ESTUDO 1 - Mundo Animal

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ESTUDO 1 - Mundo Animal
6
e
3
Ô m e g a s
G R A X O S
Á C I D O S
Mundo Animal Laboratório Veterinário Ltda.
0800 7722 523
www.mundoanimal.vet.br
Atualização Científica
Mundo Animal
Volume I
ÁCIDOS GRAXOS - Ômegas 3 e 6
Atualização Científica - Mundo Animal - Volume I
ÁCIDOS GRAXOS - Ômegas 3 e 6
OS ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS
“Os ácidos graxos essenciais precisam ser adquiridos na dieta em proporções
corretas e associados a algumas vitaminas e minerais para que possam atuar de
forma positiva na saúde de cães e gatos.”
Dra. Débora S. Salmeron
R. T. Mundo Animal Laboratório Veterinário
ÁCIDOS GRAXOS - Ômegas 3 e 6
Os estudos acerca dos ácidos graxos essenciais ao organismo
têm trazido novos protocolos de tratamento na Medicina
Veterinária. Os resultados são excelentes, principalmente pela
ação destes sobre a pele e no perfil da resposta inflamatória.
Por que o equilíbrio entre ômegas 3 e ômegas 6 é um
instrumento tão importante na terapia antipruriginosa em cães
e gatos?
INTRODUÇÃO
Os ácidos graxos essenciais: linoléico (ômega-6), linolênico (ômega-3) e araquidônico, são assim
denominados porque precisam ser adquiridos através da dieta, uma vez que o organismo não consegue
produzí-los na quantidade necessária aos órgãos e tecidos. São utilizados na formação das membranas
de todas as células, são precursores dos eicosanóides (fatores imprescindíveis nas respostas
imunológica e inflamatória), servem de base estrutural para a síntese de alguns hormônios, além de
controlar o movimento transepidermal de água e outras moléculas da pele. Todos os ácidos graxos
essenciais são insaturados porque possuem na sua cadeia de carbonos pelo menos uma dupla ligação.
Em alguns organismos vegetais, os ácidos linoléico e alfa-linolênico (precursores dos demais "ômegas")
são obtidos a partir do ácido oléico, também conhecido como ômega-9, sob ação da enzima delta-12desnaturase. Cães e gatos são incapazes de fazer esta conversão e por isso, necessitam da ingestão dos
ácidos graxos linoléico e linolênico.
A deficiência de ácidos graxos essenciais é rara em cães e gatos, podendo estar relacionada ao consumo
de rações mal balanceadas, dietas caseiras, rações sem antioxidantes ou que foram mal armazenadas
(oxidação de lipídios), deficiência hepática, pancreatite e distúrbios gastrintestinais. Em gatos, esta
deficiência pode causar anestro, atrofia testicular e diminuição na produção de esteróides sexuais.
Terapeuticamente, os ácidos graxos também são indicados no combate do prurido que se manifesta nas
reações alérgicas dos carnívoros.
Este trabalho tem como objetivo esclarecer o papel dos ácidos graxos essenciais ao organismo, sobretudo
sua ação sobre a pele e enfatizar os benefícios de sua suplementação associada a vitaminas e minerais,
necessários à sua perfeita otimização.
OS ÁCIDOS GRAXOS
Quimicamente, um ácido graxo consiste em uma série de átomos de carbono unidos uns aos outros por
ligação simples (saturado) ou duplas (insaturado), com um grupo carboxil e uma cauda hidrocarbonada
chamada de grupo metil. Baseado no comprimento da cadeia carbônica, número de ligações duplas e sua
primeira localização a partir da terminação metil (ômega) da molécula, os ácidos graxos essenciais podem
ser divididos em ômega-6 e ômega-3.
ÁCIDOS GRAXOS - Ômegas 3 e 6
Atualização Científica - Mundo Animal - Volume I
O ômega-6 é oriundo do ácido linoléico (18:2, n-6), pois tem 18 átomos de carbono e duas duplas ligações,
sendo a primeira entre o 6º e 7º carbono que, por ação enzimática, forma os ácidos gama-linolênico (GLA),
di-homo-gama-linolênico e araquidônico (Fig. 1).
