IMPERMEABILIZAÇÃO COM MANTA ASFÁLTICA E

Transcrição

IMPERMEABILIZAÇÃO COM MANTA ASFÁLTICA E
1
UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE
BARRETOS - UNIFEB
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
IMPERMEABILIZAÇÃO COM MANTA ASFÁLTICA E
ARGAMASSA POLIMÉRICA – ESTUDO DE CASO
Leandro Meneguesso de Oliveira Junior
Luciano Cantisano
Barretos
2012
2
Leandro Meneguesso de Oliveira Junior
Luciano Cantisano
IMPERMEABILIZAÇÃO COM MANTA ASFÁLTICA E
ARGAMSSA POLIMÉRICA – ESTUDO DE CASO
Monografia
apresentada
como
exigência parcial para obtenção do
título de Bacharel em Engenharia civil
do Centro Universitário da Fundação
Educacional de Barretos (FEB)
.
Orientador: Prof. Adhemar Watanuki
Filho
Barretos
2012
3
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE BARRETOS
Autores do Trabalho: Leandro Meneguesso de Oliveira Junior e Luciano Cantisano
Título do Trabalho: Impermeabilização com manta asfáltica e argamassa polimérica –
estudo de caso.
Monografia de Trabalho de Conclusão de Curso apresentada como exigência parcial para a
obtenção do título de Bacharel em Engenharia civil do Centro Universitário da Fundação
Educacional de Barretos (UNIFEB)
Data da Aprovação: __/__/__
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________
Prof. Adhemar Watanuki Filho
Orientador
_____________________________________
Profª. Marony Costa Martins
Convidado
_____________________________________
Prof. Arthur Goncalves
Convidado
4
DEDICATÓRIA
Dedicamos aos nossos pais, que tornaram tudo isto possível.
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, pois sem ele nada disso seria possível.
Á minha família que esteve sempre ao meu lado me dando força para concluir mais
uma etapa da minha vida.
A todos os meus amigos, em especial minha namorada pela
compreensão, paciência e incentivo.
Ao corpo docente e funcionários do UNIFEB, que não medirão esforços
para nos ajudar a superar os obstáculos ao decorrer do curso.
A Construtora Stéfani Nogueira, que autorizou usar seu empreendimento
como estudo de caso.
Leandro Meneguesso de Oliveira Junior
Agradeço aos meus pais, Jose Mario e Ângela, meu irmãos, Gabriela,
Helen e Artur, pela compreensão e apoio, que foram essências para chegarmos até
aqui.
A todos os colegas, professores e funcionários do curso de Zootecnia do
Unifeb.
A Construtora Stéfani Nogueira, que autorizou usar seu empreendimento
como estudo de caso.
E agradeço em especial a minha namorada, Marina, pela compreensão,
paciência, incentivo e carinho a mim dedicado.
Luciano Cantisano
6
RESUMO
OLIVEIRA JR, L. M. & CANTISANO, L. Impermeabilização com manta asfÁltica e
argamassa polimérica – estudo de caso. 57p. Trabalho de conclusão de curso –
Curso de Engenharia Civil, Centro Universitário da Fundação Educacional de
Barretos, Barretos, SP.
Objetivou-se com este trabalho demonstrar e caracterizar, dentre os principais tipos
de impermeabilizantes utilizados na construção civil, a argamassa polimérica e
manta asfáltica, alem de fazer uma comparação entre as vantagens e desvantagens
e custo de cada um deles. Realizamos o trabalho a partir de uma revisão de
literatura buscando, em livros, artigos, boletins técnicos, acesso a sites, periódicos,
teses e dissertação, sobre impermeabilização. Também foi realizado um estudo de
caso no empreendimento Abrolhos Residencial da construtora Stefani Nogueira
sobre os procedimentos por ela adotados para a impermeabilização do
empreendimento. Foi realizada a impermeabilização com manta asfáltica nos
banheiros e varanda por sofrem grande variação térmica e exposição solar. Já a
cozinha e a área de serviço foram impermeabilizadas com argamassa polimérica por
não serem locais com altos riscos de umidade. Concluiu-se que não se pode afirmar
qual é o método mais eficiente de impermeabilização, pois dependerá de acordo
com as peculiaridades e custo de cada um deles, do local a ser aplicado.
Palavras-chave: impermeabilização, manta asfáltica e argamassa polimérica
7
ABSTRACT
OLIVEIRA JR, L. M. & CANTISANO, L. Waterproofing blanket polymer asphalt and
mortar - a case study. 57p. Conclusion of course – Civil Engineering Course,
University Center of Educational Foundation Barretos.
The objective of this study demonstrate and characterize, among the main types of
waterproofing materials used in construction, the mortar and polymer asphalt mat,
besides making a comparison between the advantages and disadvantages and cost
of each. We work from a literature review looking at books, articles, technical
bulletins, access to sites, journals, theses and dissertation on waterproofing. It was
performed a case study in Abrolhos Residential development of the construction
Stefani Nogueira on the procedures adopted by it for the waterproofing of the
enterprise. Was performed with blanket asphalt waterproofing in the bathrooms and a
balcony suffer large thermal variation and sun exposure. Have the kitchen and
service area were coated with polymer mortar locations because they are not at high
risk of moisture. It was found that one can not state which is the most efficient
sealing, as it depends on according to the peculiarities and cost of each of the site to
be applied.
Keywords: waterproofing, asphalt and mortar polymer mat
8
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura
1.
Porcentagem
de
investimentos
nas
construções
(VEDACIT,
2012)..........................................................................................................................15
Figura 2. Custo da impermeabilização X Quando é executado (Adaptado de
ARQUITETURA E CONSTRUÇÃO, 2005).................................................................21
Aplicação de argamassa polimérica na forma de pintura (SAYEGH,
Figura 3.
2001)..........................................................................................................................26
Figura 4. Aplicação de argamassa polimérica na forma de revestimento. (SAYEGH,
2001)..........................................................................................................................26
Figura 5.
Principais causas de infiltração em edificações (ANTONELLI,
2002)..........................................................................................................................37
Figura
6.
Foto
ilustrativa
do
empreendimento
Abrolhos
Residencial
(CONSTRUTORA STEFANI NOGUERIA, 2012).......................................................42
Figura 7. Foto ilustrativa do apartamento tipo decorado (CONSTRUTORA STEFANI
NOGUEIRA, 2012).....................................................................................................43
Figura 8. Imagem ilustrativa de como deve ser feito a impermeabilização nos cantos
de parede (COSTRUTORA STEFANI NOGUEIRA, 2012)........................................46
Figura 9. Aplicação da manta de nylon nos cantos de parede (CONSTRUTORA
STEFANI NOGUEIRA, 2012).....................................................................................46
Figura 10. Aplicação da manta asfaltica com maçarico (VIAPOL, 2012)..................50
9
Figura 11. Acabamento com maçarico no ralo (VIAPOL, 2012)...............................50
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Quantitativa das áreas que serão impermeabilizadas com manta asfáltica
e com argamassa polimérica (CONSTRUTORA STEANI NOGUEIRA, 2012)..........44
Tabela 2. Especificações técnicas da manta asfáltica Viaflex (VIAPOL, 2012)........48
Tabela 3. Comparativo das vantagens e desvantagens da argamassa polimérica e
manta asfáltica...........................................................................................................54
Tabela 4. Custo de regularização de superfície.........................................................55
Tabela 5. Custo de impermeabilização com manta asfáltica e com argamassa
polimérica...................................................................................................................55
Tabela 6. Custo da proteção mecânica.....................................................................56
Tabela 7. Custo total do processo de impermeabilização por metro quadrado.........56
Tabela 8. Custo total da impermeabilização do empreendimento.............................57
11
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
APP
Polipropileno atático
ABNT
Associação Brasileira de Normas Técnicas
IBI
Instituto Brasileiro de Impermeabilização
NBR
Norma Brasileira
SBRT
Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas
SBS
Estireno-butadieno-estireno
IBRACON
Instituto Brasileiro de Concreto
MSc
Mestre
Prof.
Professor
12
SUMÁRIO
RESUMO
ABSTRACT
1
INTRODUÇÃO
14
2
OBJETIVOS
16
2.1
Objetivo geral
16
2.2
Objetivo especifico
16
3
METODOLOGIA
17
3.1
Revisão Bibliográfica
17
3.2
Tipo de estudo
17
4
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
18
4.1
Impermeabilização
18
4.2
Projeto de impermeabilização
19
4.3
Sistemas de impermeabilização
22
4.3.1 Sistemas Rígidos
23
4.3.2 Sistemas Flexíveis
24
4.4
Argamassa Polimérica
25
4.5
Manta Asfáltica
26
4.6
Umidade
32
4.7
Infiltração
33
4.8
Patologias
36
5
ESTUDO DE CASO – Empreendimento Abrolhos Residencial
41
5.1
Caracterização da obra
42
5.2
Aplicação da argamassa polimérica
44
5.3
Aplicação da manta asfáltica
47
5.4
Teste de estanquiedade
50
5.5
Proteção mecânica
51
6
RESULTADOS
51
6.1
Vantagens e desvantagens
52
6.2
Comparação de custo
54
7
COCLUSÕES
57
8
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
58
13
1 INTRODUÇÃO
A umidade sempre foi um desafio para o homem desde a época das
cavernas, onde os primitivos se refugiavam para estes locais para esconder
dos animais, da chuva e do frio. Eles começaram a observar que havia
umidade proveniente de infiltração por capilaridade que atingiam as paredes,
tornando assim insalubre viver dentro delas com aquela ação natural.
