Uma Visão Geral Sobre Impermeabilização na Constução Civil

Transcrição

Uma Visão Geral Sobre Impermeabilização na Constução Civil
Monografia
"UMA VISÃO GERAL SOBRE IMPERMEABILIZAÇÃO NA CONSTUÇÃO CIVIL"
Autora: Yara de Kássia Arantes
Orientador: Prof. Dalmo Lúcio M. Figueredo
Dezembro/2007
1
YARA DE KÁSSIA ARANTES
"UMA VISÃO GERAL SOBRE IMPERMEABILIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL"
Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Construção Civil
da Escola de Engenharia UFMG
Ênfase: Avaliações e Perícias
Orientador: Prof. Dalmo Lúcio M. de Figueredo
Belo Horizonte
Escola de Engenharia da UFMG
2007
2
A minha família pelo imenso amor e por sempre
acreditar em meus sonhos. Ao Fábio pelo apoio e
carinho.
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus pelas bênçãos sempre derramadas sobre mim. Aos
meus pais que puderam me presentear com meus estudos. Serei sempre grata a
vocês. Ao meu irmão pelo amor incondicional e ao meu amor Fábio, por sempre
estar ao meu lado. Amo vocês.
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RESUMO
No constante trabalho de resistir as infiltrações, ou seja, de proteger-se contra as
intempéries: vento, neve, sol e chuva é procurado soluções a fim de proteger a vida
útil das construções. A água é a grande responsável por 85% dos problemas das
edificações, assim a proteção das estruturas contra infiltrações de água é condição
mínima e necessária a qualquer edificação.
A utilização de sistemas impermeabilizantes tem como função principal proteger a
edificação, permitindo um aumento da vida útil da construção, garantindo a
salubridade dos ambientes e melhorando a qualidade de vida dos usuários.
Assim, será feita uma pesquisa geral sobre os sistemas impermeabilizantes, seus
processos, a importância dos projetos, os tipos, as causas mais comuns e por fim a
aplicação dos diversos tipos de impermeabilização.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 7
2. HISTÓRIA ................................................................................................... 8
3. CONCEITOS................................................................................................ 9
3.1 O envelope do edifício .......................................................................... 9
3.2 O sistema de impermeabilização .......................................................... 12
3.3 Conceito de performance .......................................................................14
4. PROJETO – O INÍCIO DE TUDO .................................................................16
5. GARANTIA: APLICADORES + FORNECEDORES .................................... 20
6. SELEÇÃO DO FORNECEDOR .................................................................. 21
7. O CONTRATO ............................................................................................ 22
8. TERMINOLOGIA E NORMAS TÉCNICAS.................................................. 24
9. PROCESSOS ............................................................................................. 25
9.1 Processos preliminares........................................................................ 25
9.2 Processos de impermeabilização.........................................................26
9.2.1 Quanto à flexibilidade..................................................................26
9.2.2 Quanto ao tipo do material..........................................................26
9.2.2.1 Os asfaltos podem ser.......................................................26
9.2.2.2 Sintéticos............................................................................27
9.2.2.3 Cimentícios.........................................................................27
9.2.2.4 Resinas...............................................................................27
10. PROCESSOS COMPLEMENTARES...........................................................29
10.1 Proteções de transição..........................................................................29
10.2 Proteções mecânicas.............................................................................29
10.3 Proteções técnicas.................................................................................30
11. MATERIAIS E SISTEMAS IMPERMEABILIZANTES.....................................31
11.1 Materiais impermeabilizantes................................................................31
12. ANÁLISE DE DESEMPENHO........................................................................36
12.1 Ensaios de desempenho........................................................................36
12.2 Ensaios de caracterização......................................................................38
13. DIMENSIONAMENTO DOS SISTEMAS..........................................................42
13.1 Sistemas..................................................................................................42
13.2 Dimensionamento....................................................................................42
13.3 Conhecendo os sistemas.........................................................................43
13.4 Preparação da base................................................................................48
13.5 Proteção de impermeabilização..............................................................50
14. CONHECENDO O PROJETO..........................................................................52
14.1 Condições especiais................................................................................52
14.1.1 Tipo de estrutura e estágio de cálculo..................................................52
14.1.2 Condições externas às estruturas.........................................................54
14.1.3 Detalhes construtivos............................................................................59
15. AS PRINCIPAIS CONSEQUENCIAS DA UMIDADE.........................................61
16.CONCLUSÃO.....................................................................................................66
17. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS..................................................................67
6
1. INTRODUÇÃO
O objetivo deste trabalho é dar uma visão geral sobre Impermeabilização na
construção civil, devido sua grande importância frente aos inúmeros problemas
provocados pela água na edificação.
Tendo em vista que a impermeabilização é o envelope do edifício, será descrito
neste trabalho os tipos, as causas e as soluções adotadas para cada problema.
7
2. HISTÓRIA
Desde muito tempo procuram-se soluções a fim de proteger a vida útil das
construções, no constante trabalho de resistir as infiltrações, ou seja, de proteger-se
contra as intempéries: vento, neve, sol e chuva.
A água é a grande responsável por 85% dos problemas das edificações, segundo
levantamentos realizados junto a setores ligados à construção civil. Em cada um dos
estados físicos da água (gasoso/líquido/sólido) ela tem um grau de agressividade. No
Brasil não se encontra água no estado sólido (neve), mas em compensação tem-se
na forma gasosa, que é muito perigosa devido a capacidade de penetração, que é
muito maior que no estado líquido. Apesar de sua importância vital, ela é o agente
canalizador ou provocador da corrosão, causando deterioração e envelhecimento da
obra. A impermeabilização é a atividade da engenharia que visa a proteção das
obras e edificações e, ainda, visa manter a água onde se deseja, afim de evitar as
agressões e a deterioração.
Podemos dizer que os primeiros materiais usados pelo homem foram os
betuminosos, ou seja, os asfaltos e alcatrões; produto tradicional usado nos banhos
romanos e proteção das estacas de madeira na antiguidade. Isto deve-se a suas
inúmeras características: aglomerante, hidrófugo, quimicamente inerte e apresenta
sensibilidade à temperatura(o que facilita sua aplicação). Além disso, melhora a
estanqueidade das construções (fissuras e trincas). A partir da primeira metade do
século XIX, houve um grande avanço na área da impermeabilização através da
Revolução Industrial. Antes as construções eram pequenas e com coberturas muito
inclinadas para o melhor escoamento da água. Com a industrialização, começou-se
a construir grandes vãos horizontais (lajes planas) havendo assim vazamentos
8
freqüentes. Mas desde esta época o betume já era conhecido, com isso lançou-se o
asfalto sobre as lajes planas (fábricas da Inglaterra).
Começaram a surgir os primeiros problemas provocados pelas trincas devido aos
efeitos térmicos, pois no calor a estrutura expande, e no frio ela retrai, causando
assim fissuras e trincas. Surgiram então os primeiros estruturantes, baseados em
produtos da indústria têxtil, que era grande necessidade de soluções de
impermeabilização.
Foi
a
primeira
noção
de
um
processo
que
aliava
impermeabilizante e estruturante.
Com o grande desenvolvimento da indústria dos polímeros sintéticos, a partir do
início
do
século
impermeabilidade,
XX,
surgiram
elasticidade,
novos
materiais,
extensibilidade,
cujas
características
de
etc.,
possibilitaram
o
desenvolvimento do sistemas de impermeabilização de desempenho comparável ao
feltro asfáltico, apresentando, em geral, maior facilidade de execução.
No Brasil as primeiras impermeabilizações utilizavam óleo de baleia na mistura das
argamassas para o assentamento de tijolos e revestimentos das paredes das obras
que necessitavam desta proteção.
A impermeabilização entendida como item da construção que necessitava de
normalização, ganhou no Brasil, especial impulso com as obras do Metrô da cidade
de São Paulo, que se iniciaram em 1968. A partir das reuniões para se criar as
primeiras normas brasileiras de impermeabilização na ABNT - Associação Brasileira
de Normas Técnicas, por causa das obras do Metrô, este grupo pioneiro, após a
publicação da primeira norma brasileira de impermeabilização em 1975, funda neste
mesmo ano o IBI - Instituto Brasileiro de Impermeabilização para prosseguir com os
trabalhos de normalização e iniciar um processo de divulgação da importância da
impermeabilização que prossegue até os dias de hoje.
9
3. CONCEITOS
3.1 O envelope do edifício
De acordo com Firmino Siqueira, o primeiro e principal conceito que deve ser
assimilado é o de que impermeabilização é o envelope da edificação. Em outras
palavras, é o sistema construtivo que protege a edificação contra as condições do
meio em que está edificada, visando sempre três aspectos, que podem existir juntos
ou isoladamente:
•
durabilidade da edificação;
•
conforto e saúde do usuário;
•
proteção ao meio ambiente.
Analisando cada um dos aspectos, encontram-se várias razões para
justificar a importância da impermeabilização em cada um deles:
•
A água, como já foi dito anteriormente, é o principal elemento
provocador da degradação das construções. Ela atua como o
próprio agente agressivo, ou age como veículo condutor de outros
agentes (ácidos, sais, álcalis etc.). Se é desejado, então, uma
construção durável, deve-se avaliar toda e qualquer possibilidade de
ataque pela água, e combatê-la radicalmente. Apesar de existir um
juízo pré-formado de que impermeabilização é um item caro, e de
desempenho questionável, por parte de muitos engenheiros e
arquitetos, uma avaliação simples da relação custo-benefício
invalida qualquer afirmativa desta natureza, já que os custos de
10
reparação, não só da impermeabilização mas também das
estruturas e elementos construtivos atacados, chegam a mais de 5
vezes o custo inicial de uma impermeabilização. Quanto ao
desempenho técnico de uma impermeabilização, com certeza pode
ter seus problemas vinculados diretamente a um ou mais dos
seguintes motivos:
falta de projeto específico;
falta de conhecimentos básicos do construtor;
contratação baseada em preço apenas.
