rodolfo carneiro da silva leite

Transcrição

rodolfo carneiro da silva leite
‘
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
RODOLFO CARNEIRO DA SILVA LEITE
RACIONALIZAÇÃO DO PROCESSO CONSTRUTIVO EM
ALVENARIA ESTRUTURAL COM BLOCO DE CONCRETO
FEIRA DE SANTANA – BA
2012
i
RODOLFO CARNEIRO DA SILVA LEITE
RACIONALIZAÇÃO DO PROCESSO CONSTRUTIVO EM
ALVENARIA ESTRUTURAL COM BLOCO DE CONCRETO
Monografia à Universidade Estadual de
Feira de Santana, como requisito para a
aprovação na disciplina Projeto Final
II.
Orientador: Professor Mestre Antônio
Freitas da Silva Filho
FEIRA DE SANTANA - BA
2012
ii
RODOLFO CARNEIRO DA SILVA LEITE
RACIONALIZAÇÃO DO PROCESSO CONSTRUTIVO EM
ALVENARIA ESTRUTURAL COM BLOCO DE CONCRETO
Aprovado em: _____ de ____________________ de _____.
____________________________________________________________
Orientador: Prof. Antônio Freitas da Silva Filho
Mestre em Engenharia Civil
Universidade Estadual de Feira de Santana
____________________________________________________________
1º Examinador: Prof. Elvio Antonino Guimarães
Mestre em Engenharia Civil
Universidade Estadual de Feira de Santana
____________________________________________________________
2º Examinador: Prof. Eduardo Antônio Lima Costa
Mestre em Engenharia Civil
Universidade Estadual de Feira de Santana
iii
“A mente que se abre a uma
nova ideia jamais voltará ao
seu tamanho original”.
Albert Einstein
iv
AGRADECIMENTOS
Aos professores e orientadores Antônio Freitas da Silva Filho, Elvio Antonino
Guimarães e Eduardo Antonino Lima Costa pela atenção, dedicação e compreensão
para a elaboração desse trabalho.
Aos colegas engenheiros Tiago Machado dos Santos, Fellipe Peixoto Santos e Raphael
Lima de Souza, por terem disponibilizado as informações necessárias para a realização
deste trabalho.
v
RESUMO
As mudanças que percorrem nos últimos anos têm levado as empresas que atuam na
área de construção de edifícios a encontrar novos caminhos para se tornarem
competitivas. O cenário atual de crescimento na construção civil e a busca incessante
pela redução de custos têm motivado as construtoras a estudarem inovações
tecnológicas. Como resultado dessa busca encontra-se a implantação e racionalização de
diferentes sistemas construtivos. Algumas estratégias vêm sendo tomadas, em destaque
a racionalização dos métodos, processos e sistemas construtivos, empregadas com o
objetivo principal da diminuição de custos, garantia de atendimento dos prazos de
execução e incremento de qualidade dos edifícios construídos. Os rudimentos de
racionalização construtiva favorecem a aplicação adequada de todos os recursos
envolvidos no processo de produção, através da adequação tecnológica e da mudança
organizacional dos processos tradicionais de construção. As medidas que visam à
racionalização construtiva abrangem todas as fases do processo de produção, desde a
concepção até a execução de utilização dos edifícios. Assim, essa linha de pesquisa
procura contribuir com o meio técnico através do desenvolvimento e implantação de
tecnologias construtivas que garantam a adequação dos processos produtivos à atual
realidade de competitividade estabelecida no setor.
Palavras-chave: Construção civil, Racionalização construtiva, Alvenaria Estrutural.
vi
ABSTRACT
The changes we go through in recent years have led companies that operate in the
construction of buildings to find new ways to become competitive. The current scenario
of growth in construction and the relentless pursuit of cost reduction are motivated
builders to study technological innovations. As a result of this search is the
implementation and rationalization of different construction systems. Some strategies
have been taken, highlights the rationalization of the methods, processes and building
systems, employed with the main objective of reducing costs, guarantee service doos
execution time and increase quality of buildings constructed. The rudiments of
constructive rationalization favor the proper application of all resources involved in the
production process, through appropriate technological and organizational change of the
traditional construction. The measures aimed at streamlining constructive cover all
phases of the production process, from conception to execution use of buildings. Thus,
this line of research seeks to contribute to the technical means through the development
and implementation of construction technologies that ensure the adequacy of processes
to the current reality of competitiveness established in the industry.
Keywords: Construction. Constructive rationalization. Structural masonry.
vii
SUMÁRIO
1.
2
3
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12
1.1
JUSTIFICATIVA ....................................................................................... 13
1.2
OBJETIVO ................................................................................................. 13
1.3
METODOLOGIA ....................................................................................... 14
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................................... 15
2.1
DEFINIÇÃO DE ALVENARIA ESTRUTURAL ..................................... 15
2.2
DEFINIÇÃO DO SISTEMA DE ALVENARIA ....................................... 16
2.3
HISTÓRICO ............................................................................................... 16
2.4
BLOCOS DE CONCRETO........................................................................ 19
2.5
ASPECTOS ECONÔMICOS ..................................................................... 21
2.6
PROJETO DE ALVENARIA .................................................................... 21
2.7
RACIONALIZAÇÃO DA ALVENARIA ................................................. 23
RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................... 25
3.1
BLOCOS ESTRUTURAIS ........................................................................ 26
3.1.1
Tipologia e uso ....................................................................................... 26
3.1.2
Controle tecnológico............................................................................... 28
3.1.3
Transporte e armazenamento .................................................................. 28
3.2
ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO E GRAUTE ............................... 29
3.2.1
Composição ............................................................................................ 29
3.2.2
Mistura, transporte e armazenamento ..................................................... 30
3.3
ELEVAÇÃO DA ALVENARIA................................................................ 33
3.3.1
Ferramentas ............................................................................................ 33
3.3.2
Abertura das juntas e vãos ...................................................................... 35
3.4
INSTALAÇÕES ......................................................................................... 36
3.5
LAJES ......................................................................................................... 38
3.5.1
Tipos ....................................................................................................... 38
3.5.2
Transporte e acabamento ........................................................................ 39
3.6
REVESTIMENTOS ................................................................................... 40
viii
4
APRESENTAÇÃO DOS DADOS OBTIDOS COM O QUESTIONÁRIO ... 41
5
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 44
REFERÊNCIAS............................................................................................................ 45
ANEXOS........................................................................................................................ 48
ix
LISTAS DE FIGURAS
Figura 01:Coliseu............................................................................................................17
Figura 02: Alvenaria estrutural e racionalista..................................................................23
Figura 03: Blocos principais ...........................................................................................28
Figura 04: Em A temos armazenamento de blocos em paletes e em B manipulador
telescópico.......................................................................................................................29
Figura 5: Central de produção de argamassa...................................................................31
Figura 6: Armazenamento inadequado dos agregados....................................................31
Figura 7: Dumper.............................................................................................................32
Figura 8: Elevação da alvenaria de forma escalonada.....................................................34
Figura 9: Instalação embutida na alvenaria preenchida com graute................................36
Figura 10: Caixas elétricas embutidas após assentamento dos blocos............................37
Figura 11: Lajes pré-moldadas em obra pesquisada........................................................38
Figura 12: Guindaste transportando a laje do local de fábrica para obra........................39
x
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Características das obras visitadas...................................................................25
Tabela 2: Tópicos analisados nas obras visitadas............................................................26
Tabela 3: Características dos blocos de concreto............................................................27
Tabela 4: Equipamentos e ferramentas usados na construção de edifícios.....................23
Tabela 5: Tabela com respostas obtidas sobre os blocos estruturais...............................41
Tabela 6: Tabela com respostas obtidas sobre argamassa e graute.................................41
Tabela 7: Tabela com respostas obtidas sobre elevação da alvenaria.............................42
Tabela 8: Tabela com respostas obtidas sobre aberturas e vãos......................................42
Tabela 9: Tabela com respostas obtidas sobre instalações..............................................42
Tabela 10: Tabela com respostas obtidas sobre as lajes..................................................43
Tabela 11: Tabela com respostas obtidas sobre os revestimentos...................................43
xi
LISTA DE SIGLAS
ABNT
Associação Brasileira de Normas Técnicas
IPT
Instituto de Pesquisas Tecnológicas
CB-2
Comitê Brasileiro de Construção Civil
12
1. INTRODUÇÃO
O atual incentivo do governo em investimentos no setor da construção civil,
principalmente em habitações de interesse social, juntamente com o mercado
competitivo, fazem com que a disputa por preços menores sejam intensificadas. Este
cenário favorece os investimentos em pesquisas tecnológicas de sistemas construtivos
de baixo custo, com a mesma eficiência.
