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PRODUTOS DE
COMUNICAÇÃO:
ANÁLISE HISTÓRICA
UnB
2013
PRODUTOS DE
COMUNICAÇÃO:
ANÁLISE HISTÓRICA
Autores
Ágata Gabriela Teixeira
Alef Batista Ferreira
Aline Brandão Girardi
Aline Faustino Veiga Neves
Amanda Calixto Silva
Ana Carolina Resende Leite
Ana Carolina Rosário dos S. Mouta
Anderson Luiz Dourado V. da Silva
Andresa da Mota Silveira Rodrigues
Armando Moraes da Silva
Arthur Moreira dos Reis
Bárbara Alves Vasconcelos
Brenda Narjara de O. M. Ribeiro
Bruna Ribeiro Garcia
Camila Santana de Souza
Candice Botelho Coelho
Caroline Eidt Duarte
Cecília Moreira Lima de Lemos
Clara Maruska Almeida da Silva
Danielle Kawasaki
Débora Damasceno Silva
Débora Rita da Silva Pereira
Diana Rimari Gomes
Diego do Carmo Coelho
Diogo Diógenes Cintra Lopes
Eduardo de Farias Goulart
Ester Sabino Santos
Fabiana Cristina N. Rodrigues
Fernanda Francisca Macena Alves
Fernanda Souza Oliveira
Franciele dos Santos Sousa
Gabriela Fernanda Ribeiro Rodrigues
Helena Wagner Umbelino
Helize Soares Curcino
Henrique Oliveira da Rocha
Hugo Boaventura de Carvalho
Inara Régia Cardoso
Isabela Corrêa Soares
Isabella de Oliveira e Nóbrega
Isadora Alvim Gomes Pinho
Iury Rodrigues Silva
Ivo da Silva Costa Júnior
Jéssica dos Santos Maciel
Jessyka Nicodemos R. Cavalcante
Jhésycka Vasconcelos de Abreu
Jordanna Santos Monteiro
José Eduardo Cruz Vieira
Joshua Emanuel Tenório
Julia Yu Li Woo
Juliane Dionísio de Oliveira Pereira
Kadidja Valéria Reginaldo de Oliveira
Kamila Ferreira Belo
Karolyne Azevedo de Oliveira
Keila Flávia da Rocha
Kelly Cristina Batista da R. Drumond
Larissa Stefane Vieira Rodrigues
Laura Maria da Conceição Neta
Leonardo Rodrigues Cavalcante
Letícia Hubner Westphal
Luana Marliety Ferreira Penha
Luanna Vieira Leite
Luara Soares Farias
Lucas Augusto Moreira Torres
Lucas Henrique da Cruz
Lucas Marinho Pimenta
Luciana de Oliveira França
Luciana Eller Cruz
Lucyellen Elza Pereira de Lima
Luis Eduardo Pereira de Souza
Luiz Carlos Dias Bicalho Torres
Marcus Portugal
Maria Eduarda Loes
Mariana Modesto Prates Beltrão
Marina Rodrigues Barreiro
Martha Santiago
Mateus Miranda de Oliveira Alves
Matheus Lopes Silva
Matheus Mac Ginity Moraes Rego
Natália Elisa Lucchetti
Natalia Rezende Barbosa
Natália Rodrigues de Alencar
Otávio Ribeiro Andrade
Paula Machado Oliveira
Pedro Hermano Gonzalez Cordeiro
Pedro Victor Viana Couto
Priscila Helena Silva de Sá
Raiana Gois Leite
Rainer Araújo Barbosa de Oliveira
Rayssa Silva de Souza
Renan Maia Nunes
Renata Caldeira Alvares da Cunha
Rosemiro da Costa Araújo Barros
Roseni Ximenes de Castro
Sabrina Alves da Silva
Sabrina Sousa Rios
Samantha Soares dos Santos
Samara Susan Meneses de Jesus
Tatyane Soares Marques de Souza
Tércio Wendel Guedes Martins
Thomaz de Siqueira Araújo
Tuane Pontes da Silva
Vanessa Karla de Jesus Araújo
Vicente Gomes da Silva Neto
Vittoria Fernandes de Oliveira
Disciplina: Introdução à Comunicação
Universidade de Brasília - UnB
2013
Sumário
Prefácio
Audiovisual
A Fantástica Fábrica de Chocolate
A Hora do Brasil
A Hora do Pesadelo
Capitu
Chaves
Cinema Alemão
Fantástico
Faustão
Globo Esporte
Globo Repórter
Jornal Nacional
Jô Soares
O Legado de Tron
Programas de Auditório
Resident Evil
Terror no Cinema
Yesterday
Cigarro e Bebida
Heineken
Marlboro
Desenho animado e História em quadrinhos
Mickey Mouse
Pica-pau (através dos tempos)
Pica-pau (trajetória e influências)
Turma da Mônica
Heróis
Batman
Homem-Aranha
Super-Homem
Moda e Design
Coca-cola
Havaianas
McDonald's
Petrobrás
Pin-up
Revista
Elle
IstoÉ
Super Interessante
Veja
Vogue
Tecnologia
iPhone
Prefácio
“O homem, ao viver sua própria história, cotidianamente, em atos corriqueiros e banais,
toma consciência de seu lugar no mundo e de sua temporalidade também imersa
nesse mundo. […] Viver é simplesmente viver na história.” Marialva Carlos Barbosa
A presente publicação é resultado da produção de pesquisa dos alunos da disciplina “Introdução à
Comunicação” do Departamento de Jornalismo da Universidade de Brasília. Os textos foram elaborados
durante o segundo semestre de 2013 por estudantes de diferentes áreas do conhecimento (Arquivologia,
Biblioteconomia, Desenho Industrial, Serviço Social, Nutrição, Matemática, Administração, dentre outras).
Os estudantes assumiram o desafio de escolher um produto de comunicação para analisar as
transformações ocorridas com o passar do tempo. A análise histórica se foca nas mudanças do conteúdo,
linguagem e estética do produto. Acredito que as alterações estudadas a partir da comunicação revelam
sobre nossa humanidade e como nós nos inserimos no mundo em diferentes períodos históricos
Lembro que o exercício de redação científica se aprimora com a constante prática, enfatizando a
importância deste exercício que agora está ao alcance do leitor. Grande parte dos alunos que assinam os
artigos estão no início de sua trajetória pela universidade. Portanto, algumas marcas de bastidores são
encontradas no texto, como erros de digitação e dúvidas na aplicação das normas da ABNT. Tenho
confiança, no entanto, de que o conteúdo e as análises realizadas se destacam pela riqueza de ideias.
Profª Juliana Soares Mendes
Brasília, 01 de dezembro de 2013
Referência Bibliográfica: BARBOSA, Marialva Carlos. Comunicação e história: presente e passado em atos
narrativos. In: Comunicação, Mídia e Consumo. São Paulo, v. 6, p. 11-27, 2009. Disponível em:
<http://revistacmc.espm.br/index.php/revistacmc/article/view/154/0>. Acesso em: 01 de dez de 2013.
Audiovisual
A Fantástica Fábrica de Chocolate
Brenda Narjara, Bruna Garcia, Roseni Ximenes
“O louco, o amoroso e o poeta estão recheados de imaginação”.
William Shakespeare
O produto de comunicação a ser observado nesta análise é o filme A Fantástica
Fábrica de Chocolate, iremos analisar a primeira versão de 1971 e a segunda de 2005
cada uma com seus respectivos períodos históricos. São 34 anos de diferença entre a
primeira versão e a segunda, e muita coisa mudou, desde de seu nome até o contexto na
qual o filme foi feito.
O primeiro filme musical A Fantástica Fábrica de Chocolate ou em inglês (Willy
Wonka and the chocolate factory) foi feito em 1971 pelo diretor Mel Stuart e como ator
principal Gene Wilder (Willy Wonka).
O filme narra a história do dono de uma enorme fábrica de chocolates (Willy
Wonka) do qual ninguém a não ser o dono tinha acesso, porém um dia o dono da fábrica
resolveu fazer um sorteio para que cinco crianças pudessem entrar na fábrica e ver tudo
que nela continha, o sorteio era por meio da venda de barras de chocolate douradas, as
cinco crianças encontraram a barra sorteada e uma delas foi Chalie Bucket, um menino
muito pobre que morava com seus pais e avós e em seu aniversário seu avó lhe deu suas
economias para que ele pudesse comprar uma barra de chocolate, e a que ele comprou
era para sua surpresa a sorteada assim ele poderia ir à fábrica e levar um acompanhante
que foi seu avó.
Ao chegar à fábrica se deparou com o excêntrico dono, e mais quatro crianças
acompanhadas pelos seus pais, a fábrica parecia ser mágica com cachoeiras de
chocolates e tudo mais que se possa pensar feito de chocolate. Na fábrica não
trabalhavam funcionários comuns mas sim Umpa Lumpas, (um dos personagens mais
interessantes do filme) pequenas pessoas que trabalhavam dia e noite na fábrica para
fazer o melhor chocolate e que moravam lá dentro e nunca saiam.
A desconfiança de Willy Wonka de que estava sendo espionado era visível, ele
fechou a fábrica, pois achava que espiões iriam roubar suas receitas. As crianças foram
passeando pela fábrica e de forma estranha cada uma delas desaparecia, como por
exemplo engolido pelo chocolate e de diversas formas bem estranhas, enquanto isso um
espião foi a Chalie lhe disser que se ele conseguisse as receitas da fábrica lhe daria muito
dinheiro, Chalie claro recusou o pedido e não trairia Willy Wonka.
Ao final da história Willy Wonka percebeu que Charlie não tinha o traído, assim
mostrou o restante da fábrica a ele, e lhe disse que ele poderia ficar com a fábrica. E
terminou com um passeio por um elevador que iria para qualquer lugar.
O ano do primeiro filme foi 1971, período em que o mundo ainda estava
vivenciando a guerra fria, com medo de espiões e do comunismo e acredito que o filme
retrata de forma não tão pouco sútil esse período, como a forma Willy Wonka se
preocupava com espiões que de fato existiam no filme, e a questão da confiança,em
quem poderia se confiar ? outro aspecto seria sendo criança, Chalie trabalhava vendendo
jornais, um caso de exploração infantil que não era pauta de discussão no ano de 1971.É
bem marcado o patriotismo americano quando mostra várias crianças acenando na
entrada da fábrica com bandeiras dos Estados Unidos. Uma crítica bem destacada nesse
filme em uma das músicas é o apego das crianças à televisão, onde elas aprendem
muitas bobagens que as impedem de ler e aprender coisas que realmente sejam
importantes.
A segunda versão do filme foi feita em 2005 e a diferença já começa pelo nome, no
Brasil permaneceu o mesmo nome, A fantástica fábrica de chocolates, mas em inglês
ficou Chalie and the chocolate factory (Chalie e a fantástica fábrica de chocolates) dando
mais enfoque ao Chalie do que ao Willy Wonka, o diretor desta vez foi Tim Burton muito
conhecido pelos seus filmes excêntricos e o renomado ator Johnny Depp como Willy
Wonka.
A história ficou parecida com a primeira versão de que Chalie Bucket era um
menino muito pobre, mas que consegue uma barra dourada e consegui ir à fábrica de
chocolate com seu avó e lá encontrando Willy Wonka e os cinco outros visitantes, porém
não é mais e história de espiões querendo roubar suas receitas (ele até menciona esse
fato no filme esse fato mas não é mais a história principal).
Desta vez Willy Wonka e os sorteados passearam pela fábrica e ao final só restou
Chalie, Willy Wonka o chamou para morar com ele, mas decidiu que só iria morar se fosse
com sua família, e assim ele foi morar com toda a sua família na fábrica de chocolate.
Sendo assim acredito que o contexto que o filme foi criado foi de muita importância
para o enredo tendo em vista que o primeiro foi feito no período da guerra fria e enfatizava
espiões e a confiança , já o segundo em 2005 valorizava mais a família. E a importância
de se dar valor a família. A tecnologia avançou bastante de lá para cá e como exemplo,
fazendo um comparativo, temos no primeiro filme uma das crianças que ganhou o convite
dourado era viciada na televisão, já na versão atual do filme a criança que aparece é
viciada em videogame. Um meio de comunicação que não existia em 1971, o videogame.
Também há de se mencionar e evolução dos efeitos especiais que foram feitos em
2005, é nítida a diferença de como esses efeitos evoluíram de um filme para o outro
durante esses 34 anos de diferença entre um e outro. Por exemplo uma câmera
muito
utilizada em 1971 é a versão Super. 8 do padrão 8518 SV, possui pouquíssimos recursos.
Dentre eles esta o Zoom que é automático 518 super 8. Já hoje em dia existe a câmera
4K PMW-F55, ela é digital e filma em uma tecnologia chamada 4K.
Podemos notar grandes diferenças entre essas duas câmeras. São 42 anos de
diferença entre as fabricações, de lá pra cá ocorreu a digitalização da imagem, a imagem
em 3D, a melhora na definição... As novas câmeras então cada vez mais equipadas com
novas tecnologias e novas formas de filmagem.
Filme: A Fantástica Fábrica de Chocolates (1971):
Ilustração I
Fonte: Willy Wonka e as crianças (pôster) 1971.
Ilustração 2
Fonte: Willy Wonka e as crianças sorteadas (pôster), 2005
Referências bibliográficas:
Filme : A Fantástica Fábrica de Chocolate 1971, diretor : Mel Stuart, produtor : David L.
Wolper, Stan Margulies
Filme : A Fantástica Fábrica de Chocolate, 2005, diretor : Tim Burton , produtor : Brad
Grey e Richard D. Zanuck.
Ilustração I : Imagem: WILLY WONKA, e ao fundo crianças e seus pais. (pôster) 1971.
diretor : Mel Stuart, produtor : David L. Wolper, Stan Margulies
Ilustração II : Imagem: WILLY WONKA, e ao fundo as crianças. (pôster) 2005. diretor : Tim
Burton , produtor : Brad Grey e Richard D. Zanuck.
MovieCamerasDisponívelem:<http://www.canon.com/cameramuseum/camera/cine/data/1
971982/1971_auto518sv_sp8.html?lang=us&categ=crn&page=1971-1982> Acesso em:
18 out. 201cho
Sousa,
Welton.
Sony
Apresenta
Câmera
de
Cinema
4K.
Disponível
em:
<http://blogs.pop.com.br/tecnologia/sony-apresenta-camera-de-cinema-4k/> Acesso em:
19 out. 2013.
Acessado em 21/10/2013
Epígrafe: William Shakespeare, Sonho de uma noite de verão.
Com a criação do programa, Getúlio Vargas na verdade queria mostrar aos
ouvintes seu objetivo como presidente, uma espécie de propaganda. Assim,
Na qualidade de produção radiofônica ligada diretamente ao poder de estado, a
Voz do Brasil, evidentemente, maior parte de seu tempo atrelada a regimes
autoritários, como o Estado Novo (1937/1945) e à ditadura militar (1964/1985),
atuando como fiel porta voz das políticas e ideologias definidas por tais regimes.
(JAMBEIRO, 2004: 16).
Podemos perceber que desde a criação do programa, várias mudanças ocorreram em
relação ao nome.
A voz do Brasil passou a ser transmitida em 22 de julho de 1935, durante o
governo de Getúlio Vargas com
o nome de Programa Nacional, sendo
apresentado pelo locutor Luiz Jatobá. De 1934 a 1962, foi levado ao ar com o
nome de Hora do Brasil. Em 1938, já com o nome de Hora do Brasil o programa
passou a ter veiculação obrigatória, somente com a divulgação dos atos do Poder
Executivo, sempre das 7 às 8 horas da noite (PORTAL BRASIL s.d.).
Atualmente
Desde os tempos de “A Hora do Brasil”, iniciava com a tradicional frase "Em
Brasília, dezenove horas". Acompanhando as mudanças feitas para que o programa se
tornasse mais informal, essa frase foi substituída por "Sete da noite em Brasília" (EPOCA
s.d.).
O programa desde sua criação em 1935 sofreu algumas alterações na sua
estrutura e forma de apresentação: remixagem da tradicional trilha musical de abertura –
ópera “O Guarani”. (EPOCA s.d.); A inclusão da locução feminina em 1998, acabando
com
cinquenta
anos
de
locução
exclusivamente
masculina
(RADIOBRAS).
Uma das principais críticas ao atual programa de rádio é a sua obrigatoriedade,
pois desde 1962 o horário das 19 horas é exclusivo para o programa nos rádios
brasileiros. Motivo de reclamações das emissoras que alegam uma quebra muito grande
na audiência no horário do referido programa, causando um prejuízo na audiência pela
noite toda e impossibilidade de transmissões ao vivo de boletins de trânsito ou partidas de
futebol, por exemplo. (EPOCA s.d.)
Atualmente o programa é dividido nos blocos:
Fonte:
Esquema
elaborado
a
partir
de
informações
do
site
http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/COMUNICACAO/150145-PROGRAMA-SURGIU-EM1935,-DURANTE-O-GOVERNO-DE-GETULIO-VARGAS.html
Considerações Finais
É fácil perceber que grandes mudanças aconteceram desde a primeira transmissão
radiofônica e a criação do programa A Voz do Brasil. Em seus primeiros anos, o rádio era
voltado exclusivamente para questões educativas e de interesse político, onde cidadãos
conheciam o governo, que buscava apoio da população além da preocupação com o
vocabulário e com a maneira mais formal de apresentar. Hoje em dia as programações
são mais musicais, com uma preocupação menor com a linguagem, com programas
voltados para divulgação de horóscopo, perguntas e respostas que dão prêmios,
encontros amorosos, divulgação de emprego e informações sobre o trânsito. Dessa forma
é entendido mais como entretenimento, deixando um curto espaço para notícia e sempre
em um horário especifico. Hoje em dia conhecemos poucas rádios com a programação
voltada somente para a notícia, dentre elas a Rádio Justiça e a CBN, voltadas para noticia
do mundo todo e também divulga sobre os três poderes.
O rádio é um meio de comunicação que consegue alcançar dimensões geográficas
que nenhum outro meio de comunicação consegue, sua mensagem é transmitida de
maneira informal, o que facilita a comunicação com o receptor. Pelo fato de ter um custo
bem mais em conta, ele garante o acesso de famílias de baixa renda a informação e ao
entretenimento.
Ilustração 1
(300x158 pixels)
Fonte:(Internet)
Disponível em http://luiz-domingues.blogspot.com.br/2012/03/voz-dobrasil-vez-de-acabar-por-luiz.html. Acessado em 21/10/2013
Ilustração 2
(400x309 pixels)
Fonte:(Internet)
Disponivel em http://luiz-domingues.blogspot.com.br/2012/03/voz-dobrasil-vez-de-acabar-por-luiz.html. Acessado em 21/10/2013
.
Ilustração 3
(400x309 pixels)
Fonte:(Internet)
Disponível em http://www.radioefapi.com.br/faleconosco/departamento-comercial/. Acessado em 21/10/2013.
.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
JAMBEIRO, Othon. et al. Tempos de Vargas: o rádio e o controle da informação [online].
Salvador: EDUFBA, 2004. Disponível em: <http://books.scielo.org>. Acesso em: 13 out.
2013.
MOREIRA, Sônia Virgínia.O rádio no Brasil. Rio de Janeiro: Ed. Rio Fundo, 1989.
VARGAS, Getúlio. Discurso pronunciado no dia 01 de maio de 1951. Disponível em:
<http://www.biblioteca.presidencia.gov.br/ex-presidentes/getulio-vargas/discursos1/1951/07.pdf/view> Acesso em: 21 out. 2013
PORTAL BRASIL. A Voz do Brasil passa a ser transmitido também em vídeo pela
internet. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/ciencia-e-tecnologia/2012/08/a-voz-dobrasil-passa-a-ser-transmitido-tambem-pela-internet> Acesso em: 23 out.2013.
REVISTA EPOCA. A voz do Brasil: Um programa fora de sintonia. 03. Jul. 2010.
Disponível
em:
<http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI152378-15223,00-
A+VOZ+DO+BRASIL+UM+PROGRAMA+FORA+DE+SINTONIA.html>. Acesso em: 21
out.2013.
RADIOBRAS.
A
Voz
do
Brasil.
Historia.
Disponível
<http://stream.agenciabrasil.gov.br/estatico/radio_voz_do_brasil_historia.html>.
em:
Acesso
em: 21 out.2013.
CAMARA DOS DEPUTADOS. Programa surgiu em 1935, durante o governo de
Getúlio
Vargas.
20.ago.2010
Disponível
em:
<http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/COMUNICACAO/150145PROGRAMA-SURGIU-EM-1935,-DURANTE-O-GOVERNO-DE-GETULIO-VARGAS.html>
Acesso em: 23 out. 2013
WIKIPEDIA. A Voz do Brasil. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Voz_do_Brasil
> Acesso em: 17 nov. 2013
LISTA DE ILUSTRAÇÃO
Ilustração 1:
Fonte:(Internet). Blog do Luis Domingues. A voz do Brasil, a vez de acabar. Disponível
em:< http://www.radioefapi.com.br/fale-conosco/departamento-comercial/> . Acessado em
21/10/2013.
Ilustração 2:
Fonte:(Internet). Blog do Luis Domingues. A voz do Brasil, a vez de acabar. Disponível
em:< http://www.radioefapi.com.br/fale-conosco/departamento-comercial/>. Acessado em
21/10/2013.
Ilustração 3
Fonte:(Internet). Rádio EFAPI FM. Porque anunciar em radio? Disponível em:
<http://www.radioefapi.com.br/fale-conosco/departamento-comercial/>.
21.out.2013.
Acesso
em
A Hora do Pesadelo e a escalada da violência
Diego do Carmo Coelho, Henrique Oliveira da Rocha e Lucas Henrique da Cruz
“Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um
monstro. Quando se olha muito tempo para o abismo, o abismo olha para você”
Friedrich Nietzsche
O gênero terror é um dos mais antigos gêneros do cinema. No século XXI, o terror
retomou sua popularidade por meio da intensificação de cenas de tortura e mutilação,
chegando a ser chamado de porn torture. Filmes como Jogos Mortais (dirigido por James
Wan, 2004) e O Albergue (dirigido por Eli Roth, 2005) são exemplos de obras de violência
extrema que obtiveram sucesso.
O Terror contemporâneo corresponde a elementos que caracterizam nossa época,
como a perda de referenciais universais que norteiem nossas experiências e a
interioridade do sujeito sendo desfeita, afastando-o da materialidade de seu corpo.
Enquanto filmes de terror do começo do século XX apresentam conceitos binários de bem
e mal, normal e patológico, os filmes atuais passam a atenuá-los, quando não o desfazem
por completo (GARCIA, 2010).
Um subgênero conhecido dos filmes de terror é o slasher. Neste tipo de filme, em
geral, um psicopata masculino persegue e mata jovens com requintes de violência. O
destaque se dá para a perseguição e morte de mulheres e, no final, uma delas consegue
reagir e matar o agressor. Pinedo (1997) apud Garcia (2010), em sua pesquisa, aponta
que esse subgênero apresenta elementos antifeministas, como a crueldade com que são
tratadas as mulheres, e elementos feministas, como a sobrevivência heróica feminina, e
sua capacidade de se apresentar em um quadro diferente do que fora mostrada ao longo
do filme, “deslocando seu lugar de objeto para agente da ação que retalia.”
O presente trabalho pretende comparar as obras “A Hora do Pesadelo” (dirigida por
Wes Craven, 1984) e sua releitura de 2010, dirigida por Samuel Bayer. No filme,
pertencente ao subgênero slasher, Nancy Holbrooke é uma jovem que passa a ser
atormentada por pesadelos que deixam marcas na realidade. Ela e seu grupo de amigos
são perseguidos pelo vilão Freddy Krueger, um homem com rosto deformado por
queimaduras e que usa uma luva com dedos de facas, capaz de matá-los tanto nos
sonhos, como no mundo real. Ao final, após assistir a morte de seus companheiros,
Nancy consegue trazer Krueger para a realidade e derrotá-lo.
Figura icônica dos anos 80, Freddy Krueger é mostrado na versão original como
um vilão carismático e divertido. Krueger, com seu humor sádico, diverte-se ao perseguir
suas vítimas e mostrar a elas suas proezas sobrenaturais. Em um certo momento, Freddy
corta dedos de sua mão e se diverte com o ato, somente para impressionar Nancy. O
sorriso sarcástico e o carisma de Freddy foram elementos cruciais para o sucesso do
filme, que resultou em diversas continuações.
Falcão et al (2012) aponta que a década de 80 viu uma popularização do gênero
terror sem precedentes, tornando as histórias simples, com vilões unidimensionais cada
vez mais malvados e populares. O autor relaciona a mudança da linguagem do gênero ao
surgimento da MTV, emissora americana que veiculava clipes musicais. Os filmes
passaram a ser mais dinâmicos e funcionais para o público juvenil. Freddy Krueger falava
em praticamente todas as cenas em que aparecia, ganhando apelo junto ao público.
O humor, no entanto, não foi transposto para a releitura de 2010. Pretendendo se
levar a sério, o filme mostra o vilão simplesmente como um instrumento utilizado para as
cenas de mortes violentas. O realismo dessas cenas, por sinal, torna-se a marca dessa
releitura. Seguindo a tendência da última década de trazer uma violência graficamente
forte e impactante, a obra deixa de lado longas sequências de suspense para investir em
um maior número de perseguições e mortes.
Garcia (2010) relaciona o aumento da
violência no cinema à geração pós-11/09, chegando até mesmo a afirmar que o medo
suplanta a empatia, tornando-nos torturadores em potencial. No Brasil, percebe-se um
crescente aumento de episódios violentos, em paralelo ao aumento do consumo de
produtos culturais relacionados à violência (MONTORO, 2002).
Essa estética de violência é marcante no filme de 2010. Enquanto cremos estar
diante de representações perfeitas de corpos humanos dilacerados, no filme de 1984
percebemos claramente se tratar de protótipos humanos pouco similares à realidade,
como na cena em que vemos o corpo da mãe de Nancy ser sugado pela cama. O impacto
da violência dá lugar ao cômico, à medida que se afasta do verossímil. Para
CASTELLANO (2010), quando vemos uma cena de assassinato, conseguimos nos
afastar suficientemente para percebermos que nada de mal nos acontecerá. Em filmes
que não prezam pelo gráfico, como nos filmes trash, essa sensação é mais forte devido a
um afastamento abrupto da trama, gerando uma não identificação com os personagens, e
nos levando a uma forma de decodificação da mensagem que nos lembra de que aquilo
não deve ser levado a sério.
Outra característica marcante entre as duas versões pode ser observada no próprio
roteiro da trama. Na primeira versão a história de Krueger é apresentada sem maiores
detalhes, na qual a mãe de Nancy afirma que o homem foi morto após matar vinte
crianças da vizinhança. Já na versão de Samuel Bayer, Freddy é apresentado como uma
pessoa sádica, um pedófilo, sendo sua história reproduzida em cena e aproximando os
espectadores à violência referenciada nos dias atuais. A morte do vilão é recriada com
verossimilhança e mostra os pais das crianças que foram abusadas pelo homem
realizando justiça com as próprias mãos, de maneira cruel: queimando o criminoso vivo.
A violência representada na vingança dos pais, pelos meios escolhidos, gera
conforto na audiência, uma vez que a sensação de impunidade pela ineficácia dos meios
de repressão de segurança pública é suprida pela justiça social. Tal característica pode
desencadear comportamentos indesejáveis, posto que, assim como explicitado por Albert
Bandura (1965) apud Njaine e Minayo (2003), as pessoas imitam o que veem na tela ou
incorporam padrões de comportamento por ela propostos, em especial as crianças.
Pelo que foi abordado, conclui-se que as versões do filme “A hora do pesadelo”,
apesar de contarem a mesma história, adequam-se às necessidades da época em que
foram lançadas. A versão original era voltada ao público juvenil, principal foco do mercado
na década de 80, investe em um vilão carismático, engraçado e popular. Já a refilmagem
de 2010 segue a linha de violência gráfica explicitadas nos filmes de terror do século XXI,
reflexo de uma sociedade amedrontada pela crescente violência.
Fonte: Wes Craven, 1984
Fonte: Samuel Bayer, 2010
Referências bibliográficas:
CASTELLANO, Mayka. “Quem já riu de um filme de terror?”: distinção e
sociabilidade no consumo de cultura trash. In: XXXIII Congresso Brasileiro de
Ciências da Comunicação. Caxias do Sul, Rio Grande do Sul. 2010. Anais Eletrônicos.
Rio
Grande
do
Sul:
INTERCOM,
2010.
Disponível
em
<
http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2010/resumos/R5-1663-1.pdf>. Acesso em 15
out. 2013.
CUTTER, Jeff. Mulher morrendo. 2010. 1 frame de filme. In: A HORA do Pesadelo.
Produção de Michael Bay. Direção de Samuel Bayer. Estados Unidos: New Line Cinema,
2010. AVI, Ntsc, color.
FALCÃO, F. T. et al. Apontamentos sobre vilania nos filmes O Chamado (EUA) e
Ringu (Japão). In: XXXV Congresso Brasileiro de Ciência da Comunicação. Fortaleza,
Ceará. 2012. Anais Eletrônicos. Ceará: INTERCOM, 2012. Disponível em <
http://www.intercom.org.br/sis/2012/resumos/R7-1459-1.pdf>. Acesso em 15 out. 2013.
GARCIA, G. C. Corpo, violência e transgressão: os afetos degenerados no cinema
de terror contemporâneo. In: Fazendo gênero 9. Santa Catarina. Ago. 2010. Anais
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em:
<http://www.fazendogenero.ufsc.br/9/resources/anais/1278300343_ARQUIVO_Corpo_cid.
pdf>. Acesso em: 02 out. 2013.
HAITIKIN, Jacques. Mulher morrendo. 1984. 1 frame de filme. In: A HORA do Pesadelo.
Produção de Robert Shaye. Direção de Wes Craven. Estados Unidos: New Line Cinema,
1984. AVI, Ntsc, color.
MONTORO, Tânia. Sangue na tela: a representação da violência nos noticiários de
televisão no Brasil. In: MOTTA, Luiz Gonzaga (org). Imprensa e Poder. Brasília: Editora
Universidade de Brasília e Imprensa Oficial de São Paulo, 2002.
NIETZSCHE, Friedrich. Genealogia da moral. São Paulo. Ed. Schwarcz LTDA
(Companhia das Letras), 2004.
NJAINE, K e MINAYO, M. C. S. A violência na mídia como tema da área de saúde
pública: revisão da literatura. Ciência & Saúde Coletiva, 9(1):201-211, 2004.
ANEXO I
Tabela comparativa de versões da obra A HORA DO PESADELO.
1984 – Dirigida por Wes Craven
2010 – Dirigida por Samuel Bayer
Introdução - 00:00:01 - 00:05:51
Introdução - 00:00:01 - 00:09:21
Apresentação do vilão como em contos de
fábula; a história é introduzida sem o desejo
de criar proximidade ao mundo real; a
atmosfera de tensão dá espaço à imaginação
do espectador, sem acrescentar elementos
de violência realísticos.
Ambientação tensa; imersão do espectador
provocada pela composição de cena;
sonorização gera um clima de mistério;
crianças simbolizam a violência infantil atual;
sangue é trazido nos primeiros minutos da
trama agravando o contexto violento; uma
arma branca (faca) é utilizada como elemento
de aproximação da realidade do espectador;
uma morte acontece antes dos 10 minutos
iniciais do filme; o vilão possui personalidade
sádica e aborda sua vítima com mais
ferocidade e violência, sem apresentar
elementos caricatos.
Parte 2 - 00:05:51 - 00:18:31
Parte 2 - 00:09:21 - 00:17:56
Os personagens se reúnem na casa de
Nancy e conversam sobre seus sonhos e um
homem com garras; uma relação sexual
entre um dos casais é mostrada sem
detalhamento (somente gemidos); Tina ouve
um chamado vindo do lado de fora da casa e
se levanta para verificar; Nancy observa um
vulto saindo de sua parede sobre sua cama;
Tina é perseguida pelo vilão que se diverte
amedrontando a personagem; ele surge e
assusta a jovem com suas garras, enquanto
ri (o vilão não agride a personagem, somente
se diverte ao assustá-la); Freddy é mostrado
como um vilão caricato e brincalhão,
aproximando sua imagem à de um palhaço;
Tina é ferida pelo vilão com suas garras e
assassinada no teto do quarto (a vítima é
morta com um golpe fatal enquanto Rod a
observa no teto do quarto); Tina e Glen
encontram o corpo da amiga no chão, sem
vida.
O enterro de Dean é mostrado; Kris tem uma
visão de uma garotinha jogando flores no
túmulo de seu amigo com uma lesão em seu
peito; Freddy surge repentinamente e puxa a
perna de Kris, causando susto no
espectador; durante um diálogo, os
personagens se convencem prontamente que
o
assassinato
de
Dean
envolve
circunstâncias sobrenaturais; Nancy observa
um vulto saindo de sua parede sobre sua
cama - diferentemente da primeira versão do
filme, desta vez o vulto é mais rápido e chega
bem próximo ao corpo de Nancy; Nancy é
surpreendida por Freddy no sótão de sua
casa. Ele a derruba no chão, assustando-a, e
pergunta se ela se lembra dele. A voz do
vilão é distorcida e diabólica;
Parte 3 - 00:18:31 - 00:29:24
Parte 3 - 00:17:56 - 00:33:33
A investigação sobre o assassinato de Tina
inicia e Rod é tomado como principal
suspeito; O pai de Nancy captura o jovem,
prendendo-o preventivamente; Nancy luta
contra seu sono na sala de aula. Ela
adormece e tem um sonho no qual o cadáver
de Tina dentro de um saco com sangue
conversa com ela; Fred faz uma piada com
Kris luta contra seu sono na sala de aula. Ela
adormece e tem um sonho no qual Freddy a
persegue; O vilão a ameaça verbalmente.
Nesta versão Freddy possui maior número de
falas e demonstra-se mais agressivo; Kris
ouve um barulho fora de sua casa e encontra
seu cachorro ensanguentado e morto; A cena
em que Freddy mata Tina no quarto é
Nancy enquanto ela corre pelos corredores
da escola; Fred persegue Nancy em seu
sonho. Um clima de tensão e gerado em
meio à comicidade expressada pelo vilão,
que ri e se diverte amedrontando sua vítima.
recriada, dessa vez com Kris no lugar da
jovem. As agressões são ultra-realistas e
possuem um maior impacto violento. A jovem
é morta pelo vilão; Jesse é capturado pela
polícia e preso como principal suspeito.
Parte 4 - 00:29:24 - 00:47:30
Parte 4 - 00:33:33 - 00:48:40
Freddy ataca Nancy enquanto a jovem se
banha tentando afogá-la em uma banheira;
Nancy toma suplemento alimentar para se
manter acordada; Nancy pede a Glen para
vigiá-la adormecer para que ela persiga
Freddy. Ela observa o assassino indo atrás
de Rod na cadeia. A jovem tem uma visão na
qual Tina chama por seu nome e Freddy
surge, perseguindo-a. Ela é ataca pelo vilão,
porém seu relógio desperta acordando-a e
trazendo-a de volta à realidade; Freddy mata
Rod enforcando-o em sua cela. A cena é
rápida.
Jesse adormece em sua cela na prisão e
entra no mundo de Freddy. Ele foge e
encontra o cadáver de seus dois amigos que
foram assassinados. Freddy surge e
conversa com Jesse aterrorizando o jovem
psicologicamente. O vilão surge por trás do
jovem e perfura sua barriga com um golpe
súbito. A violência é agravada pela
quantidade de sangue e pelo desespero de
seu colega de cela ao observar o ocorrido.
Freddy aparece, em seguida, descrevendo o
funcionamento do corpo humano após a
parada cardíaca e afirma ainda ter mais seis
minutos para brincar com sua vítima.
Observa-se o sadismo do malfeitor; Em cena
subsequente, Quentin oferece medicamento
para Nancy se manter acordada; Na cena em
que Nancy é atacada por Freddy enquanto se
banha, a jovem não afoga, mas é abordada,
em seus sonhos, pelo malfeitor que afirma
que ela era sua preferida, lambendo sua
orelha. A cena sugere que houve pedofilia.
Parte 5 - 00:47:30 - 00:58:53
Parte 5 - 00:48:40 - 01:03:31
Nancy é levada a um hospital para uma
bateria de exames; ela é colocada para
dormir e traz o chapéu de Krueger para o
mundo real após um pesadelo; a mãe de
Nancy afirma para sua filha que Fred está
morto. Nancy se irrita por saber que sua mãe
conhece a verdadeira história envolvendo o
vilão de seus sonhos e discute com a mulher;
Posteriormente, a mulher afirma que Freddy
matou mais de 20 crianças na vizinhança,
sem fornecer maiores detalhes. Ela conta
que os pais das crianças se juntaram e
mataram o malfeitor, ateando fogo em seu
esconderijo;
Nancy desconfia que sua mãe esconde a
verdade sobre Freddy; a mãe da jovem conta
a história envolvendo o abuso sexual de
crianças por Krueger; intrigada, Nancy
começa a pesquisar o nome de todos os
jovens envolvidos no escândalo de pedofilia.
Na Internet, sites noticiam a recente morte
dos jovens; Quentin se distrai durante sua
aula de natação e é levado ao mundo de
Krueger, onde o jovem descobre que o
pedófilo foi queimado vivo pelos pais das
crianças que foram abusadas. A cena é
altamente realista e mostra o desespero do
vilão em chamas; na biblioteca, Nancy
observa outro jovem em um Vlog sendo
morto por Freddy; a cena da versão de 1984,
na qual Tina é vista por Nancy morta em um
saco plástico é recriada com Kris substituindo
Tina.
Parte 6 - 00:58:53 - 01:11:53
Parte 6 - 01:03:31 - 01:11:43
Nancy pede a Glen que a ajude a capturar Nancy sofre algumas pequenas alucinações
Freddy, trazendo-o para o mundo real; Nancy em que Freddy aparece; durante uma de
observa sua mãe com uma garrafa de bebida
alcoólica; ao atender ao telefone Nancy é
surpreendida por uma das brincadeiras de
Freddy, que a lambe através do aparelho; O
assassino agarra Glen em seus sonhos e o
puxa para dentro de sua cama. Uma enorme
quantidade de sangue é vista saindo de um
buraco da cama do jovem ao teto.
suas alucinações, Nancy consegue arrancar
um pedaço da roupa de Krueger e trazer para
a realidade. Durante o sonho, Fred corta o
braço de Nancy com suas garras; A jovem é
levada ao hospital; Quentin furta adrenalina
de hospital e injeta em sua perna para se
manter acordado.
