Babesiose e anaplasmose. Epidemiologia e controle da tristeza
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Babesiose e anaplasmose. Epidemiologia e controle da tristeza
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Instituto de Veterinária Departamento de Epidemiologia e Saúde Pública COMPLEXO TRISTEZA PARASITÁRIAS BOVINA: Adivaldo Henrique da Fonseca Prof. Titular de Doenças Parasitárias - Bolsista do CNPq [[email protected]] TRISTEZA PARASITÁRIA DOS BOVINOS Agentes etiológicos Transmissor Forma/Localizaçã o Babesia bigemina Boophilus micropuls Grande/ periférica B. bovis B. microplus p Pequena/ q visceral Anaplasma marginale B. microplus e Artrópodes h hematófagos óf periferia das hemáceas GARDINER CH, FAYER R, and DUBEY JP, An Atlas of Protozoan Parasites in Animal Tissues. Armed Forces Institute of Pathology, Washington, DC, 1998, p. 71. Etapas p básicas do ciclo de Babesia spp pp nos vetores: Hospedeiro Vertebrado • • • • • esporozoito trofozoito (div. binária simples) merozoitos trofozoito merozoitos - indefinidas gerações Hospedeiro Invertebrado • • • • • • • merozoitos corpos esféricos corpos raiados (= isogametas - Reprodução sexuada) zigoto (movel) esporontes t ou vermículos í l (div. (di binária bi á i multipla) lti l ) esporozoitos (=forma infectante para o vertebrado) invasão de orgãos , inclusive ovários B microplus Genitales femeninos: esquema en vista lateral B. Ovario com óvulos, e um dos ovidutos (De La Vega 2009) Glándulas lá d l accesórias ó i do d sistema i reprodutor d masculino, li obtido b id por disecacão 100X (De La Vega 2009) Espermióforos obtidos por esmagamento de un receptáculo seminal disecado. 325 X Transmissão de Babesia por Boophilus B. bigemina transmissão por ninfas e adultos B. bovis transmissão por larvas larvas não transmite ninfas e adultos não transmitem Predisposição a surtos • Variação na densidade de vetores • Introdução de animais sensíveis em áreas enzoóticas • Medidas artificais de controle. Fatores predisponentes e perspectiva do aumento da d doença d d id devido: • aumento t gradativo d ti do d rebanho b h bovino b i brasileiro, b il i • aumento da taxa de lotação, • redução dos inimigos naturais, naturais • uso incorreto de carrapaticidas e resistencia genética, • deficiente educação sanitária. Pesq. Vet. Bras. vol.20 n.1 Rio de Janeiro Jan./Mar. 2000 Frequência relativa obse rvada em 89 e quinos. Seropédica RJ Imunofluorescê ncia indireta para B. equi (Botteon, 1996) Extensivo Semi-confinamento Confinamento 35 Poorce n tage m de an i m ai s 30 25 20 15 10 5 0 40 80 160 320 Titulos (1:) 640 1280 2560 Média dos títulos de IgG observados em 33 potros durante 180 dias. Goiania GO Teste de Imunofluorescencia indireta para B. equi e B. caballi . (Linhares, 1994) Média dos Títulos (1 :) M 2500 2000 1500 1000 B. equi q 500 B. caballi 0 0 15 30 45 60 75 90 105 Dias pós nascimento 120 135 150 165 180 Frequência dos títulos observada em 485 soros de equideos positivos. Goiania GO Teste de Imunofluorescencia indireta para B. equi e B. caballi. (Linhares, 1994)) 30 Porcen ntagem 25 20 15 10 5 0 1:40 B. equi 1:80 1:160 1:320 Títulos 1:640 B. caballi 1:1280 1:2560 http://www.vet.uga.edu/VPP/nsep/babesia/PORT/index.ht As lesões microscópicas refletem a ocorrência de severa hemólise. hemólise O fígado tem os sinusóides dilatados e congestos, degeneração dos hepatócitos e severa colestase (foto: pigmento alaranjado nos canalículos biliares). http://www.vet.uga.edu/VPP/nsep/babesia/PORT/index.ht Há graus variáveis de nefrose hemoglobinúrica. Na foto à esquerda, alguns túbulos renais estão cheios de cilindros de hemoglobina. http://www.vet.uga.edu/VPP/nsep/babesia/PORT/index.ht No cérebro acima (à esquerda), os capilares estão dilatados e severamente congestos. Edema perivascular também pode ser observado. observado Na coloração por Giemsa (acima à direita) direita), os eritrócitos mostram-se intensamente parasitados por B. bovis. http://www.vet.uga.edu/VPP/nsep/babesia/PORT/index.ht