Antana áudio do carro
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Antana áudio do carro
VidaBosch Rachel Guedes Novembro | Dezembro de 2006 • nº 8 Tamanho é documento Para Claudia Raia, 1,80 metro, carro tem de ser espaçoso e confortável Seca ou desidratada, mas com vida Frutas como avelã, noz e pistache são fonte de energia Bom pra cachorro Mercado de produtos para animais de estimação cresce e se diversifica Boa leitura! Ellen Paula 32 Rachel Guedes 38 Divulgação Na série de edições da VidaBosch, você tem conhecido cada vez mais o leque amplo de atuação da Bosch. Esta edição é uma clara demonstração disso. Veja, caro leitor, o sumário ao lado. Num único exemplar, você poderá ler desde uma reportagem sobre o encanto das cavernas do Petar (entre o norte do Paraná e o sul de São Paulo), até um texto sobre uma, digamos, paixão nacional: os animais de estimação. Isso está especialmente espelhado na seção eu e meu carro, que traz uma entrevista com uma personalidade por si mesmo bastante diversa: Cláudia Raia. Atriz, dançarina e – você verá na matéria – apaixonada por automóveis, ela mal saiu da novela “Belíssima” e já estrelou o musical “Sweet Charity“, do qual a Bosch é uma das patrocinadoras. Por trás desses temas, e dos outros abordados nas próximas páginas, há a diversidade de atuação da Bosch: de faróis a furadeira, de apoio a projetos de pesquisa em cavernas a desenvolvimento de tecnologias menos poluentes, de geladeira a uma microrretífica que pode ser usada para cortar unhas de animais de estimação. Trata-se, porém, de uma diversidade com alguma unidade: todos esses assuntos encontram abrigo sob um único guarda-chuva: o universo da Bosch. Da mesma maneira, nossa diversidade de produtos é marcada também por uma unidade: o padrão Bosch de inovação, qualidade e confiança. Assim também torcemos que seja seu fim de ano e seu 2007 – diversidade de experiências, mas todas elas com algo em comum: a felicidade. 18 Rachel Guedes Diversidade para o seu dia-a-dia 12 Getty Imagens editorial Sumário 02 viagem | Nas cavernas do Petar, resquícios de épocas longínquas 08 eu e meu carro | Cláudia Raia se mostra uma apaixonada por carrões 10 torque e potência | Tem conforto de carro e luxo de carro, mas é caminhão 12 casa e conforto | Como fazer para o “cantinho da bagunça” ficar bonito 18 saudável e gostoso | A história e as propriedades das frutas secas 24 tendências | Os combustíveis que podem substituir o petróleo 28 grandes obras | Na Vila Pan-americana, quartos sob medida para atletas 32 Brasil cresce | Ao mimar cães e gatos, donos alimentam a economia 38 atitude cidadã | Produtos indígenas: da aldeia para a loja da esquina 42 aquilo deu nisso | Alunos não economizam idéias para economizar gasolina 46 áudio | O que seu CD player tem a ver com Machado de Assis Expediente VidaBosch é uma publicação trimestral da Robert Bosch Ltda., desenvolvida pelo departamento de Marketing Corporativo (ADV). Se você tiver dúvidas, reclamações ou sugestões, fale com o Serviço de Atendimento ao Consumidor Bosch: (011) 2126-1950 (Grande São Paulo) e 0800-7045446 (outros locais) ou www.bosch.com.br/contato Presidente: Edgar Silva Garbade • Gerente de Marketing Corporativo: Ellen Paula G. da Silva • Produção e edição: PrimaPagina (www.primapagina.com.br), rua Jesuíno Arruda, 797, 10° andar, CEP 04532-082, São Paulo, SP, tel. (11) 3512-2100, fax (11) 3512-2105 / e-mail: [email protected] • Projeto gráfico e diagramação: Renata Buono Design ([email protected]), tel. 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Mas sua maior atração vem do fato de reunir uma das três mais importantes concentrações de cavernas do país — mais de 300 já foram exploradas, de todos os tamanhos, desde pequenos buracos com não mais de 50 metros de comprimento, até imensos labirintos com mais de 5 quilômetros de extensão. Muitas pessoas comparam entrar numa caverna a entrar numa grande catedral. É um momento solene. A boca de uma caverna é uma fronteira entre dois mundos. De um lado, o mundo do frio e calor, dos barulhos e da luz; do outro, o mundo do silêncio, da temperatura constante e da escuridão. Fora da caverna tudo acontece muito rapidamente. Dentro, tudo é milenarmente lento. Basta imaginar que qualquer estalactite com mais de 10 centímetros provavelmente já estava lá quando o Brasil foi descoberto, há 500 anos. A história dessas cavernas começou há cerca de 600 milhões de anos, muito antes dos dinossauros ocuparem o planeta. Nessa época, quando nem os continentes ainda estavam formados do modo como os conhecemos, uma gigantesca colônia de corais crescia num mar cheio de criaturas primitivas. Com o movimento das placas continentais, essa colônia foi lentamente engolida pela terra, submergindo na crosta terrestre. Sob a pressão de quilômetros de terra, ela foi lentamente se transformando numa rocha, o calcário metamórfico. Mas a crosta terrestre não descansa. Esse bloco rochoso continuou a ser empurrado, agora para cima, até que voltou a aparecer, não mais sob o mar, mas sob um céu carregado de intempéries. As rachaduras cau- Alex Uchôa Entrar numa caverna é como entrar numa catedral; é um momento solene. A boca de uma caverna é uma fronteira entre dois mundos sadas por milhões de anos de movimento irregular começaram a servir de caminho para a água das chuvas. A água carregada de ácido começou a dissolver as paredes dessas rachaduras. Cada vez mais largas e espaçosas, elas deram origem às cavernas que tanta fama dão ao Petar. Núcleo Santana Petar abriga desde cavernas com menos de 50 metros de comprimento, até imensos labirintos com mais de 5 quilômetros de extensão O Petar possui dois núcleos principais: Núcleo Santana e Núcleo Caboclos. No Santana, o turista não fica desamparado. Há dezenas de pousadas e campings espalhados pelo bairro. Nos feriados prolongados, quase toda porta vira restaurante ou pouso para viajantes. Mais longe do improviso, há pousadas muito bem estruturadas, que oferecem tudo o que um turista pode precisar – de quartos confortáveis a comida farta e saborosa. O acesso ao Núcleo Santana é feito pela Régis Bittencourt (BR-116). Em Jacupiranga, entra-se rumo a Eldorado e daí para Iporanga. A ida ou a volta da viagem é tão bela que deve ser feita durante o dia. A estrada serpenteia entre o majestoso rio Ribeira de Iguape (que forma o Vale do Ribeira) e montanhas cobertas de vegetação densa. A estrada requer atenção. Ela alterna trechos de asfalto em excelente estado e trechos onde o asfalto já foi levado pelas chuvas. Um dos pontos altos desta estrada fica entre Eldorado e a Caverna do Diabo: uma figueira centenária envolve a estrada num túnel de galhos e folhas. Vale a pena parar e ver de perto como suas raízes se abrem e ramificam. Logo se chega ao pequeno município de Iporanga, com mais de 400 anos. De Iporanga são mais 20 quilômetros até o Bairro da Serra – que não tem mercado, farmácia ou qualquer outro comércio que não sejam bares rústicos. Durante as temporadas de maior movimento, notadamente feriados e julho, eventualmente alguém abre uma pizzaria ou algo parecido. Se for ficar por aqui, portanto, previna-se e leve tudo de que necessita. Mais um pouco e chega-se ao Núcleo Santana. É nesse núcleo que fica a principal e mais famosa caverna do parque, a Gruta Santana, a poucos metros do estacionamento onde se deixa o carro. Sua entrada é a única fechada por um portão de ferro. E há motivo para isso: suas galerias guardam algumas das mais belas formações do Brasil. Se o Louvre é o grande museu de artes da França, a gruta de Santana é a guardiã de formações de centenas de milhares de anos tão delicadas que a simples mudança de temperatura causada por uma visitação mais intensa poderia destruí-las. Alguns de seus salões mais recônditos e espetaculares ficam a mais de 6 horas de caminhada da boca da caverna, num local a que apenas espeleólogos de grande experiência conseguem chegar. Mas o início da caverna, preparado especialmente para receber a visita de turistas, também guarda obras espetaculares. Num labirinto de galerias, sempre guiado por monitores do parque, o visitante pode se maravilhar com salões cujas paredes são completamente recobertas de estalactites, algumas absolutamente brancas. Um olhar mais atento pode encontrar entre elas, em lugares mais úmidos, delicados cristais com formas bizarras e curiosas. Há ainda a gruta da Água Suja, que não tem nada de suja – ao contrário, sua água absolutamente transparente é a linha-guia na visita da caverna. Já no início botamos o pé na água e seguimos por ela até o fim da caverna, ora atravessando lagos, ora subindo cachoeiras. Talvez um dos pontos mais belos desta caverna seja aquele em que as estalactites descem do teto quase se encostando ao chão. Não fosse a água do rio, que mantém aparadas as pontas das estalactites, a passagem já teria fechado. A gruta do Morro Preto é especial. Sua entrada é monumental, um grande salão com um chão de areia onde grupos préhistóricos faziam suas fogueiras. Quando for visitar essa gruta, peça a seu guia para levá-lo à janela – um lugar alto de onde se vê a boca da caverna de dentro para fora. A Alambari de Baixo não é muito ornamentada, mas o rio que a atravessa é fantástico: suas águas calmas cruzam o morro de A Bosch na sua vida Arquivo Bosch Arquivo Bosch 4 | VidaBosch | Segurança até debaixo d’água “Sob chuva, reduza a velocidade”, advertem as placas nas estradas que levam ao Petar. A pista molhada e a redução da visibilidade exigem do motorista atenção redobrada. Mas só cautela não basta. A segurança depende em grande parte do estado de manutenção e dos recursos do veículo. Por isso, antes de viajar, é importante checar itens como palhetas, sistemas de sinalização (faróis, lanternas e setas) e freios, além dos pneus. “A revisão do sistema de freio inclui pastilhas, discos, lonas tambores e o fluido de freio. Sinalização, palhetas e extintor de incêndio também precisam ser verificados”, afirma Heraldo Akira, proprietário do Centro Automotivo Estrela, ligado à rede Bosch Car Service. Nas oficinas da rede, é possível revisar num só local todos os itens do veículo. Outro acessório que contribui para segurança é a luz de neblina, que ajuda a evitar uma colisão em situações de pouca visibilidade. “É um recurso bom porque permite que o carro seja visto a uma distância maior”, destaca. A Bosch disponibiliza no Brasil a linha de faróis auxiliares Compass 2000 (foto), nas versões xenon e halógeno. O produto é feito em alumínio fundido com lentes transparentes, o que lhe garante um design moderno. Além disso, quando equipado com lâmpadas xenon é 2,5 vezes mais eficiente que os faróis convencionais. 6 | VidaBosch | viagem | VidaBosch | 7 viagem A Bosch na sua vida Arquivo Bosch Arquivo Bosch Mergulho ao fundo da terra A caverna do Juvenal, no Petar, é o maior abismo em rocha calcária do Brasil. Explorar os 24 metros que separam a entrada da caverna de seu ponto mais profundo – desnível equivalente ao de um prédio de 80 andares – é uma aventura reservada a profissionais. Uma das primeiras expedições caverna adentro foi realizada em 977, por um grupo da USP. Mas um dos lados ficou inexplorado até 200, quando o espeleólogo Luiz Eduardo Spinelli organizou um grupo e fundou o Projeto Juvenal, com o objetivo de desvendar as partes ainda desconhecidas da caverna. O primeiro passo foi vasculhar a mata nos arredores do Juvenal para verificar se existiam outros acessos ao abismo. Nessa busca foram descobertos três novos abismos, dois deles com fósseis de animais extintos (um toxodom, mamífero pré-histórico parecido com o rinoceronte, e uma preguiça gigante). Além disso, encontraram, dentro do Juvenal, uma galeria estreita com cerca de 20 metros de altura. A etapa seguinte começou em 2003, com prospecções no interior do Juvenal. Para descer pelos paredões e vãos estreitos da caverna, os exploradores usaram produtos da Bosch, como marteletes de perfuração a bateria (GBH 24V) – o fato de não ter fio foi fundamental. Nessa expedição, descobriu-se uma nova galeria, batizada de salão do Menin. Os exploradores formaram ainda uma terceira excursão, que permitiu mapear o lado ainda desconhecido da caverna. Alex Uchôa lado a lado, e é possível chegar por um lado e sair pelo outro. Excelente passeio para domingo de manhã, antes de ir embora. Outro grande passeio é a Cachoeira da Andorinha, algumas horas rio Betary acima. Encravada em cânion de rochas de calcário negro, é o local preferido dos apreciadores de cachoeiras. Leonardo Papini/SambaPhoto Núcleo Caboclos O Núcleo Caboclos não possui qualquer infra-estrutura a não ser um camping com banheiros bastante rústicos. Tudo deve ser levado. Secador de cabelos e celular podem ser dispensados: não há eletricidade nem sinal de celular. Um verdadeiro paraíso. O acesso é feito pela rodovia Raposo Tavares. Seguindo por ela passam Sorocaba, Itapetininga e Capão Bonito. A Raposo a partir deste ponto desvia-se para o norte do Paraná. Nós seguimos em frente, atravessamos Capão Bonito em direção a Guapiara. Melhor abastecer aqui. Depois de Guapiara, 33 quilômetros à esquerda há uma pequena estrada de terra. Mais 16 quilômetros por ela e chega-se ao Núcleo Caboclos. Aqui há grandes atrações, mas em geral estão mais afastadas que as do Núcleo Santana. As grutas do Chapéu, Aranhas e Chapéu Mirim 1 e 2 são exceções. Ficam a poucos minutos de caminhada, mas são pequenas – ideais para visitar com crianças. Os pontos mais importantes são as grutas da Pescaria, Monjolinho, Arataca e Água Sumida. As Cachoeiras do Maxminiano e Sete Reis completam o quadro das atrações abertas ao público nesta área do parque. A gruta da Pescaria fica a cerca de duas horas de caminhada. Portanto, só se aventure se estiver em boa forma. Formada pelo rio da Pescaria, é bem ornamentada. As do Monjolinho e Arataca estão entre as mais antigas da região. Ambas já não têm mais rios passando por dentro, portanto estão “mortas”. A caminhada de uma hora até elas é feita por uma bela e preservada mata com muitos