Como consequência desse cenário, vem sendo aplicadas no país várias tecnologias mais
econômicas, entre elas a alvenaria estrutural em substituição às estruturas de concreto
armado.
Apesar de a alvenaria estrutural ser um sistema construtivo usado desde a antiguidade,
só agora o processo está sendo utilizado em larga escala, devido ao favorável contexto
do mercado, a um maior domínio das técnicas e a novos materiais.
Atualmente, a construção civil e a economia brasileira atravessam um período de
crescimento e diversos segmentos industriais buscam aperfeiçoar suas produções,
diminuindo custos, dando ênfase à qualidade e lançando no mercado novos produtos
(MELO, 2006).
Muitas são as vantagens da alvenaria estrutural, sendo as principais a redução da
utilização de armaduras e dos entulhos e a execução mais racionalizada. Porém alguns
projetistas preferem calcular as estruturas em concreto armado, devido ainda não
estarem habituados a projetarem estruturas em alvenaria estrutural.
Segundo Melo (2006), para sobreviver num contexto de mudanças tecnológicas, é
essencial que os profissionais saibam absorver as transformações e é desejável que
sejam criativos e capazes de promover inovações nos ambientes que atuam.
13
1.1
JUSTIFICATIVA
As estruturas em alvenaria estrutural estão ganhando cada vez mais espaço no mercado
devido, entre outros fatores, ao preço atrativo, pois a redução do custo pode chegar até
30%. Isto por elas serem de fácil aplicação e pelo fato deste método dispensar as
estruturas convencionais de concreto armado. Este último é dispendioso e laborioso,
pois depende de fôrmas de madeira, aço, concreto e ainda da competência dos operários
(http://www.ykengenharia.com.br).
A velocidade da execução é bastante elevada, pois o que era efetuado no sistema
convencional (vigas, pilares e paredes), agora é realizado em somente uma etapa
(somente as paredes). Além disso, a execução é muito mais simples e o problema com a
atual dificuldade em encontrar mão de obra qualificada para construção civil, acaba
sendo minimizado.
1.2
OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é identificar e analisar as práticas de racionalização
construtivas adotadas em obras de alvenaria estrutural na cidade de Feira de Santana,
Bahia.
14
1.3
1.
METODOLOGIA
No primeiro capítulo está apresentada a introdução da monografia onde foi
relatada a situação que deu origem ao trabalho; a justificativa; o objetivo a ser
alcançado e a metodologia que será adotada no trabalho;
2.
No segundo capítulo está apresentado o referencial teórico necessário para o
entendimento do sistema de alvenaria estrutural, buscando informações técnicas em
sites, revistas especializadas, dissertações, teses, relatório técnicos das empresas
construtoras, normas técnicas como as da ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas) e em outros trabalhos de conclusão de curso;
3.
No terceiro capítulo foi feita a identificação e seleção de três obras em Feira de
Santana que utilizam o sistema construtivo em alvenaria estrutural com bloco de
concreto. Em seguida foi aplicado um questionário estruturado, apresentado os
resultados e discusões sobre o assunto;
4.
No quarto capítulo foram apresentados os resultados obtidos;
5.
No quinto capítulo estão apresentadas as considerações finais.
15
2
2.1
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
DEFINIÇÃO DE ALVENARIA ESTRUTURAL
Segundo Camacho (2006), conceitua-se de Alvenaria Estrutural o processo construtivo
no qual, os elementos que desempenham a função estrutural são de alvenaria, sendo os
mesmos projetados, dimensionados e executados de forma racional em um sistema que
alia alta produtividade com economia, desde que executado de maneira correta.
Na alvenaria estrutural, as paredes são os elementos estruturais, devendo resistir a todas
as cargas, as quais no sistema de concreto armado eram resistidas pelos pilares e vigas.
O projeto ideal considera a distribuição das paredes de forma que cada parede atue
como elemento estabilizador da outra. (ARAÚJO, 1995).
Há dois tipos de alvenaria estrutural: não armada e armada. De acordo com a
Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT (NBR-10837/1989), alvenaria
estrutural não armada de blocos vazados de concreto é aquela feita com blocos vazados
de concreto, assentados com argamassa, e que contem armaduras com finalidade única
de amarração, não sendo esta considerada na absorção dos esforços.
Já a alvenaria estrutural armada de blocos vazados de concreto, segundo a NBR-10837,
é aquela feita com blocos vazados de concreto, assentados com argamassa, e com as
cavidades preenchidas com graute (microconcreto de grande fluidez) contendo
armaduras para a absorção dos esforços calculados, além das armaduras com finalidade
construtiva ou de amarração.
16
2.2
DEFINIÇÃO DO SISTEMA DE ALVENARIA
Segundo Ramalho & Corrêa (2003), o sistema em alvenaria estrutural apresentam dois
conceitos básicos: componente e elemento. Entende-se por um componente de alvenaria
uma entidade básica, ou seja, algo que compõe os elementos que, por sua vez, comporão
a estrutura. Os componentes principais da alvenaria estrutural são: bloco (ou unidades);
argamassa; graute e armadura. Os elementos são uma parte suficientemente elaborada
da estrutura, sendo formados por pelo menos dois dos componentes anteriormente
citados, como por exemplo, paredes, pilares, cintas, vergas, etc.
O principal conceito de alvenaria estrutural está em suportar predominantemente os
esforços de compressão. Segundo Santos (1998), alvenaria estrutural é “toda estrutura
em alvenaria, predominantemente laminar, dimensionadas com procedimentos racionais
de cálculo para suportar cargas além do seu peso próprio”. Isso acontece “graças às
propriedades dos seus componentes e a interação entre eles” (SANTOS, 1998).
Na fase de projeto, certos cuidados também devem ser tomados, segundo Thomaz
(2001), quando os vãos de janelas estão muito próximos, a região da parede localizada
entre esses vãos comporta-se como um pilar, recebendo a concentração de cargas dos
pavimentos superiores. Com o tempo, vão aparecendo fissuras e esmagamentos
localizados. Para evitar estes problemas, essas regiões devem ser preenchidas com
graute e armadura de amarração (THOMAZ, 2001).
2.3
HISTÓRICO
Alvenaria estrutural é um sistema empregado pelo homem, desde os primórdios das
grandes civilizações. Desde a Antigüidade ela tem sido utilizada largamente pelo ser
humano em suas habitações, monumentos e templos religiosos. Alguns exemplos são:
as Pirâmides de Guizé; o Coliseu, com 50 m de altura (ver foto) e as grandes catedrais
17
góticas, construídas na Idade Média, com vãos expressivos e arquitetura belíssima,
realizada com a utilização de arcos e abóbadas. (http://www.roman-colosseum.info)
Figura 1: Coliseu
Fonte: http://www.roman-colosseum.info/
De acordo com SANCHEZ (2002), até o final do século XIX, o sistema de alvenaria
estrutural era uma das principais técnicas de construção empregada pelo homem. A
alvenaria foi utilizada pelas civilizações assírias e persas desde 10.000 a.c, sendo
empregados tijolos queimados ao sol. Por volta de 3.000 a.C. já estavam sendo
utilizados tijolos de barro queimados em fornos.
Entretanto, devido à ausência de procedimentos de dimensionamento, essas estruturas
eram demasiadamente robustas e pouco econômicas. A partir do século XX, com o
advento do concreto e do aço, que possibilitaram a construção de estruturas esbeltas e
de grande altura, a alvenaria ficou relegada a construções de pequeno porte ou utilização
somente com elemento de vedação (PRUDÊNCIO, 2002).
