1 JARDIM GRAMACHO E OS CATADORES DE MATERIAIS
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1 JARDIM GRAMACHO E OS CATADORES DE MATERIAIS
JARDIM GRAMACHO E OS CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS: território extraordinário do lixo Resumo Esse texto é produto de reflexões referente ao trabalho social que foi realizado com os catadores e catadoras de materiais recicláveis que sobrevivem do garimpo do lixo no maior Aterro Controlado da América Latina, localizado no estado do Rio de Janeiro no município de Duque de Caxias. Neste espaço foi possível perceber empoderamento o processo destes de trabalhadores, organização viabilizado e pela construção de um canal de relações, com o poder público e privado, favorecendo a busca de soluções para garantir trabalho e renda no encerramento das atividades de catação de lixo no Aterro. Palavra-chave: Jardim Gramacho; Catador; Território Abstract This text is a product of reflections on research in the area of social work conducted with informal waste pickers who have survived over the years by collecting trash at the largest controlled garbage dump in Latin America, located in the municipality of Duque de Caxias in the state of Rio de Janeiro. At this location we observed that organizational and empowerment processes among the informal workers facilitated relationships with governmental authorities, as well as with representatives in the private sector, and permitted the search for solutions to guarantee work and income for waste pickers after the dump closed. Key words: Jardim Gramacho; Waste picker; Territory 1 1. Introdução O espaço de reflexões aqui representado é um dos maiores locais de vazamento de resíduos sólidos da América Latina, O Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho1, localizado no Município de Duque de Caxias, no bairro de Jardim Gramacho em uma área de aproximadamente um milhão e trezentos metros quadrados. Fonte: COMLURB – Lucio Vianna 2011 O bairro de Jardim Gramacho é identificado como aquele que abriga o lixo de boa parte da região metropolitana da cidade do Rio de Janeiro, bem como as pessoas que vivem desta atividade, formando um fluxo de trânsito intenso: carretas, caminhões e carros particulares de sucateiros circulam diariamente, alguns para vazamento do lixo e outros para comercialização do material separado pelos catadores. Acreditamos que seja significativo registrar, que o fluxo intenso de veículos e pessoas mencionados acima se deve ao vazamento de cerca de oito mil toneladas dia de resíduos sólidos de vários municípios da área metropolitana da cidade no Aterro, o que permitia fazer girar, em termos econômicos, cerca de um milhão de reais por mês. Medições efetuadas pela Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro (COMLURB) possibilitaram identificar que os catadores retiravam diariamente, de materiais potencialmente recicláveis, duzentas toneladas, o que, ao mês, perfazia o total de seis mil toneladas. Esse processo torna o local um centro econômico ativo, pois todos acabam se beneficiando da atividade de catação de lixo como força produtiva direta e indireta de 1 Aterro Sanitário – Local destinado ao vazamento de resíduos sólidos, sendo devidamente tratado o solo no sentido de garantir o equilíbrio ambiental e sem a presença de pessoas no processo de catação. 2 recursos financeiros: os sucateiros negociam o material com os catadores, os donos das biroscas vendem seus produtos e os depósitos lucram com o beneficiamento do material, entre tantos outros serviços existentes no bairro. Para melhor explicitar este contexto, é preciso lembrar que por cerca de duas décadas, esta área foi fortemente degradada. O lixo invadiu o manguezal e as águas da Baía de Guanabara, transformando o que estava previsto ser inicialmente um Aterro Sanitário em um enorme Lixão. Desde 1996, ainda sob a influência da Conferência de Meio Ambiente da ONU (Rio ECO 92), e diante dos vários compromissos oficiais assumidos pelas autoridades brasileiras, a área de vazamento de lixo vem sofrendo transformações, que envolveram a ação de vários profissionais na busca de transformar finalmente o lixão em Aterro Sanitário, tanto na área operacional, onde têm atuado engenheiros, arquitetos, biólogos, topógrafos, entre outros, como também na área social. Antes deste período, não