a yaesu sempre

Transcrição

a yaesu sempre
REVISTA
QTC
Publicação para
Radioamadores
Registo INE nº 11 15 3431
ASSOCIAÇÃO DE RADIOAMADORES DA AMADORA-SINTRA
Rua 1º Dezembro, 54, 3º Esq, Telefone 21 491 8408, 2700-672 AMADORA
Amadora, Abril de 2002
Nota de Abertura
Caros colegas e amigos,
Em primeiro lugar os meus cumprimentos, também extensivos aos
vossos familiares.
Em segundo lugar quero agradecer a todos os sócios, que nos
quiseram honrar com a sua presença, na nossa Assembleia Geral, a
qual abriu o horizonte para esta nova Direcção.
Em terceiro lugar o meu agradecimento á Direcção cessante que
decerto contribuiu para que esta nossa, e vossa, Associação, tenha
chegado até hoje de cabeça erguida, como um marco absoluto, na
contribuição prestada ao Radioamadorismo e aos Radioamadores
em geral.
Radioamadorismo.
Com a ajuda e colaboração de todos, poderemos honrar os nossos
estatutos, e estabelecendo prioridades, levar a bom porto o
destino agora continuado, na história desta Associação.
Para finalizar, quero deixar claro, que o destino de nós todos,
Radioamadores, tem obviamente de passar pela congregação de
sinergias, de todas as Associações, no sentido duma
"representação" que possa ter voz activa, junto da entidade
legisladora e do governo.
Aproveito, para desejar a todos os colegas e suas famílias, nesta
quadra, uma feliz Páscoa.
73's
Albano Grancha
CT1ELO
Presidente da Direcção
Em quarto lugar quero expressar a todos os colegas de Direcção, e
aos restantes corpos sociais da Associação, agora eleitos, as
minhas felicitações, crente que tudo faremos para prosseguir no
propósito, que até aqui nos temos proposto, a bem da ARAS e do
A YAESU SEMPRE
NA VANGUARDA
O mundo excitante da escuta de
comunicações, desde a onda longa passando
pela onda curta até às microondas, chega à
sua estação com o novo receptor VR-5000.
Características proficionais, ergonomico, e
selectividade usando DSP proficional estão
à sua disposição, somente com a YAESU.
VR-5000 RECEPTOR DE COMUNICAÇÕES
0.1_2599.99998MHz LSB/USB/CW/AM-N/AM/WAM/FM-N/WFM
Av. Fernão de Magalhães, 860
4350-152 PORTO – PORTUGAL
Tels.: 22 537 3562 – 22 510 3523
Fax: 22 537 0882
E-mail: [email protected]
Home page: www.yaesu.co.pt
Abril de 2002
Casa fundada em 1958
Representante exclusivo para Portugal
Exija a garantia “Germano Lopes”
Para ter a nossa assistência
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QTC
ASSOCIAÇÃO DE RADIOAMADORES DA AMADORA-SINTRA
NÃO É POSSÍVEL QUE ESTA
SITUAÇÃO DE IMPASSE
CONTINUE
Quando o actual presidente da REP nos telefonou para uma reunião
com a ARAS, na nossa sede da Amadora, não resistimos à tentação
de aceitar o convite muito embora soubéssemos quanto restritivas
poderiam ser as suas conclusões. No nosso espírito e no nosso
interesse algo se sobrepunha a esta comezinha circunstância. O
que interessava, afinal, era conversar informalmente, trocar
impressões, mais como radioamadores ciosos de estabelecer uma
fraternidade de saudosa recordação do que propriamente
arrancar o sonho de uma união de forma com respeito pela
igualdade de direitos e de território. No dia aprazado, com a
respectiva ordem de trabalhos cuidadosamente elaborada, deu-se
início à reunião. Primeiro, num estudo preliminar que mais parecia
um prelúdio de luta do que aquilo que, após a abertura da garrafa
do indispensável néctar que une corações, trazendo ao de cima a
franqueza, a frontalidade e a verdade. O formalismo inicial
quebrou-se, como por encanto, o protocolo desapareceu nos
sorrisos de orelha a orelha, e o convívio estabeleceu-se e a
garrafa de bom Porto foi-se esvaziando como a lâmpada de Aladino
que se esfrega e nos traz todos os desejos e toda a felicidade.
