(proerd) na cidade de lavras/mg
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ANÁLISE DA APLICAÇÃO DO PROGRAMA EDUCACIONAL DE RESISTÊNCIA ÀS DROGAS (PROERD) NA CIDADE DE LAVRAS/MG José Deon da Silva Polícia Militar de Minas Gerais Gleisa Calixto Antunes Polícia Militar de Minas Gerais RESUMO: Este artigo deriva da monografia de conclusão do Curso de Especialização em Segurança Pública, realizada através da Academia de Polícia Militar de Minas Gerais e Fundação João Pinheiro, cuja linha de pesquisa foi analisar o Programa Educacional de Resistência às Drogas (PROERD) na cidade de Lavras/MG no período de 2003 a 2012. O tema prevenção ao uso de drogas entre crianças e adolescentes é uma questão em evidência na sociedade e requer ações integradas, dentro do princípio da responsabilidade compartilhada prevista na Política Nacional sobre Drogas. A Polícia Militar de Minas Gerais, participante ativa do Sistema Estadual de Políticas sobre Drogas e do Conselho Estadual sobre Drogas, para atuar na redução da demanda por drogas, utiliza o PROERD como estratégia de prevenção educativa junto às crianças e adolescentes. Desde que iniciou a aplicação do PROERD em Lavras/MG, o programa ainda não passou por uma avaliação ou análise quanto ao cumprimento dos objetivos a que se propõe. Neste cenário, justifica-se a realização de uma pesquisa cientifica com o tema proposto, visando contribuir com informações relevantes para o 8º BPM e comunidade lavrense. A pergunta que norteou este estudo foi no sentido de analisar se o PROERD atingiu seus objetivos como fator de proteção junto às crianças e adolescentes de Lavras/MG. A hipótese básica formulada foi que a aplicação do PROERD aumentou a resistência pela demanda de drogas nas crianças e adolescentes que passaram pelo programa em Lavras/MG. Como hipótese secundária pretendeu-se que o PROERD em Lavras/MG atingiu seu objetivo geral previsto na DPSSP 3.01.04/2010-CG e contribuiu para que as crianças e adolescentes egressas do programa evitassem o uso de drogas e não se 2 envolvessem como infratores em atos de violência e criminalidade. No tocante à metodologia adotada, trata-se de uma pesquisa descritiva, de natureza quantitativa, tendo sido realizada pesquisa de campo com aplicação de questionários a uma amostra de crianças, adolescentes e jovens com idade entre dez e vinte anos e que tiveram aulas do PROERD em Lavras no período analisado, além de professores que lecionavam em turmas que tiveram o PROERD e aos diretores de escolas atendidas pelo PROERD em Lavras no período de 2003 a 2012. Também foi aplicado questionário aos três Policiais Militares Instrutores do PROERD. Utilizou-se da pesquisa documental e bibliográfica como técnica de pesquisa. A pesquisa bibliográfica teve como foco as abordagens contemporâneas de teorias sobre prevenção às drogas entre crianças e adolescentes, fatores de risco e proteção, resiliência e PROERD como ferramenta preventiva de polícia comunitária, consolidadas em autores tais como Piaget (1999), Cerqueira (1999), Miller (2001), Rolim (2006), Bayley (2006), Goleman (2007), Duarte (2008) e outros inseridos no decorrer desse estudo. As teorias sobre o PROERD encontram-se ainda nos diversos documentos doutrinários da Polícia Militar de Minas Gerais, dentre os quais, se destaca a Diretriz para Produção de Serviços de Segurança Pública nº 3.01.04/2010 e que regula a aplicação do PROERD pela PMMG. Para a maior compreensão do presente tema, este estudo apresenta uma síntese do embasamento teórico através da conceituação e determinantes teóricos do PROERD, discorre sobre o esforço cooperativo na socialização das crianças e adolescentes; apresenta alguns fatores determinantes de risco e proteção; apresenta uma contextualização do PROERD como instrumento de prevenção da Polícia Militar; e por fim são apresentados os principais dados estatísticos de aplicação do PROERD em Lavras/MG. Destaca-se nesta pesquisa que na atualidade o PROERD é o único programa de prevenção às drogas atuando nas escolas lavrenses. Conclui-se que o PROERD tem cumprido o seu objetivo de prevenção ao uso de drogas entre crianças e adolescentes em Lavras/MG. PALAVRAS-CHAVE: PROERD; prevenção; drogas 1. Introdução Constitui-se tema desta pesquisa uma análise da aplicação do Programa Educacional de Resistência às Drogas (PROERD) na cidade de Lavras/MG, sob o enfoque dos fatores de proteção e resistência ao uso indevido de drogas entre crianças e adolescentes. 3 Delimitou-se o tema à aplicação do PROERD na cidade de Lavras/MG e sua contribuição como fator de proteção ao uso de drogas entre as crianças e adolescentes submetidos a esse programa de prevenção primária, por intermédio da análise dos dados de aplicação nos períodos de 2003 a 2012. Verifica-se nos estudos e nas políticas públicas sobre drogas que há sempre a preocupação do Estado e da sociedade organizada em programar medidas que possam minimizar os problemas advindos do uso/abuso de drogas lícitas e ilícitas. Observa-se que antecedendo a instituição das atuais Políticas Públicas sobre Drogas (âmbito Federal e Estadual), a PMMG já atuava no campo da prevenção primária aplicando o PROERD nas escolas das redes públicas e privadas. Em Minas Gerais o PROERD iniciou de forma pioneira em 1998 e posteriormente foi institucionalizado pelo Comando da Polícia Militar a partir de 2002. No Oitavo Batalhão de Polícia Militar (8º BPM) o PROERD passou a ser aplicado em fevereiro de 2003, primeiramente na cidade de Lavras/MG e aos poucos foi se expandindo para as demais cidades que compõem a área de responsabilidade territorial do batalhão. Desde que iniciou a aplicação do PROERD em Lavras/MG, o programa ainda não passou por uma avaliação ou análise quanto ao cumprimento dos objetivos a que se propõe. Neste cenário, justifica-se a realização de uma pesquisa cientifica com o tema proposto, visando contribuir com informações relevantes para o 8º BPM e comunidade lavrense. A pergunta que norteou este estudo foi no sentido de analisar se o PROERD atingiu seus objetivos como fator de proteção junto às crianças e adolescentes de Lavras/MG. A hipótese básica formulada foi que a aplicação do PROERD aumentou a resistência pela demanda de drogas nas crianças e adolescentes que passaram pelo programa em Lavras/MG. Como hipótese secundária pretendeu-se que o PROERD em Lavras/MG atingiu seu objetivo geral previsto na DPSSP 3.01.04/2010-CG e contribuiu para que as crianças e adolescentes egressas do programa evitassem o uso de drogas e não se envolvessem como infratores em atos de violência e criminalidade. 