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Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 ISSN 1809-2837 Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 ISSN 1809-2837 capa innovations.indd 2 08.08.08 11:18:17 Nova Unidade Anália Franco - Brasil Sede do AMG - Anglo Medical Group - EUA Edifício Plaza Lenharo - INEPO - Brasil Unidade Mooca - Brasil QUEM GANHA COM O NOSSO CRESCIMENTO É VOCÊ A busca constante pela qualidade de vida do ser humano norteia os avanços da Medicina, e seus profissionais precisam cada vez mais dinamizar os métodos de trabalho. Identificando este panorama, o AMG - Anglo Medical Group apresenta soluções diversificadas em produtos, embasadas por um extenso know-how científico. O crescimento de uma das maiores fabricantes de implantes da América Latina impulsionou os investimentos desta holding americana no Brasil. Agora a SIN - Sistema de Implante passa a fazer parte do AMG - Anglo Medical Group, em conjunto com a Osteosin (Divisão Crâniomaxilofacial) e a Stracta Biomedical (Divisão de Biomateriais). Estas divisões apresentam suas linhas de produtos direcionadas para as necessidades dos Cirurgiões-dentistas, mas projetam ultrapassar os limites da Odontologia com o desenvolvimento de produtos para diferentes áreas da saúde. O processo de controle de qualidade da SIN foi adotado pelo grupo AMG, que também traz novas perspectivas além das certificações conquistadas pela empresa brasileira, como o ISO 9001:2000 e ISO 13485:2003, o certificado BPF - Boas Práticas de Fabricação, a marca CE da União Européia e a autorização do FDA - Food And Drugs Administration, que permite a comercialização nos Estados Unidos. Com mais de 16.000 m2 em fábricas e escritórios, além do seu instituto para a formação e especialização de profissionais, o grupo dispõe de sua sede na América do Norte, formando uma estrutura completa para sustentar a evolução de suas marcas. A logística é fortalecida por uma rede integrada de distribuidores nacionais e internacionais. O AMG - Anglo Medical Group chega ao mercado brasileiro para suprir as necessidades dos profissionais. E é você quem ganha com o nosso crescimento, não apenas pelo melhor custo-benefício, mas o REAL BENEFÍCIO, que é fruto da nossa visão e de outros fatores que compõem o valor agregado de nossos produtos. Acesse o site www.realbeneficio.com.br e descubra como você pode ganhar com os fatores que proporcionam o REAL BENEFÍCIO em produtos para a Implantodontia. 2 w w w. a n g l o m e d i c a l g r o u p. c o m . b r Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 Revista Inovation Dezembro_2007.indd 2 | 0800 770 8290 11.08.08 20:28:10 Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 ISSN 1809-2837 INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Revista Inovation Dezembro_2007.indd 3 3 11.08.08 20:28:20 Innovations Implant Journal - Vol. 02, nº. 04 (dezembro/2007) - São Paulo: SIN Sistema de Implantes - Divisão Cultural, 2008 Periodicidade Semestral ISSN - 1809-2837 1. Implantes dentários. 2. Cirurgia de implantes. 3. Prótese sobreimplantes. I. SIN - Sistema de Implantes - Divisão Cultural II. Título CDD 617.6005 Black D74 4 Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 Revista Inovation Dezembro_2007.indd 4 11.08.08 20:28:23 PA L AV R A D O P R E S I D E N T E A A Implantodontia como terapia de erabilitação oral tem proporcionado aos nossos pacientes um alto índice de sucesso clínico, comprovado cientificamente. Novas técnicas e conceitos surgem com uma v elocidade exorbitante, gerando uma necessidade de atualização constante e contínua por parte dos profissionais. A busca por no vos conhecimentos tem nos lev ado a congr essos nacionais e internacionais. A SIN - Sistema de Implante, em parceria com o INEPO Prof. Dr. Ariel Lenharo Presidente do Comitê Científico - I nstituto N acional de E xperimentos e P esquisas Odontológicas, tem como objetiv o pr oporcionar ao profissional um sistema de implantes com qualidade internacional e, “com orgulho de ser brasileiro”, atualizar o conhecimento científi co atrav és de nossos cursos e artigos publicados em nosso periódico “I nnovations Implant Journal”. Desta forma, tornamos a r ealização profissional plena e alicerçada com sorrisos renovados. INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Revista Inovation Dezembro_2007.indd 5 5 11.08.08 20:28:26 EDITORIAL Como pensar hoje sobre Ensino, Pesquisa, Tecnologia e Publicações? U ma reflexão sobre um novo termo que se apresenta “vigilância epistêmica”. Hoje se traduz como a preocupação que todos nós deveríamos ter em relação a tudo o que lemos, ouvimos, aprendemos para não sermos enganados. É pr eciso desconfi ar e não acr editar em tudo que está escrito por aí, dev emos buscar sempr e a intenção mais pr ofunda do interlocutor , para que não tenhamos conseqüências sérias para nossa vida profissional e pessoal. Existe um famoso livr o que é v endido com muita fr eqüência intitulado “Como mentir com Estatísticas”, do autor Darrel Huff, que infelizmente traz uma profunda deturpação do que é verdade e/ou mentira nos meios científicos. Muitos indivíduos, principalmente na ár ea odontológica, são enganados diariamente por sua ingenuidade, falta de maturidade científica ou por creditar a alguns meios de comunicação escrita ou falada: uma confiabilidade muitas vezes questionável. Infelizmente nossas universidades não ensinam epistemologia, que é uma par te da fi losofia que nos propõe indagar o que é real, o que dá para ser mensurado ou não e assim por diante. Desafortunadamente há 500 anos, nós, pr ofessores titulares, livre-docentes e doutores, nos preocupamos com métodos científi cos, análise de fatos usando critérios científi cos pertinentes, lógica, estatísticas dos mais variados tipos antes de sairmos proclamando verdades ao grande público, principalmente em congressos odontológicos que hoje mais parecem shows ou comícios de partido político. É meus amigos, essa elite intelectual não é mais lida, pr estigiada e/ou escolhida, entrevistada ou nem mesmo ouvida em primeir o lugar; em seu lugar , surgem outr os tipos de indivíduos, com os mais variados propósitos, e, sem o cabedal de conhecimento necessário para se relacionar com o público de um modo geral ou até mesmo odontológico. O desapar ecimento dos v erdadeiros formador es de opinião, embasados em fundamentos sólidos e muita leitura, vem lentamente se manifestando, trazendo seguramente sérias conseqüências: como as que já podem ser vistas, obser vadas ou sentidas no meio odontológico, acadêmico, discente, docente e aos profissionais eminentemente clínicos que buscam atualizar-se. Prof. Dr. Wellington Cardoso Bonachela Editor-Chefe Prof. Associado do Depto. de Prótese e Periodontia da Faculdade de Odontologia USP-Bauru 6 Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 Revista Inovation Dezembro_2007.indd 6 11.08.08 20:28:28 Presidente do Comitê Científico Prof. Dr. Ariel Lenharo Editor Chefe Dr. Wellington Cardoso Bonachela Editor Associado Dr. Flávio Augusto Cardoso de Faria Conselho Científico Dr. Heraldo Riehl Dr. Flávio Fayad Editores de Seções Implante Dr. Ariel Lenharo Biomateriais Dr. Raul Caffessi Estética Dr. Heraldo Riehl Quadro Editorial de Revisores Prof. Dr. José Mauro Granjeiro Prof. Dr. Flávio Fayad Prof. Dr. Vinícius Porto A Revista Innovations Implant Journal é editada e produzida pela SIN - Sistema de Implante Editor: Dr. Wellington Cardoso Bonachela Diretor de Arte: Waldir Dantas Diretor de Arte Jr. Claudio Lima Redator Publicitário: Thiago Nascimento Produtora Gráfica: Fabiana Galante Webmaster: Rodrigo Botinhão Marketing: Marcio Bortolli Tiragem 30.000 exemplares - Circulação Nacional Impressão e Acabamento: Soft Editora É proibida a reprodução dos textos contidos nesta publicação sem a autorização por escrito dos responsáveis pelos mesmos. INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Revista Inovation Dezembro_2007.indd 7 7 11.08.08 20:28:31 Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 Implantes Biomateriais Estética S U M Á R I O S U M M A R Y 12 Mini-implantes ortodônticos: protocolo para higienização e manutenção da saúde peri-implantar Orthodontic mini-implants: protocol for cleaning and maintenance health peri-implant Matheus Melo Pithon 15 Carregamento precoce de implantes: abordagem em protocolos mandibulares Early loading of implants: approaching in protocols jaws Alexandre Hassem Neto; Chrystiane Araujo Moura de Tavares; Maurício Augusto Mathias 21 Impactação do segmento posterior da maxila através de osteotomia para reabilitação protética - relato de caso Segmentary impactation in jawbone posterior through osteotomy for prosthetic rehabilitation Marcos Blatt; Gustavo Henrique Motta; Gustavo Tralli Nogueira; Bruno Gadelha Maia; Tiago Galvão Neiva; Marcos César Pitta 25 Como diferentes tipos de prótese sobre implantes podem afetar o seu prognóstico? Análise biomecânica How different implant prosthesis design affect your prognosis? Biomechanical analysis Marcos Blatt; Wellington Cardoso Bonachela; Niélli Caetano de Souza; Bruno Gadelha Maia; Tiago Galvão Neiva 31 Análise das características atuais de dentes artificiais empregados em prótese do tipo Overdenture e protocolo sobre implantes Analysis of the current characteristics of artificial teeth employed in prosthesis of the type Overdenture and records on implants Murilo Auler e Salles; Casiana Moleiro Alves; Wellington Cardoso Bonachela; Paulo Henrique Ortolato Rossetti 8 Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 Revista Inovation Dezembro_2007.indd 8 11.08.08 20:28:33 S U M Á R I O S U M M A R Y 45 08 Solda a laser em barras de Ti na busca da passividade em carga imediata: relato de caso Laser weld in Ti bars to passivity excellence on immediate loading: case report 08 51 08 58 08 Renato de Freitas; Antonio Alves de Almeida Júnior; José Luiz Góes de Oliveira; Leandro de Moura Martins; Celso Aparecido Catalan Implante cone morse ultra rosqueante de torque interno - parte II: componentes cirúrgicos e protéticos Implant cone morse ultra self tapping of internal torque - part II: surgical and prosthetic components Michel Aislan Dantas Soares; Ariel Lenharo; André Zaninetti dos Santos; Ariana Santos de Oliveira; Nelis Evangelista Luiz; Rodolfo Alexandre André Avaliação da estabilidade primária de mini-implantes ortodônticos em diferentes regiões da maxila e mandíbula de porcos Evaluation the primary stability of orthodontic mini-implants inserted into different regions maxilla and mandible of minipigs Matheus Melo Pithon; Lincoln Issamu Nojima 08 05 06 07 Palavra do Presidente Editorial Expediente 10 64 68 Conversa Franca Transferência de Ciência Normas para Publicação INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Revista Inovation Dezembro_2007.indd 9 9 11.08.08 20:28:36 CONVERSA FRANCA O implantodontista e a terapêutica Terapeutic and implantodontics Flávio Augusto Cardoso de Faria1 No âmbito da O dontologia, sem dúvida as ár eas de Cirurgia e Estomatologia são aquelas que mais nos aproximam da Medicina. Não pretendemos discutir aqui se a Odontologia deveria ou não ser uma especialidade médica, nos moldes do ensino eur opeu, ou se nossa formação tradicional é adequada para o bom ex ercício desta pr ofissão. E ntretanto, como diz o v elho ditado, contra fatos não existem argumentos. A mplantodontia, I um dos mais er centes ramos da Odontologia, tem exigido dos cirurgiões-dentistas nível crescente de conhecimentos e habilidades especiais. M odernas técnicas de imagem são hoje empr egadas para o planejamento e r ealização de implantes osteointegrados. A vançadas técnicas cirúrgicas são utilizadas para formação de novo osso, em áreas com pequena espessura. E, sobr etudo, pacientes com idade cada v ez mais av ançada têm pr ocurado o implantodontista para r esolução de seus pr oblemas bucais. Junto com a idade, sempre é bom lembrar, vêm diversas doenças sistêmicas, que obrigam nosso paciente a receber vários medicamentos diários. Se levarmos em conta o tipo de cir urgia que será er alizada, onde é necessário ocorrer verdadeira “integração” entre o osso e o implante, parece ser muito importante conhecer a espessura e qualidade do osso remanescente. Por outro lado, a complexidade do pr ocedimento cir úrgico, o tempo operatório e o custo do pr ocedimento faz em com que especial atenção seja dirigida ao estado geral de saúde do paciente. A I mplantodontia, sem sombra de dúvida, fez com que o cir urgião-dentista se tornasse mais “ médico da boca”, como dizíamos orgulhosamente no passado . Passamos a dar mais atenção à anamnese de nosso paciente, pr eocupados com condições sistêmicas que pudessem pr ejudicar a osteointegração . Começamos a procurar outras doenças, além daquelas que apresentam comumente manifestações orais. Sem dúvida, passamos a ver nosso paciente como um todo e a considerar nosso próprio trabalho como algo impor tantíssimo para o restabelecimento da saúde orgânica. Preocupados com o bem-estar do paciente nas fases pré, trans e pós-cir úrgicas, desenv olvemos materiais e técnicas cada vez menos agressivos, que proporcionam, a cada dia que passa, r esultados fantásticos, com alto grau de satisfação ao final do processo. Mas mesmo com esse imenso progresso de técnicas e de materiais, o bemestar do paciente depende, fundamentalmente, do uso adequado de div ersos grupos de medicamentos. Este é o ponto principal deste ar tigo, pois ao pr escrever um remédio qualquer, estamos exercendo a Medicina. Desta forma, podemos pr escrever medicamentos para tranqüilizar nosso paciente, nos momentos que antecedem a cirurgia ou então, realizar os procedimentos sob a inalação do ó xido nitr oso. Com um ou outr o destes grupos de dr ogas, estaremos fazendo aquilo que se conv encionou chamar “ sedação consciente ”. Como todos bem sabem, a pr escrição de benz odiazepínicos é 1. Cirurgião-Dentista formado pela Faculdade de Odontologia de Bauru - USP; Mestre e Doutor em Farmacologia pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP; Responsável pela Área de Farmacologia da FOB - USP; Coordenador do Curso de Graduação em Odontologia da FOB - USP 10 Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 Revista Inovation Dezembro_2007.indd 10 11.08.08 20:28:38 realizada em r eceituário especial, que pode ser obtido por todo cir urgião-dentista r egularmente inscrito nos Conselhos R egionais de O dontologia, mediante o pr eenchimento de um simples formulário na sede local da Agência N acional de Vigilância S anitária. O emprego do ó xido nitroso como sedativ o, necessita de uma habilitação especial, obtida por meio de cursos regularmente autorizados pelo Conselho F ederal de Odontologia. Os dois tipos de procedimentos salientam a impor tância do conhecimento farmacológico na prática odontológica. Muitas controvérsias entre a Medicina e a Odontologia surgiram por conta desta possibilidade legal da sedação consciente, facultada aos pr ofissionais cirurgiõesdentistas. É nosso direito! A Medicina não pode querer para si o privilégio da utilização de medicamentos, como ela pr etende com o “ ato médico”, pois não seria possível ex ercer a O dontologia sem a pr escrição de fármacos. Nossa profissão não pode fi car calada diante desta ignorância. N ão somos nós, cir urgiões-dentistas, ignorantes em F isiologia, Farmacologia ou nas demais disciplinas básicas de um curso médico. Pelo contrário; nossas especialidades odontológicas, tais como a Cir urgia Buco-Maxilo-Facial e a I mplantodontia, aí estão para mostrar a todos a complexidade de nossos pr ocedimentos e a amplitude de conhecimentos necessários para o bom exercício pr ofissional. O s limites entr e O dontologia e M edicina se estr eitam cada v ez mais, especialmente quando o assunto é prescrição de medicamentos. Além da sedação pr évia, o controlede dor, edemae infecção pós-operatória obviamente exigem bom conhecimento farmacológico. E quando falamos em controle de dor e edema, dr ogas como os antinfl amatórios não esteroidais, opióides e glicocor ticóides têm papel destacado. Todos eles apresentam um grande número de reações adv ersas, quando indevidamente empr egados, exigindo, por tanto, muito estudo e atualização . S eu emprego clínico é r elativamente complicado em pacientes portadores de quadros hipertensivos, diabetes, com complicações car dio-vasculares, na insufi ciência renal ou hepática, na gravidez, em crianças, idosos e tantos outr os pacientes que fr eqüentemente visitam o cirurgião-dentista. Diante desta imensidão de possív eis pacientes, par ece que somos mais médicos do que muitos dos que existem por aí... Todos estes fármacos mencionados nos parágrafos anteriores são de uso r otineiro na prática da Implantodontia. E ntretanto, deixamos para o fi nal aqueles empr egados em todos os dias, por todos os cirurgiões-dentistas do mundo, em todas as consultas: os anestésicos locais e as dr ogas v asoconstrictoras associadas. Como ex ercer a O dontologia sem eles? Seriam estes medicamentos menos perigosos que os anteriores? O bloqueio generalizado dos canais de sódio não causaria pr oblemas sistêmicos? E toda a polêmica que existe em torno dos vasoconstrictores? Contra fatos não existem argumentos. A F armacologia e a Terapêutica faz em par te do dia a dia do “ médico da boca” e cabe a nós, cir urgiões-dentistas de todas as especialidades, lutar para que este dir eito de ex ercer dignamente nossa pr ofissão não seja indevidamente retirado. Compete também a cada um de nós, o estudo continuado; mas, acima de tudo, é pr eciso refletir sobre nosso curriculum de graduação, dando a devida importância que a Farmacologia e a Terapêutica merecem na formação dos futuros profissionais. Endereço para correspondência: Prof. Dr. Flávio Augusto Cardoso de Faria e-mail: fl[email protected] INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Revista Inovation Dezembro_2007.indd 11 11 11.08.08 20:28:40 Mini-implantes ortodônticos: protocolo para higienização e manutenção da saúde peri-implantar Orthodontic mini-implants: protocol for cleaning and maintenance health peri-implant Matheus Melo Pithon1 Resumo O objetivo do presente artigo foi elaborar um protocolo para higienização de mini-implantes ortodônticos, possibilitando com isso, a manutenção da saúde na região peri-implantar e por conseguinte, estabilidade secundária desses dispositivos. Unitermos: mini-implantes; ancoragem; ortodontia. Abstract The purpose of this article was preparing a protocol for cleaning of orthodontic mini-implants, enabling with this, health maintenance peri-implant in the region and therefore stability of these secondary devices. Keywords: mini-screws; anchorage; orthodontics. 1. Especialista em Ortodontia pela Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL); Mestre em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) 12 Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 Revista Inovation Dezembro_2007.indd 12 11.08.08 20:28:43 INTRODUÇÃO O sucesso da utilização de mini-implantes or todônticos está diretamente relacionado com o controle do biofi lme na região peri-implantar. Já está bem estabelecido na literatura que o fator de sucesso durante a técnica de inser ção é a estabilidade primária conseguida na ocasião da inser ção1. Após esse período inicial de estabilidade o mini-implante deverá mantê-la para que possa servir com um agente estável de ancoragem. Para isso é necessário que possua estabilidade secundária ou tardia2. Um dos fator es que pr opiciam a obtenção de estabilidade secundária é uma corr eta higiene da r egião peri-implantar , evitando-se dessa forma ocorr ência de gengivite ou mucosite peri-implantar3 (F igura 1). A infl amação persistente dos tecidos cir cundantes aos mini-implantes conduz à per da de estabilidade e, conseqüentemente, mobilidade dos dispositivos otocolo de de ancoragem 2,4. D iante deste fato, um pr higienização deverá ser seguido, reduzindo ou mesmo evitando os casos de insucesso na manutenção dos mini-implantes5,6. O objetivo do presente artigo é discorrer sobre a importância de uma correta higiene na região peri-implantar e a elaboração de um pr otocolo de higienização que dev erá ser conhecido pelo cirurgião-dentista que o irá transmitir a seus pacientes. PROTOCOLO PARA HIGIENE PERI-IMPLANTAR Na literatura é r elatado uma div ersidade de pr otocolos para controle da saúde peri-implantar , entr etanto existe um consenso entre esses, que é a utilização de géis ou soluções de gluconato de clorexidina a 0,12%2,4,7, como agente de limpeza dessa r egião. A clor exidina desponta como solução antiséptica de eleição para prevenir a mucosite-perimplantar7,8. Baseado nos achados da literatura, o protocolo a ser utilizado quando da aplicação de mini-implantes ortodônticos é: Primeira semana pós-instalação dos mini-implantes; cuidado adicional dev erá ser tomado com a higienização . C uidado esse que consiste em r ealizar bochechos diários de solução de gluconato de clor exidina a 0,12% (P eriogard, ColgatePalmolive B rasil) (Figura 2). Esse pr ocedimento dev erá ser realizado apenas na primeira semana evitando-se dessa forma efeitos colaterais indesejáveis decorrentes da utilização dessa solução por tempo pr olongado (diminuição do paladar e escurecimento dos dentes)9. A par tir da segunda semana o bochecho com solução de gluconato de clorexidina a 0,12% dev erá ser suspenso dando lugar a bochechos com colutório anti-séptico à base de triclosan 0,03% (Plax, Colgate-Palmolive Brasil) durante 30 segundos, 3 vezes ao dia, durante todo o período do tratamento. Juntamente com os bochechos dev erá ser r ealizada a higienização da cabeça do mini-implante com esco va dental macia embebida na solução de gluconato de clor exidina a Figura 01. Gengivite peri-implantar em paciente com higienização deficiente. Figura 02. Limpeza da região peri-implantar com escova dental infantil macia embebida em solução de gluconato de clorexidina a 0,12%. Figura 03. Solução de gluconato de clorexidina sendo dispensada sobre as cerdas da escova dental com auxílio de conta-gotas. INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Revista Inovation Dezembro_2007.indd 13 13 11.08.08 20:28:46 0,12% (Periogard, Colgate-P almolive B rasil). Essa limpeza deverá ser r ealizada durante todo período que o miniimplante esteja na cavidade bucal. Uma sugestão válida é a entrega por parte do profissional da solução de clor exidina para higienização do mini-implante. O cirurgião-dentista deverá comprar uma quantidade maior de clor exidina e essa dev erá ser fracionada em r ecipientes menores contendo conta-gotas. O r ecipiente dev e ser etiquetado com o nome do paciente e as orientações quanto ao uso da solução, evitando-se com isso esquecimento por parte do paciente em comprar a solução e das orientações. O conta-gotas servirá para dosar a quantidade da solução de gluconato de clor exidina a ser depositado na esco va dental para higiene do mini-implante (Figura 3). Orientações ao paciente Instruções de quando e como higienizar dev erá ser realizada em consulta prévia ao ato cir úrgico, visto que, apesar de ser um procedimento simples, a palavra cirurgia leva desconforto ao paciente, fazendo com que o mesmo não preste atenção às orientações no dia da instalação. O paciente dev erá ser orientado a esco var a cabeça do miniimplante com uma pequena escova infantil, com cerdas macias embebida em gel ou solução de gluconato de clor exidina a 0,12% 2x ao dia por cerca de 20 segundos. A escolha de escova infantil deve-se ao fato que, por ser de tamanho r eduzido, se adeque as div ersas regiões que por v entura o mini-implante esteja inserido (Figura 5). Já a escolha de cerdas macias se deve à necessidade de se manter a integridade da área recém operada. Esse procedimento deverá ser feito por todo o período em que o mini-implante estiver inserido na cavidade bucal. Obs.: U m r ecurso impor tante e v álido para orientação da higienização pr é-cirurgica é a utilização de um manequim Ortodôntico, o qual necessitaria da inser ção de um miniimplante da mesma forma que será inserido na boca, dessa forma o paciente poderá visualizar tridimensionalmente o que será r ealizado em sua pr ópria boca além de tr einar higienização no manequim. As consultas para um contr ole clínico da saúde periimplantar deverão ser feitas semanalmente no primeiro mês, e mensalmente a partir do segundo mês, podendo ser eralizadas na consulta de manutenção do apar elho or todôntico, otimizando o tempo do ortodontista e do paciente. CONSIDERAÇÕES FINAIS Seguindo as orientações quanto à higienização, os miniimplantes terão estabilidade sufi ciente para aplicação de carga ortodôntica necessária para o bom andamento do tratamento. 