AGOSTO 2016 • VOLUME 56 • SUPLEMENTO 2 Impact Factor 2015

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AGOSTO 2016 • VOLUME 56 • SUPLEMENTO 2 Impact Factor 2015
BRAZILIAN JOURNAL OF RHEUMATOLOGY | REVISTA BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA | VOL. 56 • SUPL. 2 | 2016
Impact Factor 2015: 0.859
© Thomson Reuters Journal Citation Reports,
Science Edition (2014)
AGOSTO 2016 • VOLUME 56 • SUPLEMENTO
2
REVISTA BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA
BRAZILIAN JOURNAL OF RHEUMATOLOGY
Official Organ of Brazilian Society of Rheumatology
Órgão Oficial da Sociedade Brasileira de Reumatologia
Bimonthly Edition (Publicação Bimestral)
Editors (Editores)
Marcelo de Medeiros Pinheiro
Marcos Renato Assis
Simone Appenzeller
Marília Medical School / Faculdade de Medicina
de Marília - Famema, Marília, SP, Brazil
Roberto Ezequiel Heymann
Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brazil
Universidade de Campinas, Campinas, SP, Brazil
Escola Baiana de Medicina e Saúde
Pública, Salvador, BA, Brazil
Paulo Louzada Junior
Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brazil
Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brazil
Coeditors (Coeditores)
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Francisco Airton Castro da Rocha
Claiton Viegas Brenol
Mittermayer Barreto Santiago
Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE, Brazil
Max Victor Carioca Freitas
Ricardo Fuller
Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brazil
Ricardo Machado Xavier
Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE, Brazil
Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, Porto Alegre, RS, Brazil
Acir Rachid
Geraldo da Rocha Castelar Pinheiro
Marta Maria das Chagas Medeiros
Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brazil
Universidade do Estado do Rio de Janeiro,
Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE, Brazil
Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, Brazil
Gilberto Santos Novaes
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São Paulo, SP, Brazil
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Hilton Seda
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Nílzio Antônio da Silva
Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brazil
Isídio Calich
Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO, Brazil
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Ivânio Alves Pereira
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Sul, Porto Alegre, RS, Brazil
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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
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Tel Hashomer, Israel
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Founded on July 15, 1948 (Fundada em 15 de julho de 1948)
Executive Board of Directors for the 2014–2016 Biennium
Diretoria Executiva para o Biênio 2014–2016
President (Presidente)
Cesar Emile Baaklini
General secretary (Secretário geral)
Roberto Cordeiro de A Teixeira
Rubens Bonfiglioli
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Wilton Silva dos Santos
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1st secretary (1º secretário)
Silvio Figueira Antonio
2nd secretary (2ª secretário)
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Treasurer (Tesoureiro)
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Paulo Louzada Jr.
Elected president (Presidente eleito)
Georges Basile Christopoulos
Rheumatology Aid Fund to
Rheumatology Research and Teaching
Conselho do Fundo de Auxílio a
Pesquisa e Ensino em Reumatologia
Acir Rachid
Adil Muhib Samara
Antônio Carlos Ximenes
Caio Moreira
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Emília Inoue Sato
Fernando de Souza Cavalcanti
Fernando Neubarth
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Iêda Maria Magalhães Laurindo
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João Francisco Marques Neto
Nílzio Antônio da Silva
Sebastião Cezar Radominski
Walber Pinto Vieira
Wiliam Habib Chahade
Representatives of PANLAR
Representantes junto à PANLAR
Adil Muhib Samara
Antonio Carlos Ximenes
Fernando Neubarth
Maria Amazile Ferreira Toscano
Representatives of Ministry of Health
Representantes junto ao Ministério da Saúde
Ana Patrícia de Paula
Mário Soares Ferreira
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Representantes junto à AMB
Eduardo de Souza Meirelles
Gustavo de Paiva Costa
Ivone Minhoto Meinão
Specialist Title Commission
Comissão de Título de Especialista
President (Presidente)
Emília Inoue Sato
Members (Membros)
Geraldo Castelar Pinheiro
Gilda Aparecida Ferreira
Inês Guimarães Silveira
João Elias Moura Junior
José Gerardo Araujo Paiva
Lissiane Karine Noronha
Marcelo de Medeiros Pinheiro
Marília Barreto Gameiro Silva
Mauro Goldfarb
Michel Alexandre Yazbek
Nafice Costa Araujo
René Donizette Ribeiro de Oliveira
Ricardo Xavier
Roberto Acayaba de Toledo
Roberto Bernd
Cristina Medeiros de Magalhães
Daniela Gerent Petry Piotto
Flavia Patrícia Teixeira Santos
Flavio Roberto Sztajnbok
Lucia Maria Arruda Campos
Marcia Bandeira
Sheila Knupp Feitosa de Oliveira
Silvana Brasilia Sacchetti
Virginia Paes Leme Ferriani
Media Commission
Comissão de Comunicação Social
BSR Bulletin (Boletim SBR)
Editorial Council (Conselho Editorial)
Edgard Torres dos Reis Neto
Sandra Hiroko Watanabe
Editors (Editores)
Renê Donizeti Ribeiro de Oliveira
Tania Carolina Monteiro de Castro
Collaborator (Colaborador)
Plínio José do Amaral
Brazilian Journal of Rheumatology
Revista Brasileira de Reumatologia
Editors (Editores)
Marcos Renato de Assis
Roberto Ezequiel Heymann
Health Technology Evaluation Comission
Editores Adjuntos
Comissão de Avaliação de Tecnologia em Saúde
Claiton Viegas Brenol
Marcelo de Medeiros Pinheiro
Simone Appenzeller
President (Presidente)
Mirhelen Mendes de Abreu
Members (Membros)
Adriana Maria Kakehasi
Ana Cristina de Medeiros Ribeiro
Claiton Viegas Brenol
Eduardo de Souza Meirelles
Jussara de Almeida L. Kochen
Rafael Mendonça da Silva Chakr
Epidemiology Commission
Comissão de Epidemiologia
Coordinator (Coordenadora)
Coeditors (Coeditores)
Francisco Airton Castro da Rocha
Max Victor Carioca Freitas
Mittermayer Barreto Santiago
Paulo Louzada Junior
Ricardo Fuller
Ricardo Machado Xavier
BSR Website (Site SBR)
Coordinators (Coordenadores)
Antonio Carlos Monteiro Ribas
Marcelo Cruz Rezende
Maria Roseli Monteiro Callado
Rozana Mesquita Ciconelli
Members (Membros)
Alessandra Souza Braz C. Andrade
Bernardo Matos da Cunha
Camila Cruz Leijoto
Carlos Augusto F. de Andrade
Eutilia Andrade Medeiros Freire
Jussara de Almeida Kochen
Pediatric Rheumatology Commission
Comissão de Reumatologia Pediátrica
President (Presidente)
Maria Teresa S L R A Terreri
Members (Membros)
Ana Julia Pantoja Moraes
André de Souza Cavalcanti
Claudia Saad Magalhães
Claudio Arnaldo Len
Clovis Artur Almeida Junior
Ethics and Discipline Commission
Comissão de Ética e Disciplina
President (Presidente)
José Marques Filho
Members (Membros)
Antonio Carlos Althoff
Camila Souto Oliveira
Henrique Josef
José Roberto Pereira Santos
Lilian Schade
Rita de Cassia Correa Miguel
Teaching and Medical
Education Commission
Comissão de Ensino e Educação Médica
President (Presidente)
Jozelia Rêgo
Members (Membros)
Cassia Bossi Semmelmann
Charles Lubianca Kohem
Claudia Diniz Lopes Marques
Edgar Baldi Junior
Elaine Lira Medeiros de Bezerra
Elisa Martins das N. de Albuquerque
Izaías Pereira da Costa
Marcelo Pimenta
Maria Jose Pereira Vilar
Congresses, Journeys, and
Events Commission
Comissão de Congressos, Jornadas e Eventos
Coordinators (Coordenadores)
Fernando Neubarth
Georges Basile Christopoulos
José Roberto Provenza
Osteoarthrosis Commission
Comissão de Osteoartrose
President (President)
Ibsen Bellini Coimbra
Members (Membros)
Claudia Diniz Lopes Marques
Elda Matilde Hirose Pastor
Fernando Neubarth
Francisco Airton Castro da Rocha
Glaucio Ricardo Werner de Castro
Hilton Seda
Jose Caetano Macieira
Maria Luiza R Andrade Machado
Ricardo Fuller
Vasculopathies Commission
Presidente (President)
Roger Abramino Levy
Comissão de Relações com
Grupos de Pacientes
Adriana Danowski
Alexandre Wagner S. de Souza
Ana Beatriz S. Bacchiega de Freitas
Ana Luisa Garcia Calich
Andreas Funke
Danieli Castro Oliveira de Andrade
Gilda Aparecida Ferreira
Henrique de Ataide Mariz
Jozélia Rego
Manuella Lima Gomes Ochtrop
Mauricio Levy Neto
Rosa Maria Rodrigues Pereira
Helenice Alves Teixeira Gonçalves
Members (Membros)
Ana Paula Espinula Gianordoli
Carlos Eugenio Ribeiro Parolini
Luis Piva Junior
Valderílio Feijó Azevedo
Wanda Heloisa Rodrigues Ferreira
Occupational Rheumatology Commission
Comissão de Reumatologia Ocupacional
President (Presidente)
Milton Helfenstein Junior
Members (Membros)
Anna Beatriz Assad Maia
Antônio Techy
Marco Aurélio Goldenfum
BiobadaBrasil Comission
Comissão do BiobadaBrasil
President (Presidente)
Ieda Maria Magalhães Laurindo
Members (Membros)
Aline Ranzolin
André Luiz Shinji Hayata
David Cezar Titton
Ines Guimarães da Silveira
Julio Cesar Bertacini de Moraes
Paulo Louzada-Junior
Roberto Ranza
Valéria Cristo Valim
Rheumatoid Arthritis Commission
Comissão de Artrite Reumatoide
Spinal Commission
Comissão de Coluna Vertebral
Coordinator (Coordenador)
Silvio Figueira Antonio
Members (Membros)
Ari Stiel Radu Halpern
Carlos Appel da Silva
Jamil Natour
Jose Gerardo de Araújo Paiva
Luíza Helena Coutinho Ribeiro
Marcos Renato de Assis
Maria Amazile Ferreira Toscano
Renê Donizeti Ribeiro de Oliveira
Comissão de Vasculopatias Commission of Relations
with Groups of Patients
President (Presidente)
Odirlei André Monticielo
Simone Appenzeller
Members (Membros)
Image Commission
Comissão de Imagem President (Presidente)
José Alexandre Mendonça
Members (Membros)
Andrea Barranjard Vanucci Lomonte
Cristiane Kayser Veiga da Silva
Ieda Maria Magalhāes Laurindo
Inês Guimarães Silveira
Jamil Natour
Karina Rossi Bonfiglioli
Karine Rodrigues da Luz
Laura Maria C de Mendonça
Simone Appenzeller
Veronica Silva Vilela
Procedures Commission
Comissão de Procedimentos
President (Presidente)
Jamil Natour
Members (Membros)
Daniele Freitas Pereira
Geraldo da Rocha Castelar Pinheiro
Luiza Helena Coutinho Ribeiro
Monique Sayuri Konai
Rita Nely Vilar Furtado
Presidente (President)
Osteomethabolic Diseases and
Osteoporisis Commission
Comissão de Doenças
Osteometabólicas e Osteoporose
Marco Antonio A da Rocha Loures
Members (Membros)
Ana Patricia de Paula
Caio Moreira
Charlles Heldan de Moura Castro
Cristiano Augusto F. Zerbini
Elaine de Azevedo
Jaime Sanson Danowiski
Laura Maria C. de Mendonça
Mailze Campos Bezerra
Rosa Maria Rodrigues Pereira
Sebastião Cezar Radominski
Vera Lucia Szejnfeld
Spondiloarthropathies Commission
Comissão de Espondiloartropatias
Coordinator (Coordenador)
Célio Roberto Gonçalves
RBE Coordinator (Coordenador RBE)
Percival Degrava Sampaio-Barros
Members (Membros)
Antonio Carlos Ximenes
Bruno Schau de Araujo Lima
Eduardo de Souza Meirelles
Gustavo Gomes Rezende
Ivanio Alves Pereira
Marcelo de Medeiros Pinheiro
Mauro Waldemar Keiserman
Ricardo da Cruz Lage
Thelma Larocca Skare
Walber Pinto Vieira
Washington Alves Bianchi
Psoriatic Arthritis Subcommission
(Sub-Comissão de Artrite Psoriásica)
Claudia Goldenstein-Schainberg
Roberto Ranza
Rubens Bonfiglioli
Sueli Coelho da Silva Carneiro
Valderilio Feijó Azevedo
Licia Maria Henrique da Mota
Lupus Commission
Members (Membros)
Comissão de Lúpus
RBE
Boris Afonso Cruz
Cleandro Pires de Albuquerque
Deborah Pereira Goncalves
Geraldo da Rocha Castelar Pinheiro
Ieda Maria Magalhães Laurindo
Ivanio Alves Pereira
Jozelio Freire de Carvalho
Manoel Barros Bertolo
Maria Raquel da Costa Pinto
Paulo Louzada Jr.
Ricardo Machado Xavier
Rina Dalva Neubarth Giorgi
Rodrigo Aires Corrêa Lima
President (Presidente)
General Coordinator (Coordenador Geral)
Eduardo Ferreira Borba Neto
Percival Degrava Sampaio-Barros
Members (Membros)
Area Coordinator (Coordenadores de Área)
Cristina Costa Duarte Lanna
Elisa Martins das N. de Albuquerque
Eloisa Silva Dutra de Oliveira Bonfá
Emilia Inoue Sato
Evandro Mendes Klumb
Francinne Machado Ribeiro
João Carlos Tavares Brenol
Lilian Tereza Lavras Costallat
Luis Carlos Latorre
Maria de Fátima Lobato da Cunha Sauma
Carla Gonçalves Schahin Saad
Julio Cesar Bertacinni
Pain, Fibromyalgia and Other Painful
Syndromes of the Soft Parts Commission
Comissão de Dor, Fibromialgia e Outras
Síndromes Dolorosas de Partes Moles
President (Presidente)
Eduardo dos Santos Paiva
Members (Membros)
Aline Ranzolin
Daniel Feldman Pollak
Fernando Augusto Chiuchetta
José Eduardo Martinez
José Roberto Provenza
Marcelo Cruz Rezende
Marco Aurélio Goldenfum
Marcos Aurélio Freitas Machado
Marcos Renato de Assis
Milton Helfenstein Junior
Nilton Salles Rosa Neto
Rafael Mendonça da Silva Chakr
Rafael Navarrete Fernandez
Roberto Ezequiel Heymann
Documentation and Historical
Registry Commission
Comissão de Documentação e
Registro Histórico
President (Presidente)
Henrique Josef
Members (Membros)
Célio Roberto Gonçalves
Hilton Seda
Joaquim Jaguaribe Nava Ribeiro
José Eduardo de C Gonçalves
José Knoplich
José Marques Filho
Lauredo Ventura Bandeira
Lipe Goldenstein
Plinio José Amaral
Systemic Sclerosis Commission
Comissão de Esclerose Sistêmica
President (Presidente)
Mauro Waldemar Keiserman
Members (Membros)
Adriana Fontes Zimmermann
Alex Magno Coelho Horimoto
Alexandre Wagner S de Souza
Andrea Tavares Dantas
Carolina de Souza Muller
Claudia Tereza Lobato Borges
Cristiane Kayser Veiga da Silva
Eutilia Andrade Medeiros Freire
Gisele Baptista Maretti
João Francisco Marques Neto
Lilian Scussel Lonzetti
Maria Cecilia Fonseca Salgado
Maria de Fátima Lobato da Cunha Sauma
Mario Newton Leitão de Azevedo
Markus Bredemeier
Percival Degrava Sampaio-Barros
Sheila Marcia de A Fontenele
Virginia Fernandes Moça Trevisani
Sjögren Syndrome Commission
(Comissão de Síndrome de Sjögren)
President (Presidente)
Valéria Valim Cristo
Members (Membros)
Leandro Augusto Tanure
Leandro Lara Prado
Marilena Leal M S Fernandes
Samia Araujo de Sousa Studart
Sandra Gofinet Pasoto
Sandra Lúcia Euzébio Ribeiro
Tania Sales de Alencar Fidelix
Virginia Fernandes Moça Trevisani
Professional Defense Commission
Supervisory Board (Conselho Fiscal)
Walber Pinto Vieira
Geraldo da Rocha Castelar Pinheiro
Ieda Maria Magalhães Laurindo
(Comissão de Defesa Profissional)
BSR – Regionals
Presidents (Presidente)
Regionais – SBR
Abel Pereira de Souza Junior
Jaime Baião
Members (Membros)
Rheumatology Society of Mato Grosso
Angelita Carlotto de Abreu
Cassia Bossi Semmelmann
Francisco Alves Bezerra Neto
Francisco Deoclécio D. Rocha
Ines Cristina de Mello Lima
Matheus Staufackar Carlos
Mauro Furtado Cavalcanti
Vander Fernandes
Vidal de Souza
Rheumatology Society of Alagoas
Gout Commission
Rheumatology Society of Santa Catarina
(Comissão de Gota)
President (Presidente)
Geraldo da Rocha Castelar Pinheiro
Members (Membros)
Adil Muhib Samara
Ana Beatriz Vargas dos Santos
Antonio José Lopes Ferrari
Eduardo dos Santos Paiva
Hellen Mary da Silveira de Carvalho
Endemic and Infectious
Diseases Commission
(Comissão de Doenças
Endêmicas e Infecciosas)
Presidents (Presidentes)
Izaias Pereira da Costa
Sandra Lucia Euzébio Ribeiro
Members (Membros)
Ana Carolina de Oliveira S.Montandon
Gecilmara Cristina Salnato Pileggi
Helena Lúcia Alves Pereira
Natalino Hajime Yoshinari
Rejane Maria R de Abreu Vieira
Roberta de Almeida Pernambuco
Assisted Therapy Immunobiological
Centers Commission
(Comissão de Centros de Terapia
Imunobiológica Assistida)
President (Presidente)
Antonio Scafuto Scotton
Members (Membros)
Adrian Nogueira Bueno
Ana Tereza Amoedo Medrado
Claudia Goldenstein Schainberg
Eliezer Rushansky
Evelin D. Goldenberg M. M.da Costa
José Eyorand Castelo B. de Andrade
José Roberto Silva Miranda
Manoel Barros Bertolo
Rafael de Oliveira Fraga
Reno Martins Coelho
Ricardo Jorge de Percia Name
Vander Fernandes
Ana Rosa Araujo Gonçalves
Rheumatology Society of Amapá
Marco Túlio Muniz Franco
Rheumatology Society of Amazonas
Juliana de Andrade Rebouças Guimarães
Rheumatology Society of Bahia
Mittermayer Barreto Santiago
Silvia Dobes Raymundi
Rheumatology Society of Ceará
Sheila Márcia de A. Fontenele
Rheumatology Society of Brasília
Ana Patrícia de Paula
Rheumatology Society of Rondônia
Liszt Jonney Silva Dos Santos
Rheumatology Society of Acre
Maria Luiza Abrahão Barbosa
Rheumatology Society of Espírito Santo
Aline Coelho Moreira da Fraga
Rheumatology Society of Mato Grosso do Sul
Marcelo Cruz Rezende
Rheumatology Society of Rio de Janeiro
Jose Fernando Verztman
Rheumatology Society of Rio Grande do Norte
Francisco Alves Bezerra Neto
Rheumatology Society of Rio Grande do Sul
Marco Aurelio Goldenfum
Rheumatology Society of Tocantins
Daniela Edilma Japiassu Custódio
Rheumatology Society of Goiás
Gustavo Pavlik Haddad
Rheumatology Society of Maranhão
Jose Mauro Carneiro Fernandes
Rheumatology Society of Minas Gerais
Gustavo Lamego de Barros Costa
Rheumatology Society of Pará
Ronaldo Monteiro Costa
Rheumatology Society of Paraíba
Danielle Christ Soares Egypto de Brito
Rheumatology Society of Paraná
Marco Antônio Araujo da Rocha Loures
Rheumatology Society of São Paulo
Eduardo Ferreira Borba Neto
Rheumatology Society of Pernambuco
Lilian David de Azevedo Valadares
Rheumatology Society of Piauí
Aline do Socorro Miranda Ribeiro
Rheumatology Society of Sergipe
Regina Adalva de Lucena Couto Ocea
Brazilian Society of Rheumatology (Sociedade Brasileira de Reumatologia)
Avenida Brigadeiro Luiz Antonio, 2.466 – conjs. 92-94 – CEP: 01402-000 – São Paulo, SP, Brasil
Phone/Fax:
55 11 3289-7165
E-mail:
[email protected], [email protected]
Website:
www.reumatologia.org.br
COMISSÃO ORGANIZADORA DO SBR 2016
LICIA MARIA HENRIQUE DA MOTA
Presidente do SBR 2016
FRANCISCO AIRES CORREA LIMA
LÚCIA MARIA GONÇALVES MACEDO
Presidentes de Honra do SBR 2016
CÉSAR EMILE BAAKLINI
Presidente da Sociedade Brasileira da Reumatologia
GEORGES BASILE CHRISTOPOULOS
Presidente Eleito da Sociedade Brasileira da Reumatologia
ANA PATRÍCIA DE PAULA
Presidente da Sociedade de Reumatologia de Brasília
RODRIGO AIRES CORREA LIMA
Diretor Científico do SBR 2016
MARIA CUSTÓDIA MACHADO RIBEIRO
Diretora de Reumatologia Pediátrica do SBR 2016
PAULO LOUZADA JUNIOR
Diretor Científico da Sociedade Brasileira da Reumatologia
CEZAR KOZAK SIMAAN
Diretor de Reumatologia e Arte do SBR 2016
CLEANDRO PIRES DE ALBUQUERQUE
Secretário Geral do SBR 2016
JOSÉ EDUARDO MARTINEZ
Secretário da Sociedade Brasileira da Reumatologia
JAMILLE NASCIMENTO CARNEIRO
ROBSON GRANJA CARDOSO
Tesoureiros do SBR 2016
JOSÉ ROBERTO PROVENZA
Tesoureiro da Sociedade Brasileira da Reumatologia
Comissão C i e n t í f ica do S B R 2 0 16
Comissão Cultural e Social do SBR 2016
RODRIGO AIRES CORREA LIMA (DIRETOR)
LUCIANA FEITOSA MUNIZ (DIRETORA)
ADÉRITO GUEDES DA CRUZ FILHO
ANA CRISTINA VANDERLEI DE OLIVEIRA
ANTÔNIO CARLOS XIMENES
ANA PAULA MONTEIRO GOMIDES REIS
BORIS AFONSO CRUZ
ANNA BEATRIZ ASSAD MAIA
CARLOS EDUARDO DE CARVALHO LINS
CÉSAR EMILE BAAKLINI
CEZAR KOZAK SIMAAN
CLAITON BRENOL
CLEANDRO PIRES DE ALBUQUERQUE
CAROLINA RIETHER VIZIOLI
GUSTAVO DE PAIVA COSTA
HELLEN MARY DA SILVEIRA DE CARVALHO
JAMILLE NASCIMENTO CARNEIRO
LICIA MARIA HENRIQUE DA MOTA
LUCIA MARIA GONCALVES MACEDO
CRISTINA MEDEIROS RIBEIRO DE MAGALHÃES
MARIANA CASTILHO RASSI
DENISE PINHEIRO FALCÃO DA ROCHA
SANDRA MARIA A. DE OLIVEIRA E SILVA
ELOÍSA S. DUTRA DE OLIVEIRA BONFÁ
TALITA YOKOY DE SOUZA
EMÍLIA INOUE SATO
VERENA MENDES MARTINELLI
FERNANDO NEUBARTH
WILTON SILVA DOS SANTOS
FRANCISCO AIRES CORRÊA LIMA
GECILMARA CRISTINA SALVIATO PILEGGI
GEORGES BASILE CHRISTOPOULOS
GERALDO DA ROCHA CASTELAR
GUSTAVO DE PAIVA COSTA
Comissão de Con tro le
Inte rno do SB R 2 0 1 6
LUIS PIVA JUNIOR (DIRETOR)
BENONE CARVALHO ALELUIA
IEDA MARIA MAGALHÃES LAURINDO
JOSÉ ANTÔNIO BRAGA DA SILVA
IVANIO ALVES PEREIRA
MARIO SOARES FERREIRA
JOSÉ ALEXANDRE MENDONÇA
JOSÉ ROBERTO PROVENZA
JOZÉLIA REGO
JOZÉLIO FREIRE DE CARVALHO
LEOPOLDO LUIZ DOS SANTOS NETO
LICIA MARIA HENRIQUE DA MOTA
LUCIANA FEITOSA MUNIZ
LUIZ PIVA JUNIOR
Comissão de Apoio
Logístico do SB R 2 0 1 6
ADÉRITO GUEDES DA CRUZ FILHO (DIRETOR)
ALEXANDRE SHIGEMI VICENTE HIDAKA
CLARISSA DE CASTRO FERREIRA
HELLEN MARY DA SILVEIRA DE CARVALHO
ISABELLA FERREIRA COSTA CARDOSO
MARIA CUSTÓDIA MACHADO RIBEIRO
LUCIANA ALVES DE ALMEIDA
MARIANA CASTILHO RASSI
LUCIANO JUNQUEIRA GUIMARÃES
MIRHELEN MENDES DE ABREU
ROBSON GRANJA CARDOSO
MORTON AARON SCHEIMBERG
TANIA MARIA L. ANTUNES DE OLIVEIRA
NILZIO ANTÔNIO DA SILVA
ZILCEM DA COSTA ARRUDA JÚNIOR
PAULO LOUZADA JUNIOR
RICARDO MACHADO XAVIER
ROGER ABRAMINO LEVY
Comissão de Eve ntos da Soci e dade
B rasile ira de R e umatologia
ROGERIO DA SILVA AMARAL
FERNANDO NEUBARTH
WILTON SILVA DOS SANTOS
GEORGES BASILE CHRISTOPOULOS
ZILCEM DA COSTA ARRUDA JÚNIOR
JOSÉ ROBERTO PROVENZA
AVALIADORES
Adriana Maria Kakehasi
Leopoldo Luiz dos Santos Neto
Ana Beatriz Vargas dos Santos
Lícia Maria Henrique da Mota
Ana Cristina de Medeiros
Luciana Feitosa Muniz
André Cavalcanti
Luiz Carlos Latorre
Antônio Ferrari
Boris Cruz
Célio Roberto Gonçalves
Cezar Kozak Simaan
Claudia Saad Magalhães
Claudio Arnaldo Len
Cleandro Pires de Albuquerque
Clovis Artur Silva
Manoel Bertolo
Marcelo Pimenta
Marco Araújo da Rocha Loures
Maria Raquel
Maria Teresa de Sande e Lemos Ramos Ascensão Terreri
Martin Fabio Jennings Simoes
Mauro Waldemar Keiserman
Cristiano Zerbini
Milton Helfenstein Júnior
Deborah Gonçalves
Mirhelen Mendes de Abreu
Eduardo dos Santos Paiva
Paulo Louzada Junior
Eduardo Ferreira Borba Neto
Ricardo Fuller
Eduardo Paiva
Ricardo Xavier
Elaine Lira Medeiros de Bezerra
Rina Neubarth
Geraldo Castelar
Rodrigo Aires Correa Lima
Geraldo da Rocha Castelar Pinheiro
Hellen Mary de Carvalho
Ibsen Bellini Coimbra
Ieda Maria M. Laurindo
Ivanio Alves Pereira
Izaias Pereira da Costa
Jaime Danowski
Jamil Natour
Roger Abramino Levy
Rosa Maria Pereira
Rozana Mesquita Ciconelli
Sandra Gofinet Pasoto
Sebastião Radominski
Sheila Knupp Oliveira
Silvio Figueira Antonio
José Alexandre Mendonça
Simone Appenzeller
José Marques Filho
Valéria Valim Cristo
Jozélia Rêgo
Vera Szejnfeld
Jozélio Freire de Carvalho
Virginia Fernandes Moca Trevisani
Mensagem da Presidente do
XXXIII Congresso Brasileiro de
Reumatologia – SBR 2016
Queridos colegas,
Mais uma vez, a Sociedade Brasileira de Reumatologia promove seu maior e mais importante evento
científico, o Congresso Brasileiro de Reumatologia. Aguardamos sempre ansiosamente esse momento
marcante de atualização científica, aprimoramento intelectual, compartilhamento de experiências e confraternização entre amigos de todas as partes de nosso país. E, em 2016, a cidade a quem cabe a grande
honra de receber a trigésima terceira edição desse evento é a capital federal, Brasília.
Brasília, nossa bela cidade, monumento a céu aberto, Patrimônio Cultural da Humanidade, orgulha-se de representar todos os brasileiros, por meio de sua cultura sincrética e multifacetada. Nossa cidade
ímpar de concreto armado brotou do Cerrado pelo trabalho árduo de pessoas que vieram de todo o Brasil,
atendendo ao chamado de um fundador visionário. Inspirados no arrojo de nossos pioneiros, em nossa
arquitetura impactante e na história de coragem e vanguarda de nossa construção, preparamos com
muito empenho, para receber nossos amigos, um formato inovador e integrativo para o XXXIII Congresso
Brasileiro de Reumatologia.
O SBR 2016 tem como tema Reumatologia e Arte, inspirou-se no conceito de que a ciência e a arte
completam-se, constituindo vertentes necessárias da atividade intelectual.
Apoiando-se na tradição dos grandes eventos que nos antecederam, mantivemos a estrutura científica dos congressos que tanto tem agradado aos reumatologistas, mas incluímos diversas inovações,
para tornar as discussões mais dinâmicas e práticas: mais de 120 sessões, oficinas, cursos e workshops;
enfoque nas produções científicas nacionais, com temas livres apresentados de forma horizontal durante
a grade; diversas sessões polêmicas que, em uma referência bem-humorada à verve política de nossa
cidade, denominamos de “CPIs”, entre muitas outras novidades.
Sendo um congresso com viés artístico, teremos uma programação paralela abordando a interação
entre a medicina e a arte: momentos da arte antes das principais sessões, em uma integração artístico-científica dos assuntos abordados; oficinas das mais diversas formas de representação artística, como
fotografia, arquitetura, dança, literatura cinema e exposições de arte.
Selecionamos, entre os cerca de 700 trabalhos recebidos, mais de 500 para serem expostos durante o
nosso congresso, incluindo 21 que receberam destaque para apresentação oral, em sete sessões de temas
livres. Escolhemos dar amplo destaque a esses importantes trabalhos originais desenvolvidos em nosso
país, ou por brasileiros, e expô-los em apresentações orais sem mesas concorrentes, para que todos os
congressistas possam apreciar o aprimoramento da produção científica nacional. Sugerimos aos colegas
que leiam com atenção o material compilado nesses Anais do XXXIII Congresso Brasileiro de Reumatologia,
que, sem dúvida, traduz a elevada qualidade técnica que observamos durante a avaliação dos trabalhos.
Nosso congresso acontece em agosto, no fim do período da seca, uma das épocas mais emblemáticas do
Cerrado. É o fim de um ciclo, um período de pausa, de recolhimento da vegetação, de preparo para a renovação
que o período chuvoso trará. Nessa transição, a cidade se enfeita com seus ipês, que receberão, no esplendor
de sua beleza, todos vocês, para celebrar conosco esse grandioso encontro da reumatologia brasileira.
Brasília e nós, brasilienses de nascimento e de coração, recebemos todos vocês de braços abertos.
Licia Maria Henrique da Mota
Presidente do XXXIII Congresso Brasileiro de Reumatologia – Brasília 2016
BRAZILIAN JOURNAL OF RHEUMATOLOGY | REVISTA BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA | VOL. 56 • SUP.2 | 2016
REVISTA BRASILEIRA DE
REUMATOLOGIA
Impact Factor 2015: 0.859
© Thomson Reuters Journal Citation Reports,
Science Edition (2014)
AGOSTO 2016 • vOlume 56 • Suplemento
2
www.reumatologia.com.br
SUM ÁRI O
PÔSTERES
Área Temática: Artrite reumatoide
A INFLUÊNCIA DO FATOR REUMATOIDE NO CONTROLE
DA ARTRITE REUMATOIDE EM UM CENTRO DE
ESPECIALIDADES MÉDICAS DE BELÉM (PA) S1
Nayara Mota Carvalho, Marina Laís Ramalho de Oliveira de Almeida,
Cezar Augusto Muniz Caldas
A PERCEPÇÃO DA DOR CRÔNICA EM PACIENTES COM
ARTRITE REUMATOIDE CONSOLIDADA S1
Leticia Meda Vendrusculo Fangel, Renan Fangel,
Tiago dos Santos Leles, Lilian Melo de Moura,
Fernanda do Bomfim Ribeiro, Ana Paula Tomaz Valentim,
Cissy Karmem Tinazi, Alynne Hellen Rogério e Silva,
Jordana Magalhães Silva Lopes, Rita de Cássia Marqueti Durigan
A PRÁTICA DA “BOMBADEIRA” COMO GATILHO PARA
INDUÇÃO DE SÍNDROME REUMATOIDE S1
Ingrid Bandeira Moss, Elisa Fernandes de Melo, Laura Maria
Carvalho de Mendonça, Blanca Elena Rios Gomes Bica
ACHADOS RADIOGRÁFICOS COMPATÍVEIS COM
ARTRITE PSORIÁSICA EM PACIENTE COM ARTRITE
REUMATOIDE: RELATO DE CASO S2
Nathanny Thuanny de Oliveira Alves, Camila Maria Formiga Dantas,
Ítalo Emmanuel Lima Ferreira, Danielly Dantas Pimentel,
Evânia Claudino Queiroga de Figueiredo,
Marcus Ivanovith Fernandes
ACOMETIMENTO PULMONAR NA ARTRITE REUMATOIDE:
A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO E O IMPACTO
NO PROGNÓSTICO DO PACIENTE S2
Glaydson Jeronimo da Silva, Lívia Barros de Andrade,
Letícia Caetano Adorno, Tainara Aires Rodrigues,
Ludimila de Assis Moreira, Luciany Victor de Andrade
ACOMETIMENTO SINOVIAL DA ARTICULAÇÃO
INTERFALANGEANA DISTAL EM PACIENTES
COM ARTRITE REUMATOIDE AVALIADOS POR
ULTRASSONOGRAFIA COM POWER-DOPPLER S2
Kelly Rodrigues, Monica Cuellar Arnez, Renata Frisso Coffler,
Luiza Silva Machado de Andrade, Ingrid Bandeira Moss,
Blanca Elena Rios Gomes Bica
AGENTES IMUNOBIOLÓGICOS NÃO IMPEDEM A
EVOLUÇÃO RADIOLÓGICA DA ATRITE
REUMATOIDE: RELATO DE CASO S3
Beatriz Ribeiro Montenegro, Daniela Cabral de Sousa
ALTERAÇÕES NA FUNCIONALIDADE DE PACIENTES
COM ARTRITE REUMATOIDE CONSOLIDADA S3
Leticia Meda Vendrusculo Fangel, Renan Fangel,
Tiago dos Santos Leles, Lilian Melo de Moura,
Fernanda do Bomfim Ribeiro, Ana Paula Tomaz Valentim,
Cissy Karmem Tinazi, Alynne Hellen Rogério e Silva,
Jordana Magalhães Silva Lopes,
Rita de Cássia Marqueti Durigan
AMAUROSE SECUNDÁRIA À ÚLCERA DE CÓRNEA
INFECTADA EM PACIENTE COM SÍNDROME
DE FELTY: RELATO DE CASO S3
André de Paula Silva Ramos, Ana Carolina Franco Passos,
Anna Larissa Faria Janes,
Andrea Ribeiro Gonçalves de Vasconcelos Medeiros,
Daniele Scherer, Juliana Silvatti, Marcela Maria da Silva,
Edgard Torres dos Reis Neto
AMILOIDOSE SECUNDÁRIA À ARTRITE REUMATOIDE S3
Eduardo Pochmann, Odrigo Maccari, Iama Verdi Lamb, Felipe
Huppes, Fernando Seben, Dougllas Bertollo
AMILOIDOSE SECUNDÁRIA À ARTRITE REUMATOIDE:
RELATO DE UMA APRESENTAÇÃO ATÍPICA S4
Levi Bezerra Sena, Isadora Jochims
ANÁLISE COMPARATIVA DA EXPRESSÃO
CLÍNICA DOS PACIENTES COM ARTRITE
REUMATOIDE EM RELAÇÃO AO SEXO S4
Deizi Fernanda Schwengber, Mariana Sinzker Santini, Gláucio
Ricardo Werner de Castro, Ivânio Alves Pereira
ARTRITE REUMATOIDE S4
Felipe Fagundes de Brito, Fernanda Croshes Siqueira,
Eurico Del Fiaco Neto, Izabella Fernandes Viana Montechi,
Silvério Godoy Del Fiaco, Larissa Godoy Del Fiaco, Amanda Ribeiro
Godoy Bezzan
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
ARTRITE REUMATOIDE CONCOMITANTE COM
DOENÇA DE PAGET: RELATO DE CASO S4
Anna Luísa Marinho de Andrade, Daniele Kelle Lopes de Araújo,
Ana Karla Guedes de Melo, Danielle Christinne Soares Egypto de
Brito, Alessandra Sousa Braz C. Andrade, Eutília Andrade de
Medeiros Freire
ARTRITE REUMATOIDE E SCHWANOMA VESTIBULAR: RELATO
DE CASO E DISCUSSÃO DE ESTRATÉGIAS TERAPÊUTICAS S5
Fernanda Breder Oliveira Nadaf, Hellen Mary da Silveira de Carvalho,
Fernanda Godinho de Amorim, Luciana Martins Trajano de Arruda,
Maíra Rocha Machado de Carvalho, Vinicius Vidal de Menezes
AS TRÊS GRAÇAS E AS SÍNDROMES REUMÁTICAS S5
Fernanda Caroline Moura Garcez, Mariana de Oliveira Lobo,
Monique Almeida Vaz, Natália Pierdoná,
Armando José China Bezerra, Lucy de Oliveira Gomes
ASSOCIAÇÃO ENTRE COMPOSIÇÃO CORPORAL E
ATIVIDADE INFLAMATÓRIA EM MULHERES COM
ARTRITE REUMATOIDE DE LONGA EVOLUÇÃO S5
Gabriela Daffre Carvalho, Karina Rossi Bonfiglioli,
Ana Cristina de Medeiros, Célio Roberto Gonçalves,
Rosa Maria Rodrigues Pereira, Diogo Souza Domiciano
AUMENTO DE TRANSAMINASES EM PACIENTES COM
ARTRITE REUMATOIDE EM USO DE METOTREXATE S6
Alejandra Debbo, José Caetano Macieira,
Alex Vianey Callado França, Lina Oliveira de Carvalho,
Regina Adalva de Lucena Couto Océa
AUTOEFICÁCIA DE PACIENTES COM ARTRITE REUMATOIDE
INICIAL E CRÔNICA: UMA ANÁLISE COMPARATIVA S6
Rudjery Parente Avelino, Leticia Meda Vendrusculo Fangel,
Renan Fangel
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA E DE ASPECTOS
CLÍNICO‑EPIDEMIOLÓGICOS EM PACIENTES COM
ARTRITE REUMATOIDE EM AMBULATÓRIO ESPECIALIZADO
EM REUMATOLOGIA NA MICRORREGIÃO NORTE
DO CEARÁ S6
Felipe Peixoto Nobre, Rita Maria Diógenes Marques,
Christiane Aguiar Nobre, Alexandre Augusto Bastos Moura,
Ana Cláudia Oliveira Portela, João Victor Marques,
Lorena Cristina de Lima Sabino
AVALIAÇÃO DO TESTE TUBERCULÍNICO ANTES E
PELO MENOS UM ANO APÓS INÍCIO DO USO DE
IMUNOBIOLÓGICOS EM PACIENTES COM DIAGNÓSTICO
DE ARTRITE REUMATOIDE OU ESPONDILOARTRITES
DE UM SERVIÇO PARTICULAR DE
REUMATOLOGIA EM BELÉM-PARÁ S7
Marcel Lobato Sauma, Júlia Brito de Medeiros,
Amanda Cartagenes Saraiva, Karine Suane Palheta da Costa,
Anderson Romário Almeida de Souza,
Anderson André Pantoja Dias, Marcelly Raiza da Silva e Silva,
Alírio dos Santos Júnior, Carolina Barros Kahwage,
Maria de Fátima Lobato da Cunha Sauma, Juliana Sousa Sabino,
Márcia Nuzane Ramos Amorim
AVALIAÇÃO PARASITOLÓGICA E RELAÇÃO COM FADIGA
EM PACIENTES COM ARTRITE REUMATOIDE S7
Ana Paula Monteiro Gomides Reis, Licia Maria Henrique da Mota,
Alex Luiz, Caliandra Maria Bezerra Luna Lima,
Leopoldo Luiz dos Santos Neto, Cleandro Albuquerque,
Luciana Muniz, Talita Yokoy de Souza
BAIXA ADESÃO AO TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
EM PACIENTES COM ARTRITE REUMATOIDE
DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO S7
Alex Luiz de Oliveira Pires, Ana Paula Monteiro Gomides Reis,
Sandra Maximiano de Oliveira, Licia Maria Henrique da Mota,
Talita Yokoy de Souza, Luciana Feitosa Muniz,
Cleandro Albuquerque
BARICITINIB EM PACIENTES LATINO-AMERICANOS COM
ARTRITE REUMATOIDE EM ATIVIDADE E RESPOSTA
INADEQUADA AO METOTREXATE: SUBANÁLISE
POST HOC DO ESTUDO RA-BEAM S8
Jaime Reyes Gonzaga, Jorge Velasco, Julio Hofman, Jose Covarrubias,
Sirel Gürbüz, Livia Goncalves, Diana Gómez-Martín,
Douglas Schlichting, Tara Carmack, Rena Klar
BARICITINIB, METOTREXATE OU BARICITINIB MAIS
METOTREXATE EM PACIENTES COM ARTRITE
REUMATOIDE DE INÍCIO RECENTE, SEM TRATAMENTO
PRÉVIO COM DROGAS MODIFICADORAS DE DOENÇA
(DMARDS): SUBANÁLISE POST HOC DO
ESTUDO RA-BEGIN S8
César Ramos-Remus, Jorge Velasco, Julio Hofman, Sirel Gürbüz,
Livia Goncalves, Diana Gómez-Martín, Douglas Schlichting,
Tara Carmack, Rena Klar
CARTILHA DE ORIENTAÇÕES DE EXERCÍCIOS FÍSICOS
PARA PACIENTES DE ARTRITE REUMATOIDE S8
Renan Fangel, Ana Caroline Soares de Sousa,
Regina de Oliveira Botelho, Vanessa de Souza Panarari,
Leticia Meda Vendrusculo Fangel
COBERTURA VACINAL PARA HEPATITE B EM PACIENTES
PORTADORES DE ARTRITE REUMATOIDE
EM HOSPITAL TERCIÁRIO S9
Raquel Vieira Dias, Vitor Alves Cruz, Nilzio Antônio da Silva,
Jozelia Rêgo
CONDROMATOSE SINOVIAL DE OMBRO EM UM PACIENTE
COM ARTRITE REUMATOIDE: RELATO DE CASO S9
Fabiana Pompêo de Pina, Rossana de Moura Guedes,
Hellen Cristina Fernandes, Évelyn de Medeiros Costa,
Danilo Martins Rosa Costa
CORRELAÇÃO ENTRE GÊNERO, ESCOLARIDADE, INCAPACIDADE,
ATIVIDADE, DURAÇÃO E PERCEPÇÃO DA DOENÇA EM ARTRITE
REUMATOIDE S9
Mayara Manueira da Silveira, Luiza Bellintani Isaac,
Diogo Rossi Rodrigues Alves, Gilberto Santos Novaes,
Claudia Hilbig, Rafaela Lovato Franco,
Rafael Madureira Ribas Costa, André Batocchio Quevedo
DISTÚRBIOS DO SONO EM ARTRITE REUMATOIDE S9
Ana Claudia Janiszewski Goes, Larissa Aparecida Busatto Reis,
Aiessa Fedrigo, Marilia Barreto G. Silva, Barbara Stadler Kahlow,
Thelma Larocca Skare
EFICÁCIA DO RASTREIO E DO TRATAMENTO DE
TUBERCULOSE LATENTE EM PACIENTES COM ARTRITE
REUMATOIDE SUBMETIDOS AO TRATAMENTO
COM AGENTE IMUNOBIOLÓGICO S10
Aline Cavalcante Silva Cardozo, Rafael Hesley Araujo Costa,
Carlos Ewerton Maia Rodrigues, Maria Roseli Monteiro Callado,
André Xenofonte Cartaxo Sampaio,
Kirla Wagner Poti Gomes
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
ENCEFALOPATIA POSTERIOR REVERSÍVEL INDUZIDA
POR TOCILIZUMABE NA DOENÇA DE STILL S10
Juliana L. Fiorot, Valéria Valim, Maressa Barbosa Beloni Lirio,
Thalles M. Brandão Clemente, Enan S. Magalhães,
Maria Bernadete Renoldi de Oliveira Gavi,
Maria Carmem Lopes Ferreira Silva Santos, Erica Vieira Serrano,
Ruben H. Duque, Lidia Balarini, Ana Paula Gianordoli
MANIFESTAÇÃO CARDÍACA DE ARTRITE REUMATOIDE
EM PACIENTE COM DOENÇA ARTICULAR EM
REMISSÃO: RELATO DE CASO S13
Marina Lindstron Wittica Cerqueira,
Ludymila Sátyra Xavier de Araújo Assis, Fernanda Oliveira Gomes,
Luiz Severiano Ribeiro, Christiane Cota Vieira,
Rejane Pinheiro Damasceno, Ana Maria São Thiago Santiago Bez
ESCLERITE DE DIFÍCIL CONTROLE COMO MANIFESTAÇÃO
INICIAL DA ARTRITE REUMATOIDE S10
Rafael Hesley Araujo Costa, Kirla Wagner Poti Gomes,
Allethéa Robertha Sousa e Silva, Joerun de Carvalho Oliveira,
Marcos Rainier de Brito Felipe, Lara Amorim Beltrão
MODIFICAÇÕES PSICOSSOCIAIS DE PACIENTES
COM DOR CRÔNICA CAUSADA POR ARTRITE
REUMATOIDE CONSOLIDADA S13
Leticia Meda Vendrusculo Fangel, Renan Fangel,
Tiago dos Santos Leles, Lilian Melo de Moura,
Fernanda do Bomfim Ribeiro, Ana Paula Tomaz Valentim,
Cissy Karmem Tinazi, Alynne Hellen Rogério e Silva,
Jordana Magalhães Silva Lopes, Rita de Cássia Marqueti Durigan
FATORES RELACIONADOS À BAIXA ADESÃO AO
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA ARTRITE REUMATOIDE
(AR) EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO S11
Alex Luiz de Oliveira Pires, Ana Paula Monteiro Gomides Reis,
Sandra Maximiano de Oliveira, Licia Maria Henrique da Mota,
Talita Yokoy de Souza, Luciana Feitosa Muniz,
Cleandro Albuquerque
GLOMERULONEFRITE PROLIFERATIVA DIFUSA NA DOENÇA DE
STILL DO ADULTO: RELATO DE CASO S11
Fabiana Pompêo de Pina, Hellen Cristina Fernandes,
Évelyn de Medeiros Costa, Danilo Martins Rosa Costa,
Rossana de Moura Guedes
HIPOTIREOIDISMO E PERICARDITE CONSTRICTIVA EM
PACIENTE COM ARTRITE REUMATOIDE: RELATO DE CASO S11
Lays Fernandes Mesquita, Andrey Tonetto Barbosa,
Juliana da Silva Bemfeito de Moraes, Camila de Lima Tostes,
Lidia Valente Dima, Thomas Carvalho da Silva,
Raissa Barbosa de Souza, Fernanda Seragioli,
Guilherme Lins Meira Quintão,
Paulo Guilherme de Oliveira Barbalho, Rina Dalva Neubarth Giorgi,
Wiliam Habib Chahade, Nafice Costa Araujo
IMPORTÂNCIA DA PERSPECTIVA DO PACIENTE
NO MANEJO DA ARTRITE REUMATOIDE NO
BRASIL: ANÁLISE DE SUBPOPULAÇÃO DE UMA
PESQUISA GLOBAL COM PACIENTES S12
Cristiano A. F. Zerbini, Marjori Dulcine, Dario Ponce de Leon,
Anna Maniccia, Ara Dikranian
INCAPACIDADE LABORAL POR ARTRITE
REUMATOIDE NO BRASIL: ANÁLISE DE BENEFÍCIOS
PREVIDENCIÁRIOS DE 2010-2015 S12
Ana Paula Monteiro Gomides Reis, Licia Maria Henrique da Mota,
Leopoldo Luiz dos Santos Neto, Josierton Bezerra, Luciana Muniz
MONOTERAPIA NO TRATAMENTO DA ARTRITE
REUMATOIDE: AVALIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS EM
UMA AMOSTRA DE PACIENTES BRASILEIROS S13
Adriana Maria Kakehasi, Glaydson Jeronimo da Silva, Cintia Scala,
Juares Bianco, Fabrício Furlan
NÍVEIS PLASMÁTICOS DE GHRELINA, DENSIDADE
DAS CÉLULAS IMUNORREATIVAS À GHRELINA NA
MUCOSA GÁSTRICA E DENSIDADE MINERAL ÓSSEA
EM MULHERES COM ARTRITE REUMATOIDE S14
Fabiana Alves Nunes Maksud, Adriana Maria Kakehasi,
Maria Fernanda Brandão de Resende Guimarães,
Carla Jorge Machado, Alfredo José Afonso Barbosa
NÍVEIS SÉRICOS DE PENTRAXINA 3 ESTÃO NEGATIVAMENTE
ASSOCIADOS COM A ESPESSURA MÉDIO-INTIMAL
DAS ARTÉRIAS CARÓTIDAS EM PACIENTES COM
ARTRITE REUMATOIDE NÃO OBESOS S14
Barbara Stadler Kahlow, Roberta Petisco, Thelma Larocca Skare,
Isabela Goeldner, Renato M. Nisihara, Iara J. T. Messias-Reason
NÓDULOS PULMONARES, DERRAME E ESPESSAMENTO
PLEURAL EM PACIENTE COM ARTRITE REUMATOIDE:
TUBERCULOSE OU ATIVIDADE DE DOENÇA? S14
Daniele Scherer, Tatiana Goberstein Lerner,
Anna Larissa Faria Janes, Ana Carolina Franco Passos,
Andrea Ribeiro Gonçalves de Vasconcelos Medeiros,
André de Paula Silva Ramos, Juliana Silvatti, Marcela Maria da Silva,
Daniel Feldman Pollak
O IMPACTO DA ARTRITE REUMATOIDE NA CAPACIDADE
FUNCIONAL DE ACORDO COM O TEMPO DE DOENÇA S15
Felipe Peixoto Nobre, Rita Maria Diógenes Marques,
Christiane Aguiar Nobre, Alexandre Augusto Bastos Moura,
Rayssa Lima Alencar, Ana Cláudia Oliveira Portela,
Lorena Cristina de Lima Sabino
INFLUÊNCIA DOS NÍVEIS SÉRICOS E DA VARIAÇÃO
GENOTÍPICA DA LECTINA LIGADORA DE MANOSE
NO RISCO CARDIOVASCULAR DE PACIENTES
COM ARTRITE REUMATOIDE S12
Bárbara Stadler Kahlow, Roberta Petisco,
Thelma Larocca Skare,
Isabela Goeldner, Renato M. Nisihara,
Iara J. T. Messias-Reason
O USO DE IMUNOBIOLÓGICOS EM PACIENTE
COM ARTRITE REUMATOIDE EM UM CENTRO DO
INTERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO S15
Caio Laguna Reis de Carvalho, Luana Resende Reis,
Tamires Verena Ribeiro dos Santos, Flávia Luiza Marin,
Luiz Eduardo Valente, Antonio Baccaro, Henrique Pereira Sampaio,
Andrea de Almeida Peduti Batista
LÚPUS FÁRMACO-INDUZIDO POR ANTI-TNF E
PÚRPURA SECUNDÁRIA A RITUXIMABE S12
Rodrigo Sarmanho Spohr, Bruna Zuse Valiati,
João Carlos Menta Filho, Juliana Wispel,
Cecilia Viola Varella da Costa,
Karine Alessandra da Silva Fortes,
Inês Guimarães da Silveira
OBESIDADE E ALTA ATIVIDADE DE DOENÇA EM
PACIENTES COM ARTRITE REUMATOIDE S15
Kirla Wagner Poti Gomes,
Maria Fernanda Brandão de Resende Guimarães,
Susana Ferreira Krampe, Carla Jorge Machado,
Claiton Viegas Brenol, Adriana Maria Kakehasi,
Carlos Ewerton Maia Rodrigues
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES
COM ARTRITE REUMATOIDE ACOMPANHADOS EM
SERVIÇO UNIVERSITÁRIO DE SÃO PAULO S16
Tatiana Goberstein Lerner, Andressa Miozzo Soares,
Carolina Bassoli de Azevedo Bella,
Heloísa Maria Costa Muniz,
Lucas Victória de Oliveira Martins,
Luiz Augusto Baccarim Nicolau,
Mariana Freitas de Aguiar, Daniel Feldman Pollak
PERFIL DOS PACIENTES DE UMA CLÍNICA
DE ARTRITE INICIAL S16
Diego Magalhães, Luiza Coelho Magalhães, Marina Porangaba,
Paul Lynne A. Oliveira, Verônica Mello Maia,
Ana Beatriz Vargas-Santos, Camila Souto Oliveira Elias,
Geraldo da Rocha Castelar Pinheiro
PREVALÊNCIA DE DISFUNÇÃO SEXUAL EM PACIENTES
PORTADORES DE ARTRITE REUMATOIDE ACOMPANHADOS
EM TRÊS SERVIÇOS DE REUMATOLOGIA EM
BELÉM-PARÁ S16
Marcel Lobato Sauma, Anderson Romário Almeida de Souza,
Anderson André Pantoja Dias, Marcelly Raiza da Silva e Silva,
Maria de Fátima Lobato da Cunha Sauma,
Karine Suane Palheta da Costa, Alírio dos Santos Júnior,
Carolina Barros Kahwage, Juliana Sousa Sabino,
Márcia Nuzane Ramos Amorim, Júlia Brito de Medeiros,
Amanda Cartagenes Saraiva, José Ronaldo Carneiro,
Glauce Leão Lima, Gilberto Toshimitsu Yoshikawa
PREVALÊNCIA DE HEPATITE B EM UMA COORTE
DE ARTRITE REUMATOIDE NO BRASIL S16
Gabriela Stutz, Rosana Damasceno Torres da Silva,
Fernanda Marvila Fagundes, Marcelo Pacheco, José Vertzman,
Marilena Mesquita Fernandes, Mauro Goldfarb, Leonardo Romeiro
PREVALÊNCIA DE HEPATITE C EM UMA COORTE
DE ARTRITE REUMATOIDE NO BRASIL S17
Rosana Damasceno Torres da Silva,
Rita de Cássia Marques Cardoso, Fernanda Marvila Fagundes,
Leonardo Domingues Romeiro, José Fernando Verztman,
Marcelo Pacheco
PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
EM PACIENTES COM ARTRITE REUMATOIDE S17
Diogo Pereira Santos Sampaio, Vitor Alves Cruz,
Nilzio Antônio da Silva, Jozelia Rêgo
PROPOSTA DE UM MODELO BRASILEIRO DE
ATIVIDADE FÍSICA SAUDÁVEL PARA ARTRITE
REUMATOIDE (“B-CHAMP PARA AR”) S17
Catarina J. da Vila Inda
REPIGMENTAÇÃO DE PACIENTE COM VITILIGO
EM USO DE TOFACITINIBE S18
Thomas Carvalho da Silva, Camila de Lima Tostes,
Paulo Guilherme de Oliveira Barbalho,
Lays Fernandes Mesquita, Lidia Valente Dima,
Juliana da Silva Bemfeito de Moraes,
Raissa Barbosa de Souza, Fernanda Seragioli,
Guilherme Lins Meira Quintão, Andrey Tonetto Barbosa,
Sônia Maria Anti Loduca Lima, Wiliam Habib Chahade,
Rina Dalva Neubarth Giorgi
RHUPUS: RELATO DE CASO S18
Fernanda Oliveira Gomes, Larissa Farinha Guanaes,
Weverton César Siqueira, Lucas Leonardo de Castro Borges,
Marina Lindstron Wittica Cerqueira,
Ludymila Sátyra Xavier de Araújo Assis
SÍNDROME DE FELTY E PLAQUETOPENIA
GRAVE: RELATO DE CASO S19
Diana Azeredo de Freitas, Paula de Alencar Veloso,
Vanessa de Oliveira Magalhães,
Nilzio Antônio da Silva, Jozelia Rego
TROCA DE MEDICAMENTOS BIOLÓGICOS NA
ARTRITE REUMATOIDE: COORTE DE USUÁRIOS
DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE S19
Marcus Tolentino Silva, Danniely Lima Matute,
Licia Maria Henrique da Mota, Maurício Gomes Pereira,
Taís Freire Galvão
TROCAS DE TERAPIA IMUNOBIOLÓGICA EM UMA
POPULAÇÃO DE ARTRITE REUMATOIDE S19
Fernanda D’Oliveira Guimarães,
Verônica Palmiro da Silva e Lima,
Juliana Miranda de Lucena Valim,
Fernanda Gomes Gonçalves Chaer,
Branca Dias Batista de Souza
TUBERCULOSE HEPÁTICA EM PACIENTE
COM ARTRITE REUMATOIDE EM USO DE
ADALIMUMABE: RELATO DE CASO S20
Adriana Guimarães de Farias, Larissa Mendes da Silva Macedo,
Soraya Cruz Beleza
USO DE ABATACEPTE NO TRATAMENTO DE PACIENTE
COM ARTRITE REUMATOIDE E HIV:
RELATO DE CASO S20
Roberta Rodrigues de Lima, Pedro Alves Feitoza Neto,
Jonathan Weslley Pinto Soares, Pamella Fonseca Barbosa,
Gabriela Fragoso de Oliveira, Roberta Vilela Lopes Koyama,
Gilberto Toshimitsu Yoshikawa
PSORÍASE PUSTULOSA PALMOPLANTAR
INDUZIDA POR GOLIMUMAB S18
Laura Giovanella, Erick Cavalcanti Cossa,
Felipe Dunin dos Santos, Marcel Morsch,
Fernanda Maria Borghi, Bruna Burko Rocha Chu,
Bruno Queiroz Zardo, João Pedro Pereira da Cunha,
Marcelo Enokawa, Deborah Negrão Dias, Eduardo S. Paiva
USO DE TOFACITINIBE NO TRATAMENTO DA
ARTRITE REUMATOIDE: EXPERIÊNCIA DE UM
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO S20
Sandra Maximiano de Oliveira, Daniel de Amorim Rondon,
Ana Carolina Emy Vicente Hidaka, Ana Paula Faria Carvalho,
Lícia Maria Henrique da Mota
QUALIDADE DAS NOTIFICAÇÕES ESPONTÂNEAS DE
MEDICAMENTOS BIOLÓGICOS APROVADOS NO
TRATAMENTO DA ARTRITE REUMATOIDE DO BANCO
DE DADOS FAERS (FDA ADVERSE EVENT
REPORTING SYSTEM) S18
Ariane Gonçalves Silva de Araujo, Fernanda Stumpf Tonin,
Astrid Wiens Souza, Roberto Pontarolo
USO ORAL DO COLÁGENO V: NOVA OPÇÃO PARA O
TRATAMENTO DA ARTRITE EM MODELO
EXPERIMENTAL S21
Ricardo Fuller, Silvana Ramos Atayde,
Ana Paula Pereira Velosa, Sérgio Catanozi, Priscila Cristina Andrade,
Antonio dos Santos Filho, Vera Luisa Capelozzi,
Walcy Rosolia Teodoro
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
Área Temática: Coluna vertebral
ANÁLISE DE ALTERAÇÕES DEGENERATIVAS DE COLUNA
LOMBAR POR TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA E
DENSITOMETRIA MINERAL ÓSSEA EM PACIENTES
PORTADORES DE SOMATOTROPINOMAS S21
Armindo Jreige Júnior, Rhenan dos Reis,
Vitória Espíndola Leite Borges, Olga de Castro Dytz,
Luciana Ansaneli Naves
COMPRESSÃO LARINGEOESOFÁGICA POR
PARASINDESMÓFITOS EM PACIENTE COM
DOENÇA DE FORESTIER S21
Max Victor Carioca Freitas, Priscila Dourado Evangelista,
Romano Bezerra Brasileiro, Larissa Chagas Corrêa,
Arthur Limeira Lima Leite, Israel Ícaro de Oliveira Melo,
Diana Rodrigues de Araújo, José Gerardo Araújo Paiva,
Leonardo Oliveira Cavalcante,
Vanessa Beatriz de Vasconcelos Marques,
Francisco José Fernandes Vieira, Kathia Regina Bezerra de Oliveira,
José Djandir Costa Filho, José Sávio Menezes Parente,
Deborah Gonçalves
NEUROBIBROMATOSE NO DIAGNÓSTICO
DIFERENCIAL DA LOMBALGIA CRÔNICA S22
Luiza Silva Machado de Andrade, Kelly Rodrigues,
Renata Frisso Coffler, Isis Reis Carvalho,
Laila Poubel Boechat de Castro, Victor Berçot da Silva,
Ingrid Bandeira Moss, Laura Maria Carvalho de Mendonça,
Blanca Elena Rios Gomes Bica, Monica Cuellar Arnez
Área Temática: Doenças infecciosas
ABSCESSO TUBERCULOSO INTRAMUSCULAR COMO
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE MASSA
PARAVERTEBRAL S22
Surian Clarisse da Costa Rocha Ribeiro,
Michelle Remião Ugolini Lopes, José Flávio Castelluccio
ARTRALGIA E ENTESITE CRÔNICAS POR
CHIKUNGUNYA: RELATO DE CASO S22
Ana Claudia Vieira Cicogna, Nathalia Maria Domingues Morgueta,
Julio Millo Hoppe, Ana Luiza Mendes Amorim,
Roberto Acayaba de Toledo
ASSOCIAÇÃO ENTRE ARTRITE REUMATOIDE E HIV: UM
DESAFIO TERAPÊUTICO NA ERA DOS BIOLÓGICOS S23
Ana Luiza Mapurunga Gonçalves, Sofia Freire Solon,
Cinara Roberta Gondim Nunes, Aline Romão Fonseca,
Luciana Sara Almeida de Aquino, Daniela Cabral de Sousa
AVALIAÇÃO DAS ALTERAÇÕES REUMATOLÓGICAS
APÓS A FEBRE CHIKUNGUYA EM SERGIPE S23
Regina Adalva de Lucena Couto Océa, José Caetano Macieira,
Iza Melo Dantas, Patricia Fontes de Santana Ferreira,
José Bruno Costa de Jesus, Ana Carolina Vilhena de Melo,
Lina Oliveira de Carvalho, Blenda Hilíria de Sousa Dias,
Mônica Valéria Siqueira Santana de Vechi, Marília Vieira Febrôni
BURSITE OLECRANEANA POR MYCOBACTERIUM
KANSASSI EM IMUNOCOMPETENTE S23
Alisson Aliel Vigano Pugliesi, Mateus Fornasieri Mokwa,
Flavio Fernandes Barbosa, Amanda Campos Mozer Sodre,
Talita Kassar Sivieri, Manoel Barros Bertolo, Michel Yazbek
COMPARAÇÃO DO DESEMPENHO DE MÉTODOS
DIAGNÓSTICOS PARA A DETECÇÃO DE INFECÇÃO
TUBERCULOSE LATENTE (ITBL) EM PACIENTES COM
ARTROPATIAS INFLAMATÓRIAS CRÔNICAS EM ATIVIDADE
E EM USO DE BLOQUEADORES DO TNFΑ S23
Carina Mori Frade Gomes, Maria Teresa Terreri,
Maria Isabel de Moraes Pinto, Marcelo de Medeiros Pinheiro
DIAGNÓSTICO SIMULTÂNEO DE LÚPUS ERITEMATOSO
SISTÊMICO E CHIKUNGUNYA S24
Débora de Pádua Monteiro, Camilla Alves Muratori,
Tatiana Araújo Jensen, Maria Fernanda B. Resende Guimarães
DOENÇA DE PONCET COMO AUXÍLIO DIAGNÓSTICO
DE TUBERCULOSE DISSEMINADA S24
Flávia Luiza Marin, Tamires Verena Ribeiro dos Santos,
Luana Resende Reis, Caio Laguna Reis de Carvalho,
Luiz Eduardo Valente, Fabio Vicente Leite,
Henrique Pereira Sampaio, Sula Glaucia Lage Drumond Pacheco
ENDOCARDITE BACTERIANA QUE SIMULA
MIOPATIA INFLAMATÓRIA CRÔNICA S24
Max Victor Carioca Freitas, Priscila Dourado Evangelista,
Romano Bezerra Brasileiro, Larissa Chagas Corrêa,
Arthur Limeira Lima Leite, Israel Ícaro de Oliveira Melo,
Diana Rodrigues de Araújo, José Gerardo Araújo Paiva,
José Djandir Costa Filho, José Sávio Menezes Parente,
Vanessa Beatriz de Vasconcelos Marques,
Kathia Regina Bezerra de Oliveira, Francisco José Fernandes Vieira,
Leonardo Oliveira Cavalcante, Deborah Gonçalves
ESPOROTRICOSE E LÚPUS: ASSOCIAÇÃO INCOMUM
Lilian David de Azevedo Valadares, Regina Coeli Maciel,
Carlos Alexandre Antunes de Brito,
Caroline Araújo Magnata da Fonte, Roberta Lins Sobral,
Aline Ranzolin
S25
ESTENOSE DE ARTÉRIA RENAL COMO COMPLICAÇÃO
DA FEBRE DE CHIKUNGUNYA: RELATO DE
CASO EM PACIENTE PEDIÁTRICO S25
Gabriela Maia Mota, Luciana Brandão Paim Marques,
Willenne Campelo Rabelo, Fernanda Queiroz Soares,
Lennon Soares Mesquita Cavalcante Vasconcelos,
Ayane Layne de Sousa Oliveira,
Vladia Verusca Sampaio de Almeida Schuler,
Sonia Maria Cavalcante da Rocha
ESTUDO DAS MANIFESTAÇÕES MUSCULOESQUELÉTICAS
NA FASE AGUDA EM PACIENTES COM A PRESENÇA
DO GENOMA DO VÍRUS CHIKUNGUNYA (CHIK-V)
IDENTIFICADO EM LÍQUIDO BIOLÓGICO S25
Kelly Rodrigues, Luiz Roimicher, Marta Cavalcanti,
Blanca Elena Rios Gomes Bica
FEBRE CHIKUNGUNYA EM PACIENTES COM
DOENÇAS REUMÁTICAS EM TERAPIA BIOLÓGICA
OU TRATAMENTO COM DMCDS CONVENCIONAIS
– RESULTADOS DO BIOBADABRASIL S26
Aline Ranzolin, Angela Luzia Branco Pinto Duarte,
Claudia Diniz Lopes Marques, Laurindo Ferreira da Rocha Junior,
Sâmia Araújo de Sousa Studart, José Caetano Macieira,
Mônica Valéria Siqueira Santana de Vechi,
Lina Oliveira de Carvalho, Inês Guimarães da Silveira,
Iêda Maria Magalhaes Laurindo
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
FEBRE CHIKUNGUNYA: POSSÍVEL GATILHO PARA O
DESENVOLVIMENTO DO LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO S26
Alejandra Debbo, Thayná Ramos Santos, Marília Vieira Febrônio
FEBRE DE CHIKUNGUNYA COMO EVENTUAL GATILHO
PARA POLIMIOSITE: RELATO DE CASO S26
Ítalo Emmanuel Lima Ferreira, Marcus Ivanovith Fernandes,
Danielly Dantas Pimentel, Maria Eduarda de Melo Pires Ferreira,
Camila Maria Formiga Dantas,
Evânia Claudino Queiroga de Figueiredo
FORMA SARCOÍDICA DA PARACOCCIDIOIDOMICOSE:
MANIFESTAÇÃO CUTÂNEA INCOMUM S27
Enan S. Magalhães, Maressa B. Beloni Lirio, Juliana L. Fiorot,
Thalles M. Brandão Clemente, Ana Paula Gianordoli,
Maria Bernadete Renoldi de Oliveira Gavi, Ruben H. Duque,
Lidia Balarini, Erica Vieira Serrano, Valeria Valim,
Clarice T. Silva Araújo, Carlos Musso, Aloísio Falqueto,
Pollyanna F. R. Lacerda Lage
GLOMERULONEFRITE AGUDA, C-ANCA
POSITIVO E ENDOCARDITE BACTERIANA
SUBAGUDA: RELATO DE CASO S27
Danielle Pereira Barros, Úrsula Soares Barbosa,
Tatiana de Souza Pina Lobo, Vanessa de Oliveira Magalhães,
Nilzio Antonio da Silva, Jozelia Rêgo
INTERNAÇÕES POR FEBRE REUMÁTICA AGUDA, EM
2015, NA REGIÃO NORTE DO BRASIL S27
Nayara Mota Carvalho, Luna Varela do Carmo
LINFOCITOMA CÚTIS ASSOCIADO À BORRELIOSE:
UM DILEMA DIAGNÓSTICO S27
Izaias Pereira da Costa, Fernando Aguilar Lopes, Jania Rezende
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO APÓS INFECÇÃO
POR LEISHMANIASE VISCERAL S28
Marco Antonio Cuellar Arnez, Monica Cuellar Arnez
MENINGITE LINFOCÍTICA BENIGNA RECORRENTE
(MENINGITE DE MOLLARET) EM PACIENTE COM
ESCLERODERMIA EM GOLPE DE SABRE S28
Amanda Campos Mozer Sodre, Alisson Aliel Vigano Pugliesi,
Flavio Fernandes Barbosa, Mateus Fornasieri Mokwa,
Juliana Yuri Sekiyama, Zoraida Sachetto, Manoel Barros Bertolo,
Ana Paula Toledo Del Rio
MONOARTRITE POR SPOROTHRIX SCHENCKII EM
PACIENTE COM ARTRITE REUMATOIDE S28
Frederico Palumbo Araujo, Laiz Boniziolli Barachi,
Viviane Angelina de Souza, Viviane Lage Gomes,
Louise Fellet Barbosa, Antônio Scafuto Scotton,
Rafael de Oliveira Fraga, Silviane Vassalo, Danielle Ribeiro Brega,
Diovani Costa Madeira, Ângela Maria Gollner
PANICULITE TUBERCULOSA EM USUÁRIO DE ANTI-TNF S29
Juliana Wispel, Cecilia Viola Varella da Costa,
Karine Alessandra da Silva Fortes, Rodrigo Sarmanho Spohr,
Bruna Zuse Valiati, João Carlos Menta Filho, Henrique Luiz Staub
PARACOCCIDIOIDOMICOSE ARTICULAR:
RELATO DE CASO S29
Filipe Didier Maciel, Alexandre Augusto Ferreira Santos,
Leandro Augusto Araujo Barros
PARACOCCIDIOIDOMICOSE E HISTOPLASMOSE EM PACIENTE
EM USO SEQUENCIAL DE TERAPIA BIOLÓGICA S29
Flavio Fernandes Barbosa, Alisson Aliel Vigano Pugliesi,
Amanda Campos Mozer Sodre, Mateus Fornasieri Mokwa,
Manoel Barros Bertolo
PERFIL VACINAL DOS PACIENTES COM ARTRITE
REUMATOIDE SUBMETIDOS A INFUSÃO DE
ABATACEPTE, TOCILIZUMABE E RITUXIMABE EM
UNIDADE DE REFERÊNCIA DE PALMAS (TO) S29
Alexsandra Rossi, Paulo Geovanny Pedreira
PIOMIOSITE POR TUBERCULOSE EM PACIENTE COM
SÍNDROME ANTISSINTETASE: RELATO DE CASO S30
Thiago Junqueira Trevisan, Aline K. Torricelli,
Débora Cordeiro do Rosário, Michelle Remião Ugolini Lopes,
Eduardo Ferreira Borba, Rosa Maria Rodrigues Pereira
PIOMIOSITE TROPICAL POR KLEBSIELLA
PNEUMONIAE EM PACIENTE COM ARTRITE
REUMATOIDE: EVOLUÇÃO ATÍPICA S30
Juliana Brandão Pinto Carneiro, Taíssa Pinto de Souza,
Talita de Oliveira Ribeiro, Samila Alves da Silva,
Patrícia Silva Cunha, Marta Aline Coelho da Costa,
Rosana Barros de Souza, Sandra Lúcia Euzébio Ribeiro,
Anne Christine Nogueira Garcia Neves,
Helena Lúcia Alves Pereira
REATIVAÇÃO DE PSORÍASE CUTÂNEA APÓS
INFECÇÃO POR CHIKUNGUNYA S30
Carlos Geovane Santos Araújo, Yanne Franca Montino,
Eduardo Costa Batista
REATIVAÇÃO DE PARACOCCIDIOIDOMICOSE PULMONAR
EM PACIENTE EM USO DE BIOLÓGICO:
RELATO DE CASO S31
Valéria Valim, Lúcia Carla Polaco Covre,
Pâmela Mazzini Hombre,
Maria Bernadete Renoldi de Oliveira Gavi,
Paulo Mendes Peçanha,
Maria Carmem Lopes Ferreira Silva Santos
TRATAMENTO PARA ARTRITE IDIOPÁTICA JUVENIL INIBE
ARTRITE DA FEBRE CHIKUNGUNYA? RELATO DE CASO S31
Luciana Brandão Paim Marques, Vanessa Dantas Ribeiro,
Amanda Virgínia Batista Cavalcante
TROMBOCITOPENIA E POLIARTRITE
REFRATÁRIA A CORTICOSTEROIDES COMO
MANIFESTAÇÃO DE CHIKUNGUNYA S31
Vinicius Costa Vieira, Paula Figueiredo Marsillac,
Lara Ramalho Lima, Débora Rocha de Moura Rodrigues de Aguiar
ULTRASSONOGRAFIA REUMATOLÓGICA NA
ARTROPATIA POR CHIKUNGUNYA S31
Luiz Felipe Adsuara de Sousa, Maitê Xavier Frechiana de Castro,
Felipe Mendonça de Santana,
Lissiane Karine Noronha Guedes, Leandro Lara do Prado,
Mauricio Levy-Neto, Karina Rossi Bonfiglioli
VARIAÇÕES DAS MANIFESTAÇÕES ARTICULARES
NA CHIKUNGUNYA: SÉRIE DE CASOS S32
Letícia Queiroga de Figueiredo,
João César Queiroga de Figueiredo,
Rafael Chaves Claudino de Queiroga,
Maria Clara Queiroga de Figueiredo, Giovannini Cesar Figueiredo,
Evania Claudino Queiroga de Figueiredo
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
Área Temática: Doenças osteometabólicas
ASSOCIAÇÃO ENTRE DENSIDADE MINERAL
ÓSSEA E MASSA MUSCULAR APENDICULAR EM
PACIENTES COM HEPATITE C CRÔNICA S32
Tatiana Bering, Kiara Gonçalves Dias Diniz,
Marta Paula Pereira Coelho, Maria do Socorro Souza,
Maria Marta Sarquis Soares, Luciana Diniz Silva,
Adriana Maria Kakehasi, Ana Carolina Menezes
BISFOSFONATO NO TRATAMENTO DA BAIXA
DENSIDADE MINERAL ÓSSEA EM PACIENTE COM
HOMOCISTINÚRIA: RELATO DE CASO S32
Alisson Aliel Vigano Pugliesi, Mateus Fornasieri Mokwa,
Flavio Fernandes Barbosa, Amanda Campos Mozer Sodre,
Manoel Barros Bertolo, Ana Paula Toledo Del Rio,
Juliana Yuri Sekyiama, Zoraida Sachetto,
João Francisco Marques Neto
CONFIRMAÇÃO DE DOENÇA DE PAGET APÓS
DIAGNÓSTICO DE OSTEOSSARCOMA S33
Patrícia da Silva Cunha, Samila Alves da Silva,
Juliana Brandão Pinto Carneiro, Taissa Pinto de Souza,
Talita de Oliveira Ribeiro, Rosana Barros de Souza,
Sandra Lúcia Euzébio Ribeiro
DOENÇA DE PAGET COM ACOMETIMENTO EM SISTEMA
NERVOSO CENTRAL: RELATO DE CASO S33
Filipe Didier Maciel, Alexandre Augusto Ferreira Santos,
Leandro Augusto Araujo Barros
GOTA CUTÂNEA EXTENSA E ARTRITE
PSORIÁSICA: RELATO UM CASO S33
Daniele Kelle Lopes de Araújo, João Rodrigues de Araújo Neto,
Ana Karla Guedes de Melo,
Danielle Christinne Soares Egypto de Brito,
Alessandra Sousa Braz C. Andrade,
Eutília Andrade de Medeiros Freire
IMPACTO DO USO PROLONGADO COM
GLICOCORTICOIDE NA DENSIDADE MINERAL ÓSSEA
DE PACIENTES COM MIASTENIA GRAVIS S34
Nayara Felicidade Tomaz Braz, Natalia Pessoa Rocha,
Érica Leandro Marciano Vieira, Rodrigo Santiago Gomez,
Izabela Guimarães Barbosa, Olívio Brito Malheiro,
Adriana Maria Kakehasi, Antônio Lúcio Teixeira
MELORREOSTOSE: RELATO DE DOIS CASOS S34
Laila Poubel Boechat de Castro, Elisa Fernandes de Melo,
Victor Berçot da Silva, Blanca Elena Rios Gomes Bica,
Joana Marins Soares, Renata Frisso Coffler,
Laura Maria Carvalho de Mendonça, Monica Cuellar Arnez,
Isis Reis Carvalho, Haim Maleh
MIOPATIA POR CORPÚSCULOS DE INCLUSÃO HEREDITÁRIA
ASSOCIADA À DOENÇA DE PAGET: RELATO DE CASO S34
Marcel Morsch, Erick Cavalcanti Cossa, Felipe Dunin dos Santos,
Fernanda Maria Borghi, Bruna Burko Rocha Chu, Laura Giovanella,
Bruno Queiroz Zardo, João Pedro Pereira da Cunha,
Marcelo Enokawa, Eduardo S. Paiva
NECROSE AVASCULAR DA EXTREMIDADE
ESTERNAL DA CLAVÍCULA S35
Elisa Fernandes de Melo, Laila Poubel Boechat de Castro,
Ingrid Bandeira Moss, Tatiana Melo Fernandes, Joana Marins Soares,
Victor Berçot da Silva, Isis Reis Carvalho, Renata Frisso Coffler,
Luiza Silva Machado de Andrade, Blanca Elena Rios Gomes Bica
OSTEOGÊNESE IMPERFEITA: RELATO DE CASO
Luciano Barbosa de Andrade
S35
OSTEOMALÁCIA ONCOGÊNICA: CAUSA
RARA DE FRATURAS ÓSSEAS S35
Blanca Elena Rios Gomes Bica, Laila Poubel Boechat de Castro,
Elisa Fernandes de Melo, Ingrid Bandeira Moss,
Tatiana Melo Fernandes, Joana Marins Soares,
Laura Maria Carvalho de Mendonça, Isis Reis Carvalho,
Victor Berçot da Silva, Renata Frisso Coffler
OSTEOMIELITE CRÔNICA MULTIFOCAL
RECORRENTE: RELATO DE CASO S36
Anna Larissa Faria Janes,
Andrea Ribeiro Gonçalves de Vasconcelos Medeiros,
Marcela Maria da Silva, Juliana Silvatti, Daniele Scherer,
Ana Carolina Franco Passos, André de Paula Silva Ramos,
Ricardo Amaro Noleto Araújo, Marcelo de Medeiros Pinheiro
PICNODISOSTOSE: DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
DE FRATURAS RECORRENTES S36
Henrique Ayres Mayrink Giardini, Rafael Alves Cordeiro,
Mariana Ortega Perez, Michelle Remião Ugolini Lopes,
Diogo Souza Domiciano, Rosa Maria Rodrigues Pereira
SÍNDROME DE NSSU-HAKOLA: RELATO DE CASO
Luciano Barbosa de Andrade
S36
TERIPARATIDE COMO FATOR DE DESCOMPENSAÇÃO
DE INSUFICIÊNCIA ADRENAL RELATIVA S36
Amanda Campos Mozer Sodre, Alisson Aliel Vigano Pugliesi,
Flavio Fernandes Barbosa, Mateus Fornasieri Mokwa,
Ana Paula Toledo Del Rio, Manoel Barros Bertolo,
Simone Appenzeller, Zoraida Sachetto
Área Temática: Educação médica
PERFIL VACINAL DOS PACIENTES EM USO DE
IMUNOBIOLÓGICOS NO CENTRO DE INFUSÃO DO
HOSPITAL GERAL DE FORTALEZA (HGF) S37
Thaisa Tenório Abreu, Ana Joicy Pinheiro Luz,
Maria Roseli Monteiro Callado, Felipe de Almeida Paiva,
Andrea Rocha de Saboia Mont’alverne,
Rejane Maria Rodrigues de Abreu Viera
Área Temática: Epidemiologia
ANÁLISE DA TUBERCULOSE OSTEOARTICULAR
NO BRASIL: CORRELAÇÃO ENTRE FATORES
EPIDEMIOLÓGICOS E MACROECONÔMICOS S37
Lucas Pereira Moura
DADOS CLÍNICOS E DEMOGRÁFICOS DE PACIENTES
INTERNADOS NO SERVIÇO DE REUMATOLOGIA DE HOSPITAL
TERCIÁRIO DA CIDADE DE SÃO PAULO (SP) S37
Daniele Scherer, Anna Larissa Faria Janes,
Andrea Ribeiro Gonçalves de Vasconcelos Medeiros,
André de Paula Silva Ramos, Juliana Silvatti, Marcela Maria da Silva,
Edgard Torres dos Reis Neto
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
EPIDEMIOLOGIA DE ÓBITOS POR LÚPUS ERITEMATOSO
SISTÊMICO EM GOIÂNIA (GO), BRASIL, DE 2009 A 2013
Glaydson Jeronimo da Silva, Tainara Aires Rodrigues,
Luciany Victor de Andrade, Ludimila de Assis Moreira,
Lívia Barros de Andrade, Letícia Caetano Adorno
S38
MUTIRÃO DE DOENÇAS REUMÁTICAS EM UMA
CIDADE DO INTERIOR DO AMAZONAS S38
Daniela de Paula Almeida, Luiz Paulo Rocha Zógob,
Mariana Pereira Ferreira, Pedro Juliano de Mesquita Ferreira,
Helena Lúcia Alves Pereira, Sandra Lúcia Euzébio Ribeiro
SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO: UMA
AVALIAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA S38
Felipe Fagundes de Brito, Fernanda Croshes Siqueira,
Eurico Del Fiaco Neto, Izabella Fernandes Viana Montechi,
Silvério Godoy Del Fiaco, Larissa Godoy Del Fiaco,
Amanda Ribeiro Godoy Bezzan
Área Temática: Esclerose sistêmica
“MÃOS À OBRA” – UM PROGRAMA DE ORIENTAÇÕES
E EXERCÍCIOS PARA AS MÃOS EM PACIENTES
COM ESCLEROSE SISTÊMICA S38
Sibila Floriano Landim, Manoel Barros Bertolo,
Ana Paula Toledo del Rio, Cecília Carmen Leme Mazon,
Cynara Ferreira Bernardes, João Francisco Marques Neto,
Marcos Felipe Marcatto de Abreu, Eduardo de Paiva Magalhães
ANÁLISE DA MORTALIDADE DA ESCLEROSE SISTÊMICA
NO BRASIL E REGIÕES DE 2000 A 2012 S39
Luiz Felipe Dipe, Mauro Goldfarb, Leonardo Romeiro
ANÁLISE QUALI-QUANTITATIVA DOS CASOS
DE ESCLEROSE SISTÊMICA S39
Fernanda Croshes Siqueira, Felipe Fagundes de Brito,
Eurico Del Fiaco Neto, Izabella Fernandes Viana Montechi,
Silvério Godoy Del Fiaco, Larissa Godoy Del Fiaco,
Amanda Ribeiro Godoy Bezzan
BOA REPOSTA AO TRATAMENTO IMUNOSSUPRESSOR
EM CARDIOMIOESCLEROSE S40
Luana Resende Reis, Caio Laguna Reis de Carvalho,
Flávia Luiza Marin, Tamires Verena Ribeiro dos Santos,
Aline Michelli Viegas Pereira Fernandes, Fabio Vicente Leite,
Luiz Eduardo Valente, Henrique Pereira Sampaio,
Sula Glaucia Lage Drumond Pacheco
CALCINOSE CUTÂNEA NA ESCLEROSE SISTÊMICA REFRATÁRIA
AO USO DE RITUXIMAB: RELATO DE CASO S41
Ana Carolina Franco Passos, Anna Larissa Faria Janes,
Andrea Ribeiro Gonçalves de Vasconcelos Medeiros,
André de Paula Silva Ramos, Daniele Scherer, Juliana Silvatti,
Marcela Maria da Silva, Cristiane Kayser
CAPILAROSCOPIA PERIUNGUEAL COMO PREDITOR
DE MORTALIDADE EM UMA COORTE DE PACIENTES
COM ESCLEROSE SISTÊMICA S41
Thais Rohde Pavan, Markus Bredemeier, Rafael Chakr,
Karina Gatz Capobianco, Ricardo Machado Xavier, Vanessa Hax
CAPILAROSCOPIA PERIUNGUEAL EM PACIENTES COM
ESCLEROSE SISTÊMICA SUBMETIDOS A TRANSPLANTE
AUTÓLOGO DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS S41
Daniela Moraes, Juliana Elias, Ana Stracieri, Fabiano Pieroni,
Belinda Simões, Cristiane Kayser, Maria Carolina Oliveira
CICLOFOSFAMIDA E ESOFAGOPATIA NA ESCLEROSE SISTÊMICA:
RELATO DE CASO DE MELHORIA SINTOMÁTICA EM PACIENTE
COM MANIFESTAÇÃO ESOFÁGICA GRAVE REFRATÁRIA S42
Mariana Kadomoto, Rubens Bonfiglioli, Paula Nogueira Loures,
Evelyne Lopes Marcondes Martinelli,
Leticia Maria Kolachinski Brandão, Leandro Diniz e Garcia,
Lucas Eduardo Pedri, Cláudia Valéria Pereira Vierhout,
André Marun Lyrio, José Roberto Provenza
CIRURGIA PLÁSTICA CORRETIVA DE ESCLERODERMIA
LOCALIZADA DE MAMA S42
Sasha Rubim Rocha Bender, Edmilson Micali,
Luiz Eduardo Felipe Abla, Luiz Henrique Gebrim,
Percival Degrava Sampaio-Barros
ANEURISMA CEREBRAL NA ESCLEROSE SISTÊMICA
PROGRESSIVA: ESPECTRO DA DOENÇA? S39
Sandra Maximiano de Oliveira, Ana Carolina Emy Vicente Hidaka,
Ana Paula Faria Carvalho, Daniel de Amorim Rondon,
Cezar Kozak Simaan
DOENÇA PULMONAR INTERSTICIAL RELACIONADA A
ESCLEROSE SISTÊMICA: CORRELAÇÃO ENTRE TCAR,
PET/CT E MEDIADORES DE INFLAMAÇÃO S42
Andréa de Lima Bastos, Gilda Aparecida Ferreira,
Marcelo Mamede, Flávia Patrícia Sena Teixeira Santos,
Mauro Teixeira, Ricardo de Amorim Correa
ASCA (ANTICORPOS ANTI-SACHAROMYCCES
CEREVISAE) NA ESCLERODERMIA S40
Aiessa Fedrigo, Andre Luiz Bortoluzzi, Renato M. Nisihara,
Pedro M. Azevedo, Patricia Martim, Thelma Larocca Skare
ESCLERODERMIA-SÍMILE ASSOCIADA À
RADIAÇÃO PELO CÉSIO 137 S43
Vitalina de Sousa Barbosa, Israel de Souza Barbosa Carneiro,
Déborah Capel Modesto, Rosane Gouveia Vilela Machado
ASSOCIAÇÃO ENTRE ESCLEROSE SISTÊMICA E
ARTRITE PSORIÁSICA: RELATO DE CASO S40
Ana Teresa Pereira Vieira, Glaucia Glenia de Figueiredo Alves,
Ana Karla Guedes de Melo,
Danielle Christinne Soares Egypto de Brito,
Alessandra de Sousa Braz, Eutilia Andrade Medeiros Freire
ESCLEROSE SISTÊMICA ASSOCIADA À EXPOSIÇÃO
À SÍLICA: RELATO DE QUATRO CASOS S43
Letícia Neves Martins, Caroline Viana Gomes,
Eudes Aristeu Jardim Neto, Maria Raquel da Costa Pinto,
Ana Paula Scalia Carneiro, Flávia Patrícia Sena Teixeira Santos
AVALIAÇÃO DA ADESÃO AO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
EM PACIENTES COM ESCLEROSE SISTÊMICA S40
Mirla Mayara de Almeida, Andrea Tavares Dantas,
Aysa Cesar Pinheiro, Rafaela Silva Guimarães Gonçalves,
Henrique de Ataíde Mariz, Claudia Diniz Lopes Marques,
Angela Luzia Branco Pinto Duarte
ESCLEROSE SISTÊMICA E INJEÇÃO DE SILICONE
LÍQUIDO INDUSTRIAL: MAIS UMA COMPLICAÇÃO
DESSA PRÁTICA CLANDESTINA? S43
Maitê Xavier Frechiana de Castro,
Rafael Alves Cordeiro, Henrique Carriço da Silva,
Ana Paula Luppino Assad, Danieli Andrade,
Percival Degrava Sampaio-Barros
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
ESCLEROSE SISTÊMICA SINE SCLERODERMA E SÍNDROME
ANTIFOSFOLÍPIDE: UM RARO OVERLAP S43
Rafael Alves Cordeiro, Percival Degrava Sampaio-Barros,
Danieli Andrade
ESCLEROSE SISTÊMICA: A IMPORTÂNCIA DA CAPILAROSCOPIA
PERIUNGUEAL NO PROCESSO DIAGNÓSTICO S44
João Carlos Geber Júnior, Halisson Rodrigues de Andrade,
Jorge Henrique Carlos Aires, Mariana Rassi, Rodrigo Aires,
Roberto Heber Lopes de Carvalho, Anyelle Amaro de Sousa,
Viviane Cristina Uliana Peterle
EXAME DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO PULMÃO
PARA AVALIAÇÃO DE DOENÇA INTERSTICIAL
PULMONAR NA ESCLEROSE SISTÊMICA S44
Carolina de Souza Müller, Danny Warszawiak, Eduardo S. Paiva,
Dante Luiz Escuissato
GESTAÇÃO EM PACIENTE COM FASCIÍTE
EOSINOFÍLICA: RELATO DE CASO S44
Maria Ester Simeira Fonseca, Henrique Ayres Mayrink Giardini,
Ana Paula Luppino Assad, Henrique Carriço da Silva,
Danieli Castro Oliveira de Andrade,
Percival Degrava Sampaio-Barros
LINFOMA DE CÉLULAS DO MANTO E ESCLEROSE
SISTÊMICA DE INÍCIO CONCOMITANTE S45
Maressa Barbosa Beloni Lirio., Juliana L. Fiorot,
Enan S. Magalhães, Thalles M. Brandão Clemente,
Ana Paula Gianordoli, Maria Bernadete Renoldi de Oliveira Gavi,
Ruben H. Duque, Lidia Balarini, Erica Vieira Serrano,
Maria Carmem Lopes Ferreira Silva Santos, Valeria Valim
OVERLAP ENTRE SÍNDROME DE ERASMUS E
POLIMIOSITE S45
Nayara Pettine Dias, Hugo Barros Vilela,
Emanuella Chaves de Moura, Marco Aurélio Leão Beltrami,
Danilo Garcia Ruiz, Paulo Geovanny Pedreira,
Fernando Sérgio Lira Neto, Hugo de Carlos Maciel Rossini,
Alexsandra Rossi, Edson Pedroza dos Santos Júnior,
Jacyanne Bessa Von Schwaner
PERFIL DOS PACIENTES COM ESCLEROSE
SISTÊMICA COM HIPERTENSÃO PULMONAR EM
UMA UNIDADE DE REFERÊNCIA S45
Verônica Silva Vilela, Marcio Macri Dias, Angelo Antunes Salgado,
Claudia Henrique da Costa, Roger A. Levy, Rogério Lopes Rufino
PNEUMATOSE INTESTINAL DIFUSA EM PACIENTE COM
ESCLEROSE SISTÊMICA SINE SCLERODERMA S46
Mateus Fornasieri Mokwa, Alisson Aliel Vigano Pugliesi,
Flavio Fernandes Barbosa, Amanda Campos Mozer Sodre,
Manoel Barros Bertolo, Juliana Yuri Sekiyama, Zoraida Sachetto,
Ana Paula Toledo Del Rio
POLIFARMÁCIA EM PACIENTES PORTADORES
DE ESCLEROSE SISTÊMICA S46
Luiz Paulo Gomes dos Santos Rosa,
Tácia Adriana Florentino de Lima, Ana Karla Guedes de Melo,
Danielle Christinne Soares Egypto de Brito,
Alessandra Sousa Braz C. Andrade,
Eutília Andrade de Medeiros Freire
POSITIVIDADE DO FAN EM ESCLERODERMIA S46
André Luiz Bortoluzzi, Aiessa Fedrigo, Patricia Martim,
Pedro M. Azevedo, Thelma Larocca Skare
SÍNDROME AUTOIMUNE/AUTOINFLAMATÓRIA INDUZIDA
POR ADJUVANTE (ASIA) COM FENÓTIPO DE ESCLEROSE
SISTÊMICA DIFUSA RAPIDAMENTE PROGRESSIVA APÓS
USO DE COMPLEXO VITAMÍNICO A, D E E
(ADE): RELATO DE DOIS CASOS S46
Gustavo Guimarães Moreira Balbi, Ricardo Azêdo Montes,
Tathiana Fernandes Mattos Bahia Alves,
Verônica de Brito Mello Maia, Marcella Azevedo Borges Andrade,
Carolina Arribada Rebello, Verônica Silva Vilela,
Roger Abramino Levy
SÍNDROME DE ERASMUS - SILICOSE E ESCLEROSE
SISTÊMICA: RELATO DE CASO S47
João Pedro Pereira da Cunha, Eduardo S. Paiva, Carolina de Souza
Müller, Fernanda Maria Borghi, Renato K. Ostapiuk,
Marcelo Enokawa, Laura Giovanella, Erick Cavalcanti Cossa, Bruna
Burko Rocha Chu, Felipe Dunin dos Santos, Marcel Morsch, Bruno
Queiroz Zardo
TRATAMENTO DA ESCLEROSE SISTÊMICA COM
RITUXIMABE: RESULTADOS APÓS SEIS E 12 MESES
Verônica Silva Vilela, Roger Abramino Levy,
Cláudia Henrique da Costa, Rogério Rufino
S47
Área Temática: Espondiloartrites
A DETECÇÃO DE SACROILIÍTE POR ENTEROTOMOGRAFIA
COMPUTADORIZADA PODE SER ÚTIL NA
AVALIAÇÃO DA DOENÇA DE CROHN S47
Ricardo Cruz Lage, Wilson Campos Tavares Junior,
Gustavo Gomes Resende, Luiza de Araújo Porto,
Marco Antônio Parreiras de Carvalho, Adriana Maria Kakehasi
ANÁLISE COMPARATIVA DA EXPRESSÃO CLÍNICA DA
ESPONDILITE ANQUILOSANTE E ESPONDILOARTRITE AXIAL
NÃO RADIOGRÁFICA DE ACORDO COM O SEXO S48
Mariana Sinzker Santini, Deizi Fernanda Schwengber,
Gláucio Ricardo Werner de Castro, Ivânio Alves Pereira
ANÁLISE DA PREVALÊNCIA DOS EFEITOS
COLATERAIS DA CICLOSPORINA NOS PACIENTES
COM ARTRITE PSORIÁSICA S48
Gustavo Guimarães Moreira Balbi, Carolina Arribada Rebello,
Marcella Azevedo Borges Andrade,
Tathiana Fernandes Mattos Bahia Alves,
Manuella Lima Gomes Ochtrop, Ana Beatriz Santos Bacchiega
ARTRITE PSORIÁSICA E PANUVEÍTE BILATERAL S48
Marcelo Alves Ribeiro, Karluana Nunes Endlich,
Douglas Gonçalves Bento, Henrique Rodrigues da Silva Dalzini,
Marcela Ferreira Trazzi, Antônio Francisco Loss Possatti,
Caroline Merci Caliari de Neves Gomes, Renan Fardim Novaes,
Soraya Viviane Amaro Nascimento, Túlio Vick Abel Faé,
Raquel Altoé Giovelli, Carolina Zorzanelli
ARTRITE REATIVA REFRATÁRIA À
IMUNOSSUPRESSÃO: RELATO DE CASO S49
Tamires Verena Ribeiro dos Santos, Flávia Luiza Marin,
Luana Resende Reis, Caio Laguna Reis de Carvalho,
Luiz Eduardo Valente, Fabio Vicente Leite,
Henrique Pereira Sampaio,
Sula Glaucia Lage Drumond Pacheco
AVALIAÇÃO DAS ALTERAÇÕES OSTEOMETABÓLICAS
EM PACIENTES COM ESPONDILITE ANQUILOSANTE
ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO ARAÚJO LIMA S49
Sandra Lúcia Euzébio Ribeiro, Henrique Santos de Almeida,
Gabriela Vasconcelos
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
AVALIAÇÃO DO PERFIL DE ENVOLVIMENTO
ARTICULAR NAS ESPONDILOARTRITES EM REGIÕES
DE DIFERENTES ETNIAS NO BRASIL S49
Sandra Lúcia Euzébio Ribeiro, Ana Paula Beckhauser de Campos,
Penélope Esther Palominos, Adriana Bruscato Bortoluzzo,
Marta Aline Coelho da Costa, Talita de Oliveira Ribeiro,
Percival Degrava Sampaio-Barros
ENTESITES DOS LIGAMENTOS ESPINHOSOS E CAPSULITE
DAS INTERAPOFISÁRIAS IDENTIFICADAS POR RESSONÂNCIA
MAGNÉTICA COM GADOLÍNEO EM PACIENTE COM
SUSPEITA CLÍNICA DE ESPONDILOATRITE S52
Eduardo Souza da Rosa, Alessandra Ferrari,
Maria Lucia Lemos Lopes, Tatiana de Freitas Tourinho,
Diego Ustárroz Cantali
AVALIAÇÃO DO PERFIL DO ASDAS EM
PACIENTES COM ESPONDILOARTRITES DE
DIFERENTES REGIÕES BRASILEIRAS S50
Thelma Larocca Skare, Ana Paula Beckhauser de Campos,
Sandra Lúcia Euzébio Ribeiro, Penélope Esther Palominos,
Juliana Simioni, Adriana Bruscato Bortoluzzo,
Percival Degrava Sampaio-Barros
ESPONDILITE ANQUILOSANTE (EA) ASSOCIADA
AO USO DE INTERFERON (IFN) S52
Mariele Zardin, André Luis Bittencourt Morsch,
Natália Sarzi Sartori, Manoela Fantinel Ferreira,
Marcus Barg Resmini, Ricardo Roitman Wolkind,
Charles Lubianca Kohem, Odirlei André Monticielo
AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO DE DISLIPIDEMIA
EM UMA COORTE DE PACIENTES COM
ESPONDILITE ANQUILOSANTE S50
Arthur da Silva Neto, Fábio Kullock, Leonardo Domingues Romeiro,
Mauro Goldfarb, Bruno Schau
ESPONDILITE ANQUILOSANTE E PLAQUETOPENIA
IMUNOLÓGICA: RELATO DE CASO S53
Juliana Amaral Rebouças Moreira, Camila Zubeidi Teixeira,
Nicolle Diniz Linhares, Claudia Maria Rassi,
Vanessa de Oliveira Magalhães,
Fábia Mara Gonçalves Prates de Oliveira, Eleusa Fleury Taveira,
Marcelo Pimenta, Antônio Carlos Ximenes
CARACTERIZAÇÃO CLÍNICA, RADIOGRÁFICA E
EPIDEMIOLÓGICA DOS PACIENTES COM ARTRITE
PSORIÁSICA ACOMPANHADOS NO AMBULATÓRIO DE
REUMATOLOGIA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO S50
Carolina Gadelha Pires, Anna Luísa Marinho de Andrade,
Ana Karla Guedes de Melo,
Danielle Christinne Soares Egypto de Brito, Esther Bastos Palitot,
Alessandra Sousa Braz C. Andrade,
Eutília Andrade de Medeiros Freire
ESPONDILITE ANQUILOSANTE EM MULHER
IDOSA: RELATO DE CASO S53
Luilson Geraldo Coelho Júnior,
Pedro Rodrigo Magalhães Negreiros de Almeida, Filipe Reis Pinheiro,
Larissa Pereira Ribeiro, Flávia Tolentino Marra dos Reis,
Luciano Junqueira Guimarães
COEXISTÊNCIA DE ESPONDILITE ANQUILOSANTE
E SÍNDROME DE EHLER DANLOS: ASSOCIAÇÃO
RARA OU DESCONHECIDA? S50
Juliana Brandão Pinto Carneiro, Taíssa Pinto de Souza,
Talita de Oliveira Ribeiro, Samila Alves da Silva,
Patrícia da Silva Cunha, Anne Christine Nogueira Garcia Neves,
Sandra Lúcia Euzébio Ribeiro
COEXISTÊNCIA ENTRE DOENÇA DE BEHÇET
E ESPONDILOARTRITE S51
Izaias Pereira da Costa, Gláucia Moreira Souza de Queiroz,
Ana Elisa Dantas Modesto, Micheli Said de Marchi,
Isabella Costa Faleiros, Izaias Pereira da Costa Junior
CORRELAÇÃO ENTRE TRÊS ÍNDICES DE ENTESITE COM
ATIVIDADE DE DOENÇA E FUNÇÃO EM PACIENTES
BRASILEIROS COM ESPONDILOARTRITE S51
Penélope Esther Palominos, Ana Paula Beckhauser de Campos,
Sandra Lúcia Euzébio Ribeiro, Jady Wroblewski Xavier,
Felipe Borges Oliveira, Bruno Guerra, Carla Saldanha,
Aline Castello Branco Mancuso, Charles Lubianca Kohem,
Andrese Aline Gasparin, Ricardo Machado Xavier,
Percival Degrava Sampaio-Barros
ESPONDILOARTRITE APÓS CIRURGIA
BARIÁTRICA: UMA SÉRIE DE CASOS S53
Thauana Luiza de Oliveira, Marcelo de Medeiros Pinheiro
ESPONDILOARTRITE JUVENIL ASSOCIADA À SÍNDROME DO
INTESTINO CURTO E SUPERCRESCIMENTO BACTERIANO S54
Luiz Felipe Adsuara de Sousa, Renata Casseb de Souza,
Rafael Alves Cordeiro, Ana Paula Luppino Assad,
Lissiane Karine Noronha Guedes, Nádia Emi Aikawa,
Rosa Maria Rodrigues Pereira
EXCESSO DE GORDURA CORPORAL ESTÁ ASSOCIADA
COM A MAIOR ATIVIDADE ARTICULAR EM
PACIENTES COM ARTRITE PSORIÁSICA S54
Beatriz Figueiredo Leite, Marcelo de Medeiros Pinheiro,
Melissa Aparecida Morimoto, Patricia de Souza Genaro,
Nágila Raquel Teixeira Damasceno, Carina Mori Frade Gomes,
Barbara Carvalho Klemz
HIPOVITAMINOSE D NAS ESPONDILOARTRITES: HÁ
RELAÇÃO COM ATIVIDADE DE DOENÇA? S54
Thelma Larocca Skare, Ana Caroline Sazaki,
Ana Paula Beckhauser de Campos, Juliana Simioni
DISTROFIA UNGUEAL SUBCLÍNICA EM PACIENTES COM
PSORÍASE SEM COMPROMETIMENTO ARTICULAR: EXISTE
ALGUM PAPEL PARA O ULTRASSOM UNGUEAL? S51
Barbara Nascimento de Carvalho Klemz, Karine Rodrigues da Luz,
Eugênia Maria Damásio Ohe, Polianna de Oliveira Matos Soares,
Helder Henrique da Costa Pinheiro, Adriana Maria Porro,
Marcelo de Medeiros Pinheiro
IL-22 AUMENTA A EXPRESSÃO DE SFRP3/FRZB POR
SINOVIÓCITOS FIBROBLASTO-SÍMILE NAS DOENÇAS
ARTICULARES INFLAMATÓRIAS S54
Gustavo Gomes Resende, Camilla Ribeiro Lima Machado,
Rafaela Bicalho Viana Macedo, Monaliza Ângela Rocha,
Vanuza Chagas do Nascimento, Júlio Sílvio de Sousa Bueno Filho,
Adriana Maria Kakehasi, Marcus Vinicius Melo de Andrade
ELEVADA FREQUÊNCIA DE ESPONDILITE EM PACIENTES COM
DOR LOMBAR INFLAMATÓRIA SEM SACROILEÍTE S52
Bruno Schau, Clarissa Canella, Marcelo Bordallo, Morgana Ohira
Gazzeta, Fernanda Elias, Marlise Simões, Washington Bianchi,
Evandro Mendes Klumb
LEISHMANIOSE CUTÂNEA REFRATÁRIA DURANTE
USO DE ANTI-TNF: RELATO DE CASO S55
Thaysa Simões Paixão, Adriane Gisele Fonseca Borssatto,
Célio Roberto Gonçalves, Carla Gonçalves Schahin Saad,
Júlio Cesar Bertacini de Moraes
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PERFIL METABÓLICO DOS PACIENTES COM
ESPONDILITE ANQUILOSANTE ATENDIDOS NUM
HOSPITAL TERCIÁRIO EM FORTALEZA S55
Kirla Wagner Poti Gomes, Felipe de Almeida Paiva,
Amanda Alexia Rodrigues Vieira, Walber Pinto Vieira,
Lysiane Maria Adeodato Ramos,
Rejane Maria Rodrigues de Abreu Viera
POLICONDRITE RECIDIVANTE EM PACIENTE COM
ESPONDILITE ANQUILOSANTE EM USO DE INFLIXIMAB:
EFEITO COLATERAL OU DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL? S55
Nicole Haddad, Debora Cordeiro do Rosário,
Claudia Goldenstein Schainberg, Percival Degrava Sampaio-Barros,
Júlio Cesar Bertacini de Moraes
PREVALÊNCIA DE DISFUNÇÃO SEXUAL EM HOMENS COM
ESPONDILITE ANQUILOSANTE ATENDIDOS EM DOIS
SERVIÇOS DE REUMATOLOGIA EM BELÉM DO PARÁ S56
Karine Suane Palheta da Costa,
Maria de Fátima Lobato da Cunha Sauma,
Gilberto Toshimitsu Yoshikawa, José Ronaldo Carneiro,
Anderson Romário Almeida de Souza,
Anderson André Pantoja Dias, Marcelly Raiza da Silva e Silva,
Juliana Sousa Sabino, Márcia Nuzane Ramos Amorim,
Marcel Lobato Sauma, Júlia Brito de Medeiros, Renato Hidaka
PREVALÊNCIA DO CRITÉRIO DE ATIVIDADE
MÍNIMA DE DOENÇA NA “VIDA REAL”: ESTUDO
TRANSVERSAL EM PACIENTES COM ARTRITE
PSORIÁSICA E REVISÃO DA LITERATURA S56
Carla Saldanha, Mariele Zardin, Penélope Esther Palominos,
Ana Paula Beckhauser de Campos, Sandra Lúcia Euzébio Ribeiro,
Aline Castello Branco Mancuso, Anderson Lacerda dos Reis,
Andrese Aline Gasparin, Charles Lubianca Kohem,
Jady Wroblewski Xavier, Natália Sarzi Sartori,
Percival Degrava Sampaio-Barros, Ricardo Machado Xavier
QUALIDADE DE VIDA SEXUAL EM HOMENS COM
ESPONDILITE ANQUILOSANTE S56
Thelma Larocca Skare, Thiago Rocha Santana, Vitor Steil Deboni,
Juliana Simioni, Ana Paula Beckhauser de Campos,
Renato M. Nisihara
SACROILEÍTE BILATERAL INDUZIDA PELO USO DA
ISOTRETINOÍNA: RELATO DE CASO S56
Taíssa Pinto de Souza, Juliana Brandão Pinto Carneiro,
Felipe Augusto da Silva Gama, Sandra Lúcia Euzébio Ribeiro
SACROILEÍTE INFECCIOSA SECUNDÁRIA A
PIELONEFRITE EM PACIENTE SADIO S57
Caio Laguna Reis de Carvalho, Luana Resende Reis,
Flávia Luiza Marin, Tamires Verena Ribeiro dos Santos,
Fabio Vicente Leite, Luiz Eduardo Valente,
Henrique Pereira Sampaio, Sula Glaucia Lage Drumond Pacheco
SACROILEÍTE POR SARCOIDOSE COM RESPOSTA À
TERAPIA ANTI-TNF: RELATO DE CASO S57
Marcel Morsch, Erick Cavalcanti Cossa, Felipe Dunin dos Santos,
Fernanda Maria Borghi, Bruna Burko Rocha Chu,
Bruno Queiroz Zardo, João Pedro Pereira da Cunha,
Marcelo Enokawa, Laura Giovanella, Eduardo S. Paiva
SÍNDROME METABÓLICA NA ARTRITE PSORIÁSICA: QUAL
O MELHOR CRITÉRIO PARA CLASSIFICAÇÃO? S57
Beatriz Figueiredo Leite, Marcelo de Medeiros Pinheiro,
Melissa Aparecida Morimoto, Carina Mori Frade Gomes,
Barbara Carvalho Klemz, Patricia de Souza Genaro
SOBREPOSIÇÃO DE ARTRITE REUMATOIDE E ESPONDILITE
ANQUILOSANTE: RELATO DE CASO S58
Mariana Kadomoto, Rubens Bonfiglioli, Paula Nogueira Loures,
Evelyne Lopes Marcondes Martinelli,
Leticia Maria Kolachinski Brandão,
Leandro Diniz e Garcia, Cláudia Valéria Pereira Vierhout,
Nádia Regina Bossolan Schincariol, André Marun Lyrio,
José Roberto Provenza
TERAPIA ANTI- IL12/23 PARA ARTRITE PSORIÁSICA
REFRATÁRIA A ANTI-TNF S58
Diogo Cunha Lacerda, Leonardo Michaelis Schmidt,
Francilayne Moretto dos Santos, Michel Roberto Mandotti,
Aline Krampe Peres
UVEÍTE ANTERIOR EM PACIENTES COM ESPONDILITE
ANQUILOSANTE EM USO DE ANTI-TNF S58
José Bruno Costa de Jesus, Iza Melo Dantas,
Patricia Fontes de Santana Ferreira, Ana Carolina Vilhena de Melo,
Regina Adalva de Lucena Couto Océa, José Caetano Macieira,
Lina Oliveira de Carvalho,
Mônica Valéria Siqueira Santana de Vechi,
Blenda Hilíria de Sousa Dias
Área Temática: Fibromialgia e reumatismos
de partes moles
A RELAÇÃO ENTRE A FIBROMIALGIA E A DEPRESSÃO
Débora Bernardes Peixoto, Mônica Maciel Guimarães,
Amanda Braga Munuera, Maria Laís de Ávila Lima,
Andressa Rachel Marinho Sereno de Sousa,
Joaquim Dias da Costa Neto, Gabriel Queiroz Fernandes,
Luccas Fernandes Queiroz
S59
A REUMATOLOGIA NA VIDA E NAS
OBRAS DE FRIDA KAHLO S59
Monique Almeida Vaz, Natália Pierdoná,
Fernanda Caroline Moura Garcez, Mariana de Oliveira Lobo,
Armando José China Bezerra, Lucy Gomes
ANÁLISE DA FREQUÊNCIA DE COMORBIDADES EM
PACIENTES COM FIBROMIALGIA E SUA ASSOCIAÇÃO
COM MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS S59
Matheus Accioly Kwiatkowski, João Pedro Vanzin Freire Boabaid,
Gláucio Ricardo Werner de Castro, Márcia Regina Kretzer,
Ivanio Alves Pereira
CARTILHA DE ORIENTAÇÕES DE EXERCÍCIOS FÍSICOS
PARA PACIENTES DE FIBROMIALGIA S59
Renan Fangel, Camila Leocádio Guimarães, Hayandra Ferreira Dias,
Maria Paula Correia Delmondes, Norma Gonçalves Basilio,
Leticia Meda Vendrusculo Fangel
COMPARAÇÃO DO PERFIL DE RELATOS DE
EVENTOS ADVERSOS NO TRATAMENTO COM
DULOXETINA ENTRE PACIENTES PORTADORES DE
FIBROMIALGIA OU OUTRAS PATOLOGIAS S60
Allisson Monteiro da Silva, Jaqueline Amália de Paulo,
Camilla Silva dos Santos, Juliana Blum,
Emanuela Lopez Fernandes Saraiva
FIBROMIALGIA: REPENSANDO O DIAGNÓSTICO S60
Letícia Rita Fachinelli Teodoro, Lara Fileti Arruda,
Flávio Augusto Ferreira da Silva, Luiz Guilherme Valentini Francisco,
Luiz Carlos Latorre, Andrea Pimentel Golmia
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PREVALÊNCIA DE LESÕES MUSCULOESQUELÉTICAS
DE PARTES MOLES E TRATAMENTO CIRÚRGICO
EM PACIENTES COM FIBROMIALGIA S60
João Pedro Vanzin Freire Boabaid, Matheus Kwiatkowski,
Isadora Welter Pioresan, Gláucio Ricardo Werner de Castro,
Ivânio Alves Pereira
TRATAMENTO DA FIBROMIALGIA COM DULOXETINA:
FARMACOVIGILÂNCIA DE UMA INDÚSTRIA
FARMACÊUTICA BRASILEIRA S61
Allisson Monteiro da Silva, Jaqueline Amália de Paulo,
Camilla Silva dos Santos, Juliana Blum,
Emanuela Lopez Fernandes Saraiva
Área Temática: Gota e artropatias por
microcristais
LIPOMA ARBORESCENS DE JOELHO EM PACIENTE
COM GOTA: RELATO DE CASO S61
Taíssa Pinto de Souza, Juliana Brandão Pinto Carneiro,
Talita de Oliveira Ribeiro, Samila Alves da Silva,
Patrícia Silva Cunha, Felipe Augusto da Silva Gama,
Sandra Lúcia Euzébio Ribeiro
Área Temática: Imagem
A ULTRASSONOGRAFIA OCULAR EM PACIENTE
COM ARTRITE PSORIÁSICA S61
Leandro Diniz e Garcia, José Alexandre Mendonça,
Leticia Maria Kolachinski Brandão,
Evelyne Lopes Marcondes Martinelli, Mariana Kadomoto,
Paula Nogueira Loures, Luccas Diniz e Garcia, André Marun Lyrio,
Rubens Bonfiglioli, Nadia Bossolan Schincariol,
José Roberto Provenza
ALTERAÇÕES ULTRASSONOGRÁFICAS NA
DOENÇA DE OSGOOD-SCHLATTER S62
Evelyne Lopes Marcondes Martinelli,
Leticia Maria Kolachinski Brandão, Mariana Kadomoto,
Leandro Diniz e Garcia, Paula Nogueira Loures,
Lucas Eduardo Pedri, Marina de Souza Vieira, Rubens Bonfiglioli,
José Alexandre Mendonça, José Roberto Provenza
CORRELAÇÃO ENTRE AS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS
PARA OBESIDADE E OS INSTRUMENTOS CLÍNICOS
NA OSTEOARTRITE DE JOELHOS S62
Lucio Antonio Pereira Junior, Marina Parizotto Pinheiro,
Luan Aguiar Feretti, Elias El-Mafarjeh, Hanna Karila Scchor,
Karine Rodrigues da Luz
CORRELAÇÃO ENTRE OS ACHADOS CLÍNICOS
E ULTRASSONOGRÁFICOS EM JOELHOS COM
OSTEOARTRITE PRIMÁRIA S62
Marina Parizotto Pinheiro, Elias El-Mafarjeh,
Lucio Antonio Pereira Junior, Hanna Karila Scchor,
Karine Rodrigues da Luz
INVESTIGAÇÃO DO RISCO CARDIOVASCULAR POR
MEIO DE MÉTODO DE ULTRASSOM AUTOMÁTICO
PARA MEDIDA DA ESPESSURA ÍNTIMA-MÉDIA EM
CARÓTIDAS: COMPARAÇÃO ENTRE PACIENTES COM
ARTRITE REUMATOIDE E PSORIÁSICA S62
Marina Parizotto Pinheiro, Elias El-Mafarjeh,
Lucio Antonio Pereira Junior, Hanna Karila Scchor,
Karine Rodrigues da Luz
O IMPACTO DA INFLAMAÇÃO E DO DANO DA
CARTILAGEM NA QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES
COM OSTEOARTRITE DE JOELHOS S63
Elias El-Mafarjeh, Lucio Antonio Pereira Junior,
Marina Parizotto Pinheiro, Hanna Karila Scchor,
Luan Aguiar Feretti, Karine Rodrigues da Luz
O QIMT E O DOPPLER ESPECTRAL NAS
ESPONDILOARTRITES S63
José Alexandre Mendonça, Beatriz Bisetto de Andrade
O USO DA ULTRASSONOGRAFIA NA FIBROSE PULMONAR
COMO EXTENSÃO DO EXAME FÍSICO S63
Evelyne Lopes Marcondes Martinelli,
Paula Guiomar Ubirajara Franzon, Mariana Kadomoto,
Paula Nogueira Loures, Leandro Diniz e Garcia,
Maria Kolachinski Brandão, André Marun Lyrio,
José Roberto Provenza, Rubens Bonfiglioli,
José Alexandre Mendonça
O USO DO ESCORE 7 ULTRASSONOGRÁFICO PARA
SEGUIMENTO DE TOCILIZUMABE S64
Evelyne Lopes Marcondes Martinelli, Leandro Diniz e Garcia,
Leticia Maria Kolachinski Brandão, Paula Nogueira Loures,
Mariana Kadomoto, Paula Guiomar Ubirajara Franzon,
José Roberto Provenza, Rubens Bonfiglioli,
Cláudia Valéria Pereira Vierhout, José Alexandre Mendonça
PADRÃO DE CAPILAROSCOPIA PERIUNGUEAL EM UMA
SÉRIE DE PACIENTES COM ANTICORPO ANTI-JO1 S64
Verônica Silva Vilela, Marcela Azevedo Borges Andrade,
Tathiana Fernandes Mattos Bahia Alves
RESSONÂNCIA NUCLEAR MAGNÉTICA DE
SACROILÍACAS POSITIVA EM PACIENTES
ASSINTOMÁTICOS COM UVEÍTE ANTERIOR AGUDA
RECORRENTE: UMA PROVA DE CONCEITO S64
Thauana Luiza de Oliveira, Walter Maksymowych,
Robert Lambert, Cristina Muccioli,
Marcelo de Medeiros Pinheiro
RETÍCULO-HISTIOCITOSE MULTICÊNTRICA:
POLIARTROPATIA INFLAMATÓRIA EROSIVA COM LESÕES
PAPULONODULARES MUCOCUTÂNEAS S64
Karine Alessandra da Silva Fortes, Rodrigo Sarmanho Spohr,
Bruna Zuse Valiati, João Carlos Menta Filho, Juliana Wispel,
Cecilia Viola Varella Da Costa, Henrique Luiz Staub
RETINOPATIA LÚPICA ASSINTOMÁTICA:
RELATO DE CASO S65
Leticia Maria Kolachinski Brandão, Rubens Bonfiglioli,
André Marun Lyrio, Evelyne Lopes Marcondes Martinelli,
Leandro Diniz e Garcia, Mariana Kadomoto,
Paula Nogueira Loures, Lucas Eduardo Pedri,
José Alexandre Mendonça, José Roberto Provenza,
Guilherme Armbrust Araujo, Carolina Peres Batalha
ULTRASSONOGRAFIA COMO MÉTODO
AUXILIAR DE DIAGNÓSTICO NA SÍNDROME
DE SJÖGREN: RELATO DE CASO S65
Leonardo Michaelis Schmidt, Diogo Cunha Lacerda,
Rúbia Karine de Marco Barasuol, Tamara Wahip Mohana,
Karen Mariano de Alencar, Laura Gomes Flores,
Denize Paula Pequito Filipe
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Área Temática: Lúpus eritematoso sistêmico
A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO DA SAÚDE
FUNCIONAL (SF) BIOPSICOSSOCIAL EM PACIENTES
COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO (LES) S65
Sandor Balsamo, Linda G. Reis, Rafael Resende, Silvson Ferreira,
Alessandro Mendes, Leandro Sousa, Nélio Farias Soares,
Yuri Balsamo, Alex Luiz de Oliveira Pires, Antonio Carlos M. Junio,
Licia Maria Henrique da Mota, Leopoldo Luiz dos Santos Neto
ACIDOSE TUBULAR RENAL NO LÚPUS ERITEMATOSO
SISTÊMICO: RELATO DE CASO S65
Renan Mesel Correia, Hugo Delon de Lima,
Ana Paula Santana Gueiros, Aline Ranzolin, Aline Gibson Notaro,
Laurindo Ferreira da Rocha Junior
ADESÃO À TERAPIA MEDICAMENTOSA EM PACIENTES
COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO. COMPARAÇÃO
ENTRE AS ESCALAS MORISK 4 E 8 S66
Rosele Ferrante-Silva, Marise Oliveira, Matheus Bond Bogossian,
Elisa M. Neves de Albuquerque, Luiza Coelho Magalhães,
Diego Magalhães, Evandro Mendes Klumb
ALTA PREVALÊNCIA DE SÍNDROME METABÓLICA EM
PACIENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO S66
Amanda M. Marques, Pamela Goldstein Felipe, Mauro Goldfarb,
Adriana Danowski
ANÁLISE DE PROGRESSÃO DE ATROFIA CEREBRAL E
DE CORPO CALOSO E ASSOCIAÇÃO COM CITOCINAS
Th1 E Th2 EM PACIENTES COM LES S66
Mariana Postal, Aline Tamires Lapa, Karina de Oliveira Peliçari,
Nailú Angélica Sinicato, Fernando Augusto Peres,
Wesley Geraldo Ferreira, Lilian Tereza Lavras Costallat,
Fernando Cendes, Simone Appenzeller
ANTICOAGULAÇÃO EM GESTANTE LÚPICA COM ABORTAMENTO
DE REPETIÇÃO E SEM CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS PARA
SÍNDROME ANTIFOSFOLÍPIDE: RELATO DE CASO S67
Camila Maria Formiga Dantas, Ítalo Emmanuel Lima Ferreira,
Evania Claudino Queiroga de Figueiredo,
Marcus Ivanovith Fernandes, Danielly Dantas Pimentel,
Maria Eduarda de Melo Pires Ferreira,
Maria Clara Queiroga de Figueiredo
ARTRITE REFRATÁRIA E DE DIFÍCIL CONTROLE
NO LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO S67
Marina Lindstron Wittica Cerqueira,
Ludymila Sátyra Xavier de Araújo Assis, Luiz Severiano Ribeiro,
Rejane Pinheiro Damasceno, Lucas Leonardo de Castro Borges,
Christiane Cota Vieira, Ana Maria São Thiago Santiago Bez
ASSOCIAÇÃO DE VARIÁVEIS CLÍNICAS E LABORATORIAIS
COM A CLASSE HISTOLÓGICA DE NEFRITE
LÚPICA EM UM CENTRO TERCIÁRIO S67
Julia Melo Carone, Henrique Ataide Mariz, Andrea Tavares Dantas,
Aysa Cesar Pinheiro, Viviane Ferreira De Vasconcelos,
Claudia Diniz Lopes Marques, Angela Luzia Branco Pinto Duarte
ASSOCIAÇÃO ENTRE ATIVIDADE FÍSICA, MANIFESTAÇÕES
CLÍNICO-LABORATORIAIS E TRATAMENTO EM PACIENTES COM
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO: ANÁLISE PRELIMINAR S68
Fabiana de Miranda Moura dos Santos, Iara F. Magalhaes,
Rosa Weiss Telles, Lucas Gallo A. Mafra, Igor S. C. Doco,
Kenia M. C. Correia, Marcus Vinicius Melo de Andrade,
Maria Isabel Toulsson Davisson Correia,
Cristina Costa Duarte Lanna, Fabiana de Miranda Moura dos Santos
ASSOCIAÇÃO ENTRE MEDIDAS DE OBESIDADE E A
QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE EM
MULHERES COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO S68
Juliana de Castro Lino, Fabiana de Miranda Moura dos Santos,
Rosa Weiss Telles, Maria Isabel Toulsson Davisson Correia,
Cristina Costa Duarte Lanna
AVALIAÇÃO DA FRAÇÃO DE PLAQUETAS IMATURAS
(IPF) E SUA ASSOCIAÇÃO COM MANIFESTAÇÕES
CLÍNICAS E LABORATORIAIS EM PACIENTES COM
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO S68
Amanda Meireles Silva, Karina de Oliveira Peliçari,
Mariana Postal, Nailú Angélica Sinicato, Roberto Marini,
Lilian Tereza Lavras Costallat, Erich Vinicius de Paula,
Simone Appenzeller
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA (QV) EM
HOMENS COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
(LES): RESULTADOS PRELIMINARES S69
Rossela Falcão Dias, Tatiana Goberstein Lerner,
Edgard Torres Reis Neto, Emilia Inoue Sato
AVALIAÇÃO DE DISFUNÇÃO SEXUAL EM MULHERES
COM DIAGNÓSTICO DE LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
EM TRÊS SERVIÇOS DE REUMATOLOGIA DE
BELÉM-PARÁ S69
Márcia Nuzane Ramos Amorim, Marcel Lobato Sauma,
Juliana Sousa Sabino, Karine Suane Palheta da Costa,
Anderson Romário Almeida de Souza,
Anderson André Pantoja Dias, Júlia Brito de Medeiros,
Marcelly Raiza da Silva e Silva, Alírio dos Santos Júnior,
Glauce Leão Lima, Amanda Cartágenes Saraiva,
Carolina Barros Kahwage, Maria de Fátima Lobato da Cunha Sauma,
Weydder Tavares da Silva
AVALIAÇÃO DO RECONHECIMENTO E CONTROLE
DE FATORES DE RISCO PARA DOENÇA ARTERIAL
CORONARIANA EM PACIENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO
SISTÊMICO E ARTRITE REUMATOIDE S69
Luísa Lima Castro, Cristina Costa Duarte Lanna,
Mariana Pimenta Rocha, Ana Carina Nunes,
Antônio Luiz Pinho Ribeiro, Rosa Weiss Telles
AVALIAÇÃO DOS SURTOS DE ATIVIDADE DE DOENÇA NUMA
POPULAÇÃO DE LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO S70
Stéphanie Bibikoff, Juliana Miranda de Lucena Valim,
Fernanda Gomes Gonçalves Chaer, Branca Dias Batista de Souza
BAIXA ORIENTAÇÃO CONTRACEPTIVA PARA PACIENTES
COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO E
ARTRITE REUMATOIDE S70
Fernanda Godinho de Amorim, Amanda Jacomeli Matsuura,
Luciana Feitosa Muniz
BLyS/BAFF expression can be modulated by estrogen
and progesterone in human immune cells S70
Manuela Nunes Drehmer, Sara Emelia Löfgren, Dalila Suterio,
Iliada Rainha de Souza, Yara Costa Netto Muniz
CARCINOMA DE MAMA MIMETIZANDO LÚPUS
ERITEMATOSO SISTÊMICO: RELATO DE CASO S70
Flávia Luiza Marin, Tamires Verena Ribeiro dos Santos,
Luana Resende Reis, Caio Laguna Reis de Carvalho,
Luiz Eduardo Valente, Fabio Vicente Leite,
Henrique Pereira Sampaio, Sula Glaucia Lage Drumond Pacheco
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
CIRURGIA PARA ARTROPATIA DE JACCOUD:
UMA REVISÃO SISTEMÁTICA S71
Bartira Souza Melo, Ana Luiza Souza Pedreira,
Willer Gonçalves Dourado Santos,
Carla Baleeiro Rodrigues Silva,
Mittermayer Barreto Santiago
ENTEROPATIA PERDEDORA DE PROTEÍNAS ASSOCIADA
AO LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO (LES):
EXPERIÊNCIA DE UM SERVIÇO TERCIÁRIO S74
Amanda Campos Mozer Sodre, Alisson Aliel Vigano Pugliesi, Flavio
Fernandes Barbosa, Mateus Fornasieri Mokwa,
Manoel Barros Bertolo, Simone Appenzeller,
Lilian Tereza Lavras Costallat
COEXISTÊNCIA DE LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO E
ESPONDILOARTRITE AXIAL: RELATO DE QUATRO CASOS S71
Anna Luísa Marinho de Andrade, João Rodrigues de Araújo Neto,
Karla Valéria Miranda de Campos, Ana Karla Guedes de Melo,
Danielle Christinne Soares Egypto de Brito,
Alessandra Sousa Braz C. Andrade,
Eutília Andrade de Medeiros Freire
GESTAÇÃO EM MULHERES COM LÚPUS ERITEMATOSO
SISTÊMICO: UM ESTUDO OBSERVACIONAL EM 69
GESTAÇÕES DE UM ÚNICO CENTRO
S74
Estephania Pignaton Naseri, Fernanda Garanhani Surita,
Marília Paula Souza dos Santos, Simone Appenzeller,
Lilian Tereza Lavras Costallat
COLANGITE ESCLEROSANTE PRIMÁRIA ASSOCIADA
A LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO S71
Marcelo Alves Ribeiro, Luiza Gonçalves Fraga,
Sâmia Tolentino Ferreira, Nádia Faria Lopes Tavares da Matta,
Soraya Viviane Amaro Nascimento, Alice Guiotti de Alencar,
Jéssica da Silva Conceição, Carla Frechiani Emery,
Gabriela Franco Fabres, Carolina Zorzanelli,
Raquel Altoé Giovelli
COMPARAÇÃO DA TERAPIA DE INDUÇÃO DA
NEFRITE LÚPICA COM CICLOFOSFAMIDA EM
DOSE ALTA VERSUS DOSE BAIXA S72
Verônica Palmiro da Silva e Lima,
Fernanda D'Oliveira Guimarães,
Juliana Miranda de Lucena Valim,
Fernanda Gomes Gonçalves Chaer,
Eduardo Ferreira Borba, Branca Dias Batista de Souza
GOTA EM PACIENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Marina Porangaba, Marcella A. B. Andrade, Andrei Rosas,
Silvana Mendonça, Geraldo R. C. Pinheiro,
Francinne Machado Ribeiro, Elisa M. Neves de Albuquerque,
Evandro Mendes Klumb
S74
HEMORRAGIA ALVEOLAR COMO RARA
MANIFESTAÇÃO INICIAL DE LÚPUS ERITEMATOSO
SISTÊMICO (LES): RELATO DE CASO S75
Thaline Emanuele Sguarezi, Laize Guerreiro de Jesus,
Alex Magno Coelho Horimoto, Isadora Pereira Elias,
Flavia Moreno de Souza Ferreira, Márcio Estevão Midon
HEMORRAGIA SUBARACNOIDE: UMA MANIFESTAÇÃO
INCOMUM NO LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO S75
Vinicius Costa Vieira, Paula Figueiredo Marsillac,
Luisa Maciel Camillo, Thiago Abdala de Araújo,
Débora Rocha de Moura Rodrigues de Aguiar,
Carlos Baptista Figueiredo
CONSULTA FARMACÊUTICA COMO INSTRUMENTO
DE MELHORIA CLÍNICA DE PACIENTE COM LÚPUS
ERITEMATOSO SISTÊMICO: RELATO DE CASO S72
Rosele Ferrante-Silva, Fátima Regina da Silva Gonet,
Matheus Bond Bogossian, Tathiana Fernandes Mattos Bahia Alves,
Carlos Augusto Ferreira de Andrade, Marise Oliveira,
Francinne Machado Ribeiro, Evandro Mendes Klumb
HISTIOCITOSE DE CÉLULAS DE LANGERHANS
MIMETIZANDO ARTRITE IDIOPÁTICA JUVENIL E LÚPUS
ERITEMATOSO SISTÊMICO: RELATO DE CASO S75
Carolina Albanez de Albuquerque da Cunha Andrade,
Mariana Luna, Paula Toche, Claudia Diniz Lopes Marques,
Nara Gualberto Cavalcanti, Andrea Tavares Dantas,
Henrique Ataide Mariz, Angela Luzia Branco Pinto Duarte
DISFUNÇÃO COGNITIVA E QUALIDADE DE VIDA EM
PACIENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Catia Nascimento, Lilian Tereza Lavras Costallat,
Paula T. Fernandes, Simone Appenzeller
IDENTIFICAÇÃO DE POTENCIAIS BIOMARCADORES
DO LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO POR MEIO
DE ABORDAGEM PROTEÔMICA S76
Tamara Aparecida Reis Ferreira, Ana Flávia Madureira Pádua Dias,
Paulo Madureira, Renato V. Consoli, Claudia L. S. Neiva,
Hélida Monteiro Andrade, Maria das Graças Carvalho,
Donat Alexander Chapeaurouge, Ivana Helena Rocha Oliveira,
Bruna Soares Lima, Luiz Carlos Fialho-Junior,
Karine Silvestre Ferreira, Walter Batista Cicarini,
Tânia Mara Pinto Dabés Guimarães,
Vicente Paulo Coelho Peixoto Toledo
S72
DOENÇA DE DEVIC: RELATO DE CASO E
REVISÃO DE LITERATURA S73
Marco Antonio Araújo da Rocha Loures, Felipe Rocha Loures,
Juliana Mauad, Priscilla Versari, Paulo Roberto Donadio
EFEITOS DO GÊNERO NAS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
E IMUNOLÓGICAS E DESFECHO NOS PACIENTES
COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO S73
Pamela Goldstein Felipe, Amanda M. Marques, Camila Lomônaco,
Marilena Mesquita Fernandes, Mauro Goldfarb, Adriana Danowski
ENDOCARDITE DE LIBMAN-SACKS EM VALVA AÓRTICA
COMO MANIFESTAÇÃO INICIAL DE LÚPUS SISTÊMICO
EM PACIENTE MASCULINO: RELATO DE CASO S73
Tamires Verena Ribeiro dos Santos, Flávia Luiza Marin,
Luana Resende Reis, Caio Laguna Reis de Carvalho,
Aline Michelli Viégas Pereira Fernandes,
Henrique Pereira Sampaio, Luiz Eduardo Valente,
Fabio Vicente Leite, Sula Glaucia Lage Drumond Pacheco
INCIDÊNCIA DE FATORES DE RISCO PARA DOENÇA
ARTERIAL CORONARIANA EM MULHERES COM
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO S76
Marcela Paula Santos Penteado, Carolline Santos Aguiar Monção,
Letícia Neves Martins, Rodrigo Citton Padilha Reis,
Cristina Costa Duarte Lanna, Antônio Luiz Pinho Ribeiro,
Rosa Weiss Telles
INFECÇÃO POR HANSENÍASE SISTÊMICA E REATIVAÇAO
DE LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO ESTÁVEL S76
Monica Cuellar Arnez, Luis Alberto Delgado Quiroz,
Ingrid Bandeira Moss, Kelly Rodrigues Silva,
Luiza Silva Machado de Andrade, Renata Frisso Coffler,
Laila Poubel Boechat de Castro, Isis Reis Carvalho,
Victor Berçot da Silva, Blanca Elena Rios Gomes Bica
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
LES E LITÍASE RENAL SECUNDÁRIA A
HIPOCITRATÚRIA: RELATO DE CASO S77
Natália Sarzi Sartori, André Luis Bittencourt Morsch,
Mariele Zardin, Manoela Fantinel Ferreira, Marcus Barg Resmini,
Ricardo Roitman Wolkind, Carla Saldanha, Odirlei André Monticielo
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO (LES) E
APLASIA DE MEDULA ÓSSEA S77
Paula Nogueira Loures, Mariana Kadomoto,
Evelyne Lopes Marcondes Martinelli,
Leticia Maria Kolachinski Brandão, Leandro Diniz e Garcia,
André Marun Lyrio, Cláudia Valéria Pereira Vierhout,
Nádia Schincariol, Paula Guiomar Ubirajara Franzon,
Rubens Bonfiglioli, José Roberto Provenza
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO E MAL
DE POTT: RELATO DE CASO S77
Renata Casseb de Souza, Caio Bosquiero Zanetti,
Camila Nobre Bulhoes, Jobson Lopes de Oliveira,
Luciana Parente Costa Seguro, Lissiane Karine Noronha Guedes,
Eduardo Ferreira Borba Neto, Michelle Remiao Ugolini Lopes,
Rosa Maria Rodrigues Pereira
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO INICIANDO COM
INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA AGUDA S77
Paula Nogueira Loures, Mariana Kadomoto,
Evelyne Lopes Marcondez Martinelli,
Leticia Maria Kolachinski Brandão, Leandro Diniz e Garcia,
Paula Franzon, Lucas Eduardo Pedri, André Marun Lyrio,
Rubens Bonfiglioli, Cláudia Valéria Pereira Vierhout,
José Roberto Provenza
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO: UM ESTUDO
EPIDEMIOLÓGICO E REVISÃO BIBLIOGRÁFICA S78
Felipe Fagundes de Brito, Fernanda Croshes Siqueira,
Eurico Del Fiaco Neto, Izabella Fernandes Viana Montechi,
Silvério Godoy Del Fiaco, Larissa Godoy Del Fiaco,
Amanda Ribeiro Godoy Bezzan
LÚPUS-SÍMILE PÓS-VACINA ANTI-INFLUENZA H1N1 S78
Karine Alessandra da Silva Fortes, Rodrigo Sarmanho Spohr,
Bruna Zuse Valiati, João Carlos Menta Filho, Juliana Wispel,
Cecilia Viola Varella da Costa, Henrique Luiz Staub
MENINGITE CRIPTOCOCÓCICA EM PACIENTE COM
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO S78
Alisson Aliel Vigano Pugliesi, Mateus Mokwa,
Amanda Campos Mozer Sodre, Flavio Fernandes Barbosa,
Fabiano Reis, Tiago Ferreira, Fabiano Reis, Manoel Barros Bertolo,
Lilian Tereza Lavras Costallat, Simone Appenzeller
MICROPARTÍCULAS DE ORIGEM ENDOTELIAL EM
MULHERES NÃO PORTADORAS E PORTADORAS DE LÚPUS
ERITEMATOSO SISTÊMICO SOB TRATAMENTO S79
Walter Batista Cicarini, Karine Silvestre Ferreira,
Renato V. Consoli, Cláudia L. S. Neiva, Paulo M. Pádua,
Ana Flávia Madureira Pádua Dias, Fernanda F. C. Nunes,
Luan C. V. Alves, Tânia Mara Pinto Dabés Guimarães,
Vicente Paulo Coelho Peixoto Toledo, Maria das Graças Carvalho
MIELITE TRANSVERSA EM PACIENTE COM LÚPUS
ERITEMATOSO SISTÊMICO E SÍNDROME DO
ANTICORPO ANTIFOSFOLÍPIDE S79
Patricia Fontes de Santana Ferreira, Blenda Hilíria de Sousa Dias,
Iza Melo Dantas, José Caetano Macieira,
Regina Adalva de Lucena Couto Océa, José Bruno Costa de Jesus,
Ana Carolina Vilhena de Melo, Lina Oliveira de Carvalho,
Mônica Valéria Siqueira Santana de Vechi, Marília Vieira Febrônio
MIELOMA MÚLTIPLO COMO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO: RELATO DE CASO S79
Alvaro Henrique Neto, Barbara Seabra Carneiro,
Carlos Eduardo Kameki Sato, Flavio Falcao Lima de Souza,
Lygia Peloso Reis e Passos, Monica Rossatti Molina,
Raquel Vieira Dias, Thaise Oliveira Quaresma
NECESSIDADE DE HEMODIÁLISE TEMPORÁRIA
NA NEFRITE LÚPICA S80
Verônica de Brito Mello Maia, Luiza Coelho Magalhães,
Marina Porangaba, Diego Magalhães,
Nathalia Roberto Fortins Gonçalves, Elisa M. Neves de Albuquerque,
Francinne Machado Ribeiro, Evandro Mendes Klumb
NEFRITE LÚPICA DIAGNOSTICADA NA
GESTAÇÃO: RELATO DE CASO S80
Luilson Geraldo Coelho Júnior, Flávia Tolentino Marra dos Reis,
Dayane Quintino Vasconcelos, Wesley Lobo Costa Junior,
Ana Carolina Albernaz Barbosa, Leonardo Lucas Pereira Filho,
Estevão Tavares de Figueiredo, Gabrielly Borges Machado,
Luciano Junqueira Guimarães
NEFRITE LÚPICA EM ASSOCIAÇÃO COM
BLASTOSMICOSE: RELATO DE CASO S80
Denison Santos Silva, Rafaela Saldanha Arruda
NEFRITE LÚPICA EM PUÉRPERA: RELATO DE CASO S81
Luilson Geraldo Coelho Júnior, Luilson Geraldo Coelho Júnior,
Flávia Tolentino Marra dos Reis, Dayane Quintino Vasconcelos,
Wesley Lobo Costa Júnior, Ana Carolina Albernaz Barbosa,
Luciano Junqueira Guimarães
NEFRITE LÚPICA ESTÁ ASSOCIADA A MAIORES
NÍVEIS DE ÁCIDO ÚRICO SÉRICO EM PACIENTES
COM FUNÇÃO RENAL NORMAL S81
Ana Luiza Calish, Michelle Remião Ugolini Lopes,
Eduardo Ferreira Borba, Eloisa Bonfá, Ricardo Fuller
NEFRITE LÚPICA REFRATÁRIA: OUTRA
OPÇÃO TERAPÊUTICA S81
Iza Melo Dantas, Regina Adalva de Lucena Couto Océa,
José Caetano Macieira, Patricia Fontes de Santana Ferreira,
Mônica Valéria Siqueira Santana de Vechi,
Blenda Hilíria de Sousa Dias, Lina Oliveira de Carvalho,
Ana Carolina Vilhena de Melo, José Bruno Costa de Jesus,
Marília Vieira Febrônio, Douglas Rafanelle Moura de Santana Motta
NEFROPATIA POR IGA E LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Manoela Fantinel Ferreira, Mariele Zardin,
André Luis Bittencourt Morsch, Marcus Barg Resmini,
Natalia Sarzi Sartori, Ricardo Roitman Wolkind, Vanessa Hax,
Andrese Aline Gasparin, Nicole Pamplona Bueno de Andrade,
Francisco Veríssimo Veronese, Odirlei Andre Monticielo
S81
NEUROMIELITE ÓPTICA ASSOCIADA A LÚPUS
ERITEMATOSO SISTÊMICO S82
Eduardo Souza da Rosa, Alessandra Ferrari, Ana Maria Hoppe,
Maria Lucia Lemos Lopes, Tatiana de Freitas Tourinho,
Marlise de Castro Ribeiro, Felipe Giovani Aubin
NÓDULOS PULMONARES COMO MANIFESTAÇÃO DE
VASCULITE EM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO S82
Max Victor Carioca Freitas, Priscila Dourado Evangelista,
Romano Bezerra Brasileiro, José Sávio Menezes Parente,
Natanny Moreira Araújo, Mylena Pessoa Capistrano,
Bárbara Irma Galdino Alves, Nyvia Maria Barroso Portela,
Gabriela de Andrade Meireles Bezerra, José Gerardo Araújo Paiva,
Deborah Gonçalves, Leonardo Oliveira Cavalcante,
Vanessa Beatriz de Vasconcelos Marques,
Francisco José Fernandes Vieira, Kathia Regina Bezerra de Oliveira,
José Djandir Costa Filho
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O PADRÃO DE IMUNOFLUORESCÊNCIA E O TÍTULO DE
ANTICORPOS ANTINUCLEARES (FAN) SE CORRELACIONAM
COM ATIVIDADE DE DOENÇA EM PACIENTES COM
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO S82
Mônica Simon Prado, Alessandra Dellavance,
Silvia Helena Rodrigues, Luís Eduardo Coelho Andrade
PREVALÊNCIA DE ALTERAÇÕES ECOCARDIOGRÁFICAS EM
PACIENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO S85
Raphael Alex Rosário e Silva, Daniel de Alvarenga Salem Sugui,
Vivian Gomes Vigneron, Wilfrido José Padillha,
Adriana Vaz de Oliveira e Silva, Yedda de Fátima Barcelos Chagas,
Felipe Cesar Freire, João Luiz Pereira Vaz,
Maria Cecília da Fonseca Salgado
OVERLAP NEFRITE LÚPICA E VASCULITE
P-ANCA: RELATO DE CASO S83
Letícia Pastorelli Bonjorno, Mariana Espiga Maioli,
Paulo Fernando de Macedo Santos
PREVALÊNCIA DE ALTERAÇÕES FUNDOSCÓPICAS EM
PACIENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO S86
Alexandre de Carvalho Mendes Paiva, Layla Mariz Arêas,
Daniel de Alvarenga Salem Sugui, Adriana Vaz de Oliveira e Silva,
Wilfrido José Padillha, Vivian Gomes Vigneron,
Yedda de Fátima Barcelos Chagas, João Luiz Pereira Vaz,
Maria Cecília da Fonseca Salgado, Felipe Cesar Freire
PARTO PREMATURO EM MULHERES COM
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO S83
Marcela Ignachitti Lacerda, Bruna C. Rodrigues, Marina Porangaba,
Flavia C. Santos, Guilherme Ramires de Jesus,
Nilson Ramires de Jesus, Roger A. Levy, Francinne Machado Ribeiro,
Elisa M. Neves de Albuquerque, Evandro Mendes Klumb
PERFIL CLÍNICO DOS PACIENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO
SISTÊMICO ATENDIDOS EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA
EM REUMATOLOGIA DE ALAGOAS S83
Camila Soares Bezerra Santos Torres de Melo,
Thiago Sotero Fragoso, Marília Bulhões Calheiros,
Laís Quintiliano Pedroza, Vanessa Miranda Pereira Fausto
PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DE
PACIENTES COM NEFRITE LÚPICA SUBMETIDOS A
PULSOTERAPIA COM CICLOFOSFAMIDA S84
Felipe Peixoto Nobre, Rita Maria Diógenes Marques,
Christiane Aguiar Nobre, Alexandre Augusto Bastos Moura,
Ana Rivia Silva Jovino, Geisa do Vale Moreira,
Ana Cláudia Oliveira Portela, Lorena Cristina de Lima Sabino
PERFIL DE INFECÇÕES EM PACIENTES COM NEFRITE LÚPICA
SUBMETIDOS À PULSOTERAPIA COM CICLOFOSFAMIDA S84
Ana Cláudia Oliveira Portela, Lorena Cristina de Lima Sabino
Felipe Peixoto Nobre, Christiane Aguiar Nobre,
Alexandre Augusto Bastos Moura, Rita Maria Diógenes Marques,
Lorena Cristina de Lima Sabino, Geisa do Vale Moreira
PERFIL SOCIOECONÔMICO DE PACIENTES COM LÚPUS
ERITEMATOSO SISTÊMICO: ESTUDO EM UM CENTRO DE
REFERÊNCIA EM REUMATOLOGIA DE ALAGOAS S84
Marília Bulhões Calheiros, Thiago Sotero Fragoso,