Resolvidos estes problemas, não há como argumentar baixo desempenho ou custo
elevado.
A partir deste conceito, pode-se sair da visão míope de que impermeabilização é “um
piche sobre uma laje”, para uma visão mais abrangente, de que a impermeabilização
alcança as fundações, sub-solos, fachadas e coberturas de uma edificação,
possibilitando maior aproveitamento das áreas e dos equipamentos de serviço e/ou
lazer, no verdadeiro papel de envelope da edificação.
•
O conforto e a saúde do usuário tem cada vez mais importância, à
medida que a noção de cidadania e de estado de direito avança em
nosso país e, mais do que qualquer discurso político, promessas e
planos governamentais, é a mola mestra do desenvolvimento e
crescimento do povo, o único parâmetro real de crescimento e
desenvolvimento de uma nação. Não se admite mais morar sob
uma goteira, com manchas, umidade e mofo em paredes e pisos,
causando desconforto e problemas de saúde, principalmente de
origem alérgica. Acrescente-se a isto o problema de conforto visual,
que é prejudicado pelos problemas causados pela água, tornando
os ambientes desagradáveis e desconfortáveis.
•
A proteção ao meio ambiente é o conceito mais recente que foi
incorporado às impermeabilizações, mas cujo alcance é profundo e
11
deverá se acentuar cada vez mais. Os principais setores
beneficiados pelas impermeabilizações hoje são:
tratamentos de lagoas e dejetos industriais, evitando
contaminação do solo e de aqüíferos subterrâneos;
criação de canais de irrigação de baixíssimo custo, que
possibilitam não só a agricultura, mas também a
arborização de faixas áridas do sertão, através de matas
ciliares ou programas de reflorestamento;
criação
de
coberturas
verdes,
fator
de
altíssima
importância na recuperação dos climas dos grandes
centros urbanos, de alta densidade de edificações,
população,
veículos,
atuando
como
células
de
recuperação ambiental, comparável a um sistema de
telefonia celular, que com pequenas células em todo
lugar, resolve um problema de comunicação.
3.2. O sistema de impermeabilização
“Sistemas que englobam os elementos destinados a garantir as funções do edifício
ao longo do tempo, frente a ação dos agentes agressivos.” Impermeabilização então
é um sistema de proteção contra a ação da água. De acordo com a NBR 9575:2003,
é o conjunto de produtos e serviços destinados a conferir estanqueidade a partes de
uma construção. Estanqueidade então é a propriedade de um elemento (ou de um
conjunto de componentes) de impedir a penetração ou passagem de fluídos através
de si. Assim, impermeabilização é um conjunto de operações e técnicas construtivas
(serviços) que objetivam proteger as construções contra a ação deletéria de fluídos,
vapores e umidade. É o produto (conjunto de componentes ou o elemento)
resultantes destes serviços. Geralmente a impermeabilização é composta de um
conjunto de camadas com funções específicas.
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O principal fluído atuante é a água, cuja solicitação pode se dar de formas distintas:
a) Água por percolação (ex.: chuva, lavagem): paredes, coberturas e pisos.
b) Umidade do solo (água capilar): fundações, cortinas, pisos sobre solo.
c) Água por pressão (unilateral ou bilateral): piscinas e reservatórios.
d) Água de condensação: superfícies expostas ao calor e ao frio.
Assim o que se resta é proteger: evitando o contato com o elemento ou permitindo o
contato, impedindo a penetração de água.
Para a execução com sucesso desta proteção, é necessário um sistema de
impermeabilização que é composto por três processos. Cada um deles tem igual
importância na formação de um sistema impermeável, e sua correta construção evita
que um determinado componente do sistema se sobrecarregue, assumindo todas as
funções que deveriam ser compartilhadas: base, impermeabilização e durabilidade. A
película impermeável, por exemplo, tem a função específica de evitar a passagem de
água. Incorpora também algumas características elásticas, e pode ser mais ou
menos durável. Porém, se a base for adequada para absorver parte das solicitações
da estrutura, e as camadas posteriores para acomodar os esforços de cargas e os
ataques das intempéries, o desempenho, certamente, será muito melhor. Por estes
motivos, este sistema é dividido em três processos:
•
processos preliminares;
•
processos impermeáveis;
•
processos complementares.
Cada um deles vai atuar como um anteparo para o outro, e sua perfeita montagem
formará um sistema de alto desempenho. A falha na montagem destes sistemas é o
principal responsável por inúmeros fracassos de impermeabilização, mesmo quando
se adota impermeabilizantes de alto desempenho.
A montagem do sistema é que deve ser contemplada na elaboração de um projeto. A
simples descrição de uma camada impermeabilizante, como comumente vemos, não
pode ser chamada de projeto, mas apenas de indicação de materiais, e, quase
13
sempre, deixa de atacar os pontos fundamentais para composição do sistema. Os
sistemas podem ser de extrema simplicidade, e na maioria das vezes são repetitivos.
Os processos preliminares são aqueles que devem ser executados antes da
aplicação do impermeabilizante, e são como que pré-requisitos. Sem eles, não vai
dar certo.
Os processos impermeáveis são aqueles em que se trata dos materiais
impermeabilizantes propriamente ditos.
Os processos complementares são aqueles que funcionam como proteções ou
complemento dos sistemas. São os anteparos, ou barreiras que permitem que a vida
do sistema se prolongue, estando adequadas às cargas e solicitações que lhe são
impostas.
Serviço mal feito tem conseqüências danosas para a obra. Gera atraso, custo extra,
prejuízo financeiro e muita desconfiança por partes dos clientes. Por isso, os
cuidados tomados com os produtos dentro da fábrica, devem se estender ao serviço
de aplicação.
3.3. Conceito de performance
De acordo com Firmino Siqueira, alguns conceitos não são propriedade exclusivos
do setor de impermeabilização, e de nenhum outro, mas aplicam-se perfeitamente ao
tema, e devem ser sempre lembrados:
•
“Qualidade é adequação ao uso”. Isto significa que, o que é bom
para uma situação não necessariamente é bom para outra.
•
A performance de um sistema deve ser satisfatória, atendendo os
objetivos planejados, e permanecendo assim ao longo do tempo
estabelecido como meta.
14
•
O melhor parâmetro de referência é a experiência. Quem procura
inovar, experimentar – o que é absolutamente saudável e positivo –
deve estar pronto para os riscos inerentes a este tipo de atitude,
atuando de forma sistemática, e registrando os dados dos
processos,
para
controles
e
aperfeiçoamento.
(Pesquisa
e
desenvolvimento).
15
4. Projeto – O início de tudo
A exemplo dos projetos de arquitetura, da estrutura de concreto armado, das
instalações hidráulica e elétrica, de paisagismo e decoração, entre outros de uma
obra comercial, industrial ou residencial, a impermeabilização também deve ter um
projeto específico, um projeto que detalhe os produtos e a forma de execução das
técnicas de aplicação dos sistemas ideais de impermeabilização para cada obra.
Não se deve estabelecer regras para um projeto por se tratar de atividade
profissional e cada um deve desenvolver o seu projeto da maneira que conceber. O
que se propõe neste trabalho são apenas alguns passos que devem ser observados,
frutos de experiências recolhidas.
A partir do momento em que se está concebendo a arquitetura da edificação o
especialista deve iniciar a sua participação no projeto informando ao arquiteto sobre
as possibilidades das opções por este.
Logo a seguir, quando já de posse dos primeiros estudos, inicia-se a identificação
dos locais da edificação que serão impermeabilizados, fazendo-se, então, uma
bateria de indicações com respeito a cotas, níveis, pontos de revestimentos, etc.,
antes mesmo, de preferência, de se entregar os estudos para o lançamento definitivo
da estrutura de concreto.
Aguarda-se então que os estudos se materializem nos projetos definitivos de
arquitetura e estrutura (cálculo).
16
Agora, de posse destes projetos passa-se à fase de dimensionamento dos sistemas
e às correções necessárias, preparando então o que chamamos de anteprojeto de
impermeabilização.
A reunião do projeto de arquitetura, de estrutura, do ante-projeto de instalações dará
origem ao projeto executivo da obra, cujo elaborador será o coordenador do projeto
global e
dará o sinal verde para que termine o projeto definitivo de
impermeabilização.
Um projeto específico de impermeabilização, um prestador de serviço bem
recomendado e a fiscalização constante do contratante são as três precauções
básicas para garantir um serviço confiável. Ai vem a pergunta: o mercado oferece
essa condições? Parte disso cabe ao próprio cliente, mas no que depender dos
fornecedores, a resposta e sim.
Tudo começa com uma boa assessoria, que pode vir dos fabricantes idôneos,
geralmente associados ao IBI. O setor, de um modo geral, reconhece que existem
poucos escritórios especializados, mas os que atuam têm grande experiência e são
profundos conhecedores das características técnicas dos produtos e da aplicação,
capazes de desenvolver o projeto ou assessorar grandes projetistas, tal como fazem
os
bons
fabricantes.
Consultados,
técnicos
de
fabricantes
de
sistemas
impermeabilizantes afirmam que os projetistas devem especificar os produtos por
sua descrição técnica, deixando claras as características requeridas em projeto, isto
posto, todo fabricante estará apto a fornecer o produto.
De acordo com a NBR 13531:1995 - Elaboração de projetos de edificações Atividades técnicas, aplicável em conjunto com a NBR 9575:1998 - Projeto de
impermeabilização, e Projeto NBR 9575:2003, o projeto de impermeabilização
compõe-se de um conjunto de informações gráficas e descritivas que definem
integralmente as características de todos os sistemas de impermeabilização
empregados em uma dada construção, de forma a orientar sua produção. O projeto
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de impermeabilização deverá ser constituído de dois projetos que se complementam:
projeto básico e projeto executivo (veja tabela abaixo).
