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B e t a m e t a s o n a CARACTERÍSTICAS Antibiótico, antifúngico e corticosteróide para tratamento de otites externas agudas e crônicas de cães e gatos. DOSAGEM E MODO DE USAR: Cães: instilar 4 gotas duas vezes ao dia em cães com peso inferior a 14 kg ou 8 gotas duas vezes ao dia em cães com peso superior a 14 kg. Gatos: instilar 3 gotas duas vezes ao dia independentemente do peso do animal. O tratamento deve ser realizado por 7 dias consecutivos. APRESENTAÇÃO Cartucho contendo frasco de 20 mL com bico aplicador. Mundo Animal Laboratório Veterinário Ltda. 0800 7722 523 www.mundoanimal.vet.br C e t o c o n a z o l , FÓRMULA Gentamicina, Cetoconazol, Valerato de Betametasona G e n t a m i c i n a , OTO SANA ® Atualização Científica Mundo Animal Volume V Gentamicina, Cetoconazol, Betametasona Atualização Científica - Mundo Animal - Volume V Oto Sana® INTRODUÇÃO A orelha é um órgão vestibulococlear que proporciona equilíbrio ao animal e converte informações acústicas do meio ambiente em impulsos nervosos, que são transmitidos para o sistema nervoso central (SNC)1. É formada pelo pavilhão auricular, revestida em ambos os lados por tecido cutâneo fortemente aderido ao tecido pericondral, e pelos canais auriculares, que são sustentados pelas cartilagens auriculares e anular, podendo variar entre 5-10 milímetros 2 de diâmetro e até 2 centímetros de comprimento, de acordo com a raça e a espécie . Anatomicamente, a orelha pode ser divida em três compartimentos (Fig. 1)3 : Figura 1 Estruturas da orelha Gentamicina, Cetoconazol, Betametasona • Orelha externa, formada pelo pavilhão auricular e meato auditivo externo (canal auditivo); • Orelha média, que inclui a cavidade timpânica e três ossículos (martelo, estribo e bigorna) e trompa de Eustáquio com seu divertículo; • Orelha interna ou labirinto, que consiste em uma parte acústica, a cóclea, e uma parte nãoacústica, o órgão vestibular. Otite é a inflamação do conduto auditivo, uma enfermidade muito comum na clínica de pequenos animais, correspondendo a aproximadamente 8% dos casos, estando presentes em 18 a 20 % do total de animais apresentados ao clínico com outras enfermidades4,5. Pode ser classificada quanto à localização em externa, média e interna e quanto ao agente 6 etiológico em seborréica, parasitária, alérgica, bacteriana e fúngica . A otite externa é uma inflamação dos componentes de tecido mole do meato auditivo externo7, que pode também 8 acometer o pavilhão auricular . Nas inflamações crônicas, as glândulas apócrinas que secretam o cerúmen aumentam seu volume, havendo um conseqüente aumento na produção de cera 9,10. De acordo com a etiologia das patologias otológicas podem existir causas primárias ou predisponentes, como excesso de pêlos e umidade no conduto auditivo, orelhas pendulosas, predisposição racial, alterações endócrinas, traumatismo auditivo iatrogênico, doenças obstrutivas, alergias e outros3,11. Além das causas primárias, há os chamados fatores perpetuantes que agravam e mantêm as otites, como a oclusão e/ou estenose do canal e presença de exsudatos inflamatórios, que podem alterar o pH e preservar o foco da infecção7. Os agentes mais comumente isolados em casos de otite externa são as bactérias Staphylococcus intermedius, Pseudomonas aeruginosa, Proteus sp., Streptococcus sp., Escherichia coli e Klebsiella spp.11, 12,13 e as leveduras Malassezia sp. e a Candida sp.1,8,14. Um estudo realizado no Hospital Veterinário do Paraná (Campus Palotina), através de culturas de material colhido no ouvido de 87 cães com suspeita de otite, mostrou que 24 (27,59%) tinham Staphylococcus intermedius, 9 (10,34%) Pseudomonas aeruginosa, 15 (17,24%) Malassezia sp., 27 (31,03%) associação entre microorganismos, 5 (5,75%) 9 outros agentes e 7 (8,05%) casos negativos . Em outro estudo realizado na Escola de Veterinária da UFMG e na Clínica Veterinária São Francisco de Assis (Belo Horizonte - MG), onde foram examinados 50 cães de diversas raças com sintomatologia compatível com otite externa, verificou-se