Revista Ler Mais e Escrever Melhor

Transcrição

Revista Ler Mais e Escrever Melhor
SÃO CLARAS AS CRIANÇAS
São claras as crianças como candeias sem vento,
seu coração quebra o mundo cegamente.
E eu fico a surpreendê-las, embebido no meu poema,
pelo terror dos dias, quando
em sua alma os parques são maiores e as águas turvas param
junto à eternidade.
As crianças criam. São esses os espaços
onde nascem as suas árvores. (…)
E nada mais somos do que o Poema onde as crianças
se distanciam loucamente.
Herberto Helder, Ofício Cantante, Assírio & Alvim (2009)
CLUBE EUROPEU: 10 ANOS DE CONSTRUÇÃO DE UM PROJETO
DE CONHECIMENTO E DE VIDA
Isabel Maria Pereira Antunes Morgado
Diretora do Agrupamento de Escolas de Padrão da Légua
[email protected]
Este texto surge na sequência de um desafio lançado por um aluno da ESPL, o
Carlos, na comemoração dos 10 anos de Clube Europeu na ESPL. De imediato aceitei a
tarefa, dado que aceito sempre desafios de alunos! Todavia, o que, inicialmente, me
pareceu simples e linear, revelou-se verdadeiramente complexo, pois, ao fazer um
simples “remember” sobre o PEJ, estabeleci, inconscientemente, um paralelo com a
minha função de diretora da ESPL/ do AEPL, num percurso de interligações.
As minhas funções e o meu trabalho, enquanto diretora, em prol do sucesso dos
alunos, sempre estiveram intrinsecamente ligados às atividades do PEJ. Iniciei funções
de gestora educativa de topo em 2004. Em 2004, os alunos foram à Noruega,
representar Portugal. E nunca mais pararam! Seguiu-se a Turquia, Roterdão, Bruxelas,
Croácia… num futuro aberto a outras cidades, a outras participações. Ao longo de uma
década, tive o privilégio de conhecer alunos inesquecíveis. Não posso deixar de
mencionar os nossos queridíssimos alunos, nomeadamente Joana Vieira da Silva, João
Moura, Sara Moreira, Bruno Carvalho, Tiago Pereira, João Moreira, Ana Biltes, Henrique
Mendes, Ana Nunes, entre muitos outros.
Ao longo destes 10 anos de Clube Europeu na ESPL, a ESCOLA mudou! Mudaram as
políticas educativas (saem ministros, entram novos ministros da educação, altera-se o
currículo, altera-se a legislação, agregamos com o Agrupamento de escolas de Leça do
Balio - passamos a ser um mega, pertencemos ao programa “Aproximar Educação”.
Mudaram os alunos (terminam a escolaridade, são transferidos, entram novos…), alguns
professores (aposentam-se, ingressam novos nos quadros, entram contratados,
reformula-se o quadro docente com a agregação), principiam obras intermináveis na
ESPL (iniciam, param, reiniciam…vão reiniciar), mas o PEJ continua igual a si próprio.
Fico sempre maravilhada em cada sessão do PEJ, na descoberta de novos horizontes
de autonomia e participação! Admiro a capacidade criativa dos alunos, o rigor, a cultura
e o empenho, que cada um deles põe em tudo o que faz. Mas, e acima de tudo, admiro a
coordenadora do Clube europeu, a minha estimada amiga e colega Eduarda Moreira, pela
capacidade de mobilizar os jovens e de os transformar em verdadeiros cidadãos do
mundo, cultos, autónomos, críticos e conscientes do seu papel, na construção de uma
sociedade livre, mais justa e equitativa. Não posso também deixar de referir o trabalho e
a dedicação da minha colega Teresa Sousa, que integra também, desde há muitos anos,
o Clube Europeu e que, com o seu carisma e dedicação, tem contribuído para o sucesso
inequívoco dos jovens, que passam por este clube.
1
É essa certeza que fortalece um projeto que continua a envolver toda a comunidade
educativa e a manter ativo o seu papel, enriquecedor e contributivo, de uma educação
não formal, porém complementar da formação, para além da académica e curricular. Um
projeto que se impõe pela sua dimensão humana e inesquecível, tanto para alunos
participantes, como observantes. Sem esquecer o efeito de catarse, atuando nos
problemas do insucesso reincidentes, que todas as organizações educativas têm.
O Clube Europeu, para mim, serve de motivação para continuar a minha missão de
contribuir para o sucesso educativo e pessoal dos alunos desta organização educativa. Na
certeza de que os dez anos do PEJ constituem, efetivamente, um percurso de construção
de um projeto de conhecimento e de vida, capaz de dinamizar a comunidade educativa
em que se insere, na verdadeira aceção de um trabalho colaborativo e partilhado.
TRABALHAR EM E COM PROJETOS NA COMUNIDADE AEPL
Maria de Nazaré Castro Trigo Coimbra
Coordenadora da Revista Ler Mais e Escrever Melhor
[email protected]
O sétimo número da Revista LMEM focaliza a maioria dos projetos do AEPL, do préescolar ao Secundário, celebrando múltiplas formas de ação e intervenção, formal,
informal e não formal, na comunidade educativa e no meio. Assim, são de salientar as
páginas direcionadas para Clubes e Projetos, que revelam um Agrupamento alicerçado
em muitos modos de ser e agir, dentro e fora da sala de aula, no entusiasmo de
vivências e conhecimentos partilhados.
Em destaque, surge o Clube Europeu que, neste ano de 2016, comemora dez anos
de existência de um projeto ímpar, centralizado no desenvolvimento multicultural dos
seus jovens participantes. Neste entendimento, a Revista LMEM não poderia deixar de se
associar a esta comemoração, com a publicação de testemunhos evocativos, em
português e em inglês, nas Páginas de Babel.
Mantendo uma finalidade estruturante e transversal de aperfeiçoamento da leitura e
da escrita, a presente edição inclui, para além das secções habituais, os Contos do
Planeta Terra, de alunos vencedores do Concurso Literário AEPL, respeitante ao ano
letivo anterior. Igualmente uma estreia, são de destacar as atividades dos alunos de CEI,
tanto a nível de texto como de imagem. Quanto a ilustrações, incluem-se fotografias,
desenhos e pinturas, que revelam a criatividade de pequenos e grandes artistas do AEPL.
Finalmente, o Projeto Comunicar e a Revista LMEM agradecem a todos o seu
contributo, renovando o convite ao prosseguimento da participação de toda a
comunidade AEPL num projeto comum, de registo e divulgação da memória escrita, na
celebração da criatividade de crianças e jovens, na claridade dos espaços que
possibilitam o seu crescimento, como afirma, em epígrafe, o poeta Herberto Helder.
EQUIPA DO PROJETO COMUNICAR 2015-2016
Ana Paula Sá, Assunção Tavares, Celeste Paulino e Pessoa, Lúcia Reis, Luísa Pacheco,
Luzia Celeste Reis, Margarida Branca Lino, Maria da Assunção Pinheiro, Maria do Carmo
Fontes, Maria da Conceição Teixeira, Maria Dulce Soares, Maria Ema Alves, Maria de
Fátima Velasques, Maria Isabel Aboim, Maria José Bronze, Maria de Nazaré Coimbra.
PARTICIPANTES
Membros da comunidade educativa do Agrupamento de Escolas de Padrão da Légua.
Alunos e Professores do pré-escolar ao 12º ano, de todos os Departamentos e Áreas.
Apoio à Edição João Silva, Sara Magalhães, Joana Sabino, Carolina Costa (12º A).
Ilustrações Alunos do pré-escolar ao E. Secundário, de Educação Visual e Desenho.
Design capa e contracapa, Maria Isabel Trigo Coimbra.
2
ÍNDICE
SÃO CLARAS AS CRIANÇAS Excerto de um poema de Herberto Helder
O
CLUBE
EUROPEU:
10
ANOS
DE
CONSTRUÇÃO
DE
UM
PROJETO
DE
CONHECIMENTO E DE VIDA Diretora do AEPL, Isabel Maria Pereira Antunes Morgado
TRABALHAR EM E COM PROJETOS NA COMUNIDADE AEPL Coordenadora da Revista
Ler Mais e Escrever Melhor, Maria de Nazaré Castro Trigo Coimbra
1. A ESCRITA EM PROJETO ............................................................................. 7
Texto 1: SE EU FOSSE LÁPIS DE COR, Maria Teixeira, nº 21, 5º G ..................................7
Texto 2: SE EU FOSSE UM LÁPIS DE COR, Henrique Henriques, nº 12, 3º G ......................7
Texto 3: TEMPO DE MUDANÇA, Ana Lúcia Lopes, nº2, 11ºA ...........................................8
Texto 4: DEIXAR UM SONHO, Ana Freitas, nº2, 9ºF ......................................................8
Texto 5: AMIZADE, Margarida Santos, nº17, 9ºF .........................................................9
Texto 6: CUMPRIR A PROMESSA, Tatiana Teixeira, nº25, 9ºF .........................................9
Texto 7: A DOENÇA, Tiago Pratas, nº26, 9ºF ............................................................. 10
Texto 8: TARDE QUENTE DE AMOR DE INVERNO, Catarina Santos, nº7, 1ºA ................... 11
Texto 9: O PARQUE INFANTIL, Bianca Rebelo, nº4, 9ºF ............................................... 11
Texto 10: CARTA DA BRANCA DE NEVE, Catarina Sousa, nº 5, 7º F .............................. 11
Texto 11: RESPOSTA DA BRANCA DE NEVE, Alexandra Sousa, nº2, 7º G ....................... 12
Texto 12: UMA ÁRVORE DE NATAL, Leandro Freitas, nº16, 6ºG ................................... 12
Texto 13: UM PINHEIRO ESPECIAL, Carolina Monteiro, nº5, 6ºG ................................... 12
Texto 14: O PAI NATAL, Guilherme Ribeiro, 4º G, EB Padrão da Légua ........................... 13
Texto 15: CARTA AO PAI NATAL, Gonçalo Mata, 4º G, EB Padrão da Légua .................... 13
Texto 16: ENTREVISTA AO PAI NATAL, David Ferreira, 4º G, EB Padrão da Légua ............ 13
Texto 17: UMA NOVA FAMÍLIA, Diana Barros, nº6, 6ºG .............................................. 13
I CONCURSO DE DESENHO DE NATAL DA ESCOLA BÁSICA DO PADRÃO DA LÉGUA ......... 14
Texto 18: A ÁRVORE DE NATAL, Carina Rualde, nº4, 6º G .......................................... 16
Texto 19: O MAIS IMPORTANTE, Tiago Dias, nº24, 6ºG .............................................. 17
Texto 20 NUMA NOITE DE NATAL, Érica Silva, nº 8, 6º G ............................................ 17
Texto 21: DIA DE REIS, Francisca Santos, nº6, 5ºG .................................................. 17
Texto 22: EM 2016, Gonçalo Ribeiro, nº 11, 5º G ...................................................... 18
Texto 23: UMA ÁRVORE, Leonor, 2º A, EB Amieira .................................................... 18
Texto 24: A ÁRVORE SEM FOLHAS, Rodrigo, 2º A, EB Amieira ..................................... 18
Texto 25: A ÁRVORE QUE FICOU SEM FOLHAS, Tomás Gabriel, 2º A, EB Amieira ............ 18
ATIVIDADES “CEI EM AÇÃO” ................................................................................. 19
Texto 26: A ÁRVORE E O LINCE, Mariana Santos, nº 22, 5ºG ...................................... 20
Texto 27: OS ANIMAIS, Inês Pereira, nº 14, 5ºG ...................................................... 20
Texto 28: O TUBARÃO, Mariana Santos, nº 22, 5º G .................................................. 20
Texto 29: A TARTARUGA E O LEOPARDO, Henrique Henriques, nº 12, 5º G .................... 21
Texto 30: CANINOS VERSUS FELINOS, Diana Reis, nº3, Dinis Ribeiro, nº4, e Duarte Passos,
nº5, 5ºG ........................................................................................................... 21
Texto 31: SE EU FOSSE PÁSSARO, Raúl Choupina, nº 26, 5º G ................................... 22
Texto 32: O CÃO E A TARTARUGA, Carlota Freitas, nº2, 5ºG ........................................ 22
Texto 33: UM DIA INESQUECÍVEL, Gabriel José, nº6, 6ºD ............................................ 22
Texto 34: OPINIÃO SOBRE OS ANIMAIS, Duarte Passos, nº5, 5ºG ................................ 23
Texto 35: OPINIÃO SOBRE OS ANIMAIS, Joana Monteiro, nº18, 5ºG ............................. 23
Texto 36: SE EU FOSSE UM GIGANTE, Gonçalo Ribeiro, nº11, 5ºG ................................ 23
Texto 37: BOLO DEFEITUOSO, Bianca Magalhães, nº 3 e Patrícia Coelho, nº 21, 8º C ....... 23
3
Texto 38: BOLO FEITIÇO, Diogo Pinheiro, nº 8 e Francisco Fernandes, nº 10, 8ºA ............ 24
Texto 39: TARTE DUVIDOSA, Margarida Fonseca, nº 16, 8º A ...................................... 24
NO CLUBE DE CULINÁRIA ..................................................................................... 25
Texto 40: O CIRCO DA DIVERSÃO, João Pedro Ribeiro, nº 15, 6º F ............................... 26
Texto 41: PÁGINA DE DIÁRIO, Francisca Santos, nº6, 5ºG .......................................... 26
Texto 42: O MEU DIÁRIO, Luana Guimarães, nº12, 5ºB .............................................. 27
Texto 43: CARTA FAMILIAR, Juliana Santos, nº 9, 6º E ................................................ 27
Texto 44: O REENCONTRO, Ana Luísa Latourrette, nº6, 6ºD ........................................ 28
Texto 45: O DESEJO DE VOAR, Francisca Santos, nº6, Mariana Alves, nº 23, 5ºG ............. 28
O CLUBE DE MÚSICA ........................................................................................... 29
Texto 46: SONHAR, Filipa Vieira, nº11, 11º D .......................................................... 30
Texto 47: O HOMEM E O SONHO, Ana Sofia Ribeiro, nº 6, 11º E .................................. 30
Texto 48: O SONHO, Rita Miranda, nº 21, 11º E ........................................................ 31
Texto 49: O COSTUME PORTUGUÊS, Bruno Rebelo, nº 9, 11º E ................................... 31
Texto 50: DANÇAR, DANÇAR, DANÇAR, Bárbara Beirante, nº1, 8ºE .............................. 32
Texto 51: A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO, Daniel Nunes, nº 7, 10ºF.......................... 32
9º F COMEMORA O DIA MUNDIAL DA ALIMENTAÇÃO ................................................. 32
Texto 52: A CONSTRUÇÃO DA FELICIDADE, Filipe Tato, nº 7, 3º A................................ 34
Texto 53: A CONSTRUÇÃO DA FELICIDADE, Carlos Martins, nº 3, 3º A .......................... 34
Texto 54: A CONSTRUÇÃO DA FELICIDADE, Diogo Pascoal, nº 5, 3º A .......................... 34
Texto 55: A CONSTRUÇÃO DA FELICIDADE, Flávio Gonçalves, nº8, 3º A ....................... 35
Texto 56: A EVOLUÇÃO DO NAMORO, Joana Amado, nº13, 10ºF .................................. 35
Texto 57: O PAPEL DA MULHER, Rita Santos Couto, nº22, 10º F .................................. 35
Texto 58: A MULHER E O MUNDO DO TRABALHO, Inês Manquinho, nº 14, 5ºD ............... 36
Texto 59: A MULHER NOS DIAS DE HOJE, André D’ara, nº 1, 5º D ............................... 36
Texto 60: A MULHER NO SÉCULO XXI, Diogo Costa, nº9, 10º F ................................... 37
Texto 61: O PAPEL DA MULHER NA SOCIEDADE, Ana Peixoto, nº2, 12ºA ....................... 37
Texto 62: A QUESTÃO FEMININA, Luana de Carvalho, nº16, 10ºF ................................ 38
Texto 63: APOIO AOS ANIMAIS ABANDONADOS, Ana Sofia Moreira, nº5, 7ºD ................ 38
Texto 64: PAPEL E LÁPIS, Sofia Estrela dos Santos, nº 26, 8ºE .................................... 38
2. GENTES E LUGARES ...................................................................................... 39
Texto 1: A EUROPA E O MOVIMENTO MIGRATÓRIO, João Martins, nº15, 12ºB ................ 39
Texto 2: A EUROPA E OS NOVOS MIGRANTES, Diana Ferreira, nº 6, 12ºB ..................... 40
Texto 3: A EUROPA E OS REFUGIADOS, Ângelo Teixeira, nº2, 12ºB ............................. 40
Texto 4: UM MAR DE GENTE, Sara Magalhães, nº24, 12ºA .......................................... 41
Texto 5: REFUGIADOS E SOLIDARIEDADE, Miguel Carvalho, nº23, 12ºA ..................... . 41
Texto 6: UM ÊXODO DRAMÁTICO, Gonçalo Rodrigues, nº15, 12ºA ............................... 42
Texto 7: UMA NOVA DESCOBERTA, Diana Barros, nº 6, 6º G ....................................... 42
Texto 8: BALEIAFINGOS, Rodrigo Ribeiro, nº 16, 6º H ............................................... 42
Texto 9: O NOVO PLANETA, Luís Rodrigues, nº 18, 6ºG ............................................. 43
Texto 10: A ILHA SECRETA, Gonçalo Pinto, nº 13, 8º G .............................................. 43
Texto 11: A VIAGEM DA ESPERANÇA, Bruno Loureiro, nº 4, 8ºG .................................. 44
Texto 12: O DIA NO LABIRINTO, Joana Matinhas, nº 17, 8ºG ...................................... 44
Texto 13: O LUGAR DA MATEMÁTICA, Joana Sabino, nº17, 12ºA ................................. 45
Texto 14: GENTE DA MATEMÁTICA: LEONHARD EULER, Carlos Fonseca, nº10, 12ºA ........ 45
O CLUBE DE MATEMÁTICA ..................................................................................... 46
Texto 15: RIO DOURO, Ana Sofia, nº5, 7ºD ............................................................. 48
Texto 16: TERRAS COM HISTÓRIA: CIDADE DO PORTO, Marta Costa, nº17, 7º D ........... 48
Texto 17: VIAJAR É IMPORTANTE, alunos do 10º E ................................................... 48
4
3. O MUNDO DA LEITURA .............................................................................. 49
Texto 1: PELO MUNDO DOS LIVROS, Sofia Estrela dos Santos, nº26, 8ºE ...................... 49
Texto 2: A DESCOBERTA DO MEU AMOR PELA LEITURA, André Sousa, nº5, 8ºE ............. 50
Texto 3: LIVROS, UNIVERSOS PARALELOS, Rita Moreira, nº25, 8ºE ............................. 50
Texto 4: LIVROS COMPANHEIROS, Nádia Marques, nº20, 8ºE ..................................... 51
Texto 5: UMA BIBLIOTECA, UM MUNDO DIFERENTE, Ana Carolina Castro, nº 2, 7º C ........... 51
Texto 6: O MUNDO DA LEITURA, Beatriz Magalhães, nº 4, 7ºA........................................ 51
COMEMORAÇÃO DO DIA INTERNACIONAL DA FILOSOFIA ............................................ 52
Texto 7: UMA VIAGEM EXTRAORDINÁRIA, Leandro Freitas, nº16, 6ºG .......................... 54
Texto 8: A FADA ORIANA, Inês Pereira, nº 14, 5º G .................................................. 54
Texto 9: RECONTO DO GATO MALHADO E DA ANDORINHA, André Silva, nº4, 8ºE ........... 55
Texto 10: APRECIAÇÃO DE CONTOS DE EDGAR POE, Margarida Freitas, nº 21, 10º B ...... 55
Texto 11: O MEU LIVRO PREFERIDO, Paulo Vasconcelos, nº22, 6ºB .............................. 56
Texto 12: O SERMÃO DE SANTO ANTÓNIO, Fábio Magalhães, nº 10, 2º A, C.P.O.O. ......... 56
4. CONTOS DO PLANETA TERRA .................................................................... 57
Conto 1: OS CONSTRUTORES DO PLANETA, Catarina Magalhães, 5º ano ....................... 57
Conto 2: 4000 – A MUDANÇA, Rita Duarte Moreira, 7º ano ......................................... 59
Conto 3: O FRUTO DA NATUREZA E DA CONSCIÊNCIA, Sofia Estrela dos Santos, 7º ano ...... 61
Conto 4: AQUELA QUE NOS SALVOU, Catarina Magalhães, 7º ano ........................................ 62
ERVAS AROMÁTICAS POR ALUNOS DE ARTES ................................................................ 64
Conto 5: ATÉ QUE A ÚLTIMA FOLHA CAIA, Rita Miranda, 10º ano ................................. 66
Conto 6: BOTÃO: REINICIAR, Carolina Pinto da Costa, 11º ano ............................................ 68
Conto 7: COM TODA A MINHA ESPERANÇA, Bruno Rebelo, 10º ano ...................................... 69
5. PÁGINAS DE BABEL .................................................................................... 71
Texto 1: PEJ, A WAY OF LIFE – 12º A ..................................................................... 72
Texto 2: A REALIDADE PEJISTA, Carolina Costa, nº11, 12º A ....................................... 72
Texto 3: O NASCIMENTO DO CHAIR, Ângelo Teixeira, nº2, 12º B .................................. 72
Texto 4: PEJ, A PERSONAL EXPERIENCE, Afonso Santos, nº1, 12º A ............................. 73
Texto 5: SUM-UP SPEECH, Pedro Sousa, nº25, 11ºB ................................................. 73
ATIVIDADE “E SE AS MÃOS FALASSEM” .................................................................. 74
Texto 6: PRIDE AND BEWILDERMENT, João Alves Silva, nº19, 12º A ............................ 76
Texto 7: PEJ, A BIG FAMILY, Anabela Bastos, nº7, 12º A ............................................ 76
Texto 8: O QUE É O PEJ? Bruno Rebelo, nº 6, 11º E .................................................. 77
Texto 9: HEALTH AND FITNESS, Maria Fernandes, nº10, 9ºC ...................................... 77
Texto 10: HEALTH AND FITNESS, Lília Paiva, nº17, 9ºA ............................................. 77
Texto 11: HEALTH AND FITNESS, Margarida Completo, nº18, 9ºA................................. 78
Texto 12: MA JOURNÉE, David Levi Mota, nº 7, 7º E .................................................. 78
Texto 13: L’ALBUM DE CLASSE, Inês Ferreira Sousa, nº 10, 7º E ................................. 78
Texto 14: L’ALBUM DE CLASSE, Nuno Silva, nº 18, 7º F ............................................. 78
Texto 15: L’ALBUM DE CLASSE, António Tondela, nº 4, 7º F ....................................... 79
Texto 16: L’ALBUM DE CLASSE, Jénifer Martins, nº 13, 7º F ........................................ 79
Texto 17: L’ALBUM DE CLASSE, José Pedro Vaz, nº 15,7º F ........................................ 79
Texto 18: L’ALBUM DE CLASSE, Leonor Silva, nº 16, 7º F ............................................ 79
Texto 19: LUZ DE MI VIDA, Andreia Santos, nº 4, 9º G .............................................. 79
Texto 20: EN NUESTRAS VIDAS, Maria Fernandes, nº 10, 9º C .................................... 80
5
Texto
Texto
Texto
Texto
Texto
21:
22:
23:
24:
25:
LA VERDAD Y LA MENTIRA, Joana e Rita, nº19 e nº3, 9ºG ........................... 80
EL AMOR, Fabio Girão e Gonçalo Sampaio, nº14 e nº16, 9º G ....................... 80
TU ROSTRO, Tatiana Rebelo, nº13, 9º C .................................................... 80
SER FELIZ, Bruna Rodrigues, nº7, 9º G ..................................................... 80
TENER MUCHOS AMIGOS, Lúcia Carvalhais, nº8, 9º C................................... 80
6. TEMPO DE POESIA ..................................................................................... 81
Texto 1: LER, Matilde, Pedro António, Mariana Sousa e Tiago Rodrigo, 3.º F da EBPL ........ 81
Texto 2: EN LA PLAYA, Daniel Machado, nº7, 8º G .................................................... 81
Texto 3: LA AMISTAD, Isabel Pena, nº4 9º C ........................................................... 82
Texto 4: AQUELA PALAVRA, Ruben Pedroso, nº29, 12ºB ............................................ 82
Texto 5: BELEZA INFINITA, Ana Cardoso, nº 2, 10º F ................................................ 82
Texto 6: PAISAGEM, Rúben Silva, nº14, 1ºB ............................................................. 82
Texto 7: NÃO MINTO, JÁ DISSE, Ruben Pedroso, nº29, 12ºB ...................................... 82
Texto 8: TEMPOS QUE JÁ LÁ VÃO, Ricardo Pinto, nº13, 1ºB ......................................... 83
Texto 9: SAUDADES DESSE TEMPO, Vera Nunes, nº18, 1ºA ........................................ 83
Texto 10: A SAUDADE, Liliana Lima, nº13, 1ºA ......................................................... 83
Texto 11: AMAR, Salvador Santos, nº21, 5ºE ............................................................ 83
ATIVIDADE “VIVER OS AFETOS” NO AEPL................................................................. 84
Texto 12: O AMOR, Beatriz Lopes, nº4, 5ºE .............................................................. 86
Texto 13: O AMOR É? Ricardo Castro, nº 18, 5ºE ....................................................... 86
Texto 14: O AMOR É…, Gonçalo Dias, nº8, 5ºE ......................................................... 86
Texto 15: DOIS POEMAS, Salvador Santos, nº21, 5ºE ............................................... 86
Texto 16: ODE AOS ABRAÇOS, Tamaris Gomes, nº 11, 12ºC ...................................... 86
Texto 17: O BOOM DO SÉCULO XXI, Diana Ferreira, nº6, 12ºB..................................... 87
Texto 18: ODE “FRATERNAL”, Ruben Pedroso, nº 29, 12ºB .......................................... 88
Texto 19: A MÃE…, Diogo Portela, 1º G, EB Padrão da Légua ...................................... 89
Texto 20: TRÊS POEMAS, Joana Magalhães, nº 10, 10ºA ............................................. 89
Texto 21: DEMOCRACIA, Daniela Freitas, nº5, 12ºB .................................................. 90
Texto 22: DAR VOZ À LETRA DA POESIA, João Alves Silva, nº19, 12ºA ......................... 91
Texto 23: ODE À DOLOROSA VIDA DE ESTUDANTE, João Martins, nº 15, 12ºB ................ 92
7. ESCREVIVER ou VOZES DA COMUNIDADE ................................................ 93
Texto 1: TEATRO, UMA FORMA DE VIVER, Telmo Quelhas, nº28, 12º A ......................... 93
Texto 2: TEATRO, SER OU NÃO SER, João Silva, nº19, 12º A ...................................... 94
Texto 3: TEATRO, ARTE E VIDA, Mariana Fonseca, nº21, 12º A .................................... 94
CLUBE DE TEATRO – FAZ DE CONTA ....................................................................... 95
Texto 4: A ESCOLA HOJE, Conceição Teixeira, Professora de Português AEPL ................. 96
Texto 5: PORTAL AZUL, António Estrela, Funcionário AEPL .......................................... 96
Texto 6: MEU AMOR, António Estrela, Funcionário AEPL .............................................. 97
Texto 7: CONDUÇÃO À PORTUGUESA, Mafalda Soares, 11º, E. S. Ermesinde ................. 97
Texto 8: PÁGINA DE DIÁRIO, Mariana Soares, 8º A, AEGV, Viseu ................................. 98
Texto 9: POEMA EM RETALHOS, Dulce Soares, Professora de Português AEPL ................. 98
Texto 10: ALGURES… ALGUÉM, Luísa Pacheco, Professora de Filosofia AEPL .................... 99
Texto 11: PERFUME & LIBERDADE, Dulce Soares, Professora de Português AEPL ............. 99
Texto 12: ONDA ROSA, Júlia Leal, Professora de Biologia AEPL ................................... 100
6
Escrever é fácil: começa-se com letra Maiúscula e
termina-se com ponto final.
No meio colocam-se as ideias.
Pablo Neruda (1904-1973)
1. A ESCRITA EM PROJETO
A Revista Ler Mais e Escrever Melhor, do Projeto Comunicar, interliga o
aperfeiçoamento das competências de leitura e de escrita, como modalidades
complementares e interativas da Língua, no processo de construção de uma mesma
competência comunicacional e linguística. No entendimento de que a escola é o lugar de
formação de leitores e escritores, de aquisição do hábito e gosto pela leitura e escrita.
A Escrita em Projeto é uma secção aberta a textos de diferentes géneros e temas, de
autoria singular ou coletiva. Não há restrição de tipologia textual, apenas o cuidado
habitual na correção estrutural e linguística dos textos, que devem ser apresentados em
suporte informático, prontos para publicação.
Texto 1: SE EU FOSSE LÁPIS DE COR, Maria Teixeira, nº 21, 5º G
Data de edição: fevereiro 2016
Se eu fosse um lápis de uma cor qualquer, seria usado para desenhar e pintar.
Se fosse verde, podia desenhar relva ou folhas…
Se fosse azul, desenhava o mar ou o céu…
Se fosse amarelo, desenhava o sol ou as estrelas…
Se fosse rosa, desenhava flores…
E podia ser de muitas mais cores e desenhar muitas outras coisas. Mas o pior seria
quando me afiassem, pois perderia um pouco do meu corpo. Ainda assim, as minhas
aparas poderiam ser utilizadas para fazer bonitas colagens.
Texto 2: SE EU FOSSE UM LÁPIS DE COR, Henrique Henriques, nº 12, 3º G
Data de edição: fevereiro 2016
Se eu fosse um lápis de cor, coloria o mundo com as cores do arco-íris.
Desenhava um cravo em cada arma e em cada rosto de uma criança um sorriso.
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Transformava as bombas dos terroristas em bolas de berlinde. Coloria todos os rios,
mares e oceanos de cor lápis-lazúli.
Certo dia, cruzou-se um lápis negro comigo, lápis de cor azul, que ajuda a dar vida e
cor ao mar. De repente, cobriu-se o mar de petróleo e, de imediato, o vermelho deu o
alarme:
- Ataque negro no mar selvagem!…
Reunimos de emergência para mandar o branco para a ação. Este venceu após uma
prolongada e difícil luta. Contudo, o grupo azul logo contestou:
- Nós não queremos o mar cinzento mas sim azul!
Então, reunimos todos os lápis azuis e o mar voltou a ter vida.
- Bom trabalho, amigos! Hoje vencemos mais uma batalha!
Texto 3: TEMPO DE MUDANÇA, Ana Lúcia Lopes, nº2, 11ºA
Data de edição: janeiro 2016
No último ano letivo, um dos momentos que mais me marcou, positivamente, foi a
entrada na Escola Básica e Secundária Padrão da Légua.
Em primeiro lugar, ao entrar para esta escola senti-me muito mais incluída do que
nas outras escolas, visto que todos são muito simpáticos e preocupados genuinamente
com os outros.
Em segundo lugar, cresceu nesta escola um novo "eu", mais maduro e quase já sem
medo de enfrentar o mundo, permitindo-me, assim, novas experiências e memórias não
vivenciadas anteriormente.
Seguidamente, apercebi-me de que estou num mundo gigante e para nos
destacarmos dos demais temos que fazer a diferença e aperfeiçoarmo-nos a cada
momento que passa.
Por fim, aprendi a adaptar-me a diferentes pessoas, a diferentes ambientes e a
modificar o comportamento, de acordo com o espaço em que estou.
Assim, ao entrar pela primeira vez nesta escola, percebi que estava num tempo de
mudança, num tempo em que tinha que crescer e que isso significava mudar a minha
vida completamente.
Texto 4: DEIXAR UM SONHO, Ana Freitas, nº2, 9ºF
Data de edição: janeiro 2016
Era um lindo dia de verão. Eu e a minha amiga Maria íamos participar numa corrida.
Ela resolveu ir porque o vencedor recebia uma viagem a Paris, e ir lá sempre tinha sido o
seu grande sonho. Maria é, desde sempre, uma ótima corredora e então tinha grandes
hipóteses de ganhar. Como não queria ir sozinha, convidou-me para ir com ela e
inscreveu-nos às duas.
Quando chegamos ao local da corrida, o ambiente estava óptimo: um sol radiante,
uma decoração incrível (alusiva ao prémio que o vencedor iria ganhar) e muita música e
boa disposição também não faltavam. Colocamo-nos nos nossos lugares e começou a
corrida. A nossa estratégia era irmos devagar no início e depois, quando os nossos
adversários já estivessem cansados, acelerávamos. Assim fizemos.
A pouco mais de meio da corrida começámos a aumentar a velocidade. Quase no fim
da corrida, estávamos na frente, mas o inesperado aconteceu: eu tropecei numa pedra e
caí. Estava cheia de dores no pé, a chorar, e a Maria parou para me ajudar. De imediato,
disse-lhe:
– Não pares! Estás na frente da corrida e este é o teu sonho, não o desperdices, eu
fico bem.
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– És muito mais importante que este prémio, mais oportunidades virão e não te vou
deixar aqui sozinha – respondeu ela, percebendo que eu nem sequer conseguia
movimentar o pé.
Maria foi buscar ajuda e eu fui transportada para o hospital.
Deixar um sonho por um amigo? Foi realmente um grande ato de lealdade.
Texto 5: AMIZADE, Margarida Santos, nº17, 9ºF
Data de edição: janeiro 2016
Era um bonito dia de sol e eu e a Maria tínhamos decidido que a melhor maneira de
o aproveitarmos era indo passear pelas ruas do Porto.
Ambas concordávamos que era um lugar maravilhoso, cheio de vida, cheio de
animação, cheio de tudo! Eram regulares os nossos passeios pela cidade, no entanto
acabávamos sempre por descobrir algo novo. É engraçado o quanto uma cidade tem para
nos dar, não é?
Tínhamos combinado que ela me ia buscar a casa por volta das três horas e assim
foi. Mal entrei no carro, as típicas perguntas de quem já não se vê há uma semana
começaram, eu dizia:
- Então Maria, e que tal esta semana sem mim? Choraste muito?
E rapidamente ela respondia:
- Chorar? Nem dei pela tua falta...
Claro está que eu não me deixava ficar e de seguida respondia:
- Sim, sim, não precisas de estar em negação, afinal de contas estás a tentar
convencer-me ou a convencer-te disso?
E a conversa prolongava-se durante o resto do caminho.
Já estávamos nós a passear pelas ruas da Invicta e a contar as novidades, que
tinham surgido durante a semana, uma à outra quando de repente aparece um homem
com um aspeto suspeito e nos pergunta:
- Por acaso querem companhia?
Sempre nos ensinaram a não falar com estranhos, por isso ignorámos o senhor e
continuámos a andar como se nada fosse. No entanto, o senhor não desistia e, a certo
ponto, já não sabíamos o que fazer. Começamos a correr, para tentarmos fugir dele,
mas, quando parecia que íamos finalmente despistá-lo, tropecei numa pedra e caí no
chão. “Maldita pedra”, pensava eu.
A Maria estava bastante mais à frente, por isso conseguiu despistá-lo. No entanto,
o senhor rapidamente me apanhou. Disse à Maria para continuar a correr e assim o fez.
Resisti ainda bastante tempo, mas não adiantou de muito, o homem começou a
puxar-me para ir com ele, até que de repente oiço a voz da Maria. Lá estava ela, com
dois polícias para levarem o homem.
A Maria vira-se para mim e diz:
- Achavas mesmo que te ia deixar aqui? Somos amigas e jamais conseguiria fazê-lo.