•
•
Projeto
Básico
•
•
Projeto
Executivo
•
Desenhos
plantas de localização e
identificação das
impermeabilizações,
bem como dos locais de
detalhamento
construtivo.
detalhes construtivos
que descrevem
graficamente as
soluções adotadas no
projeto de arquitetura
para o equacionamento
das interferências
existentes entre todos os
elementos e
componentes
construtivos.
detalhes construtivos
que explicitem as
soluções adotadas no
projeto de arquitetura
para o atendimento das
exigências de
desempenho em relação
à estanqueidade dos
elementos construtivos e
à durabilidade frente à
ação da água, da
umidade e do vapor de
água.
plantas de localização e
identificação das
impermeabilizações,
bem como dos locais de
detalhamento
construtivo.
detalhes genéricos e
específicos que
descrevam graficamente
todas as soluções de
impermeabilização
projetadas e que sejam
necessários para a
inequívoca execução
Textos
•
memorial
descritivo dos
tipos de
impermeabilizaçã
o selecionados
para os diversos
locais que
necessitem de
impermeabilizaçã
o.
•
memorial
descritivo de
materiais e
camadas de
impermeabilizaçã
o.
memorial
descritivo de
procedimentos
de execução e
de segurança do
trabalho.
planilha de
quantitativos de
materiais e
•
•
18
destas.
•
serviços.
planilha de
descrição de
ensaios de
campo e
tecnológicos.
Os desenhos devem ser claros e bem detalhados, podendo chegar a escala 1:1 em
certos detalhes, pois há situações em que se lida com detalhes de 2, 3 ou 4mm
apenas.
Um dos cuidados do projeto, é usar linguagem técnica, clara, e sem deixar margem a
dúvidas, por interpretações duvidosas. É bom lembrar sempre que o projeto chegará
à mão de operários que precisam de linguagem clara, objetiva, e de poucas palavras.
É recomendado trabalhar com os desenhos em formato A0 ou A1, mas sempre
trazê-los em forma reduzida, no formato A4, junto ao memorial descritivo.
Os materiais e processos a adotar devem ser citados pelo tipo e norma de
referência, e não pela marca. A menos que não haja nenhuma similaridade com
outros produtos, deve-se indicar mais de um fornecedor. Os ensaios a serem feitos
devem ser indicados no projeto, assim como os laboratórios independentes,
habilitados a realizá-los.
Para a execução de um bom projeto de impermeabilização, deve-se trabalhar em
conjunto com os outros projetos de sistemas auxiliares de obras, como elétrico,
hidráulico, paisagismo, arquitetura, estrutura etc. Quanto melhor for a análise e
solução destas interfaces, melhor será o resultado final.
19
5. Garantia: Aplicadores + Fornecedores
Se o projeto está bem detalhado, resta procurar a empresa de aplicação. Em geral,
os próprios fabricantes contam com uma rede de aplicadores credenciados e aptos a
aplicar os produtos de sua linha. Além da rede, algumas empresas oferecem também
programas de impermeabilização de condomínios. Os aplicadores sempre contam
com orientação e acompanhamento das fabricas. Isso da ao cliente certa
tranqüilidade, embora a garantia seja bem delimitada; os prestadores de serviços
(Aplicadores) são responsáveis pela garantia de 5 anos e a fábrica, pela qualidade
do produto.
Muitos treinamentos técnicos são promovidos pelos fabricantes junto ao profissionalchave no processo: o aplicador. Além de treinamentos, suporte técnico, os
fabricantes oferecem suporte técnico e acompanhamento às obras sempre que
necessário. A garantia de 5 anos é dada pelo fabricante ao produto por seu
desempenho e contra defeitos de fabricação, cabendo a empresa aplicadora garantir
a qualidade da instalação. Por fim, cabe ainda ressaltar que pelo Código de Defesa
do Consumidor e o Procon, estabelece-se prazo de 90 dias para reclamações junto
ao prestador de serviços. Após este prazo, se ficar caracterizado como vício de
origem, o consumidor continua com a garantia. Porém, danos provocados por uso
inadequado e falta de manutenção da área impermeabilizada não caracterizam a
responsabilidade do aplicador.
20
6. Seleção do fornecedor
É necessário fixar alguns critérios para a contratação do serviço. O cliente deve abrir
uma concorrência baseada em um projeto ou especificação que determine
claramente o tipo de material que está sendo orçado e que este contemple a norma
técnica aplicável. Deve também se certificar de que os produtos e sistemas
participantes da tomada de preços são equivalentes em características e
desempenho. Caso receba sugestões para alterar o especificado, e recomendável
consultar o projetista. “O consumidor deve ser orientado para que analise a situação
em nível de projeto, pois esta etapa é constituída de especificações (descrições e
justificativas), desenhos, detalhes, planilhas com quantitativos, serviços e sugestões
de critérios de medição, conforme preconizado pela NBR 9575/98”.
Credenciado ou não, o aplicador deve ser avaliado previamente pelo contratante.
Para isso, convém solicitar referências de obras anteriores, certificar-se de que a
empresa possui um responsável técnico, que seja associada ao IBI, que utilize
produtos de qualidade e seja indicada ou avalizada pelo fabricante do produto que
pretende utilizar. No que tange à proposta comercial, deve ser clara e abrangente,
que explicite todos os serviços e as respectivas garantias. O tempo de atividade
também é um bom indicador para a avaliação do aplicador.
21
7. O contrato
Escolhida a empresa, vem o contrato. O contratante deve prever a fiscalização da
execução de todas as etapas dos serviços – preparações, regularizações, ensaios de
produtos, a impermeabilização em si, ensaios hidráulicos, proteções mecânicas e
revestimentos. Um modelo que tem se mostrado muito eficiente é a contratação de
fornecimento de materiais diretamente com o fabricante e de mão-de-obra com o
aplicador, revelando vantagens para todas as partes a construtora assegura o
fornecimento em lotes específicos, com certificado de análise, obtém alguns serviços
associados, como especificações técnicas e quantificação de todas as áreas,
acompanhamento e suporte técnico; já o aplicador trabalha com mais tranqüilidade,
podendo investir seu capital de giro na excelência da mão-de-obra. Nos moldes
tradicionais, o contrato de prestação de serviços deve ser o mais detalhado possível
(veja tabela abaixo):
Veja como deve ser a contratação dos serviços de impermeabilização
nas situações a seguir.
A construtora deve procurar um especialista e integráEdifício
lo aos outros projetistas da obra.
comercial Com a proposta técnica na mão, pode-se buscar no
mercado a melhor relação custo-benefício.
O projetista de impermeabilização é fundamental para
compatibilizar os projetos.
Hospital
Na contratação do aplicador (subcontratado), o
público
construtor deve averiguar a idoneidade e a saúde
financeira dele.
Fabricantes podem oferecer uma boa assessoria
Condomínio neste caso. Mas, como várias pessoas participam da
decisão de contratar, os orçamentos (no mínimo três)
habitado
devem ser bem detalhados.
Sob orientação de um especialista, a aplicação pode
A própria ser contratada por empreitada, mas é vital que haja a
residência fiscalização. Importante: o projetista pode ser o fiscal,
mas o aplicador, não.
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Pequena
reforma
Dadas as dimensões da obra, o maior problema é
controlar a qualidade do serviço.
Mas os próprios fabricantes podem dar uma
assessoria e indicar aplicadores credenciados.
Quanto à forma de contratação, a mais comum, na construção civil, dá-se por
medição, mas se o serviço for muito pequeno uma opção e o preço global, a
chamada empreitada. Profissionais do setor impermeabilizador entendem que a
forma ideal de contratação é por preço unitário de cada etapa, conforme planilha de
quantitativos extraída do projeto de impermeabilização. Assim, “podem ser
adicionadas ou subtraídas quantidades conforme as necessidades do contratante,
como preconiza a lei 8.666 de 21/06/93 – Licitações e Contratos, no caso de obras
públicas”. Também o valor da impermeabilização admite divergências. Esses valores
variam muito de acordo com o sistema, principalmente quando falamos em mono ou
dupla camada e também em função da qualidade do produto, argumentam técnicos
do setor.
23
8. Terminologia e Normas Técnicas
No Brasil, a ABNT, através do CB-22 – Comitê Brasileiro de impermeabilização e
isolação
térmica,
já
elaborou
e
publicou
em
torno
de
35
normas
de
impermeabilização. As normas se referem a produtos, ensaios, desempenho, e
também temos as normas de projeto e de terminologia.
O IBI – Instituto Brasileiro de Impermeabilização, publicou um livro com uma
coletânea destas normas, atualizadas até 1995. Algumas delas estão em processos
de revisão e atualização, e há novas normas sendo elaboradas.
É importante conhecer estas normas para consultá-las em casos de dúvidas. Mesmo
sabendo que as normas às vezes servem apenas como referência, podendo se
trabalhar com processos e sistemas não normalizados, é bom ter consciência que o
Código do Consumidor determina que “havendo normas, elas devem ser adotadas”.
Caso contrário, independente da causa de qualquer problema, a responsabilidade
será de quem não as seguiu, quando deveria tê-lo feito.
24
9. Processos
9.1. Processos preliminares
Ainda segundo Firmino Siqueira, estes processos representam as etapas que
antecedem e preparam as superfícies para aplicação das películas impermeáveis.
Basicamente, são compostos pelas seguintes etapas, que podem ser executadas no
todo ou por partes:
•
Preparação da superfície: limpeza, acertos de superfícies, remoções
de restos de madeira, formas ou inserts.