2. Referencial teórico A pesquisa bibliográfica teve como foco as abordagens contemporâneas de teorias sobre prevenção às drogas entre crianças e adolescentes, fatores de risco e proteção, resiliência 4 e PROERD como ferramenta preventiva de polícia comunitária, consolidadas em diversos autores. Verifica-se que as metodologias adotadas nos currículos do PROERD são fundamentadas em programas de aprendizagem sócio-emocional. Segundo Goleman (2007) que desenvolveu os estudos sobre a Inteligência Emocional (IE), os programas de aprendizado social e emocional, também conhecido como SEL (Social and Emotional Learning), visam ensinar habilidades de inteligência emocional às crianças e adolescentes para que possam dominar certas aptidões fundamentais para uma vida saudável. No caso do PROERD, objetiva evitar o uso de drogas e violência. Em alguns estados norte-americanos e outros países, o SEL se tornou o guarda-chuva organizador sob o qual se juntam programas de educação do caráter, de prevenção à violência, agressão contra colegas e drogas e de disciplina escolar. O objetivo não é apenas reduzir a incidência desses problemas entre alunos, mas também melhorar o ambiente escolar e, em última instância o desempenho acadêmico dos estudantes. (GOLEMAN, 2007, p. 10) Segundo Barry e Clarke (2012) a aprendizagem social e emocional é definida como a forma de gerenciamento de emoções através de relacionamentos saudáveis que permitam comportamentos éticos e responsáveis que evitem condutas desviantes. Para que sejam competentes, são sugeridas quatro práticas de treino das habilidades: Sequenciado – Ativo – Focado – Explícito (S.A.F.E.). Observa-se que o PROERD desenvolve tais práticas com os estudantes com o objetivo de prevenir o uso de drogas e a violência. Sequenciado: o programa aplica um conjunto planejado de atividades para desenvolver habilidades sequencialmente. Ativo: o programa utiliza formas ativas de aprendizagem, como dramatizações e ensaios comportamentais, com feedback. Focado: o programa dedica tempo suficiente para desenvolver habilidades sociais e emocionais. Explícito: o programa enfatiza habilidades sociais e emocionais específicas.(BARRY e CLARKE, 2012, p. 3) (grifo nosso). Segundo a teoria de estágios cognitivos de Piaget (1999, p. 13) o desenvolvimento humano se constitui em uma equilibração continuada e sua crença básica consiste que ocorrem modificações na qualidade do pensamento entre a primeira infância e a adolêscencia e nos seguintes estágios da vida. Ainda sob a perspectiva contextual, Vygotsky desenvolveu a teoria sociocultural, onde acredita que o contexto histórico e social influencia o desenvolvimento das crianças (Papalia et al, 2007). 5 Vygotsky (1991), sustenta sua teoria sociocultural no desenvolvimento humano como resultante de uma ação sócio-histórica, por meio da linguagem e aprendizagem que possibilitam a interação da pessoa com o meio social em que convive. Desta forma, a criança desde que nasce interage com adulto e assimila seus comportamentos. Assim não é possível a compreensão do ser humano fora de um contexto histórico, que contribuiu para sua socialização. Segundo Bessa et al (2011, p. 359) nas décadas de 50 e 60 o primeiro contato com álcool e outras drogas ocorria no ingresso da faculdade, quando o jovem completava 18 anos. Essa realidade mudou com o decorrer do tempo e atualmente “[...] a experimentação de drogas e álcool tem sido cada vez mais precoce”, inclusive ocorrendo alguns casos de abuso e dependência, em que pese terem aumentado os esforços preventivos. Mas o que é droga? Droga é definida, em um sentido amplo, como qualquer substância capaz de exercer um efeito sobre o organismo. As drogas chamadas psicotrópicas ou psicoativas – palavra originária do grego que pode ser traduzida como aquilo que age sobre a mente – alteram os sentidos, induzem à calma ou à excitação, potencializam alegrias, tristezas e fantasias. (ABRAMOVAY & CASTRO, 2005, p. 60) Conforme Murad (1995) o uso e abuso de drogas não é algo recente e os jovens da atualidade não são culpados por isso, pois se trata de uma triste herança de gerações anteriores. Para Sudbrack (2008) não há como existir “[...] uma sociedade sem drogas”, mas essa sociedade pode se preparar melhor para lidar com as dificuldades ocasionadas pelo uso ou abuso das drogas. Observa-se que o assunto sobre as drogas mesmo no século XXI ainda é permeado por e mitos e tabus que dificultam uma abordagem sensata. Um mito muito comum é tentar “combater” as drogas, pois conforme Roselli-Cruz (2009), o combate, a guerra, tais palavras estão ligadas ao campo semântico bélico, o que não será a estratégia adequada para se lidar com pessoas, cujo campo semântico deve ser o humanismo, vida saudável e ainda acrescenta: Segundo Abramovay e Castro (2005), o tabu na questão das drogas se vislumbra de algumas formas. Uma delas é querer lidar com o fenômeno somente “sob o prisma da ilegalidade”, desconsiderando o princípio da “responsabilidade compartilhada” (BRASIL, 2006), onde outros atores sociais e políticos podem ser devidamente envolvidos no processo. Enfim, o que é prevenção ao uso e abuso de drogas? Sobre o desafio da prevenção, destaca Aratangy (1998) que a prevenção não se deve resumir a um “curso de química avançada”, porque as crianças e adolescentes não optarão 6 pelo lado racional e sim emocional; também não basta restringir o debate sobre drogas a um “curso de moral e religião”; realizar “atividades pontuais e isoladas”, tais como palestras com especialista ou depoimentos de pessoas famosas ou não que se dizem recuperadas da dependência química, não atendem aos objetivos preventivos; por fim, os