Texto 6: CUMPRIR A PROMESSA, Tatiana Teixeira, nº25, 9ºF
Data de edição: janeiro 2016
O primeiro dia de escola é sempre uma maravilha, reencontrar os amigos, a
preocupação de trabalhos de casa e testes ausente e a brincadeira que é gerada pela
manhã e tarde dentro. Eu sempre gostei de conhecer pessoas novas e este caso não foi
exceção. Ele chamava-se Salvador, tinha a minha idade (14 anos) e era perseguido por
todas as raparigas da escola. Era alto, moreno e tinha olhos verdes, um rapaz de sonho.
Aos olhos de toda a gente, era um pinga-amor e metia-se com todas, mas, para
mim, era a criatura mais doce e humilde à face da Terra. Um dia, o Salvador disse-me:
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- Olha, eu sei que isto vai parecer estranho, mas andamos a trocar olhares e gostava
de te conhecer.
Vou confessar que me senti estranha, pois nunca me tinha apercebido de que
andava a trocar olhares com o rapaz mais giro lá da escola. Eu só pensava “que burra
que és, Maria Tatiana”. Mas, mesmo assim, menti.
- Sim, eu também já tinha reparado nisso – disse eu, corada.
- A sério?! Ainda bem que não sou o único! – exclamou ele.
E pronto, partiu daí a nossa amizade. Conversas de horas ao telemóvel, intervalos e
tardes inteiras juntos. Eu adorava, pois tínhamos muito em comum. Tudo parecia muito
lindo, até que um dia eu fui coscuvilhar o telemóvel dele e apercebi-me de que era
apenas mais um brinquedo na sua coleção. Ele era assim com todas! Senti uma dor
profunda. Tivemos uma longa discussão, e ele só pedia desculpa, dizia que eu era
especial. Naquele momento, morri de desespero, porque não o queria perder.
Entretanto, passaram anos e eu continuava a lembrar-me dele, contava a promessa
que ele me tinha feito às minha sobrinhas, às minhas afilhadas e elas ficavam com um
sorriso na cara quando lhes dizia que ele me prometeu lealdade e amor até ao resto dos
nossos dias. E eu? Eu chorava por achar que a promessa não fora cumprida.
Foi então que, um dia, estava num cruzamento perigoso e, sem reparar, um carro
veio contra mim. Quase morri, fui parar ao hospital e, graças a uma excelente equipa
médica sobrevivi. A minha grande surpresa foi quando um dos médicos me disse:
- Eu nunca quebrei a promessa.
O médico era o Salvador e ele nunca tinha deixado de me ser leal, nem de me amar.
Só me tinha dado a saudade. Porquê saudade de uma pessoa distante? Amor.
Texto 7: A DOENÇA, Tiago Pratas, nº26, 9ºF
Data de edição: janeiro 2016
Num dia de sol de primavera, estava eu e os meus colegas no recreio da escola, à
espera que a campainha desse sinal para entrarmos para mais uma aula, quando reparei
que um dos meus colegas estava mais triste do que o habitual.
Com o intuito de ajudar, fui para perto dele e comecei a conversar, para ver se ele
me respondia. Mas não. Ele continuava com uma cara serena, a olhar para o chão, quase
sem pestanejar. Então convidei-o para fazer uma pequena caminhada comigo pela
escola. Quando já estávamos longe da vista dos meus outros colegas, eu disse:
- Fala comigo… Qual é o problema que te está a inquietar?
- Deixa estar… estou num “dia não” – respondeu ele.
Eu não ia deixá-lo a sofrer, até porque, nestas situações, não há nada pior do que
ficar com o problema só para nós. Por isso, tentei novamente:
- Podes falar comigo. Além disso, ficares a pensar nisso só te faz mal!
- Está bem… Eu ontem, quando cheguei a casa, vi a minha mãe no chão, deitada,
imóvel. Como é óbvio, chamei logo uma ambulância, e o meu pai. Os paramédicos
tentaram reanimá-la e com sucesso, mas, quando chegaram ao hospital, foi-lhe
diagnosticada uma doença degenerativa, à qual dão a sigla de ELA. Sinceramente, eu
hoje não queria vir à escola por nada, nem que me pagassem, no entanto, ela pediu-me
que a sua doença não interferisse com a minha vida.
Fiquei abismado e disse-lhe:
- Já sabes que podes contar comigo. Uma vez que a tua mãe te pediu para seguires
com a tua vida, tenta libertar-te desse pensamento.
De repente, toca a campainha. Os meus colegas de turma, ao repararem que nos
tínhamos afastado, queriam saber o que se passava. Eu, uma vez que ele me tinha
pedido segredo, não disse nada, mesmo após muita insistência por parte deles. Inclusive,
a diretora de turma perguntou-me o que se passava, mas eu nada disse, pois as
promessas são para cumprir, e é preciso respeitar a vontade dos outros.
A aula começou e parece que nunca mais tinha fim, mas, pelo menos, o João, o meu
colega que se encontrava numa situação complicada, já começava a sorrir, e eu fiquei
feliz, somente com isso.
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Texto 8: TARDE QUENTE DE AMOR DE INVERNO, Catarina Santos, nº7, 1ºA
Data de edição: janeiro 2016
Aqueles fins de tarde de inverno sentados na praia… Há coisa melhor que estes fins
de tarde com quem nos completa a alma?
Só nós e o mar. Só nós e aquele pôr do sol que rouba o protagonismo ao azul do céu
e preenche o seu lugar com tons quentes, espalhando os últimos raios e aquecendo o fim
do dia gelado. Sentados no casaco de inverno que substitui a toalha, pousado na areia
húmida daquela linda e deserta praia. Parece tão nossa aquela que, em tempos de calor,
é a mais populosa da cidade. E agora? Vazia. Deserta. Só nós e ela. É incrível como tão
poucas pessoas lá aparecem na altura em que a sua beleza é maior! Poucos conseguem
ver o seu brilho. E o nosso amor é o que mais aquece a alma. Com abraços calorosos,
beijos doces e apaixonados. Uma tarde quente de amor de inverno.
Perto do mar, ouvindo as ondas a cantar e o vento a assobiar aos nossos ouvidos,
nós, deixando pegadas lentas na areia, saboreamos cada segundo do nosso amor.
Texto 9: O PARQUE INFANTIL, Bianca Rebelo, nº4, 9ºF
Data de edição: janeiro 2016
Ao longo da minha vida já presenciei inúmeras traições e desilusões, muitas vezes
pela falta de lealdade. Contudo, penso que ainda não está tudo perdido, pois, apesar
dessas terríveis situações, já assisti a manifestos de lealdade pura, como é o caso deste
exemplo, no qual eu tive a honra de participar.
Certo dia, estava eu a brincar com os meus amigos, quando uma funcionária vem ao
nosso encontro e nos pede para sair do parque da escola. Na altura, não quis arranjar
problemas, por isso obedeci. Quando soube que a razão pela qual nos mandaram sair foi
a sua demolição, fiquei revoltada. Desde que andava naquela escola, ia ao parque no fim
das aulas, logo o meu coração quase explodiu com aquela notícia.
No dia maldito, no instante decisivo, agi, fui para a frente do parque e não saí de lá.
A princípio pensei que ninguém me iria apoiar, que teria de “lutar” sozinha, mas a minha
melhor amiga, Adriana, com três colegas, veio para a minha beira e apoiou-me, pois
todos me compreendiam. Ficamos cinco horas sentados em torno do parque, sem deixar
ninguém passar. No final ganhámos, todos nos tentavam convencer a desistir, mas após
esse tempo juntaram-se a nós. Nunca me hei de esquecer das palavras da minha
professora:
- É só um parque, estás a fazer uma tempestade num copo de água?!
- Não, não é apenas um parque, tem memórias muito importantes da minha infância
e se o parque “se for” as memórias “vão-se” juntamente com ele. Essa foi a minha
resposta, mas no meu pensamento havia outra razão: o meu irmão, ainda não nascido
na altura. Eu queria que ele pudesse desfrutar do mesmo parque que eu e criar
memórias tão ou ainda mais importantes do que as que eu já tinha criado.
Concluindo, este acontecimento ajudou comprovar as minhas suspeitas: nunca se
deve desistir e nunca se deve perder a fé, por mais longínquo que esteja o objetivo que
pretendemos alcançar.
Texto 10: CARTA DA BRANCA DE NEVE, Catarina Sousa, nº 5, 7º F
Data de edição: dezembro 2015
Disneyland, Paris, 18 de novembro de 2015
Olá, meu príncipe,
Foi com muito prazer que consegui ler a tua carta, tal como pretendias, longe dos
meus guardiões, confortavelmente sentada num canto da casa.
Fiquei muito feliz por saber que tenho alguém que me adora tanto como tu, a quem
consegui provocar tantas emoções.
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Não me queiras esquecer. Guarda-me para sempre não só no teu imaginário como no
teu coração. Segue-o e não desistas dos teus sonhos
Até breve e um grande beijo. Branca de Neve
PS - Guardo a tua carta não só no meu imaginário como numa gaveta fechada, para
nunca te esqueceres.
Texto 11: RESPOSTA DA BRANCA DE NEVE, Alexandra Sousa, nº2, 7º G
Data de edição: dezembro 2015
Floresta Encantada, 19 de novembro de 2015
Meu querido amigo,
Não tenho palavras para agradecer a tua carta, tão amável e gentil. É muito
gratificante para mim saber que tive uma importância assim tão grande na tua vida.
Pode parecer pouco, mas tem para mim um grande significado perceber que ainda
hoje as crianças leem e conhecem a minha história. Nos dias de hoje, em que parece que
os meninos e as meninas só gostam de televisão e jogos de computador, é muito bom
perceber que as crianças ainda ouvem e se maravilham com os contos de fadas. Afinal,
parece que ainda há esperança para os adultos de amanhã.
Espero que não te importes, mas mostrei a tua carta aos meus amigos anões, que
me pedem que te agradeça, em nome deles, pelas tuas palavras. Eles têm andado um
pouco preocupados com a demora do Príncipe Encantado que todas procuram, mas nem
sempre encontram. Se o vires por aí, não te importas de lhe pedir para vir buscar uma
amiga que conheci, entretanto?
Espero que me respondas rapidamente.
Um beijinho, Branca De Neve
Texto 12: UMA ÁRVORE DE NATAL, Leandro Freitas, nº16, 6ºG
Data de edição: janeiro 2016
Era uma vez uma árvore que se chamava “Tristonha”. Essa árvore tinha um tronco
maior e diferente dos outros, por isso é que lhe deram esse nome.
Na altura do Natal, as crianças escolhiam sempre uma árvore para a sua casa e
Tristonha nunca foi escolhida. Mas um menino chamado Rodrigo ainda não tinha
escolhido nenhuma árvore, por isso dirigiu-se a uma loja para comprar uma. Tinha várias
opções de escolha e ele escolheu Tristonha porque aquele tronco o fascinou. O menino
nunca mais mudou de árvore porque aquela era perfeita e ele inventou uma música para
a árvore: Era uma árvore infeliz/porque era diferente,/o seu nome era Tristonha,/mas de
repente ficou contente.
Texto 13: UM PINHEIRO ESPECIAL, Carolina Monteiro, nº5, 6ºG
Data de edição: fevereiro 2016
Vasco era um menino muito pobre. Ele vivia numa cabana velha, com pouca luz,
esburacada e fria, apenas com duas camas de madeira, duras e já bastante estragadas.
Uma pequena mesa, que o seu pai construíra com a madeira de algumas árvores,
estava colocada num canto da casa e, ao seu lado, um pequeno pinheirinho que eles
tinham conseguido apanhar na floresta.Todas as noites Vasco murmurava e lamentava o
facto de não ter enfeites para colocar na sua árvore de Natal.
Roxi, uma das muitas aranhas que havia naquela cabana, ouvia-o noite após noite e
decidiu chamar os seus amigos e amigas para, em conjunto, alegrarem o menino,
arranjando uma solução.
No dia de Natal, quando Vasco acordou, deparou-se com o seu pequeno pinheirinho
enfeitado com finos fios cor de prata que brilhavam com o amanhecer. Todas aquelas
teias de aranha fizeram a tristeza do menino desaparecer e voltar a sorrir.
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Texto 14: O PAI NATAL, Guilherme Ribeiro, 4º G, EB Padrão da Légua
Data de edição: dezembro 2015
O Pai Natal é:
Lindo, bonito, gordo e simpático.
Ele dá, a toda a gente, presentes. Ele gosta da Mãe Natal e já viu Jesus, que realiza
desejos.
O Pai Natal gosta das suas renas, dá-lhes de comer e brinca com elas.
Ele é o mais atarefado e gosta de pôr as pessoas felizes, especialmente as crianças,
os duendes, a Mãe Natal e o menino Jesus.
Texto 15: CARTA AO PAI NATAL, Gonçalo Mata, 4º G, EB Padrão da Légua
Data de edição: dezembro 2015
De: Carlitos
Para: Pai Natal
Pai Natal, eu queria que o meu pai não voltasse a viajar, porque fico com muitas
saudades dele e assim choro. Não o vejo muito, só o vejo às vezes de manhã. Vivo com
a minha avó e com a minha mãe.
Eu queria que o meu pai viesse nas férias, porque ele faz-me muita falta.
Texto 16: ENTREVISTA AO PAI NATAL, David Ferreira, 4º G, EB Padrão da Légua
Data de edição: dezembro 2015
Carlitos – Como se sente a dar prendas?
Pai Natal – Eu sinto-me bem, porque vocês ficam contentes.
Carlitos – Se fosse criança, que prenda queria?
Pai Natal – Queria paz no mundo.
Carlitos – Como entra nas casas dos meninos?
Pai Natal – Com magia.
Carlitos – Porque realizou o meu desejo?
Pai Natal – Porque te portas bem e também porque todos os meninos têm direito a ter
um pai presente.
Nota: A carta e a entrevista ao Pai Natal foram atividades baseadas no texto “Um pai que saísse às
cinco” de Rosa Lobato Faria, A voz do coração (2007)
Texto 17: UMA NOVA FAMÍLIA, Diana Barros, nº6, 6ºG
Data de edição: janeiro 2016
O Natal chegou e as crianças brincam e cantam pelas ruas, exceto uma que vive
infeliz. Vive num orfanato, porque os seus pais já partiram para o céu.
Esse menino não gosta do Natal, pois é a altura do ano em que vê todas as crianças
mais felizes do que nunca, mas ele continua triste como sempre.
Um dia chegou ao orfanato um homem e uma mulher. Eles viram cada criança, mas
quando chegaram ao menino, sorriram. Nesse dia, o menino ganhou uma nova família. A
felicidade encheu o seu coração e mostrou-se através de um sorriso enorme.
Assim, o menino, que antes não gostava do Natal, agora adora-o, pois tinha sido a
altura em que ganhara uma nova família e uma nova vida.
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I CONCURSO DE DESENHO DE NATAL DA
ESCOLA BÁSICA DO PADRÃO DA LÉGUA
Para premiar os vencedores, o desenho selecionado, em cada turma, foi convertido num
calendário de bolso. Apresentamos os desenhos vencedores:
JI Monte da Mina
Renata – sala H
João Nuno – 1º G
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JI Monte da Mina
Beatriz – sala I
Salomé – 2º F
Sara – 2º G
Rita Rodrigues – 2º H
Matilde – 3º F
Mariana Rodrigues – 3º G
Rodrigo – 3º H
Juliana – 4º F
Tiago – 4º G
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Texto 18: A ÁRVORE DE NATAL, Carina Rualde, nº4, 6º G
Data de edição: fevereiro 2016
Há muito, muito tempo, numa pequena aldeia da Lapónia, onde vivia o Pai Natal,
todos os habitantes gostavam de enfeitar a árvore de Natal, mas não uma árvore
qualquer, tinha que ser o pinheiro maior e mais bonito que havia no monte. Então, uns
dias antes do Natal, lá iam todos os habitantes ao monte buscar cada um o seu pinheiro,
para o enfeitar e verem qual era o mais bonito de todos. Só que nessa aldeia vivia uma
família muito pobre, que tinha um filho muito bonito e muito esperto, que também
queria fazer uma árvore de Natal. Mas o seu pai estava muito doente e não conseguia ir
até ao monte buscar o pinheiro para o menino .
O menino pediu à sua mãe para o deixar ir até ao monte buscar um pinheiro. A mãe
deixou-o ir. E ele lá foi, montanha acima, a cantar, com o seu machado na mão. Quando
chegou ao monte viu que, de tantos pinheiros, só tinha ficado um. Esse pinheiro era
pequenino, mas era muito bonito. Então o menino olhou para o pinheiro e disse-lhe:
- Vais ser o meu pinheirinho de Natal, vou-te enfeitar e serás o mais bonito da aldeia.
O menino pegou no seu machado e começou a cortar o pinheirinho. Quando acabou,
pegou nele com cuidado e levou-o para casa . Em casa, a sua mãe ficou muito admirada
por o menino ter levado um pinheirinho tão pequeno. O menino só disse à mãe:
- Não fiques triste por o pinheirinho ser pequeno. Tu vais ver, mãe, que o nosso
pinheiro vai ser o mais bonito da aldeia e aquele de que o pai Natal vai gostar mais.
A mãe sorriu para o filho e disse-lhe:
- Está bem, meu filho, eu acredito que com o amor tudo pode ser possível.
Então o menino começou a enfeitar o pinheiro com toda a sua alma e com todo o seu
coração. Passados alguns dias, chegou o dia mais esperado do ano: o dia do Natal. O Pai
Natal pegou no seu trenó, puxado pelas suas renas, e foi de casa em casa para deixar os
presentes e ver qual era a árvore mais bonita. Ele andou de casa em casa: viu árvores
de todos os feitios e cada uma mais bonita que a outra, mas nenhuma era especial.
Até que chegou à casa mais pobre da aldeia, onde vivia o menino com os seus pais. O
Pai Natal ficou maravilhado. Era a árvore mais pequenina que ele tinha visto, durante
toda a sua vida, mas era aquela que tinha mais, luz, vida, alegria e amor. Então o Pai
deu um grande abraço ao menino, felicitou-o pela linda árvore, e disse-lhe:
- Meu filho, a tua árvore foi a escolhida de toda a aldeia, por ter sido feita com todo
o teu amor. Agora podes pedir o desejo que tu quiseres, que eu vou-to realizar.
O menino olhou para o Pai Natal e, de lágrimas nos olhos, pediu-lhe o seu desejo:
- Pai Natal, sou pobre, mas não te quero pedir riqueza, só que melhorasses a saúde
do meu Pai e fizesses com que ele saísse da cama onde está deitado há muitos anos.
O Pai Natal ao ouvir as palavras do menino comoveu-se tanto, que lhe disse:
- O teu Pai já está curado, e já vai sair da sua cama, para sempre. E tu, como
não pediste nada para ti, vou-te dar uma casa melhor.
O menino, muito feliz e contente, agradeceu ao Pai Natal e deu-lhe um abraço
forte. Na manhã seguinte, quando a sua mãe acordou, viu que o seu marido estava
curado, já conseguia andar. Ela foi a correr contar a notícia ao menino, que lhe disse que
já sabia, que tinha sido o Pai Natal. Foi então que o menino disse à mãe:
- A minha árvore era a mais pequenina, mas foi enfeitada com todo o amor do meu
coração. E o Pai Natal gostou tanto da minha pequena árvore que me concedeu um
desejo e eu pedi-lhe que curasse o pai e ele realizou-me esse desejo.
A mãe agarrou-se ao menino a chorar, deu-lhe um abraço e disse-lhe:
- Tu és a maior riqueza da minha vida, és o meu menino de ouro, o teu coração é
maior que o oceano, amo-te muito, meu filho, e obrigada por tudo.
Passados alguns dias, eles mudaram-se para a casa nova, o pai arranjou trabalho,
o menino foi para a escola, e a mãe ficava em casa a tratar das lides domésticas.
Podemos dizer que as coisas não se medem aos palmos, nem pela sua beleza
exterior, mas sim por aquilo que nos vai no coração e na nossa alma. Podemos ser feios
por fora, mas termos um coração maior que o mundo, como era o coração deste menino,
que, de uma árvore pequena, fez a árvore mais linda que nunca ninguém tinha visto. E
aquela família foi feliz para sempre e tiveram o melhor Natal do mundo.
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Texto 19: O MAIS IMPORTANTE, Tiago Dias, nº24, 6ºG
Data de edição: fevereiro 2016
Numa aldeia isolada vivia um menino chamado Pedro. Esse menino tinha sido
abandonado pelos seus pais quando era bebé. Os avós maternos ficaram a tomar conta
dele, mas eram pessoas pobres e viviam com muitas dificuldades.
Aproximava-se o Natal e mais uma vez o Pedro sabia que não iria receber nenhum
presente. A única coisa que o consolava era o jantar da consoada de Natal, preparado
com muito amor e carinho pela sua avó! Então, ao jantar, o seu avô perguntou-lhe qual
o desejo que ele queria que se realizasse e ele, triste, respondeu:
- Quero conhecer a minha mãe e o meu pai.
A partir daí todos ficaram a saber que o mais importante para o Pedro era a reunião
da família e não os presentes.
Texto 20: NUMA NOITE DE NATAL, Érica Silva, nº 8, 6º G
Data de edição: fevereiro 2016
Era noite de Natal.
As luzes brilhavam como pirilampos, as pessoas estavam contentes, pois havia uma
grande festa na cidade. Todas andavam de loja em loja a comprar presentes. No
entanto, ao longe, avistava-se uma menina de cabelo preto, olhos escuros, que usava
roupas velhas. Essa menina chamava-se Clara e era muito pobre. Ela estava triste, pois
via as pessoas animadas, com milhares de sacos na mão e ela não tinha nada.
A certa altura, aproximou-se uma senhora e perguntou-lhe:
- Estás triste?
- Sim, não tenho nada! – exclamou a Clara.
Falaram durante algum tempo e a senhora convidou-a para ir viver com ela.
Clara, excitada, respondeu:
-Claro, muito obrigada.
Então foram para casa. A Clarinha teve muitas prendas e viveu feliz para sempre.
Texto 21: DIA DE REIS, Francisca Santos, nº6, 5ºG
Data de edição: fevereiro 2016
No dia 25 de dezembro, em pleno Inverno, Melchior, rei da Pérsia, passeava pelas
estradas do seu reino, quando, pelo caminho, encontrou Gaspar, rei da Índia.
– Olá! – disse Gaspar – Queres ser meu amigo?
– Sim - respondeu Melchior. – Anda comigo para minha casa.
Pelo caminho, encontraram Baltazar, rei da Arábia.
– Olá! - disse Baltazar – Posso ir convosco?
– Claro que sim! – afirmaram os dois.
– Vamos para minha casa – disse Melchior.
Já a noite ia alta, quando eles lá chegaram.
– Uau! Que linda casa tu tens! – disseram Gaspar e Baltazar.
– Obrigado, mas ainda não viram a melhor parte! Venham comigo!
Então, eles acompanharam-no até às escadas, subindo depois até ao último andar,
que foi dar a um observatório enorme. Gaspar e Baltazar ficaram estupefactos e
incrédulos com o que viam. No meio das estrelas, avistavam um clarão branco e
amarelo, desconhecendo o que era. Por isso, naquele momento, decidiram segui-lo. Mas
antes, foram à cozinha buscar mantimentos que colocaram numa mochila.
Viajaram durante dias e dias. Sentiam-se exaustos, mas o cansaço foi superado pela
grande amizade e pela forte união que surgiu entre eles. E logo formaram um trio
chamado “Os Três Reis Magos do Oriente”.
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Até que, no dia 6 de janeiro, chegaram ao seu destino: um estábulo, onde estavam
Maria, José e o Salvador, deitado nas palhas e rodeado por anjos, pastores, uma vaca e
um burro. Então, perceberam que o clarão era afinal uma estrela muito brilhante que os
tinha guiado até lá. Os três reis ajoelharam-se e ofereceram ao Menino o que tinham.
Esse dia ainda é por nós celebrado, não faltando à mesa o famoso bolo-rei.
Texto 22: EM 2016, Gonçalo Ribeiro, nº 11, 5º G
Data de edição: fevereiro 2016
Em 2016 haverá um novo rei
Que dará início à 5ª dinastia
Um futuro brilhante trará
Aquele que D. Gonçalo previa.
Como rei imporá novas regras
E uma delas será certamente
permitir nomes pouco comuns
“Yuri”, “Murilo” ou “Vicente”.
Em 2016 nascerão novos animais
Mas com um diferente pormenor
Eles serão todos uma feliz mistura
Do mais pequenino até ao do meio.
O ano 2016 será bem colorido
Dizem as pessoas sem hesitar
Porque tudo de bom nos trará
Para depois podermos recordar.
Texto 23: UMA ÁRVORE, Leonor, 2º A, EB Amieira
Data de edição: fevereiro 2016
Era uma vez uma árvore que estava num jardim, numa tarde de outono.
Um dia reparou que estava a ficar sem folhas e ficou muito triste a chorar no jardim,
quando encontrou uma borboleta.
A borboleta perguntou-lhe por que é que ela estava a chorar e a árvore respondeu:
- Eu estou a chorar porque estou a ficar sem folhas.
E a borboleta disse:
- Se esperares até à primavera as folhas voltarão a crescer.
E a árvore ficou mais contente.
Texto 24: A ÁRVORE SEM FOLHAS, Rodrigo, 2º A, EB Amieira
Data de edição: fevereiro 2016
Era uma vez uma árvore que estava num jardim e numa tarde de outono ficou sem
folhas. Um dia, encontrou um pássaro que lhe disse:
- Espera pela primavera!
A árvore esperou e, quando chegou a primavera, cresceram-lhe as folhas e ela ficou
feliz e pensou:
- Eu acho que vale a pena esperar…
Texto 25: A ÁRVORE QUE FICOU SEM FOLHAS, Tomás Gabriel, 2º A, EB Amieira
Data de edição: fevereiro 2016
Era uma vez uma árvore pequena, acabada de ser plantada, que estava num jardim.
Numa tarde de outono ficou sem folhas e começou a chorar e disse:
- Vou ficar sem folhas para sempre.
Apareceu um menino que viu a árvore a chorar e disse:
- Não chores. Só tens que esperar pela primavera.
A árvore esperou e ficou cheia de folhas.
O menino voltou para ver a árvore e ficou muito contente.
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ATIVIDADES “CEI em AÇÃO”
Postais de Natal realizados por alunos CEI da ESPL, em dezembro de 2016
“CEI em ação” insere-se no Projeto Comunicar, tendo por finalidade promover a
inclusão dos alunos com NEE-CEI, potenciando o desenvolvimento da autonomia,
criatividade e autoconfiança dos alunos, através de atividades como a
comemoração do Natal e do Dia Internacional da Mulher.
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Texto 26: A ÁRVORE E O LINCE, Mariana Santos, nº 22, 5ºG
Data de edição: fevereiro 2016
Certo dia, fui enviada pela Rainha das Fadas para proteger a floresta do ser humano.
- Olá! És tu quem nos vem salvar? - perguntou uma árvore.
- Sim! Por favor, leva-nos daqui - pediu um lince.
Aquele lince e a árvore pareciam estar tristes. O lince era malhado, com orelhas peludas,
pernas longas e dois lindos olhos azuis, mas sentia-se só e ameaçado de extinção, pois o seu
habitat tinha sido destruído pelos fogos florestais. Também a árvore estava despida de folhas e
com os ramos partidos e queimados.
- Leva-me para uma floresta melhor, onde eu possa ser útil e feliz, junto de outras árvores.
Aqui, sinto-me sozinha e abandonada – pediu a árvore, a certa altura.
De seguida, o lince afirmou:
- Eu quero ir para onde as pessoas me façam festas no pelo e não me matem para fazer
casacos. Estou sozinho com a árvore, mas gostava de encontrar irmãos da minha espécie.
Não sabia o que fazer, por isso lembrei-me do que a minha mãe me tinha dito. Decidi levar
a árvore ao cabeleireiro das fadas e ela saiu de lá linda, com uma frondosa cabeleira verde
encaracolada. Já o lince, para impedir ser caçado, tornei o seu pelo amarelo-acastanhado
viscoso e imundo e, com a ajuda da Rainha das Fadas, celebrei o seu casamento com uma
fêmea bem apaixonada por ele.
Nesse dia, senti-me feliz por ter protegido esses dois seres. Continuei a arranjar a floresta.
Depois, fui para casa e contei à minha mãe a minha boa ação.
Texto 27: OS ANIMAIS, Inês Pereira, nº 14, 5ºG
Data de edição: fevereiro 2016
Os animais, na verdade, devem ser considerados verdadeiros membros da família,
pois são nossos amigos, companheiros leais e fiéis, e também contribuem para o nosso
bem-estar. Eles são não só uma ótima companhia para as pessoas que vivem sozinhas,
pois dão-lhes amor e carinho, como também um benefício para as pessoas com
deficiência, devido à sua ação terapêutica.
Por isso, mais do que comer e dormir, os animais necessitam da nossa atenção e
exigem de nós a responsabilidade de cuidar deles e de nunca serem abandonados.
Assim, os animais em tudo se assemelham às pessoas, com quem partilham a casa,
gostando de dar, mas igualmente de receber.
Texto 28: O TUBARÃO, Mariana Santos, nº 22, 5º G
Data de edição: fevereiro 2016
Em pleno verão, um peixinho chamado Gubly nadava no fundo do oceano em amena
conversa com um carapau e uma sardinha. Nadava, nadava, nadava quando, a certa altura, o
carapau decidiu dar uma forte barbatanada na companheira, porque esta ameaçava comer o
alimento que, segundo ele, se destinava apenas a si.
– Eh! Ai! Ai! -reclamou a sardinha.
O peixinho, vendo que o carapau ia encetar uma discussão e continuar a agressão, pediu:
– Parem! Não discutam!
O carapau, dirigindo um olhar ameaçador à sardinha, perguntou:
– Então, por que não me barbatanejas também? Por que não te vingas?
O carapau continuava a agredir a sardinha. Ela chorava, chorava, mas ele não parava, até
que ouviu o som de um tubarão a aproximar-se e fugiu.
Também Gubly fugiu apressadamente e aproveitou para ir ter com a enguia-mágica.
– Dona enguia, pode dizer-me como devo impedir o meu amigo carapau de agredir certos
peixes do oceano? Ele é muito egoísta! – disse o peixe.
A enguia disse a Gubly:
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– Conversa com ele e faz com que ele perceba que é necessário partilhar e que a violência
não é a solução para o seu egoísmo.
O peixinho assim fez, mas inutilmente, porque o carapau não compreendeu ou não estava
interessado em compreender e muito menos em mudar.
Então teve uma ideia. Decidiu reunir no centro do oceano não só todos os peixes que
tinham sido barbatanejados mas também todos os outros que lá viviam, entre os quais o
valente tubarão Leo. Fez-lhe um pedido que, no dia seguinte, foi atendido: engoliu vorazmente
o agressivo carapau, acabando por dar uma grande lição a todos aqueles que pudessem ser
como ele.
E, assim, nunca mais ninguém, no oceano, foi ameaçado.
Moral da história: Quem com ferro fere, com ferro será ferido.
Texto 29: A TARTARUGA E O LEOPARDO, Henrique Henriques, nº 12, 5º G
Data de edição: fevereiro 2016
Numa tarde de outono, os animais da floresta aproveitavam os últimos raios de sol.
A dona Doninha, o esquilo Alvin e o porco Picos jogavam poker, enquanto a tartaruga
Durona estava junto ao rio a ver os peixes nadar.
De repente, SPLACH! A tartaruga ouviu um grande barulho vindo do meio do rio,
levantou a cabeça e só viu uma pata no ar.
- Rarr, rarr,… ajudem-me, não sei nadar! – gritava de aflição o leopardo.
- Não posso, senão devoras-me numa dentada. – suspirava a Durona.
Mas a tartaruga não aguentava vê-lo desaparecer na água, por isso chamou o seu
exército de tartarugas e pôs, muito lentamente, o seu chapéu de militar. Construíram
uma ponte e gritaram-lhe:
- Anda, salta para a nossa ponte de carapaças!
O leopardo, muito aflito, saltou e em três tempos estava fora de água.
- Obrigado, amigas tartarugas.
Como agradecimento, o felino convidou-as a passar uns dias em Grimlook, a sua
savana. Porém, a meio da viagem, começaram a ouvir um grande barulho!… Eram
mamutes em fúria, que passavam por lá todos os sábados. O leopardo teria de ser rápido
e ajudar as tartarugas, pois iriam ser esmagadas. Então, de um só salto, pôs-se à frente
deles e, com um rugido supersónico, conseguiu fazê-los parar!
As tartarugas ficaram muito felizes e agradeceram-lhe.
Moral da história: Amor com amor se paga.
Texto 30: CANINOS VERSUS FELINOS, Diana Reis, nº3, Dinis Ribeiro, nº4, e
Duarte Passos, nº5, 5ºG
Data de edição: fevereiro 2016
Era uma vez um cão que jogava futebol com os amigos, no recreio da escola. Um
dia, a sua equipa estava a perder contra a dos gatos. Como é bom de imaginar, os cães
estavam furiosos e decidiram vingar-se. O capitão da equipa canina disse:
– Vamos arrancar-lhes os bigodes, sempre que se aproximarem de nós.
– Sim, senhor capitão! – Concordaram os restantes membros da equipa. – Eles vão
aprender a lição.
Porém, não ficaram por aí, pois novas ideias foram surgindo.
Depois de muitos golpes sujos sofridos pelos gatos, o capitão felino foi queixar-se à
vice-diretora, senhora Stern, uma avestruz que o autorizou a fazer a vingança perfeita
contra os cães que tanto os tinham humilhado.
Então, os gatos foram, durante a noite, a cada uma da casota dos cães e, sem eles
se aperceberem, ataram lacinhos cor-de-rosa às suas caudas.
Moral da história: Quem com ferros fere, com ferros será ferido.
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Texto 31: SE EU FOSSE PÁSSARO, Raúl Choupina, nº 26, 5º G
Data de edição: fevereiro 2016
Se eu fosse pássaro
… voaria livremente sobre vales, montanhas, planícies e planaltos.
… sobrevoaria New York e faria um ninho em cima da estátua da liberdade.
...comeria tacos no México e pizza em Itália.
… cantaria, com vaidade, em cima das árvores mais verdejantes.
… comeria gulosamente as plantações das hortas.
… emigraria para terras mais quentes, com as minhas amigas andorinhas.
… fugiria dos espantalhos a sete pés, com os meus amigos corvos.
Texto 32: O CÃO E A TARTARUGA, Carlota Freitas, nº2, 5ºG
Data de edição: fevereiro 2016
Num belo dia de sol, o cão decidiu dar a sua volta matinal até ao lago que ficava no
parque. Como era vaidoso e elegante, mas sobretudo rápido, desprezava as tartarugas
que ali estavam e todos os dias repetia:
- Quem é o mais elegante? Eu. Quem é o mais forte? Eu. Quem é o mais rápido? Eu.
E vocês, suas inúteis, nem uma preguiça é tão lenta! Ah! Ah! Ah! Ah!
E continuava a humilhar as pobres inofensivas. Certo dia, uma delas, a mais velha,
fartou-se e decidiu propor uma corrida ao cão. Foi ter com ele e disse-lhe:
- Acabou! Não gosto que nos trates assim, a mim e à minha família. Quero que
disputes uma corrida comigo.
- Ah! Ah! Ah! Ah! Estás a falar comigo?
- Sim, estou. Quero paz e sossego. Se eu ganhar, não te metes mais connosco.
Alguns dias depois, o cão recebeu um aviso da tartaruga, onde se lia: “Dia 14, às
15:30, no parque junto ao lago.”
Chegado o momento, saiu de casa a caminho do destino, quando, de repente,
tropeçou numa enorme pedra e ficou magoado numa pata.
Depois, já no local da corrida, o cão volta-se para a tartaruga:
- Vais perder, de certeza absoluta.
- Por favor, peço a vossa atenção. Dentro de 5 segundos, a corrida irá começar.
Contem comigo: 5, 4, 3, 2, 1, 0 - dizia o apresentador.
