ESCOLA TÉCNICA DE AVIAÇÃO - Brig.-do

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ESCOLA TÉCNICA DE AVIAÇÃO - Brig.-do
ESCOLA TÉCNICA DE AVIAÇÃO - Brig.-do-Ar Carlos G. S. Porto
Emblema da E.T.Av.
ESCOLA TÉCNICA DE AVIAÇÃO
Brig.-do-Ar Carlos G. S. Porto
PREFÁCIO Alguns
militares formados pela Escola Técnica de Aviação (ETAv) vêm, por
intermédio
do RESERVAER, procurando entrar em contato com seus colegas e reatar
os laços
de amizade nascidos numa saudosa época, em que o idealismo da juventude
e a
crescente evolução da Aeronáutica Militar os impulsionavam para uma
empolgante carreira. Estamos
nos referindo à década de quarenta! O
que nos levou a escrever sobre este assunto foi a mensagem do senhor
Artemio
Bottene, aluno da 6ª turma da ETAv, formado, em 21 de outubro de 1944,
na
especialidade de motores. Dizia, e com razão, não haver encontrado em nosso
site
qualquer menção sobre aqueles que cuidam do avião e o fazem voar: os
especialistas. Após
alguns contatos virtuais, e aproveitando as festas de fim de ano em
Ribeirão
Preto, viemos a conhecer o Sgt Bottene, sua esposa, dona Mercedes, e Juliana, uma das filhas do casal. O bate papo, como não podia deixar de
ser, foi
comandado por ele, a relembrar o seu tempo na Força Aérea Brasileira
(FAB), vivido
na ETAv e na Base Aérea de Natal. Foram momentos agradáveis,
temperados pelo
entusiasmo do nosso anfitrião e de sua incontida satisfação
em poder conversar
sobre aquela época, da qual muito se orgulha e que fora um
dos principais artífices
na sua formação de soldado e de cidadão. Natural
de Piracicaba, estado de São Paulo, realizou, antes de sentar praça, o
curso
de pilotagem no aeroclube local, que seu pai, João Bottene, ajudara a fundar,
em 26 de abril de 1938. O primeiro avião do aeroclube foi um biplano Muniz M-7,
prefixo PP-TMR, muito elogiado pelo Artemio. Praticamente todos da família eram
pilotos: seu pai, seu irmão, Fleury Bottene, também formado na ETAv – 14ª
turma,
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em 3 de março de 1945, como controlador de vôo –, os primos Tito e
Pedro Bottene,
e sua irmã, Zayra Bottene.
Zayra
Bottene,
primeira
mulher
piracicabana a tirar brevê, em 1941. Voou
mais de 1.000 horas, encantando a todos
que acorriam para assistir suas manobras
e acrobacias. É detentora do Brevê
Nacional de nº 1.265 e o Internacional de
nº 1.042.
Sobre
Zayra, é digno citar que a Câmara Municipal de Ribeirão, em sessão de
29 de
maio de 2001, prestou-lhe justa homenagem, ao reconhecer seu espírito
pioneiro
em prol da aviação brasileira, outorgando-lhe o Título de Honra ao Mérito.
Naquela oportunidade, ao agradecer tal honraria, disse: “Termino, recordando com
saudades do ano 1941.
Foi o melhor ano de minha vida, pois naquela
época
conquistei o céu, auxiliada por um anjo prateado: o avião biplano
biplace Waco F3,
PP- TGC, que hoje
repousa no museu dos meus sonhos”.
Zayra
não está mais conosco, mas seu exemplo permanece vivo no coração das
pessoas
que tiveram o privilégio de conhecê-la. Os
Bottene contribuíram para que muitos jovens realizassem o tão desejado
sonho
de pilotar um avião. Artemio
contou-nos que seu pai nasceu em 1892, era proprietário de uma
oficina mecânica
onde fazia reparação das locomotivas da Estrada de Ferro
Sorocabana de 1925 a 1930, e que neste ano
– 1930 –, com um amigo, fez circular o
primeiro automóvel a álcool do
Brasil, um Ford 1929. Durante a revolução
constitucionalista de 1932, passou a
converter carros e caminhões, do governo de
São Paulo para uso de álcool,
produzido na região de Ribeirão Preto, e construiu uma
locomotiva acionada por
dois motores automotivos a álcool. Fora, também, pioneiro
em utilizar tal
combustível em avião, barcos e fornos de fundição.Continuando a
conversa
sobre as proezas de seu pai e da sua capacidade empreendedora, citou que
a
locomotiva Baldwin existente na Praça 7 de Setembro, em Guarulhos, inteiramente
brasileira, e uma outra em Gato Preto, município de Cajamar, foram construídas
por
ele nas Oficinas da Usina Monte Alegre, em Piracicaba. Ao
relembrar esse passado na presença de sua família, senti reconfortante
prazer
pela oportunidade de conhecer pessoas que, na sua simplicidade, tiveram
importante participação na sociedade, preenchendo as lacunas existentes com
denodo, capacidade criativa e muito trabalho. Os ecos dessas ações continuam
presentes e haverão de persistir através dos tempos. Ao
término da visita, presenteou o RESERVAER com seu arquivo pessoal, repleto
de
momentos vividos na ETAv. Sargento
Artemio Bottene: nosso especial agradecimento por colaborar na
divulgação
desta página tão bonita da história da Força Aérea Brasileira, que o
senhor
e seu irmão, Sargento Fleury Bottene, também ajudaram a escrever.
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Brig.-do-Ar Carlos G. S. Porto
COLABORADORES
Àqueles que estão prestando preciosa colaboração neste trabalho, nossos
sinceros agradecimentos: 1-SARGENTO ARTEMIO BOTTENE – 21 de Outubro de 1944 – 6ª Turma
2-SARGENTO FLEURY BOTTENE – 03 de Março de 1945 – 14ª Turma
3-SRA. JULIANA BOTTENE – Filha do Sargento Artemio Bottene
4-SARGENTO NAZARENO MEDEIROS – 30 de setembro de 1947 – 63ª Turma
5-Cap Esp Av OROZIMBO PEREIRA de MELLO - 29 de agosto de 1947 – 62ª Turma
6-SO ALDO CAROPRESO – 1º Primeiro Colocado - 10 de Janeiro de 1945 (In memorian) – 11ª
Turma
7-SO DURVAL SANTOS DE OLIVEIRA – 24 de Maio de 1946 – 41ª Turma – Paraninfo Amadeu
Saraiva, Presidente da VASP
8-SO JOÃO NOGUEIRA
9-SO Tarcisio Ferraz Arruda – 9 de maio de 1945 – 18ª Turma
10-SO Tarcilio Fontolan – 22 de novembro de 1946 – 52ª Turma
11-SO Geraldo Silva Pinheiro – 8 de junho de 1945 – 20ª Turma
12-SO Euclides Mantagnini
13-Cap FRANCISCO REYNALDO RODAS – 21 de fevereiro de 1947 – 55ª Turma
14-CAPITÃO-MÚSICO ALBERLEI SCHLÖGL – Base Aérea de Brasília
15-SR. ROBERTO VALERY – Pesquisador Sobre a História da FAB
16-CEL.-INT.-AER. BERILO DE LUCENA CAVALCANTI
1 –
Ignição e Aquecimento dos motores Quando o Brasil
declarou guerra às potências do Eixo, em 22 de agosto de 1942,
tornou-se
patente a necessidade de aumentar a formação não só de pilotos, mas,
principalmente, de técnicos e de especialistas para os trabalhos de manutenção
das
aeronaves da Força Aérea Brasileira. No período em que o nosso país
esteve
envolvido naquele conflito, e valendo-se dos benefícios decorrentes da
Lei de
Empréstimos e Arrendamentos – Lend
Lease Act –, cerca de 450 modernos aviões
foram adquiridos pelo governo e
trazidos em vôo dos Estados Unidos para o Brasil
por nossas equipagens.
A
Escola de Especialistas da Aeronáutica, criada em 25 de março de 1941 e
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sediada na Base Aérea do Galeão, enfrentava dificuldades logísticas
decorrentes de
sua própria localização, e pela falta de instalações
apropriadas não tinha condições
de suportar um aumento de pessoal em
quantidade suficiente para atender, de forma
eficaz, o quadro que se delineava.
Assim, em 1943, o Presidente
da República, Getúlio Vargas, pelo Decreto-Lei nº
5.983, de 10 de dezembro,
aprova o termo de ajuste firmado, em 29 de setembro,
pelo Ministro da Aeronáutica,
Joaquim Pedro Salgado Filho, representando o governo
brasileiro, e o cidadão
norte americano, John Paul Riddle, para a cessão, organização
e manutenção de uma Escola Técnica de Aviação,
no Estado de São Paulo, nos
moldes da Embry Riddle School of Aviation, com sede em Miami.
3 –
Antes da Rolagem
A
História Geral da Aeronáutica Brasileira, obra editada pelo
Instituto HistóricoCultural da Aeronáutica, nos conta que a Escola ocupou as
instalações da Hospedaria
de Imigrantes, cedidas pelo Governo do Estado de São
Paulo, situada à Rua Visconde
de Parnaíba, 1.316, no bairro da Mooca, capital.
Escola
Técnica de Aviação – Fachada
Principal
Vista Aérea da ETAv em fevereiro de 1946
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4 – Cheque Durante a
Rolagem
Inaugurada em 1888, realizava a triagem de
estrangeiros recém chegados ao Brasil e os
encaminhava ao trabalho. Edifício imponente, bela arquitetura, de extensa área, todo ajardinado,
belas árvores frondosas, amplas dependências, adequou-se perfeitamente à
nova missão, com
inúmeros Departamentos e Laboratórios montados com modernos equipamentos e recursos
auxiliares destinados à instrução: hospital, teatro, biblioteca, estação de rádio difusão, alfaiataria,
alojamentos, refeitórios e bar. Instrução
de Motores – No grupo: Evaldo Faria –
Artemio Bottene – José Morais – instrutor Bill –
Leonel – Dezotti Alunos
Fleury – Cruz – Adolfo com a Instrutora
de Código Morse
Instrução de Sistema Elétrico - Instrutor Stokley e os Alunos 551-João Gilberto Amaral, 540 Santos de Oliveira, e Estagiário - 1795 - Alvaro
Nardi
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Aluno
Bottene (à esquerda) no Alojamento
Grupo de Alunos Controladores de Vôo Vista de um dos pavilhões Alunos Controladores de Vôo e sua Instrutora Defronte ao Pavilhão de Aulas Alunos de Motores e sua Instrutora em Intervalo de Instrução
Curtindo
o Tempo e as Amizades
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Alunos no Intervalo da Instrução
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Adolfo, Drezza, Fleury, Lencioni e Fatori
Amizades Sinceras – Sonhadores Idealistas
Nazareno Medeiros – 2ª Fila – 3º da direita para
a esquerda
Aluno 1.149 Q AT MAV Francisco Reynaldo
Rodas da 7ª Esquadrilha (Abr 1946)
Equipe de Alunos da Especialidade AT MAV na
aula prática de motores. Ingressaram na ETAv
em 5 NOV 1945. Entre eles: Francisco
Reynaldo Rodas (com a chave na mão) –
Francisco Hipólito – Galba Rodolfo de
Carvalho
Instrução de Motores – Da esquerda para a
direita: 3S Geraldo Bragantine – Cabo E-1946
Severino João de Melo – Aluno 294 José
Godinho – Instrutor Mr. Devery
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Aula sobre Sistema Elétrico – Instrutor George
F. Schultz – Alunos 530 José Prado de Oliveira
(Centro) – 513 Edgar Munis Franco (Esquerda)
– 514 Afonso Pacheco (Direita)
Saudade do cinto de guarnição – O Aluno
2360 João Nogueira, ao lado de seu
colega de óculos, esclarece:
"Grupo da minha 8ª esquadrilha, provavelmente preparados para entrar de serviço. Em pé:
Aluno 2353 Paulo Rodrigues (óculos), do qual nunca mais tive notícias; Aluno 2361 Antonio
Benedito de Oliveira, faleceu há cerca de vinte anos; Aluno 2335 Frederico Pimentel, era artista
circense, fazia-se de palhaço nos shows das 4ª feiras, com muito sucesso. Dele também não
mais tenho notícias. Agachados: embora lembre das pessoas, não mais lembro os nomes”.
Bons tempos – João Nogueira sentado à
esquerda, curtindo com sua turma um
momento de folga: “Vagamente lembro de
alguns, sem lembrar os nomes. Grupos se
formavam a olho. Normalmente, na frente da
Escola (Rua Visconde de Parnaíba), os alunos
ficavam paquerando as meninas do bairro, que
se aventuravam em ligeiro 'footing' nas folgas
do horário de almoço e à noite, quando tinha
até música do serviço de alto-falante da
própria Escola”.
Aluno João Nogueira (agachado à
esquerda) com seus amigos: “Grupo
fotografado
na
entrada
da
8ª
Esquadrilha, à qual pertencia. Lembro o
nome do segundo em pé – Álvaro
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Ferreira da Silva –, terceiro em pé –
Antonio Benedito de Oliveira –, que eram
meus colegas nas aulas da especialidade
(RT-TE). Dos outros lembro das
fisionomias, não os nomes”.
Bons amigos – João Nogueira (sem
óculos): “Essa foto foi tirada em frente
ao Posto Médico da Escola. Recordo -me
do companheiro, mas não de seu nome.
Lembro-me que sua mãe quando o
visitava trazia coisas raras na época:
frutas e doces finos de primeira
qualidade...Era uma festa".
Trio parada dura ou Trio pronto para a parada?
João Nogueira (à direita) esclarece: “Os outros
são Guido Dal Sasso e José Bessa, ambos
catarinenses. Bessa licenciou-se da FAB nos
anos 50, formou-se engenheiro, em Curitiba, e
foi alto funcionário do Governo de Santa
Catarina, na área de saneamento básico.
Nosso último encontro foi por volta de 1978,
em Florianópolis. Correspondemo-nos por uns
tempos. Ganhei um livro de autoria dele, e não
tive mais notícias”.
Aluno 703 Tarcilio Fontolan (à esquerda) nos
apresenta: “o companheiro nada mais é que
meu melhor e grande amigo, muito antes do
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ingresso na ETAv. O nome é Henrique Costa,
e a foto foi tirada nos jardins da frente da
Escola”.
Tarcilio Fontolan (à esquerda): “No edifício ao
fundo, na parte de baixo, é onde se
localizavam as instalações da administração e
serviços da ETAv; na parte de cima se
localizavam algumas das esquadrilhas, ou
seja, os alojamentos dos alunos”.
Aluno 703 Tarcilio Fontolan
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Trabalho de Grupo – Tarcilio Fontolan
(primeiro da direita em pé) esclarece: “o
pessoal da foto é composto por um Sgt
monitor e alunos do Curso Básico de
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Comunicações. Abaixados, da direita
para a esquerda: 1 Newton Jonston, 2
Antonio Cardia, 4 Neves; em pé, na
mesma ordem: 6 Eu, 7 Osmar Gatti, 8
Adjalma, 9 Luiz Gonzaga Arruda, e 12
Moura. Foto tirada em frente ao pavilhão
do curso, no interior da Escola”.
Aluno Geraldo Silva Pinheiro Pinheiro com
os amigos, durante a folga da instrução
Geraldo Silva Pinheiro e sua turma – Era só alegria
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Aluno Euclides Mantagnini e seus colegas de especialidade em motores e o Instrutor
Bill (à esquerda)
Euclides Mantagnini com um grupo de saudosos companheiros e amigos para sempre
5 – Cheque dos Motores Alunos
Prontos para a Revista do
Licenciamento
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Pelotão
sob o Comando do Cabo
Florêncio
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Impulsionada
pelo crescimento vertiginoso do poder aéreo naquela época, o
qual exercia verdadeiro fascínio sobre os jovens, no seu primeiro ano de
funcionamento estavam matriculados 4.000 alunos de diversas especialidades:
sistemas hidráulicos; hélices; instrumentos; motores; aviões; soldador;
manutenção, reparação e operador de Link Trainer; meteorologia; manutenção
de pára-quedas; manutenção, reparação e operador de rádio; viaturas
motorizadas; sistemas elétricos; chapas e metal; máquinas e ferramentas
Chegada do Correio - Alunos
atentos à
chamada
Pátio
da Escola Técnica – Formatura para
o início das Aulas
Alunos
Aguardando o Inicio da Instrução
Parada Diária
Além desses cursos especializados, havia também instrução militar, educação
física, atividades complementares de cunho social e visitas a Organizações
Públicas e Privadas. etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
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à Bandeira
- Ainda continua
pulsando
em cada
Almoço
Juramento
no Aeroporto
Santos=Dumont,
por Ocasião
da Visita
da 6ªcoração
Turma às
Instalações da Cruzeiro do Sul – RJ
O preparo físico era bastante exigido
Aluno Geraldo Silva Pinheiro puxando a fila - Aluno Durval de Oliveira que o diga
“Foi o compromisso mais importante na
para prestar continência ao Pavilhão
vida de cada um”
Nacional
De vez em quando o Sgt Brandão nos
levava a passear pelas ruas próximas à
Escola
Aluno Tarcilio Fontolan (terceiro homem)
com os colegas de Esquadrilha, sempre
ligados à voz de comando do Sgt
Brandão
Semana da Pátria 1946 - Desfile de 7
de setembro - Os garbosos alunos da
E.T.Av. em Uniforme de Gala AzulO Sgt BrandãoBaratéia
sempre atento: Caprichem
no alinhamento!
