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GERAÇÃO DE TÉCNICAS DE CONSERVAÇÃO PÓS-COLHEITA
PARA VALORIZAÇÃO DO CULTIVO DE CAJÁ E CIRIGUELA NO ESTADO
DO CEARÁ
EMBRAPA AGROINDÚSTRIA TROPICAL
Fortaleza/CE - Fevereiro/2001
2
GERAÇÃO DE TÉCNICAS DE CONSERVAÇÃO PÓS-COLHEITA PARA
VALORIZAÇÃO DO CULTIVO DE CAJÁ E CIRIGUELA NO ESTADO DO
CEARÁ
EMBRAPA AGROINDÚSTRIA TROPICAL
Coordenadora: Heloísa Almeida Cunha Filgueiras
Fortaleza/CE - Fevereiro/2001
RELATÓRIO TÉCNICO FINAL DE PROJETO (1998/2000)
Convênio de Assistência Técnica e Financeira entre o Banco do Nordeste
e a Embrapa Agroindústria Tropical referente ao Edital ETENE/FUNDECI
01/97.
3
SUMÁRIO
Página
Resumo
7
Resultados, Conclusões e Recomendações
9
Seleção dos nichos de produção
9
Curvas de crescimento e maturação de cajá
9
Armazenamento e conservação pós-colheita de cajá
10
Caracterização de cajá durante o amadurecimento
14
Diagnóstico da produção de ciriguela no Cariri cearense
19
Identificação do ponto de colheita de ciriguela
20
Avaliação do potencial de conservação de ciriguela sob refrigeração e
21
atmosfera modificada
Caracterização de ciriguela durante o amadurecimento
23
Avaliação do crescimento e maturação de ciriguela na região do Brejo
28
Paraibano
Conclusões e recomendações
29
Crescimento e maturação de cajá
29
Ponto de colheita de cajá
30
Armazenamento de cajá
30
Crescimento e maturação de ciriguela
30
Ponto de colheita de ciriguela
31
Armazenamento de ciriguela
31
Publicações geradas pelo projeto
31
Dissertações de Mestrado
31
Trabalhos completos
32
Resumos
33
4
1) LISTA DE TABELAS
Tabela
Título
Página
01
Características físicas e físico-químicas de cajá em quatro
estádios de maturação
12
02
Escala de avaliação da aparência externa de cajá
12
03
Caracterização de cajá em quatro estádios de maturação
15
04
Características observadas em frutos maduros de ciriguela por
ocasião da colheita
22
05
Caracterização de ciriguela em três estádios de maturação
25
2) LISTA DE FIGURAS
Figura
Título
Página
01
Comprimento e diâmetro de cajá durante o desenvolvimento
36
02
Acúmulo de peso fresco e seco em cajá durante o desenvolvimento
36
03
Comprimento e diâmetro de cajá durante as fases de maturação e
amadurecimento
36
04
Acúmulo de peso fresco e seco em cajá durante as fases de
maturação e amadurecimento
36
05
Acúmulo de sólidos solúveis totais e açúcares solúveis durante as
fases de maturação e amadurecimento
37
06
Acidez total titulável em cajá durante as fases de maturação e
amadurecimento
37
07
Relação SST/ATT em cajá durante as fases de maturação e
amadurecimento
37
08
Carotenóides totais e clorofila em cajá durante as fases de maturação
e amadurecimento
37
09
Perda de peso de cajá armazenado à temperatura ambiente (23±2°C;
38
UR=76±5%)
10
Sólidos solúveis totais e açúcares solúveis totais durante o
armazenamento de cajá à temperatura ambiente (23±2°C; UR=76±5%)
38
11
Acidez total titulável durante o armazenamento de cajá à temperatura
ambiente (23±2°C; UR=76±5%)
38
12
Relação SST/ATT durante o armazenamento de cajá à temperatura
ambiente (23±2°C; UR=76±5%)
38
13
pH de cajá durante o armazenamento à temperatura ambiente (23±2°C;
39
UR=76±5%)
14
Colapso de polpa de frutos de cajá durante o armazenamento à
temperatura ambiente (23±2°C; UR=76±5%)
39
15
Presença de fungos em frutos de cajá durante o armazenamento à
temperatura ambiente (23±2°C; UR=76±5%)
39
5
16
Senescência de frutos de cajá durante o armazenamento à
temperatura ambiente (23±2°C; UR=76±5%)
39
17
Perda de peso de cajá armazenado sob refrigeração (8ºC; UR=80%)
40
18
Sólidos solúveis totais e açúcares solúveis totais durante o
armazenamento de cajá sob refrigeração 8ºC; UR=80%)
40
19
Acidez total titulável durante o armazenamento de cajá sob
refrigeração (8ºC; UR=80%)
40
20
Relação SST/ATT durante o armazenamento de cajá sob refrigeração
40
(8ºC; UR=80%)
21
Açúcares solúveis totais durante o armazenamento de cajá sob
refrigeração (8ºC; UR=80%)
41
22
pH de cajá durante o armazenamento sob refrigeração (8ºC; UR=80%)
41
23
Enrugamento de frutos de cajá durante o armazenamento de cajá sob
refrigeração (8ºC; UR=80%)
41
24
Danos por frio em cajá armazenado sob refrigeração (8ºC; UR=80%)
41
25
Senescência de frutos de cajá durante o armazenamento sob
refrigeração (8ºC; UR=80%)
42
26
Alterações de açúcares solúveis totais em cajá colhido em quatro
estádios de maturação e armazenados à temperatura ambiente (25ºC;
42
UR=80%)
27
Alterações de açúcares solúveis totais em cajá colhido em quatro
estádios de maturação e armazenados à temperatura ambiente (25ºC;
42
UR=80%)
28
Alterações de açúcares redutores em cajá colhido em quatro estádios
de maturação e armazenados à temperatura ambiente ( 25ºC; UR=80%)
43
29
Alterações de amido em cajá colhido em quatro estádios de maturação
e armazenados à temperatura ambiente (25ºC; UR=80%)
43
30
Alterações de aparência em cajá colhido em quatro estádios de
maturação e armazenados à temperatura ambiente (25ºC; UR=80%)
43
31
Perda de peso de ciriguela em três estádios de maturação em função
do tempo de armazenamento a 20ºC (UR=85±2%)
44
32
Teor de antocianinas totais no epicarpo de ciriguela em função do
tempo de armazenamento a 20ºC (UR=85±2%)
44
33
Acidez total titulável em ciriguela em função do tempo de
armazenamento a 20ºC (UR=85±2%)
44
34
Sólidos solúveis totais em ciriguela em três estádios de maturação em
função do tempo de armazenamento a 20ºC (UR=85±2%)
44
35
Açúcares solúveis totais em ciriguela em três estádios de maturação
em função do tempo de armazenamento a 20ºC (UR=85±2%)
45
36
Teor de amido em ciriguela em três estádios de maturação em função
do tempo de armazenamento a 20ºC (UR=85±2%)
45
37
Perda de peso de frutos maduros de ciriguela armazenados a 20ºC
(UR=85±2%) em função da atmosfera e tempo de conservação
45
38
Perda de peso de frutos maduros de ciriguela armazenados a 15ºC
45
6
(UR=73±2%) em função da atmosfera e tempo de conservação
39
Senescência de frutos maduros de ciriguela armazenados a 20ºC
(UR=85±2%) em função da atmosfera e tempo de conservação
46
40
Senescência de frutos maduros de ciriguela armazenados a 15ºC
(UR=73±2%) em função da atmosfera e tempo de conservação
46
41
Senescência de frutos maduros de ciriguela armazenados a 10ºC
(UR=69±2%) em função da atmosfera e tempo de conservação
46
42
Sólidos solúveis totais em frutos maduros de ciriguela armazenados a
20ºC (UR=85±2%) em função do tempo de conservação
46
43
Sólidos solúveis totais em frutos maduros de ciriguela armazenados a
10ºC (UR=69±2%) em função da atmosfera e tempo de conservação
47
44
Açúcares solúveis totais em frutos maduros de ciriguela armazenados
a 10ºC (UR=69±2%) em função da atmosfera e tempo de conservação
47
45
Peso fresco e seco (g) durante a pré-maturação (F1), maturação (F2)
e amadurecimento (F3) de ciriguela a partir de 20 dias após antese
48
46
Comprimento e diâmetro (mm) durante a pré-maturação (F1),
maturação (F2) e amadurecimento (F3) de ciriguela a partir de 5 dias
após antese
48
47
Volume (cm3) durante a pré-maturação (F1), maturação (F2) e
amadurecimento (F3) de ciriguela a partir de 20 dias após antese
48
7
RESUMO
Os frutos de Anacardiáceas do gênero Spondias, especialmente umbu,
cajá e ciriguela, são altamente perecíveis e consumidos nas regiões Nordeste e
Norte do Brasil. O mercado, tanto interno quanto externo para produtos desses
frutos tem-se mostrado promissor e em crescimento. Para o mercado interno, a
demanda por sucos e polpas, para consumo direto e também para a industria
de sorvetes e doces, vem aumentando a cada dia em todas as regiões do pais.
Para o mercado externo, o interesse por polpas congeladas tornou-se maior
após o inicio das exportações para o continente europeu. Apesar disso,
nenhum
desses
frutos
é
produzido
significativamente
em
plantios
sistematizados, e tanto o produtor quanto o comprador e o industrial carecem
de informações sobre índices de qualidade, maturação, ponto de colheita,
condições de armazenamento e vida útil. Este subprojeto tem por objetivos,
visando suprir esta carência: Determinar as curvas de maturação de frutos
ciriguela e cajá consumidos na região Nordeste/Ceará; Identificar o ponto ideal
de colheita desses frutos; Identificar a temperatura ideal de armazenamento
refrigerado desses frutos e Determinar o seu potencial de conservação póscolheita. Nas condições em que foram realizados os experimentos, pode-se
concluir que 1) Crescimento e maturação de cajá - O desenvolvimento do cajá
da fecundação ao fruto maduro ocorreu em 120 dias; O início da maturação do
cajá ocorreu 80 dias após a fecundação. Durante a fase de maturação
aumentaram o peso de matéria fresca e seca os teores de sólidos solúveis
totais, e a açúcares solúveis totais, a relação SST/ATT e carotenóides totais, e
diminuiu acidez total titulável; as alterações nos teores de açúcares e acidez
intensificaram-se nos últimos 15 dias de maturação. 2) Ponto de colheita de
cajá - Frutos colhidos maduros (amarelos) após o início da pigmentação podem
ser
armazenados
a
temperatura
ambiente
por
um
ou
dois
dias,
respectivamente. Frutos colhidos após o início da mudança de cor, ou
predominantemente verde, conservaram-se por 4 dias e alcançaram uma
qualidade semelhante aos colhidos maduros na planta. 3) Armazenamento de
cajá - O uso da atmosfera modificada reduziu significativamente a perda de
peso dos frutos durante o armazenamento, notadamente quando realizado sob
refrigeração. Cajás maduros em temperatura permanecem em condições
aceitáveis de consumo apenas por um dia. Sob refrigeração com atmosfera
8
modificada os frutos permanecem em condições aceitáveis de consumo até
dez dias a 8 °C. 4) Crescimento e maturação de ciriguela - O ciclo de
desenvolvimento
de
ciriguelas
a
partir
da
abertura
da
flor
até
o
amadurecimento do fruto, corresponde a um período médio de 124 dias. A
maturação iniciou-se cerca de 55 dias e o amadurecimento ao 105 dias após a
antese. 5) Ponto de colheita de ciriguela - Frutos colhidos no estádio "verde
inchado", embora apresentem aumento nos teores de sólidos solúveis e
açúcares após a colheita, não desenvolvem a coloração vermelha e
permanecem com teor de amido mais alto que os amadurecidos na planta.
