sedes sociais; serviços de consultoria de
gestão
Serv arquitect e de eng.; serv. de ensaios e de
anál. Técn.
Serviços de investigação e desenvolvimento
científicos
12,22
16,42
6,08
13,36
15,83
10,30
13,17
16,85
7,75
14,31
16,43
11,70
13,08
16,75
7,43
14,25
16,45
11,40
16,34
19,58
12,06
16,02
18,21
13,06
14,34
18,02
9,66
14,12
16,59
11,26
74
Serviços de publicidade e estudos de mercado
Out serv consultoria, científicos, técnicos e
similares
14,23
17,81
7,68
15,43
17,42
11,65
75
Serviços veterinários
22,35
25,23
18,50
23,65
25,38
21,05
77
Serviços de aluguer
12,75
16,39
5,52
13,65
15,74
9,65
78
Serviços de emprego
Serv. ag. viagens, op. Turíst. e out. serv. reservas
e rel.
12,71
17,07
5,54
13,28
16,29
9,22
15,80
18,87
9,69
16,42
18,14
12,63
15,43
17,50
7,63
16,24
16,85
11,42
14,80
16,65
6,80
15,62
16,03
10,67
12,84
15,99
6,27
14,07
15,59
10,57
84
Serviços de segurança e investigação
Serv p/ edifícios e serv. Plant. e manutenção de
jardins
Serv. Administr. e de apoio prestados às
empresas
Serv. Admin. pública, defesa e seg. social
obrigatória
22,86
24,59
19,62
22,86
23,58
20,82
85
Serviços de educação
18,19
19,90
13,32
19,14
19,49
16,10
86
Serviços de saúde humana
16,47
18,88
11,82
17,21
18,30
14,36
87
Serviços de apoio social com alojamento
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
88
Serviços de apoio social sem alojamento
24,74
26,65
21,34
25,42
26,25
23,16
90
17,31
21,15
12,59
17,93
20,57
14,82
91
Serviços criativos, artísticos e de espectáculo
Serv. bibliotecas, arquivos e museus e out. serv.
culturais
20,69
23,05
15,78
21,09
22,40
17,60
92
Serviços de lotarias e outros jogos de aposta
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
93
Serviços desportivos, de diversão e recreativos
20,28
22,63
15,95
20,29
21,63
17,39
94
Serviços prestados por organizações associativas
Serv. Rep. computadores e de bens pessoais e
dom.
18,56
19,67
11,80
19,38
19,13
14,62
16,07
19,11
10,64
17,33
18,93
13,88
Outros serviços pessoais
Serv. famílias empregadoras de pessoal
doméstico
20,05
23,08
16,44
20,17
22,06
18,01
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
SPV
13,19
18,02
5,15
19,30
22,23
15,33
MWS
8,55
9,62
5,30
10,51
14,26
2,97
Retomador
0,00
0,00
12,19
0,00
0,00
16,03
27,62
30,15
24,55
28,53
30,12
26,46
69
70
71
72
73
79
80
81
82
95
96
97
Máximo
Página | 195