Estufa o Peito, Aluno!
Esquerda, Direita!
E
o Sgt Brandão sempre marcial:
Atenção! Fuzil colado ao peito! Mão
esquerda na altura do ombro esquerdo!
Mão direita na altura da cintura! Muito
bom! Firmem a cadência!
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Instrução de Ordem Unida – Uma foto para não se esquecer do instrutor (agachado
sem arma) – João Nogueira (agachado segundo à direita) diz que “são colegas da
8ª Esquadrilha preparando-se para a instrução militar”.
Um dia de festa na Escola para quebrar a rotina– Demonstração de Ginástica
Acrobática – Aluno Euclides Mantagnini em pé nos ombros do homem base, sob a
atenção da platéia
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Aluno Euclides Mantagnini levantando
dois atletas – Durval de Oliveira nos
conta que: “ele tinha muita força, era
um atleta excepcional e gostava de lutar
jiu-jitsu. Serviu durante muito tempo em
Porto Alegre e atualmente reside em São
José dos Campos".
2º Ten Av Ariovaldo Vilela, Secretário da
ETAv, no Muniz 7, preparando-se para
um vôo de treinamento – Artemio Bottene
conta que "ele era amigo e muito
considerado pelos alunos”.
6 – Decolagem
Os cursos eram ministrados por instrutores americanos, cerca de 300, “havendo a
obrigatoriedade de o aluno ser fluente na língua inglesa, nos
conta o Sargento
Bottene, aluno da 6ª turma, formado em 21 de outubro de 1944, como especialista
em motores. Os alunos eram muito bem preparados, recebiam o que havia de melhor
em conhecimento de aviação para a época”. etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
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Sgto. ARTEMIO BOTTENE – Aluno da
6ªTurma - Técnico
em Motores
Sgto. FLEURY BOTTENE – Aluno da 14ª
Turma - Controlador de Vôo
Certificado de Conclusão de Curso de
Motores
- Artemio Bottene
Certificado de conclusão de curso de
Especialista Rádio Operador Terrestre Nazareno Medeiros
Certificado de Conclusão de Curso de
Sistemas Hidráulicos - Aldo Caropreso
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Diploma outorgado pelos americanos ao
Aldo
Caropreso
Curso
de
Familiarização
em Sistema Hidráulico (gentilmente cedido ao Reservaer por
sua viúva)
Convite de Formatura da 62ª Turma –
29 de agosto de 1947
Sgto.
Artemio Bottene recebendo o
Diploma
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Sgto. Artemio Bottene Recebendo as
Divisas da
Madrinha Zayra (sua irmã e
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aviadora)
Controladores
de Vôo – Dia da Formatura
– 3
Mar 1945 Sgtos. Adolfo – Fleury
–
Instrutora –Zayra (Aviadora e Irmã de
Fleury) e Sgto. Cruz
Solenidade de Formatura da 6ª Turma
- 21 Out 1944 Guarda de Honra – Solenidade de
Formatura
Familiares
Aguardando o Momento para
entrega das Divisas de Sargento
Mr.
John Paul Riddle – Organizador da
ETAv
Últimas Instruções
para a Solenidade de
Formatura
Formatura
- 21 de outubro de 1944 - Sgto Bottene e outro Formando
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recebendo as Divisas da Madrinha
Sargento Orozimbo - 1º lugar em
instrução militar -, recebendo o prêmio
das mãos do Brig Armando de Souza e
Mello Araribóia
Formatura de Francisco
Reynaldo Rodas,
55ª Turma, realizada no Hipódromo da
Mooca em 21 FEV
1947: Guarda de
Honra – Formandos – Tropa de Alunos –
Ao fundo o
majestoso B-24 Liberator
Certificado de Conclusão de Curso de Especialista Eletricista de Avião – Durval Santos
de Oliveira
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Corpo de Instrutores da ETAv – Agachados um grupo de novos Sargentos
Uma belíssima recordação: Os Novos Sargentos com seu Comandante, Ten Cel Av
Eng João Mendes da Silva, e ilustres convidados
Dia de Solenidade – Nem o pesado fuzil
lhes tirava o Garbo e a Vibração – Aluno
Aldo Caropreso (indicado pela seta)
Esquadrilha
se
posicionando
para
Solenidade de Formatura – A testa
sempre puxa o passo, e o Aluno Geraldo
Silva Pinheiro estava lá (o do meio)
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Formatura de 8 Jun 1945 – Sgt Geraldo
Silva Pinheiro recebendo o diploma do
Paraninfo da Turma, Secretário do
governo estadual de São Paulo
A lembrança e o reconhecimento para com
o instrutor militar Sgt Brandão – Aluno
703 Tarcilio Fontolan (esquerda) e Aluno
Moacir
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Homenagem dos Alunos ao dedicado Instrutor Sgt Brandão
Sargento Brandão e uma turma de Alunos
Formatura realizada no Hipódromo da
Moóca – Inseparável turma do Aluno
João Nogueira (segundo homem à
direita) atenta ao toque da corneta
Formatura realizada em 22 de novembro
de 1947 no Hipódromo da Moóca – Aluno
703 Tarcilio Fontolan (no meio à
esquerda) e seus colegas preparando-se
para o momento mais importante de sua
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vida. Esse dia ninguém esquece!
Formatura em 21 FEV 1947
– Com seus familiares e amigos à frente da B-24: Sgt
Francisco
Rodas ao lado da madrinha Josefina Grandino Rodas (sua cunhada), Iva
Tosi,
Nair Delgado, Euza Tozi, Gislene de Almeida, Agripina Grandino (com Maria
ao
colo), e o garoto João Grandino Rodas (seu sobrinho - hoje Juiz
Federal e
Desembargador aposentado; Professor de Direito Internacional;
foi presidente do
CADE; ocupa, atualmente, função na OEA e no Mercosul;
e ainda é Diretor da
Faculdade de Direito da USP, no Largo de São
Francisco, SP). Veja o que o destinou
traçou: o garoto na formatura do
Sargento Rodas, e este compareceu na posse do
garoto como Diretor na
Faculdade de Direito da USP.
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Josefina
Grandino Rodas, madrinha de
formatura do Sgt Francisco Reynaldo
Rodas, com o filho João Grandino Rodas
7 –
Cheque Após o Pouso
Próximo
à Escola, havia o Hipódromo da Mooca, local onde ficavam os aviões
destinados à instrução dos alunos no solo: 1
Lockheed B-34; 2 North American B25 Mitchel; 2 Curtiss P-40E Kittyhawk; 1
Douglas A-20K Havoc; 1 Douglas B18 Bolo; 1 Vultee A-35B Vengeance; 1 Republic
P-47 Thunderbolt.
Alunos Aguardam Inicio da
Instrução
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Instrução
de Alinhamento de Metralhadora
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Alunos
no Intervalo da Instrução
Demonstração de ginástica olímpica pelos alunos da ETAv
Aldo Caropreso (próximo da hélice) e
seus inseparáveis companheiros de
Esquadrilha, junto do P-40
Aula Prática – Instrutor Lueddecke –
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Alunos 307 Paulo Francisco Moraes –
431 Nilo Menezes – 429 Tibério
Campanella
Intervalo na Instrução Prática no "North
American B-25 Mitchel" – Foto para a
posteridade
Turma da Meteorologia
Aluno
João
Nogueira
(sentado
à
esquerda) no P-39 Airacobra. Ele não se
lembra do nome de todos, mas não se
esqueceu da fisionomia dos inseparáveis
companheiros de esquadrilha: “Milton
Pinto da Rocha (próximo à nacele),
mineiro de Belo Horizonte. Essa
aeronave era usada, segundo sei, nas
aulas para os especialistas em sistemas
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elétricos. Parece que o P39 era pródigo em sistemas elétricos”.
Ninguém é de ferro – Instrução puxada x
folguinha bem merecida – Segundo João
Nogueira (à direita da foto),” é o mesmo
grupo do P-39, à sombra de sua asa. O
Milton Pinto da Rocha é o terceiro da
direita para a esquerda”.
Enquanto se aguarda o inicio da instrução prática nas aeronaves, um pouco de
ordem unida para aprimorar a disciplina – Em primeiro plano, da esquerda para a
direita, João Nogueira (segundo), e o de óculos, João Batista Opits.
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ESCOLA TÉCNICA DE AVIAÇÃO - Brig.-do-Ar Carlos G. S. Porto
Paz! Ou melhor, Pás – João Nogueira
(esquerda) e o Aluno 2362 Luiz Augusto
Ribeiro – Outubro de 1947
“
Parece ‘pagação’, mas não é. Aguardando a formatura, estávamos ajudando na
colocação da grama no campo de futebol, totalmente feito pelos alunos, no antigo
hipódromo da Moóca, na Rua Bresser, que era um dos anexos da Escola. Ao fundo,
em primeiro plano, um B-18 Bolo e um Liberator – sucata da Força Aérea do ‘my
friend’ –, que serviam para instrução em diversas especialidades: chapas, soldas,
eletricidade, carburadores, magnetos, montagem e desmontagem do corpo dos
motores, hidráulica, etc.. O Luiz Augusto era da minha Esquadrilha, e sua cama era
ao lado da minha. Faleceu tragicamente, com vários colegas, no acidente com o
FAB 2040, em Anajás, na ilha de Marajó, em princípios de janeiro de 1948. Ele
estava indo apresentar-se para sua primeira classificação.”
Sgt Aldo Caropreso, sorridente e feliz,
pagando mistério aos seus familiares
Hipódromo da Moóca – A Galera descontraída aguardando o início da competição
esportiva
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ESCOLA TÉCNICA DE AVIAÇÃO - Brig.-do-Ar Carlos G. S. Porto
Suspense! – Torcida atenta aos seus ídolos – João Nogueira está com a palavra:
“logo à frente, ao lado da esposa (de óculos escuros), está Bento de Assis, corredor
olímpico, detentor de vários recordes, brasileiro e sul-americano, em provas
rápidas. Servia na ETAv”.
Orgulho da Esquadrilha – Equipe de Atletismo pronta para entrar em ação – Vejamos
o que o Aluno João Nogueira tem a nos dizer: “a foto foi feita em uma festividade
no antigo hipódromo da Rua Bresser, anexo da Escola, na minha época. Esses
moços tomaram parte em várias modalidades esportivas, mas o evento principal foi
um número de ginástica rítmica executado por muitos alunos. Por se tratar de um
misto de ginástica e bailado, foi jocosamente chamado por muito tempo de
'balalaika', um dos temas musicais utilizados. Mas nós participamos com muito
entusiasmo, apesar disso. Com relação ao grupo, vou falar de todos pela ordem:
1- Ten IG Pedro Gamaro, instrutor
2- Aluno Aventino Teixeira. Esse moço, ao formar-se, foi classificado para Porto
Alegre; como ele era paraense, acertou uma troca com um gaúcho, que, por ironia,
estava classificado
em Belém. Infelizmente, na viagem de ida para o destino, o
avião C47 – 2040 acidentou-se em Anajás, Marajó, e ele faleceu
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3- Aluno Rodolpho Von Khou, não tive mais notícias dele após o período da ETAv
4- Aluno João de Oliveira, excelente atleta, competia pela Federação Paulista de
Atletismo, participava de provas de 100, 200, 400m rasos
5- Só lembro o nome de guerra: Ansbert, falecido em um acidente da Vasp em
Londrina, era Comandante do Avião
6- Não me lembro nome, era apelidado Catarinense
7- Por último, eu, por aqui,
em S. J. Campos, já beirando os oitenta, mas com
relativa saúde”.
8 –
Parada dos Motores
A
Escola Técnica de Aviação funcionou durante 10 anos, até 1953, quando foi
extinta pelo Decreto nº 34.095, de outubro daquele ano, e fundiu-se com a
Escola de
Especialistas da Aeronáutica, já em sua nova sede, na cidade de
Guaratinguetá.
Um
aspecto interessante da sua história se refere ao Decreto nº
27.879, de 13
de março de 1950, transferindo-a para a cidade de Natal, no Rio
Grande do Norte,
onde ocuparia as instalações na parte sudoeste da Base Aérea
de Parnamirim, o que
não ocorreu. Há 60 anos, éramos
assim – Aluno
Bottene, 3º da direita
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Eternos Amigos –
Saudosa Escola
ESCOLA TÉCNICA DE AVIAÇÃO - Brig.-do-Ar Carlos G. S. Porto
Bons
Tempos - Adolfo – Vasconcellos –
Martins – Cruz – Fleury
Torre
de Controle – Aeroporto de São
Paulo
Sgto. Fleury no Controle da Torre
Alunos
Controladores de Vôo- Integrantes da 14 Turma
9 –
Missão Cumprida
Os
militares formados por aquela Escola, em uma época de amplos desafios,
ombrearam-se com seus companheiros oriundos da Escola de Especialistas do Galeão
e não permitiram que a lacuna de pessoal existente aumentasse. Foram a mola
propulsora e o sangue novo que permitiu à Força Aérea Brasileira manter
seus aviões
operando com segurança e empregando-os nas missões em defesa da
liberdade,
tanto na Campanha do Atlântico Sul quanto na Campanha da Itália. etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
ESCOLA TÉCNICA DE AVIAÇÃO - Brig.-do-Ar Carlos G. S. Porto
Após
o término da guerra, em 1945, e até 1950, chegaram outras 250 modernas
aeronaves para equipar os esquadrões, o que vem ratificar a sábia decisão
de se criar
a Escola Técnica de Aviação, pois se assim não fosse a
operacionalidade da Força
Aérea estaria seriamente comprometida.
Aos
especialistas de todos os tempos e de todas as turmas, a nossa homenagem e
o
nosso reconhecimento. ........... ....... ...... .....
...... .... ...... ....... .. ....... .......
...... .... .... .... .... ....
.... .... .... .... .... .... .... .... .... .... ...
“ETAV, forja de heróis Mostrarás ao mundo o Brasil Ressurgirás quais novos sóis Oh! Mocidade varonil”... “...Especialista, avante ao ar
Para frente com garbo varonil Agiganta a tua obra sem par *****
Sob o céu deste grande Brasil...”
10 - CONCLUSÃO
Quando o Ministério da Aeronáutica - hoje Comando da Aeronáutica - foi criado, em
20 de janeiro de 1941, a situação política internacional estava deteriorada por uma
guerra em
intensa atividade.
Era preciso reunir e organizar os meios à disposição, implantar medidas
administrativas e operacionais, criar condições para que a Força Aérea Brasileira
pudesse, junto com as forças co-irmãs, ser empregada na defesa dos compromissos
assumidos pelo nosso país, por ocasião das Reuniões de Consulta dos Ministros das
Relações Exteriores das Repúblicas Americanas.
O comportamento do Brasil era de estrita neutralidade, mas seria muito difícil
sustentar tal posição, pois a tendência de um conflito dessa natureza, é generalizarse, e o nosso país acabou sendo envolvido por ele.
Para a Força Aérea a formação de pilotos e de especialistas para os serviços de
manutenção das aeronaves tornou-se prioritária, era preciso incrementá-la.
Foi considerando tal cenário que o Ministério, à época, entre tantas medidas
essenciais implementadas na área de formação de pessoal, particularmente, criou a
Escola Técnica de Aviação.
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
ESCOLA TÉCNICA DE AVIAÇÃO - Brig.-do-Ar Carlos G. S. Porto
Por ocasião do seu primeiro aniversário, recebeu a seguinte citação do Ministro da
Aeronáutica:
"Esta Escola é o maior empreendimento que poderia ser levado a
efeito pelo progresso e fortalecimento da Aviação Nacional, Estamos nós
seguros e certos de que esta foi a maior etapa vencida para que pudéssemos
ter uma aviação
condigna".
Todo esse esforço foi recompensado. Ninguém se furtou ao dever.
ESTANDARTE DA ESCOLA TÉCNICA DE AVIAÇÃO
Foto tirada por ocasião da feira de
exposição
realizada no Memorial do Imigrante,
de 13 Out a 21 Nov de 2004,
organizada pelo
pesquisador Paulo Fernando Kasseb.
Ao lado do estandarte, o orgulho
estampado pelo ex aluno Artemio Bottene, da
6ª Turma, formado em 21 de
outubro de
1944, especialista em motores.
CAMISETA UTILIZADA NA EDUCAÇÃO
FÍSICA
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ESCOLA TÉCNICA DE AVIAÇÃO - Brig.-do-Ar Carlos G. S. Porto
SO Durval Santos de Oliveira – Com
orgulho, ainda guarda a camiseta que
usava durante as atividades de Educação
Física na Escola Técnica de Aviação, há
60 anos
HISTÓRIA DA RECUPERAÇÃO DO HINO DA ESCOLA TÉCNICA DE AVIAÇÃO
O Sargento Q RT TE Nazareno Medeiros, da 63ª Turma da E.T.Av., formado em
30 de setembro de 1947, atualmente residindo em Vitória, remeteu para o
RESERVAER uma fita com o hino da Escola, entoado por ele. Mesmo com a voz
(clique para ouvir) um pouco cansada, influenciando na entonação das notas
musicais, mas com o coração ainda pulsando com a vibração daquele tempo, houve
condições para que o regente da banda da Base Aérea de Brasília, Capitão Músico
Alberlei Schlögl, elaborasse um primeiro arranjo ao piano.
