É só colocar tinta

Transcrição

É só colocar tinta
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A REVISTA DE NEGÓCIOS E TECNOLOGIA DA SANDVIK COROMANT
INOVAÇÃO:
É só colocar tinta
Maior, melhor,
mais rápida,
mais forte
Nova tecnologia resultou em grande redução no tempo de usinagem das enormes
carcaças de turbinas a gás da Siemens.
Produção refinada TECNOLOGIA Nos trilhos INSPIRAÇÃO A fronteira final
EUA Liderando a corrida TECNOLOGIA mantendo a objetividade PERFIL Ciência para meninas
TECNOLOGIA Usinagem tranquila de canais
ÍNDIA
EDITORIAL
Metalworking World
é uma revista de negócios e tecnologia da
AB Sandvik Coromant, 811 81 Sandviken,
Suécia. Tel: +46 (26) 26 60 00.
Metalworking World é publicada três
vezes por ano em inglês americano e
britânico, alemão, chinês, coreano,
dinamarquês, espanhol, finlandês,
francês, holandês, húngaro, italiano,
japonês, polonês, português, russo,
sueco, tailandês e tcheco. A revista
é gratuita para clientes da Sandvik
Coromant no mundo inteiro.
Uma publicação da Spoon Publishing,
Estocolmo, Suécia. ISSN 1652-5825.
KLAS FORSSTRÖM PRESIDENTE DA SANDVIK COROMANT
Moldando a indústria
do futuro
ÀS VEZES EU não preciso ir muito longe para
adentrar no vasto mundo da Sandvik Coromant. Outro dia, desci os três lances de
escadas do meu escritório até a entrada do
prédio da sede da empresa, em Sandviken,
Suécia. Virei à esquerda e caminhei 20 metros
até o novo Sandvik Coromant Center, que
ainda estava em construção. Mesmo de
capacete, com o cheiro de tinta fresca no ar, os
fios pendurados no teto e os operários dando
os toques finais, tive uma forte convicção:
Este edifício é o futuro e simboliza bem o que
é a nossa empresa.
Sempre nos esforçamos para interagir com
aqueles que, junto com a gente, fazem parte da
indústria – clientes, estudantes, parceiros,
especialistas e colaboradores em potencial. No
passado, cerca de 3.000 pessoas de todo o
mundo nos visitava a cada ano em Sandviken.
Com a abertura do novo centro para clientes
este ano, esperamos que esse número dobre. A
instalação de 4.500 m2 oferecerá treinamentos,
cursos e uma fábrica protótipo onde vamos
projetar e produzir novas ferramentas e
desenvolver métodos de produção eficientes e
soluções sob medida para clientes e parceiros
(veja à página 4).
Além dos desafios relacionados a ferramentas e métodos, o centro será um local onde
poderemos observar, interpretar, prever e nos
preparar para a indústria de amanhã. É o lugar
onde olharemos para o futuro da usinagem e
como a manufatura aditiva ou impressão 3D
(página 26), Big Data e a Internet das Coisas
afetarão nossa indústria e como poderemos
dar nossa contribuição. É aqui que, junto com
você, moldaremos o futuro.
2 METALWORKING WORLD
Esta edição da Metalworking World também
se projeta para o futuro – neste caso, o futuro
da indústria aeroespacial e sua fronteira final.
Às vezes, o empolgante mundo da Sandvik
Coromant está apenas alguns andares abaixo,
e, outras vezes, a dezenas de milhares de
quilômetros de distância, no espaço. Eis uma
viagem que eu gostaria de fazer algum dia.
Boa leitura,
KLAS FORSSTRÖM
PRESIDENTE DA SANDVIK COROMANT
Editora-chefe e responsável legal na
Suécia: Björn Rodzandt. Editor-executivo: Lianne Mills. Gerente de
contas: Christina Hoffmann. Editor:
Henrik Emilson. Direção de arte: Niklas
Thulin. Editor técnico: Börje Ahnlén,
Martin Brunnander. Subeditora: Valerie
Mindel. Coordenação: Aurore Gilmont.
Coordenação de idiomas: Sergio
Tenconi, Louise Holpp. Diagramação das
versões: Stina Gyldberg.Pré-impressão:
Markus Dahlstedt. Foto de capa: Adam
Lach. Artigos não solicitados serão
recusados. O conteúdo desta publicação
só poderá ser reproduzido com
autorização do gerente editorial da
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expressas na Metalworking World não
necessariamente refletem os pontos de
vista da Sandvik Coromant ou da editora.
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bem-vindos. Contato: Metalworking
World, Spoon Publishing AB, rosenlundsgatan 40, 118 53 Estocolmo, Suécia.
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Informações sobre distribuição:
Catarina Andersson, Sandvik Coromant.
Tel:+46 (26) 26 62 63.
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Impresso na Suécia, gráfica Sandvikens
Tryckeri. Impresso em papéis MultiArt
Matt 115g e MultiArt Gloss 200g, da
Papyrus AB, com certificação ISO 14001e
registro junto ao Sistema Comunitário
Europeu de Ecogestão e Auditoria (EMAS).
Adveon, Coromant Capto, CoroMill,
CoroCut, CoroChuck, CoroPlex, CoroTurn,
CoroThread, CoroDrill, CoroBore,
InvoMilling, CoroGrip, CoroTap, AutoTAS,
GC, Silent Tools, T-Max, iLock e Inveio são
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A Metalworking World tem caráter
informativo. As informações veiculadas
na revista são de natureza genérica e
não devem ser entendidas como
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do usuário. A Sandvik Coromant não se
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CONTEÚDO
18
EUA:
Corrida para reciclar
30
Construindo o futuro:
6
Perfil:
10
Índia:
7
Jogo rápido:
14
Inspiração:
Ciência para meninas
Notícias do mundo
Inovação:
A impressão 3D
é uma ameaça
ou a salvação
da indústria?
Alemanha:
Grande economia de tempo na
produção de carcaças de
turbinas a gás gigantes
4
Bem vindo ao novo Sandvik
Coromant Center
9
26
Baterias internas:
O desafio de armazenar energia
Grandes melhorias de produtividade
A caminho de onde poucos homens já
estiveram
38
Nota Final:
Foco na rodovia
TECNOLOGIA
Face preservada
Como fornecer um processo
de usinagem de faceamento
estável e sem rebarbas com
vida útil previsível da pastilha.
17
Seu gestor é um
líder lean?
Como a Sandvik Coromant
organiza suas próprias
instalações e práticas?
24
Nos canais
Nos trilhos
A CoroMill QD é a mais recente
solução para cortes e canais
estreitos e profundos.
Atendendo as necessidades
técnicas do torneamento de
rodeiros
29
36
METALWORKING WORLD 3
JOGO RÁPIDO
TEXTO: JENS EKELUND
FOTO: SAMIR SOUDAH
Construindo
o futuro
Sandvik Coromant Center é a mais nova instalação para os
clientes da empresa. Ele tem 4.500 m2 e está localizado na sede
da Sandvik Coromant em Sandviken, Suécia. Seja bem-vindo!
P: O novo Sandvik Coromant Center é descrito como
um ponto de encontro para a indústria. O que isso
significa?
Significa que queremos mostrar que a Sandvik Coromant faz
parte da indústria de manufatura do futuro. O visitante poderá
ter uma ideia do que vai acontecer em sua área de atuação e
também perceber o quanto a Sandvik Coromant pode oferecer
como parceira.
P: Que visitantes vocês esperam na nova instalação?
Em primeiro lugar nossos atuais clientes, com os quais gostaríamos de conversar sobre projetos conjuntos e treinamentos. A interação será baseada em conhecimento compartilhado, o que significa troca de experiências.
Acreditamos que este será um ótimo local para isso. Também queremos que clientes potenciais nos visitem e saibam
como podemos auxiliá-los, assim como representantes da
indústria, tomadores de decisão, jornalistas, parceiros e
nossa própria equipe. Gostaríamos também de atrair futuros
colegas de trabalho, como estudantes de universidades e
escolas técnicas.
P: O que você pode dizer sobre a planta de P&D?
A proximidade com essa planta é importante por ser o local
onde nascem nossas novas ideias e soluções. Para os clientes
que nos visitam, é uma grande vantagem o fato de disponibilizarmos especialistas para auxiliá-los. Esse é um recurso exclusivo que oferecemos aqui em Sandviken.
P: Como o novo conceito ajuda a expandir ainda mais
os limites da tecnologia?
Estamos criando uma rede envolvendo todos os nossos centros
no mundo, através da qual seremos capazes de dar suporte
àqueles que trabalham diretamente com os clientes, oferecendo
acesso online aos nossos especialistas. Por exemplo, podemos
ter uma sessão de treinamento em uma unidade com um palestrante de outro país. Tão rápido quanto possível também queremos utilizar todo nosso know-how em outros centros. Grandes
projetos de desenvolvimento de Sandviken serão facilmente
implementados em clientes no mundo todo, e o conhecimento
compartilhado será muito importante, garantindo que poderemos alcançar soluções mais rápidas e precisas para nossos
clientes. Ao conectar todos os centros, asseguramos que nossa
experiência possa ser aplicada em qualquer lugar.
P: Qual é a diferença entre a antiga e a nova unidade?
A construção desse novo centro priorizou tanto quanto possível a experiência que os visitantes devem levar consigo
depois de terem nos visitado. De uma perspectiva técnica,
eles podem se familiarizar com nossos novos produtos e
obter soluções para desafios de produtividade. Caso os desafios sejam mais complexos, podemos auxiliá-los por meio
de nossos conhecimentos sobre a aplicação. Posso garantir
que temos as soluções para atender suas necessidades.
4 METALWORKING WORLD
P: O que você espera que os visitantes levem como
experiência?
Depois de visitar nossos centros, esperamos que você saia inspirado e preparado para o futuro da manufatura. Esperamos que
tenha adquirido insights valiosos
----------------------sobre como otimizar operações e
BERTIL ISAKSSON
se sinta parte da equipe global da Gerente
de Projetos Sênior
Sandvik Coromant. n
Sandvik Coromant
“Esse é o nosso maior
investimento em 30 anos.”
Bertil Isaksson, Gerente de Projetos Sênior.
