Revista-Olimpo_132_Julho2012 (Baixa)

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Revista-Olimpo_132_Julho2012 (Baixa)
A R E V I S TA D O C O M I T É O L Í M P I C O D E P O R T U G A L
N.º 132, Julho de 2012
Publicação mensal
QUE COMECEM
OS JOGOS!
Londres 2012
Eventos
FORÇA PORTUGAL!
Antes da partida para
Londres, os atletas
estiveram presentes num
conjunto de eventos para
uma despedida em
grande estilo.
Entrevista
ALEXANDRE
MESTRE
Secretário de Estado do
Desporto e Juventude.
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Sumário
4 EDITORIAL
6 BREVES
8 TEMA DE CAPA
Londres 2012
21 PARCERIA
HPP SAÚDE
22 ENTREVISTA
Alexandre Mestre, Secretário
de Estado do Desporto e
Juventude
26 EVENTOS
Visitas Protocolares
Ambição Olímpica
Encontro da Missão
32 PUBLIREPORTAGEM
Continente
33 ROTEIRO
34 OPINIÃO
José Vicente Moura
Presidente do Comité Olímpico
de Portugal
10
TEMA DE CAPA
26
22
ENTREVISTA
ALEXANDRE
MESTRE
EVENTOS
FORÇA
PORTUGAL!
Antes da partida para
Londres, os atletas
olímpicos estiveram
presentes num conjunto
de eventos protocolares
para uma despedida em
grande estilo.
A Olimpo foi conversar
com o responsável
máximo pelo desporto em
Portugal. O Secretário
de Estado do Desporto
e Juventude aposta
em atletas motivados
que conquistem bons
resultados.
LONDRES 2012
O negócio à volta dos
Jogos Olímpicos, os atletas
portugueses nos Jogos, os
locais de provas e alguns
números e curiosidades
relacionadas com o maior
evento desportivo do
mundo.
Ficha
Técnica
Propriedade e Edição
Comité Olímpico de
Portugal, Travessa da
Memória, 36 1300-403
LisboaTel.: 21 361 72 60
Fax: 21 363 69 67
Director
José Vicente Moura
Director Executivo
João Malha
Textos
Cunha Vaz & Associados
Fotos
Fernando Piçarra,
Vice-Versa e Arquivo COP
Projecto Gráfico
e Paginação
Cunha Vaz & Associados
Impressão
Sig, Sociedade IndustrialGráfica, Lda.
Rua Pêro Escobar, 21,
2680-574 Camarate Lisboa
Tiragem
2.500 exemplares
Periodicidade
Mensal
Numero de Registo ICS
102203
Depósito Legal
9083/95
Distribuição gratuita
Julho 2012 . Olimpo . 3
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C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
CONNOSCO O OBIKWELU
VAI MAIS RÁPIDO,
O MARCO VAI MAIS LONGE
E A TELMA VAI MAIS FORTE.
www.hppsaude.pt
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E Portugal vai mais saudável. A HPP Saúde, marca líder na saúde em Portugal, foi
escolhida para ser o serviço médico oficial da nossa equipa olímpica. Com uma rede
de hospitais de norte a sul do país, com mais de 4000 colaboradores e equipas
médicas da mais alta qualidade, a HPP Saúde está preparada para tratar de si como
se fosse um atleta de alta competição. Com excelência, qualidade e dedicação.
Hospital da Boavista - Porto | Hospital da Misericórdia - Sangalhos | Hospital dos Lusíadas - Lisboa | Hospital Santa
Maria de Faro - Faro | Hospital São Gonçalo de Lagos - Lagos | Clínica Forum Algarve - Faro | Clínica do Infante - Portimão
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Editorial
JOSÉ VICENTE MOURA
Presidente do Comité Olímpico de Portugal
1912 - 2012
esultados sociais, serão, certamente de
excelência, resultados desportivos, não
tenho dúvida, honrarão Portugal.
UM SÉCULO NOS SEPARA DA PRIMEIRA
participação de Portugal em Jogos Olímpicos.
Há cem anos o nosso País enfrentava uma
profunda crise, a revolução de 1910 que instaurou a República, defrontava-se com grandes dificuldades políticas, sociais, económicas e financeiras.
Por falta de verba o Comité Olímpico, em
fase organizativa, financia-se através de uma
campanha nacional de recolha de fundos.
Com organização insipiente, ausência
de apoio financeiro estatal, sem preparação
técnica adequada, a improvisação foi o factor
preponderante nesta representação nacional aos Jogos Olímpicos de Estocolmo de
1912. Estava montado o cenário propício a
um golpe de fortuna ou, como infelizmente
aconteceu, uma tragédia, assim, o malogrado Francisco Lázaro, nosso representante na
Maratona, desfalece em plena prova e morre
às 06h20 de 15 de Julho, no Hospital.
Hoje, felizmente, tudo é diferente, em
Londres, os nossos atletas vão participar, com
os apoios necessários, nunca serão os ideais,
após um período alargado e sustentado de
preparação.
Em 1912 eram seis os atletas nossos representantes, todos masculinos, agora ultrapassa as sete dezenas e 43% são do género
feminino.
Infelizmente em cem anos estamos ainda longe, muito longe mesmo, do Desporto
português contar com um sistema desporti-
vo alargado e devidamente planeado nas suas
várias vertentes, escolar, associativa e desta no
alto rendimento e de excelência desportiva.
Ainda que assim seja, podemos ter a consciência tranquila, o COP, os excelentes técnicos que hoje temos, e as Federações tudo
fizeram para que este punhado de excelentes
e dedicados atletas possam competir de igual
para igual, o que não aconteceu em 1912,
com os seus adversários dos restantes países.
Resultados sociais, serão, certamente de
excelência, resultados desportivos, não tenho
dúvida, honrarão Portugal.
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Breves
CERIMÓNIA
COP PRESENTE NAS
COMEMORAÇÕES DO
CENTENÁRIO DO COMITÉ
OLÍMPICO DO LUXEMBURGO
O Comité Olímpico de Portugal (COP) esteve
presente nas cerimónias de comemoração do
centenário do Comité Olímpico do Luxemburgo,
através do seu secretário-geral, Eng.º Marques
da Silva.
As comemorações tiveram lugar no passado dia
9 de Junho, no Grand Theatre du Luxembourg,
na capital do país, e consistiram num
espectáculo cénico seguido de jantar.
Estiveram presentes o Grã-Duque do
Luxemburgo, acompanhado pela sua mulher,
bem como o presidente do Comité Olímpico
Internacional, Jacques Rogge, o presidente
dos Comités Olímpicos Europeus, Patrick
Joseph Hickey, e a grande maioria dos Comités
Olímpicos Europeus.
110 mt barreiras
APURAMENTO
JOÃO ALMEIDA ASSEGURA
PRESENÇA NOS JOGOS
OLÍMPICOS
O jovem atleta português João
Almeida assegurou dia 2 de
Julho a sua qualificação para
os Jogos Olímpicos de Londres
ao conseguir mínimo B nos
110m barreiras. João Almeida
fez o 9.º melhor tempo nas
meias-finais dos 110m barreiras
nos campeonatos da Europa
de Atletismo em Helsínquia. O
jovem atleta bateu o recorde
nacional com o tempo de 13,56,
garantindo assim a sua estreia
no maior evento multidesportivo
do mundo.
TELMA
MONTEIRO
É PORTA-ESTANDARTE
EM LONDRES
A judoca Telma
Monteiro foi a
escolhida pela
Missão Olímpica
para ser a PortaEstandarte da
Bandeira de
Portugal na
cerimónia.
A antecipação
deste anúncio
inicialmente
previsto para o dia
26 de Julho, em
Londres, deveuse ao facto de a
Missão Olímpica
entender que não
deve criar junto dos
atletas qualquer
desgaste adicional
no que se refere
a esta nomeação,
face às naturais
expectativas de
vários elementos.
A escolha deveuse ao currículo
desportivo da atleta.
O actual segundo
lugar do Ranking
Mundial e título de
Campeã da Europa
que ostenta foram
extremamente
importantes nesta
escolha, bem como
o facto de ser uma
cidadã exemplar
e responsável,
vista, muito
justamente, como
uma referência
para milhões de
portugueses.
EVENTO
MOÇAMBIQUE ACOLHE
JOGOS DA LUSOFONIA 2017
T
eve lugar dia 9 de Julho no Convento de Mafra, a Assembleia
Geral da Associação de Comités Olímpicos de Língua Oficial
Portuguesa (ACOLOP), na qual ficou definida que Moçambique acolherá os próximos Jogos da Lusofonia, em 2017. A Assembleia contou com a presença dos Comités de Angola, Brasil, Cabo Verde, Goa,
Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Macau, Moçambique, Portugal, São
Tomé e Príncipe, Sri-Lanka e Timor.
Após uma análise da candidatura de Moçambique, foi decidido por
unanimidade que o país reúne todas as condições necessárias para a
organização do evento.
Nesta Assembleia Geral foi ainda aprovada uma moção de confiança à organização dos próximos Jogos da Lusofonia, que terão lugar
em Goa, em Novembro de 2013.
ATLETISMO
DULCE FÉLIX
CAMPEÃ
DA EUROPA
NOS 10.000M
DULCE FÉLIX fechou com chave-de-ouro a participação portuguesa
nos Europeus de Helsínquia, que
terminou no dia 1 de Julho na
capital finlandesa.
A atleta de Azurém assegurou
o título de Campeã da Europa
nos 10.000m subindo para três o
número de medalhas
conquistadas por
Portugal nestes
campeonatos
da Europa.
Numa
corrida
que
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17
ABERTURA
CENTRO DE IMPRENSA FOI A PRIMEIRA
INFRA-ESTRUTURA DE LONDRES 2012
No dia em que faltava exactamente um mês para o início dos Jogos
Olímpicos de Londres 2012, assistiu-se à abertura da primeira
infra-estrutura criada para os JO. Trata-se do Media Press Center
(MPC), já totalmente operacional, localizado no Parque Olímpico.
O Centro de Imprensa com 31.000 metros quadrados terá
quatro pisos destinados a jornalistas, a fotógrafos, ao ‘staff’ da
organização de Londres 2012 e ao ‘staff’ do Comité Olímpico
Internacional. Espera-se que durante os 52 dias em que estará
aberto, período dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, o Centro de
Imprensa receba mais de 6.000 jornalistas e fotógrafos.
O Centro de Imprensa está localizado ao lado do International
Broadcast Centre (IBC) onde a maioria dos jornalistas credenciados
estarão durante os Jogos.