adolescentes que participarem de projeto/programa de prevenção não devem “receber notas”, sequer ser avaliado sob o enfoque educacional de ser aprovado ou reprovado, recebendo “nota ou conceito”. As autoras Maluf e Meyer (2002, p. 19) destacam que existem três níveis de prevenção: primária, secundária e terciária. Destaca Campos e Figlie (2011, p. 482) que a distinção entre as estratégias preventivas quanto à população pretendida se classifica em estratégias de prevenção universal, prevenção seletiva e prevenção indicada. De acordo com Maluf e Meyer (2002, p. 39) os modelos básicos de prevenção ao uso de drogas se constituem em fornecimento de informações, amedrontamento, controle social, oferecimento de alternativas, educação afetiva, habilidades de resistência, treinamento de habilidades pessoais e sociais. Considerando a existência dos ambientes propícios para a ocorrência do uso indevido de drogas entre crianças e adolescentes, pode-se pensar no esforço cooperativo na socialização para minimizar tal situação. A família como base da sociedade e tida como fonte de socialização primária aliada à escola e demais instituições, através de um trabalho transdiciplinar, podem utilizar a socialização secundária para fortalecer os fatores de proteção ao uso de drogas entre crianças e adolescentes. Verifica-se que a forma de atuação dos pais na instituição familiar pode ser um fator de proteção ou de risco no processo de criação dos filhos, por isso necessita estar em constante integração com as demais instituições sociais. A escola é uma instituição onde ocorre a socialização secundária, e a educação é uma aliada do fator de proteção. Esse aspecto é apresentado pela Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, no Relatório para a Organização das Nações Unidas para a Educação (UNESCO) em 1996. De acordo com Sudbrack e Dalbosco (2005) os fatores de risco e proteção ao uso de drogas são peculiares em cada pessoa ou ambiente e grupo social que auxiliam em graus distintos para aumentar ou evitar tal uso, não existindo somente um fator determinante. 7 Destarte em cada domínio da vida (individual, pares, família, comunidade, escola) existirão fatores de risco ou de proteção do uso de drogas, porém conforme Campos e Figlie (2011, p. 483) “[...] os fatores de proteção não são simplesmente o oposto dos fatores de risco”. Conforme estudos de Carlini-Cotrim e Pinsky apud Tozzi e Bouer (1998, p. 111), existem três modelos de prevenção escolar: aumento de controle social; oferecimento de alternativas e educação subdividida em princípio moral, amedrontamento, conhecimento científico, educação afetiva, estilo de vida saudável e pressão positiva. Um dos fatores que dificulta a implementação de programas ou projetos de prevenção pelos próprios professores no ambiente escolar, conforme apontado nos estudos de Minayo et al.(2004), Moreira et al. (2006) e Tondowski e Henriksson (2007) apud Osorio et al é que na maioria dos casos o corpo docente se sente despreparado para tratar de temas como drogas, sexualidade e violência. Verifica-se que a instituição escolar possui uma função relevante no desenvolvimento social e muito pode contribuir com a atividade de prevenção ao uso de drogas entre crianças e adolescentes, todavia, necessita estar integrada com a comunidade e demais instituições sociais, formando uma rede sistêmica de prevenção. Segundo Rolim (2006) o surgimento das polícias modernas não ocorreu com o propósito de controlar a criminalidade, sequer por anseios sociais, mas foi para fazer frente às insurgências e motins de rua muito comuns naquela ocasião na europa, haja vista que o uso de efetivo do Exército se mostrava impropriado para tais conflitos, que persistiam em ocorrer logo após a saída das tropas; os governantes viram a necessidade de uma organização profissional e permanente para atuar constantemente nas vias públicas. Esse foi o nascedouro da instituição policial moderna. Um dos marcos dessa transição foi a criação da Polícia Metropolitana de Londres, por sir Robert Peel em 1829, considerada a mais destacada “polícia autônoma e profissional” que não usava armas, tida inclusive como protótipo da polícia comunitária. Rolim (2006, p. 113) destaca que a prevenção à criminalidade e violência se concentram em três graus: estrutural, psicológico e circunstâncias do crime. As estratégias de prevenção criminal têm se baseado na tipologia usada pela saúde coletiva distribuídas em: prevenção primária, cujo alvo é toda comunidade; prevenção secundária, focada em pessoas de alto risco delinquencial e prevenção terciária, dirigida às pessoas envolvidas na 8 criminalidade. As estratégias de prevenção quanto à natureza são: Prevenção no desenvolvimento individual; comunitária; situacional e prevenção no sistema de justiça criminal. No tocante a prevenção, as crianças e adolescentes devem receber toda atenção da família e do Estado, através de ações que possam garantir-lhes saúde, dignidade e bem estar social. As causas dos atos infracionais praticados por crianças e adolescentes são variadas, desta forma não há somente uma maneira de preveni-la. Desta forma destaca O. Wilson apud Cerqueira (1999) que o planejamento exige colaboração estável das instituições sociais, as quais nem sempre se interessam pela prevenção, atribuindo sempre a outras políticas públicas e assim, além da resistência do próprio público interno, as atividades preventivas da polícia podem sofrer algumas objeções, devido a três mitos: A de que a polícia não tem as qualidades necessárias; a de que o fato de desempenhar estas tarefas dá como resultado uma experiência prejudicial para as crianças; a de que esta missão está encomendada para outras instituições sociais. (O. WILSON apud CERQUEIRA, 1999, p. 53) Balestreri (1998, pp. 7-13) ao discorrer sobre a atividade policial, apresenta treze reflexões, onde destaca que o policial é um cidadão, um cidadão qualificado, considerado um legítimo educador, que deve ter sempre uma elevada auto-estima individual e profissional, para atuar de forma sensata como “superego” social, sem violência arbitrária e sem desvios de conduta, o