Final - 01:11:53 - 01:29:08
Final - 01:11:43 - 01:31:20
Nancy prepara algumas armadilhas em sua
casa para capturar Freddy. A jovem
adormece e é transportada para um mundo
fantástico. Ela salta sobre Krueger e o traz
para o mundo real. Nancy utiliza suas
armadilhas para se proteger. Ela joga
combustível em Fred e ateia fogo. O vilão vai
atrás da mãe de Nancy, matando-o
queimado. O corpo da mulher é sugado por
sua cama e Freddy surge ameaçando Nancy.
Ela afirma que o vilão é somente um sonho e
não é real. Ele tenta atacá-la e desaparece.
Ao final da trama, Nancy acorda em sua
rotina normal, com seus amigos e familiares
vivos e se prepara para ir à escola. O carro
de Glen tranca os jovens, Nancy entra em
pânico e sua mãe é vista sendo atacada por
Krueger, deixando margem para uma
possível sequência ao filme.
Quentin e Nancy vão até a escola onde
Freddy supostamente abusava das crianças.
Quentin, assim como Nancy, apresenta
pequenas alucinações e imagina Krueger. No
esconderijo de Fred, Nancy se lembra de
flashes onde fora supostamente aliciada pelo
homem. Quentin encontra fotos de Nancy
nua quando criança, confirmando a teoria
sobre a pedofilia; Quentin e Nancy elaboram
um plano para matar Krueger, trazendo-o
para o mundo real. Fred encontra Quentin e o
agride contra canos, cortando seu peito com
um golpe; Freddy ameaça Nancy e mostra a
ela vários cadáveres. Ele surge na casa da
jovem e a persegue, ameaçando-a. A cena
final é longa e tensa, em que Fred tortura
psicologicamente a jovem. Há uma tensão
sexual sugerida por uma intenção de estupro;
Quentin injeta adrenalina em Nancy,
trazendo-a de volta para o mundo real,
juntamente com o vilão. Após uma luta entre
os mocinhos e o malfeitor, Nancy mutila a
mão de Krueger e desfere um golpe final em
seu pescoço, matando-o. Ela ateia fogo na
escola e salva Quentin; Nancy é mostrada
chegando em sua casa com sua mãe e a
mulher é morta por Fred que sai
abruptamente do espelho e desfere um golpe
ultra-realista nos olhos da mulher, matandoa. A cena deixa margem para uma possível
sequência ao filme.
Personagens centrais:
Personagens centrais:
GLEN - TINA - NANCY - ROD
DEAN - KRIS - NANCY - JESSE - QUENTIN
O Diálogo entre o romance Dom Casmurro e a microssérie Capitu.
Débora Damasceno Silva, Luara Soares Farias e Thomaz Siqueira de Araújo.
“Não consultes dicionários. Casmurro não está aqui no sentido que lhes dão, mas no que
lhe pôs o vulgo de homem calado e metido consigo [...]. Também não achei melhor título
para a minha narração; se não tiver outro daqui até ao fim do livro, vai este mesmo.”
Machado de Assis (Dom Casmurro)
Começando por introduzir o leitor num acaso de uma de suas noites que lhe rende a
alcunha de Dom Casmurro, o já idoso Bento Santiago vai nos conduzir por suas
memórias e tentar reviver o que viveu, quando se apaixonou por sua vizinha contrariando
as expectativas da mãe, que sempre o quis padre. Usando o leitor como respaldo,
isentando-se de certa culpa e transferindo para este a responsabilidade de preencher as
lacunas existentes no enredo. Construindo uma narrativa ambígua e que até hoje suscita
dúvidas acerca da fidelidade de Capitu. Houve de fato adultério? A análise que segue
pretende explorar o diálogo entre o romance Dom Casmurro e a microssérie Capitu. Essa
relação dialógica entre as duas obras se dá pelo fato da microssérie ser uma resposta
sofisticada ao romance, o dialogismo indica sempre uma relação com o outro (informação
verbal¹). O texto produziu uma compreensão responsiva ativa por parte do diretor Luiz
Fernando Carvalho para a obra de Machado de Assis, que nesse sentido dá espaço a
interpretações, sugestões e convida o leitor a preencher as lacunas deixadas pelo
protagonista Bento Santiago. Luiz Fernando Carvalho nega o rótulo de adaptação,
aproximação e diálogo lhe caem melhor. Um exemplo é o título Capitu em detrimento do
título original, algo instigado pelo próprio livro. Na configuração temporal, o romance foi
usado como elemento do passado e a microssérie como elemento da atualidade. Porém,
cabe ressaltar que os escritos Machadianos não apresentam constituição anacrônica e a
própria série serve para atestar a atemporalidade em questão.
Embora o livro tenha sido lançado no ano de 1889, ano de transição do Império para
a República, “Dom Casmurro” é ambientado no Segundo Reinado. A forma de governo é
a Monarquia, tem como capital o Rio de Janeiro e quem está à frente do Império é D.
Pedro II. À medida que o tempo transcorre o leitor é situado na narrativa. Os fatos
históricos não influenciam diretamente na narrativa. Capitu foi lançada no ano de 2008 em
comemoração ao centenário da morte de Machado de Assis.
¹ Informação obtida na aula de Literatura Estrangeira em Língua Vernácula, na Universidade de Brasília.
A metalinguagem, recurso pelo qual o narrador se dirige diversas vezes diretamente
ao leitor, usada no livro permite um clima nostálgico e persuasivo que envolve quem está
lendo. Vale destacar os diferentes tratamentos, desde amigo a desgraçado, passando por
leitor das minhas entranhas, indicando um nível maior de intimidade. A mudança do meio
produz mudança de recurso, que não deixa de ser análogo. Em Capitu houve a chamada
quebra da quarta parede, que é quando o autor faz alguma intervenção dirigindo-se à
plateia. A todo instante Dom Casmurro está a conversar com o espectador olhando para a
câmera. As lacunas do texto são reproduzidas como pausas dramáticas na televisão. No
entanto não há uma fidelidade absoluta porque a passagem de um meio puramente
escrito para a linguagem televisiva que tem efeitos sonoros, palavra escrita e falada e
imagens em movimento engloba outras possibilidades.
Há um contraponto interessante entre as duas obras. Enquanto Dom Casmurro é
situado como obra realista, Capitu se caracteriza justamente pelo não realismo de sua
estética e o diálogo com diferentes formas de arte. Embora haja as especificidades do
meio televisivo, ela é pautada na experimentação estética (PROENÇA,2010). O texto
literário permanece o mesmo nos dois meios, entretanto na série elementos da cultura
pop são misturados ao texto original. Nesse aspecto são de grande relevância o uso de
aparelhos contemporâneos de reprodução musical, colagens tanto na abertura quanto no
cenário, a tatuagem de Capitu, cenário atual justaposto a imagens de arquivo, elementos
cenográficos confeccionados em material reciclado, cenas no metrô e grafites na parede,
o próprio local onde foram feitas às gravações, um prédio abandonado no Rio de janeiro
transformado em espaço de ópera. A trilha sonora que mescla música erudita, clássicos
de musicais norte americanos, heavy metal, rap nacional, samba e o tema principal
Elephunt Gun da Banda Beirut que condiz perfeitamente com o caráter nostálgico da
narrativa. Traduzindo os versos primeiros têm-se “Se eu fosse jovem, eu fugiria desta
cidade. Eu enterraria meus sonhos embaixo da terra”, condizente com a vontade do
protagonista de retornar à juventude.
Outros campos artísticos conversam em Capitu. Primeiramente a ópera na própria
constituição do espaço, o teatro na expressão dos atores e no seu modo de interpretar
baseado no método de Bretch e a maquiagem de clown de Dom Casmurro. Todas
convergindo para apresentar uma obra de confecção singular e baseada na
experimentação estética.
Toda a linguagem poética presente em Capitu representa um caminho criativo para
a televisão, nos remete ao pensamento de Arlindo Machado (2005) de que é possível sim
fazer obras de qualidade para esse meio. A televisão sempre foi vista como um meio
inferior e seus produtos de qualidade duvidosa, Capitu em toda sua representação
artística refuta esse pensamento.
Mesmo o produto mais “difícil”, mais sofisticado e seletivo encontra sempre
na televisão um público de massa. A mais baixa audiência de televisão é,
ainda assim, uma audiência de várias centenas de milhares de telespectadores
e, portanto, muito superior á mais massiva audiência de qualquer outro meio,
equivalente à performance comercial de um best seller na área de literatura.
Essa é, talvez, a contribuição mais importante da televisão para a superação
Da incomoda equação “melhor repertório/menor audiência”: agora, mesmo a
Menor audiência é sempre a maior que um trabalho de alta qualidade poderia
Almejar. Esse simples fato já não justifica toda a televisão?(MACHADO,2005:30)
Por fim ao analisarmos o diálogo entre o romance Dom Casmurro e a microssérie
Capitu, nota-se que mesmo se tratando de meios diferentes alguns recursos tornam se
análogos. O que fomenta a possibilidade de Comunicação entre o meio literário e a
televisão, onde a literatura pode ser fonte inesgotável de inspiração artística.
Folha de rosto da primeira edição de Dom Casmurro, 2009. Fotografia.
Descrição do personagem no site oficial da série, 2010.
Referências bibliográficas:
ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. Rio de Janeiro: editorialSol90.
GUIMARÂES, Hélio de Seixas. Os leitores de Machado de Assis e o público de literatura no século 19.
São Paulo: Editora Universidade de São Paulo, 2004.
MACHADO, Arlindo. A televisão levada a sério. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2005.
PROENÇA, Danyella Neves e Silva. Arqueologia do invisível: Reflexões sobre o poético na obra de Luiz
Fernando Carvalho. Brasília: EdUNB , 2010.
COCA, Adriana Pierre. As subversões cronotópicas na microssérie Capitu. Revista Temática, Paraíba, Ano IX, n. 1,
jan. de 2013. Disponívelem:<http://www.insite.pro.br/2013/Janeiro/subversoes_cronotopicas_capitu.pdf>
Acesso em: 21 out. 2013
ENCONTRO DE LEITURA E LITERATURA DA UNEB. PIVA, Mairim Linck. Capitu, um olhar, muitos mundos. Uma
outra fruta dentro da casca. Disponível em: <http://www.elluneb.uneb.br/arquivos/palestras/palestra_mairim_linck.pdf>
Acesso em:21 out. 2013
EDIÇÃO princeps Dom Casmurro. 1 Fotografia, color.
Disponível em:< http://glamurama.uol.com.br/reliquia-19885/>
Acesso em: 29 nov. 2013
PERSONAGENS em fase adulta Capitu.
Disponível em:< http://capitu.globo.com/CDA_Seriado3/upload/DomCasmurro.html>
Acesso em: 29 nov. 2013
Chaves, os anos se passam e continuamos a sorrir
Fabiana Cristina, Fernanda Souza e Helize Soares
“Este personagem era o melhor exemplo de inocência e da ingenuidade próprias de um
garoto, e o mais provável é que essas características tenham gerado o grande carinho
que o público sentia por ele. O espectador desconhece o nome verdadeiro de Chaves,
assim como desconhece quem vive com ele na casa de número oito do cortiço.”.
Roberto Bolaños
Neste trabalho desenvolvemos uma pesquisa sobre o seriado chaves e o nosso
objetivo é expor as mudanças ocorridas de acordo com o tempo. Os elementos
correlacionados aqui são o chaves em forma de série e o chaves em aspecto de desenho.
Tudo começou com Roberto Bolaños, segundo a uma entrevista apresentada no
vídeo “História dos programas Chaves e Chapolin - Documentário de Rádio”, Chesperito
(que significa pequeno Shackespeare, apelido dado a Bolaños por um produtor,
Shackespeare pelo fato de achá-lo muito genial e pequeno por sua estatura), nascido em
21 de fevereiro de 1929, tentou ser boxeador e jogador de futebol, mas não teve sucesso,
formou-se em engenharia, mas nunca exerceu a profissão, porque na verdade o que ele
gostava mesmo era de escrever, então fez um teste para escritor em uma agência e
passou. Ao longo do tempo ele descobriu que era capaz de criar pequenas frases que
causavam impacto no público. Foi convidado para escrever o roteiro de um programa de
rádio, chamado de Viruta e Capulina. Os primeiros roteiros tiveram tanto sucesso que o
tempo de duração do programa aumentou. Logo após, um patrocinador da rádio levou o
programa para a televisão. Sua primeira atuação foi aos 29 anos, quando um ator faltou e
ele o substituiu, o programa era ao vivo e sem cortes, ele foi bastante elogiado e
incentivado a continuar na carreira de ator. Aos 36 dirigiu um programa por acidente.
Bolaños se tornou um dos roteiristas mais requisitados da época e chegou ao ponto de
escrever dois programas que disputavam o primeiro lugar em audiência. Mas ele
descobriu que gostava mesmo era de atuar. Mais tarde foi chamado pra o canal 8 do
México (Que hoje é a Televisa) e foram disponibilizados dois quadros para ele. Depois de
diversos programas criados em 1970 teve o seu primeiro sucesso El Chapolin Colorado,
um ano mais tarde surgiu o seu segundo sucesso El Chavo del Ocho (O Chaves) que já
está há mais de 40 anos no ar e em vários países, inclusive o Brasil. Em 1992 encerrou a
gravação dos programas, além de outro problemas por sua idade já avançada. “Ele já não
conseguia mais fazer os movimentos rápidos do Chapolin e nem as piruetas do Chaves”
(História dos programas Chaves e Chapolin - Documentário de Rádio). Em 2009 ele se
aposentou definitivamente.
A série conta a história de um menino pobre, cujo aparecimento e nome são
misteriosos, que se relaciona com vários moradores de uma vila e ele vive várias
aventuras e situações humoradas, além de ser humorado, o seriado também dá diversas
lições de vida e moral e muitos ensinamentos, um dos exemplos pode ser a frase “As
pessoas boas devem amar seus inimigos”, usada por Seu Madruga em um dos episódios.
O elenco principal é composto por Roberto Bolaños (Chaves), María Antonieta de
las Nieves (Chiquinha), Ramón Valdés (Seu Madruga), Florinda Meza (Dona Florinda),
Carlos Villagrán (Quico), Edgar Vivar (Seu Barriga), Rubén Aguirre (Professor Girafales),
Angelines Fernández (Dona Clotilde), Horácio Gómez (Godinez) e Raúl Padilla
(Jaiminho). O tipo de humor usado pode ser classificado como humor pastelão que
segundo o dicionário “Nossa Língua Portuguesa”, significa: “Tipo de humor escrachado
usado no entretenimento, muitas vezes, caracterizado como escárnio”, esse tipo de
humor é simples, debochado e ingênuo. A série em si, é simples, não só em seu humor,
mas também em questão de figurino e cenário. Pela simplicidade e limitações, ela acaba
ativando a nossa imaginação e nos prendendo a qualquer acontecimento que venha a
ocorrer.
Um dos episódios mais conhecidos é o “Vamos ao Cinema?” em que na versão
dublada é dito que eles assistiram o filme do pelé, só que na versão original é dito que
eles foram assistir o filme “El Chanfle”, filme dirigido por Enrique Segoviano e tendo como
elenco, o mesmo elenco de “El Chavo del Ocho”. “Neste filme de 1979, Chanfle (Roberto
Goméz Bolaños) trabalha em uma equipe de futebol e tem uma vida muito modesta,
comparada à de Valentino (Carlos Villagrán), estrela do time, que tem o contrato renovado
por mais dois anos por uma quantidade exagerada, quando ele ameaça ir para o Real
Madrid." (Filmow). Neste mesmo episódio eles vão ao cinema outra vez, mas dessa vez a
turma toda, Chaves ao não gostar do filme que esta assistindo, diz uma frase épica sendo
ela “Teria sido melhor ter ido ver o filme do pelé” em português, e “Hubiera sido mejor
haber ido a ver la Película, "El Chanfle"” em espanhol, sendo a tradução “Teria sido
melhor ter ido ver o filme “O Chanfle”” (Youtube). Chesperito já tentou ser jogador de
futebol, acredito que seja um grande amante do mesmo, por ver em vários episódios que
ele brica de ser jogador.
“Foi no dia 21 de outubro de 2006 que “El Chavo, La serie animada”, conhecido
também como “Chavo Animado”, que no Brasil foi chamado de “Chaves em desenho
Animado”, estreou no México e, logo em seguida, teve presença marcada no mundo e
passou a ser exibido pelos canais Cartoon Network e pelo Boomerang”. (Martínez, 2012).
Na série original, a linguagem foi desenvolvida para adultos e crianças, mas mais
para adultos, já no desenho é ao contrário, as crianças são o foco. As palavras e piadas
também são diferentes, não há o mesmo conteúdo, como antigamente. Essa nova
linguagem está mais próxima da atual linguagem usada no meio infantil.
Os episódios, também já não tem o mesmo teor nem enredo, eles apontam mais
para uma coisa pronta, algo que não precise de muito para imaginar o que aconteceu ou o
que acontecerá, um exemplo é quando na série o chaves imagina algo, mas nós
acabamos imaginando junto com ele, já no desenho quando ele imagina algo, aparece
exatamente o que ele imaginou, sem que nós precisássemos agir.
A série tinha muitas limitações, pois naquela época não havia como fazer tanto,
pois a tecnologia ainda era muito arcaica e mal desenvolvida. Já no desenho, vemos que
tudo é expandido, os personagens podem visitar novos cenários, pode se colocar mais
personagens na trama sem que precise da contratação de um novo ator, imaginações
podem ser mostradas literalmente como pensadas, os custos se tornaram menores e a
tecnologia fez com que tudo se tornasse mais explicito e de certa forma mais real, no
sentido de mostrar a realidade como foi pensada e fazer com que o espectador receba a
mensagem literalmente como a que queria ser transmitida.
Vemos que o programa passou por varias transformações, para se encaixar a
atualidade, o publico mudou e a época também. Na verdade isso acontece com muitas
séries para que não saiam do ar. A linguagem também é um ponto importante, pois
quando ela é atualizada, o publico se torna atualizado. Essas transformações são
necessárias, para que os meios de comunicação estejam sempre à frente. O seriado
Chaves faz sucesso até hoje, mais sucesso que o desenho e isso ainda é uma
curiosidade, pois mesmo passando gerações ainda assim, as pessoas estão se
interessando por esse tipo de humor, a série realmente se transformou em um clássico,
essa popularidade pode ser vista no vídeo América Celebra a Chespirito (YouTube).
Aqui, vemos que no desenho permanecem todos os personagens
originais, exceto Chiquinha.
Fonte: (Fotos turma do chaves - As Imagens)
Esta é a formação original dos personagens.
Fonte: (Desconhecido)
Bibliografia
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DESCONHECIDO. (s.d.). Fotos turma do chaves - As Imagens. Acesso em 18 de Novembro de
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FILMOW. (s.d.). El Chanfle | Filmow. Acesso em 18 de 11 de 2013, disponível em Filmow:
http://filmow.com/el-chanfle-t13830/
Fotos turma do chaves - As Imagens. (s.d.). Acesso em 18 de Novembro de 2013, disponível em As
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MARTINS, G. B. (s.d.). ▶ História dos programas Chaves e Chapolin - Documentário de Rádio YouTube. Acesso em 16 de Novembro de 2013, disponível em Youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=bOQ8FYV9YTc
ROSA, A., Costa, B. d., Carvalho, B. R., Yamada, F. H., Souza, F. L., Oliveira, F. L., et al. (Junho
de 2012). Chaves: Uma Minirrepresentação Da REALIDaDE Latino-Americana Monografias - Nandalopes1. Acesso em 16 de Novembro de 2013, disponível em Trabalhos
Feitos: http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Chaves-UmaMinirrepresenta%C3%A7%C3%A3o-Da-Realidade-Latino-Americana/339899.html
WIKIPÉDIA. (s.d.). El Chavo animado. Acesso em 23 de 10 de 2013, disponível em El Chavo
animado: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/El_Chavo_animado
WIKIPÉDIA. (s.d.). El Chavo del Ocho. Acesso em 23 de 10 de 2013, disponível em Wikipédia:
http://pt.wikipedia.org/wiki/El_Chavo_del_Ocho
Youtube. (s.d.). Acesso em 18 de Novembro de 2013, disponível em El Chanfle (1978) Completo
(Legendado) - YouTube: http://www.youtube.com/watch?v=ZfWWZ51YRYE
YouTube. (s.d.). Acesso em 18 de Novembro de 2013, disponível em ▶ América Celebra a
Chespirito - Completo - YouTube: http://www.youtube.com/watch?v=bUkJ_LElfOc
UNIVERSIDADE DE BRASILIA – UNB
FACULDADE DE COMUNICAÇÃO
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO À COMUNICAÇÃO
ALUNA: KEILA FLÁVIA DA ROCHA
MATRÍCULA 12/0056291
DISSERTAÇÃO:
A REPRESENTAÇÃO DO JUDEU NO CINEMA ALEMÃO DE 1927 ATÉ 2013
O cinema não é só um meio extremamente eficaz de se transmitir uma idéia, mas
também muitas vezes, é um espelho da sociedade e da época na qual foi produzido. O cinema
pode lançar mão de patriotismo, revolta, guerra, medo, emocionando , refletindo e
conduzindo uma sociedade. A exemplo disso podemos citar o cinema alemão à época da
campanha nazista. Os filmes nazistas mostravam o judeu como sujo, ardiloso, invejoso,
egoísta, imoral, ambicioso, vil, desonesto. Mas será que foi apenas com Hitler, na Segunda
Guerra que esta aversão ao judeu foi evidenciada? E Hoje? Como o judeu é representado no
cinema alemão? O holocausto é um assunto um tanto delicado na Alemanha. O Objetivo
deste texto é abordar a representação do judeu no cinema alemão, não restrito ao período da
Segunda Guerra, mas em período anterior, 1927 com o filme Metopolis de Fritz Lang,
passando pelo ápice do antissemitismo com o “Judeu Suss”(1940), Os Falsários (2007), A fita
Branca (2011) e por fim Hanna Arendt (2013).
O filme Metropolis, apesar de ter sido lançado em 1927, já mostrava sinais de aversão
ao judeu através do personagem Rotwang, um cientista sem escrúpulos, perturbado, amante
da magia negra, que tinha o objetivo de destruir a sociedade criada por “Joh Fredersen”
“Metropolis”. Para isso faz intrigas, causa revoltas e descontentamento tanto no lado rico da
cidade quanto no subterrâneo( pobres) e, por fim, a Metropolis declina. Em todas as portas
do cientista Rotwang estão impressas o pentagrama, fazendo alusão a Estrela de Davi, símbolo
judaico. Este filme foi dirigido por Fritz Lang, daí a maravilhosa fotografia da cidade futurista e
cenários. O Roteiro foi escrito por ele e sua esposa à época Thea Von Harbour , está
simpatizante do “nazismo” e antissemitismo. È interessante alertar que Fritz Lang era filho de
judia convertida e com o avanço das idéias nazistas, fugiu da Alemanha, enquanto sua esposa
permaneceu no país e auxiliou bastante a campanha nazista.
Em 1940 é lançado o Judeu Suss, dirigido por Veit Harlam
é o ápice do
antissemitismo e da propagando nazista. O filme narra as “artimanhas” do judeu Joseph Suss,
funcionário do Ministério da fazenda
conselheiro de Carlos Alexandre, Duque de
Wurttemberg. O protagonista é o judeu estereotipado, avarento e imoral, que promove a
imigração judaica no ducado, aumentando a inflação e levando o povo a ruina. Além claro, de
ter grande desejo por mulheres, tendo caso com a esposa do duque e posteriormente,
estuprou a “mocinha” do filme, Dorothea, na frente do marido, enquanto este era torturado.
Como consequência, Dorothea comete suicídio. Obviamente que no final da trama, este judeu
“paga” por seus crimes. Mas o importante è entender que aqui é escancarado que o vilão é o
judeu, ardiloso e imoral, que trai a confiança do duque, que se relaciona com várias mulheres
inclusive casadas, que estupra que conduz um reino a derrocada. Enquanto no filme de Fritz
Lang existe apenas uma alusão ao judaísmo, no Judeu Suss, existe uma definição de caráter,
uma justificativa para a desconfiança e para aversão ao povo judeu.
Com um salto de mais de sessenta anos, será abordado o filme “Os Falsários” de
Stefan Ruzowitzky Oscar de melhor filme estrangeiro. Neste filme o judeu Salomon, que era
falsificador é preso em campo de concentração e acaba por ajudar o III Reich na falsificação de
moeda estrangeira, visando abalar a economia dos países inimigos e ao mesmo tempo encher
os cofres alemães. Faz alusão à real “Operação BERNHARD” , que na época da II Guerra
contou com a participação de vários prisioneiros dos campos de concentração. Neste filme
obviamente o enfoque e a falsificação, nada referente ao quotidiano no campo de
concentração. A mensagem neste filme já mostra diferenças importantes. Existe um campo de
concentração, existe medo em permanecer no campo, não existe uma tentativa de justificar o
porquê de se exterminar judeus. O judeu aqui apesar de ser falsário, juntamente com seus
colegas, tem um lado humano, não esteriotipado, obviamente existe o desejo primário de
sobreviver e aluta para se alcançar este objetivo.
“A Fita Branca” (2011) Michael Haneke, conta o quotidiano de um grupo de crianças
em um aldeia alemã em 1913. Essas crianças são submetidas aos adultos, castigadas
austeramente, sem direitos, Porém essas crianças invertem a situação ao mesmo tempo
refletindo as atitudes dos adultos hostis. A mensagem deste filme é pesquisar a origem para a
frieza e crueldade e violência que culminaram na Guerra, na intolerância . Não se aborda aqui
vítimas do holocausto, judeus torturados ou estereótipos mas, o que levou a tudo isso qual foi
a causa da frieza e da intolerância tão visíveis na II Guerra e no antissemitismo.
“Hannah Arendt “ (2013), de Margareth Von Trotta, não aborda a história da filósofa
refugiada de campo de concentração da II Guerra. Mas a cobertura do julgamento em Israel
do nazista Adolf Eichmann em 1963 pela protagonista. A questão é que neste julgamento
Hannah Arendt se manifestou de certa forma “branda” , justificando seu posicionamento na
ignorância e falta de questionamento, conhecimento e discernimento e inteligência do
julgado. O identificou como um personagem menor, incapaz de questionar ordens ou agir com
ética e caráter.
A mensagem aqui é muito parecida com a mensagem do Filme “A Fita
Branca”, nos dois tenta se abordar uma semente para o mal, uma justificativa no sentido de
trauma, ignorância ou
burrice capaz de ter feito alguém cometer atrocidades sem
questionamento, sem identificação de limites, se certo ou errado. A figura aqui, não são
judeus, campos de concentração, mas o que levou os alemães a agirem desse modo na
Guerra II. Que forma levados pela irracionalidade ou confiança cega e inquestionável a um
superior e principalmente, a um Fuher que, praticamente era idolatrado.
Em resumo, a representação do judeu é bastante nula no cinema alemão, apesar das
atrocidades nos campos de concentração, observa-se não haver uma necessidade ou intenção
de retratação com o povo judeu . Simplesmente se evoluiu da intolerância para a necessidade
de justificar a mentalidade e também psique das pessoas que acabaram por tomar parte do
holocausto sem ter consciência real do ato.
METROPOLIS – FRITZ LANG (1927)
O JUDEU SUSS – VEIT HARLAM (1940)
OS FALSÁRIOS – ESTEFAN RUZOWIZTKY (2007)
A FITA BRANCA – MICHAEL HANEKE(2011)
HANNAH ARENDT – MARGARETH VON TROTA (2013)
Fantástico, o show da vida: o programa do domingo na televisão brasileira.
Cecília Moreira, Letícia Hubner e Priscila Sá
“Olhe bem, preste atenção. Nós temos mágicas para fazer. Assim é o Show da Vida, há
40 anos no ar.”
José Bonifácio
O produto da comunicação que será apresentado aqui é “Fantástico: o show da
vida”, um programa de televisão em forma de revista eletrônica. É exibido aos domingos,
na rede Globo, com duração de 2 horas, aproximadamente, e dividido em sete blocos. O
Fantástico é um painel dinâmico daquilo que se produz em uma emissora de televisão,
pois permite a experimentação de novas linguagens e formatos, além de transmitir humor,
documentários, jornalismo, denúncia, música, dramaturgia, ciência e outros.
Em 1973, dia 5 de agosto, estreava o programa ambicioso que prometia encantar
as famílias. As pautas escolhidas tinham que dar a ideia de espetáculo embutido, algo
para representar um verdadeiro show. Ainda sobre isso, tem-se:
“...o Fantástico, nesse sentido de espetáculo jornalístico, deve parte de sua
inspiração e referência à revista O Cruzeiro de Chatô, particularmente ao formato
das famosas reportagens ilustradas de Jean Mazon e David Nasser, que foram
parte substancial do estrondoso sucesso da revista nos anos de 1950“ (ROCHA e
AUCAR, 2011, p. 48).
O Fantástico foi criado por José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, “Boni” – diretor de
Operações da Rede Globo – e envolvia a participação de diversos setores da emissora e
diversos envolvidos, desde diretores jornalistas a produtores musicais. A intenção inicial
era substituir o programa jornalístico Só o amor constrói.
Algumas mudanças de apresentadores e direção ocorreram ao longo dos 40 anos
de Fantástico. Em 1988, Sérgio Chapelin foi substituído por William Borner e Valéria
Monteiro. A direção do programa, em 1993, foi substituída por Luiz Nascimento, que se
preocupou em transmitir mais humor e criatividade (Memória Globo, 1993). Em 1996,
Pedro Bial, Fátima Bernardes e Zeca Camargo passaram a apresentar o programa, porém
em 1997, Glória Maria assumiu o posto de Zeca. Patrícia Poeta também participou desse
grande revezamento, permaneceu 4 anos no programa, quando em dezembro de 2011,
assumiu o Jornal Nacional. Com esta ocasião, Renata Ceribelli assumiu o posto.
Atualmente, os apresentadores oficiais são Tadeu Schmidt e Renata Vasconcelos.
O Fantástico se tornou um dos programas familiares de maior público aos
domingos, além de deter um dos melhores índices da televisão brasileira. Ao longo dos
anos, muitas mudanças ocorreram, porém mantendo a mesma linha original da
programação, por exemplo, quadros foram criados e outros removidos.
O programa apresenta quadros que variam com assuntos como ciência, vida
cotidiana, humor, saúde, esportes, cultura, curiosidades, política, notícias recentes, entre
outros. Estes acabam após um determinado período, dando lugar a outros novos quadros
e assim sucessivamente. Apesar de serem constantemente trocados, mantêm a mesma
temática, para que continuem entretendo os diversos públicos.
As aberturas do programa merecem destaque. A primeira abertura começava com
um feto no útero materno, junto de um grande balé coreografado. Em 1977, por exemplo,
mostrava bailarinos em figurinos modernos dançando ao som de uma discoteca. Destacase aí, o visual sempre à frente da época que o programa procura passar aos
telespectadores. Porém, desde abril de 1995, as tradicionais aberturas foram substituídas
por vinhetas simples de 5 a 10 segundos. Em 2010, a vinheta passou a ter 30 segundos,
recebendo novas imagens. Percebe-se que, nos dias atuais há uma maior simplicidade e
rapidez na vinheta de entrada do programa, porém, com uma ótima produção estética.
Esta redução no tamanho das vinhetas de abertura do programa mostra como as
prioridades deste produto mudaram para atender as demandas da atualidade.
A ambientação do programa também merece destaque. Na época de sua estreia,
em 1973, grande parte do Fantástico era gravada em ambientes externos. Com a
introdução da cor, a partir de 1974, houve a necessidade de se dar mais atenção a
detalhes do cenário, que foi ficando mais amplo e com menos desenhos, além de receber
uma iluminação mais sofisticada. Em fevereiro de 2012, na edição de nº 2000, o cenário é
repleto de iluminação de cores e telas de vários tamanhos, um deles no piso. Com a
chegada do jornalismo em HD, o programa se tornou HD em sua maioria. Isto reforça
como o programa segue as renovações tecnológicas vigentes e as adapta à ele.
Apesar do Fantástico não apresentar conteúdo unicamente informativo, percebe-se
que busca manter alguns elementos que visam enfatizar sua linguagem jornalística.
Dentre esses elementos, encontra-se a preferência pela apresentação do conteúdo
informativo em formato reportagem (matéria completa, com cabeça, off, passagem,
sonoras e nota pé) e a busca pelo sentido de novidade alcançado por meio do
imediatismo e da exclusividade.
Além disso, as eventuais entradas ao vivo buscam trazer sentido de atualidade
para
as
reportagens.
Todavia,
misturando
informação,
entretenimento
e
encenações/dramatizações, e levando em conta as classificações mais comuns de
gêneros jornalísticos, percebe-se que o Fantástico não pode ser definido como programa
que adota fundamentalmente a linguagem jornalística. Apesar de não ser um telejornal ou
uma revista eletrônica de caráter exclusivamente informativo, o programa constitui um
espaço que também nos traz alguns fatos que despontam no cotidiano da sociedade
brasileira. As imagens capturadas para recompor a realidade apelam para o espetáculo e
para o sensacionalismo, como uma super produção de imagens de realidade.
É visível que o Fantástico cada vez mais pende para o entretenimento. As
encenações, quadros dramatizados das experiências humanas, quadros de reality
ganham mais espaço.
Cada vez mais o Fantástico quer agregar novos processos, ser inclusivo e, assim,
não perder o consumidor. Linguagens e quadros que priorizam a participação do
telespectador incrementam a programação a cada domingo. O modelo é de um
consumidor mais ativo e que ganha maior espaço no portal do programa e nos canais
propiciados pelas redes sociais e telefone. Alguns formatos partem de um consumo online e se consolidam com a exibição televisiva, como é o caso dos quadros O conciliador,
Bola cheia e Bola murcha e Menina Fantástica. Nos três exemplos, o telespectador entra
em contato com a produção do programa via internet e relata as suas histórias.
Assim, é preciso aguardar para saber como e se o Fantástico continuará sendo um
bom pretexto quanto uma tela adequada para os bens de consumo e se, nesse processo,
continuará sendo consumido, ele mesmo, nas próximas décadas.
Fonte: Hans Donner, 2013
Fonte: Hans Donner, 1973
Fonte: Globo, 2013
Fonte: Globo, 1998
Referências bibliográficas:
FERNANDES, E.; SANTOS, E. TV ESPETÁCULO – a estética indefinida da tecnocultura.
São Paulo, Brasil. Brazilian Journal of Marketing. São Paulo, v. 1, n. 1, 2007. Disponível
em:
< http://www.revistabrasileiramarketing.org/ojs-2.2.4/index.php/remark/article/view/39/49>
MORAES, H. Informação e espetáculo: análise dos gêneros jornalísticos exibidos no
programa Fantástico. Santa Catarina, Brasil. Unisul. Disponível em:
<http://www.cchla.ufrn.br/visiget/pgs/pt/anais/Artigos/Heloisa%20Juncklaus%20Preis%20
Moraes%20(UNISUL).pdf>
ROCHA, E; AUCAR, B. Fantástico, o show da vida: televisão, convergência e consumo.
Rio de Janeiro, Brasil. Revista de Comunicação, Cultura e Política. Rio de Janeiro, v.
11, n. 22, 2011. Disponível em:
<http://revistaalceu.com.pucrio.br/media/Artigo3%20Everardo%20Rocha%20e%20Bruna%20Aucar%20%20pp%2043-60.pdf>. Acesso em 16 out. 2013.
Referências da internet:
www.memoriaglobo.globo.com/programas
www.fantasticooshowdavida.blgspot.com.br
Universidade de Brasília
Matéria: Introdução a Comunicação
Professora: Juliana Mendes
Período: 2º semestre de 2013
Autores: Clara Maruska Almeida da Silva - 11/0112857
José Eduardo Cruz Vieira - 11/0032641
Vicente Gomes da Silva Neto - 11/0021126
Domingão do Faustão - Análise de sua Trajetória
O Domingão do Faustão foi ao ar em 26 de março de 1989, num domingo de
páscoa, tendo Fausto Silva como apresentador. O objetivo principal, na época, era de
frear a audiência do rival Programa do Sílvio Santos, que até então era líder de
audiência nos domingos. Foi concebido no molde tradicional de programas de auditório:
dançarinas, música ao vivo, interação com a plateia, etc.
Quando foi ao ar pela primeira vez, o cenário socioeconômico do Brasil era
extremamente diferente: hiperinflação iminente, fim recente da ditadura militar e
desigualdade social maior. Isso, somado a fatos como que não havia internet, nem
celular nem shopping centers abertos aos domingos fazia com que a disputa pelo horário
dos domingos fosse extremamente acirrada em meio às emissoras.
Após algum tempo, o Domingão disparou em audiência na frente do Programa
Silvio Santos, mas algum tempo depois enfrentou uma rivalidade acirrada com o
programa Domingo Legal, com Gugu Liberato. O Domingão, inclusive, chegou a ser
ultrapassado pelo rival em certos períodos de tempo. Os dois programas chegaram a
dividir, sozinhos, 60% de toda a audiência entre canais abertos na televisão brasileira.
No início dos anos 2000, outros fatores entraram em vigor, como o fato de que
outras emissoras começaram a transmitir esportes no mesmo horário, e como o
programa Pânico!, da RedeTV!. Faustão mencionou em entrevista à revista Veja que em
2001 passou por um período complicado. A queda de Ibope estava muito alta, havia um
embate muito forte com o programa de Gugu Liberato e consequentemente tiveram que
mudar a direção do programa para um grupo de jornalistas. Na mesma época, Faustão
menciona que o programa passou por momentos trágicos: o episódio com o deficiente
Rafael Santos, o Latininho, que foi exposto de uma maneira totalmente ignorante; o
quadro Sushi Erótico, em que as pessoas comiam sushi em uma modelo japonesa nua; e
por fim o episódio em que o cantor Belo, na época acusado por vários envolvimentos
com tráfico de drogas, que foi ao programa e foi defendido ferrenhamente pelo
apresentador.
Os episódios de sensacionalismo ferrenho ocorridos no programa foram
duramente rechaçados pela produção e alto escalão da Globo, sendo citados como
episódios de baixaria, que não se enquadravam no padrão Globo de Produção. De 2011
até hoje, o Domingão se estabilizou numa média de Ibope de 10 pontos. Em alguns
momentos, chegando a perder audiência para a Record e o SBT.
Na contemporaneidade, o Domingão do Faustão vem usando fórmulas de
sucesso no exterior para compor o programa. O quadro “Dança dos Famosos”, que
consiste em artistas renomados em uma competição de dança, é exatamente o mesmo
formato que o programa “Dancing With The Stars”, de sucesso nos Estados Unidos.
Esse formato foi por diversas vezes usados em variadas oportunidades, como a Dança
no Gelo, que foi o mesmo programa, mas as danças eram feitas com patinação e a
Dança com Crianças, onde os protagonistas eram as celebridades mirins.