Segundo Hendry (2002), a alvenaria estrutural passou a ser tratada como uma
tecnologia de construção civil por volta do século XVII quando os princípios de
estatística foram aplicados para a investigação da estabilidade de arcos e domos.
Embora no período entre os séculos XIX e XX tivessem sido realizados testes de
resistência dos elementos da alvenaria estrutural em vários países, ainda se elaborava o
projeto de alvenaria estrutural de acordo com métodos empíricos de cálculo,
apresentando, assim, grandes limitações (HENDRY, 2002).
18
Casas com blocos de concreto já eram construídas desde 1920, sendo que as primeiras
construções com esse produto foram destinadas a população de baixa renda. Esse fato
levou muitos profissionais e principalmente consumidores a possuir uma visão
preconceituosa desse tipo de alvenaria.
Com o desenvolvimento das normas da ABNT e da indústria de blocos de concreto, os
profissionais adquiriram maior confiança na utilização desse material passando a
projetar edifícios cada vez mais altos e até luxuosos. Como exemplos pode-se citar: o
Hotel Excalibur, em Las Vegas, EUA, com 28 pavimentos e blocos de 19 cm de
espessura suportando toda a carga do edifício; e o Edifício residencial Solar dos
Alcântara, em São Paulo com 21 pavimentos com blocos de 14 cm de espessura
(TAUIL, 1998).
A partir da década de 70 no Brasil, a alvenaria estrutural passou a ser tratada como uma
tecnologia de engenharia, através do projeto estrutural baseado em princípios validados
cientificamente e da execução com critérios mais bem definidos. Segundo os mesmos
autores, apesar de sua chegada tardia, o processo construtivo de alvenaria estrutural
acabou se firmando como uma alternativa eficiente e econômica para a execução de
edifícios residenciais e também industriais (RAMALHO e CORRÊA, 2003).
Em 14 de dezembro de 1977, em São Paulo, a partir de contatos entre profissionais do
Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), das indústrias produtoras de blocos de
concreto e do Comitê Brasileiro de Construção Civil (CB-2) da Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT), foi oficializada uma Comissão de Estudos para
desenvolver as normas nacionais de alvenaria estrutural (SÁNCHEZ, 2002).
Após anos de adaptação e desenvolvimento no país, esta tecnologia construtiva foi
consolidada na década de 80, através da normalização oficial consistente e
razoavelmente ampla. Um exemplo da aplicação intensa da alvenaria estrutural no
Brasil são os empreendimentos habitacionais para famílias de baixa renda, que vem
sendo aplicados no Brasil em grande escala, com o programa do Governo Federal
Minha Casa, Minha Vida (SABATTINI, 2003).
19
2.4
BLOCOS DE CONCRETO
Os blocos de concreto podem ser destinados a fechamento de vãos – bloco de vedação
ou à sustentação das construções tendo função estrutural – blocos estruturais. Os blocos
de vedação e estruturais feitos de concreto são padronizados e a forma de produção é a
mesma. Entretanto, os blocos estruturais possuem paredes mais espessas e maior
resistência à compressão.
Os blocos vazados de concreto são elementos vibro prensados e constituídos de uma
mistura de cimento Portland, agregados e água. Devem apresentar um aspecto
homogêneo e compacto, com arestas vivas, sem trincas e textura com aspereza
adequada à aderência de revestimentos. Sua resistência é especificada pelo fck, sendo
que o índice mínimo para paredes internas e externas com revestimento é 4,5 MPa e o
índice mínimo para paredes externas sem revestimento é de 6,0 MPa (SABBATINI,
2003).
Um fator importante que deve ser levantado é o potencial da utilização do bloco de
concreto e a análise do benefício do uso desse material em substituição de outro
elemento de alvenaria. Dentre as vantagens e desvantagens de se utilizar o bloco de
concreto
comparado
a
outros
elementos
de
alvenaria
pode-se
citar
(www.vfazitto.com.br):
Vantagens:
a) Medidas mais uniformes;
b) Economia de material, já que a parede com blocos de concreto é mais plana que
a do bloco cerâmico;
c) Dispensa o chapisco e o revestimento de argamassa em alguns casos;
d) Possibilidade de se pintar diretamente sobre o bloco ou deixá-lo aparente.
e) Redução de tempo da obra;
f) Economia de 15 a 20% do valor da obra;
g) Utiliza-se menos blocos por m², cerca de 12,5 blocos por m² ao invés 25,0
blocos cerâmicos.
20
Segundo a NBR 6136 (ABNT, 1994), é considerado bloco vazado de concreto
aquele em que a área líquida é igual ou inferior a 75% da área bruta, sendo:
• Área líquida: Área média da seção perpendicular aos eixos dos furos, descontadas as
áreas máximas dos vazios;
• Área bruta: Área média da seção perpendicular aos eixos dos furos, sem desconto das
áreas dos vazios.
Algumas condições acerca dos blocos de concreto segundo Prudêncio Jr. et al.
(2002):
• Materiais: O concreto deve ser constituído de cimento Portland, agregados e água. Os
cimentos devem ser normalizados e os agregados podem ser areia, pedrisco, argila
expandida ou outros tipos, desde que satisfaçam às especificações próprias de cada um
destes materiais. A dimensão máxima característica do agregado deve ser menor que ¼
da menor espessura da parede do bloco;
• Fabricação e cura: Os blocos devem ser fabricados e curados por processos que
assegurem a obtenção de um concreto suficientemente homogêneo e compacto, e devem
ser manipulados com as devidas precauções para não terem suas qualidades
prejudicadas;
• Aparência: Os blocos devem ter aspecto homogêneo, compacto e arestas vivas. Não
devem apresentar trincas, fraturas ou outros defeitos que possam prejudicar o seu
assentamento ou afetar a resistência e durabilidade da construção;
• Textura: Os blocos destinados a receber revestimento devem ter uma superfície
suficientemente áspera para garantir uma boa aderência, não sendo permitida qualquer
pintura que oculte defeitos eventualmente existentes no bloco.
21
Desvantagens:
a) Menor conforto térmico;
b) Necessita de mão de obra especializada;
c) Contribui com o aumento do peso da estrutura;
d) Maior absorção de água.
2.5
ASPECTOS ECONÔMICOS
De acordo com Ramalho e Corrêa (2003), nos casos usuais, o acréscimo de custo para a
produção da alvenaria estrutural compensa com folga a economia que se obtém com a
retirada dos pilares e vigas. Entretanto, é necessário que se atente para alguns detalhes
importantes para que a situação não se inverta, passando a ser a alvenaria estrutural um
processo mais oneroso para a produção da estrutura.
A opção pela utilização da alvenaria estrutural gera a necessidade de profissionais
qualificados e uma maior dedicação à elaboração dos projetos do empreendimento.
Porém, os custos adicionais com os profissionais qualificados e o tempo adicional para
elaboração dos projetos são recuperados na fase de execução da edificação. Isto ocorre
devido à execução da alvenaria estrutural ser mais rápida e mais barata, gerando
economia.
2.6
PROJETO DE ALVENARIA
A preparação do projeto de alvenaria de vedação é de suma importância para a
racionalização da mesma.
A construção de uma edificação, na atualidade, requer cada vez mais a redução dos
custos e desperdícios na produção, independente do seu porte. Uma das partes iniciais
22
do processo da construção é o projeto, o qual define as características da edificação,
influencia na execução racional da obra e na qualidade do ambiente construído.
Quando não se tem um programa de qualidade, uma das maiores dificuldades está
relacionada com a falta de coordenação entre a fase de projetos e a execução, causando
desperdício no canteiro, com perdas no desempenho da mão de obra e pouca qualidade
dos materiais (SANTOS, 1998).