havia nenhum tipo de controle da presença e permanência das pessoas na área de vazamento de lixo, o que ocasionava transtornos e oferecia grande perigo para todos, tanto para os profissionais que operavam os equipamentos precários aí existentes, como para os catadores que, sem conhecimento da atividade, viviam expostos a toda sorte de riscos advindos desta atividade insalubre, perigosa e penosa. Nesse sentido, por mais de uma década e meia, o Serviço Social manteve um cadastro dos catadores. Estes apresentavam o seguinte perfil: são pessoas potencialmente ativas, de ambos os sexos, na faixa etária compreendida entre 21 e 70 anos e que escolheram a catação por falta de capacitação e/ou exclusão do mercado formal de trabalho ou porque herdaram o ofício de seus pais. Hoje em dia, parte dos catadores, que contabilizam, no total, um efetivo de aproximadamente 1700 pessoas, está organizada em quatro cooperativas e uma Associação de Catadores. Aqueles que não estão ligados aos processos organizativos, catam de forma independente na frente de serviço no garimpo direto de materiais. Tem-se, então, um universo com seis cenas diferenciadas, visto que, embora a matéria-prima seja a mesma como fonte de sobrevivência, a forma de lidar com a comercialização, os ganhos e benefícios são totalmente diferenciados, pois não há uma uniformização dos processos entre as diversas organizações. 3 2. Os catadores no território extraordinário da catação de lixo Embora os catadores sejam atores centrais desta trama, a cena é dividida com importantes coadjuvantes, provocando por vezes retrocesso nas ações que poderiam tornar o trabalho desenvolvido por eles uma fonte geradora de recursos, capazes de emancipá-los e de transformar o contexto social de todos os envolvidos. Calcada na questão de que a atividade de catação, e consequentemente os catadores, sofreram e ainda sofrem ao longo dos séculos uma carga efetiva de preconceitos e de desvalorização de suas atividades, o que se manifesta pela limitada remuneração dessa atividade. Torna-se visível que a situação daquele que dá início a esta cadeia produtiva industrial, isto é, o catador, é totalmente distante daqueles que usufruem a partilha de lucros que as indústrias de reciclagem produzem. Embora seja evidente este desprestígio dado à tarefa realizada pelo catador, há também o registro do aumento significativo do número de catadores nas ruas e também nos lixões2 e aterros controlados3, como é o caso do Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho. A grande maioria dos catadores constrói seu referencial de trabalho sem se dar conta do potencial existente na sua relação direta com a atividade de separação de material. Desta forma, eles se submetem à condição de dependente dos diversos segmentos constituídos na cadeia industrial produtiva, reduzindo seu papel àquele que somente revira o lixo, atrás daquilo que pode ser transformado em moeda para sua sobrevivência. Este fato se confirma através da fala de Ana Elizabeth Mota: No caso da indústria de reciclagem é possível identificar, para além do processo de produção em sentido restrito, os mecanismos que articulam acumulação e passivização da sociedade e do Estado. Tratam-se especialmente das estratégias de marketing, cujo discurso é afirmativo da responsabilidade empresarial para com o meio ambiente, criando um aparente consenso entre as iniciativas capitalistas, as bandeiras dos movimentos ambientalistas e o controle público do meio ambiente. Sob a batuta desta cultura “ambientalista” desenvolvem-se iniciativas que vão desde a privatização das pesquisas na área de ciência & tecnologia, até a criação de novas formas de exploração do trabalho, ou mesmo a definição de diretrizes para as políticas públicas, como é o caso da coleta seletiva de lixo e do e do estímulo à formalização da ocupação de catador de lixo, mediante programas de geração de trabalho e renda. Deste modo, se para o capital, as contradições geradas pelo atual desenvolvimento das forças produtivas transformam-se em objeto da construção de novas alternativas para assegurar o processo de acumulação, o mesmo não acontece com os trabalhadores. (MOTA, 2002, p. 16-17). Outro ponto significativo para nossa reflexão, e que é imputada a atual realidade daqueles cujo trabalho é desqualificado, diz respeito a fala de Nogueira quando aborda a questão do não cumprimento dos direitos sociais no Brasil: Nas últimas décadas, a cidadania dilatou-se de forma inédita e inusitada. O campo dos direitos está hoje definido pela reiteração de antigas conquistas (direitos civis e políticos), pela oscilação dos direitos sociais e pela afirmação incessante de “novos direitos”, que recobrem 2 Lixões – São os espaços onde ocorre o vazamento de resíduos sólidos desordenadamente, sem tratamento do solo e com a presença de pessoas na atividade de catação. 