14 Endereço para correspondência: Matheus Melo Pithon Rua México 78, Recreio - Vitória da Conquista - Bahia Tel: (0xx77) 3084-2020/ 8805-2750 CEP: 45020-390 e-mail: [email protected] Referências Bibliográficas 1. Huja SS, Litsky AS, Beck FM, Johnson KA, Larsen PE. Pull-out strength of monocortical screws placed in the maxillae and mandibles of dogs. Am J Orthod Dentofacial Orthop 2005;127:307-313. 2. Araújo TM, Nascimento MHA, Bezerra F, Sobral MC. Skeletal anchorage in Orthodontics with mini-implants. R Dental Press Ortodon Ortop Facial 2006;11:126-156. 3. Carano A, Velo S, Leone P, Siciliani G. Clinical applications of the iniscrew Anchorage System. J Clin Orthod 2005;39:9-24; quiz 29-30. 4. Nascimento MHA, Araújo TM, Bezerra F. Orthodontic microscrew: installation and peri-implant hygienic orientation. R Clin Ortodon Dental Press 2006;5:24-31. 5. Mah J, Bergstrand F. Temporary anchorage devices: a status report. J Clin Orthod 2005;39:132-136; discussion 136; quiz 153. 6. Miyawaki S, Koyama I, Inoue M, Mishima K, Sugahara T, Takano-Yamamoto T. Factors associated with the stability of titanium screws placed in the posterior region for orthodontic anchorage. Am J Orthod Dentofacial Orthop 2003;124:373-378. 7. Groenendijk E, Dominicus JJ, Moorer WR, Aartman IH, van WaasMA. Microbiological and clinical effects of chlorhexidine enclosed in fixtures of 3I-Titamed implants. Clin Oral Implants Res 2004;15:174-179. 8. Coura GS, Andrade DS. Mini-implants fo orthodontic anchorage. R Clin Ortodon Dental Press 2007;6:98-104. 9. Carvalho LEP, Granjeiro JM, Bastos JRM, Henriques JFC, Tarzia O. Clorexidina em Odontologia R.G.O 1991;39:423-427. Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 Revista Inovation Dezembro_2007.indd 14 11.08.08 20:28:49 Carregamento precoce de implantes: abordagem em protocolos mandibulares Early loading of implants: approaching in protocols jaws Alexandre Hassem Neto1; Chrystiane Araujo Moura de Tavares2; Maurício Augusto Mathias3 Resumo O objetivo deste artigo é relatar a abordagem e os resultados obtidos por reabilitações protéticas de pacientes edêntulos, com substituições imediatas dentárias, através de próteses tipo protocolo com carregamento precoce, cinco a sete dias após inserção dos implantes em mandíbula anterior. Utilizamos um período pouco maior do que o do carregamento imediato, rotineiramente utilizado, e apresentamos acompanhamentos clínicos e radiográficos com resultados similares à abordagem de até 48 horas. Porém, contamos com maior tranqüilidade na execução dos passos pela equipe profissional e maior conforto para o paciente que recebe a prótese alguns dias após as instalações das fixações com menor edema pós-cirúrgico e maior qualidade protética. Unitermos: carga precoce; carga imediata; implantes dentários; osseointegração. Abstract The aim of the present article is to relate the boarding and the reached results of a prosthetic rehabilitation of edentulous patients, with dental immediate substitutions, throught a prosthetic protocol with early loading of five to seven days after implants instalation at the anterior part of mandible. We used a little bigger period of time than that used by the immediate loading, frequently used, and presented clinical and radiografics accompaniments with similar results to the 48 hs boarding. However, our professional team works easily, with more confort for the patient who receives a prosthetic work of bigger quality a few days after implants, in an after-surgical minor edema area. Keywords: early loading; immediate loading; dental implants; osseointegration. 1. Especialista em Prótese Dental - USP-BAURU; Especialista em Implantodontia Oral - ABO-SP; Professor do Curso de Especialização em Implantodontia - ABO-SP 2. Formada pela Universidade Guarulhos-SP; Pós-Graduação em Endodontia - CETAO-SP 3. Especialista em Implantodontia pela Associação Brasileira de Odontologia - ABO-SP; Professor dos Cursos de Especialização em Implantodontia da ABO-SP e Osasco INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Revista Inovation Dezembro_2007.indd 15 15 11.08.08 20:28:51 INTRODUÇÃO Os implantes dentários têm sido amplamente utilizados na reabilitação de pacientes edêntulos mandibulares, devolvendo a função e aumentando o confor to se comparados ao uso de próteses totais 5. A anatomia, densidade e disponibilidade óssea encontrada na mandíbula anterior fav orecem a obtenção da estabilidade implantar , fator essencial para atingir a osseointegração 11. U m período de tempo de tr ês a seis meses entr e a fi xação dos implantes e instalação de prótese foi amplamente defendido para que não existisse carregamento sobr e os implantes, a fi m de fav orecer a osseointegração e r eduzir o risco de falência de implantes e próteses, denominados como protocolo convencional de dois estágios cirúrgicos ou carga tardia1, 2. Após inúmer os r elatos em literatura, pr ocedimentos de antecipação de carga funcional foram sedimentados, onde resultados comparados ao protocolo tradicional foram alcançados com a mesma previsibilidade e viabilidade de sucesso9. Resultados de estudos compr ovaram que o contr ole de micromovimentações incididas sobr e os implantes após sua inserção em leito ósseo 6, a obtenção de estabilidade primária implantar no momento da colocação e a imobilização rígida dos elementos dispostos em arco seriam responsáveis pela estimulação e r emodelação óssea ao r edor dos implantes, aumentando o contato osso-implante e a possibilidade de osseointegração, que é um fenômeno dinâmico e contínuo4, 7, 17. Desta forma a antecipação de carga funcional, além de reduzir o tempo de espera para instalação de pr óteses, tornou-se benéfica ao processo de osseointegração 19. A carga imediata caracteriza-se pela instalação de pr ótese dentro de um período de até 48 horas após a instalação dos implantes10. Após o tempo cir úrgico de instalação dos implantes, os intermediários foram fi xados sobre os mesmos e submetidos à moldagem de transfer ência em guia funcional, para que a fase laboratorial fosse ex ecutada e a pr ótese instalada dentro do período pr evisto. Em alguns casos, o desconfor to devido ao edema e o cansaço do paciente eram visualmente constatados. A carga pr ecoce é caracterizada como a instalação da pr ótese em período maior que 48 horas e menor que tr ês e seis meses, diferente de carga imediata ou tar dia3, 8 . P ossui o mesmo benefício da carga imediata, desde que trabalhe com períodos próximos, com a tranqüilidade de ex ecução de pr ocedimentos de moldagem, transfer ência e r egistros funcionais por par te do pr ofissional; tempo satisfatório para ex ecução laboratorial de fundição e pr ensagem e confor to do paciente que r ecebe a prótese dentr o de uma semana pós-cir úrgica, sem a pr esença de sangramento ou edema, podendo submeter-se às pr ovas do trabalho, reduzindo a ocorr ência de impr ecisões de oclusão ou ajustes desnecessários da prótese. 16 Figura 01. Caso clínico inicial. Dentes naturais com grandes comprometimentos periodontais. Figura 02. Exodontia dos elementos dentais remanescentes. Figura 03. Aplanamento ósseo. Regularização óssea após exodontias possibilitando um aplanamento. Figura 04. Verificação perfurações. do paralelismo das Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 Revista Inovation Dezembro_2007.indd 16 11.08.08 20:28:54 METODOLOGIA Foram selecionados 27 pacientes edêntulos totais e par ciais mandibulares, onde inicialmente o enceramento diagnóstico e visualização pr évia pr otética foram ex ecutados em planejamento reverso. Um total de 102 implantes foi utilizado nas reabilitações e tiveram como antagonistas superiores dentes naturais, pr óteses fi xas e totais com um acompanhamento clínico e radiográfico variando entre 20 dias e 28 meses. Em dois casos foi proposta a reversão de sobredentaduras existentes para pr otocolo implanto-supor tado inferior , adicionandose alguns implantes em carr egamento precoce somados aos implantes pré-existentes. Exemplificando então um caso do início ao fim, procedem-se com a extração prévia dos dentes remanescentes inferior es env olvidos periodontalmente, seguindo-se o processo semelhante às técnicas convencionais de carga imediata (F iguras 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12), variando-se apenas o tempo de espera como v erificado nas figuras 13 e 14. A técnica descrita é muito similar à abor dagem cir úrgica de carga imediata, com ampla incisão em crista de r ebordo gengival, com r ebatimento do tecido mucoperiostal e acesso das emergências mentuais, que limitarão os implantes distais com diâmetro de 4,5 mm e comprimento não inferior a 10 mm. Após as fixações iniciais anteriores aos forames mentuais, serão distribuídos três implantes, totalizando cinco implantes em mandíbula anterior. A estabilidade primária e o tor que de inserção (até 80 Ncm) são checados neste momento atrav és de leitura de tor químetros. O s intermediários pr otéticos são parafusados, submetidos ao torque de 20 Ncm e colocados em capas de proteção para realização de procedimentos de sutura. Neste momento o paciente é dispensado, dev endo descansar por 24 horas, onde após este período, os pr ocedimentos de moldagem de transfer ência serão r ealizados com menor ocorrência de sangramento e r edução do estr esse cir úrgico. A guia funcional é unida aos transfer entes pr otéticos dos intermediários e r egistrada a ar ticulação com r esina acrílica de precisão. Em fase laboratorial, a barra de união rígida dos intermediários protéticos é elaborada, sendo submetida à secção e soldagem a laser para promover a passividade ao “índex” de transferência funcional. U ma v ez elaborada, pr ocedimentos de enceramento e inclusão dos dentes são realizados, similares ao protocolo imediato, porém, com maior tempo laboratorial, tornando mais preciso e passível de provas realizadas entre o 3° e 5° dia, deixando para o 7° dia, a r emoção de suturas e instalação do trabalho em função precoce. REVISÃO DE LITERATURA No início da implantodontia, o tempo de espera entr ea instalação dos implantes e confecção de pr ótese em função Figura 05. Inserção dos implantes - 70N. Figura 06. Implantes colocados. Figura 07. Colocação dos mini-abutments - 20N. Figura 08. Sutura. INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Revista Inovation Dezembro_2007.indd 17 17 11.08.08 20:28:59 constituía um fator primor dial para obtenção do sucesso da reabilitação atrav és de implantes. A os poucos, foi possív el a execução de r eabilitações implanto-supor tadas com r edução desde o tempo de espera, comesultados r similares aos protocolos de dois estágios cirúrgicos, tornando mais rápidas a reabilitação e a satisfação do paciente. Conceitos de antecipação de carga funcional, tais como a carga imediata e a carga pr ecoce foram estudados e amplamente discutidos, tornando-se hoje em dia procedimentos aceitos e de obtenção de sucesso, desde que, respeitados fator es como estabilidade primária, distribuição dos implantes em ar co e estabilização rígida de pr ótese em função. A carga precoce surgiu diferenciando-se do protocolo tradicional e da carga imediata, caracterizada pela instalação de pr ótese em período maior que 48 horas e menor que o convencional de três a quatro meses, no caso da mandíbula4, 7, 10, 12, 16 . A mandíbula anterior é caracterizada pela predominância de osso de boa densidade e dimensões ósseas na maioria dos casos, o que fav orece, e muito, a obtenção da estabilidade primária11, somado ao desenho dos implantes utilizados neste caso, que favorecem o aumento de tor que de inserção através da osseocompressão em leito ósseo 13. Com a união rígida dos intermediários protéticos em função, foi compr ovada através de estudos histológicos a melhoria da qualidade e densidade óssea ao r edor dos implantes submetidos à antecipação de carga funcional14, 15. RESULTADOS Acompanhamentos clínicos e radiográfi cos foram r ealizados em todos os 27 pacientes, verificando a eficiência e o sucesso da reabilitação21 com antecipação precoce dos implantes, nenhum implante perdido em todos os casos. O padrão de r eabsorção óssea marginal demonstr ou-se similar aos obser vados em procedimentos de carga imediata 15, 16 , da mesma forma, os contornos peri-implantares sob a prótese 17, 20. A reversibilidade de o verdentures para pr ótese tipo pr otocolo inferior foi executada em dois pacientes com sucesso, e as r eabsorções marginais ao redor dos implantes submetidos ao carregamento precoce encontram-se similar es aos implantes pr eviamente instalados e em carregamento convencional. Como resultado exemplificamos os controles iniciais e fi nais clínicos e radiográfi cos das fi guras 15 conclusão do caso e 16, 17 e 18 acompanhamento radiográfico panorâmico. CONCLUSÃO A antecipação de carga funcional é uma r ealidade na implantodontia, não v erificando difer enças nos r esultados observados em carr egamento precoce ou imediato desde que respeitados os fatores de estabilidade implantar, distribuição de implantes em leito de boa competência e estabilização rígida dos implantes. Não se discute, neste caso, os benefícios biológicos 18 Figura 09. Prova do guia multifuncional e relação maxilo mandibular - 24h após a cirurgia. Figura 10. União do guia multifuncional aos implantes com resina Pattern. Figura 11. Moldagem com silicona de adição (Elite HD+). Figura 12. Vista superior da moldagem. Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 Revista Inovation Dezembro_2007.indd 18 11.08.08 20:29:05 do momento imediato para momento precoce na antecipação de função dos implantes, e sim o conforto e a tranqüilidade na execução protética, que foram características contrastantes ao procedimento da carga imediata, minimizando a possibilidade de pr oblemas com ar ticulação dos dentes ou adaptação de barra junto aos intermediários. D e igual forma, os pacientes demonstraram melhor receptividade ao procedimento, mesmo a reabilitação sendo entregue em prazo pouco maior comparado ao pr ocedimento imediato . Ampliamos a possibilidade da execução do carr egamento pr otético com similar índice de sucesso comparados ao carregamento imediato. Figura 16. Radiografia panorâmica inicial. Figura 13. Prova da barra e montagem dos dentes 4 dias após a cirurgia. Figura 14. Remoção da sutura e instalação das próteses 7 dias após a cirurgia (Torque de 10N nos parafusos de fixação). Figura 17. Radiografia panorâmica após colocação da prótese. Figura 18. Radiografia panorâmica após 1 ano da colocação da prótese. Controle após 1 ano. Endereço para correspondência: Figura 15. Caso clínico final. Alexandre Hassem Neto Rua Salete, 201, cj 14 - Santana - São Paulo - SP CEP: 02016-001 Telefone: (0xx11) 2978-4542 / 8473-7523 e-mail: [email protected] INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Revista Inovation Dezembro_2007.indd 19 19 11.08.08 20:29:09 Referências Bibliográficas 1. Beltrão GC, Weismann R, Santana Filho M. Osteotomia Maxila e Mandíbula fins protéticos-ortodônticos. Rev Odonto Ciênc 1992; 7(14):167-75. 1. Adell R; Lekholm U; Rocket B. A 15-year study of osseointegration in treatment of edetolous jaws. J Oral Surg 1981 (10): 387-416. 2. Albrektsson T; Zarb G; Worthington P; Eriksson AR. The long-term efficacy of currently used dental implants: a rewiew and proposed criteria of success. Int J Oral Maxillofac Implants 1986 (1): 11-25. 3. Aparicio C; Rangert B; Sennerby L. Immediate/ Early Loading of Dental Implants: a report from the Sociedad Espanola de Implantes World Congress Concensus meeting in Barcelona, Spain, 2002. Clin Implan Dent Rel Res 2003, 5(1): 57-60. 12. M isch CE; Degidi M. Five-year prospective study of immediate/ early loading of fixed prostheses in completely endentolous jaws with a bone quality-based implant system. Clin Implant Dent Relat Res 2003, 5 (1): 17-28. 13. Nkenke E; Hahn M; Wennzierl K; Radespiel-Tröeged M; Newkam FW; Engelke K. Implant stability and histomorphometry: a correlation study in human cadavers using stepped cylinders implants. Clin Oral Impl Res 2003, (14): 601-9. 14. P iatelli A; Corigliano M; Scarano A; Costigliola G; Paolantonio M. Bone reactions to early occlusal loading titanium plasmasprayed implants; a histologic analysis in monkeys. J Periodontol. 1998, 69 (3):321-7. 15. Petersson A; Rangert B; Randow K; Ericsson I. Marginal bone resorption at different treatment concepts using Branemark dental implants in anterior mandibles. Clin Implant Dent Relat Res., 2001; 3: 142-147. 4. Becker W; Becker BE; Huffstetlert S. Early functional loading at 5 days for Branemark Implants placed into edentulous mandibles: a prospective, open-ended, longitudinal study. J Periodontol, 2003, 74(5): 695-702. 16. Raghoebar GM, Friberg B, Grunert I, Hobkirk JA; Tepper G; Wendelhag I. 3-year prospective multicenter study on onestage implant surgery and early loading in the edentulous mandible. Clin Implant Dent Relat Res., 2003; 5(1):39-46. 5. Branemark P-I; Zarb G; Albrektsson T. Tissue-integrated Prostheses: Osseointegration in Clinical Dentistry. Chicago, Quintessence Publ. Co.; 1985. 17. Randow K; Ericsson I; Nilner K; Peterson A; Glantz PO. Immediate functional loading of Branemark dental implants: an 18-month clinical follow-up study. Clin Oral Implants Res. 1999; 10: 8-15. 6. Brunski JB. Biomechanical factors affecting the bone-dental implant interface: rewew paper. Clin Mater 1992, 10 (3): 153220. 7. Ericsson I; Randow K; Nilner K; Peterson A. Early functional loading of Branemark dental implants: 5-years clinical followup study. Clin Implant Dent Relat Res 2000; 2: 70-7. 8. Fisher K; Stenberg T. Early loading of ITI implants supporting a maxillary full-arch prosthesis: 1-year data of a prospective, randomized study. Int J Oral Maxillofac Implants 2004, 19 (3): 374-81. 9. Gapski R; Wang H-L; Mascarenhas P; Lang NP. Critical rewiew of immediate implant loading. Clin Oral Implant Res 2003,(14): 515-27. 10. Glauser R; Sennerby L; Meredith N; Rée A; Lundgren A-K; Gottlow J; Hämmerle CHF. Resonance frequency analysis of implants subjected to immediate or early functional occlusal loading- successful vs.falling implants. Clin Oral Impl Res 2004, 15(4): 428-34. 18. Schnitman PA; Wöhrle PS; Rubenstein JE; Da Silva JD; Wang NH. Ten years results of Branemark implants immediately loaded with fixed prostheses at implant placement. Int J Oral Maxillofac Implants 1997, 12 (4): 495-503. 19. Skalak R. “Um breve relato sobre a filosofia do procedimento de etapa única versus o de duas etapas para prótese dentaria suportada por implante osseointegrado”. In: Branemark P-I. Branemark Novum: protocolo para reabilitação bucal com carga imediata (same -day teeth). Uma perspectiva global. Quintessence Ed. Ltda.; 1ª. Ed.: 16-20; 2001. 20. Tarnow DP; Emtiaz S; Classi A. Immediate loading of threaded at stage 1 surgery in edentulous arches: ten consecutive case reports with 1- 5 – years data. Int J Oral Maxillofac Implants 1997, 12 (3): 319-24. 21. Smith DE; Zarb GA. Criteria for success of osseointegrated edentulous implants. J Prosthet Dent 1989; 62: 567-572. 11. Misch CE. Density of Bone: effect on treatment plants, surgical approach, healing and progressive bone loading. Int J Oral Maxillofac Implants 1990, (6): 26-31. 20 Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 Revista Inovation Dezembro_2007.indd 20 11.08.08 20:29:16 Impactação do segmento posterior da maxila através de osteotomia para reabilitação protética - relato de caso Segmentary impactation in jawbone posterior through osteotomy for prosthetic rehabilitation Marcos Blatt1; Gustavo Henrique Motta2; Gustavo Tralli Nogueira3; Bruno Gadelha Maia4; Tiago Galvão Neiva5; Marcos César Pitta6 Resumo A perda prematura dos dentes naturais provoca importantes alterações, podendo ocasionar desde a migração de dentes até a extrusão do processo alveolar, especialmente em pacientes que não utilizam nenhum tipo de prótese no arco antagonista. Quando ocorre uma extrusão severa do processo alveolar, a extração dos dentes torna-se inevitável. Para solucionar o problema, existe a alternativa de realizar a técnica de impactação da região posterior da maxila por meio de osteotomia, para possibilitar uma futura reabilitação estética e funcional, sem a perda ou desgaste de estruturas rígidas. Unitermos: osteotomia segmentar; cirurgia ortognática; cirurgia pré-protética. Abstract The premature loss of the natural teeth makes a important alterations, could cause from the migration of teeth to the extrusion of the alveolar process, especially in patient that they don’t use any prosthesis type. When it happens a severe extrusion of the alveolar process, the extraction of the teeth becomes inevitable. To solve the problem, the alternative exists of accomplishing the technique of impaction the maxillary, through the bilateral segmentary maxillary osteotomy, to turn possible a future aesthetic and functional rehabilitation, without the loss or wear and tear of structures. Keywords: segmentary osteotomy; orthogmatic surgery; preprosthetic surgery. 