1 - Tv Chão Caipira
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1 - Tv Chão Caipira
nascentes www. doparaiba.com.br ANO I -No 04 - Setembro de 2010 Boca do sertão 1 RECEBA EM SUA CASA ESTES LANÇAMENTOS GUIA NASCENTES 2009 Com 220 páginas em formato 12 cm x 22 cm totalmente com côres. A publicação, patrocinada pela Petrobras, tem informações dos municípios de Guararema, Salesópolis, Santa Branca, Jambeiro, Paraibuna, Redenção da Serra, Natividade da Serra, São Luiz do Paraitinga, Lagoinha, Cunha, Areias, Silveiras, São José do Barreiro, Arapeí e Bananal. Municípios localizados nas serras da Bocaina e Mar. Tras todas as reportagens que serão publicadas nesta revista mensalmente. Além dessas reportagens o guia contém indicações de 170 hotéis e pousadas 120 restaurantes, 150 artesanatos, 50 cachoeiras e um caderno especial com 60 receitas de pratos da região. Preço exemplar R$ 10,00 + despesas de correio OBS. Se preferir compre em pontos de vendas nas quinze cidades abrangidas. Veja relação na página 6 60 RECEITAS SABORES DO TEMPO DOS TROPEIROS DVD mostrando em detalhes 60 receitas típicas da região gravadas e selcionadas pelo fotógrafo e culinarista João Rural. Acompanha livreto em formato 14 cm x 20 cm com 160 receitas, incluindo várias do DVD. Preço DVD + livreto R$17,00 + despesas correio FAÇA SEU PEDIDO, ENVIANDO NOME E ENDEREÇO COMPLETO PELO E-MAIL ABAIXO 2 [email protected] Caminhos de aventura e tradições Valorizar o que a região tem de natural e cultural e torná-la conhecida mundialmente. Este é o propósito desta publicação que estará mensalmente na rede de computação. A opção é mesmo pelo custo benefício, pois assim muito mais pessoas poderão ter acesso grátis às reportagens e informações dos municípios abrangidos em nossa cobertura. A região tem as serras do Mar e Bocaina como panos de fundo, a região das Nascentes do Paraíba do Sul, ocupa uma área de mais de 8 mil km², dividida em 15 municípios. O maior deles é Cunha, que ocupa 1.407,1 km². O menor de todos é Arapeí, com 153 km². Abrange ainda os municípios de Salesópolis, Santa Branca, Guararema, Paraibuna, jambeiro, Redenção da Serra, natividade da Serra, São luiz do Paraitinga, Lagoinha, Silveiras, Areais, São josé do Barreiro e Bananal. Todos eles estão situados no lado norte da Rodovia Presidente Dutra, que corta o Vale do Paraíba, saindo de São Paulo em direção ao Rio de Janeiro. Temos a certeza de que, com o apoios que estaremos recebendo nesta jornada, poderemos ser o veículo de divulgação de muitas atrações desta região. E se você tem um assunto desta região de interesse da revista, entre em contato pelo e-mail joaorural@bol. 3 com.br Os Editores 4 O mapa da viagem Esa a região de abrangência da revista Nascentes. São 15 municípios, que tem como moldura a Rodovia Presidente Dutra e a Serra do Mar. São várias as estradas asfaltadas, que ligam a região, como a Rodovia Dutra/Mogi das Cruzes, a Rodovia Mogi das Cruzes/Tamoios, a Tamoios, a Oswaldo Cruz, a Rodovia Guará/Paraty e a Rodovia Estrada dos Tropeiros. Além dessas ligações a região tem dezenas de estradinhas de terra, que interligam a região. É para quem quer mais aventura e desfrutar as belezas da Mata Atlântica, ainda intocadas. Para quem quer se aventurar criamos algumas observações importantes, que servem como manual de viagem. DEZ MANDAMENTOS DOS AVENTUREIROS 1- Ao entrar nas estradas rurais, mude o ritmo de vida e de velocidade. Aqui tudo acontece mais devagar. 2 - Nas curvas, fique na sua mão e atento, pois pode vir alguém achando que está sózinho na estrada. 3 - Ao passar por alguma porteira, deixe fechada. Essa é a lei da roça. 4 - Não entre em propriedade particular sem falar com o proprietário. 5 - Converse com os moradores com toda simpatia, sem imponência. Assim eles abrem o coração. Respeite sua forma de falar: o “Dialeto Caipira” 6 - Não cace nem leve plantas da natureza. 7- Junte seu lixo e leve. O orgânico pode ser jogado na natureza mesmo. 8 - Leve sempre lanche, água e material de primeiros socorros, pois não se sabe o que pode vir pela frente. 9 - Ouça os conselhos dos caipiras, eles sabem o que acontece em sua região. 