Tinha-se quebrado o tabu. Durante algumas horas revivemos as
décadas de 50 e 60. Como por encanto sentimo-nos transportados
para o Norte, mais concretamente para aquela cidade. Os
circunstantes transmudaram-se e comecei a ver à minha volta e a
sentir o calor fraternal, o espírito de entreajuda, a espera e a
alegria de mais uns convivas, de mais «irmãos», de mais elementos
na «família» de radioamadores. Senti o entusiasmo contagiante do
CT1EE (Dr. Fernando Pinheiro; o médico dos pobres; o homem que
não casou por muito amar aquelas duas senhoras (a mãe e a tia)
com quem vivia e poder fazer da sua profissão o sacerdócio que o
matrimónio certamente não autorizava); o CT1GE (o Dr. Oliveira
Alves, que não me largou a porta enquanto não construi o receptor
com aquele mal fadado bloco de radiofrequência comprado a peso
de ouro na Geloso, e do emissor, com outro bloco não menos
complicado, para o aprendiz que eu era, o celebérrimo 4/102, a que
tinha de juntar o modulador, com as velhinhas 807 e «mai-lo»
andar final já com moderna 6146); o CT1JH, que não desistiu
enquanto não me impingiu dois autotransformadores 220/110 para
que, em série, e com um circuito dobrador de tensão obtivesse a
tensão de placa necessária para alimentar as 807e a 6146; CT1IQ,
o meu querido e saudoso amigo e colega que um acidente de viação
havia de levar ainda em plena juventude, que juntamente com o pai,
talvez o primeiro CT1BM, me entusiasmavam para construir a
cúbica e colocá-la no cimo do telhado da vivenda que então me
servia de abrigo em Ermesinde, prontificando-se a fornecer-me o
sinal indispensável para afinar os «stubs», do reflector, para
melhorar a relação frente-costas. O CT1UK, aqueles dois metros e
tal e os cento e tantos quilos que um dia vi, sentado no meu
velhinho 30 cavalos levando o volante entre os joelhos, numa
deslocação a Santo Tirso, onde ia buscar a «Maria Maluca» que
queria experimentar na não menos enorme vivenda que se
destacava no conjunto de casas normais naquela vila onde vivíamos.
da radiofonia», quase inacessíveis, principalmente o segundo, a
quem dirigi a minha primeira «cunha» para uma ajuda no exame da
classe C, a fazer no Alto da Maia, onde, o Almeidinha, como
familiarmente lhe chamávamos, dirigia os exames e o Dr. Nogueira
Rodrigues, como delegado da REP, poderia dar um jeito (?); o
CT1LD (que após o 25 de Abril foi preso e maltratado) que se
prontificou a ir ao aeroporto de Pedras Rubras «passar» a estação
da HeathKit que o bom do Aurélio, então radioamador em Boston e
natural de Viseu, transportou, desde os «states», para este vosso
correligionário e que religiosamente montei, esquecendo o sono,
pela ânsia de ver tudo a funcionar na «batata». Seria uma
injustiça, talvez um pecado de lesa majestade, se me esquecesse
do CT1OZ, que lá para os lados da Constituição fazia a vida negra
ao pároco do Marquês, interrompendo as suas homilias com as
sempre insistente chamadas gerais em cima dos QSO´s onde
queria entrar. Mas... minha rica Nossa Senhora, onde eu já vou com
as minhas deambulações, esquecendo-me que estou em pleno
século XXI e que este «negócio de velhos» é uma miríade para
quem luta por um lugar ao sol e outro em terra, indispensável,
mesmo que se tenha de esmagar o vizinho; onde, falar-se de
amizade, de confraternização, de união desinteressada é o Éden.