Mal o cão pôs a pata uma à frente da outra, logo se queixou:
- Ai, a minha pata! Socorro, tartaruga, ajuda-me por favor.
Mas ela, sem olhar para trás, indiferente àquele apelo, continuou a sua marcha.
- E a vencedora é.... A TARTARUGA. Todos aplaudiam, até os cães da assistência.
Moral da história: (Des)amor com (des)amor se paga.
Texto 33: UM DIA INESQUECÍVEL, Gabriel José, nº6, 6ºD
Data de edição: março 2016
No dia oito de agosto de 2013 fui passar o dia a casa dos meus avós.
Eram seis e meia da tarde e os meus pais ainda não tinham chegado para jantar,
estavam a demorar mais do que o costume. Decidi ligar-lhes e eles disseram-me que já
vinham a caminho e que me traziam uma surpresa.
Quando estava a desligar o telemóvel, pareceu-me ouvir miar, o que me deixou
intrigado. Pus-me a pensar, «Quem estaria a fazer aquele som?!».
Quando os meus pais chegaram, fui logo abrir a porta para ver a surpresa. Fiquei
estupefacto! Era um gatinho! Tinha o pelo cinzento e olhos azuis. Era simplesmente
perfeito! Eu já lhes tinha pedido, há muito tempo, um gato. A verdade é que nós já
tínhamos um gato, castanho de olhos verdes, mas ele só gostava do meu pai e da minha
mãe. Por isso, pedi-lhes um, só para mim.
Dei o nome de «Simão» ao meu gato e, hoje, somos grandes amigos.
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Texto 34: OPINIÃO SOBRE OS ANIMAIS, Duarte Passos, nº5, 5ºG
Data de edição: fevereiro 2016
Eu concordo com a afirmação “Os animais são amigos do homem”, pois seres como o
cão, o gato, o pássaro ou até o cavalo são sempre fiéis ao ser humano, mesmo quando
maltratados. Todos ouvimos falar de casos de fidelidade que nos comoveram. Por
exemplo, um cão ficar à porta de um hospital à espera que o seu dono tenha alta, ou um
gato regressar a casa, após ter sido abandonado a quilómetros de distância.
No entanto, há animais como certos cães ou leões que, por serem ferozes, chegam
a agredir o homem e até a matá-lo. A verdade é que, muitas vezes, é este que os ensina
a serem violentos e a atacar. Ou então, faz cruzamentos de raças de cães, dando origem
a alguns tão ferozes que passaram a ser proibidos no meio público e cuja circulação
apenas é permitida com o uso de açaime.
Concluindo, de uma forma geral os animais são nossos amigos e, quando são
violentos, agem por instinto de defesa ou porque são resultado da ação do homem.
Texto 35: OPINIÃO SOBRE OS ANIMAIS, Joana Monteiro, nº18, 5ºG
Data de edição: fevereiro 2016
Eu concordo com a afirmação “Os animais são nossos amigos”, pois os animais são
fiéis aos seus donos e recebem-nos sempre bem. Mesmo quando são rejeitados e os
afastamos, eles voltam para nós cheios de carinho, dispostos a fazerem-nos companhia.
Texto 36: SE EU FOSSE UM GIGANTE, Gonçalo Ribeiro, nº11, 5ºG
Data de edição: fevereiro 2016
Se eu fosse um gigante, seria muito bonzinho, diferente dos outros que destroem
tudo o que veem à frente.
Eu arranjaria as casas dos aldeões, ajudaria as pessoas necessitadas, protegeria as
crianças indefesas, impediria os ladrões de assaltarem os bancos. Se visse alguém a
fazê-lo, eu segurava o larápio pela camisola, dava-lhe um belo sermão e ensinava-o a
ser uma pessoa melhor.
Assim, a cidade estaria mais segura e as pessoas mais felizes. Depois, como forma
de agradecimento, construiriam monumentos em minha homenagem.
Texto 37: BOLO DEFEITUOSO, Bianca Magalhães, nº 3 e Patrícia Coelho, nº 21,
8º C
Data de edição: fevereiro 2016
Ficha técnica
Custo: baixo
Grau de dificuldade: muito fácil
Tempo de preparação: 2 horas
Ingredientes
Para a base: uma tonelada de timidez; 20 litros de simpatia; 2 litros de teimosia
Para o recheio: 0% de gordura; 1 raminho de bigode;
Para o acompanhamento: 200 ml de arrogância
Modo de preparação
Comece por juntar os 20 litros de simpatia com os 2 litros de teimosia e a tonelada
de timidez. Bata até ficar consistente. Leve ao forno a 180º durante cerca de 40 minutos.
Entretanto, prepare o recheio: num tacho, leve ao lume 0% de gordura com um
raminho de bigode até levantar fervura. Depois, deixe arrefecer um pouco e verta sobre
o bolo. Sirva acompanhado com 200ml de arrogância.
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Texto 38: BOLO FEITIÇO, Diogo Pinheiro, nº 8 e Francisco Fernandes, nº 10, 8ºA
Data de edição: fevereiro 2016
Ficha Técnica
Custo: elevado
Grau de dificuldade: difícil
Tempo de preparação: 13 anos
Para: 8º A
Ingredientes
Para a base: 15 sacos de adubo; 1 mão cheia de apetite devorador; 1 tonelada de
cabelo desgrenhado; 1 pitada de bigodinho; 2 lunetas
Para a cobertura; sorrisos metálicos; 5 latas de conversa; 1 ramo de estupidez;
atitudes engraçadas q. b.
Modo de preparação
Comece pela base: adicione uma mão cheia de apetite devorador aos 15 sacos de
adubo e mexa muito bem até obter uma massa consistente. Junte, depois, 1 tonelada de
cabelo desgrenhado, uma pitada de bigodinho e as duas lunetas, batendo
energicamente. Verta esta mistura para uma forma moderna de bolo português. Leve ao
forno durante cerca de 1 hora até atingir 1,80 de altura. Retire e deixe arrefecer.
De seguida, prepare a cobertura: num tacho, leve a lume forte os sorrisos metálicos
q.b. com as 5 latas de conversa e o ramo de estupidez. Deixe ferver cerca de 24 horas.
Por último, deite por cima da base e sirva acompanhado com atitudes engraçadas q.b..
Texto 39: TARTE DUVIDOSA, Margarida Fonseca, nº 16, 8º A
Data de edição: fevereiro 2016
Ficha Técnica
Custo: médio
Dificuldade: difícil
Para: 8º A
Tempo de preparação: 13 anos
Ingredientes
Para a base: 4 kg de felicidade; 2 kg de preguiça; 8 g de impulsividade.
Para o recheio:1 tigela de sabedoria;1 colher de sopa de orgulho; 2 terrinas de
gargalhadas; 1/2 dose de paciência.
Para a cobertura: 30 cm de cabelo; 3 gotas de corante cor-de-rosa; 2 pastilhas de
adoçante enriquecido com abraços.
Modo de preparação
Comece por preparar a base, juntando os 4 kg de felicidade com os 8 g de
impulsividade numa terrina cor-de-rosa. Bata energicamente. Pré-aqueça o forno a 180º
e unte um tabuleiro com os 2 kg de preguiça.
Entretanto, prepare o recheio, colocando uma tigela de sabedoria numa panela sob
pressão. Logo a seguir, junte a colher de sopa de orgulho e as 2 terrinas de gargalhadas,
mexendo sempre. Por fim, adicione a 1/2 dose de paciência.
Para a cobertura, misture todos os ingredientes numa terrina e bata muito bem até
obter uma massa homogénea.
Recheie a base e disponha por cima a cobertura. Sirva bem quente.
Bom sono e boa comida acrescentam a vida.
Comida feita, companhia desfeita.
Provérbios
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NO CLUBE DE CULINÁRIA
Mãos lavadas,
Aventais apertados,
Utensílios pontos e…
Mãos à obra!
Bolachas de Chocolate
Ingredientes
 200 g de manteiga
 200 g de açúcar
 3 ovos
 500 g de farinha
 1.c de chá de canela em pó
 4 c. de sopa de chocolate em pó
 Manteiga , farinha e açúcar q.b
Preparação
Ligue o forno a 180 graus. Unte um tabuleiros com manteiga e polvilhe-o com farinha.
Numa tigela junte a manteiga com o açúcar e os ovos; amasse bem. Junte a farinha a
canela e o chocolate em pó. Amasse muito bem até estar tudo bem ligado. Faça uma
bola com a massa e deixe repousar durante 10 min Com um rolo, estenda a massa,
polvilhando com farinha para não pegar, até obter uma espessura de 4 mm. Corte as
bolachas com o cortante escolhido. Coloque as bolachas, no tabuleiro e leve ao forno,
cerca de 10 min. Retire e polvilhe algumas com açúcar deixe arrefecer e sirva.
No clube de culinária, cozinhar é divertido, só vais precisar de seguir algumas regras
simples de higiene e segurança para prepares receitas com sucesso.
Festejamos aniversários e passamos as receitas, para fazermos um livro.
25
Texto 40: O CIRCO DA DIVERSÃO, João Pedro Ribeiro, nº 15, 6º F
Data de edição: fevereiro 2016
Era uma vez um circo muito famoso, chamado “O Circo da Diversão”. Toda a gente
vibrava ao ver os palhaços, trapezistas, domadores, malabaristas e animais.
Num certo dia, os palhaços Midrigo Raminhos Sábados da Milva e Gonpato Touta
Aldeão decidiram libertar os elefantes, só por brincadeira.
- Isto vai ser tão divertido! - riu Midrigo.
- Pois vai. - concordou Gonpato.
Mas, mal acabaram de soltar os elefantes, a bailarina Rafaela, que assistia a tudo, foi
contar ao diretor do circo e ele disse:
- Que ideia vos passou pela cabeça? Vou despedir-vos.
- Não! – gritaram, em simultâneo - Este emprego é tudo para nós, adoramos ver as
crianças a sorrirem.
- Desculpem, não tenho alternativa, é a quinquagésima brincadeira este mês resmungou o diretor, um homem robusto, imponente e de longas barbas.
E assim os dois palhaços partiram para sul, em busca de um novo emprego.
Depois deste incidente, o barbudo diretor convocou uma reunião.
- Onde vamos encontrar novos palhaços? - perguntou Chão Pereira, o homem forte.
- Vamos ter que organizar um espetáculo sem eles - disse Patiana, a domadora de
chiuauas. E o diretor concordou.
E foi o que aconteceu. O circo organizou um novo espetáculo, mas desta vez nada
teve de fascinante, levando os espetadores a abandonarem o recinto.
A partir daí, a procura do circo foi cada vez menor, levando a que os trabalhadores
do circo pensassem a toda a hora no Midrigo e um bocadinho no Gonpato.
- Eles devem estar a passar mal. - dizia Qruna, a malabarista.
Mas a verdade é que os palhaços estavam com um ótimo emprego. Midrigo tinha
casado com Sinês Matarina (uma palhaça famosa), com quem tivera três filhos: Andrie
Sousão, Gonçalo Toutinho e Lacerdo. Apesar disto, a felicidade não era completa, pois
sempre que olhavam para antigas fotografias recordavam os bons velhos tempos.
- Vamos voltar com a nossa família, Gonpato. - disse Midrigo.
- Estamos à espera de quê? Vamos! - aceitou o companheiro de longa data.
Voltaram e os amigos receberam-nos de braços abertos. A partir daí a diversão
voltou e o circo tornou-se o melhor do mundo, alegrando miúdos e graúdos.
Texto 41: PÁGINA DE DIÁRIO, Francisca Santos, nº6, 5ºG
Data de edição: fevereiro 2016
Querido Diário,
Já há algum tempo que não partilho contigo os meus pensamentos e sentimentos, mas
hoje vou contar-te o que aprendi nos últimos dias: aprendi que não devemos confiar em
estranhos; também aprendi que ter vaidade é uma coisa horrenda; e, por fim, aprendi que
devemos cumprir as nossas promessas, custe o que custar e amando quem nos rodeia.
Sabes, eu tenho um projeto importante para o futuro: reunir, semanalmente, todos os
animais da floresta para eles me contarem o que se passa com eles. Apesar de os visitar
todos os dias, ainda desconheço muitos dos seus problemas. E eu, Oriana, fui designada
pela Rainha das Fadas para cuidar deles e da floresta.
Diário, sabes como me senti quando fui traída pelo peixe? Senti-me traída, magoada,
senti-me quase lixo.
Até amanhã
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Texto 42: O MEU DIÁRIO, Luana Guimarães, nº12, 5ºB
Data de edição: março 2016
Segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016
Querido diário,
Hoje, durante a manhã, fui a uma visita de estudo, com a minha turma. Fomos de
camioneta até ao Castro de São Lourenço, que fica em Esposende. Foi uma manhã muito
divertida e ao mesmo tempo educativa, passada com os meus colegas e as professoras de
Português e de História, que nos acompanharam. No Museu, a guia explicou a maneira de
viver dos povos que habitaram aquele Castro e assim, tocamos em peles de animais e em
rochas. Vimos também as espécies de peixes e cereais que faziam parte da alimentação dos
galaicos. De seguida, visionamos um pequeno filme sobre um menino chamado Caturo,
que supostamente terá vivido naquele lugar, e que ajudava a família na difícil tarefa da
extração do sal. Depois, viemos para o exterior ver a aldeia, reconstruída pelos arqueólogos,
onde os lusitanos habitaram. Ainda nos foi mostrada uma capela, atual, mas construída
num ponto bastante alto, onde há muitos séculos atrás foi construído este Castro; tem uma
vista lindíssima, donde podemos observar o mar, o rio Cávado e toda a cidade de Esposende.
Realmente, estes nossos antepassados sabiam onde construir as suas casas… Mas houve
um percalço, à saída de uma das casinhas, a minha amiga Mariana tropeçou num degrau
e caiu. Coitadinha! Felizmente não foi nada de grave…Fora isso, correu tudo bem e deu
para saber mais sobre estes povos. Regressamos à escola, chegando perto das 13.30.
Por hoje é tudo! Foi um dia memorável.
Até amanhã!
P.S. - Ah! Esqueci-me! Entramos na camioneta às 9h05min. e a viagem durou cerca
de 1h. Na ida para Esposende, a minha amiga Catarina é que veio ao meu lado na
camioneta e na viagem de regresso à escola foi a Rita.
Texto 43: CARTA FAMILIAR, Juliana Santos, nº 9, 6º E
Data de edição: fevereiro 2016
Padrão da Légua, 3 de fevereiro de 2016
Querida prima,
Há muito tempo que te quero contar a minha aventura numa ilha desconhecida. Tudo
começou quando eu li o livro “Robinson Crusoé“ na biblioteca da escola.
Eu estava à deriva pelos mares profundos dos oceanos, quando, de repente, tinha
encontrado uma ilha com os meus próprios olhos. Quando lá cheguei, saí do barco e procurei
abrigo. Pelo caminho vi um lugar belíssimo que não deves conseguir adivinhar: uma
cascata com água límpida que desaguava lentamente até ao oceano! Ao anoitecer,
encontrei uma gruta a qual foi o meu abrigo. Mal me deitei sobre a rocha dura, ouvi
barulhos. Fiquei tão assustada que até desmaiei! Ao acordar, vi um homem alto, com
roupas rasgadas e uma espingarda pousada no chão.
Quem seria ele, priminha? Consegues adivinhar? Robinson Crusoé! Levantei-me num
salto, tão abruptamente que até Robinson deu um passo atrás. Depois de falarmos,
comemos e fomos à procura de aventura pela ilha. Acho que nos aventuramos demais!
Alguns dias depois eu e o Robinson fizemos um sinal S.O.S. para quem passasse por lá de
avião ou helicóptero. Quando amanheceu, vimos um helicóptero a pousar sob a areia quente
e fina. Ao olhar à minha volta, apenas vi um vazio. Robinson tinha voltado para as suas
aventuras e eu tinha voltado para casa.
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No dia seguinte, fui passear pela beira-mar e avistei um pequeno barco com um
homem dentro. Era o Robinson, o meu amigo de aventuras!
Espero que leias o livro e te aventures como eu e o Robinson Crusoé.
Beijinhos da tua prima, Juliana
Texto 44: O REENCONTRO, Ana Luísa Latourrette, nº6, 6ºD
Data de edição: março 2016
Numa tarde quente de verão, fui à praia, com a minha mãe e com a minha irmã.
Estávamos a sair da água, depois de um bom banho de mar, quando, de repente,
veio uma rajada de vento e com ele nevoeiro. Do meio do nevoeiro parecia que uma
pessoa estava a vir na minha direção. Inicialmente, não via quem poderia ser, mas à
medida que se aproximava, comecei a ficar ansiosa…Aquela figura lembrava-me alguém!
Quando finalmente chegou junto de mim, vi que era quem eu pensava, uma amiga de
infância com quem não estava há muito tempo. Foi um momento de grande alegria!
Passamos o resto da tarde a conversar sobre várias coisas da nossa vida. O tempo
passou depressa. Tinha sido uma tarde muito agradável.
Quando nos despedimos, prometemos uma à outra que não voltaríamos a estar
tanto tempo sem nos vermos. A promessa foi cumprida. Agora, telefonamo-nos muitas
vezes e visitamo-nos com regularidade.
Texto 45: O DESEJO DE VOAR, Francisca Santos, nº6, Mariana Alves, nº 23, 5ºG
Data de edição: fevereiro 2016
Um dia estava a sonhar que era um pássaro, mas, quando dei por mim, não era um
sonho, era a realidade. Não tenho a certeza, mas acho que me transformei num pássaro,
porque sempre tive o desejo de voar.
Voei por vales e montes, vi o príncipe beijar a princesa Aurora, vi pobres a morrerem
de forme, vi ricos a desperdiçarem dinheiro. Depois, encontrei uma macieira e decidi
descansar em cima de uma maçã (nunca pensei sentar-me em cima sem a esmagar!).
Quando acordei, decidi comê-la, porém só consegui debicar pedacinhos pequeninos,
por isso não fiquei satisfeita. Nesse preciso momento de fome imensa, olhei para o chão
e vi um pequeno pedaço de pão. Voei até lá e, vindo do nada, apareceu um corvo, que
também o disputava. Para ganhá-lo, chamou o seu bando de pássaros cantores, que
tentaram intimidar-me. E resultou. Fugi daquele local a sete asas.
A certa altura, apareceu um senhor que ficou com muita pena de mim e me levou
para sua casa. Quando lá chegamos, ele deu-me alpista e, aí sim, fiquei satisfeita.
Depois decidi dormir uma soneca.
Quando acordei, apercebi-me de que nunca tinha sido um pássaro. Eram apenas
alucinações da fome. Argh! Tinha comido alpista! E passei uma vergonha, pois achei que
aquele senhor (que era o meu pai) me queria adotar, quando ele apenas me estava a
chamar para casa. Como pensava que era um pássaro, fui a voar às suas cavalitas. E
passei nova vergonha, porque dei comigo a saltitar e, julgando ver montes, vales e
pessoas, reparei que, afinal, aquelas imagens não passavam de fotografias de um
calendário. O mais vergonhoso foi mesmo ter comido alpista! Uhhh!
“A música é o vínculo que une a vida do espírito à vida dos sentidos.
A melodia é a vida sensível da poesia. “
Ludwig van Beethoven (1770-1827)
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Texto 46: SONHAR, Filipa Vieira, nº11, 11º D
Data de edição: novembro 2015
Sonhar é algo que todos nós fazemos e não apenas quando estamos a dormir. O ato
de sonhar está nas raízes da nossa existência e acompanha-nos a todo o momento.
Falando mais especificamente dos sonhos, estes podem ter variados temas. Podem
expressar desejos, medos ou mesmo realidades desconhecidas. Nos sonhos podem-se
refletir as nossas ambições, como ser promovido no emprego, ou ganhar um
determinado prémio, os nossos desejos, tal como conhecer o nosso ídolo, receber aquele
telemóvel que tanto queremos, encontrar determinada pessoa, estar em determinado
local. No entanto, para além de todas essas boas possibilidades, os sonhos podem,
também, refletir os nossos maiores medos e fobias, como a morte de um familiar, ou
amigo, ou até mesmo a nossa própria morte. No fundo, no mundo dos sonhos tudo é
possível, é o nosso próprio mundo, onde existem possibilidades ilimitadas.
António Gedeão afirma, num dos seus mais conhecidos poemas, que “Sempre que
um homem sonha/o mundo pula e avança”, o que só realça a importância do sonho.
Podemos, de certa forma, afirmar que o sonho e a ambição andam de mãos dadas e
que juntos originam a conquista. Muitas das criações que temos nos dias de hoje
partiram do sonho. Li até que o cientista que descobriu o ADN sonhou com o mesmo.
Mas, também, muitas dessas descobertas e invenções são resultado da ambição. A sede
que os seres humanos têm da descoberta, conquista e sucesso desenvolvem o mundo.
Novas ideias, novas teorias, novas hipóteses todos os dias pairam e, em muitos casos,
reinam sobre a mente das pessoas.
Para concluir, e como dizia António Gedeão no mesmo poema de onde foi retirada a
citação anteriormente referida, “O sonho comanda a vida” e muitas das descobertas
realizadas ao longo da história partiram da aliança entre o sonho e a ambição.
Texto 47: O HOMEM E O SONHO, Ana Sofia Ribeiro, nº 6, 11º E
Data de edição: novembro 2015
Devo convictamente afirmar que, apesar de a citação "sempre que um homem
sonha/ o mundo pula e avança" de António Gedeão ser uma metáfora, possui um
significado que vai muito mais além do que aparenta.
Em primeiro lugar, é importante perceber o quão importante é o sonho na vida do
homem. Por sonho refiro-me às expectativas, aos objetivos e realizações pessoais de
cada um, e ao facto de que sem eles não passaríamos de simples autómatos,
programados para fazer, pensar, solucionar e viver da mesma maneira. Ora, se não
formos sedentos de ambição e de sonhos, o que seria de cada um de nós? Através do
simples ato de sonhar, estamos implicitamente a criar o nosso mundo e um futuro
ambicionado; estamos a planear e a "construirmo-nos" aos poucos.
Em segundo lugar, de modo a comprovar o referido anteriormente, pensemos no
caso de Malala. Esta jovem, proveniente de um país devastado pela guerra e pela
miséria, sonhava desde muito nova com a implementação da escolaridade para todas as
crianças da sua aldeia, até que, aos dezassete anos de idade, foi violentamente baleada
por talibãs e ficou às portas da morte. Felizmente, a sua recuperação foi como um
milagre e, como tal, Malala decidiu prosseguir com o seu sonho. Mais ambiciosa que
nunca, escreveu e lutou para que a escolaridade na sua aldeia se concretizasse e para
que todas as crianças fossem merecedoras de uma educação. Posteriormente, lançou um
livro no qual está implícita a sua biografia e lema de vida e que vendeu milhares de
exemplares. Tal história de vida e persistência tocou os corações de inúmeras pessoas,
cujos donativos ajudaram na concretização do sonho desta jovem.
Por fim, considero fundamental o ato de sonhar, uma vez que, sem ele, não
poderíamos atingir os nossos objetivos, tal como Malala. Relembremos ainda que no
"sonhar" não está unicamente implícito o desejo de riqueza ou materialismo, mas sim um
sonho que, se possível, nos beneficie não só pessoalmente, mas também globalmente,
porque um sonho, se trabalhado, tem o poder de mudar o mundo.
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Texto 48: O SONHO, Rita Miranda, nº 21, 11º E
Data de edição: novembro 2015
De toda a infinidade de assuntos e temas para abordar, penso que o sonho é um dos
mais subjetivos, complexos e controversos, porém belo e delicado, de se explorar. Desta
forma, poderão existir outras e diversas formas de interpretar o ato de sonhar, a
apresentar nas próximas linhas.
Constituído por seis caracteres, o simples verbo "sonhar" provoca um extenso
emergir de conceitos, ideias e pensamentos, quer vagos, quer complexos. De facto, tal
ação representa isso mesmo, dado que pode até haver duas distinções deste tópico: o
sonhar de ambicionar e acontecimentos subconscientes durante o ato de.dormir.
Não querendo aprofundar esta divisão, é possível afirmar e realçar a importância e
relevância do sonho para qualquer ser humano, arriscando-me, inclusive, a declarar que
este é o que motiva e explica a razão da nossa existência. São os nossos sonhos,
ambições e desejos que nos impulsionam a viver, a acreditar em algo melhor, a acordar
para mais um dia das nossas vidas e lutar contra qualquer adversidade ou problema.
Sem a existência do sonho, atrevo-me a dizer que a vida ficaria vaga e monótona. Seria
apenas um lento e leve arrastar de acontecimentos e vivências sem qualquer objetivo.
Assim, é possível concluir que sonhar é transversal e paralelo a todas as dimensões
humanas, é algo muito além do palpável e imaginável, exercendo em nós uma força
surreal e incontrolável que nos move. Como referido por António Gedeão, é o que
comanda, move e faz avançar a vida, é combustível do viver e do existir.
Texto 49: O COSTUME PORTUGUÊS, Bruno Rebelo, nº 9, 11º E
Data de edição: janeiro 2016
Portugal é um país pequeno e seria bom pensar se, em toda a nossa pequenez,
seríamos capazes de demonstrar valores morais muito melhores do que aqueles que
ostentamos. Somos uma nação repleta de ódio e preconceito para com o próximo; é
impossível caminhar pela rua, que é de todos, sem passivamente criticar dentro da nossa
cabeça todos aqueles que vemos. No entanto, não são apenas os desconhecidos das ruas
quem criticamos, é-nos facilmente roubada qualquer fofoca sobre o vizinho do lado, que
cumprimentamos todos os dias. e, mesmo assim, temos a ousadia de olhar para a
televisão e criticar os outros pelas suas escolhas! Sendo assim, de que formas podemos
largar estes costumes de falsos moralistas? Vejamos dois conselhos para mudarmos
estas práticas que são como tóxicas, tanto para a sociedade, como para nós.
Em primeiro lugar, Portugal, deves deixar de olhar para a vida do próximo com tanta
ambição e inveja, deixa de abusar, criticar e opinar sobre tudo e todos! Deixa tudo isso,
Portugal. Procura estabelecer objetivos próprios, aspirações e sonhos teus; deixa de
olhar para o lado, sempre em busca da aprovação das massas, pois só assim conseguirás
também deixar de lado todas as maldades que fazes com os que te rodeiam. Ó Portugal,
como pode uma tão pequena nação ter tão grande vício e podre coração? Será tão difícil
buscar uma identidade própria que não tome por base a crítica negativa? Custará assim
tanto ajudar os outros a crescer em vez de os pisar para subir?
Em segundo lugar, olha para ti mesmo. Vê quem és, quem realmente és. Agora,
imagina-te como uma criança. Serias capaz de olhar para ti e exclamar sem mais fôlego
nos pulmões - "Quero ser tu quando crescer!". Serias mesmo, Portugal? Como podes
então ser a fonte de admiração dessa criança? É simples, não te deixes corromper pelos
que te rodeiam. Tal como afirmei antes, precisas de assegurar a tua identidade única, os
teus próprios valores e reivindicações. Não convirjas facilmente com os restantes, esse é
o meu segundo conselho, ao viveres com eles, nunca deixes de ser quem és, quem a tua
criança deve admirar.
Agora me despeço, Portugal. Apelo a que ouças, que sigas os conselhos aqui
deixados e sejas alguém diferente, mudando o rumo que segues, já que cada vez há
mais gente, e cada vez há menos pessoas.
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Texto 50: DANÇAR, DANÇAR, DANÇAR, Bárbara Beirante, nº1, 8ºE
Data de edição: novembro de 2015
A minha grande paixão é a dança, eu adoro dançar porque é uma atividade muito
divertida. Quando tenho aulas de dança entro feliz e saio ainda mais feliz, porque me
divirto e me descontraio um pouco, principalmente se tenho testes nos dias a seguir.
Também preciso de tirar boas notas, caso contrário a minha mãe tira-me da dança, e
isso era a última coisa que eu queria. Por isso, aproveito todas as tardes livres para fazer
os trabalhos de casa e estudar sempre um pouco. Muitas vezes, quando estou a estudar
e a ouvir música ao mesmo tempo, só me apetece dançar, dançar, dançar.
Quando tenho aulas de dança ao fim do dia, estou sempre a rezar para as aulas da
escola acabarem rapidamente. Estas aulas passam sempre devagar e as de dança
passam sempre a correr. Odeio quando isso acontece.
Eu gosto tanto de dançar que me apetece dançar em todo o lado.
Texto 51: A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO, Daniel Nunes, nº 7, 10ºF
Data de edição: novembro 2015
Hoje em dia, a prática do exercício físico é essencial, para o bom funcionamento do
nosso organismo e para uma vida mais feliz e saudável.
O exercício físico é muito vasto, quanto às suas modalidades e finalidades. Muitas
pessoas pensam que o exercício físico é apenas utilizado para atividades de lazer, porém
enganam-se. Como exemplo, refere-se a prática de exercício físico, para prevenção de
doenças, o que é particularmente importante no caso de enfartes, doenças respiratórias
e da estrutura óssea. Ou ainda, a fim de recuperar de lesões e de operações, o que tem
a ver também com desportistas, que se lesionam durante um jogo.
Além disso, o exercício físico é imprescindível em todas as idades. No que se refere à
criança e ao jovem, torna-os mais saudáveis, alegres e libertos do excesso de energia,
desanuviando da pressão do estudo e dos testes, e favorecendo a concentração nas
aulas. Aos adultos, dá-lhes energia e equilíbrio, relaxando-os após um dia intenso de
trabalho. Quanto aos idosos, é imprescindível para fortalecer e acalmar. Por isso,
considero que é necessário dar mais valor à Educação Física nas escolas, para que os
jovens adquiram o hábito de praticar desporto, ao longo da vida.
Em conclusão, a prática do exercício físico é benéfica em todas as idades, pelo que é
imprescindível começar, desde muito cedo, a motivar crianças e jovens para práticas de
desporto, para que se tornem pessoas mais ativas e saudáveis.
UM ALERTA DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE:
Mais frutas e legumes na nossa dieta alimentar
9º F COMEMORA O DIA MUNDIAL DA ALIMENTAÇÃO
A Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta para a importância de incluirmos
frutas e legumes na nossa dieta alimentar, visto serem pobres em gordura e em açúcar.
A roda alimentar recomenda um consumo mínimo diário de 3 a 5 porções de frutas e de
igual quantidade de legumes.
Para comemorar o Dia Mundial da Alimentação, dia 16 de outubro, alunos do 9° F
fizeram uma selfie alertando para a importância da ingestão destes alimentos.
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Bianca Rebelo - 9ºF
Gonçalo Caldas - 9ºG
Rute Oliveira - 9ºG
Catarina Alves - 9ºF
Tatiana Teixeira - 9ºF
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Texto 52: A CONSTRUÇÃO DA FELICIDADE, Filipe Tato, nº 7, 3º A
Data de edição: dezembro 2015
Para alguns, o caminho para a felicidade está cheio de objetivos impossíveis de se
alcançar ou sonhos que não passam disso, sonhos. No entanto, para outros, uma vida
simples, sem muitos problemas, acompanhados pelas pessoas que amam é tudo o que
precisam. No meu caso, tudo o que preciso para ser feliz, sozinho ou acompanhado, é
paz e sossego.
Uma vida sem aborrecimentos, sem pessoas a meterem-se na minha vida sem
direito algum e sem muitas responsabilidades. Uma vida com poucos luxos, poucos
exageros e com poucas preocupações. Ao longo da minha ainda curta vida, aprendi a
afastar-me emocionalmente de várias situações com as quais outras pessoas se
incomodariam. A vida é demasiado curta para nos aborrecermos com coisas mesquinhas.
Neste momento, reconheço que vivo feliz, mas através de uma ilusão criada por
mim, escondendo e trivializando tudo o que se passa à minha volta.
Pensando agora em tudo o que disse, reconheço o que o meu caminho para a
felicidade também é, de certa forma, impossível, visto que uma vida sem chatices é
bastante improvável.
Texto 53: A CONSTRUÇÃO DA FELICIDADE, Carlos Martins, nº 3, 3º A
Data de edição: dezembro 2015
A felicidade não é nada mais do que as pessoas se sentirem bem com elas mesmas e
com os que as rodeiam.
Na minha opinião, a tarefa depende de cada pessoa, visto que não somos felizes por
agradarmos a “gregos e troianos”, mas sim por nos agradarmos. Só precisamos de nos
sentir bem connosco, visto que os outros nunca estão bem se não lhes agradarmos.
Também devemos optar por tentar fazer sempre aquilo de que gostamos, mas se não o
conseguirmos não devemos desistir e temos que nos agarrar ao que conseguimos
arranjar, de forma a começarmos a gostar do que fazemos sem estarmos sempre a
queixar-nos.
Há pessoas que gostariam de poder ter trabalho ou uma escola onde pudessem
aprender e, muitas vezes, não conseguem, mas não é por isso que desistem, logo não é
por isso que eles são mais ou menos felizes, simplesmente lutam por aquilo que
acreditam. Então nós, que temos tudo facilitado, não podemos afirmar que somos
infelizes com o que temos, mas sim sortudos por o ter.
Em resumo, a construção da felicidade é mais ou menos difícil, dependendo das
circunstâncias de cada um e só depende de nós e da nossa vontade de enfrentar a vida.
Texto 54: A CONSTRUÇÃO DA FELICIDADE, Diogo Pascoal, nº 5, 3º A
Data de edição: dezembro 2015
A construção da felicidade tem que vir do nosso esforço. Se não houver esforço da
nossa parte não se consegue ganhar etapas da vida.
Primeiro, tem de haver confiança em nós mesmos. Sem confiança para tomar
decisões é difícil ter algum desenvolvimento. Temos que ser convictos para tomar todas
as decisões acertadas. Também parte da nossa educação ter alguma confiança em nós
ou não. De seguida, temos que traçar objetivos, tanto no percurso escolar, como na
carreira profissional e daí vem a nossa felicidade, o nosso esforço. Na vida amorosa,
temos de encontrar alguém que nos complete e com quem nos sintamos felizes, nos
bons e nos maus momentos. Ter sempre com quem falar é bom, mas há momentos da
nossa vida em que preferimos estar sozinhos para cairmos na realidade e conseguirmos
tomar as decisões que nos pareçam mais acertadas. Criar família, ter filho e ter um
futuro bom é o que toda a gente quer.
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Em suma, temos de ter orgulho no que construímos, pois, para além das boas
decisões, há sempre as menos acertadas que alteram a nossa vida em vários sentidos.
Ter objetivos de vida e ser capaz de refletir é meio caminho andado para o sucesso e
para a felicidade.
Texto 55: A CONSTRUÇÃO DA FELICIDADE, Flávio Gonçalves, nº8, 3º A
Data de edição: dezembro 2015
Ser feliz. Toda a pessoa aspira por essa conquista. Na vida, poucas são as
oportunidades que nos são dadas e que não podemos deixar fugir.
As circunstâncias de vida do ser humano são muito variadas, pelo que a felicidade,
que se constrói degrau a degrau, é mais fácil ou difícil de atingir. Para nos sentirmos
motivados é necessário ir atingindo os nossos objetivos, tanto a nível pessoal como
profissional. Tudo depende de nós. Às vezes, as influências desviam-nos do nosso
caminho. Às vezes, a falta de qualidade de vida, a carga, a fadiga, entre muitas outras
condicionantes, não ajudam. Há que manter a calma, nem todos somos iguais, muito
poucos nascem num berço de ouro. Dias melhores virão, uma má fase da vida não
significa uma eternidade de tristeza
Em suma, a felicidade é um processo longo que nunca saberemos se já atingimos.