Sandvik Coromant Center: dedicado à paixão
pela manufatura e pela pesquisa
Localização: Sandviken, Suécia
Tamanho: 4.500 m2
Visitantes: 6.000 por ano
Capacidade: 300 visitantes/dia
Máquinas: cinco no showroom
e três na oficina de P&D
Fornecedores: DMG Mori, Mazak, Brother e Hermle
Salas de conferências: 14
Estações de treinamento: cinco
Maior monitor de vídeo: 214’’
SmartTVs: 11 (80’’)
Chão da planta de P&D: 1 metro de espessura
Peso das escadas de concreto: 14 toneladas
Edifício verde: 25% menos consumo de energia
que o prédio do Centro de Produtividade anterior
METALWORKING WORLD 5
JOGO RÁPIDO
TEXTO: HENRIK EMILSON
FOTO: GOLDIEBLOX
Ciência para
meninas!
APENAS 11% dos engenheiros dos EUA são mulheres, e estudos apontam que as meninas começam a
perder interesse em ciência por volta dos oito anos de
idade. Debbie Sterling, engenheira da Universidade de
Stanford, propôs mudar este quadro e sabia exatamente por onde começar: nas lojas de brinquedos.
Nas lojas de brinquedos normalmente se vê princesas
na seção das meninas e, na dos meninos, jogos de lógica
e ciências, brinquedos de construção e quebra-cabeças,
capazes de desenvolver habilidades espaciais e deixá-los
interessados em ciências, tecnologia, engenharia e matemática desde os primeiros anos de vida.
“As meninas são deixadas de lado”, afirma Sterling.
Então ela decidiu usar seu conhecimento de engenharia para elaborar um brinquedo de construção para garotas, chamado Goldie-Blox. Unindo seus estudos em
psicologia feminina às consultas realizadas com cem
crianças em idade escolar, ela concluiu que os desafios
de engenharia do jogo precisavam ter uma história.
“Ele chama a atenção das garotas porque elas não
se interessam apenas no ‘que’ estão construindo, mas
querem saber o ‘porquê’”, escreveu no Kickstarter, site
de crowdfunding (financiamento coletivo). “As histórias
do jogo são relacionadas à vida das meninas. As máquinas que a Goldie constrói solucionam problemas e
ajudam suas amigas.”
O projeto foi financiado através do Kickstarter, e o
objetivo foi alcançado em quatro dias. Atualmente, o
Goldie-Blox é distribuído em uma das maiores lojas de
brinquedos do país. Sterling certamente tocou num
ponto importante.
“Acreditamos que há milhões de garotas engenheiras
por aí”, diz. “Elas só não sabem disso ainda.” n
6 METALWORKING WORLD
JOGO RÁPIDO
O NÚMERO
500 %
Em 2022, a Alemanha planeja ter
aumentado sua capacidade eólica
offshore em 500%.
PASSEIO ATÍPICO
PARECE UMA CÁPSULA, mas pode ser a bicicleta
mais rápida do mundo. Por trás deste projeto está um grupo de estudantes do Institution of Mechanical Engineers
da Universidade de Liverpool, na Inglaterra, que espera
quebrar o recorde de velocidade de 133,8 km/h, em 2015.
A bicicleta, de 25 quilos, deixa o ciclista a apenas 13 centímetros do chão e poder gerar mais de 700 watts ape-
nas pela tração humana. “É uma tarefa extremamente
difícil, um salto no escuro, fazer com que um veículo de
tração humana atinja 145 km/h, mas com a abordagem
certa da engenharia, isso se torna possível”, afirma Philippa Oldham, responsável pela área de transportes na
instituição.
SOB UMA RODA
O RYNO É A PERFEITA, e provavelmente única,
combinação de um Segway (diciclo) com uma motocicleta de uma roda. Trata-se de um monociclo elétrico que
leva o piloto em um passeio bem equilibrado a 16km/h.
Seus dois motores movidos a baterias têm duração de
dez horas. Assim como o diciclo, o Ryno é descrito como
uma extensão do corpo do piloto, respondendo aos movimentos de inclinação para frente e para trás. A tecnologia de equilíbrio utiliza a combinação de um sensor de
acelerômetro que detecta o núcleo da terra, um sensor
giroscópico altamente reativo para detectar o ângulo de
inclinação, e motores que giram a roda para frente e para
trás sob o centro de gravidade.
VOANDO COM
A LUZ DO SOL
PARECE BOM DEMAIS para ser verdade, mas nos
próximos anos aviões poderão funcionar à base de energia
solar, diminuindo as emissões e, esperamos, as tarifas aéreas. Uma pesquisa financiada pela União Europeia chamada
Solar-Jet produziu o primeiro combustível “solar” para aviação, a partir de água e dióxido de carbono. Pela primeira
vez, pesquisadores simularam com sucesso toda a cadeia
de produção de querosene renovável, utilizando luz concentrada como fonte de energia de alta temperatura. Ainda em
fase experimental, o projeto conta com um único recipiente
de combustível produzido em laboratório através de luz artificial. Entretanto, espera-se que no futuro qualquer combustível líquido a base de hidrocarboneto possa ser produzido a
partir de luz solar, dióxido de carbono e água.
A Comissária Europeia Máire Geoghegan-Quinn, responsável por Pesquisa, Inovação e Ciências, comenta: “Esta
tecnologia mostra que um dia poderemos produzir combustível limpo e abundante para aviões, carros e outros
meios de transporte. Isto poderia aumentar consideravelmente a segurança energética e transformar um dos principais gases do efeito estufa em um recurso útil.”
ENERGIA
NO TELHADO
A rede de lojas de móveis IKEA
planeja tornar-se autossuficiente
em energia e recursos até 2020.
Para alcançar esse ambicioso
objetivo, a empresa vai instalar
painéis solares nos telhados
de todas as lojas e depósitos
e investir em parques eólicos.
Ela também irá plantar árvores
para repor a madeira utilizada
na fabricação de seus produtos.
A meta é ter 70% do consumo
oriundo de energia renovável
em 2015 e alcançar a total
autossuficiência cinco anos
depois. Além disso, a IKEA ajuda
seus clientes a terem um estilo
de vida mais ecológico por meio
da venda de lâmpadas de LED,
bicicletas elétricas e painéis
solares.
META–
MATERIAIS
Metamateriais são materiais
produzidos artificialmente, com
propriedades que não existem na
natureza. Nos Estados Unidos,
pesquisadores do Massachusetts
Institute of Technology e do
Lawrence Livermore National
Laboratory desenvolveram novos
materiais tão leves quanto o
aerogel, porém dez mil vezes mais
rígidos, capazes de revolucionar
projetos aeroespaciais e
automotivos no futuro.
METALWORKING WORLD 7
JOGO RÁPIDO
O NÚMERO
240
Altura total, em metros, da maior
estátua do mundo, planejada
para ser construída na Índia. O
monumento de 182 metros, em
honra ao fundador indiano Sadar
Patel, ficará sobre um pedestal
de 58 metros de altura no estado
de Gujarate. Grande parte do
aço utilizado na construção
provém de equipamentos
agrícolas reciclados, recolhidos
em diversos povoados.
POR DENTRO DAS ASAS
O TRÁFEGO AÉREO DEVE TRIPLICAR até 2030 e, para atender a demanda, fabricantes de aeronaves deverão modernizar seus processos de produção de forma significativa. Atualmente, a montagem de aviões possui um grande número de
processos manuais, o que limita a produção. Pesquisadores do German Fraunhofer Institute for Machine Tools and Forming
Technology IWU, em Chemnitz, desenvolveram um processo automatizado para a complexa estrutura interna das asas. Um
sistema robotizado estreito e multiarticulado pode entrar nas pequenas escotilhas da caixa da asa e chegar a 2,5 metros de
profundidade, transportando ferramentas de até 15 quilos para a operação.
“O conceito pode ser utilizado em qualquer circunstância que exija aplicação de altas forças e torques dentro de um espaço
limitado”, diz Marco Breitfeld, gerente da IWU.
TENDÊNCIAS DA INDÚSTRIA AUTOMOTIVA
A indústria automotiva passa por um período de mudanças, com novas dinâmicas de mercado definindo regras para o futuro, explica Mattias Nilsson, gerente
de programa para o setor automotivo na Sandvik Coromant.
P: Quais são as principais tendências?
A mudança de tradicionais mercados, como Europa, Japão e Estados Unidos, para
mercados emergentes, como China, Índia, Sudeste Asiático e México, é uma clara
tendência. Europa Oriental, Turquia e Norte da África são os outros novos mercados. Montadoras tendem a aproximar a produção do consumidor final.
A preocupação ambiental impulsiona decisões políticas e necessidades do
consumidor, o que significa produção de veículos mais leves e modelos híbridos e
elétricos. Novos motores e sistemas de transmissão mantêm o alto desempenho,
porém estão mais leves, o que impulsiona o desenvolvimento de projetos e materiais novos e mais complexos. O alumínio continua a substituir o ferro fundido na
produção de veículos leves, e fabricantes de caminhões estão substituindo o ferro
fundido cinzento pelo ferro fundido vermicular em seus motores.
8 METALWORKING WORLD
P: O que a Sandvik Coromant pode oferecer aos clientes do setor
automotivo?
A indústria automotiva é baseada na produção em massa, onde o foco é sempre
o custo por peça. A concorrência para nossos clientes é acirrada, e os fatores-chave para o sucesso são segurança dos processos,
ferramentas confiáveis e menor quantidade de falhas. Vamos continuar a enfrentar esses desafios,
fornecendo excelentes ferramentas, soluções, serviços e nossa competência em usinagem para quaisquer materiais que prefiram utilizar, hoje e sempre.
-----------------------------------------MATTIAS NILSSON
Gerente de programa para o setor automotivo
na Sandvik Coromant
JOGO RÁPIDO
TEXTO: HENRIK EMILSON
ILUSTRAÇÃO: NIKLAS THULIN
UMA QUESTÃO CHAVE PARA O SUCESSO de qualquer dispositivo eletrônico com bateria recarregável é o
tempo entre as recargas. Com a busca mundial por fontes de energia renovável tornou-se essencial encontrar
um modo de armezenar a energia excedente proveniente
da geração eólica e solar. Ambos os desafios (duração da
bateria e armazenamento de energia) direcionam a inovação em áreas como transporte, medicina, energia e infraestrutura. n
A FÁBRICA GIGANTE
A fabricante de carros elétricos
Tesla produzirá baterias de íons
de lítio em sua própria fábrica, a
partir de 2017. Ela espera
produzir baterias suficientes
para a energia de 500 mil carros
elétricos em 2020.