Camila Soares Bezerra Santos Torres de Melo,
Laís Quintiliano Pedroza, Vanessa Miranda Pereira Fausto
PIOMIOSITE EM ESTERNOCLEIDOMASTOIDEO EM UMA
PACIENTE COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO S85
Ana Carolina Vilhena de Melo,
Regina Adalva de Lucena Couto Océa, Iza Melo Dantas,
Patricia Fontes de Santana Ferreira, José Caetano Macieira,
José Bruno Costa de Jesus, Lina Oliveira de Carvalho,
Mônica Valéria Siqueira Santana de Vechi,
Blenda Hilíria de Sousa Dias
PODOCITOPATIA LÚPICA S85
Manoela Fantinel Ferreira, Marcus Barg Resmini,
Ricardo Roitman Wolkind, Mariele Zardin, Natalia Sarzi Sartori,
André Luis Bittencourt Morsch, Francisco Veríssimo Veronese,
Elvino Guardão Barros, Dirceu Reis da Silva,
Gustavo Gomes Thomé, Odirlei André Monticielo
PREVALÊNCIA DE DISFUNÇÃO TIREOIDIANA EM
PORTADORES DE LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO S86
João Calvino S. de Oliveira, Ana Beatriz Pessoa Gaertner,
Hellen Stephane P. Dantas, Camila Amorim Polonio,
Ana Karla Guedes de Melo, Danielle Christinne Soares Egypto de Brito,
Alessandra de Sousa Braz, Eutilia Andrade de Medeiros Freire
PREVALÊNCIA DE DOENÇAS AUTOIMUNES EM
PARENTES DE PACIENTES DIAGNOSTICADOS COM
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO S86
Ana Karolina Gama de Holanda, Melissa Machado Lima,
Stephany Ohana Soares de Azevedo Pinto,
Ana Karla Guedes de Melo,
Danielle Christinne Soares Egypto de Brito,
Alessandra Sousa Braz C. Andrade,
Eutília Andrade de Medeiros Freire
PREVALÊNCIA DE OSTEONECROSE EM PACIENTES
COM DIAGNÓSTICO DE LÚPUS ERITEMATOSO
SISTÊMICO ATENDIDOS NO HOSPITAL GERAL
DE GOIÂNIA ALBERTO RASSI S86
Juliana Amaral Rebouças Moreira, Camila Zubeidi Teixeira,
Nicolle Diniz Linhares, Vanessa de Oliveira Magalhães,
Claudia Maria Rassi, Antônio Carlos Ximenes, Marcelo Pimenta,
Fábia Mara Gonçalves Prates de Oliveira, Eleusa Fleury Taveira
PREVALÊNCIA DE TIREOIDITE DE HASHIMOTTO
EM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO S87
Rayana Posselt, Vinicius Coelho, Mariana Picolli, Alessandro Tonial,
Thiago A. F. G. dos Santos, Thelma Larocca Skare
PREVALÊNCIA DE VERRUGAS CUTÂNEAS EM
PACIENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO:
UMA REVISÃO SISTEMÁTICA S87
Bartira Souza Melo, Willer Gonçalves Dourado Santos,
Ana Luiza Souza Pedreira, Luísa Moreira Silva,
Mittermayer Barreto Santiago
PRÓTESE DE SILICONE E CITOMEGALOVIROSE NA REATIVAÇÃO
DE LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO: RELATO DE CASO S87
Juliana da Silva Bemfeito de Moraes, Marina Porangaba,
Guilherme Lins Meira Quintão, Fernanda Seragioli,
Andrey Tonetto Barbosa, Raissa Barbosa de Souza,
Paulo Guilherme de Oliveira Barbalho Junior,
Lays Fernandes Mesquita, Lidia Valente Dima,
Camila de Lima Tostes, Thomas Carvalho da Silva,
Rina Dalva Neubarth Giorgi, Wiliam Habib Chahade,
Nafice Costa Araújo
PSEUDO-OBSTRUÇÃO INTESTINAL CRÔNICA EM PACIENTES
COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO S88
Marina Porangaba, Luiza Coelho Magalhães, Paul Lynne A. Oliveira,
Gustavo Balbi, Diego Magalhães, Verônica Mello Maia,
Elisa M. Neves de Albuquerque, Evandro Mendes Klumb
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PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA TROMBÓTICA
COMO MANIFESTAÇÃO INICIAL DO LÚPUS
ERITEMATOSO SISTÊMICO S88
Alisson Aliel Vigano Pugliesi, Mateus Fornasieri Mokwa,
Amanda Campos Mozer Sodre, Flavio Fernandes Barbosa,
Manoel Barros Bertolo, Simone Appenzeller,
Lilian Tereza Lavras Costallat
SÍNDROME DA ATIVAÇÃO MACROFÁGICA
COMO MANIFESTAÇÃO PRECOCE E FATAL DO
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO S91
Flavio Fernandes Barbosa, Alisson Aliel Vigano Pugliesi,
Amanda Campos Mozer Sodre, Mateus Fornasieri Mokwa,
Manoel Barros Bertolo, Lilian Tereza Lavras Costallat,
Simone Appenzeller
QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE DOS
PACIENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO:
UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA S88
Jessica Baldissara Salgado, Odirlei Andre Monticielo,
Flavia R. M. Lamarão, Luciana Tarbes M. Saturnino
SÍNDROME DE ATIVAÇÃO MACROFÁGICA NO
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO S91
Tathiana Fernandes Mattos Bahia Alves, Carolina Arribada Rebello,
Gustavo Guimarães Moreira Balbi,
Marcella Azevedo Borges Andrade, Ana Beatriz Santos Bacchiega,
Elisa M. Neves de Albuquerque, Francinne Machado Ribeiro
RARA ASSOCIAÇÃO ENTRE LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO E
COLANGITE ESCLEROSANTE PRIMÁRIA: RELATO DE CASO S88
Laize Guerreiro de Jesus, Isadora Elias Pereira,
Alex Magno Coelho Horimoto, Alexandre Bassaneze Bernardo,
Thaline Emanuele Sguarezi, Luciana Araújo Bento,
Jhonathan Bueno Santos
RECÉM-NATOS PEQUENOS PARA IDADE GESTACIONAL EM
MULHERES COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO S89
Bruna C. Rodrigues, Marcela Ignachitti Lacerda, Flavia C. Santos,
Gustavo M. Rodrigues, Marina Porangaba,
Guilherme Ramires de Jesus, Nilson Ramires de Jesus, Roger A. Levy,
Francinne Machado Ribeiro, Evandro Mendes Klumb
RECURRENCE IN AUTOIMMUNE DISEASES IN CHILDHOOD AND
ADULTHOOD SYSTEMIC LUPUS ERYTHEMATOSUS S89
Nailú Angélica Sinicato, Luciana de Oliveira, Aline Tamires Lapa,
Lilian Tereza Lavras Costallat, Roberto Marini, Timothy B. Niewold,
Simone Appenzeller
REGRESSÃO DE FATORES DE RISCO PARA DOENÇA
ARTERIAL CORONARIANA EM MULHERES COM
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO S89
Carolline Santos Aguiar Monção, Marcela Paula Santos Penteado,
Cristina Costa Duarte Lanna, Antônio Luiz Pinho Ribeiro,
Rosa Weiss Telles
RELATO DE CASO DE PACIENTE COM LÚPUS
ERITEMATOSO SISTÊMICO (LES) ACOMETIDO
POR FASCEÍTE NECROTIZANTE (FN) S90
Ana Carolina Stefenoni Ribeiro, João Gabriel Lima Dantas,
Sérgio Pedroso Junior
RETINOGRAFIA E EXAME COM TELA DE AMSLER NÃO
SÃO ADEQUADOS PARA DETECÇÃO DE RETINOPATIA
POR ANTIMALÁRICO EM PACIENTES COM LES S90
Felipe Sebastião de Assis Reis, Clara Corrêa Fernandes,
Lícia Bertanha de Lima, Edgard Torres dos Reis Neto,
Paulo Henrique de Ávila Morales, Emilia Inoue Sato
RUPTURA DO MECANISMO EXTENSOR DO JOELHO
EM PACIENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO
SISTÊMICO E ARTROPATIA DE JACCOUD S90
Giovanne Vilardo, Fabrício Bolpato, Daniel Pereira, Daniel Meirelles,
Diego Magalhães, Blanca Elena Rios Gomes Bica,
Verônica de Brito Mello Maia, Elisa M. Neves de Albuquerque,
Evandro Mendes Klumb
SÍNDROME DE ATIVAÇÃO MACROFÁGICA:
MANIFESTAÇÃO INICIAL RARA NO LÚPUS
ERITEMATOSO SISTÊMICO JUVENIL S91
Caio Bosquiero Zanetti, Camila Nobre Bulhoes,
Jobson Lopes de Oliveira, Renata Casseb de Souza,
Eduardo Ferreira Borba Neto, Rosa Maria Rodrigues Pereira
SÍNDROME DE ENCEFALOPATIA POSTERIOR
REVERSÍVEL (PRES) EM PACIENTE COM lúpus
ERITEMATOSO SISTÊMICO (LES) S92
Alvaro Henrique Neto, Barbara Seabra Carneiro,
Carlos Eduardo Kameki Sato, Flavio Falcao Lima de Souza,
Lygia Peloso Reis e Passos, Monica Rossatti Molina,
Raquel Vieira Dias, Thaise Oliveira Quaresma
SÍNDROME DE ROWELL: RELATO DE CASO S92
Alvaro Henrique Neto, Barbara Seabra Carneiro,
Carlos Eduardo Kameki Sato, Flavio Falcao Lima de Souza,
Lygia Peloso Reis e Passos, Monica Rossatti Molina,
Raquel Vieira Dias, Rodrigo de Oliveira, Thaise Oliveira Quaresma
TEMPO MÉDIO DE DIAGNÓSTICO EM RELAÇÃO À RENDA
FAMILIAR MENSAL MÉDIA DE PACIENTES PORTADORES
DE LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO S92
Ana Karolina Gama de Holanda, Melissa Machado Lima,
Stephany Ohana Soares de Azevedo Pinto,
Ana Karla Guedes de Melo,
Danielle Christinne Soares Egypto de Brito,
Alessandra Sousa Braz C. Andrade,
Eutília Andrade de Medeiros Freire
TROMBOCITOPENIA REFRATÁRIA EM PACIENTE
LÚPICO SECUNDÁRIA A MIELODISPLASIA:
RELATO DE CASO S92
Camila Zubeidi Teixeira, Juliana Amaral Rebouças Moreira,
Nicolle Diniz Linhares, Antônio Carlos Ximenes,
Eleusa Fleury Taveira, Fabia Mara Gonçalves Prates de Oliveira,
Claudia Maria Rassi, Marcelo Pimenta
TROMBOSE E SUAS ASSOCIAÇÕES EM LÚPUS
ERITEMATOSO SISTÊMICO SEM SÍNDROME DO
ANTICORPO ANTIFOSFOLÍPIDE S93
Damaris Ott, Thelma Larocca Skare
TROMBOSE VENOSA CEREBRAL NO SEIO
TRANSVERSO E SIGMOIDE EM PACIENTE COM
lúpus ERITEMATOSO SISTÊMICO S93
Pedro Alves Feitoza Neto, Jonathan Weslley Pinto Soares,
Roberta Rodrigues de Lima, Pamella Fonseca Barbosa,
Gabriela Fragoso de Oliveira, Roberta Vilela Lopes Koyama,
Gilberto Toshimitsu Yoshikawa
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
TUBERCULOSE EXTRAPULMONAR ATÍPICA EM PACIENTES
COM lúpus ERITEMATOSO SISTÊMICO S93
Iza Melo Dantas, Regina Adalva de Lucena Couto Océa,
Patricia Fontes de Santana Ferreira, José Caetano Macieira,
José Bruno Costa de Jesus, Ana Carolina Vilhena de Melo,
Mônica Valéria Siqueira Santana de Vechi,
Blenda Hilíria de Sousa Dias, Lina Oliveira de Carvalho
USO DO CA-125 PARA DIAGNÓSTICO E
SEGUIMENTO DE ASCITE LÚPICA S94
Thasciane Duarte Meda Mason, Renata Dotto de Rosis,
Eduardo Candido Ferreira, Ana paula Antunes,
Marcos Renato de Assis
VASCULITE MESENTÉRICA LÚPICA:
RELATO DE CASO S94
Hugo Delon de Lima, Marcia Almendra Freitas Rolim,
Renan Mesel Correia, Aline Ranzolin, Fernando Viana Gurgel,
João Lucas Nunes de Barros, Bruna Pinheiro de Luca,
Laurindo Ferreira da Rocha Junior
Área Temática: Osteoartrite
AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL DOS
PACIENTES IDOSOS COM OSTEOARTRITE DE JOELHO
E QUADRIL SEGUNDO O QUESTIONÁRIO WESTERN
ONTARIO AND MCAMASTER UNIVERSITIES
OSTEOARTTHRITIS INDEX (WOMAC) S94
Iasmin Cavalcante Machado, Pollyana Clara Gomes Silva,
Karla Valéria Miranda de Campos, Ana Karla Guedes de Melo,
Danielle Christinne Soares Egypto de Brito,
Alessandra Sousa Braz C. Andrade,
Eutília Andrade de Medeiros Freire
AVALIAÇÃO DO PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO
DOS IDOSOS COM OSTEOARTRITE ATENDIDOS NO
AMBULATÓRIO DE REUMATOLOGIA DO HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO LAURO WANDERLEY S95
Pollyana Clara Gomes Silva, Iasmin Cavalcante Machado,
Karla Valéria Miranda de Campos, Ana Karla Guedes de Melo,
Danielle Christinne Soares Egypto de Brito, Esther Bastos Palitot,
Alessandra Sousa Braz C. Andrade,
Eutília Andrade de Medeiros Freire
EVIDÊNCIAS DA DOENÇA REUMATOLÓGICA NAS MÃOS
DO ARTISTA MICHELANGELO BUONARROTI S95
Monique Almeida Vaz, Natália Pierdoná,
Fernanda Caroline Moura Garcez, Mariana de Oliveira Lobo,
Armando José China Bezerra, Lucy Gomes
INTERNAÇÕES POR OSTEOARTRITE EM
2015 NO NORTE DO BRASIL S95
Nayara Mota Carvalho, Luna Varela do Carmo
OSTEOARTRITE SECUNDÁRIA À OCRONOSE S96
Max Victor Carioca Freitas, Priscila Dourado Evangelista,
Romano Bezerra Brasileiro, Natanny Moreira Araújo,
Mylena Pessoa Capistrano, Aline Araújo Menezes Moreira,
Pedro Rubens Araújo Carvalho, Amanda Ricarte Bezerra,
José Sávio Menezes Parente, Herivaldo Ferreira da Silva,
José Gerardo Araújo Paiva, Vanessa Beatriz de Vasconcelos Marques,
Francisco José Fernandes Vieira, Kathia Regina Bezerra de Oliveira,
José Djandir Costa Filho, Ana Paula Ximenes Alves,
Igor Santos Costa, Deborah Gonçalves,
Leonardo Oliveira Cavalcante
Área Temática: Outras
ADENOCARCINOMA METASTÁTICO DE MANDÍBULA
ASSOCIADO À CÂNCER DE MAMA EM PACIENTE
COM ARTRITE REUMATOIDE S96
Karen da Silva Souza, Dayana de Azevedo Batista Gomes,
José Dias de Castro Araújo, Morgana Ohira Gazzeta,
Breno Valdetaro Bianchi, Dante Valdetaro Bianchi,
Washington Bianchi, Rodrigo Poubel V. Rezende, Fernanda Elias
AMILOIDOSE PRIMÁRIA COMO CAUSA DE INSUFICIÊNCIA
CARDÍACA COM FRAÇÃO DE EJEÇÃO PRESERVADA S96
Felipe Peixoto Nobre, Adan Hilley Vidal da Silva,
Ana Rivia Silva Jovino, Ana Larisse Veras Bezerra,
Eveline Taís Araújo Costa, Vicente Lopes Monte Neto
APRESENTAÇÃO DO AMBULATÓRIO DE PULSOTERAPIA
DE UM SERVIÇO HOSPITALAR DE
BELO HORIZONTE-MG S97
Marina Lindstron Wittica Cerqueira,
Ludymila Sátyra Xavier de Araújo Assis, Luiz Severiano Ribeiro,
Rejane Pinheiro Damasceno, Christiane Cota Vieira,
Ana Maria São Thiago Santiago Bez, Lucas Leonardo de Castro Borges
ASSOCIAÇÃO INUSITADA DE POLICONDRITE
RECIDIVANTE COM DOENÇA DE KIKUCHI E DESORDENS
AUTOIMUNES ÓRGÃO-ESPECÍFICAS S97
Camila de Lima Tostes, Lays Fernandes Mesquita,
Lidia Valente Dima, Thomas Carvalho da Silva,
Juliana da Silva Bemfeito de Moraes, Andrey Tonetto Barbosa,
Guilherme Lins Meira Quintão, Fernanda Seragioli,
Raissa Barbosa de Souza, Paulo Guilherme de Oliveira Barbalho,
Rina Dalva Neubarth Giorgi, Wiliam Habib Chahade, Nafice Costa
Araujo
CARACTERIZAÇÃO DA DOR EM MODELO DE LESÃO
PÓS-TRAUMÁTICA DO MANGUITO ROTADOR
EM CAMUNDONGOS S97
Christine Maria Muniz Silva, Rodolfo de Melo Nunes,
Ana Carolina Matias Dinelly Pinto, Virgínia Cláudia Carneiro Girão,
Anelise Maria Costa de Vasconcelos Alves,
Francisco Airton Castro Rocha
CHIK-BRASIL – COORTE BRASILEIRA DE FEBRE
CHIKUNGUNYA COM MANIFESTAÇÕES ARTICULARES:
METODOLOGIA E RESULTADOS PRELIMINARES S98
Claudia Diniz Lopes Marques, Nara Gualberto Cavalcanti,
Aline Ranzolin, Mariana Luna, Paula Toche, Carolina Albanez de
Albuquerque da Cunha Andrade, Andrea Tavares Dantas, Laurindo
Ferreira da Rocha Junior, Lilian David Azevedo Valadares,
Ana Karla Guedes de Melo, Pablo Gualberto Cardoso,
Kamilla de Melo Vilar, Michelly Cristiny Pereira,
Moacyr Jesus Barreto de Melo Rêgo, Maira Galdino da Rocha Piita,
Angela Luzia Branco Pinto Duarte
CHIKUNGUNYA E VASCULITE: UMA RARA COMPLICAÇÃO? S98
Lilian David de Azevedo Valadares, Regina Coeli Maciel,
Aline Ranzolin, Caroline Araújo Magnata da Fonte,
Carlos Alexandre Antunes de Brito, Laurindo Ferreira da Rocha
Junior, Ilzen Cibele Bezerra de Farias, Morais I.C.B,
Nathalia Silva de Morais
DE MÁRIO A NAVA: O FRACASSO DA LINGUAGEM NA DOR S98
Sandra Maximiano de Oliveira, Leopoldo Luiz dos Santos Neto
DECISÃO COMPARTILHADA SOBRE A CONTINUIDADE DO
USO DE BIOLÓGICOS APÓS DESCOBERTA DE GESTAÇÃO
EM PACIENTES COM DOENÇAS REUMÁTICAS S99
Luciana Martins Trajano de Arruda,
Hellen Mary da Silveira de Carvalho,
Fernanda Breder Oliveira Nadaf, Fernanda Godinho de Amorim,
Maíra Rocha Machado de Carvalho, Vinicius Vidal de Menezes
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
DISFUNÇÃO DO MEMBRO SUPERIOR EM PACIENTES
SUBMETIDAS A TRATAMENTO PARA CÂNCER DE MAMA S99
Thelma Larocca Skare, Joseph Jakobi, Pedro Gianello Labatut,
Jean Francisco
DOENÇA DE STILL DO ADULTO REFRATÁRIA
COM RESPOSTA AO ETANERCEPTE S99
Erick Cavalcanti Cossa, Fernanda Maria Borghi,
Felipe D. dos Santos, Bruna Burko Rocha Chu, Marcel Morsch,
Bruna Mayer, Bruno Queiroz Zardo, Marcelo Enokawa,
João Pedro Pereira da Cunha, Laura Giovanella, Eduardo S. Paiva,
Andreas Funke, Luiz Claudio da Silva
DOENÇA RELACIONADA A IGG4 CORTICODEPENDENTE:
EFICÁCIA DE ANTI-CD20 S99
Debora Cordeiro do Rosário, Nicole Haddad,
Júlio Cesar Bertacini de Moraes, Leandro Lara do Prado,
Mauricio Levy-Neto
DOENÇA REUMÁTICA CARDÍACA S100
Fernanda Croshes Siqueira, Felipe Fagundes de Brito,
Eurico Del Fiaco Neto, Izabella Fernandes Viana Montechi,
Silvério Godoy Del Fiaco, Larissa Godoy Del Fiaco,
Amanda Ribeiro Godoy Bezzan
DOR MUSCULOESQUELÉTICA EM BAILARINOS S100
Thelma Larocca Skare, Maria Angélica K. Diogo, Gabriel G. O. Ribas,
Claudine J. C. C. Burkiewicz, Thiago A. F. G. dos Santos
ECTRODACTILIA: RELATO DE CASO S100
Felícia Maria Costa Neves da Rocha,
Maria da Glória Costa Reis Monteiro de Barros,
Deivid Souza Sutti Lopes, Lívia de Paiva Vardiero,
Priscilla Damião Araújo de Lima
INFUSÃO DE INFLIXIMABE EM UMA HORA: PERFIL DE
SEGURANÇA E TOLERABILIDADE EM HOSPITAL PÚBLICO DE
REFERÊNCIA EM REUMATOLOGIA DO DISTRITO FEDERAL S102
Maíra Rocha Machado de Carvalho,
Hellen Mary da Silveira de Carvalho,
Fernanda Breder Oliveira Nadaf, Fernanda Godinho de Amorim,
Luciana Martins Trajano de Arruda, Vinicius Vidal de Menezes
LINFO-HISTIOCITOSE HEMOFAGOCÍTICA (LHH)
ADQUIRIDA SECUNDÁRIA À INFECÇÃO POR
EPSTEIN-BARR VÍRUS (EBV) EM PACIENTE
COM DOENÇA DE BEHÇET S102
Alvaro Henrique Neto, Barbara Seabra Carneiro,
Carlos Eduardo Kameki Sato, Flavio Falcao Lima de Souza,
Lygia Peloso Reis e Passos, Monica Rossatti Molina,
Raquel Vieira Dias, Thaise Oliveira Quaresma
LIPOMA ARBORESCENTE: UMA CAUSA DE
SINOVITE CRÔNICA? S103
Carolina Souza Jorge, Bernardo Ferreira de Paula Ricardo,
Wilson Campos Tavares Júnior, Fabiana de Miranda Moura dos Santos,
Cristina Costa Duarte Lanna
MANIFESTAÇÃO ARTICULAR COMO APRESENTAÇÃO
INICIAL DE LINFOMA – A IMPORTÂNCIA DO
PERCURSO PROPEDÊUTICO DE INVESTIGAÇÃO
DIAGNÓSTICA PARA O REUMATOLOGISTA S103
João Carlos Geber Júnior, Roberto Heber Lopes de Carvalho,
Halisson Rodrigues de Andrade, Jorge Henrique Carlos Aires,
Anyelle Amaro de Sousa, Viviane Cristina Uliana Peterle
MANIFESTAÇÃO OCULAR POR IgG4: RELATO DE CASO
Filipe Didier Maciel, Alexandre Augusto Ferreira Santos,
Leandro Augusto Araujo Barros
S103
ERITEMA MULTIFORME INDUZIDO POR
HIDROXICLOROQUINA S101
André Luis Bittencourt Morsch, Natália Sarzi Sartori,
Mariele Zardin, Marcus Barg Resmini,
Manoela Fantinel Ferreira, Ricardo Roitman Wolkind,
Andrese Aline Gasparin, Nicole Pamplona Bueno de Andrade,
Damiê De Vill, Charles Lubianca Kohem
MONOARTRITE CRÔNICA SECUNDÁRIA À
OSTEONECROSE EM ANEMIA FALCIFORME S104
Cecilia Viola Varella da Costa, Karine Alessandra da Silva Fortes,
Rodrigo Sarmanho Spohr, Bruna Zuse Valiati,
João Carlos Menta Filho, Juliana Wispel,
Mauro Waldemar Keiserman
FRATURA DE ESTERNO SIMULANDO COSTOCONDRITE S101
Edson Pedroza dos Santos Junior, Rafaela Alen Costa Freire,
Daniela Maria Edilma Japiassu Custodio, Fernando Sergio Lira Neto,
Paulo Geovanny Pedreira, Danilo Garcia Ruiz,
Daniela Alvim Franco Vieira, Hugo de Carlos Maciel Rossoni,
Jacyanne Bessa Von Schwaner
O USO DO RITUXIMABE NA SOBREPOSIÇÃO
ARTRITE REUMATOIDE E POLIMIOSITE S104
Evelyne Lopes Marcondes Martinelli, André Marun Lyrio,
Cláudia Valéria Pereira Vierhout, José Alexandre Mendonça,
Mariana Kadomoto, Paula Nogueira Loures,
Leticia Maria Kolachinski Brandão, Leandro Diniz e Garcia,
Nadia Regina Bossolan Schincariol, José Roberto Provenza
GRANULOMATOSE SARCOIDE NECROTIZANTE: UM
DESAFIO DIAGNÓSTICO COMPLICADO COM TEP S101
Bartira Souza Melo, Ana Luiza Souza Pedreira,
Mittermayer Barreto Santiago, João Carlos Coelho Filho
HIPERMOBILIDADE ARTICULAR E ANSIEDADE – REVISÃO DA
LITERATURA E APRESENTAÇÃO DE CASO CLÍNICO S102
Elizandra Tomazela L. Polito, Leticia Resende Brandao
INFARTO DE MEDULA ESPINHAL EM
CRIANÇA: RELATO DE CASO S102
Ana Beatriz Pedrini Finardi, Paola Galassi Defendi,
Ana Luiza Mendes Amorim, Roberto Acayaba de Toledo,
Nathália Rodrigues Germano
OVERLAP ESPONDILITE ANQUILOSANTE E GRANULOMATOSE
DE WEGENER: RELATO DE CASO S104
Ludimila de Assis Moreira, Glaydson Jeronimo da Silva,
Paulo Henrique Tavares Nava, Mayana de Pina Lobo,
Letícia Caetano Adorno, Luciany Victor de Andrade,
Mariana Vieira de Oliveira, Tainara Aires Rodrigues,
Lívia Barros de Andrade
PROTEINÚRIA NEFRÓTICA DURANTE TRATAMENTO COM
ANTI-TNF-a PARA ARTRITE PSORIÁSICA S105
Pamella Fonseca Barbosa, Pedro Alves Feitoza Neto,
Roberta Rodrigues de Lima, Gabriela Fragoso de Oliveira,
Jonathan Weslley Pinto Soares, Roberta Vilela Lopes Koyama,
Gilberto Toshimitsu Yoshikawa
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
PSORÍASE COMO REAÇÃO PARADOXAL EM PACIENTES
COM DOENÇAS REUMATOLÓGICAS NA VIGÊNCIA
DE TRATAMENTO COM ANTI-TNF: EXPERIÊNCIA DO
CEDMAC (CENTRO DE DISPENSAÇÃO DE MEDICAÇÃO
DE ALTO CUTSO), NO HOSPITAL DE CLÍNICAS DA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS S105
Marilia Paula Souza dos Santos, Estephania Pignaton Naseri,
Manoel Barros Bertolo
PSORÍASE-LIKE COMO EFEITO PARADOXAL
AO USO DE ANTI-TNFa S105
Ana Luiza Mapurunga Gonçalves, Rennan Teixeira de Araujo,
Thais Silva Bernardino, Paulo Romeu Holanda,
Luiz Mário Aquino da Costa, Rachel Bezerra Carvalho,
Adriana de Holanda Mafaldo Diógenes
PTIRÍASE RUBRA PILAR ASSOCIADA À OLIGOARTRITE
ASSIMÉTRICA: RELATO DE CASO S106
Marcelo Seiki Enokawa, Erick Cavalcanti Cossa,
Felipe Dunin dos Santos, Marcel Morsch,
Fernanda Maria Borghi, Bruna Burko Rocha Chu,
Bruno Queiroz Zardo, João Pedro Pereira da Cunha,
Eduardo S. Paiva,
Laura Giovanella
QUESTIONÁRIO SOBRE A OPINIÃO E ADERÊNCIA
DOS PACIENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO
E ARTRITE REUMATOIDE AO FOSFATO DE
CLOROQUINA E HIDROXICLOROQUINA S106
Sueli Carneiro, Renata Tavares Cabral, Evandro Mendes Klumb
SÍNDROME DA FASCIÍTE PALMAR E POLIARTRITE EM
PACIENTE COM NEOPLASIA DE RETO AVANÇADA S108
Fernanda Maria Borghi, Felipe Dunin dos Santos,
Bruna Burko Rocha Chu, Marcel Morsch, Erick Cavalcanti Cossa,
Bruno Queiroz Zardo, João Pedro Pereira da Cunha,
Marcelo Enokawa, Laura Giovanella, Luisa Boeing Esmeraldino,
Eduardo S. Paiva
SÍNDROME DE KLIPPEL–FEIL: RELATO DE CASO
Luciano Barbosa de Andrade
S108
SÍNDROME DE STEVENS-JOHNSON ASSOCIADA
AO USO DE DESONUMABE S108
Déborah Batista de Sant’Anna, Ana Luiza Mapurunga Gonçalves,
Ilzane Maria de Oliveira Morais, Luiza Barros Rocha,
Luiz Mário Aquino da Costa, Adriana de Holanda Mafaldo Diógenes
SÍNDROME DE TOLOSA–HUNT SIMULANDO
ARTERITE TEMPORAL S109
Adrian Nogueira Bueno, Jéssica de Paula Silveira,
Helen Gonçalves Reis, Gustavo Lage de Paiva,
Marilia Marques da Silveira, Amanda Basilio Silva,
Thiago Barbosa Santos, Jessica Brandani da Costa Santos,
Clara Monteiro Reis
SÍNDROME SAPHO COMO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
PARA ARTRITE PSORIÁSICA S109
Paula Nogueira Loures, Mariana Kadomoto,
Evelyne Lopes Marcondes Martinelli,
Leticia Maria Kolachinski Brandão, Leandro Diniz e Garcia,
André Marun Lyrio, Lucas Eduardo Pedri, Rubens Bonfiglioli,
Cláudia Valéria Pereira Vierhout, José Roberto Provenza
REAÇÕES INFUSIONAIS A ANTICORPO MONOCLONAL
ANTI-CD20 NO TRATAMENTO DE DOENÇAS
REUMATOLÓGICAS: EXPERIÊNCIA DE 285 PROCEDIMENTOS
DE UM ÚNICO CENTRO DE INFUSÃO NÃO ONCOLÓGICO,
CENTRO DE DISPENSAÇÃO DE MEDICAÇÃO DE ALTO CUSTO
(CEDMAC) DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE
MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO S106
Marilia Paula Souza dos Santos, Estephania Pignaton Naseri,
Manoel Barros Bertolo
TROMBOCITOPENIA PÓS-IMUNIZAÇÃO CONTRA H1N1:
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE SÍNDROME ASIA S109
Levi Bezerra Sena, Igor Gabriel Nogueira de Andrade,
Dayana Carla de Oliveira
REUMATISMO PALINDRÔMICO: RELATO DE CASO S107
Simão Pedro Araújo de Medeiros, Ítalo Emmanuel Lima Ferreira,
Danielly Dantas Pimentel, Maria Eduarda de Melo Pires Ferreira,
Marcus Ivanovith Fernandes,
Evânia Claudino Queiroga de Figueiredo
USO DE TOCILIZUMABE COMO TRATAMENTO
DE POLICONDRITE RECIDIVANTE REFRATÁRIA A
CORTICOTERAPIA: RELATO DE CASO S110
Andrey Tonetto Barbosa, Lays Fernandes Mesquita,
Claudio Alves de Albuquerque, Wiliam Habib Chahade,
Juliana da Silva Bemfeito de Moraes, Guilherme Lins Meira Quintão,
Thomas Carvalho da Silva, Camila de Lima Tostes,
Lidia Valente Dima, Fernanda Seragioli, Raissa Barbosa de Souza,
Paulo Guilherme de Oliveira Barbalho Junior, Rina Dalva Neubarth
Giorgi, Renata Ferreira Rosa
RITUXIMABE PARA TRATAMENTO DE
RHUPUS: RELATO DE CASO S107
Jonathan Weslley Pinto Soares, Fragoso de Oliveira,
Pamella Fonseca Barbosa, Pedro Alves Feitoza Neto,
Roberta Rodrigues de Lima, Roberta Vilela Lopes Koyama,
Gilberto Toshimitsu Yoshikawa
SARCOIDOSE COM ENVOLVIMENTO
MUSCULAR: RELATO DE CASO S107
Alvaro Henrique Neto, Barbara Seabra Carneiro,
Carlos Eduardo Kameki Sato, Flavio Falcao Lima de Souza,
Lygia Peloso Reis e Passos, Monica Rossatti Molina,
Raquel Vieira Dias, Thaise Oliveira Quaresma
SARCOIDOSE PULMONAR INDUZIDA PELA TERAPIA
ANTI-TNF: UM EFEITO PARADOXAL S107
Alisson Aliel Vigano Pugliesi, Camila Matsunaga de Angelis,
Rachel Zerbini Mariano, Mateus Fornasieri Mokwa,
Amanda Campos Mozer Sodre, Flavio Fernandes Barbosa,
Manoel Barros Bertolo, Michel Alexandre Yazbek
TUMOR ORBITAL E DOENÇA POR IGG4: RELATO DE CASO
Tatiana de Souza Pina Lobo, Ursula Soares Barbosa,
Vitalina de Souza Barbosa, Henrique Moura de Paula,
Nilzio Antônio da Silva, Jozelia Rêgo
VASCULITE POR IGA: DESAFIO DIAGNÓSTICO
Felícia Maria Costa Neves da Rocha,
Maria da Glória Costa Reis Monteiro de Barros,
Deivid Souza Sutti Lopes, Lívia de Paiva Vardiero,
Priscilla Damião Araújo de Lima
S110
S110
Área Temática: Outras doenças do tecido
conjuntivo
ACHADO FAMILIAR DE HIPOPLASIA
UNGUEAL E PATELAR: RELATO DE CASO DE
ONICOSTEODISPLASIA HEREDITÁRIA S110
Carlos Eduardo Alves Garcia, Matheus de Oliveira Andrade,
Matheus Meira Velloso Santos, Samara Oliveira Dias,
Neysa Aparecida Tinoco Regattieri, Paulo Sérgio Mendelovitz,
Juliana Forte Mazzeu de Araújo, Rosenelle Oliveira Araújo Benício
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
ALTA PREVALÊNCIA DE SÍNDROME METABÓLICA EM
PACIENTES ADULTAS JOVENS COM DERMATOMIOSITE S111
Marilda Guimarães Silva, Eduardo Ferreira Borba,
Suzana Beatriz Veríssimo de Melo, Samuel Katsuyuki Shinjo
ANÁLISE DE PACIENTES COM MIOPATIAS
INFLAMATÓRIAS AUTOIMUNES ACOMPANHADOS NO
AMBULATÓRIO DE REUMATOLOGIA DO HOSPITAL
FEDERAL DOS SERVIDORES DO ESTADO (RJ) S111
Leonardo Domingues Romeiro, Adib Reboredo Jeovani,
Izabelle da Silva Mauri, Lais Cantini de Costa Mattos,
Lívia Saburi Costa, Luiza Berthoux Pinheiro dos Santos,
Maria Eduarda Bello Cosendey Ribeiro, Matheus Beraldi Azevedo,
Miguel Horwacz, Rodrigo Rocha Rodrigues, Thaís Cavalcanti,
Vitor Giacomin Devens
ASSOCIAÇÃO DE PANICULITE À
DERMATOMIOSITE E À C-ANCA + S111
Rennan Teixeira de Araujo, Beatriz Ribeiro Montenegro,
Carlos Einardy Teixeira Lima, Paulo Romeu Holanda,
Adriana de Holanda Mafaldo Diógenes
CALCINOSE CUTÂNEA EM UMA PACIENTE
ADULTA COM POLIMIOSITE S112
José Bruno Costa de Jesus, Iza Melo Dantas,
Patricia Fontes de Santana Ferreira, Blenda Hilíria de Sousa Dias,
Ana Carolina Vilhena de Melo, José Caetano Macieira,
Regina Adalva de Lucena Couto Océa,
Mônica Valéria Siqueira Santana de Vechi,
Lina Oliveira de Carvalho
CALCINOSE NA DERMATOMIOSITE DO ADULTO S112
Ana Carolina Vilhena de Melo, José Caetano Macieira,
Regina Adalva de Lucena Couto Océa, Iza Melo Dantas,
José Bruno Costa de Jesus,
Mônica Valéria Siqueira Santana de Vechi,
Patricia Fontes de Santana Ferreira, Blenda Hilíria de Sousa Dias,
Lina Oliveira de Carvalho
CALCINOSE UNIVERSALIS EM PACIENTE COM
DERMATOMIOSITE: RELATO DE UM CASO S112
João Rodrigues de Araújo Neto, Daniele Kelle Lopes de Araújo,
Ana Karla Guedes de Melo,
Danielle Christinne Soares Egypto de Brito,
Alessandra Sousa Braz C. Andrade,
Eutília Andrade de Medeiros Freire
DERMATITE INTERSTICIAL GRANULOMATOSA COM
ARTRITE – RELATO DE CASO DE TRATAMENTO DE
UMA PACIENTE COM ADALIMUMABE S113
Erick Cavalcanti Cossa, Fernanda Maria Borghi, Felipe D. dos Santos,
Bruna Burko Rocha Chu, Marcel Morsch, Bruna Mayer, Bruno
Queiroz Zardo, Marcelo Enokawa, João Pedro Pereira da Cunha,
Laura Giovanella, Andreas Funke, Acir Rachid Filho, Luiz S. Freitas,
Eduardo S. Paiva
DERMATOMIOSITE E SÍNDROME DE GILBERT:
UMA RARA ASSOCIAÇÃO S113
Sandra Maximiano de Oliveira, Ana Paula Faria Carvalho,
Ana Carolina Emy Vicente Hidaka, Luciano Junqueira Guimarães
DERMATOMIOSITE JUVENIL EXACERBADA NA
VIGÊNCIA DE DENGUE: MIOPATIA VIRAL OU
EXACERBAÇÃO DE ATIVIDADE DA DOENÇA? S113
Daniele Scherer, Anna Larissa Faria Janes,
Ana Carolina Franco Passos,
Andrea Ribeiro Gonçalves de Vasconcelos Medeiros,
André de Paula Silva Ramos, Juliana Silvatti, Marcela Maria da Silva,
Ricardo Amaro Noleto Araujo, Cristiane Kayser,
Luis Eduardo Coelho Andrade
DERMATOMIOSITE REFRATÁRIA DEVIDO À TUBERCULOSE
DISSEMINADA: RELATO DE CASO S114
Thaysa Simões Paixão, Samuel Katsuyuki Shinjo,
Fernando Henrique Carlos de Souza,
Júlio Cesar Bertacini de Moraes, Renata Miossi
DOENÇA DE POMPE EM PACIENTE PORTADOR DE
DOENÇA DE CROHN: RELATO DE CASO S114
Adrian Nogueira Bueno, Carolyne Mendes Costa,
Maria Lúcia Alvarés de Azevedo Bahr, Enio Ribeiro Reis
DOENÇA MISTA DO TECIDO CONJUNTIVO:
RELATO DE CASO S114
Joslaine Alves Barros, Joelma Moreira de Norões Ramos,
Francisco César de Oliveira Gonçalves, Raphael Luz da Silva,
Rosielly Melo Tavares
DOENÇA MISTA DO TECIDO CONJUNTIVO:
UM DIAGNÓSTICO OPORTUNO S114
Pedro Henrique Netto Cezar, Camila Mendonça Lopes,
Mariana da Cruz Campos, Geórgia Marielle Soares Chagas,
Renata Meneses Azevedo Guimarães
EFICÁCIA E SEGURANÇA DE LEFLUNOMIDA EM
ATIVIDADE CUTÂNEA DE PACIENTES COM
DERMATOMIOSITE REFRATÁRIA S115
Renata Casseb de Souza, Fernando Henrique Carlos de Souza,
Renata Miossi, Samuel Katsuyuki Shinjo
HOMOCISTINÚRIA COMO COMPLICADOR DE
ARTRITE IDIOPÁTICA JUVENIL S115
Alessandra Ferrari, Eduardo Souza da Rosa,
Maria Lucia Lemos Lopes, Tatiana de Freitas Tourinho,
Maria Odete Hilário, Árien Eliza Oldoni
LÚPUS ERITEMATOSO CUTÂNEO CRÔNICO EM
PACIENTE DO SEXO MASCULINO S115
Amanda Silva Peres, Julio Cezar Gonçalves Cordeiro dos Santos,
João Carlos Geber Júnior, Izelda Maria Carvalho Costa
MIOPATIAS ASSOCIADAS AO AUTOANTICORPO
ANTIPARTÍCULA RECONHECEDORA DE SINAL
(ANTI-SRP): SÉRIE DE CASOS S116
Leonardo Rodrigues da Silva, Michel Amorim Gonçalvez,
Fernando Henrique Carlos de Souza, Renata Miossi,
Samuel Katsuyuki Shinjo
MIOSITE OSSIFICANTE PROGRESSIVA: RELATO DE CASO
Fabiola Sampaio Brandão, Larissa Ellen Ciribeli Pereira,
Leonardo Augusto Rodrigues Fonseca
S116
MUDANÇA DO PADRÃO CLÍNICO DO
FENÔMENO DE RAYNAUD S116
Eduardo Souza da Rosa, Alessandra Ferrari, Maria Lucia Lemos Lopes,
Tatiana de Freitas Tourinho, Gisa Moraes Muratt
NEFRITE INTERSTICIAL (NI) E DOENÇA RENAL CRÔNICA
(DRC) NA SÍNDROME DE SJÖGREN (SS) S117
Mariele Zardin, Natália Sarzi Sartori, André Luis Bittencourt Morsch,
Manoela Fantinel Ferreira, Marcus Barg Resmini,
Ricardo Roitman Wolkind, Charles Lubianca Kohem,
Odirlei André Monticielo
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
NET COMO MANIFESTAÇÃO INICIAL DE SÍNDROME DE
SUPERPOSIÇÃO (LES, SAF, DERMATOMIOSITE) S117
Laila Poubel Boechat de Castro, Elisa Fernandes de Melo,
Haim Maleh, Blanca Elena Rios Gomes Bica,
Laura Maria Carvalho de Mendonça, Victor Berçot da Silva,
Joana Marins Soares, Isis Reis Carvalho,
Renata Frisso Coffler, Tatiana Melo Fernandes
NEUROMIELITE ÓPTICA EM PACIENTE COM DOENÇA MISTA DO
TECIDO CONJUNTIVO: RELATO DE CASO NO AMAZONAS S117
Samila Alves da Silva, Patrícia Silva Cunha,
Juliana Brandão Pinto Carneiro, Taissa Pinto de Souza,
Talita de Oliveira Ribeiro, Sandra Lúcia Euzébio Ribeiro,
Rosana Barros de Souza
PNEUMONITE INDUZIDA POR CICLOFOSFAMIDA:
RELATO DE CASO S118
Thalles M. Brandão Clemente, Valéria Valim,
Maressa Barbosa Beloni Lirio, Juliana L. Fiorot, Enan S. Magalhães,
Maria Bernadete Renoldi de Oliveira Gavi, Maria Carmem Lopes
Ferreira Silva Santos, Ruben H. Duque, Lidia Balarini,
Ana Paula Gianordoli, Erica Vieira Serrano, Wyllyam L. dos Reis,
Vitor A. Ferreira
POLICONDRITE RECIDIVANTE APRESENTANDO-SE
COM PAQUIMENINGITE: RELATO DE CASO S118
Thaise Oliveira Quaresma, Bárbara Seabra Carneiro,
Lygia Peloso Reis e Passos, Mônica Rossati Molina,
Raquel Vieira Dias, Álvaro Henrique Neto,
Carlos Eduardo Kameki Sato, Flávio Falcão Lima de Souza,
Rene Donizeti Ribeiro de Oliveira
POLICONDRITE RECIDIVANTE: ALTA PREVALÊNCIA
DE FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS
CARDIOVASCULARES, E AS CARACTERÍSTICAS GERAIS
DA DOENÇA DE ACORDO COM SEXO S118
Pablo Arturo Olivo Pallo, Samuel Katsuyuki Shinjo
RARA ASSOCIAÇÃO ENTRE DERMATOMIOSITE E
HEMOCROMATOSE, HIPOTIREOIDISMO, OSTEOMIELITE
E HIPOGONADISMO HIPOGONADOTRÓPICO S118
Gabriela Fragoso de Oliveira, Roberta Rodrigues de Lima,
Pedro Alves Feitoza Neto, Jonathan Weslley Pinto Soares,
Pamella Fonseca Barbosa, Roberta Vilela Lopes Koyama,
Gilberto Toshimitsu Yoshikawa
UMA ASSOCIAÇÃO RARA ENTRE DOENÇA DE
GRAVES, DERMATOMIOSITE E MIASTENIA
GRAVIS: RELATO DE CASO S119
Fernanda de Lara Aires Faria Braga, Ana Beatriz Pedrini Finardi,
Natalia Araujo Cera, Ana Luiza Mendes Amorim,
Roberto Acayaba de Toledo
SAAF CATASTRÓFICA ASSOCIADA À ARTRITE
REUMATOIDE EM MULHER IDOSA S119
Marcel Lobato Sauma, Júlia Brito de Medeiros,
Maria de Fátima Lobato da Cunha Sauma,
Márcia Nuzane Ramos Amorim, Marcelly Raiza da Silva e Silva,
Glauce Leão Lima, Renato Hidaka, Anderson André Pantoja Dias,
Anderson Romário Almeida de Souza, Weydder Tavares da Silva
SARCOIDOSE PULMONAR MIMETIZANDO SÍNDROME
DE SJÖGREN (SS) COM MALIGNIZAÇÃO S119
Luana Resende Reis, Caio Laguna Reis de Carvalho,
Flávia Luiza Marin, Tamires Verena Ribeiro dos Santos,
Fabio Vicente Leite, Luiz Eduardo Valente,
Sula Glaucia Lage Drumond Pacheco, Henrique Pereira Sampaio
SÍNDROME DE BLAU – SARCOIDOSE DE INÍCIO
PRECOCE: RELATO DE CASO S120
Filipe Didier Maciel, Alexandre Augusto Ferreira Santos,
Leandro Augusto Araujo Barros
SÍNDROME DE SJÖGREN ASSOCIADA A LÚPUS
ERITEMATOSO SISTÊMICO E TIMOMA S120
Aloizio Veras Mourão Junior, Lysiane Maria Adeodato Ramos,
João Paulo Uchoa Fontenelle, Samia Araújo de Sousa Studart,
Andrea Rocha de Saboia Mont’alverne,
Allethea Robertha Souza e Silva, Walber Pinto Vieira,
Kirla Wagner Poti Gomes
SUBLUXAÇÃO DAS INTERFALANGEANAS DOS
PRIMEIROS QUIRODÁCTILOS COMO MANIFESTAÇÃO
INICIAL DA SÍNDROME ANTISSINTETASE S120
Leonardo Michaelis Schmidt, Diogo Cunha Lacerda,
Denize Paula Pequito Filipe, Laura Gomes Flores,
Karen Mariano de Alencar
Área Temática: Reumatologia e medicina
ocupacional
COMPARAÇÃO DA EFETIVIDADE ENTRE A ÓRTESE
FUNCIONAL E NOTURNA PARA RIZARTROSE: ESTUDO
CLÍNICO CONTROLADO, RANDOMIZADO E CEGO S121
Fabiana de Carvalho Silva, Sandra Mara Meireles Adolph,
Raphael Vilela Timoteo da Silva, Jamil Natour
TRADUÇÃO, ADAPTAÇÃO CULTURAL E VALIDAÇÃO
DO QUESTIONÁRIO: ARTHRITIS SELF-EFFICACY
SCALE (ASES) PARA O BRASIL S121
Jamil Natour, Raphael Vilela Timoteo da Silva,
Sandra Mara Meireles Adolph
Área Temática: Reumatologia pediátrica
A EXPOSIÇÃO INDIVIDUAL A POLUIÇÃO DO AR
PODE DESENCADEAR ATIVIDADE DA DOENÇA E
AGRAVAR NEFRITE EM PACIENTES COM LÚPUS
ERITEMATOSO SISTÊMICO PEDIÁTRICO? S121
Maria Fernanda de Azevedo Giacomin,
Andressa Guariento Ferreira Alves, Juliana Farhat,
Alfésio Luis Ferreira Braga, Adriana Maluf Elias Sallum,
Lúcia Maria Arruda Campos, Luiz Alberto Amador Pereira,
Ana Julia de Faria Coimbra Lichtenfels,
Clovis Artur Almeida da Silva, Sylvia Costa Lima Farhat
AFASIA, ATAXIA E NEUROPATIA PERIFÉRICA: MANIFESTAÇÕES
RARAS NA PÚRPURA DE HENOCH-SCHÖNLEIN S122
João Carlos Geber Júnior, Amanda Silva Peres,
Júlio Cezar Gonçalves Cordeiro dos Santos, Anyelle Amaro de Sousa,
Alberto Stoessel Sadalla Peres, Juliana Vieira Mendes
ALTERAÇÕES NA CAPILAROSCOPIA PERIUNGUEAL NO
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO PEDIÁTRICO: O PAPEL DA
ATIVIDADE DA DOENÇA EM UM ESTUDO PROSPECTIVO S122
Nádia Emi Aikawa, Luiz Felipe Adsuara de Sousa,
Mariana Ortega Perez, Ana Paula Luppino Assad,
Rosa Maria Rodrigues Pereira, Maria Teresa Correia Caleiro
AMAMENTAÇÃO E TABAGISMO FAMILIAR NÃO
PARECEM ESTAR ASSOCIADOS AO DANO ARTICULAR EM
PACIENTES COM AIJ NO ESTADO DO CEARÁ S122
Carolina Noronha Lechiu, Leila Nascimento da Rocha,
Carlos Nobre Rabelo Júnior, Marco Felipe Castro da Silva,
Ana Raquel Xavier Feitosa, Rodolfo de Melo Nunes,
Hermano Alexandre Lima Rocha, Francisco Airton Castro Rocha
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
ANEMIA HEMOLÍTICA AUTOIMUNE EM LÚPUS
ERITEMATOSO SISTÊMICO AO DIAGNÓSTICO:
CARACTERÍSTICAS DISTINTAS EM 336 PACIENTES
PEDIÁTRICOS E 1.830 PACIENTES ADULTOS S123
Natali Weniger Spelling Gormezano, David Kern, Oriany L. Pereira,
Gladys Cherres Xavier Esteves, Adriana Maluf Elias Sallum ,
Nadia Emi Aikawa, Rosa Maria Rodrigues Pereira,
Clovis Artur Almeida da Silva, Eloisa Bonfá
ANSIEDADE E DEPRESSÃO E QUALIDADE DE VIDA EM
PACIENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
JUVENIL E ARTRITE IDIOPÁTICA JUVENIL S123
Catia Nascimento, Paula T. Fernandes, Roberto Marini,
Simone Appenzeller
ANTICORPO ANTI-P RIBOSSOMAL: UM ESTUDO
MULTICÊNTRICO COM 228 PACIENTES COM
LÚPUS ERITEMATOSO JUVENIL S123
Clarissa Carvalho de Miranda Valões, Beatriz Carmona Molinari,
Ana Claudia G. Pitta, Natali Weniger Spelling Gormezano,
Sylvia Costa Lima Farhat, Kátia Tomie Kozu,
Adriana Maluf Elias Sallum, Simone Appenzeller,
Ana Paula Sakamoto, Maria Teresa Terreri,
Rosa Maria Rodrigues Pereira, Claudia Saad Magalhães,
Cássia Maria Barbosa, Francisco Hugo Gomes, Eloisa Bonfá,
Clovis Artur Almeida da Silva
ANTICORPOS ANTI-RO/SSA E ANTI-LA/SSB: ASSOCIAÇÃO
COM MANIFESTAÇÕES LEVES EM 645 PACIENTES
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO JUVENIL S124
Glaucia Vanessa Novak, Mariana Marques, Verena Balbi,
Natali Weniger Spelling Gormezano, Kátia Tomie Kozu,
Ana Paula Sakamoto, Rosa Maria Rodrigues Pereira,
Maria Teresa Terreri, Claudia Saad Magalhães,
Silvana Brasília Sacchetti, Adriana Maluf Elias Sallum,
Roberto Marini, Virginia Paes Leme Ferriani, Cássia Maria Barbosa,
Tânia Caroline Monteiro de Castro, Valéria Cristina Ramos,
Eloisa Bonfá, Clovis Artur Almeida da Silva
ARTERITE DE TAKAYASU E ANEURISMA
DE CORONÁRIAS S124
Aline Garcia Islabão, Maria Custódia Machado Ribeiro,
Marne Rodrigues Pereira Almeida, Fábio Tadeu Medeiros de Oliveira,
Alice Célia Salmito Pires Ferreira, Alanna Alves Ferreira,
Lethícia de Castro Pereira, Odil Garrido Campos de Andrade
ARTRITE IDIOPÁTICA JUVENIL SISTÊMICA COMPLICADA
COM SÍNDROME DE ATIVAÇÃO MACROFÁGICA S124
Alexandre Henrique Alves Fialho Cintra,
Ana Luiza Mendes Amorim,
Fernanda de Lara Aires Faria Braga,
Paola Galassi Defendi
AVALIAÇÃO DA RIGIDEZ ARTERIAL E COMPRIMENTO DE
TELÔMEROS NA ARTRITE IDIOPÁTICA JUVENIL S125
Maria Mercedes Caracciolo Picarelli, Luiz Cláudio Danzmann,
Florência Barbé-Tuana, Lucas Kich Grun,
Newton Teixeira Rosa Junior, Patrícia Lavandosky,
Fátima Theresinha Costa Rodrigues Guma, Renato T. Stein,
Marcus Herbert Jones
AVALIAÇÃO DA RIGIDEZ ARTERIAL E COMPRIMENTO DE
TELÔMEROS NA ARTRITE IDIOPÁTICA JUVENIL S125
Maria Mercedes Caracciolo Picarelli, Luiz Cláudio Danzmann,
Florência Barbé-Tuana, Lucas Kich Grun,
Newton Teixeira Rosa Junior, Patrícia Lavandosky,
Fátima Theresinha Costa Rodrigues Guma, Renato T. Stein,
Marcus Herbert Jones
AVALIAÇÃO DO METABOLISMO ÓSSEO E DA
SAÚDE ORAL EM PACIENTES COM LÚPUS
ERITEMATOSO SISTÊMICO JUVENIL S125
Kátia Tomie Kozu, Erica Gomes Cavalcante,
Clovis Artur Almeida da Silva, Gisele Fabri, Cynthia Savioli,
Rosa Maria Rodrigues Pereira, Lucia Maria Arruda Campos
BAIXAS RENDA E ESCOLARIDADE NÃO PARECEM
AFETAR DANO ARTICULAR EM PACIENTES
COM AIJ NO ESTADO DO CEARÁ S126
Pedro Lima Abner, Marcela Gondim Aguiar,
João Pedro Emrich Accioly, Carlos Nobre Rabelo Júnior,
Marco Felipe Castro da Silva, Ana Raquel Xavier Feitosa,
Hermano Alexandre Lima Rocha, Francisco Airton Castro Rocha
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E EVOLUÇÃO DE
PACIENTES COM ARTRITE IDIOPÁTICA JUVENIL
EM UMA REGIÃO EQUATORIAL S126
Joaquim Ivo Vasques, Sâmia Araújo de Sousa Studart,
Luiza Helena Acácio, Ana Carolina Matias Dinelly Pinto,
Anelise Maria Costa de Vasconcelos Alves,
Carlos Nobre Rabelo Júnior, Marco Felipe Castro da Silva,
Ana Raquel Xavier Feitosa, Hermano Alexandre Lima Rocha,
Francisco Airton Castro Rocha
CEGUEIRA COMO COMPLICAÇÃO DE
SÍNDROME DE BLAU (SB) S126
Aline Garcia Islabão, Maria Custódia Machado Ribeiro,
Marne Rodrigues Pereira Almeida, Fábio Tadeu Medeiros de Oliveira,
Alice Célia Salmito Pires Ferreira, Alanna Alves Ferreira,
Lethícia de Castro Pereira, Odil Garrido Campos de Andrade
COMPARAÇÃO DA INCIDÊNCIA DE NEOPLASIAS NO
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO DE INÍCIO PEDIÁTRICO
E DO ADULTO: METANÁLISE PROPORCIONAL
DE ESTUDOS DE COORTE S127
Priscila Rodrigues da Silva Aoki, Regina El Dib,
Clovis Artur Almeida da Silva, Claudia Saad Magalhaes
COMPLICAÇÕES NEUROLÓGICAS DA DOENÇA DE KAWASAKI:
COREIA E DEFICIÊNCIA NO APRENDIZADO S127
Mariana Carvalho Gomes, Mariana França Bandeira de Melo,
Nayra Costa Moreira, Cristina Medeiros Ribeiro de Magalhães
CORRELAÇÕES CLÍNICAS DISTINTAS DA PÚRPURA
TROMBOCITOPÊNICA IMUNE NO LÚPUS ERITEMATOSO
SISTÊMICO PEDIÁTRICO E ADULTO S127
Gladys Cherres Xavier Esteves, Natali Weniger Spelling Gormezano,
Oriany L. Pereira, David Kern, Katia Tomie Kozu,
Rosa Maria Rodrigues Pereira, Clovis Artur Almeida da Silva,
Eloisa Bonfá, Nádia Emi Aikawa
DANO CUMULATIVO E ÓBITO EM 847 PACIENTES
COM lúpus ERITEMATOSO SISTÊMICO PEDIÁTRICO:
DIFERENÇAS ENTRE TRÊS GRUPOS ETÁRIOS S128
Sandra Regina Miyoshi Lopes, Natali Weniger Spelling Gormezano,
Roberta Cunha Gomes, Nádia Emi Aikawa,
Rosa Maria Rodrigues Pereira, Maria Teresa Terreri,
Claudia Saad Magalhães, Eunice Mitie Okuda, Ana Paula Sakamoto,
Adriana Malluf Elias Sallum, Simone Appenzeller,
Virginia Paes Leme Ferriani, Cássia Maria Barbosa, Simone Lotufo,
Adriana Almeida Jesus, Luis Eduardo Coelho Andrade,
Lucia Maria Arruda Campos, Eloisa Bonfá,
Clovis Artur Almeida da Silva
DERMATOMIOSITE JUVENIL AMIOPÁTICA ASSSOCIADA À
ESCLERODERMIA LOCALIZADA: RELATO DE CASO S128
Cristina Medeiros Ribeiro de Magalhaes,
Natalia Ribeiro de Magalhães Alves, Caio Ribeiro Barcelos
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
DERMATOMIOSITE COM CALCINOSES
REFRATÁRIAS AO USO DE DMARDS S128
Bruna Zuse Valiati, João Carlos Menta Filho, Juliana Wispel,
Cecilia Viola Varella da Costa, Karine Alessandra da Silva Fortes,
Rodrigo Sarmanho Spohr, Maria Mercedes Caracciolo Picarelli
DERMATOMIOSITE JUVENIL EM CRIANÇA DE
2 ANOS: TRATAMENTO PRECOCE PREVINE
COMPLICAÇÕES GRAVES S129
Luciano Junqueira Guimarães, Maria Eduarda Canellas de Castro,
Jéssica Caetano Barbosa, Rúbria Liziero Picoli,
Elis Pereira Rêgo, Victor de Amorim Campos, Vanessa Coelho Aguiar,
Pedro Henrique Amaral Ângelo da Silva,
Izelda Maria Carvalho Costa
DERMATOPOLIMIOSITE JUVENIL ABAIXO DE 2 ANOS
DE IDADE: RELATO DE DOIS CASOS S129
Cristina Medeiros Ribeiro de Magalhães, Alanna Alves Ferreira,
Natalia Ribeiro de Magalhães Alves,
Alice Célia Salmito Pires Ferreira
DISFUNÇÃO COGNITIVA E QUALIDADE DE VIDA NO
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO JUVENIL S129
Catia Nascimento, Bruna Bellini, Karina de Oliveira Peliçari,
Paula T. Fernandes, Roberto Marini, Simone Appenzeller
DISLIPIDEMIA EM PACIENTES COM ARTRITE IDIOPÁTICA
JUVENIL: ASSOCIAÇÃO COM SUBTIPOS S129
Claudio Arnaldo Len, Wellington Rodrigues, Maria Teresa Terreri,
Roseli Oselka Sarccado Sarni, Gustavo Guimarães
DOENÇA DE CROHN ASSOCIADA À HETEROZIGOSE DO NLRP;
MANIFESTADA COMO SÍNDROME DE FEBRE PERIÓDICA S130
Kathleen Daniotti, Maykiani Siqueira Schaeffer,
Lucas Arrivabene Ferraz Manuel, Ana Luiza Mendes Amorim
DOENÇA DE KAWASAKI: ANÁLISE RETROSPECTIVA
DE 45 CASOS EM 16 ANOS S130
Erica Naomi Naka Matos, Izaias Pereira da Costa,
Tayanne Akemi Kusano Matsuyuki, Keila Lorenzi,
Ana Elisa Dantas Modesto, Gláucia Moreira Souza de Queiroz,
Marcelo Alfredo Salum
ESCLERODERMIA JUVENIL LOCALIZADA: MORFEIA
GENERALIZADA ASSOCIADA A LESÃO VITILIGOIDE
EM CRIANÇA COM UM ANO DE IDADE S130
Fernanda de Carvalho Braga, Natália Carvalho Junqueira,
Cristina Medeiros Ribeiro de Magalhaes
EXPERIÊNCIA DE UMA CLÍNICA MULTIPROFISSIONAL
DE DOR MUSCULOESQUELÉTICA: I. DADOS
DEMOGRÁFICOS E CLÍNICOS S131
Claudio Arnaldo Len, Maria Beatriz Fonseca, Vinícius Lopes Braga,
Melissa M. Fraga, Vânia Schinzel, Conceição Costa, Juliana Molina,
Rita A. R. Amorim, Livia Albano, Prisicilla Guerra,
Simone Guerra da Silva, Wellington Rodrigues, Lucineide Tolardo,
Fabiana de Carvalho Silva, Liete Zwir, Renata Oliveira,
Maria Teresa Terreri
EXPERIÊNCIA DE UMA CLÍNICA MULTIPROFISSIONAL
DE DOR MUSCULOESQUELÉTICA: II. ASPECTOS DO
TRATAMENTO – AVALIAÇÃO MULTIPROFISSIONAL,
EFICÁCIA DO ENCAMINHAMENTO E ADESÃO
EM COORTE RETROSPECTIVA S131
Claudio Arnaldo Len, Vinícius Lopes Braga, Maria Beatriz Fonseca,
Vânia Schinzel, Melissa M. Fraga, Fabiana de Carvalho Silva,
Renata Oliveira, Simone Guerra da Silva, Wellington Rodrigues,
Juliana Molina, Prisicilla Guerra, Livia Albano, Rita A. R. Amorim,
Liete Zwir, Conceição Costa, Lucineide Tolardo, Maria Teresa Terreri
EXPERIÊNCIA DE UMA CLÍNICA MULTIPROFISSIONAL DE
DOR MUSCULOESQUELÉTICA: III – A ADESÃO ESCOLAR
É DEPENDENTE DO TURNO DE AULA? S131
Claudio Arnaldo Len, Vinícius Lopes Braga,
Maria Beatriz Fonseca, Melissa M. Fraga, Vânia Schinzel,
Conceição Costa, Fabiana de Carvalho Silva, Juliana Molina,
Livia Albano, Rita A. R. Amorim, Prisicilla Guerra, Lucineide Tolardo,
Liete Zwir, Simone Guerra da Silva, Wellington Rodrigues,
Renata Oliveira, Rosileide C. N. Pinheiro, Maria Teresa Terreri
EXPOSIÇÃO INDIVIDUAL À POLUIÇÃO INFLUENCIOU
ATIVIDADE DA DOENÇA E BIOMARCADORES DO AR
EXALADO: UM ESTUDO PROSPECTIVO EM LÚPUS
ERITEMATOSO SISTÊMICO PEDIÁTRICO S132
Maria Fernanda de Azevedo Giacomin,
Andressa Guariento Ferreira Alves, Alfésio Luis Ferreira Braga,
Adriana Maluf Elias Sallum, Luiz Alberto Amador Pereira,
Ana Julia de Faria Coimbra Lichtenfels, Tômas de Santana Carvalho,
Naomi Kondo Nakagawa, Clovis Artur Almeida da Silva,
Sylvia Costa Lima Farhat
FADIGA E QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES
JUVENIS COM DOENÇAS REUMÁTICAS S132
Catia Nascimento, Roberto Marini, Simone Appenzeller
FASCIÍTE EOSINOFÍLICA JUVENIL: DESAFIO DIAGNÓSTICO
Ana Raquel Xavier Feitosa, Míria Paula Vieira Cavalcante,
Natália Gomes Iannini, Marco Felipe Castro da Silva,
Carlos Nobre Rabelo Junior
132
FATORES DE RISCO PARA INFECÇÕES GRAVES EM
PACIENTES COM ARTRITE IDIOPÁTICA JUVENIL EM TERAPIA
BIOLÓGICA EM UM CENÁRIO DE VIDA REAL S133
Juliana Barbosa Brunelli, Ana Renata Schmidt,
Katia Tomie Kozu, Claudia Goldenstein Schainbergb,
Eloisa Bonfá, Clovis Artur Almeida da Silva, Nádia Emi Aikawa
HERPES ZOSTER ASSOCIADO A LÚPUS ERITEMATOSO
SISTÊMICO JUVENIL: RELATO DE DOIS CASOS S133
Luciano Junqueira Guimarães, Elis Pereira Rêgo,
Rúbria Liziero Picoli, Maria Eduarda Canellas de Castro,
Jéssica Caetano Barbosa, Victor de Amorim Campos,
Vanessa Coelho Aguiar, Ana Carolina Emy Vicente Hidaka
HIPERMOBILIDADE ARTICULAR E SÍNDROME DA
HIPERMOBILIDADE ARTICULAR BENIGNA EM
CRIANÇAS E ADOLESCENTES EUTRÓFICOS S133
Vítor Assunção da Ponte Lopes,
Antonio José de Sousa Holanda Júnior,
Clovis Artur Almeida da Silva,
Roberta Oriana Assunção Lopes de Sousa,
Angélica Maria Assunção da Ponte Lopes, Luiza Ivete Vieira Batista
HIPERTENSÃO PULMONAR SUBCLÍNICA NO LÚPUS
ERITEMATOSO SISTÊMICO PEDIÁTRICO ASSOCIADA
COM MANIFESTAÇÕES LEVES DA DOENÇA S134
Natali Weniger Spelling Gormezano, Pedro Anuardob,
Monica Verdier, Gabriela Ribeiro Viola Ferreira,
Gabriela Lealb, Alessandro Lianza,
Rosa Maria Rodrigues Pereira, Maria Teresa Terreri,
Claudia Saad Magalhães, Simone Appenzeller,
Maria Carolina dos Santos, Claudio Arnaldo Len,
Gecilmara Salviato Pilleggi, Simone Lotufo, Eloisa Bonfá,
Clovis Artur Almeida Silva
INCREASED BCL-2 EXPRESSION IN CD4 AND CD8 PERIPHERAL
T-LYMPHOCYTES AND INCREASED BCL-2 SERUM LEVELS
IN JUVENILE DERMATOMYOSITIS (JDM) PATIENTS S134
Bernadete L. Liphaus, Adriana Maluf Elias Sallum, Nádia Emi
Aikawa, Maria Helena B. Kiss, Solange Carrasco, Patricia Palmeira,
Laila Lima, Clovis Artur Almeida da Silva,
Claudia Goldenstein Schainberg, Magda Carneiro-Sampaio
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
INCREASED SMER AND SAXL ARE RELATE TO
DISEASE ACTIVITY IN JUVENILE SYSTEMIC LUPUS
ERYTHEMATOSUS (JSLE) PATIENTS S134
Bernadete L. Liphaus, Patricia Palmeira, Laila Lima, Clovis Artur
Almeida da Silva, Claudia Goldenstein Schainberg,
Magda Carneiro-Sampaio
INVESTIGAÇÃO DE PACIENTES COM SUSPEITA DE
SÍNDROMES AUTOINFLAMATÓRIAS EM AMBULATÓRIOS DE
GASTROENTEROLOGIA E IMUNOLOGIA PEDIÁTRICA S135
Luciana Brandão Paim Marques, Catherine Castro Cunha,
Hildenia Baltasar Ribeiro Nogueira, Amália Maria Porto Lustosa,
Anna Beatriz Viana Cardoso Dantas, Mayra Diógenes Braga Lima,
Janaira Fernandes Severo Ferreira, Patrícia Barros Nunes
LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA MIMETIZANDO
OSTEOMIELITE CRÔNICA MULTIFOCAL RECORRENTE
EM PACIENTE PEDIÁTRICO S135
Clarissa Carvalho de Miranda Valões, Flávia Aiko Sakamoto,
Kátia Tomie Kozu, Adriana Maluf Elias Sallum,
Clovis Artur Almeida da Silva, Lucia Maria Arruda Campos
LÚPUS ERITEMATOSOS SISTÊMICO JUVENIL EM HOSPITAL
PEDIÁTRICO NO CEARÁ: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA, CLÍNICA
E LABORATORIAL EM UMA COORTE DE 83 PACIENTES S135
Luciana Brandão Paim Marques,
Amanda Virgínia Batista Cavalcante
MANIFESTAÇÕES REUMATOLÓGICAS DAS DOENÇAS
NEOPLÁSICAS NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA S136
Natalia Gomes Iannini, Míria Paula Vieira Cavalcante,
Ana Raquel Xavier Feitosa, Marco Felipe Castro da Silva,
Carlos Nobre Rabelo Júnior
O SENTIDO OLFATÓRIO E MANIFESTAÇÕES
NEUROPSIQUIÁTRICAS NO LÚPUS ERITEMATOSO
SISTÊMICO JUVENIL S136
Bárbara Sugui Longhi Barreiro, Fernando Augusto Peres,
Roberto Marini, Simone Appenzeller
PANICULITE NO LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
PEDIÁTRICO: UM ESTUDO MULTICÊNTRICO S136
Kátia Tomie Kozu, Monica Verdier, Pedro Anuardo,
Natali Weniger Spelling Gormezano, Ricardo Romitti,
Maria Teresa Terreri, Rosa Maria Rodrigues Pereira,
Marco Felipe Castro Silva, Mariana Ferriani, Maraísa Centeville,
Claudia Saad Magalhães, Andressa Guariento Ferreira Alves,
Maria Carolina dos Santos, Eloisa Bonfá, Clovis Artur Almeida da Silva
PERFIL DOS PACIENTES PORTADORES DE LES DE
INÍCIO JUVENIL (LESJ) ACOMPANHADOS NUM SERVIÇO
ESPECIALIZADO NO PERÍODO DE 2005 A 2015 S136
Blanca Elena Rios Gomes Bica, Fernanda de Carvalho Zonis,
Amalia Elizabete Coelho Pinguello, Elisa Fernandes Melo
REDUÇÃO DA RESERVA OVARIANA EM JOVENS
COM ARTRITE IDIOPÁTICA JUVENIL S137
Gabriela Ribeiro Viola Ferreira, Renato B. Tomioka,
Nádia Emi Aikawa, Gustavo A. R. Maciel, Paulo C. Serafini,
Edmund C. Baracat, Claudia Goldenstein Schainberg,
Rosa Maria Rodrigues Pereira, Eloisa Bonfá,
Clovis Artur Almeida da Silva
SÍNDROME DO ANTICORPO ANTIFOSFOLÍPIDE EM
CRIANÇA COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
JUVENIL: RELATO DE CASO S138
Angélica Maria Assunção da Ponte Lopes,
Roberta Oriana Assunção Lopes de Sousa,
Vítor Assunção da Ponte Lopes, Ludymilla Saraiva Martins,
Antonio José de Sousa Holanda Júnior, Felipe Leite Feitosa
RETIRADA DA MEDICAÇÃO ANTIRREUMÁTICA E
REATIVAÇÃO DA ARTRITE IDIOPÁTICA JUVENIL:
DADOS DE UM SERVIÇO DE REFERÊNCIA S138
Manuele Martins Vieira, Vanessa Bugni Miotto e Silva,
Cláudio Arnaldo Len, Catherine Gusman Anelli,
Fabíola Isabel Suano de Souza, Maria Teresa Terreri
SÍNDROME DE ATIVAÇÃO MACROFÁGICA (SAM) E LÚPUS
ERITEMATOSO SISTÊMICO JUVENIL (LESJ) S138
Aline Garcia Islabão, Maria Custódia Machado Ribeiro,
Marne Rodrigues Pereira Almeida,
Fábio Tadeu Medeiros de Oliveira,
Alice Célia Salmito Pires Ferreira, Alanna Alves Ferreira,
Lethícia de Castro Pereira, Odil Garrido Campos de Andrade
SÍNDROME DE HIPERIMUNOGLOBULINA D S139
Nathália Rodrigues Germano, Paola Galassi Defendi,
Alexandre Henrique Alves Fialho Cintra, Rita de Cassia Menin,
Ana Luiza Mendes Amorim
SÍNDROME DE SJÖGREN: UM CASO RARO NA
INFÂNCIA S139
Angélica Maria Assunção da Ponte Lopes,
Roberta Oriana Assunção Lopes de Sousa,
Vítor Assunção da Ponte Lopes, Ludymilla Saraiva Martins,
Anna Beatriz Carvalho de Oliveira,
Luna Giovanna de Carvalho Veneza Nascimento
SÍNDROME DE STEVENS–JOHNSON E NECRÓLISE
EPIDÉRMICA TÓXICA EM PACIENTES COM LÚPUS
ERITEMATOSO SISTÊMICO JUVENIL: UM ESTUDO
DE COORTE MULTICÊNTRICO S139
Ana Paula Sakamoto, Clovis Artur Almeida da Silva,
Catherine Gusman Anelli, Claudia Saad Magalhães,
Aline Nicácio Alencar, Rosa Maria Rodrigues Pereira, Vania Schinzel,
Katia Tomie Kozu, Cássia Maria Barbosa, Maria Teresa Terreri
PRÁTICAS DE TRANSIÇÃO NOS SERVIÇOS DE
REUMATOLOGIA PEDIÁTRICA NO BRASIL S137
Catherine Gusman Anelli, Ana Luiza Mendes Amorim,
Fabiane Mitie Osaku, Maria Teresa Terreri, Claudio Arnaldo Len,
Andreas Reiff
SÍNDROME DE SWEET NA FAIXA ETÁRIA PEDIÁTRICA:
IDIOPÁTICA OU SECUNDÁRIA? S140
Carlos Nobre Rabelo Júnior, Marco Felipe Castro da Silva,
Ana Raquel Xavier Feitosa, Míria Paula Vieira Cavalcante,
Natália Gomes Iannini
PSEUDOTUMOR INFLAMATÓRIO COLÔNICO: DIAGNÓSTICO
DIFERENCIAL DE MASSA ABDOMINAL EM PACIENTE
PEDIÁTRICO COM GRANULOMATOSE COM POLIANGIÍTE S137
Marcela Paula Santos Penteado,
Anna Carolina Faria Moreira Gomes Tavares,
Bernardo Sant’Ana Carvalho, Gilda Aparecida Ferreira,
Flávia Patrícia Sena Teixeira Santos, Leandro Augusto Tanure,
José de Paula Lima Júnior
SÍNDROME DE VOGT-KOYANAGI-HARADA (SVKH)
EM CRIANÇA: RELATO DE CASO S140
Aline Garcia Islabão, Maria Custódia Machado Ribeiro,
Marne Rodrigues Pereira Almeida,
Fábio Tadeu Medeiros de Oliveira, Alice Célia Salmito Pires Ferreira,
Alanna Alves Ferreira, Lethícia de Castro Pereira,
Odil Garrido Campos de Andrade
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
SÍNDROME HEMAFAGOCÍTICA SECUNDÁRIA À LEISHMANIOSE
EM PACIENTE COM ARTRITE IDIOPÁTICA JUVENIL
EM USO DE ANTI-TNF: RELATO DE CASO S140
Mariana Luna, Paula Toche, Carolina Albanez de Albuquerque da
Cunha Andrade, Claudia Diniz Lopes Marques,
Nara Gualberto Cavalcanti, Andrea Tavares Dantas,
Henrique de Ataíde Mariz, André Cavalcanti,
Angela Luzia Branco Pinto Duarte
SÍNDROME METABÓLICA E PROGRESSÃO DE LESÃO
DE SUBSTÂNCIA BRANCA EM PACIENTES COM LÚPUS
ERITEMATOSO SISTÊMICO JUVENIL S141
Aline Tamires Lapa, Nailú Angélica Sinicato, Mariana Bento,
Roberto Marini, Fernando Cendes, Leticia Rittner, Roberto Lotufo,
Simone Appenzeller
SONO E SÍNDROME DAS PERNAS
INQUIETAS EM ADOLESCENTES COM DOR
MUSCULOESQUELÉTICA IDIOPÁTICA S141
Claudio Arnaldo Len, Rita A. R. Amorim, Juliana Molina,
Gustavo A. Moreira, Flávia H. Santos, Melissa M. Fraga,
Vanessa V. M. Silva, Sergio Tufik, Maria Teresa Terreri
TOCILIZUMABE EM PACIENTES COM ARTRITE
IDIOPÁTICA JUVENIL (AIJ) S141
Fernanda Cardoso, Lara Melo, Roberto Marini, Simone Appenzeller
UVEÍTE ANTERIOR CRÔNICA: ACOMETIMENTO
RARO EM PACIENTE PEDIÁTRICO COM DOENÇA
RELACIONADA À IGG4 S142
Glaucia Vanessa Novak, Izabel Mantovani Buscatti,
Juliana Barbosa Brunelli, Adriana Maluf Elias Sallum,
Lucia Maria Arruda Campos, Roberto Augusto Plaza Teixeira, Clovis
Artur Almeida da Silva
Área Temática: Síndrome de Sjögren
ASSOCIAÇÃO ENTRE BROQUIECTASIA E
SÍNDROME DE SJÖGREN S142
Edson Pedroza dos Santos Junior, Rafaela Alen Costa Freire,
Daniela Maria Edilma Japiassu Custodio, Fernando Sergio Lira Neto,
Paulo Geovanny Pedreira, Danilo Garcia Ruiz,
Daniela Alvim Franco Vieira, Hugo de Carlos Maciel Rossoni,
Jacyanne Bessa Von Schwaner
DOENÇA CÍSTICA PULMONAR NA SÍNDROME DE SJÖGREN
PRIMÁRIA: PREVALÊNCIA E ASPECTOS CLÍNICO-RADIOLÓGICOS
EM UMA COORTE BRASILEIRA DE 63 PACIENTES S142
Alisson Aliel Vigano Pugliesi, Rachel Zerbini Mariano,
Mateus Fornasieri Mokwa, Simone Appenzeller,
Manoel Barros Bertolo, Zoraida Sachetto
GANGLIONOPATIA ASSOCIADA À SÍNDROME DE SJÖGREN
Juliana Silvatti, Anna Larissa Faria Janes,
Ana Carolina Franco Passos, André de Paula Silva Ramos,
Andrea Ribeiro Gonçalves de Vasconcelos Medeiros,
Marcela Maria da Silva, Daniele Scherer,
Alexandre Wagner Silva de Souza
S143
OVERLAP ENTRE SARCOIDOSE E SÍNDROME
DE SJÖGREN: RELATO DE CASO S143
Raissa Barbosa de Souza, Juliana da Silva Bemfeito de Moraes,
Guilherme Lins Meira Quintão, Fernanda Seragioli,
Andrey Tonetto Barbosa, Lays Fernandes Mesquita,
Thomas Carvalho da Silva, Paulo Guilherme de Oliveira Barbalho Junior,
Camila de Lima Tostes, Lidia Valente Dima,
Rina Dalva Neubarth Giorgi, Wilian Habib Chahade,
Roberta Almeida Pernambuco
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES COM SÍNDROME
DE SJÖGREN EM UM HOSPITAL BRASILEIRO S143
Valéria Valim, Wildner Mardegan Sardenberg,
Anna Julha Lage Santos, Erica Vieira Serrano,
Joao Felipe Passoni Tonini,
Maria Carmem Lopes Ferreira Silva Santos
RESOLUÇÃO DE CERATITE ULCERATIVA PERSISTENTE
APÓS TRATAMENTO COM RITUXIMABE EM PACIENTE
COM SÍNDROME DE SJÖGREN PRIMÁRIA S144
Lidia Valente Dima, Lays Fernandes Mesquita,
Claudio Alves de Albuquerque, Juliana da Silva Bemfeito de Moraes,
Camila de Lima Tostes, Guilherme Lins Meira Quintão,
Thomas Carvalho da Silva, Fernanda Seragioli,
Raissa Barbosa de Souza, Paulo Guilherme de Oliveira Barbalho Junior,
Andrey Tonetto Barbosa, Wiliam Habib Chahade,
Renata Ferreira Rosa, Roberta de Almeida Pernambuco
TEMPO DE RUPTURA DO FILME LACRIMAL COMO INDICADOR
DE SÍNDROME DE SJÖGREN SECUNDÁRIA EM PACIENTES
COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO S144
Alexandre de Carvalho Mendes Paiva, Layla Mariz Arêas,
Adriana Vaz de Oliveira e Silva, Wilfrido José Padillha,
Daniel de Alvarenga Salem Sugui,
Yedda de Fátima Barcelos Chagas, Vivian Gomes Vigneron,
Felipe Cesar Freire, João Luiz Pereira Vaz,
Maria Cecília da Fonseca Salgado
Área Temática: Tecnologia e economia da
saúde
ALOCAÇÃO DE REUMATOLOGISTAS NO BRASIL: MODELO
BASEADO EM NECESSIDADES POPULACIONAIS S144
Bruno Queiroz Zardo, João Pedro Pereira da Cunha,
Fernanda Maria Borghi, Marcel Morsch,
Felipe Dunin dos Santos, Bruna Burko Rocha Chu,
Erick Cavalcanti Cossa, Laura Giovanella, Marcelo Enokawa,
Marco Antonio Rocha Loures, Sebastião C. Radominski,
Sergio Kowalski
CUSTOS MÉDICO-HOSPITALARES NO TRATAMENTO
DE ESCLEROSE SISTÊMICA S145
Carolina de Souza Müller, Eduardo S. Paiva, Kauana Nitzsche,
Fernanda Aoyama, João Pedro Pereira da Cunha,
Felipe Dunin dos Santos, Fernanda Maria Borghi,
Bruno Queiroz Zardo, Marcel Morsch, Bruna Burko Rocha Chu,
Erick Cavalcanti Cossa, Laura Giovanella, Marcelo Enokawa,
Sergio Kowalski
EXAMES DE FAN EM CLIENTES DE PLANO PRIVADO DE SAÚDE
EM BELO HORIZONTE: PASSANDO DA MEDIDA? S145
Daniela Castelo Azevedo, Augusto César Soares dos Santos Júnior,
Lélia Maria de Almeida Carvalho, Luíza de Oliveira Rodrigues,
Maria da Glória Cruvinel Horta, Mariana Ribeiro Fernandes,
Sandra de Oliveira Sapori Avelar, Silvana Márcia Bruschi Kelles
RECURSOS HUMANOS EM REUMATOLOGIA: MODELO
BASEADO EM NECESSIDADES (NEEDS-BASED MODEL)
Sérgio Kowalski, Amiram Gafni, Stephen Birch
S145
UTILIZAÇÃO DE RECURSOS CLÍNICOHOSPITALARES EM PACIENTES COM LÚPUS
ERITEMATOSO SISTÊMICO GRAVE S145
Eliayta Cassia dos Santos Cruz, Jessica Gadelha Farias,
Pâmila Maria Saboia Carvalho, Cicero Roberto Carreiro Victor,
Thamyris Farias Lima de Abreu, Vangerlane de Sousa Pereira,
Francisco Emidio Reinaldo Junior, Sheila Márcia de Araújo Fontenele
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
Área Temática: Vasculites e síndrome
antifosfolípide
A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE DA
SÍNDROME ANTIFOSFOLÍPIDE: MINIMIZANDO
DANOS S146
Aline Kühl Torricelli, Michelle Remião Ugolini Lopes,
Eloisa Bonfá, Danieli Andrade
ACURÁCIA DIAGNÓSTICA DA ANTI-BETA2GLICOPROTEÍNA
I NA SÍNDROME ANTIFOSFOLÍPIDE: REVISÃO
SISTEMÁTICA DA LITERATURA E METANÁLISE S146
Lucas Pereira Moura
ACURÁCIA DIAGNÓSTICA DOS ANTICORPOS
ANTICARDIOLIPINA E ANTI-BETA2GLICOPROTEÍNA I
NA SÍNDROME ANTIFOSFOLÍPIDE: UMA METANÁLISE
DOS ÚLTIMOS QUINZE ANOS S146
Lucas Pereira Moura
AMAUROSE SÚBITA POR VASCULITE RETINIANA
IDIOPÁTICA EM JOVEM DE 27 ANOS S147
Laiz Boniziolli Barachi, Frederico Palumbo Araujo,
Louise Fellet Barbosa, Viviane Lage Gomes,
Viviane Angelina de Souza, Rafael de Oliveira Fraga,
Diovani Costa Madeira, Danielle Ribeiro Brega,
Silviane Vassalo, Antônio Scafuto Scotton
ANEURISMA ATEROSCLERÓTICO DE ARTÉRIA
TEMPORAL SIMULANDO ARTERITE DE CÉLULAS
GIGANTES: RELATO DE CASO S147
André de Paula Silva Ramos, Henrique Jorge Guedes Neto,
Luís Gustavo Schaefer Guedes, Nicolle Cassola,
Daniela Mina Fukasawa, Paula Martinez Vianna,
Maria Regina Vianna, Diogo Souza Domiciano,
Edgard Torres dos Reis Neto
ANEURISMA DE ARTÉRIA FEMORAL BILATERAL EM
PACIENTE PORTADOR DE DOENÇA DE BEHÇET COM
BOA RESPOSTA AO TRATAMENTO COM INFLIXIMABE
E PRÓTESE VASCULAR: RELATO DE CASO S147
Marcela Maria da Silva, Edgard Torres dos Reis Neto,
Juliana Silvatti, Andrea Ribeiro Gonçalves de Vasconcelos Medeiros,
Anna Larissa Faria Janes, Ana Carolina Franco Passos,
André de Paula Silva Ramos, Daniele Scherer,
Fábio do Espírito Santo, Luana Gerheim Machado,
Ana Beatriz Cordeiro de Azevedo
ANTICARDIOLIPINA NO DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME
ANTIFOSFOLÍPIDE: REVISÃO SISTEMÁTICA DA
LITERATURA E METANÁLISE S148
Lucas Pereira Moura
ANTICORPOS DA SÍNDROME DO ANTICORPO
ANTIFOSFOLIPÍDIO E SUAS ASSOCIAÇÕES CLÍNICAS: A
IMPORTÂNCIA DO ANTIß2GLICOPROTEÍNA I S148
Gustavo Guimarães Moreira Balbi, Flávio Signorelli,
Roger Abramino Levy
ARTERITE DE TAKAYASU E INFARTO AGUDO DO
MIOCÁRDIO EM PRÉ-ESCOLAR COM BOA RESPOSTA
À TERAPIA ANTI-IL-6: RELATO DE CASO S148
Luciana Brandão Paim Marques, Rosenyr M. M. Pereira,
François L. Ponte de Souza, Alana Frota Santos,
Sammylle G. de Castro
ARTERITE DE TAKAYASU EM CRIANÇA:
RELATO DE CASO S149
Viviane Lage Gomes, Frederico Palumbo Araujo,
Louise Fellet Barbosa, Laiz Boniziolli Barachi,
Viviane Angelina de Souza, Rafael de Oliveira Fraga,
Silviane Vassalo, Antônio Scafuto Scotton, Agnes Silva Orlandi,
Vitor Fernandes Alvim, Isaac Eduardo Arana
ARTERITE DE TAKAYASU INICIANDO COM
CLAUDICAÇÃO DE MEMBROS INFERIORES S149
Paula Nogueira Loures, Mariana Kadomoto,
Evelyne Lopes Marcondes Martinelli,
Leticia Maria Kolachinski Brandão, Leandro Diniz e Garcia,
Lucas Eduardo Pedri, André Marun Lyrio, Rubens Bonfiglioli,
José Alexandre Mendonça, Maria Aparecida Barone,
José Roberto Provenza
ARTERITE DE TAKAYASU: RELATO DE CASO S149
Joslaine Alves Barros, Joelma Moreira de Norões Ramos,
Francisco César de Oliveira Gonçalves, Raphael Luz da Silva,
Rosielly Melo Tavares
AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL NA
GRANULOMATOSE COM POLIANGIITE: ASSOCIAÇÃO DE
PARÂMETROS DE MASSA GORDA COM ATIVIDADE DE
DOENÇA E MARCADORES INFLAMATÓRIOS S149
Mariana Ortega Perez, Valeria de Falco Caparbo,
Samuel Katsuyuki Shinjo, Mauricio Levy-Neto,
Rosa Maria Rodrigues Pereira
AVALIAÇÃO DAS ARTÉRIAS CARÓTIDAS EM
PACIENTES COM ARTERITE DE TAKAYASU: UM
ESTUDO DE CASO-CONTROLE S150
José Alexandre Mendonça, Alisson Aliel Vigano Pugliesi,
Marília Paula Souza dos Santos, Zoraida Sachetto
AVALIAÇÃO DAS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS QUE NÃO
CONSTAM DO CRITÉRIO DE CLASSIFICAÇÃO DA SÍNDROME
DO ANTICORPO ANTIFOSFOSFOLIPÍDIO EM PACIENTES COM
ANTICORPOS ANTIFOSFOLIPÍDIOS PERSISTENTES S150
Flávio Signorelli, Gustavo Guimarães Moreira Balbi,
Bruno Rubinstein, Natalia Querido Fortes,
Marcella Azevedo Borges Andrade, Daniele Maia Valviesse,
Roger Abramino Levy
AZATIOPRINA NO TRATAMENTO DA MANIFESTAÇÃO
CUTÂNEA CRÔNICA OU RECIDIVANTE DA VASCULITE
POR IGA (PÚRPURA DE HENOCH-SCHONLEIN)
DO ADULTO: SÉRIE DE CASOS S150
Alisson Aliel Vigano Pugliesi, Mateus Fornasieri Mokwa,
Manoel Barros Bertolo, Zoraida Sachetto
CARACTERÍSTICAS DA SÍNDROME DO ANTICORPO
ANTIFOSFOLÍPIDE PRIMÁRIA: BRASIL VERSUS
OUTRAS REGIÕES DO MUNDO S151
Michelle Remião Ugolini Lopes, Renata Ferreira Rosa,
Iana Souza Nascimento, Guilherme R. de Jesus, Roger A. Levy,
Doruk Erkan, Danieli Andrade
CRIOGLOBULINEMIA NÃO ASSOCIADA À HEPATITE
C EM PACIENTE COM DIAGNÓSTICO PRÉVIO
DE POLIMIALGIA REUMÁTICA S151
João Carlos Menta Filho, Juliana Wispel,
Cecilia Viola Varella da Costa, Karine Alessandra da Silva Fortes,
Rodrigo Sarmanho Spohr, Bruna Zuse Valiati,
Maria Mercedes Caracciolo Picarelli,
Deonilson Ghizoni Schmoeller
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
DADOS EPIDEMIOLÓGICOS DE PACIENTES COM
VASCULITES SISTÊMICAS EM CENTROS DE REFERÊNCIA
NA REGIÃO SUDESTE DO BRASIL S151
Alexandre Wagner Silva de Souza, Joice M. F. M. Belem,
Rosa Maria Rodrigues Pereira, Mariana Ortega Perez,
Zoraida Sachetto, Ana Beatriz Santos Bacchiega,
Manuella Lima Gomes Ochtrop, Bruno Schau, Morgana Ohira Gazzeta,
Gilda Aparecida Ferreira, Fabrícia Fonseca Simil, Ruben H. Duque,
Valquíria G. Dinis, Jozelia Rêgoe, Roger A. Levy
DIAGNÓSTICO DE VASCULITE URTICARIFORME NA VIGÊNCIA
DE SURTO EPIDÊMICO DE INFECÇÕES POR FLAVIVÍRUS S152
Breno Domingos de Gusmão Melo,
Evandro Cabral de Brito, Rafael Lopes Santos,
Bernardo Ribeiro Travassos
DIAGNÓSTICO TARDIO DE VASCULITE POR USO
INADEQUADO DE CORTICOIDE: RELATO DE CASO S152
Fernanda Godinho de Amorim, Amanda Jacomeli Matsuura,
Fernanda Breder Oliveira Nadaf, Maíra Rocha Machado de Carvalho,
Vinicius Vidal de Menezes, Carlos Eduardo C. Lins,
Marcelo da Silva Macedo, Luciana Martins Trajano de Arruda
DOENÇA CEREBROVASCULAR NA SÍNDROME DO ANTICORPO
ANTIFOSFOLIPÍDIO: A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE
DOS FATORES DE RISCO TRADICIONAIS S152
Flávio Signorelli, Gustavo Guimarães Moreira Balbi,
Bruno Rubinstein, Natalia Querido Fortes,
Marcella Azevedo Borges Andrade, Daniele Maia Valviesse,
Roger Abramino Levy
DOENÇA DE BEHÇET COM RUPTURA DE
ANEURISMA DE ARTÉRIA SUBCLÁVIA S153
Ricardo Roitman Wolkind, Marcus Barg Resmini,
Manoela Fantinel Ferreira, André Luis Bittencourt Morsch,
Mariele Zardin, Natália Sarzi Sartori, Odirlei André Monticielo,
Charles Lubianca Kohem
DOENÇA DE BEHÇET NA INFÂNCIA:
RELATO DE DOIS CASOS S153
Marco Antonio Araújo da Rocha Loures, Felipe Rocha Loures,
Juliana Mauad, Priscilla Versari, Paulo Roberto Donadio
ERITROMELALGIA SECUNDÁRIA À ARTERITE
DE CÉLULAS GIGANTES S153
Talita de Oliveira Ribeiro, Marta Aline Coelho da Costa,
Juliana Brandão Pinto Carneiro, Taíssa de Souza Pinto,
Samila Alves da Silva, Patrícia da Silva Cunha,
Sandra Lúcia Euzébio Ribeiro, Rosana Barros de Souza
ESCLERITE NECROSANTE COMO MANIFESTAÇÃO INICIAL
DA GRANULOMATOSE COM POLIANGIÍTE E SUAS
COMPLICAÇÕES POR ATRASO NO DIAGNÓSTICO S154
Andrea Ribeiro Gonçalves de Vasconcelos Medeiros,
Marcela Maria da Silva, Daniele Scherer,
Anna Larissa Faria Janes, Ana Carolina Franco Passos,
André de Paula Silva Ramos, Juliana Silvatti,
Andressa Miozzo Soares,
Mariana Freitas de Aguiar, Alexandre Wagner Silva de Souza
ESCLERITE NECROTIZANTE RECIDIVANTE COMO
MANIFESTAÇÃO INICIAL DE POLIANGEÍTE GRANULOMATOSA,
COM BOA RESPOSTA A ANTI-TNF: RELATO DE CASO S154
Luana Resende Reis, Caio Laguna Reis de Carvalho,
Flávia Luiza Marin, Tamires Verena Ribeiro dos Santos,
Aline Michelli Viegas Pereira Fernandes,
Fabio Vicente Leite, Alvio Isao Shiguematsu,
Luiz Eduardo Valente, Sula Glaucia Lage Drumond Pacheco,
Henrique Pereira Sampaio
ESTENOSE TRAQUEAL SUBGLÓTICA E GRANULOMATOSE
COM POLIANGEÍTE: RELATO DE CASO S154
Paula de Alencar Veloso, Diana Azeredo de Freitas,
Vanessa de Oliveira Magalhães, Nilzio Antonio da Silva, Jozelia Rêgo
GENGIVA EM FRAMBOESA COMO PRIMEIRA MANIFESTAÇÃO
DA GRANULOMATOSE COM POLIANGEÍTE S154
Alisson Aliel Vigano Pugliesi, Mateus Mokwa,
Amanda Campos Mozer Sodre, Flavio Fernandes Barbosa,
Ana Paula Toledo Del Rio, Manoel Barros Bertolo, Zoraida Sachetto
GRANULOMATOSE COM POLIANGEÍTE, NOVA NOMENCLATURA
DE GRANULOMATOSE DE WEGENER: RELATO DE CASO S155
Glaydson Jeronimo da Silva, Letícia Caetano Adorno,
Ludimila de Assis Moreira, Tainara Aires Rodrigues,
Luciany Victor de Andrade, Lívia Barros de Andrade
GRANULOMATOSE DE WEGENER ANCA
NEGATIVO: RELATO DE CASO S155
Marcela Quintão Alvarenga, Julimar Pereira da Silva,
Lena Marcia de Carvalho Valle, Vinícius Sardão Colares,
Suzana Andressa Morais de Paula,
Camillo Dias Zaidem
HEMORRAGIA ALVEOLAR EM PACIENTE COM ARTERITE
DE TAKAYASU: RELATO DE CASO S155
Luiza Coelho Magalhães, Gustavo Guimarães Moreira Balbi,
Carolina Arribada Rebello, Thiago Thomaz Mafort,
Francinne Machado Ribeiro,
Ana Beatriz Santos Bacchiega
MEGACÓLON TÓXICO COMO MANIFESTAÇÃO INICIAL
DA GRANULOMATOSE COM POLIANGEÍTE S156
Alisson Aliel Vigano Pugliesi, Mateus Fornasieri Mokwa,
Amanda Campos Mozer Sodre, Flavio Fernandes Barbosa,
Ana Paula Toledo Del Rio, Manoel Barros Bertolo,
Zoraida Sachetto
MÚLTIPLAS FACETAS DO COMPROMETIMENTO
NEUROLÓGICO NA GRANULOMATOSE COM
POLIANGEÍTE: RELATO DE CASO S156
Ursula Soares Barbosa, Danielle Pereira Barros,
Tatiana de Souza Pina Lobo, Vanessa de Oliveira Magalhães,
Nilzio Antonio da Silva, Jozelia Rêgo
NEURO-BEHÇET MANIFESTANDO-SE COMO
ESCLEROSE MÚLTIPLA – A DIFICULDADE DO
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL S156
Marcela Maria da Silva, Alexandre Wagner Silva de Souza,
Anna Larissa Faria Janes, Ana Carolina Franco Passos,
André de Paula Silva Ramos,
Andrea Ribeiro Gançalves de Vasconcelos Medeiros,
Daniele Scherer, Juliana Silvatti, Pablo Duarte Lima
PERIAORTITE E ERDHEIM-CHESTER S156
Marcella Azevedo Borges Andrade, Manuella Lima Gomes Ochtrop,
Ana Beatriz Santos Bacchiega, Romulo Varella de Oliveira,
Ana Carolina de Azevedo Araújo, Rodrigo Cutrim Gaudio
POLIANGEÍTE EOSINOFÍLICA COM GRANULOMATOSE:
RELATO DE CASO NA EMERGÊNCIA S157
Alvaro Henrique Neto, Barbara Seabra Carneiro,
Carlos Eduardo Kameki Sato, Flavio Falcao Lima de Souza,
Lygia Peloso Reis e Passos, Monica Rossatti Molina,
Paulo Louzada Junior, Raquel Vieira Dias,
Thaise Oliveira Quaresma
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
POLIANGEÍTE MICROSCÓPICA COM MANIFESTAÇÃO
PULMONAR ATÍPICA S157
Bruna Almeida Lovo, Fabiana Santos Fonseca,
Fernanda Morello Nicole, Joel Eufrásio da Silva,
Jamili Leite da Silva, Mariane Quieroti Rodrigues
SÍNDROME DA AORTA PEQUENA: UM ATÍPICO DIAGNÓSTICO
DIFERENCIAL PARA A ARTERITE DE TAKAYASU S160
Alisson Aliel Vigano Pugliesi, Mateus Fornasieri Mokwa,
Amanda Campos Mozer Sodre, Flavio Fernandes Barbosa,
Ana Paula Toledo Del Rio, Manoel Barros Bertolo, Zoraida Sachetto
POLICONDRITE RECIDIVANTE ASSOCIADA
À ECTASIA DE AORTA S157
Lygia Peloso Reis e Passos, Guilherme Campos Araújo,
Alvaro Henrique Neto, Bárbara Seabra Carneiro,
Carlos Eduardo Kameki Sato, Flávio Falcão Lima de Souza,
Raquel Vieira Dias, Thaise Oliveira Quaresma,
Mônica Rossatti Molina
SÍNDROME DA VASCULITE URTICARIFORME
HIPOCOMPLEMENTENÊMICA: UM RARO DIAGNÓSTICO
DIFERENCIAL DO LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO S160
Alisson Aliel Vigano Pugliesi, Mateus Fornasieri Mokwa,
Amanda Campos Mozer Sodre, Flavio Fernandes Barbosa,
Ana Paula Toledo Del Rio, Manoel Barros Bertolo,
Simone Appenzeller, Zoraida Sachetto
PSEUDOTUMOR RETRO-ORBITÁRIO EM PACIENTE COM
GRANULOMATOSE COM POLIANGEÍTE COM IMPORTANTE
RESPOSTA TERAPÊUTICA À CORTICOTERAPIA S158
Leandro Teixeira Gomes, Marlene Freire, Felipe Prata Misiara,
Reginaldo Botelho Teodoro, Taciana Fernandes A. Ferreira,
Rafael Dias Vitor Pereira, Patricia Branco Zago
SÍNDROME DE BUDD-CHIARI, NÓDULOS DE
REGENERAÇÃO E HEPATOCARCINOMA NA
SÍNDROME ANTIFOSFOLÍPIDE ASSOCIADA AO LÚPUS
ERITEMATOSO SISTÊMICO JUVENIL S161
Rafael Alves Cordeiro, Aley Talans, Eloisa Bonfá, Danieli Andrade
REGRESSÃO DE ANEURISMA DE ARTÉRIA PULMONAR
COM INFLIXIMABE NA DOENÇA DE
BEHÇET: RELATO DE CASO S158
Tamires Verena Ribeiro dos Santos, Flávia Luiza Marin,
Luana Resende Reis, Caio Laguna Reis de Carvalho,
Aline Michelli Viégas Pereira Fernandes,
Henrique Pereira Sampaio, Luiz Eduardo Valente,
Fabio Vicente Leite, Sula Glaucia Lage Drumond Pacheco
SÍNDROME DE HUGHES-STOVIN: DIAGNÓSTICO
DIFERENCIAL OU MANIFESTAÇÃO DA DOENÇA
DE BEHÇET? RELATO DE CASO S161
Mariana Kadomoto, Rubens Bonfiglioli, Paula Nogueira Loures,
Evelyne Lopes Marcondes Martinelli,
Leticia Maria Kolachinski Brandão, Leandro Diniz e Garcia,
Lucas Eduardo Pedri, Nádia Regina Bossolan Schincariol,
André Marun Lyrio, José Roberto Provenza
POSITIVIDADE DE ANTICENTRÔMERO NO CONTEXTO DA
POLIANGEÍTE COM GRANULOMATOSE:
RELATO DE CASO S158
Lilian Ferreira de Lima Giovanini, Kemps Hostalacio Brito
SÍNDROME DE SWEET: RELATO DE CASO E
REVISÃO DE LITERATURA S161
Marco Antonio Araújo da Rocha Loures, Felipe Rocha Loures,
Juliana Mauad, Priscilla Versari, Paulo Roberto Donadio
SÉRIE DE CASOS EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO
DESCREVENDO FREQUÊNCIA DE TUBERCULOSE EM
PACIENTES COM ARTERITE DE TAKAYASU S159
Teresa Rachel Junqueira Carbone, Bruno Schau,
Morgana Ohira Gazzeta, Mauro Goldfarb
SÍNDROME DO ANTICORPO ANTIFOSFOLÍPIDE:
RELATO DE CASO S162
Joslaine Alves Barros, Francisco Cesar de Oliveira Goncalves,
Luis Flavio Santos Martins Filho, Joelma Moreira de Noroes Ramos,
Juliana Alves dos Reis Sobreira
SÍNDROME ANTIFOSFOLÍPIDE CATASTRÓFICA TRATADA
COM RITUXIMABE: RELATO DE CASO S159
Filipe Didier Maciel, Alexandre Augusto Ferreira Santos,
Leandro Augusto Araujo Barros
SÍNDROME DO ANTICORPO ANTIFOSFOLÍPIDE
CATASTRÓFICA E VASCULITE S162
Alessandra Ferrari, Eduardo Souza da Rosa,
Maria Lucia Lemos Lopes, Tatiana de Freitas Tourinho,
Felipe Giovani Aubin, Árien Eliza Oldoni
SÍNDROME ANTIFOSFOLÍPIDE SECUNDÁRIA
REFRATÁRIA: RELATO DE CASO S159
Filipe Didier Maciel, Alexandre Augusto Ferreira Santos,
Leandro Augusto Araujo Barros
SÍNDROME ANTIFOSFOLÍPIDE TROMBÓTICA ESTÁ
ASSOCIADA A PIOR RESULTADO GESTACIONAL DO
QUE PACIENTES COM TROMBOSE VENOSA PROFUNDA
SEM ANTICORPOS ANTIFOSFOLÍPIDES S160
Guilherme Ramires de Jesus, Thabata Lessa, Nathalia Ney,
Suellen Monteiro, Priscila Guyt Rebelo, Nilson Ramires de Jesus,
Evandro Mendes Klumb, Roger A. Levy
SÍNDROME CORONARIANA AGUDA EM
PACIENTE COM ARTERITE DE TAKAYASU:
ATEROSCLEROSE OU ATIVIDADE? S160
Alisson Aliel Vigano Pugliesi, Mateus Fornasieri Mokwa,
Flavio Fernandes Barbosa, Amanda Campos Mozer Sodre,
Manoel Barros Bertolo, Ana Paula Toledo Del Rio, Zoraida Sachetto
ÚLCERA CUTÂNEA COMO PRIMEIRA MANIFESTAÇÃO
DA SÍNDROME ANTIFOSFOLÍPIDE S162
Izaias Pereira da Costa, Ana Elisa Dantas Modesto,
Gláucia Moreira Souza de Queiroz, Isabella Costa Faleiros,
Micheli Said de Marchi
ÚLCERA DE LIPSCHUTZ: DIAGNÓSTICO
DIFERENCIAL DE DOENÇA DE BEHÇET S163
Daniel Casagrande Antero, Vanilla Citadini Zanette,
Guilherme Fretta Ramos, Luísa Meurer Dacorégio
ÚLCERA GENITAL COMO PRIMEIRA COMO PRIMEIRA
MANIFESTAÇÃO DE DOENÇA DE BEHÇET EM CRIANÇA
Leandro Teixeira Gomes, Marlene Freire,
Felipe Prata Misiara, Reginaldo Botelho Teodoro,
Taciana Fernandes A. Ferreira, Rafael Dias Vitor Pereira,
Patricia Branco Zago
S163
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
USO DE TOCILIZUMABE NO TRATAMENTO
DA ARTERITE DE TAKAYASU S163
Paula Nogueira Loures, Marina de Sousa Vieira,
Lucas E. Pedri, André Marun Lyrio, Carlos Oswaldo Teixeira,
Mariana Kadomoto, Evelyne Lopes Marcondes Martinelli,
Leticia Maria Kolachinski Brandão, Leandro Diniz e Garcia,
José Alexandre Mendonça, José Roberto Provenza
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO JUVENIL
COMPLICADO POR PANCREATITE AUTOIMUNE E
SÍNDROME PRES: RELATO DE CASO S166
Louise Fellet Barbosa, Laiz Boniziolli Barachi,
Frederico Palumbo Araujo, Viviane Lage Gomes,
Marcos Túlio de Souza Alves Viana, Silviane Vassalo,
Antônio Scafuto Scotton, Rafael de Oliveira Fraga,
Viviane Angelina de Souza
VALOR DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NA
MIOCARDITE POR GRANULOMATOSE EOSINOFÍLICA
COM POLIANGEÍTE: RELATO DE CASO S164
Rosana Damasceno Torres da Silva,
Teresa Rachel Junqueira Carbone, Pamela Goldstein Felipe,
Arthur da Silva Neto, Marcelo de Souza Pacheco, Bruno Schau,
Sergio Pinheiro, Mauro Goldfarb
VASCULITE CEREBRAL EM UMA PACIENTE
COM ARTERITE DE TAKAYASU S164
Samara Aquino Holanda, Jeniffer Mirelli dos Santos Lopes,
Rodrigo Cruz Silva, Pedro Aquino
VASCULITE LINFOCÍTICA DE PEQUENOS VASOS
COMPATÍVEL COM PÚRPURA ANULAR E
TELANGIECTÁSICA DE MAJOCCHI S164
Tauana Mara Pereira Martos, Giovanna Prata Ciabotti Camargos,
Sandro Cecílio Furiati, Felipe Prata Misiara
VASCULITE POR IGA (PÚRPURA DE HENOCH
SCHONLEIN) INDUZIDA POR FATOR VIII PARA
TRATAMENTO DE HEMOFILIA A S165
Alisson Aliel Vigano Pugliesi, Guilherme Brasil Duffles Amarante,
Mateus Fornasieri Mokwa, Flavio Fernandes Barbosa,
Amanda Camos Mozer Sodre, Manoel Barros Bertolo,
Samuel de Souza Medina, Margareth Castro Ozelo, Zoraida Sachetto
VASCULITE REUMATOIDE: UMA SÉRIE DE NOVE CASOS
ATENDIDOS EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO BRASILEIRO
Leonardo Santos Hoff, Lenno Anjos, Karina Bonfiglioli
S165
AMILOIDOSE PRIMÁRIA LARÍNGEA: UM DIAGNÓSTICO
DIFERENCIAL DE GRANULOMATOSE COM POLIANGIÍTE
LOCALIZADA: RELATO DE DOIS CASOS S165
Clarissa de Queiroz Pimentel, Luciana Depiere Lanzarin,
Mauricio Levy-Neto, Rosa Maria Rodrigues Pereira,
Samuel Katsuyuki Shinjo
VASCULITE LEUCOCITOCLÁSTICA COMO MANIFESTAÇÃO
ATÍPICA DA DENGUE: RELATO DE CASO S166
Lilian David de Azevedo Valadares, Regina Coeli Maciel,
Caroline Araújo Magnata da Fonte,
Carlos Alexandre Antunes de Brito, Aline Ranzolin, Laurindo
Ferreira da Rocha Junior, Frederico Fontes Orengo,
Denise Dias Fernandes Bezerra da Silva, Daniel Ricardo dos Santos
Área Temática: OUTRAS TEMÁTICAS
CAMUFLAGEM COSMÉTICA EM PACIENTES COM LÚPUS
ERITEMATOSO SISTÊMICO E MANIFESTAÇÕES CUTÂNEAS
CICATRICIAIS: ESTAMOS NO CAMINHO CERTO? S166
Fernando Afrânio Palmeira de Oliveira,
Luiza Rocha de Castro, Luisa de Oliveira Pereira,
Rafael Figueiredo dos Santos,
Fabiana de Miranda Moura dos Santos, Rosa Weiss Telles,
Cristina Costa Duarte Lanna
PREVALÊNCIA DE SONOLÊNCIA DIURNA EXCESSIVA
E DE DINAPENIA E AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE ATIVIDADE
FÍSICA EM PACIENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO
SISTÊMICO S167
Nélio Farias Soares, Alessandro Mendes, Alex Luiz,
Rafael Resende, Silvson Ferreira, Leandro Sousa,
Linda G. Reis, Youri Balsamo, Licia Maria Henrique da Mota,
Leopoldo Luiz dos Santos Neto, Sandor Balsamo
PROJETO SALA DE ESPERA: PROPOSTA DE
EDUCAÇÃO DO PACIENTE COM LÚPUS ERITEMATOSO
SISTÊMICO E SEUS PARENTES S167
Vinicius Ornelas Bicalho, Fernando Afrânio Palmeira de Oliveira,
Marcelo Oliveira Britto Perucci, Lucas Gallo A. Mafra,
Gilda Aparecida Ferreira, Fabiana de Miranda Moura dos Santos,
Rosa Weiss Telles, Cristina Costa Duarte Lanna
EXPERIÊNCIA DE APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO
ASAS DE DOR NAS COSTAS S167
Leila Nascimento da Rocha, Joaquim Ivo Santos,
Carolina Noronha Lechiu, Pedro Lima Abner,
João Pedro Emrich Accioly, Marcela Gondim Aguiar,
Luiza Helena Acácio, Francisco Saraiva da Silva Junior,
Francisco Airton Castro Rocha
PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL
SISTÊMICA EM PACIENTES COM GOTA S167
Diogo Pereira Santos Sampaio, Vitor Alves Cruz,
Nilzio Antônio da Silva, Jozelia Rêgo
ANÁLISE DAS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
DA ESCLEROSE SISTÊMICA ASSOCIADAS AO
SURGIMENTO DE ÚLCERAS DIGITAIS S168
Frederico Marcondes Santos, Laila Poubel Boechat de Castro,
Victor Berçot da Silva, Renata Frisso Coffler,
Blanca Elena Rios Gomes Bica, Monica Cuellar Arnez
ESCLEROSE SISTÊMICA INDUZIDA PELO USO RECENTE
DE COCAÍNA: RELATO DE CASOS S168
Gustavo Behrens, Camila Nobre Bulhoes, Henrique Carriço da Silva,
Ana Paula Luppino Assad, Danieli Castro Oliveira de Andrade,
Percival Degrava Sampaio-Barros
ESTUDO DA ASSOCIAÇÃO ENTRE FORÇA DE
PREENSÃO PALMAR E MASSA ÓSSEA S168
Federico Di Giovanni, Juliano S. de Medeiros, Pedro H. dos Santos
Neto, Vitor A. Scuzziatto, Aiessa Fedrigo, Thelma Larocca Skare
HOMEM DE 40 ANOS COM FRAQUEZA MUSCULAR,
ARTRALGIAS, OSTEOPENIA E PERDA DE ESTATURA
Alessandra Ferrari, Eduardo Souza da Rosa,
Maria Lucia Lemos Lopes, Tatiana de Freitas Tourinho,
Mario Ricardo Pimentel
S168
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES
REUMATOLÓGICOS HOSPITALIZADOS EM SERVIÇO
ESPECIALIZADO NA CIDADE DE FORTALEZA (CE) S169
Maria Clara Secundino Pereira, Allethéa Robertha Souza e Silva,
Maria Roseli Monteiro Callado, Kirla Wagner Poti Gomes,
Aloizio Veras Mourão Júnior,
Rejane Maria Rodrigues de Abreu Vieira
PERFIL DAS INTERNAÇÕES NA ENFERMARIA DE
REUMATOLOGIA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO S169
Sandra Maximiano de Oliveira, Daniel de Amorim Rondon,
Marden Mendes da Silva, Gilson Augusto Nunes Martins Pombeiro,
Cezar Kozak Simaan, Cleandro Albuquerque,
Francisco Aires Correa Lima, Leopoldo Luiz dos Santos Neto,
Licia Maria Henrique da Mota, Luciano Junqueira Guimaraes,
Talita Yokoy de Souza, Leandro Crispim de Oliveira Lacerda
NEUROFIBROMATOSE TIPO 1 E LÚPUS ERITEMATOSO
SISTÊMICO JUVENIL: UMA RARA ASSOCIAÇÃO S169
Luciano Junqueira Guimarães, Victor de Amorim Campos,
Vanessa Coelho Aguiar, Jéssica Caetano Barbosa,
Maria Eduarda Canellas de Castro, Elis Pereira Rêgo,
Rúbria Liziero Picoli, Sandra Maximiniano de Oliveira,
Lívia Claudio de Oliveira
MICHELANGELO BUONARROTI, O DIVINO: TERIAM
AS DOENÇAS ARTICULARES INFLUENCIADO
A SUA PRODUÇÃO ARTÍSTICA? S170
Pedro Henrique Farias Figueirôa, Elaine Maria de Oliveira Alves
APLICATIVO SAFE®: UMA FERRAMENTA PARA AVALIAÇÃO
DA SAÚDE FUNCIONAL BIOPSICOSSOCIAL S170
Sandor Balsamo, Linda G. Reis, Lícia Maria Henrique da Mota,
Leopoldo Luiz dos Santos Neto
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
TE M A S L I V RE S
Área Temática: Lúpus eritematoso sistêmico
ANÁLISE DE FATORES PREDITIVOS DE NEFRITE LÚPICA EM
UMA COORTE DE AFRO-AMERICANOS DE NOVA IORQUE S171
Catarina J. da Vila Inda, Nestor Schor, Irene Blanco
REDUÇÃO PRECOCE DA PROTEINÚRIA É O MELHOR PREDITOR
DE DESFECHO RENAL EM LONGO PRAZO EM PACIENTES
COM NEFRITE LÚPICA COMPROVADA POR BIÓPSIA S171
Michelle Remião Ugolini Lopes, Luciana Parente Costa Seguro,
Maitê Xavier Frechiana de Castro,
Danielle Daffre, Eduardo Ferreira Borba, Eloisa Bonfá
FUNÇÃO PULMONAR E CAPACIDADE FÍSICA DE PACIENTES
COM ESCLEROSE SISTÊMICA PÓS-TRANSPLANTE DE
CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS S173
Karla Ribeiro Costa-Pereira, Daniela Moraes,
Juliana Bernardes Elias, Juliana Tomé Garcia,
Ana Luísa Carvalho Guimarães, Thalita Costa,
Erika Arantes de Oliveira-Cardoso, Ana Beatriz Stracieri,
Vanessa Leopoldo, Andreia Ferreira Zombrilli,
Marília Cirioli de Oliveira, Belinda Simões,
Maria Carolina Oliveira
Área Temática: Outras doenças do tecido
conjuntivo
Área Temática: Reumatologia pediátrica
AVALIAÇÃO COMPARATIVA EM PACIENTES ADULTOS E
JUVENIS COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO S171
Karina de Oliveira Peliçari, Aline Tamires Lapa,
Nailú Angélica Sinicato, Mariana Postal,
Lilian Tereza Lavras Costallat, Roberto Marini, Simone Appenzeller
Área Temática: Síndrome de Sjögren
PROTEÇÃO DOS ANTIMALÁRICOS CONTRA O AUMENTO
DE DANO EM SÍNDROME DE SJÖGREN PRIMÁRIA S172
Valéria Valim, Gabriela Hernández-Molina, Yemil Atisha-Fregoso,
Anastasia Secco, Emmanuel Guerra, Marianela Adrover,
Anna Julha Lage Santos, Antonio Catalán-Pellet
Área Temática: Vasculites e síndrome
antifosfolípide
FREQUÊNCIA DO ANTICORPO ANTI-AQUAPORINA-4
NOS PACIENTES COM SÍNDROME DO ANTICORPO
ANTIFOSFOLÍPIDE PRIMÁRIA
S172
Renata Ferreira Rosa, Kenia R. Campanholo, Ana Paula R. Gandara,
Michelle Remião Ugolini Lopes, Samira L. Apostolos Pereira,
Danieli Castro Oliveira de Andrade
FATORES ASSOCIADOS COM A PRIMEIRA TROMBOSE
EM PACIENTES APRESENTANDO SÍNDROME
ANTIFOSFOLIPÍDEO OBSTÉTRICA S172
Guilherme Ramires de Jesus, Savino Sciascia, Stéphane Zuily,
Doruk Erkan, Roger A. Levy
Área Temática: Esclerose sistêmica
LINFÓCITOS B E T REGULADORES RECÉM-GERADOS
APÓS TRANSPLANTE AUTÓLOGO DE CÉLULAS-TRONCO
HEMATOPOÉTICAS ASSOCIAM-SE A MELHORA DA
FIBROSE CUTÂNEA EM PACIENTES COM
ESCLEROSE SISTÊMICA S173
Lucas Coelho Marlière Arruda, João R. Lima-Júnior,
Emmanuel Clave, Daniela A. Moraes, Corinne Douay,
Isabelle Fournier, Hélène Moins-Teisserenc, Dimas T. Covas,
Kelen C. R. Malmegrim, Dominique Farge,
Leandra N. Z. Ramalho, Antoine Toubert,
Maria Carolina de Oliveira Rodrigues
PREVALÊNCIA E REATIVIDADE DO AUTOANTICORPO
ANTIMELANOMA DIFFERENTIATION ASSOCIATED
GENE 5 EM PACIENTES COM DERMATOMIOSITE
E POLIMIOSITE S174
Isabela Bruna Pires Borges, Marilda Guimarães Silva,
Virginia Lucia Nazario Bonoldi, Samuel Katsuyuki Shinjo
Área Temática: Outras
EFEITO ANTI-INFLAMATÓRIO DE PLASMÍDEOS COM
PEPTÍDEOS DE ASCARIS SUUM EM ARTRITES S174
Ana Carolina Matias Dinelly Pinto, Rodolfo de Melo Nunes,
Virgínia Cláudia Carneiro Girão,
Anelise Maria Costa de Vasconcelos Alves, Thiago Mattar Cunha,
Fernando de Queiroz Cunha, Francisco Airton Castro Rocha
Área Temática: Osteoartrite
SINOVIÓCITOS FIBROBLASTO-SÍMILE OBTIDOS DE
LÍQUIDO E DE TECIDO SINOVIAL DE PACIENTES COM
OSTEOARTRITE PRIMÁRIA DEMONSTRAM PADRÕES
DE EXPRESSÃO PROTEICA SEMELHANTES S174
Camilla Ribeiro Lima Machado, Gustavo Gomes Resende,
Rafaela Bicalho Viana Macedo, Tamiris de Paula Silva,
Vanuza Chagas do Nascimento,
Ângela Soares da Cunha Castello Branco,
Adriana Maria Kakehasi, Marcus Vinicius Melo de Andrade
NOVA TERAPIA COM CÉLULAS-TRONCO MESENQUIMAIS
ESTIMULADAS COM COLÁGENO V NO TRATAMENTO
DA OSTEOARTRITE EXPERIMENTAL S175
Isabele Camargo Brindo da Cruz, Ana Paula Pereira Velosa,
Antonio dos Santos Filho, Solange Carrasco, Eduardo Pompeu,
Vera Luisa Capelozzi, Ricardo Fuller, Walcy Rosolia Teodoro
Área Temática: Doenças osteometabólicas
IMPORTÂNCIA DA BIÓPSIA DE CRISTA ILÍACA E
HISTOMORFOMETRIA ÓSSEA NO MANEJO DA
OSTEOPOROSE E DOENÇAS OSTEOMETABÓLICAS:
EXPERIÊNCIA DE UM SERVIÇO DE
REUMATOLOGIA TERCIÁRIO S175
Mariana Ortega Perez, Diogo Souza Domiciano,
Luciene Machado Reis, Vanda Jorgetti, Rosa Maria Rodrigues Pereira
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
DESENVOLVIMENTO DE FERRAMENTA CLÍNICA
PARA IDENTIFICAÇÃO DE HOMENS COM BAIXA
DENSIDADE ÓSSEA E FRATURA POR BAIXO
IMPACTO S175
Pablo Duarte Lima, Vera Lúcia Szejnfeld, Jacob Szejnfeld,
Valdecir Marvulle, Marcelo de Medeiros Pinheiro
Área Temática: Epidemiologia
EFEITO DA SARCOPENIA E ADIPOSIDADE TOTAL E VISCERAL
SOBRE A MORTALIDADE EM IDOSOS BRASILEIROS DA
COMUNIDADE: UM ESTUDO PROSPECTIVO DE BASE
POPULACIONAL – SÃO PAULO AGEING & HEALTH STUDY S176
Michel Amorim, Felipe Mendonça de Santana,
Diogo Souza Domiciano, Luana Gerheim Machado,
Jaqueline Barros Lopes, Camille Pinto Figueiredo, Valéria Caparbo,
Liliam Takayama, Rosa Maria Rodrigues Pereira
Área Temática: Lúpus eritematoso sistêmico
AVALIAÇÃO LONGITUDINAL DAS CITOCINAS Th1
e Th2 EM PACIENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO
SISTÊMICO: ASSOCIAÇÕES COM MANIFESTAÇÕES
CLÍNICAS E LABORATORIAIS S176
Mariana Postal, Karina de Oliveira Peliçari,
Nailú Angélica Sinicato, Aline Tamires Lapa,
Fernando Augusto Peres, André Moreno Morcillo,
Lilian Tereza Lavras Costallat, Simone Appenzeller
ASSOCIAÇÃO ENTRE ATIVIDADE FÍSICA, CITOCINAS E
ADIPOCINAS EM MULHERES COM LÚPUS ERITEMATOSO
SISTÊMICO – ANÁLISE PRELIMINAR S176
Fabiana de Miranda Moura dos Santos, Lucas Gallo A. Mafra,
Rosa Weiss Telles, Iara F. Magalhães, Kenia M. C. Correia,
Marcus Vinicius Melo de Andrade,
Maria Isabel Toulsson Davisson Correia,
Cristina Costa Duarte Lanna,
Fabiana de Miranda Moura dos Santos
Área Temática: Imagem
AVALIAÇÃO DA RETINOPATIA TÓXICA POR
ANTIMALÁRICOS PELO EXAME DE TOMOGRAFIA DE
COERÊNCIA ÓPTICA DE DOMÍNIO ESPECTRAL
S177
Sueli Carneiro, Renata Tavares Cabral, Evandro Mendes Klumb
Área Temática: Artrite reumatoide
LEPTINA COMO BIOMARCADOR DE MASSA GORDA
EM ARTRITE REUMATOIDE ESTABELECIDA S177
Maria Fernanda Brandão de Resende Guimarães,
Carla Jorge Machado, Érica Leandro Marciano Vieira,
Maria Raquel da Costa Pinto,
Antônio Lúcio Teixeira Júnior,
Marcus Vinícius Melo de Andrade,
Adriana Maria Kakehasi
LECTINA LIGANTE DE MANOSE E ABORTO EM
PACIENTES COM ARTRITE REUMATOIDE S177
Isabela Goeldner, Juliana Z. Cieslinski, Thelma Larocca Skare,
Renato M. Nisihara, Fabiana Antunes de Andrade,
Iara Messias-Reason, Shirley R.R. Utiyama
TROCA DE TERAPIA ANTI-TNF PARA NÃO ANTI-TNF
ALCANÇA MELHOR SOBREVIDA NA ARTRITE
REUMATOIDE: RESULTADOS DO REGISTRO
BRASILEIRO DE AGENTES BIOLÓGICOS EM DOENÇAS
REUMÁTICAS – BIOBADABRASIL S178
Valéria Valim, Jansen Falcão, David Titton, Roberto Ranza,
Hellen Carvalho, Washington Bianchi,
Barbara Stadler Kahlow, Vander Fernandes,
Paulo Louzada Junior, Manoel Barros Bertolo,
Angela Luzia Branco Pinto Duarte, José Caetano Macieira,
José Roberto Silva Miranda,
Geraldo da Rocha Castelar Pinheiro, Marlene Freire,
Roberto Acayaba de Toledo, Julio Moraes
PÔSTER ES
Área Temática: Artrite reumatoide
A INFLUÊNCIA DO FATOR REUMATOIDE NO CONTROLE
DA ARTRITE REUMATOIDE EM UM CENTRO DE
ESPECIALIDADES MÉDICAS DE BELÉM (PA)
Nayara Mota Carvalho, Marina Laís Ramalho de Oliveira de Almeida,
Cezar Augusto Muniz Caldas
Hospital de Base, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP), São José
do Rio Preto, SP, Brasil
Objetivo: Determinar a influência do fator reumatoide (FR) no
controle da atividade de doença da artrite reumatoide. Material
e métodos: Corte transversal de caráter descritivo e analítico. Os
pacientes foram selecionados de fevereiro de 2014 a maio de 2016
pela técnica de amostragem aleatória simples e a amostra é constituída por 108 portadores de artrite reumatoide. Resultados e discussão: Dos 108 pacientes analisados, 92,6% são do sexo feminino
e 7,4% do masculino, com média de 51,5 ± 12,6 anos, com tempo
de doença média de 10,3 ± 7,3 anos e fator reumatoide positivo em
76,9%. Em relação à atividade da doença, a amostra tem um valor
médio de 4,4 ± 1,35 no Disease Activity Score (DAS 28). Comparando fator reumatoide positivo e negativo, DAS 28 e prova de atividade inflamatória, observa-se que o FR esteve relacionado a maiores índices de DAS 28 (4,6 ± 1,3 em paciente com fator reumatoide
positivo e 3,9 ± 1,42 com p = 0,0253) e maiores índices de proteína C
reativa (19,2 ± 26,5 em FR positivo e 8,8 ± 7,9 em FR negativo). Conclusão: Foi observado na amostra que o fator reumatoide está relacionado à dificuldade no controle da atividade da doença usando
como parâmetro o DAS 28 e os valores de proteína C reativa. Assim,
é importante fazer o acompanhamento do paciente e avaliar periodicamente a atividade da doença para possibilitar medidas de controle e evitar maiores complicações, que podem afetar de forma
considerável a qualidade de vida.
A PERCEPÇÃO DA DOR CRÔNICA EM PACIENTES
COM ARTRITE REUMATOIDE CONSOLIDADA
Leticia Meda Vendrusculo Fangela,
Renan Fangelb, Tiago dos Santos Lelesa, Lilian Melo de Mouraa,
Fernanda do Bomfim Ribeiroa, Ana Paula Tomaz Valentima,
Cissy Karmem Tinazia, Alynne Hellen Rogério e Silvaa,
Jordana Magalhães Silva Lopesa, Rita de Cássia Marqueti Durigana
Faculdade de Ceilândia (FCE), Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF, Brasil
Centro Universitário UNIEURO, Brasília, DF, Brasil
a
b
Introdução: A dor crônica é uma condição persistente, definida
por frequência maior do que seis meses e com pelo menos três
episódios de dor nos últimos três meses. Os portadores de dor crônica apresentam alterações físicas, emocionais e sociais. Pode ser
causada por doenças osteomioarticulares, dentre elas as reumatológicas. Objetivo: Caracterizar a dor crônica de pacientes com
artrite reumatoide (AR). Material e métodos: Estudo transversal,
exploratório e descritivo, feito pela aplicação dos instrumentos
validados Inventário Breve de Dor (IBD), Escala Visual Analógica
(EVA) e Questionário de Aceitação da Dor Crônica (CPAQ). Foram
selecionados 59 pacientes com AR consolidada. A coleta dos
dados ocorreu anteriormente a consulta com reumatologista.
Fez-se análise descritiva das variáveis. As participantes eram do
sexo feminino, com média de 55,8 ± 11,13 anos, com baixo grau
de escolaridade e a maioria não tinha atividade laboral remunerada. Em relação à presença da dor, apresentaram média de 55,9
± 39,5 episódios nos últimos três meses. Em relação à intensidade
da dor tiveram média 5,10 ± 2,839 na EVA. Com o IBD foi possível
observar que a dor tem impacto moderado nas atividades cotidianas, mas no prazer de viver tem uma alteração leve. Essas participantes apresentaram maior relato de dor nas pequenas articulações. A CPAQ apresenta três categorias: no engajamento nas
atividades apesar da dor crônica apresentaram média de 42,75
± 8,518, na disposição de conviver com a dor obtiveram 20,12 ±
9,867 e na aceitação da dor crônica apresentaram média de 62,87
± 11,007. Ou seja, apresentaram aceitação e engajamento medianos e uma baixa disposição para conviver com a dor. Conclusão:
O paciente com AR apresenta quadros de dor crônica, mesmo
com acompanhamento clínico, com impacto no cotidiano, o que
dificulta na convivência com a dor.
A PRÁTICA DA “BOMBADEIRA” COMO GATILHO
PARA INDUÇÃO DE SÍNDROME REUMATOIDE
Ingrid Bandeira Moss, Elisa Fernandes de Melo, Laura Maria
Carvalho de Mendonça, Blanca Elena Rios Gomes Bica
Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Introdução: Apesar de previamente considerado um material
inerte, o silicone, assim como outros adjuvantes, é capaz de
induzir fenômenos autoimunes, conhecidos como “doença por
adjuvantes”. Uma das características descritas como relacionadas à síndrome ASIA é a melhoria dos sintomas após a retirada
do fator estimulante, como a remoção da prótese de silicone, por
exemplo. A prática conhecida como “bombadeira” se refere à injeção local artesanal de silicone de procedência não especificada,
feita por profissionais não especializados. Objetivo: Apresentar o
caso de uma paciente que desenvolveu artrite reumatoide incapacitante após a injeção indiscriminada de silicone em vários
sítios. Relato de caso: FCNC, sexo feminino, 40 anos. Foi submetida a múltiplas injeções de silicone nos membros superiores e
inferiores, no abdome e nas mamas. Duas semanas depois apresentou sinais de infecção local. Retornou para o profissional que
fez o procedimento, que prescreveu dexametasona. Fez mastectomia parcial e esvaziamento local, mas não foi possível retirar
todo o material injetado. Após dois meses apresentou artralgia
generalizada, artrite de punhos e interfalangeanas proximais e
bloqueio de quadris. Exames laboratoriais: fator reumatoide: 89
UI/mL, VHS = 50 mm. Radiografia de bacia com esclerose de quadris e redução de espaços, além de erosões nas metacarpofalangeanas e interfalangeanas proximais. Diagnóstico de artrite reumatoide, prescritos hidroxicloroquina e metotrexate. Após seis
semanas evoluiu com melhoria sintomática, porém persistem
artralgia e fadiga significativas. Conclusão: A síndrome ASIA tem
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sido cada vez mais reportada como associada ao surgimento de
várias manifestações reumatológicas. Nesse caso, destacamos o
fato de que a injeção indiscriminada de variadas doses de silicone de procedência não especificada pode ter desencadeado o
quadro de artrite reumatoide. De particular interesse, nesse caso,
reforçamos o fato de não ser possível a retirada total do material injetado.
ACHADOS RADIOGRÁFICOS COMPATÍVEIS
COM ARTRITE PSORIÁSICA EM PACIENTE COM
ARTRITE REUMATOIDE: RELATO DE CASO
Nathanny Thuanny de Oliveira Alves, Camila Maria Formiga Dantas,
Ítalo Emmanuel Lima Ferreira, Danielly Dantas Pimentel,
Evânia Claudino Queiroga de Figueiredo,
Marcus Ivanovith Fernandes
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campina Grande, PB, Brasil
Introdução: A artrite reumatoide (AR) e a artrite psoriásica (APs)
são doenças inflamatorias crônicas cujo envolvimento articular
pode evoluir naturalmente com danos estruturais que refletem
a propagação da inflamação comum a sinóvia, cartilagem e osso
subcondral e resulta em lesão progressiva e comprometimento
irreversível da função articular. Relato de caso: Mulher de 58 anos
e diagnóstico de AR havia 23 anos, apresentava quadro de poliartrite que envolvia pequenas e grandes articulações, com manifestação extra-articular de nódulos subcutâneos. A biópsia revelou
tecido conjuntivo que exibia granulomas com necrose central e
histiócitos em paliçada, compatíveis com nódulos reumatoides. A
paciente não apresentava psoríase e desconhecia história familiar.
No exame físico, evoluiu com dedos telescopados, desvio ulnar de
4° e 5° dedos, nódulos subcutâneos em algumas interfalangeanas
distais de mãos, aumento do volume dos punhos com limitação da
extensão, atrofia da musculatura interóssea, sinovite em joelhos,
nódulos subcutâneos em cotovelo esquerdo e lateralmente ao 5°
pododáctilo bilateralmente. A radiografia de mãos revelou lesões
erosivas, osteólise e lesões em pencil in cup. Discussão: Apesar da
possibilidade de sobreposição de sintomas e sinais clínicos de AR
com APs, os danos estruturais articulares diferem substancialmente e a associação dessas duas doenças inflamatórias articulares é rara. Mais comumente, têm sido observadas lesões psoriásicas na AR na vigência de terapia com anti-TNF. O envolvimento
articular da psoríase pode anteceder a manifestação cutânea,
porém a presença de AR com FR positivo e de nódulo reumatoide
associado a alterações radiográficas típicas de APs, como lesões
erosivas e proliferativas, reabsorção óssea da cabeça dos metacarpos, metatarsos e das falanges, não encontra relação com nenhum
outro caso descrito na literatura.
ACOMETIMENTO PULMONAR NA ARTRITE
REUMATOIDE: A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO
E O IMPACTO NO PROGNÓSTICO DO PACIENTE
Glaydson Jeronimo da Silva, Lívia Barros de Andrade,
Letícia Caetano Adorno, Tainara Aires Rodrigues,
Ludimila de Assis Moreira, Luciany Victor de Andrade
Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, Goiânia, GO, Brasil
Objetivo: Relatar o caso de uma paciente com artrite reumatoide (AR) que teve seu quadro iniciado por manifestações pulmonares, mas cujo diagnóstico foi feito apenas após o início das
alterações articulares, quando só então a doença foi suspeitada.
Descrever e discutir a importância do diagnóstico precoce do
acometimento pulmonar na AR, um assunto ainda controverso
e um tanto ou quanto desconhecido, mas que tem importância
relevante quanto ao prognóstico dos pacientes. Relato de caso:
MMS, 42 anos, feminina, iniciou em novembro de 2015 quadro
de dor e edema em articulações das mãos que após 15 dias evoluiu para punhos, cotovelos, ombros, joelhos e tornozelos. Referia rigidez nas articulações, chegava a ficar restrita ao leito. Apresentou também febre, dispneia e tosse seca. Relatou que havia
12 anos apresentava pneumonias de repetição e que os médicos
sempre referiam que seu pulmão era “manchado”. A paciente e
os próprios médicos atribuíam tais alterações ao uso crônico de
tabaco. Em fevereiro de 2016 foi feita uma tomografia de tórax
que evidenciou opacidades em “vidro fosco”, espessamento do
interstício interlobular e distorção da arquitetura pulmonar, o
que sugere pneumonite intersticial usual e fibrose pulmonar
idiopática. Foi feita então a hipótese diagnóstica de AR com acometimento pulmonar. Feita a dosagem de anticorpos, foi confirmado o diagnóstico. Discussão: Estima-se que 40% dos pacientes
com AR possam ter manifestações extra-articulares, dentre elas
o acometimento pulmonar, o qual na maioria dos casos ocorre
em pacientes com doença articular bem-estabelecida. Contudo, infiltrados pulmonares podem ser a primeira manifestação
da doença em até 20% dos casos. Daí a importância da detecção precoce dessas alterações, já que poderia haver modificação
do curso da doença ao se evitarem fatores de risco (como tabagismo), prevenirem infecções e escolherem drogas menos prejudiciais ao pulmão.
ACOMETIMENTO SINOVIAL DA ARTICULAÇÃO INTERFALANGEANA
DISTAL EM PACIENTES COM ARTRITE REUMATOIDE AVALIADOS
POR ULTRASSONOGRAFIA COM POWER-DOPPLER
Kelly Rodrigues, Monica Cuellar Arnez, Renata Frisso Coffler,
Luiza Silva Machado de Andrade, Ingrid Bandeira Moss,
Blanca Elena Rios Gomes Bica
Serviço de Reumatologia, Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF),
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Introdução: A artrite reumatoide (AR) é uma doença inflamatória de caráter erosivo que acomete as pequenas articulações
das mãos e dos pés. As mais acometidas são as metacarpofalangeanas (MCF) e as interfalangeanas proximais (IFP). O envolvimento das interfalangeanas distais (IFD) na AR é incomum
(10% dos casos) e quando ocorre cogitam-se como causa outras
patologias, especialmente a osteoartrite. O envolvimento da IFD
pode ser subestimado e alvo de menor atenção pelo médico. A
ultrassonografia é uma importante ferramenta usada para avaliar articulações e estruturas periarticulares. Objetivo: Descrever
os achados ultrassonográficos de sinovite (pelo modo B e PD) nas
IFD de pacientes com AR. Material e métodos: Foram avaliadas
as IFD de 23 pacientes com artrite reumatoide estabelecida no
Ambulatório de Reumatologia do Hospital Universitário. Resultados e discussão: Foram avaliadas as imagens de 104 articulações (IFD) de 23 pacientes com diagnóstico de artrite reumatoide (19 do sexo feminino, quatro do masculino), com média de
56 anos (32-81), 91,3% com fator reumatoide positivo. A presença
de hipertrofia sinovial pelo modo B foi observada em 29 articulações (27,8%), 17 (16,3%) classificadas como grau 1 (leve), nove
(9,1%) como grau 2 (moderado) e três (3%) como grau 3 (grave).
A presença de sinal positivo ao PD foi observada em quatro articulações (4%), três classificadas como grau 1 e uma como grau 2.
Esses achados ultrassonográficos corroboram a frequência descrita de acometimento das IFD na AR, quando consideramos a
presença de hipertrofia sinovial pelo modo B em graus moderado
e grave (11,5%). Destacamos a presença de sinal positivo ao PD
em 4% das articulações avaliadas. Pacientes com diagnóstico de
artrite reumatoide podem ter acometimento da IFD pela doença.
A avaliação da IFD com uso do PD mostra que há sinovite nessas articulações, habitualmente não vista na osteoartrite. Deve-se considerar o envolvimento da IFD nos pacientes com AR.
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AGENTES IMUNOBIOLÓGICOS NÃO IMPEDEM A EVOLUÇÃO
RADIOLÓGICA DA ATRITE REUMATOIDE: RELATO DE CASO
Beatriz Ribeiro Montenegro, Daniela Cabral de Sousa
Universidade de Fortaleza (UNIFOR), Fortaleza, CE, Brasil
Introdução: Em pleno século XXI, a artrite reumatoide (AR) continua a ser uma doença desafiadora na prática médica. Ainda que já
possamos contar com várias diretrizes que direcionam nossa conduta, somos surpreendidos ao encontrar casos clínicos refratários
ao tratamento convencional. Objetivo: Descrever o caso de uma
paciente diagnosticada com AR, com evolução desfavorável apesar
do uso de biológicos. Relato de caso: Paciente do sexo feminino, 61
anos, foi diagnosticada havia 15 anos com AR. Ao início do quadro,
apresentava acometimento oligoarticular, evoluiu com poliartrite e
anemia de difícil controle. A paciente apresentou quadros flutuantes de sinovite, com melhoria parcial mediante o uso de anti-inflamatórios não esteroides (AINES), corticosteroides e drogas modificadoras do curso da doença (DMARDS) sintéticos, progrediu para o
uso de imunobiológicos. A introdução desses medicamentos não
impediu a evolução da doença, particularmente com respeito às
erosões ósseas encontradas em tornozelos nesses últimos cinco
anos, que evoluíram com indicação cirúrgica. Isso nos leva a questionar a eficácia dos biológicos quanto à limitação da progressão
da doença. Discussão: A AR é uma doença inflamatória sistêmica
crônica, com grande impacto na qualidade de vida no indivíduo
acometido, gerando limitações em vários âmbitos. Assim, os principais objetivos do tratamento são tratar a dor e preservar a funcionalidade do paciente. Na literatura, indica-se o uso de DMARDS o
mais precocemente possível. Os agentes biológicos estão indicados
nos pacientes refratários ao tratamento inicial com DMARDS sintéticos. Entretanto, encontra-se na literatura a taxa média de 35% de
falha terapêutica nos pacientes que usam biológicos, fato ocorrido
com a paciente em questão. Isso nos faz considerar a necessidade
de progredir na pesquisa de novas drogas cada vez mais eficazes
para o tratamento da AR.
ALTERAÇÕES NA FUNCIONALIDADE DE PACIENTES
COM ARTRITE REUMATOIDE CONSOLIDADA
Leticia Meda Vendrusculo Fangela, Renan Fangelb,
Tiago dos Santos Lelesa, Lilian Melo de Mouraa,
Fernanda do Bomfim Ribeiroa, Ana Paula Tomaz Valentima,
Cissy Karmem Tinazia, Alynne Hellen Rogério e Silvaa,
Jordana Magalhães Silva Lopesa,
Rita de Cássia Marqueti Durigana
a
b
Faculdade de Ceilândia (FCE), Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF, Brasil
Centro Universitário UNIEURO, Brasília, DF, Brasil
Introdução: A artrite reumatoide (AR) pode gerar deformidades
de estruturas ósseas que, associadas a outros fatores, acarretam
importantes alterações no dia a dia desses pacientes. Comprometem a capacidade funcional, prejudicam atividades anteriormente
desempenhadas, alteram a independência do sujeito. Objetivo:
Avaliar a funcionalidade de pacientes com AR consolidada. Trata-se de um estudo transversal, exploratório e descritivo, feito pela
aplicação dos instrumentos validados Escala de Incapacidade de
Rolland Morris (EIRM) e Questionário de Produtividade e Capacidade Diminuída no trabalho (WPAI-GH). Foram selecionados 59
pacientes com AR consolidada. A coleta dos dados ocorreu anteriormente à consulta com reumatologista. Fez-se análise descritiva
das variáveis. As participantes eram mulheres com média de 55,8
± 11,13 anos. Avaliou-se a feitura de atividades de lazer e de exercícios físicos: 53% das participantes referiram fazer atividades de
lazer, e as mais citadas foram caminhada, artesanato e passeios.
Em relação à EIRM observou-se que as participantes apresentaram diminuição leve da funcionalidade (15,12 ± 5,651). As maiores
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dificuldades encontradas estavam relacionadas à necessidade de
mudar de posição pela dor, caminhar e subir escadas, ajoelhar ou
abaixar e a necessidade de auxílio para se vestir. No WPAI-GH relaciona-se a capacidade para o trabalho e observou-se que apesar do
impacto sobre o trabalho ter sido bastante variável, em média não
houve grandes comprometimentos. Isso se relaciona que esse instrumento, que é usado apenas para pessoas que têm trabalho formal.
Neste estudo, apenas 28% das participantes trabalhavam; as demais
apresentavam impacto direto na capacidade laboral, pois 78% deixaram de trabalhar devido ao adoecimento. Portanto, observa-se que
a AR compromete a funcionalidade do paciente, principalmente no
que se refere às atividades cotidianas e ao trabalho.
AMAUROSE SECUNDÁRIA À ÚLCERA DE CÓRNEA INFECTADA
EM PACIENTE COM SÍNDROME DE FELTY: RELATO DE CASO
André de Paula Silva Ramos, Ana Carolina Franco Passos,
Anna Larissa Faria Janes,
Andrea Ribeiro Gonçalves de Vasconcelos Medeiros,
Daniele Scherer, Juliana Silvatti, Marcela Maria da Silva,
Edgard Torres dos Reis Neto
Escola Paulista de Medicina (EPM), Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São
Paulo, SP, Brasil
Introdução: A Síndrome de Felty (SF) ocorre em menos de 1% dos
casos de artrite reumatoide (AR) e é caracterizada por artrite, febre,
neutropenia, adenomegalia e esplenomegalia. Relato de caso:
Paciente do sexo feminino, 56 anos, com diagnóstico de AR de
longa evolução em acompanhamento e tratamento irregular havia
seis anos sem uso de medicações. Em 2015 foi internada com perda
de 7 kg, astenia, fadiga e poliartralgia inflamatória. Exames laboratoriais mostraram bicitopenia com anemia (normocítica/normocrômica) e leucopenia (neutrófilos 65/mm3 e linfócitos 534/mm3).