Por vezes, penso que a felicidade é uma incógnita…
Texto 56: A EVOLUÇÃO DO NAMORO, Joana Amado, nº13, 10ºF
Data de edição: fevereiro 2016
Há cerca de cinquenta anos atrás, o namoro era vivido de maneira diferente, cheio
de rituais que, entretanto, se perderam. Antigamente, o namorado visitava a rapariga em
casa dos pais dela (nunca o contrário). Ficavam sentados no sofá da sala a conversar, na
presença e supervisão dos pais. Quando o rapaz ia embora, os pais e a jovem
acompanhavam-no à porta de saída, para se despedirem.
Por vezes, essas visitas consistiam em serenatas, nas quais a rapariga ficava na
janela do seu quarto, a admirar o “pretendente”. Sair à rua era apenas concedido se a
jovem levasse os irmãos mais novos, para a acompanhar. Na altura dos bailes, os
rapazes pediam permissão, aos pais da rapariga, para dançar com a sua filha.
Quanto ao namoro, nas últimas décadas, houve uma mudança drástica, dado que o
mesmo foi mudando de nomes, métodos, causas e efeitos. Assim como a nossa
sociedade, os relacionamentos amorosos, principalmente entre adolescentes, estão
constantemente a sofrer modificações. Há quem não se adeque e, por esse motivo,
muitas vezes é visto como “anormal”.
Nos dias de hoje, é quase inconcebível pensar num relacionamento amoroso sem
sexo. Com os encontros facilitados pela Internet, os jovens alteraram, ainda mais, os
seus comportamentos. Enquanto há casais que, depois de um ano, se casam, outros
vivem relações de quatro, oito...,dez anos ou até mais, antes de subirem ao altar.
Na minha opinião, existe uma diversidade de modos de relacionamento amoroso,
alguns modernos e outros mais tradicionais. Neste processo, muito do romantismo e do
respeito mútuo se perdeu. Para muita gente, o que é importante, atualmente, são as
posses e as aparências.
Texto 57: O PAPEL DA MULHER, Rita Santos Couto, nº22, 10º F
Data de edição: fevereiro 2016
No século XIII, os pensadores eclesiásticos excluíam a mulher da sociedade cultural,
associando uma possível inferioridade intelectual à sua fraca “corpulência”. Apenas a
partir do séc. XIX a mulher foi conquistando, gradualmente, os mesmos direitos que o
homem, no que concerne à instrução e ao trabalho remunerado. O séc. XX foi o da
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“emancipação” da mulher ocidental, a nível social e cultural, culminando com a conquista
do direito ao voto, em todos os países que fazem parte da união europeia. Em contraste,
em outros continentes e países, continuam a praticar-se atrocidades contra a mulher.
O início do século XXI consolidou a liberdade de escolha e a valorização feminina,
pessoal e profissional. Atualmente, a mulher comprova, cada vez mais e melhor, a
igualdade no desempenho de cargos e funções, com a mesma competência que os
homens. No entanto, corre o risco de ficar esquecida, ou mesmo ser considerada
fundamentalista e feminista, num sentido pejorativo, uma vez que vivemos uma crise de
valores, frequentemente aproveitada pelos poderosos, para se afirmarem nas suas visões
machistas, prejudicando, assim, os direitos adquiridos da mulher.
Mulheres poderosas como Angela Merkel, primeira-ministra alemã, Isabel dos
Santos, uma das empresárias mais bem-sucedidas do mundo, ou ainda Mayama Zatz,
premiada investigadora geneticista, na área da distrofia muscular degenerativa, são
exemplos de mulheres determinadas, inteligentes, dotadas de grande capacidade de
trabalho, e capazes de não se deixarem abalar, na luta pela igualdade de género, nas
mais importantes áreas da sociedade do nosso século.
Por fim, deixo uma pergunta retórica: Esta “guerra dos sexos” contribuirá para
melhorar ou piorar o valor de cada um, ou de todos, enquanto seres humanos?
Texto 58: A MULHER E O MUNDO DO TRABALHO, Inês Manquinho, nº 14, 5ºD
Data de edição: fevereiro 2016
Nos tempos passados, o trabalho da mulher apenas se desenrolava em casa, nas
lides domésticas e no campo. Mas, com o passar dos séculos, a mulher mudou a sua
postura relativamente ao seu papel na sociedade, pois optou por carreiras profissionais
em empresas, fábricas, ensino, entre outras.
Na verdade, a mulher conquistou esta alteração no seu estatuto e conceito
profissional travando muitas lutas individuais e coletivas numa sociedade dominada por
homens, trazendo muitas mudanças que tiveram grande impacto no ideal de família.
Muitas mulheres tiveram como opção seguir uma carreira profissional, como prioridade,
passando para segundo plano a construção da família, o casamento e os filhos.
Concluindo, é de realçar que, com esta alteração de postura, a mulher conquistou o
seu espaço na sociedade profissional mundial contemporânea, na qual surgem nomes de
grande relevância como, Isabel dos Santos, Maria de Belém, Judite Sousa, Catarina
Martins, Clara de Sousa, entre milhares de outras que poderia apontar.
Texto 59: A MULHER NOS DIAS DE HOJE, André D’ara, nº 1, 5º D
Data de edição: fevereiro 2016
O estatuto da mulher tem vindo a evoluir, ao longo dos anos, pois, no passado, a
condição das mulheres era de grande inferioridade. A mulher vivia sob o domínio do
homem, e a única ocupação que tinha era ser dona de casa.
Assim, a mulher era criada para casar, depois passava a cuidar da sua casa e dos
seus filhos. Poucas eram aquelas que estudavam para além do quarto ano. Nessa altura,
sobretudo durante o fascismo em Portugal, as mulheres não podiam frequentar cafés,
nem votar ou até fumar.
Atualmente, tudo mudou, e a maioria das mulheres trabalha e possui a sua
independência financeira. O seu sucesso tem vindo a aumentar de dia para dia. Tem
grande reconhecimento no mercado de trabalho e ocupa, presentemente, cargos que
eram apenas desempenhados pelos homens, sendo juízes, advogadas, deputadas e até
ministras. Em geral, trata da casa, cuida dos filhos e mantém uma vida profissional
estável. Na verdade, consegue fazer várias coisas ao mesmo tempo, o que era
impensável há uns anos atrás.
Em conclusão, as mulheres lutaram para alcançar os seus objetivos e, desta forma,
com esforço, ganharam o respeito e admiração da sociedade.
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Texto 60: A MULHER NO SÉCULO XXI, Diogo Costa, nº9, 10º F
Data de edição: 8 fevereiro 2016, 22:05
O papel das mulheres europeias tem mudado, coexistindo, presentente, fortes contrastes.
Por um lado, na Europa, até ao século XX, a mulher era vista como um ser frágil e inferior, na
perspetiva dos homens. Em consequência, o trabalho feminino resumia-se a ser dona de casa e a
cuidar dos filhos, pois as mulheres não tinham um emprego fora do lar, à semelhança dos
homens. Também o vestuário e a postura marcavam a diferença de género, usando-se saias e
vestidos abaixo dos joelhos, no cumprimento de regras de decoro e educação. Com o tempo, as
mulheres foram conquistando os seus direitos, enquanto membros da sociedade e cidadãs de
países democráticos. Nos nossos dias, em pleno século XXI, as mulheres vestem-se como querem,
fumam em locais públicos, têm uma vida ativa e exercem cargos profissionais e políticos de relevo.
Em acréscimo, na maioria dos países, a mulher também já tem o direito ao voto, participando
ativamente da vida em sociedade.
Por outro lado, muitas mulheres ainda não conseguiram conquistar o seu lugar. Não obstante
os direitos das mulheres terem sido declarados universais, segundo as Nações Unidas, em diversos
locais não funciona assim, especialmente em países africanos e asiáticos. Nesses países, as
mulheres não têm os mesmos direitos que o homem, nomeadamente direito a heranças e à
custódia dos filhos, e poucas são as que têm acesso à educação. Muitas são vítimas de violência
doméstica e sexual, que se agrava em situações de pobreza e de guerra. Algumas são,
inclusivamente, alvo de práticas tradicionais desumanas, como a mutilação genital. Em muitas
religiões, como a muçulmana, as mulheres não podem ter o cabelo à vista e usam vestes
habitualmente de cor escura, sendo apenas visíveis os olhos.
Em conclusão, a mulher deveria ter os mesmos direitos que o homem, e, se não os tem, deve
lutar, para mostrar a sua indignação e determinação em os conquistar, contribuindo para a
construção de uma sociedade mais livre e mais justa.
Texto 61: O PAPEL DA MULHER NA SOCIEDADE, Ana Peixoto, nº2, 12ºA
Data de edição: 7 fevereiro 2016
O papel da mulher sofreu profundas transformações, ao longo dos anos, tendo esta
passado de dona de casa a dona de uma vida própria.
Durante muito tempo, a mulher viveu em função do outro e nunca de si própria.
Tomava conta dos filhos, fazia o almoço e o jantar, arranjava as roupas para toda a
família, limpava a casa, sendo dona de casa, sem ser considerada dona. Não obstante
competir à mulher garantir um ambiente agradável no lar, o homem era a autoridade
máxima, a quem era devido respeito incondicional, dado ser o único responsável por
sustentar a família. No que se refere aos filhos, o homem limitava-se a contribuir, de
forma ocasional, para a sua educação, o que se resumia, frequentemente, a castigos.
Atualmente, a história mudou. Muito embora a protagonista seja a mesma, a mulher,
a partir do século XX, assume protagonismo, preocupa-se em ter um bom emprego, ser
bem-sucedida a nível profissional e social, conviver com os amigos, dispor de tempo para
a família e para as tarefas de casa, porém sem prescindir da colaboração do marido ou
companheiro. Em muitos casos, a mulher coloca, em primeiro plano, a carreira e, em
segundo plano, a constituição de uma família. Camille Paglia, uma escritora, a propósito
desta mudança de prioridade, apresenta uma opinião bastante controversa,
relativamente à mulher atual: “O máximo que uma mulher jovem e bem colocada na
carreira tem a oferecer é uma instigante conversa sobre trabalho ou um empolgante
almoço de negócios. É um tédio conversar com ela”. A questão reside em saber se a
mulher, com o evoluir do tempo, poderá ter esquecido que a vida não é só um bom
emprego, descurando a vida familiar.
Concluindo, apesar de a evolução ter sido positiva para a mulher, sobretudo quanto
à sua afirmação profissional, é preciso que esta não perca momentos importantes da
vida, na conquista, por vezes obsessiva, do sucesso profissional.
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Texto 62: A QUESTÃO FEMININA, Luana de Carvalho, nº16, 10ºF
Data de edição: fevereiro 2016
No século XXI, a mulher tem vindo a assumir importantes papéis a nível social, seja
na família, no trabalho, ou ainda em manifestações religiosas, artísticas e culturais.
Contudo, ainda é muito comum surgirem casos de desrespeito e violência para com a
mulher, de ordem física, sexual ou psicológica. Muitas vezes, trata-se de uma tentativa
de o homem demonstrar o seu pretenso poder e superioridade, a partir de crenças,
preconceitos e ignorância, que continuam enraizados na sociedade. Apesar de todas as
dificuldades, e mesmo correndo perigo, muitas mulheres têm vindo a ganhar coragem,
pedindo ajuda para acabar com o seu sofrimento, infligido por maridos e companheiros.
Felizmente, são já muitas as mulheres que começam a reagir e a lutar pelos seus
direitos, em vez de sofrerem em silêncio.
Concluindo, penso que a questão dos direitos das mulheres só se resolve com uma
mudança de mentalidades, tanto dos homens como das mulheres, e não através de uma
distinção de sexos, que já não faz sentido existir na sociedade atual.
Texto 63: APOIO AOS ANIMAIS ABANDONADOS, Ana Sofia Moreira, nº5, 7ºD
Data de edição: fevereiro 2016
É de louvar o trabalho dos voluntários nos canis e associações de apoio aos animais.
Os voluntários dispensam, diariamente, algum tempo a cuidar de animais abandonados.
Isso sim, é solidariedade! Todos os animais merecem uma segunda oportunidade e
custa-me saber que muitos são abatidos. Eu ajudei uma cadela que estava numa
associação, adotando-a. Muitas vezes, as associações estão a abarrotar de animais e com
poucos alimentos para lhes dar.
Considero que devemos ajudar os animais, apadrinhando-os e proporcionando-lhes
algum conforto, enquanto estão à espera duma família que os adote. Podemos
igualmente, ajudá-los, dando sacos de comida às instituições ou doando dinheiro para
aquisição de alimentos, mantas, remédios e tratamentos veterinários.
Todos devemos participar e colaborar no apoio aos animais.
Texto 64: PAPEL E LÁPIS, Sofia Estrela dos Santos, nº 26, 8ºE
Data de edição: novembro de 2015
Dom, talento, são palavras muito utilizadas para atribuir a alguém cuja habilidade
para fazer alguma coisa é grande. A verdade é que ninguém recebeu um dom divino para
nada. Simplesmente há pessoas que possuem uma capacidade mais desenvolvida do que
outras. No entanto, se essa habilidade não for acompanhada por trabalho, prática e,
essencialmente, por gosto e paixão, não irá servir para muito.
A minha paixão é o desenho. Desenho desde que me conheço. Não consigo estar
muito tempo sem desenhar. Não consigo ver papel sem ter uma incontrolável vontade de
o preencher de ideias em forma de traços, linhas e emoções. O desenho sempre fez
parte da minha vida como o meu refúgio, o lápis como o meu amigo mais fiel. É através
destes que melhor me consigo exprimir, ser eu própria. Quer esteja triste ou contente,
zangada ou calma, são indispensáveis para me sentir bem.
Fui, desde muito nova, autodidata, aprendia com os meus erros e a prática, além de
ter sempre alguém que me inspirasse. O meu avô e a minha mãe foram os primeiros e,
quando entrei para a escola, foram as minhas professoras de Educação Plástica e
Educação Visual. Nessa altura, criei um diário gráfico, onde registo todos os desenhos.
Agora, já lá vão três cadernos e é impressionante o quanto tenho melhorado em tão
pouco tempo. Uma coisa sei, eu quero ser melhor. O que está bom para mim agora,
provavelmente não o estará no futuro e espero que também aí possa constatar que
melhorei, mas mesmo nessa altura, hei de continuar a praticar e a tentar superar-me.
Penso que esta paixão pelo desenho nunca se vai extinguir, pois tão forte ela é.
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(…) Sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.
António Gedeão (1906-1997)
2. GENTES E LUGARES
Viajar é descobrir, conhecer, compreender. É, sobretudo, sonhar com outras paragens e
novos rostos, na esperança de descortinar a alma de lugares e pessoas que nos
encantam, simplesmente por existirem. É possível empreender viagens no espaço-tempo
da nossa imaginação, em lugares somente visionados à distância, nas notícias de um
jornal, nas palavras de um livro, nas cores de um postal…
Esta secção constitui, assim, mais do que um registo, um tributo a todos os que têm
almas de sonhadores e aventureiros, na descoberta de outras gentes e lugares.
Texto 1: A EUROPA E O MOVIMENTO MIGRATÓRIO, João Martins, nº15, 12ºB
Data de edição: janeiro 2016
O mundo está a passar por uma grave crise humanitária. O conflito na Síria entre o
estado islâmico e o governo sírio, apoiado pelas grandes nações europeias e ocidentais,
está a provocar o maior movimento migratório da história da Humanidade. Que atitude
deve, então, a Europa tomar?
Em primeiro lugar, devemos ter em conta o papel da Europa no globo. Este velho
continente faz parte do mundo e tem de ser livre, aberto a tudo e a todos. As fronteiras
têm de ter cada vez menos importância, mesmo que se trate de divisões
intercontinentais. Não é o fator governativo e de organização da população mundial que
está em causa, mas sim o Humanístico, o dever de proteger os inocentes. Nesta guerra,
que já vitimou dezenas de milhares de pessoas, a ajuda da Europa é crucial na luta pela
defesa da paz no globo. Muitas pessoas alegam não se tratar de um problema “nosso”;
porém, tratando-se de um assunto humanitário, obrigatoriamente passamos todos a
estar envolvidos.
Em segundo lugar, é de salientar, como referencia António Guterres, o papel da
Alemanha nesta luta pela paz mundial: “Há que dizer que tiveram coragem de afirmar
(…) uma abertura total em relação aos refugiados que procuram a Alemanha…”. Serve,
assim, de exemplo para os restantes responsáveis dos países membros, que devem
afirmar-se e tomar uma posição no sentido de acolher o maior número possível de
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refugiados (tendo, claro, em conta as características de cada país, no que diz respeito às
condições de acolhimento de cada um).
Concluindo, não podemos ignorar o que se passa fora do nosso país ou da União
Europeia. É nosso dever estarmos sempre disponíveis para ajudar e “deixar de olhar para
o nosso próprio umbigo”. Partilhamos o mesmo mundo e, como tal, tudo devemos fazer
para preservá-lo da melhor maneira possível, começando por um simples “estender de
mão” aos refugiados.
Texto 2: A EUROPA E OS NOVOS MIGRANTES, Diana Ferreira, nº 6, 12ºB
Data de edição: janeiro 2016
A questão dos refugiados é um problema que tem vindo a causar grande polémica,
não só nas redes sociais e na imprensa, como também em cada habitação das famílias
europeias, que se veem afetadas por esta crise de migrantes.
Por um lado, é fundamental perceber que estas pessoas, provenientes de países em
guerra, não têm qualquer culpa do que se passa e, como tal, têm direito a receber toda a
ajuda de que necessitam para ultrapassar as necessidades sentidas. Tal como António
Guterres referiu na sua entrevista, é essencial que países como a Alemanha afirmem
“com grande coerência uma abertura em relação aos refugiados” e que toda a Europa
mostre agora, neste problema tão delicado, os seus “valores de humanismo e de defesa
dos Direitos Humanos”. Desta forma será, então, possível fornecer as condições
necessárias para que se evitem situações de miséria, que todos os dias se verificam com
centenas de mortes migratórias.
Por outro lado, com a crescente crise que se verifica a nível europeu, é importante
refletir sobre a vinda destes migrantes e em que situação ficarão os mais pobres, os mais
carenciados que já pertenciam a cada país anfitrião. Pensemos, por exemplo, no caso de
Portugal, um país em plena crise económica, com inúmeros desempregados, com uma
taxa altíssima de pobreza, com famílias sem qualquer apoio financeiro por parte do
estado. Será correto apoiar os outros quando nem mesmo os nossos conseguimos
ajudar? Será justo fornecer benefícios monetários, habitacionais e medicinais a estas
famílias quando existem europeus sem os receber?
Em suma, a Europa deve aplicar agora todos os seus valores morais, para que se
encontre a melhor solução que conduza ao fim desta crise humanitária. Assim, os países
europeus deverão preocupar-se com o restabelecimento da paz e da dignidade destas
pessoas, que todos os dias arriscam as suas vidas para escaparem à guerra, não
esquecendo, porém, as situações miseráveis inerentes a cada país.
Texto 3: A EUROPA E OS REFUGIADOS, Ângelo Teixeira, nº2, 12ºB
Data de edição: janeiro 2016
Há cinco anos, começou uma guerra civil na Síria que opõe o regime ditatorial atual
e revolucionários, entre os quais membros do Estado Islâmico, provocando milhares de
mortes de pessoas inocentes.
Desde então, milhares de sírios tentam atravessar o Mediterrâneo, para fugir à
guerra no seu país, tendo, para isso, de enfrentar perigos que vão desde o tráfico
humano aos afogamentos no Mediterrâneo, como o que aconteceu com uma criança de
três anos, que deu, finalmente, visibilidade a este problema e originou a grande questão:
devemos ajudar os refugiados ou não?
A minha resposta é comparável aos anúncios de bebidas alcoólicas, “Beber, mas com
moderação”. Devemos ajudar os refugiados, mas de uma maneira controlada, sabendo
que ajudá-los não implica acolhê-los nos nossos países europeus. Há outras formas de
prestar auxílio, como a melhoria dos campos de refugiados a leste da Europa.
Contudo, este assunto é muito mais complexo do que aparenta, dado que, se por um
lado a Europa acolhe os refugiados, por outro, as grandes potências como os EUA, a
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Rússia ou a China são os principais exportadores de armamento, estando a “deitar mais
lenha para a fogueira”, ou seja, a acentuar o problema, em vez de o resolver.
Em suma, se por um lado devemos ajudar, acolhendo refugiados ou melhorando
infraestruturas, por outro, devemos tentar chegar a um acordo de forma a colocar um
embargo ao fornecimento de armas aos países conflituosos, pois só assim será possível
parar esta e outras guerras. No entanto, como já se viu ao longo da História, esta é
apenas mais uma utopia de um jovem europeu.
Texto 4: UM MAR DE GENTE, Sara Magalhães, nº24, 12ºA
Data de edição: fevereiro 2016
A palavra “refugiados” foi eleita pela Porto Editora como a palavra do ano, em 2015.
O drama dos refugiados foi um dos assuntos mais debatidos no presente ano. Tal devese, em particular, à tragédia vivida pelos sírios, que, devido à guerra, se viram obrigados
a fugir das suas terras e origens, o que originou opiniões variadas, de defesa e oposição,
em relação ao acolhimento de refugiados na Europa.
Por um lado, muitas pessoas defendem o acolhimento deste mar de gente,
destacando os seus direitos humanos, tão valorizados na Europa. Muitos países, por
exemplo, a Alemanha, têm ajudado nesta crise, garantindo refúgio para homens,
mulheres e crianças, sem teto nem pertences, tendo, por único rumo, uma difícil fuga à
guerra e à morte, na procura da sobrevivência das suas famílias. No entanto, a ajuda
prestada não tem sido suficiente, é preciso fazer mais, pois alguns países, como a
Hungria e a Áustria, face ao crescente número de refugiados, fecharam as fronteiras.
Por outro lado, há pessoas que argumentam contra um acolhimento indiscriminado,
devido à possibilidade de entrarem terroristas, disfarçados de refugiados. Essa entrada
constitui uma ameaça à segurança da Europa, pois algumas cidades europeias têm
sofrido ataques terroristas, com muitas vítimas. Apesar destas opiniões opostas, a
verdade é que milhares de pessoas inocentes precisam da nossa ajuda.
Concluindo, considero que, apesar de haver riscos, todos temos o dever de,
enquanto cidadãos, ajudar estas pessoas. Os milhares de crianças e famílias, em fuga da
guerra, têm o direito de, tal como nós, europeus, viver em paz.
Texto 5: REFUGIADOS E SOLIDARIEDADE, Miguel Carvalho, nº23, 12ºA
Data de edição: fevereiro 2016
Já há alguns meses que o número de refugiados, que tenta chegar à Europa, fugindo
da guerra dos seus países de origem, não cessa de aumentar.
Por um lado, considero que a Europa deve receber de braços abertos os refugiados,
pois são pessoas que tentam escapar aos perigos da guerra a que estão sujeitos,
procurando um país seguro que os possa acolher. O facto de muitos refugiados terem
morrido no mar, ao tentar migrar para outro país, despoletou uma onda de solidariedade,
em especial após o caso do menino sírio que deu à costa, numa praia turca. As imagens
deste acontecimento trágico tornaram-se virais nas redes sociais, tendo o mundo tomado
conhecimento do desespero destas pessoas, que arriscam a vida em embarcações frágeis
e sobrelotadas, à mercê de traficantes sem escrúpulos.
Por outro lado, a Europa encontra-se em crise, enfrentando sérios problemas sociais
e económicos. Além disso, por entre os refugiados, podem entrar terroristas na Europa, o
que é um risco. A Alemanha é o país que mais refugiados tem recebido, sendo, por isso,
um dos países propícios a haver conflitos. Na última passagem de ano, verificou-se uma
onda de agressões sexuais, em algumas cidades alemãs, que chocou o mundo e reforçou
as teses anti-migrantes de grupos extremistas. Por tais motivos, penso que deveria
haver um controlo mais apertado, na entrada de refugiados na Europa.
Em suma, é urgente que os líderes europeus tomem uma decisão rápida, eficaz e
justa, em relação aos refugiados, tendo em conta os recursos de que dispõem, para que
ninguém, desde europeus a refugiados, saia prejudicado.
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Texto 6: UM ÊXODO DRAMÁTICO, Gonçalo Rodrigues, nº15, 12ºA
Data de edição: fevereiro 2016
O êxodo dramático que observamos, nos dias de hoje, devido à guerra
desencadeada pelo Estado Islâmico, não é nada mais que uma repetição do que ocorreu,
no século XX, durante as grandes guerras na Europa. Nessa altura, muitos europeus
procuraram um abrigo seguro no Norte de África, onde a guerra não os alcançasse, e
foram recebidos de braços abertos, por alguns povos árabes que hoje recebemos.
Presentemente, a abertura das fronteiras deve-se ao poder dos media, que mostrou
ao mundo a tragédia no mar Mediterrâneo, através da fotografia de uma criança, cujo
corpo deu à costa, já sem vida. Essa imagem forçou os governos a abrir fronteiras,
resolvendo um problema em debate há meses e finalmente decidido no espaço de horas.
Ainda assim, os refugiados, que já entraram na Europa, continuam a enfrentar
dificuldades, muitos vivendo em instituições e campos de tendas, sem condições de
abrigar um elevado número de pessoas. Nesses locais, os migrantes esperam, durante
longos períodos, pois os países europeus não estavam preparados para receber tanta
gente. Em acréscimo, são de destacar as ameaças e ações de grupos neonazis e de
extremistas nacionalistas, os quais, por vezes, atacam refugiados e instituições de
acolhimento, como recentemente sucedeu na Alemanha. Há, ainda, o perigo de uma
crescente popularidade dos partidos políticos mais à direita, que exploram a insegurança
dos cidadãos, face a esta invasão de refugiados, esquecendo que estas pessoas, se
quisessem guerra, não estariam a fugir da mesma. Além disso, a maioria pretende voltar
à sua pátria, tal como os europeus que fugiram, durante a segunda guerra mundial.
Assim sendo, a Europa deverá unir-se para, em conjunto, cumprir o objetivo de
terminar a guerra nos países de origem dos refugiados. Talvez esse seja o primeiro passo
para um mundo mais unido e não definido, unicamente, por fronteiras.
Texto 7: UMA NOVA DESCOBERTA, Diana Barros, nº 6, 6º G
Data de edição: novembro 2015
Há duas semanas recebi a proposta de ir até ao espaço. Para mim já é normal, pois
sou astronauta. A minha vida passa-se mais no céu onde voo perto de imensas estrelas,
do que na Terra onde passeio com os pés firmes no chão.
Chegou o dia. Hoje vou partir em mais uma viagem até ao espaço. Já está tudo
preparado, a minha nave está prestes a descolar. Eu estou sentada nela e pronta para
viajar pelo céu escuro, cheio de pontos cintilantes para onde dá gosto olhar.
A nave acabou de descolar, logo a seguir à contagem decrescente. Estou, mais uma
vez, no espaço e avisto vários planetas, mas o que me fascinou foi avistar algo mais,
talvez um novo planeta.
Aterrei nesse novo mistério dos céus e mal acabei de sair, vi que aquilo era
realmente um novo planeta. Estava muito destruído e tinha cores escuras como o preto e
o cinzento. Mas eu tinha a certeza de que seria uma grande descoberta.
Assim foi, depois desta nova descoberta mais de dez astronautas foram investigar os
mistérios do novo planeta.
Texto 8: BALEIAFINGOS, Rodrigo Ribeiro, nº 16, 6º H
Data de edição: dezembro 2015
Olá, eu sou o Rodrigo. Tenho 20 anos e vivo na América, para seguir o meu sonho de
ser astronauta. Aqui na NASA fizemos uma descoberta. A partir dessa descoberta
conseguimos perceber por que há milhões de anos desapareceram certos animais. Nós
descobrimos que um planeta chocou com a Terra! De modo a preservar essa planeta que
quando chocou com a Terra se desfez, nós contruímos a MDT5000, uma máquina do
tempo e uma mola gigantesca que fez o planeta misterioso voltar ao seu devido lugar.
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Certo o dia, eu e a minha equipa fomos convidados a conhecer o misterioso planeta.
Aceitei, mas ao mesmo tempo pensei: «Esta viagem pode ser perigosa, mas também
emocionante». Quando cheguei nem acreditei no que vi. Era tudo maravilhoso e tinha
muita água. Então pensei: “Como o ditado diz: onde há água há vida, com a água haverá
também outros seres neste planeta», a água era muito verde e ao mesmo tempo
transparente. Após muitas horas no planeta, encontrámos o oceano e foi aí que
avistámos uns seres a que chamei “Baleiafingos”, pois eles eram uma espécie de golfinho
misturado com baleias. Eles eram: cor-de-rosa, grandes e amistosos, só queriam mimos!
Depois desta descoberta voltei para a Terra. No entanto nunca mais esqueci esse
planeta que visitei. Quem sabe, um dia, farei dele também minha nova casa!
Texto 9: O NOVO PLANETA, Luís Rodrigues, nº 18, 6ºG
Data de edição: janeiro 2016
Era uma vez um rapazinho chamado Luís que tinha o sonho de ser astronauta para
poder ver como era feito o espaço. Um dia decidiu construir a sua própria nave espacial e
começou a tirar peças dos eletrodomésticos da mãe. Pegou em duas caixas e começou a
montá-lo. Passou vários dias a fio à volta das caixas. Quando deu conta já tinha a nave
para descolar. Abriu a nave e entrou lá para dentro e carregou no botão de descolar. O
Luís ouviu uma voz a contar 10,9,8,7,6,5,4,3,2,1 “descolar”. Ele fechou os olhos. Quando
os abriu já tinha chegado ao espaço.
No espaço, pôs o capacete para poder respirar, saiu fora da nave e foi ver o que
havia por ali. Viu um planeta preto e branco. Não era um planeta como outro qualquer,
este era igual à Terra: tinha água, ar e aparentava ter vida. O Luís começou a andar
mais para a frente, quando, de repente passou um ser azul, a correr para trás de uma
rocha. O Luís foi ter com o ser que disse que era um guardião da Lua e só estava a
descansar naquele planeta.
O rapaz acabou por ir ver o resto do planeta e deu-lhe o nome de “guardião da Lua”.
Quando voltou para a nave, descolou para a terra com o pensamento de que tinha
realizado o seu sonho.
Texto 10: A ILHA SECRETA, Gonçalo Pinto, nº 13, 8º G
Data de edição: março 2016
Um certo dia, eu e um amigo chamado Tiago decidimos ir de avião para uma ilha.
Diziam que, nessa ilha, havia um tesouro escondido, muito difícil de encontrar.
Quando chegámos, a primeira coisa que fizemos foi montar a tenda, pois ainda não
tínhamos materiais para fazer uma casa.
Como chegámos de noite, depois de montar a tenda, dormimos. No dia seguinte,
pegámos no machado e começámos a partir madeira, foi muito difícil. Ao fim da tarde, já
tínhamos madeira suficiente para fazer uma casa, mas primeiro fizemos uma picareta e
uma pá para conseguirmos escavar para minar.
Quando amanheceu, começámos a escavar, até que encontrámos ferro o que ia dar
para fazer uma espada, caso algum animal nos tentasse atacar. A meio da tarde, a nossa
água e comida começaram a acabar, tivemos que procurar alimento na floresta. Antes de
ir, fizemos uma tocha e rasgámos a tenda (pois já tínhamos a casa) para a tocha não se
apagar. Quando entrámos na floresta, não encontrámos nada. Andámos, andámos e
andámos, até que encontrámos um tigre a dormir em cima de uma entrada que parecia
ir dar a um lugar subterrâneo. Tentámos entrar no túnel sem o acordar, mas ele
acordou. Ficámos com tanto medo que o Tiago se atirou para cima de uma árvore,
parecendo um macaco. Para conseguirmos entrar, tivemos que lhe meter medo com a
tocha. Ainda bem que deu certo. Quando chegámos lá em baixo, começámos a ouvir um
ruído estranho. A primeira coisa que fizemos foi olhar para trás e vimos uma pedra
gigante a vir na nossa direção. Corremos, corremos e corremos, até que encontrámos
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uma ponte. Passámos a ponte e a pedra caiu, e destruiu a ponte. Andámos um bocado e
encontrámos ouro e diamantes.
No final, ficámos ricos e comprámos aquela ilha, que passou a ser a nossa casa.
Texto 11: A VIAGEM DA ESPERANÇA, Bruno Loureiro, nº 4, 8ºG
Data de edição: março 2016
Em 2006, quando fui a Londres, encontrei, num parque, um esquilo que estava
magoado na pata direita, o que o levava a coxear.
Dei-lhe uma bolota, ele não quis, chamei-o, ele não veio, e decidi, então, tentar
aproximar-me. Infelizmente, quando cheguei à árvore, já o esquilo estava morto.
No dia seguinte, por debaixo da sombra da árvore onde o esquilo tinha morrido,
estava uma espécie de pedra tumular castanha feita de pêlo. Cavei, cavei, até que me
apercebi que era o esquilo que estava enterrado e a "pedra tumular " era a sua cauda,
que estava de fora. Alguém o tinha enterrado, mas quem? O senhor do parque? Uma
pessoa que o tinha visto, ali morto, e decidira enterrá-lo?
Escavei mais um pouco e encontrei um rasto de bolotas. Segui-as e encontrei um
bosque com um lago cheio de peixes. Numa árvore, estava um monte de esquilos, a
olhar com ar espantado. Nessa altura, um esquilo veio ter comigo e começou a cheirarme. Em seguida, gritou. Tudo parou. Os outros esquilos gritaram e todos me saudaram.
Levaram-me até uma gruta onde tinham desenhado um "quadro ", com um ritual. O
ritual era: quando um familiar morresse, enterrá-lo, deixando um rasto da sua comida
favorita, na esperança de ele voltar a casa. Percebi, então, que eles pensavam que eu
era o esquilo que tinha morrido e voltara à vida.
Texto 12: O DIA NO LABIRINTO, Joana Matinhas , nº 17, 8ºG
Data de edição: março 2016
Certa manhã, eu e os meus cinco grandes amigos decidimos passear pela floresta.
Estava um dia maravilhoso. O sol brilhava mais do que mil estrelas juntas e o som dos
pássaros a cantar era como a melodia de uma música. Concluí, então, que seria o dia
certo para uma aventura.
Depois de várias sugestões, concordámos em ir até um famoso rio que todos diziam
ser assustador. Andámos, andámos, até que o encontrámos. Era calmo, com uma
pequena cachoeira que o alimentava. Sentimos, então, uma felicidade absurda por lá
estarmos. As nuvens começaram a aparecer e todos sugerimos voltar. Os telemóveis não
tinham rede e a bateria era quase ínfima. De repente ficou um silêncio ensurdecedor,
penso que ninguém sabia o caminho de volta. Eram tantas árvores, tanta lama que fiquei
desorientada, aliás ficámos todos.
Fomos andando...e andando...e andando, o dia estava a ficar cada vez mais escuro.
Sentíamo-nos todos amedrontados. Tentei ter calma, pensar em coisas boas, mas, lá no
fundo mesmo, sentia-me perdida, no meio daquele labirinto assustador. Depois de
algumas horas a andar, fomos dar a uma rua estreita e íngreme, com moradias
abandonadas e cães vadios (diziam eles). A certa altura, dois deles começaram a fugir e
a gritar numa voz assustada " corram, um cão vadio vem atrás de nós!". Obviamente
que a minha primeira reação foi correr, também. Até que vi um amigo meu parado em
cima de uma pedra. Os outros já lá iam e, quando fui ver com os meus próprios olhos,
tinham desaparecido. Voltámos todos bem e seguros a casa.
Já repararam o quão poderosa é a mente de uma criança?
“Nunca ninguém conseguirá ir ao fundo de um riso de criança.”
Victor-Marie Hugo (1802-1885)
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Texto 13: O LUGAR DA MATEMÁTICA, Joana Sabino, nº17, 12ºA
Data de edição: fevereiro 2016
Ao longo dos tempos, a Matemática tem vindo a tomar um lugar de destaque, na
sociedade. No mundo moderno, a Matemática aplica-se a tudo o que nos rodeia, partindo
das operações mais ínfimas até aos cálculos mais complexos, e tendo por recursos uma
simples equação ou uma nova tecnologia.