Para o pleno desenvolvimento da cor vermelha e de características
equivalentes aos frutos amadurecidos na planta, as ciriguelas devem se
colhidas no estádio amarelo.
6) Armazenamento de ciriguela - O
armazenamento de ciriguelas maduras sob refrigeração associada ao uso de
atmosfera modificada por embalagem de PVC possibilitou um acréscimo no
período de vida útil de até 12 dias. A vida útil mais longa foi de 15 dias,
conseguida com a temperatura de 10ºC e umidade relativa de 82%±2
2) Resultados, Conclusões e Recomendações
Seleção dos nichos de produção
Foram selecionados nichos de produção e iniciados experimentos com
quatro espécies de Spondias: cajá, ciriguela, e os híbridos naturais umbuguela
e umbu-cajá. Constatou-se que a obtenção de cajá, o fruto mais procurado
dentre as Spondias, se dá de modo disperso em toda a região Nordeste, com
ocorrência de plantas principalmente nas matas nativas. Foram selecionadas
plantas na área da estação experimental da EPACE - Empresa de Pesquisa
Agropecuária do Ceará no município de Santo Antônio do Pitaguari, e de uma
propriedade particular no município de Aquiraz, ambos próximos a Fortaleza; e
na área do campus de Areia da Universidade Federal da Paraíba, região do
Brejo Paraibano. Com relação à ciriguela, foi localizada grande concentração
de plantas na região do Cariri cearense, no sul do estado, principalmente nos
municípios de Crato, Barbalha, Brejo Santo e Missão Velha, onde existem
plantios informais de 0,5 a 3ha em média, que abastecem toda a região
9
Nordeste. Dentre os híbridos, foi selecionado o município de Princesa Isabel,
estado da Paraíba, para obtenção de umbuguela, e o material de umbu-cajá
está sendo obtido no mesmo município e na região do Brejo Paraibano.
Curvas de crescimento e maturação de cajá
As curvas de crescimento, traçadas a partir dos dados da evolução de
tamanho e peso de cajás, assim como a composição química dos frutos
apresentaram resultados muito semelhantes para os experimentos realizados
com materiais colhidos na Paraíba e no Ceará. Foram colhidas panículas a
partir da fecundação das flores até o completo amadurecimento dos frutos, em
intervalos de 15 dias até os 80 dias após a fecundação, e de 7 dias até os
frutos estarem completamente maduros. Os frutos foram pesados, medidos, e
do início da maturação até sua fase final, caracterizada pelo amadurecimento,
foram feitas análises de composição. Os cajás apresentaram aumento de
comprimento, diâmetro, peso de matéria fresca e seca (Figuras 01 a 04)
durante o período observado, num total de 120 dias. Foram observadas três
fases distintas de crescimento. A primeira, que corresponde aos 30 primeiros
dias, caracterizada por crescimento pouco acentuado. A segunda, dos 30 aos
80 dias, foi caracterizada por um crescimento acentuado, em que os frutos
aumentaram de 40-50% do seu comprimento e diâmetro. Acima de 60% do
acúmulo de peso fresco ocorreu nessa fase. A terceira fase, dos 80 aos l20
dias após a fecundação, foi uma fase de crescimento estacionário, em que o
tamanho dos frutos praticamente não se alterou mais, atingindo seus valor
máximo. Nessa fase, o acúmulo de matéria fresca e seca
continuou
aumentando até os seus valores definitivos, caracterizando o chamado
enchimento do fruto. Verificou-se que o cajá inicia seu processo de maturação
a partir de 80 dias após a fecundação, e que o amadurecimento, ou fase final
da maturação, ocorre nos últimos 15 dias.
Os dados correspondentes à caracterização física e química dos frutos
na fase de maturação e amadurecimento, são apresentados nas Figuras 5 a 8.
O aumento nos teores de sólidos solúveis totais e de açúcares solúveis totais
(Figura 5) nos últimos 15 dias evidenciou o amadurecimento do fruto. Pode-se
perceber a tendência natural de destruição da clorofila paralelamente ao
10
aumento na síntese de carotenóides (Figura 8). Observou-se que a mudança
de cor com o avanço da maturação deve-se também à síntese de carotenóides
e não apenas à destruição da clorofila como ocorre com outras espécies de
frutos.
Armazenamento e conservação pós-colheita de cajá
Foi realizado no Campus de Areia, da UFPb, um pré-teste para
armazenamento de cajá sob refrigeração, que revelou que os frutos
armazenados a 5 °C apresentaram sintomas de sensibilidade ao frio, e que os
frutos "de vez" (com algum sinal de cor verde) não evoluíram no
amadurecimento com o decorrer do armazenamento, tanto sob refrigeração
quanto em temperatura ambiente. Definiu-se assim, a utilização de frutos
maduros, e de temperatura mais elevada para o armazenamento refrigerado
para os experimentos realizados com material obtido de plantas da região do
Brejo Paraibano.
Como ações de pesquisa desenvolvidas na UFPB, foram realizados dois
experimentos de armazenamento de cajá, sendo um à temperatura ambiente e
um sob refrigeração, ambos comparando o comportamento de frutos
submetidos ou não a atmosfera modificada por filme de PVC de 15 micra.
Durante o armazenamento em temperatura ambiente (Figuras 9 a 16),
verificou-se que a perda de peso (Figura 9) dos frutos não embalados
(atmosfera ambiente) foi três vezes maior (55 %) que em atmosfera modificada
(15,5%). Esta diferença se deve principalmente à barreira física representada
pelo filme de PVC à perda de água por transpiração, podendo também ser
atribuída à redução da concentração de oxigênio e acúmulo de CO2 no interior
das embalagens, com conseqüente redução da taxa de respiração dos frutos.
Ao final de quatro dias de armazenamento à temperatura ambiente, os teores
de sólidos solúveis totais e açúcares solúveis totais (Figura 10) foram
significativamente reduzidos. Os frutos começaram a entrar em senescência,
identificada por sintomas de colapso de polpa (Figura 14) e desenvolvimento
de fungos (Figura 15), a partir do primeiro dia de armazenamento, sendo que a
partir do terceiro dia mais de 45% mostraram-se senescentes (Figura16).
11
Concluiu-se que à temperatura ambiente os cajás permaneceram em
condições aceitáveis de consumo apenas por um dia, mesmo tendo sido
manuseados com os devidos cuidados para evitar danos mecânicos e
exposição a condições adversas.
Quando os cajás foram armazenados à temperatura de 8° C, em
umidade relativa de 80% e atmosfera modificada (Figuras 17 a 25), observouse que os frutos permaneceram em condições aceitáveis de consumo até dez
dias, porém a partir de 5 dias começaram a apresentar sintomas de
sensibilidade à baixa temperatura. Concluiu-se que a temperatura de 8oC
ainda é baixa para o armazenamento de cajás, e que outro experimento deve
ser realizado em pregando temperaturas mais elevadas, entre 9 e 10oC.
Tabela 1. Características físicas e físico-químicas de cajá em quatro estádios
de maturação (Fortaleza, 1998)
Características
Estádios de maturação*
1
2
3
4
13.62b**
14.05b
15.91b
19.93a
Comprimento (cm)
3.72c
3.79bc
3.97b
4.31a
Diâmetro (cm)
2.65b
2.67b
2.81b
3.22a
pH
3.04a
2.56c
2.86b
3.02a
1.12a
1.12a
1.12a
1.10a
6.93c
8.31bc
9.57b
11.24a
Peso (g)
ATT
(%
ácido
cítrico)
SST/ATT
*1- verde; 2- predominantemente verde; 3- predominantemente amarelo; 4amarelo.
**Médias seguidas de mesmas letras nas linhas não diferem significativamente
pelo teste de Tukey (p<0,05)
12
Os frutos foram dispostos em bandejas e envolvidos com filme de PVC
auto-aderente de 15 m de espessura, e armazenados a 25oC e umidade
relativa de 80% durante quatro dias. Foram avaliados diariamente a cor,
características químicas e físico-químicas (pH, acidez total titulável, amido,
açúcares
solúveis
totais
e
açúcares
redutores,
comparando-se
as
características dos frutos em cada estádio com as do fruto maduro recémcolhido.
A avaliação de deterioração foi feita segundo escala subjetiva de notas
mostrada na Tabela 2.
Tabela 2 - Escala de avaliação da aparência externa de cajá.
Nota (escala 1-4)
(% frutos/bandeja)
0
0
1
1 – 15
2
16 – 30
3
31 – 45
4
> 45
Observou-se que os frutos colhidos no estádio 1 alcançaram
características semelhantes às do fruto maduro no quarto dia de avaliação, e
os demais um dia antes. Quanto à vida útil nas condições do experimento, foi
de apenas 1 dia para os frutos maduros (estádio 4), de dois dias para os
colhidos no estádio 3, e de quatro dias para os demais.
Não foram observadas alterações de pH e acidez durante o
armazenamento à temperatura ambiente dos cajás em diferentes estádios de
maturação. O comportamento dos componentes sólidos solúveis, açúcares
totais e açúcares redutores pode ser observado nas Figuras 26 a 28. Observase que nos dois primeiros estádios (verde e predominantemente verde), houve
aumento nos três constituintes durante o armazenamento, indicando que os
processos relacionados ao amadurecimento continuaram a ocorrer após a
colheita, principalmente a partir do segundo estádio (predominantemente
verde). No segundo estádio, ao final do período de observação, os teores dos
três componentes foram semelhantes aos de frutos colhidos maduros,
enquanto que para os frutos colhidos no primeiro estádio (verde), os teores
13
atingidos foram semelhantes para sólidos solúveis e açúcares totais e mais
baixos para açúcares redutores.
Por outro lado, para os frutos colhidos nos dois últimos estádios
(predominantemente amarelo e maduro), houve diminuição dos teores dos três
componentes durante o armazenamento, mais acentuados nos frutos maduros.
Isto indica que os frutos nesses estádios começaram a perder qualidade a
partir do primeiro (frutos maduros) ou do segundo dia (predominantemente
amarelos).
Os resultados deste experimento indicam que cajás são capazes de
completar o processo de amadurecimento fora da planta, especialmente se
forem colhidos depois de iniciada a mudança de pigmentação de verde para
amarela , no estádio predominantemente verde.
A Figura 27 mostra as alterações no teor de amido após a colheita.
Observou-se degradação de amido em todos os estádios, sendo que ao final
do período de observação os valores encontrados para os estádios iniciais
foram semelhantes aos dos frutos maduros. Estas alterações são esperadas,
pois em muitos frutos durante o desenvolvimento os carboidratos são
armazenados
na
forma
de polissacarídeos,
principalmente
amido,
e
transformados em açúcares solúveis para serem utilizados como fonte de
energia, através do processo respiratório, para as reações que ocorrem
durante o amadurecimento. As alterações de amido ocorreram de forma
inversa ao aumento nos teores de açúcares solúveis para os estádios verde e
predominantemente verde, como se pode observar com a comparação da
Figura 29 com a Figura 27. Esta comparação mostra ainda, para os estádios
predominantemente amarelo e amarelo, que apesar de ter havido degradação
de amido, houve redução dos teores de açúcares. Isto pode ser explicado pelo
fato de que nos estádios mais adiantados a atividade respiratória dos frutos é
mais intensa, e portanto o consumo de açúcares é maior.
As alterações de aparência foram significativas apenas para os frutos no
estádio amarelo, que apresentaram o desenvolvimento de sinais de
senescência e manchas escuras, como mostra a Figura 30.