ENCONTRANDO UMA
ESTAÇÃO DE RECARGA
Está sem bateria? Dirigindo
seu carro elétrico em território
desconhecido? Existem diversos
aplicativos para smartphones que
auxiliam na localização de estações de
recarga. O último lançamento é um
aplicativo para o Google Glass que ajuda o
motorista a encontrar o caminho enquanto
dirige com segurança.
A REDE
Atualmente, os proprietários do modelo Tesla S
podem dirigir de costa a costa nos Estados Unidos
graças à rede de estações de recarga da empresa. O
próximo passo é oferecer o mesmo alcance na Europa.
Com 50 postos de recarga, o carro, que pode rodar até 500
quilômetros com uma única carga, teria cobertura na maior
parte do continente.
12
BILHÕES
O mercado mundial de
armazenamento de
energia deve crescer
dos atuais 500 milhões
de dólares para cerca de
12 bilhões de dólares
em 2023, segundo a
Bloomberg.
A PRÓXIMA GERAÇÃO DE BATERIAS?
A bateria de duplo carbono da Power Japan
Plus supostamente tem desempenho
melhor do que as baterias de íons de lítio,
normalmente utilizadas em laptops e
veículos elétricos. A recarga é 20 vezes
mais rápida e a vida útil é de impressionantes 3.000 ciclos. A bateria,
100% reciclável, não contém
metais pesados ou raros.
PONTO DE ÔNIBUS
A empresa chinesa BYD
desenvolveu um ônibus elétrico
capaz de rodar 325 quilômetros
com uma única carga e ainda ter
8% restante ao final de um dia
movimentado.
100 %
ARMAZENANDO ENERGIA SOLAR
Sal derretido e uma mistura meio a meio de nitrato
de sódio e de potássio estão sendo utilizados para
armazenar energia solar por até dez horas. Isso
permite que uma usinal de energia solar gere
eletricidade mesmo sem a luz do sol e a distribua
igualmente pela rede de abastecimento.
A BATERIA DE ROMÃ
Cientistas se inspiraram na romã ao elaborarem um conceito que
permitirá o desenvolvimento de baterias menores, mais leves
e potentes para celulares, tablets e veículos elétricos.
Nanopartículas de silício, que constituem um material
anodo nas baterias e são atrativas por sua
capacidade de armazenamento de carga,
foram agrupadas como sementes
envolvidas por conchas de carbono, da
mesma forma como as sementes dentro
da romã.
ARMAZENANDO ENERGIA EÓLICA
A energia de parques eólicos pode ir da
escassez à sobrecarga da rede. A Renewable
Energy Dynamics Technology está desenvolvendo uma bateria capaz de mudar de carga para
descarga em milésimos de segundo, o que
amenizaria as oscilações.
METALWORKING WORLD 9
A produtividade
melhorou a olhos
vistos.
A Sara Sae precisava
de tecnologia para
competir globalmente.
10 METALWORKING WORLD
Trabalho em uma
Unidade de Acumuladores
de BOP da Sara Sae.
TEXTO: NITIN GADGHE FOTO: ASHESH SHAH
Reescrevendo as regras
Quando decidiu intensificar seu negócio, a fabricante
de equipamentos para poços petrolíferos Sara Sae envolveu a Sandvik
Coromant. Os resultados superaram as expectativas.
Dehradun, Índia.
nnn Criada em 1978, a fabricante indiana de equipamentos para poços
petrolíferos Sara Sae Pvt Ltd é hoje um dos principais fornecedores de
ferramentas para os gigantes do setor. O que a destaca é a vontade de
reescrever as regras do negócio e enfrentar desafios globais.
“Meu pai [Vijay Dhawan, hoje diretor-geral] e seu parceiro começaram esta empresa”, conta Samir Dhawan, diretor técnico da Sara Sae.
“Eles queriam entrar no negócio de petróleo e gás.”
A Sara Sae começou exportando seus produtos e criando elos com as
principais empresas do setor. Em 2007, ela tinha dinheiro suficiente
para comprar a maior parte da parceira de capital National Oilwell
Varco e estava traçando uma estratégia para se tornar líder de mercado.
“A primeira coisa que fizemos foi adquirir a empresa norte-americana Consolidated Pressure Control”, diz Dhawan. “Então montamos
instalações em Cingapura, Dubai e Omã.”
A empresa investiu em uma nova planta de usinagem, comprou duas
unidades de forjamento e montou uma estação de tratamento térmico
totalmente automatizada.
“Queríamos seguir dois caminhos: fornecer aos gigantes do setor e
elevar o nível de nossos produtos”, afirma Dhawan. A Sara Sae investiu
pesadamente em novas máquinas, contando com a Sandvik Coromant
para ajuda tecnológica. “Precisávamos de tecnologia para competir
globalmente”, diz. A Sandvik Coromant já havia fornecido no passado,
mas Dhawan ficou intrigado com o Programa de Incremento da
Produtividade (PIP) da empresa. A Sandvik Coromant aceitou o
desafio, e estabeleceu um acordo de parceria com a fabricante indiana.
Um dos primeiros benefícios para a Sara Sae foi a redução substancial
do tempo envolvido na fabricação de chaves hidráulicas. “Reduzimos
de 18 horas para duas horas e meia”, lembra Dhawan.
METALWORKING WORLD 11
Após uma revisão
completa, um Programa
de Incremento da
Produtividade foi
implementado.
A capacidade quase
dobrou com a
implementação do
novo programa.
Fabricar chaves
hidráulicas agora é
muito fácil.
DHAWAN AGORA ESTÁ focado na criação de um centro de inovação
tecnológica. “Sempre vi a Índia como uma nação que não inova, mas,
assim, não iremos a lugar algum”, ressalta. Ele contratou sete engenheiros do prestigiado Instituto Indiano de Tecnologia e um designer do
Instituto Nacional de Design para desenvolver o centro, que é aberto ao
público.
“Eles vão projetar processos e produtos, independentemente da
área”, diz Dhawan.
A empresa agora quer montar bases na China e na Rússia, dois
mercados-chave para petróleo e gás. “Para mim, é muito importante
que fabriquemos globalmente”, afirma.
A empresa pretende investir na expansão da sua presença global.
“Onde quer que haja furação, estaremos lá”, diz ele. n
Sandvik Coromant
começa a fornecer para
a Sara Sae.
12 METALWORKING WORLD
VISÃO TÉCNICA
“Queríamos seguir dois caminhos: fornecer
aos gigantes do setor e elevar o nível de
nossos produtos”
Samir Dhawan, diretor técnico, Sara Sae
FABRICAR CHAVES HIDRÁULICAS tornou-se fácil para os colaboradores da Sara Sae, graças ao Programa de Incremento da Produtividade (PIP) da
Sandvik Coromant.
“Levávamos de 16 a 18 horas para fazer uma chave hidráulica, mas o PIP
reduziu esse tempo para pouco mais de duas horas”, conta M Kandaswamy,
gerente geral (controle de processos e manufatura) da Sara Sae.
Kandaswamy, que atua há muitos anos na empresa, lembra do trabalho duro
dos colaboradores para fabricar as chaves hidráulicas antes da implementação
do PIP.
“Antes, mal podíamos fazer 14 ou 15 em um mês. Agora podemos fazer 30
facilmente e ainda temos capacidade excedente”, afirma.
A Sandvik Coromant realizou uma revisão completa dos processos da Sara
Sae, tanto do ponto de vista dos colaboradores como da empresa, e depois
criou um programa que tornou as coisas muito mais fáceis para todos.
Samir Dhawan, diretor técnico da Sara Sae, conta que inicialmente surgiram
algumas preocupações sobre o programa. Ele lembra que a introdução do PIP
parou oito máquinas e eliminou o tempo de inatividade. “Os colaboradores
entenderam que era para seu próprio bem”, diz. “Os mais difíceis de convencer
foram os do nível intermediário de gestão, mas isso mudou assim que conheceram o programa.”
O PIP provocou uma mudança no processo de trabalho e promoveu enormes
ganhos de produtividade para a empresa, que pretende ser um dos maiores
players globais no mercado de ferramentas.
“A qualidade do produto melhorou, o custo por peça foi reduzido e os colaboradores estão muito felizes”, conta Kandaswamy, satisfeito.
AS QUATRO ETAPAS DO PROGRAMA DE INCREMENTO DA
PRODUTIVIDADE DA SANDVIK COROMANT:
1. ANÁLISE: Uma equipe de produtividade identifica gargalos e áreas de
melhoria e reúne os dados, em grande parte colhidos por observações e documentação existente.
2. RECOMENDAÇÃO: Após análise, a equipe propõe soluções alternativas,
como novos dados de corte, métodos e ferramentas, para alcançar maior produtividade e menores custos em áreas específicas.
3. VALIDAÇÃO: As propostas mais adequadas são verificadas com a equipe
de produção da empresa. É fornecido um relatório completo que serve de base
para a tomada de decisão.
4. IMPLEMENTAÇÃO: Juntos, a Sandvik Coromant e o cliente criam um plano
detalhado sobre como proceder, incluindo instruções sobre quem faz o quê e
quando, quais investimentos são necessários e como o processo de implantação
deve ocorrer. São realizados treinamentos apropriados e acompanhamento do
programa para garantir que as melhorias funcionem como previsto.
METALWORKING WORLD 13
TEXTO: RISTO PAKARINEN Redbull na borda do espaço.
14 METALWORKING WORLD
400 km
ISS (Estação Espacial
Internacional)
QUANDO O PARAQUEDISTA Felix Baumgartner saltou do balão
Red Bull Stratos, em 2012, disseram que foi um salto da “borda
do espaço”.
Ao dar um passo para fora de seu gigante balão, feito de filme
de polietileno de alta performance de apenas 0,00203 centímetro
de espessura, mas pesando 1.680 kg, o audacioso austríaco parou
para dar uma mensagem ao mundo:
“Eu sei que o mundo inteiro está assistindo. Gostaria que vocês
pudessem ver o que eu vejo. Às vezes, precisamos estar muito alto
para entender quão pequeno somos... estou indo para casa agora.”
Então ele saltou e desceu para a Terra como uma bala,
pousando de paraquedas em um deserto do Novo México 11
minutos depois, vivo e bem – o primeiro ser humano a atingir
velocidade supersônica sem o auxílio de um motor.