Desculpem-me se me desviei da descrição que estava a tentar
levar até vós: a reunião de alguns elementos dos corpos gerentes
da ARAS e da REP, onde se falou das muitas Associações
existentes e das poucas em actividade; de algumas que só constam
no papel porque as pessoas que as fundaram não se incomodaram
em extingui-las legalmente; da necessidade de juntar esforços
para criar o dialogante válido junto da ANACOM (ex-DSR, ex-ICP
e se demorarmos algum tempo será ex-ANACOM), de molde a
afirmar as nossas reivindicações e requerer os nossos direitos, a
par da exigência de fazer actuar a indispensável fiscalização
porque, sem tudo isto, seremos, como temos sido até aqui, preza
fácil e rebanho dócil a que se impõem regras de todo o jaez, sem
sequer apurar se está a pôr em causa a imagem do País e dos
utilizadores desta área do espectro radioeléctrico.
Foi, sem dúvida, e tal como prevíamos, uma reunião onde se falou
um pouco de tudo e, como convinha, sem conclusões, o que
contraria os formalistas mas a nós nos agrada, pelo muito que
serviu de observação e análise para futuros encontros que, como
ficou ali assente, seria, num futuro próximo, retribuído pela REP.
Mas, afinal, perguntarão os meus leitores: onde está a razão do
título?
Para o bom entendedor... Até à próxima se Deus quiser!...
A Direcção
SE BEM ME LEMBRO
Começo este artiguelho com a famosa frase do professor
Victorino Nemésio “se bem me lembro”. Também muitos
radioamadores deverão estar lembrados de que num passado
recente era frequente e normal se escutarem QSOs na banda de
VHF em quase todas as frequências atribuídas aos radioamadores.
E não só estes, mas também muitas colegas radioamadoras se
faziam ouvir.
O CT1IK e o CT1BH, o primeiro na Rua Alves da Veiga e o segundo
já no seu consultório, ali junto da Batalha, os jovens «intelectuais
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ASSOCIAÇÃO DE RADIOAMADORES DA AMADORA-SINTRA
E hoje ? Como é ? O que aconteceu ?. Hoje qualquer radioamador
que ligue o seu transceptor de VHF no horário da manhã ou da
tarde, pode percorrer toda a banda dos dois metros que
dificilmente escutará um ou dois QSOs, e até no horário nocturno
poucos colegas poderá escutar.
Não restam dúvidas de que os tempos mudaram. Os radioamadores
são hoje em muito maior número do que nesse passado, quiçá
quadruplicassem em número. Então porque se observa uma tão
grande abstenção no uso da banda dos dois metros?. Falta de
interesse? Falta de tempo? Outras solicitações, tais como a TVA;
a TV satélite; os computadores e a internet? Ou será que o
radioamadorismo nacional deixou de interessar à camada mais
jovem?.
Como não sou sociólogo, não me considero com competência para
conseguir apreender qual a causa deste fenómeno. Por outro lado ,
espero que todos os colegas que estão lendo estas linhas, meditem
bem na circunstância e passem de futuro a fazer maior uso das
frequências de UHF e VHF, para que nos tempos mais próximos
possamos voltar a escutar muitos QSO’S nas frequências
referidas. Além disso se a banda dos dois metros deixar de ser
utilizada com assiduidade, arriscamo-nos a perde-la. Aqui fica o
aviso.
José Sequeira
CT1BIQ
Emissor de TVA CT4RK-ARAS
A construção de equipamentos para a faixa dos 23 cm obriga a
cuidados especiais, por se tratar de frequências muito elevadas
(aprox. 1,2 GHz), pelo que se torna normalmente difícil ao amador
comum construir os seus próprios emissores.
Depois de consultadas diversas fontes de informação técnica, e
com a experiência de alguns colegas, foi possível conseguir
circuitos de construção relativamente simples, estáveis, e acima
de tudo de ajuste fácil, sem necessidade de recorrer a
dispendiosos e complexos equipamentos de medida.
Vários colegas construíram os seus emissores a partir de módulos
pré-ajustados de origem espanhola ou inglesa, mas outros optaram
pelo desenho dos seus próprios esquemas e placas de circuito
impresso.
