Resolução de Conflitos nas Escolas

Transcrição

Resolução de Conflitos nas Escolas
Resolução de
Conflitos nas Escolas:
Experiência do 2° Ano
do Projeto Educação Para a Paz
Rio de Janeiro
2014
Realização:
Parceiros Brasil – Centro de
Processos Colaborativos
Patrocínio:
Petrobras
Apoio Institucional:
Partners for Democratic Change International
Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro
Instituto Rio
GE Foundation
Escolas Participantes do Projeto
E.M. Marechal Mascarenhas de Moraes
CIEP Operário Vicente Mariano
E.M. Escritor Bartolomeu Campos de Queiros
E.M. Professor Souza Carneiro
E.M. Teotônio Vilela
E.M. Professor Josué de Castro
E.M. Emílio Carlos
E.M. Lima Barreto
Copyright © 2014 por Associação Partners do Brasil - Centro de Colaboração Democrática
Resolução de Conflitos nas Escolas:
Experiência do 2° ano do
Projeto Educação Para a Paz
Gabriela Asmar
a
1 Edição
a
1 tiragem – junho 2014 – 600 exemplares
Diretora Executiva
Gabriela Asmar
Organizadores
Luciana Gerber
Fred Hanson
Fotografia
Equipe Parceiros Brasil
Felipe Baenninger
Letícia Santanna
Diagramação e Capa (Projeto editorial):
Tebhata Chapim da Silva Spekman
Asmar, Gabriela
Resolução de Conflitos nas Escolas: Experiências do 2° ano do Projeto Educação para a Paz /
Associação Partners do Brasil ; [ capa Tebhata Spekman ]. – 1 ed. Rio de Janeiro : Parceiros Brasil
- Centro de Processos Colaborativos, 2014.
64 p. ; 21 cm (broch.)
Parceiros Brasil – Centro de Processos Colaborativos
Endereço: Av. Rio Branco, 151, Grupo 404, Centro - Rio de Janeiro, RJ.
Telefone: +55 21 2507 1850
e-mail: [email protected]
website: www.parceirosbrasil.org
Prefácio
Por Amélia Gonzales, jornalista
Raquel tem 15 anos, é uma jovem bonita. Tem um olhar doce, um
jeito de quem sabe o que quer. Mora no Complexo da Maré, bairro da Zona
Norte do Rio de Janeiro que no Censo de 2006 registrou 130 mil moradores.
São diversas favelas reunidas com um dos mais baixos indicadores sociais do
&TUBEP".BSnnPDVQBEBQPSUSBºDBOUFTPRVFUPSOBBWJEBEFTFVTNPSBEPres bem tensa.
Assim, Raquel não é uma jovem despreocupada e distraída, como teria todo direito de ser. Percebe-se isso pelo jeito de se sentar, empertigada na
cadeira, anotando tudo, sempre muito atenta. Por indicação de professores
e alunos da escola que frequenta, a Teotônio Vilela, municipal, a jovem hoje
faz parte do time de sete estudantes que estão sendo capacitados pelos facilitadores Natalie Hanna e Leonardo Voigt. Trata-se do projeto de mediação de
DPO»JUPT&EVDBmkP1BSBB1B[TPCPDPNBOEPEBBEWPHBEB(BCSJFMB"TNBS
fundadora do Parceiros Brasil.
Conheci Raquel numa manhã de segunda-feira chuvosa em que estiWFOBFTDPMBBDPOWJUFEF(BCSJFMB"TNBSQBSBBTTJTUJSBVNFODPOUSPFOUSFPT
jovens e os facilitadores. No caminho a pé da entrada da favela até o colégio, o
que vi foi o triste cenário de sempre: grupos de homens armados, um tronco
de árvore imenso atravessado no caminho para interceptar quem não é da
área. São situações já comuns para quem mora no Rio de Janeiro. O impacto,
QBSBNJNºDBQPSDPOUBEPBQBSBUPEFTFHVSBOmBOFDFTTgSJP
RVFDFSDBPT
colégios desses locais. Um imenso portão fechado com cadeado e grades em
muitas das salas faz a escola parecer um presídio. A comunidade da Maré,
BJOEBTFNB6OJEBEFEF1PMrDJB1BDJºDBEPSB611
FTUgTPCPKVHPEFVNB
JOUFSNJOgWFMHVFSSBEFUSBºDBOUFT
Mas quando cheguei à sala especialmente reservada pela direção da
escola só para as aulas de mediação, percebi que, ao menos naquele instante,
BHVFSSBºDBWBSFBMNFOUFEPMBEPEFMgEPNVSPBMUP"MJEFOUSPIBWJBVN
certo nervosismo, sim, mas por outro motivo. Raquel e mais cinco amigos
estavam sendo preparados por Natalie e Leo para contarem suas experiências
como mediadores num evento do Ministério Público e da Secretaria MuniciQBMEF&EVDBmkP4.&
RVFJBBDPOUFDFSFNRVBUSPEJBT&TUBWBNEFMJDJPTBmente tensos, o que deixou claro seu comprometimento com o projeto.
Feitas as apresentações, logo eu já estava conseguindo ouvir histórias.
Raquel contou-me que sua apostila com as técnicas aprendidas tem tamanha
importância que está guardada embaixo de sua cama, o lugar mais seguro. Já
Wesley, com 14 anos, conseguiu sintetizar numa frase o que pode ser um dos
pilares para o sucesso do Educação Para a Paz:
- Nossa linguagem é a mesma dos alunos que precisam de mediação.
0QSPGFTTPSHSJUBOwTOkP"EJºDVMEBEFNBJPSnTFSOFVUSPQPSRVFBUFOEpODJBnTFNQSFºDBSEPMBEPEFVNPVEPPVUSP
Raquel, Samuel, Vanessa, Wesley... são jovens que moram em lugaSFTPOEFPTDPO»JUPTTkPSFTPMWJEPTOBCBTFEPHSJUPEPFTQBODBNFOUPEF
arma apontada para a cabeça. Mas, no último ano, esses e outros adolescentes
de oito escolas cariocas acrescentaram à sua realidade uma nova ferramenta:
o diálogo. É assim que o Educação Para a Paz ensina.
A aula de Natalie e Leo começa com uma espécie de terapia de grupo. “Alguém tem algo para contar do que aconteceu em casa?” Penso que
seria muito bom se essa mesma atitude fosse habitual nas aulas comuns.
Samuel, sotaque nordestino, jeito de quem se esforça para viver a vida alegremente, num desses momentos já comentou com os facilitadores que
pretende ir embora, quer voltar para o lugar onde nasceu, em Pernambuco,
porque não se habituou com a violência do local. Mas ali, naquele instante,
ele estava à vontade.
Sumário
Apresentação ............................................................................ 9
Quem Somos ........................................................................... 11
O Projeto Educação Para a Paz .............................................. 15
Metodologia ............................................................................ 20
Currículo Básico ..................................................................... 22
Programa de Mediação entre Alunos ...................................... 25
Resultados - Nas palavras dos Nossos Colaboradores ........... 29
Resultados - Nas Palavras da Nossa Equipe .......................... 34
Resultados - Nas Palavras dos Alunos Mediadores ............... 40
Resultados - Em Números ...................................................... 46
Além dos Muros da Escola ...................................................... 51
Saiu na Mídia ........................................................................... 56
Epílogo .................................................................................... 61
Apresentação
Nas próximas páginas, serão compartilhadas as experiências, resultados e lições aprendidas do segundo ano do Projeto Educação Para a Paz
EFPVUVCSPEFBTFUFNCSPEF
EFTFOWPMWJEPQFMP1BSDFJSPT#SBTJM
– Centro de Processos Colaborativos em parceria com a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro e patrocinado pela Petrobras. Apresentaremos, também, depoimentos e relatos de diferentes atores envolvidos
OBTBUJWJEBEFTEF3FTPMVmkPEF$PO»JUPTOBT&TDPMBTFOPT1SPHSBNBTEF
Mediação entre Alunos.
Boa leitura!
A equipe Parceiros Brasil
9
Quem Somos
O Parceiros Brasil – Centro de Processos Colaborativos é uma organi[BmkPEBTPDJFEBEFDJWJMEFJOUFSFTTFQ|CMJDP04$*1
JOEFQFOEFOUFBQBSUJEgSJBFTFNºOTMVDSBUJWPTcNFNCSPEBSFEFHMPCBMPartners for Democratic
Change International1%$*
DPNBOPTEFFYQFSJpODJBFNQSPDFTTPTDPMBborativos, inclusivos e participativos em mais de 50 países. No Brasil, desde
2009, temos o objetivo de desenvolver cidadãos comprometidos com a construção de uma sociedade sustentável, mais justa e democrática.
&N3BZNPOE4IPOIPMU[TBJVEB$BMJGwSOJB&TUBEPT6OJEPT
rumo ao Leste Europeu e criou o primeiro centro do que veio a ser a rede
Partners for Democratic Change1%$
0PCKFUJWPFSBEFTFOWPMWFSUPEPTPT
TFUPSFTEBTPDJFEBEFDJWJMFNQSFTBT(PWFSOPTFDPNVOJEBEFT
OBTIBCJMJdades necessárias à transição democrática sustentável, bem como impulsioOBSBDVMUVSBEFHFTUkPEFDPO»JUPTFQBDJºDBmkPTPDJBMMPDBMNFOUFFBPSFEPS
do mundo, sempre através de lideranças locais. Uma vez consolidados diWFSTPTDFOUSPTOB&VSPQB0SJFOUBMB1%$GBDJMJUPVBDSJBmkPEFPSHBOJ[Bm{FT
locais também nas Américas, África e Oriente Médio. Todos estas organizam{FTNFNCSPEBSFEFHMPCBMTkPIPKFBºMJBEBThhub Partners for Democratic
Change International, baseada em Bruxelas.
1PSNFJPEFTFVTNFNCSPTUPEPTJOEFQFOEFOUFTNBTºnJThNJTTkPFQSFDFJUPTnUJDPTEPHSVQP
B1%$*UFNDPOUSJCVrEPQBSBUSBOTJm{FTF
consolidações democráticas em diversos países, adaptando e aplicando suas
NFUPEPMPHJBTFNQSPDFTTPTQBSUJDJQBUJWPTJOPWBEPSFTQBSBPTEFTBºPTFTQFDrºDPTEFDBEBDPOUFYUP"SFEFEFQSPºTTJPOBJTEB1%$*DPOHSFHBPNFMIPS
conhecimento internacional através das lideranças locais.