Após os Jogos Olímpicos, a infra-estrutura será assumida por
um dos três concorrentes que se encontram numa ‘short-list’ de
onde se seleccionará a empresa gestora: K Fashion Hub, Grupo
Oxylane e iCITY.
//Ao lado: Dulce Félix
traz a 3.ª medalha para
Portugal ganha nos
Europeus de Helsínquia
liderou praticamente desde início, Ana
Dulce Félix fugiu das suas perseguidoras ao
quilómetro sete e arrancou isolada para a
vitória, com o tempo de 31.44,75.
Para além de Dulce Félix, que relembre-se
irá também correr a Maratona nos Jogos
Olímpicos em Londres, as atletas Patrícia
Mamona e Sara Moreira conquistaram
medalhas de Prata e Bronze, respectivamente.
Patrícia Mamona surpreendeu no Triplo Salto,
batendo o recorde nacional com um salto de
14,52m conquistando assim a Prata neste
concurso.
Sara Moreira foi 3ª nos 5.000m, que lhe
permitiu subir ao pódio para receber a medalha
de Bronze. A portuguesa liderou toda a corrida
e acabou por perder o título europeu em cima
da meta, terminando a distância com 15.12,05.
RTP ABRE CANAL
PARA OS JOGOS
OLÍMPICOS 2012
A partir de 25 de Julho
será possível assistir
à RTP Olímpicos
num canal em alta
definição no cabo
através da Zon,
Meo e Vodafone,
estando a decorrer,
à data desta edição,
negociações com
outros operadores.
A partir do dia 27 de
Julho, data em que se
iniciam oficialmente
os Jogos Olímpicos,
e até 12 de Agosto,
este canal passará
interruptamente os
jogos, 24 horas
por dia.
FALECEU
LUÍS CALDAS
Faleceu dia 30 de
Junho, aos 82 anos,
Luís Caldas, uma das
maiores referências do
Olimpismo português e
das Lutas Amadoras.
Luís Caldas nasceu em
Lisboa, no dia 17 de
Dezembro de 1929,
foi o único português
que esteve presente em
Jogos Olímpicos como
atleta, chefe de equipa,
chefe de missão e juiz.
A sua estreia em Jogos
Olímpicos ocorreu
em Roma, em 1960,
onde conquistou o 21.º
lugar. Nas edições de
1968 (México) e 1972
(Munique) foi Chefe
de Equipa, tendo em
1976, em Montreal,
assumido o papel de
Chefe de Missão. Em
1980, em Moscovo, foi
árbitro internacional de
categoria excepcional,
tendo sido o primeiro
árbitro português
a marcar presença
nuns Jogos Olímpicos.
Situação que repetiria
em 1988 em Seul,
Coreia do Sul.
O seu trabalho foi
reconhecido em 1999
com a condecoração
com a medalha de
Mérito Desportivo. De
referir ainda que foi
Secretário Adjunto do
Comité Olímpico de
Portugal.
À família enlutada, o
Comité Olímpico de
Portugal apresenta
as suas sentidas
condolências.
JOGOS DA LUSOFONIA
FIM DA ACTIVIDADE
DA COJOL
A Comissão Organizadora dos 2.ºs Jogos
da Lusofonia - Lisboa 2009 (COJOL) foi
oficialmente constituída a 31 de Janeiro
de 2008, depois da histórica deliberação
adoptada na Assembleia Geral da Associação
dos Comité Olímpicos de Língua Oficial
Portuguesa (ACOLOP), realizada em Macau,
em 2006, por ocasião da primeira edição dos
Jogos.
O órgão máximo da COJOL, Conselho de
Gestão, foi presidido pelo presidente do
COP, Comandante José Vicente Moura,
o secretário-geral, Manuel Marques da
Silva, e pela campeã olímpica Rosa Mota
e secretariado por José Manuel Costa. Teve
ainda assento neste órgão estatutário de
cúpula, por inerência, o director executivo da
COJOL, João Ribeiro.
A organização daqueles que se cotaram como
a maior competição multidesportiva jamais
realizada em Portugal, alcançando enorme
prestígio internacional para Portugal e para a
causa da Lusofonia, como foi reconhecido por
S. Exa. o Presidente da República, Professor
Dr. Aníbal Cavaco Silva, e pelo Governo,
cessou a sua actividade a 26 de Junho de
2012.
325mil euros
3toneladas
25metros
São os números que dizem respeito
ao custo, peso e diâmetro dos Anéis
Olímpicos gigantes colocados na
Tower Bridge para assinalar o dia em
que faltava um mês para os Jogos
Olímpicos.
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A
realização dos Jogos Olímpicos, de 27 de Julho
a 12 de Agosto, é o acontecimento mais mediático, prometendo atrair milhões de visitantes de
todo o mundo. A revitalização urbana imposta
pela realização dos Jogos, mostram que apesar da crise económica, Londres parece estar a recuperar a sua pujança.
Depois de 1908 e 1948, esta será a terceira vez que Londres organiza os Jogos, tornando-se assim a cidade que
mais vezes acolheu a versão moderna desta competição.
A partir de 29 de Agosto e até 9 de Setembro decorre a
14.ª edição dos Jogos Paraolímpicos dedicados a atletas com
necessidades especiais.
De acordo com o relatório trimestral “London 2012
Olympic and Paralympic Games” de Fevereiro de 2012,
os Jogos Olímpicos de Londres 2012 terão um custo associado de 11,5 mil milhões de euros, financiados pelo sector público. Estas despesas são
repartidas entre o Governo liderado por David Cameron,
suportando 67% dos custos, o equivalente a 7,7 mil milhões
de euros, a instituição que gere a Lotaria Nacional, que contribui com 23%, 2,7 mil milhões de euros, e pela Câmara
de Londres, que financia 10% do valor, ou seja, cerca de 1,1
mil milhões de euros. O financiamento das instalações e infraestruturas vem essencialmente do Orçamento do Estado.
Os Jogos propriamente ditos serão financiados maioritariamente pelo sector privado.
Aquando da publicação deste relatório, a 150 dias da abertura dos Jogos e com 96% das construções concluídas, o
Ministro do Desporto e dos Jogos Olímpicos, Hugh Robertson, disse estar confiante de que os Jogos de Londres irão
custar menos do que o originalmente orçado. Ainda assim,
os actuais 11,5 mil milhões de euro equivalem a quase quatro vezes o valor inicialmente previsto quando a cidade apresentou sua candidatura à sede em 2005.
Londres está a sofrer uma transformação completa para
receber o evento. Uma mistura de edifícios novos e antigos
e de estruturas temporárias serão usados durante os Jogos. A Grande Londres será dividida em três áreas: Zona
Olímpica, Zona Rio e Zona Central. Algumas modalidades,
como o Remo e a Vela serão disputadas fora de Londres na
zona de Weymouth, Dorset, na costa sul de Inglaterra.
Muitas das instalações erguidas para os Jogos serão reutilizadas e alguns dos novos equipamentos já têm investidores garantidos.
Os jogos envolvem mais de 200 países, mais de
10.500 atletas olímpicos, mais de 4.200 atletas
paraolímpicos, mais de 14.000 funcionários, 26
desportos olímpicos – do tiro ao atletismo - a terem
lugar em 34 locais, 20 desportos paraolímpicos,
incluindo futebol de 5 e ténis adaptado, a
terem lugar em 21 locais.
Em 2012 todos os caminhos vão dar a “Terras de Sua Majestade”. A cidade de Londres organiza no mesmo ano um dos
acontecimentos mais mediáticos do planeta, os Jogos Olímpicos, festeja o 60 anos de reinado do seu monarca, o Jubileu da Rainha
Isabel II, e ainda celebra o bicentenário do nascimento do seu escritor mais famoso, Charles Dickens.
LONDRES 2012
O NEGÓCIO
DOS JOGOS OLÍMPICOS
Tema de Capa
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Julho 2012 . Olimpo . 9
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Contribuição da instituição
que gere a Lotaria Nacional
para o valor total
Fonte: London 2012 Olympic and Paralympic Games - Quarterly Report - February 2012
Valores em Euros
23%
83 milhões
Opearções logísticas no Parque Olímpico
117,7 milhões
Jogos paraolímpicos
359,3 milhões
Elite e comunidade desportiva
364,2 milhões
Transformações
no Parque Olímpico
588,5 milhões
Segurança e policiamento
685,3 milhões
Segurança local
8,4 mil
milhões
Olympic Delivery
Authority
Central Government
67%
7,7 mil milhões
mil milhões
11,5
Total das despesas
previstas
mil milhões
7,7
Valor financiado pelo
Governo Central para
os Jogos 2012
190,9 milhões
117,7 milhões
Outras provisões operacionais
40,9 milhões
‘Dressing’ Londres e arredores
28,5 milhões
Operações urbanas
16,1 milhões
Programas olímpicos e paraolímpicos
5 milhões
Campanhas turísticas
526,6 milhões
Fundo de contingência
Verbas disponíveis pelo Locog (responsável pelo London 2012 Festival, p.e.)
London
(GLA and
LDA)
10% 1,1 mil
milhões
Lottery
2,7 mil
milhões
23% National
Total
de financiamento
do sector público
Tema de Capa
COMPOSIÇÃO DA MISSÃO
OLÍMPICA PORTUGUESA
PARA LONDRES 2012
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Setenta e cinco atletas de treze modalidades distintas vão representar Portugal nos Jogos Olímpicos
de Londres. Portugal irá competir nas modalidades de atletismo, badminton, canoagem, ciclismo,
ginástica, judo, natação, remo, ténis de mesa, tiro, triatlo, vela e hipismo.
Da lista final não constam, por lesão, o campeão olímpico Nélson Évora, Naide Gomes (Salto em
Comprimento), Francis Obikwelu (100 metros) e Rui Silva (5.000 metros e 10.000 metros).