Com essas dificuldades para habitação foi que o homem começou a
buscar e aprimorar seus métodos construtivos e isolar sua habitação da água,
do calor e da abrasão que são os grandes fatores de depreciação e desgaste
da construção. Acredita-se que civilizações romanas e incas já empregavam
alguns tipos de impermeabilizantes, tais como materiais betuminosos ou óleos,
para realizar a impermeabilização de saunas e aqueodutos.
No Brasil os primeiros métodos de impermeabilização eram feitos
com óleo de baleia misturado com argamassa para assentamento de tijolos e
revestimentos de paredes quando necessitavam de proteção. No entanto, a
impermeabilização no Brasil era entendida como um item da construção civil
que necessitava de uma normalização.
Porém, sua utilização ganhou impulso com as obras do metrô da
cidade de São Paulo que se iniciaram em 1968. Aonde, a partir das reuniões
foram criadas as primeiras normas brasileiras de impermeabilização na ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnicas). Por causa das obras do metrô de
São
Paulo,
em
1975
foi
fundado
o
IBI
(Instituto
Brasileiro
de
Impermeabilização) para dar continuidade os trabalhos de normalização e
iniciou-se um processo de divulgação da importância da impermeabilização.
Para combater a água, com o seu alto poder de penetração, foram
criados sistemas de impermeabilização para criar maior proteção aos vários
tipos de patologias das edificações e proporcionar maior conforto aos clientes
da construção civil.
Um dos principais problemas da construção civil ainda é a
impermeabilização, pois mesmo depois de concluídas as obras, as áreas
impermeabilizadas ficam fora do alcance visual, geralmente ela acaba sendo
14
negligenciada, e conseqüentemente não recebe um tratamento com a
importância que necessita.
Muitas construtoras não dão a devida importância para essa etapa
no decorrer da obra, e assim após a entrega do imóvel começam a aparecer os
problemas, gerando insatisfação do cliente com o imóvel, transtornos na
residência e custo com a manutenção, que é muito alto. Essa situação, pode
ser explicada pelo fato dos sistemas de impermeabilização corresponder a uma
pequena fração do custo e do volume de uma obra (figura 1), quando planejada
(Vedacit, 2012).
Figura 1 – Custos comparativos de etapas de obra (Fonte: Vedacit,
2012)
Assim, com o superaquecimento da construção civil no Brasil, a
procura por processos de impermeabilização esta cada vez maior, tanto em
projeto quanto na área de execução. No entanto, o nível de exigências dos
clientes está aumentando, sendo assim se faz necessário a busca de projetos
executivos que são realizado por empresas especializadas, e uma maior
responsabilidade na parte da execução para a diminuição das patologias nas
estruturas das edificações
A pesquisa é direcionada a importância dos sistemas de
impermeabilização em edifícios residenciais; os procedimentos e cuidados na
execução do serviço, e os critérios para a elaboração do projeto. Assim, a
justificativa do presente estudo parte do pressuposto de que os procedimentos
de impermeabilização são bem mais sucedidos, tanto em aspectos econômicos
15
e de facilidade executiva, quando detalhados em projetos, ou seja, prevendo
sua espessura, caimentos, encaixes, peso e quando compatibilizados com os
projetos de hidráulica, ar condicionado, elétrica e paisagismo.
Salienta-se, ainda, que a “importância da impermeabilização está
intimamente relacionada à habitabilidade e à funcionalidade da edificação, na
medida que seu objetivo é proteger a edificação da ação da água e dos
inúmeros problemas patológicos que poderão advir com a infiltração de água,
integrada ao oxigênio e outros componentes agressivos da atmosfera (gases
poluentes, chuvas ácidas, ozônio) (Bauer, Vasconcelos, Granato, 2010)
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
O objetivo geral foi demonstrar, caracterizar e realizar um
comparativo, entre os dois principais produtos, argamassa polimérica e manta
asfáltica, em relação a suas vantagens e desvantagens
técnicas e
econômicas.
2.2 Objetivos específicos
Como forma de alcançar o objetivo principal proposto, foram
definidos os seguintes objetivos específicos:
•
Apresentar as características de cada tipologia de
impermeabilizantes;
•
Apresentar o desempenho de cada tipologia de acordo com a área de
aplicação;
•
Realizar um comparativo de custos;
•
Apresentar as principais vantagens e desvantagens.
16
3. METODOLOGIA
Neste capítulo apresenta-se a metodologia desenvolvida para o
alcance dos objetivos desta pesquisa.
3.1 Revisão da literatura
Este trabalho foi desenvolvido a partir da revisão de literatura,
realizada em livros, boletins técnicos, artigos, acesso a sites, consulta de
periódicos, dissertações e teses que abordam o assunto, especificamente a
impermeabilização em edifícios residenciais. Destaca-se também as normas
preconizadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas, sobre o assunto.
3.2 Tipo de estudo
Por se tratar de um estudo relacionado à impermeabilização na
construção civil, optou-se por realizar um estudo de caso tendo em vista que
esta modalidade de pesquisa possibilita a compreensão do problema de forma
abrangente.
De acordo com Gil (1999), “o estudo de caso é caracterizado pelo
estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir
seu conhecimento amplo e detalhado [...]”.
17
Na opinião de Chizzotti (2000), o estudo de caso é uma
caracterização abrangente para designar uma diversidade de pesquisas que
coletam e registram dados de um caso particular ou de vários casos a fim de
organizar um relatório ordenado e crítico de uma experiência, ou avaliá-la
analiticamente, objetivando tomar decisões a seu respeito ou uma ação
transformadora. O caso é tomado como unidade significativa do todo e, por
isso, suficiente tanto para fundamentar um julgamento fidedigno quanto propor
uma intervenção.
Segundo o autor supracitado (2000), esta modalidade de estudo
compreende três fases, a saber: a seleção e delimitação do caso, o trabalho de
campo e a organização e redação do relatório.
4 REVISAO BIBLIOGRAFICA
4.1 Impermeabilização
Inicialmente impermeabilização era definida como a proteção das
construções contra a infiltração de água, segundo a NBR 12190 (ABNT 1992).
Anteriormente, Picchi (1984) apresentou um conceito mais amplo, afirmando
que além dos materiais devem-se incluir as técnicas de aplicação.
Adicionalmente, em 1998, foi definido como um conjunto de
camadas aplicadas sobre uma superfície, utilizando tecnologia construtiva, com
o objetivo de garantir o desempenho do elemento quanto a estanqueidade
(SOUZA & MALHADO, 1998).
Por
fim,
surgiu
a
NBR
9575
(ABNT
2003)
que
define
impermeabilização como um conjunto de camadas e serviços aplicados a
execução
do
preparo
das
superfícies,
como
camadas
separadoras,
amortecedoras e proteção primária e mecânica, conferindo impermeabilidade
as partes construtivas.
Picchi (1986) afirma que a impermeabilização é considerada um
serviço especializado dentro da construção civil, sendo um setor que exige uma
razoável experiência, no qual detalhes assumem um papel importante e onde a
18
mínima falha, mesmo localizada, pode comprometer todo o serviço. Além
disso, há a necessidade de acompanhamento da rápida evolução dos materiais
e sistemas, o que propicia o surgimento de projetistas especializados.
Segundo Bauer, Vasconcelos e Granato (2010) “ as falhas de
desempenho dos sistemas de impermeabilização poderão gerar ainda custos
de reimpermeabilização que superam 5 a 10% do custo da obra, já que muitas
vezes as re-impermeabilizações envolvem quebras dos revestimentos de
acabamento, sem levar em consideração os custos mais difíceis de se
mensurarem, como os de depreciação do valor patrimonial, manchas, utilização
normal da área impermeabilizada, dentre outros”.
É
importante salientar também,
que os procedimentos de
impermeabilização são destinados para aumentar a vida útil das estruturas,
impedir a corrosão das armaduras de estruturas de concreto armado, proteger
as superfícies de umidades, manchas, fungos e etc., preservar o patrimônio
contra o intemperismo. (Vedacit, 2012).
4.2 Projeto de Impermeabilização
Atualmente existem no mercado inúmeros materiais e sistemas
utilizados na impermeabilização. Sendo assim, não é possível dizer quais são
os melhores e mais eficiente, pois variam em função das características do
local a ser impermeabilizado ou do tipo de patologia encontrada na edificação.
Portanto, vários estudos e análises são realizados para determinar o melhor e
mais eficiente sistema de impermeabilização para dada situação, ou seja, é
feito o projeto de impermeabilização (SOMA, 2009).
O Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI), enfatiza a
importância do Projeto de Impermeabilização, para um adequado desempenho
da impermeabilização (GRANATO, 1991). De acordo com isto, a NBR 9575
(ABNT, 1998) define as condições necessárias para a concepção da
impermeabilização
impermeabilização.
e
os
critérios
para
a
elaboração
do
projeto
de
19
O projeto de tem por finalidade minimizar a ocorrência de patologias,
pois possibilita um controle mais eficiente dos detalhes e indica, com seus
detalhes, quais acabamentos pode ser mais suscetíveis as problemas ao longo
de sua utilização (SOMA, 2009).
Segundo Hacker (1994) é de responsabilidade do projetista elaborar
e detalhar o projeto de impermeabilização com desenhos, cortes, detalhes
construtivos e determinar as cotas em função dos acabamentos posteriores a
ser executado em capa particularidade da obra.