pés de palmito juçara, em extinção. A gruta Água Sumida é bela, mas aventurosa. À medida que se desce o rio que a forma, paredes verticais vão subindo em Não só as cavernas são atração no Petar: o parque tem uma porção preservada de Mata Atlântica e várias cachoeiras Para aproveitar melhor os passeios no Petar é importante levar uma mochila com lanterna, roupa extra, lanche e sacos de lixo ambas as margens, até que o rio se encaixe num cânion de rochas e paredes verticais. Após uma curva abrupta, vê-se de repente a gigantesca boca que sobe rasgando a parede de rocha e engolindo o rio. Muitas vezes, andorinhões saem e entram pela boca. Segue-se o tempo todo pelo rio, ora atravessando lagos hora descendo por cachoeiras. Na saída estreita, muitas vezes é possível ver troncos de árvore presos no teto – o que mostra o quanto a caverna enche durante as tempestades. Mas, sem dúvida, a grande atração deste núcleo são as cachoeiras do Maxminiano e Sete Reis. O rio caudaloso vem descendo por entre paredes até que em dois lances belíssimos cai em um lago. O rio continua após o lago, mas com o leito seco, repleto de pedras. Aos poucos a água vai retornando ao leito, mas não no mesmo volume de antes. Poucos quilômetros rio abaixo, ela reaparece de uma só vez, numa gigantesca cachoeira, a dos Sete Reis. Preparando a mochila Ao planejar uma viagem ao Petar, é bom ter em mente que ela será ponteada constantemente por água, seja embaixo da terra seja na superfície. Praticamente todos os atrativos estão a pequenas caminhadas de distância do carro. É essencial uma mochila com lanterna (para usar dentro das cavernas e, eventualmente, na volta pelas trilhas), roupa extra (para ser trocada depois de se atravessar alguma caverna com água), lanche (para repor a energia após longas aventuras) e sacos de lixo (para embalar aquilo que não pode ser molhado e para trazer de volta o lixo que você produzirá pelo caminho). Se você for do tipo que gosta de água, não esqueça a roupa de banho e a toalha. No Petar, a toda hora há um rio ou cachoeira. A roupa para o dia deve ser resistente, mas confortável. Não use bermudas, mas calças (preferencialmente não as jeans, que são duras e, às vezes, causam assaduras depois de molhadas). O calçado, é melhor que seja cano alto. O uso de duas meias, uma fina por baixo e uma grossa por cima, evita bolhas. Camiseta é uma boa pedida, mas um moletom extra na mochila é importante, pois as cavernas são muito úmidas, e em pouco tempo podem ser frias. Mais informações Onde comer e se hospedar • Pousada do Quiririm Tel.: (15) 3556-1273 ou (11) 6693-3578 www.pousadadoquiririm.com.br • Pousada das Cavernas Tel.: (11) 3814-9153 www.pousadadascavernas.com.br • Pousada da Diva Tel.: (15) 3556-1224 www.pousadadiva.com.br 8 | VidaBosch | eu e meu carro | Por Ricardo Lopes Rachel Guedes Com 1,80 metro, fã de automóveis desde a infância, Cláudia Raia prefere veículos confortáveis e espaçosos H Grande apaixonada por carros grandes ouve uma época em que carro era conversa só de homens. Não mais, como prova um bate-papo com Maria Cláudia Motta Raia, mais conhecida apenas por Cláudia Raia. Bailarina e dançarina em atividade há mais de 25 anos, atriz cada vez mais elogiada, ela revela ter em suas veias uma forte paixão pelas quatro rodas. Desde menina já havia interesse em dirigir por parte da pequena, ou melhor, da grande Cláudia – grande, sim: aos 13 anos, quando tinha 1,70 metro, chegou a fazer tratamento para controlar o excesso de altura. Quando ainda não era tão alta, costumava andar de carro no colo da mãe, dona Odete, pelas ruas próximas da casa onde moravam, em Campinas (SP). “Eu sempre quis dirigir, desde menina. Me considero uma grande apaixonada por carro”, revela. Seu primeiro carro foi um Ford Escort 84, vermelho. Foi com ele que tirou a carteira de habilitação. “Até me lembro do nome da auto-escola lá em Campinas, Fom Fom”, diz ela, divertindo-se. Depois, teve vários modelos. Mas sempre preferiu os mais modernos e também confortáveis – não é para menos, com seu 1,80 metro o conforto sempre foi a prioridade. Cláudia deixa evidente que gosta de sentir o controle do carro em suas mãos, mas conta que é adepta de automóveis equipados com câmbio automático. “O brasileiro ainda não tem esse hábito, mas depois que você se acostuma é uma maravilha”, elogia. Mas nem tudo é paixão nessa sua história com automóveis. Um dos casos envolveu um trauma. Ela foi vítima de um assalto, quando parou em um cruzamento e um bandido colocou uma arma na sua cabeça, no Rio de Janeiro, em 2000. Foi um choque. Não levaram apenas seu Mercedes-Benz ML, levaram também sua paz. Depois disso, não quis saber de dirigir. “A partir daquele momento, para mim não dava para ter um carro bacana no Brasil”, conta. “Aí travei. Não queria saber de carro, já tinha se transformado em pânico”, desabafa. Foi então que o amigo Fausto Silva convenceu-a a voltar atrás e incentivoua a ter seu carro dos sonhos, um Cadillac: “Ele ficou me dizendo por um bom tempo: Cláudia, você é louca por carro, deixa essa bobeira para lá”. E assim ela fez. Hoje, na sua garagem do Rio de Janeiro está um SRX Crossover ano 2006, o modelo dos seus sonhos. “É o carro que eu queria. Tem todo um requinte, muito conforto e detalhes impressionantes. O que eu curto também é o teto de vidro”, enfatiza. Também tem especial paixão por Jaguar e Ferrari. Se fosse para trocar seu carro atual, teria de ser por algum de uma dessas marcas. Cláudia tem também uma casa em São Paulo, mas não mantêm um carro fixo por muito tempo nessa garagem. Normalmente usa um Mercedes-Benz Sedan Classe C, ao lado do qual fez as fotos para VidaBosch, durante a temporada paulistana da peça Sweet Charity. Mas, como só vem à capital paulista para compromissos, precisa de praticidade: geralmente abre mão do volante e aprecia o confortável banco de trás. “Para dar conta da agenda e da correria, gosto de ter um motorista”, diz. Mas ela faz questão de afirmar que é apenas por praticidade. Cláudia tende a preferir os carros mais altos, principalmente se for para usar no Rio de Janeiro. “A cidade fica inundada facilmente, e só um carro mais alto dá tranqüilidade para enfrentar essas situações”, explica. É o caso do automóvel de seu marido, o ator Edson Celulari: um Toyota Prado, que segundo ela é perfeito para a família. Para Cláudia, uma das piores coisas que podem acontecer com um carro é dar a partida e ele não funcionar. “Creio que a confiança no automóvel é muito importante. O carro é uma máquina, e como tal pode falhar, pode quebrar. Se você não cuida, estará sempre sujeito a ficar na mão”, afirma. Não é o caso dela, que diz nunca ter sofrido com problemas mecânicos em seus automóveis. É que ela sabe se precaver. No seu Cadillac, por exemplo, só mexe um mecânico de confiança em São Paulo, que é especializado na marca. A Bosch na sua vida Arquivo Bosch O empurrão inicial A situação tão temida por Cláudia Raia – dar a partida e o carro não funcionar – está relacionada à bateria e a um item menos conhecido do motorista: o motor de partida (também conhecido como motor de arranque). Seu nome já indica do que se trata. É um motor elétrico que só é acionado na hora da partida – depois que o veículo começa a funcionar, ele desliga. Assim que o motorista gira a chave de ignição, a bateria alimenta o motor de partida, que gira uma engrenagem chamada cremalheira – e é ela que movimenta os pistões do motor a combustão. O motor de partida, portanto, transforma a energia elétrica da bateria em energia mecânica, que vai fazer o motor rodar. Nos motores de carros até 1,6 litro, o motor de partida tem acionamento direto. Nos mais possantes, como os de Cláudia Raia, ele é composto de um sistema que aumenta o torque para poder acionar esses motores mais pesados. O motor de partida não requer manutenção periódica. Mas para evitar danificá-lo o motorista não deve girar a chave quando o carro já está ligado, alerta o chefe de Engenharia de Motor de Partida da Bosch, Alfredo Catini. A Bosch é líder de mercado nesse segmento no Brasil. O produto, que é exportado para Europa e Austrália, é compacto e leve, mas resistente: funciona mesmo em temperaturas muito baixas (até 25 graus abaixo de zero) ou muito altas (acima de 100 graus). 10 | VidaBosch | torque e potência | Por Rosangela de Moura Divulgação Volvo do Brasil de emissão de dados, equipamento para emissão de pedidos e notas fiscais. Como a cabine com tomada elétrica de 12 volts, porta-objetos para celular, carteira e canetas, ela pode virar uma espécie de escritório ambulante. Sozinho ou acompanhado Caminhão da linha FH, da Volvo: câmbio automático, travas e vidros elétricos, air bag e computador de bordo com 70 funções Conforto de carrão DVD, computador de bordo, desembaçador de retrovisor, sistema de rastreamento, frigobar – tudo isso dentro de um caminhão I magine um local com DVD, CD, internet, frigobar, duas camas, mesa, poltronas e ar-condicionado. Se imaginou um confortável quarto de hotel, você errou. Esses itens fazem parte de uma nova geração de caminhões que invadiram o mercado. Os sinais são de que não se trata de uma aposta extravagante apenas para reforçar a imagem das marcas: as ofertas desses veículos com conforto semelhante ou superior ao de alguns carrões de luxo envolvem vários segmentos e várias montadoras. Alguns acessórios são semelhantes aos que equipam automóveis de padrão um pouco mais alto: freios ABS, direção hidráulica, trava elétrica, air bag, espelho retrovisor com regulagem elétrica e um sistema de som que vai muito além do rádio. Outros são bem específicos de quem chega a percorrer 500 quilômetros de estradas por dia — caso dos dispositivos de rastreamento, das camas e mesas e do frigobar, por exemplo. E ainda há sofisticações raras mesmo nos carrões, como desembaçador de retrovisor e computador de bordo com quase uma centena de funções. Há alguns modelos, como os da linha Constelation, da Volkswagen, que permitem que o motorista fique de pé na cabine. O modelo top de linha lançado há um ano, o Titan Tracktor Constelation 19320, traz cama, ar-condicionado, banco com suspensão pneumática, freios ABS, freios auxiliares, tanque de combustível com capacidade para 620 litros e um sistema que não permite que a carroceria ou a cabine seja levantada sem a autorização do motorista. Mas, segundo Júlio Steg, analista de marketing da Volkswagen, ainda é possível colocar CD, DVD, frigobar e o sistema Volksnet – que é capaz de monitorar automaticamente várias informações do veículo. “É um maior benefício tanto para o caminhoneiro como para o frotista, que pode gerenciar de uma forma mais inteligente toda sua frota”. De olho nesse nicho, a Ford tem uma linha de caminhões (Cargo) com modelos que saem de fábrica com banco-leito, piloto automático, ar-condicionado, banco com suspensão pneumática e direção hidráulica. Ainda é possível ter o gerenciamento eletrônico dentro da cabine, que funciona também como manutenção preventiva e como um rastreador por GPS, afirma o gerente de engenharia de vendas da montadora, Straus Rossi. “Possíveis falhas podem ser gerenciadas da própria cabine, diminuindo o tempo de parada e o consumo de combustível”, destaca. Conseqüentemente, completa, isso vai gerar ao motorista mais disposição no final da viagem. “A importância do conforto para o caminhoneiro brasileiro aumentou nos últimos anos”, avalia. Atenta a outro mercado – o de caminhões leves e urbanos –, a DaimlerChrysler do Brasil lançou o Mercedes-Benz Accelo, que possui motorização eletrônica e direção hidráulica. Entre os itens opcionais estão chave geral do sistema elétrico, espelhos retrovisores com desembaçador e regulagem elétrica e ar-condicionado. Uma das atrações está no segundo dos três bancos da cabine, o do meio: seu encosto é rebatível, podendo ser transformado em mesa de trabalho para acomodar, por exemplo, prancheta, laptop, teclado Para aqueles que viajam em dupla e fazem do caminhão a sua segunda casa, a Volvo lançou a linha FH – no modelo top de linha, a cabine mede 1,93 metro de altura e tem beliche, controle de rádio no volante, câmbio automático, air bag, travas e vidros elétricos e computador de bordo com 70 funções. “Quanto mais confortável, mais será produtivo o trabalho do motorista. Por isso, produzimos todos caminhões com o mesmo conceito de carro de passeio”, destaca o gerente de engenharia de vendas, Álvaro Menoncin. O FH Top Class ainda possui tomadas, vidros e travas elétricas, além do volante ajustável e é apto a receber frigobar, laptop e demais tecnologias para automóvel existentes no mercado. Mas, se o caminhoneiro viaja sozinho, essa linha ainda permite que uma das camas seja adaptada com o kit office, composto de mesa e duas poltronas. Mas por que comprar veículos que custam R$ 350 mil, como o FH da Volvo repleto de opcionais? Jaílson Rosa, gerente de frota do Centro Logístico Einchenberg, de Porto Alegre, explica: a peça fundamental do caminhão ainda é o motorista e, por isso, optou por conforto e design moderno ao aumentar sua frota com um top de linha da Volkswagen. “Além de muito confortável, o novo modelo possui uma média de consumo menor e permite que o próprio motorista controle a manutenção”, declara. Fernando Lucca, gerente de operações da Primacs Transportes Pesados, comprou caminhões da linha da Volvo, inclusive o novo modelo FH. “O que me chamou a atenção foi o design moderno e o conforto oferecido ao motorista que faz longas viagens, que apresenta um rendimento muito maior no final do seu trajeto”, destaca. “Costumamos brincar que esse modelo de caminhão, em relação ao conforto, é um carro luxuoso com proporções maiores”, comenta. A Bosch na sua vida Conforto embaixo do capô Conforto é bom e todo mundo quer. Mas de pouco adiantam os itens de luxo se o caminhão anda aos sacolejos e se o motor é barulhento. Um dos componentes que mais contribuem para um rodar macio e sem ruídos – e portanto para o conforto do motorista – é o sistema de injeção, responsável por coordenar o funcionamento