10 - Se chover, não arrisque pelas estradas rurais. 5 Guia Nascentes Adquira a versão integral impressa do Guia Nascentes, com 240 páginas, contendo informações de 15 cidades da Serra do Mar, com roteiro completo de hotéis, pousadas, restaurantes e atrações turísticas. LOCAIS DE VENDA ARAPEÍ Casa do Artesão AREIAS Casa do Artesão BANANAL Solar Aguiar Valim Banca de Jornais CUNHA Casa do Artesão Pousada Vila Rica NATIVIDADE DA SERRA Casa da Cultura PARAIBUNA Banca de Jornais Mercado Municipal Rest. Fazendão Rest. Girassol Rest. Espigão Rest. Castelinho SÃO JOSÉ DO BARREIRO MW Trekking Rest. Rancho SÃO JOSÉ DOS CAMPOS Auto Posto Shopping Vale SÃO LUIZ DO PARAITINGA Banca de Jornais Rest. Sol Nascente Rest. Bica do Curió Empório da Roça Pousada Primavera SILVEIRAS Entre no Paraíso Rest. Casarão 6 PELO CORREIO Faça seu pedido pelo e-mail [email protected] Índice 08 Cunha - Boca do Sertão 10 Cunha na revolução de 32 11 Uma visita pelo centro da cidade 12 Terra das Cachoeiras 14 Riqueza em Parques 15 Conheça o Pico da Macela 16 O barro, do chão à arte 18 Sabores com pinhão Diretor de Redação João Rural [email protected] (12) 9763-2815 Pesquisa de fotos e textos João Rural Diagramação Letícia Faria Produção Executiva José Rodolfo Machado [email protected] tel. (12) 3933-6494 Administração Numac Projetos e Eventos AGENDA SETEMBRO AREIAS Rodeio BANANAL Festival da Primavera CUNHA Expo Cunha-Festa do Peão Festa do Tropeiro Festival de Cerâmica GUARAREMA Festa de N. Senhora D’Ajuda 19-Aniversário da Cidade JAMBEIRO Festa de N. Senhora das Dores - Padroeira Prova de Motocross LAGOINHA Festa de N.S. das Dores - bairro Faxinal Formação do Paraíba mudou de lugar Dia 22 de setembro, dia do Rio Paraíba do Sul Com 1.150 quilômetros de extensão, o Paraíba do Sul percorre os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Em março de 2006, uma expedição formada por pesquisadores e ambientalistas comprovou que a nascente do Rio Paraíba do Sul se localiza no município de Areias, a quase dois mil metros de altitude. Anteriormente acreditava-se, que a nas- cente pertencia ao município de Silveiras. A confusão ocorreu porque a nascente pertence a área de uma fazenda que está na divisa dos dois municípios. É essa nascente, do Ribeirão da Lagoa, que deságua no rio Paraitinga e se transforma em Paraíba do Sul quando encontra o rio Paraibuna, que nasce no município de Cunha. O Paraitinga e o Paraibuna se fundem na represa de Paraibuna, no município de mesmo nome. Neste local, a mão do homem mudou o ponto de formação do Paraíba. Durante milênios o Rio Paraitinga desaguava no Paraibuna, no bairro da Barra, cerca de 3 km abaixo da cidade de Paraibuna. Com a construção da represa do Paraitinga, o rio foi totalmente barrado por um paredão de 104 metros, a maior represa de terra do Brasil. Com isso um pequeno morro, próximo ao Bairro Capim D´Angola, foi dinamitado em 1975, fazendo a junção das águas dos dois rios dentro do lago. Este ponto está a 12 km acima da cidade. Assim, o trecho do rio que vai desde a represa de Paraibuna, no Bairro do Rio Claro, até o Bairro da Barra, com cerca de 15 km, que até então era o Rio Paraibuna, passou também a denominar-se Rio Paraíba. Nos três estados que atravessa o Paraíba passa por 168 municípios e abastece uma população estimada em 13,5 milhões de pessoas, irriga mais de 60 mil hectares de plantações e é utilizado para produção de energia elétrica. Sua foz é na praia de Atafona, no município de São João da Barra, no Rio de Janeiro. NATIVIDADE DA SERRA Nossa Senhora da Natividade Comemoração Cívica PARAIBUNA Dia 7 - Caminhada do Remédio Dia 8 - Festa de N. S. dos Remédios Festa de S. Vicente de Paulo REDENÇÃO DA SERRA Festa de Cosme e Damião Festa de N. S. Aparecida - Velosos Festa de N. S. Piedade - Carapeba Rodeio SANTA BRANCA Festa da Padroeira 3. Domingo - Festa de Maria Graciano - Bairro do Taboão SALESÓPOLIS Festa do Folclore SANTA BRANCA Festa da Capelinha Festa do Descampado F. de Santana (Figueira Grande) 2º Dom.