14
A avaliação de aparência mostrou que, assim como ocorreu para
açúcares, os cajás maduros começaram a perder qualidade já no primeiro dia
após a colheita (Figuras 28 e 30)
Caracterização de cajá durante o amadurecimento
Os frutos foram colhidos em propriedade rural localizada no município de
Aquiraz, Ceará, Brasil, e separados em quatro estádios de maturação
identificados pela coloração externa. Os resultados estão apresentados na
Tabela 3.
Tabela 3. Caracterização de cajá em quatro estádio de maturação
Características
Estádios
1*
2
3
4
Peso (g).
13,62 B
14,05 B 15,91 B
19,93 A
Comprimento (mm)
3,72 C
3,79 BC 3,97 B
4,31 A
B
B
B
Diâmetro (mm)
2,65
2,67
2,81
3,22 A
pH
2,86 C
3,04 B
3,10 AB
3,17 A
C
BC
B
8,37
9,27
10,30
11,57 A
SST (°Brix)
B
B
B
ATT (% ácido cítrico)
1,25
1,12
1,08
1,03 A
SST/ATT
6,93C
8,31 BC 9,57 B
11,24 A
C
BC
AB
Açúcares Totais (%)
4,95
6,04
7,23
8,41 A
C
BC
AB
Açúcares Redutores (%)
4,19
5,15
6,29
7,66 A
A
B
C
Amido (%)
3,55
2,59
1,93
0,52 D
A
B
BC
Clorofila Total (mg/100g )
9,71
5,60
2,89
2,36 C
Carotenóides Totais (% mg)
0,54 B
0,71 AB 0,78 A
0,91 A
Compostos fenólicos (%)
Solúveis em água
0,12 AB
0,11 B
0,11 B
0,12 A
Solúveis em metanol 50%
0,13 A
0,14 A
0,13 A
0,15 A
A
A
A
Solúveis em metanol puro
0,11
0,11
0,11
0,12 A
A
B
C
Pectina total(%)
0,28
0,18
0,14
0,28 A
B
A
A
Pectina solúvel(%)
0,07
0,09
0,10
0,08 AB
Pectina fracionada (% em relação ao AIS):
Alta metoxilação
2,96B
3,45B
9,75A
10,31 A
B
B
B
Baixa metoxilação
0,63
0,83
0,88
2,12 A
B
B
B
Protopectina
0,77
1,30
1,09
2,21 A
Poligalacturonase (U/g/min)
19,22 A
20,77 A 19,78 A
18,32 A
A
B
AB
Pectinametilesterase (U/g/min)
350,31
281,38
305,22
362,32 A
A
A
A
Vitamina C (mg/100g)
43,01
39,80
36,89
36,86 A
*Estádio 1 = Verde; Estádio 2 = Predominância de verde; Estádio 3= Predominância de
amarelo; Estádio 4 = Amarelo Maduro
Observe-se que, mesmo se tratando de frutos fisiologicamente maturos
desde o primeiro estádio, verificou-se um aumento de peso, mais significativo
no último estádio. Como os frutos foram todos colhidos na mesma data,
15
aqueles que amadureceram ligados à planta continuaram a receber água e
solutos. Este aumento de peso no final do amadurecimento geralmente
caracteriza um inchamento do fruto por absorção de água. Observa-se que o
aumento de peso correspondeu a aumento de tamanho, tanto em comprimento
quanto em diâmetro.
Comparando-se o peso dos frutos com os de outros do mesmo gênero
encontrados na literatura, tem-se que o peso médio é semelhante ao de
ciriguela (Spondias purpurea L.), fruto de morfologia muito semelhante ao cajá,
conforme relato de Nava Kuri e Uscanga (1979), que encontraram um peso
médio de 18,9g entre doze tipos avaliados.
Em trabalho anterior, em que foi avaliado o crescimento de cajá, desde a
fertilização até o final da maturação, Costa et al. (1998) descreveram o
inchamento do fruto na fase final, assim caracterizado porque apesar de
aumento no peso não houve aumento na quantidade de matéria seca.
Em conseqüência do aumento de peso do fruto, observou-se que a
proporção de caroço diminuiu e o rendimento em polpa aumentou. Apesar de
serem frutos relativamente pequenos, de caroço grande e pouca quantidade de
polpa, devido ao fato de que o peso do caroço é leve, o rendimento em polpa é
consideravelmente elevado, o que representa grande vantagem para a
indústria de polpa ou suco, que pode assim obter boa rentabilidade com esta
matéria prima.
Quanto à forma elíptica do fruto, caracterizada por uma relação
comprimento/diâmetro > 1, também demonstra a semelhança entre cajá e
ciriguela (Nava Kuri e Uscanga 1979) e a diferença do umbu (Spondias
tuberosa Arruda Câm.), fruto de formato nitidamente arredondado.
O alto rendimento em polpa do cajá assemelha-se ao relatado em outras
espécies do gênero, como a ciriguela (Nava Kuri e Uscanga 1979) e o umbu
(Oliveira 1989; Narain et al. 1992).
Quanto à composição dos frutos, verificou-se que os teores máximos de
sólidos solúveis, açúcares solúveis totais e açúcares redutores foram atingidos
no estádio amarelo. O teor de sólidos solúveis, medido em graus Brix, tem sido
usado não só para identificar o estádio de maturação de frutos, como também
16
um dos mais importantes atributos de qualidade. Na indústria de sucos, este
atributo é um indicativo importante do rendimento do processo.
O cajá, apesar de ser um fruto muito aromático, não está entre os mais
doces. De acordo com Costa et al. (1998) o teor esperado de sólidos solúveis
em cajá é próximo do resultado obtido neste trabalho, em torno de 12ºBrix.
Por outro lado, o cajá apresenta um teor de acidez titulável mais elevado
que diversos frutos tropicais, inclusive de seu próprio gênero, como a ciriguela.
Este também é um atributo importante , pois o balanço entre o teor de sólidos
solúveis e a acidez indica a palatabilidade, ou a aceitabilidade do fruto, já que é
característico de cada espécie. Observou-se que a acidez diminuiu à medida
em que se completou o amadurecimento, chegando ao teor mínimo no fruto
maduro.
Os resultados encontrados para teores de açúcares solúveis - totais e
redutores, semelhantes aos relatados por Oliveira et al. (1998), mostram que
também esses atributos atingiram seus teores máximos nos frutos maduros, e
ainda que os açúcares redutores predominam no cajá.
Neste trabalho não foi feita a identificação dos açúcares redutores
presentes no cajá. Esta seria uma informação interessante, principalmente do
ponto de vista de formulação de néctar ou combinação com outros sucos, pois
a frutose é um açúcar de sabor mais doce que a sacarose, usada como
referência para o sabor doce. Assim sendo, frutas onde a frutose é um
componente expressivo dos açúcares solúveis podem ser mais doces que
outras com o mesmo teor de açúcares totais, nas quais predominam os não
redutores.
Em experimento realizado com o armazenamento de cajá em diferentes
estádios de maturação, Oliveira et al. (1998) constataram que o fruto é capaz
de completar seu processo de amadurecimento após a colheita, porém apenas
a partir do início da mudança de cor, caso contrário o desenvolvimento do
sabor ao final do processo não será o mesmo que em frutos colhidos maduros.
Os resultados de análise de amido mostram que o cajá armazena
carboidratos na forma deste polissacarídeo. E através da transformação do
amido em açúcares solúveis os frutos se tornam mais doces depois de
colhidos. Entretanto, observa-se que proporcionalmente, a redução mais
17
acentuada no teor de amido ocorre no final do amadurecimento, entre os dois
últimos estádios. Portanto, para o processamento de polpa ou suco é
recomendável que o cajá esteja completamente maduro, caso contrário poderá
haver interferência do amido no sabor ou mesmo no processo.
As determinações de teores de pectina, proporção das frações pécticas
e atividades nativas de enzimas pécticas são fundamentais para a definição de
parâmetros de processamento de sucos, principalmente em relação aos
objetivos de clarificação ou estabilização.
Os resultados apresentados na Tabela 5 indicam que há pouca variação
no percentual de pectinas em cajá, que permaneceu abaixo de 0,3%, e que
praticamente não houve variação na relação pectina solúvel/pectina total. As
frutas com teores elevados de pectina em geral requerem operações mais
complexas de processamento, no que se refere ao rendimento do
despolpamento, à clarificação ou à estabilização do suco. Porém, analisandose as frações pécticas a partir dos sólidos insolúveis em álcool observa-se que
a proporção da fração solúvel em água predominou sobre as demais. As
frações solúveis em oxalato e em ácido clorídrico representam respectivamente
as pectinas de baixa metoxilação, inclusive as que se encontram complexadas
com cálcio, e a protopectina, ligada a outro polímeros, ambas difíceis de serem
reconhecidas pelas enzimas responsáveis pela degradação das cadeias
pécticas e levam ao amaciamento da polpa dos frutos.
Observou-se ainda pouca variação nas atividades das enzimas PME e
PG entre os quatro estádios de maturação. A atividade dessas enzimas pode
ser detectada em todos os estádios de maturação, e varia muito conforme o
fruto. Em geral atribui-se o amaciamento de frutos à ação dessas duas
enzimas. Porém, como discutido por Babbitt et al. (1973), o amaciamento pode
ser iniciado por ação da celulase nas microfibrilas da parede celular,
possibilitando que as enzimas pécticas alcancem a lamela média. A
degradação da lamela média, constituída principalmente por substâncias
pécticas, resulta na perda de adesão entre as células e consequentemente nas
modificações de textura.
As frutas do gênero Spondias em geral não são reconhecidas como
fontes importantes de vitamina C, como é o caso de caju, acerola e outras
18
frutas tropicais. Narain et al. (1992) encontraram teor médio de 15,8 mg/100g
de vitamina C em umbu (Spondias tuberosa Arruda Câmara), e Nava Kuri e
Uscanga (1979) encontraram em média 24,1 mg/100g em ciriguela (Spondias
purpurea L.). No cajá foram encontrados teores ligeiramente superiores que
nessas duas espécies, entre 43 mg/100g e 37 mg/100g respectivamente nos
estádios verde e amarelo, sendo que a diferença não foi significativa.
A quantificação dos compostos fenólicos em frutos tem a finalidade de
avaliar o potencial de escurecimento durante ou após o processamento, e
também a possibilidade de interferência desses compostos no sabor devido à
característica de adstringência de alguns deles.
Os teores de compostos fenólicos encontrados em cajá podem ser
considerados baixos, em comparação com outros frutos como o caju e que
apresentam problemas de adstringência, principalmente antes de
completarem o amadurecimento. Não se observaram variações nas frações
analisadas.
Diagnóstico da produção de ciriguela no cariri cearense
Na primeira viagem à região do Cariri, foram feitas entrevistas com
produtores de ciriguela, intermediários (atravessadores) que recolhem a
produção para transporte às regiões de consumo, técnicos da Emater-CE nos
escritórios locais, prefeitos, representantes de Associação de Pequenos
Agricultores, e com o secretário de Agricultura do município de Crato.
Na avaliação dos resultados das entrevistas, pode-se constatar que, nos
municípios visitados - Crato, Barbalha, Brejo Santo e Missão Velha - todas as
propriedades rurais têm plantas de ciriguela, sendo que a média por
propriedade é de cerca 10 plantas. Entretanto, grande número de agricultores
possui de 1/3 há até 3 há de área plantada com ciriguela, em espaçamento que
varia de 4 a 7 m. A média nas propriedades com 1/3 há ou mais de área
plantada é de 100 a 120 plantas por hectare. Em apenas uma propriedade foi
encontrado plantio mais adensado, com mais de 80 plantas em 1/3 há. Foi
encontrada uma propriedade com aproximadamente 7 ha de área plantada,
porém com espaçamento maior.
