Arquitetura arrojada
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Arquitetura arrojada
WAY Papéis de parede Românticos, orientais, clássicos, florais... Eles estão de volta para decorar os mais diversos ambientes Viva a sua casa Queijo e vinho Aprenda aqui como servir essa dupla imbatível do inverno com muito estilo Arquitetura arrojada Com espaços amplos, iluminação privilegiada, passarela superior e vista para a Mata Atlântica, esta casa é o refúgio dos sonhos 12 13 Sumário 40 Edição 5 14 42 SEÇÕES Carta ao Leitor As razões deliciosas para curtir a sua casa durante a temporada mais fria do ano. Correio Way Mensagens de leitores com dúvidas, sugestões de matérias e outros comentários. Modernidade Novos aparelhos de som reúnem o que há de melhor em tecnologia e design. Casa Verde Produtos à base de madeira certificada, shopping bags, mandalas de papel kraft... Lindos objetos que respeitam a natureza. Os Eleitos Renda-se à graça e originalidade de uma seleção incrível dos bonecos de toy art. 12 INSPIRAÇÃO 06 08 10 12 14 Arte por toda parte Móveis brasileiros antigos e quadros e esculturas de artistas consagrados compõem o criativo apartamento do arquiteto William Maluf. O arquiteto Arthur Casas construiu uma belíssima residência no meio da Mata Atlântica, que se transformou em seu refúgio e espaço para trabalhar. A felicidade mora aqui Na casa da artista plástica Isabelle Tichuband, cores, quadros e materiais diferentes criam um ambiente descontraído e alegre. No fundo do quintal encontra-se o ponto alto da casa: um ateliê todo envidraçado. Conheça a luminária Alodri, feita artesanalmente com papel de arroz plissado e inspirada no conhecido estilo das lanternas orientais. 66 Alta tecnologia e total sustentabilidade são as características do prédio comercial da Gafisa, em São Paulo, o Eldorado Business Tower. 44 10 22 DECORAÇÃO 16 Convite ao prazer Valorizadas pelos novos empreendimentos imobiliários, as varandas são o espaço ideal para os momentos de descanso e de diversão. Saudação ao inverno Cercada pela floresta Verde e inteligente Objeto de Desejo 38 22 Três propostas interessantes para lareiras, recurso que não só afugenta o frio como ainda rende boas idéias de decoração. 36 Conforto total no banheiro 38 pelo mundo Com a cara da estação Mudanças estratégicas de objetos, enfeites e cores transformam uma sala típica de verão em um ambiente totalmente invernal. Múltiplas sensações De volta à moda, os papéis de parede ajudam a dar uma cara nova e original aos ambientes. 54 Os bons companheiros A combinação imbatível do queijo com o vinho é a pedida ideal para encontros com os amigos e até jantares românticos. Escultura a céu aberto O Hotel Marqués de Riscal, situado no norte da Espanha, encanta pela arquitetura arrojada inspirada pelo vinho. CASA 30 Dicas inteligentes para organizar esse local de relaxamento com capricho, ordem e funcionalidade. 40 42 44 50 60 Capa Detalhe da sala, da passarela superior e do escritório da casa da matéria “Cercada pela Floresta”, em Iporanga, São Paulo. Fotos de Marco Antonio e produção Tiago Cappi. LLiV Editorial Valorize sua casa Caro leitor, O inverno é a época em que ficar em casa se torna um programa ainda mais atraente. É aconchegante deitar no sofá, ouvir música, acender a lareira e tomar um vinho. Pode ser na companhia dos amigos, da família, dos filhos... O que vale mesmo é a convivência em um ambiente bonito e confortável. Para ajudá-lo na estimulante e divertida tarefa de transformar sua casa, WAY deste mês traz várias reportagens sobre objetos, móveis e acessórios que fazem a diferença. Exemplos? Na seção Modernidade, você vai encontrar aparelhos de som incríveis para cada cômodo da sua casa. Em Os Eleitos, selecionamos vários Toys Art, brinquedos com status de objeto de arte que decoram e encantam. Esta edição traz também duas matérias surpreendentes sobre o mundo moderno. Uma delas revela como os criadores do Edifício Eldorado Business Tower construíram o quarto prédio mais verde e inteligente do mundo. Outra matéria mostra toda a ousadia arquitetônica do hotel Marqués de Riscal, na Espanha, localizado entre as cidades medievais da Rioja. Viaje conosco para esses destinos! Equipe Way WAY Correio Way Viva a sua casa Brunch delicioso Adorei as idéias da última Way para receber bem. As receitas, sugestões de cardápios e os detalhes da decoração são de bom gosto. Essa matéria me inspirou a convidar os amigos para passar um domingo em casa num clima de descontração e aconchego. Isabela M. Castro, São Paulo, SP Projeto incrível A nova Way está o máximo! Gostei das sugestões de decoração, dos ambientes fotografados, dos objetos modernos e das propostas arquitetônicas. O projeto gráfico está lindo; e as matérias, cheias de boas idéias para deixar a minha casa e de outros leitores mais charmosas e requintadas. Parabéns a toda a equipe! Clarice dos Santos Gouveia, São Paulo, SP Eu e minha família, finalmente, vamos realizar o sonho de morar num sítio, no interior de Minas Gerais. Como nascemos e vivemos sempre na capital paulista, nosso estilo é bem urbano e estou sem idéias de como decorar o local. Adoraria ver nas páginas da Way soluções criativas para esse tipo de ambiente. Desde já, obrigada! Cibele Menezes da Cunha, São Paulo, SP Achei incrível a casa sobre as águas da Suécia, na Way número 4. A paisagem do local, a arquitetura e o espaço interno da residência são um convite ao bem-estar e à modernidade. Fiquei sonhando com o dia em que terei condições para viver num local assim. Simplesmente maravilhoso! Júlio da Silva Correia, Rio de Janeiro, RJ Que tal vocês publicarem nas próximas edições uma supermatéria sobre piscina? Nela, pode ter informações de como cuidar da piscina, que tipo de azulejo usar, as cadeiras e os estofados legais para usar em volta, copos especiais para servir drinques para quem toma sol, projeto de paisagismo ao redor da piscina, e muito mais. Estou aguardando! Silvia G. Porcini, Rio de Janeiro, RJ Revista excelente Caros senhores, parabéns pela excelente revista Way. Sou adquirente de uma unidade do empreendimento Enseada das Orquídeas e desde a aquisição passei a receber a Way. Ocorre que só passei a recebê-la a partir da segunda edição. Como eu gostei muito da revista, quero solicitar-lhes o envio do primeiro exemplar. Rubem Prado Hoffmann Jr., por-email Colaboradores Christiane Mattos Calvo, Claudia Furini Pantiga, Erika Fugiwara, Natalia Martins Bezerra de Menezes, Renata Kac, Renata Brasileiro Lima e Tatiana Machado. GAFISA – www.gafisa.com.br – 0800-7733500 Gostei muito das estampas florais, listradas e lisas sugeridas para forrar sofás, publicadas na última Way. Esse é o tipo de recurso econômico que produz efeitos incríveis em qualquer sala. Inês Gomes Fermi, Salvador, BA Um pedido Sou fã do trabalho desse famoso arquiteto há muitos anos e fiquei feliz ao ver a reportagem que mostra ambientes da casa dele. Para variar, o Armentano conseguiu ótimas soluções para cada ambiente, unindo elementos modernos com outros antigos. Marcelo A. Vieira, Porto Alegre, RS Responsáveis pela revista Gerência Nacional de Marketing e Vendas José Carlos C. Cunha Gerência de Marketing Institucional Débora Girardi de P. Rapoport e André Luiz Chagas Pereira Belas estampas Cenário flutuante João Armentano Um sítio original Correções • Na revista Way 4, na página 45, o tecido em cima da cadeira é o Arabesco Bordado, que custa R$ 98. • O arquiteto e designer Sergio Rodrigues não foi o criador da Oca, no Parque do Ibirapuera, como foi publicado na revista Way 4. Este, na verdade, é o nome de sua famosa loja de design de interiores. Para participar desta seção, mande um e-mail para [email protected] DIRETORIA Diretor-Geral Frederic Zoghaib Kachar Diretor Editorial Paulo Nogueira Diretor de Mercado Anunciante Gilberto Corazza Diretora Editorial Adjunta Cynthia de Almeida Diretor de Criação Saulo Ribas Redatora-Chefe Roberta Ristow Editor de Arte Rodolpho Vasconcellos Assistente de Redação Denise Maiauskas Colaboraram nesta edição Editoras Heloísa Noronha e Vera Ligia Rangel Chefe de Arte Carolina Pérez Ferrés Arte Catherina Borelli Figueiredo e Cristiane Pino Revisão Luiz Volpi Colaboradores Adriana Setti, Alain Brugier, Beatriz Marques Dias, Carlos Piratininga, Débora Caruso, Dulla, Flávia Benvenga, Juliana Motter, Luís Alberto Nogueira, Luis Gomes, Marco Antonio, Paulo Varella, Regiane Mancini, Silvia Goichman, Tiago Cappi, Viviane Gonçalves e Xico Buny A revista Way é uma publicação trimestral distribuída gratuitamente, produzida e editada pela Editora Globo S/A sob encomenda da Gafisa. Impressão Globo Cochrane Gráfica e Editora modernidade Ouvir música é sempre relaxante e divertido. Por isso, Way separou para você os melhores equipamentos para cada espaço da sua casa Por Luis Alberto Nogueira e Débora Caruso PRÁTICO E MODERNO Um dos designs mais reconhecidos da Bang & Olufsen, O BeoSound 1 ganha nova cor: verde. Este compacto e portátil sistema de CD e rádio integrados, com um auto-falante, é ideal para dar um toque moderno à cozinha. Preço sob consulta. Direto do estúdio Álbuns estão sendo lançados em DVD com qualidade de áudio superior à do CD. Este aparelho da LG é a pedida para levar sua banda favorita para a sala. Permite pausar e retroceder a programação ao vivo do rádio. Por R$ 1.899. 10 BALADA CASEIRA O iPulse, sistema de som para iPod com luzes coloridas e alto-falantes integrados, lembra o jogo Genius, dos anos 70. Pode enfeitar o quarto e criar uma festa particular. Por R$ 999, da Sharper Image. Fotos: Divulgação Som na caixa Aparelho portátil Com um som potente, o BeoSound 3 Bang & Olufsen pode ser carregado para todos os locais, inclusive o banheiro. Tem um design retrô e alto falantes com ótima performance. Toca rádio FM e gravações de cartões de memória. Preço sob consulta. Tamanho ideal O Flat Áudio System, da Philips, cabe perfeitamente em cima da cômoda ou em alguma prateleira no quarto. Possui porta de CD frontal com visor luminoso e permite a gravação de músicas em dispositivos USB ou MP3 players. Tem controle de som digital e timer automático. Por R$ 699. BEM POTENTE Tem a maior potência dos mini systems da Sony (880 W). Possui quatro efeitos de som: borbulhante, metalizado, com várias vozes e retardo na saída de som. As músicas no formato MP3 são aprimoradas pelo MP3 Booster. Boa opção para a sala. Por R$ 2.499. Vários formatos O mini system da LG pode ficar tranqüilamente no seu criado-mudo ou em alguma parte aberta do closet. O cubo sonoro executa vários formatos (CD, CD-R, CD-RW, MP3 CD, WMA CD) e tem conexão USB. E mais seis modos de equalização. Por R$ 399. Músicas do iPod Discreto e compacto, este aparelho da Philips é ideal para colocar em alguma prateleira ou canto do banheiro. Ele permite ouvir as músicas do seu iPod com alta qualidade de som, bastando conectá-lo à base. Tem tela de cristal líquido, luz de fundo e função despertador. Por R$ 799. NOSTÁLGICO para quem não abre mão de seus antigos LPs e gosta de dar um ar bastante retrô à decoração da sala, o micro system Nostalgia GF290, da Teac, é uma ótima alternativa. Bem compacto, mede 44 x 26 x 34,5 cm e pesa 8,5 kg. Toca também CD, possui tape deck e tem uma potência em W RMS de 5 x 5. À venda na Fnac, por R$ 1.099. Bonitos e eficientes, os aparelhos têm vários recursos tecnológicos. E ainda funcionam como objetos de decoração Básico clean Este micro system, da Sony, é ótimo para quem deseja ouvir música enquanto cozinha sem precisar de muito espaço. Possui entrada para MP3 e CD. Sintoniza 20 emissoras FM e 10 AM e tem uma função que reforça os sons graves. Por R$ 799. Onde Encontrar Bang & Olufsen: (11) 3082-8277; LG: 0800-7075454; Philips: (11) 6097-2333 ou 0800-550425; Sharper Image: (11) 3061-3551; Sony: (11) 3677-1080; Teac: (à venda na Fnac) (11) 3579-2000. 