1. Mestrando em Implantodontia UNISA/SP; Especialista em Prótese Dentária Funbeo/FOBUSP 2. Especialista em Cirurgia e Traumatologia BucoMaxiloFacial - ABENO 3. Especialista em Cirurgia e Traumatologia BucoMaxiloFacial - ABENO 4. Especialista em Prótese Dentária pela Fundação Bauruense de Estudos Odontológicos da Faculdade de Odontologia de Bauru; Mestrando em Implantodontia da Universidade de Santo Amaro 5. Especialista em Periodontia pela Faculdade de Odontologia de Piracicaba; Mestrando em Implantodontia da Universidade de Santo Amaro 6. Especialista em Cirurgia Ortognática - Baylor University/EUA INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Revista Inovation Dezembro_2007.indd 21 21 11.08.08 20:29:19 dos segmentos osteotomizados durante a cirurgia. INTRODUÇÃO A cir urgia foi r ealizada sob anestesia geral. A abor dagem Nas situações em que o paciente apr esenta ausência dos elementos dentários durante um longo período de tempo e nãocirúrgica intra-oral iniciou-se com incisão horiz ontal linear realiza a reabilitação das unidades perdidas, freqüentemente na região de transição de gengiva inserida e mucosa, a par tir da distal do elemento 27 até a distal do elemento 23. A pós ocorre extr usão dentária ou extr usão de todo o segmento o descolamento do r etalho mucoperiostal, foram r ealizadas ósseo do ar co antagonista. A extr usão do segmento ósseo posterior resulta em uma diminuição do espaço interoclusal duas osteotomias v erticais a par tir da crista do r ebordo, até que impossibilita, na maioria das v ezes, a r eabilitação 6 mm acima dos ápices dos dentes, uma na r egião distal do protética adequada atrav és de pr óteses fi xas, removíveis ou elemento dentário 25 e a outra na distal do elemento 27. sobre implantes (SHOEMAN & SUBRAMANIAN, 1996; Em seguida, estas duas osteotomias foram unidas atrav és de uma osteotomia horiz ontal 6 mm acima dos ápices dos RENOUARD & RANGERT, 2001). A osteotomia segmentar posterior da maxila foi r elatada dentes. Uma nova osteotomia paralela a esta foi r ealizada 4 mm abaixo, com a finalidade de impactar o segmento (Figura pela primeira v ez por ST OKER & EPKER (1974) e tem sido utilizada como recurso na correção de extrusões severas 3). Dessa forma, obteve-se acesso ao seio maxilar e, com um cinzel curvo, foi segmentado o palato, preservando a mucosa do processo alveolar, na pr esença ou ausência de elementos dentários, quando está contra-indicada à corr eção atrav és palatina. Com o mesmo cinzel, foi realizada a disjunção entre o túber da maxila e o pr ocesso pterigóide do osso esfenóide. mini-implantes (MEDEIROS, 2001). O propósito deste ar tigo é demonstrar , através do r elato de O mesmo procedimento foi realizado no outro lado. Em seguida, foi colocada a PPR com bráquetes e espor ões um caso clínico, a r ealização da impactação do segmento posterior da maxila através de osteotomia, com a finalidade de cirúrgicos para a realização de BMM, sendo realizada a fixação reestabelecer o espaço para uma futura reabilitação protética. interna rígida, com duas miniplacas de titânio (W. LORENZ, INTERMEDIC) (F iguras 4a e 4b). O bloqueio maxilomandibular foi removido e a sutura contínua foi realizada. RELATO DO CASO CLÍNICO Paciente M.L.O.L, 31 anos, sex o feminino, apr esentava A paciente permaneceu no hospital por 24 horas e, durante dificuldade mastigatória pela ausência de elementos dentários. este período, foi r ealizada a terapia medicamentosa. A Após anamnese, constatou-se ausência de alteração sistêmica, paciente foi orientada a r etornar 3 dias após a cir urgia, com acompanhamento quinzenal e mensal para controle (Figuras e ao exame extra-oral foram v erificados mo vimentos de 5a, 5b e 6). abertura e excursivos normais, sem nenhum sinal e sintoma Atualmente a paciente encontra-se r eabilitada com uma de disfunção tempor omandibular. A o exame clínico intraprótese par cial r emovível inferior , satisfaz endo todos os oral, constataram-se a ausência dos elementos dentários posteriores, extr usão bilateral do complex o dento-alv eolar, requisitos funcionais e estéticos. ocasionando diminuição do espaço pr otético posterior bilateral inferior , inviabilizando a r eabilitação pr otética DISCUSSÃO A experiência clínica que a literatura apr esenta em r elação (Figura 1a e 1b). Foi solicitado ao or todontista a instalação de apar elho à impactação do segmento posterior da maxila, para o tratamento de extrusões severas do processo alveolar maxilar ortodôntico fi xo com espor ões cir úrgicos. A pós a análise das radiografi as (panorâmica, teleradiografi a de perfi l e posterior através de osteotomia apresenta resultados favoráveis frontal) e com os modelos montados em r elação cêntrica no com bom prognóstico (MARTINS, 1980; STULLER et al., 1983; MEDEIROS, 2001). articulador tipo SAM (com côndilos fi xos), foi planejado o tratamento cirúrgico de impactação dos r ebordos alveolares BELTRÄO et al. (1992), estudando 14 casos em que foi utilizada fi xação interna rígida, obser varam que em apenas posteriores bilaterais de maxila com r estabelecimento do um caso ocorr eu r ecidiva total (7,1%). S endo assim, os espaço adequado para a reabilitação protética (Figura 2). A cirurgia de modelo consistiu na impactação dos r ebordos autores consideraram os resultados satisfatórios, concluindo alveolares posteriores de maxila, de modo que uma pr ótese que a impactação do segmento posterior da maxila, através de osteotomia, pode auxiliar outras especialidades em parcial removível (PPR) inferior pudesse ser confeccionada com a dimensão vertical restabelecida. Aos dentes posteriores futuras reabilitações. Concordamos com MANFR O et al. (2007), em que o da PPR foram colados bráquetes or todônticos para a procedimento de osteotomia segmentar dev e apr esentar realização do B loqueio Maxilo Mandibular (BMM), sendo utilizada como guia cirúrgico para o correto posicionamento indicação precisa, como no caso descrito, onde a necessidade 22 Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 Revista Inovation Dezembro_2007.indd 22 11.08.08 20:29:22 de intr usão dos molar es superior es e do pr ocesso alv eolar não pode ser alcançada por outros métodos menos invasivos. Por outr o lado, em extr usões de menor magnitude a utilização de ancoragem absoluta atrav és de mini-implantes é o pr ocedimento mais indicado, por apr esentar menor morbidade e bons resultados (LABOISSIÉRE, 2005). CONCLUSÕES A osteotomia segmentar posterior da maxila é uma terapia cirúrgica segura e efi caz que pr eserva as estr uturas dentárias sadias. O uso desta técnica para estabelecer r o espaço protético em casos de extrusão do processo alveolar e dentário na região posterior da maxila possui um bom prognóstico. Figura 02. Desenho esquemático ilustrando a recuperação do espaço protético através do reposicionamento do segmento posterior extruído. Figura 03. Aspecto das osteotomias realizadas durante a cirurgia. Figura 01a e 01b. Observar extrusão severa do complexo dento-alveolar bilateralmente na região do molares superiores com ausência de elementos dentários no arco antagonista. Figura 04a e 04b. Fixação com mini-placas dos segmentos ósseos após osteotomia lado direito e esquerdo e posteriormente bloqueio maxilo mandibular. INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Revista Inovation Dezembro_2007.indd 23 23 11.08.08 20:29:24 Referências Bibliográficas 1. Beltrão GC, Weismann R, Santana Filho M. Osteotomia Maxila e Mandíbula fins protéticos-ortodônticos. Rev Odonto Ciênc 1992; 7(14):167-75. 2. Laboissiére Jr M, Villela H, Bezerra F, Laboissiére M, Diaz L. Ancoragem absoluta utilizando microparafusos ortodônticos: Protocolo para aplicação clínica (trilogia – Pt2). Implant News 2005; 2:37-46. 3. Martins CH. Postoperative results of posterior maxillary osteotomy after long-term immobilization. J Oral Surgery 1980; 38:103. Figura 05a e 05b. Radiografias panorâmicas pré e pós-operatória. Observar o restabelecimento do espaço protético inferior, com a intrusão do complexo dento-alveolar superior. 4. Manfro R, Cecconelo R, Frey MAT, Inter-relação Cirurgia Ortognática, Ortodontia e Implantodontia – Apresentação de um caso clínico. Implant News, 2007; 4(1):39-42. 5. Medeiros PJ. Técnicas cirúrgicas de maxila. In Medeiros PJ, Medeiros PP. Cirurgia Ortognática para ortodontista. São Paulo: Santos, 2001. p.93-96. 6. Renouard F, Rangert B. Fatores de risco dos implantes. São Paulo: Quintessense, 2001. 176 p. 7. Shoeman R, Subramanian L. The use of Orthognatic Surgery to facilite Implant Placement: A Case Report. Int J Oral Maxillofac Implants 1996; 11:682-4. 8. Stoker NG, Epker BN. The posterior maxillary osteotomy: A retrospestive study of treatment results. Int J Oral Surg 1974; 33:153-7. 9. Stuller CB, Schaberg SJ. Use of the segmented Le Fort I osteotomy to correct severe extrusion of maxillary posterior teeth or tuberosities. The Journal Of Prosthetic Dentistry 1983;50:157. 1983. Figura 06. Aspecto intra-oral: notar o nivelamento do plano oclusal supeior com restabelecimento do espaço protético inferior, propiciando altura adequada para futura reabilitação protética. 24 Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 Revista Inovation Dezembro_2007.indd 24 11.08.08 20:29:32 Como diferentes tipos de prótese sobre implantes podem afetar o seu prognóstico? Análise biomecânica How different implant prosthesis design affect your prognosis? Biomechanical analysis Marcos Blatt1; Wellington Cardoso Bonachela2; Niélli Caetano de Souza3; Bruno Gadelha Maia4; Tiago Galvão Neiva5 Resumo O sucesso clínico à longevidade dos implantes dentários está diretamente relacionado como as forças são dirigidas e dissipadas na interface implante-tecido ósseo, sendo importante o não sobrecarregamento deste conjunto, o que poderia ocasionar a falha da osseointegração. Como o fenômeno biomecânico é bastante complexo e cada estilo de prótese apresenta um comportamento diferente, será abordado em duas partes desta publicação. Os artigos completar-se-ão, mas serão independentes entre si, proporcionando uma visão atual da reabilitação oral sobre implantes. Diante disto, o presente trabalho tem por objetivo apresentar diretrizes para um correto planejamento de próteses totais fixas e overdenture. Unitermos: implante dentário; prótese dentária; biomecânica. Abstract The longevity and clinical success of dental implants is directly related to forces applied at the bone-implant interface, being important to avoid implant overloading, which could lead to osseointegration failures. As the biomechanical phenomenon is plenty complex and each prosthesis style presents a different behavior, it will be approached in two parts of this publication. The papers will be complemented, but they will be independent to each other, providing a current vision of the oral rehabilitation with dental implants. Therefore, the present work aimed to present guidelines for a correct planning based on biomechanical rationale to the full-arch fixed prostheses and overdentures. Keywords: dental implantation; dental prosthesis; biomechanics. 1. Especialista em Prótese Dentária pela Fundação Bauruense de Estudos Odontológicos da Faculdade de Odontologia de Bauru; Mestrando em Implantodontia da Universidade de Santo Amaro 2. Professor Associado do Departamento de Prótese da Faculdade de Odontologia de Bauru; Professor do Curso de Especialização em Prótese Dentária da Fundação Bauruense de Estudos Odontológicos da Faculdade de Odontologia de Bauru 3. Mestre em Dentística pela Faculdade de Odontologia de Araraquara da Universidade Estadual Paulista; Professora do Curso de Odontologia Centro Universitário Franciscano 4. Especialista em Prótese Dentária pela Fundação Bauruense de Estudos Odontológicos da Faculdade de Odontologia de Bauru; Mestrando em Implantodontia da Universidade de Santo Amaro 5. Especialista em Periodontia pela Faculdade de Odontologia de Piracicaba; Mestrando em Implantodontia da Universidade de Santo Amaro INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Revista Inovation Dezembro_2007.indd 25 25 11.08.08 20:29:37 INTRODUÇÃO Originalmente, a utilização de implantes osseointegrados foi proposta para pacientes considerados inv álidos orais, com o objetiv o de melhorar o confor to, função e auto-estima, evitando a utilização de próteses dentais instáveis. O sucesso clínico dos implantes e seus componentes são determinados pela maneira como o estr esse mecânico é transferido do implante ao tecido ósseo cir cundante, sem gerar for ças de grande magnitude, o que poderia colocar em risco a longevidade do implante e a pr ótese21. F atores biomecânicos são r elatados na literatura como os principais responsáveis pela falhas dos implantes, sendo que muitos desses fatores não são completamente compreendidos19. Com base em informações publicadas, r ecentemente, mudanças conceituais ocorr eram nas r eabilitações protéticas ao longo das últimas décadas, desde a descoberta da osseointegração . A cada dia, no vos desafi os são, rotineiramente, pr opostos pelos pacientes, muitas v ezes mutilados, que pr ocuram Cir urgiões-Dentistas que se dedicam à área da reabilitação oral. Dessa forma, buscamos analisar, separadamente, diferentes estilos e comportamentos de próteses implantossuportadas. Neste primeir o ar tigo será abor dado o compor tamento biomecânico de prótese total fixa e overdenture. No próximo artigo, será analisada a biomecânica em pr ótese parcial fi xa, união entre dentes naturais a implantes e associação de pr ótese parcial r emovível com implantes osseointegrados. D esta forma, serão abor dadas todas as possibilidades terapêuticas para o tratamento do edentulismo total e par cial. D iante desta perspectiva, pretendemos discutir os conceitos atuais de biomecânica como fator de risco para o sucesso e longevidade da osseointegração. REVISÃO DA LITERATURA Prótese total fixa Num trabalho pioneir o18 foram analisados os aspectos biomecânicos r elacionados às pr óteses fi xas implantossuportadas e a transmissão de tensão do sistema prótese-implante osseointegrados ao tecido ósseo. Ainda hoje, muitos de seus conceitos são seguidos para o planejamento. É consenso entre os autores que cantiléveres, excessivamente longos, aumentam o risco de complicações. D iante disso, foram av aliados dois comprimentos de cantilév eres (≤15 mm e >15 mm) para pr ótese fi xa sobr e implantes. O s resultados demonstraram que cantilév er com comprimento reduzido apresentaram melhor desempenho clínico quando comparados com cantiléver longo17. Avaliaram15 a distribuição de estr esse na inter face implante/ tecido ósseo. Constataram que o aumento do comprimento 26 do cantiléver resultou na elev ação dos v alores de estr esse na interface implante/tecido ósseo. No ano seguinte, av aliaram16 a melhor combinação de materiais para a confecção da r estauração pr otética. P ara tanto, utiliz ou r esina acrílica, r esina composta e por celana como materiais para a superfície oclusal e diferentes ligas para confecção da infra-estrutura, tais como: ouro, prata-paládio, cromo-cobalto e titânio . D o ponto de vista mecânico, a combinação de materiais com maior módulo de elasticidade proporcionou menor estresse gerado sobre parafusos. Em estudo pr ospectivo6 com mais de 20 anos, av aliaram, clinicamente, o desempenho de próteses totais mandibulares implanto-suportadas. O índice de sucesso para os implantes e pr óteses foram 98,9 e 95,6%, r espectivamente. S endo o principal problema protético relacionado à perda do parafuso de retenção. Através de r evisão sistemática 5, incluindo critérios de metaanálise, não encontraram evidências científi cas de que o tratamento através de prótese fixa ou overdenture apresenta-se melhores resultados para pacientes completamente edêntulos. Overdenture O tratamento com o verdenture é otimizado quando se utiliza um maior número de implantes possível, sendo que os implantes devem estar unidos através de uma barra rígida8. No ano seguinte, avaliaram11 o comportamento de diferentes sistemas de retenção de overdentures em relação à distribuição de estr esse. O sistema barra-clipe apr esentou uma melhor distribuição de for ças geradas sobr e a mucosa posterior , contudo apresentou maior concentração de estresse ao redor do implante. A valiaram, clinicamente, o pr ognóstico de o verdentures mandibulares e maxilar es, retidas por um pequeno númer o de implantes, utilizando dois tipos diferentes de attachments (barra-clipe e tipo bola). Não foi encontrada diferença entre os sistemas de attachments. O s autor es concluíram que a perda de implantes ocorr eu, principalmente nos pacientes considerados como gr upo de risco, ou seja, apr esentavam reabsorção severa do rebordo e qualidade óssea desfavorável, combinados com inserção de implantes curtos e presença de cantiléveres longos. Em 2003 20, av aliaram a infl uência de tr ês sistemas de retenção para o verdenture no desenv olvimento de estr esse ao r edor dos implantes. O s sistemas de r etenção av aliados foram bola/O´Ring, barra-clipe e magneto . O sistema bola apresentou menor transfer ência de estr esse aos implantes e estabilidade superior ao gr upo barra-clipe. O sistema barraclipe apr esentou ár eas de grande concentração de estr esse ao redor dos implantes. Já o sistema magneto apr esentou os Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 Revista Inovation Dezembro_2007.indd 26 11.08.08 20:29:40 menores valores de estr esse, contudo a pr ótese demonstrou grande instabilidade. A utilização do sistema bola demonstr ou ser superior aos demais sistemas, pr omovendo melhor estabilidade para o apar elho pr otético e uma distribuição mais efetiva do estresse. Através de um estudo clínico 7, com duração de 60 meses, avaliaram as complicações protéticas em overdentures retidas por dois implantes isolados na região anterior da mandíbula. As falhas mais fr eqüentes foram: per da de r etenção da cápsula de ouro, traumatismos na mucosa e a necessidade de reposição dos componentes de retenção (attachments). DISCUSSÃO Prótese total fixa O desenho de uma pr ótese fi xa implantossuportada compreende uma distribuição espacial para os implantes, necessitando, na maioria dos casos, de um pr olongamento para distal e, bilateralmente, das estr uturas pr otéticas, denominadas cantilév eres. P ara a maxila é pr econizada a utilização de 6 implantes com comprimentos ≥ 10 mm; já para a mandíbula dev e-se utilizar o maior númer o possível de implantes (cinco ou seis), evitando a utilização de implantes curtos13. Para permitir uma distribuição uniforme das for ças funcionais ao tecido ósseo sem sobr ecarregar a interface implante/osso, é necessário que o comprimento do cantilever não ultrapasse a 15 mm 17 no arco inferior (Figura 1) e, na maxila não deve ser incluído ou sua extensão deve ser inferior a 10 mm9 (Figuras 2), devido à pobre qualidade óssea encontrada nessa região. A inclusão de cantilév er em pr ótese fi xa é considerada biomecanicamente, como um impor tante fator de risco . Diante disso, avaliaram12 o efeito da instalação de implantes na r egião posterior da mandíbula em pacientes edêntulos durante 1 ano . O s autor es12 associaram maior númer o de falhas aos implantes localizados nesta r egião, sendo o principal motiv o atribuído à defl exão, que ocorr e na mandíbula durante os mo vimentos aber tura e lateralidade. Portanto, quando for planejada uma modifi cação no plano de tratamento convencional, deve-se tomar alguns cuidados especiais, como, por exemplo, utilizar um maior númer o de implantes nesta região ou mesmo a secção da pr ótese, a fi m de melhorar o prognóstico dos implantes. O material de confecção da infra-estr utura e o de ecobrimento r oclusal também infl uenciam, significativamente, o comportamento biomecânico da pr ótese. P arece não ser válida à utilização de dentes em resina acrílica para a absorção de impacto como era proposto18, sendo que esse mesmo autor recomenda a combinação de uma estr utura em cobaltocromo associada à porcelana como material de recobrimento Figura 01. Prótese fixa inferior (tipo protocolo) suportada por 5 implantes; o cantiléver não deve exceder a 15 mm. Figura 02. Prótese fixa superior suportada por 6 implantes, apresentando cantiléver reduzido. Figura 03. Fratura da prótese provisória devido à falta de infra-estrutura metálica associada ao cantiléver muito extenso. Figura 04. O torque aplicado desenvolve uma força dentro do parafuso chamada pré-carga. O alongamento do parafuso coloca a haste e as roscas em tensão e a recuperação elástica do parafuso cria a força de apertamento que mantém a prótese e o implante juntos. INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Revista Inovation Dezembro_2007.indd 27 27 11.08.08 20:29:42 oclusal16. Isto, provavelmente, significa que, a alta resistência da infra-estr utura à tor ção r eduz o risco de sobr ecarga mecânica nos parafusos de retenção, especialmente em infraestrutura com extensões em cantiléver (Figura 3). Estudos longitudinais com pr eservação de mais 15 anos demonstraram que pacientes r eabilitados com pr ótese fi xa implantossuportada apr esentaram um índice de sucesso ,o superior a 90% 6. Ainda, segundo este mesmo autor afrouxamento/fratura do parafuso está entre as complicações biomecânicas mais fr eqüentes r elacionadas para as pr óteses totais fixas, sendo sua causa atribuída, principalmente, à falta de passividade das estr uturas pr otéticas e a uma pr é-carga inadequada (Figura 4). Overdenture O tratamento com overdentures pode ser considerado como uma ex celente opção de tratamento em r elação às pr óteses totais fi xas, em determinadas situações quando o paciente, por limitações financeiras e biológicas (com rebordo residual muito r eabsorvido e r elações maxilar es desfav oráveis), não pode ser submetido à modalidade de tratamento mais complexa 1. N estes casos a indicação de o verdenture proporcionaria uma significativa melhora nas funções orais. Estão disponíveis no mercado três sistemas de retenção para overdenture, sendo compostos por dispositivos do tipo barra/ clipe, do tipo anel de ertenção (O´rings) e do tipo magneto, os quais apresentam um comportamento biomecânico diferente entre si4. O sistema tipo bola, por ser maisesiliente, r permite à prótese movimentos limitados nos sentidos ântero-posterior, lateral e intr usivo, já o magneto, apr esenta movimento em todas as direções e, no sistema de retenção barra-clipe, apenas o movimento ântero-posterior é observado. A pr esença de múltiplos implantes unidos atrav és de uma barra rígida apr esenta uma melhor distribuição de tensões entre implantes e tecido ósseo 8. Contudo, trabalhos mais recentes, utilizando strang gauge e análise por elemento nito, fi demonstram que o sistema tipo bola fav orece a distribuição das tensões e minimiza o mo vimento do apar elho protético 11,18 . V ários estudos1,19 foram desenv olvidos com objetiv o de av aliar o compor tamento das o verdentures sobr e os implantes, contudo não há evidências que um sistema seja superior ao outro. Em 1999 13, algumas considerações foram apr esentadas para otimizar um corr eto planejamento, como a necessidade de instalação de apenas dois implantes seria suficiente para reter uma overdenture mandibular, desde que, sejam obser vados alguns pr otocolos como paralelismo e distância entr e os implantes (F iguras 5). J á para o verdenture maxilar dev e-se utilizar, pelo menos, 4 (quatr o) implantes unidos por uma 28 Figura 05. Desenho overdenture mandibular retida por dois implantes associados diferentes sistemas de retenção. A - Tipo O´Ring B- Tipo Barra-clip. Figura 06. Overdenture superior suportada por 4 implantes unidos através de uma barra. Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 Revista Inovation Dezembro_2007.indd 28 11.08.08 20:29:51 barra rígida (Figura 6), devido ao fato dessa região apresentar um volume e qualidade óssea desfavoráveis. Ainda, a utilização de uma ampla aér ea de supor te (tuber osidade, palato, trígono retromolar, entre outras) é impr escindível, devendo aproximar-se à ár ea de supor te utilizada para pr óteses totais convencionais para que o funcionamento biomecânico da prótese seja adequado2,13. Através de estudo longitudinal 7 demonstraram que as principais complicações pr otéticas encontradas com overdentures, sendo a necessidade de ativação do clipe e perda de r etenção do anel as falhas mais encontradas para cada sistema. A estabilidade da pr ótese é um impor tante fator de satisfação para o paciente20. Por isso, é necessária a utilização de sistemas efi cazes que otimizam a r etenção e fav oreçam a distribuição das tensões, sendo fatores importantes para obter longevidade no trabalho reabilitador. CONCLUSÕES 1) P róteses totais fi xas dev em ser confeccionadas com materiais com alto módulo de elasticidade, pois apr esentam uma melhor distribuição das forças entre os implantes. Ainda não se dev e exceder o comprimento do cantilév er, a fi m de não sobrecarregar o conjunto; 2) Independente do sistema de retenção (Tipo Bola ou Barra/ Clip) utilizado nas o verdentures, ambos apr esentam bons resultados clínicos. A escolha por um determinado sistema parece estar associada a uma questão pessoal; 3) Um maior índice de falhas de implantes osseointegrados está r elacionado a condições limites como, por ex emplo, rebordos, sev eramente r eabsorvidos, qualidade óssea desfavorável, combinados com inser ção de implantes cur tos e presença cantiléveres longos. Referências Bibliográficas 1. Bergendal T, Engquist B. Implant-Supported Overdentures: A Longitudinal Prospective Study. Int J Oral Maxillofac Implants 1998, 13(2):253-262. 2. Bo Rangert ME et al. Bending Overload and Implant Fracture: A retrospective Clinical Analsys. Int J Oral Maxillofac Implants 1995, 10(3):326-334. 3. Bo Rangert ME et al. 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Int J Prosthodont 2003, 16(2):128-134. 21. Zyl PP et al. Thr ee-dimensional finite element model of a human mandible incorporating six osseointegrated implants for stress analysis of mandibular cantiléver prostheses. Int J Oral Maxillofac Implants 1995, 10(1):51-57. 30 Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 Revista Inovation Dezembro_2007.indd 30 11.08.08 20:30:01 Análise das características atuais de dentes artificiais empregados em prótese do tipo Overdenture e protocolo sobre implantes Analysis of the current characteristics of artificial teeth employed in prosthesis of the type Overdenture and records on implants Murilo Auler e Salles1; Casiana Moleiro Alves2; Wellington Cardoso Bonachela3; Paulo Henrique Ortolato Rossetti4 Resumo O sucesso das próteses implanto-suportadas (overdenture e protocolo Brånemark) tem ganho significante popularidade como opção do tratamento, devido ao desconforto gerado pela falta de retenção e estabilidade das próteses convencionais. Além do conforto, estes pacientes buscam função e a estética nos dentes artificiais que mais se aproximam dos seus dentes naturais. Através de uma técnica, do conhecimento básico, métodos, bom senso e limitações, o cirurgião-dentista foi instruído nos cursos de graduação e pós-graduação a fazer uma escolha dos dentes artificiais. Baseado na expectativa dos estudantes e profissionais, este estudo fez uma busca de revisão de literatura, buscando uma resposta quanto à seleção de dentes artificiais baseadas pelas cartas moldes (espaço ocupado pelos dentes posteriores) de diversas marcas existentes no mercado, comparando estes achados, ao apresentarem as sugestões sobre a largura, forma, tamanho dos dentes e a fidelidade contida nas cartas moldes. A comparação foi realizada através da montagem dos dentes artificiais em articuladores não ajustáveis, considerando que as informações apresentadas pelos fabricantes são imprecisas, que podem comprometer o resultado estético e funcional da confecção da prótese implanto suportada (overdenture e protocolo Brånemark). Unitermos: seleção dentes artificiais; overdenture; protocolo Brånemark. Abstract The success on implant-supported prostheses overdenture and Brånemark protocols have won a lot of preference as a treatment option, because the discomfort initiated by a lack of retention and stability of conventional lower dentures. Besides comfort, these patients look for esthetics and function on their teeth, as much as possible as their own natural. Through many ways as basic knowledge, methods, techniques, good sense and limitations, the dentists were instructed at graduate and postgraduate schools to learn how to selection artificial teeth. Based on students and professional expectations, this work consisted in a literature review looking for an answer about artificial teeth selection based at “chart molds” (on the available space on posterior teeth) from different brands around the world. Comparing these findings, we presented suggestions about teeth width, shape, size and accuracy included at “chart molds.” A comparison was performed through mounting of artificial teeth at non adjustable articulators, considering the inexact manufacturers information’s, that can compromise teeth selection and so, the esthetic and functional result for implant-supported prostheses overdenture and Brånemarck protocols construction. Keywords: selection artificial teeth; overdenture; protocols Brånemark. 