entrevista - Colgate Profissional

Transcrição

entrevista - Colgate Profissional
C
.
D
.
ANO 1 Nº 6
S
M
I
L
E
A
TEMPEROS
SAUDÁVEIS
N
PARA TODOS OS
PALADARES
O
O DIA DO
DENTISTA
1
OS EVENTOS DO
MÊS DA SAÚDE BUCAL
10 LOCAIS NO
BRASIL
N
º
QUE VOCÊ PRECISA
CONHECER
CURIOSIDADES
6
HISTÓRIA DA
ODONTOLOGIA
capa cOK.indd 24
ENTREVISTA
DR. EMIL ADIB RAZUK,
PRESIDENTE DO CROSP
9/10/2007 13:52:12
Carta do Presidente
Caro leitor,
Esta é uma edição muito especial para nós: a CD Smile chega ao seu
primeiro ano! É uma grande satisfação poder mantê-lo atualizado
sobre as novidades do mercado e da Colgate-Palmolive em produtos
para higiene oral, revelar o que está acontecendo na área de
pesquisas odontológicas no Brasil e no mundo, e as iniciativas de
reconhecimento do trabalho de estudantes e profissionais da área de
odontologia, que colaboram com seus estudos para melhorar a saúde
bucal da população.
Outubro é um mês de festa também para os dentistas, que
comemoram no dia 25 o seu dia. Nesse mês, a Colgate-Palmolive
realiza o mês da saúde bucal, e para comemorarmos teremos ações
nos pontos-de-venda de todo o país, com a presença de dentistas e
promotoras, um concurso cultural em 20.000 escolas, com o tema
“Todo Mundo Sorrindo com a Colgate”, com o apoio do Instituto
Ayrton Senna e os Prêmios Colgate Profissional, com o apoio da
Associação Brasileira de Odontologia (ABO) e de Imprensa.
Promover a saúde bucal da população: este é o nosso compromisso!
Boa leitura!
Um abraço,
PETER DAM
Diretor-Presidente da
Colgate-Palmolive do Brasil
COLGATE PROFISSIONAL:
CADA VEZ MAIS PERTO DE VOCÊ
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cartadopresidente.indd 4
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EMPREENDIMENTOS, PROMOÇÕES ARTÍSTICAS E EDITORA LTDA.
Rua sarandi, 11 – CEP 01414-010 – São Paulo, SP
presidente
Arthur Carlos Briquet Junior
Ano 1 nº6
Carta do Editor
comemore com a gente
É sempre bom fazer aniversário. No nosso caso,
estamos comemorando o primeiro ano de um projeto
pioneiro dedicado aos dentistas de todo o Brasil – um
projeto que nos orgulha, e muito. Como não poderia
deixar de ser, nesta nossa edição comemorativa
vamos falar da repercussão obtida pelos profissionais
que fizeram parte de C.D. Smile no decorrer dos
últimos doze meses. E também recheamos a revista
com assuntos que interessam a quem atua nas
diversas áreas da Odontologia. Em destaque, duas
entrevistas muito especiais: uma com o Dr. Emil Adib
Razuk, presidente do Crosp; e outra com o Prof.
Dr. Nestor Lopez, especialista em Periodontia, na
seção Palavra do Especialista. A Carta ao RecémFormado desta edição ficou por conta do Prof. Dr.
Maurício Rebello Moreira Querido, e uma equipe de
quatro excelentes profissionais escreveram sobre um
assunto importantíssimo nestes tempos: a integração
Ortodontia/Periodontia/Prótese.
Já para o paladar e a saúde, uma saborosa matéria
sobre os bons temperos, os dez locais imperdíveis no
Brasil para se conhecer e um pequeno compêndio
com as curiosidades que fizeram parte da história da
Odontologia. Como se pode ver, a pauta desta edição
de aniversário está apurada.
Espero que vocês gostem. E comemorem conosco!
Boa leitura!
Expediente
Editor-Exe­­cutivo
Valter Marin de Camargo
Redator Chefe
Daniel Japiassu
Conselho Editorial
Peter Dam, Marcello Artacho, Ceci Moresco, Patricia Scolletta, Paula Tommasini, Ricardo
Grego, Flavio Namur, Fabiano Carvalho e professor-doutor Eduardo Saba-Chujfi
Editora de Arte
Heloisa Campos
Assistente de Arte
Mario de Almeida Mattos
Revisão
Rafael Musolino
Fotografia
Cristiane Gameiro
Colaboradores
Álvaro Tedesco, Beatriz Portinari, Bill Agra, Lara Lins, Marcos Guinoza,
Maximo Etcheverría, Thiago Xavier (textos); Carlos Goldgrub (fotos)
Projeto Gráfico
Art & Stylo Studio e Editora Ltda.
Executiva de Negócios
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Tel.: (11) 3068-8975
Representantes Comerciais
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Serviços • Contato: Dídimo Effgen • Rua Pedro Palácios, 49, Ed. Centro Jurídico, sala 04, Prainha,
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Assinaturas
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Gerente Financeira
Elisa Azevedo
Escaneamento e Tratamento de Imagens
Fátima Moreira
Impressão
Araguaia Gráfica e Editora Ltda
A Revista C.D. SMILE é produzida pela Artell Editora por
encomenda da Colgate-Palmolive, tem tiragem de 45.000
exemplares e é distribuída nacionalmente para um mailing exclusivo
de profissionais da área de Odontologia
Valter Marin de Camargo
Editor-Executivo
Foto de Capa Getty Images
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SUMÁRIO
14 NOVIDENTES
As notícias mais
interessantes e atuais do
universo Colgate-Palmolive.
16
16 BOCA DE LEÃO,
SORRISO DE VIRGEM
A astrologia ajuda, mas uma
boca perfeita e dentes de
“artista” são fundamentais
para as conquistas amorosas
e profissionais.
20 PÁGINAS VERMELHAS
Uma entrevista reveladora
com o Prof. Dr. Emil Adib
Razuk, presidente do Conselho
Regional de Odontologia de
São Paulo (CROSP).
26 CONSELHO PROFISSSIONAL
A carta do Prof. Dr. Maurício
Rebello Moreira Querido
para os recém-formados em
Odontologia.
28 5º PREMIO COLGATE DE
28
ODONTOLOGIA
O evento, os participantes,
os temas e os vencedores
de mais uma iniciativa da
Colgate-Palmolive.
34 PALAVRA DE
QUEM ENTENDE
O Prof. Dr. Nestor Lopez fala
sobre os novos caminhos
no tratamento de doenças
periodontais.
36 NOTÍCIAS DA “ADA”
As boas novidades da
American Dental Association
para todos os dentistas.
42 VOCÊ SABIA QUE...
Curiosidades que fazem parte da
história da Odontologia no Brasil
e no mundo.
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fotos andré stefano, divulgação
68
46 MÊS DA SAÚDE BUCAL
A homenagem ao Dia
do Dentista e os eventos
que irão acontecer
durante o mês de outubro
de 2007.
48 PASSO A PASSO
Quatro experientes
profissionais da
Odontologia mostram
o processo de integração
da ortodontia, periodontia
e prótese.
54 ENTIDADES
Um espaço aberto para
que as associações de
Odontologia de todo
o País abram a boca.
56 TOP TO TOP
60
O encontro de importantes
profissionais da área
de periodontia do País
e a diretoria da ColgatePalmolive Brasil.
60 GASTRONOMIA
Temperos que estimulam
os sabores da comida
e ainda fazem bem para a
saúde do corpo e da boca.
68 turismo
Este País onde vivemos
tem verdadeiras maravilhas
para apresentar aos
visitantes. Conheça
algumas delas.
80 lazer
Os melhores lançamentos
em livros para o trabalho
e a diversão dos
cirurgiões-dentistas.
82 ÚLTIMA PÁGINA
O resgate de antigos anúncios
da Colgate-Palmolive.
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DEPOIMENTOS DE PROFISSIONAIS
QUE PARTICIPARAM DAS
EDIÇÕES DA CD SMILE
“Ter participado de uma das
edições da revista CD Smile, da
Colgate, foi excelente. Recebi diversos e-mails e tive contato com
pessoas de várias partes do Brasil.
Acho que a revista tem excelente qualidade, é informativa tanto
para o profissional quanto para o
paciente, já que muitos a deixam
exposta na recepção dos consultórios. Também acho que auxilia na
divulgação do cirurgião-dentista
e ainda promove o trabalho das
associações. Parabéns”.
Prof. Dr. Waldemar D. Polido
“A informação é um processo
necessário a todas as profissões. Na Odontologia não é diferente. A revista CD Smile, da
Colgate, vem somar. Informação diversificada com conteúdo
de qualidade. Dou os parabéns
pela iniciativa e pelo primeiro
aniversário, com o desejo de
que muitos outros anos de vida
sejam comemorados”.
Prof. Dr. Norberto Francisco Lubiana - Presidente da
ABO NACIONAL
“Parabéns à revista CD Smile, que completa seu primeiro
ano de vida e vem demonstrando ter sido alicerçada em
uma estrutura forte, capaz de
conduzir os leitores de forma
subliminar aos assuntos mais
atuais, sem linguagem pesada ou obsoleta. De forma indelével, ela traz à luz as últimas novidades apresentadas
cientificamente”.
Prof. Dr. Eduardo Saba-Chujfi
“Primeiro, gostaria de parabenizar a revista CD Smile por seu
primeiro ano de vida. Gostei muito de participar do conteúdo da
CD Smile e também de poder divulgar a Sociedade Brasileira de
Periodontologia (Sobrape) neste
novo e diferente meio de comunicação. Desejo aos editores que
a revista tenha vida longa e que
continue com a mesma qualidade
e diversificação do conteúdo”.
Prof. Dr. Roberto Fraga
Moreira Lotufo - Presidente
da Sobrape
“CD Smile, da Colgate, é uma
revista com temática de interesse
profissional e abordagem jornalística que “traduz” esses temas
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expor meus pontos de vista da
profissão na CD Smile. O público da revista é o cirurgião-dentista, e considero o foco correto.
Importante o direcionamento aos
recém-formados. Os segressos
das faculdades de Odontologia
sentem sempre um grande vácuo. Da escola para a prática
profissional há uma grande distância. Como palpite, essa revista poder-se-ia tornar um norte
para eles, podendo oferecer, de
maneira simples (sem grandes
em linguagem direta para o clínico. Quando participei de uma
de suas edições, recebi vários
retornos de colegas que tiveram
acesso à matéria. Em um simpósio do qual participei, um dos
colegas utilizou minhas observações como referência para a temática do perfil de especialistas
em Periodontia”.
Prof. Dr. Rui Oppermann
“É muito bom ter espaço para
escrever. Foi muito importante
conteúdo específico da profissão e uma verdadeira aula de
qualidade de vida e cultura. Sucesso e parabéns a todos que
fazem a revista”.
Prof. Dr. Dickson Martins
da Fonseca.
“Fui convidada para escrever um
artigo para a revista e, no início,
fiquei sem saber o que escrever,
porque dizia respeito à minha
trajetória na pesquisa, na Periodontia. No final, achei que ficou
bem interessante e teve grande
repercussão, porque recebi vários e-mails do Brasil inteiro depois que a revista foi distribuída.
Foi uma experiência bem interessante, muita gente leu, muita
gente me ligou – não só pessoas falando sobre o artigo, mas
também contatos de pesquisa,
professores me convidando para
fazer parte de banca de doutorado e pedindo informações
sobre a pesquisa que fazemos
aqui. Enfim, uma experiência
muito gratificante”.
Prof. Dra. Magda Feres
pretensões acadêmicas), informações importantes sobre as
necessidades do mercado, tendências da Odontologia contemporânea, perspectivas futuras,
vivências profissionais, entre outras. Foi um prazer participar”.
Prof. Dr. Antonio Alberto
de Cara
“A revista CD Smile veio ocupar
um espaço que os dentistas buscavam mas não sabiam como
expressar. Vocês acertaram em
cheio! Uma publicação com
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NOVIDENTES
COLGATE PREVIDENT® 5000 E PREVIDENT® 220
Chega às prateleiras das farmácias de todo o País a nova linha
Colgate Prevident, lançada pela Colgate-Palmolive para ajudar
no combate às cáries e à desmineralização dos dentes. O creme
dental Colgate Prevident 5000 Plus e o enxagüatório Colgate
Prevident 220 são poderosos aliados na prevenção e no
tratamento desses problemas bucais e podem ser utilizados
pelos pacientes em casa, diariamente.
O creme dental Colgate Prevident 5000 Plus tem, em sua
fórmula, uma quantidade 4,5 vezes superior de flúor (5.000
ppm) em relação aos cremes dentais convencionais e deve
ser utilizado uma vez por dia. Já o enxaguatório Prevident
220 conta com 225 ppm de flúor e vem em uma
embalagem de 250 ml. O sabor de menta dos
dois produtos torna o uso ainda mais agradável.
A linha Colgate PreviDent está à venda nas
principais farmácias de todo o Brasil.
SAC: 0800-7039366,
www.colgateprofissional.com.br ou Caixa Postal
1.862, CEP 01059-970, São Paulo, SP.
ESCOVA COLGATE WHITENING
Já consagrada pelos consumidores, a escova COLGATE Whitening está de
cara nova, com cores mais atraentes e dando mais destaque ao principal
benefício da escova, remove até 81% mais manchas*. Além do luminizer
(borracha que fica entre as cerdas para auxiliar no processo de remoção
das manchas), que agora vem na cor branca, os cabos ganharam cores
perolizadas que dão maior destaque ao produto. A nova escova COLGATE
Whitening pode ser encontrada nas principais farmácias, drogarias e
supermercados de todo o Brasil.
* valor médio, comparado com escova dental normal
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GEL DENTAL COLGATE MAX WHITE
Com lâminas branqueadoras em sua
fórmula, o novo COLGATE Max
White alia as propriedades de
clareamento dos dentes a uma
refrescância superior. Inovador,
o gel dental é ideal para quem
deseja ter um sorriso saudável
e, ao mesmo tempo, branco e
brilhante. Nos sabores Kiss Me Mint e
Crystal Mint, COLGATE Max White está
à venda nas farmácias, drogarias e
supermercados de todo o Brasil.
SAC: 0800-703 7722,
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NOVIDADES EM FIOS E FITAS DENTAIS COLGATE
A Colgate-Palmolive traz novidades
que estimularão os consumidores
a utilizarem fios dentais. A partir
de outubro, chegam ao mercado
a nova fita dental Colgate com
flúor e menta e o novo fio dental
COLGATE com sabor menta. De fácil
identificação os produtos vem em
uma caixinha verde que remetem
ao sabor menta, e deixarão seu
hálito ainda mais refrescante. A
nova fita COLGATE Total, ainda
contém flúor em sua composição e
tem duas cores – verde e azul. Sua
fibra é de alta tecnologia, desliza
fácil e não desfia.
Utilize fios dentais, eles proporcionam 80%
menos placa e 50% menos incidência de cáries
entre os dentes.
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POR IVONE SANTOS
SO
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DE
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ÃO, SORR
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D
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E
ASTROLOGIA
DE VIRG
E
Que atire o primeiro fio dental quem não reconhece que um sorriso, uma
boca bem desenhada e dentes “de artista” são poderosas armas de conquista,
seja da alma gêmea escrita nas estrelas, do emprego disputado ou
da paquera da hora. Como está o seu sorridente arsenal?
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Áries domina o rosto, o cérebro e os dentes superiores.
Isso significa que o inquieto
e ansioso ariano deve cuidar
bem da cabeça como um
todo. No paladar, ele rege os
condimentos e, por isso, gosta
de comidas temperadas. No
beijo, usa fogo e paixão
como temperos, numa receita
cheia de energia.
Touro é o signo que rege
boca, dentes inferiores,
língua, garganta, cordas vocais e amígdalas. Rege, mas
não domina, pois sucumbe à
gula sem resistência. Melhor deixar os excessos para
a hora do beijo, que sabe
provocar as mais sensuais
sensações, numa degustação
sem a mínima pressa.
O geminiano tem tendência
a acumular estresse e, assim,
vive perdendo o humor e o
sorriso. Sua energia mental
precisa de alimentos protéicos, mas, “enjoado” que
é, elege uns poucos e nun-
A astrologia
identifica os
tipos e perfis
relacionados às
características
da boca
ca mais varia. Já no beijo,
variação é com ele mesmo,
que prefere brincar a se
concentrar.
Dizem que, quando um canceriano se aborrece, quem
paga é o estômago. E isso
tira o sorriso da face deste
apreciador da boa gastronomia. Para restituí-lo, nada
melhor que um beijo apaixonado, do jeito carinhoso que
só ele sabe dar.
Para o esteta do zodíaco
– Libra –, o sorriso bem
cuidado é imprescindível.