Atualmente existem matemáticos capazes de, verdadeiramente, fazer a diferença,
impulsionando a evolução desta ciência, ainda tão incerta e desconhecida. Um exemplo
desta capacidade de inovação é visível na ação do matemático Grothendieck, que
realizou trabalhos notáveis, no âmbito da álgebra e da geometria, em 1996. As suas
descobertas levaram à atribuição da medalha Fields. Contudo, o cientista recusou a
maioria dos prémios que lhe foram atribuídos, argumentando que os seus trabalhos
deveriam ser julgados pelo tempo e não pelos homens.
De forma similar, também o matemático James Demmel foi reconhecido pelo seu
trabalho no LAPACK, uma biblioteca de programas para álgebra linear numérica.
Concretamente, Demmel trabalhou na pesquisa de algoritmos numéricos, aliando o rigor
matemático à implementação de tecnologias de elevada qualidade.
Estes dois exemplos confirmam que a Matemática é uma criação do Homem,
constante e inacabada. O seu processo evolutivo está repleto de dificuldades, sendo
preciso ultrapassar obstáculos e erros. Contudo, a persistência destes e de outros
grandes matemáticos motiva e possibilita que aprendamos a gostar desta ciência.
Em suma, o conhecimento matemático acaba sempre por encontrar aplicações em
setores diversos da tecnologia e em outras áreas, o que permite a evolução do mundo
moderno. Neste sentido, a Matemática alcança não apenas verdade, mas também a
beleza de uma forma de arte.
Texto 14: GENTE DA MATEMÁTICA: LEONHARD EULER, Carlos Fonseca, nº10,
12ºA
Data de edição: fevereiro 2016
Leonhard Paul Euler nasceu a 17 de abril de 1707, em Basileia, tendo passado
grande parte da sua vida na Alemanha e na Rússia, onde faleceu a 18 de Setembro de
1783. Leonhard Euler é considerado um dos melhores matemáticos do século XVIII,
juntamente com Isaac Newton e Arquimedes.
Enquanto matemático e físico, Euler concretizou descobertas notáveis, em áreas
como o cálculo e a Teoria dos Grafos - ramo da Matemática que estuda as relações entre
objetos de um determinado conjunto. Além disso, introduziu novas terminologias na
Matemática moderna e na notação matemática, muito particularmente nas funções
matemáticas.
Euler teve graves problemas de visão, ao longo da vida, ficando quase cego em
1735, após uma febre intensa. Todavia, tal não o impediu de, pouco depois, apresentar
um trabalho minucioso sobre cartografia, na Academia de São Petersburgo. Mais tarde,
em 1766, Euler desenvolveu uma catarata no olho esquerdo, perdendo a visão. De novo,
a sua força de vontade levou-o a continuar o seu trabalho, evidenciando uma capacidade
incomum de cálculo mental, aliada a uma memória fotográfica, que lhe permitia recitar o
texto integral da Eneida de Virgílio, sem qualquer hesitação. Apesar das adversidades,
Euler, com a ajuda de alguns colaboradores, conseguiu aumentar a sua produtividade,
chegando a publicar um papel matemático por semana, em 1775.
Em síntese, Leonhard Paul Euler impulsionou a evolução da Matemática atual. As
suas teorias e terminologias inovadoras possibilitaram progressos extraordinários na
Matemática, Mecânica e nas Ciências, em geral.
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O CLUBE DE MATEMÁTICA
O Clube de Matemática é uma atividade de complemento curricular que, tanto quanto
possível de forma lúdica, tem como objetivos suscitar o interesse pela Matemática,
desenvolver o cálculo mental, o raciocínio lógico e matemático, o espírito crítico,
contribuir para o aumento da capacidade de atenção/ concentração dos alunos, o espírito
de investigação, e ainda esclarecer as suas dúvidas. Neste espaço, ao longo do ano
letivo, os alunos inscritos podem usufruir de uma grande variedade de jogos
matemáticos, realizar actividades de investigação, descobrir a geometria dos origamis e
participar em concursos quer a nível de escola quer a nível nacional.
Mas uma imagem vale mais que mil palavras e deixamos aqui um cheirinho do Clube de
Matemática em imagens, deixando a palavra aos alunos.
Para mim, o Clube de Matemática é…
Uma maneira divertida de aprender Matemática. (Ana Beatriz Silva, 6.º D)
Aprender Matemática através de jogos! (Bárbara Pinheiro, 6.º D)
É uma forma divertida de desenvolver a nossa mente! (Gabriel José, 6.º D)
É um sítio fantástico e mágico! (Rafael Gonçalves, 5.º B)
Conviver com os colegas, jogando! (Pedro Moreira, 6.º D)
Divertido e faz-me sentir inteligente. (Gonçalo Vicente, 5.º B)
Magnífico, incrível e educativo. (Rodrigo Torres, 5.º B)
Um sítio onde trabalhamos o nosso raciocínio, onde descobrimos coisas novas e onde nos
divertimos! (Catarina Flor, 5.º B)
Um sítio onde podemos aprender e divertirmo-nos sempre. (Rita Saraiva, 5.º B)
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É o nosso clube de Matemática:
Divertido, fantástico, saboroso e parece o
mundo da Matemática! (Rodrigo Pereira, 5.º
B)
O clube é fantástico, incrível, maravilhoso,
saboroso e gostoso! (Pedro Pereira, 5.º B)
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Texto 15: RIO DOURO, Ana Sofia, nº5, 7ºD
Data de edição: fevereiro 2016
A sua decisão vale ouro. Venha ao rio Douro.
Venha embarcar connosco, numa viagem pelo belíssimo rio Douro.
Aprecie a beleza das deslumbrantes encostas das montanhas, junto ao rio e
aproveite para ainda degustar um cálice de um saboroso e aromático vinho do Porto.
Terá ainda a oportunidade de visitar o museu do Vinho do Porto, chegando à Régua.
Não perca a oportunidade de fazer esta fascinante viagem. Viaje connosco.
Texto 16: TERRAS COM HISTÓRIA: CIDADE DO PORTO, Marta Costa, nº17, 7º D
Data de edição: fevereiro 2016
Venha visitar a nossa grande cidade, o Porto, cidade muito acolhedora e com muita
História de Portugal para contar. Venha conhecer as belas pontes, a Torre dos Clérigos e
muitos outros monumentos e museus que são dignos de uma visita.
Descubra a beleza do rio Douro, desfrutando de uma viagem fluvial, num lindo e
típico barco rebelo.
Permaneça uns dias na cidade invicta, na época das maiores e melhores festas da
cidade: o S. João. Venha com um martelinho e um alho porro na mão, aprecie o alegre
ambiente e participe na festa.
Festeje, para mais tarde recordar e, certamente, voltar!
Texto 17: VIAJAR É IMPORTANTE, alunos do 10º E
Data de edição: março 2016
Viajar é planear cuidadosamente um destino sonhado e é conhecer novos lugares,
novas culturas e, sobretudo, pessoas diferentes e fascinantes. Inês Marques, nº 11
Viajar é descobrir a História e a cultura dos mais variados países. Nos diferentes
cantos do mundo, é possível estabelecer uma ligação entre a vida dos antepassados e a
dos habitantes atuais, em cada uma das regiões. Juliana Saraiva, nº 16
Viajar é conhecer outras gentes e lugares, apreciando culturas e modos de viver
distintos. Viajar é descobrir histórias e formas de ser e de estar, ampliando
conhecimentos e conhecendo outras mentalidades. Ana Sofia Pinto, nº 5
Viajar é ultrapassar as fronteiras de um país e de um local, e não só. É transpor,
também, as nossas próprias fronteiras, alargando horizontes e tornando-nos pessoas
melhores e mais informadas. Ricardo Santos, nº 26
Ao viajarmos ficamos em contacto com nós mesmos, com a nossa essência, e com
toda a pureza com a qual a Natureza nos envolve. Inês Rodrigues, nº 12
Viajar é recordar cidades e países, que ficarão na nossa memória como parte de
cada um de nós, moldando-nos como o barro trabalhado pelo oleiro. É encontrar a
essência de um caminho de descoberta, entre o real e o sonho. Paulo Pires, nº 24
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A leitura é uma necessidade biológica da espécie.
Nenhum ecrã e nenhuma tecnologia conseguirão
suprimir a necessidade de leitura tradicional.
Umberto Eco (1932-2016)
3. O MUNDO DA LEITURA
O Mundo da Leitura constitui um espaço aberto à publicação de experiências de leitura
de alunos, funcionários, professores e encarregados de educação.
A divulgação da descrição e crítica de obras de autores nacionais e estrangeiros, lidas em
contexto escolar ou familiar, é o objetivo de uma secção que pretende contribuir para um
esforço coletivo de motivação para a leitura individual e para a aquisição do hábito de ler,
dentro e fora da sala de aula.
A publicação de impressões de leitura de uma obra, de um conto, de um artigo…
poderá funcionar como momento de reflexão de um primeiro leitor e momento de
motivação de outros leitores. Afinal, o escritor só existe em simbiose com o leitor, numa
relação substantiva de enriquecimento pessoal e cultural mútuo, que permanece no
tempo, mesmo numa sociedade em que impera o imediatismo da tecnologia.
Texto 1: PELO MUNDO DOS LIVROS, Sofia Estrela dos Santos, nº26, 8ºE
Data de edição: novembro de 2015
Sempre senti o fascínio de aprender coisas novas, de ouvir o relato de um mundo
diferente, visto pelos olhos de outrem, que se encerrava naquelas caixinhas que se
abriam em folhas e nos tentavam dizer algo. Mesmo sendo muito pequena, conseguia
observar as belas sensações que os livros proporcionavam àqueles que os liam. Por isso,
queria ser igual a essas pessoas.
O meu primeiro encontro realmente marcante com a leitura foi ainda na pré-escola.
As aulas em que a educadora lia algum livro eram as minhas preferidas. Enquanto alguns
meninos reviravam os olhos e procuravam encontrar brinquedos noutro canto da sala, eu
focava toda a minha atenção e admiração de criança na professora e no livro. Também
queria saber ler. Havia estantes com livros da “Anita”, a coleção que mais apreciava.
Muitas vezes inventava a minha própria história a partir das imagens do livro. Havia dias
em que uma carrinha-biblioteca nos ia visitar à escolinha. Aquilo era fascinante, tantos
livros juntos, todos prontos a serem pegados e levados por alguém que lhes quisesse dar
uso. Parecia que ficavam a olhar para mim, querendo que eu os escolhesse. Tenho a
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noção de que nessa altura dava cabo da paciência dos meus pais por lhes estar sempre a
pedir para me lerem livros. Daí, o meu pai ter decidido comprar um dos meus livros
preferidos, 100 histórias à lareira (embora até hoje considere o título um pouco
enganador, visto que o livro apenas possui 93 histórias).
Quando via alguém a ler, gostava de olhar para aqueles rabiscos pretos em que as
pessoas fixavam o olhar. Era a partir deles que o livro falava. Mesmo antes de entrar
para o primeiro ciclo, já eu aprendia as letras, graças à minha mãe, que após a minha
insistência, começou a ensinar-mas. Demorou mais tempo do que eu julgava, mas
consegui aprender a ler. Agora eu já não saboreava apenas a voz, o som dos livros, mas
também a sua alma.
Para mim, o mais fascinante da leitura sempre foi a capacidade de nos levar mágica
e instantaneamente para outro mundo. O nosso corpo continua na Terra, mas a cabeça
está mais alta que as nuvens e para além da Lua. Da frase mais pequena daquele
pensamento que precisou de tomar ar fora da cabeça e foi rabiscado nalgum sítio,
àqueles grossos livros com longos e emocionantes romances, todos nos levam pelo seu
universo, como se fosse real, uma realidade intocável e completamente imaginária.
Ficamos com os caminhos para esses universos gravados em alguma parte de nós, e é
neles que procuramos inspiração, é neles que somos os descobridores da nossa própria
criação. Essa é a melhor parte da leitura.
Texto 2: A DESCOBERTA DO MEU AMOR PELA LEITURA, André Sousa, nº5, 8ºE
Data de edição: novembro de 2015
O meu primeiro encontro com a leitura foi na escola primária quando a professora
obrigou a minha turma a ler um excerto de um livro que se encontrava no manual. Era
um excerto da Fada Oriana.
Comecei a lê-lo muito contrariado porque, naquela altura, eu pensava que a leitura
era pura e simplesmente uma grande perda de tempo, até que comecei a gostar. Quando
acabou a aula, no caminho para casa, passei o tempo todo em que estava dentro do
carro com a minha mãe a contar-lhe tudo o que se passava na história.
Mal cheguei a casa, corri escadas acima para procurar aquele livro. Mas desta vez eu
não iria ler só uma página ou duas, queria ler o livro todo. Peguei nele e fiquei a ler até
me chamarem para ir jantar. Depois voltei a correr até ao meu quarto para recomeçar a
leitura do sítio onde tinha terminado e continuei a ler até, literalmente, cair para o lado
porque estava cheio de sono. E foi assim até o livro acabar.
Ler aquele livro também influenciou as notas que eu costumava obter em Português,
pois aumentou o meu léxico. E foi assim o meu primeiro encontro com a leitura!
Texto 3: LIVROS, UNIVERSOS PARALELOS, Rita Moreira, nº25, 8ºE
Data de edição: novembro de 2015
Livros? Objetos com uma capa, folhas, palavras, por vezes até imagens, mas,
sobretudo, uma história. Há pessoas que detestam e outras que vivem para ler. Mas, e
eu? É um facto que eu gosto muito de ler.
Foi a partir dos meus 6 ou 7 anos que comecei uma das minhas primeiras coleções
de livros que falava de um tigre ou leão que vinha de um outro reino, que se
transformava em gato e vinha viver para a Terra, acabando com cada uma das
personagens principais de cada volume. Lembro-me que a minha coleção crescia sempre
um pouco no Natal ou no meu aniversário ou ainda em algum momento para assinalar
algo importante e isso deixava-me sempre muito feliz.
Desde então tenho lido vários livros de vários géneros diferentes, com mensagens
distintas e personagens com personalidades variadas, que, por vezes, ainda me deixam a
pensar como seria se eu vivesse as mesmas aventuras que elas ou lidasse com as
mesmas pessoas e dilemas.
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É sempre boa a sensação de abrir um livro e sentir que o seu enredo já nos
envolveu de tal forma que começamos a viver aquelas aventuras como se fossem
nossas, o que nos leva para um mundo completamente diferente onde os humanos até
podem ser levados a passear pelos cães! Tudo isto são provas de que, com um livro,
somos levados para outro universo paralelo, um universo só nosso e único, e é isso que
torna tão especial o ato de ler.
Texto 4: LIVROS COMPANHEIROS, Nádia Marques, nº20, 8ºE
Data de edição: novembro de 2015
Eu não leio muito. Gosto de ler nos dias em que me sinto mais sozinha, pois nos livros
tenho uma companhia inexplicável, uma companhia que me faz viajar, que me faz passar
por aventuras incríveis. Não gosto de ler histórias fictícias, apenas gosto de histórias
verídicas. Quando as leio, parece que sinto a dor das personagens, imagino a situação,
imagino o sofrimento pelo qual passaram.
Já chorei a ler, já dei gargalhadas a ler e considero que a leitura é mesmo isso, faznos rir quando precisamos, mas, a maior parte das vezes, faz-nos pensar. Gosto de ler
em voz alta, com expressividade, pois penso que ao lermos assim a leitura se torna viva!
Muitas vezes fico na dúvida se sou ou não apaixonada pela leitura, mas a resposta é
simples, a paixão não é algo que aprendemos em casa ou na escola. A paixão é algo que
desperta em nós algo de diferente. Para mim, a paixão pela leitura está associada ao
prazer, à felicidade de ouvir uma história.
Penso que, finalmente, cheguei a uma conclusão: eu não sou apaixonada pela leitura,
apenas gosto muito de ler.
Texto 5: UMA BIBLIOTECA, UM MUNDO DIFERENTE, Ana Carolina Castro,
nº2, 7º C
Data de edição: fevereiro 2016
Vem visitar-nos. Aqui temos livros de fadas e dragões. Se preferes uma aventura,
vamos iniciar a leitura, mas, se queres ação, vamos chamar um dragão. Se quiseres um
conto de fadas, traz as tuas almofadas.
Se quiseres aprender mais, temos enciclopédias, atlas e um telescópio.
Vem conhecer a nossa biblioteca e também podes ir ao site da internet
(www.bibliotecainfantil.com).
Se a poluição queres evitar e a biblioteca visitar, não venhas de carro, vem a andar!
Vem conhecer este jovem mundo literário, para viveres o teu mundo imaginário.
TEXTO 6: O MUNDO DA LEITURA, Beatriz Magalhães, nº 4, 7ºA
Data de edição: fevereiro 2016
Viaja pelo mais maravilhoso mundo: o mundo da leitura. Anda crescer com as letras.
Vem conhecer coisas novas e vais ver que é divertido.
Traz os teus amigos para viajarem contigo nesta fantástica aventura! Vem aprender,
conhecer, ler, escrever, ouvir, de uma maneira diferente, de uma forma mais criativa.
Conta aos teus familiares o que tens aprendido e vais ver como vão ficar surpreendidos.
Vem participar no novo workshop de leitura. Aqui podes imaginar o teu mundo e
criá-lo com a ajuda das letras.
Vem viajar pelo fantástico mundo da leitura!
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COMEMORAÇÃO DO DIA INTERNACIONAL DA FILOSOFIA
Os eventuais perigos exigem proteção constante. A pensar nisso, surgiu a ideia de uma
exposição que alertasse para a necessidade de estarmos atentos a diferentes ameaças.
Esta exposição, intitulada “Protege-te com sabedoria”, foi realizada para comemorar o
Dia Internacional da Filosofia e contou com o trabalho colaborativo de elementos dos
Projetos Comunicar e Educação para a Saúde, da Biblioteca Escolar e do Departamento
de Ciências Sociais e Humanas.
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“O homem erudito é um descobridor de factos que já existem - mas o homem
sábio é um criador de valores que não existem e que ele faz existir.”
Albert Einstein (1879-1955)
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Texto 7: UMA VIAGEM EXTRAORDINÁRIA, Leandro Freitas, nº16, 6ºG
Data de edição: janeiro 2016
Um dia de manhã, eu decidi ir a uma biblioteca que, curiosamente, era ao lado da
minha casa. Cheguei à biblioteca e o meu espanto foi enorme pelos imensos livros que
havia lá. Eu queria era encontrar o livro certo. Percorri vários corredores até que tropecei
num livro que estava no meio do chão, fiquei admirado por o livro estar naquele sítio.
Resolvi pegar nele e pô-lo no local certo. Mas não resisti e dei uma vista de olhos no
livro, pois a capa parecia que me chamava. O livro era “As aventuras de um astronauta”.
Sentei-me numa mesa para o ler com mais atenção e, no final do livro, dizia “Sê um
astronauta”. Ao ler aquela mensagem senti-me como se o fosse. De facto. Então fui a
uma plataforma. Na placa do portão estava escrito “Aqui serás um astronauta”.
Dirigi-me a um encarregado do foguetão mais bonito e perguntei se poderíamos
visitar saturno e ele disse que sim. Equipei-me e lá fomos nós ao planeta saturno. Era
tão lindo! Mas o que me chamou mais à atenção foram os anéis. O planeta parecia
nevoeiro, não se via nada, era tudo amarelo. Nunca irei esquecer este dia.
Com isto tudo concluo que nos livros se aprende muita coisa.
Texto 8: A FADA ORIANA, Inês Pereira, nº 14, 5º G
Data de edição: fevereiro 2016
Um dia, a Fada Oriana passeava livremente pela natureza, quando ouviu um grito:
- Oriana, Oriana! Salva-me, por favor! Estou quase a morrer!
Oriana viu, ao longe, o peixe fora da água do rio e pensou “Eu tenho de o ajudar. Eu
sou Oriana, uma fada boa.” Então, pronta a socorrê-lo, foi ter com ele. Este disse-lhe:
- Oriana, eu sei que não fui teu amigo quando mais precisaste de mim. A minha
gratidão não foi eterna. Mas, por favor, ajuda-me! - suplicou o peixe.
Ela respondeu:
- Eu sou uma fada boa, por isso o meu dever é salvar-te. Além disso, não quero
voltar a perder as minhas asas nem a minha varinha de condão. Tu foste o culpado
disso, porque me cativaste com elogios sobre a minha beleza e assim abandonei aqueles
que costumava ajudar.
Oriana colocou, então, o peixe na água. Este agradeceu-lhe:
- Obrigado, Oriana, voltaste a salvar a minha vida!
- De nada.- respondeu ela, feliz por ouvir aquelas palavras. – Agora, tenho de ir.
Ainda antes de a Fada se ir embora, o peixe chamou todos os animais da floresta e
contou-lhes o que tinha acontecido. Estes pegaram em Oriana e gritaram:
- Oriana é a maior, Oriana é a maior!
A Rainha das Fadas, muito satisfeita com a boa ação de Oriana, felicitou-a:
- Muitos parabéns, Oriana, fizeste um bom trabalho! Como Rainha das Fadas,
entrego-te esta medalha.
- Obrigada, obrigada! - exclamou Oriana, felicíssima.
E assim a generosa fada continuou a sua missão de protetora de todos os homens,
animais e plantas que habitam a floresta.
“A função ideal de uma biblioteca é de ser um pouco como a loja de um
alfarrabista, algo onde se podem fazer verdadeiros achados e esta função só
pode ser permitida por meio do livre acesso aos corredores das estantes. (…)
Uma biblioteca onde apeteça ir e que se vá transformando gradualmente numa
grande máquina de tempos livres”.
Umberto Eco, A Bilblioteca (2006, Difel Editora)
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Texto 9: RECONTO DO GATO MALHADO E DA ANDORINHA, André Silva, nº4, 8ºE
Data de edição: novembro de 2015
Numa belíssima tarde de primavera, em que o Sol brilhava de uma maneira que
deixava toda a gente bem-disposta, o Gato dormia a sua sesta, no parque, debaixo do
seu carvalho preferido.
- Hora de acordar! - Disse a Andorinha numa voz melodiosa.
- Bem… olha quem voltou! A única criatura que conheço sem o senso do bom gosto…
- Pois… quanto a isso. Eu queria pedir desculpa… Tu, por acaso, até nem és muito
feio e acho que foi a inveja a falar…
- Sabia que ias reconsiderar a tua opinião, mas não sei como é que tens inveja de
mim. Olha para ti! Os teus olhos parecem pequenas pedras de ónix, o teu bico é de um
tom negro que me faz lembrar carvão em brasa e nem os mais finos tecidos se
comparam à textura das tuas penas.
- Obrigada. Sabes, a mim já me disseram coisas maravilhosas, mas de longe se
comparam ao que tu me disseste agora. Foi tão lindo!
- Não és o que eu pensava - refletiu em voz alta o Gato.
- Posso dizer o mesmo - concordou a Andorinha num tom meigo e simpático.
- Acho que isto pode ser o princípio de uma bela amizade.
E assim foi. Gato e Andorinha tornaram-se os mais improváveis melhores amigos e
juntos fizeram história.
Texto 10: APRECIAÇÃO DE CONTOS DE EDGAR POE, Margarida Freitas, nº 21,
10º B
Data de edição: fevereiro de 2016
A escolha de Contos para a realização do meu projeto individual de leitura baseou-se
essencialmente em conhecimento prévio do autor e interesse pelas suas obras. Isto
porque conhecia Poe como escritor do sobrenatural, com um estilo único: romântico
sombrio, gótico e até macabro.
Este livro de capa mole, editado pela Ulisseia em janeiro de 2016, com 192 páginas,
é constituído por 11 contos que envolvem o fantástico. Segundo algumas interpretações,
a vida do autor pode identificar-se com a dos narradores por ele criados.
Algo que apreciei bastante foi a existência de diferentes narradores, que não só
passavam por episódios sobrenaturais e metafísicos, como também envolviam um lado
de entendimento psicológico. Com isto quero dizer que, muitas vezes, a insanidade,
problemas psicóticos ou até dependências de substâncias (principalmente opiáceos),
caracterizam os narradores.
Para além disso, admirei particularmente a combinação das dimensões narrativa e
descritiva de uma forma única. Por um lado, a descrição pormenorizada dos locais,
pessoas e emoções revela-nos o lado belo e banal do quotidiano. Por outro lado, tanto o
desenrolar da ação como a descrição, fazem-nos interpretar a face mais obscura,
misteriosa e macabra, no entanto poética da vida. Como diz Poe no conto Eleanora “Os
que sonham de dia são conscientes de muitas coisas que escapam aos que sonham
apenas à noite”. Admirei também a excecional forma de escrita de Poe.
Este é um livro que proporciona uma compreensão objetiva dos textos que, no
entanto, requerem um aprofundamento. Palavras que aparentam não ter sentido são
compreendidas aquando da fusão entre a mente do escritor com a do leitor. Citando uma
célebre frase de Poe “Durante a hora de leitura, a alma do leitor está submetida à
vontade do escritor”.
Por ter realmente apreciado Contos de Edgar Allan Poe e por ter ficado entusiasmada
com o seguimento de cada história, recomendo sinceramente a sua leitura. Contudo,
devo mencionar que não considero um livro acessível a todos. É necessário estar
preparado para novas interpretações, de forma a compreender o que é transmitido pelo
autor.
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Texto 11: O MEU LIVRO PREFERIDO, Paulo Vasconcelos, nº22, 6ºB
Data de edição: março 2016
O meu livro preferido é Chocolate à chuva de Alice Vieira.
Não o li nas aulas de português, mas o título agradou-me e, por isso, pedi à minha
mãe que mo comprasse.
Este livro é o terceiro de uma trilogia. A história tem como personagem principal
Mariana, uma adolescente que vai ter alguns problemas, mas que também vai ajudar a
sua melhor amiga, quando os seus pais se separam. Gostei tanto dos momentos alegres
como dos tristes, vividos por esta personagem
Recomendo a todos que o leiam porque achei a história muito bonita.
Texto 12: O SERMÃO DE SANTO ANTÓNIO, Fábio Magalhães, nº 10, 2º A, Curso
Profissional de Ótica Ocular
Data de edição: março 2016
O texto do “Sermão de Santo António aos Peixes” continua a ser e será sempre uma
obra atual.
Nele, o autor refere o facto de os peixes grandes, mais poderosos, comerem os mais
frágeis e pequenos, pois são uma presa mais fácil, o que se consegue relacionar com o
Homem. Os mais ricos e poderosos aproveitam-se dos mais pobres e necessitados, para
obter mais riqueza e poder, não se interessando em ajudar ninguém.
O ser humano criou a moeda para facilitar as trocas de produtos, mas é óbvio que,
atualmente, a moeda apenas criou uma diferença maior entre o povo e os restantes
elementos da “escala” hierárquica. Os mais abastados têm mais apoios e motivações
para enriquecer e ganhar mais poder e respeito, enquanto os mais necessitados são
tratados com desprezo e ignorados por aqueles que são socialmente mais poderosos.
A referência aos peixes no texto do “Sermão de Santo António aos Peixes” pode,
então, ser diretamente transposta para o comportamento do ser humano dessa época,
do presente e também do futuro, se a sociedade não alterar os seus falsos ideais.
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No mistério do sem-fim/ Equilibra-se um planeta
Cecília Meireles (1901-1964)
4. CONTOS DO PLANETA TERRA
Desde sempre utilizados para narrar uma história e passar ensinamentos de geração em
geração, os contos materializam narrativas curtas, com uma ação centralizada num único
conflito, e um número reduzido de personagens. A unidade de ação, de espaço e tempo
conferem, ao eixo narrativo, a sua concisão, visando prender a atenção no leitor.
Escrever um conto constitui uma arte, porquanto a sua curta extensão implica precisão e
densidade de escrita, desde a estruturação à caraterização das personagens e ao
desenrolar da ação. Assim, esta nova secção pretende divulgar os contos e homenagear
os alunos vencedores do Concurso Literário anual do AEPL, que tem, no conto, a sua
expressão, segundo a temática definida para cada ano.
Conto 1: OS CONSTRUTORES DO PLANETA, Catarina Magalhães, 5º ano
Data de edição: maio 2015
1º Prémio do XV Concurso Literário AEPL 2014/2015
Categoria Ensino Básico – 2º Ciclo
Era uma vez um planeta que precisava de ser reconstruído, depois de muitos anos
de poluição e falta de atenção por parte dos humanos. Finalmente, um grupo de cidadãos
de várias partes do mundo reuniu-se para o reconstruir.
Este grupo de cidadãos era formado por pessoas de todos os continentes e regiões
do mundo. Aqui, em Portugal, na região norte, um dos grupos era formado pelo senhor
Manuel, um amante da natureza, a senhora Maria, sua esposa, o João, sobrinho, as
filhas, Ana e Catarina, e ainda a prima Manuela. Estas pessoas, amigas do ambiente,
reuniram-se para reconstruir uma parte da Serra do Gerês, pois durante anos tinha
havido incêndios e desflorestações. O oxigénio alimentava as chamas e o fogo alastrava
sem perdoar por campos e florestas.
Este grupo começou a trabalhar numa manhã de março, perto da primavera. Nesse
dia, encontraram-se na serra do Gerês, para falar sobre o que se podia fazer.
- Podemos começar por retirar as cinzas e plantar novas árvores para renovar o
oxigénio – lembrou a Ana. E, ao mesmo tempo, disseram todos:
- Vamos lá, que já esperamos tempo demais!
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Começaram por pegar em pás e retirar as cinzas, o que demorou algum tempo (mais
ou menos quatro dias), porque era muita quantidade. No quinto dia, compraram muitas
árvores, desde pinheiros a carvalhos, castanheiros, oliveiras, entre outras, e chamaram
mais familiares para ajudar a plantá-las, pois só eles não conseguiriam.
Quando estavam a plantar as árvores, a Catarina ficou a olhar para as pequeninas
plantas e disse:
- Quanto tempo vai demorar este campo a ter bonitas árvores?
Então, o senhor Manuel disse para a filhota:
- Não te preocupes, vão crescer e ficar bonitas, mas vai demorar algum tempo.
A Catarina, com pena das árvores, começou a chorar muito, muito e as suas
lágrimas começaram a cair no solo. Ela reparou que estas chegavam perto de uma das
pequenas árvores que tinham plantado, a qual começou a crescer. Ficou muito
surpreendida e foi a correr avisar o pai.
- Pai, pai! Eu comecei a chorar e as minhas lágrimas, como uma magia, fizeram uma
das árvores crescer. Vem ver!
O pai, com paciência, lá foi ver e, quando viu a árvore, também chorou, mas de
alegria, pois a Catarina não estava a mentir-lhe. Tinha acontecido um milagre! Então,
entusiasmado, foi a gritar pelo campo:
- Família, a Catarina fez um milagre!
Foi quando se ouviu uma vozinha a dizer:
- Não foi ela, foram as lágrimas de amor pelo planeta que me fizeram crescer.
Muito assustado, o pai perguntou:
- Quem está a falar?
- Sou eu, o carvalho que vocês plantaram e que foi regado pelas lágrimas da
Catarina – respondeu, de novo, a tal vozinha.
A Catarina, assustada, perguntou:
- Como é que é possível uma árvore falar?
- Foi o teu carinho e amor pela natureza que fizeram com que eu pudesse falar
contigo para te transmitir esta mensagem da Mãe Natureza. Essa mensagem é que os
seres humanos, a partir de agora, têm que começar a tratar o meio ambiente como deve
ser, com o devido amor e carinho – respondeu a árvore.
- Mas como é que fazemos para as outras árvores também crescerem como tu? –
questionou a prima Manuela.
- Isso é fácil. Comecem a cuidar da floresta, a retirar as ervas daninhas, as folhas
caídas no chão, a regar e até construir casinhas para os pássaros nos fazerem companhia
quando vocês não estão. Mas tudo com muito amor e carinho, porque se não a minha
família vai demorar a crescer e só eu a renovar o oxigénio vou envelhecer de tanto
trabalhar sozinho – concluiu o carvalho.
Todos concordaram. Começaram a replantar toda a Serra, o que demorou imenso
tempo. Uns plantavam novas árvores, outros regavam-nas, outros começavam a
arrancar as ervas daninhas, outros a construir as casinhas para os passarinhos.
Quando esta família já estava cansada, o carvalho disse:
- A Mãe Natureza agradece-vos, por agora já fizeram que chegue. Mas não se
esqueçam do vosso compromisso, pois já sabem: caso não o cumpram, não estaremos
dispostos a ajudar-vos. Vocês têm de aprender a viver em equilíbrio e paz com o
ambiente que vos rodeia. A minha família já está muito feliz e eu também!
Então, foi assim em todos os lugares onde os humanos se propuseram plantar.
Pouco a pouco, começaram a tomar consciência da importância de cuidar da natureza.
Na Serra do Gerês, começaram a ver-se algumas lebres, passarinhos, caracóis,
insetos; os rios voltaram a ter peixes, rãs; voavam libelinhas, borboletas… A Serra
começou a ficar colorida, pois começaram a crescer também as flores silvestres. Era
como se a Mãe Natureza estivesse a sorrir de alegria.
O grupo que reflorestou o Gerês nunca deixou de cuidar da floresta, como o carvalho
lhes pediu.
Os seres humanos tiveram consciência de que o planeta estava a ficar
doente e que os culpados por isso ter acontecido eram eles mesmos. Estava nas suas
mãos a salvação do planeta. Nunca podiam esquecer o compromisso com a Mãe
Natureza de cuidar, respeitar, preservar e amar o ambiente e tudo o que nos rodeia!
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Conto 2: 4000 – A MUDANÇA, Rita Duarte Moreira, 7º ano
Data de edição: maio 2015
1º Prémio do XV Concurso Literário AEPL 2014/2015
Categoria Ensino Básico – 3º Ciclo
Aiden era um planeta com paisagens únicas nunca antes vistas. Era um lugar onde
estavam as mais avançadas tecnologias e foi aí que tudo começou a evoluir. Era
iluminado por dois sóis, o que fazia com que o ar fosse mais quente. Mas isso trazia uma
complicação, pois a qualidade do ar era bastante fraca, sendo que apenas as famílias
com mais possibilidades conseguiam adquirir os equipamentos adequados de respiração.
Eu não venho de uma família muito rica, por isso a necessidade de nos mudarmos
em busca de uma melhor qualidade de vida aumentava gradualmente. Além disso, herdei
do meu avô diversos problemas respiratórios, o que piorou a nossa situação.
Precisávamos de deixar aquele planeta, de procurar um lugar melhor para viver.
Estávamos perto do quarto milénio quando decidimos partir para Naisa, um outro
planeta não muito distante dali. As características deste não distavam muito das de
Aiden, mas possuía o que era mais importante para nós, pois a qualidade do ar e do
ambiente em si era deveras melhor.
Tudo correu bem durante a viagem até ao momento em que os motores da nave
começaram a fraquejar, obrigando-nos a forçar a aterragem. Fomos parar a um mundo
estranho, destruído, triste, um planeta devastado, sem sinal de qualquer fauna ou flora.
Encontrávamo-nos no planeta azul - a Terra. Enquanto os meus pais tentavam arranjar a
nave, pedi-lhes para andar um pouco, para perceber como é que aquele planeta, do qual
ouvira falar tão bem, tinha chegado àquele estado. Era inexplicável!
Durante a minha caminhada, um pouco mais à frente, encontrei uma casa que, entre
muitas outras despedaçadas, permanecia de pé, o que a tornava, desde logo, especial.