•
Varrição, jateamento e ou raspagem.
•
Aplicação das camadas de aderência: chapiscos ou adesivos.
•
Execução
de
enchimentos:
utilização
de
concretos
leves,
argamassas ou concretos, materiais a granel ou em blocos. Nunca
usar escórias de alto-forno, carvão, entulhos ou lixo. No caso de
escória ou entulho de obra, selecionado, deve ser estudado um
traço para um concreto, em que se tenha compacidade, aderência e
resistências compatíveis com as cargas projetadas para o local.
•
Camada de regularização, usualmente em argamassa forte, com
acabamento liso e regular, sem ser natado ou queimado com colher,
e com declividades para os coletores de água. Admite-se, em certos
casos especiais, não adotar declividade.
•
Executar meias canas e rodapés elevando nos perímetros, a alturas
compatíveis com os acabamentos.
•
Recuperar o concreto quando as falhas forem visíveis. Procurar
localizar estas falhas quando não forem visíveis, e se tratar de
estruturas hidráulicas.
25
•
Fixar os tubos e elementos passantes com argamassas e adesivos
especiais.
•
Providenciar as fixações de bases de máquinas, equipamentos e
postes.
•
Criar as bacias de drenagem para os coletores de água.
9.2. Processos de impermeabilização
Ainda de acordo com Firmino Siqueira, estes processos são classificados da
seguintes formas:
9.2.1. Quanto à flexibilidade
•
flexíveis;
•
rígidos.
9.2.2. Quanto ao tipo de material
9.2.2.1. asfálticos
6.2.2.2. sintéticos
6.2.2.3 cimentícios
6.2.2.4. resinas
9.2.2.1. Os asfálticos podem ser:
•
mantas: quando são pré-fabricados (estruturas com poliéster, fibras
de vidro, polietileno e outros).
26
•
membranas: quando são moldados no local.
E podem ainda ser, quanto ao tipo do asfalto:
•
asfaltos oxidados
•
asfaltos modificados (com APP, SBS e outros)
•
emulsões (asfálticas e hidro-asfálticas)
•
soluções (puras ou com elastômeros ou outros)
Quanto à aplicação, os asfaltos podem ser:
•
aplicados a frio;
•
aplicados a quente;
•
aderidos;
•
flutuantes;
•
semi-aderidos.
9.2.2.2 Sintéticos
São materiais dos mais diversos tipos, sempre evoluindo, de acordo com a
petroquímica, situando-se sempre nas famílias das borrachas sintéticas, tipo
plastômeros ou elastômeros, termoplásticos ou termofixos.
Os mais comuns do mercado brasileiro são:
•
butil
•
EPDM
•
PVC
Em outros países, temos as mantas de vários outros materiais, mas
que não são disponíveis no mercado nacional, exceto por importações esporádicas.
27
9.2.2.3. Cimentícios
São processos à base de cimentos, com areias especiais e aditivos ou adesivos que
criam uma camada de baixa espessura, alta resistência e características das mais
variadas. Como adesivos, os mais freqüentes são acrílico e PVA. Os mais
conhecidos são:
•
cristalizantes
•
argamassas acrílicas
•
argamassas não retráteis (grout)
•
argamassas de pegas aceleradas (para tamponamentos)
9.2.2.4. Resinas
São resinas sintéticas altamente especializadas, sendo mais empregadas as resinas
epóxi. Em alguns casos encontramos as resinas poliéster, e ambas têm aplicações
específicas, bem definidas, como agentes para resistências químicas, ou pressões
negativas.
28
10. Processos complementares
São aqueles processos que vão garantir a integridade dos processos impermeáveis
e que vão permitir que o sistema tenha garantida sua durabilidade.
Os tipos de processos complementares são:
10.1. Proteções de transição
10.2. Proteções mecânicas
10.3. Proteções térmicas
10.4. Auto protegidas
10.1. Proteções de transição
São as primeiras a ter contato com as impermeabilizações, e se constituem de
camadas com finalidades próprias, seja de amortecimento, seja de flutuação, de
aderência, ou de proteção primária, ou ainda anti-puncionamento.
Normalmente constituem-se de materiais lançados diretamente sobre a película
impermeável, e os mais comuns são:
•
papel kraft
•
feltros orgânicos ou sintéticos
•
espumas químicas, plásticas
•
geotêxteis
•
argamassas fracas
•
argamassas asfálticas
•
filmes plásticos
10.2. Proteções mecânicas
29
São camadas com resistências adequadas para resistir às solicitações de uso da
área. Áreas de estacionamentos, terraços, jardins, pavimentos mecânicos, e várias
outras.
Normalmente são empregadas argamassas ou concretos, moldados no local ou prémoldados, e de acordo com cada caso é determinado um tipo de acabamento,
paginado etc.
10.3. Proteções térmicas
São destinadas a atuar como barreiras térmicas, e ao mesmo tempo que diminuem
o fluxo de calor para dentro da edificação, atuam como elemento de estabilização
térmica da estrutura e alívio, retardando o envelhecimento das películas de
impermeabilização.
São mais comuns os seguintes materiais:
•
isopor (PES)
•
styrofoam (poliestireno estrudado)
•
vermiculita
•
cinasita
•
lã de rocha
•
fibras de vidro
•
concretos celulares
30
11. Materiais e sistemas Impermeabilizantes
Existem
no
mercado
brasileiro
diversos
produtos
impermeabilizantes
com
características físico/químicas distintas, em função das diferentes matérias-primas
adotadas, como já foi mencionado no capítulo 9.2.. Assim sendo, é necessário
conhecer as características mais importantes destes produtos de forma a utilizá-los
adequadamente para o fim que se destinam, pois, muitas vezes, os produtos
atendem a uma determinada função e não são adequados a outras.
Os produtos impermeabilizantes são baseados em uma ou mais das seguintes
matérias-primas: asfalto de destilação direta, asfalto natural, alcatrão, polímeros,
cimento e outros componentes químicos minerais e orgânicos.
11.1. Materiais impermeabilizantes
Destas matérias-primas são elaborados os seguintes impermeabilizantes:
a) Asfalto Oxidado – É aquele produzido a partir do asfalto de
destilação direta através da passagem de ar em temperaturas elevadas. A oxidação
diminui a termo-sensibilidade do asfalto de destilação direta e produz um material
com pontos de amolecimento mais altos e penetrações variáveis dependendo das
matérias-primas e processo de fabricação. Os asfaltos oxidados não são elásticos no
verdadeiro sentido da palavra. Deformam-se menos que 10%, são quebradiços em
baixas temperaturas e possuem baixa resistência à fadiga. São utilizados para os
sistemas de membranas de feltro e asfalto, mantas asfálticas bem como adesivo
para mantas asfálticas. É um sistema de uso decrescente na impermeabilização.
b) Emulsão Asfáltica – É produzida através da emulsificação em água
do asfalto CAP (cimento asfáltico de petróleo). Normalmente, são adicionadas cargas
31
com o objetivo de melhorar sua resistência ao escorrimento em temperaturas mais
elevadas. Possui um teor de sólidos entre 50% a 65%. Apresenta baixa flexibilidade,
principalmente depois de envelhecido não tendo resistência à fadiga e elasticidade.
Alguns fabricantes incorporam látex polimérico para um incremento de flexibilidade.
Isto pode, dependendo da formulação, provoca um aumento da absorção de água do
produto. São utilizados no sistema de membrana de emulsão asfáltica com
armaduras de véu de fibra de vidro, véu ou tela de poliéster ou nylon. Normalmente,
é utilizado em serviços de pouca responsabilidade como terraços, pequenas lajes,
banheiros, etc. Não deve ser utilizado em piscinas, reservatórios ou outros locais
com água sob pressão, somente utilizado para água de percolação.
c) Solução Asfáltica – É produzida principalmente a partir da
solubilização do asfalto oxidado em solvente apropriado, de forma a permitir a sua
aplicação a frio. Após a evaporação do solvente adquire as propriedades do asfalto
antes da solubilização. Seu principal uso é como primer para utilização dos sistemas
de feltro e asfalto ou de mantas asfálticas.
d) Emulsão Polimérica – é produzida a partir da emulsificação de
polímeros sintéticos. A emulsão mais utilizada é a acrílica. O impermeabilizante
acrílico possui a característica de boa resistência ao ataque de raios ultravioleta do
sol, permitindo a sua aplicação em sistemas expostos às intempéries. A grande
maioria dos impermeabilizantes acrílicos são formulados, a partir de resinas acrílicas
estirenadas. O estireno na formulação, artifício para menor custo, provoca diminuição
da durabilidade do produto, tendendo a craquear, amarelar, aderir sujeira, etc. O
mais adequado é a utilização de resina acrílica pura, pois possui excelente
resistência aos raios ultravioleta, não retém sujeira, não amarela e não perde a
flexibilidade. Os impermeabilizantes acrílicos de mercado possuem propriedades
bastante diferenciadas, sendo que grande parte apresenta alta absorção d’água e
baixo teor de sólidos.
32
Emulsões acrílicas são utilizadas com a incorporação de telas de poliéster ou nylon
em impermeabilizações expostas às intempéries como lajes sheds, abóbadas, etc.
Devem sempre ser aplicadas em lajes com perfeita inclinação de forma a não ocorrer
empoçamento
d’água.
Também
é
utilizado
como
pintura
refletiva
de
impermeabilizações asfálticas e isolantes térmicos de poliuretano expandido, sendo
que, neste caso, deve possuir maior capacidade de recobrimento com a
incorporação de maior quantidade de óxido de titânio (TiO2).
e) Asfalto Modificado – É aquele modificado com polímeros, com a
finalidade de incorporar melhores características físico-químicas ao asfalto. As
principais características do asfalto modificado são: melhor resistência às tensões
mecânicas, redução da termo-sensibilidade, maior coesão entre partículas, excelente
elasticidade/plasticidade, maior plasticidade em baixas temperaturas, sensível
melhora da resistência à fadiga e ao envelhecimento.