"SFEF1%$*UFNWBTUBFYQFSJpODJBFN3FTPMVmkPEF$PO»JUPTOBT&TDPMBT3$&
FNQBrTFTDPNP&TUBEPT6OJEPT&TMPWgRVJB3FQ|CMJDB$IFDB
Jordânia, Polônia, Romênia e Colômbia.
11
Troca de experiências entre os centros do
Brasil, Eslováquia e Kosovo.
O centro brasileiro, Parceiros Brasil, foi criado devido a uma verba
HFOFSPTBEPBEBQFMB(&'PVOEBUJPOQBSBBDSJBmkPEFOPWPTDFOUSPTEB
1%$*QFMPNVOEP"GVOEBEPSBEBPSHBOJ[BmkP(BCSJFMB"TNBSWFNQSPmovendo a Mediação e outros métodos colaborativos há mais de 14 anos no
#SBTJM/FTUBMPOHBDBNJOIBEB(BCSJFMBGPJDPOUFNQMBEBDPNP1SpNJP*OOPWBSFDBUFHPSJBBEWPDBDJB
“Em 2011, quando entrevistei a advogada Gabriela Asmar por conta de seu interesse específico na mediação de conflitos,
estava fazendo contato com o princípio do Educação pela Paz.
Naquela época, Gabriela focava sua atuação junto a corporações,
mas já planejava ensinar a técnica nas escolas, a exemplo da
americana Gail Sadalla (pioneira na adaptação da mediação
comunitária ao contexto escolar).
--- Tenho plena convicção de que, quanto antes pudermos
atuar nos processos decisórios, melhores e menos caros serão os resultados. Constato que há a necessidade de ser um trabalho a longo prazo. Não vamos mudar o ambiente da Maré em três, mas
em 15 anos, tempo suficiente para que esses jovens que treinamos
agora se tornem adultos com capacidade de decisão – disse-me
Gabriela na sexta-feira dia 29 de novembro, quando aconteceu o
evento no Ministério Público”.
Amelia Gonzales, jornalista
%FOUSFBTgSFBTEFBUVBmkPEBSFEF1%$*P1BSDFJSPT#SBTJMFMFHFV
como prioridades, a partir de um longo diagnóstico em nível nacional, programas que levem à redução da violência nas escolas, dentre os quais se inseSFNPTQSPHSBNBTEF3FTPMVmkPEF$PO»JUPTOBT&TDPMBT5BNCnNUSBCBMIBNPTDPNSFTPMVmkPDPMBCPSBUJWBEFDPO»JUPTOBTFNQSFTBT"DSFEJUBNPTRVF
a maior compreensão do empresariado leve a investimentos mais sustentáveis no campo social.
Além do Projeto Educação Para a Paz, patrocinado pela Petrobras desde 2011, desenvolvemos outros projetos e novas parcerias com a Secretaria
Municipal de Educação do Rio de Janeiro e UNESCO. No Projeto “Paz nas
13
&TDPMBT 'PSNBmkP FN 1SFWFOmkP F 3FTPMVmkP EF $PO»JUPT¯ GPSNBNPT PT
gestores das 152 Escolas do Amanhã. Eles têm colaborado para a disseminação desta nova cultura para um grupo maior de gestores de escolas da rede
municipal do Rio de Janeiro.
%FOUSFPTSFTVMUBEPTPCUJEPTQPEFNPTEFTUBDBSPQSPUBHPOJTNPBMDBOçado por alguns jovens, a mudança positiva do clima escolar e a multiplicação
EFTUBTQSgUJDBTQBSBBMnNEPTNVSPTEBFTDPMBSFMBm{FTEPTFTUVEBOUFTBUFOEJEPTDPNTVBTGBNrMJBTBNJHPTFBDPNVOJEBEFFNHFSBM
&N PVUVCSP EF SFDFCFNPT P DFSUJºDBEP EF UFDOPMPHJB TPDJBM
pela Fundação Banco do Brasil devido à metodologia de Resolução de Con»JUPTOBT&TDPMBTVUJMJ[BEBOP1SPKFUP&EVDBmkPQBSBB1B[&TUBQPEFTFS
considerada uma tecnologia social, por operacionalizar comportamentos,
com um novo padrão de consciência, para tornar as interações humanas
mais produtivas e sustentáveis.
14
O Projeto Educação Para a Paz
%FTEF P 1SPKFUP &EVDBmkP 1BSB B 1B[ &11
EFTFOWPMWJEP FN
parceira com a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro e patrocinado pela Petrobras, está presente nas escolas da rede municipal, localizadas
FNgSFBTEFBMUBWJPMpODJBVSCBOBSFDnNPVOkPQBDJºDBEBT$BK|$PNQMFYP
EB .BSn 1FOIB (VBEBMVQF F .BHBMIkFT #BTUPT
#VTDBNPT QSPNPWFS VNB
NVEBOmBQPTJUJWBOPBNCJFOUFFTDPMBSQSFWFOJOEPDPO»JUPTFSFEV[JOEPBWJPMpODJBQPSNFJPEFIBCJMJEBEFTEFDPOWJWpODJBQBDrºDBFQSgUJDBTEF3FTPMVmkP
EF$PO»JUPTOBT&TDPMBT3$&
&NPVUVCSPEFPQBUSPDrOJPEB1FUSPCSBT
foi renovado para mais 2 anos.
%FTEFPQSJNFJSPBOPBUVBNPTOBTFTDPMBTDVKPTEJSFUPSFTPQUBSBN
por participar do Projeto, após participarem de um evento de sensibilização
TPCSFBTNFUPEPMPHJBTEFSFTPMVmkPEFDPO»JUPT$PNPNPTUSBBFYQFSJpODJB
internacional, o exercício da opção pela participação é fundamental para o engajamento da comunidade escolar e para que os resultados alcançados sejam
sustentáveis para além do tempo do Projeto.
“Samuel é um adolescente de 16 anos. Ele é nordestino e veio
morar com parentes no Complexo da Maré em busca das tais oportunidades da cidade grande. Deixou pra trás o convívio familiar
em nome de um sonho maior. Há pouco mais de um ano, Samuel
entrou em contato com o Projeto Educação Para a Paz e resolveu,
não sabendo definir bem as razões, fazer parte do curso oferecido.
Ele aprenderia técnicas de resolução de conflitos. No início ele achou
que o curso lhe oferecia o risco de ser reconhecido como um X9,
delator, e que acabaria se metendo nos problemas de outras pessoas.
Mas, ao longo das aulas, foi entendendo que aprenderia formas de
Comunicação Não Violenta (CNV). Em sua primeira mediação de
conflitos, Samuel fez diversas perguntas que ajudaram as partes a
entrarem num acordo. Naquela sexta-feira não houve briga na escola. Mas Samuel mora num lugar que é alcunhado de Complexo. E
não é simples para nosso aluno ver como algumas das técnicas que
aprendeu, estão restritas ao uso escolar.
A Maré é um conjunto de 16 favelas com cerca de 130 mil moradores. Ela se estende ao longo da Avenida Brasil. Desde a década de
1940, moradores do Nordeste brasileiro, em busca de melhoras formas
de existência, construíram as primeiras casas de palafita no terreno
que era ainda alagado. A falta de políticas públicas gerou não apenas
o crescimento desordenado, característico de áreas de favelas, como
também permitiu a atuação do Tráfico de Drogas na região, e com
ele, armamento pesado para dar conta de combater possíveis invasões, tanto de facções rivais, quanto da polícia. Grandes autoridades
na favela da Maré, os traficantes e os policiais, sabem pouco sobre
CNV. E é aí que nossos alunos se sentem impotentes. Eles se percebem
como parte pequena de uma engrenagem que insiste na manutenção
de um tratamento hostil e muitas vezes armado, gerador de outros
conflitos. Passando por tiroteios numa frequência quase que diária e
sem saber o que esperar das promessas de Pacificação do bairro - mas
conhecendo o panorama apresentado por outras regiões da cidade que
já foram pacificadas -, Samuel decidiu que por maiores que sejam as
oportunidades que o Rio ofereça, seu bem primário é a vida e por ela
decidiu voltar ao Nordeste.
Ele agora sonha com uma Maré onde policiais interfiram
nos problemas da comunidade com gentileza. Ele vislumbra simplificar o Complexo através do diálogo. Samuel, “é nós”!”
Letícia Santanna, facilitadora PB
16
Em 2012/2013, continuamos implementando nas escolas do Rio de
+BOFJSPPQSPHSBNBEF3FTPMVmkPEF$PO»JUPTOBT&TDPMBT3$&
FBNQMJBOdo as oportunidades para professores e alunos aprenderem e praticarem
GPSNBTQBDrºDBTEFNBOFKPEBTEJGFSFOmBT0TQSPHSBNBTEF3$&UBNCnN
são uma plataforma para a construção de habilidades para todas as relações,
QFTTPBJTFQSPºTTJPOBJTRVFPTBMVOPTEFTFOWPMWFSkPBPMPOHPEBTTVBTWJEBT
17
“O foco do projeto é que os conflitos sejam resolvidos de uma
forma mais harmoniosa, que as pessoas possam entender o que as levou
àquele momento e que reajam de uma forma positiva. Assim, os conflitos não ficam tão violentos e podem ser resolvidos numa conversa”.
Isa Pinna%JSFUPSBEB&.-JNB#BSSFUP
O Projeto EPP requer o envolvimento de professores e alunos, e outros membros da comunidade escolar, na criação de um ambiente seguro de
aprendizagem e promoção de uma cultura de paz. Os objetivos são alcançados através da aquisição e aplicação de habilidades de comunicação efetiva e
não-violenta, gerenciamento de emoções, negociação colaborativa e mediação. Este modelo inclui o componente fundamental de mediação entre alunos,
RVFPGFSFDFBPTFTUVEBOUFTVNBOPWBPQmkPQBSBSFTPMWFSDPO»JUPTFORVBOUP
desenvolve sua capacidade de assumir responsabilidades e de decidir sobre
as questões que os afetam.