Confesso que estava assustada mas, mesmo assim, entrei. A casa, por dentro, era muito
limpa, arrumada e tinha um cheiro típico a lavanda acabada de apanhar. Havia uma luz
acesa, ao fundo do corredor. Vinha de um quarto de onde não se ouvia nenhum barulho
para além de…uma respiração. Ainda com algum medo abri subtilmente a porta. Dentro
desse quarto, havia uma velha cadeira de baloiço e um menino de cabelos aloirados,
assustado, nervoso, muito tímido. Tentei perceber quem era e o que fazia naquele lugar,
mas ele não queria responder. Resolvi contar-lhe de onde vinha e o que me tinha
acontecido até chegar ali. Foi a única forma de o fazer prestar atenção e perceber que
não lhe queria fazer mal.
Entretanto, os meus pais continuavam a tentar arranjar a nossa nave mas, pelo que
vi, aquilo ia demorar mais do que pensáramos. Acabámos por ter de ficar na Terra por
mais algum tempo.
Um certo dia, o rapaz da casa, enquanto eu desenhava, veio falar comigo e
perguntou-me:
- Sarah? Que estás a desenhar?
- Estou a desenhar a terra, o que vejo nela neste momento.
- Mas o teu desenho está todo negro, sem brilho, sem alegria, sem vida...
E, de súbito, ele pegou nos meus lápis de cor e começou por desenhar várias
árvores, animais, casas, pessoas. Gradualmente, o desenho foi ganhando cor, e eu
gostava da Terra como ele a tinha pintado. O menino parecia saber tanto sobre a Terra,
que lhe perguntei:
- Como sabes tanto sobre a Terra? Como a consegues pintar dessa forma, se não a
estás a ver?
Ele hesitou, demonstrou que estava nervoso, começou a suar, não queria mesmo
responder. Pedi àquele rapazinho que esquecesse o que eu perguntara, mas continuei a
matutar naquele assunto durante um longo tempo. Apesar de ser ainda uma criança, ele
parecia ser o mais sábio de todos nós, tinha algo que o tornava especial. Costumávamos
combinar encontros todos os dias e ficávamos a conversar, jogávamos à macaca ou
saltávamos à corda e parecíamos a única vida que aquele planeta tinha. O interessante é
que as nossas conversas iam sempre parar à Terra ou a alguma coisa que lhe acontecera
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que ele nunca me revelou, apenas me contou que algo terrível pintou a Terra de preto e
branco, e esta nunca mais voltou a ser como antes.
Quando os meus pais terminaram a nave e recolheram tudo para podermos partir,
perguntámos ao menino se ele queria vir connosco, mas ele recusou o convite:
- Eu não posso sair daqui... Na verdade, eu estou preso aqui, eu e esta tristeza e
esta monotonia.
- Mas por que não podes? O que te aconteceu?
- Antes de a Terra estar neste estado eu já cá estava. Eu nasci no ano da devastação
total, na mesma hora, no mesmo minuto, no mesmo segundo. Todos os habitantes
fugiram daqui, deixando tudo o que associavam à catástrofe. Passado algum tempo,
também os meus pais me deixaram. Desde então vivo aqui, à espera de encontrar
alguém que me possa ajudar a recolorir o planeta, alguém que o consiga desenhar,
reinventar. Mas sempre que conto esta história todos fogem por egoísmo, por não
quererem gastar o “seu precioso tempo”, como dizem, a ajudar-me, a mim e à Natureza.
A única forma de libertar a Terra desta melancolia é desvendar um enigma e levá-lo por
todos os ex-habitantes do planeta azul. Mas este enigma parece não ter solução: “O
culpado terás que encontrar para este enigma desvendar. Os seus atos terás que
assumir, ajudando a Terra ele se vai redimir. Aquele que a Natureza criou foi quem a
devastou.”
O enigma era, de facto, difícil de desvendar. Resolvemos adiar a nossa partida, visto
que sozinho o nosso amigo não iria conseguir resolver a situação.
Acabámos por pedir ajuda aos ex-habitantes da Terra, que estavam neste momento
espalhados por vários planetas da galáxia como Krisia ou Halunia, pois eles saberiam
melhor do que nós ajudá-lo. E assim foi, todos juntos conseguimos desvendar aquele
mistério e quando o fizemos, o resultado foi inacreditável! A resposta na qual tanto
pensámos era tão simples que nem parecia verdade. Todo o ser humano tem atitudes
más em relação à Natureza, práticas ilícitas e prejudiciais para o planeta, sem nunca as
assumir. A Natureza parece incapaz de dar resposta àquilo que, sem limite, os humanos
lhe vão infligindo. Contudo, quando o homem menos espera, o castigo é implacável e
este sofre na pele as consequências dos seus próprios atos. Mas, neste caso, o planeta
deu uma segunda oportunidade aos terrestres de se redimirem e não voltarem a
devastar a Natureza. A resposta ao enigma, a solução de tão grave problema, estava no
próprio Homem.
Conscientes dos seus atos e da obra que tinham pela frente, unidos numa
consciência coletiva, os ex-habitantes do planeta Terra regressaram a casa e começaram
um trabalho lento e meticuloso: limpar e recuperar a casa que eles próprios tinham
sujado e destruído. Limparam o solo para a reflorestação, os rios, os lagos e os oceanos.
Diminuíram a quantidade de fábricas e trocaram os carros a gasóleo ou gasolina por
carros alimentados por energias limpas. Apesar da alta tecnologia, tudo se tornou
natural, mais belo e melhor.
A par destas situações, foi criada uma União Contra Problemas Ambientais, UCPA,
que consistia em evitar desleixos e catástrofes causadas pelos habitantes do Planeta
Azul. Foram estabelecidas diversas regras antipoluição como, por exemplo, a proibição
do derrame de resíduos industriais nos rios ou no mar, a restrição da libertação de gases
malignos para a atmosfera, assim como o desenvolvimento de uma tecnologia de
controlo do gasto doméstico de energia e de água, ou seja, ao atingir um limite de
utilização, as torneiras ou as lâmpadas, por exemplo, desligavam-se automaticamente.
Depois da aventura de reconstruir o Planeta Azul, eu e a minha família ficámos a
viver na Terra. Os meus pais adotaram o menino, agora chamado Ed, que ficará sempre
recordado como o fundador de UCPA, o herói deste novo Planeta.
O Homem conseguiu assumir os seus erros e remediar os seus atos, mas irá cumprir
a promessa que fez ao dizer que nunca mais uma guerra daquela magnitude se iria
repetir?
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Conto 3: O FRUTO DA NATUREZA E DA CONSCIÊNCIA, Sofia Estrela dos Santos,
7º ano
Data de edição: maio 2015
2º Prémio do XV Concurso Literário AEPL 2014/2015
Categoria Ensino Básico – 3º Ciclo
Numa urbanizada e moderna cidade, apareceu uma vez uma semente. Esta vinha de
um antigo e sábio carvalho, que, através do vento, largara a sua descendência e a
deixara voar e viajar.
O Carvalho morava longe da cidade, tinha nascido e crescido num campo, no centro
de uma pequena aldeia onde era apreciado por todos. Mas esta pequena viajante tinha
uma sorte diferente. Não estava destinada a ficar a viver no campo junto das suas irmãs,
não estava destinada a florescer vendo a planície verdejante com a sua erva fresca e
resplandecente, não estava destinada a poder respirar o ar calmo e puro do campo, não
iria poder crescer com a sábia testemunha da terra fértil e dos seus habitantes. Não, não
era para isso que esta pequena semente tinha vindo ao mundo.
Todos se despediram dela e o ar puro que a envolveu desde o início fê-la partir e
viajar durante quilómetros. Teve de voar durante horas e dias, dias e horas até chegar
por fim ao seu destino. Aterrou então num sítio improvável. No meio de altos prédios,
enfadonhas e poluentes fábricas que deixavam o ar totalmente diferente daquele a que
estava habituada a respirar. Como o seu voo não podia ser infinito, caiu suavemente nas
mãos de um miúdo que ia a passar. Muito admirado, o rapaz fez uma pequena concha
com as suas pequenas mãozinhas e recebeu tão inesperado viajante do céu. Não era
comum aparecerem este tipo de coisas pelo céu fora, visto que era raro haver árvores
naquele sítio. O miúdo que apanhou a semente ficou muito curioso a olhar para ela. O
que seria? Ele não fazia ideia! Então, correu para casa para perguntar aos pais.
- É um fruto da Natureza, filho! Hás de percebê-lo. Se a enterrares verás que irás ter
um amigo. Daí irá nascer uma pequena árvore e poderás ser tu a cuidar dela. Tinha nascido um sorriso na redonda carinha da criança e, então, ela correu para o
pequeno jardim e escolheu um cantinho entre um vaso com umas belas flores eternas,
como a mãe lhe dizia que eram, visto que eram feitas de plástico, e uma planta pequena,
nunca dera flor e não crescia. Decidiu plantar a futura árvore lá. A mãe deu-lhe
explicações sobre como o havia de fazer, embora mesmo ela não o soubesse muito bem.
O certo, é que aquela planta foi crescendo e, cada ano que passava, tanto ela como o
rapaz se tornavam mais maduros e conscientes. Eram ambos amigos, ambos sabiam
disso. Era uma amizade silenciosa e ao mesmo tempo rica. O jovem carvalho ouvia tudo
o que o rapaz dizia e este conseguia sentir e perceber o jovem carvalho como mais
ninguém. O rapaz não percebia porque é que as outras pessoas também não podiam ter
esta sensação de amizade eterna, porque é que não podiam também sentir a natureza
para poderem desanuviar a suas auras da pesada atmosfera vivida diariamente naquela
cidade. Tomou, então, uma decisão naquele dia primaveril: ser portador da boa vontade
da natureza e tentar que as pessoas se apercebessem do quanto estavam a perder não
tendo espaços verdes cobertos de vida naquele enorme espaço poluente. Era estranho
pensar como vivia lá tanta gente, sendo a qualidade de vida era tão parca, enquanto nos
campos férteis da aldeia, poucos eram os residentes e na sua maioria os mais velhos, os
que toda a vida foram habituados à plena calma do campo. "É a ganância, a ânsia pela
riqueza, é ela a causadora disto tudo. Ela invade as pessoas sem lhes pedir licença e
domina-as como um demónio poderoso e maléfico. Faz com que consigam ter coragem
para cometer os mais horríveis e desumanos atos para conseguir riqueza, poder, controlo
sobre os outros. Entre esses atos está a destruição da natureza." Assim pensou o rapaz.
Decidiu ir dar um pequeno passeio e, de entre tudo o que já tinha visto, de entre
toda a paisagem que já tinha visto e revisto, tudo lhe pareceu diferente naquele
momento. A redoma tinha-se quebrado e agora, apesar da sua pouca idade, tinha
descoberto o segredo da sociedade. Não era bem um segredo, era mais uma ideia que
ficava escondida nos confins da mente de todos, para que ninguém se atravesse a dizêla, mas bem perto do pensamento, para que este desejo, esta ânsia, este vício
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estivessem sempre lá para levar a pessoa agir, de boa ou má-fé. Ele tinha de fazer
alguma coisa para salvar a natureza, essa sim merecia ser salva, ao contrário de os
homens de mente insana. Para esses não havia salvação, "só com uma lavagem
cerebral", dizia o rapaz com os seus botões, com um sorriso nos lábios. Esta ideia fazia-o
rir um bocado, abstraindo-se por momentos da indignação causada pelo estado do
ambiente que o rodeava. O que ele viu dessa vez no passeio, não foi relva verde, foi um
pavimento de relva seca, sem vida. Olhou então para o outro lado, mas desta vez ele
não estava a ver um lago, mas sim um depósito de lixo líquido. Talvez esta pequena
porção de água já tivesse sido a água mais límpida do planeta, mas, naquele momento,
até o cheiro que dali emanava era horrível. Reparou que os animais que as pessoas
vinham passear não estavam felizes. Eles tinham reparado antes que todos os humanos
que aquela natureza não era verdadeira, mas sim fingida. Apetecia-lhe gritar esta
verdade para que todos os que estivessem ali ouvissem. Apetecia-lhe pegar no martelo
da realidade e quebrar todas as invisíveis e impenetráveis redomas que cobriam a mente
e alma daquelas pessoas inconscientes.
Tinha de pensar num plano e então voltou para casa e sentou-se ao pé do seu mais
fiel amigo, o jovem carvalho. Este era o seu sítio preferido para pensar e refletir um
pouco. Pensou, pensou, mas nada. Então decidiu pedir ajuda ao seu fiel amigo, e, nos
seus silenciosos conselhos viu a solução.
Era Primavera e, embora fora do seu pequeno jardim isso não se notasse em
nenhum lugar, exceto no vestuário, ele pôde reparar no que estava a acontecer: era
agora a vez de o jovem carvalho a libertar as suas sementes, e o rapaz teve uma
excelente ideia: iria agarrar nas sementes que conseguisse e tentar plantá-las naquele
parque da relva morta e do lago infetado. Pensou que podendo mudar aquele bocadinho,
talvez estivesse a iniciar uma mudança enorme na consciência e nos hábitos de muitos.
Assim, a partir daquele dia, ele dedicar-se-ia a cuidar das árvores plantadas no
parque, da relva que agora ia ganhando cor e do lago que ele fez questão de limpar e
onde agora viviam alegres peixes e onde vinham pássaros beber água. Este era o seu
projeto e quando as pessoas viam a sua dedicação, conseguiam ganhar cada vez mais
uma consciência ambientalista. A cada ano se juntavam mais pessoas a querer ajudar e,
passados uns anos, o rapaz já se tinha tornado num adulto maduro, saudável e
consciente tal como o carvalho agora grande e robusto.
O seu projeto expandiu-se através de outras pessoas para outros locais da cidade,
que cada vez se tornava menos poluída. Este projeto verde continuou na família do rapaz
durante gerações. E pensar que tudo começou com a viagem de uma semente.
Conto 4: AQUELA QUE NOS SALVOU, Catarina Magalhães, 7º ano
Data de edição: maio 2015
3º Prémio do XV Concurso Literário AEPL 2014/2015
Categoria Ensino Básico – 3º Ciclo
No tempo em que ainda não existiam pessoas que se preocupavam com o seu
tempo, no tempo em que nada do que temos hoje existia, um grupo de uma espécie
desconhecida descobriu um novo planeta. O que fizeram com ele? Construíram vida, a
natureza, humanos e animais... Dos ocidentais aos orientais, tudo foi criado. Todos
diferentes, mas todos iguais, assim eles viviam.
Mas, será que foi tudo assim tão fácil? Será que os humanos conseguiram manter o
planeta sem o poluir? A resposta é, então, um ‘Não’. Agora estão divididos em dois
grupos: os que poluem sem saber e os que, sem saber, poluem. No final de contas
ninguém sabia o que estava a fazer! A sorte da humanidade foi 'a flor que os salvou'.
Essa contribuiu para que toda a poluição fosse ''apagada'' em cinco segundos...
Todos os dias os humanos poluíam o seu tão esquecido ambiente natural. Ele existia,
mas os humanos estavam tão ocupados com os seus trabalhos e com a sua vida que não
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pararam um segundo que fosse para pensar que mais tarde ou mais cedo a sua tão
poderosa flor fosse morrer.
Tiveram que tomar medidas. Aceitavam toda a gente que se oferecesse para partir
numa aventura. A flor estava a morrer, teriam agora que encontrar uma nova semente.
Isto passava-se no Japão, onde a flor se encontrava. Ali era 'o centro do mundo' pois
todos dependiam da flor.
Tinham passado duas semanas. Existiam agora dois candidatos para a procura da
semente: Kirito-Kun e Asuna, de nacionalidade japonesa. A decisão estava tomada e a
procura da semente iria ser organizada por Kirito-Kun e Asuna!
Neste mundo criado por espécies desconhecidas, havia certas coisas que nos nossos
dias não temos. Era um estranho mundo para nós, mas normal para eles! Apesar de
serem iguais a nós, de terem as mesmas nacionalidades e o mesmo aspeto o seu mundo
era diferente. Lá existiam monstros com que Asuna e Kirito-Kun teriam que lutar para
chegar à semente e salvar toda gente da poluição.
Uma parte da sociedade achava injusto apenas duas pessoas estarem a tratar da
vida de toda gente, mas mesmo assim nada faziam. A outra parte apenas esperava que
tudo corresse bem, pois o medo era maior que a valentia.
Kirito-Kun e Asuna tinham partido em busca da semente que os conseguiria salvar.
Chegaram a um bosque encantado onde vivia um dragão que formava dentro de si
cristais que conseguiam matar alguém se os cuspisse! Finalmente ouviram o dragão...
Ele aproximava-se, mas não foi desta vez que Kirito-Kun e Asuna perderam.
Conseguiram vencê-lo e seguiram em frente! Ainda no bosque, ambos esperavam a
possibilidade de encontrarem a semente, mas sabiam que não seria assim tão fácil!
Procuraram-na por todo o bosque, durante todo o dia, mas não a encontraram.
Decidiram, então, partir...
Mais um dia, mais uma aventura. Asuna e Kirito-kun, após uma boa noite de sono,
continuaram em busca do tesouro! Sabiam que pela frente muita coisa os esperava, mas
pensar em desistir não era prioridade... Desta vez a busca foi calma. Conseguiram ver
pelos seus tecnocristais (cristais tecnológicos) que estavam mais perto da semente. Não
sabiam exatamente onde ela estaria, mas sabiam que estavam mais próximos! Todavia o
que eles pensavam ser uma busca calma iria agora tornar-se numa busca inesquecível:
iriam passar pelo Jardim das Memórias, onde todos podem cair na tentação de falar com
os seus familiares/amigos falecidos apenas para também se tornarem vítimas do tal
jardim. Asuna encontrou o seu avô, o seu tão especial avô. Kirito-Kun quis pará-la, mas
foi tarde demais! Asuna tinha-se tornado uma entre milhares de vítimas! Kirito-Kun teve
que continuar à procura, sozinho. Naquele momento prometeu a Asuna que não iria
desistir em memória dela, apesar desta já, provavelmente, não o ouvir... Uma perda é
sempre um momento difícil, mas Kirito-Kun tinha um mundo para salvar.
Após vários meses fora de casa, após vários dias a lutar contra correntes de ventos
frios, muitas vezes sozinho e sem comida, a lutar contra monstros e tentações pela sua
vida, Kirito-Kun conseguiu encontrar a semente! De volta a casa, não precisou de passar
por tantas provações como quando estava à procura da semente.
Tinha, finalmente, chegado à sua terra. Todos ficaram admirados por Kirito-Kun vir
sozinho e, ainda mais, por ter sobrevivido! Enquanto todos o olhavam com admiração,
Kirito-Kun falava:
- Kore ga saigo no shushidesu! Kono ato ni, koreijō wanaidarou! Sonotame, kankyō
no osen o bōshi suru tame no hairyo no watashitachi no fusoku no tame, hitori ga kankyō
no baai mo gozai tomodachi o shinda! (Esta é a ultima semente! Depois desta não há
mais nenhuma! Aprendam a não poluir tanto, devido a isso uma pessoa morreu... Sejam
amigos do ambiente!)
Kirito-Kun salvou a sua humanidade, o mundo... Salvou toda a gente de ver o seu
mundo ser destruído pela poluição. Conseguiu que este não se tornasse uma lixeira.
No planeta Terra, durante um dia poluímos tanto quanto os humanos daquele
mundo. Mas, e se não houver alguém como Kirito-Kun, nem uma semente mágica?
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ERVAS AROMÁTICAS POR ALUNOS DE ARTES
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Conto 5: ATÉ QUE A ÚLTIMA FOLHA CAIA, Rita Miranda, 10º ano
Data de edição: maio 2015
1º Prémio do XV Concurso Literário AEPL 2014/2015
Categoria Ensino Secundário
“Por favor”, suplicou ele. As lágrimas cristalinas rolavam pela sua face, à medida que
os seus olhos amendoados se enrugavam de angústia. As pestanas húmidas e longas
fechavam-se, lutando contra a chuva áspera que caía, criando um ambiente inóspito.
Inesperadamente, tudo em seu redor começara a ruir, levantando um fumo denso. Um
barulho forte, como um trovão, ecoara nos seus ouvidos. Com dificuldade abriu os olhos,
procurando-a. Estaria ela bem?
Alguns meses antes...
Chegara setembro, mês das colheitas, das brisas frescas com odores a maçã e
canela. A temperatura ia diminuindo, lenta e suavemente, ao sabor da queda das folhas
secas. Parker, doze anos, regressava para a escola, juntamente com centenas de alunos
por todo o país, que iniciavam um novo ano letivo.
As primeiras semanas, caracterizadas pela excitação de conhecer os professores,
colegas e escola, sucederam-se rapidamente. Entretanto, a professora de Português,
surpreendida com os resultados do teste diagnóstico, propôs aos alunos a elaboração de
uma composição sobre a importância da preservação do ambiente. Após vários suspiros
desiludidos e alguns resmungos, todos pegaram numa folha e começaram a escrever.
Repentinamente, após cerca de trinta minutos, Parker levanta a cabeça e diz “Terminei”.
De olhos esbugalhados e cabelo desalinhado, olhou em volta, triunfante, e observou a
turma, que lhe transmitiu um olhar de gozo e risos. “Claro, o menino da natureza tinha
de acabar primeiro”, “Se te der um ramo de uma árvore, tu comes?”.
Desde criança que Parker ouvia estas frases. Sempre fora um defensor da natureza,
incentivando as pessoas a reciclar e reutilizar. Era um ativista nato, participava em todos
os protestos em defesa do ambiente, estava presente em grupos e reuniões desta
mesma causa. Porém, sempre fora gozado e criticado, quer pelos amigos, quer pela
família. (…) No fim do dia, à saída da escola, alguns alunos da sua turma deixaram
ramos velhos na sua bicicleta e atiraram-lhe terra. Desolado, Parker caminhava para
casa, levando a bicicleta pela mão direita, com o olhar cabisbaixo fixado no chão.
Ao virar para a rua onde morava, reparou em duas folhas verdes caídas no chão. A
seu ver, não pareciam folhas vulgares, e não pertenciam a nenhuma árvore em seu
redor. Eram em forma de palma, fendidas, verdes e brilhantes, parecendo que emitiam
luz própria. Estavam secas no caule. Ao pegar nelas, sentiu um arrepio. Um calor
estranho instalara-se no seu corpo, criando uma sensação estranha na barriga.
Surpreendido com a descoberta, guardou-as na mochila e entrou em casa.
Após o jantar, antes de adormecer, ao verificar a mochila, encontrou duas folhas
secas, castanhas e estaladiças. Procurou em todo o lado, mas as folhas verdes tinham
desaparecido, ou então haviam secado. Ao deitar-se na cama, observou as sombras da
árvore em frente a sua casa e, por alguns segundos, vislumbrou a silhueta de uma
rapariga. Abriu as cortinas e olhou para fora. Na árvore, afinal, estava uma rapariga,
recortada na sombra pela luz da lua. De pé, num dos ramos, usava um vestido coberto
de folhas idênticas às que vira, tendo com alguns espaços vazios. Olhando fixamente
para ele, o seu cabelo dourado ondulava ao sabor do vento. Admirado, Parker esfregou
os olhos várias vezes, porém ela já desaparecera.
De repente, ouvindo um ruído, voltou-se para a cama e lá estava ela, de pé,
encostada à parede. Parecia triste. “Quem és tu?”, perguntou Parker. “Eu sou a Sakura.
Sou a Natureza. Sou o vento. Em mim vivem as árvores, os rios, os animais, as plantas.
Eu respiro com eles”, respondeu. Franzindo o sobrolho, Parker observava-a. “Cada uma
destas folhas representa a Natureza. Cada vez que ela sofre, cada vez que cada árvore é
cortada, cada vez que cada animal morre, estas folhas choram por ela. E, lentamente,
caem.” Andando em volta do quarto, observando os quadros pintados por Parker,
expostos nas paredes, Sakura sorria, mas os seus olhos continuavam a transmitir
tristeza. “No fim, quando já não houver folhas, o mundo morrerá. Cada ser humano, de
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qualquer idade, sexo ou raça morrerá. Isso significará que destruíram por completo a
natureza.” Fez uma pausa, parando de sorrir, fixando os olhos cinzentos em Parker. “Tu
tens de me ajudar”, continuou. Desconfiado, Parker pediu: “Prova. Prova que és quem
dizes ser”. Com um olhar agora concentrado, Sakura abriu bruscamente as janelas e
fechou os olhos. As árvores, outrora calmas, começaram a agitar-se violentamente,
umas contra as outras, sob a força de um vento invisível. Chuva forte e intensa começou
a cair, criando um cenário de tempestade. Sakura abriu os olhos e tudo parou. Voltou-se
para Parker, dizendo, “Já acreditas em mim? Não temos tempo a perder. Todos os dias
caem folhas, a um ritmo assustador. Tens de pôr em prática os teus planos, Parker”.
Aproximando-se dele, agarrou-lhe a mão direita e, com seus olhos cinzentos brilhantes,
penetrando fixamente nos de Parker, pediu: “Por favor”.f
No dia seguinte, ao ouvir a sua mãe a chamá-lo, Parker acordou, sentindo-se
perdido. Ao lado da cama, no meio do chão, estava uma pequena folha verde, uma das
folhas de Sakura. Motivado, levantou-se, e rapidamente, após tomar o pequeno-almoço,
chegou à escola. Correu para falar com todos os professores. (…) Estes, por sua vez,
tentaram divulgar as informações a professores de outros países e continentes. Por sua
vez, os diretores da escola falaram com autoridades locais e nacionais, organizando
pequenos debates. Este processo de comunicação, entre pessoas de todo o mundo,
demorou vários meses. Durante esse período, os problemas foram-se agravando,
confirmando a teoria de Sakura (…) A informação estava a circular, as medidas estavam
a ser aplicadas, mas a população em geral simplesmente não mostrava empenho numa
mudança. Pelo contrário, ignorava todo este movimento, criado por um rapaz de doze
anos. Jovens e adultos, absortos no mundo das tecnologias, vidrados nos ecrãs das
televisões e dos telemóveis, mostravam-se indiferentes, encolhendo os ombros perante
as notícias das televisões e manifestações nas ruas. Parker já não sabia mais o que
fazer. Meses passavam e Junho estava a chegar. Sakura, pálida e fraca, apenas tinha
algumas folhas. Então, Parker decidiu discursar para todo o Planeta. Em todos os países,
todas as cidades, a televisão transmitiu o discurso de Parker.
Parker subiu ao palco de uma grande cidade, em finais de junho. Milhares de pares
de olhos observavam-no, seguindo todos os seus movimentos. Na fila da frente, estavam
Presidentes de vários países, seguidos de Ministros. Ao fundo, estava a sua turma, que o
observava em silêncio. Parker começara o discurso, dirigindo o olhar a todo o auditório,
tentando olhar nos olhos da maior parte.
- Observem à vossa volta. Observem. Estão rodeados de quê? Qual o nome que
utilizam para vos descrever? Humanos. Supostamente, somos uma espécie que se
distingue das outras, por termos a capacidade de agir com racionalidade. Somos
considerados a espécie mais inteligente do planeta. A mais evoluída. A que tem
capacidade de adquirir conhecimentos. Mas também somos capazes do pior. Agora, não
olhem à vossa volta, olhem para vós próprios. Pensem nos vossos atos. Façam as
perguntas: “Eu sou um humano?”, “O que é que EU fiz para ajudar o planeta?”. Ao que
parece, a nossa única missão parece ser destruir. Matar. Queimar. Cortar. Derrubar.
Maltratar. Aniquilar. Contaminar. É chocante, mas é a realidade.
Fez uma pausa, prosseguindo após alguns segundos. “Mas já pararam por um
segundo e pensaram se estamos aqui sozinhos? Já pensaram se o planeta nos pertence?
Não. Não estamos sozinhos, e não nos pertence exclusivamente. É dos animais, dos rios,
mares e lagos, das plantas, do vento, do sol e da chuva. Eles estão aqui há muito mais
tempo que nós. Mas também o partilham connosco. E o que é que estamos a fazer? A
invadir, a destruir. (…) Vamos unir-nos. Podemos ter línguas e nacionalidades diferentes,
podemos ter oceanos e fronteiras a dividir-nos, mas o planeta é um só. Já só temos
algum tempo. Vamos lutar, não vamos desistir! É o meu, o vosso, o nosso futuro que
está em jogo! Nós temos todos os meios, vamos utilizar a tecnologia que está tão
desenvolvida. Vamos salvar o Planeta da vida.”
Um silêncio instalou-se na sala. Segundos mais tarde, a audiência rebentou de
palmas, de gritos e lágrimas! Comovida e motivada por um rapaz de doze anos, que
sempre fora criticado, a população agiu. A Humanidade acordou mas era tarde, já só
restavam duas folhas no corpo de Sakura. Quando o vestido branco, por baixo das
folhas, já era visível, as catástrofes desabaram. Terramotos, extremos de temperatura,
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doenças sem cura, longos períodos de seca instalaram-se, criaram um clima de
insegurança e loucura. Durante meses, repletos de intensos terramotos, chuvas e
tempestades, a população foi dizimada. A maior parte das crianças e idosos não resistira.
Os países mais pobres estavam completamente vazios.
Aí, o mundo silenciou-se. Um abalo sísmico grande fizera estremecer todo o mundo.
Parker desmaiou de fome e de sede, sozinho. Mas encontrou forças para se levantar.
“Por favor!” suplicou. As lágrimas cristalinas rolavam pela sua face, à medida que os seus
olhos amendoados se enrugavam de angústia. As pestanas húmidas e longas chocavam
umas contra as outras, lutando contra a chuva áspera que caía, num ambiente inóspito.
Inesperadamente, tudo em seu redor começara a ruir, levantando um fumo denso. Um
barulho forte, como um trovão, ecoou nos seus ouvidos. Com dificuldade, Parker abriu os
olhos, procurando-a. No chão, como um anjo caído, estava Sakura. Os cabelos dourados
encontravam despenteados, a sua face virada para o lado oposto e os olhos fechados. O
seu vestido azul celestial estava amarrotado por entre as pedras e ervas e sujo, pelo
fumo. Sem pensar duas vezes, Parker correu para Sakura. Segurou-a nos braços e soube
que o fim chegara. Uma dor forte instalara-se no seu peito, chicoteando-o. Parker
chorava compulsivamente. Não havia mais nenhuma folha. Abraçou-se a Sakura, mas
sentiu algo quente no seu pescoço. Afastou o cabelo e deu um grito que ecoou pelo
espaço. Toda a esperança perdida tinha sido recuperada. Levantou-se, e, utilizando as
lágrimas como fonte de energia, correu à procura da sua família. À procura de pessoas. À
procura de alguém. O ambiente agora era silencioso, assustador. Um fumo intenso
pairava no ar. Reuniu um pequeno grupo de sobreviventes e instalou na margem de um
rio, quase seco. Começou a explicar ao grupo que iriam viver na e da Natureza. Fracos,
os sobreviventes pediam para ele desistir. Mas, com um olhar fulminante, Parker
levantou o cabelo de Sakura e mostrou a todos a pequena folha verdejante, que se
encontrava no seu pescoço.
- Não podemos desistir agora. Ainda temos tempo. Até que a última folha
desapareça, até que o último animal morra, até que a última gota de água seque. Nós
podemos salvar o Planeta. Juntos.
Conto 6: BOTÃO: REINICIAR, Carolina Pinto da Costa, 11º ano
Data de edição: maio 2015
2º Prémio do XV Concurso Literário AEPL 2014/2015
Categoria Ensino Secundário
Chegara sábado, o dia pelo qual Pedro esperara toda a semana. Finalmente podia ir
comprar o jogo para o computador que desejava há meses. Dirigiu-se à loja que ficava a
poucos metros da sua habitação e lá dentro aproximou-se da prateleira, onde todas as
semanas observava, a partir da montra, o jogo “Ataque Fatal”, mas já lá não
estava.Desiludido, Pedro ia a sair, quando a funcionária se lembrou da possibilidade de
existir outro, em reserva, no armazém, que foi buscar. Era o seu jogo. Comprou-o e,
muito animado, regressou a casa.
No seu quarto tirou o CD e colocou-o de imediato no computador. Mal surgiu no
ecrã, iniciou o jogo. Nem tinha sido necessário ler as regras, visto que o tinha feito
anteriormente, na altura em que decidira comprá-lo. Assim, ele sabia tudo o que tinha de
fazer e que para vencer teria de destruir o máximo que conseguisse.
Primeiro, escolheu o local de ataque. De entre todas as hipóteses, ele optou pela
floresta, uma vez que aí haveria mais vida para destruir devido ao grande número de
espécies que esse habitat alberga. Feita a escolha podia começar. Inicialmente disparou
sobre os animais, desde as aves até aos grandes mamíferos, e cortou as árvores
utilizando todo o tipo de instrumentos, como machados e serras. Como desse modo
levava muito tempo, dado que tinha de matar um ser de cada vez, decidiu atear fogos
em vários locais, iniciando grandes incêndios que acabaram por devastar tudo.
Então apareceu no visor “Parabéns, destruiu as florestas! Ganhou 200 créditos.”.
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Repleto de felicidade pela sua conquista, desatou aos saltos e gritos. Foi quando a
mãe entrou no quarto para inquirir a causa de semelhante euforia:
- Pedro, o que estás a fazer?
- Estou a festejar, pois acabei de vencer a primeira etapa do meu novo jogo!
- Está bem, mas não te esqueças que é só um jogo! E não fiques muito tempo no
computador que faz mal – disse-lhe, saindo da divisão.
A sua mãe ainda não tinha acabado de falar, já ele estava, de novo, preso ao jogo.
Tinha de selecionar outro local, de maneira que clicou sobre a aldeia, sobre a qual
apareceu em maiúsculas e em cor negra a palavra “DESTRUÍDA”.
Como era aquilo possível? Ele ainda não tinha atacado aquele cenário. Tentou
também na cidade, mas surgiram as mesmas nove letras. Qualquer que fosse a opção, o
resultado era o mesmo. Até que, por fim, surgiu no computador “O planeta está todo
destruído! Bom trabalho” e, por baixo, os símbolos de saída e reiniciar.
Ele não conseguia entender o que estava a acontecer. Tinha lido todas as
informações sobre aquele jogo e nada explicava essa situação. Não sabia o que fazer.
Começou a clicar nas teclas para ver se surgia mais alguma coisa e, do nada, sentiu
uma força. Não era uma força como aquela que sentia quando era empurrado, mas uma
força sobrenatural que o puxava lentamente. Após alguns segundos, a sensação
intensificou-se e ele foi arrastado para dentro do monitor.
Aquelas imagens que vira no ecrã pareciam agora muito reais. Ele estava dentro do
jogo e podia ver, em primeira mão, os estragos que tinha causado. Estava naquilo que
restava da floresta. Observava as cinzas por todo o lado, restos de animais mortos e
raízes de plantas que tinham sobrevivido às chamas. Ao longe mirava a cidade danificada
e, ao pensar em aproximar-se, foi transportado para lá pelo próprio pensamento.
Os prédios encontravam-se arruinados e tinha havido alguns acidentes na rua, mas a
maior destruição era, sobretudo, ao nível das pessoas. Conseguia ver indivíduos caídos
no chão, com a mão no peito como se tivessem ficado sem ar. Outros, muito magros e
pálidos, estavam encostados a um canto.
Pedro já não aguentava ver mais nada. Todas aquelas figuras aterravam-no e
começava a sentir remorsos pelo que fizera. Ele tinha sido o culpado e, por isso, tinha de
sair dali para resolver o problema. Vagueou para ver se encontrava alguma saída e nada.
Quando, por fim, desistiu, começou a ouvir um som. Parecia que alguém o chamava.
De repente, abriu os olhos. Via as paredes azuis do quarto e, ao seu lado, a mãe.
- Não te disse para não estares muito tempo no computador? – interrogou a mãe
com um ar autoritário - Tanto jogaste que adormeceste.
- Adormeci? Então nada foi real…- interpelou Pedro confuso.