Com o sucesso da Dança dos Famosos, criaram o Circo do Faustão que também
foi um reality show em forma de competição com famosos, mas, desta vez, eles faziam
atividades circenses ao invés de danças.
Características singulares do programa, é a forma que Fausto Silva se comunica,
tendo vários bordões consagrados (“Ô loco meu!”, “Esse(a) é o pai/mãe de fulana”,
“Que que isso, bicho”, “Olha o que essa anta fez”, “É brincadeira, bicho”, etc). Adota
por estrutura de linguagem uma que possa ter maior contato com seu público alvo são,
em sua maioria pessoas das classes C e D, então faz muito uso de gírias e modos de
linguagem, além de usar da ferramenta da agressividade na fala para com alguns de seus
entrevistados, algumas vezes deixando-os desconfortáveis. Outra coisa que já faz parte
do programa são as “vídeo-cassetadas”, com vídeos supostamente engraçados.
O que realmente faz parte do cotidiano do programa desde, é a presença de
famosos. O Arquivo Confidencial é o exemplo disso, nesse quadro uma celebridade
convidada é bombardeada por depoimentos e até pessoas presentes afim de emocionar o
famoso e revelar segredos pessoais cômicos ou nobres. Com um modelo parecido vem o
“De cara com a fera” e o “Divã do Faustão”. Também questionando, entrevistando ou
compartilhando com o famoso o que ele tem para dizer. Além desses quadros,
anualmente o Domingão do Faustão promove uma premiação dos melhores artistas nas
suas locações.
Mas nem tudo se baseia nos famosos. Um quadro que há tempos vem fazendo
muito sucesso é o “Se Vira nos 30”, em que pessoas comuns tem 30 segundos para
impressionar o público com qualquer habilidade que elas tenham, podendo ganhar 20
mil reais. Além deste, outro quadro com pessoas comuns também vem dando certo, é o
“Quem Chega Lá?”. Nele as pessoas têm 1 minuto e meio para fazer a plateia rir
bastante a ponto de ultrapassar certo volume em decibéis e, a cada vez que tal limite for
atingido, ele ganha 30 segundos. Quando completar-se 3 minutos, o competidor passa
de fase. O vencedor deste quadro ganha um lugar em algum programa humorístico da
TV Globo, o que atrai bastante audiência por esta ser a oportunidade de conhecer quem
está renovando à emissora, conhecendo-se então o potencial futuro famoso.
O programa busca renovar seu leque de quadros constantemente, a fim de
encontrar atrações que promovam mais audiência, baseiam-se em outros que são
sucesso no exterior. Mas em suma, a estrutura do programa é bem imutável, apesar de
haver uma sequência imensa de quadros que parecem se renovar. A verdade é que os
quadros são substituídos por outros, mas a ideia de todos são sempre as mesmas.
Populares fazendo algo incomum, famosos em situações adversas, se emocionando e/ou
rindo com o programa, além de promover novas celebridades. O que parece ser um
programa que muda bastante ao longo do tempo, pode-se dizer ser o mesmo há tantos e
tantos anos.
Quando foi ao 'Arquivo', a Rainha deitou no palco do programa (Foto: Domingão do Faustão / TV Globo - 1996)
Fausto Silva (Foto: Domingão do Faustão / TV Globo - 2001)
Dança dos famosos 2011 (Foto: Domingão do Faustão / TV Globo – 2011)
Premiação Melhores do Ano (Foto: Domingão do Faustão / TV Globo – 2013)
Bibliografia
Acessado em 23/10/2013:
http://www.ofuxico.com.br/noticias-sobre-famosos/gugu-lidera-e-bate-faustao-de-ponta
-a-ponta/2011/12/12-125432.html
Acessado em 23/10/2013:
www.estadao.com.br/arquivo/arteelazer/2001/not20011030p7974.htm
Acessado em 23/10/2013:
http://veja.abril.com.br/210508/p_124.shtml
Acessado em 23/10/2013:
http://gente.ig.com.br/faustao/
Acessado em 23/10/2013:
http://estatico.domingaodofaustao.globo.com/linhadotempo/
Acessado em 23/10/2013:
http://tvg.globo.com/programas/domingao-do-faustao/
Acessado em 23/10/2013:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Doming%C3%A3o_do_Faust%C3%A3o
Universidade de Brasília
Faculdade de Comunicação
Introdução a Comunicação
Abordagem de um telejornal esportivo: Globo Esporte.
Mateus Miranda de Oliveira Alves, Matheus Lopes Silva, Vittoria Fernandes de Oliveira.
“No esporte a comunicação televisiva esportiva, não representa apenas um meio de
comunicação, mas uma forma de acesso ao conhecimento sobre os esportes e suas
possibilidades”
Camile Luciane
Quando estreou, em 14 de agosto de 1978, o Globo Esporte comandado por Léo
Batista estava mais para um “telejornal de esportes” do que para um programa de
entretenimento. “Era apresentado da tradicional bancada, com textos lidos no teleprompter”1.
(OSELAME, 2010)
No mesmo ano outros fatos importantes e que merecem destaque ocorriam no Brasil.
"Geisel acaba com o AI­5, restaura o habeas­corpus e abre caminho para a volta da
democracia no Brasil” 2. Ocorre a Copa do Mundo de 1978 e a seleção brasileira acaba
ficando em terceiro lugar. O ano de 1978 também foi decisivo para a luta de classes no Brasil.
Em maio desse mesmo ano, "a greve da Scania iniciou uma onda de greves de metalúrgicos,
professores, bancários e trabalhadores da construção civil que convulsiona todo o país até a
derrota da grande greve dos metalúrgicos do ABC em 19803.
A democracia foi muito importante para que a mídia, e especificamente os telejornais
Teleprompter é o aparelho sobre o qual desfilam sincronizadamente, num rolo de papel ou numa tela, os
textos que são lidos pelo apresentador ou ator à frente da câmera. DICIONÁRIO AURÉLIO BETA
ONLINE. Significado De Teleprompter. Disponível em: <http://www.dicionario doaurelio.com/ Telep
rompter.html>. Acesso em: 16 nov. 2013.
2
DITADURA MILITAR NO BRASIL. Governo Geisel (1974­1979). Disponível em: <http://www.su a
pesquisa.com/ditadura/>. Acesso em: 20 out. 2013).
3
CERDEIRA, Bernardo. O movimento convergência socialista, as greves e as propostas do PS e do PT.
Disponível em:
<http://litci.org/especial/index.php/construcao/brasil/brasil­artigos/1915­o­movimento­convergencia­social
ista­as­greves­e­as­propostas­do­ps­e­do­pt#page>. Acesso em: 19 out. 2013.
1
pudessem ter liberdade de impressa, abaixo acompanharemos as mudanças observadas na
abertura do Globo Esporte:
•
"1978­81: Um desenho de um jogador de futebol aparece em linhas completadas por
quadrinhos pequenos, em outra cena aparece em feixes de luzes. O logotipo tinha uma
bola de futebol no centro, em que compõe o título. A trilha original tinha uma batida
de discoteca.
•
1981­95: Esta famosa abertura mostrava as cenas animadas, que ampliadas,
mostravam Boxe, Ginástica de argolas, Futebol, Remo, Vôlei, Natação, Tênis,
Basquete e Automobilismo. No final da abertura, um jogador chuta a bola ao fazer
uma transição para o logotipo do programa. A trilha passou a ser mais rápida, e
considerada a clássica da história do programa, passando posteriormente por novos
arranjos desde 2001.
•
Em 1981­86, a bola foi chutada para cima ao transferir para o logotipo que aparece
em um fundo preto, o título Globo com a fonte verde e Esporte aparece abaixo em
uma fonte branca.
•
Em 1986­89, em comparação a versão anterior no final da abertura, a bola foi
chutada para a tela ao transferir para o logotipo que foi alterada para o fundo verde.
•
Em 1990­92, Após a bola que foi chutada para a tela, o frame final foi cortado para a
logomarca da emissora na época surgia um zoom a menos ao completar a palavra
“Esporte” virado para direita.
•
Em 1992­95, com a estreia da logomarca na época, a mesma surgia virando para
frente com um zoom a menos ao formar a palavra “Esporte”.
•
1995­2001: Abertura mostra cenas de atletas cujas personalizadas em animação de
cores num fundo azul celeste e que depois surge os espectadores. A trilha permanece
a mesma desde 1981.
•
1995 ­ 1ª metade: Mostrou apenas o Futebol e a Ginástica Artística, no final, surge o
logotipo completo em que a logomarca da emissora agora em amplo, está junto com a
palavra Esporte de nova fonte em um fundo escuro;
•
1995 ­ 2ª metade: Após o Futebol, mostra o Boxe, o Voleibol, Salto e depois, a
Ginástica Artística. No final, surge apenas o logotipo da Globo e a parte de zoom a
menos é colocado a palavra Esporte.
•
1998­2001: O logo original da mesma vinheta foi substituído pelo o de simples. A
parte final da cena da Ginástica foi cortada ao exibir o logotipo em um fundo azul
claro, a palavra Globo voltou a ser adicionado no logotipo do programa.
•
2000­2001: Adicionado o Globo de Vidro.
•
2001­05: Nesta abertura, imagens variadas de esportes são mostradas em motion
blur (O Globo de vidro atravessava) e no fim, a logomarca surge em sombra de luz
para outra cor. Havia três versões da vinheta através de cores que aparecem no
logotipo, eram azul, marrom e verde. A trilha ganhou um arranjo moderno.
•
2005­08: Quase a mesma da anterior, mas compactando imagem por imagem, o
logotipo do programa surge ao cortar a cena e no fim, a logomarca surge também em
sombra de luz para outra cor, só que veio da parte de trás. Também conteve o
mesmo caminho da abertura anterior. A trilha moderna passou a ter uma versão
estendida.
•
2008­atual: Os atletas de esportes diferentes que surgem formados em linhas brancas,
aparecem em um fundo laranja com sombras de vários pentágonos atravessando
rapidamente, surgindo uma faixa durante cada cena. A trilha passou a ter uma batida
radicalizada. "4
Através da análise estética da abertura desse telejornal, fica evidente que a imagem
aliada ao som, torna a divulgação de notícias esportivas mais interessantes. Dessa forma, com
as mudanças tecnológicas e estruturais do modo de apresentação, foi possível que a televisão
como meio de comunicação se propagasse pelo Brasil inteiro, alcançando quase a totalidade
desse país.
Essa transformação na linguagem do Globo Esporte foi idealizada e vem sendo
concretizada pelo jornalista Tiago Leifert, e fez com que esse programa esportivo ganhasse
mais audiência, atraindo a atenção do telespectador. Tiago diz:
Jornalismo esportivo é uma coisa sem vida, sem emoção, sem paixão, isto está
4
GLOBO ESPORTE. Abertura do GE. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Globo_Esporte>.
Acesso em: 20 out. 2013.
na matéria do exame de doping, em uma briga de torcida. Mas o esporte é legal
porque ele diverte, ninguém assiste ao jogo do Corinthians para se informar,
assiste para se divertir, para torcer, xingar o juiz. O jornalismo no Globo
Esporte estava muito pesado, eu brinco que a gente estava numa rave usando
smoking. Hoje eu acho que é muito mais entretenimento do que informação,
ele tem um peso maior no programa. (LEIFERT, 2009, apud RANGEL, 2010,
apud OSELAME, 2010, p.2).
A televisão, por si só, já é um produto com alto potencial para a atração de pessoas,
e consequentemente para o comércio. Com ela, tem­se a imagem aliada ao som, que tornam a
divulgação de notícias esportivas mais interessantes. Dessa forma, com as mudanças
tecnológicas e estruturais do modo de apresentação, principalmente do Globo Esporte, foi
possível que esse meio de comunicação se propagasse pelo Brasil inteiro, alcançando quase a
totalidade desse país.
“Ela chega praticamente a todos os municípios brasileiros e está em 90% das
residências, segundo dados do IBGE. É a principal fonte de informação e diversão de uma
parte significativa dos brasileiros.” (BISTANE, 2005, apud SILVA, p. 2).
No início, o Globo Esporte era parecido com os outros telejornais, como Jornal
Nacional ou Bom Dia Brasil, nos quais os apresentadores tradicionalmente ficam sentados em
frente a uma bancada e liam os textos a serem apresentados. Porém, durante todos esses
anos, e principalmente de 2008 até hoje, com Tiago Leifert, o programa tem passado por
transformações tecnológicas e de forma de apresentação e interação do apresentador com o
público.
As roupas do apresentador na década de setenta eram bem formais, eram utilizados
camisa social e paletó, já hoje é destacada a informalidade através da camisa gola pólo e
calça jeans, isso trás um clima de proximidade com o espectador. O conteúdo do programa
também faz jus à aparência dos apresentadores, em setenta era transmita apenas a informação
a respeito dos jogos e competições, agora é tratada, além disso, da vida dos jogadores,
atletas, as relações formadas, o que acontece dentro e fora do cotidiano profissional.
O Globo Esporte é um telejornal que começou com a função principal de informar, e
que passou a ser mais de entretenimento. Isso perpassou tanto a maneira como se passa a
mensagem como a própria aparência do programa e de seus apresentadores.
Fonte: TV Globo, sem data.
Fonte: TV Globo, sem data.
Fonte: Dias, 2013.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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do PS e do PDT. Disponível em:
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produção da Informação­Entretenimento. In: Videre Futura, Ano I, Volume I. Publicado
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as ações e disposições dos agentes midiáticos a partir do programa Globo Esporte
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TV GLOBO. Evolução da vinheta do Globo Esporte.
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Acesso em: 22 out. 2013.
TV GLOBO. Léo Batista apresenta o Globo Esporte. Sem data. Frame de vídeo.
Disponível em:
<http://memoriaglobo.globo.com/programas/esporte/programas­esportivos/globo­esporte.htm
>. Acesso em: 22 out. 2013.
TV GLOBO. Tiago Leifert apresenta o Globo Esporte. Sem data. Bob Paulino.
Disponível em:
<http://memoriaglobo.globo.com/programas/esporte/programas­esportivos/globo­esporte.htm
>. Acesso em: 22 out. 2013.
GLOBO REPÓRTER: UM PROGRAMA EM DUAS PERSPECTIVAS
Bárbara Alves, Helena Umbelino, Tuane pontes
"Porque linguagem, não podemos esquecer, é política."
Eduardo Coutinho
O Globo Repórter é um programa jornalístico semanal apresentado por Sérgio
Chapelin e Glória Maria. Ele é produzido e exibido pela Rede Globo de maneira quase
ininterrupta desde 1973 e atualmente é transmitido às sextas-feiras à partir das 22h. O
Globo Repórter dá ênfase em matérias de longa duração, que geralmente não são
exibidas na grade tradicional de telejornais. As matérias têm aproximadamente 40
minutos, alternando trechos de 10 a 15 minutos de reportagens com falas do
apresentador (LOBATO, 2013). Inclusive, uma diferença importante entre os dois é a
edição final: no Globo Repórter, ela é feita de maneira mais cuidadosa do que as dos
jornais diários (apud PONTUAL, 1994, p.101). As matérias do programa se enquadram na
classe de grande reportagem (LOBATO, 2013), que segundo Kotscho (2000, P.71), tem
por base a análise de diferentes pontos de vista de um determinado assunto, com um
maior investimento financeiro e um trabalho de investigação mais profundo. Desde o
começo, a concepção do Globo Repórter é buscar a exploração, de forma mais
aprofundada, dos principais acontecimentos jornalísticos do mês.
Ao longo do trabalho será feita uma análise do desenvolvimento da linguagem,
estética e conteúdo do Globo Repórter, a partir de uma comparação do programa durante
a Ditadura Militar, vivida no Brasil entre as décadas de 60 e 80, e os dias atuais que são
marcados pela globalização.
A chegada dos militares ao poder, em 1964, inaugurou um período de
intensa repressão e violência no Brasil. Durante os 21 anos que se
seguiram ao golpe de Estado que derrubou o presidente João Goulart,
milhares de pessoas foram perseguidas e presas. Muitas delas tiveram
seus direitos políticos cassados e viram-se obrigadas a exilar-se no
exterior. Outras tantas foram torturadas e mortas. A vida política passou a
ser regida por dispositivos autoritários que cerceavam a liberdade,
censuravam os meios de comunição e concentravam o poder nas mãos do
governo militar. (SERIACOPI,2006, p.479)
Em 1973, o programa estreou fazendo parte da programação “Terça Global” e
abordava diversos temas como: eleições na Argentina, Uruguai e Chile, a revolta dos índios
Oglala Sioux, Emerson Fittipaldi e escolas de samba. (CONHEÇA A HISTÓRIA DO GLOBO
REPÓRTER, 2012)
Em 1982, o programa que era antes conduzido pela voz do narrador estático,
passa a contar com um repórter e um cinegrafista que dão vida às reportagens,
transmitindo aos espectadores a emoção vivida como testemunhas em relação ao tema
da matéria. Ocorreram também mudanças nas reportagens, que passaram a ter duração
de apenas 15 minutos e na tecnologia usada na edição e produção do programa que
passou a ser U-matic (formato de fita de vídeo analógico de gravação) e, posteriormente,
Betacam (família de formatos de videoteipes profissionais, que utilizam o mesmo tipo de
fita magnética). Com isso, o processo de gravação e edição das imagens ganhou
agilidade. Já em 1983, o Globo Repórter apresentou novas mudanças: o programa
passou a ser apresentado por Eliakim Araújo e foi dividido em quatro blocos, que
mesclavam informação com entretenimento. A partir de então, o programa passou a ter
formato de documentário cinematográfico e teve como base a falta de diretrizes estéticas.
(GLOBO REPÓRTER, Wikipédia)
O uso do som-direto (a utilização de gravações, por exemplo) foi uma grande e
contribuição para que fosse possível a apresentação de matérias censuráveis, sem que
os textos (somente o som off) fossem vetados pelos militares (LIMA, 2002). Enquanto o
regime militar exaltava a “União” acima das diferenças sociais, o Globo Repórter apresentou
uma diferente perspectiva que denunciava
as relações de mandonismo no campo, a
marginalização dos migrantes rurais nas grandes cidades e a violência do sistema capitalista.
(PALHA, 2013)
Conforme Eduardo Coutinho (2002) “havia dois tipos de repressão muito
marcantes: a política (relacionada diretamente aos temas) e a de linguagem (relacionada
a um emergente padrão visual da emissora).” Assim, foram as viagens e as descobertas
das paisagens brasileiras que possibilitaram uma liberdade criativa que fugisse do olhar
de censura dos militares.
Hoje, em meio à influência da globalização e da internet que promovem um alto
grau de interação e troca de informações de forma extremamente veloz, o programa teve
seu cenário reformulado, apresentando um ambiente mais interativo, com telões instalados
mostrando imagens do mundo diretamente para a tela dos espectadores (CONHEÇA A
HISTÓRIA DO GLOBO REPÓRTER, 2012). As matérias exibidas tratam de temas cotidianos
como saúde, bem estar e comportamento, violência, natureza e ecologia, mostrando os
diversos biomas brasileiros e a vida em locais distantes dos centros urbanos, além de temas
políticos que começam a ganhar importância aos poucos. A linguagem adotada pelo Globo
Repórter “se caracteriza como uma forma objetiva de transmitir os acontecimentos e também
uma maneira didática de informar” (BOBERG, 2012) e segundo Silvia Sayão (2006), “são
textos profundamente pesquisados, pensados para serem entendidos, de maneira que o
brasileiro possa assimilar com tranquilidade e segurança”. Sendo assim, os jornalistas criam
uma forma padrão de apresentar as informações ao público e para atingir seus espectadores,
os temas são apresentados através de uma linguagem simples, que às vezes beira a
coloquialidade, com o propósito de obter uma linguagem que aparente naturalidade.
(ALLOYSE,2008). Além disso, hoje em dia, o programa disponibiliza enquetes na página da
internet que permitem uma maior interação entre o público e o programa
Através dessa pequena linha do tempo, pode-se perceber as diversas mudanças
que ocorreram no Globo Repórter nessas duas épocas. Isso acontece porque foi
necessário que o programa se adaptasse a realidade da sociedade, procurando sempre
formas de atingir a população. Seja contornando a censura dos militares utilizando-se de
tecnologias e temas diversos, seja pela maior aproximação aos espectadores, valorizando
sua opinião, em meio à era digital e globalizada vivida hoje.
Montagem com logomarca da Rede Globo.
Fonte: <tiagosandes.blogspot.com>
Foto estúdio do Globo Repórter, 2011.
Fonte: <www.mundonovelas.com.br>
Referências bibliográficas:
SERIACOPI, Reinaldo. História: série Brasil. São Paulo: Editora ática, 2005.
KOTSCHO, Ricardo. A prática da reportagem. São Paulo: Editora ática, 2000.
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<http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/LinguaPortugu
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LOBATO, J. A. M. Memória, alteridade e a escrita da história no telejornalismo
brasileiro: o caso do Globo Repórter. In: ENCONTRO NACIONAL DE HISTÓRIA DA
MÍDIA, 9, 2013, Minas Gerais. Disponível em:
<http://www.ufrgs.br/alcar/encontros-
nacionais-1/9o-encontro-2013/artigos/gt-historiografia-da-midia/memoria-alteridade-e-aescrita-da-historia-no-telejornalismo-brasileiro-o-caso-do-globo-reporter>. Acesso em: 17
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RESENDE, A. C. de F. Globo Repórter: o discurso social escamoteado na ditadura e
cerceado na democracia. In: CONGRESSO NACIONAL DE HISTÓRIA DA MÍDIA, 5,
2007. Disponível em: < http://www.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/5o-encontro-20071>. Acessado em: 15 out. 2013.
PALHA, C. R. L. Telejornalismo e formação de consenso: o repórter , “o caçador de
marajás” e o dito “estado parasitário”. Uberlândia, 2013. Disponível em:
<www.seer.ufu.br/index.php/historiaperspectivas/article/.../23320/12839>
Conheça
a
história
do
Globo
Repórter
–
2012.
Disponível
<http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2010/04/conheca-historia-do-globoreporter.html>. Acesso em: 15 out. 2013.
Globo Repórter. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation,
2013. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Globo_Rep%C3%B3rter&oldid=37171652>.
Acesso em: 17 nov. 2013.
em:
A TV desconhecida: Globo Repórter/Globo Shell Especial- 2002. Disponível em:
<http://www.contracampo.com.br/39/tvdesconhecida.htm>. Acesso em: 17 nov. 2013.
NEGRÃO, C. Globo Repórter vai desvendar o paraíso gelado da Patagônia. 2011.
Disponível em: <www.mundonovelas.com.br>. Acesso em: 16 nov. 2013.
COSTA, T. S. Filhotes da ditadura, ventríloquos da família Marinho. 2010. Disponível
em: <tiagosandes.blogspot.com>. Acesso em: 16 nov. 2013
Jornal Nacional: os anos de chumbo e a situação atual
Amanda Viçosi, Isadora Pinho e Jéssica Maciel.
“O Jornal Nacional da Rede Globo, um serviço de notícias integrando o Brasil novo.”
Hilton Gomes
Introdução
O Jornal Nacional da Rede Globo estreou em 1° de setembro de 1969 e foi o
primeiro telejornal transmitido em rede nacional no Brasil. E desde sua fundação
acompanhou importantes fatos da história do Brasil e do mundo. Como os anos de
chumbo, período de censura e repressão por parte dos governantes.
Período de Ditadura Militar: Anos de Chumbo
No contexto político, o Jornal Nacional surge ao final do governo Costa e Silva e
início do governo Médici, período no qual o Brasil enfrenta os anos mais repressivos de
toda ditadura militar. Essencialmente após a assinatura, em 1968, do AI-5. Ato que
conferia ao presidente da república poderes, praticamente, ilimitados de repressão e
censura. Segundo o livro ”Jornal Nacional: A história faz história”, publicado pela Editora
Globo em 2006, a pressão sob os meios de comunicação era tão intensa que o telejornal
fora censurado em sua estreia. E exemplifica este argumento citando fatos que foram
proibidos ou limitados pelos militares de ser noticiados. Tal como o derrame do presidente
Costa e Silva que pode ser noticiado apenas após uma negociação entre a emissora e o
governo militar. E diz-se que por várias vezes o programa tivera que cobrir os
acontecimentos com “parcimônia” a mando estatal. Toda informação deveria passar pelo
filtro militar para que pudesse virar notícia, desde a epidemia de uma doença em SP à
queda de um policial em determinada localidade – como o próprio livro cita. Em resumo, a
obra destaca, no capítulo que se refere à cobertura nacional em Anos de Chumbo, os
desafios enfrentados pelo jornalismo no período e as consequências deste no seu
desenvolvimento, apontando as principais medidas da emissora para sua consolidação e
a importância deste como precursor do conceito de telejornal nacional até então
desconhecido no país.
No artigo “Sem Imagem, Sem Voz: O Telejornalismo Nos Tempos da Ditadura
Militar”, o autor revela que os anos de ditadura para o telejornalismo, que sofria a
transição entre a linguagem presente no rádio e a criação de sua própria linguagem, não
pôde evoluir. Passou por um momento de estagnação por conta do forte controle dos
meios de comunicação. Os próprios jornais restringiam-se a exibir reportagens
internacionais ou institucionais, pois temiam a ação militar contra os jornalistas, membros
de equipe e própria emissora. Aqueles que se conscientizaram do que de fato poderia
acontecer limitava-se a apresentar reportagens que faziam jus à imagem construída pelo
governo vigente na época.
O autor também apresenta o Jornal Nacional como contribuinte para tal construção.
A qual até mesmo Médici, presidente do período, afirmava ver no telejornal um país
maravilhoso. Afirmação, visivelmente, falsa. Enquanto o Brasil transformava-se em
décima potência mundial e a propaganda anunciava esse crescimento, mesclado a certo
ufanismo, a censura ocultava dos olhos e ouvidos da população a repressão, a tortura e a
morte. A mídia mascarava a realidade. E enfatiza o fato de que algumas emissoras não
se intimidavam com a situação, mas viam a possibilidade de se beneficiarem ao serem
condescendentes com o regime. Situação esta que, segundo o autor, esteve presente na
atuação do Jornal Nacional durante o período. Programa que contava com um “arsenal”
tecnológico para a distribuição de sinal. E, deste modo, proporcionara a integração de
todo o país por intermédio da TV, “aperfeiçoou tecnicamente o jornalismo diário, trouxe
uma nova dimensão do repórter de rua, criou os núcleos regionais de telejornalismo, deu
dimensão internacional com correspondentes próprios e formou os principais profissionais
do setor (TÁVOLA, 1977, p.104)”.
Em um dos capítulos de seu livro, Os Anos de Chumbo (jun/2006), o escritor
Arlindo Cruz descreve o papel exercido pelo jornalista Cid Moreira - apresentador do
jornal durante mais de dez anos - na construção de uma identidade e prestígio do
telejornal com maior destaque nacional até os dias atuais. Este cita o valor agregado ao
programa pela emissora ao telejornal, no caso Rede Globo, para diferenciá-lo do modelo
tradicional. Destaca a postura do jornalista que o reveste com uma credibilidade e
endossa a sua responsabilidade perante a profissão. Através de técnicas aplicadas pelo
próprio apresentador e o dinamismo do programa através da variação de ângulos.
É impossível não reconhecer a influência do Jornal Nacional diante da realidade brasileira
e as mudanças por ele provocadas no âmbito social. E o autor, Arlindo Cruz, afirma que
se ao JN deixasse de vir ao ar um único dia, deixando a tela em branco, sem
argumentações, isso causaria um desconforto social e tal pânico que, no dia seguinte,
atividades econômicas estariam ameaçadas de retração. E, contraditoriamente, a censura
imposta por regimes ditatoriais pode por vezes converter-se em “fissura subversiva” para
a manipulação de informação, principalmente através das ferramentas eletrônicas.
Mudanças após o regime militar e a situação atual
O período pós-regime militar exigia uma reestruturação dos telejornais, a
reestruturação dos jornais da rede Globo foi realizada por José Bonifácio Sobrinho, Boni,
que foi considerado o criador do “padrão Globo de qualidade”.
A maior mudança ocorrida, foi a desvinculação do noticiário com os patrocinadores,
foi criado então, os comerciais, espaço reservado para os patrocinadores. A TV Globo foi
responsável por unir imagem e texto de forma complementar, tornando o Jornal Nacional
mais atrativo aos telespectadores, além disso, a emissora estipulou um tempo e horários
determinados para cada programação, o que foi muito do agrado dos espectadores
porque eles podiam se programar para assistir aquilo que mais lhes agradava, também foi
inserido nessa programação diversos horários dos telejornais para que atingissem um
maior publico.
Ao contrário das mídias e redes utilizadas na internet, a televisão é um meio
informativo com uma via única, não permitindo, portanto, o debate imediato sobre o que é
transmitido, ou seja, o confronto de opiniões, condição necessária para a vivência da
democracia (Informar ou Determinar? - Liberdade de Imprensa, Propaganda Política e
Jornalismo Político, 2012).
Existe certa melhora nas imagens, o que ajuda a manipular as reportagens, a
melhora das imagens e o uso dos artifícios tecnológicos faz com que o jornal seja um
atrativo maior, assim como a rapidez como a informação é transmitida pelo mundo todo,
porem ainda hoje (mesmo com a lei da liberdade de imprensa) o governo tem um
pequeno poder sobre o que vai ser transmitido nas telas.
O Jornal Nacional é um modelo de telejornal, a audiência se manteve desde sua
criação até os dias atuais.
Fonte: Sebastião Azambuja, 1965
Fonte: Acervo Editora Globo, 1970.
Fonte: site Na TV, 2013
Referências bibliográficas:
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período de resistência ao autoritarismo militar (1968 – 1985), In: Porto Alegre- RS,
SULINA, Jun 2006.
Jô Soares
Diogo Diógenes Cintra Lopes
“A maior recompensa para o trabalho do homem não é o que ele ganha com isso, mas o que
ele se torna com isso” John Ruskin
O produto de comunicação estudado nesta produção acadêmica
consiste no trabalho de um dos maiores comunicadores deste país, em minha
opinião, José Eugênio Soares, conhecido, artisticamente, como Jô Soares.
Segundo Luiz C. Martino, comunicação consiste em um tipo de relação
intencional exercida sobre outrem, podendo ser definida como uma “ação em
comum”. Podemos dizer que o termo “comunicação” refere-se ao processo de
compartilhar um mesmo objeto de consciência, exprimindo a relação entre
consciências.
Pensando mais especificamente em nosso produto de comunicação (Jô
Soares e seus programas) a melhor definição acerca de comunicação seria a
que afirma ser a comunicação a “capacidade ou processo de trocas de
pensamentos, sentimento ou ideias ou informações através da fala, gestos,
imagens, seja de forma direta ou através de meios técnicos”. Ou seja, podemos
afirmar que Jô Soares, através de seu programa “Programa do Jô” e de outros
programas ao longo de sua carreira, consegue se comunicar e trocar
pensamentos
e
informações,
através
dele
e
de
seus
convidados
(entrevistados), utilizando a fala como principal forma de comunicação, mas
também utiliza de imagens e de um pouco de humor (marca de Jô Soares
através de sua história). Podemos destacar duas marcas do Programa do Jô,
atualmente: o humor inteligente e a qualidade e repertório das entrevistas. São
entrevistas produtivas e com alta carga informativa e cultural, além de haver
um repertório muito vasto, sendo inúmeros os tipos de pessoas convidadas,
com pensamentos e ideias bem distintas umas das outras.
Para analisar o período histórico do Programa do Jô, é interessante
lembrar a trajetória desse ícone do jornalismo brasileiro. Jô Soares iniciou na
vida artística no filme “O Homem do Sputnik”. Na televisão, começou
escrevendo textos de teleteatro e eventualmente atuando no programa “TV
Mistério”, da TV Rio. Tornou-se roteirista da TV Tupi. Em 1959, entrevistava e
fazia graça nos programas “Jô, o Repórter” e “Entrevistas Absurdas”, da TV
Continental, no Rio. Nesse mesmo ano, estreava no teatro, como o bispo de
“Auto da Compadecida”. Em 1960, foi para São Paulo, onde fez brilhante
carreira como redator de TV (Show a Dois; Três é Demais) e ator e humorista
(Cine Jô, La Revue Chic, Rifi-7, 7 Belo Show, Jô Show, Praça da Alegria,
Quadra de Ases), já revelando o seu lado humorístico, característica até hoje
demonstrada.
Nessa época, devemos destacar a atuação de Jô como entrevistador
internacional do Programa Silveira Sampaio em 1963 e 1964. Mesmo já
investindo no humor desde o início da carreira, foi só em 1967 que Jô
conquistou fama nacional com relação a esse ramo, interpretando o papel d
mordomo Gordon da Família Trapo, programa que também ajudava a escrever.
Na TV Globo, conquistou sucesso nos humorísticos “Faça o Humor, não faça a
guerra” (1970), “Satiricon” (1973), “O Planeta dos Homens” (1976) e “ Viva o
Gordo” (1981).
Os personagens mais marcantes foram: Bô Francineide, Gardelon,
irmão Carmelo, Norminha, Capitão Gay, dentre outros. Inúmeros de seus
bordões caíram na boca do povo: “tem pai que é cego”, “muy amigo”, “a
ignorância da juventude é um espanto”. Em 1973, Jô estreou o seu modelo de
programa nos moldes de seu atual programa (Programa do Jô), com
entrevistas, na sua nova casa, o Globo Gente. Ele foi retirado do ar, por
problemas de censura. Nos anos 80, quando já havia abertura política, a Globo
não aceitou o seu projeto, de programa de entrevista. Então, Silvio Santos
aproveitou e atraiu Jô para o SBT, com um salário recode. No SBT ele possuía
dois programas: “Jô – Onze e Meia”, um talk show e “Veja o Gordo”. Estreou
em 16 de agosto de 1988. Pouco tempo depois, Jô encerrou a carreira de
humorista, passando a se dedicar à imprensa, à música, ao teatro e à literatura.
Em 3 de abril de 2000, ele voltaria para a Globo, no Programa do Jô (até a
atualidade). O seu primeiro entrevistado foi Roberto Marinho, fundador da
emissora.
A carreira de Jô Soares foi destaque em vários jornais, incluindo o
periódico americano, “The New York Times”. Com o título de “O Showman do
renascimento brasileiro não pode ser contido num ‘talk show’”, Larry Rohter
discorre sobre a carreira do multitarefas Jô, lembrando o seu sucesso na TV
como comediante, durante a ditadura militar, e os “talk shows” que fez depois,
nos moldes americanos.
Podemos agora identificar as transformações ocorridas ao longo dos
programas apresentados por Jô Soares desde a década de 60 até os dias
atuais. Ficou claro que o comunicador e apresentador sempre teve um lado
humorístico. Também ficou claro que sempre foi o seu desejo apresentar um
programa estilo “talk show” (gênero de programa televisivo ou radialístico em
que uma pessoa ou um grupo de pessoas se junta e discute vários tópicos que
são sugeridos e moderados por um ou mais apresentadores). No fator humor,
ocorreram algumas modificações. Antigamente, o foco de Jô se dava com
relação ao humor. Hoje em dia não. A principal característica de seu programa
é o talk show, onde ele convida pessoas para discutirem questões sobre
inúmeros assuntos. E, dentro dessas entrevistas (e no intervalo delas) ele se
utiliza do humor, dando ao programa um ar descontraído e divertido. O seu
“estilo” de humor também mudou um pouco. Antigamente ele fazia um tipo de
humor mais caricaturado, mais escraxado. Hoje, ele utiliza um humor mais
espontâneo e mais elaborado (inteligente).
Uma característica que ainda permanece em seu programa é o fato de
Jô de fato participar de seu programa, como sempre fez, de forma a da ao
Programa do Jô a “cara” do apresentador. Antes, ele ajudava a escrever
diversos de seus programas e filmes. Hoje, ele ainda participa bastante da
estruturação e programação de seu programa. Com relação às entrevistas, não
mudou muita coisa, apenas o contexto histórico. Em cada época, a pauta de
discussões tinha relação ao momento histórico e aos assuntos discutidos em
cada momento. Na década de 60, porém, Jô não conseguiu realizar o seu
programa da forma como gostaria, pois estava em época de ditadura. E hoje,
ele já consegue discutir e refletir sobre tudo o que deseja e entende ser
pertinente. A diferença entre o seu programa no fim da década de 80 e década
de 90 para os dias atuais é que hoje ele utiliza de toda a sua liberdade para
realizar o programa da forma como deseja, sendo mais “corajoso” e
introduzindo ao programa tudo o que deseja.
A análise sobre o Programa do Jô e a trajetória de Jô Soares, nos
permite dizer que esse comunicador possui uma influência muito grande sobre
o jornalismo brasileiro e sobre a população. Desde sempre ele é reconhecido e
respeitado em seu meio. É respeitado e admirado tanto dentro como fora do
meio jornalístico.
Podemos dizer também que o seu programa consitui uma ferramenta de
qualidade dentro da televisão brasileira, por se identificar como um programa
cultural e informativo, onde há discussão e reflexão de ideias atuais, bem como
informações importantes e pertinentes a toda a população. Também constitui
em um programa que abrange toda a família, e abarca e interessa a pessoas
de diversas gerações.
oteatrodavida.blogspot.com
espelhodecultura.pt
jreporterdoaraguaia.com
Referências Bibliográficas
MARTINO, Luiz. De qual comunicação estamos falando. In: HOHLFELDT,
Antonio; MARTINO< Luiz; FRANÇA, Vera. Teorias da comunicação? Conceitos,
escolas e tendências. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011, p 11-25
http://pensador.uol.com.br/autor/jo_soares/biografia/
http://www.e-biografias.net/jo_soares/
O legado de Tron
Carol Duarte, Iury Rodrigues, Lucas Augusto
“Tudo que for visível deve crescer mais além de si mesmo e estender-se ao reino do
invisível ”
Dummont
Tron (Tron - Uma odisseia eletrônica no Brasil) é um filme produzido pela Walt
Disney Pictures em 1982. Estrelado por Jeff Bridges, conta a historia de um promissor
engenheiro de softwares pra videogames chamados Kevin Flynn, que trabalha numa
grande empresa a ENCOM. Ele é criador de vários programas, os quais foram roubados
por um colega de trabalho, Ed Dillinger. Flynn é demitido e abre seu próprio fliperama,
mas tenta invadir o servidor da empresa com um programa chamado CLU , buscando
evidencias de que os programas são de sua autoria . Durante uma de suas tentativas o
programa MCP (Master Control Program) detecta a sua presença, que desativa os
códigos de acesso de Flynn e de Alan Bradley, um funcionário da empresa. O MCP cria
autonomia e revela a Dillinger que predente dominar o mundo. Juntos Flynn, Bradley e a
Dra. Lora Baines, que trabalha num laser que transporta objetos reais para o meio virtual,
decidem invadir o prédio da ENCOM para ajudar Flynn. O MCP detecta Flynn e o
transporta para o meio virtual onde os programas competem em videogames como
gladiadores. Flynn, e os programas Ram e Tron tentam fugir de Sark, o programa de
Dillinger. Flynn e Tron destroem o MCP/Sark e salvam a Encom.