do motor. Entre os sistemas de injeção diesel de alta precisão disponíveis no mercado brasileiro está o Common Rail, produzido pela Bosch. Ele controla eletronicamente a quantidade e o tempo de injeção de combustível no motor. Dessa forma, injeta combustível antes da combustão, o que permite combustões mais homogêneas e resulta na redução da vibração e do ruído do motor. Além disso, o sistema realiza injeção de diesel após a combustão, o que contribui para a diminuição da poluição, atendendo às futuras normas sobre a emissão de gases tóxicos. Arquivo Bosch 12 | VidaBosch | casa e conforto | Por Katia Cardoso Rachel Guedes Mãos à obra! Bricoleiros, artesãos ou mesmo quem faz pequenos consertos em casa podem montar seu ateliê, com ou sem ajuda profissional. Quer se inspirar? Veja as idéias apresentadas nestas páginas 14 | VidaBosch | casa e conforto | VidaBosch | 15 casa e conforto Marc Romanelli/Getty Images minam o ambiente e, com auxílio de espelhos, aumentam a profundidade. “Não está descartado o uso de uma cor mais quente em uma parede ou outra para descontrair o ambiente”, pondera Paula Rebello, arquiteta do escritório paulistano Lia Carbonari. Tudo vai depender da vontade e da necessidade do cliente. Paula cita um projeto criado recentemente para uma designer de jóias: o quarto de empregada virou ateliê e o projeto foi feito sob medida, ganhando até um pequeno ponto de água – necessidade da designer. “Como trabalhava com objetos muito pequenos e ferramentas, algumas pesadas, tivemos que escolher um piso de granilite polido, que suporta o peso de um objeto que caia sobre ele. Na marcenaria, gavetas foram usadas para encaixar peças de todos os tamanhos”. Iluminação O “cantinho do conserto” pode ser simples, mas convém que ele reflita os hábitos e gostos do dono Q uase não existem regras quando o assunto é decoração. Boa parte vai depender do gosto de cada pessoa, de quanto está disposta a investir e se vai ou não recorrer à ajuda profissional. Para os que gostam de se aventurar e colocar a mão na massa, esse pode ser um exercício bem divertido, principalmente se o objetivo é montar um cantinho da casa destinado a hobbies como bricolagem, artesanato ou pequenos consertos. E, ao contrário do que se pensa, esses espaços podem ser planejados – com ou sem a ajuda de um arquiteto ou decorador. É verdade que a orientação profissional é sempre bem-vinda, pois pode livrar o morador de um espaço mal planejado e que, no lugar de relaxá-lo, cause-lhe mais dores de cabeça. Tomando alguns cuidados básicos, dá para organizar sozinho um ambiente agradável, prático e, sobretudo, funcional. O primeiro passo é escolher bem o local reservado à atividade – um quarto vazio, um canto na garagem, na varanda ou até um corredor. Com a planta nas mãos e todas as medidas anotadas, defina os móveis, equipamentos e acessórios de que você vai precisar, de acordo com a atividade que será desempenhada no local. Mesas, cadeiras, armários e gaveteiros, em geral, são opções indispensáveis. Se esse é o seu caso, prefira os de cor clara, pois não deixam o ambiente pesado. Havendo espaço para cadeiras maiores, sofás pequenos ou estantes, tanto melhor. Você pode criar um lugar aconchegante para a leitura, por exemplo. “Dependendo da atividade ou do hobby praticado, verifica-se tudo de que a pessoa vai precisar e aí então projetamos o espaço com toda a ergonomia possível, para garantir o conforto e uma boa circulação entre os móveis”, afirma Carlos Henrique Oliveira, da Duo Arquitetura, empresa de Campinas (SP). O ambiente pode ser simples, mas precisa refletir os hábitos e gostos do dono. Assim, vale espalhar objetos pessoais que dêem identidade ao espaço, caixas coloridas (revestidas de couro ou tecido), que servem para guardar pequenos objetos, e até retratos. “As caixas deixam tudo em ordem. Já os artigos pessoais ou da família, como Mesas, cadeiras, armários e gaveteiros são quase sempre indispensáveis; nesse caso, dê preferência aos de cores claras, pois não deixam o ambiente pesado fotos, tornam o espaço mais aconchegante”, observa Carlos Henrique. Há quem prefira instalar também pequenos aparelhos de som e de TV – pois, de tão agradável, o lugar se torna um refúgio para os momentos de folga e de lazer. Outro cuidado importante é com as cores escolhidas para as paredes. As claras ilu- Esse é um item que merece atenção especial, pois pode comprometer o projeto caso seja mal executado. Por exemplo: se você escolher lâmpadas incandescentes, tenha certeza de que vai sentir o ambiente mais quente e a vista bem mais cansada ao fim de um dia de atividades. Por isso, a dica do arquiteto Maurício Arruda, do departamento de arquitetura da Galvez & De Vitto Interiores, de São Paulo, é usar lâmpadas fluorescentes com adequado índice de reprodução de cor (IRC), que consumam pouca energia e sejam voltadas diretamente para o local de trabalho – seja mesa ou bancada. “Outros tipos de lâmpadas também podem entrar na composição para dar mais estilo à decoração, mas essas são as ideais”, comenta ele. Ao compor o ambiente, e para não deixar que a luz externa interfira, pense em persianas – uma solução prática e muito fácil de limpar. O mesmo vale para as paredes: prefira os revestimentos ou tintas que, com uma esponja leve e sabão neutro, ficam tinindo. “O ideal é que o ambiente seja realmente funcional e de fácil manutenção”, ensina Paula. Os fios das luminárias e de outros equipamentos, como som e TV, atrapalham? Tranqüilize-se. Eles podem ser “escondidos” por canaletas de madeira, produzidas por marceneiros. Se preferir, recorra ao mercado, e você vai encontrar modelos de plástico ou móveis planejados que têm espaço para guardar a fiação. Isso ajuda a deixar seu ambiente bem arrumado. Aliás, quando o assunto é organização, a campineira Kerler Inácio é expert. Estudante do curso de Desenvolvimento de Web, nas horas de folga ela se dedica a uma paixão: o mosaico. Desde 98, Kerler se vê às voltas com pedaços de azulejos que, pouco a pouco, vão se transformando em peças bonitas e funcionais. Como mudou recentemente para uma casa, está ocupando um espaço improvisado. “Mas não vejo a hora de começar a construção do meu ateliê, que já está projetado”, conta. Mesmo no local improvisado, ela não abre mão de deixar tudo em seu respectivo lugar. “Tenho prateleiras e uma bancada central. É nessa bancada que espalho as ferramentas e as tesselas (pequenos pedaços de louça, tela, vidro) usadas no mosaico”, afirma. As prateleiras estão reservadas para o material de estoque e para o que vai ser reciclado. Tudo está devidamente separado e identificado. “Assim, consigo saber sempre a quantidade de material disponível e evito gastos desnecessários”, comenta. Para manter o lugar impecável, ela tem uma tranca na porta – o que impede o acesso das crianças ao local, evitando acidentes. Com a cara do dono Quem também se dedicou com esmero à criação de um ateliê foi o paulista Marco Signorette, 24 anos. Pintor e designer, Marco morava com os pais em uma espaçosa casa com edícula nos fundos. Foi lá que montou seu ateliê. Trocou o piso por um de cerâmica, mais fácil de limpar, colocou prateleiras para dispor telas, pincéis e tintas. Tudo foi planejado com carinho – até a textura que ele mesmo fez em uma das paredes. “O lugar ficou com a minha cara. Como era separado, me dava privacidade”, conta. Agora que se mudou, ele tem planos para criar um espaço, embora menor, tão agradável quanto o antigo ateliê. Quando a criatividade e a conta bancária não têm limites, a imaginação corre solta. Prova disso foi o espaço criado pelas arquitetas Adriana Ribeiro de Mendonça e Aline Cremonini Constantino para a garagem da edição paulistana da Casa Cor 2006, maior 16 | VidaBosch | casa e conforto | VidaBosch | 17 casa e conforto Rachel Guedes A garagem da Casa Cor São Paulo, que usou ferramentas da Dremel, marca do Grupo Bosch: exemplo de que espaço para ateliê ou consertos pode ser agradável e organizado Fios das luminárias e de outros equipamentos, como som e TV, podem ser escondidos por canaletas de madeira ou de plástico, ou em móveis que têm espaço para guardar a fiação evento de decoração do país, realizado de maio a julho. Como receberam o desafio de criar um ambiente agradável para a garagem e esse espaço estava reservado para um carro de alto luxo, as arquitetas não mediram esforços para criar um ambiente no qual um homem sofisticado se sentiria absolutamente confortável. Por isso, imaginaram que tipo de hobby ele teria e que “brinquedos de gente grande” gostaria de possuir. “Escolhemos um apreciador de aeromodelismo e de golfe, por exemplo. Assim, decoramos o ambiente com peças e ferramentas ligadas a essas atividades”, explica Adriana. As peças de aeromodelismo e as ferramentas ficaram dispostas sobre uma bancada de fórmica preta, dando a dica de que ele fabrica os próprios aviões. Plaquetas identificavam cada acessório, mostrando alguém cuidadoso e muito atento aos detalhes. O piso foi de cimento queimado com pintura de epóxi de alta performance. “Não era uma garagem para um homem que mexe em motores, mas para uma pessoa que gosta de objetos de arte”, confirma Aline. A arquiteta Adriana explica que, embora o espaço da garagem da Casa Cor seja sofisticado, é possível extrair algumas idéias desse projeto e adequá-las à sua realidade de espaço e de bolso. “No mercado, sobretudo o de São Paulo, há soluções criativas para todo o tipo de problema ou situação. Os preços variam, no caso de tecidos, por exemplo, de R$ 5 a R$ 400 o metro. Portanto, se você abrir mão de um arquiteto ou decorador, busque uma boa idéia e comece então uma boa pesquisa para torná-la viável”. Ou seja: com bom gosto e criatividade, você deixa seu cantinho funcional e muito simpático. A Bosch na sua vida Fotos Arquivo Bosch Indispensável dentro de casa O primeiro passo para quem quer montar um ateliê, um canto de artesanato ou bricolagem é adquirir um aparato de ferramentas que permita executar a maior parte possível de serviços, como furar, lixar, polir e parafusar. A Skil disponibiliza no mercado brasileiro alguns produtos essenciais nessa área. Essa é a marca do Grupo Bosch voltada justamente para o mercado do “Faça Você Mesmo”. Há mais de 80 anos no mercado, adquirida pela Bosch em 1997, a Skil é pioneira na fabricação de várias ferramentas (lançou a primeira serra elétrica portátil, em 1928). A tradição junta-se à comodidade e à segurança: só no Brasil ela conta com 350 oficinas de assistência técnica. Para montar ou incrementar o ateliê, um equipamento que não pode faltar é a furadeira, útil tanto para trabalhos simples, como pendurar um quadro na parede, quanto em projetos um pouco mais complexos, como montar armários e estantes. A furadeira 6642, da Skil, tem duas velocidades de perfuração e 470 watts de potência. A ferramenta vem num kit com uma broca de 6 milímetros para concreto, quatro discos de lixas e um disco de pele para polir. Ela é capaz de perfurar 10 milímetros em aço, 10 milímetros em concreto e 20 milímetros em madeira. Com um botão, o usuário seleciona se quer perfurar com impacto (para trabalhos em alvenaria e concreto) ou sem (para trabalhos em aço e madeira). A peça vem em uma maleta de plástico, o que contribui para a conservação da furadeira e ajuda a manter organizada aquela parte da casa que teima em ser chamada de “cantinho da bagunça”. Outra opção para aqueles que preferirem ter à mão um grande leque de recursos é o Jogo Para Fixar e Aparafusar, também da Skil. O kit vem com 117 peças e inclui desde uma chave de catraca (que permite que o usuário parafuse sem desencostar a chave do parafuso) até adaptadores de soquete (que permitem rosquear porcas de diferentes tamanhos). O jogo ainda conta com 21 brocas, de diferentes medidas, adequadas para madeira, metal, plástico e concreto, e 40 pontas para chaves de fenda, philips, pozidriv, quadradas, torx e allen. Com tantas peças assim, o usuário não poderia correr o risco de perdêlas pelos diversos cantos da oficina. Por isso, todos os acessórios vêm em um estojo de plástico, que protege as peças da umidade e da poeira e permite que o usuário mantenha tudo organizado. Além disso, o estojo serve também como maleta. Rachel Guedes | VidaBosch| saudável | saudáveleegostoso gostoso 1818| VidaBosch Vidas secas Frutas desidratadas ou naturalmente secas são fonte rica de energia e vitamina | Por Carolina Chagas 20 | VidaBosch | saudável e gostoso | VidaBosch | 21 saudável e gostoso O homem conhece as frutas secas desde quando era nômade. Isso faz muito tempo. Historiadores garantem que foi na Era Mesolítica que nossos antepassados começaram a colher frutas secas e de lá extrair castanhas. Sabe-se que esse tipo de alimento – rico em gordura e proteínas – era fonte de energia para longas caminhadas. Outra característica importante: custava a estragar. Por isso podia ser armazenado para caminhadas em terrenos mais áridos. Escritos de tempos menos remotos indicam a presença de nozes nos túmulos de Cartago (hoje Tunísia) e Marsala (na região da Sicília, na Itália). Escavações feitas no deserto egípcio também descobriram resquícios de nozes, avelãs, pinhões e amêndoas. As amêndoas e os pistaches são as castanhas mais citadas na Bíblia. A avelã, por sua vez, era popular na China. Historiadores registram seu consumo naquela região há mais de 5 mil anos. Em Roma, as nozes eram presentes muito comuns, sobretudo para crianças. Entre os mais ricos, era costume cobri-las de ouro antes de serem entregues como dádivas. Nos grandes banquetes, onde o vinho era abundante, serviam-se amêndoas para amenizar os efeitos do álcool. Sabe-se também que os romanos acreditavam que as avelãs protegiam contra a fome e que uma boa safra de nozes era indício de ano próspero. Ao que tudo indica, a fruta seca mais antiga na terra é a noz, com mais de 15 espécies oriundas da Ásia, Europa e Américas (a noz tipo pecã). Por aqui, também nasceram as primeiras castanhas de caju e do Pará, que em algumas partes do mundo são chamadas de castanha