De
acordo
com
Zanotti
(1999),
o
bom
desempenho
da
impermeabilização é obtido com a interação de vários componentes,
interligados entre si, pois uma falha em algum destes componentes pode
prejudicar o desempenho e a durabilidade da impermeabilização. Estes
componentes são:
•
Projeto de impermeabilização: deve ser parte integrante dos
demais projetos de uma edificação, para ser estudada e compatibilizada com
todos os componentes de uma construção, de forma a não sofrer ou ocasionar
interferências;
−
Qualidade dos materiais e do sistema de impermeabilização:
devem-se ter suas características bastante estudadas, sempre procurar
conhecer os parâmetros técnicos A solução de todos os possíveis problemas
de impermeabilização;
−
Os materiais que serão utilizados em cada caso;
−
A técnica de aplicação de desses materiais, em cada local;
−
Os serviços complementares à impermeabilização.
•
Qualidade de execução da impermeabilização: deve-se sempre
recorrer a equipes especializadas, a mesma deve ter conhecimento do projeto
e oferecer garantia do serviço executado;
•
Qualidade da construção da edificação: a impermeabilização deve
ser aplicada a um substrato adequado para não sofrer interferências que
comprometam seu desempenho;
•
Fiscalização:
o
rigoroso
controle
da
execução
da
impermeabilização é fundamental para o bom desempenho do mesmo, e deve
20
ser feito não apenas pela empresa aplicadora como também pelo responsável
pela obra;
•
Preservação da impermeabilização: deve-se impedir que a
impermeabilização
aplicada
seja
danificada
por
terceiros,
ainda
que
involuntariamente, por ocasião de colocação de pregos, luminárias, pisos,
revestimentos, etc.
•
e esforços mecânicos envolvidos para a escolha adequada de
materiais e sistemas de impermeabilização;
•
Qualidade de execução da impermeabilização: deve-se sempre
recorrer a equipes especializadas, a mesma deve ter conhecimento do projeto
e oferecer garantia do serviço executado;
•
Qualidade da construção da edificação: a impermeabilização deve
ser aplicada a um substrato adequado para não sofrer interferências que
comprometam seu desempenho;
•
Fiscalização:
o
rigoroso
controle
da
execução
da
impermeabilização é fundamental para o bom desempenho do mesmo, e deve
ser feito não apenas pela empresa aplicadora como também pelo responsável
pela obra;
•
Preservação da impermeabilização: deve-se impedir que a
impermeabilização
aplicada
seja
danificada
por
terceiros,
ainda
que
involuntariamente, por ocasião de colocação de pregos, luminárias, pisos,
revestimentos, etc.
Segundo a NBR 9574 (1986), para o bom desempenho do projeto de
impermeabilização, o executante do projeto deve ter em mãos documentos
técnicos para a execução da impermeabilização. Estes documentos são:
memorial descritivo, desenhos e detalhes específicos, especificações dos
materiais que serão utilizados e dos sistemas que serão empregados, planilha
de quantidade de serviços a serem realizados, estimativa dos custos do serviço
e indicação da forma de medição dos serviços a serem executados.
Por fim, para se obter um bom resultado, os elementos básicos que
deve conter um projeto de impermeabilização são:
−
A solução de todos os possíveis problemas de impermeabilização;
−
Os materiais que serão utilizados em cada caso;
21
−
A técnica de aplicação de desses materiais, em cada local;
−
Os serviços complementares à impermeabilização.
Antonelli et al. (2002) conclui em sua pesquisa que a falta de projeto
específico de impermeabilização é responsável por 42% dos problemas, sendo
significativa sua influência na execução e fiscalização dos serviços de
impermeabilização.
O custo para executar uma impermeabilização é menor quando está
previsto em projeto, conforme demonstrado na figura 2. Quanto maior o atraso
para o planejamento e execução do processo de impermeabilização mais
oneroso o mesmo ficará, chegando a custar até 15 vezes mais, quando o
mesmo é executado depois que o problema surgir e o usuário final estiver
habitando o imóvel.
Figura 2. Custo da impermeabilização X Quando é executado (Fonte: Adaptado
de Revista Arquitetura e Construção, 2005).
Segundo Antunes (2004), as patologias mais comuns na construção
civil – corrosão de armaduras, carbonatação do concreto, eflorescências,
22
degradação da argamassa, da pintura e dos revestimentos, bolor e fissuras –
se devem quase sempre às impermeabilizações malfeitas. A existência de um
projeto de impermeabilização minimiza a ocorrência das patologias, já que
permite controlar a execução, além de prever detalhes como arremates.
O projeto de impermeabilização assume maior importância quando
se verifica que esse procedimento é um componente cuja execução interfere e
sofre a interferência de outros subsistemas do edifício. De acordo com SOUZA
& MELHADO, 1998), a eficácia de um bom projeto proporciona menos
desperdício, menores custos e menores prazos de execução, e portanto maior
rentabilidade no seu aspecto mais amplo.
4.3 Sistemas de Impermeabilização
A escolha do sistema de impermeabilização mais adequado para
dada construção é função de vários fatores como: forma da estrutura,
movimentação admissível no cálculo da mesma, temperatura e umidade
relativa local, efeito arquitetônico que se deseja obter, entre outros (PIRONDI,
1988).
Cinco itens fundamentais devem ser levados em consideração ao
escolher os sistemas de impermeabilização:
1. Impermeabilidade dos materiais;
2. Resistência dos materiais;
3. Longevidade do sistema de impermeabilização;
4. Proteção mecânica e isolamento térmico;
5. Custos.
Os sistemas de impermeabilização são classificados segundo a NBR
9574 (ANBT 2003) em sistemas rígidos e flexíveis. De acordo com a Vedacit
(2012), de uma forma mais detalhada o tipo de impermeabilização a ser
empregado deve ser determinado segundo as solicitações impostas pelos
fluídos (água e gás) nas partes construtivas, sendo que as solicitações podem
ocorrer:
•
Imposta pela água de percolação;
23
•
Imposta pelo fluído sob pressão unilateral ou bilateral;
•
Imposta pela umidade do solo;
•
Imposta pela condesação de água.
Ressalta-se ainda que, os sistemas de impermeabilização sempre
devem atender as exigências de desempenho, tais como:, resistência as
cargas estáticas e dinâmicas, resistência aos efeitos dos movimentos de
dilatação e retração do substrato, ocasionados pelas variações térmicas,
resistência à degradação ocasionada por influências climáticas, térmicas,
químicas ou biológicas, decorrentes da ação da água, de gases ou do ar,
apresentar aderência, flexibilidade e uma vida útil adequada com as condições
previstas em projeto (Vedacit, 2012).
4.3.1 Sistemas Rígidos
É o que utiliza concreto impermeável e argamassa impermeável,
aplicáveis sobre suportes não passiveis de fissuração. Seu uso é bem
especifico e restrito, principalmente em casa de cobertura de concreto
(VICENTINI, 1988).
É um sistema indicado para aplicação em estruturas sujeitas a
mínima variação térmica, pequenas vibrações e exposição solar, ou seja, este
sistema é indicado para estruturas que as movimentações ou deformações
sejam as menores possíveis.
Para a norma NBR 9575 (ABNT 2003) são:
− Argamassa impermeável com aditivo hidrófugo;
− Argamassa polimérica;
− Cimento modificado com polímero;
− Membrana epoxídica;
24
4.3.2 Sistemas Flexíveis
Para Bauer, Vasconcelos e Granato (2010) “são sistemas de
impermeabilização que possuem flexibilidade e capacidade de deformação
suficientes
para
absorver
as
movimentações
da
estrutura
a
serem
impermeabilizadas, sem apresentar fissuras, rasgamentos e outras falhas que
possam compormeter seu desempenho”.
Também chamado por Ussan (1995) de sistemas de mantas ou
industrializados, caracterizado pela aplicação de mantas compostas de asfalto
e elastômeros, fornecidos em rolos em comprimento e largura definidos pelo
fabricante.
Mais utilizado em estruturas sujeitas a grandes variações térmicas
ou grandes vibrações, cargas dinâmicas, recalques e/ou muita exposição solar.
Para a norma NBR 9575 (ABNT 2003) são:
− Membrana acrílica;
− Membrana de emulsão asfáltica;
− Membrana de poliuretano;
− Manta asfáltica;
− Entre outros.
4.4 Argamassa Polimérica
De acordo com a NBR 9575 (ABNT, 2003) a argamassa polimérica
ou cimento polimérico é um revestimento impermeável rígido, composto de
materiais como cimentos especiais, agregados minerais inertes e látex de
polímeros aplicados ao substrato. Como propriedade físico-química destaca-se
a formação de uma película impermeável, de excelente aderência a estruturas
de concreto, alvenaria e argamassa, e garantindo impermeabilização para
25
pressões d’água positiva e negativa, e pode ser reforçado com o uso de uma
tela de poliéster (SILVEIRA, 2001).
Para Bauer, Vasconcelos e Granato (2010) “ o princípio do
funcionamento do produto é o mesmo dos cimentos cristalizantes: por pressão
osmótica, as cadeias poliméricas e os mineirais são depositados na porosidade
da estrutura, conferindo-lhe impermeabilidade. Por isso, há a necessidade de o
substrato estar úmido no momento da aplicação para haver movimentação do
polímero e minerais por osmose”.
O produto é fornecido em dois componentes: o componente A é a
resina o B contem o pó, que pode ser adicionado aos poucos na resina e
misturado mecânica ou manualmente. Gabrioli e Thomaz (2002) acrescenta
que após misturados os componentes não deve se passar mais de 40 minutos
para sua aplicação, e a mistura deve ser agitado durante todo o processo de
aplicação.