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Tema de Capa
Atletismo
22 Atletas
JOÃO ALMEIDA
Lisboa – 05/04/1988
110m Barreiras
Presença em J.O.- 0
JORGE PAULA
Lisboa – 08/10/1984
400m Barreiras
Presença em J.O.- 0
ALBERTO PAULO
Funchal – 30/10/1985
3.000m Obstáculos
Presença em J.O.- 1
ANA CABECINHA
Beja – 24/04/1984
20km Marcha
Presença em J.O.- 1
ARNALDO ABRANTES
Almada – 27/11/1986
200m
Presença em J.O.- 1
CLARISSE CRUZ
Ovar – 09/07/1978
3.000m Obstáculos
Presença em J.O.- 1
MARCO FORTES
Lisboa – 26/09/1982
Lançamento do Peso
Presença em J.O.- 1
MARCOS CHUVA
Oeiras – 08/08/1989
Salto em Comprimento
Presença em J.O.- 0
MARIA LEONOR
TAVARES
Paris – 24/09/1985
Salto com Vara
Presença em J.O.- 0
MARISA BARROS
Porto – 25/02/1980
Maratona
Presença em J.O.- 1
Canoagem
Badminton
6 Atletas
2 Atletas
PEDRO MARTINS
Portimão- 14/02/1990
Singulares Masculinos
Presenças em J.O.- 0
TELMA SANTOS
Peniche- 01/08/1983
Singulares Femininos
Presenças em J.O.- 0
DAVID ROSA
Fátima - 12/11/1986
BTT
Presenças em J.O.- 0
MANUEL CARDOSO
P. de Ferreira 07/04/1983
Prova de Estrada
Presenças em J.O.- 0
Ciclismo
4 Atletas
NÉLSON OLIVEIRA
Anadia – 06/03/1989
Prova de Estrada |
Contra-Relógio
Presenças em J.O.- 0
RUI COSTA
Póv. Varzim 05/10/1986
Prova de Estrada
Presenças em J.O.- 0
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DULCE FELIX
Azurém – 23/10/1982
Maratona | 10.000m
Presença em J.O.- 0
EDI MAIA
Setúbal – 10/11/1987
Salto com Vara
Presença em J.O.- 0
INÊS HENRIQUES
Santarém – 01/05/1980
20km Marcha
Presença em J.O.- 1
IRINA RODRIGUES
Leiria – 05/02/1991
Lançamento do Disco
Presença em J.O.- 0
JÉSSICA AUGUSTO
Paris – 08/11/1981
Maratona
Presença em J.O.- 1
JOÃO VIEIRA
Portimão – 20/02/1976
50km | 20km Marcha
Presença em J.O.- 2
PATRÍCIA MAMONA
Lisboa – 21/11/1988
Triplo Salto
Presença em J.O.- 0
RUI PEDRO SILVA
Stº Tirso – 06/05/1981
Maratona
Presença em J.O.- 1
SARA MOREIRA
Roriz - 17/10/1985
10.000m | 5.000m
Presenças em J.O.- 1
VANIA SILVA
Leiria - 08/06/1980
Lançamento do Martelo
Presenças em J.O.- 2
VERA BARBOSA
V. F. de Xira 13/01/1989
400m Barreiras
Presenças em J.O.- 0
VERA SANTOS
Santarém - 03/12/1981
20Km Marcha
Presenças em J.O.- 1
BEATRIZ GOMES
Coimbra - 31/12/1979
K2 500m | K4 500m
Presenças em J.O.- 1
EMANUEL SILVA
Braga- 04/12/1985
K2 200m | K2 1.000m
Presenças em J.O.- 2
FERNANDO PIMENTA
V. Castelo - 13/08/1989
K2 200m | K2 1.000m
Presenças em J.O.- 0
HELENA RODRIGUES
Funchal – 02/12/1984
K4 500m
Presenças em J.O.- 1
JOANA VASCONCELOS
V. N. Gaia –
22/02/1991
K2 500m | K4 500m
Presenças em J.O.- 0
TERESA PORTELA
Gemeses – 30/10/1987
K1 200m | K1 500m |
K4 500m
Presenças em J.O.- 1
GONÇALO CARVALHO
S. Jorge Arroios 01/04/1982
Ensino Individual
Presenças em J.O.- 0
LUCIANA DINIZ
São Paulo - 11/10/1970
Salto Obst. Individual
Presenças em J.O.- 1
Equestre
2 Atletas
Julho 2012 . Olimpo . 13
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Tema de Capa
Ginástica
4 Atletas
ANA RENTE
Coimbra - 27/04/1988
Trampolim Feminino
Presenças em J.O.- 1
DIOGO GANCHINHO
Sto. Estevão 12/09/1987
Trampolim Masculino
Presenças em J.O.- 1
MANUEL CAMPOS
Miragaia - 12/07/1981
Artística Masculina
Presenças em J.O.- 0
ZOI LIMA
Toronto - 07/10/1991
Artística Feminina
Presenças em J.O.- 0
ANA RODRIGUES
S. J. Madeira 21/04/1994
100m Bruços
Presenças em J.O.- 0
ARSENIY LAVRENTYEV
Rússia - 01/02/1983
Águas Abertas
Presenças em J.O.- 1
CARLOS ALMEIDA
Lisboa – 04/08/1988
100m Bruços
Presenças em J.O.- 1
DIOGO CARVALHO
Coimbra - 26/03/1988
200m Estilos | 400m
Estilos
Presenças em J.O.- 1
Natação
8 Atletas
Tenis de mesa
Remo
4 Atletas
2 Atletas
NUNO MENDES
Miragaia - 10/05/1984
LM2x
Presenças em J.O.- 1
PEDRO FRAGA
Paranhos - 27/01/1983
LM2x
Presenças em J.O.- 1
JOANA CASTELÃO
Carcavelos 26/12/1984
Pac 10m | Pistola 25m
Presenças em J.O.- 0
JOÃO COSTA
Luanda - 28/10/1964
Pac 10m | PL 50m
Presenças em J.O.- 3
Tiro
2 Atletas
14 . Olimpo . Julho 2012
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Judo
4 Atletas
JOANA RAMOS
Coimbra - 16/01/1982
-52kg
Presenças em J.O.- 0
JOÃO PINA
Lisboa - 31/07/1981
-73 kg
Presenças em J.O.- 2
PEDRO OLIVEIRA
Rio Maior - 01/01/1988
200m Costas | 200m
Mariposa
Presenças em J.O.- 1
SARA OLIVEIRA
Porto - 07/12/1985
100m | 200m Mariposa
Presenças em J.O.- 1
SIMÃO MORGADO
Lisboa – 04/03/1979
100m Mariposa
Presenças em J.O.- 3
TIAGO VENÂNCIO
Lisboa - 19/07/1987
200m Livres
Presenças em J.O.- 2
MARCOS FREITAS
Câm. Lobos 08/04/1988
Singulares
Presenças em J.O.- 1
JOÃO PEDRO
MONTEIRO
Guarda- 29/08/1983
Singulares
Presenças em J.O.- 1
TIAGO APOLÓNIA
Lapa - 27/07/1986
Equipas
Presenças em J.O.- 1
LEI MENDES
China - 14/08/1982
Singulares
Presenças em J.O.- 0
BRUNO PAIS
Fundão - 10/06/1981
Individual Masculino
Presenças em J.O.- 1
JOÃO SILVA
Benedita - 15/05/1989
Individual Masculino
Presenças em J.O.- 0
TELMA MONTEIRO
Lisboa - 27/12/1985
-57kg
Presenças em J.O.- 2
YAHIMA RAMIREZ
Cuba - 10/10/1979
-78kg
Presenças em J.O. - 0
Triatlo
2 Atletas
Julho 2012 . Olimpo . 15
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12/07/17 18:25
Tema de Capa
Vela
13 Atletas
JOÃO RODRIGUES
Funchal - 02/11/1971
RS:X Masculino
Presenças em J.O.- 5
MARIANA LOBATO
Lisboa - 23/12/1987
Match Racing Feminino
Presenças em J.O.- 0
AFONSO DOMINGOS
Moçambique 29/07/1969
Star
Presenças em J.O.- 2
ÁLVARO MARINHO
Lisboa - 15/03/1976
470 Masculino
Presenças em J.O.- 3
BERNARDO FREITAS
Cascais - 18/02/1990
49er
Presenças em J.O.- 0
CAROLINA BORGES
Rio de Janeiro 25/05/1979
RS:X Feminino
Presenças em J.O.- 1
DIANA NEVES
Cascais - 26/06/1986
Match Racing Feminino
Presenças em J.O.- 0
FRANCISCO ANDRADE
Brasil - 06/08/1980
49er
Presenças em J.O.- 1
FREDERICO MELO
E.U.A. - 13/07/1987
Star
Presenças em J.O.- 0
GUSTAVO LIMA
Brasil - 13/07/1977
Laser
Presenças em J.O.- 3
RITA GONÇALVES
Lisboa – 17/04/1981
Match Racing Feminino
Presenças em J.O.- 0
SARA CARMO
Cascais - 12/10/1986
Laser Radial
Presenças em J.O.- 0
MIGUEL NUNES
Lisboa - 11/08/1976
470 Masculino
Presenças em J.O.- 3
16 . Olimpo . Julho 2012
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Três milhões de espectadores são aguardados no moderno Parque Olímpico de Londres. No fim dos
Jogos, toda a área renovada de Stratford, um antigo bairro industrial que foi destino de imigrantes
pobres e zona negligenciada a Leste de Londres, dará lugar ao futuro emblemático Parque
Rainha Isabel II. Com uma particularidade: todo o recinto olímpico foi construído sob a batuta da
sustentabilidade e, no final, os edifícios a demolir serão 90% reciclados. Conheça todos os palcos
onde os portugueses ambicionam conquistar medalhas.
OS LOCAIS ONDE
OS PORTUGUESES VÃO COMPETIR
O2 ARENA NORTH GREENWICH ARENA
Construída há mais de uma
década na península de Greenwich, junto ao rio Tamisa,
por ocasião das Celebrações
do Milénio, a Arena O2 é um
pavilhão multiusos que acolhe
eventos desportivos e espectáculos de grande dimensão.
Durante os Jogos será o espaço
anfitrião das modalidades de
Trampolim, Ginástica Artística
e de algumas partidas de
Basquetebol. Tem capacidade
para 20 mil espectadores.
CENTRO AQUÁTICO
Desenhado pela aclamada
arquitecta internacional Zaha
Hadid, o Centro Aquático foi
pensado e construído de raiz
para o maior evento desportivo mundial. Situado junto à
principal entrada no Parque
Olímpicoa, será admirado
por dois terços dos visitantes
do evento, que caminharão
por uma ponte incorporada
na magnífica estrutura de
cobertura do pavilhão. Tem capacidade para 17.500 pessoas.
Acolherá todas as provas das
especialidades de Natação.
TRILHOS DE BMX
Localizado perto do Velódromo, na zona Norte do Parque
Olímpico, foi desenhado pela
equipa do arquitecto Michael
Taylor, do ateliê Hopkins, que
encomendou os traçados a
designers de trilhos de BMX,
focado sempre na necessidade
de criar percursos rápidos
e desafiadores. Catorze mil
metros cúbicos de terra – removidos das obras do Parque
– foram reaproveitados na
sua construção. Após os Jogos,
será removido e dará lugar a
trilhos de ciclismo acessíveis à
população, ficando integrado
(com o Velódromo) no VeloVelo
Park do Vale do rio Lee. Possui
seis mil lugares sentados.