Biópsia de medula óssea demonstrou displasia megacariocítica e
agregados linfoides de aspecto reacional. Após alta hospitalar, perdeu acompanhamento médico por um ano, retornou ao pronto-socorro com queixa de dor, prurido e vermelhidão ocular bilateral havia 20 dias, evoluiu com redução da acuidade visual do olho
direito e amaurose ipsilateral na última semana. Em outro hospital havia recebido tratamento com antibiótico e corticoide tópico
ocular, sem melhoria. Avaliação oftalmológica evidenciou perfuração de córnea com infecção secundária. Ao exame físico, apresentava desvio ulnar dos dedos e sinovite em segundas metacarpofalangianas bilaterais. Tomografia de abdome com esplenomegalia.
Hemograma ainda com neutropenia (80/mm3) e fator reumatoide
1/640. Feito o diagnóstico de SF, iniciados prednisona 0,5 mg/kg/dia,
metotrexate 15 mg/sem e ácido fólico 5 mg/sem com melhoria clínica e laboratorial (neutrófilos 2.808/mm3), porém manteve sequela
de amaurose em olho direito. Conclusão: A episclerite ocorre em
apenas 8% da apresentação inicial da SF, a esclerite e a úlcera de
córnea são acometimentos ainda mais raros, predispõem a infecção secundária com risco de perda visual permanente. O tratamento tópico é necessário, porém a instituição precoce e adequada
da terapia sistêmica para controle da doença são imprescindíveis
para minimizar os riscos de sequelas permanentes.
AMILOIDOSE SECUNDÁRIA À ARTRITE REUMATOIDE
Eduardo Pochmann, Odrigo Maccari, Iama Verdi Lamb, Felipe
Huppes, Fernando Seben, Dougllas Bertollo
Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Santa Cruz do Sul, RS, Brasil
Introdução: As amiloidoses são um grupo de patologias heterogêneas causadas pela deposição extracelular de fibrilas proteicas
poliméricas insolúveis nos tecidos e órgãos, o que causa disfunção
e doença clínica. A forma sistêmica mais comum é a amiloidose
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secundária às infecções e às inflamações crônicas; a artrite reumatoide (AR) é a causa mais frequente. Objetivo: Relatar um caso de
amiloidose secundária em paciente com AR refratária que apresentou melhoria clínica sustentada após o uso de pulsoterapia de ciclofosfamida e melfalano. Na última consulta institui-se a azatioprina
associada à prednisona com melhoria progressiva da força motora.
AMILOIDOSE SECUNDÁRIA À ARTRITE REUMATOIDE:
RELATO DE UMA APRESENTAÇÃO ATÍPICA
Levi Bezerra Senaa, Isadora Jochimsb
a
b
Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), Brasília, DF, Brasil
Hospital Universitário de Brasília (HUB), Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF,
Brasil
Introdução: A amiloidose é caracterizada pelo depósito extracelular da proteína amiloide e engloba um grupo heterogêneo de doenças. Pode ser uma condição primária ou secundária (AA) a um processo inflamatório crônico. A forma AA pode ser uma complicação
tardia e incomum da artrite reumatoide (AR), causada por depósitos amiloides derivados das proteínas de fase aguda. Relato de
caso: FAO, masculino, 54 anos, com queixa de febre, poliartrite em
metacarpofalangeanas e interfalangeanas proximais (IFP) bilaterais, associada a rigidez matinal prolongada havia dois meses.
Apresentava ainda polaciúria, espumuria, edema bipalpebral. Evoluiu em cerca de dois meses com a presença de artrite em joelhos, tornozelos, punho esquerdo, 1ª, 2ª, 4ª IFP direitas e 2ª, 4ª IFP
esquerdas, associada à dispneia aos esforços, dispneia paroxística
noturna e edema de MMII. Exames mostraram proteinúria subnefrótica, aumento de provas inflamatórias e positividade do fator
reumatoide (1:256). Ecocardiograma mostrou dupla lesão valvar
aórtica, disfunção diastólica de ventrículo esquerdo e derrame
pericárdico discreto. Aspirado de gordura abdominal compatível
com amiloidose e imuno-histoquímica com depósito de proteína
amiloide A. Paciente evoluiu a óbito em seis meses, por descompensação da insuficiência cardíaca. Discussão: A AR é a doença de
base em 33% dos casos de AA. A incidência dessa complicação tem
diminuído devido ao diagnóstico precoce e a novos tratamentos
da AR. A literatura aponta que em média a AA surge de 15,4 a 17
anos após o diagnóstico da AR, com disfunção renal presente em
97% dos casos e é incomum o acometimento cardíaco. AR mal controlada, com altos títulos de FR e tempo de evolução prolongado, é
fator de risco para o desenvolvimento de AA. O caso exposto ilustra uma apresentação inicial de AR, com rápida evolução para AA,
incompatível com os dados da literatura, o que revela a importância de valorizar as manifestações atípicas das complicações extra-articulares da AR.
ANÁLISE COMPARATIVA DA EXPRESSÃO CLÍNICA DOS
PACIENTES COM ARTRITE REUMATOIDE EM RELAÇÃO AO SEXO
Deizi Fernanda Schwengber, Mariana Sinzker Santini, Gláucio
Ricardo Werner de Castro, Ivânio Alves Pereira
Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), Tubarão, SC, Brasil
Introdução: A artrite reumatoide (AR) é uma doença autoimune
inflamatória crônica dos tecidos sinoviais de acometimento poliarticular, potencialmente incapacitante, que acomete mulheres na
proporção de 3:1. São escassos os estudos que comparam os gêneros e os algoritmos de conduta não consideram o sexo na definição de diferentes abordagens. Objetivo: Analisar as diferenças na
expressão clínica da AR em relação ao sexo. Material e métodos:
Estudo transversal feito na Grande Florianópolis (SC). Os dados
foram obtidos a partir da análise de prontuários de 200 indivíduos
igualmente distribuídos entre os sexos. Usaram-se o software SPSS
18.0 para análise descritiva e analítica e o teste qui-quadrado de
Pearson com p < 0,05 para significância estatística. Resultados e
discussão: Idade média de 49 anos nas mulheres e 54 anos nos
homens. Tendência ao hábito do tabagismo mais frequente nos
homens (46% vs. 35%). O tempo de duração dos sintomas até o
diagnóstico foi menor do que seis meses em 60% das mulheres vs.
46% dos homens. As manifestações extra-articulares foram mais
frequentes no sexo feminino, 33% vs. 20% (p = 0,037). O tratamento
multidisciplinar foi mais frequente nas mulheres, 60% vs. 42% (p
= 0,011). Depressão ocorreu em 57% no sexo feminino vs. 25% no
masculino (p = 0,00). O tratamento com biológicos foi mais comum
entre as mulheres, 62% vs. 23% (p = 0,00). Conclusão: As mulheres
tendem a obter o diagnóstico em fase mais precoce após o início
dos sintomas, também buscam diferentes médicos e tratamento
multidisciplinar. As comorbidades acometem de forma importante
os pacientes com AR e constituem-se mais frequentes nos indivíduos do sexo feminino. As doenças crônicas de risco cardiovascular são igual e significativamente presentes em ambos os sexos. AR
nas mulheres se expressa com agressividade, com maior prevalência de manifestações extra-articulares e maior necessidade do uso
de biológicos para controle da atividade da doença.
ARTRITE REUMATOIDE
Felipe Fagundes de Britoa, Fernanda Croshes Siqueiraa,
Eurico Del Fiaco Netob, Izabella Fernandes Viana Montechic,
Silvério Godoy Del Fiacod, Larissa Godoy Del Fiacod, Amanda
Ribeiro Godoy Bezzane
Faculdade de Medicina, Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto
Central (FACIPLAC), Brasília, DF, Brasil
Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), Brasília, DF, Brasil
c
Faculdade Medicina, Faculdade Atenas, Paracatu, MG, Brasil
d
Faculdade Medicina, Faculdade Alfredo Nasser (UNIFAN), Goiânia, GO, Brasil
e
Faculdade Medicina, Faculdade Presidente Antônio Carlos de Araguari (UNIPAC
Araguari), Araguari, MG, Brasil
a
b
Objetivo: Traçar um perfil epidemiológico dos casos de artrite reumatoide (AR), no Brasil, entre 2008 e 2015, quanto à região e ao
ano de registro. Material e métodos: Estudo epidemiológico observacional, descritivo, retrospectivo com a abordagem quantitativa.
Foram analisados dados do Datasus sobre casos de AR, no Brasil,
entre 2008 e 2015, quanto à região e ao ano de registro. Resultados
e discussão: Houve 155.248 casos de AR - a Região Sudeste, com
7.207 internações, foi responsável pela maioria (64%), seguida pelas
regiões Nordeste (27%), Sul (19%), Norte (12%) e Centro-Oeste (8%).
Quanto aos resultados temporais, há uma queda contínua desde
2008, com 21.015 casos de AR, 21.106 (2009), 20.951 (2010), 20.398
(2011), 19.289 (2012), 18.755 (2013), 17.693 (2014) e 16.041 em 2015.
Conclusão: A AR é uma doença caracaterizada por envolvimento
simétrico de pequenas articulações, em especial mãos e pés, autoimune inflamatória sistêmica caracterizada pelo comprometimento
da membrana sinovial das articulações periféricas. A prevalência
da AR é estimada em 0,5%-1% da população, com predomínio em
mulheres e maior incidência na faixa de 30-50 anos. O diagnóstico
depende da associação de uma série de sintomas e sinais clínicos,
achados laboratoriais e radiográficos, definidos pela Colégio Americano de Reumatologia, e o tratamento da AR inclui educação do
paciente e de sua família, terapia medicamentosa, fisioterapia, apoio
psicossocial, terapia ocupacional e abordagens cirúrgicas.
ARTRITE REUMATOIDE CONCOMITANTE COM
DOENÇA DE PAGET: RELATO DE CASO
Anna Luísa Marinho de Andrade, Daniele Kelle Lopes de Araújo,
Ana Karla Guedes de Melo, Danielle Christinne Soares Egypto
de Brito, Alessandra Sousa Braz C. Andrade, Eutília Andrade de
Medeiros Freire
Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), Universidade Federal da Paraíba
(UFPB), João Pessoa, PB, Brasil
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
Introdução: A doença de Paget óssea (DP) acomete 2-3% da população acima de 50 anos. É uma doença osteometabólica, caracterizada por remodelação óssea acelerada, resulta em um osso com
padrão desorganizado, aumentado e frágil. A artrite reumatoide
(AR) é uma doença autoimune inflamatória, presente em 0,5-1%
da população, a qual acomete grandes e pequenas articulações de
forma crônica e progressiva, pode ocasionar limitação funcional.
Relato de caso: Paciente do sexo feminino, 69 anos, com poliartrite
simétrica de grandes e pequenas articulações havia cinco, fator
reumatoide positivo, provas de atividade inflamatória elevadas e
radiografia das mãos que evidencia erosões em metacarpofalangeanas, compatível com diagnóstico de AR. Evoluiu com lombalgia persistente e a radiografia e a tomografia computadorizada (TC)
demonstraram lesões osteoblásticas e osteolíticas em bacia e vértebras lombares. Eletroforese de proteínas séricas, ultrassonografia
transvaginal, mamografia, endoscopia digestiva alta, colonoscopia,
TC de tórax/abdome, mielograma, biópsia óssea e TC com emissão de pósitrons (PET-CT) descartaram malignidades. Cintilografia
óssea com 99 mTc mostrou hipercaptação em bacia, coluna lombar, mãos, punhos, joelhos, pés, crânio e úmeros. Fosfatase alcalina
elevada (322 U/L). Radiografia de crânio e de ossos longos evidenciou lesões líticas e escleróticas e espessamento cortical difuso, o
que sugeriu doença de Paget poliostótica. Foram prescritos prednisona, hidroxicloroquina e leflunomida, com melhoria dos índices
de atividade da AR, e ácido zoledrônico para prevenção de fraturas
ósseas. Conclusão: Não há na literatura relato de caso de artrite
reumatoide concomitante com DP. Portanto, os autores consideram relevante descrever este caso por ser inédito e chamam atenção para a necessidade de extensa avaliação clínica e complementar inerente à coexistência de ambas as patologias em um mesmo
indivíduo.
ARTRITE REUMATOIDE E SCHWANOMA VESTIBULAR: RELATO
DE CASO E DISCUSSÃO DE ESTRATÉGIAS TERAPÊUTICAS
Fernanda Breder Oliveira Nadaf, Hellen Mary da Silveira de Carvalho,
Fernanda Godinho de Amorim, Luciana Martins Trajano de Arruda,
Maíra Rocha Machado de Carvalho, Vinicius Vidal de Menezes
Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), Brasília, DF, Brasil
Introdução: O schwanoma vestibular ou neurinoma do acústico
é um tumor benigno de crescimento lento. Nos EUA, a incidência é de 10 casos para cada 1.000 habitantes/ano. O quadro clínico
varia entre alterações auditivas e sintomas vestibulares. Estudos
demonstram que o desenvolvimento da doença está associado a
citocinas inflamatórias, com aumento da expressão de TGF-β, IL-1
e IL-6 e menor expressão de TNF-α nos tecidos do tumor. Relato
de caso: Paciente do sexo feminino, diagnosticada em 1999 com
artrite reumatoide (AR), tratada inicialmente com metotrexato,
posteriormente associado à leflunomida. Em 2002, apresentou
hipoacusia à esquerda, foi avaliada pelo especialista e em 2006
foi diagnosticada com neurinoma do acústico. Nesse mesmo ano,
como não houve resposta clínica da AR, apesar do uso de drogas
modificadoras do curso da doença (Dmards), associou-se um antiTNFα (infliximabe), suspenso após um ano por ineficácia. De 2007
a 2009, foi feita a tentativa terapêutica com adalimumabe, também
suspenso diante do crescimento rápido e inesperado do tumor, a
ponto de tornar-se inoperável, sob o risco de comprometer estruturas nobres cerebrais. Foi feita então a substituição por um anti-CD20 (rituximabe), mas a paciente apresentou edema de glote nas
primeiras infusões. Diante do conhecimento de que o neurinoma
do acústico apresenta expressão acentuada de IL-6, em 2012 optamos por iniciar um anti-IL-6 (tocilizumabe), em uso desde então,
com boa resposta clínica e sem aumento do tumor. Discussão: O
neurinoma do acústico é um tumor com aumento da expressão de
algumas citocinas inflamatórias que são alvo no tratamento biológico da AR. Nossa paciente apresentou crescimento rápido desse
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tumor durante o uso de anti-TNFα, o que não foi mais observado
após sua substituição por um anti-IL-6, o que sugeriu que o tocilizumabe possa ser indicado em pacientes com AR e neurinoma do
acústico ou outros tumores com expressão acentuada de IL-6, sem
interferir na evolução desses tumores.
AS TRÊS GRAÇAS E AS SÍNDROMES REUMÁTICAS
Fernanda Caroline Moura Garcez, Mariana de Oliveira Lobo,
Monique Almeida Vaz, Natália Pierdoná,
Armando José China Bezerra, Lucy de Oliveira Gomes
Universidade Católica de Brasília (UCB), Brasília, DF, Brasil
Peter Paul Rubens (1577-1640) foi um consagrado pintor barroco
que, em 1639, recriou a famosa composição da Grécia Antiga, por
autor desconhecido, denominada “As Três Graças”. A recriação de
Rubens tinha como protagonistas Hélène Fourment, sua esposa, e
suas duas cunhadas. Hélène encontra-se à esquerda do observador e apresenta pé plano e chato e hiperextensão das articulações
metacarpofalangeanas dos quarto e quinto dedos da mão direita.
Em 2005, o reumatologista belga Dr. T. Appelboom sugeriu que as
deformidades dessa graça poderiam ser devido a sequelas articulares de artrite reumatoide. A mulher ao centro apresenta uma escoliose com nítida presença do sinal de Trendelenburg: a queda anormal do quadril ao lado contrário daquele de sustentação do corpo. Já
que as três mulheres aparentam uma hiperlordose, sugere-se, ainda,
a retratação da síndrome de hipermobilidade, descrita em 1967.
ASSOCIAÇÃO ENTRE COMPOSIÇÃO CORPORAL E
ATIVIDADE INFLAMATÓRIA EM MULHERES COM
ARTRITE REUMATOIDE DE LONGA EVOLUÇÃO
Gabriela Daffre Carvalho, Karina Rossi Bonfiglioli,
Ana Cristina de Medeiros, Célio Roberto Gonçalves,
Rosa Maria Rodrigues Pereira, Diogo Souza Domiciano
Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (HC-FMUSP),
São Paulo, SP, Brasil
Objetivo: Avaliar a associação entre parâmetros da composição
corporal por absorciometria por dupla emissão de raios X (DXA),
incluindo análise de gordura visceral e atividade inflamatória, em
mulheres com artrite reumatoide (AR) estabelecida de longa evolução. Material e métodos: Foram selecionadas consecutivamente
no ambulatório do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina
da Universidade de São Paulo 78 mulheres na pós-menopausa com
AR. Composição corporal, incluindo gordura visceral, foi avaliada
por DXA. Foram excluídas condições que afetam a composição corporal. Atividade de doença foi definida por reação em cadeia da
polimerase (PCR) e pelos índices escore de atividade da doença 28
(DAS-28), índice de atividade da doença de Crohn (CDAI) e índice
simplificado de atividade de doença (SDAI). Associação entre composição corporal e atividade foi analisada por correlação de Pearson, teste de Fisher e análise de variância (Anova), com p < 0,05.
Resultados e discussão: Idade: 61,1 ± 7,7anos; tempo de AR: 18,1 ±
10,9 anos; PCR: 9,1 ± 10,9 mg/dL; DAS-28: 3,57 ± 1,36. Após ajustes
para tempo de AR, índice de massa corporal (IMC), atividade física,
prednisona e comorbidades, mulheres com PCR > 10 mg/dL tinham
menor massa muscular apendicular do que aquelas com PCR 5-10
mg/dL e PCR < 5 mg/dL (6,3 ± 0,8 kg/m2; 7,2 ± 1,2 kg/m2 e 6,8 ± 1,0 kg/m2,
respectivamente; p = 0,013). Em relação à massa gorda, mulheres
com PCR 5-10 mg/dL tinham mais gordura total do que aquelas com
PCR > 10 mg/dL e PCR < 5 mg/dL (12,4 ± 3,5 kg/m2, 9,9 ± 3,6 kg/m2
e 10,5 ± 2,8 kg/m2, respectivamente; p = 0,040). Da mesma forma,
mulheres com PCR 5-10 mg/dL tinham mais gordura visceral do
que mulheres com PCR muito elevado ou baixo (812,5 ± 266,4 cm3,
604,3 ± 236,3 cm3 e 658,9 ± 255,6 cm3; p = 0,009). Conclusão: PCR
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foi o único parâmetro de atividade associado com composição corporal. Pacientes com alta atividade após longo tempo de doença
têm menos massa muscular e gordura (inclusive visceral), o que
sugere caquexia reumatoide. Por outro lado, pacientes com atividade moderada apresentam os maiores valores de gordura visceral. Esses achados apontam para a existência de distintos perfis de
composição corporal conforme o status inflamatório da doença, o
que sugere a importância de abordagens individualizadas da sarcopenia e adiposidade/risco cardiovascular em AR de acordo com
o grau de atividade.
AUMENTO DE TRANSAMINASES EM PACIENTES COM
ARTRITE REUMATOIDE EM USO DE METOTREXATE
Alejandra Debbo, José Caetano Macieira,
Alex Vianey Callado França, Lina Oliveira de Carvalho,
Regina Adalva de Lucena Couto Océa
Universidade Federal de Sergipe (UFS), Aracaju, SE, Brasil
Introdução: O metotrexate (MTX) é considerado atualmente o
medicamento padrão no tratamento da artrite reumatoide (AR). É
de amplo conhecimento que o MTX aumenta os níveis de transaminases (alanina aminotransferase [ALT] e/ou aspartato aminotransferase [AST]). Vários fatores de risco, como idade, duração da exposição ao MTX, dose cumulativa, história de esteatose
hepática não alcoólica (NASH), diabetes, obesidade, hepatites por
vírus B ou C, consumo de álcool e uso de medicamentos hepatotóxicos, poderiam aumentar a toxicidade hepática do MTX. Objetivo: Verificar pela primeira vez no ambulatório de reumatologia
o perfil dos pacientes com AR em uso de MTX com aumento de
temperatura superficial (TS) e descrever os fatores de risco associados. Material e métodos: Estudo descritivo retrospectivo. A amostra se constituiu de 58 prontuários de pacientes com diagnóstico
de AR que usaram ou estavam em uso de MTX. Resultados e discussão: Dos 58 pacientes, dez (17%) apresentaram aumento de
TS. O aumento de ALT e AST na maioria dos pacientes (60%) foi
de uma vez acima do limite máximo da normalidade (LMN). Um
paciente teve aumento tanto de ALT como AST acima de três vezes
do LMN. Todos os pacientes tinham pelo menos um fator de risco
para hepatotoxicidade, dois ou mais estavam presentes em 60%
dos pacientes. Os fatores de risco que apareceram com mais fre­
quência foram dislipidemia e algum grau de sobrepeso ou obesidade. Conclusão: O aumento de TS foi o efeito colateral mais
frequente com o uso do MTX. Foi verificada a presença de vários
fatores de risco que poderiam contribuir para a hepatotoxicidade,
alguns deles podem ser também fatores de risco independentes
para o aumento de TS. Associação de leflunomida e MTX parece
aumentar o risco de hepatotoxicidade. Nos pacientes que estavam em uso de MTX e anti-inflamatórios não esteroides, não se
pode afirmar que o MTX foi o único responsável pela elevação das
enzimas hepáticas.
AUTOEFICÁCIA DE PACIENTES COM ARTRITE REUMATOIDE
INICIAL E CRÔNICA: UMA ANÁLISE COMPARATIVA
Rudjery Parente Avelinoa, Leticia Meda Vendrusculo Fangelb,
Renan Fangelc
Hospital Universitário de Brasília (HUB), Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF,
Brasil
Faculdade de Ceilândia (FCE), Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF, Brasil
c
Centro Universitário UNIEURO, Brasília, DF, Brasil
a
b
Introdução: A autoeficácia (AE) é a crença que o sujeito tem de conseguir fazer uma atividade com sucesso. A artrite reumatoide (AR)
gera uma pioria da capacidade funcional e pode comprometer a AE.
Objetivo: Identificar os níveis de AE de pacientes com AR e comparar esses níveis entre pacientes com AR inicial e AR consolidada.
Material e métodos: Estudo transversal, exploratório e descritivo,
feito com o instrumento validado Escala de Autoeficácia Geral Percebida (EAP) e de ficha clínica e sociodemográfica. Foram selecionados 20 pacientes divididos em dois grupos: GARI, pacientes com
diagnóstico de AR inicial, maiores de 18 anos de ambos os sexos,
e GARC, com AR consolidada. A coleta dos dados ocorreu anteriormente a consulta com o reumatologista. Fez-se teste t de Student
para comparação dos grupos e a análises descritivas das demais
variáveis. O projeto foi aprovado no comitê de ética em pesquisa.
Os participantes do GARI tiveram média de 44,6 ± 19 anos e os do
GARC 59,4 ± 13 anos e em ambos os grupos tiveram baixa escolaridade. Em relação aos aspectos da doença o GARI tinha 6,7 ± 3
meses de diagnóstico, enquanto o GARC tinha 9,56 ± 4 anos, ambos
com acometimento poliarticular e com mais de cinco articulações
dolorosas. Em relação à EAP foi possível observar que na comparação entre os grupos da média geral da escala não houve diferença
estatisticamente significativa, mas ambos apresentaram uma AE
moderada, ou seja, com pequena alteração. Mas ao comparar cada
questão do EAP encontrou-se diferença estatística (p ≤ 0,05) nas
questões: “Eu confio que posso lidar, eficientemente, com acontecimentos inesperados”. “Graças ao meu desembaraço, eu sei lidar
com situações imprevistas”. Conclui-se que há uma possível alteração na AE de pacientes com AR. Mas essas alterações não sofrem
influência do tempo de diagnóstico e ao se ter um acompanhamento de longo prazo os impactos podem ser minimizados.
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA E DE ASPECTOS
CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICOS EM PACIENTES COM ARTRITE
REUMATOIDE EM AMBULATÓRIO ESPECIALIZADO EM
REUMATOLOGIA NA MICRORREGIÃO NORTE DO CEARÁ
Felipe Peixoto Nobre, Rita Maria Diógenes Marques,
Christiane Aguiar Nobre, Alexandre Augusto Bastos Moura,
Ana Cláudia Oliveira Portela, João Victor Marques,
Lorena Cristina de Lima Sabino
Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil
Objetivo: Estabelecer o perfil clínico-epidemiológico e o impacto
na qualidade de vida da artrite reumatoide (AR) em pacientes de
ambulatório especializado de reumatologia na Microrregião Norte
do Ceará. Material e métodos: Estudo seccional em andamento.
Coleta de dados feita em ambulatório especializado de Reumatologia na Policlínica Bernardo Félix de Sobral (CE) em 37 pacientes
com AR. Avaliados dados clínicos-epidemiológicos e aplicados instrumentos validados para avaliação da qualidade de vida como o
questionário de qualidade de vida 36 (SF-36). Resultados e discussão: Dos 37 pacientes, 34 eram do sexo feminino (91,8%), entre 29
e 74 anos, com média de 52. A média do tempo de doença foi 12,1
anos (um paciente não soube informar); 66,6% dos entrevistados
demoraram mais de um ano para a primeira avaliação reumatológica; 88,8% estavam em uso de drogas modificadoras do curso
da doença (Dmards). O metotrexate era o mais usado em 77,7%
dos pacientes, sozinho ou em associação; 7,4% estavam em uso de
imunobiológicos e 59% de corticoesteroides; 18,5% são fator reumatoide (FR) positivo, 22,2% fator nuclear (FAN) positivo e 11,1%
anti-CCP positivo; 33,3%, 44,4% e 59, 25%, respectivamente, não
fizeram FR, FAN e anticorpo antipeptídeo citrulinado cíclico (anti-CCP). Na análise da qualidade de vida, os valores dos domínios
de 0-25% (muito baixo) foram obtidos em 83,78% nas limitações
do desempenho decorrentes de problemas físicos, 29,72% na dor
no corpo, 24,32% na vitalidade, 37,83% no funcionamento social,
21,62% na percepção geral de saúde e 16,21% na saúde mental.
Conclusão: Destaca-se a demora na primeira avaliação reumatológica, o longo tempo de doença e o importante impacto negativo na
qualidade de vida dos pacientes com AR avaliados.
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AVALIAÇÃO DO TESTE TUBERCULÍNICO ANTES E
PELO MENOS UM ANO APÓS INÍCIO DO USO DE
IMUNOBIOLÓGICOS EM PACIENTES COM DIAGNÓSTICO
DE ARTRITE REUMATOIDE OU ESPONDILOARTRITES DE
UM SERVIÇO PARTICULAR DE REUMATOLOGIA EM
BELÉM-PARÁ
Marcel Lobato Saumaa, Júlia Brito de Medeirosa,
Amanda Cartagenes Saraivab, Karine Suane Palheta da Costab,
Anderson Romário Almeida de Souzab,
Anderson André Pantoja Diasb, Marcelly Raiza da Silva e Silvab,
Alírio dos Santos Júniorb, Carolina Barros Kahwagea,
Maria de Fátima Lobato da Cunha Saumab, Juliana Sousa Sabinob,
Márcia Nuzane Ramos Amorimb
Universidade do Estado do Pará (UEPA), Belém, PA, Brasil
Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém, PA, Brasil
a
b
Introdução: A artrite reumatoide (AR) e as espondiloartrites (EpA)
são doenças consideradas multifatoriais, de curso crônico, com
repercussões funcionais importantes para os pacientes. No tratamento para tais condições são usadas: drogas modificadoras do
curso da doença (Dmards) e agentes imunobiológicos (IB), como
os fatores de necrose tumoral alfa (anti-TNF alfa) e anti-CD20. O
uso dessas drogas está associado um maior risco de tuberculose,
justifica o emprego de protocolos de triagem, que incluem o teste
tuberculínico (PPD). Objetivo: Verificar a viragem do PPD após
pelo menos um ano do início do tratamento com imunobiológicos; inventigar se a associação de Dmards com IB aumenta o risco
de viragem do PPD; se o tempo do uso de IB influencia a viragem
do PPD e se existe diferença no risco de viragem do PPD entre os
diversos IB. Material e métodos: Estudo transversal, observacional, descritivo e quantitativo. Foram usados protocolos próprios,
nos quais constavam questões referentes ao diagnóstico, aos tratamentos feitos (qual o IB) e à triagem para tuberculose (PPD e
raios X de tórax), preenchidos de acordo com registros em prontuários, foram incluídos pacientes com diagnóstico de AR ou EpA.
Todos os pacientes tinham feito PPD antes do início do IB e pelo
menos mais um em no mínimo um ano após o início do IB. Resultados e discussão: Foram incluídos 82 pacientes. Apresentaram
viragem do PPD 7,3%, desses 6,5% usavam anti-TNF e 20% anti-CD20; 2,1% faziam uso concomitante de Dmards. A média do
tempo de tratamento dos que positivaram e dos que não positivaram o PPD foi de 3,5 anos e inferior a três anos, respectivamente.
Conclusão: Em relação à viragem do PDD, não houve diferença
estatisticamente significante na análise conjunta quanto à classe
de IB usada com o uso concomitante de Dmards ou com o tempo
de tratamento.
AVALIAÇÃO PARASITOLÓGICA E RELAÇÃO COM FADIGA
EM PACIENTES COM ARTRITE REUMATOIDE
Ana Paula Monteiro Gomides Reisa, Licia Maria Henrique da Motaa,b,
Alex Luizb,c, Caliandra Maria Bezerra Luna Limad,
Leopoldo Luiz dos Santos Netoa,b, Cleandro Albuquerqueb,
Luciana Munizb, Talita Yokoy de Souzaa
Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF, Brasil
Hospital Universitário de Brasília (HUB), Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF,
Brasil
c
Centro Universitário UNIEURO, Brasília, DF, Brasil
d
Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa, PB, Brasil
a
b
Objetivo: Fazer avaliação parasitológica e analisar suas correlações clínico-demográficas em uma população com artrite reumatoide (AR). Material e métodos: Estudo do tipo observacional transversal em pacientes com AR em acompanhamento no
Hospital Universitário de Brasília. Foram feitas avaliação clínica e
S7
análise dos prontuários para obtenção de dados sociodemográficos, informações sobre a evolução da doença, escalas visuais analógicas e Health Assessment Questionnaire (HAQ). Os pacientes
fizeram exame parasitológico de fezes (EPF) pelo método de sedimentação e concentração. Foram calculados os índices compostos de atividade de doença. Resultados e discussão: Foram avaliados 70 pacientes com AR, 66 (96%) do sexo feminino, média de
53,9 anos e média de duração de doença de 9,1 anos; 54 pacientes (77,1%) apresentavam fator reumatoide positivo, nove (12,8%)
tinham doença erosiva e 33 (48%) estavam com a doença em
remissão. Nove pacientes (12,9%) demonstraram presença de protozoários no EPF, seis (8,57%) com cistos de Endolimax nana, dois
(2,8 %) com cistos de Entamoeba histolytica/Entamoeba dispar e um
paciente (1,4%) com Entamoeba coli. Não foi observada positividade para helmintíase. Houve relação estatisticamente significativa das protozooses com EVA para fadiga e pior estado atual de
saúde. Conclusão: Foi constatada prevalência de 12,9% de protozooses em uma população com AR. Houve associação dos casos
positivos para protozoários com maior fadiga e pior estado de
saúde pela escala visual analógica. Esses dados são inéditos na
literatura e deverão ser avaliados em futuras pesquisas.
BAIXA ADESÃO AO TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
EM PACIENTES COM ARTRITE REUMATOIDE
DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
Alex Luiz de Oliveira Piresa, Ana Paula Monteiro Gomides Reisb,
Sandra Maximiano de Oliveirab, Licia Maria Henrique da Motab,
Talita Yokoy de Souzab, Luciana Feitosa Munizb,
Cleandro Albuquerqueb
a
b
Centro Universitário UNIEURO, Brasília, DF, Brasil
Hospital Universitário de Brasília (HUB), Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF,
Brasil
Objetivo: Avaliar a adesão ao tratamento farmacológico dos
pacientes com artrite reumatoide (AR) em um hospital universitário. Material e métodos: Estudo transversal, avaliou pacientes
com AR acompanhados nos ambulatórios do Hospital Universitário de Brasília. Foram coletados por meio de entrevistas e análise
dos prontuários dados clínicos, epidemiológicos e terapêuticos.
Um avaliador externo à equipe assistente entrevistou os pacientes em momento distinto da consulta, aplicou a versão traduzida
e validada da Morisky Medication Adherence Scale (MMAS-8), que
consiste em oito perguntas com atribuição de 1 ponto para cada
resposta ideal. Os resultados da MMAS-8 são classificados como
adesão baixa (menos do que 6 pontos), moderada (entre 6 e 7 pontos) ou alta (8 pontos). Foi feita estatística descritiva e análise de
associações dos dados. Resultados e discussão: Foram avaliados 103 pacientes com AR, 96% do gênero feminino, com idade
de 52,3 anos (± 12,8) e tempo médio de diagnóstico de 6,08 anos
(79,8% com fator reumatoide positivo); 82,5% dos pacientes estavam em uso de terapia sintética e 14,5% em terapia biológica. Na
amostra avaliada, 36,5% usavam o metotrexato como monoterapia; 59,2% dos pacientes estavam em remissão ou baixa atividade
da doença, 30,1% em atividade moderada e 10,7% com AR em alta
atividade, no momento da avaliação; 72,6% dos pacientes apresentavam comorbidades, a hipertensão arterial sistêmica foi a
mais prevalente (62,7%). Com relação à adesão ao tratamento, 62
pacientes (60,2%) apresentaram baixa adesão, 33% adesão moderada e 6,8% alta adesão. Dos pacientes em remissão, 64% relataram baixa adesão. Conclusão: A adesão terapêutica entre os
pacientes com AR avaliados é baixa. São necessárias medidas
intervencionistas educacionais que visem a ampliar o discernimento do paciente em relação à sua doença e à importância do
tratamento instituído.
S8
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BARICITINIB EM PACIENTES LATINO-AMERICANOS COM ARTRITE
REUMATOIDE EM ATIVIDADE E RESPOSTA INADEQUADA AO
METOTREXATE: SUBANÁLISE POST HOC DO ESTUDO RA-BEAM
Jaime Reyes Gonzagaa, Jorge Velascob, Julio Hofmanc, Jose Covarrubiasd,
Sirel Gürbüze, Livia Goncalvesf, Diana Gómez-Martíng,
Douglas Schlichtinge, Tara Carmackh, Rena Klarh
RM Pharma Specialists, Cidade do México, México
Instituto Médico CER, Buenos Aires, Argentina
c
Centro de Osteopatias Medicas Dr. Carlos Mautalen, Buenos Aires, Argentina
d
Centro Médico de las Américas, Yucatán, México
e
Eli Lilly and Company, Indianápolis, Estados Unidos
f
Eli Lilly do Brasil Ltda., São Paulo, SP, Brasil
g
Eli Lilly and Co, Cidade do México, México
h
Quintiles, Durham, Estados Unidos
a
b
Objetivo: No estudo global RA-BEAM, com 52 semanas de duração,
tratamento com bariticinib oral (BARI) foi associado com melhoria
clínica e segurança e tolerabilidade satisfatórias em pacientes com
artrite reumatoide (AR) ativa, em uso de metotrexate (MTX). Essa
subanálise avalia BARI em pacientes latino-americanos do estudo
RA-BEAM. Material e métodos: Esta subanálise post hoc incluiu 380
pacientes latino-americanos. No estudo global, 1.305 pacientes
com AR ativa (contagem das articulações dolorosas [TJC], junção
sternoclavicular [SJC] ≥ 6; proteína C reativa ultrassensível [PCRus]
≥ 6 mg/L) e em dose estável de MTX (média 15 mg/sem) foram distribuídos na razão 3:3:2 em três grupos: PBO (alocado para BARI
na semana 24), BARI 4 mg 1x/dia ou adalimumabe (ADA) 40 mg a
cada duas semanas. Não respondedores foram resgatados a partir da semana 16. O desfecho primário foi Colégio Americano de
Reumatologia 20 (ACR20) na semana 12. Resultados e discussão:
A resposta ACR20 na semana 12 nos pacientes latino-americanos foi semelhante à da população global. Na semana 12, ACR20
foi significativamente maior para BARI e ADA vs. PBO (PBO 56,7%;
BARI 77,6%; ADA 72,9%) e houve melhoria significativa de BARI vs.
PBO em desfechos secundários de eficácia, tais como ACR50 (PBO
27,7%; BARI 55,2%; ADA 49%), ACR70, escore de atividade da doença
28 [DAS-28]-PCRus, DAS-28-VHS, CDAI (≤ 10: PBO 26,2%; BARI 51%;
ADA 40,6%) e SDAI (≤ 11: PBO 24,8%; BARI 51%; ADA 43,8%); esses
foram mantidos até a semana 24. Apesar de não terem sido observadas diferenças significativas na progressão do mTSS na semana
52, uma variação média menor foi vista com BARI e ADA (variação
no mTSS na semana 24: PBO 0,38%; BARI 0,30%; ADA 0,18%). As
taxas de artrite séptica (SAE) e descontinuações devido a AE foram
semelhantes entre os grupos. A incidência de TEAE foi mais alta
para BARI ou ADA vs. PBO na semana 24 (PBO 57,4%; BARI 69,9%;
ADA 62,5%). Houve um óbito no grupo BARI (pneumonia). Conclusão: Nesta subanálise de pacientes latino-americanos com AR
ativa apesar do uso de MTX, BARI oral foi associado com melhoria clínica e um perfil de segurança satisfatório. Esses resultados
foram semelhantes ao do estudo global. Neste subgrupo pequeno,
uma tendência de inibição da progressão do mTSS foi observada
nos grupos com comparador ativo.
BARICITINIB, METOTREXATE OU BARICITINIB MAIS METOTREXATE
EM PACIENTES COM ARTRITE REUMATOIDE DE INÍCIO RECENTE,
SEM TRATAMENTO PRÉVIO COM DROGAS MODIFICADORAS DE
DOENÇA (DMARDS): SUBANÁLISE POST HOC DO ESTUDO RA-BEGIN
César Ramos-Remusa, Jorge Velascob, Julio Hofmanc, Sirel Gürbüzd,
Livia Goncalvese, Diana Gómez-Martínf, Douglas Schlichtingd,
Tara Carmackg, Rena Klarg
Unidad de Investigacion en Enfermedades Cronico Degenerativas, Guadalajara, México
Instituto Médico CER, Buenos Aires, Argentina
Centro de Osteopatias Medicas Dr. Carlos Mautalen, Buenos Aires, Argentina
d
Eli Lilly and Company, Indianápolis, Estados Unidos
e
Eli Lilly do Brasil Ltda., São Paulo, SP, Brasil
f
Eli Lilly and Co, Cidade do México, México
g
Quintiles, Durham, Estados Unidos
a
b
c
Objetivo: No estudo global RA-BEGIN, com 52 semanas de duração,
o tratamento com baricitinib oral (BARI) ± metotrexate (MTX) foi
associado a melhoria clínica e segurança e tolerabilidade satisfatórias em pacientes com artrite reumatoide (AR) de início recente.
Esta subanálise avaliou a eficácia e a segurança de BARI em pacientes latino-americanos do RA-BEGIN. Material e métodos: Incluídos
169 pacientes latino-americanos. No estudo global, 584 pacientes
com AR de início recente (TJC, SJC ≥ 6; PCRus ≥ 1,2 x ULN) que foram
tratados com MTX breve, nunca haviam recebido MTX e nunca
usaram outra droga modificadora do curso da doença (Dmard),
foram distribuídos na razão 4:3:4 para receber MTX 1x/sem, BARI
4 mg 1x/d ou BARI 4 mg + MTX; não respondedores foram resgatados a partir da semana 24. Resultados e discussão: Nos pacientes latino-americanos, na semana 24, o ACR20 observado com
BARI + MTX foi numericamente mais elevado (MTX 70,5% [43/61],
BARI 69,6% [32/46], BARI + MTX 83,9% [52/62]). Nas semanas 24 e
52, houve diferenças significativas entre BARI + MTX vs. MTX em
desfechos secundários de eficácia, tais como ACR50 (semana 24:
MTX 49,2%; BARI 56,5%; BARI + MTX 69,4%), ACR70, DAS-28-PCRus,
DAS-28-VHS, CDAI (≤ 10 semana 24: MTX 45,9%; BARI 58,7%; BARI
+ MTX 67,7%) e SDAI (≤ 11 semana 24: MTX 45,9%; BARI 63%; BARI
+ MTX 69,4%); desfechos secundários de eficácia para BARI foram
numericamentee melhores vs. MTX e semelhantes ao observado
no estudo global. Apesar de não haver diferenças significativas
na progressão do mTSS na semana 52, foi observada uma variação média menor com BARI + MTX (MTX 0,74%, BARI 0,68%, BARI +
MTX 0,22%). A incidência de TEAEs (MTX 62,3%; BARI 58,7%; BARI
+ MTX 59,7%) e SAEs entre os grupos de tratamento foram semelhantes às observadas no estudo global na semana 52. Houve apenas um óbito no grupo MTX (embolia pulmonar). Conclusão: Nesta
subanálise, pacientes latino-americanos com AR de início recente,
limitada pelo pequeno tamanho da amostra, eficácia relacionada à
melhoria clínica e progressão do mTSS em todos os grupos foram
semelhantes ao observado no estudo global. As taxas de SAE e
TEAE foram semelhantes às do estudo global.
CARTILHA DE ORIENTAÇÕES DE EXERCÍCIOS FÍSICOS
PARA PACIENTES DE ARTRITE REUMATOIDE
Renan Fangela, Ana Caroline Soares de Sousaa,
Regina de Oliveira Botelhoa, Vanessa de Souza Panararia,
Leticia Meda Vendrusculo Fangelb
a
b
Centro Universitário UNIEURO, Brasília, DF, Brasil
Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF, Brasil
Introdução: A artrite reumatoide (AR) é uma doença sistêmica,
crônica e progressiva, que acomete as articulações e apresenta
manifestações extra-articulares. Objetivo: Criar um guia de orientação para a prática de exercícios físicos corretos e seguros para os
pacientes de AR. Material e métodos: Essa cartilha foi desenvolvida por alunos do curso de graduação em fisioterapia e inscritos
em um projeto de extensão que tem como objetivo orientar e tratar
pacientes de doenças reumatológicas, dentre essas a AR. Os exercícios foram escolhidos conforme a evidência científica e a compreensão do quadro clínico dos pacientes. Foram propostos exercícios
para as principais articulações sinoviais de forma a considerar a
AR uma doença sistêmica que necessita de uma atenção terapêutica mais abrangente, porém sem diminuir o foco nas mãos e nos
punhos que são as estruturas mais atingidas pela doença. Resultados e discussão: Foram propostos 11 conjuntos de exercícios, seis
para mãos e punho, um para ombros, um para cotovelo e três para
membros inferiores. Os conjuntos de exercícios para mãos e punho
foram compostos por movimentos de flexão, extensão, abdução,
adução e oponência dos dedos, flexão, extensão, desvio ulnar e desvio radial de punho. O conjunto de exercícios para ombro foi composto de movimentos de abdução e adução de ombro. Para cotovelo
foi composto de movimentos de flexão e extensão de cotovelo. Os
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conjuntos de exercícios para membros inferiores foram compostos de movimentos de flexão e extensão de quadril, flexão e extensão de joelhos, flexão e extensão de tornozelos em cadeia cinética aberta e fechada. Conclusão: Os pacientes com AR apresentam
alterações funcionais e biomecânicas, alteração de ativação muscular, de geração de força e da execução dos movimentos. A prática
de exercícios físicos pode promover o aumento de força e de ativação muscular e melhoria da execução do movimento.
COBERTURA VACINAL PARA HEPATITE B EM PACIENTES
PORTADORES DE ARTRITE REUMATOIDE EM HOSPITAL TERCIÁRIO
Raquel Vieira Dias, Vitor Alves Cruz, Nilzio Antônio da Silva,
Jozelia Rêgo
Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil
Introdução: A artrite reumatoide (AR) é uma enfermidade inflamatória crônica de natureza autoimune. A terapia imunossupressora,
fundamental para a inibição da progressão da doença, torna seus
portadores mais suscetíveis a infecções, como a hepatite B. O vírus
B pode causar doença hepática aguda e crônica, é mais comum
o seu achado em pacientes imunossuprimidos. A SBR recomenda
a vacinação para hepatite B a todos os pacientes com AR. Objetivo: Avaliar a cobertura vacinal contra hepatite B em pacientes
com AR em hospital universitário. Material e métodos: Estudo
epidemiológico retrospectivo e descritivo. Resultados e discussão: Foram analisados 81 pacientes, 85,18% mulheres. A média foi
de 55,02 anos. Quanto à cobertura vacinal contra hepatite B, sete
pacientes (8,64%) apresentavam imunização por vacinação, cinco
(6,17%) imunização por contato prévio com o vírus e dois (2,46%)
por via desconhecida. Pacientes sem imunização contra a hepatite B representaram a maior parte da amostra (82,71%). Conclusão: A cobertura vacinal contra hepatite B nos pacientes com AR
em ambulatório específico de um hospital terciário foi subótima.
Questionamentos quanto a imunizações devem ser incorporados
ao atendimento de pacientes com AR, para a prevenção de doenças
imunopreveníveis como a hepatite B e a redução de mortalidade e
morbidade devidas à infecção.
CONDROMATOSE SINOVIAL DE OMBRO EM UM PACIENTE
COM ARTRITE REUMATOIDE: RELATO DE CASO
Fabiana Pompêo de Pina, Rossana de Moura Guedes,
Hellen Cristina Fernandes, Évelyn de Medeiros Costa,
Danilo Martins Rosa Costa
Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), Goiânia, GO, Brasil
Introdução: A condromatose sinovial é uma metaplasia benigna
rara da membrana sinovial, origina a formação de corpos livres
cartilaginosos no espaço articular. A calcificação desses corpos
cartilaginosos é denominada osteocondromatose. Apesar de poder
ocorrer de forma secundária à artrite reumatoide, raros relatos são
encontrados na literatura. Relato de caso: Paciente com diagnóstico estabelecido de artrite reumatoide, de longa data, com história de dor forte, de início recente, em ombro direito associada
com incapacidade funcional, bloqueio e limitação de movimento
sem fator desencadeante aparente. Ao exame físico, foram detectados edema intenso da articulação com limitação de movimento
e dor exacerbada. A paciente foi submetida ao exame de ressonância magnética de ombro direito. Imagem em T2 observou acentuada hiperplasia sinovial heterogênea e imagens em forma de anel
com centro com maior intensidade. Presença de material heterogêneo no interior da bursa subacromial e subdeltoideana determinou
importante distenção e múltiplos focos hipodensos compatíveis
com condromatose sinovial. Indicada artroscopia com sinovectomia, ainda não feita. Discussão: Apesar de a condromatose sinovial
S9
ser descrita como uma entidade benigna, a transformação para
malignidade pode ocorrer. Sua etiologia é desconhecida. Costuma
se apresentar de forma monoarticular e acometer mais frequentemente a articulação do joelho, é mais raro o acometimento do
ombro. Esse mesmo processo pode afetar também bursas e tendões. Sua origem pode ser primária ou secundária. Sua forma primária é rara e a secundária à AR é pouco descrita na literatura, pode
estar relacionada à maior atividade e agressividade da doença. A
regressão espontânea pode ocorrer, porém o tratamento tido como
mais efetivo é a sinovectomia.
CORRELAÇÃO ENTRE GÊNERO, ESCOLARIDADE, INCAPACIDADE,
ATIVIDADE, DURAÇÃO E PERCEPÇÃO DA DOENÇA EM ARTRITE
REUMATOIDE
Mayara Manueira da Silveiraa,b, Luiza Bellintani Isaaca,b,
Diogo Rossi Rodrigues Alvesa,b, Gilberto Santos Novaesa,b,
Claudia Hilbiga,b, Rafaela Lovato Francoa,b,
Rafael Madureira Ribas Costaa,b, André Batocchio Quevedoa,b
a
b
Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde (FCMS), Pontifícia Universidade Católica
de São Paulo (PUC-SP), São Paulo, SP, Brasil
Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS), Sorocaba, SP, Brasil
Objetivo. Investigar a correlação entre escolaridade, gênero, incapacidade, atividade, duração e percepção da doença em pacientes
com artrite reumatoide (AR). Material e métodos: Foram avaliados 55 pacientes com AR. A percepção de doença foi mensurada
com o Questionário de Percepção de Doença-Revisado (QPD-R) o
qual representa uma avaliação de crenças sobre a percepção dos
sintomas (PS), percepção de controle (PC) da doença e percepção
das causas (PCa) de AR. Idade, gênero, duração da doença, escolaridade (anos de escola), Health Assessment Questionnaire (HAQ)
e escore de atividade da doença 28 (DAS-28) foram obtidos. Os
dados foram analisados estatísticamente pelos testes t de Student
e de Spearman. O nível de significância foi < 0,05. Resultados e
discussão. Pacientes eram predominantemente idosos, mulheres,
média de 55,7 anos e com media de duração de doença de 12,7
anos. Gênero não foi associado com fosfatidilserina (PS) (p = 0,76)
ou fosfatidilcolina (PC) (p = 0,69). Escolaridade não foi associada
com HAQ (p = 0,79), DAS-28 (p = 0,06), PS (p = 0,35) ou PC (p = 0,96).
Longa duração de doença foi associada com alta PS (p = 0,02), mas
não com PC (p = 0,48). DAS-28 foi significantemente correlacionado
com PS (p < 0,01), mas não com PC (p = 0,32). HAQ foi associado
com PS (p = 0,01), mas não com PC (p = 0,14). Percepção de causas
da doença foram estresse em 50,9% dos pacientes e hereditariedade ou excesso de trabalho em 40%. Conclusão: Nossos resultados indicam que a percepção dos sintomas em pacientes com AR
não foi associada com gênero ou escolaridade, mas sugere que a
percepção dos sintomas pelo paciente foi relacionada à gravidade
da doença, como evidenciado pela longa duração da doença, maior
incapacidade e maior atividade da doença.
DISTÚRBIOS DO SONO EM ARTRITE REUMATOIDE
Ana Claudia Janiszewski Goes, Ana Claudia Janiszewski Goes,
Larissa Aparecida Busatto Reis, Aiessa Fedrigo,
Marilia Barreto G. Silva, Barbara Stadler Kahlow,
Thelma Larocca Skare
Serviço de Reumatologia, Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, Curitiba, PR, Brasil
Introdução: Distúrbios do sono são comuns em pacientes com
artrite reumatoide (AR) e contribuem para a perda de qualidade
de vida. Objetivo: Estudar associações entre qualidade de sono,
dor, depressão e atividade de doença em AR. Material e métodos:
Estudo transversal observacional feito em 112 pacientes com AR
submetidos à medida do escore de atividade da doença 28 (DAS28), escala de Epworth para sonolência diurna, índice de qualidade
S10
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do sono pela escala de Pittsburg, risco de apneia do sono pelo
questionário de Berlim e grau de depressão pela escala do Center
for Epidemiologic Studies Depression (CES-D). Resultados e discussão: Somente 18,5% dos pacientes com AR tinham sono de boa
qualidade. Na análise univariada, sono de má qualidade segundo
a escala de Pittsburg estava associado com doses diárias de prednisona (p = 0,03), DAS28 (p = 0,01), CES-D (p = 0,0005) e mostrou
uma tendência para se associar com o resultado do questionário
de Berlin para apneia do sono (p = 0,06). Em análise multivariada
somente a depressão (p = 0,008) e o resultado da escala de Berlin para apneia do sono (p = 0,004) mantiveram essa associação.
Conclusão: A maioria dos pacientes com AR não tem sono de boa
qualidade. Depressão e risco de apneia do sono estão associados
de maneira independente com prejuízo do sono.
EFICÁCIA DO RASTREIO E DO TRATAMENTO DE TUBERCULOSE
LATENTE EM PACIENTES COM ARTRITE REUMATOIDE
SUBMETIDOS AO TRATAMENTO COM AGENTE IMUNOBIOLÓGICO
Aline Cavalcante Silva Cardozo, Rafael Hesley Araujo Costa,
Carlos Ewerton Maia Rodrigues, Maria Roseli Monteiro Callado,
André Xenofonte Cartaxo Sampaio, Kirla Wagner Poti Gomes
Hospital Geral de Fortaleza (HGF), Fortaleza, CE, Brasil
Objetivo: Avaliar a eficácia da triagem de tuberculose latente (TL)
em pacientes com artrite reumatoide (AR) submetidos ao tratamento com agente imunobiológico (AI). Material e métodos: Foi
feito estudo retrospectivo em hospital terciário do Nordeste do
Brasil que incluiu pacientes portadores de AR que apresentavam
mais de um ano de uso de AI. Dados referentes ao rastreio de TL
foram obtidos por meio de prontuário e incluíram prova tuberculínica (PT), raios X de tórax e exposição prévia à tuberculose
(TB). Dados sobre o tratamento de TL também foram coletados.
Resultados e discussão: Foram rastreados para TL 40 pacientes
com AR antes de receber tratamento com AI; 28 (70%) foram tratados com um único AI e 12 (30%) mudaram de AI uma ou mais
vezes, por falha, infecção ou abandono de tratamento. A triagem
para TL foi positiva em 12 (30%) pacientes: sete (17,5%) foram
PT positivo, três (7,5%) tinham história de exposição à TB e dois
(5%) apresentaram raios X de tórax alterado. A TL foi tratada
com isoniazida (300 mg/dia) por seis meses. Apenas um (8,3%)
dos pacientes tratados desenvolveu a doença. Durante o seguimento, PT foi repetido em 14 (35%) pacientes, ou por troca de AI
ou por reintrodução do tratamento. A conversão não foi observada. Conclusão: O rastreio de TL por meio da prova da tuberculina se mostrou eficaz no nosso estudo, reforçou sua importância antes de iniciar o tratamento com AI. A repetição desse
exame não se revelou válida, evidenciou a presença de anergia
nos pacientes com AR.
ENCEFALOPATIA POSTERIOR REVERSÍVEL INDUZIDA
POR TOCILIZUMABE NA DOENÇA DE STILL
Juliana L. Fiorot, Valéria Valim, Maressa Barbosa Beloni Lirio,
Thalles M. Brandão Clemente, Enan S. Magalhães,
Maria Bernadete Renoldi de Oliveira Gavi,
Maria Carmem Lopes Ferreira Silva Santos, Erica Vieira Serrano,
Ruben H. Duque, Lidia Balarini, Ana Paula Gianordoli
Hospital Universitário Cassiano Antonio de Moraes (HUCAM), Universidade Federal do
Espírito Santo (UFES), Vitória, ES, Brasil
Introdução: Síndrome da encefalopatia posterior reversível
(PRES) é caracterizada por cefaleia, alterações mentais, hipertensão arterial, déficit visual e edema cortical e subcortical de
distribuição predominantemente posterior e parietal no exame
de imagem devido a insuficiência renal, flutuações de pressão
arterial, medicamentos citotóxicos, desordens autoimunes e pré-eclâmpsia. Foram relatados na literatura casos relacionados
com uso de terapia biológica (rituximabe, infliximabe, etanercepte), mas nenhum em expostos ao tocilizumabe (TCZ). Relato
de caso: Paciente masculino, 17 anos, portador de doença de Still
(DS), teve quadro de amaurose súbita bilateral, precedida de cefaleia súbita frontal e dor ocular bilateral intensa, além de hipertensão arterial (180/120 mmHg). Recebera uma dose de TCZ 8
mg/kg dois dias antes. Usava também metotrexate oral 25 mg/
semana e fluoxetina 20 mg/dia. Exames laboratoriais, líquor e
fundo de olho não evidenciaram alterações. Ressonância magnética de crânio revelou extensas áreas de alteração de sinal que
acometiam a região cortical e subcortical dos lobos parietais e
occipitais, com restrição à difusão e impregnação pelo contraste,
que favoreceu diagnóstico de PRES. O paciente evolui com recuperação parcial da visão e da cefaleia após 48 horas da suspensão das medicações e do tratamento de suporte. Discussão: De
acordo com nosso conhecimento e revisão de literatura, este é o
primeiro caso de associação de TCZ com PRES. Embora o paciente
também usasse metotrexate e fluoxetina, a estreita relação cronológica sugere fortemente a associação com uso de TCZ. O diagnóstico precoce e a correção do fator desencadeante são fundamentais para melhor prognóstico e prevenção de sequelas
neurológicas permanentes.
ESCLERITE DE DIFÍCIL CONTROLE COMO MANIFESTAÇÃO
INICIAL DA ARTRITE REUMATOIDE
Rafael Hesley Araujo Costa, Kirla Wagner Poti Gomes,
Allethéa Robertha Sousa e Silva, Joerun de Carvalho Oliveira,
Marcos Rainier de Brito Felipe, Lara Amorim Beltrão
Serviço de Reumatologia, Hospital Geral de Fortaleza (HGF), Fortaleza, CE, Brasil
Introdução: A esclerite é uma condição inflamatória grave da
artrite reumatoide (AR) que pode resultar em perda da visão. É a
terceira causa de comprometimento ocular na AR, responsável por
0,8% dos casos, raramente manifestação inicial. Relato de caso:
MFG, feminino, 56 anos, com esclerite em olho direito havia dois
anos, de difícil controle. Não tinha sintoma articular ou sistêmico.
Tinha fator reumatoide de 214, FAN 1:160 pontilhado fino denso,
VHS = 1 e PCR < 0,5. Hemograma, eletroforese de proteínas, ANCA,
VDRL, PPD, sorologias para HIV e hepatites virais, anti-CCP, anti-DNA, anti-Sm, anti-SSA e anti-SSB normais. Fez pulsoterapia com
metilprednisolona seguido de prednisona 1 mg/kg, com melhoria
da inflamação. Ao fazer seu desmame e apesar da introdução de
imunossupressores (azatioprina, ciclosporina, metotrexato, ciclofosfamida), apresentou recidiva do quadro ocular com dose inferior a 20 mg de prednisona. Diante da dependência do corticoide,
optou-se por fazer adalimumabe. Após três meses, houve remissão
da esclerite. Apresentava apenas afinamento discreto da esclera e
não usava mais prednisona. Meses depois, iniciou quadro de poliartralgia, artrite de tornozelo direito e metacarpofalangeanas, com
rigidez matinal. Foi acrescentado metotrexato (15 mg/semana) ao
adalimumabe, com resolução do quadro. Discussão: Na esclerite
idiopática, 53% dos pacientes com FR detectável desenvolvem AR,
assim como a paciente do caso. Em 80% das vezes, o desenvolvimento da AR se deu no ano seguinte. Isso confirma que a esclerite pode ser o primeiro sinal de uma doença sistêmica. Corticosteroides são a primeira linha de tratamento para a esclerite da AR.
Um terço dos pacientes requer imunossupressor como poupador
de corticosteroide. Os biológicos têm sido usados na esclerite em
condições refratárias aos imunossupressores. Os antagonistas do
TNF-alfa limitam o efeito da inflamação e dano tecidual, demonstram ser eficazes na esclerite refratária associada à AR, assim como
neste caso.
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FATORES RELACIONADOS À BAIXA ADESÃO AO
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA ARTRITE
REUMATOIDE (AR) EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
Alex Luiz de Oliveira Piresa, Ana Paula Monteiro Gomides Reisb,
Sandra Maximiano de Oliveirab, Licia Maria Henrique da Motab,
Talita Yokoy de Souzab, Luciana Feitosa Munizb,
Cleandro Albuquerqueb
a
b
Centro Universitário UNIEURO, Brasília, DF, Brasil
Hospital Universitário de Brasília (HUB), Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF,
Brasil
Objetivo: Identificar fatores relacionados à baixa adesão ao tratamento farmacológico em pacientes com artrite reumatoide
(AR). Material e métodos: Estudo transversal, avaliou pacientes
com AR acompanhados nos ambulatórios de um hospital universitário. Os dados foram coletados por meio de entrevistas feitas
por um avaliador externo à equipe assistente em momento distinto da consulta, com aplicação da versão traduzida e validada
da Morisky Medication Adherence Scale (MMAS-8), que consiste
em oito perguntas com atribuição de 1 ponto para cada resposta
ideal. Foram feitas estatística descritiva e análise de associações.
Resultados e discussão: Foram avaliados 103 pacientes com AR,
98 (96%) do gênero feminino, com média de 52,3 ± 12,8 anos; 62
pacientes (60,2%) apresentaram baixa adesão. Desses, 48 (77,4%)
esqueceram-se de tomar seus medicamentos; nesse grupo, a
média de anos de estudo foi menor para aqueles que se esqueceram de tomar a medicação, 7,04 ± 4,68 anos versus 8,96 ± 4,48 anos
(p = 0,0449); 28 pacientes (45,2%) deixaram de tomar ou diminuíram a dose devido a efeitos colaterais; 16 (25,8%) interromperam
a medicação por bom controle da doença, 48 (77,4%) sentiram-se incomodados em ter de seguir o tratamento; nesse grupo, os
mais jovens sentiram-se mais incomodados, com uma média de
50,39 ± 13,21 anos versus 55,81 ± 11,83 anos (p = 0,0466). Ainda
em relação a esse grupo, segundo a escala visual analógica (EVA)
de fadiga, os mais fatigados também sentiram-se mais incomodados em seguir o tratamento, com uma média do EVA de 32,53
± 30,90 pontos versus 17,25 ± 28,57 pontos (p = 0,0051). Conclusão: A menor escolaridade, a idade mais jovem e o grau de fadiga
influenciaram à adesão ao tratamento farmacológico da AR.
Deve-se atentar para os fatores que contribuem para a baixa adesão ao tratamento medicamentoso da AR e que podem influenciar o prognóstico. Medidas educativas sobre a doença e a importância do tratamento regular se fazem necessárias.
GLOMERULONEFRITE PROLIFERATIVA DIFUSA NA DOENÇA DE
STILL DO ADULTO: RELATO DE CASO
Fabiana Pompêo de Pina, Hellen Cristina Fernandes,
Évelyn de Medeiros Costa, Danilo Martins Rosa Costa,
Rossana de Moura Guedes
Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), Goiânia, GO, Brasil
Introdução: A doença de Still do adulto é uma patologia inflamatória sistêmica rara. O acomentimento renal é parco, é extremamente incomum a evolução para glomerulonefrite proliferativa
difusa. Relato de caso: Mulher, 28 anos, com diagnóstico estabelecido de doença de Still, com difícil controle do quadro articular inflamatório, em tratamento com prednisona, metotrexato
e adalimumabe. Cinco anos após o diagnóstico, com a doença
em remissão, apresentou quadro súbito de anasarca, dispneia e
oligúria. Foi internada para investigação, apresentou clearence
de creatinina 45 mL/min/1,73 m2, proteinúria de 24h 2.016 mg/
dL e creatinina de 1,4. EAS: células epiteliais 35.000, leucócitos
11.000, hemácias 56.000. FAN, sorologias virais, FR, anti-DNA,
Sm, Ro, ANCA, C3, C4, CH50: todos negativos. Ultrassonografia
S11
de vias urinárias, sem alterações. Ferritina: 821,9 µg/L, hemoglobina: 10,9 g/dL, leucócitos totais: 18.300 mm³, linfócitos: 3.294
mm³ e plaquetas: 330.000/mL. Submetida a biópsia renal, compatível com glomerulonefrite proliferativa difusa com crescentes
celulares e fibrocelulares. Nefrite crônica túbulo-intersticial com
moderada fibrose e proporcional atrofia tubular (30-40%) e nefropatia hipertensiva benigna. Iniciada pulsoterapia com ciclofosfamida e metilprednisolona e diurético; necessita ainda de hemodiálise, por quadro de congestão volêmica refratária à terapia.
Discussão: O acometimento renal na doença de Still do adulto é
pouco descrito na literatura. Proteinúria e hematúria são reportadas no acometimento sistêmico da doença, mas, ao contrário,
a observação de uma lesão anatômica renal é muito rara. Nos
escassos relatos descrevem-se nefrite intersticial, glomerulonefrite subaguda, amiloidose renal e glomerulopatia colapsante. Na
maioria dos casos relatados verificou-se a importância do diagnóstico diferencial e da biópsia renal na elucidação diagnóstica,
bem como a dificuldade da instituição e da resposta terapêutica.
HIPOTIREOIDISMO E PERICARDITE CONSTRICTIVA EM
PACIENTE COM ARTRITE REUMATOIDE: RELATO DE CASO
Lays Fernandes Mesquita, Andrey Tonetto Barbosa,
Juliana da Silva Bemfeito de Moraes, Camila de Lima Tostes,
Lidia Valente Dima, Thomas Carvalho da Silva, Raissa Barbosa
de Souza, Fernanda Seragioli, Guilherme Lins Meira Quintão,
Paulo Guilherme de Oliveira Barbalho, Rina Dalva Neubarth Giorgi,
Wiliam Habib Chahade, Nafice Costa Araujo
Hospital do Servidor Público Estadual, São Paulo, SP, Brasil
Introdução: As doenças do pericárdio são causadas por várias
etiologias. Dentre as principais, destacam-se as causas infecciosas, autoimunes, metabólicas, pós-infarto agudo do miocárdio, traumáticas, neoplásicas, pós-radioterapia e medicamentosas. Uma entidade rara é a pericardite por colesterol (PC), na
qual o líquido pericárdico apresenta cristais e/ou concentração
elevada de colesterol. As doenças sistêmicas mais associadas a
essa condição são a artrite reumatoide (AR), a tuberculose (TB) e
o hipotireoidismo. Objetivo: Descrever um caso de uma paciente
com antecedente de AR que evoluiu com hipotireoidismo e pericardite constrictiva. Relato de caso: JF, 48 anos, feminino, com
AR havia 15 anos, em uso de abatacept desde 2010, em remissão
havia três anos. Havia seis meses iniciara quadro de ganho ponderal e adinamia, com TSH: 7,03 mU/L. Cinco dias após a última
aplicação de abatacept, apresentou quadro de dispneia moderada, sem febre ou outras queixas. Ausculta com abafamento de
bulhas cardíacas. Iniciada antibioticoterapia. Tomografia computadorizada (TC) de tórax com discreto derrame e espessamento
pericárdico. Evoluiu com pioria e retornou ao serviço com dispneia aos mínimos esforços e ortopneia. Nova TC de tórax com
aumento do espessamento pericárdico (32 mm) e ecocardiograma que evidenciou pericardite constrictiva grave. A cirurgia
cardíaca optou por pericardiectomia. Novo TSH: 87 mU/L, foi iniciada levotiroxina. Biópsia pericárdica inespecífica e o exame do
líquido pericárdico mostrou colesterol aumentado. Discussão: O
diagnóstico etiológico de pericardite é desafiador, por suas múltiplas causas. Mais complexo ainda é o diagnóstico de PC. Hipotireoidismo e AR correspondem a 80% das causas de PC. O depósito de colesterol no pericárdio impede a reabsorção de líquido,
por inflamação crônica, e causa, dessa forma, a pericardite. A PC
deve ser aventada e pesquisada, rotineiramente, em pacientes
com doenças crônicas.
S12
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
IMPORTÂNCIA DA PERSPECTIVA DO PACIENTE NO MANEJO
DA ARTRITE REUMATOIDE NO BRASIL: ANÁLISE DE
SUBPOPULAÇÃO DE UMA PESQUISA GLOBAL COM PACIENTES
Cristiano A. F. Zerbinia, Marjori Dulcineb, Dario Ponce de Leonc,
Anna Manicciac, Ara Dikraniand
Centro Paulista de Investigação Clínica (CEPIC), São Paulo, SP, Brasil
Pfizer Inc., Brasil
Pfizer Inc., Estados Unidos
d
San Diego Arthritis Medical Clinic, Estados Unidos
a
b
c
Introdução: A RA NarRAtive é uma iniciativa global que usa pesquisa com pacientes para entender suas percepções sobre tratamento da AR e relacionamento com profissionais de saúde. A
natureza global dessa pesquisa permite identificação de diferenças entre países sobre percepções do paciente. Material e métodos: RA NarRAtive é composta de painel global de 27 reumatologistas e líderes de organizações de pacientes. Harris Poll aplicou
pesquisa online com pacientes em 13 países entre setembro 2014
e janeiro 2015. Apresentamos análise descritiva dos dados dos
pacientes brasileiros. Resultados e discussão: Completaram a
pesquisa 3.649 pacientes; 324 eram brasileiros; 28% dos brasileiros reportaram doença moderada a grave ou grave, 33% reportaram
depressão e 44% ansiedade versus 37%, 25% e 24% globalmente.
Reumatologistas foram os principais responsáveis pelo manejo
da AR no Brasil e globalmente; embora ortopedistas tenham sido
os principais responsáveis por 23% dos pacientes brasileiros versus 11% globalmente. Tanto a população brasileira quanto a global
mostraram depender de profissionais de saúde para obter orientação, mas pacientes brasileiros mostraram maior dependência de
amigos, família e recursos online; 35% participaram de grupos de
apoio versus 19% globalmente; 50% dos pacientes brasileiros usam
medicamentos modificadores do curso da doença (MMCDs) versus
38% globalmente; 76% dos pacientes brasileiros estão satisfeitos
com a medicação para AR e 89% estão satisfeitos com a comunicação com o profissional de saúde versus 78% e 83% globalmente.
No entanto, 20% dos pacientes brasileiros (versus 35% globalmente)
reportaram se sentir confortáveis em dividir suas preocupações
com seus médicos. Conclusão: Esses dados destacam diferenças
entre pacientes pesquisados no Brasil versus globalmente. Esses
resultados podem ser devidos a diferenças nas práticas terapêuticas específicas de cada país, mas deve-se também considerar a
possibilidade de viés de seleção no recrutamento de pacientes de
diferentes países para pesquisas online.
INCAPACIDADE LABORAL POR ARTRITE
REUMATOIDE NO BRASIL: ANÁLISE DE BENEFÍCIOS
PREVIDENCIÁRIOS DE 2010-2015
33.463 casos de auxílio doença e 6.338 casos de aposentadoria por
invalidez. Dentre esses, foi verificada a natureza ocupacional em
453 casos de auxílio doença e 86 casos de aposentadoria por invalidez. Não houve queda significativa do número de concessões dos
benefícios no decorrer do período analisado. Conclusão: A AR permanece como causa importante de incapacidade laboral, apesar
dos progressos do tratamento, com consequente impacto na saúde
pública. Informações referentes à incapacidade laboral na AR são
importantes para avaliar custos, direcionar políticas públicas e fornecer conhecimentos para os reumatologistas. Não há na literatura
estudo anterior com dados referentes a benefícios previdenciá­rios
pela AR no Brasil.
INFLUÊNCIA DOS NÍVEIS SÉRICOS E DA VARIAÇÃO
GENOTÍPICA DA LECTINA LIGADORA DE MANOSE NO RISCO
CARDIOVASCULAR DE PACIENTES COM ARTRITE REUMATOIDE
Bárbara Stadler Kahlowa, Roberta Petiscob, Thelma Larocca Skarea,
Isabela Goeldnerc, Renato M. Nisiharac, Iara J. T. Messias-Reasonc
Serviço de Reumatologia, Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, Curitiba, PR,
Brasil
b
Faculdade Evangélica do Paraná, Curitiba, PR, Brasil
c
Departamento de Patologia Médica, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba,
PR, Brasil
a
Introdução: A lectina ligado de manose (MBL) é uma proteína
sérica da subfamília das colectinas que parece estar envolvida no
processo inflamatório e na gênese da doença aterosclerótica. Objetivo: Estudar a associação dos níveis séricos e a variação genotípica da MBL com o espessamento médio intimal (EMI) das artérias carótidas em pacientes com artrite reumatoide (AR). Material
e métodos: Níveis séricos, genotipagem da MBL e EMI foram estudados em 90 pacientes com AR do sul do Brasil, juntamente com
dados demográficos, clínicos e laboratoriais. Para fins de controle
foi dosada MBL em 90 controles saudáveis e mensurado EMI em 40
controles saudáveis. Resultados e discussão: Não houve diferença
entre os níveis séricos de MBL dos pacientes com AR (528 ng/mL) e
dos controles (937,5 ng/mL). A mediana do EMI foi de 0,59 mm (0,51
a 0,85 mm). Não houve correlação entre níveis de MBL com DAS28, velocidade de hemossedimentação (VHS), fator reumatoide (FR)
e anti-CCP. Porém, houve associação positiva com classe funcional (3 e 4) e associação negativa com PCR (Rho = -0,2442; IC 95% =
-0,4389 a -0,02772; p 0,0234). A mutação do códon 54 (variante B) e
o halótipo HYPA foram os mais frequentes (67,5% e 31,7%, respectivamente). Houve associação do EMI com genótipo quando comparado homozigoto dominante (A/A) com homozigoto recessivo (O/O)
com p < 0,05. Conclusão: Níveis séricos e genotipagem da MBL não
refletem aterosclerose em pacientes com AR, porém estão associados à doença mais agressiva.
Ana Paula Monteiro Gomides Reisa, Licia Maria Henrique da Motaa,b,
Leopoldo Luiz dos Santos Netoa,b, Josierton Bezerrac, Luciana Muniza
Hospital Universitário de Brasília (HUB), Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF,
Brasil
b
Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF, Brasil
c
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Brasil
a
Objetivo: Avaliar o número de benefícios previdenciários concedidos por incapacidade laboral em pacientes com artrite reumatoide
(AR) no Brasil de 2010-2015. Material e métodos: Trabalho retrospectivo no qual foram avaliados os benefícios por incapacidade
(BIs) concedidos pela Previdência Social em virtude de AR (CID M05,
CID M06 e suas variantes) de junho de 2010 a junho de 2015. Os
dados foram obtidos por meio de plataforma oficial da Previdência Social e do portal E-SIC e submetidos à análise descritiva. Dentre os BIs foram identificados os acidentes de trabalho ou as doenças ocupacionais em indivíduos com AR. Resultados e discussão:
Foram concedidos no Brasil 39.801 benefícios devido a AR de junho
de 2010 a junho de 2015, 78,34% para mulheres. Foram encontrados
LÚPUS FÁRMACO-INDUZIDO POR ANTI-TNF E
PÚRPURA SECUNDÁRIA A RITUXIMABE
Rodrigo Sarmanho Spohr, Bruna Zuse Valiati,
João Carlos Menta Filho, Juliana Wispel, Cecilia Viola Varella da Costa,
Karine Alessandra da Silva Fortes, Inês Guimarães da Silveira
Hospital São Lucas, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS),
Porto Alegre, RS, Brasil
Objetivo: Relatar o caso de uma paciente com dois importantes
efeitos adversos por duas classes de imunobiológicos. Relato de
caso: Paciente branca, 59 anos, diagnosticada com artrite reumatoide (AR) (fator reumatoide reagente, poliartrite simétrica de
mãos, tornozelos e pés, rigidez matinal maior do que uma hora,
erosões ósseas em metacarpofalangeanas) aos 25 anos, com síndrome de Sjögren sobreposta (FAN 1/10.240 nuclear homogêneo, anti-SSA 46, xeros) iniciou uso de adalimumabe por artrite
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não controlada (DAS-28 6,26) a despeito do tratamento aprimorado com múltiplas drogas modificadoras do curso da doença
(Dmards). Após início de adalimumabe, paciente apresentou
melhoria importante da AR, porém surgiram lesões eritematodescamativas em face, couro cabeludo e colo em revisão três
meses após. Feita avaliação dermatológica, biópsia das lesões de
pele compatível com lúpus cutâneo. Apresentava também prostração, livedo reticular e anti-dsDNA reagente. Sorologias para
HCV, HBV, HIV e sífilis não reagentes. Anti-SM e antifosfolípides não reagentes. Por suspeita de lúpus induzido por anti-TNF,
a medicação foi suspensa, o que levou à piora articular (DAS
28 5,15). Iniciado rituximabe, porém logo após segunda infusão
ela apresentou lesões purpúricas em membros inferiores, sem
outros sintomas ou alterações laboratoriais. As lesões desapareceram espontaneamente após 14 dias. Paciente não mais apresenta lesões cutâneas ou astenia, com melhoria progressiva do
livedo reticular, do controle da AR (DAS-28 3,12) e sem novas púrpuras na última infusão de rituximabe. Discussão: Após o uso de
adalimumabe para controle de AR, a paciente desenvolveu lúpus
cutâneo (confirmado por biópsia). Usou rituximabe como terceira
terapia, porém desenvolveu púrpura transitória. Esses dois efeitos adversos são raros e ambos ocorreram na mesma paciente.
Devemos estar atentos a efeitos adversos de imunobiológicos na
clínica reumatológica.
MANIFESTAÇÃO CARDÍACA DE ARTRITE
REUMATOIDE EM PACIENTE COM DOENÇA
ARTICULAR EM REMISSÃO: RELATO DE CASO
Marina Lindstron Wittica Cerqueira,
Ludymila Sátyra Xavier de Araújo Assis,
Fernanda Oliveira Gomes, Luiz Severiano Ribeiro,
Christiane Cota Vieira, Rejane Pinheiro Damasceno,
Ana Maria São Thiago Santiago Bez
Hospital Governador Israel Pinheiro (HGIP), Instituto de Previdência dos Servidores do
Estado de Minas Gerais (IPSEMG), Belo Horizonte, MG, Brasil
Introdução: Manifestações extra-articulares cardíacas na artrite
reumatoide (AR) são raras e ocorrem em geral na doença soropositiva e de longa data. A pericardite é a mais comum, geralmente
assintomática. Relato de caso: GMSJ, 57 anos, feminina, procedente
de Governador Valadares (MG), portadora de AR havia 43 anos, em
uso de leflunomida 20 mg/dia e em remissão da doença havia mais
de cinco anos. Admitida no serviço de urgência com dor retroesternal havia 15 dias, ventilatório-dependente, associada à dispneia, tosse seca e febre alta. Ao exame físico não apresentava atividade de doença articular e evidenciava-se atrito pericárdico.
Exames complementares revelavam elevação de D-dímero, VHS
e PCR, troponina negativa, ECG de baixa voltagem sem sinais de
isquemia, ausência de consolidação à radiografia de tórax e angiotomografia sem sinais de de trombose venosa pulmonar, mas com
discreto derrame pulmonar à esquerda e moderado derrame pericárdico. Iniciados colchicina e ibuprofeno, sem resposta clínica e
pioria hemodinâmica (taquicardia e níveis pressóricos limítrofes).
Ecocardiograma transtorácico (ECOTT) mostrou derrame pericárdico importante, foi então iniciada prednisona 40 mg/dia e encaminhada à Unidade Coronariana. Em três dias a paciente encontrava-se assintomática do ponto de vista respiratório e hemodinâmico.
Repetido ECOTT, que mostrou resolução quase completa de derrame pericárdico. Paciente recebeu alta em uso de prednisona com
proposta de descalonamento ambulatorial. Em nenhum momento
apresentou manifestações articulares. Conclusão: Pericardite sintomática na AR é rara, mas derrame pericárdico pode estar presente em até 30% ao ECOTT de pacientes assintomáticos. O tratamento inicial constitui-se de colchicina e anti-inflamatório não
esteroidal e, se refratário, glicocorticoide em alta dose, eventualmente intrapericárdico, associado a aprimoramento do tratamento
S13
da AR. Há relato do uso de antagonista de IL-6 com sucesso nos
casos refratários.
MODIFICAÇÕES PSICOSSOCIAIS DE PACIENTES COM DOR
CRÔNICA CAUSADA POR ARTRITE REUMATOIDE CONSOLIDADA
Leticia Meda Vendrusculo Fangela, Renan Fangelb,
Tiago dos Santos Lelesa, Lilian Melo de Mouraa,
Fernanda do Bomfim Ribeiroa, Ana Paula Tomaz Valentima,
Cissy Karmem Tinazia, Alynne Hellen Rogério e Silvaa,
Jordana Magalhães Silva Lopesa, Rita de Cássia Marqueti Durigana
a
b
Faculdade de Ceilândia (FCE), Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF, Brasil
Centro Universitário UNIEURO, Brasília, DF, Brasil
Introdução: A multidimensionalidade da dor causada pela artrite
reumatoide (AR) requer um olhar biopsicossocial, pois modifica o
corpo físico, emocional, social e espiritual e produz diferentes formas de se portar frente ao adoecimento. Objetivo: Avaliar a percepção psicossocial de pacientes com dor crônica em decorrência da
AR. Material e métodos: Estudo transversal, exploratório e descritivo, feito pela aplicação de instrumentos validados, como HADS,
WHOQOL-Bref, PSEQ, EMEP e Protocolo da Lista de Identificação
de Papéis Ocupacionais. Foram selecionados 59 pacientes com AR
consolidada. As participantes tinham média de 55,8 ± 11,13 anos,
com baixo grau de escolaridade, e a maioria não tinha atividade
laboral remunerada, todas mulheres. A maioria delas usa como tratamento primordial o DMCD sintético. Em relação aos aspectos psicossociais, observou-se no WHOQOL-BREF que os domínios psicológico, social e ambiental apresentaram pontuação moderada. Já
em relação à qualidade de vida tem-se uma avaliação geral moderada. Enquanto no domínio físico a menor pontuação e a pior percepção foram encontradas. Com o HADS tem-se uma possível presença de sintomas de ansiedade (10 ± 3,34) e de depressão (9 ±
2,27). A autoeficácia das participantes foi classificada como moderada (39,41 ± 9,935). Para o enfrentamento, o mais usado foi o de
pensamento e comportamento religioso, seguido pela focalização no problema e pelo pensamento positivo. Encontrou-se também pequena alteração em relação aos papéis ocupacionais, pois
a maioria das participantes os manteve com o adoecimento e gostaria de mantê-los. As participantes classificaram esses papéis
ocupacionais como muito importantes na vida cotidiana. Assim,
é possível observar que os aspectos emocionais das participantes
apresentam maiores alterações do que os sociais. E elas usam os
enfrentamentos religiosos e pensamentos positivos para vivenciar
o adoecimento.
MONOTERAPIA NO TRATAMENTO DA ARTRITE
REUMATOIDE: AVALIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS
EM UMA AMOSTRA DE PACIENTES BRASILEIROS
Adriana Maria Kakehasia, Glaydson Jeronimo da Silvab,
Cintia Scalac, Juares Biancoc, Fabrício Furlanc
Departamento do Aparelho Locomotor, Faculdade de Medicina, Universidade Federal
de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil
b
Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, Goiânia, GO, Brasil
c
Roche Brasil, Brasil
a
Introdução: Dados de estudos da vida real internacionais mostram
que em torno de um terço dos pacientes com artrite reumatoide
(AR) tratados com imunobiológicos o faz em monoterapia. Objetivo: Avaliar o perfil de uma amostra de pacientes brasileiros com
AR tratados sob monoterapia de medicamentos modificadores do
curso da doença (MMCD) alvo-específicos. Material e métodos:
Pesquisa conduzida por um instituto independente, com pacientes
com AR, identificados a partir de grupos de mídias sociais (Facebook, blog EncontrAR), feita em duas etapas: avaliação da frequência da monoterapia com MMCD dentro de uma amostra de
S14
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pacientes e avaliação do perfil dos pacientes tratados com monoterapia. Resultados e discussão: Foram feitos 239 contatos telefônicos em todo Brasil, de novembro a dezembro de 2015; 27% dos
pacientes eram tratados com MMCD em monoterapia. Na etapa
seguinte, 200 pacientes em monoterapia foram avaliados, apresentaram como perfil sociodemográfico: 89% mulheres, média de
44 anos, 66% classe A/B, 74% provenientes da região Sudeste, 33%
afastados do trabalho devido a AR. O tempo médio de diagnóstico da doença foi de dez anos e o tempo médio de tratamento
com MMCD, de dois anos. As drogas mais usadas em monoterapia
foram adalimumabe, etanercepte e tocilizumabe (35%, 16% e 14%,
respectivamente, dos pacientes em tratamento vigente); 97% dos
pacientes receberam tratamentos prévios ao vigente e a troca do
tratamento ocorreu devido a evento adverso (57% dos pacientes)
e falta de eficácia (47%); 3% iniciaram o tratamento diretamente
com um MMCD alvo-específico. Conclusão: Observamos nesta pesquisa uma considerável parcela de pacientes tratados com MMCD
em monoterapia (cerca de um terço), o que confirmou os achados
encontrados nos estudos internacionais de vida real.
NÍVEIS PLASMÁTICOS DE GHRELINA, DENSIDADE
DAS CÉLULAS IMUNORREATIVAS À GHRELINA NA
MUCOSA GÁSTRICA E DENSIDADE MINERAL ÓSSEA
EM MULHERES COM ARTRITE REUMATOIDE
Fabiana Alves Nunes Maksud, Adriana Maria Kakehasi,
Maria Fernanda Brandão de Resende Guimarães,
Carla Jorge Machado, Alfredo José Afonso Barbosa
Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte,
MG, Brasil
Introdução: A perda óssea generalizada pode ser considerada uma
manifestação extra-articular da artrite reumatoide (AR), pode
levar à ocorrência de fraturas e resultar em diminuição da qualidade de vida e aumento de custos de cuidados de saúde. O peptídeo ghrelina, cuja maior expressão é na mucosa gástrica oxíntica,
tem demonstrado afetar positivamente as células osteoblásticas
em experimentos in vitro e também apresenta ações anti-inflamatórias, porém os estudos que correlacionam os níveis plasmáticos
de ghrelina e AR são contraditórios. Objetivo: Avaliar a correlação
entre os níveis plasmáticos de ghrelina, a densidade das células
imunoreativas à ghrelina na mucosa gástrica e a densidade mineral óssea (DMO) em um grupo de mulheres adultas com AR estabelecida. Vinte pacientes do sexo feminino, com sintomas dispépticos e previamente hígidas, foram selecionados aleatoriamente
para comparação histológica e densidade celular. Resultados e discussão: As pacientes com AR apresentaram um aumento da densidade de células imunorreativas de ghrelina na mucosa gástrica (p
= 0,08) em comparação com controles. Houve uma relação positiva
com a DMO no colo do fêmur (p = 0,04). Conclusão: Os resultados
confirmam que a ghrelina pode estar envolvida de forma positiva
no metabolismo ósseo de pacientes com AR.
NÍVEIS SÉRICOS DE PENTRAXINA 3 ESTÃO
NEGATIVAMENTE ASSOCIADOS COM A ESPESSURA
MÉDIO-INTIMAL DAS ARTÉRIAS CARÓTIDAS EM
PACIENTES COM ARTRITE REUMATOIDE NÃO OBESOS
Barbara Stadler Kahlowa, Roberta Petiscob, Thelma Larocca Skarea,
Isabela Goeldnerc, Renato M. Nisiharac, Iara J. T. Messias-Reasonc
Serviço de Reumatologia, Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, Curitiba, PR,
Brasil
b
Faculdade Evangélica do Paraná, Curitiba, PR, Brasil
c
Departamento de Patologia Médica, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba,
PR, Brasil
a
Introdução: Pentraxina-3 (PTX3) é uma pentraxina grande que
parece estar envolvida no processo inflamatório e na aterosclerose.
Objetivo: Estudar os níveis séricos de PTX3 em pacientes com
artrite reumatoide (AR) para saber se seus níveis séricos podem
refletir a atividade da doença e/ou aterosclerose subclínica. Material e métodos: PTX3 e espessura médio-intimal (EMI) das artérias
carótidas foram estudadas em 85 pacientes com AR (83,5% do sexo
feminino, média de 59 anos de duração da doença, mediana de 13),
juntamente com a seus dados demográficos, clínicos, sorológicos
e perfil lipídico. Para comparação foi dosada PTX3 em 85 voluntários saudáveis. Resultados e discussão: Os níveis de PTX3 em
pacientes com AR foram semelhantes aos controles (p = 0,21) e não
se correlacionaram com a atividade inflamatória medida pelo VHS
(p = 0,39), PCR (p = 0,18) e DAS-28 (p = 0,67). Níveis séricos de PTX3
foram maiores nos pacientes com AR não obesos do que em obesos
(IMC vs. PTX3 com rho = -0,27; IC95% = -0,46 a -0,06; p = 0,009). Em
pacientes não obesos PTX3 correlacionou-se negativamente com a
EMI da carótida (rho = -0,40; IC95% = -0,66 a -0,06; p = 0,01), mas não
nos obesos (p = 0,26). Nos pacientes com AR obesos houve uma correlação negativa entre os níveis de PTX3 e relação LDL/HDL (Rho =
-0,29; IC95% = -0,53 a 0,01; p = 0,03). Conclusão: Os níveis de PTX3
não refletem processo inflamatório na AR. No entanto, exercem um
papel protetor no processo de aterogenese em pacientes com AR
não obesos.
NÓDULOS PULMONARES, DERRAME E ESPESSAMENTO
PLEURAL EM PACIENTE COM ARTRITE REUMATOIDE:
TUBERCULOSE OU ATIVIDADE DE DOENÇA?
Daniele Scherer, Tatiana Goberstein Lerner,
Anna Larissa Faria Janes, Ana Carolina Franco Passos,
Andrea Ribeiro Gonçalves de Vasconcelos Medeiros, André de
Paula Silva Ramos, Juliana Silvatti, Marcela Maria da Silva,
Daniel Feldman Pollak
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
Introdução: O envolvimento pulmonar na artrite reumatoide (AR)
é frequente, embora nem sempre reconhecido. O acometimento
mais comum é o derrame pleural exsudativo unilateral; os nódulos reumatoides em geral são assintomáticos. O diagnóstico diferencial é amplo, envolve principalmente doenças infecciosas
como a tuberculose. O tratamento imunossupressor pode aumentar a taxa de mortalidade em pacientes com infecção associada; é
imprescindível a exclusão desse diagnóstico. Relato de caso: Feminino, 63 anos, diagnosticada com AR em 1997 em tratamento com
drogas modificadoras do curso da doença (Dmard) desde o diagnóstico. Evoluiu bem até julho de 2012, quando apresentou derrame pleural unilateral (líquido pleural com 100 células, glicose =
1 mg/dL, proteína total = 6 g/dL, lactato desidrogenase = 3.654 U/L,
adenosina deaminase = 106,9 U/L). Feita biópsia pleural compatível com pleurite crônica granulomatosa, optou-se por tratamento
empírico com tuberculostáticos por seis meses. Apesar do tratamento, sustentou derrame de mesmas características associado
a espessamento pleural. Em fevereiro de 2013 foi feita tomografia
de tórax de controle, que mostrou aparecimento de nódulos pulmonares. Evoluiu clinicamente com falha à terapia tríplice da AR
em março de 2015, com indicação de uso de biológico. Internada
para elucidação diagnóstica, foi submetida à biópsia pulmonar,
que demonstrou nódulo pulmonar granulomatoso com necrose
central e presença de neutrófilos em paliçada, compatíveis com
nódulo reumatoide. Após início de terapia com biológico, apresentou melhoria do quadro pulmonar, resolução do derrame pleural
e bom controle da AR. Discussão: O diagnóstico diferencial entre
infecção e atividade da AR é essencial para o uso de biológicos.
É necessário excluir a presença de outras causas de derrame pleural, como a tuberculose. Ambas causam derrames de características semelhantes, exigem extensa investigação e por vezes complementação diagnóstica com achados histopatológicos.
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
O IMPACTO DA ARTRITE REUMATOIDE NA CAPACIDADE
FUNCIONAL DE ACORDO COM O TEMPO DE DOENÇA
Felipe Peixoto Nobrea, Rita Maria Diógenes Marquesa,b,
Christiane Aguiar Nobrea, Alexandre Augusto Bastos Mouraa,
Rayssa Lima Alencara, Ana Cláudia Oliveira Portelaa,
Lorena Cristina de Lima Sabinoa
a
b
Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil
Santa Casa de Misericórdia de Sobral, Sobral, CE, Brasil
Introdução: A artrite reumatoide (AR) é uma doença que gera
inflamação articular, dano estrutural e impacto na capacidade
funcional. Assim, muitos pacientes têm prejuízo na sua capacidade funcional, o que os torna dependentes de ajuda de terceiros para atividades cotidianas, além de gerar custos ao sistema
previdenciário. Objetivo: Estabelecer relação entre o tempo de
doença e o impacto na capacidade funcional dos pacientes com
AR de ambulatório especializado de reumatologia na microrregião Norte do Ceará. Material e métodos: Estudo seccional. Coleta
de dados feita em ambulatório de Reumatologia, na Policlínica
Bernardo Félix de Sobral (CE), em 37 pacientes com AR. Avaliados
dados clínico-epidemiológicos e aplicado instrumento validado
para avaliação da capacidade funcional, o Health Assessment
Questionnaire (HAQ), que varia de 0 a 3 em grau de limitação.
Resultados e discussão: Dos 37 pacientes, 34 eram do sexo feminino (91,9%); a faixa etária era de 29 a 74 anos, com média de
51,9. A média do tempo de doença foi de 12,1 anos. A média do
HAQ nos 37 pacientes foi de 1,5; 59,5% dos pacientes não necessitam de ajuda de aparelhos, como muletas e bengalas, entretanto
83,8% necessitam de ajuda de pessoas para atividades domésticas
e alcançar objetos. Em relação à escala analógica da dor na última
semana, 32 (86,5%) tiveram nota maior ou igual a 5, enquanto
quatro (10,8%) obtiveram nota 10, a máxima. Na análise da capacidade funcional de acordo com o tempo de doença, os pacientes
foram dividido em dois grupos: até cinco anos e mais de cinco
anos de AR. O primeiro grupo era composto por 18 pacientes, com
média de 49 anos, 100% do sexo feminino, com HAQ médio de
1,26. O segundo grupo era composto por 19 pacientes, 84,21% do
sexo feminino, com HAQ médio de 1,73. Conclusão: Destaca-se
que o longo tempo de doença tem importante impacto negativo
na capacidade funcional dos pacientes com AR avaliados, apesar
de haver uma melhoria se comparado a estudos semelhantes há
aproximadamente 10 anos.
O USO DE IMUNOBIOLÓGICOS EM PACIENTE
COM ARTRITE REUMATOIDE EM UM CENTRO
DO INTERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO
Caio Laguna Reis de Carvalho,
Luana Resende Reis, Tamires Verena Ribeiro dos Santos,
Flávia Luiza Marin, Luiz Eduardo Valente, Antonio Baccaro,
Henrique Pereira Sampaio, Andrea de Almeida Peduti Batista
Universidade Estadual Paulista (UNESP), São Paulo, SP, Brasil
Introdução: A terapêutica adotada para pacientes com artrite
reumatoide (AR) segundo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) orienta, em falha ou refratariedade ao uso de drogas
modificadoras de curso de doença (Dmards), o uso de imunobiológicos. Objetivo: Avaliar perfil de pacientes com diagnóstico
de artrite reumatoide refratários ao tratamento com Dmards
e sua resposta à terapia imunobiológica de 2012 a 2016. Material e métodos: Revisão de prontuários eletrônicos de 01/01/2012
a 30/04/2016. Encontradas 1.464 avaliações em centro de infusão dessa instituição comparadas com dados de outras instituições brasileiras. Resultados e discussão: Nesse período foi feito
seguimento de 108 pacientes, 80,5% do sexo feminino e 19,5%
do masculino. Desses, 73% já estavam em uso das medicações
S15
em estudo em 2012. Após análise, percebeu-se a necessidade de
troca de medicação em 42 pacientes por falha e suspensão do
uso em nove casos, todos em uso de primeiro imunobiológico,
três por neoplasia, um por insuficiência cardíaca, três por infecções repetição e dois por gestação, o último sem medicação até
o presente momento. Apresentou-se baixa taxa de mortalidade
(dois casos), contudo com perda seguimento de 5% dos casos.
As medicações mais usadas dos anti-TNF como terapia inicial
foram: adalimumabe (43,5%), seguido de infliximabe (29%), etanercepte (15%) e demais biológicos somados, com < 5% dos casos
como primeira escolha. Conclusão: Por este estudo foi possível
evidenciar o perfil do paciente usuário de biológicos para tratamento de AR no âmbito do SUS em cinco anos, neste serviço.
Contudo, na comparação com estudos semelhantes em serviços
do Estado do Paraná, evidenciamos maior prevalência em sexo
feminino, mas não se demonstrou prevalência de medicação
específica no tratamento inicial.
OBESIDADE E ALTA ATIVIDADE DE DOENÇA EM
PACIENTES COM ARTRITE REUMATOIDE
Kirla Wagner Poti Gomesa,
Maria Fernanda Brandão de Resende Guimarãesb,c,
Susana Ferreira Kramped, Carla Jorge Machadoc,
Claiton Viegas Brenold, Adriana Maria Kakehasib,c,
Carlos Ewerton Maia Rodriguese
Hospital Geral de Fortaleza (HGF), Fortaleza, CE, Brasil
Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte,
MG, Brasil
c
Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo
Horizonte, MG, Brasil
d
Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil
e
Universidade de Fortaleza (UNIFOR), Fortaleza, CE, Brasil
a
b
Objetivo: Determinar a frequência de obesidade em pacientes
com artrite reumatoide (AR) e correlacioná-la com atividade de
doença e fatores de risco cardiovascular. Material e métodos:
Estudo transversal em pacientes com AR em três hospitais terciários do país. Incluíram-se dados demográficos, clínicos, antropométricos e laboratoriais. Obesidade foi definida por índice de
massa corporal (IMC) e circunferência abdominal (CA) segundo
critério de síndrome metabólica do NCEP/ATP III e IDF. Atividade de doença foi avaliada pelo Disease Activity Score de 28
articulações (DAS-28). Para comparação foi usado DAS-28 < 2,6
(remissão). CA alterada e IMC normal foram confrontados com
atividade de doença e outras variáveis. Foi feita regressão logística multivariada binomial e multinomial com estimadores de
variân­cia Huber/White. Resultados e discussão: Foram incluídos
791 pacientes, 86,9% mulheres, idade 54,7 (+ 12) anos e tempo
de doença 12,8 (+ 8,9) anos, IMC 27,1 (+ 4,9) kg/m2 e CA 93,5 (+
12,5) cm; 477 pacientes (60,9%) tinham CA alterada pelos dois
métodos; 209 (26,9%) eram obesos. Dislipidemia, diabetes, hipertensão e história familiar de DCV prematura ocorreram respectivamente em 34,3%, 15%, 49,2% e 16,5% dos pacientes. Na comparação com CA alterada (IDF), houve associação (p < 0,05) com
DAS-28 > 5,1 (OR = 1,59), idade (OR = 1,03), dislipidemia (OR =
2,58) e tempo da doença (OR = 0,97). CA alterada (NCEP/ATP III) se
associou com DAS-28 > 5,1 (OR = 1,59), dislipidemia (OR = 2,20),
uso de prednisona (OR = 1,27) e HAS (OR = 1,41). Na comparação
com IMC < 25 kg/m2, houve associação entre obesidade e DAS-28
> 5,1 (OR = 2,04), dislipidemia (OR = 2,67), HAS (OR = 2,68) e tempo
da doença (OR = 0,97). Conclusão: Obesidade determinada por
CA e IMC está associada à alta atividade de doença em pacientes com AR, o que sugere controle rigoroso do processo inflamatório e de fatores de risco modificáveis para minimizar o risco
cardiovascular.
S16
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES
COM ARTRITE REUMATOIDE ACOMPANHADOS EM
SERVIÇO UNIVERSITÁRIO DE SÃO PAULO
Tatiana Goberstein Lerner, Andressa Miozzo Soares,
Carolina Bassoli de Azevedo Bella, Heloísa Maria Costa Muniz,
Lucas Victória de Oliveira Martins, Luiz Augusto Baccarim Nicolau,
Mariana Freitas de Aguiar, Daniel Feldman Pollak
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
Introdução: A artrite reumatoide (AR) é uma doença de incidência
mundial e tem sua apresentação influenciada por fatores genéticos,
étnicos e socioculturais, é importante a feitura de estudos que tentem delinear a realidade brasileira. Objetivo: Descrever o perfil clínico
e epidemiológico dos pacientes do ambulatório de AR de hospital
universitário em São Paulo. Material e métodos: Estudo retrospectivo baseado na busca em prontuários de pacientes com AR. Foram
incluídos 612 pacientes que compareceram a pelo menos uma consulta entre 2014-2015. Resultados: Mais de 90% eram mulheres, com
média de 60,5 anos e com tempo médio de doença de 17,7 anos.
A manifestação extra-articular mais encontrada foram os nódulos subcutâneos. O fator reumatoide foi positivo em 71,8% e o fator
antiperinuclear em 36% dos pacientes testados. Quanto às comorbidades, 50,8% tinham alteração na densidade mineral óssea. Fibromialgia foi diagnosticada em 31,5% dos pacientes e osteoartrite em
23,5%, com necessidade de correção ortopédica em 14,5%. Também
foi visto que 61,6% dos pacientes tinham diagnóstico de hipertensão
arterial, 42,3% eram dislipidêmicos e 22,4% diabéticos. Quanto aos
aspectos do tratamento, mais de 60% dos pacientes não estavam em
uso de glicocorticoide (GC) e 87,6% usavam Dmard (drogas antirreumáticas modificadoras da doença) sintéticas, 75,7% em monoterapia e 24,3% em terapia dupla/tripla. As Dmard biológicas eram usadas por 38,2% dos pacientes, os anti-TNF e anti-IL6 eram as classes
mais prescritas. Na última consulta, quase 50% encontravam-se em
remissão ou com baixa atividade de doença. Conclusão: A média de
idade elevada e o tempo médio de doença prolongado apontam para
um perfil de pacientes com AR de longa evolução. O uso ponderado
de GC, a presença de Dmard sintética em mais de 85% das prescrições e o uso de biológico em quase 40% da amostra traduzem a tendência mundial no tratamento da AR.
PERFIL DOS PACIENTES DE UMA CLÍNICA DE ARTRITE INICIAL
Diego Magalhães, Luiza Coelho Magalhães,
Marina Porangaba, Paul Lynne A. Oliveira, Verônica Mello Maia,
Ana Beatriz Vargas-Santos, Camila Souto Oliveira Elias,
Geraldo da Rocha Castelar Pinheiro
Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Objetivo: Avaliar dados demográficos, clínicos, laboratoriais e diagnósticos diferenciais de pacientes admitidos em clínica de artrite inicial
(CAI) de um hospital universitário referência em reumatologia. Material e métodos: Fizemos um estudo coorte entre os pacientes admitidos no 1º ano de funcionamento da CAI de um hospital público, de
atenção terciária. Os critérios para encaminhamento à CAI são: idade
≥ 19 anos; artrite há > 6 semanas e < 12 meses, acompanhada por dor
à compressão das articulações metacarpofalangeanas ou metatarsofalangeanas; rigidez matinal por > 30 minutos; preferencialmente
com VHS ou PCR elevada ou positividade para fator reumatoide ou
ACPA. Características avaliadas: sexo; idade, número de articulações
dolorosas e edemaciadas (NAD e NAE), VHS e PCR à admissão; fator
reumatoide, ACPA e diagnóstico no fim de um ano de seguimento; e
tempo do início dos sintomas à admissão e ao diagnóstico. Categorizamos os pacientes segundo o diagnóstico em artrite reumatoide (AR)
versus não AR. Resultados: Foram avaliados 68 pacientes, 79% mulheres, com média de 54,5 anos. Os diagnósticos mais comuns foram AR
(45,8%), osteoartrite (19,4%) e outras artropatias inflamatórias (13,9%).
A mediana do tempo do início dos sintomas à admissão foi de 22,6
(8,7 a 525,1) semanas para AR e de 26,1 (0,6 a 247,7) semanas para não
AR. As principais variáveis que diferenciaram, respectivamente, AR de
seus diagnósticos diferenciais foram NAE (6,2 vs. 2,4, p = 0,001), fator
reumatoide (48% vs. 3,7%, p < 0,001), ACPA (79,2% vs. 8,3%, p < 0,001) e
PCR (4,7 vs. 2,2 mg/dL, p < 0,02). Conclusão: AR foi o diagnóstico mais
comum em nossa coorte. Apesar de os critérios de encaminhamento
incluírem artrite havia menos de um ano, foi frequente um maior
tempo de sintomas à admissão reportado pelos pacientes. O atraso
no diagnóstico e no tratamento desses pacientes tem impacto negativo no prognóstico e medidas de divulgação à população e a outros
profissionais de saúde devem ser priorizadas.
PREVALÊNCIA DE DISFUNÇÃO SEXUAL EM PACIENTES
PORTADORES DE ARTRITE REUMATOIDE ACOMPANHADOS
EM TRÊS SERVIÇOS DE REUMATOLOGIA EM BELÉM-PARÁ
Marcel Lobato Saumaa, Anderson Romário Almeida de Souzab,
Anderson André Pantoja Diasb, Marcelly Raiza da Silva e Silvab,
Maria de Fátima Lobato da Cunha Saumab,
Karine Suane Palheta da Costab, Alírio dos Santos Júniorb,
Carolina Barros Kahwagea, Juliana Sousa Sabinob,
Márcia Nuzane Ramos Amorimb, Júlia Brito de Medeirosa,
Amanda Cartagenes Saraivab, José Ronaldo Carneirob,
Glauce Leão Limab, Gilberto Toshimitsu Yoshikawab
a
b
Universidade do Estado do Pará (UEPA), Belém, PA, Brasil
Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém, PA, Brasil
Introdução: A artrite reumatoide (AR) é uma doença sistêmica de
etiologia desconhecida, caracterizada por poliartrite simétrica, acomete três vezes mais mulheres do que homens e com maior incidência na faixa entre 35-65 anos. A doença pode evoluir para incapacidades e tem um grande impacto sobre os aspectos sociais, econômicos
e psicológicos da vida do paciente. Em relação à sexualidade, a AR
está associada ao desenvolvimento de disfunções sexuais. Objetivo:
Estudar a função sexual em pacientes com AR e comparar com grupo
controle. Material e métodos: Os autores estudaram em três serviços
de reumatologia em Belém (PA) a função sexual de dois grupos (com
e sem AR). Os dados sociodemográficos foram coletados por meio de
protocolo de pesquisa e os questionários FSFI e IIEF foram aplicados
para avaliar a função sexual de mulheres e homens, respectivamente.
Resultados: Foram investigados 138 pessoas, 73 com AR e 65 do grupo
controle, o sexo feminino foi mais prevalente em ambos os grupos, 56
e 49 mulheres, respectivamente. A média da população estudada foi
de 44,87 anos e houve predomínio da população parda, com mais de
sete anos de escolaridade, casada/união estável e com renda familiar
entre um e três salários mínimos. O tempo médio de doença foi de
9,6 anos. A prevalência de disfunção sexual (DS) em mulheres com
AR foi de 67,85% e 48,78% no grupo controle (p = 0,031). Nos homens
a disfunção erétil esteve presente em 47% dos pacientes com AR e
12,5% no grupo controle (p = 0,057). Conclusão: Houve maior prevalência de DS em pacientes com AR e os principais domínios acometidos no sexo feminino foram: desejo, excitação e lubrificação. Os estudos científicos sobre DS e AR ainda são escassos; no entanto, esse
é um problema frequente e pouco discutido/estudado, é necessário
que o reumatologista ou o clínico inclua na rotina do atendimento
a abordagem sobre a influência da AR na sexualidade dos pacientes.
PREVALÊNCIA DE HEPATITE B EM UMA COORTE
DE ARTRITE REUMATOIDE NO BRASIL
Gabriela Stutz, Rosana Damasceno Torres da Silva,
Fernanda Marvila Fagundes, Marcelo Pacheco, José Vertzman,
Marilena Mesquita Fernandes, Mauro Goldfarb, Leonardo Romeiro
Hospital Federal dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (HFSE-RJ), Rio de Janeiro,
RJ, Brasil
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Objetivo: Avaliar prevalência de infecção pelo vírus da hepatite
B na coorte de pacientes com diagnóstico de artrite reumatoide
(AR) e associar a outras variáveis clínico-laboratoriais. Material e
métodos: Estudo transversal em uma coorte de pacientes com AR
e análise de prontuários e avaliação de hepatite B aguda ou crônica, pesquisa de viremia por PCR-RNA, biópsia e enzimas hepáticas, uso de antiviral, Dmards sintéticas e biológicas, tempo de
doença autoimune e presença de erosão. Feita análise simples
exploratória em planilha no Excel versão 2010. Resultados: Foram
incluídos 730 pacientes, três com diagnóstico de hepatite B crônica (0,41%), com média de 210 meses de AR, todos com fator reumatoide (FR) positivo, dois com doença erosiva (66%), um em uso
de imunobiológico (etanercepte) e leflunomida, dois com uso de
metotrexato. O hepatograma atual é normal nesses casos. Apenas um paciente (0,13%) diagnosticado com hepatite B aguda, do
sexo feminino, 52 anos, diagnóstico de AR havia oito anos, FR positivo, doença não erosiva e uso de MTX 25 mg/semana, já fez uso
de imunobiológico (adalimumabe) e no momento hepatograma
normal. Todos os pacientes tiveram o diagnóstico de hepatite B
posteriormente ao diagnóstico de AR; 46 pacientes (6,30%) foram
vacinados para hepatite B e 24 (3,28%) apresentam cicatriz sorológica. Nenhum paciente faz ou fez uso de antiviral ou tem biópsia hepática. Conclusão: A frequência de hepatite B neste estudo
é próxima à prevalência na população geral no Brasil. No presente
estudo encontramos poucos dados sobre biópsia ou viremia nos
casos de hepatite B aguda ou crônica. Ressaltamos a importância
da triagem de hepatite B na AR. Existe subuso de vacinação para
vírus B nesses pacientes dessa coorte.
PREVALÊNCIA DE HEPATITE C EM UMA COORTE
DE ARTRITE REUMATOIDE NO BRASIL
Rosana Damasceno Torres da Silva,
Rita de Cássia Marques Cardoso, Fernanda Marvila Fagundes,
Leonardo Domingues Romeiro, José Fernando Verztman,
Marcelo Pacheco
Hospital Federal dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (HFSE-RJ), Rio de Janeiro,
RJ, Brasil
Objetivo: Avaliar a prevalência de infecção pelo vírus da hepatite C
na coorte de pacientes com diagnóstico de artrite reumatoide (AR)
e associar a outras variáveis clínico-laboratoriais e de tratamento
em comparação com o grupo controle. Material e métodos: Estudo
de coorte retrospectivo, por análise dos prontuários, em busca de
positividade para anti-HCV, pesquisa de viremia por PCR-RNA,
biópsia e enzimas hepáticas, uso de antiviral, Dmards sintéticas
e biológicas, tempo de doença autoimune e presença de erosão.
Feita análise simples em planilha no Excel versão 2010 e análise
bivariada no Openepi. Resultados: Foram incluídos 730 pacientes
e o anti-HCV positivo foi detectado em nove (1,23%), todos do sexo
feminino. PCR foi positivo em seis (0,82%), dois (0,27%) falso positivos e um com pesquisa em andamento. O grupo com AR + HCV tem
média de 59 anos de idade e 158 meses de AR, sem diferença estatística em comparação com a coorte. AR foi diagnosticada antes
em quatro (66%); dois já tinham hepatite C. Diferenças estatísticas
significativas (p < 0,001 pelo teste t de Student) foram encontradas
na comparação do grupo de estudo com o grupo controle, respectivamente, em variáveis como: uso de biológico (83% x 20%), tratamento atual com metotrexato (0 x 79,5%) e uso de sulfassalazina
no passado (100% x 5,6%). Não há aumento atual de transaminases
nas pacientes, mas duas têm enzimas canaliculares alteradas. Não
foram encontradas sorologias em 85 pacientes (11,6%). Conclusão:
A frequência de hepatite C neste estudo é próxima à prevalência
na população geral no Brasil. Aquele grupo usa mais sulfassalazina e biológico, especialmente anti-TNF, e menos metotrexato,
consistente com as recomendações atuais baseadas em evidências
do perfil de segurança. Ressaltamos a importância da triagem de
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hepatite C na AR, dada a seriedade da infecção em imunocomprometidos e às diferenças no tratamento.
PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
EM PACIENTES COM ARTRITE REUMATOIDE
Diogo Pereira Santos Sampaio, Vitor Alves Cruz,
Nilzio Antônio da Silva e Jozelia Rêgo
Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil
Introdução: A artrite reumatoide (AR) é uma enfermidade inflamatória crônica, e os eventos cardiovasculares representam a principal causa de óbito. Torna-se necessário o controle dos fatores
de risco modificáveis para a doença coronariana nessa população. Dentre esses fatores de risco, destaca-se a hipertensão arterial sistêmica (HAS). Objetivo: Avaliar a prevalência de HAS nos
portadores de AR em acompanhamento em um hospital terciário, descrever as medicações anti-hipertensivas usadas, avaliar o
cumprimento das metas terapêuticas propostas pelo consenso de
comorbidades em AR da SBR. Material e métodos: Estudo epidemiológico retrospectivo e descritivo. Resultados: Foram analisados
81 pacientes. O diagnóstico de HAS foi observado em 39 (48,14%).
Todos estavam em uso de, pelo menos, uma droga anti-hipertensiva, 29 (74,35%) em uso de inibidores da enzima conversora da
angiotensina (IECA) ou bloqueadores do receptor de aldosterona
(BRA). A estratégia terapêutica predominante foi de monoterapia,
em 18 pacientes (46,15%). O adequado controle pressórico e o cumprimento das metas foram observados em 26 pacientes (66,66%).
Conclusão: A prevalência de HAS na AR é elevada, e a maioria dos
pacientes cumpre as metas terapêuticas propostas pelas recomendações vigentes. Instrumentos de estratificação do risco cardiovascular devem ser incorporados ao atendimento de pacientes com
AR, para seu reconhecimento precoce e a diminuição da ocorrência
de eventos cardiovasculares fatais.
PROPOSTA DE UM MODELO BRASILEIRO DE ATIVIDADE FÍSICA
SAUDÁVEL PARA ARTRITE REUMATOIDE (“B-CHAMP PARA AR”)
Catarina J. da Vila Indaa,b
a
b
Departamento de Saúde Pública, Yeshiva University, Nova York, Estados Unidos
Albert Einstein College of Medicine, Nova York, Estados Unidos
Objetivo: Criar uma intervenção para promover a atividade física
(AF) semanal de pacientes com artrite reumatoide (AR) em Centros de Saúde (CS) de Brasília, com base na tradução do Programa
de Prevenção de Diabetes (DPP) para uma comunidade chinesa em
Nova York com o Modelo de Atividade Física Saudável para Idosos
II (CHAMPS II, do inglês). Material e métodos: Estudo piloto randomizado de dois braços para comparar os efeitos de uma intervenção ativa no estilo de vida de pacientes com AR com um controle
mínimo de acompanhamento. Pretende-se usar a ferramenta RE-AIM para analisar a factibilidade e aceitabilidade da intervenção
por meio de seus elementos: recrutamento (número de pacientes
elegíveis que efetivamente participarão e completarão o estudo),
efetividade (nível atingido de AF, dor e cansaço), adaptação (aceitabilidade dos componentes do programa pelos participantes, profissionais e centros de saúde), implantação (fidelidade ao protocolo do programa) e manutenção (efeitos em longo prazo para os
pacientes, sustentabilidade do programa). Uma vez selecionados,
nos 3º e 12º meses os pacientes terão avaliados seus níveis de AF
semanal, dor e fadiga. Instrumentos de avaliação: relatórios dos
profissionais sobre adesão/frequência ao programa e lesões indesejáveis, Questionário de Avaliação de Saúde (HAQ) para desabilidade, Escala Analógica Visual (VAS) para dor. Resultados: Não
temos. Este estudo é uma proposta de implantação de um programa de saúde pública relacionado à AR. Conclusão: A atividade
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física é um componente importante no controle da AR. Não existem programas dessa natureza em Brasília. A ferramenta RE-AIM é
útil para a implantação e validação externa de programas de saúde
pública. Não obstante as limitações sociopolíticas e econômicas do
país, o B-CHAMP para AR pode ser factível e poderá ser importante
para a qualidade de vida dos pacientes de AR.
PSORÍASE PUSTULOSA PALMOPLANTAR
INDUZIDA POR GOLIMUMAB
Laura Giovanella, Erick Cavalcanti Cossa, Felipe Dunin dos Santos,
Marcel Morsch, Fernanda Maria Borghi, Bruna Burko Rocha Chu,
Bruno Queiroz Zardo, João Pedro Pereira da Cunha, Marcelo Enokawa,
Deborah Negrão Dias, Eduardo S. Paiva
Serviço de Reumatologia, Hospital de Clínicas, Universidade Federal do Paraná (UFPR),
Curitiba, PR, Brasil
Introdução: Golimumab é um anticorpo monoclonal anti-TNF
usado frequentemente para o tratamento da artrite reumatoide.
Efeitos adversos paradoxais, embora incomuns, podem ocorrer
com essa medicação e com as outras drogas de mesmo mecanismo de ação. Objetivo: Analisar o caso de uma paciente portadora de artrite reumatoide que devenvolveu psoríase pustulosa
palmoplantar induzida por golimumab, uma reação adversa infrequente e aparentemente paradoxal, uma vez que medicações anti-TNF são usadas também para o tratamento de psoríase. Material
e métodos: Procedemos à revisão da literatura, levantamos os principais dados sobre incidência de psoríase induzida por anti-TNF,
perfil epidemiológico dessa população, características particulares
inerentes às medicações anti-TNF, assim como as hipóteses fisiopatológicas e as estratégias terapêuticas disponíveis. Conclusão:
Psoríase palmoplantar induzida por anti-TNF tem sido bem descrita na literatura, porém as aborgadens terapêuticas são amplas e
ainda pouco estabelecidas. Acreditamos que a melhor estratégia de
manejo seja a manutenção do mesmo anti-TNF responsável pela
indução da lesão cutânea, aliado ao tratamento tópico da psoríase
com corticoides e fototerapia. Se houver ausência de resposta inicial ou recorrência das lesões cutâneas, sugerimos proceder à troca
do anti-TNF por outra droga de mesma classe, associada à manutenção do tratamento tópico inicial.
QUALIDADE DAS NOTIFICAÇÕES ESPONTÂNEAS DE
MEDICAMENTOS BIOLÓGICOS APROVADOS NO TRATAMENTO
DA ARTRITE REUMATOIDE DO BANCO DE DADOS
FAERS (FDA ADVERSE EVENT REPORTING SYSTEM)
Ariane Gonçalves Silva de Araujo, Fernanda Stumpf Tonin,
Astrid Wiens Souza, Roberto Pontarolo
Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas, Hospital de Clínicas,
Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, PR, Brasil
Objetivo: Analisar as notificações espontâneas de suspeita de
reações adversas associadas ao uso dos medicamentos biológicos abatacepte, adalimumabe, anakinra, certolizumabe, etanercepte, golimumabe, infliximabe, rituximabe e tocilizumabe indicados no tratamento da artrite reumatoide. Material e métodos:
Foram coletadas as informações das notificações espontâneas disponíveis no banco de dados Faers, de janeiro de 2003 a junho de
2015, para os nove medicamentos supracitados. Informações referentes ao paciente, evento adverso, medicamentos usados e do
notificador foram importadas para o Microsoft Access e analisadas pelo software SPSS. Os nomes dos medicamentos foram padronizados e eventuais erros ortográficos, identificados e corrigidos.
Os casos duplicados foram removidos conforme recomendações
do FDA. Resultados: Foram identificadas 675.472 notificações relacionadas com os medicamentos de interesse. Dados ausentes (não
relatados) foram encontrados nos seguintes campos pesquisados:
data do evento (25,9%); idade (39,4%); sexo (7,1%); peso (73,6%);
país notificador (21,3%); lote do medicamento (75%); melhoria clínica com a interrupção do medicamento suspeito (95,7%); efeito
adverso com a reintrodução do medicamento (47,5%); reporte do
desfecho (56,4%); indicação (15,1%); data da terapia (30,6%). Conclusão: Este estudo mostrou a ausência de informações de desfecho em mais da metade das notificações, o que pode retardar a
detecção de reações adversas graves. Além disso, a falta de informações sobre a evolução do desfecho da reação adversa, após a
retirada do medicamento (ausente em aproximadamente 95% das
notificações), pode prejudicar as análises de causalidade. Conhecer os principais problemas de qualidade das notificações espontâneas pode contribuir para diminuir suas limitações.
REPIGMENTAÇÃO DE PACIENTE COM
VITILIGO EM USO DE TOFACITINIBE
Thomas Carvalho da Silva,
Camila de Lima Tostes, Paulo Guilherme de Oliveira Barbalho,
Lays Fernandes Mesquita, Lidia Valente Dima,
Juliana da Silva Bemfeito de Moraes, Raissa Barbosa de Souza,
Fernanda Seragioli, Guilherme Lins Meira Quintão,
Andrey Tonetto Barbosa, Sônia Maria Anti Loduca Lima,
Wiliam Habib Chahade, Rina Dalva Neubarth Giorgi
Hospital do Servidor Público Estadual, São Paulo, SP, Brasil
Introdução: Vitiligo é uma condição que frequentemente causa
estresse psicológico nos pacientes. As opções terapêuticas são
limitadas e muitas vezes inadequadas. Progressos recentes no
entendimento do vitiligo sugerem que inibidores da Janus kinase
(JAK) podem ser considerados uma estratégia terapêutica. Objetivo: Relatar o caso de uma paciente em tratamento para artrite
reumatoide (AR) com inibidor da JAK1/3, o citrato de tofacitinibe,
que apresentava concomitantemente vitiligo. Relato de caso: NR,
60 anos, feminino, casada, parda, em acompanhamento no ambulatório de Reumatologia por AR desde 2001, iniciou quadro de vitiligo em 2012, em mãos, mamas e axilas, fez acompanhamento conjunto com a dermatologia. No mesmo ano, atingiu remissão da AR
com leflunomida, progrediu com desmame lento e gradual do corticosteroide. Evoluiu com expansão das lesões de vitiligo e surgimento de novas lesões em joelhos, abdome, cotovelo esquerdo,
axilas e pés, a despeito dos tratamentos feitos pela dermatologia.
Início de 2016, optou-se pela suspensão da leflunomida devido a
novo flare, DAS-28 PCR 4,2 e iniciada tofacitinibe, fornecida por doação, na dose de 5 mg de 12/12 h, após rastreio infeccioso adequado.
Depois de três meses do início da nova medicação, observou-se
repigmentação parcial das lesões de vitiligo em mãos e em cotovelo. Nenhum novo tratamento foi instituído pela dermatologia
desde 2015. Discussão: Tofacitinibe, uma pequena molécula inibitória da JAK1/3 já aprovada pelo FDA para AR, tem apresentado eficácia para psoríase em ensaios clínicos de fase 3. Estudos recentes
têm demonstrado que o interferon (INF-Y) desempenha um papel
importante na patogênese do vitiligo pela estimulação da síntese
e liberação do CXCL10. Quando o (INF-Y) se liga ao seu receptor,
esse processo ativa a via JAK/Stat, a qual resulta na produção de
CXCL10. Conclusão: Tofacitinibe pode vir a ser uma opção para o
tratamento de vitiligo.
RHUPUS: RELATO DE CASO
Fernanda Oliveira Gomes, Larissa Farinha Guanaes,
Weverton César Siqueira, Lucas Leonardo de Castro Borges,
Marina Lindstron Wittica Cerqueira,
Ludymila Sátyra Xavier de Araújo Assis
Hospital Governador Israel Pinheiro (HGIP), Instituto de Previdência dos Servidores do
Estado de Minas Gerais (IPSEMG), Belo Horizonte, MG, Brasil
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Introdução: Rhupus é uma doença rara sobre a qual se discute se
tratar de uma entidade distinta ou síndrome de sobreposição e que
engloba pacientes com critérios para lúpus eritematoso sistêmico
(LES) e artrite reumatoide (AR). Relato de caso: MCMS, 65 anos,
feminina, internada com hiporexia, febre intermitente, fraqueza,
artralgia simétrica em joelhos, punhos e pequenas articulações de
mãos, de padrão inflamatório associado à rigidez articular maior
do que uma hora. Exame físico revelava úlcera oral não dolorosa,
artrite em joelho e punho à direita e subluxação de 5ª interfalangiana proximal direita (IFP). Exames laboratoriais mostravam anemia normocítica/normocrômica, plaquetopenia, linfopenia, elevação de provas inflamatórias, colestase laboratorial, FAN positivo
1:640 com padrão nuclear homogênio, anti-DNA nativo fortemente
reagente, fator reumatoide em altos títulos, anti-CCP positivo, anti-RO, anti-LA, anti-SM, anti-RNP negativos, C3, C4 e CH50 normais,
ausência de atividade renal. Radiografia de tórax com pequeno derrame pleural à esquerda, RX de mãos e punhos que evidenciava
artrite erosiva de 4ª e 5ª IFP de mão direita. Paciente já com diagnóstico de AR pelos critérios ACR/Eular-2010, preencheu critérios
para LES segundo critérios ACR-97 e SLICC-2012, caracterizou um
caso de Rhupus. Iniciada hidroxicloroquina 400 mg/dia e prednisona 20 mg/dia com proposta de reavaliação de drogas modificadoras do curso da doença (Dmard) após esclarecimento de quadro
colestático. Discussão: Pacientes com Rhupus têm menor incidência de envolvimento sistêmico grave, porém pior prognóstico se
comparados com pacientes com AR. Há alta prevalência de fator
reumatoide e de anti-CCP em altos títulos, o que, nesse caso, contribuiu para corroborar o diagnóstico. O tratamento incluiu corticoides em doses baixas a moderadas com Dmards sintéticos. Inibidores de fator de necrose tumoral mostraram pequeno efeito,
enquanto rituximabe e abatacepte parecem ser mais promissores.
SÍNDROME DE FELTY E PLAQUETOPENIA
GRAVE: RELATO DE CASO
Diana Azeredo de Freitas, Paula de Alencar Veloso,
Vanessa de Oliveira Magalhães, Nilzio Antônio da Silva,
Jozelia Rego
Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil
Introdução: A síndrome de Felty é caracterizada por neutropenia
e esplenomegalia em paciente com artrite reumatoide (AR) soropositiva. Em decorrência da neutropenia, os pacientes são altamente susceptíveis a infecções recorrentes. A plaquetopenia é
uma manifestação hematológica incomum da doença. Objetivo:
Relatar um caso de síndrome de Felty com plaquetopenia grave.
Relato de caso: Paciente do gênero masculino, 69 anos, com diagnóstico de síndrome de Felty, foi admitido com quadro de sepse
e plaquetopenia acentuada (2.000 plaquetas/mm3). O mielograma
mostrou displasia medular e a fenotipagem excluíram proliferação clonal. A sorologia para CMV mostrou IgM positiva. Iniciado
ganciclovir e pulsoterapia com corticosteroide, em decorrência da
plaquetopenia grave. Apesar do tratamento do CMV e da resposta
inicial satisfatória, o paciente reapresentou queda progressiva dos
níveis plaquetários, dependente de doses altas de corticosteroides.
Introduzido metotrexato, mas o paciente apresentou choque séptico e evoluiu para óbito. Discussão: A síndrome de Felty ocorre em
aproximadamente 1% dos pacientes com AR. Dentre as manifestações hematológicas, a mais comum é a neutropenia. A anemia
observada se assemelha à da AR. A plaquetopenia é geralmente
moderada e o hiperesplenismo é citado como ponto central de sua
gênese. Nosso paciente apresentava plaquetopenia grave, dependente de corticoterapia, sem outras explicações, além da doença
de base. O uso crônico de doses altas de corticoide contribuiu para
a má evolução do quadro. Apesar de incomum, a plaquetopenia
refratária pode contribuir para uma evolução insatisfatória da síndrome de Felty.
S19
TROCA DE MEDICAMENTOS BIOLÓGICOS NA
ARTRITE REUMATOIDE: COORTE DE USUÁRIOS
DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Marcus Tolentino Silvaa, Danniely Lima Matutea,
Licia Maria Henrique da Motab, Maurício Gomes Pereirab,
Taís Freire Galvãoc
Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Manaus, AM, Brasil
Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF, Brasil
c
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
a
b
Objetivo: Estimar a incidência e identificar os fatores associados
à troca de medicamentos biológicos na artrite reumatoide (AR).
Material e métodos: Estudo de coorte. Definiu-se como desfecho
primário a troca de medicamentos biológicos. Partiu-se dos registros administrativos nacionais da APAC-SIA-SUS entre 2008 e 2014.
Incluíram-se os códigos M050, M051, M052, M053, M058, M060,
M068 e M080 da CID-10 e que continham os medicamentos abatacepte, adalimumabe, certolizumabe, etanercepte, golimumabe,
infliximabe, rituximabe e tocilizumabe. Aninharam-se os registros pelo número do Cartão Nacional de Saúde, de modo a permitir o acompanhamento trimestral. Os fatores associados à troca
de biológicos foram avaliados por regressão de Cox, que permitiu
o cálculo do hazard ratio (HR) ajustado por sexo e idade. Procederam-se a todos os cálculos no STATA (v. 14.1) e definiu-se o intervalo de confiança a 95% (IC 95%). Resultados: Foram identificados 65.617 pacientes (159.907 pacientes-ano), 76% mulheres, idade
média 48 ± 15 anos. No que se refere ao diagnóstico, 39% foram
codificados como outras AR soropositivas, 23% como AR soronegativa e 20% como síndrome de Felty. Em todo o período, a primeira escolha para o tratamento foi adalimumabe (45%), etanercepte (32%) e infliximabe (18%). Em cinco anos, 17% trocaram de
biológico. A maior frequência de troca substituiu infliximabe pelo
adalimumabe. A troca associou-se às seguintes características:
mulheres (HR: 1,4; IC95% 1,3-1,5), idade até 60 anos (HR: 1,6; IC95%
1,5-1,8), doença reumatoide no pulmão (HR: 1,4; IC95% 1,1-1,9) e
tratamento em 2008 (HR: 2,1; IC95% 1,9-2,2). O infliximabe teve a
maior frequência de troca (7/100 pacientes-ano), e o golimumabe
a menor (4/10.000 pacientes-ano). Conclusão: Aproximadamente
um a cada cinco pacientes com AR troca de biológicos. Essa troca
é mais observada em mulheres, pessoas jovens e nas que apresentam a doença no pulmão.
TROCAS DE TERAPIA IMUNOBIOLÓGICA EM UMA
POPULAÇÃO DE ARTRITE REUMATOIDE
Fernanda D’Oliveira Guimarães,
Verônica Palmiro da Silva e Lima,
Juliana Miranda de Lucena Valim,
Fernanda Gomes Gonçalves Chaer,
Branca Dias Batista de Souza
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), São Paulo,
SO, Brasil
Objetivo: Avaliar as trocas de terapia biológica em doentes com
artrite reumatoide (AR) em tratamento seguindo as diretrizes da
Sociedade Brasileira de Reumatologia e descrever as frequências de remissão ou baixa atividade, segundo o DAS-28. Material
e métodos: Estudo retrospectivo, de doentes com AR, segundo os
critérios ACR/Eular 2010, maiores de 18 anos, em uso de terapia
imunobiológica. Foram coletados dados demográficos, tempo de
doença, presença de fator reumatoide e erosão óssea, uso de DMCD
sintéticos, tempo de uso de biológicos, razões para troca dos imunobiológicos: falha primária, falha secundária ou efeitos adversos
e avaliação de atividade de doença, segundo o DAS-28. Resultados:
Foram incluídos 94 doentes, 40% em moderada atividade e 60% em
alta atividade ao início da terapia biológica. Anti-TNF foi a terapia
S20
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de primeira escolha em 85 doentes: 37% adalimumabe, 36% etanercepte, 13% infliximabe e 4% golimumabe. Em 5% a primeira escolha
foi abatacepte e em 4% o tocilizumabe. O tempo médio de acompanhamento foi de oito anos. Nesse período, observamos 103 trocas
de terapia biológica, 26% por falha primária, 43% por falha secundária e 31% por efeitos adversos. Não houve necessidade de troca
nos cinco doentes que iniciaram abatacepte como primeira escolha. A avaliação do DAS-28 no fim do acompanhamento mostrou
28% de remissão (p < 0,005), 18% de baixa atividade (p < 0,005), 40%
de moderada e 14% de alta (p < 0,05). Nesse momento, 59% estavam em uso de anti-TNF (27% adalimumabe, 19% etanercepte, 3%
infliximabe, 7% golimumabe e 2% certolizumabe), 19% abatacepte,
9% tocilizumabe e 14% rituximabe. Conclusão: Nessa população
houve 103 trocas de imunobiológicos. A média de tempo de acompanhamento foi de oito anos. No fim do acompanhamento encontramos 28% de remissão e 18% de baixa atividade de doença, mas
54% dos doentes permaneciam em alta ou moderada atividade.
TUBERCULOSE HEPÁTICA EM PACIENTE COM ARTRITE
REUMATOIDE EM USO DE ADALIMUMABE: RELATO DE CASO
Adriana Guimarães de Farias, Larissa Mendes da Silva Macedo,
Soraya Cruz Beleza
Departamento de Clínica Médica, Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro, Porto Velho, RO,
Brasil
Introdução: A artrite reumatoide (AR) é uma doença inflamatória
crônica, de etiologia desconhecida. Caracteriza-se por sinovite crônica, potencialmente destrutiva. No entanto, o tratamento imunossupressor, quando adequadamente instituído, proporciona o alívio
dos sintomas e a inibição do curso erosivo da doença. A despeito da
sua comprovada eficácia, o uso de tais drogas torna os indivíduos
mais suscetíveis a infecções de forma geral, incluindo as micobacterioses. Objetivo: Relatar um caso de tuberculose hepática em
paciente portador de AR em uso de agente antifator de necrose
tumoral (TNF). Relato de caso: EPS, 56 anos, sexo feminino, com
diagnóstico de AR havia cerca de 15 anos, em uso de metotrexato e
adalimumabe, iniciou com febre de origem indeterminada em junho
de 2015, acompanhada de calafrios e dor abdominal em epigástrio
e hipocôndrio direito, de forte intensidade, com melhoria após uso
do tramadol. Foi submetida a tomografia abdominal que evidenciou derrame pleural, ascite e cirrose hepática. Sorologias negativas.
Indicada biópsia hepática, que concluiu peritonite crônica granulomatosa agudizada. Estabelecido o diagnóstico de tuberculose (TB) e
instituído tratamento com rifampicina + isoniazida + pirazinamida
+ etambutol, com resolução do quadro clínico e normalização dos
exames laboratoriais. Discussão: A TB hepática, particularmente na
ausência de TB miliar, é rara e representa menos de 1% de todos
os casos. O TNF desempenha papel de fundamental importância na
formação do granuloma e na eliminação de micro-organismos intracelulares. Um dos mecanismos responsáveis pelo aumento no risco
de tuberculose com os agentes anti-TNF seria justamente a incapacidade para formação do granuloma. Conclusão: Em pacientes em
uso de drogas modificadoras de doença biológicas com ascite sem
causa definida deve-se incluir obrigatoriamente a TB nos diagnósticos diferenciais.
USO DE ABATACEPTE NO TRATAMENTO DE PACIENTE
COM ARTRITE REUMATOIDE E HIV: RELATO DE CASO
Roberta Rodrigues de Lima, Pedro Alves Feitoza Neto,
Jonathan Weslley Pinto Soares, Pamella Fonseca Barbosa,
Gabriela Fragoso de Oliveira, Roberta Vilela Lopes Koyama,
Gilberto Toshimitsu Yoshikawa
Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém, PA, Brasil
Introdução: O abatacepte é uma proteína de fusão humana recombinante que contém o domínio extracelular do CTLA-4, que se liga
ao receptor CD80/86 de uma célula apresentadora de antígeno e
inibe a ativação do receptor CD28 nas células T. Estudos apontam
sua eficácia e menores riscos de eventos adversos no tratamento
de artrite reumatoide (AR) não responsiva ao MTX e anti-TNF-α.
Relato de caso: Paciente feminina, 63 anos, com artrite desde
os 35 anos em todas as articulações dos pés e das mãos bilateralmente. Em 2004 evoluiu com pioria, iniciou o tratamento para
artrite reumatoide com sulfassalazina e posteriormente MTX, suspenso devido à pneumonite. Apresentava sinovite em punhos, em
metacarpofalangeanas bilateralmente e derrame articular em joelho direito. Durante esse período, fez uso de deflazacort 6 mg, sulfassalazina 2 g/dia, leflunomida 20 mg/dia, sem melhoria do quadro articular. Em 2010, foi iniciado tratamento com imunobiológico
(infliximabe), com melhoria importante da artrite, porém evoluiu
com febre diária, astenia, fadiga e mal-estar geral. Durante a investigação foi diagnosticada com HIV e iniciou a terapia antirretroviral (TARV). Em 2013, em virtude da gravidade do quadro articular de longa evolução, iniciou tratamento com abatacepte 750 mg/
mês com melhoria das artrites, sem reações adversas ao uso do
imunobiológico. Atualmente em uso da TARV e abatacepte há três
anos; durante esse período, não apresentou infecção oportunista.
Discussão: A evolução grave do quadro articular apresentado pela
paciente e a refratariedade ao tratamento com Dmards e anti-TNF justificam a indicação do tratamento com abatacepte. Estudos observaram que o abatacepte tem uma segurança e um perfil
de tolerabilidade aceitável com menos eventos adversos, incluindo
infecções graves e eventos infusionais agudos. Este relato de caso
demonstrou a segurança e tolerabilidade do abatacepte com boa
resposta clínica numa paciente portadora de HIV em uso da TARV.
USO DE TOFACITINIBE NO TRATAMENTO DA ARTRITE
REUMATOIDE: EXPERIÊNCIA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
Sandra Maximiano de Oliveira, Daniel de Amorim Rondon,
Ana Carolina Emy Vicente Hidaka, Ana Paula Faria Carvalho,
Lícia Maria Henrique da Mota
Hospital Universitário de Brasília (HUB), Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF,
Brasil
Introdução: A artrite reumatoide (AR) é uma doença autoimune
inflamatória crônica que, se não adequadamente tratada, evolui
com dano articular progressivo e incapacidade funcional. Dentre
as opções terapêuticas disponíveis e recomendadas, o tofacitinibe
é um medicamento modificador do curso da doença (MMCD), sintético, alvo-específico, que inibe os receptores das janus quinases, aprovado no Brasil para uso na AR desde dezembro de 2014.
Objetivo: Relatar cinco casos de pacientes acompanhadas nos
ambulatórios de AR do Hospital Universitário de Brasília em uso
de tofacitinibe. Relatos de caso: Todas as pacientes apresentam
fator reumatoide positivo e dano articular estabelecido, com múltiplas erosões e deformidades articulares. Todas as pacientes já
haviam usado múltiplos esquemas terapêuticos, incluindo ao
menos dois MMCDs sintéticos e três biológicos (pelo menos um
anti-TNF), sem resposta satisfatória. O tofacitinibe foi iniciado em
combinação com um MMCD sintético, preferencialmente o metotrexato, e as pacientes foram avaliadas nas semanas 0, 9, 12 e 24,
com o uso do CDAI como índice composto para avaliação da atividade de doença. Na semana 0, todas as pacientes apresentavam doença em moderada ou alta atividade. Entre as semanas 9 e
24 de acompanhamento, duas das pacientes avaliadas atingiram
baixa atividade de doença. Não foram observados eventos adversos. Discussão: Apesar dos avanços recentes no tratamento da
AR, há uma parcela de pacientes não responsivos às terapias disponíveis. A experiência clínica com o uso de tofacitinibe é ainda
restrita. Nessa série de casos, o tofacitinibe foi indicado para
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pacientes com doença grave, de longa duração, refratárias a múltiplos esquemas terapêuticos, com perfil de segurança e eficácia
semelhante ao da literatura.
USO ORAL DO COLÁGENO V: NOVA OPÇÃO PARA O
TRATAMENTO DA ARTRITE EM MODELO EXPERIMENTAL
Ricardo Fullera, Silvana Ramos Ataydea,
Ana Paula Pereira Velosab, Sérgio Catanozib,
Priscila Cristina Andradeb, Antonio dos Santos Filhoa,
Vera Luisa Capelozzib, Walcy Rosolia Teodoroa
a
b
Disciplina de Reumatologia, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo
(FMUSP), São Paulo, SP, Brasil
Disciplina de Patologia, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (FMUSP),
São Paulo, SP, Brasil
Introdução: O colágeno tipo V (Col V) tem um papel patogênico em condições autoimunes e fibróticas. Por outro lado, já foi
demonstrado que a indução de tolerância a ele poderia reduzir
essa ação, mas nunca se tentou usar essa estratégia no tratamento da artrite. Objetivo: Avaliar o efeito da suplementação oral
de Col V na inflamação e no remodelamento sinovial na artrite
experimental. Material e métodos: Foi induzida artrite no joelho direito de 20 ratos Lewis por injeção subcutânea de 500 µg
de mBSA emulsificada com adjuvante completo de Freund nos
dias 0, 7 e 14. Um grupo de 10 animais (Grupo de Artrite Tratada –
GAT) recebeu 500 µg de Col V extraído de placenta bovina via oral
diariamente, por 15 dias após a indução da artrite. Os outros 10
ratos constituíram o grupo controle (Controle). Após a eutanásia,
a sinóvia foi processada e corada com H&E e tricrômico de Masson para análise morfológica e histomorfométrica. Identificou-se
por imuno-histoquímica o infiltrado inflamatório (pela marcação
do CD3, CD20, CD68), as interleucinas IL-1, IL-10 e a caspase-9.
O colágeno do tipo I foi identificado por imunofluorescência. A
quantificação da marcação foi feita pela digitalização das imagens, processadas pelo software Image-Pro Plus 6.0. Resultados:
O GAT apresentou redução significativa do infiltrado inflamatório total (p < 0,01), de linfócitos T (p < 0,01), linfócitos B (p < 0,01),
macrófagos (p < 0,01) e edema (p < 0,01) em relação ao Controle.
Houve redução da fibroplasia no GAT, demonstrada pela menor
quantidade de fibras de colágeno tipo I (p < 0,05). A IL-1β e a IL-10
mostraram-se significativamente reduzidas no GAT (p < 0,01 para
ambas). Por outro lado, houve um aumento na expressão de caspase-9 no GAT (p < 0,05) em relação ao Controle. Conclusão: O uso
de Col V via oral inibiu a inflamação e fibrose sinovial possivelmente via caspase-9, desponta como estratégia terapêutica promissora no tratamento da artrite.
Área Temática: Coluna vertebral
ANÁLISE DE ALTERAÇÕES DEGENERATIVAS DE COLUNA
LOMBAR POR TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA E
DENSITOMETRIA MINERAL ÓSSEA EM PACIENTES
PORTADORES DE SOMATOTROPINOMAS
Armindo Jreige Júnior, Rhenan dos Reis,
Vitória Espíndola Leite Borges, Olga de Castro Dytz,
Luciana Ansaneli Naves
Faculdade de Medicina, Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF, Brasil
Objetivo: Analisar a correlação de diversos fatores com o maior
número de alterações degenerativas de coluna lombar e com
resultados de densitometria mineral óssea (DXA) em pacientes acromegálicos. Material e métodos: Foram selecionados 31
pacientes do HUB de julho de 2015 a abril de 2016 com diagnóstico
S21
de acromegalia e sem doenças de base ou histórico de uso de
medicações que alterem o metabolismo ósseo. Eles foram submetidos aos seguintes exames: laboratoriais, TC e DXA. Foi feita correlação por coeficiente de Pearson e teste qui-quadrado. Resultados: Dos pacientes, 48,38% eram do sexo masculino e 51,61%
do feminino. Idade média de 50,97 ± 12,37 anos. Tempo médio de
doença de 11,93 ± 6,67 anos. Comorbidades de maior prevalência:
sedentarismo 74,19% e dor óssea 58%. O número médio de alterações degenerativas da coluna lombar por análise de TC foi de
5,45 ± 2,1 por paciente. Alterações de maior prevalência: osteófitos 87,1% e abaulamento discal 58,1%. Alterações que mostraram
relação com um maior número total de alterações degenerativas:
osteófitos (p = 0,029), espondilolistese (p = 0,027) e anquilose das
articulações sacroilíacas (p = 0,024). Não houve correlação entre
as comorbidades e o número total de alterações. A prevalência de
DXA normais em acromegálicos com mais de 50 anos (T-score) foi
de 31,6% (n = 12) e de osteopenia 23,7%. Nenhum paciente apresentou osteoporose densitométrica. Houve forte correlação negativa entre o tempo de doença e DXA normal (r = -0,647; p = 0,043);
moderada negativa entre tempo de doença (r = -0,604; p = 0,113)
e densidades minerais ósseas (DMO); moderada positiva entre
IGF-1 (r = 0,553; p = 0,122) e DMO. Conclusão: Algumas alterações
vistas em TC mostraram relação significativa com o total de alterações degenerativas (osteófitos, espondilolistese e anquilose das
articulações sacroilíacas). Quanto maiores o tempo de doença
e os valores séricos de IGF-I, menor será a DMO para os sítios
lombares.
COMPRESSÃO LARINGEOESOFÁGICA POR PARASINDESMÓFITOS
EM PACIENTE COM DOENÇA DE FORESTIER
Max Victor Carioca Freitas, Priscila Dourado Evangelista,
Romano Bezerra Brasileiro, Larissa Chagas Corrêa,
Arthur Limeira Lima Leite, Israel Ícaro de Oliveira Melo,
Diana Rodrigues de Araújo, José Gerardo Araújo Paiva,
Leonardo Oliveira Cavalcante,Vanessa Beatriz deVasconcelos Marques,
Francisco José Fernandes Vieira, Kathia Regina Bezerra de Oliveira,
José Djandir Costa Filho, José Sávio Menezes Parente,
Deborah Gonçalves
Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil
Introdução: A doença de Forestier ou hiperostose esquelética
idiopática difusa (DISH, sigla do inglês diffuse idiopathic skeletal
hyperostosis) é uma doença sistêmica de etiologia desconhecida
caracterizada pela presença de calcificação e ossificação da face
anterolateral de no mínimo quatro corpos vertebrais adjacentes,
relativa preservação da altura dos discos intervertebrais dos segmentos envolvidos e grandes osteófitos. Geralmente, os osteófitos
cervicais são assintomáticos. Os sintomas das complicações são
mais significativos do que os da doença propriamente dita. Relato
de caso: Paciente, 56 anos, havia quatro anos passara a apresentar sensação de corpo estranho na garganta que dificultava a
deglutição com pioria progressiva e passou a alimentar-se predominantemente por alimentos pastosos. Relata que associado
ao quadro de disfagia apresentava episódios esporádicos de rouquidão e sono não reparador, acordava várias vezes com dispneia.
Durante investigação complementar foi submetido à radiografia
cervical simples em perfil, a qual evidenciou importante ossificação de ligamento anterior da coluna, que se estendia de C4 a
T1, compatíveis com DISH e com espaços discais preservados. Foi
submetido também a uma tomografia computadorizada de região
cervical, que confirmou os achados da radiografia e evidenciou
compressão sobre a parede posterior direita da laringe e do esôfago. Discussão: A patogênese da doença ainda não foi estabelecida, mas se caracteriza por intensa atividade osteoblástica. Foi
demonstrada redução dos níveis de DKK-1 associados à gravidade
do acometimento vertebral na DISH. O diagnóstico é efetuado
S22
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com apropriado estudo radiológico. O tratamento é baseado em
estratégia conservadora. Pacientes com disfagia refratária e comprometimento respiratório podem ser submetidos a tratamento
cirúrgico.