que 39 (78%) animais tinham 8 Malassezia pachydermatis à microscopia óptica e 44 (88%) à cultura . Clinicamente, a otite externa é caracterizada pelo ato do animal coçar ou esfregar a orelha no chão, pender ou balançar a cabeça, tumefação do pavilhão auditivo externo e presença de exsudato, podendo haver hiperqueratose e estenose do conduto auditivo nos quadros mais 6 avançados . O diagnóstico é baseado na anamnese e exame clínico com otoscopia e citologia auricular, podendo-se ainda realizar avaliações radiográficas, vídeo-otoscopia e/ou tomografia 8 computadorizada . Atualização Científica - Mundo Animal - Volume V O manejo eficaz das otopatias em cães depende do diagnóstico correto dos fatores etiológicos envolvidos e o tratamento clínico pode ser tópico e/ou sistêmico. Antes de se iniciar o uso de medicamentos tópicos para o tratamento das otopatias, deve-se realizar uma completa remoção dos pêlos, do cerúmen, do exsudato, do tecido degenerado e eventuais corpos estranhos e resíduos celulares15. Normalmente o tratamento tópico é realizado com a aplicação local de preparações onde estão associados corticóides, antibióticos, antifúngicos e ectoparasiticidas11. CORTICÓIDES O reconhecimento do papel essencial das adrenais (antigas supra-renais) data de 1855, quando Thomas Addison relatou a insuficiência de seu córtex, enfermidade que recebeu seu nome (doença de Addison). Em 1949, Hench relatou os efeitos benéficos da cortisona em portadores de artrite reumatóide, inciando-se então um uso mais efetivo dos glicocorticóides em inúmeras 16,17 doenças . As adrenais são formadas por duas porções, a medular, que produz dois hormônios (epinefrina e norepinefrina), e a cortical, que produz dois grupos de hormônios, os mineralocorticóides (aldosterona) e os glicocorticóides (cortisol e corticosterona), denominados em seu conjunto de corticosteróides. Além disto, as adrenais produzem ainda andrógenos e estrógenos, incluindo 16 uma pequena fração de testosterona . Devido a pouca importância terapêutica dos mineralocorticóides, principalmente em medicina veterinária, o termo corticosteróide ou simplesmente corticóide acabou se transformando, na 16 prática, em sinônimo de glicocorticóide . Os principais representantes naturais dos glicocorticóides são a hidrocortisona (cortisol) e a corticosterona, que atuam no metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteínas. Os glicocorticóides são importantes agentes antiinflamatórios e imunossupressores, exercendo profundos efeitos sobre quase todos os sistemas orgânicos2. Modificações na estrutura química do cortisol determinaram o aparecimento de vários corticosteróides sintéticos, que se diferenciam pela sua meia-vida plasmática e pela potência antiinflamatória. A meia-vida plasmática permite classificar os glicocorticóides em curta ação (inibição do eixo hipotálamo-hipófise-adrenais menor que 12 horas - hidrocortisona, cortisona e fludrocortisona), ação intermediária (12-36 horas - prednisona, prednisolona, metilprednisolona e 2,11,16 triancinolona) e longa ação (acima de 36 horas - betametasona, dexametasona e flumetasona) . Os glicocorticóides possuem efeitos potentes sobre a pele e afetam profundamente a atividade 11 imunológica e inflamatória , através da inibição da resposta macrofágica e da sensibilização dos linfócitos, bloqueio da resposta celular aos mediadores inflamatórios e inibição da proliferação de fibroblastos16. ® A betametasona (corticóide presente na fórmula do Oto Sana ) é um antiinflamatório esteróide que inibe a ação enzimática da fosfolipase A2, impedindo a liberação do ácido araquidônico e, em conseqüência, a síntese de prostaglandinas, tromboxanos e leucotrienos, mediadores da inflamação. Também diminui a secreção de enzimas lipolíticas e proteolíticas, bem como o extravasamento de leucócitos (macrófagos) para as zonas de lesão. Altera o número de linfócitos, Gentamicina, Cetoconazol, Betametasona retarda a fibrose, bloqueia a produção e liberação de algumas citocinas que exercem múltiplos efeitos no processo inflamatório, além de