CIRCUITO ROAD RACE E TIME TRIAL
Não serão cobrados bilhetes para a Prova de Estrada
de Ciclismo pois esta modalidade percorrerá as ruas de
Londres e Surrey sendo esperados milhões de espectadores, na sua maioria fãs de ciclismo. As ruas serão
fechadas, o estacionamento vedado e a organização
COLINA DE BOX HILL
Situada a trinta quilómetros
a sudoeste de Londres, na
região de Surrey, é uma das
áreas de lazer mais populares
de Inglaterra – desde a época
da Rainha Vitória – e uma
zona com paisagem protegida
e estradas ziguezagueantes,
muito típicas nas zonas rurais
britânicas. Os espectadores
poderão escolher vários pontos
dos percursos, disfrutando da
possibilidade de assistir às cor
corridas em ecrãs gigantes, mas
sem quaisquer assentos. As
Provas de Estrada de Ciclismo
serão acompanhadas no local
por 15 mil pessoas.
dos Jogos, bem como a administração da cidade, estão
a encorajar as pessoas a, nesse dia, andarem a pé; a
usarem os transportes públicos ou a circularem de bicicleta. As provas de Contra-Relógio decorrerão na área
de Hampton Court Palace.
Julho 2012 . Olimpo . 17
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Tema de Capa
COMPLEXO DE ETON
DORNEY, EM WINDSOR
Instalado numa propriedade
em Windsor, com 162 hectares de uma reserva natural,
o Centro Rowing de Eton
Dorney e o Lago Dorney são
aclamados como sendo duas
das melhores pistas de Remo e
Canoagem do mundo. Situado
a 40 quilómetros a oeste de
Londres, é um santuário para
as competições de elite internacional. Apesar da qualidade
mundial dos espaços, foram
melhorados para os Jogos,
nomeadamente com a instalação de duas pontes. Trinta
mil pessoas poderão assistir às
provas durante os Jogos.
PAVILHÃO EXCEL
É o maior pavilhão de competições da edição dos Jogos
de Londres 2012 integrando
cinco arenas que receberão até
cinco competições diferentes,
entre Boxe, Judo, Ténis de
Mesa, Luta livre, Esgrima,
Taekwondo e Halterofilismo.
Concebido para ser um centro
de exposições internacionais
na zona renovada de Docklands, foi remodelado em 2010
para os Jogos, tendo as cinco
arenas sido edificadas sem
obras excessivas. Terá uma
capacidade total de 44 mil
lugares sentados durante as
olimpíadas e posteriormente
regressará ao seu papel de
maior e mais versátil sala de
exposições da Europa.
PARQUE DE GREENWICH
Os 74 hectares do parque
de Greenwich são uma das
zonas verdes mais antigas de
Londres. Datado de 1433, está
classificado como Património
Natural da Humanidade e
é morada de marcação da
primeira linha mediana do
mundo. Localizado a menos
de 20 minutos do centro de
Londres, o parque é banhado
pelo rio Tamisa e tem vistas
para a Catedral de São Paulo.
Um circuito com 5,7 quilómetros e uma pista equestre de
obstáculos temporária foram
construídos entre a Queen’s
House e o Museu Marítimo.
Cerca de 23 mil pessoas poderão assistir às provas sentadas
em bancadas de alumínio.
HYDE PARK
A maior área verde dos parques reais londrinos (253
hectares, incluindo o Jardim de Kensington), está aberto
ao público desde 1637 e tem tradição em acolher
eventos desportivos, nomeadamente provas de Triatlo,
tal como acontecerá agora durante os Olímpicos. A
QUINTA DE HADLEIGH
Localizada na região rural
de Essex, numa propriedade
com 223 hectares pertencente
à organização Exército de
Salvação e nela se localiza o
castelo de Hadleigh e óptimas
colinas para a prática de provas de Ciclismo de Montanha,
algumas delas com 70 metros
de altura. Tem um circuito
irregular com cinco quilómetros que foi redesenhado para
provas de ciclismo, por forma
a aumentar a dificuldade dos
trajectos.
maratona de Natação e as provas de natação do Triatlo
serão feitas no mundialmente famoso Lago Serpentine.
pesBancadas temporárias com capacidade para 50 mil pes
soas sentadas serão instaladas no parque, embora haja
muitos outros lugares em pé ao longo dos percursos e
em locais muito específicos.
18 . Olimpo . Julho 2012
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ESTÁDIO OLÍMPICO
Será palco das cerimónias de
abertura e de encerramento
dos Jogos, bem como de
outras cerimónias icónicas dos
Jogos, tais como a Maratona. Durante o evento será o
coração do Parque Olímpico e
as pessoas chegarão às suas
bancadas através de cinco
pontes. O design inovador do
estádio permite acolher 80 mil
pessoas durante as provas e
depois dos Jogos reduzir com
facilidade a sua capacidade
para apenas 25 mil lugares.
É, em materiais e capacidade,
o recinto-sede de uns Jogos
Olímpicos mais pensado em
termos de sustentabilidade
que alguma vez foi edificado e
foi parcialmente escavado, o
que permitiu poupar imenso
material estrutural. Será a
casa de todas as provas de
Atletismo.
O MALL
O Mall é uma das mais icónicas localizações do centro de
Londres e uma das mais populares artérias para cerimónias
e eventos desportivos. O seu
piso vermelho produzirá o efeito de uma carpete vermelha
que receberá os atletas olímpicos na sua chegada à capital
britânica. Criada no início do
século XX como parada para
desfiles reais e recepção de
ilustres visitantes, começa em
Buckingham Palace e termina
em Trafalgar Square. Aqui
começarão algumas provas e
Atletismo e por aqui passarão
com destaque as provas de
Ciclismo.
O ROYAL ARTILLERY
BARRACKS
Um complexo histórico com
um palácio que é uma das
jóias da arquitectura britânica;
campos de tiro ao ar livre; e
magníficos jardins, existentes
desde 1716, receberão as
competições da modalidade de Tiro. O espaço – que
provisoriamente acolherá os
atiradores em provas indoor e
uma audiência limite de 7.500
pessoas – foi construído com
uma membrana em PVC, com
um total de 18 mil metros
quadrados, com uma aparência original e uma fachada
branca pontuada por vigias coloridas abertas que garantem
a ventilação do edifício. Será
desmantelado após os Jogos e
o seu material reutilizado em
outras obras.
WEYMOUTH E PORTLAND
Localizado na região de Dorset, na costa sul de Inglaterra, Weymouth e Portland oferece a zona de costa
com as melhores águas naturais para navegar à vela.
Embora já existisse como zona náutica de recreio
para a prática de vela, a academia foi reabilitada e
ampliada para ficar apta para as competições olímpi-
ARENA DE WEMBLEY
É um dos mais icónicos
edifícios de Londres, muito
marcado pelos espectáculos de
música e eventos desportivos.
Foi palco dos mais famosos
campeonatos de snooker,
dardos, hóquei e provas de
wrestling. Depois da Arena
O2 é o segundo maior recinto
de Londres. Foi construído
em 1934 para acolher os
Jogos do Império britânico
(também conhecidos como
os Commonwealth Games).
Originalmente fora ocupado por uma piscina que foi
desmantelada após os Jogos
ReabilitaOlímpicos de 1948. Reabilita
da para os Jogos de Londres
2012, possui capacidade para
15 mil espectadores e receberá
as modalidades de Badminton
e Ginástica Rítmica.
cas. Foi construída uma nova marina com 560 postos
de amarração, dos quais 250 serão usados para
as provas olímpicas. Depois dos Jogos os maiores
beneficiários do equipamento será a National Sailing
Academy. Cinquenta mil espectadores espalhados
pelas margens do recinto assistirão às competições
de Vela.
Julho 2012 . Olimpo . 19
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Tema de Capa
OS JOGOS
EM NÚMEROS
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
26 Desportos, 39 disciplinas
34 Locais de provas
8,8 Milhões de bilhetes
10.500 Atletas
302 Provas para atribuição de medalhas
21.000 Órgãos de comunicação social acreditados
17 Dias de competição (19 se contando com o
Futebol)
3.000 Oficiais Técnicos
205 Comités Olímpicos Nacionais
7.500 Oficiais das equipas
5.000 Amostras Anti-Dopagem
Envolvimento do Público
• 8,8 Milhões de Bilhetes
• 200.000 Bilhetes partilhados para escolas, universidades, militares entre outras entidades
• 240.000 Candidaturas recebidas para trabalhar
nos Jogos; 100.000 entrevistas de trabalho realizadas; onde se incluem mais de 1.000 licenciados
de topo; necessidade de 70.000 voluntários – 1
milhão de horas de formação e 8 milhões de horas
de trabalho de voluntários serão requeridas
• Um total de 200.000 pessoas envolvidas,
incluindo 6.000 profissionais do ‘staff’, 70.000
voluntários e 100.00 operários de construção
Eventos de Teste
• 42 Eventos de teste nos vários locais de provas
durante 12 meses, onde se incluíram Qualificações Olímpicas, Campeonatos do Mundo,
Campeonatos Britânicos e Eventos Internacionais
por convite
• Participaram mais de 8.000 atletas de mais de 50
países
• Estiveram presentes mais de 10.000 voluntários e
mais de 250.000 espectadores
Tocha Olímpica
• 8.000 Portadores da Tocha Olímpica transportaram-na por mais de 13.000km passando por mais
de 1.000 comunidades, aldeias, vilas e cidades
• Diariamente, 110 portadores da Tocha (em média) participaram e percorreram cerca de 175km
• Cada um percorreu cerca de 300 metros
• 150 Palavras eram a exigência para aceitar a
candidatura a Portador da Tocha Olímpica
• 95% da população do Reino Unido esteve a menos
de 15km da Tocha
• 70 Dias durou a viagem da Tocha
• 50% dos Portadores tinha entre os 12 e 24 anos
• 165.000 Toalhas e 22.000 Almofadas na Aldeia
Olímpica
• 766 Milhas de Tecido para os uniformes dos
voluntários
Construção
de Infra-estruturas
Durante os Jogos
• 200.000 Lugares temporários no total das infraestruturas
• 7.500 Luzes temporários para iluminação dos
locais das provas
• 350 Milhas de cablagem
• 539.000 Metros quadrados de cimento
• 122 Km de vedação temporária
• 10.000 Casas-de-banho temporárias
• 2.500 Tendas temporárias
• 16.500 Postos Telefónicos
• 5.000 Lugares sentados no Restaurante da Aldeia
Olímpica
• 100.000 Metros quadrados de Espaço Comercial,
onde se incluem 40.000 para a MegaStore
IBC/MPC
• 21.000 Meios de Comunicação Social acreditados para os Jogos para uma audiência mundial
potencial de 4 mil milhões de pessoas
• 52.000 Metros quadrados tem o estúdio do IBC
• 29.000 Metros quadrados tem o MPC
Equipamento para os Jogos
• 1 Milhão de peças de material desportivo fornecido pela Organização
• 510 Barreiras ajustáveis para o Atletismo
• 600 Bolas de Basquetebol
• 541 Coletes Salva-Vidas (Canoagem, Maratona
Natação, Remo, Vela e Triatlo)
• 2.200 Dúzias de Bolas de Ténis
• 2.700 Bolas de Futebol
• 53 Conjuntos de Cordas para as Pistas de Natação
• 6.000 Alvos para o Tiro com Arco
• 356 Pares de luvas de Boxe
• 12 Pares de Balizas para o Andebol
• 120 Protectores de cabeça do Taekwondo
• 99 Bonecos de Treino de Wrestling e Judo
• 375 Médicos, 150 Enfermeiras, 200.000 pares de
Luvas e 150.000 Preservativos
• 20 Milhões de viagens feitas por espectadores em
Londres, 3 Milhões no dia mais movimentado
• 800.000 Espectadores com bilhete vão usar
transportes públicos no dia mais movimentado
• 600.000 Malas de viagem vão ser manuseadas
durante os Jogos no Aeroporto de Heathrow;
203.000 no dia mais movimentado (13 de Agosto) – 35% mais do que num dia normal
• 14 Milhões de refeições serão servidas nos Jogos
Olímpicos, a Aldeia Olímpica servirá 45.000
refeições diárias
• 1 Milhão de metros quadrados de armazém para
logística – 15.000 entregas por uma frota de 300
camiões
• Mil Milhões de visitantes esperados no site london2012.com
Fotos Fernando Piçarra
Jogos Olímpicos
Parque Olímpico
• 2,5Km quadrados (246 hectares) – equivalente ao Hyde Park ou a 357 campos de futebol.