ou noz brasileira. Secas e desidratadas E aqui vale um parêntese: fruta seca já nasce com casca dura e castanha comestível no meio. As passas ou frutas desidratadas são outro capítulo da história da alimentação. O processo de desidratação das frutas foi desenvolvido bem depois, no Império Romano. Nessa época, elas eram submetidas à secagem natural, com exposição ao sol. A primeira máquina para desidratar frutas foi construída na França, em 1795, mas só durante a Primeira Guerra ela passou a ser usada com mais freqüência. À época da Fotos Rachel Guedes A Bosch na sua vida Frutas secas, como avelãs, nozes, pinhões e amêndoas, são há muito tempo boas companheiras dos homens: já eram conhecidas mais de mil anos antes de Cristo Segunda Guerra, já eram conhecidas técnicas para a desidratação de mais de 160 espécies de vegetais e frutos – damasco, uva, banana, maçã, ameixa, figo... Nos últimos 50 anos, esses processos foram aprimorados. “No Brasil, as técnicas de desidratação de alimentos se popularizaram nos anos 80”, conta a nutricionista Ruth de Macedo Andrade, que há dez anos desenvolve pesquisas com frutas secas e desidratadas. “Hoje o país está entre os três maiores exportadores de frutas frescas e desidratadas, mas ainda tem muito a crescer na exportação de frutas secas”, comenta. A macadâmia, segundo ela, é a novidade do mercado nacional. “Mas ainda tem produção muito pequena”. Originário da Austrália, esse tipo de noz se adaptou em algumas regiões do Brasil. Na Europa, ele é muito usado na culinária, especialmente em doces, e o óleo dele extraído também faz muito sucesso na indústria cosmética. Na culinária, muito antes da descoberta das manteigas, as frutas secas eram usadas para amolecer massas de todos os tipos. “A farinha de amêndoas é a base da confeitaria desde muitos anos atrás”, conta o chef Fabrice Lenud, da pâtisserie Douce France, uma das mais sofisticadas de São Paulo. Francês de nascença, Lenud morou em Marrakech (Marrocos) e é fã das frutas secas. “Elas são ingredientes muito especiais na culinária de um modo geral”, diz. Alto valor calórico De fácil conservação, e alto valor calórico, as frutas secas e desidratadas são muito consumidas em países de inverno rigoroso – daí serem bastante comuns no Natal, tradição que também foi incorporada por várias famílias brasileiras. “Por aqui, seu consumo também é aconselhado porque têm muitas qualidades nutricionais, mas deve-se preocupar com a quantidade, já que são extremamente calóricas”, diz Ruth. Ricas em fibras, vitamina A e minerais como potássio, ferro e cálcio, elas são ótimas alternativas para quem precisa repor energias rapidamente – esportistas e crianças em fase de crescimento, por exemplo. “Frutas secas e desidratadas deviam estar sempre presentes nas lancheiras de escola”, brinca Ruth. Segundo ela, as duas são importantes na alimentação, mas as frutas secas são menos ricas em açúcares e, por isso, mais saudáveis. “Além de ricas em ácidos graxos, que diminuem o HDL [colesterol ‘ruim’], também são fontes de outros nutrientes que agem como antioxidantes em nosso organismo”, explica. Mais espaço Colocar uma travessa de doce na geladeira é sempre um desafio. Todos os alimentos do interior do refrigerador são deslocados para encaixar aquele pavê de amêndoas, aquela torta de nozes ou o bolo gelado da sobremesa. Nas festas de final de ano, a tarefa é ainda mais difícil, já que a competição por espaço envolve pesos-pesados como o peru e o pernil da ceia. Resolver esses problemas de acomodação ficou mais fácil na nova linha de refrigeradores Bosch Space. Eles são os maiores da categoria — com até 34 litros a mais que os outros. Os 12 modelos, nas versões branca e aço inox, têm entre 403 e 467 litros. Isso não significa, porém, que ocupem mais espaço na cozinha. Os engenheiros da BSH Continental — empresa que detém as marcas Bosch e Continental de eletrodomésticos — desenvolveram um dispositivo inovador para refrigerar o aparelho: o Evaporador Flat, que, ao contrário dos convencionais, fica em posição horizontal (entre o refrigerador e o compartimento do freezer), ampliando a área a ser utilizada pelo consumidor. “Com o lançamento dos modelos Bosch Space iniciamos uma nova etapa no mercado nacional”, comenta Michael Traub, presidente da BSH Continental. Outros dispositivos ajudam a armazenar melhor os produtos, de acordo com a necessidade de cada um. No freezer, uma prateleira retrátil permite que o usuário faça os ajustes que quiser para armazenar produtos de diferentes tamanhos. Nas portas, uma prateleira flexível pode ser regulada sem a necessidade de retirar os produtos já armazenados. Além disso, a nova linha torna mais Arquivo Bosch fácil a organização das bebidas, por possuir um suporte especial para vinhos, recipientes para seis latinhas e prateleiras que comportam garrafas de 2,5 litros. Outra característica da Bosch Space é que ela usa um tipo de gás chamado Isobutano R-600a, que não prejudica o meio ambiente: não afeta a camada de ozônio (como o gás CFC) nem agrava o efeito estufa (como o gás HFC). O produto também contribui com o meio ambiente ao trazer um dispositivo que reduz o consumo de energia nos períodos de menor utilização. Trata-se da função Férias Automática, que significa também uma economia para o bolso do consumidor. 22 | VidaBosch | saudável e gostoso | Por Carolina Chagas Paraíso das castanhas Fotos Rachel Guedes Macarrons Base da confeitaria tradicional, castanhas imperam nas receitas da pâtisserie Douce France P ouca gente desconfia, mas mais da metade dos doces que enfeitam a vitrine das duas unidades da pâtisserie Douce France, do confeiteiro francês Fabrice Lenud, em São Paulo, têm castanha na receita. Conhecida há alguns milênios, a farinha de amêndoas, por exemplo, é ingrediente básico da confeitaria. “Está em todas as tortinhas”, ensina Lenud. Castanhas também são a base dos marrons (o mais popular entre nós é o marrom-glacê) e dos cremes de gianduia (em que impera o gosto de chocolate). Para os cozinheiros menos experientes, a melhor notícia: não há segredos para a manipulação de castanhas: “É muito difícil errar uma receita à base desses ingredientes. Eles são resistentes às pequenas barbeiragens dos iniciantes”, brinca Lenud. O confeiteiro começou a trabalhar com castanhas ainda na França, quando ingressou em uma escola de pâtisserie. De lá, seguiu para endereços glamurosos, como a confeitaria de Paul Bocuse, em Lyon, e a rede de doces Delloyau, em Paris. Depois, teve uma breve passagem pelo Rio de Janeiro. Em seguida, foi transferido para Marrocos. “Lá aprendi a apreciar ainda mais as frutas secas”. Em 1997, voltou ao Brasil, dessa vez para trabalhar para a rede de hotéis Sofitel, em São Paulo. Depois de casar-se com uma brasileira, fez da cidade seu endereço definitivo, onde fundou seu próprio negócio – a Douce France –, em março de 2001. Seus planos agora incluem uma sorveteria tipicamente francesa e uma padaria. Mas sem perder o foco nos doces. “São minha grande paixão”. Pâtisserie Douce France É difícil errar uma receita à base de castanhas, garante o chef Fabrice Lenud, da confeitaria Douce France Al. Jaú, 554 | Jardins | São Paulo| Tel.: (11) 3262-3542 e Morumbi Shopping, área gourmet fashion Brooklin Novo | São Paulo | Tel.: (11) 5189-4584 Massa básica Ingredientes 280 gramas de açúcar de confeiteiro 160 gramas de farinha de amêndoas 130 gramas de claras de ovos 30 gramas de açúcar comum Recheio de creme de manteiga Ingredientes 200 gramas de clara 400 gramas de açúcar 600 gramas de manteiga, em cubos Modo de preparo Peneire juntos o açúcar de confeiteiro e a farinha de amêndoas. Bata as claras com açúcar até obter um suspiro bem firme. Aos poucos, e com delicadeza, incorpore a mistura peneirada. Coloque uma folha de silpat sobre uma assadeira e ponhaa dentro de outra. Com um saco de confeitar e bico liso médio, pingue a massa com distância de 5 cm entre os macarrons. Leve imediatamente ao forno pré-aquecido, com fogo moderado (220ºC) durante 10 minutos. Retire a assadeira de baixo e asse mais 5 minutos. Retire e deixe esfriar. Com espátula, tire os macarrons da assadeira e recheie com o creme. Os macarrons já recheados poderão ser conservados no congelador por uma semana. Rendimento: 60 unidades Modo de preparo Aqueça o açúcar em 150 ml de água até atingir o ponto de bala. Enquanto isso, bata as claras. Assim que conseguir o ponto, acrescente a calda de açúcar à batedeira e bata até a mistura esfriar. Batendo sempre, junte, aos poucos, os pedacinhos de manteiga. Acrescente então o sabor desejado: Para pistache: 300 gramas do creme, 50 gramas de pasta de pistache. Para avelã: 300 gramas do creme e 50 gramas de pasta de avelã. Torta de nozes Recheio Ingredientes 4 ovos 200 gramas de açúcar 200 gramas de manteiga 300 gramas de nozes picadinhas Modo de preparo Misture bem os ovos e o açúcar. Junte a manteiga, misture e reserve. Massa Doce Ingredientes 250 gramas de farinha de trigo 1 ovo 100 gramas de açúcar 100 gramas de manteiga 25 gramas de farinha de amêndoas 1 pitada de canela em pó Modo de preparo Misture a farinha de trigo e a manteiga até obter uma farofa. Numa tigela, misture muito bem o ovo ao açúcar e à farinha de amêndoas. Junte as duas misturas e a canela em pó e bata até obter uma massa lisa e homogênea. Reserve na geladeira até o uso. Montagem Abra a massa na forma, deixando a espessura de 2 mm, e forre o fundo. Cubra a massa com o recheio reservado e, por cima, coloque as nozes. Asse em forno médio por 30 minutos ou até que o recheio fique firme e a massa levemente dourada. Após esfriar, polvilhar com açúcar de confeiteiro. tendências Mark Viker/GettyImages 24 | VidaBosch | | Por Fernando Nakagawa Nas pesquisas por combustíveis menos poluentes que os derivados do petróleo, especialistas apostam em álcool, biodiesel e, principalmente, hidrogênio U Um substituto ao ouro negro ma revolução está para acontecer bem à sua frente. Nas próximas décadas, aquele motor que está a poucos metros do volante de seu carro vai ser substituído por outro, silencioso e limpo. Não será como nos “Jetsons”, onde carros voam pelas aerovias, mas a mudança promete ser drástica. Alguns passos na direção de veículos menos poluentes já foram dados com a introdução de combustíveis renováveis, como álcool e biodiesel. Mas há um trajeto importante a percorrer, em que, em vez de fazer a combustão, os carros serão movidos pela eletricidade gerada por células de hidrogênio. Sem poluição, sem barulho. Pesquisadores do mundo pisam no acelerador para tentar tornar essa tecnologia viável comercialmente. Pode-se identificar o início desse processo na crise do petróleo dos anos 70, que abriu os olhos do mundo para algo que parecia muito distante: sem o combustível fóssil que produz a gasolina, o nafta e o diesel, o planeta pára. Antes, com os preços baixos e a rápida expansão da indústria automobilística no século 20, poucos se empenhavam em tentar desenvolver novas tecnologias que pudessem substituir o ouro negro. Nem mesmo a possibilidade de término das reservas mundiais de petróleo parecia preocupar. Na época, o Brasil lançou, timidamente, um programa que acabou se tornando referência mundial: o Proálcool. A iniciativa tinha como objetivo produzir um combustível a partir da cana-de-açúcar para uso em automóveis. O tempo passou, o álcool enfrentou crises, mas resistiu. E agora, na esteira do Protocolo de Quioto e com a necessidade de reduzir a emissão de poluentes, inúmeros países se voltam para a experiência brasileira de produzir um combustível verde. “Isso permitiu ao Brasil ter certa independência do petróleo, o que realmente acabou virando realidade com o surgimento dos bicombustíveis”, diz o diretor da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), Henry Joseph Júnior. O consumidor percebeu isso. Atualmente, conforme dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), 77% dos veículos novos vendidos no Brasil têm a tecnologia flex fuel. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, tem destacado também um outro ponto: a cultura da cana-de-açúcar, o processamento e a fabricação do álcool são atividades com uso extensivo de mão-de-obra, o que gera quantidade expressiva de novos empregos e que pode mudar a realidade de milhares de pessoas, principalmente nos países em desenvolvimento. 