promover a melhora de sintomas de 18 manifestações inflamatórias, sem afetar a evolução da doença básica . É indicada na terapia sistêmica de doenças endócrinas, reumáticas, dermatológicas, alérgicas, oftálmicas, gastrintestinais, respiratórias, hematológicas e gestacionais19. A maioria dos corticóides liga-se às proteínas plasmáticas (globulina e albumina) e são rapidamente absorvidos pelo trato gastrintestinal, membrana mucosa e pele. A taxa de ligação protéica da betametasona é cerca de 64% 2. Parenteralmente podem ser utilizados 16 pelas vias IV, IM, intra-articular ou subconjuntival . Entre 12 a 14% da dose administrada por via cutânea é absorvida sistemicamente. Entre os fatores que aumentam a absorção percutânea citam-se: graus de inflamação da pele, uso de 18 curativos oclusivos, tipo de veículo e concentração do produto . Cerca de 70% do metabolismo da betametasona ocorre no fígado, com a formação de substâncias inativas; os 30% restantes são metabolizados em territórios extra-hepáticos ainda não muito bem definidos, possivelmente sendo o rim um destes locais, a eliminação é feita quase que exclusivamente pela urina, embora pequenas quantidades possam aparecer nas fezes e bile16. ANTIFÚNGICOS Os principais agentes químicos usados como antifúngicos em medicina veterinária são os imidazóis (cetoconazol, miconazol, clortrimazol e econazol), os triázois (itraconazol e fluconazol) e a fluocitosina. Entre os antibióticos antifúngicos, destacam-se a anfotericina B, nistatina e griseofulvina20,21,22. ® O cetoconazol (antifúngico presente na fórmula do Oto Sana ) é um antifúngico azólico de caráter fungistático ou fungicida, dependendo da dose empregada. Atua por inibição da biossíntese de elementos essenciais à formação da parede do fungo e ao seu próprio metabolismo, inibindo a síntese do ergosterol, o principal lipídeo das membranas de células fúngicas; com os níveis de ergosterol diminuídos a célula é incapaz de manter a integridade da membrana, resultando em permeabilidade aumentada com conseqüente degeneração celular e morte do fungo11. A droga tem como principal indicação o tratamento de infecções por leveduras como a Malassezia, mas atua bem nas dermatofitoses e em certas micoses profundas (Blastomices, Coccidioides, Criptococcus e Histoplasma)16,20. A absorção do cetoconazol é facilitada por pH ácido. Poucos são os dados disponíveis a respeito da farmacocinética da droga nas diferentes espécies animais. Em seres humanos, sabe-se que aproximadamente 84% do cetoconazol liga-se à albumina, 15% aos eritrócitos 20 e 1% fica livre . É metabolizado pelo fígado em produtos inativos, sendo eliminado predominantemente por via biliar1. O cetoconazol é bastante tolerado em cães e os efeitos colaterais relatados, como inapetência, prurido, alopecia, náusea e diarréia, são decorrentes de sua administração 11,20 sistêmica . Atualização Científica - Mundo Animal - Volume V ANTIBIÓTICOS Os aminoglicosídeos são antibióticos que agem inibindo a síntese protéica na unidade 30S dos ribossomos. Sua eficiência é dose-dependente e possuem uma atividade residual mesmo após os níveis sangüíneos terem caído abaixo da concentração inibitória mínima; isto explica a possibilidade de administração com intervalos grandes entre doses, até mesmo uma única aplicação diária16. São antibióticos bactericidas extraídos de actinomicetos do grupo Streptomyces. Pertencem a este grupo a gentamicina, neomicina, amicacina, tobramicina, 2 estreptomicina, dihidroestreptomicina, netilmicina e framicetina . A distribuição dos aminoglicosídeos é restrita, pois os mesmos não atravessam as barreiras hematoencefálica e hemato-ocular, apenas uma pequena parte dos aminoglicosídeos é 16,20 metabolizada no fígado e a excreção é renal . Ototoxicidade geralmente irreversível, manifestada por surdez e ataxia, é causada principalmente por neomicina e estreptomicina, sendo a gentamicina uma droga segura para o tratamento 16 das otopatias . Vários aminoglicosídeos são empregados topicamente nas orelhas e nos olhos23. A gentamicina (antibiótico presente