Por isso ele deve manter seu
equilíbrio saudável, com a
ingestão de água e sucos,
essenciais para quem rege a
filtragem dos líquidos do corpo. No beijo, o libriano leva
seu par a cenários romanticamente sedutores.
A face quadrada e as maçãs
do rosto salientes de Escorpião podem denotar uma
dieta de frutas, vegetais e
integrais, ideal para este signo fogoso. Parte de um rico
repertório de sedução, o beijo
escorpiano, intenso e devastador, não é para qualquer um.
Dentes fortes e testa larga
destacam o sagitariano,
além do apetite, que deve ser
aplacado também por saudáveis vegetais, na medida
do possível. Empolgado, no
beijo Sagitário esquenta e se
empenha em agradar.
Capricórnio rege cabelos e
dentes. Sua boca fina característica deve receber alimentos ricos em sais minerais e
FOTOS DIVULGAÇÃO
C
Como já sugere o título da
matéria, a astrologia dá uma
“mãozinha” para identificar
tipos e perfis relacionados às
características da boca e adjacências, já que apresentam
traços típicos – físicos e/ou
psicológicos – referentes a
formatos, expressões, maneira de sorrir, de comer e de...
beijar. E como toda informação sobre nosso objeto de
interesse do momento é bemvinda. Veja o que seu signo
revela sobre seu sorriso:
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ASTROLOGIA
vitaminas, com atenção para
os que concentram cálcio.
Amante do beijo prolongado,
que cresce em intensidade, o
capricorniano sabe bem onde
quer chegar com essa deliciosa estratégia.
A boca de bom tamanho e o
queixo quadrado são marcas do aquariano. Sempre
absorvido em seus pensamentos, muitas vezes até se
esquece de comer, correndo
o risco de ficar anêmico. Ao
beijar, Aquário traduz a bus-
ca de originalidade e novas
sensações em beijos carinhosos e ousados que desafiam
expectativas.
Com formato cônico, o rosto
pisciano típico tem testa larga
e queixo comprido.
Para esses seres de pura emoção, a alimentação deve ser
feita em momentos tranqüilos
e em pequenas porções, como
pede sua sensibilidade. A
mesma que ele aplica em beijos carregados de sensações
e prazeres, sempre superados
pelo... próximo beijo.
Sobre Leão e Virgem, para
completar, o primeiro rege o
coração, deve manter uma
dieta equilibrada e, de preferência, descansar após as
refeições. Assim, estará pronto para exercer sua arte do
beijo, enérgico e majestoso,
cheio de força e desejo. Para
evitar perturbações digestivas,
o virginiano tenta adequar
elementos essenciais ao seu
paladar e, assim, alcançar o
equilíbrio. Mas perfeição mes-
Libra
Virgem
Leão
Câncer
Gêmeos
Touro
Áries
Peixes
Aquário
Capricórnio
Sagitário
Escorpião
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mo ele busca proporcionar no
beijo envolvente e nas sensações que essa carícia é capaz
de provocar.
Aí estão três abordagens que
justificam de sobra carregar
essa arma tão poderosa na
própria boca: dentes bem
cuidados, prontos para disparar irresistíveis sorrisos e
prazeres para todos os lados.
Escolha os alvos e nunca deixe de praticar.
Atração total
Se o jogo for o da conquista, entram em campo a
auto-estima preservada no
sorriso irresistível e a boca
bem cuidada, pronta a ser
contemplada com beijos
apaixonados e corresponder
à altura. Estudos desenvolvidos por psicólogos ingleses
chegaram à conclusão de
que os dentes podem influenciar o sucesso na vida de
uma pessoa. Numa avaliação feita por cerca de 100
voluntários, indivíduos que
apareciam em fotos com
dentes cariados ou manchados foram qualificados como
menos inteligentes e impopulares. Já os que tinham dentes claros foram identificados
como mais atraentes e bemsucedidos. A pesquisa comprovou ainda que, no quesito
“dentes brancos”, as mulheres são mais severamente
avaliadas, confirmando que
o julgamento pela aparência
tem peso muito maior no lado
feminino – indiscutíveis leis da
atração física!
Em razão do conceito atual de sorriso bonito ser
hollywoodiano, ou seja, dentes imaculadamente brancos
e perfeitamente alinhados,
cresce a cada dia a procura
por procedimentos estéticos,
como clareamento, facetas,
implantes e outros recursos,
tudo para chegar ao padrão
das celebridades. A questão
é que também se multiplicam
os casos de exageros que colocam em risco a própria saúde da dentição. Assim como
acontece com outras soluções
estéticas que prometem um
corpo mais atraente, como
a lipoaspiração, aplicação
de Botox ou de silicone, as
intervenções na estética bucal
pedem a mediação do bom,
velho e saudável bom senso,
além, é claro, da expertise de
profissionais competentes.
Nunca é demais lembrar que
padrões de beleza são mutáveis, e sendo assim, quem garante que certos procedimentos
continuarão “na moda” daqui
a um tempo? Diante disso,
certo está quem aposta na
força da atração de um sorriso
Um chavão
inevitável: o
sorriso é, sim, o
principal cartão
de visitas de
uma pessoa
que revela a perfeita/imperfeita natureza de dentes limpos
e bem cuidados, que tornam
a boca irresistível objeto de
desejo. Já disse Helen Fischer,
antropóloga americana dedicada ao estudo do flerte:
“Após o olhar, é o sorriso que
estabelece o contato e confirma a atração entre duas
pessoas”. Invista nisso.
Ao trabalho
Aqui, um chavão tornase inevitável: o sorriso é o
principal cartão de visitas de
uma pessoa. E se a primeira
impressão é a que fica, ele
conta pontos valiosos, especialmente no competitivo universo profissional. Mais do
que a aparência física como
um todo, o detalhe da estética dental pode ser o diferencial decisivo numa entrevista
de emprego, por influenciar
na expressão e na comunicação interpessoal, parâmetros
imediatos e obrigatórios na
avaliação do entrevistador.
É comprovado: quando
comprometida, essa estética
origina sentimentos constrangedores e de ansiedade
de parte a parte. Portanto,
longe de ser um sinal de
vaidade, o desejo de apresentar boa aparência é uma
necessidade, principalmente
em ocupações que envolvem
exposição em público. E isso
“passa pela boca” antes de
se encaminhar ao Departamento Pessoal.
C.D.
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M
n
n
n
n
Paixão
pelo
ser humano
Emil Adib Razuk
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entrevista
fotos carlos goldgrub
POR valter marin de camargo
O doutor Emil Adib Razuk,
presidente do Conselho Regional
de Odontologia de São Paulo
(Crosp), foi entrevistado
pela revista CD Smile e falou
sobre seus projetos, anseios
e os trabalhos que o Crosp
tem desenvolvido em nome
dos cirurgiões-dentistas e,
principalmente, da prevenção
e dos cuidados da saúde
bucal necessários a todos os
brasileiros. Vale a pena conferir.
c.d. smile|21
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E
Emil é, antes de tudo, um
apaixonado pela profissão,
pelo ser humano e, principalmente, pelas ações sociais
que auxiliam a população
mais carente. Aliado à carreira de cirurgião-dentista,
ele conta vasta experiência
política. Foi deputado estadual no período de 197478 e integrou os governos
de Laudo Natel (1971-75)
e Paulo Maluf (1979-82).
Nos últimos 30 anos, também pertenceu ao quadro de
funcionários da Secretaria de
Educação, como cirurgiãodentista, diretor do Serviço
Dentário Escolar e diretor do
Departamento de Assistência
ao Escolar, tendo implantado, em 1972, o “Programa de Prevenção de Cárie
Dentária”. Atualmente, atua
como Presidente do Conselho
Regional de Odontologia
de São Paulo (CROSP). No
currículo, o Dr. Emil ostenta diversos projetos de sua
autoria, como o de fluoretação das águas, na década
de 70; o “Sorria São Paulo”;
o programa e concurso “A
Saúde Bucal”, campanha em
parceria com a Rede Globo
de Televisão; e o “Programa
de Prevenção e Diagnóstico
Precoce de Câncer Bucal”,
entre vários outros.
Fale um pouco sobre seu
projeto de lei, como deputado estadual, instituído
em 1° de dezembro de
1976 – tornado depois
decreto estadual em São
Paulo –, para a fluoretação de água de abastecimento público.
Graças a esse projeto, já
em 1977 foi iniciada a
No currículo,
diversos projetos
cujos objetivos
são melhorar a
qualidade de vida
da população
assistência à fluoretação nos
sistemas públicos de abastecimento de água. A primeira
cidade a receber esse tipo
de assistência foi a cidade
Gália no interior paulista,
e, a partir daí, outros 65
municípios solicitaram o
trabalho. Até dezembro de
1983 haviam sido implantados, e estavam em opera-
ção, sistemas de fluoretação
utilizando-se ácido fluossílico em mais de 20 cidades
do Estado – que atendiam,
aproximadamente, 450
mil habitantes. Atualmente,
todos os municípios de São
Paulo estão em condições de
ter água fluoretada.
E quanto ao “Sorria São
Paulo”?
Esse programa foi lançado
em fevereiro de 2006 e foi
tão bem sucedido que já temos, hoje, 10 divisões regionais que atendem a todos os
municípios da região, alertando com medidas preventivas quanto à necessidade
do autoexame da cavidade
bucal. Chamamos todas as
prefeituras para falar sobre
o programa e fomos até o
governador Geraldo Alkmin
para lançá-lo, porque era (e
é) uma insistência e persistência do CROSP para que ele
acontecesse. Agora, estamos
novamente cobrando do governo não só a continuidade,
como também a ampliação
do programa para outros
locais. Fazemos um trabalho
de profundidade em várias
cidades do interior e, duran-
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entrevista
te dois anos, definimos uma
ação global em São Paulo,
junto com a APCD, primeiro em Interlagos, depois no
Memorial da América Latina. No caso específico do
câncer bucal, quando percebíamos que existia suspeita
de uma lesão cancerígena,
fazíamos uma biópsia e o
exame anátomo-patológico.
Um trabalho que garantiu o
encaminhamento de 89 casos
para especialistas e eles
foram devidamente tratados.
Montamos um manual para
cada cirurgião-dentista e também temos, em nosso site, um
curso sobre esse tema. Ainda
patrocinamos a confecção de
folders para a população em
geral utilizando a imagem da
modelo Caroline Bitencourt.
Foram mais de 9,2 milhões
de folders; este ano pretendemos fazer um trabalho
preventivo, desta vez, na
estação paulistana de Metrô
Corinthias/Itaquera. Acho
importante o trabalho de
prevenção, porque a população em geral tem que ser
alertada porque o câncer de
boca é um dos tumores malignos mais comuns no Brasil
e afeta principalmente os
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homens acima de 45 anos.
No entanto, a incidência em
mulheres que possuem os hábitos de risco como o cigarro
e as bebidas alcoólicas, está
aumentando. Mas é preciso
que se tenha a consciência
de que o câncer de boca tem
cura, desde que diagnosticado precocemente.
Conte um pouco sobre
esse grande sucesso que
é o Programa e Concurso
“A Saúde Bucal”, desenvolvido junto aos alunos
das escolas estaduais de
ensino fundamental.
Trata-se de uma união
perfeita entre o Crosp, a
Secretaria de Estado da
Educação, a Unesco (Organização das Nações Unidas
para a Educação, a Ciência
e a Cultura) e a Rede Globo, contando com o apoio
fundamental do Bradesco e
da Colgate e com a colaboração do jornal Folha de
São Paulo e da Dabi-Atlante. É um programa que se
realiza por meio de aulas
e execução de trabalhos
escolares com alunos da 1ª
a 4ª série do ensino fundamental. Em 2006, o “Saúde
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entrevista
Bucal” recebeu mais de 5,2
milhões de trabalhos de
alunos de escolas estaduais de ensino fundamental,
que expuseram, por meio
de colagens em cartolina,
frases com mensagens positivas, poemas e jogos educativos, a importância da
saúde bucal. Um número tão
grandioso de participantes,
que a Unesco o reconheceu como maior programa
mundial pedagógico sobre
saúde bucal. Para alunos,
professores, diretores, cirurgiões-dentistas e escolas
participantes foram destinados prêmios que atingiram
o total de R$ 353.600,00.
Este ano, em parceira com
a Colgate, distribuiremos
mais de um milhão de kits
de escova e creme dental
para alunos de escolas estaduais em São Paulo, como
complemento à educação
da saúde bucal.
Além de todos esses
trabalhos, qual é,
na sua opinião, as
principais obrigações
de um Conselho
Regional de
Odontologia?
São muitas as atribuições
a uma entidade como essa.
Informar sobre as inovações
tecnológicas, esclarecer sobre medicamentos indicados
e vetados pelo Ministério da
Saúde por meio da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária – Anvisa, promover
eventos e congressos para a
atualização dos profissionais
da área, participar de ações
para o esclarecimento da
população sobre a necessidade de prevenção, educação e tratamento da saúde
É preciso que os
novos cirurgiõesdentistas
entendam que
eles têm uma
grande missão
bucal. Mas, acima de tudo,
é imprescindível cuidar pela
ética e pela seriedade do
exercício profissional. Para
isso, temos 41 fiscais no
Estado e sempre fazemos um
apelo para quem desconfiar
de algum profissional: faça
uma denúncia ao Conselho
ou para a Vigilância Sani-
tária, para que possamos
modificar a lei 4.324, de
1964, que não nos dá o poder de polícia para prender
um falso profissional.
Qual o conselho que
o senhor daria para
quem está ingressando
na profissão de
cirurgião-dentista?
Que eles devem, além de
cuidar com muito profissionalismo e competência dos
seus pacientes, também ter
uma participação ativa na
vida da comunidade e oferecer o que têm de melhor.
Afinal de contas, eles fazem
parte dos 3% deste País
que atingem o nível universitário e dos menos de 1%
que participam da área de
saúde. É preciso que eles entendam que têm uma grande
missão, porque o Ministério
da Saúde cuida da doença
e não da saúde. Em outros
tempos, os pais orientavam
na educação, na higiene e
nos cuidados necessários
para uma vida saudável. É
por isso que eles têm saúde
e todo mundo quer isso.
Então, é fundamental ajudar
ao seu semelhante.
C.D.
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CARTA A UM RECÉMFORMADO
PoR dR. mauRÍcio REBEllo moREiRa QuERido
AS PERSPECTIVAS
PARA OS NOVOS
PROFISSIONAIS
F
Falar ao recém-formado,
para mim, é uma honra.
Neste momento, estou relembrando vários fatos que
ocorreram na época da
minha formatura. Época boa,
que tinha um gostinho especial. Sensação de sentir-me
importante, as novidades e
ao mesmo tempo um friozinho na barriga sem saber
o que me esperava! Ouvia
alguns colegas dizerem “deixo de ser estudante pra virar
desempregado!” Isso não
estava nos meus planos.
Como a maioria dos recémformados, ainda tinha muito
tempo ocioso. Continuei me
aperfeiçoando e estudando.
Não tinha (e não tenho) nenhum dentista na família que
pudesse me orientar, ou que
eu pudesse seguir os passos.
Tive de correr atrás, sozinho.
A perspectiva profissional,
na minha época, já não era
das melhores. Hoje estão
ainda piores. Acho que o
maior conselho que posso
Algumas Informações importantes de um jovem
e bem sucedido professor e cirurgião-dentista
dar para um recém-formado
é estar sempre atualizado.
Muito atualizado! As informações hoje chegam muito
rápido, a cada instante.
Novas técnicas, novos materiais, novas tendências.
É importante estar na mão
contrária de muitos de nossos colegas que fazem da
Odontologia um comércio.
Trabalhamos com saúde e
é isso que temos obrigação
“O conselho que
posso dar a um
recém-formado
é que ele esteja
sempre muito
atualizado”
de dar aos nossos pacientes.
Oferecer aquilo que temos
disponível para obtenção do
melhor resultado. Não falo
de tratamentos sofisticados,
como técnicas e materiais
onerosos, mas, muitas vezes,
com tratamentos simples,
conseguimos devolver o brilho nos olhos de muita gente.
Tive o prazer de presenciar
pacientes chorarem ao pegar
o espelho e verem seus
novos dentes. Para isso
não há dinheiro que
pague; nos dá mais
força para continuar numa profissão
competitiva, que
requer muito empenho
e igual dedicação por
parte do profissional.
Afinal, fazer a diferença é o que
importa. Hoje em
dia, se destaca
quem tem visão
de futuro. Devemos cuidar de
nossos pacientes
de forma que
eles se sintam
os mais importantes em sua
clínica. Eles são
o nosso maior
patrimônio.
C.D.