- Festa da Piedade SÃO JOSÉ DO BARREIRO Torneio Leiteiro SÃO LUIZ DO PARAITINGA Semana Elpídio dos Santos Festa N. S. Mercês Semana da Canção Big Bike Obs.: A publicação desta agenda é gratuita. Os setores de turismo, cultura e paróquias, deverão enviar os eventos do mês até dia 20 7 do mês anterior, para [email protected] Boca do Sertão Era por esse nome que Cunha era conhecida, nos séculos XVII e XVIII, pelos aventureiros, que se arriscavam na região a caminho das Minas Gerais. E foi nessa posição de porta de entrada, que o local se tornou parada obrigatória para descanso de tropas e tropeiros, que levavam mercadorias e traziam ouro. Em 1730, alguns viajantes fixaram moradia por lá e a família portuguesa, Falcão, ergueu uma capela em homenagem à Sagrada Família. Por essa contribuição, durante um período o povoado foi chamado de Freguesia do Falcão. Cunha 8 Localização: A cidade fica em uma ferradura formada pelas Serras do Mar, Bocaina e Quebra-Cangalha. Altitude: 900 a 1.500 m Hidrografia: Paraitinga, Paraibuna, Jacuí, Peixe, Cedro, Jacuizinho, JacuíMirim, Mirim, Encontro, A posição de Vila foi alcançada em setembro de 1785. Em homenagem ao capitão general Francisco da Cunha Menezes, governador da Província de São Paulo, a nova Vila recebeu o nome de Nossa Senhora da Conceição de Cunha. Por essa época, as antigas trilhas haviam sido calçadas para facilitar o transporte do café, riqueza do século XIX. Em 1858, Cunha passou à categoria de cidade, chegando à comarca em 1883. Então, veio a libertação dos escravos, em 1888, e a cultura do café entrou em declínio. Mas, não bastasse o declínio econômico, em 1932 Cunha tornou-se um dos principais palcos da Revolução Constitucionalista . Chefes de família foram mortos, fazendas destruídas e um mártir, o lavrador Paulo Virgínio, se tornou símbolo dessa época, ao ser torturado e executado pelos soldados do Governo Getúlio Vargas, os legalistas, por não dar informações sobre os constitucionalistas. Sua lealdade à causa paulista foi imortalizada em um monumento construído às margens da estrada Cunha-Paraty. Em 1948, o governo de São Paulo acatou Coordenadas : Latitude: 23º 04’ 26” S, Longitude: 44º 57’ 33” W uma solicitação da Prefeitura da cidade e transformou o município em Estância CliAparição. Distâncias mática. Extensão Territorial: São Paulo - 218 km Título justificado por seu clima agradável 1.407,1 km² Guaratinguetá - 45 km Habitantes: 22.951 Campos do Jordão - 115 km e por abrigar trechos dos parques da Serra do Mar e da Bocaina. Limites: São Luiz do Paraty - 47 km Além disso, Cunha se destaca por um rico Paraitinga, Guaratinguetá, Temperatura: Lorena, Silveiras, São José Verão - entre 18° C e 25° C / patrimônio cultural, festas religiosas, mado Barreiro, Ubatuba, Inverno - entre 2° C e 12° C nifestaçãos folclóricas e, nos últimos anos, Areias e Paraty - RJ Clima: Seco e temperado a produção de cerâmica. A Estrada Real Cunha está na rota do maior roteiro turístico cultural do País: A Estrada Real. O roteiro foi elaborado pelo Instituto Estrada Real, que levantou por onde passava o antigo caminho do ouro. Saindo de Diamantina e terminando no porto de Paraty. Construído com o objetivo de transportar o ouro das Minas Gerais para Portugal, o tempo fez do caminho bem mais que isso. A Estrada Real teve importância indiscutível na colonização de vastas regiões do território brasileiro. Afinal, ela era a única via de acesso às reservas de ouro e diamante da Capitania das Minas Gerais. Abrir outros caminhos era considerado crime de lesa-majestade pela Coroa Metropolitana, que precisava controlar rigo- rosamente a circulação de pessoas, mercadorias e animais para conseguir o máximo possível de tributos. Quando o ciclo da mineração chegou ao fim, esse controle perdeu a importância, mas a liberdade veio acompanhada pela pobreza. A mesma rota é hoje rica em história e cultura. O Instituto Estrada Real trabalha pela revitalização da Estrada por meio do turismo e tem foco em quatro principais atividades econômicas: cachaça de alambique, gemas e jóias, queijos especiais e artesanato. No trecho do município de Cunha, foram colocados 52 marcos em concreto, indicando por onde passava a histórica trilha. Fazenda Santana Marco da Estrada Real Aventure-se