O componente de origem do ômega-3 é o ácido alfa-linolênico (ALA), que também pode ser descrito como
18:3, n-3. Através de ações enzimáticas, ele pode ser convertido em ácidos eicosapentaenóico (EPA) e
docosahexanóico (DHA) (Fig. 2).
Para que haja a formação de ácidos a partir dos ômegas 6 e 3, é necessária a presença das vitaminas A e E
além dos minerais zinco e magnésio.
O ácido graxo ômega-6 é naturalmente obtido dos óleos de açafrão, soja, girassol, milho e gorduras
animais. O ácido graxo ômega-3 é encontrado em peixes marinhos de águas frias (salmão e truta),
sementes de linho e soja.
A importância dos ácidos graxos
Os eicosanóides (ômega-3) têm importante atividade fisiológica, mesmo em concentrações
extremamente baixas, afetando o funcionamento de glândulas endócrinas e exócrinas. Qualquer
desequilíbrio resultante de baixa ingestão, pode levar a doenças coronarianas, alterações neurológicas e
diversas alterações inflamatórias e imunológicas.
O ácido linoléico (ômega-6) é o principal ácido graxo regulador do movimento transepidermal de água e
outras moléculas da pele.
Ácido Linoléico (LA)
(W6)
Zn, Mg
Ação da delta 6 desnaturase
Óleos vegetais
Ácido Gama-Linolênico (GLA)
Zn
Ação da elongase
PGE1
Ácido di-homo-gama-linolênico
Ação da elongase e da delta 5 desnaturase
(Somente em cães)
Ácido Araquidônico
Ação de lipoxigenases e cicloxigenases
Eicosanóides pró-inflamatórios
(PGE2, leucotrienos B4, tromboxanos A2)
Fig. 1: Metabolismo dos ácidos graxos ômega-6
Óleos de peixe
Ácido AlfaLinolênico (ALA) (W3)
Zn, Mg
Ação da delta 6 desnaturase,
Elongase e delta 5 desnaturase
Ácido Eicosapentaenóico
(EPA)
PGA3 e Leucotrienos B5
Ação da elongase
Ácido docosahexaenóico
(DHA)
PGE1 ; PGE3
Tromboxanos
Fig. 2: Metabolismo dos ácidos graxos ômega-3
Ácidos graxos na resposta inflamatória
A inflamação é uma reação extremamente complexa, que resulta em modificações vasculares e
quimiotáticas mediadas por histamina, eicosanóides (prostaglandinas - mediadores de alterações
vasculares); fragmentos de complemento e complexos imunes (mediadores de quimiotaxia).
As membranas celulares, ao sofrerem alterações físicas ou bioquímicas, promovem a liberação do ácido
araquidônico por estímulos da fosfolipase A2. Este ácido é um substrato das vias cicloxigenase
e lipoxigenase, cujos produtos participantes da resposta inflamatória são as prostaglandinas próinflamatórias, tromboxanos da via cicloxigenase e leucotrienos-B da via lipoxigenase.
O ômega-3 compete com o ácido araquidônico por enzimas das vias citadas acima, frente a estímulos
pró-inflamatórios. Na célula, o ácido araquidônico é convertido em prostaglandinas E2 enquanto o
GLA, EPA e DHA são convertidos em PGE1 e PGE3, inibindo a fosfolipase A2 e conseqüentemente,
diminuindo a liberação de ácido araquidônico.
Os ácidos graxos ômega-6 são metabolizados principalmente pela via cicloxigenase que produz
metabólitos pró-inflamatórios, enquanto os ômega-3 seguem pela via lipoxigenase e formam mediadores
com menor atividade inflamatória. A via é influenciada não só pela composição do ácido graxo da
membrana celular, mas também pelos níveis das enzimas nos tecidos e pela presença ou ausência de
inibidores (corticosteróides e AINEs).