19
A produtividade média, calculada pelo número de caixas de 18-20 kg
colhidas na safra anterior e pelo número de plantas, foi avaliada em
aproximadamente 180 kg por planta por safra, correspondendo a um total de
18 a 21,6 ton. por há por ano.
A quantidade de ciriguela colhida na região foi calculada pelo movimento
de caminhões de intermediários nos distritos. De acordo com as informações
obtidas de produtores e intermediários, e com observação in loco, os
intermediários deixam caixas em pontos preestabelecidos à margem das
estradas, para que os produtores substituam por caixas cheias ou que as
encham com frutos trazidos em outros recipientes. As caixas de madeira tipo K
utilizadas para esta finalidade, comportam entre 18 e 20 kg de ciriguela, e cada
caminhão transporta de 700 a 900 caixas. Em cada um dos distritos os
caminhões passam de 3 a 6 vezes por semana, com freqüência maior no pico
da safra, que se verifica nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro.
O destino da produção é o Distrito Federal, todas as capitais do
Nordeste e cidades do interior como Caruaru, Petrolina e Vitória da Conquista.
Apenas para Brasília são destinados 2 caminhões por semana.
De acordo com as informações obtidas, em cada distrito se colhe em
média cerca de 215 toneladas de ciriguela por ano, o que permite estimar a
safra da região em quantidade entre 6000 e 9000 toneladas.
Considerando que os produtores recebem em torno de R$2,00 por caixa
colhida, avalia-se que a ciriguela rende para a região do Cariri entre
R$600.000,00 e R$1.000.000,00 por ano , nas condições atuais, sem nenhum
trato cultural.
O dinheiro apurado com a venda de ciriguela é investido na pequena
agricultura, para o plantio de outras fruteiras e de café, ou para custear o
consumo doméstico.
A estimativa dos técnicos da região é de que a expansão do cultivo de
ciriguela se dê à razão de aproximadamente 30% ao ano.
Identificação do ponto de colheita de ciriguela
Este experimento foi instalado em dezembro de 1997, concluído e
avaliado a partir de janeiro de 1998.
20
Para a identificação do ponto de colheita os frutos foram colhidos em
três estádios de maturação, identificados pela aparência e coloração externa:
verde inchado, o estádio em que o fruto é colhido usualmente; amarelo e
vermelho. A colheita foi feita manualmente pela manhã, os frutos tendo sido
colocados em caixas isotérmicas forradas com espuma de 1 cm de espessura
para o transporte. No laboratório, os frutos foram submetidos a préresfriamento e desinfecção em água clorada com 50 ppm de cloro livre por dois
minutos.
Após a seleção, o acondicionamento foi feito em bandejas de 14 x 14
cm, com capacidade para aproximadamente 250g. As bandejas foram
distribuídas aleatoriamente nas prateleiras da câmara com temperatura fixada
em 20o C e umidade relativa de 85 ±2%.
Três bandejas de cada estádio foram retiradas diariamente durante três
dias para avaliação da evolução de mudança de cor - teor de antocianinas na
casca, acidez total titulável - ATT, sólidos solúveis totais - SST, SST/ATT,
açúcares solúveis totais - AST e amido. Os resultados estão apresentados nas
figuras de 31 a 36.
Observou-se, em todos os estádios, um aumento nos teores de SST e
AST e na relação SST/ATT, com um paralelo decréscimo na ATT e nos teores
de amido após a colheita. Os frutos colhidos amarelos desenvolveram
características bioquímicas semelhantes àqueles amadurecidos sobre a planta,
inclusive quanto à cor e à degradação de amido. Os frutos colhidos verdes,
porém, não desenvolveram a coloração vermelha e apresentaram os maiores
teores de amido ao final do período de observação.
Avaliação do potencial de conservação de ciriguela sob refrigeração e
atmosfera modificada
Este experimento foi instalado em fevereiro de 1998 e avaliado nos
meses subsequentes.
Foi realizado um experimento de armazenamento de ciriguela madura,
proveniente do município de Crato - Ce, em três temperaturas (10, 15 e 25oC),
em condições de atmosfera ambiente e modificada através do uso de filme de
PVC de 15m de espessura. Os resultados obtidos indicam que é possível
21
conservar os frutos maduros em condições aceitáveis por até três semanas à
temperatura de 10oC e com o emprego de atmosfera modificada.
Cada um dos estádios foi caracterizado quanto ao peso, comprimento e
diâmetro, tendo sida tomadas as medidas em 15 frutos por estádio. As
características dos frutos nos quatro estádios de maturação no dia da colheita
estão apresentadas na Tabela 4.
Tabela 4. Características observadas em frutos maduros de ciriguela por
ocasião da colheita. Fortaleza, Ceará, 1998.
Antocianinas
Peso
Diâmetro
Comprimento
totais na casca
(g)
(mm)
(mm)
(mg/100g)
Média*
10,83
24,60
32,90
16,39
Desvio da média*
0,25
0,26
0,29
0,32
* Média de 30 frutos.
Os frutos foram lavados com 50 ppm de cloro livre, selecionados,
retirada uma amostra para caracterização química e físico-química, e os
demais foram acondicionados em bandejas de 14 x 14 cm (20 frutos por
bandeja). Metade do número de bandejas foi embalada com filme autoaderente de PVC de 15m de espessura (atmosfera modificada - AM), e o
restante foi deixado sem embalagem (atmosfera ambiente - AA). Após a
pesagem, as bandejas foram distribuídas aleatoriamente em três câmaras a
10ºC, 15ºC e 20ºC, com umidade relativa de 82%±2, 73%±2 e 69%±2,
respectivamente.
A intervalos de um, dois e três dias, respectivamente, para as
temperaturas de 20ºC, 15ºC e 10ºC, foram retiradas três bandejas por
tratamento para as avaliações. A senescência foi avaliada através de uma
escala subjetiva, atribuindo-se notas de 0 a 4 para os sintomas de
22
enrugamento, desenvolvimento de fungos e manchas. Foram avaliadas ainda a
perda de peso (%) e as seguintes características químicas e físico-químicas:
acidez total titulável - ATT (IAL, 1985); pH e sólidos solúveis totais - SST;
SST/ATT; açúcares solúveis totais - AST e açúcares redutores - AR.
Os experimentos foram conduzidos segundo delineamento inteiramente
casualizado em esquema fatorial 2x5 (20ºC), 2x6 (15ºC) e 2x6 (10ºC). Os
fatores estudados foram atmosfera e tempo de armazenamento, com três
repetições. Para tempo de armazenamento e interações
Os resultados apresentados nas Figuras de 37 a 44 mostram que:
- Frutos colhidos maduros e armazenados nas condições do
experimento tiveram maiores perdas de peso quando acondicionados sem
revestimento (atmosfera ambiente).
- A redução na temperatura de armazenamento, de 20ºC para 15 e
10ºC, tornou possível acréscimos de 3 e 6 dias, respectivamente, na vida útil
dos frutos colhidos maduros e acondicionados sem revestimento, e de 7 e 12
dias respectivamente nos revestidos com filme de
PVC (atmosfera modificada). Frutos maduros mantiveram a aparência e
características físico-químicas e químicas por um período de até 15 dias,
quando revestidos e armazenados a 10ºC (UR = 69±2%).
- A infestação de fungos e o enrugamento do epicarpo foram os
principais fatores de senescência dos frutos colhidos maduros.
- A temperatura mínima avaliada, de 10ºC, não causou injúrias por frio
nos frutos armazenados durante 15 dias.
Caracterização da ciriguela durante o amadurecimento
Este experimento foi desenvolvido durante o ano de 1999, com frutos
provenientes do município de Crato, Ceará.
Foram colhidos frutos em três estádios de maturação, com o objetivo de
caracterizar as transformações durante a maturação. Os frutos foram colhidos
no estádio chamado «verde inchado», que é o ponto de colheita adotado na
região do Cariri para a comercialização, em que o fruto alcançou seu tamanho
máximo e a cor da casca é verde claro; no estádio «amarelo», no qual já
23
desapareceu a cor verde, porém o fruto ainda não atingiu o amadurecimento
completo; e no estádio «vermelho», ou completamente maduro
Foram feitas determinações de tamanho; peso; proporção de casca,
polpa e semente; teores de sólidos solúveis totais, acidez total titulável, amido
e açúcares na polpa; pigmentos na casca - clorofila e antocianina, fenólicos,
pectinas
e
atividade
de
enzimas
pécticas
-
poligalacturonase
e
pectinametilesterase.
Os resultados encontrados estão apresentados na Tabela 5. O peso
total dos frutos foi de 11,64, 12,07 e 10,27g para os estádios verdes, amarelo e
vermelho respectivamente, não se observando diferença significativa entre os
dois primeiros estádios. No terceiro estádio houve uma diminuição no peso
total, atribuído às mudanças metabólicas ocorridas durante o amadurecimento
dos frutos. Narain et al. (1992), trabalhando com frutos de umbu, Spondias
tuberosa Arruda Câmara, em três estádios de maturação também encontraram
uma redução de peso no estádio maduro. Nava Kuri e Uscanga (1979),
trabalhando com doze tipos de ciriguela no México encontraram frutos com
uma variação de 8,7g (roja ácida) até 37g (cabeza de loro) no peso total, com
uma média geral de 18,9g. Em trabalhos realizados com outras espécies do
gênero Spondias (umbu, umbu-cajá e umbuguela) houve uma grande variação
no peso total dos frutos - 12,2 a 22g (Oliveira 1989; Silva et al. 1996;
Informativo SBF 09/1998). A quantidade
de casca variou de 12,62% até
15,28% não se observando diferença significativa entre os estádios. Oliveira
(1989), trabalhando com umbu em diferentes estádios encontrou uma variação
de 13 a 18% de casca, com uma média de 16%, resultados semelhantes aos
obtidos neste trabalho. Narain et al. (1992) encontraram uma quantidade um
pouco mais alta, em média de 20,95% para frutos de umbu. O caroço
representou em média 16,67% do peso total do fruto, semelhante à proporção
encontrada em umbu por Oliveira (1989) - 12% e Narain et al. (1992) - 21,27%.
O rendimento em polpa também não variou significativamente durante o
amadurecimento, passando de 67,77% no estádio amarelo para 70,22% no
estádio vermelho, rendimento semelhante ao de umbu - 72%, conforme
Oliveira (1989). Nava Kuri e Uscanga (1979) verificaram rendimento mais alto
entre os 12 tipos de ciriguelas analisadas no México, na seleção "amarilla
24
corriente" por exemplo, constataram rendimento de 86% de polpa. Houve uma
ligeira redução no comprimento e diâmetro dos frutos no final do
amadurecimento observando-se sempre comprimento superior ao diâmetro,
caracterizando um fruto ovóide, como encontrado para a maioria das ciriguelas
estudadas por Nava Kuri e Uscanga (1979). Esses autores encontraram
apenas 4 tipos (roja, anaranjada, púrpura e roja carnuda) de formato
arredondado (relação comprimento/diâmetro = 1,0), entre as seleções
estudadas.