O asfalto modificado pode ter características plásticas, quando incorporado
polímeros dos tipos APP (Polipropileno Atático), copolímeros de etileno, ou elástico,
com a incorporação de polímeros de SBS (Estireno-Butadieno-Estireno), poliuretano,
etc.
É considerado o sistema de maior evolução da última década, sendo o mais utilizado
em todo o mundo, já que incorpora excelentes propriedades ao asfalto convencional.
Suas propriedades podem ser maiores ou menores, dependendo da quantidade e
tipo de polímero adotado, bem como da sua perfeita compatibilização com o asfalto.
O asfalto modificado pode ser a quente, base solvente ou emulsão. São utilizados
nos sistemas de membranas asfálticas com incorporação de armaduras de poliéster
ou nylon, bem como mantas asfálticas modificadas que hoje tendem a ser a maior
novidade no mercado brasileiro, sendo o sistema que domina o mercado europeu e
com forte penetração no mercado norte-americano e japonês.
33
São utilizados em impermeabilização de lajes, inclusive com grandes solicitações,
jardineiras, piscinas, tanques, etc.
f) Mastique – É produzido com a finalidade de calafetar juntas de
dilatação, juntas de retração, fissuras, bem como vedações diversas, como caixilhos,
cerâmica, madeira, concreto e alvenaria, etc. Podem ser elasto-plástico ou plásticos,
aplicados a frio ou a quente, mono-componente ou bicomponente tirotrópico ou autonivelante.
g) Solução Polimérica – É um elastômero solubilizado em solventes
apropriados, que possuem excelentes características de elasticidade, resistência
mecânica, resistência à fadiga, etc.
As mais utilizadas são as do tipo Neoprene-Hypalon, SBS e EPDM. As soluções de
EPDM e Neoprene-Hypalon são resistentes aos raios ultra-violeta do sol. Sendo,
portanto, indicadas para impermeabilização exposta às intempéries. Normalmente é
utilizada em tanques, piscinas, etc.
h) Resina Epoxídica – É normalmente utilizada em impermeabilização
com finalidade anticorrosiva, pois o sistema possui boa resistência a diversos
produtos químicos. Normalmente, é utilizada em tanques de produtos químicos, de
resíduos industriais, etc.
i) Cimentos Impermeabilizantes – São cimentos de diversos tipos,
com incorporação de outros produtos químicos, que proporcionam características de
impermeabilidade. Podem ser de dois tipos: osmóticos e não osmóticos. Os
primeiros, também chamados de cristalização, possuem características de pequena
penetração nos capilares do concreto, colmatando-os. O segundo tipo, também
chamado de revestimento polimérico, é utilizado com resina (do tipo acrílico), possui
melhor aderência ao substrato e maior flexibilidade.
34
São utilizados para impermeabilização de reservatórios, piscinas, tanques, estações
de tratamento de água, sub-solos e cortinas, submetidos a pressões hidrostáticas
positivas ou negativas (lençol freático), podendo também ser utilizado em
impermeabilização de banheiros, cozinhas, lavanderia e outros locais sujeitos à
umidade. São sistemas considerados rígidos e, nas estruturas sujeitas a fissuras,
necessitam de tratamento com mástiques nestes locais.
Os cimentos com incorporação de polímeros são, no entanto, menos rígidos,
podendo, em alguns casos, ser utilizados em reservatórios elevados, devendo, no
entanto, se reforçar os pontos críticos com incorporação de tela de poliéster ou
nylon.
j) Aditivo Impermeabilizante – É um produto à base de estereato,
ácido graxo, etc., que adicionado às argamassas conferem as mesmas
características
impermeáveis.
Normalmente,
pode
ser
utilizado
para
impermeabilização de reservatórios, sub-solos, etc. É um sistema rígido de
impermeabilização e não deve ser utilizado em estruturas sujeitas a fissuras ou
grandes movimentações.
k) Manta de Polímero – É um produto pré-fabricado à base de
polímeros dos tipos butil, EPDM, PVC, etc., utilizada para impermeabilização de
lajes. Estes polímeros apresentam boas características de impermeabilidade e
durabilidade. Normalmente, não são incorporadas armaduras e geralmente aplicadas
pelo sistema não aderido. Exige mão-de-obra especializada, pois é de difícil
execução.
35
12. Análise de Desempenho
Para adotar um sistema de impermeabilização é importante conhecer suas
características técnicas, isto é, analisar seu desempenho através de ensaios
laboratoriais, para que se possa verificar suas propriedades e impropriedades.
Como conceito geral, qualquer sistema de impermeabilização vai ser submetido a
diversos esforços físicos/químicos e é necessário saber se estes sistemas atendem a
uma determinada exigência. Através dos resultados dos ensaios e do conhecimento
das necessidades de uma obra, é que se pode selecionar dentre uma ampla gama
de impermeabilizantes, quais são os mais adequados. Abaixo estão resumidos os
ensaios normalmente requeridos para se verificar as características de um material
ou sistema impermeabilizante.
12.1. Ensaios de desempenho
a) Ensaio de Tração: Avalia a resistência à tração e alongamento de
ruptura do material ou sistema impermeabilizante. É utilizado um dinamômetro para o
ensaio, com corpos de prova retangulares ou tipo borboleta.
b) Estanqueidade à água: Avalia-se a resistência à pressão
hidrostática de um sistema impermeabilizante. Utiliza-se o permeâmetro da norma
DIN 1048 para processos de cristalização e a DIN 16935 para impermeabilizantes
elásticos estruturados com armadura de reforço.
c) Absorção de água por imersão: Neste ensaio avalia-se a
resistência do produto à penetração da água.
36
Pesa-se um filme impermeabilizante. Emerge o mesmo em água durante 168 horas.
Retira-se o filme, seca-o superficialmente e pesa-se novamente. Por diferença de
peso verifica-se quanto o mesmo absorveu de água. É um ensaio importante para
produtos base água como emulsões acrílicas e emulsões asfálticas. Existem acrílicos
que absorvem mais água que o próprio peso do filme. Isto implica que o mesmo não
é bom impermeabilizante. O ideal é não passar de 15% para emulsões e de 4% para
soluções impermeabilizantes. Outras metodologias exigem ensaios por mais horas
de imersão e temperatura d’água variável.
d) Puncionamento Estático: verifica-se a resistência de um sistema
ao esforço de sobrecarga sobre o mesmo. Ex: laje com proteção mecânica, pisos,
pesos constantes, pressão hidrostática, etc.
e) Puncionamento Dinâmico: Avalia-se a resistência a um impacto
dinâmico sobre um sistema impermeável.
Ex.: tráfego de veículos ou outros temporários.
f)
Ensaio
de
rasgamento:
Avalia
a
resistência
do
sistema
impermeabilizante ao rasgamento.
g) Ensaio de fadiga: Avalia-se a resistência de fadiga de um sistema
impermeabilizante a um dobramento ou uma película.
É importante para avaliar, por exemplo, os ciclos de trabalho de um ponteamento de
impermeabilização sobre uma junta de dilatação cantos vivos, etc.
Em sistema asfalto com lã de vidro agüenta apenas 1 ciclo no equipamento (ASTM
D2930), asfalto oxidado e poliéster, ao redor de 1500 ciclos, asfalto elastomérico,
mais de 300.000 ciclos. Manta de PVC ou elastômero em solução, mais de 800.000
ciclos.
37
h) Envelhecimento acelerado: Pode-se utilizar para um ensaio mais
simples uma estufa a 110oC e maior sofisticação equipamento de C-UV (ASTM G 53)
ou water-o-meter (ASTM D 412). Verifica-se o grau de envelhecimento do produto
em determinado tempo. Normalmente, este ensaio é conjugado com outros ensaios
como fadiga, resistência à tração, alongamento, flexibilidade etc., para verificar os
parâmetros de um produto antes e depois do envelhecimento.
i) Aderência: Verifica-se a adesão de um sistema sobre o substrato
através de ensaio de tração em dinamômetro.
12.2. Ensaios de caracterização
a) Massa específica
b) Viscosidade – mede a consistência do material; pode-se neste
ensaio verificar se o material é muito pastoso com dificuldade para impregnação de
um tecido de reforço. Utiliza-se, normalmente, aparelhos tipo Stormer ou Copo Ford.
c) % de sólidos em peso: Quantifica-se qual a quantidade de sólidos
que possuem um material impermeabilizante. Isto é, evapora-se todos os voláteis do
produto (água ou solvente).
Neste ensaio, pode-se comparar o teor de sólidos de dois fabricantes distintos e
correlacionar o teor de sólidos, que é efetivamente o filme seco do impermeabilizante
com relação ao custo do produto. Muitas vezes um material que pelo preço/kg é mais
caro que outro, mas possui altos sólidos, passa a ser mais barato por metro
quadrado, pois seu consumo é menor para atingir uma espessura de filme
equivalente. Esta avaliação é importante, pois o fabricante pode adicionar mais água
ou solvente no produto para baratear o custo.
38
O ensaio é normalmente feito em estufa a 110oC, mas pode-se fazer sem a mesma.
Pesa-se uma determinada quantidade de produto (Exemplo: 1 grama), evapora-se o
solvente em estufa e pesa-se novamente.
Pela diferença de peso calcula-se o teor de sólidos.
d) Teor de Cinzas: É o ensaio que verifica-se quanto o produto tem de
cargas minerais. Pesa-se um filme do material impermeabilizante (já com o solvente
volatizado) coloca-se em uma mufla, com temperatura variando entre 400 a 800oc
durante um determinado tempo. Pesa-se novamente: por diferença de peso calculase quanto possui de cinzas.