Na célula, o ácido araquidônico é convertido a PGE2, enquanto os ácidos eicosapentaenóico e di-homogama-linolênico são convertidos respectivamente a PGE3 e PGE1. A PGE1 tem a capacidade de inibir a
ação da fosfolipase A2 e com isso, diminuir a produção de ácido araquidônico. Além disso, os leucotrienos
B5, sintetizados a partir do ácido eicosapentaenóico possuem menos que 10% das atividades neutrofílicas
dos leucotrienos B4, sintetizados a partir do ácido araquidônico.
Assim, através da mudança do perfil de ácidos graxos essenciais consumidos na dieta, pode-se alterar o
perfil da resposta inflamatória em cães e gatos. Esta é considerada a principal propriedade terapêutica dos
ácidos graxos essenciais.
Deficiências
A deficiência de ácido linoléico (ômega-6) pode levar a eczemas, erupções de pele, perda de pêlo,
degeneração hepática, perturbações de comportamento, degeneração renal, sudorese excessiva
acompanhada de sede, baixa produção glandular, deficiência na cicatrização de feridas, esterilidade em
machos, falhas reprodutivas em fêmeas, artrite, problemas cardíacos e circulatórios.
A deficiência de ácido alfa-linolênico (ômega-3) pode levar ao retardo no crescimento, fraqueza, prejuízo
na capacidade visual, na habilidade de aprender, incoordenação motora e alterações comportamentais.
Altos teores de triglicérides sangüíneos (gordura), pressão arterial elevada, agregação plaquetária,
inflamação tecidual, edema, pele seca, deterioração mental, baixa taxa metabólica e alguns tipos de
disfunções imunológicas podem responder à suplementação com ômega-3.
Atualização Científica - Mundo Animal - Volume I
NECESSIDADE DIÁRIA DE ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS
Ácido linoléico (ômega-6): Ingestão de 3 a 6% das calorias totais. De 6 a 12 gramas (= uma colher de
sopa por dia). Quanto mais alta a ingestão de gorduras saturadas, maior a necessidade de ingestão de
ômega-6 para prover os nutrientes que o corpo precisa para executar suas funções.
Ácido alfa-linolênico (ômega-3): Ingestão entre 1/5 a 1/2 da necessidade diária de ômega-6, o que
corresponde a aproximadamente 1 a 2 colheres de chá por dia.
É importante lembrar que, para a manutenção de um organismo saudável, é necessária a ingestão diária
de todos os 50 nutrientes essenciais que o mesmo requer. Os ácidos graxos essenciais necessitam
especialmente das vitaminas A, B3, B5, C, E e dos minerais magnésio e zinco para executar suas
numerosas funções.
USO CLÍNICO DOS ÁCIDOS GRAXOS
Quando se utiliza a proporção ideal entre ômega-6 e ômega-3, que é de 5 a 10:1, estes ácidos graxos
tornam-se importantes instrumentos para o tratamento das reações alérgicas da pele e parte significativa
da terapia antipruriginosa, diminuindo assim o uso de corticosteróides e anti-histamínicos, além de
melhorar a condição da pelagem e normalizar o perfil dos ácidos graxos cutâneos, cuja deficiência pode
ser a causa da manifestação clínica da seborréia, por exemplo.
Dermatite alérgica a picada de pulga (DAPP)
Além do controle e eliminação das pulgas, o tratamento da DAPP requer a diminuição do prurido. Banhos e
imersões são benéficos e uma dieta que reduza os mediadores pró-inflamatórios podem auxiliar na
redução do prurido, adicionando uma valiosa contribuição ao programa de controle.
Atopia
A atopia causada pela produção excessiva de IgE e IgG, ocasiona reação inflamatória na pele
caracterizada por prurido intenso. A redução da reação inflamatória nesta doença pode ser obtida com a
suplementação por ácidos graxos essenciais.
Para inibir a síntese de prostaglandinas e leucotrienos (mediadores do prurido e da inflamação), os
glicocorticóides costumam ser utilizados no tratamento das atopias, gerando efeitos colaterais
indesejados. Estudos clínicos demonstraram que até 40% dos cães com atopia apresentam melhora
quanto tratados com ácidos graxos ômega-6 e ômega-3, sem associação a nenhum outro tratamento
antiinflamatório. Pesquisa similar em gatos atópicos indicam que até 75% dos animais respondem bem ao
tratamento isolado com ômegas.