na mata Trilhas da Trilha do Ouro - A mais antiga operadora de trilhas em Cunha, faz a trilha do Veado, com 24 km, e a Mambucaba, com 18 km. Levam de 2 a 3 dias pela Trilha do Ouro, partindo de Campos Novos de Cunha. Faz Trekking, cavalgada, bike e rafting. Tel. (12) 3119-1205. Trilhas no Parque - Várias trilhas e passeios, mas somente com agendamento prévio e guiada. Tel. (12) 3111-1818 Trilha do Rio Bonito - Tem 7.600m, com grau médio. Trilha do Rio Paraibuna - Com percurso de 1.700m, grau fácil, auto guiada. Trilha das Cachoeiras - Percurso de 14,4 km, sendo 6,8 no veículo do visitante, dificuldade média. Trilhas da Eco-Ambiente Receptivo e operadora em Cunha. Tel. (12) 3111-2849. Passeio Off-Road - Com 30 km pelo Nú- cleo Cunha, com cachoeiras, almoço na roça e visita à ceramista. Passeio Off-Road Cachoeiras Visitando as do Pimentas e Desterro, com parada para banho e lanche. Roteiro Turismo Rural Visita à criação de búfalos e cachoeiras. Roteiro Calçada do Ouro Percurso de 1 dia, a combinar. Roteiro Bocaina-Paraitinga A combinar para grupos. 9 Homenagem ao soldado Paulo Virgínio Cunha na Revolução de 32 Museu guarda relíquias 10 O Museu Municipal guarda diversos objetos do tempo da Revolução Constitucionalista de 32. Tem capacetes, balas, armas e lanternas. Hoje elas são cidades turísticas procuradas pela tranqüilidade que oferecem no sossego de seus sítios e fazendas e até nas áreas urbanas. Mas em 1932, durante a Revolução Constitucionalista, cidades como Cunha e Silveiras eram verdadeiras sentinelas em suas posições estratégicas na Serra do Mar. Através delas as tropas legalistas de Getúlio Vargas tentavam passar para tomar o Vale do Paraíba e a capital de São Paulo, estado que ousou levantar-se contra o governo central e exigir a promulgação de uma nova constituição. A história registra, que nesse período mais de 600 vidas foram ceifadas. Muitas dessas pessoas eram, até então, pacatos fazendeiros da região. Um deles, Paulo Gonçalves dos Santos, conhecido como Paulo Virgínio, de 33 anos, se destacou de forma trágica. Ele deixou o esconderijo em que abrigava a família em busca de alimentos, mas foi capturado por legalistas cariocas. Os soldados o torturaram para obter informações sobre os constitucionalistas. Paulo Virgínio não revelou nada e foi obrigado a cavar a própria sepultura, sendo executado a seguir. Cunha ergueu um monumento em sua homenagem. No local, se realizam parte das comemorações da Revolução Constitucionalista, em 9 de Julho, feriado estadual, instituído em março de 1997. Do engajamento na revolução paulista para garantir a cidadania ao povo brasileiro, Cunha guarda o orgulho de não ter fugido à luta, mas também, especialmente nos mais velhos, a amargura de saber, que por onde a guerra passa nada volta a ser como antes. Recantos da cidade O centro de Cunha merece uma visita a pé. O primeiro programa é passar pela Igreja Matriz, prédio do final do século XVIII, que guarda, até hoje, traços da pujança arquitetônica da época. Na parte interna ainda tem imagens e altares suntuosos talhados em madeiras, retrato da riqueza dos coronéis. A Igreja de N.S. do Rosário é do mesmo período, mas internamente, apresenta singeleza, costume dos negros daquele tempo. O Mercado Municipal vale uma visita. Construção datada do século XIX, foi primeiro igreja. Tem em seu interior um chafariz importado que servia água à população. Nas ruas ao lado, vários casarões do ciclo do café ainda estão intactos, mostrando a beleza e a riqueza da época. Visite o escritório da Cunhatur, para informações sobre a cidade. Como curiosidade, observe nas ruas o jeito tranqüilo da gente da terra, ainda usando “patronas”, uma bolsa de lona, e pitando o cigarrinho de palha. Não deixe de ver o curioso Relógio de Sol, na Praça da Matriz. Atenção ao movimento de fusquinhas. A cidade é campeã em número de fuscas. Igreja Matriz Relógio do Sol “Sá Mariinha” das Três Pontes Nasceu por volta de 1880 e faleceu em 1959. Contam, que quando tinha 12 anos foi declarada morta, mas não foi enterrada, voltando à vida, alguns dias depois. Desde então foi considerada mulher de salvar muita gente, receitando remédios, benzimentos e orações. Atualmente onde ela morava se tornou um centro de fé, recebendo romarias de pessoas que procuram o local para pagar graças alcançadas. 