na fórmula do Oto Sana®) é efetiva no tratamento de Gram-positivos e 2 Gram-negativos . Em 2003, realizou-se um estudo na Escola de Veterinária da UFMG, com o objetivo de avaliar a susceptibilidade aos antimicrobianos de Staphylococcus spp. isolados de cães com otite externa crônica. Foram utilizadas 96 amostras obtidas de cães com otite externa crônica e os resultados revelaram que a gentamicina, enrofloxacino, cefaloxina, cloranfenicol e neomicina foram os mais efetivos frente aos microrganismos isolados24. ® EFICÁCIA DO OTO SANA PARA O TRATAMENTO DA OTITE EXTERNA EM CÃES E GATOS O presente estudo teve como objetivo avaliar a eficácia antibacteriana e antifúngica do Oto Sana® para o tratamento da otite externa em cães e gatos. Para avaliar esta eficácia, foram utilizados 14 cães e 11 gatos de raças, sexos e idades variadas (Tab. 1), provenientes do ambulatório do Hospital Veterinário da UFMG e da Sociedade Mineira Protetora dos Animais (Belo Horizonte - MG). Os animais foram selecionados aleatoriamente e o diagnóstico das otites externas foi realizado após anamnese, exame clínico com o auxílio do otoscópio para avaliar a integridade da membrana timpânica, cultura com antibiograma e citologia. Todos os pacientes apresentavam eritema, exsudato amarelo e/ou negro e hiperqueratose; alguns animais apresentavam alopecia na pina auricular e oclusão do canal auditivo por excesso de pêlos ou cerúmen. I O tratamento preconizado foi a remoção dos pêlos do pavilhão auricular , limpeza diária II ® do pavilhão auditivo e instilação de 4 a 8 gotas de Oto Sana para tratamento da otite 2 vezes ao dia, durante 7 a 14 dias (dependendo do peso do animal e da cronicidade da otite). No primeiro dia de tratamento foi realizada coleta de material para citologia auricular (Fig. 2) e cultura com antibiograma; remoção do excesso de pêlos do pavilhão auricular e início do protocolo de I - Pó para Limpeza das Orelhas - Mundo Animal Laboratório Veterinário; II - OtoCare - Solução Acidificante Otológica - Mundo Animal Laboratório Veterinário; III -Kinolox 50 mg- Enrofloxacino - Mundo Animal Laboratório Veterinário Gentamicina, Cetoconazol, Betametasona tratamento (instilação da solução de limpeza e do medicamento). Após 7 dias realizou-se nova coleta de material para citologia auricular e cultura com antibiograma, encerrando-se o tratamento naqueles animais que apresentavam cura clínica e laboratorial (18 = 72%). Os animais restantes permaneceram por mais 7 dias em tratamento, após os quais realizou novamente a citologia e a cultura, observando-se cura em 4 (16%). Os animais remanescentes necessitaram de tratamento por um total de 21 dias antes de se apresentarem sem alterações e apenas um deles não respondeu ao esquema terapêutico proposto. Figura 2 Campo repleto de ceranócitos e com presença de Malassezia sp. Microscopia de imersão/HE 100X. O animal 11, além da otite externa causada pela Malassezia sp., Staphylococcus intermedius, Pseudomonas aeruginosa e Streptococcus sp., tinha um abscesso na orelha média direita, visualizado após radiografia e otoscopia. Além do protocolo citado acima, foi necessária a administração sistêmica de antibiótico (enrofloxacino, 20 mg/kg/SID/14 dias)III. Decorridos 14 dias de tratamento, este felino teve cura clínica e laboratorial total, mas persistiu com a pina da orelha acometida pendulosa e enrugada (Fig. 3, 4 e 5). Figura 3 Animal 11 com orelha pendulosa e enrugada Atualização Científica - Mundo Animal - Volume V Gentamicina, Cetoconazol, Betametasona Figura 4 Animal 11 com grande quantidade de cerúmen purulento, edema e abscesso (dia 0). Figura 7 Animal 24 ao término do tratamento (dia 7). ® Tabela 1: Relação das alterações clínicas e laboratoriais de 25 animais tratados com Oto Sana . Animal 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 Figura 5 Animal 11 ao término do tratamento (dia 14). Os animais 8 e 17, além das afecções causadas por leveduras e bactérias (Tab. 1), tinham também otite parasitária causada por carrapatos (Rhipicephalus sanguineus), sendo necessário aspergir