11 Casa Verde Corbis Idéias Pequeno gesto, grande atitude Cultive um jardim: ele enriquece o solo, absorve a água da chuva — evitando enchentes —, oferece alimento e pouso para passarinhos e ainda leva frutas e verduras orgânicas para a sua mesa. Corbis A linha Java une a nobreza do alumínio com a madeira teca, extraída de fonte renovável: Acima, o aparador duplo, R$ 1.980 12 BONS CATÁLOGOS A oferta de produtos de madeira certificada, felizmente, já é tão grande que mereceu a confecção de dois catálogos para orientação ao consumidor. Consultando, você poderá escolher produtos com base na certificação e ter a garantia de que foram produzidos com o menor impacto social e ambiental possível. Os dois guias estão disponíveis na internet. O primeiro foi produzido pela Forest Stewardship Council (FSC), e pode ser acessado no endereço www.fsc.org.br. O segundo é uma ferramenta desenvolvida pela Escola de Administração da Fundação Getúlio Vargas, com o apoio do Banco Real. Consulte: www.catalogosustentavel.com.br estilo durável A madeira de reflorestamento teca (ou Tectona grandis) alia beleza e durabilidade. Muito utilizada por empresas do ramo naval, é resistente às intempéries e também a fungos e cupins. A boa noticia é que a Tidelli, especializada em móveis para áreas externas, lançou a linha Java, uma alusão à paradisíaca ilha na Indonésia, com móveis para varandas e jardins feitos de madeira teca. Ao todo, são dez itens, incluindo sofás, poltronas pufes, mesas de centro e aparadores. SAC: 0800-2864008. www.tidelli.com.br Xico Buny Por Beatriz Marques Dias Luminária da TAG Home, por R$ 315 (modelo com 15 cm de altura) Sacolas DO BEM Consumidores do mundo todo usam de 500 bilhões a 1 trilhão de sacolas plásticas por ano, o que significa o descarte de 1 milhão de unidades por minuto em todo o planeta. O problema é que essas embalagens são feitas de polietileno, derivado do petróleo, altamente poluidor, que leva mais de cem anos para se degradar na natureza. No Brasil, 9,7% de todo o lixo é constituído de sacolinhas plásticas. Você pode fazer a diferença e minimizar esse impacto ambiental se passar a recusar embalagens plásticas – ou usá-las com parcimônia. Em vez disso, tenha em casa a sua própria sacola, feita de pano ou de qualquer material reutilizável, para carregar suas compras. Uma boa sugestão são as shopping bags da Benedixt. Preços: R$ 101 a grande, e R$ 76 o modelo infantil. Tel. (11) 3081-5606 e outros endereços espalhados pelo Brasil. Site: www.benedixt.com.br. Na arte de Domingos Totora, a natureza é a fonte inesgotável de inspiração: centro de mesa, R$ 335; mandalas, de R$ 330 a R$ 888 DIRETO DA FAZENDA Antigos postes de luz de madeira descartados em fazendas, que teriam como destino virar entulho ou ser incinerados, estão sendo reciclados para se transformarem em lindas luminárias, produzidas pela TAG Home. A base pode ser natural ou tingida de branco ou preto. A altura e as cúpulas são customizadas de acordo com a necessidade do cliente. Tel. (11) 3064-7106, SP. “O segredo não é correr atrás das borboletas, mas sim cuidar do jardim para que elas venham sempre até você.” Mario Quintana, poeta Centro Mesa vazado 100% Kraft - Arango. Foto Xico Buny Produtos com madeira certificada, arte que preserva o meio ambiente e dicas para decorar com estilo e respeito à natureza Fotos Divulgação. Preços pesquisados em maio de 2008 e sujeitos a alteração. ecológicas reduto das plantas A dupla de ceramistas e paisagistas fluminense Annie Luporini e Beatriz Vidal, da Barro & Arte, leva em conta as formas orgânicas de cada planta ou vegetação para criar seus vasos de barro, simulando as variadas nuances das pedras naturais. O resultado são ricas composições, ideais para jardins internos ou pequenos espaços, que recriam o hábitat das plantas. “As composições são perfeitas para ambientes urbanos, onde não há terra”, diz Beatriz Vidal. Barro & Arte: tel. (21) 2471-7769. Arte consciente O mineiro Domingos Totora aprendeu muito cedo em Maria da Fé, Minas Gerais, que atos simples transformam a vida em valores e que arte e a preservação do meio ambiente são idéias inseparáveis. Com a reciclagem do papel kraft, o artista cria objetos e esculturas de nuances sempre terrosas, que aliam beleza e funcionalidade. Mas para Totora o ofício é mais que um trabalho, é uma maneira de realizar sonhos e transformar pessoas. É assim com os 20 colaboradores que trabalham no ateliê do artista. Em sua maioria jovens entre 18 e 24 anos, para quem a arte tem papel libertador. Na Arango, Praça Villaboim, 99, Higienópolis, SP. Tel. (11) 3666-1013, SP. www.arango.com.br 13 OS ELEITOS mundo cão Importado da Argentina e confeccionado com lã, Perros é um cachorro original e divertido. Na Benedixt, R$ 111. Que figura! Será que ele saiu de um filme de terror? Não importa! O Gloomy Bear Less Blood é uma graça. Design de Mori Chack, na The Toy, R$ 90. Duende Ele não parece um duende cibernético? Com esparadrapo na testa e cachecol, O Ice Boot é da Kid Robot, R$ 35, na Livraria Pop. Vamos brincar? Febre no mundo inteiro, os toys art são bonecos customizados que divertem e decoram Por Vera Lígia Rangel Fotos Dulla Produção Regiane Mancini URSO REBELDE Na testa o Anarqee Glow Smoke Bear tem o símbolo do anarquismo e seu corpo parece de gelo. Da Toy2R, na Conceito Firma Casa, R$ 75. 14 HAZmAPO Com jeito de robô e cheio de desenhos modernos, o boneco da UNKL faz sucesso na estante. Na Livraria Pop, R$ 90. Onde Encontrar: A Lot Of: (11) 3068-8891; Agá Presentes: (11) 3812-1910; Benedixt: (11) 3081-8606; Coleciona Brinquedos: (11) 3062-2226; Sandy A charmosa garota veste roupa de cacto, um grande símbolo de proteção. Da Tokidoki, na Doc Dog, R$ 152. Fenômeno da arte pop, o Toy Art ajuda a resgatar lembranças da infância e também ironiza o estilo de vida da sociedade contemporânea. Tudo com muita criatividade! Muito fofo Quick Bear tem um jeito bem charmoso com seu crachá vip e corpo azul listrado. Da Design Room, na A Lot Of, R$ 126. BICUDO Ícone do grafite, ele representa a cidadania e o ativismo. Este foi customizado pelo artista Ricardo Teixeira. A Lot Of, R$ 250. romântico Com óculos estiloso e desenho de coração no rosto, o Mole – Happy Tree Friends é da Mondo Media. Na The Toy, R$ 35. vaquinha brava Mozzarella lidera a Moofia, empresa que exporta leite para escolas, e defende os bons garotos. R$ 260, na Coleciona Brinquedos. viajante Os chiques, tranqüilos e calmos Waapos viajam pelo mundo, trazendo boa sorte. Da Argentina, na Benedixt, R$ 231. MACACO Com cara de caveira e braços bem maleáveis, o Monskey Stelly é pura diversão. Da Monskey, na Agá Presentes, R$ 25. Mr. BUMPER Supercolorido e bem gordinho, este simpático mostrinho faz a alegria de adultos e crianças. Da Stragenco, na Livraria Pop, R$ 250. DA FRANÇA Esta é a sexta edição do Munny I’m French by Kid Robot. Customizado por designers franceses. Na Livraria Pop, R$ 42. dr. cientista Da Série Cabeçudos, é manufaturado com isopor de embalagens de eletrodomésticos. Da Mutante Brinquedos, na O Design Animado, R$ 85. HERÓI CHINÊS Cabelo espetado, sobrancelha arqueada e roupas sinistras. É o estilo de Voltaire, da Toy2R, na The Toy. R$ 50. Conceito Firma Casa: (11) 3068-0380; Doc Dog: (11) 3081-0684; Livraria Pop: (11) 3081-7865; O Design Animado: (11) 3815-6841; The Toy: (11) 7674-0243. 15 Morar Bem Arte por toda parte Esculturas extravagantes, obras assinadas por décadas compõem um universo rico, colorido renomados artistas brasileiros e móveis antigos de diferentes e incomum no apartamento do arquiteto William Maluf, em São Paulo Por Heloísa Noronha Fotos Alain Brugier V ACERVO recheado O living principal concentra o maior número de obras de arte. William Maluf tem apreço especial pela imagem de São Sebastião, de origem portuguesa. 16 isitar o apartamento do arquiteto William Maluf, de São Paulo, significa, para quem tem um olhar sensível, tirar a sorte grande. São 380 m², divididos em 14 ambientes, em que a arte – especialmente a brasileira – está presente em todos os cômodos. Não podia ser diferente: o foco no mobiliário com história e em obras nacionais é o mote principal do trabalho de William à frente de seu escritório, o Studio Jacarandá. Além dos objetos comprados em viagens e em endereços selecionados da capital paulista e do Rio de Janeiro, ele possui boa parte do acervo de Lina Bo Bardi e Pietro Maria Bardi, responsáveis, entre outras criações, pela fundação do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Assim, é possível contemplar quadros de Mário Bueno, Israel Pedrosa e Miguel dos Santos, entre outros. “Uma peça que vale a pena mencionar é uma imagem de São Sebastião de origem portuguesa, do século 17”, conta o arquiteto. A obra está na parede do living principal, que ilustra a abertura desta reportagem. Oriundos da Bahia e de Pernambuco, outros santos pequenos sob o armário antigo expressam, segundo William Maluf, mais o desejo de criar um estilo estético diferenciado do que um sentido religioso, de fato. Nesse ambiente ainda se destaca o sofá com estofado de couro preto e madeira jacarandá, original da década de 60, do renomado Sergio Rodrigues – nomereferência em design no Brasil. O mix com o estilo contemporâneo do sofá de tom cru, com a mesa de centro e o pufe 17 Morar Bem Painel alegórico Na sala de jantar, realce no belo painel de azulejos criado pelo artista italiano Guido Totoli. A imagem representa uma alegoria a Baco, o deus do vinho. Os tijolos à vista com pintura branca provocam um efeito com textura interessante. O lustre anos 60 é de murano. Completam o cenário a grande mesa de mármore e o aparador e as cadeiras de bambu laqueados com tinta vermelha. de couro, do Studio Jacarandá, forma um visual moderno e colorido. A decoração, de um modo geral, é calcada no couro dos estofados, nos móveis antigos e brasileiros de diferentes épocas (como um carrinho de chá dos anos 70), na madeira laqueada de branco nos pisos dos cômodos íntimos e sociais e no uso de pastilhas nas áreas de serviço e na cozinha. Não há uma peça ultramoderna ou com design pouco convencional. A modernidade, na concepção de William Maluf, é justamente misturar elementos antigos e brasileiríssimos com um faro perfeito e um olhar experiente. Resultado: um apartamento cheio de personalidade e alma. Na sala de jantar, a imponente mesa de mármore faz contraponto com o aparador e as cadeiras de bambu laqueados de vermelho. Na parede de tijolos brancos, o painel de azulejos do artista italiano Guido Totoli homenageia Baco, o deus do vinho. O lustre de murano é dos anos 60. A iluminação do apartamento, aliás, foi toda embutida no forro de gesso, com spots dirigíveis para os quadros e os lustres italianos. A sala de jantar tem também dois enormes espelhos (2,60 m altura x 1,40 m largura) com moldura de madeira forrada com veludo. Eles foram colocados Coleção em destaque As paredes claras e o piso de madeira com laca branca, por todo o apartamento, realçam o colorido dos quadros e as formas e texturas das esculturas e dos castiçais antigos. Apaixonado por arte, o arquiteto William Maluf tem uma coleção incrível, composta, em grande parte, de peças do acervo de Lina e Pietro Maria Bardi. Mobiliário com história William prioriza a decoração focada no contraste entre a arte e o mobiliário. A maioria dos móveis é brasileira, produzidos em diferentes épocas. O carinho de chá, por exemplo, é da década de 70 e serve como móvel auxiliar na sala de jantar. 