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foto istockphoto.com, divulgação
O Prof. Dr. Maurício Rebello Moreira
Querido é formado pela Unisa,
tem especialização e mestrado
em Implantodontia, é membro das
academias brasileira e americana de
Osseointegração, como também da AO
(Academy of Osteosintese International)
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prêmio colgate
POR CLÁUDIA PINHO
COLGATE-PALMOLIVE PREMIA
OS VENCEDORES DO
5º PRÊMIO COLGATE DE
ODONTOLOGIA PREVENTIVA
Sempre comprometida com a difusão da importância da higiene bucal, a
Colgate-Palmolive revelou, no último dia 28 de junho, os vencedores do 5º
Prêmio Colgate de Odontologia Preventiva, durante evento realizado no
Bar des Arts, em São Paulo. A iniciativa da companhia tem como objetivo
incentivar a pesquisa e o desenvolvimento de ações de promoção da saúde
bucal entre acadêmicos e pós-graduandos de Odontologia de todo o Brasil.
Trabalhos de universidades paulistas e de outros estados, como Santa Catarina e
Paraíba, tiveram o reconhecimento da comissão julgadora. Os trabalhos foram
analisados por especialistas da área de Odontologia, como o Prof. Dr. Eduardo
Saba-Chujfi, Mestre e Doutor em Periodontia pela Universidade de São Paulo
(USP), o Prof. Dr. Marcelo Bönecker, Professor livre-docente em Odontopediatria
pela USP, e a Prof. Dra. Marisa Maltz (Presidente da Associação Brasileira de
Odontologia Preventiva (Aboprev)
a
A cerimônia de entrega contou com a presença de vários
executivos da Colgate-Palmolive que, na abertura, fizeram questão de apresentar
aos participantes as ações da
empresa para promoção da
saúde bucal da população
brasileira nestes 80 anos em
que a companhia está no
País. Peter Dam, presidente
da Colgate-Palmolive, falou
da trajetória de sucesso e
diversificação das atividades
da empresa, que, atualmente, fabrica produtos para
higiene pessoal e doméstica.
“Temos nosso foco no consu-
Nos 80 anos
de Colgate no
Brasil, um evento
que premiou os
profissionais da
Odontologia
midor, nos clientes, profissionais e, claro, nos colaboradores. E esta é uma excelente
forma de comemorar com
nosso público profissional.
Todos os que participaram,
inscrevendo seus trabalhos
foram ganhadores!”,
afirmou o executivo.
O Prêmio Colgate de Odontologia Preventiva faz parte
de uma série de programas
da empresa para levar à
população de todo o Brasil
informações sobre a importância da higiene bucal.
Entre nossos outros programas estão Sorriso Saudá-
28|c.d. smile
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vel, Futuro Brilhante, que
atenderá cerca de 3 milhões
de crianças em 2007, e o
Mês da Saúde Bucal, com
profissionais e materiais de
comunicação para difundir a
saúde bucal em mais de 700
PDVs de todo o Brasil.
UM EVENTO
EMOCIONANTE
A premiação começou com a
entrega do terceiro lugar na
categoria Graduação, para
Manuela Neves Almeida,
da Universidade do Planalto
Catarinense, por sua colocação. Orientada por Anelise
Dr. Flávio Namur, coordenador do
5º Prêmio de Odontologia Preventiva,
na cerimônia de Premiação
Todos os
premiados na
categoria PósGraduação foram
de universidades
de São Paulo
Viapiana Masiero, Manuela
elaborou o trabalho “Estudo
de prevalência de trauma
dentoalveolar em crianças no
município de Lages – SC”.
O segundo lugar ficou
com Caroline Perozini, da
Universidade de Taubaté.
O trabalho da aluna teve
como título “Avaliação dos
níveis de interleucina 1 beta
no fluido gengival crevicular
na doença periodontal” e
recebeu a orientação de
Débora Pallos. Ainda na
categoria Graduação, o
trabalho de uma aluna da Universidade Federal da Paraíba
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prêmio colgate
Conheça os prêmios concedidos pela Colgate-Palmolive
aos vencedores das duas categorias:
graduação
1º lugar
2º lugar
3º lugar
Acadêmica: Lígia Vieira
Claudino
Profa. Orientadora: Ana
Maria Condim Valença
Títtulo do Trabalho: Efeito da
Aplicação de Tetrafluoreto de
Titânio,
Verniz Fluoretado e
Fluorfosfato Acidulado na
Remineralização do Esmalte
e na Composição
Microbiológica do Biofilme
Dentário - Estudo in Situ.
Universidade Federal da
Paraíba
Acadêmica: Caroline Perozini
Profa. Orientadora: Débora
Pallos
Título do Trabalho: Avaliação
dos Níveis de Interleucina 1
Beta no
Fluido Gengival Crevicular na
Doença Periodontal.
Universidade de Taubaté
Acadêmica: Manuela Neves
Almeida
Profa. Orientadora: Anelise
Viapiana Masiero
Título do Trabalho: Estudo
de Prevalência de Trauma
Dentoalveolar em Crianças
no Município de Lages - SC.
Universidade do Planalto
Catarinense
pós-graduação
1º lugar
Pós - Graduanda: Valéria
Pontelli Navarro Tedeschi
Prof. Orientador: Luiz
Guilherme de Siqueira Branco
Título do Trabalho: Endotoxina
Bacteriana Induz Tolerância
nos Tecidos
Periodontais de Ratos.
USP Ribeirão Preto
2º lugar
Pós - Graduanda: Carolina
Steiner Oliveira
Profa. Orientadora: Marinês
Nobre dos Santos Uchoa
Título do Trabalho: Efeito
Combinado do Laser de CO2
e Produtos
Fluoretados na Inibição
da Desmineralização dos
Esmalte.
Unicamp - Faculdade de
Odontologia de Piracicaba
3º lugar
Pós - Graduanda: Patrícia
Elaine Gonçalves
Profa. Orientadora: Cléa
Adas Saliba Garbin
Título do Trabalho: A saúde
Bucal na Percepção do
Adolescente.
Faculdade de Odontologia
de Araçatuba: Unesp
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ficou em primeiro lugar.
A autora do trabalho
foi Lígia Vieira Claudino,
que teve como orientadora
Ana Maria Condim Valença.
Os trabalhos premiados na
categoria Pós-Graduação
foram todos de universidades
do Estado de São Paulo. No
terceiro lugar, Patricia Elaine
Gonçalves. Seu trabalho teve
como foco o público mais
jovem: “A saúde bucal na
percepção do adolescente”,
que contou com orientação de
Cléa Adas Saliba Garbin, da
Faculdade de Odontologia de
Araçatuba (Unesp).
Carolina Steiner Oliveira conquistou o segundo lugar com o
Equipe da Colgate-Palmolive
e vencedores do prêmio
Todas as
universidades
receberam
uniformes
esportivos
da Colgate
estudo “Efeito combinado
do laser de CO2 e
produtos fluoretados na
inibição da desmineralização
do esmalte”. Aluna da
Faculdade de Odontologia
de Piracicaba (Unicamp),
Carolina teve como
orientadora Marinês Nobre
dos Santos Uchoa.
Entregue por Marcello Artacho, o troféu para o primeiro
lugar ficou com a aluna da
Faculdade de Odontologia
da USP (Ribeirão Preto) Valéria Pontelli Navarro Tedeschi,
autora do trabalho “Endotoxina bacteriana induz tolerância
nos tecidos periodontais de
ratos”. O projeto de Valéria
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prêmio colgate
foi orientado pelo Prof. Luiz
Guiherme de Siqueira Branco.
Além dos alunos e orientadores, as instituições de ensino
de origem dos dois prêmios
que ficaram em primeiro
lugar ganharam, cada uma,
um aparelho projetor multimídia. Todas as universidades
receberam um conjunto de
uniformes esportivos Colgate
para seus centros acadêmicos
e 1.000 kits infantis do Dr.
Dentuço, mascote do projeto Sorriso Saudável, Futuro
Brilhante, contendo um creme
dental, uma escova e folheto
de atividades educativas para
distribuição nas respectivas
comunidades.
Peter Dam, Diretor-Presidente da ColgatePalmolive do Brasil, e vencedores do prêmio
Por meio
do evento,
pode-se notar
o nível superior
da Odontologia
brasileira
PRÊMIO COLGATE
DE ODONTOLOGIA
PREVENTIVA –
CREDIBILIDADE E
EFICIÊNCIA NA DIFUSÃO
DA SAÚDE BUCAL
Durante a cerimônia, os profissionais da área de Odontologia presentes confirmaram
a credibilidade e a importância do Prêmio Colgate
de Odontologia Preventiva.
Para o Prof. Dr. Eduardo
Saba-Chujfi, esta é uma premiação ímpar para a Odontologia brasileira, pois resgata
e fomenta a pesquisa e o
desenvolvimento técnico dos
trabalhos. “O Brasil é carente
de quem fomenta a odontolo-
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Prof. Dr. Norberto Lubiana,
presidente da ABO, e Dr. Flávio
Namur, da Colgate-Palmolive,
entregando prêmios aos
vencedores
gia e a Colgate-Palmolive
tem um papel fundamental
nessa área”, afirmou.
O presidente da ABO,
Prof. Dr. Norberto Lubiana,
destacou o quanto a Odontologia brasileira tem avançado:
“Para nós é muito importante
incentivar o Prêmio Colgate
de Odontologia Preventiva
para que ele cresça e
seja mais divulgado em todo
o País. Por meio dos trabalhos
analisados, podemos notar
o nível superior da Odontologia brasileira, que pode
crescer ainda mais”.
Já o Prof. Dr. Marcelo Bonecker, da USP, reforçou a
diversidade dos trabalhos
Os trabalhos
apresentados
foram bastante
diversificados e
vários abordaram
a saúde pública
e, principalmente, a importância do foco na profilaxia
dos problemas dentários. “É
fundamental participar desse prêmio, pois ele mostra o
grau de interesse do aluno
na prevenção de problemas
de saúde bucal. Os trabalhos
foram bastante diversificados
e vários abordaram a saúde
pública – da população em
geral à saúde dos índios.
Quem ganha tem o
reconhecimento por seu
trabalho e, claro, a chancela
da marca Colgate”.
C.D.
Saiba mais no site da
Colgate:
www.colgateprofissional.com.br
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só
rindo
opinião
palavra do
especialista
OS NOVOS
CAMINHOS NO
TRATAMENTO DE
DOENÇAS
PERIODONTAIS
Periodontia e o Conselho do
Departamento de Odontologia
Conservadora, que faz parte
da Periodontia. Além disso, o
especialista dedica o resto de
Uma entrevista com o professor
seu tempo à investigação clínica
em um centro de assistência
e doutor Nestor Lopez, que fala
odontológica da Secretaria de
sobre sua formação na UniverSaúde Pública do Chile. “É uma
sidade do Chile, as atividades
atividade que me permite ter
atuais e as pesquisas sobre a
relação que existe entre doenças acesso a uma população com
periodontais e saúde sistêmica
perfis patológicos mais representativos”, explica. “A integraEle é professor-titular de Periodon- ção com profissionais da saúde
tia na Universidade do Chile desde enriquece consideravelmente a
1985, tendo ingressado na carrei- minha experiência profissional”.
ra acadêmica assim que se formou Atualmente. O doutor Lopez
dentista. “Comecei como instrutor
está desenvolvendo um projeto
clínico nas cadeiras de Cirurgia
de pesquisa para determinar os
Oral e Periodontia, com um cargo efeitos do tratamento periodontal
ad honorem e sem remuneração”, sobre a resposta inflamatória
lembra o professor e doutor Nestor sistêmica e sua associação com
Lopez. “Quatro anos depois,
as doenças cardiovasculares.
“Não tive formação específica
obtive, em um concurso aberto,
em Periodontia durante o doutoa posição de titular dessas duas
rado”, diz. “Em 1976, participei
cadeiras. Nove anos depois me
de programas de formação em
afastei da área de cirurgia e decidi me dedicar à Periodontia, na
qual continuo até hoje”.
Ao trabalho de meio-período
A manutenção
na universidade, onde cuida da
dos dentes em
pós-graduação e do doutorado,
condições
Lopez agrega trabalhos admiperfeitas
já não é
nistrativos integrados a diversas
válida como uma
comissões, como o Conselho
de Doutorado, a Comissão do
única meta
Programa de Especialização em
quatro universidades dos Estados
Unidos e fui aceito na Harvard
School of Dental Medicine e na
Universidade Estadual de Nova
York, em Buffalo, para integrar
um programa de especialização
em Periodontia e Treinamento
para Pesquisa. Infelizmente, não
consegui financiamento e não
pude participar deles. Era uma
época de ditadura no Chile e de
intervenções na Universidade.
E nós, que éramos contrários
ao regime, não tivemos acesso
a financiamentos de doutorado
fora do país”.
O especialista conversou com
CD Smile sobre Periodontia e
saúde sistêmica. Os melhores
momentos da entrevista você
confere agora:
O que o levou a se especializar em Periodontia?
Vivenciei os nove primeiros anos
da minha carreria acadêmica
como docente de Cirurgia Oral
e de Periodontia. As duas disciplinas têm muito mais relação
com as ciências biomédicas
do que outras disciplinas de
Odontologia, e foi isso que me
encantou. Mais tarde, em 1973,
renunciei à minha posição em
Cirurgia Oral para me dedicar
exclusivamente à Periodontia,
porque ela me oferecia maiores
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O que você considera o
grande avanço em Periodontia atualmente?
As grandes novidades dos
últimos anos estão relacionadas
a um maior conhecimento da
etiopatogenia das enfermidades
periodontais, especialmente
na microbiologia e no número
de respostas do hospedeiro no
desenvolvimento da doença.
O avanço da microbiologia
das infecções periodontais tem
permitido demonstrar o efeito
da terapia antimicrobiana como
auxiliar efetivo no tratamento
convencional. Outro avanço
muito relevante se deu na descoberta de evidências de que a
doença periodontal tem repercussões sérias na saúde sistêmica, atuando como fator de
risco durante a gestação e sua
associação com doenças cardiovasculares, diabetes, osteoporose e infecções respiratórias em
pessoas de maior idade.
O que você acredita que
seja a mais importante
descoberta quanto à relação da doença periodontal e a saúde sistêmica?
A evidência de várias fato-
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res de risco que as infecções
periodontais têm a ver, como
o parto prematuro, o baixo
peso dos recém-nascidos e sua
associação com problemas cardiovasculares. Nos últimos seis
anos, a quantidade de estudos
publicados sobre esses temas é
impressionante, demonstrando o
enorme interesse dos pesquisadores. Os resultados destes estudos devem modificar, em curto
espaço de tempo, muitos arquétipos da forma como se pratica
a Odontologia. O eco de que as
infecções periodontais e outras
infecções orais tenham repercussões importantes na saúde dos
pacientes implica em uma maior
responsabilidade dos dentistas.
A manutenção dos dentes em
condições funcionais e estéticas perfeitas, como objetivo
essencial, já não é válida como
uma única meta. É necessário
agregar uma outra meta, mais
importante, para contribuir com
a manutenção, não só da saúde
oral, como também com a saúde geral das pessoas, reduzindo
os riscos de doenças sistêmicas
graves e contribuindo para
melhor a qualidade de vida da
população em geral.
De que forma o creme
dental auxilia na prevenção de doenças sistêmicas?
Não acredito que exista nenhum
creme dental que, por si só, seja
capaz de prevenir as infecções
periodontais e contribuir de
forma importante na prevenção de doenças sistêmicas. O
creme dental é um codjuvante
na remoção da placa dentária
mediante a escovação, que é
o meio mais eficaz e efetivo de
manter a saúde periodontal,
somado ao controle odontológico periódico. Infelizmente, a
escovação dental bem efetuada
é uma ação muito complexa
para que a maior parte da
população pratique de forma
adequada. Isso limita consideravelmente a eficácia dos metódos
de controle da placa bacteriana,
já que necessita de destreza,
paciência e perseverança – que
estão fora do alcance da maior
parte das pessoas.
foto divulgação
possibilidades de desenvolvimento de pesquisas – que era
o que, de fato, mais me atraía.
Em 1995, dez anos após me
tornar professor-titular e ter
dirigido vários programas de
especialização em Periodontia,
como também o programa de
magistério em Periodontia, a
Universidade do Chile me reconheceu como especialista.
Quais suas expectativas
em relação ao Brasil e ao
curso sobre os efeitos do
tratamento periodontal
na redução dos riscos
cardiovasculares, evento do qual o senhor vai
participar?
Minhas expectativas são muito
positivas. Já estive várias vezes
no Brasil, participando de congressos científicos, e me parece
que existe um grande número
de dentistas que fazem com
que se torne mais estimulante
e frutífero o debate científico.
É por isso que estou otimista
e espero ter uma gratificante
oportunidade de discutir com
meus colegas brasileiros.
C.D.
Prof. Dr. Nestor Lopez
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american dental association
What’s new
Seus pacientes vão adorar esta coletânea de notícias sobre
o mundo da Odontologia, com a assinatura da mais importante
entidade da área em todo o mundo
a Escova de dentes e o
resfriado comum
É necessário jogar fora sua escova
de dente depois de um resfriado?