que resultará como um modelo para a sociedade que deve se inspirar em sua ética cidadã. Isso tudo porque esse policial foi devidamente capacitado para promover a garantia dos direitos humanos a todos, inclusive dos próprios policiais. Para que as ações de prevenção junto às crianças e adolescentes sejam exitosas, é necessária a adequada capacitação do policial para a atividade que for desenvolver. O. Wilson apud Cerqueira (1999, p. 55) destaca que devem ser aproveitadas as qualidades e habilidades dos policiais selecionados para tais atribuições, haja vista que o objetivo maior da polícia é “ajudar e servir a todos” e não simplesmente “proibir e castigar”, pois alguns serviços da polícia têm mais relevância social do que propriamente penal e por fim os valores que norteiam a prevenção delinquencial não são opostos às crenças e às obrigações das instituições policiais modernas. Segundo Duarte (2008), didaticamente, no campo preventivo os fatores de risco e proteção aparecem divididos em individuais, familiares, escolares, sociais, drogas. Tais fatores podem influenciar de para que a pessoa use ou evite as drogadição. Para Campos e 9 Figlie (2011) os fatores de risco aumentam a probabilidade de uso de drogas, os fatores de proteção contribui para que a pessoa resista ao uso e minimize a ação dos fatores de risco, os quais são diversos e podem interferir e causar conflitos no desenvolvimento social e psicológico da pessoa, principalmente da criança/adolescente que está em pleno processo de desenvolvimento. Os fatores de proteção e fatores de risco podem alterar durante os ciclos vitais e não são diretamente opostos um do outro. Conforme Duarte (2008, p.135) a Organização Mundial de Saúde (OMS) ao definir os fatores de risco ao uso/abuso de drogas aponta a falta de informações apropriadas sobre drogas; descontentamento com a qualidade de vida; precária integração familiar e social; fácil acesso às drogas. Campos e Figlie (2011) destacam como fatores de proteção a forte conexão da pessoa com instituições sociais; uma ambiente escolar que possibilite ajuda e zelo. Enquanto os fatores de risco deixam os indivíduos vulneráveis, os fatores de proteção atuam como ponto de equilíbrio em tais comportamentos. Destaca Duarte (2008) que aliado aos fatores de risco e proteção, com o advento da AIDS e uso de drogas nos anos 80 surgiram os conceitos de redução de danos e resiliência. Evidências comprovam que mesmo diante de variados fatores de risco e sem adequados fatores de proteção, algumas pessoas não são afetadas pelo uso indevido de drogas. Essa qualidade é tida como um elemento de “personalidade” que evita a inclusão com a criminalidade, violência ou desvios de comportamentos. Esse atributo individual é chamado de resiliência. Para Campos e Figlie (2011) a vulnerabilidade não é alguma coisa própria do indivíduo, mas um resultado das condições vivenciadas. No caso das crianças e adolescentes, um trabalho de prevenção quando bem elaborado não deve focar somente o público infanto-juvenil como responsável pela drogadição, mas deve analisar igualmente a qualidade de vida e pressões recebidas dos diversos segmentos sociais, além de propor ações preventivas multifocais: no indivíduo, no ambiente familiar e ambiente escolar. 3. Objetivos O objetivo geral desta pesquisa constituiu em analisar como o PROERD contribuiu na resistência ao uso de drogas entre crianças e adolescentes na cidade de Lavras/MG, no período delimitado. 10 Através dos objetivos específicos buscou-se identificar os fatores que favoreceram para aumentar a resistência ao uso de drogas dos ex-alunos do PROERD e verificar se o programa atingiu os objetivos previstos para sua aplicação no período acima considerado. Justificou-se a pesquisa pela relevância em estudar um assunto muito debatido na sociedade, que é o uso/abuso de drogas, principalmente entre crianças e adolescentes. 4. Metodologia No tocante à metodologia adotada, tratou-se de uma pesquisa descritiva, de natureza quantitativa, tendo sido realizada pesquisa de campo com aplicação de questionários aos alunos que tiveram aulas do PROERD; aos professores que lecionavam em turmas que tiveram o PROERD e aos diretores de escolas atendidas pelo PROERD em Lavras no período de 2003 a 2012. Também foi aplicado questionário aos três Policiais Militares Instrutores do PROERD. Foi analisado o banco de dados de aplicação do PROERD e registros de ocorrências constantes na Central de Operações da Polícia Militar do 8º BPM em Lavras/MG (COPOM 8º BPM). Utilizou-se da pesquisa documental e bibliográfica como técnica de pesquisa. Assim formulou-se como problema a seguinte questão: o PROERD atingiu seus objetivos como fator de proteção ao uso de drogas junto às crianças e adolescentes de Lavras/MG? Elaborou-se como hipótese básica que a aplicação do PROERD atuou como um fator de proteção e aumentou a resistência pela demanda de drogas nas crianças e adolescentes que passaram pelo programa em Lavras/MG. Como hipótese secundária pretendeu-se que o PROERD em Lavras/MG atingiu seu objetivo principal previsto na DPSSP 3.01.04/2010-CG e contribuiu para que as crianças e adolescentes egressas do programa evitassem o uso de drogas e não se envolvessem como infratores em atos de violência e criminalidade. A correta aplicação do PROERD foi considerada uma variável independente e a resistência ao uso de drogas como variável dependente na hipótese básica. Na hipótese secundária, o PROERD foi utilizado como variável independente o não envolvimento de egressos do programa no uso de drogas, nos atos de violência e criminalidade como variável dependente. 