Tabela 5. Caracterização de ciriguela (Spondias PurpureaL.) em três estádios de maturação
Estádios
Cracterísticas
Verde
Amarelo
Vermelho
A
A
Peso Total (g)
11,64
12,07
10,28 B
Casca (%)
12,63A
15,28A
13,80A
A
B
Semente (%)
17,94
16,48
15,61B
Polpa (%)
69,11A
67,77A
70,22A
A
A
Comprimento (mm)
3,50
3,48
3,31 B
A
B
Diâmetro (mm)
2,62
2,57
2,50 B
C
B
7,11
16,90
21,25A
SST (°Brix)
ATT (%)
0,93A
0,63B
0,62B
A
B
SST/ATT
7,63
26,70
34,32C
C
B
pH
3,07
3,34
3,45A
Carotenóides totais na casca
120,01 C
214,12 B
316,94 A
(mg/100g)
Antocianinas totais na casca
3,43 C
6,61B
18,98 A
(mg/100g)
Açúcar Total (%)
4,41 C
14,24 B
18,68A
C
B
Açúcar redutor (%)
2,31
4,66
6,70A
A
B
Amido (%)
9,14
2,61
1,02C
Pectina Total(%)
0,35B
0,69A
0,73A
C
B
Pectina solúvel(%)
0,06
0,20
0,30C
Pectina fracionada (% em relação ao
AIS):
0,41A
4,23B
8,42C
A
B
0,09
0,41
0,82C
• AM**
0,13A
0,32B
0,41C
• BM
• Prot.
PME (UAE)
427,80A
298,52B
320,16B
A
A
PG (UAE)
13,86
14,69
12,65A
A
B
Vitamina C (mg/100g)
46,06
33,21
34,01B
B
B
Fenólicos solúveis em água (%)
0,14
0,15
0,18A
Fenólicos solúveis em metanol
0,16A
0,16A
0,17A
(%)
PA
Fenólicos solúveis em metanol 50 (%)
0,23A
0,24A
0,24A
*médias seguidas de mesmas letras nas linhas não diferem significativamente
pelo
teste de Tuckey (p<0,05)
**AM = alta metoxilação; BM= baixa metoxilação; Prot.=
25
Observou-se aumento significativo nos teores de sólidos solúveis e
açúcares solúveis totais durante o amadurecimento. Sousa et al. (1998b)
trabalhando com ciriguelas maduras em atmosfera ambiente (20ºC) também
observaram aumento dos teores desses componentes durante 4 dias, atingindo
valores muito próximos aos encontrados neste experimento. Nava Kuri e
Uscanga (1979) também analisando apenas frutos maduros, encontraram uma
variação nos SST de 13,0 a 18ºBrix.
Oliveira (1989) encontrou em umbu
teores mais baixos, chegando ao máximo de 12,8ºBrix, com média de
11,0ºBrix. Já Silva et al. (1996) trabalhando com frutos de umbuguela
(Spondias sp.) no estado da Paraíba, Brasil, encontraram teor de 17,4ºBrix nos
frutos maduros. Os teores de AR aumentaram durante o amadurecimento de
2,31 a 6,70%.
O resultado nos frutos maduros foi superior ao encontrado por Sousa et
al. (1998) em frutos armazenados a 15 e 20ºC (5,70 e 5,90%). Nava Kuri e
Uscanga (1979), encontraram teor de açúcares redutores variando de 9,4% no
tipo Roja ácida até o máximo de 14,4% no tipo Meona.
A acidez dos frutos - ATT diminuiu com o amadurecimento - de 0,93%
no estádio verde para 0,63% e 0,62% no amarelo e vermelho respectivamente.
Díaz-Pérez et al. (1998), trabalhando com armazenamento de ciriguelas em
dois estádios de maturação (verde-maduro e maduro) encontraram uma
redução na acidez para os frutos verde-maduros enquanto nos maduros houve
pouca alteração nesse fator, durante o período avaliado, sendo os valores
finais similares nos dois estádios. Sousa et al. (1998b) trabalhando com
ciriguelas armazenadas a 10ºC sob atmosfera modificada, encontraram teores
de ATT próximos a 0,64% após 15 dias, observando uma tendência de
aumento nos frutos armazenados em atmosfera ambiente. Para a maioria dos
frutos, observa-se um decréscimo no teor de ácidos orgânicos durante o
armazenamento, em decorrência do processo respiratório ou de sua conversão
em açúcares (Chitarra e Chitarra, 1990).
Paralelamente à perda de acidez, observou-se elevação significativa no
pH, que atingiu o máximo de 3,44 nos frutos maduros. Días-Perez et al. (1998)
26
encontraram pH mais alto em ciriguelas maduras - 6,0 armazenadas a 20ºC,
que nas verdes - 5,0.
A relação SST/ATT aumentou (7,62 a 34,32) de maneira significativa,
sendo influenciada principalmente pelo acentuado aumento no teor de SST.
Em trabalho realizado a 10ºC (Sousa et al. 1998b), os valores encontrados
para este fator permaneceram constantes (35,0) para as duas atmosferas
estudadas: AA e modificada (AM). A 20 ºC os frutos em AM revelaram valores
superiores aos dos frutos em AA, mas ainda bem próximos ao desse
experimento de caracterização.
Com relação ao fator amido, houve uma degradação acentuada desse
polissacarídeo variando de 9,13% nos frutos verdes a 1,01% nos frutos
maduros, ocorrendo diferença estatística entre os estádios. Sousa et al.
(1998a), trabalhando com ciriguela em 3 estádios de maturação, encontraram
uma redução de mais de 80% no conteúdo de amido em frutos colhidos verdes
após 3 dias. Na análise de pectina total, observou-se que houve síntese
durante o amadurecimento na planta. Os teores encontrados variaram de
0,34% nos frutos verdes até 0,72% nos frutos maduros.
No entanto, conforme pode-se observar na tabela 5, houve um aumento
na porcentagem de solubilização das pectinas. A pectina solúvel no estádio
verde representava em torno de 16% da total, passando a 41,7% no estádio
maduro, o que evidencia o amaciamento da polpa ao se analisar os resultados
do fracionamento das pectinas a partir dos sólidos insolúveis em álcool (SIA),
observa-se que o aumento mais significativo se deu na fração solúvel em água,
com o teor obtido no estádio maduro sendo 20 vezes maior que no estádio
verde. O aumento na fração solúvel em oxalato representado pelas pectinas de
baixa metoxilação, foi de aproximadamente 9 vezes, comparando-se o estádio
maduro com o verde, e na fração solúvel em ácido, correspondente à
protopectina, foi de cerca de 3 vezes. Deve-se considerar, no entanto, que os
resultados foram expressos como porcentagem dos sólidos insolúveis em
álcool, juntamente com os quais se separa o amido. Como houve hidrólise de
amido com o amadurecimento dos frutos, as frações pécticas passaram a
representar uma proporção maior dos SAI, o que por si só não é suficiente para
explicar os aumentos acentuados nas pectinas solúveis.
27
Os resultados obtidos para enzimas pécticas mostram que durante o
amadurecimento de ciriguela houve uma diminuição na atividade de PME,
observado entre os estádios verde e amarelo, enquanto que a atividade de PG
manteve-se constante. É de se esperar que a mudança na textura de um fruto
envolva uma interação completa da atividade enzimática das hidrolases da
parede celular com mudanças físico-químicas na mesma. Por último, temos
que considerar, que uma resposta "macro" como é a perda de firmeza, deve
ser conseqüência de múltiplas respostas a nível celular e não unicamente da
ação de uma ou várias enzimas (Martínez-Tellez, 1998). O conteúdo de
vitamina C encontrado na ciriguela (46,06 a 34,01 mg/100g), foi inferior ao de
outros frutos tidos como fontes importantes de ácido ascórbico, tais como a
acerola (Moura et al., 1997). Nava Kuri e Uscanga (1979) encontraram teores
mais baixos dessa vitamina nas ciriguelas analisadas (24,1 mg/100g), talvez
devido a condições diferentes de clima e solo.
Não se observaram variações significativas nos teores de compostos
fenólicos durante o amadurecimento de ciriguela, sendo que a fração solúvel
em metanol 50%, correspondente aos fenólicos oligoméricos, foi a que
apresentou o teor mais elevado. Nava Kuri e Uscanga (1979) relataram teores
de fenólicos sensivelmente mais baixos entre 0,001 e 0,045% - do que os
encontrados neste trabalho.
Pelos resultados apresentados pode-se concluir que, embora haja uma
pequena redução de peso e volume no final do amadurecimento de ciriguela, o
rendimento em polpa do fruto maduro pode ser considerado bom, e a máxima
qualidade comestível é atingida no estádio vermelho, identificado pelos níveis
máximos de sólidos solúveis, açúcares e índice de palatabilidade, e mínimos
de acidez e amido.
Avaliação do crescimento e maturação de ciriguela na região do brejo
paraibano
A pesquisa foi conduzida nos meses de setembro a março de 1998-1999
e 1999-2000, no pomar
do Centro de Formação de Tecnólogos (CFT),
Campus IV da Universidade Federal da Paraíba, situado no Município de
Bananeiras, zona fisiográfica do Brejo Paraibano.
28
Foram selecionadas
ao acaso 5 plantas de ciriguela com mais de 5
anos de idade, nas quais foram marcadas as flores abertas (antese).
Imediatamente após a formação do fruto, aproximadamente 3 dias após a
antese, cerca de 600 frutos por planta foram marcadas e mantidas na árvore
como para avaliação do perfil de crescimento e maturação.
Acompanhando o desenvolvimento, do restante das flores marcadas, os
frutos foram colhidos, a partir de 5 dias após antese,
em intervalos de
aproximadamente 10 dias. O período total de coleta prolongou-se até os frutos
atingir o amadurecimento pleno na árvore. Por ocasião da colheita, os frutos
foram conduzidos para o Laboratório de Biologia e Tecnologia Pós-colheita do
CFT. No laboratório 3 repetições de 60 frutos foram avaliadas quanto ao peso
fresco e seco, volume, diâmetro e comprimento longitudinal.
No ano de 1999 a floração da cirigueleira no município de Bananeiras,
iniciou-se no mês de julho e a plena floração nos meses de agosto e setembro,
com o ciclo de floração-colheita (fruto vermelho predominate, estádio de
maturação VP) compreendendo um período total de 124 dias. A partir do
terceiro dias após a abertura dos botões florais (antese) iniciou-se o surgimento
de frutos (formação da polpa) e observando-se aumento de peso fresco e
seco, diâmetro, comprimento e volume (Figuras 45, 46 e 47). Quando a
maturação foi completada com 105 dias após a antese, o fruto necessitou de
19 dias (124 dias após a antese) para o completo amadurecimento na planta
e aos 21 (126 dia após antese) ocorrendo a abscisão do fruto. A transição entre
estádios de maturação durante o amadurecimento correspondeu a 8 dias do
estádio Totalmente Verde (TV) para Breaker (B), 6 dias do B para o Início de
Pigmentação (IP),
2 dias para Amarelo Predominante (AP), 1
dia para
Vermelho Predominante (VP) e 2 dias para o Vermelho Escuro (VE).
Peso fresco e seco: Durante o desenvolvimento, o peso fresco
aumentou segundo o modelo quadrático enquanto que o peso seco segui
modelo linear. O peso médio dos frutos após a maturação plena ser atingido foi
13,95 g, correspondendo a 2,99 g/100g de peso seco (Figura 45).
Comprimento e diâmetro:
Os frutos atingiram comprimento máximo
(32,17 mm) aos 113 dias após a antese (Figura 46). O diâmetro máximo (24,73
mm), no entanto, foi atingido aos 119 dias,
correspondendo assim a fase
29
conhecida como enchimento dos frutos. O comprimento e o diâmetro dos frutos
de ciriguela tiveram aumento quadrático.
