O Livro de Levítico

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O Livro de Levítico
O Livro de Levítico
ESTUDO 16 – LEVÍTICO 24 – O IMPERATIVO DA FIDELIDADE E TEMOR A DEUS.
Texto áureo: ``Será uma chama que arderá eternamente perante o Senhor, por todas as gerações.`
``Mantenha sempre em ordem as lâmpadas no candelabro de ouro puro perante o Senhor vs 4
I- AS LÂMPADAS DE AZEITE E O PÃO CONSAGRADO : CONSTANTE FIDELIDADE
1- Disse o SENHOR a Moisés: Ordena aos filhos de Israel que te tragam azeite puro de oliveira, batido,
para o candelabro. vs1,2 > No lugar santo encontrava-se também o castiçal ou candelabro de ouro com suas lâmpadas (Ex.
25.31-40). Sua "cana ou tronco" descansava sobre o pedestal. Tinha sete braços, três de cada lado e
um no centro. Todas as tardes os sacerdotes limpavam as mechas e enchiam as lâmpadas com azeite
puro de oliva a fim de que ardessem durante toda a noite (Ex. 27.20-21/ 30.28).
> A tipologia do candelabro é riquíssima: passa por Cristo, pela Igreja e também pelo Espírito Santo. De
modo geral, representa Cristo como a luz do mundo, a única iluminação que este mundo tem (aí se
envolve tudo que diz respeito a Ele: Sua Palavra, Seu poder, Sua Igreja, etc.). João 8.12; 1.9; 3.19,20;
9.5; 12.46.
2- Também tomarás da flor de farinha e dela cozerás doze pães, cada um dos quais será de duas
dízimas de um efa. E os porás em duas fileiras, seis em cada fileira, sobre a mesa de ouro puro,
perante o SENHOR. Vs.5,6 . Os pães que o sacerdote oficiante colocava todos os sábados sobre a
mesa dourada, no lugar santo, diante do Senhor, eram em número de doze, representando As doze
tribos de Israel;
Em Êxodo a frase "pães da proposição" significa literalmente "pães do rosto" e em algumas versões da
bíblia se traduz "pão da presença", pois o pão era colocado continuamente na pres ença de Deus. Os
doze pães colocados na mesa representavam uma oferta de gratidão a Deus da parte das doze tribos,
pois o pão era ao mesmo tempo dádiva de Deus e fruto dos esforços humanos. Por isso o povo
reconhecia que havia recebido seu sustento de Deus e ao mesmo tempo consagrava a ele o fruto de
seu trabalho. Portanto a mesa dos pães refere-se também a mordomia dos bens materiais.
II- O PECADO DA BLASFÊMIA E A DISCIPLINA DE DEUS : INSPIRAÇÃO AO TEMOR E A FÉ
> Nos versículos 10-16, 23 está registrado o apedrejamento de um jovem, filho de uma israelita com um
egípcio, que havia blasfemado o nome do Senhor e O amaldiçoado.
Isto deu ensejo a que fosse pronunciada a lei para os casos de se blasfemar o nome do Senhor (v. 16),
que sendo uma tentativa de se destruir a honra do Nome de Deus, deveria receber a justa retribuição de
ser destruído todo aquele que agisse contra a honra do autor da vida.
A sentença deveria ser executada por toda a congregação, para que exibissem o zelo e o temor deles
em favor da honra do nome do Senhor. Com urgência deveria ser removido o foco de infecção na
comunidade.
> No Antigo Testamento, blasfemar, ou zombar do nome de Deus, injuriando assim a Pessoa de Jeová,
acarretava na penalidade da morte. A blasfêmia era o comportamento dos ímpios, Salmo 74. 18; Isaias
52.5. A idolatria era também considerada como um forma de blasfêmia, Isaias 65.7, porque esse
pecado era um desprezo para com o nome do único e verdadeiro Deus. Exemplos da blasfêmia: rei
Senaqueribe da Assíria, 2 Reis 19.4,10,22.
> 24.17-22 O propósito dessas leis era promover a justiça exata, não a vingança. Na maioria dos casos,
a pessoa culpada tinha permissão para dar uma justa compensação pela avaria, pela ferida, ou pela
perda. Notemos a ênfase dada à inteira e justa indenização.
CONCLUSÃO
1- As lâmpadas eram mantidas acesas continuamente (v3). Esta era uma lembrança constante de
que Deus estava com o seu povo. Se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si
mesmo”. 2 Tm 2:13
É consolador saber que, mesmo quando estamos muito ocupados com as questões da vida diária para
pensar no céu, mesmo quando nossa comunhão é interrompida, a luz de Cristo, o Divino Candeeiro,
jamais para de brilhar com toda a sua intensidade sobre sua igreja.
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Pr. Honório Portes Jr.
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2- A igreja também é chamada de luz do mundo: Mateus 5.14-16. A Igreja foi chamada para brilhar
diante do Senhor. As lâmpadas do candelabro tinham que brilhar continuamente ( Lv. 24.2).Isto sem
duvida ressalta a constância, perseverança na vida cristã infelizmente tão ausentes em nossos dias .
Feliz o homem constante no temor de Deus, mas o que endurece o coração cairá no mal. Prov. 28:14.