Não. “Há evidências clínicas
insuficientes para defender o fato
de que o crescimento bacteriano
em escovas dentais vá levar a
efeitos adversos específicos para
a saúde bucal ou sistêmica”, diz a
American Dental Association.
O fato de as escovas dentais
abrigarem microorganismos
que podem causar infecção bucal
ou sistêmica é algo que os cientistas
começaram a estudar recentemente.
A cavidade bucal abriga centenas de
microorganismos diferentes e alguns são
transferidos para a escova dental durante
o uso. Mesmo os microorganismos do ambiente no
qual a escova dental é armazenada podem
se alojar nas cerdas.
Então, o que você pode fazer para assegurar que sua
escova dental se mantenha livre de bactérias?
Primeiro, certifique-se de que ela seja vendida em
embalagem estéril. Lavar bem a escova com água
corrente após cada escovação remove a maior parte
do que fica impregnado nela, acrescenta a Dra. Dana
Graves, da Boston University Goldman School of Dental
Medicine, em um recente artigo do Boston Globe.
Também para ajudar a reduzir a quantidade de
bactérias e vírus vivos em sua escova dental, deixe-a
descoberta para que ela possa secar completamente e
use um creme dental com agente antisséptico.
Bactérias, vírus e fungos podem persistir na escova
dental, mas, mesmo após ter sofrido de um resfriado, é
altamente improvável que você irá se reinfectar usando
a mesma escova dental. Entretanto, evite compartilhar
uma escova dental, porque a pessoa pode possuir
germes contra os quais seu sistema imunológico pode
não se defender.
Em geral, a ADA recomenda que os consumidores
troquem suas escovas de dente aproximadamente a
cada três a quatro meses, ou antes, caso as cerdas
fiquem abertas devido ao uso.
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Homens que comem regularmente laranjas ou outros
alimentos ricos em vitamina C, preferíveis à ingestão de
suplementos de vitamina C, podem estar reduzindo o
risco de desenvolver pré-câncer bucal, de acordo com os
pesquisadores de Massachusetts.
Eles avaliaram dados fornecidos por 42.340 homens
cadastrados no Estudo de Acompanhamento dos
Profissionais de Saúde, observando a ocorrência de lesões
bucais pré-malignas, uso de suplementos nutricionais e
a própria dieta relatados em intervalos de dois a quatro
anos, entre 1986 e 2002.
Os participantes com as maiores ingestões nutricionais de
vitamina C tinham 50% de redução no risco de desenvolver
pré-câncer bucal em comparação com os que tinham baixa
ingestão. Nenhuma redução de risco foi observada em
participantes que usavam suplementos de vitamina C.
Os pesquisadores teorizam que algum componente em
alimentos ricos em vitamina C, ou uma interação entre
eles, pode oferecer proteção contra o pré-câncer bucal e
estimulam uma dieta que inclua alimentos ricos em vitamina
C e uma variedade de nutrientes.
Os cientistas também examinaram a
ingestão de vitamina E, vitamina A
e carotenóides e não encontraram nenhuma evidência da
relação entre pré-câncer bucal e beta-caroteno, licopeno
ou luteína/zeaxantina.
Homens que fumavam e usavam suplementos de vitamina
E e/ou suplementos de beta-caroteno apresentaram
um aumento do risco para pré-câncer bucal. Os
pesquisadores dizem que o aumento do risco para
fumantes que ingerem suplementos de vitamina E ou betacaroteno deveria ser estudado posteriormente.
Cerca de 29.000 pessoas têm diagnóstico de câncer
da cavidade bucal ou orofaringe nos Estados Unidos
a cada ano. Para mais informações sobre detecção de
câncer bucal, diagnóstico e
tratamento, visite o site
do National Cancer
Institute no www.
cancer.gov/
cancertopics/
wyntk/oral
(em inglês).
fotos istockphoto.com
vitamina c da dieta pode proteger contra câncer bucal
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american dental association
Terapia fotodinâmica se mostra promissora no
tratamento da doença periodontal
Pacientes com doença periodontal poderão, em breve, se
beneficiar de uma terapia aprovada pelo Food and Drug
Administration (FDA) para o tratamento de lesões de pele
pré-cancerígenas da face e do couro cabeludo.
Pesquisadores da Universidade de São Paulo concluíram
que a terapia fotodinâmica (PDT) minimiza a destruição
do tecido periodontal quando comparada com
outras técnicas de tratamento, incluindo raspagem e
aplainamento radicular e antibioticoterapia.
“Nós achamos que a PDT é significativamente menos
invasiva do que outros tratamentos para doenças
periodontais”, disse o autor do estudo, Prof. Dr. Valdir
Gouveia Garcia. “Ela pode promover a melhora da
hipersensibilidade dentinária, redução da inflamação
dos tecidos que circundam os dentes e permite a
reparação mais rápida dos tecidos”.
A doença periodontal é uma infecção dos tecidos que
suportam os dentes. Ela ataca exatamente abaixo do
rebordo gengival, onde pode causar o rompimento dos
tecidos de sustentação e a fixação do dente.
Há dois passos no tratamento com a PDT. Primeiramente,
uma droga suave e sensível é aplicada na região.
Depois, uma luz ou laser é aplicado na área. Quando a
luz entra em contato com a droga, reações fototóxicas
induzem à destruição das células bacterianas.
A PDT como alternativa para o tratamento com
antibióticos vem se tornando cada vez mais importante
devido ao aumento da resistência aos antibióticos, de
acordo com a Academia Americana de Periodontologia
(American Academy of Periodontology).
“Esta é uma descoberta animadora”, disse o Prof.
Dr. Preston D. Miller Jr., presidente da Academia
Americana de Periodontologia. “Infelizmente, a terapia
com antibióticos por longos períodos não só diminui
a eficácia da droga, mas também pode levar ao
desenvolvimento de organismos resistentes a ela”.
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Reações dos cientistas divergem na relação da
doença periodontal-cardiovascular
Nova pesquisa associando o tratamento intensivo da doença
periodontal grave com um efeito positivo no fluxo sanguíneo
e elasticidade das artérias está desencadeando reações
diversas entre os cientistas sobre a relação entre infecção
gengival crônica e problemas cardiovasculares.
As conclusões estão publicadas na edição de março do New
England Journal of Medicine. Pesquisadores realizaram o
estudo no Eastman Dental Hospital, em Londres, em 120
pacientes com periodontite grave – uma infecção bacteriana
crônica que atinge a gengiva e o osso alveolar.
Após seis meses de tratamento intensivo da patologia
gengival, os pesquisadores observaram o que eles
chamaram de melhora “significativa” na função sanguínea
devido à expansão dos vasos sanguíneos. As artérias dos
pacientes submetidos a tratamento intensivo estavam 2%
mais alargadas seis meses após o início da terapia com
relação aos pacientes recebendo tratamento convencional.
“O progresso foi associado com a melhora nas medidas
da doença periodontal”, segundo o estudo. O Washington
Post relata que os cientistas têm um enfoque diferenciado
para as conclusões.
“Este estudo acrescenta muito a um crescente banco de
dados de que há algum tipo de relação entre doença
periodontal e risco cardiovascular”, relata o Prof. Dr.
Preston D. Miller Jr., presidente da American Academy of
Periodontology (Academia Americana de Periodontologia).
O Prof. Dr. Moise Desvarieux, professor de epidemiologia
na Columbia University Mailman School of Public Health,
concorda: “Esse estudo acrescenta muito ao corpo de
evidências relacionando periodontite à doença vascular
através de um forte traçado e rigorosa análise”.
Entretanto, o Prof. Dr. Daniel Meyer, diretor executivo
associado da divisão de ciência da American Dental
Association, acha que é muito cedo para saber qual
importância a doença periodontal pode ter sobre o risco
de ataque cardíaco, derrame cerebral e outras doenças
cardiovasculares. Segundo ele, está faltando um elemento
importante nesse e em outros estudos sobre o efeito da
doença periodontal nos problemas cardiovasculares.
“O que ele não demonstra é a relativa importância dos diferentes
fatores de risco. Implicações como dieta, exercício e saúde em
geral não estão sendo relacionados”, explica o Prof. Dr. Meyer.
“Está se olhando para um único aspecto de uma doença
muito complexa. Há inúmeros fatores individuais envolvidos
para se dizer que isso contribui com uma determinada
porcentagem do risco.”
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american dental association
A mãe que fuma na gestação pode aumentar
o risco do bebê para lábio fissurado
Isso é o que pesquisadores da Universidade
de lowa concluíram após conduzir um
estudo internacional para determinar se
alguns bebês têm predisposição para lábio
fissurado e/ou fissura palatina devido a
uma incapacidade genética de desintoxicar
a fumaça do cigarro.
O estudo concluiu que fetos com falta
de ambas as cópias do gene usado
para neutralizar a fumaça e cujas mães
fumaram durante a gestação têm um risco
aumentado de desenvolver a doença.
Um em cada 600 bebês americanos nasce
com lábio/palato fissurado, de acordo
com o estudo. Os resultados da pesquisa
concluíram que mais de 60% dos bebês
com ascendência asiática e 25% dos bebês
com ascendência européia têm falta de
ambas as cópias do gene, que é chamado
de GSTT1. O autor-condutor da pesquisa,
Jeff Murray, M.D., colocou os resultados
em perspectiva, “Se uma gestante fuma
15 ou mais cigarros por dia, e o feto não
tem as cópias operantes do GSTT1, as
chances de o feto desenvolver uma fissura
aumentam em cerca de 20 vezes”.
Quando há a falta do gene, diz o estudo,
o bebê é incapaz de remover as toxinas,
que podem ser transferidas pela placenta
quando a mãe fuma.
Os pesquisadores de Iowa e um grupo de
pesquisadores da Dinamarca reuniram
uma lista de 16 genes diretamente
envolvidos na toxicidade da fumaça do
cigarro e testaram se variações poderiam
afetar desfavoravelmente a capacidade de
uma pessoa em barrar os produtos tóxicos.
O grupo usou um banco de dados de
1.244 crianças com fissuras, assim como
seus pais e irmãos, para compilar 5.000
amostras de DNA. Os dados levantados
revelaram que gestantes que fumavam e
cujos fetos tinham falta da enzima GSTT1
estavam muito mais predispostas a dar à
luz um recém-nascido com fissura.
“Quando os produtos químicos da fumaça
do cigarro desafiam o desenvolvimento
normal dessas estruturas, os fetos que não
têm o gene ficam em clara desvantagem”,
disse o Prof. Dr. Murray.
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curiosidades
PoR valTER MaRiN dE CaMaRgo
VOCÊ
SABIA
Existem muitas
curiosidades na história
da Odontologia, como
também na história de
todo o instrumental e
das técnicas utilizadas
na profissão. Conheça
algumas delas
T
QUE...
Tudo tem pelo menos dois
lados, o positivo e o negativo.
Ao mesmo tempo em que o
homem descobria o fogo e
passava a cozinhar os alimentos, associados àqueles à base
de amido, também aconteceram as primeiras agressões
aos dentes e as conseqüências
que vieram a seguir.
considerado o “Pai da Odontologia”. A primeira cadeira
odontológica conhecida foi
usada por Josian Flagg, nos
Estados Unidos, entre o final
do século 18 e o início do
século 19. Na década de 70,
ela gannhou o formato atual,
com os equipamentos auxiliares utilizados até hoje.
• Em outros tempos, o tratamento dentário era feito
pelos barbeiros – e no chão,
em situação muito precária.
Foram os gregos que criaram
a primeira cadeira com fins
odontológicos, mas a definição de consultório odontológico foi de Pierre Fuchard,
• A primeira escola de Odontologia do mundo foi fundada
por Horace A. Hayden e Chapin Aaron Harris, no ano de
1840, em Baltimore, EUA. No
Brasil, um decreto imperial
criou as primeiras Faculdades
de Odontologia em 25 de
outubro de 1884.
No passado,
o tratamento
dentário era feito
pelos barbeiros,
e no chão, em
situação precária
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fotos divulgação
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curiosidades
non non no on no
no non on no no
no non no no no
non no no no non
on no no non n no
no no no non on
• Até se chegar à anestesia que se conhece hoje, a
história conta métodos nada
ortodoxos. Os assírios, por
exemplo, por volta de 1000
a.C., comprimiam a carótida (artéria que leva sangue
para o cérebro) do paciente
até que ele ficasse inconsciente. No século 4 a.C.,
Hipócrates, o “Pai da Medicina”, utilizava uma esponja
soponífera (impregnada
de vinho, ópio, meimendro, mandrágora e outras
plantas) sob o nariz de seus
pacientes para nocauteálos. Na Europa medieval
era comum a concussão
cerebral, um técnica rude
que consistia em golpear a
cabeça do enfermo com uma
tigela de madeira, de forma
que o crânio permanecesse
intacto e o paciente, inconsciente. Muitos outros métodos foram utilizados com o
passar do tempo, como o
gelo ou a neve, no século
16, para congelar partes dos
paciente antes de cirurgias.
Outra prática interessante
foi o “magnetismo animal”,
espécie de hipnotismo, como
método anestésico.
No século 19, os pacientes só
deixaram de ser amarrados e
desmaiar graças a dois dentistas norte-americanos: Horace
Wells e William Thomas – o
primeiro, pela utilização como
anestésico do óxido nitroso,
também conhecido como gás
hilariante; o segundo, por utilizar o éter na cirurgia.
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• A história da dentadura
tem 334 anos. Em 1927,
durante a ampliação de
uma via pública, o governo japonês removeu parte
de um cemitério em Tóquio
onde foram encontrados
restos mortais de 12 gerações da família Yagyu. Em
uma urna cerâmica, havia
uma dentadura, considerada a primeira confeccionada no mundo, que
pertenceu a Hidam Nokami
Yagyu, um famoso samurai.
A base da dentadura foi
feita em madeira “tsuguê”,
árvore nativa do Japão, de
grande resistência e utilizada até hoje na fabricação
de pentes. Os dentes foram
produzidos com pedra-decera, algo parecido com a
nossa pedra-sabão.
• Entre as décadas de 30
e 70, reinou Charles Picus,
provavelmente o mais glamouroso dentista do mundo, já que é creditado a ele
o sorriso perfeito dos artistas de cinema da época.
Ele criou facetas laminadas,
feitas de porcelana, quase
que como unhas postiças,
que eram fixadas temporariamente na parte frontal
dos dentes, com pó adesivo
para dentadura, e removidas no final de cada dia.
A técnica é utilizada até
hoje e pode ser vista nos
brancos dentes de alguns
artistas presentes na televisão brasileira.
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COMEMORAÇÃO
POR THIAGO XAVIER
PARABÉNS
PELO DIA DO DENTISTA
Mundialmente, o dia do ano que homenageia os dentistas
é 3 de outubro. No Brasil, a comemoração é em outra data:
25 de outubro. E existe um bom motivo pra isso
A
A Odontologia praticada no
Brasil no século 16 restringia-se às extrações dentárias, feitas de forma rudimentar, sem higiene, com
instrumental inadequado e
sem nenhuma anestesia. O
“barbeiro” ou “sangrador”,
como era chamado quem
extraía os dentes, devia ser
forte, antes de tudo, impiedoso e rápido. Como é de
se esperar, eram inevitáveis
hemorragias, infecções e até
mortes. Maus tempos!
No século 17, o “Regimento
do Ofício de Cirurgião-Mor”,
de 12 de dezembro de 1631,
estabelecido pela Coroa de
Portugal, passou a definir
multa às pessoas que “tirassem dentes”.
Depois de muitos decretos,
proibições e punições a todos
os “tira-dentes”, apenas no
século 18, no documento
“Plano de Exames da Junta
do Pronto-Medicato”, de 17
de junho de 1782, aparecia
escrito, pela primeira vez, o
vocábulo “dentista”.
No dia 25 de outubro de
1884 foi assinado o decreto
9.311, que criou os primeiros cursos de graduação de
Odontologia no Brasil, no
Rio de Janeiro e na Bahia.
Mais tarde, uma portaria do
Conselho Federal de Odontologia tornou a data oficial
para a comemoração do Dia
do Dentista Brasileiro. Hoje,
eles contam mais de 216 mil
excelentes profissionais em
todo o País.
No século 16,
quem extraía
dentes tinha
de ser forte e
impiedoso. Já
imaginou?
MÊS DA SAÚDE BUCAL
Neste mês de outubro, a
Colgate, em parceria com a
ABO, mais uma vez realiza o
Mês da Saúde Bucal. Como
em todos os anos, dentistas
e promotoras vão estar em
supermercados de todo o ter-
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FOTOS DIVULGAÇÃO
ritório brasileiro, esclarecendo
dúvidas e dando dicas sobre
educação oral preventiva.