Ao longo do ano, realizamos as seguintes atividades:
…&WFOUPTEFTFOTJCJMJ[BmkPTPCSFP1SPKFUPQBSBEJWFSTPTNFNbros da comunidade escolar;
…'PSNBmkPEFQSPGFTTPSFTFBMVOPTFNIBCJMJEBEFTQBSBPEJálogo, comunicação não-violenta, negociação colaborativa, e
EFNBJTUnDOJDBTEF3$&$VSSrDVMP#gTJDP
…&TUSVUVSBmkPEP1SPHSBNBEF.FEJBmkPFOUSF"MVOPTFNDBEB
FTDPMB J
TFMFmkP EF BMVOPT NFEJBEPSFT JJ
GPSNBmkP FTQFDrºDB FN NFEJBmkP FOUSF BMVOPT JJJ
QMBOFKBNFOUP KVOUP h
diretoria e corpo docente, do processo de encaminhamento
EFDBTPTEFDPO»JUPhNFEJBmkPJW
EJWVMHBmkPEPQSPDFTTPh
UPEBBDPNVOJEBEFFTDPMBSW
BDPNQBOIBNFOUPEBTNFEJBm{FTSFBMJ[BEBTFWJ
TVQPSUFBPTBMVOPTNFEJBEPSFT
… &WFOUPT EF USPDB EF FYQFSJpODJBT FOUSF EJGFSFOUFT BUPSFT EBT
comunidades escolares.
Para construir um programa forte e sustentável, contamos com o
apoio e reforço da administração, de professores e pais/responsáveis. Com a
implementação desta metodologia, percebemos, nessas escolas, a melhoria e
18
avanços nítidos de comportamentos dentro e fora do ambiente escolar, principalmente nos alunos.
Patrick Juvino Machado, 9o ano, E.M. Lima Barreto
Projetos como este, que visam promover profundas mudanças sistêmicas de comportamento, requerem tempo maior para que os resultados cheguem a um nível ideal. Este é um Projeto que deve se converter
em Programa, política pública, até que os estudantes mais velhos possam
se tornar exemplos para os menores, perpetuando o ciclo de aprendizado.
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Metodologia
“O homem que começou (o projeto de mediação comunitária) era um advogado norte-americano: Raymond Shonholtz. Ao
longo de sua carreira, ele percebeu que a maioria dos conflitos que
passavam pela Corte eram resolvido por um juiz ou outro profissional
e, muitas vezes, as pessoas que tiveram seu conflito resolvido nessa
instância não ficavam satisfeitas com a decisão. Ele pensou que deveria existir uma maneira mais satisfatória para as pessoas que vivem
em uma comunidade, como vizinhos ou colegas de quarto, resolverem
seus conflitos de uma forma que os ajudasse a melhorar a relação
entre eles e que também resolvesse o problema.
Em 1982, muitos dos voluntários quiseram ver se eles poderiam adaptar o programa de mediação comunitária para o ambiente
escolar. E nós ensinamos aos jovens um processo bem simples para
ajudar outros estudantes a resolverem seus conflitos. Na escola, eles
usavam camisetas que diziam “mediador de conflitos” e, quando eles
viam dois alunos tendo algum embate, eles perguntavam se queriam
alguma ajuda. Caso aceitassem a ajuda, eles passariam por esse processo simples. Ao final, eles preencheriam um formulário com o acordo e depois iriam embora.”
Gail Sadalla, pioneira na adaptação da mediação
comunitária ao contexto escolar.
O Parceiros Brasil desenvolve e aplica metodologias baseadas na Mediação
EF$PO»JUPTRVFFOTJOBNDSJBOmBTKPWFOTFBEVMUPTEFEJWFSTPTTFHNFOUPT
EBTPDJFEBEFBQSFWFOJSFSFTPMWFSDPO»JUPTEFGPSNBQPTJUJWB.BJTRVF
VNNnUPEPEFSFTPMVmkPEFDPO»JUPTBNFEJBmkPnVNBUFDOPMPHJBTPDJBM
capaz de cuidar dos laços afetivos, familiares e sociais, além de resolver os
problemas que afetam o dia a dia nas escolas. A mediação empodera as pesTPBTQBSBRVFBTTVNBNTVBQBSDFMBEFSFTQPOTBCJMJEBEFCJOyNJPQPEFS
EFWFS
OBTRVFTU{FTRVFBTFOWPMWFNFCVTRVFNTPMVm{FTEFHBOIPN|UVP
Aprendemos, portanto, a conviver com as diferenças, expressar sentimentos
FJOUFSFTTFTOVNBNCJFOUFEFDPOºBOmBFODPOUSBSTPMVm{FTDSJBUJWBTQBSB
situações complexas e tomar decisões informadas e sustentáveis.
20
“Gabriela Asmar, que há dois anos me segredou ser este seu
projeto de vida, acredita que o Educação Para a Paz foi feito sob
medida para o Rio de Janeiro. Mas adverte: nada pode ser feito se
a diretoria do colégio não estiver de acordo e trabalhando junto com
a equipe. Pensando no macro, Gabriela acredita que a metodologia
usada pela sua equipe ainda é inovadora aqui para o Brasil:
----- Não adianta usarmos metodologia antiga para trabalhar essas cabecinhas de hoje que já nascem multidisciplinares. Uma
criança de 10 anos hoje tem acesso à quantidade de informações que o
Einstein teve a vida toda. Ao mesmo tempo, na Maré, têm meninos meninos e meninas que nunca conheceram o mar, mas podem fazer contato via internet com uma pessoa que está no Japão. Por isso, quando
falamos de conflito, hoje, precisamos trabalhar com a percepção, que é
alguma coisa que cada um tem de maneira muito singular – disse ela.
O Educação Para a Paz, de fato, é capaz de apresentar à
criança um tipo de comportamento diferente daquele com o qual está
acostumada. E só assim, tendo chance de ganhar uma percepção
múltipla, é que se pode apostar que os jovens de hoje vão ser capazes
de construir uma sociedade menos binária, em que o sim e o não
possam ser substituídos por um talvez.”
Amelia Gonzalez
21
Currículo Básico
0TQSPHSBNBTEF3FTPMVmkPEF$PO»JUPTOBT&TDPMBT3$&
TkPCBTFBEPTOBQSFNJTTBEFRVFPDPO»JUPnBMHPOBUVSBMFJOFWJUgWFMOBWJEB2VBOEP
PTNFNCSPTEBDPNVOJEBEFFTDPMBSTFEFQBSBNDPNDPO»JUPTFDPOTFHVFN
MJEBSDPNFMFTEFGPSNBDPOTUSVUJWBVTBOEPUnDOJDBTEF3$&QPEFN
QSPNPWFSVNBNBJPSDPNQSFFOTkPEFTJFEPTPVUSPT
NFMIPSBSPTSFMBDJPOBNFOUPT
JEFOUJºDBSTPMVm{FTDSJBUJWBTFFºDB[FTQBSBPTQSPCMFNBTEBWJEB
SFBM
DVMUJWBSPTTFOUJNFOUPTEFDPNVOJEBEFFQFSUFODJNFOUPOPBNCJFOUF
FTDPMBSF
FNQPEFSBSPTBMVOPTQBSBRVFBTTVNBNSFTQPOTBCJMJEBEFTOB
criação de um ambiente escolar positivo.
“Quando o aluno começa a ouvir mais o outro e a respeitar mais o outro, o comportamento dele muda. Muda com o
colega, muda com o professor, muda dentro de casa. Ele começa
a levar esse conhecimento e essas habilidades que ele está desenvolvendo para outras áreas também. Dessa forma, começa a contaminar positivamente os seus colegas, seus professores, seus pais,
seus irmãos, sua comunidade.”
André Ramos(FTUPSEF1SPKFUPT&TQFDJBJTEB4FDSFUBSJB
Municipal de Educação do Rio de Janeiro
1BSB QSFWFOJS NVJUPT DPO»JUPT EFTFOWPMWFNPT IBCJMJEBEFT QBSB P
diálogo, comunicação não-violenta, gerenciamento de emoções, negociação
DPMBCPSBUJWB F EFNBJT GFSSBNFOUBT EF 3FTPMVmkP EF $PO»JUPT OBT &TDPMBT
3$&
FNEJWFSTPTQ|CMJDPTEBVOJEBEFFEVDBUJWB/BTFTDPMBTFNRVFBUVamos, oferecemos a alunos de 5o a 9o anos do ensino fundamental a metodologia de RCE, com o currículo focado em comunicação e negociação
FTQFDrºDPQBSBDBEBBOP
22
“O curso é importante, pois aprendi a me comunicar melhor
com as pessoas e a controlar a raiva”.
Bruno de Lima Dias, 8o. ano, E. M.
Marechal Mascarenhas de Moraes
“Eu adoro o curso, acho que isso vai me ajudar muito no
futuro, no meu dia a dia. As técnicas que aprendemos vão ser levadas
para toda a vida e isso deve ser repassado de geração em geração porque eu acho que todos deviam ter esse pensamento”.
Thayany Yohana Ramos Ferreira, 8o. ano, E. M.
Marechal Mascarenhas de Moraes
“Eu acho importante as aulas de resolução de conflitos nas
escolas. Com as técnicas eu pude aprender a ser mais sincero com as
pessoas, poder falar com mais clareza.”
Matheus Braga Reis da Silva, 8o. ano,
E. M. Marechal Mascarenhas de Moraes
23
Nossas aulas são uma mescla de teoria e dinâmicas, uso de técnicas
UFBUSBJT TJNVMBm{FT¦ USFJOP EB PSBMJEBEF F EF IBCJMJEBEFT OFHPDJBJT 1BSB
crianças e adolescentes privilegiamos as vivências antes de qualquer abordagem teórica. Para adultos, contextualizamos cada tema em teoria e aprofundamos com dinâmicas.
24
Programa de Mediação entre Alunos
Em um segundo momento, selecionamos e treinamos um grupo de
alunos para atuar como mediadores entre seus pares, facilitando a comuOJDBmkPEBRVFMFTDVKBTOFHPDJBm{FTEJSFUBTOkPGPSBNFºDB[FT"NFEJBmkP
FOUSF BMVOPT n VNB GPSNB EF SFTPMWFS DPO»JUPT POEF PT QSwQSJPT BMVOPT
ajudam outros alunos a encontrarem uma solução para os seus problemas.
“O método funciona assim: quando tem uma situação de
conflito na escola, alguém pode pedir ajuda aos alunos mediadores.