1. Doutorando em Reabilitação Oral FOB - USP - BAURU 2. Especialista em Prótese Dental ABCD Regional BAHIA 3. Professor Associado do Depto. de Prótese Dental FOB - USP - BAURU 4. Mestre e Doutor em Reabilitação Oral - FOB - USP - BAURU INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Revista Inovation Dezembro_2007.indd 31 31 11.08.08 20:30:04 INTRODUÇÃO A perda dos dentes naturais se torna dev astadora para os pacientes e sua r eposição com elementos ar tificiais com as próteses dentais são necessárias para a r ecuperação da estética e das funções mastigatórias. P or volta da década de 1960, houve informação suficiente como modalidade de tratamento viável o conceito e inicio de overdenture7. O uso de implantes em pacientes desdentados já é uma realidade a alcance na maioria dos tratamentos. O s implantes podem ser usados ou para pr ótese fi xa ou removível overdenture. Independente do tipo da pr ótese, é identifi cado que há uma necessidade de manutenção se a r estauração protética permanece completamente em função 5. E m qualquer tratamento pr otético existe a necessidade de considerar a satisfação do paciente com os r esultados da apar ência natural e a função . Um aspecto ar tificial ou um fracasso em satisfazer as expectativas do paciente podem comprometer sua auto-estima. Para atingir estética tanto em o verdenture, quanto em Prótese Total e ou P rótese do tipo P rotocolo Brånemark (Fig. 2), deve-se considerar: tomada correta da dimensão vertical, o plano oclusal pr otético, linha mediana, linha dos caninos, linha alta do sorriso, cor da gengiva artificial, oclusão e com r elação à seleção dos dentes ar tificiais a forma, o tamanho e a cor,sendo que a forma e a disposição dos dentes tornam-se fator es fundamentais para se construir um trabalho em prótese com características que mais se aproximem da condição natural. A estética dental é um assunto que envolve vários fatores que, em conjunto, pr oporcionam harmonia com o restante da face. Na seleção dos dentes artificiais, a escolha das larguras mesio-distais é um fator determinante para se pr omover uma r elação harmônica entr e o r osto do paciente e o seu sorriso . Frush, J.P.; Fisher, R.D. apud CASTRO Jr., HVANOV, Z.V.; FRIGÉRIO, M.L.M.A. (2000)3 abor daram brilhantemente fator es como sex o, personalidade e idade. Quanto ao sexo, mencionaram que os contornos arr edondados dos ângulos incisais, produzindo efeito esférico nos incisiv os centrais e laterais superior es, se harmonizam com o sex o feminino, enquanto que os ângulos r etos pr oduzem efeito cubóide nesses mesmos dentes que harmonizam com o sexo masculino . Pacientes de difer entes grupos étnicos apr esentam v ariações no tamanho e forma do 32 arco dental dos dentes em si, e o dentista dev e levar isso em consideração na fase de seleção dos dentes ar tificiais. Os fabricantes tendem a usar formas básicas na produção dos moldes dentais com conseqüência dos pr oblemas nos diversos grupos raciais. As formas básicas disponíveis podem ou não ser totalmente compatív eis para determinados grupos em termos de forma e tamanho. As técnicas existentes na seleção dos dentes anterior es superiores geralmente baseiam-se em dados antropométricos e r equisitos estéticos, e quanto aos posteriores (Fig. 3), requisitos da função da mastigação. Muitos err os na escolha dos seis dentes anterior es ocorrem devido ao fato de algumas car tas-moldes apresentarem a largura dos dentes descritos em r eta e outras só em cur va. Q uanto à seleção dos dentes posteriores por correspondência de modelos a par tir da seleção dos dentes anteriores superiores na carta-molde, o erro torna-se mais gritante, tendo em vista que a largura demonstra-se, muitas v ezes, incompatív el, baseado nestas discordâncias, propomo-nos a faz er uma análise criteriosa de marcas comerciais de dentes artificiais mais usados e disponíveis no mercado nacional REVISÃO DE LITERATURA Características dos dentes artificiais Le L AVELLE, C.L.B. (1972) 16 chamou a atenção para o fato de que a maioria dos trabalhos a r espeito de dimensões dentárias encontrados na literatura havia sido r ealizada com indivíduos brancos, não havendo informações sobr e outras raças. F rente a isso, desenvolveu um estudo com o objetiv o de comparar a largura dos dentes superior es e inferior es entr e tr ês diferentes gr upos sociais. F oram selecionados modelos de gesso superiores e inferiores de 120 indivíduos, sendo 40 brancos, 40 negr os africanos e 40 mongóis, com idade de 18 e 28 anos, que possuíam pelo menos todos os dentes permanentes até primeir os molares, ausência de atrição, de cáries, de tratamento or todôntico e com relacionamento anter o-posterior de molar es normal. As dimensões dentárias foram maior es nos homens do que nas mulher es nos tr ês gr upos raciais. O s negr os apresentaram dentes mais largos que os brancos, tanto para o ar co superior quanto para o ar co inferior, e os mongóis ocuparam uma posição intermediária. As larguras médias obtidas para o incisiv o central superior Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 Revista Inovation Dezembro_2007.indd 32 11.08.08 20:30:07 foram: (a) negr os = 9,33mm (homens) e 9,21mm (mulheres); (b) mongóis = 8,57mm (mulher es) e (c) brancos = 8,79mm (homens) e 8,54mm (mulher es). As somatórias das larguras dos seis dentes anterior es mostraram, para homens e mulher es, respectivamente, os seguintes v alores: 50,52mm e 49,80mm no gr upo dos negr os; 47,46mm e 46,72mm para os mongóis e 45,28mm e 44,20mm para os brancos. A por centagem de recobrimento do incisivo central inferior pelo incisivo central superior foi maior nos brancos (30,8% para os homens e 30,4% para as mulher es), fi cando os negr os em posição intermediária (28,6% para os homens e 27,4% para as mulheres). Em 2001, Kawauchi apud VARJÃO F .M. (2003) 21 pesquisou as mar cas comer ciais de dentes ar tificiais existentes no mercado nacional, para a seleção daquela mais compatív el com a r ealidade anatômica dental da população brasileira. F oram selecionados 105 indivíduos brasileir os com idade média de 28 anos, sendo 36 do sex o masculino e 69 do sex o feminino . De cada indivíduo, foi obtido um modelo de gesso da arcada superior a partir de moldagem com alginato. No modelo, foi inicialmente medida a largura em curva dos seis dentes anterior es, da face distal de um canino ao outro, utilizando-se uma r égua fl exível apoiada sobr e o ter ço apical dos dentes. A seguir , foi mensurado o comprimento do incisivo central superior esquerdo com um paquímetr o digital. O s modelos foram divididos de acor do com a forma dos dentes em tr ês gr upos: modelo com forma de dente quadrada, triangular e ovais. N a seqüência, foram calculadas as médias do comprimento dos incisiv os centrais e das larguras dos seis dentes anteriores para cada grupo e as mesmas foram comparadas às r espectivas medidas informadas pelos fabricantes das seguintes mar cas comer ciais: “ Trilux”, “SR Antaris” (Ivoclar) e “Trubyte Biotone” (Dentsply). Os dados foram subdivididos quanto à forma dos dentes (tanto ar tificiais como naturais) e foi analisada a corr elação entr e as medidas do incisiv o central e da largura dos seis anteriores (dentes naturais). A forma de dentes quadrada estev e presente em apr oximadamente 42% dos indivíduos, nos quais a largura média dos seis anteriores foi 52,9mm e comprimento do incisiv o central foi 11,8mm. E m apr oximadamente 28% dos indivíduos, ocorr eu a forma de dentes triangular e os Figura 01. Figura 02. Figura 03. Figura 04. Figura 05. INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Revista Inovation Dezembro_2007.indd 33 33 11.08.08 20:30:09 seguintes valores foram obtidos para a largura dos seis anteriores e comprimento incisiv o central: 52,9mm e 10,4mm, r espectivamente. A forma de dentes o val mostrou-se pr esente também em apr oximadamente 28% dos casos. A largura dos seis anteriores foi 53,8mm e o comprimento do incisiv o central foi 10,5mm. E m relação à medida da largura dos seis dentes anterior es, a mar ca comer cial que mais se apr oximou dos dentes dos indivíduos estudados foi a “ Trubyte B iotone” (principalmente o modelo 3P), por ém ela apr esentou dentes de dimensões menores que as dos dentes naturais. Quanto ao comprimento do inciso central, na forma quadrada, o dente ar tificial que mais se apr oximou dos naturais foi da mar ca “SR Antaris” (modelo A69) que, no entanto, na distância inter caninos foi menor que as demais marcas. Na forma triangular, a marca que mais se apr oximou foi a “ Trilux” (modelo F4) e, na o val, duas marcas apresentaram o comprimento do incisiv o coincidente com a média dos dentes naturais: “ Trubyte Biotone” (modelo 3P) e “Trilux” (modelo E4). OKAWA, M.S. (2005) 18 avaliou o tamanho de dentes naturais anterior es e posterior es superior es de 119 pacientes através da aferição da largura e da altura dos dentes em modelos de gesso das ar cadas superior es, utilizando um paquímetr o digital. As medidas obtidas foram comparadas às dimensões dos dentes ar tificiais mais utilizados no mer cado brasileiro. Observando-se, aproximadamente 48% dos incisivos centrais superiores naturais possuem largura maior que 9,0mm. E m contrapartida, somente 14,28% dos incisiv os centrais superiores artificiais analisados possuíam essa dimensão. Aproximadamente 64%dos indivíduos da pesquisa possuíam o dente 14 com largura maior que 7,0mm. Nas cartelas de dentes aferidas, encontrou-se apenas um modelo com a dimensão mesiodistal superior a 7,0mm, largura menor que a da média da população (7,28mm). Aproximadamente 74% dos primeir os molar es superiores naturais possuíam comprimento menor que 7,0mm. S omente um modelo ar tificial apresentou comprimento menor que 7,0mm. A adequação das dimensões dos dentes ar tificiais facilitaria a montagem dos dentes e traria a estética almejada ao por tador de reabilitações protéticas. ESAN, T.A.; OL USILE, A.O.; AKEREDOL U, P .A (2006)6 reportam que vários fatores como idade, sexo, e 34 cor da pele têm sido propostos como auxílio na seleção de dentes ar tificiais, e numer osos métodos têm sido dispostos na av aliação de fator es estéticos confi áveis para a seleção de dentes em pacientes desdentados, especialmente em brancos. As informações são bastante limitadas especialmente na r elação entr e seleção de dentes artificiais, idade, sexo e cor da pele em negros. FUEKI et al. 10 em 2007 determinaram que o númer o de estudos numa r evisão de literatura em per formance mastigatória tem sido conduzido em pacientes com vários númer os de planejamentos de pr ótese r etida ou supor tada por implantes, numa evidência de alto nív el de v antagens limitadas pela per formance mastigatória das pr óteses r etidas ou supor tadas por implantes sobr e as pr óteses totais conv encionais. O objetivo do benefício na per formance mastigatória das próteses r etidas ou supor tadas por implantes sobr e as próteses totais conv encionais tem sido fundamental para mandíbulas com pr ótese retida ou supor tada por implantes em pacientes edêntulos com mandíbulas reabsorvidas e/ou dificuldade de adaptação das próteses totais convencionais. Teorias e técnicas de seleção FRUSH E FISCHER (1955) 9 foram fundador es da Academia D ental S uíça, que tinha como objetiv o desenvolver estudos sobr e a estética em pr ótese total. Esta escola, denominada Dentogênica, enfatizava que as regras de estética fossem utilizadas apenas como guias, pois era essencial a individualização e adequação das mesmas quanto à idade, personalidade e ao sexo, e que a idade avançada do paciente deveria ser apropriadamente incorporada atrav és da cuidadosa seleção dos dentes quanto à forma, cor e caracterização. Segundo o critério dos autor es, a pr ótese só era considerada dentogênica caso obedecesse aos seguintes critérios: o usuário da prótese deveria ter plena sensação de bem-estar ao usála; obser vando-se a pr ótese na boca do paciente, esta deveria estar completamente integrada a sua face, de forma que seu sorriso incorporasse sua personalidade. O profissional que confeccionasse a prótese deveria sentir-se completamente satisfeito após a instalação no paciente. LA VERE et al. (1994) 15 compararam as dimensões mésio-distais dos seis dentes anterior es superior es naturais de estudantes de odontologia com as larguras Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 Revista Inovation Dezembro_2007.indd 34 11.08.08 20:30:12 de dentes ar tificiais para pr óteses pr oduzidos por seis diferentes fabricantes. P articiparam do estudo 488 indivíduos, sendo 60% brancos, 35% descendentes de asiáticos e 5% de outras etnias (espanhóis, negr os e índios americanos). Os dentes anteriores foram medidos pela super fície v estibular, tendo como r eferência os pontos mais distais dos caninos, utilizando-se, para isso, uma r égua fl exível. O s v alores obtidos foram então comparados com os fornecidos pelos fabricantes, adicionando-se de 4 a 7mm às mar cas comerciais cujas dimensões dos dentes eram fornecidas em linhaeta, r para adequá-las às mensurações realizadas em curva. A largura média obtida para os seis dentes anterior es naturais foi 53,5mm para os homens (v alores limites entr e 35 e 69mm) e 51,4mm para as mulher es (v alores limites entre 33 e 60mm) (F ig. 4), enquanto a largura média obtida para os dentes artificiais dos diferentes fabricantes foi 49,4mm (mínimo de 40 e máximo de 61mm). Ficou demonstrado que os modelos dos seis dentes anterior es artificiais disponíveis são pr edominantemente menores em tamanho do que os dentes naturais da população . A maioria dos modelos apr esentou tamanho de dentes que corr esponderam apenas a 22,5% dos dentes da população estudada. De acordo com BASSO, M.F .M.; NOGUEIRA, S.S.; tificiais LOFFREDO, L.C. (2005)1 a seleção dos dentes ar para pr óteses totais pode ser dividida em: seleção dos dentes artificiais anteriores e seleção dos dentes artificiais posteriores (F ig.5). A seleção dos dentes anterior es está primariamente associada a r equisitos estéticos e a seleção dos posteriores a requisitos da mastigação. Para a seleção dos dentes artificiais anteriores, dentes naturais remanescentes e r egistros pr é-extração (tais como modelos de gesso e fotografi as), são as fontes primárias de informação para uma r eabilitação pr otética que se aproxime das características naturais do paciente. Na ausência dos dentes naturais e de r egistros pr éextração, a seleção dos dentes anteriores para prótese total torna-se um pr ocedimento complex o, o qual apr esenta considerações psicológicas e dentais que são influenciadas pelos valores sociais, de saúde e juventude. Com o objetiv o de v erificar a aplicação da técnica proposta por Schiff man (1964), TAMAKI (1965) 20, estudou 20 indivíduos brancos desdentados totais com idade média de 44 anos (9 homens e 11 mulher es), a serem r eabilitados com pr ótese totais. F oram obtidos os modelos funcionais e r espectivas bases de pr ova, em cujos planos de cera foram assinaladas a linha mediana do rosto, a linha alta do sorriso e as linhas dos caninos, sem, no entanto, ser descrita a técnica. O s modelos e os planos de orientação foram duplicados, obtendo-se réplicas de ambos. S obre as r éplicas dos planos, foram montados os dentes ar tificiais e confeccionadas as próteses. E m cada r éplica dos modelos, foi assinalada à lápis a papila incisiv a e, do ponto central da mesma, traçada uma linha transv ersal, paralela à linha mediana do arco dental, prolongando-se além do sulco gêngivolabial de ambos os lados. A base de pr ova com o plano de orientação original foi posicionada sobr e a r éplica do modelo, e a linha transv ersal traçada nele foi transposta para ambos os lados do plano de orientação, paralelamente à linha dos caninos já mar cada. E m seguida, duas matrizes de celulóide foram adaptadas na conformação vestibular do plano de cera (uma de cada vez), recortadas na altura das marcações e posteriormente colocadas sobr e uma placa de vidr o para que fossem medidas a distância compr eendida entr e as linhas dos caninos e a distância compr eendida entre as linhas da papila, utilizando-se, para isso, um paquímetr o. Para a análise dos resultados, os rebordos foram classificados em quadrado, ovóide e triangulares. Nos rebordos de forma quadrada, a difer ença entre a distância, entr e as linhas dos caninos e a distância entre as linhas da papila foi de 3,71 mm. Nos rebordos ovóides, a diferença foi de 4,8 mm e, nos triangular es, 9,93 mm. Considerando-se o tamanho da amostra, para que fosse possível a obtenção da porcentagem de casos aplicáveis, foram selecionados ao acaso mais 181 modelos desdentados totais, os quais foram classifi cados de acor do com a forma do rebordo alveolar. Foram encontrados 63 modelos com forma de r ebordo triangular (34,8%), 65 com forma quadrada (35,91%) e 53 com forma o vóide (29,28%). A somatória das por centagens dos ar cos quadrados e ovóides resultou em aproximadamente 65%. Com isso, a autora concluiu que o método de seleção dos dentes artificiais anteriores baseado na papila incisiv a somente pode ser aplicável em nosso meio para ar cos quadrados e ovóides, ou em 65% dos casos, não sendo aconselhada a aplicação da técnica em arcos triangulares. Segundo VARJÃO, F.M. (2003) 21 o fato dos métodos INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Revista Inovation Dezembro_2007.indd 35 35 11.08.08 20:30:15 de seleção dos dentes ar tificiais ser em largamente baseados em gr upos de indivíduos brancos é objeto de crítica na literatura. O bservando-se a composição da sociedade brasileira atual, depr eende-se claramente que as conclusões dos trabalhos r elativos aos métodos de seleção de dentes ar tificiais para pr óteses totais, constantes na literatura não podem ser entendidas como válidas para a totalidade da população de nosso país, a qual é constituída por raças puras e também miscigenadas. De acordo com a P esquisa Nacional por Amostra de D omicílios de 2001, r ealizada pelo IBGE, a população brasileira está constituída de 53,4% de brancos, 40% de par dos ( mulatos, cafuz os, caboclos, mamelucos e mestiços de negr os com pessoas de outras raças), 5,6% de negr os e 0,6% de outras etnias. Mediante este quadr o, realizou-se trabalho para av aliar em indivíduos per tencentes a tr ês gr upos raciais da população brasileira - brancos, negr os e par dos, o comportamento dos seguintes métodos utilizados para a seleção da largura dos dentes ar tificiais anteriores superiores em pr ótese total: M étodo da largura nasal; Método da projeção das comissuras bucais; Método do centro da papila incisiva e Método da margem posterior da papila incisiv a. Conclui-se que: M étodo da largura nasal: a) a largura nasal apr esenta uma baixa correlação com a distância intercuspídea dos caninos em indivíduos brancos, pardos e negr os; b) a aplicação deste método leva, em média, à seleção de dentes ar tificiais maiores que os naturais em indivíduos brancos, pardos e negros; c) o tamanho dos dentes anterior es indicado pelo método da largura nasal suger e que este método pode trazer algumas informações que auxiliem no pr ocesso de seleção dos dentes ar tificiais para brancos, por ém é totalmente inadequado para indivíduos par dos ou negros. Método da projeção das comissuras bucais: a) a distância em curva entre as comissuras bucais apresenta uma baixa corr elação com a distância em cur va entr e as distais dos caninos em indivíduos brancos, par dos e negros; b) a aplicação deste método lev a, em média, à seleção de dentes artificiais menores que os naturais em indivíduos brancos, pardos e negros; c) o tamanho dos dentes anteriores indicado pelo método das comissuras bucais suger e que este método é inadequado para indivíduos brancos, pardos e negros. Método do centro da papila incisiva: a) a aplicação deste 36 método lev a, em média, à seleção de dentes ar tificiais maiores que os naturais em indivíduos brancos, par dos e negros; b) o tamanho dos dentes anterior es indicado pelo método do centr o da papila incisiv a suger e que este método apr esenta melhor compor tamento para indivíduos brancos, pardos e negros. Método da margem posterior da papila incisiva: a) a aplicação deste método leva, em média, à seleção de dentes ar tificiais maiores que os naturais em indivíduos brancos, par dos e negros; b) o tamanho dos dentes anteriores indicado pelo método da margem posterior da papila incisiv a sugere que este método é inadequado para indivíduos brancos, par dos e negros, porém pode traz er algumas informações que podem ser úteis no processo de seleção. BASSO, M.F .M.; NOGUEIRA, S.S.; L OFFREDO, L.C. (2005) 1 o sucesso da escolha dos dentes ar tificiais anteriores baseia-se em fator es inter dependentes, tais como os conhecimentos científicos do cirurgião-dentista, as aspirações do paciente, as limitações dos pr odutos existentes no mercado, entre outros. Tendo em vista os fabricantes serem diretamente responsáveis pelos dentes artificiais em oferta no mercado, não se pode deixar de levar em consideração o relevante papel desempenhado por eles. A confiabilidade das informações dos fabricantes a respeito de seus produtos apresenta-se como uma das condições básicas para o corr eto desenv olvimento do processo de seleção. No que se diz respeito ao tamanho e à forma dos dentes ar tificiais, as informações são fornecidas em tabelas de modelos, sendo que, via de regra, cada mar ca comercial possui modelos de dentes com tamanhos e formas únicos e característicos, criados pelos fabricantes e identificados pelos mesmos de acordo com sua própria conveniência comercial, não existindo em princípio, modelos idênticos em tamanho, forma e denominação entr e difer entes mar cas comer ciais. Contrariando esta característica, a obser vação das tabelas de modelos de dentes ar tificiais anterior es das macas Trubyte Biotone (Dentsply Indústria e Comércio Ltda., Petrópolis, RJ) e Vipi Dent (Dental Vipi Ltda., Indústria e Comér cio de M aterial O dontológico, Pirassununga, SP) possuem quatorze modelos similares de dentes anterior es superior es. D iante deste fato, realizou-se o estudo que tev e como objetiv os: Verificar para as marcas comerciais em questão se o tamanho dos incisivos centrais superiores produzidos corresponde ao Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 Revista Inovation Dezembro_2007.indd 36 11.08.08 20:30:17 informado na tabela de modelos, e v erificar se existe igualdade da largura em linha reta dos dentes anteriores superiores, r epresentada pelo somatório das larguras médias dos dentes em questão, entr e os modelos de mesma denominação, produzidos pelas marcas Trubyte Biotone e Vipi D ent. O s dentes foram obtidos no mercado e um paquímetr o digital foi usado para as mensurações (em mm). N o experimento 1, para cada marca, altura e largura dos incisiv os centrais superiores foram mensurados e os dados de cada dimensão comparados pelo teste t de S tudent ( α= 0,05), com o v alor informado pelo fabricante. N o experimento 2, a largura dos modelos com mesma denominação de ambos os fabricantes (modelos 2D, 3D, 133, 3M, 2N, 3N, 2P, 3P, A23, A25, A26, 263, 264, 266) foram também mensuradas e os dados comparados pelo teste t. A partir dos resultados obtidos, conclui-se que apesar dos modelos das marcas comerciais estudadas indicarem o mesmo tamanho para modelos com denominação igual os dentes da Vipi D ent são menor es que os da Trubyte Biotone. SELLEN, PHIL E JAGGER (1998) 19 descreveram um método de análise estética atrav és de um pr ograma de computador que considera a forma da face, a forma do ar co, o contorno palatal e a forma dos dentes e determinam, atrav és destes quatr o fator es, as r elações existentes entr e dentes, ar co, face e contorno palatal. Os autor es encontraram 22% de corr espondência entre forma da face e forma dos dentes, 28% de correspondência entre forma de ar co e a face, 24% de correspondência entre forma de arco e a de dente e 32% de correlação entre a forma do ar co e a do dente. E les concluíram que a corr elação entre as formas de dente, face e ar co são estatisticamente insignifi cantes. Através da aplicação de alta tecnologia deste método de análise, não foi melhorada a técnica para determinar a forma e o tamanho dos dentes de pacientes edêntulos. Na intenção de av aliar a v eracidade do sistema de seleção de dentes artificiais Trubyte Tooth Indicator, LA VERE et al. (1992a) 13 realizaram um estudo com 488 estudantes de odontologia onde compararam o v alor do incisiv o central superior atrav és de medições em modelo de gesso com uso de paquímetro. Os resultados mostraram que o uso deste apar elho na maioria dos casos resultava na seleção de um tipo de dente ar tificial maior que o dente natural do individuo . E ntretanto, os autor es afi rmavam que era sempr e melhor optar por um dente ar tificial maior ao inv és de um modelo com dimensões menor es, isto por que esta era o dente mais proeminente do arco quando visto frontalmente, e portanto, o uso do aparelho associado a outros métodos de seleção era válido. No mesmo ano, LA VERE et al. (1992b)14 relacionaram a largura e comprimento do incisiv o central superior com a largura e comprimento da face de 488 estudantes. As medições dos dentes foram r ealizadas em modelos de gesso dos ar cos de cada indivíduo e as medições faciais obtidas através do uso do sistema Trubyte Tooth Indicator. O s r esultados mostraram que o uso do sistema em questão resultava na escolha de um modelo de dente ar tificial 1mm maior tanto em largura como em comprimento em relação ao dente natural. MIRAGLIA, S. S.; FREIT AS, K.B.; P INTO, J.H.N. (2002)17 no que diz r espeito às teorias existentes para a seleção de dentes ar tificiais, reportam que Williams, no início do século, apr esentou uma no va forma de classificação das formas dentais e um no vo sistema de dentes ar tificiais. Associav a as formas da face à forma dos dentes, classificando-os nas “formas fundamentais”: quadrado, triangular e ovóide. Considerando ainda que pudesse haver variações dessas formas devido à mistura racial, deixando a cargo do cirurgião dentista a tarefa de tentar harmonizá-las, durante o tratamento protético. KIAUSINIS MD et al (2006)11 reportam que pacientes de diferentes grupos étnicos e raciais apr esentam variações no tamanho e formato do arco dental e dos dentes em si, e o dentista deve levar isso em consideração na hora da seleção dos dentes ar tificiais da pr ótese. Os fabricantes tendem a usar formas básicas na pr odução dos moldes dentais e isso v em causando pr oblemas nos div ersos grupos raciais. As formas básicas disponív eis podem ou não ser totalmente compatív eis para determinados grupos em termos de forma e tamanho . Além disso, as marcas comer ciais de dentes ar tificiais disponív eis no Brasil se baseiam na corr elação face-forma do dente para produzir os seus modelos, o que, segundo alguns pesquisadores, pode ser v álido para pacientes eur opeus e americanos, mas que no nosso caso torna-se imprópria devido à miscigenação racial em nosso país, que traz modificações mar cantes no po vo brasileir o, sobr etudo INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Revista Inovation Dezembro_2007.indd 37 37 11.08.08 20:30:20 em sua formação física e sociocultural. FROSSARD, M. et al. (1998) 8 consideram o conceito de estética amplo, às v ezes, subjetivo, e que o dentista não é totalmente livr e para criar , dev endo pois respeitar os limites impostos pela natur eza. Os autores buscaram o estabelecimento de normas de estética, bem fundamentadas, para a análise correta dos fatores a serem incorporados, sem, entretanto, inibir os aspectos próprios de per cepção tão necessários ao pr ofissional. Para determinar a largura dos dentes ânter o-superiores na seleção dos dentes ar tificiais, estudou-se 120 indivíduos, metade dentados e os demais por tadores de dentaduras completas, entr e outras características, a largura do nariz em r epouso e sua r elação com a distância intercaninos, medida de cúspide a cúspide, em linha reta. Com base nos resultados, conclui-se que não é adequado estabelecer a corr elação entre a largura do nariz em repouso e a distância inter caninos, medida de cúspide a cúspide em linha r eta. Existem dentados nos quais a largura dos seis dentes ântero-superiores é maior que a medida máxima dos dentes ar tificiais disponíveis no mercado. KIAUSINIS, MD (2005) 12 estudou a largura dos seis dentes anterior es superior es de 121 estudantes de odontologia para determinar quais modelos e qual marca de dentes ar tificiais seriam os mais adequados. As ar cadas dentais completas foram pr eviamente moldadas com alginato e vazadas com gesso especial na parte oclusal e gesso pedra na base. Para a realização das medições foi utilizado um paquímetro digital da marca Whitworth da seguinte forma: para determinar a largura individual dos dentes (dimensão mésio-distal), os pontos de contato foram usados como ponto de r eferência. Já o comprimento dos dentes (dimensão cér vico-oclusal), foi av aliado usando como r eferência a distância entr e a margem gengiv al e o ponto mais evidente da incisal da cor oa dental. A largura total linear dos seis dentes anteriores superior es foi determinada atrav és da soma da medida individual de cada um dos dentes. F oram avaliadas os modelos das seguintes mar cas: Trubyte Biotone (D entsplay) modelos 2D, 3D, 2N, 2P , A23, A25,A26, 3M, 3N, 3P , 263, 264, 266; Trilux ( VIPI) modelos E1, E2, E3, E4, E5, F3, F4, G3, H3, H4; Biolux (VIPI) modelos V12, V13,V14,V15, V17, V21, V22, V4B,V32,V36,V66,V68 e Ar tiplus (D entsplay) 38 modelos L23, L51, L81, L99, A47, A58, A85, P26, P33, P40. As medidas fornecidas pelo fabricante através da car ta molde foram descar tadas. O s dentes artificiais de cada fabricante foram medidos da seguinte forma: para determinar a largura de cada dente, tomouse como r eferência a maior distância mésio-distal da coroa dental e para determinar o seu comprimento foi usada a medida entr e o limite esmalte-dentina e o ponto mais evidente do bor do incisal do mesmo . Para que não houv esse inter ferências durante as medições com o paquímetro, cada dente a ser medido era retirado da car tela original e fi xado individualmente em uma cartela vazia, de forma que ficasse sozinho e com as faces a ser em medidas livr es. A largura total linear dos seis dentes anteriores foi obtida somando-se os v alores das larguras individuais de cada um dos dentes anterior es. A par tir da comparação entr e os v alores dentais dos indivíduos da amostra com os v alores dentais dos modelos de dentes ar tificiais de cada fabricante, baseou-se este estudo que também determinou para cada modelo ar tificial ser considerado compatív el com determinado gr upo de indivíduo; ele dev eria possuir um valor que variasse entre - 0,5 = x = + 0, 5, sendo x correspondente ao v alor do gr upo em questão . Foram realizados testes também para saber se a largura média dos seis dentes anterior es era igual ou difer ente entr e homens e mulheres e se haviam difer enças na largura e comprimento dos dentes número 11 e 21, 12 e 22 e, 13 e 23. O teste detectou não existir difer ença entre sexos da largura média linear dos seis dentes superior es anteriores. Dentro da metodologia empr egada na pesquisa dos resultados obtidos, concluiu-se que: 1) as dimensões dentais são muito similar es quando comparadas aos hemi-arcos para ambos os sex os; 2) a largura linear total dos seis dentes naturais anterior es superior es é equivalente entre os sex os masculino e feminino; 3) os dentes artificiais são fabricados predominantemente em tamanhos pequenos enquanto que os dentes naturais são pr edominantemente mais largos; 4) as opções de dentes artificiais para pacientes que r equerem modelos largos são extremamente limitadas e em alguns casos até mesmo inexistentes; 5) nenhuma das mar cas de dentes artificiais analisadas no estudo se mostr ou compatív el com as necessidades r eais dos indivíduos brasileir os em r elação à largura dos dentes anterior es superior es; Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 Revista Inovation Dezembro_2007.indd 38 11.08.08 20:30:22 6) devido à falta de opção do mer cado os cir urgiõesdentistas tendem a selecionar dentes menor es que os naturais para os por tadores de pr ótese total, tanto no sexo masculino como no feminino, o que pelo menos em parte, é r esponsável pela apar ência artificial da pr ótese total; 7) existe a necessidade de se conscientizar , tanto os técnicos de laboratório como os cirurgiões-dentistas, da importância da correta seleção dos dentes anteriores superiores ar tificiais para pr ótese total no sentido de selecionar um modelo adequado para cada indivíduo e ao mesmo tempo, pr essionar os fabricantes para criar ou adaptar um maior númer o de dentes ar tificiais ao padrão brasileiro. Devido à impor tância das car tas-moldes na seleção dos dentes ar tificiais, CASTRO Jr., O.V.; FRIGÉRIO, M.L.M.A (2005) 4 desenv olveram um estudo para avaliar a pr ecisão das medidas de larguras em car tasmoldes, tendo em vista que na seleção dos dentes artificiais, a escolha das larguras mesiodistais é um fator determinante para se promover uma relação harmônica entre o rosto do paciente e o seu sorriso. Os seis dentes anteriores maxilar es, devido à sua maior visibilidade durante o sorriso, são os mais importantes nesta seleção, pois, por meio da sua largura, as cartas-moldes indicam as larguras dos outr os dentes corr espondentes. N a confecção dos dentes ar tificiais, a pr ecisão da matriz, contração de polimerização e a r emoção de ex cessos podem alterar as larguras mesiodistais dos dentes, quando comparadas com as larguras fornecidas nas cartas-moldes dos fabricantes. Desta forma, analisaramse três marcas de dentes artificiais bastante utilizadas no mercado brasileir o (B iotone, Trilux, I voclar). A car tamolde da mar ca B iotone apr esenta os v alores dos seis dentes anteriores maxilares em curva, mas não menciona que curva é esta e nem tampouco indica a largura dos dentes em reta. Já as marcas Ivoclar e Trilux apresentam somente os v alores em r eta. O objetiv o desse estudo foi o de conferir a pr ecisão das medidas das larguras dos dentes anteriores em reta, mencionadas nas car tasmoldes da Ivoclar e Trilux, e de determinar as larguras dos dentes anteriores em reta da carta-molde da Biotone, comparando-as com as medidas mencionadas em curva. Através de mensurações individuais com paquímetr o digital, os v alores obtidos da largura dos modelos anteriores da marca Trilux e Ivoclar foram comparados com as car tas-moldes r espectivas. F oi analisada a porcentagem ocupada pelos 6 dentes anterior es em relação à largura do 1º molar ao 1º molar . Somou-se a largura de cada modelo anterior com a largura do modelo posterior correspondente, indicado pela carta-molde do fabricante (no caso do Biotone, para um mesmo modelo anterior, às v ezes indica-se dois modelos posterior es; nesses casos, por ém, calcula-se as duas possibilidades), resultando em 32 combinações para o Biotone, 10 para o Trilux e 32 para o I voclar. F oram feitas as análises descritivas da por centagem da largura ocupada pelos 6 dentes anterior es em r elação à largura dos 12 dentes (do primeir o molar ao primeir o molar). A seguir , para verificar diferenças entre os tr ês gr upos, utilizouse o teste Kr uskal-Wallis. Q uando foram detectadas diferenças, utilizou-se o teste de comparações múltiplas de Dunn. O nível de significância foi de 5% e os pacotes estatísticos utilizados foram da ST ATISTICA 5.0 for Windows. As larguras dos dentes da mar ca comer cial Ivoclar, apresentadas na sua carta-molde, demonstraram uma grande fi delidade quando comparadas às larguras mensuradas dos dentes artificiais, sendo que as diferenças encontradas não foram clinicamente signifi cantes. Porém, as car tas-moldes das mar cas B iotone e Trilux apresentaram v ariações que podem compr ometer clinicamente a estética, necessitando mais pr ecisão em suas informações. A car ta-molde da I voclar indica dentes posterior es corr espondentes com o modelo anterior selecionado, sendo mais largos do que o das outras marcas estudadas. MATERIAIS E MÉTODO A par tir da r evisão literária a r espeito da ev olução, características e técnicas de seleção dos dentes artificiais, obteve-se subsídios para avaliar informações nas cartasmoldes sobre o espaço ocupado pelos dentes posteriores de marcas existentes no mercado brasileiro, e comparar estes achados à montagem de dentes ar tificiais em curva, em pequenos ar ticuladores, já que informações imprecisas sobre os seus tamanhos podem comprometer o resultado estético e funcional final. Materiais 1. Car tas-moldes das mar cas comer ciais Trilux® (Ruthibras Imp. Exp. e Com. de Prod. Odontológicos), INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Revista Inovation Dezembro_2007.indd 39 39 11.08.08 20:30:24 Artiplus® (D entisplay I ndústria e Comér cio Ltda, Petrópolis-RJ), SR O rthosit P E® (I voclar/Vivadent Ltda,Liechtenstein), G nathostar® (I voclar/Vivadent Ltda,Liechtenstein), B iolux® (D ental Vipi Ltda. I nd. Com. De Prod. Odontológicos, Pirassununga-SP); 2.Um paquímetro manual; 3.Dentes artificiais posteriores correspondentes às marcas comerciais das car tas-moldes citadas anteriormente montados em pequenos articuladores. Sendo: • Um modelo Trilux (M5)(figura 6); • Um modelo Artiplus (O36 /U36) (figura 7); • Um modelo SR Orthosit PE (T4) (figura 8); • Um modelo Gnathostar (D88) (figura 9); • Um modelo Biolux (P4) (figura 10). Método As mensurações dos dentes ar tificiais posteriores montados em pequenos articuladores foram realizadas apoiando-se o paquímetr o manual na face mesial e distal mais pr oeminente (obser vando-se o dente por oclusal). Três mensurações foram r ealizadas e as duas menores desprezadas. Os valores obtidos da largura dos dentes em polegadas foram convertidos em milímetros (1 pol. (n.i) = 25,4mm). Somou-se a largura individual de cada dente artificial por modelo e, o valor obtido a partir da montagem em cur va, foi comparado com os valores das medidas (mm) corr espondentes ao espaço ocupado pelos dentes posteriores em linha, observados nas r espectivas car tas-moldes. O s dados obtidos (Tabelas 1 -10) foram comparados e analisados através do Microsoft Office Excel. RESULTADOS Foram feitas análises descritiv as e comparativ as da porcentagem do espaço ocupado pelos dentes posterior es em linha fornecida pela carta-molde e do espaço ocupado pelos dentes posteriores na montagem em curva, através de gráficos (Gráficos 1 –10), para facilitar a visualização e comparação entre estes valores. DISCUSSÃO A literatura mundial mostra-se extr emamente pobr e em pesquisas de análise das cartas-moldes. Sabe-se que, a escolha corr eta das larguras mesiodistais é um fator determinante para se promover uma relação harmônica 40 Figura 06. Modelo Trilux (M5). Figura 07. Modelo Artiplus (O36/U36). Figura 08. Modelo SR Orthosit PE (T4). Figura 09. Modelo Gnathostar (D88). Figura 10. Modelo Biolux (P4). Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 Revista Inovation Dezembro_2007.indd 40 11.08.08 20:30:27 entre o rosto do paciente eo seu sorriso. As cartas-moldes CONCLUSÃO sugerem, por meio da largura dos dentes anterior es, a 1. U ma seleção incorr eta de dentes ar tificiais pode largura dos dentes posteriores correspondentes. Os dentes resultar na r ejeição de pr óteses além de pr ejuízos artificiais pr esentes no mer cado brasileir o apr esentam funcionais e estéticos. A confiabilidade nas informações menos modelos de dentes posterior es, no que se r efere à dos fabricantes a respeito de seus produtos, a fidelidade largura, do que dos dentes anteriores o que vem a permitir das informações contidas nas cartas-moldes, representam que um único modelo de dente posterior seja indicado paracondições básicas para o corr eto desenv olvimento do vários modelos de dentes anterior es. A grande variedade processo de seleção; das formas de rebordos residuais, principalmente em um 2. Houve incoerências e discor dâncias de todas as car taspaís de grande miscigenação como nosso, os difer entes moldes em r elação às medidas r ealizadas sobre os dentes alinhamentos r esultantes de montagens de dentes em artificiais selecionadas realizadas com paquímetro manual. diferentes formas de rebordo, ocupam espaços diferentes, o que pôde ser constatado no simples estudo r ealizado: pequenas variações do espaço a ser ocupado pelos dentes Tabela 1 - Dentes Superiores ORTHOSIT artificiais podem acarretar prejuízos funcionais e estéticos. Dente Largura Largura Largura Espaço Espaço ocumésiomésiomésioocupado pado pelos BONACHELA e R OSSETTI2 em 2003 afi rmaram distal em distal em distal na pelos dentes dentes que existem difer entes formas oclusais disponív eis no montagem montagem cartaposteriores posteriores (n.i) (mm) molde em linha na em montagem mercado. P orém a maioria dos esquemas oclusais em carta-molde (mm) próteses totais foi abandonada ou desacreditada devido à (mm) grande variabilidade e subjetividade dos testes realizados, 1PM 0.212 7,7216 30,3 30,2768 os quais sendo inconclusivos em relação à melhor forma 2PM 0.216 7,5438 oclusal cabível. E ainda, também, pode-se acr escentar a 1M 0.459 12,446 essa condição de uso, no qual se gera um amassamento 2M 0.305 9,9568 da resina e este amassamento ainda decorr e também da ação de deformação do acrílico pela condição do próprio Tabela 2 - Dentes inferiores ORTHOSIT peso, denominado fl uxo frio . O fato dos métodos de Dente Largura Largura Largura Espaço Espaço ocuseleção dos dentes ar tificiais serem largamente baseados mésiomésiomésioocupado pado pelos em gr upos de indivíduos brancos é objeto de crítica distal em distal em distal na pelos dentes dentes montagem montagem cartaposteriores posteriores na literatura. (n.i) (mm) molde em linha na em montagem Observando-se a composição da sociedade brasileira atual, carta-molde (mm) (mm) depreende-se claramente que as conclusões dos trabalhos 1PM 0.203 5,1562 33,5 34,3408 relativos aos métodos de seleção de dentes ar tificiais, 2PM 0.289 7,3406 constantes na literatura, não podem ser entendidas como 0.481 12,2174 válidas para a totalidade da população de nosso país, a qual 1M 2M 0.379 9,6266 é constituída por raças puras e também miscigenadas. As cartas-moldes devem conter informações precisas dos tamanhos dos dentes, sendo a fidelidade destes dados de Tabela 3 - Dentes Superiores TRILUX extrema importância, pois as grandes v ariações podem Dente Largura Largura Largura Espaço Espaço oculevar a alterações na corr eta escolha de suas larguras. mésiomésiomésioocupado pado pelos distal em distal em distal na pelos dentes dentes Nenhuma das car tas-moldes av aliadas apr esenta a montagem montagem cartaposteriores posteriores medida da largura mésiodistais individuais dos dentes (n.i) (mm) molde em linha na em montagem carta-molde (mm) posteriores. A penas informam o espaço ocupado pelo (mm) conjunto posterior superior ou inferior. As cartas-moldes 1PM 0.282 7,1628 33,5 32,131 das marcas Gnathostar, Artiplus, Biolux não apresentam 2PM 0.279 7,0866 a largura v estíbulo-lingual dos dentes posterior es, ao 1M 0.398 10,1092 contrário, das marcas Trilux e SR Orthosit PE. 2M 0.306 7,7724 - INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Revista Inovation Dezembro_2007.indd 41 41 11.08.08 20:30:31 Tabela 8 - Dentes inferiores GNATHOSTAR Tabela 4 - Dentes Inferiores TRILUX Dente Largura mésiodistal em montagem (n.i) Largura mésiodistal em montagem (mm) Largura mésiodistal na cartamolde Espaço ocupado pelos dentes posteriores em linha na carta-molde (mm) Espaço ocupado pelos dentes posteriores em montagem (mm) Dente Largura mésiodistal em montagem (n.i) Largura mésiodistal em montagem (mm) Largura mésiodistal na cartamolde 1PM 0.286 7,2644 - 35,3 38,4556 1PM 2PM 0.329 8,3566 - 2PM 0.345 8,763 - 0.276 7,0104 - 1M 0.494 12,5476 - 1M 0.49 12,446 - 2M 0.405 10,287 - 2M 0.443 11,2522 - Espaço ocupado pelos dentes posteriores em linha na carta-molde (mm) Espaço ocupado pelos dentes posteriores em montagem (mm) 35,6 39,4716 Tabela 9 - Dentes superiores BIOLUX Tabela 5 - Dentes Superiores ARTIPLUS Dente Largura mésiodistal em montagem (n.i) Largura mésiodistal em montagem (mm) Largura mésiodistal na cartamolde Espaço ocupado pelos dentes posteriores em linha na carta-molde (mm) Espaço ocupado pelos dentes posteriores em montagem (mm) Dente Largura mésiodistal em montagem (n.i) 1PM 0.289 7,3406 - 35 36,3474 1PM 2PM 0.322 8,1788 - 2PM 1M 0.437 11,0998 - 2M 0.383 9,7282 - Tabela 6 - Dentes Inferiores ARTIPLUS Largura mésiodistal em montagem (mm) Largura mésiodistal na cartamolde Espaço ocupado pelos dentes posteriores em linha na carta-molde (mm) Espaço ocupado pelos dentes posteriores em montagem (mm) 0.295 7,493 - 32 33,6042 0.291 7,3914 - 1M 0.436 11,0744 - 2M 0.301 7,6454 - Tabela 10 - Dentes inferiores BIOLUX Dente Largura mésiodistal em montagem (n.i) Largura mésiodistal em montagem (mm) Largura mésiodistal na cartamolde Espaço ocupado pelos dentes posteriores em linha na carta-molde (mm) Espaço ocupado pelos dentes posteriores em montagem (mm) Dente Largura mésiodistal em montagem (n.i) Largura mésiodistal em montagem (mm) Largura mésiodistal na cartamolde Espaço ocupado pelos dentes posteriores em linha na carta-molde (mm) Espaço ocupado pelos dentes posteriores em montagem (mm) 1PM 0.295 7,493 - 36 39,1922 1PM 0.292 7,4168 - 35,2 39,6494 2PM 0.34 8,636 - 2PM 0.343 8,7122 - 1M 0.472 11,9888 - 1M 0.49 12,446 - 2M 0.436 11,0744 - 2M 0.436 11,0744 - Tabela 7 - Dentes superiores GNATHOSTAR Dente Largura mésiodistal em montagem (n.i) Largura mésiodistal em montagem (mm) Largura mésiodistal na cartamolde Espaço ocupado pelos dentes posteriores em linha na carta-molde (mm) Espaço ocupado pelos dentes posteriores em montagem (mm) 1PM 0.304 7,7216 - 33,5 37,6682 2PM 0.297 7,5438 - 1M 0.490 12,446 - 2M 0.392 9,9568 - 42 Gráfico 1 - Dentes superiores ORTHOSIT 50% Espaço ocupado pelos dentes posteriores em linha na carta molde (mm) 50% Espaço ocupado pelos dentes posteriores em montagem (mm) Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 Revista Inovation Dezembro_2007.indd 42 11.08.08 20:30:33 Gráfico 2 - Dentes inferiores ORTHOSIT 49% Espaço ocupado pelos dentes posteriores em linha na carta molde (mm) 51% Gráfico 7 - Dentes superiores GNATHOSTAR 47% Espaço ocupado pelos dentes posteriores em montagem (mm) 53% Gráfico 3 - Dentes superiores TRILUX 49% Espaço ocupado pelos dentes posteriores em linha na carta molde (mm) 51% 47% Espaço ocupado pelos dentes posteriores em montagem (mm) Espaço ocupado pelos dentes posteriores em linha na carta molde (mm) 52% 51% Espaço ocupado pelos dentes posteriores em montagem (mm) Espaço ocupado pelos dentes posteriores em montagem (mm) Gráfico 9 - Dentes superiores BIOLUX 49% Espaço ocupado pelos dentes posteriores em montagem (mm) Espaço ocupado pelos dentes posteriores em linha na carta molde (mm) Espaço ocupado pelos dentes posteriores em linha na carta molde (mm) 53% Espaço ocupado pelos dentes posteriores em linha na carta molde (mm) 51% Espaço ocupado pelos dentes posteriores em montagem (mm) Gráfico 10 - Dentes inferiores BIOLUX Gráfico 5 - Dentes superiores ARTIPLUS 49% Espaço ocupado pelos dentes posteriores em montagem (mm) Gráfico 8 - Dentes inferiores GNATHOSTAR Gráfico 4 - Dentes inferiores TRILUX 48% Espaço ocupado pelos dentes posteriores em linha na carta molde (mm) 47% Espaço ocupado pelos dentes posteriores em linha na carta molde (mm) 53% Espaço ocupado pelos dentes posteriores em montagem (mm) Gráfico 6 - Dentes Inferiores ARTIPLUS 48% Espaço ocupado pelos dentes posteriores em linha na carta molde (mm) 52% Espaço ocupado pelos dentes posteriores em montagem (mm) INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Revista Inovation Dezembro_2007.indd 43 43 11.08.08 20:30:35 Endereço para correspondência: Murilo Auler E. Salles Rua Saint Martin, 28-50 - Ed. Caiapós, apto.12 - Jardim Aeroporto CEP: 17012-433 - Bauru - SP [email protected] - [email protected] Referências Bibliográficas 1. 