Alergia alimentar
As alterações adversas ao alimento podem ser causadas por reações imunológicas (verdadeira alergia
alimentar), reações não-imunológicas (intolerância - reação individual), reações farmacológicas (p. ex.
chocolate), toxicidade (ingestão de lixo) e reações metabólicas (p. ex. glicose no diabético).
O instrumento diagnóstico ideal para a alergia alimentar é o processo de exclusão. Testes epidérmicos ou
de soro para anticorpos não têm sido eficazes, a não ser para determinar alguns dos alimentos mais
ÁCIDOS GRAXOS - Ômegas 3 e 6
consumidos pelos animais. Anticorpos elevados RAST ou ELISA diante de substâncias alimentares, não
servem como previsão de verdadeira alergia alimentar.
Durante o tratamento é importante eliminar o ingrediente alimentar causador, limitar as fontes de proteína
na dieta, selecionar proteínas facilmente digeríveis para diminuir o reconhecimento imunológico e, se
necessário, controlar a inflamação com corticosteróides.
Doenças articulares
O uso dos ácidos graxos essenciais no tratamento de artropatias é um conceito relativamente novo. Em
estudos com cães idosos portadores de artropatias que foram tratados com suplemento alimentar de
ômega-3 e ômega-6 por 14 dias, obteve-se resultados bons ou ótimos em 59% dos casos. Os tratamentos
prolongados por 1 a 24 meses nos animais que responderam bem à terapia inicial com ômegas, também
apresentaram resultados positivos. A terapia com ácidos graxos essenciais é indicada portanto, para
animais portadores de artropatias, especialmente as de caráter crônico como a osteoartrite degenerativa e
a displasia coxofemoral.
Terapias Combinadas
Interações medicamentosas benéficas podem ser obtidas ao associar os ácidos graxos ômega-6 e
ômega-3 com outros fármacos. No caso de doenças de pele, a associação dos ácidos graxos essenciais
com anti-histamínicos ou com glicocorticóides revela-se muito eficaz tanto em cães quanto em gatos. Os
tratamentos combinados com ácidos graxos essenciais permitem uma redução nas doses diárias de antihistamínicos e glicocorticóides, além de apresentarem melhores resultados que os tratamentos feitos sem
esta associação.
EFEITOS ADVERSOS
Raramente são relatados efeitos adversos na suplementação com ômegas, estando relacionados ao
excesso da quantidade de ácidos graxos essenciais ingeridos na dieta. Os principais são: vômitos,
diarréia, pancreatite e deficiência na agregação plaquetária. A suplementação com ômegas pode também
comprometer o metabolismo da vitamina E e por isso é importante suplementá-la nesta situação.
AMINOÁCIDOS, MINERAIS E VITAMINAS IMPORTANTES NUTRIENTES
Vitamina A
É uma vitamina lipossolúvel conhecida como retinol, biosterol ou axeroftol cujo precursor se denomina
betacaroteno. É um álcool insaturado formado por unidades de isopropeno.
Existem duas formas naturais: vitamina A1 ou retinol, obtida do fígado de peixes marinhos e vitamina A2,
obtida do fígado de peixes de água doce. Uma enzima de clivagem presente no intestino delgado de
vertebrados, exceto o gato, cliva o betacaroteno em duas moléculas de vitamina A. Devido a esta
deficiência, o gato não aproveita o caroteno, necessitando de dieta rica em vitamina A.
Sua deficiência pode causar surdez em cães pela atrofia do nervo auditivo e incoordenação muscular.
Além do seu uso para o crescimento e diferenciação de queratinócitos, a vitamina A tem papéis
importantes na biossíntese dos mucopolissacarídeos, mobilização das enzimas lipossômicas, inibição da
proliferação da queratinização anormal, supressão do tamanho e função das glândulas sebáceas,
modulação da função neutrofílica e macrofágica e síntese de prostaglandina.