NEUROBIBROMATOSE NO DIAGNÓSTICO
DIFERENCIAL DA LOMBALGIA CRÔNICA
Luiza Silva Machado de Andrade,
Kelly Rodrigues, Renata Frisso Coffler, Isis Reis Carvalho,
Laila Poubel Boechat de Castro, Victor Berçot da Silva,
Ingrid Bandeira Moss, Laura Maria Carvalho de Mendonça,
Blanca Elena Rios Gomes Bica, Monica Cuellar Arnez
Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Introdução: A neurofibromatose tipo I (NFI) é um distúrbio autossômico raro, em que os indivíduos estão mais propensos a desenvolver tumores do sistema nervoso central e periférico, além de
outras doenças malignas. Indivíduos com NFI podem ser sintomáticos ou não. A remoção do tumor deve ser conduzida pela
presença dos sintomas e sinais de malignidade. Relato de caso:
CMSD, sexo feminino, 26 anos. Queixa principal: “dor lombar”. História da doença atual: paciente com dor lombar de caráter misto
havia mais de três anos, perda ponderal, poliartralgia e manchas
“café com leite”. História patológica pregressa: sarampo, coqueluche, parotidite epidêmica, varicela e rubéola, na infância. Neurofibromatose tipo I. História familiar: pai, mãe e irmão trataram
tuberculose pulmonar recentemente. História social: tabagista 1
maço/dia. Exame físico: paciente lúcida e orientada, normocorada, hidratada, eupneica, acianótica, anictérica e afebril. PA: 120
x 80 mmHg. Ausência de linfonodomegalias, alterações em aparelho cardiovascular, respiratório e abdome. Membros inferiores:
sem edema, panturrilhas livres, pulsos pediosos palpáveis bilateralmente. Cicatriz hipertrófica em coxa direita e joelho direito.
Exame osteoarticular: dor à palpação de punhos, artrite de joelho E, com derrame articular. Exames complementares: sorologias
para hepatites negativas; PPD não reator; análise do líquido sinovial inconclusivo, GRAM e culturas, incluindo para BK negativos;
sinovite inespecífica à biópsia. RM de coluna lombo-sacra: massas
paravertebrais bilaterais. Biópsia: neurofibroma. Discussão: A dor
lombar crônica é uma manifestação comum. Patologias de estruturas próximas à coluna devem ser cogitadas, e as novas tecnologias de imagem são fundamentais para confirmação diagnóstica
em casos duvidosos ou atípicos. Apesar de rara, a neurofibromatose deve ser parte do diagnóstico diferencial, e o tratamento iniciado precocemente.
Área Temática: Doenças infecciosas
ABSCESSO TUBERCULOSO INTRAMUSCULAR COMO
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE MASSA PARAVERTEBRAL
Surian Clarisse da Costa Rocha Ribeiro,
Michelle Remião Ugolini Lopes, José Flávio Castelluccio
Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
Introdução: Apesar da alta prevalência de tuberculose no Brasil,
sabe-se que as formas extrapulmonares são subdiagnosticadas. O
espectro de sintomas insidiosos e as dificuldades infraestruturais
para o diagnóstico justificam o alto grau de suspeição para identificar a doença. Objetivo: Descrever um caso de abscesso tuberculoso intramuscular como diagnóstico diferencial de massa paravertebral. Relato de caso: Paciente de 33 anos, sexo masculino,
portador de tireoidite de Hashimoto, internado por apresentar
massa paravertebral à direita. Ressonância magnética nuclear
(RMN) de coluna revelou abscesso de 19 cm x 8,5 cm x 2,6 cm
(craniocaudal x laterolateral x anteroposterior) localizado entre
a musculatura paravertebral e o músculo latíssimo do dorso, cujo
envolvimento intramuscular foi verificado à direita. Cultura do
abscesso foi positiva para Mycobacterium tuberculosis sensível à
rifampicina e à isoniazida. Testes sorológicos para HIV e hepatites foram negativos e dosagens de C3 e de C4 foram normais. Iniciou-se tratamento diretamente observado com esquema básico
para tuberculose segundo recomendação do Ministério da Saúde.
Discussão: A tuberculose musculoesquelética usualmente caracteriza-se por múltiplos abscessos associados ou não à infecção
da coluna lombar, preferencialmente em pacientes imunossuprimidos. Contudo, essa doença pode afetar indivíduos imunocompetentes e qualquer grupo muscular. Em países endêmicos,
a tuberculose extrapulmonar deve ser lembrada como diagnóstico diferencial também nos casos de abscesso de partes moles.
A investigação deve ser feita por meio de cultura de abscesso ou
de biópsia do tecido para determinação da sensibilidade do Mycobacterium tuberculosis às drogas. Exames de imagem, em especial
a RMN, auxiliam na identificação do abscesso. Os testes de amplificação de ácidos nucléicos agilizam o diagnóstico. No entanto,
o fator mais importante para o diagnóstico é a suspeição pelo
médico de abscesso tuberculoso.
ARTRALGIA E ENTESITE CRÔNICAS POR
CHIKUNGUNYA: RELATO DE CASO
Ana Claudia Vieira Cicogna, Nathalia Maria Domingues Morgueta,
Julio Millo Hoppe, Ana Luiza Mendes Amorim,
Roberto Acayaba de Toledo
Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP), São José do Rio Preto, SP,
Brasil
Relato de caso: Paciente do sexo masculino, sete anos, branco, portador de síndrome de Down, apresentou em agosto de 2015 quadro
de febre diária por quatro semanas, rash maculopapular e poliartrite de grandes e pequenas articulações bilaterais (tornozelos, joelhos, punho direito e metacarpofalangeanas à esquerda). Ausência de hepatoesplenomegalia ou sinais clínicos de serosite. Exames
laboratoriais Hb: 14,2; leucócitos: 9.130 (N:3515; L:4628); plaquetas: 210.000; PCR: 0,8; VHS: 5; albumina: 3,2; FAN: 1:640 NPF; fator
reumatoide: negativo; sorologias para EBV, CMV negativas; mielograma normal. Aventada a hipótese diagnóstica de AIJ sistêmica.
Apesar de quadro clínico compatível, exames laboratoriais eram
pouco sugestivos, quando se considerou infecção pelo vírus chikungunya. Coletado PCR para esse vírus, que confirmou a suspeita.
Iniciou uso de anti-inflamatórios, evoluiu com melhoria (febre e
rash cutâneo), porém manteve dor importante em membros inferiores e claudicação, 12 meses após. Apresentava dor em pontos de
inserção de ênteses de membros inferiores (joelhos e tornozelos),
ausência de sinais de artrite ativa. Sem alterações em outras articulações. Em uso atual de anti-inflamatórios e prednisona (0,5 mg/kg/
dia), com remissão parcial da dor. Discussão: Chikungunya é um
vírus transmitido por artrópodes (arbovírus), endêmica da África
Ocidental, que leva a quadro febril agudo e poliartralgia e o período
médio de incubação é de três a sete dias. O quadro agudo é marcado por artralgia de forte intensidade, febre, astenia e exantema
maculopapular. O cessar da febre e a manutenção dos sintomas
iniciais por mais de três meses definem a cronicidade da doença,
normalmente com poliartrite simétrica de grandes e pequenas
articulações, com duração de até três anos. A forma crônica é tratada com anti-inflamatórios, esteroidais ou não, analgésicos, pode-se fazer uso de drogas modificadoras de doenças (Dmards) e até
mesmo de biológicos, cada caso é individualizado.
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ASSOCIAÇÃO ENTRE ARTRITE REUMATOIDE E HIV: UM
DESAFIO TERAPÊUTICO NA ERA DOS BIOLÓGICOS
Ana Luiza Mapurunga Gonçalves,
Sofia Freire Solon, Cinara Roberta Gondim Nunes,
Aline Romão Fonseca, Luciana Sara Almeida de Aquino,
Daniela Cabral de Sousa
Universidade de Fortaleza (UNIFOR), Fortaleza, CE, Brasil
Objetivo: Fazer uma revisão de literatura sobre o tratamento de
pacientes portadores da associação do vírus da imunodeficiência
humana (HIV) com artrite reumatoide (AR), com uma subsequente
discussão sobre o assunto. Material e métodos: Revisão de literatura foi feita na base de dados Medline à procura de artigos de 2011
a 2016. Resultados: A infecção pelo HIV ou o seu tratamento tem
mostrado algum nível de associação com várias afecções reumáticas, dentre elas a AR. Além da coexistência dessas doenças, existem manifestações reumatológicas decorrentes da infecção pelo
HIV e do uso da terapia antirretroviral (TARV), é desafiador fazer
a distinção da verdadeira etiologia dos sintomas. Não existe protocolo que guie o tratamento de pacientes com essa associação de
doenças e o manejo das duas condições ainda é um grande desafio terapêutico. Alguns estudos mostraram que a melhoria da imunidade com a introdução da TARV predispõe ao aparecimento de
doenças autoimunes. O tratamento da AR consiste basicamente de
imunossupressores, gera dúvidas quanto seu efeito na carga viral
do paciente. Entretanto, há na literatura o relato do uso de drogas
modificadoras do curso da doença (DMCD) sintéticos e biológicos,
referem-se boa eficácia e bom perfil de segurança clínica, sem prejuízos no controle da infecção pelo HIV. Entre os DMCD usados,
encontramos hidroxicloroquina, leflunomida, metrotrexato e sulfassalazina; e entre os imunobiológicos, etanercepte e rituximabe.
Ademais, não foi identificado protocolo a ser seguido nessa associação de doenças. Conclusão: A infecção por HIV não deve coibir o
uso de imunossupressores em pacientes com AR. Contudo, devem-se fazer estudos em longo prazo para uma melhor definição de um
protocolo que guie o seguimento desses pacientes, com vistas à eficácia e segurança terapêutica.
AVALIAÇÃO DAS ALTERAÇÕES REUMATOLÓGICAS
APÓS A FEBRE CHIKUNGUYA EM SERGIPE
Regina Adalva de Lucena Couto Océa, José Caetano Macieira,
Iza Melo Dantas, Patricia Fontes de Santana Ferreira,
José Bruno Costa de Jesus, Ana Carolina Vilhena de Melo,
Lina Oliveira de Carvalho, Blenda Hilíria de Sousa Dias,
Mônica Valéria Siqueira Santana de Vechi, Marília Vieira Febrôni
Hospital Universitário, Universidade Federal de Sergipe (UFS), Aracaju, SE, Brasil
Introdução: Recentemente, a febre chikungunya (FC) tornou-se
uma epidemia na região Nordeste, caracterizada principalmente
pelo acometimento articular em todas as suas fases. Apresenta
curso crônico, importante morbidade, leva à incapacidade articular
e possíveis complicações vasculares e neurológicas. Objetivo: Verificar o perfil clínico, epidemiológico e laboratorial de pacientes com
alterações reumatológicas após a FC. Material e métodos: Estudo
descritivo, transversal, de pacientes acompanhados em um consultório de reumatologia durante seis meses. Resultados: Foram
encontrados 70 pacientes com queixas reumatológicas após a FC,
75% eram pacientes de primeira vez. Eram 83% do sexo feminino,
com média de 59 anos. Todos tinham queixas articulares e 83%
tendinite, principalmente dos tornozelos e ombros. Foram identificados 77% de doenças reumatológicas prévias, principalmente
osteoartrose, e 81% tinham alguma doença crônica; a hipertensão
arterial sistêmica era a mais frequente. Apenas 17% apresentaram
queixas vasculares e 40% neurológicas. Fez-se sorologia para FC em
26% dos pacientes, todas positivas. Observou-se fator reumatoide
S23
positivo em apenas dois pacientes e FAN positivo em dez casos.
O anti-CCP foi feito em 24% dos pacientes, todos negativos. Das
provas inflamatórias, observou-se média de velocidade de hemossedimentação de 30,4 mm/h e proteína C reativa de 2,64 mg/dL.
Não foram observadas alterações na função hepática, renal, nem
de enzimas musculares. Dos pacientes, 82% já haviam usado corticoide e persistiam com queixas articulares. Conclusão: Devido
à elevada prevalência da FC no Brasil, o reumatologista deverá se
habituar a investigar e conduzir o tratamento das queixas articulares desses pacientes. Este estudo demonstra algumas características desse grupo, contribui para futuramente se traçar o perfil clínico, epidemiológico e laboratorial dos pacientes.
BURSITE OLECRANEANA POR MYCOBACTERIUM
KANSASSI EM IMUNOCOMPETENTE
Alisson Aliel Vigano Pugliesi, Mateus Fornasieri Mokwa,
Flavio Fernandes Barbosa, Amanda Campos Mozer Sodre,
Talita Kassar Sivieri, Manoel Barros Bertolo, Michel Yazbek
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
Introdução: A Mycobacterium kansassi é um patógeno da família das
micobactérias não tuberculosas e geralmente ocasiona infecção
pulmonar em idosos e portadores de pneumopatias crônicas. A
bursite pela Mycobacterium kansassi é evento raríssimo, apresenta
apenas dois casos descritos na literatura até o momento, um no
contexto de imunossupressão com anti-TNF e outro pós-traumático. Relato de caso: Paciente do sexo feminino de 63 anos,
em seguimento clínico havia 15 anos por osteoartrite de joelhos.
Havia um ano, fora diagnosticada também com artrite inflamatória crônica por depósito de pirofosfato de cálcio, após avaliação
ultrassonográfica e identificação do cristal em líquido sinovial de
punho. Estava em uso de colchicina e analgésicos simples quando
desenvolveu episódios repetidos de bursite olecraneana. Coletado
líquido da bursa por duas vezes, sem evidências de patógenos e
com identificação de cristais; foi feita infiltração com corticoide por
duas vezes. No terceiro episódio, análise do líquido revelou presença de 2.240 leucócitos/mm3 (86% neutrófilos) e crescimento de
Mycobacterium kansassi. Encaminhada ao serviço de infectologia,
foi considerado pouco provável que o crescimento da micobactéria tenha sido originário de contaminação. Indicou-se tratamento
específico com rifampicina, isoniazida, etambutol e pirimetamina.
Discussão: As infecções osteoarticulares pelo Mycobacterium kansassi são eventos raros e pouco descritos. Em 1999, Bernard et al.
descreveram retrospectivamente uma série de casos de artrite
séptica pelo Mycobacterium kansassi na qual se identificaram a imunossupressão e o uso de corticoides locais como importantes fatores de risco. À semelhança do que já foi documentado para a artrite
séptica, especula-se que no caso descrito as infiltrações prévias de
corticoide na bursa olecraneana tenham sido o fator precipitante
para a infecção pela Mycobacterium kansassi.
COMPARAÇÃO DO DESEMPENHO DE MÉTODOS DIAGNÓSTICOS
PARA A DETECÇÃO DE INFECÇÃO TUBERCULOSE LATENTE (ITBL)
EM PACIENTES COM ARTROPATIAS INFLAMATÓRIAS CRÔNICAS
EM ATIVIDADE E EM USO DE BLOQUEADORES DO TNF-a
Carina Mori Frade Gomes, Maria Teresa Terreri,
Maria Isabel de Moraes Pinto, Marcelo de Medeiros Pinheiro
Escola Paulista de Medicina (EPM), Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São
Paulo, SP, Brasil
Introdução: Estudos mostraram o aumento de risco de tuberculose em pacientes com artropatias inflamatórias crônicas (AICs)
em uso de anti-TNF-α. A maioria desses casos está associada à
reativação de infecção tuberculosa latente (ITbL) e estratégias têm
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sido implantadas para minimizar esse risco. Entretanto, têm sido
observados casos de tuberculose mesmo naqueles com pesquisa
de ITbL negativa. Objetivo: Comparar o desempenho de três métodos diagnósticos de ITbL (PPD, Elispot e Quantiferon) em pacientes
com AICs em uso de anti-TNF-α e avaliar a efetividade do fenômeno Booster para identificação de novos casos de ITbL. Identificar casos incidentes de doença por micobactéria em 24 meses de
seguimento e verificar a positividade dos IGRAs após o tratamento
da ITbL com isoniazida. Material e métodos: Foram incluídos 102
pacientes com AICs em uso de anti-TNF-α havia pelo menos seis
meses. Avaliamos epidemiologia pessoal, familiar e profissional
e sintomas relacionados com infecção por micobactéria. Fizeram
PPD, Elispot, Quantiferon e RX de tórax. Naqueles com PPD não reator, o teste foi repetido em até três semanas, para avaliar o fenômeno Booster. Resultados: Aproximadamente 30% dos adultos e
nenhuma criança apresentou PPD reator. Elispot foi positivo em
35% dos pacientes com AR e 28,6% dos pacientes com EA e APs;
Quantiferon foi positivo em 22,5% dos pacientes com AR, 20% dos
pacientes com EA e 28,6% daqueles com APs. Apenas 5% dos pacientes com AIJ tiveram um IGRA positivo. A concordância entre o PPD e
os IGRAs foi moderada (k = 0,475; p = 0,001), e elevada entre o Elispot
e o Quantiferon (k = 0,785; p < 0,001) Foram identificados 14 novos
casos de ITbL. Após o tratamento com isoniazida por seis meses,
não foi verificada mudança significativa da positividade dos IGRAs.
Durante 24 meses de seguimento, apenas um paciente desenvolveu
tuberculose pulmonar, mesmo com todos os testes negativos para
ITbL. Conclusão: Aproximadamente 20% dos pacientes com AICs
apresentaram um teste positivo para a pesquisa de ITbL.
DIAGNÓSTICO SIMULTÂNEO DE LÚPUS
ERITEMATOSO SISTÊMICO E CHIKUNGUNYA
Débora de Pádua Monteiro, Camilla Alves Muratori,
Tatiana Araújo Jensen, Maria Fernanda B. Resende Guimarães
Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Belo Horizonte, MG, Brasil
Introdução: Chikungunya é uma arbovirose caracterizada por febre
alta, poliartrite periférica, exantema, mialgia e intensa fadiga.
Existe relação estabelecida entre aumento de morbimortalidade
em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES) nos quadros
infecciosos. Faz-se necessária discussão dos casos emergentes.
Relato de caso: CGFP, 24 anos, sexo feminino, previamente hígida,
relato de hiporexia, febre, poliartrite simétrica em ombros, joelhos,
cotovelos e punhos, com rigidez matinal maior do que 30 minutos e
dois meses de evolução. História de alopécia, úlceras orais de repetição e fotossensibilidade. Apresentava marcha arrastada, postura
encurvada e artrite de 3ª IFP direito, punhos e joelho esquerdos.
FAN reagente (1/640), FR negativo, PCR > 6 mg/dL. Dados laboratoriais confirmaram quadro de LES (poliartrite, úlceras orais de repetição, FAN positivo, anti-RO, anti-SM, anti-RNP, anti-DNA reagentes
e consumo de complemento) e chikungunya (IgM e IgG positivos).
A terapêutica instituída foi hidroxicloroquina 400 mgMID, prednisona 15 mgMID. Dois meses após, paciente comparece sem artrites
e sem novas queixas. Discussão: A etiologia do LES é multifatorial.
Estudos sugerem o papel da interação de fatores genéticos, hormonais e ambientais no desenvolvimento da doença. Vírus podem
estimular células específicas do sistema imune e funcionar como
gatilhos. Os vírus das hepatites, Epstein-Barr e citomegalovirus,
além de micobactérias e tripanossoma, podem induzir a formação
de anticorpos anti-DNA e de FAN. Não há descrição dessa indução pelo vírus da chikungunya. A infecção pelo chikungunya pode
ter sido um gatilho para o LES. A febre do chikungunya é um fenômeno mundialmente recente e são escassos dados na literatura.
Devido à importância já mencionada das infecções no aumento da
morbimortalidade do LES e da maior possibilidade de persistência dos sintomas articulares, muitas vezes debilitantes quando os
dois quadros coexistem, deve-se estimular a investigação na área.
DOENÇA DE PONCET COMO AUXÍLIO DIAGNÓSTICO
DE TUBERCULOSE DISSEMINADA
Flávia Luiza Marin, Tamires Verena Ribeiro dos Santos,
Luana Resende Reis, Caio Laguna Reis de Carvalho,
Luiz Eduardo Valente, Fabio Vicente Leite, Henrique Pereira Sampaio,
Sula Glaucia Lage Drumond Pacheco
Universidade Estadual Paulista (UNESP), São Paulo, SP, Brasil
Introdução: A tuberculose é uma doença infecciosa prevalente que
está latente em milhões de casos, tem diferentes manifestações,
dentre elas as musculoesqueléticas com predomínio axial. Raramente expressa a tuberculide articular inflamatória reativa crônica,
ou seja, a doença de Poncet, cuja ausência de bacilo de Koch intrarticular predomina em crianças e jovens femininos. Relato de caso:
Homem, negro, 59 anos, ex-tabagista, havia um ano com mialgia e
artralgia difusas, febre e nódulos na pele com edema, diagnóstico
de eritema nodoso, biópsia com discreto infiltrado linfo-histiocitário. Usou prednisona 60 mg/dia por sete dias com melhoria clínica,
suspensa após um mês. Meses após surge anemia, leucocitose,
provas inflamatórias elevadas, perda ponderal e linfonodomegalias cervical. Ao exame, poliartrite crônica assimétrica, sem rigidez
matinal; radiografia de articulações normal e artrodese de joelho
com líquido sinovial amarelo citrino, bacterioscopia e GRAM negativos. Prescrita prednisona 20 mg/dia. Feita colonoscopia e vistas
úlceras em íleo terminal; anatomopatológico compatível com ileíte
granulomatosa ulcerativa, BAAR negativo. Látex, FAN, anti-DSDNA,
anti-CCP, HIV, HBV, HCV, sífilis e ácido úrico normais. Tomografia
de tórax compatível com tuberculose miliar. Então, com diagnóstico de tuberculose disseminada foi prescrito esquema RIPE. Evoluiu com importante melhoria geral, até articular. Discussão: A
radiografia de artrite por tuberculose tem alargamento do espaço
e derrame articular, pannus, destruição cartilaginosa e erosão do
osso subcondral. Já na doença de Poncet não há alterações características, bem como o caso, o qual também apresenta investigação negativa a outras patologias articulares. Poucos relatos de caso
são encontrados na literatura, talvez seja mais prevalente do que
se supõe e a identificar faz-se importante frente à melhoria clínica
articular com a terapia para tuberculose.
ENDOCARDITE BACTERIANA QUE SIMULA
MIOPATIA INFLAMATÓRIA CRÔNICA
Max Victor Carioca Freitas, Priscila Dourado Evangelista,
Romano Bezerra Brasileiro, Larissa Chagas Corrêa,
Arthur Limeira Lima Leite, Israel Ícaro de Oliveira Melo,
Diana Rodrigues de Araújo, José Gerardo Araújo Paiva,
José Djandir Costa Filho, José Sávio Menezes Parente, Vanessa
Beatriz de Vasconcelos Marques, Kathia Regina Bezerra de Oliveira,
Francisco José Fernandes Vieira, Leonardo Oliveira Cavalcante,
Deborah Gonçalves
Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil
Introdução: Fraqueza muscular é manifestação de diversas enfermidades. Polimiosite é miopatia inflamatória crônica que acomete
musculatura esquelética, manifesta-se clinicamente por fraqueza
muscular proximal e simétrica, nas cinturas escapular e pélvica,
além de sintomas constitucionais, como mal-estar e febre. A endocardite infecciosa pode se manifestar com alguns achados clínicos semelhantes, como febre, fraqueza muscular, mialgias difusas, artralgias e artrite. Relato de caso: ERP, 56 anos, masculino,
previamente hígido até quatro meses do internamento, quando
iniciou fraqueza muscular simétrica, proximal e progressiva em
MMII, acompanhada de mialgia difusa. A um mês do internamento
somou-se febre baixa diária, vespertina e sem calafrios. Relatava
perda de peso de 10 kg em dois meses. Foi internado em hospital de
referência em reumatologia sob suspeita principal de polimiosite.
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No exame físico foram evidenciados taquicardia, taquipneia, palidez cutâneo-mucosa, sopro cardíaco sistólico (2+/6+), força muscular proximal diminuída em MMII (grau 3). Solicitados exames de
rastreio para neoplasias e ecocardiograma transtorácico. Durante
internamento, o paciente apresentou pioria clínica importante,
evoluiu com insuficiência cardíaca congestiva e edema agudo
de pulmão. Ecocardiograma evidenciou fração de ejeção de 42%,
PSAP de 66 mHg e vegetação em valva aórtica. Foi transferido com
urgência para um hospital de referência em cardiologia, onde foi
submetido à cirurgia para substituição de válvula aórtica por válvula biológica. Discussão: Por terem manifestações clínicas semelhantes, é comum que pacientes com endocardite infecciosa sejam
investigados para colagenoses. Até 50% dos pacientes com endocardite apresentam fraqueza muscular e perda de peso e podem
evoluir com insuficiência cardíaca.
ESPOROTRICOSE E LÚPUS: ASSOCIAÇÃO INCOMUM
Lilian David de Azevedo Valadares,
Regina Coeli Maciel, Carlos Alexandre Antunes de Brito,
Caroline Araújo Magnata da Fonte, Roberta Lins Sobral,
Aline Ranzolin
a
b
Hospital Agamenon Magalhães (HAM), Recife, PE, Brasil
Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil
Introdução: Esporotricose é uma doença causada pelo Sporothrix
schenckii, fungo dismorfico, saprófita, que pode ser isolado do solo, da
madeira, dos grãos, na terra, em animais marinhos e até em alguns
insetos. Considerada a mais severa das micoses profundas, ocorre
pela inoculação direta dos micelos ou pela inalação na forma disseminada pulmonar. O caso mostra o aparecimento dessa micose em
paciente com doença autoimune. Essa associação é pouco descrita
na literatura. Relato de caso: JSSL, 38 anos, feminino, diagnóstico de
LES havia 10 anos. Em março de 2016 começou a apresentar nodulações em antebraço esquerdo. Negava febre, dores articulares, perda
de peso, queda do estado geral ou outras queixas. Teve o diagnóstico de tuberculose pulmonar tratada 13 meses antes. Ao exame clínico, havia presença de nodulações no antebraço esquerdo, indolores e sem outros sinais flogísticos. Ausência de linfonodos regionais
palpáveis. Tomografia computadorizada de tórax, US Doppler de
membros superiores e inferiores, além de exames laboratoriais sem
anormalidades. Confirmado o diagnóstico de esporotricose através
da biopsia da lesão, iniciado tratamento específico, obteve-se resposta clínica. Discussão: Esporotricose ocorre mais frequentemente
em áreas tropicais e subtropicais. Caracteriza-se por lesões cutâneas e subcutâneas que podem se ulcerar ou supurar. Apesar de certos autores terem proposto uma classificação para essa doença em
quatro categorias, linfocutânea, cutânea fixa, multifocal ou disseminada e extracutânea, a primeira ocorre em 75% de todos os casos.
Em pacientes imunossuprimidos é rara e habitualmente disseminada ou sistêmica. O diagnóstico faz-se através de exame clínico,
positividade das culturas, além da presenca de inflamação granulomatosa inespecífica, de hiperplasia epitelial e infiltrado histiocítico na lesão. O tratamento deve ser feito com itraconazol, iodeto de
potássio, anfotericina B e termoterapia.
ESTENOSE DE ARTÉRIA RENAL COMO COMPLICAÇÃO DA FEBRE
DE CHIKUNGUNYA: RELATO DE CASO EM PACIENTE PEDIÁTRICO
Gabriela Maia Mota, Luciana Brandão Paim Marques,
Willenne Campelo Rabelo, Fernanda Queiroz Soares,
Lennon Soares Mesquita Cavalcante Vasconcelos, Ayane Layne
de Sousa Oliveira, Vladia Verusca Sampaio de Almeida Schuler,
Sonia Maria Cavalcante da Rocha
Hospital Infantil Albert Sabin (HIAS), Fortaleza, CE, Brasil
S25
Introdução: A febre de chikungunya é uma arbovirose caracterizada por artralgia, febre e rash. Apresentações atípicas e casos graves podem ocorrer, atingem até 29% de mortalidade. Relato de caso:
Paciente, 10º anos, feminina, previamente hígida, obesa, apresentou quadro febril, associado a poliartralgia, mialgia e rash cutâneo
por sete dias. Após o 10o dia, evoluiu com dor abdominal intensa
associada a vômitos, compatível com quadro de abdome agudo;
feita laparotomia com diagnóstico histopatológico de apendicite
grau 1, porém evoluiu gravemente, com choque, necessitou de ventilação mecânica e drogas vasoativas. Posteriormente, manteve
curva pressórica acima do P95 para idade e persistia com vômitos
e dor abdominal, culminou com crise convulsiva tônico clônica na
vigência de pico pressórico. Teve diagnóstico de pancreatite, encefalite e miocardiopericardite confirmados respectivamente por
exames laboratoriais e de imagem, de modo que após estabilização clínica, fez investigação para hipertensão. Foram detectadas
alterações à angioressonância de crânio compatíveis com vasculite
ou Press. Sorologias para infecções virais: retrovirose, EBV, parvovírus, herpes, dengue, zika foram negativas, porém detectado IgM
reagente para Chik-V. Feita investigação para vasculite, colagenose,
trombofilias, sem evidência de marcadores sugestivos. O doppler
de artérias renais revelou estenose de artéria renal direita. Discussão: Manifestações atípicas com sintomas que podem cronificar
foram descritas na literatura em pacientes adultos. Dentre essas,
desordens neurológicas, miocardite, pancreatite e casos raros de
vasculite por crioglobulinemia e púrpura fulminans. Não foi relatado anteriormente caso de vasculite em criança com o padrão da
paciente em estudo, o que reforça a necessidade de mais estudos
acerca dessa doença intrigante e com complicações ainda desconhecidas.
ESTUDO DAS MANIFESTAÇÕES MUSCULOESQUELÉTICAS
NA FASE AGUDA EM PACIENTES COM A PRESENÇA
DO GENOMA DO VÍRUS CHIKUNGUNYA (CHIK-V)
IDENTIFICADO EM LÍQUIDO BIOLÓGICO
Kelly Rodrigues, Luiz Roimicher, Marta Cavalcanti,
Blanca Elena Rios Gomes Bica
Serviço de Reumatologia, Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF),
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Introdução: No Brasil há atualmente a cotransmissão de chikungunya (Chic-V), dengue e zika. Na fase aguda dessas arboviroses, as
manifestações clínicas são similares e o estudo das manifestações
musculoesqueléticas iniciais e após seis semanas é fundamental,
além da confirmação laboratorial do genoma viral, para o diagnóstico etiológico. Objetivo: Descrever as manifestações musculoesqueléticas na fase aguda e após seis semanas, além de determinar sua correlação com outras manifestações clínicas. Material e
métodos: Foram estudados 16 pacientes com diagnóstico comprovado de infecção por Chick-V por RT-PCR. Os dados clínicos foram
obtidos por meio de ficha padronizada. Resultados: Nos 16 pacientes estudados, 13/16 eram do sexo feminino (81,25%) com média
de 41 anos (36 a 61). Na fase aguda, observou-se poliartrite simétrica bilateral com acometimento de mãos e punhos em todos os
pacientes, tornozelos e pés 11/16 (68%), joelhos 11/16 (68%), ombros
10/16 (62%) e quadril 2/16 (12%). A dor e o edema difuso de punhos,
mãos, tornozelos e pés foram as principais manifestações reumáticas, associadas à rigidez matinal e ao prejuízo funcional. As temperaturas axilares variaram de 37,8º a 40º C (31,5% com 39-40º C) por
um a três dias. O exantema eritematoso difuso e prurido estiveram
presentes em seis (37%) e sete (43%) pacientes, respectivamente.
Os sintomas persistiram em média cinco a sete dias (1-7 dias,
exantema; 4-7 dias, prurido). Após seis semanas, oligoartralgia foi
encontrada em 10/16 pacientes (62%), poliartralgia em 5/16 (31%)
e tenossinovite em pé em 1/16. Conclusão: A artralgia pelo Chick-V manifesta-se abruptamente com acometimento cumulativo
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simétrico de pequenas e grandes articulações, febre > 38ºC, exantema e prurido. Após seis semanas, há persistência de poliartralgia
associada à artrite.
FEBRE CHIKUNGUNYA EM PACIENTES COM DOENÇAS
REUMÁTICAS EM TERAPIA BIOLÓGICA OU TRATAMENTO COM
DMCDS CONVENCIONAIS – RESULTADOS DO BIOBADABRASIL
Aline Ranzolina, Angela Luzia Branco Pinto Duarteb,
Claudia Diniz Lopes Marquesb, Laurindo Ferreira da Rocha Juniora,
Sâmia Araújo de Sousa Studartc, José Caetano Macieirac,
Mônica Valéria Siqueira Santana de Vechic,
Lina Oliveira de Carvalhoc, Inês Guimarães da Silveirad,
Iêda Maria Magalhaes Laurindoe
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), Recife, PE, Brasil
Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil
c
Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil
d
Hospital São Lucas, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS),
Porto Alegre, RS, Brasil
e
Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP, Brasil
a
b
Objetivo: Analisar as manifestações clínicas de febre chikungunya
(FC) em pacientes com doença articular prévia em uso de terapia biológica (bDMARDs) ou tratamento convencional (cDMARDs)
incluídos no registro BiobadaBrasil. Material e métodos: Pesquisa ativa para FC foi feita em pacientes acompanhados pelo
registro BiobadaBrasil em áreas epidêmicas de infecção (127,8
casos/100.000 habitantes – semana epidemiológica 18). Casos positivos foram identificados e submetidos à entrevista estruturada.
Resultados: Dos 359 pacientes em acompanhamento regular nos
quatro centros, foram contatados 112 e FC foi diagnosticada em
30 (27%), com base em critérios clínicos e epidemiológicos. Nesta
amostra, 13 pacientes (18%) usavam bDMARDs (quatro adalimumabe, dois certolizumabe, dois etanercepte e um abatacepte, infliximabe, golimumabe e rituximabe). A duração média de tratamento foi de 30 meses (1-70). A maioria dos pacientes vivia em
área urbana (85%) e era mulher (87%), com média de 46 (10) anos;
22 pacientes tinham artrite reumatoide, sete espondilite anquilosante e um lúpus eritematoso sistêmico. Não houve diferença
entre os dois grupos (bDMARDs e cDMARDs) em relação ao tempo
de manifestação dos sintomas e à presença de febre, dor articular, mialgia, fadiga, sintomas digestivos, cefaleia, rigidez matinal,
número de articulações acometidas, uso e dose de prednisona
necessária para o tratamento dos sintomas de FC. Os pacientes em
uso de bDMARDs tiveram menos exantema cutâneo e parestesias
(p < 0,05). No momento da FC, 76% de todos os pacientes estavam
em remissão da doença articular. Em ambos os grupos, mais de
80% dos casos tiveram manifestações articulares relacionadas a FC
diferentes (localização e intensidade) das exacerbações da doença
de base. Não houve complicações graves em qualquer grupo de tratamento. Conclusão: O uso de terapia biológica não agrava os sintomas ou a persistência dos sintomas de FC, nem implica complicações adicionais aos pacientes com doença reumática prévia.
FEBRE CHIKUNGUNYA: POSSÍVEL GATILHO PARA O
DESENVOLVIMENTO DO LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Alejandra Debboa, Thayná Ramos Santosb, Marília Vieira Febrôniob
Hospital de Urgências de Sergipe (HUSE), Aracaju, SE, Brasil
Universidade Federal de Sergipe (UFS), Aracaju, SE, Brasil
a
b
Introdução: A febre chikungunya (FC) é uma arbovirose causada
pelo vírus chikungunya (Chik-V). Os sintomas principais são: febre
alta e intensas dores articulares. Foi documentada a transmissão
autóctone da FC nas Américas pela primeira vez no Caribe em
2013. A seguir, foi confirmada em Oiapoque, Brasil. Até abril de 2016
foram notificados 39.017 casos prováveis de FC no Brasil. Em um
hospital do estado de Sergipe foram reportados em três meses quatro casos de pacientes com diagnóstico inicial de lúpus eritematoso sistêmico (LES) com comprometimento renal e hematológico
grave após infecção confirmada por FC. Relato de caso: Paciente
feminina, 14 anos, previamente hígida, inicia quadro de febre alta e
poliartrite com sorologia reagente para Chik-V. Dois meses depois,
foi internada por pioria no quadro articular, hemoglobina (Hb) de
6,4 mg/dL com coombs direto positivo, plaquetopenia e linfopenia.
A ultrassonografia evidenciou líquido livre em cavidade abdominal
e a radiografia de tórax derrame pleural à direita. Também apresentava FAN com padrão nuclear pontilhado grosso 1/1.280 e anti-SS-A reagente. Foi feito o diagnóstico de LES e iniciada prednisona
1 mg/kg/dia. Apresentou pioria da anemia e aumento de escórias
nitrogenadas. Foi feita pulsoterapia com metilprednisolona 1 g/dia
por três dias. Duas semanas após a primeira pulsoterapia, decidiu-se pulsar novamente com metilprednisolona e transfundir
hemácias por queda novamente da Hb (3 mg/dL) com instabilidade
hemodinâmica. Foi transferida para a Unidade de Terapia Intensiva
(UTI) e prescrita ciclofosfamida 750 mg/m², evoluiu com melhoria
do quadro. Discussão: Vírus como o Epstein-Baar e o citomegalovírus já foram associados como gatilho para o desenvolvimento
do LES. Há poucos dados na literatura sobre a FC que antecede o
aparecimento das manifestações clínicas e imunológicas do LES,
porém já existem trabalhos que mostram que pode agravar doenças reumatológicas já existentes.
FEBRE DE CHIKUNGUNYA COMO EVENTUAL GATILHO
PARA POLIMIOSITE: RELATO DE CASO
Ítalo Emmanuel Lima Ferreira,
Marcus Ivanovith Fernandes, Danielly Dantas Pimentel,
Maria Eduarda de Melo Pires Ferreira, Camila Maria Formiga Dantas,
Evânia Claudino Queiroga de Figueiredo
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campina Grande, PB, Brasil
Introdução: A chikungunya é uma arbovirose e caracteriza-se
por febre, cefaleia, exantema e artralgia, com destaque para essa
última, manifestação em geral intensa e incapacitante, que tende
à cronificação. As miopatias inflamatórias idiopáticas, a exemplo
da polimiosite, são um grupo heterogêneo de doenças sistêmicas adquiridas, com etiologia variada. Ambas têm história natural
ainda não totalmente conhecida, razão pela qual sua abordagem
associada adquire mais relevância pelo recente recrudescimento
das doenças transmitidas pelos mosquitos do gênero Aedes.
Relato de caso: Feminino, 85 anos, com história de febre, poliartralgia intensa, exantema e prostração, por cerca duas semanas,
havia quatro meses. Avaliação laboratorial com positividade para
chikungunya. Evoluiu, havia quatro meses, com fraqueza muscular persistente, de lenta instalação, não ascendente, em cinturas escapular e pélvica. Verificou-se, ainda, elevação de enzimas
musculares, além de infiltrado mononuclear com necrose, à biópsia. Para elucidação diagnóstica, foram solicitadas as pesquisas de
FAN-HEp2 e de anti-Jo1. Instituiu-se corticoterapia. Discussão: Fraqueza muscular de instalação súbita e pioria progressiva, predominante nas cinturas escapular e pélvica, associada à elevação de
enzimas musculares, são compatíveis com a possibilidade de polimiosite, miopatia inflamatória idiopática que pode ter como “gatilho” causas infecciosas. Nem sempre é possível estabelecer clara
distinção entre doença muscular infecciosa e miopatia idiopáticas.
Há até situações em que se acredita existir relação causal entre
ambas. Nesse caso, consideramos a hipótese de ação de “gatilho”
do Chink-V no quadro muscular inflamatório devido à predominância de fraqueza muscular proximal persistente, quadro típico
da polimiosite e clinicamente distinto das alterações transitórias
e de melhoria progressiva que acompanham as miosites infecciosas, que frequentemente apresentam manifestações sistêmicas da
doença de base.
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FORMA SARCOÍDICA DA PARACOCCIDIOIDOMICOSE:
MANIFESTAÇÃO CUTÂNEA INCOMUM
Enan S. Magalhães, Maressa B. Beloni Lirio,
Juliana L. Fiorot, Thalles M. Brandão Clemente,
Ana Paula Gianordoli, Maria Bernadete Renoldi de Oliveira Gavi,
Ruben H. Duque, Lidia Balarini, Erica Vieira Serrano, Valeria Valim,
Clarice T. Silva Araújo, Carlos Musso, Aloísio Falqueto,
Pollyanna F. R. Lacerda Lage
Hospital Universitário Cassiano Antonio de Moraes (HUCAM), Universidade Federal do
Espírito Santo (UFES), Vitória, ES, Brasil
Introdução: Paracoccidioidomicose (PM) forma sarcoídica é uma
manifestação cutânea rara, com poucos relatos em literatura. Relato
de caso: Mulher, 27 anos, branca. Em 2012 observou pequena lesão
eritematosa em hemiface esquerda, com rápida progressão, sem
dor ou prurido. Feitos PPD e bacilosopia não reatores e histopatológico com infiltrado granulomatoso inespecífico. Optou-se por tratamento para hanseníase, sem melhoria clínica. Em 2015 fez novo
exame histopatológico com infiltrado granulomatoso tuberculoide,
colorações de Zielh-Nelseen e Grocott negativas. Em 2016 evoluiu
com nódulos em região cervical bilateral e gengivorragia. Linfonodomegalia cervical bilateral em cadeias jugulocarotídeas, cervicais
posteriores e submandibulares, maior com 2 cm de diamêtro, indolores, aderidos a planos profundos. Lesões eritematosas infiltrativas, predomínio em hemiface esquerda, com pequena lesão ulcerada em região mentoniana direita. Oroscopia com espessamento
gengival e pontos hemorrágicos, sugestiva de PM. Exame a fresco
de lesão ulcerada encontrou estruturas globosas birrefringentes.
Biópsia de linfonodo infiltrado granulomatoso tuberculoide e leveduras características de P. brasiliensis. Iniciado tratamento com sulfametoxazol e trimetoprim. Após um mês, paciente evoluiu com
redução de linfonodos e melhor aspecto de lesões. Discussão: A PM
forma sarcoídica representa menos do que 4% das lesões cutâneas
granulomatosas e apresenta-se com lesão infiltrada, cor vinhosa/
eritematosa e limites bem-definidos, sobretudo em face e associada a linfonodomegalias cervicais. O exame histopatológico de
pele é inespecífico, com escassez/ausência de fungos. Portanto, o
diagnóstico é confundido com outras doenças cutâneas granulomatosas, como hanseníase, sarcoidose e tuberculose. A evolução
para o quadro clínico típico é tardia, ocorre anos após o início dos
sintomas. Assim, é necessário o conhecimento dessa patologia
para evitar atraso de diagnóstico e tratamento específico.
S27
e presença de vegetação na cúspide posterior; hemoculturas seriadas = negativas. Concluído por endocardite bacteriana subaguda e
iniciada antibioticoterapia de amplo espectro. O paciente evoluiu
com melhoria dos sintomas e o ECO de controle mostrou calcificação da valva mitral de grau importante com imagem móvel aderida compatível com vegetação cicatrizada. O paciente foi encaminhado para cirurgia de troca valvar. Discussão: ANCA é descrito
em 28% dos casos de endocardite bacteriana subaguda associada
à glomerulonefrite, porém sua implicação na doença permanece
incerta. Alguns casos são complicados por falência renal, um preditor significativo da mortalidade nesse grupo de pacientes.
INTERNAÇÕES POR FEBRE REUMÁTICA AGUDA,
EM 2015, NA REGIÃO NORTE DO BRASIL
Nayara Mota Carvalho, Luna Varela do Carmo
Centro Universitário do Estado do Pará (CESUPA), Belém, PA, Brasil
Objetivo: Descrever a prevalência de febre reumática aguda em
2015 no Norte do Brasil. Material e métodos: Trabalho transversal
e descritivo. Foi usado o Sistema de Dados do SUS (Datasus), manteve-se como descritor o período de janeiro a dezembro de 2015,
assim como a morbidade em questão, quanto ao número de internações. Foram pesquisados os dados de cada um dos sete estados
do Norte do Brasil. Resultados: Foram 303 internações por febre
reumática aguda em 2015 no Norte do país. O estado que mais
notificou foi o Pará, com 209 casos (68,9%), com destaque para os
municípios de Xinguara e Capitão Poço. Em contraposição, Roraima
obteve o menor número, com apenas um caso (0,33%) notificado.
Em segundo lugar, com 32 casos, o estado do Tocantins. Amazonas,
Acre, Amapá e Rondônia tiveram, respectivamente, 23, nove, oito e
21 internações pela doença. Conclusão: A febre reumática aguda é
ainda comum no país, atinge especialmente crianças, adolescentes e adultos jovens e se relaciona com a precariedade das condições socioeconômicas que favorecem a disseminação da infecção
estreptocócica. Na região Norte, constata-se elevada morbidade no
estado do Pará. É necessária intervenção por meio de ações educativas na tentativa de trabalhar a prevenção.
LINFOCITOMA CÚTIS ASSOCIADO À
BORRELIOSE: UM DILEMA DIAGNÓSTICO
Izaias Pereira da Costaa,b, Fernando Aguilar Lopesa, Jania Rezendea
GLOMERULONEFRITE AGUDA, C-ANCA POSITIVO E
ENDOCARDITE BACTERIANA SUBAGUDA: RELATO DE CASO
Danielle Pereira Barros, Úrsula Soares Barbosa,
Tatiana de Souza Pina Lobo, Vanessa de Oliveira Magalhães,
Nilzio Antonio da Silva, Jozelia Rêgo
Serviço de Reumatologia, Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Goiás (UFG),
Goiânia, GO, Brasil
Introdução: Os anticorpos anticitoplasma de neutrófilos são dirigidos contra antígenos presentes nos grânulos citoplasmáticos
dos neutrófilos e monócitos. São classificados, de acordo com o
padrão de fluorescência e antígeno alvo, em c-ANCA e p-ANCA e
são descritos originalmente nas vasculites associadas ao ANCA.
Esses autoanticorpos podem ser observados também em diferentes infecções. Objetivo: Relatar um caso de glomerulonefrite
aguda, ANCA positivo e endocardite bacteriana subaguda. Relato
de caso: Paciente do gênero masculino, 44 anos, com quadro de
astenia, hiporexia, dispneia, ortopneia, taquicardia, edema dos
membros inferiores, perda ponderal e evolução para insuficiência
renal aguda. À ausculta cardíaca apresentava reforço pré-sistólico
no foco mitral. Antecedente de febre reumática na infância, com
tratamento irregular. Exames complementares: c-ANCA = positivo;
TC tórax = normal; ecocardiograma = estenose mitral importante
Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Campo
Grande, MS, Brasil
b
Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (HUMAP), Empresa Brasileira de
Serviços Hospitalares (EBSERH), Campo Grande, MS, Brasil
a
Introdução: O eritema migratório crônico (EMC) é a lesão cutânea
mais característica da síndrome de Baggio-Yoshinari (SBY), porém
outras formas menos comuns são descritas, como eritemas secundários múltiplos, escleroderma-like e uma forma mais rara, que
é o borrelioma ou linfocitoma cútis. Relato de caso: Mulher, 32
anos, natural de MS, veterinária, havia quatro anos com lesão na
região malar direita, hiperemiada, elevada, evoluiu com expansão
centrífuga e atrofia central. Por anos fez tratamento com corticoides orais, hidroxicloroquina 400 mg, infiltração de CE e uso de talidomida, sem sucesso. Apresentava FAN 1/80 NPF, autoanticorpos
nucleares e citoplasmáticos negativos. A biópsia mostrou processo
inflamatório linfocítico crônico e à IFD fluorescência homogênea
e contínua na ZMB para IgA, C 3 e C4, IgM, IGG. Elisa para Borrelia
burgdorferi (Bb): IgG > 1/500 e IgM – neg. Posteriormente, o FAN e
todos os autoanticorpos foram negativos. Wb para Bb- IgM 1 banda
e IgG – 2 bandas; PCR flgE reagente, foi sequenciado e apresentou
homologia (100%) com a sequência para Bb depositada no Genebank -Seq1(KU712208). Após ceftriaxone por 30 dias, houve regressão da lesão. Com suspensão do antibiótico, houve pioria da lesão,
S28
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foi prescrita doxiciclina 100 mg/dia com regressão da lesão e negativação do Elisa e PCR. O Wb mostrou IgG 1 banda e IgM 1 banda.
Discussão: Além do EM, outra manifestação cutânea importante
da fase inicial da SBY é o linfocitoma cutâneo, também denominado linfadenose cutânea benigna ou linfocitoma cútis. Caracteriza-se por nódulo ou placa eritematosa, única, de 1 a 5 cm de
diâmetro, na face, no pavilhão auricular, na bolsa escrotal ou na
aréola mamária. O borrelioma está mais associado à infecção pelas
B. afzelli e B. garinii. Os diagnósticos diferenciais devem ser feitos
entre linfoma cutâneo maligno e pseudolinfoma. Relatamos pela
primeira vez que o borrelioma pode mimetizar o lúpus túmido.
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO APÓS
INFECÇÃO POR LEISHMANIASE VISCERAL
Marco Antonio Cuellar Arneza, Monica Cuellar Arnezb
Centro Integrado de Investigação de Doenças Reumatologicas (CIIDRE), Fortaleza, CE,
Brasil
b
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
a
Introdução: O lúpus eritematoso sistêmico (LES) e uma doença
infamatória crônica que acomete múltiplos órgãos ou sistemas,
sem manifestação clínica patognomônica ou teste laboratorial
sensível e específico, é necessária a presença de critérios que
apresentam sensibilidade e especificidade de 96%, porém esses
critérios podem ter especificidade mais baixa em regiões endêmicas para doenças infecciosas crônicas como a leishmaniase visceral, que apresenta manifestações clínico-laboratoriais semelhantes. Relato de caso: Paciente do sexo masculino, de 36 anos, inicia
quadro de febre, astenia, poliartralgia simétrica, associado a febre
não aferida, diária, vespertina, assim como lesões eritematosas
e pruriginosas em região torácica, alem de anasarca e oliguria.
Feito ECOTT, que evidenciou hipocinesia difusa de VE, FE 51%,
hepatoesplenomegalia no USG, solicitado K 39, o qual foi positivo.
Fez-se mielograma, que evidenciou leishmania, iniciou-se tratamento com anfotericina B e hemodiálise por quadro de IRA, com
melhoria significativa, com sorologias para HIV, hepatite B e C,
sífilis, toxoplasmose negativas, FAN 1:640, anti-RO e La negativos;
p-ANCA e c-ANCA negativos; recebeu alta, estável clinicamente.
Procurou novamente o serviço após 14 meses, com quadro febril,
lesões dérmicas, rash malar, febre, edema de membros inferiores, FAN (+) 1: 320, anti-DNA positivo, VHS 80 mm, proteinúria em
urina de 24 horas 2,5 grs. CH total 48; C3:63; C4 8. Foi submetido à
biópsia renal, que evidenciou hipercelularidade mesangial moderada, iniciou tratamento para LES. Discussão: A forma visceral de
leishmaniose constitui-se diagnóstico diferencial obrigatório do
LES, principalmente nas áreas endêmicas. Neste relato, podemos
evidenciar um quadro de leishmaniose visceral confirmado por
meio dos exames necessários e com boa resposta ao tratamento,
porém cumpriu posteriormente critérios de LES deflagrado pelo
quadro infeccioso inicial.
MENINGITE LINFOCÍTICA BENIGNA RECORRENTE
(MENINGITE DE MOLLARET) EM PACIENTE COM
ESCLERODERMIA EM GOLPE DE SABRE
Amanda Campos Mozer Sodre, Alisson Aliel Vigano Pugliesi,
Flavio Fernandes Barbosa, Mateus Fornasieri Mokwa,
Juliana Yuri Sekiyama, Zoraida Sachetto, Manoel Barros Bertolo,
Ana Paula Toledo Del Rio
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
Introdução: A meningite linfocítica benigna recorrente (MLBM
ou meningite de Mollaret) é uma causa rara de meningite asséptica de repetição, tipicamente inócua, porém capaz de cursar com
sintomas neurológicos transitórios, como convulsões, alucinações, diplopia, paralisia de nervos cranianos e alteração do nível
de consciência. Sua etiologia é atribuída ao herpes simples, principalmente o do tipo 2. Geralmente há resolução espontânea, porém
o uso de antivirais, como aciclovir, valaciclovir e fanciclovir, pode
ser considerado. Relato de caso: Paciente do sexo feminino, 59
anos, parda, em acompanhamento com a neurologia por meningite asséptica de repetição (oito episódios em 16 anos), além de
cefaleia migranosa diária e alterações visuais transitórias. Seguia
também com a reumatologia por esclerodermia em golpe de sabre,
em uso atual apenas de metotrexate. Causas sistêmicas capazes
de meningites de repetição (incluindo a doença de Behçet) e medicamentosas foram excluídas pela ausência de outros achados clínicos. Revisão da literatura não encontrou descrição de associação
da esclerodermia em golpe de sabre com essa forma de manifestação neurológica. No oitavo episódio de meningite asséptica foi
possível isolar o herpes vírus do tipo 2 no líquor – pesquisa de PCR
(polymerase chain reaction) positiva – o que permitiu o diagnóstico de
MLBR. Discussão: Dentre as principais causas de meningite asséptica de repetição, podemos citar doença de Behçet e medicamentos. Embora uma série de manifestações neurológicas já tenha sido
descrita em associação com esclerodermia em golpe de sabre, não
há relatos sobre acometimento meníngeo. Eventualmente solicitado para auxiliar na investigação da etiologia de meningites
assépticas, o reumatologista deve estar familiarizado com a MLBR
e outros diagnósticos diferenciais dessa forma de meningite.
MONOARTRITE POR SPOROTHRIX SCHENCKII EM
PACIENTE COM ARTRITE REUMATOIDE
Frederico Palumbo Araujo, Laiz Boniziolli Barachi,
Viviane Angelina de Souza, Viviane Lage Gomes,
Louise Fellet Barbosa, Antônio Scafuto Scotton,
Rafael de Oliveira Fraga, Silviane Vassalo, Danielle Ribeiro Brega,
Diovani Costa Madeira, Ângela Maria Gollner
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Juiz de Fora, MG, Brasil
Introdução: A esporotricose é uma infecção fúngica crônica, causada pelo Sporothrix schenckii, que atinge preferencialmente a pele,
é incomum o acometimento articular. Ocorre principalmente em
homens jovens, de áreas rurais, alcoólatras e imunodeprimidos. O
envolvimento osteoarticular ocorre por contiguidade após trauma
cutâneo ou por disseminação hematogênica. É rara a descrição
dessa infecção em pacientes com artrite reumatoide, o que torna
o relato deste caso bastante relevante. Relato de caso: TRT, masculino, 64 anos, morador da zona rural de São João del-Rey (MG).
Iniciou com artrite em punho esquerdo havia dois anos, com eliminação de secreção purulenta. Sem outras queixas ou comorbidades. Exame físico revelou artrite em punho esquerdo com
lesões nodulares em face dorsal. Fator reumatoide e hemocultura
negativos. Ressonância nuclear magnética de punho sugestiva de
artrite reumatoide. Cultura de líquido sinovial com crescimento
de Sporothrix schenckii. Histopatologia dos nódulos compatível
com artrite reumatoide. Iniciado tratamento com itraconazol (200
mg/dia), prednisona 10 mg/dia e metotrexate 15 mg/semana. Discussão: A artrite por esporotricose é rara. Varia desde quadros
indolentes (mais comuns) até artrites erosivas. Osteíte, bursites,
tenossinovites e sintomas constitucionais podem ocorrer. Achados radiográficos incluem edema de partes moles, erosões, osteopenia periarticular e derrame articular. Embora a monoartrite
seja mais comum, há relatos de doença poliarticular, similar à
artrite reumatoide. Nesses casos, uso inadequado de imunossupressores pode induzir esporotricose disseminada. O diagnóstico
é confirmado por cultura do líquido sinovial e biópsia. O tratamento depende da apresentação clínica. Itraconazol é a escolha
no acometimento articular, por pelo menos 12 meses. Casos graves (pulmonar, meníngeo ou disseminado) e pacientes imunossuprimidos requerem anfotericina B. Debridamentos cirúrgicos
podem ser necessários.
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PANICULITE TUBERCULOSA EM USUÁRIO DE ANTI-TNF
Juliana Wispel, Cecilia Viola Varella da Costa,
Karine Alessandra da Silva Fortes, Rodrigo Sarmanho Spohr,
Bruna Zuse Valiati, João Carlos Menta Filho, Henrique Luiz Staub
Hospital São Lucas, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS),
Porto Alegre, RS, Brasil
Introdução: Paciente em uso irregular de isoniazida pré-tratamento com anti-TNF desenvolveu paniculite tuberculosa após início dessa medicação, mesmo sem história prévia de tuberculose.
Relato de caso: Paciente feminina, 36 anos, diagnóstico de espondiloartropatia soronegativa (sacroileite, entesites e ceratite), sem
controle com uso de metotrexate e prednisona, iniciou uso de anti-TNF após quatro meses de profilaxia com isoniazida (por Mantoux
acima de 5 mm, sem história de tuberculose). Após duas semanas de uso surgiram placas eritematosas em coxa direita, prostração, calafrios, dor e edema em membros inferiores, abdômen,
dorso da mão e antebraço esquerdos. Paciente, então, referiu suspensão prévia por conta própria do uso de isoniazida, com quadro
clínico concomitante à suspensão dessa e à aplicação do biológico.
Apresentou também neuropatia motora de fibular direito durante
evolução clínica, confirmada por eletroneuromiografia. Ultrassonografia evidenciou aumento de partes moles em face lateral da
coxa direita, compatível com paniculite. Tomografia de tórax não
demonstrou lesões compatíveis com tuberculose atual ou prévia.
Análise laboratorial com quantiferon foi positiva. Biópsia cutânea
não apresentou granuloma, sinais de vasculite ou neoplasia, com
pesquisa de fungos, tuberculose e bacteriológico negativos, corroborou hipótese de reação imunológica relacionada à tuberculose.
Devido à impressão diagnóstica de tubercúlide (eritema nodoso
difuso tuberculoide) reiniciou uso de isoziazida, sem melhoria clínica. Iniciados esquema RHZE e corticoide oral em dose moderada,
com remissão completa das lesões cutâneas e dos sintomas de
neuropatia. Discussão: O uso de imunobiológicos tem proporcionado uma ótima resposta terapêutica a várias doenças imunomediadas. No entanto, o desenvolvimento de infecções oportunistas,
como a tuberculose, alerta para a necessidade de avaliação dos riscos inerentes a essa terapia.
PARACOCCIDIOIDOMICOSE ARTICULAR: RELATO DE CASO
Filipe Didier Maciel, Alexandre Augusto Ferreira Santos,
Leandro Augusto Araujo Barros
S29
hematogênica de um sítio primário do P. brasiliensis no pulmão ou
por contiguidade de ossos adjacentes afetados. O diagnóstico é confirmado pela presença dos blastosporos vistos no líquido ou em
biópsia sinoviais. Essa normalmente revela um processo inflamatório granulomatoso. As imagens radiográficas e tomográficas revelam
lesões osteolíticas bem definidas sem esclerose marginal e sem reação periostal. O tratamento não difere do feito para a doença pulmonar, geralmente com itraconazol e SMZ-TMP.
PARACOCCIDIOIDOMICOSE E HISTOPLASMOSE EM
PACIENTE EM USO SEQUENCIAL DE TERAPIA BIOLÓGICA
Flavio Fernandes Barbosa, Alisson Aliel Vigano Pugliesi,
Amanda Campos Mozer Sodre, Mateus Fornasieri Mokwa,
Manoel Barros Bertolo
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
Introdução: A terapia biológica trouxe muitos benefícios para
pacientes com artrite reumatoide (AR) e outras doenças autoimunes. Entretanto, um número crescente de infecções oportunísticas (IO) de diversas etiologias tem sido registrado. Objetivo:
Relatar o caso de uma paciente com AR grave que, durante o uso
sequencial de terapias biológicas, apresentou duas infecções fúngicas incomuns em períodos distintos. Relato de caso: Paciente de
71 anos, do sexo feminino, com AR, em uso de adalimumabe por
falha secundária a etanercepte. Durante o uso do primeiro, evolui
com lesão verrucosa em língua que, após ser submetida a biópsia, revelou-se tratar-se de infecção por paracoccidioidomicose.
Após tratamento por nove meses e evidências clínicas e sorológicas de remissão, optou-se por introdução de nova terapia biológica
em virtude de elevada atividade articular; dessa vez foi escolhido
o abatacepte. Com cerca de um ano de terapia e após cerca de 40
dias após retorno de uma viagem internacional, surge uma lesão
em punho direito, ulcerada, com bordas irregulares e necróticas.
Culturas da secreção evidenciaram crescimento de histoplasma
capsulatum. Tratada com itraconazol, obtida cicatrização parcial
da lesão. Discussão: Doenças fúngicas potencialmente invasivas
devem ser lembradas em pacientes em uso de imunobiológicos,
assim como já são consideradas em outras situações de imunossupressão. Associadas a importante morbimortalidade, situações
como a acima descritas reforçam a necessidade da decisão compartilhada e da consideração do potencial infeccioso para as IO da
terapia biológica.
Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte, Belo Horizonte, MG, Brasil
Introdução: Paracoccidioidomicose é uma infecção fúngica sistêmica causada pelo P. brasiliensis. Geralmente afeta homens agricultores nas comunidades rurais. Formas agudas acometem baço,
fígado, linfonodos, trato intestinal. As formas crônicas são mais
comuns e predominam as manifestações pulmonares e mucocutâneas. O acometimento osteoarticular é incomum. Relato de caso:
Homem, 59 anos, agricultor, com diagnóstico de paracoccidioidomicose oral e pulmonar desde 2007. Acompanhado ambulatorialmente em uso de fluconazol e sulfametoxazol-trimetoprim (SMZ-TMP) de forma irregular. Em março de 2016 evoluiu com febre,
tosse seca, dispneia aos médios esforços. Apresentava também
monoartrite crônica do joelho esquerdo. Artrocentese demonstrou
esporos em roda de leme na coloração KOH, sugestivos de P. brasiliensis. Confirmada sua presença pela cultura em ágar Sabouraud.
Iniciado tratamento com anidulafungina e seguimento ambulatorial com itraconazol e SMZ-TMP. Devido à deformidade em flexão
do joelho, foi submetido à correção cirúrgica com artrodese. Discussão: Embora raro, o acometimento do aparelho locomotor é visto
na paracoccidioidomicose crônica. Pode atingir qualquer osso, mas
usualmente é visto em clavículas, costelas e escápula. O mecanismo patogênico do acometimento articular é a disseminação
PERFIL VACINAL DOS PACIENTES COM ARTRITE REUMATOIDE
SUBMETIDOS A INFUSÃO DE ABATACEPTE, TOCILIZUMABE E
RITUXIMABE EM UNIDADE DE REFERÊNCIA DE PALMAS (TO)
Alexsandra Rossi, Paulo Geovanny Pedreira
Hospital de Doenças Tropicais, Palmas, TO, Brasil
Introdução: A vacinação é a medida preventiva de maior impacto
na diminuição da ocorrência, das complicações e dos óbitos por
doenças infecciosas. Objetivo: Descrever o perfil vacinal dos
pacientes com artrite reumatoide (AR) em uso de biológicos não
anti-TNF (tumour necrosis factor): abatacepte, tocilizumabe e rituximabe, atendidos em serviço de reumatologia de Palmas (TO). Material e métodos: Revisão de prontuários da unidade de infusão do
serviço de reumatologia em Palmas (TO) entre março a dezembro de 2015, de pacientes com diagnóstico de AR em uso de abatacepte, tocilizumabe e rituximabe. Resultados: Total de pacientes:
29 (25 mulheres e 14 homens). Faixa etária entre 51-60 anos (28%),
entre 31-40 anos (21%). A maioria da população estudada é procedente de Palmas (TO) (66%) e 100% dos pacientes são moradores
do estado do Tocantins. As profissões mais encontradas foram a de
lavrador (24%) e doméstica (16%). Os biológicos mais usados foram
S30
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abatacepte e tocilizumabe (41% e 43%). O número de pacientes que
têm cartão vacinal foi de 41%, 2/3 desses pacientes apresentaram
cartão atualizado. A vacinação para influenza apresentou cobertura de 93%. Vacinação contra febre amarela (FA) foi vista em 92%
dos pacientes, observa-se que a região estudada é endêmica e a
vacinação é obrigatória para essa doença. Conclusão: A maior
parte dos pacientes (59%) não tem cartão vacinal, o que acarreta
uma cobertura subótima. Apesar das restrições à vacinação contra FA para pacientes em uso de medicações imunossupressoras,
observou-se, por ser uma área endêmica, uma cobertura vacinal
em 92% dos pacientes avaliados. Pacientes em uso de biológicos
desconhecem a importância de manter cartão de vacinas atualizado na vida adulta. Profissionais da saúde pouco cobram a atualização vacinal dos seus pacientes adultos.
PIOMIOSITE POR TUBERCULOSE EM PACIENTE COM
SÍNDROME ANTISSINTETASE: RELATO DE CASO
Thiago Junqueira Trevisan, Aline K. Torricelli,
Débora Cordeiro do Rosário, Michelle Remião Ugolini Lopes,
Eduardo Ferreira Borba, Rosa Maria Rodrigues Pereira
Disciplina de Reumatologia, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo
(FMUSP), São Paulo, SP, Brasil
Introdução: A tuberculose continua a ser um problema de saúde
pública mundial, visto sua incidência crescente, principalmente
em pacientes imunossuprimidos. A apresentação musculoesquelética da doença é pouco frequente, corresponde a 3% dos casos,
a piomiosite é um acometimento raro e de difícil suspeição diagnóstica. Relato de caso: Paciente do sexo feminino, 54 anos, com
antecedente de síndrome antissintetase, diagnosticada havia dois
anos, caracterizada por miopatia proximal, poliartrite, lesões cutâneas, anticorpo anti-Jo1 positivo, capilaroscopia padrão SD, pneumopatia intersticial à tomografia de tórax e biópsia muscular compatível com miopatia inflamatória, vinha em uso de tratamento
imunossupressor com prednisona, ciclofosfamida e mofetil, devido
ao acometimento pulmonar e miopático grave. Foi admitida em
nosso serviço de emergência por quadro de abscessos musculares em membros inferiores de evolução insidiosa havia três meses,
acompanhado de mialgia, heliótropo e artralgia, com identificação
do Mycobacterium tuberculosis por reação em cadeia de polimerase
(PCR) e por cultura do material coletado na drenagem das lesões.
Foi submetida ao tratamento específico da infecção com esquema
RIPE, além da manutenção da prednisona e suspensão dos demais
imunossupressores. Após 40 dias de tratamento, evoluiu com cicatrização das lesões e melhor controle do quadro inflamatório muscular. Discussão: Os pacientes com dermatomiosite/polimiosite
são mais suscetíveis a infecções graves, inclusive por agentes oportunistas, porém são raros os casos descritos na literatura de acometimento muscular pela tuberculose nesses pacientes. Devido
às manifestações atípicas, o acometimento muscular pela tuberculose deve estar presente como diagnóstico diferencial, a fim de
diagnóstico e tratamento precoce, que aumentam as chances de
melhor prognóstico nesses pacientes.
PIOMIOSITE TROPICAL POR KLEBSIELLA PNEUMONIAE EM
PACIENTE COM ARTRITE REUMATOIDE: EVOLUÇÃO ATÍPICA
Juliana Brandão Pinto Carneiro, Taíssa Pinto de Souza,
Talita de Oliveira Ribeiro, Samila Alves da Silva, Patrícia Silva Cunha,
Marta Aline Coelho da Costa, Rosana Barros de Souza,
Sandra Lúcia Euzébio Ribeiro, Anne Christine Nogueira Garcia Neves,
Helena Lúcia Alves Pereira
Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), Universidade Federal do Amazonas
(UFAM), Manaus, AM, Brasil
Introdução: Piomiosite tropical é uma infecção bacteriana do músculo esquelético que geralmente acomete um grupo muscular, cujo
agente mais comum é o Staphylococcus aureus. Bactérias gram negativas estão raramente associadas e predominam em imunossuprimidos. Relato de caso: Sexo feminino, 33 anos, com diagnóstico
de artrite reumatoide (AR) havia quatro anos, apresentava grande
tumoração em coxa direita havia um mês, em uso de metotrexato e
infliximabe. Havia oito meses teve artralgia em coxofemoral direita,
após aborto espontâneo, sem queixa de febre. Fez RM de bacia com
destruição articular e hipótese de artrite séptica, porém não tratou
e fez uso de prednisona 20 mg/dia, manteve suas medicações. Evoluiu havia um mês com nodulação dolorosa em terço médio anterior da coxa direita de 2 cm, progrediu rapidamente para toda a sua
extensão. Relatava dor de leve intensidade e febre intermitente.
Exame físico: grande tumoração de aspecto cístico, envolvia a raiz
da coxa direita até a região suprapatelar, com discreto calor, rubor
e dor, sinais vitais dentro da normalidade. Laboratório: Ht = 36,6%,
leuc = 21.160/mm3, seg = 14.388/mm3, bastões = 7%, VHS = 100 mm,
PCR = 15 mg/dL, hemocultura negativa. RM de bacia e coxa direita:
massa expansiva que infiltrava ventres musculares da bacia e coxa,
com perda total da morfologia. Foi drenada cirurgicamente grande
quantidade de secreção purulenta da coxa, com necrose de várias
porções de grupos musculares, seguida de limpeza das estruturas.
Culturas de secreção de partes moles e fragmento muscular: Klebsiella pneumoniae. Biópsia do fragmento muscular: miosite crônica
inespecífica abscedada. Fez tratamento com imipenem/14 dias,
com resolução do quadro. Conclusão: Pacientes com AR em uso
de biológicos são mais suscetíveis a infecções com manifestações
atípicas. Nesses casos, a piomiosite por gram negativo pode estar
associada a infecções de estruturas vizinhas, como o trato geniturinário, favorecidas pela imunossupressão.
REATIVAÇÃO DE PSORÍASE CUTÂNEA APÓS
INFECÇÃO POR CHIKUNGUNYA
Carlos Geovane Santos Araújo, Yanne Franca Montino,
Eduardo Costa Batista
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Itapetinga, BA, Brasil
Introdução: Psoríase, doença comum não contagiosa, crônica,
inflamatória, hiperproliferativa da pele. Imunomediada de base
genética, manifesta placas eritematosas, descamativas, nas superfícies extensoras e no couro cabeludo. Acomete homens e mulheres, incidência na 2ª e 5ª décadas de vida. Chikungunya, arbovirose causada pelo vírus chikungunya, transmitido por mosquitos
fêmeas Aedes aegypti ou Aedes albopictus infectadas. A doença pode
evoluir em fases aguda subaguda e crônica. Relato de caso: JSG, 44
anos, sexo feminino, professora, casada, natural de Ipiaú (BA), portadora de psoríase desde 14 anos, lesões inativas há 21 anos. Em de
4 abril de 2016 iniciou quadro de febre, mialgia, evoluiu com náuseas, diarreia e desconforto abdominal. No pronto-socorro foi prescrito paracetamol, cinco dias depois apresentou exantema difuso,
dores articulares em mão, pés, joelhos e cotovelos. Evoluiu com
dor articular e edema em joelhos, tornozelos e punhos. Encaminhada a reumatologista devido a dor articular persistente e reativação das lesões psoriáticas. Exame físico: artrite em punhos,
interfalanges proximais mão direita e esquerda, joelhos e tornozelos, lesões hipercrômicas, papulares crostosas, descamativas
difusas generalizada. Medicada com predinisona 40 mg/7dias 30
mg/7dias 20 mg/7dias, omeprazol dose única, propionato de clobetasol creme 2x/dia. FAN: 1/80, FR: negativo, HIV: negativo, dengue
sorologia: negativo e antichukungunya: IgG 96 UR/mL e IgM: índice
3,30. Vinte e dois dias depois, paciente apresentou melhorias significativas das lesões psoríaticas, sem artrite nem dor. Discussão:
Sintomas comuns na fase crônica chikungunya: acometimento
articular persistente/recidivante das articulações atingidas na fase
aguda, dor e/ou edema, limitação de movimento e deformidade.
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Acometimento poliarticular e simétrico, mas pode ser assimétrico e monoarticular, sacroilíacas, lombossacra e cervical. Pacientes poderão evoluir com artropatia destrutiva semelhante à artrite
psoriásica ou reumatoide.
REATIVAÇÃO DE PARACOCCIDIOIDOMICOSE PULMONAR
EM PACIENTE EM USO DE BIOLÓGICO: RELATO DE CASO
Valéria Valim, Lúcia Carla Polaco Covre, Pâmela Mazzini Hombre,
Maria Bernadete Renoldi de Oliveira Gavi, Paulo Mendes Peçanha,
Maria Carmem Lopes Ferreira Silva Santos
Hospital Universitário Cassiano Antonio de Moraes (HUCAM), Universidade Federal do
Espírito Santo (UFES), Vitória, ES, Brasil
Introdução: A paracoccidioidomicose (PCM) é uma micose sistêmica endêmica na América Latina causada pelo Paracoccidioides sp.
Ao contrário de outras infecções fúngicas oportunistas, existem
poucos relatos que associam PCM com imunossupressão. Este é
o primeiro relato de caso de PCM reativada após tratamento com
infliximabe para espondiloartropatia psoriásica. Relato de caso:
Paciente masculino, 47 anos, apresentou quadros de uveíte recorrente, lombalgia inflamatória, calcaneodínea, lesões psoriásicas e
HLA B-27 positivo, foi diagnosticada espondiloartropatia psoriásica. Excluída tuberculose por rastreio com raios X de tórax normal
e PPD zero, foi submetido a terapia imunossupressora. Após insucesso do tratamento com metotrexate por intolerância gastrointestinal e azatioprina por aplasia medular, foi submetido ao uso de
infliximabe, quatro anos após o diagnóstico. Depois de 11 infusões
(0,5 mg/kg) em 18 meses, iniciou quadro de tosse seca, dispneia,
artralgia, perda ponderal, febre e sudorese e necessitou de internação hospitalar. Durante a investigação, tomografia computadorizada de tórax evidenciou nódulo hipodenso de 0,9 cm em lobo inferior de pulmão esquerdo e foi feita segmentectomia, cujo resultado
anatomopatológico foi compatível com Paracoccidioides brasiliensis.
Foi iniciado tratamento com sulfametoxazol/trimetoprima e após
quatro meses reintroduzido o infliximabe. Encontra-se em tratamento regular com sorologia para fungos negativa e melhoria clínica do quadro pulmonar e reumatológico. Discussão: Por ser uma
doença de alta variabilidade geográfica e sem notificação compulsória, o real impacto da PCM na saúde pública não é conhecido,
apesar de estar estabelecida a sua alta endemicidade no Brasil. O
caso relatado enfatiza a importância de considerar a PCM como
diagnóstico diferencial nos pacientes residentes em área endêmica
que apresentam sintomas respiratórios após tratamento com biológicos, o que permite diagnóstico e tratamento precoces.
TRATAMENTO PARA ARTRITE IDIOPÁTICA JUVENIL INIBE
ARTRITE DA FEBRE CHIKUNGUNYA? RELATO DE CASO
Luciana Brandão Paim Marques, Vanessa Dantas Ribeiro,
Amanda Virgínia Batista Cavalcante
S31
dias associado à artralgia intensa. Os sintomas articulares cederam
progressivamente no pai e no irmão, mas persistiram após quatro
semanas do início na mãe e em uma das irmãs do paciente. Discussão: O paciente apresentou síndrome febril no mesmo período
em que os parentes apresentaram quadro clínico de febre chinkugunya, mas foi o único que não teve queixas articulares na fase
aguda da doença. Além disso, não apresentou descompensação da
AIJ durante essa infecção viral, que indiscutivelmente tem acometimento articular. Sabe-se ainda da possibilidade de o CHIKV induzir artrite reumatoide e espondiloartrites em indivíduos geneticamente susceptíveis. Metotrexato tem sido usado para a artrite
inflamatória crônica, secundária a infecção pelo CHIKV, com boa
resposta e tolerância. Também existem relatos da eficácia do uso
do anti-TNF. No entanto, pouco se sabe sobre o efeito dessas medicações na fase aguda da doença. A suspeita é que o uso dessas
medicações possa ter inibido a manifestação clínica articular associada ao CHIKV. Maiores estudos nessa área são necessários.
TROMBOCITOPENIA E POLIARTRITE REFRATÁRIA A
CORTICOSTEROIDES COMO MANIFESTAÇÃO DE CHIKUNGUNYA
Vinicius Costa Vieira, Paula Figueiredo Marsillac,
Lara Ramalho Lima, Débora Rocha de Moura Rodrigues de Aguiar
Hospital Federal de Bonsucesso, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Introdução: A febre chikungunya consiste numa doença infecciosa
que pode atingir todas as idades e ambos os gêneros. Depois de um
período de incubação do vírus de um a 12 dias da picada do mosquito, causa uma enfermidade febril que se associa, muitas vezes,
a artrite crônica severa e gatilho para doenças autoimunes. Objetivo: Descrever o caso de um paciente com diagnóstico de chikungunya que apresentou artrite de difícil manejo clínico, associada
a reativação de púrpura trombocitopênica imune (PTI). Relato de
caso: Paciente do sexo masculino, 57 anos, passado de PTI recorrente, com esplenectomia feita na década de 1990, admitido no
hospital com quadro agudo de febre, cefaleia, mialgia, exantema
difuso e artrite de pequenas e grandes articulações, proeminente
em punhos, ombros e tornozelos. Exame laboratorial demonstrou
trombocitopenia de 2.000/mm3, sem demais alterações. Ultrassom
de articulações com sinais de sinovite. Interrogada infeccção por
arbovirose, foi positiva a reação de cadeia polimerase (PCR) para
vírus chikungunya. Iniciada pulsoterapia com dexametasona, com
ascensão rápida dos níveis plaquetas, manteve o paciente dor incapacitante em ombro e tornozelo em vigência de terapia com opioides, 1 mg/kg de prednisona e iniciado metotrexate posteriormente.
Discussão: Estudos que analisam o gatilho de doenças autoimunes por meio de infecções por arbovírus têm se tornado uma constante. Não houve até agora relatos conhecidos de PTI em pacientes
com diagnóstico de chikungunya. São descritos quadros articulares refratários. Esse mecanismo deve ser mais bem analisado, para
entender melhor mediadores imunes responsáveis por esse processo, a fim de se estabelecer melhor correlação de causa e efeito.
Hospital Infantil Albert Sabin (HIAS), Fortaleza, CE, Brasil
Introdução: A infecção pelo chikungunya vírus (CHIKV) é uma
causa comum de artrite febril. As manifestações agudas são febre,
poliartralgia simétrica, mialgias e erupção maculopapular. Um
grande número de pacientes pode evoluir com manifestações crônicas, as mais comuns são a poliartralgia, a poliartrite e a mialgia.
Relato de caso: AASP, 13 anos, com diagnóstico de artrite idiopática juvenil (AIJ) havia três anos, com acometimento pauciarticular e HLA B27 positivo, em uso de anti-TNF, metotrexato e ácido
fólico. Relata em consulta médica que foi acometido por quadro
de febre aferida (39-40°C), que cedia após uso de antitérmico, associado a mialgia debilitante que durou dois dias. Nega qualquer acometimento articular. No mesmo período, o pai, a mãe, o irmão e
duas irmãs apresentaram quadro febril de duração entre três e 10
ULTRASSONOGRAFIA REUMATOLÓGICA NA
ARTROPATIA POR CHIKUNGUNYA
Luiz Felipe Adsuara de Sousa, Maitê Xavier Frechiana de Castro,
Felipe Mendonça de Santana, Lissiane Karine Noronha Guedes,
Leandro Lara do Prado, Mauricio Levy-Neto,
Karina Rossi Bonfiglioli
Disciplina de Reumatologia, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina,
Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), São Paulo, SP, Brasil
Introdução: A febre chikungunya (Chik) é uma arbovirose cuja
principal característica clínica é a poliartralgia, muitas vezes crônica (duração maior do que três meses). A América apresenta uma
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epidemia desde 2013 e até abril de 2016 foram relatados 64.349
casos no Brasil. A ultrassonografia (USG) reumatológica tem papel
estabelecido em doenças reumáticas, porém há poucos estudos na
artropatia cônica pelo Chick (artroChik). Objetivo: Relatar casos em
que o USG foi usado para avaliação de pacientes com artroChik.
Relato de casos: Incluídos cinco casos com sorologia positiva para
Chik e sintomas musculoesqueléticos, média de 48,8 anos, predomínio do sexo feminino (4:1). Nenhum paciente apresentava antecedente de doença reumatológica. No momento da avaliação, dois
pacientes estavam na fase subaguda (30 e 64 dias) e três na fase crônica (quatro, cinco e seis meses) de doença. Constatamos tenossinovite em quatro de cinco pacientes, envolveu flexores e extensores
de mãos. Também foi observado aumento da área de secção transversa do nervo mediano (três dos cinco pacientes), mas apenas um
era sintomático. Outros achados relevantes foram: tendinopatia de
supraespinhoso, entesite de calcâneo e erosão em ulna distal de um
paciente em fase crônica. Discussão: Os fatores de risco para cronificação da artroChik são idade acima de 45 anos, desordem articular preexistente e intensidade da artrite aguda. A tenossinovite
é frequente na fase crônica e foi a alteração mais observada. Nossa
série de casos também demonstrou aumento do nervo mediano,
tendinite de ombro e entesite, já descritos na literatura. Uma erosão foi observada, a despeito do caráter não erosivo da artroChik. A
avaliação ultrassonográfica em pacientes com artroChik ainda não
está bem caracterizada. Em nossa casuística, o USG foi uma ferramenta importante para diagnóstico e seguimento de atividade inflamatória, colaborou para a decisão terapêutica. Um número maior de
casos precisa ser estudado para conclusões definitivas.
VARIAÇÕES DAS MANIFESTAÇÕES ARTICULARES
NA CHIKUNGUNYA: SÉRIE DE CASOS
Letícia Queiroga de Figueiredoa,
João César Queiroga de Figueiredoa,
Rafael Chaves Claudino de Queirogab,
Maria Clara Queiroga de Figueiredoc, Giovannini Cesar Figueiredoa,
Evania Claudino Queiroga de Figueiredoa
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campina Grande, PB, Brasil
Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa, PB, Brasil
c
Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande (FCM), Campina Grande, PB,
Brasil
a
b
Introdução: A artrite é a manifestação clínica mais incapacitante
na fase aguda da chikungunya. Pode evoluir para cronicidade e
interferir na qualidade de vida. Por meio da análise de uma série
de casos após consulta ao reumatologista, analisamos aspectos demográficos, a existência de doença reumatológica prévia, o
tempo de doença até a consulta com esse especialista, as características do envolvimento articular e as provas de atividade inflamatória. Relatos de caso: Foram analisados 42 casos atendidos em
cinco meses, 39 mulheres (92,8%), com média de 57,5 anos (28 a 90)
e início dos sintomas até a consulta ao reumatologista de 47,5 dias
(7 a 93). A maioria dos pacientes (n = 36/86%) tinha diagnóstico prévio de algum problema reumático, a osteoartrite (OA) era o mais
frequente (n = 16/44%), seguida de artrite reumatoide (n = 8/19%),
espondiloartrite (n = 4/9%), fibromialgia (n = 3/7%), osteoporose (n
= 2/5%) e mais um caso de lúpus eritematoso sistêmico, dermatomiosite e esclerose sistêmica. O envolvimento articular se caracterizava por poliartralgia que envolvia pequenas e grandes articulações, com simetria e edema difuso. Como particularidade, um
paciente evoluiu com oligoartrite e sinovite em 3ª interfalangeana
proximal, um apresentou sacroileíte na ressonância magnética e
outro elevação do fator reumatoide. Discussão: O paciente com
chikungunya pode permanecer com os sintomas articulares desde
a fase inicial da doença. A artralgia é a manifestação reumática
mais típica. Porém, são comuns outras formas de acometimento
articular, como a artrite, que, na maioria dos casos, apresenta-se
de forma simétrica e acomete várias articulações (poliartrite). A
maioria dos estudos demonstra a possibilidade de cronicidade na
evolução da chikungunya e são fatores de risco para a persistência
dos sintomas a idade avançada no tempo da infecção, a dor inicial
severa e a presença de OA como comorbidade.
Área Temática: Doenças osteometabólicas
ASSOCIAÇÃO ENTRE DENSIDADE MINERAL
ÓSSEA E MASSA MUSCULAR APENDICULAR EM
PACIENTES COM HEPATITE C CRÔNICA
Tatiana Bering, Kiara Gonçalves Dias Diniz,
Marta Paula Pereira Coelho, Maria do Socorro Souza,
Maria Marta Sarquis Soares, Luciana Diniz Silva,
Adriana Maria Kakehasi, Ana Carolina Menezes
Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte,
MG, Brasil
Objetivo: Avaliar a frequência de baixa massa óssea e baixa massa
muscular apendicular em pacientes com hepatite C crônica (HCC)
e avaliar a associação entre a densidade mineral óssea (DMO) e
variáveis antropométricas e laboratoriais de avaliação nutricional. Material e métodos: Avaliação clínica-laboratorial de pacientes com infecção crônica pelo vírus da hepatite C. A DMO (fêmur
e coluna lombar), a composição corporal (massa muscular apendicular [MMA]) e o percentual total de massa gorda) foram avaliados pela absorciometria de raios X com dupla energia (DXA). Baixa
massa óssea foi definida por Z-score menor do que -2,0 DP ou
T-score menor do que -1, de acordo com idade e estado menopausal. Baixa massa magra foi definida pelo índice de Baumgartner:
MMA dividida pelo quadrado da altura ≤ 7,26 kg/m2 para homens
e ≤ 5,5 kg/m2 para mulheres. As medidas antropométricas usadas:
índice de massa corporal (IMC), perímetro do braço (PB) e perímetro muscular do braço (PMB). Resultados: Foram 112 pacientes com
HCC: 84 (75%) do sexo masculino; média de 50,4 ± 11,2 anos; 37
(33%) com cirrose hepática. Baixa DMO e baixa MMA ocorreram em
39 (34,8%) e 19 (17%) dos pacientes, respectivamente. A DMO se correlacionou com o IMC (r = 0,38; p < 0,0001), PB (r = 0,41; p < 0,0001),
PMB (r = 0,53; p < 0,0001), MMA (r = 0,57; p < 0,0001), albumina (r =
0,20; p = 0,03), hemoglobina (r = 0,28; p = 0,003) e hematócrito (r =
0,27; p = 0,005). Não houve associação entre DMO e a presença de
cirrose. Na análise de regressão linear ajustada por sexo e idade,
albumina (β = 0,21; t = 2,62; IC 95% = 0,01 a 0,08; p = 0,01) e MMA (β
= 0,37; t = 2,16; IC 95% = 0,003 a -0,06; p = 0,03) permaneceram associados de forma independente à DMO. Conclusão: Baixa DMO é frequente em pacientes com HCC, independentemente da presença
de cirrose hepática. Massa muscular apendicular e albumina foram
os critérios de avaliação nutricional que se associaram de forma
positiva com a DMO dessa população.
BISFOSFONATO NO TRATAMENTO DA BAIXA
DENSIDADE MINERAL ÓSSEA EM PACIENTE COM
HOMOCISTINÚRIA: RELATO DE CASO
Alisson Aliel Vigano Pugliesi, Mateus Fornasieri Mokwa,
Flavio Fernandes Barbosa, Amanda Campos Mozer Sodre,
Manoel Barros Bertolo, Ana Paula Toledo Del Rio,
Juliana Yuri Sekyiama, Zoraida Sachetto,
Joao Francisco Marques Neto
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
Introdução: A homocistinúria é doença autossômica recessiva
caracterizada pela deficiência da enzima responsável pela quebra molecular da homocisteína, com consequente elevação sérica
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última e danos sistêmicos. Em relação ao metabolismo ósseo,
cogita-se que o acúmulo indevido da homocisteína seja capaz
de diminuir a matriz óssea e aumentar a capacidade de reabsorção dos osteoclastos. Apesar de a alteração óssea ser bastante frequente, desconhece-se uma modalidade de tratamento específico.
Relato de caso: Homem de 27 anos, com diagnóstico de homocistinúria clássica desde os nove. À época, a combinação de achados
clínicos (luxação do quadril – com prótese bilateral – e cristalino),
epidemiológicos (avó materna portadora da doença) e de exames
laboratoriais (dosagens de homocistina urinária com valores elevados) permitiram o diagnóstico. A densitometria por emissão de
raios X de dupla energia (DXA) feita aos 22 anos revelou baixa densidade mineral óssea para a idade (BDMO). Não havia evidências
de fraturas ou alterações em exames do perfil osteometabólico tradicionais. A dieta indicada para o tratamento da homocistinúria
era restrita em cálcio. Optou-se pelo tratamento com risedronato
e suplementação de vitamina D e cálcio. Em DXA após dois anos
de bisfosfonato houve ganho de densidade mineral óssea de 14%
em coluna lombar (CL). Paciente fica sem o bisfosfonato por três
anos (abandono) e DXA subsequente revela perda de 8% de massa
óssea em CL. Discussão: O caso demonstra uma experiência positiva no tratamento da BDMO associada a homocistinúria. Embora
o tratamento da doença de base deva ser o principal elemento no
tratamento e prevenção da complicação óssea, o relato expõe um
possível benefício com o bisfosfonato. Embora não tenha atuação
na etiopatogenia da homocistinúria, é possível que haja um componente reabsortivo capaz de ser alvo da droga.
CONFIRMAÇÃO DE DOENÇA DE PAGET APÓS
DIAGNÓSTICO DE OSTEOSSARCOMA
Patrícia da Silva Cunha, Samila Alves da Silva,
Juliana Brandão Pinto Carneiro,
Taissa Pinto de Souza, Talita de Oliveira Ribeiro,
Rosana Barros de Souza, Sandra Lúcia Euzébio Ribeiro
Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), Universidade Federal do Amazonas
(UFAM), Manaus, AM, Brasil
Introdução: A doença de Paget é uma desordem do remodelamento
ósseo, caracterizada pela acelerada reabsorção e formação do osso
que resulta em deformidades. Pode ocorrer em um ou mais ossos,
porém com afinidade por crânio, espinha, pélvis e membros inferiores. Aproximadamente 1% dos pacientes com doença de Paget
pode desenvolver osteossarcoma. Relato de caso: Sexo masculino,
77 anos, apresentava desde 2000 deformidade em arqueamento
progressivo de perna direita, após história de trauma local. Em 2003,
queixava-se de dor mecânica de moderada intensidade e dificuldade de deambular, foi submetido à biópsia óssea da perna. O histopatológico revelou sarcoma anaplásico classificado como avançado pelo estadiamento. Fez a amputação suprapatelar do membro
direito e quimioterapia, com sucesso terapêutico. Foi encaminhado
ao reumatologista, devido às alterações em exames de imagem e
laboratoriais. Ao exame físico: sem deformidade ou dores osteoarticulares, deambulava com auxílio de muletas. Laboratório: Ht =
40,3%; Leuc = 8.200/mm3; VHS = 25 mm; PCR = não reagente; ácido
úrico = 4,3 mg/dL; cálcio ionizado = 1,14 mg/dL; fósforo = 3,4 mg/
dL; Fosfatase alcalina = 425 U/L; PTH = 25,9 pg/mL; 25(OH)D3 = 68,5
ng/mL. Cintilografia de corpo inteiro: aumento da atividade osteogênica de forma difusa e heterogênea em fêmur esquerdo, hemipelve direita, região proximal de fêmur direito e região distal da
tíbia esquerda. Raios X de quadril: lesões líticas difusas em coxofemorais e quadril. Raios X de fêmur proximal: lesões líticas e espessamento da cortical. O paciente foi diagnosticado com doença de
Paget na forma poliostótica e recebeu tratamento com alendronato
de sódio 140 mg/sem. Conclusão: O osteossarcoma na doença de
Paget é uma associação rara que pode, muitas vezes, mascarar a
doença primária, como no caso relatado. A dificuldade diagnóstica
S33
atrapalha o tratamento adequado, traz risco de fraturas, deformidades e má qualidade de vida.
DOENÇA DE PAGET COM ACOMETIMENTO EM
SISTEMA NERVOSO CENTRAL: RELATO DE CASO
Filipe Didier Maciel, Alexandre Augusto Ferreira Santos,
Leandro Augusto Araujo Barros
Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte, Belo Horizonte, MG, Brasil
Introdução: A doença de Paget é caracterizada por uma taxa acelerada de remodelamento ósseo, acarreta supercrescimento focal
ou de múltiplos sítios e comprometimento da integridade óssea.
Os sítios mais comuns de acometimento são crânio, coluna vertebral, pelve e ossos longos de membros inferiores. Relato de caso:
Homem de 71 anos, encaminhado à reumatologia devido a artralgia mecânica e restrição em ombro direito de um mês de evolução,
sem melhoria com anti-inflamatórios. História prévia de sinusites de
repetição, em acompanhamento com otorrinolaringologia, que solicitou tomografia computadorizada de crânio. Exame evidencia volumosa lesão expansiva óssea em ossos frontais bilaterais que compromete seios esfenodais e sela túrcica. Níveis séricos de cálcio total
e fosfatase alcalina normais (9,1 e 46, respectivamente). Cintilografia
óssea de corpo inteiro corrobora suspeita de Paget poliostótica, evidencia acentuada hipercaptação em ossos frontais, T6 à esquerda,
T9 à direita, cóccix e ombros bilateralmente. Em propedêutica para
investigação de acometimento hipofisário pela invasão de sela túrcica, solicitadas dosagens séricas de ACTH, cortisol, LH, GH e TSH,
sem alterações. Devido a possíveis complicações futuras no sistema
nervoso central, mesmo sem evidência laboratorial de atividade de
doença, iniciado ácido zolendrônico, com seguimento laboratorial e
radiológico semestral. Discussão: A maioria dos pacientes portadores de doença de Paget é assintomática, o diagnóstico muitas vezes é
feito por exames de imagem de forma incidental. Surdez por envolvimento coclear, cefaleia, vertigem, hidrocefalia, demência, enoftalmia
e degeneração sarcomatosa são descritas como possíveis complicações pelo acometimento craniano, porém não foram encontrados
relatos de acometimento de sela túrcica. Bifosfonatos nitrogenados
são o tratamento de primeira linha, deve-se preferir o ácido zolendrônico, especialmente em pacientes idosos ou em doença extensa.
GOTA CUTÂNEA EXTENSA E ARTRITE
PSORIÁSICA: RELATO UM CASO
Daniele Kelle Lopes de Araújo, João Rodrigues de Araújo Neto,
Ana Karla Guedes de Melo,
Danielle Christinne Soares Egypto de Brito,
Alessandra Sousa Braz C. Andrade,
Eutília Andrade de Medeiros Freire
Centro de Ciências Médicas, Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa, PB,
Brasil
Introdução: A gota é caracterizada por artrite recorrente e hiperuricemia, com depósitos de cristais de urato na sinóvia e em tecidos não articulares. As manifestações cutâneas mais comuns são
os nódulos subcutâneos, denominados tofos, além de manifestações atípicas como pústulas, ulcerações e paniculite. Na psoríase,
devido à hiperuricemia ser frequente, existe um risco aumentado
de gota, descrito na ordem de 1,71 vez e de 4,95 vezes quando há
concomitância com artrite psoriásica. Relato de caso: Paciente do
sexo masculino, 49 anos, hipertenso, diabético, portador de gota
tofácea crônica e nefrolitíase, evoluiu com lesões cutâneas nodulares amareladas, pequenas, disseminadas em abdome, particularmente nos quadrantes inferiores. Ao exame, apresentava poliartrite
e lesões eritemato-descamativas em tronco, membros e couro cabeludo, cujo histopatológico confirmou psoríase. Exame das lesões
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anteriormente descritas demonstrou a presença de urato em pele e
tecido celular subcutâneo. Vinha em uso de prednisona 40 mg/dia,
hidroclorotiazida colchicina 25 mg/dia e colchicina 2 mg/dia, além
de outras medicações para hipertensão e diabetes. Exames laboratoriais mostravam uma uricemia de 10 mg/dL, sem outras alterações.
Foi iniciado metotrexato 15 mg/semana para tratamento da psoríase,
além de ácido fólico 10 mg/semana e alopurinol 300 mg/dia. Mantida a colchicina na dose de 1,5 mg/dia e a prednisona 20 mg/dia, em
virtude das comorbidades do paciente; suspensa o hidroclorotiazida.
Foi prescrito arava 20 mg/dia, pois ainda permanecia com poliartrite,
e diminuída a prednisona para 5 mg/dia. Conclusão: A gota cutânea
é uma forma rara que pode preceder ou não o envolvimento articular da doença. O reconhecimento precoce e o início do tratamento
apropriado podem evitar a progressão das lesões e o aparecimento
de outras. Os autores chamam atenção para a rara forma de acometimento cutâneo da gota e sua coexistência com artrite psoriásica.
IMPACTO DO USO PROLONGADO COM
GLICOCORTICOIDE NA DENSIDADE MINERAL ÓSSEA
DE PACIENTES COM MIASTENIA GRAVIS
Nayara Felicidade Tomaz Braza,b, Natalia Pessoa Rochaa,
Érica Leandro Marciano Vieiraa, Rodrigo Santiago Gomeza,
Izabela Guimarães Barbosaa, Olívio Brito Malheiroa,
Adriana Maria Kakehasia, Antônio Lúcio Teixeiraa
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil
University of Texas Health Science Center at Houston, Houston, Estados Unidos
a
b
Objetivo: Avaliar a frequência de baixa massa óssea em pacientes
com Miastenia gravis (MG) e investigar a possível associação entre
a dose acumulada de glicocorticoide e a densidade mineral óssea
(DMO). Material e métodos: O estudo envolveu 80 pacientes com MG
(60 mulheres e 20 homens) e 62 controles saudáveis (39 mulheres e
23 homens). Foram coletados dados clínicos e antropométricos e as
DMO do colo femoral direito e da coluna lombar (L1-L4) foram avaliadas pela técnica de absorciometria por dupla emissão de raios X
(DXA) em aparelho Hologic software 3.3.01. Foi calculada a dose acumulada total de glicocorticoide equivalente a prednisona. Resultados: A média dos pacientes foi de 41,89 anos (± 14,17), com duração
média da doença de 13,53 anos (± 10,05) e média de dose acumulada
de prednisona de 38.123 mg (± 41.895); 72% dos pacientes estavam
em uso de glicocorticoides e os demais já haviam feito uso anteriormente; 12% dos pacientes sofreram fratura sintomática após o
início do tratamento e 10% apresentaram deficiência nos níveis de
vitamina D (10-20 ng/mL). O grupo MG apresentou redução significativa nos parâmetros de massa óssea quando comparado com o
grupo controle: DMO da coluna lombar (p = 0,041), T-score lombar (p
= 0,033), T-score colo femoral (p = 0,041), DMO (p = 0,001), T-score (p =
0,001) e Z-score (p = 0,008) do corpo total; 14% dos pacientes com MG
apresentou osteoporose na coluna lombar e 2,5% no colo femoral.
Houve correlação negativa significativa entre a dose acumulada de
glicocorticoides e a concentração sérica de cálcio, T-score da coluna
lombar, e na DMO, T-score e Z-score do colo femoral. Conclusão: Corticoterapia sistêmica usada na MG influencia negativamente a DMO
tanto em coluna vertebral como em quadril. Enfatizamos a relevância do monitoramento terapêutico em pacientes com MG para o uso
racional de glicocorticoide e o aporte adequado de cálcio.
MELORREOSTOSE: RELATO DE DOIS CASOS
Laila Poubel Boechat de Castro, Elisa Fernandes de Melo,
Victor Berçot da Silva, Blanca Elena Rios Gomes Bica,
Joana Marins Soares, Renata Frisso Coffler,
Laura Maria Carvalho de Mendonça, Monica Cuellar Arnez,
Isis Reis Carvalho, Haim Maleh
Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Introdução: Relatamos dois casos de melorreostose. Ambos os
pacientes são do sexo masculino na sexta década de vida e procuraram o serviço de reumatologia para elucidação diagnóstica. Relatos de caso: Caso 1: Homem negro, 55 anos, sem comorbidades,
procura o serviço de reumatologia para investigação de aumento
de ferritina sérica (entre 500, 600), porém assintomático. Os exames do metabolismo do ferro foram normais, exceto ferritina e
investigação para hemocromatose negativa. Solicitada imagem das
mãos, pensou-se em hemocromatose, em conjunto com a gastroenterologia. RX mão direita: presença de imagem cortical densa ao
longo da face ulnar da falange proximal do 4° dedo compatível com
melorreostose. Caso 2: Homem, 54 anos, com queixa de dor em
MID (quadril, fêmur e joelho e tíbia) havia mais de 10 anos, de caráter mecânico, piorava com a deambulação. Cintilografia óssea mostrou aumento de captação em terço distal de fêmur direito, patela
e toda a tíbia direita e terço proximal de tíbia esquerda. Tomografia
de MID mostrou espessamento e esclerose cortiço-subperiosteal
e endosteal irregular circunferencial e no espaço medular difusamente em púbis, tíbia, patela, calcâneo, talus, navicular e cuneiforme, compatível com melorreostose. Tratado com alendronato
por alguns anos, seguido pelo ácido zolendrônico, com melhoria
parcial dos sintomas. Discussão: A melorreostose é uma doença
rara, caraterizada por hiperostose linear ao longo do córtex ósseo.
Pode afetar qualquer osso, mas é mais frequente em ossos longos.
As lesões tendem a ser segmentares e unilaterais. A etiologia permanece desconhecida. Não apresenta diferença significativa entre
sexos ou hereditariedade. As manifestações clínicas são principalmente a dor local, a deformidade e a rigidez articular, mas pode ser
assintomática em achado de imagem. O diagnóstico é obtido pela
conjugação da clínica com os exames radiológicos (principalmente
radiografia com imagem típica em “cera derretida”). Não existe tratamento definitivo ou específico.
MIOPATIA POR CORPÚSCULOS DE INCLUSÃO HEREDITÁRIA
ASSOCIADA À DOENÇA DE PAGET: RELATO DE CASO
Marcel Morsch, Erick Cavalcanti Cossa, Felipe Dunin dos Santos,
Fernanda Maria Borghi, Bruna Burko Rocha Chu, Laura Giovanella,
Bruno Queiroz Zardo, João Pedro Pereira da Cunha,
Marcelo Enokawa, Eduardo S. Paiva
Hospital de Clínicas, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, PR, Brasil
Introdução: A mutação do gene da VCP acarreta uma síndrome
caracterizada por miopatia por corpúsculos de inclusão, doença
de Paget óssea e demência fronto-temporal. Relato de caso:
Paciente do sexo masculino, 59 anos, havia sete com fraqueza
muscular assimétrica sem resposta com prednisona 1 mg/kg/dia
durante um ano. Biópsia muscular e eletroneuromiografia evidenciaram desinervação com corpos de inclusão e padrão miopático. Submetido a uma cintilografia óssea por suspeita de neoplasia de próstata com áreas hipercaptantes, mas radiografia
simples e tomografia computadorizada de coluna evidenciaram
alterações ósseas compatíveis com doença de Paget. O diagnóstico final foi de miopatia por corpúsculos de inclusão hereditária
associada a doença de Paget, pois a irmã apresenta os mesmos
diagnósticos. Fez 90 mg de pamidronato e atualmente em uso de
metotrexato 15 mg por semana e fisioterapia motora, com estabilidade da força muscular. Discussão: A miopatia por corpúsculos
de inclusão hereditária associada com doença de Paget óssea e
demência fronto-temporal é causada por uma mutação no gene
da proteína que contém valosina (VCP). Até o momento existe
a identificação da mutação em 31 indivíduos no mundo. A miopatia por corpúsculos de inclusão ocorre em 90% dos pacientes,
a doença de Paget óssea em 50% e a demência fronto-temporal
em um terço dos casos. O tratamento acaba direcionado para o
fenótipo apresentado. Conclusão: É uma condição genética rara,
mas que deve ser pensada frente a um diagnóstico de miopatia
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por corpúsculos de inclusão, visto que até 30% dos casos a manifestação muscular é o único achado. A doença de Paget óssea é
a segunda manifestação mais frequente, seguida pela demência
fronto-temporal.
NECROSE AVASCULAR DA EXTREMIDADE
ESTERNAL DA CLAVÍCULA
Elisa Fernandes de Melo, Laila Poubel Boechat de Castro,
Ingrid Bandeira Moss, Tatiana Melo Fernandes,
Joana Marins Soares, Victor Berçot da Silva, Isis Reis Carvalho,
Renata Frisso Coffler, Luiza Silva Machado de Andrade,
Blanca Elena Rios Gomes Bica
Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Introdução: A necrose avascular da extremidade esternal da clavícula é denominada de doença de Friedrich e foi descrita inicialmente por ele em 1924. É uma condição rara que pode ser erroneamente diagnosticada como osteomielite, artrite e ou mesmo
tumores ósseos. Relato de caso: Mulher, 64 anos, do lar, relata
aumento do volume da parte medial da clavícula direita havia
seis meses. Assintomática. Ao exame físico há aumento local da
extremidade esternal de clavícula. Laboratório: sem alterações.
Imagens: RX esterno sem alterações; clavícula direita: reabsorção óssea da porção distal da clavícula com aumento do espaço
articular acrômio-clavicular; tomografia computadorizada esternoclavicular: redução do espaço da articulação acrômio-clavicular direita, esclerose e pequenas imagens císticas subcondrais
na clavícula, consistente com alterações degenerativas, articulação acrômio-clavicular e sem alterações; ressonância magnética esternoclavicular: aumento nas dimensões do plano articular esternoclavicular à direita por lesões císticas osteocondrais e
espessamento do plano tecidual sinovial periarticular, pode corresponder a alterações degenerativas, edema ósseo com derrame
articular em região medial da clavícula direita; cintilografia óssea:
hipercaptação intensa do radiofármaco em articulação esternoclavicular direita e porção proximal da clavícula direita. Discussão: A doença de Friedrich é a necrose espontânea da extremidade esternal da clavícula de etiologia desconhecida. Geralmente
é unilateral, acomete preferencialmente mulheres. Caracteriza-se pelo aumento de volume e dor na região da articulação esternoclavicular. Diagnósticos diferenciais: osteoartrose, neoplasias, tuberculose, osteomielite, doença de Paget e subluxação da
articulação esternoclavicular. O exame histológico e a avaliação
radiográfica geralmente confirmam o diagnóstico. A maioria dos
pacientes evolui com remissão dos sintomas e melhoria do arco
de movimento com tratamento conservador, fica o tratamento
cirúrgico reservado para os casos resistentes.
OSTEOGÊNESE IMPERFEITA: RELATO DE CASO
Luciano Barbosa de Andrade
Hospital Regional de Ceilândia (HRC), Brasília, DF, Brasil
Introdução: Osteogênese imperfeita é um defeito do colágeno
tipo 1, leva a fragilidade óssea e fraturas recorrentes. Pode se
apresentar em vários graus, de leve (ainda assim com risco de
fraturas) até quadros graves com fraturas por traumas mínimos
e mesmo intrauterinas. Relato de caso: Feminina, 35 anos, em
20/08/2014 queixou-se de dor cervical após trauma mínimo havia
sete dias. Compareceu ao PS na data do acidente, recebeu medicação e alta. Ao exame: baixa estatura, deformidades nos quadro membros, decorrentes de fraturas prévias. Dor aos movimentos da coluna cervical, sem deficit neurológico. RX feito no PS na
data do acidente mostrava fratura alinhada da base do processo
S35
odontoide de C2. Instalado colar cervical e solicitada TC, que
mostrou fratura de C2 na base do odontoide, da massa lateral e
lâmina direita. Foi instituido o tratamento definitivo com colar
cervical rígido, com consolidação e melhoria dos sintomas em
quatro meses. Em 31/05/2016 referiu dor na coxa esquerda havia
dois mês, após alongamentos feitos por fisioterapeuta, sem prescrição médica. Compareceu ao pronto-socorro na época, recebeu orientações de analgesia apenas. Ao exame apresenta dor na
coxa esquerda. Apresenta deformidade antiga em função de fraturas anteriores. RX feito no pronto-socorro mostrava fratura em
consolidação da diáfise do fêmur, além de arqueamento decorrente de fraturas antigas. Solicitada TC, que mostrou fratura
em consolidação da diáfise do fêmur esquerdo. Instituído tratamento conservador da fratura. Discussão: Apesar da fragilidade
óssea, os pacientes com osteogênese imperfeita apresentam
consolidação adequada de suas fraturas. O acompanhamento
deve focar em se evitar deformidades, que trazem grande limitação funcional. O acompanhamento adequado e multidisciplinar dos pacientes pode evitar complicações, como na paciente do
caso apresentado, que tem sequelas nos membros decorrente de
fraturas repetidas e mesmo não diagnosticadas imediatamente.
OSTEOMALÁCIA ONCOGÊNICA: CAUSA
RARA DE FRATURAS ÓSSEAS
Blanca Elena Rios Gomes Bica, Laila Poubel Boechat de Castro,
Elisa Fernandes de Melo, Ingrid Bandeira Moss,
Tatiana Melo Fernandes, Joana Marins Soares,
Laura Maria Carvalho de Mendonça, Isis Reis Carvalho,
Victor Berçot da Silva, Renata Frisso Coffler
Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Introdução: Osteomalácia induzida por tumor (também conhecida como osteomalácia oncogênica) é uma condição incomum,
na qual o fator de crescimento de fibroblastos 23 (FGF-23), um
polipeptídeo secretado por tumores mesenquimais, provoca fosfatúria, que por sua vez resulta em mineralização óssea deficiente. Relato de caso: Homem 55 anos, havia cinco anos em
investigação para múltiplas fraturas em diversos ossos e dores
ósseas difusas. Exames laboratoriais com fósforo sérico e vitamina D baixos, fosfatúria 24h e FA óssea muito aumentada, além
de osteoporose grave à densitometria. Após exclusão de outras
causas de osteomalácia em adultos, aventou-se a possibilidade
de osteomalácia oncogênica. Foi solicitado FGF-23, aumentado,
e PET-SCAN, sem alterações. Tratamos o paciente sintomaticamente com reposição de vitamina D, quelante de fósforo e ácido
zoledrônico, pois o tumor ainda não foi encontrado. Há dois anos
o paciente não tem mais fraturas, além de melhoria da dor óssea
e qualidade de vida. Discussão: A osteomalácia induzida por
tumor é uma síndrome paraneoplásica rara, acomete adultos na
sexta década de vida. Há dor óssea difusa, dores musculares e
fraqueza, além de fosfatúria, hipofosfatemia, baixa vitamina D,
osteomalácia e FGF-23 elevado. Os tumores são geralmente primários, pequenos, mesenquimais, podem acometer qualquer
localização, benignos e incidiosos, o que dificulta o diagnóstico.
Expressam receptores de somatostatina e secretam FGF-23. O
rastreio é feito da seguinte forma: estudo funcional com Octreo-SPECT e FDG-PET/CT e complementar com estudo anatômico
guiado pelo estudo funcional com RM ou TC. Se o estudo funcional for negativo, avaliar RM ou TC de locais não bem visualizados pela imagem funcional (cérebro, fígado e baço), além de
áreas mais acometidas por esse tipo de tumor (seios paranasais e
extremidades). Caso não encontre o tumor primário, repetir imagem funcional em 1-2 anos.
S36
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OSTEOMIELITE CRÔNICA MULTIFOCAL
RECORRENTE: RELATO DE CASO
Anna Larissa Faria Janes,
Andrea Ribeiro Gonçalves de Vasconcelos Medeiros,
Marcela Maria da Silva, Juliana Silvatti, Daniele Scherer,
Ana Carolina Franco Passos, André de Paula Silva Ramos,
Ricardo Amaro Noleto Araújo, Marcelo de Medeiros Pinheiro
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
Introdução: A osteomielite crônica multifocal recorrente (OCMR) é
uma doença rara, de curso recidivante, predomínio no sexo feminino entre 4-14 anos, caracterizada por aparecimento de lesões
semelhantes a osteomielite piogênica, mas com exames microbiológicos persistentemente negativos. Relato de caso: Feminino,
32 anos, referia desde os 24 anos história de nodulação 1/3 médio
do braço direito, dolorosa, endurecida, quente e com hiperemia
local. Lesão tinha um curso autolimitado e recorrente, com duração média de duas a três semanas, mantinha sinais inflamatórios
associada a calafrios, sem febre, perda de peso ou drenagem de
secreção. Nos últimos dois anos os episódios tornaram-se mais
frequentes, relato de até sete episódios de exacerbação por ano.
Tinha diagnóstico de osteoartrite de quadril direito com limitação
de movimento e encurtamento do membro, quadro iniciado aos 13
anos por dor em quadril, febre e poliartralgia. Paciente com exames laboratoriais sem alterações, fez diversos tratamentos com
antibióticos sem melhoria. Internada para investigação do quadro.
USG revelou coleção com limites mal-definidos localizada no plano
subcutâneo, com conteúdo anecoico e debris, feita biópsia de lesão
subcutânea com pesquisa bacteriológica e fúngica negativa. RX e
RNM mostravam lesões escleróticas e osteolíticas nas diáfise dos
úmeros, terço médio/distal da diáfise femoral e no terço distal da
fíbula, sugeriram osteomielite crônica multifocal recorrente. Biópsia óssea revelou osteomielite crônica com intensa plasmocitose
de natureza reacional. Feito o diagnóstico de OCMR e iniciada terapêutica com AINES e bifosfonato. Discussão: A OCMR é uma doença
rara, infrequente na faixa adulto com etiologia ainda desconhecida,
porém se acredita se tratar de uma doença autoinflamatória. Como
diagnóstico de exclusão, é necessário afastar osteomielite piogênica, bem como neoplasias ou displasias ósseas. AINES, bisfofonatos
e Dmards podem ser usados para controle da doença.
PICNODISOSTOSE: DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
DE FRATURAS RECORRENTES
Henrique Ayres Mayrink Giardini, Rafael Alves Cordeiro,
Mariana Ortega Perez, Michelle Remião Ugolini Lopes,
Diogo Souza Domiciano, Rosa Maria Rodrigues Pereira
Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (HC-FMUSP),
São Paulo, SP, Brasil
Introdução: A picnodisostose é uma doença óssea rara, autossômica recessiva, causada por mutação no gene da catepsina K,
enzima-chave no processo de reabsorção óssea. Pacientes com essa
doença apresentam baixa estatura, dismorfismos faciais, acrosteólise e múltiplas fraturas por fragilidade. Relato de caso: Mulher, 43
anos, múltiplas fraturas de ossos longos desde a infância. Negava
consanguinidade entre os pais, etilismo, tabagismo e uso de glicocorticoides. Desenvolvimento puberal e ciclos menstruais normais. Estatura 127 cm, 43 kg, fronte proeminente, micrognatia e
microdactilia. 25OHD: 17 ng/mL. CTX (0,09 ng/mL) e P1NP (14 ng/
mL) séricos baixos, sugerem baixo turnover ósseo. Demais exames
bioquímicos e hormonais do metabolismo ósseo normais. Densitometria óssea normal (coluna Z = + 0,6 DP; quadril Z = + 2,8 DP).
Radiografias: esclerose difusa de ossos longos, disostose de suturas
cranianas, acrosteólise de falanges distais e hipoplasia de mandíbula. Tomografia computadorizada quantitativa periférica de alta
resolução de tíbia e rádio: aumento do volume ósseo total, aumento
da espessura cortical, aumento da espessura e número das trabéculas e redução da separação trabecular. Aventada hipótese de picnodisostose, iniciada suplementação de vitamina D e cálcio. Após
dois anos, apresentou nova fratura em acrômio direito. Biópsia de
crista ilíaca mostrou aumento de osteoide e das superfícies osteoblástica e osteoclástica. Pelos achados da biópsia, foi aumentada
a suplementação de Vitamina D e, por manter CTX e P1NP suprimidos, optou-se por início de teriparatida. Discussão: Picnodisostose é um diagnóstico diferencial de fraturas recorrentes desde a
infância e deve ser considerada em pacientes com osteoesclerose
de ossos longos e acrosteólise de falanges distais, baixa estatura e
dismorfismos faciais. Postula-se que a arquitetura óssea lamelar
desorganizada seja o motivo do aumento do risco de fraturas nesses pacientes. Não existe tratamento específico.
SÍNDROME DE NSSU-HAKOLA: RELATO DE CASO
Luciano Barbosa de Andrade
Hospital Regional de Ceilândia (HRC), Brasília, DF, Brasil
Introdução: A síndrome de Nasu-Hakola se apresenta em pacientes
nos quais ocorre substituição do osso esponjoso de ossos longos por
tecido gorduroso. Os pacientes apresentam, portanto, grande fragilidade óssea, com fraturas recorrentes. Geralmente acomete o esqueleto apendicular e poupa o esqueleto axial. Além do aparelho locomotor também há acometimento cerebral, com evolução para demência
a partir dos 40 anos. Relato de caso: Paciente comparece ao pronto-socorro e refere queixa de dor no joelho direito após entorse. Refere
fraturas frequentes nos membros inferiores. Ao exame apresenta
derrame e instabilidade em varo. Radiografia mostra fratura com
afundamento do planalto tibial lateral e presença de lesões císticas
no fêmur distal e tíbia proximal. Feitas radiografias dos membros
inferiores e superiores, que mostravam tais lesões nas metáfises de
úmeros, antebraços, tíbias, fêmures e ossos dos pés. Submetido a tratamento cirúrgico com resultado excelente. Posteriormente foi submetido a tratamento cirúrgico por fratura do fêmur proximal direito,
fratura do pilão tibial direito, do planalto tibial esquerdo e dos calcâneos. A síndrome de Nasu-Hakola não tem causa conhecida. Cursa
com fraturas recorrentes com traumas mínimos.
TERIPARATIDE COMO FATOR DE DESCOMPENSAÇÃO
DE INSUFICIÊNCIA ADRENAL RELATIVA
Amanda Campos Mozer Sodre,
Alisson Aliel Vigano Pugliesi, Flavio Fernandes Barbosa,
Mateus Fornasieri Mokwa, Ana Paula Toledo Del Rio,
Manoel Barros Bertolo, Simone Appenzeller, Zoraida Sachetto
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
Introdução: O teriparatide é medicação análoga do paratormônio
(PTH), capaz de estimular a atividade osteoblástica e com potencial
efeito anabólico, atualmente reservado para o tratamento de formas
graves ou refratárias de osteoporose. Dentre seus efeitos colaterais
mais comuns, podemos citar hipercalcemia, hipercalciúria e um
possível aumento de risco de osteossarcoma em indivíduos predispostos. Hiponatremia é rara e sua associação com pioria de sintomas
de insuficiência adrenal não foi encontrada na literatura. Relato de
caso: Paciente do sexo feminino, 73 anos, branca, com os diagnósticos de síndrome de Sjögren primária, osteoporose pós-menopausa,
hipotireoidismo central, insuficiência adrenal relativa, hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus, que vinha em acompanhamento regular com a reumatologia e endocrinologia, mantinha
TSH dentro da meta terapêutica e sem sinais de descompensação
de insuficiência adrenal. Teve indicação de teriparatide por falha ao
bisfosfonato e ranelato de estrôncio. Cinco dias após introdução da
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medicação, apresentou hiponatremia sintomática. Houve melhoria
com suspensão da droga e manejo clínico do distúrbio hidroeletrolítico. Na reintrodução do teriparatide, novamente apresentou hiponatremia sintomática, dessa vez associada a hipotensão e hipoglicemias leves. Sem uso de glicocorticoides e com apenas a retirada
novamente da medicação, houve resolução completa do quadro.
Discussão: A insuficiência adrenal cursa com hiponatremia, hipotensão e hipoglicemia. O caso visa a alertar o reumatologista sobre
um efeito colateral raro, mas potencialmente grave, do teriparatide
em pacientes com insuficiência adrenal relativa.
Área Temática: Educação médica
PERFIL VACINAL DOS PACIENTES EM USO DE
IMUNOBIOLÓGICOS NO CENTRO DE INFUSÃO DO
HOSPITAL GERAL DE FORTALEZA (HGF)
Thaisa Tenório Abreu, Ana Joicy Pinheiro Luz,
Maria Roseli Monteiro Callado, Felipe de Almeida Paiva,
Andrea Rocha de Saboia Mont’alverne,
Rejane Maria Rodrigues de Abreu Viera
Hospital Geral de Fortaleza (HGF), Fortaleza, CE, Brasil
Objetivo: Descrever o perfil vacinal dos pacientes portadores de
doenças reumáticas, em uso de biológicos do centro de infusão
de um hospital público de Fortaleza e identificar se as orientações
sobre vacinação estão sendo dadas pelo médico assistente desses
pacientes. Material e métodos: Estudo transversal, feito no Centro de infusão do HGF, de agosto de 2015 a janeiro de 2016. Preenchimento de questionário próprio, avaliação de cartões de vacina,
quando disponíveis. Foram incluídos pacientes adultos com diagnóstico de doença reumatológica e que recebiam qualquer uma
das drogas biológicas. A análise estatística descritiva foi usada
para avaliação das características da amostra. Resultados: A população estudada foi de 120 pacientes, 68% do sexo feminino. A média
foi 49,6 anos. O diagnóstico mais prevalente foi artrite reumatoide
(63%), seguido por espondilite anquilosante (32%). O uso de DMCD
concomitante ao uso do biológico foi observado em 63%. Sobre o
perfil vacinal, 70% afirmaram ter cartão vacinal, porém apenas
46% afirmaram estar com o cartão atualizado; 70% dos pacientes
receberam vacina na vigência do tratamento com imunobiológicos. Apenas 20 pacientes (17%) obtiveram informação do seu reumatologista assistente, os demais submeteram-se à vacinação sem
recomendação médica específica, por conta própria ou por recomendações de agentes de saúde dos seus bairros. A vacina mais
administrada foi a influenza anual (62,5%), seguida da hepatite B
(6%) e tríplice (12,5%). Conclusão: Os pacientes foram pouco orientados pelos seus médicos assistentes. Houve elevada frequência de
vacinação com vírus vivo atenuado de forma inadvertida. A cobertura vacinal, de acordo com as recomendações atuais, foi abaixo da
que é indicada, o que reflete a realidade de grande parte dos serviços do Brasil.
Área Temática: Epidemiologia
ANÁLISE DA TUBERCULOSE OSTEOARTICULAR
NO BRASIL: CORRELAÇÃO ENTRE FATORES
EPIDEMIOLÓGICOS E MACROECONÔMICOS
Lucas Pereira Moura
Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC), Salvador, BA, Brasil
S37
Objetivo: Descrever o número de internações, média de permanência em internação e taxa de mortalidade por tuberculose ósteoarticular no Sistema Único de Saúde do Brasil, considerando sua
divisão regional. Determinar a correlação entre o PIB e o IDH estaduais com a taxa de mortalidade e número de internações. Material e métodos: Desenho de estudo observacional e analítico, com
o uso das bases de dados Datasus e IBGE. Foram coletados dados de
janeiro de 2008 a dezembro de 2015. As variáveis analisadas foram:
número de internações e óbitos, média de permanência em internação, taxa de mortalidade, PIB e IDH estaduais. Para a análise estatística foi usado o coeficiente de correlação de postos de Spearman
(rho), calculado com o IBM SPSS v. 20, com intervalo de confiança
de 95%. Resultados: O número de internações registrado no país no
período foi de 515. A região Sudeste representou 53,39%, seguida
pela Nordeste (18,44%), Norte (9,90%), Sul (9,70%) e Centro-Oeste
(8,54%). A taxa de mortalidade registrada no Brasil, em óbitos por
100 internações, foi de 3,5, com média e desvio-padrão iguais a 4,74
e 6,92, respectivamente. A média de permanência em internação
foi de 15,49 dias, com desvio-padrão igual a 5,57. Foram encontradas correlações muito fortes (rho > 0,8) para: taxa de mortalidade
com o PIB estadual (rho = -0,829; p < 0,01), número de internações
com o PIB estadual (rho = 0,813; p < 0,01), número de internações
com a taxa de mortalidade (rho = -0,978; p < 0,01). A relação entre
número de internações com o IDH estadual foi moderada (rho =
0,405; p < 0,05). Conclusão: Este trabalho demonstra que há importante correlação entre os fatores macroeconômicos e o número de
internações e a taxa de mortalidade por tuberculose ósteoarticular.
Portanto, devem-se desenvolver estratégias amplas de abordagem
dessa problemática na atenção básica, a fim de evitar complicações
potencialmente incapacitantes.
DADOS CLÍNICOS E DEMOGRÁFICOS DE PACIENTES
INTERNADOS NO SERVIÇO DE REUMATOLOGIA DE
HOSPITAL TERCIÁRIO DA CIDADE DE SÃO PAULO (SP)
Daniele Scherer, Anna Larissa Faria Janes,
Andrea Ribeiro Gonçalves de Vasconcelos Medeiros,
André de Paula Silva Ramos, Juliana Silvatti,
Marcela Maria da Silva, Edgard Torres dos Reis Neto
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
Objetivo: Avaliar as principais doenças reumáticas e os motivos de
internação na enfermaria de reumatologia em hospital terciário da
cidade de São Paulo (SP), Brasil. Material e métodos: Estudo retrospectivo, descritivo, em que foram avaliados dados clínicos e demográficos dos pacientes internados na enfermaria de reumatologia
de um hospital-escola de São Paulo, de 01/05/2015 a 31/05/2016.
Resultados: No período, 101 pacientes foram internados, com
mediana de 41 anos (18-85), a maioria do gênero feminino (84,7%)
e da cor branca (53,1%); 26% eram do lar e 19,8% aposentados/afastados do trabalho. O tempo médio de internação foi de 14 dias. A
doença reumática com maior taxa de internação foi LES (39,6%),
seguida por pacientes com vasculites (16,9%), outras colagenoses
(15,8%) e pacientes em investigação diagnóstica (12,9%). As principais comorbidades foram hipertensão (36,6%), diabetes mellitus
(16,8%) e hipotireoidismo (13,9%). O principal motivo para internação foi investigação diagnóstica (35,2%), seguido por atividade da
doença de base (19,6%) e complicações infecciosas (14,7%). Óbitos
ocorreram em dois pacientes (1,9%). Conclusão: Esses dados corroboram a maior prevalência de doença reumática no sexo feminino
entre a terceira e quinta décadas de vida. O LES foi a doença com
maior número de internações e, como na literatura, a atividade
de doença e infecção foram importantes causas nesse contexto.
A taxa de óbito foi baixa e a alta taxa de internações para investigação diagnóstica infere a dificuldade de acesso da nossa população aos meios diagnósticos. A identificação dos principais fatores associados a internação nas doenças reumáticas em estudos
S38
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posteriores pode ser uma estratégia útil como medida de planejamento de saúde pública para melhoria no atendimento desses
pacientes e redução de custos.
EPIDEMIOLOGIA DE ÓBITOS POR LÚPUS ERITEMATOSO
SISTÊMICO EM GOIÂNIA (GO), BRASIL, DE 2009 A 2013
Glaydson Jeronimo da Silva, Tainara Aires Rodrigues,
Luciany Victor de Andrade, Ludimila de Assis Moreira,
Lívia Barros de Andrade, Letícia Caetano Adorno
Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, Goiânia, GO, Brasil
Objetivo: Determinar o número de óbitos por lúpus eritematoso
sistêmico (LES) na cidade de Goiânia, GO, Brasil, de 2009 a 2013.
Material e métodos: Os dados foram coletados no banco de dados
do Sistema Único de Saúde (Datasus), especificaram os óbitos por
faixa etária, sexo e cor, de 2009 a 2013. Resultados: Foram demonstrados 184 óbitos por LES durante os cinco anos analisados. A descrição quanto à faixa etária varia de cinco anos a mais de 80, a
maioria dos óbitos ocorreu entre 30 e 39 (24,45%). Com relação ao
sexo, 91,3% dos óbitos foram do feminino. E de acordo com a cor,
a maior prevalência dos óbitos foi na parda (45,65%). Conclusão:
A incidência obtida em Goiânia (GO) está próxima das incidências
observadas na grande maioria dos estudos nacionais, visto que o
sexo feminino, a faixa etária de adulto jovem e a cor parda são
mais prevalentes no LES.
MUTIRÃO DE DOENÇAS REUMÁTICAS EM UMA
CIDADE DO INTERIOR DO AMAZONAS
Daniela de Paula Almeidaa, Luiz Paulo Rocha Zógobb,
Mariana Pereira Ferreirab, Pedro Juliano de Mesquita Ferreirab,
Helena Lúcia Alves Pereiraa, Sandra Lúcia Euzébio Ribeiroc
Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Manaus, AM,
Brasil
b
Faculdade de Medicina, Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Manaus, AM,
Brasil
c
Departamento de Clínica Médica, Faculdade de Medicina, Universidade Federal do
Amazonas (UFAM), Manaus, AM, Brasil
a
Objetivo: Relatar as atividades de extensão da Liga Acadêmica de
Reumatologia da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), que
leva atendimento e orientação de doenças reumáticas às comunidades carentes da cidade de Manacapuru, interior do estado. Material e métodos: A ação social contou com a participação de 20 pessoas, quatro reumatologistas, 11 acadêmicos e cinco funcionários
da policlínica. Supervisionados pelos reumatologistas, os acadêmicos fizeram anamnese e exame físico da população com queixa
de dor musculoesquelética e preencheram um questionário elaborado para o mutirão. Os pacientes com dor articular receberam
solicitação de exames complementares e aqueles com suspeita clínica de doença reumática sistêmica (LES e AR) foram encaminhados para serviço especializado em reumatologia no Ambulatório
Araújo Lima da UFAM. Os pacientes e acompanhantes receberam
panfletos que explicavam as principais doenças reumáticas, como
preveni-las e identificá-las. Resultados: Atendidos 148 pacientes,
111 mulheres e 37 homens, com média de 54 anos. Os principais
diagnósticos: osteoartrite de joelho e de mãos, fibromialgia e reumatismo de partes moles, além de quatro pacientes com suspeita
clínica de doença reumática sistêmica (LES e AR). Todos receberam orientação quanto ao manejo farmacológico e não farmacológico das patologias. As comunidades atendidas eram em sua larga
maioria de classe social, econômica e cultural baixa, cujo acesso
à saúde é extremamente restrito, principalmente quando se trata
de consulta com especialista. Conclusão: As atividades levaram
aos pacientes uma maior compreensão acerca de suas patologias
e um atendimento especializado não ofertado na saúde pública
do município. Além disso, o mutirão proporcionou aos acadêmicos uma oportunidade de interação com as comunidades carentes
e treinamento no diagnóstico e manejo das patologias reumáticas
no âmbito da atenção básica.
SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO: UMA
AVALIAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA
Felipe Fagundes de Britoa, Fernanda Croshes Siqueiraa,
Eurico Del Fiaco Netob, Izabella Fernandes Viana Montechic,
Silvério Godoy Del Fiacod, Larissa Godoy Del Fiacod,
Amanda Ribeiro Godoy Bezzane
Faculdade de Medicina, Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto
Central (FACIPLAC), Brasília, DF, Brasil
b
Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), Brasília, DF, Brasil
c
Faculdade Medicina, Faculdade Atenas, Paracatu, MG, Brasil
d
Faculdade Medicina, Faculdade Alfredo Nasser (UNIFAN), Goiânia, GO, Brasil
e
Faculdade Medicina, Faculdade Presidente Antônio Carlos de Araguari (UNIPAC
Araguari), Araguari, MG, Brasil
a
Objetivo: Traçar um perfil epidemiológico dos casos de síndorme do
túnel do carpo (STC), no Brasil, entre 2008 e 2015, quanto à região
e ao ano de registro. Material e métodos: Estudo epidemiológico
observacional, descritivo, retrospectivo, com a abordagem quantitativa. Foram analisados dados do Datasus. Resultados: Em termos
geográficos, a região Sudeste apresenta os maiores registros de STC,
representa 53% do total, 40.697 desses. É seguida pelas regiões Sul,
Nordeste, Centro-Oeste e Norte, que representam, respectivamente,
28%, 10%, 8% e 1%. Quanto aos resultados temporais, em 2008 ocorreram 6.830 casos de STC. Um aumento progressivo foi obervado nos
anos seguintes, atingiu 10.097 casos em 2012, voltou ao crescimento
em 2014, com 11.646 casos, e 2015, com 11.075 registros. Conclusão:
A STC é caracterizada pela compressão do nervo mediano no punho,
é a mais frequente das síndromes compressivas e a causa mais frequente é a idiopática. Tem uma prevalência entre 4% e 5% da população, 9,2% nas mulheres e 0,6% nos homens, sobretudo entre 40 e 60
anos. Clinicamente se apresenta com dor, hipoestesia e parestesia
no território de sensibilidade do nervo mediano, com pioria noturna
dos sintomas, pode apresentar irradiação e perda de força. O diagnóstico é, acima de tudo, clínico pelos sintomas e testes provocativos, além do auxílio do exame eletroneuromiográfico. Neste estudo,
buscou-se estimar a epidemiologia da síndrome em nosso país, para
uma maior entendimento dela, e evidenciar sua maior prevalência
em adultos. Ressalta-se a importância do diagnóstico precoce, por
ser uma síndome que leva à incapacidade laboral significativa, o que
a torna um problema de saúde pública.
Área Temática: Esclerose sistêmica
“MÃOS À OBRA” – UM PROGRAMA DE
ORIENTAÇÕES E EXERCÍCIOS PARA AS MÃOS EM
PACIENTES COM ESCLEROSE SISTÊMICA
Sibila Floriano Landim, Manoel Barros Bertolo,
Ana Paula Toledo del Rio, Cecília Carmen Leme Mazon,
Cynara Ferreira Bernardes, João Francisco Marques Neto,
Marcos Felipe Marcatto de Abreu, Eduardo de Paiva Magalhães
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
Introdução: Os membros superiores são comumente acometidos na esclerose sistêmica (ES). Estratégias para manter e melhoria a função manual na ES estão indicadas durante todo o tratamento. Objetivo: Avaliar o efeito de um programa domiciliar de
orientações e exercícios para as mãos na ES. Material e métodos:
Um programa domiciliar denominado “Mãos à obra – Um guia de
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
orientações e exercícios para as mãos na ES” foi elaborado e submetido a um comitê julgador para validação de conteúdo. O manual
revisado impresso e em formato de DVD foi aplicado em um grupo
de pacientes com ES durante oito semanas considerando-se dor nas
mãos (escala visual analógica [EVA]), função manual (Cochin Hand
Function Scale [CHFS]), incapacidade (Scleroderma Health Assessment Questionnaire [SHAQ]), contratura de mãos (delta finger to palm
– dFTP), força manual (preensão, pinça-chave, pinça polpa-polpa),
qualidade de vida (SF-36), bem como os hábitos de aquecimento e
hidratação do corpo e das mãos. Resultados: Seguiram o manual 22
sujeitos (19 mulheres e três homens; 16 ES forma limitada e seis ES
forma difusa). Foi observada melhoria significativa da dor, função
manual (CHFS), incapacidade (SHAQ), deformidade (DFTP), força de
preensão, pinça-chave e pinça polpa-polpa, SF-36 (capacidade funcional, limitação aspecto físico, limitação aspecto social, dor, vitalidade e saúde mental) (p < 0,05). Houve melhoria referida no hábito
de hidratação da pele e aquecimento do corpo e das mãos. Conclusão: O uso de um programa domiciliar de orientações e cuidados
para as mãos na ES em um curto período foi eficaz na redução de
dor, no ganho de força manual, na redução de contratura de mãos,
bem como na redução da incapacidade e melhoria na qualidade
de vida. Pode auxiliar também na mudança de hábito em relação a
hidratação e aquecimento das mãos e do corpo.
ANÁLISE DA MORTALIDADE DA ESCLEROSE SISTÊMICA
NO BRASIL E REGIÕES DE 2000 A 2012
S39
Introdução: A doença crônica do tecido conjuntivo é denominada esclerodermia, classificada em dois tipos, a forma localizada,
que atinge apenas a pele e às vezes tecidos mais profundos, e a
forma sistêmica, esclerose sistêmica (ES), que leva a disfunções de
órgãos profundos. É uma doença autoimune que causa dano aos
vasos sanguíneos de pequeno calibre e às células produtoras de
colágeno. É uma doença rara, com uma prevalência estimada de
2-20 milhões/pessoas/ano e com predominância do sexo feminino
(ratio 3:1) com pico de incidência entre as 3ª e 5ª décadas de vida.
Seu quadro clínico é extenso. Podendo apresentar espessamento
cutâneo, fenômeno de Raynaud, vasculites, hiperpigmentação,
insuficiência renal aguda, fibrose pulmonar, hipertensão pulmonar, disfagia, esôfago Barret, esofagite, cirrose biliar primária e neuropatia periférica, entre inúmeros outros sintomas. Objetivo: Traçar um perfil epidemiológico dos casos de ES, no Brasil, entre 2008
e 2015, quanto à região e ao ano de registro. Material e métodos:
Estudo epidemiológico observacional, descritivo, retrospectivo,
com abordagem quantitativa. Foram analisados dados do Datasus.
Resultados: Em termos geográficos, a Região Sudeste apresenta os
maiores registros de ES, 50% do total, 7.788 desses. É seguida pelas
regiões Sul, Nordeste, Centro-Oeste e Norte, respectivamente, 27%,
11%, 9% e 3%. Quanto aos resultados temporais, há uma variação
discreta no período analisado, com 1.726 registros de ES em 2008,
1.763 em 2009, 1.742 em 2010, 1.844 em 2011, 1.852 em 2012, 1.824
em 2013, 2.040 em 2014 e 2.101 em 2015. Conclusão: trata-se de
uma síndrome complexa, na qual a corticoterapia tem pouco eficácia e seu tratmento de forma geral é direcionado à lesão órgão-alvo, segundo recomendações de órgãos internacionais.
Luiz Felipe Dipe, Mauro Goldfarb, Leonardo Romeiro
Hospital Federal dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (HFSE-RJ), Rio de Janeiro,
RJ, Brasil
Objetivo: Avaliar e comparar os óbitos e a taxa de mortalidade por
esclerose sistêmica (ES) (CID M34) no Brasil de 2000 a 2012. Material
e métodos: Estudo ecológico com dados retirados pelo sítio datasus.saude.gov.br e pesquisados pelo CID M34 em abril de 2016 com
anos estudados de 2000 a 2012. A análise foi feita por meio dos óbitos totais e das taxas de mortalidade. Foi usada uma planilha do
Excel para construção do banco de dados. Foi feita uma análise bivariada pelo programa Openepi com uso do teste t para comparação
das variáveis. Resultados: O número de óbitos totais de 2000 a 2012
no Brasil foi de 1.938. O número de óbitos no Nordeste, Sudeste, Sul,
Norte e Centro-Oeste foi de 282, 1.027, 427, 92 e 110, respectivamente.
As taxas de mortalidade por cada região tiveram as médias de 0,71
por 1.000.000 habitantes no Nordeste; 1,53 no Sudeste; 1,86 no Sul;
0,88 no Norte; 1,02 no Centro-Oeste. Foi analisada a diferença de
período 2000 a 2006 com 2007 a 2012 tanto em óbitos totais quanto
nas taxas e comparadas as diferenças de taxas. Foram encontradas
diferenças estatísticas nas taxas de mortalidade das regiões Norte e
Sudeste e no número de óbitos totais no território nacional. Conclusão: Os resultados apresentados evidenciam o aumento na mortalidade absoluta no Brasil e nas diferentes regiões e relativa no Sudeste
e Norte. É importante a preocupação com o cuidado dessa doença
para tentar melhorar o prognóstico e a sobrevida.
ANÁLISE QUALI-QUANTITATIVA DOS
CASOS DE ESCLEROSE SISTÊMICA
Fernanda Croshes Siqueiraa, Felipe Fagundes de Britoa,
Eurico Del Fiaco Netob, Izabella Fernandes Viana Montechic,
Silvério Godoy Del Fiacod, Larissa Godoy Del Fiacod,
Amanda Ribeiro Godoy Bezzane
Faculdade de Medicina, Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto
Central (FACIPLAC), Brasília, DF, Brasil
Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), Brasília, DF, Brasil
c
Faculdade Medicina, Faculdade Atenas, Paracatu, MG, Brasil
d
Faculdade Medicina, Faculdade Alfredo Nasser (UNIFAN), Goiânia, GO, Brasil
e
Faculdade Medicina, Faculdade Presidente Antônio Carlos de Araguari (UNIPAC
Araguari), Araguari, MG, Brasil
a
b
ANEURISMA CEREBRAL NA ESCLEROSE SISTÊMICA
PROGRESSIVA: ESPECTRO DA DOENÇA?
Sandra Maximiano de Oliveira, Ana Carolina Emy Vicente Hidaka,
Ana Paula Faria Carvalho, Daniel de Amorim Rondon,
Cezar Kozak Simaan
Hospital Universitário de Brasília (HUB), Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF,
Brasil
Introdução: A esclerose sistêmica (ES) é uma enfermidade crônica caracterizada por fibrose tecidual e dano endotelial. As
manifestações clínicas e o comprometimento sistêmico são
amplos e variados, mas anormalidades cerebrovasculares são
incomuns, são relatados na literatura poucos casos de aneurisma
e de hemorragia subaracnoidea (HSA). A HSA espontânea resulta
de aneurismas rotos em 80% dos casos, com alta taxa de complicações e mortalidade. Relatos de caso: Caso 1: Mulher, 50 anos,
diagnosticada com ES forma difusa aos 17 anos, referia cefaleia
frontal intensa (“a pior da vida”), pulsátil, associada a fotofobia, náuseas e vômitos havia sete dias da admissão, sem febre
ou outras queixas. O exame neurológico era normal à admissão,
porém evoluiu com diplopia, anisocoria, paralisia facial periférica
à direita e rigidez de nuca. Exames cerebrais de imagem demonstraram pequeno aneurisma sacular na artéria cerebral média e
HSA em região frontal direita. A análise do líquor mostrou 3.040
hemácias, sem outras alterações. Caso 2: Mulher, 37 anos, ES
diagnosticada havia quatro meses, com fenômeno de Raynaud,
esclerodactilia e anticentrômero, apresentou desorientação e
agitação psicomotora súbitas, sem déficits focais. Os exames de
neuroimagem revelaram hemorragia intracraniana temporal e
seis aneurismas cerebrais. As duas pacientes foram a óbito. Discussão: Na base de dados PubMed, foram encontrados 10 relatos
de casos de aneurismas cerebrais em pacientes com ES, a maioria com a forma limitada da doença. Não se sabe ao certo se essa
associação é fortuita ou se decorre de manifestação da doença,
por mecanismos fisiopatológicos não esclarecidos. A localização
e a morfologia atípicas descritas pioram o prognóstico, é maior o
risco de ruptura e mortalidade. Ainda que a associação seja rara,
S40
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
é importante a feitura de exame apropriado de neuroimagem em
pacientes com ES e alterações neurológicas para diagnóstico e
intervenção precoces.
ASCA (ANTICORPOS ANTI-SACHAROMYCCES
CEREVISAE) NA ESCLERODERMIA
Aiessa Fedrigo, Andre Luiz Bortoluzzi, Renato M. Nisihara,
Pedro M. Azevedo, Patricia Martim, Thelma Larocca Skare
alterações psoriasiformes da epiderme. Iniciado leflunomida 20
mg/dia. Discussão: A paciente preencheu critérios ACR/Eular 2013
para ES e de Caspar de 2006 para AP. Embora rara a associação,
alguns autores sugerem que tais patologias podem apresentar
etiologia comum, já que derivam de defeitos no sistema imune
e têm características patológicas semelhantes, como inflamação
da derme, anormalidades vasculares periungueais e acrosteólise.
Os autores destacam a raridade do caso e a inexistência de relato
similar na literatura nacional.
Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, Curitiba, PR, Brasil
Objetivo: Estudar a positividade ASCA (anticorpos anti-Sacharomycces cerevisae) em pacientes com esclerodermia sistêmica (ES) e sua
associação com clínica sorológica e dados epidemiológicos. Material e métodos: Foram estudados 74 pacientes com ES e 57 controles saudáveis para ASCA (IgG e IgA) e positividade por ELISA. A
positividade do ASCA foi associada com dados demográficos, clínicos e sorológicos em pacientes com ES e com gravidade da doença
pelo índice de Medsger. Resultados: Os níveis de IgG ASCA foram
elevados em 26/74 (43,7%) pacientes do grupo ES e 1/57 (5,2%) dos
controles (p < 0,001); IgA ASCA foi positivo em 12/74 (16,2%) do
grupo ES e 3/57 (1,7%) dos controles (p = 0,006). IgG ASCA em altos
níveis foram associados positivamente com raça afrodescente (p <
0,0001) e negativamente com a presença do anticorpo anticentrômero (p = 0,013) pela análise de univariada; ASCA IgA positividade
teve uma associação negativa com pontuação da escala de Medsger (p = 0,05). Na análise multivariada, IgG ASCA se associou de
maneira independente com a etnia negra. Conclusão: A positividade para IgG e para IgA ASCA é maior entre pacientes com esclerodermia do que nos controles. Afrodescendentes têm mais positividade para ASCA IgG, e ASCA IgA foi visto mais comumente em
pacientes com doença menos grave.
ASSOCIAÇÃO ENTRE ESCLEROSE SISTÊMICA E
ARTRITE PSORIÁSICA: RELATO DE CASO
Ana Teresa Pereira Vieira, Glaucia Glenia de Figueiredo Alves,
Ana Karla Guedes de Melo,
Danielle Christinne Soares Egypto de Brito,
Alessandra de Sousa Braz, Eutilia Andrade Medeiros Freire
Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), Universidade Federal da Paraíba
(UFPB), João Pessoa, PB, Brasil
Introdução: A artrite psoriásica (AP) é uma complicação que acomete cerca de 30% dos pacientes com psoríase, leva a dano articular em 47% dos casos em dois anos de doença. A esclerose sistêmica (ES) é caracterizada por fibrose em diversos órgãos e tecidos
e lesão da microvasculatura. A associação entre essas duas patologias é rara, são descritos 14 casos na literatura, dos quais 12
são associados com psoríase cutânea e dois com artrite psoriásica. Relato de caso: Paciente do sexo feminino, 58 anos, acompanhada no ambulatório de dermatologia por psoríase havia um
ano. Foi encaminhada à reumatologia por dores poliarticulares
(mãos, punhos, joelhos e tornozelos). História de hipertrigliceridemia e doença do refluxo gastroesofágico. O exame físico evidenciou lesões descamativas em dorso de mãos, pés e cotovelos, dactilite no 4º e 5º dedos bilateralmente e em vários artelhos,
além de artrite em metacarpofalangeanas. Foi verificada a presença de fenômeno de Raynaud, microstomia e esclerodactilia.
Exames solicitados: sorologias para hepatites, HIV e HTLV negativas; VHS = 29 mm/1ªh e PCR = 2,3 mg/dL, fator reumatoide e
anti-CCP negativos, FAN positivo (1:320, padrão nucleolar) e anticentrômero positivo, anti-RNP e Anti-Scl70 negativos. Tomografia computadorizada de tórax evidenciou opacidades pulmonares em vidro fosco. Biópsia de lesão em cotovelo direito mostrou
aspecto morfológico compatível com esclerodermia associada a
AVALIAÇÃO DA ADESÃO AO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
EM PACIENTES COM ESCLEROSE SISTÊMICA
Mirla Mayara de Almeida, Andrea Tavares Dantas,
Aysa Cesar Pinheiro, Rafaela Silva Guimarães Gonçalves,
Henrique de Ataíde Mariz, Claudia Diniz Lopes Marques,
Angela Luzia Branco Pinto Duarte
Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil
Objetivo: Avaliar a frequência e os fatores associados à baixa adesão ao tratamento medicamentoso em pacientes com esclerose
sistêmica (ES). Material e métodos: Estudo descritivo e transversal, com avaliação de 38 pacientes com diagnóstico de ES. Os dados
foram obtidos a partir de entrevista e revisão do prontuário. A adesão ao tratamento foi avaliada por meio do teste de medida de adesão a tratamentos (MAT) de Morisky e Green modificado. Os pacientes foram classificados em dois grupos, conforme o grau: adesão
(alta) e não adesão (moderada e baixa); e a não adesão foi subdividida em intencional e não intencional. Resultados: Dos pacientes
avaliados, 92,1% eram do sexo feminino, com média de 47,1 anos e
tempo médio de diagnóstico de 99,2 meses. A mediana do número
de medicações prescritas foi de 5,5 por paciente. Das medicações, 56,7% foram prescritas para tratamento de manifestações
associadas à ES e 37,1% para tratamento de comorbidades; 29,6%
dos medicamentos eram adquiridos exclusivamente pelo SUS.