Em 2006, a ação ocorreu em
mais de 600 pontos-de-venda
e realizou mais de 170 mil
consultas. Também foi criado,
em parceria com o Instituto
Ayrton Senna, um concurso
cultural com o objetivo de edu-
car crianças de 1ª a 4ª série,
que contou com a participação
de 20 mil escolas públicas..
Além deste, a Colgate e a ABO
criaram outros dois prêmios:
o Prêmio Colgate de Imprensa
para matérias sobre saúde
bucal publicadas na mídia e
o Prêmio Colgate Profissional,
para os melhores trabalhos
sobre prevenção. Todas estas
ações vão ser continuadas em
2007 . Só mesmo a marca Nº
1 em recomendações dos dentistas para promover um evento
tão especial.
C.D.
Mais informações no site:
www.colgate.com.br
ou pelo 0800 703 7722
C.D. SMILE|47
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passo-a-passo
PoR Euloir passanEzi, adriana c. p. sant’ana, maria lúcia r. dE rEzEndE E sEbastião a. GrEGhi
INTEGRAÇÃO ORTODONTIA/
PERIODONTIA/PRÓTESE
N
Na rotina clínica odontológica
talvez um dos problemas que mais
comumente afeta o paciente é o
envolvimento das distâncias biológicas do periodonto marginal,
principalmente no que diz respeito
às áreas do epitélio juncional e inserção conjuntiva gengival. Essas
áreas, determinadas pelo genoma
humano, requerem a existência de
uma faixa saudável de estrutura
dental da ordem de 2,0 a 3,0
mm, representando parte do meio
interno do ser humano. Dessa
forma o envolvimento das distâncias biológicas resulta inequivocamente em anomalias periodontais
inflamatórias (bolsa periodontal)
ou atróficas (recessão gengival),
comprometendo a homeostasia
periodontal marginal.
Esse envolvimento pode ser originário de comprometimento dental
ou periodontal. No primeiro caso
ocorre quando a estrutura dental
é de alguma forma destruída nas
áreas reservadas pela natureza
para o epitélio juncional e/ou
a de inserção conjuntiva, como
preparo dental além de 0,8mm no
sulco gengival histológico, cárie
subgengival, fraturas dentais, perfurações endodônticas e reabsorções dentais, todos alcançando as
áreas referidas. No segundo caso,
ocorre quando há formação de
bolsas periodontais ou de recessão gengival, que afetam diretamente aquelas áreas. Concomitantemente, há envolvimento da área
de gengiva ceratinizada, também
componente das distâncias bioló-
gicas do periodonto marginal.
A correção desses problemas
requer aumento da coroa clínica
para restabelecer as distâncias
biológicas de modo a reformar
sulco gengival raso, cuja existência é fundamental para que o
indivíduo possa manter a higiene
bucal pelos métodos convencionais com o uso de fio dental, escova dental e creme dental. Com
isso são propiciadas as condições
fundamentais necessárias para a
preservação da saúde periodontal
em longo prazo.
Entretanto, o aumento da coroa
clínica por osteotomia apresenta
os inconvenientes de envolver a
estética e de se ter que estendê-la
para os dentes vizinhos, evitando
o desnivelamento brusco da margem gengival.
Para sobrepujar esses inconvenientes, desde 1972 esta equipe
vem empregando a integração
de procedimentos de ortodontia,
periodontia e prótese, incluindo
a tração coronal do(s) dente(s)
envolvido(s), cirurgia periodontal
de harmonização arquitetural do
periodonto marginal e reconstrução protética respeitando as
condições criadas.
Neste mister, o movimento ortodôntico de tração coronal deve
ser rápido quando o comprometimento das distâncias biológicas
ocorre por envolvimento dental e
lento quando ocorre por envolvimento periodontal.
O movimento é rápido quando
se deixa espaço livre disponível
para a movimentação do dente
da ordem de 2,0 a 3,0 mm, não
importando quanto tempo leva
para essa etapa do movimento.
A seguir procede-se a período de
estabilização do dente durante 3
a 5 dias, para que possa ocorrer acomodação das fibras do
ligamento periodontal, seguindose nova etapa de ativação do
movimento livre de 2,0 a 3,0 mm,
acompanhada por novo período
de intermitência de 3 a 5 dias e
assim por diante até completar o
movimento de tração coronal total
previsto. A extensão total necessária de movimento do dente é
calculada em função do nível em
que o envolvimento dental em relação à crista óssea comprometeu
as distâncias biológicas. Assim,
para mais fácil compreensão,
se houver fratura dental 3 mm
apicalmente à crista óssea, devese movimentar o dente 3 mm em
direção coronal até atingir a crista
óssea e em seguida mais 2 a 3
mm para permitir a exteriorização
de superfície dental saudável no
ambiente supra-alveolar para a
reconstrução da área de inserção
conjuntiva (1,0 a 1,5 mm) e do
epitélio juncional (1,0 a 1,5 mm).
Se a fratura dental ocorreu 0,5
mm coronalmente à crista óssea,
já se tem 0,5 mm de estrutura
dental saudável disponível supraalveolarmente, de modo que com
o movimento de 1,5 a 2,5 mm terse-á a extensão total de estrutura
dental saudável para a reconstrução daquelas distâncias. Isto
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a movimentação do dente da
ordem de 0,5 a 1,0 mm, não importando quanto tempo leva para
essa etapa do movimento, a qual
evidentemente se processará em
menos tempo que no caso anterior, porém com o mesmo ritmo de
velocidade. Entretanto o período
de estabilização dental intermediário deve ser de 8 a 12 dias,
e em casos críticos até 15 dias,
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Figura 1 – Tratamento integrado de ortodontia/periodontia/prótese
para solucionar a falta dos dentes 12, 21 e 22, estando o 11 com bolsa
periodontal de 5,0 mm na região vestibular e tendo vitalidade pulpar.
O movimento ortodôntico planejado foi o de tração coronal lenta, numa
extensão de 3,0 mm.
Fig. 1- A: Vista clínica da região anterior, na qual se observa a identificação da bolsa periodontal na vestibular do 11.
Fig. 1- B: A imagem radiográfica permite observar que a perda óssea
horizontal envolve, também, as áreas proximais, porém em pequena
magnitude.
Fig. 1- C: A tração coronal foi executada mediante a colocação de uma
placa de mordida, confeccionada com resina acrílica de rápida polimerização diretamente na boca do paciente na mesma sessão em que se colocaram os pinos de ancoragem na vestibular e palatina da coroa provisória
também em resina de rápida polimerização. Observar que o dente 11 foi
preparado para coroa total, ficando protegido por uma coroa provisória
de resina., Dentes de estoque foram fixados à placa de mordida para
dissimular a falta dos mesmos na área. Observar a área de assentamento
do11 na parte plana da placa após a movimentação do dente e o alívio
dado às faces proximais para que os contatos proximais não interferissem
no movimento do dente. Pode-se, ainda, identificar o posicionamento do
para que o estímulo de tração
óssea gerado pelas fibras do ligamento periodontal, em especial as
cresto-dentais, horizontais, apicais
e inter-radiculares, e em casos
de extensões maiores também as
oblíquas, possa ser transmitido
às estruturas do periodonto de
sustentação, gerando atividade
procriativa de aposição óssea nas
áreas correspondentes. Decorrido
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posto, deve-se programar período
de 4 meses de estabilização da
posição dental alcançada, para
reconstrução e maturação dos
tecidos periodontais de suporte
envolvidos em grau compatível
com a perpetuação da nova posição dental, evitando-se o relapso
ortodôntico.
O movimento é lento quando se
deixa espaço livre disponível para
elástico ortodôntico acompanhando o longo eixo do dente.
Fig. 1- D: Caracterização clínica após 4 meses, ilustrando que houve redução de 3,0 mm na profundidade da bolsa periodontal. Notar que o dente
foi repreparado até o nível da margem gengival.
Fig. 1- E: Vista clínica do campo cirúrgico exposto por retalho dividido
vestibular e gengivectomia interna palatina, ilustrando a reconstrução da
arquitetura óssea marginal propiciada pela osteotomia. Por se tratar de um
dente isolado, a osteotomia tornou-se necessária para aumentar a coroa
clínica do dente, favorecendo a retenção friccional da coroa protética.
Fig. 1- F: Ilustração do fechamento do campo cirúrgico por posicionamento
apical do retalho dividido, suturado de modo que a margem do retalho
cobrisse cerca de 2,0 mm da superfície radicular saudável. Esta normativa
fornece subsídios para que a reformação do sulco gengival possa se concretizar em menor intervalo de tempo, favorecendo o término do trabalho
protético em tempo hábil, ao redor de 3 meses.
Fig. 1- G: Vista vestibular do caso completado 1 ano após a reconstrução
protética, ilustrando a eliminação total da bolsa periodontal, sem que se
tivesse criado a situação insustentável do efeito antiestético da eliminação
cirúrgica da bolsa periodontal e criando, assim, as condições fundamentais
para possibilitar a eficácia dos procedimentos de higiene bucal e preservação da saúde periodontal em longo prazo, sem a necessidade de terapia
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passo-a-passo
o período de intermitência, procede-se a nova movimentação dental
na mesma extensão, seguido por
outro período de intermitência e
assim por diante até a realização
do movimento dental total programado para o caso. Este cálculo é
feito considerando a reconstrução
de sulco gengival clínico saudável
de 2,0 mm no caso de bolsas
periodontais, de modo que da
profundidade total da bolsa periodontal deve-se subtrair 2,0 mm
para se ter a extensão total do movimento necessário. No caso de
recessões gengivais o movimento
total é calculado com base no desnível entre a margem gengival do
dente envolvido e as dos dentes
adjacentes. Desse modo é fácil
perceber que o movimento dental
total levará tempo maior para se
processar, razão da classificação
em rápido e lento. Após a movimentação lenta também se segue
período de estabilização do dente
por 4 meses para perpetuação da
posição dental.
A estabilização do movimento
dental foi calibrada para 4 meses
porque nos primeiros casos tratados por esta técnica encontrou-se
relapso ortodôntico em períodos
de até 3 meses, o mesmo não
ocorrendo após 4 meses. Destaque-se que a técnica foi desenvolvida por Passanezi* (1973),
tendo subsidiado a publicação
de uma nota prévia na Revista
Estomatologia&Cultura em 1974
e do trabalho de dissertação de
Mestrado de Neder* em 1997,
este versando sobre as implicações clínicas e biológicas da
tração coronal após 23 anos de
estudo retrospectivo e abordando
mais detalhadamente os diferentes
envolvimentos da tração coronal
ortodôntica de dentes.
Durante o período de estudo
realizado até os dias atuais, não
se encontrou nenhum caso de
reabsorção dental detectável,
provavelmente porque, independentemente do tipo de movimento,
não se produz pressão lateral
do dente contra as paredes do
alvéolo, antes o movimentando coronalmente no eixo longitudinal e
na direção natural de erupção dos
dentes. Por outro lado, o estímulo
de tração transmitido ao osso
induz aposição óssea em todas as
paredes do alvéolo, de modo que
não gera perda do periodonto de
sustentação atual, nem exposição
de furcações, podendo, assim, ser
indicado para quaisquer dentes.
Aspecto interessante é que não
parece haver necessidade de
aposição de novo cemento, uma
vez que as fibras do ligamento
gengival e do periodontal acompanham o movimento dental.
Além disso, à medida que o
dente é movimentado em direção coronal, a margem gengival
acompanha o movimento sob
influência do movimento coronal
da área de inserção conjuntiva,
enquanto a união mucogengival,
estando, assentada sobre a face
óssea externa correspondente,
permanece estável, de modo que
se produz aumento da zona de
gengiva ceratinizada. Essa é a
base biológica pela qual a tração
coronal ortodôntica dos dentes
pode ser indicada para tratamento de recessões gengivais, com
a vantagem de que a deiscência óssea correspondente será
eliminada, ganhar-se-á gengiva
ceratinizada e o dente perderá
proeminência no arco dental, de
modo que o resultado corrigirá
fatores importantes no desenvolvimento da recessão gengival
original, propiciando condições
para melhor prevenção de recidi-
vas. O maior inconveniente está
no fato de que os dentes tracionados requerem, como via de regra,
desgaste oclusal/incisal para
restabelecimento do plano oclusal,
com o que surge a necessidade
de procedimentos restauradores
reconstrutivos principalmente e
usualmente de natureza protética.
De modo geral, enquanto no
movimento rápido a proposta é
que o dente saia do alvéolo até
reconstruir a fração de superfície
dental saudável para a reconstrução das distâncias biológicas,
no movimento lento almeja-se
que o periodonto de sustentação
seja reformado acompanhando o
movimento, porém com redução
da profundidade de exploração
da bolsa, significando que gradualmente o ambiente da bolsa
vai se tornando supragengival.
Este fato é relevante porque não
haverá necessidade de se ter que
produzir regeneração periodontal
na área da superfície radicular
exposta aos contaminantes da bolsa periodontal. Essas implicações
relacionam-se à possibilidade de
se realizar a fibrotomia marginal
apenas nos casos do movimento
rápido. Entretanto, esta proposta
parece inviável não só pelo fato
de que o comprometimento dental
não é usualmente uniforme na
volta toda do dente, como também por parecer impossível que
mesmo operadores hábeis possam
realizar corretamente a incisão
das fibras alveolares do ligamento
periodontal, que são as indutoras
do estímulo para neoformação óssea. Além disso, em trabalho não
publicado, propôs que os fibroblastos produzem a fibra colágena em 24 h durante o movimento
ortodôntico. Assim, a necessidade
de fibrotomia praticamente seria
diária, seguramente inaceitável
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periodontal de assistência profissional em períodos tão amiúdes quanto se
tem proposto. A racionalização é que a tração coronal dos dentes, aliada à
correção cirúrgica periodontal, favorecem a “exteriorização” do ambiente
radicular subgengival da bolsa periodontal, de modo que se eliminam os
inconvenientes de inacessibilidade às áreas radiculares alteradas pelos
componentes dessas bolsas.
Fig. 1- H: Imagem radiográfica no período de 1 ano pós-operatório,
podendo-se identificar o restabelecimento das características normais do
periodonto de sustentação. Observe a imagem radiográfica compatível com
a preservação da vitalidade do 11, indicando que o tratamento endodôntico radical não é obrigatório. A comparação desta imagem com aquela da
Fig. 1- B permite inferir que houve neoformação óssea marginal, deduzida
pela alteração na topografia arquitetural da crista óssea.
Fig. 2 – Paciente com bolsas periodontais supra-ósseas de 7,0 mm de profundidade nas regiões distal do 12 e mesial do 13. Embora o suporte periodontal ainda seja compatível com atividade homeostática do periodonto
de sustentação, a eliminação cirúrgica da bolsa por osteotomia acarretaria
perda significativa do suporte periodontal e resultaria em efeitos antiestéticos inaceitáveis para o paciente. O planejamento delineado foi, então, o
de tração coronal lenta desses dentes, procurando trazer o nível ósseo para
coronal, em posição compatível com a eliminação da bolsa periodontal. A
extensão programada do movimento foi de 5,0 mm.
Fig. 2- A: Exploração da bolsa periodontal na mesial do 13 com sonda cuja
marcação de 7,0 mm foi codificada na cor verde; a mesma profundidade
foi evidenciada em distal do 12, enquanto nas demais áreas de ambos os
dentes a profundidade de exploração do sulco gengival estava normal.
Observe o nível da margem gengival desses dentes em relação ao 11.
Fig. 2- B: Imagem radiográfica da área proximal entre o 13 e 12, ilustrando
a existência de suporte periodontal remanescente adequado a despeito da
perda óssea horizontal.
Fig. 2- C: Ilustração clínica da aparatologia empregada para a tração
coronal lenta dos 13 e 12, usando placa de mordida de resina acrílica
autopolimerizável confeccionada na boca do paciente. Previamente foram
colocadas coroas provisórias em resina nos dentes, adicionando-se dois
pinos de retenção em resina no centro das regiões cervicais vestibular e
palatina. Em cada etapa do movimento ativo foi deixado vão livre de 1,0
mm entre as faces incisais das coroas e a placa de mordida. Nesta também
se incluiu dois sulcos oclusais, um na direção de cada dente, de modo a
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permitir que os elásticos ortodônticos ficassem alinhados com o longo eixo
dos dentes correspondentes.
Fig. 2- D: Caracterização clínica de eventos biológicos produzidos pelo
movimento ortodôntico, destacando-se a movimentação coronal da margem
gengival do 13 e 12, como se identifica pela comparação com o nível da
margem gengival do 11; com a estabilidade da união mucogengival esse
evento resultou em aumento da zona de gengiva ceratinizada.
Fig. 2- E: Apresentação dos resultados clínicos 2 meses após a realização
da cirurgia periodontal para harmonização da arquitetura periodontal
marginal, tendo resultado em eliminação total das bolsas periodontais sem
praticamente produzir aumento das coroas clínicas visíveis.