Na babesiose ocorre anemia macrocítica hipocrômica com severa anisocitose, i it policromasia li i e metarubricitemia. t b i it i Muitos M it eritrócitos it ó it tem t corpúsculos de Howell-Jolly. http://www.vet.uga.edu/VPP/nsep/babesia/PORT/index.ht Cerebro de bezerro que apresentou sinais compatíveis com a raiva bovina, ante da morte natural. natural Cienc. Rural vol.35 no.1 Santa Maria Jan./Feb. 2005 Achados de necrópsia • • • • • • Palidêz das mucosas e tecido subcutâneo, icterícia icterícia, petequias em orgãos, hidropericárdio hidrotorax e ascite, hidropericárdio, ascite bilis espessa, grumosa e verde escura, fígado e baço com bordos arredondados. arredondados Patogenia do complexo Tristeza Parasitária Bovina Intensa multiplicação p e destruição de eritróciotos - p processo anemiante e febril, devido ao grande número de parasitos e catabólitos no plasma. Babesia bovis → hemólise em massa → hemáceas concentram-se nos capilares → trombos Babesia bigemina avermelhada → anemia hemolitica progressiva → urina A. marginale A i l → hemáceas h á d t id no interior destruidas i t i de d orgãos ã linfóides li fóid → icterícia Hemólise resulta em anemia grave, icterícia e hemoglobinúria. Após a primo infecção animal torna-se portador com infecção sub-clínica, mantido por delicado equilibrio imunológico estabelecido entre os agentes etiológicos e os anticorpos formados Drogas g utilizadas Anaplasmose • Tetraciclina EV ou IM 6,6 a 11 mg/kg • Imidocarb SC ou IM 3 mg/kg Babesicidas • Diaminazinas IM 3,5 mg/kg • Imidocarb SC ou IM 1 a 3 mg/kg. Bases para Premunição de Bovinos Idade Doador(es) Raça g Origem Estado de saúde A Assepsia i Receptores Antes da inoculação Após a inoculação Técnicas de Diagnóstico g para p Hemoparasitos Técnicas de Diagnóstico Parasitológico ¾ Esfregaço sangüíneo periférico ¾ Técnica de Knott ¾Técnica de Woo ¾ Imprint / Squash ¾ Xenodiagnóstico g ¾ Imunodiagnóstico ¾ Biologia Molecular - PCR ¾ Esfregaço sangüíneo periférico A áli Análise: - parasitas it eritrocitários it itá i - parasitas leucocitários - parasitas plasmáticos Confecção: - local - tricotomia - higienização - identificação - fixação - coloração ç ¾ Esfregaço sangüíneo periférico ¾ Esfregaço sangüíneo periférico Parasitos eritrocitários ¾ Esfregaço sangüíneo periférico Babesia bovis ¾ Esfregaço sangüíneo periférico Babesia bigemina ¾ Esfregaço sangüíneo periférico Anaplasma A l marginale ¾ Esfregaço sangüíneo periférico Babesia canis ¾ Esfregaço sangüíneo periférico C t Cytauxzoon ffelis li simile i il ¾ Esfregaço sangüíneo periférico Cytauxzoon felis simile ¾ Esfregaço sangüíneo periférico Hepatozoon sp. ¾ Esfregaço sangüíneo periférico Parasitos leucocitários ¾ Esfregaço sangüíneo periférico Hepatozoon canis ¾ Esfregaço sangüíneo periférico Ehrlichia canis ¾ Esfregaço sangüíneo periférico Ehrlichia canis e Babesia canis ¾ Esfregaço sangüíneo periférico Ehrlichia canis e Hepatozoon canis ¾ Esfregaço sangüíneo periférico Ehrlichia bovis ¾ Esfregaço sangüíneo periférico Parasitos plasmáticos ¾ Esfregaço sangüíneo periférico T Trypanosoma vivax i ¾ Esfregaço sangüíneo periférico Trypanosoma vivax ¾ Técnica de Woo Plasma Glóbulos brancos Glóbulos vermelhos ¾ Técnica de Woo Trypanosoma vivax ¾ Imprint e/ou Squash ¾ Imprint e/ou Squash Babesia bovis ¾ In print e/ou Squash Aelurostrongylus abstrusus ¾ Xenodiagnóstico # Exame: - Hemolinfa - Hemocele - Glândula salivar - Cecos C i t ti i intestinais - Ovos - Líquido coxal ¾Xenodiagnóstic g o - Material: lâmina, pinça e tesoura oftálmicas - Exemplar de carrapato ¾Xenodiagnóstic g o Ixodídeos ¾Xenodiagnóstic g o Hemolinfa e o a 1 2 ¾Xenodiagnóstic g o 3 Hemolinfa e o a 4 ¾Xenodiagnóstic g o Hemolinfa e o a T Trypanosoma theileri ¾Xenodiagnóstic g o Hemolinfa e o a T Trypanosoma theileri ¾Xenodiagnóstic g o Hemolinfa e o a B b i spp. Babesia ¾Xenodiagnóstic g o Hemolinfa e o a B b i canis Babesia i Evolução do produtos carrapaticidas • Arsenicais • Organo-clorados • Organo-fosforados • Carbamatos • Formamidinas • Piretroides e o des • Avermectinas • Inibidores de muda Categorias de Inseticidas Disponíveis no merecado Inorgânicos : Enxofre, Arsênico, Ácido bórico Primeiros compostos O Organoclorados l d : Formamidinas: Triatox, Amitracid Inibidores da monoaminooxidase DDT, Lindane, Dieldrin, Toxapheno Contém Carbono, Cloro e Hidrogênio Lactonas macrocíclicas: Afetam o equilíbrio de Sódio e Potássio Ivermectin, Doramectin, Eprinomectin, Moxidectin, Período residual médio Selamectin (sintética) Organofosforados: Diazinon, Dichlorvós, Coumaphos Inibem enzimas no sistema nervoso (ex. Colinesterases) Período residual curto Bloqueadores do GABA Hormônios de Crescimento e Desenvento: Reguladores Hormônios juvenis Precocenos (interferem em glândualas que produzem o hormônio juvenil) C b Carbamatos: Inibidores de síntese de quitina (Diflubenzuron, Fipronil, Imidacloprid) Derivados do ácido carbâmico Microbianos ; Inibidores da Colinesterase Bacilus thuringiensis, fungos Carbaryl, Propoxur Período residual curto a médio Sinergistas / Repelentes: Botânicos: Butóxido de Piperolina Piretrinas Butoxipolipropileno p p p Glycol y Rotenona (Piretróides sintéticos) Controle de Medidas e recipientes adequados Bomba para aplicação de Pesticidas - Dois operadores CAUSAS DE FALHAS DOS CARRAPATICIDAS. Produto não entram em contato suficiente com o carrapato p Concentração insuficiente Falta de efeito residual Populaçäo elevada de carrapatos Escolha imprópria do produto Como evitar falhas dos carrapaticidas E lh o produto Escolher d por teste Controle das medidas e sistema de aplicação Efetuar banhos estratégicos Teste es e simples s p es ppara co confirmar eficiência de produto Carrapaticida Carrapatos submergidos em solução carrapaticida (esquerda) e em agua (direita) Tolerância X Resistência Tolerância: habilidade inata sem exposição anterior ao tóxico ou mudança evolutiva R i tê i pressão Resistência: ã de d seleção l ã É a resposta decrescente de uma população de animais a um inseticida ou agente de controle, como resultado prévio da exposição ao inseticida. Deve ser diferenciada de tolerância. Pode ser comparada a um processo de evolução acelerada. É um processo pré-adaptativo no qual, como resultado de mutação ao acaso, um pequeno número de indivíduos possuem genes que permitem i a sobrevivência b i ê i à doses d letais l i de d um inseticida. i i id O inseticida por si não produz mudança genética. Na resistência mecanismos pré-existentes são selecionados pelo uso de inseticidas. Isto dirige a evolução das formas resistentes. A população e não os indivíduos se tornam resistentes. resistentes Os indivíduos nascem resistentes, resistentes uma vez que a imunidade não se desenvolve. Estratégias para prevenir ou retardar o desenvolvimento da resistência Manejo por moderação: Reduz a intensidade da pressão de seleção por: Redução na freqüência de aplicação e da dosagem, utilização z ç de inseticida de curta duração ç Fundamentado em limiares econômicos (prevenir perdas econômicas) Manejo integrado de pragas (hospedeiro / parasito / ambiente) PROCEDIMENTOS BÁSICOS EM SERES HUMANOS Em locais com grande quantidade de carrapatos, usar roupas claras, meias compridas e botas. O uso de repelentes na roupa é sempre adequado, após detectar locais infestados, examine as roupas e a pele à procura de carrapatos. Usar pinça e nunca as mãos para removê-los, evitar esmagar os carrapatos, e não usar qualquer produto para removê-los, lavar as mãos e a área da picada com água e sabão. Utilizar álcool iodado, g guardar os carrapatos p vivos em frasco de vidro identificado com a data e o local da coleta. Mesmo procedimento para carrapatos de animais silvestres. Alternativamente conservá-los em alcool a 70%, em observando sintomas que mimetizem o estado gripal, após contato com carrapatos, procurar de imediato auxílio médico, para procedimentos adequados. Gostou? Faça um tour ou crie você mesmo uma conta gratuita!
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