2. BASSO, M.F.; NOGUEIRA, S.S.; LOFFREDO, L.C.M. Estudo comparativo do tamanho dos incisivos centrais superiores e da distância entre os caninos de duas marcas comerciais de dentes artificiais. Ciên Odonto Bras., 2005, jul./ set.; 8 (3): 83-91. BONACHELA, W. C.; ROSSETTI, P. H. O. Overdentures - Das Raízes aos Implantes Osseointegrados. Planejamentos, Tendências e Inovações. Livraria Santos Editora Com. Imp. Ltda. 1ª edição. Cap.5, p.133-134, 2003. 3. CASTRO Jr., O.V.; FRIGÉRIO, M.L.M.A. Avaliação das larguras mesiodistais de dentes artificiais de três cartas moldes utilizadas no Brasil. RPG Rev. Pós Grad., 2005; 2(2): 222-8 4. CASTRO Jr., O.V.; HVANOV, Z.V.; FIGÉRIO, M.L.M.A. Avaliação estética da montagem dos seis dentes superiores anteriores em prótese total. 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Eff ect of Implant-Supoported or Retainerd Dentures on 44 Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 Revista Inovation Dezembro_2007.indd 44 11.08.08 20:30:39 Solda a laser em barras de Ti na busca da passividade em carga imediata: relato de caso Laser weld in Ti bars to passivity excellence on immediate loading: case report Renato de Freitas1; Antonio Alves de Almeida Júnior2; José Luiz Góes de Oliveira3; Leandro de Moura Martins4; Celso Aparecido Catalan5 Resumo A restauração imediata após a colocação do implante dental é uma excelente opção de tratamento que o cirurgião-dentista pode oferecer a seus pacientes. Este procedimento provê uma restauração estável e estética. Durante a sessão de carga imediata, a agilidade dos procedimentos cirúrgicos e protéticos garante um conforto maior ao paciente e à equipe de trabalho. Para isso faz-se interessante usufruir da versatilidade da soldagem a laser dos componentes de uma prótese fixa sobre implante. Durante a soldagem a laser não há contato direto com a área da solda, é um método rápido e promove soldagens precisas e bem definidas, pois a região afetada pelo calor é pequena e o campo magnético não causa efeito sobre o feixe laser. Outro procedimento que vem crescendo nos últimos anos é o uso do titânio na área odontológica. Isto se deve à sua biocompatibilidade, resistência à corrosão, e propriedades físicas e mecânicas melhores em relação às ligas de Co-Cr e Ni-Cr. No entanto, a utilização do titânio em infra-estruturas protéticas tem sido um processo lento. Apesar de suas ótimas características, principalmente quando unidas às vantagens da solda a laser, muitos dentistas e laboratórios não conhecem o material e poucos trabalhos mostram acompanhamento clínico. Neste ínterim, este trabalho expõe um caso clínico de reabilitação oral com prótese sobre implante metaloplástica com infra-estrutura confeccionada em titânio e soldada pela técnica da solda a laser. Unitermos: soldagem em odontologia; prótese dentária fixada por implante; titânio. Abstract The immediate restoration after placing the dental implant is an excellent option for treatment that the dentist can offer your patients. This procedure provides a stable and aesthetic restoration. During the session of immediate load, the agility of surgical and prosthetics procedures guarantees a greater comfort to the patient and team work. Therefore, it is interesting to enjoy the versatility of the laser-welded technique of the components of a prosthesis implant-supported . During the laser welding there is no direct contact with the solder area, is a rapid method and promotes precise and well defined welding, because the region affected by the heat is small and the magnetic field causes no effect on the laser beam. Another procedure that has been growing in recent years is the use of titanium in dentistry. This is due to its biocompatibility, resistance to corrosion, and physical properties better than Co-Cr-Ni-Cr alloy. However, the use of titanium in infrastructure prosthetic has been a slow process. Despite its great features, especially when attached to the benefits of laser welding, many dentists and laboratories do not know the material and there are few longitudinal studies. In the meantime, this work presents a case of oral rehabilitation with prosthetic implant on metaloplastic with titanium framework and the use of laser-welded technique. Keywords: dental soldering; dental prosthesis, implant-supported; titanium. 1. Professor Assistente Doutor da Faculdade de Odontologia de Bauru - USP 2. Especialista em Prótese Dentária pela FUNBEO/USP; Mestrando em Reabilitação Oral pela FOAr/UNESP 3. Especialista em Prótese Dentária pela FUNBEO/USP; Mestrando em Reabilitação Oral pela FOB/USP 4. Mestre em Materiais Dentários pela FOB/USP; Doutorando em Reabilitação Oral pela FOB/USP INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Revista Inovation Dezembro_2007.indd 45 45 11.08.08 20:30:41 INTRODUÇÃO O termo soldagem, segundo o M etals H andbook1 (1998), é usado comumente em odontologia para descrever a maioria dos pr ocessos de união de metais que envolvem o fl uxo de um metal de pr eenchimento entre dois ou mais componentes metálicos. A soldagem é a operação que assegura, por uma fusão localizada, a continuidade metálica de um conjunto de peças, permitindo a homogeneidade de suas pr opriedades físicas e mecânicas2. O processo envolve o derretimento da liga de solda e o derramamento da solda liquefeita pela ação de capilaridade entre as partes a serem unidas sem fundi-las3, formando um composto intermetálico2. Dentre as técnicas de soldagem mais utilizadas para esta finalidade, temos: a brasagem com maçarico, conhecida como solda conv encional; a brasagem com infravermelho; o Tungsten Inert Gas (TIG), que é um feix e de elétrons e a técnica de soldagem a laser4. Dentre todas estas técnicas, a solda a laser apar enta ser bastante promissora5, 6. A soldagem a laser passou a ser utilizada na odontologia para a confecção de pr óteses fixas a par tir da década de 70 com os trabalhos de SMITH e GORDON 7 (1972). N o Brasil, a soldagem por laser foi introduzida em 1997 e tem sido empregada em substituição aos demais pr ocessos de soldagem, principalmente ao de brasagem, na confecção de pr óteses odontológicas. Este método apr esenta v antagens em relação ao método convencional ao maçarico, no que diz respeito à r esistência da junta soldada e v ários estudos têm buscado quantifi car as alterações causadas por este tipo de solda4, 6, 8. O processo de soldagem a laser pode ser empr egado na união de uma larga v ariedade de metais, bem como de metais dissimilares4, 9. O laser é uma luz eletromagnética monocromática cujo feix e de energia (de 1 a 25 kW ) pode ser concentrado em um ponto focal apresentando as seguintes v antagens: a soldagem é r ealizada atrav és de um vidro, não havendo contato direto com a área da solda; é um método rápido e promove soldagens precisas e bem definidas. A região afetada pelo calor é pequena e o campo magnético não causa efeito sobre o feixe laser3, 10-14 . Porém, observa-se que a penetração do laser é de, aproximadamente, 0,5 a 1,5 mm de pr ofundidade, o que poderia alterar a longevidade de infra-estruturas de grandes dimensões3, 15-17. 46 Figura 01. Instalação dos mini-pilares e sutura do tecido gengival. Figura 02. União dos transferentes ao guia multifuncional com resina acrílica Duralay. Figura 03. Posicionamento dos cilindros e verificação do espaço para barra com auxílio do guia multifuncional. Figura 04. Soldagem a laser de partes da barra pré-fabricada aos cilindros de titânio. Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 Revista Inovation Dezembro_2007.indd 46 11.08.08 20:30:44 Sendo assim, um aspecto impor tante a ser lev ado em consideração nos pr ocedimentos de soldagem é com relação ao espaço para solda. A pesar de existir em 7, 18 que r ecomendem que as faces a ser em autores soldadas estejam em contato durante o pr ocesso de soldagem, vários outros trabalhos como o de R YGE19 (1958) discor dam deste conceito . Este autor v erificou que um espaço para solda inferior a 0,12 mm iria lev ar à pr odução de um grande númer o de por osidades na junta, diminuindo assim a sua resistência. Desta forma, a maioria dos trabalhos5, 20, 21 recomenda um espaço para soldagem entre 0,1 a 0,76 mm. A solda a laser ganhou ainda mais for ça com o crescimento do uso do titânio na área odontológica nos últimos anos, principalmente pela sua aplicação nos implantes dentais e isto se dev e à sua biocompatibilidade, resistência à corr osão e pr opriedades físicas e mecânicas22. J á existe uma tendência à substituição das ligas usadas atualmente para fabricação de pr óteses dentais por ligas à base de titânio, visto que esta possui biocompatibilidade, menor densidade específi ca, maior ductibilidade e menor condutividade térmica que as ligas de Co-Cr e Ni-Cr22. Todas estas pr opriedades, alcançadas pela utilização da solda a laser juntamente com o titânio, vão ao encontro de alguns fator es enumerados como fundamentais para que a carga imediata seja possív el: componentes cirúrgicos-protéticos confi áveis do ponto de vista biomecânico; pr óteses bem ajustadas; conexão rígida entre os implantes atrav és de infra-estr uturas metálicas rígidas e bem r esistentes; preferência por pr óteses fi xas ao invés de removíveis23. A carga imediata trata-se da instalação de um implante endósseo em condições ideais de estabilidade primária seguida da ativ ação pr otética em até 48h, evitando-se micromovimentações que pr omoveriam a fibrointegração e não a osseointegração24. A r estauração imediata do implante dental é uma excelente opção de tratamento que o cir urgião-dentista pode ofer ecer a seus pacientes. A incorporação da restauração provisória durante a colocação do implante provê ao paciente uma r estauração estável e estética. A preservação do osso interdental, a criação ou manutenção do tecido mole, a formação de uma boa largura gengiv al, o uso de uma restauração que imite a prótese definitiva Figura 05. Prova em boca da barra soldada. Figura 06. Prótese após o acabamento e o polimento. Figura 07. Caso final: vista frontal. INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Revista Inovation Dezembro_2007.indd 47 47 11.08.08 20:30:48 com um perfil de emergência harmonioso, a presença de contorno e contatos inter dentais, além da diminuição do tempo de tratamento são os grandes benefícios da restauração imediata25. A utilização do titânio em infra-estr uturas pr otéticas tem sido um pr ocesso lento . A pesar de suas ótimas características, principalmente quando unidas às vantagens da solda a laser , muitos dentistas e laboratórios não conhecem o material e poucos trabalhos mostram acompanhamento clínico. Neste ínterim, este trabalho expõe um caso clínico de reabilitação oral com prótese sobre implante metaloplástica com infra-estr utura confeccionada em titânio e soldada pela técnica da solda a laser. RELATO DE CASO Uma paciente edêntula, faz endo uso de pr óteses totais duplas, se apr esentou no curso de I mplantodontia da clínica Via O ral r elatando difi culdade de mastigação e prejuízo estético. Após a anamnese e exames clínico e radiográfi co, foi planejada, a princípio, a confecção de no vas pr óteses totais e em seguida a colocação de implantes no r ebordo inferior e instalação de uma prótese do tipo protocolo. A paciente fez o uso das no vas próteses e, após ajustes periódicos, a pr ótese total inferior foi duplicada para confecção do guia multifuncional (Figuras 6 e 7). Pôdese, então, planejar e instalar cinco implantes M aster Screw (Conexão - Sistemas de Prótese, São Paulo, Brasil) de plataforma protética regular. Nesta mesma sessão, parafusou-se sobr e os cinco implantes os intemediários protéticos do tipo Microunit (Conexão – S istemas de P rótese, São Paulo, Brasil) de 3,75mm a um tor que de 20Ncm (fi gura 1). N esse momento, iniciou-se o procedimento de transferência, sendo os transfer entes parafusados sobr e os intermediários e unidos entre si e ao guia multifuncional por meio da resina Duralay® (Reliance Dental MFG Co, EUA) (Figura 2). O guia multifuncional serviu também como registro inter-maxilar e como moldeira individual para obtenção do modelo de trabalho. Sobre os análogos do modelo de trabalho foram parafusados cilindros de titânio e, com auxílio do guia multifuncional, foi possível verificar o espaço disponível para confecção da barra. Os cilindros foram então unidos 48 por barras fundidas pré-fabricadas de titânio, utilizando para isto solda a laser (figuras 3 e 4). A soldagem a laser foi r ealizada em uma máquina de soldagem Dentaurum DL 20002S, que utiliza um cristal Nd: YAG (N eodímio e Ytrium Aluminium G arnet) como fonte de laser, e a potência máxima do feix e foi de 5,84 kW durante 12 milissegundos, gerando uma energia de soldagem de apr oximadamente de 70,08 J. Todo o procedimento durou aproximadamente 20 minutos. A barra foi provada na boca para que fosse comprovada sua adaptação aos intermediários (fi gura 5). Não foram necessários ajustes, corroborando a qualidade da técnica de solda a laser. Após a pr ova da barra, foi aplicado um corante opaco com o objetiv o de mascarar a pr esença de metal sob o acrílico . F eito isto, iniciou-se o pr ocedimento de união da pr ótese total, pr eviamente confeccionada, à barra. A prótese foi desgastada por lingual, reposionada na boca e unida à barra de titânio por meio de r esina rosa fotopolimerizável. Após a captura, o conjunto foi removido da boca para r ealização do acabamento e polimento (fi gura 6). No mesmo dia da instalação dos implantes, a pr ótese metaloplástica fi xa com barra em titânio foi parafusada (figura 7). Realizada as manutenções periódicas r ecomendadas (24/48/72 horas e uma semana) após a instalação da prótese, foram observados bom controle da higienização e saúde dos tecidos gengiv ais, além da estabilidade da prótese que não apresentou necessidade de re-aperto ou substituição dos parafusos, mostrando a passividade que a solda a laser favorece. DISCUSSÃO Uma pr ótese fi xa sobr e dentes e/ou implantes dev e apresentar uma per feita adaptação, sem intr oduzir tensões mecânicas. Esta passividade na adaptação é uma das características mais buscadas na I mplantodontia, uma vez que os efeitos danosos como r eabsorção óssea, bem como o deslocamento e a fratura de componentes da prótese e do implante são minimizados. Sendo assim, a dificuldade de se obter uma adaptação e passividade correta em próteses extensas confeccionadas em monoblocos fundidos leva ao emprego da soldagem. A escolha do pr ocesso a ser utilizado na soldagem de próteses dev e pr eencher os seguintes r equisitos: gerar Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 Revista Inovation Dezembro_2007.indd 48 11.08.08 20:30:51 uma quantidade de energia capaz de unir dois metais, similares ou não, sem causar distorção na peça; propiciar o controle da metalurgia de soldagem para que a região da solda alcance as pr opriedades desejadas; pr opiciar a qualidade da junta e considerar a viabilidade econômica e técnica do equipamento8. O pr ocesso de soldagem conv encional por brasagem com maçarico transfere um grande aporte de calor para a peça a ser soldada, originando uma maior zona afetada pelo calor no metal e causando maior es problemas de distorção das peças. A soldagem por laser é um processo que tem como característica uma fonte de calor concentrada e, portanto, minimizar estes problemas4, 9. Na soldagem a laser pode-se pr ovocar taxas de resfriamento de 103 a 108 Ks-1 e induzir v elocidades de solidificação de 1 a 10 ms-1.4. Ou seja, durante o ato da solda, o laser produz grande quantidade de calor, em pouquíssimo tempo (alguns milissegundos), capaz de fundir o metal antes que o calor possa se difundir para a região adjacente à solda que permanece à temperatura ambiente. Isto provoca um alto gradiente de temperatura, causando um resfriamento muito rápido após a retirada da fonte de calor. Neste caso, a infra-estr utura da pr ótese metaloplástica sobre implantes foi confeccionada em titânio . S abe-se que a utilização do titânio depara-se com obstáculos como a necessidade de aparato especial e de alto custo . Devido a sua baixa densidade, elev ado ponto de fusão (1.720º C) e a alta r eatividade química com elementos do revestimento, a fundição do titânio exige máquinas especiais que utilizam ar co elétrico/v ácuo/pressão de argônio26, além do uso de r evestimentos especiais que algumas vezes não conseguem favorecer ao titânio uma adequada reprodução de detalhes. Este inconv eniente pode ser eliminado quando são utilizadas pequenas barras de titânio pr é-fundidas soldadas a cilindr os de titânio usinados, permitindo assim o uso deste metal como infra-estr utura de próteses metaloplásticas sobre implantes com adaptação e passividade adequados. evitando distorções devido à baixa pr opagação de calor e ausência de tensões; não há a necessidade de utilização de fornos, modelos em r evestimento e ligas para solda, o que evita contaminações e confer e maior r esistência mecânica devido à homogeneidade da estr utura; além do mais, é economicamente viáv el. Esta v ersatilidade da solda a laser é muito útil durante a sessão de carga imediata, uma v ez que a agilidade dos pr ocedimentos cirúrgicos e pr otéticos garante um confor to maior ao paciente e a equipe de trabalho, além de conferir uma infra-estrutura de alta qualidade. CONSIDERAÇÕES FINAIS Como obser vado, o pr ocedimento de solda a laser apresenta-se rápido e prático . Além disso, a r egião termicamente afetada é muito pequena e não há toques, INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Revista Inovation Dezembro_2007.indd 49 49 11.08.08 20:30:53 Referências Bibliográficas 1. Metals Handbook: Desk Edition. 2 ed: Asm International Handbook Committee 1998. 2. E Anusavice K. Phillips, materiais dentários. Rio de Janeiro:: lsevier 2005. 3. Zupancic R, Legat A, Funduk N. Tensile strength and corrosion resistance of brazed and laser-welded cobalt-chromium alloy joints. J Prosthet Dent. 2006 Oct;96(4):273-82. 4. Bezerra RM, Souza PCRD, Ramires I, Bottino MA, Guastaldi AC. 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Int J Prosthodont. 1996 Jul-Aug;9(4):379-93. 50 Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 Revista Inovation Dezembro_2007.indd 50 11.08.08 20:30:56 Implante cone morse ultra rosqueante de torque interno - parte II: componentes cirúrgicos e protéticos Implant cone morse ultra self tapping of internal torque - part II: surgical and prosthetic components Michel Aislan Dantas Soares1; Ariel Lenharo2; André Zaninetti dos Santos3; Ariana Santos de Oliveira4; Nelis Evangelista Luiz5; Rodolfo Alexandre André6 Resumo Este trabalho apresenta características e resultados de ensaios realizados em componentes protéticos utilizados em implantes com conexão cônica interna. Nele estão descritas as características principais dos componentes protéticos e o sistema de fresagem para inserção do implante de acordo com a classificação óssea. Unitermos: implantes dentários; cone morse; componentes protéticos. Abstract This work shows characteristics and tests results of implant prosthetics components used with internal taper connection. There are described the main characteristics of the prosthetics components and milling system for insertion of the implant according to the bone classification. Keywords: dental implants; cone morse; prosthetic components. 1. Graduando em Tecnologia Mecatrônica pelo Centro Universitário Nove de Julho; Projetista da SIN 2. Doutor em Implantodontia pela UNESP - Araçatuba; Diretor, Presidente e Professor do INEPO 3. Graduando em Engenharia Mecânica pelo Centro Universitário da FEI; Desenhista da SIN 4. Graduando em Tecnologia em Processo de Produção pela FATEC; Técnico em Métodos e Processos da SIN 5. Doutor em Eng. Mecânica pela Universidade Federal de Uberlândia; Coordenador de Engenharia da SIN 6. Especialista em Periodontia - Unesp/APCD - Araraquara - SP; Especialista em Implantodontia - Profis/APCD - Bauru - SP; Mestre em Implantologia - USC - Bauru – SP; Doutorando em Implantologia - USC - Bauru - SP INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Revista Inovation Dezembro_2007.indd 51 51 11.08.08 20:30:58 INTRODUÇÃO Com o av anço dos implantes ósseointegráv eis, as reabilitações com pr óteses fi xas proporcionaram resultados previsíveis, pois com a instalação de quatr o a seis implantes e a confecção de uma pr ótese total fixa implanto-supor tada, também conhecida como tipo pr otocolo, uma opção de tratamento foi criada. Porém, com o passar dos anos os implantes passaram a ser utilizados em pacientes par cialmente edêntulos ou com ausência de um único dente e, em muitos casos, em regiões anteriores e com grande apelo estético. Essa necessidade alavancou o desenvolvimento de novos implantes e componentes protéticos que minimizassem potenciais pr oblemas estéticos. D essa forma os no vos componentes pr opiciaram ao cir urgião e ao pr otético uma nova opção de correção de altura e desvios angulares relativos aos implantes. Esses no vos pr odutos foram divididos em duas categorias: - Prótese parafusada: composta por componentesotacionais r (mini-abutment) e anti-r otacionais (abutment cônico). Necessitam de um componente tipo UCL A montado acima do intermediário para fixação da prótese; - P rótese dir eta sobr e implante: composta por componentes anti-r otacionais e fi xada diretamente sobre o implante. Esse componente também tem a característica de personalização da pr ótese atrav és de preparo prévio e cimentação da pr ótese direta sobre o componente (abutment cimentado) (Coelho, 2006)1. No presente artigo serão analisadas as características da linha de soluções pr otéticas para implantes R evolution Morse que apr esentam conexão cônica interna (Cone Morse), também serão analisados os instr umentais cirúrgicos necessários para inserção do implante. INTERMEDIÁRIOS Mini-abutment O mini-abutment, também conhecido como minipilar cônico, tem a função de ligar o implante à prótese corrigindo diferenças de altura. Por se tratar de um componente r otacional, é indicado para próteses múltiplas sendo utilizados em próteses fixas parafusadas metalocerâmicas ou metaloplásticas ( Tipo Protocolo), ou prótese classificada de Branemark. Nos implantes de hexágono interno e externo é formado por duas peças (parafuso e mini-abutment) (F igura 1.0); 52 no caso dos componentes para implantes Cone Morse ele apresenta-se como corpo único (Figura 2.0), que aumenta sua r esistência mecânica e, por ser um componente rotacional, não gera difi culdade no posicionamento da prótese. Os mini-abutments para implantes R evolution Morse são selecionados de acor do com a sua altura protética (distância entre a face da plataforma do implante e a face de encaix e da pr ótese (Figura 3.0). Essa altura pode variar de 1 a 4 mm de comprimento. Para os abutments de corpo único é r ecomendado um torque máximo para aperto do intermediário de 20 N.cm. Abutment cônico Possui as mesmas características dos mini-abutments, porém possui um elemento anti-r otacional que, adaptado ao implante, pr oporciona precisão no posicionamento da prótese. Por se tratar de um componente anti-r otacional, é indicado para próteses unitárias, sendo utilizados em próteses fixas parafusadas metalocerâmicas (Coelho, 2006)1. Para implantes R evolution M orse, possui duas configurações: corpo único (F igura 4.0) e com duas peças (Figura 5.0), ambos com a mesma funcionalidade, ficando sua escolha a critério do cirurgião. Também são selecionados de acor do com a sua altura pr otética que varia entr e 1 a 4 mm. É r ecomendado um tor que de aperto de 20 N.cm. Abutment cimentado O abutment cimentado é um componente pr otético muito utilizado na confecção de cor oas unitárias. Embora tenham um perfil pré-fabricado, esses abutments proporcionam ao profissional certo grau de liberdade, uma vez que, utilizando-se de br ocas especiais, o pr ofissional pode trabalhar esses componentes de forma personalizada. Ao permitir modifi cações de sua forma original, tornase possív el corrigir