Fig. 2- F e G: Ilustração clínica da preservação dos resultados no período
de controle de 8 anos pós operatórios, destacando-se a ausência de
bolsas periodontais na mesial do 13 e distal do 12. Destaque-se que a
terapia periodontal de assistência profissional foi esquematizada para 1
controle anual.
Fig. 2- H: Imagens radiográficas da mesma área com 2 exposições em
ângulos horizontais diferentes, um centralizado para o espaço interproximal
entre 13 e 12 (lado esquerdo das imagens) e outro para o espaço entre 12
e 11 (lado direito das imagens). Observe a preservação da integridade da
crista óssea após 8 anos de completado o tratamento. Saliente-se que os
dentes foram repreparados levando os términos cervicais para cerca de 0,5
mm na área intra-sulcular.
Fig. 3 – Comprometimento das distâncias biológicas por envolvimento
dental gerado por reabsorção radicular externa nas regiões mesial e distal
do 11, após 4 episódios de clareamento dental. A reabsorção radicular
estendeu-se intra-alveolarmente 2,0 mm além do nível da crista óssea,
programando-se a tração coronal rápida de 5,0 mm, estando o dente com
tratamento endodôntico radical.
Fig. 3- A: Imagem radiográfica exibindo a reabsorção radicular externa do
11, chamando a atenção o nível intra-alveolar do comprometimento das
distâncias biológicas, tanto por mesial como por distal da raiz. Observe a
forma cônica da raiz, favorecendo o movimento rápido do dente.
Fig. 3- B: Resultado clínico após 21 dias, quando se procedeu à contenção
do 11 por fixação ao 12 e 21 por meio de fio de aço e resina fotopolimerizável. O movimento total foi feito em uma etapa inicial de 2,0 mm, seguida
por 5 dias de estabilização e mais 3,0 mm de movimento, findo o qual
imediatamente o dente foi contido. Observe que, a despeito da rapidez
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passo-a-passo
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da tração dental, a margem gengival acompanhou o movimento, tendo
resultado em aumento considerável da zona de gengiva ceratinizada, pois
a união mucogengival permaneceu estável. Um dos inconvenientes gerado
é que aumenta a profundidade dos sulcos gengivais dos dentes vizinhos.
Fig. 3- C: Caracterização radiográfica da tração coronal do 11, sendo
destacável a exteriorização das áreas de reabsorção radicular no ambiente
supra-alveolar em extensão suficiente para expor a fração de superfície
dental saudável necessária à reconstrução das áreas do epitélio juncional
e inserção conjuntiva gengival. A comparação com a imagem radiográfica
inicial evidencia claramente a neorformação óssea produzida em 21 dias,
principalmente pela obliqüidade reversa para coronal que se produziu
na crista óssea mesial do 11. O resultado parece indicar que, uma vez
extruído o dente em extensão adequada para a reconstrução das distâncias
biológicas, o prosseguimento do movimento resulta em movimento conjunto
de todo periodonto de proteção e sustentação.
Fig. 3- D: Vista clínica frontal do campo cirúrgico, no qual se pode destacar
que o nível da crista óssea do 11 encontra-se coronalmente situado em relação ao do 12 e 21, certamente em função de aposição óssea produzida
pelo movimento.
Fig. 3- E: Ilustração clínica da reabsorção radicular na distal do 11, mostrando, nitidamente, que o dente saiu do alvéolo conforme programado.
Fig. 3- F: Mesma característica da ilustração da figura anterior para a
região mesial da raiz do 11, sendo possível observar a obliqüidade coronal
da crista óssea, reversamente à obliqüidade apical mostrada na imagem
radiográfica inicial.
Fig. 3- G: Evidenciação clínica da topografia óssea marginal produzida
pela osteotomia, pela qual nivelou-se a crista óssea do 11 com as do 12 e
21 e eliminou-se a obliqüidade das cristas ósseas interproximais.
Fig. 3- H: Ilustração clínica da desmineralização da raiz com ácido fosfó-
para o paciente. Talvez por essas
razões, em alguns casos tratados
por esta equipe evidenciou-se
aposição óssea marginal quando os procedimentos cirúrgicos
periodontais indicados foram
realizados antes de se completar
o período de estabilização dental
para perpetuação da nova posição. Portanto, a fibrotomia ainda
requer maior elucidação.
A aparatologia empregada
para processar o movimento
rico aplicado por 3 min em toda volta do dente, visando diminuir os riscos
de ancilose e/ou reabsorção e produzir aumento da cementogênese. Este
procedimento somente foi realizado em função de tratar-se de reabsorção
radicular em curso, não sendo necessário em outros casos.
Fig. 3- I: Identificação do posicionamento apical do retalho vestibular suturado. Observe o nível da margem suturada do retalho na região do 11 em
relação aos demais dentes.
Fig. 3- J: Caracterização clínica no pós operatório de 3 anos, ilustrando a reconstrução estética produzida no paciente pela conjugação
dos tratamentos ortodôntico, periodontal e protético. É de se destacar
que, a despeito de ter reduzido as dimensões da raiz ao nível da
crista óssea, ainda assim foi possível se obter harmonia estética pela
reconstrução de contorno corretivo da coroa metalocerâmica do 11. A
localização intra-sulcular dos términos cervicais das coroas colocadas
no 11 e 21 não gerou quaisquer alterações inflamatórias gengivais,
ilustrando que a extensão intra-sulcular das margens cervicais não
é fator de agressividade, desde que sejam respeitadas as distâncias
biológicas sagradas, trabalhando-se, essencialmente, na área do
sulco gengival, que se trata de meio externo do organismo humano e
portanto é manuseável clinicamente. Observe como houve crescimento
coronal da margem gengival do 11 durante o processo de cura da
ferida cirúrgica, indicando que, independentemente do nível de sutura
do retalho, a codificação genética periodontal produz recomposição
da área de inserção conjuntiva e do epitélio juncional, que fazem parte
do meio interno do organismo.
Fig. 3- K: Imagem radiográfica no pós operatório de 3 anos, na qual
se pode constatar a preservação da integridade alcançada do periodonto de sustentação, compatível com a manifestação da homeostasia
periodontal marginal.
ortodôntico pode ser essencialmente a mesma, empregando-se
aparelhos ortodônticos fixos ou
móveis, desde que se respeite às
metodologias propostas para os
2 tipos de movimentos. Entretanto, esta equipe tem preferencialmente usado placas de mordida, que permitem controlar de
maneira mais segura a extensão
do movimento realizado nas
diferentes etapas e permitem que
o paciente controle o movimento
procedendo à troca dos elásticos
ortodônticos dia sim dia não,
até que o dente toque a placa
de mordida. Neste momento
o paciente comunica o profissional do sucedido e pode-se,
então, programar nova etapa do
movimento. Além disso, a placa
de mordida distribui a força por
todos os dentes e os estabiliza, de
modo que o único dente a experimentar força é o que está sendo
tracionado. Ainda mais, esta força
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é exata e unicamente a que acompanha o longo eixo do dente.
A placa de mordida deve ser confeccionada de maneira a recobrir
cerca de 1 a 2 mm das superfícies
livres (vestibular e lingual), conferindo-lhe retenção e estabilidade.
A espessura oclusal deve ser
suficiente para não sofrer fratura
fácil, porém sem aumentar grandemente a dimensão vertical de
oclusão. No(s) dente(s) a ser(em)
extruído(s) deve-se eliminar as
extensões vestibular e lingual, deixando-a com as inclinações próprias da(s) superfície(s) oclusal(is)
do(s) dente(s) interessado(s).
Posto que os pacientes têm que
permanecer o tempo todo com a
placa, as suas superfícies oclusais
devem ser funcionais e por isso
procede-se ao ajuste oclusal da
placa na boca dos pacientes,
preferentemente estabelecendo o
padrão de oclusão mutuamente
protegido. Nas áreas oclusais em
que possam ocorrer contatos dos
dentes antagonistas com o elástico
ortodôntico, prepara-se uma canaleta vestíbulo-lingual na superfície
oclusal da placa, para alojamento
do fio. A(s) superfície(s) oclusal(is)
do(s) dente(s) interessado(s) é(são)
desgastada(s) de modo a deixar
vão livre com a placa de acordo
com o tipo de movimento a ser
realizado. Finalmente, procede-se
ao polimento final da placa.
Para dar ancoragem ao elástico
ortodôntico no dente, pode-se confeccionar 2 pinos de retenção na
região cervical central das faces
vestibular e lingual de cada dente
envolvido, usando resina fotopolimerizável e curvando a extremidade do pino para apical, de modo
que a extremidade do pino não
cause desconforto ao paciente.
O posicionamento do pino junto
à margem gengival deve ser de
tal ordem que permita manter o
elástico esticado quando passar
de vestibular para lingual pela
superfície oclusal da placa. Não
há grande preocupação quanto
à resistência elástica do material
porque forças da ordem de 30 g
são suficientes para movimentar
o dente, mesmo porque apenas a
própria força de erupção é suficiente para produzir a extrusão de
dentes sem antagonistas, de modo
que forças de pequena magnitude
serão efetivas para a extrusão
ortodôntica programada.
Uma vez que o(s) dente(s)
tenha(m) alcançado a(s)
posição(ões) desejada(s),
procede-se à(s) sua(s)
estabilização(ões) por 4 meses,
por um meio qualquer de esplintagem de dentes. Esta estabilização é mantida por 4 meses, tomando-se o cuidado de controlar
o caso radiograficamente a cada
mês. Após o período de estabilização devem estar restabelecidas
a largura do espaço do ligamento periodontal e a integridade e
espessura da lâmina dura do(s)
dente(s) interessado(s).
O passo seguinte é restabelecer
as características periodontais
anatômicas arquiteturais do(s)
dente(s) interessado(s) em relação
aos seus vizinhos, de modo a
reconstituir as distâncias biológicas que traduzam a formação de
sulco gengival raso, compatível
com a homeostasia periodontal
marginal e com a realização de
higiene bucal efetiva. O procedimento cirúrgico de rotina para
essas correções envolve a realização de retalho dividido vestibular
e gengivectomia interna por
lingual, de modo a propiciar
acesso para a execução da
osteotomia, seguida por sutura
com posicionamento apical do
retalho vestibular. Por lingual, a
própria realização de gengivectomia interna posiciona a margem
do retalho mais apicalmente em
relação ao nível original.
Após a formação do sulco gengival definitivo, os dentes são preparados ou repreparados com os
términos cervicais não excedendo
cerca de 0,5 mm de extensão na
área intrasulcular, sendo, então,
reconstruídos proteticamente.
As aplicações desses princípios
e metodologias podem ser vistas
nas imagens dos casos clínicos
apresentadas nesta matéria.
C.D.
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comunidades
As associações
abrem a boca
Esta seção está aberta a informações e comunicados das entidades
representantes dos profissionais de Odontologia
Gostaria de convidar todos os colegas, em nome do Departamento de Periodontia
da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas (APCD), para participar do nosso
1º Congresso Internacional de Periodontia da APCD, que será realizado na
cidade de São Paulo, no Espaço APCD, nos dias 4, 5 e 6 de outubro de 2007.
Os dirigentes do Congresso, assim como os integrantes do Departamento
de Congressos e Feiras da APCD, estão entusiasmadíssimos com a
realização deste primeiro evento internacional de periodontia, que fará
parte da cronologia dos grandes congressos oferecidos a cada dois anos. Todos os esforços estão sendo
feitos para criar uma grande atmostera periodontal e de áreas afins. Pretendemos fazer deste um evento
que marcará a comunidade científica brasileira. Convidamos alguns dos maiores expoentes nas áreas
de periodontia, implantodontia, prevenção e promoção da saúde bucal. O congresso abordará os temas
mais discutidos na periodontologia atual, tais como Medicina Periodontal, Cirurgias Plásticas Periodontais,
Cirurgias Plásticas Periimplantares, Implantes de Biomateriais, Implantes Dentários, Prevenção e Promoção
da Saúde, Periodontia em Saúde Pública, Perio-Prótese, Endo-Perio, Novas Tecnologias etc. Durante o evento
serão ministradas apresentações ao estilo “up to date of opinion leadership” ou seja, traremos o Top of the
Top em relação aos assuntos atuais escolhidos pelos nossos ministradores e pela comissão científica embasada
nos pedidos e nas sugestões dos colegas da área. São Paulo talvez nunca tenha visto um congresso
assim: cada curso terá 45 minutos, com outros 15 minutos para perguntas e esclarecimento das dúvidas
suscitadas. Teremos, ainda, seminários de 4 horas com a participação de, no mínimo, oito palestrantes, que
responderão e discutirão temas polêmicos. A intenção é tentar, através da discussão, racionalizar e reduzir
as dúvidas de todos. Apresentaremos, também, três cursos nobres de eméritos professores do exterior sobre
os principais temas da atualidade em periodontia: Medicina Periodontal, Cirurgias Plásticas Periodontais
– Procedimentos Estéticos Avançados em Periodontia e Implantologia Oral, com o Professor PhD Marco
Cueva, professor brasileiro no Texas (EUA); e efeitos do Tratamento da Doença Periodontal na redução dos
riscos cardiovasculares, com o Prof. Dr. Nestor Lopez (Chile).
Temos certeza de que este será o maior evento de Periodontia já realizado em São Paulo e estamos
muito motivados pela oportunidade de realizar um congresso com desenho
novo. Durante o evento, homenagearemos o Prof. Dr. Roberto Sarian, que muito
vem contribuindo com a Periodontia nestes últimos anos e que nos orgulha
por ter aceitado o convite da homenagem. Espero que esta prévia lhe dê uma
idéia dos momentos gostosos e proveitosos que desfrutaremos neste nosso
1º Congresso Internacional de Periodontia da APCD, que será uma grande
oportunidade de entrosamento e harmonização profissional. Não deixe sua
inscrição para a última hora.
Prof. Dr. Eduardo Saba-Chujfi
Presidente do CIPE
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PoR Bill agRa
PARCERIA
PERFEITA
EM PÉ - rodrigo Alfieri, ricardo Grego,
Prof. Dr. Wilson Sallum, Prof. Dr. Cassiano
K. rösing, fernanda Syuffi, Prof. Dr. Arthur
Belém Novaes Júnior, Prof. Dr. Eduardo
Saba-Chujfi, Prof. Dr. Euloir Passanezi,
Prof. Dr. roberto fraga Moreira Lotufo,
Dr. flavio Namur
SENTADAS - Ceci Moresco, Profª Drª
Maria Christina Brunetti, Profª Drª Magda
feres, Drª Patricia Scolletta
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fotos: divulgacão
O Top to Top é um programa de relacionamento entre a Colgate e os
principais líderes de opinião da Odontologia brasileira. No dia 21 de
junho estiveram reunidos em São Paulo para discussão da elaboração do
“Compendium sobre Medicina Periodontal: Estado Atual e Prática Clínica” e
do “Guia Prático de Hipersensibilidade Dentinária para o Clínico Geral”, os quais
serão lançados no Congresso Internacional de Periodontia da APCD (Cipe).
Estiveram presentes nesse evento
os seguintes profissionais:
• Prof.Dr.Antônio Wilson Sallum
• Prof.Dr.Eduardo Saba-Chujfi
• Prof.Dr.Roberto Fraga Moreira Lotufo
• Prof.Dra.Magda Feres
• Prof.Dr.Norberto Francisco Lubiana
• Prof.Dra Maria Christina Brunetti
• Prof.Dr.Arthur Belém Novaes Júnior
• Prof.Dr.Euloir Passanezi
• Prof.Dr.Maurício Araújo (*)
• Prof.Dr. Cassiano K. Rösing
O evento e a opinião
dos participantes
A doença periodontal é muito
mais nociva do que muitos
dentistas imaginam. Além
de se tratar de um processo infecto-inflamatório que
acomete os tecidos de suporte
(gengiva) e sustentação (cemento, ligamento periodontal
e osso) dos dentes, ela ainda
pode ser um fator de risco
para a doença sistêmica.
Casos não diagnosticados e
tratados precocemente podem levar a sérios problemas
cardíacos, pulmonares e até
afetar o feto durante a gestação. Buscando conscientizar e
atualizar os dentistas, a Colgate está patrocinando uma
publicação específica sobre o
tema, que irá circular gratuitamente durante o Congresso
Internacional de Periodontia,
a ser realizado entre 4 e 6 de
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top to top
outubro, na sede da APCDSP (Associação Paulista dos
Cirurgiões Dentistas).