O hino da Escola Técnica de Aviação, do qual só conhecíamos a letra, começava
a ganhar sua alma, a nascer de fato na medida em que desfilavam as notas musicais
tão bem arrumadas por seu regente (ouça o primeiro teste).
Nazareno ouviu, mas achou que alguns arranjos não iam bem, não combinavam.
O tempo passado não colaborava com ele; não se lembrava dos acordes agora
apresentados. Pensou: “É preciso posicionar melhor as notas na pauta.” Identificou
que o si bemol desafinava, o fá maior estava em litígio com o dó menor, a clave de
sol, usada para os sons agudos, não cumpria seu papel. Havia também os rebeldes
sustenidos correndo pela pauta, mas o compasso lhe parecia familiar. Não sabia
identificar qual dos três – binário, ternário ou quaternário – fora escalado, ou se
havia alguma combinação entre eles. A verdade é que, ao subir ou descer na escada
musical, chegou a tropeçar nos intervalos. “Tudo bem, vou afinar meu instrumento”.
Gravou novamente o hino, desta vez assobiando (clique para ouvir).
O mestre, paciente, compôs mais dois arranjos: um ao piano, mais belo que o
primeiro (ouça o segundo teste), e um outro cantado por um coral (clique para
ouvir).
Nazareno ouviu e gostou. No entanto, faltava ainda afinar algumas notas que,
ao seu ouvido, não estavam no compasso. Tanto fez que acabou encontrando parte
da cópia da partitura do hino e, na sua simplicidade, pensou: “agora sim, contando
com a compreensão do Capitão Alberlei, que, paciente, tem dedicado parte de seu
precioso tempo a este trabalho, espero que aceite minha modesta oferta, pois, ao
recompor o hino da ETAv, todos estaremos homenageando quem o compôs e, ao
ouvi-lo, reacenderemos as lembranças daquele tempo e das amizades brotadas
naquela saudosa Escola”.
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
ESCOLA TÉCNICA DE AVIAÇÃO - Brig.-do-Ar Carlos G. S. Porto
E assim a composição foi finalizada. O hino está idêntico ao que o Aluno 2.260,
Nazareno Medeiros, da 7ª esquadrilha, garboso, entoava com seus companheiros
pelo pátio da Escola (clique para ouvir 1.48 MB).
Sob a batuta do Capitão-Músico Alberlei Schlögl e dos componentes da Banda da
Base Aérea de Brasília, a quem apresentamos especial agradecimento, foi possível
recuperar esta composição mágica. Seus acordes trazem recordações, reavivam
nobres sentimentos, são a expressão da alma e do coração daqueles que o entoam, o
grito de guerra, o testemunho fiel do amor que os mantém unidos às raízes.
Companheiros da saudosa Escola Técnica de Aviação: ouçam-no (1.48 MB)
acompanhem a letra, soltem a voz e deixem que as lembranças e as emoções
aflorem. Foi este hino quem lhes deu ânimo e os encorajou durante a caminhada.
VALEU, Nazareno!
HINO DA ESCOLA TÉCNICA DE AVIAÇÃO
1943 A 1953
ETAv, forja de heróis,
Mostrarás ao mundo o Brasil,
Ressurgirás quais novos sóis
Oh! Mocidade varonil. (Bis)
Nossa meta que é bem diferente
Tão sublime é a beleza que encerra
Só uma lei admite e consente:
Paz e justiça entre os povos da Terra
Amizade e respeito eis a luz
Que ilumina as nações irmanadas
Lema eterno que os povos conduz
Tradição de mil glórias passadas !
ETAv, forja de heróis,
Mostrarás ao mundo o Brasil,
Ressurgirás quais novos sóis
Oh! Mocidade varonil. (Bis)
MEMORIAL DO IMIGRANTE Foi
criado em 6 de abril de 1998 com a finalidade de resguardar a memória
daquelas pessoas que, ao deixarem sua pátria, acompanhados ou não de sua família,
chegavam ao Brasil em busca de novas oportunidades de emprego e a esperança
de
uma vida melhor. Ocupa uma área da antiga Hospedaria de Imigrantes,
inaugurada
em 1888, em São Paulo, no Brás, a qual realizava a triagem de
estrangeiros, recém
chegados ao nosso país, e os encaminhava ao trabalho. Em
1943, o governo do Estado de São Paulo cede para o Ministério da
Aeronáutica
as instalações da Hospedaria, que passa a abrigar a Escola Técnica de
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ESCOLA TÉCNICA DE AVIAÇÃO - Brig.-do-Ar Carlos G. S. Porto
Aviação,
com a finalidade de formar técnicos e especialistas para os trabalhos de
manutenção das aeronaves da Força Aérea Brasileira. Mais tarde, em 1953, a
Escola
encerra suas atividades, e as instalações são restituídas ao
governo.
Hospedaria de Imigrantes -
Inicio do
Século passado
Memorial
do Imigrante – Fachada Principal
Vista
Frontal do Memorial do Imigrante
Portal
do Memorial do Imigrante
Cerimônia realizada no Memorial do
Imigrante, em 13/Out a 21/Nov de
2004, iniciativa do pesquisador Paulo
Kasseb, em homenagem à ETAv –
Presentes o Comandante do IV COMAR,
Maj.-Brig.-do-Ar
Vilarinho,
e
o
Comandante da EEAer, Brig.-do-Ar
Scher
11 - MEU VELHO MACACÃO DE VÔO 1.944 – 60 anos! BASE AÉREA DE NATAL – RN etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
ESCOLA TÉCNICA DE AVIAÇÃO - Brig.-do-Ar Carlos G. S. Porto
Sargento Bottene – Artemio Meu velho e Fiel
companheiro, de tanta andança altaneira, pelos Céus percorri. Sobre o Mar e sobre a terra, durante a Paz e a Guerra, não me separei de ti. Mas, esta vida da gente, é como a água corrente, que passa, que vai rolando! E os amigos, os amores, as alegrias e as dores, tudo se esfuma passando. E quase choro ao pensar que um dia, quando eu faltar, passarás de mãos em mãos. Finalizar desprezado em qualquer canto do chão, como cama de um cão. No que depender de mim, não quero que seja assim. Pois faço um pedido: Na derradeira viagem para a final decolagem, quero ir contigo vestido. INAUGURAÇÃO
A Escola Técnica de Aviação, embora tenha iniciado suas atividades em 22 de
novembro de 1943, com apenas 4 alunos, a inauguração oficial ocorreu em 2 de maio
de 1944, com a presença do senhor Presidente da República Getúlio Vargas. É o que
nos conta o Cel. Lucena, em sua obra “Trajetória Especialista”, fruto de intensa
pesquisa realizada, escrita nos anos em que serviu na Escola de Especialistas da
Aeronáutica.
Aspecto da solenidade de inauguração da Escola Técnica de
Aviação em 02 de março de 1944, vendo-se o ministro Salgado
Filho discursando, ao centro, o governador de São Paulo
Fernando Costa e o Presidente Getúlio Vargas.
Naquela ocasião, relata Lucena, o Ministro da Aeronáutica, Joaquim Pedro
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ESCOLA TÉCNICA DE AVIAÇÃO - Brig.-do-Ar Carlos G. S. Porto
Salgado Filho, proferiu seu discurso, do qual destacamos alguns trechos:
“Senhor Presidente, à crítica poderá parecer estranho que inaugure Vossa
Excelência este estabelecimento depois de estar em funcionamento, mas, na
aeronáutica tudo tem que ser feito com antecipação. E, assim, enquanto em outros
serviços se inaugura a obra por acabar, aqui muitas vezes procedemos
diferentemente. É da própria arma; a aviação tem que andar avançada, e isso tem
acontecido em nosso país. Ainda mesmo agora, em que seguindo as diretrizes de
Vossa Excelência, antecipou-se a remessa de forças que fora do território nacional,
seguiram a lutar ao lado dos nossos aliados, em bem da salvação do mundo.
Esta escola é o maior empreendimento que poderia agora ser levado a efeito
pelo progresso e fortalecimento da aviação nacional.
Força Aérea que não tem mecânicos para assisti-la é aviação destinada a ficar
em terra. Daí a relevância desta realização que, só com o descortino de Vossa
Excelência seria possível concretizar-se agora no Brasil, porque realmente o que
estamos fazendo nesta escola, graças à cooperação norte-americana, ao esforço do
general Arnold em nos ceder o material, é extraordinário.
Esse material vai a mais de quatro milhões de dólares – oitenta milhões de
cruzeiros -, e o que presentemente vemos é , tão-só, o início do que está chegando
em dois navios com 664 volumes, além de possantes aviões quadrimotores, que com
os aparelhamentos nos trouxeram também os instrutores em número de 130.
É uma escola que, tendo uma parte cultural mínima, objetiva dar uma instrução
prática, para que os alunos daqui saídos possam exercer imediatamente, com
eficiência, a sua profissão das mais necessárias, não só à Aeronáutica, como também
à indústria nacional, porque, se é certo que nos primeiros anos não nos será
permitido dispensar mecânicos aqui formados, porque as necessidades de nossa
aviação estão a exigir número muito superior aos que preparamos anualmente, mais
tarde haverá essa possibilidade.
De início, formaremos 600 técnicos, mas já projetamos elevar esse número a
mil, mesmo assim ficando aquém dos elementos de que estamos precisando.
Ao lado da nossa escola regular em que a parte cultural é mais aprimorada, pois
levam ali os mecânicos dois anos no curso, aqui em certas especialidades serão
suficientes 28 semanas para o aperfeiçoamento (...). Aqui estão sendo adestrados
alunos não só para a conservação do material, como também ao resguardo das
criaturas, na utilização dos aparelhos hoje indispensáveis à aviação moderna de que
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
ESCOLA TÉCNICA DE AVIAÇÃO - Brig.-do-Ar Carlos G. S. Porto
se servem os pilotos e os contingentes de pára-quedistas (...).
Devo dizer que eu tinha receio, pelas nossas suscetibilidades, em trazer
estrangeiros para o ensino técnico em nosso país, mas verifiquei que era impossível
obtermos técnicos entre nós para esse aparelhamento, o mais moderno da indústria
americana; precisávamos também dos instrutores. Ao termos de dar instrução de
rádio na Escola de Especialistas do Galeão, houve impossibilidade material dessa
realização, por não existir um técnico em condições de ministrar essa especialidade.
Foi preciso para isso, graças à dedicação e ao esforço dos nossos oficiais, retirar
alguns deles da tropa para ensinar àqueles alunos. Aprimoram-se no estudo cultural,
para preparar os técnicos de que precisávamos (...).
Os técnicos americanos que aqui se encontram estão admirados com a
inclinação para as especialidades demonstrada pelos nossos homens, assombrados
com a sua dedicação, sua inteligência, sua curiosidade (...).”
VISITA DO GENERAL MARK CLARK
Da obra, “Trajetória Especialista”, do Cel.Int.Aer. Berilo de Lucena Cavalcanti,
destacamos:
“Na formatura da 23ª Turma da E. T. Av. 21 Jul 45, esteve presente o General
Mark Clark, que comandou, na 2ª Guerra Mundial, o V Exército Aliado, ao qual estava
integrada a Força Expedicionária Brasileira (FEB). Desse escalão expedicionário
faziam parte, como unidades da FAB, o 1º Grupo de Aviação de Caça e a 1ª
Esquadrilha de Ligação e Observação”.
O general Mark Clark, comandante do V Exército
americano e o General Mascarenhas de Moraes,
comandante da FEB, estudam os mapas de operações,
na Itália.
“Na solenidade militar, o grande cabo de guerra americano usou da palavra
dizendo do prazer de se encontrar naquele instituto, onde técnicos estavam sendo
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graduados, congratulando-se com os funcionários e instrutores norte-americanos e
brasileiros que trabalhavam em conjunto para chegar a tal resultado.
E prosseguiu: “É o mesmo quadro que trabalhou em cerrada colaboração na
Europa e obrigou as tropas alemãs a conhecerem o amargor da derrota. A admiração
e respeito mútuos desenvolvidos através da luta no solo e no ar, amassados em suor
e sangue, devem continuar para sempre e perpetuar os laços de amizade entre os
dois países.
Ouvi falar muito de vossa cidade antes de vir a São Paulo. Quando a FEB
chegou para servir na Itália, quis saber de onde vinham aqueles soldados cheios de
pletora e entusiasmo que costumavam dirigir “jeeps” e caminhões de duas toneladas
a oitenta quilômetros por hora. Alguém sugeriu que andassem mais devagar, mas
responderam-lhe que era impossível, pois esses rapazes vinham de São Paulo, a
cidade de movimento mais rápido do mundo. E eu não queria retardá-los por nada
deste mundo, porque eles deram uma enorme contribuição à paz que estabelecemos
na Europa. Tenho a dizer-vos que vos deveis orgulhar da vossa Força Expedicionária.
Que Deus vos proteja”!
Continua, o Cel. Lucena, a narrar, durante o almoço realizado no Salão das
Bandeiras da E. T. Av., a saudação de agradecimento do General Mark Clark, da qual
destacamos alguns trechos:
“...Desde os dias sombrios de 1942 o Brasil marchou ombro a ombro com os
Estados Unidos nesta guerra. O Brasil resolveu traduzir os seus pensamentos em
ação, não se contendo com palavras.
Primeiramente cedeu suas bases, as quais possibilitaram às forças aéreas e a
armada limpar os mares que contornam esta grande nação. E foram essas mesmas
bases que nos ajudaram a prosseguir na guerra no norte da África.
Não ficou aí, porém, a contribuição do Brasil que nos enviou valentes tropas do
ar e de terra para os combates da Itália, todas elas animadas pelo desejo de
desembaraçar o mundo dos cães raivosos que queriam destruir a nossa maneira de
viver e a nossa democracia.
A presença do Brasil nos campos da Europa mostrou aos alemães que o Brasil
não tinha reivindicações territoriais. A única terra européia que os heróicos filhos
deste país reivindicaram para si, foi apenas a suficiente para enterrar os seus
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
ESCOLA TÉCNICA DE AVIAÇÃO - Brig.-do-Ar Carlos G. S. Porto
gloriosos mortos.
Lembrar-me-ei, sempre, daquele dia em que tive o privilégio de passar em
revista o 6º Regimento de Infantaria composto em grande parte de elementos desta
região paulista. Era o dia de Caxias, dia 25 de agosto de 1944. Lembro-me quão
emocionado fiquei com o aspecto geral dos soldados, todos de olhar enérgico e
decidido. E a minha emoção foi maior quando deles ouvi “Deus Salve a América”.
O general Mark Clark, comandante dos aliados na Itália,
passa em revista as tropas brasileiras. (foto do Arquivo
Nacional)
Como comandante estrangeiro, tenho certeza que compreendeis os meus
sentimentos, quando me foi confiada a Força Expedicionária Brasileira. Havia
duas maneiras de empregar a F.E.B.: reserva-la para uma ocasião mais fácil, para
uma vitória certa, ou empregá-la em duras tarefas. E como havia falta de tropas,
resolvi adotar esta última alternativa. E vossas tropas, nos mais duros momentos,
não se queixaram. Tiveram suas perdas, passaram um rígido inverno num terreno
montanhoso, num frio tão intenso que a maioria delas jamais havia visto igual. Mas
continuaram. Prosseguiram com um denodo invulgar. Depois...como era lógico,
estiveram o ano todo nas linhas de frente, procurando alemães onde quer que
estivessem. Mais tarde, deslocamos a Força Expedicionária Brasileira para o setor
central ao sul de Bologna, onde tive o prazer de visitá-la em Porreta Terme, assim
como o general Mascarenhas de Morais.
... Tínhamos exatamente 1.400 soldados a mais que os alemães. Uma
superioridade muito pequena para atacar em um terreno montanhoso e de
obstáculos quase insuperáveis.
... Os vossos “pracinhas” atiraram-se com denodo contra um inimigo bem
organizado e preparado, esculpindo no simbólico granito da vitória novas e belíssimas
páginas. Ao general Mascarenhas de Morais, a 148º divisão alemã, que durante
tantos meses se tinha oposto às nossas forças nas montanhas, rendeu-se. Milhares
de homens, centenas de veículos e grande quantidade de material bélico foram
capturados.
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
ESCOLA TÉCNICA DE AVIAÇÃO - Brig.-do-Ar Carlos G. S. Porto
Como já vos disse, hoje, pela manhã, na cerimônia de graduação, a campanha
na Europa se desenvolveu numa mútua camaradagem entre os combatentes
brasileiros e norte-americanos. E foi com essa camaradagem que ganhamos a
guerra, e será com ela que haveremos de manter a paz obtida à custa de tantos
sacrifícios.
Como tive ensejo de vos dizer durante a vossa graduação, a admiração mútua
que alimentamos nos campos de batalha, entre os combatentes, homens do Brasil e
homens dos Estados Unidos, deve continuar durante os anos vindouros, porque da
mesma forma por que ganhamos a guerra, ainda temos que ganhar a paz.
Tendes ótimas razões para vos orgulhardes da vossa Força Expedicionária
Brasileira”.
Ao final apresentou sua comitiva composta pelo general Gareche Ord,
colaborador na criação da E.T.Av.; general Donald Brann, chefe da 3ª divisão do 5º
Exército; Ten.Cel. Crittenberg, da 10ª Divisão, que lutou na França; e de sua esposa,
segundo o general Mark Clark o perseguiu até o Brasil.