Neste ensaio, com temperatura entre 400 a 800oC, evapora-se todos os
componentes orgânicos (resina, aditivos, etc.)
e) Estabilidade: Verifica-se a estabilidade do produto dentro da
embalagem para o fabricante garantir a vida útil do material dentro da mesma.
f) Secagem ao toque: Verifica-se o tempo de secagem superficial do
filme impermeabilizante.
g) Pot-life. Tempo de vida de utilização para produtos bi-componentes,
após a mistura.
h) Cobertura: Ensaio para verificar se um impermeabilizante dos tipos
acrílicos, etc., possui boa cobertura. No ensaio aplica-se uma demão sobre um papel
cartolina branco com tarjas pretas e verifica o grau de cobrimento da tarja preta. Se o
produto possui baixo cobrimento, significa que possui baixo teor de Dióxido de
Titâneo, importante em alguns produtos.
i) Absorção por coluna d’água: É parecido com o anterior mas com
baixíssima pressão hidrostática. Cola-se com epóxi um tubo de vidro de 130 a 300
39
mm sobre o filme impermeabilizante e outro tubo sobre um vidro. Verifica-se o
abaixamento da coluna d’água a cada 24 horas, descontando-se a evaporação
calculada do tubo afixado em vidro. Normalmente, faz-se medições de 5 dias a 30
dias, dependendo do caso. Pode ser usado para filmes impermeáveis ou para
cristalização.
Este ensaio não é o suficiente para avaliar o desempenho de um produto.
j) Flexibilidade a baixa temperatura: Avalia-se a flexibilidade de um
determinado produto a temperaturas menor ou = a 0oC.
Costuma-se dobrar uma película impermeabilizante sobre um mandril de 1 polegada
e o mesmo não deve fissurar a uma determinada temperatura (Ex – 18oC).
k) Análise granulométrica: Normalmente executado em materiais em
forma de pó mede-se a retenção de produto em determinadas peneiras. É utilizado
como ensaio para impermeabilizantes por cristalização.
i) Início e fim de pega: Utilizado para impermeabilizantes de base
cimentícia, como cristalização.
m) Resistência a microorganismos.
n) Resistência a agentes agressivos (névoa salina, ozona, produtos
químicos, etc.).
o) Ensaio de inflamabilidade: Resistência à propagação de chama.
p) Dureza Shore A: Avalia-se o grau de dureza de um produto, muito
utilizado para mástiques.
40
q) % de polímero em peso: Calcula-se a percentagem de polímero e
materiais impermeabilizantes poliméricos.
r) Caracterização do polímero: Detecção do tipo de polímero utilizado
em um determinado produto.
s) Transmissão de vapor: Mede a resistência de um produto à
percolação de vapor de água ou de outro.
t) Ensaio de potabilidade: Verifica-se se o produto não altera a
potabilidade da água.
Normalmente, analisa-se no momento de especificação em um projeto a maioria dos
ensaios disponíveis, selecionando-se alguns, para serem adotados no recebimento
do material, na obra para controle de qualidade.
41
13. Dimensionamento dos Sistemas
13.1. Sistemas
A Norma Brasileira NBR 8083/83 define Sistema como o conjunto de materiais que
uma vez aplicados conferem impermeabilidade às construções.
Ao se projetar uma impermeabilização deve o especialista levar em consideração
não apenas o desempenho do material isoladamente, mas, sobretudo, o
comportamento deste integrado no conjunto. Portanto, é fundamental a análise da
interdependência dos materiais com o projeto em si.
O trabalho de escolha a dimensionamento de sistemas deve ser sempre executado
de maneira independente, preferencialmente fornecendo o maior número de dados
possíveis para quem vai executar a obra, informando sobre existência de normas e
classificações que permitam uma fácil fiscalização por parte do contratante.
13.2. Dimensionamento
Até agora, tanto a elaboração de normas como o dimensionamento de sistemas de
impermeabilização, baseava-se no bom senso e na experiência de projetistas e
profissionais do ramo. Hoje em dia, vislumbra-se uma nítida tendência para medir o
desempenho técnico de materiais e sistemas de impermeabilização, bem como os
conjuntos de impermeabilização, isolamento térmico e pavimentação. Desta maneira,
as opções recairiam sobre os sistemas que melhor atendessem aos diversos
requisitos de desempenho, onde não se deve desprezar o custo. Agindo desta forma,
o projetista deixará de ser mero especificador de materiais baseado em bom senso,
que é o que ocorre hoje em dia na maioria dos casos.
42
Note-se bem que existem materiais que aparentemente atendem perfeitamente às
solicitações a que estarão sujeitos, não se adaptando, entretanto, às condições
necessárias de pavimentação, trazendo para esta problemas insolúveis, sendo este
o caso em que o sistema foi estudado, mas o conjunto em si, não.
Outro fator que costuma ser esquecido é a condição local de trabalho que pode ser
determinante, eliminando do quadro de opções aquela que parecia melhor
(exequibilidade), seja por fator físico ou por adequação do cronograma da obra.
13.3. Conhecendo os sistemas
A seguir, será apresentado quatro sistemas de impermeabilização: através da prática
de Firmino Siqueira, foi concluído que estes são os mais utilizados.
Na impermeabilização, assim como nas demais áreas, não existe um produto
(sistema) que possa ser utilizado em tudo. Os fabricantes movidos pelo interesse
comercial, sempre tentam convencer ao contrário. Vemos que, na maioria das vezes,
pode ocorrer dois erros: o sistema poderá ter um desempenho insatisfatório e não
atender aos critérios de estanqueidade ou o mesmo ficará super dimensionado.
A seguir, será comentado sobre os sistemas mais utilizados atualmente.
Sistema
Argamassa Impermeável
Classificação
• Rígido
Especificação
• Para locais onde o conjunto estrutural apresenta rigidez,
onde há pequenas variações de temperatura
• O substrato deverá ser concreto, podendo ser aplicado
com restrição sobre argamassas ou alvenarias
• Adequa-se bem em pressões negativas (águas que
percolam para o interior do ambiente, onde é somente
possível impermeabilizar pelo lado interno)
Utilização
• Subsolos
• Reservatórios inferiores, com fundação independente a
43
do edifício
• Túneis, galerias
Características
• Constitui-se de argamassa de cimento e areia média
lavada traço em volume 1:3, amolentada com água +
aditivo específico
Aplicação
• A superfície a ser revestida deverá estar limpa (sem
detritos de construção), resistente e áspera
• Aplica-se com ponteiro o local, recupere as eventuais
falhas e remova todos pontos fracos, lave em seguida
com água e pressão, removendo todas partículas soltas
• Efetua-se um chapisco contínuo aplicado com colher,
compostos de cimento e areia média lavada traço 1:2
• Após 24 horas da aplicação do chapisco executar uma
camada de argamassa com espessura de 10 a 15 cm,
deixando a superfície áspera
• Após 5 horas (depois que a primeira camada de
argamassa tiver puxado) aplicar a segunda camada,
observando as espessuras citadas
• Repetir o processo anterior se houver necessidade da
terceira camada
• Passado 12 horas da aplicação da última camada,
proceder executando o acabamento desejado
Consumo
• Estimado em 2,2 litros/metro cúbico de argamassa
Produtividade
• Estimada em 3,0 metros quadrados/hora/camada
(espessura de 10 mm)
Cuidados
• Misturar quantidades para utilizar em 30 minutos, tempo
máximo de aplicação
• Intercalar as emendas dos panos
• Curar durante as primeiras 48 horas após aplicação da
última camada
Observações
• Verificar sempre a validade dos produtos a serem
utilizados, aditivo e cimento
• Quando aplicado em reservatórios, verificar se o produto
altera a potabilidade da água
• Seguir criteriosamente as orientações do fabricante
44
Sistema
Cristalização
Classificação
• Rígido
Especificação
• Para locais onde o conjunto estrutural apresenta rigidez,
onde há pequenas variações de temperatura
• O substrato da aplicação poderá ser concreto,
argamassa ou alvenarias
• Adequa-se em pressões negativas (águas que percolam
para o interior do ambiente, onde é somente possível
impermeabilizar pelo lado interno)
Utilização
• Subsolos
• Reservatórios inferiores, com fundação independente a
do edifício
• Floreiras
• Túneis, galerias
Características
• Apresenta-se em dois componentes A e B, sendo que
um geralmente é líquido e o outro um pó (cimento +
polímeros). Mistura-se todo o conteúdo contido nas duas
embalagens durante 5 minutos antes da aplicação,
assegurando a homogeneidade
Aplicação
• A superfície a ser revestida deverá estar limpa (sem
detritos de construção, livre de graxa, nata de cimento),
resistente e áspera
• Umedecer o substrato
• Aplicar o produto com auxílio de uma brocha, trincha ou
vassoura de pêlo como se fosse uma pintura
• Aplicar as primeiras camadas cruzadas
• Se
necessário,
utilizar
para
aplicação
uma
desempenadeira dentada
Consumo
• Estimado em 1,5
(espessura 1 mm)
Produtividade
• Estimada em 6,0 metros quadrados/hora/camada
Cuidados
• Misturar quantidades para utilizar em 40 minutos, tempo
máximo de aplicação
• Limpar as ferramentas utilizadas antes da cura dos
produtos
• Curar durante as primeiras 48 horas após aplicação da
última camada
Observações
• Verificar sempre a validade dos produtos a serem
quilos/metro
quadrado/camada
45
utilizados
• Seguir criteriosamente as orientações do fabricante
Sistema
Manta Asfáltica
Classificação
• Flexível
Especificação
• Para locais onde o conjunto estrutural apresenta
movimentações
• O substrato de aplicação poderá ser concreto,
argamassa, alvenarias, deck de madeira
Utilização
• Coberturas
• Estacionamentos
• Jardineiras, Piscinas, Reservatórios
Características
• Constitui-se de uma manta feita de asfalto modificado ou
oxidado, estruturado ou não com tecido de poliéster ou
alma de polietileno. Nas faces poderá receber o
acabamento com pó de areia, polietileno retrátil, lamelas
de ardósia ou alumínio
• A espessura pode variar de 3 a 5 mm
• No mercado, existem duas formas de aderir ao substrato
e fazer a colagem das emendas. Através da utilização
de maçarico específico ou asfalto quente. Esta última
fôrma tem diminuída sua utilização
Aplicação
• Aplicar a solução de imprimação, e aguardar a
secagem
• Iniciar a colocação da manta fazendo reforços nos
cantos e quintas, tubos emergentes, ralos e detalhes
especiais
• Desenrolar a bobina para obtenção dos alinhamentos
(esquadros e nível na vertical), rebobinar, observando a
posição e proceder a colagem no substrato e das
emendas
• Para colagem com asfalto oxidado a quente, aplicar com
esfregão uma camada de asfalto observando sempre o
intervalo de temperatura de 160 a 210oC, até o máximo
de 50cm à frente da bobina de manta. Desembobinar
pressionando a manta sobre a camada de asfalto
quente
• Para a colagem com maçarico, utilizar o maçarico
específico (característica da chama, na boca diâmetro
de 8cm – temperatura 1500oC; comprimento máx.