Volume. Verificou-se, um aumento significativo (P< 0,05) no volume dos
frutos de ciriguela durante o decorrer do desenvolvimento. O volume máximo
alcançado foi de13,95 cm³ aos 120 dias após antese, paralelo ao aumento em
diâmetro (Figura 47).
Conclusões e recomendações
Nas condições em que foram realizados os experimentos, pode-se
concluir que:
1) Crescimento e maturação de cajá
O desenvolvimento do cajá da fecundação ao fruto maduro ocorreu em
120 dias; durante os quais foram observadas três fases de crescimento, sendo
que na segunda fase que compreendeu dos 30 aos 80 dias após a fecundação,
ocorreu o maior aumento em comprimento, diâmetro e peso. O início da
maturação do cajá ocorreu 80 dias após a fecundação. Durante a fase de
maturação aumentaram o peso de matéria fresca e seca os teores de sólidos
solúveis totais, e a açúcares solúveis totais, a relação SST/ATT e carotenóides
totais, e diminuiu acidez total titulável; as alterações nos teores de açúcares e
acidez intensificaram-se nos últimos 15 dias de maturação, evidenciando ser o
início do amadurecimento.
2) Ponto de colheita de cajá
Frutos colhidos maduros (amarelos) após o início da pigmentação
podem ser armazenados a temperatura ambiente por um ou dois dias,
respectivamente. Frutos colhidos após o início da mudança de cor, ou
predominantemente verde, conservaram-se por 4 dias e alcançaram uma
qualidade semelhante aos colhidos maduros na planta.
3) Armazenamento de cajá
O uso da atmosfera modificada reduziu significativamente a perda de
peso dos frutos durante o armazenamento, notadamente quando realizado sob
refrigeração. Cajás maduros em temperatura permanecem em condições
30
aceitáveis de consumo apenas por um dia. Sob refrigeração com atmosfera
modificada os frutos permanecem em condições aceitáveis de consumo até
dez dias a 8 °C.
4) Crescimento e maturação de ciriguela
O ciclo de desenvolvimento de ciriguelas a partir da abertura da flor até o
amadurecimento do fruto, corresponde a um período médio de 124 dias.
Durante o desenvolvimento ocorreu aumento linear dos pesos fresco e seco e
quadrático de diâmetros, comprimento e volume dos frutos. A maturação
iniciou-se cerca de 55 dias e o amadurecimento ao 105 dias após a antese.
5) Ponto de colheita de ciriguela
Frutos colhidos no estádio "verde inchado", embora apresentem
aumento nos teores de sólidos solúveis e açúcares após a colheita, não
desenvolvem a coloração vermelha e permanecem com teor de amido mais
alto que os amadurecidos na planta.
Para o pleno desenvolvimento da cor vermelha e de características
equivalentes aos frutos amadurecidos na planta, as ciriguelas devem se
colhidas no estádio amarelo.
6) Armazenamento de ciriguela
O armazenamento de ciriguelas maduras sob refrigeração associada ao
uso de atmosfera modificada por embalagem de PVC possibilitou um
acréscimo no período de vida útil de até 12 dias, conservando os frutos com
qualidade adequada para comercialização e baixa perda de peso. A vida útil
mais longa foi de 15 dias, conseguida com a temperatura de 10ºC e umidade
relativa de 82%±2.
Publicações geradas pelo projeto
Dissertações
31
1. COSTA, Núbia Pereira da. Desenvolvimento, maturação e conservação
pós-colheita de cajá (Spondias mombin L.). 1998. Dissertação (Produção
Vegetal [Areia]) - Universidade Federal da Paraíba)
2. SOUSA, Reinaldo Pereira de. Determinação do ponto de colheita e
armazenamento refrigerado sob refrigeração e atmosfera modificada de
ciriguela (Spondias purpurea L.). 1998. Dissertação (Agronomia [Fitotecnia])
- Universidade Federal do Ceará)
Trabalhos completos
1. COSTA, N. P., FILGUEIRAS, H. A. C., ALVES, R. E., SILVA, A. Q.,
OLIVEIRA, A. C. Development and maturation of yellow mombin (Spondias
mombin l.) fruits in the northeast brazil. In: XLIV Annual Meeting of the
Interamerican Society for Tropical Horticulture, 1998, Barquisimeto.
Proceedings of the Interamerican Society for Tropical Horticulture.
Homestead (Florida, USA): ISTH, 2000. v.42. p.301 – 306
2. FILGUEIRAS, H. A. C., ALVES, R. E., MOSCA, J. L., SOUSA, R. P. Ponto
de colheita e conservação pós-colheita de ceriguela (Spondias purpurea L.)
e cajá (Spondias mombin L.) In: Simpósio Avanços Tecnológicos na
Agroindústria Tropical, 1998, Fortaleza. Anais do Simpósio Avanços
Tecnológicos na Agroindústria Tropical. Fortaleza: Embrapa Agroindústria
Tropical, 1998. p.195 – 198
3. FILGUEIRAS, H. A. C., MOURA, C. F. H., ALVES, R. E. Cajá (Spondias
mombin).
In: Caracterização de frutas nativas da América Latina.
Organizado por ALVES, R. E., FILGUEIRAS, H. A. C., MOURA, C. F. H.
Jaboticabal - SP, 2000, p.19-22.
4. FILGUEIRAS, H. A. C.,
MOURA, C. F. H., ALVES, R. E. Ciriguela
(Spondias purpurea L.). In: Caracterização de frutas nativas da América
Latina. Jaboticabal - SP, 2000. Organizado por ALVES, R. E., FILGUEIRAS,
H. A. C., MOURA, C. F. H., p.27-30.
5. OLIVEIRA, A. C., FILGUEIRAS, H. A. C., ALVES, R. E., SOUSA, R. P.
Ambient temperature storage of yellow mombin (Spondias mombin l.) in four
stages of maturation. In: XLIV Annual Meeting of the Interamerican Society
32
for Tropical Horticulture, 1998, Barquisimeto. Proceedings of the
Interamerican Society for Tropical Horticulture. Homestead (Florida, USA):
ISTH, 2000. v.42. p.307 – 312
6. SOUSA, R. P., FILGUEIRAS, H. A. C., ALVES, R. E., OLIVEIRA, A. C.
Identification of harvest index for red mombin (Spondias purpurea l.) In:
XLIV Annual Meeting of the Interamerican Society for Tropical Horticulture,
1998, Barquisimeto. Proceedings Of The Interamerican Society For Tropical
Horticulture. Barquisimeto: ISTH, 2000. v.42. p.319 – 324
7. SOUSA, R. P., FILGUEIRAS, H. A. C., COSTA, J. T A., ALVES, R. E.,
OLIVEIRA, A. C. Armazenamento da ciriguela (Spondias pupurea L) sob
atmosfera modificada e refrigeração. Revista Brasileira de Fruticultura,
Jaboticabal, v.22, n.3, p.334-338, 2000.
Resumos
1. COSTA, N. P., FILGUEIRAS, H. A. C., ALVES, R. E., SILVA, A. Q.,
OLIVEIRA, A. C. Armazenamento de cajá (Spondias mombin L.) sob
refrigeração e atmosfera modificada. In: XVI CONGRESSO BRASILEIRO
DE FRUTICULTURA, 2000, Fortaleza. Resumos do XVI Congresso
Brasileiro de Fruticultura. Fortaleza - CE: Embrapa Agroindústria
Tropical/SBF, 2000. v.1. p.138.
2. COSTA, N. P., FILGUEIRAS, H. A. C., ALVES, R. E., SILVA, A. Q.,
OLIVEIRA, A. C. Armazenamento de cajá (Spondias mombin L.) em
temperatura ambiente sob atmosfera modificada. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE FRUTIULTURA, 1998, Poços de Caldas. Resumos do XV
Congresso Brasileiro de Fruticultura. Poços de Caldas: Sociedade
Brasileira de Futicultura, 1998. p.167.
3. COSTA, N. P., FILGUEIRAS, H. A. C., ALVES, R. E., SILVA, A. Q.,
OLIVEIRA, A. C. Development and maturation of yellow mombin (Spondias
mombin L.) in Northeast Brazil. In: REUNIÓN ANUAL DE LA SOCIEDAD
INTERAMERICANA DE HORTICULTURA TROPICAL, 1998, Barquisimeto.
Resúmenes - XLIV Reunión Anual de la Sociedad Interamericana de
33
Horticultura Tropical. Barquisimeto: Sociedad Interamericana de Horticultura
Tropical, 1998. p.86.
4. FILGUEIRAS, H. A. C., ALVES, R. E., MOURA, C. F. H., OLIVEIRA, A. C.,
ARAÚJO, N. C. C. Calidad de frutas nativas de Latinoamérica para
procesamiento: ciruela mexicana (Spondias purpurea L.). In: REUNIÓN DE
LA SOCIEDAD INTERAMERICANA DE HORTICULTURA TROPICAL,
1999, Lima. Resúmenes – XLV Reunión de la Sociedad Interamericana de
Horticultura Tropical. Lima: Sociedad Interamericana de Horticultura
Tropical, 1999. p.52P.
5. FILGUEIRAS, H. A. C., ALVES, R. E., OLIVEIRA, A. C., MOURA, C. F. H.,
ARAÚJO, N. C. C. Calidad de frutas nativas de Latinoamérica para
procesamiento: Jobo (Spondias mombin L.). In: REUNIÓN ANUAL DE LA
SOCIEDAD INTERAMERICANA DE HORTICULTURA TROPICAL, 1999,
Lima. Resúmenes – XLV Reunión Anual de la Sociedad Interamericana de
Horticultura Tropical. Lima: Sociedad Interamericana de Horticultura
Tropical, 1999. p.50P.
6. FILGUEIRAS, H. A. C., ALVES, R. E., SOUSA, R. P., COSTA, J. T. A.,
OLIVEIRA, A. C. Avaliação do potencial de armazenamento de ciriguela
(Spondias purpurea L.) em atmosfera modificada sob refrigeração. In:
Congresso Brasileiro de Fruticultura. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
FRUTICULTURA, 1998, Poços de Caldas. Resumos do
XV
Congresso Brasileiro de Fruticultura. Poços de Caldas: Sociedade Brasleira
de Fruticultura, 1998. p.200.
7. MARTINS, L. P., SILVA, S. M., FILGUEIRAS, H. A. C., ALVES, R. E.,
Fisiologia de pós-colheita de ciriguela (Spondias purpurea L.): sensibilidade
à injúria pelo frio.
In: XVI CONGRESSO BRASILEIRO DE
FRUTICULTURA, 2000, Fortaleza. Resumos do XVI Congresso Brasileiro
de Fruticultura. Fortaleza - CE: Embrapa Agroindústria Tropical/SBF, 2000.
v.1. p.191.
8. OLIVEIRA, A. C., FILGUEIRAS, H. A. C., ALVES, R. E., Avaliações
Bioquímicas Durante o Amadurecimento de Cajá. In: ENCONTRO
UNIVERSITÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 1999, Fortaleza. Anais do
XVIII Encontro Universitário de Iniciação Científica. Fortaleza: Universidade
34
Federal do Ceará, 1999. p.R1094.
9. OLIVEIRA, A. C., FILGUEIRAS, H. A. C., ALVES, R. E., SOUSA, R. P.
Ambient temperature storage of yellow mombin (Spondias mombin L.) in
four stages of maturation. In: REUNIÓN ANUAL DE LA SOCIEDAD
INTERAMERICANA DE HORTICULTURA TROPICAL, 1998, Barquisimeto.
Resúmenes - XLIV Reunión Anual de la Sociedad Interamericana de
Horticultura Tropical. Barquisimeto: Sociedad Interamericana de
Horticultura Tropical, 1998. p.85.