18 Morar Bem atrás de duas estátuas portuguesas para refletir e ampliar todo o ambiente. Espaços amplos e pé-direito alto também caracterizam o imóvel – um bom exemplo dessa combinação é a sala de tevê e música, com sofá e poltronas pretos e uma grande estante de alvenaria com prateleiras de laminado branco. O rack, de madeira e horizontal, deixa à mostra centenas de CDs, prova de que a música é outra grande paixão do arquiteto. Nos momentos em que busca inspiração para seus projetos, William Maluf gosta de se refugiar na biblioteca (antes, uma varanda), sentar-se à poltrona listrada – de autoria do Studio Jacarandá – e folhear algum livro de sua coleção de obras exclusivas sobre arquitetura e decoração. O espaço abriga duas estantes brancas, forradas com tecido branco e verde, e uma escrivaninha brasileira antiga, além de vários quadros e vasos. O vermelho, cor recorrente no trabalho do expert, tinge as paredes do quarto principal e do quarto de hóspedes. O efeito é acolhedor e realça, de uma maneira bastante inusitada, o grande número de quadros e de peças de decoração – estatuetas, abajures, caixinhas... O banheiro-suíte do quarto principal também tem uma parte da parede com tijolos à vista – pintados de branco para suavizar o ambiente. As paredes são forradas até 1 metro (de baixo para cima) com lambril de madeira pintado de branco – o mesmo tom dos armários sob a cuba. O tampo de mármore carrara italiano dá o toque luxuoso, enquanto pequenos quadros dispostos entre as prateleiras e nas paredes provam que a arte e a beleza podem ser apreciadas em qualquer lugar. Ambiente predileto A varanda transformada em biblioteca para livros de decoração e arquitetura é o canto favorito de William Maluf. A poltrona listrada leva a assinatura de seu escritório, o Studio Jacarandá. O espaço conta ainda com uma bela escrivaninha brasileira antiga. 20 Espaço de lazer Ambientes amplos e pé-direito alto são as principais características do imóvel de 380 m². A sala de tevê e música oferece comodidade para receber os amigos. Todos os estofados têm couro preto. A estante, projetada pelo morador, é de alvenaria, com prateleiras de laminado branco. Enfeites comprados em viagens dão o tom da decoração. Apuro nos detalhes O banheiro está ligado diretamente ao quarto. As paredes são forradas com lambril de madeira pintado de branco, até a altura de 1 metro. Depois, até o teto, predomina a cor vermelha. Os tampos são de mármore carrara italiano. Tijolos aparentes, no mural pintado de branco, dão um toque diferente às prateleiras. Tom quente Enquanto as salas têm cores claras, nos quartos (como o de hóspedes, acima) predominam as cores avermelhadas – uma constante no trabalho de William Maluf. Imagens orientais, em contraste com figuras de santos, expressam mais um sentido estético do que religioso, segundo o arquiteto. A quantidade de obras de arte do apartamento impressiona, inclusive nos cômodos íntimos. 21 Arquitetura e design Cercada pela floresta A bela paisagem intocada da Mata Atlântica foi o que definiu todo o projeto deste refúgio, um verdadeiro paraíso Por Beatriz Marques Dias Fotos Marco Antonio Produção Tiago Cappi F oi em Iporanga, condomínio sofisticado do Guarujá, em São Paulo, que o arquiteto Arthur Casas construiu a casa de seus sonhos. Quando se deparou com a exuberância da Mata Atlântica, não por acaso declarada patrimônio mundial da humanidade, o arquiteto decidiu que ali seria o seu refúgio para todas as temporadas do ano. Na forma de dois cubos simétricos que acolhem um espaço central totalmente aberto, o arquiteto concretizou o objetivo de incorporar a beleza da natureza exterior à cena interna. “Eu sempre quis uma casa no meio da floresta, num lugar onde eu pudesse relaxar e recarregar minhas energias”, explica Arthur, que terminou a obra em 2005. Nesta residência, o espaço interno tem um pé-direito alto, vedado por portas deslizantes e transparentes e pelas janelas de vidro contínuas, que vão de um lado a outro da fachada. Os painéis de vidro de 12 milímetros, com 5,5 metros de altura, foram confeccionados especialmente para o lugar, assim como os caixilhos de alumínio e vários outros itens. Para contrastar com a visão da natureza, que, por definição, apresenta-se de forma selvagem e caótica, a casa é simples, simétrica e quase que minimalista. A integração dos espaços amplia o convívio e aumenta a interação com o exterior. O grande living 22 23 Arquitetura e design 5. comunicação total A passarela, no andar superior, faz a ligação entre os dois blocos da área íntima 1 2 3 24 1. vISTA DESLUMBRANTE No fundo da casa, cercada por portas transparentes e janelas de vidro, avistase a exuberância da Mata Atlântica. 3. ESPAÇOS ABERTOS A amplidão dos vãos e a quase ausência de barreiras, com a mata ao fundo, dão uma sensação de liberdade. 2. Madeira resistente O aconchegante cumaru, de alta resistência, está em toda parte, inclusive no piso da residência, criando um bom contraste com os móveis claros. 4. DEGRAUS QUASE FLUTUANTES Da sala espaçosa, bem iluminada e repleta de livros de arte, chega-se ao andar superior por meio de uma escada moderna de madeira cumaru, sem corrimão. O pé-direito alto, as grandes transparências e a integração entre os espaços foram as soluções encontradas para incorporar a área externa ao ambiente interno com charme 4 se une com a cozinha e com o escritório, tudo sem divisões. Não é à toa que a mesa de jantar e a da cozinha são uma só. A delimitação entre os dois espaços acontece apenas no piso: madeira, na área social, e porcelanato, na cozinha. “O detalhe é que há um pequeno rebaixamento na área da cozinha que garante uma altura confortável para a preparação dos alimentos”, explica Arthur. A amplidão dos vãos, a proximidade com a mata virgem e a quase ausência de barreiras no ambiente, tudo isso somado cria uma sensação deliciosa de liberdade para os moradores. A floresta é o limite! O aconchegante cumaru está em toda parte. Nos pisos, no revestimento das fachadas, nos decks... “Poderia ser até outro tipo de madeira, o importante para mim era criar uma situação de total adaptação com a floresta”, conta o arquiteto, acrescentando que escolheu o cumaru por causa de sua alta resistência. Com um visual de perder o fôlego de tão bonito, nada poderia quebrar o encanto. Todos os elementos arquitetônicos privilegiam a simplicidade 25 Arquitetura e design 6. DIVISÃO INTELIGENTE A área interna da casa e a externa são separadas por enormes portas deslizantes. 7. Hora do Lazer No fundo da casa, o grande e confortável terraço é um convite ao descanso, à leitura e aos banhos de sol. 6 8. Trabalho inspirador Ligado ao grande living sem divisões, o escritório do arquiteto Arthur Casas tem iluminação natural de sobra e uma paisagem inspiradora, ao fundo, que invade o ambiente por meio das enormes janelas de vidro. 8 7 de formas. Por isso, a escada que leva ao pavimento superior tem degraus de madeira – o cumaru também está presente aqui –, que praticamente flutuam no ar. O mesmo se pode dizer da delicada passarela, no andar superior, que faz a comunicação entre os dois blocos da área íntima. É ela que liga a suíte principal com a ala onde estão o quarto de hóspedes e a suíte da filha do casal. O controle da temperatura não é problema ali. Se nos dias quentes a ventilação natural dá conta do recado – o ar-condicionado foi instalado apenas nos dormitórios –, nos dias frios as portas de vidro podem ser fechadas, vedando perfeitamente o espaço interno, porém, sem privar ninguém do magnífico visual. O espaço ganha ainda mais aconchego com a lareira metálica, que praticamente levita sobre a sala de estar. Item providencial para o inverno, Arthur a encomendou especialmente dos Estados Unidos. Alguns degraus abaixo desse ambiente fica a hidromassagem, que simula quase um banho de rio. Quem entra ali pode até mesmo tocar de leve nas folhagens da Mata Atlântica, num sublime diálogo com a natureza. O grande terraço voltado para a floresta chama a atenção. Junto a ele, o deck elevado faz as vezes de um belvedere – pequeno mirante. O lugar é um convite aos banhos de sol, à leitura, ao convívio e à contemplação. À noite, um telão retrátil, embutido sob a passarela, é baixado, fazendo surgir um cenário diferente, de entretenimento. 26 27 14 15 Estilo de vida A felicidade mora aqui Apaixonada pela Espanha, Isabelle usa um xale e pentes que trouxe do país. Assim ela parece ter saído da tela ao fundo, pintada por seu pai, Emile Tuchband. A mistura entre a mesa moderna e as cadeiras antigas traz aconchego e deixa o ambiente interessante 1 2 De tempos em tempos a artista plástica Isabelle Tuchband recria todo o visual de seu lar, em uma rua arborizada de São Paulo. Paredes são pintadas, móveis ganham uma nova cara, ambientes são construídos. Tudo num clima de alegria e descontração! Por Beatriz Marques Dias Fotos Marcos Antonio Produção Tiago Cappi L ogo à entrada da residência de Isabelle Tuchband, o vaso de cerâmica debruçado sobre o muro denuncia o temperamento da dona da casa. Nele a artista grafou as palavras “meigo, doce, leve”. De fato, ao ultrapassar o portão, descortina-se o mundo de Isabelle. Um mundo todo colorido, onde a alegria brota em cada canto. Olhando bem, o local mais parece uma bela casa de sítio, com quintal grande e árvores por toda parte. É daqueles lugares mágicos que nem parecem estar a poucos quilômetros do centro de São Paulo. Começamos nossa visita pelo ateliê, uma construção toda envidraçada. Ela não existia quando Isabelle se mudou para lá, no princípio de 1999. É nesse lugar que a artista passa horas do seu dia criando sem parar. Ela mostra a grande tela com a figura feminina que pintou naquela manhã, uma encomenda que como tantas outras já tem uma futura dona. No espaço, o número de telas, cerâmicas e desenhos é de perder a conta. Dentro de um vaso dourado e decorado com figuras femininas, marca registrada da artista, pincéis e tintas estão prontos para passear, dando vida àqueles tantos tipos de suporte. A arte de Isabelle é assim: soa como um presente, toca na alma, tem o tom da celebração. No terreno comprido e retangular também não existia a cabana de madeira que ela construiu há alguns anos para ser a lavanderia da casa. Isabelle conta que ela foi erguida em apenas 15 dias. “Meu marido tinha ido para Nova York e, quando voltou, a cabana já estava quase totalmente pronta, só faltava o telhado”, conta, orgulhosa de seu feito. A cabana de madeira, o ateliê envidraçado e a casa de alvenaria revelam uma mistura 30 de volumes e materiais surpreendente, que mostra a personalidade múltipla e toda a espontaneidade da artista plástica. Vamos então para o interior da casa: nesse lugar, todos os móveis e objetos contam uma história especial. Remetem a momentos do coração, a memórias afetivas. É o caso da grande tela com a cena flamenca que inunda a sala de jantar com suas cores vibrantes, uma lembrança do pai de Isabelle, o pintor e arquiteto Émile Tuchband. Nascido em Paris, ele se apaixonou pelo Brasil e por aqui fincou raízes até sua morte, em 2006. Suas telas de cores explosivas refletiram a paisagem do país que o acolheu, e a intensidade com que levava a vida. Isabelle conta com orgulho que, entre tantas realizações, o pai colaborou com Marc Chagall na pintura do teto da Ópera de Paris, em 1962. Com um professor desses dentro de casa, a arte de Isabelle evoluiu naturalmente. Uma das máximas de Isabelle Tuchband é uma frase que ela ouviu de Liz Taylor: “Mudar é viver; viver é mudar”, que se aplica também ao seu conceito de lar. A casa da artista está em constante movimento, em permanente mutação. Um dos seus truques, como ela mesmo diz, é “vestir a casa”, o que significa operar verdadeiras transformações usando tecidos: seda, veludo, algodão... tanto faz. “A única exigência é de que eles sejam puros, o que faz toda a diferença na decoração”, explica. E como é isso na prática? Bem, Isabelle tem três capas para o sofá: uma azul, uma crua e uma floral. De acordo com o dia e com seu estado de espírito, o estofado muda totalmente de cara. À noite, quando recebe para um jantar, por exemplo, a estampa de flores muitas vezes é a escolhida. 