Seguindo o princípio de que a placa seria a parte mais difícil de
obter, por ser de dupla face cobreada, e exigindo muitos pontos
de conexão entre os dois planos de massa, com metalização de
furos, o colega CT4RK desenhou uma versão para montagem com
componentes discretos, que foi produzida em quantidade, e que foi
disponibilizada com o apoio da A.R.A.S.
Não sendo um “Kit” com todos os componentes, a placa para o
emissor de TVA CT4RK-ARAS foi desenhada segundo um esquema
baseado em materiais de obtenção relativamente fácil no nosso
mercado, e fornecida com alguma documentação para apoio à
montagem, pelo que se tornou a base de muitos dos emissores
construídos, incluindo o do repetidor da Arrábida.
Abril de 2002
A placa aceita à entrada do circuito de “pré-acentuação” de vídeo
um sinal com cerca de 1 V p/p (ajustável), e à entrada do préamplificador de áudio um sinal proveniente de uma câmara ou de
um microfone externo. Depois de amplificado, este sinal é
injectado no modulador de som, cuja “sub-portadora” deverá ficar
em 6 MHz (a utilizada para o serviço de amador). O sinal de vídeo,
depois de sofrer a “pré-acentuação”, é injectado no modulador
principal (Banda Base), juntamente com a sub-portadora de som. O
oscilador de RF é ajustado de acordo com o valor da tensão de
correcção dada pelo PLL para a frequência desejada, dentro da
faixa de 1,2 GHz. O sinal de RF é amplificado em dois andares a
transístores com baixas impedâncias de entrada e saída, o que
garante uma boa imunidade a oscilações parasitas. A potência à
saída ronda os 300 a 400 mW, suficiente para excitar um
amplificador externo. O PLL é baseado no IC MC74151, com
referência a cristal e entrada do sinal de RF dividido num “préscaler”. A selecção de frequência pode ser efectuada por “dipswitch” ou por matriz de díodos comutada externamente.
Para o amplificador de RF adicional pode ser usado um “Circuito
Híbrido”, o que torna a montagem extremamente simples, desde
que respeitadas as regras. Existem “Híbridos” capazes de
fornecerem até 25 W com 1 W de entrada, e que com o sinal
fornecido pelo excitador podem debitar entre 8 e 12 Watts, o que
é muito bom. Existem ainda outros “híbridos” mais pequenos,
capazes de fornecerem apenas 1 ou 2 W, mas cujo preço se
aproxima do de maior potência, o que nos leva a optar pelo mais
potente, a menos que se pretenda uma unidade compacta, com
pouca dissipação e de baixo consumo.
Outros projectos de emissores de
TVA
Alguns dos projectos desenvolvidos paralelamente ao de CT4RK,
passam pelo desenho e construção de excitadores mais pequenos,
mas com características semelhantes, como as placas desenhadas
e montadas por CT1EJ e CT1DXY. Uma das diferenças mais
significativas está no modulador de áudio (sem compressão e
simétrico), com duas entradas independentes. Outra das versões
pode ter duas sub-portadoras para dois canais de áudio ou dados.
Foram construídas versões para 0,4 e 2 Watts. Foram ainda
construídos modelos com as dimensões aproximadas de um maço
de cigarros, em que foi adoptada parcialmente a montagem SMD,
mantendo quase todas as características das unidades maiores.
Infelizmente, não são facilmente reproduzíveis, por não existirem
placas pré-fabricadas e com ‘furos metalizados’, o que obrigava a
um investimento significativo. Dada a procura de novas placas,
está prevista uma actualização destes projectos, também em
diferentes versões.
Equipamentos para TVA em 10 GHz
A faixa de 10 GHz , quase ‘morta’ até há bem pouco tempo, tem
verificado um significativo aumento de actividade, quase
exclusivamente devido à TVA. A obtenção de receptores de
satélite de baixo custo, a facilidade de obtenção e/ou modificação
de LNB’s para esta faixa, a facilidade de adaptação de ‘cavidades’
com osciladores com díodos ‘GUN’ para emissão, além da
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disponibilidade de uma ‘largura de faixa’ significativa, tornam esta
banda atractiva para a transmissão e recepção de imagens de
muito boa qualidade e a distâncias razoáveis, de preferência em
‘linha de vista’ e com antenas parabólicas.