11 Cachoeira do Paraibuna Terra das cachoeiras 12 Cachoeira do Mato Limpo Um dos municípios com maior concentração de água na região das nascentes, Cunha tem mais de cem cahoeiras e corredeiras, de vários níveis. Muitas delas estão em propriedade particular ou dentro do Parque Estadual da Serra do Mar, onde a entrada só é permitida com autorização antecipada. Mas oferece várias opções com entrada gratuíta, porém sem garantia de segurança. Por isso, todo cuidado é pouco, quando adentrar nessas águas, no verão, é claro, pois no inverno a água é geladíssima. As cachoeiras estão localizadas em trechos dos Rios Paraibuna, Paraitinga, Jacuí e Ribeirão do Monjolo. O município tem ainda em suas terras a nascente do Rio Aparição, que depois se transforma em Rio Paraibuna, um dos principais afluentes do Rio Paraíba do Sul. Cachoeira do Desterro Tem queda d’água de 12 metros Pela Estrada do Monjolo, ideal para o lazer de banhistas experientes. Pela Estrada do Monjolo, vá até o Km 11, entre a esquerda e siga por mais 1km. Cachoeira do Pimenta Com grande queda d’água, sendo que no local existia a Usina Hidrelétrica da cidade. Com 90 metros de altura e três quedas, tem pequenos lagos para banho e conta com lanchonete e banheiros no final de semana. Estrada do Monjolo, km 13,5 . Cachoeira do Mato Limpo Queda d’água de mais de 20 metros, com local para banho. Estrada Cunha - Paraty, km 22. Cachoeira do Mato Dentro Queda d’água de mais de 20 metros, formando lago para banho. Fica no Bairro Acima Cachoeira do Desterro, ao lado Cachoeira do Pimenta Campos Novos (33Km), com mais 2km de estrada de terra. Pergunte aos moradores o caminho. Cachoeira do Jericó - Pequena queda com lago para banho- Estrada Cunha - Paraty, km 50,5 + 15km. Cachoeira do Paraibuna - Queda d’água fortíssima. Tem lago para banho, mas com muitas pedras no fundo. Rod. Cunha- Paraty, km 65 + 10 km. Cachoeira da Barra- Bairro da Barra, pode ser um dos pontos de visitação, para quem gosta de conhecer a vida simples do povo e também se deliciar com um banho de água gelada, na piscina formada pela Cachoeira Grande. Depois procure a casa da D. Gorete que ela prepara um almoço caseiro, no fogão à lenha. O local ainda tem as farinheiras, que preparam o produto em monjolo. 13 Cachoeira da Barra Riqueza em parques Criado em 1977, o Parque Estadual da Serra do Mar, com mais de 300 mil hectares, está dividido em vários núcleos. Cunha está dentro do Núcleo Cunha, com uma extensão de 6.500 hectares. Passam por ele os rios Paraibuna e Bonito. As matas são primárias e em regeneração com madeiras nobres brasileiras e animais como onça, capivara, paca, etc. Dentro deste espaço está localizado também a Estação Hidrológica. O núcleo Cunha foi premiado com lin- das cachoeiras. Os visitantes também podem fazer uma das trilhas sozinhos, mas as mais longas precisam de monitoramento agendado. O Parque Nacional da Serra da Bocaina é outro presente da natureza à Cunha. Abragendo os estados do Rio de Janeiro e São Paulo, cerca de 4,5 % dos 100 mil hectares do Parque estão no município. A visitação ao Parque deve ser agendada com antecedência, principalmente no caso de querer aventurar-se pelas trilhas. Equipamentos pesquisam o consumo d´água pela natureza Aqui começa o Paraibuna 14 O Rio Paraibuna, um dos principais afluentes do Paraíba do Sul, tem sua primeira nascente no Bairro da Aparição. Lá, em 2001 uma comissão técnica, formada por orgãos governamentais estaduais e municipais, sob o comando do Movimento Nascentes do Paraíba, demarcou o local, identificando duas nascentes, distantes cerca de 150 m uma da outra. O Ribeirão da Aparição, é um dos formadores do Rio Paraibuna, (foto ao lado) que vai encontrar com o Rio Paraitinga, na Represa de Paraibuna, formando o lendário Rio Paraíba do Sul. Pico da Macela O Pico da Macela, que é considerado o ponto mais alto do município, com 1.840 km, fica na divisa de Cunha com Paraty (RJ). De seu cume, em dias