26 | VidaBosch | tendências A experiência brasileira é considerada o primeiro passo dessa revolução dos combustíveis. O uso de matéria-prima renovável em motores a combustão é tido como uma evolução ao modelo da gasolina, que imperou por décadas. A evolução continua, e novas tecnologias são agregadas pela indústria automobilística em todo o planeta. Mas não é preciso cruzar mares para encontrar tais experiências. É possível encontrar novas tecnologias de ônibus, literalmente. Em São Bernardo do Campo, na região do ABC paulista, uma empresa de médio porte criou o primeiro ônibus brasileiro que opera com motor elétrico ou com diesel. Os chamados veículos híbridos permitem que se trafegue com eletricidade – produzida por motor no próprio ônibus, e não em redes como nos trólebus – e/ou combustíveis tradicionais, como o diesel ou biodiesel. Assim, em um túnel, por exemplo, é possível rodar com poluição zero e baixo ruído. A Electra já vende veículos para várias prefeituras do Brasil, entre elas a de São Paulo. tendências | VidaBosch | 27 “Isso mostra que já estamos entrando em uma etapa intermediária, entre as tecnologias atuais e os motores que usarão hidrogênio”, avalia o professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) Maurício Trielli. Na Europa, Estados Unidos e Japão, algumas montadoras já oferecem ao consumidor final a possibilidade de comprar um carro híbrido. Nesta etapa, também estão sendo aperfeiçoadas tecnologias com os atuais combustíveis. Motor do futuro Porém, a fase atual é apenas uma transição, avaliam os especialistas. No futuro, carros devem transitar com poluição zero e pouquíssimo barulho, graças a motores que usarão o hidrogênio para produzir energia elétrica. Esse motor do futuro é chamado de célula combustível. Ela produz energia a partir de uma reação eletroquímica entre hidrogênio e oxigênio. Do escapamento, sai apenas vapor e água. Divulgação Além não produzir poluentes, motor a hidrogênio também combate a poluição sonora, pois é mais silencioso Entre os pesquisadores, há dúvidas sobre quando isso pode ocorrer. A maioria das apostas prevê que os primeiros carros com células podem ser produzidos em período de 10 a 20 anos. “Acompanho esse tema há cerca de 30 anos. Muita coisa foi melhorada, mas ainda é preciso avançar”, diz Trielli. Alguns especialistas defendem o uso do hidrogênio como combustível primário, como a gasolina e o álcool são atualmente. Outros preferem a utilização de combustíveis tradicionais para produzir hidrogênio, e a partir daí gerar energia elétrica. Independentemente da tecnologia a ser usada, um dos principais benefícios das células é que a eficiência do motor aumenta drasticamente. O rendimento de um motor é uma relação entre a energia que “entra” – o combustível – e a que “sai” – a energia Os combustíveis à base de petróleo, como gasolina e diesel, reinaram durante todo século 20; alta do preço do barril fez soar o alarme e incentivou pesquisas por alternativas gerada, seja elétrica, mecânica ou térmica. O problema é que boa parte do potencial energético do combustível se perde na forma de calor ou radiação. Nos motores a combustão, o rendimento é de cerca de 25%; com hidrogênio, revelam alguns estudos, a eficiência atinge patamar mínimo entre 50% e 60%. Assim, o “desperdício” com a nova tecnologia seria reduzido de maneira expressiva. Outra vantagem amplamente conhecida é a diminuição dos níveis de poluição. A emissão de gases pelas células é zero se o combustível for o hidrogênio. Além disso, esses motores são silenciosos, o que poderia reduzir a poluição sonora. As montadoras já se preparam. Em meados do ano, a Volvo lançou o primeiro carro pentacombustível do mundo: a perua de luxo V70 foi apresentada em uma feira na França e pode operar – anote para não esquecer – com gasolina, bioetanol (mistura do etanol ou álcool com gasolina), gás natural, biometano (gás natural orgânico) e o novo hitano (mistura de 10% de hidrogênio e 90% de metano). Na apresentação, os técnicos da montadora afirmaram que os testes mais eficientes foram exatamente com a mistura que leva hidrogênio. Com o desenvolvimento das células de hidrogênio, parece até que o mundo científico ignora as demais tecnologias. Isso não é verdade. Vira e mexe, ouve-se falar de pesquisadores que anunciam carros movidos com pequenos reatores nucleares, vapor ou até mesmo água. “Essas pesquisas existem, não podemos negar. Mas infelizmente têm chance zero de se tornarem viáveis”, avalia Trielli, da USP e do IPT. A Bosch na sua vida Fotos Arquivo Bosch Dos laboratórios para as ruas A pesquisa de tecnologia em combustíveis é tão importante para a Bosch do Brasil que a empresa tem uma divisão cuja principal função é essa: a Unidade de Sistemas a Gasolina – que, apesar do nome, também trabalha com outros combustíveis. Ela é fruto da criação, no início dos anos 80, de uma equipe de especialistas em sistemas de injeção. “Ela foi criada já se prevendo uma mudança na matriz de combustíveis, que exigiria componentes diferenciados”, conta o chefe do Departamento de Engenharia de Desenvolvimento, Marcelo Brandão. Foi daí que surgiram algumas das principais inovações em combustíveis alternativos no Brasil. A Bosch, que, no embalo do Proálcool, já fabricava peças para os automóveis movidos a álcool, fez em 1993 o primeiro sistema de injeção multiponto para um carro a álcool (o Omega 2.0). Essa mesma unidade foi pioneira no desenvolvimento do sistema que funciona com álcool e gasolina – o flex fuel, que deflagrou o sucesso dos carros com motor flex no Brasil. Mas não é só com álcool e gasolina que a Bosch do Brasil trabalha. A Unidade de Sistemas a Gasolina produz componentes para carros movidos a gás natural veicular (GNV) e fabricou o primeiro sistema trifuel, que opera com os três combustíveis para automóveis vendidos no Brasil: álcool, gasolina e GNV. O primeiro carro com esse mecanismo, o Chevrolet Astra Multipower, lançado em setembro de 2004, usa sistema Bosch.O empenho na pesquisa de componentes para motores com combustíveis alternativos faz parte da filosofia da empresa no mundo todo. Na Alemanha, a Bosch tem feito pesquisas com hidrogênio. Ainda que em estágio embrionário, os estudos já mostram as vantagens – e os desafios – dessa matéria-prima. Entre os pontos positivos está o fato de ser versátil: pode ser usado em motor a combustão ou elétrico. Além disso, pode ser obtido de várias fontes, como gás natural, petróleo, água e até ar. Não libera gás carbônico e, em motores elétricos, é mais eficiente que a gasolina. Mas ainda há diversos problemas que precisam ser superados, apontam as pesquisas da Bosch. Armazenar hidrogênio é caro (ele precisa ficar em temperaturas muito baixas e sob pressão muito alta). O custo para obtê-lo de fontes renováveis também é alto. Além disso, nenhum país tem hoje estrutura de produção e abastecimento desse combustível. “É algo para o médio prazo, no mínimo”, resume Brandão. grandes obras | Por Bernardo Calil Divulgação Agenco 28 | VidaBosch | A república dos atletas Vila para os competidores dos Jogos Pan-americanos, no Rio de Janeiro, é construída para abrigar desde os grandalhões do basquete até os esportistas com necessidades especiais A As obras da Vila Pan-americana, na Barra da Tijuca: 17 prédios de dez andares para abrigar 5.500 atletas de 42 países ginasta mexicana ficará impressionada quando vir a altura das portas de seu apartamento. O jogador de basquete canadense vai sorrir. O venezuelano com sua cadeira de rodas vai agradecer pelos centímetros a mais de largura. Quando os cerca de 5.500 atletas, de 42 países, desembarcarem na Vila PanAmericana, construída para os Jogos do Rio de Janeiro, em 2007, descobrirão que o espaço foi feito sob medida para eles – para todas as necessidades e tamanhos. Localizada na Barra da Tijuca, bairro nobre carioca para onde se direciona o crescimento da cidade, a Vila do Pan é uma das principais obras para os Jogos Pan-americanos, conhecidos como a Olimpíada das Américas, a serem realizados de 13 a 29 de julho de 2007. O Brasil será sede pela segunda oportunidade. Desde 1951, e de quatro em quatro anos, o Pan reúne disputas de diversas modalidades esportivas em uma cidade de uma das três regiões do continente. Em 1963, foi São Paulo. Depois de 44 anos, o Rio receberá mais de três vezes o número de atletas da década de 60, provenientes de cerca de o dobro de países participantes naquela ocasião. A responsabilidade aumenta na mesma proporção. É o primeiro projeto desse molde na história do país, e segue os padrões do Comitê Olímpico Internacional (COI) e das vilas olímpicas mais bem-sucedidas ao redor do mundo – ainda que tenha apenas metade da capacidade destas. Para satisfazer os hóspedes, 17 prédios de dez andares de apartamentos, mais a portaria, o subsolo e um andar de serviços, estão dispostos num terreno de 420 mil m2, com cerca de 90 mil m2 de área verde, divididos em dois grandes parques. No parque América do Sul, estão os prédios com imóveis de três e quatro suítes, totalizando sete construções. No América do Norte, unidades de 30 | VidaBosch | grandes obras | VidaBosch | 31 grandes obras Estrutura de lazer para os atletas vai incluir piscina, discoteca, salas de computador, restaurante e serviços médicos uma ou duas suítes, totalizando dez construções. São 1.480 apartamentos ao todo. O prédio fica dentro do raio de 10 quilômetros que abrigará 60% das competições. Desde as Olimpíadas de Barcelona, em 1992, uma vila olímpica ou vila pan-americana não tinha construções com mais de quatro andares. Nos próximos Jogos Olímpicos, entretanto, o formato em Pequim será semelhante ao escolhido no Rio. O projeto inclui ainda medidas de proteção ao meio ambiente, como uma estação de tratamento de esgoto. Também haverá captação de energia solar, mas o índice de utilização não chega nem perto da experiência da Vila Olímpica de Sydney, em 2000. Naquela oportunidade, 100% da energia usada era deste tipo. No Rio, não chegará a 20%. Todo o estacionamento é subterrâneo. O complexo contará ainda com lagos artificiais, pomar, pista de cooper, ciclovia externa de 3 quilômetros e piscinas. Depois dos atletas, moradores Orçada inicialmente em R$ 209 milhões, dos quais R$ 198 milhões financiados pela Caixa Econômica Federal, a Vila do Pan será uma antes e outra depois das competições. Desde o lançamento da pedra fundamental, em outubro de 2003, passando pelo início das obras, em novembro de 2004, e até a entrega total, em fevereiro de 2007 – dois meses depois do previsto inicialmente –, o foco tem sido e será a recepção dos atletas. Os moradores temporários da Vila terão até 48 horas depois do término das competições para deixar o local. Após os Jogos Pan-americanos, haverá ainda os Parapan-americanos, com duração de uma semana e término em 19 de agosto de 2007. Depois disso, o projeto receberá algumas modificações para transformar-se num bairro residencial e ser usado por moradores de fato, a partir de finais de 2008. A estrutura inicial está sendo construída para os esportistas, de modo que portas e camas, por exemplo, possam servir comodamente mesmo aos grandalhões do basquete. Os apartamentos dos atletas não terão telefone – benefício oferecido apenas aos delegados das equipes. Cada bloco terá um espaço com dez computadores com acesso à internet. O Brasil terá direito a três blocos – um deles será ocupado por homens, outro por mulheres, e o terceiro será misto, dividido com outra delegação. Para os atletas do Parapan, serão destinados 120 apartamentos projetados para atender a suas necessidades. Onde nos quartos convencionais é a cozinha, nesses apartamentos ficará o banheiro, para que Fotos Arquivo Bosch A Bosch na sua vida Serra pra toda obra A meta de concluir em tempo hábil a estrutura planejada para os Jogos Pan-americanos de 2007 exige que os profissionais envolvidos na obra trabalhem em ritmo acelerado. A agilidade, no entanto, depende em boa parte dos equipamentos usados. Entre as ferramentas escolhidas para garantir qualidade e rapidez no acabamento dos complexos esportivos e da Vila do Pan estão duas fabricadas pela Bosch: a Serra Mármore GDC 14-40 (ao lado) e a Serra Circular 7 (abaixo). As duas se diferenciam no mercado pela relação potência e peso e por recursos como ajuste para corte inclinado e mecanismos de proteção do usuário. A Serra Mármore é voltada principalmente para uso em marmorarias e vidraçarias ou para profissionais liberais que atuam como pedreiros, azulejistas, encanadores e eletricistas. Ela faz cortes de até 40 milímetros de profundidade com o disco circular, o que facilita o trabalho de quem precisa passar tubulações ou fiação elétrica pela parede. O equipamento é o mais leve e eficiente do mercado (2,6 quilos e 1.400 watts de potência), o que permite cortes mais rápidos. Seu sistema de ajuste possibilita a realização de cortes em ângulos de até 45 graus. A Serra Circular é mais recomendada a profissionais que trabalham com madeira. Sua principal vantagem é permitir cortes mais precisos, já que possui um design que facilita a visualização do disco — com marcas para orientar a direção do corte — e uma empunhadeira auxiliar que garante mais firmeza ao usuário. O equipamento tem uma saída para extração de poeira, que ajuda a reduzir o volume de detritos durante o uso. Além disso, a máquina traz como opcional um adaptador para aspirador de pó. Com 1.450 watts de potência e 4 quilos, a serra é capaz de realizar cortes de até 66 milímetros de profundidade na posição vertical e de até 51 milímetros a 45 graus. seja maior e de acesso mais fácil. A entrada dos quartos é 10 centímetros maior. Os elevadores também terão portas maiores e haverá comunicação em braile, além de sonorização e rampas de acesso, atendendo às exigências de órgãos internacionais. O complexo terá ainda infra-estrutura de segurança e de serviços médicos. Além disso, os competidores terão à sua disposição um restaurante com capacidade para atender a até 4 mil pessoas simultaneamente. A Vila receberá até 8 mil pessoas durante o período dos Jogos, que poderão usufruir também de uma discoteca. Os técnicos já se preparam para os puxões de orelha nos baladeiros de plantão. Após o fim do evento, quando os atletas saírem, os apartamentos terão modificações na estrutura e na decoração, para receber os moradores definitivos. Mais de 90% dos apartamentos já estão vendidos. Está prevista a construção de um centro esportivo após o Pan, junto à Vila, com três quadras de tênis, duas quadras polivalentes, duas quadras de vôlei de praia, campo de futebol e pista de corrida para os moradores. A construtora AGENCO, responsável pelo empreendimento, recebeu cerca de R$ 25 milhões de aluguel do Comitê Organizador do Pan (CO-Rio). O valor vem sendo investigado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), já que pode estar até R$ 11 milhões acima do valor de mercado. Ilustrações divulgação Depois das competições, a Vila Pan-americana, na Barra da Tijuca, vai virar um bairro residencial; mais de 90% dos 1.480 apartamentos já estão vendidos Reta final Já na reta final da construção, as obras das fundações, a parte estrutural e a alvenaria estão concluídas. As instalações elétricas e o acabamento ficam prontos em dezembro, quando os responsáveis pelo urbanismo e paisagismo esperam ter mais da metade do trabalho feito. Restará então finalizar a decoração, o Habite-se e a entrega, em fevereiro. A construção chegou a ter 2.500 operários trabalhando simultaneamente, mas o número diminuiu no segundo semestre. O único acidente mais grave registrado até meados do segundo semestre foi o atropelamento seguido de morte de um funcionário que chegava para trabalhar de manhã. Após uma