pequenos err os de orientação dos implantes ou limitações de espaço interoclusal. Os abutments cimentados para implantes com conexão interna do tipo Cone M orse são fabricados geralmente em corpo único. Nesse modelo o componente é parafusado sobre o implante até seu ponto de trav amento (cone com cone). Dessa forma, após o tor que recomendado, o abutment não pode mais ser retirado. Esse sistema apr esenta como característica a falta de Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 Revista Inovation Dezembro_2007.indd 52 11.08.08 20:31:01 sincronismo entre abutment e implante. D evido a este fator, os abutments cimentados de corpo único utilizam um conceito de transfer ência e moldagem difer ente do conv encional. N esse sistema o abutment também não pode ser personalizado, obrigando o pr ofissional à escolha pr évia do abutment com base na altura e diâmetro da prótese. O sistema de transferência é feito sobre o componente (já fixado ao implante), através de um transferente de moldeira fechada e depois r epassada para o modelo atrav és de um análogo com o mesmo perfi l do abutment. A pr ótese é trabalhada sobre um cilindro calcinável que após o término é cimentada sobre o abutment (Figura 6.0). Esse processo limita o profissional na busca pela melhor estética do paciente, além de aumentar o tempo e o processo de fabricação da prótese. Os abutments cimentados para linha de implantes Revolution M orse são fabricados em duas peças, mantendo a possibilidade da personalização do componente de acor do com a necessidade do profissional. Com essa característica adicionou-se um elemento anti-r otacional que garante a posição da pr ótese e possibilita a transfer ência dir eta sobr e o implante (Figura 7.0). O no vo abutment adapta-se ao implante atrav és do hexágono e do cone interno (F igura 8.0) e é fi xado através do parafuso de titânio com torque de 20N. Com essa configuração também é possível a fabricação de abutment cimentado angulado com 17°(Figura 9.0). O sistema de transfer ência da linha de abutments cimentados R evolution M orse é composto por dois tipos de transfer entes: moldeira aber ta e moldeira fechada (Figura 10.0), e análogos referentes ao diâmetro da plataforma do implante (Figura 11.0). O processo de transferência para os abutments cimentados Revolution Morse possui as seguintes etapas: • transfer ência da posição do implante: acoplar o transferente (aber to ou fechado) ao implante e faz er a marcação através da moldeira; • transfer ência para o modelo: r etirar a moldeira e acoplar o análogo ao transferente, completar a moldeira com resina e retirar a impressão da arcada; • modelagem do componente: r etirar o transfer ente, acoplar o abutment cimentado e dar início ao pr eparo do componente. Obs.: Durante a fase de pr eparo do componente dev e- Figura 01. Componente formado por duas peças. Figura 02. Componente com corpo único. Figura 03. Altura protética do mini-abutment. Figura 04. Componente com corpo único. Figura 05. Componente formado por duas peças. INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Revista Inovation Dezembro_2007.indd 53 53 11.08.08 20:31:04 se utilizar o parafuso de laboratório específi co para implantes Revolution Morse e, para fi xação da prótese, utiliza-se o parafuso de titânio. INSTRUMENTAIS CIRÚRGICOS Chaves de transporte e instalação O transpor te e a instalação do implante são feitos através de uma única chave por meio de um sistema de engate rápido cônico (F igura 12.0). Essa característica reduz o tempo cir úrgico, pois elimina a necessidade de montador e de dispositiv os para captura do implante. Confeccionada em aço ino xidável mar tensítico temperado e r evenido, a chav e r ecebe um tratamento com aplicação de nitreto de titânio atrav és do processo PVD, que garante a manutenção de suas pr opriedades mecânicas. A camada de nitr eto de titânio impede o contato direto do aço inox com o implante, desta forma, tem-se garantido que o mesmo não sofr erá qualquer tipo de contaminação pelo material da chav e (S oares, et. al 20072. Sistema de fresagem As fresas odontológicas são impor tantes instr umentais cirúrgicos que têm a função de preparar o alvéolo ósseo para posterior inser ção dos implantes. Cada família de implante possui um sistema de fresagem específico para sua instalação (Assis, 2000) 3. Os Implantes Revolution Morse possuem corpo cilíndrico e transição da r osca para plataforma com micr o-espiras. D evido ao corpo cilíndrico, a seqüência de fr esagem fi ca simplificada, sendo utilizadas fresas helicoidais comuns de acordo com o diâmetro da rosca externa e fi nalizada com uma fresa Countersink de acor do com o diâmetr o da plataforma (3.8, 4.5 ou 5.5). A Countersink tem a função de formar o perfi l de assentamento para as micr o-espiras, criando uma compressão durante a inserção do implante, aumentando o tor que no fi nal da instalação e aumentando a estabilidade primária do implante. Seqüência de fresagem de acordo com a classificação óssea Lekholm e Z arb4 em 1985 classifi caram a qualidade óssea da mandíbula e maxila da seguinte forma: • O sso Tipo I: osso formado de tecido compacto e 54 Figura 06. Sistema de transferência para abutment cimentado de corpo único. Figura 07. Abutment cimentado com 2 peças. Figura 08. Fixação do abutment (adaptação Cone Morse em vermelho). Figura 09. Fixação do abutment angulado. Figura 10. Transferentes de moldeira aberta e fechada. Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 Revista Inovation Dezembro_2007.indd 54 11.08.08 20:31:07 homogêneo com pouca irrigação sangüínea; • Tipo II: osso formado de duas camadas cor ticais espessas, envolvendo uma camada trabecular densa; • Tipo III: osso formado de fi na camada cor tical, envolvendo uma porção central trabecular denso; • Tipo IV: osso formado por fi na camada de cor tical, envolvendo um trabeculado de baixa densidade e de resistência reduzida. Essa variação da qualidade óssea interfere na estabilidade dos implantes, pois em ossos com qualidade baixa (III e IV ) a r esistência durante a inser ção é menor e em alguns casos não se atinge o tor que necessário para fixação do implante. Os implantes R evolution Morse são indicados para os quatro tipos de qualidade óssea, sendo utilizados nos ossos de tipo I e II (F igura 14.0), uma seqüência de fresagem diferente das utilizadas nos ossos tipo III e IV (Figura 15.0). Em osso de baixa qualidade a Countersink é r etirada, deixando um v olume maior de osso a ser compactado pela micro-espira, aumentando o torque próximo ao final da instalação e aumentando a estabilidade primária. A seqüência de fr esagem para os implantes R evolution Morse é descrita abaixo. Implante diâmetro 3.8 (osso Tipo I e II): • Fresa Lança; • Fresa Helicoidal 2,0mm; • Fresa Piloto 2,0 p/ 3.0mm; • Fresa Helicoidal 3,0mm; • Fresa Countersink 3,8mm. Para ossos Tipo III e IV , não se utiliza a fr esa Countersink 3,8mm. Implante diâmetro 4.5 (osso Tipo I e II): • Fresa Lança; • Fresa Helicoidal 2,0mm; • Fresa Piloto 2,0 p/ 3,0mm; • Fresa Helicoidal 3,0mm; • Fresa Helicoidal 3,25(Opcional); • Fresa Countersink 4,5mm. Para ossos Tipo III e IV , utilizar a fr esa Countersink 3,8mm no lugar da fresa Countersink 4,5mm. Implante diâmetro 5.5 (osso Tipo I e II): • Fresa Lança; • Fresa Helicoidal 2,0mm; • Fresa Piloto 2,0 p/ 3,0mm; Figura 11. Análogos. Figura 12. Sistema de engate rápido cônico. Figura 14. Seqüência de fresagem para implantes com plataforma diâmetro 3.8 indicados para ossos Tipo I e II. Figura 15. Seqüência de fresagem para implantes com plataforma diâmetro 3.8 indicados para ossos Tipo III e IV. Figura 16. Montagem utilizada nos ensaios de carregamento oblíquo. INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Revista Inovation Dezembro_2007.indd 55 55 11.08.08 20:31:09 • Fresa Helicoidal 3,0mm; • Fresa Piloto 3,0 p/ 4.25mm; • Fresa Helicoidal 4,25; • Fresa Countersink 5,5mm. Para osso Tipo III e IV , não se utiliza a fr Countersink 5,5mm. esa ENSAIOS MECÂNICOS Os ensaios realizados visam quantifi car a resistência de cada linha de componente ao carr egamento oblíquo (Figura 16.0), simulando as cargas ex ercidas pela for ça mastigatória. O s ensaios foram r ealizados em uma máquina universal de ensaios modelo EMIC DL10000, onde o implante e o componente são fi xados com uma inclinação de 30° e depois submetidos a uma carga vertical baseando-se na norma ISO 14801:2003. Todos os ensaios foram realizados com os componentes montados em implantes com diâmetro de 3.8 e 4.5mm e com tor que de 20 N.cm. Também foram r ealizados ensaios de tor que visando quantifi car o limite de resistência da chave de inserção. Ensaios de compressão - mini-abutment e abutment cônico Os r esultados dos ensaios de compr essão mostram que o conjunto implante/mini-abutment supor ta cargas máximas acima de 890N (Tabela 1.0) (CCDM, 2007)5. Ensaios de compressão - abutment cimentado Os resultados destes testes mostram que os abutments cimentados Morse suportam cargas máximas acima de 1000N (Tabela 2.0 e Figura 17.0) (CCDM,2007)6. Figura 17. Amostra após os ensaios de compressão. Figura 18. Amostra após os ensaios de torção. Tabela 1 - Resultado dos Ensaios de Compressão Amostra Carga Máxima (N) Momento Máximo (N.cm) 1 789,71 434 2 859,32 473 3 858,63 472 4 946,15 520 5 1001,96 551 Média 891,154 490 Desvio Padrão 83,163 45,74 Tabela 2 - Resultado dos Ensaios de Compressão Amostra Carga Máxima (N) Momento Máximo (N.cm) Ensaios de torque - chave/implante O ensaio de tor ção apr esentou média de tor que de escoamento da ordem de 150 N.cm e de ruptura da ordem de 219 N.cm (Tabela 3.0 e Figura 18.0) (CCDM, 2007)7. 1 --- --- 2 986,26 444 3 971,73 437 4 1019,50 459 5 1075,50 484 CONCLUSÃO • O s ensaios de Compr essão r ealizados nos conjuntos implante/mini-abutment atestaram valores de cargas da ordem de 890 N; • O s ensaios de compr essão r ealizados nos conjuntos implante/mini-abutment cimentado atestaram v alores Média 1013,248 456 Desvio Padrão 46,067 20,8 56 Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 Revista Inovation Dezembro_2007.indd 56 11.08.08 20:31:12 de cargas da ordem de 1000 N; • A chav e de transpor te e inser ção supor ta tor ques da or dem de 150 N.cm. Valor muito superior ao indicado para instalação do implante que é de no máximo 80N.cm; • A seqüência de fresagem propicia a instalação do mesmo modelo de implante nos difer entes tipos de qualidade óssea, utilizando-se da técnica da sub-fresagem; • A linha de componentes para implantes R evolution Morse apresenta-se com grande diversidade de produtos e soluções. AGRADECIMENTO Os autores agradecem ao Prof. Wellington Bonachela, ao S r. A thos Jacomini e ao S r. Ricar do Ciuccio pelo apoio r eferente ao desenv olvimento das linhas de componentes pr otéticos, ao CCDM e ao INEPO pela r ealização dos ensaios e testes com os pr odutos, e à SIN - S istema de I mplante pelo fornecimento da amostras, instalações e equipamentos necessários para o desenvolvimento desse trabalho. Referências Bibliográficas 1. Telles, D.; Coelho, A. B. Próteses SobreImplantes.com. Rio de Janeiro: SobreImplantes.com, 2006. Disponível em: <http:// www .sobreimplantes.com/materialAcademico.asp#livro>. Acesso em: 20.02.2008; 2. Soares, M. A. D.; Lenharo, A.; Jacomini Filho, A.; Ciuccio, R. L.; Evangelista Luiz, N.; Implante Cone Morse ultra rosqueante de torque interno – parte I: Desenvolvimento do Produto. Rev Implant News, v.2, n.3, p63-69, 2007. 3. Assis, E. A. Capacidade de Corte de Brocas do Sistema 3i. Brasília 2000, Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília. 4. Lekholm, U.; Zarb, G. A. Patient selection and preparations. In: Branemark, P. I. (Ed.); ZARB, G. A. (Ed.); Albrektsson, T. (Ed.). Tissue integrated prostheses: osseointegration in clinical dentistry. Chicago: Quintessence, 1985. cap. 5, p. 199-209. 5. CCDM, 2007 – Ensaios de Compressão, Certificado MET07000690 6. CCDM, 2007 – Ensaios de Compressão, Certificado MET07001788. 7. CCDM, 2007 – Ensaios de Torção, Certificado MET07000770. Tabela 3 - Resultado dos Ensaios de Torção Amostra Torque Ruptura (N x cm) Deformação Angular Ruptura (°) Torque Escoamento em 2° (N x cm) 1 212 76,29 135 2 246 75,23 202 3 205 65,39 134 4 218 59,41 145 5 215 62,58 137 Média 219 67,781 150 Desvio Padrão 15,9 7,595 29,1 Endereço para correspondência: Michel Aislan - [email protected] Ariel Lenharo - [email protected] André Zaninetti - [email protected] Ariana Santos - [email protected] Nelis Evangelista - [email protected] Rodolfo Alexandre - [email protected] Av. Paes de Barros, 700 - Mooca - SP Cep: 03114-000 Fone / Fax: 55 11 6605-2929 INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Revista Inovation Dezembro_2007.indd 57 57 11.08.08 20:31:15 Avaliação da estabilidade primária de miniimplantes ortodônticos em diferentes regiões da maxila e mandíbula de porcos Evaluation the primary stability of orthodontic mini-implants inserted into different regions maxilla and mandible of minipigs Matheus Melo Pithon1; Lincoln Issamu Nojima2 Resumo Objetivo: avaliar a estabilidade primária de mini-implantes ortodônticos inserido em diferentes regiões da maxila e mandíbula de porcos. Materiais e Métodos: foram utilizados 36 mini-implantes ortodônticos distribuídos em seis grupos (n=6). Os grupos foram nomeados de acordo com a região da cavidade bucal onde foram inseridos. Grupo incisivo superior (IS), molar superior (MS), sutura palatina (S), incisivo inferior (II), molar inferior (MI) e retromolar (RM). Utilizou-se 3 porcos (Sus scrofa Piau), onde foram inseridos 12 mini-implantes em três áreas da mandíbula e três da maxila. Após a inserção, os animais foram eutanasiados e foram obtidos blocos ósseos com o mini-implante inserido, os quais foram utilizados para realização de ensaio mecânico de tração em máquina universal de ensaios universais (Emic, São José dos Pinhais, Brasil) operada a uma velocidade de 0,5 mm/s. Os valores de força máxima para inserção obtidos em N.cm foram anotados e submetidos à análise de variância (ANOVA) e ao teste de Tukey. Resultados: demonstraram maior estabilidade para os mini-implantes inseridos na região de molar superior (MS) seguido de molar inferior (MI) e retromolar (RM). Esses grupos não apresentaram diferenças estatísticas entre si (P>.05), entretanto foram estastisticamente superiores aos demais. Os mini-implantes inseridos na região de sutura palatina (S) apresentaram menor estabilidade, resultado este estatisticamente inferior aos demais (P<.05). Conclusão: as diversas regiões bucais diferem quanto à estabilidade primária que, por sua vez, está diretamente relacionada à espessura da cortical óssea a qual o mini-implante está inserido. Unitermos: biomecânica; mini-implante; força de tração. Abstract Objective: The objective of the present work is to assess the primary stability of orthodontic mini-implants inserted into different swine maxillary and mandibular regions. Materials and Methods: 36 mini- implants orthodontic were used distributed in six groups (n = 6). The groups were appointed in accordance with area of cavity mouth was inserted. Group upper incisor (IS), upper molar (MS), suture palate (S), lower incisor (II), lower molar (MI) and retromolar (RM). It was used 3 pigs (Sus scrofa Piau), which was added 12 mini-implants in three areas of the jaw and three of the jaw. After insertion, the animals were sacrificed and osseous blocks containing the mini-implants were obtained for mechanical pull-out tests to be performed by a universal test machine (Emic, São José dos Pinhais, Brazil) at cross-head speed of 0.5 mm/s. Maximum force values (N/cm) for insertion were recorded and submitted to both analysis of variance (ANOVA) and Tukey’s test. Results: demonstrated more stability to the mini-implants inserted in the region of upper molar (MS) followed by lower molar (MI) and retromolar (RM), the groups showed no statistical differences between them (P> .05), have been statistical superior to the other. The mini-implants inserted in the region of suture palate (S) had less stability, this result statistically lower than the other (P <.05). Conclusion: the various regions differ in oral primary stability which in turn is directly related to the thickness of cortical bone which the mini-implant is inserted. Keywords: biomechanics; miniscrew; pullout strengths. 1. Especialista em Ortodontia pela Universidade Federal de Alfenas - UNIFAL; Mestre em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ 2. Doutor em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ; Professor adjunto de Ortodontia da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ 58 Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 Revista Inovation Dezembro_2007.indd 58 11.08.08 20:31:17 INTRODUÇÃO A utilização de mini-implantes como r ecurso de ancoragem or todôntica já está bem estabelecida na literatura1-3. O seu uso r evolucionou a or todontia, possibilitando uma ancoragem compr ovadamente 4,5 estável . E ntretanto, para que os mini-implantes possam pr omover ancoragem adequada, contrapondo as for ças r eacionárias ao mo vimento or todôntico, é necessário que esses dispositiv os estejam inseridos em tecido ósseo de maneira estável6. Didaticamente a estabilidade de um mini-implante é subdividida em primária, que é aquela decorr ente do contato dir eto entre o mini-implante e o osso, e a secundária ou tar dia, que ocorr e após cicatrização 7. A estabilidade primária é um importante indício do sucesso na técnica de inser ção dos mini-implantes, visto que a maioria dos casos de falha desses, ocorr e nos estágios iniciais pós-inserção8,9. Quando se deseja avaliar mecanicamente a estabilidade de um mini-implante, uma das metodologias que v em ganhando corpo é o ensaio de tração 10,11, amplamente utilizado em ár eas médicas como a or topedia12, 13,14 15 neurocirurgia , cir úrgia plástica e maxilofacial 16, quando deseja-se testar a estabilidade primária de div ersos parafusos. O ensaio de tração consiste em extrair o miniimplante do tecido ósseo à uma v elocidade constante, avaliando-se, dessa forma, a for ça máxima necessária para remoção desse dispositivo do tecido ósseo. O objetivo do presente trabalho é avaliar a estabilidade primária de mini-implantes ortodônticos nas diferentes regiões da cavidade bucal de por cos, além de correlacionar esses resultados com a espessura da cor tical das r egiões utilizadas como sítio de instalação desses. MATERIAIS E MÉTODOS Foram utilizados 36 mini-implantes (SIN, S ão Paulo, Brasil) com comprimento de 6 mm e diâmetr o de 1.6 mm, divididos em seis gr upos (n=6). O nome dos grupos baseou-se aos locais onde os mini-implantes foram inseridos, ou seja, gr upo incisiv o superior (IS), molar superior (MS), sutura (S), incisiv o inferior (II), molar inferior (MI) e retromolar (RM). Os mini-implantes foram inseridos em maxila de mandíbula de três porcos, adultos, machos, da raça Piau (Sus scrofa Piau), pesando em média 75 Kg com idade de 18 meses. O s animais estav am em ótimo estado de saúde e receberam água e ração ad libitum. A ár ea eleita para inser ção dos mini-implantes foi entre incisiv os laterais e caninos: segundo pr é-molar e primeir o molar (superior es e inferior es); sutura palatina mediana; e r egião retro-molar da mandíbula como mencionado anteriormente. Previamente à inserção dos mini-implantes foi induzida anestesia pr ofunda nos animais utilizando-se como medicação pr é-anestésica 0,1mg/kg de maleato de acepromazina (Acepran 1%) e 2mg/kg de meperidina (Dolosal) por via intramuscular . Após cerca de15 minutos, foi obtido o acesso vascular (veia cefálica) e administrado imediatamente 20mg/kg de ampicilina sódica. A indução anestésica foi r ealizada com propofol (2-4mg/kg), via intravenosa, e após intubação orotraqueal, a anestesia foi mantida com isofl urano em o xigênio à por centagem de 100%, através de sistema reinalatório de anestesia. Sob anestesia profunda foram realizados os procedimentos de inserção dos mini-implantes. A inserção dos mini-implantes foi r ealizada com auxílio de guia cir úrgico confeccionado a par tir de composto termoativado de r esina e borracha sintética - CTRBS (Tramontina, Canoas, B rasil), que tev e a função de moldar as super fícies oclusais e fi o metálico r etangular .019”X .025” (Morelli, Sorocaba, São Paulo), que serviu para localizar e mar car o melhor local para inser ção. A par tir do guia cir úrgico, r ealizou-se a radiografi a periapical, de modo que o raio central incidisse paralelo à área interproximal. Após a localização, a área da inserção foi higienizada à base de digluconato de clor exidina à porcentagem de 0,12%. Uma v ez localizado e r ealizada a desinfecção da ár ea, realizou-se pequena incisão na gengiva, visando facilitar procedimento de inser ção, visto que a gengiv a dos porcos apresentam-se espessas. A inser ção dos mini-implantes se deu com auxílio de chav e de tor que acoplada ao tor químetro digital, possibilitando, dessa forma, a inserção e mensuração do torque com orientação perpendicular à superfície óssea. Em seguida os tr ês animais foram eutanasiados com anestesia geral pr ofunda, seguida da administração de cloreto de potássio até cessar a função cár dio-respiratória. As maxilas e mandíbulas dos animais foram dissecadas e forneceram blocos ósseos contendo os mini-implantes. INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Revista Inovation Dezembro_2007.indd 59 59 11.08.08 20:31:20 As peças foram imersas em solução salina e congeladas à temperatura de -15°C por um período de 15 dias. Ao final do 15° dia pós-sacrifício, os blocos ósseos foram descongelados à temperatura ambiente para r ealização do ensaio mecânico. O teste foi r ealizado em máquina de ensaios univ ersais (Emic DL 10.00, S ão J osé do P inhais, B rasil). Para tal, confeccionou-se dispositiv o em forma de garra que se acoplava na par te superior da máquina, que ser viu para remoção do mini-mplante e outr o dispositivo que ser viu de base para fixar o bloco ósseo e manter o mini-implante perpendicularmente durante o ensaio, evitando-se com isso, a criação de momentos (F igura 1). Durante o ensaio utilizou-se velocidade de 0.5 mm por segundo paraemoção r do mini-implante do bloco ósseo . O v alor da carga e do deslocamento foram registrados e a for ça máxima (Fmax) alcançada anotada para posterior avaliação. Após ensaio mecânico, os blocos ósseos foram corados com eosina para destacar o osso medular do cor tical, seguido de inclusão em r esina acrílica incolor (Clássico, São P aulo, B razil). O s blocos foram seccionados com disco diamantado e foram realizadas medidas da espessura das corticais ósseas com paquímetr o digital (Starlet, São Paulo, Brazil) e lupa estereoscópica (Carl Zeiss, Göttingen, Alemanha), com aumento de 16 v ezes. Obteu-se, dessa forma, a média da cor tical in vivo das seis r egiões onde foram inseridos os mini-implantes, possibilitando dessa forma, correlacionar os valores encontrados com o ensaio de tração e a espessura da cortical. Os dados obtidos do teste de tração foram analisados estatisticamente com auxílio do pr ograma SPSS 13.0 (SPSS I nc.,Chicago, I llinois). O s v alores de for ça máxima obtidos em N.cm² foram submetidos à análise de v ariância (ANO VA) para determinar se havia diferenças estatísticas entre os grupos e, posteriormente, ao teste de Tukey. O s r esultados foram considerados significativos estatisticamente quando P< .05. Os v alores médios da espessura das cor ticais foram de 1,58±0,14 (entr e incisiv os e caninos superior es), 2,56±0,08 (pr é-molares e molar es superior es), 0,92±0,13 (sutura palatina mediana), 1,4±0,1 (incisivos e caninos inferiores), (pré-molares e molares inferiores) e 2,24±0,08 (retromolar inferior) (Figura 2). DISCUSSÃO O objetiv o do pr esente trabalho foi av aliar a estabilidade primária de mini-implantes or todônticos em diferentes regiões de maxila e mandíbula de porcos. Estas informações fornecem dados pr eliminares ao ortodontista quanto aos locais onde fornecem maior estabilidade para aplicações específicas. Para tal av aliação optou-se pelo ensaio de tração, que consiste em extrair o mini-implante do tecido ósseo em sentido perpendicular e v elocidade constante. Esse método, muito utilizado em diversas áreas da medicina1216 , vem ganhando campo na ortodontia a partir do artigo de Huja et al11. Apesar da força comumente aplicada aos mini-implantes não serem de tração, os valores da força fornecidos pelo ensaio mecânico são representativos do “embricamento” da rosca do mini-implante