Atualização Científica - Mundo Animal - Volume I
O excesso de vitamina A é tóxico e pode levar à morte. Causa perda de apetite, pele seca com prurido,
perda de pêlos, náuseas, vômitos, degeneração de órgãos, crescimento retardado, perda de peso, lesões
cutâneas, anormalidades nos ossos, destruição da cartilagem matriz e no gato, letargia, desinteresse
pelas atividades normais, deficiência na higiene e fusão de vértebras cervicais.
Vitamina B6
As vitaminas do complexo B são sintetizadas por bactérias do intestino e tendo em vista que elas são
hidrossolúveis e não estocadas, é necessário um suprimento constante, não ocorrendo toxicidades.
A vitamina B6, está relacionada ao metabolismo de aminoácidos e formação de hemoglobina; é absorvida
no intestino delgado, mas diferentemente das outras vitaminas deste complexo, não é totalmente
excretada pelos rins, ficando retida principalmente nos músculos, sendo essencial para o metabolismo e
importante para o crescimento normal.
As melhores fontes são o levedo, o germe de trigo, a carne de porco, os cereais integrais, batatas, aveia e
banana. Sua deficiência, produzida experimentalmente em gatos, provoca uma pelagem áspera, oleosa e
com caspas brancas finas e generalizadas.
Vitamina E
A vitamina E, como todas as vitaminas, não é produzida pelo organismo, devendo ser obtida através da
dieta; é lipossolúvel e absorvida a partir do trato gastrintestinal sob a presença da bile. A vitamina E possui
ação antioxidante que combate os radicais livres, protegendo as células dos efeitos nocivos da oxidação e
contribui para a redução do depósito de colesterol nas artérias. A vitamina E é antagonista médio da
formação de leucotrienos, podendo ser considerada, mais apropriadamente, como um antiinflamatório.
Ela acaba por auxiliar na prevenção da aterosclerose, reduzindo o risco de doenças cardiovasculares e
daquelas doenças associadas ao envelhecimento, como a catarata, Alzheimer, Parkinson, entre outras.
Taurina
O gato apresenta uma exigência de proteínas mais alta que a maioria das espécies. As proteínas
aproveitáveis para os gatos têm de suprir em média 500 mg de taurina por kg de matéria seca na dieta.
A menos que se adicionem aminoácidos essenciais, torna-se necessária alguma proteína animal na dieta
para evitar o esgotamento de taurina e o desenvolvimento da degeneração retiniana central felina ou de
miocardiopatia por dilatação.
Os sinais produzidos por uma deficiência de taurina podem incluir: perda de peso, pelame sem brilho,
anorexia, problemas reprodutivos, parasitismo não responsivo persistente ou infecção microbiana de
baixa intensidade, falhas inexplicáveis na proteção vacinal, perda de peso rápida e acentuada ou falha em
responder adequadamente a um tratamento após lesão ou durante a convalescença.
ÁCIDOS GRAXOS - Ômegas 3 e 6
Zinco
O zinco é componente de mais de 25 enzimas que atuam na digestão e no metabolismo; é essencial para
síntese de ácidos nucléicos, absorção e atividade das vitaminas, processo reprodutivo, funcionamento
normal da próstata e tem sido freqüentemente associado à cicatrização de ferimentos.
Por serem pequenos o bastante, os minerais apresentados sob a forma de quelatos são absorvidos
rapidamente sem participar do mecanismo competitivo com outros íons na luz intestinal. São compostos
minerais bastante estáveis que reduzem os riscos de contaminação ambiental e podem garantir a
suplementação de microelementos com dosagens inferiores às normalmente utilizadas com ingredientes
inorgânicos.
SUPLEMENTAÇÃO
Megaderm 6.3 é um suplemento alimentar à base de ácidos graxos essenciais especialmente
desenvolvido para cães e gatos. Possui em sua formulação lecitina de soja, óleos vegetais e óleo de peixe,
na proporção de 5:1 de ômega-6: ômega-3, respectivamente. Apresenta o GLA como fonte de ômega-6
enquanto o EPA e DHA são fontes de ômega-3 (fig. 1 e fig.2), que são etapas mais avançadas na quebra
bioquímica dos ômegas 6 e 3, respectivamente. É enriquecido com vitamina E, vitamina A, vitamina B6,
Zinco Aminoácido Quelato e outros elementos necessários à perfeita otimização do metabolismo dos
ácidos graxos essenciais. É produzido em forma de cápsulas gelatinosas flavorizadas (60 cápsulas por
frasco), que facilitam sua administração.