Uma distinção importante para que se entregue um projeto é a particularidade, ou seja,
muitos prédios foram construídos, mas cada um em particular é único em seu projeto,
em sua construtora, em seu local, tudo é diferente; a presença de elementos repetitivos
não altera a singularidade fundamental do trabalho do projeto. O projeto é fundamental
para o sucesso de qualquer empreendimento.
Para a implantação de uma alvenaria racionalizada em uma obra, não é satisfatório ter,
apenas, a existência de um bom projeto. É importante também investir em motivação na
equipe e treinamento da mão de obra, equipamentos e conscientização de todos os
envolvidos no processo de construção.
Importante salientar que a alvenaria racionalizada deve ser considerada de forma
integrada, desde a fase do projeto arquitetônico, estrutural e de instalações, o próprio
projeto de alvenaria e até as definições de esquadrias e revestimento.
À exceção de melhorar a qualidade das vedações verticais, a racionalização da
efetivação da alvenaria tem resultado indutor na melhoria da qualidade da construção do
edifício como um todo, possibilitando novas soluções para os outros sistemas da
edificação.
Além de trazer melhorias na qualidade das vedações verticais, a racionalização na
execução do sistema de alvenaria tem resultado indutor na melhoria do desempenho da
construção do edifício como um todo, possibilitando novas soluções para os outros
subsistemas da edificação.
23
2.7
RACIONALIZAÇÃO DA ALVENARIA
Mesmo sendo usada desde tempos antigos, à alvenaria estrutural na atualidade alcança
maior rendimento uma vez que existe visão sistemática do processo, onde os projetistas
compatibilizam os demais subsistemas: instalações, caixilharia, estrutura, vedações,
tornando-se altamente industrializado, reduzindo a utilização de outros materiais
desnecessários e a geração excessiva de resíduos.
Figura 2: Em A Alvenaria tradicional e em B racionalista.
Fonte: http://www.revistatechne.com.br/
Conforme mostra a Figura 2, em A, temos a alvenaria de vedação tradicional –
desperdício, sujeira e tijolos assentados quebrados. Em B, alvenaria de vedação
racionalista – organizada e redução de perdas e de consumo.
Os princípios da racionalização do trabalho estão baseados nas diretrizes adotadas pela
Administração
Científica.
Considerado
o
fundador
da
moderna
Teoria
da
Administração, Taylor “provocou verdadeira revolução no pensamento administrativo e
no mundo industrial da sua época”. Com o objetivo de acabar com o desperdício e as
perdas, muitas vezes, provocadas pela disparidade nos métodos causada pelo
individualismo no esquema de trabalho de cada operário, Taylor procurou elevar os
níveis de produtividade através da aplicação de métodos e técnicas que davam ênfase ao
24
planejamento das tarefas. Através desse planejamento, conseguia-se um maior controle
e a padronização de utensílios e ferramentas de trabalho (CHIAVENATO, 1994).
Sendo um sistema construtivo racionalizado, a alvenaria estrutural privilegia a
integração das soluções em projetos que evitará desperdício tanto de tempo quanto de
recursos, sejam humanos ou materiais no canteiro de obras.
Tauil e Nese (2010) afirmam que a alvenaria “proporciona vantagens significativas no
processo de racionalização da construção quando comparado a outros processos mais
tradicionais”.
Conforme Vieira (2007), uma das principais vantagens da alvenaria estrutural está na
racionalização, pois o sistema construtivo “induz à racionalização de diversas
atividades”, como as instalações elétricas e hidráulicas.
O potencial de racionalização construtiva de um empreendimento está ligado aos
projetos. São estes que determinarão uma maior ou menor eficiência de um determinado
sistema construtivo. Isso ocorre devido ao potencial de uso de inovações tecnológicas,
ferramentas,
equipamentos
adequados,
processos
construtivos
e
coordenação
dimensional dos componentes. Tudo isso está relacionado à eficiência da forma de
construir (THOMAZ, 2001).
Não obstante o avanço aparentemente, ainda existe uma rejeição por uma parte de
alguns construtores que, normalmente vêem o sistema construtivo de maneira simplista
ou pontual. De outra forma, encontramos muitos profissionais que se especializaram em
uma época com poucas alternativas de aplicação estrutural, que buscam aperfeiçoar-se e
estarem inseridos neste sistema que requer de seus profissionais ação de viabilidade do
sistema quanto à qualidade, durabilidade e segurança.
25
3
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O levantamento dos dados que compõem esta pesquisa foram obtidos através da
aplicação de um questionário preenchido através de entrevistas com os engenheiros de
produção das obras, com auxílio da verificação visual e de registros fotográficos das
práticas racionalizadas.
Abaixo na tabela 1, encontra-se a lista das obras onde foram aplicados os questionários.
Na tabela também estão relacionados vários dados que caracterizam o padrão das obras
pesquisadas.
Tabela 1 – Características das obras visitadas
OBRA
Nº DE
TORRES
Nº DE
PAVIMENTOS
POR TORRE
Nº DE
TORRES
EXECUTADAS
Nº DE
Nº DE UNIDADES
TORRES
HABITACIONAIS
EM
EXECUÇÃO
FAIXA DE
PREÇO
POR
UNIDADE
PORTE
DA
EMPRESA
1
31
4
2
25
512
90.000 a
110.000
Pequena
2
14
8
3
11
448
90.000 a
110.000
Pequena
3
17
4
5
5
172
50.000 a
70.000
Pequena
A fundação e a fase de acabamento das obras não foram o foco desta pesquisa, apenas
algumas etapas que estão diretamente relacionadas com o grau de racionalização do
projeto de alvenaria foram analisadas.
Em seguida estão relacionados os tópicos de racionalização construtiva que foram
analisados nas obras:
26
Tabela 2 – Tópicos analisados nas obras visitadas
Blocos
estruturais
Argamassa e
graute
Elevação da
alvenaria
Aberturas
Instalações
Lajes
Revestimentos
Tipo
Controle
tecnológico
Ferramentas
Execução
Disposição no
projeto
Tipo
Tipo
Dimensões
Produção
Método
executivo
Material de
enchimento
Método executivo
Transporte
Local
Peças
complementares
Transporte
Controle
Tipo de
esquadria
Acompanhamento
e controle
Acabamento
Controle
tecnológico
Armazenamento
Transporte
Utilização
3.1
Interferências com
a estrutura
BLOCOS ESTRUTURAIS
3.1.1 TIPOLOGIA E USO
Os blocos de concreto foram os únicos utilizados nas obras visitadas, representavam
100%. Nenhuma construtora pesquisada utilizava blocos cerâmicos. Segundo os
engenheiros das obras, utilizavam blocos de concreto pela limitação da resistência de
blocos cerâmicos.
A norma NBR 6136/2007 especifica as características dos blocos de concreto para
alvenaria estrutural, sendo que os principais blocos com função estruturais
comercializados atualmente apresentam as seguintes dimensões:
27
Tabela 3 – Característica dos blocos de concreto.
Fonte: www.comunidadedaconstrucao.com.br
Os blocos principais, usados nas construções pesquisadas possuíam as dimensões de
14x19x39 cm (Figura 3).
28
Figura 3: Blocos principais
3.1.2 CONTROLE TECNOLÓGICO
Os engenheiros das obras Nº1 e da Nº2 afirmaram que fazem o controle tecnológico dos
blocos apenas para garantir a resistência mínima e, mesmo assim, não fazem de acordo
com a NBR 6136/2007. O engenheiro da obra Nº3 afirmou que faz a verificação dos
lotes é somente visual, buscando possíveis defeitos ou falhas na fabricação. Os
resultados mais detalhados das questões aplicadas aos engenheiros estão no capítulo 4.
3.1.3 TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO
Nas três obras o transporte dos blocos era feito através de manipuladores telescópicos,
paletizados por todo o canteiro até o local a ser utilizado, o que oferecia menor
29
probabilidade de ocorrer quebras de blocos durante o seu manuseio e aumenta a
eficiência no abastecimento dos pavimentos, como mostra a Figura 4.
Figura 4: Em A temos armazenamento de blocos em paletes e em B manipulador
telescópico.