Cientistas como o astrofísico Neil DeGrasse Tyson rejeitaram o
evento, ressaltando que o salto de 39 quilômetros de Baumgartner
não era nem metade do caminho para a linha de Kármán, a
fronteira comumente aceita entre a atmosfera da Terra e o espaço.
A linha de Kármán, fixada a 100 km, marca o ponto onde a
atmosfera é muito fina para os aviões voarem.
Apesar de proezas bem divulgadas, como o salto de balão, a
viagem espacial está, se não no limbo, pelo menos em um modo
de espera. No auge da NASA, quando o mundo inteiro seguia
as missões Apollo, 1,5% do orçamento federal dos EUA era
destinado à entidade. Hoje, está reduzido a 0,5%.
A Blue Origin, prevista para ir além da
linha de Kármán.
Interior do SpaceX’s Dragon V2.
MESMO QUE A NASA ainda mereça respeito, e recentemente
tenha anunciado o início de transportes para a Estação Espacial
Internacional juntamente com a Boeing e a SpaceX, e os
americanos ainda invistam na exploração do espaço, as ideias
mais interessantes – e as declarações mais otimistas – têm vindo
de um novo grupo de empreendedores espaciais, incluindo
Richard Branson, da Virgin; Jeff Bezos, da Amazon, e as
dezenas de empresas listadas em “ private spaceflight” (voo
espacial privado, em inglês) na Wikipédia.
A empresa de Bezos, Blue Origin, trabalha em um projeto que
vai levar os passageiros além da linha de Kármán, enquanto a
SpaceShipTwo, da Virgin Galactic de Branson, vai até 110 km,
também além da linha de Kármán, mas sem orbitar a Terra.
Bezos, Branson e Elon Musk, fundador do PayPal, fabricante
de carros elétricos Tesla Motors e SpaceX, são os empreendedores da nova era espacial. O objetivo da SpaceX não é quebrar a
linha de Kármán, mas reduzir os custos de transporte espacial e
permitir a colonização de Marte.
“Faremos testes em nossa nave espacial Dragon 2 ainda este
ano”, disse Musk no lançamento do novo modelo da Tesla, em
junho de 2014. “Iremos para Marte dentro de 10 ou 11 anos.”
Mas a corrida espacial não acontecerá sem obstáculos.
A Blue Origin, de Bezos, já lançou satélites, e a SpaceX tem
vários lançamentos da NASA previstos para 2014, para entregar
carga e suprimentos para a Estação Espacial Internacional – 420
km acima da Terra, o maior corpo artificial em órbita.
100 km
Linha de Kármán
SpaceShipTwo da Virgin.
Claro, a lua está a 384 km da Terra, e não voltamos lá desde
dezembro de 1972, quando a Apollo 17 começou sua viagem de
volta. Mas as coisas estão avançando em várias frentes. Os
players comerciais fazem seus papéis, e a NASA e a Agência
Espacial Europeia (ESA), juntamente com os seus inúmeros
parceiros, trabalham na exploração do espaço, com os olhos
voltados para Marte.
Organizações privadas também entraram no jogo. Mars One,
uma fundação sem fins lucrativos na Holanda, começou sua
busca por astronautas em 2013. Sua missão é estabelecer um
assentamento humano permanente em Marte, com a primeira
tripulação indo ao planeta vermelho em 2024, e uma segunda
três anos depois, um ano após a primeira tripulação pousar.
39 km
Balão Red Bull
Stratos
20 km
8.848 metros
Monte Everest
METALWORKING WORLD 15
Aeronave Dragon da
SpaceX no hangar
em Cabo Canaveral
Mais longe
e adiante
“Iremos para Marte em
10 ou 11 anos.”
Elon Musk, SpaceX
MARS One
SEGUNDO A MARS One, mais de 200 mil aspirantes a astronautas
se registraram para o programa. Um número impressionante,
especialmente por ser uma viagem só de ida.
Se todos os planos se concretizarem, os astronautas da Mars
One cruzarão com o novo robô rover da NASA, com lançamento previsto para 2020, quando as posições orbitais dos dois
planetas são ideais.
Por enquanto, 2020 é um número que provoca interesse em
todos. Ao mesmo tempo, é daqui a apenas seis anos. Especialistas da equipe da American Astronautical Society concordam que
a exploração humana de Marte será “tecnologicamente viável”
por volta de 2030, porque ainda há muito trabalho a ser feito.
A Virgin Galactic foi fundada em 2004, e em julho de 2008
Richard Branson disse que o primeiro voo para o espaço seria
realizado em 18 meses. Em julho de 2014 eles estavam
próximos, mas ainda não estavam lá.
“Há uma razão para isso não ter acontecido antes”, George
Whitesides, CEO da Virgin Galactic, disse ao Space.com em
junho de 2014. “É difícil. Tudo é novo.” n
16 METALWORKING WORLD
É difícil prever como serão as missões para Marte, ou até mesmo
para destinos mais próximos, mas o trabalho que NASA, ESA,
universidades, empresas privadas e a indústria estão fazendo
também produzirá retornos imediatos. “Nós podemos não viajar
para colônias lunares em breve, mas o trabalho feito agora vai nos
levar de Nova York à Austrália mais rápido”, diz Sean Holt,
vice-presidente de engenharia e serviços técnicos para o
segmento aeroespacial da Sandvik Coromant.
“Apesar do que Richard Branson diz, estamos muito longe de
viagens espaciais, e um grande motivo é o custo”, acrescenta.
No entanto, mesmo os pequenos passos são um avanço.
“A diferença entre o que aeronaves comerciais estão tentando
alcançar e o que naves espaciais estão fazendo está diminuindo”,
conta. “A diferença costumava ser enorme, e os aviões nunca
estavam próximos quando se tratava de desempenho do motor ou
de materiais usados para construí-los.
“Em virtude da diminuição da distância entre aeronaves
espaciais e comerciais, vejo um aumento das viagens supersônicas em cinco ou dez anos”, diz. “O que costumava ser um voo de
26 horas e três paradas, agora pode ser direto.”
A Sandvik Coromant está envolvida com viagens espaciais de
duas maneiras: com a melhoria de peças e materiais existentes e
com parceiros como a NASA.
“A indústria espacial não olha para a produtividade”, diz Holt.
“Para a NASA, não é importante a rapidez com que se pode fazer
certas peças, mas a pós-usinagem, pois elas serão usadas em
ambientes de altas temperatura e tensão, e têm que ser perfeitas.”
Mas como membro do Commonwealth Centre for Advanced
Manufacturing, um centro de pesquisa aplicada, a Sandvik
Coromant também faz suas pesquisas.
“É um ambiente de P&D”, afirma Holt. “Somos um parceiro e a
NASA também, à medida que buscamos desenvolver métodos de
manufatura de novos materiais. Compósitos estão chegando
agora, bem como ligas à base de níquel, que são mais resistentes
ao calor. Também fazemos pesquisas além das ferramentas de
corte, como a impressão 3D.”
“Mas a pesquisa leva tempo, e há falhas. Se houver qualquer
resultado, eles atingirão a produção em cerca de uma década”, diz
Holt. “Uma vez que começamos a quebrar a barreira atmosférica,
espero que a maior parte da exploração espacial seja não tripulada.
Podemos ir mais longe e mais adiante sem arriscar vidas.
“Eu adoraria fazer viagens
espaciais, e ir tão longe quanto a
tecnologia puder nos levar. Ir
corajosamente aonde nenhum
homem jamais esteve, assim como
na série de TV Star Trek. É por isso
que estou neste trabalho.”
------------------------------SEAN HOLT
Vice-presidente de engenharia e
serviços técnicos para o segmento
aeroespacial da Sandvik Coromant.
TECNOLOGIA
TEXTO: ELAINE MCCLARENCE
DESAFIO: Como fornecer um
processo de usinagem de
faceamento estável e sem rebarbas
com vida útil previsível da pastilha.
IMAGEM: BORGS
SOLUÇÃO: Utilizar a CoroMill 5B90
da Sandvik Coromant para vida útil
previsível da ferramenta.
Face
preservada
PARA CUMPRIR AS cada vez mais rígidas normas de emissões para
peças como cabeçotes, a indústria automotiva avança em direção a
materiais mais leves, como o alumínio. Fabricantes de motores
procuram aumentar a pressão e temperatura de combustão nas quais o
cabeçote é submetido, a fim de diminuir os níveis de emissão.
A CoroMill 5B90 foi projetada para acabamento superficial
otimizado e tolerâncias mais estreitas necessárias ao setor, e para
atender as expectativas de um ambiente de produção de alto volume
com tempos de ciclo reduzidos, tolerâncias estreitas e qualidade de
acabamento superficial definida. Entretanto, a operação de faceamento
pode frequentemente apresentar desafios como rebarbação, desgaste
irregular da ferramenta e vida útil imprevisível da pastilha, o que pode
aumentar o tempo de ciclo.
Desenvolvida em colaboração com a indústria automotiva, a
CoroMill 5B90 é um projeto sob medida que oferece acabamento
superficial de excelente qualidade para operações de faceamento e
redução do custo por peça de até 30%. Cada ferramenta é projetada
com exclusivo posicionamento radial e axial das pastilhas, permitindo
que cada uma delas corte instantaneamente os cavacos de maneira
eficiente, sem quaisquer ajustes e, ao mesmo tempo, evitar rebarbas. A
ferramenta produz cavacos finos que são facilmente removidos da peça
para evitar estrago na face. Cada fresa é feita sob medida para cada
peça, o que possibilita um número otimizado de pastilhas. Para garantir
um excelente acabamento superficial, uma delas é sempre uma pastilha
Wiper, o que reduz em dois terços o tempo de set up. Portanto, é
possível usinar com alto avanço e um número reduzido de dentes se
comparado às fresas convencionais. n
Estudo de caso
Uma montadora de automóveis queria melhorar o processo instável
de usinagem do cabeçote e eliminar rebarbas. Era preciso também
corrigir a vida útil imprevisível da pastilha, que dependia de ajustes
da cápsula que tinha uma pequena variação a cada set up. A
qualidade exigida era rugosidade de 4 (Rmáx: 20), ondulação (W) de 4
e planicidade de 0,05. A CoroMill 5B90 da Sandvik Coromant atendeu
esses critérios e economizou 21 mil euros por ano.