Outra alternativa a considerar para a emissão, mais estável em
frequência, mas bem mais complicada, será a de utilizar LNB’s
modificados como ‘Transverters’, (usando a mesma parte
osciladora e misturadora, mas ‘invertendo’ os circuitos de entrada
e de saída). Como excitador, poderia ser usada uma das placas
emissoras para 1,2 GHz.
As antenas para TVA na faixa de 10 GHz são quase exclusivamente
‘parabólicas’ de reduzidas dimensões, ou antenas ‘horn’ ou
‘cornetas’. Excepcionalmente, são usadas antenas omnidireccionais feitas em ‘guia de onda com slots’. Estas antenas são
por vezes usadas na emissão de repetidores, mas com potências
significativamente elevadas, para compensar a falta de ganho
(acima de 4 Watts em 10 GHz os custos são enormes !).
Instalação de Repetidores de TVA
A instalação de repetidores ou retransmissores, quaisquer que
eles sejam, implica sempre cuidados especiais para evitar a
“dessensibilização”, ou que os sinais retransmitidos possam
provocar interferências na sua própria recepção, após a activação
do emissor do sistema. Estes problemas verificam-se com certa
frequência nos repetidores de amador, em que a separação entre
frequências de recepção e de emissão é muito reduzida, o que não
sucede com outros serviços. Para obstar a esses inconvenientes, é
necessário garantir uma blindagem adequada dos respectivos
módulos e cabos, com um excelente desacoplamento dos pontos de
interligação. Pode ser ainda necessário recorrer à instalação de
filtros “Passa-Banda”, “Notch” ou outros, de acordo com o tipo de
interferências a rejeitar.
Como os repetidores ficam instalados normalmente em pontos
elevados, junto de outras fontes de RF intensas e de frequências
diversas, como emissores de TV, Radiodifusão, Trunking,
Telemóveis, etc. o problema pode agravar-se, particularmente para
o caso dos repetidores de TVA, em que a “largura de banda” do
receptor é de vários MHz.).
Na proximidade de aeroportos, ou no seu horizonte radioeléctrico,
os sistemas de Radar são outra fonte de interferências
perniciosas, mas com as quais temos de viver.
Depois da instalação do CS0TVA, a LATA tem cooperado com
outros grupos de colegas na instalação, ensaios e manutenção de
outros repetidores de TVA, particularmente no caso do CS0TVS,
salientando-se o entendimento entre os dois grupos para a escolha
da polarização adoptada por cada um. De facto, é frequente
encontrar estes dois repetidores com emissões diferentes e em
simultâneo, sem que se registem interferências mútuas
significativas (também depende da localização de quem recebe).
O Futuro da TVA
Actualmente, a transmissão de sinais de televisão comercial já
sofre os efeitos da “digitalização”. Disso é exemplo a difusão por
Abril de 2002
satélite, que tem passado rapidamente dos modos analógicos para
os digitais. Se bem que a transmissão analógica seja possível
usando meios mais simples, a necessidade de garantir a resposta
linear dos sinais, obriga a circuitos complexos e ajustes
minuciosos, ocupando uma parte significativa do espectro
radioeléctrico.
Por outro lado, a evolução de circuitos digitais extremamente
rápidos e compactos (ao nível do “chip”), associada a algoritmos de
compressão altamente eficientes, veio permitir uma produção em
massa e a baixo custo de equipamentos como os
codificadores/descodificadores de áudio e vídeo. No lado do
receptor não existem dificuldades, mas quanto ao lado emissor
ainda não é fácil dispor desses circuitos, pelo menos para os
amadores. Outra questão que se coloca, é a necessidade de alguma
garantia ou estabilidade na definição de normas e de protocolos.