AJUDÂNCIA
Ficha Individual do Aluno Nazareno Medeiros
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
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Folha de Alterações – 3º Sgt Q.RT-TE Nazareno Medeiros, quando servia na Diretoria
de Rotas Aéreas
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
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Folha de Alterações do 3º Sgt Artemio Bottene quando servia na Base Aérea de Natal
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
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Folha de Alterações do 3º Sgt Francisco Reynaldo Rodas quando do seu ingresso na
Escola Técnica de Aviação em 5 Nov 1945
Cartão de Identidade
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
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Protocolo de Admissão – Controle da documentação de candidato
CENTRO MÉDICO
MINISTÉRIO DA AERONÁUTICA
ESCOLA TÉCNICA DE AVIAÇÃO
SÃO PAULO CENTRO MÉDICO CARTÃO DE SAÚDE INSTRUÇÕES 1. – O registro será mantido nesta fórmula de todas as vacinas aplicadas em
militares e civis da ESCOLA TÉCNICA DE AVIAÇÃO, sob a fiscalização do CENTRO MÉDICO.
2.- O registro das inoculações será feito no momento da mesma, pelo próprio oficial
médico ou por um auxiliar: o médico aporá sempre a sua rubrica.
3. – No caso de um funcionário civil, qualquer seja seu cargo, esse detalhe será
especificado no lugar para “Unidade ou Estabelecimento”.
4. – Os registros devem ser conservados junto à carteira de identidade e deverão
ser apresentados ao oficial médico na ocasião do exame médico temporário.
5. – As vacinações feitas estão devidamente anotadas no livro de Registro de
Vacinação, Revacinação e Soros do Pessoal, do arquivo do Centro Médico da E. T. Av.
6. – É necessário aplicar novamente a vacina, injeção ou reação imunizadora, caso
não haja nenhuma das reações conhecidas.
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Registro de Vacinação do Aluno Nazareno Medeiros
Vacina contra Varíola – 3/4/46
Vacina Tifo-Paralítica e Anotoxina Tetânica
1ª dose – 3/4/46; 2ª dose – 25/4/46; 3ª dose – 10/5/46
Vacina contra Febre Amarela – 2/10/46
Outras Vacinas
Anti-gripal – 1 cc em 25/3/46
Anti-meningite – 0,3 cc em 9/4/46; 0,7 cc em 24/4/46; 1 cc em 7/5/46
O portador ao ser diplomado pela E. T. Av. não apresenta defeito físico algum, goza perfeita saúde e
foi submetido à vacinação regulamentar.
São Paulo, 30 de setembro de 1947
Aluno 1730 Durval Santos de Oliveira -
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ESCOLA TÉCNICA DE AVIAÇÃO - Brig.-do-Ar Carlos G. S. Porto
1945
Aluno 192 Artemio Bottene - 1944
Aluno 120 Fleury Bottene - 1944
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
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ESPECIALIDADES DA E.T.Av.
Montador e Ajustador de Motores – AT – AM
Carpintaria – AT – CP
Costura e Entelagem– AT – CE
Chapas e Metal– AT – CM
Eletricista– AT – EL
Instrumentos de Avião – AT – IT
Máquinas e Ferramentas– AT – MF
Pintura e Indutagem– AT – PI
Manutenção e Reparação de Pára-quedas – AT – PA
Solda– AT – SL
Vulcanização– AT – VU
Manutenção e Reparação de Viaturas– AT – VI
Manutenção de Motor e Avião– AT – MAV
Manutenção e Reparação de Motor– AT – MO
Manutenção e Reparação de Avião – AT – AV
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
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Manutenção e Reparação de Hélice– AT – HE
Manutenção e Reparação de Sistema Hidráulico – AT - SH
Manutenção de Sistemas Elétricos – AT – SE
Manutenção e Reparação de Aparelhos Rádio – AT – RA – MR
Controladores de Vôo – AT – CV
Observador Meteorologista – AT – MT
Operador de Laboratório Fotográfico – AT – LF
Operação e Manutenção de Aparelhos Treinamento Simulado – AT – TS
Operação e Manutenção de Link Trainer – AT – LT
Operação e Manutenção de Teletipo – AT – TP
Almoxarife – EA – AL
Durante a cerimônia de formatura na E.T.Av. , era realizada a passagem da
Ferramenta Simbólica. Um aluno transmitia, nesse ato solene, a um outro aluno da
próxima turma a ser formada, uma chave inglesa.
12- 6ª Turma – 21 de outubro de 1944 –
(33 formandos) – Boletim
nº 227
Especialistas em Instrumentos de Aviões:
Jorge Martins
Azauri Jardim da Silveira
Olivio Guedes de Almeida
Christiano Fajano
Virgilio Pires Ferraz
Péricles Sandoval
87,47
87,25
85,88
85,60
84,97
80,84
Especialistas em Aviões:
Moacir
Borin
Bruno
Lekevicius
Francisco Dias Martins
João Batista Consolmagno
Jorge
Ruegger
Luiz
Gonzaga Zucchi la Farina
87,02
85,40
84,78
84,19
83,92
80,13
Especialistas em Sistemas Elétricos:
Geraldo Prado Sampaio -Primeiro 88,35
da Turma
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
ESCOLA TÉCNICA DE AVIAÇÃO - Brig.-do-Ar Carlos G. S. Porto
Odair
Teixeira
Buarque
de
Gusmão
Kleber Lago do Valle Mello
Luiz Antonio de Azevedo
Paulo Rubens Lopes Ribeiro Leite
Wolter Merbach
Avelino Ferri
Ayrton César de Lima
Levi Gopfert
Basílio Miguel Brito da Cunha
José Ribamar da Veiga Valle
86,96
85,31
85,06
84,67
84,59
84,00
83,22
82,83
82,26
79,15
Especialistas em Motores:
Artemio Bottene
José Francisco Dezotti
Evaldo de Faria
José Moraes
Adelino Borghetti
João Leonel Nóbrega
86,01
83,69
82,58
80,58
80,37
79,72
Especialistas em Manutenção de Pára-quedas:
Geraldo Silveira Nogueira
José Teixeira Gonçalves
Othoniel Almeida Leão
Wilson de Moura
84,93
82,37
79,93
78,81
13
- 14ª Turma – 03 de março de 1945
– (54 formandos) – Boletim nº 51
Especialistas em Sistemas Elétricos:
Romeu
Sbragio
José
Bonifácio de Castilho
83,81
82,50
Especialistas Controladores de Vôo: (1ª turma)
Francisco Drezza
Humberto Victorio Fatori
Jorge Siqueira Silveira
Jair Barros Ferreira
Wilson
César Cantergiani
Fleury
Bottene
Natalício Juvenal de
Souza
Milton Cruz
Adolfo Krasilchik
Renato Lensioni
Ariel Coelho de Souza
88,68
88,62
87,28
87,21
86,36
85,64
85,48
84,37
84,32
83,81
83,58
Especialistas Operadores de Rádio:
Alcides da Silva
Gunther Seligson
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
86,37
86,15
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Especialistas em Motores:
OlivioBergmann
Paulo de Oliveira
Walter Cavalieri
Constatino Fernandes
Junior
Gilberto de Freitas
Walter Ferreira Costa
Mario Tomazeli
Alfeu Henares
Landulfo Monteiro Filho
Célio Corrêa Medina
85,17
82,14
82,05
81,35
91,26
81,20
80,08
79,73
79,26
78,73
Especialistas em Aviões:
José Hilário Primo
José Esteves Sydow
Aldrvander Bueno Marques
Geraldo Carvalho
Aquilles Ayres Amiguini
Ronaldo Egberto Cardoso
Franco
82,84
81,73
81,70
81,44
81,29
80,50
Especialistas em Manutenção de Link-Trainer:
Floriano Arruda
Breno Granja Coimbra
Francisco Meissner
Hélio Alves de Carvalho
84,00
83,12
81,08
79,12
Especialista em Operador de Link-Trainer:
Ubyrajara D’Avila
Ribeiro
Carlos Gomes
85,83
83,30
Especialistas em Sistemas Elétricos (Estagiários):
Florisvaldo Camocardi
89,82
Alfredo Aquino Oliveira
84,12
Paulo José de Carvalho
82,79
Waldemar Estanislau de
Oliveira
80,81
Mário Delfino Machado
79,03
Primeiro
colocado
Estagiário
Exército
Estagiário
Exército
Estagiário
Exército
Estagiário
Exército
do
do
do
do
Especialistas em Trabalhos de Chapas de Metal:
Miguel Calux
87,42
Plínio Carpes Luconi
87,41
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
Estagiário
Exército
Estagiário
do
do
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Máximo Flores Derive
84,77
Cirillo
Costa Beber
82,14
Urbano Dias
81,44
Waldemar Aguiar Teixeira
87,18
Exército
Estagiário
do
Exército
Estagiário
do
Exército
Estagiário
do
Exército
Estagiário da FAB
Especialista Controlador de Vôo:
Tácito José Grubba
86,80
Estagiário da FAB
Especialistas em Aviões:
Jarbas Agrícola
Máxino Carlini
Nelson
Nizo Brizzi
Osvaldo Vinco
Alfredo Augusto Leite
87,71
87,00
85,92
83,82
82,96
Estagiário
Estagiário
Estagiário
Estagiário
Estagiário
ET
ET
ET
ET
ET
A formatura da 5ª turma de alunos desta Escola, realizada no dia 7 do corrente,
constituiu, como as anteriores, o grandioso espetáculo de civismo que soe coroar
quinzenalmente os esforços dos que trabalham nesta casa pelo engrandecimento da
aeronáutica brasileira.
Constituída desta vez de 34 alunos de várias especialidades, foi a 5ª turma
paraninfada pelo prof. Melo Morais, digno secretário da Agricultura, que, atendendo ao
convite do Comandante da Escola, emprestou com sua presença maior brilhantismo às
solenidades. Também estiveram presentes no palanque oficial, entre numerosas outras
pessoas, o Ten. Guedes de Figueiredo, representando o Sr. Interventor Fernando Costa;
Heráclito de Almeida, representante do Dr. Aguinaldo de Góes, diretor de Trânsito; Otávio
Machado de Barros, representante do Sr. Secretário da Educação; José Teixeira Porto; pelo
Sr. Secretário da Viação; oficialidade da Escola, instrutores, funcionários e representantes
da imprensa.
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
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Após as cerimônias de estilo, falou o Ten.Cel.Av.Eng. João Mendes da Silva, que, em
rápidas palavras, apresentou as despedidas da Escola aos graduandos e concitou-os a
terem sempre em mente o compromisso assumido para com a Pátria, simbolizada no
Pavilhão Nacional.
O DISCURSO DO SR. JAMES BLAKELEY
A seguir, usou da palavra o Sr. James Blakeley, Diretor da Escola, e cujo discurso, a
seguir transcrevemos:
“Hoje é o dia da sua formatura que representa muitos meses de esforço, cooperação
e coordenação entre duas grandes nações, os Estados Unidos da América e o Brasil.
Durante estes meses, Norte Americanos e Sul Americanos trabalharam estritamente unidos
afim de que o ideal do Pan-Americanismo pudesse ser realizado e concretizado na sua obra
futura. Os seus esforços nesta Escola foram testemunhados pelos representantes Norte e
Sul Americanos que se acham diretamente interessados no progresso deste
estabelecimento. É, portanto, natural que continuemos a observar as suas atividades
mesmo após deixarem a Escola.
Vocês vão ingressar agora no mundo da aviação onde porão em prática muitas das
coisas que aqui aprenderam como estudantes. No futuro, a sua própria reputação, a desta
Escola e mesmo a do Brasil repousará no resultado dos seus esforços.
Todos os seus instrutores, as Administrações Civil e Militar lhes desejam muita
felicidade, trabalho profícuo e boa viagem.”
OUTROS DISCURSOS
Também falou o Sr. John Paul Riddle, em cuja substanciosa oração exaltou a
cooperação entre o General Arnold e o Governo Brasileiro, havendo louvado a dedicação do
Ministro Salgado Filho. Usou a seguir o microfone o 3º Sargento Brasil Dias Cunha, orador
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
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oficial da turma, que expressou os sentimentos de seus colegas, na hora em que deixam a
Escola para entrar em atividade colocando em prática os ensinamentos aqui obtidos.
PALAVRAS DO PARANINFO
Encerrando a série de orações, o prof. Melo Morais pronunciou o discurso abaixo:
“Ressoam aos meus ouvidos as palavras com que fui convidado a paraninfar a luzida
e esperançosa quinta turma, que se gradua por este modelar Estabelecimento de ensino
técnico. É que elas me disseram: “Creia-me, doutor Melo Morais, que este convite, que
espero seja aceito por V.S. é uma demonstração sincera da gratidão pelo muito que tem
feito pela nossa Escola”. E partiram do Tenente Coronel Mendes da Silva, que vive aqui,
inteiramente devotado ao preparo da juventude em flor, que será amanhã o sólido esteio
para consolidar a Aviação Militar ou Civil no Brasil.
Bem sei que o que se me afirmou a esse respeito traduz, mais uma cativante
gentileza do que a realidade. Permita-me por isso, que eu lembre: esta admirável Escola
Técnica de Aviação, que já é orgulho do País, foi criada com incrível rapidez, graças à
cooperação leal dos Estados Unidos e do Governo do eminente Presidente da República, Dr.
Getúlio Vargas.
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
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A América, que Colombo pôs em destaque aos olhos da Europa de ontem, dos
navegantes ousados, foi o berço da Aviação, do mais pesado do que o ar. Santos Dumont é
brasileiro, descendente de lavradores paulistas. Os irmãos Wright são da terra prodigiosa
de Tio Sam. Pense-se nisso e dir-se-á que havia uma predestinação para que, em São
Paulo, viesse a ser instalada, como o foi, esta Escola Técnica.
Pouco importa que Leonardo da Vinci se tenha ocupado com a questão. Ele
imortalizou Mona Lisa, na tela, mas não levantou vôo em busca das alturas. O avião só
abandonou o solo com Santos Dumont. Mais tarde, a América e São Paulo se entrelaçaram
para a instalação deste extraordinário Estabelecimento de ensino, na Piratininga Anchieta.
Salgado Filho, com sua lúcida visão de patriota, mostra que é, de fato, notável
Ministro do Ar. Fernando Costa não lhe regateia auxílio para que a Escola entre
imediatamente em funcionamento. Uma plêiade de oficiais, habituada a sulcar com denodo
os céus do Brasil e de outros países, integrou-se nessa obra de acendrado patriotismo. E o
Senhor John Paul Riddle trouxe, pelo ar, tudo que era necessário par a novel Escola.
Não se admire,
portanto, que aqui tremule ao vento a bandeira do Brasil ao lado da
dos Estados Unidos. É que a Escola Técnica de Aviação de São Paulo é conseqüência da
cooperação amiga das duas Américas, da do Norte e da do Sul.
Estou certo de que os graduandos de hoje jamais se esquecerão disso e serão
intransigentes defensores da fraternidade americana. Por outro lado, tenho arraigada
convicção de que saberão honrar os dedicados e ilustres dirigentes e professores desta
magnífica Escola, patenteando lá fora, na vida prática, que saíram deste Estabelecimento
devidamente habilitados a cooperar para que a Aviação no nosso país, quer na paz, quer
nas agruras da guerra, seja efetivamente digna de louvores e de justificados encômios. Ela
será o elo mais robusto para conservação da unidade do Brasil, que precisa permanecer
estruturado da maneira como nos legaram os nossos maiores. Sem isso, ele não será uma
nação rica e poderosa.
É, portanto, lícito que declare aos meus jovens paraninfados: amem ardentemente a
profissão que escolheram. Exercitando-a com afinco, estarão ajudando eficientemente a
forjar a grandeza do Brasil de amanhã”.
ENTREGA DE PRÊMIOS
Serenados os aplausos, procedeu-se a entrega das divisas pelas madrinhas aos novos
graduandos de curso. O paraninfo efetua então a entrega dos prêmios, a saber: “Prêmio de
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
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Disciplina F.A.B.” – Nelson Scatena. “Prêmios de Aplicação” – Sistemas Elétricos –
Oswaldo
Sassi; Motores – Amaurilio Leonel de Alencar Peixoto; Páraquedas – José Pereira de Mello;
Aviões – Daniel Chain; Soldagens – Afrânio Pereira Duque.
Encerrando as solenidades, houve desfile dos graduados e da tropa. Na Sala de
Comando, durante a recepção oferecida aos convidados, efetuou-se a entrega de artística
lembrança, oferta da quinta turma ao seu paraninfo, prof. Melo Morais. OS NOVOS ESPECIALISTAS
Foram estes os alunos que constituíram a quinta turma de especialistas:
Especialistas em Motores
Danilo Mendes de Vasconcelos
Mário Daher
Fernando Nogueira Ribeiro
Nelson Scatena
Alberto Preto
Josué Vieira
Alexandre Xakur Júnior
Amaurilio Leonel de Alencar Peixoto
Carlos Penteado Espírito Santo
Especialistas em Manutenção de Pára-quedas
Rubens Mota
José Pereira de Melo
Antonio Borges da Silva
José Almeida Azadinho
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
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Especialistas em Sistemas Elétricos
Amadeu Berling Júnior
José Xavier
Luiz Carlos Neves D’Avila
Henrique Gambiaghi
Oswaldo Sassi
Especialistas em Aviões
Rutilo Vicente do Amaral
Brasil Dias Cunha
Daniel Chaim
Jacob Goldveig
Francisco Nogueira Cardoso
João Batista Cerqueira Mota
Amulio Martinelli
Ney de Barros Vaz
Especialistas “Soldadores”
Walter Martins de Abreu
Álvaro Média
Geraldo Barreto de Abreu
Nelson Boralli
Edwin Henry Edmond Devéze
Afrânio Ferreira
Duque Fernando de Assunção
Rubens de Almeida Portes
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
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UMA REPORTAGEM SIMPÁTICA
Cresce cada vez mais o interesse da Imprensa de São Paulo e do Brasil, pela nossa
Escola. Quase que diariamente os jornais de todo o país publicam notas e reportagens
contendo elogiosas referências a esta organização de que tanto orgulho nos dá.
