Queda de cabelo - De caso com a medicina, por Cristina Almeida

Transcrição

Queda de cabelo - De caso com a medicina, por Cristina Almeida
osintoma
por cristina almeida
Para decifrar os sinais que o corpo manda
Queda de cabelo
Previna a anemia
Parte natural do ciclo de crescimento
dos fios, a queda só deve
preocupar quando é excessiva
Entenda o problema
O couro cabeludo contém cerca de 100 mil fios de
cabelo. Mais de 90% deles estão crescendo. Essa fase,
denominada anagênica, é acompanhada por outro ciclo,
catagênico, que dura duas semanas. Segue-se a fase
telogênica, de repouso, cuja duração é de três meses:
o cabelo então cai naturalmente e, por isso, é comum
perder até 100 fios ao dia. Quando a queda é abundante,
ela sempre é notada, por causa de seu acúmulo nas
roupas, no pente ou na escova. Várias condições médicas
se manifestam por meio desse sintoma, e, percebida
alguma mudança significativa, o médico indicado para
avaliar o problema é o dermatologista.
Acontece no
período pós-parto
ilustração: airon
Carência de vitaminas
Uma dieta bem equilibrada fornece todos os nutrientes
que garantem a qualidade dos fios dos cabelos.
São eles: a vitamina A, que regula a ceratinização
(composição) da epiderme, reorganiza as camadas
celulares da pele e da secreção sebácea, cujo
excesso promove a queda; vitamina B8, atua no
controle da seborreia; vitaminas B5-B6, principais
fontes de energia dos folículos pilosos; vitamina
B12, importante para a divisão celular cutânea e
na produção de hemácias e, portanto, no equilíbrio
sanguíneo, que influencia a saúde dos fios; vitamina C,
aumenta a absorção intestinal de ferro e favorece sua
incorporação à hemoglobina e seu armazenamento
sob forma de ferritina (ferro corporal); vitamina D,
reguladora do metabolismo fósforo-cálcio, prevenindo o
aumento da queda no verão e no outono. O diagnóstico
é feito pela análise do histórico do paciente. O
tratamento prevê a introdução de complexos
vitamínicos, além de maior cuidado com a alimentação.
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Quando o organismo é exposto a
estímulos como o estresse, os
níveis dos hormônios cortisona e
adrenalina aumentam, inibindo a fase
de crescimento dos fios.
A consequência é a queda excessiva.
Para identificar o problema, o médico
deverá ouvir a história do paciente,
observando seu estado psicológico.
O exame físico também é necessário
para verificar se há queda facilitada
dos cabelos no instante em que são
tracionados. Para complementar o
diagnóstico, o dermatologista solicita
um teste chamado tricograma, útil para
identificar o tipo de queda em questão.
O tratamento pressupõe medidas
que estimulem o paciente a melhorar
seus níveis de estresse, além do uso
de medicamentos estimulantes do
crescimento dos fios (tópicos ou orais).
Para prevenir, o conselho médico é
evitar, se possível, o estresse.
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consultoria: jackeline mota, dermatologista do ambulatório de tricologia do hospital do servidor
público municipal e membro da sociedade brasileira de dermatologia — regional são paulo (SBD-SP).
Pode ser estresse
No período da gestação, o aumento dos níveis dos
hormônios femininos (estrógenos) prolonga a fase de
crescimento dos fios, o que significa que a queda natural se
torna mais lenta. Após o nascimento do bebê, as alterações
hormonais provocam uma queda maior, pois os folículos que
permaneceram em repouso, no pós-parto caem juntamente
com os demais. O diagnóstico é simples e bastará para o
médico conhecer a história da paciente, que será confirmada
pelo tricograma. Após alguns meses, o quadro se estabiliza
e a queda cede, mas se for necessário algum tratamento,
ele se resume à administração de substâncias tópicas
estimulantes (após o término da amamentação), bem como
à prescrição dos complexos vitamínicos usados durante a
gestação. Não há prevenção nesse caso, pois todas
as mulheres passam por esse processo natural.
A carência de ferro é uma causa
comum da anemia e afeta a saúde
dos cabelos (principalmente das
mulheres), pois esse mineral
age diretamente na oxigenação
dos tecidos. Para diagnosticar o
problema, o médico analisará o
histórico do paciente e solicitará
exame hematológico para controle
da dosagem de ferretina (estoque
corporal de ferro). O tratamento
é medicamentoso. Para prevenir,
observe as perdas de sangue
durante a menstruação e aumente o
consumo de alimentos ricos em
ferro como folhas verde-escuras
(agrião, espinafre, salsa), grãos
integrais, amêndoas, nozes, castanha
de caju, frutas secas (damascos,
passas, ameixas), brócolis, ervilhas,
feijões, sementes como gergelim e
girassol, algas marinhas, etc.
Se acompanhadas de frutas e verduras
frescas, que contêm vitamina C, a
absorção do ferro é maior.
É resultado do processo
de envelhecimento
A queda de cabelos faz parte do processo normal
do envelhecimento. Porém, algumas pessoas podem
vivenciá-la de forma mais acentuada por motivos
genéticos (alopecia androgenética) e por desníveis
de testosterona. Exame dermatológico e tricograma
ajudam no diagnóstico e o tratamento é feito com
medicações antiandrogênicas para mulheres e tópicos
estimulantes. No caso dos homens, o fármaco utilizado
é a finasterida, capaz de inibir a transformação da
testosterona em dehidrotestoterona (DHT). Para
prevenir, as mesmas medicações são indicadas.
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