10. SOUSA, R. P., FILGUEIRAS, H. A. C., ALVES, R. E., COSTA, J. T. A.,
OLIVEIRA, A. C. Identification of harvest index for red mombin (Spondias
purpurea L.). In: REUNIÓN ANUAL DE LA SOCIEDAD INTERAMERICANA
DE HORTICULTURA TROPICAL, 1998, Barquisimeto. Resúmenes - XLIV
Reunión Anual de la
Sociedad Interamericana de Horticultura Tropical.
Barquisimeto: Sociedad Interamericana de
p.85.
Horticultura Tropical, 1998.
35
Y1
Comprimento
Y2
Diâmetro
Y1
28
38
24
35
20
32
16
29
12
26
8
2
4
0
20
40
60
R2 = 0,9413**
R = 0,9295**
80
100
Peso
Fresco Y 2
2
0
5
10
6
15
R2 = 0,5156*
R = 0,8196**
Y1
2
R2 = 0,9343*
R = 0,9492**
20
25
30
35
FIGURA 03. Comprimento e diâmetro de cajá (S. mombin L.), durante as fases de maturação
e amadurecimento na planta. (Areia - PB, 03/96 a 05/96).
Seco
2
2
Y1 = 33,794 + 0,890X
Y2 = 21,727 + 0,132X
7
Y1 = 0,0314 + 0,0409X + 0,000741X 2 - 0,00000626X 3
Y2 = 0,0825 - 0,00466X + 0,000445X - 0,00000241X
Diâmetro
20
120
FIGURA 01. Comprimento e diâmetro de cajá (S. mombin L.), durante o desenvolvimento.
Y1
Y2
23
2
Y1 = 8,240 + 0,354X - 0,00175X2
Y2 = 5,324 + 0,236X - 0,00115X
Comprimento
Peso
Fresco Y 2
Seco
15
5
12
4
3
9
2
Y1 = 10,426 + 0,122X
2
Y2 = 3,692 + 0,133X - 0,00303X
2
1
R2 = 0,7273**
R = 0,7593**
6
0
0
20
40
60
80
100
120
3
0
FIGURA 02. Acúmulo de peso fresco e seco de cajá (S. mombin L.), durante o
desenvolvimento.
5
10
15
20
25
30
35
FIGURA 04. Acúmulo de peso fresco e seco de cajá (S. mombin L.), durante as fases de
maturação e amadurecimento. (Areia - PB, 03/96 a 05/96).
36
Y1
Sólidos Solúveis
Y2
10
Açúcares Solúveis
13
2
13
2
Y1 = 7,110 + 0,0359X + 0,00571X2
Y2 = 2,055 + 0,232X + 0,00131X
11
R2 = 0,9983**
R = 0,9426**
11
9
9
7
7
5
5
3
3
1
0
5
10
15
Y = 3,6093 - 0,1202X + 0,00822X
2
20
25
30
2
R =0,9951**
8
6
4
2
1
35
FIGURA 05. Acúmulo de sólidos solúveis total e açucares solúveis em cajá (S. mombin L.),
durante a fase de desenvolvimento e amadurecimento na planta.
Y1
Acidez Titulável
Y2
pH
2,4
3,0
0
5
10
15
20
25
30
35
FIGURA 07. Relação sólidos solúveis total/Acidez titulável total de cajá (S. mombin L.),
durante as fases de maturação e amadurecimento na planta.
Pigmentos
Clorofila
Y2
Carotenóides
Y1
3,5
0,5
3,0
2,2
2,8
2,0
0,4
2,5
0,3
2,0
1,8
2,6
1,5
0,2
1,0
1,6
2,4
1,4 Y1 = 2,055 + 0,0232X - 0,00131X2
Y2 = Não Ajustado
R 0,9426**
NS
5
10
15
20
25
R = NS
2
R =0,7065**
0,1
0,0
1,2
0
Y1 = Não Ajustado
Y2 = 0,110 + 0,00879X
0,5
2
2
30
2,2
35
FIGURA 06. Acidez titulável total de cajá (S. mombin L.), durante as fases de maturação e
amadurecimento na planta.
0
0
5
10
15
20
25
30
35
FIGURA 08. Clorofila total e carotenóides total de cajá (S. mombin L.), durante a fase de
maturação e amadurecimento na planta.
37
Atmosfera
Ambiente Y2
Y1
1,8
Modificada
16
Y1=-0,1640+1,4323X
Y2=-0,4153+3,8713X
12
1,7
2
R =0,9794**
2
R =0,9965**
1,6
8
1,5
4
Y = Não Ajustado
2
R = NS
1,4
0
0
1
2
3
0
4
FIGURA 09. Perda de peso de cajá (S. mombin L.), armazenado em temperatura
ambiente (Temperatura = 23 ± 2°C e Umidade relativa = 76 ± 5%).
1
2
3
4
FIGURA 11. Acidez total titulável em cajá (S. mombin L.), durante o armazenamento em
temperatura ambiente. (Temp. = 23 ± 2°C e U. R. = 76 ± 5%).
7,5
Y1
Sólidos Solúveis Y2
Açúcares Solúveis
12
12
7,2
10
10
Y1 = 11,3400 + 0,5500X - 0,2167X
Y2 = 8,2780 - 0,7655X
8
2
6,9
2
R 2 = 0,9646**
8
R = 0,9581**
6,6
6
6,3
6
2
6,0
4
0
1
2
3
4
4
FIGURA 10. Sólidos solúveis totais e açucares solúveis totais em cajá (S. mombin
L.), durante o armazenamento em temperatura ambiente. (Temp. = 23 ± 2°C e
U. R. = 76 ± 5%).
0
Y = 6,8059 + 0,3951X - 0,1395X
1
2
2
R = 0,9652**
3
4
FIGURA 12. Relação sólidos solúveis totais / acidez titulável total em cajá (S. mombin L.),
durante o armazenamento em temperatura ambiente. (Temp. = 23 ± 2°C e U.R.
= 76 ± 5%).
38
Y1
Atmosfera
Ambiente Y2
2
Y = - 0,0619 -1,0317X + 1,6190X - 0,2778X
4
Modificada
3
2
R = 0,9821
2,8
Y1 = 2,4807 + 0,01367X
2
3
Y2 = 2,4903 - 0,1225X + 0,08880X +0,01444X
2,7
2
R = 0,4190*
2
NS
R = 0,8186
3
2
2,5
1
2,4
0
2,2
0
1
2
3
FIGURA 13. pH de cajá (S. mombin L.), durante o armazenamento em temperatura ambiente.
(Temperatura = 23 ± 2°C e Umidade relativa = 76 ± 5%).
Y1
Atmosfera
Ambiente Y2
Modificada
3
1
2
3
4
FIGURA 15. Presença de fungos em frutos de cajá (S. mombin L.), durante o armazenamento
em temperatura ambiente. (Temp. = 23 ± 2°C e U. R. = 76 ± 5%).
4
4
Y1 = - 0,4190 + 2,2381X - 0,4762X
2
R = 0,4750**
0
4
2
3
2
2
1
1
2
Y = - 0,1333 - 0,4444X + 1,5833X - 0,3056X
2
3
Y2 = - 0,1190 - 0,01190X + 1,1905X - 0,2500X
2
R = 0,9125*
0
0
1
2
3
3
2
R = 0,9287**
0
0
1
2
3
4
4
FIGURA 14. Colapso da polpa em frutos de cajá (S. mombin L.), durante o armazenamento
em temperatura ambiente. (Temp. = 23 ± 2°C e U. R. = 76 ± 5%).
FIGURA 16. Senescência em frutos de cajá (S. mombin L.), durante o armazenamento em
temperatura ambiente. (Temp. = 23 ± 2°C e U. R. = 76 ± 5%).
39
Y1
Atmosfera
Ambiente
Y2
Modificada
Y1
30
Atmosfera
Ambiente
Y2 Modificada
2,0
2
3
2
Y1 = - 0,1402 + 0,6387X + 0,0775X– 0,00245X
Y2 = - 0,1881 + 0,2797X
25
NS
R = 0,9966
2
R = 0,9881**
1,9
20
1,8
15
1,7
10
1,6
5
0
0
5
10
15
20
25
FIGURA 17. Perda de peso em cajá (
S. mombin L.), durante o armazenamento sob
refrigeração. (Temperatura = 8°C e umidade relativa = 80%).
Atmosfera
Y1
Ambiente
Y2 Modificada
18
2
3
Y1 = 1,629 + 0,0518X – 0,00393X + 0,0000918X
2
Y2 = 1,5994 + 0,0219X – 0,000673X
2
R = 0,6716*
2
R = 0,7551**
1,5
0
5
10
15
20
25
FIGURA 19. Acidez total titulável em cajá (S. mombin L.), durante o armazenamento sob
refrigeração. (Temperatura = 8°C e umidade relativa = 80%).
10
9
16
8
14
12
2
Y1 = 12,0952 + 0,3215X– 0,00457X
Y2 = Não Ajustado
2
7
NS
Y = 7,5188 – 0,1181X + 0,0229X – 0,000631X
2
NS
R = 0,7017
10
0
5
10
2
R = 0,9520
2
R = NS
15
20
25
S. mombin L.),
FIGURA 18. Sólidos solúveis totais e açúcares solúveis totais em de cajá
(
durante o armazenamento sob refrigeração. (Temperatura = 8 °C e umidade
relativa = 80%).
3
6
0
5
10
15
20
25
FIGURA 20. Relação sólidos solúveis totais / acidez total titulável em cajá (S. mombin L.),
durante o armazenamento sob refrigeração. (Temperatura = 8°C e umidade
relativa = 80%).
40
9,0
Y1
8,6
Atmosfera
Ambiente Y2
Modificada
2
Y1 = - 0,2381 + 0,0984X + 0,024X – 0,000888X
2
R = 0,9267**
4
8,2
3
3
7,8
2
7,4
1
2
Y2 = 0,0635 – 0,1402X + 0,0201X – 0,000518X
2
NS
R = 0,9401
3
0
7,0
0
5
10
15
20
25
FIGURA 21. Açúcares solúveis totais em cajá (S. mombin L.), durante o armazenamento sob
refrigeração. (Temperatura = 8°C e umidade relativa = 80%).
2,8
2,7
0
5
10
15
20
25
FIGURA 23. Enrugamento em frutos de cajá (S. mombin L.), durante o armazenamento sob
refrigeração. (Temperatura = 8°C e umidade relativa = 80%).
Atmosfera
Y1
Ambiente
Y2
Modificada
4
Y1 = Não Ajustado
2
3
Y2 = 0,1164 – 0,3869X + 0,0612X – 0,00158X
2,6
2
R = NS
2
R = 0,9421**
3
2,5
2
2,4
2
3
Y = 2,4571 – 0,0198X + 0,00172X – 0,0000452X
2
R = 0,9063
1
NS
2,3
0
2,2
0
5
10
15
20
25
FIGURA 22. pH de cajá S( . mombin L.), durante o armazenamento sob refrigeração.
(Temperatura = 8°C e umidade relativa = 80%).
0
5
10
15
20
25
FIGURA 24 – Dano pelo frio em cajá (S. mombin L.), durante o armazenamento sob
refrigeração. (Temperatura = 8°C e umidade relativa = 80%).
