capa innovations.indd

Transcrição

capa innovations.indd
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
ISSN 1809-2837
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
ISSN 1809-2837
capa innovations.indd 2
08.08.08 11:18:17
Nova Unidade Anália Franco - Brasil
Sede do AMG - Anglo Medical Group - EUA
Edifício Plaza Lenharo - INEPO - Brasil
Unidade Mooca - Brasil
QUEM GANHA COM O NOSSO CRESCIMENTO É VOCÊ
A busca constante pela qualidade de vida do ser humano norteia os avanços da Medicina, e seus profissionais precisam cada vez mais dinamizar os métodos de
trabalho. Identificando este panorama, o AMG - Anglo Medical Group apresenta soluções diversificadas em produtos, embasadas por um extenso know-how
científico. O crescimento de uma das maiores fabricantes de implantes da América Latina impulsionou os investimentos desta holding americana no Brasil.
Agora a SIN - Sistema de Implante passa a fazer parte do AMG - Anglo Medical Group, em conjunto com a Osteosin (Divisão Crâniomaxilofacial)
e a Stracta Biomedical (Divisão de Biomateriais). Estas divisões apresentam suas linhas de produtos direcionadas para as necessidades dos Cirurgiões-dentistas,
mas projetam ultrapassar os limites da Odontologia com o desenvolvimento de produtos para diferentes áreas da saúde.
O processo de controle de qualidade da SIN foi adotado pelo grupo AMG, que também traz novas perspectivas além das certificações conquistadas
pela empresa brasileira, como o ISO 9001:2000 e ISO 13485:2003, o certificado BPF - Boas Práticas de Fabricação, a marca CE da União Européia
e a autorização do FDA - Food And Drugs Administration, que permite a comercialização nos Estados Unidos.
Com mais de 16.000 m2 em fábricas e escritórios, além do seu instituto para a formação e especialização de profissionais, o grupo dispõe de sua sede na América do Norte,
formando uma estrutura completa para sustentar a evolução de suas marcas. A logística é fortalecida por uma rede integrada de distribuidores nacionais e internacionais.
O AMG - Anglo Medical Group chega ao mercado brasileiro para suprir as necessidades dos profissionais. E é você quem ganha com o nosso crescimento, não
apenas pelo melhor custo-benefício, mas o REAL BENEFÍCIO, que é fruto da nossa visão e de outros fatores que compõem o valor agregado de nossos produtos.
Acesse o site www.realbeneficio.com.br e descubra como você pode ganhar com
os fatores que proporcionam o REAL BENEFÍCIO em produtos para a Implantodontia.
2
w w w. a n g l o m e d i c a l g r o u p. c o m . b r
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 2
|
0800 770 8290
11.08.08 20:28:10
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
ISSN 1809-2837
INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 3
3
11.08.08 20:28:20
Innovations Implant Journal - Vol. 02, nº. 04 (dezembro/2007) - São Paulo:
SIN Sistema de Implantes - Divisão Cultural, 2008
Periodicidade Semestral
ISSN - 1809-2837
1. Implantes dentários. 2. Cirurgia de implantes. 3. Prótese sobreimplantes.
I. SIN - Sistema de Implantes - Divisão Cultural II. Título
CDD 617.6005
Black D74
4
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 4
11.08.08 20:28:23
PA L AV R A D O P R E S I D E N T E
A
A
Implantodontia como terapia de erabilitação oral
tem proporcionado aos nossos pacientes um alto
índice de sucesso clínico, comprovado cientificamente.
Novas técnicas e conceitos surgem com uma v elocidade
exorbitante, gerando uma necessidade de atualização
constante e contínua por parte dos profissionais. A busca
por no vos conhecimentos tem nos lev ado a congr essos
nacionais e internacionais.
A SIN - Sistema de Implante, em parceria com o INEPO
Prof. Dr. Ariel Lenharo
Presidente do Comitê Científico
- I nstituto N acional de E
xperimentos e P esquisas
Odontológicas, tem como objetiv
o pr oporcionar ao
profissional um sistema de implantes com qualidade
internacional e, “com orgulho de ser brasileiro”, atualizar
o conhecimento científi co atrav és de nossos cursos e
artigos publicados em nosso periódico “I
nnovations
Implant Journal”.
Desta forma, tornamos a r ealização profissional plena e
alicerçada com sorrisos renovados.
INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 5
5
11.08.08 20:28:26
EDITORIAL
Como pensar hoje sobre Ensino, Pesquisa, Tecnologia
e Publicações?
U
ma reflexão sobre um novo termo que se apresenta “vigilância epistêmica”. Hoje se traduz
como a preocupação que todos nós deveríamos ter em relação a tudo o que lemos, ouvimos,
aprendemos para não sermos enganados.
É pr eciso desconfi ar e não acr editar em tudo que está escrito por aí, dev emos buscar sempr e a
intenção mais pr ofunda do interlocutor , para que não tenhamos conseqüências sérias para nossa
vida profissional e pessoal.
Existe um famoso livr o que é v endido com muita fr eqüência intitulado “Como mentir com
Estatísticas”, do autor Darrel Huff, que infelizmente traz uma profunda deturpação do que é verdade
e/ou mentira nos meios científicos.
Muitos indivíduos, principalmente na ár ea odontológica, são enganados diariamente por sua
ingenuidade, falta de maturidade científica ou por creditar a alguns meios de comunicação escrita ou
falada: uma confiabilidade muitas vezes questionável.
Infelizmente nossas universidades não ensinam epistemologia, que é uma par te da fi losofia que nos
propõe indagar o que é real, o que dá para ser mensurado ou não e assim por diante.
Desafortunadamente há 500 anos, nós, pr
ofessores titulares, livre-docentes e doutores, nos preocupamos
com métodos científi cos, análise de fatos usando critérios científi cos pertinentes, lógica, estatísticas
dos mais variados tipos antes de sairmos proclamando verdades ao grande público, principalmente em
congressos odontológicos que hoje mais parecem shows ou comícios de partido político.
É meus amigos, essa elite intelectual não é mais lida, pr estigiada e/ou escolhida, entrevistada ou nem
mesmo ouvida em primeir o lugar; em seu lugar , surgem outr os tipos de indivíduos, com os mais
variados propósitos, e, sem o cabedal de conhecimento necessário para se relacionar com o público de
um modo geral ou até mesmo odontológico.
O desapar ecimento dos v erdadeiros formador es de opinião, embasados em fundamentos sólidos e
muita leitura, vem lentamente se manifestando, trazendo seguramente sérias conseqüências: como as
que já podem ser vistas, obser vadas ou sentidas no meio odontológico, acadêmico, discente, docente
e aos profissionais eminentemente clínicos que buscam atualizar-se.
Prof. Dr. Wellington Cardoso Bonachela
Editor-Chefe
Prof. Associado do Depto. de Prótese e
Periodontia da Faculdade de Odontologia USP-Bauru
6
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 6
11.08.08 20:28:28
Presidente do Comitê Científico
Prof. Dr. Ariel Lenharo
Editor Chefe
Dr. Wellington Cardoso Bonachela
Editor Associado
Dr. Flávio Augusto Cardoso de Faria
Conselho Científico
Dr. Heraldo Riehl
Dr. Flávio Fayad
Editores de Seções
Implante
Dr. Ariel Lenharo
Biomateriais
Dr. Raul Caffessi
Estética
Dr. Heraldo Riehl
Quadro Editorial de Revisores
Prof. Dr. José Mauro Granjeiro
Prof. Dr. Flávio Fayad
Prof. Dr. Vinícius Porto
A Revista Innovations Implant Journal
é editada e produzida pela SIN - Sistema de Implante
Editor:
Dr. Wellington Cardoso Bonachela
Diretor de Arte:
Waldir Dantas
Diretor de Arte Jr.
Claudio Lima
Redator Publicitário:
Thiago Nascimento
Produtora Gráfica:
Fabiana Galante
Webmaster:
Rodrigo Botinhão
Marketing:
Marcio Bortolli
Tiragem 30.000 exemplares - Circulação Nacional
Impressão e Acabamento: Soft Editora
É proibida a reprodução dos textos contidos nesta publicação sem a autorização por escrito dos responsáveis pelos mesmos.
INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 7
7
11.08.08 20:28:31
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
Implantes
Biomateriais
Estética
S U M Á R I O
S U M M A R Y
12
Mini-implantes ortodônticos: protocolo para higienização
e manutenção da saúde peri-implantar
Orthodontic mini-implants: protocol for cleaning and maintenance health peri-implant
Matheus Melo Pithon
15
Carregamento precoce de implantes: abordagem em
protocolos mandibulares
Early loading of implants: approaching in protocols jaws
Alexandre Hassem Neto; Chrystiane Araujo Moura de Tavares; Maurício Augusto Mathias
21
Impactação do segmento posterior da maxila através de
osteotomia para reabilitação protética - relato de caso
Segmentary impactation in jawbone posterior through osteotomy for prosthetic rehabilitation
Marcos Blatt; Gustavo Henrique Motta; Gustavo Tralli Nogueira; Bruno Gadelha Maia; Tiago Galvão Neiva;
Marcos César Pitta
25
Como diferentes tipos de prótese sobre implantes podem
afetar o seu prognóstico? Análise biomecânica
How different implant prosthesis design affect your prognosis? Biomechanical analysis
Marcos Blatt; Wellington Cardoso Bonachela; Niélli Caetano de Souza; Bruno Gadelha Maia;
Tiago Galvão Neiva
31
Análise das características atuais de dentes artificiais
empregados em prótese do tipo Overdenture e protocolo
sobre implantes
Analysis of the current characteristics of artificial teeth employed in prosthesis of the type
Overdenture and records on implants
Murilo Auler e Salles; Casiana Moleiro Alves; Wellington Cardoso Bonachela; Paulo Henrique
Ortolato Rossetti
8
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 8
11.08.08 20:28:33
S U M Á R I O
S U M M A R Y
45
08
Solda a laser em barras de Ti na busca da passividade em carga
imediata: relato de caso
Laser weld in Ti bars to passivity excellence on immediate loading: case report
08
51
08
58
08
Renato de Freitas; Antonio Alves de Almeida Júnior; José Luiz Góes de Oliveira; Leandro de Moura Martins; Celso
Aparecido Catalan
Implante cone morse ultra rosqueante de torque interno - parte II:
componentes cirúrgicos e protéticos
Implant cone morse ultra self tapping of internal torque - part II: surgical
and prosthetic components
Michel Aislan Dantas Soares; Ariel Lenharo; André Zaninetti dos Santos; Ariana Santos de Oliveira;
Nelis Evangelista Luiz; Rodolfo Alexandre André
Avaliação da estabilidade primária de mini-implantes ortodônticos em
diferentes regiões da maxila e mandíbula de porcos
Evaluation the primary stability of orthodontic mini-implants inserted into different regions maxilla
and mandible of minipigs
Matheus Melo Pithon; Lincoln Issamu Nojima
08
05
06
07
Palavra do Presidente
Editorial
Expediente
10
64
68
Conversa Franca
Transferência de Ciência
Normas para Publicação
INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 9
9
11.08.08 20:28:36
CONVERSA FRANCA
O implantodontista e a terapêutica
Terapeutic and implantodontics
Flávio Augusto Cardoso de Faria1
No âmbito da O dontologia, sem dúvida as ár eas de
Cirurgia e Estomatologia são aquelas que mais nos
aproximam da Medicina. Não pretendemos discutir aqui
se a Odontologia deveria ou não ser uma especialidade
médica, nos moldes do ensino eur opeu, ou se nossa
formação tradicional é adequada para o bom ex ercício
desta pr ofissão. E ntretanto, como diz o v elho ditado,
contra fatos não existem argumentos. A mplantodontia,
I
um dos mais er centes ramos da Odontologia, tem exigido
dos cirurgiões-dentistas nível crescente de conhecimentos
e habilidades especiais. M odernas técnicas de imagem
são hoje empr egadas para o planejamento e r ealização
de implantes osteointegrados. A
vançadas técnicas
cirúrgicas são utilizadas para formação de novo osso, em
áreas com pequena espessura. E, sobr etudo, pacientes
com idade cada v ez mais av ançada têm pr ocurado o
implantodontista para r esolução de seus pr oblemas
bucais. Junto com a idade, sempre é bom lembrar, vêm
diversas doenças sistêmicas, que obrigam nosso paciente
a receber vários medicamentos diários.
Se levarmos em conta o tipo de cir
urgia que será er alizada,
onde é necessário ocorrer verdadeira “integração” entre o
osso e o implante, parece ser muito importante conhecer
a espessura e qualidade do osso remanescente. Por outro
lado, a complexidade do pr ocedimento cir úrgico, o
tempo operatório e o custo do pr ocedimento faz em
com que especial atenção seja dirigida ao estado geral de
saúde do paciente.
A I mplantodontia, sem sombra de dúvida, fez com
que o cir urgião-dentista se tornasse mais “ médico da
boca”, como dizíamos orgulhosamente no passado
.
Passamos a dar mais atenção à anamnese de nosso
paciente, pr eocupados com condições sistêmicas que
pudessem pr ejudicar a osteointegração . Começamos a
procurar outras doenças, além daquelas que apresentam
comumente manifestações orais. Sem dúvida, passamos
a ver nosso paciente como um todo e a considerar nosso
próprio trabalho como algo impor tantíssimo para o
restabelecimento da saúde orgânica.
Preocupados com o bem-estar do paciente nas fases
pré, trans e pós-cir úrgicas, desenv olvemos materiais e
técnicas cada vez menos agressivos, que proporcionam,
a cada dia que passa, r esultados fantásticos, com alto
grau de satisfação ao final do processo. Mas mesmo com
esse imenso progresso de técnicas e de materiais, o bemestar do paciente depende, fundamentalmente, do uso
adequado de div ersos grupos de medicamentos. Este é
o ponto principal deste ar tigo, pois ao pr escrever um
remédio qualquer, estamos exercendo a Medicina.
Desta forma, podemos pr
escrever medicamentos
para tranqüilizar nosso paciente, nos momentos que
antecedem a cirurgia ou então, realizar os procedimentos
sob a inalação do ó xido nitr oso. Com um ou outr o
destes grupos de dr ogas, estaremos fazendo aquilo que
se conv encionou chamar “ sedação consciente ”. Como
todos bem sabem, a pr escrição de benz odiazepínicos é
1. Cirurgião-Dentista formado pela Faculdade de Odontologia de Bauru - USP; Mestre e Doutor em Farmacologia pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP; Responsável pela
Área de Farmacologia da FOB - USP; Coordenador do Curso de Graduação em Odontologia da FOB - USP
10
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 10
11.08.08 20:28:38
realizada em r eceituário especial, que pode ser obtido
por todo cir urgião-dentista r egularmente inscrito
nos Conselhos R egionais de O dontologia, mediante
o pr eenchimento de um simples formulário na sede
local da Agência N acional de Vigilância S anitária. O
emprego do ó xido nitroso como sedativ o, necessita de
uma habilitação especial, obtida por meio de cursos
regularmente autorizados pelo Conselho F ederal de
Odontologia. Os dois tipos de procedimentos salientam
a impor tância do conhecimento farmacológico na
prática odontológica.
Muitas controvérsias entre a Medicina e a Odontologia
surgiram por conta desta possibilidade legal da sedação
consciente, facultada aos pr
ofissionais cirurgiõesdentistas. É nosso direito! A Medicina não pode querer
para si o privilégio da utilização de medicamentos,
como ela pr etende com o “ ato médico”, pois não seria
possível ex ercer a O dontologia sem a pr escrição de
fármacos. Nossa profissão não pode fi car calada diante
desta ignorância. N ão somos nós, cir urgiões-dentistas,
ignorantes em F isiologia, Farmacologia ou nas demais
disciplinas básicas de um curso médico. Pelo contrário;
nossas especialidades odontológicas, tais como a Cir
urgia
Buco-Maxilo-Facial e a I mplantodontia, aí estão para
mostrar a todos a complexidade de nossos pr
ocedimentos
e a amplitude de conhecimentos necessários para o bom
exercício pr ofissional. O s limites entr e O dontologia
e M edicina se estr eitam cada v ez mais, especialmente
quando o assunto é prescrição de medicamentos.