Tron: Legacy (O Legado) é a continuação do filme de 82 . Também produzida pela
Walt Disney Pictures, foi lançada em 2010. O filme começa com a notícia do
desaparecimento de Kevin Flynn, o presidente de uma grande empresa a ENCOM. Anos
mais tarde o filho de Flynn, Sam, invade a ENCOM e rouba um software que a empresa
iria lançar por um preço alto. Ele então o distribui livremente, como o seu pai inicialmente
pretendia. Sam se recusa a tomar posse na empresa e um dia ele recebe uma mensagem
de Alan Bradley, membro do conselho e amigo do seu pai. A mensagem diz pra ele ir o
velho fliperama. Lá ele encontra um escritório escondido e o laser controle o transporta
para o mundo virtual chamado a Grade. Sam encontra CLU, o programa que é o clone do
seu pai e que comanda a Grade. Ele é obrigado a lutar e é salvo por Quorra , a última dos
ISOS (Algoritmos Isomórficos) que são programas espontâneos e não são criados por
Usuários . Os ISOS foram aniquilados por CLU. Flynn e Tron tentaram lutar contra CLU,
mas este reprograma Tron, tornando-o um impiedoso jogador chamador Rinzler, forçando
Flynn a desaparecer para além da grade. Sam encontra o seu pai e juntos tentam levar o
disco de Flynn para o portal entre os mundos e tentam voltar para o mundo real. CLU tem
interesse de roubar o disco para conseguir ir ao mundo real e dominar o mundo, ele
consegue pegar o disco e descobre como fazer a passagem. Quando os três chegam
perto do portal, CLU surge com os soldados negros e uma batalha se inicia. Rinzler se
lembra de que luta pelos usuários e ajuda Flynn e os outros. Flynn troca de disco com
Quorra, e enquanto ele luta com CLU, ela tenta colocar o disco na portal junto com Sam.
Eles conseguem abrir a passagem, mas Flynn fica pra trás e é destruído junto com CLU.
Sam, já no mundo real, decide assumir o controle da empresa junto com Alan.
Na década de 1980, quando a filmagem do filme foi realizada, já havia mais de 1
milhão de computadores nos Estados Unidos. No entanto, o acesso à internet era restrito
às universidades, governo e órgãos militares. Aproximadamente 10 mil pessoas tinham
acesso à rede. Na mesma época, Bill Gates e Paul Allen começavam a desenvolver
sistemas
operacionais
de
melhor
qualidade
para
computadores.
No contexto em que foi lançado, o filme Tron foi considerado “tecnológico” por ser um dos
primeiros a utilizar efeitos de computação gráfica de forma ampla. No entanto, O Tron, foi
considerado um filme complexo demais para ser entendido naquela época, devido à
grande utilização de linguagens de programação, hackers, softwares, entre outros dados
profundos da informática, num mundo onde poucas pessoas tinham noção do que
significavam dados termos. Todavia, o fracasso de bilheterias se deu, também, por o filme
ter sido lançado em parelha ao grande clássico do cinema “ET- Extraterrestre”.
Hoje em dia, o filme seria melhor interpretado, já que houve uma grande repercussão dos
processos tecnológicos na sociedade, o que facilita o entendimento das cenas. Por isso,
as gravações e lançamentos dos filmes foram retomados.
No primeiro filme a computação gráfica é extremamente precária, embora tenha sido
um dois primeiros filmes a usar tal tecnologia de uma forma tão ampla e bem feita para o
padrões da época. O filme inicialmente foi concebido para ser uma animação, apenas
com poucas participações em live-action. Foi utilizado o live-action e a luz de fundo que
poderiam ser integrados com a computação gráfica, alcançando a imagem desejada. Mas
ao contrário do que se pensa, o filme contém apenas de quinze a vinte minutos de
animação propriamente dita , uma vez que a tecnologia que junta animação e live-action
não existia na época . A maioria das cenas, os efeitos visuais e as cenas de fundo foram
feitas com uma processo chamado de “Blacklit Animation” animação de luz de fundo, em
tradução livre) onde a luz é usada para criar animações . As cenas de live-action de
dentro do computador foram gravadas em preto e branco num estúdio completamente
preto. Foram imprimidas em um grande rolo de filme de auto contraste , depois foram
coloridas de uma forma que as deixassem
mais “ tecnológicas “. O segundo filme
começou a ser produzido em 2009. Numa era onde a computação gráfica é largamente
utilizada no cinema , como por exemplo o grande sucesso de 2009 , Avatar , que de certa
forma auxiliou a realização de Tron : O legado.Ao contrário do outro filme, esse possuía
uma tecnologia avançada ao seu favor. As cenas do mundo real foram gravadas de forma
convencional em 2D , enquanto as do mundo virtual foram gravadas em 3D. Essa decisão
foi tomada para levar o telespectador a outro nível, quando Sam entrasse no mundo
virtual , mais ou menos como foi feito no clássico de 1937, O Mágico de Oz , com as
cenas em preto e branco e as cenas coloridas . Foi usado o Fusion-Camera System que
foi desenvolvido pelo diretor de Avatar, James Cameron, consiste em um processo no
qual usa-se duas câmeras específicas para rastrear objetos independentes, simulando a
visão dos olhos humanos. O resultado desse tipo de filmagem é chamado de 3D
estereoscópio . Um impressionante efeito visual é a versão jovem de Jeff Bridges , já que
seu personagem CLU deveria se parecer com a imagem do ator enquanto era jovem ,
como visto no primeiro filme . Diferente do que é feito em outros filmes que usam efeitos
similares, o ator fez a atuação do personagem com uma mascara. Um dublê foi escolhido
para executar de novo esses movimentos e basicamente eles rejuvenescem o rosto do
ator e colocaram no corpo do dublê através de um programa de computador, coisa que
seria impossível de ser feita no primeiro filme. Outra mudança visível foi à distribuição em
home vídeo. Enquanto o primeiro filme foi distribuído somente em VHS, na época, o
segundo foi lançado em DVD e Blu-ray.
Tron é uma história multimídia. Por ser ambientado num mundo cibernético a historia
é contada em mídias diferentes e que se completam. Foi lançado um jogo eletrônico
chamado Tron 2.0, que é uma continuação do primeiro film. Com o anúncio do segundo
filme foi lançado um novo jogo eletrônico chamado Tron: Evolution . Esses dois
lançamentos são responsáveis por expandir esse mundo imaginário pra uma nova
plataforma, diretamente ligada a mitologia da série.Foi lançada também pela Marvel
Comics uma minisséries em duas partes chamada de Tron: Betrayal , que conta a história
que se passa entre o fim dos eventos do primeiro filme e vinte anos antes do inicio do
Legado . Uma nova forma de comunicação ajudou a contar mais um pedaço desta vasta
história, os quadrinhos. Tron: Uprising é a mais recente empreitada desse universo
fantástico. É uma história contada na forma de desenho animado, que é contemporânea
aos eventos do segundo filme. Outra plataforma então é utilizada, a televisão. Outro
aspecto que é importante citar é o a música. O Duo francês de musica eletrônica daft
Punk é responsável pela trilha sonora de Tron: Legado e até fazem uma pequena
participação no filme . Um terceiro filme já foi confirmado pela Walt Disney Pictures, até o
momento estando limitada ao roteiro.
A importância desse conceito multi midiático é imensurável. Quase como uma
paralelo a história vista no primeiro filme, a mitologia de Tron esta sempre em expansão e
sempre buscando novas tecnologias as quais repassam o que essa história tem a dizer .
Num mundo onde a informação viaja mais rápido do que nunca e plataformas ficam cada
vez mais obsoletas , é importante a busca por variação e novos meios de inovação . Tron
é uma história sobre o medo de se perder num mundo virtual e se esquecer de viver no
mundo real. É uma lição de como a ganância pode ser corrosiva para o ser humano.
Mas é também sobre amizade e família. Sobre ter valores passados de geração em
geração. Sobre tomar conta do legado dos seus antecessores. É uma série que retrata a
evolução não só tecnológica, mas também da relação humano-maquina e como isso pode
ser a ruína para alguns ou a glória pra outros. É um reflexo da sociedade durante três
décadas importantes na história humana, e como produto de comunicação é bastante
eficiente.
Referencias bibliográficas:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tron
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tron:_Legacy
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tron:_Betrayal
http://www.imdb.com/title/tt0084827/?ref_=ttpl_ql
http://www.imdb.com/title/tt1104001/?ref_=tt_rec_tt
http://tron.wikia.com/wiki/TRON:_Legacy
http://tron.wikia.com/wiki/TRON
http://gizmodo.com/5788628/exclusive-how-tron-starred-a-young-jeff-bridges
http://omelete.uol.com.br/tron-legacy/#.UmLhXnDvuCQ
http://omelete.uol.com.br/tron-legacy/cinema/tron-3-diretor-fala-da-trama-e-diz-que-criaranovos-elementos-visuais/#.UmLhbnDvuCQ
http://omelete.uol.com.br/tron-legacy/cinema/tron-3-bruce-boxleitner-diz-que-producao-donovo-filme-tera-inicio-em-2014/#.UmLhfXDvuCQ
http://www.groonk.net/blog/2011/01/mini-overload-of-tron-legacy-links-that-wouldnt-fitanywhere-else/
http://www.thecomicbooknerd.com/2010/10/19/old-versus-new-tron-posters/
Evolução dos programas de auditório: Análise comparativa do “Cassino do
Chacrinha” e do “Altas Horas”
Renan Maia Nunes, Kelly Drumond e Ágata Gabriela Teixeira
“Na televisão nada se cria, tudo se copia".
Chacrinha
Os programas de auditório tem sua origem no rádio e são característicos da cultura
televisiva brasileira. Este gênero televisivo é desenvolvido através de programas com uma
linguagem de apelo popular com a presença de uma plateia que interage com o
apresentador e com uma diversidade de atrações como música, brincadeiras, entrevistas
entre outras atrações, sendo este produto da comunicação fonte de entretenimento para a
maioria das famílias brasileiras aos finais de semana.
O “Cassino do Chacrinha” foi um programa de auditório da Rede Globo de
televisão exibido entre os anos de 1982 e 1988
com atrações musicais e show de
calouros, apresentado por Aberlado Barbosa, mais conhecido como Chacrinha o velho
guerreiro e dirigido por José Aurélio Barbosa. Exibido aos sábados e com duas horas de
duração este programa possuía alguns elementos como uma edição rápida, cameraman
aparecendo no vídeo, assistentes fantasiados, chuva de confete, plateia animada e
movimentação intensa de artistas e "chacretes" no palco.
Chacrinha, animava o público com seu gestual e seus bordões, além de
distribuição de bacalhau e abacaxi, este artista possuía uma grande capacidade de
improvisação e de comunicação popular, sua interação com a plateia era grande, muitos
queriam participar deste grupo que em sua maioria era composto por mulheres.
Segundo Boni “ele foi o pai do popular bem feito, era uma espécie de guardião da
comunicação de massas” (BARBOSA; RITO, 1996, p.76). Para Muniz Sodré, professor,
escritor e teórico, Chacrinha “foi um divisor de águas entre a televisão para o público e a
televisão com o público” (SODRÉ apud BARBOSA; RITO, 1996, p. 76).
O Altas Horas é um programa de auditório da mesma emissora do citado
anteriormente, exibidos nas madrugadas de sábado para domingo que surgiu no ano de
2000 . Apresentado por Serginho Groisman e dirigido pelo mesmo e por Maurício Arruda,
este produto da comunicação mistura entretenimento e jornalismo com presença de
atrações musicais, artistas, matérias especiais, entrevistas, e pautas que abordam
assuntos da contemporaneidade como arte, comportamento, sexo entre outros.
Possui uma plateia formada por adolescentes, que interagem com o apresentador
e as atrações, esta pode fazer uma pergunta diretamente para alguma das atrações ou
até mesmo tirar suas dúvidas sobre sexo com a sexóloga do programa. O “Altas Horas”
aposta na participação mais ativa e crítica do público, que está distribuído em uma arena
circular.
O contexto de produção destes dois programas é bem diferenciado, o “Cassino do
Chacrinha remete a um período em que a televisão ainda estava definindo um padrão de
linguagem e um estilo próprio, muito atrelado inicialmente ao rádio. O “Altas Horas” surge
em um período em que a televisão já está mais consolidada no Brasil, com uma
linguagem mais definida. Com o avanço das tecnologias da informação, em especial da
internet, os programas televisivos da contemporaneidade passam a ganhar uma maior
dinamicidade e complexidade tendo em vista que o acesso aos produtos de comunicação
e troca de informações é muito maior com o público, como se observa no “Altas Horas”.
Os dois programas mesmo tendo plateia, existem diferenças relevantes. Enquanto
no Cassino do Chacrinha o público era separado por uma barreira colorida, no altas horas
o público faz parte do cenário e fica relativamente próximo do convidados, fazendo com
que exista uma visível proximidade e o programa faz esse público aparecer e participar de
forma interagida e não vexatória.
Observa-se que no Altas Horas há uma linguagem mais culta em detrimento do
programa do Chacrinha que se utiliza de uma linguagem informal, por vezes até grotesca.
Talvez esse fato possa ser explicado pela diferença de publico, sendo que no Cassino do
Chacrinha, exibido aos sábados, era formado por amplos setores da sociedade,
principalmente as camadas mais populares e menos escolarizadas. Já no Altas horas o
publico é mais jovem e escolarizado, por se tratar de um programa exibido na madrugada
de sábado para domingo, momento em que a maioria da população teoricamente estaria
dormindo. No entanto, nota-se que de um modo geral houve uma mudança de paradigma,
pois com o passar dos anos o controle dos produtos de comunicação pelo Estado
aumentou, propiciando um policiamento das atrações como um todo o que diminuiu o uso
de linguagem considerada impróprias, preconceituosa e apelativa, embora ainda persista
este tipo linguajar, mas em menor numero e em horários exclusivos.
Quanto a estética, o Cassino do Chacrinha era mais chamativo com um cenário
com cores mais vibrantes, brilhosas e efusivas, mulheres dançando com poucas roupas,
figurinos extravagantes. No Altas horas verifica-se cenário menos denso, com cores mais
sóbrias e sem apelação sexual aparente. Embora exista um quadro, apenas de debate
(não visual) sobre sexo que aparentemente é focado mais na questão de saúde, mas
infere-se um tom de brincadeira que propicia algumas polêmicas.
O conteúdo da comunicação do Chacrinha era mais humorístico chegando ao
debochado, enquanto no Altas horas, percebe-se algo mais consciente e reflexivo, sem
perder o humor, mais focando suas discursões no publico que participa de maneira ativa,
ao contrario do Chacrinha em que a plateia era na maior parte das vezes passiva.
O nível de escolarização do público alvo dos programas televisivos faz os
programas da televisão brasileira terem uma cara mais popular ou mais elitista, porém o
que podemos ver nos dois programas é que a linguagem usada por seus apresentadores
e direção é a primeira escolha feita para definir que telespectador deseja alcançar, isso
porque os dois programas tem como atração, artistas em destaque na emissora e
cantores/bandas de sucesso.
Conclui-se após a análise do presente trabalho que as principais características do
gênero televisivo programas de auditório permaneceram inalteradas ao longo dos anos, a
presença da plateia, sua interação com o apresentador, a diversidade de atrações em um
só programa e a função principal de entreter, nada foi criado . As principais diferenças que
se observam são as características de linguagem, de conteúdo e estética, muito
relacionados ao contexto histórico de produção e ao público que se deseja atingir.
Fonte: Altas Horas, 2013
Fonte: Rego, Nelson di, 1984
Referências bibliográficas:
BARBOSA, Florinda; RITO, Lúcia. Quem não se comunica se Trumbica. São Paulo:
Globo, 1996.
FREIRE Filho, Joao; Herschmann, Micael organizadores. Novos rumos da cultura da
mídia: industrias, produtos, audiências - Mauad X, 2007
TORRES, Carmen L. C. Lopes .Programas de Auditório: Um Gênero Mostrando a
Resistência da Expressão Popular nos Meios de Comunicação de Massa. São Paulo.
USP
2004.
Disponível
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<http://www.portcom.intercom.org.br/pdfs/38987853589686536615516015929805656497.
pdf.>. Acesso em: 18 out.2013.
VITTO, Silmara; SPERB, Raphael Carlos; PAZ, Camila Candeia. O Uso da Imagem
Feminina nos Programas de Auditório: Do Chacrinha ao Pânico na TV!. Blumenau 2009.
X
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Disponível
<http://www.intercom.org.br/papers/regionais/sul2009/resumos/R16-0990-1.pdf>
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Memória
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Cassino
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Chacrinha
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Disponível
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http://memoriaglobo.globo.com/programas/entretenimento/auditorio-e-variedades/cassinodo-chacrinha/formato.htm> Acesso em: 16 out. 2013
Rede Globo- Altas Horas. Disponível em: < http://tvg.globo.com/programas/altas-horas/>
Acesso em: 16 out. 2013
A evolução dos filmes Resident Evil
Isabella de Oliveira, Juliane Dionisio e Tatyane Soares
“A única coisa que eu sei é: não seja mordido.”
Morgan (The Walking Dead)
O conceito apocalipse zumbi, nascido na década de 60, se tornou frequente em
filmes, seriados, livros e histórias em quadrinhos da atualidade. Mas, a popularidade
desse tema se deu com o lançamento do primeiro filme da saga Resident Evil, em 2002.
Possuindo cinco filmes longa-metragem já lançados, eles integram os gêneros de ficção
científica e terror.
Os filmes, que contam a história de como as pessoas se transformavam em zumbis
e como as que não se transformavam sobreviviam, foram baseados em um jogo de
videogame de mesmo nome. Contudo, a história do jogo nem sempre teve esse foco.
O tema inicial era bioterrorismo, os zumbis eram apenas resultado de um incidente
com armas biológicas. Como o público preferiu a temática zumbi, a Capcom
Entertainment, empresa responsável pela franquia, resolveu reformular a ideia original.
Com isso, o filme seguiu a mesma linha do jogo.
O primeiro filme, Resident Evil- O Hóspede Maldito, conta a história de Alice, vivida
pela atriz Milla Jovovich, que após acordar sem memória em um laboratório subterrâneo,
tenta sobreviver com a ajuda de uma equipe enviada para conter uma epidemia zumbi.
Nesse filme, os zumbis são lentos, a maquiagem não é muito elaborada e os
efeitos são condizentes com a tecnologia da época.
Nos dois filmes que se seguiram – Residente Evil, Apocalipse; Resident Evil, A
Extinção -, a história se desenvolve com Alice lutando contra a empresa que disseminou o
vírus e provocou a epidemia. Novamente, pela exigência do mercado, o filme começou a
ser integrado no gênero dos filmes de ação. Nessa época, os jogos desse gênero
estavam em grande ascensão.
Os zumbis se tornaram mais rápidos, a maquiagem estava mais elaborada e até o
figurino participou das mudanças para se adequar às tendências que estava nas
passarelas. Algumas dessas mudanças continuaram se seguindo nos filmes seguintes,
como o figurino e a maquiagem.
O quarto e o quinto filme da saga– Residente Evil, Recomeço; Resident Evil,
Retribuição -, trazem uma inovação que alterava a forma como os filmes eram exibidos
no cinema, a tecnologia 3D. Ela permite que além de visualizar a realidade em duas
dimensões, altura e largura, o cérebro humano veja também em profundidade ou, pelo
menos, tenha a ilusão de ver desta forma.
Para que essa tecnologia fosse inserida nos filmes, o processo de produção e o
roteiro tiveram que sofrer modificações. O roteiro deveria ser escrito de forma a privilegiar
as situações e cenários para serem mostrados em 3D, e o processo seria transformado
porque o filme não só seria exibido em 3D, como seria gravado com essa tecnologia.
Esse fato possibilitou que a saga fosse uma das pioneiras nesse tipo de avanço. O
objetivo com isso era fazer com que o espectador fosse imerso de forma completa no
universo do filme.
Outro tema que se tornou constante para divulgação da franquia foram os blogs de
internet. Esses possibilitaram que os espectadores pudessem se aproximar e fazer com
que a ideia da saga fosse entendida de uma melhor forma. Eles eram feitos por fãs que
que além de divulgar informações sobre a franquia, mostravam também o que fora
influenciado por ela.
O fato que chamava mais atenção, era como o tema interferia na realidade das
pessoas que já lançavam livros para ensinar à pessoas leigas como sobreviver no caso
da história de ficção se tornar verdadeira.
Foi nesse foco de mexer com a realidade que a própria empresa Capcom investiu
na ideia de divulgação do filme através da internet. Antes do lançamento do último filme, a
empresa, lançou um site como se fosse realmente a empresa responsável pelo incidente.
Durante a navegação, a transmissão era perdida e um vídeo de Alice incentivando as
pessoas que o estivessem vendo a lutarem a favor de sua causa era exibido. O realismo
adotado fez com que a saga conseguisse mais seguidores.
A reinvenção de sua história, estilo, posicionamento e público ratificou o que os
resultados dos filmes já indicavam, seguir o rumo que o mercado pede faz com que o
produto possa atingir o maior número de pessoas possíveis.
Todas as mudanças que foram realizadas durante os onze anos desde de que a
saga fora lançada demonstram que ela é uma franquia capaz de se adaptar as
transformações que esse gênero da comunicação vem sofrendo e capaz também de
adaptar seu público.
Foi esse público, que aumentava em cada filme e jogo lançado da saga, que
permitiu que a sequência do filme fosse confirmada. O sexto filme, previsto para o
segundo semestre de 2014, contará com mais efeitos especiais e utilização das mais
novas tecnologias. Não somente continuará a ser influenciado por fatores externos, mas
poderá continuar a influenciar jogos, livros e outros filmes do gênero.
Fonte: Mundo Drive, 2012.
Fonte: Yatay Chan, 2012.
Referências bibliográficas:
ALONGE, Wagner. Ágoras digitais: a emergência dos blogs no ciberespaço e suas
implicações na sociabilidade e cultura midiática. Anais I Congresso Anual da Associação
Brasileira de Pesquisadores de Comunicação e Política, Salvador, 2006.
CERALDI, André. A evolução e as mudanças da franquia Resident Evil. Disponível
em:
<http://residentevil.com.br/site/revil/artigos/a-evolucao-e-as-mudancas-da-franquiaresident-evil>. Acesso em: 23/10/2013 as 13:10.
CINE
POP.
Resident
Evil
4.
Disponível
<http://www.cinepop.com.br/especial/residentevil4recomeco_101.htm>.Acesso
em:
em:
23/10/2013 as 13:30.
INFO
ESCOLA.
Tecnologia
3D
nos
cinemas.
Disponível
em:
<http://www.infoescola.com/tecnologia/cinema-3d/>. Acesso em: 23/10/2013 as 16:00.
MUNDO
DRIVE.
Evolução
de
Alice.
Disponível
em:
<http://www.mundodrive.com/2012/08/evolucao-alice-milla-jovovich-resident-evil.html>.
Acesso em: 23/10/2013 as 14:00.
YATAY
CHAN.
Resident
Evilição.
Disponível
em:
<http://zombiefactsblog.blogspot.com/2011_08_07_archive.html> .Acesso em: 23/10/2013
as 13:30.
O desenvolvimento do gênero terror no cinema a partir do
Expressionismo
Pedro Hermano, Samantha Santos e Renata Caldeira
O cinema de terror, por seu caráter fantasioso e singular e sua
identidade visual única, instiga a imaginação e faz com que nos perguntemos:
“De onde é que surgiu tudo isso?”. Movidos por essa pergunta, procuramos
entender o que influenciou esse gênero cinematográfico e como ele se
desenvolveu, e encontramos respostas no expressionismo.
O expressionismo é um movimento de vanguarda que surgiu na
Alemanha, no período entre guerras do século XX, em meio ao horror
proporcionado pela Primeira Guerra Mundial e o medo de um próximo embate
catastrófico devido à crise mundial de longa duração. Motivados pela
expressão do irracional e dos sentimentos obscuros do ser humano, os artistas
adeptos ao expressionismo buscavam refletir seus suas emoções, de maneira
quase catártica, sempre mostrando uma distorção do real, o que é muito visível
na obra “O Grito”, de um dos grandes nomes do expressionismo, Edvard
Munch, onde a figura humana não apresenta suas características reais, mas se
contorce sob sua angústia e medo.
Figura 1 - O Grito (1893), de Edvard Munch. Fonte: Wikipédia.
O expressionismo não chega a ser um gênero de filme, mas é uma
estética que passou a ser encontrada em romances policiais, dramas, filmes
históricos e outros, sempre muito fantasioso, irreal. Similar à pintura, no cinema
de estética expressionista os cenários são retorcidos e deformados, a figura
humana não faz jus à realidade, há o uso indiscriminado e exagerado de luz e
sombra e há enfoque muito maior nas características psicológicas das
personagens, tudo isso criando uma atmosfera inquietante. Ou seja, deixa-se a
verossimilhança de lado para exaltar a expressão de emoções a partir da
distorção da realidade e subjetivismo.
O maior representante da estética expressionista no cinema é o filme “O
Gabinete do Doutor Caligari” (Das Kabinett des Doktor Caligari, 1920), dirigido
por Robert Wiene, que narra a história de um sonâmbulo, Cesare,
supostamente adormecido a 23 anos e capaz de prever acontecimentos, e seu
manipulador, o Doutor Caligari. Cesare é uma personagem bizarra, sempre em
preto, cabelo desconectado, maquiagem forte e exagerada, parecendo um ser
não social, perigoso, macabro. Os cenários possuem formas desproporcionais,
é filmado em ângulos irregulares, e a trilha sonora atribuiu às cenas tensão e
expectativa. E ainda mais por envolver assassinatos, esse filme é considerado
um dos primeiros do gênero terror.
Figura 2 - O Gabinete do Doutor Caligari (1920), de Robert Wiene. Fonte –
Blog O horror, o horror.
Apesar de ter tido dificuldades para se espalhar pelo resto do mundo
devido à censura do regime nazista a essa vanguarda por acreditarem que
aquela estética, além de possuir inferioridade artística, não representava os
valores, costumes e moral do povo alemão, o expressionismo chegou, depois
de algum tempo, a influenciar o cinema hollywoodiano. “O Gabinete do Doutor
Caligari” impressionou toda a geração e exerceu influência sobre cineastas de
outras partes de mundo, que, também com a maior facilidade que o
aprimoramento tecnológico proporcionava, logo começaram a adotar a estética
expressionista em todos seus aspectos. Exemplo disso é “Eduardo Mãos de
Tesoura” (Edward Scissorhands, 1990) do Tim Burton, que além de adotar a
estética expressionista, a atmosfera inquietante e medonha, o personagem
principal tem características similares as do Cesare.
Percebia-se que aquelas imagens inquietantes aguçavam a curiosidade
do indivíduo, criavam certo suspense e prendiam-no às cenas, causando uma
aflição instigante no espectador, as vezes chegado até a “aterroriza-lo”, e os
produtores e diretores começaram a explorar mais esses aspectos em suas
criações, desenvolvendo uma cultura de filmes de terror. Utilizando ainda muito
a estética expressionista na construção de personagens, mas procurando
atender a um público que demanda cada vez mais verossimilhança para
conseguir levar o filme a sério e tomar aquilo, mesmo que subconscientemente,
como realidade, os cineastas começam a dar mais ênfase ao suspense e o
medo em suas produções, abordando temas diversificados como espíritos,
vampiros, serial killers, zumbis, demônios entre outros.
Assim, é impossível negar a influência que a estética expressionista
exerceu sobre o que entendemos hoje como filmes de terror. Em tudo se
observa características expressionistas: na construção das personagens, no
design dos cenários, na trilha sonora e no enredo.
Referências bibliográficas
PROENÇA, Graça. História da Arte. São Paulo. Editora Ática. 2010.
KOBALL, Alexandre. Crítica: O Gabinete do Doutor Caligari. 2005. Disponível
em <http://www.cineplayers.com/critica.php?id=461>
Yesterday: Cinquenta E Oito Anos De Regravações
Joshua Emanuel Tenorio
"Se você não sabe para onde está indo, qualquer estrada o levará lá."
Lewis Carrol
Há poucas coisas que influenciam a cultura atual como a obra musical dos Beatles. As
ideias em letra, cifra e composição foram provadas pelo tempo, e depois de mais de cinquenta
anos, ainda são relevantes e amadas. O maior exemplo dessa obra é a canção Yesterday, a
mais regravada de todos os tempos (GUINNESS WORLD RECORDS, 2009). 1 Essa obra tem
gravações feitas por um grupo diverso de artistas ao longo das ultimas cinco décadas,
totalizando 2.200 gravações oficiais.
A obra Yesterday foi lançada em 1965 no álbum dos Beatles intitulado Help!. É
oficialmente reconhecido que a autoria da música Yesterday é de John Lennon e Paul
McCartney, integrantes dos Beatles. O álbum contou com a participação de todos do grupo:
John Lennon – Canto principal, de harmonia e de fundo, e instrumentos como o violão de aço
(de seis e doze cordas), guitarra e piano elétrico; Paul McCartney – Canto principal, de
harmonia e de fundo, e instrumentos como o violão de aço (de seis e doze cordas), guitarra,
contrabaixo e piano (elétrico e acústico); George Harrison – Canto principal, de harmonia e de
fundo, violão e guitarra; Ringo Starr – Bateria e diversos instrumentos de percussão, e cantor
principal na música Act Naturally (LEWISOHN, 1988).
A maior contribuição para essa obra foi do McCartney, reconhecido como gerador tanto
da melodia principal como da letra e o único do grupo a tocar na gravação final. A melodia
era uma composição sem letra por alguns meses, somente trabalhada em momentos de
intervalos nos ensaios e gravações. John Lennon em entrevista indicou o seguinte:
"A canção já existiu por meses e meses antes que nos a completamos. Todas as vezes que
nós nos juntamos para escrever musicas para uma sessão de gravação essa musica surgiria.
A gente quase terminou a musica, mas faltou o titulo dela. Paul escreveu quase tudo. Nos a
chamamos de Scrambled Eggs (ovos mexidos) e ela virou piada entre a gente. Nos
1
Na verdade, essa musica dos Beatles não é a mais gravada. Um exemplo de uma obra mais
gravada que essa canção é a composicao de Gershwin, Summertime, com 33.345 gravaçōes
conhecidas. Informações sobre essa obra colhidas e disponiveis no site http://www.summertimeconnection.nl,
Brasilia - 2013
acessado no dia 9 de outubro de 2013
2
entendemos que o titulo deveria ser de uma unica palavra, embora foi difícil encontrar a
palavra certa. Uma manha, Paul acordou e a musica e o titulo estavam lá, completos. Eu
fiquei triste ao pensar que terminou, foi fonte de diversão pra nos." (HAMMOND, 2001)
A contribuição maior para essa obra foi do McCartney, reconhecido como gerador tanto
da melodia principal como da letra e o único do grupo a tocar na gravação final. A melodia
era uma composição sem letra, somente trabalhada em momentos de intervalos nos ensaios e
gravações. Depois McCartney conseguiu terminar, e a gravação contou com a participação do
grupo no arranjo e na masterização.
A composição original tem características únicas. Ela tem duas partes que são diferentes
na melodia e no ritmo, que cria um senso de disjunção (EVERETT, 1999). A música foi
gravada iniciando na tonalidade de Fá maior (F Major) e depois entrando na tonalidade
relativa de Ré menor (D minor), tendo uma resolução anterior a cada secção da obra atrasada
pelo quinto do quinto acorde (Na tonalidade original da musica o quinto acorde é Dó (C)), que
significa que toca-se um Sol (G, um acorde fora da tonalidade de Fá), e Si bemol (B♭), para
resolver novamente em Fá. Essa é uma característica das composições feitas por LennonMcCartney, chamada por Pollack de gratificação atrasada porque cria a expectativa de
resolver a tensão sonora criada pelo uso de certas harmonias e antes dessa resolução esperada
insere-se um elemento harmônico fora da tonalidade esperada, variando e estendendo a tensão
harmônica existente.
Como já citado, há milhares de exemplos de gravações dessa música (Anexo II). A mais
recente foi uma versão gravada em estilo mashup (misto – misturando duas ou mais faixas
pré-gravadas) junto com duas outras musicas, Numb do grupo Linkin Park e Encore do artista
Jay-Z. Ela foi gravada no dia 8 de fevereiro de 2006, e trata-se de uma apresentação tripla dos
artistas originais das faixas em um arranjo misto.
O arranjo novo ocorre um intervalo
(intervalo da 2a menor, em Fá sustenido Menor (F#- )) mais aguda que a tonalidade original e
volta no momento da entrada do arranjo original de Yesterday.
A diferença entre a duas versões citadas esta tanto na forma e composição como no
contexto da criação de cada uma delas. A segunda parte do século XX foi marcada por
profundas transformações sociais, politicas, culturais e econômicas. A geração nascida antes
da década de sessenta junto com as gerações posteriores formaram uma sociedade disjunta
nas áreas em que essas transformações ocorreram. Alguns enxergam dentro da revolução
cultural ocorreu nesse período como um exemplo do pesadelo Jungiano, onde uma cultura
rígida não comportou o desejo para liberdade individual (BOOKER, 1970). Ate hoje, ha uma
Brasilia - 2013
3
profunda nostalgia social para um passado idealizado diante de tantas mudanças. Essa
saudade foi instrumental no sucesso da versão original da música Yesterday.
Na década de 1960,
diversos movimentos concretizaram-se de forma rápida e
expansiva. Dentro desses, havia o movimento dos direitos homossexuais, do contracultura
(drogas, musica etc.), direitos dos afrodescendentes americanos, direitos das mulheres (fig.1)
e dos estrangeiros surgiram como os mais marcantes. Um paralelo com o presente pode ser
feita com facilidade que esses movimentos, mesmo com conquistas significativas, não
venceram totalmente a resistência.
Figura 1 – Movimento Social – Direitos das mulheres (Década de 60)
Fonte: site: <http://sitemaker.umich.edu/lesbian.history/lesbian_feminism> Acesso:
9 de out. De 2013
Muitos dos problemas sociais de hoje são reflexões da década de sessenta. Esses
problemas existiram ao longo dos últimos cinquenta anos em níveis variáveis de intensidade e
maturidade, que pode ser outra razão do sucesso dessa obra. Nos EUA, a sociedade continua
fracionada em uma situação semelhante a década de 1960 (fig.2). Durante os últimos anos, a
disjunção social e nostalgia estadunidense foi refletida nas ideias da Yesterday. A ideia de que
o passado era melhor que o presente, que a sombra desse passado ideal assombra o presente é
uma ideia muito atrativa para os americanos.
Brasilia - 2013
4
Figura 2 – Movimento Social – Occupy Wall Street (OWL) - 2012
Fonte: site: <http://sitemaker.umich.edu/lesbian.history/lesbian_feminism> Acesso:
9 de out. De 2013
A nova versão da musica dos Beatles, que reuni as categorias de pop, rock e rap
funciona porque as três musicas usadas no arranjo mashup transmitem facetas desse
incomodo social. A desilusão, falta de sentido humano e sofrimento nas relações românticas
de hoje é a mensagem principal da musica Numb. Um louvor a força física e valentia,
apologia a justiça urbana diante da pobreza e desigualdade são o foco da musica Encore. Essa
imagem conjunta do presente mescla muito bem com o olhar ao passado e nostalgia da musica
Yesterday. O resultado é um arranjo musical que estende gerações e pontua as transformações
sociais, politicas, econômicas e culturais que ocorreram e ainda se desenvolvem no presente.
Brasilia - 2013
5
Bibliografia
BOOKER, C. The Neophiliacs: A Study of the Revolution in English Life In The Fifties and
Sixties. 1. ed. London: Gambit Incorporated, v. 1, 1970.
CARROL, L. "Lewis Carrol". Brainyquote.com, 2013. Disponivel em: <Web site:
http://www.brainyquote.com/quotes/quotes/l/lewiscarro165865.html >. Acesso em: 10
outubro 2013.
EVERETT, W. The Beatles as Musicians: Revolver through the Anthology. 2. ed. New
York: Oxford University Press, v. 1, 1999.
HAMMOND,
I.
Volume
5.
Soundscapes.info,
2001.
Disponivel
em:
<http://www.icce.rug.nl/~soundscapes/VOLUME05/Oldsweetsongs.shtml>. Acesso em: 9
outubro 2013.
LEWISOHN, M. The Beatles Recording Sessions. 1st edition. ed. New York: Harmony
Books, v. 1, 1988.
THE SUMMERTIME CONNECTION. Recordings of Summertime, the famous first aria of
Porgy & Bess by George Gershwin. The Summertime Collection, 2004. Disponivel em:
<http://www.summertime-connection.nl>. Acesso em: 09 Outubro 2013.
Brasilia - 2013
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Anexo I – Letra de Yesterday (Lennon-McCartney)
Yesterday
All my troubles seemed so far away
Now it looks as though they're here to
stay
Oh, I believe in yesterday
Suddenly
I'm not half the man I used to be
There's a shadow hanging over me
Oh, yesterday came suddenly
Why she had to go I don't know
She wouldn't say
I said something wrong now I long
For yesterday
Yesterday
Love was such an easy game to play
Now I need a place to hide away
Oh, I believe in yesterday
Why she had to go I don't know
She wouldn't say
I said something wrong now I long
For yesterday
Yesterday
Love was such an easy game to play
Now I need a place to hide away
Oh, I believe in yesterday
Ontem
Todos os meus problemas pareciam tão
distantes
Agora parece que eles vieram pra ficar
Oh, acredito no ontem
De repente
Não sou metade do homem que costumava
ser
Existe uma sombra pairando sobre mim
Oh, ontem veio de repente
Porque ela teve que ir eu não sei
Ela não diria
Eu disse algo errado agora eu espero
Pelo ontem
Ontem
O amor era um jogo fácil de se jogar
Agora preciso de um lugar pra me esconder
Oh, acredito no ontem
Porque ela teve de partir eu não sei
Ela não diria
Eu disse algo errado agora eu espero
Pelo ontem
Ontem
O amor era um jogo fácil de se jogar
Agora preciso de um lugar pra me esconder
Oh, acredito no ontem
Fonte: Letras.mus.br
<http://letras.mus.br/the-beatles/203/traducao.html> Acesso: 10 de Outubro de 2013 – com adaptações
Brasilia - 2013
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Anexo II – Amostra de algumas gravações feitas ao longo dos anos
ARTISTA
MÚSICA
ANO
Linkin Park
"Yesterday"
2006
"Yesterday"
2006
Eva Cassidy
"Yesterday"
2003
P. P. Arnold
"Yesterday"
2001
"Yesterday"
2000
Billy Dean
"Yesterday"
1995
Boyz II Men
"Yesterday"
1994
II
En Vogue
"Yesterday"
1992
Funky Divas
José Feliciano
"Yesterday"
1992
A Tribute To The Beatles
"Yesterday"
1991
Keep the Music Playing
King's Singers "Yesterday"
1986
Beatles' Collection
"Yesterday"
1981
Songs of The Beatles
"Yesterday"
1979
Hearin' Is Believin' [29]
David Essex
"Yesterday"
1976
The Dillards
"Yesterday"
1970
Copperfields
Elvis Presley
"Yesterday"
1970
On Stage
"Yesterday"
1969
The Versatile Impressions
Frank Sinatra
"Yesterday"
1969
My Way[30]
Val Doonican
"Yesterday"
1968
Val Doonican Rocks, But Gently
Barry
Manilow
Laurence
Juber
Shirley
Bassey
Sarah
Vaughan
Sammy
Davis, Jr.