Durante os Jogos incluirão:
- 9 Locais de competição
- 11 Áreas de ‘sponsors’
- 1.000 Bancos para piquenique, 362 casasde-banho e quase 4.000 caixotes de lixo, para
reciclagem e orgânico
- 273 Edifícios temporários para apoio de ‘backoffice’
- 8,35Km de Cursos de água dentro e à volta do
Parque Olímpico, com 30 novas pontes que atravessa as estradas, linhas ferroviárias e rios para
unir todo o Parque
- Mais de 4.000 árvores, 74.000 plantas, 60.000
bolbos e 350.000 plantas de pântano – o maior
projecto de plantação alguma vez realizado no
Reino Unido
- Mais de 46.000 pessoas trabalharam na construção do Parque Olímpico
- 90% dos materiais resultantes de demolições do
Parque Olímpico foram reciclados ou reutilizados
20 . Olimpo . Julho 2012
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Fotos Fernando Piçarra
PARCERIA
ATLETAS DA MISSÃO OLÍMPICA
VISITAM HOSPITAL DA HPP SAÚDE
Estão cheios de energia e esperam não precisar de apoio médico devido a lesões, mas mesmo
assim visitaram o hospital do parceiro olímpico que olha pela saúde deles.
O
s atletas portugueses já estão
em máxima concentração
para as Olimpíadas de Londres. Por esse motivo, apenas
os velejadores Mariana Lobato e Frederico
Melo, o ciclista David Rosa e o atirador João
Costa, o presidente, José Vicente Moura,
equipa médica e alguns oficiais do Comité
Olímpico representaram, no passado dia 10
de Julho, a Missão Olímpica numa visita às
instalações do moderno Hospital dos Lusíadas, em Lisboa. A HPP Saúde, empresa
do Grupo Caixa Geral de Depósitos, abriu
as suas portas da sua unidade hospitalar à
Missão Olímpica na qualidade de parceira,
sendo o Serviço Médico Oficial do Comité
Olímpico de Portugal (COP).
De forma rápida – tal como as famosas
visitas de médico – os atletas visitaram vá-
rios serviços do Hospital dos Lusíadas, minutos depois de terem recebido, das mãos
de João Martins, presidente da HPP Saúde,
um ‘kit’ de primeiros socorros, oferta que
o responsável desejou não vir a ser necessária. “Desejamos-vos as melhores felicidades e sucessos, conscientes de que podem
contar com o apoio da HPP e do povo português”, rematou.
José Vicente Moura agradeceu a preciosa colaboração da HPP Saúde em matéria
de medicina desportiva e afiançou ser “esta
Missão Olímpica aquela que, quer no plano
competitivo, quer na sua dimensão social,
nos levará bem longe”.
Os atletas e os oficiais iniciaram de seguida uma visita rápida para não estragar “a alta
concentração”, como lhe chamou João Martins, pelos serviços de Pediatria, Neonatologia,
Imagiologia e Sala da Hemodinâmica, sendo
que se tentou que nas duas últimas os atletas
percebessem como funcionam alguns exames
médicos a que muitas vezes são sujeitos. Pelo
caminho cruzaram-se em particular com
um paciente do Hospital dos Lusíadas que
com eles interagiu, sorrindo com ar surpreso para a comitiva de atletas olímpicos.
Como Serviço Médico Oficial do COP, a
HPP Saúde assegurará cuidados médicos
aos atletas envolvidos nos Jogos Olímpicos
Londres 2012, disponibilizando o acesso
destes à rede de unidades hospitalares do
Grupo em todo o país, contribuindo deste
modo para uma educação e prevenção em
saúde, assim como para dar a conhecer as
valências da Unidade Hospitalar e os serviços disponibilizados, sobretudo em termos
de medicina desportiva.
Julho 2012 . Olimpo . 21
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Fotos Vitor Gordo
Entrevista
22 . Olimpo . Junho 2012
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Fotos Vitor Gordo
ALEXANDRE MESTRE,
SECRETÁRIO DE ESTADO DO DESPORTO E JUVENTUDE
“Com realismo, mas com ambição,
as expectativas para os Jogos Olímpicos
são as melhores”
O responsável máximo pelo desporto em Portugal quer apostar em atletas motivados que
conquistem bons resultados. Acredita ainda que o esforço financeiro e organizativo do Estado, nos
últimos anos, se traduzirá já em sucesso na Missão portuguesa enviada aos Jogos de Londres 2012.
Olimpo – Quais são para si os principais valores do desporto?
Alexandre Mestre – O Plano Nacional de Ética no Desporto que o
Governo lançou este ano – Ano Nacional de Ética no Desporto 2012
– identifica alguns dos principais valores que emanam do desporto, e que reputo de fundamentais nesta área, tal como em tudo
na vida: amizade, verdade, imparcialidade, cooperação, tolerância,
entreajuda, determinação, respeito, coragem, justiça, honestidade,
solidariedade, trabalho em equipa, disciplina e persistência.
Como avalia o Programa de Preparação Olímpica de Portugal?
Trata-se de um Programa assinado ao tempo do anterior Governo.
Neste ano de funções do actual Governo o Instituto Português do
Desporto e Juventude tem cumprido as suas obrigações contratualmente previstas – em especial a disponibilização da comparticipação financeira – e o Comité Olímpico de Portugal tem cumprido a
sua relevante parte – em especial a missão de superintender, dirigir e realizar a gestão do Programa.
O financiamento público para a Preparação Olímpica Londres 2012 e
Rio 2016 e a Preparação da Missão portuguesa estará, não obstante
as dificuldades orçamentais, a ser cumprido na íntegra? O que nos
reserva o futuro?
Fizemos – o Governo e o Instituto Português do Desporto e Juventude
– um grande esforço financeiro para, apesar das dificuldades que o País
atravessa, assegurar atempadamente o devido apoio, via Comité Olímpico de Portugal, para a Preparação e para a Missão olímpicas. Paralelamente, apoiámos o funcionamento do Gabinete de Apoio ao Atleta
Olímpico e – na lógica de que a lei é para cumprir e o Estado deve motivar os atletas para a obtenção de bons resultados – pagámos prémios
obrigatórios que não eram pagos desde 2009 e assegurámos as bolsas
de pós-carreira a dezenas de atletas. Também nos envolvemos na Se-
mana Olímpica, dinamizada pela Comissão de Atletas Olímpicos, entre outras diligências para que Londres seja um sucesso. Pretendemos
manter esta postura para o futuro, melhorando ainda no que estiver ao
nosso alcance. Temos de continuar a trabalhar muito e em conjunto.
O Governo tenciona introduzir alterações substanciais a um eventual
específico Projecto Olímpico Rio 2016?
Tal como já foi consensualizado com o Sr. Presidente do Comité
Olímpico de Portugal, Comandante Vicente Moura, a experiência
do Programa de Preparação Olímpica Londres 2012 e o Relatório
que a Missão irá elaborar serão pontos de partida para identificar o
que haja a melhorar. Por outro lado, Governo, Administração Pública Desportiva e Comité Olímpico de Portugal deverão trabalhar
em conjunto para inovar, para dar um “passo em frente” no modelo vigente. Temos, sempre, de tentar fazer mais e melhor.
Quais são as suas expectativas quanto aos Jogos Olímpicos?
Com realismo, mas com ambição, as expectativas são as melhores.
Cada nova edição dos Jogos Olímpicos não pode deixar de ser perspectivada com base na divisa olímpica: “Citius, Altius, Fortius!”
(Mais Longe, Mais Alto, Mais Forte!).
Qual será a importância de criar um Tribunal Arbitral do Desporto?
Um “Tribunal Arbitral do Desporto”, não sendo a panaceia para
acabar com os conflitos e litígios no desporto, é algo de fundamental. Por um lado, para dar resposta à falta de sensibilidade e
especialização dos “tribunais comuns” face à “especificidade do
desporto”. Por outro lado, apresenta a vantagem de concentração
de meios, isto é, de não dispersão de recursos. Mas, no essencial,
será um instrumento para termos uma justiça desportiva célere,
especializada, uniformizada e porventura mais barata.
Julho 2012 . Olimpo . 23
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Entrevista
QUEM É ALEXANDRE
MIGUEL MESTRE?
NATURAL de Lisboa, onde
nasceu em 1974, é licenciado
pela Faculdade de Direito de
Lisboa, pós-graduado em Estudos Jurídicos e Económicos
da UE (Universidade de Paris
I), em Logística (Universidade de Lisboa) e em Estudos
Olímpicos (Universidade de
Loughborough/Academia
Olímpica Internacional).