Além da sedação pr
évia, o controlede dor, edemae infecção
pós-operatória obviamente exigem bom conhecimento
farmacológico. E quando falamos em
controle de
dor e edema, dr ogas como os antinfl amatórios não
esteroidais, opióides e glicocor
ticóides têm papel
destacado. Todos eles apresentam um grande número de
reações adv ersas, quando indevidamente empr egados,
exigindo, por tanto, muito estudo e atualização . S eu
emprego clínico é r
elativamente complicado em
pacientes portadores de quadros hipertensivos, diabetes,
com complicações car dio-vasculares, na insufi ciência
renal ou hepática, na gravidez, em crianças, idosos e
tantos outr os pacientes que fr eqüentemente visitam o
cirurgião-dentista.
Diante desta imensidão de possív eis pacientes, par ece
que somos mais médicos do que muitos dos que existem
por aí...
Todos estes fármacos mencionados nos parágrafos
anteriores são de uso r
otineiro na prática da
Implantodontia. E ntretanto, deixamos para o fi nal
aqueles empr egados em todos os dias, por todos os
cirurgiões-dentistas do mundo, em todas as consultas:
os anestésicos locais e as dr
ogas v asoconstrictoras
associadas. Como ex ercer a O dontologia sem eles?
Seriam estes medicamentos menos perigosos que os
anteriores? O bloqueio generalizado dos canais de sódio
não causaria pr oblemas sistêmicos? E toda a polêmica
que existe em torno dos vasoconstrictores?
Contra fatos não existem argumentos. A F armacologia
e a Terapêutica faz em par te do dia a dia do “ médico
da boca” e cabe a nós, cir urgiões-dentistas de todas as
especialidades, lutar para que este dir eito de ex ercer
dignamente nossa pr ofissão não seja indevidamente
retirado. Compete também a cada um de nós, o
estudo continuado; mas, acima de tudo, é pr
eciso
refletir sobre nosso curriculum de graduação, dando a
devida importância que a Farmacologia e a Terapêutica
merecem na formação dos futuros profissionais.
Endereço para correspondência:
Prof. Dr. Flávio Augusto Cardoso de Faria
e-mail: fl[email protected]
INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 11
11
11.08.08 20:28:40
Mini-implantes ortodônticos: protocolo para
higienização e manutenção da saúde peri-implantar
Orthodontic mini-implants: protocol for cleaning
and maintenance health peri-implant
Matheus Melo Pithon1
Resumo
O objetivo do presente artigo foi elaborar um protocolo para higienização de mini-implantes ortodônticos, possibilitando
com isso, a manutenção da saúde na região peri-implantar e por conseguinte, estabilidade secundária desses dispositivos.
Unitermos: mini-implantes; ancoragem; ortodontia.
Abstract
The purpose of this article was preparing a protocol for cleaning of orthodontic mini-implants, enabling with this, health
maintenance peri-implant in the region and therefore stability of these secondary devices.
Keywords: mini-screws; anchorage; orthodontics.
1. Especialista em Ortodontia pela Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL); Mestre em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
12
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 12
11.08.08 20:28:43
INTRODUÇÃO
O sucesso da utilização de mini-implantes or
todônticos
está diretamente relacionado com o controle do biofi lme na
região peri-implantar. Já está bem estabelecido na literatura
que o fator de sucesso durante a técnica de inser
ção é a
estabilidade primária conseguida na ocasião da inser ção1.
Após esse período inicial de estabilidade o mini-implante
deverá mantê-la para que possa servir com um agente estável
de ancoragem. Para isso é necessário que possua estabilidade
secundária ou tardia2.
Um dos fator es que pr opiciam a obtenção de estabilidade
secundária é uma corr eta higiene da r egião peri-implantar ,
evitando-se dessa forma ocorr ência de gengivite ou mucosite
peri-implantar3 (F igura 1). A infl amação persistente dos
tecidos cir cundantes aos mini-implantes conduz à per da de
estabilidade e, conseqüentemente, mobilidade dos dispositivos
otocolo de
de ancoragem 2,4. D iante deste fato, um pr
higienização deverá ser seguido, reduzindo ou mesmo evitando
os casos de insucesso na manutenção dos mini-implantes5,6.
O objetivo do presente artigo é discorrer sobre a importância
de uma correta higiene na região peri-implantar e a elaboração
de um pr otocolo de higienização que dev erá ser conhecido
pelo cirurgião-dentista que o irá transmitir a seus pacientes.
PROTOCOLO PARA HIGIENE PERI-IMPLANTAR
Na literatura é r elatado uma div ersidade de pr otocolos para
controle da saúde peri-implantar , entr etanto existe um
consenso entre esses, que é a utilização de géis ou soluções de
gluconato de clorexidina a 0,12%2,4,7, como agente de limpeza
dessa r egião. A clor exidina desponta como solução antiséptica de eleição para prevenir a mucosite-perimplantar7,8.
Baseado nos achados da literatura, o protocolo a ser utilizado
quando da aplicação de mini-implantes ortodônticos é:
Primeira semana pós-instalação dos mini-implantes; cuidado
adicional dev erá ser tomado com a higienização . C uidado
esse que consiste em r ealizar bochechos diários de solução
de gluconato de clor exidina a 0,12% (P eriogard, ColgatePalmolive B rasil) (Figura 2). Esse pr ocedimento dev erá ser
realizado apenas na primeira semana evitando-se dessa forma
efeitos colaterais indesejáveis decorrentes da utilização dessa
solução por tempo pr olongado (diminuição do paladar e
escurecimento dos dentes)9.
A par tir da segunda semana o bochecho com solução de
gluconato de clorexidina a 0,12% dev erá ser suspenso dando
lugar a bochechos com colutório anti-séptico à base de triclosan
0,03% (Plax, Colgate-Palmolive Brasil) durante 30 segundos,
3 vezes ao dia, durante todo o período do tratamento.
Juntamente com os bochechos dev
erá ser r ealizada a
higienização da cabeça do mini-implante com esco va dental
macia embebida na solução de gluconato de clor exidina a
Figura 01. Gengivite peri-implantar em paciente
com higienização deficiente.
Figura 02. Limpeza da região peri-implantar com
escova dental infantil macia embebida em solução
de gluconato de clorexidina a 0,12%.
Figura 03. Solução de gluconato de clorexidina
sendo dispensada sobre as cerdas da escova
dental com auxílio de conta-gotas.
INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 13
13
11.08.08 20:28:46
0,12% (Periogard, Colgate-P almolive B rasil). Essa limpeza
deverá ser r ealizada durante todo período que o miniimplante esteja na cavidade bucal.
Uma sugestão válida é a entrega por parte do profissional da
solução de clor exidina para higienização do mini-implante.
O cirurgião-dentista deverá comprar uma quantidade maior
de clor exidina e essa dev erá ser fracionada em r ecipientes
menores contendo conta-gotas. O r
ecipiente dev e ser
etiquetado com o nome do paciente e as orientações quanto
ao uso da solução, evitando-se com isso esquecimento por
parte do paciente em comprar a solução e das orientações.
O conta-gotas servirá para dosar a quantidade da solução de
gluconato de clor exidina a ser depositado na esco va dental
para higiene do mini-implante (Figura 3).
Orientações ao paciente
Instruções de quando e como higienizar dev erá ser realizada
em consulta prévia ao ato cir úrgico, visto que, apesar de ser
um procedimento simples, a palavra cirurgia leva desconforto
ao paciente, fazendo com que o mesmo não preste atenção às
orientações no dia da instalação.
O paciente dev erá ser orientado a esco var a cabeça do miniimplante com uma pequena escova infantil, com cerdas macias
embebida em gel ou solução de gluconato de clor exidina a
0,12% 2x ao dia por cerca de 20 segundos. A escolha de escova
infantil deve-se ao fato que, por ser de tamanho r eduzido, se
adeque as div ersas regiões que por v entura o mini-implante
esteja inserido (Figura 5). Já a escolha de cerdas macias se deve à
necessidade de se manter a integridade da área recém operada.
Esse procedimento deverá ser feito por todo o período em que
o mini-implante estiver inserido na cavidade bucal.
Obs.: U m r ecurso impor tante e v álido para orientação da
higienização pr é-cirurgica é a utilização de um manequim
Ortodôntico, o qual necessitaria da inser ção de um miniimplante da mesma forma que será inserido na boca, dessa
forma o paciente poderá visualizar tridimensionalmente
o que será r ealizado em sua pr ópria boca além de tr einar
higienização no manequim.
As consultas para um contr
ole clínico da saúde periimplantar deverão ser feitas semanalmente no primeiro mês, e
mensalmente a partir do segundo mês, podendo ser eralizadas
na consulta de manutenção do apar
elho or todôntico,
otimizando o tempo do ortodontista e do paciente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Seguindo as orientações quanto à higienização, os miniimplantes terão estabilidade sufi ciente para aplicação de carga
ortodôntica necessária para o bom andamento do tratamento.
14
Endereço para correspondência:
Matheus Melo Pithon
Rua México 78, Recreio - Vitória da Conquista - Bahia
Tel: (0xx77) 3084-2020/ 8805-2750
CEP: 45020-390
e-mail: [email protected]
Referências Bibliográficas
1.
Huja SS, Litsky AS, Beck FM, Johnson KA, Larsen PE. Pull-out
strength of monocortical screws placed in the maxillae and
mandibles of dogs. Am J Orthod Dentofacial Orthop
2005;127:307-313.
2.
Araújo TM, Nascimento MHA, Bezerra F, Sobral MC. Skeletal
anchorage in Orthodontics with mini-implants. R Dental Press
Ortodon Ortop Facial 2006;11:126-156.
3.
Carano A, Velo S, Leone P, Siciliani G. Clinical applications of
the iniscrew Anchorage System. J Clin Orthod 2005;39:9-24;
quiz
29-30.
4.
Nascimento MHA, Araújo TM, Bezerra F. Orthodontic microscrew: installation and peri-implant hygienic orientation. R
Clin Ortodon Dental Press 2006;5:24-31.
5.
Mah J, Bergstrand F. Temporary anchorage devices: a status
report. J Clin Orthod 2005;39:132-136; discussion 136;
quiz
153.
6.
Miyawaki S, Koyama I, Inoue M, Mishima K, Sugahara T,
Takano-Yamamoto T. Factors associated with the stability
of titanium screws placed in the posterior region for orthodontic
anchorage. Am J Orthod Dentofacial Orthop 2003;124:373-378.
7.
Groenendijk E, Dominicus JJ, Moorer WR, Aartman IH,
van WaasMA. Microbiological and clinical effects of
chlorhexidine enclosed in fixtures of 3I-Titamed implants. Clin
Oral Implants Res 2004;15:174-179.
8.
Coura GS, Andrade DS. Mini-implants fo orthodontic
anchorage. R Clin Ortodon Dental Press 2007;6:98-104.
9.
Carvalho LEP, Granjeiro JM, Bastos JRM, Henriques JFC,
Tarzia O. Clorexidina em Odontologia R.G.O 1991;39:423-427.
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 14
11.08.08 20:28:49
Carregamento precoce de implantes: abordagem em
protocolos mandibulares
Early loading of implants: approaching in protocols jaws
Alexandre Hassem Neto1; Chrystiane Araujo Moura de Tavares2; Maurício Augusto Mathias3
Resumo
O objetivo deste artigo é relatar a abordagem e os resultados obtidos por reabilitações protéticas de pacientes edêntulos,
com substituições imediatas dentárias, através de próteses tipo protocolo com carregamento precoce, cinco a sete dias após
inserção dos implantes em mandíbula anterior. Utilizamos um período pouco maior do que o do carregamento imediato,
rotineiramente utilizado, e apresentamos acompanhamentos clínicos e radiográficos com resultados similares à abordagem
de até 48 horas. Porém, contamos com maior tranqüilidade na execução dos passos pela equipe profissional e maior
conforto para o paciente que recebe a prótese alguns dias após as instalações das fixações com menor edema pós-cirúrgico
e maior qualidade protética.
Unitermos: carga precoce; carga imediata; implantes dentários; osseointegração.
Abstract
The aim of the present article is to relate the boarding and the reached results of a prosthetic rehabilitation of edentulous
patients, with dental immediate substitutions, throught a prosthetic protocol with early loading of five to seven days after
implants instalation at the anterior part of mandible. We used a little bigger period of time than that used by the immediate
loading, frequently used, and presented clinical and radiografics accompaniments with similar results to the 48 hs boarding.
However, our professional team works easily, with more confort for the patient who receives a prosthetic work of bigger
quality a few days after implants, in an after-surgical minor edema area.
Keywords: early loading; immediate loading; dental implants; osseointegration.
1. Especialista em Prótese Dental - USP-BAURU; Especialista em Implantodontia Oral - ABO-SP; Professor do Curso de Especialização em Implantodontia - ABO-SP
2. Formada pela Universidade Guarulhos-SP; Pós-Graduação em Endodontia - CETAO-SP
3. Especialista em Implantodontia pela Associação Brasileira de Odontologia - ABO-SP; Professor dos Cursos de Especialização em Implantodontia da ABO-SP e Osasco
INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 15
15
11.08.08 20:28:51
INTRODUÇÃO
Os implantes dentários têm sido amplamente utilizados na
reabilitação de pacientes edêntulos mandibulares, devolvendo
a função e aumentando o confor to se comparados ao uso
de próteses totais 5. A anatomia, densidade e disponibilidade
óssea encontrada na mandíbula anterior fav
orecem a
obtenção da estabilidade implantar , fator essencial para
atingir a osseointegração 11. U m período de tempo de tr ês
a seis meses entr e a fi xação dos implantes e instalação de
prótese foi amplamente defendido para que não existisse
carregamento sobr e os implantes, a fi m de fav orecer a
osseointegração e r eduzir o risco de falência de implantes e
próteses, denominados como protocolo convencional de dois
estágios cirúrgicos ou carga tardia1, 2.
Após inúmer os r elatos em literatura, pr
ocedimentos de
antecipação de carga funcional foram sedimentados, onde
resultados comparados ao protocolo tradicional foram alcançados
com a mesma previsibilidade e viabilidade de sucesso9.
Resultados de estudos compr ovaram que o contr ole de
micromovimentações incididas sobr e os implantes após sua
inserção em leito ósseo 6, a obtenção de estabilidade primária
implantar no momento da colocação e a imobilização rígida dos
elementos dispostos em arco seriam responsáveis pela estimulação
e r emodelação óssea ao r edor dos implantes, aumentando o
contato osso-implante e a possibilidade de osseointegração, que
é um fenômeno dinâmico e contínuo4, 7, 17.
Desta forma a antecipação de carga funcional, além de
reduzir o tempo de espera para instalação de pr
óteses,
tornou-se benéfica ao processo de osseointegração 19. A carga
imediata caracteriza-se pela instalação de pr ótese dentro de
um período de até 48 horas após a instalação dos implantes10.
Após o tempo cir úrgico de instalação dos implantes, os
intermediários foram fi xados sobre os mesmos e submetidos
à moldagem de transfer ência em guia funcional, para que
a fase laboratorial fosse ex ecutada e a pr ótese instalada
dentro do período pr evisto. Em alguns casos, o desconfor to
devido ao edema e o cansaço do paciente eram visualmente
constatados.
A carga pr ecoce é caracterizada como a instalação da pr ótese
em período maior que 48 horas e menor que tr ês e seis meses,
diferente de carga imediata ou tar
dia3, 8 . P ossui o mesmo
benefício da carga imediata, desde que trabalhe com períodos
próximos, com a tranqüilidade de ex ecução de pr ocedimentos
de moldagem, transfer ência e r egistros funcionais por par te
do pr ofissional; tempo satisfatório para ex ecução laboratorial
de fundição e pr ensagem e confor to do paciente que r ecebe a
prótese dentr o de uma semana pós-cir úrgica, sem a pr esença
de sangramento ou edema, podendo submeter-se às pr ovas do
trabalho, reduzindo a ocorr ência de impr ecisões de oclusão ou
ajustes desnecessários da prótese.