3 Aterros Controlados – São locais destinados ao vazamento de resíduos sólidos, com adequado tratamento do solo e canalização do gás, no entanto ainda com a presença de pessoas na área de catação. 4 territórios tão vastos quanto ao meio ambiente, a sexualidade e a bioética. A vida moderna ficou inseparável de um progressivo, tenso e irregular reconhecimento jurídico dos direitos de cidadania. Ao mesmo tempo, a luta por direitos está longe de se ter esgotado ou de ter encontrado um ritmo regular. Paralelamente à reiteração jurídico-formal dos direitos, continuam a se multiplicar as situações de desrespeito, exclusão e indiferença, assim como continuam a se prolongar às situações de marginalidade “desproteção” e arbítrio. (NOGUEIRA, 2005, p. 7). Podemos atrelar à questão do não cumprimento de direitos sociais, humanos, entre outros, apontados por Marco Aurélio Nogueira, ao fator trabalho, ou melhor, a negação do direito ao trabalho, que na atualidade, tornou-se raro, principalmente para aqueles menos qualificados como é o caso dos catadores, que somente pela via da informalidade encontram amparo para sobreviver. Este dado é problematizado por Luiz Antonio Machado (2000), quando aborda a questão da Informalidade e da Empregabilidade: Uma parte do deslocamento nas formas de inserção produtiva dos trabalhadores provocando pela reestruturação diz respeito aos empregos regulares resultantes do processo de terceirização que, “externalizando” certas funções, aumenta as cadeias produtivas, desligadas às atividades terceirizadas. Do ponto de vista dos trabalhadores em termos das condições de trabalho, da remuneração, da segurança do emprego ou da garantia de direitos sociais. Mesmo que o volume de emprego e a taxa de atividade permanecessem constantes – o que não é o caso, porque quase sempre a terceirização vem acompanhada de downsizing, um outro nome para o aumento da intensidade do trabalho -, estaríamos diante de uma clara precarização das ocupações, que pode ser associada a um impacto obviamente negativo sobre as condições (e o modo) de vida dos trabalhadores envolvidos. (MACHADO, 2000, p. 169). Luiz Machado, em sua análise subdivide o contingente de trabalhadores entre os mais e menos afetados por este processo e no caso dos catadores entendemos que estejam inseridos no: Um terceiro contingente de trabalhadores – correspondente ao que poderia ser considerado o núcleo dos “informais” - passa a desenvolver atividades não-assalariadas. Entretanto, também neste caso não estamos diante de um segmento homogêneo. De um lado dele fazem parte grupos sociais pauperizados que, obviamente, são majoritários. Trata-se dos segmentos menos qualificados obrigados a se reorientarem na direção das inúmeras atividades precárias – cujo exemplo clássico é o biscateiro – considerado na década de 1970 típicas dos então denominados “grupos marginais”. Aqui embora não estejamos propriamente diante do puro e simples desemprego, configura-se o nicho dos recursos de sobrevivência de um exército de reserva estagnado em expansão, com perspectivas cada vez mais reduzidas de reintegração econômica. (SILVA, 2003, p. 170). Diante de tantas questões postas no cenário é que urgiu em nosso entendimento a necessidade do fortalecimento dos catadores, na busca de se reintegrarem ao mundo do trabalho, não para mudarem de profissão, mas para serem reconhecidos como trabalhadores importantes na área ambiental, merecendo respeito e valorização por sua atividade. Sendo assim, procuramos na relação direta com os catadores incentivá-los quanto à importância da participação em eventos da categoria, em processos de capacitação na área de gestão ambiental, gerenciamento de negócios entre outras atividades de aperfeiçoamento, além da necessidade de articulação deles com segmentos