11 Quanto aos métodos e técnicas, tratou-se de uma pesquisa descritiva em que foram utilizados métodos de procedimentos monográfico, comparativo e estatístico, para se aprofundar na análise do objeto de estudo. Para o embasamento teórico, foram utilizadas as teorias constantes em obras contemporâneas que enfatizavam a prevenção ao uso de drogas entre crianças e adolescentes; a instituição familiar; a instituição escolar; a instituição policial. Como fontes secundárias foram utilizados trabalhos científicos que tratavam dos citados assuntos. Foi realizada uma pesquisa de campo através de observação direta extensiva, utilizando-se questionários, perguntas abertas e perguntas fechadas para análise quantitativa, visando dados relativos às hipóteses, variáveis e indicadores previstos no objeto de estudo, sendo que no questionário repassado aos respondentes não havia os indicadores expostos, conforme se vê no apêndice desse estudo. Realizou-se a pesquisa nas escolas de Lavras/MG, com os alunos e ex-alunos do PROERD entre os anos de 2003 e 2012. Concomitantemente, foi distribuído um questionário aos Diretores das escolas atendidas pelo PROERD e aos Professores que atuaram ou atuam em turmas de alunos do PROERD. Também responderam o questionário os Policiais Militares Instrutores do PROERD em Lavras/MG. A pesquisa foi aplicada aos três Policiais Militares Instrutores do PROERD em Lavras. Para coleta de dados dos alunos, ex-alunos do PROERD e Professores, utilizou-se a pesquisa por amostragem proporcional estratificada, haja vista que estão subdivididos em estratos de Escolas Públicas (Estaduais e Municipais) e Escolas Privadas. Entre os anos de 2003 e 2012 foram atendidos 16.810 alunos de 5º e 7º ano. Assim para determinar proporcionalmente a amostra da população usando a fórmula de Stevenson (1981, p. 121), sendo pesquisados 376 alunos e ex-alunos do PROERD. 5. Desenvolvimento O Programa Educacional de Resistência às Drogas - PROERD - se originou no programa norte-americano Drug Abuse Resistance Education - D.A.R.E., desenvolvido a partir de janeiro de 1983, através de uma ação conjunta entre Daryl F. Gates, Chefe do Departamento de Polícia de Los Angeles (L.A.P.D.) e o Dr. Harry Handler, Superintendente do Distrito Escolar Unificado de Los Angeles (L.A.U.S.D.), que pretendiam interferir no processo desencadeador de consumo de drogas, delinquência e outras desordens relativas ao 12 abuso de drogas. Assim designou-se uma equipe com integrantes das duas instituições visando à implantação de um programa preventivo ao abuso de drogas, com foco nas crianças do ensino fundamental. Com a crescente demanda para aplicação, o D.A.R.E. se expandiu e atualmente é aplicado em todos os Estados dos Estados Unidos da América (E.U.A.) e em 49 países, inclusive o Brasil, a partir da década de 90. (MINAS GERAIS, 2012). Segundo Miller (2001, p.1) o D.A.R.E. America é “amado por escolas, departamentos de polícia, pais e políticos de todo o país, mas tem sido muito menos apreciado pelos cientistas sociais”. Em virtude das críticas recebidas de alguns pesquisadores e considerando que as agências federais que liberavam recursos financeiros passaram a exigir “padrões de eficácia” dos programas de prevenção ao uso de drogas, a coordenação do D.A.R.E. América solicitou apoio aos críticos para “reabilitar e avaliar o programa”, tendo ocorrido assim o processo de renovação dos currículos D.A.R.E. desde então. Assim o estudo de revisão ficou sob a coordenação de Zili Sloboda da Universidade do Akron (University of Akron), com financiamento da Fundação Robert Wood Johnson (Robert Wood Johnson Foundation), remodelando o currículo anterior de 17 lições para 10 lições focadas em habilidades de resistência - comunicação, tomada de decisão, assertividade e estratégias de recusa. (MILLER, 2001, pp. 2-7). No ano de 1992 Policiais Militares do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) iniciaram a capacitação do currículo D.A.R.E. Após, em 1993 foram os Policiais Militares do Estado de São Paulo (PMESP) que foram treinados no programa e passaram a aplicá-lo. Conforme Araújo (2008) em Minas Gerais o PROERD iniciou-se na cidade de Uberlândia no ano de 1998 e depois foi se expandindo para outras localidades; todavia ainda não era um programa de prevenção ao uso de drogas institucionalizado pela Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), o que ocorreu em 2002 após uma equipe de policiais militares mineiros terem sido capacitados como mentores e no final do ano formou a primeira turma de instrutores compostas por oficiais representantes de todas as regiões do Estado. Em 2005 a PMMG recebeu a chancela do D.A.R.E. America para atuar como Centro de Treinamento D.A.R.E./PROERD, o que lhe permitiu maior autonomia para formação de novos instrutores. 13 O PROERD “consiste num esforço cooperativo estabelecido entre a Polícia Militar, a Escola e a Família”. Objetiva “dotar jovens estudantes de informações e habilidades necessárias para viver de maneira saudável, sem drogas e violência.” (MINAS GERAIS, 2010). Assim, os policiais instrutores do PROERD, atuam como facilitadores que utilizam a aprendizagem ativa para estimular as competências das habilidades sociais e emocionais que fortaleçam a prevenção ao uso de drogas entre as crianças e adolescentes. O objetivo geral do PROERD é oferecer ao público estudantil “informações e habilidades” úteis que possam evitar o uso de drogas e atos violentos e contribuir para uma vida “saudável”. Dentre os objetivos específicos do PROERD, estão previstos: o fortalecimento dos fatores de proteção e favorecimento da resiliência; propiciar um relacionamento de confiança entre os estudantes, corpo docente, familiares, lideranças comunitárias e polícia militar; aumentar o grau de confiança dos jovens em relação aos policiais militares, fundamentado na humanização e recíproca forma de comunicação; multiplicar conhecimentos e Políticas Públicas relativas à prevenção ao uso de drogas e violência; criar um canal estável que propicie a discussão sobre o tema drogas envolvendo as instituições escolar, familiar e policial militar. (MINAS GERAIS, 2010, p.8). Praticamente em todas as lições são reforçadas as atitudes pessoais de tomadas de decisão, demonstrando às crianças a importância de se pensar nas conseqüências das ações pessoais, não somente nas questões do uso de drogas, mas também no tocante a violência e criminalidade. Para favorecer o entendimento dos alunos, a aplicação do currículo segue tais critérios: informações baseadas em pesquisas; guiado por problemas; interativo; estrutura em espiral; aprendizado