Algumas de suas principais características são (VIAPOL, 2012):
•
Resistência a pressão hidrostática positiva;
•
Fácil aplicação;
•
Não altera a potabilidade da água;
•
É uma barreira contra sulfetos e cloretos;
•
Uniformiza e sela o substrato, reduzindo o consumo de tintas
Pode ser aplicada na forma de pintura com o uso de trincha ou
brocha (Figura 3), ou pode ser aplicado como revestimento final com o uso de
desempenadeira (Figura 4), neste caso deve-se diminuir a quantidade de
líquido na mistura. Pode ser aplicado sobre estrutura de alvenaria, concreto ou
argamassa, e na primeira demão o substrato deve estar úmido (SAYEGH,
2001; VIAPOL, 2012). Ressalta-se que a aplicação deve ser realizada em
superfícies previamente preparadas, de modo a garantir a impermeabilização
por hidrofugação do sistema capilar (Yazigi, 2009).
26
Figura 3. Aplicação de argamassa polimérica na forma
de pintura. (SAYEGH, 2001)
Figura 4. Aplicação de argamassa polimérica na
forma de revestimento. (SAYEGH, 2001)
Sayegh (2001) complementa que o produto resiste a pressões
positivas e negativas e acompanha de maneira satisfatória, pequenas
movimentações das estruturas, e que a impermeabilização decorre da
formação de um filme de polímeros que impede a passagem da água e da
granulométria fechada dos agregados contidos na porção cimentícia.
4.5 Manta Asfáltica
Iniciou-se na década de 70, do século passado, a fabricação
nacional de mantas asfálticas, utilizando os asfaltos oxidados catalíticos, é
aquele produzido a partir do asfalto de destilação direta, através da passagem
27
de ar, em temperaturas elevadas, que possui, em relação ao asfalto oxidado
comum, ductilidade, penetração e resistências as baixas temperatura.
Apresentava a propriedade de se autovedar, conhecida como “seif-healing”, em
pequenos furos que surgiram pela ruptura na película. No entanto, atualmente
as mantas são fabricadas com asfalto modificado (SELMO, 2002).
De acordo com Ussan (1995), no Sistema de Mantas Asfálticas
alguns fatores diferenciam uma manta da outra. Um destes fatores é o tipo de
asfalto utilizado na fabricação, pois sua formulação varia de fabricante para
fabricante, sendo melhor os com adição de polímeros que melhoram sua
flexibilidade e vida útil.
Betume pode ser definido, de acordo com a NBR 7208 (ABNT,
1990), como “produto complexo, de natureza orgânica, de origem natural ou
pirogênica, composto de uma mistura de hidrocarbonetos (de consistência
sólida, líquida ou gasosa) normalmente acompanhado de seus derivados
metálicos, completamente solúvel em dissulfeto de carbono” (PETRUCCI,
1998)
As características fundamentais do betume, segundo Bauer (1999),
são:
•
È um aglomerante, como a cal e cimento, porém não necessita de
água para fazer a pega;
•
Caracteriza-se pela sua força adesiva e é hidrófobo;
•
Tem grande sensibilidade a temperatura (funde e solidifica facilmente)
sem perder suas propriedades;
•
Não apresenta ponto de fusão definido, amolecendo em temperaturas
variadas;
•
É quimicamente inerte, não reagindo com cargas e agregados
minerais que são adicionado para efeito de enchimento;
•
Apresenta ductilidade muito influenciada pela exposição ao calor e luz
solar.
Essas características são bastante requeridas pela indústria de
impermeabilizantes e o betumo é o material básico na fabricação das mantas
asfalticas (CUNHA & NEUMANN, 1979).
28
Segundo o Serviço Brasileiro de Resposta Técnica (SBRT, 2006), as
mantas podem ser classificadas em:
a. Elastômricas – com adição de elastômeros na massa. Normalmente
é utilizado o SBS (estireno-butadieno-estireno); aumentando a tração
e alongamento do produto, oferecendo memória elástica.
b. Plastoméricas - quando ocorre a adição de plastômeros na
massa.Usualmente, APP (polipropileno atático);
c. Econômicas - mantas de asfalto oxidado, poli-condensado ou com a
adição de um blend genérico de polímeros;
d. Conforme o tipo de estruturante interno:
- glass - véu de fibra de vidro;
- poliéster - não-tecido de filamentos de poliéster;
- polietileno - filme de polietileno de alta densidade;
e. Conforme o tipo de acabamento é dado pelo acabamento
aplicado
na superfície da manta:
- polietileno, em uma ou ambas as faces;
- areia, em uma ou ambas as faces;
- alumínio em uma das faces;
- pó de ardósia em uma das faces;
- geotêxtil em uma das faces;
Os materiais constituintes das mantas devem possuir as seguintes
características (SBRT, 2006):
a. Asfaltos - asfaltos oxidados - resistentes à ação dos agentes
atmosféricos (luz, calor, umidade), com baixa suscetibilidade à
temperatura, elevado ponto de inflamação, ponto de amolecimento
acima de 100º C e sem formar espuma no aquecimento, o que evita
aparecimento de vazios no material. Para a saturação, usa-se asfalto
de fluidez elevada e grande poder de impregnação. A penetração
deve ficar entre 50 e 150, com ponto de amolecimento 26 de 40 a 60º
C no caso de rolos; para placas, o asfalto deve ser mais duro. Asfaltos
29
elastoméricos (com adição de elastômeros - SBS). Asfaltos
plastoméricos (com adição de plastômeros - APP)
O asfalto pode ser enriquecido, com adição de polímeros que
aumentam sua resistência a deformações e a vida útil do produto; ou
empobrecido com aditivos e cargas adicionados sem qualquer função a não ser
o de baixar o custo. As mantas elastoméricas são as mais nobres, por terem
características elásticas. Em seguida, em escala decrescente de qualidade,
vêm as mantas plastoméricas. As mantas blendadas vêm a seguir, oferecendo
um blend de polímeros (geralmente obtidos de plásticos e borracha reciclada).
Por último, vêm as mantas econômicas de asfalto com algumas cargas e
plastificantes.
b. Estruturantes - Respondem, quase que sozinhos, pela resistência da
manta à tração e ao alongamento, que são as características mais
exigidas quando a manta é aplicada na construção civil, por conta da
dilatação das estruturas.
•
feltros – são constituídos de fibras orgânicas (animais ou vegetais) ou
de amianto. Os feltros têm fabricação análoga ao papel ou papelão,
pela formação de pastas. Os de fibras contêm polpa de madeira, juta,
lã, raiom, seda, etc. Os feltros de amianto levam ainda amido ou
silicato de alumínio. Os feltros de fibra podem ser saturados com
asfalto ou alcatrão; nos de amianto podem utilizar-se apenas asfalto.
•
poliéster (uma lâmina de fibras prensadas de poliéster chamada de
“não-tecido” de poliéster) - são em geral os mais resistentes. O véu de
poliéster interno pode ter diferentes densidades e gramaturas (gramas
por metro quadrado).
•
véu de fibra de vidro (mantas glass) - oferece uma razoável
resistência à tração, mas é muito pouco resistente à flexão e a
cisalhamento.
•
filme de polietileno (plástico) - não oferece resistência muito maior. É
apenas um estruturante interno, que mantém a manta coesa. Pode
ser usado somente em locais onde não deve haver praticamente
nenhum requisito de tração longitudinal ou transversal. Caso
contrário, a manta acaba se rompendo.
30
c. acabamento externo da manta
•
minerais superficiais, que têm a função de proteger os asfaltos da
ação oxidante da luz e do calor solar, aumentam a resistência à ação
do fogo e podem ser utilizados para fins estéticos. Podem ser usados
grãos de basalto e quartzito com diâmetros de até 2,4mm. Muitas
vezes os grãos são preparados artificialmente para permitir várias
colorações. São obtidos a partir da calcinação de argilas com adição
de compostos coloridos.
•
alumínio (em um dos lados), que tem por função impermeabilizar e
isolar termicamente, além de não requerer aplicação de argamassa
sobre a manta.
Por se tratar de um processo bastante técnico e específico e, tendo
em vista que os fabricantes deste tipo de produto não fornecem informações
detalhadas sobre sua produção, foi possível obter somente informações
básicas referentes ao processo de fabricação das mantas asfálticas.
Segundo este Serviço Brasileiro de Respostas Tecnicas (SBRT,
2006), as mantas podem ser classificadas de acordo com os custos dos
materiais utilizados na sua produção, a saber:
a. Supereconômicas: são mantas com estruturantes internos em
polietileno (um filme de plástico) e com massa pobre. Não possuem
quase nenhuma resistência à tração ou a danos mecânicos. Só
podem ser usadas em áreas bastante reduzidas (o que numa relação
custo/ benefício justifica o uso de impermeabilizantes líquidos, que
não trazem o inconveniente de se usar maçarico);
b. Econômicas: são mantas com estruturantes internos em poliéster
(bidim termoestabilizado) de gramatura aprox.120g/m2, ou de fibra de
vidro (glass). A composição da massa é também de baixo custo. São
31
as mantas mais vendidas hoje em dia, pois são uma boa solução para
a maioria dos problemas das obras em geral. Podem ser usadas em
áreas de até 500 ou 600m2, onde não haja tráfego futuro de
veículos/equipamentos e onde a movimentação estrutural é pequena
os rolos são estocados necessariamente em pé;
c. Intermediárias: o estruturante interno é em geral semelhante ao
estruturante das mantas nobres (poliéster de aprox.180 g/m2), mas
podem ser usados materiais reciclados. Em geral, não atendem às
normas técnicas, mas atendem a determinadas condições de
solicitação.
d. Nobres: os estruturantes e as massas são adequados ao
cumprimento das normas da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), que tipificam as mantas (geralmente tipo III e tipo
IV). Há uma série de quesitos a cumprir em resistência à tração,
puncionamento, etc. São recomendadas onde haverá tráfego de
equipamentos e autos, em que a movimentação dinâmica é elevada
(grandes lajes, pré-moldados, etc).
e. Técnicas: são geralmente desconhecidas do público não-técnico e
são em geral vendidas diretamente pelas fábricas para aplicações
muito específicas como impermeabilização e locais com temperaturas
próximas de zero, altas dilatações, etc.