Só assim, sob demanda, é que eles atuam usando todas as técnicas
para tentar desfazer o nó. Nas sessões com os facilitadores, durante
um ano, são ensinados a ouvir mais do que falar, a usar a mensagem
em primeira pessoa, a demonstrar seus próprios sentimentos quando
estão fazendo a mediação. E tudo isso, claro, pode ser levado para sua
vida em casa, com a família:
---- É um curso que pode mudar sua vida, de verdade – diz
Raquel --- Na Maré quem tem poder é quem tem arma, daí que numa
briga ou se sai ganhando, ou se sai perdendo. Na escola, a maior
parte das brigas é por besteira, surreal. Mas quando se está fora da
encrenca é mais fácil perceber isso --- disse Raquel.”
Amelia Gonzalez
2VBOEPPTBMVOPTTFEFQBSBNDPNNVJUBTRVFTU{FTDPNQMFYBTPV
quando fortes emoções interferem na sua capacidade de ouvir efetivamente,
as negociações podem ser bloqueadas. Nesses casos, é bastante útil envolver
um terceiro, neutro, para auxiliar os alunos em disputa na expressão e reTPMVmkPEFTFVTDPO»JUPT0TQSPHSBNBTEFNFEJBmkPFOUSFBMVOPTVUJMJ[BN
estudantes treinados para agir como esses terceiros neutros no processo
EFSFTPMVmkPEFDPO»JUPT%FºOJNPTBFTUSVUVSBEP1SPHSBNBEF.FEJBmkP
entre Alunos com a equipe de direção e professores de cada escola, respeiUBOEPBTFTQFDJºDJEBEFTEFDBEBDPOUFYUP
25
Por que você deve ser selecionado para ser um aluno mediador?
“Eu gosto de ajudar as pessoas. Não gosto muito de falar em público,
mas para ser um mediador eu estou disposto a fazer qualquer coisa.
Lá na minha rua eu separei uma briga, conversamos e eles voltaram
a se falar. Eu quero ser um mediador de conflitos.”
André Silva Dutra, E. M. Lima Barreto, 1702.
Por que você gostaria de ser um mediador de conflitos?
“Porque vai mudar a minha vida e a dos outros também. É muito
importante. Vai melhorar a Lima Barreto com esse projeto, que é
muito legal. Creio que eu vou ser mediador e a Lima Barreto vai ser
uma das melhores escolas.”
Thiago Luis Conrado da Silva&.-JNB#BSSFUP
"NFEJBmkPUBNCnNQPEFTFSEFºOJEBDPNPVNBOFHPDJBmkPBTTJTtida por um terceiro, que não tem poder decisório, mas ajuda as partes na
busca de uma decisão. O objetivo da mediação não é determinar quem está
certo ou errado, mas sim de ir à fonte do problema, buscar os elementos
de solução e ajudar a resolvê-lo. O mediador conduz o processo, garantindo
que cada parte seja escutada e compreendida pela outra, promove discussões para ajudá-las a esclarecer seus reais interesses e necessidades, e auxilia a chegar a uma solução que seja satisfatória para todos os envolvidos.
26
“Atuamos no início do conflito, quando vemos que há xingamentos, fofoca e bullying. Mostramos que há outra forma de resolver
o problema, que não é falando alto e sim com o bate-papo. Não tomamos partido, somos neutros.”
Vanessa Dantas Alves da Silva,
aluna mediadora, E. M. Teotônio Vilela.
As principais características do processo de mediação são:
1. Voluntariedade – a mediação só tem sentido se as partes envolvidas estão de acordo em realizar o processo e colaborar
para encontrar uma solução;
$POºEFODJBMJEBEF¬UBOUPPNFEJBEPSRVBOUPDBEBVNBEBT
partes se comprometem a não divulgar ou utilizar contra o
outro o que se diz ou acontece durante o processo.
*NQBSDJBMJEBEF/FVUSBMJEBEF ¬ P NFEJBEPS DPNP DPOEJmkP
essencial, deve evitar que suas lentes, seus julgamentos, afetem a negociação das partes, durante todo o processo.
4. Visão de futuro – em vez de pensar quem tem culpa ou quem
está certo/errado, as partes devem pensar como podem voltar
a conviver de forma que todos se sintam bem.
5. Todas as partes são protagonistas – os participantes se comprometem a propor soluções e a tomar decisões que levem ou
não a um acordo. Não chegar a um acordo também é uma opção, uma decisão das partes. Caso não cheguem a um acordo,
FTUkPEFDJEJOEPFOUSFHBSPDPO»JUPhSFTPMVmkPEFUFSDFJSPTPV
BDPOWJWFSDPNBTDPOTFRpODJBTEFVNDPO»JUPOkPSFTPMWJEP
“Os alunos mediadores adquiriram com o curso muita desenvoltura, segurança e autonomia para lidar com as questões apresentadas pelos
demais alunos. Foi muito bom poder presenciar isso, ver que as crianças que
eram naturalmente introvertidas desabrocharam e isso é tão notório que os
outros alunos demonstram o máximo de respeito e consideração durante
todo o processo de mediação entre alunos. Espero que muitos alunos também possam ter a oportunidade de participar desse Projeto que agrega benefícios não somente no âmbito escolar, mas também em suas vidas pessoais.”
Melissa da Costa Gomes, agente educadora,
E. M. Emílio Carlos
27
0FOTJOPEBTIBCJMJEBEFTEFDPNVOJDBmkPFSFTPMVmkPEFDPO»JUPT
aliado ao desenvolvimento de sistemas simples que incentivam as pessoas
BTFFYQSFTTBSFNEFGPSNBQBDrºDBFODPSBKBPTBMVOPTBWPMVOUBSJBNFOUF
resolverem suas diferenças dentro de seus grupos.
“No Educação Para a Paz cada aluno aprende também a fazer seu próprio perfil, onde é instado a dizer a idade, sua religião, para
qual time que torce. É uma forma de fazê-los perceberem que as pessoas
são diferentes e que, com isso, às vezes se é maioria, às vezes não.
---- Eles não pensam muito sobre isso normalmente, a ideia
é tentar criar um debate sobre o fato, por exemplo, de ser o único
flamenguista na sala de aula – conta Natalie.”
Amelia Gonzalez
Professores, agentes educadores ou diretores podem oferecer aos
seus alunos a opção de participar do Programa de Mediação entre Alunos
como uma forma alternativa para processos disciplinares regulares, ou os
próprios alunos podem solicitar participar de uma mediação. Os alunos mediadores usam um processo semelhante ao utilizado pelos adultos, porém
com as adaptações apropriadas ao seu desenvolvimento e ao contexto escolar.
28
Resultados – Nas palavras dos
Nossos Colaboradores
Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro
O Projeto Educação Para a Paz começou a ser desenvolvido em parceria
com os gestores do programa Escolas do Amanhã, da Secretaria Municipal de
&EVDBmkPEP3JPEF+BOFJSP4.&
EFTEF$PNBDPOºSNBmkPEPBQPJP
EP *OTUJUVUP )4#$ 4PMJEBSJFEBEF F EP QBUSPDrOJP EB 1FUSPCSBT JOJDJBNPT BT
atividades nas escolas da rede municipal no segundo semestre de 2011.
“Acredito ser importante mencionar que as habilidades e
competências desenvolvidas através do Projeto Educação para Paz
contribuem, diretamente, para o objetivo do Programa Escolas do
Amanhã, de fomentar o desenvolvimento das chamadas “habilidades para vida” (autoconfiança, autocontrole, perseverança, extroversão, protagonismo, trabalho em equipe, responsabilidade, resiliência, entre outros).
Trabalhamos com mais de 100.000 alunos dentro do Programa. Mesmo “em números pequenos”, mas não menos importante,
o impacto é de extrema relevância para a transformação social dos
nossos jovens. Poder ouvir dos nossos alunos mediadores que estão
mais interessados em permanecer na escola e, que, embora estejam
inseridos em contextos de extrema violência e vulnerabilidade (como
Maré e Fumacê), graças ao Projeto, veem possibilidades de um futuro
mais pacífico para seus bairros e se sentem capazes de ajudar outras
pessoas e, passo a passo, tornar seu bairro, sua cidade e seu país um
mundo melhor, nos dá a certeza de que estamos no caminho certo.”
Samantha Barthelemy, Consultora da Secretaria
Municipal de Educação do Rio de Janeiro para o
Programa Escolas do Amanhã.
29
%FTEFDPNPSFDPOIFDJNFOUPFSFTVMUBEPEPOPTTPUSBCBMIPB
UFDOPMPHJBTPDJBMEF3FTPMVmkPEF$PO»JUPTOBT&TDPMBTEP1BSDFJSPT#SBTJMGPJ
integrada ao calendário da SME durante a Semana de Capacitação dos professores da rede, realizada no mês de fevereiro. A cada ano, 120 professores, em
média, participam dos nossos cursos oferecidos durante essa semana.
Além disso, tivemos a oportunidade de participar de diversos eventos
e iniciativas promovidas pela SME como o Projeto Paz nas Escolas, no qual reBMJ[BNPTBGPSNBmkPFN1SFWFOmkPF3FTPMVmkPEF$PO»JUPTQBSBPTHFTUPSFT
das 152 Escolas do Amanhã. Este Projeto foi desenhado para atender à necessidade das escolas municipais do Rio de Janeiro que compõem o Programa
Escolas do Amanhã, de dotar seus diretores e coordenadores pedagógicos de
GFSSBNFOUBTEFDPNVOJDBmkPFºDB[FTQBSBBHFTUkPEFDPO»JUPTFOFHPDJBm{FT
DPNQMFYBTSVNPhDPOTUSVmkPEFVNBDVMUVSBQBDJºDBEPSB"PUPEPPDVSTP
contou com 248 participantes, divididos em 8 turmas, com duração de 40h.
%FTEF P JOrDJP EF B 4.& QBTTPV B GB[FS DPODVSTPT USJGgTJDPT
para novos professores. Os candidatos aprovados na prova teórica passam por
80 horas de capacitação e só então fazem as provas práticas. Nossa diretora,
(BCSJFMB"TNBSUFNUJEPPQSJWJMnHJPEFUSBCBMIBSQPSEFTUBTIPSBTEF
formação, levando a todos os novos professores da rede o conteúdo básico de
RCE sob a ótica da matéria que lecionam.