1. A mesa moderna, assinada por Eero Saarinen, é enfeitada por castiçais coloridos Vista Alegre, trazidos de Portugal, e pelo vaso com flores. Esse último foi feito pela própria Isabelle Tuchband 2. Na entrada da casa, chama a atenção a chapeleira, que é na verdade um tronco de uma cameleira. Ela foi resgatada de uma demolição pela artista na rua onde mora Estilo de vida Um dos truques preferidos da artista para renovar o visual da casa é trocar as cúpulas das luminárias e abajures. O lustre de cristal italiano, da Dominici, por exemplo, tem dois jogos... No living, o sofá está vestido com sua capa crua. As almofadas diferentes junto com as cadeiras de palha, a mesinha chinesa e as muitas telas são pura alegria 32 Na suíte do casal, a cabeceira foi feita pela artista com um antigo baú vindo do Líbano que estava sem utilidade. Os quadros e bichinhos de pelúcia deixam o ambiente convidativo A mesma idéia vale para as almofadas, que transformam o astral do ambiente e, de quebra, emprestam-lhe aconchego. Forrar abajures e luminárias é outra diversão da artista. O lustre de cristal italiano, da sala de estar, tem dois jogos de cúpulas. Quando se cansa de um deles, é só trocar. Recentemente, a luminária sobre a mesinha lateral chinesa – uma preciosidade do século 19 - também teve seu tecido alterado. Ganhou um revestimento trazido especialmente de Damasco. “Lá é que estão os tecidos mais lindos do mundo”, conta. “Quando estive naquele lugar, alucinei com as estampas e texturas”, diz, lembrando de seu enorme entusiamo na passagem pela Síria. Isabelle também é entusiasta da mistura de móveis clássicos e modernos. Esse é o caso das cadeiras Luis XV e da papeleira francesa do século 19, que estão no mesmo ambiente da mesa contemporânea, um clássico do design assinado por Eero Saarinen. De resto, as peças vão e vêm, como é o caso da imagem de Nossa Senhora do Bom Parto dada por uma amiga, na época que Isabelle estava grávida do pequeno Max. Nascimento bemsucedido, a imagem pôde então seguir seu rumo, indo parar na casa de outra futura mãe que necessitava de apoio espiritual. 33 Estilo de vida Os pincéis de diferentes espessuras são colocados dentro de uma cerâmica feita pela própria Isabelle, adornada por figuras femininas. Eles estão prontos para preencher as telas com suas cores vivas, uma marca registrada do trabalho da artista No quintal, o ateliê envidraçado e a casa de alvenaria revelam uma mistura de volumes e materiais interessante e surpreendente Além disso, alguns achados e peças recicladas personalizam os ambientes. É o caso da chapeleira que fica diante da porta de entrada. Sua origem foi uma árvore de camélia que um dos vizinhos da rua derrubou sem dó. Isabelle a resgatou de lá, já um tronco sem vida. Trouxe para casa e eis que o desenho natural da peça falou por si, trazendo uma nova utilidade. O mesmo se deu quando a artista decidiu fazer uma cabeceira para a cama de casal. “Desmontei um antigo baú do Líbano e aí foi só colocá-lo na parede do quarto”, conta. E não é que ficou o máximo? A sombrinha 34 vinda da Tailândia que faz as vezes de cúpula para o lustre da sala de jantar é outro objeto que coloca graça e personaliza o ambiente. Para arrematar o conjunto, as paredes dos ambientes estão sempre recebendo novas cores. A sala de jantar acabou de ser pintada de verde folha, ficando os batentes das portas amarelos e o teto azul. Na cozinha, o rosa ofereceu um ar doce ao ambiente. Mas será que é tão fácil assim misturar tantos tons? Como não errar? “O importante é deixar fluir o lado criança que existe em cada um de nós”, ensina com sabedoria. Como o ateliê é todo envidraçado, a artista pode pintar suas telas e fazer suas cerâmicas desfrutando da gostosa paisagem externa. O lugar mais parece uma casa de sítio, para deleite da família Ambientes Hora de contemplar O paisagista Ricardo Pessuto e a arquiteta Shênia Nogueira conceberam um “jardim das delícias” contemporâneo, ideal para os momentos de descanso e relaxamento. O deck de madeira e a chaise-longue merecem destaque. Convite ao prazer Em alta hoje em dia, as varandas permitem várias disposições de móveis e objetos e são um bom espaço para os momentos de ócio ou de lazer Por Heloísa Noronha Fotos Luis Gomes Produção Silvia Goichman E Lugar de convívio O estilo balinês dos móveis principais atrai os olhares na proposta de Débora Aguiar. A arquiteta apostou no uso do ambiente para reuniões informais e incluiu uma mesa de refeições e uma churrasqueira. 36 las aumentam a luminosidade natural dos apartamentos, desafiam o senso estético na hora de decorá-las, cumprem muito bem a função de ajudar as pessoas a manter o contato com a natureza e, bem aproveitadas, podem se tornar o ambiente mais gostoso do apartamento. Valorizadas pelo mercado imobiliário – são o chamariz nº 1 de muitos prédios em construção –, as varandas têm merecido destaque nos escritórios de design de interiores e de paisagismo nos últimos tempos. Versão moderna dos convencionais jardins de inverno, elas estão cada vez mais convidativas. Para ilustrar essa tendência, escolhemos dois projetos bem distintos, mas que falam a mesma linguagem quando o tema é bom gosto e total aproveitamento do espaço. A arquiteta Shênia Nogueira, por exemplo, privilegiou o uso de materiais naturais, como a madeira de demolição no deck e as fibras naturais na chaise-longue de couro sintético Saccaro, para decorar um espaço de 20 m², integrado ao living de um apartamento de 300 m². A natureza se impõe: entre as plantas escolhidas para o ambiente estão phoenix, Levistonea chinensis, aspargo, nolina e agave. De acordo com Ricardo Pessuto, paisagista responsável pelo projeto, essas espécies se harmonizam perfeitamente com as varandas, são resistentes às mudanças de condições climáticas e não necessitam de manutenção periódica. Toda fechada com vidro, a varanda tem uma bela vista para o bairro do Tatuapé e o Jardim Anália Franco, na zona leste de São Paulo. A junção do piso de granito com a parede de tijolos exibe um apelo rústico sutil, completado pelos vasos vietnamitas. Essa varanda é um refúgio de descanso e contemplação. Já o projeto da arquiteta Débora Aguiar tem traços sofisticados e o objetivo claro de reunir pessoas – basta prestar atenção na mesa baixa redonda, nas poltronas étnicas e na mesa e nas cadeiras para refeições, tudo da marca Arredatori. Com 38 m² de extensão, em um apartamento de 300 m², a varanda tem mármore travertino com deck de madeira e não é fechada com vidro. Há um toldo vertical de plástico resistente e incolor, colocado em ação (ou não) conforme a necessidade dos moradores. Integrada às salas de estar e jantar, a varanda conta com uma churrasqueira com pia, garantia certa de almoços inesquecíveis. Para criar um clima intimista no inverno, há lanternas em pontos estratégicos. A iluminação fica ainda por conta de lâmpadas AR 70, ideais para o pé-direito alto da construção. Charme extra: o uso de bambu mossô. O resultado remete à exótica cultura balinesa e torna a varanda um ambiente propício a um repouso merecido ou a um alegre encontro. Onde Encontrar Débora Aguiar: (11) 3889-5888; L’Oeil: (11) 3085-3211; Ricardo Pessuto: (11) 2093-0515; Saccaro: www.saccaro.com.br; Shênia Nogueira: (11) 2293-3179/6193-0498. 37 Soluções Menos sóbria Pintados com pátina branca, os tijolos dão cara nova à tradicional lareira quadrada (1,20 m x 1,20 m). Tons fortes na decoração, móveis claros e o quadro estrategicamente posicionado quebram a sobriedade do ambiente. Saudação ao inverno Design diferenciado, uso de vários tipos de madeira e integração total à decoração são o segredo das lareiras que esbanjam estilo e personalidade Por Heloísa Noronha Fotos Luís Gomes Produção Silvia Goichman Puro requinte Embutida na imensa parede revestida de madeira sucupira, a lareira criada por Fernanda Marques atrai todos os olhares neste projeto sofisticado. O piso é do mesmo material. 38 N ada mais gostoso do que espantar o friozinho, a dois ou na companhia da família e dos amigos, sentindo o calor aconchegante que vem de uma lareira. Esqueça, porém, o convencional apelo rústico desse tipo de projeto. Hoje vale a pena investir em composições inusitadas, em que a lareira é incorporada totalmente à decoração, sem causar conflito estético. A madeira – material em alta, ultimamente – aparece com freqüência. Os clássicos tijolos, é claro, ainda são imbatíveis, mas ganham arrojo com uma pintura especial, por exemplo. Conhecida por seu trabalho com traços contemporâneos, a arquiteta Fernanda Marques desenhou um projeto em que coloca a lareira como o ponto de destaque da sala. Com as medidas de 100 cm x 70 cm, além de um espaço exclusivo de 70 cm x 70 cm para as lenhas, ela surge embutida na parede à base de madeira sucupira – o mesmo material que reveste o piso do ambiente. O conjunto é surpreendente e sofisticado. Indireta, a iluminação é feita por focos de luz que criam múltiplos efeitos sobre a madeira, realçando a lareira. “O resultado combina com o perfil da família, um casal na faixa dos 40 anos com filhos adolescentes que adoram curtir bons momentos juntos”, comenta Fernanda Marques. Já a lareira concebida por Paula Gambier fica no segundo andar de uma cobertura, em um espaço que reúne sauna, bar, piscina e gazebo. “A idéia foi agregar toda a parte de lazer em um único pavimento. Escolhi a madeira freijó para a lareira porque ela tem caráter decorativo e ainda exala um clima de aconchego”, diz a arquiteta. A estante (do mesmo material), a iluminação indireta e o piso de cerâmica rústica completam o cenário de sonhos para assistir a um bom filme com os amigos mais queridos, nas noites frias. O mix entre os estilos clássico e moderno foi a aposta da arquiteta Lica Cukier, que investiu nos tradicionais tijolos para revestir a lareira – o diferencial é que eles foram patinados de branco. “O formato do cômodo faz com que a área de home theather e a sala fiquem integradas e possam usufruir da mesma lareira”, explica a arquiteta. O assoalho de ipê e a laca branca dos móveis contribuem para a amplitude do ambiente, assim como a decoração em tons neutros. O toque de modernidade fica por conta das almofadas de cores vibrantes de Nelita Turcato e do quadro pregado junto à lareira. “É tendência e fica muito bonito e original”, garante Lica. total aconchego Integrada à área de lazer no segundo piso de uma cobertura, a lareira de Paula Gambier tem 2,80 m x 1,70 m e é feita de madeira freijó. O piso de cerâmica rústica garante a sensação de conforto. Onde Encontrar: Fernanda Marques: (11) 3849-3000; Lica Cukier: (11) 3079-5080; Paula Gambier: (11) 3846-1989/3848-9743. 39 Boas idéias Com a cara Truques básicos como mudar enfeites, trocar cores de almofadas e jogar uma manta por cima de uma poltrona deixam a sala com um ar de verão ou invernal. Inspire-se nas nossas propostas! Por Heloísa Noronha Fotos Carlos Piratininga Produção Débora Caruso Q uem adora novidades e costuma se cansar rapidamente da decoração da própria casa pode, com práticas transformações, dar cara nova à sala em cada estação do ano. Para ilustrar esta reportagem, incrementamos um ambiente-base da decoradora Christina Hamoui, no show-room da Artefacto, em São Paulo, com objetos que remetem ao verão e ao inverno. Os móveis são os mesmos, nas duas propostas. 