Enquanto a mãe abandonava o quarto, Pedro olhava para o computador. Tinha a
imagem final do jogo, com os mesmos dois símbolos. Após aquilo que viveu e sentiu no
interior do jogo ele não queria voltar a pôr os olhos sobre tanta destruição. Clicou no
reiniciar, para que o planeta pudesse regressar ao estado natural, sem a sua ação.
No entanto, ele sabia que na realidade não existia esse botão mágico que melhora a
situação, voltando a dar vida aos animais e plantas que suportam o mundo. Não se pode
reiniciar depois da destruição, mas pode-se impedir que esta aconteça.
Tendo isso em mente, Pedro deitou o jogo fora e decidiu ajudar a proteger o planeta,
não só da sua ação como também da dos outros.
Conto 7: COM TODA A MINHA ESPERANÇA, Bruno Rebelo, 10º ano
Data de edição: maio 2015
3º Prémio do XV Concurso Literário AEPL 2014/2015
Categoria Ensino Secundário
O ano é 2036. A raça humana enfrenta o seu pior desastre e não existe forma de o
impedir. Durante anos, cientistas e ativistas tentaram avisar a população. As últimas
gerações chegaram até mesmo a estabelecer medidas, para lutar contra esse horror,
mas nada resultou. Já era, porém, tarde demais. Não existe ninguém no mundo que
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consiga impedir isto… O planeta Terra está a morrer. As árvores pararam de crescer,
assim como a relva, as flores, as plantas… Os rios estagnaram. O nível das marés
aumentou, passando quaisquer limites, que impediam o oceano de tomar a terra. A
camada de Ozono é apenas uma história contada aos mais novos, a fim de os reconfortar
à noite. As grandes florestas do planeta desapareceram.
Tudo começou em 2015, quando nos deixamos de preocupar. Ficamos tão
absorvidos com as nossas próprias vidas, com as selfies, com o iTunes, os iPhones, e os
iPods, que nos esquecemos do que nos rodeava. Desistimos do nosso próprio Planeta, e
consequentemente, ele desistiu de nós.
Em 2018, as alterações climáticas já se notavam. Nesse ano, as temperaturas
subiram e alcançaram extremos, causando mudanças excessivas nos ecossistemas.
Algumas espécies entraram em extinção. Contudo, para nós, eram insignificantes – que
mal poderia causar a perda de uma ou outra espécie de pássaro? Em 2024, a cadeia
alimentar fracionou, assim que algumas espécies começaram a desaparecer. Os campos
já tinham sido saqueados pelos mais perspicazes, que perceberam logo o que estava a
acontecer. A produção de alimentos cessou completamente e a que existia precisou de
ser racionada, de modo a suportar cidades inteiras. Em 2029, a falta de alimentos
tornou-se constante e os assaltos e saques, que já existiam, pioraram, resultando em
violência e mortes. Como a população estava subnutrida, as doenças aumentaram e as
infeções espalharam-se, em vagas de epidemias, impossíveis de conter. (…) Então, em
2034, fizemos o possível para sobreviver, escavando túneis. Escrevo esta mensagem do
subsolo, onde o ar é filtrado, antes de chegar aos nossos pulmões.(…) Pelo que me
disseram, dois terços da população mundial morreram, fazendo de mim e do meu
pequeno grupo dos poucos sobreviventes restantes…
Ainda guardo algumas memórias de quando era mais novo. Tudo era simples. Eu
brincava na rua com os meus amigos, até altas horas da noite, entre as árvores e sobre
a relva. Corríamos sem qualquer preocupação, respirávamos aquele ar tão puro… tão
doce. Guardo belas recordações daquele aroma simples e das brincadeiras dos meus
amigos. Contudo, não vale a pena vaguear em memórias de há muito tempo. Agora já
não interessam, estão todos mortos. Lembro-me das campanhas lançadas para reduzir a
produção dos resíduos, lembro-me de quando ainda gritavam nas ruas “Salvem o
ambiente!”, lembro-me de como tudo era tão diferente naquela altura. Neste momento,
esse mundo da minha infância já não existe, guardo-o na minha memória, como um
deleite raro. O mundo mudou tanto, e tudo porque menosprezamos o local em que
vivíamos, rompendo o frágil equilíbrio da natureza.
O planeta ruiu. Qualquer biodiversidade existente desapareceu e toda esta desgraça
começou. Se ao menos alguém estivesse a ler isto, alguém do passado… Talvez tudo
fosse diferente. Talvez a minha família ainda estivesse viva. Devíamos ter mudado
enquanto podíamos, nós tínhamos todas as possibilidades. Tínhamos os painéis solares,
as turbinas eólicas, a tecnologia estava toda lá, mas preferimos usá-la para coisas fúteis.
Por vezes, penso que este futuro é o nosso castigo. Esta é a minha última mensagem.
Tal como os outros, também eu desisto! Estou farto de viver sem conseguir ver o sol, a
não ser por pequenos orifícios nas paredes, estou farto de comer comida de lata, como
se fosse um animal em cativeiro. Não consigo suportar o facto de os corpos dos meus
antigos companheiros estarem a repousar num quarto com a porta fechada, de modo a
evitar que os ratos e as baratas, que se alimentam dos seus cadáveres, consigam chegar
ao resto da base. Qualquer um que vivesse neste lugar daria em louco, e eu admiro a
minha própria lucidez, por ter aguentado tanto tempo.
Nesta mensagem, deixo todo o meu desespero e a minha esperança. Já estou velho,
apenas me recordo que este lugar começou com vinte membros. Na semana passada, o
grupo ficou reduzido a um: eu. O meu companheiro de quarto faleceu de gripe, já não
aguentava mais, pobre coitado. Infelizmente, concordo com ele. Para quê lutar? Não
existe nada lá fora, a não ser o odor permanente a morte, desastre, agonia e sofrimento.
Todos aqueles que eu alguma vez amei, protegi ou olharam por mim, já estão mortos há
muito tempo. Hoje, finalmente, morro eu.
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Com medo de o perder nomeio o mundo…
Vitorino Nemésio (1901 -1978)
5. PÁGINAS DE BABEL
No século XXI, as línguas configuram uma Babel de povos e culturas, nas suas formas de
nomear o mundo e de o representar por signos, em comunicação múltipla.
As Páginas de Babel constituem um espaço aberto à expressão e à comunicação, em
diferentes línguas estrangeiras, no entendimento da essencialidade e funcionalidade do
conhecimento linguístico, para a construção pessoal e profissional do jovem, enquanto
cidadão de um País, da Europa e do Mundo. É nesta perspetiva plural que as páginas
seguintes se abrem à comunicação em outras línguas e projetos.
CLUBE EUROPEU – 10 ANOS (2006-2016)
“No Parlamento Europeu para Jovens incitei a minha voz e a minha arte de
bem argumentar, tornando a minha posição face à minha língua mais firme e
fundamentada. Estes aspetos são as bases essenciais da língua, da palavra e
da compreensão, não só dos outros, mas também de nós próprios.”
7-6-2010, Ana Cláudia Proença (11º ano, 2009-2010)
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Texto 1: PEJ, A WAY OF LIFE – 12º A
Data de edição: fevereiro 2016
PEJ gives us an opportunity to meet great people, from delegates to officials.
Sara Câmara, Inês Oliveira
PEJ isn´t just an extracurricular activity, but it’s a way of life, which can only be
understood by experiencing it. It changes people, helping them to develop their skills and
to express their personality. In the end, we all feel like a family.
Carolina Costa, Gonçalo Rodrigues
PEJ gives us unforgettable experiences that we will always remember, despite the path
we choose in the future.
Joana Sabino, Ana Santos
Texto 2: A REALIDADE PEJISTA, Carolina Costa, nº11, 12º A
Data de edição: fevereiro 2016
O PEJ… O PEJ…
Bem, este é um projeto que não pode ser explicado, mas vivido.
No entanto, vou dar o meu melhor para traduzir o que significa para quem tem o
privilégio de o experimentar.
Visto de fora, pode parecer apenas mais um debate, um mar de gente doida, bem
vestida, a fazer jogos estranhos. Contudo, quem o experiencia, sabe que isso é apenas
um pequeno detalhe (e não o mais significativo) da sua definição.
O PEJ não é uma atividade extracurricular para preencher currículo ou para poder
faltar um dia às aulas. Eu digo-vos: se fosse por isso, muitos já tinham desistido.
O PEJ é o trabalho, o esforço, a ambição de um grupo de alunos que se junta para
ser mais do que um indivíduo. Para que a força do nós permita o pensamento crítico, a
partilha de opiniões e, mais importante, o desenvolvimento da pessoa. No PEJ tudo é
possível, daí que a primeira coisa que nos é dito, quando entramos, é “Think outside the
box”. “The box”, a caixa, é o mundo a que estamos habituados e a que nos
acomodamos. Aqui podemos e devemos sair dessa caixa que nos aprisiona e limita,
expressar quem somos e o que pensamos, sem medos, sem receios, visto que todos
estão cá para nos apoiar. Deste modo, é um lugar onde somos livres, onde podemos tirar
os pés da terra e voar.
Claro que é preciso trabalhar! Na vida nada se concretiza sem trabalho. Mas aqui há
garantia de recompensa e diversão pelo meio!
O PEJ é feito por quem participa. Aqui não nos restringem a uma sala de aula e aos
planos curriculares definidos, mas a problemas atuais, que todos queremos solucionar.
Conhecemos pessoas novas, construímos amizades, partilhamos experiências, sendo
que, no fim, somos todos como uma grande família. O PEJ traça caminhos e ajuda a
construir cidadãos envolvidos na sociedade em que se encontram inseridos.
No fim de mais uma sessão, agora como chair, neste que marca o 10º ano do Clube
Europeu, estou mais convicta de que esta é uma experiência inigualável. A oportunidade
de guiar um comité permitiu-me verificar que o PEJ confia nos alunos e nas suas
capacidades e dá-lhes poder. Assim, o PEJ é feito por alunos e para alunos!
Texto 3: O NASCIMENTO DO CHAIR, Ângelo Teixeira, nº2, 12º B
Data de edição: fevereiro 2016
Fernando Pessoa, a certa altura, disse: "Deus quer, o homem sonha, a obra nasce".
Neste caso eu sonhei, as professoras acreditaram, o chair nasceu. Tudo começou na
sessão do ano anterior para o 9º ano. Provavelmente iria ser orga... ou journo... mas
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algo despertou em mim quando estavamos a fazer a seleção. Disse que queria ser chair.
Algo surpreendente na altura, era tímido. Mas acreditaram em mim.
Fui co-chair e isso permitiu-me adquirir tanto o à vontade como as qualidades, ou
parte delas, para esta sessão, que foi, acima de tudo, uma surpresa. Antes de qualquer
sessão nunca se sabe do que os delegados são realmente capazes, nunca se sabe do que
nós somos realmente capazes e eu posso dizer, finalmente, que eles superaram as
minhas expectativas. O mais satisfatório foi ver o interesse em relação ao projeto que,
no início era pouquíssimo, e no final já só querem outra sessão, o mais rápido possível.
Muitos devem achar que o objetivo do PEJ é escrever uma moção, ou até debatê-la.
Não. O PEJ é mais do que isso, o PEJ é uma experiência a repetir, quer se seja delegado
ou oficial. Poucos são os que não querem voltar a participar. Foi isso que tentei passar
aos delegados. Afinal são eles os próximos officials... E penso que consegui.
No final, sinto-me realizado. Tratando-se do PEJ, só quero outra sessão...
Texto 4: PEJ, A PERSONAL EXPERIENCE, Afonso Santos, nº1, 12º A
Data de edição: fevereiro 2016
I was in four different PEJ sessions, and I enjoyed each of those marvellous
experiences. Nevertheless, I’m still amazed with the impressive students that integrate
this project and relate to me, creating friendships and improving myself.
Clube Europeu’s addictive project, Parlamento Europeu dos Jovens, taught me to
always try to be a better person and because of that trust that was given to me at such
young age I believe we should always try to empower the youngsters. As the coordinator
of this project said, “The classroom is too small for us to get to know and potentiate the
many talented young people”, and this means that we should also acknowledge that nonformal education captivates, energizes and recognizes the “inner-self” of everyone.
PEJ is the paddle of a boat, and we need to recognize it. To “sum-up” everything, PEJ
is a (P)ersonal realization experience, that (E)motionally leads us to the greatest
pleasure, the (J)oy of being a part of something so spectacular.
Texto 5: SUM-UP SPEECH, Pedro Sousa, nº25, 11ºB
Data de edição: fevereiro 2016
As Aayan Hirsi Ali once said: “Tolerance of intolerance is cowardice.”. This is the
reason why we must not accept indifference when it comes to this issue. Indifference
leads to passivity. Passivity leads to the unspoken, yet no less harmful, acceptance of the
words and acts defended and perpetrated by those ruled by fear and those who, through
fear, seek to rule others. THIS IS NOT THE WAY! THIS IS NOT THE EUROPEAN WAY!!!
Europeans will not be ruled by fear! We must remember what Europe stands for…
FREEDOM, UNITY, PROSPERITY, PROGRESS… all of which can only come through
INNOVATION. Without innovation we cannot advance. Without youth we cannot advance!
And we are losing far too many of our youngest ones to the morally bankrupt causes of
Jihad’s senseless violence. Almost 2000 French teenagers have fled to either Syria or
Iraq until now.
And to aggravate this issue there are now hundreds of thousands of desperate
families arriving in Europe’s shores, similar in everything to ours: in their care and
affection for each other. The only thing that separates us from them is the country where
we were born, where we have lived, the colour of our skin, the nature of our beliefs. I
urge you to celebrate the extraordinary courage and contributions of refugees, past and
present. Einstein himself was a refugee! And while they don’t have a choice, YOU DO.
You can choose to respect the values for which the E.U. was founded. You can
choose not to fall victim to fearmongering and to those who want to raise barriers
between civilizations. You can make a difference. You can be the difference.
Thank you!
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ATIVIDADE “E SE AS MÃOS FALASSEM…”
A atividade “Se as mãos falassem…” foi desenvolvida no âmbito da iniciativa “Viver os
Afetos”, dinamizada pelos Projetos Educação para a Saúde e Comunicar, tendo sido
realizada por alunos do Ensino Básico e Secundário.
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Texto 6: PRIDE AND BEWILDERMENT, João Alves Silva, nº19, 12º A
Data de edição: fevereiro 2016
How can one begin to define PEJ? PEJ is, in theory, a frankly boring idea: it is
demanded of students that they study a problem during two months and in that time
come up with solutions for that problem, while evaluating others’ solutions for other
problems. It doesn’t exactly scream excitement when viewed from afar.
But actually participating is another thing, entirely.
PEJ is an immersive experience. It’s paradoxical. It’s mainly a debate of ideas, so it
should be highly rational. But what it actually comes down to isn’t brains, and you
probably won’t remember much of what was said in the debate anyway (even though
saying you won’t learn anything would be perhaps the most ridiculous thing one could
say about PEJ). In the end, PEJ is about heart. It’s about being who you are. It’s about
proving that there is more than one way to learn. It’s about getting to know people and
getting to know the world. It’s about being part of something bigger than ourselves.
When you’re in a committee, a group into which each delegate, or participant of the
debate, is chosen, you learn what it’s like to form an opinion and to present arguments,
defending your colleagues and inspiring them, and yourself, to change the world one day.
You may never be able to do so, but thanks to PEJ, you’ll never stop trying.
This year, I was a chair, which means my job was to motivate and guide others into
being able to come up with solutions for the problem assigned to us. I had loved being a
delegate, mostly because I had great chairs, and that was the reason why I was so
nervous for being one for the first time. It depended on me whether these kids (barely a
year younger than me) would actually have fun or if they would just think this experience
was a ridiculous waste of time.
My worries were for naught. Never were my delegates anything short of amazing.
Not one of them failed a single time to give everything they had, once it was needed. Not
one of them was ever any less than absolutely motivated. There were eight of them, but
they worked as if they were twenty, and they gave me the most exhausting, stressful,
anxiety-provoking, blood-curling, fantastic, beautiful and overall satisfying sixty days of
my life. They might think I was a great chair (obviously, I wasn’t) but, in truth, they
were prodigious delegates. What I gave them, some meagre and ultimately insignificant
knowledge, was nothing, when weighed against their gift to me: the pride I felt every
time they spoke in the debate, the ferocity with which they defended their positions, the
inspiration they gave unto others (and unto me) when they delivered their speeches and
the fun they had while performing in the Euroconcert, that was the real prize.
I cannot begin to thank them for what they’ve made me feel. I will never forget
these emotions and I will never forget them, those amazing people. That is what makes
PEJ great.
Texto 7: PEJ, A BIG FAMILY, Anabela Bastos, nº7, 12º A
Data de edição: fevereiro 2016
Well, what can I say? It is a roller-coaster; it has its ups and downs. The ups being
the reward and feeling of pride that we get after the debate because it is our job as
delegates or it is our delegates’ well done job when we are chairs, the friendships that we
make, the fun that we have all together as a team, the pizza that we eat on the day of
the session, and the Euroconcert. Of course, it has its downs like the feeling of longing
when all the work is done and everything has gone by and the fights that we might
possibly have amongst us, as officials or as delegates.
Well, that is all part of the experience that PEJ has to offer. It shows us what life is
made of and that it is not only our own happiness that matters, but the happiness we all
experience as one. We may cry at the end of the day because it is when the desire for
more of this adventure and the loneliness will strike us the most. But there is one thing
that I am now sure of: you will not cry alone because once you are in, you cannot leave
this family.
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Texto 8: O QUE É O PEJ? Bruno Rebelo, nº 6, 11º E
Data de edição: fevereiro 2016
O que é o Parlamento Europeu dos Jovens ou, mais usualmente, o PEJ? É realmente
difícil explicar o que é o PEJ. Cada pessoa vê o PEJ de uma forma diferente, mas todos os
participantes concordam que o PEJ é, no mínimo, uma grande aventura.
Meses de trabalho, inúmeras reuniões, zangas, discussões e risos. Há tanta coisa que
define o PEJ para um delegado, principalmente a ideia de que o PEJ não é nada daquilo
que se tinha pensado. A maior parte dos alunos vê o PEJ como mais uma atividade. Os
mais tímidos nem sequer imaginam candidatar-se, mas com um empurrão lá vão, e
assim começa a montanha russa emocional, a que chamamos PEJ.
Depois de toda a preparação chega o grande dia. Os delegados acordam mais cedo,
os CHAIRS enviam-lhes mensagens para não se atrasarem, os ORGAS já têm tudo
pronto e a sessão começa, com debates ardentes, troca de ideias espontâneas e
respostas diretas. O stress está sempre no ar, quando chega a hora de defender a
própria moção. Nessa altura, post-its voam entre os membros da mesma delegação, só
para haver a certeza de que aquela ideia não é posta de parte. Chega o fim do dia, os
discursos estão concluídos, os delegados exibem um sorriso de satisfação pela moção ter
passado, e a hora do Euroconcert aproxima-se. Depois de uma fatia de pizza, começa o
grande espetáculo. Assim que este acaba, os delegados veem o dia a passar-lhes pela
frente. A adrenalina começa a fazer efeito, as lágrimas correm pelas caras e os abraços
começam a ficar mais apertados. “Só queria repetir isto.”, “Não acredito que já acabou.”,
“Tenho de estar aqui para o ano.”
Participar no PEJ é, assim, algo incrível. É fenomenal o sentimento de superarmos
os nossos medos e conseguirmos expressar as nossas opiniões. É excecional subir ao
palco e ter toda a gente a olhar-nos, enquanto fazemos um discurso que representa
muito trabalho, pesquisa e esforço, e ouvimos os aplausos, no fim. Por isso, como afirmei
anteriormente, o PEJ é uma montanha russa emocional, e a melhor forma de a
experimentar, é deixar-se levar por ela.
Texto 9: HEALTH AND FITNESS, Maria Fernandes, nº10, 9ºC
Data de edição: março 2016
In my opinion there are a lot of ways to become healthy! I think I’m a healthy
person, I have a balanced diet, I don’t eat junk food regularly and I drink soda but not
every day!
If your goal is to be fit and healthy you should drink a lot of water, get enough sleep,
do exercise regularly, eat healthy food and you shouldn’t skip meals or eat foot with a lot
of salt and sugar and you must want to stop being a couch potato.
And one more thing: you’d better stop making all those excuses to avoid doing
exercise! That won’t help you.
Texto 10: HEALTH AND FITNESS, Lília Paiva, nº17, 9ºA
Data de edição: março 2016
From my point of view it’s very important to be healthy and for that I should do kore
exercise but I really don’t like doing it because I hate sport clothes and I’m so lazy and I
make some excuses to avoid doing exercise like: “It’s so cold or hot”, “exercise is
boring”, and I’m bad at sports, it’s honestly, embarrassing. I prefer watching series and
films on my computer or tablet than doing exercise.
To be healthy I need to eat breakfast every day because it’s the most important
meal of the day. I avoid eating food high in sugar, fat and salt. I love fruit very much,
including apples, I eat some every single day and they’re so good! I like other fruit, of
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course, like kiwis, peaches and bananas. I also like fast food restaurants but I rarely eat
there because, obviously, the food is unhealthy. I drink much water every day and I also
drink milk when I have cereals for breakfast.
It’s important to get enough sleep, at least eight hours a day and avoid smoking
because of the diseases such as cancer. In my opinion cigarettes are horrible they take
people’s lives and it’s so sad to think that they weren’t careful and died because of them.
Texto 11: HEALTH AND FITNESS, Margarida Completo, nº18, 9ºA
Data de edição: março 2016
In my opinion to be a healthy person you need to have a balanced diet, like
vegetables, fruit, cereals, and lots of water, but that is not enough. To be healthy we also
need to do exercise, have enough sleep and try to avoid food high in fat and sugar.
People who smoke should try to quit because that can damage their health. It’s a good
idea to go to the doctor and to the dentist regularly. You shouldn’t ignore stress or signs
of anxiety.
I think I am a healthy person. I know I could do more exercise but, at least, I try to
be one. I don’t do any sport but I walk every day from my school to my house. I think
that’s a kind of sport.
Texto 12: MA JOURNÉE, David Levi Mota, nº 7, 7º E
Data de edição: fevereiro 2016
Je me lève à sept heures.
Je prends une douche et, ensuite, je prends le petit déjeuner avec mes parents.
Après le petit déjeuner, je me brosse les dents.
Je vais à l’école à huit heures, parce que mes cours commencent à huit heures et
demie. Le lundi matin, j’ai portugais, maths, français, géo et physique et chimie. Après
les cours, je déjeune à la cantine avec mes amis. L’après-midi, les cours commencent à
quatorze heures quarante. J’ai anglais et éducation technologique.
Après les cours, je rentre chez moi. Je regarde la télé avec mon frère. Ensuite, je
sors le chien et je descends la poubelle. Puis, je fais mes devoirs. À huit heures du soir,
je dîne avec mes parents et mon frère. Après le diner, je débarrasse la table avec ma
mère. Ensuite, je prépare mon matériel scolaire pour le jour suivant. Puis, je lis un livre.
Je me couche à dix heures et demie du soir.
Texto 13: L’ALBUM DE CLASSE, Inês Ferreira Sousa, nº 10, 7º E
Data de edição: fevereiro 2016
Je m´appelle Inês. J´ai 12 ans.
Mes copains m´appellent «Sousa», parce que c´est mon nom. Je suis sympa,
sensible et imaginative, mais je suis bavarde et peu organisée. Dans mes temps libres, je
fais de la danse, j’écoute de la musique et je regarde la télé.
J´aime beaucoup jouer au badminton.
Texto 14: L’ALBUM DE CLASSE, Nuno Silva, nº 18, 7º F
Data de edição: fevereiro 2016
Je m’appelle Nuno Rodrigo. J’ai treize ans.
Mes copains m’appellent « Nuno » et ma famille « Rodrigo ». Je suis doux,
sympathique, mais timide et peu organisé. Dans mes temps libres, je fais du vélo et je
joue à des jeux vidéo. J’aime bien le handball.
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Texto 15: L’ALBUM DE CLASSE, António Tondela, nº 4, 7º F
Data de edição: fevereiro 2016
Je m’appelle António. J’ai douze ans.
Mes copains m’appellent « Tondela », parce que c’est mon nom.
Je suis amusant, courageux et sympathique, mais je suis un peu paresseux et
bavard.
Dans mes temps libres, j’écoute de la musique, je joue au foot et à des jeux vidéo.
J’aime bien jouer au foot, mais je n’aime pas faire du roller.
Texto 16: L’ALBUM DE CLASSE, Jénifer Martins, nº 13, 7º F
Data de edição: fevereiro 2016
Je m’appelle Jénifer. J’ai douze ans. Mon père est né au Cap-Vert, mais je suis
portugaise.
Mes copains m’appellent « Jeny », parce que c’est mon surnom.
Je suis intelligente, amusante et sociable, mais je suis têtue et peu organisée.
Dans mes temps libres, je fais du skate et je joue à des jeux vidéo.
J’aime beaucoup la danse.
Texto 17: L’ALBUM DE CLASSE, José Pedro Vaz, nº 15,7º F
Data de edição: fevereiro 2016
Je m’appelle José Pedro. J’ai treize ans.
Je suis sympa et calme, mais je suis un peu introverti.
Mes copains m’appellent « JP », les initiales de mon prénom.
Dans mes temps libres, j’écoute de la musique et je joue à des jeux vidéo.
J’aime faire du vélo.
Texto 18: L’ALBUM DE CLASSE, Leonor Silva, nº 16, 7º F
Data de edição: fevereiro 2016
Je m’appelle Leonor. J’ai douze ans.
Je suis indépendante, affectueuse et intelligente, mais je suis orgueilleuse et têtue.
Mes copains m’appellent «Léo», mon surnom.
Dans mes temps libres, je fais du patinage et je lis un bon livre.
J’aime bien ma chatte Mia.
Ma matière préférée, c’est le français. Je n’aime pas l’anglais, parce que c’est
difficile.
Texto 19: LUZ DE MI VIDA, Andreia Santos, nº 4, 9º G
Data de edição: fevereiro 2016
Eres la luz de mi vida, eres el rayito de luz que ilumina mi alma y mi corazón, porque
en los momentos que más te necesité ahí estuviste para volver a encender la llama de mi
corazón.
La distancia y los mares dividen nuestro corazón, pero ni la distancia ni el mar van a
acabar con lo que el amor me da.
Eres la luz de mi vida, te quiero más que mi amor y si no fuera pecado te querría
mucho más.
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Texto 20: EN NUESTRAS VIDAS, Maria Fernandes, nº 10, 9º C
Data de edição: fevereiro 2016
En nuestras vidas
Tenemos amores y desamores
Pero nuestros amigos
Están allí en todas las situaciones.
No tengo muchos
Pero mis amigos
Son los más verdaderos
Y los más divertidos.
Texto 21: LA VERDAD Y LA MENTIRA, Joana e Rita, nº19 e nº3, 9ºG
Data de edição: fevereiro 2016
La verdad y la mentira
Son dos cosas opuestas
Escoje siempre la verdade
Si no tus amigos te cerrarán las puertas.
La ilusion y la realidad
Por veces son confusas
Nunca te pierdas en tus sueños
Si no, no tendrás el éxito que buscas.
Texto 22: EL AMOR, Fabio Girão e Gonçalo Sampaio, nº14 e nº16, 9º G
Data de edição: fevereiro 2016
Nunca hagas con el amor
Lo que un niño hace con su pelota
Pues si juegas con la pelota no te hieres
Pero si juegas con el amor te herirás
Esperé a que volvieras
Durante dias, semanas, años
Quizás toda la vida
Desde que tengo memoria
Y nunca volviste
Siempre tú, en mi sueños
Siempre tú, en mis esperanzas
Siempre tú
Y, ahora que te vuelvo a ver
¡ Qué suerte!
Ya no te necesito…
Texto 23: TU ROSTRO, Tatiana Rebelo, nº13, 9º C
Data de edição: fevereiro 2016
La belleza de una rosa no tiene
Comparación com la dulzura
De tu rostro y la hermosura
De tu corazón.
Texto 24: SER FELIZ, Bruna Rodrigues, nº7, 9º G
Data de edição: fevereiro 2016
Muchos piensan que
Amar es ser feliz.
Vivimos en las nubes,
Cobrimos los cíelos con
Nuestros sentimentos y
Entrelazamos nuestras almas
Con quién las sostiene.
Texto 25: TENER MUCHOS AMIGOS, Lúcia Carvalhais, nº8, 9º C
Data de edição: fevereiro 2016
Tener muchos amigos o pocos, eso no interesa, pues muchos de ellos pueden no ser
amigos de verdad. Tener una verdadera amistad es muy importante en la vida, pues
nunca olvidaremos un amigo o una amiga verdaderos.
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6. TEMPO DE POESIA
O projeto Comunicar privilegia a poesia nesta secção. A poesia é a árvore da vida, feita
de palavras e de versos, de nuvens e de sonhos, de interrogação e de desespero,
cristalizados em sílabas que interrogam, revelam, deslumbram e permanecem.
Os nossos jovens poetas cantam, no ritmo cadenciado das suas palavras, a vida e o
amor, em vislumbre da vida que se contempla do alto da frescura da juventude, feita de
porquês e de angústias, mas também de calma contemplação e de serena alegria...
Texto 1: LER, Matilde, Pedro António, Mariana Sousa e Tiago Rodrigo, 3.º F da
EB do Padrão da Légua
Data de edição: outubro 2015
Eu gosto muito de ler
Porque me ajuda a aprender
Para o mundo conhecer
Um livro hei de ler.
Matilde
O meu prazer de ler
Tem muito que saber
Mas para saber escrever
Preciso de aprender.
Mariana Sousa
O prazer de ler
É gostar de aprender
Gostar de escrever
E saber viver!
Pedro António
É bom ler, é bom escrever.
Não consigo ler sem estudar
Este é o meu prazer de ler.
Na escola vamos muito trabalhar.
Tiago Rodrigo
Texto 2: EN LA PLAYA, Daniel Machado, nº7, 8º G
Data de edição: fevereiro 2016
Estaba en la playa
Mirando el mar
Tú apareceste
Mi corazón empezó a disparar.
Eres tan bonita como el sol
Tus cabellos son como el mar
Onda atrás de onda
Empiezas a encantar.
Voy a estar contigo
No sé si lo consigo
No sé como te digo, pero
¿ Quieres enamorarte de mí?
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Texto 3: LA AMISTAD, Isabel Pena, nº4 9º C
Data de edição: fevereiro 2016
La amistad es un sentimiento
indescritible
Tener amigos de verdad es muy bueno,
Porque tenemos siempre alguién a quién
Podremos contar nuestros secretos.
Cuando estamos tristes son nuestros
Amigos que nos hacen sonreír y nos
Hacen olvidar la tristeza.
Texto 4: AQUELA PALAVRA, Ruben Pedroso, nº29, 12ºB
Data de edição: janeiro 2016
A ação mais bela, mais clara
Movida pela pureza, pela mais
Aquela palavra, que cria e respira,
Amável e misteriosa saudade…
Mística Rainha com coroa interior…
Reproduz o bem e retira o vil.
A responsável por todo o início
“Aquela palavra está no início…
Renasce e recria o dia exterior.
No início de todas as linhas…”
Texto 5: BELEZA INFINITA, Ana Cardoso, nº 2, 10º F
Data de edição: janeiro 2016
Tu não és a tua idade,
Nem o tamanho da roupa que vestes,
Tu não és um peso,
Ou a cor do teu cabelo.
Tu não és o teu nome,
Ou as covinhas nas tuas bochechas.
Tu és todos os livros que lês,
Tu és a tua voz rouca da manhã
E os sorrisos que tu tentas esconder,
Tu és a doçura do teu riso,
E cada lágrima que choraste.
Tu és a música que cantas tão alto,
Quando sabes que estás sozinho.
Tu és os locais onde já estiveste,
E aquele que tu chamas de lar.
Tu és o que tu acreditas,
E as pessoas que amas.
Tu és as fotos no teu quarto,
E o futuro que sonhas.
Tu és feito de tanta beleza,
Mas parece que o esqueceste.
Texto 6: PAISAGEM, Rúben Silva, nº14, 1ºB
Data de edição: janeiro 2016
A paisagem é beleza
O amor é luz acesa
O universo é sentença
Paisagem provoca sentimento
Amor provoca tristeza
Universo provoca incerteza
Situação contém Amor
No momento da Paisagem
Que pertence ao Universo
Texto 7: NÃO MINTO, JÁ DISSE, Ruben Pedroso, nº29, 12ºB
Data de edição: janeiro 2016
Que posso eu dizer
Que tenho para revelar?
Um nada. Nada para fazer.
Já chega de tentar.
Tentar acrescentar é mentir…
Realidade anti-revolucionária
Não é segredo. Refletir
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É a chave dita necessária…
Mas para quê mostrar
O que nada posso,
O que nada consigo
De qualquer forma observar…
Talvez seja disfarce…
Texto 8: TEMPOS QUE JÁ LÁ VÃO, Ricardo Pinto, nº13, 1ºB
Data de edição: janeiro 2016
O tempo passou
a infância cresce
a idade avança
e a saudade aumenta
onde o sol ardia
o gelado derretia
a areia queimava
e a água arrefecia
Tempos que já lá vão
saudade do mar
saudade da praia
Tempos que já lá vão
mas que sempre ficaram
Texto 9: SAUDADES DESSE TEMPO, Vera Nunes, nº18, 1ºA
Data de edição: janeiro 2016
Saudades desse tempo
Sem chuva nem vento.
Às vezes tento
esquecer o momento,
porque cada coisa
vem a seu tempo.
Saudades do calor
e dos mergulhos,
das ondas
e dos seus barulhos.
Vamos passar o tempo à frente,
fazer de modo diferente,
tornar o mundo mais contente
e o tempo mais quente.
A chuva deixa qualquer um triste,
insiste e não desiste.
Por que não paras?
Volta, calor, por favor…
Texto 10: A SAUDADE, Liliana Lima, nº13, 1ºA
Data de edição: janeiro 2016
Saudade de ti
Saudade que mata
Como se estivesses aqui
Mas na minha estrada
Daquele acidente
De uma porta partida
Lembro-me daquele dente
Como da minha vida
Lembro-me de teus olhos
Verdes acastanhados
Ouço tua voz
Como se estivesses a meu lado
Meu amor eterno
Contigo irá ficar
Mesmo no inverno
De ti me irei lembrar
Cada momento passado
Nunca será esquecido
No coração está guardado
Aquele momento vivido
Estarás sempre comigo
Mesmo que esse sempre não exista
Estarás no meu caminho
Sempre na minha pista
Texto 11: AMAR, Salvador Santos, nº21, 5ºE
Data de edição: fevereiro 2016
Meu nome é amar,
Meu sobrenome é sofrer,
Meu apelido é sonhar,
Sonhar em te ter.
83
ATIVIDADE “VIVER OS AFETOS” NO AEPL
Numa época em que a razão e a emoção insistem em continuar desvinculadas, os
Projetos Comunicar e Educação para Saúde celebraram o Dia dos Afetos… pois estes são
a bússola imprescindível para uma existência mais autêntica e feliz.
EB Araújo
EB Leça do Balio
84
EB Gondivai
EB Padrão da Légua
85
Texto 12: O AMOR, Beatriz Lopes, nº4, 5ºE
Data de edição: fevereiro 2016
O amor é como uma vela
está sempre acesa
mas quando vem a solidão
o coração fica cheio de tristeza.
O amor é o despertar
que todos os dias
faz ter forças para levantar.
O amor é como o sol
é um sorriso ardente
que chega num tempo
e que para de repente.
Texto 13: O AMOR É? Ricardo Castro, nº 18, 5ºE
Data de edição: fevereiro 2016
Perguntei ao pai o que era o amor
ele não soube responder.
Perguntei à mãe o que era o amor
ela não soube explicar.
Olhei-me ao espelho e vi
tudo o que o pai não sabe responder
tudo o que a mãe não sabe explicar
é o que recebo todos os dias
é tudo o que eu sou
isso é o amor.