The
Impressions
Brasilia - 2013
PUBLICAÇÃO
48th Grammy Awards (with JayZ and Paul McCartney)
The Greatest Songs of the Sixties
(UK version)
American Tune
The First Cut – The Immediate
Anthology
LJ Plays the Beatles
Come Together: America Salutes
The Beatles
All This and World War II
(Soundtrack)
8
ARTISTA
MÚSICA
ANO
PUBLICAÇÃO
The Miracles
"Yesterday"
1968
Special Occasion
"Yesterday"
1967
"Yesterday"
1967
"Yesterday"
1967
The Sandpipers
"Yesterday"
1966
A Beatles Songbook
"Yesterday"
1966
Lightly Latin
"Yesterday"
1966
album David and Jonathan
"Yesterday"
1966
John Denver Sings
"Yesterday"
1966
Cathy
Berberian
Ray Charles
The
Sandpipers
The Brothers
Four
Perry Como
David
and
Jonathan
John Denver
Smothers
Brothers
Beatles Arias,[7] released in the
US as Revolution
Ray Charles Invites You to
Listen
The Smothers Brothers Play It
Straight
Fonte: Wikipedia.org
<http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_cover_versions_of_the_Beatles_songs#References> Acesso: 10 de
Outubro de 2013 – com adaptações
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9
Cigarro e Bebida
Heineken: O paradigma de uma bebida que se tornou estilo de vida e status social.
Lucas Marinho, Natalia Rezende
“A cerveja prova que Deus nos ama, e nos quer felizes .”
Benjamin Franklin
A cervejaria Heineken surgiu em 1864 quando o jovem Gerard Adriaan
Heineken, com seus 22 anos comprou uma cervejaria em Amsterdã, com o intuito de
tornar sua cerveja referência entre os cavalheiros e homens de respeito da Holanda,
entretanto, no século XIX, a cerveja era uma bebida destinada prioritariamente aos
trabalhadores, com um sabor rústico e pouco atrativo.
Para reverter a atual situação da cerveja e sua visão, o jovem viajou a Europa em
busca dos melhores ingredientes e procedimentos para aperfeiçoar sua cerveja, seu
sabor e aroma, a fim de mudar a imagem associada entre trabalhadores e a bebida. Foi
durante essas viagens que o jovem, na Alemanha desvendou os segredos da
fermentação e juntamente com uma nova equipe formada por Wilhelm Feltman e o Dr.
Elion desenvolveram a nova fórmula da cerveja em 1886, a Heineken levedura A, receita
até hoje produzida, responsável pela modificação do sabor e melhoria da qualidade da
cerveja. Foi essa mudança a grande divisora de águas entre a cerveja rústica do
trabalhador para a cerveja mais leve e pura, com sabor mais agradável que seria alvo das
primeiras campanhas de Gerard Adriaan Heineken para mudar a imagem que a cerveja
tinha na Holanda, como pode ser visto na imagem 1.
O interesse de uma marca exclusiva de cavalheiros é amarrotada quando 1912,
quando o interesse pela marca cresceu no paladar dos cidadãos holandeses, fazendo
com que o foco da empresa mudasse para se tornar competitiva frente às concorrentes
holandesas. O objetivo da marca era proporcionar ao consumidor a qualidade inigualável
da cerveja a um preço acessível. O objetivo principal era associar a cerveja Heineken a
algo único e inovador, com sabor e qualidade incomparáveis, o fizeram primeiramente em
1928 com a propaganda nos jogos olímpicos de Amsterdã, escrevendo o nome da marca
no céu. Um ano depois suas garrafas se reinventaram e passaram a ser produzidas em
vidro (Imagem 2), uma revolução moderna que cativou os jovens e foi alvo de
propagandas. Mas a introdução da garrafa não foi suficiente, o objetivo da comunicação
marca/cliente era a associação direta da cerveja Heineken como algo diferencial, único no
mercado, em questão de sabor e inovação.
O alvo foi novamente a garrafa, não bastava ser de vidro, tinha que ser única para
promover a assimilação imediata do consumidor com a marca e tudo o que ela buscava
proporcionar: Um estilo de vida pautado na qualidade e na experiência única de beber
uma cerveja igualmente única. O fizeram com a coloração da garrafa, verde (Imagem 2),
cor característica da marca que cumpriu o papel da assimilação da garrafa com o que ela
proporcionaria com maestria.
É a novo forma de comunicação com os clientes, prezando pela qualidade e
exclusividade que a Heineken começa a expandir uma nova visão, trazer a marca não só
para o paladar e consumo dos clientes, mas virar um estilo de vida. Há então, a
introdução da propaganda da marca como um estilo de vida, um modo de viver e não
apenas tomar cerveja. Atualmente, é uma marca da Heineken fazer propagandas repletas
de amigos em momentos de alegria e reunião, primando pelo apelo da cerveja com
amizade, alegria e estilo de vida pautado na interação e felicidade proporcionada pela
reunião em volta da cerveja. O apelo ao estilo de vida Heineken não se encontra somente
em propagandas televisivas, a Cervejaria lançou, em 2007, o Heineken bar, um projeto
audacioso que inclui como pauta principal exatamente um ambiente de integração em
volta da experiência de beber a cerveja, o ambiente do bar, como visto na imagem 3,
proporciona a interação, mesas e cadeiras postas de modo a promover o diálogo
enquanto são transmitidos filmes e eventos esportivos de grande atratividade para o
público. Outro investimento no “modo de vida Heineken” foi a concepção da Loja
Heineken (imagem 4), um ambiente planejado para proporcionar uma experiência da
compra não só da cerveja, mas de um estilo de vida voltado para o que a cerveja busca
representar em roupas e em entradas de eventos patrocinados. O estreitamento com o
cliente é imediato, com o bar, loja e até um museu (imagem 5), a experiência de beber
torna-se algo maior, o cliente passa a ser um membro de um clube, representante de um
espírito voltado para a interação e alegria proporcionado pela abertura de uma garrafa
Heineken.
O ponto alto do marketing e propaganda da empresa com o consumidor
consolidou-se há dois anos atrás com o comercial
“The Entrance” (imagem 6), que
apresentaria ao mundo o slogan da marca utilizado até hoje: “Open your world” (abra seu
mundo). Uma forma de convidar o cliente a sair da sua zona de conforto como mero
consumidor e se aventurar em diferentes meios e pessoas para experimentar e
redescobrir um mundo de possibilidades, tudo isso proporcionado, no final das contas e
do comercial por uma garrafa Heineken. O “Open your world”, foi recentemente mais
elaborado para o comercial “The Voyage” (Imagem 7), onde um aventureiro experimenta
outras culturas e povos, proporcionando a ele experiências nunca imaginadas, novamente
a propulsora disso tudo é a Heineken.
O objetivo final dessas propagandas é um só, abrir a mente dos clientes para a
experimentação de algo novo e exclusivo, não só da cerveja, mas do seu estilo de vida
que a cerveja proporciona, algo novo e revolucionário que irá expandir a mente e as
experiências de seus consumidores, seja em frente a TV com seus amigos, no bar
exclusivo ou usando uma camisa da marca. Algo bem diferente do imaginado por seu
fundador, a cerveja passou de algo exclusivo para os senhores de bem para se tornar
algo extremamente popular no mundo, mas mantendo a exclusividade, a exclusividade de
um clube Heineken, caracterizada pela boa relação com a marca e seus colegas que
degustam da mesma. O ato de beber uma Heineken passará a simbolizar uma vida
aventureira em outras culturas e modos de vida, que irão promover alegria e
enriquecimento das relações social com outros consumidores da cerveja, deixando uma
vontade de participar desse clube pelos outros não consumidores da Heineken, que
querem fazer parte desse mundo de alegria e interação da cerveja única e exclusiva não
só no sabor, mas nas interações que proporciona.
Imagem 1 - Propaganda da década de 1870
1
Fonte: Website casa do poster
1
Disponível em: http://www.casadoposter.com.br/posters/poster_mostra.php?id=2586&categ=4
Imagem 2 – Garrafas Heineken
2
Fonte: Blogspot mundo das marcas
Imagem 3 – Heineken Bar
3
Fonte: Blogspot mundo das marcas
Imagem 4 – Loja Heineken
2
3
Disponível em: http://mundodasmarcas.blogspot.com.br/2006/05/heineken-terra-verde.html
Disponível em: http://mundodasmarcas.blogspot.com.br/2006/05/heineken-terra-verde.html
4
Fonte: Website mais que arquitetura
Imagem 5 - Museu Heineken
5
Fonte: Blogspot mundo das marcas
Imagem 6 – Campanha comercial de 2010 “The Entrance”
4
5
Disponível em: http://maisarquitetura.com.br/loja-heineken-em-amsterdam-por-tjep
Disponível em: http://mundodasmarcas.blogspot.com.br/2006/05/heineken-terra-verde.html
6
Fonte: Blog ypsilon2
Imagem 7 – Propaganda de 2013 “The Voyage”
7
Fonte: Website sendible
6
7
Disponível em: http://www.ypsilon2.com/blog/publicidade/open-your-world-heineken-e-sua-nova-assinaturaglobal/
Disponível em: http://sendible.com/insights/heineken-dropped-in-the-voyage/
Referências bibliográficas:
DIAS,
KADU.
Heineken.
2006.
Disponível
em:
<http://mundodasmarcas.blogspot.com.br/2006/05/heineken-terra-verde.html>
BETTI, MIGUEL LUIS. Bebidas Cerveja Heineken. 2002. Disponível em:
<http://www.casadoposter.com.br/posters/poster_lista.php?cat=4>
DESCONHECIDO. Heineken Dropped in The Voyage. 2013. Disponível em:
<http://sendible.com/insights/heineken-dropped-in-the-voyage/>
YPSILON, AGÊNCIA. Open your wolrd|Heineken e sua nova assinatura global. 2011.
Disponível em: <http://www.ypsilon2.com/blog/publicidade/open-your-world-heineken-e
sua-nova-assinatura-global/>
PAVENELLI, LAÉRCIO. Loja Heineken em Amsterdã. 2009. Disponível em:
<http://maisarquitetura.com.br/loja-heineken-em-amsterdam-por-tjep>
O cigarro Marlboro : uma análise das estratégias publicitárias nos períodos pré e
pós Segunda Guerra Mundial
Gabriela Ribeiro e Luanna Vieira
“Mas também podemos pensar que o tom é o mesmo - pois um comando e uma
informação podem ser pronunciados em muitos tons diferentes e com muitas expressões
faciais diferentes – é que a diferença reside somente no emprego.”
Ludwig Wittgenstein
O Marlboro, da empresa Philip Morris, é uma marca de cigarro que, desde sua
criação até os dias de hoje, passou por diversas mudanças em suas campanhas
publicitárias. Essas mudanças se deram devido a diferentes adversidades, como a guerra
e a proibição da veiculação de propagandas de cigarro. Contudo, o Marlboro é, ainda
hoje, uma das marcas mais poderosas, valiosas e influentes do planeta (MUNDO DAS
MARCAS: 2006). E como começa essa história? Em 1847, Philip Morris abriu uma
tabacaria em Bond Street, Londres, que comercializava tabaco e cigarros pré-fabricados
(PMI: 2002). Após mudar de donos, a nova direção 1 da empresa resolveu se estabelecer
em Nova Iorque, EUA, em 1902. Dentre os produtos comercializados, estava o Marlboro,
um cigarro voltado para o público feminino. Na época, o Marlboro apresentava filtro, o que
designava o tipo de público-alvo, pois cigarros com filtro eram tidos como “femininos”, por
serem, em tese, mais fracos (MUNDO DAS MARCAS: 2006).
FONTE: FEMININO, [192?]
1
Com a morte do Sr. Morris, os negócios foram assumidos pela sua mulher, Margaret, e pelo seu irmão,
Leopold. Em 1881, a empresa abriu o seu capital à subscrição pública e Leopold Morris uniu-se a Joseph
Grunebaum para fundar a Philip Morris & Company and Grunebaum, Ltd. A sociedade foi desfeita em 1885
e a empresa passou a chamar-se Philip Morris & Co., Ltd. Por fim, em 1894 a empresa saiu do controle da
família fundadora, assumido então por William Curtis Thomson e pela sua família. Sob a direção de
Thomson, a empresa foi designada como a fornecedora oficial de tabaco do Rei Eduardo VII e, em 1902,
estabeleceu-se em Nova Iorque pela mão de Gustav Eckmeyer. (PMI, 2002)
Para ganhar o público, a marca colocou como garota-propaganda a atriz Mae
West, atriz de grande prestígio na década de 1920 2. Usar uma figura pública como
símbolo de sua marca, é uma estratégia usada para valorizar o ato de fumar. Beaumord
(2010: 2) fala de como as empresas de cigarro utilizam táticas desde o início do século
para criar uma imagem positiva do produto, com associações a um estilo de vida
moderno, rico e com glamour. E nada como uma estrela norte-americana para dar um
exemplo desse estilo de vida.
O slogan da campanha que a atriz protagonizava era “Mild as May”, o que no
português, em livre tradução, seria “Suave como Maio”, que além de May ter a mesma
pronuncia do nome da atriz, criando laços entre a figura de Mae West e a marca, fazia
menção ao clima no mês de maio nos EUA, a primavera.
FONTE: TERRA DO MARLBORO, 2009.
FONTE: VITAMINA UFF, 2013.
Reforçar a ideia de delicadeza e a sensação de poder que se tem ao fumar era a
estratégia utilizada para cativar as mulheres. As campanhas da marca, nos anos que se
seguiram, sempre utilizavam imagens de mulheres além de outros truques de marketing,
como a cor vermelha do maço, uma alusão ao batom vermelho utilizado pelas mulheres e
uma mensagem publicitária destinada ao público feminino: “Uma extremidade cor de
2
Mary Jane West [...]Estudou bailado, atuou em espetáculos de variedades e em 1918 lançou o tipo de
dança "shimmy", que alcançou grande popularidade nos anos 1920. […] Desde o começo da carreira [...]
em 1917, ela já chamava atenção [...]. Converteu-se em pouco tempo no que se chama uma "estrela". Sua
consagração teatral veio em 1926, com a peça "Sex", de sua autoria. (WIKIPÉDIA, 2013)
cereja para os seus lábios cor de rubi” (MUNDO DAS MARCAS: 2006).
FONTE: MARLBORO PARA MULHERES, 1950
Tudo correria bem até que o produto, durante a Segunda Guerra, foi retirado do
mercado. Os motivos não são conhecidos. Entretanto os problemas enfrentados pelo
Marlboro no seu retorno após a guerra, são vários e conhecidos. Na verdade, foram
dificuldades que atingiram toda a indústria tabagista.
Os benefícios subjetivos de glamour e luxo, até então trazidos pela marca, tiveram
que ser reestruturados devido à influência de acontecimentos no período pós-guerra: i) a
competitividade do mercado pelo surgimento de novas marcas de cigarro (BEAUMORD,
2010: 3-4) e; ii) a divulgação de estudos iniciais sobre os malefícios do cigarro à saúde na
década de 1950 (FERNANDES, 2007: 45).
Assim, em 1955, o cigarro Marlboro foi relançado (FLAHERTY, 2000) com a
empresa investindo no mercado de cigarros com filtros – até então associados ao público
feminino – que agora continha uma mensagem em resposta às preocupações da
sociedade com a saúde. Entretanto, a principal ação foi o lançamento da campanha
“Malboro Man” que tinha por objetivos: desvincular a presença do filtro à falta de sabor do
cigarro e afirmar a marca como um produto realmente masculino 3 (STANFORD, 2013). Ao
mesmo tempo, nascia uma embalagem inovadora para o produto – flip top box – que era
mais resistente evitando amassar o cigarro, cabia no bolso e possuía uma tampa
articulada que dava praticidade à ação de fumar e também protegia o cigarro 4 (KLUGER,
3
As propagandas usavam “imagens em close-up de vários tipos de homens fumando Marlboro – o cowboy
[...], salva-vidas, marinheiros, sargentos, trabalhadores de construção civil, apostadores e outros tipos
sugestivos do espírito masculino e independência rústica” (FLAHERTY, 2000). Nesse momento, os
“Marlboro Man” sempre possuíam uma tatuagem na mão, sugerindo certo mistério ao seu passado.
4
Essa característica de proteção, por sua vez, se encaixava no perfil de qualidade masculina desejada para
o produto (KLUGER, 2010).
2010). Acrescenta-se ainda que o novo design gráfico da embalagem – bastante
simplificado e geométrico em relação ao elaborado para o público feminino – dava
destaque ao nome do produto bem como o associava às cores vermelho e branco em um
formato de ponta de seta. Isso permitiu uma fácil identificação do cigarro, sendo a partir
daí utilizado na divulgação de qualquer produto associado à marca (HINE, 1995).
Fonte: COWBOY, 1955.
Fonte: ATLETA,1956.
Fonte: FLIP-TOP, 1958.
Fonte: SABOR, 1958.
A eficácia dessa campanha pode ser associada à análise de Freund (2006: 8) de
que a fotografia atinge a todas as classes sociais bem como permite expressar os desejos
e necessidades das classes dominantes segundo suas convicções, moldando ideias e
influenciando comportamento. Assim, a redução de informações sobre o cigarro em si e o
foco da propaganda em um personagem masculino individualista, autônomo e
autossuficiente (WHITE, 2012: 4), que opta pelo uso do cigarro Marlboro, representava a
rebeldia e a independência desejadas na sociedade pós-guerra. Dessa forma, associouse o uso do produto à busca por um bem-estar psíquico 5.
Após quase uma década da existência do “Malboro Man”, predominantemente na
figura do cowboy, a marca deu continuidade a sua estratégia publicitária ao dar vida à
campanha do “Marlboro Country”6 em 19647. Apesar da interpretação imediatista de que
as pessoas desejavam ser o cowboy nas paisagens do oeste americano, parece bastante
improvável que essa foi a principal informação captada. Isso porque segundo Martino
(2011:14), a comunicação depende do compartilhamento de um objeto de consciência e
nem o estereótipo do cowboy e tampouco aquele tipo de vegetação eram a realidade
cultural e geográfica de todo os EUA e muito menos do resto do mundo. Assim,
acreditamos que a sensação de liberdade irrestrita com a solidão na natureza (como um
todo) foi a mensagem efetivamente atrelada ao produto com essa campanha.
Fonte: COUNTRY, 1970.
Fonte: COUNTRY, 1981.
Fonte: COUNTRY, 1985.
O histórico da Marlboro para enfrentar crises, pois ainda estava por vir o maior
5
Um exemplo de aplicação dessa ideologia pode ser observado em uma propaganda da época disponível
na
Web
através
do
endereço
http://www.youtube.com/watch?
v=wibHcZ4FNbU&list=PL253D4D09E3DFBA7B&index=17
6
No Brasil a campanha foi traduzida com o slogan “Venha para onde está o sabor. Venha para o País
Marlboro” (BEAUMORD, 2010: 7).
7
A nosso ver, não coincidentemente, reafirma-se o valor do produto com a satisfação pessoal dos
consumidores no mesmo ano em que o Comitê Consultivo do Serviço de Saúde dos EUA anunciou de
forma conclusiva que fumar cigarro era prejudicial à saúde e um importante aliado na morte por diversas
doenças, especialmente o câncer de pulmão (UNITED STATES, 1964: 31-33).
golpe, a proibição da veiculação de propagandas de cigarro 8, mostra que a empresa sabe
se reinventar. Após essa proibição a Marlboro se refugiou no mundo dos esportes, onde a
primeira parceria comercial com uma equipe de Fórmula 1 se deu em 1972 com a BRM
(LOPES: 2011: 4). E apesar da proibição, em 2005, da publicidade de marcas de cigarro
em eventos esportivos, em 2010 a Scuderia Ferrari se renomeia como Scuderia Ferrari
Marlboro e aparece, como sugeri Lopes (2011), com o que seria uma pintura vermelha
com algo parecido com um código de barras, em uma alusão as embalagens Marlboro.
A partir dessa análise realizada do cigarro Marlboro nos períodos antes e após a 2ª
guerra mundial, evidencia-se que a forma de publicidade do produto esteve sempre
associada a estratégias para maximizar as oportunidades de negócio (como o
empoderamento feminino até a década de 50) e/ou minimizar as ameaças (como a
associação do cigarro a danos à saúde após metade do século XX). Hoje a marca
Marlboro continua sendo uma das marcas mais influentes e poderosas, que apesar de
todos os contratempos, concorrentes e campanhas contra o seu produto, ocupa o oitavo
lugar do ranking anual BrandZ9, das 20 marcas mais valiosas do mundo do ano de 2013 e
continua a se aventurar em novas empreitadas para se manter sempre em alta no
mercado publicitário10.
8
Aprovado Projeto de Lei 3.156 que restringe a publicidade do tabaco. Disponível
<http://www.inca.gov.br/atualidades/ano9_2/pl.html > Acesso em: 21 out 2013
9
As
20
marcas
mais
valiosas
do
mundo
em
2013.
Disponível
<http://exame.abril.com.br/marketing/noticias/as-20-marcas-mais-valiosas-do-mundo-em-2013?p=8
Acesso em: 21 out 2013
10
Fabricante
do
Marlboro
lança
seu
primeiro
cigarro
eletrônico.
Disponível
<http://epocanegocios.globo.com/Informacao/Acao/noticia/2013/06/fabricante-da-marlboro-anuncialancamento-de-seu-primeiro-cigarro-eletronico.html > Acesso 21 out 2013
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Desenho animado e
História em quadrinhos
Aspectos históricos relevantes do Mickey Mouse
GOMES, Diana Rimari; MONTEIRO, Jordanna Santos; RODRIGUES, Larissa Stefane
Viera
"Espero que nós nunca possamos perder de vista uma coisa:que tudo começou com um
rato." Walt Disney.
Mickey Mouse teve sua primeira aparição, como desenho mudo e em preto e branco
(Plane Crazy), encontrado na (Imagem 1), em maio de 1928. No entanto, este foi pensado
por Walter Elias Disney (Walt Disney) em uma viagem, em que este estava insatisfeito
com a perda dos direitos autorais do Coelho Oswald (Imagem 2 ) para o distribuidor
Charles Mintz (LESSING, 2004)
“Disney se lembrou de um camundongo com quem ele e o animador Ub
Iwerks dividiam o estúdio. Rabiscou um ratinho no guardanapo, batizou-o
de Mortimer e perguntou a opinião da mulher, Lilian. Ela aprovou a ideia,
mas disse que, com aquele nome, o pobrezinho não iria longe. Sugeriu
Mickey. O marido aceitou a contragosto.”(DISNEYPEDIA, 2009)
Mickey Mouse representa “um cidadão norte americano exemplar”, ele é bondoso,
trabalhador, adorável, simpático, honesto e sério. Mickey Mouse é um rato com
características humanas. Walt Disney foi o primeiro a utilizar o som no desenho animado,
personificando o uso de características humanas como a fala, as expressões faciais e
comportamentais em um rato. A principio, o desenho animado do camundongo tinha a
objetivo apenas de levar o puro entretenimento para publico. No entanto, com o passar
das épocas o desenho passou a relatar aspectos do contexto social e histórico (KRAUSE,
2011; BALENSIFER & JAGUARIBE, 2012).
Durante a Grande Depressão, que ocorreu após a queda da Bolsa de Valores (em
1929) nos Estados Unidos da America, levando o maior desemprego e pobreza.
Anteriormente, a crise de 29, a população norte-americana vivia de forma abastada, com
os lucros dos bens de consumo e do cinema. Assim o desenho animado do camundongo
representava os problemas e as dificuldades enfrentadas pelos cidadãos estadunidenses.
Isto gerou uma grande popularidade ao personagem na década de 30, que passou a ter
revistas, filmes, brinquedos e eletrodomésticos (KRAUSE, 2011).
“Em 1932, os desenhos do Mickey começam a ganhar cores. Em 1935, o
Mickey passou a ser desenhado com luvas brancas nas mãos, como no
desenho 'O Concerto da Banda' (The Band Concert). A mudança foi feita
pelo animador Fred Moore”(Imagem 3) (KIDS IMAGITERRA, 2013).
Com entrada dos Estados Unidos da America (EUA) na Segunda Guerra Mundial
(1939-1945) passou-se a utilizar o Mickey Mouse como símbolo norte americano e herói
para os soldados. Dessa forma, o desenho animado do rato passou a atuar como
propaganda de guerra com intuito de atrair mais soldados para os campos de batalha
(JORDAN, 2011; KRAUSE, 2011).
Em 1950, foi criado o 'Clube do Mickey' (Mickey Mouse Club)(Imagem 4), um
programa infantil muito popular nos Estados Unidos (KIDS IMAGITERRA, 2013).
Na Guerra do Vietnam o camundongo agiu de forma similar a Segunda Guerra
Mundial estimulando os soldados do campo de batalha, e sendo caracterizado como
ícone estadunidense. Na (Imagem 6 ) se utiliza a imagem do Mickey Mouse em meio a
um local similar a um campo de batalha onde se observa até a bandeira do Kuwait, por
isso é impossível não associar a figura do rato com o poderio e dominância militar e
política norte-americana (KRAUSE, 2011).
Com a influencia do contexto atual da globalização e dos avanços tecnológicos o
desenho do Mickey de 2013 tem aderido a um comportamento mais agitado e irado, tendo
em vista que o publico alvo, são as crianças, e que atualmente estas estão inseridas em
um contexto histórico e social diferente (Imagem 5)(KRAUSE, 2011).
Considerações Finais
O Mickey Mouse passou por diferenças durante as épocas, devido às mudanças de
objetivo, publico alvo e demandas sociais. Dessa forma, o camundongo foi se adaptando
às mudanças tecnológicas sendo até hoje conhecido, principalmente pelo publico infantil,
pois consegue se adequar e mobilizar a mídia à sua imagem. Além disso, outros
personagens foram adicionados ao desenho para que os valores de cidadão modelo
existentes no Mickey fossem diferenciados dos valores do pato Donald e do cachorro
Pluto (BALENSIFER & JAGUARIBE, 2012).
Nesse contexto a imagem do Mickey Mouse revela uma identificação com o
telespectador do desenho. Portanto mesmo com vários anos de sua aparição na
televisão, o Mickey Mouse continua sendo referencial para as novas gerações
(BALENSIFER & JAGUARIBE, 2012).
Anexos
Imagem 1
Mickey Mouse desenho (Plane Crazy)
Imagem 2
Mickey Mouse e o Coelho Oswald
Imagem 3
Mickey e Donald em “The Band Concert”
Imagem 4
Programa infantil 'Clube do Mickey'
Imagem 5
Evolução do desenho do Mickey
Imagem 6
Mickey Mouse at the front, John Kaene, 1991, War Imperium Museum
Referências Bibliográficas
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imagem de poder dos EUA, 1928-1946. Dissertação de mestrado em Historia Social.
Universidade Federal Fluminense. Niteroi-RJ. 2011.
O Pica Pau através dos tempos
Anderson Luiz Dourado Viana da Silva, Martha Santiago e Tércio Wendel Guedes Martins
“Se os homens que vão fazer a televisão do futuro são as crianças que estão tendo seu
caráter moldado pela televisão de agora, as esperanças são poucas.”
Hélio Ribeiro
O Pica Pau (Woody Woodpecker) é um personagem de desenho animado, criado
em 1940 como um coadjuvante num episódio de outro desenho. O sucesso imediato fez o
autor dele, Walter Lantz, criar mais curta-metragens com a sua nova criação. Apesar de
ser criado para o público infantil dos EUA, ele se tornou uma febre entre as crianças do
mundo, e seu prestígio perdura até hoje.
O personagem é um ser antropoformizado, adepto da violência -- seja ela com ou
sem justificativa. Segundo Chauí (2000, p. 432),
(...) a violência é percebida como exercício da força física e da coação psíquica
para obrigar alguém a fazer alguma coisa contrária a si, contrária aos seus
interesses e desejos, contrária ao seu corpo e à sua consciência, causando-lhe
danos profundos e irreparáveis, como a morte, a loucura, a auto-agressão ou a
agressão aos outros.
E, em quase todos os episódios, o Pica Pau utiliza-se de meios violentos para
alcançar seus objetivos. Ele também é vingativo, egoísta e bastante irônico.
O período histórico em que ele foi criado, na década de 1940, reflete o período em
que os EUA se afirmaram como potência econômica e política ao mundo, dado o
esfacelamento da Europa durante a Segunda Guerra Mundial. Na mesma época, a União
Soviética levantou-se como adversária desse país, e os dois influenciaram os outros
países do mundo com todas as suas armas, incluindo a cultura. O Pica Pau se tornou, de
certa forma, um dos embaixadores dos EUA durante essa época, conhecida como Guerra
Fria. A série deixou de ser produzida em 1972, quando a situação política dos EUA estava
em crise pela campanha militar desastrosa no Vietnã.
Alguns anos depois, a Guerra Fria acabou, com o desmonte da União Soviética, e
os EUA acabaram se tornando a única super potência mundial. Durante essa época, em
1999, surgiu uma nova série do Pica Pau, com várias mudanças em relação à anterior,
transformando o personagem num cidadão dessa super potência. Em 2001, houve o
Atentado das Torres Gêmeas, em Nova Iorque, transformando a geopolítica mundial,
mostrando que o país estava ameaçado por inimigos até então ignorados. A nova série
acabou um ano depois.
Segundo Wikimedia Foundation (2013), o Pica Pau era inicialmente um pássaro
louco, quase um sociopata, que incomodava a todos por simples prazer. Todas as
tentativas de controle que policiais, colegas ou transeuntes exerciam sobre ele eram
rechaçadas com violência. A aparência doentia refletia o seu caráter. Em 1944, um diretor
chamado Shamus Culhane fez a primeira alteração estética do personagem. Retirou a
repugnância visual dele, mantendo o mesmo comportamento errático. Inseriu também na
série o personagem Wally Walrus (também conhecido no Brasil como Leôncio), o primeiro
antagonista do pássaro. Dois anos depois, um ex-funcionário da Disney, Dick Lundy,
aceitou dirigir os episódios desde que pudesse mudar o perfil dele. Fez com que o
personagem só agisse de forma violenta por algum motivo justificado. Ele também criou
outro inimigo, o Ben Buzzard (Zeca Urubu, no Brasil).
No início da década de 1950, o estúdio que produzia a série (Walter Lantz
Productions) passou por uma crise financeira, e se viu obrigado a conter gastos.
Demitiram o diretor e o dublador do protagonista (que passou a ser a esposa do criador
do personagem, Grace Stafford). Uma animadora da equipe, Laverne Harding, criou o
visual do personagem utilizado até o remake, com a franja projetada para a frente. Na
mesma época, outros personagens foram criados, como a Ms. Meany, os sobrinhos
Knothead e Splinter (Toquinho e Lasquita) e o Gabby Gator (Zé Jacaré).
Até essa década, os episódios eram feitos para exibição nos cinemas. Visto que o
custo de produção estava aumentando, e o retorno financeiro diminuía na mesma
proporção, os produtores decidiram criar episódios para a TV. E foi assim até o ano de
1972, quando o estúdio fechou as portas.
No final da década de 1990, o estúdio Universal Cartoon Studios produziu a série
“The New Woody Woodpecker Show”. Nessa releitura do personagem, o pássaro voltou a
ter o visual da década de 1940 (da segunda metade) e passou a morar num endereço
fixo, sendo inquilino da Ms. Meany e vizinho do Wally Walrus. As novas preocupações
dele são as mesmas de um cidadão dos EUA, como o lugar em que irá almoçar, o medo
de ser despejado de sua residência e o lazer que praticará no fim-de-semana com seus
amigos, e a sua postura fica mais serena. Os semelhantes do Pica Pau aparecem com
maior regularidade. Knothead e Splinter ressurgem como sobrinhos mimados, e a Winnie,
um interesse romântico da antiga série, desponta como a namorada do protagonista.
Essas modificações no personagem refletem um incômodo sentido por muitos em
relação à série antiga, e explicado no trabalho de Lima (2011). Esse incômodo se dá
pelas situações mostradas na série não terem caráter pedagógico ou moral, e que as
situações absurdas dos episódios têm o poder de influenciar negativamente o
comportamento dos espectadores mirins. Isso remete ao conceito de qualidade
“ecológica” na televisão, descrita por Machado (2009, p. 25) como
identificada com o ponto de vista dos educadores e religiosos, prefere privilegiar
(…) os aspectos pedagógicos, os valores morais, os modelos edificantes e
construtivos de conduta que a televisão está potencialmente apta a promover
Para Lima (2011), o comportamento do Pica Pau reflete a figura do trickster,
personagem existente em várias mitologias no mundo, um anti-herói com postura egoísta
e inconsequente, mas necessário para a formação das sociedades. O interesse das
crianças e adultos pelo pássaro reflete a admiração do público por essa persona.
Entretanto, a preocupação dos anunciantes (que não desejam perder o dinheiro
investido nos programas), junto com uma latente necessidade em mostrar os
personagens dos desenhos animados como exemplos de comportamento para as
crianças do mundo, fizeram com que esse “Novo Pica Pau” perdesse a sua essência,
tornando-se num ser que se vinga de seus inimigos de forma desmedida, combatendo o
que havia de errado ao seu redor. Mesmo assim, alguns traços da sua natureza trickster
permanecem nas suas ações.
Esse novo comportamento reflete a postura externa dos EUA após o Ataque às
Torres Gêmeas, em 2001, de responder a quaisquer ataques com o uso “justificado” da
força, sem limitações. Outras produções televisivas surgidas na mesma época, como a
série “24 Horas”, mostram a força como ferramenta necessária para se alcançar a justiça.
Isso deixa os pais e anunciantes contentes, com a promoção dessa “violência justa”.
Na tentativa de tornar o Pica Pau um personagem “politicamente correto”, seus
criadores acabaram dando respaldo moral à sua violência. Nos episódios antigos, era
claro que o protagonista estava fazendo coisas erradas, mesmo naquele contexto
engraçado. Agora, a violência ocorre “porque é necessário restabelecer a ordem”. O uso
incorreto da violência deu lugar à regulamentação dela.
Atualmente, há uma tendência entre os jovens de acreditar no uso da força como
necessário para combater os problemas sociais. Glorifica-se a tortura, defende-se a pena
de morte, destrói-se a reputação de alguém com um pequeno indício de contravenção,
tudo a favor da “justiça”. O primeiro Pica Pau jamais entraria num movimento desses. Já o
Novo...
Aparências do Pica Pau durante a série antiga. Fonte: Electic Tiki Design, 2006?
Da esquerda para a direita: Splinter, Winnie, Pica Pau e Knothead na nova série do Pica
Pau. Fonte: Rodrigues, 2013.
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em: 23 out. 2013.
WIKIMEDIA FOUNDATION. Woody Woodpecker. Wikipedia. 2013. Disponível em
<http://en.wikipedia.org/wiki/Woody_Woodpecker>. Acesso em: 20 out. 2013.
A trajetória do Pica­Pau e suas influências
Inara Régia Cardoso, Matheus MacGinity Moraes Rêgo, Raiana Góis Leite
e Rainer Barbosa
“Walter queria filmar o pássaro, mas foi Grace
quem sugeriu que criasse um desenho animado.” (PEREIRA, 2010)
O Pica­Pau, criado por Walter Lantz – desenhista e animador estadunidense – é
um dos mais notáveis produtos da comunicação por meio de animação da história, até o
presente momento. Em inglês Woody Woodpecker, foi lançado inicialmente, em 1940,
como antagonista do personagem Andy Panda, animação distribuída pela Universal
Studios. Após aparição em alguns episódios e estrondoso sucesso, em 1941, O
Pica­Pau foi lançado em animação como protagonista e rendeu a Lantz, e ao próprio
Pica­Pau, até um lugar na calçada da fama.
Relacionando­se momentos históricos com o desenho animado em questão,
podemos perceber sua ligação. A comunicação é uma necessidade e O Pica­Pau é um
produto dela. A televisão – sem contar com o advento do YouTube – é o meio, e os
espectadores são os receptores da mensagem. A interpretação é pessoal, obviamente,
mas o contato com o produto e o estudo do caso indicam alguns fatores determinantes
para a construção do mesmo.
Dentro do gênero screwball comedy – ou comédia pastelão – surgiu a animação
do Pica­Pau na primeira das suas quatro versões, que vieram a ser feitas. Com visual
esquizofrênico, atitudes instáveis e piadas toscas e ácidas, o pequeno pássaro aprontava
de tudo com um toque de uma natural maldade, o que rendeu a expressão “ Fulano é mal
feito Pica­Pau”. Na sua segunda versão, lançada em 1947, o personagem deixou um
pouco de lado as características agressivas e a temática da animação passou a conter
piadas mais voltadas ao público infantil. Seu visual se tornou mais natural e simpático.
Esta versão protagonizou o primeiro desenho animado a ser transmitido pela televisão
brasileira, no ano de 1950, pela TV Tupi, porém ainda sem dublagem. Entre as décadas
de 50 e 60, o desenho ganhou, no Brasil, dublagens, o que fez com que o público
aumentasse consideravelmente. Essa versão foi mantida até o ano de 1972.
No ano de 1999 o topete vermelho voltou às telas em uma nova versão, com o
nome de The New Woody Woodpecker Show – O Novo Pica­Pau – tão novo que recebeu
inúmeras críticas e não obteve sucesso, ficando muito atrás das outras versão com baixa
audiência. Com isso em 2003 o programa foi cancelado nos Estados Unidos.