Velocidade de corte, vc
Velocidade de fuso, n
Faixa de avanço, vf
Profundidade de corte, ap
Vida útil da ferramenta, horas Fresa anterior
3.140 m/min
5.000 rpm
8.280 mm/min
0,5 mm
30.000, média
CoroMill 5B90
3.800 m/min
6.000 rpm
9.000 mm/min
0,5 mm
45.000
RESUMO
A indústria automotiva utiliza cada vez mais materiais leves
como alumínio em cabeçotes. A CoroMill 5B90 foi desenvolvida
em colaboração com a indústria automotiva para atender as
rigorosas exigências de acabamento superficial e tolerâncias. O
resultado é um fresa sob medida para produção de alto volume
capaz de reduzir o tempo de set up em dois terços e o custo
por peça em até 30%.
METALWORKING WORLD 17
18 METALWORKING WORLD
NA POLE
POSITION
Huntersville, Carolina do Norte, EUA.
Você não diria que um carro que faz dez
quilômetros com sete litros de combustível é
ambientalmente correto. Mas, de certa forma,
ele é. Praticamente todos os carros de corrida
da equipe Joe Gibbs da Nascar são
reutilizados ou reciclados. O mesmo vale para
as ferramentas usadas para construílos.
nnn A carroceria tem o formato de um Toyota Camry.
Quando envelopado com vinil colorido, o carro parece até
equipado com os faróis, grade e emblema de um Camry.
Mas não há uma só peça que seja feita pela Toyota.
Ao contrário, cerca de 90% do carro é feito na sede da
equipe Joe Gibbs – um grande complexo automotivo de 37
mil metros quadrados em Huntersville, no estado
americano da Carolina do Norte.
Na oficina, os carros estão dispostos nas diferentes fases
de montagem. Um barulho no final do corredor vem de 22
máquinas CNC Doosan equipadas com ferramentas
Sandvik Coromant. Dois turnos de operadores trabalham
nos CNCs por 20 horas diárias, fazendo centenas de peças
para mais de 90 carros de corrida construídos a cada
temporada da Nascar.
Mesmo fora da pista é evidente que as equipes estão em
uma corrida, competindo pela fabricação do carro perfeito
– a partir do zero.
METALWORKING WORLD 19
“Buscamos os melhores equipamentos, os
melhores profissionais
e as melhores parcerias. Se essas relações
estiverem bem, todo o
resto se ajeitará.”
Mark Bringle, Joe Gibbs Racing
A NASCAR É a segunda maior competição esportiva dos
EUA, atrás apenas da NFL, a liga nacional de futebol
americano.
Esse esporte não atrai apenas os melhores pilotos, mas
também os melhores engenheiros, mecânicos e operadores
de máquinas do país.
“Nossa empresa pertence e é dirigida pelo ex-treinador
do Washington Redskins e integrante do Hall da Fama, Joe
Gibbs” explica Mark Bringle, Diretor Técnico de
Patrocínio e Marketing. “O talento de Joe é ser capaz de
escolher as pessoas certas para as funções certas. Buscamos os melhores equipamentos, os melhores profissionais
e as melhores parcerias. Se essas relações estiverem bem,
todo o resto se ajeitará.”
A SANDVIK COROMANT é tanto parceira quanto patrocinado-
ra. “O que trazemos para a parceria é a velocidade dos
nossos produtos”, diz Eric Gerringer, gerente de equipe
técnica da Sandvik Coromant. “Temos ajudado a reduzir
os tempos de ciclo em 30% com o processamento de peças
e aplicação das nossas ferramentas. A maioria das
ferramentas e pastilhas são estocadas em nosso principal
galpão no Kentucky. Se a Joe Gibbs pede algo hoje, pode
receber até amanhã.”
VISITANDO AS INSTALAÇÕES, o que se
destaca (fora as mais de 200 bandeiras, uma para cada vitória na Sprint
Cup e na Nationwide da Nascar) é o
esforço da equipe para deixar a menor
pegada ambiental possível – dos
operadores enviando de volta as
pastilhas de metal duro usadas para a
20 METALWORKING WORLD
[2]
[3]
[4]
[1] É apenas um arranhão...
[2] A Sandvik Coromant foi capaz de reduzir os
tempos de ciclo em 30%.
[3] 90% do carro é feito nas instalações da Joe Gibbs
na Carolina do Norte. Mais de 90 carros são
construídos durante cada temporada da Nascar.
[4] Eric Gerringer, gerente de equipe técnica da
Sandvik Coromant.
[1]
METALWORKING WORLD 21
[1] Mark Bringle e Roger Phillips, da Joe
Gibbs Racing
[2] Reciclagem de ferramentas e
materiais gera economia...
[3] ...e reduz as emissões de carbono.
[1]
Sandvik Coromant (veja página 23) aos mecânicos
assegurando que cada pedaço de um carro quebrado seja
enviado para a reciclagem correta.
“Nossas ferramentas usadas acabavam em caçambas”,
diz Dan Schnars, engenheiro de manufatura, lembrando
uma década atrás. “Toda vez que uma pastilha de metal
duro não acaba em um aterro, é obviamente melhor do
ponto de vista ambiental”, diz. “Metal duro é um recurso
limitado. Reciclagem e reprocessamento de novas
pastilhas são mais fáceis nesse estágio. Gasta-se muito
menos energia e gera-se menos impacto ambiental do que
criar uma pastilha completamente nova”.
O mesmo acontece com alumínio, ferro e outros metais
coletados para reciclagem.
Enormes barris na área externa da unidade guardam
pedaços de metal e peças sólidas retiradas de carros
irreparáveis ou obsoletos.
“Também é uma vantagem financeira para nós”, acrescenta Schnars. “Ganhamos crédito por tudo que reciclamos. No
momento atual dos esportes motorizados, em que os
patrocínios não são tão volumosos quanto costumavam ser,
equipes têm que observar cada oportunidade de economizar.
Tudo nos fez ficarmos mais atentos.”n
22 METALWORKING WORLD
[3]
[2]
VISÃO TÉCNICA
“Em um futuro não tão
distante, prevemos a
reciclagem de 100% do
metal duro que vendemos
nos Estados Unidos.”
Karl Almquist, Sandvik Coromant
NÃO DEVERIA SER SURPRESA – A Sandvik
Coromant recicla metal duro desde os anos 90 –
mas, nos últimos anos, o programa de compras de
pastilhas e ferramentas de metal duro usadas está
em alta.
Em 2011, a Sandvik Coromant dos EUA usou uma
abordagem de negócio orientada para o programa de
reciclagem. O resultado foi 375% de crescimento em
relação a 2009, melhor ano até então.
Focando no meio ambiente e nos benefícios
financeiros da reciclagem de metal duro da Sandvik
Coromant, o programa cresceu nos Estados Unidos
e teve adesão global.
“ANO PASSADO , A SANDVIK COROMANT
reciclou 80% do peso total de metal duro que
vendeu globalmente”, diz o gerente do projeto da
Sandvik Coromant EUA, Karl Almquist. “Não
apenas nosso material – reciclamos pastilhas e
ferramentas rotativas de outros fabricantes
também. Em um futuro não tão distante, prevemos
a reciclagem de 100% de todo metal duro que
vendemos nos Estados Unidos.”
O programa sempre foi tratado sob a perspectiva ambiental, mas Almquist diz que, agora, ele
também é uma oportunidade de negócio. Hoje, a
Sandvik Coromant paga um preço justo pelas
pastilhas usadas e garante que o material será
colocado em novas ferramentas para a indústria da
manufatura, o que a maioria dos revendedores de
sucata não pode prometer.
ASSISTA AO VÍDEO
EM SEU IPAD
A SANDVIK COROMANT ESTÁ analisando diferentes opções de pagamento pelas pastilhas recicladas, por exemplo, vouchers de ferramentas recicladas para atender as diferentes demandas de
mercado. Almquist acredita que opções alternativas
vão aumentar ainda mais a adesão ao programa.
METALWORKING WORLD 23
TECNOLOGIA
TEXTO: CHRISTER RICHT FOTO: SAMIR SOUDAH
Seu gestor é
um líder lean?
Como a Sandvik Coromant, empresa líder de mercado tanto
em tecnologia de ferramentas de corte quanto em soluções de
usinagem para a indústria da manufatura, organiza suas
próprias práticas e instalações?
MIKAEL HERDIN, GERENTE de desenvolvimento de métodos de
manutenção e produção, fala a Christer Richt, editor técnico da
Sandvik Coromant, sobre a moderna engenharia de produção
aplicada em escala global. Herdin tem 26 anos de experiência na indústria e passou os últimos dez envolvido no
desenvolvimento de automação na usinagem.
Planejamento e estabelecimento de produções otimizadas
são a base de qualquer empresa de manufatura. Quais
são os principais fatores a serem considerados?
A produtividade em qualquer operação está diretamente
relacionada à sua eficiência de usinagem – o quão rápido o
material é removido. Quando consideramos a produtividade de uma máquina, no entanto, sua utilização é igualmente importante. Isso porque 100% de velocidade ocorre em
apenas 50% do tempo, o que deixa espaço para melhorias.
Esse é o motivo pelo qual trabalhamos para atingir tempo
zero de set up nos processos mais caros.
Rentabilidade e sustentabilidade são metas ambiciosas e
produtividade é o tradicional indicador do sucesso. Você
também disse que existem muitas peças a definir para
entrega de produtividade e diferentes fórmulas, dependendo do tipo de produção. Pode listar algumas das variáveis
que usa para garantir desempenho e resultados na
manufatura?
Sim, existem diversas variáveis, vistas de diferentes
perspectivas. As principais a serem medidas são
essencialmente eficiência de usinagem, utilização de
24 METALWORKING WORLD
máquinas, tempo total de fabricação e, claro, o custo por peça. Há,
ainda, importantes fatores financeiros para entrar na conta: capital de
giro e custos fixos e variáveis.
Para atingir uma manufatura enxuta, muitos processos, ferramentas
e princípios estão envolvidos: 5S, just in time, nível de produção,
melhoria contínua, eliminação de desperdício, construção de
qualidade e produção certa desde a primeira peça.
Com suas metas para atingir produtividade, qual o papel do importante nível de estabilidade de processo em suas metas de fabricação?