manifestação, a Prefeitura viabilizou uma passarela e deslocou profissionais para cuidar do trânsito, que se torna caótico nas horas de rush. Como uma das obras mais adiantadas de todo o planejamento para o Pan-americano, a Vila do Pan vem recebendo elogios em todas as vistorias, dos mais diversos profissionais envolvidos nas obras e nas competições. Tornou-se a menina dos olhos da organização, que faz questão de compará-la à última experiência, em 2003, no Pan de Santo Domingo (República Domini- cana). Na oportunidade, os atletas chegaram e os canteiros de obras ainda estavam a pleno vapor. Desta vez, promete o Comitê Olímpico Brasileiro, a obra será entregue com cinco meses de antecedência, plantando a semente para o sonho de organizar uma Olimpíada. A ginasta mexicana, o jogador de basquete canadense, o venezuelano com sua cadeira de rodas e os brasileiros agradecem. brasil cresce Gary Randall/Getty Images 32 | VidaBosch | | Por Maria Finetto amigo Tudo pelo melhor Donos aumentam os gastos, e mercado de produtos para cães e gatos salta 20% ao ano no Brasil Cada brasileiro gasta, em média, R$ 380 por ano com animais de estimação. País tem 29,7 milhões de cães e 14 milhões de gatos 34 | VidaBosch | brasil cresce | VidaBosch | 35 brasil cresce Marcelo Enderle/Getty Images População brasileira de animais de estimação é a segunda maior do mundo, só inferior à dos Estados Unidos N ão é difícil encontrar animais de estimação que tenham hábitos de grãfino: caminhadas pela manhã, banho com óleos relaxantes, uso de óculos escuros, almoço light (como ração elaborada à base de salmão). Com mais ou menos mordomias, eles são parte dos 29,7 milhões de cães e 14 milhões de gatos do Brasil, uma população responsável por fazer o mercado pet no país crescer, em média, 20% ao ano desde 1995. São bilhões gastos por ano com os bichinhos de estimação, que se alimentam, usam acessórios, cuidam da saúde e se servem de outros serviços. Cada brasileiro gasta, em média, R$ 380 por ano com animais do- mésticos, segundo cálculos da Associação Brasileira do Mercado Animal (ABMA). A população de pets no país é a segunda maior do mundo, só inferior à dos Estados Unidos. Esses e outros números constam de estudo realizado pelo consultor Sergio Diniz, do escritório paulista do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). A pesquisa mostra, com dados, o crescimento e a diversificação que há muito são perceptíveis nas prateleiras das lojas do ramo ou dos supermercados. Diniz aponta que o carro-chefe do mercado pet é a ração para animais domésticos. É o que engorda o setor: nada menos que 51% do faturamento Mercado pet ampliou-se e diversificou-se no Brasil: inclui brinquedos, coleiras, almofadas, roupas, perfumes, óculos escuros, rações especiais, chocolates, refrigerantes... bruto vêm da pet food. As principais redes de varejo perceberam o grande filão desse mercado e dispõem em suas prateleiras de uma grande variedade de produtos. A ração já divide espaço no carrinho de compras. O hábito de dar restos de comida é cada vez mais coisa do passado. Duvida? O Brasil é o segundo maior produtor mundial de pet food. Só fica atrás dos Estados Unidos. Em 2005, o país produziu 1,562 milhão de toneladas de alimentos para cães e gatos, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Alimentação para Animais de Estimação (Anfal Pet). Isso corresponde a um faturamento de US$ 1,886 bilhão, com uma projeção de crescimento de mais de 8% este ano. Parece muito? Apenas 37% consomem rações industrializadas: 24% dos cães e 6,4% dos gatos, percentuais muito abaixo do de países europeus, como o Reino Unido, onde 60% dos animais de estimação consomem rações, e da França, onde o percentual chega a 80%. Os fabricantes de ração acreditam que o mercado brasileiro pode ir muito além dos resultados conquistados. A estimativa é que somente cães e gatos têm potencial para consumir 3,63 milhões de toneladas por ano e gerar um faturamento de quase US$ 4,3 bilhões. As empresas trabalham com ociosidade (de 50% da capacidade instalada) e empregam em torno de 30 mil pessoas. A rede é formada por 120 fábricas de pequeno, médio e grande porte, além de milhares pontos de vendas especializados em produtos para animais, como clínicas veterinárias, pet shops, agropecuárias e franquias com serviços, inclusive em shopping centers. Essas lojas, claro, não comercializam apenas ração. Há acessórios (brinquedos, casas, coleiras, almofadas, roupas) – que respondem por 4% das vendas do setor – e supérfluos (perfumes, chocolates, refrigerantes...), além de serviços como banho, tosa, canis, hotéis para animais e atendimento clínico. Um setor também importante é o de medicamentos – que representa 4% do setor. O faturamento foi de R$ 2,12 bilhões em 2005. Desse total, cerca de 10% referemse aos produtos de saúde (especialmente vacinas e produtos farmacêuticos) para animais de companhia, segundo o Sindicato Nacional de Produtos para Saúde Animal (Sindan). E o ritmo de crescimento é baixo no Brasil se comparado ao dos demais segmentos e aos demais países onde esse mercado se destaca. Caso dos EUA, onde o chamado companion animal representa cerca de 40% do setor. Esses números todos, destaca o consultor Sergio Diniz, são uma evidência de que a proximidade entre o dono e seu bicho de estimação traz benefícios não só para a sociedade, mas também para as empresas da cadeia, para os veterinários e outros profissionais atuantes no setor. “As pessoas que adquirem um animal para resolver um problema, seja afetivo, de segurança, de solidão, precisam ser conscientizadas que têm de estar bem relacionadas com o animal. Quando estão cientes disso, da posse responsável, passam a cuidar mais do animal, o consumo de produtos e serviços aumenta”, resume. A Bosch na sua vida Rachel Guedes Alimento saudável e saboroso Está com os dias contatos o tempo em que a comida dos cães e gatos é as sobras dos donos. Os produtos para animais de estimação tornaram-se tão sofisticados que há petiscos como salgadinhos, biscoitos e até panetones especiais, para os cachorros fãs das guloseimas natalinas. Apesar de toda essa variedade, é preciso tomar cuidado para não causar estrago à saúde dos animais. O exagero pode trazer problemas como a obesidade, por exemplo. Por isso, o ideal é oferecer rações industrializadas que, além de serem práticas para os donos, são balanceadas em cálcio, fibras, fósforo e sais minerais. A qualidade e o sabor desses alimentos são essenciais para que os animais gostem deles e, para garantir essa característica, é preciso que as embalagens sejam seguras. A Bosch faz máquinas de embalagens para o setor que contam com um sistema que garante essa segurança, como a SVB 2510 AT (Twin). Elas formam o invólucro, transportam e dosam o produto, seguindo as normas para manuseio de alimentos vigentes no Brasil. O pacote recebe ração e é imediatamente fechado, o que evita contaminação com o ambiente. A SVB 2510 AT embala 140 pacotes por minuto. 36 | VidaBosch | brasil cresce | VidaBosch | 37 brasil cresce Fotos Rachel Guedes Gisele Bündchen das felinas Um ícone desse mercado é a gata Nikole Secchi Mickaylowski, a Gisele Bündchen das felinas. Os mimos que recebe incluem banhos de ofurô, corretivos para os olhos e musses perfumados. Filha de um macho persa pet branco e mãe SRD (sem raça definida, um jeito chique de dizer vira-lata), Nikole é a fotografia da sofisticação do mercado fashion pet. Não sai sem a sua tiara e seu protetor para unhas. Freqüenta spas, sessões de acupuntura e outras mordomias que confirmam a forte tendência de humanização dos animais. “Nikole é cat model de uma linha de produtos criada exclusivamente para respeitar as características dos gatos”, conta Cecy Passos, que, além de ser dona da gata, é gerente de relacionamentos, criadora, consultora e professora de estética para gatos de duas empresas: a Pet Society (cosmética) e a Dal Pet (nutrição). Cecy conheceu Nikole numa viagem à casa da sua avó, em Franca (SP). Enfrentava uma forte depressão após deixar o cargo Cão ou gato pode ser bom amigo, mas não deve substituir relação humana, adverte a psicóloga clínica Denise Gimenez Ramos, da PUC-SP A gata Nikole Mickaylowski no colo da dona, Cecy Passos (página ao lado) e fazendo pose (à direita): a Gisele Bündchen das felinas de executiva na área de telecomunicações. Não gostava de gato, mas Nikole grudou na sua perna e, uma semana depois, estava em sua casa. “Levava-a para passear e fiquei conhecida como a mulher da gata. Nikole chamava muita atenção e com o tempo passou a ser convidada como garota propaganda. Hoje é presença marcante em eventos sociais, desfiles, feiras e congressos”. Cecy não revela quanto a modelo fatura, mas garante “que a renda equivale ao salário de um executivo”. Nikole é garota propaganda de uma linha exclusiva de nutrição, de higiene e, mais recentemente, de uma linha de granulados. Foi eleita dois anos consecutivos a segunda melhor gata doméstica do Clube Brasileiro do Gato. “Ela só não ficou com o primeiro lugar porque não é 100% pura”, justifica Cecy. Sua agenda é cheia. Tem blog, perfil no Orkut, site, e ainda acompanha Cecy nas palestras que faz por todo o Brasil. “Com a Nikole descobri um nicho de mercado fantástico”. Apoio afetivo Mas como explicar tamanho amor a bichinhos? Redução do número de filhos nas famílias, falta de segurança, envelhecimento da população e, especialmente, maior carência afetiva das pessoas, que vivem ilhadas em si mesmas, nos centros urbanos. Para Denise Gimenez Ramos, psicóloga clínica e professora da PUC-SP, o aumento de animais de estimação nos lares brasileiros é reflexo da cisão das famílias – que antes eram maiores, com irmãos, primos, tios. Reduzidas, elas já não atendem às necessidades de apoio e carinho. Não por acaso, aponta, a solidão é a maior causadora da depressão do século 21. Com o que a psicóloga chama de “menos recursos afetivos”, muitas pessoas buscam animais de estimação para preencher o vazio dos familiares. Os animais de estimação, segundo ela, são bons amigos, estáveis, apaziguadores e companheiros. Podem ser mediadores de terapias com crianças, jovens, adultos e idosos. Mas, ressalva Denise, eles não contestam e nem ajudam no crescimento pessoal como um amigo, por exemplo. A psicóloga também chama a atenção para os casos em que animais são tratados como filhos. “Não é saudável”, adverte. A Bosch na sua vida Arquivo Bosch Arranhar os tapetes, nunca mais Quando o cão e o gato são novinhos, é comum que eles raspem as unhas nos tapetes e pisos para lixá-las — é uma forma de o animal manter as unhas aparadas e evitar que elas encravem ou o machuquem na hora em que ele for se coçar. Ainda assim, as unhas dos cachorros e gatos devem receber cuidados periodicamente. Cortá-las é trabalhoso e requer atenção redobrada para não ferir os bichinhos – a região possui vasos sanguíneos que, ao serem rompidos, causam dor e sangramento. Uma forma de evitar o sofrimento do animal é lixá-las de forma rápida com a ferramenta Dremel Alcalina 6 V, da Dremel, marca do Grupo Bosch. A microrretífica é leve (300 gramas) e tem formato ergonômico, o que facilita a precisão dos movimentos. Ela não é movida a eletricidade, e por isso evita o perigo de choques ou acidentes com o fio. Além disso, vem acompanhada de um kit com cinco acessórios (disco de feltro, suporte para lixa, ponta para desbastagem, haste adaptadora e tubo de lixa) e outros 150 opcionais, úteis para consertos da casa e atividades artesanais, como o polimento de superfícies e gravação em vidros, madeira e cerâmica. 38 | VidaBosch | atitude cidadã | Por Marília Juste e Ricardo Meirelles Carlos Terrana/kino.com.br Jefferson Rudy Consumo consciente e responsabilidade social impulsionam venda de produtos indígenas no Brasil N Das aldeias para o mercado o imaginário popular, a palavra “índio” quase sempre remete a um grupo de pessoas que vivem com pouca roupa em algum lugar longínquo e que, quando muito, têm contato só com seringueiro, madeireiro e garimpeiro. Trata-se, claro, de uma simplificação. Primeiro, porque há várias comunidades indígenas próximas de grandes centros urbanos – como Belo Horizonte e São Paulo. Além disso, os indígenas têm tido contato cada vez mais freqüente com empresas, o que acaba trazendo uma parte maior de sua cultura para o consumidor das metrópoles. Que a cultura brasileira tem forte influência indígena é indiscutível. As raízes se manifestam na conversa do dia-a-dia (“abacaxi”, “amendoim”, “jacaré”, “xará”, “pipoca”, “carioca” – todas são derivadas do tupi), nos hábitos alimentares (mandioca, palmito, guaraná, moquecas) e até na rede da varanda (sim, dormir em rede é um delicioso costume herdado das tribos brasileiras). A essas práticas já arraigadas no cotidiano brasileiro juntou-se uma tendência de difusão de produtos indígenas – e da imagem indígena – em diversos ramos. Não é difícil encontrar em lojas e supermerca- dos mercadorias produzidas por índios ou inspiradas em sua cultura. A pesquisadora Rosely Risuenho Viana, da Universidade Federal do Pará, destaca a presença de elementos indígenas em itens especiais de culinária, artesanato e, principalmente, produtos de beleza. “Se a expansão da indústria turística, particularmente no segmento de ecoturismo, tem sido uma das principais motivações da vontade de desvendar a Amazônia, podemos afirmar que a versatilidade da indústria da beleza (em especial cosméticos, perfumaria e higiene pessoal) é responsável pelo despertar de valores cada vez mais eufóricos ligados às essências ou ativos extraídos da região”, afirma ela em um trabalho sobre o tema. “No momento, temos os índios kayapó, no sudoeste do Pará, que estão produzindo óleo de castanha para uma grande empresa produtora de cosméticos. No Amazonas, temos também os sateré-mawé – que são a tribo de origem do guaraná, a planta faz parte da lenda que conta o surgimento do povo –, que formaram uma parceria com uma empresa de Manaus para distribuir guaraná, mel e óleo de andiroba”, conta Luiz