60cm – temperatura de 750oC). Apontar o maçarico
46
Aplicação (cont.)
•
•
•
•
•
para o substrato de forma que a chama bata na base e
ricocheteie na bobina. Não é aconselhável aplicar a
chama diretamente na manta, salvo situações
especiais
Nas emendas entre mantas, retirar o plástico de
proteção, executar, observando uma faixa mínima de
superposição de 10 cm
Nos encontros dos planos horizontal e vertical, executar
primeiro o plano horizontal subindo 15 cm no plano
vertical. Na seqüência executar o plano vertical
avançando sobre o plano horizontal 15 cm
No plano vertical (paredes, pilares, vigas, etc.) a manta
deverá subir no mínimo 20 cm acima da cota prevista do
piso acabado. Deverá ser previsto um friso na parede
para engastar, caso não haja utilização de um perfil de
alumínio para arrematar
Em reservatórios fixar a manta com perfil de alumínio, a
cada 1,5m no plano vertical. Aplicar manchão de manta
sobre o perfil
Instalar os extravasores, fazer o teste de estanqueidade
deixando uma lâmina de 10 cm de água pelo período
mínimo de 72 horas
Consumo
• Primer 400 ml/m2
• Asfalto oxidado 1,2 kg/m2 (Só considerar se o processo
de aderência for asfalto quente)
• Manta 1,25 m2/m2
Produtividade
• 5 m2/hora
Cuidados
• Não colar com asfalto quente manta modificada com
polímero APP
• Não aderir manta de asfalto oxidado com maçarico
• Estocar e transportar a bobina de manta em pé
• A solução de imprimação é tóxica e inflamável, estocar
em lugar arejado e com devidos cuidados
Observações
• Seguir as recomendações do fabricante
• Em caso de dúvidas consultar o departamento técnico
do fabricante da manta
Sistema
Membrana Asfáltica
Classificação
• Flexível
47
Especificação
• Para locais onde o conjunto estrutural apresenta
movimentações
• O substrato de aplicação poderá ser concreto,
argamassa, alvenarias, deck de madeira
Utilização
• Coberturas
• Estacionamentos
• Jardineiras, Piscinas, Reservatórios
Características
• O sistema é constituído da aplicação de várias demãos
de asfalto polimérico em emulsão ou solução, sendo
estruturado com uma tela de poliéster
• O sistema é contínuo, não tem emendas
Aplicação
• Aplicar a solução de imprimação, e aguardar a secagem
• Iniciar a aplicação fazendo reforços nos cantos e quinas,
tubos emergentes, ralos e detalhes especiais
• Aplicar a primeira demão utilizando um esfregão ou
rodinho, cobrindo todo o substrato
• Após a secagem da primeira demão, aplicar segunda
demão em conjunto com o estruturante (tela de
poliéster)
• Aplicar a terceira demão, sempre cobrindo todo o
substrato. Se necessário aplicar mais demãos
Consumo
• Primer 400 ml/m2
• Asfalto polimérico 2,2 kg/m2 (para 3 camadas)
Produtividade
• 20 m2/hora
Cuidados
• Nas emendas da tela estruturante, sobrepor no mínimo
15cm
• O asfalto em solução é tóxico e inflamável, estocar em
lugar arejado e com os devidos cuidados
Observações
• Seguir as recomendações do fabricante
• Em caso de dúvidas consultar o departamento técnico
do fabricante
13.4. Preparação da base
48
Tem-se observado nas patologias relacionadas com impermeabilização, que a
maioria dos problemas estão relacionados com descaso ou descuido na preparação
do substrato para o recebimento do sistema impermeabilizante.
Regularização
Limpeza e
preparação da
base
• Retirar pontas de ferro, se necessário escarear e cortar
• Remover pedaços de madeira, nata de cimento e
argamassa solta
• Limpar todas as manchas de graxa e óleo, se necessário
remover com solvente ou detergente
• Lavar a superfície com máquina de pressão
• Recuperar as falhas de concretagem nos locais onde
foram removidas as pontas de ferro
Executando a
camada da
regularização
• Tirar os pontos de nível considerando os caimentos com
declividade média de 1%, em direção aos pontos de
drenagem
• Considerar a espessura mínima da argamassa de
regularização de 2 cm nos pontos mais baixos
• Aplicar uma nata de cimento no substrato
• Executar as mestras, após as mesmas “puxarem”.
Preencher os intervalos entre elas com argamassa de
areia média lavada e cimento sem aditivos, traços em
volume 1:3
• Quando a espessura ultrapassar 3 cm, compactar com
soquete
• Desempenar com desempenadeira de madeira, não usar
feltro ou espuma para alisar a regularização
• Executar a cura da regularização durante 48 horas
Cuidados
• No plano vertical considerar os chanfrados para
arrematar o sistema
• Executar arredondamento dos cantos e quintas. Para
manta asfáltica considerar um diâmetro mínimo de 5 cm
Observação
• A execução de uma camada de regularização só é
necessária para sistemas flexíveis
• Para o sistema rígido considerar apenas a parte de
limpeza e preparação da base
49
13.5. Proteção da Impermeabilização
A proteção mecânica é necessária a fim de minimizar os danos eventuais do sistema
impermeabilizante.
Os principais são os danos causados por ações físicas, como de puncionamento
dinâmico e estático e abrasão. Os danos causados pelo intemperismo também
deverão ser considerados, tendo em vista que a maioria dos sistemas são agredidos
pela ação dos raios ultravioleta, o que promove o envelhecimento.
A proteção mecânica deverá se adequar ao tipo de solicitação, portanto, foi adotado
como áreas transitáveis aquelas que possuem trânsito de veículos, não transitáveis
aquelas que possuem apenas trânsito de pessoas. Ainda poderão ser incrementados
isolamento térmico ou não.
A seguir os procedimentos considerados:
Proteção Mecânica
Áreas não
transitáveis sem
isolamento
térmico
• Com argamassa moldada no local
• Aplica-se sobre a impermeabilização uma camada de
separação com geotêxtil de 350 gramas
• Executa-se sobre a camada de separação, uma
camada de argamassa de cimento e areia lavada com
3 cm de espessura, traço em volume 1:4, formando
placas de 1,5 por 1,5 m com juntas de 15 mm entre as
placas e na perimetral 20 mm
• Deixar encaixes para os raios hemisféricos
• Preencher juntas com asfalto ou mástique
• Com placas de 30x30 cm pré-fabricadas
• Aplica-se sobre a impermeabilização uma camada de
separação com geotêxtil de 350 gramas
• Coloca-se as placas sobre a camada de geotêxtil
Áreas não
transitáveis com
• Repete as operações anteriores, apenas considerar
sobre a camada separadora a colocação do
50
isolamento
térmico
isolante térmico; os demais procedimentos seguem
normalmente
Áreas transitáveis
sem isolamento
térmico
• Com argamassa moldada no local
• Aplica-se sobre a impermeabilização uma camada de
separação com geotêxtil de 350 gramas
• Aplica-se uma camada de argamassa de 1 cm de
espessura
• Coloca-se uma tela soldada CA60, malha 15 x 15 cm,
fio com diâmetro de 3 mm
• Executa-se sobre a tela, uma camada de argamassa
de cimento e areia lavada com 5 cm de espessura,
traço em volume 1:4, formando placas de 1,5 por 1,5m
com juntas de 15 mm entre as placas e na perimetral
20 mm
• Com bloquetes
• Aplica-se sobre a impermeabilização uma camada de
separação com geotêxtil de 350 gramas
• Executa-se uma camada de 4 cm de areia média lavada
• Coloca-se os bloquetes sobre a camada de areia, faça
uma compactação mecânica utilizando pó de pedra
entre as juntas
Observação
• Considerar nas jardineiras e floreiras, a camada do
sistema drenante no fundo
51
14. CONHECENDO O PROJETO
14.1. Condições específicas
14.1.1. Tipo de estrutura e estágio de cálculo
Deve-se conhecer o tipo de estrutura a ser impermeabilizada, como por exemplo,
estrutura (laje ou estrutura de concreto: armado, laje mista, laje nervurada, prémoldada), alvenaria auto-portante, protendida etc., pois estas variáveis interferem na
escolha do sistema impermeabilizante.
a) Finalidade da estrutura
A
utilização
da
estrutura
deve
ser
do
conhecimento
do
projetista
de
impermeabilização, tanto para prever as cargas atuantes, como para dimensionar a
exigência de desempenho da impermeabilização. Exemplo: laje com trânsito pesado,
laje sem trânsito pesado, laje abobada, tanque de efluentes, cozinhas industriais, etc.