30
Instituto Rio
0*OTUJUVUP3JPnVNBGVOEBmkPDPNVOJUgSJBDSJBEBOPBOPDPN
o objetivo de apoiar e fortalecer iniciativas que promovem o desenvolvimento
TPDJBMEB;POB0FTUFEBDJEBEFEP3JPEF+BOFJSP$POTUJUVrEPDPNP04$*1
0SHBOJ[BmkP4PDJBMEF*OUFSFTTF1|CMJDP
P*OTUJUVUP3JPUSBCBMIBDPNGPDP
no empoderamento das comunidades locais, na mobilização e articulação de
diversos atores estratégicos presentes no território, na articulação de parceSJBTFSFEFTDPMBCPSBUJWBTFOBRVBMJºDBmkPEBBUVBmkPEFMJEFSBOmBTPSHBOJ[Bções sociais e coletivos de base comunitária.
“O projeto Mediação em Movimento, apoiado em 2013, foi
uma grande contribuição para o Instituto Rio (particularmente para
o portfólio de projetos, considerando que nunca foi selecionada uma
iniciativa nessa área) já que apresentou uma linha de atuação inovadora e com alto potencial de replicação, aspectos fundamentais do
programa de seleção da instituição. Ao mesmo tempo, ressalta-se a
importância deste tipo de iniciativas na Zona Oeste do Rio de Janeiro, já que o projeto demonstra com clareza que a partir do empoderamento de jovens e adultos é possível transformar realidades e
gerar mudanças nos relacionamentos dos diversos públicos envolvidos, instalando dinâmicas cooperativas e colaborativas em diferentes
ambientes sociais. O trabalho de articulação em redes e com múltiplos atores e instituições locais também constitui um diferencial do
projeto, contribuindo para ganhar força, visibilidade e impactos positivos no processo de transformação em diversos âmbitos de atuação:
na vida comunitária, institucional e pessoal do público envolvido.
O processo de produção do documentário e o resultado alcançado com a elaboração de um material audiovisual de alta qua31
lidade técnica foi conduzido de forma séria e responsável por uma
equipe comprometida com a causa e com amplos conhecimentos
sobre a temática vinculada à mediação de conflitos. O resultado
alcançado é surpreendente já que o documentário é não apenas um
material didático com alto potencial de replicação em outras experiências, mas ao mesmo tempo é sensível e comovedor. Parabéns para
a equipe Parceiros Brasil!”
Graciela Hopstein%JSFUPSB&YFDVUJWBEP*OTUJUVUP3JP
32
&NOPWFNCSPEFSFDFCFNPTPBQPJPEP*OTUJUVUP3JPQBSBGPStalecer a articulação institucional e disseminar as práticas de Resolução de
$PO»JUPTOBT&TDPMBT3$&
FPTSFTVMUBEPTEP1SPKFUP&EVDBmkP1BSBB1B[
principalmente, nas escolas localizadas na Zona Oeste, por meio da produção
de um documentário.
Ao longo de 2013, realizamos alguns eventos entre os alunos mediadores e diversos membros da comunidade escolar para gravar algumas de
nossas atividades, os colaboradores em ação, depoimentos, relatos de uso das
UnDOJDBTEF3$&FPQSPDFTTPEFNFEJBmkP"QwTBºOBMJ[BmkPEPEPDVNFOUgrio, realizamos algumas sessões de exibição e debate para estimular o uso das
IBCJMJEBEFTEF3FTPMVmkPEF$PO»JUPTOBT&TDPMBTEFOUSPFGPSBEPBNCJFOUF
FTDPMBS<IUUQXXXZPVUVCFDPNXBUDI WD#I&QXFB3*>
33
Resultados - Nas Palavras da
Nossa Equipe
Gabriela Asmar
“Começamos a sonhar com um projeto como o Educação para a Paz
OPºOBMEFRVBOEPFVFVNBEJSFUPSBEBSFEF1BSUOFSTWJOEBEF8Bshington, conduzimos um diagnóstico do cenário brasileiro frente às metoEPMPHJBTRVFPFYQFSUJTFEB1%$*QPEFSJBNBHSFHBS1BSFDJBJNQPTTrWFMDPOTFHVJS VN ºOBODJBNFOUP RVF OPT QFSNJUJTTF DPNFmBS EP [FSP VN QSPKFUP
tão profundo. O time foi se formando, com muita garra de entusiasmo e a
parceria da SME foi fundamental para a viabilidade da proposta que apresenUBNPTh1FUSPCSBT$POTFHVJNPTVNºOBODJBNFOUPRVBTFJOBDSFEJUgWFMQBSB
VNBPSHBOJ[BmkP®SFDnNOBTDJEB¯OP#SBTJM&GF[UPEBBEJGFSFOmBÒ%FMgQSB
cá, muitas pessoas já contribuíram para o sucesso desse projeto. Algumas
deixaram marcas profundas, outras passaram “de raspão”, mas todas, sem
exceção, se emocionaram com a capacidade das crianças aprenderem tão rápido o paradigma da colaboração. Os adultos, de um modo geral, entendem
34
o comportamento colaborativo do ponto de vista racional, mas levam muiUBTFYQFSJpODJBTBUnDPMPDgMPFNQSgUJDBOPTNPNFOUPTEJGrDFJTRVBOEPTkP
NBJTOFDFTTgSJPT
2VBOUPNBJTWJWFNPTEFNBJTQSFDJTBNPTOPT®EFTQJS¯
para viver a colaboração. Acredito que a oportunidade de olhar o mundo por
lentes colaborativas, desde o momento em que estas lentes ainda estão se
DPOTPMJEBOEPnBNBOFJSBNBJTFºDJFOUFEFDPOTUSVJSNPTVNNVOEPSFBMrTUJDBFTVTUFOUBWFMNFOUFNFMIPS"MnNEBNJOIBºMIBFTUBGPJTFNE|WJEBB
contribuição para o mundo da qual mais me orgulho. Agradeço a todos que
tornaram este projeto uma realidade”.
Fred Hanson
®%FQPJTEFNVJUPTBOPTEFFYQFSJpODJBFUSFJOBNFOUPFNSFTPMVmkP
EFDPO»JUPTFNFEJBmkPOPT&6"nVNBIPOSBFVNQSJWJMnHJPGB[FSQBSUF
da equipe Parceiros Brasil e participar do trabalho inovador que fazemos nas
escolas públicas da minha cidade adotada, o Rio de Janeiro. É extremamente
HSBUJºDBOUF USBCBMIBS DPN VNB FRVJQF EF GBDJMJUBEPSFT F HFTUPSFT UkP EFEJDBEPT F UBMFOUPTPT QBSB MFWBS FTTBT UnDOJDBT WJUBJT EF SFTPMVmkP EF DPO»JUPT
para os jovens alunos e para observá-los despertarem para os efeitos que esse
treinamento pode produzir em suas vidas”.
Luciana Gerber
®$PNFDFJBUSBCBMIBSDPNB(BCSJFMBOBTJOJDJBUJWBTEP1BSDFJSPT#SBTJMEFTEFKVOIPEF%FQPJTEFWJWFODJBSEJWFSTBTFUBQBTEP1SPKFUP&EVDBmkP1BSBB1B[DPNJO|NFSPTEFTBºPTFNVJUBTDPORVJTUBTnHSBUJºDBOUF
e emocionante acompanhar o processo de desenvolvimento e transformação,
BPMPOHPEPTBOPTEFUPEPTPTQBSUJDJQBOUFTEBTOPTTBTBUJWJEBEFTEJSFUPSFT
DPPSEFOBEPSFTBHFOUFTFEVDBEPSFTQSPGFTTPSFTBMVOPTGBNJMJBSFTFUD
$Pnhecer e conviver com os alunos mediadores, principalmente, revigora a esperança e a certeza de que é possível construir uma escola, uma comunidade,
um mundo melhor e contagiar positivamente outras pessoas”.
Carlos Augusto Xavier Benjamim
“Em um ano de trabalho no Parceiros Brasil, com funções de escriUwSJPDPNPDPPSEFOBEPSBENJOJTUSBUJWPºOBODFJSPHFTUPSFSFTQPOTgWFMQPS
OPWPTQSPKFUPT
FVNBEBTFTDPMBT&.-JNB#BSSFUPFN.BHBMIkFT#BTUPT
DPNP GBDJMJUBEPS QVEF PCTFSWBS F DPOºSNBS P FGFJUP QPTJUJWP RVF P FOTJOP
EBTUnDOJDBTFGFSSBNFOUBTEFSFTPMVmkPEFDPO»JUPTUFNOBWJEBEPTBMVOPT
envolvidos, bem como na comunidade escolar, nas famílias e até no entorno
da escola. Vejo mudanças reais e transformadoras. Essa é minha maior moti35
vação para trabalhar no Parceiros Brasil. O outro fator motivador é o quanto
OwTGBDJMJUBEPSFTFHFTUPSFTOPTUSBOTGPSNBNPTUPSOBOEPOPTQFTTPBTNFMIPSFT
OPDPOWrWJPDPNFTTFTBMVOPTcFTTBUSPDBEFFYQFSJpODJBTBMJBEBB
uma programação didático-pedagógica, que torna o projeto Educação para a
Paz um modelo a ser seguido em outras escolas e comunidades”.
Janete da Silva Mattos
®.JOIBFYQFSJpODJBQSPºTTJPOBMGPJTFNQSFOBgSFBCBODgSJB5SBCBMIFJ
NBJTEFBOPTFNEJGFSFOUFTCBODPTDPNPP/BDJPOBMP6OJCBODPFP*UB|
Portanto, para mim, o trabalho no Parceiros Brasil é uma experiência totalmente diferente do que eu estava acostumada. Apesar de minha função principal na
PSHBOJ[BmkPBJOEBTFSSFMBDJPOBEBBPRVFFVTFNQSFº[PVTFKBBgSFBBENJOJTUSBUJWBFºOBODFJSBBRVJBQSFOEJOPWBTIBCJMJEBEFTOPWBTJEFJBTFWBMPSFTRVF
VUJMJ[POkPTwQSPºTTJPOBMDPNPQFTTPBMNFOUF"ENJSPFOPSNFNFOUFPUSBCBlho nas escolas e o impacto deste nas vidas dos alunos. Estou à disposição de
todos para contribuir com esse trabalho importante para todos os envolvidos”.