A manta asfáltica proporciona uma impermeabilização de espessura
e desempenho comparáveis ao sistema moldado no local (feltro asfáltico e
asfalto), com economia de mão-de-obra e tempo, e custo menor (PICCHI,
1986).
32
4.6 Umidade
Segundo Ulsamer (1989) o combate a umidade foi a origem das
construções humanas. “Fugindo do frio, neve, granizo o homem primitivo se
refugiava nas cavernas, no entanto, a umidade que penetrava pelas paredes e
pelo solo expulsaram do seu habitat, fazendo com que construíssem as
primeiras choupanas de madeira. Mas a putrefação da madeira, pela ação da
umidade, obrigou o homem a buscar novos materiais mais resistentes a ação
da umidade”.
A água é um dos principais causadores de patologias nas
construções civis. Pode ser vista como um agente de degradação ou como
meio para instalação de outros agentes (QUERUZ, 2007).
Lersch (2003) classifica a umidade em cinco tipos:
•
Umidade de infiltração: é a umidade que passa da área externa para
as áreas internas da edificação, através de trincas ou materiais
absorventes. Geralmente causada pela água da chuva;
•
Umidade ascensional: ocasionada pela presença de água proveniente
do solo. Comumente percebida em parede e pisos pela existência do
fenômeno de capilaridade;
•
Umidade por condensação: ocasionada pela presença de grande
umidade no ar juntamente com superfície com baixas temperaturas;
•
Umidade de obra: é a umidade que ficou interna aos matérias durante
a execução e acaba por se exteriorizar em decorrência do equilíbrio
do material com o ambiente;
33
•
Umidade acidental: que ocorre por falhas nos sistemas de tubulações,
como águas pluviais, esgoto e água potável, que acabam gerando
infiltrações.
4.7 Infiltração
Conforme Yazigi (2004), dentre as manifestações mais comuns
referentes aos problemas de umidade em edificações, encontram-se manchas
de umidades, corrosão, bolor (ou mofo), algas, liquens, eflorescências,
descolamento de revestimento, friabilidade da argamassa por dissolução de
compostos com propriedades cimentícias, fissuras e mudança de coloração
dos revestimentos. Há uma série de mecanismos que podem gerar umidade
nos materiais de construção, sendo os mais importantes os relacionados com a
absorção de água.
A infiltração pode ser caracterizada como a passagem da água do
meio exterior para o interior ou em sentido contrário, nos seus estados liquido e
gasoso que penetra nas lajes por capilaridades através de fissuras ou trincas
existentes no concreto/contrapiso, revestimento etc.
De acordo com o autor supracitado, (2004) os principais tipos de
infiltrações são:
•
capilar;
•
de fluxo superficial;
•
higroscópica;
•
por condensação capilar;
•
por condensação.
Nos fenômenos de absorção capilar e por infiltração ou fluxo
superficial de água, a umidade atinge os materiais de construção na forma
líquida e, nos demais casos, a umidade é absorvida na fase gasosa.
A seguir apresentam-se estes tipos de infiltração, conforme descrito
por Yazigi (2004)
34
•
Infiltração capilar - Os materiais de construção absorvem água na
forma capilar quando estão em contato direto com a umidade. Isso
ocorre geralmente nas fachadas e em regiões que se encontram em
contato com o terreno (úmido) e sem impermeabilização. A água é
conduzida, através de canais capilares existentes no material, pela
tensão superficial. Caso a água seja absorvida permanentemente
pelo material de construção em região em contato direto com o
terreno, e não seja eliminada por ventilação, será transportada
gradualmente para cima, pela capilaridade. Esse é o mecanismo
típico de umidade ascendente. O método mais adequado para
combater umidade ascendente em paredes é por meio de
impermeabilização horizontal eficaz (de difícil execução se a obra já
estiver concluída).
•
Infiltração de fluxo superficial - Caso o local que está em contato
com o terreno não tenha recebido impermeabilização vertical eficaz,
ocorrerá absorção de água (da terra úmida) pelo material de
construção absorvente (através de seus poros), que poderá se
intensificar caso a umidade seja submetida a certa pressão, como no
caso de fluxo de água em piso com desnível. Neste caso, deverá ser
adotada impermeabilização vertical e, se necessário, drenagem.
•
Absorção higroscópica de água e condensação capilar - Em
ambos os mecanismos, a água é absorvida na forma gasosa. Na
condensação capilar, a pressão de vapor de saturação da água
diminui, ou seja, ocorre umidade de condensação abaixo do ponto
de orvalho. Quanto menores forem os poros dos materiais de
construção, mais alta será a qualidade de umidade produzida por
condensação capilar. Além das dimensões dos poros, o mecanismo
depende principalmente da umidade relativa do ar. Quanto maior for
a umidade relativa, maiores serão os vazios dos poros do material
de construção que poderão ser ocupados pela condensação capilar.
Um ambiente com umidade relativa do ar em torno de 70% produz,
35
nos materiais de construção, certa quantidade de umidade por
condensação capilar, cujo valor se denomina umidade de equilíbrio.
Normalmente, nos materiais não são encontrados teores de umidade
menores que a umidade de equilíbrio. Caso o material de construção
contenha
sais,
a
umidade
de
equilíbrio
pode
variar
consideravelmente. O mecanismo de absorção higroscópica da
umidade é desencadeado do ar, do grau e do tipo de salinização; a
água pode ser absorvida na forma higroscópica durante o tempo
necessário até alcançar a umidade de saturação. Naturalmente, a
absorção higroscópica da umidade desempenha papel especial nas
partes da edificação que se apresentam salinizadas por umidade
ascendente. Os locais subterrâneos e o térreo são os mais atingidos
por esse fenômeno. Faz-se necessário conhecer exatamente os
mecanismos individuais de umedecimento, ou seja, as causas das
anomalias, para poder eliminá-los eficazmente. Para o diagnóstico
das anomalias, é preciso verificar especialmente o grau de umidade
e a existência de sais. Não só os dados químicos e físicos devem
ser levados em consideração na restauração ou tratamento da
anomalia; também é de fundamental importância avaliar as
condições do contorno. É necessário avaliar especialmente a
influência de água subterrânea, de fluxos superficiais de ladeiras e
de águas provenientes de infiltrações. Além disso, não se pode
esquecer de avaliar e eliminar defeitos de construção, como por
exemplo caimentos, prumadas e ralos(para águas pluviais e/ou de
lavagem), que muitas vezes podem ser deficientes, ou estar
rompidos.
•
Infiltração por condensação - Em determinada temperatura, o ar
não pode conter mais que certa quantidade de vapor de água inferior
ou igual a um valor máximo, denominado peso de vapor saturante.
Caso o peso de vapor seja inferior ao máximo, o ar estará úmido,
porém não saturado. Esse estado é caracterizado pelo grau
higrométrico, igual à relação entre o peso de vapor contido no ar e o
peso de vapor saturante. A diferença entre o peso de vapor saturante
36
e o peso de vapor contido no ar representa o poder dessecante do ar.
O poder dessecante do ar e, conseqüentemente, a velocidade de
evaporação, são mais elevados quando o ar é mais quente e seco;
esse último indica que o grau higrométrico é menor. Caso a massa de
ar apresente redução da temperatura sem modificação do peso de
vapor, será gerada maior umidade (grau higrotérmico). A 17º C resulta
grau higrotérmico de 100%, ou seja, ar saturado. A temperatura de
17º C denomina-se ponto de orvalho. É necessário levar em
consideração que a temperatura do ar e a temperatura das paredes
de um edifício podem ser muito distintas. Efetivamente, pode ocorrer
que a temperatura do ar seja de 20º C, e a das paredes exteriores
seja de 15º C a 16º C. Caso a umidade do ar seja de 60% a 70%, nos
setores com temperatura de 12º C obrigatoriamente ocorrerá
condensação de água, devido à umidade relativa do ar ser mais
elevada por causa da redução da temperatura.
4.8 Patologias
As falhas no processo de impermeabilização causam diversas
patologias em uma edificação. A figura 5 mostra, segundo Antonelli (2002),
principais causas de infiltrações em uma edificação.
37
70%
60%
1. Fissuras no
rodapé
60%
2. Infiltrações
45%
50%
3.Fissura na
estrutura
40%
30%
4. Falta de
impermeabilização
30%
30%
20%
20%
20%
Série1
5. Perfurações na
impermeabilização
6. Proteção
mecanica
10%
0%
1
2
3
4
5
6
Principais causas
Figura 5. Principais causas de infiltração em edificações (Fonte: Adaptado de
ANTONELLI, 2002)
Para Bértolo (2001) uma impermeabilização bem executada pode
ser prejudicada por falhas na concretagem, má execução do revestimento ou
chumbamento inadequado de peças e equipamentos. Nesses casos é
inevitável o aparecimento de patologias, não havendo outra solução a não ser
procurar orientação adequada e, se necessário, reimpermeabilizar a área de
forma correta.
As patologias incidentes na construção civil demonstram-se
geralmente
através
de
manifestações
externas
seguindo
padrões
característicos. Análises sobre essas manifestações permitem investigar
sintomas, mecanismos, causas, origens e estimar prováveis conseqüências
vinculadas à evolução de cada patologia atuante, viabilizando-se o diagnóstico
e, por consequência, a adequada solução a ser aplicada (ALMEIDA, 2008).