3- Jesus no Meio dos Candeeiros ou Candelabros (Apocalipse 1:9-20) O Cordeiro que foi morto e
ressuscitado, cuida dos seus servos e garante a vitória sobre os perseguidores, Ele é vencedor. Ele
possui toda autoridade e fala com poder absoluto. Os cristãos da Ásia naquela época – como nós nos
dias atuais acharam conforto nas palavras de Jesus, o forte e vitorioso Rei dos reis. Assim como o
tronco do castiçal unia os sete braços e as suas lâmpadas, assim também Jesus Cristo está no meio de
suas Igrejas e as une. Embora as Igrejas locais sejam muitas, constituem uma só Igreja em Cristo.
4- O episodio do blasfemador e seu castigo nos ensina que a apostasia surgirá entre o povo e
trará uma punição terrível. O “nome sobre todo nome” foi blasfemado quando o Filho de Deus que
veio a este mundo, foi insultado, rejeitado e crucificado. E será novamente no futuro quando o “homem
da iniquidade” o anticristo, irá opor-se e exaltar-se contra tudo que se chama Deus. O Senhor Jesus o
destruirá pelo brilho da manifestação de sua vinda (2 Tessalonicenses 2:4,8).
5- Jesus removeu a imperdoabilidade do pecado de blasfêmia contra o nome de Deus como
qualquer outro pecado dos homens, exceto a blasfêmia contra o Espírito Santo, `Em verdade vos
digo que tudo será perdoado aos filhos dos homens: os pecados e as blasfêmias que proferirem. Mas
aquele que blasfemar contra o Espírito Santo não tem perdão para sempre, visto que é réu de pecado
eterno." (Marcos 3:28-30). O problema, naturalmente, não está na vontade de Deus de perdoar o
pecador (Lc 15; 2 Pe 3:9). Deus alegremente aceita e perdoa a todos que se arrependem. O problema
está em que alguns rejeitam cada tentativa de Deus para motivar o arrependimento. Depois que Jesus
deixou a terra, o Espírito Santo veio para revelar a mensagem final da salvação. Para aqueles que a
recusam e se voltam contra o Espírito Santo, Deus não tem nenhum outro plano. Não há outro sacrifício
pelo pecado (Hb 10:26-31). Aqueles cujo estado endurecido faz com que recusem o rogo final de Deus,
nunca serão perdoados. Esta é a blasfêmia contra o Espírito Santo.
O que constitui o pecado imperdoável? Dewey Mulholland diz que Jesus encarna o perdão de Deus.
Logo quem persiste em resistir e desprezar a oferta do perdão de Deus em Jesus é excluído do perdão.
Essa rejeição deliberada de Jesus é a única limitação ao ilimitado perdão de Deus.
Os pecados mais horrendos podem ser perdoados.(Manassés, Davi, Paulo, Raabe ) Mas a blasfêmia
contra o Espírito Santo não tem perdão. Quem pratica esse pecado atravessa a linha divisória da
oportunidade e torna-se réu de pecado eterno.
O processo de endurecimento chega a um ponto em que é impossível que essa pessoa seja renovada
para o arrependimento (Hb 6:4-6). Deus a entrega a si mesma e a uma disposição mental reprovável
(Rm 1:24-28). Ela comete o pecado para a morte (1 JO 5;16). Não tem perdão para sempre visto que é
réu de pecado eterno (Mc 3:29). Só lhe resta uma expectativa horrível de juízo (Hb 10:26-31).
Por que a blasfêmia contra o Espírito Santo não pode ser perdoada? Porque aqueles que a cometem
dizem que Jesus é ministro de Satanás, que a fonte de seu poder não é o Espírito Santo, mas Belzebu.
E imperdoável porque rejeitam o Espírito Santo e a Cristo, dizendo que o Salvador é ministro de
Satanás. E imperdoável porque é um pecado consciente, intencional e deliberado de atribuir a obra de
Cristo pelo poder do Espírito Santo a Satanás. Esse pecado constitui uma irreversível dureza de
coração.
A blasfêmia contra o Espírito Santo não é um pecado de ignorância. Não é por falta de luz. Para que
uma pessoa seja perdoada precisa estar arrependida. O perdão precisa ser desejado. Os escribas,
entretanto, mesmo sob a evidência incontroversa das obras de Cristo, negam e invertem essa obra.
Eles não sentiam nenhuma tristeza pelo seu pecado. William Hendriksen diz que eles substituíram a
penitência pela insensibilidade, e a confissão pela intriga. Portanto, devido à sua ins ensibilidade
criminosa e completamente indesculpável, eles estavam condenando a si mesmos. Eles fecham a porta
da graça com suas próprias mãos.
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Destaco duas implicações:
Primeiro, evitar o julgamento. Billy Graham diz que devemos tocar neste assunto com muito cuidado.
Devemos hesitar em sermos dogmáticos em nossas afirmações sobre aqueles que cruzaram essa linha
divisória da paciência de Deus. Devemos deixar essa decisão com Deus. Somente Deus sabe se e
quando alguém ultrapassa essa linha do pecado para a morte.
Segundo, evitar o desespero. Muitos crentes ficam angustiados e preocupados de terem cometido
esse pecado imperdoável. Ninguém pode sentir tristeza pelo pecado sem a obra do Espírito Santo.
Quem comete esse pecado, jamais sente tristeza por ele. O medo excruciante de pensar ter cometido o
pecado imperdoável é, por si só, evidência de que tal pessoa não o cometeu.
Terceiro, evitar a leviandade. Aqueles que zombam de Deus, da sua graça podem cruzar essa linha
invisível e perecerem para sempre. Dewey M. Mulholland. Marcos: Introdução e Comentário. 2005: p.
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