16
Figura 01. Caso clínico inicial. Dentes naturais com
grandes comprometimentos periodontais.
Figura 02. Exodontia dos elementos dentais
remanescentes.
Figura 03. Aplanamento ósseo. Regularização óssea
após exodontias possibilitando um aplanamento.
Figura 04. Verificação
perfurações.
do
paralelismo
das
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 16
11.08.08 20:28:54
METODOLOGIA
Foram selecionados 27 pacientes edêntulos totais e par ciais
mandibulares, onde inicialmente o enceramento diagnóstico
e visualização pr évia pr otética foram ex ecutados em
planejamento reverso. Um total de 102 implantes foi utilizado
nas reabilitações e tiveram como antagonistas superiores dentes
naturais, pr óteses fi xas e totais com um acompanhamento
clínico e radiográfico variando entre 20 dias e 28 meses. Em
dois casos foi proposta a reversão de sobredentaduras existentes
para pr otocolo implanto-supor tado inferior , adicionandose alguns implantes em carr egamento precoce somados aos
implantes pré-existentes. Exemplificando então um caso do
início ao fim, procedem-se com a extração prévia dos dentes
remanescentes inferior es env olvidos periodontalmente,
seguindo-se o processo semelhante às técnicas convencionais
de carga imediata (F iguras 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11,
12), variando-se apenas o tempo de espera como v erificado
nas figuras 13 e 14.
A técnica descrita é muito similar à abor
dagem cir úrgica
de carga imediata, com ampla incisão em crista de r ebordo
gengival, com r ebatimento do tecido mucoperiostal e acesso
das emergências mentuais, que limitarão os implantes distais
com diâmetro de 4,5 mm e comprimento não inferior a 10
mm. Após as fixações iniciais anteriores aos forames mentuais,
serão distribuídos três implantes, totalizando cinco implantes
em mandíbula anterior. A estabilidade primária e o tor que de
inserção (até 80 Ncm) são checados neste momento atrav és
de leitura de tor químetros. O s intermediários pr otéticos são
parafusados, submetidos ao torque de 20 Ncm e colocados em
capas de proteção para realização de procedimentos de sutura.
Neste momento o paciente é dispensado, dev endo descansar
por 24 horas, onde após este período, os pr ocedimentos de
moldagem de transfer ência serão r ealizados com menor
ocorrência de sangramento e r edução do estr esse cir úrgico.
A guia funcional é unida aos transfer entes pr otéticos dos
intermediários e r egistrada a ar ticulação com r esina acrílica
de precisão. Em fase laboratorial, a barra de união rígida dos
intermediários protéticos é elaborada, sendo submetida à secção
e soldagem a laser para promover a passividade ao “índex” de
transferência funcional. U ma v ez elaborada, pr ocedimentos
de enceramento e inclusão dos dentes são realizados, similares
ao protocolo imediato, porém, com maior tempo laboratorial,
tornando mais preciso e passível de provas realizadas entre o
3° e 5° dia, deixando para o 7° dia, a r emoção de suturas e
instalação do trabalho em função precoce.
REVISÃO DE LITERATURA
No início da implantodontia, o tempo de espera entr
ea
instalação dos implantes e confecção de pr ótese em função
Figura 05. Inserção dos implantes - 70N.
Figura 06. Implantes colocados.
Figura 07. Colocação dos mini-abutments - 20N.
Figura 08. Sutura.
INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 17
17
11.08.08 20:28:59
constituía um fator primor dial para obtenção do sucesso da
reabilitação atrav és de implantes. A os poucos, foi possív el a
execução de r eabilitações implanto-supor tadas com r edução
desde o tempo de espera, comesultados
r
similares aos protocolos
de dois estágios cirúrgicos, tornando mais rápidas a reabilitação
e a satisfação do paciente. Conceitos de antecipação de carga
funcional, tais como a carga imediata e a carga pr ecoce foram
estudados e amplamente discutidos, tornando-se hoje em dia
procedimentos aceitos e de obtenção de sucesso, desde que,
respeitados fator es como estabilidade primária, distribuição
dos implantes em ar co e estabilização rígida de pr ótese em
função. A carga precoce surgiu diferenciando-se do protocolo
tradicional e da carga imediata, caracterizada pela instalação
de pr ótese em período maior que 48 horas e menor que o
convencional de três a quatro meses, no caso da mandíbula4, 7, 10,
12, 16
. A mandíbula anterior é caracterizada pela predominância
de osso de boa densidade e dimensões ósseas na maioria dos
casos, o que fav orece, e muito, a obtenção da estabilidade
primária11, somado ao desenho dos implantes utilizados neste
caso, que favorecem o aumento de tor que de inserção através
da osseocompressão em leito ósseo 13. Com a união rígida dos
intermediários protéticos em função, foi compr ovada através
de estudos histológicos a melhoria da qualidade e densidade
óssea ao r edor dos implantes submetidos à antecipação de
carga funcional14, 15.
RESULTADOS
Acompanhamentos clínicos e radiográfi cos foram r ealizados
em todos os 27 pacientes, verificando a eficiência e o sucesso da
reabilitação21 com antecipação precoce dos implantes, nenhum
implante perdido em todos os casos. O padrão de r eabsorção
óssea marginal demonstr ou-se similar aos obser vados em
procedimentos de carga imediata 15, 16 , da mesma forma, os
contornos peri-implantares sob a prótese 17, 20. A reversibilidade
de o verdentures para pr ótese tipo pr otocolo inferior foi
executada em dois pacientes com sucesso, e as r
eabsorções
marginais ao redor dos implantes submetidos ao carregamento
precoce encontram-se similar es aos implantes pr eviamente
instalados e em carregamento convencional.
Como resultado exemplificamos os controles iniciais e fi nais
clínicos e radiográfi cos das fi guras 15 conclusão do caso e
16, 17 e 18 acompanhamento radiográfico panorâmico.
CONCLUSÃO
A antecipação de carga funcional é uma r
ealidade na
implantodontia, não v erificando difer enças nos r esultados
observados em carr egamento precoce ou imediato desde que
respeitados os fatores de estabilidade implantar, distribuição de
implantes em leito de boa competência e estabilização rígida dos
implantes. Não se discute, neste caso, os benefícios biológicos
18
Figura 09. Prova do guia multifuncional e relação
maxilo mandibular - 24h após a cirurgia.
Figura 10. União do guia multifuncional aos
implantes com resina Pattern.
Figura 11. Moldagem com silicona de adição (Elite
HD+).
Figura 12. Vista superior da moldagem.
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 18
11.08.08 20:29:05
do momento imediato para momento precoce na antecipação
de função dos implantes, e sim o conforto e a tranqüilidade na
execução protética, que foram características contrastantes ao
procedimento da carga imediata, minimizando a possibilidade
de pr oblemas com ar ticulação dos dentes ou adaptação de
barra junto aos intermediários. D e igual forma, os pacientes
demonstraram melhor receptividade ao procedimento, mesmo
a reabilitação sendo entregue em prazo pouco maior comparado
ao pr ocedimento imediato . Ampliamos a possibilidade da
execução do carr egamento pr otético com similar índice de
sucesso comparados ao carregamento imediato.
Figura 16. Radiografia panorâmica inicial.
Figura 13. Prova da barra e montagem dos dentes
4 dias após a cirurgia.
Figura 14. Remoção da sutura e instalação das
próteses 7 dias após a cirurgia (Torque de 10N nos
parafusos de fixação).
Figura 17. Radiografia panorâmica após colocação
da prótese.
Figura 18. Radiografia panorâmica após 1 ano da
colocação da prótese. Controle após 1 ano.
Endereço para correspondência:
Figura 15. Caso clínico final.
Alexandre Hassem Neto
Rua Salete, 201, cj 14 - Santana - São Paulo - SP
CEP: 02016-001
Telefone: (0xx11) 2978-4542 / 8473-7523
e-mail: [email protected]
INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 19
19
11.08.08 20:29:09
Referências Bibliográficas
1.
Beltrão GC, Weismann R, Santana Filho M. Osteotomia Maxila e Mandíbula fins protéticos-ortodônticos. Rev Odonto
Ciênc 1992; 7(14):167-75.
1.
Adell R; Lekholm U; Rocket B. A 15-year study of
osseointegration in treatment of edetolous jaws. J Oral Surg
1981 (10): 387-416.
2. Albrektsson T; Zarb G; Worthington P; Eriksson AR. The
long-term
efficacy of currently used dental implants: a rewiew
and proposed criteria of success. Int J Oral Maxillofac Implants
1986 (1): 11-25.
3.
Aparicio C; Rangert B; Sennerby L. Immediate/ Early
Loading of Dental Implants: a report from the Sociedad
Espanola de Implantes World Congress Concensus meeting
in Barcelona, Spain, 2002. Clin Implan Dent Rel Res 2003,
5(1):
57-60.
12. M isch CE; Degidi M. Five-year prospective study of immediate/
early loading of fixed prostheses in completely endentolous jaws
with a bone quality-based implant system. Clin Implant Dent
Relat Res 2003, 5 (1): 17-28.
13. Nkenke E; Hahn M; Wennzierl K; Radespiel-Tröeged M;
Newkam FW; Engelke K. Implant stability and
histomorphometry: a correlation study in human cadavers
using stepped cylinders implants. Clin Oral Impl Res 2003,
(14):
601-9.
14. P iatelli A; Corigliano M; Scarano A; Costigliola G; Paolantonio
M. Bone reactions to early occlusal loading titanium plasmasprayed implants; a histologic analysis in monkeys. J
Periodontol. 1998, 69 (3):321-7.
15. Petersson A; Rangert B; Randow K; Ericsson I. Marginal bone
resorption at different treatment concepts using Branemark
dental implants in anterior mandibles. Clin Implant Dent
Relat Res., 2001; 3: 142-147.
4.
Becker W; Becker BE; Huffstetlert S. Early functional loading
at 5 days for Branemark Implants placed into edentulous
mandibles: a prospective, open-ended, longitudinal study. J
Periodontol, 2003, 74(5): 695-702.
16. Raghoebar GM, Friberg B, Grunert I, Hobkirk JA; Tepper G;
Wendelhag I. 3-year prospective multicenter study on onestage implant surgery and early loading in the edentulous
mandible. Clin Implant Dent Relat Res., 2003; 5(1):39-46.
5.
Branemark P-I; Zarb G; Albrektsson T. Tissue-integrated
Prostheses: Osseointegration in Clinical Dentistry. Chicago,
Quintessence Publ. Co.; 1985.
17. Randow K; Ericsson I; Nilner K; Peterson A; Glantz PO.
Immediate functional loading of Branemark dental implants:
an 18-month clinical follow-up study. Clin Oral Implants
Res. 1999; 10: 8-15.
6.
Brunski JB. Biomechanical factors affecting the bone-dental
implant interface: rewew paper. Clin Mater 1992, 10 (3):
153220.
7.
Ericsson I; Randow K; Nilner K; Peterson A. Early functional
loading of Branemark dental implants: 5-years clinical followup study. Clin Implant Dent Relat Res 2000; 2: 70-7.
8.
Fisher K; Stenberg T. Early loading of ITI implants supporting
a maxillary full-arch prosthesis: 1-year data of a prospective,
randomized study. Int J Oral Maxillofac Implants 2004, 19
(3):
374-81.
9.
Gapski R; Wang H-L; Mascarenhas P; Lang NP. Critical rewiew
of immediate implant loading. Clin Oral Implant Res
2003,(14):
515-27.
10. Glauser R; Sennerby L; Meredith N; Rée A; Lundgren A-K;
Gottlow J; Hämmerle CHF. Resonance frequency analysis
of implants subjected to immediate or early functional occlusal
loading- successful vs.falling implants. Clin Oral Impl Res
2004, 15(4): 428-34.
18. Schnitman PA; Wöhrle PS; Rubenstein JE; Da Silva JD; Wang
NH. Ten years results of Branemark implants immediately
loaded with fixed prostheses at implant placement. Int J Oral
Maxillofac Implants 1997, 12 (4): 495-503.
19. Skalak R. “Um breve relato sobre a filosofia do procedimento
de etapa única versus o de duas etapas para prótese dentaria
suportada por implante osseointegrado”. In: Branemark P-I.
Branemark Novum: protocolo para reabilitação bucal
com carga imediata (same -day teeth). Uma perspectiva global.
Quintessence Ed. Ltda.; 1ª. Ed.: 16-20; 2001.
20. Tarnow DP; Emtiaz S; Classi A. Immediate loading of
threaded at stage 1 surgery in edentulous arches: ten consecutive
case reports with 1- 5 – years data. Int J Oral Maxillofac
Implants 1997, 12 (3): 319-24.
21. Smith DE; Zarb GA. Criteria for success of osseointegrated
edentulous implants. J Prosthet Dent 1989; 62: 567-572.
11. Misch CE. Density of Bone: effect on treatment plants,
surgical approach, healing and progressive bone loading. Int J
Oral Maxillofac Implants 1990, (6): 26-31.
20
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 20
11.08.08 20:29:16
Impactação do segmento posterior da maxila
através de osteotomia para reabilitação
protética - relato de caso
Segmentary impactation in jawbone posterior through osteotomy
for prosthetic rehabilitation
Marcos Blatt1; Gustavo Henrique Motta2; Gustavo Tralli Nogueira3; Bruno Gadelha Maia4; Tiago Galvão Neiva5;
Marcos César Pitta6
Resumo
A perda prematura dos dentes naturais provoca importantes alterações, podendo ocasionar desde a migração de dentes até
a extrusão do processo alveolar, especialmente em pacientes que não utilizam nenhum tipo de prótese no arco antagonista.
Quando ocorre uma extrusão severa do processo alveolar, a extração dos dentes torna-se inevitável. Para solucionar o
problema, existe a alternativa de realizar a técnica de impactação da região posterior da maxila por meio de osteotomia,
para possibilitar uma futura reabilitação estética e funcional, sem a perda ou desgaste de estruturas rígidas.
Unitermos: osteotomia segmentar; cirurgia ortognática; cirurgia pré-protética.
Abstract
The premature loss of the natural teeth makes a important alterations, could cause from the migration of teeth to the
extrusion of the alveolar process, especially in patient that they don’t use any prosthesis type. When it happens a severe
extrusion of the alveolar process, the extraction of the teeth becomes inevitable. To solve the problem, the alternative exists
of accomplishing the technique of impaction the maxillary, through the bilateral segmentary maxillary osteotomy, to turn
possible a future aesthetic and functional rehabilitation, without the loss or wear and tear of structures.
Keywords: segmentary osteotomy; orthogmatic surgery; preprosthetic surgery.
1. Mestrando em Implantodontia UNISA/SP; Especialista em Prótese Dentária Funbeo/FOBUSP
2. Especialista em Cirurgia e Traumatologia BucoMaxiloFacial - ABENO
3. Especialista em Cirurgia e Traumatologia BucoMaxiloFacial - ABENO
4. Especialista em Prótese Dentária pela Fundação Bauruense de Estudos Odontológicos da Faculdade de Odontologia de Bauru; Mestrando em Implantodontia
da Universidade de Santo Amaro
5. Especialista em Periodontia pela Faculdade de Odontologia de Piracicaba; Mestrando em Implantodontia da Universidade de Santo Amaro
6. Especialista em Cirurgia Ortognática - Baylor University/EUA
INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 21
21
11.08.08 20:29:19
dos segmentos osteotomizados durante a cirurgia.