limpos, observa-se cerca de 180 km do Litoral Fluminense, onde estão Angra dos Reis, Paraty e a Ilha Grande. Do outro lado, se você estiver por lá no final do dia, a dica é observar o pôr do sol na Serra da Mantiquera, com vista da cidade de Cunha. Do local parte uma trilha que vai até Paraty. Aconselhável contratar guia. Suba somente em dias limpos. Para chegar ao local, siga até o km 65 da Rod. Cunha-Paraty, siga por mais 5 km de estradinha de terra. Vá devagar pois alguns locais estão esburacados. Na porteira deixe o carro e siga a pé por mais 2 km de subida cmentada, mas bastante íngreme. Vá preparado com água, boné, lanche e protetor solar, pois o local não tem infraestrutura. Salvando o ecossistema ONG Serra Acima Rua Cel. João Olímpio, 18 Tel. (12) 3111-1744 [email protected] A Ong Serra Acima, entidade sem fins lucrativos, atua na região de Cunha e, há alguns anos, trabalha pela preservação do ecossistema das nascentes do Rio Paraibuna. Dentre os trabalhos está a consciência das agroflorestas, como meio de salvar o que resta da flora e fauna da região. O trabalho mais recente é o Projeto Sabores e Saberes do Pinhão, que incentiva a comunidade a criar receitas com o pinhão. Reuniões estão sendo realizadas em diversos bairros do município, com o objetivo de discutir o processamento e comercialização da castanha e elaboração de receitas, visando a publicação de um livro. A entidade recebe grupos de estudantes para visitas agendadas. 15 O barro, do chão à arte Foi pelos idos de 1975, que um pequeno grupo de ceramistas idealistas, formado por japoneses, portugueses e brasileiros chegou à Cunha em busca de um local adequado para produzir sua arte. O português Alberto Cidraes e sua esposa Maria Estrela foram estudar no Japão, se interessaram por cerâmica e na aldeia Tsuru, conheceram o ceramista Toshiyuki Ukeseki e sua esposa, a enfermeira Mieko. Alberto decidiu viver no Brasil e convenceu o casal de Japoneses de que aqui seria o local ideal para produzir cerâmica, com fartura de barro e madeira para a queima das peças. Alberto e a esposa vieram em 1973. O casal Ukeseki só chegaria em 1975, ano em que decidiram procurar um local para montar um ateliê em conjunto. Após algumas andanças pela região do Vale do Paraíba, estratégicamente localizada entre Rio de Janeiro e São Paulo, eles acreditaram ter achado o local que procuravam no município de Lagoinha. Satisfeitos, esticaram a viagem com o objetivo de chegar à praia, mas pararam em uma praça de Cunha e, ali, conheceram D. Maria, irmã do prefeito da cidade. Ela pediu ajuda ao irmão que cedeu ao grupo um Matadouro abandonado, à primeira vista sem condições de uso. Mas era de graça, e, com pouco capital, os amigos dedicaram-se a construção do forno noborigama sob a orientação de Toshiyuki (que vive novamente no Japão). A partir daí, a cerâmica entrou para a história de Cunha. Foi preciso aprimorar a técnica de construção dos fornos, vender a produção levando pesadas sacolas aos lojistas do Rio de Janeiro e São Paulo e, além disso, superar as diferenças culturais de um grupo tão heterogêneo. Cidraes foi um dos pioneiros 16 Alberto Cidraes continua com suas criações. Durante os anos de vida com o barro, cria peças das mais inusitadas sendo as principais, instrumentos de percussão e cabeças das mais diversas formas. Em 1976 aconteceu a primeira abertura pública de fornada, mas somente em 1988, Gilberto Jardineiro e Kimiko Suenaga realizaram uma abertura com festa, onde teve até vinho. Assim o casal virou uma página na história da cerâmica, pois a partir de então, os compradores foram até a cidade comprar a produção, eliminando o sacrifício da venda. Através dos anos, uma fusão foi acontecendo entre a cultura local e as tradicionais técnicas japonesas. Os primeiros artistas locais foram Luiz Toledo e Leí Galvão e, depois, vieram outros. Hoje, mais de três décadas depois, notam-se algumas diferenças entre o que é produzido por artistas nativos e estrangeiros. Em alguns trabalhos sobressai a arte japonesa e em outros fica evidente a influência das paneleiras, como D. Anúncia, D. Dita e outras,que por lá já atuavam. Na essência