ativo; professor (a) como parceiro (a). (MINAS GERAIS, 2006, p. 9). No ano de 2013 o PROERD completou 10 anos de aplicação na cidade de Lavras, uma data oportuna para se analisar uma série histórica de um programa de prevenção primária. O PROERD em Lavras regularmente vem atendendo 17 escolas municipais (13 no perímetro urbano e 4 na zona rural), 6 escolas estaduais e 9 escolas particulares (1 na zona rural e 1 no campus da Universidade Federal de Lavras), totalizando 32 escolas. Desde que começaram as atividades do PROERD na cidade de Lavras em fevereiro de 2003, já foram atendidas 16.810 crianças e adolescentes que cursavam o 5º e 7º anos. Entre os anos de 2003 e 2012 a Polícia Militar registrou 2.222 ocorrências de atos infracionais com envolvimento de crianças e adolescentes. No mesmo período, dentre as 14 ocorrências atendidas pela PMMG e que envolveram crianças e adolescentes, 487 ocorrências foram relativas a drogas. Para se verificar o possível envolvimento de ex-alunos do PROERD em atos infracionais, se utilizou a amostragem aleatória simples através da consulta de 376 nomes de ex-alunos do PROERD no sistema COPOM do 8º BPM, que tivessem passado pelo programa entre os anos de 2003 e 2012. A maioria dos participantes da pesquisa é adolescente na faixa etária entre 12 e 15 anos, equivalente a 40% dos respondentes. Foram pesquisados alunos do 5º ao 9º ano do Ensino Fundamental; do 1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio e alguns ex-alunos do PROERD que atualmente estão frequentando 3º grau em Lavras, tanto em escola pública quanto em escola particular de ensino superior. Foram distribuídos questionários para pesquisa de campo em 10 escolas municipais, 10 escolas particulares (uma de 3º grau), 5 escolas estaduais e uma escola federal (3º grau) todas localizadas na zona urbana. Para avaliar o indicador quanto a percepção do currículo PROERD, o aluno podia escolher apenas uma opção. Destaca-se que 271 alunos acharam “Ótima” as aulas do programa de prevenção; equivalendo a 73% do grupo pesquisado. Perguntou-se aos alunos: O que você aprendeu no PROERD que achou mais importante para sua vida? Esse quesito visou verificar o indicador das “habilidades de resistência às drogas”. Observa-se que a mensagem principal apreendida pelos respondentes foi “Não usar drogas”, equivalendo a 294 (79%) dos ex-alunos do PROERD pesquisados. Ao se perguntar: Dê uma nota para o PROERD (de 0 a 10). Objetivou avaliar o indicador “reconhecimento” do PROERD como educação preventiva. Verificou-se que 246 ex-alunos do PROERD atribuíram a nota 10 ao programa. Assim o PROERD em Lavras obteve a média geral de 9,44 concedida pelos alunos egressos do programa. Ao se perguntar: Como foi a atuação do Policial Instrutor do PROERD em sala de aula? Nesse quesito o indicador pretendeu avaliar as “qualidades do Instrutor” para lidar com crianças/adolescentes e aplicar o currículo. Observou-se que para a maioria dos ex-alunos do PROERD em Lavras a atuação do Policial Instrutor foi “ótima”, perfazendo 76% (283) da amostra. Ao se perguntar: O que você achou do PROERD ser aplicado por um Policial Militar? O objetivo foi aferir o indicador da “percepção sobre a PMMG” por parte dos 15 egressos do PROERD. O resultado demonstrou que 258 respondentes acharam ótimo ter um Policial Militar em sala de aula aplicando um programa de prevenção (PROERD); esse resultado representa 69% da amostra. Ao se perguntar: Nos últimos 30 dias você usou algum tipo de droga? O objetivo era analisar o indicador sobre fator de risco ao uso de drogas lícitas e ilícitas. O resultado aponta que a maioria dos ex-alunos alegou não ter usado drogas lícitas ou ilícitas nos últimos 30 dias que antecederam a pesquisa (ocorrida entre 23/11/2012 a 22/02/2013), perfazendo 91% dos respondentes. Entre os pesquisados 9% (34) alegaram ter usado drogas, das quais prevaleceu a bebida alcoólica (usada por todos), seguida pelo tabaco (3), maconha (3) e cocaína (1). A pesquisa demonstra que dentre os 34 respondentes que usaram drogas, verifica-se que 41,17% (14) já atingiram a maioridade civil e penal. Em todo grupo de respondentes a faixa etária que predominou no uso de drogas (bebida alcoólica) foi de 19 anos e graduandos do 3º grau. Também se evidencia que 37% são do gênero masculino e 23% feminino. A nota média dada ao PROERD pelos respondentes que usaram drogas foi de 8,89. Dentre os respondentes que consumiram drogas, 26 não se envolveram em ocorrências policiais e somente 8 estiveram envolvidos, sendo 5 autores e 3 testemunhas. A maioria dos respondentes que usou drogas (32), também possui amigos usuários, os quais consomem em maior escala a bebida alcoólica. A maioria das escolas frequentadas pelos respondentes que usaram drogas (31) nos últimos 30 dias não oferece outra atividade de prevenção ao uso de drogas que não seja o PROERD, em contrapartida, todos respondentes receberam orientações sobre drogas na família. Ao se perguntar: Você já se envolveu em algum tipo de ocorrência policial? Como vítima, testemunha ou autor (a) de ato infracional? Através desta questão se pretendeu analisar o indicador de fator de risco ao envolvimento de atos infracionais (criminalidade e violência). Verificou-se que 90% dos respondentes (339) afirmaram que não se envolveram em ocorrências policiais. Dentre os 37 que disseram “sim”, somente 11 estiveram envolvidos como autores de atos infracionais diversos, o que representa 2,92% da amostra. Ao se perguntar: Se você envolveu em ato infracional, qual foi o motivo? Uso de drogas, tráfico de drogas ou outros fatos. Nesse quesito se buscou avaliar o indicador de fator de risco no envolvimento com drogas ou outros atos infracionais. Entre respondentes da 16 amostra, apenas 11 informaram ter cometido atos infracionais; o objetivo era verificar quantos ex-alunos havia sido apreendido por uso ou tráfico de drogas, sendo apurado somente um caso na pesquisa de campo, conforme demonstrado abaixo na TAB. 1. TABELA 1 Relação dos crimes ou atos infracionais praticados por ex-alunos do PROERD no período de 2003 – 2012 na cidade de Lavras/MG. Atos infracionais Brigas de