O uso de gruas é muito eficaz no transporte de blocos paletizados, mas as obras
pesquisadas não utilizavam esse benefício.
3.2
ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO E GRAUTE
3.2.1 COMPOSIÇÃO
Para Santos (1998) é a importe se ter uma combinação equilibrada com a mistura de
cimento, cal e areia, o que não foi utilizado em nenhuma das obras visitadas.
30
Em todas as obras visitadas, o traço da argamassa era controlado com placa de
identificação. Essa ação auxilia o controle dos diferentes traços de materiais
encontrados nas construções, reduzindo a possibilidade de erro dos operadores de
betoneira e evitando a troca de traços, principalmente quando se tem diferentes tipos de
argamassa em um mesmo canteiro de obra. Isso também serve para o traço de grautes e
concretos utilizados na obra.
Foi observado ainda que nenhuma das obras visitadas faz o controle do traço da
argamassa na periodicidade recomendada pela norma NBR 8798 – Execução e controle
de obras em alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto (ABNT, 1985). A norma
estabelece que cada lote de ensaio deve corresponder à argamassa ou ao graute utilizado
em, no máximo, um andar, ou em uma semana de produção, ou 200m 2 de área
construída, ou 500m2 de parede, prevalecendo a menor quantidade. As obras
pesquisadas faziam apenas um ensaio, antes do início da execução da alvenaria.
3.2.2 MISTURA, TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO
Nenhuma das obras pesquisadas utilizava misturadores de eixo horizontal no próprio
pavimento em que é usada a argamassa. Em todas as obras eram usadas betoneiras para
a mistura da argamassa e graute. A produção estava localizada no térreo e geralmente
com posição centrada no canteiro, conforme mostra a Figura 5. Segundo Santos (1998),
essa técnica é funcional, porém “necessita um maior número de pessoas para realizar a
edição dos componentes e o transporte de argamassa, quando comparado com o
misturador utilizado no andar”.
A utilização de misturador de argamassa industrializada de eixo encaminha-se para uma
maior racionalização, principalmente quando são utilizadas argamassas pré-misturadas
ou industrializadas.
31
Figura 5: Central de produção de argamassa.
Na sequência da pesquisa, foi verificado que as obras não armazenavam os agregados
da maneira correta, que seriam em baias sinalizadas, cobertas, com contenção em pelo
menos três lados e com o fundo cimentado. Esta maneira inadequada promove a
contaminação dos agregados com o solo e a falta de cobertura aumenta o gradiente de
umidade. Este descuido pode ser verificado na Figura 6 (BONIN, 1993).
Figura 6: Armazenamento inadequado dos agregados.
32
Entretanto, as obras visitadas apresentavam certo nível de mecanização, representando
um avanço. Foi constatado o uso do “dumper” para transporte de argamassas, graute e
concreto, conforme mostrado na Figura 7.
Figura 7: Dumper.
O local onde a argamassa ficava antes do assentamento, nos pavimentos, era em uma
masseira de tábuas com fundo de zinco ou o material era lançado no próprio piso dos
pavimentos. No segundo caso o local de trabalho se torna menos limpo e organizado
além de ser menos prático para os operários.
Concernente ao uso dos recipientes individuais, os pedreiros utilizavam diversos
modelos com dimensões e formas variadas durante o assentamento dos blocos. Segundo
Santos (1998), a forma e as dimensões do recipiente devem ser adequadas para o tipo de
ferramenta utilizada para assentamento dos blocos, como, por exemplo, a colher de
pedreiro, a “canaleta” ou a “palheta”.
33
3.3
ELEVAÇÃO DA ALVENARIA
3.3.1 FERRAMENTAS
Tabela 4: Equipamentos e ferramentas usados para a construção de edifícios.
Equipamentos para os processos
Equipamentos de apoio/transporte
Fonte: Thomaz (2001)
As obras utilizam a colher de pedreiro como principal meio para assentamento de
argamassa. Em paralelo, também não foi verificado o uso da bisnaga em todas as obras.
Quando a comparamos com a colher de pedreiro, nota-se um desempenho muito maior
no uso da bisnaga, pois permite maior produtividade, regularidade nas juntas, com
melhor acabamento, e menor desperdício de material. Esse desempenho depende
também da adaptação do funcionário e treinamento.
34
Existem ainda ferramentas pouco conhecidas, como é o caso da “palheta”, da “caneleta”
e o gabarito metálico, que podem permitir um bom desempenho, quando comparados à
tradicional colher de pedreiro.
Outras ferramentas básicas usadas para a construção também foram encontradas nas
obras visitadas, como o nível, sarrafo, prumo e esquadro.
Não foi verificado o uso do escantilhão para elevação das paredes em nenhuma das
visitas, todas as obras construíam a alvenaria de forma escalonada, conforme ilustrado
na Figura 8.
Figura 8: Elevação da alvenaria de forma escalonada.
Salientando que os escantilhões racionalizam o processo de elevação das paredes,
aumentando a produtividade e reduzindo o tempo e os deslocamentos para a execução
da alvenaria. Segundo Santos (1998), “estes equipamentos funcionam como gabaritos
que materializam o prumo, o nível, o alinhamento e a distância entre fiadas”. Ele
acredita que um dos fatores que justifica a pouca utilização desse equipamento está
ligada à “resistência, por parte dos operários, em empregar novas tecnologias”.
35
Em algumas obras foi encontrado também o uso da mangueira de nível, em outra foi
verificado a utilização de nível a lazer. Importante salientar que o nível a lazer é mais
prático e permite maior precisão na aferição do nível das paredes, sendo importante
ferramenta para permitir maior qualidade na execução da alvenaria estrutural. Há ainda
o nível alemão, que não foi localizado em nenhuma obra pesquisada.
3.3.2 ABERTURA DAS JUNTAS E VÃOS
As espessuras da argamassa para nivelamento da primeira fiada nas obras variavam
entre 1 e 2 cm, estavam de acordo com a norma NBR 8798 (ABNT, 1985), que
recomenda que as juntas tenham espessura de 1 cm, com uma margem de 3 mm, para
mais e para menos e a norma NBR 15812-2 (ABNT, 2010c) tolera até 2 cm de
espessura da junta.
Para que não aconteça essa variação é indicado o uso do gabarito de altura das fiadas,
principalmente quando estiver associado com o uso do escantilhão.
Concernente ao preenchimento das juntas horizontais de argamassa, todas as obras
realizavam o preenchimento total das juntas (longitudinal e transversal). Segundo
Santos (1998), a prática do preenchimento apenas transversal “ocasiona desperdício da
argamassa”, por não ocorrer, durante a amarração dos blocos, a coincidência integral de
septos.
A resistência é maior quando as juntas horizontais são preenchidas totalmente
(longitudinal e transversal), quando comparadas com paredes que possuem apenas
preenchimento longitudinal. Para Santos (1998), isso ocorre devido ao aumento da área
útil de argamassamento.
Thomaz (2001) recomenda a utilização de gabaritos metálicos por serem indeformáveis
no processo de abertura de vãos durante a elevação das paredes de alvenaria, pois
36
garantem dimensões lineares e os ângulos de projeto. Mas nenhuma das visitadas
apresentavam a utilização dos gabaritos metálicos.
3.4
INSTALAÇÕES
Os engenheiros responsáveis pelas obras destacaram o acompanhamento do instalador
elétrico durante a elevação das paredes de alvenaria estrutural, o que é fundamental para
a correta instalação, com a passagem de eletrodutos embutidos nos furos dos blocos,
evitando indesejáveis quebras e rasgos, conforme mostra a Figura 9. Todas as obras
utilizavam essa prática.
Figura 9: Instalação embutida na alvenaria preenchida com graute.
Com relação à execução dos quadros de instalação em geral, a abertura desses quadros
em uma obra, era deixada através de gabarito durante a elevação das paredes. Já nas
outras obras, onde essa prática não era realizada, nota-se a diferença, onde essas
37
aberturas eram feitas através de rasgos nas paredes comprometendo a qualidade e a
segurança da edificação, além do desperdício de material e a geração de resíduos.