INTRODUÇÃO
A cir urgia foi r ealizada sob anestesia geral. A abor dagem
Nas situações em que o paciente apr esenta ausência dos
elementos dentários durante um longo período de tempo e nãocirúrgica intra-oral iniciou-se com incisão horiz ontal linear
realiza a reabilitação das unidades perdidas, freqüentemente na região de transição de gengiva inserida e mucosa, a par tir
da distal do elemento 27 até a distal do elemento 23. A pós
ocorre extr usão dentária ou extr usão de todo o segmento
o descolamento do r etalho mucoperiostal, foram r ealizadas
ósseo do ar co antagonista. A extr usão do segmento ósseo
posterior resulta em uma diminuição do espaço interoclusal duas osteotomias v erticais a par tir da crista do r ebordo, até
que impossibilita, na maioria das v
ezes, a r eabilitação 6 mm acima dos ápices dos dentes, uma na r egião distal do
protética adequada atrav és de pr óteses fi xas, removíveis ou elemento dentário 25 e a outra na distal do elemento 27.
sobre implantes (SHOEMAN & SUBRAMANIAN, 1996; Em seguida, estas duas osteotomias foram unidas atrav és
de uma osteotomia horiz ontal 6 mm acima dos ápices dos
RENOUARD & RANGERT, 2001).
A osteotomia segmentar posterior da maxila foi r
elatada dentes. Uma nova osteotomia paralela a esta foi r ealizada 4
mm abaixo, com a finalidade de impactar o segmento (Figura
pela primeira v ez por ST OKER & EPKER (1974) e tem
sido utilizada como recurso na correção de extrusões severas 3). Dessa forma, obteve-se acesso ao seio maxilar e, com um
cinzel curvo, foi segmentado o palato, preservando a mucosa
do processo alveolar, na pr esença ou ausência de elementos
dentários, quando está contra-indicada à corr eção atrav és palatina. Com o mesmo cinzel, foi realizada a disjunção entre
o túber da maxila e o pr ocesso pterigóide do osso esfenóide.
mini-implantes (MEDEIROS, 2001).
O propósito deste ar tigo é demonstrar , através do r elato de O mesmo procedimento foi realizado no outro lado.
Em seguida, foi colocada a PPR com bráquetes e espor ões
um caso clínico, a r ealização da impactação do segmento
posterior da maxila através de osteotomia, com a finalidade de cirúrgicos para a realização de BMM, sendo realizada a fixação
reestabelecer o espaço para uma futura reabilitação protética. interna rígida, com duas miniplacas de titânio (W. LORENZ,
INTERMEDIC) (F iguras 4a e 4b). O bloqueio maxilomandibular foi removido e a sutura contínua foi realizada.
RELATO DO CASO CLÍNICO
Paciente M.L.O.L, 31 anos, sex o feminino, apr esentava A paciente permaneceu no hospital por 24 horas e, durante
dificuldade mastigatória pela ausência de elementos dentários. este período, foi r ealizada a terapia medicamentosa. A
Após anamnese, constatou-se ausência de alteração sistêmica, paciente foi orientada a r etornar 3 dias após a cir urgia, com
acompanhamento quinzenal e mensal para controle (Figuras
e ao exame extra-oral foram v erificados mo vimentos de
5a, 5b e 6).
abertura e excursivos normais, sem nenhum sinal e sintoma
Atualmente a paciente encontra-se r eabilitada com uma
de disfunção tempor omandibular. A o exame clínico intraprótese par cial r emovível inferior , satisfaz endo todos os
oral, constataram-se a ausência dos elementos dentários
posteriores, extr usão bilateral do complex o dento-alv eolar, requisitos funcionais e estéticos.
ocasionando diminuição do espaço pr
otético posterior
bilateral inferior , inviabilizando a r eabilitação pr otética DISCUSSÃO
A experiência clínica que a literatura apr esenta em r elação
(Figura 1a e 1b).
Foi solicitado ao or todontista a instalação de apar elho à impactação do segmento posterior da maxila, para o
tratamento de extrusões severas do processo alveolar maxilar
ortodôntico fi xo com espor ões cir úrgicos. A pós a análise
das radiografi as (panorâmica, teleradiografi a de perfi l e posterior através de osteotomia apresenta resultados favoráveis
frontal) e com os modelos montados em r elação cêntrica no com bom prognóstico (MARTINS, 1980; STULLER et al.,
1983; MEDEIROS, 2001).
articulador tipo SAM (com côndilos fi xos), foi planejado o
tratamento cirúrgico de impactação dos r ebordos alveolares BELTRÄO et al. (1992), estudando 14 casos em que foi
utilizada fi xação interna rígida, obser varam que em apenas
posteriores bilaterais de maxila com r estabelecimento do
um caso ocorr eu r ecidiva total (7,1%). S endo assim, os
espaço adequado para a reabilitação protética (Figura 2).
A cirurgia de modelo consistiu na impactação dos r ebordos autores consideraram os resultados satisfatórios, concluindo
alveolares posteriores de maxila, de modo que uma pr ótese que a impactação do segmento posterior da maxila, através
de osteotomia, pode auxiliar outras especialidades em
parcial removível (PPR) inferior pudesse ser confeccionada
com a dimensão vertical restabelecida. Aos dentes posteriores futuras reabilitações.
Concordamos com MANFR O et al. (2007), em que o
da PPR foram colados bráquetes or
todônticos para a
procedimento de osteotomia segmentar dev e apr esentar
realização do B loqueio Maxilo Mandibular (BMM), sendo
utilizada como guia cirúrgico para o correto posicionamento indicação precisa, como no caso descrito, onde a necessidade
22
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 22
11.08.08 20:29:22
de intr usão dos molar es superior es e do pr ocesso alv eolar
não pode ser alcançada por outros métodos menos invasivos.
Por outr o lado, em extr usões de menor magnitude a
utilização de ancoragem absoluta atrav és de mini-implantes
é o pr ocedimento mais indicado, por apr esentar menor
morbidade e bons resultados (LABOISSIÉRE, 2005).
CONCLUSÕES
A osteotomia segmentar posterior da maxila é uma terapia
cirúrgica segura e efi caz que pr eserva as estr uturas dentárias
sadias. O uso desta técnica para estabelecer
r
o espaço protético
em casos de extrusão do processo alveolar e dentário na região
posterior da maxila possui um bom prognóstico.
Figura 02. Desenho esquemático ilustrando
a recuperação do espaço protético através
do reposicionamento do segmento posterior
extruído.
Figura 03. Aspecto das osteotomias realizadas
durante a cirurgia.
Figura 01a e 01b. Observar extrusão severa do
complexo dento-alveolar bilateralmente na
região do molares superiores com ausência de
elementos dentários no arco antagonista.
Figura 04a e 04b. Fixação com mini-placas dos
segmentos ósseos após osteotomia lado direito
e esquerdo e posteriormente bloqueio maxilo
mandibular.
INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 23
23
11.08.08 20:29:24
Referências Bibliográficas
1.
Beltrão GC, Weismann R, Santana Filho M. Osteotomia Maxila e Mandíbula fins protéticos-ortodônticos. Rev Odonto
Ciênc 1992; 7(14):167-75.
2.
Laboissiére Jr M, Villela H, Bezerra F, Laboissiére M, Diaz
L. Ancoragem absoluta utilizando microparafusos ortodônticos:
Protocolo para aplicação clínica (trilogia – Pt2). Implant News
2005;
2:37-46.
3.
Martins CH. Postoperative results of posterior maxillary
osteotomy after long-term immobilization. J Oral Surgery 1980;
38:103.
Figura 05a e 05b. Radiografias panorâmicas pré
e pós-operatória. Observar o restabelecimento
do espaço protético inferior, com a intrusão do
complexo dento-alveolar superior.
4.
Manfro R, Cecconelo R, Frey MAT, Inter-relação Cirurgia
Ortognática, Ortodontia e Implantodontia – Apresentação de
um caso clínico. Implant News, 2007; 4(1):39-42.
5.
Medeiros PJ. Técnicas cirúrgicas de maxila. In Medeiros PJ,
Medeiros PP. Cirurgia Ortognática para ortodontista. São Paulo:
Santos, 2001. p.93-96.
6.
Renouard F, Rangert B. Fatores de risco dos implantes. São
Paulo: Quintessense, 2001. 176 p.
7.
Shoeman R, Subramanian L. The use of Orthognatic Surgery
to facilite Implant Placement: A Case Report. Int J Oral
Maxillofac Implants 1996; 11:682-4.
8.
Stoker NG, Epker BN. The posterior maxillary osteotomy:
A retrospestive study of treatment results. Int J Oral Surg 1974;
33:153-7.
9.
Stuller CB, Schaberg SJ. Use of the segmented Le Fort I
osteotomy to correct severe extrusion of maxillary posterior teeth
or tuberosities. The Journal Of Prosthetic Dentistry
1983;50:157.
1983.
Figura 06. Aspecto intra-oral: notar o nivelamento
do plano oclusal supeior com restabelecimento
do espaço protético inferior, propiciando altura
adequada para futura reabilitação protética.
24
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 24
11.08.08 20:29:32
Como diferentes tipos de prótese sobre implantes
podem afetar o seu prognóstico?
Análise biomecânica
How different implant prosthesis design affect your prognosis?
Biomechanical analysis
Marcos Blatt1; Wellington Cardoso Bonachela2; Niélli Caetano de Souza3; Bruno Gadelha Maia4;
Tiago Galvão Neiva5
Resumo
O sucesso clínico à longevidade dos implantes dentários está diretamente relacionado como as forças são dirigidas e
dissipadas na interface implante-tecido ósseo, sendo importante o não sobrecarregamento deste conjunto, o que poderia
ocasionar a falha da osseointegração. Como o fenômeno biomecânico é bastante complexo e cada estilo de prótese
apresenta um comportamento diferente, será abordado em duas partes desta publicação. Os artigos completar-se-ão, mas
serão independentes entre si, proporcionando uma visão atual da reabilitação oral sobre implantes. Diante disto, o presente
trabalho tem por objetivo apresentar diretrizes para um correto planejamento de próteses totais fixas e overdenture.
Unitermos: implante dentário; prótese dentária; biomecânica.
Abstract
The longevity and clinical success of dental implants is directly related to forces applied at the bone-implant interface, being
important to avoid implant overloading, which could lead to osseointegration failures. As the biomechanical phenomenon is
plenty complex and each prosthesis style presents a different behavior, it will be approached in two parts of this publication.
The papers will be complemented, but they will be independent to each other, providing a current vision of the oral
rehabilitation with dental implants. Therefore, the present work aimed to present guidelines for a correct planning based on
biomechanical rationale to the full-arch fixed prostheses and overdentures.
Keywords: dental implantation; dental prosthesis; biomechanics.
1. Especialista em Prótese Dentária pela Fundação Bauruense de Estudos Odontológicos da Faculdade de Odontologia de Bauru; Mestrando em Implantodontia da Universidade de Santo Amaro
2. Professor Associado do Departamento de Prótese da Faculdade de Odontologia de Bauru; Professor do Curso de Especialização em Prótese Dentária da Fundação Bauruense de Estudos
Odontológicos da Faculdade de Odontologia de Bauru
3. Mestre em Dentística pela Faculdade de Odontologia de Araraquara da Universidade Estadual Paulista; Professora do Curso de Odontologia Centro Universitário Franciscano
4. Especialista em Prótese Dentária pela Fundação Bauruense de Estudos Odontológicos da Faculdade de Odontologia de Bauru; Mestrando em Implantodontia da Universidade de Santo Amaro
5. Especialista em Periodontia pela Faculdade de Odontologia de Piracicaba; Mestrando em Implantodontia da Universidade de Santo Amaro
INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 25
25
11.08.08 20:29:37
INTRODUÇÃO
Originalmente, a utilização de implantes osseointegrados foi
proposta para pacientes considerados inv álidos orais, com
o objetiv o de melhorar o confor to, função e auto-estima,
evitando a utilização de próteses dentais instáveis.
O sucesso clínico dos implantes e seus componentes são
determinados pela maneira como o estr esse mecânico é
transferido do implante ao tecido ósseo cir cundante, sem
gerar for ças de grande magnitude, o que poderia colocar
em risco a longevidade do implante e a pr ótese21. F atores
biomecânicos são r elatados na literatura como os principais
responsáveis pela falhas dos implantes, sendo que muitos
desses fatores não são completamente compreendidos19.
Com base em informações publicadas, r
ecentemente,
mudanças conceituais ocorr
eram nas r
eabilitações
protéticas ao longo das últimas décadas, desde a descoberta
da osseointegração . A cada dia, no
vos desafi os são,
rotineiramente, pr opostos pelos pacientes, muitas v ezes
mutilados, que pr ocuram Cir urgiões-Dentistas que se
dedicam à área da reabilitação oral. Dessa forma, buscamos
analisar, separadamente, diferentes estilos e comportamentos
de próteses implantossuportadas.
Neste primeir o ar tigo será abor dado o compor tamento
biomecânico de prótese total fixa e overdenture. No próximo
artigo, será analisada a biomecânica em pr ótese parcial fi xa,
união entre dentes naturais a implantes e associação de pr
ótese
parcial r emovível com implantes osseointegrados. D esta
forma, serão abor dadas todas as possibilidades terapêuticas
para o tratamento do edentulismo total e par cial. D iante
desta perspectiva, pretendemos discutir os conceitos atuais de
biomecânica como fator de risco para o sucesso e longevidade
da osseointegração.
REVISÃO DA LITERATURA
Prótese total fixa
Num trabalho pioneir
o18 foram analisados os
aspectos biomecânicos r elacionados às pr óteses fi xas
implantossuportadas e a transmissão de tensão do sistema
prótese-implante osseointegrados ao tecido ósseo. Ainda hoje,
muitos de seus conceitos são seguidos para o planejamento.
É consenso entre os autores que cantiléveres, excessivamente
longos, aumentam o risco de complicações. D iante disso,
foram av aliados dois comprimentos de cantilév eres (≤15
mm e >15 mm) para pr ótese fi xa sobr e implantes. O s
resultados demonstraram que cantilév er com comprimento
reduzido apresentaram melhor desempenho clínico quando
comparados com cantiléver longo17.
Avaliaram15 a distribuição de estr esse na inter face implante/
tecido ósseo. Constataram que o aumento do comprimento
26
do cantiléver resultou na elev ação dos v alores de estr esse na
interface implante/tecido ósseo.
No ano seguinte, av aliaram16 a melhor combinação de
materiais para a confecção da r estauração pr otética. P ara
tanto, utiliz ou r esina acrílica, r esina composta e por celana
como materiais para a superfície oclusal e diferentes ligas para
confecção da infra-estrutura, tais como: ouro, prata-paládio,
cromo-cobalto e titânio . D o ponto de vista mecânico, a
combinação de materiais com maior módulo de elasticidade
proporcionou menor estresse gerado sobre parafusos.
Em estudo pr ospectivo6 com mais de 20 anos, av aliaram,
clinicamente, o desempenho de próteses totais mandibulares
implanto-suportadas. O índice de sucesso para os implantes
e pr óteses foram 98,9 e 95,6%, r espectivamente. S endo o
principal problema protético relacionado à perda do parafuso
de retenção.
Através de r evisão sistemática 5, incluindo critérios de metaanálise, não encontraram evidências científi cas de que o
tratamento através de prótese fixa ou overdenture apresenta-se
melhores resultados para pacientes completamente edêntulos.
Overdenture
O tratamento com o verdenture é otimizado quando se
utiliza um maior número de implantes possível, sendo que os
implantes devem estar unidos através de uma barra rígida8.
No ano seguinte, avaliaram11 o comportamento de diferentes
sistemas de retenção de overdentures em relação à distribuição
de estr esse. O sistema barra-clipe apr esentou uma melhor
distribuição de for ças geradas sobr e a mucosa posterior ,
contudo apresentou maior concentração de estresse ao redor
do implante.
A valiaram, clinicamente, o pr ognóstico de o verdentures
mandibulares e maxilar es, retidas por um pequeno númer o
de implantes, utilizando dois tipos diferentes de attachments
(barra-clipe e tipo bola). Não foi encontrada diferença entre
os sistemas de attachments. O s autor es concluíram que a
perda de implantes ocorr eu, principalmente nos pacientes
considerados como gr upo de risco, ou seja, apr esentavam
reabsorção severa do rebordo e qualidade óssea desfavorável,
combinados com inserção de implantes curtos e presença de
cantiléveres longos.