rua Desacato Dirigir sem CNH Invasão de perfil em rede social Fugir da escola Tráfico de drogas Outros fatos (não descritos) Total N 3 1 1 1 1 1 3 11 % 27,28 9,09 9,09 9,09 9,09 9,09 27,27 100 Fonte: Dados da pesquisa. Ao se perguntar: Algum de seus amigos usa drogas? Em caso afirmativo, havia três opções para marcar: bebida alcoólica, cigarro ou outras drogas ilegais. Através dessa questão o objetivo foi verificar o indicador de fator de risco ligado à pressão dos amigos. Conforme apurado, mais da metade (51%) dos respondentes afirmaram que possuem amigos que usam algum tipo de drogas. Dentre as drogas lícitas mais utilizadas pelos amigos dos respondentes, prevaleceu a bebida alcoólica (137), seguida pelo cigarro (83) e outras drogas ilegais que não foram descritas (75). Ao se perguntar: Onde você estuda tem outro tipo de aula de prevenção às drogas que não seja o PROERD? Aqui se pretendeu verificar o indicador de fator de proteção ao uso de drogas no ambiente escolar. Apurou que 314 ex-alunos do PROERD afirmaram que na escola onde ele estuda não há outra atividade de prevenção às drogas; esse valor representa 83,51% dos respondentes. Ao se perguntar: Você recebe orientações sobre prevenção às drogas em sua família? O objetivo foi aferir o indicador fator de proteção no ambiente familiar. Conforme apurado a maioria dos respondentes (350) afirmou que recebem orientações na família. Ao se perguntar: Atualmente, com quem você tem mais liberdade para conversar sobre drogas? Também se pretendeu verificar em qual ambiente está mais favorável o indicador fator de proteção. Conforme dados extraídos da pesquisa, destacou-se a confiança 17 em tratar do assunto entre os amigos/colegas (31%); depois as crianças, adolescentes e jovens conversam mais com as respectivas mães (29%), seguido dos pais (18%), portanto, os pais representam 47% das pessoas mais procuradas para conversar sobre drogas entre os respondentes. Ao se perguntar: Qual instituição deveria auxiliar a Polícia na prevenção às drogas? Nesse quesito se objetivou verificar o grau de entendimento das crianças e adolescentes quanto ao indicador “responsabilidade compartilhada” prevista com princípio na Política Nacional sobre Drogas. Conforme apurado os ex-alunos demonstraram conhecimento que a questão de prevenção ao uso de drogas deve envolver diversas instituições sociais que podem contribuir com a educação preventiva, cada qual no seu domínio, mas de forma integrada. Assim, a maior parte dos respondentes (243) afirmou que “Todas” as instituições sociais devem auxiliar a Polícia no trabalho preventivo ao uso de drogas. Com o fito apurar a percepção do corpo docente e dos diretores das escolas atendidas pelo PROERD em Lavras entre 2003 e 2012, foram distribuídos questionários para 27 educandários, solicitando que o(a) diretor(a) e mais um ou dois professores que já tiveram turmas atendidas pelo PROERD, pudessem responder ao questionário. Assim 21 diretores e 31 professores colaboraram com a pesquisa. Ao se perguntar: O PROERD deve continuar a ser aplicado em sua escola? Pretendeu-se verificar o indicador de aceitação do currículo PROERD por parte do corpo docente e diretores. Como resultado, 98% dos respondentes (51) afirmaram que “sim” e 2% não respondeu (1). Ao se perguntar: Qual o grau de importância do PROERD na sua escola? Objetivou-se apurar o indicador sobre a percepção do PROERD por parte do corpo docente e diretores, como aliado da escola na prevenção ao uso de drogas. Verificou-se que a maioria (39) das respondentes consideram o PROERD “muito importante”. Ao se perguntar: O Policial Instrutor que atua em sua escola possui qualidades/habilidades de educador(a) de criança e adolescente? Pretendeu-se com essa pergunta verificar o indicador “capacidade didático-pedagógico” dos Instrutores do PROERD em Lavras. Destacou-se que 50 (96%) respondentes afirmaram que “sim” e duas (4%) não responderam. Ao se perguntar: Dê uma nota para o PROERD em sua escola. Através desta pergunta se pretendeu verificar o indicador “credibilidade” do PROERD pelo corpo docente e 18 diretores, como fator de proteção no ambiente escolar. O PROERD recebeu a nota “10” de 38 respondentes e a menor nota foi “6”; assim a nota média foi 9,61. Ao se perguntar: Outra instituição realiza regularmente algum tipo de intervenção preventiva em sua escola? Pretendeu-se verificar o indicar de “responsabilidade compartilhada” na prevenção ao uso indevido de drogas entre crianças e adolescentes. Pelo que constatou, a maioria das escolas em Lavras não recebe apoio de outras instituições em intervenções preventivas no ambiente escolar, fato comprovado pela manifestação de 48 respondentes (92%) responderam que “não” e 4 afirmaram que “sim”, equivalendo a 8%. Como forma de consolidar as informações sobre possível envolvimento de ex-alunos do PROERD em ocorrências policiais de atos infracionais, foi realizada uma consulta por amostragem aleatória simples de 376 nomes de ex-alunos do PROERD que frequentaram o programa entre os anos de 2003 e 2012. Os nomes foram conseguidos através das escolas e do banco de dados do módulo PROERD existente no Portal Regional da 6ª RPM. O sistema COPOM/8º BPM possui um banco de dados constando todas as pessoas (adultas ou menores de idade) que foram presas/apreendidas e conduzidas pela PMMG em Lavras/MG desde o ano de 2001 quando o sistema foi instalado. O resultado da pesquisa demonstra que 16 egressos do PROERD (alguns recidivos) tiveram envolvimento em 25 atos infracionais diversos. Apurou-se que os 16 envolvidos praticaram 25 atos infracionais, sendo que quatro jovens contribuíram com 13 atos infracionais. Quanto à idade atual dos ex-alunos envolvidos em atos infracionais, verificou-se que a maioria deles (9) possui 18 anos e o mais novo possui 11 anos. Ao se analisar os atos infracionais praticados por ex-alunos do PROERD, verificou-se que são bem diversificados, no entanto o padrão mais evidenciado são os furtos (6) que prevalecem sobre os demais delitos. Um mesmo ex-aluno cometeu três furtos e outro ex-aluno foi responsável por duas ocorrências de tráfico e uma ocorrência