Villares, gerente-geral do projeto Balcão de Negócios Sustentáveis da organização não-governamental Amigos da Terra. Segundo ele, essa tendência tende a crescer. “De fato, são poucas as iniciativas firmadas que temos que ocorrem dessa maneira. Mas são ações importantes, que estão abrindo novos caminhos. O potencial de crescimento é imenso”, diz. Esse movimento começou a tomar corpo no final da década de 80, avalia Rosely, na esteira das idéias sobre desenvolvimento sustentável. Na década passada, empresas e consumidores passaram a procurar mais produtos com certificado ambiental – uma prática que ganhou adeptos na Europa, nos Estados Unidos e, mais recentemente, no Brasil. Múltiplos benefícios Para as empresas, o trabalho pode trazer uma vantagem financeira. Empresas que comercializam produtos indígenas vendem uma mercadoria diferenciada, atraente para o consumidor. Com isso, levam renda para as tribos e para si própria. E há o retorno em imagem. “Uma empresa com um trabalho do tipo é vista pela sociedade como uma 40 | VidaBosch | atitude cidadã atitude cidadã | VidaBosch | 41 José Medeiros Disseminação de produtos indígenas tornou familiares palavras que antes eram vistas com estranheza, como priprioca, andiroba, murumuru, breu-branco, cupuaçu e copaíba companhia séria e responsável socialmente”, diz Villares. Há um interesse especial, avalia Rosely, por “matéria-prima natural da Amazônia”. “Nomes de frutos, cascas e plantas (priprioca, andiroba, murumuru, breu-branco, cupuaçu, copaíba) da região, antes considerados no mínimo impronunciáveis, tornaram-se repentinamente tão familiares que desconhecê-los é atualmente quase uma gafe na cena mais atuante da indústria da beleza”, escreve ela. Um dos destaques nesse ramo é a Natura, que mantém contato com comunidades que fornecem “ativos da biodiversidade brasileira para a preparação dos insumos cosméticos”, segundo a definição da empresa. A linha Ekos, por exemplo, traz produtos provindos dessas comunidades. “Desde as primeiras campanhas nas quais os produtos são retratados em meio à paisagem natural (configurações geofísicas ou botânicas produzidas pela ação da natureza) e humana (a presença e modos de vida dos ‘povos da floresta’ em sintonia ‘perfeita’ com a natureza), até a aposta atual de expor os produtos entre índices já culturalizados (cestos, pa- lhas e outros artefatos artesanais), as peças publicitárias da linha Natura Ekos tornaram a Amazônia um fenômeno contemporâneo de consumo”, avalia Rosely. O apelo amazônico também aparece em um setor bem diferente, a cestaria. Na rede de lojas Tok&Stok, é possível encontrar cestos feitos pelos índios baniwa em aldeias na região do rio Negro. Chamada de Urutu, a linha de produtos é feita a partir da arumã, um tipo de palmeira. O trabalho de confecção é tradicionalmente de responsabilidade dos homens e inclui grafismos que fazem parte de uma tradição milenar da tribo. O projeto Arte Baniwa foi impulsionado pela Organização Indígena da Bacia do Içana, pela Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro e pelo Instituto Sócio-Ambiental. O objetivo é valorizar o patrimônio cultural, estimular a reciclagem e a disseminação dessa tradição milenar, identificar nichos de mercado compatíveis com a capacidade de produção das comunidades e gerar renda para os indígenas. Essas cestarias também podem ser encontradas em lojas do Grupo Pão de Açúcar. A empresa tem um programa chamado Caras do Brasil, que envolve comunidades tradicionais, não apenas indígenas, de todo o país. O Pão de Açúcar compra produtos dessas comunidades, em quantidades estabelecidas por elas próprias, e vende em uma área especial de suas lojas. Todo o dinheiro é usado para cobrir os gastos da iniciativa e pagar os fornecedores. O supermercado afirma que não lucra com essa ação. Fazem parte do projeto, por exemplo, bebidas, enlatados, doces, farináceos, açúcar, condimentos, biscoitos, mel, produtos de higiene pessoal, utensílios para casa e cozinha, artigos de decoração e têxteis. Um dos produtos que já estiveram nessas prateleiras especiais é um mel orgânico produzido por tribos do Parque Indígena do Xingu. Divulgação Vantagens O consumidor sai ganhando com essa proximidade maior com produtos indígenas. Mas os índios também. “Uma ação desse tipo [parcerias com empresas] muda completamente a vida de um grupo indígena. Leva dinheiro onde antes só havia miséria”, diz Villares, do projeto Balcão de Negócios Sustentáveis. O principal interesse das tribos nesse tipo de parceria é financeiro. “O governo não tem dado conta de oferecer uma qualidade de vida mínima para esses povos”, afirma Villares. “A maioria dos índios do Brasil vive na miséria, sobrevivendo da venda de pequenos artesanatos”. Trabalhar com as tribos, portanto, não é apenas uma questão interessante economicamente para as empresas. Incentivando as parcerias, elas geram renda nas comunidades, tiram as pessoas da miséria e evitam a destruição do meio ambiente. Fotos Divulgação Consumo consciente beneficia quem compra, porque adquire um produto diferenciado, mas também as tribos, que usam a produção para ajudar na subsistência A Bosch na sua vida Brincadeira de índio A política social da Bosch é baseada em três pilares: educação, meio ambiente e incentivo à cultura. Para comemorar seus 50 anos no país, em 2004, a empresa decidiu combinar esses elementos e patrocinar o projeto Jogos Indígenas do Brasil. A iniciativa foi executada pela Origem Jogos e Objetos, uma fabricante de produtos artesanais, e abrangeu visitas a diversas aldeias brasileiras para registrar as brincadeiras tradicionais praticadas pelos índios e divulgar o material coletado. O levantamento foi feito de outubro de 2003 a janeiro de 2004. Nesse período, uma equipe percorreu cinco Estados brasileiros para visitar oito aldeias indígenas das etnias guarani (no litoral sul de São Paulo); camaiurá, bororo e pareci (no Mato Grosso); canela (no Maranhão); ticuna e maioruna (no Amazonas); e manchineri (no Acre). Para o desenvolvimento das técnicas de pesquisa de campo e a análise dos resultados, a iniciativa teve o auxílio do especialista em jogos Alex de Voogt, professor da Universidade de Leiden (Holanda), e de Irving Finkel, do Museu Britânico. Foram observados 40 jogos, brincadeiras e brinquedos, um “universo lúdico nunca antes registrado”, afirma o coordenador do projeto, Maurício Lima. Entre eles, petecas feitas de palha e penas, bonecas de cabaça, jogos de estratégia e de aposta em que são feitas trocas de mercadorias ou comidas, boliche, pião, quebra-cabeça, bilboquê, dobraduras, gude com bolas de barro e dramatizações de lutas entre animais (alguns desses jogos aparecem nas fotos que ilustram essa reportagem). “Essa pesquisa preenche uma lacuna no conhecimento da história das civilizações que existiam no Brasil antes da chegada dos portugueses. Felizmente, conseguimos registrar uma parcela. Mas cabe lembrar ainda que existe uma tendência mundial de desaparecimento dessas atividades”, diz o coordenador. Uma das maiores surpresas para os pesquisadores foi a descoberta da prática de uma atividade chamada Jogo da Onça, similar ao xadrez e à dama. A brincadeira é disseminada entre os povos indígenas e pode indicar o contato dos nativos brasileiros com o povo inca, já que há registros da existência de um jogo parecido em regiões do Peru e do Equador em um dicionário do século 16. O material foi entregue ao Ministério da Educação, que o encaminhou a escolas públicas. Foram distribuídos 20 mil kits didáticos – com um livro, um jogo e um guia explicativo para os professores – e 500 cópias de um documentário que registra a experiência. O objetivo é usá-los com alunos de 3ª a 6ª séries do ensino fundamental para abordar temas como meio ambiente, diversidade cultural, cidadania, história e geografia. “O projeto não buscou apenas o resgate histórico da cultura indígena, mas também teve uma aplicação pedagógica importante”, conta o gerente de Relações Corporativas da Bosch, Carlos Abdalla. “O patrocínio vem para reconhecer a importância de resgatar o universo lúdico dos índios e permitir que os resultados desse levantamento sejam estendidos como forma de preservação da cultura nacional”, diz. 42 | VidaBosch | aquilo deu nisso | Por Manuel Alves Filho Estudantes usam roda de bicicleta, motor de roçadeira e massa epóxi para construir carros que fazem até 600 quilômetros com um litro de gasolina Para gastar quase nada, vale tudo Divulgação O Os minicarros desenvolvidos pelos estudantes: prova estimula futuros engenheiros a pesquisar modelos mais econômicos s mais jovens possivelmente não assistiram ao seriado de televisão “MacGyver”, exibido pela Rede Globo entre as décadas de 80 e 90. A produção contava as aventuras de um agente secreto com características especiais. Ao contrário de seus colegas, o personagem que dava título à série não usava armas, mas conhecimentos científicos objetos e substâncias prosaicas em recursos de alta tecnologia para livrá-lo dos mais graves apuros. Estudantes de 12 universidades brasileiras exercitaram a sua porção MacGyver em um evento que os estimulou a construir protótipos que primassem pela economia de combustível. Eles não pouparam a criatividade. Usaram desde rodas de bicicleta até pedaço de lona, passando pela resina epóxi. Os resultados foram surpreendentes. O objetivo central da competição – chamada 3ª Maratona de Eficiência Energética, supervisionada pela Confederação Brasileira de Automobilismo e patrocinada pela Bosch – foi estimular os futuros engenheiros e projetistas a desenvolver conceitos e tecnologias que concorressem para a redução do consumo de combustível. O desafio exigiu uma alta dose de inventividade por parte dos competidores. Afinal, não bastava que os carros, movidos a gasolina e eletricidade (estes, com motores cedidos pela Bosch), fossem econômicos. Eles também precisavam apresentar leveza e resistência, visto que teriam de suportar o percurso da prova e o peso dos motoristas. Na maioria dos casos, essas características foram asseguradas graças à substituição de peças e equipamentos convencionais por materiais alternativos. Um exemplo nesse sentido foi o carro concebido pelo grupo da Universidade Estadual de Minas Gerais. Batizado de Sabiá 5 Bis, o protótipo tinha um ar futurista. Ao contrário dos automóveis que circulam pelas vias brasileiras, a estrutura do veículo foi confeccionada em aço tubular. No lugar de chapas de aço, a carenagem era composta por lâminas de alumínio com apenas 0,5 milímetro de espessura. “Optamos por essa solução porque ela deixa o carro mais resistente, leve e bonito”, explicou Matheus Andrade, um dos membros da equipe formada por outros 12 alunos e dois professores. aquilo deu nisso | VidaBosch | 45 aquilo deu nisso Fotos Neldo Cantanti/Unicamp O protótipo desenvolvido pelos alunos da Unicamp: por fora, fibra de vidro e carbono; por dentro, motor de roçadeira adaptado. No caso do Sabiá 5 Bis, o conceito de eficiência energética foi até mais amplo do que o proposto pela maratona. “Consideramos a economia de combustível importante, mas acreditamos que ela deve vir acompanhada de outras propostas que ajudem a reduzir o consumo energético. Por isso, tivemos a preocupação de construir o carro com materiais recicláveis. Ou seja, todas as peças do veículo podem ser reaproveitadas”, destacou o estudante. Da pia para o carro A Fundação Educacional Inaciana (FEI) participou do evento com três protótipos, sendo dois movidos a gasolina e um a eletricidade. Um deles, batizado de FEI X-16, foi construído segundo o conceito de monobloco, o que faz com que até o banco do motorista integre a estrutura do veículo. Para tornar o carro mais leve (cerca de 40 quilos), os estudantes o produziram em resina epóxi, a mesma usada para vedar o cano furado da pia da cozinha. Depois, reforçaram a “carcaça” com fibras de carbono e de vidro. Outro, denominado FEI X-18, teve os sistemas de direção e transmissão montados com componentes fabricados em alumínio aeronáutico. O time da Universidade de Design Mauá também inscreveu três protótipos na ma- uso de uma bateria de 12 volts e 6 ampérehora, fornecida igualmente para todos os concorrentes pela organização da prova. Em segundo e terceiro lugares ficaram, respectivamente, a Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), com 107 quilômetros, e Mackenzie, com 96 quilômetros. Os vencedores de cada categoria ganharam automóveis Chevrolet utilizados em testes pela General Motors e seis kits de ferramentas da Dremel, marca do Grupo Bosch, que auxiliarão no aprendizado e pesquisas feitas nas universidades. Peso pluma ratona (dois a gasolina e um elétrico). Um deles foi construído com materiais pouco conhecidos do grande público, como o spectar, uma espécie de parente do acrílico. Já a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) optou por associar equipamentos relativamente banais com dispositivos de avançada tecnologia em seus dois carros, um a gasolina e outro elétrico. Ambos, com peso aproximado de 35 quilos, foram produzidos com fibras de carbono e de vidro. Já o motor do veículo a gasolina, que sofreu pequenas adaptações, foi emprestado de uma simples roçadeira, do tipo que as pessoas utilizam para cortar a grama do quintal. “Escolhemos esse motor porque ele apresentou duas características essenciais: economia e capacidade de impulsionar o carro”, justificou Leonardo Lopes, um dos dez integrantes da equipe. Outro membro do grupo, Pedro Guerra, destacou que o “bólido” da universidade apresentava um diferencial importante se comparado aos concorrentes. Um componente eletrônico cuidava de acelerar e desacelerar o protótipo de forma automática. Quando o veículo atingia 40 km/h, o motor era desligado. Assim que a velocidade caía para 10 km/h, o motor era novamente acionado até atingir outra vez os 40 km/h. “Dessa forma, nós conseguimos economizar Vencedores da prova fizeram 598 quilômetros com um litro de gasolina e 135 quilômetros com um carro elétrico gasolina e manter uma velocidade