Maxwill Braga
“Estou na organização, desde maio de 2013, como facilitador e elaboSBEPSEFQSPKFUPT¦.JOIBQSJNFJSBFYQFSJpODJBOBFTDPMBGPJNVJUPJOUFOTB
ºRVFJTJUJBEPEFOUSPEBFTDPMB5FPUyOJP7JMFMBQPSDBVTBEFUJSPUFJPFOUSFP
USgºDPFP#01&0TBMVOPTMJEBNDPNFTTBTJUVBmkPDPNOBUVSBMJEBEFNBT
JTTPOVODBEFWFSJBTFSBDFJUPDPNP®OPSNBM¯'VJGBDJMJUBEPSEBFTDPMB$*&1
Operário Vicente Mariano. Houve vários episódios de violência no entorno,
GBMUB EF gHVB F EF HgT F HSFWF EPT QSPGFTTPSFT RVF BUSBQBMIBSBNB»VpODJB
do trabalho nessa escola. Por isso, acredito que a construção de uma cultura
de paz nas escolas e nas comunidades do Rio de Janeiro depende de múltiplas ações articuladas e duradouras envolvendo atores públicos, privados e o
UFSDFJSP TFUPS "QFTBS EBT JNFOTBT EJºDVMEBEFT GB[FS QBSUF EP QSPKFUP USB[
HSBOEFSFBMJ[BmkPQSPºTTJPOBMQPSDBVTBEPDMJNBBNJHgWFMFOUSFBFRVJQFFP
vínculo com os alunos e professores”.
Letícia Santanna
“Trabalho na Parceiros Brasil desde o início do ano. Tinha relativa experiência em sala de aula. Mas nunca tinha elaborado aulas onde o tema fosse
algo tão relevante para o público que a co-constrói . E não estou falando da loDBMJ[BmkPHFPHSgºDBEPQ|CMJDPNBTTJNSBUJºDBOEPRVFUPEPBMVOPQSFDJTBEF
VNB¦®HSBEF¯DVSSJDVMBSRVFPFYQBOEB/kPTwPEBGBWFMB¦'BMBSEF$PNVOJDBção não Violenta e do quanto essas crianças podem descobrir aí uma alternativa
36
para resolver seus problemas é, sobretudo, motivador. Ver a seriedade com que
tratam do assunto, como procuram moldar suas posturas e usar as técnicas de
SFTPMVmkPEFDPO»JUPTFNUPEBTBTSFMBm{FTNFGB[BDSFEJUBSRVFBFTQFSBOmB
está nos atos das bases. Na escolha de ser feliz em sociedade. E isso implica
abrir mão de ter razão. O que é mágico num contexto mundial onde somos
guiados a ter opinião formada sobre tudo o tempo todo”.
Nathalia Jereissati
“Trabalho há 4 meses na Parceiros Brasil e nunca havia tido experipODJBFNTBMBEFBVMB'PJVNHSBOEFEFTBºPFOUSBSFNFTDPMBTEFgSFBTDPO»BHSBEBTQPSnNBPNFTNPUFNQPnVNBQSFOEJ[BEP¦DPOTUBOUF'BMBSTPCSF
BMHVNBTGFSSBNFOUBTRVFCVTDBNEJNJOVJSBWJPMpODJB¦FPGFSFDFSVNPVUSP
olhar para os nossos alunos, vê- los mudar a sua forma de agir e pensar, faz
com que eu acredite cada vez mais que precisamos sempre lutar e buscar por
condições melhores para a educação.
Em cada aula podemos observar no olhar dos nossos alunos o desejo
de mudança, a vontade de fazer diferente. E é por isso que eu tento a cada
dia me aproximar mais dessa realidade e acreditar sempre que é possível
realizar uma mudança.”
37
Leonardo Voigt
®1PSNBJTRVFBSFBMJEBEFUFJNFFNOPTEFTBºBSFNEFNBTJBEFWFNPTSFTJTUJSDPN¦DSrUJDBFNQVOIBOEPUPEBBMFHSJBOkPFTRVFDFOEPOVODB
EBGPSmBEFOPTTBFOFSHJB/BT¦FTDPMBTJTTPnBQSwQSJBNBHJB5SBCBMIBSP
GBMBSFPFTDVUBSPOEF®QPMrDJBT¯F¦PVUSBTNJMrDJBTFOTJOBNPCBUFSBUSBWnT
EPBQBOIBSFB57OkPQSFDJTBOFNGBMBSn¦DFSUBNFOUFDPOUSBBNBSn
OBEBS.BTWBNPTQFOTBSOkPnGgDJMQFSDFCFSRVFNBSn¦RVFTPCFUBNCnN
tem que descer? ... Não dá, para todo o sempre, a maré da violência subir,
DSFTDFS¦FSFJOBSQPJTVNEJBFTTBIJTUwSJBIgEFNVEBS%FTEFKgGB[FNPT
OPTTBQBSUFF¦DPNPQBDJFOUFTGPSNJHBTRVFEBTJMFODJPTBDPOWJWpODJBFN
HSVQPJOTQJSBNhBSUF¦QPVDPBQPVDPMFWBOUBNPTOPTTPFTUBOEBSUF$PN
EJgMPHPTQMBOUBNPTTFNFOUFTEF¦SFMBm{FTNBJTDPOTDJFOUFTPOEFBQB[F
BKVTUJmBFOºNKVOUBTWkPOPTFODPOUSBSTFNEFJYBSOFOIVNFTDBQBS¯
Natalie Hanna
“O trabalho no Parceiros Brasil e as formações em resolução de
DPO»JUPTNFQFSNJUJVDPOTUBUBSRVFFVQSBUJDBWBBNFEJBmkPTFNDPOIFDJNFOUPQSnWJPEPUFSNPFDPODFJUPT%FTFOWPMWFOEPBOUFSJPSNFOUFQSPKFUPT
sociais para a Secretaria de Habitação em São Paulo, minha cidade natal,
NFTJUVBWBQSPºTTJPOBMNFOUFFOUSFVNFOUFQ|CMJDPFQPQVMBm{FTDPNBOseios e temores de uma grande mudança em seus modos de viver e ser. O
DPOIFDJNFOUP EBT UnDOJDBT F GFSSBNFOUBT FN SFTPMVmkP EF DPO»JUPT QBSB
atuação no Projeto Educação para a Paz me possibilitaram um aprendizado
valoroso para a difícil tarefa de construção de uma cultura de paz em áreas
de alta vulnerabilidade social e zonas de risco, onde a violência é, todavia,
OPSNBMJ[BEB$PNPGBDJMJUBEPSBNFHSBUJºDPNFRVFTUJPOPFNFFNPDJPOP
ao multiplicar os saberes aprendidos para as crianças e adolescentes, receCFOEPOPWBTUSPDBTOPWPTEFTBºPTOPWBTWJWpODJBTOPWPTBQSFOEJ[BEPTF
OPWBTSF»FY{FT¯
Valentina Zuluaga
“Há um ano que estou tendo a oportunidade de ver como a mediação
escolar esta sendo implementada em vários países da América Latina. Minha primeira participação no Projeto Educação para a Paz foi no ano passado
quando participei como voluntaria por um período de dois meses. Foi nesse
momento que entendi a importância que tem o espaço de aula. A sala de aula
é uma micro-sociedade cujo espaço esta sendo aproveitado para reforçar as
IBCJMJEBEFT EF EJBMPHP RVF P QSPHSBNB SFGPSmB OBT DSJBOmBT %Br RVF FTTBT
38
crianças podem replicar e consolidar o aprendizado em qualquer outro contexto. Acredito que a mediação é uma ferramenta através da qual já é possível
enxergar uma transformação cultural, começando no espaço de aula onde o
potencial de mudança é maior. Ver os alunos mediadores usar a paráfrase, a
mensagem em primeira pessoa, e se questionar sobre a cultura violenta, são
só pequenos sementes que já estão colhendo grandes mudanças”.
Vittorio Lo Bianco
®"DBEBEJBEFUSBCBMIPDSFTDFBJOEBNBJTNJOIBDPOºBOmBOPQPtencial dos alunos como indivíduos atuantes em nossa sociedade de forma
QMFOB"QFTBSEBTEJºDVMEBEFTFTUSVUVSBJTwCWJBTFTFNEFTDPOTJEFSgMBT
é possível observar o crescimento deles em relação a habilidades e conheciNFOUPTOkPBQFOBTSFMBDJPOBEPTBPDVSSrDVMPEFSFTPMVmkPEFDPO»JUPTNBT
também em como traduzi-lo para suas realidades, seus cotidianos. A superação dos constrangimentos estruturais deve ser o foco constante da luta
daqueles que buscam uma educação melhor sem, todavia, esquecermos
que pontualmente indivíduos podem, a partir de oportunidades como as
aulas do projeto educação para a paz, superar aquela situação desvantajosa,
ao menos em determinados aspectos como lidar de forma positiva com os
DPO»JUPT/PTTPGPDPFORVBOUPQSPKFUPRVFBUVBEJSFUBNFOUFOBTPDJFEBEF
EFWFTFSDPOTUBOUFNFOUFSF»FUJSFDPMPDBSFNQSgUJDBBm{FTRVFGBmBNDPN
RVFPTJNQBDUPTQPOUVBJTJOEJWJEVBJTTFKBNDPMFUJWPTFGPSUFTPTVºDJFOUFT
QBSBNPEJºDBSBFTUSVUVSBFNTJ&TUBDSFOmBNFGB[MFWBOUBSUPEPTPTEJBTF
realizar o trabalho na organização”.
39
Resultados - Nas Palavras dos
Alunos Mediadores
“Servimos de exemplo; por isso, não podemos ter notas baixas, mas
não somos melhores que ninguém, somos alunos da mesma escola. Já em
DBTB DPN B NJOIB JSNk IBWJB DPO»JUP )PKF NFMIPSPV QPJT FTQFSP FMB
BDBMNBSQBSBDPOWFSTBS*TTPFVBQSFOEJOPDVSTPUBNCnN¯
“Obrigado, obrigado por tudo que vocês me proporcionaram e por
ter clareado os meus olhos em relação à vida”.
Samuel Lucas Ferreira de Santana,
aluno mediador, E. M. Teotônio Vilela.
“Aprendi algo novo, aprendi algo que podia ajudar outras pessoas,
que podia ajudar, que pudesse levar para minha vida, foi algo que me chamou atenção e me fez aquele querer, aquele gostinho, aquela curiosidade
de querer saber mais sobre o Projeto e de querer aprender sobre ele, fazer
parte de algo maior.”
Juliana Ferreira Mucury,
aluna mediadora, E. M. Emílio Carlos
40
“Eu digo para minha mãe o que eu entendi, como eu me sinto; às
vezes ela se sente melhor, às vezes ela usa as técnicas comigo também. A
NFEJBmkPNFBKVEPVBSF»FUJSBQBSBSQBSBQFOTBSOPGVUVSPOBTQFTTPBT
que eu posso ajudar.”