Thomaz (2001) recomenda que, além de ser necessário estar prevista no projeto, “as
caixas de pequenas dimensões devem ser previamente embutidas e chumbadas nos
blocos”. Esta prática exige uma central de corte e embutimento das caixas elétricas nos
blocos antes do assentamento. Em nenhuma das obras visitadas esta prática era
utilizada.
Em todas as obras foi identificada a prática de embutir as caixas elétricas nos blocos,
após o assentamento dos mesmos, conforme mostra a Figura 10.
Figura 10: Caixas elétricas embutidas após assentamento dos blocos.
38
3.5
LAJES
3.5.1 TIPOS
São diversos os tipos de lajes utilizados em obras de alvenaria estrutural, nas obras
visitadas, há preferência por lajes pré-fabricadas (Figura 11).
Figura 11: Lajes pré-moldadas em obra pesquisada.
Para Santos (1998), as lajes industrializadas do tipo lajotas e vigotas não apresentam o
mesmo desempenho estrutural que as lajes moldadas no local. Segundo o autor, as lajes
moldadas no local apresentam maior rigidez em todas as direções e possibilitam uma
excelente vinculação entre as paredes, favorecendo um “integral acionamento destas
para absorção dos esforços laterais”.
39
3.5.2 TRANSPORTE E ACABAMENTO
Os equipamentos utilizados para transportar as peças de lajes são os guindastes (Figura
12). Em geral, as peças de lajes têm 8 cm de espessura total, e as instalações e
armaduras já eram embutidas durante a fabricação.
Figura 12: Guindaste transportando a laje do local de fabricação para obra.
Santos (1998) afirma que “quando se utiliza laje acabada é necessária à definição prévia
dos tipos de revestimento utilizados em cada ambiente e dos níveis de rebaixamento
necessários na laje, principalmente nos locais onde são previstos pisos frios”.
Segundo Thomaz (2001), para minimizar os desvios geométricos durante o nivelamento
da laje, os equipamentos de nivelamento a laser, com nivelamento automático do
aparelho, são bastante utilizados e bem aceitos nas obras.
40
3.6
REVESTIMENTOS
O tipo de revestimento interno e externo a ser colocado nas paredes da alvenaria
estrutural está diretamente relacionado com o grau de racionalização do projeto e
execução desse sistema.
As obras visitadas utilizavam o revestimento a gesso na área interna. Segundo Santos
(1998), o revestimento em gesso gera maior racionalização nas obras, pois, além da
possibilidade de se eliminar a execução da massa corrida, possui maior facilidade no
controle dos serviços.
Foi observada, também, a presença de outros tipos de revestimentos como o reboco e o
emboço em duas obras pesquisadas.
O modelo do questionário no modelo como foi aplicado junto às construtoras encontrase em anexo.
A partir dos resultados dos questionários foi possível colher informações relacionadas
com as principais técnicas construtivas. Assim, foi verificada a inclinação de uso de
práticas de racionalização nas obras de alvenaria estrutural no município de Feira de
Santana. Através de referenciais bibliográficos encontrados nas principais literaturas
que expõem o assunto, foi possível julgar tais práticas.
41
4
APRESENTAÇÃO
DOS
DADOS
OBTIDOS
COM
O
QUESTIONÁRIO
A seguir, foram criadas tabelas, com as principais respostas analisadas neste trabalho.
Cada tabela representa um tópico de racionalização construtiva.
Tabela 5: Tabela com as respostas obtidas sobre os blocos estruturais.
OBRA DIMENSÕES
VARIAÇÃO
TRANSPORTE ARMAZENAMENTO
CONTROLE
VERIFICAÇÃO
DOS
DA
VERTICAL
DOS BLOCOS
TECNOLÓGICO DIMENSIONAL
BLOCOS
RESISTENCIA DOS BLOCOS
PRINCIPAIS CONFORME
PAVIMENTO
1
14 x 19 x 39
sim
Manipulador
A céu aberto
Uma amostra a
Apenas visual em
telescópico
cada 10 mil blocos
cada lote
2
14 x 19 x 39
sim
Manipulador
telescópico
A céu aberto
Oito amostras a
cada 10 mil blocos
Apenas visual em
cada lote
3
14 x 19 x 39
não
Manipulador
telescópico
A céu aberto
Não faz
Apenas visual em
cada lote
Tabela 6: Tabela com as respostas obtidas sobre argamassa e graute.
OBRA
CONTROLE
TECNOLGICO
PRODUÇÃO TRANSPORTE ARMAZENAMENTO UTILIZAÇÃO APLICAÇÃO
DURANTE A
DO GRAUTE
UTILIZAÇÃO
1
Não faz
Na obra, com
padiola, balde
e betoneira
Dumper, Bob
Cat,
manipulador
telescópico
Masseira de tábuas com
fundo de zinco ou
próprio piso, sem
suporte
Uma amostra a
cada 10 mil
blocos
Com balde e
vibrador de
concreto
2
Não faz
Na obra, com
padiola, balde
e betoneira
Dumper
Masseira de tábuas com
fundo de zinco ou
próprio piso, sem
suporte
Oito amostras a
cada 10 mil
blocos
Com balde e
vibrador de
concreto
3
Não faz
Na obra, com
padiola, balde
e betoneira
Dumper, Bob
Cat,
manipulador
telescópico
Masseira de tábuas com
fundo de zinco ou
próprio piso, sem
suporte
Não faz
Com balde e
vibrador de
concreto
42
Tabela 7: Tabela com as respostas obtidas sobre elevação da alvenaria.
OBRA
FERRAMENTAS UTILIZADAS
MÉTODO
EXECUTIVO
CONTROLE
1
Colher de pedreiro; meia cana; régua de prumo e nível; esquadro
metálico
De forma escalonada
Com nível a laser
2
Colher de pedreiro; meia cana; régua de prumo e nível; esquadro
metálico
De forma escalonada
Com nível a laser
3
Colher de pedreiro; meia cana; régua de prumo e nível; esquadro
metálico
De forma escalonada
Mangueira de
nível
Tabela 8: Tabela com as respostas obtidas sobre aberturas e vãos.
OBRA
EXECUÇÃO
MATERIAL DE ENCHIMENTO ENTRE
MARCO E ALVENARIA
TIPO DE
ESQUADRIA
1
Vãos de portas e janelas executados sem
gabarito, seguindo paginação
Verga pré moldada
Esquadria pronta
2
Vãos de portas e janelas executados com
gabarito de madeira
Viga de isopor
Esquadria pronta
3
Vãos de portas e janelas executados sem
gabarito, seguindo paginação
Argamassa
Esquadria pronta
Tabela 9: Tabela com as respostas obtidas sobre instalações.
OBRA
DISPOSIÇÃO NO
PROJETO
MÉTODO EXECUTIVO
ACOMPANHAMENTO E
CONTROLE
INTERFERÊNCIAS
COM A ESTRUTURA
1
Estão previstos no
projeto as paredes
hidráulicas, shafts
verticais.
Caixas de tomada fixadas
após assentamento dos
blocos; kit hidráulico
montado previamente.
Eletricistas e encanadores
acompanham a elevação da
alvenaria;
Dificuldade de
compatibilização das
instalações.
2
Estão previstos no
projeto os shafts
verticais.
Caixas de tomada fixadas
após assentamento dos blocos
Eletricistas e encanadores
acompanham a elevação da
alvenaria;
Dificuldade de
compatibilização das
instalações.
3
Estão previstos no
projeto as paredes
hidráulicas, shafts
verticais.
Caixas de tomada fixadas
após assentamento dos
blocos; kit hidráulico
montado previamente.
Eletricistas e encanadores
acompanham a elevação da
alvenaria;
Dificuldade de
compatibilização das
instalações.
43
Tabela 10: Tabela com as respostas obtidas sobre as lajes.