média de 24 km/h, como exige o regulamento”, comentou o universitário. Forma de gota A inspiração dos estudantes da Universidade Estadual de Maringá para a construção dos dois protótipos que participaram da maratona – um a gasolina e um elétrico – foi uma gota. “Achamos que, se os carros se aproximassem desse formato, nós conseguiríamos reduzir significativamente a resistência do ar”, disse Bruno Goulart, um dos integrantes do time. Para chegar a essa solução aerodinâmica, os universitários também usaram materiais alternativos como fibra de vidro e de carbono. No caso do modelo a gasolina, o motor, mais uma vez, veio de uma roçadeira. O peso dos veículos (perto de 30 quilos) foi ainda mais reduzido graças a uma alternativa engenhosa. O banco do motorista não era em couro ou mesmo almofadado, como nos automóveis comerciais, mas feito a partir de um pedaço de lona. Quanto às rodas, estas foram emprestadas de uma bicicleta. Na avaliação dos competidores, eventos como a 3ª Maratona de Eficiência Energética são importantes não só por gerar tecnologias que possam ser eventualmente aproveitadas pela indústria automobilística. Eles também servem de estímulo para que os futuros profissionais do setor ampliem a consciência acerca da necessidade de desenvolver veículos cada vez mais econômicos, princípio que tem reflexo direto na conservação da natureza. “Sob esse aspecto, todos nós saímos da competição como vencedores”, avaliou o estudante João Simões, da equipe da Unicamp. Ao final da prova – ocorrida em julho no campo de provas da General Motors, em Indaiatuba, interior de São Paulo –, a campeã na categoria gasolina foi a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com um carro que percorreu 598,856 quilômetros com apenas um litro de combustível, distância semelhante à que separa São Paulo de Belo Horizonte. Em seguida, vieram os veículos projetados pelas universidades Mackenzie (200,342 km/l) e Anhembi Morumbi (199,128 km/l). Entre os carros da classe elétrica, o título ficou com a FEI, que alcançou a marca de 135 quilômetros percorridos com o Entre as inúmeras exigências do regulamento da 3ª Maratona de Eficiência Energética, uma deu especial trabalho aos competidores: a de que o condutor do protótipo fosse estudante da universidade participante da competição. Assim, as equipes tiveram que percorrer os campi para encontrar alguém que coubesse no diminuto cockpit dos carros. Detalhe: o piloto teria necessariamente que possuir carteira de habilitação. No caso do pessoal da Unicamp, a estratégia foi fazer vigília no restaurante universitário, na tentativa de identificar possíveis voluntários. A tática não poderia ter sido mais eficaz. Juliana José, que faz pós-doutorado em Biologia, e Mirelle Oliveira, aluna de graduação em Engenharia de Alimentos, foram abordadas pelos “olheiros” do time enquanto faziam suas refeições. Convencidas, elas aceitaram dirigir os protótipos durante a prova. Cada uma tem, aproximadamente, 35 quilos, peso semelhante ao dos veículos que conduziram. “Dirigir o carro não tem mistério. Mas confesso que na primeira vez fiquei com medo, pois ele balança muito”, contou Juliana. Para Mirelle, o mais complicado é agüentar a gozação dos colegas, que vivem implorando para que elas não engordem. “Eles praticamente monitoram nossa dieta”, brincou. No dia que antecedeu a competição, o menu principal do restaurante do campo de provas da General Motors foi feijoada. Como convém aos atletas conscientes de suas responsabilidades, as motoristas da equipe da Unicamp tiveram um comportamento franciscano à mesa. A Bosch na sua vida Divulgação 44 | VidaBosch | Inovação e economia O patrocínio da Bosch à Maratona de Eficiência Energética é fundamentado em duas principais razões, ambas ligadas aos pilares da atuação da empresa: o incentivo à formação de profissionais inovadores e o investimento em pesquisa de ponta na área de combustível. A tarefa das 22 equipes de universitários, no campo de provas da General Motors, em Indaiatuba (SP), foi aliar economia de combustível a um bom rendimento dos pequenos veículos. As adaptações que os estudantes fizeram de dispositivos de outras áreas para o uso automotivo indicam o grau de inventividade que a competição exige. “Para a Bosch é muito importante apoiar ações que incentivem a criatividade, a inovação e o desenvolvimento dos futuros engenheiros automotivos”, diz Humberto Gavinelli, gerente de vendas, projetos e aplicações da Unidade de Sistemas a Gasolina da Robert Bosch. Os estudos que buscam aumentar o rendimento dos veículos estão diretamente ligados a uma das metas da Bosch, que é desenvolver veículos mais seguros e confortáveis, mais econômicos e menos poluentes, segundo Gavinelli. A questão da economia, por exemplo, faz parte da diretriz mundial da empresa, sintetizada no Programa 3S — uma referência a três palavras que, em alemão, começam com “s”: Sicher (seguro), Sauber (limpo, nãopoluente) e Sparsam (econômico). Além de patrocinar a competição, a Bosch forneceu motores elétricos para a competição: foram 20 motores com 305 watts de potência e 2.600 rpms. 46 | VidaBosch | áudio | Por Ulysses Borges Lima Ouça esse livro Rachel Guedes Editoras apostam que febre do MP3 pode contagiar um mercado ainda incipiente no Brasil: o de audiolivros A tecnologia digital chegou para ficar e revolucionar o modo de vida de muita gente. Vários hábitos foram mudados. O CD significou um grande avanço na qualidade de áudio e também na capacidade de armazenar dados. Logo depois veio a onda do MP3, padrão de arquivos de áudio compactado, que chegou ao mercado como um tsunami, abalando seriamente o reinado absoluto do CD. Os tocadores de MP3, com a capacidade de armazenamento de informação aumentando dia após dia e o tamanho trilhando o sentido contrário, entraram com grande alarde e rapidamente arrebanharam uma fiel legião de fãs pelo planeta. Mas não foi só a música que ganhou espaço no mundo da digitalização e festejou a chegada dos bites. Os livros também estão pegando uma carona nessa onda. O audiolivro, que nos primórdios utilizava as jurássicas fitas k-7, também entrou na era digital. Atualmente, vários sites oferecem títulos em CD ou no formato MP3, para ser baixados na rede. O diretor-executivo da Câmara Brasileira do Livro, Armando Antongini, acredita que o mercado tem grande potencial de crescimento, tendo como termômetro a venda dos aparelhos reprodutores de áudio, que vem aumentando consideravelmente. Outro indicador são as empresas que estão investindo em livrarias virtuais para download de audiolivros. No mercado nacional, já existem editoras exclusivamente voltadas para a produção e a venda desse produto, como a VOolume e a Audiolivro. A Quadrante, editora de livros impressos que atua na área de espiritualidade, conhecimento, doutrina católica, entre outros, também tem sua carteira de títulos em CD. A oferta de temas cobre vá- rias áreas de interesse, do humor ao sexo, passando pela auto-ajuda, filosofia e religião, enveredando pelo turismo, pela ficção etc. Machado de Assis, Oscar Wilde, Dan Brown, J. R. R. Tolkien e Fernando Pessoa têm suas obras disponíveis em CD. Para as crianças, os audiolivros também são uma alternativa. Quem hoje está na casa dos 40 anos e não se lembra das historinhas de João e Maria, que vinham em discos de vinil pequenos, os compactos, e coloridos? Algumas coleções vinham ainda acompanhadas de slides. A narração e os efeitos sonoros, sem o auxílio dos slides, já davam o toque de suspense da história, jamais esquecida. Hoje, a gurizada pode curtir a coleção do filósofo e educador Rubem Alves, intitulada “Rubem Alves Conta Estórias”, tendo entre os temas a clássica fábula dos Três Porquinhos. Narradores célebres Há audiolivros que são narrados por celebridades, como o “Ash Wednesday”, livro escrito e lido pelo ator americano Ethan Hawke (de “Sociedade dos Poetas Mortos” e “Senhor das Armas”), com direito a trilha sonora da pesada, com Rolling Stones, Beck, Nina Simone, Willie Nelson, ACDC e outros grandes representantes da música. Há textos que são dramatizados e ilustrados com efeitos sonoros, para enriquecer a narrativa, como é o caso do título de mistério, lançado pela AudioLivros, “As Sete Sombras do Gato”, de Jeanette Rozsas. Nessa obra, a leitura é feita por profissionais, que interpretam as 29 vozes da história. O livro vem numa caixa com seis CDs, totalizando 5 horas e 36 minutos de gravação. A Publifolha também entrou nesta briga, e tem em seu catálogo de audiolivros a coleção Folha Explica, que aborda assun- Para acalmar as crianças no carro, audiolivro oferece histórias infantis áudio Livros para ouvir incluem de “Pinocchio” ao “Manifesto Comunista”, passando por “Senhor dos Anéis” e clássicos da literatura brasileira tos de diferentes áreas. A coleção traz temas atuais, como “Marketing Eleitoral” e “A Democracia”. Tem ainda “Nietzsche”, “DNA”, entre outros. O preço fica em torno de R$ 12. Companheiro em congestionamentos A aposta dessas editoras é que o audiolivro se encaixa bem na vida corrida que muitas pessoas levam. Ele pode ser, por exemplo, um companheiro nas intermináveis horas de trânsito parado. As caminhadas pelo parque podem ser embaladas por livros de auto-ajuda, e as filas serão menos penosas com a companhia de Fernando Pessoa tocando no seu player. Numa viagem, um estudante pode unir o útil ao agradável ouvindo Machado de Assis. Outra vantagem é a liberdade de poder se dedicar a outra atividade enquanto o livro está tocando — é impossível, por exemplo, dirigir e ler um livro de papel ao mesmo tempo. O audiolivro é, também, um grande aliado para quem está investindo no aprendizado de uma língua estrangeira. Ler o livro e ouvi-lo ajuda a melhorar a pronúncia, aperfeiçoar o vocabulário e aumentar o nível de compreensão do idioma estudado. O contato com diferentes sotaques ajuda a treinar os ouvidos, melhorando sensivelmente a proficiência na língua escolhida. “Sempre é muito útil para a aprendizagem de uma língua estrangeira a atividade de ouvir gravações de histórias na língua em foco”, afirma a gerente pedagógica da Cultura Inglesa, Lizika Goldcheleger. Para quem tem domínio da língua inglesa, a oferta de títulos é farta. Digitando “audiobook” em algum site de busca, como o Google e o Yahoo, por exemplo, vários endereços pipocarão na sua tela. Alguns oferecem o download ilimitado de obras, mediante cobrança de uma taxa. O arquivo é baixado no computador e, posteriormente, pode ser transferido para o CD ou armazenado num tocador de MP3. Alguns sites oferecem a possibilidade de baixar um livro em sua totalidade ou somente os capítulos que interessarem ao leitor. Sendo assim, paga-se somente pelos arquivos desejados. Não se esqueça de que o computador usado para baixar esses arquivos precisa ter uma configuração mínima, que é especificada nos sites. A conexão de alta velocidade também é um requisito básico — conexão discada, nem pensar. Não se esqueça de que, para baixar conteúdo pago de algumas lojas virtuais, é preciso ter cartão de crédito internacional. Para que arquivos em MP3 sejam baixados, é preciso ter instalado no computador software apropriado, como iTunes ou Juice. Basta, então, escolher o arquivo, clicar com o botão direito do mouse, no caso do PC, e decidir se quer abri-lo ou gravá-lo. Gravando primeiro no computador, depois é só escolher entre ouvir no próprio computador, salvar o livro no tocador de MP3 ou em um CD. Nas lojas virtuais estrangeiras, é comum classificarem os audiolivros como unabridged, que permite a audição integral da obra, e abridge, que permite ouvir trechos editados. O www.librivox.org oferece uma infinidade de títulos gratuitamente — de “Alice no País das Maravilhas” e “Pinocchio” ao “Manifesto Comunista” de Marx e Engels. É que eles desenvolvem todo o trabalho com leitores voluntários. Essa rede se estende pelo mundo, sendo assim, há livros em mais de 30 idiomas — incluindo o português, mas é preciso dar uma busca para garimpar os títulos. O site tem uma página em português, o que facilita a leitura e a navegação. Vale a pena uma visita. Eles alertam ao usuário que, antes de baixar o conteúdo, veja o que diz a lei de copyright no seu país. Enquanto na rede mundial a oferta de títulos é bem farta, as grandes livrarias seguem outro caminho. A livraria Cultura, que possui mais de 1,6 milhão de títulos em seu catálogo, tem uma carteira de audiolivro pequena. A empresa não vê nesse nicho um mercado que vá se expandir — ela avalia que, culturalmente, o brasileiro não tem o hábito de ouvir audiolivros. Em duas grandes livrarias de São Paulo, a reportagem não encontrou esse tipo de produto. A Bosch na sua vida Arquivo Bosch 48 | VidaBosch | Para colocar a leitura em dia O trânsito intenso das grandes cidades faz o motorista perder várias horas todos os dias nos trajetos para o trabalho, para a escola dos filhos, para a academia. Com uma agenda tão lotada de obrigações, quem tem tempo para ler um bom livro? Uma alternativa são os audiolivros. Com uma grande variedade de títulos disponíveis para download na internet, é possível armazenar as obras em um MP3 player portátil e, com um cabo especial, conectá-lo ao CD player do carro. Assim, o sinal sonoro que antes ia para os fones do aparelho passa a ser reproduzido pelos alto-falantes do veículo. O único inconveniente é que a mudança de faixas e de volume deve ser feita nos próprios botões do aparelho portátil. Para facilitar a vida do motorista e evi tar acidentes, a Blaupunkt, marca do Grupo Bosch, criou a Interface iPod, um cabo que conecta o MP3 player da Apple (o mais popular da categoria) a qualquer modelo de som automotivo 2006/2007 da marca. Com ele, é possível realizar as ações teclando no próprio aparelho do carro. “Nossa inteface permite ao CD player comandar as principais funções: o volume, a troca de faixa e de pasta e o mute. Ela traz ao usuário a segurança no acesso, além de uma rápida visualização dos comandos”, diz o coordenador de assistência da Blaupunkt, Wanderley Galle.