públicos e privados voltados para área socioambiental que pudessem celebrar parcerias importantes 5 para garantir a manutenção do trabalho realizado por eles, mas apoiado por novos pilares de sustentabilidade, salubridade e dignidade humana. Assim, com todas as dificuldades encontradas no processo de organização dos catadores, foi possível em Jardim Gramacho, reconhecer a formação de cinco grupos quatro organizados em cooperativas e uma Associação, afinados entre si, com objetivos comuns na perspectiva de manter a atividade de catação de forma sustentada e sustentável em ambiente salubre voltado para uma linha de produção concorrente com o mercado a fim de garantir a construção de um Pólo de Reciclagem com capacidade para receber o material da Coleta Seletiva de órgãos públicos e privados envolvidos com a destinação correta dos resíduos sólidos, bem como de municípios que já constituíram o programa de gestão integrada de resíduos determinados pela Política Nacional de Resíduos Sólidos. Nesse sentido, embora reconhecendo que a atividade de catação e o próprio catador, seja somente classificado como ocupação brasileira, CBO – 5192 -05, e ainda não seja uma profissão reconhecida, portanto necessite de muito incentivo para efetivamente alavancar novas formas para garantir inserção oficial de sua atividade no mercado. Foi possível identificar os primeiros passos desse caminho em Jardim Gramacho, pois os próprios catadores através assessoramento técnico buscaram várias formas de manifestações para garantir a continuidade de seu trabalho, embora reconhecesse a necessidade de encerramento das ações no Aterro. Sendo assim, buscou-se apoio nas instâncias legais tais como: Defensoria Pública, Ministério Público, Secretaria do Estado do Ambiente do Rio de Janeiro, Fundação Banco do Brasil, BNDES, Prefeitura de Duque de Caxias, Prefeitura do Rio de Janeiro entre outros órgãos públicos e alguns privados, apoio e orientação a respeito do melhor caminho a ser percorrido objetivando a estruturação de novas formas de manter a atividade sem prejudicar as questões ambientais, mas garantir a sobrevivência dos trabalhadores que dela dependem. A intenção foi conjugar a garantia de direitos sociais com a manutenção do trabalho, e ainda fazer com que o catador se tornasse realmente protagonista da sua própria história, tendo em vista que ao longo das décadas esse direito foi sempre furtado de sua mão. 3. Os eventos da cidade maravilhosa e seu reflexo no território extraordinário do lixo. No entanto, decorrido décadas dessa atividade efetivamente insalubre, é chegada a hora do encerramento das atividades de vazamento e recebimento de resíduos no Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho, inicialmente pela alegação técnica de esgotamento dos 6 espaços para acomodação dos resíduos, mas também por causa dos compromissos socioambientalmente assumidos pelas autoridades na direção de atender as disposições da lei 12.305 de 2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, exigindo uma resposta adequada por parte do Estado em relação ao destino dos rejeitos em um prazo de até quatro anos da publicação da supracitada lei. O anúncio do encerramento das atividades do “lixão de Gramacho” é algo veiculado pela mídia desde 2004. Portanto, já algum tempo vem sendo pensado e discutido junto às lideranças dos catadores as alternativas viáveis de garantia de trabalho e renda para todos, uma vez que estava previsto no contrato de operação do Aterro, celebrado entre a – COMLURB a Prefeitura Municipal de Duque de Caxias e a Empresa operadora terceirizada, um Fundo “compensatório” de participação para garantir capacitação e sustentabilidade para os catadores após o encerramento das atividades, no valor de um milhão e quatrocentos mil reais anuais pelo período de catorze anos. Nos últimos meses, ocorreram inúmeras reuniões, quase que semanais, envolvendo o governo estadual, federal e a prefeitura do Rio de Janeiro, objetivando materializar as devidas condições para o encerramento das atividades e efetividade nas ações que o referido Fundo poderia apoiar. Foram promovidas as seguintes atividades voltadas para atender as necessidades dos catadores do Aterro: Realização de dois recadastramentos de todo o efetivo de catadores, sendo que o segundo, realizado em fevereiro de 2012, foi