Mestre em Estudos Europeus
pela Universidade Católica
de Lisboa, doutorando na
Universidade de Edge Hill, no
Reino Unido. Foi investigador
em Bruges, professor em
Portugal e Espanha, Adjunto
do Secretário de Estado
da Juventude e Desportos
e do Secretário de Estado
do Desporto e Reabilitação
(2002-2005) e advogado.
Participou na elaboração do
European Independent Sports
Review, em 2006. É autor
de vários livros e de artigos
publicados em revistas científicas e em jornais. Em 2010
foi considerado, pela revista
Sport Bussiness International,
como um dos vinte advogados
mais influentes do mundo na
área do Direito do Desporto.
Convictamente sportinguista,
praticou como desportista Voleibol no âmbito do desporto
escolar, foi federado em Ténis,
mas a sua paixão sempre foi o
atletismo.
Especializou-se em direito desportivo.
O que mais o fascina nesta área do conhecimento?
O Direito do Desporto é, de facto,
fascinante, e a escolha desta área
possibilitou-me na prática – no
passado como Adjunto Jurídico
de um membro do Governo,
como Advogado e como Docente
Universitário – combinar duas
das minhas paixões: o Direito e o
Desporto. E, com isso, tentar contribuir para a melhoria do sistema
desportivo. Sempre em equipa,
tive o gosto de colaborar em momentos marcantes como a feitura
de legislação desportiva nacional;
Com um projecto legislativo agora aprovado no Parlamento, que traduz uma opção ideológica inequívoca de institucionalizar o TAD na esfera do Estado, qual é a visão actual do Governo?
No passado dia 3 de Maio foi aprovado em Conselho de Ministros
o anteprojecto de proposta de lei do Governo para a criação do Tribunal Arbitral do Desporto, sob a égide do Comité Olímpico de
Portugal. Ainda assim, posteriormente o PS apresentou no Parlamento a sua própria proposta de lei, que tem qualidades, mas
que inclui diversas matérias nas quais não me revejo, desde logo,
precisamente a sua filosofia muito estatizante, diria mesmo de excessiva “governamentalização” do Tribunal Arbitral do Desporto.
Reporto-me, em particular, à criação do tribunal – pelo Governo,
fora do âmbito do movimento associativo, à margem do Comité
Olímpico de Portugal – e nas matérias conexas com os árbitros,
designadamente a sua designação e a definição dos critérios de
a inserção do desporto no direito
primário da União Europeia; a elaboração do “Relatório Arnaut”; a
intervenção em contencioso junto
de tribunais estaduais, órgãos
jurisdicionais federativos e num
tribunal arbitral; a tradução da
Carta Olímpica. Também me deu
muito gozo ensinar – aprende-se
muito com os alunos! – e escrever
alguns livros e artigos científicos.
Curiosamente um deles foi sobre
Direito Olímpico, outra simbiose
que muito me envolve e apaixona.
representatividade – a intervenção governamental é, inexplicavelmente, excessiva.
Parecendo haver um índice de prática desportiva insuficiente em Portugal, o que se poderá fazer no imediato para alterar esta situação?
Estamos a trabalhar nesse sentido. Governo, Administração Pública,
Autarquias Locais, Conselho Nacional do Desporto, Movimento Associativo, Fundação do Desporto, Instituições de Ensino e diversos outros
actores, públicos e privados, temos de ser capazes, juntos, de estimular
estilos de vida saudável, designadamente combatendo o sedentarismo e
a obesidade. O mote é promover um desporto com todos e para todos,
da base ao alto rendimento, maximizando as infra-estruturas e os recursos humanos existentes, sendo essencial para o gizar das políticas a elaboração de um Atlas Desportivo Nacional – neste âmbito está em curso,
finalmente, a disponibilização de uma Carta Desportiva Nacional.
24 . Olimpo . Julho 2012
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ATLETAS ACARINHADOS
PELOS CHEFES DA NAÇÃO
Fotos Fernando Piçarra
Eventos
O Presidente Cavaco Silva pediu-lhes que coloquem a vontade de representar Portugal ao lado
do espírito competitivo e do desportivismo; a presidente da Assembleia que sejam heróis e nos
dêem optimismo; e Pedro Passos Coelho acredita que irão defender com brio o nosso País.
A
níbal António Cavaco Silva,
ex-praticante de atletismo,
agora na pele de Presidente da República, recebeu no
Palácio de Belém, em Lisboa, e saudou os
atletas apurados para os Jogos Olímpicos e
Paralímpicos de Londres 2012, dizendo o
quanto lhes admira a “dedicação, perseverança e coragem”.
Alguns dos 105 atletas (75 Olímpicos e 30
Paralímpicos) que vão representar Portugal
ouviram da boca do Presidente o reconhecimento do esforço que é necessário despender para se obter uma qualificação para a
maior prova desportiva do mundo. “Sei que
as vossas conquistas são fruto de muito trabalho e espírito de sacrifício. Nem sempre
as pessoas fazem ideia das exigências que se
fazem a um atleta para preencher os requisitos para os Jogos”, salientou, frisando saber
como os desportistas conseguem ser “um
exemplo” e de como “nos momentos difíceis
fazem das fraquezas forças e levam ao limite
a vontade de chegar ao fim”.
Como representante máximo da Nação,
o Presidente não só entregou uma bandeira nacional a cada Missão Olímpica, que
deverá ficar hasteada na aldeia olímpica em
Londres enquanto durarem as competições,
como formulou um desejo final: “Que todos
obtenham o maior sucesso, que coloquem
ao lado do espírito competitivo o desportivismo e ao lado destes o empenho de representar Portugal”.
Humberto Santos, Presidente do Comité
Paralímpico de Portugal, classificou o momento em que atletas Olímpicos e Paralímpicos estavam lado a lado na mesma cerimónia como “inédito” e enalteceu-o como “um
exemplo que vem de cima”, acrescentando:
“estamos a dar o exemplo de igualdade e de
inclusão e mostramos como somos capazes
de superar as nossas limitações”.
A cerimónia terminou com o Chefe de
Estado a receber um pólo de treino branco
com o seu nome bordado e a convidar todos
os atletas a tomarem um refresco e a admirarem a vista do Tejo, a partir dos jardins do
Palácio de Belém, como forma de “ganharem inspiração” para as suas competições.
Mais tarde, as comitivas de desportistas rumaram à Assembleia da República, onde os
aguardava Assunção Esteves, a presidente
do Parlamento, acompanhada por deputados em representação de todos os grupos
parlamentares. Assunção Esteves recebeu
como oferta uma mala em cortiça e um
lenço tradicional português, adereços que
as atletas femininas irão envergar na farda
olímpica, com a qual desfilarão nas cerimónias protocolares na capital britânica.
“É um prazer imenso com que vos recebo na Assembleia. Quando no meu tempo
26 . Olimpo . Julho 2012
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Fotos Fernando Piçarra
// Aníbal Cavaco Silva a receber
um polo de treino branco com o seu
nome bordado
// Assunção Esteves fez questão de
enaltecer o exemplo que os atletas
constituem para os líderes do País
// Pedro Passos Coelho
cumprimenta atletas olímpicos e
deseja-lhes as maiores felicidades
do liceu estudava história, impressionava-me os relatos de que os Jogos faziam parar
a guerra”, relembrou, sorrindo em sinal de
agradecimento para os atletas presentes.
Destacando a “intensidade humana” dos
Jogos e classificando-os como “uma celebração mundial do desporto”, Assunção Esteves
fez questão de enaltecer “o exemplo” que os
atletas constituem para os “líderes do País”,
estabelecendo em simultâneo uma analogia
entre os Jogos Olímpicos e a política, elevando os primeiros: “O desporto avançou sobre
a política e uniu os povos como a política
ainda não conseguiu unir. Nós, políticos,
temos muito que aprender convosco”, rematou, pedindo-lhes somente que sejam
“heróis” em Londres.
“Venha de vós o optimismo!”
“Que sejam os nossos heróis, para nós termos
o entusiasmo de sermos também à nossa
maneira, naquilo que fazemos, heróis. E que
num tempo de relativo desencanto, numa
Europa à procura de um rumo, num país que
não pode negar a própria crise, venha de vós
o optimismo e a coragem de que verdadeira-
mente todos estamos muito a precisar”, exortou a Presidente da Assembleia da República.
Finalizado o seu discurso, Assunção Esteves dirigiu-se aos atletas presentes no Salão
Nobre do Parlamento dizendo-lhes: “Deixem-me ter o privilégio de sentir que já vos senti a
mão e vi o vosso rosto”, disparou, começando
a cumprimentar um a um os desportistas, à
medida que sorria, lhes desejava felicidades e
os avisava para não fugirem… porque “a festa” ainda não tinha acabado. Pois não, faltava
a fotografia de família no corredor dos Passos
Perdidos, muitas poses, beijos e abraços com
pequenos grupos de atletas e a oferta de prendas aos dois presidentes de comité.
O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho
começou, dias antes, o seu encontro com os
atletas olímpicos na residência oficial no Palácio de São Bento, em Lisboa, exactamente
no ponto em que Assunção Esteves terminou a visita dos desportistas: pelos cumprimentos. Desejou genericamente “bom
vento” ao conjunto de velejadores Gustavo
Lima, Sara Carmo, Diana Neves, Mariana Lobato e Frederico Melo e relembrou
que “temos tradição na vela e no ciclismo”
enquanto apertava a mão ao ciclista David
Rosa e ao atirador João Costa.
“Preparados e motivados”
Pedro Passos Coelho recebeu um pólo de
treino da comitiva olímpica com o seu nome
e das mãos de José Vicente Moura e tomou
a palavra revelando acreditar que os nossos
atletas “irão defender com muito brio o nosso país numa competição tão importante e
tão alargada como são os Jogos Olímpicos.
Portugal tem vindo a melhorar de forma importante a sua participação nos Jogos e isso
deve-se, sem dúvida, a um esforço grande
da sociedade, mas também pelo mérito dos
nossos atletas e de um apoio empenhado do
Estado”, afirmou o Chefe do Governo.
Confiante nos bons resultados da Missão
Portuguesa, o primeiro-ministro incentivou os
atletas dizendo-lhes que: “se, por trás de cada
adversidade, a nossa moral for abaixo, se o
nosso espírito for de desistência, a adversidade
torna-se insuperável, mas tenho a certeza de
que quem se prepara desta maneira está psicologicamente preparado para arranjar motivação
e os resultados vão aparecer naturalmente”.
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Evento
FORÇA PORTUGAL!