40 Como na temporada de frio as pessoas se tornam mais caseiras, predispostas a curtir as delícias do lar e a receber amigos e parentes para um bom papo madrugada adentro, aumentar a sensação de conforto é essencial. O primeiro passo é fazer bom uso das cores que já existem em cada espaço da sua residência. Se no verão quanto mais luminoso o ambiente, melhor, no inverno o objetivo é criar uma atmosfera aconchegante. Isso é possível com nuances acinzen- Frescor do verão Papel de parede de material vinílico, marca francesa Casamance, Wallpaper. Sofás, poltronas, pufe, mesas laterais e de centro e almofadas de seda pura e linho, Artefacto. Luminária e abajur Vivi, com base de vidro transparente, sensor de luz e cúpula de tecido branco, Puntoluce. Tapete, By Kamy. Vaso bege de porcelana, bandeja de rattan redonda, copos coloridos, jarra de vidro transparente, fruteira pequena de porcelana e cinzeiro de porcelana, L’Oeil. Vaso transparente, Roberto Simões. Flores, Ofício das Flores. da estação tadas e terracotas nas paredes. Não é preciso pintar toda a sala – um bom papel de parede pode dar vida nova ao espaço, conforme a necessidade de seus moradores. Também vale a pena colocar em prática o recurso das cores em almofadas. Em tons vibrantes e enérgicos como verde, laranja e amarelo, elas remetem aos dias quentes de verão e deixam o ambiente mais alegre. Já as nuances terrosas e escuras convidam ao repouso, a se esparramar no sofá para ler um livro, tomar um chá quentinho ou ver um filme – cenas típicas de inverno. Os tecidos também têm papel fundamental: basta prestar atenção no efeito de uma manta de cashmere jogada sobre uma poltrona. Trocar um tapete de sisal ou com fios de seda por um felpudo, de lã, também sinaliza a mudança de estação. Na hora de escolher os objetos decorativos, os materiais fazem uma boa diferença. Enquanto no ambiente de verão o modelo de abajur apresenta vidro transparente com cúpula branca, no de inverno, é cromado, mais sóbrio e sofisticado. Vasos transparentes ou escuros, copos de tons claros ou xícaras de chá, luminárias, cortinas, tapetes, toalhas de mesa... Existem, enfim, infinitas possibilidades para dar uma identidade ao ambiente. Por último, não podemos esquecer das flores: lírios combinam com verão; rosas, com inverno. As orquídeas, porém, estão super em alta e ficam lindas na sala em qualquer época do ano. Inverno Mais sóbrio Papel de parede Wallpaper Omexco, Wallpaper. Sofás, poltronas, pufe, mesas laterais e de centro e almofadas de linho lisas, listradas e bordadas, Artefacto. Luminária e abajur Goa cromado de policarbonato injetado, Puntoluce. Tapete, By Kamy. Vaso preto de cerâmica, L’Oeil. Manta GEM sobre a poltrona, Trousseau. Vaso preto de cerâmica, jogo de chá com bandeja e cinzeiros, L’Oeil. Onde Encontrar Artefacto: (11) 3061-5855; By Kamy: (11) 3081-1266; Christina Hamoui: (11) 3071-0006; L’Oeil: (11) 3085-3211; Ofício das Flores: (11) 3079-3425; Puntoluce: (11) 3062-2899; Wallpaper: (11) 3062-2899. 41 42 para a temporada. Entre os materiais estão em alta os texturizados, os vinílicos e os de TNT (conhecidos por “tecido não tecido”, feitos à base de polipropileno). E, para finalizar o tema, algumas vantagens: os papéis de parede são mais duráveis que a pintura e costumam ser colocados em pouco tempo – às vezes, em um único dia. A limpeza e a conservação dependem de cada tipo de material, mas, em geral, basta usar um pano úmido sobre a superfície. Onde Encontrar Andréa Araújo: (11) 3083-7687; Bacco’s: (11) 3825-2302; Bucalo: (11) 3064-2397; Celina Dias: (11) 30620466; Chambret: (11) 3085-9574; Hoshino: (11) 3031-3966; Secrets de Famille: (11) 3083-7949; Tribes: (11) 3034-6108; Urban: [email protected]; Wallcovering: (11) 2295-4422; Wallpaper: (11) 3062-2899. FLORAL Fundo azul com ramos de flores douradas, The Carlisle Company, Bucalo, R$ 480 (rolo) RÚSTICO Com fundo bege e desenhos de folhas, Shanghâti, Celina Dias, R$ 300 (rolo) Vaso margarida, Secrets de Famille, R$ 169 Porta-vela de cerâmica Chambret, R$ 173 Potiche, Andréa Araújo, R$ 170 Máscara mexicana, Andréa Araújo, R$ 197 ORIENTAL Desenho oriental com fundo bege e desenhos de cerejeiras, The Carlisle Company, Bucalo, R$ 470 (rolo) ELEGANTE Com fundo azul-marinho e desenhos florais, Ralph Lauren, Celina Dias, R$ 300 (rolo) ÉTNICO De material vinílico, com fundo marrom e desenhos de mandalas douradas, marca francesa Casamance, álbum London, Wallpaper, R$ 430 (rolo) CLÁSSICO De TNT com listras irregulares beges e cinzas, marca belga Omexco, álbum Disco, Wallpaper, a partir de R$ 110 (metro) Camponês e gueixa de porcelana, Hoshino, R$ 170 (cada um) Q uem achou que eles estavam ultrapassados errou feio. Distantes há algum tempo dos projetos dos designers de interiores, os papéis de parede voltam à cena em grande estilo. Com cores modernas e diversos materiais, são um revestimento de fácil aplicação e podem dar um toque diferente a qualquer ambiente. Combinados com os objetos e os móveis certos, reforçam, inclusive, algum estilo de decoração (romântico, clássico, masculino, etc.). Alguns proporcionam a sensação de profundidade, tornando um determinado espaço maior e até mais aconchegante. Motivos orientais, florais, arabescos, retrôs e listrados são as padronagens do momento, segundo Rômulo Russi, docente do curso técnico Design de Interiores, do Senac São Paulo. Ele aponta o roxo, o dourado, o palha, o preto e o cinza como opções de tons EXTRAVAGante Desenhos de arabescos em preto e branco, Eiffinger, álbum Supernova, Wallcovering, R$ 550 (rolo) ROMÂNTICO Fundo azul-acinzentado com estampa floral cinza, Warner Wallcoverings, álbum Glamour Home, Celina Dias, R$ 300 (rolo) TEXTURIZADO De material vinílico, com folhas marrons, Warner Wallcoverings, álbum Glamour Home, Celina Dias, R$ 300 (rolo) Travessa de porcelana (R$ 29,50) e bolas decorativas (R$ 172,70, conjunto com quatro) Por Heloísa Noronha Fotos Carlos Piratininga Produção Débora Caruso EXÓTICO Com fundo branco e arabescos rosa e lilases, Eiffinger, álbum Twilight, Wallcovering, R$ 550 (rolo) Castiçal Noviembre, Andréa Araújo, R$ 98 Múltiplas sensações Cada vez mais elaborados e com motivos variados, os papéis de parede ajudam a criar um clima diferente em qualquer ambiente da casa Lanterna marroquina, Urban, R$ 63 Bule de porcelana com alça de madeira, Tribes, R$ 278 ACONCHEGO Com fundo dourado e desenhos de galhos e flores brancas, The Carlisle Company, Bucalo, R$ 480 (rolo) Caixa chinesa de madeira, Andréa Araújo, R$ 198 VINTAGE Toile de Jouy com fundo creme e desenhos vermelhos, Laura Ashley, Bucalo, R$ 270 (rolo) Passarinhos de cerâmica, Andréa Araújo, R$ 42 (cada um) MODERNO Com estampa de bolas, Eiffinger álbum Twilight, Wallcovering, R$ 550 (rolo) Vaso Shiny, Andréa Araújo, R$ 86 Vaso Karo de cerâmica, Andréa Araújo, R$ 197 Castiçais de porcelana Isis (R$ 108 cada um) e pingentes de cristal (R$ 157 cada um), Secrets de Famille tendências JAPONÊS Terracota com textura de fios dourados, Shanghâti, Celina Dias, R$ 300 (rolo) 43 Receber bem Ambiente: Débora Aguiar bom gosto à mesa Jogo americano de palha, R$ 64 o par, e pacote de guardanapo xadrez com quatro, R$ 88, Again; prato de sobremesa, R$ 39, e bowl com pé, R$ 45, Loeb; jarra de vidro com alça de prata, R$ 186, Pepper; travessa de cerâmica, R$ 85, e prato vazado, R$ 72, Helvétia House; decantador para vinho, R$ 40, Bacco´s; taça de vinho, R$ 24, R$ 26 e R$ 64 (nas cores verde, violeta e vermelha) e taça para água, R$ 21, R$ 26 e R$ 36 (nas cores violeta, verde e vermelha), L´Oeil. Por Juliana Motter Fotos Carlos Piratininga Produção Silvia Goichman Queijo e vinho são uma ótima pedida para os dias frios. Bem combinados, garantem uma recepção chique, despretensiosa e o melhor: superprática 44 Os bons companheiros B aixas temperaturas convidam a ficar em casa, comer coisas gostosas e bater papo com os amigos. Se a idéia de um petit comitê de inverno aquece a alma, mas falta disposição para tirar a pantufa e encarar as panelas, aposte na praticidade de uma recepção com queijos e vinhos. Informal e de fácil execução, não requer grandes planejamentos. Basta dar uma passada rápida num bom supermercado (de preferência aquele com uma grande variedade de laticínios e uma boa adega), providenciar queijos diversos, vinhos que combinem e acompanhamentos que vão bem com a dupla (pães, patês, frutas frescas, frutas secas, castanhas, geléias). Depois é só servir, ali mesmo na sala de estar, para poder degustar sem pressa em clima de aconchego no sofá. Como escolher queijos e vinhos O ideal, para que a degustação não fique monótona, é servir pelo menos cinco tipos de queijo, de diferentes texturas e sabores. Para assegurar essa variedade é importante saber diferenciar um queijo do outro. De modo geral, eles costumam ser classificados de acordo com o tipo de leite (vaca, ovelha, cabra, búfala, etc.); a textura (duros, semiduros, moles, macios, etc.); o grau de maturação (maturado, curado, etc.); e a intensidade de aroma e sabor. E o vinho? Qual combina melhor com cada queijo? É fundamental que o sabor do vinho realce o do queijo e vice-versa. Assim, queijos de sabor mais forte devem ser acompanhados por vinhos mais encorpados; e os queijos mais leves, acompanhados por vinhos suaves. Veja a seguir: 45 Queijos azuis (gorgonzola, roquefort, bleu d’auvergne, bleu de bresse, bleu de ges). Apresentam veios azul-esverdeados, textura irregular, aroma intenso e sabor picante. Eles combinam com tintos leves italianos (valpolicella, bardolino, barbera), mas também podem ser servidos com vinhos doces como o sauternes e o moscatel português. Queijos semiduros (emmenthal, gruyère, queijo-de-minas curado, provolone, gouda, edam). Têm a chamada massa cozida e casca dura. Os três primeiros podem ser combinados com vinhos tintos de médio corpo e pouco tânicos. O provolone pode ser 1 Acerte na conta Calcular previamente quanto cada convidado consome de queijo, vinho e acompanhamentos é uma forma de planejar a compra e evitar desperdício – ou pior, a falta. • Queijo: 400 gramas • Vinho: 1 garrafa • Pães: 200 gramas • Castanhas, frutas frescas e secas: 200 gramas. servido com um chianti ou um tinto mais encorpado. Já os holandeses gouda e edam fazem boa parceria com um shiraz do Novo Mundo (Austrália ou África do Sul). Também combinam com cabernet sauvignon chileno e tannat do Uruguai. Queijos duros (parmesão, grana padano, parmiggiano regiano, pecorino). Devem ser reservados para o fim, pois como têm sabor intenso, podem encobrir o gosto dos demais queijos. Em geral, queijos duros vão bem com barolo e bordeaux jovens. O grana padano e o parmiggiano regiano também podem ser harmonizados com cabernet sauvignon reserva bem tânico. Já o pecorino, feito com leite de ovelha, vai bem com um malbec argentino, de corpo médio. 1.Queijo macio Uma boa opção para servir o queijo brie é colocá-lo no réchaud (R$ 136), da Pepper. 2.Para os pães Prática e charmosa, a cesta de tecido florido pode acomodar todos os tipos de pão e torradas que acompanham os queijos e vinhos. Da Loeb (R$ 69). 46 Conjunto de quatro facas para queijo com base, R$ 69, Bacco´s. bert, saint paulin, coulommiers, etc.). Geralmente têm o interior tenro e casca mais dura, muitas vezes esbranquiçada. São queijos gordurosos, com intenso aroma e sabor. Para acompanhá-los, a melhor opção são os vinhos brancos estruturados como chardonnay ou sancerre. Também vão bem aqui tintos leves e pouco tânicos (beaujolais e cote du rhone), champanhe ou cabernet sauvignon maduro. 2 Não basta tirar o queijo da embalagem, cortar e servir. Existem algumas regras que aumentam e muito seu potencial gustativo e melhoram a apresentação. Confira: • Os queijos não devem ser servidos fatiados ou cortados em cubos, pois isso prejudica a textura e o sabor. Sirva as peças inteiras, acompanhadas de uma faca para cada tipo, para não misturar os sabores. • Outro cuidado importante: ao servir, não deixe os queijos muito próximos uns dos outros, para evitar eventuais interferências. • Para que os sabores apareçam e a textura seja a ideal, os queijos devem ser degustados em temperatura ambiente, portanto, se eles estiverem na geladeira, tire pelo menos uma hora antes de servir. • Os queijos não precisam necessariamente ficar em tábuas. Colocá-los em pratos de diferentes estampas é supercharmoso. Opte por um serviço americano: deixe pratos (de sobremesa, para não ocupar muito espaço) empilhados sobre a mesa e disponha os talheres ao lado para que cada um se sirva. • Queijos como brie e cammenbert ficam ótimos levemente derretidos. Uma dica é levá-los ao forno por minutos antes de servir ou utilizar um prato com um réchaud. O acessório, vendido em lojas de utilidades domésticas, mantém o queijo quentinho. • Brie e cammembert combinam muito com geléias de framboesa e damasco. Passe uma camada sobre o queijo ou sirva junto, em pequenos bowls. 