De acordo com o MAT, 86,8% dos pacientes apresentaram baixa a
moderada adesão ao tratamento medicamentoso. O perfil mais frequente de não adesão foi do tipo não intencional (97%), embora
51,5% também tenham demonstrado comportamento de não adesão intencional. Entre os pacientes classificados como não adesão,
90,9% mostraram ter conhecimento e 30,3% motivação para aderir
ao tratamento. Entre os motivos apontados para a descontinuação/
uso incorreto da medicação destacaram-se disponibilidade (20,4%),
custo (10,2%) e efeitos colaterais (10,2%). Conclusão: Embora apresentem conhecimento quanto à importância e ao benefício do tratamento, pacientes com ES apresentam elevada prevalência de não
adesão ao tratamento medicamentoso. A identificação de fatores
relacionados à não adesão permite a formulação de estratégias que
visem a reforçar o comportamento de adesão e buscar o controle
mais adequado da doença e o uso racional dos recursos.
BOA REPOSTA AO TRATAMENTO IMUNOSSUPRESSOR
EM CARDIOMIOESCLEROSE
Luana Resende Reis, Caio Laguna Reis de Carvalho,
Flávia Luiza Marin, Tamires Verena Ribeiro dos Santos,
Aline Michelli Viegas Pereira Fernandes,
Fabio Vicente Leite, Luiz Eduardo Valente,
Henrique Pereira Sampaio, Sula Glaucia Lage Drumond Pacheco
Universidade Estadual Paulista (UNESP), São Paulo, SP, Brasil
Introdução: O acometimento cardíaco é observado clinicamente
em 5 a 20% dos pacientes esclerodérmicos. Quando sintomático,é
fator de mau prognóstico na esclerose sistêmica (ES), com mortalidade de 60% em dois anos e de 75% em cinco anos. Pode
manifestar-se como pericardite, miocardite e arritmia cardíaca.
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Comprometimento miocárdico pode evoluir para insuficiência
cardíaca em cerca de 10% dos casos, geralmente em pacientes
com ES difusa. Relato de caso: Paciente masculino, 45 anos, com
diagnóstico externo de ES (esclerodermia proximal difusa, telangectasias, garras esclerodérmicas, acrosteólise, fenômeno de Raynaud) encaminhado devido a dispneia progressiva associada à
taquicardia, apresentava fala entrecortada e dessaturação. Trazia exames de 2011/2012: tomografia de tórax com opacidades
em vidro fosco, com áreas de faveolamento; espirometria com
distúrbio restritivo moderado sem resposta ao broncodilatador;
ecocardiograma (ECO) com hipertensão pulmonar leve e fração
de ejeção (FE) 63%. Solicitamos FAN 1:320 nucleolar homogêneo,
anti-Scl 70 > 200, anticentrômero negativo. Ao exame apresentava bulhas cardíacas arrítmicas e taquicardia. Feito eletrocardiograma com ritmo irregular e distúrbio de condução; ECO 20/11/15
com disfunção sistólica importante biventricular FE (Teichholz)
24%, aumento importante de câmeras direitas e sinais de pericardite. Interpretado como doença ativa. Após exclusão de causas
infecciosas, foi submetido a pulsoterapia com metilprednisolona,
total de 3g, seguido de ciclofosfamida 0,5 g/m2 (dose corrigida
devido a comprometimento renal). Evoluiu com melhoria do quadro pulmonar, sem necessidade de oxigenioterapia, repetido ECO
em 03/12/15 com DVE leve, FE (Simpson) 45% e (Teichholz) 60% e
sem sinais de pericardite. Discussão: A cardiomioesclerose na ES
teve pouca resposta a tratamento imunossupressor na literatura.
Entretanto, no caso relatado paciente apresentou num intervalo
de 13 dias melhoria de 46% de função ventricular esquerda após
imunossupressão.
CALCINOSE CUTÂNEA NA ESCLEROSE SISTÊMICA
REFRATÁRIA AO USO DE RITUXIMAB: RELATO DE CASO
Ana Carolina Franco Passos, Anna Larissa Faria Janes,
Andrea Ribeiro Gonçalves de Vasconcelos Medeiros,
André de Paula Silva Ramos, Daniele Scherer, Juliana Silvatti,
Marcela Maria da Silva, Cristiane Kayser
S41
CAPILAROSCOPIA PERIUNGUEAL COMO
PREDITOR DE MORTALIDADE EM UMA COORTE
DE PACIENTES COM ESCLEROSE SISTÊMICA
Thais Rohde Pavan, Markus Bredemeier, Rafael Chakr,
Karina Gatz Capobianco, Ricardo Machado Xavier, Vanessa Hax
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil
Introdução: A capilaroscopia periungueal (CPU) tem sido relacionada ao dano a órgãos-alvo na esclerose sistêmica (ES). Objetivo:
Verificar associação da gravidade da microangiopatia periférica
na CPU com o risco de morte na ES. Material e métodos: Foram
prospectivamente avaliados e acompanhados em média de 9,3
anos 170 pacientes com ES. Além da avaliação clínica, os pacientes foram submetidos a sorologia, testes de função pulmonar, ecocardiograma, tomografia computadorizada pulmonar de alta resolução, número médio de ectasias, megacapillaries e hemorragias
por dedo. A perda capilar na CPU foi avaliada pelo escore avascular (EA), que varia de 0 a 3. O modelo de Cox proporcional uni e
multivariado foi usado para analisar a associação do escore avascular com o risco de morte por meio da associação Hazard Ratio
(HR). Resultados: Por análise de Cox univariada, o escore avascular associado à mortalidade foi estatisticamente significativo (HR =
1,54, p = 0,006), mas outras variáveis capilaroscópicas (número de
ectasias, megacapillaries e hemorragias) o não foram (p > 0,40 para
todos os testes). Após o ajuste para escore de pele, idade, sexo, etnia
e sinais de isquemia digital, a associação entre o EA perdeu significância estatística (HR = 1,23, p = 0,276). Também não houve associação significativa do EA quando ajustado para uma combinação de
resultados de exames complementares. Conclusão: A gravidade da
desvascularização na CPU está relacionada a maior risco de mortalidade na ES. No entanto, a associação não é estatisticamente significativa após ajuste para outras variáveis clínicas e laboratoriais. Apesar do fato de não mostrar uma associação independente do EA com
a mortalidade, consideramos que é útil na avaliação de pacientes
com diagnóstico de esclerose sistêmica, uma vez que pode dar uma
visão geral e confiável da gravidade da doença.
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
Introdução: Calcinose cutânea é a deposição de sais de cálcio
insolúveis na pele e no tecido subcutâneo e acomete cerca de 25%
dos pacientes com esclerose sistêmica (ES). Dor, retração articular, ulceração e/ou infecção local são complicações frequentes.
Até o momento, não existe um tratamento eficaz estabelecido, os
tratamentos medicamentosos incluem o uso de diltiazem, bifosfonatos, varfarina, colchicina, geralmente são baseados em séries
de relatos de casos. Rituximab é sugerido para casos refratários.
Relato de caso: Mulher, 42 anos, com diagnóstico de ES forma
difusa havia oito anos, apresentava fenômeno de Raynaud, espessamento cutâneo difuso, puffy fingers, esclerodactilia, telangectasias, calcinose extensa (mãos, punhos, cotovelos, joelhos, região
glútea e pés), pneumopatia intersticial, dismotilidade esofageana
e FAN ≥ 1/1280 padrão nucleolar. Apresentava dor de forte intensidade nos locais de calcinose, com impacto negativo na qualidade
de vida. Após ausência de resposta ao uso de varfarina, bifosfonatos, diltiazem, minociclina e colchicina, e pouca resposta a excisão cirúrgica de depósitos em quadril e joelho direito, optou-se
em abril de 2015 pelo uso de rituximab (1 g por dose, duas doses
com intervalo de 15 dias). Em avaliação em fevereiro de 2016, após
10 meses do uso do rituximab, não houve resposta clínica e radiográfica ao uso do rituximab. Discussão: O rituximab representa
uma droga promissora no tratamento do espessamento cutâneo
e da artrite refratárias nos pacientes com ES. Na literatura há uma
grande variabilidade de resposta a terapias para calcinose cutânea, mas com baixo nível de evidência. Para o uso de rituximab
mais estudos são necessários para avaliar seu efeito na calcinose;
neste caso não houve resposta, ao contrário do que foi relatado
em alguns casos anteriores.
CAPILAROSCOPIA PERIUNGUEAL EM PACIENTES COM
ESCLEROSE SISTÊMICA SUBMETIDOS A TRANSPLANTE
AUTÓLOGO DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS
Daniela Moraesa, Juliana Eliasa, Ana Stracieria, Fabiano Pieronia,
Belinda Simõesa, Cristiane Kayserb, Maria Carolina Oliveiraa
a
b
Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (HCRP), Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil
Disciplina de Reumatologia, Escola Paulista de Medicina (EPM), Universidade Federal
de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
Introdução: A esclerose sistêmica (ES) associa-se a alterações
microvasculares periféricas, que podem ser observadas por meio
do exame de capilaroscopia periungueal (CPU). Esses achados
podem mudar ao longo da doença, cursam geralmente com micro-hemorragias e dilatação capilar em estágios precoces, em fases
mais tardias há predominância de regiões avasculares e de desorganização capilar. O transplante autólogo de células-tronco hematopoéticas (TACTH) consiste na administração de doses imunoablativas de ciclofosfamida e globulina antitimocitária, seguida pela
infusão de células-tronco hematopoéticas autólogas, previamente
colhidas e criopreservadas. O procedimento tem sido usado no tratamento de formas graves e progressivas de ES e visa a controlar a
autorreatividade, permitir a instalação de um sistema imunológico
renovado e tolerante e promover controle da atividade da doença
em longo prazo. Objetivo: Avaliar o impacto do TACTH nas alterações microvasculares periféricas de pacientes com ES. Material e
métodos: Cinco pacientes com ES fizeram CPU antes, 60 e 180 dias
após o TACTH, usou-se um estereomicroscópio (Olympus, EUA). O
S42
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procedimento foi feito em ambiente com temperatura controlada,
por mesmo avaliador em todos os pacientes e períodos. Foram analisados o número de alças/mm, hemorragias, número de capilares
ectasiados e de megacapilares, arbustos e áreas de desvascularização, do 2° ao 5° dedos de ambas as mãos. Resultados: Após o TACTH,
observamos aumento significativo do número de alças/mm (p =
0,03) e de capilares em arbustos (p = 0,01) e redução do número de
megacapilares (p = 0,02). Não houve alteração do número de hemorragias (p = 0,48), de capilares ectasiados (0,642) e de áreas de desvascularização (p = 0,239). Conclusão: O TACTH pode melhorar precocemente a estrutura microvascular periférica das mãos. Seguimento
mais prolongado e com maior número de pacientes poderá definir
se há melhoria dos demais aspectos avaliados.
CICLOFOSFAMIDA E ESOFAGOPATIA NA ESCLEROSE SISTÊMICA:
RELATO DE CASO DE MELHORIA SINTOMÁTICA EM PACIENTE
COM MANIFESTAÇÃO ESOFÁGICA GRAVE REFRATÁRIA
Mariana Kadomoto, Rubens Bonfiglioli,
Paula Nogueira Loures, Evelyne Lopes Marcondes Martinelli,
Leticia Maria Kolachinski Brandão, Leandro Diniz e Garcia,
Lucas Eduardo Pedri, Cláudia Valéria Pereira Vierhout,
André Marun Lyrio, José Roberto Provenza
Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), Campinas, SP, Brasil
Introdução: A esclerose sistêmica (ES) é uma doença crônica inflamatória, que tem como característica a deposição de colágeno nos
diversos tecidos, daí a denominação sistêmica. Já está bem estabelecido na literatura o uso da ciclofosfamida, um agente alquilante que altera o DNA, com sua indicação para doença grave
pulmonar ou vascular. Porém uma minoria manifesta somente
a doença esofágica, com disfagia baixa e refluxo gastroesofágico
grave, muitas vezes com perda ponderal importante e caquexia, o
que torna a esofagectomia o tratamento final. Objetivo: Demonstrar a melhoria sintomática de uma paciente com disfagia baixa
grave pela ES associada somente a quadro cutâneo leve. Relato
de caso: NVF, 63 anos, sexo feminino, iniciou quadro de disfagia
baixa associado a afilamento labial, espessamento cutâneo distal
e fenômeno de Raynaud. Durante a investigação, apresentou anticentrômero positivo, com FAN superior a 1/640 centromérico. Com
esses dados clínicos e laboratoriais, conclui-se o diagnóstico de ES.
Nesse momento o peso era de 35 kg e a altura de 1,50 m, com IMC
= 15. Como a paciente não apresentava melhoria clínca, apesar do
uso de pró-cinéticos, optou-se pela infusão de ciclofosfamida 750
mg/m2. Após seis infusões a paciente apresentou melhoria clínica
importante, com ganho de 7 kg e incremento no esofagograma.
Discussão: Apesar da falta de literatura sobre o uso da ciclofosfamida para acometimento esofágico, optamos por ela baseados em
evidências do benefício de seu uso em manifestações graves pulmonares e vasculares. Conclusão: Acreditamos que a uso da ciclofosfamida possa ser uma opção de tratamento da esofagopatia,
mas serão necessários estudos para confirmar a sua real eficácia.
CIRURGIA PLÁSTICA CORRETIVA DE
ESCLERODERMIA LOCALIZADA DE MAMA
Sasha Rubim Rocha Bendera, Edmilson Micalib,
Luiz Eduardo Felipe Ablab, Luiz Henrique Gebrimb,
Percival Degrava Sampaio-Barrosa
Disciplina de Reumatologia, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo
(FMUSP), São Paulo, SP, Brasil
b
Departamento de Cirurgia Plástica, Hospital Pérola Byington, São Paulo, SP, Brasil
a
Introdução: A esclerodermia linear pode levar a deformidades funcionais ou anatômicas significativas, especialmente nos casos juvenis. O acometimento mamário é o 4º local mais comum, pode levar
a impacto estético significativo. Relato de caso: Paciente feminino,
23 anos, que se queixava de esclerodermia localizada em região de
mama esquerda desde os oito anos, procurou correção por meio da
cirurgia plástica para a assimetria mamária. Ao exame físico, apresentava atrofia do subcutâno e hipodesenvolvimento do polo inferior e lateral da mama esquerda até a região abaixo da axila. Como
as lesões estavam em fase inflamatória, recebeu tratamento com
metotrexato durante dois anos, suspenso um ano antes da cirurgia. No procedimento cirúrgico, foi colocado um expansor retangular na borda inferior da lesão esclerodérmica, com o intuito de eliminar o máximo de pele acometida, e um expansor redondo sob a
mama esquerda para expandir seus tecidos e permitir seu aumento
até um aspecto mais simétrico com o lado oposto. O processo da
expansão foi feito durante 42 dias. Com a retirada do expansor
retangular, conseguiu-se eliminar parcialmente a área inferior de
esclerodermia. Com o ganho obtido com o expansor redondo sob
a mama esquerda, conseguiu-se colocar uma prótese redonda de
perfil alto com 300 mL de volume. Na mama direita foi colocada
uma prótese redonda de 120 mL. Após um ano do procedimento, a
paciente refere grande melhoria de sua autoimagem em situações
sociais, inclusive com o uso de biquíni, o que nunca fez antes da
cirurgia. Discussão: A presença de esclerodermia linear na infância pode impedir o desenvolvimento da glândula mamária e causar
atrofia e assimetria. Devido à raridade da incidência dessa doença
nessa localização, não existem indicações cirúrgicas estabelecidas,
tampouco técnicas padronizadas, deve a abordagem cirúrgica ser
individualizada, combinar expectativas e desejos da paciente com
as possibilidades terapêuticas.
DOENÇA PULMONAR INTERSTICIAL RELACIONADA
A ESCLEROSE SISTÊMICA: CORRELAÇÃO ENTRE
TCAR, PET/CT E MEDIADORES DE INFLAMAÇÃO
Andréa de Lima Bastos, Gilda Aparecida Ferreira,
Marcelo Mamede, Flávia Patrícia Sena Teixeira Santos,
Mauro Teixeira, Ricardo de Amorim Correa
Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte,
MG, Brasil
Objetivo: Avaliar o papel do PET/CT em predizer a atividade inflamatória no parênquima pulmonar e sua correlação com variáveis
clínicas, padrões observados na TCAR, testes de função pulmonar e
com mediadores de inflamação em pacientes com doença pulmonar intersticial relacionada à esclerose sistêmica (DPI-ES). Material
e métodos: Neste estudo transversal pacientes com DPI-ES fizeram
TCAR, provas de função pulmonar e 18F-FDG PET-CT. Foram mensuradas as concentrações séricas de sTNFR1, sTNFR2, CXCL8, MIF,
CCL2, CXCL9 e CXCL10 em pacientes e controles por meio de Elisa
sanduíche. Amostra de 23 pacientes, 18 (78%) do sexo feminino,
com média de 47,6 ± 12,5 anos, 14 (60,9%) com a forma sistêmica
difusa e nove (39,1%) com a forma limitada. Resultados: O tempo
médio de doença foi de 11,8 ± 8,7 anos. O padrão predominante na
TCAR foi o PINE (19 pacientes, 82,7%). As medianas do SUV max e
mean foram maiores nos segmentos pulmonares com vidro fosco
associados com faveolamento e naqueles com faveolamento puro.
As medianas das concentrações séricas de sTNFR1, sTNFR2, CCL2
e CXCL10 foram maiores nos pacientes com ES quando comparadas com as do grupo controle. Nos pacientes com menor tempo
de doença as concentrações séricas do CXCL8 (r = -0,47; p = 0,02),
CXCL9 (r= -0,5; p = 0,01) e MIF (r = -0,66; p = 0,001) foram maiores. As
concentrações séricas do CCL2 foram maiores nos pacientes com
padrão tomográfico de vidro fosco comparado com padrão de faveolamento (p = 0,007). Conclusão: Nesta amostra de pacientes com
doença avançada, a atividade metabólica foi verificada em todos
os padrões tomográficos da DPI-ES, principalmente naqueles com
vidro fosco associado com faveolamento. A quimiocina CCL2 estimula a inflamação e a produção de colágeno por meio da ativação
de fibroblastos. A associação entre CCL2 e segmentos pulmonares
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
com padrão “vidro fosco” puro sugere a presença de atividade
fibroblástica nessas regiões.
ESCLERODERMIA-SÍMILE ASSOCIADA
À RADIAÇÃO PELO CÉSIO 137
Vitalina de Sousa Barbosaa, Israel de Souza Barbosa Carneiroa,
Déborah Capel Modestob, Rosane Gouveia Vilela Machadoa
a
b
Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil
Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), Goiânia, GO, Brasil
Introdução: A radiação pode causar a síndrome de radiação cutânea
(SRC), entretanto esclerose cutânea difusa é rara. Objetivo: Relatar
um caso de esclerodermia-símile e possível associação ao acidente
radioativo com césio (Cs)137 em Goiânia. Relato de caso: Homem,
PM, 55 anos, avaliado em maio de 2015, referia escurecimento e endurecimento da pele do pescoço e tronco e sensação de constricção no
pescoço desde julho de 2013. Negava artrite, fenômeno de Raynaud,
síndrome seca, sintomas do trato gastrointestinal e genitourinário. Trabalhou no isolamento do acidente do Cs137 em Goiânia em
1987, quando foi contaminado e acompanhado na Fundação Leide
das Neves. Ao exame: esclerose cutânea de face, pescoço, tronco e
MMSS. Demais sistemas sem alterações. Exames de janeiro de 2015:
FAN, anti-Ro, La, RNP, DNA e Scl 70 negativos. Março de 2015: biópsia cutânea com dermatite crônica perivascular sugestivo de esclerodermia; VDRL e sorologias virais (HIV, HCV, HBV) negativas; RX de
tórax normal; espirometria padrão restritivo. Junho de 2015: ecocardiograma com disfunção diastólica de VE e insuficiência tricúspide
discreta e REED normal. Em setembro de 2015 persistia forte contricção no pescoço. Avaliação da otorrinolaringologia normal, USG cervical e doppler de carótidas normais. Em outubro de 2016 foi iniciada
pulsoterapia com ciclofosfamida 1 g mensal. Em fevereiro de 2016:
TC tórax normal. Em abril de 2016, após a sétima pulsoterapia, referia melhoria da elasticidade da pele e da sensação de constricção no
pescoço. Conclusão: A SRC ocorre horas e até meses após a exposição. As manifestações agudas incluem eritema, edema, ulcerações e
alteração de fâneros, as crônicas incluem atrofia da derme, fibrose,
úlceras crônicas, ceratose e raramente câncer. O paciente foi encaminhado como esclerose sistêmica progressiva. Ausência de alterações
imunológicas sugere que este seja um caso de esclerodermia símile
associada ao Cs137, 25 anos após o acidente em Goiânia.
ESCLEROSE SISTÊMICA ASSOCIADA À EXPOSIÇÃO
À SÍLICA: RELATO DE QUATRO CASOS
Letícia Neves Martinsa, Caroline Viana Gomesa,
Eudes Aristeu Jardim Netoa, Maria Raquel da Costa Pintoa,
Ana Paula Scalia Carneirob, Flávia Patrícia Sena Teixeira Santosa
Serviço de Reumatologia, Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil
b
Ambulatório de Pneumologia Ocupacional, Serviço Especializado em Saúde do
Trabalhador, Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG),
Belo Horizonte, MG, Brasil
a
Introdução: A inalação de poeira com sílica associa-se ao risco
aumentado de doenças do tecido conjuntivo, entre elas a esclerose
sistêmica (ES). Mesmo na ausência de silicose, o risco de ES está
aumentado em 28 vezes nos expostos. A associação de ES com silicose é denominada síndrome de Erasmus, que, em média, ocorre
após 15 anos do início da exposição. Relatos de caso: Entre 1.356
pacientes expostos à sílica que são acompanhados num ambulatório de pneumologia ocupacional, foram identificados quatro com
diagnóstico de esclerose sistêmica pelos critérios ACR/Eular 2013.
Todos são do sexo masculino, com média de exposição à sílica de
13,25 anos, idade média ao diagnóstico de silicose de 34,75 anos e
de início dos sintomas de ES de 33,25 anos. O tempo médio entre
o início da exposição à sílica e o aparecimento dos primeiros
S43
sintomas de ES foi de 21,25 anos. Todos apresentavam espessamento difuso da pele, esclerodactilia, Raynaud, úlceras digitais,
esofagopatia, manifestações articulares e FAN positivo. O anti-Scl
70 foi positivo em dois pacientes, assim como os anti-RNP, anti-Sm,
anti-Ro e anti-La. Nenhum apresentou positividade para o anticentrômero ou fator reumatoide. À espirometria e a tomografia de alta
resolução do tórax identificaram-se distúrbio ventilatório restritivo
e doença intersticial pulmonar em três pacientes. Um paciente
evoluiu com hipertensão pulmonar e cor pulmonale, outro tratou
tuberculose pulmonar. Três deles tinham história de tabagismo. No
seguimento ocorreram dois óbitos: um por infecção pulmonar e
outro por cor pulmonale. Discussão: Na literatura médica, a prevalência de ES entre os pacientes com silicose varia entre 0,3-0,9%.
Apesar da raridade, essa associação prediz doença de maior gravidade e pior prognóstico, o que deve nos alertar para medidas de
prevenção, rastreio e diagnóstico precoce.
ESCLEROSE SISTÊMICA E INJEÇÃO DE SILICONE
LÍQUIDO INDUSTRIAL: MAIS UMA COMPLICAÇÃO
DESSA PRÁTICA CLANDESTINA?
Maitê Xavier Frechiana de Castro,
Rafael Alves Cordeiro, Henrique Carriço da Silva,
Ana Paula Luppino Assad, Danieli Andrade,
Percival Degrava Sampaio-Barros
Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (HC-FMUSP),
São Paulo, SP, Brasil
Introdução: A exposição ao silicone de implantes mamários é possivelmente relacionada à indução da esclerose sistêmica. Objetivo:
Relatar um caso de esclerose sistêmica difusa após injeção clandestina de silicone líquido industrial em mamas. Relato de caso:
Paciente de 44 anos, sexo feminino, negra, encaminhada ao serviço
de reumatologia por fenômeno de Raynaud havia 10 meses, acompanhado por espessamento cutâneo difuso, úlceras digitais, leucomelanodermia, poliartralgia de ritmo inflamatório, perda ponderal, sintomas dispépticos e dispneia progressiva. Apresentava antecedente
de injeção de silicone líquido industrial em mamas havia 18 anos.
Exames laboratoriais revelaram fator antinuclear padrão nucleolar
1/1280 e anti-Scl-70 negativo. Exames complementares evidenciaram: capilaroscopia periungueal padrão SD, esofagografia baritada
com retardo de esvaziamento esofágico, prova de função pulmonar
com distúrbio restritivo acentuado e tomografia computadorizada
de tórax com opacidades em vidro fosco em pulmões. O ecocardiograma transtorácico identificou aumento das câmaras direitas e
pressão sistólica de artéria pulmonar de 64 mmHg, com hipertensão pulmonar confirmada pelo cateterismo cardíaco direito. Estabelecido o diagnóstico de esclerose sistêmica difusa e iniciada ciclofosfamida endovenosa mensal. Evoluiu com resposta insatisfatória ao
tratamento, dispneia aos mínimos esforços e sem proposta de retirada do silicone devido a infiltração difusa do material nas mamas e
ausência de condições clínicas para mastectomia bilateral. Discussão: O uso do silicone líquido industrial para fins estéticos é uma
prática ilegal associada a diversas complicações, como abscessos,
fístulas, granulomas e embolia pulmonar. Contudo, a remoção completa desse material é difícil, devido ao seu deslocamento e à infiltração nos tecidos. Além do gel de silicone de implantes mamários
convencionais, o silicone líquido industrial também é um possível
desencadeante ambiental de esclerose sistêmica.
ESCLEROSE SISTÊMICA SINE SCLERODERMA E
SÍNDROME ANTIFOSFOLÍPIDE: UM RARO OVERLAP
Rafael Alves Cordeiro, Percival Degrava Sampaio-Barros,
Danieli Andrade
Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, SP, Brasil
S44
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
Introdução: A síndrome antifosfolípide (SAF) é dita primária
quando ocorre isolada e secundária quando existe em associação
com outra doença autoimune. Raros casos de SAF secundária a
esclerose sistêmica (ES) são descritos na literatura e existe apenas
um relato da associação entre ES sine scleroderma e SAF. Relato de
caso: Mulher, 33 anos, com antecedente de trombose venosa profunda em membro inferior e seis abortamentos com idade gestacional < 10 semanas. Encaminhada ao reumatologista por fenômeno
de Raynaud, dispneia progressiva e tosse seca havia cincomeses.
Ao exame, estertores em bases pulmonares, teleangiectasias em
face e ausência de espessamento cutâneo. FAN misto tipo nuclear
e nucleolar 1/1.280 com positividade para anti-Scl 70, anticardiolipina IgG/IgM, anti-B2glicoproteína 1 IgG/IgM e anticoagulante
lúpico. Os anticorpos antifosfolípides foram confirmados após 12
semanas. Demais autoanticorpos negativos. Hemograma e exames bioquímicos normais com discreta elevação de provas inflamatórias. Tomografia computadorizada de tórax: intersticiopatia
fibrosante e ectasia esofágica. Prova de função pulmonar: distúrbio
restritivo grave e acentuada redução da difusão do monóxido de
carbono. Diagnosticada ES sine scleroderma e SAF secundária. Proposto tratamento com ciclofosfamida endovenosa mensal e anticoagulação. Evoluiu com pioria da função pulmonar durante pulsoterapia com ciclofosfamida, administrada de maneira esparsa
devido a má aderência. Optou-se por suspensão da ciclofosfamida
após a sétima dose e substituição por rituximabe. Atualmente,
em programação do terceiro ciclo de rituximabe, mantém estabilidade funcional e dispneia aos médios esforços. Discussão: A ES
sine scleroderma é uma variante da esclerose sistêmica na qual o
envolvimento visceral ocorre na ausência de espessamento cutâneo. O único caso publicado de SAF secundária à variante sine scleroderma não apresenta doença pulmonar intersticial nem positividade para anti-Scl 70 como descrito neste relato.
ESCLEROSE SISTÊMICA: A IMPORTÂNCIA DA CAPILAROSCOPIA
PERIUNGUEAL NO PROCESSO DIAGNÓSTICO
João Carlos Geber Júnior, Halisson Rodrigues de Andrade,
Jorge Henrique Carlos Aires, Mariana Rassi, Rodrigo Aires,
Roberto Heber Lopes de Carvalho, Anyelle Amaro de Sousa,
Viviane Cristina Uliana Peterle
Faculdade de Medicina, Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS), Brasília, DF,
Brasil
Introdução: A capilaroscopia periungueal (CPU) é um exame não
invasivo e extremamente útil para avaliação do componente morfológico da microcirculação. Em razão de sua relevância na definição das microangiopatias associadas às doenças reumáticas e
principalmente à esclerose sistêmica (ES), constitui instrumento
útil na identificação de pacientes com ES e risco elevado para o
desenvolvimento de complicações vasculares, viscerais e de óbito.
Para corroborar a importância da CPU no diagnóstico da ES, foram
propostos em 2013, pelo ACR e Eular, os novos critérios de classificação da ES. Relato de caso: MN, 51 anos, feminino, com quadro de
edema matinal em mãos e face e fenômeno de Raynaud (FRy). Evoluiu com clínica sugestiva de ES. Apresentava como critério maior
fibrose simétrica da pele, proximal às articulações metacarpofalangianas. Como critérios menores: esclerodactilia, microcicatrizes
das polpas digitais e fibrose pulmonar bilateral. No percurso diagnóstico, apresentou anticorpos antitopoisomerase I (Anti ESL 70)
de valor indeterminado. Por fim, fez a capilaroscopia, cujo resultado foi compatível com padrão SD (scleroderma pattern). Discussão: Aproximadamente 90% dos pacientes com ES apresentam
o padrão SD na CPU. Os critérios permitem classificar o paciente
em estágios iniciais, antes do aparecimento do comprometimento
cutâneo ou das manifestações viscerais características, com base
em evidência objetiva de FRy (observada pelo médico) e microangiopatia padrão SD na CPU, porém a correlação entre achados
capilaroscópicos e duração da doença é controversa. Por ser uma
doença crônica de elevada morbidade e mortalidade, tem-se reforçado a necessidade do diagnóstico precoce da ES, quando ainda
sem fibrose de orgãos internos e lesões, muitas vezes irreversíveis.
Nesse cenário, a CPU adquire sua maior importância prática.
EXAME DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO PULMÃO
PARA AVALIAÇÃO DE DOENÇA INTERSTICIAL
PULMONAR NA ESCLEROSE SISTÊMICA
Carolina de Souza Müller, Danny Warszawiak, Eduardo S. Paiva,
Dante Luiz Escuissato
Hospital de Clínicas, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, PR, Brasil
Introdução: A doença intersticial pulmonar (DIP) e a hipertensão
arterial pulmonar (HAP) são complicações prevalentes na esclerose sistêmica (ES) e constituem atualmente as principais causas de morte relacionadas à doença. No entanto, poucos trabalhos
fazem referência à aplicação da ressonância magnética (RM) para
avaliação da DIP na ES. A base teórica para a RM pulmonar na avaliação da DIP nesses pacientes seria o aumento da quantidade de
células inflamatórias nos pulmões, que ocasionan um aumento da
quantidade de prótons, com aumento do sinal nas imagens em T2
ao exame de RM. Objetivo: Avaliar a utilidade da RM do pulmão
na identificação de áreas de inflamação do parênquima pulmonar nos pacientes com DIP portadores de ES. Material e métodos:
Estudo com 24 pacientes portadores de ES e 14 voluntários sadios,
os resultados da RM pulmonar foram comparados àqueles obtidos
na tomografia computadorizada (TC) de tórax, exame atualmente
considerado de eleição na investigação da DIP em pacientes com
a doença. Resultados: A população avaliada era predominantemente composta por mulheres com média de 50 anos, ES cutânea
limitada e tempo de doença de aproximadamente sete anos. Na
maioria dos casos, houve concordância entre os achados na TC de
tórax e RM do pulmão. A totalidade dos pacientes que apresentou
achado de vidro-fosco na TC de tórax (79,2%) apresentou aumento
correspondente de sinal em T2 ao exame de RM pulmonar. Ao
se avaliar o desempenho da RM pulmonar frente à TC de tórax,
obteve-se sensibilidade de 100%, especificidade de 71,43%, valor
preditivo positivo de 82,61 e valor preditivo negativo de 100%. Conclusão: Em se tratando de um exame isento de radiação e capaz de
identificar com adequada precisão áreas de acometimento inflamatório do tecido pulmonar, a RM do pulmão de revelou um exame
útil, são necessários mais estudos para avaliar se há vantagem da
RM do pulmão sobre a TC de tórax na avaliação da DIP em pacientes com ES.
GESTAÇÃO EM PACIENTE COM FASCIÍTE
EOSINOFÍLICA: RELATO DE CASO
Maria Ester Simeira Fonseca,
Henrique Ayres Mayrink Giardini, Ana Paula Luppino Assad,
Henrique Carriço da Silva, Danieli Castro Oliveira de Andrade,
Percival Degrava Sampaio-Barros
Disciplina de Reumatologia, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo
(FMUSP), São Paulo, SP, Brasil
Introdução: Fasciíte eosinofílica (FE) é uma doença rara caracterizada por edema simétrico e doloroso, seguido de espessamento
progressivo da pele e do tecido subcutâneo. Fatores como exercício
extenuante, doenças hematológicas, infecções, neoplasias sólidas e
exposição a componentes químicos têm sido propostos como possíveis gatilhos da doença. O diagnóstico é baseado no quadro clínico,
que costuma ser acompanhado de eosinofilia em mais de 50% dos
casos. Objetivo: Relatar um raro caso de FE surgida durante a gestação. Relato de caso: Mulher, 22 anos, branca, sem comorbidades
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prévias, gestante de 12 semanas, iniciou quadro de espessamento
cutâneo progressivo bilateral em coxas e braços, associado a artralgia de ritmo inflamatório em joelhos. Negava qualquer outro sintoma sistêmico. Exames laboratoriais não mostraram eosinofilia
significativa, evidenciaram VHS 40 mm, fator antinuclear (FAN) e
autoanticorpos específicos negativos, sorologias para HIV e hepatites negativas. Optou-se por biópsia de pele e fáscia, que evidenciou
dermatite crônica linfoplasmocitária perivascular e perianexial,
com esclerose do colágeno da derme reticular, média e profunda,
associada com fasciíte linfoplasmo-eosinofílica intensa com esclerose do colágeno. Exames de imagem e laboratoriais descartaram
acometimento sistêmico. Iniciada prednisona na dose de 1 mg/kg,
com melhoria clínica das lesões cutâneas e das dores articulares;
como a paciente encontrava-se gestante, optou-se por não introduzir imunossupressão com droga poupadora de corticoide. Paciente
submetida a parto normal a termo, sem intercorrência, com recém-nascido em bom estado de saúde. Discussão: Relatamos o presente caso devido à raridade da apresentação da FE durante a gestação (este é o terceiro caso descrito na literatura), destacamos a
importância da biópsia de fáscia no estabelecimento do diagnóstico da doença e na instituição da corticoterapia na gestação dessa
paciente, que teve boa evolução clínica.
LINFOMA DE CÉLULAS DO MANTO E ESCLEROSE
SISTÊMICA DE INÍCIO CONCOMITANTE
Maressa Barbosa Beloni Lirio, Juliana L. Fiorot,
Enan S. Magalhães, Thalles M. Brandão Clemente,
Ana Paula Gianordoli, Maria Bernadete Renoldi de Oliveira Gavi,
Ruben H. Duque, Lidia Balarini, Erica Vieira Serrano,
Maria Carmem Lopes Ferreira Silva Santos, Valeria Valim
Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (HUCAM), Universidade Federal do
Espírito Santo (UFES), Vitória, ES, Brasil
Introdução: Início concomitante de neoplasias e esclerose sistêmica (ES) é infrequente. Na literatura foram descritos apenas dois
casos de linfoma de células do manto e ES. Relato de caso: Mulher,
57 anos, hipertensa, dislipidêmica, diabética, com retinopatia diabética e glaucoma. Havia dois anos iniciara Raynaud, edema em
face e nódulos difusos e havia cerca de oito meses houve pioria do
quadro. Atualmente edema endurado em face e com nódulos difusos pelo corpo principalmente membros superiores e inferiores,
além de linfonodomegalias em região cervical anterior e posterior,
submandibulares. Negava queixas sistêmicas ou outras relacionadas às doenças do tecido conjuntivo. Investigação laboratorial
evidenciou FAN 1/640 padrão nuclear pontilhado centromérico e
nucleolar. Anticentrômero, fator reumatoide, ACL IgM positivos.
Demais autoanticorpos e sorologias negativas. Exames de imagem
revelaram aumento difuso do esôfago com predomínio do terço
inferior. Áreas focais de vidro fosco no segmento apical do lobo
superior direito e múltiplos nódulos em mamas e tecido subcutâneo, da parede torácica e abdominal superior; linfonodos mediastinais; axilares; cadeias intrabdominais (retroperitônio) e em cadeia
ilíaca comum muito aumentados. Biópsia de pele: Infiltrado linfoide atípico em derme profunda e subcutâneo consistente com
linfoma não Hodgkin. Imuno-histoquímica confirmou linfoma de
células do manto. Biópsia de medula óssea: infiltração linfomatosa.
Estadiamento IVB. Fez 5/8 ciclos de quimioterápico R-CHOP, com
redução do número tamanho dos linfonodos. Discussão: A malignidade em doenças autoimunes pode manifestar-se com sintomas
do sistema musculoesquelético e desenvolver-se como síndrome
paraneoplásica, ou a própria atividade inflamatória sustentada
pode predispor a neoplasia secundária. A paciente preenche critérios para ES e neoplasia associada. Deverá ter seguimento rigoroso
após tratamento quimioterápico com intuito de observar a evolução da doença autoimune.
S45
OVERLAP ENTRE SÍNDROME DE ERASMUS E POLIMIOSITE
Nayara Pettine Diasa, Hugo Barros Vilelaa,
Emanuella Chaves de Mouraa, Marco Aurélio Leão Beltramia,
Danilo Garcia Ruiza,b, Paulo Geovanny Pedreirab,c, Fernando Sérgio
Lira Netoa, Hugo de Carlos Maciel Rossinic, Alexsandra Rossib,
Edson Pedroza dos Santos Júniorb, Jacyanne Bessa Von Schwanera
Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos (ITPAC), Porto Nacional, TO, Brasil
Universidade Federal do Tocantins (UFT), Palmas, TO, Brasil
c
Hospital Geral de Palmas (HGP), Palmas, TO, Brasil
a
b
Introdução: A associação entre silicose e colagenoses é observada
desde a década de 1950, quando Erasmus descreveu o aparecimento de esclerodermia em pacientes expostos à sílica. Objetivo:
Descrever um caso de síndrome de Erasmus com acometimento
muscular ocorrido na região norte do país. Relato de caso: Masculino, 33 anos, pardo, procedente do Tocantins, onde trabalhou com
extração de minérios por 12 anos. Havia três meses apresentava
dispneia progressiva, astenia, tosse produtiva, dor torácica ventilatório-dependente, febre baixa, perda ponderal de 10 kg, lesões
hipocrômicas difusas, disfagia alta e fraqueza de cinturas. Passado
de tuberculose tratada e retocolite ulcerativa em tratamento. Ex-tabagista, tem fácies esclerodérmica com microstomia, esclerodactilia, baqueteamento digital, estertores crepitantes bibasais e
fenômeno de Raynaud. Laboratório com CPK: 6.698, transaminases elevadas e FAN padrão nuclear pontilhado fino 1:640, anticorpos negativos. TC de tórax com lesão pulmonar fibrotica extensa
e bibasal. Tratado com corticoides orais e em pulsoterapia + ciclofosfamida. Discussão: A inalação prolongada de poeira com sílica
geralmente ocorre de maneira ocupacional e os trabalhadores de
extração de rochas e mineradores de ouro são pessoas susceptíveis
ao desenvolvimento de silicose, que gera progressivamente fibrose
pulmonar. Passado de tuberculose e tabagismo podem gerar confusão diagnóstica, mas os achados clínico-epidemiológicos e tomográficos são sugestivos de conectivopatia. O histórico ocupacional
prévio de exposição à sílica do paciente, o padrão progressivo dos
sintomas e as imagens caracterizaram a síndrome de Erasmus.
Chamam a atenção para esse caso o fato de esclerodermia ser rara
em homens jovens e o importante componente miopático caracterizado por fraqueza proximal severa, disfagia alta e miosite laboratorial. É rara essa associação e seu perfil de anticorpos ainda não
está bem-estabelecido.
PERFIL DOS PACIENTES COM ESCLEROSE SISTÊMICA COM
HIPERTENSÃO PULMONAR EM UMA UNIDADE DE REFERÊNCIA
Verônica Silva Vilela, Marcio Macri Dias, Angelo Antunes Salgado,
Claudia Henrique da Costa, Roger A. Levy, Rogério Lopes Rufino
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Introdução: Registros internacionais recentes demonstraram que
a hipertensão pulmonar associada à esclerose sistêmica (HP-ES)
é correlacionada a perfil distinto de pacientes. Objetivo: Avaliar o
perfil dos pacientes com HP-ES em nossa unidade de referência.
Material e métodos: Foram avaliados prospectivamente os pacientes com diagnóstico de HP estabelecido estratificado por algoritmos compostos e confirmado por estudo hemodinâmico de janeiro
de 2014 até março de 2016. Foram coletados dados demográficos,
perfil de autoanticorpos e de hemodinâmica. Resultados: Entre 100
pacientes com esclerose sistêmica submetidos a exames de triagem, 10 tiveram diagnóstico de HP confirmado por estudo hemodinâmico; oito mulheres e dois homens; três ES limitadas e sete difusas; três brancos e sete negros; tempo de doença média 10 anos (DP
6,7). Todos os pacientes apresentavam FAN positivo (cinco nucleolares, três centroméricos e dois pontilhados), dois apresentavam
anti-Scl-70; um anti-RNP e dois anticorpos antifosfolipídeos. O
valor médio da pressão arterial da artéria pulmonar foi de 40 mmHg
S46
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
(SD 14,8). Sete pacientes (três com a forma limitada e quatro com a
forma difusa) apresentavam hipertensão arterial pulmonar (HAP)
pré-capilar e três pacientes com a forma difusa da doença apresentavam HP secundária à doença do ventrículo esquerdo. Conclusão:
De acordo com resultados dos registros recentes, a HP-ES foi relativamente rara, ocorreu em pacientes com longa duração de doença
e presença frequente de autoanticorpos. Em contraste, encontramos um percentual mais alto do que o esperado de pacientes com
HAP associada à ES difusa e à anti-Scl-70.
PNEUMATOSE INTESTINAL DIFUSA EM PACIENTE
COM ESCLEROSE SISTÊMICA SINE SCLERODERMA
Mateus Fornasieri Mokwa, Alisson Aliel Vigano Pugliesi,
Flavio Fernandes Barbosa, Amanda Campos Mozer Sodre,
Manoel Barros Bertolo, Juliana Yuri Sekiyama, Zoraida Sachetto,
Ana Paula Toledo Del Rio
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
Introdução: A pneumatose intestinal (PI) é uma patologia rara,
caracterizada pela presença de gás no interior da parede intestinal.
Pode ocorrer como complicação gastrointestinal no curso das doenças do tecido conjuntivo, principalmente na esclerose sistêmica (ES).
Os achados clínicos e radiográficos podem mimetizar um quadro de
perfuração de víscera abdominal. O diagnóstico diferencial é crucial,
visto que o tratamento da PI é conservador. Relato de caso: Paciente
sexo masculino, 70 anos, negro, com o diagnóstico de esclerose sistêmica sine scleroderma em 2013. Após um ano de doença evolui com dor abdominal difusa acompanhada com distensão abdominal, sensação de empachamento pós-prandial e perda ponderal
com evolução em seis meses. Feita tomografia abdome, demonstrou
presença de focos gasosos distribuídos difusamente em paredes de
alças intestinais de delgado, compatível com PI. Iniciado tratamento
com jejum via oral, nutrição parenteral, antibioticoterapia e oxigênio. Apresentou boa resposta do quadro abdominal, porém evoluiu
para óbito por choque séptico foco pulmonar. Discussão: A fisiopatologia da PI é incerta, duas teorias principais têm sido propostas. A
teoria mecânica defende que o aumento da pressão luminal permite
que o gás penetre na submucosa e a teoria bacteriana que o crescimento excessivo leva a maior produção de gás. Porém, na ES o mecanismo é multifatorial, pode estar aliado a dano da parede intestinal,
injúria microvascular, inflamação e fibrose. O tratamento é conservador, baseado em dieta parenteral, antibióticos e oxigênio (a possível justificativa de seu uso é que o aumento do índice de oxigênio
nos cistos de gás irá aumentar seu gradiente de difusão e melhorar
sua absorção). Conclusão: Apesar de ser uma entidade rara, deve ser
lembrada especialmente em pacientes portadores de ES.
POLIFARMÁCIA EM PACIENTES PORTADORES
DE ESCLEROSE SISTÊMICA
Luiz Paulo Gomes dos Santos Rosa,
Tácia Adriana Florentino de Lima, Ana Karla Guedes de Melo,
Danielle Christinne Soares Egypto de Brito,
Alessandra Sousa Braz C. Andrade,
Eutília Andrade de Medeiros Freire
Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), Universidade Federal da Paraíba
(UFPB), João Pessoa, PB, Brasil
Objetivo: Avaliar a polifarmácia, ou seja, o uso concomitante de múltiplos fármacos pelo mesmo indivíduo, em pacientes portadores de
esclerose sistêmica (ES), atendidos em serviço ambulatorial de reumatologia em um hospital universitário. Material e métodos: Estudo
observacional, descritivo e transversal, com coleta de dados por meio
de um questionário desenvolvido pelos próprios autores. A seleção
da amostra ocorreu por meio de técnica não probabilística, a partir
do recrutamento de pacientes que atendessem aos critérios de inclusão da pesquisa: ser portador de ES, de acordo com os critérios ACR/
Eular 2013; estar na faixa acima de 18 anos e concordar com a assinatura de termo de consentimento livre e esclarecido. Resultados:
Foram analisados 37 pacientes portadores de ES, dos quais todos
estavam em uso de pelo menos um fármaco. O número mínimo de
fármacos usados por cada indivíduo foi de um e o máximo foi de
oito fármacos de uso contínuo. Quatro pacientes (10,2%) usavam
apenas um fármaco, enquanto que 33 (89,2%) usavam três ou mais
fármacos em concomitância. Dentre os fármacos usados observou-se que: 28 pacientes usavam omeprazol, 24 nifedipino, 20 domperidona, 17 prednisona, nove vitamina D, oito hidroxicloroquina, seis
metotrexato, seis rituximabe, cinco cilostazol, quatro amitriptilina,
quatro ácido acetilsalicílico, quatro carbonato de cálcio, três clonazepam, dois losartana, um captopril, um naproxeno, quatro anlodipino,
um ácido zoledrônico, um fluoxetina, um aminaftona, um piridostigmina, um pantoprazol, um dapsona e 17 outros fármacos sintomáticos. Conclusão: A polifarmácia é uma prática comum na terapêutica
dos pacientes portadores de ES e deve haver vigilância acerca de possíveis efeitos adversos ou de redução da efetividade de determinados
fármacos devido às suas interações farmacológicas.
POSITIVIDADE DO FAN EM ESCLERODERMIA
André Luiz Bortoluzzi, Aiessa Fedrigo, Patricia Martim,
Pedro M. Azevedo, Thelma Larocca Skare
Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, Curitiba, PR, Brasil
Objetivo: Verificar a prevalência de positividade do FAN em uma
amostra de pacientes com esclerodermia e a sua influência sobre
o perfil clínico da doença. Material e métodos: Estudaram-se 178
pacientes de esclerodermia (ES) para dados epidemiológicos e clínicos, sorológicose gravidade da doença (índice de Medsger). A
seguir os pacientes foram divididos em FAN positivo e negativo e
comparados entre si. Resultados: A idade média dos pacientes era
de 50,6 ± 14,6 anos, 94,4% mulheres. Existiam 26,9% de casos de
esclerodermia difusa; 56,7% de formas limitadas; 12,3% de overlap
e 3,9% de esclerodermia sine escleroderma. Nessa amostra 93,2%
eram FAN positivos (46,9% eram padrão pontilhado; 27,1% eram
centroméricos; 16,2% eram nucleolares, 9,6% eram outros. Não se
encontraram diferenças entre pacientes com e sem FAN quanto a
etnia, idade, gênero, presença de artrite, serosites, hipertensão pulmonar, serosites, fenômeno de Raynaud, pneumonites, miosites,
presença de telangiectasiase e envolvimento de esôfago. Pacientes FAN positivos tinham menos calcinose do que os negativos (p
= 0,05). Conclusão: Dos pacientes com esclerodermia, 93% são FAN
positivos. O padrão clínico e epidemiológico dos pacientes com e
sem FAN é igual, exceto pela presença de calcinose, que é mais
comum em pacientes FAN negativos.
SÍNDROME AUTOIMUNE/AUTOINFLAMATÓRIA INDUZIDA
POR ADJUVANTE (ASIA) COM FENÓTIPO DE ESCLEROSE
SISTÊMICA DIFUSA RAPIDAMENTE PROGRESSIVA APÓS
USO DE COMPLEXO VITAMÍNICO A, D E E
(ADE): RELATO DE DOIS CASOS
Gustavo Guimarães Moreira Balbi,
Ricardo Azêdo Montes, Tathiana Fernandes Mattos Bahia Alves,
Verônica de Brito Mello Maia, Marcella Azevedo Borges Andrade,
Carolina Arribada Rebello, Verônica Silva Vilela,
Roger Abramino Levy
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Introdução: O termo ASIA foi usado inicialmente por Shoenfeld
em 2011, agrupa diversas doenças desencadeadas por substâncias com propriedades adjuvantes. Objetivo: Relatar dois casos de
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ASIA com fenótipo de esclerose sistêmica rapidamente progressiva
associados ao uso de ADE (complexo vitamínico de uso veterinário). Relatos de caso: Caso 1: Homem, 41 anos, apresentou edema e
espessamento cutâneo difuso iniciados havia um ano. Relatou ter
feito uso de ADE intramuscular em vários sítios para fins estéticos
de 2008 a 2010. Surgiram fenômeno de Raynaud, lesões leucomelanodérmicas, pitting digital e calcinose associados ao quadro. Exames demonstraram FAN 1:1280 nucleolar homogêneo, anti-Scl70
em altos títulos, prova de função pulmonar com padrão restritivo
leve, TC de tórax compatível com pneumonia intersticial não específica (NSIP), biópsia cutânea evidenciou sinais de esclerodermia e
capilaroscopia sugestiva de esclerose sistêmica em fase ativa. Caso
2: Homem, 26 anos, relata injeções em vários grupamentos musculares de ADE, óleo mineral e drostanolona por um ano. Quatro anos
após o uso dessas substâncias, desenvolveu espessamento cutâneo, lesões leucomelanodérmicas, fenômeno de Raynaud, disfagia,
perda ponderal e fraqueza muscular, com evolução de três meses.
Exames demonstraram FAN 1:1.280 nucleolar homogêneo, anti-Scl70 em altos títulos, enzimas musculares extremamente elevadas. Prova de função pulmonar demonstrou padrão restritivo leve e
TC de tórax, imagens sugestivas de NSIP. O paciente foi submetido
a RM de corpo inteiro (STIR, T1 e T2), que identificou hipersinal em
diversos grupamentos musculares, sugestivos de edema muscular.
Discussão e conclusão: O uso de ADE intramuscular tem sido cada
vez mais observado no Brasil. Esses casos relatam complicações
graves associadas a esse tipo de conduta. Acreditamos que o uso de
tal substância é capaz de induzir ASIA, com fenótipo de esclerose
sistêmica cutâneo difusa rapidamente progressiva.
SÍNDROME DE ERASMUS - SILICOSE E ESCLEROSE
SISTÊMICA: RELATO DE CASO
João Pedro Pereira da Cunha, Eduardo S. Paiva,
Carolina de Souza Müller, Fernanda Maria Borghi, Renato K. Ostapiuk,
Marcelo Enokawa, Laura Giovanella, Erick Cavalcanti Cossa,
Bruna Burko Rocha Chu, Felipe Dunin dos Santos, Marcel Morsch,
Bruno Queiroz Zardo
TRATAMENTO DA ESCLEROSE SISTÊMICA COM
RITUXIMABE: RESULTADOS APÓS SEIS E 12 MESES
Verônica Silva Vilela, Roger Abramino Levy,
Cláudia Henrique da Costa, Rogério Rufino
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Introdução: Embora a ciclofosfamida seja eficaz, há demanda para
novos tratamentos para a esclerose sistêmica (ES). O rituximabe
(RTX) mostrou bons resultados em ensaios abertos. Objetivo: Avaliar os resultados do tratamento com RTX no acometimento pulmonar e cutâneo da ES após seis e 12 meses em nosso centro de
referência. Material e métodos: Foram avaliados retrospectivamente os pacientes que fizeram uso de RTX para tratamento de
espessamento cutâneo e/ou acometimento pulmonar refratários
a imunossupressores. Foram feitos ciclos de duas doses de 1 g
com intervalo de 15 dias uma vez a cada seis meses. Para a avaliação de segurança foram pesquisadas reações adversas e infecções. Dados de função pulmonar (capacidade vital forçada [CVF])
e acometimento cutâneo (escore cutâneo modificado de Rodnan
[mRSS]) no momento do primeiro e do segundo ciclo (seis meses)
e após 12 meses. Para análise estatística foi usado o teste t de-Student. Resultados: Dez pacientes com ES difusa foram incluídos;
nove mulheres e um homem; sete brancos e três negros; tempo
médio de doença 6,1 anos (SD 4,3). Os valores médios de mRSS no
momento do primeiro ciclo e após seis e 12 meses foram respectivamente 20,9; 12,8 e 12,2 (p < 0,05). Os valores médios de CVF
no momento do primeiro ciclo e após seis meses foram respectivamente 66,4; 72,1 (p = 0,38). Após 12 meses, seis pacientes tiveram CVF média de 67,5. Nos primeiros seis meses não houve reação adversa. Entre seis e 12 meses, três pacientes apresentaram
infecções; duas pneumonias comunitárias graves e uma traqueobronquite. Conclusão: O tratamento da ES com RTX resultou em
melhoria rápida com estabilização do quadro cutâneo. Houve estabilização inicial da função pulmonar sustentada após seis meses.
Observamos infecções após o segundo ciclo de infusões.
Hospital de Clínicas, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, PR, Brasil
Introdução: As pneumopatias relacionadas à inalação de poeiras
em ambiente de trabalho são genericamente denominadas pneumoconioses. A repetida exposição à sílica livre cristalina é fator
de risco para o desenvolvimento de silicose, doença fibrogênica
pulmonar de curso crônico e progressivo. Além do acometimento
pulmonar, há associação entre silicose e doenças de cunho autoimune, como a esclerose sistêmica (ES). Objetivo: Relatar o caso de
associação entre ES e silicose, conhecida como síndrome de Erasmus ou silicoesclerodermia. Relato de caso: Paciente masculino, 54
anos, iniciara havia seis anos com fenômeno de Raynaud, espessamento cutâneo, esclerodactilia, reabsorção de falanges distais,
poliartrite e telangiectasias. A investigação revelou capilaroscopia
com padrão SD, FAN (título 1:640) com padrão citoplasmático fibrilar e nuclear pontilhado fino denso, chegou-se ao diagnóstico de
ES cutânea difusa. A tomografia de tórax evidenciou micronódulos
perilinfáticos nos terços superiores dos pulmões. A biópsia transbrônquica demonstrou focos de pigmento antracótico nos alvéolos
e discreta quantidade de macrófagos. A ausência de granulomas à
biópsia pulmonar, aliada à dosagem normal da enzima conversora
de angiotensina e à história ocupacional com exposição à sílica
por nove anos, corroborou o diagnóstico de silicose. Discussão: O
mecanismo de associação entre a silicose e a ES ainda não está
claramente definido, o desenvolvimento de resposta inflamatória
após fagocitose das partículas de sílica e a ativação de macrófagos alveolares parecem constituir pontos-chave na patogênese da
doença. O diagnóstico da ES comumente é feito após cerca de 15
anos do início da exposição à sílica e o padrão tomográfico de lesão
pulmonar é indistinguível da ES idiopática.
S47
Área Temática: Espondiloartrites
A DETECÇÃO DE SACROILIÍTE POR ENTEROTOMOGRAFIA
COMPUTADORIZADA PODE SER ÚTIL NA
AVALIAÇÃO DA DOENÇA DE CROHN
Ricardo Cruz Lagea, Wilson Campos Tavares Juniora,b,c,
Gustavo Gomes Resendea, Luiza de Araújo Portoa,
Marco Antônio Parreiras de Carvalhoa, Adriana Maria Kakehasia
Serviço de Reumatologia, Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil
b
Serviço de Radiologia, Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil
c
Clínica ECOAR, Belo Horizonte, MG, Brasil
a
Introdução: A enterotomografia computadorizada (ETC) tem sido
muito usada na avaliação da presença, extensão e atividade inflamatória intestinal da doença de Crohn (DC), as articulações sacroilíacas (ASI) habitualmente não são examinadas por esse método.
Objetivo: Determinar a prevalência de sacroiliíte (SII) nas imagens de ETC de pacientes com DC suspeita ou definida. Material e métodos: Foram analisadas imagens tomográficas de 62
pacientes submetidos a ETC para confirmação diagnóstica de DC
suspeita ou para avaliação de complicações da doença estabelecida. Foram usados contrastes oral neutro e venoso iodado e obtidas imagens em alta resolução. As alterações das ASI foram descritas por um radiologista conforme os critérios de Nova Iorque
modificados. Resultados: Quarenta e um (66%) pacientes eram do
sexo masculino, com média de 47 (15 a 85) anos. Vinte e três (37%)
S48
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tinham diagnóstico prévio de DC e 39 (63%) apenas suspeita. Alterações enterotomográficas consistentes com DC foram descritas
em 29 (46,8%) pacientes. Após o exame, 31 pacientes (50%) tiveram
diagnóstico definido de DC e dentre esses detectou-se SII em nove
(29%). Naqueles sem diagnóstico de DC encontrou-se SII em apenas um (3%, p = 0,01). Dos 10 pacientes com SII, nove (90%) tinham
DC definida. Conclusão: A ETC pode ter um papel na detecção de
SII, contribuir para o diagnóstico de espondiloartrite associada à
DC. Por outro lado, a detecção de SII por ETC pode aumentar a confiabilidade do diagnóstico de DC nos casos duvidosos. Entretanto,
estudos com populações maiores são necessários para confirmar
essas hipóteses.
ANÁLISE COMPARATIVA DA EXPRESSÃO CLÍNICA DA
ESPONDILITE ANQUILOSANTE E ESPONDILOARTRITE
AXIAL NÃO RADIOGRÁFICA DE ACORDO COM O SEXO
Mariana Sinzker Santini, Deizi Fernanda Schwengber,
Gláucio Ricardo Werner de Castro, Ivânio Alves Pereira
Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), Tubarão, SC, Brasil
Introdução: As espondiloartrites (EspA) axiais incluem a espondilite anquilosante (EA) e a EspA axial não radiográfica, as quais compartilham associação genética com o HLA-B27 e sintomas clínicos
comuns. Diferenças nas características clínicas e na gravidade da
EA e EspA axial não radiográfica têm sido notadas entre homens e
mulheres, sugerem uma influência do sexo no fenótipo da doença.
Objetivo: Analisar as diferenças na expressão clínica de pacientes
com EA e EspA axial não radiográfica de acordo com o sexo. Material e métodos: Estudo transversal com 140 prontuários de pacientes com EA e EspA axial não radiográfica, diagnosticados segundo
os critérios de Nova York modificados e critérios de classificação
do grupo ASAS para EspA axial, respectivamente, 70 de cada sexo.
Usou-se o software SPSS 20.0 para análise descritiva e analítica e o
teste qui-quadrado de Pearson, com nível de significância estatística p < 0,05. Resultados: A idade média ao diagnóstico foi menor
nos homens (36,8 anos). A positividade do HLA-B27 foi maior no
sexo masculino (85,7%; p = 0,067). A presença de entesite trocantérica foi maior no sexo feminino (21,4%; p = 0,002). Comorbidades
como fadiga (15,7%; p = 0,024), fibromialgia (20%; p = 0,000), cefaleia
crônica (10%; p = 0,029) e insônia (12,9%; p = 0,070) foram mais prevalentes nas mulheres. O uso de anti-TNF foi mais frequente nos
homens (90%; p = 0,040) e houve maior associação desse sexo com
o uso de infliximabe (50,8%; p = 0,035). Conclusão: Existem diferenças significativas na expressão clínica das EspA axiais de acordo
com o sexo, sugerem a importância do reconhecimento dessa condição de forma individualizada. Mulheres têm menor positividade
do HLA-B27, mais entesite trocantérica e maior associação com
condições somatofuncionais, o que poderia interferir no diagnóstico correto e na abordagem terapêutica dessas pacientes.
ANÁLISE DA PREVALÊNCIA DOS EFEITOS COLATERAIS DA
CICLOSPORINA NOS PACIENTES COM ARTRITE PSORIÁSICA
Gustavo Guimarães Moreira Balbi,
Carolina Arribada Rebello, Marcella Azevedo Borges Andrade,
Tathiana Fernandes Mattos Bahia Alves,
Manuella Lima Gomes Ochtrop, Ana Beatriz Santos Bacchiega
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Objetivo: Avaliar a prevalência dos efeitos colaterais e fatores
de risco para o seu desenvolvimento nos paciente portadores de
artrite psoriásica (PsA) em uso de ciclosporina (CyA). Material e
métodos: Estudo transversal, retrospectivo por análise de prontuário que incluiu 29 pacientes com PsA, conforme o critério Caspar,
que fizeram uso de ciclosporina em nosso ambulatório (n = 80). Os
pacientes foram classificados quanto à presença dos efeitos colaterais relacionados à CyA. Resultados: Dos 29 pacientes avaliados,
15 (51,7%) eram do sexo feminino. A média de idade foi 51,1 ± 10,2
anos e a mediana do tempo de doença, 13,5 (8,5-18) anos; 24 (82,8%)
tinham acometimento periférico, 13 (44,8%) axial e oito (27,6%)
ambos. A indicação da CyA foi por atividade articular em 26 (89,7%),
cutânea em 20 (69%) e ambas em oito (27,6%). Em 20 (69%) foi prescrita em associação com metotrexato (MTX); o restante (31%) foi
tratado com monoterapia. O tempo de uso foi de 26 (13,25-39,25)
meses e as doses máximas total e por kg de peso foram 200 (150300) mg e 2,72 (1,99-3,83) mg, respectivamente. Nove (31%) evoluíram com hipertensão arterial sistêmica (HAS), 3 (15%; n = 20) com
hiperuricemia, dois (6,9%) com hiperplasia gengival e um (3,4%)
com hipertricose. Seis (20,7%) necessitaram de redução de dose
por injúria renal aguda (IRA), com mediana do tempo até IRA de
5,5 (1,75-15,75) meses. Desses pacientes, apenas um necessitou de
suspensão pela IRA; os demais mantiveram uso com doses menores, sem recorrência. Na análise bivariada, HAS correlacionou-se
com doses > 300 mg (p = 0,03). Não houve diferença de efeitos colaterais com o uso isolado ou combinado com MTX, nem com o uso
> 12 ou 24 meses. Na regressão logística, doses > 300 mg se mantiveram como fator de risco para HAS (p = 0,039; OR 6,66; CI 1,09940,43). Conclusão: A CyA mostra-se como uma opção segura para
o tratamento da PsA, em terapia combinada ou monoterapia. especialmente nos pacientes com contraindicação à terapia biológica.
ARTRITE PSORIÁSICA E PANUVEÍTE BILATERAL
Marcelo Alves Ribeiro, Karluana Nunes Endlich,
Douglas Gonçalves Bento, Henrique Rodrigues da Silva Dalzini,
Marcela Ferreira Trazzi, Antônio Francisco Loss Possatti,
Caroline Merci Caliari de Neves Gomes, Renan Fardim Novaes,
Soraya Viviane Amaro Nascimento, Túlio Vick Abel Faé,
Raquel Altoé Giovelli, Carolina Zorzanelli
Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (EMESCAM),
Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Vitória, ES, Brasil
Introdução: A artrite psoriásica (AP) é uma espondiloartrite (EpA)
e se desenvolve em 5-7% dos pacientes com psoríase. Idade inicial varia entre 30 e 55 anos e afeta igualmente homens e mulheres. Além do possível acometimento cutâneo e intestinal, pode
apresentar manifestações extra-articulares oftalmológicas, como
conjuntivite (20%) e uveíte (7%). Em EpA, as uveítes são habitualmente unilaterais anteriores, podem ser posteriores e bilaterais.
Relato de caso: Sexo masculino, 38 anos, em março de 2016 relatou perda súbita de acuidade visual bilateral, associada a cefaleia e febre. Referiu ainda quadro de dor e edema em mãos e pés
iniciados havia dois anos. Ao exame oftalmológico foi detectada
panuveíte bilateral e edema papilar bilateral com estrela macular. Internado para investigação de quadro infeccioso, apresentou
sorologias negativas (IgG e IgM para rubéola e Epstein Baar, VDRL,
HIV-Teste rápido, ANTI-HCV, HBsAg) e ressonância de crânio normal. Iniciada prednisona 40 mg/dia. Foi encaminhado à reumatologia em maio de 2016. Ao exame físico tinha lesões cutâneas descamativas e pruriginosas em membros e couro cabeludo e dactilite.
HLA-B27 ausente. Instituído tratamento com metotrexate 15 mg/
semana. Apresentou melhoria importante da acuidade visual e ao
fundo de olho, papila com bordos nítidos, sem edema, regressão
quase completa de estrela macular. Lesões cutâneas em regressão. Conclusão: Chamamos atenção para um caso que iniciou com
acometimento articular, porém somente com o comprometimento
visual foi dada devida atenção às queixas articulares e cutâneas
do paciente. A evolução atípica da AP com envolvimento ocular
grave (panuveíte) e súbito faz necessária investigação criteriosa
e um diagnóstico precoce, a fim de se evitar o comprometimento
definitivo da acuidade visual, dadas as muitas complicações das
uveítes, como catarata, glaucoma, descolamento de retina e edema
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cistoide da mácula, que podem gerar danos irreversíveis à visão se
não forem prontamente tratadas.
ARTRITE REATIVA REFRATÁRIA À
IMUNOSSUPRESSÃO: RELATO DE CASO
Tamires Verena Ribeiro dos Santos, Flávia Luiza Marin,
Luana Resende Reis, Caio Laguna Reis de Carvalho,
Luiz Eduardo Valente, Fabio Vicente Leite,
Henrique Pereira Sampaio,
Sula Glaucia Lage Drumond Pacheco
Serviço de Reumatologia, Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB), Universidade
Estadual Paulista (UNESP), Botucatu, SP, Brasil
Introdução: A artrite reativa (ARe) é uma artrite inflamatória classicamente associada à infecção intestinal ou do trato urogenital, de
transmissão sexual. Na maioria dos casos, a artrite é autolimitante
e em apenas 5% dos casos os pacientes apresentam doença inflamatória ativa e persistente. Relato de caso: Paciente de 40 anos,
masculino, com disúria havia um mês e artralgia em ombro direito
e tornozelo esquerdo havia 10 dias, com edema e limitação funcional e hiperemia conjuntival bilateral havia uma semana. Negava
febre, uretrite, lombalgia inflamatória, lesões tegumentares, alteração intestinal. Identificada artrite de ombro direito e tornozelo
esquerdo. Ao laboratório, PCR aumentado, leucocitose de 13.620,
urina 1 infecciosa (leucoesterase +++, leucócitos 10,5), sorologias
para hepatite B, C, HIV e sífilis não reagentes. Descartada infecção
ou uveíte pela oftalmologia. Diante da hipótese de ARe secundária à infecção do trato urinário, foram prescritos ciprofloxacino e
cetoprofeno. Em reavaliação após 48h, paciente sem melhoria das
artrites, foi associada prednisona 15 mg por sete dias. Em nova reavaliação, paciente persistia com artrite e apresentou dactilite em 2º
pododáctilo direito. Solicitada radiografia de ombros, tornozelos e
sacroilíacas, que foram normais. Mantido ciprofloxacino e trocado
cetoprofeno por meloxican. Após término do antibiótico, paciente
persistia com artrite e dactilite, foi introduzido metotrexato, chegou-se à dose de 25 mg/semana, sem melhoria clínica. Discussão:
A ARe geralmente é autolimitante. Apresentamos um caso em que,
mesmo em vigência de anti-inflamatório, a artrite persistiu, houve
até aparecimento de dactilite. Mesmo com o uso de imunossupressor, não conseguimos controlar a atividade inflamatória da ARe.
Apesar de não haver estudos randomizados com o uso de agentes
biológicos, este caso nos remete à possibilidade de introduzir anti-TNF na tentativa de controle clínico.
AVALIAÇÃO DAS ALTERAÇÕES OSTEOMETABÓLICAS
EM PACIENTES COM ESPONDILITE ANQUILOSANTE
ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO ARAÚJO LIMA
Sandra Lúcia Euzébio Ribeiro, Henrique Santos de Almeida,
Gabriela Vasconcelos
Serviço de Reumatologia, Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), Faculdade de
Medicina, Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Manaus, AM, Brasil
Objetivos: Descrever o perfil osteometabólico dos pacientes com
espondilite anquilosante (EA) atendidos no Ambulatório Araújo
Lima (AAL) de agosto de 2014 a maio de 2015, em Manaus (AM).
Material e métodos: Estudo descritivo e transversal em que foram
incluídos pacientes com diagnóstico de EA pelos critérios modificados de New York atendidos no AAL. Um protocolo comum de
investigação foi aplicado, com variáveis demográficas, clínicas,
laboratoriais, radiográficas e densitometria óssea. As radiografias
da coluna torácica e lombar foram feitas após análise morfométrica baseada na classificação pelo método de Genant. Resultados:
Foram preenchidos 53 protocolos, a maioria do pacientes do sexo
masculino (79,2%) e com idade entre 40 e 60 anos (56,6%). Apenas
14 tinham história familiar positiva para EA e a forma clínica mista
S49
foi a mais frequente (60,4%). Sobre o perfil laboratorial notou-se que existe uma normocalcemia, associada a hiperfosfatemia,
aumento na concentração sérica de creatinina e uma queda nos
valores de vitamina D. Dos 17 pacientes que fizeram o HLA-B27, 14
estavam reagentes. Na análise das métricas: pelo Basdai a maioria
dos pacientes estava sem atividade da doença, e os índices Asdas-PCR e Asdas-VHS indicam que estavam em atividade moderada.
Na análise densitométrica, apenas sete (15,6%) pacientes com
osteoporose (OP) e 21 (46,7%) com osteopenia. No grupo entrevistado, apenas dois (3,77%) apresentaram fraturas prévias, um com
fratura moderada em terço médio de T8, classificada pelo método
semiquantitativo de Genant. Conclusão: A maioria dos pacientes com EA não apresentava OP e entre aqueles com OP apenas
dois com fraturas vertebrais. Tal resultado pode ser resultado do
método usado para análise que acaba por superestimar a DMO,
tendo em vista a mineralização patológica de estruturas característica da doença, que fornece um resultado falsamente dentro
da normalidade.
AVALIAÇÃO DO PERFIL DE ENVOLVIMENTO
ARTICULAR NAS ESPONDILOARTRITES EM
REGIÕES DE DIFERENTES ETNIAS NO BRASIL
Sandra Lúcia Euzébio Ribeiroa, Ana Paula Beckhauser de Camposb,
Penélope Esther Palominosc, Adriana Bruscato Bortoluzzod,
Marta Aline Coelho da Costaa, Talita de Oliveira Ribeiroa,
Percival Degrava Sampaio-Barrose
Departamento de Clínica Médica, Faculdade de Medicina, Universidade Federal do
Amazonas (UFAM), Manaus, AM, Brasil
Departamento de Reumatologia, Hospital Universitário Evangélico de Curitiba,
Curitiba, PR, Brasil
c
Departamento de Reumatologia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA),
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil
d
Instituto de Ensino e Pesquisa (INSPER), São Paulo, SP, Brasil
e
Divisão de Reumatologia, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo
(FMUSP), São Paulo, SP, Brasil
a
b
Objetivo: Analisar o perfil do acometimento articular nas espondiloartrites (EpA) em regiões de diferentes etnias no Brasil. Material e métodos: Um protocolo comum de investigação foi aplicado
prospectivamente em 204 pacientes brasileiros com EpA, distribuídos nas regiões Norte (Manaus; n = 66) e Sul (Curitiba; n = 84 e
Porto Alegre; n = 54). Todos os pacientes foram classificados como
EpA axial ou periférica de acordo com os critérios da Assessment
of Spondyloarthritis International Society (ASAS). Foram analisadas variáveis clínicas, demográficas e índices da doença (Basdai,
Asdas-VHS, Asdas-PCR, Basfi, Mases, Sparcc, LEI, ASQoL). De acordo
com a origem étnica, os pacientes foram considerados como brancos e não brancos; entre os não brancos, foram comparados os da
Região Sul com os da Região Norte. Resultados: Na comparação dos
dados demográficos e clínicos de acordo com a etnia, observamos
que pacientes brancos foram associados com maior positividade
para o HLA-B27 (p < 0,001) e comprometimento ungueal (p = 0,032)
e faziam mais exercícios físicos (p = 0,026). Os não brancos foram
estatisticamente associados com artrite periférica em membros
inferiores (p = 0,035) e em membros superiores (p = 0,055), assim
como uretrite (p = 0,005) e maior uso de metotrexato (p = 0,008). A
comparação entre os pacientes não brancos do Norte com os do Sul
mostrou que enquanto pacientes do Norte eram mais frequentemente do sexo masculino (p = 0,010) e com maior uso de AINES (p <
0,001) e metotrexato (p = 0,035), os pacientes do Sul foram estatisticamente associados ao sexo feminino (p = 0,01), com maior acometimento articular em membros inferiores (p = 0,033), uveíte anterior (p = 0,011), valores mais elevados de Basdai (p = 0,012), ASQoL
(p = 0,001 ), Asdas-PCR (p = 0,001) e HAQ (p = 0,001) e maior número
de prescrições do adalimumabe (p = 0,001). Conclusão: A origem
étnica está associada a um quadro clínico distinto nos pacientes
com EpA de diferentes regiões geográficas no Brasil.
S50
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
AVALIAÇÃO DO PERFIL DO ASDAS EM PACIENTES COM
ESPONDILOARTRITES DE DIFERENTES REGIÕES BRASILEIRAS
Thelma Larocca Skare, Ana Paula Beckhauser de Campos,
Sandra Lúcia Euzébio Ribeiro, Penélope Esther Palominos,
Juliana Simioni, Adriana Bruscato Bortoluzzo,
Percival Degrava Sampaio-Barros
insatisfatória e apenas 17 (32%) estava em tratamento aprimorado. A relação entre o risco cardiovascular e o HLA B27 não teve
significância estatística. Conclusão: Foram encontradas taxas de
terapêutica insatisfatórias para a dislipidemia em pacientes que
têm alto risco cardiovascular. Esse fato talvez se deva à concepção
antiga de abordagem decisória baseada em alvos fixos de LDL, em
detrimento da nova tendência, baseada em estratificação de risco
cardiovascular global.
Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, Curitiba, PR, Brasil
Objetivo: Analisar a capacidade do Asdas (Ankylosing Spondylitis
Disease Score) medir a atividade de doença nas espondiloartrites
em diferentes regiões do Brasil. Material e métodos: Foi aplicado
protocolo comum de investigação em 204 pacientes com espondiloartrite atendidos em duas regiões do Brasil: Sul [Curitiba; n = 84
e Porto Alegre; n = 54] e Norte (Manaus; n = 66). Todos os pacientes
preenchiam os critérios ASAS (Assessment of Spondyloarthritis
International Society) para espondiloartrite. O protocolo incluía
dados clínicos e demográficos, Asdas-PCR (proteína C reativa),
Basdai (Bath Ankylosing Spondylitis Disease Activity index),
Basfi (Bath Ankylosing Spondylitis Disease Functional index),
Mases (Maastricht Ankylosing Spondylitis Score), Sparcc (Spondyloarthritis Research Consortium of Canada), LEI (Leeds Enthesitis Index) e ASQoL (Ankylosing Spondylitis Quality of Life questionnaire). Os valores do Asdas foram correlacionados através do
teste de Spearman com todos os índices. Resultados: Diferenças
clínicas e epidemiológicas foram observadas nos centros estudados. Não brancos predominavam no Norte (71,9% x 20,2%/24,1%)
e HLA B27 + no Sul (53,9%/53,6% x 34,8%). Asdas-PCR mostrou
boa correlação com os instrumentos usados para medir atividade
de doença, função e entesites. Basdai (Curitiba; p < 0,0001; Porto
Alegre, p < 0,0001; Manaus; p < 0,0001), VHS (Curitiba; p = 0,0001;
Porto Alegre; p = 0,0007; Manaus; p = 0,007), Basfi (Curitiba; p =
0,0002; Porto Alegre; p < 0,0001; Manaus; p = 0,02), Mases (Curitiba;
p = 0,006; Porto Alegre; p = 0,01; Manaus; p = 0,007), Sparcc (Curitiba; p = 0,007; Porto Alegre; p = 0,001; Manaus; p = 0,004) e ASQoL
(Curitiba; p < 0,0001; Porto Alegre; p = 0,0002; Manaus; p = 0.0004).
Conclusão: Asdas-PCR provou ser um bom indicador de atividade
inflamatória e mostrou uma boa correlação com medidas de atividade de doença, função e entesites em pacientes com espondiloartrites de diferentes re­giões brasileiras.
AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO DE DISLIPIDEMIA EM UMA
COORTE DE PACIENTES COM ESPONDILITE ANQUILOSANTE
Arthur da Silva Neto, Fábio Kullock, Leonardo Domingues Romeiro,
Mauro Goldfarb, Bruno Schau
Hospital Federal dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (HFSE-RJ), Rio de Janeiro,
RJ, Brasil
Objetivo: Avaliar o tratamento de dislipidemia em pacientes com
espondilite anquilosante baseado no guideline da AHA/ACC de
2013 e descrever outros fatores de risco, incluindo HLA B27. Material e métodos: Foram incluídos 72 pacientes entre 40 e 75 anos
com diagnóstico de espondilite anquilosante e, através da revisão
de prontuário entre março e junho de 2016, foram coletados dados
para análise em planilha Microsoft Excel 2010. Com eles, foi calculado o risco cardiovascular global através da ferramenta ASCVD
risk e, baseado nesse, avaliado o tratamento de dislipidemia.
Resultados: Foram encontrados: 53 (73,61%) homens e 19 (26,39%)
mulheres com média de 53,87 (45-70) anos, 32 (44,4%) brancos,
18 (25%) negros e 22 (30,55%) pardos. Do total, 36 (50%) eram dislipidêmicos, 35 (48,61%) hipertensos, oito (11,11%) tabagistas,
seis (8,3%) diabéticos, 43 (59,72%) HLA B27 positivos e 38 (52,77%)
tinham risco cardiovascular global aumentado pela ASCVD risk.
No estudo, 52 (72,22%) eram elegíveis ao tratamento de dislipidemia pelo guideline. Desses, 14(26,92%) não a tratavam. Entre
os que estavam em tratamento, em 21 (55,26%) a terapêutica era
CARACTERIZAÇÃO CLÍNICA, RADIOGRÁFICA E
EPIDEMIOLÓGICA DOS PACIENTES COM ARTRITE
PSORIÁSICA ACOMPANHADOS NO AMBULATÓRIO DE
REUMATOLOGIA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
Carolina Gadelha Pires, Anna Luísa Marinho de Andrade,
Ana Karla Guedes de Melo,
Danielle Christinne Soares Egypto de Brito,
Esther Bastos Palitot, Alessandra Sousa Braz C. Andrade,
Eutília Andrade de Medeiros Freire
Centro de Ciências Médicas, Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa, PB,
Brasil
Objetivo: Traçar o perfil clínico e radiográfico dos cinco tipos de
artrite psoriásica (APs) em um ambulatório de reumatologia. Material e métodos: Estudo prospectivo, transversal, observacional,
por livre demanda, compreendeu pacientes de ambos os sexos,
todas as etnias, entre 18 e 60 anos e diagnóstico de APs segundo
os critérios Caspar, atendidos entre agosto de 2015 e maio de
2016. Resultados: Participaram do estudo 50 pacientes, 32 mulheres (64%) e 18 homens (36%), com médias de idade de 45,3 anos,
de tempo do diagnóstico da psoríase de 9,68 anos e da APs de 3,32
anos. A forma clínica mais observada foi a poliarticular simétrica
(46%), seguida pela mista (24%), oligoarticular assimétrica (20%),
distal (6%) e espondilítica (4%). Em relação ao momento do acometimento articular, 34 tiveram a psoríase antes da artrite, cinco
depois e 11 simultaneamente. Apenas 28 pacientes tinham exames radiográficos e entre as alterações sete tinham entesopatias,
quatro sacroiliíte bilateral, quatro neoformação óssea e um acro-osteólise. Entre as comorbidades associadas, 30% apresentavam
hipertensão arterial sistêmica, 24%, diabetes mellitus, 10%, osteopenia/osteoporose, 8%, dislipidemia e 4%, insuficiência cardíaca congestiva. Conclusão: Nessa amostra, houve predomínio do
sexo feminino, mas, a depender da localização geográfica, há controvérsias sobre a epidemiologia da APs. Embora alguns estudos
apontem a forma oligoarticular como a mais frequente no início
da doença, a de maior prevalência na pesquisa foi a poliarticular.
A literatura refere uma possível mudança no padrão de acometimento articular ao longo do tempo, com evolução para formas
mais graves. Neste estudo, o tempo médio de doença foi de 3,32
anos. Alterações radiográficas podem surgir no curso da doença,
exibir um padrão distinto, como a coexistência de erosão e neoformação óssea. A APs parece apresentar maior risco de doenças cardiovasculares e metabólicas, é necessária uma avaliação
de risco nesses pacientes.
COEXISTÊNCIA DE ESPONDILITE ANQUILOSANTE E SÍNDROME
DE EHLER DANLOS: ASSOCIAÇÃO RARA OU DESCONHECIDA?
Juliana Brandão Pinto Carneiro, Taíssa Pinto de Souza,
Talita de Oliveira Ribeiro, Samila Alves da Silva,
Patrícia da Silva Cunha, Anne Christine Nogueira Garcia Neves,
Sandra Lúcia Euzébio Ribeiro
Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), Universidade Federal do Amazonas
(UFAM), Manaus, AM, Brasil
Introdução: Espondilite anquilosante (EA) é uma doença inflamatória crônica que afeta pessoas jovens com < 45 anos, mais
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comum em homens, com forte relação familiar em até três gerações. Hipermobilidade articular (HA) é definida como aumento da
amplitude dos movimentos de uma ou mais articulações, observada na infância, declina na idade adulta. O diagnóstico é clínico
e é feito pelos critérios de Beighton. Síndrome de Ehler Danlos
(SED) do tipo III é caracterizada pela HA, hiperelasticidade cutânea, sintomas exarticulares e padrão familiar hereditário. Relato
de caso: Paciente masculino, 30 anos, com hiperlasticidade da
pele, apresentava na infância artralgia em ombros, coxofemorais
e joelhos. Na adolescência, houve pioria dos sintomas articulares,
evoluiu com lombalgia inflamatória, fadiga e ansiedade. Diagnóstico de SED aos 24 anos (escore de Beighton igual a 8/9). Na RM:
tendinopatia em ombros; osteoartrite em coxofemorais; discopatias em coluna cervical e lombar e redução dos espaços em torácica. Aventada a hipótese de EpA, devido à persistência de lombalgia inflamatória, artralgia de grandes articulações e irmã com
EA, HLA-B27 positivo e HA. Exame físico: dor à compressão de
enteses: tuberosidade maior dos ombros, epicôndilos laterais e
mediais, trocânter maior dos fêmures, tendão de aquiles bilateral e sacroilíacas; teste de Shober de 10/14 cm. Laboratório: Ht =
44,1%, Leuco = 7.200/µL, VHS = 2 mm, PCR = 0,34 mg/dL, Fosfatase
alcalina = 77 U/L, Látex negativo, HLA-B27 presente, sorologias
para hepatites e HIV não reagentes. RM de sacroilícas: sacroileíte
incipiente. Diagnóstico de EA pelos critérios do ASAS 2009. Iniciou
Aine e sulfassalazina com melhoria dos sintomas. Conclusão: A
coexistência de EA e SED é rara e há poucos relatos na literatura,
os quais mostram dificuldade no diagnóstico, já que são doenças
com características opostas. Isso nos leva a questionar se essa
associação é realmente rara ou se é pouco diagnosticada.
COEXISTÊNCIA ENTRE DOENÇA DE
BEHÇET E ESPONDILOARTRITE
Izaias Pereira da Costaa,b, Gláucia Moreira Souza de Queirozc,
Ana Elisa Dantas Modestoa, Micheli Said de Marchia,
Isabella Costa Faleirosa, Izaias Pereira da Costa Juniora
Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (HUMAP), Empresa Brasileira de
Serviços Hospitalares (EBSERH), Campo Grande, MS, Brasil
b
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Campo Grande, MS, Brasil
c
Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS), Campo Grande, MS, Brasil
a
Introdução: A doença de Behçet (DB) é uma afecção inflamatória
multissitêmica, caracterizada por aftas orais, vaginais e acometimento do sistema nervoso central (SNC). As espondiloartrites
(EpA) compreendem um grupo de patologias com aspectos clínicos e radiológicos em comuns, caracterizado por processo inflamatório das êntesis. Objetivo: Relatar a ocorrência dessa associação. Relato de caso: Mulher, 35 anos, com cervicalgia havia dois
anos, de caráter inflamatória e que melhorou com anti-inflamatórios. Rigidez matinal acima de meia hora. Evoluiu com lombalgia de ritmo inflamatório e incapacitante. Concomitantemente
apresentou úlceras orais e genitais dolorosas recorrentes, queixa
de turvação visual, hiperemia e sensação de prurido ocular. Ao
exame não apresentava artrites, escore de Mases de 10, demografismo e teste de patergia positivo. HLA-B27 negativo e à RM
tinha esclerose subcortical e edema nos componentes ilíacos. O
diagnóstico de doença de Behçet associada com espondiloartrite
indiferenciada foi firmado. Discussão: Moll et al. sugeriram que a
doença de Behçet poderia ser incluída no grupo das espondiloartropatias em 1974 e desde então não houve consenso a respeito.
Em alguns estudos de série de casos da DB, o envolvimento articular foi relatado em metade dos pacientes, enquanto a sacroiliíte
e espondilite em torno de 6%. Recentemente alguns autores sugeriram que DB e EpA podem compartilhar a mesma suscetibilidade
genética (HLA B* 51) e vias inflamatórias (IL23R, IL10, ERAP1). Gul
propõe o termo de “MHC-1-opatia” para o compartilhamento da
mesma base genética (alelosHLA B* 51, HLA-C(*)0602,HLA-B(*)27
e ERAP-1). Propõe o conceito de que a disfunção da imunidade
de barreira, por exemplo, da pele, levaria a resposta aberrante da
S51
imunidade inata, nos locais de estresse mecânico, ativaria a imunidade adaptativa (T CD8+) e geraria resposta inflamatória neutrofílica exacerbada e recorrente.
CORRELAÇÃO ENTRE TRÊS ÍNDICES DE ENTESITE COM
ATIVIDADE DE DOENÇA E FUNÇÃO EM PACIENTES
BRASILEIROS COM ESPONDILOARTRITE
Penélope Esther Palominosa, Ana Paula Beckhauser de Camposb,
Sandra Lúcia Euzébio Ribeiroc, Jady Wroblewski Xavierd,
Felipe Borges Oliveirad, Bruno Guerraa, Carla Saldanhaa,
Aline Castello Branco Mancusoe, Charles Lubianca Kohema,
Andrese Aline Gasparina, Ricardo Machado Xaviera,
Percival Degrava Sampaio-Barrosf
Departamento de Reumatologia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA),
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil
b
Departamento de Reumatologia, Hospital Universitário Evangélico de Curitiba,
Curitiba, PR, Brasil
c
Departamento de Reumatologia, Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV),
Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Manaus, AM, Brasil
d
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil
e
Departamento de Bioestatística, Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA),
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil
f
Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, SP, Brasil
a
Introdução: A presença de entesite está associada com maior
atividade de doença, maior incapacidade funcional e pior qualidade de vida nos pacientes com espondiloartrite (EpA). Atualmente, não há consenso de qual o melhor índice para avaliação
de entesite nesses pacientes. Objetivo: Comparar a correlação do
Mases, Sparcc e LEI com medidas de atividade de doença e função
em uma população heterogênea de pacientes brasileiros. Material e métodos: Um estudo transversal foi feito em três hospitais brasileiros. Os pacientes que preenchiam critérios ASAS para
EpA periférica e/ou axial foram recrutados e medidas de atividade de doença e função foram coletadas e correlacionadas com
Mases, Sparcc e LEI. Resultados: Foram incluídos 204 pacientes,
29,9% (n = 61) preencheram critérios para EpA axial pura e 28,9%
(n = 59) para EpA periférica pura; 41,2% (n = 84) preenchem critérios tanto para axial quanto para periférica. Entre os pacientes
com EpA axial, Mases apresentou melhor desempenho do que LEI
(p = 0,018) e igual ao Sparcc (p = 0,212) em relação à correlação
com a atividade da doença e função. Em EpA periférica, Mases foi
ligeiramente melhor do que Sparcc quando a correlação com HAQ
foi estudada (p = 0,046) e em artrite psoriásica não houve diferença estatística entre os três índices. Conclusão: Na população
brasileira, na qual os pacientes têm um amplo espectro clínico de
manifestações, Mases é um instrumento adequado para avaliar
entesite, uma vez que tem satisfatória correlação com medidas
de atividade de doença e função nos padrões tanto axiais quanto
periféricos de EpA.
DISTROFIA UNGUEAL SUBCLÍNICA EM PACIENTES COM
PSORÍASE SEM COMPROMETIMENTO ARTICULAR: EXISTE
ALGUM PAPEL PARA O ULTRASSOM UNGUEAL?
Barbara Nascimento de Carvalho Klemza, Karine Rodrigues da Luza,
Eugênia Maria Damásio Oheb, Polianna de Oliveira Matos Soaresb,
Helder Henrique da Costa Pinheiroc, Adriana Maria Porrob,
Marcelo de Medeiros Pinheiroa
Departamento de Reumatologia, Escola Paulista de Medicina (EPM), Universidade
Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
Departamento de Dermatologia, Escola Paulista de Medicina (EPM), Universidade
Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
c
Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém, PA, Brasil
a
b
Introdução: O envolvimento articular é observado em aproximadamente 30% de pacientes com psoríase (Ps). Entretanto,
nenhuma estratégia clínica, laboratorial ou de imagem é bem
S52
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estabelecida para identificá-los antes da progressão para artrite
psoriática (PSA). Objetivo: Avaliar a associação entre o envolvimento ungueal (NI) e a entesopatia do extensor da interfalangiana distal (DIP-ExE), através do ultrassom (US), com o envolvimento articular subclínico (artrite, entesite e dactilite), em
pacientes com Ps. Material e métodos: Estudo transversal com
89 pacientes com Ps ativa, comparados com 21 controles saudáveis, pareados por sexo, idade e IMC. Após a avaliação dermatológica (Pase, Pest, Pasi e Napsi), os pacientes foram classificados
em dois grupos, de acordo com envolvimento ungueal clínico
(CNI). Além disso, foram avaliados por um reumatologista (entesite, dactilite, queixas axiais e artrite periférica), para aplicar os
critérios Caspar (2006). Um terceiro médico, cego, fez avaliação
com US (1.246 ênteses, 1.958 articulações e 2.136 tendões), além
de uma lesão cutânea ativa, e a unha mais acometida naqueles
com CNI, de acordo com Omeract (2010), com o uso do MyLab60®
(Esaote, Itália). P < 0,05 foi considerado estatisticamente significativo. Resultados: Não houve diferença significativa em relação
ao tempo de doença, comorbidades, hábitos de vida e Pase em
pacientes com CNI quando comparados com aqueles sem CNI.
No entanto, os pacientes com CNI (67,4%) apresentaram maior
número de dor e edema nas articulações. A presença de power-Doppler na unha (N-PWD) e DIP-ExE foi observada em 65-70%
dos pacientes com CNI (p = 0,035). O US ungueal identificou 58,6%
de distrofia ungueal subclínica e 70,6% tinham N-PwD positivo (p
< 0,001). Conclusão: O US ungueal foi capaz de identificar NI subclínico e DIP-ExE em 58,6% dos pacientes com o PS ativa, sem CNI
ou articular, sugeriu que pode ser usado para a triagem inicial de
pacientes com risco aumentado de desenvolvimento de PSA.
ELEVADA FREQUÊNCIA DE ESPONDILITE EM PACIENTES
COM DOR LOMBAR INFLAMATÓRIA SEM SACROILEÍTE
Bruno Schaua, Clarissa Canellab, Marcelo Bordalloc,
Morgana Ohira Gazzetad, Fernanda Eliasd, Marlise Simõesd,
Washington Bianchid, Evandro Mendes Klumbe
Hospital Federal dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (HFSE-RJ), Rio de Janeiro,
RJ, Brasil
b
Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
c
Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil
d
Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
e
Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói, RJ, Brasil
a
Objetivo: Identificar através de ressonância magnética (RM) a presença de espondilite anterior e posterior sugestiva de espondiloartrite axial em pacientes com lombalgia inflamatória sem
sacroiliíte radiográfica. Material e métodos: Estudo observacional transversal que incluiu pacientes dos 18 aos 45 anos com dor
lombar inflamatória de acordo com os critérios classificatórios da
Assessment of Spondyloarthritis International Society (ASAS). As
imagens de RM foram avaliadas por dois radiologistas especializados em imagem musculoesqueléticas com os critérios Spondyloarthritis Research Consortium of Canada Magnetic Resonance Image Index (Sparcc) para coluna vertebral e articulações
sacroilíacas. Resultados: Entre os 60 pacientes avaliados, 32 foram
selecionados devido dor lombar inflamatória; 18 (56,2%) tinham
evidência de inflamação sacroilíaca na RM (escore Sparcc > 2) e
14 (43,7%) não apresentavam inflamação (Sparcc < 2). Entre esses
últimos, 11 (34,3%) tinham três ou mais cantos vertebrais inflamatórios (espondilite) na coluna e três (9,5%) não tinham achados positivos na coluna ou na articulação sacroilíaca. As características clínicas e epidemiológicas encontradas são semelhantes
àquelas descritas para pacientes com espondiloartrite axial não
radiográfica. Conclusão: Pacientes com dor lombar inflamatória e nenhuma evidência de sacroiliíte na RM podem apresentar
espondilite vertebral sugestiva de espondiloartrite não radiográfica, possivelmente demonstram um perfil de pacientes ainda não
classificados pelo critério ASAS.
ENTESITES DOS LIGAMENTOS ESPINHOSOS E
CAPSULITE DAS INTERAPOFISÁRIAS IDENTIFICADAS
POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA COM GADOLÍNEO EM
PACIENTE COM SUSPEITA CLÍNICA DE ESPONDILOATRITE
Eduardo Souza da Rosa, Alessandra Ferrari,
Maria Lucia Lemos Lopes, Tatiana de Freitas Tourinho,
Diego Ustárroz Cantali
Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (ISCMPA), Universidade
Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Porto Alegre, RS, Brasil
Introdução: As espondiloartrites são um grupo heterogêneo de
doenças inflamatórias crônicas que afetam o esqueleto axial,
podem acometer as articulações periféricas e as ênteses. Os
achados laboratoriais são inespecíficos. As alterações radiológicas são, muitas vezes, tardias, dificultam o diagnóstico precoce e atrasam uma intervenção mais efetiva. Relato de caso:
Paciente feminina, 62 anos, com lombalgia inflamatória havia
15 anos, sem artrite periférica e sem outros achados clínicos. Ao
exame físico com dor à palpação de sacroilíacas e de apófises
espinhosas. Schöber de 4 cm. HLA-B27 ausente. Provas de atividade inflamatórias alteradas. Raios X de sacroilíacas sem alterações. Fez ressonância magnética de coluna lombossacra e sacroilíacas com gadolíneo e técnica STIR. Sacroilíacas sem sinais de
lesões nas estruturas óssea, com intensidades de sinal normal
para a medula e sem evidências de edema ósseo. Coluna lombossacra com alterações inflamatórias na topografia dos ligamentos
interespinhosos e articulações interfacetárias (entesites), identificadas nas sequências com gadolíneo, achados muito sugestivos de espondiloartropatia inflamatória. Foi estabelecido diagnóstico clínico de espondiloartrite indiferenciada. Discussão: O
avanço de métodos de imagem tem colaborado para o diagnóstico das espondiloartrites, são cada vez mais sensíveis para alterações precoces, permitem a pronta instituição do tratamento
adequado. Sacroiliíte, embora muito frequente e característica
dessas doenças, pode não estar presente em alguns casos. Entesites devem ser mais bem investigadas. A aquisição de imagens,
à ressonância magnética, com gadolíneo mostrou-se mais efetiva para a detecção de entesites em coluna vertebral do que a
técnica com STIR.
ESPONDILITE ANQUILOSANTE (EA) ASSOCIADA
AO USO DE INTERFERON (IFN)
Mariele Zardina, André Luis Bittencourt Morschb,
Natália Sarzi Sartoria, Manoela Fantinel Ferreiraa,
Marcus Barg Resminia, Ricardo Roitman Wolkinda,
Charles Lubianca Kohema, Odirlei André Monticielob
a
b
Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil
Departamento de Reumatologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS),
Porto Alegre, RS, Brasil
Introdução: Espondilite anquilosante (EA) é uma doença inflamatória crônica associada ao HLA B27, caracterizada por entesites e sacroileíte. Acredita-se que seu desenvolvimento ocorra em
indivíduos suscetíveis expostos a um fator ambiental que atuaria
como gatilho, por exemplo infecções virais ou microbiota intestinal. Relato de caso: Mulher, 56 anos, com lombalgia inflamatória de início em dezembro de 2014, com pioria progressiva e emagrecimento de 20 kg desde agosto de 2014, época em que iniciou
interferon (INF) para tratamento de hepatite C. Fez ressonância
magnética de coluna lombossacra e articulações sacroilíacas que
evidenciou sacroileíte bilateral e entesopatia na coluna lombar,
compatível com espondiloartrite. Tipagem HLA B27 foi positiva.
Iniciou tratamento com indometacina com resolução parcial da
dor. Houve troca para outros anti-inflamatórios com resposta
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
muito limitada, o que levou à necessidade de anti-TNF para controle dos sintomas. Discussão: O tratamento com IFN tem sido
associado com exacerbação de doenças pré-existentes e indução de novo de uma grande variedade de desordens autoimunes (AI) ou anormalidades sorológicas, principalmente quando
em associação com HCV+, com frequência estimada em torno
de 4-19%. Dentre as doenças reumatológicas mais comumente
descritas, destacam-se lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatoide, psoríase e artrite psoriásica e artrite reativa. Há relato
de um caso de paciente de 26 anos com psoríase que desenvolveu sacroileíte após quatro meses do uso do IFN. Há descrição de
pacientes que entraram em remissão total dos sintomas articulares após cessar uso do IFN. Não encontramos dado na literatura
sobre desenvolvimento de EA após uso do IFN.
ESPONDILITE ANQUILOSANTE E PLAQUETOPENIA
IMUNOLÓGICA: RELATO DE CASO
Juliana Amaral Rebouças Moreira,
Camila Zubeidi Teixeira, Nicolle Diniz Linhares,
Claudia Maria Rassi, Vanessa de Oliveira Magalhães,
Fábia Mara Gonçalves Prates de Oliveira, Eleusa Fleury Taveira,
Marcelo Pimenta, Antônio Carlos Ximenes
Hospital Geral de Goiânia Alberto Rassi, Goiânia, GO, Brasil
Introdução: A espondilite anquilosante (EA) é uma doença inflamatória crônica que acomete sacroilíaca, esqueleto axial, articulações periféricas e ênteses. Ao contrário de outras doenças
reumatológicas, como lúpus eritematoso sistêmico (LES), síndrome de Sjögren (SS) ou artrite reumatoide (AR), não é comum
sua superposição com a púrpura trombocitopênica imunológica
(PTI), que pode ser um fenômeno isolado ou secundária a outras
doenças. Objetivo: Relatar um caso dessa incomum associação.
Relato de caso: NAO, 53 anos, solteiro, diagnóstico de espondilite
anquilosante havia 30 anos, com acometimento axial em estágio
sequelar e osteoartrite de quadril bilateral. Deu entrada no serviço em 2009, com plaquetopenia persistente. Feita ampla investigação para diagnóstico diferencial incluindo neoplasia, infecção e síndrome de superposição. Mielograma e biópsia de medula
óssea confirmaram o diagnóstico de PTI. Falha terapêutica a corticoesteroides, incluindo esquema de pulsoterapia com metilprednisolona. Foi indicada e feita esplenectomia, com evolução
favorável e último hemograma de 09/12/15: apresentou plaquetas: 646.000/μL. Discussão: A PTI caracteriza-se por plaquetopenia devido a anticorpos contraplaquetas, o diagnóstico é de
exclusão e a evolução, insidiosa. O paciente em questão foi investigado para plaquetopenia secundária e refratária, o diagnóstico
foi determinado por avaliação medular. Doenças reumatológicas são comumente associadas a plaquetopenia imunológica, no
entanto o mesmo não é frequente na EA, existe na literatura um
relato de caso francês de 1990. Por tratar-se de uma diagnóstico
de exclusão, fica evidente que é necessário pensar-se na hipótese
para um melhor direcionamento diagnóstico, para evitar graves
repercussões para o paciente.
ESPONDILITE ANQUILOSANTE EM MULHER
IDOSA: RELATO DE CASO
Luilson Geraldo Coelho Júnior,
Pedro Rodrigo Magalhães Negreiros de Almeida,
Filipe Reis Pinheiro, Larissa Pereira Ribeiro,
Flávia Tolentino Marra dos Reis, Luciano Junqueira Guimarães
Faculdade Atenas, Paracatu, MG, Brasil
Introdução: A espondilite anquilosante é uma doença crônico-degenerativa de curso insidioso que acomete articulações
S53
sacroilíacas e as da coluna vertebral e ligada ao HLA-B27 positivo.
Homens são até quatro vezes mais acometidos do que as mulheres, predominante em caucasianos e de início entre 25 e 44 anos.
Relato de caso: Paciente feminino, 54 anos, natural e procedente
de Paracatu (MG), negra, procurou atendimento com queixa de
dor e rigidez em região de nádegas, coluna lombar e cervical, iniciada havia mais de três anos. Prosseguiu de braço e cotovelo
direito (D), evoluiu para ombro D e depois progressivamente para
pés, tornozelos, joelhos, articulação sacroilíaca, coluna lombar e
cervical. Rigidez articular matinal melhorava com movimentação e piorava ao repouso. Espasmos musculares e escoliose de
convexidade à D evidenciada ao RX de coluna. Ausência de nódulos subcutâneos, entesite de ombro D em ultrassom de ombro D.
VHS aumentado (11 mm), PCR aumentada (2,56 mg/mL) e fator
reumatoide (Anti-HBS) < 2 UI/L – negativo. Em uso de sulfassalazina 500 mg, ciclobenzaprina 10 mg, arcoxia 60 mg e codaten
50 mg. Não conseguia fazer atividades laborais, sentia-se astênica. Em 2014, HLA-B27 positivo, foi afastada do trabalho temporariamente e retornou com resultado de ressonância magnética
de coluna torácica e sacroilíaca, não evidenciaram EA, mesmo
com laudo da tomografia computadorizada de coluna lombar
feita para evidenciar osteófitos anteriores e fusão das articulações sacroilíacas compatíveis com EA. Conclusão: A presença de
EA em uma mulher, negra, com o início do quadro álgico após os
50 anos, pode retardar o diagnóstico de EA mesmo com anti-HBS
negativo e acometimento assimétrico de articulações periféricas.
Queixas de dor e rigidez em esqueleto axial sugerem investigação de história familiar e sorologias como HLA-B27.
ESPONDILOARTRITE APÓS CIRURGIA
BARIÁTRICA: UMA SÉRIE DE CASOS
Thauana Luiza de Oliveira, Marcelo de Medeiros Pinheiro
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
Objetivo: Estudar pacientes com diagnóstico de espondiloartrites que tenham sido submetidos à intervenção cirúrgica do tipo
bypass gastrointestinal em qualquer momento da vida. Material e métodos: De 429 pacientes do Setor de Espondiloartrites
da Disciplina de Reumatologia da Universidade Federal de São
Paulo, foram selecionados 15 (3,5%), dos quais nove haviam-se
submetido a cirurgia bariátrica (Grupo 1) e seis (40%) a gastrectomia parcial por úlcera duodenal (Grupo 2). Os dados demográficos, clínicos, laboratoriais e de imagem foram comparados
entre os dois grupos. Foram aplicados os critérios de classificação
modificados de Nova York para espondilite anquilosante (EA) e os
do ASAS (Assessment of Spondyloarthritis International Society)
para espondiloartrite axial e periférica. Resultados: Na comparação dos grupos 1 e 2, não houve diferença significativa quanto à
idade na época do aparecimento dos sintomas articulares, cor da
pele, presença de sintomas axiais ou manifestações extra-articulares. A presença do HLA-B27 foi maior no Grupo 1 (88,9% vs.
66,7%). Dos nove pacientes do Grupo 1, quatro (44,4%) não apresentavam queixa articular, axial ou periférica antes da cirurgia
bariátrica, enquanto quatro (44,4%) tinham lombalgia mecânica
esporádica, que fora atribuída ao excesso de peso. Além da manifestação axial, mais da metade apresentava artrite no início do
quadro e a entesite foi mais frequente naqueles submetidos à
cirurgia bariátrica do que à gastrectomia parcial no momento do
diagnóstico (100% vs. 50%, p = 0,044). Considerando-se o tratamento medicamentoso, a maioria dos pacientes do Grupo 1 havia
usado corticoesteroide oral. Pacientes do Grupo 2 usavam mais
bloqueadores do TNF, incluindo troca entre agentes, do que aqueles do Grupo 1. Conclusão: Nossa série de casos ilustra relação
temporal clara entre o início dos sintomas das espondiloartrites
e a cirurgia bariátrica, sugere uma provável plausibilidade causal
entre os dois eventos.
S54
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ESPONDILOARTRITE JUVENIL ASSOCIADA À SÍNDROME DO
INTESTINO CURTO E SUPERCRESCIMENTO BACTERIANO
Luiz Felipe Adsuara de Sousa, Renata Casseb de Souza,
Rafael Alves Cordeiro, Ana Paula Luppino Assad,
Lissiane Karine Noronha Guedes, Nádia Emi Aikawa,
Rosa Maria Rodrigues Pereira
Index (p < 0,001), IMC (r = 0,20; p < 0,049) e circunferência de cintura (p = 0,009) e negativamente com a massa magra esquelética (p
< 0,001). Após múltiplos ajustes estatísticos, a maior gravidade da
atividade articular se associou com a maior taxa de gordura corporal total e FMI do que os pacientes em remissão ou baixa atividade
da doença. Conclusão: A maior adiposidade corporal desempenhou
papel deletério sobre a atividade articular de pacientes com AP.
Disciplina de Reumatologia, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina,
Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), São Paulo, SP, Brasil
Introdução: A síndrome do intestino curto (SIC) é uma condição
associada à má-absorção intestinal de macro e micronutrientes,
causada, geralmente, por ressecção importante de intestino delgado, com importante alteração da microbiota, principalmente
se associada à síndrome do supercrescimento bacteriano intestinal (SSBI). Interessantemente, bactérias da microbiota humana
são potentes iniciadores e perpetuadores de artrites inflamatórias em pacientes com predisposição genética de base. Objetivo:
Relatar um caso de espondiloartrite secundária à SIC associada à
SSBI. Relato de caso: Paciente, 20 anos, masculino, com história de
síndrome de má absorção por intestino curto após ressecção parcial de jejuno, de íleo total e válvula íleo cecal por volvo, aos sete
anos. Após oito anos apresentou dorsalgia e artrite de pequenas e
médias articulações e encaminhado à reumatologia por hipótese
de raquitismo/osteoporose e artrite a esclarecer. Seguia na gastroenterologia com suspeita de SSBI tratado com rodízio de antibióticos. EF: emagrecido (IMC 15,4 kg/m2), com edema de joelhos, tornozelos, cotovelos, punhos, 2ª, 3ª MCFs e escoliose grave. Exames:
PCR 26 mg/L, FAlc 95 U/L, PTH 16 pg/mL, 25OH 9 ng/mL, P 3,1 mg/
dL, CaT 9,1 mg/dL, FR negativo e anemia de doença crônica. Líquido
sinovial de joelho E com 6.510 células, 85% de neutrófilos. RX de
mãos: sem erosões, RNM sacroilíacas com sacroiliíte e joelhos com
sinovite. Densitometria óssea: L1-L4. Z-score: -6,1, fêmur total Z:
-4,4. Biópsia de enterectomia: enterite crônica sem achados compatíveis com D. Crohn/RCU. Feito o diagnóstico de artrite secundária a quadro intestinal e raquitismo. Introduzidos sulfassalazina e
colecalciferol. Discussão: Trata-se da primeira descrição da associação de SIC com espondiloartrite. Fatores como SSBI podem estar
envolvidos, mas a simples modificação do microbioma intestinal
secundário a SIC parece ser fator desencadeante da resposta pró-inflamatória e consequente desenvolvimento da doença em indivíduos predispostos.
HIPOVITAMINOSE D NAS ESPONDILOARTRITES:
HÁ RELAÇÃO COM ATIVIDADE DE DOENÇA?
Thelma Larocca Skare, Ana Caroline Sazaki,
Ana Paula Beckhauser de Campos, Juliana Simioni
Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, Curitiba, PR, Brasil
Objetivo: Descrever a prevalência de deficiência de vitamina D e sua
possível associação com dados clínicos, epidemiológicos e laboratoriais de pacientes, assim como sua associação com atividade de
doença, avaliada com o instrumento Bath Ankylosing Spondylitis e
provas de atividade inflamatória. Material e métodos: Estudo epidemiológico transversal observacional de 92 pacientes com diagnóstico de espondiloartrite por pelo menos 12 meses. Dados coletados
incluíram: epidemiologia, forma de espondiloartrite, dados clínicos,
positividade para HLA B27, VHS, PCR, hemoglobina e Basdai. Resultados: A prevalência de deficiência/insuficiência de vitamina D foi
de 52%. Notou-se uma associação de níveis baixos de vitamina D
com Basdai elevado (p < 0,012) e menores valores de hemoglobina
(p < 0,049). O estudo de associação com os demais dados foi não significativo (p = NS). Conclusão: Mais da metade dos pacientes com
espondiloartrite desta amostra têm hipovitaminose D. A atividade
da doença estava associada com deficiência dessa vitamina.
IL-22 AUMENTA A EXPRESSÃO DE SFRP3/FRZB
POR SINOVIÓCITOS FIBROBLASTO-SÍMILE NAS
DOENÇAS ARTICULARES INFLAMATÓRIAS
Gustavo Gomes Resendea, Camilla Ribeiro Lima Machadoa,
Rafaela Bicalho Viana Macedoa, Monaliza Ângela Rochaa,
Vanuza Chagas do Nascimentoa, Júlio Sílvio de Sousa Bueno Filhob,
Adriana Maria Kakehasia, Marcus Vinicius Melo de Andradea
Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo
Horizonte, MG, Brasil
b
Departamento de Ciências Exatas, Universidade Federal de Lavras (UFLA), Lavras,
MG, Brasil
a
EXCESSO DE GORDURA CORPORAL ESTÁ ASSOCIADA
COM A MAIOR ATIVIDADE ARTICULAR EM
PACIENTES COM ARTRITE PSORIÁSICA
Beatriz Figueiredo Leite, Marcelo de Medeiros Pinheiro,
Melissa Aparecida Morimoto, Patricia de Souza Genaro,
Nágila Raquel Teixeira Damasceno, Carina Mori Frade Gomes,
Barbara Carvalho Klemz
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
Introdução: A artrite psoriásica (APs) está associada com maior
risco de síndrome metabólica (SMet) e doenças cardiovasculares.
Objetivo: Avaliar a relação entre a composição corporal, o consumo alimentar e a atividade da doença em pacientes com APs.
Material e métodos: Foram incluídos neste estudo transversal 97
pacientes com diagnóstico de AP. Todos foram avaliados quanto o
consumo alimentar, composição corporal por DXA, atividade cutânea e articular. Para análise estatística, foram usados média e desvio-padrão, teste de Kolmogorov-Smirnov, t de Student, qui-quadrado e exato de Fisher, correlação de Pearson, Anova e modelos de
regressão multivariada. P < 0,05 foi considerado significante. Resultados: Houve elevada prevalência de SMet e de excesso de gordura
corporal nos pacientes com APs. A atividade articular se correlacionou positivamente com a gordura corporal (p < 0,001), Fat Mass
Introdução: Artrite reumatoide (AR), artrite psoriática (AP) e
espondilite anquilosante (EA) são doenças articulares inflamatórias (DAI) com diferentes padrões de remodelação articular. Citocinas como TNF-alfa, IL17 e IL22 influenciam a distinção desses
fenótipos, diretamente ou através de vias de sinalização como a
Wnt. Os sinoviócitos fibroblasto-símile (FLS) são considerados um
componente da imunidade inata, implicados na mudança de um
processo agudo e reparável para um crônico e persistente nestas doenças. Objetivo: Avaliar a expressão de dois moduladores
extracelulares (sFRP3/FRZB e DKK1) da via Wnt por FLS de pacientes com diferentes DAI, em resposta a IL17, IL22 ou TNF-alfa.
Material e métodos: As concentrações de DKK1, sFRP3/FRZB, TNF-alfa, IL17 e IL22 foram medidas por Elisa em amostras de líquido
sinovial de pacientes com diagnóstico de alguma DAI, segundo
os respectivos critérios de classificação (n = 19). FLS foram cultivados a partir desse líquido sinovial desses pacientes (n = 3) e os
níveis de DKK1 e sFRP3/FRZB foram dosados, por Elisa, no sobrenadante celular 24, 48 e 72 horas após estimulação com IL17, IL22
ou TNF-alfa. Resultados: sFRP3/FRZB e DKK1 são constitutivamente expressos pelo FLS. IL22 e sFRP3/FRZB foram correlacionadas positivamente (r = 0,76; p < 0,01) no líquido sinovial e IL22
foi a única citocina capaz de aumentar a produção sFRP3/FRZB
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por essas células (p < 0,01). Nenhuma das citocinas usadas alterou a expressão basal de DKK1 nos FLS. Conclusão: Este estudo
demonstrou, pela primeira vez, a capacidade de IL22 de aumentar a expressão de sFRP3/FRZB por FLS tanto num modelo in vitro
quanto ex vivo. Esse achado associa IL22 à inibição local da sinalização Wnt e potencial para o bloqueio da osteogênese e desacoplamento entre osteoblastos e osteoclastos, pode contribuir para
o dano reabsortivo. Além disso, o FLS apresenta-se como uma
fonte de inibidor, presente no ambiente sinovial, atribui a essa
célula outro mecanismo de lesão óssea.
LEISHMANIOSE CUTÂNEA REFRATÁRIA DURANTE
USO DE ANTI-TNF: RELATO DE CASO
Thaysa Simões Paixão, Adriane Gisele Fonseca Borssatto,
Célio Roberto Gonçalves, Carla Gonçalves Schahin Saad,
Júlio Cesar Bertacini de Moraes
Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (HC-FMUSP),
São Paulo, SP, Brasil
Introdução: A leishmaniose é uma doença crônica do sistema
fagocítico mononuclear causada por protozoários flagelados do
gênero Leishmania e transmitida por insetos do gênero Lutzomyia.
Mais de 90% dos casos ocorrem em seis países, dentre os quais
está o Brasil. O TNF-alfa é uma citocina envolvida na patogênese
de diversas doenças inflamatórias e também crucial para a formação do granuloma, motivo pelo qual pacientes em tratamento
com agentes anti-TNF têm aumento na incidência de infecções
granulomatosas. Relato de caso: Paciente do sexo masculino,
39 anos, diagnóstico de espondilite anquilosante (EA) havia 19
anos, falência primária a anti-inflamatórios, uso de infliximabe
com falência secundária após 10 anos. Feita troca para adalimumabe e associado metotrexato, com remissão da doença. Após
cinco meses de adalimumabe aparecimento de lesão crostosa em
dorso nasal, cujo exame direto detectou leishmaniose cutânea.
Suspenso anti-TNF e tratado com anfotericina B com melhoria
do quadro. Após cinco meses, reiniciado uso de adalimumabe e,
dois meses após, recidiva da lesão na mesma topografia, nova
suspensão do biológico e novo tratamento com anfotericina B
por 10 dias, com remissão completa da lesão, porém pioria articular progressiva. Como EA dependente de anti-TNF, indicado
manter o adalimumabe com profilaxia com anfotericina lipossomal de 21/21 dias. Discussão: Após a introdução das drogas
anti-TNF no mercado no fim da década de 1990 são crescentes
os relatos de infecções oportunistas, dentre as quais os processos granulomatosos, como tuberculose e leishmaniose. Apesar
disso, até o momento, não existem evidências suficientes para
a pesquisa de leishmaniose de rotina no rastreio pré-biológico.
Há outros relatos na literatura de recidiva da leishmaniose após
reintrodução do anti-TNF, o que torna sensato que pacientes com
história prévia da doença com indicação de biológicos sejam cuidadosamente monitorados e avaliados para receber profilaxia
com anfotericina.
PERFIL METABÓLICO DOS PACIENTES COM
ESPONDILITE ANQUILOSANTE ATENDIDOS NUM
HOSPITAL TERCIÁRIO EM FORTALEZA
Kirla Wagner Poti Gomesa, Felipe de Almeida Paivab,
Amanda Alexia Rodrigues Vieirab,
Walber Pinto Vieiraa, Lysiane Maria Adeodato Ramosa,
Rejane Maria Rodrigues de Abreu Vieraa
a
b
Hospital Geral de Fortaleza (HGF), Fortaleza, CE, Brasil
Universidade de Fortaleza (UNIFOR), Fortaleza, CE, Brasil
Objetivo: Avaliar o perfil metabólico de um grupo de pacientes com
diagnóstico de espondilite anquilosante (EA), acompanhados no
S55
ambulatório de espondiloartrites de um hospital de atenção terciária em Fortaleza (CE). Material e métodos: Estudo transversal, com
coleta de dados do exame físico (pressão arterial e circunferência
abdominal) e exames laboratoriais (níveis de HDL, glicemia de jejum
e triglicerídeos) dos 55 pacientes com EA, incluídos no estudo. O
estudo foi aprovado pelo comitê de ética da instituição. Resultados:
Dos pcientes, 73% eram homens. O diagnóstico de síndrome metabólica (SM), de acordo com os critérios do NCEP-ATP III, foi observado
em 53% das mulheres e 25% dos homens, 80% dos homens e apenas
43% das mulheres apresentavam doença de base com mais de 10
anos de evolução. A SM ocorreu em 60% dos homens mais jovens
(< 40 anos), enquanto que entre as mulheres 85% estavam numa
faixa acima de 40 anos. Sobre o perfil metabólico, encontramos
grande proporção de mulheres com níveis de HDL abaixo do esperado, circunferência abdominal e níveis pressóricos elevados (31%,
69% e 61,5%, respectivamente). No sexo masculino, 40,5% apresentavam elevação dos níveis pressóricos acima do exigidos pelos critérios, 35% apresentavam níveis de HDL baixos e 42% tinham triglicerídeos > 150 mg/dL. Conclusão: A espondilite anquilosante está
associada a alterações no perfil metabólico dos pacientes acometidos por essa condição inflamatória crônica. As mulheres do estudo,
em especial as com idade superior a 40 anos e mais de 10 anos de
doença, apresentaram uma frequência mais elevada da SM. Os
pacientes do sexo masculino com EA apresentaram SM em faixa
etária mais precoce e com tempo de doença inferior a 10 anos.
POLICONDRITE RECIDIVANTE EM PACIENTE COM
ESPONDILITE ANQUILOSANTE EM USO DE INFLIXIMAB:
EFEITO COLATERAL OU DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL?
Nicole Haddad, Debora Cordeiro do Rosário,
Claudia Goldenstein Schainberg, Percival Degrava Sampaio-Barros,
Júlio Cesar Bertacini de Moraes
Disciplina de Reumatologia, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo
(FMUSP), São Paulo, SP, Brasil
Introdução: A policondrite recidivante (PR) é caracterizada por
inflamação e destruição recorrente de estruturas cartilaginosas.
Atualmente, com o amplo uso de imunobiológicos anti-TNF na
espondilite anquilosante (EA) há raros relatos de pacientes que
desenvolveram PR durante o tratamento, porém pode ser difícil
diferenciar se o quadro da PR é secundário ao uso do anti-TNF ou
uma apresentação atípica desde o início. Relato de caso: Paciente
LASF, 46 anos, masculino, iniciou em 2010 quadro de lombalgia
inflamatória, sacroiliíte e oligoartrite (punhos, tornozelo direito e
costocondral). Feita hipótese de EA em outro serviço (HLAB27 negativo) e iniciados infliximabe (IFX) e prednisona em janeiro de 2011
com boa resposta. Em abril de 2012, suspenso IFX por pioartrite em
quadril direito, tratada por seis meses. Reintroduzido IFX em maio
de 2013 com início de quadro de dispneia aos esforços com TC de
tórax que sugeriu condrite de anéis traqueais com estenose distal. Proptose ocular ao exame, sem sinais de condrite periférica.
Em dezembro de 2013, suspenso IFX por progressão da estenose
traqueal. Paciente usou metotrexate associado a abatacepte por
um ano, sem resposta, trocado por etanercepte com boa resposta
articular, queda de provas inflamatórias e sem progressão da estenose traqueal, mantém uso desde então. Discussão: Paciente com
diagnóstico inicial de EA (lombalgia inflamatória, sacroiliíte e oligoartrite assimétrica), mas que também apresentava desde o início
sinais comuns em paciente com PR como proptose ocular, artrite
de costocondral, boa resposta do quadro articular aos corticosteroides, além da estenose traqueal identificada durante a evolução
do quadro. A associação entre a EA e PR é rara, nos faz interrogar
se o próprio quadro articular não seria parte da PR desde o início
ou se a PR seria secundária ao uso do anti-TNF. Há alguns relatos
de pacientes com PR e boa resposta ao anti-TNF, sugerem a terapia
como primeira escolha entre os biológicos.
S56
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PREVALÊNCIA DE DISFUNÇÃO SEXUAL EM HOMENS COM
ESPONDILITE ANQUILOSANTE ATENDIDOS EM DOIS
SERVIÇOS DE REUMATOLOGIA EM BELÉM DO PARÁ
Karine Suane Palheta da Costaa,
Maria de Fátima Lobato da Cunha Saumaa,
Gilberto Toshimitsu Yoshikawaa,
José Ronaldo Carneiroa, Anderson Romário Almeida de Souzaa,
Anderson André Pantoja Diasa, Marcelly Raiza da Silva e Silvaa,
Juliana Sousa Sabinoa, Márcia Nuzane Ramos Amorima,
Marcel Lobato Saumab, Júlia Brito de Medeirosb, Renato Hidakab
a
b
Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém, PA, Brasil
Universidade do Estado do Pará (UEPA), Belém, PA, Brasil
Introdução: Espondilite anquilosante (EA) é uma doença inflamatória crônica que acomete primariamente o esqueleto axial, predomina em homens jovens, brancos e HLAB27 positivos, pode evoluir
com rigidez e limitação funcional progressiva. Estudos têm descrito a associação entre distúrbios sexuais e EA. Objetivo: Investigar disfunção sexual, com destaque para a disfunção erétil (DE)
em homens com EA, e comparar com indivíduos sadios pareados com o gênero, idade e condições sociais. Material e métodos:
Foram incluídos na pesquisa 24 homens com EA de dois serviços
de reumatologia de Belém do Pará e 38 homens hígidos. A disfunção sexual foi avaliada pelo International Index of Erectile Function (IIEF), um questionário com 15 itens de avaliação do funcionamento sexual, divididos em cinco domínios: função erétil (FE),
função orgástica (FO), desejo sexual (DS), satisfação com a relação
sexual (SS) e satisfação global (SG). A disfunção sexual é diagnosticada quando o escore obtido foi 26 no domínio FE. Resultados: As
médias de idades dos pacientes e controles foram 41,4 ± 11,3 e 35,8
± 9,2, respectivamente. A prevalência da DE em pacientes e controles foram 41,7 e 18,4%, respectivamente (p = 0,0880). A classificação
de DE no grupo caso foi avaliada pelo teste G de aderência e resultou no p-valor < 0,0001 (altamente significante), o qual aponta a
tendência para função erétil normal (58,3%). Não houve diferença
estatisticamente significante entre as pontuações dos domínios do
IIEF de pacientes comparados com os controles, nem diferença de
função erétil entre os pacientes com e sem o uso de agentes antiTNFα. Conclusão: Não foi encontrada diferença estatisticamente
significante entre pacientes e o grupo controle em termos de função erétil. Esses resultados podem ter sido influenciados pelo
número reduzido da amostra. Deve-se encorajar o tema sexualidade em consulta de reumatologia de pacientes com EA.
PREVALÊNCIA DO CRITÉRIO DE ATIVIDADE MÍNIMA DE DOENÇA
NA “VIDA REAL”: ESTUDO TRANSVERSAL EM PACIENTES
COM ARTRITE PSORIÁSICA E REVISÃO DA LITERATURA
Carla Saldanhaa, Mariele Zardina,
Penélope Esther Palominosa, Ana Paula Beckhauser de Camposb,
Sandra Lúcia Euzébio Ribeiroc, Aline Castello Branco Mancusod,
Anderson Lacerda dos Reisa, Andrese Aline Gasparina,
Charles Lubianca Kohema, Jady Wroblewski Xaviere,
Natália Sarzi Sartoria, Percival Degrava Sampaio-Barrosf,
Ricardo Machado Xaviera
Serviço de Reumatologia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil
Serviço de Reumatologia, Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, Curitiba, PR, Brasil
c
Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Manaus, AM, Brasil
d
Departamento de Bioestatística, Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA),
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil
e
Curso de Medicina, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre,
RS, Brasil
f
Serviço de Reumatologia, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil
a
em pacientes com artrite psoriásica (AP) no contexto de “vida real”.
Material e métodos: Pacientes com AP foram recrutados em três
hospitais públicos universitários das regiões Norte e Sul do Brasil
para um estudo transversal. A prevalência de pacientes que preencheram os critérios de AMD, remissão e baixa atividade de doença
pelo DAS28 foi calculada nos três centros; a correlação entre
DAS28 e AMD foi calculada. Uma revisão de estudos que reportaram o uso do AMD na “vida real” foi feita no Pubmed/Medline e
resumos enviados ao ACR e Eular. Resultados: No estudo transversal foram incluídos 58 pacientes: 48,7% (n = 28) eram mulheres, o
tempo médio de doença foi de 12,7 anos (± 8,3) e 22% (n = 13) usavam terapia imunobiológica. A prevalência de pacientes que atingiram AMD, remissão e baixa atividade de doença pelo DAS28 foi
de 22,8%, 22,4% e 20,7%, respectivamente. Evidenciou-se uma fraca
correlação entre remissão pelo DAS28 e AMD (coeficiente Kappa
0,347). Foram encontradas 16 referências na revisão da literatura,
que incluíram 2.896 pacientes, com tempo médio de doença de 9,1
anos (± 2,8) e 51,8% (n = 1.503) pacientes usavam imunobiológicos.
Nesta revisão foi encontrada uma prevalência de AMD de 15-64%.
Conclusão: A prevalência de pacientes que atingiram AMD nesta
amostra de hospitais públicos universitários brasileiros ainda é
baixa, apesar de ser semelhante a outros estudos internacionais.
No futuro, uma estratégia de tratamento intensivo baseado em
metas/treat to target poderia ser uma opção para aprimoramento
dos desfechos clínicos em artrite psoriásica.
QUALIDADE DE VIDA SEXUAL EM HOMENS
COM ESPONDILITE ANQUILOSANTE
Thelma Larocca Skare, Thiago Rocha Santana,
Vitor Steil Deboni, Juliana Simioni,
Ana Paula Beckhauser de Campos, Renato M. Nisihara
Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, Curitiba, PR, Brasil
Objetivo: Determinar a QV sexual dos homens diagnosticados com
espondilite anquilosante (EA). Material e métodos: Incluíram-se
40 pacientes adultos com EA e foram excluídos indivíduos diabéticos ou doenças neurológicas. Como controle foram relacionados 40
indivíduos sadios pareados em idade. Todos responderam o questionário Índice Internacional de Função Erétil (IIFE). Foram coletados nos prontuários os dados demográficos e clínicos dos pacientes. A atividade da EA foi determinada com os índices Basdai (Bath
Ankylosing Spondylitis Disease activity index), Asdas (Ankylosing
Spondylitis Disease Activity Score), Mases (Maastricht Ankylosing
Spondylitis Score) e Sparcc (Spondyloarthritis Research Consortium of Canada), função foi avaliada com Basfi (Bath Ankylosing
spondylitis Functional Index) e HAQ (Health Assessment Questionnaire) e Basmi (Bath Ankylosing Spondylitis Metrological Index).
Resultados: Pacientes com EA apresentaram QV sexual significativamente reduzida (22 pontos; IQR = 18-25) quando comparados com o grupo controle (29 pontos; IQR = 27-30; p < 0,0001). A
pontuação no IIEF foi negativamente associada com o Basdai (p <
0,0001), HAQ (p = 0,05), Mases (p = 0,02), Sparcc (p = 0,02) e índice de
massa corporal (p = 0,03) em análise univariada. A regressão múltipla mostrou que o Basdai foi a única variável independentemente
associada com IIEF. Conclusão: Observou-se no presente estudo
alta prevalência de disfunção sexual dentre os pacientes com EA,
associada com a atividade da doença aferida pelo Basdai.
b
Introdução: Há poucos trabalhos que avaliam o desempenho do
escore atividade mínima de doença (AMD) fora do contexto de
ensaios clínicos. Objetivo: Avaliar a prevalência do critério de AMD
SACROILEÍTE BILATERAL INDUZIDA PELO USO
DA ISOTRETINOÍNA: RELATO DE CASO
Taíssa Pinto de Souza, Juliana Brandão Pinto Carneiro,
Felipe Augusto da Silva Gama, Sandra Lúcia Euzébio Ribeiro
Serviço de Reumatologia, Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), Faculdade de
Medicina, Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Manaus, AM, Brasil
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
Introdução: A acne vulgar (AV) é uma dermatose crônica, comum
em adolescentes, específica do folículo pilossebáceo resultante da
produção induzida por andrógeno que aumenta sebo, alteração
da queratinização, inflamação e colonização bacteriana dos folículos pilosos na face, pescoço e costas por Propionibacterium acnes.
A AV ocorre em todas as etnias, embora seja menos frequente em
negros. A isotretinoína tem vários efeitos adversos que podem
envolver reprodutividade, pele, sistema ocular, hematológico, neurológico, hepático e musculoesquelético. Os sintomas reumatológicos associados ao uso dessa medicação são sacroileíte bilaterais
e unilateral, artrite aguda, entesopatia, dor na coluna de origem
inflamatória, polineuropatia e miopatia. Relato de caso: Paciente
de 31 anos, sexo feminino, natural de Manaus, previamente hígida.
Relata uso de isotretinoína 40 mg/dia desde janeiro de 2015 e
cinco meses após iniciou quadro de dor em quadril bilateralmente
que melhorava com exercício. Ao exame físico: dor no arco costal
direito e esquerdo e em calcâneo direito e esquerdo, sem artrite,
manobra de Patrick Faber e Gaenslen positivas e força muscular
normal. Exame laboratoriais: Ht: 40%, leucócitos: 2.880, plaquetas:
158.000, VHS: 17, PCR: 5, TGO: 26, TGP: 36, látex: não reativo, HLAB27 negativo, TSH: 1,2, T4 livre: 1,3, Vit B12: 317, PTH: 10,3, Vit D: 38,
triagem para vírus foi negativa. Na RM de SI: sacroileíte aguda com
pontos de irregularidade óssea cortical e edema da medula óssea
subcortical com predomínio nas porções sinoviais bilateralmente,
proeminente à direita. Conclusão: A isotretinoína é usada para
tratamento sistêmico de acne vulgar, embora possa causar efeitos adversos em vários sistemas orgânicos do corpo e também ser
causa de sintomas reumatológicos inflamatórios, tais como dor na
coluna e sacroileítes. O diagnóstico do desenvolvimento da sacroileíte é pela RM. E os sintomas do paciente desaparecem após a descontinuação da isotretinoína.
SACROILEÍTE INFECCIOSA SECUNDÁRIA A
PIELONEFRITE EM PACIENTE SADIO
Caio Laguna Reis de Carvalho, Luana Resende Reis,
Flávia Luiza Marin, Tamires Verena Ribeiro dos Santos,
Fabio Vicente Leite, Luiz Eduardo Valente,
Henrique Pereira Sampaio, Sula Glaucia Lage Drumond Pacheco
Universidade Estadual Paulista (UNESP), São Paulo, SP, Brasil
Introdução: O acometimento da articulação sacroilíaca por agentes infecciosos apresenta-se de forma incomum, contudo deve
sempre ser aventada hipótese em pacientes com lombalgia inflamatória de forma abrupta ou insidiosa e fatores de risco (usuário de drogas injetáveis, imunossuprimidos, pós-parto ou idosos).
Relato de caso: DFG, 28 anos feminina, nulípara, secretária, sem
vícios. Relata internação em serviço externo devido a quadro inicial de oligoartrite de MMII e febre com uso de antibioticoterapia
por curto período, manteve o quadro por aproximadamente 10
dias, recebeu alta após melhoria parcial e então procurou atendimento em nosso serviço com persistência de febre sem foco
determinado, internada por equipe clínica para investigação, com
presença de provas inflamatórias elevadas e persistentes. Avaliada por métodos de imagem nos quais se evidenciaram lesão
sugestiva de abcesso perirenal + alterações urinárias sugestivas
de infecção, contudo uroculturas e hemoculturas negativas (fungos/micobactérias/bacteriana). Evoluiu com quadro de lombalgia
de caráter inflamatória sem resposta a terapêutica analgésica,
avaliada por equipe de reumatologia, evidenciaram-se sinais e
manobras positivas para sacroileíte à esquerda, sem evidências
de alterações sugestivas de espondiloartrites ou entesites. Feita
RNM de sacroilíca que evidenciou sinais de sacroileite aguda à
esquerda com extensão para partes moles adjacentes. Iniciada
terapêutica com vancomicina e cefepime por 22 dias com resolução total do quadro articular e sistêmicos e resolução de lesões
em RM. Discussão: A sacroileíte infecciosa, mesmo que incomum,
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deve ser investigada frente a lombalgia inflamatória em paciente
já em tratamento antimicrobiano, visto que o paciente descrito
não demonstrava fatores de risco. Contudo, a cobertura para S.
aureus deve ser instituída frente à prevalência em sacroileítes
agudas, com a necessidade de terapia extendida (14-22 dias).
SACROILEÍTE POR SARCOIDOSE COM RESPOSTA
À TERAPIA ANTI-TNF: RELATO DE CASO
Marcel Morsch, Erick Cavalcanti Cossa, Felipe Dunin dos Santos,
Fernanda Maria Borghi, Bruna Burko Rocha Chu,
Bruno Queiroz Zardo, João Pedro Pereira da Cunha,
Marcelo Enokawa, Laura Giovanella, Eduardo S. Paiva
Hospital de Clínicas, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, PR, Brasil
Introdução: A sarcoidose é uma doença granulomatosa crônica
com alterações musculoesqueléticas em 15-25% dos casos e a
sacroiliíte tem sido descrita, assim como a resposta terapêutica
a agentes anti-TNF. Relato de caso: Paciente do sexo feminino,
branca, 45 anos, havia 12 anos com diagnóstico de sarcoidose cutânea e seis anos com lombalgia inflamatória com HLA-B27 negativo.
Ressonância nuclear magnética de bacia mostrou sinais de sacroiliíte crônica e sinais de atividade inflamatória. Iniciado adalimumabe após insucesso com terapia anti-inflamatória, com remissão
completa dos sintomas. Discussão: A sarcoidose frequentemente
afeta linfonodos na forma de adenomegalia hilar bilateral, pulmão,
pele e olhos, mas também pode acometer outros órgãos, como o
sistema musculoesquelético. O envolvimento musculoesquelético
está presente em 15-25% dos casos e pode ser dividido em formas
aguda e crônica. A artropatia crônica é rara na sarcoidose, ocorre
em apenas 0,2% dos casos e pode mimetizar e/ou acompanhar
doenças reumatológicas, a sacroiliíte é descrita em inúmeros relatos de caso. A prevalência de sacroiliíte na sarcoidose varia de 6 a
15% e normalmente é unilateral. As terapias biológicas, como o uso
de agentes anti-TNF e anticorpos monoclonais anti-CD20, têm se
mostrado eficazes em alguns casos de sarcoidose grave ou refratária. Muitos estudos demonstraram a importância do TNF no desenvolvimento do granuloma sarcoide, o que faz do TNF um potencial
alvo no tratamento da sarcoidose. Conclusão: A sarcoidose deve
ser lembrada como diagnóstico diferencial das espondiloartrites,
visto que o acometimento de sacroilíacas é descrito nas formas
crônicas da doença. A terapia anti-TNF tem se mostrado eficaz nos
casos refratários, corrobora a importância do TNF na formação e
manutenção dos granulomas.
SÍNDROME METABÓLICA NA ARTRITE PSORIÁSICA:
QUAL O MELHOR CRITÉRIO PARA CLASSIFICAÇÃO?
Beatriz Figueiredo Leite, Marcelo de Medeiros Pinheiro,
Melissa Aparecida Morimoto, Carina Mori Frade Gomes,
Barbara Carvalho Klemz, Patricia de Souza Genaro
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
Introdução: A artrite psoriásica (APs) está estreitamente relacionada à síndrome metabólica (SMet) e seu diagnóstico adequado
pode auxiliar o tratamento clínico e nutricional. Objetivo: Identificar a prevalência de SMet e de comorbidades, bem como definir
o melhor critério para classificação da SMet em pacientes com
APs. Material e métodos: Foram incluídos 97 pacientes com APs
e avaliados os fatores de risco para SMet, dados antropométricos e dosagens bioquímicas, incluindo marcadores do metabolismo lipídico e glicídico. Para análise estatística, foram usados
média e desvio-padrão, teste de Kolmogorov-Smirnov, t de Student, correlação de Pearson, associação de qui-quadrado e curva
ROC. O valor de significância foi p < 0,05. Resultados: Pacientes
com APs apresentaram sobrepeso/obesidade, excesso de gordura
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abdominal, resistência à insulina e elevada prevalência de SMet
(25,8% a 54,6%). As comorbidades mais encontradas foram dislipidemia (44,3%) e hipertensão arterial (46,9%). O critério de SMet
mais sensível foi o de harmonização da SMet e o International
Diabetes Federation, o mais específico. Conclusão: Pacientes com
APs têm elevada prevalência de obesidade, dislipidemia, hipertensão arterial e SMet. E o melhor critério para classificação é o
de harmonização.
SOBREPOSIÇÃO DE ARTRITE REUMATOIDE E
ESPONDILITE ANQUILOSANTE: RELATO DE CASO
Mariana Kadomoto, Rubens Bonfiglioli,
Paula Nogueira Loures, Evelyne Lopes Marcondes Martinelli,
Leticia Maria Kolachinski Brandão,
Leandro Diniz e Garcia, Cláudia Valéria Pereira Vierhout,
Nádia Regina Bossolan Schincariol, André Marun Lyrio,
José Roberto Provenza
Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), Campinas, SP, Brasil
Introdução: A artrite reumatoide (AR) é uma doença articular
inflamatória, crônica, que acomete preferencialmente pequenas
articulações e tem como marcador sorológico a presença de fator
reumatoide (FR) e, mais recente e mais específico, o antipeptídeo
citrulinado cíclico (anti-CCP). Já a espondilite anquilosante (EA)
também é uma doença crônica inflamatória com acometimento
preferencial de esqueleto axial e como marcador sorológico genético o HLAB-27. As duas doenças têm critérios diagnósticos distintos e até o momento poucos casos de concomitância entre
as duas foram relatados na literatura. Objetivo: Relatar a sobreposição de duas patologias distintas, no caso a artrite reumatoide e a espondilite anquilosante. Relato de caso: JTC, 37 anos,
sexo masculino, procurou o serviço de reumatologia por poliartralgia inflamatória de mãos, pés, cotovelos, joelhos e tornozelos, simétrica, acompanhada de rigidez matinal > 1 h, havia três
meses. Ao exame físico apresentava artrite de mãos, punhos e
joelhos, o punho direito em flexo por sequela de fratura. Laboratório: FR: 97 UI/mL, anti-CCP: 131UI/mL, VHS: 56 mm, PCR: 5,66
mg/dL. RX de punhos com espaço articular reduzido em ossos do
carpo à esquerda. Feito diagnóstico de AR pelos critérios do ACR/
Eular. Foi tratado com metotrexato e prednisona. Após seis meses
sem melhoria, retornou com queixa de lombalgia inflamatória.
RX lombossacra com anquilose de sacroilíacas grau IV. HLAB27 negativo. Associado anti-inflamatório não hormonal com as
medicações de uso prévio, com melhoria parcial. Atualmente está
em uso de Etanercepte com bom resultado. Discussão: Apesar de
raro, a sobreposição de AR e EA não pode ser descartada e seu
diagnóstico pode ser dificultado devido às manifestações clínicas
em comum entre as duas doenças.
TERAPIA ANTI- IL12/23 PARA ARTRITE
PSORIÁSICA REFRATÁRIA A ANTI-TNF
Diogo Cunha Lacerda, Leonardo Michaelis Schmidt,
Francilayne Moretto dos Santos, Michel Roberto Mandotti,
Aline Krampe Peres
Disciplina de Reumatologia, Faculdade Assis Gurgacz (FAG), Cascavel, PR, Brasil
Introdução: A artrite psoriásica é uma artrite inflamatória, soronegativa para o fator reumatoide, associada à psoríase cutânea,
de apresentação e curso clínico variáveis. O tratamento atual é
feito com Dmards e anti-TNF. Para os casos refratários a anti-TNF temos a opção do ustequinumabe, um anticorpo monoclonal humano que se liga às citocinas IL-12 e IL-23, que por sua vez
interrompe as vias das citocinas Th1 e Th17, ambas importantes
para a patologia dessa doença. Relato de caso: Paciente feminina,
43 anos, agricultora, iniciou quadro de psoríase aos oito meses
de idade e artrite em mãos e joelhos havia 12 anos. Na avaliação inicial apresentava exames com atividade inflamatória elevada, fator reumatoide negativo e HLAB27 positivo. Radiografia de
sacroilíacas normal. Iniciou tratamento com metotrexato havia
10 anos e etanercepte havia dois anos, sem obter resposta satisfatória, evoluiu com pioria das lesões cutâneas e da artrite. Assim,
foi mudado o mecanismo de ação para ustequinumabe. Discussão: O tratamento da artrite psoriásica varia de acordo com a
forma e a gravidade com que a doença se manifesta. Para formas
refratárias aos anti-TNFs existem poucas opções disponíveis. O
advento de novas modalidades terapêuticas surgiram como esperança para mudar essa realidade. O ustequinumabe é o primeiro
e até o momento único medicamento biológico disponível no Brasil que inibe a atividade das interleucinas 12 e 23. No caso descrito, a paciente fez quatro aplicações, as lesões eram em abdome,
mamas, cabeça, cotovelos, dorso e membros inferiores e tiveram
melhoria parcial, além de boa melhoria da artrite. O tratamento
ainda recente não permite conclusões definitivas em relação à
eficácia, bem como o perfil de risco/benefício. Dessa forma, tornam-se importantes estudos e descrições de casos semelhantes
para contribuir para condutas futuras e melhorar o conhecimento
das novas drogas biológicas.
UVEÍTE ANTERIOR EM PACIENTES COM ESPONDILITE
ANQUILOSANTE EM USO DE ANTI-TNF
José Bruno Costa de Jesus, Iza Melo Dantas,
Patricia Fontes de Santana Ferreira, Ana Carolina Vilhena de Melo,
Regina Adalva de Lucena Couto Océa, José Caetano Macieira,
Lina Oliveira de Carvalho, Mônica Valéria Siqueira Santana de Vechi,
Blenda Hilíria de Sousa Dias
Hospital Universitário, Universidade Federal de Sergipe (UFS), Aracaju, SE, Brasil
Introdução: Espondilite anquilosante (EA) é uma doença de caráter inflamatório crônico de acometimento articular axial e periférico, pode apresentar manifestações extra-articulares. A uveíte
anterior (UA) representa a principal manifestação extra-articular
da EA. O uso dos anti-TNF está indicado para pacientes com EA
de moderada a grave intensidade e na redução da incidência da
UA, embora exista o questionamento sobre o efeito paradoxal do
uso dos anti-TNF no surgimento da UA. Objetivo: Descrever as
características dos pacientes que apresentaram UA em uso de
anti-TNF. Material e métodos: Estudo descritivo observacional e
transversal com revisão de prontuários de pacientes com EA que
apresentaram UA em vigência do uso de anti-TNF. Avaliaram-se
sexo, idade, tempo de doença, especificação da droga, tempo de
surgimento da UA após início da terapêutica, Basdai, número de
episódios e conduta adotada. Resultados: A UA foi encontrada em
cincp pacientes (apenas uma do sexo feminino) com média de
35,2 anos. O tempo médio de diagnóstico da EA foi de 7,1 anos.
Quatro pacientes faziam uso do etanercepte (ETN) e um do infliximabe (IFX), esse em desmame (12 semanas). Em nenhum evidenciou-se UA antes do uso do imunobiológico e o tempo médio
entre a introdução do medicamento e o surgimento da UA foi de
2,5 anos. Importante ressaltar que todos os pacientes encontravam-se em remissão da EA durante a manifestação da UA (Basdai ≤ 2). Os quatro pacientes masculinos (três ETN e um IFX) tiveram apenas um episódio de UA, com manutenção do biológico.
A única paciente feminina (ETN) teve três episódios de UA, com
troca do biológico somente após o terceiro episódio para adalimumabe, sem novo evento de UA. Conclusão: Apesar de o imunobiológico ser indicado no tratamento da UA, observamos nos casos
estudados o acometimento ocular na vigência do uso de anti-TNF
em pacientes com índices de remissão da EA. Esse achado nos
provoca o questionamento sobre a existência do efeito paradoxal dos anti-TNF.
