a intolerância da sociedade moderna

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a intolerância da sociedade moderna
Caderno Discente do Instituto de Ciências Jurídicas – Ano 1, n. 1 – Aparecida de Goiânia – 2011
A INTOLERÂNCIA DA SOCIEDADE MODERNA
Ana Paula Lima*
Enilson César Batista da Silva
Em pleno século XXI, podemos observar que a intolerância para com as pessoas
homossexuais continua muito grande. Em uma sociedade como a nossa, esta espécie de
preconceito não mais deveria existir, pois somos pessoas de cultura diversificada, ativa, mas
infelizmente vivemos em uma sociedade eminentemente machista que só considera padrão
homem-branco-adulto-heterossexual. Com esta internalização que é imposta desde que somos
crianças, podemos dizer que a intolerância é cultural, e que caminha gradativamente para um
caos que há muito tempo vem trazendo tanto sofrimento e desigualdade em nosso meio; o
qual chamamos de homofobia, etimologicamente o termo que expressa o medo de quem gosta
do igual. A grande maioria dos homossexuais, para não se martirizar e não se passar como o
“diferente”, buscam meios de se esconder atrás de uma máscara que muitas vezes se torna
uma barreira difícil de ser quebrada, pois vivem em uma sociedade que tem nojo e persegue
gratuitamente o tipo de pessoas que eles são. Este tipo de visão imposta pela grande maioria
idealiza um preconceito medíocre, o qual consideram que o homossexual está ligado à doença
ou que todos são promíscuos.
Sabemos que o Brasil enfrenta vários problemas sociais, mas é um absurdo ouvir da
igreja que a homossexualidade seja um dos principais problemas que assolam o nosso país.
Não contente, a igreja teoriza que a homossexualidade é um dos males da sociedade moderna.
Não dá para concordar com este tipo de pensamento. Nem parece que estamos na virada do
século, com estes discurso arcaico que a igreja vem propagando. Este tipo de ação apenas
ajudará gradativamente a colocar o Brasil no ranking das nações menos evoluídas no que se
refere a comunidade LGBTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transgêneros).
O Brasil é um país extremamente homofóbico. Prova disso é que, recentemente, foi
divulgado na mídia o fato que aconteceu no dia 14 de novembro de 2010, em São Paulo, na
Av. Paulista, onde quatro adolescentes agrediram outro jovem por não aceitarem a sua opção,
usando a força pela intolerância a homossexualidade. Até onde vai esta ignorância? E o que
está faltando para os responsáveis classificarem a homofobia como crime? Pois sabemos que
o Projeto de Lei Complementar 122/66, que criminaliza a homofobia, está aguardando
Acadêmicos da turma DNB2, do curso de Direito, do Instituto de Ciências Jurídicas da Faculdade Alfredo
Nasser, sob a orientação da Professora Ms. Cristiane Roque de Almeida, no semestre letivo 2010/2.
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Caderno Discente do Instituto de Ciências Jurídicas – Ano 1, n. 1 – Aparecida de Goiânia – 2011
votação no Senado. Enquanto não é votado, ocorrerão situações como essas, que não tem a
devida atenção e punição por parte do Estado. De acordo com pesquisas feitas no Brasil, há
registros de 200 assassinatos de homossexuais por ano no país. Somados todos os tipos de
agressão, somente no Rio de Janeiro, de junho do ano passado até agora, já foram registradas
776 ocorrências. Na realidade, não é um assassinato a cada dois dias, mas todos os dias pelo
menos um homossexual é assassinado.
Portanto, não dá mais para continuar com esse pensamento medíocre de que os
homossexuais sejam pessoas “sujas” ou que sejam “diferentes”, pela sua opção sexual. Na
verdade o que a comunidade LGBTT busca é a aplicação de um direito que é direcionado a
todos cidadãos: a segurança. Devemos respeitar, pois somos todos iguais perante a lei,
ninguém tem o direito de intervir na liberdade do outro e nem mesmo tirar a vida de alguém,
só porque não são capazes de conviver com a diferença. Se continuar assim, posso afirmar
que este tipo de raciocínio homofóbico, será um dos males da sociedade moderna.
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