Na construção civil, a patologia das edificações estuda as falhas que
ocorrem nos diversos componentes ou sistemas da edificação, caracterizando
as formas de manifestação e tentando identificar as causas. Os levantamentos
apontam que as falhas mais frequentes dizem respeito a problemas de
umidade, deslocamento, fissuração ou instalações (PICCHI, 1986).
38
As patologias incidentes na construção civil demonstram-se
geralmente
através
de
manifestações
externas
seguindo
padrões
característicos. Análises sobre essas manifestações permitem investigar
sintomas, mecanismos, causas, origens e estimar prováveis consequências
vinculadas à evolução de cada patologia atuante, viabilizando-se o diagnóstico
e, por consequência, a adequada solução a ser aplicada (ALMEIDA, 2008).
Souza (2008) cita as principais causas para o surgimento de
patologias em impermeabilizações:
•
Baixa qualidade dos materiais impermeabilizantes;
•
Falta de impermeabilização;
•
Escolha de materiais inadequados;
•
Dimensionamento inadequado para o escoamento das águas
pluviais;
•
A não consideração do efeito térmico sobre a laje;
•
Pouco caimento para o escoamento das águas;
•
Execução inadequada da impermeabilização;
•
Má execução das junta;
•
Rodapés mal executados;
•
Acabamento mal executado no entorno de ralos;
•
Acabamento mal executado em passagens de tubulações pela laje;
•
Ralos quebrados;
•
Rachaduras da platibanda;
•
Vazamento de tubulações furadas ou rachadas;
•
Entupimento de ralos;
•
Ruptura da impermeabilização;
•
Ruptura de revestimentos cerâmicos;
•
Concretagem
mal
executada,
produzindo:
desagregado;
•
Fôrmas mal executadas;
•
Instalações das tubulações mal executadas.
falhas,
concreto
39
A ausência de impermeabilizantes nas áreas molhadas pode causar,
segundo Verçoza (1983), os seguintes problemas: goteiras, manchas, mofo,
apodrecimento, ferrugem, eflorescências, criptoflorescências, gelividade e
deterioração.
•
Goteiras e manchas – quando a água atravessa uma barreira, ela
pode, no outro lado, ficar aderente e ocasionar uma mancha; ou, se a
quantidade é maior, gotejar, ou até fluir. Em qualquer dos casos,
numa construção, estes são defeitos que só raramente podem ser
admitidos. A umidade permanente deteriora qualquer material de
construção, e sempre desvaloriza uma obra. Goteiras e manchas são
defeitos mais comuns das infiltrações e que se procura sustar com a
impermeabilização.
•
Mofo e apodrecimento – o apodrecimento da madeira é devido ao
mofo e bolor. O mofo e o bolor são fungos vegetais cujas raízes,
penetrando na madeira, destilam enzimas ácidas que a corroem. Até
mesmo nas alvenarias eles causam danos, porque eles também ali
aderem, escurecendo as superfícies e, com o tempo, desagregandoas. Sendo vegetais, esses fungos precisam de ar e água. Não
proliferam em ambientes absolutamente secos. Logo, o mofo e o
apodrecimento também são decorrentes da umidade. A eliminação do
mofo não é fácil. Para evitar que apareça é preciso eliminar a
umidade, o que se consegue com impermeabilizações e com
ventilação, que secam as superfícies e removem os esporos
(sementes). Mas depois que as raízes atingem maior profundidade é
difícil destruí-las.
•
Ferrugem – oxidação é a transformação lenta de um metal em seus
óxidos. No caso do ferro e aço a oxidação toma o nome de ferrugem.
A ferrugem é um sal de pouca aderência (cai facilmente sob fricção),
de mau aspecto e de volume maior que o do ferro que lhe deu origem.
O processo de formação da ferrugem é complexo e não cabe aqui
descrevê-lo, mas o essencial é saber que a umidade é que dá
40
condições favoráveis ao aparecimento da ferrugem. Por isso, deve-se
sempre procurar obter concreto impermeável: se a umidade penetrar
até a armadura, facilmente aparece a ferrugem que, ao aumentar de
volume, arrebenta o cobrimento do concreto armado. Muito mais
grave ainda é quando o concreto contém substâncias que se tornam
oxidantes ao contato com a água. O cloreto de cálcio, por exemplo,
muito usado como aditivo acelerador de pega do concreto, ao contato
com a água pode originar ácido clorídrico, que corrói as armaduras
rapidamente.
•
Eflorescências – são formações de sais nas superfícies das paredes,
trazidos do seus interior pela umidade. As eflorescências causam mau
aspecto, manchas, ou descolamento da pintura, etc. Pior ainda
quando elas se situam entre os tijolos e o reboco, fazendo este se
descolar. Conforme o volume, chegam a formar estalactites. As
eflorescências aparecem quando a água atravessa uma parede que
contenha sais solúveis. Estes sais podem estar nos tijolos, no
cimento, na areia, no concreto, na argamassa, etc. Dissolvendo-se na
água eles são trazidos por ela para a superfície, onde a água evapora
e os sais se depositam, sólidos ou em forma de pó. Eliminando-se a
penetração da água, elimina-se a eflorescência. Exemplos de sais
causadores de eflorescências: nitratos alcalinos (formam cristais
brancos, vitrificados, volumosos), carbonato de cálcio (pó branco),
sais de ferro (cor ferruginosa), sulfoaluminato de cálcio (crosta
embranquecida). Nos reservatórios é comum que elas apareçam no
fundo, na forma de estalactites; nas paredes, na forma de pó branco.
Quando situadas entre o reboco e a parede, as eflorescências
formam um plano capilar, por onde sobe a umidade, que aumenta a
força de repulsão ao reboco. Os sais que causam as eflorescências
também podem estar contidos na atmosfera. Então, na realidade, não
é uma eflorescência, mas uma deposição. É o caso comum das zonas
industriais, carregadas de sais de enxofre, altamente reativo. Os sais
também podem estar no solo e ser carregados às paredes por
capilaridades. É normal que as pinturas não eliminem manchas de
41
eflorescências. Os sais reagem com a nova tinta e a mancha
reaparece. Neste caso, é preciso usar um selador eficiente ou
remover o reboco atacado.
•
Criptoflorescências – também são formações salinas, de mesma
causa e mecanismo que as eflorescências, mas agora os sais formam
grandes cristais que se fixam no interior da própria parede ou
estrutura. Ao crescerem, eles podem pressionar a massa, formando
rachaduras e até a queda da parede. O maior causador de
eflorescência é o sulfato. Os sulfatos, ao receberem água, aumentam
muito de volume. Mesmo que a pressão seja pequena, as
criptoflorescências fazem desagregar os materiais, principalmente na
camada superficial.
•
Gelividade – a água, ao congelar, aumenta de volume. E a água em
canais capilares congela à temperatura acima de 0º. Ela pode
congelar à temperatura de até 6ºC. Assim sendo, a água depositada
nos poros e canais capilares dos tijolos e do concreto congela em
dias frios. Ao congelar aumenta de volume. No miolo, este aumento
de volume é contido pela massa do tijolo, e se traduz por calor, que
então impede o congelamento. Mas na superfície a resistência é
menor, formando-se gelo que desloca as camadas mais extensas,
desagregando paulatinamente o material. Então a superfície dos
tijolos começa a se desgastar, parecendo lixada. Geralmente toma a
forma convexa. Não havendo a penetração da água, não haverá
gelividade.
Deterioração – todos os defeitos citados antes são causados pela
água, ou por ela conduzidos, ou afetados. Esses defeitos vão aos
poucos deteriorando os materiais e a obra construída. Logo, a
impermeabilidade é também uma exigência de duração, e não
somente de aparência ou acabamento.
5 ESTUDO DE CASO – Empreendimento Abrolhos Residencial
42
A pesquisa foi fundamenta no acompanhamento e desenvolvimento
da impermeabilização, desde sua fase inicial até o final de sua execução, no
empreendimento Abrolhos Residencial (figura 6) na cidade de Jaboticabal, São
Paulo, executada construtora Stefani Nogueira, no período de julho de 2011 a
ser concluído em dezembro de 2013, devido a disponibilidade para realização
da pesquisa proporcionada pela empresa.
Figura
6.
Foto
ilustrativa
do
empreendimento
Abrolhos
(CONSTRUTORA STEFANI NOGUERIA, 2012)
5.1 Caracterização da obra
Residencial
43
Trata-se de um edifício residencial, composto por dois subsolos, um
pavimento térreo, um pavimento de uso comum, vinte pavimentos tipo com
quatro apartamentos de 80,03 m2 cada e um ático/barrilhete.
O empreendimento possui um terreno de 1.564,04 m2, com um total
de 12.144,41 m² de área construída. A área privativa do empreendimento soma
o total de 6.402,40 m2.
Para os apartamentos tipo foi adotada a opção de planta composta
por três dormitórios, sendo uma suíte e um wc social e um de empregada,
conforme mostra a figura 7.
Figura 7. Foto ilustrativa do apartamento tipo decorado (CONSTRUTORA
STEFANI NOGUEIRA, 2012)
No apartamento tipo, são consideradas áreas molhadas a cozinha, a
área de serviço, os banheiros e a varanda. Dentre estes, será aplicada
argamassa polimérica VIAPLUS 1000 na cozinha e área de serviço e manta
asfaltica VIAPOL Viaflex nos banheiros e varanda.