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Área Temática: Fibromialgia e reumatismos
de partes moles
A RELAÇÃO ENTRE A FIBROMIALGIA E A DEPRESSÃO
Débora Bernardes Peixoto, Mônica Maciel Guimarães,
Amanda Braga Munuera, Maria Laís de Ávila Lima,
Andressa Rachel Marinho Sereno de Sousa,
Joaquim Dias da Costa Neto, Gabriel Queiroz Fernandes,
Luccas Fernandes Queiroz
Universidade de Rio Verde (UniRV), Rio Verde, GO, Brasil
Introdução: A fibromialgia é uma síndrome reumática, caracterizada por dor difusa e crônica, que afeta de 2% a 3% dos brasileiros, acomete mais o sexo feminino entre 30 e 55 anos. A síndrome fibromiálgica (SF) é definida como dor por pelo menos três
meses e sensibilidade em 11 ou mais dos 18 tender points. A prevalência de depressão é elevada entre pacientes com SF, varia de 49%
a 80%. A depressão pode desencadear ou agravar os sintomas da
SF, implica funcionalidade reduzida, maior percepção de estresse
e maior intensidade dos sintomas depressivos. Objetivo: Determinar a prevalência de depressão na SF. Material e métodos: Revisão
sistemática da literatura feita por meio de consulta às bibliotecas
virtuais Scielo e Lilacs. Os termos de busca foram: “depression AND
fibromyalgia”. Os critérios usados foram: publicação a partir de
2001 e estudos empíricos, feitos em populações brasileiras, que não
usaram medicamentos. Resultados: A prevalência da depressão na
SF nos artigos revisados variou entre 48% e 60%, com média de
52%. Os estudos revisados indicaram que pacientes com SF apresentaram uma prevalência maior de depressão quando comparados com indivíduos sem SF. Foram elaboradas hipóteses acerca da
relação entre essas: a dor poderia provocar a depressão; as duas
poderiam compartilhar a mesma fisiopatologia ou a depressão provocaria a dor. A menor prevalência de depressão encontrada nos
estudos foi de 32,4%, enquanto a maior foi de 75%, o grupo amostral do segundo se constituía somente por mulheres. A média foi de
48,78 anos em ambos os sexos. Além disso, foi notável o decréscimo
da qualidade de vida em pacientes com SF e depressão. Os domínios mais comprometidos foram: aspecto físico, dor, vitalidade e
capacidade funcional. Conclusão: A prevalência de depressão na
SF é mais alta do que na população em geral. Devido ao impacto
que esse distúrbio psiquiátrico pode ocasionar na manifestação da
SF, é importante haver uma abordagem multidisciplinar.
A REUMATOLOGIA NA VIDA E NAS OBRAS DE FRIDA KAHLO
Monique Almeida Vaz, Natália Pierdoná,
Fernanda Caroline Moura Garcez, Mariana de Oliveira Lobo,
Armando José China Bezerra, Lucy Gomes
Universidade Católica de Brasília (UCB), Brasília, DF, Brasil
Objetivo: Analisar a doença reumatológica que supostamente marcou a vida da artista Frida Kahlo: a fibromialgia. Material e métodos: Pesquisa de artigos científicos na base de dados Pubmed com
as palavras chaves: Frida Kahlo, Frida Kahlo and fibromyalgia, Frida
Kahlo and rheumatology. Resultados: Frida Kahlo (1907-1954) foi
pintora mexicana de grande notoriedade no século 20. Aos seis
anos teve poliomielite, doença que fez com que sua perna direita
se tornasse ligeiramente mais curta do que a esquerda, fato que
lhe causou grande impacto psicológico. Aos 18 anos, sofreu um
acidente que lhe causou muitos ferimentos, dentre eles a coluna
fraturada em vários locais e a pelve seriamente lesionada. Após
ter sido acidentada, Frida desenvolveu uma dor crônica, principalmente na coluna, o que a levou a ser submetida a vários tratamentos medicamentosos e diversas cirurgias ortopédicas, sem melhoria dos sintomas. Frida costumava dizer que pintava o reflexo da
S59
própria realidade. Suas pinturas eram comumente marcadas por
expressão de dor e angústia. O quadro “A coluna quebrada”, de
1944, reflete esses sentimentos. Um diagnóstico que poderia explicar a dor crônica de Frida é a fibromialgia (FM), síndrome clínica
caracterizada por quadro de dor musculoesquelética crônica, associada a variados sintomas não apenas reumatológicos, pois a maior
parte dos pacientes também relata fadiga, rigidez muscular, dor
após esforço físico e alterações do sono. Conclusão: A FM começou a ser estudada a partir da década de 1970, portanto na época
em que Frida viveu ainda não era possível fazer esse diagnóstico. A
FM explicaria sua dor crônica e fadiga generalizada, além da falha
a sucessivos tratamentos. Embora não seja possível afirmar que
de fato Frida apresentava FM, muitos autorretratos e pinturas feitas por ela transmitem angústia e dor generalizada com a mesma
intensidade que os pacientes com FM costumam descrever sua
doença, o que contribui para essa hipótese diagnóstica.
ANÁLISE DA FREQUÊNCIA DE COMORBIDADES
EM PACIENTES COM FIBROMIALGIA E SUA
ASSOCIAÇÃO COM MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Matheus Accioly Kwiatkowski, João Pedro Vanzin Freire Boabaid,
Gláucio Ricardo Werner de Castro, Márcia Regina Kretzer,
Ivanio Alves Pereira
Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), Tubarão, SC, Brasil
Introdução: Fibromialgia (FM) é uma síndrome caracterizada
por dor generalizada acompanhada de fadiga, distúrbio do sono
e outros sintomas somáticos. A fisiopatologia envolve alterações
no sistema nervoso e gera maior sensibilidade central a estímulos
dolorosos periféricos. Objetivo: Analisar a frequência das comorbidades em pacientes com FM e sua associação com as manifestações clínicas da síndrome. Material e métodos: Estudo transversal, que inclui pacientes com diagnóstico de FM atendidos em uma
clínica de doenças reumáticas de Florianópolis (SC) entre 1997 e
2014. Os dados foram obtidos a partir da análise de prontuários
com instrumento de coleta específico para o estudo. O programa
IBM SPSS Statistics 20.0 foi usado para a análise estatística, foi feito
o teste de qui-quadrado (χ2), a medida de associação foi a RP (IC
95%) e o nível de significância estabelecido foi valor de p ≤ 0,05.
Resultados: Foram analisados 200 prontuários. Houve prevalência
do sexo feminino (94%) e da faixa etária > 50 anos (83%). A comorbidade mais prevalente foi a osteoartrite (59%), seguida por depressão (31%) e hipotireoidismo (23%). Os sintomas mais prevalentes
foram gastrointestinais (40,5%), seguidos por fadiga (33%) e distúrbio do sono (27%). Houve associação entre depressão e sintomas
gastrointestinais (p = 0,032), depressão e cefaleia (p = 0,031), SII e
cefaleia (p = 0,008), SII e distúrbios de memória (p = 0,003). Conclusão: As comorbidade são comuns em pacientes com fibromialgia e
incluem osteoartrite, depressão e hipotireoidismo. Houve associação de depressão com sintomas gastrointestinais e com cefaleia.
SII com cefaleia e com problemas de memória, o que reforça um
conceito mais amplo de uma síndrome somatofuncional não restrita às queixas musculoesqueléticas.
CARTILHA DE ORIENTAÇÕES DE EXERCÍCIOS
FÍSICOS PARA PACIENTES DE FIBROMIALGIA
Renan Fangela, Camila Leocádio Guimarãesa,
Hayandra Ferreira Diasa, Maria Paula Correia Delmondesa,
Norma Gonçalves Basilioa, Leticia Meda Vendrusculo Fangelb
a
b
Centro Universitário UNIEURO, Brasília, DF, Brasil
Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF, Brasil
Introdução: A síndrome da fibromialgia pode ser definida como
uma síndrome dolorosa crônica, não inflamatória, de causa
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desconhecida, que se manifesta no sistema osteomioarticular e
pode apresentar sintomas em outros aparelhos e sistemas. Objetivo: Criar um guia de orientação para a prática de exercícios físicos corretos e seguros para os pacientes de fibromialgia. Material
e métodos: Essa cartilha foi desenvolvida por alunos do curso de
graduação em fisioterapia e inscritos em um projeto de extensão
que tem como objetivo orientar e tratar pacientes de doenças reumatológicas, dentre essas a fibromialgia. Os exercícios foram escolhidos conforme a evidência científica e a compreensão do quadro
clínico dos pacientes. Foram propostos exercícios para as principais articulações do corpo, de forma a considerar a fibromialgia
uma doença sistêmica que necessita de uma atenção terapêutica
mais abrangente. Resultados: Foram propostos exercícios de flexibilidade e fortalecimento de membros superiores, inferiores e
tronco, associou-se o fortalecimento ao treino proprioceptivo e ao
treino de equilíbrio, sete exercícios no total. Foram propostos dois
exercícios para membros superiores e tronco, quatro para membros inferiores e tronco e um de flexibilidade. O conjunto de exercícios de membros superiores foi composto por movimentos de
abdução, adução, elevação, depressão, rotação interna e externa
de escápula e movimentos de flexão e extensão de ombro e cotovelo. O conjunto de exercícios de membros inferiores foi composto
por movimentos de flexão e extensão de quadril, joelho e tornozelo. Conclusão: A prática de exercícios moderados e feitos frequentemente diminui a fadiga, promove o fortalecimento muscular, aumenta a flexibilidade, aumenta a capacidade energética do
organismo, melhora o sono e a condição cardiovascular, diminui a
depressão e proporciona uma sensação de bem-estar.
COMPARAÇÃO DO PERFIL DE RELATOS DE EVENTOS ADVERSOS
NO TRATAMENTO COM DULOXETINA ENTRE PACIENTES
PORTADORES DE FIBROMIALGIA OU OUTRAS PATOLOGIAS
Allisson Monteiro da Silva, Jaqueline Amália de Paulo,
Camilla Silva dos Santos, Juliana Blum,
Emanuela Lopez Fernandes Saraiva
Libbs Farmacêutica, São Paulo, SP, Brasil
Introdução: Duloxetina é indicada para o tratamento de fibromialgia em pacientes com ou sem transtorno depressivo maior (TDM),
transtorno de ansiedade generalizada, dor neuropática diabética e
dor crônica (dor lombar crônica e osteoartrite de joelho). Objetivo:
Comparar a média de eventos adversos (EA) reportados espontaneamente em pacientes sob tratamento com duloxetina para fibromialgia ou para as outras indicações. Material e métodos: Estudo
retrospectivo descritivo. Dados de relatos espontâneos de EAs ocorridos durante tratamento de fibromialgia com duloxetina, recebidos de 01/02/2013 a 30/04/2016, foram revisados e os EAs reportados foram classificados conforme terminologia médica (MedDRA),
a gravidade conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS) e
a previsibilidade conforme a bula do medicamento. Indicação foi
classificada em fibromialgia, dor crônica (inclui dor lombar crônica e osteoartrite de joelho), distúrbios neuropsiquiátricos (inclui
depressão e ansiedade), dor neuropática por diabetes, outras indicações e indicação não informada. Resultados: Foram recebidos
592 relatos espontâneos com 2.009 EAs (90,9% não graves; 1,8%
grave e 7,3% não classificáveis). Dividiu-se relatos/EAs conforme
indicação e foram observados: fibromialgia, 144 relatos/595 EAs;
dor crônica, 68 relatos/283 EAs; distúrbios neuropsiquiátricos, 179
relatos/612 EAs; dor neuropática por diabetes, 27 relatos/70 EAs;
outras indicações, 57 relatos/223 EAs e indicação não informada,
117 relatos/226 EAs. A média de EAs por relato conforme indicação foi: fibromialgia 4,1; dor crônica 4,1; distúrbios neuropsiquiátricos 3,4; dor neuropática por diabetes 2,6; outras indicações 3,9 e
indicação não informada 1,9. Conclusão: Os resultados desta análise foram consistentes com o perfil de segurança e tolerabilidade
conhecido da duloxetina. A média de EAs reportados para fibromialgia foi superior à da maioria das outras patologias.
FIBROMIALGIA: REPENSANDO O DIAGNÓSTICO
Letícia Rita Fachinelli Teodoro, Lara Fileti Arruda,
Flávio Augusto Ferreira da Silva,
Luiz Guilherme Valentini Francisco, Luiz Carlos Latorre,
Andrea Pimentel Golmia
Serviço de Reumatologia, Hospital Heliópolis, São Paulo, SP, Brasil
Relato de caso: Paciente de 66 anos, feminino, com quadro de mialgia crônica difusa que levou ao tratamento de fibromialgia, sem
sucesso. Como apresentava sintomas álgicos em joelhos, o RX
mostrou, além de alterações compatíveis com osteoartrite, lesões
elípticas calcificadas em toda a coxa compatíveis com cisticercose muscular. TC crânio sem evidências de doença, TC de tórax
com calcificações musculares difusas, TC de abdome e pelve mostrou calcificações riziformes musculares difusas compatíveis com
lesões cicatriciais de processo inflamatório/infeccioso granulomatoso crônico e calcificações hepáticas inespecíficas. O ultrassom e
a ressonância muscular confirmaram o diagnóstico e dispensaram
a biópsia. Discussão: A cisticercose é caracterizada pela infestação
do tecido humano pelas formas císticas intermediárias da Taenia
solium. Sua sintomatologia é bastante variável, pode manifestar-se
como mialgia generalizada e levar a um atraso no diagnóstico. Predomina em países em desenvolvimento em decorrência das precárias condições sanitárias e socioeconômicas. Sintomas podem ser
muito semelhantes ao de fibromialgia, como no nosso caso. Conclusão: 1. A cisticercose muscular pode apresentar sintomatologia
semelhante à fibromialgia. 2. O diagnóstico de fibromialgia deve
ser de exclusão. Outras condições devem ser descartadas. Dados
epidemiológicos sempre são importantes na investigação.
PREVALÊNCIA DE LESÕES MUSCULOESQUELÉTICAS
DE PARTES MOLES E TRATAMENTO CIRÚRGICO
EM PACIENTES COM FIBROMIALGIA
João Pedro Vanzin Freire Boabaid, Matheus Kwiatkowski,
Isadora Welter Pioresan, Gláucio Ricardo Werner de Castro,
Ivânio Alves Pereira
Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), Tubarão, SC, Brasil
Introdução: Fibromialgia é uma síndrome somática funcional,
benigna, não inflamatória, crônica e cujo principal sintoma é
dor generalizada. Objetivo: Identificar lesões de partes moles em
pacientes com fibromialgia e o desfecho clínico das lesões em relação ao tratamento conservador ou cirúrgico. Material e métodos:
Estudo observacional retrospectivo feito na Grande Florianópolis.
Inclusão: Pacientes com diagnóstico de fibromialgia segundo critérios do American College of Rheumatology de 1990 ou 2010. Exclusão: Pacientes com diagnósticos concomitantes de espondiloartrites, lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatoide ou artrite
psoriásica. Associações entre variáveis qualitativas foram testadas por meio do teste de qui-quadrado, com nível de significância
p < 0,05. Aprovado pelo CEP. Resultados: A maioria dos pacientes
era do sexo feminino (96,6%) e 69,2% tinham mais de 50 anos. A
síndrome do impacto do ombro foi encontrada em 30,9%, seguida
de bursite subacromial (9,8%), síndrome do túnel do carpo (8,8%)
e epicondilites medial ou lateral (7,8%). A resposta ao tratamento
conservador foi satisfatória em 68,2% dos casos nos pacientes
menores de 30 anos e em 77,9% nos pacientes acima de 50 anos (p
= 0,465), a resposta ao tratamento cirúrgico foi considerada insatisfatória em 77,8% nessa faixa etária (p = 0,107). Conclusão: Lesões
de partes moles são frequentes em pacientes com fibromialgia e
a resposta ao tratamento conservador ou cirúrgico não ocorre na
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maioria dos casos. O diagnóstico de fibromialgia concomitante em
pacientes com lesões musculoesqueléticas de partes moles deve
ser um alerta para uma conduta terapêutica individualizada dessas lesões, se considerarmos os mecanismos de amplificação e perpetuação da dor crônica que independem da gravidade da lesão de
partes moles local.
TRATAMENTO DA FIBROMIALGIA COM
DULOXETINA: FARMACOVIGILÂNCIA DE UMA
INDÚSTRIA FARMACÊUTICA BRASILEIRA
Allisson Monteiro da Silva, Jaqueline Amália de Paulo,
Camilla Silva dos Santos, Juliana Blum,
Emanuela Lopez Fernandes Saraiva
Libbs Farmacêutica, São Paulo, SP, Brasil
Introdução: Farmacovigilância é o conjunto de procedimentos
relacionados à detecção, avaliação, compreensão e prevenção de
eventos adversos (EAs) durante o uso de medicamentos. No Brasil,
ações de farmacovigilância são feitas de forma compartilhada pela
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), vigilâncias sanitárias dos estados e municípios e detentores de registro de medicamentos (indústria farmacêutica). Objetivo: Avaliar os relatos
espontâneos de eventos adversos com duloxetina no tratamento
da fibromialgia, recebidos pela farmacovigilância de uma indústria farmacêutica brasileira. Material e métodos: Estudo retrospectivo descritivo. Dados de relatos espontâneos de eventos adversos ocorridos durante tratamento de fibromialgia com duloxetina,
recebidos de 01/02/2013 a 30/04/2016, foram revisados e os eventos adversos reportados foram classificados conforme terminologia médica (MedDRA), gravidade conforme Organização Mundial
de Saúde (OMS) e previsibilidade conforme bula do medicamento.
Resultados: Foram recebidos 144 relatos com 595 eventos adversos com duloxetina, média de quatro EAs por relato. Os pacientes
dividiram-se em 136 mulheres e oito homens, entre 24 a 88 anos
(mediana 53). Quanto à gravidade dos EAs, três (0,5%) são graves,
556 (93,5%) são não graves, 34 (6%) são não classificáveis. Quanto à
previsibilidade dos EAs, 477 (80%) são esperados, 84 (14%) são inesperados e 34 (6%) são não classificáveis. Os três EAs mais reportados totalizam 16%: náusea (7%); tontura (5%) e boca seca (4%).
Considerando a estimativa total de unidades de duloxetina distribuídas no período, a incidência de relatos por unidade foi de
0,003%. Conclusão: Relatos de EAs pós-venda de duloxetina foram
na maioria não graves e esperados, compatíveis com o perfil de
segurança conhecido do medicamento.
Área Temática: Gota e artropatias por
microcristais
LIPOMA ARBORESCENS DE JOELHO EM
PACIENTE COM GOTA: RELATO DE CASO
Taíssa Pinto de Souza, Juliana Brandão Pinto Carneiro,
Talita de Oliveira Ribeiro, Samila Alves da Silva, Patrícia Silva Cunha,
Felipe Augusto da Silva Gama, Sandra Lúcia Euzébio Ribeiro
Serviço de Reumatologia, Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), Faculdade de
Medicina, Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Manaus, AM, Brasil
Introdução: Lipoma de Arborescens (LA) é uma lesão articular rara
e benigna, de etiologia desconhecida, mais frequente em adultos
do sexo masculino, caracterizada pela proliferação das vilosidades subsinovial de células adiposas maduras, geralmente envolve
a bolsa suprapatelar da articulação do joelho. Na maioria das vezes
é monoarticular com derrame progressivo e de longa data, pode
S61
haver dor e diminuição da amplitude de movimento. Objetivo: Descrever as características clínicas, os tipos morfológicos e os achados de imagem de lipoma de Arborescens, com atenção especial
sobre o papel da RM. Relato de caso: Paciente masculino, 56 anos,
pardo, portador de gota, apresentou dor, edema e estalidos em joelho esquerdo havia oito anos, preenchia critérios para gota ACR/
Eular/15, porém só procurou atendimento especializado em 2015
e teve o diagnóstico de lipoma de Arborescens na RM. Ao exame
físico: aumento de volume do joelho esquerdo e da região suprapatelar, acometia partes moles e limitava o movimento articular.
Exames laboratoriais: VHS: 54 mm, PCR: 0,95 mg/dL, látex: negativo,
ácido úrico: 8,3 mg/dL, TSH: 3,12 mg/dL, T4 livre: 0,91 mg/dL, C3:
117 mg/dL, C4: 21 mg/dL. RM de joelho esquerdo: lesão expansiva
frondosa de aspecto vilonodular no compartimento suprapatelar
(alto sinal na ponderação em T1), com queda marcante do sinal
na sequência DP (densidade protónica) com saturação de gordura,
confirmou o conteúdo gorduroso da lesão, achado característico
do lipoma de Arborescens. Conclusão: O LA está entre os diagnósticos diferenciais de uma articulação cronicamente edemaciada.
Podemos pensar em doenças associadas, tais como artrite reumatoide, gota, sinovite vilonodular pigmentada, lipoma sinovial, artropatia amiloide e condromatose sinovial. É importante a avaliação
dos achados clínicos e de imagem como RM, que são essenciais para
o diagnóstico precoce e o tratamento, e identificar anomalias associadas e diferenciá-las de outras massas intra-articulares agressivas.
Área Temática: Imagem
A ULTRASSONOGRAFIA OCULAR EM
PACIENTE COM ARTRITE PSORIÁSICA
Leandro Diniz e Garcia,
José Alexandre Mendonça, Leticia Maria Kolachinski Brandão,
Evelyne Lopes Marcondes Martinelli, Mariana Kadomoto,
Paula Nogueira Loures, Luccas Diniz e Garcia, André Marun Lyrio,
Rubens Bonfiglioli, Nadia Bossolan Schincariol, José Roberto Provenza
Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), Campinas, SP, Brasil
Introdução: A associação entre alterações oculares e artrite psoriásica foi relatada pela primeira vez em 1976 por Lambert e Wright em estudo de 112 pacientes (49 homens, 63 mulheres), no
qual a inflamação ocular foi notada em 35 (31,2%) dos pacientes. Nesse contexto, o uso do ultrassom do globo ocular se mostra importante ferramenta diagnóstica para casos suspeitos de
acometimento oftalmológico em pacientes portadores de artrite
psoriásica. Relato de caso: Paciente MDPF, 28 anos, masculino,
jogador de futebol, com diagnóstico prévio de psoríase invertida
e encaminhado ao serviço de reumatologia devido a artralgia
com artrite de caráter inflamatório em joelho direito e tornozelo
esquerdo, com diagnóstico de artrite psoriásica. Exame oftalmológico sem alterações. Encaminhado ao serviço de reumatologia
e ultrassonografia para avaliação articular e ocular com espessamento do corpo ciliar nasal e vitreíte em olho esquerdo. Exame de
ultrassom de joelho direito detectou entesite com intenso sinal
de Doppler na inserção proximal de tendão patelar e derrame
em tornozelo direito. Discussão: A uveíte é uma manifestação
extra-articular mais frequente nas espondiloartrites, presente
em 7-20% na artrite psoriasíca, o diagnóstico recente e preciso
mostra-se essencial, por causa de todas as complicações decorrentes de uma uveíte mal-conduzida. Nesse caso o ultrassom
ocular se mostra um exame prático, barato, de fácil execução,
não invasivo, que permite avaliação de lesões intraoculares, não
detectadas no exame convencional oftalmológico em pacientes
com artrite psoriasíca.
S62
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ALTERAÇÕES ULTRASSONOGRÁFICAS NA
DOENÇA DE OSGOOD-SCHLATTER
Evelyne Lopes Marcondes Martinelli,
Leticia Maria Kolachinski Brandão, Mariana Kadomoto,
Leandro Diniz e Garcia, Paula Nogueira Loures,
Lucas Eduardo Pedri, Marina de Souza Vieira, Rubens Bonfiglioli,
José Alexandre Mendonça, José Roberto Provenza
Hospital e Maternidade Celso Pierro (HMCP), Pontifícia Universidade Católica de
Campinas (PUC-Campinas), Campinas, SP, Brasil
Introdução: A doença de Osgood-Schlatter (DOS) foi descrita em
1903, é caracterizada por doença na região anterior da tuberosidade tibial, causada pela alteração traumática no desenvolvimento
dessa estrutura. Sua apresentação é mais comum entre 8 a 15 anos
e relaciona-se à prática intensa de atividades físicas, principalmente as que envolvem sobrecarga dos quadríceps. O diagnóstico é
principalmente clínico, mas exames de imagem, como o ultrassom,
são usados com frequência pra confirmá-lo. Relato de caso: ARS, 10
anos, sexo feminino, gonalgia esquerda havia um mês. A dor era
diária, mecânica, associada à hiperemia e edema. Negava queda
e/ou trauma, febre e outros sintomas sistêmicos. Ao exame apresentava dor à palpação da tuberosidade anterior da tíbia esquerda,
desabamento do arco plantar esquerdo e eversão do pé esquerdo.
Ultrassom do joelho esquerdo: irregularidade da tuberosidade da
tíbia, com edema dos tecidos moles e elevação do tendão patelar
em sua porção distal, associado ao aumento da vascularização na
região de inserção do ligamento patelar. Após anamnese, exame
físico e ultrassom, feito o diagnóstico de DOS. Feito novo ultrassom
após tratamento clinico e medicamentoso, com redução do edema
e da hipervascularização na zona de inserção do ligamento patelar.
Discussão: Existem quatro estágios ultrassonográficos: 1) grande
região anecoica na ausência de ossículos; 2) grande região anecoica
na presença de ossículos; 3) ligação incipiente das fibras colágenas na superfície óssea e 4) ligação madura das fibras colágenas
na superfície óssea. A paciente encontrava-se no estágio dois de
maturação. O ultrassom tem capacidade de mostrar as estruturas
que fazem parte da apófise da tuberosidade da tíbia. Quando associado ao Doppler, também pode evidenciar formação de neovasos,
diretamente relacionados com as queixas dos pacientes.
CORRELAÇÃO ENTRE AS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS
PARA OBESIDADE E OS INSTRUMENTOS
CLÍNICOS NA OSTEOARTRITE DE JOELHOS
Lucio Antonio Pereira Junior, Marina Parizotto Pinheiro,
Luan Aguiar Feretti, Elias El-Mafarjeh, Hanna Karila Scchor,
Karine Rodrigues da Luz
médias: 6,5 (± 2,28), 93,21 (± 18,37), -2,3 (± 4,73) e 9,20 (±4,63). Houve
correlação estatisticamente significante entre a medida da circunferência abdominal e cervical com o valor do índice de Lequesne (r =
0,457 e r = 0,569, p < 0,005). Conclusão: A circunferência abdominal e
a cervical foram os parâmetros de obesidade que apresentaram correlação com a pioria da avaliação funcional na OA de joelhos.
CORRELAÇÃO ENTRE OS ACHADOS CLINICOS
E ULTRASSONOGRÁFICOS EM JOELHOS
COM OSTEOARTRITE PRIMÁRIA
Marina Parizotto Pinheiro, Elias El-Mafarjeh,
Lucio Antonio Pereira Junior, Hanna Karila Scchor,
Karine Rodrigues da Luz
Universidade Nove de Julho (UNINOVE), São Paulo, SP, Brasil
Objetivo: Investigar a avaliação clínica e o ultrassom em pacientes com osteoartrite (OA) primária dos joelhos. Correlacionar os
achados clínicos e ultrassonográficos nesses pacientes. Material e
métodos: Estudo transversal feito em 25 pacientes com OA primária dos joelhos. Fez-se um exame físico e ultrassonográfico no joelho com pior acometimento. Os seguintes instrumentos de avaliação clínica foram usados: escala visual analógica (EVA) para dor
(0-10), goniometria (flexão e extensão) e presença de sinovite ou
derrame articular no exame físico. O exame ultrassonográfico foi
feito com o paciente em decúbito dorsal, joelho em semiflexão
com o transdutor longitudinal e transversal na região suprapatelar. Os seguintes parâmetros ultrassonográficos foram avaliados:
presença de sinovite e derrame articular; medida quantitativa do
espessamento da cartilagem articular e escore semiquantitativo
(0-3). Resultados: A média da idade foi de 67,08 (± 11,68) anos, 22
(80%) dos pacientes eram do sexo feminino e três (12%) do masculino. O valor médio do EVA da dor foi de 6,5 (± 2,28), da goniometria
flexão e extensão foi de 93,21 (± 18,37) e -2,3 (± 4,73), respectivamente. A presença de derrame articular e sinovite clínica foi observada em um (4%) e dois (8%) joelhos, respectivamente. O ultrassom
detectou a presença de derrame e sinovite em nove (23%) e quatro (16%) dos joelhos examinados. A média da medida da cartilagem articular foi de 1,63 (± 40,58) mm os escores semiquantitativos
1, 2 e 3 foram detectados em 8 (28%),12 (40%) cinco (8%) dos joelhos examinados. Houve correlação estatisticamente significante
entre a medida da cartilagem articular e a goniometria-extensão
(r = 0,065; p < 0,05). Conclusão: O US detectou mais sinovite e derrame articular do que o exame físico. Além disso, demonstrou-se
um exame capaz de medir o espessamento da cartilagem com correlação com medidas de avaliação funcional em joelhos com OA
primária.
Universidade Nove de Julho (UNINOVE), São Paulo, SP, Brasil
Objetivo: Investigar as medidas antropométricas para obesidade
em pacientes com (OA) primária dos joelhos; correlacionar essas
medidas antropométricas com os instrumentos clínicos na avaliação da OA. Material e métodos: Estudo transversal com 25 pacientes
com OA de joelhos. Todos foram submetidos a avaliações clínicas
e exame físico do joelho com pior comprometimento. As seguintes medidas antropométricas para avaliar obesidade foram usadas:
índice de massa corporal (IMC), circunferência abdominal e cervical. Para a investigação da OA de joelhos usaram-se as seguintes
ferramentas clínicas: escala visual analógica para dor (0-10), goniometria (flexão e extensão) e índice funcional de Lequesne. Resultados: A média do IMC foi de 30,86 (± 5,61), oito (32%) pacientes em
sobrepeso, oito (32%) obesidade grau I, quatro (16%) obesidade grau
II e um (4%) paciente obesdidade grau III. As médias da circunferência abdominal e cervical foram as seguintes: 37,3 (± 4,11) cm e
101,52 (± 37,33) cm, respectivamente. O EVA para dor, goniometria
flexão e extensão e o índice Lequesne apresentaram as seguintes
INVESTIGAÇÃO DO RISCO CARDIOVASCULAR POR MEIO DE
MÉTODO DE ULTRASSOM AUTOMÁTICO PARA MEDIDA DA
ESPESSURA ÍNTIMA-MÉDIA EM CARÓTIDAS: COMPARAÇÃO
ENTRE PACIENTES COM ARTRITE REUMATOIDE E PSORIÁSICA
Marina Parizotto Pinheiro, Elias El-Mafarjeh,
Lucio Antonio Pereira Junior, Hanna Karila Scchor,
Karine Rodrigues da Luz
Universidade Nove de Julho (UNINOVE), São Paulo, SP, Brasil
Objetivo: Comparar o IMT da carótida em pacientes com APsA e AR
por meio do RF-QIMT. Material e métodos: Foram incluídos neste
estudo de caso-controle 28 pacientes com APsA (n = 14) e RA (n
= 14). Pacientes com diabetes melitus, dislipidemia e eventos cardiovasculares anteriores foram excluídos. Avaliaram-se também o
índice de massa corporal (IMC) e atividade da doença, pelo questionário DAS28. Os pacientes foram submetidos a uma avaliação
ultrassonográfica do IMT da parede posterior das carótidas, com a
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
técnica guiada por software automático (RF-QIMT). Resultados: A
idade média foi de 42,5 (± 7,7) e 46,6 (± 11,6) anos em pacientes com
APsA e AR, respectivamente (p > 0,05). A duração média da doença
foi de 14,1 (± 9,5) e 6,17 (± 4,4 anos) (p < 0,05) em pacientes com
APsA e AR, respectivamente, com uma predominância de homens
em pacientes com APsA (50% vs. 0%) (p < 0,05). Não houve diferença
estatística (p > 0,05) entre os grupos em relação ao IMC (26,3 ± 5,7
vs. 26,6 ± 4,5 kg/m2) e pontuação no DAS28 (3,93 ± 0,7 vs. 2,8 ± 0,63).
Não houve diferença estatística (p > 0,05) em relação aos valores
médios de IMT (0,744 ± 0,244 em APsA vs. 0,626 mm ± 0,113 mm na
AR). Verificou-se que 64,3% dos doentes com APsA e 78,6% dos AR
tinham IMT maior do que o esperado (p > 0,05). Houve uma correlação estatisticamente significativa moderada (r = 0,51; p < 0,05)
entre o IMT maior do que o esperado e o escore DAS28. Conclusão: Evidenciou-se que pacientes com AR e APsA apresentam altas
taxas de aterosclerose subclínica. Além disso, houve correlação de
validação com IMT e o grau de atividade da doença.
O IMPACTO DA INFLAMAÇÃO E DO DANO DA
CARTILAGEM NA QUALIDADE DE VIDA EM
PACIENTES COM OSTEOARTRITE DE JOELHOS
Elias El-Mafarjeh, Lucio Antonio Pereira Junior,
Marina Parizotto Pinheiro, Hanna Karila Scchor,
Luan Aguiar Feretti, Karine Rodrigues da Luz
S63
o índice de resistência interna (RI) da carótida (cRI) e das sacroilíacas (sRI); a medida da espessura da íntima-média (RF-QIMT); diâmetro da carótida (cd) área da medida sacral (AsGs) e tendão de Aquiles
(TGS), PCR, VHS, o perfil lipídico, cintura abdominal (CA), IMC, Asdas,
Basfi e o Basdai. Resultados: Média ± SD: 38,36 anos de idade ± 9,48;
oito anos de lombalgia inflamatória ± 7,18; RF-QIMT 0,643 mm ± 0,16;
QIMT esperado 0,529 mm ± 0,10; cd 6,98 mm ± 0,82; cRI direita (D) 0,67
± 0,12; cRI esquerda (E) 0,82 ± 0,38; sRI D 1,10 ± 0,97; sRI E 2,06 ± 2,78;
AsGs D 1,01 cm2 ± 0,60; AsGs E 1,14 cm2 ± 0,48; TGS D 0,42 cm ± 0,11;
TGS E 0,46 cm ± 0,12; CA 84,28 cm ± 12,12; IMC 24,82 kg/m2 ± 4,70; PCR
1,59 mg/dL ± 2,78; VHS 20,16 mm ± 21,90; homocisteína 10,44 ± 4,15
mol/L; colesterol total: 178,60 ± 28,18; HDL 51,10 mg/dL ± 16,18; LDL
108,60 mg/dL ± 22,25; triglicérides: 92,85 ± 43,64; glicemia: 94, 47 mg/
dL ± 16,33; ácido úrico: 5,08 mg/dL ± 1,48; Basfi: 4,69 ± 2,30; Basdai: 4,41
± 2 e Asdas: 2,51 ± 0,68. Correlações: idade e QIMT esperado: 0,915, p
< 0,01; cRI E eAsGs D: 0,467, p = 0,038 ; Basdai e Asdas: 0,635, p = 0,01;
IMC e BASFI: 0,552, p < 0,01; VHS e PCR: 0,822, p < 0,01; Asdas e VHS:
0,487, p = 0,041; sRI D e VHS: 0,552, p = 0,021; Asdas e homocisteína:
0,683, p < 0,01; AsGs E e AsGs D: 0,733, p < 0,01; TGS E e TGS D: 0,644,
p = 0,002; AsGs E e CA: 0,381, p = 0,044; AsGs E e colesterol total: 0,403,
p = 0,039; AsGs D e sRI E: 0,467, p = 0,038; QIMT esperado e escore
de Framinghan: 0,915, p < 0,01; sRI E e escore de Framinghan: 0,492,
p = 0,038; p < 0,01. Conclusão: O uso do QIMT é capaz de visualizar
a ação aterosclerótica e o Doppler espectral consegue detectar atividade inflamatória em sacroilíacas nas espondiloartrites.
Universidade Nove de Julho (UNINOVE), São Paulo, SP, Brasil
Objetivo: Investigar o impacto da inflamação e do dano da cartilagem na qualidade de vida e capacidade funcional na osteoartrite
(OA) primária dos joelhos. Material e métodos: Estudo transversal
com 25 pacientes com OA de joelhos. A qualidade de vida foi investigada com o SF36 e a capacidade funcional com o Lequesne. Todos
os pacientes foram submetidos a um exame físico (sinovite e edema
articular) e ultrassonográfico (parâmetros inflamatórios: sinovite ou
derrame articular e dano da cartilagem: medida do espessamento
da medida da cartilagem e escore semiquantitativo (0-3) do joelho
com maior acometimento. Resultados: As médias dos domínios do
SF36 capacidade funcional, limitação por aspectos físicos e emocionais, dor, estado geral da saúde, vitalidade, aspectos sociais e saúde
mental foram as seguintes: 45 (± 21,10), 33 (± 38,58), 64 (± 39,58), 39,76
(± 22,95),16,31 (± 4,78), 51,82 (± 23,39), 56,5 (± 29,56) e 60,35 (± 24,03). O
índice Lequesne apresentou média de 9,20 (± 4,63), sete (28%) extremamente graves, três (12%) muito grave, seis (24%) graves, cinco
(20%) moderados e quatro (16%) pouco graves. A presença de derrame articular e sinovite no exame físico foi observada em um (4%)
e dois (8%), respectivamente. O ultrassom detectou derrame e sinovite em nove (23%) e quatro (16%) dos joelhos. A média da medida da
cartilagem articular foi de 1,63 (± 40,58) mm os escores semiquantitativos 1, 2 e 3 em oito (28%),12 (40%) e cinco (8%) dos joelhos. Houve
correlação estatisticamente significante entre a presença de sinovite
no exame físico e a capacidade funcional (r = 0,398, p < 0,005). O derrame articular no ultrassom apresentou correlação estatisticamente
significante com os joelhos graves (r = 0,065, p < 0,05). O escore do
dano da cartilagem apresentou correlação estatisticamente significante com a capacidade funcional e vitalidade (r = 0,065, p < 0,05 e
r = 0,065, p < 0,05), respectivamente. Conclusão: Os índices ultrassonográficos inflamatórios e do dano da cartilagem apresentaram
impacto na qualidade de vida na OA primária.
O QIMT E O DOPPLER ESPECTRAL NAS ESPONDILOARTRITES
José Alexandre Mendonça, Beatriz Bisetto de Andrade
Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), Campinas, SP, Brasil
Objetivo: Correlacionar as medidas de ultrassom com os dados clínicos e laboratoriais. Material métodos: Avaliados 22 pacientes, 63,6%
masculinos e 36,3% femininos, 82,6% brancos e 13% negros. Usou-se
O USO DA ULTRASSONOGRAFIA NA FIBROSE
PULMONAR COMO EXTENSÃO DO EXAME FÍSICO
Evelyne Lopes Marcondes Martinelli,
Paula Guiomar Ubirajara Franzon, Mariana Kadomoto,
Paula Nogueira Loures, Leandro Diniz e Garcia,
Maria Kolachinski Brandão, André Marun Lyrio,
José Roberto Provenza, Rubens Bonfiglioli,
José Alexandre Mendonça
Serviço de Reumatologia, Hospital e Maternidade Celso Pierro (HMCP), Pontifícia
Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), Campinas, SP, Brasil
Introdução: O uso do ultrassom (US) para avaliação da fibrose
intersticial pulmonar nas doenças do tecido conectivo mostra ser
prático e com correlações elevadas com tomografia de alta resolução. A característica ultrassonográfica da fibrose pulmonar consiste na detecção e quantificação US lung comet tail sign. Relato
de caso: AB, 30 anos, masculino, fenômeno de Raynaud e espessamento difuso da pele havia 1,5 ano. Ao exame, espessamento
difuso da pele, esclerodactilia. Laboratório: anti-SCL70 positivo.
Esofagograma normal, ecocardiograma com pressão da artéria pulmonar de 28 mmHg. No US encontradas linhas hiperecoicas em
modo B, caracterizadas por um artefato gerado a partir do espessamento dos septos interlobulares na região da superfície do pulmão;
tomografia de tórax normal. Na avaliação de fibrose pulmonar por
US, somam-se todas as linhas ou “cometas”, que caracterizam um
escore de acordo com a seguinte pontuação: 0 = normal (< 10 linha),
1 = leve (de 11 para 20), 2 = moderado (21-50), 3 = marcada (> 50),
enquanto que para avaliação simplificada de contagem semiquantitativa é 0 = normal (< 5 linhas), 1 = leve (entre 6 e 15), 2 moderado (16 a 30), 3 = marcado (> 30 linhas). Na visita inicial, o paciente
apresentava escore de 12 linhas, após o 7° pulso de ciclosfosfamida,
com escore de oito linhas e resultado normal. No fim do 12° pulso,
melhoria importante do espessamento de pele de acordo com o
escore de Rodnan. Discussão: Em estudos prévios o US comparado com tomografia demonstrou uma sensibilidade de 73%, especificidade de 88,2%, valor preditivo positivo de 95% e valor preditivo negativo de 51%. O US pode ajudar a identificar precocemente
alterações em indivíduos assintomáticos, pode ter um significado
prognóstico importante, auxiliar no monitoramento da progressão
da doença pulmonar em um paciente com ou sem terapia.
S64
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
O USO DO ESCORE 7 ULTRASSONOGRÁFICO
PARA SEGUIMENTO DE TOCILIZUMABE
Evelyne Lopes Marcondes Martinelli, Leandro Diniz e Garcia,
Leticia Maria Kolachinski Brandão, Paula Nogueira Loures,
Mariana Kadomoto, Paula Guiomar Ubirajara Franzon,
José Roberto Provenza, Rubens Bonfiglioli,
Cláudia Valéria Pereira Vierhout, José Alexandre Mendonça
Hospital e Maternidade Celso Pierro (HMCP), Pontifícia Universidade Católica de
Campinas (PUC-Campinas), Campinas, SP, Brasil
Introdução: O escore 7 ultrassonográfico tem sido usado para segui­
mento de tratamento de pacientes com biológicos. Um estudo
recente mostra a avaliação efetiva desta ferramenta em pacientes com tocilizumabe. Relato de caso: MLS, 53 anos, casada, do lar,
diagnóstico de AR havia 20 anos, história de intolerância gástrica
ao metotrexato, maculopatia a cloroquina, farmacodermia a Leflunomida, Adalimumabe, Golimumabe. Optou-se pela introdução
de Tocilizumabe e foi avaliada depois de dois meses. A paciente
apresentava ao exame físico, sem artrite, DAS 28 2,3. Feito escore 7
ultrassonográfico, para avaliar atividade inflamatória articular, que
demonstrou sinal de power Doppler negativo em sete articulações.
Discussão: O exame ultrassonográfico, especialmente o power
Doppler, mostra ser uma ferramenta sensível para avaliar atividade da doença. Existem estudos que indicam a eficácia do Doppler espectral para avaliar alterações articulares após tratamento
com bloqueadores de TNF. Uma resistência interna menor do que
0,79 apresentou sensibilidade de 89,6% e especificidade de 78,8%
e confirmou a atividade inflamatória nas articulações estudadas.
Referências:
1. Terenzi R, Santoboni G, Bartoloni E, Alunno A, Luccioli F, Gerli R.
Correlation between clinimetric approach and German US7 score
in rheumatoid arthritis patients treated with tocilizumab: a pilot
study. Clin Exp Rheumatol. 2015;33:445.
2. Mendonça JA. Ultrassonografia em Reumatologia: Uma Extensão
do Exame Físico.1 ed. Rio de Janeiro: Revinter; 2014. p. 109-19.
PADRÃO DE CAPILAROSCOPIA PERIUNGUEAL EM UMA
SÉRIE DE PACIENTES COM ANTICORPO ANTI-JO1
Verônica Silva Vilela, Marcela Azevedo Borges Andrade,
Tathiana Fernandes Mattos Bahia Alves
pacientes com anticorpo anti-Jo-1 um padrão de vasculopatia inespecífica com a particularidade de leve redução da densidade capilar e presença de leve a alto de tortuosidades, do tipo “enovelados”.
RESSONÂNCIA NUCLEAR MAGNÉTICA DE SACROILÍACAS
POSITIVA EM PACIENTES ASSINTOMÁTICOS COM UVEÍTE
ANTERIOR AGUDA RECORRENTE: UMA PROVA DE CONCEITO
Thauana Luiza de Oliveira, Walter Maksymowych, Robert Lambert,
Cristina Muccioli, Marcelo de Medeiros Pinheiro
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
Objetivo: Avaliar a prevalência de lesões agudas e crônicas em articulações sacroilíacas (SI) em pacientes com uveíte anterior aguda
recorrente (UAAr) e quantificá-las por meio da RNM; verificar a
frequência de lombalgia inflamatória e do HLA-B27, bem como
estabelecer qual o critério, baseado em combinações de lesões na
RNM SI, apresenta o melhor desempenho para a definição de avaliação global de RNM positiva para espondiloartrite (EpA). Material e métodos: Foram incluídos 50 pacientes, de ambos os sexos e
maiores de 18 anos, com UAAr sem diagnóstico prévio de doença
reumatológica, comparados com 21 controles saudáveis. Foram
avaliados quanto à presença de lombalgia inflamatória, critérios
classificatórios Nova York modificados, ASAS para EpA axial e periférica, bem como para fibromialgia. Os pacientes fizeram Rx e RNM
SI. As imagens de RNM e Rx de SI foram avaliadas por dois reumatologistas de modo independente, segundo protocolo MORPHO
do grupo SPARCC (The Spondyloarthritis Research Consortium of
Canada). Resultados: Os pacientes com UAAr foram classificados
em EpA axial (Grupo 1, n = 20), lombalgia mecânica inespecífica
(Grupo 2, n = 6) e assintomáticos (Grupo 3, n = 24). O HLA-B27 foi
positivo em 48% daqueles com UAAr. Considerando apenas o grupo
3, nove (37,5%) pacientes apresentavam RNM e/ou Rx de SI compatível com EpA. As RNM SI compatíveis com EpA nos grupos 1 (n =
12) e 3 (n = 6) foram semelhantes em relação às lesões agudas e crônicas analisadas de acordo com o MORPHO. O critério com melhor
sensibilidade e especificidade para definir avaliação global da RNM
positiva foi edema da medula óssea (EMO) ≥ 3 (92%/94%). Conclusão: Este é o primeiro estudo que avaliou os achados da RNM de SI
em pacientes com UAAr e assintomáticos do ponto de vista axial e
periférico, demonstraram sacroiliíte ativa, uma prova de conceito
da ligação entre o envolvimento uveal e axial. Além disso, aponta
EMO ≥ 3 como ideal para definição global de RNM positiva.
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Introdução: A capilaroscopia periungueal é um material e métodos que auxilia no diagnóstico de doenças do espectro da esclerose
sistêmica. Trabalhos mostraram correlações anticorpos específicos e padrões de capilaroscopia. Objetivo: Avaliar tais padrões em
uma série de pacientes com anticorpo anti-histidil-T-RNAse (anti-Jo1). Material e métodos: Estudo retrospectivo dos pacientes com
anticorpo anti-Jo1 que fizeram videocapilaroscopia de 2013 a 2015.
Os exames foram feitos com magnificação de 200x por meio da
análise de quatro campos de 1 mm do segundo ao quinto dedo de
cada mão. Os parâmetros de densidade vascular, ectasias, megacapilares, angiogêneses e tortuosidades foram avaliados. O seguinte
escore semiquantitativo para cada parâmetro foi usado: 0-33 (leve);
33-66 (moderado); > 66 pontos (grave). Resultados: Foram avaliadas
quatro pacientes do sexo feminino, com anticorpo anti-Jo-1 e critérios clínicos de síndrome antissintetase. Três pacientes com 44,
58 e 69 anos apresentaram grau leve de redução de densidade vascular e de tortuosidades. A quarta paciente, de 57 anos, apresentou
grau leve de redução de densidade vascular e grau alto de tortuosidades. Em todas, os parâmetros de ectasias, megacapilares, angiogênese e hemorragia foram ausentes, receberam pontuação 0 globalmente. O padrão de tortuosidade encontrado foi em 100% dos
casos do tipo “enovelado”. Conclusão: Nesta série, observamos em
RETÍCULO-HISTIOCITOSE MULTICÊNTRICA:
POLIARTROPATIA INFLAMATÓRIA EROSIVA COM
LESÕES PAPULONODULARES MUCOCUTÂNEAS
Karine Alessandra da Silva Fortes, Rodrigo Sarmanho Spohr,
Bruna Zuse Valiati, João Carlos Menta Filho, Juliana Wispel,
Cecilia Viola Varella Da Costa, Henrique Luiz Staub
Hospital São Lucas, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS),
Porto Alegre, RS, Brasil
A/B) Múltiplas pápulas e nódulos subcutâneos em todos os dedos e
difusamente pelo couro cabeludo.
C) Acometimento articular predominante de interfalangeanas distais e pápulas periungueais.
D) RX bilateral de mãos: mostra múltiplas erosões marginais, com
predomínio nas articulações interfalangeanas e aumento nodular
de partes moles.
E) Biópsia de nódulo subcutâneo que demonstra infiltrado dérmico
composto de células histiocíticas e células gigantes multinucleadas, com coloração CD68 positiva na imuno-histoquímica, dando
suporte ao diagnóstico clínico.
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
RETINOPATIA LÚPICA ASSINTOMÁTICA: RELATO DE CASO
Leticia Maria Kolachinski Brandão, Rubens Bonfiglioli,
André Marun Lyrio, Evelyne Lopes Marcondes Martinelli,
Leandro Diniz e Garcia, Mariana Kadomoto,
Paula Nogueira Loures, Lucas Eduardo Pedri,
José Alexandre Mendonça, José Roberto Provenza,
Guilherme Armbrust Araujo, Carolina Peres Batalha
Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), Campinas, SP, Brasil
Introdução: Lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença inflamatória crônica de etiologia multifatorial, que acomete diversos
órgãos e sistemas. Pode afetar praticamente todas as estruturas
oculares e anexos, induzir uma grande diversidade de manifestações clínicas com potencial de danos irreversíveis. A terapêutica
medicamentosa pode contribuir para evolução ou induzir o surgimento de novas lesões. Relato de caso: VHM, masculino, 15 anos,
branco. Previamente hígido, iniciara havia 20 dias quadro de mialgia difusa, febre diária vespertina, lesões eritematosas em região
malar, úlceras orais dolorosas, artralgia em cotovelo e hiperemia
ocular bilateral. Ao exame físico rash malar, úlceras orais difusas,
artrite de cotovelo, púrpuras em face palmar das mãos e olho com
hiperemia conjuntival proeminente. Diagnosticado LES segundo
os critérios do Colégio Americano de Reumatologia (artrite, pancitopenia, FAN + > 1.640 pontilhado, anti-DNA reagente, proteinúria persistente, fotossensibilidade e úlceras orais). Sledai (Systemic
Lupus Erythematosus Disease Activity Index): 17. Feita pulsoterapia com Metilprednisolona e Ciclofosfamida e manutenção com
prednisona, hidroxicloroquina e posterior azatioprina. A fundoscopia inicial evidenciou manchas algodonosas difusas/hemorragia peri nervo óptico, apresentaram regressão após corticoterapia.
Após seis meses de tratamento, evoluiu com escavação do nervo
óptico aumentada, o que traduziu glaucoma bilateral. Discussão:
Este caso visa a alertar quanto a possibilidade de acometimento
oftalmológico precoce em pacientes acometidos por LES, que
podem apresentar sintomatologia frustra com lesões avançadas.
A literatura demonstra que as alterações fundoscópicas mais frequentes consistem em drusas coroidianas, atrofia do epitélio pigmentar da retina, escavação do disco óptico patológica, tortuosidade vascular, cicatriz de coriorretinite e oclusão de ramo venoso.
ULTRASSONOGRAFIA COMO MÉTODO AUXILIAR DE
DIAGNÓSTICO NA SÍNDROME DE SJÖGREN: RELATO DE CASO
Leonardo Michaelis Schmidt,
Diogo Cunha Lacerda, Rúbia Karine de Marco Barasuol,
Tamara Wahip Mohana, Karen Mariano de Alencar,
Laura Gomes Flores, Denize Paula Pequito Filipe
Disciplina de Reumatologia, Faculdade Assis Gurgacz (FAG), Cascavel, PR, Brasil
Introdução: A síndrome de Sjögren (SS) é uma doença inflamatória crônica caracterizada por acometimento de glândulas lacrimais
e salivares que causa xerostomia e xeroftalmia. Cintilografia, teste
de fluxo salivar e sialografia são os principais exames complementares padronizados para avaliação glandular salivar, porém outros
métodos de imagem não invasivos, como a ressonância magnética
(RM) e a ultrassonografia (US) têm ganhado destaque. Relato de caso:
Paciente masculino, 27 anos, apresentava sintomas de xerostomia e
xeroftalmia associadas a aumento de glândulas salivares. Sem queixas articulares ou outras queixas relacionada a outros órgãos e sistemas. A US das glândulas parótidas e submandibulares apresentou
aumento das dimensões glandulares bilateralmente, com múltiplos focos hipoecogênicos e anecoicos, com a positividade ao Power
Doppler. Apresentou hemograma normal, sorologias para hepatites
virais e HIV negativas, VHS 20 mm, PCR NR, FAN NR, anti-Ro NR, anti-La NR, fator reumatoide reagente. O teste de Shirmer revelou olho
seco severo. Biópsia de glândula salivar menor apresentou infiltrado
S65
inflamatório em múltiplos focos, compatível com SS. Discussão: O
estudo histológico de glândulas salivares menores tem sido proposto
como método de melhor especificidade para confirmação diagnóstica da SS. Métodos de diagnóstico não invasivos e de baixo custo têm
sido cada vez mais empregados para auxílio diagnóstico de pacientes
com sintomas de xerostomia. A US pode ser considerada um método
não invasivo, reprodutível e de baixo custo para avaliação glandular
salivar na SS, com boa concordância diagnóstica com a RM, sialografia e com estudo histopatológico. No caso em questão demonstrou-se
a importância do estudo por US na avaliação inicial de um paciente
com queixa de xerostomia e aumento glandular salivar, no qual posteriormente confirmou-se diagnóstico de SS.
Área Temática: Lúpus eritematoso sistêmico
A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO DA SAÚDE
FUNCIONAL (SF) BIOPSICOSSOCIAL EM PACIENTES
COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO (LES)
Sandor Balsamo, Linda G. Reis, Rafael Resende, Silvson Ferreira,
Alessandro Mendes, Leandro Sousa, Nélio Farias Soares,
Yuri Balsamo, Alex Luiz de Oliveira Pires, Antonio Carlos M. Junio,
Licia Maria Henrique da Mota, Leopoldo Luiz dos Santos Neto
Faculdade de Medicina, Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF, Brasil
Objetivo: Avaliar a qualidade da sua SF miopsicossocial de pacientes
com LES. Material métodos: Para avaliar, classificar e diagnosticar a
qualidade da SF biopsicossocial de 88 pacientes com LES [(idade: 33,1
(± 8,74); Sledai: 1,6 (2,1)] foi usado um aplicativo (método SAFE®),
que constitui uma metodologia que avalia 40 parâmetros da saúde
funcional biopsicossocial biológica (força muscular/equilíbrio/agilidade/capacidade-cardiopulmonar/flexibilidade/adiposidade corporal/nível de atividade física diária) e psicossocial (vitalidade/fadiga/
dor/qualidade do sono/ansiedade/nível de estresse/disposição ao
acordar/aspectos sociais/limitações emocionais/ânimo) e vários testes complementares, de relevância clínica para a saúde do avaliado.
E tem como referência a normativa da saúde do avaliado. Os testes
usam equipamentos simples (cadeira/fita métrica/halter/handgrip)
e podem ser feitos em hospitais, clínicas e em casa. No aplicativo
SAFE® o profissional de saúde e o avaliado podem visualizar o percentual da qualidade da SF, na Pirâmide da Zona SAFE® (por exemplo: quando apresentar 56%, significa que esse é o percentual dos
parâmetros que estão de acordo com a normalidade). Resultados: A
mediana mostrou que apenas 47% dos parâmetros estão de acordo
com a normalidade. Os percentuais de parâmetros que estavam fora
da normalidade foram: inatividade física: 72%, adiposidade (gordura
visceral: 83%/IMC: 34%), força muscular (flexão de cotovelo em 30’’:
70%/força de preensão manual: 63%/sentar e levantar da cadeira
em 30’’: 45%), vitalidade: 83%, autopercepção da saúde mental: 82%,
da saúde geral: 63%, da qualidade do sono: 63%, das limitações dos
aspectos emocionais: 52%. Entretanto, de forma surpreendente 11%
(n = 11) dessas pacientes apresentaram um elevado percentual da
qualidade de saúde entre 76 a 100%. Conclusão: Os avaliados apresentaram uma elevada prevalência de parâmetros biopsicossocial
de SF fora do padrão da normalidade, o que impacta diretamente na
qualidade de vida.
ACIDOSE TUBULAR RENAL NO LÚPUS ERITEMATOSO
SISTÊMICO: RELATO DE CASO
Renan Mesel Correia, Hugo Delon de Lima,
Ana Paula Santana Gueiros, Aline Ranzolin, Aline Gibson Notaro,
Laurindo Ferreira da Rocha Junior
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil
S66
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
Introdução: Acidose tubular renal (ATR) tipo 1 é uma doença rara,
que pode apresentar-se de forma primária (defeitos genéticos nos
mecanismos de transporte dos túbulos renais), ou secundária, consequente a doenças sistêmicas ou ao uso de medicações. Há associação com síndrome de Sjögren e escassos relatos que evidenciam
a associação com o lúpus eritematoso sistêmico (LES). É caracterizada por acidose metabólica hiperclorêmica e em algumas vezes
hipocalemia. Objetivo: Relatar o caso de uma paciente lúpica com
ATR. Relato de caso: MLS, feminino, 33 anos, lúpica, em remissão
da doença e em uso de hidroxicloroquina, micofenolato e mofetila para tratamento de manutenção de remissão de vasculite cutânea. Admitida com quadro de déficit motor em membros inferiores (grau IV) havia um dia, com evolução gradual para membros
superiores. Durante a investigação foram evidenciadas hipocalemia severa (potássio 1,6 mEq/L), hipercloremia (Cloro: 145 mmol/L)
e acidose metabólica grave, com valores de pH: 7,181; PO2: 136,8
mmHg; PCO2: 22,8 mmHg; [HCO3-]: 8,3 mmol/L; [HCO3-ST]: 10,8
mmol/L; BE: -18,1 mmol/L. O anti-DNA foi negativo, C3 consumido
e anti-RO positivos, anti-LA negativo. Apesar de não haver sintomas de síndrome seca, foi feita sialometria pela possibilidade de
síndrome de Sjörgren, que se mostrou normal. Fez biópsia renal,
que evidenciou glomerulopatia mesangioproliferativa mesangial
(classe II) e injúria do epitélio tubular (NTA). Houve melhoria sintomática e laboratorial após administração endovenosa de cloreto
de potássio e recebeu alta, em uso de citrato de potássio, que foi
posteriormente suspenso e não houve necessidade de alteração
da terapia imunossupressora. Discussão: Disfunção tubular já foi
descrita no LES e pode estar associada a glomerulonefrite lúpica,
embora os pacientes apresentem manifestações de nefrite lúpica
bem mais frequentemente do que ATR. O exato mecanismo do
dano tubular é desconhecido. A função tubular deve ser cuidadosamente avaliada em pacientes com LES.
ADESÃO À TERAPIA MEDICAMENTOSA EM
PACIENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO.
COMPARAÇÃO ENTRE AS ESCALAS MORISK 4 E 8
Rosele Ferrante-Silva, Marise Oliveira, Matheus Bond Bogossian,
Elisa M. Neves de Albuquerque, Luiza Coelho Magalhães,
Diego Magalhães, Evandro Mendes Klumb
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Introdução: Em doenças crônicas como o LES, a falta de adesão ao
tratamento é um problema mundial. Segundo a OMS, menos de
50% dos pacientes com doenças crônicas têm adesão à terapia prescrita, principalmente nos países em desenvolvimento. É provável
que a baixa adesão determine pior controle da doença, maior morbidade e potencialmente mortalidade. A escala de Morisk é uma
das mais empregadas em estudos de adesão, mas recentemente
ela foi modificada e é possível que existam diferenças quanto aos
resultados obtidos com cada versão dessa escala. Por essa razão o
presente estudo foi desenvolvido. Objetivo: Medir a adesão à terapia medicamentosa de pacientes com LES e determinar o grau de
concordância entre as escalas de Morisk 4 (M-4) e Morisk 8 (M-8).
Material e métodos: Avaliação de pacientes com LES (critérios ACR)
com as escala de adesão à terapêutica de Morisky com quatro itens
(M-4) e a com 8 itens (M-8). Usamos os seguintes critérios para
estabelecer adesão: na escala M-4, a pontuação de 0 a 3 caracterizou não adesão e a pontuação 4, adesão ao tratamento. Na M-8, a
pontuação com valores menores do que 6 caracterizou baixa adesão, entre 6 e 7,9, média adesão e 8, alta adesão. Para a verificação
de concordância entre as escalas foi calculado o índice de kappa.
Resultados: Analisamos 53 pacientes com LES quanto à adesão.
Encontramos com o emprego da escala M-4, 24 pacientes com adesão ao tratamento e apenas quatro com o emprego da escala M-8. O
grau de concordância entre as escalas com o índice de kappa foi de
0,16. Discussão e conclusão: As escalas de Morisky são assumidas
como ferramentas úteis para a verificação de adesão nos pacientes.
No entanto, os resultados obtidos no cotejo entre os conseguidos
em cada uma em particular não são comparativos quanto à avaliação de adesão completa ao tratamento, sugerem que os de cada
estudo devem ser interpretados à luz dessa diferença de valores
com cada escala.
ALTA PREVALÊNCIA DE SÍNDROME METABÓLICA EM
PACIENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Amanda M. Marques, Pamela Goldstein Felipe, Mauro Goldfarb,
Adriana Danowski
Hospital Federal dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (HFSE-RJ), Rio de Janeiro,
RJ, Brasil
Objetivo: Determinar prevalência de síndrome metabólica (SM) e
suas associações numa coorte de pacientes com lúpus eritematoso
sistêmico (LES). Material e métodos: Estudo transversal. Incluídos
pacientes com LES pelo critério do American College of Rheumatology 1997. Definição de SM segundo AHA/NHLBI 2009, com determinação da circunferência abdominal (CA) pelo Consenso Brasileiro
de SM. Caracterísiticas demográficas, clínicas, imunológicas, além
de índices de atividade da doença, foram analisadas. Feitos os testes qui-quadrado e de Fisher para variáveis categóricas e o teste t
para as contínuas. Na análise multivariada, foram usados métodos
de regressão logística. Resultados: Foram estudados 133 pacientes,
126 (94%) do sexo feminino, distribuídos entre brancos, negros e
pardos. SM em 56 pacientes (42%), média de idade 49 anos e de
doença 12 anos. Itens mais prevalentes nos portadores de SM: HDL
baixo (68%), triglicerídeo elevado (62%) e CA aumentada (50%). A
análise univariada revelou correlação entre SM: invalidez (p < 0,04;
OR 3,5; IC (1,04-11,95); anemia hemolítica (p < 0,02; OR 0,3; IC (0,100,84); proteinúria (p < 0,01; OR 2,4; IC (1,15-4,95); anti-RNP (p < 0,03;
OR 2,1; IC (1,03-4,28); idade (p < 0,007). Após análise multivariada:
proteinúria (p < 0,034; OR 3,3; IC 1,09-9,85); idade (p < 0,012; OR 1,06;
IC (1,01-1,11); anti-RNP (p < 0,032; OR 3,2; IC 1,10-0,15). Conclusão:
A prevalência de SM encontra-se elevada nesta coorte de LES, em
consonância com a prevalência encontrada em estudos brasileiros
e internacionais. A significância encontrada entre SM e proteinúria se deve à intrínseca relação dessa com hipertrigliceridemia e
ganho ponderal. A correlação direta significativa entre idade e SM
é bem estabelecida na população geral e também se reflete nos
pacientes com LES. A relação entre SM e anti-RNP deverá ser mais
bem investigada.
ANÁLISE DE PROGRESSÃO DE ATROFIA CEREBRAL E
DE CORPO CALOSO E ASSOCIAÇÃO COM CITOCINAS
Th1 E Th2 EM PACIENTES COM LES
Mariana Postal, Aline Tamires Lapa, Karina de Oliveira Peliçari,
Nailú Angélica Sinicato, Fernando Augusto Peres,
Wesley Geraldo Ferreira, Lilian Tereza Lavras Costallat,
Fernando Cendes, Simone Appenzeller
Faculdade de Ciências Médicas (FCM), Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
Objetivo: Determinar a progressão de atrofia cerebral e de corpo
caloso e associações com citocinas e Th2 no lúpus eritematoso
sistêmico (LES). Material e métodos: Pacientes consecutivos com
LES seguidos no Ambulatório de Reumatologia foram incluídos. O
grupo controle foi constituído por indivíduos pareados por idade
e sexo. As manifestações do sistema nervoso central foram analisadas por meio da revisão de prontuários, com os critérios do
Colégio Americano de Reumatologia (ACR). Pacientes foram avaliados quanto à presença de atividade da doença [SLE Disease
Activity Index (Sledai)], dano cumulativo [Lupus International
Collaborating Clinics/American College of Rheumatology Damage
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
Index (SDI)] e medicação em uso. O volume cerebral foi determinado pelo programa Neuroline®, por meio de aquisições de ressonância magnética (RM) no plano sagital ponderadas em T1. A
RM foi repetida em todos os indivíduos após um tempo de seguimento de um mínimo de 12 meses. Os níveis séricos das citocinas Th1 (IL-12, IFN-γ, TNF-α) e Th2 (IL-4, 5, 6 e 10) foram quantificados por meio do método Elisa. Os dados foram comparados por
meio de testes não paramétricos. Resultados: Foram incluídos 85
pacientes com LEs (81 mulheres; média de idade: 41,14 ± 11,08
anos) e 59 controles (52 mulheres; média de idade: 40,14 ± 13,42
anos). Observou-se uma diferença significativa na progressão de
perda de volume cerebral (p = 0,028) e de volume de corpo caloso
(p < 0,001) entre pacientes com LES e controles. Observou-se uma
associação entre IL-12 e progressão de atrofia cerebral (p = 0,008)
e uma correlação direta entre os níveis séricos de IL-12 e porcentagem de perda de volume cerebral (rs = 0,3; p = 0,015). Não foram
observadas associações entre progressão de atrofia cerebral e de
corpo caloso e outras citocinas ou manifestações clínicas e laboratoriais e de tratamento. Conclusão: IL-12 está associada à perda
de volume cerebral no LES, sugere uma base imunológica para a
atrofia cerebral no LES.
ANTICOAGULAÇÃO EM GESTANTE LÚPICA COM ABORTAMENTO
DE REPETIÇÃO E SEM CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS PARA
SÍNDROME ANTIFOSFOLÍPIDE: RELATO DE CASO
Camila Maria Formiga Dantasa, Ítalo Emmanuel Lima Ferreiraa,
Evania Claudino Queiroga de Figueiredoa,
Marcus Ivanovith Fernandesa, Danielly Dantas Pimentela,
Maria Eduarda de Melo Pires Ferreiraa,
Maria Clara Queiroga de Figueiredob
a
b
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campina Grande, PB, Brasil
Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande (FCM), Campina Grande, PB,
Brasil
Introdução: A síndrome do anticorpo antifosfolípide (SAF), frequentemente associada ao lúpus eritematoso sistêmico (LES),
é condição que se caracteriza por uma taxa de abortamento de
repetição elevada. A morbidade gestacional da SAF decorre do
mau desenvolvimento trofoblástico e de falhas da circulação uteroplacentária. Relato de caso: Mulher de 26 anos, com diagnóstico
de LES havia cinco anos, quatro abortamentos sequenciais em
dois anos e ausência de fenômenos trombóticos prévios. Apresentava história familiar de nove abortos maternos e de perdas
gestacionais em uma tia paterna, ambas com diagnóstico de SAF.
A investigação laboratorial não demonstrou a presença de autoanticorpos antifosfolípides e foram excluídas outras causas de
aborto de repetição. Diante do diagnóstico de LES e da sua eventual associação com SAF “soronegativa”, bem como das perdas
gestacionais, pessoais e familiares, iniciou-se o ácido acetilsalicílico. Após a confirmação de nova gravidez, por meio de decisão
compartilhada, optou-se pela associação com heparina de baixo
peso molécula, de forma profilática. Evolui sem intercorrências
obstétricas, com parto a termo, nascido vivo pesava 2.970 kg. Discussão: Apesar da falta de confirmação de SAF, devido à ausência
repetida de anticorpos antifosfolípides, essa condição tornou-se
a principal hipótese diagnóstica, face à exclusão das principais
causas de abortamento de repetição e à importante história familiar de SAF e de abortos. Algumas publicações consideraram que a
hipercoagulabilidade pode resultar em abortos recorrentes e que
agentes anticoagulantes poderiam potencialmente aumentar a
taxa de nascidos vivos em gestações subsequentes nas mulheres
com qualquer trombofilia ou em perda inexplicada de gravidez, o
que justificaria a feitura da tromboprofilaxia nas pacientes com
história de abortos recorrentes, medida que comprovadamente
aumenta a taxa de nascidos vivos e tem poucas complicações no
fim das gestações.
S67
ARTRITE REFRATÁRIA E DE DIFÍCIL CONTROLE
NO LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Marina Lindstron Wittica Cerqueira,
Ludymila Sátyra Xavier de Araújo Assis, Luiz Severiano Ribeiro,
Rejane Pinheiro Damasceno, Lucas Leonardo de Castro Borges,
Christiane Cota Vieira, Ana Maria São Thiago Santiago Bez
Hospital Governador Israel Pinheiro (HGIP), Instituto de Previdência dos Servidores do
Estado de Minas Gerais (IPSEMG), Belo Horizonte, MG, Brasil
Introdução: O comprometimento articular no LES é uma das manifestações mais comuns da doença, geralmente não erosivo, com
deformidades redutíveis, pode ser classificado em artropatia de Jaccoud, artropatia deformante moderada ou artrite erosiva (Ruphus).
Geralmente há boa resposta à terapia com antimaláricos, doses
baixas de glicocorticoides e Aines. Relato de caso: VVA, 34 anos,
feminina. Admitida com quadro de poliartrite simétrica (tornozelos, joelhos, punhos, IFPs) e artralgia em ombros e quadris havia
oito dias. Relatava ser portadora de artrite reumatoide em uso de
etanercepte havia oito meses e história de TVP havia quatro anos.
Durante internação, exames revelaram fator reumatoide e anti-CCP negativos, FAN padrão misto nuclear pontilhado fino e nucleolar em altos títulos, positividade para anti-DNA, anti-Sm, anti-RNP e anticorpos antifosfolípedes e consumo de complemento.
Ressonância de mão e punho direitos evidenciou tenossinovite.
Após 18 dias, recebeu alta com diagnóstico de LES e SAF em uso
de hidroxicloroquina, AAS e analgésicos e ainda demandava altas
doses de prednisona. Ambulatorialmente, paciente não apresentou
resposta satisfatória ao metotrexato nem à azatioprina, persistiu
com artrite limitante e necessidade de corticoide e antiinflamatórios, além de evoluir com deformidades nas mãos, sem sintomas
extra-articulares. Optou-se então por iniciar tratamento imunobiológico e, após dois meses da infusão de rituximabe, houve melhoria satisfatória dos sintomas. Discussão: A artrite no LES costuma
ser branda e autolimitada, com resposta rápida às terapêuticas iniciais. No entanto, quando refratária, há poucos estudos de qualidade que permitam formalização da indicação de outros Dmards
ou imunobiológicos. Dentre esses, o belimumabe é o único aprovado pelo FDA, porém evidências apontam melhoria dos sintomas
articulares com rituximabe, abatacepte e tocilizumabe. Pela facilidade com rituximabe em nosso serviço, esse foi o biológico de
escolha, com boa resposta clínica.
ASSOCIAÇÃO DE VARIÁVEIS CLÍNICAS E
LABORATORIAIS COM A CLASSE HISTOLÓGICA DE
NEFRITE LÚPICA EM UM CENTRO TERCIÁRIO
Julia Melo Carone, Henrique Ataide Mariz, Andrea Tavares Dantas,
Aysa Cesar Pinheiro, Viviane Ferreira De Vasconcelos,
Claudia Diniz Lopes Marques, Angela Luzia Branco Pinto Duarte
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil
Objetivo: Descrever a associação de variáveis clínicas e laboratoriais
com a classe histológica da nefrite lúpica (NL) em um centro universitário terciário. Material e métodos: Os pacientes incluídos apresentaram pelo menos quatro critérios de classificação do ACR (American College of Rheumatology) para lúpus eritematoso sistêmico
(LES) e fizeram biópsia renal por alterações no sumário de urina e/
ou proteinúria de 24 h (PTN 24h). O presente estudo foi classificado
como transversal, analítico, retrospectivo, observacional e com base
em dados de prontuários. Resultados: Foram incluídos 75 pacientes, 72 (96%) do sexo feminino, 80% não brancos e média de 36,2
± 10,3 anos. Hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes mellitus e
dislipidemia foram presentes em 81,3%, 9,33% e 46,6%, respectivamente. Entre as alterações laboratoriais, observamos proteinúria em
89% e hematúria em 64% no sumário de urina. A mediana da PTN
24h foi de 2,5 g (1,1-3,4) e 23% tinham proteinúria nefrótica. A NL
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classe IV (proliferativa difusa) foi a mais frequententemente encontrada (44%). A PTN 24h da classe IV (classe IV isolada e classe IV+V)
foi maior do que a das demais (p = 0,0008), porém não houve diferença na PT 24h quando analisamos as demais classes histológicas.
Houve maior frequência de hematúria nos pacientes com classe IV
isolada (p = 0,030), mas sem diferença dos níveis de creatinina sérica
(p = 0,27). Conclusão: A classe histológica mais comum em pacientes com LES e NL foi a classe IV isolada, a proteinúria foi a alteração
mais frequente no sumário de urina. Identificamos maiores níveis
de proteinúria em pacientes com classe IV e maior frequência de
hematúria na classe IV isolada. Esses resultados sugerem uma boa
correlação das variáveis laboratoriais com a classe histológica de NL.
ASSOCIAÇÃO ENTRE ATIVIDADE FÍSICA, MANIFESTAÇÕES
CLÍNICO-LABORATORIAIS E TRATAMENTO EM PACIENTES COM
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO: ANÁLISE PRELIMINAR
Fabiana de Miranda Moura dos Santos, Iara F. Magalhaes,
Rosa Weiss Telles, Lucas Gallo A. Mafra, Igor S. C. Doco,
Kenia M. C. Correia, Marcus Vinicius Melo de Andrade,
Maria Isabel Toulsson Davisson Correia,
Cristina Costa Duarte Lanna, Fabiana de Miranda Moura dos Santos
Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte,
MG, Brasil
Objetivo: Avaliar a associação entre atividade física e atividade da
doença, dano cumulativo, manifestações clínicas, alterações laboratoriais e tratamento da doença em pacientes com lúpus eritematoso
sistêmico (LES). Material e métodos: Estudo transversal em mulheres com LES. Atividade física diária foi avaliada pelo Questionário
Internacional de Atividade Física (IPAQ-8), as pacientes foram categorizadas em ativas e inativas fisicamente. Atividade de doença foi
avaliada com o Sledai-2k e dano cumulativo com o SLICC-ACR/DI. Foi
feita análise univariada preliminar para avaliar a associação entre
atividade física e variáveis clínicas, laboratoriais e de tratamento do
LES. Resultados: Foram incluídas 189 pacientes, das quais 44 (23,3%)
foram categorizadas como fisicamente ativas. A média (DP) de idade
das pacientes foi de 37,5 (10) anos e do tempo de doença foi de 9,1
(6,3) anos, sem diferença entre as pacientes fisicamente ativas e
inativas (p = 0,334 e p = 0,081, respectivamente). A mediana (IIq) do
Sledai-2k foi de 2 (0-6), semenor nas pacientes fisicamente ativas
quando comparadas com as inativas [ativas: Sledai-2K = 2 (0-4) x
inativas: Sledai-2K = 2 (0-6); p = 0,042]. A mediana (IIq) do Slicc foi
de 0 (0-1), sem diferença entre grupos (p = 0,571). Não houve associação estatística entre atividade física e presença de manifestações
mucocutâneas (p = 0,347), artrite (p = 0,114), nefrite (p = 0,673), serosite (p = 0,265), manifestações neuropsiquiátricas (p = 0,265) e alterações hematológicas (p = 0,140). Uso de antimaláricos (p = 0,867),
de imunossupressores (p = 0,083) e de corticoide (p = 0,477) não foi
diferente entre as pacientes classificadas como fisicamente ativas e
inativas. Conclusões: Pacientes com LES classificadas como fisicamente ativas apresentaram menor escore na avaliação da atividade
da doença em análise univariada preliminar, sugeriram associação
entre a atividade física e a atividade inflamatória do LES. Análise
multivariada faz-se necessária para confirmação dessa associação.
ASSOCIAÇÃO ENTRE MEDIDAS DE OBESIDADE E A
QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE EM
MULHERES COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Juliana de Castro Linoa, Fabiana de Miranda Moura dos Santosa,b,
Rosa Weiss Tellesa, Maria Isabel Toulsson Davisson Correiaa,
Cristina Costa Duarte Lannaa
Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo
Horizonte, MG, Brasil
Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte,
MG, Brasil
a
b
Objetivo: Avaliar a associação entre marcadores de obesidade e a
qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) em mulheres com
lúpus eritematoso sistêmico (LES). Material e métodos: Estudo
transversal em mulheres com LES. Foram marcadores de obesidade: índice de massa corporal (IMC) [eutrófica (IMC = 18,5-24,9
kg/m2), sobrepeso (IMC = 25-29,9 kg/m2) e obeso (IMC ≥ 30 kg/m2)],
circunferência de cintura (CC) [ausência de obesidade abdominal
(CC < 80 cm), nível I (CC 80-87,9 cm) e II (CC ≥ 88 cm)] e bioimpedância (BIA) [porcentagem de gordura corporal (%GC) dentro do e
acima do recomendado para idade]. QVRS foi analisada pelo SF-36v1. Medidas sumárias (componente físico [CoF] e componente
mental [CoM]) foram usadas na análise multivariada. Resultados:
Mediana (IIq) da idade das 188 pacientes foi de 37 (30-41) anos.
Na análise univariada, segundo IMC, houve pioria da capacidade
funcional com mudança da categoria [eutrófica: 80 (50-95), sobrepeso: 77,5 (55-90), obeso: 65 (55-77,5)]; diferença significativa entre
eutróficas e obesas (p = 0,016). Segundo a CC, o mesmo foi observado para capacidade funcional [CC < 80 cm: 90 (62,5-97,5), nível
I: 70 (55-95), nível II: 70 (55-80)], aspectos sociais [CC < 80 cm: 100
(62,5-100), nível I: 100 (62,5-100), nível II: 62,5 (37,5-100)] e CoF [CC
< 80 cm: 50,4 (40-55), nível I: 46 (36,5-52,5), nível II: 44,5 (37,7-49,6)],
foi significativa a diferença entre CC < 80 cm e nível II (p < 0,001, p
= 0,009 e p = 0,014; respectivamente). Houve associação entre %GC
e capacidade funcional [%GC recomendada: 75 (55-90) x acima: 65
(55-80); p = 0,021], aspectos físicos [%GC recomendada: 75 (25-100)
x acima: 50 (0-75); p = 0,014] e aspectos sociais [%GC recomendada: 87,5 (62,5-100) x acima: 62,5 (37,5-100); p = 0,020]. Na análise
multivariada não foram encontradas associações entre IMC, CC,
%GC e CoF e CoM. Conclusão: Observou-se redução da QVRS em
pacientes com LES associada a diferentes marcadores de obesidade, no entanto essa associação não foi independente do ajuste
feito na análise multivariada.
AVALIAÇÃO DA FRAÇÃO DE PLAQUETAS IMATURAS
(IPF) E SUA ASSOCIAÇÃO COM MANIFESTAÇÕES
CLÍNICAS E LABORATORIAIS EM PACIENTES
COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Amanda Meireles Silva, Karina de Oliveira Peliçari,
Mariana Postal, Nailú Angélica Sinicato, Roberto Marini,
Lilian Tereza Lavras Costallat, Erich Vinicius de Paula,
Simone Appenzeller
Faculdade de Ciências Médicas (FCM), Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
Objetivo: Determinar o IPF e o volume plaquetário médio (VPM)
no LES juvenil e adulto e associações com manifestações clínicas e laboratoriais. Material e métodos: Foram selecionados
pacientes consecutivos seguidos no ambulatório de reumatologia do Hospital de Clínicas/Unicamp. O parâmetro IPF foi obtido
por meio da contagem de plaquetas fluorescência e leitura no
canal de reticulócitos dos contadores automatizados de hematologia (Sysmex XE5000). O VPM é obtido no mesmo equipamento,
pelo métodos de impedância. A atividade da doença foi avaliada
pelo Systemic Lupus Erythematosus Disease Activity Index (Sledai). Analise estatística foi feita por meio do teste de correlação
de Spearman e p < 0,05 foi considerado estatisticamente significativo. Resultados: Foram incluídos 84 pacientes com LESj (74
mulheres), com média de idade 19,15 ± 4,45 e tempo de doença
de 6,40 ± 4,31 anos. E 148 pacientes com LES adulto (138 mulheres), com média de idade 40,67 ± 15,50 e tempo de doença de 13,3
± 7,12 anos. A média do IPF no LES juvenil foi de 3,33 ± 2,76 e a do
VPM 10,51 ± 0,91. Não observamos correlação entre o IPF e atividade da doença (p = 0,7; r = 0,04) e VPM com atividade da doença
(p = 0,94; r = 0,008). A média do IPF no LES adulto foi de 3,40 ± 2,43
e a do VPM 10,59 ± 0,92. Não observamos correlação entre o IPF
e atividade da doença (p = 0,970, r = -0,003) e VPM com atividade
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da doença (p = 0,339; r = -0,079). Conclusão: O IPF e o VPM em
pacientes com LES e LESj estavam nos padrões de normalidade.
Não houve associação IPF e VPM com manifestações clínicas e
laboratoriais em pacientes com LES e LESj. Porém, estudos longitudinais são necessários para determinar o seu papel na fisiopatologia do LES.
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA (QV) EM
HOMENS COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
(LES): RESULTADOS PRELIMINARES
Rossela Falcão Dias, Tatiana Goberstein Lerner,
Edgard Torres Reis Neto, Emilia Inoue Sato
Escola Paulista de Medicina (EPM), Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São
Paulo, SP, Brasil
Introdução: O LES afeta predominantemente o sexo feminino,
mas, doença mais grave, acometimento renal mais frequente
e risco aumentado de dano são relatados nos homens e não
se conhece o impacto do LES na QV de homens com LES. Objetivo: Avaliar a QV de homens com LES e comparar QV, atividade
da doença, índice de danos, depressão e fadiga entre homens e
mulheres com LES. Material e métodos: Estudo transversal que
avaliou 35 homens e 29 mulheres com LES. QV avaliado por Short-Form Health Survey36 (SF-36) e SLE Quality of Life; depressão e
ansiedade por Hospital Anxiety and Depression Scale; fadiga pela
escala de gravidade de fadiga; atividade da doença por SLE Mexican Disease Activity Index e dano pelo Systemic Lupus International Collaborating Clinics/ACR Damage Index for SLE. Análise
estatística: teste qui-quadrado ou exato de Fischer, t de Student e
Mann-Whitney. p < 0,05 foi considerado significante. Resultados
parciais: Idade, tempo de doença e anos de estudo foram comparáveis entre homens e mulheres. Entretanto, houve maior frequência de homens que se autodeclararam não brancos (77,1% vs.
45,8%, p = 0,008). A renda per capita dos homens foi maior do que
a das mulheres (p = 0,001), 71% dos homens e 31% das mulheres referiram ser o provedor da família (p = 0,001). Não houve
diferença nos medicamentos usados ou em uso, entre homens
e mulheres. A média da capacidade funcional (SF-36) foi maior
nos homens (74,43 vs. 56,55, p = 0,009). Não houve diferença entre
grupos na avaliação de fadiga, depressão, atividade da doença
ou escores de dano. Lúpus cutâneo agudo foi mais frequente
nas mulheres (p = 0,02). Os homens tiveram maior frequência de
comprometimento renal (77,1% vs. 48,3%, p = 0,017). Conclusão:
O comprometimento renal foi mais frequente em homens, mas
escores de dano foram semelhantes entre grupos. Observamos
que os homens têm maior vitalidade do que as mulheres com
lúpus. Continuamos com o estudo para aumentar o tamanho da
amostra, para confirmar esses resultados.
AVALIAÇÃO DE DISFUNÇÃO SEXUAL EM MULHERES COM
DIAGNÓSTICO DE LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO EM
TRÊS SERVIÇOS DE REUMATOLOGIA DE BELÉM-PARÁ
Márcia Nuzane Ramos Amorima, Marcel Lobato Saumab,
Juliana Sousa Sabinoa, Karine Suane Palheta da Costaa,
Anderson Romário Almeida de Souzaa,
Anderson André Pantoja Diasa, Júlia Brito de Medeirosb,
Marcelly Raiza da Silva e Silvaa, Alírio dos Santos Júniora,
Glauce Leão Limaa, Amanda Cartágenes Saraivaa,
Carolina Barros Kahwageb, Maria de Fátima Lobato da Cunha Saumaa,
Weydder Tavares da Silvaa
a
b
Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém, PA, Brasil
Universidade do Estado do Pará (UEPA), Belém, PA, Brasil
Introdução: O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença
inflamatória crônica que acomete múltiplos órgãos e sistemas.
S69
As manifestações clínicas dessa doença, como dores articulares e
mialgias, entre outras, podem reduzir o interesse sexual e influenciar negativamente na qualidade de vida. Estudos que analisam
a influência que o LES exerce sobre a sexualidade são raros em
nível nacional e internacional. Não são encontrados estudos na
região Norte do Brasil. Objetivo: Avaliar a disfunção sexual (DS)
em mulheres com diagnóstico de LES, acompanhadas em três serviços públicos de reumatologia em Belém, Pará. Material e métodos: Foram entrevistadas 93 pacientes com diagnóstico de LES e
93 mulheres sadias, pareadas por idade e sem diagnóstico de LES.
Para avaliar a presença de disfunção sexual foi usado o Índice
de Função Sexual Feminina, obtido por meio de um questionário. Resultados: A prevalência de DS encontrada nas pacientes
com LES e no grupo controle foi, respectivamente, de 70% e 30%,
existiu diferença significativa. Obteve-se maior prevalência de DS
nas pacientes com LES que apresentaram atividade da doença
nas últimas quatro semanas (79%), nas que tinham comorbidades (72%), nas pacientes com idade acima de 50 anos (82%) e na
pós-menopausa (89%). Todavia, quando comparamos com o grupo
controle, as pacientes mais jovens e as com ciclo menstrual regular foram as mais afetadas pela DS. Todas as faixas etárias estudadas apresentaram DS, com diferença estatística altamente
significativa entre as pacientes com DS e sem DS. Os domínios
sexuais mais afetados foram desejo, excitação e orgasmo. Conclusão: Esses resultados comprovam a maior ocorrência de DS
em mulheres com LES e podem servir de base para o desenvolvimento de estudos mais aprofundados sobre esse tema, assim
como incentivar os médicos a incluírem em sua rotina a abordagem sobre a influência da doença na sexualidade das pacientes, o
que trará mais qualidade de vida.
AVALIAÇÃO DO RECONHECIMENTO E CONTROLE DE FATORES DE
RISCO PARA DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA EM PACIENTES
COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO E ARTRITE REUMATOIDE
Luísa Lima Castroa, Cristina Costa Duarte Lannaa,
Mariana Pimenta Rochaa, Ana Carina Nunesa,
Antônio Luiz Pinho Ribeiroa,b, Rosa Weiss Tellesa
Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo
Horizonte, MG, Brasil
b
Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte,
MG, Brasil
a
Objetivo: Descrever a frequência de fatores de risco (FR) para
doença arterial coronariana (DAC) e avaliar o reconhecimento e o
controle desses FR em pacientes com LES ou AR. Material e métodos: Pacientes com diagnóstico de LES (n = 137) ou AR (n = 133), do
sexo feminino e incluídas por conveniência responderam questionário com perguntas relacionadas a conhecimento geral dos
FR para DAC, reconhecimento dos seus FR e orientações recebidas
para controles desses fatores. Os registros médicos feitos durante
o atendimento dos pacientes, coletados em prontuário estruturado, foram revistos para verificação do controle dos FR. Resultados: Entre as pacientes com LES, com média (DP) de idade de
29,15 (9,65) anos, hipertensão arterial sistêmica (HAS) foi identificada em 70 (51,1%), das quais 60 (85,7%) reconheciam ser hipertensas e 50 (71,4%) apresentavam controle desejável da pressão
arterial (PA) (< 140 x 90 mmHg). A dislipidemia foi identificada
em 63 (46%), das quais 43 (68,3%) reconheciam ser dislipidêmicas e 44 (69,8%) apresentavam controle desejável do LDL (< 130
mg/dL). A frequência de diabete melito (DM) foi de 16 (11,7%), das
quais 14 (87,5%) reconheciam ser diabéticas e oito (50%) apresentavam controle desejável do DM (HbA1C < 7%). Entre as pacientes
com AR, com média (DP) de idade de 43,32 (14,68) anos, a HAS foi
identificada em 88 (66,2%), das quais 79 (89,8%) reconheciam ser
hipertensas e 56 (63,3%) apresentavam controle desejável da PA. A
frequência de dislipidemia foi de 72 (54,1%), das quais 49 (68,1%)
reconheciam ser dislipidêmicas e 50 (59,4%) apresentavam
S70
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controle desejável do LDL. O DM foi identificado em 22 (16,5%),
das quais 20 (90,9%) reconheciam ser diabéticas e nove (40,9%)
apresentavam controle desejável do DM. Conclusão: Descrevemos grupo de pacientes com alta frequência de FR para DAC. A
fre­quência de reconhecimento do estado de portador dos FR para
DAC estudados, assim como o controle dos mesmos, foi alta em
comparação ao descrito na literatura para a população geral.
AVALIAÇÃO DOS SURTOS DE ATIVIDADE DE DOENÇA
NUMA POPULAÇÃO DE LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Stéphanie Bibikoff, Juliana Miranda de Lucena Valim,
Fernanda Gomes Gonçalves Chaer, Branca Dias Batista de Souza
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), São Paulo,
SO, Brasil
Objetivo: Avaliar as características clínicas e laboratoriais, ao
diagnóstico, de doentes com lúpus eritematoso sistêmico (LES) e
correlacionar com a ocorrência de surtos de atividade. Material
e métodos: Estudo retrospectivo, de doentes maiores de 18 anos,
com diagnóstico de LES, segundo critérios do ACR. Foram coletados dados demográficos, clínicos e laboratoriais do momento
do diagnóstico e dos surtos de atividade. Foi feita uma primeira
análise, que classificou os doentes em dois grupos de acordo com
a ocorrência ou não de surtos durante o período de acompanhamento, e depois uma análise secundária, na qual os doentes
foram classificados em dois grupos segundo a taxa de incidência de surtos por ano: alta (ATS) e baixa (BTS). Foram considerados como ponto de corte de ATS valores maiores do que 0,38
surtos/ano. Resultados: Foram incluídos 50 doentes e o período de acompanhamento médio foi de 8,6 (DP: 5,8) anos. Oito
doentes (16%) não apresentaram surto no período de acompanhamento e 42 (84%) apresentaram pelo menos um. Esse último
grupo tinha maior frequência de anti-DNA (85,7% vs. 12,5%, p =
0,018), enquanto o grupo sem surtos apresentava, ao diagnóstico, maior número de sistemas clínicos acometidos (3,8 vs. 2,6,
p = 0,027), mais nefrite (87,5% vs. 31%, p = 0,004) e mais anemia
hemolítica (62,5% vs. 16,7%, p = 0,013); 38 doentes (76%) tiveram
BTS e 12 (24%) ATS. Esse último grupo apresentava idade, ao diagnóstico, menor do que no grupo com BTS (23,8 vs. 29,2 anos, p =
0,036) e maior ocorrência de nefrite ao longo do período de acompanhamento (33,3% vs. 83,3%, p = 0,018). Conclusão: Os doentes
que não apresentaram surtos no período de acompanhamento
tinham quadro mais grave de LES ao diagnóstico, como maior
número de sistemas acometidos, nefrite e anemia hemolítica.
Os pacientes que apresentaram ATS apresentavam doença mais
branda ao diagnóstico, mas evoluíram com maior ocorrência de
nefrite no período de acompanhamento.
BAIXA ORIENTAÇÃO CONTRACEPTIVA PARA PACIENTES COM
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO E ARTRITE REUMATOIDE
Fernanda Godinho de Amorim, Amanda Jacomeli Matsuura,
Luciana Feitosa Muniz
Hospital Regional de Sobradinho (HRS), Brasília, DF, Brasil
Introdução: O lúpus eritematoso sistêmico (LES) e a artrite reumatoide (AR) afetam com frequência mulheres em idade reprodutiva, o aconselhamento contraceptivo é fundamental para
reduzir as complicações maternas e fetais. Entretanto, no Brasil
não há estudos que avaliem a orientação contraceptiva dada para
pacientes com AR e LES. Objetivo: Avaliar a orientação contraceptiva dada a pacientes com LES e AR e identificar fatores sociais,
demográficos e clínicos que possam interferir nessa orientação.
Material e métodos: Estudo transversal que incluiu pacientes
com diagnóstico de AR e LES acompanhadas ambulatorialmente.
Dados demográficos, clínicos e sobre a terapêutica foram obtidos por meio de entrevista direta, exame físico e avaliação do
prontuário eletrônico. Resultados: Foram avaliadas 48 pacientes,
34 (70,3%) com AR e 14 (29,16%) com LES. A orientação contraceptiva foi feita para 47% das pacientes, na AR foi de 35% e no
LES de 63,69%. Quando os grupos AR e LES foram comparados, a
média de idade foi maior nas pacientes com AR (47,6 + 12,8 anos
versus 35,9 + 15,8 anos, p = 0,009). A média da escolaridade em
anos foi maior nas pacientes com LES (10,6 + 2,3 versus 7,1 + 3,3
p = 0,001). As pacientes com AR tiveram DAS 28 de 3,8 + 1,7. As
pacientes com LES tiveram Sledai que reflete baixa atividade de
doença (mediana 2 [intervalo 0-6]). Nos dois grupos, o método
contraceptivo mais usado foi a laqueadura tubária (21% na AR e
36% no LES). Nas pacientes com AR, 94% estavam em uso atual
de imunossupressor com potencial teratogênico e nas pacientes
com LES esse percentual foi de 79%. Apenas ima paciente (com
AR) teve gravidez em uso de imunossupressores, tubária. Em
nenhum dos grupos houve aborto ou má formação fetal após o
diagnóstico da doença. Conclusão: As pacientes com LES e AR
tiveram baixa orientação contraceptiva, principalmente aquelas
com AR. A idade e a escolaridade das pacientes podem interferir
no aconselhamento contraceptivo.
BLyS/BAFF expression can be modulated by estrogen
and progesterone in human immune cells
Manuela Nunes Drehmer, Sara Emelia Löfgren, Dalila Suterio,
Iliada Rainha de Souza, Yara Costa Netto Muniz
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brazil
Background: One of the main risk factors for several autoimmune
diseases is the female gender; much consideration has been given
to the involvement of female hormones in their etiology. B-cell activating factor (BAFF) is a key factor in survival and maturation of B
cells; it is overexpressed in several autoimmune patients, although
the mechanism behind this feature is unclear. In murine models, BAFF expression could be upregulated by exogenous estrogen
treatment in splenocytes; however, no evidence of this relationship
was available in humans. Therefore, this study aimed to analyze,
in vitro, the influence of female hormones in the expression of the
gene TNFSF13b (BAFF), involved in the development of systemic
lupus erythematosus. Methods: Leukocytes from healthy male and
female individuals were collected and cultivated in the presence
or absence of estrogen or progesterone. BAFF gene expression was
accessed by quantitative PCR and compared between treated and
untreated groups of cells. Results: No difference in BAFF expression could be detected between males and females in natural conditions. In the presence of estrogen, BAFF expression was upregulated by more than five times in both genders. When exposed
to progesterone, the female-originated cells showed increased
expression, while the male-originated cells presented a significant downregulation of the BAFF gene. Conclusions: The present
results suggest that female hormones can modulate the expression of BAFF, a key cytokine in autoimmune pathways, in human
immune cells. These data might contribute to the understanding
of the etiology as well as the gender bias observed in several autoimmune disorders.
CARCINOMA DE MAMA MIMETIZANDO LÚPUS
ERITEMATOSO SISTÊMICO: RELATO DE CASO
Flávia Luiza Marin, Tamires Verena Ribeiro dos Santos,
Luana Resende Reis, Caio Laguna Reis de Carvalho,
Luiz Eduardo Valente, Fabio Vicente Leite, Henrique Pereira Sampaio,
Sula Glaucia Lage Drumond Pacheco
Universidade Estadual Paulista (UNESP), São Paulo, SP, Brasil
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Introdução: O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é doença inflamatória crônica com acometimento múltiplo de órgãos e sistemas, principalmente em mulheres jovens. A atividade da doença
pode apresentar sintomas gerais, como fadiga, perda ponderal e
alterações musculoesqueléticas. Relato de caso: Mulher, 35 anos,
havia um ano com artralgia mecânica axial e periférica, com alívio parcial ao uso de anti-inflamatório. Evoluiu com fadiga, hiporexia, perda ponderal de 20 kg, palpitação, equimoses e amenorreia. Procurou reumatologista. Foi achado FAN 1/320 nuclear
pontilhado fino e plaquetopenia, recebeu o diagnóstico de LES.
Vem ao nosso serviço em uso de Prednisona 20 mg/dia, Azatioprina 2 mg/kg/dia e Hidroxicloroquina 400 mg/dia, sem melhoria.
Ao exame físico, hipocorada, emagrecida, taquicardica, petéquias
periumbilicais, equimoses em membros e dor à movimentação de
ombros, quadris, joelhos, tornozelos e coluna, sem artrite. Exames
para checar diagnóstico de LES: anemia grave não hemolítica, plaquetopenia importante, consumo de C4, FAN 1/160 nuclear pontilhado fino, antiDNA e antiSM negativos, VHS 104, ferritina 3.786,
desidrogenase láctica 1.850; radiografia de articulações referidas
com lesões líticas difusas; biópsia de medula óssea, compatível
com mielofibrose secundária à mielopatia infiltrativa por tumor
sólido. Ultrassom de mama com nódulo de 2,5 cm, sem fluxo ao
doppler, cuja biópsia evidencia carcinoma ductal invasivo de alto
grau nuclear. Encaminhada à oncologia e iniciado tratamento
quimioterápico. Discussão: Apesar de manifestações musculoesqueléticas serem a clínica mais frequente em LES e a paciente
ser mulher jovem FAN positivo e ter plaquetopenia, a mesma não
fecha critérios diagnósticos para LES. A descrição do caso tem a
intenção de chamar a atenção da classe reumatológica quanto
aos diagnósticos diferenciais de poliartralgia, ressaltar a importância de anamnese, exame físico minucioso e cautela diante dos
exames laboratoriais.
CIRURGIA PARA ARTROPATIA DE JACCOUD:
UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Bartira Souza Meloa, Ana Luiza Souza Pedreiraa,
Willer Gonçalves Dourado Santosb,
Carla Baleeiro Rodrigues Silvab,
Mittermayer Barreto Santiagoa
a
b
Santa Casa de Misericórdia da Bahia, Salvador, BA, Brasil
Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), Salvador, BA, Brasil
Introdução: A artopatia de Jaccoud (AJ) é caracterizada pela presença de deformidades articulares semelhantes àquelas observadas na artrite reumatoide, mas geralmente com um padrão
“reversível”. Os mecanismos patogênicos ainda não são conhecidos e a sua abordagem terapêutica tem sido considerada, em
sua grande maioria, decepcionante. Objetivo: Fazer uma revisão
sistemática da literatura sobre a evidência científica referente
aos procedimentos cirúrgicos para a AJ. Material e métodos:
Após estabelecidos critérios de inclusão e exclusão, foi feita uma
extensa pesquisa nas bases de dados Medline, Lilacse SciELO. As
seguintes palavras-chave foram usadas: systemic lupus erythematosus, rheumatic fever, Jaccoud arthropathy, deforming arthropathy,
surgery e seus termos correspondentes em português e espanhol.
O período de pesquisa foi entre 1966 e 2014. Resultados: Apenas
sete artigos preencheram os critérios de inclusão e 58 pacientes
foram submetidos a procedimentos cirúrgicos para AJ. Tais estudos foram limitados a pequenas séries de casos. Alguns casos
mostraram resultados positivos inicialmente, no entanto foram
insatisfatórios após o término dos seus respectivos seguimentos.
Não houve definição uniforme referente aos resultados, sequer o
tempo de acompanhamento, que, por sua vez, variou em grande
parte dos estudos. Conclusão: Não há consenso sobre a melhor
abordagem para os procedimentos cirúrgicos em pacientes com
S71
AJ e quem são os melhores candidatos para se submeter a estes,
tampouco quando indicar o melhor momento para tal.
COEXISTÊNCIA DE LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO E
ESPONDILOARTRITE AXIAL: RELATO DE QUATRO CASOS
Anna Luísa Marinho de Andrade, João Rodrigues de Araújo Neto,
Karla Valéria Miranda de Campos, Ana Karla Guedes de Melo,
Danielle Christinne Soares Egypto de Brito,
Alessandra Sousa Braz C. Andrade,
Eutília Andrade de Medeiros Freire
Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), Universidade Federal da Paraíba
(UFPB), João Pessoa, PB, Brasil
Introdução: O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença
autoimune sistêmica e as espondiloartrites (EpA) englobam doenças inflamatórias que afetam primariamente a coluna, articulações sacroilíacas e periféricas. A ocorrência das duas patologias
no mesmo paciente é raramente descrita. Relatos de caso: Caso
1: Paciente feminina, 49 anos, havia 19 anos com lombalgia inflamatória e oligoartrite de membros inferiores. HLA B27 positivo
e radiografia da bacia com sacroiliíte bilateral grau II. Havia 10
anos evoluíra com fotossensibilidade, leuco/linfopenia, derrame
pleural e pericárdico, fator antinuclear (FAN) 1/1.280 nuclear pontilhado grosso, anti-DNAn, anti-RNP, anti-Ro e anti-La positivos.
Caso 2: Paciente feminina, 22 anos, havia 10 anos com lombalgia inflamatória e fadiga. HLA B27 negativo e ressonância magnética (RM) com edema medular ósseo compatível com sacroiliíte bilateral. Havia quatro iniciara rash malar, alopecia, úlceras
orais, leuco/linfopenia, artrite, FAN 1/1.280 nuclear pontilhado
fino, C4 reduzido, anti-Ro e anticardiolipina IgM positivos. Caso
3: Paciente feminina, 26 anos, com diagnóstico prévio de espondilite anquilosante havia cinco anos e uso de três drogas anti-TNF, persistia com dores difusas, artrite, fadiga e alopecia. HLA
B27 positivo e RM com edema ósseo em articulações sacroilíacas.
FAN negativo, complementos reduzidos e antinucleossomo positivo. Caso 4: Paciente masculino, 35 anos, havia um ano com rash
malar, alopecia, úlceras orais, poliartrite, leucopenia, FAN 1/1.280
nuclear pontilhado grosso e anti-RNP positivo. Evoluiu com dor
persistente em quadris, havia seis meses. HLA B27 negativo e
radiografia da bacia com sacroiliíte bilateral grau II. Conclusão: A
coexistência do diagnóstico de LES e EpA é rara. Essa infrequente
associação é defendida por alguns autores pelo fato de o HLA B27
raramente coexistir com os haplótipos DR2 e DR3 encontrados
no LES.
COLANGITE ESCLEROSANTE PRIMÁRIA ASSOCIADA
A LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Marcelo Alves Ribeiro, Luiza Gonçalves Fraga,
Sâmia Tolentino Ferreira, Nádia Faria Lopes Tavares da Matta,
Soraya Viviane Amaro Nascimento, Alice Guiotti de Alencar,
Jéssica da Silva Conceição, Carla Frechiani Emery,
Gabriela Franco Fabres, Carolina Zorzanelli,
Raquel Altoé Giovelli
Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (EMESCAM),
Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Vitória, ES, Brasil
Introdução: O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença
autoimune inflamatória crônica, evolui com manifestações clínicas polimórficas, entre períodos de exacerbações e remissões.
A síndrome de Budd-Chiari (SB-C) é causada pela obstrução do
fluxo venoso hepático. A colangite esclerosante primária (CEP) é
uma doença hepática colestática crônica que envolve progressiva
destruição das vias biliares. Objetivo: Relatar um caso com associação dessas doenças. Relato de caso: Sexo feminino, 22 anos,
S72
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
diagnóstico de CEP em 2014, após episódio de diarreia sanguinolenta (oito vezes/dia), ascite, icterícia, edema e petequias em
membros inferiores (MMII). Em fevereiro de 2015 foi diagnosticada com SB-C pela colangiorressonância, devido a quadro de
ascite, hepatomegalia, diarreia sanguinolenta, edema e petequias em MMII. Em dezembro de 2015 apresentou quadro de diarreia sanguinolenta, hemorragia digestiva alta e lesão herpética.
Para avaliar as possíveis associações com doenças autoimunes
sistêmicas, foi evidenciada presença de LES diante dos autoanticorpos positivos descritos: anti-DNA 1:80, FAN, anti-SM e anticardiolipina +. Discussão: Os sintomas gastrointestinais mais
comuns associados ao LES são dor abdominal, vômitos e mais
raramente diarreia. Os pacientes com LES e retocolite ulcerativa
inflamatória (RCUI) tendem a apresentar menos fotossensibilidade e serosite e não há relato de acometimentos neurológicos, além do habitual melhor prognóstico, se comparados com
os pacientes com LES isoladamente. A SB-C pode ser uma manifestação inicial de LES, mesmo antes do aparecimento de outras
manifestações. A CEP é mais conhecida por suas manifestações
hepatobiliares acompanhados pela colite ulcerativa. A prevalência de LES concomitante a CEP parece ser rara. Um das razões
para a escassez de casos relatados é a baixa prevalência, varia de
quatro a 16 por milhão. Se LES com CEP concomitante ocorre por
acaso ou se essas entidades têm uma base imunológica comum
ainda não está esclarecido.
COMPARAÇÃO DA TERAPIA DE INDUÇÃO DA
NEFRITE LÚPICA COM CICLOFOSFAMIDA EM
DOSE ALTA VERSUS DOSE BAIXA
Verônica Palmiro da Silva e Limaa,
Fernanda D'Oliveira Guimarãesa,
Juliana Miranda de Lucena Valimb,
Fernanda Gomes Gonçalves Chaerb, Eduardo Ferreira Borbac,
Branca Dias Batista de Souzaa
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), São Paulo,
SO, Brasil
b
Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
c
Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, SP, Brasil
a
Objetivo: Comparar a terapia de indução da nefrite lúpica com
ciclofosfamida (CFM) dose alta ou dose baixa e identificar possíveis fatores preditivos de remissão. Material e métodos: Estudo
retrospectivo de doentes com lúpus eritematoso sistêmico,
segundo os critérios ACR, com diagnóstico de nefrite lúpica classes histológicas III/IV, que foram submetidos à terapia de indução com CFM dose alta ou baixa, respectivamente: CFM 0,5 a 1 g/
m² SC mensalmente durante seis meses ou CFM 0,5 g a cada 15
dias durante três meses. Comparamos a frequência de remissão
entre esses dois grupos ao término da indução e após os 12 e 24
meses seguintes. Consideramos remissão a redução de 50% da
proteinúria de 24 horas (PTU24) inicial, com níveis < 3 g, ou PTU24
< 0,5 g. Outros dados, como idade, sexo, etnia, complemento,
função renal, PTU24, escores Sledai e Slicc, antiproteinúricos e
antimaláricos foram coletados para identificar possíveis fatores
preditivos de remissão. Resultados: Foram 55 doentes, 35 submetidos à terapia com dose alta de CFM e 20 à terapia com dose
baixa de CFM. Não houve diferenças, com significância estatística, nas características clínicas e laboratoriais do início da terapia de indução entre os dois grupos. A frequência de remissão
após o término da terapia de indução foi de 74% no grupo CFM
dose alta, comparados com 45% no grupo CFM dose baixa (p =
0,03); 25% dos pacientes do grupo CFM dose baixa tiveram a terapia substituída por CFM dose alta e, no fim de 24 meses, atingiram o mesmo percentual de remissão que o grupo CFM dose alta.
As dosagens médias de C3, creatinina, albumina e PTU24 no início da terapia de indução, assim como o uso de antiproteinúricos
e antimaláricos, não foram fatores preditivos de remissão (p >
0,05). Conclusão: O grupo de pacientes submetidos à terapia
de indução com dose alta de CFM atingiu maior frequência de
remissão do que o grupo com dose baixa de CFM. Não encontramos preditor de remissão.
CONSULTA FARMACÊUTICA COMO INSTRUMENTO
DE MELHORIA CLÍNICA DE PACIENTE COM LÚPUS
ERITEMATOSO SISTÊMICO: RELATO DE CASO
Rosele Ferrante-Silva, Fátima Regina da Silva Gonet,
Matheus Bond Bogossian, Tathiana Fernandes Mattos Bahia Alves,
Carlos Augusto Ferreira de Andrade, Marise Oliveira,
Francinne Machado Ribeiro, Evandro Mendes Klumb
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Introdução: A baixa adesão à terapia medicamentosa (ATM) no
lúpus eritematoso sistêmico (LES) tem sido associada ao aumento
da mortalidade e diminuição da qualidade de vida. Estudos
demonstram que o farmacêutico pode ser efetivo no aumento
da ATM. Relato de caso: GMS, 46 anos, feminino, LES diagnosticada em 2002, glomerulonefrite proliferativa difusa confirmada
por biópsia renal. Na primeira consulta farmacêutica (10/12/2014)
apresentou ausencia total de adesão (0%) medida por questionário de avaliação da ATM (escore zero). Nessa consulta, segundo
os critérios do Sledai-2K apresentava pontuação > 6. Relatou
que fazia uso dos medicamentos de forma irregular e mostrou-se resistente ao tratamento. Queixou-se de perda da visão e dor
ocular, por esse motivo decidiu suspender o medicamento sulfato de hidroxicloroquina. Iniciou o acompanhamento com seis
medicamentos/dia e 11 comprimidos/dose/dia. Foram feitas oito
consultas ao longo de um ano de acompanhamento. Dessas, três
foram exclusivamente para consulta farmacêutica por iniciativa da paciente. O motivo alegado para as consultas extras foi
buscar orientações referentes ao seu tratamento, uso de medicamentos e esclarecimentos referentes a exames laboratoriais e
radiológicos. Em todas as consultas as dúvidas foram sanadas.
A paciente recebeu ficha com orientações farmacêuticas referentes a todos os medicamentos prescritos por consulta, organizados por horário, dentro da rotina da paciente. Em duas consultas
houve intervenção junto à equipe médica na qual foram alteradas
as prescrições. No fim do acompanhamento a paciente apresentou melhoria substancial na ATM (escore 6,5/8 – média adesão) e
remissão clínica da doença. Discussão: O acompanhamento farmacêutico mostrou-se efetivo no aumento da ATM, observou-se
ainda melhoria clínica coincidente com a melhoria da adesão. A
discussão do caso com a equipe médica propiciou adequação da
prescrição à realidade da paciente.
DISFUNÇÃO COGNITIVA E QUALIDADE DE VIDA EM
PACIENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Catia Nascimento, Lilian Tereza Lavras Costallat,
Paula T. Fernandes, Simone Appenzeller
Faculdade de Ciências Médicas (FCM), Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
Objetivo: Avaliar o impacto da disfunção cognitiva na qualidade
de vida de pacientes com LES e a presença de comorbidades. Material e métodos: Foram incluídos 181 pacientes (168 do sexo feminino) com LES, média de 26,15 + 9,76 anos, e 20 indivíduos saudáveis (96 do sexo feminino), média de 31,3 + 13,19 anos. Short-Form
Health Survey (SF-36) avaliou a qualidade de vida. Montreal Cognitive Assessment (MoCA) avaliou a disfunção cognitiva. Escalas
de Beck avaliaram sintomas de ansiedade e depressão. Testes não
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paramétricos e de correlação foram feitos, com p < 0,05 estatisticamente significante. Resultados: Disfunção cognitiva esteve presente em 93,92% pacientes com LES e em 38,33% indivíduos do
grupo controle. Ansiedade esteve presente em 66,30% pacientes
com LES e em 49,16% do grupo controle. Depressão esteve presente em 39,23% com LES e em 19,16% do grupo controle. Presença
de disfunção cognitiva está associada aos seguintes domínios do
SF-36: estado geral de saúde (p < 0,001), aspetos sociais (p = 0,014),
limitações por aspectos emocionais (p = 0,034) e saúde mental (p
< 0,001). Presença de disfunção cognitiva apresentou associação
com escores de ansiedade (p = 0,013) e com escores de depressão
(p = 0,012). Presença de ansiedade está associada aos escores dos
domínios capacidade funcional (p < 0,001), limitação por aspectos
físicos (p < 0,001), dor (p < 0,001), estado geral de saúde (p < 0,001),
vitalidade (p < 0,001), aspectos sociais (p < 0,001), limitação por
aspectos emocionais (p < 0,001), estado de saúde (p < 0,001). Presença de depressão está associada aos domínios capacidade funcional (p = 0,015), limitações por aspectos físicos (p < 0,001), dor
(p < 0,001), estado geral de saúde (p < 0,001), vitalidade (p < 0,001),
aspectos sociais (p < 0,001), limitação por aspectos emocionais
(p < 0,001), saúde mental (p < 0,001). Conclusão: Disfunção cognitiva interfere na qualidade de vida dos pacientes com LES e a
presença de comorbidades como ansiedade e depressão também
contribui de modo negativo.
DOENÇA DE DEVIC: RELATO DE CASO
E REVISÃO DE LITERATURA
Marco Antonio Araújo da Rocha Loures, Felipe Rocha Loures,
Juliana Mauad, Priscilla Versari, Paulo Roberto Donadio
Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá, PR, Brasil
Introdução: O lúpus eritematoso sistêmico é uma doença autoimune multisistêmica que afeta o SNC em mais de 60% dos casos.
Raramente o acometimento neurológico é a primeira manifestação do LES. Relato de caso: Paciente MLRS, 49 anos, feminina
procurou o PS com quadro de redução da acuidade visual e cefaleia intensa. RM evidenciou neurite óptica associada a atrofia
do nervo óptico direita. Feito pulso com metilprednisolona, com
melhoria. Em 2001 o anti-IgG (anti-NMO) foi reagente, confirmou
o diagnóstico de Devic. Em 2015 aparecimento de lesões cutâneas com biópsia de pele e exames de laboratório que constataram lúpus cutâneo. Discussão: O lúpus eritematoso sistêmico
é uma doença autoimune multissistêmica que afeta o SNC em
mais de 60% dos casos. Apenas raramente o acometimento neurológico é a primeira manifestação do LES, precede a doença por
anos. Neuromielite óptica (NMO) é uma doença desmielinizante
do SNC caracterizada por episódios severos de inflamação do
nervo óptico (neurite óptica retrobulbar e papilite edematosa) e
da coluna espinhal (mielite de início subagudo). O critério diagnóstico proposto por Wingerchuk et. al. inclui dados neurológicos (neurite óptica e mielite transversa), além de pelo menos dois
dos três critérios de apoio: lesões presentes na RNM com envolvimento de lesão medular longitudinal e contígua que acometem mais de três segmentos vertebrais, positividade do anticorpo
anitiquaporina 4 (AQP4-IgG), o qual apresenta alta especificidade
(94%) e alta sensibilidade (76%), e RNM que não preencha critérios
para esclerose múltipla. Comorbidades como cegueira, devida a
atrofia óptica, são possíveis e mielite pode resultar de permanente tetraparesia e debilitada função respiratória. O tratamento
da neuromielite óptica é a imunossupressão. A terapia inclui pulsoterapia com metilprednisolona e plasmaférese em casos refratários. Como manutenção para prevenção de recidivas indica-se o
uso de azatioprina, micofenolato mofetil e rituximabe.
S73
EFEITOS DO GÊNERO NAS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
E IMUNOLÓGICAS E DESFECHO NOS PACIENTES
COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Pamela Goldstein Felipe, Amanda M. Marques, Camila Lomônaco,
Marilena Mesquita Fernandes, Mauro Goldfarb, Adriana Danowski
Hospital Federal dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (HFSE-RJ), Rio de Janeiro,
RJ, Brasil
Objetivo: Avaliar a diferença entre homens e mulheres com lúpus
eritematoso sistêmico (LES) em relação às manifestações clínicas,
imunológicas e desfecho da doença. Material e métodos: Estudo
transversal feito em coorte de seguimento prospectivo de adultos com LES. Características socioeconômicas, demográficas, clínicas, imunológicas, índices de atividade de doença (Sledai) e
acúmulo de dano (Slicc) foram comparados entre os sexos. Feitos os testes qui- quadrado e de Fisher para variáveis categóricas
e o teste t para as contínuas, além do método de regressão logística para a análise multivariada. Resultados: Foram incluídos 25
(4,5%) homens e 533 mulheres. A idade média atual foi de 48 anos
nas mulheres e de 39 nos homens. A média de tempo de doença
foi de 14 anos no sexo feminino e 10 anos no masculino. O Sledai
no início do acompanhamento era o dobro para o sexo masculino
quando comparado com o feminino (4:2). Observamos diferença
significativa entre os gêneros nas seguintes variáveis: plaquetopenia (p 0,02), proteinúria (p 0,002), hematúria (p 0,001), síndrome
nefrótica (p 0,002), insuficiência renal aguda (p 0,006), anticardiolipina IgG (p 0,004), C3 (p 0,03), C4 (p 0,01), coombs (p 0,04), obesidade (p 0,04), gastrite (p 0,02), álcool prévio (p < 0,001), Sledai no
início da doença (p 0,005), idade atual (p 0,001) e anos de doença
(p 0,02). Após análise multivariada apenas a anticardiolipina IgG
teve associação independente (p 0,03/OR 3,84/IC 1,10-13,39) com
o sexo masculino. Conclusão: As diferenças de manifestações
do LES entre os gêneros foram pouco expressivas. Observamos
baixa prevalência de sintomas muco cutâneos e neurológicos nos
homens. Apesar do Sledai mais elevado no início da doença no
sexo masculino e maior prevalência de proteinúria, isso não alterou a análise de acúmulo de dano entre os gêneros durante os
anos de evolução.
ENDOCARDITE DE LIBMAN-SACKS EM VALVA AÓRTICA
COMO MANIFESTAÇÃO INICIAL DE LÚPUS SISTÊMICO
EM PACIENTE MASCULINO: RELATO DE CASO
Tamires Verena Ribeiro dos Santos, Flávia Luiza Marin,
Luana Resende Reis, Caio Laguna Reis de Carvalho,
Aline Michelli Viégas Pereira Fernandes,
Henrique Pereira Sampaio, Luiz Eduardo Valente,
Fabio Vicente Leite, Sula Glaucia Lage Drumond Pacheco
Serviço de Reumatologia, Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB), Universidade
Estadual Paulista (UNESP), Botucatu, SP, Brasil
Introdução: O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença
inflamatória autoimune crônica que atinge preferencialmente
mulheres jovens. Cursa com manifestações sistêmicas, é raro
o envolvimento cardíaco como manifestação inicial da doença.
Relato de caso: Paciente de 46 anos, masculino, sem comorbidades, apresentou-se no pronto socorro com quadro de febre vespertina havia seis meses e perda ponderal de 10 kg em três meses.
Ao exame físico estava hipocorado, taquicárdico, com sopro panssistólico e murmúrio vesicular diminuído em bases. Apresentava
Hb 8,4; Ht 29,6%; coombs direto positivo, linfopenia 923, FAN 1/640
e tomografia de tórax com derrame pleural bilateral. Solicitada
avaliação da reumatologia e durante interrogatório paciente relatou úlceras nasais, fotossensibilidade, turvação visual, diplopia e
urina espumosa. Identificadas artrite em punho direito e retinite
S74
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
bilateral. Feito ecocardiograma transesofágico (Ecote) que evidenciou vegetação asséptica (Libman-Sacks) em valva aórtica.
Aos demais exames, anti-DsDNA e anti-SM reagentes (ambos >
200), C3 baixo, proteinúria 1,4 g/24 h, sem anticorpos antifosfolípides. Diante do diagnóstico de LES e na presença da vegetação de Libman-Sacks, optou-se por pulsoterapia com metilprednisolona e ciclofosfamida, além de anticoagulação com varfarin
com boa resposta clínica e laboratorial. Feito Ecote posterior que
não evidenciou mais as vegetações em valva aórtica. Discussão:
Embora raro como manifestação inicial do LES, a endocardite de
Libman-Sacks tem importante morbimortalidade. As vegetações
podem se desenvolver em qualquer lugar da superfície endocárdica, porém são mais comuns na valva mitral. Neste caso tivemos um paciente masculino, com vegetação de Libman-Sacks em
valva aórtica como manifestação inicial do LES, que foi prontamente tratado, com boa resposta clínica e ecocardiográfica.
ENTEROPATIA PERDEDORA DE PROTEÍNAS
ASSOCIADA AO LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
(LES): EXPERIÊNCIA DE UM SERVIÇO TERCIÁRIO
Amanda Campos Mozer Sodre,
Alisson Aliel Vigano Pugliesi, Flavio Fernandes Barbosa,
Mateus Fornasieri Mokwa, Manoel Barros Bertolo,
Simone Appenzeller, Lilian Tereza Lavras Costallat
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
Objetivo: Descrever a incidência e as características clínicas e laboratoriais, assim como as modalidades de diagnóstico e tratamento
dos casos de enteropatia perdedora de proteinas (EPP) secundárias ao lúpus eritematoso sistêmico (LES) em uma coorte de 1.236
pacientes. Material e métodos: Análise retrospectiva dos casos de
EPP associados ao LES em uma coorte de 1.236 pacientes. Foram
avaliados os seguintes dados ao diagnóstico: método diagnóstico,
nível sérico de albumina e índice de atividade do LES (Selena-Sledai). O tratamento usado – assim como sua capacidade de indução
da remissão (avaliados pelos níveis de albumina) – também será
descrito. Resultados: Em nossa análise, quatro casos de EPP foram
encontrados, configuraram uma incidência de 3,23/1.000. Todos do
sexo feminino. O tempo de evolução entre o diagnóstico de LES e o
da EPP variou de um a 24 anos (média 13,25). Três pacientes (75%)
tiveram o diagnóstico confirmado por cintilografia com albumina
marcada para pesquisa de perda proteica (Spect/CT). Uma paciente
teve o diagnóstico pela presença de colite linfocítica e hipoalbuminemia, foram excluídas outras causas para a última. O nível sérico
de albumina ao diagnóstico variou de 0,9 a 2,5 g/dL (média 1,65).
Uma pontuação ao Slena-Sledai compatível com atividade leve a
moderada foi encontrada em três pacientes (75%). Ciclofosfamida
(CFM), azatioprina (AZA), rituximabe (RTX) e micofenolato (MMF)
foram usados para obtenção da indução da remissão, mas apenas
a CFM e o RTX foram eficazes. Conclusão: Em nossa coorte, encontramos uma baixa incidência de EPP por LES. Os pacientes apresentavam-se em diferentes tempos de doença ao diagnóstico e a maioria apresentava-se com evidências de atividade de doença. Drogas
geralmente usadas para manifestações graves foram as associadas
aos melhores resultados.
GESTAÇÃO EM MULHERES COM LÚPUS ERITEMATOSO
SISTÊMICO: UM ESTUDO OBSERVACIONAL EM
69 GESTAÇÕES DE UM ÚNICO CENTRO
Estephania Pignaton Naseri, Fernanda Garanhani Surita,
Marília Paula Souza dos Santos, Simone Appenzeller,
Lilian Tereza Lavras Costallat
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
Introdução: O lúpus eritematoso sistêmico (LES) acomete
principalmente mulheres em idade fértil. Essas, quando
grávidas,apresentam gestação de alto risco, no entanto viável,
desde que haja uma abordagem multidisciplinar, com acompanhamento rigoroso das condições maternas e fetais. Objetivo:
Descrever os efeitos da gestação em pacientes lúpicas e assinalar as complicações materno-fetais. Material e métodos: Estudo
observacional, no qual foram avaliadas 69 gestações em 58 mulheres com lúpus eritematoso sistêmico, acompanhadas simultaneamente nos ambulatórios de reumatologia e pré-natal de alto risco
do Complexo Hospitalar da Universidade Estadual de Campinas,
conforme protocolo assistencial preestabelecido, de janeiro de
2002 a dezembro de 2012. O diagnóstico de LES foi feito pelos critérios do ACR e o de atividade de doença pelos critérios do Sledai.
Dados clínicos e laboratoriais foram obtidos por meio da revisão
dos prontuários. Análises estatísticas foram feitas com médias,
desvios-padrão, porcentagens, correlações e teste exato de Fisher.
O software usado para análise foi o SAS na versão 9.4. Resultados:
Das pacientes, 47% apresentaram atividade de doença durante
o período gestacional, essas manifestações foram mais comuns
naquelas que já apresentavam alteração renal prévia e ocorreram
principalmente no terceiro trimestre e puerpério. Prematuridade
foi a principal complicação nos neonatos. A taxa de aborto foi de
8,7%. Sledai elevado durante o período gestacional apresentou
associação significativa com óbito fetal (15,4%). Ocorreram duas
mortes maternas. Conclusão: Há um pior desfecho materno-fetal
em pacientes que apresentam flare durante o período gestacional e principalmente quando o diagnóstico é feito durante a gestação. Os melhores resultados materno-fetais ocorrem quando a
gravidez acontece em pacientes com doença em remissão há pelo
menos seis meses.
GOTA EM PACIENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Marina Porangaba, Marcella A. B. Andrade,
Andrei Rosas, Silvana Mendonça, Geraldo R. C. Pinheiro,
Francinne Machado Ribeiro, Elisa M. Neves de Albuquerque,
Evandro Mendes Klumb
Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Introdução: A associação de gota e lúpus eritematoso sistêmico
(LES) é pouco descrita. O perfil epidemiológico das duas doenças
e o uso de medicações com ação anti-inflamatória podem contribuir para subestimar o diagnóstico de gota. Objetivo: Descrever
as características clínicas e laboratoriais de oito pacientes com
LES que desenvolveram gota. Material e métodos: Análise retrospectiva dos pacientes com LES (critérios ACR), que apresentaram
gota (critérios ACR/Eular 2015), incluindo avaliação ultrassonográfica articular. Resultados: Analisamos oito pacientes, seis do
sexo feminino, cinco (62,5%) negros. O tempo médio de LES até
a primeira crise de gota foi de 14 ± 5,6 anos. Durante a crise de
gota, todos estavam com doses baixas ou sem uso de corticoide.
A média do índice de dano Slicc (SDI) foi 2 ± 1,8 e, exceto um,
todos apresentavam o SDI > 1. A média da uricemia foi 10,3 mg/
dL. Sete pacientes (87,5%) apresentavam doença renal crônica
secundária à nefrite lúpica, com médias de creatinina sérica de
2,2 mg/dL e do clearance de creatinina de 36,6 ml/min. As classes histológicas encontradas foram: IV- quatro casos, III – um e
dois com manifestações sugestivas de doença proliferativa. Sete
pacientes (87,5%) apresentaram podagra e dois (34%) tofos ao
exame clínico. A ultrassonografia (US) das primeiras metatarsofalangeanas e dos joelhos foi feita em cinco pacientes no período
intercrítico. Desses, quatro (80%) tinham tofo ao US, três (60%)
sinais de sinovite em MTF e em apenas um imagem de duplo
contorno. Conclusão: A gota ocorreu em pacientes com LES de
longa evolução. Exceto uma paciente que não tinha nefrite e
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com SDI zero, todos apresentavam doença renal crônica secundária à nefrite lúpica (7/8). A primeira crise ocorreu sem corticoide ou com doses baixas (< 10 mg/d) em todos os pacientes.
Os tofos foram evidenciados clinicamente em apenas dois, apesar de serem evidenciados em todos os avaliados com US. Isso
sugere que é possível que essa condição seja subdiagnosticada
nos pacientes com LES.
HEMORRAGIA ALVEOLAR COMO RARA MANIFESTAÇÃO
INICIAL DE LÚPUS ERITEMATOSO
SISTÊMICO (LES): RELATO DE CASO
Thaline Emanuele Sguarezi,
Laize Guerreiro de Jesus, Alex Magno Coelho Horimoto,
Isadora Pereira Elias, Flavia Moreno de Souza Ferreira,
Márcio Estevão Midon
Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS), Campo Grande, MS, Brasil
Introdução: Hemorragia alveolar difusa (HAD) é uma temida complicação que pode ocorrer em pacientes portadores de LES e foi
primeiramente descrita em 1904, com pouco progresso desde
então. Sua prevalência é de 2 a 5,4% nesses pacientes. Tem um
prognóstico reservado e alta taxa de mortalidade se não conduzida corretamente em tempo hábil. Relato de caso: Feminino, 16
anos, parda, nulípara, sem comorbidades prévias, iniciou com
tosse seca, dispneia, dessaturação, edema de membros inferiores
e anemia normocrômica e normocítica. Relatou também artralgias prévias, úlceras orais e fotossensibilidade. Iniciada antibioticoterapia com pouca melhoria do quadro. Feita tomografia
de Tórax, que evidenciou áreas de vidro fosco compatíveis com
hemorragia alveolar. Evoluiu com pioria do quadro respiratório,
foi iniciada pulsoterapia com metilprednisolona 1 g/dia e foram
solicitadas provas reumatológicas: FAN padrão nuclear homogêneo (1/640); placa metafásica reagente; anti-DNA dupla hélice
reagente; hipocomplementemia. Apresentou melhoria após pulsoterapia, recebeu alta dias após com azatioprina, prednisona,
vitamina D e difosfato de cloroquina. Discussão: HAD é uma síndrome caracterizada por hemoptise, dispneia, febre, tosse, queda
abrupta da hemoglobina sem outra causa aparente e infiltrados intersticial bilaterais na radiografia de tórax. Ocorre tipicamente em mulheres jovens e eventualmente pode ser a primeira
manifestação do LES. Um possível mecanismo patológico envolve
deposição de imunocomplexos formados por imunoglobulina e
complemento nos septos alveolares e nas paredes dos vasos sanguíneos. Apresenta mortalidade aproximada de 50% se associada
a infecção. A abordagem com corticosteroides em altas doses e
ciclofosfamida em casos selecionados aumenta a taxa de sucesso
do tratamento. Em casos refratários pode-se associar plasmaférese ou rituximabe.
HEMORRAGIA SUBARACNOIDE: UMA MANIFESTAÇÃO
INCOMUM NO LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Vinicius Costa Vieira, Paula Figueiredo Marsillac,
Luisa Maciel Camillo, Thiago Abdala de Araújo,
Débora Rocha de Moura Rodrigues de Aguiar,
Carlos Baptista Figueiredo
Hospital Federal de Bonsucesso, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Introdução: O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença
autoimune crônica que acomete diferentes órgãos e sistemas.
Manifestações do sistema nervoso central ocorrem em cerca da
metade desses pacientes, associadas, muitas vezes, a prognósticos
sombrios. Objetivo: Relatar o caso de uma paciente com hemorragia subaracnoide (HSA) secundária a plaquetopenia, de boa
S75
evolução clinica. Relato de caso: Paciente do sexo feminino, 33
anos, previamente hígida, admitida no hospital para investigação
de quadro arrastado de poliartrite de pequenas e grandes articulações, febre, perda ponderal, alopecia, livedos reticulares e pancitopenia (Hb: 6,8; Ht: 20,7; Leuco: 3.200; Plaq: 16.000). Diagnosticado LES, segundo Slicc 2012, pelos seguintes critérios: poliartrite
não erosiva, alopecia, trombocitopenia, leucopenia, anti-DNAds
e FAN positivos. Durante internação, paciente evoluiu com HSA,
Hunt-Hess II, com dois episódios de convulsão tônico-clônica
generalizada. Tomografia computadorizada de crânio demonstrou
sangramento em regiões frontoparietais à esquerda e temporais
bilateralmente, Fisher II. Sem alterações aneurismáticas à angiorressonância. Iniciada pulsoterapia com dexametasona e ciclofosfamida. Houve uma evolução clínica satisfatória da paciente, sem
sequelas neurológicas. Discussão: Sabe-se que alterações vasculares decorrentes do LES tornam esses pacientes mais vulneráveis a
eventos hemorrágicos do sistema nervoso central, a ruptura aneurismática é o principal mecanismo para tal. Neste caso, houve um
evento atípico, funcionou a plaquetopenia como fonte desencadeadora, em uma paciente recém-diagnosticada com LES. Dessa
forma, com o intuito de diminuir a morbidade e mortalidade, é fundamental pensar na possibilidade de HSA em pacientes com LES e
quadro neurológico típico.
HISTIOCITOSE DE CÉLULAS DE LANGERHANS
MIMETIZANDO ARTRITE IDIOPÁTICA JUVENIL E LÚPUS
ERITEMATOSO SISTÊMICO: RELATO DE CASO
Carolina Albanez de Albuquerque da Cunha Andrade,
Mariana Luna, Paula Toche, Claudia Diniz Lopes Marques,
Nara Gualberto Cavalcanti, Andrea Tavares Dantas,
Henrique Ataide Mariz, Angela Luzia Branco Pinto Duarte
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil
Introdução: A histiocitose de células de Langerhans (HCL) é uma
doença granulomatosa rara, de etiopatogenia desconhecida, com
apresentação clínica variável, desde lesões ósseas isoladas a
doença multissistêmica, o que torna o seu diagnóstico um desafio.
Objetivo: Relatar o caso de uma paciente com sintomas que mimetizaram os de artrite idiopática juvenil (AIJ) e lúpus eritematoso sistêmico (LES) antes do correto diagnóstico. Relato de caso: Paciente
de 34 anos, feminino, com antecedente de poliartrite na infância
com diagnóstico de AIJ e tratada com metotrexato. Foi admitida
com diagnóstico de uveíte anterior granulomatosa havia cerca de
12 meses, tratada com corticoide tópico. Nessa época apresentava
pancitopenia e a investigação evidenciou FAN positivo 1:160 padrão
nuclear pontilhado fino denso, anti-DNA e coombs direto positivos, foi então considerado o diagnóstico de LES. Nove meses após
o quadro inicial, a paciente apresentou recidiva da uveite, foi novamente tratada com corticoide sistêmico e encaminhada ao nosso
serviço. Apresentava artralgia em mãos, ombros e quadris e lesões
cutâneas papulares eritemato-violáceas em tronco. Radiografias
de mãos/punhos, ombros e quadril com numerosos cistos ósseos.
Biópsia de medula óssea revelou aumento do número de histiócitos e a imuno-histoquímica da biópsia de pele mostrou positividade das células para S-100 e CD1a. Tais achados foram consistentes com o diagnóstico de histiocitose de células de Langerhans.
Discussão: A superposição HCL e LES foi descrita em apenas um
caso na literatura. No presente caso, mesmo diante de alterações
laboratoriais sugestivas de LES, a paciente apresentava manifestações clínicas consideradas atípicas para a doença, sobretudo a uveíte granulomatosa e as alterações císticas ósseas, a biópsia cutânea
foi decisiva para a definição diagnóstica. Ressalta-se a importância
da detalhada avaliação do paciente que se apresenta com manifestações atípicas de LES, como a uveíte.
S76
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IDENTIFICAÇÃO DE POTENCIAIS BIOMARCADORES
DO LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO POR
MEIO DE ABORDAGEM PROTEÔMICA
Tamara Aparecida Reis Ferreiraa,
Ana Flávia Madureira Pádua Diasb, Paulo Madureirab,
Renato V. Consolib, Claudia L. S. Neivab,
Hélida Monteiro Andradec, Maria das Graças Carvalhoa,
Donat Alexander Chapeaurougec, Ivana Helena Rocha Oliveirac,
Bruna Soares Limac, Luiz Carlos Fialho-Juniorc,
Karine Silvestre Ferreiraa, Walter Batista Cicarinia,
Tânia Mara Pinto Dabés Guimarãesa,
Vicente Paulo Coelho Peixoto Toledoa
Faculdade de Farmácia, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo
Horizonte, MG, Brasil
b
Santa Casa de Belo Horizonte, Belo Horizonte, MG, Brasil
c
Instituto de Ciências Biológicas (ICB), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG),
Belo Horizonte, MG, Brasil
a
Introdução: Se considerarmos que o diagnóstico atual do lúpus eritematoso sistêmico (LES) depende da interpretação de um complexo critério estabelecido pelo Colégio Americano de Reumatologia, a identificação de biomarcadores específicos para o diagnóstico
da doença é extremamente importante e necessária. Objetivo: Identificar possíveis biomarcadores para o LES na sua forma ativa e inativa, potencialmente capazes de distinguir o LES de outras doenças
autoimunes. Material e métodos: Fizemos análise proteômica comparativa do soro de indivíduos saudáveis, portadores de LES (ativo e
inativo) e outras doenças autoimunes com a tecnologia de eletroforese bidimensional diferencial em gel de poliacrilamida (2D-DIGE)
associada ao espectrômetro de massas do tipo Maldi-ToF/ToF. Resultados: Foram identificadas 103 proteínas abundantes diferencialmente expressas, 40 superexpressas na forma ativa da doença em
relação aos demais grupos, seis com aumentada expressão tanto
na forma ativa quanto na inativa do LES, mas não nos outros grupos. Duas proteínas apresentaram aumento de abundância no LES
ativo e inativo em relação ao controle e em LES ativo em relação
a outras doenças autoimunes. Conclusão: Os resultados, uma vez
validados, poderão subsidiar futuros desenvolvimentos de imunoensaios e testes imunocromatográficos, são importantes não apenas para diagnóstico e definição de prognóstico, mas também para
o monitoramento de medidas terapêuticas e melhor entendimento
sobre a fisiopatologia do LES.
INCIDÊNCIA DE FATORES DE RISCO PARA DOENÇA
ARTERIAL CORONARIANA EM MULHERES COM
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Marcela Paula Santos Penteado,
Carolline Santos Aguiar Monção,
Letícia Neves Martins, Rodrigo Citton Padilha Reis,
Cristina Costa Duarte Lanna, Antônio Luiz Pinho Ribeiro,
Rosa Weiss Telles
Serviço de Reumatologia, Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil
Objetivo: Determinar a incidência dos fatores de risco (FR) tradicionais para doença arterial coronariana (DAC) em mulheres com
LES. Material e métodos: Das 174 mulheres incluídas no estudo
prospectivo sobre aterosclerose no LES feito no serviço, 151 foram
reavaliadas em 39 (37-42) meses. Foram analisadas, em pacientes
sem as comorbidades no T0, a incidência bruta [N(%)] e a taxa de
incidência de FR para DAC, a obesidade e a obesidade abdominal
e a síndrome metabólica (SMet). O escore de risco de Framingham
(ERF) e o número de FR cardiometabólicos modificáveis (HAS, DM,
dislipidemia, hipertrigliceridemia e obesidade abdominal) foram
descritos e o aumento significativo entre T0 e T1 foi analisado.
Resultados: A média (DP) da idade das pacientes foi de 37,8 (11,1)
anos. As incidências e taxas observadas foram: HAS 18 (22,8%),
72/1.000 pessoas-ano; DM 5 (3,5%), 10/1.000 pessoas-ano; dislipidemia 33 (37,1%), 133/1.000 pessoas-ano; hipertrigliceridemia 15
(13,9%), 46/1.000 pessoas-ano. A incidência de história familiar de
DAC precoce foi cinco (3,8%), obesidade 20 (16,5%), obesidade abdominal 34 (39,1%) e SMet 20 (20,8%). Nenhuma paciente não fumante
no T0 passou a fumar. Houve aumento significativo na prevalência
dos seguintes fatores de risco: HAS [72 (47,7%) x 84 (55,6%); p =
0,023], LDL ≥ 100 mg/dL [64 (42,4%) x 87 (57,6%); p = 0,003], colesterol
total ≥ 200 mg/dL [29 (19,2%) x 45 (29,8%); p = 0,014], obesidade [30
(19,9%) x 45 (29,8%); p = 0,004] e obesidade abdominal [64 (42,4%) x
94 (62,3%); p < 0,001]. Houve aumento significativo do número de
pacientes com ERF > 10 [8 (5,3%) x 18 (11,9%); p = 0,006] e FR cardiometabólicos modificáveis > 2 [77 (51%) x 94 (62,3%); p = 0,010]. Análise preliminar indicou que a maior dose de prednisona no intervalo de observação associou-se à maior chance de aumento do
número de FR no T1. Conclusão: Identificamos, além da alta prevalência de FR para DAC na população estudada, incidência significativa de fatores de risco em aproximadamente três anos de
acompanhamento.
INFECÇÃO POR HANSENÍASE SISTÊMICA E REATIVAÇAO
DE LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO ESTÁVEL
Monica Cuellar Arnez, Luis Alberto Delgado Quiroz,
Ingrid Bandeira Moss, Kelly Rodrigues Silva,
Luiza Silva Machado de Andrade,
Renata Frisso Coffler, Laila Poubel Boechat de Castro,
Isis Reis Carvalho, Victor Berçot da Silva,
Blanca Elena Rios Gomes Bica
Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Introdução: O lúpus eritematoso sistêmico é uma doença autoimune de envolvimento multissistêmico. A disfunção primária
da imunidade inata e adaptativa contribui para a produção descontrolada de autoanticorpos e manifestações clínicas, o que
aumenta a susceptibilidade a infecções. Foram relatadas exacerbações secundárias a infecções como M. leprae que podem ocorrer simultaneamente, produzir autoanticorpos e determinar sintomas semelhantes. Relato de caso: Paciente feminino, 46 anos.
Diagnóstico prévio de LES (anemia hemolítica, artrite, rash malar,
FAN e anti-DNA positivos) havia 20 anos, em remissão clínica em
uso de hidroxicloroquina e micofenolato de mofetil. Apresentou quadro de febre, fadiga, hiporexia, hipermenorreia, icterícia
e artralgia de mãos e pés e surgiram lesões nodulares eritematosas de 0,5 a 2 cm no tronco, membros superiores e inferiores,
sem perda da sensibilidade associada. USG com esplenomegalia
(13,2 cm) e laboratório com aumento de bilirrubina (indireta), Hb
baixa (4,1) e discreta leucocitose (13.000). Coombs direto positivo, feita hemotransfusão. Posteriormente submetida a biópsia
das lesões nodulares, com diagnóstico histopatológico de hanseníase multibacilar. Iniciado pulsoterapia com metilprednisolona, minociclina e clofamizina. Discussão: Agentes infecciosos
como M. leprae podem induzir estimulação de autoanticorpos
como ANA, anti-DNA e anti-β2-GPI, descritos principalmente
na hanseníase virchowiana com manifestações clínicas variáveis, semelhantes aos de distúrbios do tecido conjuntivo. A prevalência de fator reumatoide (FR) e anticorpos antinucleares
(ANA) varia. Um estudo diagnóstico e fatores ambientais descreveram semelhante prevalência de anticorpos anti-DNA entre
LES e pacientes com hanseníase. Conclusão: Embora o papel do
M. leprae na exacerbação do LES ainda não tenha sido completamente estabelecido, esse agente deve ser sempre lembrado
como um gatilho para exacerbações da doença, especialmente
em regiões endêmicas.
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LES E LITÍASE RENAL SECUNDÁRIA A
HIPOCITRATÚRIA: RELATO DE CASO
Natália Sarzi Sartoria, André Luis Bittencourt Morschb,
Mariele Zardina, Manoela Fantinel Ferreiraa,
Marcus Barg Resminia, Ricardo Roitman Wolkinda,
Carla Saldanhaa, Odirlei André Monticielob
Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil
b
Departamento de Reumatologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS),
Porto Alegre, RS, Brasil
a
Introdução: O citrato urinário previne a formação de cálculos de cálcio pela formação de um complexo solúvel com o cálcio. Algumas
condições relacionadas com hipocitráturia são acidose tubular renal
e distúrbios gastrointestinais disabsortivos que levam a má absorção
de citrato. Objetivo: Apresentar um caso de lúpus eritematoso com
nefrolitiase bilateral. Relato de caso: Paciente feminina, 20 anos,
com quadro de dor e distensão abdominal, com suspeita inicial de
doença de Crohn. Em exame de imagem apresentou espessamento
de ceco, íleo e colón ascendente, sugestivo de vasculite mesentérica.
Associadas ao quadro abdominal manifestava serosite, alopecia, eritema malar, fotossensibilidade e artralgias. Exames demonstraram:
FAN 1:1.280 homogêneo, anti-dsDNA 1/160, anti-SSA e anti-SSB reagentes, consumo de complementos, anemia hemolítica, proteinúria
subnefrótica, hematúria e sedimento urinário com cilindros granulosos, hipocalemia e pH urinário 5,5. Fez uso de metilprednisolona
2 mg/kg/dia, seguida de ciclofosfamida. Durante investigação, evoluiu com insuficiência renal aguda pós-renal por nefrolitíase bilateral. Necessitou de cateter duplo J, com recuperação da função renal
após o procedimento. Durante a investigação para definição etiológica da litíase renal foi evidenciada hipocitratúria (citrato urinário:
53 mg/24h). Iniciou reposição de citrato, sem mais crises de litíase
renal posteriormente. Discussão: A hipocitratúria é uma das causas
de litíase renal, pode ser associada a acidose tubular renal e doenças gastrointestinais disabsortivas. Neste caso, a enterite lúpica e o
diagnóstico provável de acidose tubular renal distal resultaram na
hipocitratúria, que consequentemente desencadeou a litíase renal
bilateral com obstrução ureteral e insuficiência renal. Conclusão: A
acidose tubular renal é uma das manifestações renais não glomerulares relacionadas ao LES e, assim como a enterite lúpica, é causa de
hipocitratúria que pode levar a litíase renal.
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO (LES) E
APLASIA DE MEDULA ÓSSEA
Paula Nogueira Loures,
Mariana Kadomoto, Evelyne Lopes Marcondes Martinelli,
Leticia Maria Kolachinski Brandão, Leandro Diniz e Garcia,
André Marun Lyrio, Cláudia Valéria Pereira Vierhout,
Nádia Schincariol, Paula Guiomar Ubirajara Franzon,
Rubens Bonfiglioli, José Roberto Provenza
Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), Campinas, SP, Brasil
Introdução: Citopenias são comuns no LES, mas o envolvimento
da medula óssea com anemia aplásica é uma manifestação rara
e grave dessa patologia. Relato de caso: LCB, 51 anos, masculino,
com poliartralgia inflamatória, perda ponderal e leucopenia, evoluiu com pancitopenia e pioria do quadro hematológico e articular após diagnóstico de dengue. Recebeu diagnóstico de LES (FAN
1:640 nuclear homogêneo, anti-DNA+, fotossensibilidade, úlcera
oral, leucopenia, plaquetopenia, linfopenia, serosite). Feita biópsia
de medula óssea para descartar neoplasia com resultado reacional
e iniciada pulsoterapia com metilprednisolona e após rituximabe
e manutenção de prednisona 80 mg/dia e hidroxicloroquina. Evoluiu com pioria da pancitopenia (Hemoglobina: 8/coombs direto
negativo/leucopenia: 800/112 linfócitos/25.000 plaquetas) e febre.