4 • Em vez de colocar os queijos na mesa de jantar, o que torna a ocasião mais formal, sirva-os sobre a mesa de centro, de preferência ao alcance de quem está sentado no sofá. Isso deixa a recepção mais intimista. Os vinhos Não é preciso ser sommelier para servir um vinho. Basta seguir algumas regras básicas: • Abra a garrafa de vinho 15 minutos antes de servi-lo, para oxigenar. • Os vinhos brancos devem ser servidos bem frios; e os tintos, normalmente a uma temperatura entre 18ºC e 20ºC. • Deixe as garrafas sobre a mesa, próximas dos queijos com os quais harmonizam. • Sirva água (com e sem gás) em jarras de vidro. Para dar um toque refrescante, mergulhe ervas frescas como hortelã e menta. • Taças de bojo maior são mais elegantes do que as taças pequenas. Não se preocupe em ter taças iguais; misturar tamanhos e cores dá um efeito bem interessante. E ainda evita que se confunda os tipos de vinho. cremes e quiches Em dias muito frios, você pode incluir pratos quentes como cremes e quiches no menu de queijos e vinhos. O ideal e que sejam neutros (palmito, espinafre, alho-poró) ou à base de um queijo leve para não conflitar com o sabor dos ingredientes principais. As sopas podem ser servidas em réchaud para não esfriarem. Já a quiche fica inteira na mesa, para que os convidados se sirvam. 3 Zabuton (almofadas), R$ 85, Futon Company. Queijos macios (brie, cammem- Os queijos Jogo americano de sarja, R$ 55, taças de vinho, R$ 62, taça para água, R$ 74, e prato raso (aparelho com 12 peças), R$ 340, da L´Oeil, prato de sobremesa (conjunto com 12), R$ 400, Helvétia House. sit, mascarpone, cream cheese, ricota, cottage, feta e alguns queijos de cabra). Sendo os mais leves, são ideais para abrir a degustação. Com eles combinam os vinhos brancos secos, frescos, com boa acidez e aromáticos, como o riesling e o moscatel. Rosés também harmonizam bem aqui. Como servir Travessa de cerâmica, R$ 85, Helvétia House. Queijos frescos (minas frescal, til- Placa de queijo de vidro, R$ 47, e conjunto de garfinhos, R$ 35, ambos da Pepper. Receber bem 3. Decoração calorosa Frio pede aconchego e a decoração da casa pode contribuir muito para uma recepção mais afetiva. A iluminação, por exemplo, é fundamental para que os convidados se sintam confortáveis e acolhidos. Aposte em luzes indiretas (de abajures, arandelas, velas) em vez de lustres, que têm luz mais forte e agressiva. Providencie almofadas, futons e mantas para que as pessoas possam ficar bem acomodadas e aquecidas. Uma idéia interessante é disponibilizar pantufas para que os convidados possam tirar o sapato e ficar bem à vontade. 4. ENCONTRO ROMÂNTICO Uma noite de queijo e vinho é uma das melhores opções para o encontro de namorados. Nesse caso, vale a pena investir em pequenas surpresas, como deixar um presentinho em cima do prato do convidado tão especial. Pode ser uma miniatura para coleção, uma foto sua, algo que tenha um significado especial para vocês. A música deve acompanhar esse clima – vale colocar clássicos e sucessos da MPB, jazz e blues. Os pratos e os copos podem ter motivos florais e detalhes bem delicados. Onde Encontrar Again: (11) 3662-3372; Bacco´s: (11) 3825-2302; Futon Company: (11) 3083- 6212; Helvétia House: (11) 3559-8449; Loeb: (11) 3891-1010; L´Oeil: (11) 3897-8787; Pepper: (11) 3073-0333. 47 Receber bem Castanhas deliciosas Pistache, castanha-do-pará, castanha de caju, avelãs, macadâmia, nozes e outras oleaginosas são complementos ideais para queijos e vinhos, tanto que os mestres queijeiros utilizam castanhas na fabricação dos queijos especiais, para aromatizá-los. Elas podem ser servidas in natura ou levemente tostadas. Ou ainda fazer parte de receitas criativas. Nozes picantes Ingredientes • 1 clara • 1 colher (sopa) de água • 2 xícaras (chá) de nozes • 1 colher (chá) de sal • 1 colher (chá) de gengibre em pó • ½ colher (chá) de pimenta-da-jamaica • ½ colher (chá) de pimenta-de-caiena • ½ colher (chá) de páprica picante Que pães devem acompanhar queijos e vinhos? Os especialistas recomendam dar preferência aos de sabores neutros e suaves. Inclua uma variedade deles: com sementes, com nozes, com cereais. Pães integrais, de centeio e pretos combinam bastante. Torradas neutras e biscoitos tipo água-e-sal fazem boa parceria com os queijos, especialmente os moles. O pão sueco também vai muito bem e pode ser feito em casa. Pão sueco Ingredientes • 1 copo de iogurte natural desnatado cremoso • ½ copo de açúcar mascavo • ½ copo de óleo de canola ou de girassol • ½ copo de gergelim branco ou preto • 1 colher (sopa) de canela em pó • 1 pitada de sal • 1 copo de fibra de trigo • 2 copos de farinha de trigo Modo de preparo Em uma tigela, coloque o iogurte, o açúcar, a canela e o óleo. Misture bem para dissolver o açúcar. Acrescente o gergelim, o sal e a fibra. Junte a farinha de trigo até obter uma massa firme. Divida a canela em 16 pedaços e faça bolinhas. Sobre uma superfície lisa, espalhe o gergelim e a fibra de trigo e abra cada bolinha no formato de um disco bem fino. Coloque em assadeira e leve ao forno preaquecido à temperatura média (180ºC), por cerca de 5 minutos. Vire os pães e deixe o mesmo tempo para que assem do outro lado. 48 Frutas diversas Frutas frescas e secas harmonizam muito bem com queijos e vinhos, além de ajudar a limpar as papilas gustativas entre um queijo e outro. As vermelhas como morango, cereja e framboesa combinam muito com uma noite desse tipo. Frutas secas como damasco, pêra, ameixa e uvas-passas também não podem faltar em uma boa mesa de queijos e vinhos. Damasco com cream cheese Ingredientes • 50 damascos • 150 g de cream cheese • 3 colheres (sopa) de gergelim preto Modo de preparo Corte os damascos horizontalmente até a metade para que possam ser recheados. Coloque cerca de 1 colher (chá) de cream cheese no meio de cada damasco e aperte levemente. Com a própria colher, alise a borda de cream cheese. Espalhe o gergelim num prato e empane cada damasco pressionando o cream cheese nas sementes. Sirva em seguida, acompanhado dos queijos. Queijo derretido Para dar um ar mais romântico à noite de queijo e vinho, nada melhor do que fazer uma raclete. Ela é perfeita para ser servida à luz de velas e criar um ambiente mais íntimo. Acompanhada de pães e geléias, é uma ótima opção para as noites frias. Prato de sobremesa, R$ 39, Loeb; espátula de raclete, R$ 466, Pepper; minibows para geléia, R$ 178, Bacco´s. Pães suaves Preaqueça o forno a 150ºC. Numa tigela, bata levemente a clara e a água com um garfo até espumar. Acrescente as nozes e misture bem. Transfira para uma peneira e deixe escorrer o excesso. Coloque todos os temperos num saco plástico limpo, feche e agite bem para misturar. Coloque as nozes e agite novamente para empaná-las com o tempero. Numa assadeira, espalhe as nozes e leve ao forno por 15 minutos. Chacoalhe a assadeira de vez em quando para que as nozes assem por igual. Desligue o forno e deixe por mais 30 minutos. Sirva quente ou morno. Se sobrar, coloque num recipiente com tampa e conserve em local seco e arejado. Bowl com pé, R$ 45, Loeb. Modo de preparo Raclete com mix de geléias Ingredientes • 800 g de queijo suíço (emmenthal e gruyère) • ½ pacote de pão preto sem casca • 8 colheres (sopa) de geléia de pimenta • 8 colheres (sopa) de geléia de framboesa • 8 colheres (sopa) de geléia de damasco Modo de preparo Corte o queijo em fatias de 0,5 cm de espessura e arrume no prato em que será servido. Coloque as geléias em pequenos potinhos e leve à mesa. Quando seu namorado ou marido já estiver sentado, ligue o aparelho de raclete e coloque os pedaços de queijo na grelha para que derretam. Coma com o pão (que pode ser previamente tostado no forno) e as geléias. 49 Q ual mulher não gosta de tomar um banho relaxante, tendo tudo que precisa à mão, enxugar-se com uma toalha felpuda, passar seus cremes, perfume, fazer uma maquiagem... enfim, curtir todo o ritual de beleza em um banheiro impecável? Se ela não precisar dividir esse território com ninguém, melhor ainda! Ali poderá usar e abusar do espaço para acomodar exatamente tudo que necessita. Mas como avisa a jornalista Beth Lima, em seu livro Como Arrumar a Casa (editora Record), um delicioso manual de bem-viver: “Água e bagunça não combinam!”. Portanto, mantenha tudo bem guardado e protegido em caixinhas, de preferência, transparentes. Estas, aliás, são a dica de ouro, segundo a organizadora profissional Anna Celidonio: “No banheiro, o segredo é agrupar os objetos de mesma natureza, que muitas vezes são miúdos, e não deixar nada solto, tanto na bancada quanto nas gavetas e prateleiras. Nesses locais devem ser guardadas apenas algumas toalhas de rosto e de mão, com o objetivo de se fazer a reposição diária”. Uma boa sugestão de Beth – que já conheceu casas de muitas celebridades na Europa para fazer suas reportagens como correspondente em Londres da TV Globo – é personalizar o banheiro, pois “se trata de um cômodo tão usado que precisa expressar nossa individualidade”. Ela ensina alguns toques de sofisticação. Um deles é enfeitar uma bancada espaçosa 50 MAIS COMODIDADE Os cremes, espuma e pincel de barba são colocados em uma bandeja de vime sintético, que fica ao lado do kit de banheiro. Organiza e enfeita o ambiente. Conforto total no banheiro Arquitetura: Débora Aguiar. Bandeja Baths com utensílios de barba La Façon. Kit de banheiro Bacco’s. Bandeja Baths. Toalhas Mundo do Enxoval. Tapete Baths. Arquitetura: Paula Andrade - ALN Arquitetos. Bandeja Utilplast. Kit de banheiro Baths. Pote floral Utilplast. Tapete Baths. Copinho de vidro rosa com flores em relevo Espaço Receber. Caixa “Bain” Andréa Araújo. Maleta Baths. Caixas organizadoras Bacco’s. Organização Para muitos homens e mulheres, esse espaço funciona também para o relaxamento. Que tal arrumá-lo com capricho e inteligência? Por Flávia Benvenga Fotos Carlos Piratininga Produção Débora Caruso ORGANIZADOR & BANDEJA À esquerda, organizador de acrílico, da Baths, acomoda os itens de maquiagem. À direita, bandeja de madeira, da Ultilplast, fica sobre a bancada e separa os produtos usados no dia-a-dia. Caixinhas práticas Esmaltes, cremes, filtros solares, óleo para banho e outros produtos são agrupados em caixinhas de acrílico transparente, da Bacco´s. Conservação especial Se você é amante de perfumes, não caia na tentação de deixar a sua coleção exposta no banheiro. Mantenha ali apenas alguns vidros de uso diário. Assim como os remédios, eles são produtos sensíveis à umidade e ao calor e, por isso, exigem cuidados de armazenamento. “Sugiro organizar os remédios em caixas especiais, guardadas de preferência dentro do armário de roupas, no quarto”, explica Anna. O primeiro passo é jogar fora tudo que está com o prazo de validade vencido. Depois, agrupar os medicamentos similares e os mais usados em caixas transparentes, com o rótulo para a frente e em local fora do alcance de crianças. Com relação aos perfumes, os especialistas ensinam que a conservação deles é muito importante para manter suas propriedades e aroma. Eles não costumam perder o cheiro, mas é comum haver alteração (oxidação). O prazo médio de validade de uma fragrância é de dois a três anos e, se não for corretamente armazenada, ou seja, longe da exposição direta à luz, sol e calor, pode durar bem menos tempo. Portanto, o melhor é manter seus vidros dentro do armário do