Julia da Silva Dias,
aluna mediadora, CIEP Operário Vicente Mariano
“Com as dinâmicas usadas em sala de aula, a gente aprende como
viver a vida, como a gente age com nossos colegas, como a gente age em
uma sociedade. Esse curso é muito bacana. Mudei muito por dentro, sou
mais alegre, falo mais. Antes, era muito tímida. Sou muito agradecida.”
Erika de Souza Silva,
aluna mediadora, E. M. Professor Souza Carneiro
41
“O sucesso do Projeto é que usamos as nossas palavras, com pessoas
EBNFTNBJEBEF*TTPFWJUBGBMIBOBDPNVOJDBmkP¯
Myke Alvez Montenegro,
aluno mediador, E. M. Teotônio Vilela.
“A sensação de poder ajudar e até mesmo resolver situações pessoBJTDPNBTUnDOJDBT
EFVNBNBOFJSBUkPEJGFSFOUFFCPB0QSPKFUPJSgNF
ajudar nas minhas relações futuras, na expressão da minha personalidade.
0QSPKFUPGPJnBJOEB
NBSBWJMIPTP5VEPRVFBQSFOEFNPTGPJ|OJDPFJOFTRVFDrWFM0CSJHBEBQPSUVEP&TQFSPRVFPQSPKFUPTFFTQBMIFNBJTFNBJT¯¦
Tamires dos Santos Rodrigues Barbosa,
aluna mediadora, E. M. Emílio Carlos.
®2VBOEPNFVQBJCSJHBDPNJHPBHPSBFVGBMPBNFOTBHFNFNQSJNFJSBQFTTPBFMFºDBEFTDPODFSUBEPFWJWFQFEJOEPEFTDVMQBT¯
“No começo, eu não gostava, mas depois aprendi a gostar e acabei me
apaixonando pelo curso. Tomara que no futuro eu consiga um trabalho assim”.
Alexsander da Rocha Lobato,
aluno mediador, E. M. Professor Souza Carneiro
42
®&VUFOUPVTBSBTUnDOJDBT
FNDBTBDPNNFVJSNkPQPSRVFBHFOUF
vive brigando por causa de besteira, aí eu paro e penso “Não. Posso usar
aquela técnica que eu aprendi na mediação”, aí nisso eu uso. As que eu
mais uso são a mensagem em 1ª pessoa e a paráfrase.”
Raquel Mendes Vieira,
aluna mediadora, E. M. Teotônio Vilela.
®2VBOEPFVQBSUJDJQBSEFBMHVNDPO»JUPQPEFSFJBKVEBS/BNFEJBção também aprendi a parafrasear, a importância da expressão facial e de
FTDVUBSPPVUSP(PTUFJNVJUPEFUFSQBSUJDJQBEPEFTTFQSPKFUP¯
Camila Braz de Souza,
aluna mediadora, E. M. Emílio Carlos.
®(PTUFJEFUVEPQPSRVFNFEJWFSUJCSJODBNPTFDPOIFDFNPTDPJTBT
novas. Aprendi a ser mais calmo, a não ser agressivo e a conversar. Amo toEPTWPDpTEFBMHVNBGPSNBGPNPTVNBGBNrMJBFnJTTP0CSJHBEPQPSUVEP¯¦
Luiz Henrique da Silva,
aluno mediador, E. M. Professor Souza Carneiro.
43
44
45
Resultados – Em Números
“UNIDOS PARA A PAZ”, Patrick Juvino Machado, 9o ano, E. M. Lima Barreto
O Projeto Educação Para a Paz iniciou suas atividades em janeiro de 2011.
No entanto, o trabalho nas escolas começou em meados de setembro do mesmo
ano. Neste curto espaço de tempo de implementação, já foi possível observar
muitos resultados positivos e algumas lições aprendidas durante esses anos.
Tendo como objetivo principal a transformação do ambiente escolar
e da comunidade em seu entorno, rumo a uma cultura de paz, todo o Projeto
é desenhado para que a comunidade escolar se envolva voluntariamente no
BQSFOEJ[BEPFJODPSQPSBmkPEBTUnDOJDBTEF3FTPMVmkPEF$PO»JUPTOBT&TDPMBT3$&
BPTFVEJBBEJB
Com o início do trabalho nas escolas, foram realizados os eventos de
sensibilização sobre o tema e apresentação do Projeto para o grupo de professores e outros membros da comunidade escolar. É importante que todas
as séries sejam atingidas por alguma atividade relacionada com as práticas
EF3$&BºNEFRVFTFPCUFOIBVNSFTVMUBEPTJTUpNJDP1BSBUBOUPPTQSPfessores são vetores fundamentais na disseminação desta nova cultura. Além
disso, os professores também se vêem, nos dias de hoje, como parte de muiUPTDPO»JUPT0FOWPMWJNFOUPEPTEFNBJTNFNCSPTEBDPNVOJEBEFFTDPMBS
visa fortalecer o impacto positivo desta nova cultura para além da sala de aula
e dos muros da escola.
46
“A E.M. Professor Souza Carneiro é outra das escolas onde o
Educação Para a Paz entrou. No passado, seus alunos costumavam
receber assim os visitantes: “Bem vindo ao Carandiru”. Não era um
atributo fácil de digerir. Hoje, a realidade é outra, contou Aleksander,
um dos alunos mediadores de lá, para a plateia do MP:
---- Eu e meus amigos que já somos mais velhos presenciamos
a realidade de antes e de hoje graças à nova diretora e a esse projeto.
Eu sempre pensei: a mente do ser humano é difícil de entender, vai ter
gente que não vai querer ser mediado. Mas hoje eu penso diferente.
Claro que vai ter gente que não quer ouvir, mas a gente pode tentar
até mudar o mundo usando o diálogo.”
Amelia Gonzalez
"DBEBBOPDBQBDJUBNPTPTQSPGFTTPSFTBTTJNDPNPPVUSPTBEVMUPTEB
DPNVOJEBEFFTDPMBS
FBTUVSNBTEFBMVOPTEFo ao 9o anos nas habilidades báTJDBTEF3FTPMVmkPEF$PO»JUPTOBT&TDPMBT/FTTFQFSrPEPUSBCBMIBNPTDPN
turmas e capacitamos 2.039 alunos da rede municipal.
Em um segundo momento, realizamos uma seleção rigorosa em cada
escola, com a participação dos alunos, professores e diretores, de um grupo de
alunos para participar da capacitação em Mediação entre Alunos. Esse curso inDMVJBUJWJEBEFTQBSBSFGPSmBSBTQSJODJQBJTGFSSBNFOUBTEF3FTPMVmkPEF$PO»JUPT
OBT&TDPMBTFTJNVMBm{FTQBSBQSBUJDBSPQSPDFTTPEFNFEJBmkP$BSHBIPSgSJB
I
&NGPSNBNPTBMVOPTFFNBMVOPTOBTFTDPMBTQBSUJDJpantes do Projeto EPP.
¦ 0HSVQPEFBMVOPTNFEJBEPSFTEFDJEJVDPNPHPTUBSJBEFTFSJEFOUJºcado, desenhando a logomarca e escolhendo o nome do Programa de Mediação
entre Alunos da sua escola. Apresentamos, abaixo, as logomarcas.
47
Após estruturar o Programa de Mediação entre Alunos com a comunidade escolar de cada unidade educativa, realizamos os eventos de lançamento do Programa em cada escola. O grupo de alunos mediadores, o coordenador-âncora e os facilitadores da equipe Parceiros Brasil entraram nas salas
de aula de diferentes anos para apresentar o Programa de Mediação entre
Alunos e como participar.
“Visitamos as salas e os professores nos ajudam e apóiam.
A mediação é uma forma de melhor o ambiente”.
Vanessa de Farias Lima, aluna mediadora,
E. M. Teotônio Vilela
48
Algumas escolas já realizaram suas primeiras mediações. Como resultados, podemos destacar: a solicitação de mediação por diversos atores
da comunidade escolar, principalmente pelos alunos; a vontade dos alunos
mediadores de colaborar e participar das sessões de mediação; e o retorno
positivo registrado nas avaliações dos alunos que participaram do processo. A
seguir, mostramos uma tabela com as análises das mediações realizados no
período de março a julho de 2013.
Período
(mês)
Mediações
Solicitadas
Quem solicitou
Direção
/ CP
Professor
Agente
educador
Mediações
Aluno Outro Realizadas
MAR
7
2
3
ABR
11
4
2
MAI
9
2
1
JUN
6
1
4
JUL
13
1
9
1º
SEM
46
2
Acordo
Não
Sim
Gênero
Meninas Meninos
2
5
5
4
3
10
10
15
6
5
6
9
9
14
4
5
5
3
7
3
8
8
9
7
37
10
6
2
24
3
22%
13%
4%
52%
7%
0
37
45
29
100%
61%
39%
Algumas mediações não foram realizadas devido à greve dos professores,
OPTFHVOEPTFNFTUSFEF7BMFEFTUBDBSRVFPTDPO»JUPTPDPSSFSBNQSJODJQBMNFOUFFOUSFBMVOPTEBNFTNBUVSNB
&OUSFBMVOPTEFBOPTEJGFSFOUFT
GPSBNBQFOBTEPTDPO»JUPTNFEJBEPT$PNPBTQSJODJQBJTDBVTBTQPEFNPT
citar agressão verbal, fofoca e implicância. Todas (100%!!!) as mediações realizadas foram encerradas com acordo e o tempo médio de duração foi de 31 minutos.
49
“O interessante é que os alunos passam a ser os protagonistas de suas histórias, dialogando para resolver os conflitos entre eles.
Assim, criamos a consciência de que todos somos responsáveis pelo
bom andamento da unidade escolar”.
Vivane Couto , professora, E. M. Teotônio Vilela.
“O resultado do Projeto é altamente positivo. Houve uma
melhora significativa no relacionamento entre os alunos. Atualmente, o nosso trabalho como agente educador é bem melhor devido
à redução dos níveis de violência: os conflitos são menos intensos e
há menos conflitos entre os alunos”.
Davi Ferreira, agente educador da E. M. Lima Barreto
No 3o trimestre de 2013, diversas situações externas à instituição impactaram diretamente o andamento de algumas atividades do Projeto Educação para a Paz nas escolas municipais do Rio de Janeiro.