Muitos são os jornalistas que nos procuram e, à proporção que as nossas novidades
são divulgadas, maior é o número deles, sempre desejosos de escrever alguma coisa nova
a nosso respeito. Revistas, jornais e muitos órgãos de divulgação, já sabem aquilatar
perfeitamente o que representa para o público o grande número de novidades que
guardamos aqui dentro. O noticiário tem sido amplo e cada vez mais, o auxílio da
Imprensa tem vindo ao nosso encontro para divulgar a grandeza de nossas finalidades.
Muitos nos visitam e bem cedo deixa transparecer o entusiasmo por tudo que lhes é
dado observar.
Recentemente, entre muitos daqueles que nos honraram com suas visitas,
convidados pela Secção de Propaganda, compareceu a esta Escola o conhecido redator
aeronáutico Anésio Gaudie Ley do Amaral, que depois de uma longa e pormenorizada
visita, fez publicar com a colaboração de seu colega Hilário Corrêa, na revista “Velocidade”
uma simpática e carinhosa reportagem, onde é apresentada a mais interessante visão
desta Escola.
Trata-se, sem dúvida, da melhor apresentação feita por elemento estranho e a
atenção com que foram tratados todos os problemas, permitiu a mais franca acolhida por
parte de todos os colaboradores desta Escola.
A forma feliz de nos apreciar e as referências oportunas, feitas pelos redatores de
“Velocidade”, mostraram-nos que bem cedo essa nova revista aeronáutica será uma das
melhores e mais bem formadas no assunto, em todo o Brasil.
O BRIGADEIRO DO AR ALTAIR ROSANI EM VISITA À E. T. Av.
O Comandante da 1ª Zona Aérea, com sede em Belém, Brigadeiro do Ar Altair
Rosani, esteve em visita a esta Escola, no dia 6 do corrente.
Recebido com as honras a que tem direito, o ilustre oficial percorreu depois todas as
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
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dependências da E. T. Av. acompanhado pelo Comandante e outros Oficiais desta Escola.
NA E. T. Av. O DIRETOR DO SERVIÇO DE SAÚDE DA AERONÁUTICA
O Cel. Méd. Dr. Angelo Godinho, Diretor do Serviço de Saúde da Aeronáutica,
estando nesta Capital, deu-nos o prazer de sua visita, no dia 4 p.p., fazendo-se
acompanhar pelo Ten. Cel. Méd. Dr. Delfino Freire de Rezende, Chefe do Serviço de Saúde
da 4ª Zona Aérea.
Depois de serem recebidos na Sala de Comando, os visitantes dirigiram-se para o
Centro Médico da E. T. Av., acompanhados pelo seu diretor Ten. Ed. Dr. Fernando Martins
Mendes.
UMA VETERANA DO ESPAÇO
Desde o dia 1º p.p. passou a fazer parte do Departamento de Pára-quedas, a Srta
Ada Rogato, comissionada pela Secretaria de Agricultura.
A nova auxiliar da E.T.Av. possui uma folha de serviços à aviação brasileira que honra
o seu sexo, pois foi brevetada pelo Departamento de Aeronáutica Civil e pela “Federation
Aeronautique International”, contando já 425 horas como piloto em 15 tipos diferentes de
aviões, entre os quais alguns considerados de guerra.
Ada é popularíssima nos meios aeronáuticos brasileiros, tendo-se destacado em
vários concursos de acrobacia da “Semana da Aza”.
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
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Além disso, tem ela os 3 brevês de planadores, sentindo-se à vontade no comando
desses pássaros silenciosos.
No pára-quedismo, entretanto, é que a focalizada encontrou as suas melhores
“chances”. Foi a primeira aluna do decano desse perigoso esporte, Charles Astor, sob as
vistas de quem, realizou os primeiros saltos femininos no país. Depois, já confiada em si
mesma, completou 14 saltos, um dos quais ficou marcado pela sua originalidade, por ter
sido feito à noite, em conjunto com mais 5 outros pára-quedistas e sobre a Baía de
Guanabara. Perante enorme multidão apareceram 6 esferas luminosas no espaço e caíram
lentamente sobre o mar. Charles Astor conseguiu esse magnífico efeito, entregando uma
lâmpada de pilha a cada pára-quedista, que a acionou contra a cúpula de seda, logo depois
que esta se encheu de ar!
Ada tem uma estatística interessante: vem marcando desde o primeiro, os nomes
dos passageiros que ela batizou no vôo e conta já 600 pessoas nesse rol. Estes dados
foram obtidos no Aeroclube de São Paulo, a revelia da sua modéstia e simplicidade.
De origem humilde tem entretanto uma fibra igual a de Amélia Earhart, Jean Batten
ou Amy Mollison.
Tais conquistas são conseqüência única do seu trabalho, das suas qualidades e
sobretudo de sua perseverança.
SECÇÃO
DOS ALUNOS
NOSSA VISITA À CRUZEIRO DO SUL
Descrita pelo aluno Aldo Caropreso
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
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Os alunos visitantes formados à frente de um dos gigantescos quadrimotores da “Cruzeiro do Sul”, que
fazem a linha regular Rio – Buenos Aires
Decolou o possante quadrimotor “Arumani”, irmão gêmeo do “Abaitará” da Cruzeiro
do Sul Ltda., no aeroporto de Congonhas rumo ao Rio, às 9,40 horas de segunda-feira, dia
2 p.p., com nosso Comandante Ten. Cel. João Mendes da Silva, srs. Blakeley, Englund,
Stewart, Mueller, Clews e os alunos: João Enio M. Pereira, Humberto V. Fattore, Danilo M.
de Vasconcellos, Aldo Caropreso, Artemio Bottene, Francisco Drezza, Guilherme Moore,
Francisco D. Martins, Nelson Melges, Onofre Gardim, Octavio B. Junior, José Moraes, João
Motta, Francisco Cardoso, Oswaldo Sassi, Luiz C. N. D’Avila, Raymundo B. de Souza,
Gumercindo Gimenez, Frederico Reffert e Jorge Martins, para nos proporcionar uma
maravilhosa viagem e interessante visita.
Afastamo-nos de São Paulo, ganhando rapidamente altura vencida pelos quatro
motores do “Arumani”, que às 10 hs. e 10 ms. estava a 2.200 metros, sobrevoando a
costa. Mais 17 minutos e víamos só o oceano que se confundia com o céu: e estávamos a
2.500 metros de altitude.
O tempo estava bom e a viagem ótima.
Três colegas jogavam o “cachangá”.
O Gardim dizia parecer ouvir o toque de rancho da Escola (“miragem”).
Avistamos a silhueta de algumas montanhas, que com o mar formavam uma
paisagem maravilhosa.
Às 10,47 horas já nos aproximamos do Rio. Avistamos o Corcovado, em vôo de 1.000
metros. Logo mais nosso “tapete mágico” nos levou diretamente sobre o mais belo
panorama, em que tomava parte a natureza e o dinamismo dos brasileiros. A baía de
Guanabara, com suas enseadas e praias que começam com o branco da espuma, passa ao
verde e azul, confundindo-se no horizonte com o céu.
O “Arumani” faz a tomada de campo. Reduz os motores e desliza na pista do
Aeroporto Santos Dumont, na Ponta do Calabouço, às 10,58 horas.
*
Desembarcamos. Nosso repórter fotográfico e o da Cruzeiro “batem chapas” ao lado e
à frente do “Arumani”.
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
ESCOLA TÉCNICA DE AVIAÇÃO - Brig.-do-Ar Carlos G. S. Porto
No Aeroporto cumprimenta-nos o Sr. John Paul Ridlle.
Nossa visita às modernas instalações da Cruzeiro, teve inicio no departamento de
levantamentos aero-topográficos. Acompanharam-nos com atenciosas e detalhadas
explicações os srs. Paulo Barros e Amílcar. Demonstrando que a “Cruzeiro”, com seus
técnicos, engenheiros e aparelhamentos modernos, é capaz de fazer o levantamento de
grandes áreas de território, com curvas de relevo exatas. O Estereoplanígrafo, foi uma das
interessantes obras primas da engenharia moderna que nos foi mostrada pelo sr. Placidino
com detalhadas explicações.
Aspecto do lauto almoço oferecido aos dirigentes da E.T.Av., no refeitório do aeroporto
Flagrante apanhado no Aeroporto Santos Dumont, à chegada da comitiva
Outra demonstração interessante foi a do Mult-plex (Aeroprojetor). Esse aparelho
corrige as pequenas diferenças de níveis, ângulos laterais e longitudinais produzidos entre
o espaço de tempo de uma e outra chapa, pelo avião.
Terminada a visita àquele departamento, rumamos às oficinas de revisão e reparação
do material aéreo. Iniciamos pela secção de instrumentos, que é completa, permitindo que
os aviões da “Cruzeiro” tenham sempre os instrumentos de bordo tecnicamente calibrados.
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
ESCOLA TÉCNICA DE AVIAÇÃO - Brig.-do-Ar Carlos G. S. Porto
Seguiram-se as secções de Chapas, Tornearia e Solda. São completas, com
aparelhamentos modernos.
No departamento de aviões, assistimos a uma das fases de revisão do DC 3 pelos
técnicos.
Em seguida, estivemos nos departamentos de: Rádio-transmissão, Hélices, Oficinas
de Aprendizagem e Secção de Hidráulica.
O Departamento de Motores é como os outros: modernamente aparelhado; segue
sempre as ordens técnicas. Depois de reparadas, examinadas e testadas, as peças são
levadas para a montagem do motor, que passará à prova final, com diversas horas de
funcionamento na câmara, à prova de vibração, na qual é permitido que o técnico observe
constantemente se há variações, como sejam de: temperatura, pressão, rotação, etc.
*
Às 14 horas foi-nos oferecido um lauto almoço e “cocktail” no refeitório do Aeroporto.
Usou da palavra, o representante da Cruzeiro do Sul Ltda., agradecendo nossa visita. Por
nós falou o colega Raymundo Barboza de Souza (235) agradecendo e demonstrando
sinceramente a sua e nossa satisfação, pela acolhida que tivéramos e pela atenção que nos
era dispensada.
No hangar, às 15 horas, assistimos a uma parte da inspeção ao “Arumani”, para, em
seguida, decolarmos rumo a São Paulo.
Às 16 horas fomos acompanhados pelo Dr. Paulo Souza Reis até o ponto de
embarque. No “Arumani”, às 16,55 horas, demos o “adeus” às pessoas que nos haviam
acompanhado e, minutos após, deixávamos o hospitaleiro solo carioca, rumo à Paulicéa.
Às 18,10 horas aterrávamos em Congonhas, satisfeitíssimos com o passeio.
“PORTO ALEGRE SAUDOSO”
Ao contemplar este “Chorão” da Escola,
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
ESCOLA TÉCNICA DE AVIAÇÃO - Brig.-do-Ar Carlos G. S. Porto
Sinto saudades dos “Chorões” de minha terra.
Ambos são belos e tristes.
Com o mesmo tédio que aparentam,
afagam as superfícies das águas.
Este ... um pequeno lago com peixes dourados,
“simples fantasia”
Aquele... realidade, águas verdes do rio Guaíba
Águas que banham a “Cidade Sorriso”
Meu berço...
Minha terra natal.
(Sulista)
ALUNADAS
Por J. Siqueira e P. Zamboni
O Gaspar (437) é um “filante” de marca. Outro dia estava ele palestrando com o
Flamínio (435), e a todo momento pedia um cigarro. Acerta altura o Flamínio,
impaciente, observou-lhe:
- Ora, rapaz, você está fumando demais!
E o Gaspar:
- É... eu fumo, mas não “trago”.
- Bem, mas precisa trazer.
-------------------------- Dizem que agora na Lavanderia existe um novo “Calculista”, como o dos contos
de Malba Tahan, que prova por a + b que você “traz” o que “leva”. Sem dúvida é um
grande matemático!
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
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------------------------------ Consta que o próximo “show” será de “abafar”. Entre outras grandes atrações
de nosso rádio, teremos entre nós Carlos Galhardo, Dorival Caimi, Izaura Garcia, etc.
A “turminha de casa” também estará em frente ao micro.
Lista dos Oficiais da Escola Técnica de Aviação
Ten. Cel. Av. Eng. João Mendes da Silva – Comandante
Cap. Joaquim Bueno Brandão – Assistente Militar
1º Ten. Med. Aer. Fernando Martins Mendes – Chefe do C. M.
2º Ten. Av. Ariovaldo Vilela – Secretário
2º Ten. Med. Aer. José Gonzaga Ferreira de Carvalho
2º Ten. Med. Aer. José de Mores Camargo
2º Ten. Med. Aer. José Carlos D’Andreta
2º Ten. Med. Aer. Ruy de Carvalho Braga
2º Ten. Med. Aer. Alfredo Rocco
2º Ten. Med. Aer. Marcelo Pio da Silva
2º Ten. Pedro Celestino dos Santos
Asp. Of. Med. Aer. Olavo da Motta Cardoso
Aspirante Of. José Cabral de Almeida Amazonas
Aspirante Of. Clodoaldo Motta Accioly
Aspirante Of. Eurico Lacerda
Aspirante Of. Bdertholdo Costa Junior
Aspirante Of. Antonio José Nosé
Aspirante Of. Paulo Spitzer
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Publicado Para Interesse dos Alunos, Instrutores e Auxiliares da Escola Técnica de Aviação,
São Paulo, Brasil
JAMES BLAKELEY – Diretor
CORPO DE REDATORES – Temporário
Donald F. Peck.............................................Redador
Lucy Bloem................................................. Redatora Assist.
Ten. Ariovaldo Villela.....................................Redator Assist.
REDATOES ASSOCIADOS
Arman Williams.........................ARTISTA ASSOCIADO
Will H. Clews.............................ARTISTA ASSOCIADO
Sandy Saunders.........................SECÇÃO ESPORTIVA
Jack Mata..................................WHAT’S FZAING
J. Siqueira..................................ALUNADAS
P. Zamboni.................................ALUNADAS
Jeannette Chedick........................SECÇÃO DOS ALUNOS
Tip. AURORA Ltda. – São Paulo
PASSAGEM DE COMANDO
Na obra do Cel Lucena, “Trajetória Especialista”, encontramos a mensagem de
despedida do Ten.-Cel.-Av.-Eng. João Mendes da Silva, por ocasião da passagem de
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Direção da E.T.Av. ao Cel.-Av. Bento Ribeiro Carneiro Monteiro, ocorrida em 31 de
janeiro de 1949.
“Deixo a E.T.Av. após dois anos e dois meses de Comandante Interino e AgenteDiretor, além de três anos durante os quais eu fui Encarregado do Endoutrinamento
dos Alunos, Chefe da Administração Militar e Representante do Ministério da
Aeronáutica junto ao senhor John Paul Riddle.
A E.T.Av. é um estabelecimento onde a vida tem velocidade excepcional em
face mesmo de suas próprias necessidades. Assim o tem sido desde o 22 de
Novembro de 1943, quando dei a primeira aula; a partir desse momento acelerou-se
vertiginosamente o ritmo da vida, pois chegou a ter 2.300 alunos, 2.100 funcionários
e 321 instrutores.
À medida que o tempo passava, novos instrutores iam chegando dos Estados
Unidos, novos candidatos iam sendo por mim examinados e por mim matriculados.
Entretanto, poucos eram os oficiais de que eu dispunha para o trabalho na
Escola que crescia, diariamente, de modo assustador.
E assim se passaram cheios de lutas, suor, momentos de alegria e de tristeza
os anos de 1944 e 1945, anos de fascinante trabalho na Escola Técnica de Aviação.
À proporção que a E.T.Av. se desenvolvia apareceram inúmeros problemas,
devido:
1) ao seu funcionamento peculiar, diferente de suas congêneres da F.A.B.
2)à liberdade de ação que tinha o senhor J.P.Riddle de acordo com o seu Termo
de Ajuste, documento muito comentado, mas que fora imposto pelas circunstâncias
ao Ministro Salgado, como disse certa vez o Exmo Sr. Ministro Trompowsky a
respeito do mesmo:
“O contrato era oneroso para os cofres públicos, mas muito mais onerosa seria
a liquidação total da nossa Marinha Mercante ou os prejuízos morais conseqüentes à
inatividade da nossa Força Aérea e com os quais jamais se conformariam os nossos
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aviadores”. Eu próprio combati o Termo de Ajuste, mas fi-lo com pleno conhecimento
junto ao Sr. J.P.Riddle; fi-lo com as pouquíssimas possibilidades de que dispunha,
dentro das cláusulas e por entender que assim me comandava o patriotismo de
oficial da F.A.B.; tão certo eu estava que, não só obtive pelo raciocínio e persuasão
os fins que colimava em cada ocasião, como me foi possível preparar a Escola para o
desfecho de 29 de Setembro de 1946, quando a mesma iniciou vida nova, em novas
bases já estudadas e consubstanciadas em Organograma pronto desde Fevereiro de
1946, e em documento já apresentado como Anteprojeto de Instruções para o
funcionamento da E.T.Av., em Abril de 1947”.