Alguns dizem que é um fator primordial devido sua influência em
tempo e custo.
A estabilidade do processo é extremamente importante e também
a vemos, em parte, como meta para prever o processo com a maior
precisão possível.
De modo geral, para alto custo e médio para baixo volume de
fabricação de peças (produção em lotes), pensamos que o tempo total
de manufatura (TMT - Total manufacturing Time) não é discutido ou
considerado o quanto deveria. O tempo entre o pedido e a entrega no
estoque é medido em dias ou semanas, ao invés de segundos ou
minutos. Então o percentual de usinagem efetiva no TMT é geralmente baixo, portanto o fluxo total da cadeia de suprimentos precisa
ser melhor compreendido.
UMA VEZ QUE cada passo na cadeia de suprimento é um fator crítico,
queremos reforçar alguns passos em combinação com um TMT mais
curto para atingir o melhor nível de precisão de entrega consistente.
Algumas vezes uma adequada redução na eficiência da usinagem
pode ser atingida se o número de etapas de fabricação for reduzido.
EMPRESAS BEM SUCEDIDAS na redução do TMT geralmente têm que
implementer o seguinte:
• CAPP – computer-aided process planning – total automação do
pedido do CAD ao CAM do NC ao CMM
• Máquinas multifunção para reduzir o set up de peças
• Automação do manuseio das peças.
O efeito da redução do TMT é mais evidente no net working capital
(menor estoque necessário) e disponibilidade de estoque, o que tem
grande impacto na meta global de lucratividade e sustentabilidade.
PARA RESUMIR, DIRIA que hoje é absolutamente vital que empresas de
manufatura considerem suas oportunidades nos seguintes itens ao
planejarem qualquer passo na produção:
• Eficiência em usinagem
• Utilização de máquinas
• Tempo total de manufatura. n
Automação com carregamento e descarregamento do robô das
máquinas contribui para a eficiência da célula. Plataformas são baseadas
em módulos, facilmente configuradas e usam interfaces entre máquinas
e usuários padronizadas, onde a tela principal é o layout da célula. A
interface comum para instalação das peças é baseada no Coromant
Capto C8.
A tecnologia de produção de porta-ferramentas da Sandvik Coromant
• Cerca de 14.000 diferentes peças fabricadas
• Quantidade de lotes para peças padronizadas: cinco a 20
• Quantidade de lotes para peças semipadronizadas, sob medida: um a cinco
• Alvo de disponibilidade: 90%
• Qualidade assegurada globalmente
• Limite de quatro dias para o tempo total de manufatura (TMT)
• Estabelecimento de ambientes amigáveis ao operador
• Automação para humanos: manufatura à embalagem
• Manutenção eficiente
• Fluxo do sistema de produção completamente automatizado
• Todo pedido tem novos desenhos de preparação gerados e programa NC
• Interface comum para fixação de peças beaseada no padrão ISO: Coromant
Capto C8
METALWORKING WORLD 25
TEXTO: JOHAN RAPP
É SÓ COLOCAR TINTA
Inovação. O que era pura ficção científica há uma década é hoje
tecnologia com a qual toda a manufatura tem que se relacionar.
Para alguns, a manufatura aditiva é uma ameça aos processos;
para outros, é o santo graal.
nnn Digamos que você queira construir uma casa na lua.
Como conseguiria os materiais de construção lá? Poderiam
os astronautas, com aquela roupa pesada, fazer esse
trabalho? Você teria oxigênio e comida suficientes para um
longo período?
Impressão 3D ou manufatura aditiva pode ser a resposta
para essas questões: é só imprimir a casa usando poeira lunar
ou outros materiais do lugar.
Há pouco tempo, uma ideia como essa seria considerada
ficção. Agora, as agências espaciais americana e europeia,
NASA e ESA, enxergam a manufatura aditiva como técnica
promissora, assim como muitas indústrias de manufatura.
Inclusive algumas já estão usando essa técnica em suas
26 METALWORKING WORLD
produções regularmente.
Na manufatura aditiva, objetos são criados por um
dispositivo que imprime camadas sobrepostas de plástico,
metais e outros materiais de "impressão". Essa técnica é
capaz de fazer estruturas complexas sem juntas e com alta
precisão. Engenheiros e designers podem usar modelos de
computação e construir protótipos em poucas horas.
O interesse na manufatura aditiva explodiu nos últimos
anos. A tecnologia se desenvolveu e os preços caíram ao
ponto de se esperar que, em breve, as impressoras 3D se
tornem equipamentos domésticos. Impressoras industriais
tornam-se viáveis e várias empresas, incluindo a Sandvik,
estão testando e pesquisando o potencial do recurso.
Alguns dos elementos
do futuro avião da
Airbus (aqui e à
direita) podem ser
criados usando
manufatura aditiva de
camadas. Além de
tornar mais simples a
produção de formatos
muito complexos, o
processo desperdiça
muito menos material
do que a usinagem a
partir de grandes
blocos.
“Esperamos um considerável
crescimento nos próximos
dez anos.”
SCOTT CRUMP, STRATASYS LTDA
Máquina de impressão da Stratasys.
A GENERAL ELECTRIC, buscando formas inteligentes de
Motor de avião em
impressão 3D da
Stratasys.
produzir milhares de bicos injetores de combustível para
seus motores, fez grandes investimentos na impressão 3D,
especialmente para a manufatura de peças para aviação.
Enquanto os bicos injetores atuais são montados com 20
peças diferentes, a impressão 3D pode criá-los em uma única
peça de metal. O Presidente Jeff Immelt, entusiasta da
tecnologia, afirma que ela faz uma enorme diferença.
Na fabricação tradicional, ele explica, “você pega um
bloco, solda, usina e descarta os resíduos em algum lugar. A
impressão 3D possibilita que você acerte o produto de
primeira. Não existe tanto desperdício, o ferramental é mais
barato e o tempo de ciclo é mais rápido – é um santo graal".
Os planos para imprimir/construir casas na lua ilustram
outra vantagem dessa tecnologia: qualquer produto pode ser
entregue em qualquer lugar. Ele é feito no local.
A manufatura aditiva vai revolucionar a manufatura e a
cadeia de suprimentos?
Não pelos próximos 15 anos, segundo Scott Crump,
co-fundador e chefe de inovação da Stratasys Ltda, uma das
principais fornecedoras de impressoras 3D.
“Esperamos um considerável crescimento nos próximos
cinco a dez anos, e nessa fase veremos novas práticas sendo
incorporadas à cultura da manufatura”, afirma Crump.
“Esperamos que vá se tornar amplamente usada, complementando a moldagem, usinagem, fundição e fabricação
tradicionais."
ATUALMENTE, O FOCO DA INDÚSTRIA é na fabricação de
protótipos e peças em pequenas séries. Indústrias de aviação,
jóias e da área médica assumiram a liderança. A impressão
3D é o paraíso para designers de jóias. Na saúde, médicos
estão produzindo ossos artificiais e articulações com ajustes
perfeitos e desenvolvendo maneiras de imprimir órgãos em
processos em que a “tinta” é a célula humana.
Na indústria de manufatura, o ponto fraco da impressão
3D continua sendo a produção em série. Ela é lenta para a
produção em massa se comparada às técnicas tradicionais.
Crump enxerga duas linhas principais para o desenvolvimento da impressão 3D no futuro:
1. Aumento da fabricação – a impressão 3D produz
ferramentas e auxilia a manufatura. “Vai reduzir tempo,
custo e melhorar a qualidade”, diz.
2. Alternar a fabricação – o fabricante substitui técnicas de
molde pela impressão 3D.
“O sucesso da impressão 3D não está em substituir a
manufatura tradicional”, afirma Crump. “Está na realização
de uma fabricação diferente e na potencialização das suas
capacidades únicas.”
A missão da NASA de enviar uma impressora 3D para a
International Space Station, ISS, demonstra como a
humanidade pode ser beneficiada. Se algo quebra, a
impressora 3D, nomeada Made in Space, pode fazer uma
nova peça. Isso é evidentemente mais rápido e barato do que
mandar peças da Terra. O próximo passo é imprimir comida
na ISS. Ainda é um conceito, mas quem sabe? Se a receita de
impressão for de um bom chef, talvez a comida impressa
fique deliciosa. n
METALWORKING WORLD 27
A empresa de manufatura aditiva Renishaw
associou-se à Empire Cycles para criar uma
versão de um modelo tracicionalmente feito
de alumínio. O protótipo foi criado com liga
de titânio – naquela época, possivelmente o
primeiro do mundo a ser impresso em 3D.
A Sandvik
intensifica o foco
na manufatura
aditiva
A Sandvik Coromant mantém um olhar atento ao desenvolvimento da
manufatura aditiva com duplo objetivo: usá-la na futura produção de
suas ferramentas de usinagem e atender os clientes que precisarem de
ajuda para usinar peças feitas com a nova tecnologia.
“Começamos a testar a manufatura aditiva com impressora 3D para
plásticos há dois anos”, diz Jan Edvardsson, analista de mercado da
Sandvik Coromant, que estudou a nova tecnologia para o Grupo Sandvik.
Agora estamos testando peças de metal.”
A Sandvik tem tradição em investir fortemente em tecnologias
inovadoras e ser líder nesse campo. No início do ano, ampliou o foco
para a impressão 3D e começou formando um grupo de P&D para
desenvolver a manufatura aditiva.
“A manufatura aditiva continua sendo usada principalmente para
protótipos e não para produção em larga escala”, diz Edvardsson.
Uma impressão que adiciona camada após camada de material para
criar uma estrutura é um processo lento, caro e não adequado para
produção de larga escala, mas bom para fazer estruturas complicadas e
pesadas em uma única peça, sem junções. Objetos podem ser feitos
mais leves e mais robustos do que com as técnicas tradicionais e em
formatos exatos e complexos. Médicos estão usando a impressão 3D
para fazer implantes, a indústria de aviões enxerga a oportunidade de
economizar combustível construindo aeronaves mais leves e a indústria
automotiva foca na habilidade de fazer protótipos rapidamente e com
custo relativamente baixo. Muitos clientes da Sandvik Coromant estão
aumentando os investimentos na nova tecnologia.
"Peças feitas via manufatura aditiva têm características específicas”,
comenta Edvardsson. “É muito importante entender como nossas
ferramentas de usinagem podem ser melhor adaptadas, para que
possamos dar aos clientes boas recomendações.”