Texto 14: O AMOR É…, Gonçalo Dias, nº8, 5ºE
Data de edição: fevereiro 2016
Liberdade!
Liberdade de cor,
credo e religião.
É dar
sem olhar a quem.
É não esperar nada em troca.
É falar,
ver,
sentir com o coração,
pois o essencial é invisível aos olhos!
Texto 15: DOIS POEMAS, Salvador Santos, nº21, 5ºE
Data de edição: fevereiro 2016
Ele tem uma namorada
uma namorada safada.
Ela é muito bonita
está sempre a brincar
e quando está sozinha começa a chorar.
Ela é morena
e ri-se tanto como uma hiena
ela tem bom coração
e conhece o namorado como a palma da
mão.
Se queres alguém por sua beleza,
não é amor é desejo,
Se queres alguém por sua inteligência,
não é amor é admiração,
Se queres alguém porque é rico,
não é amor é interesse,
Se queres alguém e não sabes porquê,
isso é amor.
Texto 16: ODE AOS ABRAÇOS, Tamaris Gomes, nº 11, 12ºC
Data de edição: janeiro 2016
Oh, abraços! Puros prazeres da existência!
Abraços…Abraços de solidariedade,
De conforto, de celebração, de felicidade,
Ou, nos momentos mais escuros,
De compaixão, de tristeza, por um coração partido.
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Oh, abraços! Servem de maior consolo!
Como estar envolvidos em absoluta proteção,
Numa cama quente em noite de inverno.
Protegem-nos, envolvem-nos, salvam-nos por momentos.
Salvam-nos e estimulam breves segundos de total nirvana.
Oh, abraços! Restauram-nos a alma!
E um abraço de um amado? Oh! Doce conforto!
Sentir os seus dedos de algodão envolver-nos,
Rodeando-nos num abraço suave e meigo.
Tão meigo que, por momentos, nos fazem esquecer tudo de mau.
Oh, abraços! Como eu vos adoro!
Tirem o sofrimento dos corações,
O negativismo das mentalidades,
E a dor das almas,
Como somente vocês conseguem!
Texto 17: O BOOM DO SÉCULO XXI, Diana Ferreira, nº6, 12ºB
Data de edição: janeiro 2016
Não sou Álvaro de Campos
Não sou poeta
O boom que canto…
Da máquina, da fábrica ou da indústria
Não o é!
O boom que canto…
Com certeza abunda de tristeza, de infelicidade e de agonia
O boom que canto…
Traz consigo o pior lado do ser humano
- o lado irracional, o lado animal.
Pedem-me para escrever e aqui vou eu.
Tiros, morte, guerra, fome!
Pum-Pum-Pum dos tiros…
Tic-Tac-Tic-Tac das bombas…
Rat-Rat-Rat!Rá-Tá-Tá das metralhadoras…
Tudo aquilo que se ouve,
Tudo aquilo que se vê,
Tudo aquilo que se deixa acontecer,
Tudo aquilo que só nos faz abrir os olhos,
Quando formos atingidos
Não levámos com tiros,
mas a eles doeu-lhes.
Não ficámos sem casas,
mas foram eles que dormiram ao relento.
Não ficámos sem comida,
mas eles passaram fome.
Não fomos atingidos por balas,
mas foi como se cada um de nós levasse um tiro.
Permitimos que a guerra alastrasse
O mundo tornou-se num lugar infeliz para se viver
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Deixa-me fechar os olhos
E imaginar! E sonhar…
Ah! Ah!…
Ah! Deixa-me imaginar um mundo sem todos aqueles
Pums, Ra-Ta-Ta, Booms, Barrummn…
Ah! Um mundo onde a paz prevalece.
E todos são livres de escolher a sua religião.
Acabem com os z-z-z-z-puns!
Chega de terrorismo, chega de mortes!
Chega de Albertos Caeiros e de
“não saber se se existe por dentro”.
É altura de pensar e agir para o mundo avançar e a humanidade se humanizar!...
Texto 18: ODE “FRATERNAL”, Ruben Pedroso, nº 29, 12ºB
Data de edição: janeiro 2016
Abre-se a porta do meu olhar…
Da minha perspetiva cavaleira…
Olé! Que imagem, que incrível paisagem
Com uma cor tão brava!
No meio da selva metálica,
Torres, como garras, arranham os céus,
Bestas potentes pintam o ar de cinzas…
Feras dominam as passagens, marcando-as com sons intensos!...
Ah! Sois vós… Irmãos, canibais, sedentos
Do sangue uns dos outros,
Devoram-se por mesmas vontades
E pelas mais falsas verdades! (Hum-m-m-m…)
(Em vós) Máscaras tão falsamente belas…
Ah… Ah… Ser vós é Algo…
Algo que me paralisa de desejo…
S-s-s-s-s-s-s-sentir… Querer… Ter tanto poder…
E de repente ((BUM)) tudo muda…
O medo instala-se e a
Ameaça penetra-se…
Ah! Olé-é-é-é! Ah!... Ui!
Um som tão forte e energético
Rasga meus tímpanos!
Aquela luz… Luz ardente que
Me queima de prazer meu corpo!
Mistura-se em mim e faz minha alma
Um ser iluminado pela emoção!
Ai! Rrrrrrr… Estou dominado por uma fera! Ah…
Vós, Irmãos, Homens…
Tirai vossas máscaras!
Somos todos do mesmo sangue…
Pois do mesmo fogo nascemos
E pelo mesmo fogo morremos!
(… Ah como te anseio essência fraternal!...)
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Texto 19: A MÃE…, Diogo Portela, 1º G,
EB Padrão da Légua
Data de edição: fevereiro 2016
A mãe dá a papa à mana.
A mãe muda a fralda.
A mãe lava a roupa e engoma-a.
A mãe arruma a casa.
A mãe prepara a comida com amor.
A mãe é a Cinderela!
Ela dá mimo e eu adoro a mãe!
Textos 20: TRÊS POEMAS, Joana Magalhães, nº 10, 10ºA
Data de edição: fevereiro 2016
No sol que nasceu
No sol que nasceu
Por entre as sombras da noite
Nas chuvas cortadas
Pelos túneis de luz matinal.
Vejo de novo o mundo
Pintado de inúmeros olhares.
Piso de novo o prado verdejante
Revisito o vento em tom calmante
E corro sem direção.
O sol nasce e iluminam-se sorrisos
À sua morte se desvanecem olhares
ficando o silêncio sob as luzes frias,
trazendo a solidão em mira lunar.
Continua presente a luz que me
preenche o olhar
Num sol eterno e luzidio
Com infinito sentimento no sombrio
Perduram as canções do vento
Noturnos e ruidosos
Culminados num único movimento.
Perante o escuro,
Perante o silêncio,
espero diante do nada.
No luar fixo os meus olhos
até que surjam as cores
que preenchem numa alma livre
um único mundo de esperança
onde surge sem querer o porque.
E, inocentemente, o sol renasce
cobrindo a escuridão, afastando o
silêncio
gerando de novo
as danças do vento
os brilhos nos olhares
e corro sem direção, voo sem asas
tentando apanhar o tempo.
Eu não sei se tu me ouves
Eu não sei se tu me ouves
ou se estás aí…
Eu não sei se quererás ouvir
algo vindo de mim.
Para ti tornei-me uma estranha
que o coração esqueceu.
É ao ver-te que eu pergunto
se já foste como eu.
Humanos que fazem preces
egoístas e lamentáveis
caminham neste chão gelado
esperando milagres.
Mortais com almas pobres
perdidos numa estrada única
continuam na cegueira
ouvindo no seu pensamento um eco
contínuo
vassalos de uma entidade
sem questionar o «sim»
mentes vulgares e fracas
89
Nunca…
Nunca entenderam tal história de amor
Nunca ninguém a contou
pois nunca ninguém a soube.
A história daquele que amou
mas que no coração dela não coube.
Ele, por muito passou,
Vivenciando a pureza da dor
enquanto Ela,
trancada num beco sem saída
a ter diante de si pior dos horrores.
O caminho estava escuro,
a insegurança caminhava a seu lado
procurando em cada réstia de luz,
simplesmente a esperança.
Ele esperou-a no final do beco,
ansiando que as sombras
não a impedissem de andar.
Até que, num momento, ela respirou,
sem olhar para o caminho percorrido…
Seguiu em frente.
Andou…
Porém, com receio
O que estaria num imaginado final
reluzente?
Fechou os olhos,
A luz que a cegava
noutro instante a abraçou
iluminando o que restava da jornada que
esta percorrera.
Sentiu o corpo a cair,
e viu a luz do final do seu caminho
uma mão agarrou a dela
e assim cumpriu o seu destino.
Textos 21: DEMOCRACIA, Daniela Freitas, nº5, 12ºB
Data de edição: janeiro 2016
Hoje dizem que vivo num país democrático.
Oh, como eu gostava que fosse verdade!
País sem ganância onde o governo tivesse como objetivo lutar pelo povo.
Ai! Vejo apenas o frente a frente de mais uns “senhores”,
Que dizem levar a democracia como lema
E que a liberdade e a justiça e a igualdade são para triunfar.
Atropelam-se para chegar ao poder
Falam mal deste e daquele
Passam por cima de tudo e de todos e no final vence um.
E o que muda? Ah, nada. Porra! Tudo igual.
Irra! Chega de bestas que só querem poleiro.
Irra! Chega de “homens” que dizem ir fazer diferente.
Irra! Chega de idiotas a mandarem em nós apenas para nos afundarem mais.
Ó meu povo! Ó povo da revolução! Ó povo da liberdade e da justiça e da defesa,
Parem de sentir esse medo, esse mal-estar, essa angústia.
Parem de ouvir os outros e ouçam-se a vocês mesmos.
Eia! Sintam a necessidade de mudança.
Eia! Olhem os problemas e procurem soluções.
Eia! Observem, sintam, palpem, cheirem, ouçam e mudem.
Eia! Gritem, manifestem-se lutem, revoltem-se,
Mostrem quem somos e o que queremos.
Queremos mudança, algo diferente,
Por isso, vamos colocá-los na ordem.
Dizer-lhes que ainda somos alguém
Que temos direito a voto e fazemos questão de o usar.
Basta de comodismo, de “deixar para lá”, de não acreditar.
Juntos somos fortes, somos democracia!
Viva a revolta, a mudança e a decisão do povo.
Viva a Democracia!
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Texto 22: DAR VOZ À LETRA DA POESIA, João Alves Silva, nº19, 12ºA
Data de edição: fevereiro 2016
A propósito da participação no Concurso Dar Voz à Letra, da Fundação
Calouste Gulbenkian, de novembro de 2015 a fevereiro de 2016
Numa aula de Português de final do ano passado, a minha professora reparou num
papel pousado no topo da sua secretária. Tratava-se de um panfleto a anunciar um
concurso de leitura de textos, Dar Voz à Letra, organizado pela Fundação Gulbenkian,
premiando o vencedor com uma viagem a Londres. Eu e mais três outros colegas fomos
imediatamente convertidos em voluntários à força, para participação na competição, mas
duvido que não tivesse participado por mim mesmo, caso não tivesse sido escolhido:
parecia-me, honestamente, o tipo de projeto no qual poderia ser desafiado e, ao mesmo
tempo, sentir-me na minha própria pele.
O início foi mais difícil do que esperava: tive dificuldade em escolher um poema,
tendo tentado inicialmente Mãe, de Miguel Torga, percebendo, quase imediatamente, que
nunca conseguiria fazer jus à intensidade sentimental do poema. Virei-me, então, para
um poeta que estudava na altura, Fernando Pessoa, a quem, lentamente, começava a
admirar. Perdido numa miríade de textos geniais (e alguns incompreensíveis), escolhi
Ode Triunfal, de um dos seus heterónimos, Álvaro de Campos, que me chocou pela
violência, entusiasmo e explosividade inerentes, que pareciam habitar cada palavra de
cada verso, incluindo os mais calmos, nos quais se pressentia que apenas permanecia
adormecida aquela ansiedade, repleta de movimento e som.
Após enviar o vídeo para o concurso, experimentei uma incómoda ansiedade, por
não ter a certeza de passar ou não à próxima fase. Preocupava-me, até, se teria enviado
o vídeo corretamente, se não teria cometido um qualquer erro ridículo, que resultaria
num fim irónico e trágico, para tanto trabalho. Mas, após vários dias de preocupação e
apreensão (e de obsessivamente verificar se teria realizado todo o processo sem falhas),
chegou o fatídico e-mail. O efeito dramático teria sido mais intenso, caso se tratasse de
uma carta de papel, que poderia abrir lentamente, com mãos a tremer, procurando, com
os olhos, o resultado. Com o e-mail, foi mais simples. Carreguei no símbolo e verifiquei
que, com efeito, tinha passado à fase seguinte. Começou outro período de ansiedade,
apesar dos esforços congratulatórios dos meus professores e colegas. Afligia-me o texto
que teria de ler, não o compreender, não o saber ler em condições. Tinha até uma fobia
de, no momento da verdade, deixar de saber o que significam os símbolos escritos nas
páginas, os sons que representam, e como os verbalizar com a minha voz.
Nenhum dos receios se concretizou (nem o último, incrivelmente!) e acabei por ficar
com um soneto de Bocage, um autor que não conhecia bem, mas do qual passei a
gostar, face à ligação que estabeleci com o seu poema. A fase seguinte era presencial e,
para além de ler o texto preparado, haveria ainda uma prova cega, que apavorava todos
os participantes, que conheci, e de alguns dos quais me aproximei pessoalmente, apesar
da rivalidade natural. Na Biblioteca Almeida Garrett, o local da semifinal (e, mais tarde,
da final), fiz as minhas provas, estabeleci relações pessoais e diverti-me muito. Todavia,
inevitavelmente, e como antes, voltou, após o dia, a grande ansiedade de saber se teria
tido sucesso ou não.
Mais uma vez, sucederam-se dias traumáticos e difíceis, sendo já percetível,
suponho, que odeio esperar. Ironicamente, foi imediatamente após sair de uma aula de
Português que descobri que passara. Cometi o erro de o comentar junto à sala de
professores, o que resultou na chamada da minha professora, que me deu os parabéns
mais efusivos de que me recordo.
Uns meses depois, ocorreu a final, num espetáculo organizado por Carlos Pimenta,
um encenador bem conhecido, tendo todos os concorrentes sido treinados por Teresa
Lima, com uma experiência na área sem paralelo, e com um júri de renome: Pedro
Lamares, Catarina Furtado e Valter Hugo Mãe. A todos agradeço, sinceramente, pelo
apoio dado e pelos elogios oferecidos.
Mas agradeço mais ainda aos meus colegas concorrentes, com os quais nunca
desenvolvi uma verdadeira rivalidade: inicialmente unidos por circunstância, não nos
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sentimos afastados pela competição. Ao invés, deixando que esta nos aproximasse,
partilhámos as dificuldades e alegrias do concurso. Por último, tenho de agradecer aos
meus professores e professoras, não mencionando qualquer um, porque nomeando um,
teria de escrever o nome de todos os que me ajudaram, direta ou indiretamente, nesta
jornada, o que pouco espaço deixaria para o resto do texto. Bastará dizer que, se
sentirem que merecem o agradecimento, ele estará, indubitavelmente, dado.
Concluindo, de forma igualmente irónico-trágica, não triunfei, apesar do nome do
poema que me deu entrada na competição, mas este fracasso não me impede de
valorizar esta memória. Se fosse hoje, de novo, o dia em que ouvisse falar do concurso,
mesmo sabendo que perderia, participaria outra vez, sem a mínima hesitação, porque
havia muito mais a ganhar no concurso do que os prémios. Havia a experiência, e essa
tive-a eu, sendo que apreciarei a sua memória, durante muitos anos, no futuro.
Texto 23: ODE À DOLOROSA VIDA DE ESTUDANTE, João Martins, nº 15, 12ºB
Data de edição: janeiro 2016
À dolorosa realidade da falta de tempo e de trabalho
Tenho medo e receio.
Escrevo tremendo na lapiseira, partindo mina após mina,
Mirando a matemática a fugir de mim.
Ó professora, ó matéria, ó escola!
Sinto os números a rirem-se de mim!
No caderno e no manual,
Enquanto realizo esta ode,
Com toda a minha dedicação e entrega!
Não quero ter uma cruz na tabela, professora,
Não quero ser notificado como um aluno desinteressado,
Mas dói-me a alma ao saber que a Matemática foge de mim!
E o teste aproxima-se cada vez mais,
Como um inevitável acidente de trabalho, ó professora!
Em lágrimas e olhando as páginas e páginas de exercícios –
Pequenos testes às minhas capacidades –
Choro, e lamento não estar a realizá-los
Neste preciso momento.
Ah, poder-me lamentar como um verdadeiro aluno!
Que nunca tem tempo para nada.
Apesar de ter acompanhado os jogos da Champions!
Poder ao menos esquecer tudo isto!
Poder ao menos dedicar-me à boa vida e ao lazer!
Pegar no cachecol, aperitivos e salgados,
E sentar-me no sofá a apreciar o que de bom a vida nos dá!
Não este pesadelo de escrever…
Não este pesadelo de estudar para o último teste do período
Esta agonia, esta tortura a que sou submetido.
Realizar uma ode em véspera do teste de matemática!
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Todas as artes contribuem para a maior de todas as artes,
a arte de viver.
Bertolt Brecht (1898- 1956)
7. ESCREVIVER ou VOZES DA COMUNIDADE
O projeto Comunicar constrói esta secção, Escreviver ou Vozes da Comunidade, não
somente com as vozes dos alunos, mas com todas as vozes que fazem, e farão parte, da
construção da nossa comunidade educativa de ontem e de hoje.
Não interessa o tipo de texto, prosa ou verso, tema ou assunto, língua materna ou língua
estrangeira. Interessa sim a participação, o abrir de mundos particulares, reflexões de
tempos de outrora ou de um porvir idealizado. Na voragem dos tempos, apenas as
palavras importam e permanecem, em partilha de leitura e polifonia de vozes.
Texto 1: TEATRO, UMA FORMA DE
VIVER, Telmo Quelhas, nº28, 12º A
Data de edição: dezembro 2015
A palavra teatro deriva do grego
Theaomai, a qual significa ver com
atenção, sendo uma atividade intensa,
tanto para os atores, como para os
espetadores. O teatro é uma arte
performativa, como a música e a dança,
encenada e guiada por um texto, ou
guião.
Nesta escola, há um grupo, o GEL, que apresenta as suas peças e representa,
também, peças de dramaturgos conceituados. O Grupo de Expressão Livre é constituído
por doze estudantes de diferentes faixas etárias, guiado por duas excelentes pessoas e
profissionais, as professoras Assunção e Celeste. Sábado, dia 12 de dezembro, o GEL
apresentou, na festa de Natal, promovida pela Associação de Pais, a sua primeira peça,
no presente ano letivo, uma metáfora sobre os valores importantes no Natal, tais como a
lealdade e o companheirismo, entre outros.
No princípio, todos os elementos do GEL estavam nervosos, impacientes e ansiosos,
porém estes sentimentos intimidantes desapareceram, com o “abrir da cortina”. O
resultado final foi bastante positivo, dado que cada pequeno e grande “ator” fez justiça à
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sua personagem, num grupo coeso e unido. Mas o mais importante é que todos
aprendemos muito com as coordenadoras, que foram vitais para este grupo, pois, sem a
sua orientação, a representação seria impossível.
O teatro é uma arte. Brecht diz-nos que “Todas as artes contribuem para a maior
arte de todas, a arte de viver”. Então, o teatro é uma (boa) forma de viver. Neste
sentido, a experiência de participar no GEL tem sido verdadeiramente gratificante,
levando-me a ultrapassar o medo de atuar para um público.
Texto 2: TEATRO, SER OU NÃO SER, João Silva, nº19, 12º A
Data de edição: dezembro 2015
O que é o teatro? O teatro não se resume a fingir que se é alguém ou algo. Ao
fingirmos que somos alguém, continuamos a ser nós mesmos, embora com um qualquer
disfarce transparente. Ser-se ator, interpretar (encarnar!) uma personagem, implica
abandonar quem somos, durante breve momentos ou horas, interrompendo o quotidiano
para, simplesmente, passarmos a ser outra pessoa. E como se é outra pessoa? Ora, não
se finge ser quem se é: simplesmente somos qualquer personagem, no teatro. Seja um
canalizador ou Henrique VIII quem interpretamos, fazemos o que a personagem faria,
dizemos o que a personagem diria. No estudo da personagem, ficamos a saber mais
sobre esta, mas também descobrimos muito sobre nós.
Tudo isto nos é ensinado no GEL, o grupo de teatro da Escola Básica e Secundária do
Padrão da Légua, constituído por cerca de dez atores e atrizes, para além de duas
professoras, incansáveis no seu esforço de nos levar a melhorar, tanto enquanto
membros do teatro, como da sociedade. Na aproximação ao Natal de 2015, encenamos
uma peça, O Anjo no Espelho, repleta do espírito e felicidade da época natalícia.
Toda a experiência foi inesquecível, desde a energia e ansiedade de atuar dos
estudantes mais novos, às aproximações mais metódicas e calmas ao guião, por parte
dos estudantes mais velhos. Os ensaios foram preenchidos por fervilhante atividade e um
entusiasmo já caraterístico de um grupo de indivíduos, desejosos de, finalmente, dar
vida a um pedaço de papel, libertando as personalidades que nele vivem.
No processo de soltar aquelas personagens, todos acabaram por liberar-se a si
mesmos, formando amizades e relacionamentos possíveis com a partilha de um processo
deste género. Assim, e em resposta à pergunta inicial: o que é o teatro? O teatro é vida!
Texto 3: TEATRO, ARTE E VIDA, Mariana Fonseca, nº21, 12º A
Data de edição: dezembro 2015
No meu entender, o grupo GEL foi uma mais-valia, dado que contribuiu para a minha
capacidade de comunicação. Nos ensaios não me sentia muito segura da peça, pois era
notória a diferença de idades existente no grupo. Em acréscimo, houve pormenores que
só foram tratados à última hora, nomeadamente aspetos técnicos. Por isso mesmo,
pensei, realmente, que iria ser um insucesso.
Contudo, tal não aconteceu. Para meu espanto, no fim da apresentação da peça, o
público mostrou uma boa reação. Ao ser recetora de diversos elogios, soube que
ninguém tinha reparado em alguns pequenos improvisos que fiz. Importa realçar que
gostei muito de encarnar a personagem principal, embora a mesma não se identificasse
comigo. Por momentos, ao atuar, senti que fui alguém diferente. Encarnar o Anjo
permitiu-me entrar em todas as cenas e interpretar as falas mais livremente.
Em geral, foi muito bom participar no GEL, visto que estar em palco nos desafia a
aprender a controlar o nervosismo, a improvisar, e a projetar devidamente a voz.
Considero que não foi uma tarefa difícil para mim, porque estar em palco é algo a que já
estou habituada, desde a minha infância.
Concluindo, para além da minha participação no GEL, e no Projeto Comunicar, ter
sido uma mais-valia, posso reafirmar que gostei de participar, e que a apresentação da
peça foi um sucesso, tendo em conta a reação geral do público.
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Texto 4: A ESCOLA HOJE, Conceição Teixeira, Professora de Português AEPL
Data de edição: novembro 2015
Foi notícia há pouco tempo em múltiplos telejornais. Não me sai da cabeça a visão
daquela mãe chinesa, cujo filho estava em coma por ter sido brutalmente agredido na
escola. Com olhos baços, pedia “ Ensinem- lhes a ser Homens!”
Tão simples e tão enormemente difícil!
Num mundo em que a família vive, em geral, cada vez mais apressada, cada vez
mais preocupada com o Ter, quem ensina as nossas crianças a Ser? A ser mais pessoa, a
ser mais respeitadora do trabalho, do outro, de si…? A ser menos só, a ser menos
violenta, a ser menos revoltada?
É uma tarefa quase sobre humana, mas que acredito possível. Mais do que números
de passagens ou reprovações, mais do que grelhas ou papéis, acredito que posso fazer a
diferença, porque me obrigo a ter tempo para estar atenta aos olhares, aos gestos, às
palavras ditas ou caladas… porque me obrigo a ter espaço mental para “Imaginar”
maneiras de os fazer aderir a uma matéria ou à escola, enquanto vida real, que não
começa daqui a alguns anos, mas é já hoje e aqui. É porque não me reduzo, ou os
reduzo, às injustiças das estatísticas (não esqueçamos que considerando duas pessoas,
se uma come 2 ovos e outra 0, estatisticamente estamos ótimos, porque há 1 ovo para
cada um!), que sou professora. E eles dão-me tantas vezes a certeza da minha escolha!
É uma caneta que me vêm emprestar, sem a ter pedido, é um “já está a tocar?!”,
incrédulo, é um ficar para o fim, a fingir arrumar uma descomunal mochila, só para dizer
em voz baixa “ obrigado” ou “desculpe”. São pequenas-grandes coisas que não cabem
em rankings e não são, decididamente, notícia.
Muito mais do que ensinar Português ou Francês, a escreverem ou a interpretarem
melhor, não desmerecendo dos conteúdos, a minha prioridade é, sem dúvida, formar
melhores pessoas. Claro que é importante desenvolver competências ou capacidades ou
simplesmente “saber fazer” (perdoem-me mas estou um bocado cansada de
terminologias que precisamente pela variedade me mostram um mundo sem grande
norte e que, mais uma vez, confunde o essencial com o acessório), mas muito mais do
que “sabedores”, é por jovens mais humanos, e por isso mais capazes de viver
dignamente no mundo que os rodeia, que me bato todos os dias. O que vou
conseguindo, ou por vezes não, ou só um pouco hoje, talvez mais amanhã… porque a
vida a “fazer crescer pessoas” não é previsível ou certa ou definitiva, e sobretudo porque
o sucesso, hoje mais do que nunca, não se mede com grelhas ou papéis assinados por
alunos, DT, Encarregado de Educação, professores do Conselho mais o Diretor… será
sempre, em último caso, avaliado pela minha consciência, mais exigente do que qualquer
equipa de examinadores ou inspetores. Mas eu sempre soube que o meu trabalho não
seria medível por forma comum. No entanto, não precisamos de tocar o sol ou a alegria
ou a responsabilidade para sabermos que existem e nos fazem viver melhor.
Na Escola onde moro um pouco, há felizmente muita gente como eu. Sei o que faço,
sei por onde hei-de ir, e todos os dias peço a Deus a força de o tentar, mais uma vez.
Devo-o àquela mãe chinesa, a mim e sobretudo aos alunos da escola…de hoje.
Texto 5: PORTAL AZUL, António Estrela, Funcionário AEPL
Data de edição: janeiro 2016
Vem, vamos nos inundar de prazer,
Vamos nos transformar...
Seremos filhos amados de uma terra
Entre os demais filhos que lá habitam...
Nesta terra poderemos dançar
a dança inusitada da vida,
Sob os mais violentos vendavais...
Somos rei e rainha, revelando a magia
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Da nossa existência...
Quero-me aninhar no teu colo
E doar-te as partículas profundas
do meu corpo sedento de desejos...
Olha bem, aprendi a sorrir,
Tu libertaste -me do cárcere de dor.
Escondo-me por inteiro no portal azul
do teu destino, meu amor!
Texto 6: MEU AMOR, António Estrela, Funcionário AEPL
Data de edição: janeiro 2016
Um dia desses qualquer vou galopar até as estrelas
E derramar sobre teu corpo os versos mais preciosos
Que delas emanam!
Um dia desses qualquer quando o sol estiver distraído
Vou colher um pouco do teu calor,
Para que ele aqueça a harmoniosa beleza
Da sua imaginação.
Meu louco amor, perco-me nas lembranças,
Dos teus beijos que me anestesiaram de prazer.
Dentro de mim existe um grito abafado
Que percorre meu sangue...
Preciso sentir teu calor.
Preciso dos teus olhos molhados
Que impregnam meu sono de prazer.
Vem buscar-me aqui onde estou...
Dá-me tuas mãos apenas
E deixa a melodia da existência,
Abençoar os impactos loucos do nosso amor!
Vem meu amor, abraça meu corpo
Com teus braços e deixa-me descansar...
Quero ficar assim somente,
Até que a morte me venha buscar!
Texto 7: CONDUÇÃO À PORTUGUESA, Mafalda Soares, 11º, E. S. Ermesinde
Data de edição: fevereiro 2016
O ato de conduzir é, para os portugueses, um ato de poder, já que com um volante
na mão podem sentir-se deuses, reis, ou tão-somente donos do pedaço, quer durante as
viagens de longo curso, quer, simplesmente, nas deslocações mais urbanas. (…)
Como reagem então, os portuguesinhos?
Desde insultar com os palavrões mais violentos o totó que os atrapalhou na
manobra, a sair a correr do automóvel, para dar uma lição de pugilato ao infrator, a
cobrir de elogios a mãe do outro ou apenas para assinar a declaração amigável, há de
tudo em Portugal. Já para nem falar na guerra da condução no feminino e no masculino.
Vejamos o exemplo do senhor condutor Manuel Uniforme com a sua “natural”
tendência para guiar, ao assumir uma atitude totalmente machista, quando sentado ao
volante do seu BMW azul marinho cintilante, novinho em folha, acabado de sair do stand.
Chega a casa felicíssimo e a sua mulher pede-lhe para dar uma voltinha.
O quê? Nem pensar! Que lhe risca o bólide, que nem era o que faltava, que as
mulheres são todas umas azelhas, etc. e tal. E o que faz a Maria Uniforme?
Decide pura e simplesmente entrar no carro, à revelia do marido (também tem os
seus direitos de cônjuge), e zás!, catrapumba!, faz um profundo e visível risco na porta
do “brinquedo”, logo à saída da garagem. Que faz o Manuel?
Grita-lhe, insulta-a, pede-lhe o divórcio, se for preciso, mas ficar com o risco na
viatura, isso é que não! Resultado: mais um casal desavindo por causa do automóvel.
Mas há mais. E o que dizer do jovem embriagado que se mete no carro às quatro da
manhã, saído da discoteca com os amigos e se dirige contra um poste que,
simplesmente, não deveria estar ali, àquela hora? Final trágico e, infelizmente real! O
enterro dos três jovens ocupantes acontece dois dias depois, enquanto o herói de tal ato
fatal como o destino, sai ileso da aventura, que de rocambolesca, nada tem. (…)
É por tudo isto, que brincar aos sinais de trânsito não faz bem a ninguém, muito
menos nas pontes, a dez quilómetros à hora, pois o Zé Povinho não gosta de
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brincadeiras e nem que a ponte caia, o rei do volante completa a travessia como bem lhe
apetecer. Limites são para cumprir, mas só quando são razoáveis.
Passando agora a ironia da situação e para inconcluir (o assunto não tem termo
certo), tais atitudes são muito nossas, portugas no seu melhor/pior. Perante todo este
cenário descrito, não podemos deixar de reconhecer que a sociedade portuguesa está
muito bem representada nesse ato tão elementar que é a condução de um automóvel,
revelando assim uma mentalidade provinciana e incivilizada, ainda que as campanhas de
prevenção tenham já mobilizado muita gente para perceber que a estrada é de todos.
Texto 8: PÁGINA DE DIÁRIO, Mariana Soares, 8º A, AEGV, Viseu
Data de edição: fevereiro 2016
A partir da leitura do conto “Saga” de Sophia de Mello Breyner
Sábado, 2 de junho de 1870
Meu querido diário,
Hoje o meu filho enviou-me uma carta. Escreveu para dizer que me adorava e para
contar tudo o que se tinha passado. Sinceramente, já nem quero saber dele nem das
suas aventuras ou sentimentos. Penso que cheguei a uma fase da minha vida em que me
encontro deprimido, exausto, sem vontade de falar, sem vontade de pensar…
Era marinheiro mas, depois de há uma semana ter apanhado um susto gigante, ao
imaginar que iria morrer numa tempestade, ainda assim, pensei em tornar-me pescador.
Ontem tentei a minha sorte na pesca, só que um peixe mordeu-me a mão e não
estou a sentir-me nada bem… Creio que vou adoecer! De qualquer forma, esta vida
monótona e esgotante não faz sentido e sinto-me perdido.
Guardei a roupa de Hans num barco e ontem, sem eu saber como, ele desapareceu!
Se pudesse voltar atrás no tempo, não seria tão duro com o meu filho, mas sou um
homem muito orgulhoso, o que me impede de lhe pedir desculpa.
Fico-me por aqui, preciso de refletir.
Sorën
Texto 9: POEMA EM RETALHOS, Dulce Soares, Professora de Português AEPL
Data de edição: fevereiro 2016
Lá no fundo do meu quintal
espreita um brilho verde que cintila
entre rostos enrugados.
Sob o olhar incandescente do luar
desvela-se um cobertor remendado, um cobertor velhinho,
esboroado pelo tempo,
feito de versos e vento,
palavras em retalho,
sentimentos retalhados,
ideias rotas abandonadas à noite.
Lá no fundo do meu corpo, há uma rosa
fresca e sedosa com pétalas caídas,
erguendo seus espinhos para o céu,
quem sabe um dia
nestes se prenda uma borboleta.
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Texto 10: ALGURES… ALGUÉM, Luísa Pacheco, Professora de Filosofia AEPL
Data de edição: março 2016
Algures, na imensidão do espaço sideral
Numa galáxia, em forma de espiral
Num planeta azul,
Em movimento de rotação em torno de si
Num movimento de translação à volta de uma estrela laranja
Num velho Continente
Numa desgastada Europa, em permanentes reformas
Num jardim, à beira mar, plantado
Numa cidade de vielas e calçadas
Em pleno séc. XXI, D.C.
A partir de 23 pares de cromossomas
Nasce um ser
Da classe dos mamíferos
Do género homo
Da ordem dos primatas
Da espécie sapiens.
Da família dos hominídeos
Será alguém
Um corpo
Uma consciência
Um cérebro
Um espírito
Uma mente
Viverá condicionado
A um espaço
Um grão de pó estelar
E tempo
Mas,
Limitados.
O Universo
Conhecerá
Alheio e indiferente a isso
Pensará
Inexoravelmente.
Sentirá
Continuará a cumprir
Amará
O seu suposto
Sonhará
Movimento de expansão.
O melhor que souber e puder
À escala cósmica
A vida é breve
Texto 11: PERFUME & LIBERDADE, Dulce Soares, Professora de Português AEPL
Data de edição: fevereiro 2016
Páginas viradas de um livro
abrem-se à luz do meu jardim florido.
Ao virar da página
os cravos vermelhos são pessoas
e o seu cheiro forte
abraça os dias de abril
límpidos e sedentos
de uma gota de chuva
livre, cristalina.
É assim nos livros
como na vida
no folhear das páginas
brotam cravos, rosas, margaridas,
o jardim de abril completo
feito vida e história e poema
e, na página final,
a viagem termina na grande descoberta:
um passado errado,
abre as portas do futuro
para que se cumpra o propósito,
talvez pelo livro,
talvez pelo folhear das páginas,
talvez pelo anseio de lá chegar
mas
sempre pela mão da LIBERDADE.
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Texto 12: ONDA ROSA, Júlia Leal, Professora de Biologia AEPL
Data de edição: fevereiro 2016
O movimento conhecido como “Outubro Rosa” nasceu nos Estados Unidos, na década
de 1990, para estimular a participação da população no controlo do cancro da mama.
Um pouco por todo o mundo, durante este mês, a cor rosa alastra-se com o objetivo
de sensibilizar a população para a temática da prevenção e diagnóstico precoce do cancro
da mama. O Agrupamento de Escolas de Padrão da Légua foi um dos parceiros nesta
efeméride do Departamento de Educação para a Saúde (DES) da LPCC, tendo
desenvolvido diferentes atividades, no dia 15 de Outubro, Dia Mundial da Saúde da
Mama, nas diferentes Escolas.
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