Na verdade, desde o primeiro dia em que comecei a desempenhar as minha
funções na E.T.Av., delineei um projeto através do qual me seria possível obter e
usufruir o máximo de rendimento do trabalho do Sr. J.P.Riddle e seus auxiliares sem
nenhuma quebra de dispositivo do Termo, e preparar a Escola para a eventualidade
de trabalhar com a cooperação de um mínimo de americanos ao findar o Termo –
caso fosse obter os oficiais e formar os monitores para a substituição – ou pedir ao
Exmo. Sr. Ministro a aprovação de outro Termo, com o Sr. J.P.Riddle ou um de seus
auxiliares, mas radicalmente menos oneroso para o erário – caso não pudéssemos
obter oficiais, pois os monitores poderíamos formar nessa segunda fase, como aliás o
fizemos. A segunda solução foi escolhida pelo Exmo. Sr. Ministro.
Em março de 1946, foi denunciado pelo Exmo. Sr. Ministro Trompowsky o
Termo de Ajuste do Sr. J.P.Riddle e, como já especificado acima, celebrado um
contrato com o Sr. Harry Nelson Gill, que, pelo mesmo, tinha sob sua
responsabilidade somente a instrução técnica da E.T.Av., ficando tudo o mais sob a
responsabilidade do Comandante...
...Estava assim aprovado pelos Exmos. Srs. Presidente e Ministro o meu projeto
mediante o qual, com um contrato substituindo o Termo de ajuste, havia uma
economia prevista dpara o ano de Setembro de 1946 – Setembro de 1947 de Cr$
36.000.000,00 (trinta e seis milhões de cruzeiros) ou seja 40% da despesa anterior
da Escola, que foi de Cr$ 120.000.000,00, economia esta que se acentuaria no ano
de Setembro de 1947 – Setembro de 1948, à proporção que fôssemos substituindo
os 321 instrutores americanos, deixados pelo Sr. J.P.Riddle, por oficiais e sargentos
monitores que a própria Escola fosse formando; na realidade a economia realizada foi
maior ainda que a prevista...
...Estava realizado o meu primeiro objetivo que era de preparar a E.T.Av. com
uma “fase mista”, de transição, para se tornar integralmente brasileira, a partir de 31
de Dezembro de 1949, data de expiração do contrato do Sr. Gill, aproveitando a
experiência dos técnicos americanos durante Setembro de 1946 a Dezembro de
1949, experiência, que, aliás, reputo indispensável à Escola mesmo após 1949, em
bases, é claro, diferentes das atuais e de um pequeno grupo de 25 a 30 instrutores
para o Curso de Monitores, a fim de evitar que, sem indústria aeronáutica própria
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onde o progresso aviatório é sentido constantemente, caiamos em atraso em relação
à aeronáuticas dos outros países.
A vida continuou sobre novo aspecto, em 1947, quando ainda funcionamos sob
regime de créditos especiais e, em 1948, quando estamos funcionando no Orçamento
da República. A E.T.Av. consolidou-se assim em um prazo extremamente curto e hoje
pode ser apresentada como uma expressão genuína do trabalho dos oficias da
Aeronáutica.
Ao passar o Comando da E.T.Av. o meu trabalho se encontra próximo da sua
meta....
São inúmeros os momentos de infinito prazer que temos tido na Escola, todos
independentes da vontade dos homens e fruto do nosso trabalho, da nossa tolerância
e compreensão mútua. A primeira graduação a 10 de agosto de 1944, as graduações
seguintes até a de hoje; as vésperas de férias, quando os alunos sorridentes e
satisfeitos se preparam para partir, rumo às suas cidades natais onde ostentam com
garbo e satisfação o uniforme da Escola; os “shows”, as competições esportivas e os
bailes dos alunos; as cerimônias religiosas na capelinha da Escola; as páscoas; as
noites juninas e as férias que proporcionamos aos que não podem ir para casa, (em
uma fazenda perto de São Paulo, em cima da represa de Santo Amaro); tudo enfim
que dá prazer aos alunos porque a Escola existe por causa deles. Suas satisfações e
prazeres, bem como com suas tristezas são também satisfações, prazeres e tristezas
para os que servem na Escola.
A Escola Técnica forneceu a coluna-mestra dos serviços de manutenção e
reparação do material da Força Aérea e do Ministério. Para se ter a noção exata do
esforço, é necessário considerar que os alunos trabalham 45 horas por semana, e
que as férias escolares são apenas duas semanas no Natal e dez dias em Junho”.
O contrato entre o Ministério da Aeronáutica e o Sr. Harry Nelson expirou no
final de 1949, passando, a partir de então, a Direção Técnica da Escola a ser exercida
por um oficial da Força Aérea Brasileira. Os instrutores norte-americanos
permaneceram por ainda por mais um ano.
MUDANÇAS NA E.T.Av.
A Escola Técnica de Aviação, em decorrência do seu crescimento, em 1945,
ocupava vários prédios vizinhos, alugados pelo Ministério da Aeronáutica. Era
necessário pensar em construir novas instalações, procurar uma área que pudesse
viabilizar tal medida, mas os custos eram muito elevados.
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O Prefeito de Campinas, Dr. Joaquim de Castro Tibiriçá, chegou a oferecer uma
área de 60 alqueires, mas o negócio não chegou a ser concretizado. Os custos para
construir a nova Escola orçavam em Cr$ 250.000.000,00 (duzentos e cinqüenta
milhões de cruzeiros).
Pensou-se no Hipódromo da Mooca, no entanto, a Prefeitura de São Paulo tinha
um projeto de construir um parque para os moradores daquela região.
O assunto preocupava o senhor Ministro Trompowsky, que se manifestou a
respeito em uma reunião, ocorrida em 2 de janeiro de 1947, quando os oficiais foram
cumprimentá-lo pelo Ano Novo:
“Aguardo o pronunciamento do Chefe do Estado-Maior para então, com maior
soma de elementos, decidir a questão em audiência com o Chefe do Governo. Deixo
aqui consignada a vantagem para o País de colaborarmos no progresso de regiões
menos favorecidas pela natureza. O sentido de tecnicidade, se fixado em locais de
mais lenta evolução, poderá trazer grandes benefícios para a Nação.
É evidente que nessa época, quando todos desejamos comprimir as nossas
despesas de modo a combater a inflação e as conseqüências do após guerra, a
solução do problema das instalações definitivas da E.T.Av. ou, se decidido, da Escola
resultante da fusão das duas, E.E.Aer. e E.T.Av., ficará quase resolvida se for
realizada em um local que já disponha de instalações prontas para receber o pessoal
e o equipamento”.
Germinava a idéia de transferir a Escola para Natal.
Em 31 de março de 1947, o Ministro da Aeronáutica concedeu entrevista ao
Papel Pega Mosca, da qual destacamos os trechos:
...“Na base de Parnamirim em Natal, existem cerca de 600 edificações com,
praticamente, todas as facilidades necessárias à instalação da Escola Técnica,
conforme demonstrou o relatório apresentado pela comissão que designei fosse
estudar o assunto no próprio local e como também tive oportunidade de verificar
pessoalmente”.
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...Acresce ainda, - continuou o Senhor Ministro – que a reabertura de
determinadas necessidades nacionais paralisadas durante a guerra, vem
determinando providências do governo no sentido de desocupar e entregar os
próprios nacionais ou estaduais às suas legítima finalidades”.
Um fato curioso veio modificar o rumo dos estudos em andamento e ajudar na
solução do problema.
O Prefeito de Guaratinguetá, Dr. André Broca Filho participava, em Buenos
Aires, em 1949, de uma reunião sobre o desenvolvimento da Bacia do Rio da Prata e,
por acaso, ouviu a conversa do Prefeito de Natal, Dr. Silvio Pedrosa, com um Senador
do Rio Grande do Norte, sobre a necessidade de conseguirem a transferência das
duas Escolas para Natal.
No dia seguinte, bem cedo, abandonando a reunião, decolou para São Paulo, e
tão logo chegou, dirigiu-se ao Palácio do Governo e relatou ao Governador Adhemar
de Barros sua intenção de localizar em Guaratinguetá as duas Escolas, na área
ocupada pela Escola Prática de Agricultura. Aceita a sugestão, o Dr. Broca agenda
audiência com o Diretor de Ensino, Brigadeiro Antonio Guedez Muniz, que ao
reconhecer a vantagem desse oferecimento, o conduziu ao senhor Ministro, o qual
concordou com a providencial proposta.
Assim, a Lei Estadual nº 696, de 5 de março de 1950, autorizou o Poder
Executivo Paulista a doar à União as terras e as instalações daquela Escola.
Antes de se mudar para Guaratinguetá, a E.T.Av. abrigou a E.E.Aer. por curto
período, pois com a construção da ponte do Galeão pelo Ministério da Aeronáutica,
inaugurada em janeiro de 1949, foi preciso ceder espaço para a ampliação do
Aeroporto do Galeão.
Em 20 de junho de 1950, a E.T.Av. forma a 94ª Turma, composta de 8
Sargentos Especialistas e 3 Sargentos Monitor Técnico. A E.E.Aer., por sua vez,
forma a 21ª Turma com 92 Sargentos em cinco especialidades.
A Escola Técnica de Aviação publicou seu último Boletim em 31 de julho de
1950, e a Escola de Especialistas publica seu Boletim nº 1, em 7 de agosto do
mesmo ano, registrando:
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“O Coronel Bento Ribeiro assumiu o Comando da Escola de Especialistas da
Aeronáutica, estacionada provisoriamente
em São Paulo e que irá paulatinamente em
escalões para Guaratinguetá, à proporção que as instalações em construção naquela
cidade fiquem prontas.
Determinação de transferência de todo o acervo (pessoal e material) da E.T.Av.
para a Escola de Especialistas em cumprimento ao constante na letra “c” do Ofício nº
0721 anteriormente transcrito).
Tal documento, datado de 28 de março de 1950, tratava da transferência de
E.T.Av., da E.E.Aer. e do C.O.M. (Curso de Oficial Mecânico), estabelecendo o plano
de trabalho. O item “c” determinava:
“passagem de todo o acervo (material e pessoal) da Escola Técnica para a
Escola de Especialistas, devendo as transferências de carga e de pessoal, dessa
Escola para a Escola Técnica de Natal, ser propostas por intermédio da Diretoria do
Ensino, pelo novo Comandante da Escola de Especialistas”.
A transferência para Natal mudava de rumo.
Senado Federal
Subsecretaria de
Informações
DECRETO-LEI
N. 5.983 – DE 10 DEZEMBRO DE 1943 Aprova têrmo de ajuste entre o Governo
Brasileiro e cidadão norte americano, para
instalação da Escola Técnica
de Aviação O Presidente da República, usando da atribuição que lhe confere
o artigo 180 da
Constituição, DECRETA:
Artigo único .
Fica aprovado o têrmo de ajuste assinado a 29 de setembro do corrente ano
pelo
Ministro de Estado dos Negócios da Aeronáutica, em nome do Govêrno do Brasil,
e pelo
cidadão norte americano John Paul Riddle, para a cessão, organização
e manutenção de uma
Escola Técnica de Aviação, no Estado de São Paulo, nos
moldes da Embry Riddle School of
Aviation, existente na cidade de Miami, Estado
da Flórida, Estados Unidos da América do Norte. Rio de janeiro, 10 de novembro de 1943, 122º de Independência e
55º da República.
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GETÚLIO
VARGAS
Joaquim
Pedro Salgado Filho
Senado Federal
Subsecretaria de
Informações
LEI
N. 88 – DE 9 DE SETEMBRO DE 1947
Autoriza o Poder executivo a abrir, pelo
Ministério da Aeronáutica o crédito especial
de Cr$ 53.433.000,00 para
atender às
despesas relativas do exercício de 1947, com
o contrato
firmado para funcionamento da
Escola Técnica de Aviação de São Paulo.
O Presidente da República:
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
seguinte Lei: Art. 1º
E’ o Poder Executivo autorizado a abrir, pelo Ministério da Aeronáutica, o
crédito especial de cinqüenta e três milhões, quatrocentos e trinta e três
mil cruzeiros
(Cr$ 53.433.000.00), para atender às despesas relativas ao exercício
de 1947, com o
contrato firmado para funcionamento da Escola Técnica de Aviação
de São Paulo. Art. 2º
Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação. Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário. Rio de Janeiro, 9 de setembro de 1947, 126º da Independência e 59º
República.
EURICO
G. DUTRA
Armando
Trompowsky
Corrêa
e Castro
Senado Federal
Subsecretaria de
Informações
DECRETO
N. 24.065 – DE 17 DE NOVEMBRO DE 1947 Abre pelo Ministério da Aeronáutica, o
crédito
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
ESCOLA TÉCNICA DE AVIAÇÃO - Brig.-do-Ar Carlos G. S. Porto
especial
de
Cr$
53.433.000.00
para
pagamento de despesas com a
Escola Técnica
de Aviação de São Paulo.
O Presidente da República, usando da autorização contida na Lei
nº 88, de 9 de
setembro de 1947, e tendo ouvido o Tribunal de Contas, nos têrmos
do art. 93, do
Regulamento de Contabilidade Pública, DECRETA:
Artigo único –
Fica aberto pelo Ministério da Aeronáutica, o crédito especial de
cinqüenta
e três milhões, quatrocentos e trinta e três mil cruzeiros, para atender
despesas relativas ao exercício de 1947, com o contrato firmado para
funcionamento
da Escola Técnica de Aviação de São PauIo. Rio de Janeiro, 17 de novembro de 1947, 126º da Independência e
59º da República.
EURICO
G. DUTRA.
Armando
Trompowsky.
José
Vieira Machado.
Senado Federal
Subsecretaria de
Informações
DECRETO
Nº 24.538, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1948. Cria a Tabela Numérica Suplementar de
Extranumerário mensalista da Escola Técnica
de Aviação, do Ministério
da Aeronáutica. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando a atribuição que lhe confere o artigo 87, item I, da
Constituição, DECRETA:
Art 1º
Fica criada, na forma da relação anexa, a Tabela Numérica Suplementar de
Extranumerário mensalista da Escola Técnica de Aviação, da Diretoria do
Ensino de Aeronáutica,
do Ministério da Aeronáutica. Parágrafo único. As funções de que trata êste artigo serão
exercidas pelos servidores
cujos nomes constam da relação anexa. etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
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Art 2º A
despesa com a execução do disposto neste Decreto, na importância de Cr$
5.491.200,00 (cinco milhões quatrocentos e noventa e um mil e duzentos
cruzeiros) anuais,
correrá à conta da Verba I - Pessoal, Consignação II -
Pessoal Extranumerário, Subconsignação
05 - Mensalista, do Anexo 15 - Ministério
da Agricultura - do Orçamento Geral da República para
1948. Art 3º Êste
Decreto vigora a partir de 1 de janeiro de 1948. Art 4º
Revogam-se as disposições em contrário. Rio de Janeiro, 19 de fevereiro de 1948, 127º da Independência e
60º da República.
EURICO
G. DUTRA
Armando Trompowsky
Senado Federal
Subsecretaria de
Informações
DECRETO
Nº 27.879, DE 13 DE MARÇO DE 1950.
Transfere a sede da Escola de
Especialista de
Aeronáutica e da Escola Técnica de Aviação e
dá
outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , usando da atribuição que lhe confere o artigo 87, item I,
da Constituição Federal, e de acôrdo com a letra b
do art. 1º e o art. 26 do Decreto-lei número
9.888, de 16
de setembro de 1946, DECRETA:
Art 1º
Fica transferida para a cidade de Guaratinguetá, no Estado de São Paulo, a
sede da
Escola de Especialistas de Aeronáutica, que utilizará as instalações
da Escola Prática de
Agricultura, cedidas ao Ministério da Aeronáutica, na
conformidade do convênio assinado entre
êsse Ministério e o Govêrno do
Estado de São Paulo, em 6 de outubro de 1949. Art 2º É
transferida para a cidade de Natal, no Estado do Rio Grande do Norte, a sede da
Escola
Técnica de Aviação, que funcionará na parte sudoeste da Base Aérea
de Parnamirim. Art 3º Até
que seja dada nova Regulamentação às Escolas de que tratam os artigos
anteriores, o
Ministério da Aeronáutica baixará Instruções provisórias
para o funcionamento das mesmas,
enumerando os Cursos que funcionarão em cada
uma delas. Parágrafo único. Os cursos a que se refere êste artigo são os
que ora funcionam na
Escola Técnica de Aviação, em São Paulo, e na Escola de
Especialistas de
Aeronáutica, no Galeão, acrescidos, ou suprimidos, os que
forem do interêsse da
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
ESCOLA TÉCNICA DE AVIAÇÃO - Brig.-do-Ar Carlos G. S. Porto
Aeronáutica e distribuídos todos pelas duas referidas
Escolas, obedecida, ou não, a
distribuição atual, na conformidade das conveniências
do aludido Ministério. Art 4º O
Ministro da Aeronáutica providenciará a redistribuição das verbas orçamentárias
que,
em virtude do Presente Decreto, se fizer necessária e expedirá instruções
para a transferência
das Escolas. Art 5º Êste
Decreto entrará em vigor na data da sua publicação. Art 6º
Revogam-se as disposições em contrário.