além da quantificação e identificação, pois os trabalhadores foram também cadastrados nos Programas de transferência de renda do governo federal – Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida e no Programa Renda Melhor; Promoção de ação social para emissão de documentos, tais como o Registro Civil de Nascimento e a Carteira de Identidade; Realização de Assembléia que contou com a participação maciça dos catadores, onde ficou decidido que o Fundo se reverteria em processo indenizatório; Criação do Grupo Gestor para administrar recursos financeiros destinados ao apoio para inclusão social e econômica dos catadores atuantes no Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho; A prefeitura resolveu antecipar o fechamento de Gramacho como forma de compromisso político e ambiental no contexto da preparação da cidade para a Conferência das Nações Unidas (Rio + 20). Ter o maior “LIXÃO” da América Latina em operação seria uma péssima vitrine para o modelo de cidade que se quer apresentar ao mundo durante a 7 conferência. Assim, há apenas alguns dias antes da conferência supracitada, foi celebrada uma cerimônia em que o prefeito e outras autoridades fecharam oficialmente e definitivamente o aterro metropolitano de Jardim Gramacho. Tratava-se, assim, de mostrar ao mundo as aspirações cariocas de se tornar uma cidade ambientalmente correta, mesmo que não exista ainda nenhuma política de reciclagem do lixo que venha substituir o enorme trabalho de cunho ambiental realizado pelos catadores. Todo o lixo é atualmente vazado no novo aterro sanitário de Seropédica que responde a todas as exigências ambientais e não conta com a presença de catadores no seu interior. O fundo indenizatório dos catadores para o fechamento de Gramacho foi revertido em indenização direta aos catadores. Reconhecemos que essa pode não ser a melhor opção, tendo em vista que o acompanhamento aos catadores e a continuidade das ações na área de coleta seletiva de resíduos ainda não está efetivamente assegurada. As indenizações alcançam a soma de quatorze mil reais por catador. 4. Considerações finais Entendemos que muitos desafios deverão ser vencidos quanto ao processo de sustentação econômica e ambiental do bairro com o encerramento das atividades de vazamento do Aterro. Está prevista a revitalização do bairro, no entanto isto dependerá das ações a serem promovidas pela Prefeitura local da cidade de Duque de Caxias. O Fórum Comunitário de Jardim Gramacho é a instância responsável pela gestão popular voltada para o desenvolvimento local e é representada por várias instituições, inclusive pelos próprios catadores. No entanto, o impacto negativo nas diversas atividades relacionadas à reciclagem não poderá ser revertido, já que tais atividades não encontrarão novas formas de se reinventarem. O bairro sofrerá um esvaziamento efetivo de pessoas e negócios. Apesar de ambientalmente justificáveis, tais intervenções podem se tornar um desastre para os catadores, assim como para o bairro e seus moradores. No entanto, estamos considerando que apesar do encerramento oficial das atividades do Aterro tenha sido em 03 de junho de 2012, as tarefas de acompanhamento e realização de projetos com a organização dos catadores não acabaram, portanto será necessário enveredar esforços na busca de garantir a continuidade das ações socioambientalmente corretas que mantenham o trabalho dos catadores e o meio ambiente equilibrados, aí sim, todos sairão ganhando nesta relação que foi estabelecida por décadas. 5. Bibliografia consultada BRASIL. Política Nacional de Resíduos Sólidos. Brasília. 2010 8 BURSZTIN, Marcel. (org.). No meio da rua: nômades, excluídos e viradores. Rio de Janeiro: Gramond, 2000. CALDERONI, Sabetai. Os Bilhões perdidos no lixo. 4. ed. São Paulo: Humanitas Editora, FFLCH/USP, 2003. CASTELLS, Manuel. O poder da identidade. 3 ed. São Paulo: Paz e Terra. 2002. JUNCÁ, Denise; GONÇALVES, Marilene. P; AZEVEDO, Verônica Gonçalves. A mão que obra no lixo. Niterói: EDUFF, 2000. NOGUEIRA, Marco Aurélio. O desafio de construir e consolidar direitos no mundo globalizado. Serviço Social e Sociedade, São Paulo, Cortez, v.26, n.82, jul 2005. KOGA, Dirce. Medidas de cidades: entre territórios de vida e territórios vividos. São Paulo: Cortez. 2003. 9
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