44
Na tabela 1 encontra-se os quantitativos de área que foram
impermeabilizados nos diferentes sistemas e na figura 8 a planta baixa do
Produto
Manta
asfáltica
item
Comp. Largura Perímetro
m²
piso
m²
Área
parede (M²)
Sacada
1,55
4,95
13
7,67
2,60
10,27
Vigas de
borda
--
0.5
19,35
--
9,67
9,67
Banho
2,6
1,2
7,6
3,12
1,52
4,64
Banho Suíte
1,25
2,4
7,3
3,00
1,46
4,46
Wc emp
1,15
1,2
4,7
1,38
0,94
2,32
Área Serviço
2,3
1,2
7
2,76
1,40
4,16
apartamento tipo com as áreas que foram impermeabilizadas com os diferentes
produtos marcadas em cores diferentes
Tabela 1. Quantitativa das áreas que serão impermeabilizadas com manta
asfáltica e com argamassa polimérica.
45
Argamassa
polimérica
Cozinha
2,6
3,21
11,62
8,346
2,32
10,67
(Fonte: Construtora Stefani Nogueira, 2012)
5.2 Aplicação da argamassa polimérica
A construtora Sfani Nogueira utilizou neste empreendimento a
argamassa polimérica VIAPULS 1000, da VIAPOL, na cozinha e área de
serviço.
É um revestimento impermeável, a base de dispersão acrílica com
carga de cimento e aditivos minerais, fornecidos em dois componentes, sendo
o componente A a dispersão acrílica e componente B o cimento e aditivos
minerais. Para a preparação da mistura o fabricante sugere que O componente
B (pó) deve ser adicionado aos poucos ao componente A (resina) e misturado
mecanicamente por 3 minutos ou manualmente por 5 minutos, tomando-se o
cuidado para dissolver possíveis grumos. Utilizar até 30 minutos após a
misturados componentes (VIAPOL, 2012).
A aplicação deve ser feita com o substrato previamente úmido e a
proporção de mistura é de 1 parte de componente A para 3 partes de
componente B quando em consistência de pintura ou 1:5 como revestimento
aplicado com desempenadeira metálica (VIAPOL, 2012).
No entanto, a construtora possui um padrão de qualidade que para
ser atingindo segue-se alguns normas internas de aplicação da argamassa
polimérica.
As normas de aplicação da construtora são:
•
Camadas de regularização com caimento para o ralo – é realizada a
limpeza da superfície da laje a ser impermeabilizada, a fim de remover
qualquer material estranho; são executadas as taliscas niveladas em
todos os cantos e laterais do ambiente; realização do acabamento
arredondado nos cantos de paredes; e regularização vertical do
primeiros 20 cm de impermeabilização.
46
•
Impermeabilização –
a argamassa pode ser aplicada sobre a
regularização assim que a mesma apresentar resistência mecânica; a
superfície deve ser toda umidecida; aplicar a primeira demão em sentido
único com rolo de lã ou trincha, incluindo as paredes adjacentes até 20
cm de altura (Figura 8); antes de se iniciar a segunda demão deve-se
aplicar uma manta de nylon (Figura 9), para estruturar a argamassa, em
todos os encontros de pisos e paredes; em seguida finalizar a aplicação
da segunda e terceira demão, e finalmente impedir o transito no local
impermeabilizado.
•
Contra-piso para assentamento de revestimento cerâmico imediatamente após o teste de estanquiedade, deve-se aplicar o contrapiso para que a impermeabilização fique protegida; depois deve-se
executar as taliscas; espalhar a argamassa na área que recebeu a
solução de resina e o cimento e compactar com o soquete e então
sarrafear; e o revestimento so deve ser aplicado após 14 dias.
Figura 8. Imagem ilustrativa de como deve ser feito a
impermeabilização nos cantos de parede
(COSTRUTORA STEFANI NOGUEIRA, 2012)
47
Figura 9. Aplicação da manta de nylon nos cantos de parede
(CONSTRUTORA STEFANI NOGUEIRA, 2012)
5.3
Apli
caç
ão
da
man
ta
asfá
ltica
Para a impermeabilização dos banheiros e da varanda a construtora
utilizou a manta asfáltica Viaflex, também da VIAPOL.
48
Segundo o fabricante a manta, que é fornecida em bobinas de 3 ou
4 Kg/m2, é produzida a partir da modificação física do asfalto com uma mescla
de polímeros especiais que proporcionam excelente aderência, durabilidade e
resistência, o que garante perfeita impermeabilização do local a ser utilizado.
No site do fabricante, este indica que lajes de pequenas dimensões,
banheiros, lavabos, cozinhas e áreas de serviço são as locais mais indicadas
para sua aplicação. No site também esta disponível as especificações técnicas
do produto (Tabela 2).
Tabela 2. Especificações técnicas da manta asfáltica Viaflex
CARACTERÍSTICA
UNIDADE VIAFLEX 3 VIAFLEX 4
KG
KG
49
CARGA MÁXIMA RUPTURA
LONGITUDINAL (MÍN.)
N/5 CM
180
180
CARGA MÁXIMA RUPTURA
TRANSVERSAL (MÍN.)
N/5 CM
120
120
ALONGAMENTO MÁXIMO
LONGITUDINAL (MÍN.)
%
2
2
ALONGAMENTO MÁXIMO
TRANSVERSAL (MÍN.)
%
2
2
ABSORÇÃO D’ÁGUA (MÁX.)
%
1,5
1,5
FLEXIBILIDADE À BAIXA
TEMPERATURA
°C
0
0
J-JOULE
2,45
2,45
RESISTÊNCIA AO
PUNCIONAMENTO ESTÁTICO
KG
25
25
ESCORRIMENTO AO CALOR (MÍN.)
°C
105
105
ESTABILIDADE DIMENSIONAL
(MÁX.)
%
1
1
FLEXIBILIDADE APÓS
ENVELHECIMENTO (MÍN.)
°C
<10
<10
RESISTÊNCIA AO IMPACTO
(Fonte: Viapol, 2012)
Porém, assim como para a aplicação da argamassa polimérica,
também para a aplicação da manta asfáltica a construtora Stefani Nogueira
adota alguns procedimento para atender sues padrões de qualidade.
Os procedimentos adotados pela empresa são:
•
Camadas de regularização com caimento para o ralo – é realizada a
limpeza da superfície da laje a ser impermeabilizada, a fim de remover
qualquer material estranho; são executadas as taliscas niveladas em
todos os cantos e laterais do ambiente; realização do acabamento
arredondado nos cantos de paredes; e regularização vertical do
primeiros 20 cm de impermeabilização.
50
•
Aplicação do sistema de impermeabilização – analisar inicialmente a
área, pois áreas com até 70m2 pode usar manta de 3mm porem áreas
maiores deve usar manta de 4mm; e o procedimento só deve iniciar
após 48 horas da regularização; inicia-se com a aplicação do primer em
todo a superfície, segundo informações do produto oferecidas pelo
fabricante; desenrolar a manta e posicioná-la adequadamente, já deve
ser colocada sempre a partir das áreas mais baixas.
•
Colagem da manta com o maçarico - deve-se aquecer o primer e o
verso da manta com o maçarico enquanto desenrola e preciosa a manta
sobre a superfície (Figura 10); aquecer também a face superior da
manta onde a mesma será sobreposta, pois deve ter uma sobreposição
de 10 cm nas emendas, inclusive nos encontros de pisos e paredes; as
paredes adjacentes ao piso devem ser impermeabilizadas até os 20 cm
de altura; fazer a impermeabilização adequada dos ralos (Figura 11).
•
Fixação de tela galvanizada sobre a impermeabilização para receber
o emboço – deve-se fixar a lã com tiras de manta asfaltica e em seguida
aplicar chapisco sobre a mesma para garantir maior aderência e por fim
a aplicação do emboço.
Figura 10. Aplicação da manta asfáltica com maçarico
(VIAPOL, 2012)
51
Figura 11. Acabamento com maçarico no ralo (VIAPOL, 2012)
5.4 Teste de estanquiedade
Após a impermeabilização, independente do tipo, foi feito o teste de
estanquiedade ou teste de lâmina d’água, que consiste em testar se o local que
acabou de ser protegido está cem por cento impermeável.
Para a realização do teste foi um barreira para impedir que a água
escoasse do local que foi impermeabilizado, os ralos, se existentes, foram ser
todos vedados com um objeto tipo um balão de ar, obstruindo a passagem da
água. Após estar tudo absolutamente vedado foi colocada uma lâmina de água
de 5 cm, formando tipo uma piscina.
52
O local permaneceu com a lâmina d’água por 72 horas sobre a
vigilância de um responsável pela obra para avaliação, caso se iniciasse algum
processo de infiltração.
Ao concluir as 72 horas, não foi observado nenhum ponto de início
infiltração, indicando que o teste foi positivo, ou seja, a impermeabilização foi
realizada de forma correta a impedir a passagem da água.
5.5 Proteção mecânica
Depois de realizado o teste de estanquiedade, teste este de extrema
importância, realizou-se a proteção mecânica da obra, com a aplicação de uma
fina camada (um cm) de argamassa com traço de 1:3 (uma parte de cimento
para três de areia) desempenado e vassourado.
Nos locais que foram impermeabilizados com argamassa polimérica,
cozinha e área de serviço, a camada de reboco foi aplicada diretamente na
superfície do impermeabilizante, onde ocorreu aderência natural entre o reboco
e a argamassa polimérica.
Já nos banheiros e na varanda, que foram impermeabilizados com
manta asfaltica, foram fixadas telas de manta asfaltica, isto para obter maior
aderência entre a manta asfaltica e o reboco, este que fará a função de
proteção mecânica.
Concluídos todos estes processos, desde a regularização da
superfície a ser impermeabilizada até a aplicação da proteção mecânica, podese dar continuidade aos procedimentos de acabamento da obra.