dormitório ou sobre um móvel, num cantinho escuro e seco. tUDO EM SEU LUGAR No chão, o porta-revistas de metal, da Baths, e o cesto duplo de metal, tecido e rodízios para a roupa suja, da Utilplast, deixam o ambiente mais arrumado e funcional. com vasos de flores duráveis, como orquídeas, bromélias ou sempre-vivas, expondo ainda escovas antigas de cabelo ou de roupa, com cabo de prata, ou porta-jóias de porcelana ou de cristal. “Mostre seus perfumes de vidros interessantes, deixando ainda espaço para velas”, recomenda. Banheiro masculino Desfrutar das delícias de um bom banho e demais ritos de higiene e bemestar não é privilégio feminino. Os homens cada vez mais descobrem esse prazer e se jogam em águas perfumadas e cuidados com cabelo, barba, bigode... Em seu livro, Beth Lima conta que o célebre primeiro-ministro inglês Winston Churchill, nos momentos de maior tensão, ditava suas cartas e discursos para a secretária imerso na banheira de sua mansão. Ele estava certo, e muitos homens já sabem disso. Conhecidos por certos desleixos cometidos no banheiro, como jogar a roupa suja no chão, bem ao lado do cesto, os homens gostam de ter, na mais perfeita ordem, os seus apetrechos de barba. E como a praticidade faz parte do DNA da maioria deles, todos os demais objetos e produtos de que precisam para ficar limpos e cheirosos também devem estar à mão. “Seja na bancada, seja no boxe, a máxima ‘agrupar e separar por natureza do produto’ deve ser seguida à risca”, diz Anna Celidonio. “Se a opção é colocar sobre a bancada cremes, hidratantes, espuma de barba, loção e desodorante, acomode tudo em uma bandeja ou cesto; num pote, coloque o pincel e o aparelho de barba. Mas se você gosta de se barbear durante o banho, vale investir em um espelho antiembaçante, com espaço para colocar aquilo de que precisa.” Onde Encontrar: Andréa Araújo: (11) 3083-7687; Bacco’s: (11) 3825-2302; Baths: (11) 3034-5952; Débora Aguiar: (11) 3889-5888; Espaço Receber: (11) 3034-5710 ou (54) 2101-9090; Mundo do enxoval: (11) 3064-1315; Paula Andrade: (11) 3208-3076; Utilplast: (11) 3088-0862. Agradecimentos: Natura, J&J, Taiff, Impala, O Boticário, Mundo do Enxoval, L’Occitane e La Façon. 51 50 51 Gafisa Verde e inteligente O novo prédio comercial da Gafisa, em São Paulo, o Eldorado Business Tower, é um dos mais modernos e sustentáveis do planeta Por Flavia Benvenga Fotos Paulo Varella I naugurado em novembro de 2007, o Eldorado Business Tower já se tornou um marco na paisagem de São Paulo. O imponente edifício de vidro de 32 andares incrustado na marginal do Rio Pinheiros é a mais completa tradução da harmonia entre modernidade e sustentabilidade. Essas duas palavras, aliás, sintetizam um dos maiores desafios mundiais: conciliar o desenvolvimento com a proteção ambiental. Ali, a alta tecnologia foi implementada para garantir conforto ao usuário, respeito à natureza e redução do custo operacional. O resultado é o título de quarto empreendimento no mundo a receber o selo Leed CS 2.0 Platinum (Leadership in Energy and Environmental Design), concedido pelo U.S. Green Building Council. A Gafisa foi responsável pela construção, gerenciamento e consultoria; e o escritório Aflalo & Gasperini, pelo projeto de arquitetura. Logo no hall de entrada já se percebe algo especial: ao encostar o crachá na catraca, na tela à frente, aparece a indicação de qual elevador a pessoa deve tomar. “Isso permite reduzir o tempo de espera, reunir usuários com o mesmo destino, ter maior agilidade, melhorar o tempo de trânsito, diminuir o consumo de energia e aumentar a segurança”, diz o engenheiro da Gafisa Marco Rogério Coelho Simões. “O edifício tem 29 elevadores, sendo 18 principais, com capacidade para 24 pessoas, e sistema de antecipação de chamadas. Eles estão divididos em três zonas independentes, e aqueles que servem os andares mais altos atingem a velocidade de até 6 metros por segundo e são os mais rápidos do Brasil”, afirma Simões. Ainda existe o elevador vip, que atende do quinto subsolo à cobertura; outro de segurança, com sistema antifogo; cinco, que servem apenas às garagens; um panorâmico, localizado próximo da entrada principal do prédio; dois na passarela que liga a torre ao Shopping Eldorado; e o último, de alçapão, da cobertura ao heliponto. 54 55 Gafisa fecham automaticamente de acordo com a incidência da luz”, afirma Simões. Dessa forma, se faz o controle da luminosidade nos escritórios, lançando mão da iluminação natural e artificial, e, de quebra, consegue-se economizar energia. “No Eldorado, graças à introdução dessas novas tecnologias, o custo do condomínio é praticamente a metade daquele de um prédio do mesmo padrão”, salienta Marco. Modernidade a longo prazo 1 2 1. Paisagismo clean A entrada do prédio da Gafisa tem um jardim moderno, simples e bem cuidado, com árvores, nichos de plantas, pedras ornamentais e água. 2. Bem perto Para chegar ao Shopping Eldorado, os visitantes do Eldorado Businness Tower precisam apenas atravessar uma bonita passarela coberta. Essa é apenas a primeira amostra dos recursos e da sofisticação tecnológica deste que está entre os edifícios mais inteligentes do mundo. O usuário do Eldorado Business Tower dispõe de mais uma série de itens de conforto que atuam diretamente na proteção do meio ambiente, pois, como frisa o engenheiro, “muitos aspectos que caracterizam um prédio inteligente também são usados para atingir alguns critérios para a certificação verde”. A água, por exemplo, é tratada como se deve, ou seja, como bem precioso. Quem ali trabalha tem a responsabilidade de usá-la de forma racional. As torneiras das pias possuem sensor para abrir, e as bacias sanitárias têm válvulas com duplo acionamento, o que permite ao usuário controlar a vazão de acordo com a sua necessidade. Além disso, a construção é dotada de um sistema de armazenamento e condensação da água proveniente dos aparelhos de ar-condicionado e também de captação do fluxo através do solo. “Em edifícios convencionais, essa água costuma ser desperdiçada, mas no Eldorado existe um reservatório e uma miniestação de tratamento”, diz Simões. Ali a água da evaporação dos equipamentos de ar-condicionado se junta à água da chuva, é bombeada para o sistema de filtração e de cloração e segue para o reservatório. Essa água tratada é usada para regar as áreas verdes, no espelho d’água, nos vasos sanitários do térreo e dos subsolos e na lavagem do piso das garagens. A viagem pelo prédio inteligente está apenas começando... A gigantesca torre de vidros, importados da Bélgica e Holanda, guarda impressionantes soluções que até pouco tempo só se imaginava em cenários de filmes. “Uma estação meteorológica, situada no edifício, monitora o clima e informa o sistema das persianas, que abrem ou 56 Os números do edifício • Tempo de construção: 34 meses • Altura total do prédio: 141 metros • Superfície total construída: 118.204,10 m² • Andares: 32 • Dimensões dos andares: variam de 1.961 m² a 2.004 m² • Garagens: cinco níveis inferiores e três elevados • Vagas para carros: 1.823 • Elevadores: 29 • Velocidade máxima dos elevadores da zona elevada (andares mais altos): 6 m/s • Quantidade de concreto usada: 53 mil m³ • Quantidade de vidro usada: 32 mil m² •H eliponto: 24 m x 24 m. Pode receber helicópteros civis com até 10 toneladas e permite também o estacionamento de mais um helicóptero As matérias-primas naturais, recicláveis e de fontes renováveis são um dos principais itens que tornam esse empreendimento inteligente e “verde”. Desde o início da obra, muitos cuidados foram tomados, como a contratação de 47% de materiais de empresas localizadas num raio de 800 quilômetros a partir de São Paulo, para ajudar na redução de emissões de poluentes e dos custos da construção. Além disso, a Gafisa colocou em um manual, distribuído a todos os locatários do prédio, um capítulo com dicas para contribuir com o meio ambiente. “O edifício foi pensado para ser sustentável, e com uma tecnologia que se mantém atual, não apenas na época da inauguração mas por, pelo menos, mais dez anos”, afirma Simões. Uma das características mais marcantes do Eldorado é o revestimento de suas fachadas com vidros, fixados por caixilhos de alumínio anodizado (tratamento para que não arranhe facilmente e não oxide com o tempo). São placas de vidro com pintura cerâmica especial, que protege a entrada de calor e ainda pode receber a cor desejada – neste caso, branca. E placas de vidro esverdeado, constituído de uma única camada que permite a passagem de 70% da luminosidade. O calor fica retido nele e só é liberado para fora quando o ar começa a resfriar. O sistema de ventilação e de ar condicionado da torre foi desenvolvido pela empresa japonesa Daikin, e proporciona tanto ar quente quanto frio. Por ser dedicado a cada meio andar – no Eldorado, os pavimentos são inteiros de uma única empresa ou divididos ao meio para duas firmas diferentes –, o usuário tem controle sobre seu consumo e custo. “Se uma pessoa precisar trabalhar no escritório em um domingo, por exemplo, poderá ligar o ar-condicionado da empresa através da internet, antes de sair de sua casa”, afirma o engenheiro. Para garantir tanta comodidade e segurança aos seus usuários, o edifício é dotado também de uma usina autônoma de geração de energia. Assim, em caso de alguma emergência, ou nos horários de pico, os geradores, alimentados por diesel ou por gás natural, asseguram em 100% os 5,3 MVA que correspondem à energia total do prédio – o equivalente ao consumo de uma cidade de cerca de 80 mil habitantes. 3 Tudo pelo meio ambiente O Eldorado Business Tower foi projetado com a preocupação de economizar energia, oferecer conforto ambiental e reduzir custos com a manutenção. Para isso, a Gafisa consultou empresas especializadas para cumprir exigências como destinação de resíduos para reciclagem, uso de madeira reciclada e de materiais produzidos na região, vagas para carros de combustível menos poluente e para bicicletas, vestiário, reciclagem de água. Ao obedecer todas as regras, o edifício foi enquadrado na categoria Triple A – classificação americana para prédios dotados de sistemas de inteligência e acabamento de alto padrão – e recebeu o selo Leed, com a avaliação platina, a mais elevada do Green Building. 4 3. Todos os elevadores O edifício possui 29 elevadores, sendo 18 principais, com capacidade para 24 pessoas cada um. 5 4. Subida esperta Ao encostar o crachá na catraca, na tela à frente, aparece o elevador que se deve tomar para determinado andar. 5. ESTACIONAMENTO As vagas da garagem também aplicam o conceito da preservação ao ambiente. 6. vista do jóquei Das imensas janelas do prédio da Gafisa avista-se todo o jóquei de São Paulo. Mais do que isso, dali os apaixonados pela capital paulista vão ficar deslumbrados com a imagem do bairro do Morumbi e de todo o movimento da Marginal Pinheiros. 