com o tecido ósseo ao qual está inserido17. O modelo animal utilizado nesse trabalho foi de porcos da raça Piau (Sus scropha). A escolha desse se deu pela similaridade já conhecida e estabelecida na literatura entre o homem e o porco18,19; dessa forma, aproximando ao máximo às condições dos ossos maxilares. Nesse estudo foi av aliada a for ça a qual os miniimplantes estavam inseridos ao tecido ósseo de difer entes localidades da cavidade bucal de porcos. Após a inserção os animais foram eutanasiados, não possibilitando, dessa forma, que nenhum pr ocesso de cicatrização ocorr esse, que poderia por sua v ez mudar os r esultados. D essa forma, a estabilidade inicial entre os mini-implantes nas diferentes áreas foi conseguida de forma fidedigna. RESULTADOS A região que forneceu maior estabilidade primária foi Os maiores valores ao ensaio de tração foi conseguidos entre molares superiores (MS) com média de 227.786 pelos grupos MS, MI e RM. Esses foram estatisticamente N.cm, seguida de molar es inferior es (MI) 221.96 e superiores aos demais (P<.05). Valores intermediários retromolar (RM) 221.8. A maior estabilidade dessa foram obser vados nos gr upos IS e II. O s menor es áreas pode ser justificada pela maior espessura de cortical valores encontrados foram do grupo S, estatisticamente encontrada. P or sua v ez, a r egião onde apr esentou diferentes dos demais (P<.05) (Tabela 1). menor estabilidade primária foi a r egião de sutura 60 Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 Revista Inovation Dezembro_2007.indd 60 11.08.08 20:31:23 palatina mediana (S), com média de 86.476 N.cm. As regiões de anterior es da maxila e mandíbula (IS e II) se posicionaram com v alores intermediários ao ensaio de tração, se diferindo estatisticamente dos demais grupos avaliados (P<.05). Os valores encontrados nesse trabalho estão de acor do com os achados de outr os autores quando avaliou-se estabilidade primária in vivo utilizando-se teste de tração11. Como se r efere a um teste misto com par te in viv o e posteriormente in vitr o, uma pr eocupação se faz presente: como estocar a peça de estudo e quanto tempo após a eutanásia dev e-se se r ealizar o ensaio mecânico? Uma v ez que estudos pr ecedentes de for ça de tração relataram variação na força encontrada, com alteração no tempo desde a inserção até o ensaio mecânico de tração, Roe20 relatou ausência de diferenças estatísticas quando realizado o teste, imediatamente após o sacrifício dos animais, quando comparado com testes uma semana após sacrifício estocados a -20°C. O utro trabalho relata diminuição da for ça com aumento do tempo de estocagem de cer ca de 4 a 8 semanas. N o presente trabalho, as peças foram dissecadas imediatamente após o sacrifício dos animais e estocados em solução salina por 15 dias a uma temperatura de -15°C, comoealizado r por trabalhos pr ecedentes quando av aliou mini-implantes ortodônticos10,11. Ao fim do 15° dia, a peça foi deixada à temperatura ambiente para descongelamento gradual. Objetivando fi xar o fragmento ósseo durante o ensaio mecânico confeccionou-se dispositiv o metálico que foi acoplado à máquina univ ersal de ensaios mecânicos. A parte superior do dispositivo se acoplava na parte móvel da máquina e a inferior na base. A par te inferior do dispositivo foi confeccionado de tal maneira que o bloco ósseo ficou imóvel sem a necessidade de incluir o mesmo em resina como sugerido na literatura 10,11. A escolha da não inclusão em resina se deve ao fato do bloco ósseo ser pequeno e, em vir tude disso, a r esina poderia penetrar no tecido ósseo, mascarando os resultados. Em estudos, av aliando-se a tração de parafusos imediatamente após a colocação e, 8 semanas depois, não foram verificadas diferenças estatísticas21. Em outro estudo, av aliando a for ça de ligação de implantes de titânio em ossos faciais, permitindo cicatrização por 1, 2, 3, 4, 6, 9, 12 e 32 semanas, um modesto ganho na for ça de tração foi medido quando comparado Figura 01. A) dispositivo de suporte de bloco ósseo e mini-implante; B) ensaio mecânico; y-célula de carga, x- dispositivo para acoplar o mini-implante e z-dispositivo de suporte. Figura 02. Médias da espessura das corticais onde foram inseridos os mini-implantes. Tabela 1 - Força média e desvio padrão do ensaio de tração nas diferentes regiões da maxila e mandíbula. Grupos Média Desvio Padrão Estatística IS 161.268 10.1764 A MS 227.786 14.3427 B S 86.476 2.639 C II 148.014 21.8369 A MI 221.96 16.774 B RM 221.8 10.214 B * Letras iguais ausência de diferenças estatísticas INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Revista Inovation Dezembro_2007.indd 61 61 11.08.08 20:31:25 com um dia de colocação 22. Baseado nesses trabalhos a estabilidade secundária desejada durante o tratamento está dir etamente r elacionada à estabilidade primária conseguida durante a instalação dos mini-implantes. Entretanto, mais estudos são necessários av aliando a estabilidade primária e a secundária em mini-implantes sem a colocação de forças. A for ças necessárias para os mo vimentos or todônticos geralmente variam entre 0.3 a 4 N. As forças de tração encontradas neste trabalho foram substancialmente maiores que as necessárias clinicamente, validando todas as áreas bucais estudadas. Uma vez que a espessura da cortical é reconhecidamente importante na estabilidade primária dos mini-implantes, fez-se necessário a medição, possibilitando, dessa forma, qualificar e quantifi car as regiões as quais foram escolhidas para inser ção dos mini-implantes. A ár ea da sutura palatina mediana apr esentou-se com menor espessura, com média de 0.92 mm. Esses r esultados foram diretamente proporcionais à estabilidade primária alcançada pelos mini-implantes e estão corr oborando com a literatura11,23. CONCLUSÕES Pode-se concluir com a r ealização deste trabalho que: a r egião de sutura palatina mediana fornece menor estabilidade primária aos mini-implantes e a de molar superior a maior; a estabilidade primária está dir etamente relacionada com a espessura da cortical óssea. Referências Bibliográficas 1. Telles, D.; Coelho, A. B. Próteses SobreImplantes.com. Rio de Janeiro: SobreImplantes.com, 2006. Disponível em: <http:// www .sobreimplantes.com/materialAcademico.asp#livro>. 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AGRADECIMENTOS À SIN - S istema de I mplantes N acional pela doação do matérial dessa pesquisa e em especial ao D r. Nélis Luiz, sempre prestativo quando o assunto é ajuda aos trabalhos científicos. Motoyoshi M, Matsuoka M, Shimizu N. Application of orthodontic mini-implants in adolescents. Int J Oral Maxillofac urg 2007;36:695-699. Lim S, Cha J, Hwang C. Insertion Torque of Orthodontic Miniscrews According to Changes in Shape, Diameter and Length. Angle Orthodontist 2008;78:234-240. 9. Miyawaki S, Koyama I, Inoue M, Mishima K, Sugahara T, Takano-Yamamoto T. Factors associated with the stability of titanium screws placed in the posterior region for orthodontic anchorage. Am J Orthod Dentofacial Orthop 2003;124:373378. 10. S truckhoff JA, Huja SS, Beck FM, Litsky AS. Pull-out strength of monocortical screws at 6 weeks postinsertion. Am J Orthod Dentofacial Orthop 2006;129:82-83. Endereço para correspondência: Matheus Melo Pithon Rua México 78, Recreio - Vitória da Conquista - Bahia Tel: (0xx77) 3084-2020/ 8805-2750 CEP: 45020-390 e-mail: [email protected] 62 11. H uja SS, Litsky AS, Beck FM, Johnson KA, Larsen PE. Pull-out strength of monocortical screws placed in the maxillae and mandibles of dogs. Am J Orthod Dentofacial Orthop 2005;127:307-313. Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 Revista Inovation Dezembro_2007.indd 62 11.08.08 20:31:28 12. Johnston TL, Karaikovic EE, Lautenschlager EP, Marcu D. Cervical pedicle screws vs. lateral mass screws: uniplanar fatigue analysis and residual pullout strengths. Spine J 2006;6:667-672. 13. Abshire BB, McLain RF, Valdevit A, Kambic HE. Characteristics of pullout failure in conical and cylindrical pedicle screws after full insertion and back-out. Spine J 2001;1:408-414. 14. Hasegawa T, Inufusa A, Imai Y, Mikawa Y, Lim TH, An HS. Hydroxyapatite-coating of pedicle screws improves resistance against pull-out force in the osteoporotic canine lumbar spine model: a pilot study. Spine J 2005;5:239-243. 15. Berzins A, Shah B, Weinans H, Sumner DR. Nondestructive measurements of implant-bone interface shear modulus and eff ects of implant geometry in pull-out tests. J Biomed Mater R es 1997;34:337-340. 16. Heidemann W, Gerlach KL, Grobel KH, Kollner HG. In fluence of different pilot hole sizes on torque measurements and pullout analysis of osteosynthesis screws. J Craniomaxillofac S urg 1998;26:50-55. 17. Inceoglu S, Ferrara L, McLain RF. Pedicle screw fixation strength: pullout versus insertional torque. Spine J 2004;4:513518. 18. Mariano M. Miniature swine (minipig) in biomedical experimental research: the Minipig br 1 Acta Cir Bras 2003;18:387-391. 19. Nkenke E, Lehner B, Weinzierl K, Thams U, Neugebauer J, Steveling H et al. Bone contact, growth, and density around immediately loaded implants in the mandible of mini pigs. Clin Oral Implants Res 2003;14:312-321. 20 Roe SC, Pijanowski GJ, Johnson AL. Biomechanical properties of canine cortical bone allografts: effects of preparation and storage. Am J Vet Res 1988;49:873-877. 21. B aker D, London RM, O’Neal R. Rate of pull-out strength gain of dual-etched titanium implants: a comparative study in rabbits. Int J Oral Maxillofac Implants 1999;14:722-728. 22. Kellman RM, Huckins SC, King J, Humphrey D, Marentette L, Osborn DC. Bioresorbable screws for facial bone reconstruction: a pilot study in rabbits. Laryngoscope 1994;104:556-561. 23. Kim HJ, Yun HS, Park HD, Kim DH, Park YC. Soft-tissue and cortical-bone thickness at orthodontic implant sites. Am J Orthod Dentofacial Orthop 2006;130:177-182. INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Revista Inovation Dezembro_2007.indd 63 63 11.08.08 20:31:30 TRANSFERÊNCIA DE CIÊNCIA E sta revista também destaca trabalhos apresentados em congressos e eventos científicos como pesquisa, na forma de painéis, r esumos ou mesas clínicas. O objetiv o é contribuir com uma impor tante informação para o leitor através de uma breve transferência de ciência. Nesta edição, evidenciamos um painel que apr esenta a avaliação da biocompatibilidade de uma hidr oxiapatita de origem natural em desenv olvimento, por meio de ensaios normatizados (citoto xicidade e análise de biocompatibilidade in vivo). As hidroxiapatitas são biomateriais bastante utilizados no tratamento de defeitos ósseos na área médica e odontológica. Este painel foi exibido em Toronto, no Canadá, durante o 86th General Session & Exhibition of International Association for Dental Research. Este é um evento da área odontológica promovido em diferentes países, onde cientistas e pesquisadores do mundo inteir o têm a opor tunidade para expor seus trabalhos e discutir sobr e os mesmos com outros especialistas. 64 Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 Revista Inovation Dezembro_2007.indd 64 11.08.08 20:31:33 Avaliação da biocompatibilidade de diferentes enxertos ósseos inorgânicos granulares porosos de origem bovina Biocompatibility evaluation of different granular porous anorganic bovine bone grafts E.R. Takamori1, C. Jardelino2, A. Lenharo3 e J.M.Granjeiro4 Resumo Objetivo: Diferentes protocolos de processamento podem ser utilizados na produção de xenoenxertos. É essencial avaliar a biocompatibilidade dos biomateriais obtidos previamente ao uso clínico. Xenoenxertos de apatita, tendo como base apatitas, produzidos por quatro diferentes rotas, foram avaliados por ensaios de biocompatibilidade in vitro e in vivo. Métodos: A citotoxicidade foi determinada por contato indireto (ISO 10993-5), DMEM sem o extrato dos biomateriais e titânio grau 2, foram utilizados como controle negativo e fenol 0,2%, como controle positivo. Fibroblastos Balb/c (3X104/cm2) foram tratadados por 24h com diluições seriadas do extrato puro dos materiais em desenvolvimento (A, B, C e D), quando então as células foram tripsinizadas para contagem. No segundo nível de testes (10993-6), 50 mg de cada xenoenxerto (2 em desenvolvimento (A e B) e um produto comercial disponível no mercado mundial (C) foram colocados no tecido subcutâneo de camundongos (n=30). Os animais foram mortos após 1, 3 e 9 semanas e submetidos a processamento histológico para análise por microscopia de luz. Resultados: o extrato puro dos biomateriais matou de 15 a 20% das células em comparação ao controle (p<0,05, ANOVA), entretanto não houve diferença entre as rotas de processamento dos biomateriais (p>0,05). A análise histológica mostrou, em uma semana, um infiltrado inflamatório leve em resposta à C e uma resposta moderada à A e B, particularmente nas áreas próximas às regiões mais irregulares. Leve proliferação fibroblástica e angioblástica foram observadas ao redor das partículas dos enxertos. Nos tempos posteriores, houve um decréscimo significante nas células inflamatórias, e um aumento no número de células gigantes multinucleadas de corpo estranho e fibrose ao redor das partículas de todos os biomateriais. Vasos sanguíneos também foram observados ao redor das partículas implantadas, confirmando o processo de angiogênese. Nenhuma diferença entre os materiais foi observada após 9 semanas. Conclusão: os materiais testados foram biocompatíveis, e o seu comportamento e potencial osteocondutor devem ser avaliados em defeitos ósseos. Abstract Objective: Different processing protocols could be used to producing xenografts. It is essential to evaluate the biocompatibility of biomaterials obtained before the clinical use. Apatite-based xenografts produced by four different routes were investigated by in vitro and in vivo biocompatibility testing. Methods: Cytotoxicity was determined by indirect contact (ISO 10993-5), DMEM without the biomaterials extract and titanium degree 2 were used as negative controls and phenol 0.2% as positive control. Fibroblasts Balb/c (3x104/cm2) was treated with serial dilutions of crude extracts for 24 hours of developing materials A, B, C and D, when the cells were detached for counting. In the second level test (ISO 10993-6), 50 mg of each xenograft (two under development (A and B) and a commercial product available in the wide world market (C)) were placed in subcutaneous tissue of mice (n=30). The animals were killed after 1, 3 and 9 weeks and submitted to histological processing for light microscopy analysis. Results: Biomaterials crude extract killed 15 to 20% of the cells comparing to control (p<0.05, ANOVA), however there was no difference among the biomaterials processing routes (p>0.05). Histological analysis showed at 1 week a mild inflammatory infiltrate in response to the C and a moderate response to A and B, particularly near the most irregular regions. Mild fibroblastic and angioblastic proliferation were detected around the grafts particles. In later periods, there was a significant decrease in the inflammatory cells and an increase in foreign body multinucleated giant cells and fibrosis around graft particles of all biomaterials. Blood vessels were also observed, confirming the process of angiogenesis around the implants particles. No differences among the materials were observed after nine weeks. Conclusion: the tested biomaterials were biocompatible and its behavior and osteoconduction potential should be evaluated in bonny defects. 1. Universidade de São Paulo / Faculdade de Odontologia de Bauru, Brasil 2. Universidade Federal Fluminense, Instituto de Biologia, Niterói, Brasil 3. Instituto Nacional de Experimentos e Pesquisas Odontológicas, São Paulo, Brasil 4. Universidade Federal Fluminense, Instituto de Biologia, Niterói, Brasil Revista Inovation Dezembro_2007.indd 65 INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS 65 11.08.08 20:31:36 OBJETIVOS Xenoenxertos de apatita, tendo como base apatitas, produzidos por 4 difer entes r otas de pr ocessamento, foram inv estigados por testes de biocompatibildade in vitro e in vivo. Cirurgia A B C D MATERIAL E MÉTODOS I) Material Osso bovino Biomateriais em desenvolvimento Limpeza mecânica Tratamento térmico Produto comercial disponível no mercado Figura 01. Processamento de biomateriais xenogênicos. II) Métodos A) Teste de citocompatibilidade Linhagem celular: Balb/c 3T3 em DMEM com 10% SFB, a 37oC e 5% de CO2 3X104 células plaqueadas/ poço (microplaca de 24 poços) Figura 04. Procedimento cirúrgico para implantação dos biomateriais granulares porosos de origem bovina “A”, “B” e C. Cada animal foi anestesiado (A), submetidos à tricotomia e antissepsia. Uma incisão reata (1,5 cm) foi feita no centro da região dorsal (B). O tecido conjuntivo foi dissecado com tesoura rombas na direção lateral para a colocação de 50 mg de cada xenoenxerto (C). Após isso, os tecidos foram suturados. RESULTADOS Tratamento com diluições do extrato puro Contagem celular usando a câmara de Neubauer GRÁFICO Phenol = Fenol Extract = Extrato Titanium = Titânio Figura 02. Determinação da citotoxicidade por contato indireto (ISO 10993-5). B) Teste de biocompatibilidade - Grupos e tempos experimentais • A - 5 animais /tempo experimental • B - 5 animais /tempo experimental • C - 5 animais / tempo experimental 0 1 2 3 9 Figura 05. Representação gráfica do efeito das concentrações dos extratos de A, B, C e D, sob o número de células. Controle negativo – extrato do titânio, controle Positivo – solução de fenol a 0,2%. Células Balb/c 3T3 foram tratadas com diferentes concentrações do extrato dos biomateriais em DMEM mais 10% SFB durante 24 horas, 37o C e 5% de CO2. Os resultados foram expressos como porcentagem em relação ao controle (sem extrato), considerado como 100%. Os dados representam a média de dois estudos independentes em triplicata. As barras representam o desvio padrão da média. Tempos experimentais (semanas) Cirurgia Coleta do tecido de granulação Figura 03. Grupos e tempos experimentais. 66 Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 Revista Inovation Dezembro_2007.indd 66 11.08.08 20:31:39 Figura 06. Fotomicrografias exibindo reação tecidual a C, A e B no tempo experimental de 1 semana . (A-C): Asteriscos indicam grânulos dos biomateriais, as setas azuis indicam áreas de fibrose e os círculos delimitam áreas focais de leve infiltrado inflamatório agudo. A cabeça de seta indica células dentro de um poro. Coloração H/E. Aumento 4 X (A, D), 10X (B, C e F), 12,5 X (G, H) e 25X (I). Figura 08. reação Fi 08 Fotomicrografi F t i fias exibindo ibi d ã tecidual a C, A e B no tempo experimental de 9 semanas. (A-C): partículas regulares de C (*) no tecido conjuntivo denso (TC), apresentando vasos (setas). (D-F): partículas irregulares de A envolvidas por tecido conjuntivo denso (TC), contendo vasos congestos (setas). (G-H): Partículas irregulares de B envolvidas por tecido conjuntivo denso (TC) apresentado vasos congestos (setas). Coloração HE. Aumento 3,2 X (A, D, G), 25X (B, C, E, F, H, I). CONCLUSÃO Os materiais testados foram bicompatív comportamento e potencial osteocondutor dev avaliados em defeitos ósseos. eis; seu em ser Figura 07. Fotomicrografias exibindo reação tecidual a C, A e B no tempo experimental de 3 semanas. (A-C): partículas regulares de C (*) no tecido conjuntivo (TC), apresentando vasos (setas). (D-F): Partículas irregulares de B envolvidas por tecido conjuntivo denso (TC), contendo vasos congestos (setas) e o início de formação de cápsula fibrosa. (G-H): Partículas irregulares de B envolvidas por tecido conjuntivo denso (TC), apresentando vasos congestos (setas), e CGM (cabeça de seta) com início de formação de cápsula fibrosa. Coloração H/E. aumento 3,2X (A, D), 25X (B, C, E, F, H, I). Endereço para correspondência: Esther Rieko Takamori e-mail: [email protected] INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Revista Inovation Dezembro_2007.indd 67 67 11.08.08 20:31:48 N O RMA S PARA PU BL ICAÇÃO MATERIAL Serão aceitos artigos originais que não tenham sido enviados para outro jornal ou qualquer veículo de publicação. Artigos relacionados à pesquisa, aplicações clínicas, novas tecnologias, simpósios, revisões de literatura e questões relacionadas são bem-vindas para publicação. Número de autores Não há limite de autores. Convém apenas citar a participação de cada autor no trabalho. Revisão dos manuscritos Revisão por pares. O editor fará os ajustes necessários para a publicação. PREPARO DOS MANUSCRITOS • Seguir as recomendações do International Committee of Medical Journal Editors (Vancouver Group - Uniform requirements for manuscripts submitted to biomedical journals. Ann Intern Med 1997;126:3647). • Manuscritos. Digitados em espaço duplo, margem de uma polegada, todas as páginas numeradas. Página do título. Página 1 incluindo título do artigo, nome, titulação, vínculo profissional, endereço de todos os autores, telefone, fax, e-mail. • Resumo/palavras-chave. Página 2 do manuscrito incluindo o título, resumo de 160 palavras, 6 palavras-chave. A estruturação será: (1) Propósito, (2) Materiais e Métodos, (3) Resultados, (4) Discussão e (5) Conclusões. Outras modalidades (revisões de literatura, relatos clínicos, tecnologias e relatos de casos) não precisam estar estruturadas desta forma. • Introdução. Resuma o princípio e o propósito do estudo, colocando as referências pertinentes. No final, coloque claramente as suas hipóteses. • Materiais e métodos. Em detalhes, para permitir a confirmação das observações. Indique os métodos estatísticos usados. • Resultados. Apresente os resultados numa seqüência lógica no texto, tabelas e ilustrações. Enfatize somente as observações importantes. • Discussão. Enfatize os aspectos novos e importantes do estudo e as conclusões que se seguem. Relacione suas observações com a dos outros estudos relevantes e coloque as implicações dos seus achados e suas limitações. • Agradecimentos. Pessoas cuja contribuição foi significativa. Cite o nome da organização financiadora e o número do processo. • Abreviações. Coloque o termo completo e depois as abreviações durante o texto. • Nomes comerciais. Nome comercial, nome do fabricante, cidade, estado, país, número do lote. REFERÊNCIAS • Todas devem ser citadas no texto, em ordem de citação. • Listadas no final do artigo, em seqüência numérica. • Comunicações pessoais são colocadas entre parênteses, incluindo a data. • Evite resumos. Estilo de referência para jornal 1. Johansson C, Albrektsson T. Integration of screw implants in the rabbit: A 1-year follow-up of removal torque of titanium implants. Int J Oral Maxillofac Implants 1987;2:69-75. Estilo de referência para livro 1. Skalak R. Aspects of biomechanical considerations. In: Brånemark P-l, Zarb GA, Albrektsson T (eds). Tissue-Integrated Prostheses: Osseointegration in Clinical Dentistry. Chicago: Quintessence, 1985:117-128. ILUSTRAÇÕES E TABELAS • Todas as ilustrações devem ser numeradas e citadas no texto em ordem de aparição • Todas as ilustrações e tabelas devem ser agrupadas no final do texto • Os slides originais ou imagens de alta resolução devem ser enviadas para o escritório do editor caso o artigo seja aceito • Serão aceitos no máximo 7 (sete) figuras por artigo, contendo no mínimo as seguintes dimensões: 4,5cm de altura por 8cm de largura. Preto e branco. Envie dois conjuntos de fotos em papel glossy de alta qualidade. As fotografias não devem vir montadas ou recortadas. Radiografias. Envie as originais e dois conjuntos em papel impresso. Em cores. Serão aceitas a critério dos editores. Desenhos. Encomendem os desenhos a um profissional, de modo que os mesmos possam ser reduzidos com qualidade na publicação. Arquivos eletrônicos. Resolução de pelo menos 300 dpi, em formato tiff ou eps. Legendas. As legendas devem ser agrupadas numa folha separada e em espaço duplo. 68 Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 Revista Inovation Dezembro_2007.indd 68 11.08.08 20:31:50 ANOTAÇÕES INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Revista Inovation Dezembro_2007.indd 69 69 11.08.08 20:31:52 A NOTAÇÕES 70 Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 Revista Inovation Dezembro_2007.indd 70 11.08.08 20:31:54 INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Revista Inovation Dezembro_2007.indd 71 71 11.08.08 20:31:57 Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 ISSN 1809-2837 Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007 ISSN 1809-2837 capa innovations.indd 2 08.08.08 11:18:17