41
ve
pv
pa
ma
13
Y1
Atmosfera
Ambiente
Y2
Modificada
2
Y1 = - 0,2380 + 0,0984X + 0,0247X – 0,000889X
2
R = 0,9267**
4
SST ºBrix
12
3
11
10
9
8
3
7
12
2
36
60
84
horas pos-colheita
1
2
3
Y2 = 0,1164 – 0,3869X + 0,0611X – 0,00158X
2
R = 0,9421**
0
Figura 26 . Alterações de sólidos solúveis totais em cajás ( Spondias mombin L.) colhidos
o
em quatro estádios de maturação e armazenados à temperatura ambiente (25
C e 80% de
umidade relativa). (Aquiraz-CE, 1998).
ve
5
10
15
20
25
FIGURA 25. Senescência em frutos de cajá (S. mombin L.), durante o armazenamento
sob refrigeração. (Temperatura = 8°C e umidade relativa = 80%).
pv
pa
ma
10
9
açucares totais(%)
0
8
7
6
5
4
12
36
60
84
horas pos-colheita
Figura 27. Alterações de açúcares totais em cajás (
Spondias mombin L.) colhidos em
o
quatro estádios de maturação e armazenados à temperatura ambiente (25
C e 80% de
umidade relativa). (Aquiraz-CE, 1998).
42
ve
pv
pa
ma
açucares redutores (%)
5,5
4,5
3,5
manchas
senescencia
2
2,5
1,5
36
60
84
horas pos-colheita
Figura 28. Alterações de açúcares redutores em cajás Spondias mombinL.) colhidos em quatro
o
(
estádios
de maturação e armazenados à temperatura ambiente C e 80% de umidade relativa).
(Aquiraz-CE,
1998).
(25
ve
pv
pa
ma
4
Manchas
12
2
1,8
1,8
1,6
1,6
1,4
1,4
1,2
1,2
1
Se
ne
sc
en
cia
1
3,5
0,8
Amido (%)
3
0,8
12
36
60
84
2,5
horas pos-colheita
Figura 30. Alterações de aparência em cajás ( Spondias mombin L.) colhidos em quatro estádios de
o
maturação e armazenados à temperatura ambiente (25 C e 80% de umidade relativa). (Aquiraz-CE,
1998).
2
1,5
1
0,5
0
12
36
60
84
horas pos-colheita
Figura 29. Alterações de amido em cajás Spondias mombinL.) colhidos em quatro estádios
o
maturação
e armazenados à temperatura ambiente C e 80%dede umidade relativa). (Aquiraz(
1998).
(25
CE,
43
0,70
Estádio de maturação
Y2 Intermediário
Y1 "De vez"
Y3 Maduro
6
Y1 = 0,026 + 2,496X - 0,310X
2
2
R = 0,999
**
0,60
ATT (%)
Perda de peso (%)
5
4
3
2
2
2
Y2 = 0,023 + 2,530X - 0,219X
2
Y3 = 0,013 + 2,502X - 0,201X
1
1
0,30
3
0
1
2
3
Tempo (dias)
FIGURA 31 - Perda de peso de ciriguela em três estádios de maturação em função do
tempo de armazenamento à 20ºC (UR de 85 ±2%). Fortaleza, Ceará, 1998.
FIGURA 33 - Acidez total titulável de ciriguela em função do tempo de
±2%). Fortaleza, Ceará, 1998.
armazenamento à 20ºC (UR de 85
Y3 Maduro
Estádio de maturação
Y2 Intermediário
Y1 "De vez"
20
Y3 Maduro
25
Y1 = Não ajustado
2
2
**
Y2= 4,457 + 0,907X + 0,843X R = 1,00
20
15
SST(º Brix)
Antocianinas totais (mg/100 g casca)
*
0,40
**
2
Estádio de maturação
Y2 Intermediário
2
R = 0,999
0,50
Tempo (dias)
Y1 "De vez"
2
R = 0,999
2
**
R = 0,999
0
0
Y = 0,5493 - 0,076X + 0,0103X
10
2
Y3= 9,852 + 2,272X R = 0,950
5
**
15
10
2
Y1= 7,90 + 6,467X - 0,967X
Y2 = 16,433 + 4,767X - 2,733X
Y3 = 18,600 + 3,956X - 3,200X
5
0
0
1
2
Tempo ( dias)
FIGURA 32- Teor de Antocianinas totais no
epicarpo de ciriguela em função do
tempo de armazenamento à 20ºC (UR de 85 ±2%). Fortaleza, Ceará, 1998.
3
2
**
R = 1,00
3
2
*
+ 0,533X R = 1,00
2
3
2
**
+ 0,711X R = 1,00
2
0
0
1
2
3
Tempo (dias)
FIGURA 34 - Sólidos solúveis totais em ciriguela em três estádios de maturação em
±2%). Fortaleza, Ceará, 1998.
função do tempo de armazenamento à 20ºC (UR de 85
44
Estádio de maturação
Y2 Intermediário
Y1 "De vez"
Atmosfera de conservação
Y1 s/ revestimento
Y2 c/ revestimento
Y3 Maduro
25
18
2
Perda de peso (%)
AST (%)
15
10
2
2
**
Y1 = 6,174 + 7,642X - 1,232X
R = 1,00
2
2
**
Y2 = 15,913 + 2,560X - 0,461X
R = 0,97
2
3
2
**
Y3 = 17,868 + 3,914X - 3,243X + 0,736X R = 1,00
5
2
*
12
9
6
3
0
0
0
1
2
Estádio de maturação
Y2 Intermediário
2
3
4
Figura 37 - Perda de peso de frutos maduros de ciriguela armazenados a 20ºC (UR de
83 ±2%) em função da atmosfera e tempo de conservação. Fortaleza, Ceará, 1998.
Atmosfera de conservação
Y1 s/ revestimento
Y2 c/ revestimento
Y3 Maduro
18
10
2
2
2
**
Y1 = 9,158 - 3,050X + 0,137X R = 1,00
2
2
**
Y2 = 2,654 - 1,756X + 0,331X R = 0,99
2
2
**
Y3 = 2,012 - 1,097X + 0,179X R = 1,00
6
4
3
2
Y1= -0,114 + 1,901X - 0,259X + 0,024X
Y2= -0,046 + 0,234X
15
Perda de peso (%)
8
1
Tempo ( dias)
Tempo ( dias)
Y1 "De vez"
0
3
FIGURA 35 - Açúcares solúveis totais em ciriguela em três estádios de maturação em
função do tempo de armazenamento à 20ºC (UR de 85 ±2%). Fortaleza, Ceará, 1998.
Amido (g/100 g peso fresco)
3
Y1 = 0,031 + 1,944X - 0,332X + 0.070X R2 = 0,998**
Y2 = -0,034 + 0,325X
R = 0,991
15
20
**
R2 = 0,994**
R = 0,995
12
9
6
3
2
0
0
0
1
2
3
Tempo ( dias)
FIGURA 36 - Teor de amido em ciriguela em três estádios de maturação em função do
tempo de armazenamento à 20ºC (UR de 85 ±2%). Fortaleza, Ceará, 1998.
0
2
4
6
8
10
Tempo ( dias)
Figura 38 - Perda de peso de frutos maduros de ciriguela armazenados a 15ºC
(UR de 73 ±2%) em função da atmosfera e tempo de conservação.
Fortaleza, Ceará, 1998.
45
Atmosfera de conservação
Y1 s/ revestimento
Y2 c/ revestimento
Atmosfera de conservação
Y1 s/ revestimento
Y2 c/ revestimento
4
4
**
3
Senescência (notas)
Senescência (notas)
2
Y1 = 0,200 + 0,833X R
= 0,959**
2
Y2 = 0,067 + 0,400X R= 0,973
2
1
3
2
3
2
**
Y1 = -0,095 + 1,037X - 0,082X
R2 = 0,980**
2 + 0,002X
3
Y2= -0,082 + 0,774X - 0,114X+ 0,005X R = 0,773
2
1
0
0
0
1
2
3
0
4
Tempo (dias)
Figura 39 - Senescência de frutos maduros de ciriguela armazenados a 20ºC (UR de
83±2%) em função da atmosfera e tempo de conservação. Fortaleza, Ceará, 1998.
3
2
2
**
Y1= 0,127 + 0,181X = 0,967
R
Senescência
(notas)
12
15
24
R = 0,987
2
9
Tempo (dias)
25
SST(º Brix)
Y2 = 0,083 + 0,614X 0,022X
6
Figura 41 - Senescência de frutos maduros de ciriguela armazenados a 10ºC (UR
de 69 ±2%) em função da atmosfera e tempo de conservação.
Fortaleza, Ceará, 1998.
Atmosfera de
Y1 s/ conservação Y2 c/
revestimento2 2
* revestimento
4
3
Y = 19,9400 + 0,2717X R = 0,624
23
*
22
21
20
1
19
0
18
0
2
4
6
Tempo
8
10
Figura 40 - Senescência de frutos maduros de (dias)
ciriguela armazenados a 15ºC (UR de 73±2%)
em função da atmosfera e tempo de conservação. Fortaleza, Ceará, 1998.
0
1
2
3
4
Tempo (dias)
Figura 42 - Sólidos solúveis totais de frutos maduros de ciriguela armazenados a 20ºC
(UR
de 83±2%) em função do tempo de conservação. Fortaleza, Ceará, 1998.
46
Atmosfera de conservação
Y1 s/ revestimento
Y2 c/ revestimento
25
2
SST (ºBrix)
**
Y1 = 19,9413 + 0,2819X R = 0,995
Y2 = Não ajustado
24
23
22
21
20
19
18
0
3
6
9
12
15
Tempo (dias)
Figura 43. Sólidos solúveis totais de frutos maduros de ciriguela armazenados a
10ºC (UR de 69 ± 2%) em função da atmosfera e tempo de
conservação. Fortaleza, Ceará, 1998.
Atmosfera de conservação
Y1 s/ revestimento
Y2 c/ revestimento
24
2
22
AST (%)
3
2
**
Y1 = 18,2137 - 0,4062X + 0,1048X - 0,0045X R = 0,928
2
2
**
Y2 = 18,3469 - 0,3358X + 0,0214X
R = 0,429
23
21
20
19
18
17
16
0
3
6
9
12
15
Tempo (dias)
Figura 44 - Açúcares solúveis totais de frutos maduros de ciriguela armazenados a 10ºC
(UR de 69 ± 2%) em função da atmosfera e tempo de conservação. Fortaleza, Ceará, 1998.
47
Desenvolvimento
Pré-maturação
14
P.fresco
12
P.seco
Maturação
Amadurecimento
Senescência
Peso (g)
10
8
F.1
6
F.2
F.3
4
Desenvolvimento
2
0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
16
130
Desenvolvimento
Pré-maturação
Volume (cm³)
Figura 45. Peso fresco e seco (g) durante a pré-maturação (F1), maturação (F2) e
amadurecimento (F3) de ciriguela, a parir de 20 dias após antese.
Amadurecimento
y=1,0081+0,0801x+0,00033x²R²=0,969
14
Período após a antese (Dias)
12
Senescência
10
8
6
F.1
Maturação
F.3
F.2
4
2
Amadurecimento
35
Comprimento
30
0
CY=3,157+0,5125-0,00226² R²=0,989
25
Dimensão (mm)
0
Diâmetro
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
Período após a antese (Dias)
DY=2,689+0,285x-0,0009² R²=0,98
Senescência
20
Figura 47. Volume (cm³) durante a pré-maturação (F1), matração (F2) e amadurecimento
(F3) de ciriguela, a partir dos 20 dias após a antese.
15
10
F.1
5
F.2
F.3
0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
Período após a antese (Dias)
Figura 46. Comprimento e diâmetro (mm) durante a pré-maturação (F1), maturação (F2) e
amadurecimento (F3) de ciriguela, a partir dos 5 dias após a antese.