de todos, porém, está o barro; elemento que como diz Alberto Cidraes, “é o chão que a gente pisa e pode ser transformado numa coisa digna de figurar na mesa dos reis”. Artistas se unem Os ceramistas de Cunha ganharam em 2006 uma entidade para fortalecer o setor e divulgá-la turísticamente. A CUNHACERÂMICA - Associação dos Ceramistas de Cunha, já congrega todos os artistas da cidade, independente do tipo de trabalho. Atualmente, a principal característica da produção de cerâmica de Cunha é a diversidade. Cada ateliê ou ceramista criou seu próprio estilo e abordagem temática e conceitual. O trabalho, mais utilitário ou mais experimental, mas rústico ou mais acabado, define a personalidade e agenda de cada ateliê. O forno Noborigama, à lenha, de tipo japonês, foi durante 25 anos o traço de união entre alguns ateliês, interligados por uma história consistente e criativa. A cidade foi enriquecida com novos ateliês que introduziram outras técnicas em forno à gás, como o Raku, cerâmica instantânea de queima rápida. Hoje, pode-se dizer que os ceramistas de Cunha se unem pela visão de cada peça como única. Resultante de um processo manual, que possui alma própria. CUNHA CERÂMICA Pça Cel. João Olímpio, 18 - Centro - Tel. (12) 3111-2483. Ateliê do Antigo Matadouro - Alberto Cidraes - Peças decorativas e escultóricas em alta temperatura. Rua Manoel Prudente de Toledo, 461. Tel. (12) 3111-1628 [email protected]://cidraes.com Anand Ateliê Zahiro e Gitika Anand Peças decorativas e escultóricas em alta temperatura. Rod. Cunha Paraty, km 61,5 - Bairro Taboão - Tel. (12) 3111-3099 [email protected] www.anandatelier.com Casa do Oleiro- Pratos e utilitários pintados a Mão. Abre de quarta à segunda. Rua Gerônimo Mariano Leite, 250. Tel. (12) 311102723. Ateliê Floresta - Robson Alexander e Eula Toledo - Peças decorativas, escultóricas e utilitários. Rua Luiz de Ol. França, 267 - Pq Nova Cunha Tel. (12) 3111-2402/9784-5758 www.feitoemcunha.com.br Ateliê Cerâmica Toledo Luis Toledo da Silva - Peças decorativas, escultóricas e utilitários. Av. Lavapés, 555 - Vila Rica. Tel. (12) 3111-3281. [email protected] Ateliê Mieko e Mário Mieko Ukeseki e Mário Konishi - Peças decorativas, escultóricas e utilitários. Rua Gerônimo Mariano Leite, 510. Tel. (12) 3111-1468. http:// miekoemario.sites.uol.com.br; [email protected] Ateliê Gê de Castro - Geraldo Nicolau Castro - Peças decorativas escultóricas e utilitárias. Rua Rafael Spiridigliozzi, 47 Tel. (12) 3111-2724 - [email protected] Ateliê Nilvanda - Decoratiovs e utilitários em cerâmica. Rua Rafael Spiridigliozzi, 74. Tel. (12)3111-1916. nilvana.carmo@uol. com.br Ateliê Adamas Luís Felipe Zúñiga Pérez - Peças decorativas e utilitárias - Rua João Roberto de Toledo, 477 - Tel. (12) 3111-2286. www.feitoemcunha.com.br adamas@feito Noborigama: forno que sobe a montanha. Por sua posição em aclive que permite uma melhor distribuição do calor do fogo entre as câmaras que recebem a cerâmica para a queima. A cidade tem hoje, cinco fornos Noborigama. A transformação da abertura de fornada, como atração, tem como pioneiros Gilberto Jardineiro e Kimiko Suenaga, em 1988. Forno Noborigama A última paneleira Dona Dita Olímpia é a última paneleira ainda viva na cidade. Sem poder fazer seus potes e panelas, gosta de olhar as obras dos outros artistas. A história delegou a Luciano Almeida, escultor, recentemente radicado em Cunha, a eternizar D. Dita, em uma escultura tamanho natural, num trabalho perfeito em sua representatividade. 17 Sabores com pinhão As matas da região da Bocaina, é um dos locais onde a Araucária (araucaria angustifolia) predomina. Conhecida popularmente como pinheiro, gosta de regiões frias e úmidas, como é o caso da Serra do Mar. A exploração sem controle quase dizimou a espécie, mas, aos poucos, foi valorizada pelo homem, principalmente sua castanha, conhecida como pinhão. A partir do descobrimento do Brasil, viajantes, que por aqui passavam, descreveram a planta como um alimento ideal para quem estivesse viajando. Sua amêndoa foi considerada tão boa quanto as européias, conhecidas e consumidas por eles. Durante muito tempo, foi alimento