RELATO DE CASOS ATENDIDOS NO HOSPITAL VETERINÁRIO DA UFMG
(Universidade Federal de Minas Gerais) COM UTILIZAÇÃO DE MEGADERM 6.3 EM CÃES
Caso 1:
Cão Pastor Belga de três anos de idade pesando 56 kg foi atendido com histórico de eritema e prurido na
cauda e porção distal dos membros posteriores. Os parâmetros fisiológicos encontravam-se normais. Há
cerca de 6 meses o cão foi tratado com prednisona (2 mg/kg/VO/BID) durante 10 dias, havendo melhora do
prurido mas, ao término do tratamento, o problema voltou. No HV-UFMG foram prescritas 2 cápsulas de
Big Megaderm 6.3 uma vez ao dia, durante 30 dias, e Premium Bite Stop, duas vezes ao dia nas áreas
onde o cão ficava se lambendo. Após 16 dias de tratamento, o prurido diminuiu significativamente e não se
observou eritema. A suspeita clínica de dermatite por lambedura foi confirmada após a resposta ao
tratamento prescrito.
Caso 2:
Cadela Yorkshire de quatro meses de idade, pesando 3 kg, foi atendida com prurido intenso e áreas de
alopecia generalizada. Foi realizado raspado de pele, mas os resultados micológicos foram negativos.
Prescreveu-se dexclorfeniramina (6 mg/SID/4 dias), Megaderm 6.3 Cães (1 cápsula/SID/60 dias) e dieta à
base de proteína de coelho ou peixe e batata cozida, devido à suspeita clínica de alergia alimentar. Após 21
dias de tratamento, a cadela não apresentava prurido e os pêlos voltaram a crescer.
Atualização Científica - Mundo Animal - Volume I
Caso 3:
Cadela Poodle de dois anos de idade, pesando 4 kg, foi atendida com prurido intenso e pústulas
generalizadas por todo o corpo, cujo diagnóstico foi de foliculite. Foram prescritos cefalexina (30
mg/kg/BID/21 dias), Megaderm 6.3 Cães (1 cápsula/SID/60 dias) e Sanadog, xampu à base de peróxido
de benzoíla a 2,5%, (banhos a cada 3 dias, durante 5 semanas). Após duas semanas de tratamento, a pele
apresentava apenas um leve eritema, que regrediu na semana seguinte.
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ÁCIDOS GRAXOS - Ômegas 3 e 6
Suplemento alimentar para cães e gatos
Composição por cápsula
MEGADERM
Cães
Big Cães
Gatos
178 mg
356 mg
143.64 mg
Eicosapentaenóico (EPA)
21.06 mg
42.12 mg
17.22 mg
Docosahexaenóico (DHA)
14.04 mg
28.08 mg
11.48 mg
1.8 mg
3.6 mg
0.9 mg
Vitamina A
2.550 UI
5100 UI
1.445 UI
Ácido gama-linolênico (GLA)
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Zinco
Taurina
CARACTERÍSTICAS
Megaderm 6.3 é um suplemento nutricional palatável, auxiliar nos tratamentos de dermatoses
cutâneas, perturbações de queratinização e queda excessiva de pêlos. Megaderm 6.3 se distingue por
conter ácidos graxos essenciais (AGE) de acordo com a dosagem sugerida de 200 mg AGE/kg/dia. A
relação de ácidos graxos ômega-6:ômega-3 é de 5:1, que maximiza o efeito positivo das duas famílias
de AGE e influencia especial e favoravelmente a função da pele. Megaderm 6.3 é enriquecido com
vitaminas essenciais para o metabolismo e contém zinco aminoácido quelato.
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APRESENTAÇÃO:
Frascos com 60 cápsulas gelatinosas flavorizadas.

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