6 RESULTADOS
Após acompanhar todo o procedimento de impermeabilização do
empreendimento Abrolhos Residencial foi realizado um estudo comparativo
entre as vantagens e desvantagens de cada sistema de impermeabilização e
também entre os custos dos dois diferentes sistemas de impermeabilização.
53
6.1 Vantagens e desvantagens
Observou-se que a argamassa polimérica é resistente a pressão
negativa, ou seja, passagem de água do meio externo para o interno por
capilaridade (YAZIGI, 2004), no entanto, a manta asfáltica não apresenta esta
característica para tal resistência.
Aspecto muito importante evidenciado ao longo do trabalho, a mãode-obra para a aplicação dos sistemas de impermeabilização diferem muito
entre eles.
Para a aplicação da argamassa polimérica, é encontrada uma
maior facilidade, pois não exigem mão-de-obra especializada, uma vez que um
operário comum pode facilmente preparar a mistura, seguindo as instruções do
fabricante,
porém,
neste
momento
da
execução
do
sistema
de
impermeabilização deve haver uma fiscalização, pois a qualidade final da
impermeabilização depende da qualidade da mistura, ou seja, devem-se seguir
corretamente as instruções do fabricante. Muito importante salientar que os
cantos que serão impermeabilizados com argamassa polimérica devem ser
estruturados com uma manta de poliéster, para reforçar a impermeabilização
nesses pontos críticos (SILVEIRA, 2001).
Em contra partida, um serviço especializado se faz necessário para
a aplicação da manta asfáltica, por esta necessitar do uso do maçarico, que
gera riscos aos operários, mas também a obra, além de ser difícil sua aplicação
em locais muito pequenos.
Outro fator relevante quando se fala de aplicação de manta asfáltica,
trata-se das emendas. Ao estudar as emendas das mantas asfálticas, Pereira
(1995), observou que ao utilizar como adesivo um elastômero especial de
poliuretano, o mesmo atende perfeitamente a colagem entre as mantas
asfálticas, eliminando de vez a colagem de mantas com asfalto quente ou
maçarico. Sendo assim, diminui os problemas que ocorrem com o
superaquecimento da manta, que pode alterar a química do polímero
incorporado na massa ou a destruição do estruturante interno, e com isso
tornando a manta com menor capacidade de absorver as fissuras do substrato.
54
Contudo,
a
argamassa
polimérica
é
um
sistema
de
impermeabilização rígido, que não pode ser aplicado em estruturas elevadas,
como coberturas de concreto (VICENTINI, 1988), além de não tolerar grandes
variações térmicas e exposição solar. No entanto, segundo o fabricante, Viapol,
seu uso uniformiza o substrato e assim diminui o consumo com tintas.
A manta asfáltica é um sistema de impermeabilização flexível, e
assim apresenta alta resistência a fissurações. No entanto, se não receber
proteção mecânica adequado pode sofre vários danos.
Espessura fixa se mostra como uma vantagem da manta asfáltica,
sem depender do aplicador, por ser fornecido em rolos com espessura
constante de 4mm, que foi utilizada no empreendimento Abrolhos Residencial,
e o processo de aplicação não interferir na espessura.
Mello (2005) também aponta espessura fixa como uma das
vantagens de manta asfáltica, mas também cita outras como, sistema de
aplicação realizado em uma única vez, menor tempo de aplicação e não ser
necessário aguardar a secagem.
Ao contrário da argamassa polimérica a manta asfaltica pode ser
aplicada em estruturas elevadas, locais com grandes variações térmicas,
vibrações e exposição solar intensa (USSAN, 1995).
Na tabela 3 encontra-se um comparativo das vantagens e
desvantagens dos dois diferentes produtos impermeabilizantes, argamassa
polimérica e manta asfáltica.
Tabela 3. Comparativo das vantagens e desvantagens da argamassa polimérica e
manta asfáltica.
55
Vantagens
Desvantagens
Não resiste a pressão
Flexível
Manta asfáltica
Mão-de-obra
Resistente a fissurações
especializada
Espessura fixa
Problemas nas emendas
Suporta variações térmicas
Exige camada de
Tolera exposição solar
proteção
Resistente a pressão
Não pode ser aplicado
negativa
em estruturas elevada
Fácil aplicação
Não é flexível
Argamassa
polimérica
negativa
Não tolera variações
Seu uso uniformiza o
térmicas
substrato
Não suporta exposição
solar
6.2 Comparação de custos
Os dois produtos utilizados no estudo de caso apresentam uma
grande variedade em relação aos seus custos de implantação.
Para a aplicação de qualquer um dos produtos impermeabilizantes,
se faz necessário a regularização da superfície a ser impermeabilizada afim de
remover quais quer resíduos e para o nivelamento da superfície. Na tabela 4
estão descritos os custos com a regularização da superfície.
Tabela 4. Custo de regularização de superfície (R$/m²)
56
Regularização de superfície
Produto
Unid
Quantidade/m² Custo unit.
Custo/m²
Mão-de-obra - empreitada
m²
1,00
R$ 10,70
R$ 10,70
Cimento Portland CPII - E
– 32
Kg
14,58
R$ 0,36
R$ 5,25
Areia lavada media
m³
0,036
R$ 58,00
R$ 2,09
Total R$/ m²
Na
R$ 18,04
tabela
5,
encontra-se
os
custos com
o
processo
de
impermeabilização. Ficou evidente que os custo com a utilização de manta
asfáltica é muito superior ao custo com argamassa polimérica. Observa-se que
o custo da argamassa representa apenas 35% do custo da manta asfáltica.
Este custo superior da manta asfáltica pode ser explicado pelo fato deste
produto exigir mão-de-obra especializada, o que eleva seu custo final.
Tabela 5. Custo da impermeabilização, incluindo mão-de-obra (R$/m²).
Impermeabilização
Produto
Manta
asfáltica 4mm
Argamassa
polimérica +
tela de
poliéster
Unid
Quantidade/m²
Custo unit.
Custo/m²
m²
1,00
R$ 40,00
R$ 40,00
m²
1,00
R$ 14,00
R$ 14,00
Assim como o custo com a regularização da superfície, o custo com
a
proteção
mecânica
também
é
único
para
ambos
os
produtos
impermeabilizantes que se encontram na tabela 6.
Tabela 6. Custo da proteção mecânica (R$/m²).
Proteção mecânica
Produtos
Mao-de-obra -
Unid
m²
Quantidade/m²
1,00
Custo unit.
R$ 10,70
Custo/m²
R$ 10,70
57
empreitada
Cimento
Portland CPII
- E – 32
Areia lavada
media
Total R$/ m²
kg
5,84
R$ 0,36
R$ 2,10
m³
0,024
R$ 58,00
R$ 1,39
R$ 14,19
Após a análise do custo de cada etapa, individualmente,
confeccionou-se uma tabela para análise do custo total de impermeabilização
com os dois diferentes produtos (Tabela 7).
Tabela 7. Custo total do processo de impermeabilização (R$/m²)
. Valor total por metro quadrado = Regularização + impermeabilização +
proteção mecânica
Produto
unid.
Valor total por m²
Argamassa polimérica
m²
R$ 46,23
Manta asfáltica
m²
R$ 72,23
Na tabela 8 encontra-se o custo final de impermeabilização do
empreendimento. Onde se observou que deste custo da impermeabilização
com manta asfalta representa 76,7% do custo total da impermeabilização.
Tabela 8. Custo total da impermeabilização do empreendimento
Valor
N°
Area
Item
M² por Área
imperm/
Ap.
Total
Produto
m²
Sacada
Manta Vigas de
asfáltica borda
Banho
10,2725
80
821,8
9,67
80
773,6
4,64
80
371,2
R$72,23
R$ 72,23
R$ 72,23
Valor total
por área
R$ 59.358,61
R$ 55.877,12
R$ 26.811,77
58
Banho Suíte
4,46
80
356,8
R$ 72,23
R$ 25.771,66
Wc emp
2,32
80
185,6
R$ 72,23
R$ 13.405,88
Custo total da impermeabilização com manta asfaltica
Argama Área Serviço
ssa
poliméri
Cozinha
ca
4,16
80
332,8
10,67
80
853,6
R$ 46,23
R$ 46,23
Custo total da impermeabilização com argamassa polimérica
Valor total gasto
R$
181.225,04
R$ 15.385,34
R$ 39.461,92
R$ 54.847,27
R$
236.072,31
7 CONCLUSÕES
Evidenciou-se, ao término do estudo, que argamassa polimérica e
manta asfáltica apresentam suas peculiaridades, sendo assim, a postura
adotada pela Construtora Stefani Nogueira foi feliz quanto as escolhas dos
processos de impermeabilização, pois a argamassa, devido as suas
peculiaridades, apresenta maiores vantagens quando aplicada em locais com
pouca variação térmica e exposição solar, que é o caso da cozinha e área de
serviço. Já a manta asfaltica, mesmo que seu custo é mais elevado, ela
apresenta características mais apropriadas para a aplicação nos banheiros e
sacada.
Portanto, este estudo concluiu que ambos os produtos apresentam
suas vantagens e desvantagens, inclusive em relação ao custo, porém, não se
pode dizer qual é o mais eficiente, isto deve ser analisado caso a caso, com o
auxílio de um projeto de impermeabilização, que pode diminuir os custos e os
riscos do processo.
O planejamento e o projeto de impermeabilização possibilitam a
definição da solução mais viável tanto tecnicamente como economicamente.
Este estudo do caso possibilitou, para o projeto como a escolha dos
materiais mais adequados manta asfáltica e argamassa polimérica e a
59
estratégia de uso de cada material possibilitou uma economia de 36% .Ainda
possibilitando mais qualidade da obra.
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