Barém (Bahrein)

Transcrição

Barém (Bahrein)
CONFISSÕES RELIGIOSAS
● Muçulmanos 83.8%
C r i s t ã o s 8 . 9% / C a t ó l i c o s 5 . 5% /
O r t h o d o x 0 . 6 % / P r o t e s t a n t e s 0 . 8%
Anglicanos 0.7% / Outros 1.3%
● Hindus 6.5%
● Outros 0.8%
SUPERFÍCIE
678 Km²
POPULAÇÃO
1,234,571
DESALOJADOS
199
REFUGIADOS---
BARÉM
BARÉM
A Constituição estabelece que o Islão é a religião do Estado e que a sharia é a fonte
da legislação. Embora haja um grau de liberdade religiosa para não muçulmanos, o
proselitismo é desencorajado, as publicações anti-islâmicas são proibidas e, embora não
puníveis por lei, as conversões do Islão a outra religião são muito dificultadas devido à
discriminação social. O Estado também exerce um controlo restrito sobre as actividades
religiosas das comunidades islâmicas xiitas e sunitas, e, embora exista uma maioria xiita,
o poder político está firmemente nas mãos da família real sunita.
Os xiitas, 70% dos 530.000 cidadãos deste pequeno estado, têm-se queixado há
algum tempo de que são alvos de discriminação religiosa e política por parte do Governo.
Afirmam que os círculos eleitorais para o Parlamento são organizados de maneira a
garantir uma maioria sunita, e que os sunitas de outros países foram naturalizados e são
recrutados pelo exército e pela polícia. Os xiitas também protestam contra o facto de o
sector público nomear sobretudo sunitas, especialmente para os ministérios da defesa e
do interior, e sobretudo para as posições de topo, afirmando igualmente que os sunitas
são privilegiados na atribuição de alojamentos e em todas as decisões governamentais.
Em Dezembro de 2010 surgiram confrontos entre a polícia e os habitantes xiitas de
pelo menos duas aldeias (Karranah e Malikiyah) depois de as forças de seguranças terem
retirado várias faixas pretas colocadas para comemorar o mês sagrado de Muharram.
No seguimento da “Primavera Árabe”, a oposição organizou um levantamento popular
a 14 de Fevereiro de 2011 que rapidamente ganhou a aparência de uma revolta xiita.
No final de Fevereiro de 2011, a libertação de vinte e três militantes xiitas e um apelo a
que se chegasse a um acordo, feito por sete grupos da oposição, acalmou ligeiramente
a atmosfera de violência dos dias anteriores. A 26 de Fevereiro, após anos de exílio,
Hassan Mushaimaa regressou a Manama. O líder da oposição xiita foi considerado
demasiado radical para se juntar aos manifestantes. Mushaimaa disse que esperava
que o actual Governo caísse para que as reformas desejadas por toda a maioria xiita do
país pudessem ser implementadas.
Após semanas com manifestantes a ocuparem a Praça Pérola de Manama, o Governo
pediu ajuda militar a outros países do Golfo da Arábia e 1.500 soldados sauditas e 500
soldados dos Emirados Árabes Unidos foram enviados. O Governo do Barém ordenou um
recolher obrigatório em Manama, proibindo todos os protestos. Vinte e quatro pessoas,
entre as quais quatro polícias, foram mortos nos confrontos, o que abalou o país.
Houve várias reacções à destruição de mesquitas xiitas (husseiniya) durante e após
os levantamentos. A 22 de Abril, um líder do movimento al-Wifaq disse ao jornal diário
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BARÉM
as-Safir que a polícia e o exército do Barém tinham usado buldózeres para destruir pelo
menos vinte e sete husseiniyas e cerca de cinquenta edifícios a eles ligados, dos quais
dez se encontravam na aldeia de Nuwaidrat, o local de nascimento do líder xiita Abdul-Wahab Hussain, que foi condenado em Junho a prisão perpétua por um tribunal militar
após ter sido acusado de tentativa de derrube do regime.
Numa declaração conjunta emitida a 18 de Maio, cinco líderes religiosos xiitas do
Barém denunciaram a destruição de mesquitas xiitas como “um grave ataque a locais
sagrados e à liberdade de culto”. Os líderes religiosos exigiram que a comunidade
internacional tomasse medidas contra estas violações. A declaração foi uma resposta
a outra declaração feita pelo Ministério da Justiça na qual se afirmava que estes eram
edifícios “ilegais” construídos sem autorização e não mesquitas. Esta declaração foi
automaticamente rejeitada pelo Gabinete dos Bens Religiosos Xiitas do Barém. “Algumas
destas mesquitas foram construídas há vinte ou trinta anos, enquanto outras datam de há
muitos séculos atrás”, disse o Xeque Ali Salman, um membro da al-Wifaq, acrescentando
que a sua presença era anterior aos regulamentos governamentais sobre autorizações.
Em Dezembro de 2011, os residentes da aldeia de Nuwaidrat, a sul da capital Manama,
começaram a retirar o entulho com o intuito de reconstruírem as suas mesquitas. “Já
estamos a trabalhar para reconstruir as sete mesquitas”, disse um dos residentes à
agência de notícias alemã DPA. “No início da semana a polícia e as autoridades municipais
tentaram dissuadir-nos”, acrescentou.
Em 2011 havia cerca de 750 mesquitas xiitas e 460 mesquitas sunitas no país. Os
fundos do orçamento do Governo alocados para a construção de novas mesquitas
foram divididos entre as duas comunidades. Nos novos centros urbanos, como por
exemplo as vilas de Hamad e Issa, onde a população é mista, as autoridades tendem
a privilegiar os sunitas.
Fontes
The Independent, The Guardian, As-Safir, BBC, Reuters.
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