Para a Prof. Dra. Magda Feres, pesquisadora e professora de periodontia da Universidade Guarulhos, a iniciativa
da Colgate é muito importante para ajudar na prevenção
e no tratamento rápido da
doença. “Este assunto é muito
discutido no meio acadêmico, mas nem sempre atinge
a prática clínica”, alerta
Magda. Tudo o que empresas como a Colgate puderem
fazer para encurtar o caminho do conhecimento entre a
universidade e o mercado é
muito bem-vindo. Afinal, nem
A iniciativa é
muito importante
para ajudar na
prevenção e no
tratamento rápido
da doença
todos os dentistas têm acesso
freqüente a revistas e estudos
internacionais.
A doença periodontal e seus
riscos à saúde foram abordados no início do século
passado. Naquele tempo, já
se suspeitava que a cavidade oral poderia ser um
foco para outras doenças
sistêmicas. Com o passar do
tempo e a falta de pesquisas avançadas, o tema caiu
no esquecimento. O mundo
vivia sem conhecimento até
que, no final da década de
80, o assunto voltou à tona.
O retorno, entretanto, trouxe
uma dura realidade à rotina
dos consultórios. É sabido
que, em estado avançado,
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a doença periodontal pode
prejudicar o coração, o pulmão e acarretar em problemas durante a gravidez. E
o pior: todo o problema tem
início com a falta de uma
boa escovação dos dentes,
com o hábito de fumar e
com o esquecimento de visitar regularmente o dentista.
Gengivite não tratada pode
resultar em doença periodontal e, conseqüentemente,
na doença sistêmica.
A Prof. Dra. Maria Christina Bunetti, que trabalha no
departamento de obstetrícia
da Universidade Federal de
São Paulo (ex-Escola Paulista
de Medicina), explica que as
mulheres que já sofrem de
doença periodontal podem ter
um agravamento do problema
durante a gestação. A tendência das grávidas é vivenciar um maior sangramento
gengival. Isso sem falar no
risco aumentado de dar à luz
prematuramente. Para evitar
um agravamento da situação,
ela recomenda o controle
da placa e da escovação a
partir do segundo trimestre
de gestação. “A credibilidade
e a preocupação da Colgate
com o tema vai ajudar a promover a saúde entre a classe
de dentistas e a população”,
aposta Maria Christina.
O Prof. Dr. Norberto Franciso
Lubiana, presidente da Associação Brasileira de Odontologia (ABO Nacional), diz
que a iniciativa é bastante
positiva, a ponto de ajudar a
Para todos os
especialistas, já
estava na hora
de inserir o tema
saúde bucal na
saúde total
disseminar temas importantes da saúde bucal entre a
comunidade de dentistas. Ele
acredita que o resultado será
uma maior conscientização
dos dentistas que, conseqüentemente, poderão repassar
a informação à população.
“As pessoas só procuram se
cuidar quando sentem dor
ou têm consciência do problema”, adverte Lubiana,
que defende a prevenção da
doença periodontal.
Com o patrocínio desta publicação, o Prof. Dr. Roberto
Lotufo, acredita que a Colgate
vai ajudar a aproximar a
comunidade de um tema importante, com uma linguagem
mais acessível e clara. “Há
pontos importantes a serem
informados e esclarecidos ao
dentista e esta iniciativa vai
colocar a saúde sistêmica na
pauta dos consultórios”, acredita Lotufo. Para o especialista, estava mais do que na
hora de inserir o tema saúde
bucal na saúde total.
Por conta desta necessidade,
o Prof. Dr.Cassiano K. Rosing
diz que a revista vai tratar
diretamente do impacto da
doença periodontal na saúde. “Ela vai falar do indivíduo e de como hábitos errados e outros acontecimentos
da vida afetam as gengivas e
resultam na doença”, explica
Cassiano.
C.D.
* O Prof. Dr. Maurício Araújo é coautor do Compendium, porém não
pôde estar presente no evento.
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água na boca
temperados
SABOR E SAÚDE BEM
FOTOS DIVULGAÇÃO
POR IVONE SANTOS
Agradar paladares não é a única
(embora nobre) missão das delicadas ervas
e especiarias na arte gastronômica.
Temperos corriqueiros, usados na cozinha
nossa de cada dia, se revelam surpreendentes
aliados da boa saúde, com reconhecidos
benefícios sobre órgãos, funções e processos
do nosso corpo. Quer provar?
A
A riqueza de sabores, temperos, gostos e aromas sempre
foi característica do nosso País.
Com os europeus, chegaram
até nós as especiarias, que, no
distante século 15, eram valiosa
e cobiçada moeda. Muitas aqui
se aclimataram e, adotadas junto à variedade advinda da terra
e da floresta nativas, passaram
a compor um universo de condimentos cuja diversidade não
se encontra em outra parte. Da
mesma forma, nossa variedade
de pimentas e que tais ganhou
o mundo em saboroso intercâmbio. Enquanto recebemos
pimenta-do-reino, cravo, canela, noz-moscada e ervas mediterrâneas, o lado de lá ganhou
pimenta-cumarim, pimenta-decheiro, dedo-de-moça, murupi,
pimenta-rosa, urucum...
Assim o caso das especiarias
se assemelha ao da banana,
do coqueiro, do capim-cidreira, do café. A gente poderia
jurar de pés juntos que são
espécies nativas, tão bem in-
corporadas que foram à nossa
história e cultura. Não são. O
que, convenhamos, hoje não
faz a mínima diferença, desde
que estejam à mão para condimentar as maravilhas típicas
da gastronomia brasileira, de
norte a sul do País.
sAUdáveis desCobertAs
Nos últimos anos, mais e mais
alimentos têm sido redescobertos pela ciência por suas
propriedades terapêuticas e
benefícios que previnem uma
série de problemas de saúde. E
as ervas e especiarias têm destaque nessa lista. O orégano,
por exemplo, quem diria, parece mais essencial a uma boa
pizza do que para combater
bactérias resistentes a antibióticos. Mas é isso o que o óleo de
orégano faz com competência,
segundo estudo apresentado em
congresso da Sociedade Americana de Nutrição, na Flórida.
Na mesma categoria se colocam o manjericão e o alecrim
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que, ao nos proteger com suas
substâncias antioxidantes, combatem os temíveis radicais livres, responsáveis por distúrbios
cardiovasculares e câncer.
O alecrim-do-campo, especificamente, tem grande poder
como preventivo da cárie
dental, segundo conclusão de
pesquisa de doutorado apresentada na Faculdade de Ciências
Farmacêuticas da Universidade
de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto. Componente do preparado própolis verde, o extrato
da planta atua como inibidor da
proliferação da bactéria causadora da cárie em humanos.
Ao achar uma folha de louro
no seu prato de feijoada, sinta-se duplamente contemplado: além do aroma e do sabor
sutil, sua presença garante
que a digestão da gordura
será facilitada. E as pimentas,
que auxiliam na prevenção
de doenças do coração e no
tratamento da obesidade, com
o aval de pesquisadores da
universidade inglesa Sussex,
se comprovaram atuantes contra dores de cabeça, dente e
garganta quando consumidas
frescas; felizmente, há variedades pouco picantes, mais
suportáveis que tais dores.
De modo geral, ervas e especiarias estimulam a produção
de enzimas e, assim, facilitam
a absorção de nutrientes, auxiliando o processo da digestão.
Por isso, entram no rol dos alimentos adequados a uma dieta
balanceada, que, entre inúmeros efeitos benéficos, reflete
diretamente na manutenção de
dentes e gengivas saudáveis,
resistentes a infecções.
Confira as propriedades terapêuticas e medicinais de outros
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água na boca
co do cheiro verde (junto com
a salsa), indispensável em
saladas, sanduíches, sopas,
omeletes. Combina com manteigas, queijos cremosos, molhos, massas, carnes, peixes
e patês. Usada como toque
final na decoração de pratos.
Na saúde: estimula o apetite
e auxilia a digestão. Atenua
a gripe e as doenças das vias
respiratórias.
condimentos usados na nossa
cozinha e comece a temperar
sua saúde o quanto antes.
Alho
Na cozinha: o curinga que
cabe em toda e qualquer receita, mas com moderação,
para não se sobrepor ao gosto de outros ingredientes. Na
saúde: considerado alimento
funcional, atua sobre a imunidade, melhora a circulação
e purifica o sangue; previne
alguns tipos de câncer, entre
eles o de estômago.
Canela
Na cozinha: usada em doces,
bebidas, caldas, cremes, chocolate e no tempero de carnes. Na
saúde: alivia dores estomacais,
diarréia, calafrios, extremidades
frias, tosse, pressão baixa e
ulcerações da gengiva e da
As especiarias
mucosa da boca. Previne a
estimulam a
osteoporose, atenua sintomas
produção de
da menopausa e controla a
enzimas e ajudam
pressão sangüínea.
Cebolinha
Na cozinha: tempero bási-
na absorção
de nutrientes
Coentro
Na cozinha: em pickles e conservas, sopas, legumes, assados de frango e carne, peixes,
molhos e vinhas d’alho. Na
saúde: ajuda no tratamento da
ansiedade e atua como moderador de apetite.
Cravo-da-índia
Na cozinha: em doces com calda, bebidas, biscoitos, presunto
e aves assadas. Na saúde: tem
efeito estimulante, excitante e
digestivo; alivia sintomas da
menopausa, protege contra
arteriosclerose, diminui os níveis de colesterol. O óleo de
cravo acalma a dor de dente.
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berinjelA CoM sálviA
INGREDIENTES
• 4 Berinjelas
• 1 colher (sopa) de azeite
de oliva
• 2 colheres (sopa) de
manteiga
• 3 tomates médios cortados
em gomos
• 3 colheres (sopa) de vinagre
de maçã
• 3 colheres (sopa) de
azeitonas recheadas de
pimentão
• 10 folhas de sálvia
• 250gr. de mussarela de
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búfala em bolinhas pequenas
• sal a gosto
PREPARAÇÃO
Lave, limpe e corte a berinjela
em cubos médios. Coloque-os
em um escorredor, salpique 2
colheres (chá) de sal e deixe por
20 minutos até perder o líquido.
Em seguida, lave os cubos de
berinjela e seque-os. Aqueça
o azeite e a manteiga em uma
panela, adicione a berinjela
e refogue em fogo baixo,
mexendo de vez em quando
cuidadosamente por mais 7
minutos, ou até murcharem (os
tomates devem ficar inteiros).
Adicione as azeitonas, a sálvia
e o sal ao vinagre. Deixe
descansar por mais 2 minutos.
AO SERVIR
Retire do fogo, distribua o
refogado em uma travessa
e disponha as bolinhas de
mussarela por cima. Se preferir,
salpique pimenta rosa.
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água na boca
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Chá de GenGibre
• 4 cardamomos
INGREDIENTES
• 2 xícaras (chá) de leite
• 1 1/2 xícara (chá) de água
• 2 colheres (chá) de chá preto
• 1 fatia de gengibre
• 2 cravos
• 2 paus de canela
PREPARAÇÃO
Ponha os ingredientes numa
panela alta. Leve ao fogo
baixo e ferva por 15 minutos,
mexendo de vez em quando
para o leite não derramar.
Coe e sirva.
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baixa a febre e auxilia no
tratamento de infecções e cólicas intestinais. Indicada para
amigdalite, faringite, estomatite, gengivite e afta.
Endro
Na cozinha: usado em molhos de
salada com iogurte e vinagrete,
massas, peixes, lombo assado,
patês e no tempero para churrasco. Na saúde: estimulante, depurativo, diurético e antisséptico.
Alivia cólicas, hiperacidez estomacal, soluços, resfriado. O chá
da semente combate a insônia e,
aplicado em compressas, diminui
inflamações dos olhos.
Gengibre
Na cozinha: em molhos e
temperos, biscoitos e bolos e
sucos de frutas. Na saúde: no
tratamento de gripes e resfriados, rouquidão, enjôo, náusea,
cólicas, asma brônquica, amigdalite e halitose. Ajuda a prevenir doenças cardiovasculares
e auxilia no emagrecimento.
Manjericão
Na cozinha: em antepastos,
sopas, pizzas, saladas, omeletes, carnes, peixes, molhos.
Na saúde: sedativo, tônico,
Noz moscada
Na cozinha: em coquetéis,
bebidas com chocolate, sopas
com queijo, canja, bolo de batata, fondue, frango, peixe frito,
molhos agridoces, panquecas,
biscoitos, gemadas e pudins.
Na saúde: considerada afrodisíaca, é utilizada para aliviar
problemas hepáticos.
O gengibre, por
exemplo, é ótimo
no tratamento
de gripes; já a
pimenta é tônica
e estimulante
Pimenta-do-reino
Na cozinha: em suco de tomate, conservas, saladas de
hortaliças e legumes, pasta
de queijo, assados, frango e
molhos, na forma de grãos, pó
ou moída grossa, dependendo
da receita. Na saúde: tônica e
estimulante, atua nas afecções
do estômago e febres. Em gargarejo, com suco de limão, age
contra afecções das amígdalas.
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água na boca
Salsa
Na cozinha: indispensável em
saladas, sopas, molhos, assados e cozidos de carnes e frutos
do mar, refogados e cozidos
no vapor. Usada na finalização
de pratos, salpicada sobre canapés, massas, legumes, omeletes, ovos mexidos, assados e
ensopados. Na saúde: favorece
o equilíbrio hormonal, alivia
os sintomas da bronquite, da
asma, das cólicas menstruais
e da cistite. Mascada, alivia o
mau hálito.
Sálvia
Na cozinha: usada para condimentar carnes gordurosas e
de caça, queijo, molhos para
saladas, patê de fígado, sopa
de tomate e lentilha, omeletes.
Na saúde: o chá é tônico e estimulante da digestão, tem ação
bactericida. Combinada à camomila, é cicatrizante e combate inflamações. Usada também
como calmante e no tratamento
de cáries e enfermidades das
gengivas.
Sempre bom lembrar: as propriedades terapêuticas de ervas
e especiarias não devem ser
confundidas com remédios em
si. Na presença de sintomas
dos problemas mencionados,
a avaliação médica é imprescindível para a medicação e o
tratamento adequados.
C.D.
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10
Panorama
da Cidade
de São
Paulo
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turismo
lugares que você
precisa conhecer
fotos divulgação, andré stefano
POR Valter Marin de Camargo
O título é uma referência ao livro de Patrícia Schultz (Editora
Sextante), que selecionou mil locais em todo o mundo, incluindo as
festas populares. O Brasil marca presença, claro, mas resolvemos,
por nossa conta e risco, sugerir alguns outros points...
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Festival Folclórico
de Parintins (AM)
V
FESTIVAL FOLCLÓRICO DE
PARINTINS (AM)
Vamos começar pelo mais inusitado: uma disputa entre dois
“bois”, um vermelho e outro
azul, que acontece no último
fim de semana de junho, na
ilha de Parintins, próxima à
margem direita do rio Amazonas. Trata-se de um festival
folclórico que reúne 50 mil
turistas a cada ano para
assistir ao duelo entre dois
bois-bumbás, o Caprichoso e
o Garantido.
O festival é a tradicional festa
junina da cidade de Parintins,
sempre nos dias 28, 29 e 30
de junho, exatamente quando
a vida floresce na amazônia.
Considerado o maior espetáculo folclórico do Brasil e a
segunda maior festa popular
do mundo, o evento reúne,
em um único local (o Bumbó-
dromo), toda a beleza plástica do desfile das escolas de
samba cariocas e a alegria
do carnaval de rua baiano.
O Bumbódromo de Parintis,
ou Centro de Convenções
Amazonino Mendes, foi inaugurado em 24 de junho de
1988 e tem o formato estilizado de uma cabeça de boi.
Fica bem no centro da cidade
e tem capacidade para até
35 mil espectadores.
A festa começa no porto,
onde mais de 3.500 barcos
e lanchas, de todos os tamanhos, trazem os turistas brasileiros e do exterior. Durante o
dia, os torcedores vermelhos
e azuis invadem as ruas e os
bares da cidade, exibindo
suas roupas e acessórios para
a festa noturna.
O acesso a Parintins pode
ser feito de avião, com 1h15
de vôo a partir de Manaus,
ou de barco, num trajeto que
dura cerca de 18 horas e
cujos pacotes são vendidos
por diversas agências de turismo, com acomodações em
camarotes ou redes, além de
pensão completa.
SALVADOR (BA)
Cidade de todos os santos e
de todas as festas, a capital
baiana é referência internacional do que de melhor o
Brasil tem a oferecer. Quer
história? Tem, e muita. São
365 igrejas das mais diversas
épocas e um museu a céu
aberto chamado Pelourinho,
tombado pela Unesco como
Patrimônio da Humanidade.
Em suas ruas e vielas, com
programação cultural intensa,
é possível observar centenas
de casarões dos séculos 17 e
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turismo
18 que abrigam museus, templos de candomblé e também
os católicos, como a Igreja
de São Francisco, considerada a obra barroca mais rica
do País.
E comida? Nossa! Não dá
para morrer sem descobrir
o que o tabuleiro da baiana
tem. Suas receitas típicas,
que mesclam com harmonia
ingredientes indígenas, africanos e portugueses, criam
bobós, moquecas, carurus,
acarajés e vatapás, regados
ao melhor azeite-de-dendê.