RUMO A LONDRES
CHEIOS DE “AMBIÇÃO
OLÍMPICA”
Um inovador espectáculo multimédia, nunca antes visto em Portugal,
revelou os valores olímpicos. Quatro medalhados com ouro mostraram
o quão orgulhosos ficaram ao ouvir o hino de um país pequenino que
naquela hora foi o maior. Duas mil e quinhentas pessoas aplaudiram.
// Os portugueses
despediram-se com
um grande espectáculo
multimédia e palavras
de incentivo dos atletas
olímpicos que nos vão
representar em Londres
Fotos Fernando Piçarra
P
ortugal despediu-se em grande
estilo dos seus atletas olímpicos.
Durante o dia 8 de Julho os Jogos
foram motivo de celebração em todos os
canais da RTP. Quase oito horas de emissão televisiva mostraram primeiro os nossos “Heróis Olímpicos” e logo depois que
possuímos “Ambição Olímpica”. A noite
encerrou com um espectáculo vanguardista multimédia, no qual, pela primeira vez,
foi feita uma projecção simultânea frontal
e em palco, numa área total de 900 m2, de
conteúdos em ‘computer graphics integration’ produzido em cinema 4D e 3D Max.
Duas mil e quinhentas pessoas aplaudiram
de pé e entusiasticamente no Pavilhão Atlântico os mais de 40 atletas olímpicos e paralímpicos que subiram ao palco, acompanhados
pela mítica banda nacional de ‘rock’ Xutos
& Pontapés. A plateia foi ao rubro quando o
maior grupo roqueiro português interpretou o
Hino Nacional em versão ‘rock and roll’.
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ALTO RENDIMENTO
VIRA MARCA HIPORTUGAL
Na noite emocionante que se
viveu no Pavilhão Atlântico, houve
ainda espaço para enaltecer o
bom trabalho desenvolvido nos
Centros de Alto Rendimento
Desportivo espalhados pelo País. Os
complexos desportivos de excepção
de Anadia, Caldas da Rainha,
Jamor, Montemor-o-Velho e Rio
Maior foram apresentados como
espaços de excelência desportiva
internacional, num País capaz de
oferecer boas condições climatéricas
para a prática de modalidades
durante quase todo o ano. Para
capitalizar estes equipamentos,
foi anunciada a criação da marca
HIPORTUGAL, que promoverá
internacionalmente as qualidades
destes Centros.
Fotos Fernando Piçarra
“A MISSÃO SABERÁ
HONRAR PORTUGAL”
TAL COMO na canção que imortalizou a cidade
de Coimbra além-fronteiras, dizendo ter “mais
encanto na hora da despedida”, foi na hora
do adeus aos atletas olímpicos que a emoção
tomou conta dos microfones. O primeiro a
usar da palavra foi o Presidente do Comité
Olímpico de Portugal, Comandante José Vicente
Moura, que afirmou serem “todos os atletas
merecedores da nossa admiração e apoio. São
atletas de excepção que abdicaram do convívio
com as suas famílias e das suas promissoras
carreiras profissionais por uma aposta olímpica”,
relembrou, prometendo que “a Missão Olímpica
saberá honrar Portugal”.
Humberto Santos, Presidente do Comité
Paralímpico de Portugal, assegurou que os
nossos atletas irão mostrar “uma prestação
ao mais alto nível” durante a 14ª edição dos
Jogos Paralímpicos de Verão e Luís Segadães,
Presidente da empresa Identidade Portuguesa,
a organizadora dos eventos do dia, assumiu que
os atletas portugueses estão “preparados” e
“imparáveis” para a missão de Londres 2012.
O projecto Ambição Olímpica foi desenvolvido
pela empresa Identidade Nacional, assegurado
por elementos da equipa dos eventos Sete
Maravilhas.
Minutos antes da banda liderada por Tim
ter tomado por completo conta do palco, já
pelo ‘plateau’ tinham desfilado cerca de cem
artistas, entre bailarinos, ginastas, acrobatas,
artistas circenses, percussionistas e’ perfomers’. A produção deste mega evento inovador ficou a cargo da TAVOLANOSTRA –
Eventos Globais, e a direcção artística coube à
empresa Paulo Magalhães Produções.
Valores olímpicos enaltecidos
Em sete actos performativos multimédia foram evocadas as várias modalidades olímpicas
e enaltecidos os valores olímpicos essenciais,
como sejam Coragem, Orgulho, Equilíbrio,
União, Identidade, Triunfo e Determinação.
Entre cada performance foram homenageados os quatro atletas olímpicos portugueses
que regressaram do maior evento desportivo
mundial medalhados a ouro. Pelo mega ecrã
do Pavilhão Atlântico passaram imagens e depoimentos do “fora de série do ponto de vista
olímpico” Carlos Lopes (Maratona, Los Angeles, 1984), que vibrou quando “mais de 90 mil
pessoas se ergueram no estádio” para o aplaudir; mas também de Rosa Mota, a pequena da
Foz que, nos Jogos de Seul 1988, correu a Maratona a tremer de medo que a pisassem. Venceu. E subiu ao pódio para mostrar que “existe
um país pequenino que naquele momento era
o maior de todos”.
Como o ouro não se esgotou nas maratonas, foi também lembrada a heroína Fernanda Ribeiro que, cheia de dores nos tendões,
num ‘sprint’ final do outro mundo, na prova dos 10 mil metros nos Jogos de Atlanta
(1996) provou que “o talento vale muito, mas
a ambição e a transpiração são os factores
mais importantes”. Palavra de João Campos
– à época seu treinador – que lhe chamava
“animal competitivo”.
O último atleta relembrado da noite foi
Nélson Évora, o recém-medalhado com
ouro que, em Pequim 2008, foi mais longe
no Triplo Salto em Comprimento e encheu
Portugal de orgulho. O rapaz de Odivelas que
assistia às emissões televisivas dos Jogos às
escondidas da mãe – e vibrava em silêncio
com as façanhas dos seus ídolos – revelou
sentimentos do dia em que subiu ao 1.º lugar
do pódio: “Senti que trazia uma Nação atrás.
Ouvi o Hino e senti-me emocionado”. Na plateia as duas mil e quinhentas pessoas reagiram de imediato às suas palavras e ovacionaram-no ruidosamente. Em homenagem aos
74 atletas que nos vão representar em Londres dentro de poucos dias, mas aplicando-se
a letra que nem uma luva a Nélson Évora, a
banda Xutos & Pontapés cantou o tema “Dá
um mergulho” desafiando-os a que seja “sem
olhar p’ra trás. Dá um salto no ar. Só para veres do que és capaz…”.
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Eventos
FORÇA PORTUGAL!
RUMO A LONDRES
CHEIOS DE “AMBIÇÃO
OLÍMPICA”
Um inovador espectáculo multimédia, nunca antes visto em Portugal,
revelou os valores olímpicos. Quatro medalhados com ouro mostraram
o quão orgulhosos ficaram ao ouvir o hino de um país pequenino que
naquela hora foi o maior. Duas mil e quinhentas pessoas aplaudiram.
// Os portugueses
despediram-se com
um grande espectáculo
multimédia e palavras
de incentivo dos atletas
olímpicos que nos vão
representar em Londres
Fotos Fernando Piçarra
P
ortugal despediu-se em grande
estilo dos seus atletas olímpicos.
Durante o dia 8 de Julho os Jogos
foram motivo de celebração em todos os
canais da RTP. Quase oito horas de emissão televisiva mostraram primeiro os nossos “Heróis Olímpicos” e logo depois que
possuímos “Ambição Olímpica”. A noite
encerrou com um espectáculo vanguardista multimédia, no qual, pela primeira vez,
foi feita uma projecção simultânea frontal
e em palco, numa área total de 900 m2, de
conteúdos em ‘computer graphics integration’ produzido em cinema 4D e 3D Max.
Duas mil e quinhentas pessoas aplaudiram
de pé e entusiasticamente no Pavilhão Atlântico os mais de 40 atletas olímpicos e paralímpicos que subiram ao palco, acompanhados
pela mítica banda nacional de ‘rock’ Xutos
& Pontapés. A plateia foi ao rubro quando o
maior grupo roqueiro português interpretou o
Hino Nacional em versão ‘rock and roll’.
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Eventos
ENCONTRO
Fotos Fernando Piçarra
MISSÃO OLÍMPICA
ACERTA AGULHAS
PARA OS JOGOS
A poucos dias dos atletas partirem para Londres, os responsáveis pela Missão Olímpica
decidiram fazer uma revisão da matéria dada e alertá-los para os perigos que as olimpíadas
acarretam: os riscos das substâncias ilícitas em competição; os valores éticos; as regras
olímpicas; a gestão da carreira e da imagem pública; e no fim um mimo humorístico.
E
xiste uma certa grandeza em repetir todos os dias a mesma coisa.
O homem só vive de detalhes e as
manias têm uma força enorme: são
elas que nos sustentam”. Esta frase pertence ao
escritor, jornalista e militar português Raul Brandão, mas pode ser aplicada à metodologia desportiva, nomeadamente no que concerne às regras
que a regem.
Exactamente porque os responsáveis pela
Missão Olímpica não querem que os detalhes se
percam, ocorreu a 13 de Julho na sede do Comité
Olímpico de Portugal mais um encontro da Missão Olímpica Londres 2012, com a presença de
vários atletas e dirigentes, em que os temas recordados voltaram a ser o doping, a ética desportiva,
a responsabilidade dos atletas e a gestão da carreira perante o público em geral. Ah, e ainda houve
tempo para o humor.
Luís Horta, presidente da Autoridade Antidopagem de Portugal, foi o primeiro interveniente
do encontro e, logo a abrir o seu discurso, avisou
os atletas e dirigentes de que o único objectivo
destes alertas é “evitar problemas, evitar sermos
apanhados”. E quais são os perigos? Fácil: suplementos nutricionais que nunca tenham tomado,
estimulantes e narcóticos” que não podem ser tomados entre os dias 16 de Julho e 12 de Agosto,
sob pena de, num controlo, serem apanhados e
desqualificados (atletas) ou afastados da Missão
(equipa oficial).
O responsável do Instituto do Desporto explicou aos atletas como funcionará em Londres o
sistema de localização para controlo. Os desportistas terão de estar disponíveis durante uma hora
entre as 6 e as 23 horas, indicando qual o local e a
hora em que os podem encontrar para realizar os
testes. Aconselhou-os a escolherem uma hora de
manhã muito cedo ou tarde ao final do dia para
não ficarem presos a meio do dia às acções de fiscalização.
De entre vários conselhos enviados do púlpito
que podem também ser consultados no site da
Autoridade Antidopagem e uma referência ao
e-mail esclarecedor de dúvidas antidopagem@
idesporto.pt, Luís Horta exortou os atletas a só
se preocuparem com um galardão: “Só vos peço
uma medalha: que nenhum atleta português venha de lá com um caso de doping. Seria pioneiro.