Em 2003 20, av aliaram a infl uência de tr ês sistemas de
retenção para o verdenture no desenv olvimento de estr esse
ao r edor dos implantes. O s sistemas de r etenção av aliados
foram bola/O´Ring, barra-clipe e magneto . O sistema bola
apresentou menor transfer ência de estr esse aos implantes e
estabilidade superior ao gr upo barra-clipe. O sistema barraclipe apr esentou ár eas de grande concentração de estr esse
ao redor dos implantes. Já o sistema magneto apr esentou os
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 26
11.08.08 20:29:40
menores valores de estr esse, contudo a pr ótese demonstrou
grande instabilidade. A utilização do sistema bola demonstr
ou
ser superior aos demais sistemas, pr
omovendo melhor
estabilidade para o apar elho pr otético e uma distribuição
mais efetiva do estresse.
Através de um estudo clínico 7, com duração de 60 meses,
avaliaram as complicações protéticas em overdentures retidas
por dois implantes isolados na região anterior da mandíbula.
As falhas mais fr eqüentes foram: per da de r etenção da
cápsula de ouro, traumatismos na mucosa e a necessidade de
reposição dos componentes de retenção (attachments).
DISCUSSÃO
Prótese total fixa
O desenho de uma pr
ótese fi xa implantossuportada
compreende uma distribuição espacial para os implantes,
necessitando, na maioria dos casos, de um pr olongamento
para distal e, bilateralmente, das estr
uturas pr otéticas,
denominadas cantilév eres. P ara a maxila é pr econizada a
utilização de 6 implantes com comprimentos ≥ 10 mm; já
para a mandíbula dev e-se utilizar o maior númer o possível
de implantes (cinco ou seis), evitando a utilização de
implantes curtos13. Para permitir uma distribuição uniforme
das for ças funcionais ao tecido ósseo sem sobr ecarregar a
interface implante/osso, é necessário que o comprimento do
cantilever não ultrapasse a 15 mm 17 no arco inferior (Figura
1) e, na maxila não deve ser incluído ou sua extensão deve ser
inferior a 10 mm9 (Figuras 2), devido à pobre qualidade óssea
encontrada nessa região.
A inclusão de cantilév er em pr ótese fi xa é considerada
biomecanicamente, como um impor tante fator de risco .
Diante disso, avaliaram12 o efeito da instalação de implantes
na r egião posterior da mandíbula em pacientes edêntulos
durante 1 ano . O s autor es12 associaram maior númer o
de falhas aos implantes localizados nesta r
egião, sendo
o principal motiv o atribuído à defl exão, que ocorr e na
mandíbula durante os mo vimentos aber tura e lateralidade.
Portanto, quando for planejada uma modifi cação no plano
de tratamento convencional, deve-se tomar alguns cuidados
especiais, como, por exemplo, utilizar um maior númer o de
implantes nesta região ou mesmo a secção da pr ótese, a fi m
de melhorar o prognóstico dos implantes.
O material de confecção da infra-estr
utura e o de ecobrimento
r
oclusal também infl
uenciam, significativamente, o
comportamento biomecânico da pr ótese. P arece não ser
válida à utilização de dentes em resina acrílica para a absorção
de impacto como era proposto18, sendo que esse mesmo autor
recomenda a combinação de uma estr utura em cobaltocromo associada à porcelana como material de recobrimento
Figura 01. Prótese fixa inferior (tipo protocolo)
suportada por 5 implantes; o cantiléver não deve
exceder a 15 mm.
Figura 02. Prótese fixa superior suportada por 6
implantes, apresentando cantiléver reduzido.
Figura 03. Fratura da prótese provisória devido
à falta de infra-estrutura metálica associada ao
cantiléver muito extenso.
Figura 04. O torque aplicado desenvolve uma
força dentro do parafuso chamada pré-carga.
O alongamento do parafuso coloca a haste e
as roscas em tensão e a recuperação elástica do
parafuso cria a força de apertamento que mantém
a prótese e o implante juntos.
INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 27
27
11.08.08 20:29:42
oclusal16. Isto, provavelmente, significa que, a alta resistência
da infra-estr utura à tor ção r eduz o risco de sobr ecarga
mecânica nos parafusos de retenção, especialmente em infraestrutura com extensões em cantiléver (Figura 3).
Estudos longitudinais com pr eservação de mais 15 anos
demonstraram que pacientes r eabilitados com pr ótese fi xa
implantossuportada apr esentaram um índice de sucesso
,o
superior a 90% 6. Ainda, segundo este mesmo autor
afrouxamento/fratura do parafuso está entre as complicações
biomecânicas mais fr eqüentes r elacionadas para as pr óteses
totais fixas, sendo sua causa atribuída, principalmente, à falta
de passividade das estr uturas pr otéticas e a uma pr é-carga
inadequada (Figura 4).
Overdenture
O tratamento com overdentures pode ser considerado como
uma ex celente opção de tratamento em r elação às pr óteses
totais fi xas, em determinadas situações quando o paciente,
por limitações financeiras e biológicas (com rebordo residual
muito r eabsorvido e r elações maxilar es desfav oráveis),
não pode ser submetido à modalidade de tratamento
mais complexa 1. N estes casos a indicação de o verdenture
proporcionaria uma significativa melhora nas funções orais.
Estão disponíveis no mercado três sistemas de retenção para
overdenture, sendo compostos por dispositivos do tipo barra/
clipe, do tipo anel de ertenção (O´rings) e do tipo magneto, os
quais apresentam um comportamento biomecânico diferente
entre si4. O sistema tipo bola, por ser maisesiliente,
r
permite à
prótese movimentos limitados nos sentidos ântero-posterior,
lateral e intr usivo, já o magneto, apr esenta movimento em
todas as direções e, no sistema de retenção barra-clipe, apenas
o movimento ântero-posterior é observado.
A pr esença de múltiplos implantes unidos atrav és de uma
barra rígida apr esenta uma melhor distribuição de tensões
entre implantes e tecido ósseo 8. Contudo, trabalhos mais
recentes, utilizando strang gauge e análise por elemento nito,
fi
demonstram que o sistema tipo bola fav orece a distribuição
das tensões e minimiza o mo vimento do apar elho protético
11,18
. V ários estudos1,19 foram desenv olvidos com objetiv o
de av aliar o compor tamento das o verdentures sobr e os
implantes, contudo não há evidências que um sistema seja
superior ao outro.
Em 1999 13, algumas considerações foram apr esentadas para
otimizar um corr eto planejamento, como a necessidade de
instalação de apenas dois implantes seria suficiente para reter
uma overdenture mandibular, desde que, sejam obser vados
alguns pr otocolos como paralelismo e distância entr e os
implantes (F iguras 5). J á para o verdenture maxilar dev e-se
utilizar, pelo menos, 4 (quatr o) implantes unidos por uma
28
Figura 05. Desenho overdenture mandibular
retida por dois implantes associados diferentes
sistemas de retenção. A - Tipo O´Ring B- Tipo
Barra-clip.
Figura 06. Overdenture superior suportada por 4
implantes unidos através de uma barra.
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 28
11.08.08 20:29:51
barra rígida (Figura 6), devido ao fato dessa região apresentar
um volume e qualidade óssea desfavoráveis. Ainda, a utilização
de uma ampla aér ea de supor te (tuber osidade, palato,
trígono retromolar, entre outras) é impr escindível, devendo
aproximar-se à ár ea de supor te utilizada para pr óteses totais
convencionais para que o funcionamento biomecânico da
prótese seja adequado2,13.
Através de estudo longitudinal 7 demonstraram que as
principais complicações pr
otéticas encontradas com
overdentures, sendo a necessidade de ativação do clipe e perda
de r etenção do anel as falhas mais encontradas para cada
sistema. A estabilidade da pr ótese é um impor tante fator de
satisfação para o paciente20. Por isso, é necessária a utilização
de sistemas efi cazes que otimizam a r etenção e fav oreçam a
distribuição das tensões, sendo fatores importantes para obter
longevidade no trabalho reabilitador.
CONCLUSÕES
1) P róteses totais fi xas dev em ser confeccionadas com
materiais com alto módulo de elasticidade, pois apr esentam
uma melhor distribuição das forças entre os implantes. Ainda
não se dev e exceder o comprimento do cantilév er, a fi m de
não sobrecarregar o conjunto;
2) Independente do sistema de retenção (Tipo Bola ou Barra/
Clip) utilizado nas o verdentures, ambos apr esentam bons
resultados clínicos. A escolha por um determinado sistema
parece estar associada a uma questão pessoal;
3) Um maior índice de falhas de implantes osseointegrados
está r elacionado a condições limites como, por ex emplo,
rebordos, sev eramente r eabsorvidos, qualidade óssea
desfavorável, combinados com inser ção de implantes cur tos
e presença cantiléveres longos.
Referências Bibliográficas
1.
Bergendal T, Engquist B. Implant-Supported Overdentures:
A Longitudinal Prospective Study. Int J Oral Maxillofac
Implants 1998, 13(2):253-262.
2.
Bo Rangert ME et al. Bending Overload and Implant Fracture:
A retrospective Clinical Analsys. Int J Oral Maxillofac Implants
1995,
10(3):326-334.
3.
Bo Rangert ME et al. Forces and Moments on Branemark
Implants Int J Oral Maxillofac Implants 1989, 4(3):241-247.
4.
Bonachela WC, Rosseti PHO. Overdenture - Das Raízes
aos Implantes Osseointegrados - Planejamento, Tendências e
Inovações. 1nd ed. São Paulo: Santos; 2002.
5.
Bryant SR, Macdonald-Jankowski D, Kim K. Does the type of
implant prosthesis affect outcomes for the completely edentulous
arch? Int J Oral Maxillofac Implants 2007, 22(suppl):117-139.
6.
Ekelund J et al. Implant Treatment in the Edentulous
Mandible: A Prospective Study on Branemark System Implants
over More than 20 Years. Int J Prosthodont 2003, 16(6):602-608.
7.
Felton DA et al. Prosthetic complications in a Mandibular
Overdenture Population at 60 months. Int J Oral Maxillofac
mplants 2005,20(3):474.
I
8.
Glantz P-O, Nilner L. Biomechanical aspects on overdenture
treatment. J Dent 1997, 25(1):21-24.
9.
Kim WD et al. Occlusal considerations in implant therapy:
clinical guidelines with biomechanical rationale. Clin Oral
Implant Res 2005, 16:26-35.
10. Menicucci G et al. Mandibular Implant-Retained Overdenture:
A Clinical Trial of Two Ancorage Systems. Int J Oral Maxillofac
Implants 1998, 13(6):851-856.
11. Menicucci G et al. Mandibular Implant-Retained Overdenture:
Finite Element Analsys of two Anchorage Systems. Int J Oral
Maxillofac Implants 1998, 13(3):369-376.
12. Miyamoto Y et al. Effect of the additional installation of
implants in the posterior region on the prognosis os treatment
in the edentulous mandibular jaw. Clin Oral Implant Res
2003,
14:727-733.
13. Renouard F, Rangert B. Biomechanical risk factors. In:
Renouard F, Rangert B. Risk Factors in Implant Dentistry.
Chicago: Quintessence; 1999. P. 39-66.
14. Sahin S, Çehreli MC, Yalçm E. The influence of functional
forces on the biomechanics of implant-supported prostheses a review J Dent 2002, 30(4):271-282.
INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 29
29
11.08.08 20:29:58
15. Sertgöz S, Günvener S. Finite element analysis of the effect of
cantiléver and implant legth on stress distribution in an implantsuppor
ted fixed prosthesis. J Prosthet Dent 1996, 76(2):165-169.
16. Sertogöz A. Finite element analysis study of the effect of
superstructure material on stress distribuition in an implantsuppor
ted fixed prothesis. Int J Prosthodont 1997, 10(1):19-27.
17. Shackleton JL et al. Survival of fixed implant-supported
prostheses related to cantiléver lengths. J Prosthet Dent 1994,
71(1):23-26.
18. Skalak R. Biomechanical considerations in osseointegrated
prosthesis. J Prosthet Dent 1983, 49(6):843-848.
19. Taylor TD et al. Implant prosthodontics: Current perspective
and future directions. Int J Oral Maxillofac Implants 2000,
15(1):66-75.
20. Tokuhisa M, Matsushita Y, Koyano K. In Vitro Study of a
Mandibular Impant Overdenture Retained with Ball, Magnet,
or Bar Attachments: Comparison of Load Transferer and
Denture Stabillity. Int J Prosthodont 2003, 16(2):128-134.
21. Zyl PP et al. Thr ee-dimensional finite element model of a
human mandible incorporating six osseointegrated implants
for stress analysis of mandibular cantiléver prostheses. Int J Oral
Maxillofac Implants 1995, 10(1):51-57.
30
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 30
11.08.08 20:30:01
Análise das características atuais de dentes artificiais
empregados em prótese do tipo Overdenture e
protocolo sobre implantes
Analysis of the current characteristics of artificial teeth employed in
prosthesis of the type Overdenture and records on implants
Murilo Auler e Salles1; Casiana Moleiro Alves2; Wellington Cardoso Bonachela3; Paulo Henrique
Ortolato Rossetti4
Resumo
O sucesso das próteses implanto-suportadas (overdenture e protocolo Brånemark) tem ganho significante popularidade
como opção do tratamento, devido ao desconforto gerado pela falta de retenção e estabilidade das próteses convencionais.
Além do conforto, estes pacientes buscam função e a estética nos dentes artificiais que mais se aproximam dos seus
dentes naturais. Através de uma técnica, do conhecimento básico, métodos, bom senso e limitações, o cirurgião-dentista
foi instruído nos cursos de graduação e pós-graduação a fazer uma escolha dos dentes artificiais. Baseado na expectativa
dos estudantes e profissionais, este estudo fez uma busca de revisão de literatura, buscando uma resposta quanto à
seleção de dentes artificiais baseadas pelas cartas moldes (espaço ocupado pelos dentes posteriores) de diversas marcas
existentes no mercado, comparando estes achados, ao apresentarem as sugestões sobre a largura, forma, tamanho dos
dentes e a fidelidade contida nas cartas moldes. A comparação foi realizada através da montagem dos dentes artificiais
em articuladores não ajustáveis, considerando que as informações apresentadas pelos fabricantes são imprecisas, que
podem comprometer o resultado estético e funcional da confecção da prótese implanto suportada (overdenture e
protocolo Brånemark).
Unitermos: seleção dentes artificiais; overdenture; protocolo Brånemark.
Abstract
The success on implant-supported prostheses overdenture and Brånemark protocols have won a lot of preference as a
treatment option, because the discomfort initiated by a lack of retention and stability of conventional lower dentures. Besides
comfort, these patients look for esthetics and function on their teeth, as much as possible as their own natural. Through many
ways as basic knowledge, methods, techniques, good sense and limitations, the dentists were instructed at graduate and postgraduate schools to learn how to selection artificial teeth. Based on students and professional expectations, this work consisted
in a literature review looking for an answer about artificial teeth selection based at “chart molds” (on the available space on
posterior teeth) from different brands around the world. Comparing these findings, we presented suggestions about teeth
width, shape, size and accuracy included at “chart molds.” A comparison was performed through mounting of artificial teeth
at non adjustable articulators, considering the inexact manufacturers information’s, that can compromise teeth selection and
so, the esthetic and functional result for implant-supported prostheses overdenture and Brånemarck protocols construction.
Keywords: selection artificial teeth; overdenture; protocols Brånemark.
1. Doutorando em Reabilitação Oral FOB - USP - BAURU
2. Especialista em Prótese Dental ABCD Regional BAHIA
3. Professor Associado do Depto. de Prótese Dental FOB - USP - BAURU
4. Mestre e Doutor em Reabilitação Oral - FOB - USP - BAURU
INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 31
31
11.08.08 20:30:04
INTRODUÇÃO
A perda dos dentes naturais se torna dev astadora para os
pacientes e sua r eposição com elementos ar tificiais com
as próteses dentais são necessárias para a r ecuperação da
estética e das funções mastigatórias. P or volta da década
de 1960, houve informação suficiente como modalidade
de tratamento viável o conceito e inicio de overdenture7.
O uso de implantes em pacientes desdentados já é uma
realidade a alcance na maioria dos tratamentos. O
s
implantes podem ser usados ou para pr ótese fi xa ou
removível overdenture.