Pulgoff spray anti-pulgas (permetrina) duas vezes ao dia, durante três dias, para o controle. Os animais 4, 19 e 24 (Fig. 6 e 7) tinham grande quantidade de pêlo no conduto auditivo, dificultando a higienização, acumulando umidade e favorecendo a proliferação de leveduras, como a Malassezia sp. 1 C/F C/F C/M C/F C/M F/F F/F F/M F/F F/M F/F F/F F/F F/F F/F C/M C/M C/M C/F C/M C/M C/F C/F C/M C/M 4a 4a 7a 5a 7m 1a 5a 5a 3a 6a 3a 1a 4a 5a 8a 11 a 5a 4a 3a 9a 2a 6a 12 a 11 m 7a Pina3 Exsudato4 A/C/O/H O O/H C/O/H C/H O O/H A/C/ES O C/H C/E/O/Abscesso O H C/ES/O O E/O/Otohematoma A/C/ES/O C/H A/O/H E/O O C/ES/O/H E/ES/O/H O/H O amarelo negro negro negro amarelo negro amarelo negro amarelo amarelo negro negro negro amarelo negro negro amarelo negro negro amarelo amarelo negro amarelo negro negro Cerúmen5 Pêlo6 Cel. descamativas7 +++ ++ ++ + ++ + + + ++ + + + ++ +++ + ++ +++ + + ++ + +++ ++ ++ + + ++ +++ + + + +++ + ++ + +++ +++ + - ++ + + ++ + + + +++ ++ + + + + + + + + + ++ + +++ + Malassezia sp. 8 0 7 14 ++ + ++ + + + ++ ++ ++ + + + + ++ ++ + ++ ++ ++ + ++ + ++ + ++ + - Candida sp. 9 0 7 14 ++ + ++ + ++ - Bactérias 10 0 7 14 1/3 1/8 4 4 3/4 1 2 6 1 1 4 4 1/4 4 1/2/4 4/2 2 1/5 7 2 1 1/3 1 1 1 1 1 2 6 1 1 1 4 2/4 4 - C: canino / F: felino M: macho / F: fêmea 3 Pina: (A) alopecia, (C) crostas, (E) edema, (ES) escoriação, (O) odor, (H) hiperpigmentação. 4 Aspecto do exsudato: negro, amarelo, branco. 5 Quantidade de cerúmen: (+) mínimo, (++) moderado, (+++) acentuado. 6 Quantidade de pêlos: (+) mínimo, (++) moderado, (+++) acentuado. 7 Quantidade de células descamativas: (+) mínimo, (++) moderado, (+++) acentuado. 8 Malassezia sp.: (+) presente, (-) ausente 9 Cândida sp.: (+) presente, (-) ausente 10 Bactérias: (-) ausente, (1) Staphylococcus intermedius, (2) Pseudomonas aeruginosa, (3) Proteus sp., (4) Streptococcus sp., (5) Escherichia coli, ( 6) Klebsiella spp., (7) Enterococcus sp.,(8) Enterobacter sp. 2 Figura 6 Animal 24 com grande quantidade de pelos e cerúmen enegrecido no conduto auditivo (dia 0). Espécie1 / sexo2 Idade Atualização Científica - Mundo Animal - Volume V Os resultados laboratoriais indicaram que 60% das otites bacterianas dos animais selecionados eram causadas por Staphylococcus intermedius, seguida pelo Streptococcus sp. (24%) e Pseudomonas aeruginosa (20%) e as leveduras Malassezia sp. e Cândida sp. corresponderam a 92% e 16%, respectivamente. Entretanto, vale ressaltar que vários animais apresentavam otite externa produzida por mais de um agente bacteriano e/ou fúngico (Tab. 1). ® Após o término do presente estudo, foi possível concluir que o Oto Sana mostrou resultados satisfatórios para o tratamento da otite externa em cães e gatos, com 96% de eficácia para as otites bacterianas e 100% para as micóticas. Não houve nenhum efeito colateral nos animais tratados e a viscosidade do produto e seu dosador com bico siliconado, proporcionaram fácil instilação e manuseio do mesmo. Figura 8 Animal 22 com orelha repleta de cerúmen causado por Malassezia sp. (dia 0). Figura 9 Animal 22 após término do tratamento (dia 7). Gentamicina, Cetoconazol, Betametasona BIBLIOGRAFIA 1. AIZAWA, T.; KANO, R.; NAKAMURA, Y.; WATANABE, S.; HASEGAWA, A. The genetic diversity of clinical isolates of Malassezia pachydermatis from dogs and cats. Medical Mycology, v.39, n.4, p. 329-34, 2001. 2. ANDRADE, S. F. Manual de Terapêutica Veterinária. São Paulo: Roca, 2002, 698 p. 3. SWENSON, M. J.; REECE, W. O. Fisiologia dos animais domésticos. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996. 856p. 4. NASCENTES, P.S.; CLEFF, M.B.; FARIA, R.O.; NOBRE, M.O.; XAVIER, M.O.; MEIRELES, M.C.A.; MELLO, J.R.B. Malasseziose ótica canina: inoculação experimental e tratamento. Clínica Veterinária, ano 10, n. 55, p. 54-60, 2005. 5. MANSFIELD, P.D; BOOSINGER, T.R.; ATTLEBERGER, M.H. Infectivity of Malassezia pachydermatis in the external ear canal of dog. Journal American Animal Hospital Association, v. 26, p. 97-100, 1990. 6. BORGES, K. D. A.; VIANA, F. A. B.; VIEIRA, M. R. 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