Mikael Schuisky, gerente de operação de P&D no Grupo Sandvik e
responsável pela equipe designada a explorar a técnica diz: “Essa equipe
de pesquisa representa um plano de longo prazo para desenvolver uma
tecnologia de manufatura aditiva que agregue valor para nossos clientes.
Mesmo que estejamos em fase inicial, já vemos muito potencial.” n
A estrutura para impressão 3D
na lua da Agência Espacial
Europeia.
---------------------JAN EDVARDSSON
analista de mercado, Sandvik
Coromant
MIKAEL SCHUISKY
gestor de operação de P&D no
Grupo Sandvik
28 METALWORKING WORLD
A base lunar da Agência Espacial
Europeia, que poderia ser construída
com material encontrado na própria lua.
TECNOLOGIA
TEXTO: ELAINE MCCLARENCE
DESAFIO: Como atender as
altíssimas exigências que a
usinagem de canais cria para as
ferramentas de corte?
IMAGEM: BORGS
SOLUÇÃO: Opte pela CoroMill QD. É a
mais recente solução para corte e
canais estreitos e profundos.
Nos
canais
corte e usinagem de canais em centros de usinagem
e máquinas multitarefas, o objetivo é proporcionar um processo
seguro e econômico, combinado com excelente escoamento de
cavacos e baixa vibração. A Sandvik Coromant lançou a CoroMill QD
para atender aos requisitos desta exigente operação para muitas peças
e materiais diferentes. As novas ferramentas podem ser usadas para
desbaste e acabamento e para usinagem com ou sem refrigeração.
A CoroMill QD baseia-se na tecnologia de sucesso que é aplicada na
ferramenta CoroCut para aplicações de torneamento. Na verdade, a
CoroMill QD é a primeira ferramenta do seu tipo com refrigeração
interna, tornando-a a escolha ideal para usinagem de materiais ISO S,
que normalmente são muito difíceis de usinar por causa da geração de
calor. Em materiais ISO M, um problema comum é utilizar pastilhas
que reduzem a qualidade da superfície e diminuem a vida útil da
ferramenta. Aqui, a refrigeração interna também resolve o problema
efetivamente.
Cavacos presos em canais são um problema comum na usinagem
de canais profundos e estreitos. Isso normalmente é controlado por
meio de uma opção de fresamento concordante. Com ele, a vida útil
da ferramenta pode reduzir até 50%. Graças à refrigeração interna, o
fresamento concordante pode ser aplicado com a CoroMill QD,
obtendo melhor vida útil da ferramenta, canais limpos e economia de
tempo por evitar a necessidade de intervenção do operador para
remover os cavacos. Esta é uma vantagem enorme e oferece uma
excelente economia de produção.
Várias outras características associadas à CoroMill QD beneficiam
o corte e a usinagem de canais. Porta-ferramentas antivibratórios
Silent Tools oferecem usinagem de baixa vibração com longos
EM APLICAÇÕES DE
balanços que, de outra forma, podem gerar vibração e levar à quebra
da pastilha e danos a peças e ao porta-ferramenta, com consequências
para a qualidade dos canais. A variedade de porta-ferramentas
abrange pequenos e médios centros de usinagem com MAS-BT30,
todos os cones 40 e HSK63 como acoplamentos laterais da máquina.
Grandes centros de usinagem são abrangidos por adaptadores de
interface de máquina Coromant Capto e adaptadores de máquinas
multitarefas Coromant Capto fixados diretamente no fuso.
Uma gama otimizada de geometrias de fresamento para ISO P, K e
M está disponível. Pastilhas retificadas proporcionam ação de corte
leve e batimento radial mínimo e contribuem para uma excelente
qualidade do canal e vida útil longa da ferramenta. A estabilidade da
pastilha é propiciada pelo respectivo assento tipo trilho. Isso é
combinado com um mecanismo de fixação de simples utilização, para
troca fácil da pastilha, que usa uma chave de liberação rápida. Tudo isso
contribui para uma solução de ferramentas que oferece uma operação
de canais de alta qualidade combinada com uma boa economia de
produção e vida útil mais longa da ferramenta. n
RESUMO
A CoroMill QD é a mais recente solução para usinagem de canais.
Desenvolvida para atender muitas das exigências das operações de canais
profundos, ela combina refrigeração interna, porta-ferramentas antivibratório e geometrias de pastilhas otimizadas para oferecer um processo seguro,
de baixa vibração e econômico que aumenta a vida útil da ferramenta.
METALWORKING WORLD 29
TEXTO:TOMAS LUNDIN FOTOS: ADAM LACH
MERGULHO
MAIS
FUNDO
Fresamento em
mergulho e uma nova estratégia de
fuso ajudaram a Siemens a reduzir em
63 horas o tempo de usinagem de suas
enormes carcaças de turbinas a gás
– cada uma pesando 90 toneladas.
Uma economia de 11 semanas em
três anos de produção.
Berlim, Alemanha.
nnn Pegue a potência bruta de 1.200 super velozes Porsche 911 e
você terá a capacidade de uma única turbina a gás SGT5-8000H da
Siemens, que pesa o equivalente a um Airbus A380 com tanque cheio.
Hoje, a SGT5-8000H é uma das maiores e mais potentes turbinas a
gás do mundo, construída para acompanhar a tendência do mercado
global de gás que, de acordo com algumas previsões, tem crescido mais
de 6% ao ano.
Essas peças enormes são fabricadas na planta de turbinas a gás da
Siemens em Berlim, Alemanha, construída em 1909 em estilo
neoclássico, com paredes de vidro e aço de cerca de 120 metros de
comprimento e 25 metros de altura. Desde 1956, a planta, parte da
Divisão de Geração de Energia da Siemens, é considerada patrimônio
histórico. As máquinas e tecnologias que abriga são da mais alta
qualidade, incluindo centros de usinagem de última geração.
Em 2012, quando a Siemens lançou uma nova carcaça para sua
enorme turbina a gás, a fábrica teve que adaptar sua tecnologia. O
processo de produção existente, baseado em fresamento em desbaste e
mandrilamento de acabamento usando cabeças angulares e fresamento
helicoidal, não era estável o suficiente para os 16 furos com diâmetro
de 600 milímetros que eram necessários para os queimadores.
30 METALWORKING WORLD
A Siemens
SGT5-8000H é uma
das maiores turbinas
a gás do mundo.
METALWORKING WORLD 31
[1]
“O fresamento em mergulho
reduziu o tempo de usinagem de
100 para 42 horas por peça.”
[1] Chefe de equipe da Siemens, Herbert
Imrich, na base de uma turbina a gás.
[2] Detalhe do CoroBore 820 XL.
[3] Da esquerda: Markus Zapke, Herbert
Imrich, Michael Neumann (Siemens), Olaf
Zahn (Sandvik Coromant), Thomas Reich
(Siemens) e Christian Lendowski (Sandvik
Coromant).
[4] Thomas Reich, especialista em
ferramentas da Siemens.
[2]
32 METALWORKING WORLD
[3]
“Tivemos grandes problemas”, conta Markus Zapke, diretor de
tecnologia, processos ferramentais e fornecimento de máquinas na
fábrica de turbinas. “A cabeça angular era a parte fraca do processo.
Tínhamos muitas vibrações e as ferramentas quebravam. Nossa
tecnologia estava no limite.”
A SANDVIK COROMANT foi contatada, juntamente com outros fornecedo-
res, e em agosto de 2013 a fábrica escolheu o conceito Sandvik
Coromant, baseado no fresamento em mergulho e em uma nova
estratégia de fuso. “A Sandvik Coromant é parceira de tecnologia há
muitos anos”, diz Zapke. “Eles foram capazes de elaborar uma solução
potencial para os nossos problemas quase que imediatamente.”
Olaf Zahn, chefe de vendas regionais e consultoria técnica da
Sandvik Coromant, é o homem por trás do novo conceito. “Sabíamos
que a cabeça angular era muito instável”, lembra. “Então, optamos por
fresamento em mergulho, o que significa que as ferramentas mergulham diretamente nos furos pré-fundidos da carcaça.”
O fresamento em mergulho não é nada novo. “Vejo esta tecnologia há
20 anos na indústria automotiva”, diz Herbert Imrich, líder de equipe de
produção na fábrica da Siemens. “É incrível que ninguém tenha pensado
nisso antes, nem mesmo quando os problemas surgiram.”
Na verdade, a Sandvik Coromant pensou: fresamento em mergulho é
o primeiro passo do novo processo de produção. Como essa operação
gera superfícies onduladas, requer mandrilamento de acabamento em
uma segunda etapa para atender às elevadas demandas de superfície e
manter as tolerâncias exigidas. Nesta etapa final, o diâmetro dos furos
aumenta de 598 para 600 milímetros.
O novo conceito foi testado e desenvolvido em estreita cooperação
entre a Siemens e a Sandvik Coromant.
[4]
O TESTE FOI realizado em uma situação real. Thomas Reich, especialista
da Siemens para tecnologia e ferramentas de corte, explica: “Como a
METALWORKING WORLD 33
[1] Trabalho interno – foi possível usar
ferramentas standard em todo o processo.
[2] Fresamento em mergulho pode ser
adaptado para outros processos.
[3] Ferramentas CoroMill R210 e CoroBore
820 XL. O tempo para mandrilamento de
acabamento passou de 480 para 160
minutos.
[1]
nossa tecnologia antiga não podia lidar com as novas exigências,
quisemos ir em frente com o novo processo, sem atrasos. Por isso,
fizemos todas as adaptações necessárias e uma nova programação na
produção.”
Os resultados até agora são extremamente positivos. O fresamento
em mergulho reduziu o tempo de usinagem de 100 para 42 horas por
peça. O tempo para mandrilamento de acabamento passou de 480 para
160 minutos. No total, a redução de tempo é de mais de 63 horas para
cada carcaça – ou 11 semanas de economia de tempo de usinagem em
três anos de produção, segundo cálculos da Siemens.
Outros efeitos positivos são evidentes, mas difíceis de colocar em
números. “Estamos muito satisfeitos com o fato de podermos usar
ferramentas standard em todo o processo”, diz Zapke. “Isso significa
preços mais baixos, alta confiabilidade e ferramentas em estoque
sempre.”