Como ocorre com tudo, O Pica­Pau sofreu alterações para que se adaptasse ao
público da época em que era passado, porém mantendo­se a personalidade forte do
personagem. Ao observar os episódios mais antigos, percebe­se uma mudança clara na
linguagem do desenho. Até 1950 aproximadamente, os diálogos eram extremamente
curtos ou inexistes, valorizando­se mais a ação dos personagens, os aspectos
“non­sense” típicos de cartoon e as piadas visuais. As falas foram sendo desenvolvidas
aos poucos. Nos episódios produzidos após a reformulação de 1999, as histórias são
quase completamente moldadas pelas conversações entre personagens, ou seja o
diálogo vai se tornando cada vez mais fundamental para dar sentido à história o que, na
maioria das vezes a torna mais complexa e mais próxima da realidade. Junto a isso, há
também uma mudança notável em relação aos cenários que costumavam ser em
ambientes remotos, como florestas, desertos e planícies para cidades e espaços
internos. Isso revela uma humanização mais intensa do Pica­Pau, que nos episódios mais
recentes, não voa, não costuma bicar madeira, mora numa casa com eletrodomésticos e
até paga aluguel.
Todos esses elementos contribuíram para a construção de um novo
comportamento do Pica­Pau, antes mais esperto, violento e maldoso na maioria das
vezes, agora mais folgado, preguiçoso e pacífico. Sabe­se que o desenho era repleto de
elementos nada educativos como armas de fogo, explosivos, brigas e trapaças, o que
não é um bom exemplo para as crianças. Porém, estes elementos estão ligados ao
contexto histórico e às tendências do momento. Exemplo disso é o fato de que vários
episódios antigos têm como pano de fundo as histórias de faroeste, fazendo referência
aos filmes da época. Essas mudanças foram compensadas por alguns personagens
auxiliares como por exemplo a Winnie, pica­pau fêmea que se tornou sua parceira.
Winnie é um pouco desengonçada, mas corajosa e ávida por conhecimento, o que a
torna muito interessante e a põe em contraste com o novo Pica­Pau. Sua criação foi
importante para desenvolver uma identificação maior com o público feminino e
desconstruir certos clichês em relação ao comportamento das mulheres.
Outro ponto importante a ser comentado é que apesar de tantas modificações,
principalmente estéticas, algo que nunca mudou no Pica­Pau foram suas cores. Ele
sempre foi azul, vermelho e branco em alusão clara à bandeira dos Estados Unidos.
Apesar de seu fim decadente, o personagem Pica­Pau segue no imaginário da
população mundial, como um desenho que divertiu e fez com que as pessoas refletissem
acerca de suas mais variadas temáticas e abordagens. Ainda reprisado em inúmeros
países – Brasil, inclusive – sua imagem tem grande força no meio dos desenhos
animados. Mesmo em meio a tantas críticas é um grande exemplo de um produto da
comunicação que conseguiu se manter forte ao longo dos anos.
Figura 1: Evolução do Pica­Pau. Fonte: Fernanda Furquim, 2011.
Figura 2: O Novo Pica­Pau Show. Fonte: Lucio Júnior, 2013.
Referências bibliográficas:
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FURQUIM, Fernanda em Blogs e Colunitas da Veja Abril. 1 imagem. Disponível em:
<http://veja.abril.com.br/blog/temporadas/filmes/pica­pau­pode­voltar­para­o­cinema/>
Acesso em: 22 de outubro de 2013.
como livros, jornais, DVDs, games entre outros. No Brasil, Maurício de Souza foi
um dos pioneiros na utilização de histórias em quadrinhos para crianças. Isso
aumentou consideravelmente o hábito de leitura das crianças brasileiras, por
possuir uma leitura aliada a brincadeira. Uma curiosidade é que as personagens
são fortemente inspiradas nos filhos e netos do autor e sua estetica foi evoluindo
ao longo do tempo, sendo simplificadas para um desenho mais rápido. As formas
foram ficando cada vez mais arredondadas e bidimensionais, sumindo com detalhes de roupa, cabelo e pés.
No início de suas publicações, até meados do século XXI, os roteiros
não possuíam um moralismo exacerbado, e estavam mais preocupadas com a
diversão e o entretenimento dos leitores. Nos dias de hoje, as historias buscam
inserir lições de moral e cidadania. Os personagens tiveram que mudar para se
adequar a diversas políticas contra a discriminação e ter uma postura correta
em relação ao meio ambiente. Um exemplo claro foi a da personagem principal,
Mônica, que foi acusada de bulling por agredir seus amigos, estimulando gestos
violentos nos pequenos leitores. Já o personagem Cascão, continua sem tomar
banho, porem não faz mais apologia a escassez mundial de água, Chico Bento,
por sua vez, não pode mais matar onças; a personagem Cebolinha, que antes
trocava o R pelo L na hora de falar e pensar, hoje em dia nos balões de pensamento Cebolinha fala certo, obedecendo as regras gramaticais.
Com essas alterações no conteúdo, a Turma da Mônica foi perdendo sua es-
sência inicial, de diversão e descontração e passou a abordar temas mais atuais.
Um dos aspectos positivos dessa mudança foi a introdução da cultura popular
nas revistas e a exportação da cultura brasileira.
Como muitas outras marcas que tentam acompanhar o crescimento de
seus usuários, no ano de 2008, Maurício de Souza lançou a série Turma da
Mônica Jovem, mostrando aos antigos e novos leitores que a famosa turminha
também cresceu.
Como vimos anteriormente, as personagens Mônica, Magali, Cebolinha
e Cascão foram objetivos de estudo e críticas de como esse produto da comu-
nicação influenciou e ainda influencia o comportamento na infância. A Turma da
Mônica Jovem não é diferente. Ela é uma representação da adolescência bra-
sileira, dando agora aos leitores mais velhos um conteúdo mais próximo de sua
realidade, transmitindo representações culturais para uma identificação maior
do leitor. O gibi é repleto de referências atuais de consumo, beleza, tribos,
gírias, novas tecnologias e referências musicais atuais. Todos esses elemen-
tos foram importantes para o sucesso que essa nova fase da Turma vivencia,
tendo o primeiro exemplar esgotado nas duas primeiras semanas de vendas,
tornando-se umas das revistas em quadrinhos mais vendidas no século 21.
Suas edições seguintes tiveram uma tiragem ainda maior sendo um sucesso
de vendas, com mais de um milhão e meio de exemplares vendidos.
No primeiro capítulo da primeira edição da Turma da Mônica Jovem,
aparecem as seguintes palavras de Maurício: “A turma agora vive em dois
universos. O de sempre e o de agora pra frente.” Tal acontecimento é algo raro
na história das Histórias em Quadrinhos, aonde um gibi mostra tamanha difu-
são de dois universos tão diferentes. O clássico conhecido a 50 anos e o novo:
mais maduro, com ilustrações mais rebuscadas remetendo ao estilo japonês
mangá, com novas tecnologias e novas situações típicas de adolescentes.
Tudo isso sem perder a verdadeira essência e as características de cada per-
sonagem da Turma, ganhando pela segunda vez a confiança e a fidelidade dos
antigos e novos leitores.
Maurício de Souza construiu então um verdadeiro império com a Turma
da Mônica, ampliando seus horizontes além dos gibis, com parques temáticos,
produtos alimentícios, roupas, etc. Além de exportar as revistinhas para mais
de 40 países em 14 idiomas, a Turma da Mônica tem maior índice de vendas
que as famosas marcas de HQ de super-herois Marvel e DC Comics.
Heróis
Batman: O Cavaleiro das Trevas
Alef Batista Ferreira, Isabela Corrêa Soares e Karolyne Azevedo de Oliveira.
“A noite joga seu manto negro sobre os arranha-céus de Gotham City. Ao longe, o uivo
solitário de um lobo faminto quebra a supremacia do silêncio. A lua... Eterna companheira
de um homem sinistro que, um dia ousou desafiar o sistema e criar suas próprias leis.
Algumas pessoas deixam o sono de lado e fitam a lua cheia. Herói ou vilão? Quem vai
saber? Ele ficou conhecido como Batman, o Homem-Morcego... O Cavaleiro das Trevas!
Talvez um dia (ou noite?) ele retorne uma vez mais e se esconda nas sombras de um
beco para vigiar... você!”.
Leandro Luigi del Manto
Neste trabalho serão analisadas obras cinematográficas baseadas em um dos
super heróis mais conhecidos do mundo e com mais de 70 anos de história, o Batman.
Será realizada uma comparação entre o primeiro e o último filme, contando com a
identificação da origem do herói, a descrição das mudanças ocorridas, o detalhamento
dos períodos históricos e imagens para reforçar ainda mais o paralelo entre os dois.
A trama comum nos filmes é a história do milionário Bruce Wayne que, quando
menino, caiu em uma caverna repleta de morcegos no jardim de sua casa e nunca mais
se sentiu seguro. Essa situação só se agravou quando, alguns anos mais tarde, seus pais
foram assassinados. Após essa perda, Bruce jura proteger os inocentes da cidade para
que ninguém mais sofra o que ele sofreu, criando-se na história o ponto mais importante.
Nasce, então, o cavaleiro das trevas, Batman, ou o homem-morcego.
O primeiro longa-metragem do Batman foi lançado em 1989, época marcada pela
Queda do Muro de Berlim, que durante 28 anos dividiu a cidade de Berlim – e também a
Europa – em Ocidental (capitalismo) e Oriental (socialismo). Os que estavam do lado
capitalista não podiam passar para o lado socialista, e vice-versa, e aquele que tentasse
era morto pelos vários soldados de guarda. Então, após vários protestos, houve a
liberação da passagem pelos militares, fazendo com que várias pessoas marchassem em
direção ao muro, dando fim à barreira que simbolizava a Guerra Fria.
Outro fato importante deste período foi à posse de George H. W. Bush, o pai, que
deu início a uma das mais importantes etapas para o fim da Guerra Fria, constituindo uma
reunião de cúpula com o líder da União Soviética Mikhail Gorbachev. No Brasil, foi o ano
em que houve a primeira eleição presidencial direta após a ditadura militar, elegendo
Fernando Collor de Mello.
O último filme da franquia foi lançado em 2012, ano em que grande maioria da
população mundial se preparava para o "fim do mundo", isso devido às previsões do
calendário maia. Além disso, o ano também foi marcado pela reeleição do primeiro
presidente negro do EUA, Barack Obama, que venceu Mitt Romney.
Mais um acontecimento relevante foi à realização da Rio+20, a Conferência das
Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, com o objetivo de encontrar
soluções para os dilemas que o Meio Ambiente tem passado. Para a ciência, um grande
passo é dado: o jipe-robô curiosity aterrissa com êxito em Marte, após uma longa viagem.
Um acontecimento que marcou o ano de 2012 e o lançamento do filme foi um
tiroteio em uma sessão da pré-estreia de “Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge”, em
Aurora-EUA, deixando 12 mortos e mais de 50 feridos.
A franquia cinematográfica do personagem teve início em 1989, baseando-se na
história em quadrinho, que no momento passava por uma reformulação. Nessa releitura, o
Batman adquire um ar mais violento, urbano e sombrio, deixando para trás o tom cômico
criado com o seriado, assumindo um papel de detetive e vigilante da noite.
O vilão deste primeiro filme é o Coringa, um psicopata violento, inteligente e dono
de um humor negro, segundo ARAÚJO; OLIVEIRA: 2007. Coringa, antes de se tornar o
vilão, assassinou os pais de Bruce Wayne, fato crucial na criação do homem morcego.
Outro ponto importante, neste longa, é que Batman executa os bandidos, fator que muda
com o tempo, pois o personagem se nega a matar qualquer pessoa.
Já o filme mais recente, lançado em 2012 e dirigido por Christopher Nolan,
conhecido pelo hábito de iniciar filmes com flash-backs ou cenas do final do filme,
enredos com reviravoltas e desfechos surpreendentes, apresenta uma narrativa bem
elaborada, em contexto com a realidade. Explora o comportamento do personagem da
HQ, trazendo uma "ideia mítica" da imagem de Batman, criado a partir de um símbolo – o
morcego – que inspira terror nos criminosos, afirmam ARAÚJO; OLIVEIRA, 2007.
Neste último filme, o vilão é Bane, ex-integrante do Clã das Sombras, comandado
pelo ex-mentor de Bruce Wayne. Bane acredita que Gotham só pode ser salva por meio
de sua própria destruição. Defende que a cidade tem de ser devolvida ao povo, retirada
dos burgueses, políticos e autoridades. Ele é a vingança dos excluídos.
No campo linguagem, o que ganha mais destaque é a forma de falar do
personagem. No primeiro filme, Batman tinha uma voz grossa, feita propositalmente pelo
ator para destacar o ar de herói. No último, essa característica desaparece e o Batman
passa a ter uma voz normal. Nos campos da estética e conteúdo, as cenas eram filmadas
com pouca luz, cores escuras e sombras para destacar os personagens e dar o ar
sombrio e gótico presente nos quadrinhos. Filmava-se com câmeras comuns e não
existiam muitos efeitos.
No último filme, Gotham vira uma cidade grande tomada pelo crime, os
personagens ficaram mais profundos, a história tomou um ar mais urbano e real e os
filmes passam a ser filmados com câmeras IMAX, o que melhora as imagens. As
mudanças significativas ficaram a cargo dos efeitos especiais: bombas, efeitos visuais
aéreos e cenas de destruição e devastação foram marcantes nesse longa.
No primeiro filme, o foco era mostrar como surge o herói e sem se deter muito na
realidade. No filme mais recente, foi incorporada a ideia de mostrar o sofrimento de Bruce.
Tornar os vilões mais palpáveis também foi uma prioridade. Vale destacar que o tema
sustentabilidade foi inserido na trama. As ideias referentes aos filmes também ficaram
mais atuais, trazendo humanidade e lições de moral.
Batman é um conto que encanta todas as gerações pelas quais passa. Sempre
abordando a força e a coragem de um homem que não tem medo de nada e de ninguém,
servindo como inspiração para os espectadores da trama que, em sua maioria, são jovens
do sexo masculino que usam o herói como um modelo.
É interessante pontuar as mudanças e alterações ocorridas nos filmes, como nos
uniformes usados por ele e até mesmo na cidade, que assumiu um tom urbano e deixou
alguns aspectos da fantasia de lado. Apesar de não perder a essência da história, os
filmes foram se adaptando à atualidade, fazendo com que a obra ficcional adquirisse um
ar real e moderno, deixando o enredo ainda mais atraente e cativo a novos fãs, mantendo
o filme sempre um sucesso.
Fonte: Roger Pratt, 1989.
Fonte: Wally Pfister, 2012.
Referências Bibliográficas:
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ARAÚJO, D. A. de; OLIVEIRA, I. S. O morcego do papel à película: as adaptações de
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CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO. Santos: Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. Artigo.
BRUM, B. D. I. Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge. CinePlayers, Blumenau, 20
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PRATT. ROGER. 1989. Altura: 514 pixels. Largura: 379 pixels. 72 dpi. 24 BIT CMYK. 38,4
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Formato
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bitmap.
Compactado.
Disponível
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<http://100grana.wordpress.com/2008/07/31/100grana-especial-batman-o-batman-de
1989/>. Acesso em: 22 out. 2013.
PFISTER. WALLY. 2012. Altura: 1200 pixels. Largura: 800 pixels. 72 dpi. 24 BIT CMYK.
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Formato
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Compactado.
Disponível
em:
<http://www.comicbookmovie.com/fansites/robertgarlenoncmb/news/?a=25577>. Acesso
em: 22 out. 2013.
O Homem-Aranha Através do Tempo
Arthur M. dos Reis, Leonardo R. Cavalcante, Pedro V. V. Couto
“Cada super-herói representa a ideologia americana do seu tempo”
Waldomiro Vergueiro
As HQ‟s foram criadas na década de 30 com objetivo de entreter, visto que seu
publico era principalmente as crianças, porém hoje vemos pessoas de todas as idades
consumindo-as. Foi nessa época em que começaram a ser publicadas em maior número
nos EUA, os personagens geralmente tinham como características algum superpoder,
lutavam contra o crime e em parte eram detetives. A partir de 1938 com a criação do
Superman, houve um boom de super-heróis dentre eles: Batman, Capitão América,
Lanterna Verde, Flash, dentre outros.
O herói mais popular da Marvel Comics é o Homem-Aranha, que surgiu nos
quadrinhos em 1962, criado por Stan Lee, Jack Kirby e Steve Ditko. Stanley Martin Lieber,
ou melhor, Stan Lee, era naquela época, o editor-chefe da Marvel, depois de idealizar o
personagem, teve uma discussão com o Martin Goodman (dono da Marvel) que não
aceitou a principio a ideia de um super-herói que fosse baseado em aranha, pois dizia que
as pessoas detestavam aranhas. Depois de muita conversa Lee conseguiu convencer
Goodman a publica-la, e teve sua primeira aparição no numero de despedida de
“Amazing Adult Fantasy”, a nº 15. Para surpresa de Goodman, a revista foi um sucesso
de vendas, muito bem recebida pelo publico, devido à aproximação do personagem com a
realidade, e teve assim em Março de 1963 o lançamento do primeiro volume de sua
própria revista: “The Amazing Spiderman”.
Sua aproximação com o publico era grande, diferente dos demais super-heróis
que eram imponentes, musculosos, teoricamente perfeitos. Peter Parker era um
adolescente, inseguro, cheio de duvidas e, apesar de seus superpoderes, tinha inúmeros
problemas além de ser órfão, o que levou a morar com seus tios, Ben e May. O fato de ter
ganhado superpoderes não deu a Peter uma vida mais fácil. Era de classe media baixa
nos EUA, é a parte dos jovens da escola dele por ser muito inteligente, mas ainda sim
teve uma dificuldade de se destacar na escola, e continuou sofrendo pelos problemas
pessoais, tais como a falta de confiança para com as mulheres, sofria uma crise de
depressão por causa da morte dos pais e é afetado pela morte do tio Ben e não ter
ajudado.
Os quadrinhos sempre estiveram conectados com a historia, o Homem Aranha
não foi diferente. A pesquisa nuclear era assunto sempre em pauta nos meios de
comunicação, o novo super-herói ganha seus poderes depois de ser picado por uma
aranha geneticamente modificada, ela havia sido exposta a radiações. Sinal de uma
época de constantes ameaças por uma possível guerra nuclear com a esfera comunista.
EUA e União Soviética investiam na Corrida Armamentista, contexto da Guerra Fria, e o
Homem-Aranha entra para tentar amenizar os temores que a sociedade americana vivia.
“Rebento típico dos anos 60, década da Guerra Fria e da contracultura, da decadência de
antigos valores, o Homem-Aranha reflete o seu tempo assim como o Capitão América,
também da Marvel, o fez no início dos anos 40, quando os Estados Unidos estavam
prestes a entrar na Segunda Guerra Mundial.” (LEANDRO SARMATZ, 2102).
Grande parte das aventuras dos quadrinhos ocorria em „‟Cidades de Mentirinha‟‟,
como a Metrópolis de Superman ou Ghotam City de Batman. Já o Aranha veio com outro
conceito de quadrinho, sem duvidas uma suprema inovação urbanística, vivendo na maior
cidade do mundo, Nova York na década de 60. Uma inovação nos quadrinhos onde,
aproximava o publico leitor com o personagem e por viver os mesmos problemas do diadia ganhava o seu afeto. Porém com o passar do tempo, o Homem-Aranha sofreu o
problema de todo herói de quadrinhos norte americano antigo, ele ficou velho, ficando fora
do contexto social em que foi criado e envelhecendo diante da nova geração de leitores.
Quando isso ocorre as vendas caem, abrindo espaço para o concorrente, levando
prejuízo a sua editora. A solução no geral é um reboot, que consiste em começar a
história novamente do zero, ou utilizar um hype, ou seja, prender a atenção dos leitores
antigos e atrair novos, por meio de um acontecimento que chame atenção. Em edição
recente da revista The Amazing Spider Man, que compõe o principal arco das histórias do
aranha, Doutor Octopos, um de seus maiores inimigos de consegue trocar de corpo com
o herói, que morre logo em seguida. Nasce assim uma espécie de anti-herói, o Superior
Homem Aranha, com Octopos no comando do corpo de Peter Parker.
Há também atualmente uma preocupação de dar espaço para as minorias, tema
que foi abordado no passado com o surgimento dos X-Men na década de 60, quando a
segregação racial era muito forte nos EUA. Hoje existe um arco das histórias do HomemAranha em que o personagem principal é Mile Morales, um rapaz negro de origem
hispânica.
A linguagem com o passar do tempo também teve que mudar, tornando-se mais
atual para o publico jovem, que vive em um mundo com as mais diversas fontes de
acesso a informação e em grande velocidade. Algo que se manteve inalterado através
das décadas, foi o humor inteligente e sarcástico de Peter, presente até nas horas mais
inusitadas. O uso de onomatopeias, muito comum em roteiros de HQ‟s, ainda se mantem
presente.
Por fim podemos citar que um super-herói que quase não foi publicado, veio a se
tornar o maior sucesso de vendas da Marvel, e um dos mais queridos entre os fãs de
Histórias em Quadrinho. “E também um adolescente que poderia ser você ou seu filho.
Comum, prosaico, inconstante – mas, a seu modo, extraordinário.” (Leandro Sarmatz,
2002) Stan Lee acertou em cheio trazendo o herói ao mesmo patamar das pessoas
comuns, isso foi a chave do seu sucesso.
FONTE: Omelete, 2007
FONTE: ANMTV, 2012
FONTE: Divulgação, 2011
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out.
2013
LIMA, Murilo. O espetacular, pero no mucho, Homem-Aranha. In Geek Café, 2012.
Disponível
em
<http://geekcafe.blog.br/cinema/o-espetacular-pero-no-mucho-homem-
aranha/>. Acesso em: 09 out. 2013
Marvel anuncia que novo Homem-Aranha é negro e hispânico. In: Terra, arte e cultura,
2011. Disponível em <http://diversao.terra.com.br/arte-e-cultura/marvel-anuncia-que-novohomem-aranha-e-negro-ehispanico,3989421a2df4a310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html>. Acesso em 15 out.
2013
Super-homem a história do homem de aço
Ana Carolina Mouta, Samara Susan e Vanessa Araújo
“Você dará as pessoas um ideal pelo qual lutar.Elas hão de correr atrás
de você.Vão cambalear,vão cair.Quando for hora, você os ajudará a realizar
maravilhas.”
Superman: homem de aço
A história do super homem tem inicio com a ideia de fazer um superherói em histórias em quadrinhos, por volta de 1938. O Super-Homem deu o
ponta pé inicial para a fantasia dos super-heróis de gibis e logo se tornou um
ícone americano. Publicado, inicialmente, em formato de comic- book o
sucesso ansiava por transformá-lo em realidade. O surgimento do SuperHomem no cinema aconteceu na década de 1940, pouco tempo depois de ter
feito grande sucesso com seu lançamento nos gibis.
A estreia de Super-Homem no cinema não foi um filme com duração
de pelo menos uma hora e meia na qual a maioria está acostumada nos dias
de hoje e sim em formato de curta-metragem. Tudo procedeu de forma simples
se formos olhar em comparação com os últimos filmes, mas de forma gloriosa
se parar para pensar que foi o primeiro filme onde um super-herói podia voar,
por exemplo.
Max e Dave Fleischer, irmãos, foram os que deram ao mundo mágico
das histórias em quadrinhos do herói, um pouco mais de realidade e fantasia.
Como já dito, a primeira reprodução do filme foi feita em forma de animação em
vários curtas. Não se sabe ao certo quantos, algumas fontes dizem que 17
outras que 20 curtas apresentados.
A produção dos curta-metragens foi bastante árdua e o trabalho dos
irmãos Fleischer é reconhecido até hoje. O que se pode perceber no resultado
é que as imagens só ficavam mais nítidas quando se tinha um foco mais
próximo, por mais que se tratasse de animações.
Ao inicio de cada curta havia sempre a mesma apresentação que
ficou bastante conhecida: “Olhem lá no céu! É um pássaro! É um avião! Não! É
o Super-Homem!”. Com isso criou-se a simbologia de que um homem voando,
só poderia ser o Super-Homem. Assim como quando se escutava determinada
música, sabia-se que o herói estava a caminho.
Os personagens tinham falas curtas, por conta disso usava-se
muitos sons de objetos, explosões e músicas de acordo com cada cena. As
roupas e cenários se adequavam a época, tirando a parte fantasiosa, e
também ao ambiente de trabalho de Clark Kent (o Super-Homem), que era
jornalista, tudo muito formal. Os homens de terno e mulheres, quase sempre,
de vestido. Já o Super-Homem era reconhecido por sua famosa capa
vermelha, macacão azul, botas vermelhas, cinto vermelho e cueca vermelha
por cima do macacão. Sem contar seu famoso brasão em “S” que era e é sua
marca registrada.
Na época, os Estados Unidos precisava recuperar sua imagem de
heroísmo e nada melhor do que idealizar isso. O mundo se encontrava em
guerra. O país sofria ameaças de ataques e precisava ter a representação de
homens fortes para enfrentar a Segunda Guerra Mundial. Algo que também
contribuiu para o triunfo de Super-Homem.
O último filme lançado sobre o herói foi “Superman – Homem de
Aço” dirigido por Zack Snyder e produzido por Christopher Nolan o filme trás
uma versão aprimorada do super herói retratando as dificuldades desde a
infância de lidar com os super poderes e a história do seu planeta de origem e
esforço dos pais na luta pela sobrevivência do filho.
São
notadas
diferenças
naturais
decorrentes
da
evolução
tecnológica, a qualidade de imagem, os efeitos especiais e principalmente o
traje do super homem estão aprimorados, os tons fortes de azul do macacão
agora são mais sombrios e a tradicional cueca vermelha por cima da calça foi
descartada, no entanto a clássica capa e botas vermelhas permanecem
juntamente é claro com o brasão em “S” no peito do herói essa nova aparência,
segundo críticas de fãs o deixou com ar de vilão.
As referencias à cultura americana são constantes nas duas versões,
no primeiro filme o herói foi usado como propulsor para os cidadãos
americanos ao amor a pátria o que atendia aos interesses do governo no que
diz respeito ao recrutamento de soldados para o exercito para a entrada do
país na guerra, além disso, no mesmo ano foi assinada a declaração universal
dos direitos humanos e foi criada a organização dos estados americanos que
visava facilitar as relações entre os estados membros dos Estados Unidos e
servir como uma espécie de proteção contra a entrada da cultura comunista no
país o super homem então torna-se um símbolo de todo esse triunfo e busca
pela paz e justiça.
Atualmente, a imagem do super homem é mais agregada a valores
sociais, amor e respeito ao próximo, no entanto a cultura estadunidense é tida
como característica marcante do herói, uma vez que o personagem é adotado
por uma família americana e é claro, as cores do traje são as mesmas da
bandeira do país.
Não obstante , é observado ainda que no primeiro filme a história era
focada no herói, sua força, bondade e justiça tendo o enredo repleto de
romance e exaltava sempre a ação heróica do personagem, salvando a cidade
e a mocinha dos perigos. O enredo atual ainda conserva os traços de romance
e heroísmo, mas tem seu foco na origem e historia do super homem, seus
sentimentos, seus medos e a dificuldade em manter uma identidade secreta e
tem como clímax a destruição do mundo e invasão alienígena, tais temas
apocalípticos são bastante atuais levando em conta as conspirações em torno
do calendário maia.
Ilustração 1
Fonte: Palmentola, 1948
Ilustração 2
Fonte: Mokri, 2013
Referências Bibliográficas
Autor desconhecido. Compare personagens e uniformes de todos os filmes
do
super
homem:
Disponível
em:
<http://g1.globo.com/pop-
arte/cinema/noticia/2013/07/compare-personagens-e-uniformes-de-todos-osfilmes-do-super-homem.html> Acesso em: <20 de outubro de 2013>
Altman, Max. Hoje na história: 1948 – assinada a criação da Organização
dos
Estados
Americanos:
Disponível
em:
<http://operamundi.uol.com.br/conteudo/historia/28623/hoje+na+historia+1948+
-+assinada+a+criacao+da+organizacao+dos+estados+americanos.shtml>
Acesso em: 20 de outubro de 2013
Basile, Monica. História do Superman no Cinema – Parte 1: Disponível em:
<http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/espaco-decinema/platb/2013/06/21/historia-do-superman-no-cinema-parte-1/>Acesso em:
17 outubro 2013
Mokri, Amir. Henry Cavill em cena do filme Homem de Aço.2013. 1 Frame
do filme.
Peixoto, Irapuan. Superman: A trajetória do maior dos super-heróis:
Disponível em: <http://hqrock.wordpress.com/2012/01/23/superman-atrajetoria-do-maior-dos-super-herois/>Acesso em: 17 outubro 2013
Palmentola, Paul. Kirk Alyn em cena do filme Superman. 1948. 1 Frame do
filme.
Telles, Paulo. Super-Homem: O Homem de Aço no Cinema e na TV através
dos Tempos: Disponível em:
<http://articlesfilmesantigosclub.blogspot.com.br/2013/07/super-homem-ohomem-de-aco-no-cinema-e_8852.html?m=1>Acesso em: 15 outubro 2013
SUPERMAN: Homem de Aço. Produção de Christopher Nolan. EUA: Warner
Bros, 2013. 1 filme.
Moda e Design
Coca Cola e o brasileiro: Uma trajetória de adaptação
Ana Carolina Resende Leite (13/0151068); Andresa da Mota Silveira Rodrigues
(10/0059635); e Hugo Boaventura de Carvalho (12/0180057).
“Somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola”
(Renato Russo)
Identificação do produto de Comunicação
Coca-Cola é a marca de um refrigerante com sabor de noz-de-cola pertencente à
The Coca-Cola Company que comercializa em mais de 200 países. Com 126 anos de
existência a marca é uma das mais fortes do mundo. Segundo a revista EXAME, a CocaCola está em 5º (quinto) lugar entre as 20 empresas mais valiosa do mundo em 2013 com
um faturamento de 78,4 bilhões.
Descrição dos períodos históricos
A análise será do período em que a Coca-Cola entrou no Brasil, mais precisamente
tomando o dia 18 de abril de 1942, que foi a inauguração da primeira fábrica da marca em
solo brasileiro, até os dias atuais. Enfatizando a mudança no fazer publicidade adotado
pela marca durante esse período.
A Coca-Cola entrou no Brasil em um período de agitação internacional com a II
Guerra Mundial e seus muitos frontes de batalha, nos quais os Estados Unidos estavam
lutando. Passando pela internalização tão forte da marca que parou até na Música
Popular Brasileira (MPB), a marca se faz presente em algumas músicas bastante
conhecidas como Geração Coca-Cola de Renato Russo. A marca chega aos dias atuais
com contínuo crescimento e inovação.
Análise do Produto
A Coca-Cola chegou ao Brasil no mesmo período que entrou na Segunda Guerra
Mundial, no ano de 1942. Tendo como fim servir os soldados americanos, a política da
empresa na época era a de reforçar o ideal de patriotismo e prosperidade ao acompanhar
as tropas dos Estados Unidos e oferecê-las o seu produto aonde é que estivessem por 5
centavos (LIMA, 1996). Sendo o Brasil um destes países.
Robert Woodruff, presidente da empresa na época, resolveu estender o público
consumidor. Uma de suas iniciativas foi a abertura da primeira fábrica da Companhia no
Brasil, mais especificamente no estado do Rio de Janeiro em 1942, e implantando três
anos mais tarde o sistema de franquias. No entanto, não foi tão fácil conseguir a
aceitação do consumidor brasileiro, devido aos diferentes costumes e gostos. A primeira
reação do brasileiro quanto à Coca-Cola foi de estranhamento, não estavam acostumados
com o sabor do refrigerante, nem com a ideia de uma bebida gelada (DE CAMPOS,
2004).
Para conseguir essa aprovação foi preciso investimento em estratégias de marketing
e muitas propagandas. Uma das maneiras que a empresa começou foi patrocinando um
programa de rádio. Com o sucesso conquistado com este meio de comunicação, a
publicidade começou a investir em outdoors. Muitos cartazes traziam pessoas de vários
círculos sociais tomando a Coca-Cola, mostrando que o refrigerante era para todos.1
Fonte: http://jipemania.com/coke/brasil/
1
Ver: Coca-Cola - 60 anos de Brasil http://www.jipemania.com/coke/historia_coca_cola_br.htm.
Fonte: ROITBERG, 2013.
Como podemos ver nos cartazes a ideia vendida é que a Coca-Cola está em todos
os momentos e com todo o tipo de gente, desde os mais novos aos mais velhos, em
momentos familiares, românticos, festivos ou esportivos. É a companheira irresistível que
refresca em todos os momentos. Essa ideia está muito presente na publicidade
americana do produto, a qual justificou o slogan dos anos 40: “A pausa que refresca”
(1942). Este enunciado teria como base o cenário nostálgico rural, em contraposição ao
ritmo frenético e agitado dos centros urbanos. Neste mesmo slogan pode-se ainda
denotar a paixão pela bebida que proporciona a quebra da continuidade de uma ação, a
busca de uma pausa e tranquilidade bem como uma desaceleração do tempo. (DE
CAMPOS, 2004)
No início da década de 1950, o slogan da Coca-Cola era “Isso faz um bem” (1952), o
qual visava desmistificar uma ideia negativa que existia do produto no público brasileiro,
colocando maior ênfase na refrescância do sabor e na origem da água cristalina do
produto, objetivando se aproximar cada vez mais do brasileiro. A Coca-Cola não era
somente do Carnaval ou rock n’ roll, ela fazia parte de muitos movimentos culturais, se
associando a maior variedade possível. Na copa de 1950, realizada no Brasil, se via
cartazes e propagandas da bebida em todo o estádio. Ou seja, ela começa a se tornar
onipresente. Ganhando popularidade, nos anos 60 ela já era bem aceita pelo público
brasileiro, tendo até mesmo cantores de MPB citando-a em suas músicas.2
Desta forma, tendo em mente o que foi anteriormente abordado, observa-se uma
forte campanha publicitária feita através de cartazes e anúncios em revistas, esquemas
estes seguidos até hoje. Por meio destes formas de propaganda e principalmente graças
à utilização de eficazes técnicas de divulgação, o público brasileiro pôde se render à
bebida. Como primeiros enunciados transmitidos nas primeiras propagandas da marca no
país tem-se: “Tome Coca-Cola bem fria” e “Qualidade digna de confiança”. (DE CAMPOS,
2004). Diferentemente das medidas de divulgação dos anos 50, a Coca-Coca brasileira
contemporânea configura-se renovada em alguns aspectos, a começar pelo seu métodos
de propaganda e publicidade. Atualmente, a televisão demonstra-se como o principal
meio de comunicação para a publicidade da bebida, corroborando o ideal do século XXI
de agilidade, tecnologia e ânsia de viver, deixando assim o rádio obsoleto. Seus slogans
tornaram-se mais subjetivos e idealizados, “Abra a Felicidade” (2009) e “Viva
Positivamente” (2010), vinculando com isto a imagem da marca ao apelo social.
Fonte: http://www.cocacolabrasil.com.br/coca-cola-brasil/historia-da-marca/
Análise das transformações ocorridas no produto
O formato da atual Coca é distinto daquele dos anos 50. O refrigerante agora possui
um design diferenciado: a curvatura da garrafa altera-se para se encaixar naturalmente na
mão do consumidor e inovações surgem ao longo dos anos para facilitar e tornar mais
prático o uso da bebida: six-pack (6 garrafas da bebida em uma caixa), máquinas de post2
Para
saber
mais
ver:
Coca-Cola
http://www.jipemania.com/coke/historia_coca_cola_br.htm.
-
60
anos
de
Brasil
mix (Coca feita na hora e servida em copos), refrigerante em lata, One way (descartável)
e tampas de rosca, Big Coke (Coca-Cola de 1,25 e 2 litros), lata de alumínio e Coke
machine (LIMA, 1996).
FONTE: DIAS, 2011
Considerações Finais
Conclui-se então que, assim como o mundo se globalizou, a Coca-Cola em suas
caracterísicas também passou pelo mesmo processo de globalização, tanto na
característica física de seus produtos quanto no fazer sua publicidade.
Em seu design, a marca muda as características físicas, como forma de dificultar a
falsificação em um primeiro momento, mas depois muda para se adaptar a diversidade de
seus consumidores.
Na publicidade a marca vem consolidando slogans mundiais em detrimento dos
slogans regionais. Porém, em casos específicos, como, por exemplo, em grandes eventos
mundiais – Copas do Mundo e Olimpíadas – utilizam-se de slogans regionais para se
envolverem nesses eventos como patrocinador.
Referências bibliográficas:
BRASAL REFRIGERANTES. Portfólio de produtos Refrigerantes Disponível em:
<http://www.brasal.com.br/refrigerantes/portfolio-de-produtos-refrigerantes>. Acesso em:
10 out. 2013.
COCA-COLA
BRASIL.
História
da
Coca-Cola
Brasil.
Disponível
em:
<http://www.cocacolabrasil.com.br/coca-cola-brasil/historia-da-marca/>. Acesso em: 08
out. 2013.
DE CAMPOS, A.L.F. A Pausa que refresca… Tempo e espaço nas propagandas da
Coca-Cola.
São
Paulo:
Alfa,
2004.
Disponível
em:
<http://seer.fclar.unesp.br/alfa/article/view/4258/3850>. Acesso em: 09 out. 2013.
DIAS. E. Evolução da garrafa de Coca-Cola. GGN, O jornal de todos os dias, 2011.
Disponível
em:
<http://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/a-evolucao-da-garrafa-de-coca-
cola>. Acesso em: 15 out. 2013.
EXAME.com. As 20 marcas mais valiosas do mundo em 2013. Disponível em:
<http://exame.abril.com.br/marketing/noticias/as-20-marcas-mais-valiosas-do-mundo-em2013#5>. Acesso em: 19 out. 2013.
LIMA, R. O fascinante mundo das coleções Coca-Cola. Collectors Magazine,
1996.Disponível em: <http://www.brasilcult.pro.br/ensaios/cola/coca_cola.htm>. Acesso:
10 out. 2013.
ROITBERG, J. História da Publicidade da Coca-Cola: Especial Brasil 1943-1946
Propagandas da Coca-Cola no Brasil. Disponível em: <http://jipemania.com/coke/brasil/>.
Acesso em: 07 out. 2013.
Havaianas
Ivo Júnior, Mariana Modesto, Natália Alencar e Rayssa Souza
“A intenção de um slogan, além de impor, é convencer e seduzir o leitor. O bom slogan
deve resumir a essência da marca ou do produto, ou ainda da campanha”.
Marcia Oberderfer Consoli
Os calçados desde sempre foram motivo de fetiche para a sociedade, é um produto
que tem por característica oferecer uma representação de status de acordo com os tipos
de marcas, design, preço e qualidade que ele possui. Podemos ver ao longo da história
que este produto sempre foi utilizado como forma de diferenciar as classes, por exemplo,
enquanto as mulheres da aristocracia usavam chinelos de brocado fino com solas frágeis,
suas criadas usavam robustas botas de cabedal negro.