57 54 55 Pelo mundo Escultura a céu No norte da Espanha, o Hotel Marqués de Riscal se destaca por uma arquitetura ousada e criativa, com elementos que remetem à bebida tradicional da região Por Adriana Setti 60 aberto A té dois anos atrás, os 1.026 moradores da pacata Elciego, no País Basco, ao norte da Espanha, estavam parados no tempo. Por suas vielas medievais, raramente se via um turista. Na Plaza Mayor, em frente à vinoteca La Ermita, o assunto girava sempre em torno do mesmo tema: o vinho de fulano, a colheita de uvas de ciclano. Enfim, trivialidades da dolce vita que se leva na Rioja Alavesa, a parte mais privilegiada da Denominação de Origem La Rioja, a mais famosa da Espanha. Na imensidão de vinhedos que acompanham o relevo suave, na magnífica Sierra Cantábria, as placas onduladas de titânio violeta entrelaçadas a outras de inox espelhado formam uma enorme e insólita escultura sobre o hotel Marqués de Riscal. Construído pelo todo-poderoso arquiteto canadense Frank O. Gehry, e inaugurado em setembro de 2006, o edifício é a cereja do bolo da Ciudad del Vino, um complexo erguido pela vinícola Marqués de Riscal, a mais antiga da La Rioja, cujas caves de 1858 ainda estão em funcionamento. Ocupando uma área de 100 mil metros quadrados, essa espécie de parque temático dedicado ao vinho tem sala de degustação, loja, auditório e um spa de vinoterapia arrasa-quarteirão pilotado pela marca Caudalíe, o supra-sumo da categoria, originário de Bordeaux, a mais emblemática região vinicultora da França. A comparação com o edifício do Guggenheim de Bilbao, uma das obras mais brilhantes (e excêntricas) do currículo de Gehry, é inevitável. O museu que deu vida ao que antes era uma cidade industrial e sem charme está a apenas 122 quilômetros dali, também nos domínios do País Basco. No contexto da La Rioja, porém, a intenção do arquiteto foi, com as curvas elásticas esculpidas em titânio, render uma homenagem ao vinho. Cada uma das cores utilizadas – prateado, dourado e violeta – representa uma variante (tinto, branco e rosé) da bebida que colocou a Rioja no mapa, enquanto as ondulações remetem à textura e fluidez da bebida. 61 Pelo mundo arquitetura muito ousada O arquiteto canadense Frank O. Gehry, conhecido por sua excentricidade, criou um hotel moderno e fora dos padrões. Com curvas elásticas esculpidas em titânio, o edifício homenageia o vinho, bebida apreciada na região. Cada cor – prateado, dourado e violeta – representa uma variante (tinto, branco e rosé). As ondulações remetem à fluidez da bebida. Entre o passado e o futuro Encarnando o elo perdido entre o “Château do século 21” (como os encarregados do marketing do hotel adoram chamá-lo) e os alicerces medievais das cidades que o rodeiam, a estrutura do edifício, que veste a escultura metálica como se fosse um chapéu, foi erguida com a predominância de linhas retas e paredes revestidas pela mesma pedra calcária usada na construção das casas das vilas vizinhas. Também para promover o encontro entre passado e futuro, paredes inteiras de vidro, janelas amplas e varandas permitem que se veja o exterior o tempo inteiro. Vista desde o lado de dentro do edifício, a igreja de San Andrés, o coração de Elciego, aparece triunfal, emoldurada pelas ondas futuristas nascidas na imaginação de Gehry. Arquitetura pura Um hóspede desatento pode pensar momentaneamente que, uma vez cruzando a porta de entrada, o Marqués de Riscal se pareça com um hotel butique como tantos outros. Mas, justamente para manter a coerência com o layout lisérgico que impera no exterior, Gehry cuidou pessoalmente da decoração, desenhando desde as luminárias curvilíneas que mimetizam a sua obra de arte até as cabeceiras de couro que adornam as camas de algumas suítes. O escritório de arquitetura espanhol Javier Muñoz, que tem tradição na construção de hotéis rurais de luxo, foi o responsável pela execução do desenho interior projetado pelo arquiteto. Até os detalhes foram meticulosamente planejados, como as fotografias “pop-construtivistas” do fotógrafo Rafael Levenfeld que decoram os quartos. Os retratos da antiga bodega ganharam ares modernos com a inclusão de montagens vanguardistas que, segundo Muñoz, refletem toda a história e a tradição da vinícola. 62 Adega variada No Marqués de Riscal, a homenagem ao vinho está presente em cada detalhe: na arquitetura, no cardápio e na adega incrivelmente espaçosa. Nesse último ambiente, há vários tonéis com os mais diferentes tipos de vinho da região, para contemplar os hóspedes de paladares mais requintados. “O meu objetivo para esse edifício foi que o interior não seguisse nenhuma moda ou tendência atual, mas que fosse arquitetura pura”, explica Javier Muñoz. “Nosso trabalho consistiu em adaptar-nos à estrutura e tentar ressaltá-la, porque acredito que um edifício Gehry merece ser desfrutado plenamente e que, para isso, deve haver o mínimo possível de móveis.” Nem sempre é fácil integrar as peças fundamentais de um hotel a um edifício tão peculiar. As janelas, feitas de madeira africana de elondo, são altíssimas, assimétricas e inclinadas, o que faz com que as cortinas – de veludo bordô – “roubem” mais de um metro dos quartos quando fechadas. Por essas e outras, há quem critique o formato da ala Gehry, que abriga 14 das 43 suítes do hotel e fica no edifício que sustenta o nó de titânio. “Para seguir o padrão de tamanho de camas americanas, o espaço de circulação no quarto ficou reduzido a ponto de uma pessoa não conseguir passar ao banheiro se uma outra estiver trabalhando na escrivaninha”, diz a jornalista especializada em arquitetura Julie Daurel, que recentemente visitou o hotel para produzir uma reportagem para a renomada revista francesa de design Côte Sud. “Sempre prezei a estética acima de tudo, mas nesse caso a falta de praticidade me incomodou.” Na ala anexa, acessível por um túnel de vidro high-tech a partir do prédio principal, a estrutura do edifício é extremamente convencional. No entanto, compensando a ausência do metal acrobático emoldurando a paisagem, os quartos são bem maiores (os banheiros de mármore negro são colossais!) e a vista para os vinhedos riojanos, com a linda Elciego ao fundo, é irretocável. Assim como os quartos da ala Gehry, eles são equipados com televisão de LCD Bang & Olufsen top de linha, cortinas controladas automaticamente, lençóis italianos com 480 fios de Rivolta Carmignani, menu (!) de travesseiros com dez opções e outros mimos dignos de um cinco-estrelas do catálogo Luxury Collection na rede americana Starwood. Espaços internos Na ala Gehry, onde encontram-se 14 das 43 suítes do hotel, as janelas de madeira africana são muito altas, assimétricas e inclinadas, ladeadas por belíssimas cortinas de veludo bordô. Dali é possível avistar a bela paisagem da região. Os quartos, por sua vez, possuem camas de padrão americano que reduzem um pouco o ambiente de circulação, ao contrário do que acontece na espaçosa e luxuosa ala anexa. Abaixo, à esquerda, uma área espaçosa para relaxamento, ao lado da piscina interna e aquecida do hotel. Ala gastronômica Um dos toques mais espetaculares da decoração é a adega do bar anexo ao lobby, onde uma simples estante de madeira adquire status de obra de arte, com suas linhas retas contrastando com elementos arredondados. Organizadas de acordo com a cor de suas etiquetas, as garrafas de vinho do rótulo da casa formam um efeito gráfico genial. Além da adega, o banco e o balcão do bar foram desenhados por Gehry. Igualmente espetacular é o terraço onde é servido o café da manhã. Mas nem as cadeiras cor-de-laranja fosforescente idealizadas pelo arquiteto canadense conseguem roubar a cena da paisagem panorâmica da La Rioja, com seus tapetes de vinhedos e a Sierra Cantábria ao fundo, triunfal com suas rochas esbranquiçadas. Nesse cenário, o esplêndido desjejum tem tudo para ser um dos melhores momentos do dia. No cardápio, uma seleção de tudo que a Espanha tem de melhor, sempre com a bênção de alguma certificação de origem: pão tostado na brasa com alecrim recém-colhido no campo, uma seleção de azeites extravirgem de primeiríssima, queijos soberbos como o Torta de Casar, o inigualável jamón Joselito e outras delícias. Além do apoteótico café, o hotel tem dois restaurantes. O Marqués de Riscal serve uma cozinha fusion, em que produtos da região ganham texturas e apresentações futuristas. A decoração segue a linha minimalista, mas os detalhes fazem jus à pompa de seus pratos. As taças de vinho, por exemplo, são Zwiesel, desenhadas por Enrico Bernardo, considerado o melhor sommelier do mundo. Já o Bistrô 1860 serve receitas tradicionais em ambiente moderninho e descontraído (aproveitando a sala onde é servido o café da manhã). Ambos os restaurantes têm como chef executivo o riojano Francis Paniego, cujo restaurante El Portal de Echaurren, na cidade vizinha de Ezcaray, ostenta uma estrela na bíblia sagrada da gastronomia, Michelin. Pelo mundo 1 e 2: Laguardia Medieval e murada, a cidade tem ótimas opções de hospedagem e adegas para visitação. 1 2 3: viña real Entre Logroño e Laguardia fica essa incrível vinicola projetada pelo francês Phillippe Mazières. 3 4: vinícola ysios Espetáculo de curvas aos pés da Serra Cantábria que contrasta com a arquitetura medieval da cidade. 4 5: santo domingo de la calzada Leva o nome do santo que construiu pontes e estradas para o Caminho de Santiago. 5 LOgroño É a principal região produtora de vinho da Espanha, ideal para caminhadas pelo centro. Um roteiro de carro pela La Rioja A Espanha vive tempos de frenesi na arquitetura relacionada ao vinho. Em La Rioja, junto com a célebre vizinha Ribera del Duero, os edifícios das vinícolas são extremamente arrojados. A maneira mais gostosa de explorar a região é de carro, parando sem pressa nas cidadezinhas, atravessando vinhedos e fazendo uma degustação aqui e ali (a maioria das bodegas é aberta à visitação). Comece explorando a principal região de vitivinicultura da Espanha pelo agradável centro de Logroño. De lá, pegue a A-124 em direção à belíssima Laguardia. No caminho, vale fazer uma visitinha à Viña Real (Ctra. Logroño - Laguardia, km 4,8, +34 945-625-210, cvne. com), criação do arquiteto francês Phillippe Mazières. Depois, já em Laguardia, veja a vinícola Ysios (Camino de la Hoya, s/n, +34 945600-640, ysios.com), um espetáculo de curvas impossíveis projetado aos pés da Serra Cantábria pelo arquiteto popstar Santiago Calatrava. Há quem prefira a obra de Calatrava à de Gehry. O edifício monumental contrasta com o centro da cidade, tipicamente medieval e murado, 64 fundado no século 10 e estupendamente conservado. A apenas 5 quilômetros de Elciego, a cidade tem boas opções de hospedagem, como a charmosa Posada Mayor de Migueloa (Calle Mayor de Migueloa, 20, Laguardia, + 34 945-621-175, mayordemigueloa.com). Continuando pela mesma estrada em direção a Cenicero, pegue a LR113 para a cidade histórica de Nájera. Dê um giro pelo centro antigo e continue em direção a Santo Domingo de La Calzada, que recebeu o nome do santo que construiu pontes e estradas (calzadas) para a passagem dos peregrinos do Caminho de Santiago, que corta a cidade. Para os gourmets, é indispensável seguir pela LR-111 até Ezcaray e provar o restaurante El Portal de Echaurren (Calle Heróes del Alcázar, 2, +34 941 354 047, echaurren.com), que elevou o chef Francis Paniego à categoria de mago dos fogões. E, para fechar com chave de ouro, uma ótima pedida é quebrar à direita na N-20 e seguir a sinalização pelas estradinhas secundárias por mais cerca de 10 quilômetros até San Millán de la Cogolla, onde está o belíssimo monastério de San Millán de Suso, construído no século 10. 6 7 6: SAN MILLÁN DE LA COGOLLA Pelas ruas da cidade, são comuns as apresentações de artistas locais. 7: NÁJERA Cidade com prédios pequenos e um charmoso centro histórico. 65 objeto do desejo Clima do oriente Foto Dulla Produção Regiane Mancini Inspirada nas lanternas japonesas, esta luminária de papel dá um toque de aconchego e modernidade aos ambientes A luminária Alodri, que lembra uma biruta, é da coleção MaMoNouchies. Com design de Ingo Maurer, unanimidade mundial em design de iluminação, e Dagmar Monbach, membro do time de criação de seu estúdio, provoca um efeito visual surpreendente. Apaixonados por papel e com um profundo respeito pelo Japão, seus autores resolveram desenvolver uma linha de luminárias feita artesanalmente de papel de arroz plissado. Inspirado nas “Akari” — lanternas japonesas — de Isamu Noguchi, Ingo usou o MA de Maurer, MO de Monbach e NO de Noguchi para criar o nome Mamono desta linha de luminárias. Apesar do estilo semelhante, cada uma tem um desenho único. A Alodri, especificamente, foi produzida em 1998, com edição limitada, e atualmente é considerada peça de colecionador. À venda na FAZ — (11) 3086-1661 —, por R$ 7.175. 67