52
b) Deformações previstas na estrutura
As cargas atuantes e o tipo de estrutura poderá indicar uma deformação que poderá
exigir
maior
elasticidade,
flexibilidade,
resistência
à
fadiga
do
sistema
impermeabilizante, levando-os a indicar um produto de melhores características para
obter um desempenho adequado.
c) Posicionamento de juntas
O posicionamento de juntas pode interferir em uma maior ou menor dificuldade na
execução da impermeabilização e seus arremates. Como exemplo deve-se evitar a
passagem de uma junta de dilatação por dentro de uma piscina engastada na laje;
juntas perimetrais ao corpo do prédio dificultando o arremate da impermeabilização
nos pilares, paredes, etc.
Deve-se também prever juntas em número suficiente para evitar fissuração da
estrutura, sob o risco de romper a impermeabilização.
Detalhar o reforço da impermeabilização nas juntas.
53
14.1.2. Condições externas às estruturas
a) Solicitação imposta às estruturas pela água
• água sobre pressão unilateral
• água sob pressão bilateral
54
• água de percolação
• umidade do solo
55
b) Solicitações impostas à impermeabilização
• Cargas estáticas – peso da proteção e cargas estáticas (jardins, etc.)
• Cargas dinâmicas – passagem de veículos, etc.
• Água sob pressão, tendendo a comprimir a impermeabilização contra
a estrutura (reservatório, piscinas)
56
• Água sob pressão tendendo a destacar a impermeabilização da
estrutura, sub-solo com lençol freático com a aplicação da impermeabilização pelo
lado interno
• Variação de temperatura
• Choque
57
• Abrasão
• Trânsito
• Vibrações
58
•
Agressividade
do
meio,
estudar
agressividade
do
meio
à
impermeabilização, como por exemplo tanques de rejeitos industriais, etc.
14.1.3. Detalhes construtivos
a) Inclinações
Deve-se sempre promover a inclinação da área impermeabilizada, devendo dar
caimento mínimo de 1% em direção aos raios. Fazer indicação e planta de caimento.
59
60
15. AS PRINCIPAIS CONSEQUENCIAS DA UMIDADE
Tanto as estruturas quanto os ocupantes dos imóveis são vítimas da umidade. Um
ambiente úmido e insalubre cheira a mofo e propicia o desenvolvimento de colônias
de fungos e bactérias, condições que ameaçam diretamente a saúde dos usuários.
Isso sem falar da possibilidade de inundação das áreas de subsolo, com grandes
prejuízos aos condôminos. Para a edificação, as conseqüências mais visíveis da
infiltração são a desagregação do revestimento, eflorescências no concreto e em
argamassas, deterioração e embolhamento de pinturas, e comprometimento da
estrutura no longo prazo.
A umidade em cada área da edificação
Áreas
Problemas
Soluções
• Umidade
ascendente com
• Impermeabilização
deterioração da
rígida, como
argamassa de
cristalizantes e
revestimento nos
argamassas
pés de paredes,
poliméricas, ou
podendo chegar
flexível, como
até alturas > 1,00
Fundações
menbranas de
m.
asfalto modificado
• Infiltração de água
com polímeros em
e inundação das
solução ou mantas
áreas próximas.
asfálticas
• Insalubridade do
ambiente.
•
Lajes em
contato com
o solo
•
Umidade por
capilaridade,
causando
deterioração de
acabamentos,
como madeiras,
carpetes e pisos.
Destacamento e
embolhamento de
pisos de alta
resistência ,
epoxídicos,
poliuretânicos, etc.
•
Internamente,
impermeabilização
rígida, como
cristalizantes e
argamassas
poliméricas.
Externamente,
antes da
concretagem do
piso, sobre lastro
de concreto magro
ou solo regular e
compactado,
61
•
•
•
Paredes em
contato com
o solo,
cortinas e
paredesdiafragma
•
•
•
Pilares
(estruturas
de concreto)
•
Revestimento
de
argamassa
•
Insalubridade do
ambiente.
impermeabilizações
pré-fabricadas,
como mantas
asfálticas com
geotêxtil acoplado.
•
Internamente,
impermeabilização
rígida, como
cristalizantes
(somente para
substratos maciços)
e argamassas
poliméricas.
Externamente,
impermeabilizações
pré-fabricadas,
como mantas
asfálticas ou
menbranas
moldadas no local à
base de solução
asfáltica modificada
com polímeros,
aplicadas a frio e
estruturadas com
tela industrial de
poliéster.
•
Os pilares recebem
a mesma
impermeabilização
de pisos e paredes.
•
Normalmente os
revestimentos são
executados após a
adoção de alguma
impermeabilização
aplicada
diretamente na
estrutura. Porém,
quando a parede ou
cortina for de
alvenaria revestida,
este revestimento
deverá ser
executado somente
com cimento e
areia, no traço de
Deterioração da
argamassa de
revestimento.
Embolhamento e
deterioração da
pintura.
Deterioração de
móveis
encostados nas
paredes, quadros,
revestimentos.
Insalubridade do
ambiente
Ataque as
armaduras, com
comprometimento
da estrutura.
Desagregação. A
argamassa perde
resistência e
torna-se
pulverulenta,
destacando-se da
superfície.
Eflorescências,
mofo e bolor.
62
1:3 a 1:4 e poderá
ser
impermeabilizado
contra umidade de
solo com
argamassa
polimérica pela face
interna. Pela face
externa, poderá
receber
impermeabilização
elástica, como
manta asfáltica ou
menbrana moldada
no local à base de
solução asfáltica
modificada com
polímeros, aplicada
a frio e estruturada
com tela industrial
de poliéster.
Importante:
infiltrações do
subsolo que afetam
os acabamentos
(argamassas e
pinturas) revelam
patologias que têm
origem em outras
áreas (fundações,
pilares, lajes etc.).
Portanto, o
tratamento pontual
do acabamento
pode ser apenas
paliativo e ocultar
problema mais
grave; o ideal é
investigar as
causas das
patologias e tratálas.
•
Pintura
•
Embolhamento e
destacamento
Eflorescências,
mofo e bolor.
•
Refazer a pintura
após
impermeabilização
da base, conforme
as soluções
propostas nos itens
63
anteriores.
Concreto
aparente
•
•
Lajes de
subsolo (do
1º para o 2º
subsolo)
•
Pode ser tratado
com sistemas
rígidos, como
argamassa
polimérica e
cristalizantes, ou
flexíveis (mantas
asfálticas,
emulsões ou
soluções asfálticas,
etc.). A opção vai
depender das
particularidades de
cada obra. Por
exemplo: em um
solo com umidade
constante, lençol
freático alto e
pressão negativa,
somente com
acesso interno, é
recomendado um
sistema rígido.
Caso seja possível
rebaixar o lençol
freático, pode-se
optar por um
sistema flexível
aplicado
externamente.
•
Se recomendadas,
neste caso, mantas
asfálticas, que, no
entanto, exigem
altura suficiente e
proteção mecânica
dimensionada para
o trânsito de
veículos. Existem
também alguns
sistemas
compostos por
membranas de
uretano com adição
de agregados que
podem ser
utilizados como
Comprometimento
da estrutura
Oxidação das
armaduras com
comprometimento
das estruturas no
longo prazo.
64
acabamento final e
impermeabilizante.
Estes, porém, são
muito mais caros
que os
tradicionalmente
utilizados em nosso
mercado e ainda
não há tecnologia
nacional,
dependendo de
produtos
importados.
65
16. CONCLUSÃO
A proteção das estruturas contra infiltrações de água é condição mínima e
necessária a qualquer edificação, independentemente do pavimento em que a
infiltração possa se manifestar. O usuário deve exigir que todas as partes da
edificação estejam estanques e sem nenhuma manifestação de umidade. A
utilização de sistemas impermeabilizantes tem como função principal proteger a
edificação, permitindo um aumento da vida útil da construção, garantindo a
salubridade dos ambientes e melhorando a qualidade de vida dos usuários.
Como em qualquer atividade humana que envolve canalização de recursos
financeiros, temos que analisar a chamada “relação custo/benefício”. Em
impermeabilização não é diferente. Quando feita de forma correta, com produtos e
serviços adequados, por empresas idôneas, os custos de uma impermeabilização
atingem, na média, 2% do valor total da obra. Se forem executados apenas depois
de serem constatados problemas com infiltrações na edificação já pronta, a
impermeabilização ultrapassa em muito este percentual, envolvendo até valores em
torno de 10% do custo total da obra.
Assim, fica a certeza de que prevenir é sempre melhor que remediar. Os recursos
estão disponíveis no mercado para precaver o usuário sensato, afim de evitar
problemas em qualquer situação em que se deseja proteger as obras de infiltrações.
66
17. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
1) FILHO, Firmino Soares Siqueira. Sistemas Impermeabilizantes. Curso de
Especialização em Construção Civil. UFMG.
2) FILHO, Firmino Soares Siqueira. Tecnologia Impermeabilização. Curso de
Especialização em Construção Civil. UFMG.
3) http://pcc2339.pcc.usp.br/Arquivos/Aula%2009%20T%20impermeabilizacao.pdf
4) http://www.ibisp.org.br
5) http://www.primer.com.br/manualdoimpermeabilizador.htm
6)
http://pcc2436.pcc.usp.br/transp%20aulas/impermeabilizacao/Aula%2025%202006%
20-%20impermeabilizacaoV2.pdf
67

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