S77
Feita imunoglobulina e solicitada revisão da biópsia, que revelou
hipocelularidade e linfoplasmocitose reacional-justificada pelo
LES. Paciente não respondeu ao tratamento, manteve necessidade de transfusões frequentes. Nova biópsia de medula com 80%
de células adiposas e diagnosticada aplasia de medula e encaminhado para transplante. Foi a óbito por infecção na internação para
o transplante. Discussão: Anemia aplásica é o resultado de uma
destruição imunomediada de células-tronco hematopoiéticas que
causa pancitopenia. Nenhuma característica histopalógica pode
distinguir uma anemia aplásica primária da associada ao LES. Os
mecanismos etiológicos sugeridos para a hipoprodução celular
na medula óssea são: reação adversa a medicamentos, infecções
virais ou autoimunidade. A primeira linha de tratamento consiste
em altas doses de corticoide. Outros tratamentos podem ser usados, como plasmaférese, ciclosporina, imunoglobulina, rituximabe
e ciclofosfamida. A anemia aplásica é uma manifestação grave
e rara no LES. Na dúvida e nos casos refratários de pancitopenia
devem-se fazer aspirado e biópsia de medula óssea.
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO E MAL
DE POTT: RELATO DE CASO
Renata Casseb de Souza, Caio Bosquiero Zanetti,
Camila Nobre Bulhoes, Jobson Lopes de Oliveira,
Luciana Parente Costa Seguro, Lissiane Karine Noronha Guedes,
Eduardo Ferreira Borba Neto, Michelle Remiao Ugolini Lopes,
Rosa Maria Rodrigues Pereira
Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (HC-FMUSP),
São Paulo, SP, Brasil
Introdução: Tuberculose é um problema da saúde pública no Brasil. No lúpus, há maior ocorrência das formas extrapulmonares, o
diagnóstico por vezes é desafiador. Objetivo: Relatar um caso de
LES com mal de Pott. Relato de caso: Paciente de 24 anos, feminina,
diagnóstico de LES desde 2007, em uso de micofenolato mofetil
1 g/dia (irregular), metotrexato 20 mg/sem e prednisona 10 mg/dia.
Iniciou quadro de dor em coluna torácica e arcos costais à esquerda,
de caráter mecânico e intermitente, negava febre e outras queixas. Ao exame físico apresentava dor em coluna torácica com limitação para flexão e extensão e dor à palpação de arcos costais a
esquerda. Exames laboratoriais: PCR 17 mg/dL, VHS 7 mm, anemia de doença crônica. Tomografia computadorizada (TC) mostrou
lesão osteolítica em corpo vertebral (T9) e coleção paravertebral
(T8-T11). Biópsia da coleção resultou em cultura e PCR positivos
para Mycobacterium tuberculosis. Após confirmação do diagnóstico
de mal de Pott, foi instituído o tratamento com Ripe por 10 meses
em conjunto com a equipe da infectologia. Discussão: Devido à
maior morbimortalidade vinculada aos indivíduos com LES infectados, torna-se importante a detecção precoce de infecções oportunistas para início dos tratamentos, a fim de evitar complicações.
As formas extrapulmonares do M. tuberculosis são mais frequentes
nesses pacientes, é sempre necessário serem lembradas como
diagnóstico diferencial, principalmente nos pacientes em uso de
imussupressores e corticoterapia.
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO INICIANDO
COM INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA AGUDA
Paula Nogueira Loures,
Mariana Kadomoto, Evelyne Lopes Marcondez Martinelli,
Leticia Maria Kolachinski Brandão, Leandro Diniz e Garcia,
Paula Franzon, Lucas Eduardo Pedri, André Marun Lyrio,
Rubens Bonfiglioli, Cláudia Valéria Pereira Vierhout,
José Roberto Provenza
Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), Campinas, SP, Brasil
S78
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Introdução: Hepatite lúpica ocorre em 3-8% dos pacientes, geralmente cursa com elevação leve de transaminases e tem boa resposta a corticoide. Relato de caso: GRB, 26 anos, branca, iniciou quadro de artralgia inflamatória, aftas orais e icterícia, evoluiu com
elevação de transaminases e insuficiência hepática aguda (TGO: 571/
TGP: 359/GGT: 134/FA: 296/BT: 6,46/BD: 5,5/RNI: 2,7/albumina: 1,5).
Excluídas hepatites virais e doenças infecciosas, foi iniciada prednisona 1 mg/kg/dia, com melhoria rápida da icterícia e dos testes de
função hepática e após três dias houve queda importante de transaminases (TGO: 131/TGP: 142). Procedemos a investigação para lúpus
eritematoso sistêmico e hepatite autoimune, fechamos diagnóstico
para LES (FAN misto 1:640, anemia hemolítica com coombs direto
positivo com hemoglobina: 9,5, anticoagulante lúpico positivo, úlceras orais, artrite). Apresentava também consumo de complemento
C3 e C4, anticorpos antimúsculo liso, anti-LMK e antimitocôndria
negativos, TC e US doppler de abdômen com sinais de hepatopatia crônica, ascite, sem sinais de trombose, EDA sem varizes de esôfago. Após um mês de tratamento evoluiu com melhoria da anemia
(Hb:11,5, manteve coombs direto positivo), normalização do complemento, provas de função hepática e transaminases (RNI: 1,17/
albumina: 3,9/BT: 1,14). Como houve melhoria do quadro com introdução de corticoide, optamos por não fazer biópsia hepática e acreditamos em hepatite lúpica. Discussão: Hepatite aguda e progressão
para doença hepática terminal é rara em lúpicos. O quadro responde
bem a moderadas e altas doses de corticoide. Outros imunossupressores como a azatioprina devem ser considerados em hepatite ativa
crônica e níveis elevados de ALT na ocasião do diagnóstico. A associação com anticorpos anti-P ribossomal tem sido descrita. Devido
ao quadro de hepatite aguda com sinais de insuficiência hepática
aguda ser raro no LES, hepatite autoimune deve ser excluída, devido
a relatos de sobreposição das duas patologias.
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO: UM ESTUDO
EPIDEMIOLÓGICO E REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Felipe Fagundes de Britoa, Fernanda Croshes Siqueiraa,
Eurico Del Fiaco Netob, Izabella Fernandes Viana Montechic,
Silvério Godoy Del Fiacod, Larissa Godoy Del Fiacod,
Amanda Ribeiro Godoy Bezzane
Faculdade de Medicina, Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto
Central (FACIPLAC), Brasília, DF, Brasil
Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), Brasília, DF, Brasil
c
Faculdade Medicina, Faculdade Atenas, Paracatu, MG, Brasil
d
Faculdade Medicina, Faculdade Alfredo Nasser (UNIFAN), Goiânia, GO, Brasil
e
Faculdade Medicina, Faculdade Presidente Antônio Carlos de Araguari (UNIPAC
Araguari), Araguari, MG, Brasil
a
b
Objetivo: Traçar um perfil epidemiológico dos casos de lúpus eritematoso sistêmico (LES), no Distrito Federal, entre 2008 e 2015, quanto
à faixa etária e ao sexo dos envolvidos. Material e métodos: Estudo
epidemiológico observacional, descritivo, retrospectivo, com abordagem quantitativa. Foram analisados dados do Datasus sobre casos
de LES, no Distrito Federal, entre 2008 e 2015, quanto à faixa etária
e ao sexo. Resultados: Segundo dados, há registros de LES em até
menores de um ano (22 casos), entre um e quatro anos com 73 casos,
entre cinco e nove anos com 94 anos. Nas faixas etárias seguintes
há um crescimento importante, com 287 casos entre 10 e 14 anos
e entre 15 e 19 anos. O pico de predominância dos casos de LES foi
encontrado em 20 e 29 anos e 30 e 39 anos. Nos anos seguintes, uma
queda contínua é observada, atinge 16 casos em maiores de 80 anos.
Em relação ao sexo, os casos de LES predominam em mulheres, com
1.476 diagnósticos (78%) e 413 registros no sexo masculino (22%), o
que concorda com estudos e revisões literárias mundiais. Conclusão: O LES é uma doença autoimune que pode afetar diversos órgãos
e sistemas: a pele, as articulações e os rins, dentre outros. Há um
descontrole do sistema imunológico que se dá por meio de vários
fatores, genéticos, ambientais e hormonais, e se caracteriza pela
presença de diversos autoanticorpos. Evolui com manifestações
clínicas polimórficas, com períodos de exacerbações e remissões, e
é classificada em três tipos: discoide, sistêmico e induzido. O diagnóstico e o tratamento da doença são baseados nos critérios da
American College of Rheumatology (ACR), também aceitos no Brasil
pelo Consenso de Lúpus Eritematoso Sistêmico. É uma doença rara,
mais frequente em mulheres jovens (9:1) e com prevalência de 14 a
50/100.000 habitantes, em estudos americanos. A doença pode ocorrer em todas as etnias e em todas as partes do mundo.
LÚPUS-SÍMILE PÓS-VACINA ANTI-INFLUENZA H1N1
Karine Alessandra da Silva Fortes, Rodrigo Sarmanho Spohr,
Bruna Zuse Valiati, João Carlos Menta Filho, Juliana Wispel,
Cecilia Viola Varella da Costa, Henrique Luiz Staub
Hospital São Lucas, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS),
Porto Alegre, RS, Brasil
Introdução: Destacamos este caso pela rara apresentação de condição clínica autoimune pós-evento vacinal. Essa relação causal permanece um desafio diagnóstico, se tivermos em vista que as manifestações podem ocorrer meses a anos após a vacina. Neste caso
obteve-se boa resposta ao uso de ciclofosfamida. Relato de caso:
Paciente feminina, parda, 50 anos, professora obesa, ex-tabagista,
com hipotireoidismo prévio. Apresentava quadro de dispneia progressiva três meses antes de internar, associado a mialgias e plaquetopenia responsiva à prednisona. Apresentava, ainda, artralgias
de caráter inflamatório, fenômeno de Raynaud em mãos, fotossensibilidade e febre na última semana. Verificada exposição a vacina
anti-influenza H1N1 cerca de um mês antes do início dos sintomas.
Evidenciado em TC de tórax quadro compatível com pneumonia
intersticial não especifica, com presença de áreas em vidro fosco e
nódulos, sem faveolamento, compatível com doença do colágeno.
O ecocardiograma mostrou hipertrofia concêntrica, com fração de
ejeção preservada. Laboratorialmente apresentava plaquetopenia,
FAN 1/640 padrão nuclear pontilhado grosso, anti-DNA, anti-SM,
anti-SSA, anti-SSB, antifosfolípides e fator reumatoide negativos.
Complementos eram normais e sorologias, negativas. Assumiu-se o diagnóstico de lúpus-simile, foi iniciada metilprednisolona
3g e pulsoterapia com ciclofosfamida endovenosa (5 g). Obteve-se ótima resposta clínica e melhoria tomográfica progressiva no
período seguinte de três e seis meses. Discussão: Se tivermos em
consideração a importância da vacinação na medicina atual, não
há dúvidas quanto à sua importância em termos clínicos e populacionais. No entanto, os profissionais de saúde devem estar alertas
se sinais e sintomas relevantes apareceram após a vacinação, pela
existência da possibilidade de uma aceleração/desenvolvimento
de condições autoimunes em pessoas predispostas.
MENINGITE CRIPTOCOCÓCICA EM PACIENTE
COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Alisson Aliel Vigano Pugliesi, Mateus Mokwa,
Amanda Campos Mozer Sodre, Flavio Fernandes Barbosa,
Fabiano Reis, Tiago Ferreira, Fabiano Reis, Manoel Barros Bertolo,
Lilian Tereza Lavras Costallat, Simone Appenzeller
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
Introdução: A infecção do SNC pelo Cryptococcus neoformans é frequentemente descrita no paciente portador do vírus do HIV com
baixa contagem de linfócitos CD4. Um número crescente de casos,
entretanto, tem sido descrito em outras condições de imunossupressão e até mesmo em imunocompetentes. Relato de caso:
Paciente de 52 anos, em seguimento por lúpus eritematoso sistêmico (LES) havia 15 anos (FAN e AADNA positivos, anemia hemolitica, rash malar, artrite e nefrite) e em uso de prednisona em
altas doses devido a episódio recente de anemia hemolítica. Sem
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citostático adicional. Inicia quadro de febre e cefaleia com duração
de 15 dias, procura serviço de emergência, que constata presença
de rigidez de nuca e nistagmo vertical. TC de crânio sem alterações
e punção de líquido cefalorraquidiano (LCR) com pleocitose (199
céls/mm3, 66% linfócitos) e hiperprotinorraquia (314 mg/dL), além
de elevados índices de pressão de abertura. Apresentava-se também com linfopenia (590/mm3), sem anemia e com consumo de
complemento (C3). Avaliação adicional revelou positividade para
cultura do Cryptococcus neoformans em LCR e do antígeno do mesmo
em LCR e sangue. Ressonância nuclear magnética (RNM) de crânio
evidenciou realce leptomeníngeo supra e infratentorial com ependimite. Iniciada terapêutica com anfotericina B e fluconazol, com
diminuição da pressão de abertura e melhoria clínica. No entanto,
evoluiu com óbito em decorrência de choque séptico de foco abdominal de provável origem hospitalar. Discussão: A paciente acima
relatada apresenta características semelhantes aos relatos prévios
de meningite criptococócica em pacientes com LES, é frequentemente descrito o uso de imunossupressão em altas doses (devido
a atividade de doença e a linfopenia). O caso reforça a crescente
incidência de infecções oportunistas graves em pacientes com LES
em diferentes formas de imunossupressão, muitas vezes se equiparam ao perfil já observado no HIV.
MICROPARTÍCULAS DE ORIGEM ENDOTELIAL EM
MULHERES NÃO PORTADORAS E PORTADORAS DE LÚPUS
ERITEMATOSO SISTÊMICO SOB TRATAMENTO
Walter Batista Cicarinia, Karine Silvestre Ferreiraa,
Renato V. Consolib, Cláudia L. S. Neivab, Paulo M. Páduab,
Ana Flávia Madureira Pádua Diasb, Fernanda F. C. Nunesa,
Luan C. V. Alvesa, Tânia Mara Pinto Dabés Guimarãesa,
Vicente Paulo Coelho Peixoto Toledoa, Maria das Graças Carvalhoa
Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas, Faculdade de Farmácia,
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil
b
Santa Casa de Belo Horizonte, Belo Horizonte, MG, Brasil
a
Introdução: O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença
de caráter inflamatório e multissistêmico. Fragmentos derivados de membrana denominados micropartículas (MPs) são liberados durante a ativação celular e apoptose. Vários distúrbios
estão associados com o aumento do número de MPs circulantes,
as de origem endotelial podem desencadear ativação de neutrófilo e estimular a coagulação. Por outro lado, atuam como potentes indutores pró-inflamatórios que afetam a função do endotélio. Objetivo: Determinar o número de MPs de origem endotelial
(EMPs) em mulheres não portadoras e portadoras de LES em tratamento, como ferramenta para avaliar a atividade da doença.
Material e métodos: Este estudo compreendeu três grupos de
mulheres, com faixas etárias similares. Grupo 1: não portadoras
de LES ou outra doença autoimune (controle); Grupo 2: portadoras de LES em tratamento com baixa atividade da doença (Sledai
≤ 4); Grupo 3: portadoras de LES em tratamento com moderada/
alta atividade da doença (Sledai > 4). As MPs foram purificadas
por ultracentrifugação e, em seguida, marcadas com os anticorpos anti-CD51/61 e anti-Anexina V, a quantificação e a fenotipagem foram feitas por citometria de fluxo. Resultados: O número
de EMPs foi significativamente maior nos pacientes com LES em
relação ao grupo controle (p = 0,0178). Quando estratificados
os pacientes com LES, de acordo com a atividade da doença, o
número de EMPs foi significativamente superior nas portadoras
de LES com atividade moderada/alta em relação ao grupo controle (p = 0,0074), porém nenhuma diferença foi observada entre
esse último grupo e as portadoras da doença com baixa atividade.
Houve correlação entre o número de MPs e a idade (r = -0,3385; p =
0,0123) e com o número de EMPs e o Sledai (r = 0,2785; p = 0,0377).
Conclusão: Os dados sugerem que as EMPs podem ser ferramentas úteis na avaliação de pacientes com LES e no monitoramento
do tratamento.
S79
MIELITE TRANSVERSA EM PACIENTE COM LÚPUS ERITEMATOSO
SISTÊMICO E SÍNDROME DO ANTICORPO ANTIFOSFOLÍPIDE
Patricia Fontes de Santana Ferreira,
Blenda Hilíria de Sousa Dias, Iza Melo Dantas,
José Caetano Macieira, Regina Adalva de Lucena Couto Océa,
José Bruno Costa de Jesus, Ana Carolina Vilhena de Melo,
Lina Oliveira de Carvalho,
Mônica Valéria Siqueira Santana de Vechi,
Marília Vieira Febrônio
Hospital Universitário, Universidade Federal de Sergipe (UFS), Aracaju, SE, Brasil
Introdução: Mielite transversa (MT) é uma manifestação neurológica incomum e de elevada morbidade do lúpus eritematoso sistêmico (LES). Ocorre em 1-2% dos pacientes, pode ser uma manifestação inicial ou tardia da doença. Objetivo: Relatar o caso de uma
paciente com diagnóstico de LES e síndrome do anticorpo antifosfolípide (SAF) que apresentou MT. Relato de caso: Paciente feminino, 48 anos, com diagnóstico de LES havia 10 anos e SAF havia
quatro anos. Em uso de azatioprina, hidroxicloroquina, prednisona
e sem atividade da doença. Tem passado de herpes zoster recorrente, vasculite óptica e glomerulonefrite grau III-IV (biópsia renal).
Havia cinco meses evoluíra com parestesia em membro inferior
esquerdo seguida de parestesia em todo o corpo (lhermitte positivo), além de fraqueza muscular nos membros (grau I à esquerda e
grau II à direita), incontinência urinária, mialgia intensa e epilepsia
focal em membro superior esquerdo. Foram feitas coleta de líquor
(normal), TC de crânio, que mostrou microangiopatia supratentorial, comprometia a substância branca periventricular adjacente ao
corno anterior dos ventrículos laterais, e ressonância magnética de
coluna cervical, que evidenciou extensa área de alteração de sinal
na medula espinal de c2 a c5, compatível com MT. Foi feita pulsoterapia com metilprednisolona por cinco dias, seguida de ciclofosfamida mensal, apresentou melhoria parcial do quadro neurológico,
persistiu com raras crises focais. Hoje apresenta força muscular
grau V nos quatro membros. Discussão: A paciente foi diagnosticada precocemente com MT e tratada conforme literatura médica.
Ressaltamos a gravidade do quadro e a boa resposta ao tratamento
instituído.
MIELOMA MÚLTIPLO COMO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
DE LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO: RELATO DE CASO
Alvaro Henrique Neto, Barbara Seabra Carneiro,
Carlos Eduardo Kameki Sato, Flavio Falcao Lima de Souza,
Lygia Peloso Reis e Passos, Monica Rossatti Molina,
Raquel Vieira Dias, Thaise Oliveira Quaresma
Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (HCRP), Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil
Introdução: O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença
inflamatória sistêmica, caracterizada pela produção de autoanticorpos e formação de imunocomplexos, acarreta lesão de múltiplos órgãos. As manifestações clínicas são usualmente polimórficas, podem apresentar-se de forma isolada, consecutiva ou aditiva,
o que, nas fases iniciais da doença, pode dificultar seu diagnóstico
preciso. Relato de caso: Paciente de 45 anos, feminino, iniciou quadro de poliartralgia, predominante em joelhos, punhos e quadril,
associada à mialgia difusa e incapacitante, havia quatro meses.
Durante o período, observou quadro de astenia, oligúria, urina
espumosa e dispneia aos moderados esforços, procurou assistência médica na cidade de origem, foi encaminhada para avaliação especializada. Investigação laboratorial evidenciou: anemia
(Hb: 6g/dL), Coombs positivo, proteinúria nefrótica e aumento das
excretas nitrogenadas, com necessidade de início de terapia renal
substitutiva. Radiografia de tórax evidenciou derrame pleural bilateralmente. Foram solicitados autoanticorpos para investigação
S80
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de LES, sem achados positivos. Apresentou eletroforese de proteína com pico monoclonal em gamaglobulina e hipoalbuminemia,
aumento de dosagem de cadeias lambda, com investigação com
achado de amiloidose em biópsia renal, biópsia de medula óssea
com 85% de população plasmocitária e radiografias de óssos longos que evidenciaram múltiplas lesões líticas, foi feito diagnóstico
de mieloma múltiplo. Discussão: Os novos critérios diagnósticos
para LES propostos em 2012 apresentam maior sensibilidade (93
vs. 84%) quando comparados com os critérios ACR 1997, resultam
porém em redução da especificidade (84 vs. 96%). Este caso corrobora a necessidade da interpretação cautelosa dos resultados laboratoriais, com a propedêutica disponível para descartar possíveis
diagnósticos diferenciais.
NECESSIDADE DE HEMODIÁLISE
TEMPORÁRIA NA NEFRITE LÚPICA
Verônica de Brito Mello Maia,
Luiza Coelho Magalhães, Marina Porangaba, Diego Magalhães,
Nathalia Roberto Fortins Gonçalves, Elisa M. Neves de Albuquerque,
Francinne Machado Ribeiro, Evandro Mendes Klumb
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Introdução: A nefrite lúpica (NL) atinge 60% dos pacientes com
LES, cerca de 10% desenvolvem insuficiência renal aguda (IRA) e
requerem terapia dialítica que em alguns casos é temporária (HDt). Objetivo: Descrever as características gerais e a evolução clínica
dos pacientes com NL que foram submetidos à HD-t. Material e
métodos: Análise retrospectiva dos pacientes com NL em acompanhamento regular no ambulatório de LES. Resultados: Foram
identificados 15 pacientes submetidos a HD-t (13 mulheres, idade
média no diagnóstico 26 ± 9 anos). Na abertura da doença, 11/12
(92%) apresentavam anticorpos anti-DNAds, 9/12 (75%) consumo
de complemento e 13% tinham o diagnóstico de SAF associada. 13
pacientes foram submetidos à biópsia renal e 69% apresentavam
classes III ou IV e associação com classe V e presença de crescentes
em quatro (44%). Glomerulonefrite crescêntica foi encontrada em
dois, esclerose focal e segmentar em dois, nefrite tubulointersticial
e achados sugestivos de nefropatia da SAF em um. Em 11 pacientes (85%) havia achados de mau prognóstico: crescentes e adesão à
cápsula em seis (46%), fibrose intersticial em quatro (31%) e esclerose capilar em três (23%). A terapia de indução consistiu de ciclofosfamida (esquemas “NIH” e “ET”) em 13 (87%) pacientes, com resposta completa e parcial em seius e 12 meses de 85% (11/13) e 92%
(11/12), respectivamente. A creatinina (Cr) média foi: 1 ± 0,6 mg/dL
em 12 meses. Dois pacientes progrediram para HD definitiva após
sete e dois anos e 11 encontram-se em atual remissão (Cr média
atual: 0,9 ± 0,3 mg/dL). O tempo médio de acompanhamento foi de
7,1 ± 4,7 anos. Conclusão: Embora a etiologia mais comum de IRA
seja infecciosa ou medicamentosa, as glomerulonefrites por LES e
vasculites ANCA-relacionadas devem ser consideradas, sobretudo
pelo seu potencial de reversibilidade com possível recuperação
completa da função renal.
NEFRITE LÚPICA DIAGNOSTICADA NA
GESTAÇÃO: RELATO DE CASO
Luilson Geraldo Coelho Júnior, Flávia Tolentino Marra dos Reis,
Dayane Quintino Vasconcelos, Wesley Lobo Costa Junior,
Ana Carolina Albernaz Barbosa, Leonardo Lucas Pereira Filho,
Estevão Tavares de Figueiredo, Gabrielly Borges Machado,
Luciano Junqueira Guimarães
Faculdade Atenas, Paracatu, MG, Brasil
Introdução: Mulheres com LES, na maior parte dos casos, não
têm sua fertilidade comprometida. Logo, a gravidez é um evento
comum em pacientes lúpicas. Um dos quadros clínicos frequentemente associados à presença de LES é a nefrite lúpica, que pode
ocorrer no intervalo de seis meses antes da concepção ou mesmo
durante o período da gestação. Relato de caso: Paciente sexo feminino, 28 anos, G2P1NA0, IG 17 semanas e seis dias. Durante consulta de pré-natal, apresentava lesão eritematosa palmar bilateralmente. Foi investigado LES e confirmado. Paciente queixa-se
no pronto-socorro de lobalgia, astenia, dispneia e oligúria. Hemograma evidenciou anemia, recebeu transfusão de concentrado de
hemácias três bolsas, houve pioria da dispneia e astenia. PA: 150 x
100 mmHG e foi iniciado Nifedipino 40 mg/d. Foi admita em Unidade de Terapia Intensiva devido a pioria hemodinâmica e anúria; em acompanhamento conjunto com ginecologia e mantido
suporte intensivo. Paciente apresentava-se taquidispneica com
importante esforço respiratório e estertores bibasais. Foi iniciada a
pulsoterapia com metilpredinisolona 1 g por dia durante três dias.
Nefrologia indicou diálise diária. À avaliação ginecológica, feto
vivo. Mantido suporte intensivo, foi discutida prioridade materna
com a equipe médica. Paciente evoluiu com abortamento espontâneo. Discussão: O acometimento renal é comum, varia de 30%
a 90% em pacientes com LES, o que constitui um fator de agravo
quanto à morbimortalidade, pois sobrepõe a hipertensão arterial,
síndrome nefrótica e insuficiência renal. O tratamento da nefropatia visa a controlar o processo inflamatório e evitar a evolução
para a insuficiência renal crônica. Mulheres portadoras de lúpus
cursam com gestação de alto risco, haja vista as gestantes lúpicas
apresentarem maior taxa de abortamento espontâneo. O LES não
deve ser entendido como uma limitação à gestação e o acompanhamento deve ser feito por equipe multiprofissional, para assegurar uma gravidez segura para mãe e feto.
NEFRITE LÚPICA EM ASSOCIAÇÃO COM
BLASTOSMICOSE: RELATO DE CASO
Denison Santos Silva, Rafaela Saldanha Arruda
Escola Paulista de Medicina (EPM), Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São
Paulo, SP, Brasil
Introdução: O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença
inflamatória, crônica, autoimune, cuja etiopatogenia é multifatorial. O envolvimento renal no LES ocorre em cerca de 60% dos
pacientes, a mais comum é a proteinúria. A infecção pelo fungo
Paracoccidioides brasiliensis, que pode ser aguda ou subaguda, não
é tão comumente descrita na literatura como outras infecções
oportunistas presentes no lúpus. Relato de caso: EAN, feminino,
51 anos, cor branca. Foi admitida em hospital público de Aracaju
(SE), encaminhada da nefrologia, queixa de anasarca havia cinco
meses. Relatou que o quadro iniciou após uso de anfotericina B por
dez dias para tratamento de blastomicose sul-americana, diagnosticada por biópsia de linfonodo axilar em 2014. Exames da admissão demonstraram FAN pontilhado fino denso: 1:1.280, consumo
de complemento C3, C4 e CH50, clearence de creatinina medido:
11,83, proteinúria de 24h: 776,48 mg, hemoglobina 8,8 g/dL. Ao
exame físico: alopecia, anasarca, lesões hipercrômicas difusas em
tronco e membros, de padrão descamativo. Biópsia renal demonstrou nefrite lúpica proliferativa difusa (classe IV); anti-DNA 1/640.
Recebeu 1U de concentrado de hemácias, prednisona 60 mg/dia,
itraconazol 200 mg/dia e foi submetida a pulsoterapia com dexametasona 200 mg/dia por trêsdias consecutivos, devido à falta de
solumedrol. Foi implantado cateter para hemodiálise. A paciente
faleceu no 28º dia de internação por provável choque séptico associado à infecção do cateter. Discussão: Trata-se de rara associação entre infecção fúngica crônica e nefrite lúpica. Paciente apresentou sinais de disfunção renal após uso de droga nefrotóxica e
se constituiu em interessante desafio diagnóstico para definir se
a lesão renal foi devido a infecção fúngica, ao uso de medicação
nefrotóxica ou a nefrite lúpica. Conclui-se, portanto, a necessidade
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
de biópsia renal para esclarecimento diagnóstico na presença de
vários fatores que em conjunto podem gerar glomerulonefrite.
NEFRITE LÚPICA EM PUÉRPERA: RELATO DE CASO
Luilson Geraldo Coelho Júnior, Luilson Geraldo Coelho Júnior,
Flávia Tolentino Marra dos Reis, Dayane Quintino Vasconcelos,
Wesley Lobo Costa Júnior, Ana Carolina Albernaz Barbosa,
Luciano Junqueira Guimarães
Faculdade Atenas, Paracatu, MG, Brasil
Introdução: O lúpus eritematoso sistêmico é uma doença inflamatória crônica, de natureza autoimune, acomete principalmente mulheres. As mulheres portadoras de lúpus cursam com
gestações de alto risco, por apresentar maiores taxas de abortamento e partos prematuros. O início do quadro durante a gravidez
é raro, é uma situação grave tanto para a mãe como para o feto.
Relato de caso: Paciente 25 anos, sexo feminino, negra, fumante
20 cigarros/dia, etilista, G3P2A1, havia 36 dias de puerpério. Havia
21 dias apresentara edema em mãos, pés, joelhos e face, prescritos prednisona 60 mg (3 cps 20 mg), cloroquina 250 mg (1 cp), carbonato de cálcio 600 mg + vitamina D 3.500U (2 cps); autoanticorpos: anti-DNA, anti-SM reagentes; feito o diagnóstico de lúpus.
Em consulta de retorno, desmame gradual da prednisona 40 mg
(2 cps 20 mg). Após 15 dias, paciente retorna com queixa de dor
em coluna torácica, inicia ao acordar, melhoria com o repouso, 30
minutos de duração. Exames: proteinúria de 24 h: 209,70 mg/24 h,
creatinina 0,90 mg/dL, EAS e hemograma sem alterações; diminuída a dose do corticoide: prednisona 35 mg/dia. Feito o diagnóstico de nefrite lúpica. Após um mês paciente retorna ao ambulatório com novos exames: hemograma e EAS normais; C3: 80; C4:
24; anti-DNA não reagente; desmame de corticoide: 25 mg/dia,
após um mês 20 mg/dia, após 10 mg/dia. Retorno após dois meses,
paciente sem queixas, em uso de 5 mg/dia. Discussão: As modificações do organismo materno, as complicações e intercorrências obstétricas podem ser confundidas com sinais de atividade
lúpica; portanto, se faz necessário acompanhamento rigoroso da
gestante. O lúpus não altera a fertilidade da mulher e a concepção
não necessariamente agrava a doença, todavia a gestação é considerada de alto risco, necessita de acompanhamento durante todo
o período gravídico-puerperal.
NEFRITE LÚPICA ESTÁ ASSOCIADA A MAIORES NÍVEIS DE ÁCIDO
ÚRICO SÉRICO EM PACIENTES COM FUNÇÃO RENAL NORMAL
Ana Luiza Calish, Michelle Remião Ugolini Lopes,
Eduardo Ferreira Borba, Eloisa Bonfá, Ricardo Fuller
Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (HC-FMUSP),
São Paulo, SP, Brasil
Introdução: Poucos estudos na literatura reportaram os níveis séricos de ácido úrico em pacientes com nefrite lúpica. Objetivo: Avaliar os níveis séricos de AU em pacientes com nefrite lúpica (NL),
compará-los com pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES)
sem nefrite, ambos os grupos com função renal normal. Material e
métodos: Foram selecionadas 46 pacientes femininas com LES (ACR
1997). Os critérios de exclusão foram: clearance de creatinina anormal e o uso de medicamentos que interferissem nos níveis de AU.
As pacientes com LES foram divididas de acordo com a atividade
renal em: lúpus com nefrite (NL+) [n = 18] e lúpus sem nefrite (NL-)
[n = 28]. Mulheres saudáveis da mesma idade foram selecionadas
como grupo controle [n = 28]. Creatinina sérica (Cr), ácido úrico (AU),
urina 1 e proteinúria de 24 h foram dosados. Uma curva ROC foi
desenhada para determinar o ponto de corte do AU relacionado a
NL e uma análise multivariada foi feita para minimizar viés. Resultados: Os níveis de AU foram significativamente maiores no NL+ em
S81
comparação com NL- (5,54 + 1,67 vs. 3,65 + 1,09 mg/dL, p < 0,001)
e também em relação ao controle (5,54 + 1,67 vs. 3,92 + 0,95 mg/
dL p < 0,001). Não foram observadas diferenças significativas nos
níveis de creatinina (0,69 + 0,17 vs. 0,71 + 0,18 vs. 0,71 + 0,1 mg/dL, p
= 0,87). Embora a hipertensão e o peso também estivessem associados com níveis mais elevados de ácido úrico, a análise multivariada
confirmou que o ácido úrico elevado foi uma variável independente
relacionada à nefrite lúpica (p < 0,001). A curva ROC mostrou que
níveis de AU séricos acima de 4,47 mg/dL estão associados a NL com
uma boa acurácia (AUC = 0,85), sensibilidade (0,78, IC 95% = 0,6040,898), especificidade (0,79, IC 95% = 0,548-0,910). Conclusão: Níveis
de ácido úrico séricos maiores do que 4,45 mg/dL estão associados
a nefrite lúpica, independentemente de outras variáveis. Estudos
maiores e prospectivos são necessários para determinar a natureza
dessa associação.
NEFRITE LÚPICA REFRATÁRIA: OUTRA OPÇÃO TERAPÊUTICA
Iza Melo Dantas, Regina Adalva de Lucena Couto Océa,
José Caetano Macieira, Patricia Fontes de Santana Ferreira,
Mônica Valéria Siqueira Santana de Vechi,
Blenda Hilíria de Sousa Dias, Lina Oliveira de Carvalho,
Ana Carolina Vilhena de Melo, José Bruno Costa de Jesus,
Marília Vieira Febrônio, Douglas Rafanelle Moura de Santana Motta
Hospital Universitário, Universidade Federal de Sergipe (UFS), Aracaju, SE, Brasil
Introdução: O acometimento renal ocorre em torno de 60% dos
pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES), é importante
causa de mortalidade. A nefrite lúpica (NL) refratária ocorre em
cerca de 10% desses pacientes com a terapêutica convencional.
Objetivo: Avaliar o perfil clínico e laboratorial dos pacientes com
NL refratária ao tratamento tradicional em uso do esquema tríplice de imunossupressor (prednisona + azatioprina (AZA) +
ciclosporina). Material e métodos: Estudo descritivo, observacional e transversal da revisão de prontuários de oito pacientes
com LES em uso de esquema tríplice de imunossupressor para
a NL refratária numa instituição de Sergipe. Resultados: A idade
média foi de 31,5 anos. Metade dos pacientes era homem. Todos
tinham hipertensão arterial sistêmica. O tempo médio de NL era
de 4,9 anos. Todos tinham proteinúria de 24 horas acima de 2 g
ao apresentar o quadro renal. Pela biópsia renal, três pacientes
tinham classe IV, um era classe V, dois classe IV-V, um classe III e
um classe III-V. Após a fase de indução com ciclofosfamida (CYC),
dois concluíram a fase de manutenção com CYC e um com AZA.
Esses três pacientes, após a manutenção com CYC e AZA, apresentaram pioria da proteinúria e iniciaram o esquema tríplice.
Os outros cinco, por não responder à indução com CYC, iniciaram o esquema. O tempo médio do tratamento com o esquema
foi de um ano. Cinco pacientes apresentaram remissão completa
da proteinúria, um remissão parcial e dois pioria da proteinúria.
Conclusão: Devido às dificuldades de aquisição do micofenolato
de mofetil, optamos, juntamente com a nefrologia, pelo esquema
tríplice de imunossupresor como opção. Neste estudo, observa-se
que tal esquema se apresenta como uma boa opção terapêutica
aos casos de NL refratária, já que cinco dos oiuto pacientes apresentaram remissão completa.
NEFROPATIA POR IGA E LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Manoela Fantinel Ferreira, Mariele Zardin,
André Luis Bittencourt Morsch, Marcus Barg Resmini,
Natalia Sarzi Sartori, Ricardo Roitman Wolkind, Vanessa Hax,
Andrese Aline Gasparin, Nicole Pamplona Bueno de Andrade,
Francisco Veríssimo Veronese, Odirlei Andre Monticielo
Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil
S82
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
Introdução: Nefrite lúpica (NL) é uma grave manifestação do lúpus
eritematoso sistêmico (LES), clinicamente manifesta em até 50%
dos pacientes. Apesar da coexistência com outras doenças autoimunes, LES raramente tem sido descrito em associação a nefropatias de etiologia não lúpica. Relato de caso: Paciente feminina,
branca, 32 anos, com diagnóstico de LES aos 26 anos, apresentava
eritema malar, fotossensibilidade, úlceras orais, artrite não erosiva,
anemia hemolítica, hipocomplementenemia, FAN e anti-dsDNA
reagentes, tratada inicialmente com hidroxicloroquina, prednisona e azatioprina. Após quatro anos do diagnóstico, apresentou
alteração do sedimento urinário, com hematúria dismórfica e proteinúria, sem perda de função renal. Foi submetida à biópsia renal
que evidenciou hipercelularidade mesangial, crescentes segmentares e focais e deposição glomerular predominantemente de IgA,
compatíveis com o diagnóstico de nefropatia por IgA (NIgA). Nesse
contexto, foi mantido tratamento imunossupressor devido às manifestações extrarrenais do LES e iniciado tratamento anti-hipertensivo com enalapril. Devido à persistência de proteinúria > 1 g/24
horas optou-se pela progressão no tratamento imunossupressor,
com pulso de metilprednisolona e ciclofosfamida, sem qualquer
melhoria do quadro renal. Pela refratariedade do quadro foi prescrito o uso de tacrolimo com redução significativa da proteinúria,
contudo o tratamento teve de ser suspenso devido a efeito adverso
cardiovascular (taquiarritmia). Optou-se então pelo uso de ciclosporina, também sem resposta clínica. No momento, aguarda para iniciar tratamento com rituximabe. Discussão: A autoimunidade está
envolvida em um amplo espectro de doenças que evoluem com as
mais diversas manifestações clínicas, podem ser específicas de um
órgão, como a NIgA, ou multissistêmicas, como o LES. A NIgA é a
causa mais comum de glomerulopatia primária na população em
geral, contudo há poucos relatos de sua associação com o LES.
NEUROMIELITE ÓPTICA ASSOCIADA A
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Eduardo Souza da Rosa, Alessandra Ferrari, Ana Maria Hoppe,
Maria Lucia Lemos Lopes, Tatiana de Freitas Tourinho,
Marlise de Castro Ribeiro, Felipe Giovani Aubin
Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (ISCMPA), Universidade
Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Porto Alegre, RS, Brasil
Introdução: O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença inflamatória crônica que acomete diversos órgãos e sistemas. A ocorrência de manifestações neurológicas é variável. Entre as mais comuns
temos disfunções cognitivas, convulsões, cefaleia, acidentes vasculares e neuropatia periférica. Frente a sintomas neurológicos de LES,
outras patologias devem ser consideradas, principalmente doenças
autoimunes concomitantes. Relato de caso: Paciente feminina, 33
anos, foi internada por perda de força em hemicorpo direito, iniciados três dias antes da admissão. Evoluiu para hemiplegia direita dois
dias após. Referia, ainda, fotossensibilidade e episódios de artrite.
Laboratoriais revelaram linfopenia, hipocomplementenemia, anticorpo antinúcleo 1:1.280 nuclear pontilhado quasi-homogêneo e
anti-Ro e anti-RNP positivos, preencheu critérios para LES. Ressonância magnética de neuroeixo compatível com mielite longitudinalmente extensa, acometia do bulbo à medula torácica. Exame de
fundo de olho foi sugestivo de neurite óptica. Feita pesquisa de bandas oligoclonais no líquor (negativa) e pesquisa do anticorpo antiaquaporina 4 no soro (positiva). A presença de mielite com extensão
maior do que três corpos vertebrais, associada a neurite óptica e
presença do anticorpo anti-AQP4, preenche critérios para neuromielite óptica (NMO). Paciente recebeu pulsoterapia com metilprednisolona, mas houve pouca resposta. Foi então submetida a plasmaférese e ciclofosfamida, melhorou progressivamente dos sintomas
neurológicos. Discussão: A NMO era considerada variante da esclerose múltipla, hoje é vista como entidade distinta. O grande divisor
foi a descoberta de anticorpo específico da síndrome contra canais
de água no SNC (aquaporinas). Trata-se de uma doença autoimune
rara que pode estar associada com outras enfermidades autoimunes, como LES e Sjögren. Lesões neurológicas no LES podem representar grande desafio diagnóstico, deve a NMO ser considerada nos
pacientes com mielopatias extensas.
NÓDULOS PULMONARES COMO MANIFESTAÇÃO DE
VASCULITE EM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Max Victor Carioca Freitas,
Priscila Dourado Evangelista, Romano Bezerra Brasileiro,
José Sávio Menezes Parente, Natanny Moreira Araújo,
Mylena Pessoa Capistrano, Bárbara Irma Galdino Alves,
Nyvia Maria Barroso Portela, Gabriela de Andrade Meireles Bezerra,
José Gerardo Araújo Paiva, Deborah Gonçalves,
Leonardo Oliveira Cavalcante, Vanessa Beatriz de Vasconcelos Marques,
Francisco José Fernandes Vieira, Kathia Regina Bezerra de Oliveira,
José Djandir Costa Filho
Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil
Introdução: Lúpus eritematoso sistêmico é uma doença autoimune, mais comum em mulheres, que pode envolver qualquer
órgão. Em 11 a 36% dos casos, ocorre acometimento vascular, a
vasculite pulmonar é complicação raramente descrita em literatura científica. Relato de caso: BSC, 20 anos, feminino, com relato
de perda ponderal de 10 kg em seis meses, associada a febre diária, úlceras orais e alopécia, foi admitida com tosse com expectoração amarelada, hemoptise e dor pleurítica havia 15 dias.
Apresentava FAN com padrão nuclear homogêneo, 1:640; LDH
1.350 UI/L, C3 e C4 baixos, anti-DNA e anti-SM reagentes; radiografia e TC de tórax revelaram nódulos pulmonares (NP) bilaterais em
extremidades de ramos vasculares. Paciente evoluiu com miocardite lúpica (FE 32%), hemorragias retinianas difusas e alterações
comportamentais (neurolúpus). Descartadas causas infecciosas de
NP, fez-se pulso com metilprednisolona. Após 15 dias, nova TC de
tórax mostrou regressão dos NP, agora com necrose central. BSC
evoluiu com anemia hemolítica, congestão pulmonar e derrame
pleural, foi submetida a plamaférese e pulsoterapia com ciclofosfamida. Novo ecocardiograma mostrou FE 49%; houve melhoria do
padrão comportamental e das alterações hematológicas, recebeu
alta hospitalar. Discussão: Vasculite pulmonar pode ser fatal, pode
manifestar-se gravemente, em dias, embora ocorram sintomas
subagudos, como no caso descrito, que exigem terapêutica imediata. Tosse, febre e dispneia são comuns e 66% têm hemoptise. LDH
> 2x é preditor independente de mortalidade. TC de tórax revela
achados variados: imagem em vidro fosco a nódulos pulmonares
com centro necrótico. Histopatológico comprova a vasculite, deve
ser feito sempre que possível, o que não foi feito devido à gravidade
do quadro clínico. Porém, os achados clínicos, radiológicos e laboratoriais, a resposta à imunossupressão e a exclusão de causa infecciosa corroboram o diagnóstico de vasculite pulmonar pelo lúpus.
O PADRÃO DE IMUNOFLUORESCÊNCIA E O TÍTULO
DE ANTICORPOS ANTINUCLEARES (FAN) SE
CORRELACIONAM COM ATIVIDADE DE DOENÇA EM
PACIENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Mônica Simon Pradoa, Alessandra Dellavanceb,
Silvia Helena Rodriguesa, Luís Eduardo Coelho Andradea,b
Disciplina de Reumatologia, Escola Paulista de Medicina (EPM), Universidade Federal
de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
b
Fleury Medicina e Saúde, São Paulo, SP, Brasil
a
Objetivo: Determinar se o padrão e o título de FAN-HEp-2 podem
ser relevantes para monitorar atividade do lúpus eritematoso sistêmico (LES). Material e métodos: Foram recrutados 269 pacientes com LES (critérios do ACR) e classificados em três grupos de
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
acordo com Sledai2K: Grupo Remissão (Sledai = 0); Grupo Intermediário (Sledai = 1-5); Grupo Ativo (Sledai ≥ 6). Além do título
e do padrão de FAN-HEp-2, foram determinados: CH100, C3, C4,
C2 e anticorpos contra DNA (nativo e desnaturado), C1q e nucleossomo, como parâmetros de atividade de doença; 101 dos 269
pacientes foram reavaliados após seis meses. Resultados: Foram
distribuídos 256 mulheres e 13 homens em Ativo (n = 111), Intermediário (n = 111) e Remissão (n = 47), não diferiram quanto a
idade, duração da doença e gênero. Os outros parâmetros diferiram entre os grupos, indicaram que representam fases diferentes de atividade da doença. O padrão nuclear homogêneo (HO)
ocorreu em 57 pacientes (51,4%) do grupo Ativo e em 11 (23,4%)
do grupo Remissão (p = 0,003). O padrão nuclear pontilhado fino
(PF) ocorreu em 19 pacientes (40,4%) do grupo Remissão e em 25
(22,5%) do grupo Ativo (p = 0,09). Pacientes com padrão HO apresentaram maior Sledai (9,2 ± 7,9) do que aqueles com padrão PF
(4,8 ± 5,2) (p = 0,008). O título do FAN foi menor no grupo Remissão
(mediana 1/640) em comparação com os grupos Ativo (mediana
½.560) e Intermediário (mediana 1/1.280) (p < 0,001). Na análise
longitudinal, o título do FAN diminuiu nos 33 pacientes que diminuíram pelo menos 4 pontos no Sledai (p = 0,002), mas não nos
50 com variação no Sledai ≤ 3 pontos (p = 0,677) e nos 18 que
aumentaram Sledai ≥ 4 pontos (p = 0,080). A análise da curva ROC
mostrou áreas sob a curva equivalentes para o título do FAN e os
outros parâmetros de atividade da doença. Conclusão: O padrão
e o título do FAN são afetados pela atividade do LES e podem ser
considerados em conjunto com outros parâmetros laboratoriais e
clínicos na avaliação da atividade de doença.
OVERLAP NEFRITE LÚPICA E VASCULITE
P-ANCA: RELATO DE CASO
Letícia Pastorelli Bonjorno, Mariana Espiga Maioli,
Paulo Fernando de Macedo Santos
Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrina, PR, Brasil
Introdução: Lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma condição
autoimune associada a manifestações multissistêmicas, o envolvimento renal está relacionado a maior morbimortalidade. Objetivo: Relatar um caso de nefrite lúpica agregada à vasculite PANCA. Relato de caso: PB, feminino, 40 anos, portadora de LES
havia um ano, iniciado com poliartrite e anasarca; laboratorialmente: fator antinuclear 1:640, padrão nuclear homogêneo; anti-DNA cadeia simples: 357, sem consumo de c3 e c4. Após oito
meses, foi encaminhada ao serviço de nefrologia para biópsia por
injúria renal aguda e síndrome nefrótica. Ao exame físico: edema
de membros inferiores e sinovites, sem outras particularidades.
Estava em uso de prednisona, hidroxicloroquina e furosemida.
Biópsia renal revelou crescentes celulares em 50% dos glomérulos, espessamento mesangial com proliferação celular, fibrose
intersticial e necrose glomerular focal. Imunofluorescência direta
com padrão paucimune, foram então solicitados: P-ANCA: 1/80;
anti-SM: 480, anti-RNP: 64, anti-DNA dupla hélice: 1:160, anti-SS-A e anti-SS-B não reagentes, c3 e c4 normais. Posteriormente
referiu que meses após o diagnóstico apresentara episódio de
síncope, foi interrogada vasculite por ressonância magnética de
crânio. Aventou-se a hipótese diagnóstica de nefrite lúpica associada à vasculite P-ANCA positivo e iniciou-se pulsoterapia com
metilprednisolona por três dias, além de pulsos mensais de ciclofosfamida por seis meses. Houve melhoria clínica-laboratorial,
a manutenção foi feita com prednisona e micofenolato mofetil.
Discussão: A nefrite lúpica com overlap vasculite P-ANCA pode
agravar o prognóstico do paciente. O tratamento para ambas é
idêntico, com corticoide e imunossupressores. Estudos indicam
que a positividade para o ANCA poderia ser usada como marcador de potencial dano nefrológico, auxiliar na terapêutica e no
S83
melhor entendimento dos processos patológicos que acometem
os portadores de LES.
PARTO PREMATURO EM MULHERES COM
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Marcela Ignachitti Lacerda, Bruna C. Rodrigues,
Marina Porangaba, Flavia C. Santos, Guilherme Ramires de Jesus,
Nilson Ramires de Jesus, Roger A. Levy, Francinne Machado Ribeiro,
Elisa M. Neves de Albuquerque, Evandro Mendes Klumb
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Introdução: A prematuridade é a principal causa de mortalidade
neonatal e de sequelas em recém-nascidos (RN). A incidência na
população geral é de 9% a 11% e no LES, de 17% a 49%. Os fatores associados ao parto pré-maturo no LES incluem atividade da
doença na concepção e durante a gestação, nefrite lúpica, HAS
desenvolvida na gestação, anticorpos antifosfolipídeos e uso de
corticoides. Objetivo: Determinar as variáveis clínicas e laboratoriais associadas ao PPM em mulheres com LES acompanhadas
em uma unidade de referência. Material e métodos: Estudo de
coorte retrospectiva com todas as gestações únicas em mulheres com LES (critérios ACR), com idade gestacional maior do que
22 semanas e parto entre 2011 e 2015. Resultados: A prematuridade ocorreu em 36 dos 124 casos analisados (29%). Nesses, a
média de idade das pacientes foi de 29 (+7,9) anos no momento
do parto, a média de idade no diagnóstico de LES foi de 23,5 (+7,5)
anos e a duração média da doença, de 7,1 (+ 5,6) anos. Nos casos
de prematuridade em comparação com os a termo, foram mais
frequentes: a atividade de doença (Sledai ≥ 6) no momento da
concepção (36% versus 14,7%, χ2, p = 0,01), o uso de esteroide no
início do pré-natal (69,4% versus 50%, χ2, p = 0,04) e o uso de prednisona > 20 mg/dia no início do pré-natal (44% versus 11,4%, χ2,
p = 0,02). Os anticorpos antifosfolipídeos estavam presentes em
mais pacientes com parto prematuro, mas a diferença não foi
estatisticamente significativa (25% versus 11,4%, χ2, p = 0,05). A
história de nefrite não foi distinta entre os grupos (42% versus
37,5%, χ2, p = 0,06). Conclusão: Variáveis clínicas como atividade
de doença na concepção, uso de esteroides, principalmente em
doses elevadas (> 20 mg/dia), e presença de anticorpos antifosfolipídeos estão associados à prematuridade e consequentemente
ao maior risco de complicações no recém-nato. A adequada programação da gestação poderia, portanto, potencialmente contribuir para a redução da morbimortalidade dos RN de pacientes
com LES.
PERFIL CLÍNICO DOS PACIENTES COM LÚPUS
ERITEMATOSO SISTÊMICO ATENDIDOS EM UM CENTRO
DE REFERÊNCIA EM REUMATOLOGIA DE ALAGOAS
Camila Soares Bezerra Santos Torres de Melo,
Thiago Sotero Fragoso, Marília Bulhões Calheiros,
Laís Quintiliano Pedroza, Vanessa Miranda Pereira Fausto
Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA), Universidade Federal de
Alagoas (UFAL), Maceió, AL, Brasil
Objetivo: Descrever o perfil clínico dos pacientes com diagnóstico de LES atendidos entre janeiro e maio de 2016 em um centro de referência em reumatologia de Alagoas. Material e métodos: Estudo de corte transversal descritivo com dados coletados
a partir de entrevistas com 70 pacientes com LES de acordo com
o ACR, atendidos em consulta de ambulatório ou internados na
enfermaria do hospital, segundo demanda espontânea. Durante
as entrevistas foi usado questionário específico para coleta de
dados, além da análise do prontuário. Resultados: Dos 70 pacientes entrevistados, a média da idade de início dos sintomas foi de
S84
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
28 anos (12 a 49). Em relação aos sintomas iniciais, os mais frequentes foram: artralgia (68,57%), perda de peso (58,57%), alopécia (48,57%), artrite (45,71%) e febre (45,71%). A combinação de
prednisona e hidroxicloroquina foi o esquema terapêutico ini-
PERFIL DE INFECÇÕES EM PACIENTES COM NEFRITE LÚPICA
SUBMETIDOS À PULSOTERAPIA COM CICLOFOSFAMIDA
segunda mais frequente (38,57%). A média do número de crité-
Felipe Peixoto Nobre, Christiane Aguiar Nobre,
Alexandre Augusto Bastos Moura, Rita Maria Diógenes Marques,
Lorena Cristina de Lima Sabino, Geisa do Vale Moreira
rios diagnósticos (ACR) foi de cinco por paciente, máximo de 7.
Santa Casa de Misericórdia de Sobral, Sobral, CE, Brasil
cial mais frequente (41,43%), enquanto prednisona isolada foi a
O critério diagnóstico mais frequente foi o FAN, positivo em 68
dos 70 pacientes (97,14%), seguido de artrite (84,29%), fotossensibilidade (58,57%), critérios hematológicos (55,71%), rash malar
(51,43%) e acometimento renal com proteinúria (51,43%). Conclusão: Na amostra estudada, a idade de início média dos sintomas
foi de 28 anos, artralgia, perda de peso e alopécia foram os sintomas iniciais mais frequentes e a combinação de prednisona e
hidroxicloroquina foi o tratamento inicial. A média do número
de critérios diagnósticos por paciente foi de cinco e os mais frequentes foram FAN, artrite, fotossensibilidade, critérios hematológicos, rash malar e acometimento renal.
PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES COM NEFRITE
LÚPICA SUBMETIDOS À PULSOTERAPIA COM CICLOFOSFAMIDA
Felipe Peixoto Nobre, Rita Maria Diógenes Marques,
Christiane Aguiar Nobre, Alexandre Augusto Bastos Moura,
Ana Rivia Silva Jovino, Geisa do Vale Moreira,
Ana Cláudia Oliveira Portela, Lorena Cristina de Lima Sabino
Santa Casa de Misericórdia de Sobral, Sobral, CE, Brasil
Objetivo: Avaliar o perfil clínico e epidemiológico dos pacientes
com NL que fazem pulsoterapia com ciclofosfamida para remissão da atividade do LES. Material e métodos: Estudo de coorte com
seguimento mensal de pacientes com LES e NL que fizeram terapia com ciclofosfamida por um ano. Foram avaliados anticorpos
e fatores relacionados à atividade do LES e função renal. Resultados: Feito o seguimento de 16 pacientes ao longo de um ano, 87,5%
mulheres e 12,5% homens. A média foi de 28 anos (17 a 44). O tempo
Introdução: O lúpus eritematoso sistêmico é uma doença autoimune crônica que necessita de intervenção imunossupressora.
Os pacientes que evoluem com nefrite e necessitam de pulsoterapia com ciclofosfamida apresentam maior morbimortalidade. Entre as principais causas de morte estão infecção, atividade da doença e lesão renal. Objetivo: Conhecer a prevalência
e o perfil das doenças infecciosas durante os ciclos de pulsoterapia com ciclofosfamida em pacientes com nefrite lúpica.
Material e métodos: Estudo do tipo coorte, quantitativo e longitudinal. Foram acompanhados os pacientes indicados para pulsoterapia com diagnóstico de LES e evidência clínica e laboratorial de lesão renal. Os pacientes foram seguidos de junho de 2015
a maio de 2016 e foram investigadas complicações infecciosas e
parâmetros clínicos relacionados à imunossupressão e ao tempo
de doença. Resultados: Feito o seguimento de 16 pacientes ao
longo de um ano, 87,5% mulheres e 12,5% homens. A média de
idade foi de 28 anos (17 a 44). O tempo de LES variou de dois
a 120 meses, com média de 32 meses; 37,5% faziam uso regular de cloroquina e 93,75% estavam em uso constante de prednisona; 12,5% eram diabéticos. A dose de ciclofosfamida usada
foi de 800 mg para 81,25% dos pacientes. O tempo médio de pulsoterapia foi de cinco meses, 43,75% apresentaram infecção do
trato urinário no intervalo médio de dois meses, variou do primeiro ao quinto mês; 31,25% desenvolveram pneumonia adquirida na comunidade entre o 2º e o 3º mês. Não foram encontrados
casos de leucopenia e apenas um caso de leucocitose. Todas as
infecções foram tratadas ambulatorialmente sem maiores complicações. Conclusão: A terapia de remissão imunossupressora
mostrou a ocorrência de infecções do trato urinário, pneumonias
e tuberculose, o que evidencia risco aumentado de evoluir com
essas complicações, bem como a implicação em morbimortalidade dos pacientes com LES.
de LES variou de dois a 120 meses, com média de 32 meses. 25%
concluíram o tratamento em seis meses e 12,5% precisaram fazer
terapia por um ano; 37,5% apresentaram perda de seguimento em
média no 3º mês de pulsoterapia. Todos os pacientes faziam uso
regular de prednisona, 43,75% faziam uso regular de cloroquina,
25% usavam outros (metotrexato, azatioprina); 37,5% desenvolveram hipertensão; 25% iniciaram o LES com nefrite como o acometimento inicial, 12,5% foram acompanhados de anemia hemolítica
com um caso de icterícia clinicamente manifesta e 12,5% apresentaram episódio psicótico e convulsão simultaneamente; 12,5%
foram diagnosticados com SAAF; 56,25% apresentaram FAN positivo: 18,75% pontilhado nuclear fino, 6,25% pontilhado fino denso,
12,5% pontilhado grosso e 18,75% homogêneo; 18,75% apresentaram anti-Sm positivo, 31,35% eram anti-DNAds positivo, 25% eram
anti-Ro positivo; 18,75% necessitaram de diálise em quadro agudo
para compensação renal. Apenas dois casos progrediram para
doença renal crônica estágio IV. Conclusão: Estudo epidemiológico
que mostrou condições clínicas associadas à NL que necessita de
intervenção imunossupressora, destacada como manifestação inicial, e associação com quadros psicóticos. Também foi possível perceber o perfil dos pacientes que iniciaram quadro com múltiplas
manifestações e sua correlação laboratorial, o que permite estimar
manifestações associadas de acordo com parâmetros imunológicos do LES.
PERFIL SOCIOECONÔMICO DE PACIENTES COM LÚPUS
ERITEMATOSO SISTÊMICO: ESTUDO EM UM CENTRO
DE REFERÊNCIA EM REUMATOLOGIA DE ALAGOAS
Marília Bulhões Calheiros, Thiago Sotero Fragoso,
Camila Soares Bezerra Santos Torres de Melo,
Laís Quintiliano Pedroza, Vanessa Miranda Pereira Fausto
Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA), Universidade Federal de
Alagoas (UFAL), Maceió, AL, Brasil
Objetivo: Descrever o perfil socioeconômico dos pacientes com
lúpus eritematoso sistêmico (LES) atendidos em um centro de referência em reumatologia do SUS, de janeiro a maio de 2016, em Alagoas. Material e métodos: Estudo de corte transversal e descritivo
feito a partir de entrevistas e análise de prontuários dos pacientes
portadores de LES (de acordo com os critérios do ACR). Esses foram
selecionados por amostragem não probabilítisca de conveniência
segundo a demanda do próprio hospital. Resultados: Foram entrevistados 70 pacientes; 67 (95,7%) do sexo feminino e três (4,3%)
do masculino, numa proporção de mulheres:homens de 22:1; 50
(71,4%) dos pacientes são negros e 20 (28,5%) brancos. A média de
idade dos pacientes foi de 33,3 ± 10,5 anos (18 a 57). Metade dos
indivíduos reside na capital Maceió e 50% são oriundos do interior de Alagoas. Em relação à situação de trabalho, 81,4% estão sem
exercer suas atividades profissionais; 36 (51,4%) dos entrevistados
apresentam renda financeira familiar de até um salário mínimo. A
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média de renda foi de 1,7 ± 1,1 salários mínimos. Nível educacional: três (4,29%) pacientes têm ensino superior completo. A média
do número de anos estudados foi de 8,7 ± 3,6 anos; 43 (61,4%) têm
filhos: desses, a média foi de 1,9 ± 1,2 filhos por paciente. Conclusão: Na amostra estudada, os pacientes são predominantemente
do sexo feminino, negros, com idade média de 33 anos, profissionalmente inativos. São igualmente oriundos da capital e do interior de Alagoas. Mais da metade dos pacientes tem filhos, apresenta renda financeira familiar de até um salário mínimo.
PIOMIOSITE EM ESTERNOCLEIDOMASTOIDEO EM UMA
PACIENTE COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Ana Carolina Vilhena de Melo,
Regina Adalva de Lucena Couto Océa, Iza Melo Dantas,
Patricia Fontes de Santana Ferreira, José Caetano Macieira,
José Bruno Costa de Jesus, Lina Oliveira de Carvalho,
Mônica Valéria Siqueira Santana de Vechi,
Blenda Hilíria de Sousa Dias
Hospital Universitário, Universidade Federal de Sergipe (UFS), Aracaju, SE, Brasil
Introdução: A piomiosite é uma infecção do músculo esquelético
decorrente da disseminação hematogênica, que pode evoluir para
formação de abscesso localizado. Ocorre mais no sexo masculino
de 20 a 45 anos, o agente principal é o Staphylococcus aureus. Compromete geralmente grandes grupos musculares, raramente observado no esternocleidomastoideo. Essa infecção está associada a
condições que levam à imunossupressão, como o lúpus eritematoso sistêmico (LES), que pode induzir a ativação dessa doença.
Objetivo: Relatar um caso de associação de piomiosite e LES. Relato
de caso: Paciente feminina, 46 anos, com diagnóstico havia um mês
de LES com quadro de poliartrite, FAN positivo, anemia hemolítica,
anti-DNA positivo e proteinúria, foi iniciado tratamento com prednisona 1 mg/kg e hidroxicloroquina. Evoluiu com febre, além de
mialgia difusa e massa em região supraclavicular esquerda. Feitas
ultrassonografia e tomografia, que mostravam abscesso em músculo esternocleidomastoideo. Iniciado tratamento com oxacilina e
drenagem cirúrgica com cultura positiva para Staphylococcus aureus.
Paciente evoluiu com anemia hemolítica e proteinúria, necessitou
fazer pulsoterapia com metilprednisolona, obteve melhoria da atividade lúpica. Discussão: A piomiosite é uma patologia rara, que
pode levar a complicações graves em pacientes imunodeprimidos.
No caso em questão, firmou-se o diagnóstico com USG, TC e isolamento do agente. O diagnóstico precoce é fundamental para instituir a terapia adequada e evitar complicações. Ressaltamos neste
caso a localização atípica da piomiosite e a ativação da doença, o
que leva a dificuldades na decisão terapêutica específica do LES.
PODOCITOPATIA LÚPICA
Manoela Fantinel Ferreira, Marcus Barg Resmini,
Ricardo Roitman Wolkind, Mariele Zardin, Natalia Sarzi Sartori,
André Luis Bittencourt Morsch, Francisco Veríssimo Veronese,
Elvino Guardão Barros, Dirceu Reis da Silva,
Gustavo Gomes Thomé, Odirlei André Monticielo
Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil
Introdução: A nefrite lúpica (NL) é uma das manifestações mais
graves no lúpus eritematoso sistêmico (LES), a proteinúria é o
achado predominante nas diferentes classes de NL. Na podocitopatia lúpica (PL) os pacientes apresentam síndrome nefrótica
sem as alterações histopatológicas típicas da NL. Atualmente,
acredita-se que a PL não seja uma podocitopatia primária sobreposta à NL, e sim uma podocitopatia desencadeada por mecanismos imunes diretamente associados ao LES. Objetivo: Relatar
S85
um caso de LES com quadro sugestivo de PL. Relato de caso: EC,
mulher, negra, 33 anos, com LES havia três anos, apresentava
eritema malar, fotossensibilidade, artrite, leucopenia, FAN 1:640
padrão pontilhado grosso, C3 40 mg/dL e C4 12 mg/dL, além de
síndrome nefrótica (proteinúria: 13 g/24 h) com função renal normal e anti-dsDNA não reagente. Fez biópsias renais em outro serviço com amostras não representativas, foi tratada inicialmente
com corticoide e encaminhada ao nosso centro para avaliação.
Fez nova biópsia renal. Microscopia óptica (MO) normal, sem imunodepósitos na imunofluorescência, compatível com lesões mínimas. Microscopia eletrônica (ME) com fusão podocitária > 50%,
sem depósitos eletrodensos mesangiais ou subendoteliais, sugestiva de PL. Usou inicialmente ciclosporina sem resposta. Fez cinco
infusões de ciclofosfamida seguida por micofenolato de mofetil,
além de corticoide. Apresentou nova falha ao tratamento, com
proteinúria persistentemente > 10 g/24 h. Na ocasião, além de
corticoide, foi prescrito tacrolimo e houve melhoria progressiva
da proteinúria, atualmente mantém 0,87 g/24 h. Conclusão: A PL
só é detectada por meio da biopsia renal com ME; não existe um
dado clínico que consiga diferenciar com clareza as lesões histológicas possíveis. Se considerarmos os acometimentos renais
mais comuns no LES, esse não seria o diagnóstico mais esperado.
Mais estudos sobre PL podem contribuir para melhor compreender essa forma de doença renal.
PREVALÊNCIA DE ALTERAÇÕES ECOCARDIOGRÁFICAS EM
PACIENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Raphael Alex Rosário e Silva, Daniel de Alvarenga Salem Sugui,
Vivian Gomes Vigneron, Wilfrido José Padillha,
Adriana Vaz de Oliveira e Silva, Yedda de Fátima Barcelos Chagas,
Felipe Cesar Freire, João Luiz Pereira Vaz,
Maria Cecília da Fonseca Salgado
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Objetivo: Determinar a prevalência de alterações ecocardiográficas em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES) e comparar com a literatura. Material e métodos: Estudo descritivo.
Análise do ecocardiograma transtorácico (Ecott) de 32 pacientes
com LES em acompanhamento em hospital terciário. Critério de
inclusão: idade de 18 a 65 anos; critério de exclusão: síndromes
de sobreposição. Resultados: Foram encontradas alterações no
Ecott de 82% (26/32) dos pacientes analisados, dentre as quais:
disfunção valvar (66%), pericardite (25%), vegetações (6%) e hipertensão arterial pulmonar (HAP) (6%). Conclusão: O LES é uma
doença autoimune crônica e multissistêmica, com predomínio
em mulheres em idade fértil e de etnia negra. As alterações cardíacas podem estar presentes em mais de 50% dos pacientes em
qualquer etapa da evolução da enfermidade. A patogênese inclui
deposição de imunocomplexos (IC) e ativação do complemento,
que levam à inflamação de todos os folhetos cardíacos. Pericardite, miocardite, endocardite de Libman-Sacks, HAP e coronariopatia são consideradas as principais complicações cardíacas
associadas ao LES. A pericardite é a forma mais comum de cardite
lúpica e pode ser a manifestação inicial do LES. A disfunção valvar
mais prevalente é a regurgitação. No presente trabalho, encontramos disfunção valvar em 66% dos pacientes, 94% por regurgitação. Pericardite foi encontrada em 25% dos exames avaliados, foi
a segunda manifestação mais frequente. Vegetações foram visualizadas ao Ecott em 6% e sugerem endocardite de Libmann-Sacks.
A HAP apresenta uma prevalência de 14% na literatura. Em nosso
estudo foi encontrada HAP em 6% dos pacientes. Sua patogênese
envolve vasculite pulmonar, com deposição de IC e complemento
na parede das artérias pulmonares. Verificou-se, portanto, que a
elevada prevalência de alterações ao Ecott em pacientes com LES
justifica sua feitura para avaliação de rotina, mesmo naqueles em
períodos de remissão da doença.
S86
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
PREVALÊNCIA DE ALTERAÇÕES FUNDOSCÓPICAS EM
PACIENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Alexandre de Carvalho Mendes Paiva,
Layla Mariz Arêas, Daniel de Alvarenga Salem Sugui,
Adriana Vaz de Oliveira e Silva, Wilfrido José Padillha,
Vivian Gomes Vigneron, Yedda de Fátima Barcelos Chagas,
João Luiz Pereira Vaz, Maria Cecília da Fonseca Salgado,
Felipe Cesar Freire
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Objetivo: Determinar a prevalência de alterações fundoscópicas em
pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES). Material e métodos: Estudo descritivo. Análise do prontuário e da fundoscopia de
34 pacientes com LES, acompanhados pela reumatologia. Critério de
inclusão: idade de 18 a 65 anos; critérios de exclusão: demais colagenoses, infecções virais (HIV, HCV, CMV), diabetes mellitus. Resultados: Foram encontradas alterações na fundoscopia de 62% (21/34)
dos pacientes analisados, dentre as quais aumento da tortuosidade
vascular (43%), estreitamento vascular (33%), atrofia do epitélio pigmentar da retina (EPR) peripapilar (24%), exsudatos algodonosos
com estreitamento vascular (5%), descolamento de EPR (5%), drusas
maculares (19%) e difusas (9%). Hipertensão arterial sistêmica (HAS)
foi encontrada em 35% (12/34). Conclusão: A retinopatia lúpica pode
se associar a perda visual e atividade sistêmica da doença. Caracteriza-se por exsudatos algodonosos com estreitamento vascular,
exsudatos duros e hemorragias. Uma paciente apresentou vaso-oclusão e isquemia sem HAS. Tortuosidades vasculares não se associam à atividade do LES. Dos pacientes com estreitamento vascular, 50% não tinham HAS, logo pode ser atribuído ao LES. A doença
pode cursar com infiltração leucocitária coroidal e dano imunomediado ao EPR e causar deposição de IC na membrana de Brüch e nos
coriocapilares. Não obtivemos achados sugestivos de coroidopatia,
porém cinco casos apresentaram atrofia de EPR peripapilar, denotaram possível infiltração coroidal. Uma paciente apresentou descolamento de EPR perimacular, achado atribuível ao LES, que pode
antecipar um descolamento seroso da retina. O mecanismo inclui
alterações da perfusão coroidal com resultante acúmulo de fluido na
região. Drusas maculares foram identificadas em 19% dos pacientes.
Tais achados podem sinalizar um EPR comprometido e frágil na área
macular. Verificou-se, portanto, que pacientes com LES necessitam
de avaliações fundoscópicas regulares.
PREVALÊNCIA DE DISFUNÇÃO TIREOIDIANA EM
PORTADORES DE LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
João Calvino S. de Oliveira, Ana Beatriz Pessoa Gaertner,
Hellen Stephane P. Dantas, Camila Amorim Polonio,
Ana Karla Guedes de Melo, Danielle Christinne Soares Egypto de Brito,
Alessandra de Sousa Braz, Eutilia Andrade de Medeiros Freire
Centro de Ciências Médicas, Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa, PB,
Brasil
Objetivo: Avaliar a prevalência de tireoidite de Hashimoto (TH) em
pacientes portadores de lúpus eritematoso sistêmico (LES) atendidos em serviço ambulatorial de reumatologia em hospital universitário e comparar com a prevalência encontrada na literatura atual.
Material e métodos: Estudo observacional, descritivo e transversal.
A amostragem da pesquisa foi feita por meio de técnica não probabilística a partir do recrutamento ativo e aleatório de pacientes. A
coleta de dados foi executada mediante aplicação de um questionário desenvolvido pelos autores. Os critérios de inclusão foram:
ser portador de LES, de acordo com os critérios da American College of Rheumatology (ACR), e estar na faixa entre 18-65 anos. Os
critérios de exclusão foram: idade fora do intervalo de inclusão,
pacientes com déficit cognitivo, alterações ou sequelas neurológicas que prejudicassem a feitura do estudo e pacientes que tinham
outras doenças autoimunes. O levantamento bibliográfico foi feito
com as palavras-chave lúpus eritematoso sistêmico, tireoidite de
Hashimoto e prevalência, bem como os descritores em inglês. As
bases de dados usadas foram Pubmed e SciELO entre 2011 e 2016.
Resultados: De agosto de 2015 a maio de 2016 foram entrevistados 115 pacientes com diagnóstico prévio de LES, segundo critérios
do ACR, e que estavam em acompanhamento regular no serviço
ambulatorial. A prevalência de TH nos pacientes entrevistados foi
de 6,08%. Foram selecionados seis artigos que tratavam da temática abordada. Conclusão: Os resultados obtidos demonstram que
existe concordância quanto ao valor da prevalência em relação
aos estudos encontrados na literatura. Os valores encontrados nos
artigos revelam um intervalo de 5,8-11%. Esses dados sugerem que
as alterações tireoidianas detectadas podem variar a depender do
local, da população estudada e da metodologia usada e que o clínico deve estar atento a esse diagnóstico em pacientes com LES.
PREVALÊNCIA DE DOENÇAS AUTOIMUNES EM
PARENTES DE PACIENTES DIAGNOSTICADOS
COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Ana Karolina Gama de Holanda, Melissa Machado Lima,
Stephany Ohana Soares de Azevedo Pinto,
Ana Karla Guedes de Melo,
Danielle Christinne Soares Egypto de Brito,
Alessandra Sousa Braz C. Andrade,
Eutília Andrade de Medeiros Freire
Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), Universidade Federal da Paraíba
(UFPB), João Pessoa, PB, Brasil
Introdução: Lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença inflamatória sistêmica. Há uma conjunção de fatores ambientais, sociais
e genéticos que contribuem tanto para a deflagração quanto para a
manutenção da doença. A herança do LES segue o modelo poligênico, o qual apresenta a melhor explicação para a autoimunidade
familiar; há evidência significativa da ocorrência múltipla da doença
em famílias, mais de 200 vezes a prevalência na população em geral.
Objetivo: Analisar a prevalência de doenças autoimunes em parentes de até 3°grau de pacientes diagnosticados com lúpus eritematoso
sistêmico. Material e métodos: Estudo observacional, exploratório e
transversal, constituído por 150 pacientes portadores de LES acompanhados no ambulatório de reumatologia de um hospital universitário. O grupo controle foi formado por 81 pacientes dos ambulatórios de gastroenterologia e pneumologia, não portadores de doença
autoimune. Para a coleta de dados foi usado um questionário criado
pelos autores, com base em estudos publicados na literatura, a fim
de inferir o acometimento dos parentes do entrevistado por doenças autoimunes. Resultados: No grupo caso, 96,67% dos pacientes
pertenciam ao sexo feminino e 3,33% ao masculino; desse grupo, 52
(34,67%) referiram pelo menos um parente com doença autoimune.
No grupo controle, 76,54% eram mulheres e 23,46% homens, e oito
pacientes (9,88%) relataram algum acometimento autoimune na
família. Conclusão: Os dados obtidos demonstram uma maior incidência de doenças autoimunes nos parentes de pacientes acometidos por LES. Tais resultados ratificam a importância dos fatores genéticos dentro da patogênese das doenças imunomediadas.
PREVALÊNCIA DE OSTEONECROSE EM PACIENTES COM
DIAGNÓSTICO DE LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO ATENDIDOS
NO HOSPITAL GERAL DE GOIÂNIA ALBERTO RASSI
Juliana Amaral Rebouças Moreira, Camila Zubeidi Teixeira,
Nicolle Diniz Linhares, Vanessa de Oliveira Magalhães,
Claudia Maria Rassi, Antônio Carlos Ximenes, Marcelo Pimenta,
Fábia Mara Gonçalves Prates de Oliveira, Eleusa Fleury Taveira
Hospital Geral de Goiânia Alberto Rassi, Goiânia, GO, Brasil
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
Introdução: Osteonecrose (ON) é caracterizada por hipóxia óssea,
morte celular, degeneração e necrose. São fatores de risco: uso de
corticoesteroides, etilismo, tabagismo, doenças difusas do tecido
conjuntivo (DDTC) e outros. É encontrada em cerca de 3-30% dos
pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES) e os locais mais
comumente afetados são cabeça femoral e joelhos. Objetivo:
Determinar a prevalência da ON nos pacientes com LES do ambulatório de DDTC do HGG, seus principais sítios anatômicos, bem
como os fatores de risco implicados no seu surgimento. Material e
métodos: Revisão retrospectiva de 841 prontuários, de janeiro de
2015 a maio de 2016, e literatura (PubMed, Lilacs e SciELO). Resultados: O número de pacientes com LES foi de 403, 91,3% feminino; a prevalência de ON, 5,7%; e a idade média, 40,565 ± 13,023
anos. Os fatores de risco tabagismo e etilismo foram, respectivamente, 28,5 e 25%. A associação com síndrome do anticorpo antifosfolípide (SAF) foi encontrada em 26,6%. Todos os pacientes com
ON usaram corticoesteroides em uma dose média de 25 mg/dia
durante dois anos. Os principais locais encontrados foram: cabeça
femoral unilateral 47,7%, cabeça femoral bilateral 30,4%, cotovelo
unilateral, joelho bilateral e joelho unilateral 4,4% cada. ON multifocal em 8,7% dos pacientes. Conclusão: A ON é uma doença
multifatorial, que pode levar à incapacidade por colapso articular e necessita, portanto, de diagnóstico precoce para intervenção
incisiva. Tanto o LES quanto a corticoterapia estão entre as causas
de osteonecrose, e exigem maior atenção a essa complicação no
seguimento do paciente.
S87
tais como lúpus eritematoso sistémico (LES). Objetivo: Avaliar sistematicamente evidências científicas acerca da relação entre LES
e VV. Material e métodos: Após estabelecidos critérios de inclusão e exclusão, foi feita uma extensa pesquisa nas bases de dados
Medline, Lilacs E SciELO, a fim de encontrar artigos que avaliam
a presença de VV em pacientes portadores de LES. Referências
secundárias foram adicionalmente obtidas a partir dos artigos
incluídos. Resultados: Quatro artigos contemplaram os critérios
estabelecidos. Todos eles evidenciaram uma frequência aumentada de VV em pacientes lúpicos (17, 6-45%) em comparação com
o grupo controle (2, 4-13%), respectivamente. Um deles mensurou
o fator reumatoide (FR) no soro de pacientes com LES e encontrou
uma relação inversa entre a ocorrência de VV e a presença desse
anticorpo, 24% nos pacientes FR positivos, enquanto 58% dos FR
negativos timham VV. Ademais, todos os artigos selecionados
mostraram que a presença de VV não esteve relacionada com o
uso de drogas imunossupressoras. Conclusão: Embora o número
de artigos incluídos no presente estudo seja pequeno, todos eles
demonstraram uma elevada prevalência de VV em pacientes com
LES. Esse achado sugere que a alta prevalência de VV em pacientes com LES provavelmente está atrelada a defeitos do sistema
imune, independentemente da terapêutica imunossupressora
instituída.
PRÓTESE DE SILICONE E CITOMEGALOVIROSE NA REATIVAÇÃO
DE LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO: RELATO DE CASO
PREVALÊNCIA DE TIREOIDITE DE HASHIMOTTO
EM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Rayana Posselt, Vinicius Coelho, Mariana Picolli, Alessandro Tonial,
Thiago A. F. G. dos Santos, Thelma Larocca Skare
Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, Curitiba, PR, Brasil
Objetivo: Estudar a prevalência de tireoidite de Hashimoto (TH)
em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES) e verificar
se essa associação delimita um grupo especial de pacientes lúpicos. Material e métodos: Estudaram-se 200 pacientes com LES
para dados demográficos, sorológicos, clínicos e dano cumulativo (medido pelo Slicc ACR DI ou Systemic Lupus International
Collaborating Clinics/American College of Rheumatology Damage
Index for Systemic Lupus Erythematosus). Resultados: Em 72,2%
dos pacientes existiam anticorpos antitireoglobulina e em 53,7%
os anticorpos antiperoxidase. TH foi encontrada em 24,5% deles.
Na comparação dos pacientes lúpicos com e sem TH encontrou-se que idade avançada (p = 0,03), teste de Coombs positivo (p
= 0,02) e sintomas sicca (p = 0,03) eram mais comuns naqueles
com TH. Conclusão: HT é muito comum em pacientes com LES e
encontra-se associada com idade avançada, presença de Coombs
positivo e sintomas sicca.
PREVALÊNCIA DE VERRUGAS CUTÂNEAS EM PACIENTES COM
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Bartira Souza Meloa, Willer Gonçalves Dourado Santosb,
Ana Luiza Souza Pedreiraa, Luísa Moreira Silvaa,
Mittermayer Barreto Santiagoc
Santa Casa de Misericórdia da Bahia, Salvador, BA, Brasil
Fundação José Silveira (FJS), Salvador, BA, Brasil
c
Hospital Santa Izabel, Salvador, BA, Brasil
a
b
Introdução: O papilomavírus humano (HPV) é um vírus de DNA
que apresenta tropismo para as células epiteliais e pode causar
lesões na pele. Essas lesões estão dispostas, em sua grande maioria, na forma de tumores nas extremidades da pele, mais comumente chamadas de verrugas. Essas verrugas cutâneas, ou verrrugas vulgares (VV), podem afetar pacientes com distúrbios imunes,
Juliana da Silva Bemfeito de Moraes, Marina Porangaba,
Guilherme Lins Meira Quintão, Fernanda Seragioli,
Andrey Tonetto Barbosa, Raissa Barbosa de Souza,
Paulo Guilherme de Oliveira Barbalho Junior,
Lays Fernandes Mesquita, Lidia Valente Dima,
Camila de Lima Tostes, Thomas Carvalho da Silva, Rina Dalva
Neubarth Giorgi, Wiliam Habib Chahade, Nafice Costa Araújo
Hospital do Servidor Público Estadual, São Paulo, SP, Brasil
Introdução: Lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença
inflamatória crônica autoimune, multissistêmica, com períodos
de atividade e remissão. Acredita-se que diversos fatores possam
desencadear o LES, como fatores genéticos, hormonais e ambientais (adjuvantes). Infecção por citomegalovírus (CMV) e implante
mamário de silicone podem induzir fenômenos autoimunes e
desencadear doenças imunomediadas. Objetivo: Descrever reativação do LES após exposição a dois gatilhos: infecção por CMV
e implante de silicone. Relato de caso: LMS, 49 anos, feminino,
com LES interrogado havia 10 anos. Fez uso de difosfato de cloroquina por três meses e se manteve estável. Havia dois anos
fizera implante de silicone mamário. Nos últimos três meses evoluíra com quadro de dor e endurecimento mamários associados
a poliartralgia, fadiga, úlceras orais rasas, alopecia, xerostomia,
xeroftalmia, fotossensibilidade e emagrecimento. No último mês
evoluiu com artrite em mãos, punhos e joelhos. Após avaliação
reumatólogica e cirúrgica, optou-se por retirada dos implantes,
foi identificada coleção purulenta posterior bilateral tratada com
antibiótico. Exames laboratoriais evidenciaram anemia, leucopenia, linfocitopenia, elevação de provas de atividade inflamatória, FAN padrão nuclear pontilhado fino 1/640, anti-Ro (SSA) reagente e sorologia para CMV positiva IgG e IgM. Discussão: Neste
relato encontramos dois possíveis gatilhos para a reativação de
LES: CMV e prótese de silicone. Esses dois fatores fazem parte
da denominada síndrome autoimune/inflamatória induzida por
adjuvantes (ASIA). São fatores de risco para ASIA: reação autoimune prévia documentada, condição autoimune estabelecida,
história de atopia ou alergia e predisposição genética a autoimunidade. Este caso demonstra a necessidade de determinação de
grupos de risco para ASIA, bem como de rastreio sorológico precoce de agentes virais para nossos pacientes.
S88
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PSEUDO-OBSTRUÇÃO INTESTINAL CRÔNICA EM
PACIENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Marina Porangaba, Luiza Coelho Magalhães,
Paul Lynne A. Oliveira, Gustavo Balbi, Diego Magalhães,
Verônica Mello Maia, Elisa M. Neves de Albuquerque,
Evandro Mendes Klumb
Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Introdução: A pseudo-obstrução intestinal crônica (Cipo) é complicação rara do lúpus eritematoso sistêmico (LES) que ocorre usualmente durante atividade da doença. É caracterizada por propulsão
intestinal ineficaz sem obstrução mecânica e causada por comprometimento da musculatura lisa visceral e do sistema nervoso entérico. Objetivo: Relatar dois casos de Cipo em pacientes com LES.
Relatos de caso: Caso 1: Paciente de 47 anos, feminino, em uso
de hidroxicloroquina e prednisona 5 mg, foi internada em três
ocasiões por dor abdominal, náuseas e vômitos. Evoluiu com distensão abdominal e parada de eliminação de fezes/flatos sem qualquer distúrbio metabólico identificado. Estudo radiográfico mostrou padrão de pseudo-obstrução intestinal. Apresentou remissão
dos sintomas após pulsoterapia com esteroide. Caso 2: Paciente
masculino, 27 anos, havia três anos apresentava epigastralgia,
pirose, náuseas, vômitos, anorexia, plenitude pós-prandial e emagrecimento de 10 kg. Tomografia computadorizada de abdome
mostrou espessamento difuso de alças intestinais. Após a hipótese
de Cipo, foi tratado com prednisona 1 mg/kg/dia com remissão completa dos sintomas e ganho ponderal progressivo. Discussão: A Cipo
apresenta alta morbimortalidade se o tratamento adequado não for
instituído. Os sintomas incluem dor e distensão abdominal, náuseas, vômitos, constipação, diarreia e perda ponderal. Exames radiológicos podem mostrar alças intestinais dilatadas, espessamento da
parede e níveis hidroaéreos. A manometria revela hipomotilidade
intestinal e aperistalse esofágica. O tratamento consiste em altas
doses de corticosteroides e/ou imunossupressores e suporte clínico
(nutrição parenteral, agentes pró-cinéticos e antibióticos). Conclui-se que Cipo é uma condição grave e potencialmente reversível, cujo
diagnóstico requer elevada suspeição clínica.
PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA TROMBÓTICA COMO
MANIFESTAÇÃO INICIAL DO LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Alisson Aliel Vigano Pugliesi,
Mateus Fornasieri Mokwa, Amanda Campos Mozer Sodre,
Flavio Fernandes Barbosa, Manoel Barros Bertolo,
Simone Appenzeller, Lilian Tereza Lavras Costallat
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
Introdução: A púrpura trombocitopênica trombótica (PTT) é forma
de microangiopatia trombótica associada a deficiência adquirida do
ADAMTS13, fator responsável pela clivagem do fator de von Willebrand. Em sua maioria idiopática, formas secundárias têm sido descritas em associação com doenças como a infecção pelo vírus da
imunodeficiência humana (HIV) e o lúpus eritematoso sistêmico
(LES). Relato de caso: Paciente do sexo feminino, 23 anos, previamente hígida que havia duas semanas iniciara quadro de púrpura
em membros inferiores. Investigação laboratorial evidenciou plaquetopenia (média de 10.000 plaquetas/cm3) e anemia (nível inicial
de hemoglobina de 5,5 g/dL), cujas características revelaram tratar-se de hemolítica. Como esfregaço revelava múltiplos esquizócitos e
a atividade do ADAMST13 revelou-se 0%, feito diagnóstico de PTT e
iniciada plasmaférese. Investigação adicional solicitada no início do
quadro revelou positividade do FAN, AADNA e consumo de complemento, assim como proteinúria superior a 0,5 g/dL em amostra isolada de urina. Paciente evolui com melhoria parcial com 22 sessões
de plasmaférese, normalizou ADAMST13 e a contagem de plaquetas,
no entanto manteve ainda anemia grave. Interpretada como manifestação hematológica do LES, iniciado ciclofosfamida endovenosa
em doses mensais, com normalização dos níveis hematimétricos já
após a segunda dose. Discussão: A investigação de causas secundárias de PTT deve ser feita em pacientes com resposta inadequada à
terapêutica habitual ou com evidências de manifestações clínicas.
De maneira inversa, o reumatologista deve lembrar-se dessa possibilidade em pacientes com diagnóstico de LES que se apresentam
com anemia hemolítica não imune e plaquetopenia.
QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE DOS
PACIENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO:
UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA
Jessica Baldissara Salgadoa, Odirlei Andre Monticielob,
Flavia R. M. Lamarãoa, Luciana Tarbes M. Saturninoa
a
b
GlaxoSmithKline, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil
Objetivo: Avaliar a qualidade de vida relacionada à saúde (HRQoL)
dos pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES) e sua associação com a atividade da doença, índice de cronicidade, idade
dos pacientes e tempo de duração da doença. Material e métodos:
Uma revisão sistemática da literatura foi feita nas bases de dados
Medline (Pubmed), Embase e Biblioteca Virtual em Saúde. Foram
incluídos estudos primários observacionais que reportaram escore
de HRQoL dos pacientes e da atividade da doença e/ou do índice de
cronicidade, todos mensurados por instrumentos validados. Não
houve restrição de data de publicação e foram avaliados artigos
em inglês, espanhol e português. Resultados: As buscas foram feitas em janeiro de 2016 e resultaram em 1.200 artigos, dos quais
427 foram excluídos por duplicidade e 739 pelos títulos e resumos
estarem fora de escopo. Dos 34 artigos restantes para leitura completa, 24 preencheram os critérios de inclusão. O questionário de
HRQoL mais usado foi o SF36 e de atividade da doença foi o SledaI. Observou-se que a idade média dos pacientes adultos foi de
40 anos (29 a 55) e das crianças, 15 anos (14,7 a 16,2); enquanto
a duração média da doença foi de 8,7 anos (5,3 a 18,5) e 3,8 anos
(1,5 a 4,3) para adultos e crianças, respectivamente. Todos os estudos mostraram que a HRQoL dos pacientes com LES é baixa. Em
média, os pacientes adultos perdem 50% da HRQoL após, aproximamente, nove anos do diagnóstico. O escore de HRQoL foi associado negativamente em 75% dos estudos ao índice de cronicidade,
em 69% à idade dos pacientes, em 68% à atividade da doença e
em 33% à duração da doença. Conclusão: Os resultados reforçam a
necessidade de melhoria do controle da atividade da doença com
consequente redução de danos em longo prazo. Portanto, torna-se
fundamental o uso de ferramentas que avaliam a HRQoL e escalas
de progressão da doença, para um acompanhamento completo do
paciente e proporcionar, assim, tratamentos mais adequados.
RARA ASSOCIAÇÃO ENTRE LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
E COLANGITE ESCLEROSANTE PRIMÁRIA: RELATO DE CASO
Laize Guerreiro de Jesus, Isadora Elias Pereira,
Alex Magno Coelho Horimoto, Alexandre Bassaneze Bernardo,
Thaline Emanuele Sguarezi, Luciana Araújo Bento,
Jhonathan Bueno Santos
Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS), Campo Grande, MS, Brasil
Introdução: Testes hepáticos anormais podem ocorrer em 25
a 50% dos pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES). A
causa mais comum está relacionada à hepatite induzida por drogas; é rara a sobreposição com doença hepática autoimune primária. Dessa última, as mais citadas são hepatite autoimune, cirrose biliar primária e colangite esclerosante primária (CEP), essa
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a de menor prevalência. Relato de caso: Indígena, feminina, 29
anos, G3P3A0, sem comorbidades. Encaminhada por síndrome
ictérica, anemia e serosite (a ascite é mais pronunciada) iniciadas
havia três meses. Relato anterior de prurido cutâneo, alopecia e
artralgia. À admissão, enzimas canaliculares elevadas, hipoalbuminemia e hiperbilirrubinemia direta. GASA > 1,1. Autoanticorpos: Antimitocondrial reagente 1/80, anti-DNA dupla hélice reagente 1/160, FAN padrão misto nuclear homogêneo e pontilhado
fino. Colangiorressonância com irregularidades difusas das vias
biliares intra-hepáticas com aspecto de “colar de contas”. Discussão: A CEP é uma doença autoimune, conhecida por suas manifestações hepatobiliares acompanhadas por colite ulcerativa, tem
uma variedade de autoantígenos sugeridos, mas nenhum epítopo específico ou altamente dirigido foi evidenciado. A prevalência do LES concomitante a CEP parece ser rara: Toru Shizuma,
em sua revisão, identificou apenas quatro casos, M. De Santis et
al., em seu artigo, apenas um caso. Além do presente caso, em
revisão no Pubmed, encontramos mais quatro relatos, um associado ao diabetes mellitus e outro à enteropatia perdedora de
proteínas. Uma das causas apontadas para a escassez de casos
é a baixa prevalência de CEP: quatro a 16 por milhão. Permanece
obscura se a associação LES/CEP ocorre por acaso ou tem uma
base imunológica comum. Acreditamos que a autoimunidade
compartilhada parece ser um componente essencial da base
genética das doenças autoimunes.
RECÉM-NATOS PEQUENOS PARA IDADE GESTACIONAL
EM MULHERES COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Bruna C. Rodrigues, Marcela Ignachitti Lacerda,
Flavia C. Santos, Gustavo M. Rodrigues, Marina Porangaba,
Guilherme Ramires de Jesus, Nilson Ramires de Jesus,
Roger A. Levy, Francinne Machado Ribeiro, Evandro Mendes Klumb
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Introdução: Apesar de a gestação no LES ter, em geral, bom prognóstico, 10 a 30% dos recém-natos (RN) de mulheres com LES são
pequenos para idade gestacional (PIG – peso ao nascer abaixo do
percentil 10). História de nefrite lúpica, síndrome do anticorpo antifosfolipídeo (SAF), hipertensão arterial sistêmica (HAS) e LES em
atividade são os principais fatores de risco para RN PIG. A mortalidade neonatal é 10 vezes maior, com risco de retardo do neurodesenvolvimento na infância e síndrome metabólica na vida adulta.
Objetivo: Estudar a frequência de RN PIG e a associação com as
variáveis clínicas no LES. Material e métodos: Coorte retrospectivo
de pacientes com LES acompanhadas de 2011 a 2015. Foram incluídas pacientes com LES (critérios ACR), gestações únicas e partos
acima de 22 semanas. Resultados: De 106 pacientes, 27 tiveram
RN PIG (25%). Nessas, em comparação com as gestações sem RN
PIG, a idade no parto foi de 36,6 semanas (+ 4,2; p = 0,3), com peso
médio de 2.073g (+ 744; p < 0,001) e admissão em UTI neonatal
em 22% (p = 0,04). A natimortalidade foi duas vezes maior nos RN
PIG (7% versus 3%; p = 0,2); 48% das mães com RN PIG tinham história de nefrite lúpica (versus 29% no grupo não PIG, p = 0,04). A
presença de SAF obstétrica foi maior nas mulheres com RN PIG
(22% versus 8%; p = 0,04); 18% das pacientes com RN PIG apresentaram HAS na gestação, enquanto no grupo não PIG foram 8%
(p = 0,1); 14% delas apresentaram atividade (Sledai ≥ 6) na concepção e 22% durante a gestação, comparadas com taxas de 7 e
10% do grupo não PIG (p = 0,15; p = 0,06). Conclusão: Apesar dos
avanços no cuidado do LES, ainda encontramos PIG em 25% das
mulheres com LES. Neste estudo, nefrite lúpica e SAF obstétrica
foram associados a RN PIG, com significância estatística, assim
como menor peso ao nascer e maior taxa de admissão em UTI
neonatal. A identificação, no pré-natal, dessas variáveis clínicas
deve motivar a intensificação da vigilância fetal, a fim de aprimorar o desfecho gestacional dessas mulheres.
S89
RECURRENCE IN AUTOIMMUNE DISEASES IN CHILDHOOD
AND ADULTHOOD SYSTEMIC LUPUS ERYTHEMATOSUS
Nailú Angélica Sinicato, Luciana de Oliveira, Aline Tamires Lapa,
Lilian Tereza Lavras Costallat, Roberto Marini, Timothy B. Niewold,
Simone Appenzeller
Faculdade de Ciências Médicas (FCM), Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP), Campinas, SP, Brazil
Objective: This study aimed to compare the recurrence of autoimmune disease in childhood-onset SLE (cSLE) and adult-onset
SLE (aSLE) relatives. Methods and patients: cSLE patients (age at
disease onset ≤ 18 years) and aSLE patients (age at disease-onset
> 18 years) followed-up in the Pediatric and Adult Rheumatology Outpatient Clinic were included. Each patient was personally
interviewed and inquired about autoimmune diseases in three
family generations. Results: This study included 112 cSLE and
266 aSLE patients. In the first-degree kinship, ten relatives had
SLE and 395 relatives did not, with a recurrence rate of 2.53%. In
the second-degree kinship, ten relatives had SLE and 1,193 relatives did not, with a recurrence rate of 0.83%. In the third-degree
kinship, two relatives had SLE and 2,202 relatives did not, with
a recurrence rate of 0.09%. Thirty-two (28.6%) cSLE patients had
at least one relative with one autoimune disease and 12 (10.7%)
cSLE had more than one relative with autoimmune diseases. In
aSLE patients, 10,584 relatives were identified. In the first-degree
kinship, 38 relatives had SLE and 2,018 relatives did not, with a
recurrence rate of 1.88%. In the second-degree kinship, 19 relatives had SLE and 4,052 relatives did not, with a recurrence rate
of 0.46%. In the third-degree kinship, 16 relatives had SLE and
4,441 relatives did not, with a recurrence rate of 0.36%. Thirtynine (14.7%) aSLE had relatives with autoimmune disease. In
both cSLE and aSLE, a reduction in the risk of SLE recurrence
was observed from the first to second and third generation. In
cSLE, a 1.3-times greater risk for SLE recurrence was observed
in the first generation, as well as a 1.8-times greater risk for SLE
recurrence in the second generation. Conclusion: SLE recurrence
rate is higher among first-degree relatives in both cSLE and aSLE
patients and steadily decreases between generations. In the first
and second generations, SLE recurrence was higher among the
cSLE.
REGRESSÃO DE FATORES DE RISCO PARA DOENÇA
ARTERIAL CORONARIANA EM MULHERES COM
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Carolline Santos Aguiar Monção, Marcela Paula Santos Penteado,
Cristina Costa Duarte Lanna, Antônio Luiz Pinho Ribeiro,
Rosa Weiss Telles
Serviço de Reumatologia, Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil
Objetivo: Descrever o desaparecimento dos fatores de risco (FR)
tradicionais cardiometabólicos para doença arterial coronariana
(DAC) e a frequência do uso de medicamentos para controle desses
fatores em mulheres com LES. Material e métodos: Das 174 pacientes com LES incluídas no estudo prospectivo sobre aterosclerose
feito no Serviço, 151 foram reavaliadas em 39 (37-42) meses. Descreveu-se a frequência de desaparecimento dos FR cardiometabólicos no T1, dentre as pacientes com o FR no T0. Foram avaliados:
HAS, DM, dislipidemia (ColT ≥ 200 mg/dL ou HDL < 40 mg/dL ou LDL
≥ 130 mg/dL) e triglicérides > 150 mg/dL; incluindo na definição do
FR o uso de tratamento medicamentoso. Ainda, obesidade (IMC >
30), obesidade abdominal (circunferência de cintura > 88 cm), síndrome metabólica (SMet) (segundo a American Heart Association)
e escore de risco de Framingham (ERF) foram analisados. Comparou-se a frequência do uso de medicamentos para controle desses
S90
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
FR entre T0 e T1. Resultados: A média (DP) da idade das pacientes foi de 37,8 (11,1) anos. Houve redução nos seguintes FR para
DAC: HAS 6 (8,3%), dislipidemia 27 (43,5%), TGL ≥ 150 18 (41,9%),
obesidade cinco (16,7%) e obesidade abdominal quatro (6,3%). Deixaram de preencher critérios para SMet 15 (27,3%) pacientes e apenas um (12,5%) paciente que tinha ERF > 10 no T0 diminuiu o ERF
para menos de 10%. Nenhuma paciente com DM no T0 deixou de
sê-lo no T1. Em relação aos medicamentos, não houve modificação significativa no uso de anti-hipertensivos [T0 66 (91,7%) x T1 73
(86,9%); p = 0,096], mas ocorreu aumento da frequência de uso de
medicações nefroprotetoras, [iECA: T0 36 (54,5%) x T1 45 (61,6%); p
= 0,023 e BRA: T0 2 (3%) x T1 9 (12,3%); p = 0,039]. Houve aumento
no uso de estatinas [T0 2(3,2%) x T1 17 (25%), p < 0,001]. Conclusão:
Identificamos que HAS e DM comportaram-se de maneira mais
estável. No entanto, a dislipidemia sofreu grandes flutuações entre
T0 e T1, e levantou considerações importantes a respeito da manutenção do uso de estatinas em pacientes com esse diagnóstico.
RELATO DE CASO DE PACIENTE COM LÚPUS
ERITEMATOSO SISTÊMICO (LES) ACOMETIDO
POR FASCEÍTE NECROTIZANTE (FN)
Ana Carolina Stefenoni Ribeiroa, João Gabriel Lima Dantasb,
Sérgio Pedroso Juniorb
a
b
Centro Universitário do Espírito Santo (UNESC), Colatina, ES, Brasil
Universidade Federal de Sergipe (UFS), Aracaju, SE, Brasil
Introdução: As infecções constituem, ainda hoje, a maior causa
mortis para pacientes imunossupressos, o lúpus eritematoso sistêmico é um desses. Como precipitante para essas, temos alterações relacionadas à própria doença ou imunossupressão medicamentosa. A fasceíte necrotizante, pouco estudada devido a sua
baixa incidência, ainda mais reduzida em pacientes portadores de
LES, consiste em um acomentimento infeccioso do tecido celular
subcutâneo, que termina por traduzir necrose de tecido adiposo,
fáscias e músculos. Objetivo: Fazer estudo clínico de um acomentimento raro em pacientes com LES. Material e métodos: Acompanhamento de um paciente com LES da chegada em PS de um
hospital de referência do Estado de Sergipe a intervenção cirúrgica e pós-operatório, bem como revisão da literatura. Resultados:
MAV, sexo masculino, 45 anos, admitido em hospital de referência devido a queixas em membro inferior direito (MID). Ao exame,
relata ser portador de LES em uso esporádico de prednisolona. LES
confirmado com história clínica e exames laboratoriais. Região
lateral de coxa e anterolateral de perna direitas com necrose e flictenas, dolorosa à palpação, com calor e rubor presentes em região
circular à lesão. Foi implantada antibioticoterapia e prednisolona.
Devido à piora, o paciente foi submetido a desbridamento cirúrgico. Durante o ato cirúrgico foi percebida coleção líquida purulenta, que resultou como uma desdiferenciação entre os diversos
planos de tecidos. O paciente evoluiu, durante a primeira semana,
com insuficiência respiratória, porém foi controlada. Após o 30º
dia pós-operatório recebeu alta hospitalar. Conclusão: Quando a
devida conduta é tomada precocemente (antibioticoterapia, corticoterapia e tratamento cirúrgico espectante), tende-se a reduzir o
grau de morbimortalidade e esse prognóstico é inversamente proporcional ao tempo de espera e à não agressividade do tratamento.
RETINOGRAFIA E EXAME COM TELA DE AMSLER NÃO
SÃO ADEQUADOS PARA DETECÇÃO DE RETINOPATIA
POR ANTIMALÁRICO EM PACIENTES COM LES
Felipe Sebastião de Assis Reis, Clara Corrêa Fernandes,
Lícia Bertanha de Lima, Edgard Torres dos Reis Neto,
Paulo Henrique de Ávila Morales, Emilia Inoue Sato
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
Objetivo: Avaliar a capacidade da retinografia e da tela de Amsler em detectar retinopatia por antimalárico (AM) com a tomografia de coerência óptica com domínio espectral (SD-OCT) como
padrão ouro e identificar fatores associados ao desenvolvimento
de retinopatia. Material e métodos: Em estudo transversal foram
avaliados 89 pacientes com LES em uso de antimalárico por mais
de um ano. Todos fizeram retinografia e exame com a tela de Amsler e tiveram dados coletados (comborbidades, características
demográficas, tempo de uso e dose cumulativa de AM). Pacientes com alterações sugestivas de retinopatia por AM na retinografia ou na tela de Amsler ou com dose cumulativa maior do que
1.000g de hidroxicloroquina ou 400g de difosfato de cloroquina
foram convidados a fazer SD-OCT. Foram feitas análise de associação entre diferentes variáveis e retinopatia diagnosticada pela
SD-OC, além de análise de regressão logística. Resultados: Fizeram SD-OCT 55 pacientes e seis (10,9%) apresentaram retinopatia
por AM. Não houve concordância entre alteração na tela de Amsler ou na retinografia e o diagnóstico de retinopatia pela SD-OCT.
Os pacientes com retinopatia na SD-OCT apresentavam valores
mais elevados de creatinina (p = 0,027) e antecedente de doença
oftalmológica (p = 0,009). Em análise de regressão logística, antecedente de doença oftalmológica aumentou em 11,7 vezes (p =
0,019) e a diminuição de uma unidade do clearance de creatinina
(Cl Cr) aumentou em 1,025 vez (p = 0,78) a chance de retinopatia por antimalárico. No subgrupo de 25 pacientes que usaram
exclusivamente hidroxicloroquina, aqueles com retinopatia eram
significativamente mais magros, mais velhos e tinham menores
valores de Cl Cr. Conclusão: Retinografia e tela de Amsler não são
exames adequados para avaliação de retinopatia por antimaláricos. Pacientes com antecedente de doença oftalmológica ou clearance de creatinina diminuído têm risco aumentado de desenvolver retinopatia por antimalárico.
RUPTURA DO MECANISMO EXTENSOR DO JOELHO
EM PACIENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO
SISTÊMICO E ARTROPATIA DE JACCOUD
Giovanne Vilardo, Fabrício Bolpato, Daniel Pereira,
Daniel Meirelles, Diego Magalhães, Blanca Elena Rios Gomes Bica,
Verônica de Brito Mello Maia, Elisa M. Neves de Albuquerque,
Evandro Mendes Klumb
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Introdução: A artropatia de Jaccoud (AJ) ocorre em 5% dos pacientes com LES e determina deformidades articulares redutíveis,
decorrentes de lesão tendinosa. A ruptura tendinosa é complicação potencial, muito incapacitante, e requer tratamento cirúrgico,
cujo resultado está associado à precocidade da correção. Material
e métodos: Avaliação retrospectiva dos casos e prospectiva pós-cirúrgica dos pacientes com LES e AJ que apresentaram ruptura
espontânea do mecanismo extensor do joelho. O questionário de
Kujala foi aplicado para avaliar a função da articulação femoropatelar. A reconstrução cirúrgica foi feita com sutura transóssea e
transposição dos tendões flexores do joelho. As avaliações foram
repetidas com seis meses de pós-operatório. Resultados: Os três
pacientes (dois homens) com LES e AJ e ruptura tendinosa espontânea no joelho (dois tendões patelares e um quadriciptal) apresentaram tempo de doença de 5, 8 e 14 anos e as rupturas ocorreram após um, oito e 14 anos de LES. Uma paciente estava em
diálise havia 10 anos e um apresentava creatinina alterada (2,1
mg/dL). O tempo decorrido entre a ruptura e o reparo cirúrgico foi
de quatro anos, 15 dias e sete meses, respectivamente. Os valores pré-cirúrgicos (Kujala) foram 35, 34 e 50 e seis meses após a
cirurgia 65, 95 e 84, respectivamente. Discussão: A ruptura tendinosa secundária à AJ é uma complicação rara é muito incapacitante e tem apenas 54 casos descritos na literatura (a maioria
em joelhos). O resultado funcional pós-cirúrgico foi muito bom
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em apenas um caso, cujo tempo de aguardo até a cirurgia foi de
15 dias. A recuperação funcional foi boa no caso com tempo de
espera de sete meses e regular quando o tempo entre ruptura e
reparo foi de quatro anos, o que confirma que a variável tempo é
a mais associada ao sucesso da recuperação funcional. A possibilidade de tratamento preemptivo deve ser considerada à medida
que estejamos mais atentos a essa possibilidade em pacientes
com artropatia de Jaccoud.
SÍNDROME DA ATIVAÇÃO MACROFÁGICA COMO MANIFESTAÇÃO
PRECOCE E FATAL DO LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Flavio Fernandes Barbosa, Alisson Aliel Vigano Pugliesi,
Amanda Campos Mozer Sodre, Mateus Fornasieri Mokwa,
Manoel Barros Bertolo, Lilian Tereza Lavras Costallat,
Simone Appenzeller
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
Introdução: A síndrome de ativação macrofágica (SAM) é uma
complicação rara das doenças inflamatórias sistêmicas, caracterizada por excessiva ativação dos macrófagos e histiócitos,
assim como intensa hemofagocitose na medula óssea e sistema
retículo-endotelial. Apesar de mais frequentemente descrita em
pacientes com artrite idiopática juvenil, também aparece esporadicamente em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES).
Relato de caso: Paciente de 22 anos, puérpera de 10 meses, previamente hígida, que iniciou quadro de um mês de úlceras orais,
febre diária e astenia. Durante a investigação, evidenciados anemia hemolítica autoimune (Combs direto positivo), plaquetopenia, consumo de complemento, proteinúria (1,5 g 24 h), positividade de FAN, anti-DNA e anti-SM, foi feito o diagnóstico de LES.
Biópsia inicial de medula óssea denotava apenas hiperproliferação. Interpretado como quadro hematológico periférico (anemia
hemolítica autoimune e plaquetopenia imune), não houve resposta hematimétrica a altas doses de corticoide nem a IGIV, foi
instituído rituximabe. Paciente evolui com manutenção de febre
diária, coagulopatia, hepatite e aumento progressivo da ferritina
sem evidências clínicas ou microbiológicas de infecção. Evolui
rapidamente a óbito e nova análise da medula óssea (post mortem)
constatou a presença de hemofagocitose, o que permitiu o diagnóstico de SAM. Discussão: No caso do LES, o diagnóstico da SAM
é desafiador pela presença de uma série de outras manifestações
hematológicas da doença capazes de apresentação semelhante
e por vezes simultâneas, como no caso acima. Embora possa ser
diagnosticada apenas por elementos clínicos e laboratoriais básicos, no caso específico do LES a avaliação da medula óssea é elemento essencial. Pela alta mortalidade associada, o reumatologista deve sempre lembrar da SAM em casos de manifestações
hematológicas atípicas do LES.
SÍNDROME DE ATIVAÇÃO MACROFÁGICA NO
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Tathiana Fernandes Mattos Bahia Alves,
Carolina Arribada Rebello, Gustavo Guimarães Moreira Balbi,
Marcella Azevedo Borges Andrade,
Ana Beatriz Santos Bacchiega, Elisa M. Neves de Albuquerque,
Francinne Machado Ribeiro
Disciplina de Reumatologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de
Janeiro, RJ, Brasil
Introdução: A síndrome de ativação macrofágica (SAM) é uma
complicação rara de infecções sistêmicas e doenças autoimunes,
incluindo o lúpus eritematoso sistêmico (LES), no qual tem prevalência elevada. Objetivo: Descrever as características gerais e o
curso clínico da SAM nos pacientes com LES. Material e métodos:
S91
Análise retrospectiva dos prontuários dos pacientes internados
pela disciplina de reumatologia, de dezembro de 2012 a maio de
2016 no Hospital Universitário Pedro Ernesto. Resultados: Foram
avaliados 208 pacientes com LES. Desses, 12 apresentaram SAM
(10 mulheres, 50% não brancos), com idade média e tempo médio
da doença de 34 ± 13 e 8 ± 9 anos, respectivamente. O Slicc médio
foi de 1 ± 1 e 75% tinham glomerulonefrite. No momento do diagnóstico, todos os pacientes encontravam-se em corticoterapia
(dose média: 47 ± 21 mg/dia). Cinco pacientes (42%) usavam outro
imunosupressor e seis (50%), hidroxicloroquina. Os critérios mais
comuns foram febre e hiperferritinemia, presentes em 100% dos
pacientes, seguidos por citopenia e hipertrigliceridemia em 75%.
O aspirado de medula óssea foi feito em cinco pacientes. A associação de atividade do LES e infecção foi o gatilho para o surgimento da SAM, com exceção de um paciente, que apresentava
apenas infecção. O tratamento consistiu de antimicrobianos em
todos, associados a gamaglobulina em oito (67%) e pulsoterapia
em sete (58%). Quatro pacientes desenvolveram choque séptico
refratário e óbito. Conclusão: A SAM no curso do LES tem elevada
morbimortalidade. A semelhança clínico-laboratorial com os sintomas do LES e a falta de acesso a alguns exames resultam em
retardo diagnóstico. Na presente casuística, a infecção sobressai
como principal deflagrador e causa de morte, o que deve servir de
alerta na abordagem desses pacientes.
SÍNDROME DE ATIVAÇÃO MACROFÁGICA: MANIFESTAÇÃO
INICIAL RARA NO LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO JUVENIL
Caio Bosquiero Zanetti, Camila Nobre Bulhoes,
Jobson Lopes de Oliveira, Renata Casseb de Souza,
Eduardo Ferreira Borba Neto, Rosa Maria Rodrigues Pereira
Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (HC-FMUSP),
São Paulo, SP, Brasil
Introdução: A síndrome de ativação macrofágica (SAM) é um distúrbio raro dos macrófagos por produção maciça de citocinas e
fagocitose de elementos da medula óssea. Pode ser primária ou
secundária a doenças autoimunes. É associada à artrite idiopática juvenil (AIJ), porém, cada vez mais descrita no lúpus eritematoso sistêmico juvenil (LESJ). Descrição do caso: Paciente de
15 anos com adenomegalia, febre, artralgia, dor torácica e confusão, além de pancitopenia, FAN positivo, hipocomplementenemia e proteinúria. Feito o diagnóstico de LES. Havia elevação
de LDH, ferritina, triglicérides e transaminases. No aspirado de
medula óssea havia eritrofagocitose e plaquetofagocitose por
macrófagos, achados compatíveis com SAM. Iniciado metilprednisolona com melhora inicial. Após 20 dias, apresentou insuficiência respiratória, renal e cardíaca com hemorragia alveolar e
coma atribuídos à atividade inflamatória do LES e SAM, necessitando de ventilação invasiva e suporte hemodinâmico. Iniciada imunoglobulina humana e ciclofosfamida, com melhora
gradual e alta médica após 60 dias de internação. Discussão: A
SAM é uma condição rara que pode provocar falência múltipla de
órgãos. Das doenças autoimunes, existe descrição da associação
com LES, com prevalência 0,9 e 4,6%. Embora não existam critérios diagnósticos definitivos para a SAM no LESJ, o aspirado de
medula óssea é de grande valia. Existe a hipótese de que SAM no
início do LES seja desencadeada pela própria doença. Pela raridade, o tratamento é ainda controverso, com relatos de resposta
à metilprednisolona e ciclosporina A e utilização de imunoglobulina humana, globulina anti-timócitos, etoposídeo e anti-interleucina 1 Anti-CD20 para casos refratários. Os autores chamam a
atenção para a associação do LES que, embora rara, é grave e deve
ser rapidamente identificada.
S92
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SÍNDROME DE ENCEFALOPATIA POSTERIOR REVERSÍVEL (PRES)
EM PACIENTE COM lúpus ERITEMATOSO SISTÊMICO (LES)
Alvaro Henrique Neto, Barbara Seabra Carneiro,
Carlos Eduardo Kameki Sato, Flavio Falcao Lima de Souza,
Lygia Peloso Reis e Passos, Monica Rossatti Molina,
Raquel Vieira Dias, Thaise Oliveira Quaresma
Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (HCRP), Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil
Introdução: A PRES é uma desordem neurológica com manifestações clínicas variadas, entre elas cefaleia, vômitos, alteração da
consciência, distúrbios visuais e crises convulsivas. Dois terços
dos pacientes apresentam variação dos níveis pressóricos associada. O mecanismo patogênico aventado é a disfunção endotelial precipitada por inúmeros fatores, incluindo eclampsia, uremia, agentes imunossupressores, sepse e doenças autoimunes,
como o LES. O diagnóstico é baseado nos achados clínicos e de
neuroimagem, após exclusão de diagnósticos diferenciais mais
comuns. A ressonância mostra envolvimento bilateral e simétrico
de re­giões cerebrais posteriores, particularmente do lobo parietoccipital. Descrição do caso: FRL, 21 anos, sexo feminino, história de rash malar, fotossensibilidade, úlcera oral, alopécia, elevação de níveis pressóricos e crise convulsiva inédita, internada para
investigação, apresentava anemia hemolítica, hematúria e leucocitúria, hipocomplementenemia, proteinúria de 3,1 g/24 h, FAN 1: 200
nuclear homogêneo, antiDNA e antiRO reagentes; antiHIV, HBsAg e
antiHCV não reagentes; análise do líquor não demonstrou alterações significativas; ressonância de encéfalo evidenciou hiperintensidade em lobo parietoccipital, tendo diagnóstico de LES associado
à PRES. Paciente submetida a pulsoterapia com ciclofosfamida e
metilprednisolona devido ao acometimento renal e neurológico,
não tendo apresentado novas crises convulsivas. Discussão: Há
52 casos relatados de PRES em pacientes com LES. Em mais 80%
dos casos foi evidenciada hipertensão arterial sistêmica. Portanto,
é difícil afirmar que esse acometimento é mais frequente no LES,
pois há outros fatores de risco associados. Porém, pacientes com
evidência de atividade de doença (altos valores de SLEDAI) parecem ter maior suscetibilidade à PRES. Não há tratamento específico. Controle pressórico e eliminação de causas subjacentes resultam em resolução do quadro se instituídos precocemente.
SÍNDROME DE ROWELL: RELATO DE CASO
Alvaro Henrique Neto, Barbara Seabra Carneiro,
Carlos Eduardo Kameki Sato, Flavio Falcao Lima de Souza,
Lygia Peloso Reis e Passos, Monica Rossatti Molina,
Raquel Vieira Dias, Rodrigo de Oliveira, Thaise Oliveira Quaresma
Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (HCRP), Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil
Introdução: A síndrome de Rowell foi inicialmente descrita em 1963,
por Rowell e colaboradores, como a associação entre lúpus eritematoso sistêmico (LES) e eritema multiforme. Os achados histológicos
incluem: alterações na zona de interface, com queratinócitos apoptóticos, similar ao visto no eritema multiforme, e infiltrado linfocitário
perivascular superficial e profundo com mucinose intersticial, o que
é característico de dermatite lúpica. Descrição do caso: Paciente de
46 anos, sexo feminino, com o diagnóstico de LES desde 2002, critérios: fotossensibilidade, anemia hemolítica autoimune, nefrite lúpica
classe 5, FAN, anti-DNA, anti-SM. Estava em uso de micofenolato de
mofetil 2 g/dia, hidroxicloroquina 400 mg/dia e prednisona 5 mg/dia.
Há 3 meses, iniciou quadro de lesões cutâneas pleomórficas na face,
orelhas, braços, antebraços, colo e mãos (inclusive palmas). As lesões
se apresentavam como máculas eritematosas, por vezes com crostículas e exculcerações, e outras como lesões em alvo. Optou-se por
realização de biopsia de pele, com o resultado indicando epiderme
com degeneração vacuolar da camada basal; derme com infiltrado
inflamatório linfo-histiocitário; e mucina intersticial abundante. A
hipótese feita, então, foi de síndrome de Rowell. Iniciado tratamento
com metilprednisolona 1g mensal, por 3 meses, associado a doses
regressivas de prednisona (iniciado 0,5 mg/kg/dia) e metotrexate 15
mg/semana. Houve melhora importante do quadro, com regressão
completa das lesões após o terceiro mês de tratamento. Discussão:
No caso relatado, apresentamos uma paciente com características
clínicas e histopatológicas de síndrome de Rowell. Trata-se de uma
entidade rara na prática clínica e com controvérsias quanto a sua
real existência, visto que não existem achados singulares que a distinguem, podendo se tratar de uma variante de lúpus cutâneo. O tratamento instituído com corticoide em altas doses associado a metotrexate se mostrou eficaz, corroborando a literatura atual.
TEMPO MÉDIO DE DIAGNÓSTICO EM RELAÇÃO À
RENDA FAMILIAR MENSAL MÉDIA DE PACIENTES
PORTADORES DE LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Ana Karolina Gama de Holanda, Melissa Machado Lima,
Stephany Ohana Soares de Azevedo Pinto,
Ana Karla Guedes de Melo, Danielle Christinne Soares Egypto de Brito,
Alessandra Sousa Braz C. Andrade, Eutília Andrade de Medeiros Freire
Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), Universidade Federal da Paraíba
(UFPB), João Pessoa, PB, Brasil
Objetivo: Analisar o tempo transcorrido desde o primeiro sintoma
até o diagnóstico de lúpus eritematoso sistêmico (LES) em pacientes acompanhados no ambulatório de reumatologia de um hospital universitário e avaliar a interferência da renda familiar mensal
nesse contexto. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional, exploratório e transversal, cujo espaço amostral foi constituído
por 150 pacientes deste ambulatório diagnosticados com LES. Para
a coleta de dados, foi utilizado um questionário criado pelos autores, baseando-se em estudos publicados na literatura. Resultados:
Do total de pacientes entrevistados, 96,67% eram do sexo feminino
e 3,33% do sexo masculino. Com relação à renda familiar mensal,
63,09% dos pacientes apresentavam renda de 1 a 3 salários mínimos; 32,21% de até 1 salário; e 4,70% de 4 a 10 salários mínimos.
Quanto ao tempo médio de diagnóstico, 64,43% dos pacientes foram
diagnosticados em um tempo menor ou igual a 1 ano; 18,12% entre
1 e 3 anos; 5,37% entre 3 e 5 anos; e 12,08% maior ou igual a 5 anos.
Analisando o tempo médio de diagnóstico em relação à renda familiar mensal média, verificou-se que, dos pacientes que apresentavam renda de até 1 salário, 62,5% apresentaram tempo de diagnóstico menor ou igual a 1 ano e 37,48% maior que 1 ano. Daqueles com
renda entre 1 e 3 salários, 65,95% apresentaram tempo de diagnóstico menor ou igual a 1 ano e 34,03% maior que 1 ano. Dos pacientes
com renda entre 4 e 10 salários, 57,1% apresentaram tempo de diagnóstico menor ou igual a 1 ano e 42,77% maior que 1 ano (p > 0,05).
Conclusão: Os dados obtidos demonstram que não houve diferença
significativa entre o tempo de diagnóstico dos pacientes com LES em
relação à renda familiar mensal média. Tendo em vista as amplas
possibilidades de apresentação do LES, tais resultados ratificam a
dificuldade enfrentada para diagnosticar tal doença, independentemente da condição socioeconômica do paciente.
TROMBOCITOPENIA REFRATÁRIA EM PACIENTE LÚPICO
SECUNDÁRIA A MIELODISPLASIA: RELATO DE CASO
Camila Zubeidi Teixeiraa, Juliana Amaral Rebouças Moreirab,
Nicolle Diniz Linharesc, Antônio Carlos Ximenesd,
Eleusa Fleury Taveirad, Fabia Mara Gonçalves Prates de Oliveirac,
Claudia Maria Rassib, Marcelo Pimentaa
Hospital Regional de Taguatinga (HRT), Brasília, DF, Brasil
Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), Goiânia, GO, Brasil
Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil
d
Hospital Geral de Goiânia Alberto Rassi, Goiânia, GO, Brasil
a
b
c
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Introdução: A trombocitopenia pode estar associada a várias condições clínicas, sendo definida como contagem plaquetária abaixo
do limite da normalidade (< 150.000 mm3). Gestação, doença hepática crônica, hiperesplenismo, trombocitopenia imune, desordens reumatológicas, desordem plaquetária congênita, medicações, álcool, deficiência de nutrientes, malignidade e desordem da
medula óssea são causas conhecidas de plaquetopenia. Relato de
caso: Paciente do sexo feminino, 49 anos, com diagnóstico de lúpus
eritematoso sistêmico (LES) em dezembro de 2013, com manifestação inicial cutânea, articular e plaquetopenia tratada com corticoesteroides orais, imunossupressores orais, pulsoterapia com metilprednisolona e ciclofosfamida, imunoglobulina humana venosa e
rituximabe. Manteve-se refratária, sendo internada em dezembro
de 2015 com plaquetas de 8.000 mm3 e sangramento ativo. Realizada biopsia de medula óssea, mostrando hipocelularidade da
série megacariocítica, compatível com síndrome mielodisplásica
de única série. Paciente encaminhada ao serviço de hematologia para tratamento ambulatorial. Conclusão: Anormalidades na
formação dos elementos celulares do sangue são manifestações
comuns nos pacientes com LES. Plaquetopenia moderada (100.000
a 150.000 mm3) é encontrada em 25 a 50% dos pacientes, enquanto
contagem menor que 50.000 mm3 ocorre em menos de 10% destes. As síndromes mielodisplásicas compreendem um grupo heterogêneo de desordem maligna hematopoiética, caracterizado por
displasia e produção ineficaz das células sanguíneas. Podem ser
primárias ou ocorrer após exposição à terapia potencialmente
mutagênica. Podem causar trombocitopenia em 25% dos pacientes, porém, isoladamente é rara. O diagnóstico deve ser considerado em qualquer paciente com citopenias inexplicáveis. Portanto,
alerta-se sobre a importância de se buscar uma etiologia para os
sinais e sintomas clínicos, pois muitos deles podem indicar doenças cujo diagnóstico pode alterar o prognóstico do paciente.
TROMBOSE E SUAS ASSOCIAÇÕES EM LÚPUS ERITEMATOSO
SISTÊMICO SEM SÍNDROME DO ANTICORPO ANTIFOSFOLÍPIDE
Damaris Ott, Thelma Larocca Skare
Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, Curitiba, PR, Brasil
Objetivo: Descrever a prevalência de eventos trombóticos em LES
com e sem SAF e sua associação clínica e laboratorial em pacientes
de um hospital universitário. Métodos: Análise de 254 pacientes
com LES. Selecionados por ordem de chegada em consulta, incluiu-se pacientes com mais de 6 meses de diagnóstico e com critérios
para LES pelo ACR e excluiu-se as trombofilias. Dados coletados:
Gênero, idade, etnia, idade ao diagnóstico e história de tabagismo,
fotossensibilidade, aftas, rash malar, lúpus discoide, artrite, serosite,
nefrite, Raynaud, convulsão, psicose, acidente vascular encefálico
(AVE) e trombose. Entre os dados laboratoriais: citopenias, anemia
hemolítica, coombs direto, VDRL e perfil de autoanticorpos (FAN,
fator reumatoide, perfil ENA, anticardiolipinas e anticoagulante
lúpico). Foram classificados como tendo ou não SAF. No grupo
com trombose, coletaram-se dados do momento da trombose:
C3, C4, SLEDAI e medicações. No grupo sem trombose, foram
registrados C3, C4 e medicações na última consulta. Resultados:
Dos 247 pacientes, 36 (14,5%) apresentaram trombose, sendo destes 17 (47%) com SAF e 19 (53%) sem SAF. Os pacientes com LES sem
SAF foram divididos em 2 grupos: com e sem trombose. Em análise com regressão logística encontrou-se associação independente
com serosite (p = 0,0051), C4 (p = 0,0142), AVE (p = 0,0038) e uso de
antimalárico como fator protetor (p = 0,0002). Em nova avaliação,
o grupo com trombose foi dividido em com e sem SAF, mas não
houve diferenças estatisticamente significantes em nenhuma das
variáveis estudadas. No momento da trombose, 4/22 (18%) tinham
SLEDAI < 4, caracterizando doença controlada, e 18/22 (82%) SLEDAI
> 4 com doença em atividade. Conclusão: A prevalência de eventos trombóticos na população local de LES foi 14,5% e, destes, 53%
S93
não tem SAF. A trombose tende a ocorrer em pacientes com serosite, C4 baixo e AVE, e o uso de antimaláricos é um fator protetor.
No momento da trombose, 82% se apresentam com LES em atividade pelo SLEDAI.
TROMBOSE VENOSA CEREBRAL NO SEIO TRANSVERSO E
SIGMOIDE EM PACIENTE COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
Pedro Alves Feitoza Neto, Jonathan Weslley Pinto Soares,
Roberta Rodrigues de Lima, Pamella Fonseca Barbosa,
Gabriela Fragoso de Oliveira, Roberta Vilela Lopes Koyama,
Gilberto Toshimitsu Yoshikawa
Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém, PA, Brasil
Introdução: O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença
inflamatória crônica, multissistêmica, de causa desconhecida e
com manifestações clínicas polimórficas. Eventos tromboembólicos são complicações pouco comuns dessa doença, sendo a trombose do seio venoso transverso e sigmoide eventos raros. Relato de
caso: Paciente do sexo feminino, 20 anos, com diagnóstico de LES
há 7 anos foi internada em 2011 com edema nos membros inferiores e proteinúria de 8 g/24 h. Exames mostraram FAN pontilhado
grosso (1/640) e pontilhado fino (1/640), anti-SSA/RO e anti-SSB/LA
positivos, anti-SM, anti-DNA e anti-CCP negativos, CH50 de 190, C3
144, C4 13,9, creatinina de 1 e ureia 40 mg/dL, anticardiolipina IgG e
IgM negativas, anticoagulante lúpico negativo, pesquisa de deficiência de proteína C, S, antitrombina e fator V de Leiden negativos.
Ecocardiograma mostrou discreta regurgitação mitral. Em 2012,
apresentou cefaleia persistente e nada foi diagnosticado. 2 anos
depois, a paciente relatou cefaleia frontal forte, fotofobia e diplopia. A RNM evidenciou presença de trombo no seio venoso transverso e sigmoide, proteinúria de 3872 mg/24 h e albuminúria 3+/4+.
Na ocasião, a paciente foi internada e iniciou tratamento com
heparina de baixo peso molecular seguida de anticoagulante oral
e pulsoterapia mensal com metilprednisolona associada à azatioprina, porém, evoluiu com piora da proteinúria (7,549, 2 mg/24 h).
Foi introduzido micofenolato de mofetila 3 g/dia, mantida corticoterapia sistêmica e hidroxicloroquina 400 mg/dia. Angiorressonância de controle com ausência de trombo e as anticardiolipinas
negativas. Atualmente, a paciente está fora de atividade da doença,
sem queixas de cefaleia e com proteinúria de 24 h de 40 mg, em
uso de hidroxicloroquina 400 mg e micofenolato de mofetila 3g/
dia. Discussão: A trombose venosa cerebral associada ao LES é um
evento raro e com repercussões importantes, e deve ser lembrada
no diagnóstico diferencial nos pacientes com LES que evoluem
com cefaleia persistente.
TUBERCULOSE EXTRAPULMONAR ATÍPICA EM
PACIENTES COM lúpus ERITEMATOSO SISTÊMICO
Iza Melo Dantas, Regina Adalva de Lucena Couto Océa,
Patricia Fontes de Santana Ferreira, José Caetano Macieira,
José Bruno Costa de Jesus, Ana Carolina Vilhena de Melo,
Mônica Valéria Siqueira Santana de Vechi,
Blenda Hilíria de Sousa Dias, Lina Oliveira de Carvalho
Hospital Universitário, Universidade Federal de Sergipe (UFS), Aracaju, SE, Brasil
Introdução: As infecções oportunistas são frequentes nos pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES), principalmente pelo
Mycobacterium tuberculosis, com predomínio das formas extrapulmonares. Destas, os principais sítios são miliar, pleural, genitourinário e ganglionar, sendo o laríngeo e o mamário mais raros.
Relatamos aqui casos em pacientes com LES e tuberculose (TB)
extrapulmonar atípica. Caso 1: Paciente do sexo masculino, 26
anos, com diagnóstico de LES há 6 anos e nefrite há 9 meses,
S94
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
em uso de prednisona 40 mg/dia e ciclofosfamida venosa, com
quadro de orquiepididimite bacteriana refratário à antibioterapia evoluiu com orquiectomia à direita, abscessos cerebrais,
cerebrite e óbito. Exame anatomopatológico da orquiectomia de
orquiepididimite tuberculosa. Caso 2: Paciente do sexo masculino, 63 anos, com diagnóstico de LES e nefrite há 10 anos, em
uso de prednisona 10 mg/dia e azatioprina 100 mg/dia há 5 anos.
Há 6 meses, evoluiu com rouquidão e, há 3 meses, com disfagia.
A videolaringoscopia evidenciou lesão branca e plana em supraglote esquerda. Realizou biopsia com exame anatomopatológico de TB laríngea. Tratamento com RIPE por 6 meses. Caso 3:
Paciente do sexo feminino, 32 anos, com diagnóstico de LES há 2
anos, em uso de prednisona 20 mg/dia e azatioprina 100 mg/dia
há 1 ano, evoluiu com rouquidão há 3 meses. Após videolaringoscopia que evidenciou lesão em laringe, realizou-se biopsia com
exame anatomopatológico de TB laríngea. Foi prescrito RIPE por
6 meses. Caso 4: Paciente do sexo feminino, 40 anos, com diagnóstico de LES e nefrite há 8 anos, em uso de prednisona 10 mg/d
e azatioprina 50 mg/dia há 4 anos, com nódulo mamário e mastite direita há 2 meses. Drenagem com cultura positiva para TB.
Foi realizado tratamento alternativo por 14 meses (intolerância à
rifampicina). Discussão: Devido ao caráter autoimune e consequência do tratamento imunossupressor, a pesquisa de TB é de
grande relevância em pacientes com LES. Ressaltamos nesse trabalho a importância do exame anatomopatológico e a suspeição
nas formas atípicas.
USO DO CA-125 PARA DIAGNÓSTICO E
SEGUIMENTO DE ASCITE LÚPICA
Thasciane Duarte Meda Mason,
Renata Dotto de Rosis, Eduardo Candido Ferreira,
Ana paula Antunes, Marcos Renato de Assis
Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA), Marília, SP, Brasil
Introdução: O lúpus eritematoso sistêmico (LES) exibe serosite
em cerca de 16% dos pacientes, mas raramente leva à ascite. O
CA-125 é um biomarcador usado para seguimento de massa pélvica e neoplasia ovariana que pode se elevar em condições benignas, incluindo doenças autoimunes. Descrição do caso: Relatamos aqui o caso de uma jovem de 17 anos que apresentou
dispneia, fadiga e adinamia há 6 meses, evoluindo com ascite
volumosa. Os exames mostraram ascite, hepatomegalia, derrame
pleural e pericárdico; FAN 1:160 pontilhado fino, anticoagulante
lúpico reagente, C4 15 mg/dL (VR: 17-52), CA-125 371U/mL (VR <
35); sorologias e imuno-histoquímica pleural e hepática negativas
para infecção e neoplasia. Foi prescrito prednisona 1 mg/kg/dia e
hidroxicloroquina 400 mg, porém, foi mantido derrame pleural,
piorou a ascite e edema de membros inferiores, mantendo CA-125
elevado (431U/mL). Após 1 mês, foi feita metilprednisolona 1g/3d,
sem melhora. A TC descartou trombose de veia porta e neoplasia.
Discussão: As manifestações gastrointestinais são raras e apenas 10% das peritonites são clinicamente perceptíveis. A ascite
no LES pode decorrer de hipertensão portal ou doenças do peritônio. Deve-se excluir neoplasias peritoneais e hepática, peritonite
infecciosa, síndrome nefrótica e desnutrição grave. O prognóstico
é bom, com resposta ao uso de AINEs ou corticosteroides, eventualmente imunossupressores. A literatura mostra relação positiva
entre CA-125 e tempo de duração e atividade no LES. Um estudo
chinês mostrou que CA-125 elevado se associou a serosite lúpica,
sendo presente em 100% com ascite e derrame pleural. O CA-125
acima de 38 KU/L mostrou boa acurácia para serosite lúpica. A
serosite é uma característica comum no LES, porém, a peritonite lúpica clinicamente detectável é rara e deve ser considerada
como diagnóstico de exclusão principalmente em relação a causas de ascite exsudativa. A forte relação do CA-125 com serosite
no LES pode auxiliar na investigação diagnóstica e seguimento.
VASCULITE MESENTÉRICA LÚPICA: RELATO DE CASO
Hugo Delon de Lima, Marcia Almendra Freitas Rolim,
Renan Mesel Correia, Aline Ranzolin, Fernando Viana Gurgel,
João Lucas Nunes de Barros, Bruna Pinheiro de Luca,
Laurindo Ferreira da Rocha Junior
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil
Introdução: A vasculite mesentérica lúpica (VML) é rara causa de
dor abdominal aguda no lúpus eritematoso sistêmico (LES), associada a náusea, vômitos e diarreia. Seu diagnóstico requer avaliação da parede e vasculatura intestinal por exames de imagem
(ultrassonografia, tomografia computadorizada – TC, ressonância
magnética, arteriografia) e/ou achados histopatológicos. Trata-se
de condição ameaçadora à vida, com alta letalidade. O presente
relato de caso descreve um paciente com VML. Descrição do caso:
Paciente do sexo feminino, 44 anos, lúpica, admitida com queixa
de disúria, oligúria, dor abdominal, vômito e diarreia por 8 dias. Na
ocasião, em uso de 40 mg/dia de prednisona, 150 mg/dia de azatioprina e 400 mg/dia de hidroxicloroquina. Ao exame, apresentava-se em estado geral regular, hidratada, corada, afebril. Sem alterações à ausculta respiratória ou cardíaca. Abdome flácido, doloroso
à palpação de hipogástrio. Iniciou ciprofloxacino para o tratamento
de infecção urinária e teve piora do quadro diarreico. Iniciado teste
empírico com metronidazol para colite pseudomembranosa, sem
melhora dos sintomas. Complemento consumido. Solicitada TC de
abdome com contraste, que mostrou edema de alças intestinais
(“sinal do halo”) e ingurgitamento dos vasos mesentéricos (“sinal
do pente”). Colonoscopia normal. Devido ao diagnóstico de arterite mesentérica aumentou dose de prednisona (1 mg/kg/dia) e fez
6 pulsoterapias mensais com ciclofosfamida (1g/mensal). Evoluiu
com melhora clínica (assintomática), laboratorial e radiológica. Em
programação de desmame da prednisona e terapia de manutenção
com azatioprina. Discussão: A VML é uma manifestação grave em
pacientes lúpicos, associada à alta mortalidade. Seus sinais e sintomas não são específicos, há a necessidade de investigação radiológica ou histopatológica para o diagnóstico precoce e tratamento
imediato com terapia imunossupressora. Tais condutas são decisivas para um bom prognóstico.
Área Temática: Osteoartrite
AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL DOS
PACIENTES IDOSOS COM OSTEOARTRITE DE
JOELHO E QUADRIL SEGUNDO O QUESTIONÁRIO
WESTERN ONTARIO AND MCAMASTER UNIVERSITIES
OSTEOARTTHRITIS INDEX (WOMAC)
Iasmin Cavalcante Machado, Pollyana Clara Gomes Silva,
Karla Valéria Miranda de Campos, Ana Karla Guedes de Melo,
Danielle Christinne Soares Egypto de Brito,
Alessandra Sousa Braz C. Andrade,
Eutília Andrade de Medeiros Freire
Centro de Ciências Médicas, Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa, PB,
Brasil
Introdução: A osteoartrite (OA) é uma doença articular que cursa
com insuficiência e degradação do tecido cartilaginoso, caracterizada por dor e limitação funcional que podem evoluir com diminuição da qualidade de vida dos seus portadores. Objetivo: Avaliar a capacidade funcional de pacientes idosos com OA de joelho
e quadril atendidos no ambulatório de reumatologia de um hospital universitário segundo o questionário Western Ontario and
McaMaster Universities Osteoartthritis Index (WOMAC). Metodologia: Estudo transversal prospectivo realizado com 55 pacientes
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com idade maior ou igual a 60 anos apresentando OA de quadril
e joelho, classificados de acordo com critérios do Colégio Americano de Reumatologia (ACR), no período de agosto de 2015 a maio
de 2016. A capacidade funcional dos mesmos foi avaliada pelo
questionário WOMAC, em sua versão traduzida e validada para a
língua portuguesa, o qual avalia a qualidade de vida e é específico
para pacientes com OA, apresentando três domínios: dor, rigidez
articular e incapacidade física. Resultados: A amostra foi composta por 55 idosos, sendo 98,2% do sexo feminino e apenas 1,8%
do sexo masculino. O estudo evidenciou maior ocorrência de dor
(moderada a muito intensa) ao subir e descer escadas (87,3%), ao
sentar e deitar (72,7%) e ao ficar em pé (72,7%); maior ocorrência
de rigidez matinal (81,8%) e após sentar-se, deitar-se ou descansar (60%); maior dificuldade ao descer escadas (85,4%), ao realizar tarefas domésticas pesadas (83,6%) e subir escadas (81,8%).
O número de comorbidades, o sedentarismo, o uso de dispositivos de auxílio à marcha, o acometimento bilateral e a obesidade foram associados ao pior desempenho no domínio funcionalidade. Conclusão: Este estudo, assim como outros trabalhos,
confirma que as atividades funcionais mais comprometidas nos
idosos com OA de joelho e quadril são as que envolvem a flexo-extensão e a descarga de peso na(s) articulação(s) afetada(s).
AVALIAÇÃO DO PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO
DOS IDOSOS COM OSTEOARTRITE ATENDIDOS NO
AMBULATÓRIO DE REUMATOLOGIA DO HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO LAURO WANDERLEY
Pollyana Clara Gomes Silva, Iasmin Cavalcante Machado,
Karla Valéria Miranda de Campos, Ana Karla Guedes de Melo,
Danielle Christinne Soares Egypto de Brito,
Esther Bastos Palitot, Alessandra Sousa Braz C. Andrade,
Eutília Andrade de Medeiros Freire
Centro de Ciências Médicas, Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa,
PB, Brasil
Introdução: A osteoartrite (OA) é o distúrbio articular mais
comum, podendo afetar 6 a 12% da população adulta e mais de
um terço das pessoas com mais de 65 anos. As articulações mais
afetadas são joelhos, mãos, quadris e coluna vertebral. Objetivo:
Avaliar o perfil clínico e epidemiológico dos idosos com OA atendidos no ambulatório de reumatologia de um hospital universitário. Metodologia: Estudo transversal prospectivo realizado em
88 pacientes com idade ≥ 60 anos com diagnóstico de OA atendidos no período de agosto de 2015 a maio de 2016. Avaliou-se a
presença de OA através dos critérios clínicos de classificação pelo
Colégio Americano de Reumatologia (ACR). Foram analisadas as
variáveis sexo, idade, localização da osteoartrose, queixa principal, uso de medicamentos e comorbidades associadas. Resultados: A amostra foi composta por 88 idosos, sendo 50 (56,8%) deles
na faixa etária de 60 a 69 anos; 29 (32,9%) dentro da faixa etária de
70 a 79 anos; e 9 (10,2%) com idade ≥ 80 anos. Quanto ao gênero,
97% eram do sexo feminino e 3% do sexo masculino. As queixas
mais comuns foram dor articular do tipo protocinética (94%) e
rigidez matinal com duração menor que 30 minutos (88%), sendo
o joelho a articulação mais acometida (78% dos pacientes). Os
medicamentos mais usados eram analgésicos (96%) e anti-inflamatórios (90%). Das comorbidades associadas aos pacientes com
OA, as mais comuns eram hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus tipo II e sobrepeso. Conclusão: A osteoartrite foi mais
comum nos indivíduos do sexo feminino; o joelho, a articulação
mais acometida; e dor, a queixa principal mais comum. Devido
à alta ocorrência de OA na população idosa e a sua relação com
idade avançada, excesso de peso e presença de comorbidades que
a agravam, atividades de prevenção e a prática de atividades físicas devem ser incentivadas.
S95
EVIDÊNCIAS DA DOENÇA REUMATOLÓGICA NAS
MÃOS DO ARTISTA MICHELANGELO BUONARROTI
Monique Almeida Vaz, Natália Pierdoná,
Fernanda Caroline Moura Garcez, Mariana de Oliveira Lobo,
Armando José China Bezerra, Lucy Gomes
Universidade Católica de Brasília (UCB), Brasília, DF, Brasil
Objetivo: Delinear as evidências presentes na literatura que discutem sobre a doença reumatológica que acometeu o artista
Michelangelo Buonarroti (1511-1574). Metodologia: Realizou-se um estudo de revisão sistemática da literatura com busca
em artigos científicos sobre as deformidades articulares em suas
mãos, que se basearam na análise de suas obras e cartas redigidas por ele, indexados nas bases de dados PubMed, BIREME
e SciELO, utilizando os descritores “Michelangelo Buonarroti”,
“rheumatic disease” e “hands”, no período de 2001-2016. Foram
obtidos 12 resultados, sendo todos incluídos no estudo. Resultados: Os estudos científicos descrevem as evidências da doença
reumatológica de Michelangelo e investigações recentes propõem
a osteoartrite degenerativa de suas mãos como um possível diagnóstico. O artista aparece retratado em três pinturas (60-65 anos)
com as articulações metacarpofalangeanas e interfalangeanas da
mão esquerda degeneradas. O achado é comparado com retratos
anteriores, em que suas mãos eram isentas de deformidades. A
doença levou-o a cessar o ato de escrever. Estudos iniciais atribuíam sua degeneração articular à gota. Sugere-se que as deformidades nas articulações em seu dedo polegar sejam nódulos
osteoartríticos em detrimento de tofos gotosos. A principal causa
relacionada à doença concentrou-se no ato de esculpir, corroborando com um fator de risco para osteoartrite: os traumas recorrentes. Além disso, a persistência do trabalho contínuo do artista
pode ter contribuído para a manutenção da sua funcionalidade
manual por longo período, visto que exercícios e fisioterapia auxiliam na prevenção da rigidez articular. Conclusões: Embora o
diagnóstico médico-artístico da osteoartrite de Michelangelo seja
especulativo, ele oferece uma explicação plausível para sua perda
de destreza manual na idade avançada. Novos estudos são necessários para investigar o impacto dessa doença reumatológica nas
obras do artista.
INTERNAÇÕES POR OSTEOARTRITE EM
2015 NO NORTE DO BRASIL
Nayara Mota Carvalho, Luna Varela do Carmo
Hospital de Base, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP), São José
do Rio Preto, SP, Brasil
Objetivo: Descrever a prevalência de osteoartrite em 2015
nos estados do Norte do Brasil. Metodologia: É um trabalho
transversal e descritivo. Para realização, foi utilizado o Sistema de
Dados do SUS (DATASUS), mantendo como descritor o período de
janeiro a dezembro de 2015, assim como a morbidade em questão
quanto ao número de internações. Foram pesquisados os dados
de cada um dos sete estados do Norte do Brasil. Resultados: Ao
todo, foram 406 internações por osteoartrite em 2015 nesta região.
O estado que mais notificou foi o Pará, com 192 casos (47,3%), com
destaque à capital. Em contraposição, o Amapá obteve o menor
número, com apenas 1 caso notificado. Em segundo lugar, com 75
casos (18,4%), o estado do Amazonas. Acre, Tocantins, Roraima,
Rondônia tiveram, respectivamente, 49, 28, 2, 59 internações pela
doença. Conclusão: A osteoartrite é a mais comum das afecções
reumáticas, pois atinge aproximadamente um quinto da população mundial, sendo considerada uma das mais frequentes causas
de incapacidade laborativa após os 50 anos de idade. Na região
Norte, constata-se elevada morbidade no estado do Pará e necessita de intervenção através de ações educativas, tendo em vista o
S96
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
crescente envelhecimento da população nacional e o surgimento
de novos casos.