No tratamento digital da informação, é obrigatório que as
“entidades” correspondentes se entendam perfeitamente, “falando
a mesma linguagem”. Aqui, ou dá… ou não dá. Não há meio termo.
Algumas das vantagens mais evidentes da transmissão digital são a
pureza de sinais, com alta resolução e alta qualidade sonora,
mesmo para uma banda relativamente estreita. A utilização de
novos métodos de modulação em fase e amplitude, com
recuperação de erros e com uma excelente imunidade ao ruído,
foram essenciais para uma boa qualidade de transmissão de sinais
complexos, tais como os de vídeo, de voz digitalizada, ou
simplesmente de dados com elevados débitos ou taxas de
transferência.
Os radioamadores não estão distraídos nem alheios a esta
As reúniões da Associação são todas
as 3ªs Feiras pelas 21h30.
Apareça
evolução. Por isso, esperamos novidades para breve.
Dicas sobre TVA
Os sinais de vídeo exigem cuidados especiais no seu transporte e
tratamento. De facto, estamos a lidar com sinais complexos, em
que as frequências envolvidas são muito elevadas, devido às
transições bruscas de amplitude, de frequência e de fase. De uma
forma simplista, podemos dizer o seguinte:
-
O sinal de “luminância” varia em amplitude, de acordo com a
imagem explorada, entre o valor de tensão máxima para o
“preto”, e o valor zero para o “branco”, com valores
intermédios para outros tons ou cores.
-
O “burst” ou informação de cor, é um sinal modulado em fase
(PAL), e é transmitido entre os impulsos de sincronismo
horizontal e o sinal de luminância.
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ASSOCIAÇÃO DE RADIOAMADORES DA AMADORA-SINTRA
-
-
Os impulsos de sincronismo são de amplitude negativa e
duração constante para cada um dos sincronismos. Os
impulsos de sincronismo horizontal são enviados no início de
cada uma das 625 linhas, e os impulsos de sincronismo
vertical são enviados no início de cada um dos quadros, com a
mesma amplitude do sincronismo horizontal mas com uma
maior duração, de modo a permitir a respectiva separação no
receptor.
Se juntarmos a sub-portadora de som ao sinal de vídeo
composto, obtemos um sinal “Banda Base” ainda mais
complexo. Por tudo isto, é essencial que os circuitos de vídeo
ou de Banda Base mantenham uma linearidade aceitável (em
amplitude e fase) até aos 6 MHz ou mais, sem a instabilidade
frequentemente associada a frequências desta grandeza, com
uma adaptação perfeita entre circuitos e cabos de
transporte dos sinais. Naturalmente que muitos amadores não
prestam a devida atenção a estas questões, acabando por
passar muito tempo a lamentar-se com problemas de
sincronismo, falhas de cor, má definição, falta de vídeo,
fantasmas e outros sintomas típicos.
Imagem com tendência para “saltar” no sentido vertical,
normalmente associada a falhas na cor, pode querer dizer que
existe uma relação entre amplitudes de vídeo e de sincronismo
incorrecta (pelo que o nível do “burst” também pode ser afectado),
ou que existe uma má adaptação de impedâncias a nível do vìdeo
(possivelmente nos cabos).
Falhas na cor ou cor incorrecta, podem querer dizer que o nível do
“burst” é fraco relativamente aos sinais de vídeo e de sincronismo,
ou afectado por alterações de fase no sinal devidas a reflexões.
Ainda pode acontecer que a malha de “pré-acentuação” de vídeo
não esteja correcta. Este sintoma também pode significar
desadaptação de impedâncias no vídeo, ou ainda uma portadora
com sinal fraco e marginal.
Não esqueça que a Associação vive
das quotas dos seus associados,
pague a sua quota.
“Salpicos” brancos intermitentes, no sentido das linhas do écran,
podem significar provável interferência de Radar .