Independente do tipo da pr ótese, é identifi cado que
há uma necessidade de manutenção se a r estauração
protética permanece completamente em função 5. E m
qualquer tratamento pr otético existe a necessidade de
considerar a satisfação do paciente com os r esultados
da apar ência natural e a função . Um aspecto ar tificial
ou um fracasso em satisfazer as expectativas do paciente
podem comprometer sua auto-estima.
Para atingir estética tanto em o verdenture, quanto em
Prótese Total e ou P rótese do tipo P rotocolo Brånemark
(Fig. 2), deve-se considerar: tomada correta da dimensão
vertical, o plano oclusal pr otético, linha mediana, linha
dos caninos, linha alta do sorriso, cor da gengiva artificial,
oclusão e com r elação à seleção dos dentes ar tificiais a
forma, o tamanho e a cor,sendo que a forma e a disposição
dos dentes tornam-se fator es fundamentais para se
construir um trabalho em prótese com características que
mais se aproximem da condição natural.
A estética dental é um assunto que envolve vários fatores
que, em conjunto, pr oporcionam harmonia com o
restante da face. Na seleção dos dentes artificiais, a escolha
das larguras mesio-distais é um fator determinante para
se pr omover uma r elação harmônica entr e o r osto do
paciente e o seu sorriso . Frush, J.P.; Fisher, R.D. apud
CASTRO Jr., HVANOV, Z.V.; FRIGÉRIO, M.L.M.A.
(2000)3 abor daram brilhantemente fator es como sex o,
personalidade e idade. Quanto ao sexo, mencionaram
que os contornos arr edondados dos ângulos incisais,
produzindo efeito esférico nos incisiv
os centrais
e laterais superior es, se harmonizam com o sex
o
feminino, enquanto que os ângulos r etos pr oduzem
efeito cubóide nesses mesmos dentes que harmonizam
com o sexo masculino . Pacientes de difer entes grupos
étnicos apr esentam v ariações no tamanho e forma do
32
arco dental dos dentes em si, e o dentista dev e levar isso
em consideração na fase de seleção dos dentes ar tificiais.
Os fabricantes tendem a usar formas básicas na produção
dos moldes dentais com conseqüência dos pr oblemas
nos diversos grupos raciais. As formas básicas disponíveis
podem ou não ser totalmente compatív
eis para
determinados grupos em termos de forma e tamanho.
As técnicas existentes na seleção dos dentes anterior es
superiores geralmente baseiam-se em dados
antropométricos e r equisitos estéticos, e quanto aos
posteriores (Fig. 3), requisitos da função da mastigação.
Muitos err os na escolha dos seis dentes anterior
es
ocorrem devido ao fato de algumas car
tas-moldes
apresentarem a largura dos dentes descritos em r
eta
e outras só em cur va. Q uanto à seleção dos dentes
posteriores por correspondência de modelos a par tir da
seleção dos dentes anteriores superiores na carta-molde,
o erro torna-se mais gritante, tendo em vista que a largura
demonstra-se, muitas v ezes, incompatív el, baseado
nestas discordâncias, propomo-nos a faz er uma análise
criteriosa de marcas comerciais de dentes artificiais mais
usados e disponíveis no mercado nacional
REVISÃO DE LITERATURA
Características dos dentes artificiais
Le L AVELLE, C.L.B. (1972) 16 chamou a atenção
para o fato de que a maioria dos trabalhos a r espeito
de dimensões dentárias encontrados na literatura
havia sido r ealizada com indivíduos brancos, não
havendo informações sobr e outras raças. F rente a isso,
desenvolveu um estudo com o objetiv o de comparar
a largura dos dentes superior es e inferior es entr e tr ês
diferentes gr upos sociais. F oram selecionados modelos
de gesso superiores e inferiores de 120 indivíduos, sendo
40 brancos, 40 negr os africanos e 40 mongóis, com
idade de 18 e 28 anos, que possuíam pelo menos todos
os dentes permanentes até primeir os molares, ausência
de atrição, de cáries, de tratamento or todôntico e com
relacionamento anter o-posterior de molar es normal.
As dimensões dentárias foram maior es nos homens do
que nas mulher es nos tr ês gr upos raciais. O s negr os
apresentaram dentes mais largos que os brancos, tanto
para o ar co superior quanto para o ar co inferior, e os
mongóis ocuparam uma posição intermediária. As
larguras médias obtidas para o incisiv o central superior
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 32
11.08.08 20:30:07
foram: (a) negr os = 9,33mm (homens) e 9,21mm
(mulheres); (b) mongóis = 8,57mm (mulher es) e (c)
brancos = 8,79mm (homens) e 8,54mm (mulher es).
As somatórias das larguras dos seis dentes anterior es
mostraram, para homens e mulher es, respectivamente,
os seguintes v alores: 50,52mm e 49,80mm no gr upo
dos negr os; 47,46mm e 46,72mm para os mongóis e
45,28mm e 44,20mm para os brancos. A por centagem
de recobrimento do incisivo central inferior pelo incisivo
central superior foi maior nos brancos (30,8% para os
homens e 30,4% para as mulher es), fi cando os negr os
em posição intermediária (28,6% para os homens e
27,4% para as mulheres).
Em 2001, Kawauchi apud VARJÃO F .M. (2003) 21
pesquisou as mar cas comer ciais de dentes ar tificiais
existentes no mercado nacional, para a seleção daquela
mais compatív el com a r ealidade anatômica dental
da população brasileira. F
oram selecionados 105
indivíduos brasileir os com idade média de 28 anos,
sendo 36 do sex o masculino e 69 do sex o feminino .
De cada indivíduo, foi obtido um modelo de gesso da
arcada superior a partir de moldagem com alginato. No
modelo, foi inicialmente medida a largura em curva dos
seis dentes anterior es, da face distal de um canino ao
outro, utilizando-se uma r égua fl exível apoiada sobr e
o ter ço apical dos dentes. A seguir , foi mensurado o
comprimento do incisivo central superior esquerdo com
um paquímetr o digital. O s modelos foram divididos
de acor do com a forma dos dentes em tr
ês gr upos:
modelo com forma de dente quadrada, triangular e
ovais. N a seqüência, foram calculadas as médias do
comprimento dos incisiv os centrais e das larguras dos
seis dentes anteriores para cada grupo e as mesmas foram
comparadas às r espectivas medidas informadas pelos
fabricantes das seguintes mar cas comer ciais: “ Trilux”,
“SR Antaris” (Ivoclar) e “Trubyte Biotone” (Dentsply).
Os dados foram subdivididos quanto à forma dos
dentes (tanto ar tificiais como naturais) e foi analisada
a corr elação entr e as medidas do incisiv o central e da
largura dos seis anteriores (dentes naturais). A forma de
dentes quadrada estev e presente em apr oximadamente
42% dos indivíduos, nos quais a largura média dos
seis anteriores foi 52,9mm e comprimento do incisiv o
central foi 11,8mm. E m apr oximadamente 28% dos
indivíduos, ocorr eu a forma de dentes triangular e os
Figura 01.
Figura 02.
Figura 03.
Figura 04.
Figura 05.
INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 33
33
11.08.08 20:30:09
seguintes valores foram obtidos para a largura dos seis
anteriores e comprimento incisiv o central: 52,9mm
e 10,4mm, r espectivamente. A forma de dentes o val
mostrou-se pr esente também em apr oximadamente
28% dos casos. A largura dos seis anteriores foi 53,8mm
e o comprimento do incisiv o central foi 10,5mm. E m
relação à medida da largura dos seis dentes anterior es,
a mar ca comer cial que mais se apr oximou dos dentes
dos indivíduos estudados foi a “
Trubyte B iotone”
(principalmente o modelo 3P), por ém ela apr esentou
dentes de dimensões menores que as dos dentes naturais.
Quanto ao comprimento do inciso central, na forma
quadrada, o dente ar tificial que mais se apr oximou dos
naturais foi da mar ca “SR Antaris” (modelo A69) que,
no entanto, na distância inter caninos foi menor que as
demais marcas. Na forma triangular, a marca que mais
se apr oximou foi a “ Trilux” (modelo F4) e, na o val,
duas marcas apresentaram o comprimento do incisiv o
coincidente com a média dos dentes naturais: “ Trubyte
Biotone” (modelo 3P) e “Trilux” (modelo E4).
OKAWA, M.S. (2005) 18 avaliou o tamanho de dentes
naturais anterior es e posterior es superior es de 119
pacientes através da aferição da largura e da altura dos
dentes em modelos de gesso das ar cadas superior es,
utilizando um paquímetr o digital. As medidas obtidas
foram comparadas às dimensões dos dentes ar tificiais
mais utilizados no mer cado brasileiro. Observando-se,
aproximadamente 48% dos incisivos centrais superiores
naturais possuem largura maior que 9,0mm. E
m
contrapartida, somente 14,28% dos incisiv os centrais
superiores artificiais analisados possuíam essa dimensão.
Aproximadamente 64%dos indivíduos da pesquisa
possuíam o dente 14 com largura maior que 7,0mm.
Nas cartelas de dentes aferidas, encontrou-se apenas um
modelo com a dimensão mesiodistal superior a 7,0mm,
largura menor que a da média da população (7,28mm).
Aproximadamente 74% dos primeir
os molar es
superiores naturais possuíam comprimento menor
que 7,0mm. S omente um modelo ar tificial apresentou
comprimento menor que 7,0mm. A adequação das
dimensões dos dentes ar tificiais facilitaria a montagem
dos dentes e traria a estética almejada ao por tador de
reabilitações protéticas.
ESAN, T.A.; OL USILE, A.O.; AKEREDOL U, P .A
(2006)6 reportam que vários fatores como idade, sexo, e
34
cor da pele têm sido propostos como auxílio na seleção
de dentes ar tificiais, e numer osos métodos têm sido
dispostos na av aliação de fator es estéticos confi áveis
para a seleção de dentes em pacientes desdentados,
especialmente em brancos. As informações são bastante
limitadas especialmente na r elação entr e seleção de
dentes artificiais, idade, sexo e cor da pele em negros.
FUEKI et al. 10 em 2007 determinaram que o númer o
de estudos numa r evisão de literatura em per formance
mastigatória tem sido conduzido em pacientes com
vários númer os de planejamentos de pr ótese r etida
ou supor tada por implantes, numa evidência de
alto nív el de v antagens limitadas pela per formance
mastigatória das pr óteses r etidas ou supor tadas por
implantes sobr e as pr óteses totais conv encionais. O
objetivo do benefício na per formance mastigatória das
próteses r etidas ou supor tadas por implantes sobr e as
próteses totais conv encionais tem sido fundamental
para mandíbulas com pr ótese retida ou supor tada por
implantes em pacientes edêntulos com mandíbulas
reabsorvidas e/ou dificuldade de adaptação das próteses
totais convencionais.
Teorias e técnicas de seleção
FRUSH E FISCHER (1955) 9 foram fundador es da
Academia D ental S uíça, que tinha como objetiv
o
desenvolver estudos sobr e a estética em pr ótese total.
Esta escola, denominada Dentogênica, enfatizava que as
regras de estética fossem utilizadas apenas como guias,
pois era essencial a individualização e adequação das
mesmas quanto à idade, personalidade e ao sexo, e que a
idade avançada do paciente deveria ser apropriadamente
incorporada atrav és da cuidadosa seleção dos dentes
quanto à forma, cor e caracterização. Segundo o critério
dos autor es, a pr ótese só era considerada dentogênica
caso obedecesse aos seguintes critérios: o usuário da
prótese deveria ter plena sensação de bem-estar ao usála; obser vando-se a pr ótese na boca do paciente, esta
deveria estar completamente integrada a sua face, de
forma que seu sorriso incorporasse sua personalidade. O
profissional que confeccionasse a prótese deveria sentir-se
completamente satisfeito após a instalação no paciente.
LA VERE et al. (1994) 15 compararam as dimensões
mésio-distais dos seis dentes anterior
es superior es
naturais de estudantes de odontologia com as larguras
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 34
11.08.08 20:30:12
de dentes ar tificiais para pr óteses pr oduzidos por seis
diferentes fabricantes. P articiparam do estudo 488
indivíduos, sendo 60% brancos, 35% descendentes
de asiáticos e 5% de outras etnias (espanhóis, negr os e
índios americanos). Os dentes anteriores foram medidos
pela super fície v estibular, tendo como r eferência os
pontos mais distais dos caninos, utilizando-se, para
isso, uma r égua fl exível. O s v alores obtidos foram
então comparados com os fornecidos pelos fabricantes,
adicionando-se de 4 a 7mm às mar cas comerciais cujas
dimensões dos dentes eram fornecidas em linhaeta,
r para
adequá-las às mensurações realizadas em curva. A largura
média obtida para os seis dentes anterior es naturais
foi 53,5mm para os homens (v alores limites entr e 35
e 69mm) e 51,4mm para as mulher es (v alores limites
entre 33 e 60mm) (F ig. 4), enquanto a largura média
obtida para os dentes artificiais dos diferentes fabricantes
foi 49,4mm (mínimo de 40 e máximo de 61mm). Ficou
demonstrado que os modelos dos seis dentes anterior es
artificiais disponíveis são pr edominantemente menores
em tamanho do que os dentes naturais da população .
A maioria dos modelos apr esentou tamanho de dentes
que corr esponderam apenas a 22,5% dos dentes da
população estudada.
De acordo com BASSO, M.F .M.; NOGUEIRA, S.S.;
tificiais
LOFFREDO, L.C. (2005)1 a seleção dos dentes ar
para pr óteses totais pode ser dividida em: seleção dos
dentes artificiais anteriores e seleção dos dentes artificiais
posteriores (F ig.5). A seleção dos dentes anterior
es
está primariamente associada a r equisitos estéticos e a
seleção dos posteriores a requisitos da mastigação. Para
a seleção dos dentes artificiais anteriores, dentes naturais
remanescentes e r egistros pr é-extração (tais como
modelos de gesso e fotografi as), são as fontes primárias
de informação para uma r eabilitação pr otética que se
aproxime das características naturais do paciente.
Na ausência dos dentes naturais e de r
egistros pr éextração, a seleção dos dentes anteriores para prótese total
torna-se um pr ocedimento complex o, o qual apr esenta
considerações psicológicas e dentais que são influenciadas
pelos valores sociais, de saúde e juventude.
Com o objetiv o de v erificar a aplicação da técnica
proposta por Schiff man (1964), TAMAKI (1965) 20,
estudou 20 indivíduos brancos desdentados totais com
idade média de 44 anos (9 homens e 11 mulher es), a
serem r eabilitados com pr ótese totais. F oram obtidos
os modelos funcionais e r espectivas bases de pr ova, em
cujos planos de cera foram assinaladas a linha mediana
do rosto, a linha alta do sorriso e as linhas dos caninos,
sem, no entanto, ser descrita a técnica. O s modelos e
os planos de orientação foram duplicados, obtendo-se
réplicas de ambos. S obre as r éplicas dos planos, foram
montados os dentes ar tificiais e confeccionadas as
próteses. E m cada r éplica dos modelos, foi assinalada
à lápis a papila incisiv a e, do ponto central da mesma,
traçada uma linha transv ersal, paralela à linha mediana
do arco dental, prolongando-se além do sulco gêngivolabial de ambos os lados. A base de pr ova com o plano
de orientação original foi posicionada sobr e a r éplica
do modelo, e a linha transv
ersal traçada nele foi
transposta para ambos os lados do plano de orientação,
paralelamente à linha dos caninos já mar
cada. E m
seguida, duas matrizes de celulóide foram adaptadas na
conformação vestibular do plano de cera (uma de cada
vez), recortadas na altura das marcações e posteriormente
colocadas sobr e uma placa de vidr o para que fossem
medidas a distância compr eendida entr e as linhas dos
caninos e a distância compr eendida entre as linhas da
papila, utilizando-se, para isso, um paquímetr o. Para a
análise dos resultados, os rebordos foram classificados em
quadrado, ovóide e triangulares. Nos rebordos de forma
quadrada, a difer ença entre a distância, entr e as linhas
dos caninos e a distância entre as linhas da papila foi de
3,71 mm. Nos rebordos ovóides, a diferença foi de 4,8
mm e, nos triangular es, 9,93 mm. Considerando-se o
tamanho da amostra, para que fosse possível a obtenção
da porcentagem de casos aplicáveis, foram selecionados
ao acaso mais 181 modelos desdentados totais, os
quais foram classifi cados de acor do com a forma do
rebordo alveolar. Foram encontrados 63 modelos com
forma de r ebordo triangular (34,8%), 65 com forma
quadrada (35,91%) e 53 com forma o vóide (29,28%).
