Monitoração do Gasto Energético com uso da Calorimetria Indireta

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Monitoração do Gasto Energético com uso da Calorimetria Indireta
Monitoração do Gasto Energético
com uso da Calorimetria Indireta
1.
Nut. Lisiane Segabinazzi
[email protected]
Importância Necessidades Nutricionais no PC
A Terapia Nutricional tem como objetivo:
-Preservar a massa muscular
-Reduzir as perdas de nitrogênio
-Evitar hipo e hiperalimentação
Hiperalimentação:
- Hipercapnia
- Dificuldade de desmane da VM
- Hiperglicemia
- Complicações Metabólicas
Hipoalimentação:
- Desnutrição com perda da massa magra
- Predisposição à infecção
A necessidade
nutricional adequada é peça
fundamental para o sucesso da TN e deve ser ajustada
de acordo com o curso da doença, situação clínica e
tolerância gastrointestinal.
Consequências da Nutrição Inadequada
Tempo em VM
Tempo de internação
Morbi/mortalidade
Custo hospitalar
Complicações Clínicas
Barbosa, Silva, Alves, Maria, Franco-Filho, in submission, 2012
Cálculo das Necessidades Energéticas
Fórmulas Preditivas:
- Harris-Benedict
- Fórmulas Práticas (ASPEN, ESPEN)
- Ireton-Jonnes 1992 (obeso)
- Penn-State 2010 (obeso)
Calorimetria Indireta (Padrão ouro):
É um método não invasivo, sendo seguro e eficáz para
determinar as necessidades nutricionais e a taxa de utilização
dos substratos a partir do consumo de O2 e da produção de CO2
(QR), obtido por análise do ar inspirado e expirado pelos pulmões.
Pode ser medido através de Máscara de Neoprene e/ou
conectado direto no tubo ventilatório.
Calorímetro
EXPRESS SERIES modelo CCM – Medical Graphics
Calorímetro
Pneumotac(Câmara de Mistura)
Ventilador
Máscara de Neoprene
Calorímetro
Calorimetria
Necessidade Energética
Gasto Energético de Repouso (GER) 60 – 80% do GET, 10% > GEB:
Energia gasta para manter as funções vitais + ação dinâmica específica
dos alimentos + movimento.
Exige repouso de 30min, ñ estar em jejum, após 3-4horas da última
refeição.
Estados Clínicos que alteram significativamente o GER:
Pacientes graves em Terapia Intensiva – hipermetabolismo
Trauma
SIRS / Sepse
Insuficiência Respiratória Aguda – VM
Pós-operatório de grandes cirurgias
Desnutrição
Obesidade
Calorimetria
Taxa de Oxidação dos substratos
Taxa de oxidação dos substratos energéticos:
- CHO perfaz 35% GER
- Lip perfaz 60% GER
- PTN (2-5% GER) tem baixa contribuição energética, porém liberam N2
(Nitrogênio), que é excretado na urina. Melhor forma de obter a
oxidação protéica é através da medida da uréia urinária.
OBS: No paciente critico a contribuição energética da proteína é maior.
Quociente Respiratório (QR) = VCO2/VO2
Reflete o calor liberado durante o processo oxidativo através dos
valores de consumo de oxigênio (VO2) e produção de gáscarbônico(VCO2)
nos tecidos orgânicos.
Calorimetria
Taxa de Oxidação dos substratos
Existem Diferenças químicas na composição dos nutrientes alimentares,
requerendo quantidades de O2 distintas para oxidá-los, produzindo
diferentes quantidades de CO2.
Indica o tipo de substrato que está sendo preferencialmente utilizado:
QR
CHO Produção de CO2 = Consumo de O2
1,0
Lip
Produção de CO2 < Consumo de O2
0,7
PTN
Produção de CO2 < Consumo de O2
0,8
Calorimetria
Taxa de Oxidação dos substratos
Interpretação
QR alimentação saudável — entre 0,8 e 0,9
QR < 0,7 — gordura metabolizada (inanição)
QR > 1 — superalimentação (HC em gordura)
QR abaixo de 0,65 e acima de 1,25 - sugestão de erro
Taxa negativa de lipídios — lipogênese
Taxa negativa de CH — neoglicogênese
Calorimetria na Prática Clínica - Protocolo
Tipo de pacientes:
-
Obesos
Medidas antrométricas com pouca acurácia, ex: amputações, edemas
Uso prolongado de cuidado intensivo
Pacientes que não respondem à TN presumidamente adequada
Preparo prévio do paciente (± duas horas antes do teste)
Orientar a equipe ( enfermagem, fisioterapia, médicos), no dia
anterior, para:
- Manter o paciente em ambiente calmo
- Não movimentar o paciente, como: banho, fisioterapia, troca de
posição, etc
- Não modificar o regime ventilatório
- Não fazer procedimentos como: Alteração da taxa de infusão de
soluções glicosadas endovenosas, repique de sedação ou qualquer
outro que venha interferir no GER.
- É medida durante a administração da dieta.
Calorimetria na Prática Clínica
Limitações clínicas do uso da calorimetria:
-
Hemodiálise (HDVVC)- Devido à perda de CO2
Uso de lactulose? - Formação de CO2
Fuga de gás no ciurcuito respiratório
Gás inspirado (FIO2) > 60%
Risco de hipoxia, bradicardia ou outro efeito adverso pela
retirada da VM para instalar o calorímetro
Hiperventilação, hipoventilação
Dôr intensa
Calorimetria na Prática Clínica
Indicadores de Assistência Nutricional
IMC X Kcal/Kg/peso (CI)
IMC
18
26
27
27
27
30
39
48
90
Kcal/Kg/peso
38
38
27
24
36
25
21
16
10
QR
0,89 0,82 0,96 1,14 0,83 0,73 0,92 0,96 1,00
Nov/2012
Calorimetria na Prática Clínica
Desvantagens:
-
-
Custo
Equipe treinada
Tempo / Nº profissionais
Limitações de determinadas condições clínicas
Falta de conhecimento das equipes assistenciais de como
utilizar e manipular os dados
Vantagens:
Padrão ouro para estimativa de Gasto energético
Melhor acurácia do gasto energético
Individualizar e/ou modular a TN
Proporciona estudo do gasto energético na população alvo nas
diversas situações clínicas do PC
Otimização da Nutrição
Calorimetria na Prática Clínica
Proposta de Estudo
Relacionar consumo energético da população alvo pela CI nas diversas
situações clínicas do PC:
Necessidade energética do PC através da CI
X
Modo ventilatório
Grau de sedação
Distúrbio Metabólico
Uso de DVA
Estado Nutricional (obeso, desnutrido)
Fases de resposta metabólica (hipo e hiperfluxo)
Hiperglicemia
Sexo
Calorimetria na Prática Clínica
The tight calorie control study (TICACOS): a prospective,
randomized, controlled pilotstudy of nutritional support in
critically illpatients
Infusão da dieta (NPT/SNE)
X
Necessidade Energética pela CI
Infusão da dieta (NPT/SNE)
X
Necessidade Energética pela CI
X
Necessidade Energética por Kg/peso
Perseguir um alvo terapêutico
pode ser mais importante do que
alcançá-lo.
Obrigado!
[email protected]