&NBHPTUPNBJTFTQFDJºDBNFOUFOPEJBJOJDJPVBHSFWFEPTQSPGFTsores do município que perdurou até o início de outubro. Buscamos, portanto, alternativas para continuar em contato com nosso público atendido.
Nesse período, foi possível continuar com algumas atividades em
certas escolas em horário diferenciado. Realizamos, também, um evento
extra para troca de experiências entre os alunos mediadores, em setembro.
Neste mês, conseguimos retomar o contato com os alunos mediadores da
maioria das escolas. Combinamos, com as direções das escolas e os alunos, um horário alternativo para continuar com nossos encontros durante
esse período atípico.
50
Além dos Muros da Escola
“Eu sempre fico entusiasmada de ver isso acontecendo em
um lugar novo, porque essas técnicas não mudam a criança apenas
agora, mas dura para a vida toda. Elas tem relações melhores em
casa, assim como casamentos e relações de trabalho melhores. Então, é uma habilidade que elas usarão por toda a vida.”
Gail Sadalla, pioneira na adaptação da mediação
comunitária ao contexto escolar.
Treinamento equipe EPP com Gail Sadalla:
Anualmente, a equipe Parceiros Brasil recebe capacitação continuBEBDPNBFTQFDJBMJTUBOPSUFBNFSJDBOBFNSFTPMVmkPEFDPO»JUPTOBTFTDPMBT(BJM4BEBMMB
Em fevereiro de 2013, durante sua visita, realizamos diversos eventos
para os participantes do Projeto Educação Para a Paz e revisamos o material
didático utilizado nas nossas aulas, baseado nas experiências e lições aprendidas do ano anterior.
51
53
53
Em 12/12/12 às 12h12, realizamos o último evento do ano com os
alunos mediadores, no escritório Parceiros Brasil, no centro do Rio. Os
alunos das diferentes escolas compartilharam suas experiências ao longo do Projeto e expectativas para o próximo ano. Além disso, debatemos
com os alunos estratégias para aperfeiçoar e intensificar a atuação do
Projeto nas escolas.
No dia 27 de fevereiro de 2013, os alunos mediadores do Projeto
Educação para a Paz se reuniram com a especialista norte-americana em
Resolução de Conflitos nas Escolas Gail Sadalla e com a equipe Parceiros
Brasil, na sede da organização, no Centro do Rio. O evento teve como objetivo promover uma troca de experiências entre os alunos, professores
e coordenadores pedagógicos de cinco escolas participantes do Projeto e
debater seus sucessos e desafios.
54
Os alunos relataram que, como mediadores formados, eles podem
TFNFBS BT IBCJMJEBEFT EF SFTPMVmkP EF DPO»JUPT FOUSF PT DPMFHBT F BMnN
EJTTPUpNBPQPSUVOJEBEFEFNPEJºDBSPBNCJFOUFFNRVFFMFTWJWFN"
maioria dos alunos admitiu, também, que já usou as técnicas de negociação
EJSFUBGPSBEBFTDPMBFJODMVTJWFKgNFEJPVDPO»JUPTQSJODJQBMNFOUFFOUSF
irmãos e amigos.
55
Saiu na Mídia
TV Globo: Alunos do Projeto Educação Para a Paz
no programa Na Moral
&NEFBHPTUPEFOPQSPHSBNBFYJCJEPQFMB3FEF(MPCP
os alunos da Escola Municipal Teotônio Vilela, localizada na Maré, falaram sobre Bullying e comentaram a importância da mediação como
processo de resolução de conflitos na escola.
TV Globo: Projeto Educação para a Paz no
programa Encontro com Fátima Bernardes
Em 24 de abril de 2013, a equipe Parceiros Brasil e os alunos
mediadores da Escola Municipal Professor Souza Carneiro, localizada
na Penha, participaram de uma gravação para o programa Encontro com
'gUJNB #FSOBSEFT FYJCJEP OB 57 (MPCP 0 PCKFUJWP EB SFQPSUBHFN GPJ
mostrar como a Resolução de Conflitos nas Escolas está transformando
o cotidiano escolar e como funciona o Programa de Mediação entre AluOPT¦<IUUQXXXZPVUVCFDPNXBUDI WD;G0KMYH&>
56
Maré de Notícias: Mediar é resolver
Em agosto de 2013, os alunos mediadores da Escola Municipal
Teotônio Vilela, localizada na Maré, foram entrevistados pelo jornalista
Helio Euclides. No artigo, os alunos comentaram sobre o funcionamento do Programa de Mediação entre Alunos e as mudanças percebidas até
o momento.
Prêmio Fundação Banco do Brasil
Em outubro de 2013, recebemos a certificação da metodologia de
Resolução de Conflitos nas Escolas como uma tecnologia social, conferida pela Comissão de Certificação do Prêmio Fundação Banco do Brasil
de Tecnologia Social%FOUSFNBJTEFUFDOPMPHJBTTPDJBJTBQFOBT
foram selecionadas.
%F BDPSEP DPN B 'VOEBmkP #BODP EP #SBTJM ®Tecnologia Social¦ DPNQSFFOEF QSPEVUPT UnDOJDBT PV NFUPEPMPHJBT SFBQMJDgWFJT EFsenvolvidas na interação com a comunidade e que representem efetivas
soluções de transformação social. É um conceito que remete para uma
proposta inovadora de desenvolvimento, considerando a participação coletiva no processo de organização, desenvolvimento e implementação.
Está baseado na disseminação de soluções para problemas voltados a
demandas de alimentação, educação, energia, habitação, renda, recursos
57
hídricos, saúde, meio ambiente, dentre outras. As Tecnologias Sociais
podem aliar saber popular, organização social e conhecimento técnicoDJFOUrGJDP *NQPSUB FTTFODJBMNFOUF RVF TFKBN FGFUJWBT F SFBQMJDgWFJT
propiciando desenvolvimento social em escala.”
Evento no Ministério Público
No dia 29 de novembro de 2013, a equipe Parceiros Brasil e os
alunos mediadores do Projeto Educação para a Paz, participaram do
evento “Encontro Estadual do Ministério Público pela Paz nas Escolas”.
/BPDBTJkPBEJSFUPSBFYFDVUJWBEBPSHBOJ[BmkP(BCSJFMB"TNBSGPJDPOvidada a palestrar sobre “convivência e conflitos no ambiente escolar”
B GJN EF DPNQBSUJMIBS VN QPVDP B FYQFSJpODJB EP¦ 1BSDFJSPT #SBTJM OBT
escolas municipais do Rio de Janeiro.
%VSBOUFBQBMFTUSB(BCSJFMBDPOWJEPVPJUPEPTBMVOPTNFEJBEPres já formados, de três escolas diferentes, a fim de compartilharem com
o público, estimado em mais de 300 pessoas, suas experiências dentro e
fora do ambiente escolar, o processo de mediação e as técnicas de Resolução de Conflitos nas Escolas. Outros mediadores estiveram presentes
para acompanhar o evento.
58
“O que posso lhes dizer é que todo o ensaio que assisti valeu
a pena. Na sexta-feira, durante o evento no Ministério Público, os
jovens não fizeram feio. No início estavam nervosos, sim, mas com
o tempo veio a segurança. E eles acabaram por emocionar toda a
plateia. Afinal, nós adultos, tão habituados a um mundo onde a violência e as generalizações são banais, ouviremos sempre com alguma
surpresa depoimentos como o de Luis Henrique, estudante da Escola
Municipal Professor Souza Carneiro:
---- Minha maior experiência com o projeto de mediação
foi em casa, quando meus tios estava brigando. Fiz a paráfrase que
aprendi no Projeto, falei na primeira pessoa, conversei, disse a eles
como eu me sentia quando eles brigavam e falei para a tia que era
melhor não discutir naquele momento. Eles pararam de brigar. Mas
o melhor veio depois: meu pai chegou para mim e disse: “Filho, estou
orgulhoso de você”.
Alguém aí ficou com os olhos cheios d’água? Pode ficar, é
permitido. No Projeto Educação Para a Paz a demonstração de sentimento é bem-vinda.”
Amelia Gonzalez
“A gente aprende muito com a mediação. Não levamos apenas para a sala de aula ou quando estamos mediando, mas para a
vida toda. Antes de qualquer desaforo eu já queria partir pra briga,
agora eu já brinco mais e posso ver o lado do outro”.
Alexsander da Rocha Lobato, aluno mediador,
E. M. Professor Souza Carneiro
“Tudo está conectado e tudo tem conexão. Aprender novas
técnicas, conhecer pessoas novas e diferentes e compartilhar experiências será útil na vida, pois irei encontrar pessoas que nem sempre
irão se dar bem comigo e eu irei aplicar as técnicas que aprendi para
prevenir um conflito.” Raquel Mendes Vieira, aluna mediadora,
E. M. Teotônio Vilela.
59
60
Epílogo
0 RVF DBEB VN EF OwT BMVOPT QSPGFTTPSFT EJSFUPSFT EFNBJT
NFNCSPTEBFRVJQFFTDPMBSGBDJMJUBEPSFTQBSDFJSPTQBJTFBNJHPT
MFWB
para a vida a partir do Educação para a Paz, varia de acordo com os mapas mentais e oportunidades de praticar a escolha por comportamentos
colaborativos.
É fácil e intuitivo ser gentil com quem nos trata bem. Para isso,
não é necessário aprender uma metodologia. O grande desafio e o grande aprendizado começam frente às pessoas que desafiam nossos limites
e valores. É diante delas que podemos testar e aprimorar o quanto internalizamos do aprendizado. Apenas nestas circunstâncias podemos exercer, com mérito, a OPÇÃO por controlar os sentimentos negativos e ser
maiores que os comportamentos automatizados. É aí que podemos mudar o ciclo dos conflitos e construir as relações nas quais queremos viver.
O Projeto Educação para a Paz não veio apenas para falar de boas
intenções, mas para operacionalizar, muito concreta e vivencialmente,
esta mudança positiva. Todos sabem da importância e urgência deste
propósito, e muitas metodologias existem, mundo à fora. Mas a mudança do ciclo requer também perseverança e apoio. Se fosse fácil, já estaria
pronto. Estamos caminhando na direção desejada, com avanços nítidos.
Vale a pena continuar!
61
Produzido por
Parceiros Brasil – Centro de Processos Colaborativos
Endereço: Av. Rio Branco, 151, Grupo 404, Centro
Rio de Janeiro – RJ
Telefone: +55 21 2507 1850
e-mail: [email protected]
website: www.parceirosbrasil.org
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