A somatória das por centagens dos ar cos quadrados e
ovóides resultou em aproximadamente 65%. Com isso,
a autora concluiu que o método de seleção dos dentes
artificiais anteriores baseado na papila incisiv a somente
pode ser aplicável em nosso meio para ar cos quadrados
e ovóides, ou em 65% dos casos, não sendo aconselhada
a aplicação da técnica em arcos triangulares.
Segundo VARJÃO, F.M. (2003) 21 o fato dos métodos
INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 35
35
11.08.08 20:30:15
de seleção dos dentes ar
tificiais ser em largamente
baseados em gr upos de indivíduos brancos é objeto
de crítica na literatura. O bservando-se a composição
da sociedade brasileira atual, depr eende-se claramente
que as conclusões dos trabalhos r elativos aos métodos
de seleção de dentes ar tificiais para pr óteses totais,
constantes na literatura não podem ser entendidas
como válidas para a totalidade da população de nosso
país, a qual é constituída por raças puras e também
miscigenadas. De acordo com a P esquisa Nacional por
Amostra de D omicílios de 2001, r ealizada pelo IBGE,
a população brasileira está constituída de 53,4% de
brancos, 40% de par dos ( mulatos, cafuz os, caboclos,
mamelucos e mestiços de negr
os com pessoas de
outras raças), 5,6% de negr os e 0,6% de outras etnias.
Mediante este quadr o, realizou-se trabalho para av aliar
em indivíduos per tencentes a tr ês gr upos raciais da
população brasileira - brancos, negr os e par dos, o
comportamento dos seguintes métodos utilizados para
a seleção da largura dos dentes ar
tificiais anteriores
superiores em pr ótese total: M étodo da largura nasal;
Método da projeção das comissuras bucais; Método do
centro da papila incisiva e Método da margem posterior
da papila incisiv a. Conclui-se que: M étodo da largura
nasal: a) a largura nasal apr esenta uma baixa correlação
com a distância intercuspídea dos caninos em indivíduos
brancos, pardos e negr os; b) a aplicação deste método
leva, em média, à seleção de dentes ar tificiais maiores
que os naturais em indivíduos brancos, pardos e negros;
c) o tamanho dos dentes anterior
es indicado pelo
método da largura nasal suger e que este método pode
trazer algumas informações que auxiliem no pr ocesso
de seleção dos dentes ar tificiais para brancos, por ém
é totalmente inadequado para indivíduos par dos ou
negros. Método da projeção das comissuras bucais: a) a
distância em curva entre as comissuras bucais apresenta
uma baixa corr elação com a distância em cur va entr e
as distais dos caninos em indivíduos brancos, par dos e
negros; b) a aplicação deste método lev a, em média, à
seleção de dentes artificiais menores que os naturais em
indivíduos brancos, pardos e negros; c) o tamanho dos
dentes anteriores indicado pelo método das comissuras
bucais suger e que este método é inadequado para
indivíduos brancos, pardos e negros.
Método do centro da papila incisiva: a) a aplicação deste
36
método lev a, em média, à seleção de dentes ar tificiais
maiores que os naturais em indivíduos brancos, par dos
e negros; b) o tamanho dos dentes anterior es indicado
pelo método do centr o da papila incisiv a suger e que
este método apr esenta melhor compor tamento para
indivíduos brancos, pardos e negros. Método da margem
posterior da papila incisiva: a) a aplicação deste método
leva, em média, à seleção de dentes ar
tificiais maiores que
os naturais em indivíduos brancos, par dos e negros; b)
o tamanho dos dentes anteriores indicado pelo método
da margem posterior da papila incisiv a sugere que este
método é inadequado para indivíduos brancos, par dos
e negros, porém pode traz er algumas informações que
podem ser úteis no processo de seleção.
BASSO, M.F .M.; NOGUEIRA, S.S.; L OFFREDO,
L.C. (2005) 1 o sucesso da escolha dos dentes ar tificiais
anteriores baseia-se em fator es inter dependentes, tais
como os conhecimentos científicos do cirurgião-dentista,
as aspirações do paciente, as limitações dos pr odutos
existentes no mercado, entre outros. Tendo em vista os
fabricantes serem diretamente responsáveis pelos dentes
artificiais em oferta no mercado, não se pode deixar de
levar em consideração o relevante papel desempenhado
por eles. A confiabilidade das informações dos fabricantes
a respeito de seus produtos apresenta-se como uma das
condições básicas para o corr eto desenv olvimento do
processo de seleção. No que se diz respeito ao tamanho
e à forma dos dentes ar tificiais, as informações são
fornecidas em tabelas de modelos, sendo que, via de
regra, cada mar ca comercial possui modelos de dentes
com tamanhos e formas únicos e característicos, criados
pelos fabricantes e identificados pelos mesmos de acordo
com sua própria conveniência comercial, não existindo
em princípio, modelos idênticos em tamanho, forma
e denominação entr e difer entes mar cas comer ciais.
Contrariando esta característica, a obser
vação das
tabelas de modelos de dentes ar tificiais anterior es das
macas Trubyte Biotone (Dentsply Indústria e Comércio
Ltda., Petrópolis, RJ) e Vipi Dent (Dental Vipi Ltda.,
Indústria e Comér cio de M aterial O dontológico,
Pirassununga, SP) possuem quatorze modelos similares
de dentes anterior es superior es. D iante deste fato,
realizou-se o estudo que tev e como objetiv os: Verificar
para as marcas comerciais em questão se o tamanho dos
incisivos centrais superiores produzidos corresponde ao
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 36
11.08.08 20:30:17
informado na tabela de modelos, e v erificar se existe
igualdade da largura em linha reta dos dentes anteriores
superiores, r epresentada pelo somatório das larguras
médias dos dentes em questão, entr e os modelos de
mesma denominação, produzidos pelas marcas Trubyte
Biotone e Vipi D ent. O s dentes foram obtidos no
mercado e um paquímetr o digital foi usado para as
mensurações (em mm). N o experimento 1, para cada
marca, altura e largura dos incisiv os centrais superiores
foram mensurados e os dados de cada dimensão
comparados pelo teste t de S tudent ( α= 0,05), com
o v alor informado pelo fabricante. N o experimento
2, a largura dos modelos com mesma denominação
de ambos os fabricantes (modelos 2D, 3D, 133, 3M,
2N, 3N, 2P, 3P, A23, A25, A26, 263, 264, 266) foram
também mensuradas e os dados comparados pelo teste
t. A partir dos resultados obtidos, conclui-se que apesar
dos modelos das marcas comerciais estudadas indicarem
o mesmo tamanho para modelos com denominação
igual os dentes da Vipi D ent são menor es que os da
Trubyte Biotone.
SELLEN, PHIL E JAGGER (1998) 19 descreveram um
método de análise estética atrav és de um pr ograma de
computador que considera a forma da face, a forma
do ar co, o contorno palatal e a forma dos dentes e
determinam, atrav és destes quatr o fator es, as r elações
existentes entr e dentes, ar co, face e contorno palatal.
Os autor es encontraram 22% de corr
espondência
entre forma da face e forma dos dentes, 28% de
correspondência entre forma de ar co e a face, 24% de
correspondência entre forma de arco e a de dente e 32%
de correlação entre a forma do ar co e a do dente. E les
concluíram que a corr elação entre as formas de dente,
face e ar co são estatisticamente insignifi cantes. Através
da aplicação de alta tecnologia deste método de análise,
não foi melhorada a técnica para determinar a forma e o
tamanho dos dentes de pacientes edêntulos.
Na intenção de av aliar a v eracidade do sistema de
seleção de dentes artificiais Trubyte Tooth Indicator, LA
VERE et al. (1992a) 13 realizaram um estudo com 488
estudantes de odontologia onde compararam o v alor
do incisiv o central superior atrav és de medições em
modelo de gesso com uso de paquímetro. Os resultados
mostraram que o uso deste apar elho na maioria dos
casos resultava na seleção de um tipo de dente ar tificial
maior que o dente natural do individuo . E ntretanto,
os autor es afi rmavam que era sempr e melhor optar
por um dente ar tificial maior ao inv és de um modelo
com dimensões menor es, isto por que esta era o dente
mais proeminente do arco quando visto frontalmente, e
portanto, o uso do aparelho associado a outros métodos
de seleção era válido.
No mesmo ano, LA VERE et al. (1992b)14 relacionaram
a largura e comprimento do incisiv o central superior
com a largura e comprimento da face de 488 estudantes.
As medições dos dentes foram r ealizadas em modelos
de gesso dos ar cos de cada indivíduo e as medições
faciais obtidas através do uso do sistema Trubyte Tooth
Indicator. O s r esultados mostraram que o uso do
sistema em questão resultava na escolha de um modelo
de dente ar tificial 1mm maior tanto em largura como
em comprimento em relação ao dente natural.
MIRAGLIA, S. S.; FREIT AS, K.B.; P INTO, J.H.N.
(2002)17 no que diz r espeito às teorias existentes para
a seleção de dentes ar tificiais, reportam que Williams,
no início do século, apr esentou uma no va forma de
classificação das formas dentais e um no vo sistema de
dentes ar tificiais. Associav a as formas da face à forma
dos dentes, classificando-os nas “formas fundamentais”:
quadrado, triangular e ovóide. Considerando ainda que
pudesse haver variações dessas formas devido à mistura
racial, deixando a cargo do cirurgião dentista a tarefa de
tentar harmonizá-las, durante o tratamento protético.
KIAUSINIS MD et al (2006)11 reportam que pacientes
de diferentes grupos étnicos e raciais apr
esentam variações
no tamanho e formato do arco dental e dos dentes em si,
e o dentista deve levar isso em consideração na hora da
seleção dos dentes ar tificiais da pr ótese. Os fabricantes
tendem a usar formas básicas na pr odução dos moldes
dentais e isso v em causando pr oblemas nos div ersos
grupos raciais. As formas básicas disponív eis podem
ou não ser totalmente compatív eis para determinados
grupos em termos de forma e tamanho . Além disso, as
marcas comer ciais de dentes ar tificiais disponív eis no
Brasil se baseiam na corr elação face-forma do dente
para produzir os seus modelos, o que, segundo alguns
pesquisadores, pode ser v álido para pacientes eur opeus
e americanos, mas que no nosso caso torna-se imprópria
devido à miscigenação racial em nosso país, que traz
modificações mar cantes no po vo brasileir o, sobr etudo
INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 37
37
11.08.08 20:30:20
em sua formação física e sociocultural.
FROSSARD, M. et al. (1998) 8 consideram o conceito
de estética amplo, às v ezes, subjetivo, e que o dentista
não é totalmente livr e para criar , dev endo pois
respeitar os limites impostos pela natur eza. Os autores
buscaram o estabelecimento de normas de estética,
bem fundamentadas, para a análise correta dos fatores a
serem incorporados, sem, entretanto, inibir os aspectos
próprios de per cepção tão necessários ao pr ofissional.
Para determinar a largura dos dentes ânter o-superiores
na seleção dos dentes ar
tificiais, estudou-se 120
indivíduos, metade dentados e os demais por tadores
de dentaduras completas, entr e outras características,
a largura do nariz em r epouso e sua r elação com a
distância intercaninos, medida de cúspide a cúspide, em
linha reta. Com base nos resultados, conclui-se que não
é adequado estabelecer a corr elação entre a largura do
nariz em repouso e a distância inter caninos, medida de
cúspide a cúspide em linha r eta. Existem dentados nos
quais a largura dos seis dentes ântero-superiores é maior
que a medida máxima dos dentes ar tificiais disponíveis
no mercado.
KIAUSINIS, MD (2005) 12 estudou a largura dos
seis dentes anterior es superior es de 121 estudantes de
odontologia para determinar quais modelos e qual
marca de dentes ar tificiais seriam os mais adequados.
As ar cadas dentais completas foram pr
eviamente
moldadas com alginato e vazadas com gesso especial na
parte oclusal e gesso pedra na base. Para a realização das
medições foi utilizado um paquímetro digital da marca
Whitworth da seguinte forma: para determinar a largura
individual dos dentes (dimensão mésio-distal), os pontos
de contato foram usados como ponto de r eferência. Já
o comprimento dos dentes (dimensão cér vico-oclusal),
foi av aliado usando como r eferência a distância entr e
a margem gengiv al e o ponto mais evidente da incisal
da cor oa dental. A largura total linear dos seis dentes
anteriores superior es foi determinada atrav és da soma
da medida individual de cada um dos dentes. F oram
avaliadas os modelos das seguintes mar cas: Trubyte
Biotone (D entsplay) modelos 2D, 3D, 2N, 2P , A23,
A25,A26, 3M, 3N, 3P , 263, 264, 266; Trilux ( VIPI)
modelos E1, E2, E3, E4, E5, F3, F4, G3, H3, H4;
Biolux (VIPI) modelos V12, V13,V14,V15, V17, V21,
V22, V4B,V32,V36,V66,V68 e Ar tiplus (D entsplay)
38
modelos L23, L51, L81, L99, A47, A58, A85, P26,
P33, P40. As medidas fornecidas pelo fabricante
através da car ta molde foram descar tadas. O s dentes
artificiais de cada fabricante foram medidos da seguinte
forma: para determinar a largura de cada dente, tomouse como r eferência a maior distância mésio-distal da
coroa dental e para determinar o seu comprimento
foi usada a medida entr e o limite esmalte-dentina e o
ponto mais evidente do bor do incisal do mesmo . Para
que não houv esse inter ferências durante as medições
com o paquímetro, cada dente a ser medido era retirado
da car tela original e fi xado individualmente em uma
cartela vazia, de forma que ficasse sozinho e com as faces
a ser em medidas livr es. A largura total linear dos seis
dentes anteriores foi obtida somando-se os v alores das
larguras individuais de cada um dos dentes anterior es.
A par tir da comparação entr e os v alores dentais dos
indivíduos da amostra com os v
alores dentais dos
modelos de dentes ar
tificiais de cada fabricante,
baseou-se este estudo que também determinou para
cada modelo ar tificial ser considerado compatív el com
determinado gr upo de indivíduo; ele dev eria possuir
um valor que variasse entre - 0,5 = x = + 0, 5, sendo x
correspondente ao v alor do gr upo em questão . Foram
realizados testes também para saber se a largura média
dos seis dentes anterior es era igual ou difer ente entr e
homens e mulheres e se haviam difer enças na largura e
comprimento dos dentes número 11 e 21, 12 e 22 e, 13
e 23. O teste detectou não existir difer
ença entre sexos da
largura média linear dos seis dentes superior
es anteriores.
Dentro da metodologia empr egada na pesquisa dos
resultados obtidos, concluiu-se que: 1) as dimensões
dentais são muito similar es quando comparadas aos
hemi-arcos para ambos os sex os; 2) a largura linear
total dos seis dentes naturais anterior es superior es é
equivalente entre os sex os masculino e feminino; 3) os
dentes artificiais são fabricados predominantemente em
tamanhos pequenos enquanto que os dentes naturais
são pr edominantemente mais largos; 4) as opções de
dentes artificiais para pacientes que r equerem modelos
largos são extremamente limitadas e em alguns casos até
mesmo inexistentes; 5) nenhuma das mar cas de dentes
artificiais analisadas no estudo se mostr ou compatív el
com as necessidades r eais dos indivíduos brasileir os
em r elação à largura dos dentes anterior es superior es;
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 38
11.08.08 20:30:22
6) devido à falta de opção do mer cado os cir urgiõesdentistas tendem a selecionar dentes menor es que os
naturais para os por tadores de pr ótese total, tanto no
sexo masculino como no feminino, o que pelo menos em
parte, é r esponsável pela apar ência artificial da pr ótese
total; 7) existe a necessidade de se conscientizar , tanto
os técnicos de laboratório como os cirurgiões-dentistas,
da importância da correta seleção dos dentes anteriores
superiores ar tificiais para pr ótese total no sentido de
selecionar um modelo adequado para cada indivíduo e
ao mesmo tempo, pr essionar os fabricantes para criar
ou adaptar um maior númer o de dentes ar tificiais ao
padrão brasileiro.