VISITE O "SITE" DA ARAS NA
INTERNET
“Fantasmas” ou sobreposição de imagens, mais evidente no lado
esquerdo do écran, podem ter origem numa antena ou baixada com
problemas, na recepção simultânea do mesmo sinal por trajectos
diferentes devidos a reflexões, ou ainda mais raramente por
desadaptação de impedância nos cabos de vídeo.
www.qsl.net/cs1aas
Imagem boa mas som ausente ou com muito sopro, pode significar
que o nível da sub-portadora de som é fraco relativamente aos
sinais de vídeo e sincronismo, que a sub-portadora de som está
fora de frequência (6 MHz) ou ausente (pode não estar a ser
transmitida), ou que o sinal de RF recebido é fraco.
Sombras ondulantes nas margens laterais e/ou faixas horizontais
mais escuras, podem ser devidas a má filtragem da alimentação ou
a interferência de 50 Hz, como a produzida frequentemente pelos
ventiladores sem escovas para corrente contínua. Note-se que são
necessários circuitos com uma muito boa resposta em frequência,
pelo que também respondem facilmente a frequências abaixo de
50 Hz.
Quando se usar um receptor de satélite em TVA, ter sempre em
atenção que na ficha coaxial de entrada de RF é normal existir
uma tensão contínua (normalmente entre 14 e 20 Volts), que é
destinada à alimentação do LNB (unidade exterior de conversão
que faz parte da antena). No caso de pretender ligar-lhe
directamente uma antena, deve certificar-se que a antena não
apresenta um “curto circuito” para a “massa”, como é habitual para
a protecção contra estática. Para retirar a referida tensão da
ficha, deverá modificar o receptor, interrompendo a ligação da
ficha coaxial, introduzindo em série um pequeno condensador
(preferível SMD) com qualquer valor entre 22 e 470 pF (não
crítico). Se pretender acrescentar ao receptor um préamplificador dos existentes no mercado, o que é desejável face ao
ganho insuficiente do receptor para trabalhar em TVA, deve
manter a tensão na ficha, para alimentar o amplificador. No
entanto, deverá ter os mesmos cuidados relativamente a esta
unidade, quanto à ligação da ficha de antena.
Imagem “espelhada”, excessivamente brilhante ou azulada, pode
ter origem em muito ganho de vídeo, em iluminação com um
espectro inadequado, ou em luz exagerada para a sensibilidade da
câmara, podendo ser resolvido com diminuição da luz ambiente ou
mudança das fontes de luz.
Imagem com tendência para se torcer ou “esfrangalhar”
horizontalmente, pode significar que um dos correspondentes não
está na frequência correcta, que o sinal é fraco, ou que o nível de
vídeo é excessivo, particularmente quando a largura de banda do
receptor é mais estreita (pode ser a do repetidor, se for o esse o
caso).
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LATA
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Node “Lisboa” CT0XSI
Como os colegas activos no packet já devem ter reparado, o node
“Lisboa” instalado em Sintra ficou gravemente danificado depois
das últimas trovoadas após 14 anos de serviço praticamente
ininterrupto ao serviço da rede de packet radio nacional.
Este node será reactivado assim que esteja reparado e
substituídas as antenas e linhas de transmissão.
N.A.P.
A YAESU SEMPRE
NA VANGUARDA
O primeiro transceptor protátil compacto,
alimentado a baterias paras as bandas de
HF, VHF e UHF
A1 (CW), A3 (AM), A3J (LSB/USB), F3
(FM), F1 (9600 bps packet), F2 (1200
bps packet)
FT-817 TRANSCEPTOR PROTÁTIL MULTIMODO
160-10 metros, 50 Mhz, 144 MHz e 430 MHz
Av. Fernão de Magalhães, 860
4350-152 PORTO – PORTUGAL
Tels.: 22 537 3562 – 22 510 3523
Fax: 22 537 0882
E-mail: [email protected]
Home page: www.yaesu.co.pt
Casa fundada em 1958
Representante exclusivo para Portugal
Exija a garantia “Germano Lopes”
Para ter a nossa assistência
Rua 1º de Dezembro, 54, 3º Esqº
2700-672 AMADORA
PORTUGAL
Exmo(a) Senhor(a):
Abril de 2002
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