Primeira capital do Brasil,
Salvador está dividida em
cidade alta e cidade baixa.
Para passar de uma para a
outra, usa-se um dos cartõespostais da cidade: o Elevador
Lacerda. À beira mar, nada
melhor do que explorar as
praias, desde as urbanas
como a do Pontal da Barra,
até as mais afastadas, como
Itapoã, Stella Maris e Flamengo, com direito, no meio do
caminho, ao bairro boêmio
do Rio Vermelho.
E quando se trata de festas, o
calendário começa no dia 25
de novembro, com o Dia da
Baiana, em homenagem às
vendedoras de acarajé. Em 2
de dezembro acontece o Dia
do Samba, no centro histórico
da cidade; depois, durante
Elevador Lacerda,
Salvador (BA)
A capital baiana
é referência
internacional
do que de melhor
o Brasil tem
para oferecer
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Jalapão (TO)
o mês, são consagradas as
três santas católicas: Santa
Bárbara, Nossa Senhora da
Conceição e Santa Luzia. No
dia 1° de janeiro acontece a
procissão de Nosso Senhor
dos Navegantes. Em janeiro
também, exatamente na segunda quinta-feira depois do
Dia de Reis, tem a Lavagem
do Bonfim.
Já o dia 2 de fevereiro abriga
a Festa de Iemanjá, no Rio
Vermelho. E, em seguida, vem
o Carnaval, principal festa
popular de Salvador.
Jalapão (TO)
Localizado no leste do Tocantins, esse magnífico oásis
perdido no meio do cerra-
do é ideal para quem curte
esportes junto à natureza
(radicais ou não). A melhor
maneira de se conhecer o
Jalapão é fazendo um rafting de quatro dias pelo Rio
Novo, que passa por boa
parte da região. Entre suas
inúmeras atrações naturais
estão as cachoeiras da Formiga, do Lajeado, do Brejo da
Cama e da Velha. Não deixe
de se aventurar também pelas
dunas, algumas com até 40
metros de altura. Sem falar na
Gruta de Suçuapara e no Fervedouro, um poço de água
borbulhante – absolutamente
deslumbrantes.
Outras atividades diurnas são
o off-road e o trekking. À noite, a grande atração do lugar
é céu estrelado que cobre o
Jalapão, de tirar o fôlego.
Uma boa maneira
de se conhecer o
Jalapão é fazendo
um rafting de
quatro dias pelo
belo Rio Novo
Ouro Preto (MG)
Tombada como Patrimônio
Histórica, pela Unesco, a cidade é uma obra-prima da arquitetura colonial brasileira. Foi
palco da Inconfidência Mineira e tem como atrações belas
igrejas e museus. A Igreja de
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turismo
São Francisco de Assis é considerada pelos especialistas
como síntese de uma época,
a começar pela portada, uma
jóia de Aleijadinho. À esquerda do espectador, sua ornamentação consiste em um anjo
sustentando uma cruz ornada,
circundada por uma glória,
e à direita, outro anjo, com
os braços estendidos, aponta
para a composição central.
Nessa, dois brasões trazem
as armas franciscanas e as do
reino de Portugal. Ornando
o medalhão superiormente, a
Virgem, de mãos postas. Entre
os brasões e o medalhão vê-se
o braço estigmatizado de São
Francisco e o braço de Cristo.
O conjunto é encimado pela
coroa de espinhos. Os brasões são arrematados por asas
de anjos, flores de girassol e
rosas, atributos de Maria.
Outro destaque é a pintura do
forro em abóbada, de autoria
de Manuel da Costa Athayde,
no qual o artista empregou
duas técnicas: a têmpera para
os elementos de arquitetura
ilusionista e o óleo para o
medalhão central, no qual
está representado o tema da
Glorificação da Virgem. São
também de Athayde as séries
de painéis a óleo que decoram os quatro chanfros da
nave e as paredes da capelamor, assim como as barras de
pintura simulando azulejos,
com episódios alusivos à vida
de Abraão.
Apesar de ter a maior parte
de seu intenso fluxo de turismo focado na arquitetura e
na história, Ouro Preto ostenta também um variado ecossistema em seus arredores,
repleto de cachoeiras, trilhas
e uma grande mata nativa,
protegida com a criação de
Parques Estaduais.
As atividades culturais são
pontos de destaque na cidade,
que todos os anos é sede do
Festival de Inverno de Ouro
Preto e Mariana, do Fórum
das Artes, em julho, e do Fórum das Letras, em novembro.
Centro Histórico de
Ouro Preto (MG)
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Búzios (RJ)
Búzios (RJ)
O local teve origem em uma
pequena aldeia de pescadores, que, no passado, foi
abrigo de piratas franceses
e ponto de tráfico de escravos. Com mais de 20 praias
de beleza incomparável, a
península, que mais parece
uma ilha, é hoje ponto de
encontro sofisticado de turistas e celebridades nacionais
e internacionais – fama que
começou com a visita da atriz
francesa Brigitte Bardot, nos
anos 60, e que se mantém até
hoje como referência para
quem busca belas paisagens,
esportes aquáticos, excelentes
hotéis e restaurantes e uma
noite sempre agitada.
Além das praias, as praças
que decoram a cidade oferecem lazer e tranqüilidade. É
o caso da Santos Dumont, no
centro, que abriga pequenos
eventos nos finais de semana,
como o Projeto Cultural na
Praça, que permanece durante
todo o ano exibindo trabalhos
artesanais da região. Outro
evento importante é o festival
anual de cinema, que reproduz filmes de ótima qualidade
sem cobrança de ingressos.
São Paulo (SP)
São Paulo não é apenas um
centro de negócios; transformou-se, com o passar das
décadas, em importante pólo
turístico, que agrada os mais
distintos desejos, sonhos e paladares. A cidade é, reconhe-
cidamente, a Capital Cultural
da América Latina: são cerca
de 120 teatros que exibem,
atualmente, excelentes espetáculos, como os grandes
musicais da Broadway Miss
Saigon, Peter Pan e My Fair
Lady; além de 71 museus e
11 Centros Culturais.
Boa comida também não falta. A cidade é oficialmente
considerada Capital Mundial da Gastronomia. Pense
em um sabor, uma culinária
específica, um tempero. Tem
de tudo. São Paulo abriga
10 mil restaurantes, com
direito ao aroma dos quatro
cantos do globo: chinês,
português, italiano, espanhol, japonês, tailandês,
vietnamita, mexicano, es-
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turismo
candinavo, crioulo, alemão,
árabe, judaico... Um pouco
do mundo em cada esquina.
Só as pizzarias são mais
de 5 mil, que produzem 40
mil redondas por hora e são
tidas como as melhores do
planeta.
Compras, compras, compras! Que tal dispor de 240
mil estabelecimentos, além
de 70 shoppings centers.
A rua Oscar Freire está
entre as oito mais luxuosas
do mundo, enquanto que
na popular 25 de Março
desfilam diariamente meio
milhão de candidatos a
consumidores. Isso sem
contar o Mercado Municipal, belíssima obra arquitetônica recheada de infinitas
opções para quem busca
qualquer tipo de alimento – seja para levar para
casa seja para comer por
lá mesmo. E ainda existem
parques de generosa área
verde, um pouco da nossa
história no Pátio do Colégio
e no Museu do Ipiranga
e templos para todas as
religiões... enfim, de tudo
para todo mundo. Coisa de
cidade cosmopolita.
São Paulo é
Capital Mundial
da Gastronomia.
Pense num sabor,
num tempero.
Tem de tudo!
Chapada dos
Guimarães (MS)
Considerado como o centro
geodésico (eqüidistante dos
oceanos Atlântico e Pacífico)
da América do Sul, o local
atrai turistas em busca de
aventura, história, cultura e
esoterismo. Um roteiro completo a apenas 70 quilômetros da capital, Cuiabá.
Existem vários passeios que
podem ser feitos por lá,
como o Caminho das Águas,
roteiro de 4 km que passa
pelas principais cachoeiras
do parque nacional. A primeira delas é a famosa Véu
de Noiva, a maior, com 86
metros de queda. Em seguida, uma seqüência de mais
sete cachoeiras do Rio Sete
Vista noturna do
Mercado Municipal (SP)
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Chapada dos
Guimarães (MS)
de Setembro. Outra opção é
o Caminho das Pedras, 8 km
de caminhada por um dos
principais sítios arqueológicos
da Chapada, com inúmeras
atrações, como a Casa de
Pedra, o Jacaré de Pedra, a
Pedra Furada, o Cogumelo de
Pedra e a Mesa do Sacrifício.
E ainda, de brinde, o Morro
de São Jerônimo, mirante com
836 metros de altura.
Uma experiência impressionante também oferece a Cidade de Pedra, com formações
rochosas esculpidas pelo vento e pela chuva que lembram
uma cidade em ruínas.Vale
a pena conhecer também
dois outros tesouros da Chapada: a Caverna Aroe Jari
e a Lagoa Azul. Com 1.400
metros de extensão, a Aroe
Jari tem diversas cachoeiras;
em uma das extremidades
fica a lagoa, piscina natural
de água cristalina. Emoções
não faltam também no Portão
do Inferno, mirante de onde
é possível ver a Cidade de
Pedra e que esconde uma
curiosidade: pare o carro na
subida, antes da curva do
portão, e deixe-o em ponto
morto; inacreditavelmente, ele
O Cristo Redentor
sempre foi um
dos símbolos do
Brasil. E, agora,
virou maravilha
mundial também!
vai subir ao invés de descer!
História e cultura marcam presença na igreja Nossa Senhora
do Sacramento, construída em
1779 por escravos da região,
em estilo barroco e com um
altar pintado de ouro e ainda
conservado. E visite A Salgadeira, antigo caminho de tropeiros
que hoje é um terminal turístico,
com área para camping, restaurante e uma cachoeira. Na
Cidade de Chapada do Guimarães existem várias opções de
bares, restaurantes e danceterias – para curtir a noite.
Corcovado (RJ)
Ele foi eleito como uma das
novas Sete Maravilhas do
Mundo e, imponente, abre
seus braços para proteger
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turismo
Rio de Janeiro Corcovado
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Cataratas do
Iguaçu (PR)
o Rio de Janeiro. O Cristo
Redentor é um dos principais
símbolos do País. No cume
do Corcovado, com seus 710
metros de altura, durante o dia
ele brinda seus privilegiados
visitantes com uma magnífica
vista panorâmica de alguns
dos mais famosos cartões-postais da cidade, como o Pão de
Açúcar, as praias de Copacabana e Ipanema, o Jardim
Botânico, o Jockey Club e a
lagoa Rodrigo de Freitas.
De noite, iluminado, ele reina
absoluto. Um local que já teve
visitantes ilustres, como o Papa
Pio 12, Albert Einstein, o Papa
João Paulo 2º, Michael Jackson
e Diana, a princesa de Gales.
Cataratas
do Iguaçu (PR)
O cenário é exuberante e foi
esculpido há 120 milhões de
anos. Localizadas na fronteira
entre o Brasil e a Argentina,
as cataratas são um conjunto
fantástico de saltos d’água,
que, dependendo da vazão
do rio Iguaçu, variam de 150
metros a 300 metros, com
formato semicircular.
Quem as visita tem a possibilidade de caminhar por
passarelas de 1,5 km de
extensão, construídas na margem brasileira do rio e que
levam os turistas a poucos
metros das quedas d’água.
É impossível não se molhar
(uma bênção, já que o calor
é intenso) e se emocionar
diante da grandiosidade do
espetáculo oferecido pela
natureza. As cataratas fazem
parte do Parque Nacional
do Iguaçu, maior reserva de
floresta pluvial subtropical do
mundo. Mas também vale a
pena passar pelas cataratas
argentinas, com 2,3 kms de
trilhas e ótima infra-estrutura.
Serviço:
Cataratas do Iguaçu
Horário de funcionamento:
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turismo
no verão, às segundas-feiras,
das 13h às 18h, e de terça a
domingo, das 8h às 18h. No
inverno, às segundas-feiras,
das 13h às 17h, e de terça a
domingo, das 8h às 17h.
Informações e reservas:
(45) 521-4400
Site: www.cataratasdo
iguacu.com.br
E-mail: cataratas@cataratas
doiguacu.com.br
Serras Gaúchas (RS)
A Europa marca presença nestas belas serras do Rio Grande
do Sul, onde a paisagem romântica, as agradáveis lareiras
durante o inverno, a beleza
arquitetônica das construções,
a gastronomia generosa, o rico
artesanato e o sotaque que vai
do gaúcho ao italiano e ao
alemão dão o tom.
A região das Serras é constituída pelas cidades de Gramado, Canela, Nova Petrópolis,
Bento Gonçalves, Carlos
Barbosa, Nova Prata e Caxias
do Sul, entre outras. Durante
o inverno, as temperaturas
variam entre 0ºC e 10ºC, e
a ocorrência de nevascas é
freqüente. Além do clima, raro
no Brasil, a região oferece
cânions, cascatas e mata de
araucária. Existem, também,
passeios diversos para serem
aproveitados por lá, como
uma visita ao Mini-Mundo e à
Casa do Papai Noel.
Na cidade de Nova Prata, que
fica bem no meio da mata nativa, há um parque temático, com
fontes que jorram águas termais
numa temperatura de 41°C,
com excelentes propriedades
medicinais e terapêuticas.
C.D.
Serras Gaúchas,
Gramado (RS)
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lazer
POR thiago xavier
um guia para o
trabalho e o lazer
periodontologia
integração e
resultados
Eduardo Saba-Chujfi e Silvio
Antonio dos Santos-Pereira
A obra do 1º Congresso
Internacional de Periodontologia
da APCD, Periodontologia
- Integração e Resultados,
coordenada pelos doutores
Eduardo Saba-Chujfi e Silvio
Antonio dos Santos-Pereira,
trata dos temas mais discutidos
na periodontia atual. Traz
um apanhado que contempla
da medicina periodontal às
cirurgias plásticas periodontais e
periimplantares e da promoção de
saúde e prevenção aos tratamentos
clínicos, apresentando as interrelações das especialidades junto
à periodontia.
A APCD, em parceria com a
Editora Artes Médicas, reuniu,
nesta obra, ilustres autores que
contribuíram com o que há de
mais atual na periodontia e
implantodontia, proporcionando
conhecimento e aprimoramento
técnico-científico aos profissionais
das mais distintas áreas das
especialidades da Odontologia.
O livro tem 328 páginas e mais de
650 ilustrações a cores.
Coordenadores: Eduardo Saba-Chujfi
e Silvio Antonio dos Santos-Pereira
Editora: Editora Artes Médicas
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FOTOS DivULgaÇÃo
livros
o sÉtiMo
uniCÓrnio
a Massai branCa
Meu Caso de aMor CoM
uM guerreiro afriCano
A história de um amor sem
fronteiras que já emocionou
quatro milhões de leitores em
24 países, e se transformou em
filme, chega ao Brasil.
Trata-se da arrebatadora
paixão de uma empresária
suíça, Corinne Hoffmann, que,
ao passar férias no Quênia,
conhece um guerreiro da tribo
massai, com quem vive durante
cinco anos nas mais terríveis e
selvagens condições. Um livro
que fala de amor e heroísmo,
de choque cultural e tolerância.
Tudo com a dose certa de
humor e suspense.
autora: Corinne Hofmann
editora: Geração Editorial /
Ediouro
A história se passa em Paris
e nos arredores de Lyon, sul
da França. Alex Pellier é uma
jovem de 30 anos, curadora
do Museu Nacional da Idade
Média, o Thermes de Cluny.
Especialista em História
da Arte, ela é convidada
a examinar uma extensa
biblioteca, à procura de
manuscritos do século XIII e
antigas tapeçarias. E descobre
que pode existir uma sétima e
desconhecida peça da série
A Dama e o Unicórnio, que
está exposta no museu em que
trabalha. A descoberta leva
Alex a desvendar uma série
de mistérios e reencontrar um
grande amor.
autor: Kelly Jones
editora: Mercuryo / Novo Tempo
o preço da paZ
Nestes tempos em que os
programas de TV, como
Fantástico e Globo Repórter,
e as novelas A Viagem e
Alma Gêmea estão falando
tanto sobre vidas passadas
e espiritualidade, chega às
livrarias o sétimo romance
de Marcelo Cezar (ditado
por Marco Aurélio), que fala
de sonhos, ideais, desejos
e expectativas ilusórias,
que precisam ser obtidos a
qualquer custo, e o preço
que é preciso pagar para,
enfim, encontrar a paz
e o verdadeiro gosto de
viver. Um livro que nos faz
questionar se realmente vale
a pena deixar de lado os
sentimentos verdadeiros e
utilizar meios ilícitos para
obter sucesso.
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