Sendo assim, vários modelos de calçados surgiram e com isso milhares de marcas
apareceram. Segundo Aaker, “construir uma marca poderosa capaz de destacar-se da
concorrência e agremiar uma legião de consumidores fiéis, sempre foi um desafio[!]. A
partir dos anos 90, com avanço vertiginoso da globalização e da tecnologia, a tarefa de
conseguir a fidelidade do consumidor tornou-se ainda mais complexa[!]” (NUCCI. 2004. p
136). Dessa maneira, nossa análise se baseia nas Havaianas, uma marca capaz de
conseguir a tão sonhada fidelidade do consumidor.
Em 3 de abril de 1907, o escocês Robert Fraser se uniu a um grupo inglês para
construir a primeira fábrica brasileira de Alpargatas, também conhecida como sapato
espanhol. A empresa ganhou o nome de Alpargatas São Paulo e foi a responsável pela
criação das primeiras Havaianas. Mas somente no ano de 1962, que elas foram surgir.
Inspiradas em uma sandália japonesa chamada Zori, essa nova sandália de dedo
era feita de borracha, um produto nacional e totalmente natural, que tinha destaque por
não deformar, não soltar as tiras e não ter cheiro. Apesar de não serem muito atrativas, as
Havaianas conquistaram o gosto do consumidor por conta de seu valor acessível,
conforto proporcionado e alta resistência do produto, dessa forma, logo ficou conhecida
como sandália do povo.
Embora o design das havaianas seja de origem oriental, a escolha acertada de seu
nome foi inspirada no Havaí, lugar de clima tropical onde os famosos costumam passar
férias. Esse nome foi ideal já que as sandálias eram adequadas para o uso em países
quentes por serem descobertas e evitarem o excesso de transpiração.
Outra escolha acertada de seus criadores foi descrever o produto como sandálias ao
invés de chinelos. Segundo o Dicionário Universal de Língua Portuguesa, os significados
atribuídos a essas palavras são “Sandália – do Latim sandaliu. Calçado formado por uma
sola ligada ao pé através de correias”; “Chinelo – sapato velho e acalcanhado. Sapato
para se usar em casa, raso ou salto muito baixo”. A categoria escolhida descrevia
realmente o produto sem possuir o significado pejorativo de seu sinônimo.
As Havaianas são também muito conhecidas pela sua publicidade, seus grandes
slogans sempre foram utilizados para combater algo que ameaçava a continuidade do
produto no mercado. Um exemplo disso foi em 1970, época marcada por surgir muitas
imitações, a fim de acabar com as cópias, houve a criação de um dos mais famosos
slogans da marca: “Havaianas, as legitimas, recuso imitações”.
Sua comunicação se dirigia ao mercado de massa, utilizando somente publicidade
nos veículos de mídia eletrônica de consumo da população de baixa renda, no caso a
Televisão, assim transformando Havaianas em sinônimo de pobreza. “Nos acostumaram
a encarar a televisão como um meio popularesco, “de massa”, no pior sentido possível da
palavra”. (Machado, Arlindo. 2003)
Com o passar do tempo, foram surgindo novos modelos de sandálias que
exploravam formas mais ousadas e cores mais fortes. Dessa forma, mesmo tendo suas
qualidades preservadas, as havaianas eram associadas aos consumidores de baixa
renda. Entre a década de 80 e 90, essa nova realidade ameaçou de maneira agressiva a
sobrevivência do produto nas lojas.
Uma das grandes transformações ocorreu no ano de 1994, época em que o slogan
“Havaianas. Todo mundo usa” se fez verdadeiro, com uma forte campanha publicitária,
tratou de oferecer novos modelos de sandálias com cores mais vibrantes. Além disso,
houve a aparição em suas propagandas de diversos famosos usando alegremente as
havaianas. Em pouco tempo, a nova proposta reelaborou o posicionamento simbólico
daquele produto de longa data.
Durante a década de 2000 diversos acontecimentos fizeram com que as Havaianas
se tornassem mundialmente conhecidas e que houvesse uma maior expansão comercial.
Em 2000 as havaianas viraram fenômeno no exterior, os estrangeiros compravam no
Brasil e levavam para seus países, abrindo caminho para que fossem abertas lojas de
Havaianas nos centros comerciais mais luxuosos dos Estados Unidos e da Europa. Elas
viram assuntos em grandes revistas e jornais, conquistando vitrines concorridas e atrizes
bastante famosas, como Jennifer Aniston.
Em 2003 as Havaianas participaram do Oscar, sendo distribuídas de lembrança
sandálias exclusivas aos indicados ao prêmio e, em 2004, foram criadas as primeiras
Havaianas com tiras de diamantes.
Durante anos os brasileiros usaram as Havaianas e se acostumaram com a ideia de
um chinelo de qualidade, comprado para se usar, mas não para se mostrar.
Principalmente a partir dos anos 2000 essa imagem mudou definitivamente, as Havaianas
se tornaram desejo de consumo, as sandálias eram colecionadas e as pessoas
mostravam as Havaianas em seus pés. Essa mudança na imagem da marca ocorreu
principalmente devido à publicidade que usava valiosos slogans e propagandas em
televisões e revistas, e ao trabalho da marca em reformular o design do chinelo, atraindo
consumidores e vendendo mais. Esses fatores em conjunto fizeram com que a marca
ganhasse notoriedade e valor de mercado.
Esses fatos fizeram com que a marca fosse valorizada e aumentasse os preços do
chinelo. Assim as Havaianas se tornou uma marca de sandálias desejada mundialmente,
valorizada internacionalmente e principalmente, usada por todas as camadas sociais.
Fonte: Pé de chinelo, 2012.
Fonte: Imore, 2011.
Referências bibliográficas:
MACHADO, Arlindo. Televisão: a questão do repertório. In: A televisão levada a
sério. São Paulo: Senac, 2003.
Blog
Spot:
Mundo
das
Marcas.
Disponível
<http://mundodasmarcas.blogspot.com.br/2006/05/havaianas-as-legtimas.html>.
em:
Acesso
em: 21 out. 2013.
As Relações Públicas na Construção de Marcas: O Caso Havaianas. Disponível em:
<http://www.portcom.intercom.org.br/pdfs/37016692706371351125228985546331419732.
pdf>. Acesso em: 22 out. 2013.
Havaianas: Representação da Cultura e da Moda brasileira. Disponível em:
<http://coloquiomoda.hospedagemdesites.ws/anais/anais/4-Coloquio-deModa_2008/42655.pdf>. Acesso em: 22 out. 2013.
Slogan – O grito de Guerra que torna memorável um produto. Disponível em:
<http://revistas.utfpr.edu.br/pb/index.php/SysScy/article/view/233/53>. Acesso em: 23 out.
2013.
Site Oficial das Havaianas. Disponível em: < http://www.loja.havaianas.com.br/>.
Acesso em: 23 out. 2013.
2. O INICÍO
Conforme Zollner (2007), no ano de 1937 os irmãos Richard e Maurice
fundaram o primeiro McDonald’s na cidade de San Bernardino, Califórnia, no
sistema drive-in. Na época, o drive-in era muito comum, principalmente no estado da
Califórnia e surgiu paralelo à produção de carros em massa e ao cinema. A
estratégia consistia em alcançar o cliente transeunte que agora está motorizado. As
estradas eram o produto direto dos automóveis, portanto, os estabelecimentos
concentravam-se à beira das rodovias.
Figura 1 – Primeiro McDonald’s.
1
Fonte: Página da Editora Abril na internet.
1
Disponível em: < http://vip.abril.com.br/blogs/vip-vintage/files/2012/10/mcdonalds2.png> Acesso em: 24 out 2013
No final da década de 40 os irmãos Richard e Maurice, conhecedores da
lentidão do serviço de drive-in, realizaram profundas transformações: eliminaram os
serviços de garçonetes e, agora, os clientes passam a descer dos carros e fazem os
pedidos nos balcões; todos os utensílios como talheres, copos e pratos são
substituídos por embalagens descartáveis; houve um enxugamento do cardápio
como forma de evitar desperdícios e, consequentemente, a diminuição do preço dos
lanches (FONTENELLE, 2007).
Era uma época em que as pessoas prezavam pela rapidez e, com as novas
mudanças no processo de atendimento, criam o primeiro personagem da empresa, o
mestre-cuca chamado Speedee.
Figura 2 – Primeiro personagem da McDonald’s: Speedee.
Fonte: Site High Way Host
2
2
Disponível em: < http://www.highwayhost.org/Mcdonalds/mcdonalds1.html> Acesso em: 24 out 2013
3. A ERA KROC
De acordo com o site oficial da marca, Kroc foi o primeiro master franqueado.
A ligação dele com a empresa iniciou-se em meados da década de 50. Kroc fornecia
aparelhos de milk-shake para a lanchonete em San Bernardino e já havia vendido
oito máquinas que produziam seis copos cada.
Ray Kroc ficou surpreso com a forma de produção do restaurante que possuía
um cardápio limitado que concentrava-se em apenas alguns itens - hambúrgueres,
batatas fritas e bebidas, o que permitia o foco na qualidade.
Kroc foi responsável pela ampliação de restaurantes McDonald’s em toda
América do Norte. Em 1955 ele fundou a McDonald Corporation e, cinco anos mais
tarde, comprou os direitos exclusivos da marca.
Figura 3 – Primeiro restaurante McDonald’s com a participação de Kroc. Atualmente é o Museu da
rede. (1955, na cidade de Des Plaines, Illinois)
Fonte: Site Mundo das Marcas 3
3
Disponível em: <http://mundodasmarcas.blogspot.com.br/2006/05/mcdonalds-inveno-do-fast-food.html> Acesso em: 24
out 2013
Em 1961, Ray lançou um programa de treinamento, mais tarde chamado
Hamburger University, em um novo restaurante em Elk Grove Village, Illinois. A
Universidade disponibilizava o treinamento com base em métodos científicos de
gestão e também contava com um laboratório de pesquisa e desenvolvimento para
cozimento, congelamento, armazenamento e formas de servir.
Segundo Fontelle (2007, apud LOVE, 1995, p. 152) “[...] os especialistas em
operações do McDonald’s desceram até as bases da rede de abastecimento de
alimentos
e
equipamentos.
[...]
Introduziram
novos
métodos
nas
usinas
processadoras de leite do país. Alteraram a maneira de os fazendeiros criarem gado
e a maneira de a indústria da carne fabricar o produto final”.
Hoje, mais de 80 mil pessoas se formaram a partir do programa.
Figura 4 – Diploma da primeira turma de 1961 da Universidade do Hambúrguer
Fonte: Site Business Insider
4
4
Disponível em: <http://www.businessinsider.com/tour-of-mcdonalds-hamburger-university-2012-4 > Acesso em: 24 out
2013
4. BIG MAC
Segundo o site Economia do portal IG, o Big Mac é considerado o carro chefe
da rede de lanchonetes americana. O lanche foi criado em 1965 pelo frqanqueado
da Pensilvânia, Jim Deligatti.
Devido a grande popularidade após os anos 70, a Revista The Economist
criou o “índice Big Mac” para medir o custo de vida em inúmeros países, utilizado
como fórmula diferente para quantificar a valorização ou desvalorização das moedas
no mundo em relação ao dólar.
O primeiro jingle do hamburguer foi ao ar em 1974 e a versão, em português,
em 1983 no Brasil: “Dois hambúrgueres, alface, queijo, molho especial, cebola,
picles e um pão com gergelim. É o Big Mac!”
De acordo com o site do Estadão (2007), os maiores consumidores do
sanduíche são os japoneses.
Figura 5 – Big Mac no Museu do Hambuguer, Pensilvânia
5
Fonte: Site PA Books
5
Disponível em <http://pabook.libraries.psu.edu/palitmap/BigMacBiggest.jpg>. Acesso em: 23 out 2013
5. ANÚNCIO, PERSONAGEM E LOGOS
Figura 6 - Anúncio do McDonald’s da década de 50.
Fonte: Site The Telegraph6
Figura 7 – Ronald McDonald em 1963 (ano de sua criação) e 2013, respectivamente.
7
Fonte: Site Uol Economia
6
Disponível em <http://www.telegraph.co.uk/finance/newsbysector/retailandconsumer/8466564/McDonalds-the-earlyyears.html?image=5> Acesso em 24 out 2013
7
Disponível em <http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2013/08/10/ronald-mcdonald-completa-50-anos-vejaprimeiro-comercial-do-mascote.htm> Acesso em 24 out 2013
Figura 8 – Logo década de 40.
8
Fonte: Site Wikia
Figura 9 – Logo início da década de 60.
Fonte: Site Wikia9
Figura 10 – Logo de 1968 até 2006
10
Fonte: Site Wikia
8
Disponível em
<http://images3.wikia.nocookie.net/__cb20101018080219/logopedia/images/d/d4/McDonald%27s_Logo_1948.jpg>
Acesso em 25 out 2013
9
Disponível em
<http://images3.wikia.nocookie.net/__cb20121215042238/logopedia/images/f/f1/McDonald%27s_logo_60s.png> Acesso
em 25 out 2013
10
Disponível em
<http://images3.wikia.nocookie.net/__cb20130523231851/logopedia/images/d/dc/McDonald%27s_1968.svg> Acesso em
25 out 2013
6. INSTITUCIONAL
6.1
MISSÃO
Servir comida de qualidade proporcionando sempre uma experiência
extraordinária.
6.2
VISÃO
Duplicar o valor da companhia, ampliando a liderança em cada um dos
mercados.
6.3
VALORES
- Oferecemos Qualidade, Serviço & Limpeza aos nossos clientes;
- Incentivamos o espírito empreendedor ;
- Temos um forte compromisso com a nossa gente;
- Maximizamos a Rentabilidade das nossas operações;
- Operamos um negócio em ambiente ético e responsável;
- Contribuímos com o desenvolvimento das comunidades nas quais atuamos.
7.
A REDE NO BRASIL
De acordo com informações do site da empresa no Brasil, em 1979 foi
inaugurado o primeiro McDonald’s em território nacional, na cidade do Rio de
Janeiro, bairro de Copacabana. O país é o 25º a receber um restaurante da marca.
Atualmente rede possui 746 restaurantes nas cidades brasileiras.
Em 1999, é inaugurado Instituto Ronald McDonald em prol de crianças e
adolescentes com câncer.
No caso das propagandas, a empresa tem sido alvo de críticas e processos.
Como exemplo atual, de acordo com o site Exame de abril de 2013, a Fundação de
Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-SP) multou o McDonalds em R$ 3,192
milhões de reais por publicidade infantil abusiva. O PROCON justificou a medida
alegando que os comerciais incitam o público infantil a consumir alimentos nada
saudáveis pelo uso de personagens e pela venda de brinquedo, no caso, o
Mclanche Feliz.
Dados do portal G1 noticiaram medida futura da organização para amenizar
efeitos negativos - a exclusão dos refrigerantes das peças publicitárias e
apresentação de novo cardápio que passará a conter frutas e água.
Figura 11 – Mclanche Feliz com brinquedos.
Fonte: Site Wikipedia11
Apesar das multas (algumas no campo trabalhista) e de ter a imagem
associada a alimentos pouco saudáveis, o McDonalds obteve crescimento nos
faturamentos das vendas em 9,4% no segundo trimestre deste ano no Brasil,
conforme dados do portal G1.
11
Disponível em <http://en.wikipedia.org/wiki/File:McDonalds_Happy_Meal.jpg> Acesso em: 24 out 2013
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A rede McDonald’s revolucionou o mercado fast-food. Como estratégia
comercial, a corporação seguiu ao longo dos anos adaptando cardápio, aprimorando
a forma de gestão e priorizando o expansionismo global. Além disso, investiu em
restaurantes
confortáveis,
fundou
uma
universidade
específica
para
desenvolvimento dos alimentos e aprimorou logo e propaganda.
Mas a marca é também controvérsia, pois, se por um lado é tida como
fenômeno mundial de sucesso empresarial, por outro desperta desconfiança das
classes médica e jurídica devido aos alimentos calóricos e com baixos valores
nutricionais.
Observar-se que a empresa opta usualmente por remodelações (com
exceção do modelo business) vide a tentativa da rede em acrescentar ao cardápio
frutas e saladas em resposta ao aumento do consumo consciente.
REFERÊNCIAS
FONTENELLE, Isleide. O nome da marca: McDonald's, fetichismo e cultura
descartável, São Paulo: Boitempo, 2002. 363 p.
ZOLLNER, Luciana. Comunicação do McDonald’s em Tempos de Crise: Educação
como recurso de persuasão em textos publicitários. 2007. 163 f. Dissertação
(Mestrado em Comunicação). Universidade de Marília, São Paulo.
LOVE, Jhon F. McDonal’ds: a verdadeira história do sucesso, Rio de Janeiro:
Bertran, 1996.
FONTENELLE, Isleide. Corpo, mobilidade e a cultura da imagem. Psicol. hosp.
(São Paulo),
São Paulo ,
v. 4, n. 1, jan.
2006. Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S167774092006000100006&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 22 out. 2013.
VIVALDINI, Mauro; SOUZA, Fernando Bernardi de. O Relacionamento Colaborativo
na Cadeia de Suprimentos do McDonald’s. In: SIMPOSIO DE ENGENHARIA DE
PRODUÇÃO, 13. 2006, Bauru, SP. Anais eletrônicos. Disponível em:
<http://www.fesppr.br/~bastosjr/Qualidade%20e%20Produtividade/1%BAsem2008_s
emin%E1rios/Sala%20203/Eq7_21.pdf>
CASAQUI, Vander; RIGEL, Viviane. Os efeitos de sentido do consumo slow food no
templo do fast food. In: XIV CONGRESSO BRASILEIRO DE SOCIOLOGIA. Rio de
Janeiro, 2009. Disponível em:
<http://www.sbsociologia.com.br/portal/index.php?option=com_docman&task=doc_d
ownload&gid=3037&Itemid=171>. Acesso em 20 out. 2013
Outros sites consultados:
exame.abril.com.br
http://en.wikipedia.org
http://mundodasmarcas.blogspot.com.br
www. g1.globo.com
www.mcdonalds.com
www.mcdonalds.com.br
www.mcdonalds.com.br
www.uol.com.br
www.wikipedia.com.br
A logomarca da Petrobras
Armando Moraes da Silva
“O petróleo é nosso”
Lema da Campanha do Petróleo
A logomarca de uma empresa busca comunicar as suas qualidades e estabelecer
um reconhecimento imediato com o público.
Maimoni (2009) afirma que a marca é uma mistura de atributos tangíveis e
intangíveis que simbolizam a empresa, criando valor e expressando sua identidade. A
autora cita ainda a definição de identidade como uma coleção de atributos de uma
empresa que formam o referencial de como ela é vista.
A Petrobrás possui uma logomarca que alcança plenamente estes objetivos, com
enorme valor simbólico para todo o brasileiro. O vinculo entre a empresa e os brasileiros
tem origem em sua história, já que sua criação foi fruto de forte mobilização popular.
Na década de 1940, o consumo de petróleo crescia rapidamente no Brasil. A
Constituição de 1945 tratou da exploração do petróleo, permitindo a participação de
capitais privados estrangeiros, desde que integrados em empresas constituídas no Brasil.
Durante a criação do Estatuto do Petróleo, que visava regulamentar o previsto na
Constituição, uma vigorosa reação nacionalista iniciou a Campanha do Petróleo, que
ficaria famosa por seu slogan: "O petróleo é nosso".
Em 3 de outubro de 1953, depois de vários anos de luta e de intensa mobilização
popular, já no governo Vargas, foi sancionada a Lei nº 2.004, que criava a Petróleo
Brasileiro S.A - Petrobras, empresa de propriedade e controle totalmente nacionais, com
participação majoritária da União.
A primeira logomarca da Petrobras foi produzida em 1958, e se inspirava na
bandeira nacional. Esta primeira logomarca pode ser vista na Figura 1. Conforme
informações institucionais da empresa, a logomarca atendia aos anseios nacionalistas da
época, relacionando a marca às cores e formas da bandeira nacional.
Luiz Pepe, criador da primeira logomarca da Petrobras, apresenta como foi este
processo de criação em um depoimento disponível no site da empresa. Ele relata que
teve a ideia de desenhar o losango da bandeira brasileira, com suas três cores e com o
nome da Petrobras no seu interior. As cores nacionais foram utilizadas no friso verde, no
fundo amarelo e no nome Petrobras em azul. Havia necessidade de ser um desenho
simples, que possibilitasse sua fácil reprodução, compatível com a capacidade técnica da
época, por isso a opção por uma figura geométrica.
Entre os anos 1968 e 1973, o Brasil viveu o chamado “Milagre Econômico”, onde a
economia cresceu a uma extraordinária taxa de 10% ao ano. O forte investimento na
indústria de base propiciou o grande fortalecimento das estatais.
A Petrobras transformou-se na maior empresa do país, diversificada e bastante
complexa. A primitiva logomarca já não conseguia mais expressar esta identidade. Então,
em 1972 ela é reformulada, buscando ficar mais moderna e compatível com a linguagem
gráfica vigente naquele momento. Esta segunda logomarca pode ser vista na Figura 2
Esta marca ficou conhecida com hexágono-losango, e segundo o site da Petrobras,
esta nova logomarca desvinculava o logotipo da marca. Na primeira logomarca o nome
Petrobras estava enclausurado no logotipo.
Ainda conforme o site da empresa, o novo losango de paredes espessas é uma
forma simples, clara, forte e de nítidos contrastes, que consegue expressar a
modernidade e complexidade industrial da empresa, simbolizando a cadeia química do
carbono.
Ainda na década de 70, a Petrobras começou a utilizar nos postos de combustíveis
a logomarca mostrada na Foto 1. Era uma linha sobre o “BR” da própria palavra
Petrobras, destacando-o. Além disso, também foi utilizado nos postos apenas o “BR”
como símbolo, criando uma nova identidade visual, também com as cores da bandeira
nacional, apresentada na Figura 3.
Com o crescimento do número de postos com a marca “BR”, ela se tornou
conhecida e com grande prestígio junto ao público. Porém a Petrobras continuava usando
a logomarca do hexágono-losango, reservando o “BR” apenas para as atividades
comerciais.
Não tardou para a empresa perceber que o público estava dissociando as duas
imagens, enfraquecendo o conceito de empresa integrada de petróleo. Os postos ficaram
conhecidos por “Postos BR” pelos consumidores, afastando-se da denominação
Petrobras.
Em 1982, com pouco mais de dez anos, a logomarca “BR” foi redesenhada.
Assumiu as características que possui até hoje, sem o azul e com as letras inclinadas,
com aparência mais moderna e dinâmica, conforme podemos ver na Figura 4.
Segundo informações do site institucional, a compatibilização das marcas da
Petrobras e da Distribuidora ocorreu em 1994. O losango-hexágono foi abandonado e o
símbolo BR assumiu seu lugar, fortalecendo a imagem de empresa integrada, conforme
podemos ver na Figura 5.
Fato interessante ocorreu em 26 de dezembro de 2000, com o anúncio pela
direção da Petrobras de que a empresa estaria mudando seu nome para Petrobrax, e sua
logomarca seria aquela mostrada na Figura 6. A aventura durou dois dias, tendo sido
abortada em 28 de dezembro de 2000 por ordem do Presidente Fernando Henrique
Cardoso devido a forte reação contrária da opinião pública.
Coerente com o governo neoliberal da época, a justificativa citada no site da
empresa para a troca era que o novo nome seria mais aceito em países de língua inglesa
e que o "xis" no final da palavra daria um ar mais moderno e internacional à companhia.
A forte reação contra esta iniciativa por parte dos brasileiros mostrou a identificação
emocional e afetiva com a Petrobras.
A história da empresa e a sua marca caminham paralelas no imaginário nacional
como uma parte do Brasil que deu certo.
Figura 1 - Fonte: site Petrobras.
Figura 2 - Fonte: site Petrobras.
Foto 1 - Fonte: site Petrobras.
Figura 3 - Fonte: site Petrobras.
Figura 4 - Fonte: site Petrobras.
Figura 5 - Fonte: site Petrobras.
Figura 6
Referências bibliográficas:
FGV-CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do
Brasil. Fatos e Imagens:Petrobras 50 Anos Disponível em:
<http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/FatosImagens/Petrobras50anos>. Acesso em: 17
out. 2013.
MAIMONI, Hérica Luzia. A influência da marca na formação da imagem e reputação
organizacional. II Ecomig, UFMG, Belo Horizonte, setembro de 2009. Disponível em:
<http://ead05.virtual.pucminas.br/conteudo/chum/h220011a/03_orient_conteudo_5/centro_
recursos/documentos/unid02/A_influencia_da_marca_na_formacao_da_imagem_e_reput
acao_organizacional.pdf>. Acesso em: 17 out. 2013.
PETROBRAS. Quem somos. Disponível em: < http://www.petrobras.com.br/pt/quemsomos/nossa-historia>. Acesso em: 17 out. 2013.
PETROBRAS. Questão de Imagem. Disponível em: <
http://relacionamento.petrobras.com.br/memoria/minisites/memoria/marca/index.html>.
Acesso em: 17 out. 2013.
O que é uma Pin-Up?
Aline Faustino Veiga Neves, Sabrina Alves da Silva, Sabrina Sousa Rios e
Franciele dos Santos Sousa.
“Do alfinete à Internet, elas nunca saem de moda”.
Juliana Cunha
A autora do texto “O que é uma Pin-Up?”, Juliana Cunha, aborda a
evolução das Pin-Up desde anos 40 a 50, da sua trajetória como ícone sensual
e expirador até a atualidade, representadas por artistas como Katy Perry e
Lady Gaga. Símbolo de sensualidade e inspiração as Pin-Up sempre atraíram
olhares por serem idealizadas como um padrão de beleza ideal. O lema “sexy
sem ser vulgar”, ganhou força com Marilyn Monroe no filme “O Pecado Mora ao
Lado”, onde em vez de se sentir constrangida, ela sorri como se nada tivesse
acontecido ao ter o vestido levantado pela a ventilação de saída do metrô.
A história das Pin-Up começou na França, no século XIX, quando
surgiram os primeiros cartazes usando imagens de mulheres, mostrando o seu
lado sensual, mas ao mesmo tempo o lado de ingênuas e românticas. As PinUp são apresentadas por vários artistas, cada um em uma época diferente, e
tentam retratá-las como figuras que representam as mulheres do seu tempo. A
primeira Pin-Up foi criada por Dana Gibson, em 1887, que mostra atitude ao
usar trajes chiques de banho até os joelhos, mas deixando evidente as suas
curvas sensuais e sem gerar a perda do romantismo. Pode-se dizer que o
artista mais célebre por produzir Pin-Up foi Alberto Vargas, suas Pin-Up ficaram
conhecidas como ''Vargas Girls'', ele busca retratar o lado mais sexy da mulher
sem torná-las vulgar, traçando o lado ''diva'' das Pin-Up.
Antes da Segunda Guerra Mundial, as Pin-Up tinham um lado mais
romântico, e logo após a década 30 mostraram mais atitude e segurança em si
mesmas. Durante o período da guerra, elas passaram a ser vistas como
mulheres guerreiras, fortes e que demonstravam amor à sua pátria, mas sem
perder a sensualidade e a beleza de uma Pin-Up. O auge das Pin-Up foi
durante os anos de 1940 e 1950, sempre sexys, mas ingênuas mostravam
parte do corpo sem querer e viraram símbolos sexuais, sendo explorados em
fotografias, cartazes e calendários publicitários, principalmente nos Estados
Unidos.
Após a Segunda Guerra Mundial, o fenômeno das Pin-ups começou a se
expandir. A arte do momento eram elas, com todo o seu charme, batom bem
forte e delineador. As fotografias em pouco tempo ganharam um amplo espaço
e chamaram atenção do público. Até o exército se rendeu, e passou-se a
distribuir fotos aos soldados para que eles pudessem sempre se lembrar do
estilo americano de viver.
Marilyn Monroe e Betty Page são os grandes ícones de Pin-Up na vida
real, lindas e sexys demonstram um grande glamour ao viverem os seus
personagens no cinema. Elas eram mulheres que os homens desejavam, fator
esse que serviu para impulsionar o mundo da fotografia, o mundo da moda e
das modelos magérrimas. Mulheres seminuas e com sorrisos de como quem
não queria nada, enquanto na verdade queriam provocar, eram características
fundamentais das fotos da época. Essa foi uma época de agitação, em que se
pensava materialmente e o surgimento dessas mulheres veio em conjunto.
As Pin-Up fizeram tanto sucesso no século passado, que o estilo de vida
e o modo de ser vestir é retratado por muitas garotas atuais. Hoje em dia, esse
mundo é mais glamouroso, e continua sendo referência para a publicidade,
moda, e fotografia. O que deixa um pouco de lado a questão do erotismo e
sexualidade, como era visto antigamente, já que as fotos da década de 40
instigavam os homens, lhes causando desejo e curiosidade em relação àquela
mulher. Atualmente esse estilo é visto mais como um lado artístico do que
símbolo sexual.
De Marylin Monroe a Katy Perry, todo esse universo de Pin-Up traduz a
sensualidade feminina, evidenciando a feminilidade plena, trazendo consigo até
hoje um ar de mistério e curiosidade por de trás de todo o charme daquelas
maquiagens impecáveis, saias, corpetes e cinta-liga. Não foi somente nisso,
mas também na postura proativa que elas passavam para a sociedade da
época. Além disso, eram corajosas para enfrentar as regras e a censura para
poderem se sentir realizadas com o que achavam certo.
Atualmente, algumas famosas são consideradas Pin-Up ou Pin-Up
Modernas, como um exemplo disso pode citar a cantora Katy Perry. Ela usa e
abusa desse tema e estilo para ilustrar capas de seus CDs, campanhas e
show, o que acaba chamando a atenção do público, além de criar uma imagem
forte e chamativa, e também, dá um toque especial ao “personagem” que ela
assume. Além de várias características, ela ainda tem o cabelo bem parecido
com o de Bettie Page (Pin-Up do século passado). Porém, ocorre a ausência
da ingenuidade e da sutileza, já que cada vez mais esse estilo está perdendo
espaço para o mercado pornográfico de livre acesso, onde o que prevalece é a
vulgaridade, e o lema é “quanto mais despida melhor”.
Além de Bettie Page e Marilyn Monroe, temos outras representantes do
estilo Pin-Up, que são Cristina Aguilera, Pitty, Scarlett Johansson e Dita Von
Teese, destacando-se em campanhas publicitárias e até mesmo em programas
de televisão, todos os meios relacionados à imagem.
Por isso tudo, percebe-se que as Pin-Up trouxeram a irreverência da
comunicação no olhar, deixando de lado a questão estética como estereótipo e
focando apenas no belo e na sedução do olhar de quem não quer nada, mas
provocando as sensações mais insanas na alma. Mesmo em tempos tão
intensos como os atuais, as Pin-Up prevalecem representadas não só em
fotografias, mas em tatuagens, marcas de roupas e sapatos.
Betty Grable, Fonte: Wikipédia (1943).
Imagem do filme “O Pecado Mora ao Lado”, Fonte: ADORO cinema (1995).
Pitty (Cantora Pin-Up brasileira), Fonte: Wikipédia.
Katy Perry, Fonte: Wikipédia.
Bettie Page e a sua frase famosa, Fonte: Obvius (1953).
Referências
PIN-UP Joinville blogspot. Pin Ups e a sua evolução ao longo dos tempos.
Disponível em: <http://pinupjoinville.blogspot.com.br/2011/11/pin-ups-e-suaevolucao-ao-longo-dos.html>. Acesso em: 13 out. de 2013.
ALEXANDRE Lucas blogspot. Betty Page e a evolução das Pin-Ups.
Disponível em: <http://alucasdesign.blogspot.com.br/2008/12/betty-page-eevoluo-das-pin-ups.html>. Acesso em: 13 out. de 2013.
PASSAGEIRAS letras. Pin-Ups - As mulheres de papel. Disponível em:
<http://lounge.obviousmag.org/passageiras_letras/2012/01/pin-upsasmulheres-de-papel.html>. Acesso em: 13 out. de 2013.
TERRA. Editora alemã lança compilação de garotas Pin-Up de 1900 até
hoje. Disponível em: <http://diversao.terra.com.br/arte-e-cultura/editora-alemalanca-compilacao-de-garotas-pin-up-de-1900-atehoje,c8ba1af6d89ef310VgnVCM5000009ccceb0aRCRD.html>. Acesso em: 13
out. de 2013.
SUPERINTERESSANTE. O que é uma Pin-Up?
Disponível em:
<http://super.abril.com.br/cultura/pin-up-552117.shtml>. Acesso em: 13 out. de
2013.
WIKIPÉDIA.
Betty
Grable.
Disponível
<http://en.wikipedia.org/wiki/Betty_Grable>. Acesso em: 19 out. de 2013.
em:
WIKIPÉDIA. Pitty. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Pitty>. Acesso
em: 19 out. de 2013.
WIKIPÉDIA.
Katy
Perry.
Disponível
em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Katy_Perry >. Acesso em: 19 out. de 2013.
<
OBVIUS, um olhar mais demorado. Bettie Page: a rainha das Pin-Ups.
Disponível
em:
<http://obviousmag.org/archives/2012/11/bettie_page_a_rainha_das_pinups.html> Acesso em: 19 out. de 2013.
Revista
A história da Revista ELLE
Aline Brandão Girardi
Kamila Ferreira Belo
Natália Elisa Lucchetti
“Séria dentro da frivolidade e irônica perante o grave”
Hélène Gordon-Lazareff
Elle é uma revista feminina de moda originalmente francesa fundada no ano de
1945, um conturbado período pós-guerra, por Hélène Gordon-Lazareff e seu marido
Pierre Lazareff. Hoje possui mais de 42 edições em mais de 60 países, cerca de 23
milhões de leitoras no mundo e 2 milhões de exemplares mensais. É considerada a maior
em circulação e mensalmente publica trabalhos de estilistas, fotógrafos e modelos dentro
de uma perspectiva sofisticada.
No período da 2ª Grande Guerra, com o recrutamento de seus maridos, pais e
irmãos, as mulheres tiveram que começar a trabalhar fora de casa. Logo, macacões
pesados tomaram o lugar das saias e vestidos leves, vestimentas padrões da mulher da
época, que, até então, só exercia as profissões de mãe e dona de casa. Além disso,
muitas delas eram recrutadas para exercer várias funções no front de guerra e assim,
deixaram de ser vistas como o sexo frágil. Dessa forma, a criação da Elle visava atingir as
mulheres que desejavam restituir a sua autoestima e almejavam dias melhores.
Sua missão inicial também foi atualizar a mulher e dar ideias para ela deixar do
guarda-roupa à casa muito mais bonito. Além disso, inicialmente a Revista defendeu mais
idéias do que dinheiro, o que não ocorre com tanta frequência nas atuais edições, já que
a alta costura toma conta das páginas da Elle.
A primeira versão internacional da Revista foi lançada nos Estados Unidos, no ano
de 1985. No Brasil, a Elle chegou em 1988, com a capa verde e amarela. A modelo Julie
Kowarick era a modelo da capa e foi fotografa pelo renomado fotógrafo J. R. Duran. A
primeira edição brasileira apontava o foulard como o acessório da estação.
Desde o princípio, as páginas e as capas da Elle enfatizam as fotos em vez de
textos e utilizam muito o preto e o branco. É interessante perceber que a fonte do título da
revista permanece inalterada desde a primeira publicação na França, há quase 70 anos.
Com o passar dos anos, a capa passou a priorizar todo o corpo da mulher. No
início, as fotos evidenciavam apenas o rosto. Hoje, há inúmeras capas com poses
sensuais, lingerie e similares. Além disso, cada vez mais foi aumentando a quantidade de
textos ou chamadas nas capas e também no conteúdo interior da Elle. No início, tudo era
mais simplificado, inclusive o design da Revista, que se torna cada vez mais arrojado.
A presença de publicidade nas páginas da Elle hoje é muito significativa, enquanto
no início quase não existia. Segundo Dominique Quessada (2003), para elevar a
demanda dos produtos de determinada empresa, o grupo publicitário deve motivar o
público com mensagens comerciais que, além de expor suas mercadorias, trazem
consigo uma ideia simples, porém, forte, de que escolher e adquirir bens são formas de
liberdade individual.
Entre 1945, lançamento da Revista Elle, e o ano de 1950, Christian Dior lança o
New Look, com cintura fina e seios e quadris enfatizados. Dessa forma, a revista retratou
os vestidos de princesa, as saias rodadas e os tops justos. Em 1948, foi criada a seção
Bon Magique, que trazia roupas e acessórios com ótimos preços. No ano de 1950, Brigitte
Bardot, ícone da moda, foi capa da edição de março, quando tinha apenas 16 anos.
Nos anos 50, surgem roupas mais estruturadas e de alta costura pelas mãos de
Balenciaga. Na próxima década, a Revista não deixou de evidenciar a minissaia criada
por Mary Quant, os modelos futuristas de Courrèges, Cardin e Rabanne, os smokings de
Yves Saint Laurent, os tailleurs de Chanel. Foi o nascimento do prêt-à-porter (pronto para
levar). Porém, mesmo assim, sofreu diversas críticas por não ser considerada uma revista
que realmente retratasse a moda. Nessa mesma época, a Elle tornou-se também um
ícone na implantação do movimento feminista.
A década de 70 foi tomada pelas batas hippies, jeans, veludo molhado, glamour da
grife Halston, entre outros. Uma famosa loja em Londres lançou vestidos por 3 libras, o
que demonstrou fielmente a ideia da Elle, mais ideias e menos dinheiro.
As ombreiras, as cores, os volumes e a explosão do jeans descrevem o exagero
dos anos 80. Em contradição, na capital francesa, estilistas japoneses elegeram cores
neutras e peças recortadas e discretas para criticar o excesso. Nesta década, a ELLE foi
comprada pelos donos do grupo Hachette Magazines e expandiu-se. Foram lançadas
edições em vários países, inclusive no Brasil.
Na década de 90, plissês de Miyake, onda retro da Prada, minimalismo com roupas
requintadas, cortes simples e tecidos de alta qualidade invadem as páginas da Revista. A
moda passa a aparecer nas passarelas. Surgiu a principal semana de moda do Brasil, a
São Paulo Fashion Week e vários cursos de moda são criados nas faculdades do país.
No início do milênio, a Elle lançou a Elle Girl, destinada ao público mais jovem, e a
Elle Interior ou Elle Decor, voltada para decoração. Esta tem circulação em 28 mercados
globais e 9,2 milhões de leitores. A Elle Girl teve sua versão impressa por 5 anos e, em
2006, passou a contar apenas com versão digital. São 12 edições internacionais
eletrônicas e seu slogan é, traduzido, “Ouse ser diferente”.