dos índios que derrubavam as pinhas com flecha. Os tropeiros que passavam pela Bocaina, usavam o pinhão como alimentação básica, devido ao seu valor energético, pos- 18 No tempo dos tropeiros o pinhão era somente assado Atualmente novas receitas são desenvolvidas pelos culinaristas de Cunha suindo cálcio, proteínas e ferro. Até o final do século XIX, os moradores do sertão consumiam o pinhão apenas cozido ou assado na brasa. Recentemente culinaristas e pesquisadores passaram a criar pratos usando a amêndoa. Com isso o pinhão entrou forte na gastronomia, tornando-se um atrativo em vários restaurantes. O pinhão é usado no preparo de sopas, massas, biscoitos, bolos ou no acompanhamento de pratos a base de truta ou carne. Diversos restaurantes e pousadas em Cunha desenvolveram produtos que têm o ponto alto na Festa do Pinhão realizada todo mês de abril, logo após a abertura da colheita. Alguns donos de restaurante congelam a amêndoa e continuam a servi-la durante o ano. Novos pratos na serra Cunha tem saído na frente em busca de novidades para atrair mais turistas. Depois da truta, pinhão e pratos típicos agora mais duas novidades aparecem no cardápio dos restaurantes: o shitake e a carne de cordeiro. Shitake A produção de Shitake chegou no município há pouco tempo. Depois da fase de experiência e aprendizado no manejo dessa cultura, vários produtores abastecem o mercado local e vendem para outras cidades, notadamente restaurantes especializados. O município tem atualmente mais de 50 mil toras de eucaliptos plantados em vários bairros rurais, principalmente os localizados na região da serra. Caio Ribeiro Rod. Guará Paraty, km 43 + 500m. Degustação aos sábados. com cozinha aberta. Tel. (12) 9759-0532. José Luiz Contador Rod. Cunha-Campos Novos, km 19 + 4km. Produção de Shitakes em toras Carlos Eduardo Estrada do Pico da Macela, km 1. Ernani Tedeschi Est. Cunha Paraty, km 65,2. Tel. 9773-8688. Suzana Estrada do Desterro, km 6. Tel. 7295-9594. Lauro Avelar Estrada B. Paraibuna, km 2. B. Mato Escuro. Tel. (12) 9785-7793. José Renato Bairro Catióca José Carlos - Estrada Cunha-Campos Novos, km 6 + 500 m. da serra. Atualmente já são seis criadores, sendo um com caprinos também. Esses criadores já somam um rebanho aproximando de mil cabeças de ovinos, principalmente da raça Santa Inês, que é própria para lã e também carne. Em 2008 nasceu o primeiro festival de gastronomia do cordeiro, com os restaurantes da cidade servindo os pratos a base dessa carne. Agora os produtores estão se especializando para que a carne de cordeiro torne-se mais uma iguaria gastronômica da cidade, o ano todo. Para maiores informações sobre os criadoOvinos e Caprinos - Começou timida- res :tel. 912) 7812-2166, com Ana Carolina mente a criação de ovinos em vários sítios que coordena a criação na cidade. Tecelagem é resgatada Sabor alemão nas águas de Cunha A criação de ovinos, também gerou outra atração. Os trabalhos de tapeçaria com a lã rústica, fez nascer a Oficina de Lã, no Bairro Paraibuna. Na loja montada à beira da estrada, várias tecelãs fazem manualmente os tapetes e decorativos usando a lã dos produtores locais. A atividade surgiu a partir do projeto do casal paulistano Aroldo e Olívia, que resgatou o trabalho com uma antiga tecelã, a D. Julia, do Bairro da Aparição. Abre aos sábados e domingos. Durante a semana procure a Irene, que mora em frente a loja. Estrada do Paraibuna, km 8,5 Tel. (12) 3111-2936. O alemão Thomas Rau chegou em Cunha e foi morar na serra, onde começou a reflorestar as nascentes de sua propriedade, para salvar as águas, pois precisava delas para seu negócio. Montou uma fábrica de cerveja e lançou a Walkenburg weiss e duckel, que já se tornaram produto obrigatório nos restaurantes e pousadas do município. Thomas afirma que faz a cerveja como na Alemanha, baseada em lei de qualidade de 1516 e a chama de “pão de cerveja”. Na produção usa somente trigo, malte, lúpulo e levedura importados. Por isso o produto tem durabilidade de apenas dois meses. Estrada da Macela, km 2 - Tel. (12) 9773-4019.www.cervejariawb.com.br 19
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