Na história olímpica nunca um português veio de
lá com um caso positivo”, advertiu.
Lição de ética com “erro” à mistura
Outro dos temas abordados no último encontro
da Missão antes da partida para Londres foi o da
ética. Para que os atletas melhor pudessem entender a sua importância, os responsáveis convidaram o professor António Bagão Félix, membro da
Comissão de Honra do Plano Nacional de Ética
no Desporto. O ex-ministro fez uma intervenção
assertiva e bem-humorada, debruçando-se sobre
os valores da ética, destacando “a autenticidade
das acções em todas as nossas dimensões”, aler-
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Fotos Fernando Piçarra
tando os ouvintes para o facto de que “o Olimpismo não se baseia apenas nas qualidades do corpo
mas também do espírito”. E que qualidades são
essas afinal? Bagão Félix responde: “a preservação
da dignidade humana, a amizade, o ‘fair-play’, a
decência – que é a estética da ética –, o respeito, a
honradez, a honestidade, a lealdade, a solidariedade, a partilha, o esforço e a exemplaridade do espírito”, enunciou, para citar apenas alguns de entre
os valores constantes na Carta Olímpica.
Consciente de que os portugueses são “um
povo com pouco orgulho de pertença” e muita
“moralidade e ética na terceira pessoa, mas pouca na primeira”, António Bagão Félix deixou uma
receita para incrementarmos a ética na primeira
pessoa, “a que importa”, baseada no princípio dos
três “és”: exemplo, exigência e erro. Explicou que
“a verdadeira autoridade só advém do exemplo” e
salientou que “se aprende muito através do erro.
Cometer erros é um privilégio dos activos. Felizmente cometemos erros. O carácter constrói-se
nos embates do mundo”, destacando ainda a necessidade de se construir um “espírito de conjunto” entre os atletas.
// No final, um momento humorístio protagonizado pelo comediante António Raminhos
Revisão dos detalhes para Londres
Mário Santos, o Chefe de Missão, terminou o
III Encontro da Missão relembrando algumas
regras importantes na deslocação a Londres.
Da sua intervenção destacam-se os avisos à não
utilização de marcas associando-as ao evento
nas redes sociais sob pena de desqualificação;
que a interacção nas redes terá sempre que ser
realizada na primeira pessoa, sob a forma de
um diário pessoal, sem referências aos restantes atletas e oficiais; que as imagens não podem
ter conteúdo ofensivo ou fins comerciais; e que
não podem ser colocados vídeos ou áudios de
provas e de outras actividades nos locais de
competição. A captação nestes locais só poderá
ser feita para uso próprio e não em qualquer
rede social, blogue ou internet. O mesmo se
aplica à Aldeia Olímpica.
Em matéria de entrevistas, Mário Santos avisou de novo os atletas que só estão disponíveis
até 48 horas antes das provas para dar quaisquer
entrevistas; que devem potenciar a sua exposição minimizando o impacto da mesma com a
imprensa. “E a partir daí temos que estar com a
cabeça disponível para os nossos resultados”, sublinhou. No final de todas as provas, então, haverá
zonas mistas onde os jornalistas podem falar com
os atletas.
No final deste encontro com os desportistas
Durante o encontro
foram frisados várias
vezes os Valores
constantes na Carta
Olímpica.
olímpicos, e para desanuviar a cabeça de temas
mais pesados, os responsáveis da Missão Olímpica decidiram oferecer um “miminho” surpresa
aos atletas sob a forma de ‘stand-up comedy’, feita
pelo conhecido humorista António Raminhos. O
comediante que faz “piadolas” – como o próprio
assume no programa da RTP “5 para a Meia Noite” – animou dirigentes e atletas brincando com
alguns pormenores das modalidades, saltando
com várias histórias pelo tema da fobia de viajar
de avião, justificando a teoria de que a letra da canção “Atirei o Pau ao Gato” foi redigida para caber
em todas as músicas. E pediu uma ovação combinada para se sentir melhor.
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R
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Publireportagem
RETALHO
CONTINENTE
MARCA DE CONFIANÇA
O Continente, marca líder e uma referência do retalho em Portugal tem contribuindo ao
longo dos seus mais de 25 anos de existência para a alteração dos hábitos de consumo dos
portugueses, para o desenvolvimento da economia portuguesa e para a evolução do mercado
da distribuição.
O
Continente revolucionou o
mercado em 1985 com a abertura do primeiro hipermercado português e tem sabido,
desde então, inovar e adaptar-se, consolidando a sua posição nas preferências do
consumidor português. O percurso sólido,
pontuado por iniciativas inovadoras e únicas, distinguem o Continente na confiança
e empatia que alcançou junto dos portugueses.
Ao longo destes últimos 10 anos, em que
o Continente foi eleito pelos portugueses
como a marca em que mais confiam
no setor do retalho, têm sido realizadas
grandes iniciativas que têm mobilizado os
Portugueses, seja pela solidariedade, como
por exemplo a Missão Sorriso, seja pela
organização de eventos únicos e inovadores
como o Mega Pic-Nic ou o Mercado de
Sabores, seja pelo lançamento de serviços
inovadores que surpreendem os clientes
como o Chef Online, o Pediatra Online ou
o Enólogo Online.
Num ano crítico como o de 2012, em que
os indicadores de confiança baixam para níveis
históricos, a renovação da distinção do Continente como marca de confiança reveste-se de
especial importância uma vez que os portugueses precisam que as marcas lhes deem a segurança. No decorrer deste ano, o Continente
pretende reforçar o papel de instituição parceira, que transmite confiança, segurança e tranquilidade, apresentando soluções adequadas ao
contexto e necessidades do cliente.
O Continente assume-se como uma
marca próxima dos seus clientes, e que, por
isso, compreende o contexto em que estes
vivem. Qualquer que seja a situação do país,
qualquer que seja a conjuntura económica e
social, quaisquer que sejam as necessidades
das pessoas, o Continente está sempre do
seu lado, sendo o parceiro com que podem
sempre contar. Porque o Continente não é
apenas uma marca próxima dos portugueses. É sobretudo um parceiro, permanentemente preocupado em assegurar a qualidade de vida de milhões de famílias.
Os clientes sabem que podem contar
com a marca nos diferentes momentos das
suas vidas, e por isso o Continente continuará sempre a manter o seu compromisso de
apresentar uma grande proposta de valor a
todos os Portugueses.
Hoje, como sempre, os Portugueses contam com o Continente!
*texto escrito segundo o novo acordo ortográfico.
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Opinião
JOSÉ VICENTE MOURA
Presidente do Comité Olímpico de Portugal
“O DESPORTO
E A LUSOFONIA SÃO
DEMASIADO IMPORTANTES”
COOPERAÇÃO INTERNACIONAL NO
domínio do Desporto não deve ser encarada
como um mero instrumento ao serviço da
política externa dos países e regiões de língua portuguesa que confluem numa união
e partilha dos superiores interesses da Lusofonia.
No quadro desta visão macro, a cooperação internacional desportiva constitui, por
razões históricas, mas também estratégicas,
um desígnio e uma prioridade na consecução de objetivos comuns, dada a sua transversalidade.
Referimo-nos à cooperação para o desenvolvimento em complementaridade com
os princípios fundamentais e estruturantes plasmados na Carta Olímpica, onde se
inscreve um dos objetivos primordiais do
Olimpismo, segundo o qual a organização,
administração e gestão do desporto deve ser
da responsabilidade das organizações desportivas independentes.
A crescente globalização das atividades
desportivas tem conduzido ao desenvolvimento de redes e parcerias internacionais
entre Comités, uma vez que a cooperação
desportiva não se opera por mera convenção, acordo ou tratado. Faz-se no terreno,
no dia-a-dia, com ações concretas, recursos,
compromissos, intercâmbios, competições.
Em linha com os ditames do COI, foi possível em 2004 unir os CON de doze países
e regiões em torno de um ideal, sustentado
em causas e valores intemporais. Apesar
de incompreensíveis ceticismos estatais,
persistimos e lográmos democraticamente
edificar um novo património, alavancando
uma força ativa na defesa dos interesses dos
membros estatutariamente constituintes da
Associação dos Comités Olímpicos de Língua Oficial Portuguesa.
Devemos, sem reservas, estar gratos e
sentirmo-nos estimulados pelo reconhecido
êxito dos projetos materializados em prol
desta causa coletiva, num espaço de diálogo
e respeito mútuo que faz jus à modernidade
e projeta esta Associação para novas e crescentes responsabilidades.
O futuro da ACOLOP sempre foi encarado como uma certeza, jamais colidindo com
as atribuições específicas da CPLP e com o
escopo dos respetivos Jogos, com outro desiderato político e espaço de mobilização, apesar de relutâncias e incompreensíveis bloqueios estatais, felizmente ultrapassados.
Os 1.os Jogos da Lusofonia, realizados
em 2006, em Macau - China, e a segunda
edição dos Jogos, que teve lugar em Lisboa,
em 2009, marcaram indelevelmente a afirmação e a maturidade deste movimento
imparável, na senda dos consagrados “Commonwealth Games” e dos “Jeux de la Francophonie”.
Surge agora uma nova janela de oportunidade, a partir dos VIII Jogos Desportivos da
CPLP, numa organização liderada pelo Presidente do Instituto Português do Desporto
e Juventude. Com a abertura proporcionada
pelo atual Governo novos equilíbrios estão
encontrados, conseguindo-se uma reaproximação de molde a colocar em agenda a hipotética osmose entre dois segmentos desportivos alicerçados em pensamentos até agora
paralelos.
Provou-se há muito que, através do desporto é fácil conhecermo-nos melhor, compreender e aproveitar as diferenças, mas
fundamentalmente entender o que nos une,
abrindo caminho para a tomada de consciência do mérito dos nossos propósitos e frutos da nossa ação.
Esta foi uma viragem determinante para o
escopo da ACOLOP e para o posicionamento da Conferência de Ministros responsáveis
pelo Desporto, atentas as vantagens potenciadas a partir de projetos como a preparação de atletas e seleções, especialização de
quadros técnicos e dirigentes ou a constituição de um novo patamar de representatividade no contexto do desporto mundial
rumo aos Jogos da XXXI Olimpíada Rio de
Janeiro 2016.
O futuro é auspicioso e os laços que
nos unem nas quatro partidas do mundo
são uma matriz duradoura de valor transcendente. O Desporto e a Lusofonia são
demasiados importantes, razão pela qual
devemos convergir na valorização das suas
potencialidades.
• texto escrito segundo o novo acordo ortográfico.
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