OBRA
1
TIPO
Pré-moldada de concreto, com
8cm de espessura, moldada fora
da obra
TRANSPORTE
Caminhão munck do local que foi moldada até a
obra e guindaste para mover até a torre que está
sendo executada
ACABAMENTO
Regularização posterior com a
execução do contra piso
2
Maciça moldada in loco, com
10cm de espessura
Não se aplica
Regularização posterior com a
execução do contra piso
3
Pré-moldada de concreto, com
8cm de espessura, moldada fora
da obra
Caminhão munck do local que foi moldada até a
obra e guindaste para mover até a torre que está
sendo executada
Regularização posterior com a
execução do contra piso
Tabela 11: Tabela com as respostas obtidas sobre os revestimentos.
OBRA
TIPO
1
Emboço e reboco nas paredes externas e gesso nas paredes internas
2
Vãos de portas e janelas executados com gabarito de madeira
3
Emboço e reboco nas paredes externas e gesso nas paredes internas
Ao longo deste trabalho, foram discutidas muitas técnicas recomendadas por vários
autores. Devido as respostas do questionário aplicado, pode-se observar que o nível de
racionalização do sistema de Alvenaria Estrutural em Feira de Santa ainda é muito
baixo. Notaram-se também a falta de preocupação por parte dos engenheiros
executantes com as recomendações da NBR 6136/2007. Todos estes problemas
encontrados podem ser um retrato do pouco conhecimento técnico sobre esta técnica.
44
5
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No presente trabalho de pesquisa buscou-se abordar a racionalização do processo
construtivo em alvenaria estrutural com bloco de concreto. Este processo tem se
transformado em um referencial no que se diz respeito à competição no mercado de
construção civil.
O sistema construtivo em alvenaria estrutural, como os demais sistemas, apresenta
limitações que devem ser observadas com atenção para que se tenha um resultado
satisfatório, tanto sob aspecto da segurança e dos custos, quanto da qualidade final do
produto.
A partir desse trabalho foi observado que em algumas obras, havia práticas adotadas
com características convencionais de uso corrente nas construções. Práticas
ultrapassadas, muitas vezes, e que podem resultar em baixa produtividade e alto índice
de desperdício.
Foi apresentada a importância em se utilizar práticas construtivas para a otimização dos
recursos envolvidos nessas construções, incluindo também os principais problemas que
podem ocorrer pela falta de racionalização.
Como resultado dessa pesquisa, percebeu-se que a maioria das obras visitadas ainda
possui baixo nível de racionalização, principalmente na fase de execução das obras.
Outro grande problema verificado é a não apresentação de inovação em ferramentas e
equipamentos, dentre outros.
Conclui-se que é necessário, portanto, a integração total entre todos os participantes das
equipes envolvidas, desde a etapa da concepção do projeto, ou seja, entre o arquiteto e o
engenheiro estrutural, até a fase de construtiva da edificação, quando são envolvidos
engenheiros e os encarregados técnicos de todas as instalações.
45
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, H. N.; Intervenção em obra para implantação do processo construtivo
em alvenaria estrutural: Um estudo de caso. Florianópolis, Dissertação de Mestrado
em Engenharia da UFSC, 1995. 117p
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.; Cálculo de alvenaria
estrutural de blocos vazados de concreto. NBR 10837. Rio de Janeiro, 1989.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.; NBR 6136/2007 – Bloco
Vazado de Concreto Simples para Alvenaria Estrutural. Rio de Janeiro, 1994. 6 p
BONIN, L.C.; et al. Manual de referência técnica para estruturas de concreto
armado convencionais. Sinduscon/RS: Programa de qualidade e produtividade na
construção civil/RS,1993.
CAMACHO J. S.; Projeto de edifício de alvenaria estrutural. Universidade Estadual
Paulista, Ilha solteira, São Paulo, 2000.
CHIAVENATO, I.; Administração de empresas. Uma abordagem contingencial. 3
ed. São Paulo. Makron Books. 1994
HENDRY, A.W.; Engineered design of masonry buildings: fifty years development
in Europe. Prog. Struct. Eng. Mater. 2002; 4:291–300. University of Edinburgh,
Scotland.
MELO, M. C.; Projeto Arquitetônico: Necessidades e Dificuldades do Projeto
Arquitetônico Frente às Particularidades do Processo Construtivo de Alvenaria
Estrutural. Florianópolis. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Civil. Universidade Federal de Santa Catarina, 2006
46
RAMALHO, M. A.; CORRÊA, M. R. S. Projeto de Edifícios de Alvenaria
Estrutural, São Paulo: Ed. Pini, 2003. 174 p.
PRUDÊNCIO JR, L.R.; OLIVEIRA A. L.; BEDIN, C.A. Alvenaria Estrutural de
Blocos de Concreto. Florianópolis: Editora Gráfica Pallotti, 2002.
SABBATINI, F. H.; Alvenaria Estrutural: Materiais, execução da estrutura e
controle tecnológico. Requisitos e Critérios Mínimos a serem Atendidos para
Solicitação de Financiamento de Edifícios em Alvenaria Estrutural junto à Caixa
Econômica Federal. Brasília, 2003.
SANCHEZ, E.; Alvenaria Estrutural: Novas Tendências Técnicas e de Mercado.
Editora Interciência. SENAI. Rio de Janeiro, 2002.
SANTANA, F. I. T.; Práticas de racionalização construtiva em obras de alvenaria
estrutural no estado de Sergipe: Identificação e análise. São Cristóvão, 2010.
SANTOS, M. D. F.; Técnicas construtivas em alvenaria estrutural: contribuição ao
uso. Santa Maria: UFSM, 1998. 157 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) –
Universidade Federal de Santa Maria, 1998.
TAUIL, C. A.; Revista Qualidade na Construção. A arte, a história e a técnica da
alvenaria estrutural de blocos de concreto. Ano II, n° 13, 1998.
TAUIL, C. A.; NESE, F. J. M. Alvenaria Estrutural. 1. ed. São Paulo. Editora Pini.
2010
THOMAZ, E.; Tecnologia, Gerenciamento e Qualidade na Construção. São Paulo.
Editora Pini. 2001
47
VFAZITTO COMUNICAÇÃO E ASSESSORIA; A vez dos blocos de concreto.
Disponível em http://www.vfazitto.com.br/index.php?setor=sala&subsetor=cn&id=207.
Acesso em março 2011.
VIEIRA, Helio Flavio; Logística aplicada à construção civil: Como melhorar o fluxo
de produção nas obras. São Paulo. Editora Pini. 2007
http://www.roman-colosseum.info/colosseum/history-of-the-colosseum.htm,
acessado
em 09/09/2011.
http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/149/imprime149941.asp,
em 13/02/2012.
acessado
http://www.comunidadedaconstrucao.com.br/sistemasconstrutivos/1/materiais/qualidad
e/9/materiais.html acessado em 21/02/2012.
http://www.ykengenharia.com.br/adm/artigos.php?IdArtigos=19,
02/03/2012.
acessado
em
48
ANEXOS
Questionário de Pesquisa adaptado de Santana (2010)
RACIONALIZAÇÃO DO PROCESSO CONSTRUTIVO EM ALVENARIA
ESTRUTURAL COM BLOCO DE CONCRETO EM FEIRA DE SANTANA – BA
Dados Gerais
1- Nome do entrevistado:..........................................................
2-Tel:........................
3- E-mail......................................4-Data da pesquisa:.............. 5-Cidade:..........................
6- Nome da Empresa:........................................ 7-Obra:.....................................................
8- Experiência da Empresa em obras de Alvenaria estrutural:
( ) 0 a 3 anos; ( ) 3 a 6 anos; ( ) 6 a 10 anos ( ) > 20 anos
9- Experiência do Engenho em obras de Alvenaria estrutural:
( ) 0 a 3 anos; ( ) 3 a 6 anos; ( ) 6 a 10 anos ( ) > 20 anos
10- Nº de torres da obra (empreendimento):.......................................................................
11- Nº de torres em execução:.............................................................................................
12- Nº de torres executadas:................................................................................................
13- Nº de pavimentos por torre:...........................................................................................
14- Nº de unidades habitacionais do empreendimento:.......................................................