de uso e consumo de drogas que foram registradas em 2011 e 2012, quando ele tinha 16 e 17 anos respectivamente. Diante dos dados consultados, observa-se que 4,25% da amostra pesquisada (376) se envolveram em atos infracionais diversos, sendo que a lesão corporal, o uso/consumo e tráfico ilícito de drogas representaram 12% respectivamente, enquanto que a classe dos furtos representa 24%. Quando se analisa os anos de 2003 e 2012 na cidade de Lavras, verificou-se que foram registradas 236 ocorrências policiais militares relativas ao uso e consumo de drogas entre 19 crianças e adolescentes, ao se comparar com a amostra de ex-alunos do PROERD que cometeram o mesmo ato infracional representa 1,27%. Quanto às ocorrências relativas ao tráfico ilícito de drogas, foram registradas 207 no mesmo período, das quais os ex-alunos da amostra tiveram participação em 1,44%. Ainda analisando os dados, observou-se que no total foram registradas 487 ocorrências policiais militares referentes às drogas (uso, tráfico, cultivo, incentivo e outras infrações) sendo constatado apenas 1,23% de envolvimento de ex-alunos do PROERD. No período de 2003 a 2012 a PMMG apreendeu e conduziu 650 crianças e adolescentes pela prática de atos infracionais relativos às drogas na cidade de Lavras/MG, conforme dados da amostra pesquisada, três ex-alunos estão inseridos nesse grupo, o que representa 0,46%. Por fim, observou-se que no mesmo período a PMMG apreendeu e conduziu 2.998 crianças e adolescentes em virtude de todos os atos infracionais registrados e que cabia condução, sendo constatado através da consulta da amostra que houve 25 apreensões e conduções de ex-alunos do PROERD, o que representa 0,83%. Verificou-se assim que foi baixo o percentual de ex-alunos do PROERD que se envolveram com drogas (uso/tráfico e outras modalidades); de igual maneira nos caso de envolvimento em outros atos infracionais registrados pela PMMG em Lavras. 6. Conclusões Para a compreensão do objeto de estudo em que se analisou o Programa Educacional de Resistência as Drogas (PROERD) na cidade de Lavras/MG desde o início de sua aplicação em 2003 até o ano de 2012, buscou-se, preliminarmente estudar a fundamentação teórica que do D.A.R.E. o qual o originou o PROERD e que utiliza a metodologia de aprendizagem sócio emocional previsto nos ensinamentos de Goleman (2007) e que segundo Barry e Clarke (2012) facilita o treinamento de habilidades sociais que corroboram para gerenciamento de emoções e relacionamentos interpessoais saudáveis. Tais comprovações consolidam a premissa que rege o PROERD aplicado pela Policia Militar de Minas Gerais (2010) e que tem por fundamento a cooperação entre família, escola e polícia objetivando dotar as crianças e adolescentes de informações e habilidades sociais e emocionais. 20 O esforço cooperativo na socialização das crianças e adolescentes requer a integração das atividades de prevenção envolvendo no mínimo três agentes socializadores: família, escola e polícia. Por fim se estudou a instituição policial promovendo a prevenção ao uso de drogas entre crianças e adolescentes, além dos fatores determinantes de risco e proteção, onde se evidenciou que enquanto os fatores de risco deixam os indivíduos vulneráveis, os fatores de proteção atuam como ponto de equilíbrio em tais comportamentos e devem ser buscados no ambiente familiar e educacional. Na análise e interpretação dos dados da pesquisa de campo, se vislumbrou a confirmação de algumas teorias e estudos inseridos nesse trabalho. Miller (2001) afirma que o D.A.R.E. é “amado por escolas”, isso se confirma nas respostas dos ex-alunos, onde 73% acharam “ótima” as aulas do PROERD; entre os professores e diretores, 75% julgaram o programa muito importante. Por fim, a nota média que os alunos avaliaram o PROERD foi 9,44, enquanto a nota média repassada pelos professores e diretores foi 9,61. Conclui-se, portanto através dos dados coletados e analisados que o PROERD em Lavras atuou como um fator de proteção em conjunto com outras instituições sociais, principalmente a família e assim contribuiu para aumentar a resistência do uso de drogas entre crianças e adolescentes. Um fator que comprova que o PROERD cumpriu seu objetivo geral, previsto na Diretriz 3.01.04/2010-CG, em que se pretende “dotar jovens estudantes de informações e habilidades necessárias para viver de maneira saudável, sem drogas e violência [...]” (MINAS GERAIS, 2010, p. 8), pois conforme dados da pesquisa de campo 91% dos respondentes não usaram drogas nos últimos 30 dias e somente 9% informou ter usado algum tipo de droga. Assim, a pergunta de pesquisa elaborada para este estudo foi respondida e os objetivos propostos foram alcançados, porém, essa simples pesquisa não esgotou as possibilidades de estudos acerca do fenômeno do uso de drogas, principalmente entre o público infanto-juvenil. A responsabilidade compartilhada; o esforço cooperativo entre as instituições sociais; o trabalho em rede; a educação preventiva ao público universitário; são assuntos que poderiam ser objeto de estudo para se aprofundar nas questões afetas a prevenção ao uso de drogas. Através dos estudos realizados pode-se observar que algumas ações podem ser realizadas, principalmente dentro do princípio da responsabilidade compartilhada, dentre as quais: 21 - Intercalar a aplicação do PROERD com outros programas de prevenção às drogas (Programa Saúde na Escola e outros projetos desenvolvidos pela área de saúde, assistência social), assim enquanto o PROERD é aplicado nos 5º e 7º ano, os demais projetos e programas poderiam ser aplicados no 6º e 8º anos, o que possibilitaria a sequência dos trabalhos preventivos, sem sobrecarregar uma ou outra instituição. - Criar um sistema de gestão de dados do PROERD no âmbito estadual, que permita monitoramento e avaliação regular da aplicação do programa no Estado. 7. Referências ABRAMOVAY, Miriam. CASTRO, Mary Garcia. Drogas nas escolas: versão resumida. Brasília: UNESCO, Rede Pitágoras, 2005. ARATANGY, Lídia Rosenberg. O desafio da prevenção. In: AQUINO, Júlio Groppa (org.). 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