Já o slogan da tradicional Elle é, também traduzido, “Se ela lê, ela lê Elle”. A
Revista acompanha a moda e também o mundo. Exemplos disso são o apoio à revolução
feminista nas décadas passadas e o atual apoio ao casamento gay.
O público da Elle, em sua maioria, são mulheres de 18 a 59 anos das classes A e
B. A Revista é editada em mais de 24 idiomas e possui 27 sites globais, com mais de 26
milhões de consultas mensais.
Elle conserva a mesma identidade desde sua criação, independente das mudanças
ocorridas ao longo do tempo. A Revista está no topo das mais conceituadas de moda do
mundo. É considerada uma das mais prestigiosas e influenciais revista feminina do
mundo, abordando moda, beleza, cultura e estilo de vida. Diz-se que a história da Elle
confunde-se com a própria moda.
Imagens
Fonte: Elle, 1945.
Fonte: Elle, 2000.
Fonte: Elle, 1988.
Fonte: Elle, 2011.
Fonte: Elle, 2013.
Referências
FIORIN, Rosalia Perrucci. O discurso das capas da Revista Elle portuguesa e
brasileira: aspectos ideológicos e identitários. Portugal, 2010.
Elle. História de Elle. Disponível em: <http://elle.abril.com.br/materia/histria-de-elle294889?pw=1>. Acesso em: 03 de out. 2013
TURETTA,
Marina.
A
História
da
Revista
Elle.
Disponível
em:
<http://pordentrodamodabymarinact.blogspot.com.br/2013/02/a-historia-da-revista-elleconsiderada.html>. Acesso em 04 out. 2013.
MIRANDA, Francisco. Mulheres na Seguda Guerra – O fim do Sexo Frágil – Parte I.
Disponível em: <http://chicomiranda.wordpress.com/2011/11/12/mulheres-na-segudaguerra-o-fim-do-sexo-fragil-parte-i/>. Acesso em: 10 out. 2013.
Elle. Sumário. Disponível em: <http://elle.abril.com.br/revista/sumario>. Acesso em: 12
out. 2013.
Elle. La Bündchen. Disponível em: <http://elle.abril.com.br/materia/veja-capas-de-giselebundchen-na-elle-brasil-633720#image=4e9db1a7b6a4435c2f000728>. Acesso em: 12
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Elle. Elle Magazine [Brasil] (may 1988). Disponível em: <http://magazinecovers.lucywho.com/elle-magazine-brazil-may-1988-magazine-cover-t22235457.html>.
Acesso em 12. out. 2013.
QUESSADA, Dominique. Introdução: a comunicação da comunhão/ O império mundial da
comunicação. In: O poder da publicidade na sociedade consumida pelas marcas:
como a globalização impõe produtos, sonhos e ilusões. São Paulo: Futura, 2003, p.
11-18 e 25-53.
Revista IstoÉ
Luana Marliety, Lucyellen Lima e Débora Rita
“A revista ISTOÉ foi criada em uma época dura, de pouca
liberdade para a imprensa, mas entramos sem medo”.
Domingo Alzugaray
Em 1972, precisamente no dia 02 de fevereiro, os empresários Luiz
Carta, Domingo Alzugaray e Fabrizio Fasano criaram a “Editora Três”. Quando
deram início a esse projeto os três tinham em mente revolucionar o mercado
editorial do Brasil e em pouco tempo conseguiram chamar a atenção do público
com o lançamento da “Coleção de Fascículos”, que se tornaria marca
registrada da Editora.
Em setembro de 1972 a Três criou a Planeta, título que existe até hoje, e
com ela a tradição de manter entre seus colaboradores alguns dos mais
brilhantes nomes do País, como Jorge Amado, Millôr Fernandes, Carlos
Drummond de Andrade, Paulo Francis etc. E em agosto de 1974 a Três criou a
“Status”, a primeira revista masculina do Brasil. Com todo o sucesso comercial
da revista, o editor, e sócio, Domingo decidiu que a Três precisava de uma
revista de informações mais abrangentes. Assim em 1976 foi criada a IstoÉ, a
princípio com uma edição mensal e posteriormente com uma edição semanal.
“A revista ISTOÉ foi criada em uma época dura, de pouca
liberdade para a imprensa, mas entramos sem medo”. (ALZUGARAY,
Domingo, 2012). Com reportagens que tratavam de política, violência,
corrupção e falava abertamente das mazelas nacionais, a IstoÉ incomodou a
concorrência, principalmente em 1992, quando foi a primeira revista a colocar
como página principal uma denúncia contra o governo Collor.
Embora tenha um caráter de destaque político, a IstoÉ consegue ser
inovadora e dinâmica. A revista foi a primeira do País a abrir espaço para
assuntos de interesse geral. “Ampliamos as áreas de comportamento e cultura,
e logo fomos imitados pelos concorrentes” (PINTO, Tão Gomes, Jornalista,
2012).
Apesar de tratar de assuntos diversificados, um dos principais focos da
revista IstoÉ é o cenário político brasileiro. Por surgir em um período onde
ainda havia a reclusão da ditadura militar e o desejo por democracia, a revista
teve iniciativa de desafiar toda a repressão que se sofria na época. De acordo
com Domingo Alzugaray, editor e diretor responsável em uma matéria de 23 de
setembro de 2011(ano em que a revista completou 35 anos): “IstoÉ ajudou a
fazer com que as vozes abafadas nos porões da repressão fossem ouvidas. E,
assim, contribuiu de forma decisiva para as profundas transformações
vivenciadas pelo País nas últimas três décadas e meia.”
Foram inúmeras as contribuições da revista no meio político e social do
Brasil e do mundo, não só na época do período ditatorial e na transição
ditadura/democracia, como ressaltado no trecho a seguir “Mesmo após a
conquista da democracia, a revista segue respeitando seus valores natos e
continua a desempenhar o papel de bem informar e fiscalizar o uso dos bens
públicos, independentemente da coloração partidária ou dos princípios
ideológicos daqueles que estejam exercendo o poder de governar.”
(ALZUGARAY, Domingos, 2011).
Por não possuir vínculos com grandes empresas e ou partidos políticos,
IstoÉ trás sempre uma visão democrática e comprometida, acima de tudo, com
o leitor. Isso contribuiu para que a revista crescesse e ganhasse seu espaço
como uma revista democrática e independente além de também contar com
autores diversos e de grande renome. “Tudo isso sem nunca perder o foco em
nossa missão nada destrutiva, ao contrário, construtiva, de ajudar ao máximo o
País a se desenvolver socioeconomicamente, sempre apontando para os
nossos leitores o que também tem sido feito de bom por aqui, nas instâncias
política, empresarial e da sociedade civil. E o que ainda pode ser feito.”
(ALZUGARAY, Caco, 2011).
O Grupo de Comunicação Três, revista semanal com o conteúdo
jornalístico das publicações da empresa, reformularam o portal com as revistas
IstoÉ, IstoÉ Dinheiro e IstoÉ Gente a fim de disponibilizar aos internautas a
própria revista algumas horas antes de elas chegarem aos locais de vendas.
Através dos endereços www.istoeonline.com.br ou www.ieol.com.br, é possível
ter acesso aos conteúdos das revistas na noite anterior à venda ao mercado
consumidor.
O que faz o Grupo de Comunicação Três ser diferente é o fato de
oferecer todas as informações presentes nas revistas a quem busca os
conteúdos, não importando se é ou não assinante daquela revista. Além desse
diferencial, o portal reúne todas as publicações em um só local. “Mais uma vez
estamos inovando ao oferecer acesso irrestrito a esse portal que já nasce
como um dos mais importantes da língua portuguesa.” (ALZUGARAY, Carlos.
2000).
A primeira revista semanal na rede foi a IstoÉ e a partir de então o
Grupo de Comunicação Três decidiu disponibilizar todas as publicações em um
único portal. Assim, os sites foram reformulados, mas permaneceu com o
mesmo padrão visual. A empresa decidiu também inserir as revistas Planeta
para completar o time. “Vamos partir para produtos diferenciados, criados
exclusivamente para a Internet, que não tenham similar em papel.” (MOON,
Peter. 2000).
Além da revista no site, a empresa criou bate-papo para os leitores
questionarem suas dúvidas ou até mesmo participar de enquetes, o que deixa
o site mais interativo para quem o usa. Também é possível consultar as
edições anteriores e principais produzidas pela IstoÉ através da biblioteca. Há
também a criação de um serviço de busca que facilita a procura: apenas é
necessário escrever alguma palavra-chave que o buscador captura conteúdos
em que essa palavra-chave está inserida. “Conteúdo será o grande diferencial
da rede. Quem não tiver conteúdo próprio vai ficar para trás.” (MOON, Peter.
2000).
É importante ressaltar que, embora as revistas sejam semanais, o portal
tem uma atualização contínua sobre as noticiais, durante todo o dia. Desta
forma, há uma interação mais abrangente entre os conteúdos que o portal
oferece e o tipo de leitor que necessita de tal informação.
Ispirada no título argentino EstoÉs, surge a ISTOÉ, em maio de 1976
primeiro em uma versão mesal. A revista passa a ser semanal em março de
1977. FONTE: Alzugaray, 2012.
Portal
da
revista
no
âmbito
http://www.istoe.com.br/revista/edicoes-anteriores/.
digital.
FONTE:
Referências bibliográficas
40 anos da Editora Três. Disponível em:
<http://www.istoe.com.br/reportagens/248796_EDITORA+TRES+40+ANOS>
Acesso em: 18 out. 2013.
Site Editora Três. Disponível em: <http://editora3.terra.com.br/istoe.php>
Acesso em: 18 out. 2013.
IstoÉ 35 anos. Disponível em:
<http://www.istoe.com.br/reportagens/162517_ISTOE+35+ANOS> Acesso em:
18 out. 2013.
IstoÉ Ed. Anteriores. Disponível em: <http://www.istoe.com.br/revista/edicoesanteriores/> Acesso em: 18 out. 2013.
Uma das soluções para sustentar a economia estabilizada no Brasil foi o
estabelecimento do Plano Cruzado (1986). A medida obteve sucesso em um
primeiro instante, o que deu uma popularidade grande ao presidente Sarney.
Porém, essa melhoria foi efêmera, pois, problemas como a falta de produtos
nos supermercados e inflação começaram a emergir.
A sociedade brasileira passa por um processo de revitalização, sendo um
período marcado por movimentos sociais em prol da democratização do
Estado. Apesar de ser uma fase complicada economicamente, não foi de forma
alguma, um período de retrocesso em outros campos. A busca pela cultura,
sem a censura e repressão do Governo, aflorou a sociedade que ansiava cada
vez mais informações. Apesar de não ter tido o charme da década de 1960,
com a bossa nova, ou a intensidade dos anos 70 com as músicas e
espetáculos de protesto, a sociedade brasileira da década de 1980 mostrou-se
sedenta por conhecimento.
Desde seu surgimento, a Super Interessante prima em mostrar a
evolução do conhecimento. Logo na sua primeira edição, conseguiu
revolucionar e atender a um público que se destacava por ter sede de
conhecimento. Suas principais abordagens eram assuntos pouco tratados na
época e de certa forma revolucionários. A AIDS e novas tecnologias, como o
computador, eram tópicos debatidos pela revista de forma rudimentar, pois
ainda eram pouco discutidos na época.
Nos seus 25 anos, a revista priorizou por “mostrar de forma instigante as
possibilidades reais da ciência e da tecnologia” (VERSIGNASS, jan. 2012).
Com
isso,
muitas
“previsões”
do
futuro
foram
feitas
pela
revista,
desencadeando muitos erros, mas também acertos surpreendentes. Segundo a
Super Interessante, atualmente seria possível e comum ter carros voadores,
fazer contatos com extraterrestres e construir prédios de quatro quilômetros de
altura capazes de acumular 1 milhão de pessoas. Apesar das hipóteses
utópicas, no decorrer dos anos a revista conseguiu prever tecnologias como a
TV 3D, o IPad (“’videozines’ de mão”) e um super celular, fundindo tudo o que
havia de mais moderno na época (TV, Internet, Fax, sensibilidade ao toque).
Após análise feita desde o início da revista até os tempos atuais,
observando a maioria dos fascículos e os assuntos tratados, podemos destacar
dois aspectos importantes. A Super Interessante preza pelo interesse da
sociedade em determinados assuntos que, num determinado momento, são
atrativos para os leitores. Ou seja, há uma preocupação em dar um enfoque
especial para os fatos que mais interessam a população. Tratam de assuntos
complexos de modo acessível, de modo que a compreensão do artigo seja
completa e eficaz. Outro aspecto a se destacar é que a Super Interessante não
mudou seu foco fundamental, o que não a impediu de evoluir os temas
abordados com o passar dos anos. Ela ainda mantém um caráter informativo,
dando sempre prioridade às noticias que são inovadoras, tentando estar
sempre um passo à frente de seu tempo.
Primeira Revista no Brasil:
(Fonte: www.recreionline.com.br)
Capas das Edições de 1987:
(Fonte: site Super Interessante)
Capas das Edições de 2013:
(Fonte: site Super Interessante)
(Fonte: www.publiabril.com.br)
Referências Bibliográficas:
VERSIGNASSI, Alexandre; NASCIMENTO, Mirella. E Se o Mundo Fosse Como
a SUPER Previu?, jan. 2012. Disponível em:
<http://super.abril.com.br/cotidiano/se-mundo-fosse-como-super-previu673814.shtml>. Acesso em: 17 out. 2013.
GONÇALVES, Gabriela. Década de 80. Disponível em:
<http://monografias.brasilescola.com/historia/decada-80.htm>. Acesso em: 17
out. 2013.
NUNES, Kleber. O Brasil e o Mundo em 1987. ago. 2013. Disponível em:
<http://contandohistoria1977.blogspot.com.br/o-brasil-e-o-mundo-em-1987crash-da.html?m=1> Acesso em: 17 out. 2013.
Site Super Interessante: www.superinteressante.com.br
Uma imersão histórica
Jhésycka Vasconcelos, Luís Eduardo e Rosemiro
“Há 45 anos sempre a favor do Brasil”
Título da carta do editor da edição especial de 45 anos da Veja
Há pouco mais de um mês, a Veja lançou a versão eletrônica completa das
publicações em formato fac­similar para assinantes. Até então, um formato para tablets já
ultrapassava uma marca de 100 mil assinantes em apenas três anos. As edições digitais
celebram os 45 anos que o periódico completou no dia 11 de setembro de 2013. Em
1968, começaram as publicações de uma das revistas semanais mais lidas do país,
produzida pela Editora Abril. Pensada e fundada por Roberto Civita, Veja registrou
momentos muito importantes da história do Brasil.
Para a análise que segue, separamos duas edições que marcaram não só a
história da nação como também a trajetória da própria revista. Lançada num período em
que o país estava sob o regime da ditadura militar, não faltou coragem, por exemplo, em
preparar uma edição sobre torturas praticadas por extremistas impunes do regime. A 15°
edição, nossa primeira escolha para análise, sofreu com a censura imposta pelo regime
militar por meio do famoso AI­5 (Ato Institucional Número 5), que limitava as liberdades
individuais.
Tal publicação foi recolhida e proibida de circular. A revista, mesmo limitada,
continuou a editoração, mas com várias restrições, como diversos assuntos proibidos de
serem abordados e inspeção da policia. Segundo a própria revista: “Nos dois anos e
quatro meses em que Veja esteve sob tutela, foram vetadas 10.352 mil linhas de texto, 44
fotos, 20 ilustrações, além de quatro anúncios comerciais”. A frase "Livre pensar é só
pensar", de Millôr Fernandes, foi cortada oito vezes. Sessenta matérias foram derrubadas
na íntegra”.
Após grandes momentos de agitação consagrarem Veja como uma das revistas
mais lidas no Brasil e no mundo, um fenômeno leva modificações evidentes às páginas
da publicação: o número de anúncios publicitários aumentou mais de 300%. O
crescimento da revista, desde sua criação até os dias de hoje foi gigantesco. A começar
pelo preço da mercadoria que custava um cruzeiro novo e hoje custa R$ 8,40 nas
bancas. Como citado anteriormente, surgem formatos para novos suportes, como ipads,
smartphones, tablets etc. Além disso, a editora Abril investiu também em revista
regionais, como a Veja Brasília, e incorporou assuntos variados, como a gastronomia,
avaliada pelo selo Veja Comer e Beber que é comum em alguns estabelecimentos das
cidades. A parte gráfica e a linguagem também foram fatores que mudaram com o
decorrer do tempo. A revista incorporou, além de cores melhores, um papel aprimorado,
mais espesso. Vale reforçar a mudança tanto no projeto gráfico quanto editorial, que
permitiu a implementação de novas editorias e, consequentemente, novas abordagens.
A segunda revista escolhida, edição número 2326, retrata o fato que marcou o ano
de 2013, em que os jovens brasileiros foram às ruas protestar impulsionados pelo
aumento do preço das passagens. Aproveitando a situação, todos se comoveram com
diversas indignações que já incomodavam a população há anos, como o descaso com a
saúde, educação e necessidade de reforma política. Assim como grande parte dos
veículos de comunicação, Veja apoiou os movimentos, especialmente porque criticavam
o governo vigente, o qual a revista critica frequentemente. Não é difícil perceber que o
periódico possui aversão ao Partido dos Trabalhadores (PT) e aliados. Nesse aspecto, a
linguagem da revisa nunca mudou. Sempre foram agressivos, tanto com o Lula
sindicalista quanto com Lula presidente.
É curioso perceber que, para fins de persuasão, Veja se apropriou ao longo dos
anos do que Mauro Wolf aponta no livro Teorias das comunicações de massa, de 2005,
como “caráter exaustivo das argumentações”. A expressão de um único discurso, em que
critica impetuosamente a esquerda brasileira, tem por objetivo manter ou mudar a opinião
de quem lê. Entre os mais antigos leitores, a revista possuía (e ainda possui) forte poder
de convencimento. Já entre os mais novos consumidores, a publicação é vista com olhos
atentos. A mudança de comportamento não diz respeito ao caráter de revista, mas reflete
a intensidade do fluxo de informação passada pelos novos meios. Não só a Veja, mas
outros veículos de comunicação também tem disponíveis edições digitais e disputam
duramente com blogs e outras páginas da internet.
Não só a supressão dos atos institucionais, mas o surgimento das novas mídias
trouxeram à Veja uma nova cara e novos leitores. Todavia, apesar da liberdade de
expressão conquistada, a revista manteve a opção de criticar a esquerda ao longo dos
anos. Ainda que tenham surgido novos temas a serem discutidos, em âmbitos culturais,
tecnológicos e cotidianos, a linguagem sustenta o posicionamento político da publicação,
ainda que não declarado pela editora.
A revista Veja constituiu­se, ao longo dos anos, como um resumo semanal de
notícias predominantemente político. Durante o período da ditadura militar, ainda com a
sofrível repressão, abordava preponderantemente assuntos políticos, tanto nacionais
quanto internacionais. A estética e a linguagem era dura e revolucionária e, por conta
disso, sofreu com uma série de censuras. Atualmente, os repórteres ainda defendem a
opção editorial da revista com textos rigorosos, mas sem sofrer repressão.
A atualidade trouxe uma surpresa talvez nada agradável para a equipe. As novas
plataformas ameaçam constantemente os meios impressos. Apesar de os estudiosos da
área não acreditarem na extinção da reportagem impressa, os leitores não são tão fiéis
ao papel quanto foram outrora. A internet dispersa a atenção e torna a visão mais
abrangente. A possibilidade de contar com as novas mídias deve apresentar ainda, sem
dúvida, novas consequências.
FONTE: Acervo digital online, revista Veja
FONTE: Acervo digital online, revista Veja
Referências bibliográficas
Anais eletrônicos... São Paulo: Veja 2008. Almanaque Edição Especial 40 anos,
Liberdade de Imprensa. Disponível em:
<http://veja.abril.com.br/especiais/veja_40anos/p_240.html>. Acesso em: 19 out. 2013
Anais eletrônicos... São Paulo: Veja 2008. Almanaque Edição Especial 40 anos, A
logística de VEJA. Disponível em: <
http://veja.abril.com.br/especiais/veja_40anos/p_262.html >. Acesso em: 19 out. 2013
WOLF, Mauro. Teorias das comunicações de massa. São Paulo: Martins Fontes, 2005
Os 45 primeiros anos de Veja revisitados por 45 reportagens. Veja 45 anos. Editora
Abril: Setembro, 2013.
Além de ter contribuído para o crescimento da importância do mercado da moda
na economia, a revista Vogue caracteriza-se por ser um exemplo de referência em
estilo e imagem. Muitas personalidades famosas escolhidas, sendo modelos
profissionais ou não, já foram capa dessa revista que mantém-se líder no ramo em que
atua e que influencia as gerações que a consomem.
Períodos Históricos
A revista Vogue nasceu em 1882, época em que a Era Vitoriana estava iniciando
o seu fim.O estilo vitoriano era uma tensão entre o modernismo e a tradição, e apesar
do saudosismo greco-romano, o movimento era bastante orgulhoso com o progresso
material trazido pela Revolução Industrial.
Vogue, Outubro 1893
O estilo vitoriano era um reflexo dos objetos, móveis, roupas, tecidos, gráfica,
arte, arquitetura, paisagismo e design de interiores, pois para a classe média a arte era
o reflexo das condições morais de uma sociedade. Assim como dizia Ruskin, crítico de
arte na época, "só pode ser belo aquilo que é bom", esta era uma ideia medieval que
explicava a beleza como a materialização do bem. Não era para tanto que o objetivo da
revista Vogue era de representar os interesses e o estilo de vida da classe alta.
Arthur Turnure, o criador da revista Vogue, pertencia a classe de pessoas mais
distintas e privilegiadas da sociedade nova-iorquina. Poderia-se considerar a revista
Vogue como uma crônica da vida desta classe da sociedade, representando os
interesses e estilo de vida desta classe. A revista era produzia por, para e sobre a
aristocracia de Nova-Yorque.
Em 1890, surge o movimento do Art Nouveau (1890 - 1918) que se iniciou na
França e expandiu-se internacionalmente. O movimento valorizava a racionalidade da
ciência e da engenharia e acompanhava o crescimento da burguesia. Era um visão
nova metropolitana que apreciava a qualidade estética dos objetos juntos a indústria.
Foi o primeiro fenômeno de moda em que as tendências da arte eram aplicadas
aos objetos. Moderno significa novo, atual. A moda é uma novidade que toma conta de
todos os aspectos da vida. Isto foi possível no contexto de uma sociedade que já
contava com uma rápida propagação das idéias e os costumes pelos meios de
transporte e comunicação e que contava com um mercado entusiasmado pelo
consumo das novidades modernas.
É possível observar pelas capas da revista Vogue uma maior sensualização das
curvas e das formas orgânicas. Além de imagens que promoviam a imaginação, a arte
e o simbolismo na arte. Houve um grande desenvolvimento do design gráfico com o
surgimento dos cartazes coloridos, que agora eram possíveis com a litografia(gravura
com matriz de pedra). A vida noturna, boêmia, artística e consumista das metrópoles
exigia, pela primeira vez, uma imensa produção de publicidade e propaganda. Os
desenhos eram feitos à mão e a fotografia era usada como base do desenho realista e
decorativo. A tipografia seguia uma expressividade manual que lhes deu uma
visualidade muito audaz e moderna.
9110
1913
1914
1917
Em 1909 a revista é comprada e editada por Condé Montrose Nast nos EUA. Para se
firmar como ícone de elegância, Vogue buscou fortalecer a sua identidade através do
design, reforçando o seu nome, do “V” nas páginas mais marcantes e diferenciação da
editoração. As capas da revista evidenciavam que a revista também era sinônimo de
novas tendências artísticas e de design gráfico.
A revista continua sendo tendo como público alvo os ricos e famosos, mas
agora, a revista não é mais um resumo da vida dos ricos e famosos para os famosos.
Vogue passou a fomentar o interesse das pessoas, de qualquer nível social, sobre a
vida privada dos ricos. Condé a transformou na revista mais famosa de estilo e cultura
do mundo, influenciando agora o design, artes, fotografia, ilustrações e estética dos
editoriais, fazendo o slogan passar a ser “Vogue fez e faz história” (ANGELETTI e
OLIVA, 2006, p.2, traduzido).
De certa maneira, a Condé-Nast antecipou, em Vogue, o aumento do interesse
atual, em qualquer nível social, sobre as vidas privadas. Das aristocráticas personagens
que frequentavam as páginas da revista em 1892 às celebridades da vida
contemporânea, o que fazem, como fazem, o que vestem e os lugares que frequentam
formam uma imagem do espírito do tempo, onde as pessoas se orientam e se informam.
(ELMAN, Débora, Jornalismo e estilos de vida: o discurso da revista Vogue, 2008, p.29)
Outro movimento artístico que a própria Vogue considera um marco para a revista, foi o
movimento Surrealista. O Surrealismo foi um movimento artístico e literário nascido em
Paris na década de 1920, inserido no contexto das vanguardas que viriam a definir o
modernismo no período entre as duas Grandes Guerras Mundiais. Uma combinação do
representativo, do abstrato, do irreal e do inconsciente é o que marca esse movimento.
Segundo os surrealistas, a arte deve se libertar das exigências da lógica e da razão e ir
além da consciência cotidiana, procurando expressar o mundo do inconsciente e dos
sonhos. Mais do que um movimento estético, o surrealismo é uma maneira de enxergar
o mundo, uma vanguarda artística que transcende a arte. Busca restaurar os poderes
da imaginação, castrados pelos limites do utilitarismo da sociedade burguesa, e
superar a contradição entre objetividade e subjetividade. Uma visão bem diferente das
últimas revistas da Vogue que eram focados em assuntos contidianos da burguesia.
O grande diferencial da Vogue nessa época foram as capas ilustradas pelo
renomado pinto surrealista, Salvador Dalí. Até então as capas da revista no mundo
inteiro focavam em mulheres estilosas e delicadas, exibindo a mulher desejável para o
mundo.
1939
1971
1944
1938
Com o movimento surrealista, as capas sairam do padrão e evoluíram para uma
maio expressão artística e íntima do ser humano. Não somente as capas mudaram,
como os conteúdos passaram a ter reflexões mais profundas sobre a arte. Como
exemplo, podemos citar a participação em uma entrevista de Frida Kahlo na revista
Vogue americana em 1937. Expandindo os seus horizontes para outros lugares na
América.
A crise de 1929 foi determinante para reduzir a empolgação também na moda, que se
tornou imediatamente mais comportada, feminina e acessível: surgiam as peças de
algodão, os shorts para praticar esportes e, nas festas, os vestidos com decote nas
costas que se tornaram o novo símbolo de sensualidade.
Surge assim a primeira fotografia colorida por cima (1932) que ilustrava bem essa nova
mentalidade de mulheres dinâmicas e saudáveis.
1932
Assim em 1932 à 1962 começa uma transição de mudanças nas imagens
exibidas na Vogue. A imagens começam a serem coloridas em cima da
fotografia,deixando de lado as imagens artesanais para algo mais moderno e
instantâneo até a consolidação definitiva da fotografia como principal meio de exibição
da revista.
A Vogue acompanhou todas as tendências da moda das décadas de 30 à 80 e foram
modificadas com essas tendências, mas nenhuma delas foi tão marcante quanto o
movimento grunge.
Também chamado de Seattle Sound ou Som de Seattle surgiu no final da
década de 80 no estado americano de Washington, principalmente em Seattle,
inspirado pelo hardcore punk, pelo heavy metal e pelo indie rock. As letras das bandas
nomeadas grunge geralmente caracterizam-se por altas doses de angústia e sarcasmo,
entrando em temas como alienação social, apatia, confinamento e desejo de liberdade.
A estética grunge é despojada em comparação a outras formas de rock, e muitos
músicos grunge se destacaram por sua aparência desleixada e por rejeitarem a
teatralidade em suas performances.
Os anos 80 marcaram época com seu exagero em tudo: cores vibrantes,
cabelos artificializados, roupas misturadas e ritmos que se encontravam. Os anos 90,
por sua vez, são uma resposta aos anos 80: Pelo menos em sua primeira metade, o
exagero fica de lado, e é tomado pela melancolia do movimento grunge, e as cores
vibrantes, aos poucos vão se tornando opacas. O que mostrou uma Vogue mas
sombria e séria. Um paradoxo era que ao mesmo tempo que mudava para um visual
despojado e desleixado, a elegância e o glamour ainda ditava através da Vogue,
através de modelos e estilistas consagrados.
Photograph by Steven Meisel. Published in Vogue, December
1992.
“Grunge is nothing more than the way we dress when we have no money,” the designer Jean Paul
Gaultier
Na década de 60, comandada pela editora-chefe Diana Vreeland, e com Grace
Mirabella, nos anos 70, a revista se modificou para ser atrativa ao público. A revista
começou a ter um apelo mais jovem. Considerando as revoluções que acontecia na
época, focou na revolução sexual, apresentando editoriais que discutiam esta temática
e apresentava uma moda conteporânea. Aparecia, agora enquadramentos mais
ousados, feminismo, questionamentos inteligentes e respostas para aquilo que o
público alvo queria saber.
Donyale Luna - March, 1966.
Capa testando/mostrando outros
Talisa Soto - August, 1984
As transformações mais significativas vieram em 1988, quando Anna Wintour
assumiu o cargo de editora-chefe. Anna elevou as modelos ao status de grandes
celebridades. Com ela, grandes mulheres também tiveram espaço a capa da revista,
como Oprah Winfrey e Hillary Clinton.
Atualmente a revista se posiciona para antecipar o que há de melhor e mais
nova na moda, cultura, design e arte. Anna acredita muito que a Vogue é uma grande
plataforma impulsória de pessoas: a cada edição, novas pessoas são conhecidas e se
tornam mitos.
Anna Wintour também expandiu a revista criando, por exemplo, a versão online,
além de outras segmentações da publicação, como a Teen Vogue.
Esta visão de mercado da editora, fez com que a Vogue começasse a ganhar o
status de Bíblia da moda. Se, em um primeiro momento a revista era um folhetim de 30
páginas, que falava sobre a vida de ricos e famosos, que depois passou a ser a
responsável por fazer todos quererem entender como é a vida dos famosos, Wintour
faz com que as pessoas conheçam e gostam de estilistas desconhecidos e modelos
novatas ganhem o posto de celebridade, chegando a possuir uma edição com mais de
800 páginas, sendo três quartos dela de publicidade.
As capas mostram bastante a identidade da revista e a mensagem que ela quer
passar. Novamente, para afirmar isto, a primeira capa tendo a Anna Wintour como
editora, foi revolucionária por apresentar, pela primeira vez, uma modelo vestida com
uma calça jeans. Outra mudança também vista nas capas foi a troca das fotos em
close de estúdio, característicos da editora antecessora, por fotos em plano americano
ou corpo inteiro, em luz natural. Influenciado pela “geração saúde” dos anos 90,
também passou a ser visto modelos de corpo e cabelos molhados na capa à luz do dia,
e até sem maquiagem. As características editoriais da revista, de conteúdo e,
principalmente da capa, passaram a determinar parâmetros “fashions” da moda e
design que as outras revistas também deveriam seguir.
A famosa capa de estreia de Anna Wintour para a “Vogue” em novembro de 1988, foi revolucionária para
a história da revista. Era a primeira vez que uma calça jeans aparecia na capa de uma publicação.
Kate Moss - October, 1995
Naomi Campbell - June, 1996
Gisele Bundchen - August, 1998
December, 2002
Considerações finais
A revista Vogue é sem questionamento a biblioteca e ditadora da moda desde o
seu surgimento em 1890.Por mais que seja elitizada, esse veículo é o mais desejado
ao que podemos de chama da “verdadeira” moda, devido a sua história e reputação.
Foram citados os principais contexto que revolucionaram o caminhar da Vogue. A
revista Vogue ainda passa e passará por mais transformações através da história. Sem
dúvida, negar o contexto histórico da civilização estaria negando a moda como um
reflexo da sociedade, como uma forma de expressão que as pessoas conseguiram
encontrar em um mundo agitado e cheio de tendências e mudanças.
10. Referências Bibliográficas
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<http://www.coverbrowser.com/covers/vogue/2>. Acesso em: 08 out. 2013.
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<http://vistaemmoda.wordpress.com/2013/09/20/a-primorosa-historia-da-revistavogue/>. Acesso em: 03 out. 2013.
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<http://mrclickers.wordpress.com/2013/05/27/moda-e-historia-por-tras-da-marcavogue/>. Acesso em: 29 set. 2013.
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<http://forums.thefashionspot.com/f78/us-vogue-cover-archive-56486-4.html>. Acesso
em: 02 out. 2013.
Tecnologia
iPhone
Kadidja Oliveira, Luciana Eller e Marina Rodrigues Barreiro.
“E hoje, vamos mostrar a vocês um avanço software. Software que está, no mínimo, cinco
anos à frente do que está em qualquer outro telefone”.
Steve Jobs
Em 2007, os Estados Unidos, que já vinha sofrendo uma desaceleração da
economia, passou a provocar a desconfiança dos investidores, tornando-se o centro da
crise atingida pelo mercado financeiro. A bolha imobiliária americana estourou devido o
atraso ou simplesmente a falta de pagamento de hipotecas da casa própria. Dessa forma,
o calote atingiu não só as empresas de hipoteca, mas também a investidores que
emprestavam dinheiro a elas. Entretanto, em meio a todas essas dificuldades no
ambiente financeiro, o ano foi próspero para os amantes de tecnologia. São inúmeros
exemplos. Os videogames reconquistaram novas parcelas de mercado com o Wii, da
japonesa Nintendo e as redes sociais passaram a conquistar o seu espaço e a
transformar as relações sociais estabelecidas entre as pessoas. Encabeçada pelo
Facebook e seguida por outras, como MySpace e Orkut, as redes sociais ampliaram sua
área de atuação e viraram plataformas de desenvolvimento personalizáveis. No Brasil, a
TV digital foi recebida com festa por parte do governo da época e também aqui,
aconteceu em novembro, no Rio de Janeiro, o Internet Governance Forum - o segundo
Fórum de Governança da Internet. O objetivo era debater uma Internet mais democrática,
segura e barata. No embalo dessas novas tecnologias, surge o iPhone.
Desenvolvido pela Apple, o celular foi anunciado no mesmo dia da mudança do
nome original da empresa, que anteriormente se chamava Apple Computers Incoporation,
e a partir dai passaria a se chamar Apple Inc. A mudança foi feita devido ao fato de há
algum tempo o desenvolvimento de produtos da empresa não se restringir somente a
computadores. A Apple Inc. revolucionou não só a tecnologia, mas também mudou nosso
modo de ser.
A comparação, objeto desta análise, irá se concentrar no primeiro modelo do
iPhone, apelidado na época de 2G por oferecer apenas conectividade EDGE (padrão
muito lento de conexão de dados) e o modelo mais recente, o iPhone 5 (mesmo que já
tenham sido criados o iPhone 5S e o 5C). O novo iPhone é marcado por novidades em
seu preço, design, conexão, chip e outras tantas inovações, como exemplificam as
ilustrações.
Fonte: Rodrigues, 2013.
Fonte: Rodrigues, 2013.
Desde o inicio dos trabalhos, a Apple teve como marca a inovação e a
transformação. O primeiro produto a ser uma grande revolução foi o primeiro Macintosh
em 1984 (primeiro computador pessoal com interface gráfica para o usuário). Steve Jobs
foi um empreender visionário, mas isso não o poupou de grandes decepções e fracassos
como o computador Lisa, o qual se acreditava ser o próximo grande sucesso e que na
verdade foi um fiasco pelo seu preço exorbitante.
Steve Jobs saiu da Apple durante um tempo por conta de questões de poder e
montou outra empresa chamada neXT. Enquanto Jobs esteve fora, a Apple iniciou seu
processo de declínio até o momento que foi decidido convidar Jobs para ser o CEO
novamente da empresa. Para reerguer a empresa, Steve Jobs fez um acordo temporário
com Bill Gates (seu maior rival) e a quem Jobs acusa ter roubado a interface do primeiro
Mac.
O iPhone, após os estudos feitos pelo grupo, não foi catalisador e sim
revolucionário, uma vez que ele não transformou só a comunicação, como também a
sociedade que o acolheu e passou a estabelecer novas relações interpessoais a partir de
sua criação. É claro que não se pode ainda falar em uma mudança generalizada, visto
que o iPhone, apesar de esforços por parte da própria Apple, é um objeto de consumo
caro, o que dificulta o acesso à ele por boa parte da população. De fato, o iPhone foi uma
grande revolução. Completamente diferente do que era o conceito de um celular na
época, ele impulsionou a transformação do uso do celular não só para realizar chamadas.
Em 2007 era a novidade no mundo tecnológico, sendo o dispositivo faz-tudo que
continha tudo o que era preciso aonde você estivesse. Hoje, essa visão permanece. O
iPhone consegue realizar atividades anteriormente feitas apenas com computadores,
tocadores de música e outros meios. A Apple veio para possibilitar que grande parte
dessas funções fossem feitas por um só aparelho.
Antes mesmo do iPhone, a empresa já havia inovado e transformado a indústria da
música com a criação do iPod, que imediatamente após seu lançamento fez um enorme
sucesso e virou objeto de desejo por parte, principalmente, de jovens. Reunir no iPhone
funções do iPod, incluir criador e editor de textos, câmera fotográfica com razoável
definição, vídeos com boa qualidade, memória estendida, rápida conexão a internet, além
de todas as outras facilidades já citadas anteriormente, o iPhone revolucionou o mercado
de smartphones. O grupo acredita na ideia de que, a mudança ocorrida por meio do
iPhone não viria de qualquer maneira. Ele é o fator revolucionário, pois, a partir dele que
foram investidos esforços também de outras empresas para que os smartphones fossem
cada vez melhores e com mais utilidades.
Por fim, apesar de toda a transformação que o iPhone trouxe consigo, os meios de
comunicação continuaram a coexistir, se complementar, uma vez que ele não fez com que
desaparecesse o telefone fixo , celulares de outras marcas, sem funções análogas, e até
mesmo outros produtos da Apple (os quais se incorporaram a ele). O grupo entende que,
mesmo com seu valor revolucionário (até porque o iPhone criou uma nova categoria na
sociedade: os sempre antenados em tudo o que ocorre, no momento que ocorre), esse
smartphone não fez desaparecer os outros meios e produtos da tecnologia. O meio,
nesse contexto, é entendido como suporte, que contem diversas ferramentas
tecnológicas. De uma forma geral, observa-se hoje, que o celular é um meio de
comunicação, e como tal, interfere nas diversas questões cotidianas as quais cada um de
nós estamos submetidos diariamente. O iPhone revolucionou nossa maneira de enxergar
o mundo.
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