Mais importante, porém, é a solução Sandvik Coromant possibilitar
adaptações. “O fresamento em mergulho pode ser facilmente transferido para outros processos”, afirma Christian Lendowski, gerente sênior
de conta da Sandvik Coromant para a Siemens. “Ele já foi levado para
outra carcaça Siemens. E estão previstos mais projetos. Nesse sentido,
é realmente uma tecnologia modelo.” n
34 METALWORKING WORLD
[3]
[2]
VISÃO TÉCNICA
Operador de máquina
Andre Skora.
FRESAMENTO EM MERGULHO é a chave do
novo processo da Sandvik Coromant na fábrica de
turbinas a gás da Siemens em Berlim, Alemanha.
As carcaças para as maiores turbinas a gás do
mundo têm 16 furos para os queimadores, que são
pré-fundidos com uma tolerância de 12 a 15 milímetros. Quando acabados, os furos têm 600 mm
de diâmetro e 450 mm de comprimento.
A SANDVIK COROMANT usa CoroMill 210 para
fresamento em mergulho. Com 430 mm de comprimento, a ferramenta mergulha 300 mm em linha
reta no furo pré-fundido, evitando a alta alavancagem na cabeça angular do processo anterior. A ferramenta mergulha para cima e para baixo em círculo,
126 vezes para cada furo. Para esse fresamento em
desbaste, o tempo de usinagem de cada peça foi
reduzido, das cem horas usando a cabeça angular e
o fresamento helicoidal, para 42. Na etapa seguinte,
o diâmetro dos furos passa de 598 mm para 600
mm com o acabamento superficial. Isto é feito com
o CoroBore 820 XL da Sandvik Coromant, que
permite maior avanço em comparação com ferramentas de mandrilamento de precisão. Ao mesmo
tempo, mantém as tolerâncias e superfície exigidas.
Comparado com o antigo
processo, o novo conceito
poupa 320 minutos por
carcaça.
NA FASE DE IMPLEMENTAÇÃO um novo
conceito de fixação de ferramenta foi introduzido. A
redução dos set-ups, de três para um, foi outro efeito muito positivo. Comparado com o processo antigo, o novo conceito poupa 320 minutos por carcaça. Além disso, usar as ferramentas standard
disponíveis ajuda a manter os custos baixos e
garante um fornecimento estável de ferramentas
confiáveis. No geral, o novo conceito, desenvolvido
em estreita cooperação entre a Siemens e a Sandvik Coromant na fábrica de turbinas a gás em
Berlim, resultou em um processo estável, com
economia significativa de tempo. A Siemens calcula
que o tempo total de usinagem foi reduzido em mais
de 63 horas por peça.
METALWORKING WORLD 35
TECNOLOGIA
TEXTO: ELAINE MCCLARENCE
IMAGEM: KJELL THORSSON
Nos
trilhos
Atender as necessidades técnicas dos avançados
trens de alta velocidade e ao mesmo tempo oferecer soluções com bom custo-benefício para manter
o estoque ferroviário existente pede estratégias
abrangentes de produção e recondicionamento.
OS CONJUNTOS DE rodeiros e eixos são a força motora de
qualquer trem. A expectativa é de que possam funcionar por
milhões de quilômetros entre manutenções e recondicionamentos. Eles estão entre os itens mais caros dos veículos
ferroviários e são responsáveis por uma fatia significativa
dos custos de manutenção, uma vez que são essenciais para o
funcionamento do trem. A indústria ferroviária está sob
constante pressão para reduzir custos e melhorar o atendimento aos passageiros, e isso precisa ser equilibrado com
desempenho operacional e, sobretudo, segurança.
O aumento de trens super velozes ampliou a necessidade de
operações de usinagem com alta segurança e tolerâncias
estreitas juntamente com as altas exigências dos materiais
duros e difíceis de tornear. Todos os fabricantes de rodeiros
buscam menor custo por unidade e vida útil mais longa da
pastilha. Isso em um momento em que os materiais usados
nos rodeiros de trens de alta velocidade estão cada vez mais
duros e difíceis de serem torneados. Rodeiros e eixos são
geralmente produzidos a partir de aços com e sem liga que
têm resistência à tração que variam de 780 a 1.050N/mm.
Quando os rodeiros são parcialmente endurecidos, aumenta a
exigência da pastilha, que deve ser capaz de trabalhar com
diferentes durezas no mesmo corte.
Outro desafio é escolher as ferramentas adequadas para
garantir a produtividade e a qualidade do produto. A Sandvik
Coromant desenvolveu uma ampla gama de soluções de
ferramentas para atender as exigências de fabricação de todos
os tipos de rodeiros, oferecendo um processo com ótimo custo-benefício, segurança de produção e desempenho confiável. n
36 METALWORKING WORLD
Torneamento de novos rodeiros sistema de fixação
O sistema de fixação por alavanca T-Max P da
Sandvik Coromant é a primeira escolha para o
torneamento de novos rodeiros. A alavanca
força a pastilha para trás no respectivo
alojamento, posicionando a pastilha
firmemente nos dois lados para uma fixação
estável. Existem oito tipos de porta-ferramentas T-Max P standard otimizados para usinagem
de novos rodeiros. A solução oferece excelente
quebra de cavacos combinada a processos
confiáveis, segurança e vida útil longa da ferramenta.
Classes para torneamento de rodeiros
A Sandvik Coromant possui um programa para
aplicações de torneamento de novos rodeiros.
Nessas aplicações, a classe de pastilhas de
última geração GC4325 tem sido usada cada
vez mais. Para o retorneamento, a Sandvik
Coromant tem uma gama de opções de
pastilhas que são selecionadas de acordo
com as condições do rodeiro. A GC4325 é a
primeira escolha para rodeiros extremamente
danificados.
Retorneamento
Retorneamento de rodeiros pode ser feito usando
máquinas overfloor e underfloor (subterrâneas) e
em condições de usinagem sem refrigeração.
No retorneamento, é recomendável escolher a
maior profundidade de corte possível para
atingir tempos de usinagem mais curtos. Isso
depende das condições de desgaste da maior
parte da roda. O perfil pode ser torneado em um
único passe, ou pode ser necessário dividir a
usinagem em diversas etapas. O uso do T-Max P
para uma ampla gama de ferramentas, pastilhas e
classes propicia processos confiáveis e vida útil mais
longa das ferramentas.
Eixos
A Sandvik Coromant tem um programa de acordo
com a norma ISO com soluções de ferramentas
que atende os requisitos do torneamento de
eixos. Dependendo do set up da máquina do
cliente, suportes convencionais ou Coromant
Capto com pastilhas de diferentes tamanhos
estão disponíveis para lidar com todas as
etapas do torneamento, do desbaste do
material forjado ao acabamento.
Torneamento de novos
rodeiros – pastilhas
As pastilhas mais adequadas para
o torneamento de novos rodeiros
são as positivas redondas como
RCMX e RCMT T-Max P. Pastilhas
negativas quadradas T-Max P
também são usadas para
algumas partes do rodeiro.
Pastilhas redondas são robustas e
podem lidar com variação de
profundidades de corte no torneamento de perfis de novos rodeiros. Pastilhas
positivas propiciam menor força de
usinagem e ajudam a prevenir vibrações.
Torneamento de novos rodeiros
A maioria das ferramentas usadas em rodeiros são soluções
exclusivas, baseadas nas condições de usinagem, como o design
do rodeiro e o tipo da máquina. Todas as operações de
torneamento para as principais características do rodeiro, como
aro, cubo e disco, podem ser realizadas com o programa de
suportes C10 da Sandvik Coromant, com pastilhas redondas e
quadradas. Essas ferramentas atendem as
necessidades de diferentes tipos de
máquinas para processos com
refrigeração. Refrigeração inferior
para pastilhas redondas de 32
e16 milímetros proporciona
fluxo constante de
refrigerante na zona crítica
de corte e promove
aumento substancial da
vida útil da pastilha. A
refrigeração de alta
precisão pode resultar
no aumento da vida útil
das pastilhas em até
80%.
RESUMO
Conjuntos de rodeiro e eixo para trens precisam atender
normas operacionais rigorosas. Ferramentas para
produção e retorneamento devem ser estáveis e ter boa
vida útil, dependendo do tipo de rodeiro. Seja para
produção de novos rodeiros ou retornear um conjunto de
rodeiros e eixo, a Sandvik Coromant tem as ferramentas
certas, bom conhecimento da aplicação e boa percepção
das necessidades dos clientes.
METALWORKING WORLD 37
NOTA FINAL
TEXTO: HENRIK EMILSON FOTO: STUDIO ROOSEGAARDE
Atenção
nas
estradas!
38 METALWORKING WORLD
Em vez de usar o veículo como foco da inovação no trânsito, o designer
holandês Daan Roosegaarde optou por repensar as rodovias, de forma a
torná-las mais sustentáveis, seguras e intuitivas. Em parceria com a empresa Heijmans Infrastructure, ele desenvolveu o conceito de estradas que
brilham no escuro por meio de pó fotoluminescente especial, reduzindo a
necessidade de outro tipo de iluminação. Carregadas durante o dia, as faixas luminosas podem brilhar por até dez horas durante a noite. Seguindo
esta mesma linha, os postes de luz são interativos: ao invés de iluminar o
tempo todo, eles acendem apenas quando algum carro se aproxima, economizando energia.
A pintura dinâmica é outra característica da rodovia inteligente que será
desenvolvida, testada e aprovada em uma pista em Eindhoven, na Holanda.
Ela se torna visível de acordo com a variação da temperatura, e seus
símbolos alertam motoristas sobre informações relevantes do tráfego. Por
exemplo, quando está frio ou escorregadio, grandes flocos de neve
aparecem na pista.
Após um período de erros e tentativas, a equipe pretende expandir seus
resultados nos próximos cinco anos. n
METALWORKING WORLD 39
Print n:o C-5000:583 POR/01
© AB Sandvik Coromant 2015:1
Resistência no
torneamento de aços
ária
Alta taxa de remoção de metal sem
comprometer a ferramenta
A classe GC4315 para torneamento de aços tem desempenho
excelente em aplicações com altas temperaturas. Enquanto outras
pastilhas atingem o limite da taxa de remoção de metal, devido à alta
velocidade e longo tempo em corte, a GC4315 conclui o trabalho.
Faça o teste e descubra você mesmo o que ela pode fazer...
n
revolucio
Tecnologia

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