Rio de Janeiro, 13 de março de 1950, 129º da Independência e 62º
da República.
EURICO
G. DUTRA
Armando Trompowsky
Senado Federal
Subsecretaria de
Informações
DECRETO
Nº 34.095, DE 7 DE OUTUBRO DE 1953. Extingue a Escola Técnica de Aviação
e dá
outras providências O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , usando da atribuição que lhe confere o artigo 87, item I,
da Constituição Federal, DECRETA:
Art 1º
Fica extinta a Escola Técnica de Aviação, cuja sede foi transferida para
Natal por Decreto
número 27.879, de 13 de março de 1950. Art 2º O
Ministro da Aeronáutica determinará o aproveitamento das instalações e
material
pertencentes à Escola Técnica de Aviação, de conformidade com os
interêsses da Aeronáutica.
Art 3º O
presente Decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições
em contrários. Rio de Janeiro, em 7 de outubro de 1953; 132º da Independência e
65º Da República.
GETÚLIO
VARGAS
Nero Moura
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
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60 ANOS DEPOIS – UNIDOS PELA AMIZADE
Francisco Drezza – Controlador de Vôo - 03
de março de 1945 - 14ª Turma –
Comemorando
80
anos
com
seus
companheiros da ETAv e familiares – Goiânia
– Fotos cedidas pelo Artemio Bottene
Sgt Aldo Schmidt e Artemio Bottene, grandes
amigos e bons companheiros, serviram na
Base Aérea de Natal - Reencontraram-se após
60 anos, quando visitavam a feira de
exposição no Memorial do Imigrante em 2004 32 - Semana da Asa - Vale do Anhangabaú
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
ESCOLA TÉCNICA DE AVIAÇÃO - Brig.-do-Ar Carlos G. S. Porto
Corpo de Alunos e Equipamentos de Instrução posicionando-se para o desfile –
Toque da Alvorada às 4h00, desfile às 11h00, mas valeu o esforço
Momentos de concentração – Corpo de Alunos atento ao corneteiro para o toque de
Ordinário, Marche!
Muita vibração e garbo durante o desfile
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ESCOLA TÉCNICA DE AVIAÇÃO - Brig.-do-Ar Carlos G. S. Porto
A Esquadrilha no Vale do Anhangabaú em frente ao palanque – Ao centro um oficial
do Exército; fazia parte do grupo de instrutores da ETAv
Desfile dos equipamentos – Em primeiro plano um rebocador de aeronave tratorando
uma hélice
Carro de Combate rebocando uma estrutura de trem de pouso e bancada hidráulica,
com demonstração de abaixamento e recolhimento do trem durante o desfile
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
ESCOLA TÉCNICA DE AVIAÇÃO - Brig.-do-Ar Carlos G. S. Porto
Desfile dos equipamentos de instrução – “Link Trainer”
Apresentação de uma torre de metralhadora, instalada nos aviões de bombardeio, e
utilizada para sua defesa
Instrutor e Alunos com os equipamentos de rádio-comunicação
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ESCOLA TÉCNICA DE AVIAÇÃO - Brig.-do-Ar Carlos G. S. Porto
REMINISCÊNCIAS
Vejamos o que os Ex-Alunos da ETAv têm para nos contar
Sou Tarcisio Ferraz Arruda, remanescente dos anos 40. Apresento-me como
um simples limeirense, que se voluntariou à famosa Escola Técnica de Aviação, em
setembro de 1944. Prestado o concurso e aprovado, fui incluído na 3ª Esquadrilha,
tendo como comandante o Ten. Eurico e o Sargento Kalil. Hoje, agradeço o
aprendizado militar e técnico desse estabelecimento. Formei-me na 18ª turma, Dia
da Vitória, 08 de maio de 1945, tendo como paraninfo Maj Brig Ar Gervásio Duncan.
Visitava a Escola, nesse dia, o General Arnold (USA) e o Ministro
da Aeronáutica Salgado Filho.
Eu era da especialidade de Sistemas Elétricos, formado em 9 de maio de 1945,
18ª Turma da ETAv e meus companheiros de especialidade eram: Arlindo Montagnoli
Filho - Antonio F. Mabilde - Carlos Moreira Araújo - Hélio Spindola Costa (orador) José Clayton Píton - Alcides de Azevedo.
Atualmente resido na cidade de Canoas, RS, sede do 5º COMAR, na rua Anita
Garibaldi, 315, Centro, CEP 92010-100. Se pudesse, gostaria de receber mais
histórico da ‘chocadeira’. A ETAv era assim chamada, porque, com o Brasil
declarando guerra ao Eixo, era necessário formar, de forma rápida, especialistas para
suprir as necessidades da FAB, e os alunos da ETAV eram chamados ‘filhos da
chocadeira’, pois se formavam mais rapidamente que os da Escola de Especialistas do
Rio de Janeiro.
Nazareno Medeiros
VIAGEM A FLORIANÓPOLIS COM MEU PAI
Quando li as instruções para ingresso na Escola Técnica de Aviação,
entusiasmei-me deveras, especialmente pela oportunidade de estudar eletrônica,
matéria que sempre me interessou, além de prestar o serviço militar.
Talvez a combinação desses fatores levou meu pai, faroleiro aposentado, a
enfrentar a minha separação da família, levando-me a Florianópolis para fazer minha
inscrição de candidato, no Destacamento de Base Aérea daquela capital.
Este acompanhamento também se prendia ao fato de jamais eu haver deixado
minha cidade natal – Laguna - e, assim, desconhecer como era “a cidade grande”.
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Estivemos hospedados durante um, talvez dois dias, na capital catarinense,
numa pensão não muito chique. Das “negociações” na Base Aérea restaram apenas a
lembrança de que eu teria de regressar quando fosse chamado para os exames.
Voltamos para Laguna, onde continuei a prestar serviços na Comissão de
Marinha Mercante, anexa à agência do Lloyd Brasileiro S. A..
DESPEDIDA PARA SÃO PAULO
Falha-me a memória para dizer quanto tempo esperei para saber que me
deveria separar mesmo de minha família, o que se deu com a chegada de um
telegrama.
Feitas as malas (acho que era só uma...) foi a hora das despedidas e da
“choradeira” de meus irmãos e, especialmente de minha madrasta, a quem queria
como mãe.
Nossa família morava em um local de nome Roça Grande, à margem da rodovia
BR-101, pelo menos parcialmente pavimentada naquele ponto. O ônibus, avisado o
motorista, parou para me apanhar.
O percurso durava umas duas ou três horas até a capital, tempo em que
permaneci “matutando” qual seria o meu proceder daí para frente.
E lá fui eu, com ônibus da Empresa Auto Viação Catarinense, linha LagunaFlorianópolis.
Iria apresentar-me na Base Aérea para receber as passagens para Curitiba;
nova apresentação, outra passagem para São Paulo e, afinal, a ETAV.
Em Florianópolis, hospedei-me, não sei por quanto tempo, na mesma pensão,
não conhecia outra na cidade.
Ao embarcar no ônibus, travei conhecimento com um outro candidato a aluno
de nome ATILIO BORTOLON, que foi companheiro de aventura na cidade
desconhecida chamada Curitiba.
Na nova apresentação “militar”, depois de indagarmos sobre como chegar a
Bacacheri, viajarmos de bonde (veiculo desconhecido). Ao chegar foi frustrante: o
destacamento não tinha instruções sobre a emissão de passagens e foi uma troca de
telefonemas, muito difícil naquele tempo, entre Curitiba e Florianópolis. Resolvido o
impasse, fomos encaminhados para S.Paulo.
Ao chegar, novas indagações para achar a Visconde de Parnaíba e depois o
número da Escola. Durante o trajeto, lembro-me bem, ia guardando mentalmente as
ruas por onde passávamos, numa intenção de reencontrar a origem, na hipótese de
não ser atingido nosso objetivo.
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ALOJAMENTO NA 7ª ESQUADRILHA
Meio difícil acertar agora como fui parar na 7ª esquadrilha.
Posso dizer que, inicialmente, passei pelo ANEXO 13, um barracão enorme com
camas-beliche, e onde, durante minha permanência, roubaram-me um relógio de
bolso, marca POLONO, presente de meu pai.
De nada adiantaria tentar reavê-lo, diante das circunstâncias em que me
encontrava. Ainda o tenho na memória, especialmente pelo fato de que para acertar
os ponteiros era necessário pressionar a “cabeça”, quando nos demais era preciso
puxá-la. Aparentemente não era de grande importância, mas, várias vezes uma
pressão imperceptível modificava as posições dos ponteiros.
Instalado na esquadrilha, dispúnhamos de armário particular para a guarda de
nossos pertences, banheiros e cama beliche, se não me engano.
Para ser aceito como recruta era exigido exames de saúde, coisa para mim
ainda novidade, mas cheguei lá.
Neste ponto, ou melhor, nesta graduação, o ordenado era de 300,00
(trezentos cruzeiros/cruzeiro novo) não me lembro.
Recebíamos fardamento, calçado, roupa de frio, meias e etc. para enfrentarmos
a instrução técnica e, após o almoço, a instrução militar.
Ficou-me na memória a figura de um terceiro sargento, chamado Sgt. GARCIA.
Sua principal característica era o desejo de estar sempre EM DIA com a instrução
militar. Disse, certa ocasião, que sonhava em conhecer o REGULAMENTO
DISCIPLINAR DA AERONÁUTICA, inteirinho, e de cor.
Voltávamos da instrução militar já próximo do meio-dia, e, assim, logo nos
preparávamos para o RANCHO.
Certa ocasião, num feriado, eu, permanecendo na Escola, ao ser servido um
sanduíche avantajado, não me satisfiz e, dando volta na fila, busquei outro. Fui
notado pelo militar que controlava o movimento, mas me deixou passar...
Após algum tempo no ANEXO, fui transferido para a sétima esquadrilha, no
conjunto de edifícios da Escola.
Nosso “chefe supremo” era o tenente PASCHOAL, oficial jovem ainda,
permanentemente cuidadoso em sua aparência pessoal, estava sempre muito bem
fardado.
Tínhamos revistas semanais para a disputa da melhor esquadrilha da Escola, e,
naturalmente, escala de serviço, com “cabo de dia” e auxiliares.
Permaneci nesta esquadrilha durante todo o tempo que estive na Escola.
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REMINISCÊNCIAS MILITARES
Desde a admissão na Escola, éramos preparados para o posto de cabo e de
sargento, antes de terminar o curso técnico.
Tínhamos as instruções normais do Exército para o preparo dos recrutas,
soldados, cabos e sargentos: ordem unida, regulamentos disciplinares (lembrando o
Sgt. Garcia), marchas e juramento à Bandeira.
Algumas reminiscências da época:
- Ordem Unida nas ruas do Brás (ah! se lembrasse dos nomes!) mas, em
uma delas, durante um pequeno descanso, lembro-me haver sentado na
calçada e experimentado deitar-me de costas, para um melhor relaxamento.
E neste momento ocorreu-me que, em Laguna, jamais aconteceria um
“quadro” destes.
- Um plantão noturno no antigo hipódromo da Mooca, com preparo prévio de
aprendizado de senha e contra-senha. O serviço era prestado com fuzil,
baioneta e munição. Ao percorrer a minha área, ultrapassei o limite e tive
que fornecer a identidade com a tal senha.
- Outro tipo de plantão era dado nas dependências da esquadrilha; num
destes, ao assumir, exigi que me fosse apresentado pelo “cabo de dia”
anterior uma relação do material para limpeza do alojamento e
dependências. Como ele não havia recebido do antecessor tal relatório,
preparei um para assinarmos juntos. Algum tempo fui questionado sobre um
determinado material que deveria estar presente entre os demais. Respondi
que o que eu recebera se achava descrito na “parte” por mim assinada e,
portanto, não me caberia qualquer responsabilidade pelo fato. Fui respeitado
e nunca soube como a Escola resolveu a questão ...
- Já próximo de me formar, certo dia ocorreu que, em virtude de pressa, não
troquei de uniforme para ir ao hipódromo, estando eu coberto com uma
capa de chuva. No primeiro instante não me preocupei, mas, logo após,
resolvi procurar o tenente Abrahão para lhe explicar o fato. Este oficial,
diariamente, fazia inspeção nos uniformes dos alunos (a esta altura já
éramos “formandos”) e, quando me expliquei, ouvi uma resposta que me
deixou a certeza de haver mudado o seu pensamento a respeito da
inspeção, declarando ele que não seria o “uniforme” (precisaria eu estar de
“caqui”). E agora? O que iria ele examinar? Repassei todos os itens possíveis
do exame e fiquei na expectativa dos acontecimentos. No momento
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adequado, o tenente Abrahão procurava pela “placa de identificação” (e eu
então me convenci que ele havia antes observado que eu estava “em
ordem”, quando teve uma pequena demora para a declaração que eu
ouvira; acho que admirou meu conceito de cumprimento do dever).
- Na “ordem unida” havia um omando para o “grupo de combate”, formado
em “coluna por três”, que, obedecido, fzia com que a coluna do centro e
xecutasse 3 “meia-volta volver!”, a coluna da esuerda 3 “esquerda vo
lver!” e a coluna da direita 3 “direita volver!”. Exeutado com exatidão, o gru
po de combate estaria, ao fim dos movimentos, segundo na mesma dire
ção, todos em perfeita “coluna por três”. Entretanto, qualqer erro, de qualq
uer componente, deixaria o “errado” inteiramente “perdido” e iria precisar
encontrar o lugar onde estava no começo, si pior não fosse pior a situação
resultante para o dito-cujo !!!
- Em meio a tudo isto de militarismo, houve também treinamento musical,
ministrado pelo único oficial de cor que conheci; infelizmente não me ficou
gravado o seu nome. Entretanto, com ele, ensaiamos, como um coral, uma
música a que, de memória, dou o nome de “VIVA O SOL DO CÉU DA NOSSA
TERRA”. A letra era reduzida (“viva o sol / do céu da nossa terra / vem
surgindo / atrás da linda serra “), mas o que havia de interessante, era o
fato de o nosso maestro insistir que “terminava aqui”, sendo o “aqui” a
posição de suas mãos entre as pernas ...
- Ao terminarmos a instrução militar, voltávamos para a Escola e, ainda em
forma, ouvíamos a chamada e a posterior (e diária) distribuição da
correspondência. Cada aluno era chamado nominalmente e quando o
número de cartas ultrapassava cinco, havia sempre o grito uníssono: “G I B
Í !!!). A razão era uma coluna de correspondência dos leitores da revista
‘GIBI”, uma espécie de “clube do leitor”. Certo dia, sabedor que eu havia
fornecido meu nome para a tal revista, um colega da esquadrilha de nome
Humberto (éramos vizinhos de armário), enviou-me uma carta de mulher
apaixonada, onde aparecia a frase: “nós as mulheres sofremos tanto !”. O
tom com que foi escrito me pareceu algo familiar – falávamos
freqüentemente –, mas fiquei na expectativa. O fato se repetiu e logo após
ele acabou confessando a autoria das cartas ...
- Esquecia-me da festa de aniversário da Escola !
Quem possuir a coleção do “Papel Pega-Mosca” poderá situar, no tempo, a
ocasião em que se deu o que descrevo a seguir. Primeiramente, o fato se
deu alguns dias ANTES do aniversário, ocasião de mais um treino para a
apresentação de um PELOTÃO DE DEMONSTRAÇÃO.
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
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No local em que seria realizada a festa (antigo Hipódromo da Mooca) se
achava presente, entre outras pessoas de quem não recordo, um subtenente
que, à boca pequena entre nós, era conhecido por “tenente jabá”, talvez
pelas espinhas no rosto.
O pelotão, do qual eu fazia parte, se aproximava quando, com o microfone
em mãos, o subtenente anunciou: “Eis que surge o bravo tenente Abron,
com seu peloton de demonstraçon”.
Bem; foi só isto antes das evoluções que o pelotão executou e, acredito que
o célebre comando das três meia-voltas também foi realizado...
REMINISCÊNCIAS TÉCNICAS
Falo agora do CURSO BÁSICO, iniciado algum tempo após ser aceito como
recruta.
Era o que se chamava de INSTRUÇÃO TÉCNICA para a preparação dos futuros
sargentos especialistas da FAB.
Dos cursos ministrados recordo que havia: MOTORES, TEORIA DE VÔO, FÍSICA,
MATEMÁTICA, ELETRÔNICA e METEOROLOGIA, além, é claro, o de
RADIOTELEGRAFIA, minha especialidade.
De motores (de avião) recordo das explicações sobre o motor a explosão e as
variantes para o motor aeronáutico; conheci o motor radial, vimos como era o
funcionamento em um painel preparado para vermos “em câmera lenta” os
movimentos dos pistões, a admissão do combustível e coisas afins.
Em teoria de vôo as influências das condições do tempo, a velocidade, as forças
atuantes na aeronave, as questões de centro de gravidade, os lemes de direção e
profundidade, etc.
A meteorologia trouxe-me o conhecimento mais aprofundado das medições de
velocidade e direção dos ventos, umidade do ar, pressão atmosférica; terminou com
um exame de campo, onde se mostrava se realmente havíamos assimilado os
ensinamentos ministrados. Lembrei-me que guardo o resultado deste exame entre
meus pertences.
Em física, matemática e eletrônica foi onde me dediquei mais, em virtude de
minhas predileções, desde o tempo de estudante.