15- Faixa de preço de venda das unidades habitacionais:
( ) R$ 30.000 a R$ 50.000; ( ) R$ 50.000 a R$ 70.000; ( ) R$90.000 a R$110.000; ( )
R$110.000 a R$150.000; ( ) R$150.000 a R$ 200.000; ( ) > 200.000
49
Unidades (blocos)
16- Qual o tipo de bloco utilizado? (
Outro....................................
) Cerâmico; (
) Concreto; (
)
17- Quais as dimensões do bloco principal?.......................................................................
18- Existem peças (blocos) complementares? ( ) Sim; ( ) Não
19- Se sim. Quais são e para que servem?
Peça 1:..................................................................................................................................
Peça 2:..................................................................................................................................
Peça 3:..................................................................................................................................
20- Existe variação da resistência dos blocos conforme o pavimento? ( ) Sim; ( ) Não
21- A fabricante de blocos possui estrutura para entrega de blocos paletizados?
( ) Sim; ( ) Não
22- Como é feito o transporte vertical dos blocos? São paletizados?.................................
23- Como é feito o transporte horizontal dos blocos?.........................................................
24- Como é feito o armazenamento dos blocos?.................................................................
25- Existe controle tecnológico dos lotes de blocos utilizados na obra? ( ) Sim; ( ) Não
26- Se sim. Como é feito esse controle?..............................................................................
27- Existe verificação dimensional e inspeção visual dos blocos? ( ) Sim; ( ) Não
28- Se sim. Como é feita essa verificação?.........................................................................
29- Se existir variação nas resistências dos blocos, seja previstas em projeto, ou pelo
resultado indesejado do ensaio à compressão, qual o procedimento adotado para separar
e utilizar esses blocos? ........................................................................................................
50
Argamassa de assentamento
30- Quais materiais fazem parte do traço da argamassa de assentamento?.........................
31- Como é feito o controle do traço de argamassa (dosagem)?.........................................
32- Como é feito o controle de qualidade dos agregados?..................................................
33- Existe controle com ensaios para verificar a resistência da argamassa?
( ) Sim; ( ) Não
34- Se sim. Como é feito esse controle?..............................................................................
35- Qual o equipamento utilizado para preparação da argamassa?.....................................
36- Onde essa argamassa é produzida?...............................................................................
37- Como a argamassa ou materiais componentes da argamassa são fornecidos para a
obra? ( ) Pré-Misturada; ( ) Industrializada; ( ) Convencional
38- Como é feito o transporte da argamassa da produção ao local a ser utilizada?............
39- Como é armazenada a argamassa durante a sua utilização?.........................................
40- São utilizados suportes para as masseiras? ( ) Sim; ( ) Não
41- Se sim. Como são esses suportes?.................................................................................
Graute
42- Como é feito o controle do traço de graute (dosagem)?...............................................
43- Como o graute é lançado nos furos? Qual a altura adotada para preenchimento dos
furos? ..................................................................................................................................
44- Para inspeção e limpeza do excesso de argamassa das juntas dos blocos, é feita uma
abertura na base da coluna a ser grauteada? ( ) Sim; ( ) Não
45- Se sim. Como isso é feito?............................................................................................
51
Elevação da alvenaria
46- Qual(is) a(s) ferramenta(s) e equipamentos utilizado(s) para assentamento da
argamassa nos blocos?
( ) Colher de pedreiro; ( ) Bisnaga; ( ) Meia-cana; ( ) Palheta; ( ) Escantilhão; ( )
Nível de alemão; ( ) Régua de prumo e nível; ( ) Esquadro metálico; ( )
Outros........................................
47- Quais detalhes são mostrados no projeto de marcação?
( ) Planta de primeira fiada, com locação das paredes a partir dos eixos;
( ) Identificação das paredes com suas respectivas vistas;
( ) Locação dos pontos de instalação na laje; ( ) Outros....................................................
48- Quais detalhes são mostrados no projeto de elevação?
( ) Tomadas; ( ) Eletrodutos; ( ) Pontos de água; ( ) Rede hidráulica; ( ) Ramais de
esgoto; ( ) Altura das janelas; ( ) Cotas dos pontos; ( ) Blocos diferenciados; ( )
Espessura da juntas; ( ) Blocos especiais; ( ) Resistência dos blocos; ( ) Resistência da
argamassa; ( ) Grautes; ( ) Resistência dos grautes; ( ) Detalhe da armação ( )
Outros..................................................................................
49- Qual a média em mm da argamassa para nivelamento da 1ª fiada? ( ) 1 a 1,5 cm; ( )
1,5 a 2 cm; ( ) > 2cm
50- Como é feito esse nivelamento? ( ) Mangueira de nível; ( ) Nível a laser; ( ) Nível
alemão; ( ) Outro...................................................................
51- Qual a espessura máxima encontrada?..........................................................................
52- Como são preenchidas as juntas horizontais de argamassa?
( ) Preenchimento total (longitudinal e transversal); ( ) Preenchimento parcial (somente
longitudinal)
53- As juntas verticais são preenchidas? ( ) Sim; ( ) Não
52
Aberturas
54- As aberturas dos vãos e a altura estão coerentes com a modulação; ( ) Sim; ( ) Não
55- São utilizados gabaritos para execução dos vãos de porta e janela? ( ) Sim; ( ) Não
56- Se sim. De qual material é feito esse gabarito?.............................................................
57- Se não. Qual a prática utilizada para execução de vãos?..............................................
58- No caso de não compatibilidade de modulação com as dimensões das portas e
janelas, como são preenchidos os vãos existentes entre o marco e os blocos?...................
59- Qual a solução adotada para as vergas e contra-vergas de janelas e vergas de portas?
( ) Pré-moldados; ( ) Calhas “U” com graute e ferragem; ( ) Coincide com a cinta ( )
Outro.......................................................
60- Como é feito o assentamento da esquadria? ( ) Uso de contra-marco; ( ) Esquadria
pronta; ( ) Outro..............................................................
Instalações
61- Existe dificuldade de compatibilizar instalações de eletrodutos nas paredes de
alvenaria estrutural, ocasionando rasgos indesejáveis?
( ) Sim; ( ) Não
62- As caixas de tomadas são fixadas antes ou após o assentamento dos blocos?
( ) Antes; ( ) Após
63- Existem blocos com geometria adequada para fixação das caixas elétricas?
( ) Sim; ( ) Não
64- O eletricista acompanha as equipes de elevação? ( ) Sim; ( ) Não
65- Os quadros de distribuição estão previstos no projeto de elevação? ( ) Sim; ( ) Não
66- Existem paredes hidráulicas (não estruturais) previstas em projeto? ( ) Sim; ( ) Não
67- Se sim. Qual o tipo de bloco utilizado para fechamento dessas paredes?
53
( ) Bloco estrutural; ( ) Bloco de vedação; ( ) Outro.........................................................
68- Como é feita a fixação com as paredes estruturais e entre a última fiada dessas
paredes e a laje de teto?.......................................................................................................
69- São previstos shafts verticais? ( ) Sim; ( ) Não
70- Se sim. Qual o material empregado para fechamento?.................................................
71- Os kit’s hidráulicos são previamente montados fora do local a ser fixado?
( ) Sim; ( ) Não
Lajes
72- Qual é o tipo de laje prevista em projeto?
( ) Maciça moldada in loco; ( ) Maciça pré-laje; ( ) Nervurada; ( ) Pré-fabricada lajota
e vigota; ( ) Outro.............................................................
73- Qual(is) a(s) espessura(s) das lajes acabadas?..............................................................
74- Caso seja pré-moldada, como será o transporte?..........................................................
75- Como é feito o transporte do concreto?
( ) Balde e grua; ( ) Bombeável; ( ) Outro...............................
76- Existe acabamento da superfície na concretagem, para receber a camada de piso
diretamente? Ou é feita posterior regularização?................................................................
Revestimento das paredes
77- Qual o tipo de revestimento adotado? ( ) Reboco; ( ) Emboço; ( ) Revestimento
de gesso; ( ) Outro..........................................................

Documentos relacionados