OSTEOARTRITE SECUNDÁRIA À OCRONOSE
Max Victor Carioca Freitas, Priscila Dourado Evangelista,
Romano Bezerra Brasileiro, Natanny Moreira Araújo,
Mylena Pessoa Capistrano, Aline Araújo Menezes Moreira,
Pedro Rubens Araújo Carvalho, Amanda Ricarte Bezerra,
José Sávio Menezes Parente, Herivaldo Ferreira da Silva,
José Gerardo Araújo Paiva, Vanessa Beatriz de Vasconcelos Marques,
Francisco José Fernandes Vieira, Kathia Regina Bezerra de Oliveira,
José Djandir Costa Filho, Ana Paula Ximenes Alves,
Igor Santos Costa, Deborah Gonçalves, Leonardo Oliveira Cavalcante
Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil
Introdução: A alcaptonúria é um distúrbio genético, autossômico
recessivo do metabolismo da tirosina, caracterizado pela deficiência da enzima ácido homogentísico oxidase. A prevalência
é de 1:250.000. Predomina no sexo masculino e após 4ª década
de vida. Pode ser assintomática ou dar origem à ocronose (acúmulo de metabólitos do ácido homogentísico nos tecidos conectivos). Essa deposição leva a pigmentação cutânea e ocular, urina
escura, artropatia e alterações cardiovasculares. Descrição do
caso: Paciente do sexo feminino, 54 anos, apresentando fraqueza
e dor articular crônica nos joelhos, quadril e região lombar, de
caráter progressivo, com limitação das atividades cotidianas.
Além disso, apresentava urina de cor escura desde que nasceu. A
história familiar incluía casamento consanguíneo entre os pais e
uma filha com surdez congênita. Ao exame físico, observaram-se
manchas escuras na esclera, no pavilhão auricular externo e nas
mãos. A coluna vertebral apresentava-se com redução de mobilidade lombar e escoliose. Foram realizados exames laboratoriais, de imagem e biopsia cutânea das lesões pigmentadas, tendo
sido demonstradas anemia normocítica normocrômica ao hemograma, alterações radiográficas (redução difusa dos espaços intervertebrais com calcificações discais em múltiplos planos) e ocronose revelada em biopsia cutânea de fragmento retirado de lesões
em mãos. Paciente foi tratada com anti-inflamatórios durante o
internamento, apresentando melhora. Discussão: A artropatia
ocronótica acomete a coluna e as grandes articulações e representa causa rara de osteoartrite secundária. A coluna lombar é a
localização anatômica mais atingida. O acometimento espinhal
lembra o padrão encontrado na espondilite anquilosante, mas
difere do mesmo por poupar as articulações sacroilíacas. Calcificações dos discos interverterbrais são os achados na coluna. O
tratamento consiste na terapia padrão para osteoartrite e a substituição da articulação pode ser necessária.
Área Temática: Outras
ADENOCARCINOMA METASTÁTICO DE MANDÍBULA
ASSOCIADO À CÂNCER DE MAMA EM
PACIENTE COM ARTRITE REUMATOIDE
Karen da Silva Souza, Dayana de Azevedo Batista Gomes,
José Dias de Castro Araújo, Morgana Ohira Gazzeta,
Breno Valdetaro Bianchi, Dante Valdetaro Bianchi,
Washington Bianchi, Rodrigo Poubel V. Rezende, Fernanda Elias
Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Introdução: A disseminação metastática à cavidade oral é rara
e geralmente está associada a uma doença generalizada, com
sobrevida média de 7 meses. As lesões podem ser encontradas
em qualquer lugar na cavidade oral, sendo a mandíbula mais
frequentemente envolvida. Descrição do caso: M.C.A., 65 anos,
sexo feminino, branca, aposentada, solteira, natural de Minas
Gerais, portadora de artrite reumatoide, soropositiva há 10 anos
em remissão, usando Metotrexato 7,5 mg/sem, queixa-se que há
1 mês iniciou com aumento de mandíbula à direita após realizar canal dentário uma semana antes, com dor local que cessou
após uso de Clavulin® e anti-inflamatório. Foi solicitada tomografia computadorizada da face, que apresentou resultado compatível com neoplasia, com reação periosteal em “raios de sol”,
seguindo sob investigação e realização de dois histopatológicos da lesão, que diagnosticaram adenocarcinoma metastático,
tendo um deles apresentado como foco primário a mama e confirmado por Core Biopsy Mamária. Discussão: A mandíbula e a
boca são locais incomuns para metástase óssea, com cerca de
apenas 1% das neoplasias orais atribuídas a metástases. Os tumores primários que mais apresentam metástases orais são pulmão,
rim, fígado e próstata — em homens — e mama, órgãos genitais,
rim e colorretal — em mulheres. Os sintomas variam de acordo
com o local e se apresentam classicamente com dor, parestesia
e inchaço local. A patogênese da doença ainda é pouco conhecida, contudo, acredita-se que ossos com medula vermelha são
locais preferidos para depósito metastáticos. A mandíbula, especialmente em idosos, é desprovida de medula ativa, porém, restos hematopoieticamente ativos de medula podem existir nas
suas partes posteriores, os quais podem servir de nicho favorável
para atrair células tumorais metastáticas. Uma vez reconhecida
uma lesão metastática, o sítio primário deve ser identificado com
investigações clínicas, radiológicas e histopatológicas o mais precocemente possível.
AMILOIDOSE PRIMÁRIA COMO CAUSA DE INSUFICIÊNCIA
CARDÍACA COM FRAÇÃO DE EJEÇÃO PRESERVADA
Felipe Peixoto Nobre, Adan Hilley Vidal da Silva,
Ana Rivia Silva Jovino, Ana Larisse Veras Bezerra,
Eveline Taís Araújo Costa, Vicente Lopes Monte Neto
Santa Casa de Misericórdia de Sobral, Sobral, CE, Brasil
Introdução: A amiloidose primária é uma doença sistêmica que
acontece por deposição extracelular de proteínas fibrilares insolúveis principalmente no coração, rins e fígado, causando disfunção desses órgãos. É uma doença rara, com incidência anual estimada em 8 por milhão de habitantes. Deve ser considerada sempre
que houver causas inexplicadas para insuficiência cardíaca, síndrome nefrótica e hepatomegalia. O achado histopatológico da
amiloidose é a birrefringência verde-maçã à luz polarizada após
coloração com Vermelho Congo. Descrição do caso: Paciente de 53
anos, sexo masculino, foi recebido no Hospital Santa Casa de Misericórdia de Sobral, em setembro de 2015, com diagnóstico de insuficiência cardíaca, apresentando anasarca, ortopneia, dispneia ao
mínimo esforço (NYHA III) e dispneia paroxística norturna. Relatou piora progressiva há 1 mês da dispneia, iniciada há 4 meses,
e expectoração amarelada há 10 dias. Em uso de carvedilol, losartana e AAS, foi compensado e tratado com antibióticos. Episódio
de síncope há 1 mês. Ao exame físico: hipocorado, B4 à ausculta,
murmúrio vesicular abolido em bases e crepitações finas em ápices. Apresentava ascite e edema de parede abdominal e extremidades. Eletroforese de proteínas revelou redução da concentração
de albumina. Sumário de urina e proteinúria de 24 horas sem alterações. Descartada cardiopatia chagásica. ECG evidenciou bloqueio
de ramo direito. Ecocardiograma com fração de ejeção preservada,
disfunção diastólica grau III de padrão restritivo, derrame pleural
esquerdo e insuficiência mitral secundária. Biopsia de coxim adiposo revelou secções de tecido maduro exibindo entremeado de
material amorfo hialino que se cora de Vermelho Congo, compatível com amiloidose primária. Discussão: Insuficiência cardíaca
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restritiva por amiloidose primária sem alterações renais, hepáticas e neurológicas de evolução rápida com prognóstico reservado,
estimulando diagnósticos diferenciais para causas de insuficiência cardíaca.
APRESENTAÇÃO DO AMBULATÓRIO DE PULSOTERAPIA
DE UM SERVIÇO HOSPITALAR DE
BELO HORIZONTE-MG
Marina Lindstron Wittica Cerqueira,
Ludymila Sátyra Xavier de Araújo Assis, Luiz Severiano Ribeiro,
Rejane Pinheiro Damasceno,
Christiane Cota Vieira, Ana Maria São Thiago Santiago Bez,
Lucas Leonardo de Castro Borges
Hospital Governador Israel Pinheiro (HGIP), Instituto de Previdência dos Servidores do
Estado de Minas Gerais (IPSEMG), Belo Horizonte, MG, Brasil
Objetivo: Apresentar o perfil de um ambulatório de pulsoterapia
sob a visão de um residente de reumatologia do serviço. Metodologia: Realizada coleta de dados na forma de entrevista com o
paciente através de questionário e termo de consentimento informado, além de pesquisa de prontuário, durante um período de 18
meses. Resultados: No total, 42 pacientes foram atendidos durante
o período analisado, sendo 71,4% deles do sexo feminino. A idade
média dos pacientes foi 46,4 anos, variando de 15 a 74 anos. A maioria possuía Ensino Superior completo (45%) e renda mensal entre
2 a 5 salários mínimos (59,5%). As doenças compreenderam uma
variedade de enfermidades reumatológicas, sendo a de maior prevalência o lúpus eritematoso sistêmico com atividade renal (30%),
seguido de artrite reumatoide (23%). Além dessas, outras doenças
presentes foram: artrite idiopática juvenil, artrite psoriásica, esclerose sistêmica e CREST, síndrome anti-sintetase, síndrome de Sjögren, espondiloartrite juvenil e poliangeíte granulomatosa. As
medicações infusionais utilizadas incluíram ciclofosfamida, infliximabe, abatacepte, tocilizumabe, rituximabe e imunoglobulina. Os
principais efeitos adversos relatados foram náusea e vômito, especialmente nos pacientes submetidos a tratamento com ciclofosfamida. Não ocorreram, no período, reações infusionais adversas graves. Apenas um paciente, do grupo de artrite reumatoide, precisou
suspender o tratamento devido a alteração laboratorial (plaquetopenia) secundária ao tratamento. Conclusões: O ambulatório de
pulsoterapia do referido serviço abrange uma vasta gama de doenças reumatológicas, possibilitando grande experiência e aprendizado para o residente. Apesar de não terem ocorrido reações infusionais graves no período avaliado, sabe-se que essas são relatadas
na literatura, e o fato de o ambulatório funcionar em ambiente hospitalar proporciona maior segurança para os pacientes.
ASSOCIAÇÃO INUSITADA DE POLICONDRITE
RECIDIVANTE COM DOENÇA DE KIKUCHI E
DESORDENS AUTOIMUNES ÓRGÃO-ESPECÍFICAS
Camila de Lima Tostes, Lays Fernandes Mesquita,
Lidia Valente Dima, Thomas Carvalho da Silva,
Juliana da Silva Bemfeito de Moraes, Andrey Tonetto Barbosa,
Guilherme Lins Meira Quintão, Fernanda Seragioli,
Raissa Barbosa de Souza, Paulo Guilherme de Oliveira Barbalho,
Rina Dalva Neubarth Giorgi, Wiliam Habib Chahade, Nafice
Costa Araujo
Hospital do Servidor Público Estadual, São Paulo, SP, Brasil
Introdução: A policondrite recidivante (PR) é uma condição rara,
autoimune, caracterizada por recorrentes episódios de inflamação de estruturas cartilaginosas. Também pode acometer estruturas ricas em proteoglicanos, como olhos e ouvido interno. Aproximadamente 30% das PR apresentam associação com outras
S97
doenças autoimunes. A doença de Kikuchi (DK) é uma linfadenite
histiocítica necrotizante que pode ser preditora de autoimunidades. Descrição: RFN, sexo feminino, 45 anos, com antecedente
de diabetes mellitus tipo 1 de início tardio (LADA) e tireoidite
de Hashimoto (TH), iniciou quadro de pericondrite em pavilhão
auricular direito que poupava lobo da orelha, sinais de traqueíte
e costocondrite há 6 meses. Em 2014, apresentou surdez súbita
neurossensorial à direita e, em 2015, evoluiu com perda auditiva
à esquerda. Foi tratada como surdez autoimune, com altas doses
de corticosteroides (CE), ciclofosfamida e, posteriormente, etanercepte, sem sucesso. Foi realizado, então, diagnóstico de PR.
Houve resolução das condrites com CE. No entanto, paciente
manifestou linfonodomegalia retroauricular, cervical e supraclavicular bilateral de aspecto endurecido, móvel e doloroso, associado a febre e hepatoesplenomegalia. Biopsia de linfonodo revelou linfadenite necrotizante compatível com DK, com remissão
após 3 semanas. Há 3 meses, evoluiu com artrite em tornozelo
esquerdo, sendo iniciado tocilizumabe e seguiu assintomática
por 2 meses, quando apresentou episclerite em vigência de terapia anti-IL 6. Discussão: A PR é uma doença de diagnóstico difícil. O tempo médio para estabelecê-lo é de 2,9 anos. Esta paciente
demorou 2 anos entre o sintoma auditivo até o diagnóstico. Sabe-se que a PR associa-se a outras autoimunidades, como TH, o que
pode conferir pior prognóstico e refratariedade ao tratamento.
Aumento de linfonodos na PR é raro e geralmente associado a
linfomas. Na literatura, foi descrito um caso de DK associada a
LES e PR. Neste relato, apresentamos a associação inusitada de
PR, DK, LADA e TH.
CARACTERIZAÇÃO DA DOR EM MODELO DE LESÃO
PÓS-TRAUMÁTICA DO MANGUITO
ROTADOR EM CAMUNDONGOS
Christine Maria Muniz Silvaa, Rodolfo de Melo Nunesb,
Ana Carolina Matias Dinelly Pintob,
Virgínia Cláudia Carneiro Girãoc,
Anelise Maria Costa de Vasconcelos Alvesb,
Francisco Airton Castro Rochab
Departamento de Cirurgia, Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará
(UFC), Fortaleza, CE, Brasil
b
Departamento de Clínica Médica, Faculdade de Medicina, Universidade Federal do
Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil
c
Departamento de Morfologia, Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará
(UFC), Fortaleza, CE, Brasil
a
Introdução: Lesão do manguito rotador (LMR) é a lesão tendínea mais frequente em pacientes ortopédicos, responsável por
dor e limitação funcional dos ombros. O tratamento da dor em
LMR é insatisfatório, motivando intervenção cirúrgica nos casos
refratários. Inexistem modelos experimentais para estudo da dor
em LMR. Neste estudo, padronizamos um modelo experimental
para avaliar a hipernocicepção (dor) pós-LMR. Método: Grupos
de camundongos Swiss foram submetidos a incisão do deltoide
E para transecção do tendão do supraespinhoso (grupo LMR) ou
apenas do deltoide (sham). O ombro D, sem intervenção, foi controle. Avaliou-se a dor pelo teste de von Frey eletrônico, aplicado
na pata dianteira E, diariamente nos 15 primeiros dias e depois
2x/sem, até 49 dias. Grupos receberam indometacina (2 mg/kg,
sc), 1400W (1 mg/kg, sc; inibidor óxido nítrico sintase indutível),
morfina (1 mg/kg, sc) ou infliximabe (10µl, i.art.; anticorpo anti-TNF). Resultados: O grupo LMR desenvolveu hipernocicepção (p
< 0,01) em relação ao sham e controle, por até 49 dias. Indometacina, 1400W e morfina reduziram a dor significantemente (p <
0,05), mas infliximabe não. Conclusão: Essa é a primeira caracterização da hipernocicepção em modelo de LMR pós-traumática.
A dor é multimediada, com participação de produtos da cicloxigenase e óxido nítrico, além de opioides. O TNF não parece
mediar a dor nesse modelo de LMR. O padrão de lesão e resposta
S98
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a analgésicos clássicos mimetiza a lesão do ombro doloroso, possibilitando estudo da fisiopatologia da LMR.
CHIK-BRASIL – COORTE BRASILEIRA DE FEBRE
CHIKUNGUNYA COM MANIFESTAÇÕES ARTICULARES:
METODOLOGIA E RESULTADOS PRELIMINARES
Claudia Diniz Lopes Marquesa,
Nara Gualberto Cavalcantia, Aline Ranzolina, Mariana Lunaa,
Paula Tochea, Carolina Albanez de Albuquerque da Cunha Andradea,
Andrea Tavares Dantasa, Laurindo Ferreira da Rocha Juniorb,
Lilian David Azevedo Valadaresc, Ana Karla Guedes de Melod,
Pablo Gualberto Cardosoe, Kamilla de Melo Vilare,
Michelly Cristiny Pereirae, Moacyr Jesus Barreto de Melo Rêgoe,
Maira Galdino da Rocha Piitae, Angela Luzia Branco Pinto Duartea
Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), Recife, PE, Brasil
c
Hospital Agamenon Magalhães (HAM) , Recife, PE, Brasil
d
Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), Universidade Federal da Paraíba
(UFPB), João Pessoa, PB, Brasil
e
Laboratório de Imunomodulação e Inovação Terapêutica (LINAT), Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil
a
b
Objetivo: A coorte CHIK-Brasil está sendo desenvolvida para avaliar e
acompanhar os pacientes que apresentaram febre chikungunya (FC)
com manifestações articulares. Método: Estudo multicêntrico, composto por 8 centros no Brasil. População: Casos de FC que apresentam dor articular/ periarticular, associada ou não a edema, de início
ou piora significativa (nos casos de doença articular prévia) posterior
à síndrome febril aguda. Na avaliação inicial, são coletadas as variáveis de interesse do estudo e uma amostra de sangue, que é centrifugado e armazenado para as análises laboratoriais futuras. Resultados: Até o presente momento, foram incluídos 160 pacientes, a
maioria mulheres (78,1%), com média de idade de 54,39 (±13,54) anos;
70 (43,7%) apresentavam diagnóstico de doença reumatológica prévia, sendo a artrite reumatoide (15,0%) e a osteoartrite (12,5%) as mais
frequentes. O tempo médio de sintomas de FC foi de 12,4 (±12,26)
semanas no momento da inclusão no estudo; 82,5% apresentava
artrite, sendo mais frequente a forma poliarticular. A intensidade
da dor, mensurada por VAS, foi 6,34 (±2,58). Foi realizada a sorologia
para CHIKV em 90 pacientes. Destes, 77 apresentaram IgG positiva
(48,1%) e 52 (32,5%) foram positivos para IgM (ELISA, Euroimmun®);
foi observada associação significativa entre a persistência da positividade do IgM além de 12 semanas e o número de articulações dolorosas ao exame físico (p = 0,001). Não foram observadas complicações nos pacientes que faziam uso de imunossupressores ou drogas
modificadoras de doença, biológicas ou não biológicas, havendo uma
tendência de doença mais leve neste grupo de pacientes. Conclusão: Dados preliminares de infecção por CHIKV em população brasileira são semelhantes aos descritos em outras epidemias. Resultados
do acompanhamento da coorte serão importantes para entender e
melhor caracterizar o padrão articular em nossa região bem como o
comportamento do mesmo na vigência do uso de drogas biológicas.
CHIKUNGUNYA E VASCULITE: UMA RARA COMPLICAÇÃO?
Lilian David de Azevedo Valadaresa, Regina Coeli Maciela,
Aline Ranzolinb, Caroline Araújo Magnata da Fontea,
Carlos Alexandre Antunes de Britoc, Laurindo Ferreira da Rocha Juniord,
Ilzen Cibele Bezerra de Fariasb, Nathalia Silva de Moraisc
Hospital Agamenon Magalhães (HAM), Recife, PE, Brasil
Hospital Oswaldo Cruz (HUOC), Recife, PE, Brasil
c
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil
d
Instituto Materno Infantil de Pernambuco (IMIP), Recife, PE, Brasil
a
b
Introdução: A chikungunya foi chamada de “dengue-like fever”
em 1955 e descrito no leste da África, na fronteira da Tanzânia
e Moçambique, em 1952-53. O termo advém do dialeto local, o
Makonde, e significa “andar encurvado”, indicando a postura que
o paciente assume resultante do quadro articular. É causada por
um arbovírus do gênero Alphavirus da família Togaviridae. Existem critérios clínicos, epidemiológicos e laboratoriais para clas­
sificar em casos possíveis de acordo com as diretrizes da WHO.
Descriçao do caso: M.I.F.O., 61 anos, sexo masculino, apresenta
quadro de palidez aguda dos dedos das mãos, rash e artrite em
abril/16. Três meses antes, teve febre alta, rash e artrite generalizada, e foi dado o diagnóstico de chikungunya. Iniciada corticoterapia via oral com prednisona 1 mg/kg/dia. A despeito disso, o
paciente evoluiu em poucos dias com cianose do 4º quirodáctilo
esquerdo, sendo por isso instituída a corticoterapia sob a forma
de pulsoterapia, com metilprednisolona endovenosa 1g ao dia,
por três dias consecutivos. Trinta dias depois, o paciente reapareceu com piora do quadro de cianose nos dedos, para o qual foi
indicado a ciclofosfamida na dose de 1 mg/m2/dose endovenosa.
Discussão: A chikungunya caracteriza-se por febre, rash e artralgias/artrite, comumente seguidos de sintomas reumatológicos
persistentes. Apesar de ser uma doença beninga e raramente
fatal, surtos recentes com apresentações atípicas têm sido descritos como aquele das Ilhas Reunion. Foram observadas complicações tais como insuficiência respiratória, cardíaca e renal,
lesões dermatológicas, assim como complicações hemorrágicas
graves. Esse é um caso incomum de um paciente que desenvolveu uma provável vasculite P-ANCA negativo, FAN positivo IGM
E IGG positivas para chikungunya, refratária aos corticosteroides orais e endovenosos, que está atualmente em tratamento de
pulsoterapia com ciclofosfamida endovenosa, com aparente resposta clínica.
DE MÁRIO A NAVA: O FRACASSO DA LINGUAGEM NA DOR
Sandra Maximiano de Oliveira, Leopoldo Luiz dos Santos Neto
Hospital Universitário de Brasília (HUB), Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF,
Brasil
Objetivo: Estudar os determinantes socioculturais e psíquicos da
dor, importantes para uma melhor abordagem terapêutica, a partir da discussão sobre o assunto em cartas de Pedro Nava e Mário
de Andrade. Metodologia: Foram analisadas as correspondências
trocadas entre Mário de Andrade e Pedro Nava durante os anos
de 1925 a 1944 e realizada revisão da literatura sobre a história e
o aspecto biopsicossocial da dor. Resultados: Pedro Nava trocou
12 cartas com Mário de Andrade ao longo de dezenove anos. Conversavam sobre poesias, o Modernismo e a saúde de Mário. Mário,
portador de úlcera péptica e doença hemorroidária, sofria crises
álgicas intensas e dedicou-se a analisar literariamente os prismas
da dor sentida e os efeitos obtidos com o uso de opioide. Nava,
médico sensível e perspicaz, pioneiro na formação da reumatologia brasileira e grande responsável pela disseminação do estudo e
prática da especialidade pelo país, propôs que estudassem o papel
do gemido na dor por acreditar que, quem geme, hipoventila, e a
consequente hipercapnia seria analgésica. Percebe-se no diálogo
entre os dois o impacto de fatores socioculturais envolvendo a
percepção dolorosa. Embora muito se tenha avançado no entendimento de mecanismos fisiopatológicos e, portanto, na terapêutica da dor, esta permanece inadequadamente tratada, especialmente por desconhecimento médico e abordagens simplistas que
desconsideram o aspecto sociocultural da dor. Conclusões: Ao
longo das cartas percebe-se a amizade e grandiosidade literária
de ambos, além do cuidado de Nava com o ilustre escritor. Mário,
contudo, recusou o convite e Nava não seguiu adiante com a pesquisa sobre o gemido. Anos mais tarde, estudos mostraram que a
hipercapnia produz efeito antinociceptivo.
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DECISÃO COMPARTILHADA SOBRE A CONTINUIDADE DO
USO DE BIOLÓGICOS APÓS DESCOBERTA DE GESTAÇÃO
EM PACIENTES COM DOENÇAS REUMÁTICAS
Luciana Martins Trajano de Arruda,
Hellen Mary da Silveira de Carvalho, Fernanda Breder Oliveira Nadaf,
Fernanda Godinho de Amorim, Maíra Rocha Machado de Carvalho,
Vinicius Vidal de Menezes
Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), Brasília, DF, Brasil
Objetivos: Descrever e avaliar o quanto a decisão compartilhada
entre o médico assistente e equipe, juntamente com a paciente,
interferiu na decisão terapêutica quando o diagnóstico de gestação foi feito em vigência do tratamento com biológicos. Ressaltamos também as contraindicações e indicações da literatura sobre
o uso de biológicos em gestantes. Metodologia: Estudo transversal, descritivo e retrospectivo obtido através da análise de prontuário físico e eletrônico, no período de 2002 a 2016. As pacientes foram analisadas quanto ao diagnóstico reumatológico, idade,
biológico em uso no momento da descoberta da gravidez e decisão de suspensão ou manutenção de seu uso. Resultados: Dentro
de um grupo de pacientes acompanhados pelo mesmo médico
assistente por 14 anos foram diagnosticadas 5 gestações em 4
pacientes. Dentre os diagnósticos, 2 pacientes com espondiloartrites e 2 com artrite reumatoide, idades que variavam de 28 a 47
anos, em uso de adalimumabe, etanercepte e infliximabe. Dentre
as gestantes avaliadas, somente uma manteve o uso do biológico
após descoberta da gestação até o início do terceiro trimestre,
quando foi suspenso. Todas as pacientes receberam orientações
sobre o uso de biológicos em gravidez e tiveram considerado seu
livre arbítrio. Conclusões: Nas últimas décadas, tem se priorizado a medicina baseada em preferências quando a decisão de
um tratamento é compartilhada entre o médico e seu paciente. O
apoio dessa decisão deve conter um conteúdo atualizado, ser livre
de conflito de interesse, possuir uma análise real e equilibrada
quanto aos riscos e benefícios e, ao mesmo tempo, ser um tratamento eficaz. Apesar da segurança dos biológicos na gravidez ter
sido cada vez mais comprovada através de estudos clínicos e de
registros, a preferência da maioria de nossas pacientes foi pela
interrupção da medicação.
DISFUNÇÃO DO MEMBRO SUPERIOR EM PACIENTES
SUBMETIDAS A TRATAMENTO PARA CÂNCER DE MAMA
Thelma Larocca Skare, Joseph Jakobi, Pedro Gianello Labatut,
Jean Francisco
Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, Curitiba, PR, Brasil
Introdução: Uma das complicações do tratamento do câncer
de mama é a disfunção do membro superior, ipsilateral à cirurgia. Queixas de dor, edema, perda de função e rigidez do membro
não são raras. Objetivo: Estudar a função do membro superior de
pacientes submetidas a tratamento de câncer de mama em nossa
região. Métodos: Obtiveram-se dados epidemiológicos e quanto
ao tratamento realizado de 58 pacientes submetidas a tratamento
de câncer de mama. Estas pacientes também foram avaliadas
quanto a amplitude de movimentos do ombro, força de preensão palmar, grau de dor, presença de linfedema e função do membro superior pelo questionário DASH (Disability of the Arm, Shoulder
and Hand Questionnaire). Resultados: Das 58 pacientes analisadas,
29,3% foram submetidas a mastectomia e 82,7% a quadrantectomia; 82,7% a esvaziamento axilar níveis 1 e 2; e 17,2% a biopsia
de linfonodo sentinela. O tempo médio após a cirurgia foi de 2,8±
1,8 anos e radioterapia foi realizada em 91,2% da amostra. Neste
grupo de pacientes, 43,1% apresentavam perda de mobilidade do
ombro; 60,3% tinham prejuízo da força de preensão palmar do lado
operado em relação ao não operado; e 56,8% preenchiam critérios
S99
para linfedema. Os resultados do questionário de função da mão
se associaram positivamente com perda da flexão do ombro (p =
0,004) e dor (p < 0,0001) e negativamente com idade da paciente
em análise univariada (p = 0,007). Na análise multivariada, apenas a dor se correspondeu com perda de função do membro de
maneira independente. Não foi possível associar a perda de flexão
do ombro nem a dor com as variáveis de tratamento estudadas.
Apenas a perda de flexão mostrou uma tendência (p = 0,08) para
ser mais comum em pacientes submetidas a cirurgia radical. Conclusão: Existe alta prevalência de morbidade em membro superior
de pacientes submetidas a tratamento para câncer de mama. Dor é
a variável que se correlaciona de maneira independente com perda
de função do braço.
DOENÇA DE STILL DO ADULTO REFRATÁRIA
COM RESPOSTA AO ETANERCEPTE
Erick Cavalcanti Cossa, Fernanda Maria Borghi,
Felipe D. dos Santos, Bruna Burko Rocha Chu, Marcel Morsch,
Bruna Mayer, Bruno Queiroz Zardo, Marcelo Enokawa,
João Pedro Pereira da Cunha, Laura Giovanella, Eduardo S. Paiva,
Andreas Funke, Luiz Claudio da Silva
Serviço de Reumatologia, Hospital de Clínicas, Universidade Federal do Paraná (UFPR),
Curitiba, PR, Brasil
Introdução: A doença de Still do adulto (DSA) é uma doença autoinflamatória multissistêmica de etiologia desconhecida. Os autores
apresentam o relato de caso de uma paciente com DSA refratária
ao tratamento preconizado, não tolerando redução do corticosteroide, mas com boa resposta ao uso de etanercepte. Relato de caso:
Paciente do sexo feminino, 32 anos, iniciou com mialgia, poliartralgia, odinofagia e febre aferida de 39-40ºC (vespertina e noturna),
evoluindo com rash e fraqueza. Ao exame físico, observou-se
artrite de punhos, joelhos e rash evanescente no tronco. Exames
laboratoriais apresentaram leucocitose, sorologias virais, toxoplasmose e VDRL negativos, ferritina 1500 ng/mL (VR < 204), fator
antinuclear e fator reumatoide não reagentes. Realizado diagnóstico de DSA, iniciado prednisona 1 mg/kg e, na tentativa de redução da dose, manteve-se em atividade da doença, apesar da associação com metotrexato. Optou-se pelo início de etanercepte com
importante resposta clínica e resolução dos sintomas. Discussão:
A DSA é uma doença rara de igual relação entre os sexos e incidência bimodal. Estudos de imunopatologia mostram o papel de citocinas induzindo resposta Th1 na sua patogênese. A principal manifestação clínica é a febre diária, o rash é evanescente, de coloração
salmão em tronco e extremidades, artralgia e artrite, além de sintomas constitucionais. Não há um exame específico. Laboratorialmente, observa-se leucocitose, elevação de transaminases e hiperferretinemia. Para auxiliar o diagnóstico, é utilizado os critérios de
classificação de Yamaguchi. O manejo clínico DSA é extrapolado
do tratamento em crianças. Iniciando com anti-inflamatórios não
esteroidais seguido de corticosteroides. Se doses elevadas, utiliza-se o metotrexato, mas quando este não é suficiente para o controle da doença, as medicações anti-TNF mostram-se eficazes, com
preferência pelo infliximabe — mas o etanercepte pode ser utilizado como alternativa, com relatos de boa resposta clínica e redução progressiva do corticosteroide.
DOENÇA RELACIONADA A IGG4 CORTICODEPENDENTE:
EFICÁCIA DE ANTI-CD20
Debora Cordeiro do Rosário, Nicole Haddad,
Júlio Cesar Bertacini de Moraes, Leandro Lara do Prado,
Mauricio Levy-Neto
Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (HC-FMUSP),
São Paulo, SP, Brasil
S100
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Introdução: A doença relacionada a IgG4 (DRIgG4) é uma doença
multissistêmica, imunomediada, caracterizada pela formação de
lesões pseudotumorais com denso infliltrado linfoplasmocitário
rico em células produtoras de IgG4, associada à fibrose estoriforme
(padrão em roda de charrete convergente para foco central), flebite
obliterativa e por concentrações séricas elevadas de IgG41. Recentemente, passaram a ser reconhecidas como parte do espectro
da DRIgG4 várias doenças de órgãos isolados, como a pancreatite
autoimune do tipo 1, o tumor de Kütner e o pseudotumor de órbita.
Descrição do caso: Homem de 48 anos apresenta sintomas de cefaleia e diplopia há 7 anos, e evoluiu com proptose ocular direita há
3 anos. Ressonância magnética das órbitas evidenciou lesão sólida
expansiva intraconal e periorbitária direita. Submetido a biopsia,
esta revelou pseudotumor orbitário compatível com DRIgG4 pelo
perfil imuno-histoquímico. A despeito da corticoterapia por 2 anos,
recidivas sempre ocorreram durante as tentativas de redução das
doses do corticoide e efeitos colaterais se tornaram evidentes, dentre eles o diabetes mellitus. Foram associados sucessivamente diversos imunossupressores, como azatioprina, metotrexato e micofenolato de mofetil, mas não se logrou reduzir significativamente as
doses do corticoide. Devido à refratariedade da doença, foi indicado
rituximabe (RTX). Atualmente, com o paciente em completa remissão da doença, no segundo ciclo de RTX, finalmente se conseguiu
redução significativa da corticoterapia. Discussão: O tratamento da
DRIgG4 com glicocorticoides costuma apresentar resposta rápida e
eficaz. Alguns pacientes, entretanto, apresentam recidivas ao longo
do tempo. Para estes, o uso de imunossupressores pode auxiliar na
retirada do corticoide. Algumas séries de casos sugerem que a depleção de células B (RTX) inclui células plasmáticas produtoras de IgG4
e é uma 9estratégia eficaz na DRIgG43. A resposta obtida neste caso
corrobora esta sugestão da literatura.
DOENÇA REUMÁTICA CARDÍACA
Fernanda Croshes Siqueiraa, Felipe Fagundes de Britoa,
Eurico Del Fiaco Netob, Izabella Fernandes Viana Montechic,
Silvério Godoy Del Fiacod, Larissa Godoy Del Fiacod,
Amanda Ribeiro Godoy Bezzane
Faculdade de Medicina, Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto
Central (FACIPLAC), Brasília, DF, Brasil
b
Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), Brasília, DF, Brasil
c
Faculdade Medicina, Faculdade Atenas, Paracatu, MG, Brasil
d
Faculdade Medicina, Faculdade Alfredo Nasser (UNIFAN), Goiânia, GO, Brasil
e
Faculdade Medicina, Faculdade Presidente Antônio Carlos de Araguari (UNIPAC
Araguari), Araguari, MG, Brasil
o total de 30.000 novos casos de FR, dos quais aproximadamente
15.000 poderiam evoluir com acometimento cardíaco. O diagnóstico e o seguimento da cardiopatia pode ser realizado com auxílio
do ecocardiograma e o tratamento da doença se baseia em medidas
de suporte, tratamento da estreptococcia, uso de AINES, corticosteroides. Nos casos em que a insuficiência cardíaca já está instituída,
o tratamento deve ser direcionado à mesma.
DOR MUSCULOESQUELÉTICA EM BAILARINOS
Thelma Larocca Skare, Maria Angélica K. Diogo, Gabriel G. O. Ribas,
Claudine J. C. C. Burkiewicz, Thiago A. F. G. dos Santos
Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, Curitiba, PR, Brasil
Introdução: A dança é uma das formas mais primitivas de expressão artística. A busca pela perfeição pode causar ansiedade e levar
bailarinos a ultrapassar seus limites físicos com exercício extenuantes e posturas inadequadas. Objetivos: Avaliar a prevalência de sintomas dolorosos entre bailarinos profissionais e amadores. Métodos: Foram coletadas informações demográficas e acerca
de sintomas musculoesqueléticos em 150 bailarinos profissionais e
não profissionais de ballet, jazz e street dance, através do questionário Brief Pain Inventory – Short Form (BPI-SF), devidamente traduzido
e validado para o português. Comparam-se os dados de bailarinos
profissionais e não profissionais e de praticantes dos três estilos de
dança. Resultados: Encontrou-se dor musculoesquelética em 58,6%
da amostra, igualmente distribuída entre profissionais e amadores
(p = 0,19). Os locais mais afetados foram a região lombar (44%), cervical (25,3%) e dorsal (28,6%). Os locais de queixas musculoesquelética
foram iguais nos bailarinos profissionais e nos amadores. Bailarinos
de ballet clássico tinham mais dores em membros inferiores que os
de jazz e street dance (p = 0,05). Conclusão: Encontrou-se sintomatologia dolorosa em quase metade de amostra estudada, tanto em
bailarinos profissionais como amadores, bem como nos três estilos
de dança. O local mais afetado é a coluna lombar. A pratica do ballet
clássico está associada a dores em membros inferiores.
a
Objetivos: Traçar um perfil epidemiológico dos casos de doença reumática cardíaca (DRC), no Brasil, entre 2008 e 2015, quanto à região
e ao ano de registro. Metodologia: Estudo epidemiológico observacional, descritivo, retrospectivo, com abordagem quantitativa. Foram
analisados dados do DATASUS sobre casos DRC no Brasil, entre 2008
e 2015, quanto à região e ao ano de registro. Resultados: Foram notificados a nível nacional 11.765 registros de DRC no período. A região
Nordeste segue as proporções estatísticas nacionais, com 611 casos
da cardiopatia, 42% do total, seguida pelo Sudeste, com 36%; Centro-Oeste, com 145 (10%); Sul (7%); e Norte (5%). No período analisado, 2008 a 2015, uma variação significante foi observada, sendo no
ano de 2008, 1.329 casos de DRC, com aumento importante em 2009,
com 1.574 casos, seguido por uma queda não sustentada dos registros nos anos seguintes, em 2010 (1.417), 2011 (1.413), 2012 (1.495),
2013 (1.483), 2014 (1.586) e 2015 (1.468 casos de doença reumática
cardíaca). Conclusão: A DRC e a febre reumática (FR) são complicações tardias e decorrem de resposta imune à faringoamigdalite em
populações geneticamente predispostas. A FR afeta especialmente
crianças e adultos jovens e a mais temível manifestação é a cardíaca, que responde pelas sequelas crônicas — muitas vezes incapacitantes — em fases precoces da vida, gerando elevado custo social
e econômico. Estima-se que anualmente no Brasil ocorram cerca
de 10 milhões de faringoamigdalites estreptocócicas, perfazendo
ECTRODACTILIA: RELATO DE CASO
Felícia Maria Costa Neves da Rochaa,
Maria da Glória Costa Reis Monteiro de Barrosa,
Deivid Souza Sutti Lopesb, Lívia de Paiva Vardieroa,
Priscilla Damião Araújo de Limaa
a
b
Centro Universitário Serra dos Órgãos (UNIFESO), Teresópolis, RJ, Brasil
Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), São Paulo, SP, Brasil
Introdução: Ectrodactilia, termo usado como sinônimo da malformação (split-hand/ foot malformation – SHFM) com diferentes padrões
de hereditariedade, se refere à malformação “mãos e pés em garras-de-lagosta” propriamente dita. Descrevemos caso de ectrodactilia
que cursou com síndrome mielodisplásica (SMD), gota e trombose
venosa profunda (TVP). Descrição de caso: Homem pardo, 53 anos,
trabalhador rural de Teresópolis/RJ, desconhece parentes com deformidades ou história de consanguinidade. Foi internado devido a TVP
e após melhora com controle do INR. Houve reincidência da trombose e observada anemia macrocítica e dor nas mãos. Ao exame
físico, observou-se fáscies e antropometria atípicas, sem deformidades faciais ou déficits cognitivos; ectrodactilia nos 4 membros,
com sindactilias assimétricas, artrite nas mãos e tofo gotoso no
cotovelo direito; restante sem alterações. Exames mostraram anemia macrocítica normocrômica (blastos à hematoscopia); trombocitose (912.000 mm3); leucopenia e posterior leucocitose (sem desvio); VHS 150 mm1ah; sorologias negativas (HBV/HCV/HIV/VDRL);
autoanticorpos negativos. Biopsia medular revelou mielodisplasia.
Estudo genético não foi realizado devido às dificuldades da instituição de acesso à tecnologia. Paciente segue estável, em uso de
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warfarina, cursando com eventos esporádicos de artrite gotosa nas
mãos, que respondem a prednisona. Discussão: Ectrodactilia significa “dedo abortado”, enquanto sindactilia é a não separação da pele
entre os dedos, ou ainda entre os próprios ossos dos dedos (sinostose). Mãos e pés “em garras de lagosta” referem-se à perda dos raios
centrais com hipoplasia/ aplasia do 3º metacarpo e falanges, dando
lugar a fenda medial profunda. Consideramos o caso como portador
da SHFM isolada, já que a deformidade foi o único achado sindrômico, apesar da associação à gota, SMD e TVP. A raridade da SHFM
e as peculiaridades das demais manifestações clínicas constituíram
um desafio diagnóstico, ressaltando a necessidade de maiores discussões sobre estas malformações.
ERITEMA MULTIFORME INDUZIDO POR HIDROXICLOROQUINA
André Luis Bittencourt Morsch, Natália Sarzi Sartori,
Mariele Zardin, Marcus Barg Resmini, Manoela Fantinel Ferreira,
Ricardo Roitman Wolkind, Andrese Aline Gasparin,
Nicole Pamplona Bueno de Andrade, Damiê de Villa,
Charles Lubianca Kohem
Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil
Introdução: A hidroxicloroquina (HQN) é um antimalárico amplamente usado na reumatologia devido às suas propriedades imunomoduladoras, sendo em geral bem tolerado e com poucos efeitos
adversos, raramente graves. As reações adversas mais comuns são
as oculares, porém, não raramente os tratos gastrointestinal, neurológico e cutâneo são acometidos. O evento cutâneo mais encontrado é a hiperpigmentação, porém, podem ocorrer reações de
hiperssensibilidade. O eritema multiforme (EM) é uma desordem
imunomediada, caracterizada pelo surgimento abrupto de pápulas eritematosas que podem evoluir para lesões em alvo típicas ou
atípicas. Infecções por herpes simples e drogas estão entre os principais fatores precipitantes. Descrição do caso: Paciente do sexo
feminino, 74 anos, com poliartrite simétrica de pequenas articulações com início recente e mais de 6 semanas de evolução, VHS elevado, fator reumatoide, anti-CCP e sorologias virais não reagentes e
sem evidências de neoplasia, procura atendimento, sendo iniciado
HQN 400 mg/dia e prednisona 10 mg/dia. Duas semanas depois,
desenvolve extensas placas eritematoescamosas, algumas com
aspecto de alvo típico com centro eritematovioláceo, com acometimento concomitante de mucosas, sendo internada com suspeita
de farmacodermia e diagnosticada como eritema multiforme, confirmada através de exame anatomopatológico. Não havia evidências clínicas de insultos infecciosos antecedendo o evento. Manejada com aumento da prednisona para 60 mg/d e suspensão da
HQN, com boa resposta clínica, sendo reduzida lentamente corticoterapia para a dose basal. Discussão: Existem poucos relatos
descritos na literatura de acometimento cutâneo severo pela HQN,
sendo que encontramos registros referentes a apenas 4 casos de
eritema multiforme secundário à droga. Assim, relatamos um raro
evento associado a esta medicação, uma reação de hipersensibilidade em que mecanismos envolvendo imunidade celular e/ou
imunocomplexos podem estar envolvidos.
FRATURA DE ESTERNO SIMULANDO COSTOCONDRITE
Edson Pedroza dos Santos Juniora, Rafaela Alen Costa Freirea,
Daniela Maria Edilma Japiassu Custodiob, Fernando Sergio Lira Netoa,
Paulo Geovanny Pedreirac, Danilo Garcia Ruizc,
Daniela Alvim Franco Vieirac, Hugo de Carlos Maciel Rossonib,
Jacyanne Bessa Von Schwanera
Sociedade de Reumatologia do Tocantins (SORETO), Palmas, TO, Brasil
Hospital Geral Público de Palmas (HGPP), Palmas, TO, Brasil
Universidade Federal do Tocantins (UFT), Palmas, TO, Brasil
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Introdução: Dentre as principais patologias que cursam com dor
retroesternal temos as doenças pépticas, cardíacas e traumáticas.
A investigação ou a especialidade que conduzirá o caso será definida de acordo com tempo de evolução da queixa e outros sinais
e sintomas associados. Será relatado caso clínico de dor torácica
retroesternal aguda no qual a história clínica, exame físico e os exames complementares direcionou a pensar em hipóteses diagnósticas menos comuns. Descrição do caso: EVS, 45 anos, sexo masculino, HAS, DM, dislipidêmico e tabagista de longa data deu entrada
em um hospital público na cidade de Palmas-TO com queixa de
dor torácica com início após esforço físico, que piorava durante inspiração e melhorava com repouso. Há aproximadamente 20 dias,
após tentativa de suspender uma motocicleta de peso superior
ao seu próprio corpo, iniciou-se dor retroesternal aguda de forte
intensidade, apresentando melhora discreta após uso de anti-inflamatório não hormonal e repouso. Após endoscopia e eletrocardiograma sem alterações, o paciente foi avaliado por reumatologista e, ao exame físico, apresentava dor à palpação da porção
inferior do esterno. Por meio de radiografia e tomografia de tórax
constatou-se processo expansivo ósseo (lítico) em 2/3 inferiores do
esterno. Paciente foi submetido a biopsia da lesão que evidenciou
lesão lítica óssea cística associada à fibrose jovem de aspecto cicatricial sem malignidade. Discussão: A presença de comorbidades
associada à história da doença faz o clínico geral suspeitar, inicialmente, de uma síndrome coronariana. Porém, o exame físico bem
feito e exames de imagem poderiam ter solucionado o caso clínico
no início da internação. Com avaliação do reumatologista devido
à presença de costocondrite, identificou-se lesão óssea, afastando
posteriormente a possibilidade de lesão maligna pela biopsia de
esterno, achados que foram fundamentais para o desfecho do tratamento através de esternectomia parcial.
GRANULOMATOSE SARCOIDE NECROTIZANTE: UM
DESAFIO DIAGNÓSTICO COMPLICADO COM TEP
Bartira Souza Meloa, Ana Luiza Souza Pedreiraa,
Mittermayer Barreto Santiagob, João Carlos Coelho Filhoc
Santa Casa da Bahia, Salvador, BA, Brasil
Hospital Santa Izabel, Salvador, BA, Brasil
Instituto Brasileiro para Investigação da Tuberculose (IBIT), Salvador, BA, Brasil
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Introdução: A granulomatose sarcoide necrotizante (GSN) é uma
condição rara, de etiologia desconhecida, que envolve principalmente o parênquima pulmonar. Em 1973, Averill Liebow descreveu
11 casos de adultos com sintomas respiratórios e nódulos pulmonares cuja patologia revelou granulomas confluentes, necrose de
extensão variável, vasculite granulomatosa e presença de células
gigantes e linfócitos. Desde então, cerca de 135 casos foram descritos na literatura. O curso clínico e a resposta aos corticoides costumam ser favoráveis. Não está estabelecido se a GSN é entidade específica ou variante da sarcoidose nodular. Apresentamos um caso de
GSN complicado com TEP. Relato de caso: Paciente do sexo feminino,
43 anos, previamente hígida, com queixa de dispneia progressiva e
tosse seca esporádica há 2 anos, com piora há 1 mês. TC de tórax
revelou imagens nodulares, a maior medindo 2,7x1,4 cm em lobo
superior direito. Investigação laboratorial foi negativa para doenças infecciosas e autoimunes. Foi submetida a biopsia pulmonar por
toracoscopia complicada com hemotórax, sendo necessária abordagem aberta, que viu necrose pulmonar segmentar. Pesquisa de
BAAR, culturas para BK e fungo foram negativas. A histopatologia foi
de granulomatose angiocêntrica compatível com GSN. Nesse contexto, iniciou-se prednisona 1 mg/kg. TC de tórax de controle evidenciou redução das lesões nodulares. Após 3 meses, houve piora súbita
da dispneia, sendo diagnosticado TEP. Atualmente, mesmo com quadro inflamatório pulmonar controlado, paciente mantém dispneia,
devido à hipertensão pulmonar secundária. Discussão: Apesar do
diagnóstico histopatológico e curso clínico do caso serem sugestivos de GSN, a natureza dessa condição permanece controversa, pois
S102
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não está definido se representa vasculite necrotizante com reação
sarcoidótica ou sarcoidose com necrose de granulomas e vasos. Prevalece a hipótese da relação com sarcoidose nodular. Diagnosticar
essa doença é um desafio para clínicos, radiologistas e patologistas.
HIPERMOBILIDADE ARTICULAR E ANSIEDADE – REVISÃO
DA LITERATURA E APRESENTAÇÃO DE CASO CLÍNICO
Elizandra Tomazela L. Polito, Leticia Resende Brandao
Centro de Referencias de Especialidades (CRE), Hospital Metropolitano, Serra, ES, Brasil
Introdução: A hipermobilidade articular é uma condição geralmente hereditária, com padrão autossômico dominante e está
presente em aproximadamente 10-20% da população geral. A
síndrome de hipermobilidade articular (SHA) se caracteriza pelo
escore de Beighton (4/9) e artralgias por mais que 3 meses em 4 ou
mais articulações. A ansiedade vem sendo relacionada à hipermobilidade articular em vários estudos. Levando-se em consideração
que pacientes com dor musculoesquelética generalizada e distúrbios de ansiedade são frequentes no dia a dia do reumatologista,
o estudo da SHA deve ser mais incentivado para melhor abordagem, melhor compreensão da condição de dor crônica e suas consequências. Descrição do caso: Trata-se de uma mulher, 40 anos,
com poliartralgias, mialgias, fadiga crônica e luxação de quadril
direito. Tinha diagnóstico de fibromialgia e distúrbio de ansiedade, fazendo tratamento psiquiátrico com antidepressivos e atividade física regular, como hidroginástica, pilates e caminhadas.
Ao exame, apresentava bom estado clínico geral, sem artrites, sem
alterações de força muscular, mas com hipermobilidade articular,
alcançando 9 pontos da escala de Beighton, pele frouxa e estrabismo leve. Discussão: Essa paciente preenchia os critérios maiores para SHA. Apesar de abordagem terapêutica adequada para distúrbio de ansiedade, chamou-nos a atenção o fato de a paciente
nunca ter sido informada sobre a SHA e nunca ter sido orientada
sobre proteção articular, treinamento postural e de propriocepção.
Após revisão da literatura, encontramos a relação entre SHA e distúrbios ansiosos em até 70% dos casos, além de outros sintomas,
como disautonomias, hipotensão postural, queixas gastrointestinais, síndrome do intestino irritável e disfunção temporomandibular. Explorar o diagnóstico da SHA é fundamental para uma melhor
compreensão do quadro de dor crônica em geral e para uma
melhor abordagem tanto pelo médico como pelo próprio paciente.
INFARTO DE MEDULA ESPINHAL EM CRIANÇA: RELATO DE CASO
Ana Beatriz Pedrini Finardi, Paola Galassi Defendi,
Ana Luiza Mendes Amorim, Roberto Acayaba de Toledo,
Nathália Rodrigues Germano
Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE), Presidente Prudente, SP, Brasil
Introdução: O infarto da medula espinhal em crianças é uma condição rara e pouco citada na literatura. A etiologia envolve principalmente condições em que há diminuição do fluxo sanguíneo associado a malformação ou comprometimento cardiovascular. Relato
de caso: Paciente do sexo feminino, 10 anos, previamente hígida,
com história de dor lombar leve, não limitante, por dois dias, seguida
de episódio súbito de paraparesia associada à piora da dor. Na avaliação clínica inicial apresentava paralisia flácida arreflexa de membros inferiores, poupando pododáctilos e quadro de incontinência
anal e urinária. Não apresentou sinais de febre, quadros infecciosos recentes ou trauma. A ressonância magnética de coluna lombar e torácica evidenciou lesão comprometendo o cordão anterior
da medula na altura de T9 à T11, associado à hipersinal envolvendo
a musculatura paraespinhal à direita na altura dos corpos vertebrais
de T12 à L2, sugerindo evento isquêmico ou inflamatório na topografia da artéria de Adamkievicz. Apresentava níveis séricos de creatino
fosfoquinase (CPK): 1797 UI/L e líquor normal. Introduzido antibioticoterapia endovenosa com oxacilina e ceftriaxone por 72 horas e
realizado pulsoterapia com metilprednisolona (30 mg/kg/dia) por 3
dias. Após a introdução das medicações, apresentou melhora clínica
progressiva, com recuperação da força de membros inferiores e da
função esfincteriana. Discussão: Atualmente, a epidemiologia e a
história natural do infarto da medula espinhal não estão bem esclarecidos. Há relatos de envolvimento de patologias sistêmicas, como
hipotensão arterial prolongada, embolia cardiovascular, leucemia,
policitemia, anemia falciforme e causas iatrogênicas, como arteriografia e cirurgias. Causas locais infecciosas, desmielizantes ou neoplásicas também podem estar relacionadas. Apesar da boa evolução
do caso apresentado, a doença pode cursar com complicações severas e grande impacto na qualidade de vida.
INFUSÃO DE INFLIXIMABE EM UMA HORA: PERFIL DE
SEGURANÇA E TOLERABILIDADE EM HOSPITAL PÚBLICO DE
REFERÊNCIA EM REUMATOLOGIA DO DISTRITO FEDERAL
Maíra Rocha Machado de Carvalho,
Hellen Mary da Silveira de Carvalho,
Fernanda Breder Oliveira Nadaf, Fernanda Godinho de Amorim,
Luciana Martins Trajano de Arruda, Vinicius Vidal de Menezes
Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), Brasília, DF, Brasil
Objetivo: Avaliar a presença de efeitos colaterais, reações infusionais
e tolerabilidade dos pacientes com a infusão de infliximabe em uma
hora, em serviço de referência em reumatologia e infusão de biológicos no Distrito Federal. Metodologia: Após esclarecimentos sobre o
estudo e seus riscos, bem como a assinatura de termo de concordância, 31 pacientes com média de idade de 49,1 anos, sendo a maior
idade de 73 anos e a menor de 34 anos; 21 pacientes com diagnóstico
confirmado de espondiloartrite; 7 com diagnóstico de artrite reumatoide; e 3 com artrite psoriásica já em tratamento por 7,1 anos, em
média, foram submetidos a infusão de infliximabe em 1 hora e questionados quanto a presença de reações infusionais, efeitos adversos
e quanto a sua opinião em relação ao tempo de infusão. Resultados:
Em 31 pacientes avaliados não houve reações infusionais ou efeitos colaterais relacionados à droga. Todos os pacientes (100%) referem sentir-se mais confortáveis com a administração de infliximabe
no período de tempo de 1 hora, dado a necessidade de — na maioria dos casos — retornarem aos seus trabalhos ou às cidades de origem, que frequentemente não contam com serviço de infusão de
biológicos para realizarem o tratamento. Além disso, aumentamos o
número de pacientes atendidos a cada turno, o que permite melhora
na assistência à população e diminuição da necessidade de encaminhamentos para clínicas particulares conveniadas com o SUS. Conclusão: O infliximabe é um anticorpo monoclonal para o fator de
necrose tumoral. Poucos estudos são realizados visando diminuição
do tempo de infusão de infliximabe de 2, conforme convencionado,
para 1 hora. No entanto, os trabalhos realizados demonstram bom
perfil de segurança e tolerabilidade por parte dos pacientes em tratamento para doenças reumatológicas como espondiloartropatias e
artrite reumatoide, bem como para doença inflamatória intestinal,
tanto em adultos quanto em crianças.
LINFO-HISTIOCITOSE HEMOFAGOCÍTICA (LHH) ADQUIRIDA
SECUNDÁRIA À INFECÇÃO POR EPSTEIN-BARR VÍRUS
(EBV) EM PACIENTE COM DOENÇA DE BEHÇET
Alvaro Henrique Neto, Barbara Seabra Carneiro,
Carlos Eduardo Kameki Sato, Flavio Falcao Lima de Souza,
Lygia Peloso Reis e Passos, Monica Rossatti Molina,
Raquel Vieira Dias, Thaise Oliveira Quaresma
Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (HCRP), Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil
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Introdução: A LHH é uma rara síndrome de desregulação imune,
potencialmente fatal. Sua fisiopatologia consiste em ativação e
proliferação descontrolada de macrófagos e linfócitos, culminando
em tempestade de citocinas, lesão tissular e falência múltipla de
órgãos. Pode ocorrer de forma primária (genética) ou secundária a
diversas condições: infecções, neoplasias e doenças autoimunes.
Caracteriza-se por febre, hepatoesplenomegalia, citopenias e pelo
achado de hemofagocitose em órgãos hematopoiéticos. A terapêutica é centrada em imunossupressão e tratamento da causa
base. Descrição do caso: JVCA, 17 anos, sexo masculino, diagnóstico de doença de Behçet há 8 meses, internou-se por febre, hiporexia, cefaleia e tosse seca há 15 dias. O estado geral era preservado.
Exames mostravam plaquetopenia (2 mil/mm3), elevação de transaminases (TGO 5 vezes o limite superior e TGP 14 vezes) e enzimas canaliculares (mais de 10 vezes); desidrogenase lática de 1098
U/L, triglicérides de 290 mg% e ferritina de 5351 ng/mL. Ecocardiograma com derrame pericárdico acentuado. Iniciado tratamento
com metilprednisolona, sem melhora após 8 dias. Realizado mielograma, que apresentou figuras de hemofagocitose, confirmadas
por biopsia de medula óssea. Optado pelo tratamento com Imunoglobulina humana, dexametasona e ciclosporina, com melhora
lenta da plaquetopenia, das enzimas hepáticas e regressão do derrame pericárdico. A reação em cadeia de polimerase para Epstein-Barr vírus foi positiva (> 20.000 cópias/mL). Discussão: Infecção
viral (primária ou reativação) em paciente imunossuprimido é um
gatilho frequente de LHH adquirida, sendo o EBV o principal vírus
associado. O mesmo causa uma proliferação clonal e hiperativação
de células T infectadas. A LHH possui alta mortalidade, no entanto,
gatilhos infecciosos ou autoimunes tendem a ter melhor prognóstico, com mortalidade entre 8-24%. A terapêutica deve ser agressiva
e, em casos refratários associados ao EBV, pode-se utilizar etoposídeo e rituximabe.
LIPOMA ARBORESCENTE: UMA CAUSA DE
SINOVITE CRÔNICA?
Carolina Souza Jorgea,
Bernardo Ferreira de Paula Ricardob, Wilson Campos Tavares Júniorc,
Fabiana de Miranda Moura dos Santosb, Cristina Costa Duarte Lannab
Pulsus Inovação em Saúde, Anatomia — Patologia Diagnóstica, Belo Horizonte, MG,
Brasil
Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo
Horizonte, MG, Brasil
c
Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte,
MG, Brasil
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b
Introdução: O lipoma arborescente (LA), lesão articular rara
caracterizada por proliferação de adipócitos na camada subsinovial, se apresenta com derrame e dor articular. Aqui descreveremos três casos de pacientes com LA. Caso 1: Homem de 26 anos
com dor e edema intermitentes em joelho direito. Fator reumatoide positivo (FR+) e aumento de provas inflamatórias. RNM do
joelho direito (JD): sinovite, derrame articular e LA. Houve recidiva da lesão após artroscopia em JD, além de artrite em tornozelo esquerdo. RNM mostrou LA nos tendões do tibial posterior,
flexores longos dos dedos e do hálux e nas articulações tibiotalar e subtalar posterior. Boa resposta terapêutica com metotrexate. Caso 2: Mulher de 35 anos com dor e edema intermitentes
em joelho esquerdo (JE) evoluiu com sinovite de mãos, punhos
e joelhos. FR e anti-CCP negativos e provas inflamatórias normais. RNM do JE: sinovite e condropatia patelar. RNM de mãos e
punhos: tenossinovite dos flexores dos dedos e sinovite médio-carpal. Biopsia sinovial do JE (derrame persistente) compatível com LA. Boa resposta ao metotrexate. Caso 3: Mulher de 31
anos com poliartralgia de punho esquerdo e mãos e artrite de
joelhos e tornozelos. FR- e anti-CCP-. O tratamento com metotrexate melhorou o quadro nas mãos, punhos e tornozelos e parcialmente nos joelhos. RNM do JE: derrame articular, sinovite e
S103
LA. Discussão: O LA é causa incomum de lesão articular, principalmente dos joelhos (recesso suprapatelar). A etiologia é desconhecida — há hipótese de proliferação reativa à injúria articular
e/ou à inflamação crônica. Observamos nestes três casos que os
pacientes apresentavam sinovite a distância do LA, sem o diagnóstico definido de artropatia inflamatória. Questionamos se a
sinovite é causa ou consequência desse processo inflamatório
decorrente do LA. Nos casos descritos acima, o tratamento com
metotrexate foi eficaz, principalmente para sinovite em articulações não acometidas pelo LA.
MANIFESTAÇÃO ARTICULAR COMO APRESENTAÇÃO
INICIAL DE LINFOMA – A IMPORTÂNCIA DO
PERCURSO PROPEDÊUTICO DE INVESTIGAÇÃO
DIAGNÓSTICA PARA O REUMATOLOGISTA
João Carlos Geber Júniora, Roberto Heber Lopes de Carvalhoa,
Halisson Rodrigues de Andradea, Jorge Henrique Carlos Airesa,
Anyelle Amaro de Sousaa, Viviane Cristina Uliana Peterleb
a
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Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS), Brasília, DF, Brasil
Hospital Regional do Paranoá (HRPa), Brasília, DF, Brasil
Introdução: As neoplasias podem apresentar em seu quadro
clínico alterações musculoesqueléticas como artralgia, artrite
e miosite. O comprometimento osteoarticular pode ser a primeira manifestação e predominar sobre os demais sintomas,
sendo interpretado como manifestação de doença reumatológica, gerando atraso diagnóstico e prejuízo prognóstico. O objetivo desse trabalho é relatar caso de linfoma com apresentação
inicial de artralgia. Descrição: ASC, sexo feminino, 77 anos, antecedentes de carcinoma basocelular, bócio multinodular bilateral
e osteoporose. Apresentou quadro de artrite simétrica, padrão
inflamatório de pequenas e grandes articulações, associado à
rigidez matinal fugaz. Ao exame físico, apresentou púrpura em
membros inferiores, dor em hipocôndrio à palpação e linfonodo palpável em região supraclavicular. Exames complementares revelavam FAN reagente 1/160 (nuclear pontilhado fino), FR+
em altos títulos e eletroforese com gamopatia monoclonal IgG/
Kappa. Pesquisa de TB, crioglobulinas e ANCA negativos. Ecografia: esplenomegalia. Biopsia de lesão purpúrica evidenciou
vasculite leucocitoclástica e de gânglio, linfoma difuso de grandes células B, CD20+ CD10+ KI67 60% CD30 – CD15 pela imuno­
histoquímica. PET-CT: compatível com neoplasia esplênica e em
múltiplos linfonodos cervicais, torácicos e abdominais, lesões
ósseas em occipital, sacro e acetábulo direitos. Estádio IV B. Indicada quimioterapia e acompanhamento com hematologia. Discussão: Distúrbios infecciosos, hematológicos e neoplásicos são
diagnósticos diferenciais imprescindíveis no raciocínio clínico
em reumatologia, considerando a interface dos variados sintomas osteoarticulares com neoplasias, em especial sua associação
com linfomas. Principalmente na população idosa, cuja apresentação clínica tende a ser variada, deve ser preservada a importância da história clínica ampliada, exame físico completo e elaboração sindrômica para o correto processo clínico e diagnóstico
precoce em benefício do paciente.
MANIFESTAÇÃO OCULAR POR IgG4: RELATO DE CASO
Filipe Didier Maciel, Alexandre Augusto Ferreira Santos,
Leandro Augusto Araujo Barros
Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte, Belo Horizonte, MG, Brasil
Introdução: A doença mediada por IgG4 é caracterizada por organomegalia secundária a infiltrado linfoplasmocitário rico em
células positivas para IgG4, com grau variável de fibrose. Acomete
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em geral homens de meia-idade, tendendo a incidir igualdade
entre os sexos em manifestações de cabeça e pescoço. Pode envolver um ou múltiplos órgãos, sendo relatados acometimentos pancreático (pancreatite autoimune tipo 1), salivar (sialoadenite escelerosante), ocular (dacrioadenite, “pseudotumor ocular”), dentre
outros. Descrição: Mulher de 39 anos, hígida, evoluiu com proptose ocular à direita de início subagudo, sem dor ou prejuízo à
acuidade. TC de crânio e órbitas: espessamento do reto medial
direito e assimetria de nervos opticos. Solicitados também FAN
(padrão nuclear 1: 80; Ro positivo; La, Sm, RNP, anti-DNA negativos), ANCA (negativo), fator reumatoide (negativo) e anti-Scl 70
(negativo). Sorologias virais negativas. Imunoglobulinas séricas
normais, porém, dosagem de IgG4 aumentada (2190 mg/L). Submetida a biopsia de glândula lacrimal com imuno-histoquímica,
evidenciando infiltrado linfoplasmocitário com eosinofilia, com
plasmócitos IgG4 positivos e fibrose discreta, sem positividade
para CD1a. Evoluiu com regressão total da proptose após início
de prednisona 20 mg (uso por 6 meses). Optado por seguimento
posterior sem outro esquema de imunossupressão. Comentários: O diagnóstico da doença mediada por IgG4 é baseado em
achados histológicos e imuno-histoquímicos, os quais se assemelham seja qual for o órgão acometido. A dosagem sérica de IgG4 é
de auxílio diagnóstico, porém, por si só não fecha critérios e tem
pouca correlação com gravidade. Corticoides são a primeira linha
de tratamento, com resposta usualmente em algumas semanas.
Novos territórios podem ser envolvidos com o tempo, devendo-se
manter vigilância clínica. O risco de degeneração maligna ainda é
controverso.
MONOARTRITE CRÔNICA SECUNDÁRIA À
OSTEONECROSE EM ANEMIA FALCIFORME
Cecilia Viola Varella da Costa,
Karine Alessandra da Silva Fortes, Rodrigo Sarmanho Spohr,
Bruna Zuse Valiati, João Carlos Menta Filho, Juliana Wispel,
Mauro Waldemar Keiserman
Hospital São Lucas, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS),
Porto Alegre, RS, Brasil
Introdução: A anemia falciforme pode cursar com alterações
ósseas como osteoesclerose, infartos ósseos, lesões destrutivas
com deformidades e osteomielite, mas casos de artrite inflamatória por crise falcêmica são pouco relatados. Descrição do caso:
Paciente do sexo masculino, 21 anos, estudante, com diagnóstico
de anemia falciforme, procurou atendimento médico por quadro de dor, edema e calor no joelho esquerdo, associado a episódios febris. Referia histórico de quadro semelhante há um mês,
quando sofreu trauma no mesmo joelho. Foi submetido a artrocentese, que demonstrou líquido sinovial de aspecto citrino, com
contagem de 21.000 leucócitos, aumento de LDH (9803) e glicose
de 44, com cultural descartando a presença de germes. Além
disso, nos exames laboratoriais, apresentava hemoglobina sérica
de 4,9. Exame de ressonância magnética demonstrou processo
inflamatório importante no joelho esquerdo, com infarto ósseo
por anemia falciforme. Perante esta análise, foi definido o diagnóstico de monoartrite inflamatória secundária à crise falcêmica.
Paciente foi tratado com prednisona e colchicina, sendo posteriormente submetido a nova artrocentese e infiltração com depomedrol. Paciente apresentou grande melhora do quadro álgico
e da mobilidade articular, com alta hospitalar após sete dias de
corticoterapia. Comentários: Este caso chama a atenção para o
diagnóstico diferencial das monoartrites, particularmente em
pacientes portadores de anemia falciforme, que apresentam risco
aumentado de quadros infecciosos. No entanto, após punção articular, concluiu-se que se tratava de artrite inflamatória com boa
resposta ao uso de corticosteroides.
O USO DO RITUXIMABE NA SOBREPOSIÇÃO
ARTRITE REUMATOIDE E POLIMIOSITE
Evelyne Lopes Marcondes Martinelli,
André Marun Lyrio, Cláudia Valéria Pereira Vierhout,
José Alexandre Mendonça, Mariana Kadomoto,
Paula Nogueira Loures, Leticia Maria Kolachinski Brandão,
Leandro Diniz e Garcia, Nadia Regina Bossolan Schincariol,
José Roberto Provenza
Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), Campinas, SP, Brasil
Introdução: O rituximabe (RTX) é um anticorpo monoclonal quimérico que se liga ao antígeno transmembrana CD20 expresso
na superfície de linfócitos B. Em 2006, foi aprovado para o tratamento de artrite reumatoide. Em pacientes com miosite inflamatória resistente ao tratamento convencional, o RTX é uma opção
potencial. Relato de caso: S.F.D., sexo feminino, 51 anos, AR há 15
anos, com queixa de poliartrite e fraqueza discreta em musculatura proximal. História de hepatoxicidade a adalimumabe e leflunomida. Ao exame, DAS 28: 5,49, reflexos preservados, força muscular grau 4 em membros. Exames laboratoriais: CK 1245, TGO 52,
TGP 47, PCR: 2,2 mg/dL, aldolase 19, FR 1340. A investigação para
neoplasia foi negativa, a eletroneuromiografia de membros superiores e inferiores demonstrou padrão miopático difuso, antiJo-1
negativo. Realizado diagnóstico de síndrome de sobreposição
artrite reumatoide e polimiosite. Introduzido metotrexato 25 mg/
semana e prednisona 1 mg/kg/d. Após 1 mês, força muscular grau
V nos 4 membros, DAS 28: 3,95, CK 1092, TGO 40, TGP 32, optado
por reduzir prednisona para 0,5 mg/kg/d (cushing importante).
Após 1 mês, ainda em atividade de ambas as doenças, DAS 28:
3,77 e força muscular grau 4 em membros, CK 1317, TGO 46, TGP
38, PCR 4,9 mg/dL, VHS 66. Optou-se pela introdução de RTX, após
primeiro ciclo, paciente sem artrite, DAS 28: 2,25, força grau V em
membros, com normalização da CK apenas após o quarto ciclo.
Discussão: A eficácia do RTX na artrite reumatoide, demonstrada
em grandes ensaios clínicos, levou os médicos a explorarem seu
efeito em outras doenças autoimunes mediadas por lifócitos B,
apesar de ainda não ser possível uma recomendação definitiva,
a análise global dos casos disponíveis na literatura suportam o
uso “off label” de RTX em pacientes com miosites refratárias. Não
encontramos relato de uso do rituximabe na sobreposição AR e
polimiosite.
OVERLAP ESPONDILITE ANQUILOSANTE E
GRANULOMATOSE DE WEGENER: RELATO DE CASO
Ludimila de Assis Moreira, Glaydson Jeronimo da Silva,
Paulo Henrique Tavares Nava, Mayana de Pina Lobo,
Letícia Caetano Adorno, Luciany Victor de Andrade,
Mariana Vieira de Oliveira, Tainara Aires Rodrigues,
Lívia Barros de Andrade
Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, Goiânia, GO, Brasil
Introdução: A sobreposição de doenças reumatológicas é um
fator confundidor para o diagnóstico precoce. O objetivo desse
relato é discutir um caso raro de overlap de granulomatose de
Wegener (GW) e espondilite anquilosante (EA), revisando os
aspectos epidemiológicos, fisiopatológicos, clínicos e terapêuticos das síndromes diagnosticadas. Descrição: E.B.C 49 anos, sexo
masculino, branco, iniciou quadro de otorragia, zumbidos e cefaleia associados à febre recidivante em dezembro/2015. Internado
após 2 meses com perda auditiva total além de pansinusopatia e
otomastoidite. Internações e antibióticos sem melhora. Evoluiu
com dispneia, tosse seca e astenia intensa associada à artralgia de grandes articulações e cervicalgia. O quadro progrediu
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para paresia de membros superiores, seguida de quadril e membros inferiores. No período, apresentou perda ponderal de 10 kg.
Cerca de 90 dias do início do quadro, desenvolveu úlceras orais,
epistaxe e disfagia, seguido de hemorragia digestiva alta e hematúria macroscópica. Foi reinternado e feito o diagnóstico de GW
a partir de lesões granulomatosas em tomografia de tórax; dosagem de C-ANCA positiva e videonasofibrolaringoscopia. Por histórico de lombalgia inflamatória, foi diagnosticado com EA pelo
HLA-B27 e sacroileíte radiográfica. Tratado com antibioticoterapia e corticoterapia intravenosos, o paciente voltou à fonação
normal e recobrou parcialmente a audição. Na alta hospitalar,
foi encaminhado para tratamento com infliximabe. Discussão:
O relato ilustra as manifestações clínicas e os achados de exames complementares característicos de duas doenças reumatológicas pouco incidentes. A opção pelo infliximabe deve-se à sua
ação na EA, além de haver publicações sugerindo seu benefício
nas vasculites ANCA positivas. Apesar de faltar trials randomizados suficientes, devido ao reduzido número de casos, a utilização do imunossupressor na GW é justificada pela severidade das
lesões na ausência de tratamento, com mortalidade na ordem
de 90%.
PROTEINÚRIA NEFRÓTICA DURANTE TRATAMENTO
COM ANTI-TNF-a PARA ARTRITE PSORIÁSICA
Pamella Fonseca Barbosa, Pedro Alves Feitoza Neto,
Roberta Rodrigues de Lima, Gabriela Fragoso de Oliveira,
Jonathan Weslley Pinto Soares, Roberta Vilela Lopes Koyama,
Gilberto Toshimitsu Yoshikawa
Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém, PA, Brasil
Introdução: A psoríase é uma doença inflamatória crônica que
afeta pessoas de todas as idades. Cerca de 15-42% dos pacientes com psoríase apresenta sintomas articulares. O tratamento
da artrite psoriática, em alguns casos, é realizado com bloqueadores do TNF-α. Os anti-TNF podem raramente ocasionar lesões
renais de difícil reconhecimento. Descrição do caso: Mulher, 56
anos, hipertensa, diabética e com diagnóstico de psoríase há 6
anos apresentou artrites nas mãos, punhos, cotovelos, ombro
esquerdo e joelhos bilateralmente há 3 anos. Iniciou o tratamento
com metotrexato oral. No entanto, a paciente relatou intolerância gástrica e mal-estar geral. Optou-se, então, por MTX subcutâneo, porém, evoluiu com os mesmos sintomas. O MTX foi substituído por adalimumabe 40 mg a cada 14 dias. Houve melhora
tanto do quadro articular quanto cutâneo. Porém, foi observada
proteinúria na EAS e proteinúria de 24h de 5350 mg/24h. Paciente
foi encaminhada para investigação na nefrologia e na biopsia
renal foi observada atrofia tubular focal com fibrose intersticial,
degenerações e retrações difusas dos podócitos na imunofluorescência. O adalimumabe foi suspenso devido à possibilidade
de associação com a síndrome nefrótica. Foi reintroduzido MTX,
mas novamente a paciente não tolerou e, durante esse período,
fez uso de AINH para controle do quadro doloroso. Após 1 ano
da suspensão do adalimumabe, a proteinúria normalizou e atualmente a paciente faz uso do ustequinumabe há 3 meses com
melhoras das lesões da psoríases. No entanto, mantém quadro
de poliartrite de pequenas e grandes articulações e cervicalgia.
Discussão: A segurança do emprego dos anti-TNFα ainda não
está plenamente estabelecida. O médico deve estar vigilante aos
efeitos colaterais já reconhecidos e a novos eventos adversos. A
síndrome nefrótica induzida por anti-TNF é evento incomum e
poucas vezes reconhecida e documentada. Salientamos a necessidade de monitoramento renal nos pacientes submetidos à terapia anti-TNFα.
S105
PSORÍASE COMO REAÇÃO PARADOXAL EM PACIENTES COM
DOENÇAS REUMATOLÓGICAS NA VIGÊNCIA DE TRATAMENTO
COM ANTI-TNF: EXPERIÊNCIA DO CEDMAC (CENTRO DE
DISPENSAÇÃO DE MEDICAÇÃO DE ALTO CUTSO), NO HOSPITAL
DE CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
Marilia Paula Souza dos Santos, Estephania Pignaton Naseri,
Manoel Barros Bertolo
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
Objetivo: Descrever a incidência em pacientes com doença reumatológica que desenvolvem de psoríase induzida pelo tratamento
com inibidores de anti-TNF. Metodologia: Analisamos 368 pacientes que acompanham no Centro de Medicamentos de Alta Complexidade (CEDMAC), HC Unicamp, que se encontram em tratamento
de doença reumatológica com a medicação anti-TNF. Resultados:
A maior indicação do anti-TNF no CEDMAC/HC Unicamp foi para
artrite reumatoide, seguido por espondiloartrites, artrite psoriásica, vasculites e outras. Três pacientes desenvolveram psoríase
como reação paradoxal ao tratamento com anti-TNF (0,8%), sendo
dois com diagnóstico de artrite reumatoide e outro com espondilite anquilosante. Quanto ao sexo, dois eram mulheres (66,6%). Em
relação aos anti-TNFs, dois foram em vigência do adalimumabe e
o outro etanercepte. Dois pacientes (66,6%) com lesões da psoríase foram palmoplantar e outro na forma eritodérmica. Todos estavam em boa resposta ao tratamento. Conclusão: De acordo com as
estatísticas, nosso serviço corrobora ao esperado, sendo a psoríase
como efeito paradoxal com os anti-TNFs raro, e sua associação é
mais esperada na artrite reumatoide.
PSORÍASE-LIKE COMO EFEITO PARADOXAL
AO USO DE ANTI-TNFa
Ana Luiza Mapurunga Gonçalves,
Rennan Teixeira de Araujo, Thais Silva Bernardino,
Paulo Romeu Holanda, Luiz Mário Aquino da Costa,
Rachel Bezerra Carvalho, Adriana de Holanda Mafaldo Diógenes
Universidade de Fortaleza (UNIFOR), Fortaleza, CE, Brasil
Introdução: A terapia biológica representou avanços no tratamento
de doenças autoimunes, como artrite reumatoide (AR) e psoríase.
Os efeitos colaterais descritos do uso de anti-TNFa incluem infecções, anemia aplástica e neurite óptica. Dentre as manifestações
cutâneas foram descritos urticária, eczema, vasculites, lúpus-símile, câncer de pele e psoriasiformes. De acordo com a literatura, a psoríase como efeito adverso paradoxal do uso de anti-TNFa
é observado em mulheres sem história prévia de psoríase, geralmente na forma de erupção pustular palmoplantar, surgindo após
a terceira ou quarta dose. As opções terapêuticas nesses casos consistem em trocar o anti-TNFa ou, preferencialmente, a classe do
imunobiológico. Descrição do caso: Mulher, 62 anos, iniciou em
2014 quadro de poliartrite simétrica aditiva, com sinovite franca
em joelhos, associada a altos títulos de fator reumatoide e à elevação de reagentes de fase aguda, configurando-se diagnóstico de
AR. Respondeu parcialmente à terapia inicial com DMARDs, sendo
indicado adalimumabe, 40 mg, a cada 14 dias em novembro/14,
induzindo remissão clínica. Após um ano, houve reativação da
doença com manifestação psoríase-símile, forma gutata, com predomínio em membros inferiores, apresentando sinal da vela. Após
suspensão da droga e respeitando-se washout de duas meias-vida
do mesmo, foi introduzido o citrato de tofacitinibe (anti-JAK 2). Discussão: A paciente se enquadra em caso atípico de psoríase como
efeito adverso paradoxal do uso de anti-TNFa, estando em acordo
com a epidemiologia descrita na literatura, embora o local de acometimento seja incomum e tenha ocorrido mais tardiamente. Este
fato é também descrito nos estudos de registro e a causa paradoxal
deste efeito ainda não foi estabelecida, assim como os fatores que
S106
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definem as diferentes formas de apresentação das lesões psoriasiformes, ressaltando a necessidade de estudos a respeito e do estabelecimento de protocolo.
PTIRÍASE RUBRA PILAR ASSOCIADA À OLIGOARTRITE
ASSIMÉTRICA: RELATO DE CASO
Marcelo Seiki Enokawa, Erick Cavalcanti Cossa,
Felipe Dunin dos Santos, Marcel Morsch,
Fernanda Maria Borghi, Bruna Burko Rocha Chu,
Bruno Queiroz Zardo, João Pedro Pereira da Cunha, Eduardo S. Paiva,
Laura Giovanella
Serviço de Reumatologia, Hospital de Clínicas, Universidade Federal do Paraná (UFPR),
Curitiba, PR, Brasil
Introdução: A ptiríase rubra pilar (PRP) é uma dermatose eritematopapuloescamosa rara, de etiologia desconhecida, podendo
ser primária ou adquirida. Há diversos casos na literatura correlacionando tal condição com comprometimento articular inflamatório, sendo que dentro da grande variedade de apresentações
clínicas nesses casos a mais comum é a artropatia seronegativa.
Os autores se propõem a relatar o caso de uma paciente de 29
anos com PRP clássica que se apresentou com artrite após 13
anos de doença dermatológica e realizar revisão de literatura.
Relato de caso: Paciente do sexo feminino, 29 anos, iniciou quadro dermatológico aos 13 anos com comprometimento de palma,
planta e dorso com lesões eritematodescamativas, sendo a principal suspeita inicial a psoríase. Após realização de biopsias
de pele, foi feito o diagnóstico de PRP. Entre 2003 e 2010, além
de medicação emoliente tópica, a paciente fez uso também de
metotrexate, ciclosporina A, acitretina, isotretinoína e fototerapia, tendo pouca resposta a todas as modalidades terapêuticas. Em 2015, ela iniciou quadro de artrite de punho esquerdo e
segunda IFP esquerda com resolução do quadro após infiltração
com corticoide. RNM magnética de março de 2016 sem sinais de
sinovite em atividade. Paciente mantém acompanhamento com
serviço de reumatologia e dermatologia. Discussão: A associação
entre PRP e comprometimento articular ainda não é bem estabelecida, apesar de já haver na literatura diversos relatos de casos,
talvez pelo fato de tratar-se de uma entidade dermatológica rara.
Há relatos de associação com outras doenças, entre elas miosites inflamatórias, tireoidites e osteoporose. Em relação ao comprometimento articular, a forma mais comumente relatada é a
artropatia soronegativa, em geral em forma de oligoartrite. O tratamento das lesões cutâneas não necessariamente influencia a
atividade articular.
QUESTIONÁRIO SOBRE A OPINIÃO E ADERÊNCIA
DOS PACIENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO
E ARTRITE REUMATOIDE AO FOSFATO DE
CLOROQUINA E HIDROXICLOROQUINA
Sueli Carneiroa, Renata Tavares Cabralb, Evandro Mendes Klumbc
Serviço de Dermatologia, Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), Universidade
do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
b
Serviço de Oftalmologia, Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), Universidade
do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
c
Serviço de Reumatologia, Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), Universidade
do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
a
Objetivo: Avaliar a opinião e aderência aos antimaláricos de
pacientes com lúpus eritematoso (LE) e artrite reumatoide (AR)
de um hospital universitário. Métodos: Estudo transversal com
avaliação da opinião e aderência dos pacientes atendidos nos
serviços de dermatologia e reumatologia no período de novembro de 2012 a outubro de 2014 ao uso de difosfato de cloroquina
(CQ) e/ou hidroxicloroquina (HCQ) através de um questionário
— composto por 11 perguntas sobre o medicamento, a dose, a frequência de uso e de esquecimento das tomadas, o conhecimento
sobre os efeitos adversos, a opinião pessoal sobre as substâncias, a necessidade do acompanhamento oftalmológico. Resultados: Trezentos pacientes foram avaliados. Dos 217 incluídos, 96%
(208) eram do sexo feminino, 70% eram portadores de LE e 30% de
AR; 208 apresentaram exame oftalmológico normal. A maioria,
91%, usava a medicação regularmente e 9% usaram-na de forma
regular em algum momento. Desses, 36,8% tiveram a medicação suspensa por efeitos adversos; em 31,6%, o medicamento foi
substituído sem justificativa e 31,6% suspenderam-na por conta
própria. A maior parte dos pacientes, 74,1%, tomava a medicação
7 dias da semana e usavam-na por um período maior que 5 anos,
e 99,5% tomavam um comprimido por dia. A média de tempo
de uso foi 7,14 anos. A maioria dos pacientes (72,8%) respondeu
não ter medo de usar a medicação e 77% foram bem orientados
pelo seu médico. A opinião da maioria dos pacientes foi positiva
para os antimaláricos. Cinquenta e sete por cento consideraram
o tratamento bom por manter a doença sob controle. Quase 70%
dos pacientes não apresentavam sintomas e, dos queixosos, 69%
referiram mais do que um sintoma: cefaleia, zumbido, tonteiras,
visão turva, dor ocular, olhos vermelhos, alteração da cor da pele
e alteração da cor dos olhos. Conclusão: O tratamento foi bem
tolerado clínica e oftalmologicamente pelos pacientes e os mesmos foram bem orientados pelos seus médicos.
REAÇÕES INFUSIONAIS A ANTICORPO MONOCLONAL
ANTI-CD20 NO TRATAMENTO DE DOENÇAS
REUMATOLÓGICAS: EXPERIÊNCIA DE 285 PROCEDIMENTOS
DE UM ÚNICO CENTRO DE INFUSÃO NÃO ONCOLÓGICO,
CENTRO DE DISPENSAÇÃO DE MEDICAÇÃO DE ALTO CUSTO
(CEDMAC) DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE
DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Marilia Paula Souza dos Santos, Estephania Pignaton Naseri,
Manoel Barros Bertolo
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
Introdução: Com o crescimento do uso e das indicações do rituximabe (anticorpo monoclonal quimérico, humano-murino, anti-CD20) usado originalmente no tratamento dos linfomas não-Hodgkin, aprovado para artrite reumatoide (AR) e tendo seu uso
estendido para outras doenças reumatológicas como lúpus eritematoso sistêmico (LES), vasculites, síndrome de Sjö­gren e esclerose sistêmica (ES), houve um ganho no conhecimento sobre
a eficácia e a segurança. Objetivo: Analisar as reações infusionais imediatas (RII) ao rituximabe em 56 pacientes que receberam um total de 285 infusões no tratamento de artrite reumatoide, vasculites, dermatomiosite, esclerose sistêmica e LES.
Método: Avaliamos 285 infusões de rituximabe feitas em nosso
Centro de Infusão (CEDMAC), a indicação clínica, o tempo de
infusão e uso de pré-medicação. Foram consideradas reações
infusionais imediatas todas as manifestações ocorridas durante
a infusão e o período observacional de 12 horas após a infusão.
Resultados: Em relação às indicações, foram distribuídas artrite
reumatoide 69,6%; LES 16%, ES 7,14%; DM 3,57%; SS e vasculites
1,7% cada. As reações foram descritas em apenas 2,51% (6 infusões), sendo que 3 delas foram consideradas graves, havendo instabilidade hemodinâmica e necessidade de suporte ventilatório
e as demais com manifestações leves, porém, com necessidade
de interrupção da infusão e resposta a tratamento sintomático.
Nenhuma delas ocorreu na primeira infusão. Conclusão: A baixa
incidência de reações corrobora os dados de segurança na infusão da medicação. Entretanto, o aparecimento de manifestação
grave ressalta a importância de uma equipe médica e de enfermagem preparada.
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REUMATISMO PALINDRÔMICO: RELATO DE CASO
Simão Pedro Araújo de Medeiros,
Ítalo Emmanuel Lima Ferreira, Danielly Dantas Pimentel,
Maria Eduarda de Melo Pires Ferreira, Marcus Ivanovith Fernandes,
Evânia Claudino Queiroga de Figueiredo
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campina Grande, PB, Brasil
Introdução: o reumatismo palindrômico (RP) é uma síndrome incomum de artrite recorrente idiopática, caracterizada por múltiplas
crises de artralgia, edema, eritema e limitação do movimento,
geralmente afebris, acometendo preferencialmente uma articulação por episódio, com duração de horas a poucos dias e resolução espontânea. Descrição do caso: Homem, 53 anos, com crises
autolimitadas de artralgia intensas, iniciando súbita e espontaneamente e com duração de, aproximadamente, 3 dias desde os 17
anos. As articulações acometidas são interfalangeanas, punhos,
cotovelos, ombros e joelhos, e a dor associa-se a edema, eritema e
rigidez do segundo, terceiro e quarto quirodáctilos, bilateralmente,
com limitação do movimento. Não há regularidade temporal entre
as crises, nem frequência exata de surgimento destas. Contudo,
refere diminuição gradual da duração dos períodos intercrises. O
histórico familiar não é significativo para afecções reumatológicas.
O exame físico mostrou apenas uma rigidez das articulações interfalangeanas, sem sinais de flogose. Não houve alterações na radiografia das mãos nem nos exames laboratoriais. O paciente foi diagnosticado com RP e fez uso de anti-inflamatórios não hormonais
durantes as crises. Devido à queixa de maior frequência dos episódios, introduziu-se metotrexate para seguimento semestral, período após o qual deve ser reavaliado clinicamente. Discussão: Em
média, 33% dos pacientes diagnosticados com RP podem evoluir
com artrite reumatoide (AR), o que aponta para uma estreita relação entre estas entidades, já investigada e documentada. Há uma
maior probabilidade de pacientes do gênero feminino, de idade
mais avançada, que apresentam acometimento das interfalangeanas proximais e punhos e dos que cursam com febre, VHS elevado
e fator reumatoide positivo apresentarem características clínicas,
radiográficas e sorológicas de AR. Em razão disto, tais pacientes
devem ser acuradamente monitorados para uma possível progressão para AR.
RITUXIMABE PARA TRATAMENTO DE RHUPUS: RELATO DE CASO
Jonathan Weslley Pinto Soares,
Fragoso de Oliveira, Pamella Fonseca Barbosa,
Pedro Alves Feitoza Neto, Roberta Rodrigues de Lima,
Roberta Vilela Lopes Koyama, Gilberto Toshimitsu Yoshikawa
Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém, PA, Brasil
Introdução: A síndrome de superposição de AR e LES, conhecida
como rhupus, é rara, acometendo mais o gênero feminino, com
prevalência de 0,09 a 2%. Caracteriza-se por poliartrite simétrica
e erosiva, sinais e sintomas de LES e presença de anticorpos altamente específicos para as duas patologias. Descrição do caso:
Homem, 36 anos, paraense. Em 2009, fora admitido no hospital
com quadro há mais de 5 meses de dor retroesternal e poliartrite
simétrica de pequenas e grandes articulações e rigidez matinal
superior a 1 hora. Exames revelaram hemograma com linfopenia;
PCR e VHS alteradas; fator reumatoide positivo em altos títulos (512
UI/mL); FAN positivo 1/320 padrão nuclear pontilhado fino; anti-Ro
positivo (224 UI/mL); anti-La negativo; complementos consumidos;
anti-CCP+; anti-dsDNA, anti-SM, anti-RNP negativos; radiografia
de mãos e punhos com presença de erosões; eco demonstrando
pericardite com derrame discreto. Foi diagnosticado com rhupus, sendo tratado com HCQ 400 mg/dia, MTX 20 mg/semana,
ácido fólico 5 mg/semana e prednisona 40 mg/dia, e introduziu-se azatioprina até uma dose de 150 mg/dia. Em 2012, evoluiu com
S107
febre diária, tosse prolongada, fadiga e astenia. TC de tórax mostrou nódulos centro-lobulares e acinares mal definidos com distribuição em árvore em brotamento localizada no lobo médio, no
segmento posterior do lobo inferior direito e ápices pulmonares.
Baciloscopia positiva. Foi suspensa a terapia imunossupressora e
iniciado o tratamento específico com esquema I. O paciente vinha
em uso de prednisona 40 mg/dia, não tolerava a redução pelo quadro de poliartrite e tinha intolerância ao MTX. Foi iniciado tratamento com rituximabe com melhora importante. Até o momento,
já foram realizados dois cursos. Paciente faz uso de HCQ 400 mg/
dia e prednisona 5 mg/dia. Discussão: O diagnóstico do rhupus é
feito quando se torna difícil apoiar tanto o diagnóstico de AR como
o de LES isoladamente. Poucos pacientes apresentam as características das duas patologias, como visto neste caso.
SARCOIDOSE COM ENVOLVIMENTO
MUSCULAR: RELATO DE CASO
Alvaro Henrique Neto, Barbara Seabra Carneiro,
Carlos Eduardo Kameki Sato, Flavio Falcao Lima de Souza,
Lygia Peloso Reis e Passos, Monica Rossatti Molina,
Raquel Vieira Dias, Thaise Oliveira Quaresma
Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (HCRP), Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil
Introdução: A sarcoidose é uma doença inflamatória granulomatosa crônica, multissistêmica, de etiologia ainda desconhecida. O
acometimento muscular sintomático é bastante raro, podendo se
manifestar de 3 formas: miopatia crônica, miosite aguda e miosite nodular. Relato de caso: JMCR, sexo masculino, 42 anos, negro.
Apresentou-se com história de fraqueza muscular de cintura pélvica e escapular de início insidioso e progressivo há 1 ano, manifestando-se como dificuldade de elevar membros superiores,
levantar-se de cadeiras, posteriormente evoluindo com engasgos
e limitação para deambular sem auxílio em um período de 1 ano.
Ao exame físico, foi observada força muscular grau 3 em musculatura proximal de membros superiores e grau 2 em musculatura
proximal de membros inferiores, com acentuada atrofia muscular.
Exames laboratoriais revelaram elevação substancial de enzimas
musculares (creatinofosfoquinase de 3100 U/L, TGO 92 U/L, aldolase 51U). Paciente evoluiu com falta de ar e tosse seca de início
súbitos. Tomografia de tórax revelou múltiplas áreas de opacidades alveolointersticiais com nódulos, associadas a linfonodomegalia mediastinal e hilar, cuja biopsia evidenciou lesão granulomatosa compatível com sarcoidose. Biopsia muscular mostrou atrofia
e lipossubstituição, porém, sem infiltrado inflamatório. Após exclusão de causas infecciosas, feito diagnóstico de sarcoidose e iniciado tratamento imunossupressor com prednisona 1 mg/kg
associado a metotrexato, posteriormente associado à metilprednisolona em pulsos, com resposta parcial. Conclusão: Apesar de
raro, o diagnóstico de miopatia por sarcoidose pode acarretar em
grande morbidade, devendo-se ter alto grau de suspeição. O atraso
no diagnóstico e tratamento é talvez o principal fator prognóstico.
O tratamento com corticosteroides, associados ou não a imunossupressores, é relatado na literatura com taxa de resposta menor do
que a observada em formas pulmonares clássicas.
SARCOIDOSE PULMONAR INDUZIDA PELA TERAPIA
ANTI-TNF: UM EFEITO PARADOXAL
Alisson Aliel Vigano Pugliesi, Camila Matsunaga de Angelis,
Rachel Zerbini Mariano, Mateus Fornasieri Mokwa,
Amanda Campos Mozer Sodre, Flavio Fernandes Barbosa,
Manoel Barros Bertolo, Michel Alexandre Yazbek
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
S108
R E V B R A S R E U M AT O L . 2 0 1 6 ; 5 6 ( S U P L 2 ) : S 1 - S 1 7 8
Introdução: As chamadas reações paradoxais são definidas pelo
aparecimento ou exacerbação de uma condição após a administração de uma medicação sabidamente eficaz como tratamento
da mesma situação que desencadeou como evento adverso. Um
número crescente de casos de doença granulomatosa pulmonar
não infecciosa secundária à terapia anti-TNF vem sendo descrito
e — em virtude da eficácia já demonstrada dos agentes anti-TNF
para tratamento da sarcoidose — relatados também como reação
paradoxal. Descrição do caso: C.A.C.G, sexo feminino, em tratamento de espondilite anquilosante (EA) há 2 anos com infliximabe.
Não houve necessidade de tratamento da tuberculose latente previamente ao uso do mesmo. Depois de 6 meses do biológico, entretanto, radiografia de tórax solicitada por quadro fugaz de resfriado
evidenciou múltiplos nódulos pulmonares confirmados pela tomografia computadorizada (TC) de tórax. Biopsia revelou processo
inflamatório crônico granulomatoso, com pesquisa e culturas
negativas para micobactérias e fungos, sem evidências de necrose,
vasculite ou malignidade. Mesmo assim, optou-se pelo tratamento
empírico para tuberculose (TB) e, após 2 meses do mesmo, pela
retomada do anti-Tnf (etanercepte) pela recidiva do quadro articular. Após o término do tratamento para TB, TC de tórax evidenciou piora dos nódulos pulmonares. Como paciente assintomática
e com relação temporal entre o achado radiológico e a introdução
do anti-TNF, foi levantado a suspeita de reação paradoxal a medicação. Após 6 meses da suspensão da medicação, nova TC de tórax
evidenciou resolução completa dos nódulos pulmonares. Conclusão: Embora o risco infeccioso ainda seja o mais comum evento
adverso da terapia anti-TNF, o reumatologista deve estar ciente da
possibilidade de desenvolvimento de reações paradoxais durante o
uso destas medicações.
SÍNDROME DA FASCIÍTE PALMAR E POLIARTRITE EM
PACIENTE COM NEOPLASIA DE RETO AVANÇADA
Fernanda Maria Borghi, Felipe Dunin dos Santos,
Bruna Burko Rocha Chu, Marcel Morsch, Erick Cavalcanti Cossa,
Bruno Queiroz Zardo, João Pedro Pereira da Cunha, Marcelo Enokawa,
Laura Giovanella, Luisa Boeing Esmeraldino, Eduardo S. Paiva
Serviço de Reumatologia, Hospital de Clínicas, Universidade Federal do Paraná (UFPR),
Curitiba, PR, Brasil
Introdução: A fasciíte palmar e poliartrite (SFPP) é uma síndrome
paraneoplásica rara, associada principalmente ao adenocarcimoma de ovário, mas já foi descrita em associação com outras
neoplasias, inclusive a colorretal. Este relato de caso descreve uma
paciente com neoplasia de reto que desenvolveu a SFPP durante a
progressão da doença, além de revisão da síndrome fasciíte palmar
e poliartrite. Relato de caso: Paciente do sexo feminino, admitida
com artralgia de mãos e dispneia há 1 mês, com piora há 1 semana.
História de neoplasia de reto há 2 anos, fazia acompanhamento
na oncologia. Ao exame, paciente em REG, dispneica, dessaturando
com turgência jugular e murmúrio vesicular diminuído. Verificou-se artrite de mãos, contratura e fibrose difusa da palma e quirodáctilos, com limitação da função. Ecocardiograma evidenciou
derrame pericárdico com tamponamento. Foi realizado pericardiocentese e aventado o diagnóstico de SFPP, sendo iniciada terapia
com prednisona, sem resposta adequada. Tomografia de tórax evidenciou massa em mediastino, atelectasia de todo lobo pulmonar
médio e inferior à direita. A fibrobroncoscopia revelou compressão
extrínseca do brônquio principal direito com lesão de aspecto infiltrativo em submucosa. Houve piora do padrão respiratório e instabilidade hemodinâmica e a paciente evoluiu para óbito. Discussão: A SFPP ocorre principalmente em mulheres, é caracterizada
por poliartrite e fibrose da fáscia palmar com contratura. Associa-se mais comumente ao câncer de ovário, mas já foi descrita em
casos de câncer pancreático, gástrico, prostático, cólon, pulmão e
mama. A fisiopatologia é incerta, sugere-se papel dos hormônios
femininos, pela maior prevalência em mulheres, e dos fatores de
crescimento do tecido conjuntivo. O tratamento com uso de corticosteroides, anti-inflamatórios e até drogas imunossupressoras
não apresenta resposta satisfatória. Em alguns casos, pode haver
melhora ou até regressão dos sintomas com a ressecção completa
do tumor.
SÍNDROME DE KLIPPEL–FEIL: RELATO DE CASO
Luciano Barbosa de Andrade
Hospital Regional de Ceilândia (HRC), Brasília, DF, Brasil
Introdução: A síndrome de Klippel–Feil corresponde a vários achados clínicos, onde o principal é a fusão (não segmentação) de vértebras. Podem se associar alterações faciais, do aparelho urinário
e reprodutor, além de deformidades ósseas (escoliose, hemivértebras, fusão de costelas). Relato de caso: FEP, sexo feminino, 48 anos.
Em 2/5/2016, apresentava dor cervical há 1 mês, sem trauma ou
outras queixas. Limitação aos movimentos da coluna cervical em
todos os planos, sem alteração neurológica. Escoliose leve. Solicitados RX e ressonância magnética. Os exames mostraram artrose
e estenose de forames na coluna cervical, fusão de C2, C3, C4 e C5,
com estreitamento do forame magno. Hemivértebra abaixo de T9
com escoliose resultante. Pela redução do diâmetro do canal vertebral cervical alto e compressão medular, a paciente foi encaminhada ao serviço de coluna. Conclusão: A síndrome de Klippel–Feil
apresenta deformidades do aparelho locomotor em em outros sistemas do corpo. Os pacientes geralmente comparecem ao médico
com queixas de dor vertebral. Os achados dos exames radiológicos
levam à suspeita da síndrome, quando deve ser feita a investigação
de malformações em outros sistemas.
SÍNDROME DE STEVENS-JOHNSON ASSOCIADA
AO USO DE DESONUMABE
Déborah Batista de Sant’Anna, Ana Luiza Mapurunga Gonçalves,
Ilzane Maria de Oliveira Morais,
Luiza Barros Rocha, Luiz Mário Aquino da Costa,
Adriana de Holanda Mafaldo Diógenes
Universidade de Fortaleza (UNIFOR), Fortaleza, CE, Brasil
Introdução: A síndrome de Stevens-Johnson (SSJ), de acometimento principalmente mucocutâneo, é caracterizada por necrose
e descolamento epidérmico em menos de 10% da superfície corporal, que podem ser precedidos por pródromos como febre e
cefaleia. Pode haver envolvimento sistêmico, como quadro renal.
Costuma ser idiopática ou causada por medicamentos, como
anticonvulsivantes e, em menor frequência, por vírus, bactérias, fungos ou tumores. O denosumabe é indicado para o tratamento de pacientes com osteoporose pós-menopausa já estabelecida ou com alto risco de desenvolvê-la. Indicado ainda na
falha ou intolerância a tratamento com outros antirreabsortivos
ou formadores ósseos. Entre os efeitos colaterais ocasionados
pelo uso do denosumabe citam-se infecções, reações dermatológicas, eventos cardiovasculares ou câncer. Relato de caso: M.J.S,
sexo feminino, 84 anos, em acompanhamento reumatológico
por osteoporose grave, com elevado risco de fratura, refratária
ao uso de bifosfonatos quando foi prescrita terapia com denosumabe 60 mg, subcutâneo, semestral. Após uma semana da dose
inicial, paciente evoluiu com eritema e prurido cutâneos difusos
e progressivos, além de disúria, sendo suspenso o tratamento. A
pesquisa para infecção urinária foi negativa e não houve modificação dos medicamentos de uso crônico para suas comorbidades. Após 3 meses, o quadro persistiu, evoluindo com lesões
cutâneas eritematodescamativas, pruriginosas e difusas, com
piora progressiva e refratária à corticoterapia oral, parenteral e
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anti-histamínicos. A biopsia da pele lesada foi realizada e sua
análise histopatológica sugeriu eczema de reação por fármaco,
devido ao infiltrado eosinofílico, caracterizando esta síndrome.
Conclusão: A SSJ é normalmente desencadeada por medicações
como antibióticos, anticonvulsivantes, anti-inflamatórios não
esteroidais e haloperidol. Neste caso, a manifestação cutânea
como evento adverso ao denosumabe é raramente descrita, principalmente nesta intensidade.
SÍNDROME DE TOLOSA–HUNT SIMULANDO
ARTERITE TEMPORAL
Adrian Nogueira Bueno, Jéssica de Paula Silveira,
Helen Gonçalves Reis, Gustavo Lage de Paiva,
Marilia Marques da Silveira, Amanda Basilio Silva,
Thiago Barbosa Santos, Jessica Brandani da Costa Santos,
Clara Monteiro Reis
Faculdade de Ciências Médicas de Alfenas, Alfenas, MG, Brasil
Introdução: A arterite temporal (AT) é uma inflamação arterial,
em particular nos pequenos ramos da artéria carótida externa.
Já a síndrome de Tolosa–Hunt (STH) é caracterizada como uma
estenose da porção cavernosa da artéria carótida interna devido
a um processo inflamatório granulomatoso idiopático. Relato de
caso: J.V.B.D., sexo masculino, 76 anos, iniciou em janeiro de 2016
quadro de cefaleia holocraniana que evoluiu para cefaleia hemicraniana esquerda. Apresentava sintomas de perda visual gradual, associada a fotofobia, fonofobia e piora da dor, do tipo pulsante, no período noturno, em artéria temporal esquerda. Evoluiu
para perda total da visão do olho esquerdo. Exames laboratoriais:
hemograma-normal, AST-13, ALT-21, CR-1,1, VHS-110, PCR+48,
FAN+ 1:160 nuclear pontilhado fino denso. Os exames oftalmológicos revelaram sem alterações. Avaliado por neurologista, que
afastou possível tumoração. Paciente artralgias e passado de alterações reumatológicas ou quadro semelhante na família. A RM de
crânio mostrou áreas de alteração do sinal, de aspecto inespecífico, localizadas na substância branca subcortical e periventricular dos hemisférios cerebrais. Angio-RNM de artérias e veias do
encéfalo apresentou-se normal, sem alterações de trajeto, calibre, contorno e fluxo. Após TC multislice do crânio, obteve-se discreto alargamento proporcionado dos sulcos corticais, fissuras e
cisternas da base, de aspecto usual para a faixa etária, sinusopatia esfenoidal com espessamento, irregularidade e deformidade da parede direita. O estudo de potenciais evocados visuais por padrão reverso evidenciou-se anormal. Discussão: AT e
STH foram as hipóteses diagnósticas para o paciente, haja vista
a perda visual, cefaleia e o processo inflamatório da artéria carótida, todavia em localizações diferentes. Ocorre cefaleia em 2/3
dos pacientes com AT. Já a STH é caracterizada por dor periorbital ou hemicraniana associada à oftalmoplegia dolorosa, descrita
como dor recorrente unilateral orbital.
SÍNDROME SAPHO COMO DIAGNÓSTICO
DIFERENCIAL PARA ARTRITE PSORIÁSICA
Paula Nogueira Loures, Mariana Kadomoto,
Evelyne Lopes Marcondes Martinelli,
Leticia Maria Kolachinski Brandão, Leandro Diniz e Garcia,
André Marun Lyrio, Lucas Eduardo Pedri, Rubens Bonfiglioli,
Cláudia Valéria Pereira Vierhout, José Roberto Provenza
Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), Campinas, SP, Brasil
Introdução: A síndrome SAPHO é uma condição rara, caracterizada por sinovite, acne, pustulose, hiperostose e osteíte. Uma
semelhança com as espondiloartrites tem sido sugerida devido à
alta frequência de envolvimento do esqueleto axial e ossificações
S109
paravertebrais assimétricas semelhantes às encontradas na artrite
psoriásica. Descrição do caso: E.G., 47 anos, branco, com diagnóstico de psoríase há 20 anos e lombalgia inflamatória há 10 anos,
sacroiliíte grau III bilateral em raio X, HLA-B27 negativo, apresentou falha secundária ao etanercepte, mantendo uso de metotrexate, evoluiu com dor intensa, edema e aumento de temperatura
na clavícula esquerda e piora do quadro cutâneo, com presença
de pustulose, sendo substituído etanercepte por infliximabe. Cintilografia óssea com aumento difuso da captação por 99 mTc nas
clavículas, pior à esquerda, manúbrio e corpo esternal e TC com
hiperostose em clavículas, entesófitos, pontes ósseas em coluna
torácica, hiperostose costovertebral, RNM com reação periosteal
no terço médio da clavícula, sugerindo processo inflamatório em
atividade. Iniciado tratamento com ácido zolendrônico para síndrome SAPHO (pustulose, hiperostose e osteíte), houve melhora
importante da dor clavicular e edema. Discussão: A síndrome
SAPHO é mais comum em adultos jovens e de meia-idade, preferencialmente em mulheres. Tem curso crônico com episódios
de agudização. A parede anterior do tórax é o local mais afetado
(70-90%), especialmente a região esternoclavicular, seguida pela
coluna (33%), mais frequentemente a coluna torácica. A presença
do “sinal do bisão” deve alertar para o diagnóstico. A apresentação radiológica inclui hiperostose, sindesmófitos e ossificação do
ligamento paravertebral, sacroiliíte em 13-52%, frequentemente
unilateral. HLA-B27 pode ser positivo em 13-30%.
TROMBOCITOPENIA PÓS-IMUNIZAÇÃO CONTRA H1N1:
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE SÍNDROME ASIA
Levi Bezerra Senaa, Igor Gabriel Nogueira de Andradea,
Dayana Carla de Oliveirab
a
b
Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), Brasília, DF, Brasil
Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF, Brasil
Introdução: A púrpura trombocitopênica imune (PTI) é uma condição autoimune caracterizada pela redução da contagem de plaquetas. As manifestações clínicas dessa condição variam desde
a presença de púrpura e petéquias, especialmente nas extremidades, epistaxe, gengivorragia, até sangramentos subaracnoides,
intracerebrais e gastrointestinais. As vacinas mudaram drasticamente a expectativa de vida dos pacientes. Apesar disso, a ocorrência de diversos eventos autoimunes tem sido descrita após
vacinação, incluindo a PTI. Essas distintas condições autoimunes desencadeados pela exposição a vacinas podem ser agrupadas como uma única síndrome, a síndrome autoimune/ inflamatória induzida por adjuvantes, com mnemônico ASIA. Relato de
caso: Paciente do sexo masculino, 72 anos, iniciou quadro petéquias e equimoses disseminadas há 2 dias da internação, não
relacionadas à trauma. Apresentava ainda a queixa de mialgia
difusa e astenia. Paciente previamente diabético e hipertenso,
sem antecedentes autoimunes ou coagulopatias. Recebera imunização para H1N1 11 dias antes do surgimento dos sintomas. Na
admissão, apresentava plaquetometria de 5000/mm³, com mielograma revelando displasia e hipoplasia megacariocítica. Devido à
impossibilidade de descartar a suspeita de PTI, recebeu pulsoterapia com corticoide venoso, com posterior uso de corticoide via
oral. A biopsia medular revelou síndrome mielodisplásica. Discussão: O caso permite a supeita de PTI desencadeada pela imunização para H1N1, além de preencher critérios para síndrome
ASIA (exposição a estímulo externo, mialgia difusa e surgimento
de doença autoime – a PTI). O diagnóstico de síndrome ASIA, apesar de descartado posteriormente, deve ser levado em consideração. É crescente o número de casos de eventos autoimunes após
imunização e como as vacinas são uma estratégia amplamente
difundidas no meio médico, é importante estar sempre atento
para o surgimento de reações adversas ao seu uso, além de dar
margem à discussão sobre a segurança vacinal.
S110
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TUMOR ORBITAL E DOENÇA POR IGG4: RELATO DE CASO
Tatiana de Souza Pina Lobo, Ursula Soares Barbosa,
Vitalina de Souza Barbosa, Henrique Moura de Paula,
Nilzio Antônio da Silva, Jozelia Rêgo
Serviço de Reumatologia, Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Goiás (UFG),
Goiânia, GO, Brasil
Introdução: A doença por IgG4 é uma afecção imunomediada definida como um conjunto de manifestações que compartilham entre
si características clínicas, sorológicas e patológicas. O órgão acometido apresenta um edema tumor-símile, com infiltrado linfoplasmocitário rico em células plasmáticas IgG4, um grau variável de fibrose
e as concentrações séricas de IgG4 estão elevadas. No olho, atinge
glândulas lacrimais, musculatura extrínseca, tecido periorbital, nervos orbitais e infraorbitais e sistema nasolacrimal. Os autores apresentam um caso de acometimento ocular tumor-símile, secundário à doença por IgG4. Relato de caso: Mulher de 78 anos apresenta
quadro de febre e dor facial, de evolução crônica e sem conclusão
diagnóstica. Evolui com aumento progressivo do olho direito, proptose e amaurose. Exames complementares: RM orbital = lesão intra
e extraconal, de aspecto inflamatório inespecífico; biopsia da lesão
intraorbital = processo inflamatório, não neoplásico, e fibrose estromal; IgG4 sérica elevada. Concluído por doença por IgG4 e iniciado
prednisona 1 mg/kg/dia. A paciente apresentou resposta razoável
ao tratamento instituído. Discussão: Descrita inicialmente como
hiperplasia linfoide orbital benigna, a doença por IgG4 com acometimento orbital tumor-símile é responsável por 10-50% dessa alteração. O diagnóstico se baseia nos achados de imagem, do histopatológico e nos níveis séricos de IgG4. O atraso no diagnóstico e
o início tardio da terapêutica podem ocasionar danos irreversíveis.
Nossa paciente apresentou dano visual e estético graves devido ao
início tardio do tratamento. Conclui-se que a doença por IgG4 deve
ser incluída no diagnóstico diferencial das tumorações orbitárias.
USO DE TOCILIZUMABE COMO TRATAMENTO
DE POLICONDRITE RECIDIVANTE REFRATÁRIA
A CORTICOTERAPIA: RELATO DE CASO
Andrey Tonetto Barbosa, Lays Fernandes Mesquita,
Claudio Alves de Albuquerque, Wiliam Habib Chahade,
Juliana da Silva Bemfeito de Moraes, Guilherme Lins Meira Quintão,
Thomas Carvalho da Silva, Camila de Lima Tostes,
Lidia Valente Dima, Fernanda Seragioli, Raissa Barbosa de Souza,
Paulo Guilherme de Oliveira Barbalho Junior, Rina Dalva Neubarth
Giorgi, Renata Ferreira Rosa
Hospital do Servidor Público Estadual, São Paulo, SP, Brasil
Introdução: A policondrite recidivante (PR) é uma condição autoimune rara, de etiologia desconhecida, cuja predisposição genética
sugere relacionar-se com HLA-DR4. É caracterizada pela inflamação
recorrente e destruição de tecidos cartilaginosos. O uso de imunobiológicos, principalmente da classe dos anti-TNF, tem sido satisfatoriamente empregado para o tratamento de PR. Relatamos o caso
de uma paciente com PR em que usamos como primeira opção biológica o tocilizumabe (TCZ) após pulsoterapia com metilprednisolona. Este é o primeiro caso reportado em que TCZ foi utilizado como
primeira escolha biológica. Relato de caso: Paciente, 63 anos, sexo
feminino, com queixa de hiperemia ocular bilateral e edema peripalpebral há 45 dias. Evoluiu com hiperemia e edema de pavilhão auricular esquerdo. Associado apresentava adinamia, inapetência, perda
ponderal, disfagia e dor cervical. Exames laboratoriais com trombocitose e elevação de PCR e VHS. Apresentava derrame pericárdico na
TC de tórax. No exame oftalmológico constatou-se a presença de
esclerite bilateral e pela fonoaudiologia evidenciou-se surdez neurossensorial bilateral, fechando diagnóstico de PR. Feito pulsoterapia com corticoide, sem resposta adequada. Foi então prescrito TCZ,
com boa resposta clínica e laboratorial. Discussão: Optamos pela
utilização de TCZ como primeira escolha biológica, a processo inflamatório intenso. Após a primeira dose da medicação, observamos
supressão das provas inflamatórias e importante resolução clínica,
com clareamento ocular, normalização da cartilagem auricular e
ganho ponderal. Foram encontrados 12 relatos na literatura com o
uso de TCZ para tratamento de PR, porém, em todos eles o TCZ foi
utilizado após falha ao anti-TNF. Sabemos que ainda são necessários mais estudos relacionados ao TCZ e a PR, porém, acreditamos
que esta seja uma droga promissora no tratamento desta condição.
VASCULITE POR IGA: DESAFIO DIAGNÓSTICO
Felícia Maria Costa Neves da Rochaa,
Maria da Glória Costa Reis Monteiro de Barrosa,
Deivid Souza Sutti Lopesb, Lívia de Paiva Vardieroa,
Priscilla Damião Araújo de Limaa
a
b
Centro Universitário Serra dos Órgãos (UNIFESO), Teresópolis, RJ, Brasil
Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), São Paulo, SP, Brasil
Introdução: A vasculite por IgA (VIA) é uma vasculite sistêmica de
pequenos vasos, caracterizada pela deposição de imunocomplexos
contendo IgA em diversos órgãos (pele, trato gastrintestinal, articulações e rins), mais prevalente na infância. Aqui é descrito caso de
VIA em paciente idosa que abriu quadro com mialgia e poliartralgia associada a discretas alterações urinárias. Descrição do caso:
Mulher, 65 anos, branca, residente em Guapimirim/RJ, hipertensa,
apresentou “sensação de peso” em cintura pélvica ao deambular e
dor abdominal difusa e inespecífica. Após 1 mês, evoluiu com piora,
necessitando de auxílio para se levantar, com melhora após corticoide. No 3º mês, evoluiu com poliartralgia (ombro esquerdo e mãos),
emagrecimento (4 kg/ 3 meses), febre diária (38°C) e cansaço aos
pequenos esforços, sendo encaminhada à reumatologia. Foi observada restrição ao se levantar da cadeira e manter os membros superiores elevados, sem evidência de artrite, lesões cutâneas ou outras
alterações. Hemograma, função renal/ hepática, enzimas musculares, FAN/ ANCA/ fator reumatoide/ IgA: sem alterações, exceto VHS
= 110 mm/hora. Rastreio negativo para neoplasia, além de ecocardiograma e eletroneuromiografia normais. TC do tórax evidenciou
áreas em vidro fosco/espirometria padrão restritivo. Devido a hematúria microscópica foi realizada biopsia renal que revelou nefropatia
por IgA (forma mesangial). Iniciado enalapril e metilprednisolona/
iv 500 mg (3 dias) com melhora e, posteriormente, foi acrescentado
azatioprina, permanecendo com doença sob controle. Discussão:
VIA raramente acomete adultos (0,1-1,8/ 100.000), acometendo rim
em 40-50% nos adultos. Geralmente glomerulonefrite leve, proteinúria e hematúria microscópica, com evidência de depósitos de IgA à
imunofluorescência. Doença costuma ser autolimitada, sendo recomendado nefroproteção com bloqueador do sistema renina-angiotensina diante do acometimento renal. Corticosteroide e imunossupressores podem ser necessários para casos refratários.
Área Temática: Outras doenças do tecido
conjuntivo
ACHADO FAMILIAR DE HIPOPLASIA UNGUEAL E PATELAR:
RELATO DE CASO DE ONICOSTEODISPLASIA HEREDITÁRIA
Carlos Eduardo Alves Garciaa, Matheus de Oliveira Andradea,
Matheus Meira Velloso Santosb, Samara Oliveira Diasb,
Neysa Aparecida Tinoco Regattierib, Paulo Sérgio Mendelovitzb,
Juliana Forte Mazzeu de Araújoc, Rosenelle Oliveira Araújo Benícioc
Faculdade de Medicina, Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF, Brasil
Setor de Radiologia, Hospital Universitário de Brasília (HUB), Universidade de Brasília
(UnB), Brasília, DF, Brasil
c
Ambulatório de Genética, Hospital Universitário de Brasília (HUB), Universidade de
Brasília (UnB), Brasília, DF, Brasil
a
b
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Introdução: A onicosteodisplasia hereditária, também conhecida
como síndrome unha-patela ou síndrome de Fong, é uma doença
autossômica dominante causada por mutações no gene LMX1B.
Sua patogênese é atribuída à disfunção na deposição do colágeno durante a embriogênese. A tétrade clínica que caracteriza
a síndrome inclui: proeminências ilíacas (cornos ilíacos); aplasia
ou hipoplasia patelar; displasia, hipoplasia ou aplasia ungueal; e
artrodisplasia dos cotovelos. Complicações potenciais durante o
curso da doença incluem instabilidade e perda de amplitude de
movimento nas articulações afetadas, além de acometimento
renal, que varia de proteinúria a doença renal crônica avançada.
Descrição do caso: Paciente com 3 anos de idade, sexo feminino,
estava em acompanhamento para investigação de transtorno do
desenvolvimento, manifestado por tricofagia desde 1 ano de idade,
bruxismo, hiperatividade e dificuldade de linguagem. Ao exame
físico, percebeu-se que apresentava hipoplasia ungueal em quirodáctilos, também manifestada em sua mãe, de 39 anos, na qual
a hipoplasia era mais acentuada e acometia também os pododáctilos. A mãe também se queixava de história crônica de dor e
limitação de movimento nos joelhos. Radiografias de pelve, joelho e membros mostraram hipoplasia patelar na mãe e esporões
ósseos bilaterais posteriores em pelve (cornos ilíacos) em ambas
as pacientes, sendo estabelecido o diagnóstico de síndrome unha-patela para mãe e filha. Não eram conhecidos outros casos na
família com manifestações semelhantes. Avaliação laboratorial
das pacientes não evidenciou alterações de função renal. Discussão: A síndrome unha-patela é uma condição rara, com incidência estimada de 1 em 50.000 nascidos vivos. O diagnóstico precoce
desta síndrome é essencial para se garantir um acompanhamento
adequado dos pacientes acometidos, buscando-se intervir oportunamente em potenciais complicações osteoarticulares e renais
associadas a esta condição.
ALTA PREVALÊNCIA DE SÍNDROME METABÓLICA EM
PACIENTES ADULTAS JOVENS COM DERMATOMIOSITE
Marilda Guimarães Silva, Eduardo Ferreira Borba,
Suzana Beatriz Veríssimo de Melo, Samuel Katsuyuki Shinjo
Serviço de Reumatologia, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade
de São Paulo (HC-FMUSP), São Paulo, SP, Brasil
Objetivo: Analisar a frequência de síndrome metabólica em pacientes adultas jovens com dermatomiosite (DM) e a possível associação com as características clínicas e laboratoriais da DM. Metodologia: Estudo transversal que incluiu 35 pacientes com DM (Bohan
e Peter, 1975), pareadas por idade e índice de massa corpórea com
48 controles saudáveis. Excluídas as pacientes com miosite associada à neoplasia, presença de outras doenças autoimunes sistêmicas, infecções, doença renal ou hepática, obesidade mórbida,
menopausa, < 18 anos e > 45 anos. A atividade da doença foi baseada nos parâmetros estabelecidos pelo International Myositis Assessment and Clinical Studies Groups (IMACS). A síndrome metabólica
foi definida de acordo com critérios preconizados por Joint Interim
Statement de 2009. Resultados: A média de idade foi comparável
entre DM e o grupo controle (respectivamente, 33,2±6,5 e 33,3±7,6
anos), com duração média da doença de um ano. Quando comparadas aos indivíduos do grupo controle, as pacientes com DM tinham
alta prevalência de síndrome metabólica (34,3 vs. 6,3%; p = 0,001).
Como uma análise adicional, as pacientes com (n = 12) vs. sem
(n = 23) a síndrome metabólica foram comparáveis quanto aos
dados demográficos, clínicos, laboratoriais e terapêuticos (corticosteroide e imunossupressores), exceto pela maior faixa etária
(36,7 ± 5,6 vs. 31,5 ± 8 anos; p = 0,035) e maior atividade da doença
nas pacientes com a síndrome metabólica. Conclusão: As pacientes adultas jovens com DM apresentam alta prevalência de síndrome metabólica que se correlacionou com a maior faixa etária
das pacientes e com a atividade da doença.
S111
ANÁLISE DE PACIENTES COM MIOPATIAS
INFLAMATÓRIAS AUTOIMUNES ACOMPANHADOS NO
AMBULATÓRIO DE REUMATOLOGIA DO HOSPITAL
FEDERAL DOS SERVIDORES DO ESTADO (RJ)
Leonardo Domingues Romeiroa, Adib Reboredo Jeovanib,
Izabelle da Silva Maurib, Lais Cantini de Costa Mattosb,
Lívia Saburi Costab, Luiza Berthoux Pinheiro dos Santosb,
Maria Eduarda Bello Cosendey Ribeirob, Matheus Beraldi Azevedoa,
Miguel Horwaczb, Rodrigo Rocha Rodriguesa, Thaís Cavalcantib,
Vitor Giacomin Devensa
a
b
Hospital Federal dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (HFSE-RJ), Rio de Janeiro,
RJ, Brasil
Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Objetivo: Analisar dados demográficos e variáveis clínicas e laboratoriais de pacientes com miopatia inflamatória autoimune acompanhados no ambulatório de reumatologia do HFSE do Rio de
Janeiro. Metodologia: Foi realizado um estudo seccional retrospectivo em 2016 no ambulatório de reumatologia do HFSE do Rio de
Janeiro com variáveis como idade, tempo de diagnóstico, classificação, sinais e sintomas e achados laboratoriais. A coleta de dados foi
feita a partir do prontuário e contato telefônico. Usado planilha no
Excel®, versão 2007, com os dados e feita uma análise univariada
simples exploratória e também bivariada pelo OpenEpi (site <www.
openepi.com/Menu/OE_Menu.htm>). Resultados: Foram encontrados 24 pacientes com quadro de miopatia inflamatória, dentre os
quais 18 eram mulheres e 6, homens. A idade média nos 24 casos
foi de 47 anos (26 a 74). Também foi calculada uma diferença entre
as médias de idade em que os pacientes receberam o diagnóstico
de dermatomiosite (41,5 anos) e polimiosite (30 anos) e houve diferença estatística calculada pelo test T (p < 0,015). Em relação à frequência de apresentações, 58% apresentaram dermatomiosite;
29%, polimiosite; e 13%, outras formas. Foram prevalentes os casos
recorrentes da doença (48%). Em relação às manifestações clínicas,
a fraqueza muscular esteve presente em 67% dos casos. Também
se mostraram prevalentes os casos de esofagopatia (42%), artralgias (42%) e fenômeno de Raynaud (33%). As comorbidades mais
prevalentes foram a hipertensão arterial sistêmica (56%), dislipidemia (31%) e diabetes mellitus (25%). Apenas 1 caso de neoplasia
de útero com dermatomiosite. O FAN se mostrou positivo em 54%
dos casos e em 11 casos havia elevação atual das enzimas musculares séricas. Conclusão: Esta análise possibilita a avaliação de um
grupo de pacientes com miopatia inflamatórias e suas características e há a necessidade de estudos multicêntricos no Brasil.
ASSOCIAÇÃO DE PANICULITE À
DERMATOMIOSITE E À C-ANCA +
Rennan Teixeira de Araujo, Beatriz Ribeiro Montenegro,
Carlos Einardy Teixeira Lima, Paulo Romeu Holanda,
Adriana de Holanda Mafaldo Diógenes
Universidade de Fortaleza (UNIFOR), Fortaleza, CE, Brasil
Introdução: A paniculite é uma manifestação cutânea não frequentemente associada à dermatomiosite. Clinicamente, ela se apresenta com nódulos ou placas dolorosos nos braços, coxas e glúteos
que evidenciam uma paniculite lobular em estudo histopatológico.
As lesões cutâneas ocorrem geralmente de forma sincrônica aos sintomas musculares. Descrição do caso: Paciente do sexo feminino, 34
anos. Há 5 meses refere fadiga e mialgia, além de lesões cutâneas
eritemato-edematosas nas mãos, face e região proximal das coxas.
Biopsia cutânea mostrou paniculite lobular associada à dermatite
de interface sugestiva de paniculite lúpica, sendo compatível com
LES. Marcadores como FAN, anti-DNA e anti-Sm foram negativos,
sendo positivo apenas C-ANCA. Ao exame físico, havia lesões descamativas, com fissuras nas pontas dos dedos, configurando “mãos
de mecânico”, achado comum da dermatomiosite. No tratamento,
S112
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foram usadas azatioprina e prednisona. Discussão: As variadas
manifestações cutâneas da dermatomiosite são bem conhecidas,
sendo a paniculite raramente descrita. Dentre as colagenoses, a
paniculite se encontra com mais frequência associada ao LES (lúpus
eritematoso sistêmico). No caso em questão, não existem critérios
clínicos e/ou laboratoriais que direcionem ao diagnóstico de LES, ao
passo que o achado das “mãos de mecânico” e os sintomas musculares apontam o diagnóstico de dermatomiosite. A miosite e a paniculite costumam seguir um curso clínico paralelo, com melhora simultânea durante o tratamento e recaída de ambas quando a terapia
com esteroides é reduzida rapidamente. A paniculite pode preceder a outras manifestações da dermatomiosite. Quanto à histologia,
observa-se uma paniculite lobular, com achado linfoplasmocitário
compatível com a biopsia cutânea da nossa paciente. Constituem
o tratamento base os corticoides, com rápida resposta. Em não respondedores, usa-se metotrexato ou imunoglobulina endovenosa.
CALCINOSE CUTÂNEA EM UMA PACIENTE
ADULTA COM POLIMIOSITE
José Bruno Costa de Jesus, Iza Melo Dantas,
Patricia Fontes de Santana Ferreira,
Blenda Hilíria de Sousa Dias, Ana Carolina Vilhena de Melo,
José Caetano Macieira, Regina Adalva de Lucena Couto Océa,
Mônica Valéria Siqueira Santana de Vechi,
Lina Oliveira de Carvalho
Hospital Universitário, Universidade Federal de Sergipe (UFS), Aracaju, SE, Brasil
Introdução: A polimiosite é uma doença inflamatória muscular
de padrão autoimune caracterizada por fraqueza da musculatura
esquelética. A calcinose cutânea pode ser encontrada em associação
com as miopatias inflamatórias, com incidência de 30-70% na dermatomiosite juvenil e em torno de 20% na dermatomiosite em adultos. A correlação entre polimiosite e a calcinose cutânea é um evento
extremamente raro. Relato de caso: Paciente com 26 anos de idade,
sexo feminino, iniciou em fevereiro de 2015 quadro de fraqueza progressiva de musculatura proximal (cintura escapular e pélvica) associada à disfagia alta para líquidos. Apresentava fraqueza grau 1 em
membros superiores e inferiores, dificuldade importante para deglutir e presença de sialorreia. À época, os exames laboratoriais mostravam CPK 1.600 U/L; VHS 33; aldolase 10 U/L; LDH 346 U/L; TGO 77;
TGP 64; FAN e anti-Sm (-); biopsia muscular e eletroneuromiografia
dos quatro membros evidenciando miopatia inflamatória. Durante a
internação, precisou usar sonda nasoenteral e fez uso de prednisona
80 mg/dia após pulsoterapia com metilprednisolona, metotrexato 25
mg/1 mL SC semanal e omeprazol 40 mg/dia. Permaneceu internada
por aproximadamente 1 mês, evoluindo com ganho progressivo de
força e parcial da deglutição, necessitando de gastrostomia temporária até reabilitação da deglutição. Após 9 meses de diagnóstico,
surgiu calcinose cutânea na face medial de antebraços, face medial
de coxas e nos flancos, associada à piora da miosite, sendo iniciado
alendronato 70 mg semanal e azatioprina 150 mg/dia. Discussão:
A calcinose é uma complicação muito rara em pacientes com polimiosite, com pouquíssimos relatos em todo o mundo. Assim como
na dermatomiosite, este caso demonstra que a calcinose pode estar
correlacionada com a gravidade da doença e a refratariedade do tratamento.
CALCINOSE NA DERMATOMIOSITE DO ADULTO
Ana Carolina Vilhena de Melo, José Caetano Macieira,
Regina Adalva de Lucena Couto Océa, Iza Melo Dantas,
José Bruno Costa de Jesus, Mônica Valéria Siqueira Santana de Vechi,
Patricia Fontes de Santana Ferreira, Blenda Hilíria de Sousa Dias,
Lina Oliveira de Carvalho
Hospital Universitário, Universidade Federal de Sergipe (UFS), Aracaju, SE, Brasil
Introdução: A calcinose é uma afecção do tecido conjuntivo que
ocorre na dermatomiosite, mais frequente em crianças (10 a 70%
dos casos), sendo um achado raro no adulto, com uma frequência
de até 20% dos casos. Esta complicação associa-se a maior morbidade da doença e é de difícil tratamento. Relatamos 2 casos de
calcinose na dermatomiosite do adulto. Caso 1: Paciente do sexo
feminino, 42 anos, com diagnóstico há 16 anos de dermatomiosite com a presença de calcinose difusa. Iniciado tratamento com
corticoide, cloroquina, metotrexate, azatioprina e terapêutica para
calcinose (alendronato, diltiazem). Evoluiu de forma desfavorável, com necrose e amputação de quirodáctilos secundária ao Raynaud. Realizada pulsoterapia com ciclofosfamida, manutenção do
alendronato, com estabilização do quadro vascular, porém, sem
melhora da calcinose. Caso 2: Paciente do sexo feminino, 69 anos,
com diagnóstico de dermatomiosite há 10 anos. Foi internada, submetendo-se a pulsoterapia com metilprednisolona, tendo resposta
parcial e medicada com prednisona e azatioprina e, posteriormente, metotrexate. Evoluiu sem melhora cutânea e aparecimento,
há 6 meses, de calcinose em membros. Discussão: A presença de
calcinose na dermatomiosite pode levar a um impacto negativo na
qualidade de vida do paciente, causando debilidade, incapacidade
funcional, contraturas articulares, atrofia muscular, úlceras cutâneas e, consequentemente, dores locais e infecções secundárias.
Está associada a uma maior gravidade da doença e com resposta
insatisfatória ao tratamento preconizado. Nos 2 casos em questão,
as pacientes apresentaram, além da calcinose, evolução desfavorável e resistência ao tratamento, semelhante aos achados da literatura. O tratamento da calcinose na DM do adulto e na juvenil é
um desafio, não se apresentando, até o momento, nenhuma terapia altamente eficaz no combate e na resolução dessa complicação.
CALCINOSE UNIVERSALIS EM PACIENTE COM
DERMATOMIOSITE: RELATO DE UM CASO
João Rodrigues de Araújo Neto, Daniele Kelle Lopes de Araújo,
Ana Karla Guedes de Melo,
Danielle Christinne Soares Egypto de Brito,
Alessandra Sousa Braz C. Andrade,
Eutília Andrade de Medeiros Freire
Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), Universidade Federal da Paraíba
(UFPB), João Pessoa, PB, Brasil
Introdução: A calcinose caracteriza-se pelo depósito de sais de cálcio na pele e tecido subcutâneo. É classificada em 5 subtipos: distrófica, metastática, idiopática, iatrogênica e calcifilaxia. Na dermatomiosite (DM), pode ser encontrada uma forma mais difusa e
com grandes depósitos de cálcio, chamada “calcinose universalis”.
Sua ocorrência na forma clássica da doença pode variar entre 11
a 20%, enquanto na DM juvenil pode variar de 44 a 70%. Relato
de caso: Paciente do sexo feminino, 38 anos, diagnosticada com
DM há 3 anos (fraqueza muscular proximal e simétrica de membros superiores e inferiores, elevação de enzimas musculares, heliótropo e pápulas de Gottron). Internada em setembro/2015, por
apresentar piora da fraqueza muscular de cinturas pélvica e escapular, disfagia e aumento de CPK (2.092), além de apresentar febre,
edema, hiperemia, calor e uma fístula em raiz de coxa direita, eliminando secreção purulenta. Apresentava também lesão ulcerada
em nádega direita associada a espessamento da pele e subcutâneo do glúteo e coxa direitos. Foi iniciado ceftriaxona e clindamicina, seguido de pulsoterapia com metilprednisolona 1g, EV, por
3 dias. Radiografias dos membros superiores e inferiores, quadril
e abdome evidenciaram presença de calcinose no braço direito,
ambas as coxas e nádegas. Paciente evoluiu com melhora do quadro de fraqueza e disfagia e melhora da fístula em coxa direita.
Recebeu alta com prednisona 20 mg/dia, azatioprina 150 mg/dia e
colchicina 0,5 mg de 12/12 h como terapêutica para tratamento da
calcinose. Conclusão: Calcinose universallis em paciente com DM
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é uma condição rara e de difícil tratamento. Não há terapia padrão
na literatura, sendo a eficácia do tratamento com as diversas drogas e meios utilizados (warfarina, bisfosfonatos, minociclina, ceftriaxona, diltiazem, hidróxido de alumínio, probenecida, corticoide
intralesional, imunoglobulina intravenosa, curetagem e excisão
cirúrgica) provenientes de relatos ou pequenas séries de casos.
DERMATITE INTERSTICIAL GRANULOMATOSA COM
ARTRITE – RELATO DE CASO DE TRATAMENTO
DE UMA PACIENTE COM ADALIMUMABE
Erick Cavalcanti Cossa, Fernanda Maria Borghi,
Felipe D. dos Santos, Bruna Burko Rocha Chu, Marcel Morsch,
Bruna Mayer, Bruno Queiroz Zardo, Marcelo Enokawa,
João Pedro Pereira da Cunha, Laura Giovanella, Andreas Funke,
Acir Rachid Filho, Luiz S. Freitas, Eduardo S. Paiva
Serviço de Reumatologia, Hospital de Clínicas, Universidade Federal do Paraná (UFPR),
Curitiba, PR, Brasil
Introdução: A dermatite intersticial granulomatosa com artrite
(DIGA) é uma entidade rara, cujo tratamento ideal é desconhecido.
Relatamos o primeiro caso, em nosso conhecimento, do uso de
adalimumabe nesta doença. Descrição do caso: Paciente do sexo
feminino, iniciou aos 55 anos com quadro de pápulas eritematosas na face, região anterior de tronco e braços, associado a febre
diária e poliartralgia. Atendida pela primeira vez em nosso serviço
com 2 anos de evolução. Exames laboratoriais com aumento de
provas inflamatórias, anemia de doença crônica e eletroforese de
proteínas com pequeno pico monoclonal em região de gamaglobulinas. Investigação adicional levou à exclusão de diagnósticos diferenciais de gamopatias monoclonais, com hipótese de gamopatia monoclonal de significado indeterminado associada a doença
autoimune. Biopsia cutânea de 2014 demonstrou dermatite crônica
linfo-histiocitária intersticial, compatível com o diagnóstico de
dermatite intersticial granulomatosa. Fez tratamento com ciclosporina, ciclofosfamida e plasmaférese sem resultado satisfatório.
Em 2015, foi iniciado tratamento com adalimumabe, com remissão
dos sintomas. Discussão: Descrita há 23 anos, a DIGA caracteriza-se pela presença de pápulas com formatos irregulares e variável
presença de dor ou prurido; em alguns casos com lesões subcutâneas lineares. Histologicamente, existe a presença de granulomas
na derme reticular, com degeneração de colágeno e formação de
histiócitos em paliçada. A artrite apresenta-se na forma oligoarticular ou poliarticular, com ausência de autoanticorpos. Entretanto,
existem variações dentro do espectro das dermatites intersticiais
granulomatosas, como as associadas a doenças autoimunes e ao
uso de algumas drogas, até mesmo de forma paradoxal com inibidores de TNF-α. O tratamento pode ser realizado com corticosteroides, metotrexato e ciclosporina. Quanto aos biológicos, existem
boas respostas descritas com tocilizumabe, ustekinumabe, etanercepte e infliximabe.
DERMATOMIOSITE E SÍNDROME DE
GILBERT: UMA RARA ASSOCIAÇÃO
Sandra Maximiano de Oliveira, Ana Paula Faria Carvalho,
Ana Carolina Emy Vicente Hidaka, Luciano Junqueira Guimarães
Hospital Universitário de Brasília (HUB), Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF,
Brasil
Introdução: As miopatias inflamatórias abarcam um grupo heterogêneo de doenças, incluindo a dermatomiosite (DM). A DM caracteriza-se por fraqueza muscular proximal e simétrica das cinturas
escapular e pélvica, associada a manifestações cutâneas típicas.
Afeta 5-10 casos/milhão de pessoas/ano, com ligeiro predomínio no sexo feminino. A doença apresenta curso clínico variável,
mas a maioria dos pacientes responde satisfatoriamente à terapia
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com corticoides (CE). A síndrome de Gilbert (SG) é uma desordem
genética benigna caracterizada pelo defeito na conjugação hepática da bilirrubina. Acomete 3-10% da população, com maior predomínio no sexo masculino. Relato de caso: Paciente do sexo masculino, 23 anos, diagnosticado com DM em 2014 após apresentar
fraqueza muscular proximal em membros superiores e inferiores, elevação de enzimas musculares e eletroneuromiografia confirmando padrão de acometimento miopático. Exibia ainda lesões
cutâneas características (heliótropo, pápulas de Gottron e lesões
eritematosas fotossensíveis no dorso). Iniciada terapia com CE na
dose de 1 mg/kg/dia e metotrexato (MTX) 15 mg/semana, apresentou resposta clínica satisfatória, com remissão da doença. Durante
aumento de dose de MTX até 25 mg/semana, o paciente evoluiu
com elevação assintomática de bilirrubinas, às custas de bilirrubina indireta (BT 4,29 e BI 2,94), sem alteração de outras provas de
função hepática. Investigação para hemólise, sorologias para hepatites virais e ecografia de abdome superior não mostraram alterações. Foi então atribuído o diagnóstico de síndrome de Gilbert.
Discussão: Não há relatos publicados até o momento da associação de DM com SG. Embora a SG seja considerada uma doença não
progressiva, sem indicação de tratamento específico ou acompanhamento médico, sua presença suscita possíveis implicações farmacológicas, com especial atenção ao uso de drogas que exijam
glicuronidação (como o MTX), devido ao maior risco de hepatotoxicidade nesses pacientes.
DERMATOMIOSITE JUVENIL EXACERBADA NA
VIGÊNCIA DE DENGUE: MIOPATIA VIRAL OU
EXACERBAÇÃO DE ATIVIDADE DA DOENÇA?
Daniele Scherer, Anna Larissa Faria Janes,
Ana Carolina Franco Passos,
Andrea Ribeiro Gonçalves de Vasconcelos Medeiros,
André de Paula Silva Ramos, Juliana Silvatti,
Marcela Maria da Silva, Ricardo Amaro Noleto Araujo,
Cristiane Kayser, Luis Eduardo Coelho Andrade
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
Introdução: A dermatomiosite é uma doença idiopática inflamatória crônica que afeta a musculatura estriada, pele e outros órgãos.
A dengue cursa com mialgia intensa, mas usualmente não há alteração histológica significativa e o quadro é autolimitado. Poderia a
ocorrência da doença modular ou exacerbar uma miopatia inflamatória idiopática pré-existente? Relato de caso: Paciente do sexo
feminino, 33 anos, com dermatomiosite juvenil (DM) desde os 13
anos, em uso de ciclosporina 200 mg/dia, foi internada com quadro de febre, cefaleia, mialgia intensa e acentuada fraqueza nos
membros há 7 dias. Dados vitais estáveis, ausculta cardiopulmonar normal, força grau III em membros inferiores e grau IV em
membros superiores, com dor acentuada à palpação muscular.
Exames evidenciaram hemoconcentração, linfopenia, plaquetopenia e CPK de 6.060 U/L. Após 7 dias de internação, houve piora da
fraqueza de membros, disfagia e fraqueza de esqueleto axial, bem
como aumento progressivo de CPK (até 8.282 U/L). Exames complementares: IgM positiva para dengue, liquor sem alterações e ressonância magnética de cinturas evidenciando inflamação ativa
e lipossubstituição. Nova biopsia muscular mostrou infiltrado
periendomisial, atrofia de fibras musculares e áreas de necrose
muscular, compatíveis com atividade pela DM. Após a administração de imunoglobulina humana por 5 dias houve rápida melhora
da força muscular e queda da CPK (823 U/L). Discussão: Embora
histologicamente pouco expressiva, a dengue pode causar hemorragia intersticial e discreto infiltrado inflamatório. Em casos isolados, pode haver miosite extensa e rabdomiólise. É também descrita
fraqueza muscular devido a hipocalemia, miosite e síndrome de
Guillain-Barré. A exacerbação de miosite durante um episódio de
dengue em paciente com miopatia inflamatória de base traz um
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dilema diagnóstico. No presente caso, a pronta resposta à imunoglobulina endovenosa sugere predomínio de componente inflamatório idiopático da doença de base, possivelmente desencadeado
pela arbovirose.
DERMATOMIOSITE REFRATÁRIA DEVIDO À
TUBERCULOSE DISSEMINADA: RELATO DE CASO
Thaysa Simões Paixão, Samuel Katsuyuki Shinjo,
Fernando Henrique Carlos de Souza,
Júlio Cesar Bertacini de Moraes, Renata Miossi
Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (HC-FMUSP),
São Paulo, SP, Brasil
Introdução: A tuberculose musculoesquelética extraespinhal é
uma manifestação incomum, com frequência de 1-2% dos casos
de tuberculose (TB). A associação de miosite tuberculosa com
dermatomiosite (DM) é extremamente rara, e pode ser uma causa
possível de miosite em imunossuprimidos, em especial em áreas
de alta endemicidade. Descrição do caso: Paciente de 37 anos,
sexo feminino, diagnóstico de DM em 2014. Quadro clínico de fraqueza proximal simétrica, enzimas musculares altas, pápulas de
Gottron e biopsia muscular compatível com miopatia inespecífica. Rastreio infeccioso e neoplásico iniciais negativos foi tratado com pulso de metilprednisolona, azatioprina e prednisona
1 mg/kg, com melhora. Após 3 meses, recidiva muscular, dificuldade de desmame do corticoide mesmo em dose plena de azatioprina associada à metotrexate. Após 2 meses, ainda refratária
ao tratamento, optou-se por novo rastreio de neoplasia/ infecção
subjacentes: tomografia computadorizada de tórax com micronódulos disseminados, punção de artrite de punho direito com
PCR positivo para TB. Iniciado esquema anti-TB com respostas
muscular, cutânea e pulmonar completas. No quarto mês apresentou novas coleções musculares difusas, realizadas drenagens
e culturas guiando o novo esquema anti-TB, com boa resposta
e mantendo remissão desde então. Discussão: Há relato de um
caso de TB disseminada em paciente com DM em imunossupressão, onde os sintomas da miopatia mascaravam a infecção. Em
outro relato, piomiosite tuberculosa foi o gatilho para recidiva de
polimiosite com melhora após tratamento anti-TB e rituximabe.
Nota-se que, em geral, o diagnóstico de TB musculoesquelética
foi feito em até 6 meses do diagnóstico da miopatia. Isto sugere
que os pacientes têm maior risco de infecções oportunistas
durante o início do tratamento, que envolve doses altas de imunossupressores. Assim, a refratariedade do tratamento da DM
deve alertar para outros diagnósticos concomitantes, incluindo
infecções oportunistas.
DOENÇA DE POMPE EM PACIENTE PORTADOR
DE DOENÇA DE CROHN: RELATO DE CASO
Adrian Nogueira Bueno, Carolyne Mendes Costa,
Maria Lúcia Alvarés de Azevedo Bahr, Enio Ribeiro Reis
Faculdade de Ciências Médicas de Alfenas, Alfenas, MG, Brasil
Os autores relatam caso de doença de Pompe (DP) devido à perda
do transportador da glicose 6 fosfato (GSD Ib) com manifestação
musculoesquelética em membros inferiores. A paciente em estudo
apresentava previamente diagnóstico de doença de Crohn. A.L.M.,
67 anos, brasileira, sexo feminino, branca, nascida de pais hígidos
e ausência de consanguinidade. Procurou atendimento no ambulatório em Alfenas/MG há 1 semana, referindo quadro de parestesia
e hipotonia em membros inferiores há aproximadamente 7 anos,
não realizando acompanhamento médico por 3 anos. O diagnóstico da DP foi confirmado aos 66 anos de idade pelo estudo enzimático (Centogene –), mostrando a combinação da deficiência da
atividade da α-glicosidase e pela mutação do gene GAA, com uma
variante de heterozigosidade para mutações no éxon 17. Foram
solicitados exames complementares para a paciente, sendo: hemograma completo, VHS, plaquetas, FAN, CK, LDH, aldolase, anti-RNP,
ASCA IgA e IgM, c-ANCA, P-ANCA e colonoscopia. Após os resultados dos exames supracitados, a paciente será incluída no programa de acompanhamento e tratamento da DP com a enzima α
glicosidase recombinante humana. A doença de Pompe (DP), ou
glicogenose tipo II, apresenta sua patogênese na deficiência da
enzima α-glucosidase-ácida (GAA), que é a responsável pela degradação do glicogênio nos lisossomos. Essa deficiência enzimática
resulta em acúmulo de glicogênio lisossômico em diferentes tecidos, sendo as células das musculaturas lisa, esquelética e cardíaca
as mais afetadas.
DOENÇA MISTA DO TECIDO CONJUNTIVO:
RELATO DE CASO
Joslaine Alves Barros, Joelma Moreira de Norões Ramos,
Francisco César de Oliveira Gonçalves, Raphael Luz da Silva,
Rosielly Melo Tavares
Hospital Getúlio Vargas (HGV), Universidade Estadual do Piauí (UESPI), Teresina, PI,
Brasil
Introdução: A doença mista do tecido conjuntivo (DMTC) é definida como uma desordem do tecido conjuntivo caracterizada por
altos títulos de anticorpos anti-U1 ribonucleoproteína (anti-RNP)
assoc

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