Ao fim do curso básico, éramos submetidos à CLASSIFICAÇÃO para uma
especialidade. Ignoro quem tinha a responsabilidade de analisar os resultados
obtidos pelos alunos durante o período decorrido.
Recordo-me, muito bem, que, certo dia, ao ser divulgadas as classificações, fui
incluído entre os que iriam se especializar em HÉLICES.
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
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Fiquei muito contrariado com isto; mas, apareceu-me um aluno se dizendo
descontente com a classificação recebida de RADIOTELEGRAFIA, quando ele desejava
justamente a minha classificação.
Seu nome era (e espero que ainda esteja vivo) ABILIO SERRA, há algum tempo
morador em São Paulo, e que me visitou em Vitória, passados vários anos.
Fomos ter com a pessoa responsável pelas classificações (um americano, ao
que me recordo) expusemos nossa situação e conseguimos fazer a troca pretendida.
(eu havia estudado telegrafia quando ainda estudante ginasial).
Naquela época eu tinha perdido meu pai e desejava ser formado no menor
tempo possível, por questões financeiras; assim, influenciado pela duração do curso,
deixei de pleitear o de RADIOMANUTENÇÃO, meu mais ardente sonho.
Passei com isso, a pertencer a um grupo especial, freqüentando aulas de
telegrafia para adquirir os hábitos da FAB, ministradas por um professor americano
(teoria) e, após, por um sargento telegrafista que nos ensinou os “macetes” da
operação real que iríamos enfrentar.
REMINISCÊNCIAS TÉCNICAS (ainda)
Durante o curso básico, quando recebíamos aulas de eletricidade,
especialmente de eletrônica, pude sentir que me destacava entre os alunos, em
virtude de estar a lidar com assunto já conhecido.
Lembro-me bem que me dedicava no estudo da eletrônica, pois era a
oportunidade para aprofundar meus conhecimentos.
O caderno de apontamentos, conservo até hoje, ainda que bastante apagado –
foi escrito a lápis –, e a data de inicio registra 11 de dezembro de 1946. Nunca
imaginaria que quatro anos depois seria pai pela primeira vez ...
Nesta primeira aula, noções sobre a lei de Ohm, com desenhos de pequenos
circuitos.
O assunto continuou até a nona aula, quando estudamos a pilha seca e suas
associações.
Na décima primeira, em 14/01/47, entrávamos em corrente alternada e muita
coisa se seguiu, inclusive dando noções sobre as transmissões radioelétricas.
Estudaram-se os efeitos de indutância, capacitância, resistência e as associações
possíveis em corrente alternada.
Na décima sexta aula, em 21/01/47, entrávamos em transformadores, com
uma seqüência de fórmulas, cálculos diversos nas aulas seguintes.
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
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Em 29/01/47, iniciávamos a segunda fase do curso, ELETRÔNICA, sendo
professor o americano de nome GEORGE BIGGS.
A vigésima terceira aula, em 31/01/47, deu inicio ao estudo das válvulas
eletrônicas, passando pelos rudimentos do efeito Edison, diodos de aquecimento
direto e indireto, retificação da C.A. Em 03/02/47, iniciamos o estudo da válvula de
três eletrodos
Na trigésima aula, ocorrida em 08 de fevereiro de 1947, ocorreu algo para mim
muito importante e que justifica palavras contidas no inicio desta “expansão”.
O professor Biggs retardou-se para começar a aula e, não sei por qual razão, li
para os colegas meus apontamentos do tal caderno até o ponto em que registrava a
AMPLIFICAÇÃO CLASSE “A”.
Mas, entusiasmado com o que fazia – estava à frente da turma sentada, a
escrever no quadro negro – não percebi a chegada do professor, o qual, por razão
inexplicada, não veio ocupar a posição em que eu me achava; sentou-se em uma das
últimas cadeiras e ficou “apreciando o novo professor”.
A turma nada me falou e prossegui até o momento em que me voltei para os
colegas e notei então a presença do mestre.
Imediatamente movimentei-me para lhe ceder o lugar, mas, para minha
surpresa, ele disse que “estava gostando” e que eu prosseguisse. É claro que aquilo
me encheu de orgulho e continuei até o ponto em que se encerrava o assunto da
AMPLIFICAÇÃO. Depois, a aula prosseguiu com os assuntos que estavam em pauta
pelo mestre.
Esta fase terminou em 28/02/47, na quadragésima terceira aula, com uma
sabatina onde recebi o grau 97.
No dia seguinte iniciou-se a FASE III- Equipamentos das Bases, onde
trabalhamos com o transmissor RF50-A e o receptor EVPL, efetuando cálculos,
medidas em componentes e instruções sobre operação com os mesmos.
O fim do ‘FUNDAMENTAL DE COMUNICAÇÒES” ocorreu em 29/03/47,
sexagésima-sexta aula, com uma sabatina onde
obtive grau 95. Após estes fatos é
que fui classificado em “Rádio-Operação”, já próximo da formatura.
REMINISCÊNCIAS DIVERSAS
Dentre os exercícios de tropa, ocorreu uma marcha de uns dez quilômetros,
mas não me lembro qual o destino.
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
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Todos completamente equipados; e o que mais castigava era o fuzil 1908, pois,
com o passar do tempo, íamos sendo vencidos pelo cansaço do braço.
Conheci, então, o artifício para aliviar tal situação: no “cinto de segurança”
sobrava uma ponta vinda dos ombros, ambos os lados. Passei a tal ponta sob a
coronha do fuzil, como faziam os colegas, e transferi parte do peso para os ombros,
acarretando um pouco de alívio ao braço (bom macete).
.................................................................................................
Nas folgas de fim de semana – o castigo mais comum era o SD (sábado e
domingo) que impedia a possibilidade de ausentar-se do recinto escolar.
Mas, como bom soldado, nunca me aconteceu.
E numa destas saídas, eu e o colega VENÂNCIO TIETZ, de Passo Fundo RS,
resolvemos dar uma volta pelo centro de São Paulo, para localizar uma instituição de
ensino de nome Instituto Radio Técnico Monitor, situado na rua Aurora, se me não
engano.
Não se pagava passagem viajando no estribo dos bondes. E lá fomos em busca
da avenida São João, e dali prosseguir andando até o endereço.
Tendo em vista a enormidade de S. Paulo, segui a sugestão de comprar guia da
cidade, que me foi proveitoso por mais de uma vez.
Depois que atingimos o ponto desejado, raciocinando sobre a posição em que
estávamos, resolvemos não regressar pelo mesmo caminho, mas prosseguir dando
uma volta para atingirmos a S. João.
Péssima idéia: andamos e acabamos a nos perder (nem a grande referência do
Banco do Estado, tão proclamada pelo Venâncio, funcionou); o Tietz, achando que
“seria feio”, não permitiu que eu sacasse do bolso meu guia, e, assim, depois de
algum tempo, fomos ter em local por onde passava o bonde destinado à praça
Ramos de Azevedo.
Tomamos o tal bonde e retornamos à Escola.
........................................................................................
Os alunos tinham uma associação – Sociedade dos Alunos da Escola Técnica de
Aviação.
Sempre arredio, não quis fazer parte dela; e sua lembrança se acha associada
ao colega Waldir Bennati Ribeiro do Val, anos mais tarde, minha testemunha de
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
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casamento.
Tal associação tinha repercussões na vida da Escola, pois proporcionava festas,
especialmente as de formaturas, e por umas horas de entretenimento entre o jantar
e o toque de recolher, quando podíamos desfrutar de algum tempo para nós
mesmos.
E vem a recordação das horas que passei, sentado à frente da Escola, num
pequeno jardim, a ouvir músicas da época (sem faltar as americanas, é claro...), a
sonhar com os meus familiares em Santa Catarina.
Hoje, de vez em quando, a ouvir algumas delas a saudade retorna, lembrando
também das amizades daquela saudosa época.
REMINISCÊNCIAS DIVERSAS (mais)
Ainda durante o período em que estava cursando o Básico, ao circular pela
Escola, pude encontrar um grupo de alunos do curso de rádio-manutenção treinando
o uso de um equipamento móvel. Tratava-se de um radio goniômetro.
O conjunto era transportado em um carrinho empurrado por eles, mostrando
muito claramente a variação do posicionamento da antena receptora que, naquele
instante, apontava para a localização do transmissor de uma emissora da capital.
Na época, era muito utilizado pelas aeronaves para sua orientação durante as
viagens pelo Brasil, e a antena era bem visível no exterior da fuselagem dos DC-3, o
mais usado nas rotas comerciais da época.
.................................................................................................
Relacionado ainda ao curso de radio-manutenção, com duração aproximada de
um ano, gostava eu de me colocar junto às janelas do laboratório do curso,
notadamente para ver funcionar o OSCILOSCÓPIO DE RAIOS CATÓDICOS.
Meu interesse era tão forte que permanece até hoje, mesmo após haver
deixado a vida militar e haver “aportado” por Vitória (ES), já funcionário do Banco do
Brasil S. A.
Nesta cidade apareceu na vitrine de uma loja de material eletrônico um desses
aparelhos. Com o auxilio de um colega do Banco, como fiador, ADQUIRÍ o tal
aparelho, zelosamente mantido em meu poder até hoje (2006).
MISS LEE
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
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“Era nossa professora de língua inglesa, muito bonita, e, naturalmente,
chamava a atenção de todos os alunos. Certa vez, durante uma aula, meu amigo
Carlos Alberto Von Bahten observou a ela que havia uma mancha de giz em sua saia:
’Miss Lee, your skirt is dusty with chalk’. Ela muito graciosa, respondeu: ‘Oh! Thank
you’, enquanto espanava com a mão aquela poeira de giz. Isto me ficou na memória.
Antes de me graduar sargento, ela deixou a Escola, regressando para sua terra”.
PATRULHA
“Fazia parte dos treinamentos militares dos alunos, os patrulhamentos
realizados nos dias de folga, sábados e domingos. A missão tinha por objetivo
percorrer os lugares mais freqüentados da cidade, principalmente as boates
paulistanas, a procura de qualquer irregularidade provocada por algum aluno mais
bagunceiro. Participei uma única vez dessa escala, composta de um comandante e
dez alunos. Íamos acomodados na carroceria da viatura, e nos equipávamos com
cassetete e cinto de guarnição. Nós nos sentíamos constrangidos, pois seria muito
desagradável encontrar um companheiro em situação de reprovável comportamento
e ter de reconduzi-lo para a Escola, pois, certamente, iria receber séria reprimenda.
Eram momentos de tensão. Ainda bem que não trouxemos nenhuma vítima”.
FÉRIAS ESCOLARES
Saí em férias, ao menos uma vez, indo até Laguna SC, levando comigo algumas
fotos. Vale notar que me sentia tão satisfeito pelo que ocorrera em São Paulo que,
quando me encontrei com aqueles amigos de infância e ginásio, levava comigo um
desejo muito forte de convidar a todos eles para irem para a Escola, como eu fizera.
Isto porque Laguna era uma cidade de muito poucas chances de emprego e não
dispunha de ensino superior ao Ginásio Lagunense, onde me formei. Assim, àqueles
mais chegados expuz meu ponto de vista.
Não posso garantir que tenha sido esta propaganda que levou um lagunense de
nome LIVIO PAGANI a aparecer na Escola; e estou citando isto aqui, apenas por
haver ocorrido uma conversa entre nós, lá na Escola.
Tudo não passou de uma observação dele sobre o trânsito paulista. Disse-me
ele:
“Nazareno, puxa, mas São Paulo tem carro, hein? Tem mais de 100”! Não tive
mais que um sorriso para ele, lembrando que, naquela época, o número de carros
em Laguna não deveria passar de 20.
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Mas, voltando ao relato de minha visita, e, ao que me parece, ainda dentro do
pensamento do convite, recordo haver redigido um plágio da letra da canção “VIENE
SUL MARE” (deve ser assim ...) já plagiada (ou traduzida) para ‘MINAS-GERAIS”.
Permita-me transcrevê-la:
Vou partir é meu último adeus
Ao rincão em que eu vi a luz Deixar-te-ei, doce amigo, e aos meus
Por um destino que mais me seduz
Oh! Minha Laguna !
Oh! terra querida
Teu filho parte afim de outra vida
Oh! Laguna querida !
Meus amigos que ficam reparem
Precisam educar-se também
Este meio lhes impedem que se tornem
Homens dignos, homens de bem !
O que houve de curioso foi a posse desta letra por uma garota (enorme
surpresa para mim) que não quis, de forma alguma, devolvê-la ...
E, passados os dias de férias, ao retornar, fiz minha apresentação à maior
autoridade da cidade, mas que não recordo quem era, voltando para a Escola.
PORTEIRA DO BRÁS
“Naquela época, havia no Brás, bairro onde se achava a Escola, uma passagem
de trem, cruzando a avenida Rangel Pestana. Para evitar acidentes com os veículos
que cruzavam a estrada de ferro, havia uma porteira de madeira para fechar a
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
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passagem do comboio ferroviário em benefício dos carros. Era lógico, pois o trem só
de vez em quando passava por ali. Tal situação deveria ser uma dor de cabeça para
os administradores da cidade, pois, certa vez, mereceu crítica num programa de
rádio, intitulado ‘São Paulo no ano 2000’. Aquele programa era uma ficção sobre o
progresso; tinha até informação de trens para a lua saindo de hora em hora, e ao
encerrar, o locutor dizia: E continua em estudos a questão da porteira do Brás”.
FORMATURA
“Para madrinha, escolhi minha irmã Terezinha. Residia em Laguna, Santa
Catarina, e certamente gostaria de vir a São Paulo para entregar as divisas de
sargento, ao irmão. No entanto, a questão financeira não ajudou; senti muito.
Recorri a uma funcionária da Escola e expus a minha situação, pedindo a ela para
que sua irmã, Maud, aceitasse o meu convite. Não deu certo, já estava
compromissada com outro formando. Embora me sobrassem opções, socorri-me da
boa amizade de uma família que conhecera, onde haviam duas irmãs: Maria
Aparecida Rocha, de temperamento extrovertido, e Maria da Penha Rocha,
observadora e silenciosa. Convidei Maria da Penha, o que provocou ciúme em Maria
Aparecida, manifestado somente no dia do baile, quando trouxe para nossa mesa um
companheiro que não me era muito simpático. Aí aconteceu um fato curioso. Minha
madrinha pegou uma cédula de peso argentino e propôs um pacto. Quanto
romantismo! Dividiu a cédula em quatro partes, deu uma para cada um de nós,
impondo a condição de ficarmos comprometidos a atender ao chamado representado
pelo recebimento de uma daquelas partes. Ainda guardo o meu pedaço. Nunca mais
tive notícias dessas pessoas...
Eis a relação dos meus companheiros de especialidade RT-TE, formados em 30
de setembro de 1947, 63ª Turma da ETAv: Wilmar Lima (primeiro colocado da
Escola), Nazareno Medeiros, Heron D’Ávila, Egon Baumer, Caetano de Almeida, Túlio
Adão Tassinari, Célio Bueno de Miranda, Benedito Moreira da Silva, Mércio Pacheco
da Rocha, Enio José Bonatti, João Ximenes de Mesquita, Antonio Carlos Paiva, Aurélio
Guidi e José Alves de Oliveira.
DESPEDIDA NA ESTAÇÃO DA LUZ
Este é o último episódio de minha história na Escola Técnica de Aviação.
Formado sargento QRT-TE, minha turma foi enviada para o Rio de Janeiro, e
nos apresentamos na Diretoria de Rotas Aéreas, para sabermos qual a Unidade de
destino.
Tudo começou com uma reunião na estação Ferroviária da Luz; “despachados”
para seus lugares, sentei-me à janela de um vagão para despedir-me especialmente
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]
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da família de minha madrinha Penha e de sua irmã Aparecida.
É possível que tenha havido algumas lágrimas por parte delas, mas, afinal, o
trem partiu.
Fui anotando em um “diário” os fatos que julguei interessante. Anotei a
hora e dia em que vi o Pão de Açúcar (já era no dia seguinte à partida).
Não me lembro como, fiz dupla com o sargento ENIO JOSÉ BONETTI quando
estávamos a procura de alojamento, conseguido – quem indicou? – numa pensão
próxima a estação D. Pedro II, denominada “Pensão Marilia”, onde ocupamos o
quarto número 11.
Não posso deixar de fazer um comentário a parte: enquanto por uns 20 dias
ficamos na pensão, aconteceu travar conhecimento com aquela que viria a ser minha
esposa.
Certo dia nos apresentamos para recebermos as designações.
Tenho quase certeza que minha madrinha de formatura apareceu por lá,
influenciando na escolha dos nossos destinos.
De inicio, declarei que desejava a unidade da FAB que ficasse mais ao sul,
visando permanecer próximo dos meus familiares. Mas, como as designações
seguiam a ordem dos primeiros aprovados na Escola, a localidade mais setentrional
onde havia vagas era ................. ,e para lá foi designado o sargento PAIVA, aquele
que não me era muito simpático e ocupou a mesma mesa no baile de formatura.
E para mim sobrou Salvador (BA).
Para a apresentação em Salvador, precisei seguir até Recife, sede da Segunda
Zona Aérea.
Fiquei em Recife por uns dois dias, até conseguir transporte pela FAB para
Salvador, onde servi por dois anos. Depois fui servir em Aracajú (SE) e
Florianópolis (SC), onde ocorreu meu desligamento, indo ser escriturário no Banco do
Brasil.
O B R I G A D O ! ! !
etav_porto.htm[8/25/2015 2:16:28 PM]

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