Devido à impor tância das car tas-moldes na seleção
dos dentes ar tificiais, CASTRO Jr., O.V.; FRIGÉRIO,
M.L.M.A (2005) 4 desenv olveram um estudo para
avaliar a pr ecisão das medidas de larguras em car tasmoldes, tendo em vista que na seleção dos dentes
artificiais, a escolha das larguras mesiodistais é um fator
determinante para se promover uma relação harmônica
entre o rosto do paciente e o seu sorriso. Os seis dentes
anteriores maxilar es, devido à sua maior visibilidade
durante o sorriso, são os mais importantes nesta seleção,
pois, por meio da sua largura, as cartas-moldes indicam
as larguras dos outr os dentes corr espondentes. N a
confecção dos dentes ar tificiais, a pr ecisão da matriz,
contração de polimerização e a r emoção de ex cessos
podem alterar as larguras mesiodistais dos dentes,
quando comparadas com as larguras fornecidas nas
cartas-moldes dos fabricantes. Desta forma, analisaramse três marcas de dentes artificiais bastante utilizadas no
mercado brasileir o (B iotone, Trilux, I voclar). A car tamolde da mar ca B iotone apr esenta os v alores dos seis
dentes anteriores maxilares em curva, mas não menciona
que curva é esta e nem tampouco indica a largura dos
dentes em reta. Já as marcas Ivoclar e Trilux apresentam
somente os v alores em r eta. O objetiv o desse estudo
foi o de conferir a pr ecisão das medidas das larguras
dos dentes anteriores em reta, mencionadas nas car tasmoldes da Ivoclar e Trilux, e de determinar as larguras
dos dentes anteriores em reta da carta-molde da Biotone,
comparando-as com as medidas mencionadas em curva.
Através de mensurações individuais com paquímetr o
digital, os v alores obtidos da largura dos modelos
anteriores da marca Trilux e Ivoclar foram comparados
com as car tas-moldes r espectivas. F oi analisada a
porcentagem ocupada pelos 6 dentes anterior es em
relação à largura do 1º molar ao 1º molar . Somou-se a
largura de cada modelo anterior com a largura do modelo
posterior correspondente, indicado pela carta-molde do
fabricante (no caso do Biotone, para um mesmo modelo
anterior, às v ezes indica-se dois modelos posterior es;
nesses casos, por ém, calcula-se as duas possibilidades),
resultando em 32 combinações para o Biotone, 10 para
o Trilux e 32 para o I voclar. F oram feitas as análises
descritivas da por centagem da largura ocupada pelos
6 dentes anterior es em r elação à largura dos 12 dentes
(do primeir o molar ao primeir o molar). A seguir ,
para verificar diferenças entre os tr ês gr upos, utilizouse o teste Kr uskal-Wallis. Q uando foram detectadas
diferenças, utilizou-se o teste de comparações múltiplas
de Dunn. O nível de significância foi de 5% e os pacotes
estatísticos utilizados foram da ST ATISTICA 5.0 for
Windows. As larguras dos dentes da mar ca comer cial
Ivoclar, apresentadas na sua carta-molde, demonstraram
uma grande fi delidade quando comparadas às larguras
mensuradas dos dentes artificiais, sendo que as diferenças
encontradas não foram clinicamente signifi
cantes.
Porém, as car tas-moldes das mar cas B iotone e Trilux
apresentaram v ariações que podem compr
ometer
clinicamente a estética, necessitando mais pr
ecisão
em suas informações. A car ta-molde da I voclar indica
dentes posterior es corr espondentes com o modelo
anterior selecionado, sendo mais largos do que o das
outras marcas estudadas.
MATERIAIS E MÉTODO
A par tir da r evisão literária a r espeito da ev olução,
características e técnicas de seleção dos dentes artificiais,
obteve-se subsídios para avaliar informações nas cartasmoldes sobre o espaço ocupado pelos dentes posteriores
de marcas existentes no mercado brasileiro, e comparar
estes achados à montagem de dentes ar
tificiais em
curva, em pequenos ar ticuladores, já que informações
imprecisas sobre os seus tamanhos podem comprometer
o resultado estético e funcional final.
Materiais
1. Car tas-moldes das mar cas comer ciais Trilux®
(Ruthibras Imp. Exp. e Com. de Prod. Odontológicos),
INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 39
39
11.08.08 20:30:24
Artiplus® (D entisplay I ndústria e Comér cio Ltda,
Petrópolis-RJ), SR O rthosit P E® (I voclar/Vivadent
Ltda,Liechtenstein), G nathostar® (I voclar/Vivadent
Ltda,Liechtenstein), B iolux® (D ental Vipi Ltda. I nd.
Com. De Prod. Odontológicos, Pirassununga-SP);
2.Um paquímetro manual;
3.Dentes artificiais posteriores correspondentes às marcas
comerciais das car tas-moldes citadas anteriormente
montados em pequenos articuladores. Sendo:
• Um modelo Trilux (M5)(figura 6);
• Um modelo Artiplus (O36 /U36) (figura 7);
• Um modelo SR Orthosit PE (T4) (figura 8);
• Um modelo Gnathostar (D88) (figura 9);
• Um modelo Biolux (P4) (figura 10).
Método
As mensurações dos dentes ar
tificiais posteriores
montados em pequenos articuladores foram realizadas
apoiando-se o paquímetr o manual na face mesial e
distal mais pr oeminente (obser vando-se o dente por
oclusal). Três mensurações foram r ealizadas e as duas
menores desprezadas. Os valores obtidos da largura dos
dentes em polegadas foram convertidos em milímetros
(1 pol. (n.i) = 25,4mm). Somou-se a largura individual
de cada dente artificial por modelo e, o valor obtido a
partir da montagem em cur va, foi comparado com os
valores das medidas (mm) corr espondentes ao espaço
ocupado pelos dentes posteriores em linha, observados
nas r espectivas car tas-moldes. O s dados obtidos
(Tabelas 1 -10) foram comparados e analisados através
do Microsoft Office Excel.
RESULTADOS
Foram feitas análises descritiv as e comparativ as da
porcentagem do espaço ocupado pelos dentes posterior
es
em linha fornecida pela carta-molde e do espaço ocupado
pelos dentes posteriores na montagem em curva, através
de gráficos (Gráficos 1 –10), para facilitar a visualização
e comparação entre estes valores.
DISCUSSÃO
A literatura mundial mostra-se extr emamente pobr e
em pesquisas de análise das cartas-moldes. Sabe-se que,
a escolha corr eta das larguras mesiodistais é um fator
determinante para se promover uma relação harmônica
40
Figura 06. Modelo Trilux (M5).
Figura 07. Modelo Artiplus (O36/U36).
Figura 08. Modelo SR Orthosit PE (T4).
Figura 09. Modelo Gnathostar (D88).
Figura 10. Modelo Biolux (P4).
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 40
11.08.08 20:30:27
entre o rosto do paciente eo seu sorriso. As cartas-moldes CONCLUSÃO
sugerem, por meio da largura dos dentes anterior es, a 1. U ma seleção incorr eta de dentes ar tificiais pode
largura dos dentes posteriores correspondentes. Os dentes resultar na r ejeição de pr óteses além de pr ejuízos
artificiais pr esentes no mer cado brasileir o apr esentam funcionais e estéticos. A confiabilidade nas informações
menos modelos de dentes posterior es, no que se r efere à dos fabricantes a respeito de seus produtos, a fidelidade
largura, do que dos dentes anteriores o que vem a permitir das informações contidas nas cartas-moldes, representam
que um único modelo de dente posterior seja indicado paracondições básicas para o corr eto desenv olvimento do
vários modelos de dentes anterior es. A grande variedade processo de seleção;
das formas de rebordos residuais, principalmente em um 2. Houve incoerências e discor dâncias de todas as car taspaís de grande miscigenação como nosso, os difer entes moldes em r elação às medidas r ealizadas sobre os dentes
alinhamentos r esultantes de montagens de dentes em
artificiais selecionadas realizadas com paquímetro manual.
diferentes formas de rebordo, ocupam espaços diferentes,
o que pôde ser constatado no simples estudo r ealizado:
pequenas variações do espaço a ser ocupado pelos dentes Tabela 1 - Dentes Superiores ORTHOSIT
artificiais podem acarretar prejuízos funcionais e estéticos.
Dente
Largura
Largura
Largura
Espaço
Espaço ocumésiomésiomésioocupado
pado pelos
BONACHELA e R OSSETTI2 em 2003 afi rmaram
distal em
distal em distal na pelos dentes
dentes
que existem difer entes formas oclusais disponív eis no
montagem montagem
cartaposteriores
posteriores
(n.i)
(mm)
molde
em linha na em montagem
mercado. P orém a maioria dos esquemas oclusais em
carta-molde
(mm)
próteses totais foi abandonada ou desacreditada devido à
(mm)
grande variabilidade e subjetividade dos testes realizados,
1PM
0.212
7,7216
30,3
30,2768
os quais sendo inconclusivos em relação à melhor forma
2PM
0.216
7,5438
oclusal cabível. E ainda, também, pode-se acr escentar a
1M
0.459
12,446
essa condição de uso, no qual se gera um amassamento
2M
0.305
9,9568
da resina e este amassamento ainda decorr e também da
ação de deformação do acrílico pela condição do próprio Tabela 2 - Dentes inferiores ORTHOSIT
peso, denominado fl uxo frio . O fato dos métodos de
Dente
Largura
Largura
Largura
Espaço
Espaço ocuseleção dos dentes ar tificiais serem largamente baseados
mésiomésiomésioocupado
pado pelos
em gr upos de indivíduos brancos é objeto de crítica
distal em
distal em distal na pelos dentes
dentes
montagem montagem
cartaposteriores
posteriores
na literatura.
(n.i)
(mm)
molde
em linha na em montagem
Observando-se a composição da sociedade brasileira atual,
carta-molde
(mm)
(mm)
depreende-se claramente que as conclusões dos trabalhos
1PM
0.203
5,1562
33,5
34,3408
relativos aos métodos de seleção de dentes ar
tificiais,
2PM
0.289
7,3406
constantes na literatura, não podem ser entendidas como
0.481
12,2174
válidas para a totalidade da população de nosso país, a qual 1M
2M
0.379
9,6266
é constituída por raças puras e também miscigenadas.
As cartas-moldes devem conter informações precisas dos
tamanhos dos dentes, sendo a fidelidade destes dados de Tabela 3 - Dentes Superiores TRILUX
extrema importância, pois as grandes v ariações podem
Dente
Largura
Largura
Largura
Espaço
Espaço oculevar a alterações na corr eta escolha de suas larguras.
mésiomésiomésioocupado
pado pelos
distal em
distal em distal na pelos dentes
dentes
Nenhuma das car tas-moldes av aliadas apr esenta a
montagem montagem
cartaposteriores
posteriores
medida da largura mésiodistais individuais dos dentes
(n.i)
(mm)
molde
em linha na em montagem
carta-molde
(mm)
posteriores. A penas informam o espaço ocupado pelo
(mm)
conjunto posterior superior ou inferior. As cartas-moldes
1PM
0.282
7,1628
33,5
32,131
das marcas Gnathostar, Artiplus, Biolux não apresentam
2PM
0.279
7,0866
a largura v estíbulo-lingual dos dentes posterior es, ao
1M
0.398
10,1092
contrário, das marcas Trilux e SR Orthosit PE.
2M
0.306
7,7724
-
INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 41
41
11.08.08 20:30:31
Tabela 8 - Dentes inferiores GNATHOSTAR
Tabela 4 - Dentes Inferiores TRILUX
Dente
Largura
mésiodistal em
montagem
(n.i)
Largura
mésiodistal em
montagem
(mm)
Largura
mésiodistal na
cartamolde
Espaço
ocupado
pelos dentes
posteriores
em linha na
carta-molde
(mm)
Espaço ocupado pelos
dentes
posteriores
em montagem
(mm)
Dente
Largura
mésiodistal em
montagem
(n.i)
Largura
mésiodistal em
montagem
(mm)
Largura
mésiodistal na
cartamolde
1PM
0.286
7,2644
-
35,3
38,4556
1PM
2PM
0.329
8,3566
-
2PM
0.345
8,763
-
0.276
7,0104
-
1M
0.494
12,5476
-
1M
0.49
12,446
-
2M
0.405
10,287
-
2M
0.443
11,2522
-
Espaço
ocupado
pelos dentes
posteriores
em linha na
carta-molde
(mm)
Espaço ocupado pelos
dentes
posteriores
em montagem
(mm)
35,6 39,4716
Tabela 9 - Dentes superiores BIOLUX
Tabela 5 - Dentes Superiores ARTIPLUS
Dente
Largura
mésiodistal em
montagem
(n.i)
Largura
mésiodistal em
montagem
(mm)
Largura
mésiodistal na
cartamolde
Espaço
ocupado
pelos dentes
posteriores
em linha na
carta-molde
(mm)
Espaço ocupado pelos
dentes
posteriores
em montagem
(mm)
Dente
Largura
mésiodistal em
montagem
(n.i)
1PM
0.289
7,3406
-
35
36,3474
1PM
2PM
0.322
8,1788
-
2PM
1M
0.437
11,0998
-
2M
0.383
9,7282
-
Tabela 6 - Dentes Inferiores ARTIPLUS
Largura
mésiodistal em
montagem
(mm)
Largura
mésiodistal na
cartamolde
Espaço
ocupado
pelos dentes
posteriores
em linha na
carta-molde
(mm)
Espaço ocupado pelos
dentes
posteriores
em montagem
(mm)
0.295
7,493
-
32
33,6042
0.291
7,3914
-
1M
0.436
11,0744
-
2M
0.301
7,6454
-
Tabela 10 - Dentes inferiores BIOLUX
Dente
Largura
mésiodistal em
montagem
(n.i)
Largura
mésiodistal em
montagem
(mm)
Largura
mésiodistal na
cartamolde
Espaço
ocupado
pelos dentes
posteriores
em linha na
carta-molde
(mm)
Espaço ocupado pelos
dentes
posteriores
em montagem
(mm)
Dente
Largura
mésiodistal em
montagem
(n.i)
Largura
mésiodistal em
montagem
(mm)
Largura
mésiodistal na
cartamolde
Espaço
ocupado
pelos dentes
posteriores
em linha na
carta-molde
(mm)
Espaço ocupado pelos
dentes
posteriores
em montagem
(mm)
1PM
0.295
7,493
-
36
39,1922
1PM
0.292
7,4168
-
35,2
39,6494
2PM
0.34
8,636
-
2PM
0.343
8,7122
-
1M
0.472
11,9888
-
1M
0.49
12,446
-
2M
0.436
11,0744
-
2M
0.436
11,0744
-
Tabela 7 - Dentes superiores GNATHOSTAR
Dente
Largura
mésiodistal em
montagem
(n.i)
Largura
mésiodistal em
montagem
(mm)
Largura
mésiodistal na
cartamolde
Espaço
ocupado
pelos dentes
posteriores
em linha na
carta-molde
(mm)
Espaço ocupado pelos
dentes
posteriores
em montagem
(mm)
1PM
0.304
7,7216
-
33,5
37,6682
2PM
0.297
7,5438
-
1M
0.490
12,446
-
2M
0.392
9,9568
-
42
Gráfico 1 - Dentes superiores ORTHOSIT
50%
Espaço ocupado pelos
dentes posteriores em
linha na carta molde (mm)
50%
Espaço ocupado pelos
dentes posteriores em
montagem (mm)
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 42
11.08.08 20:30:33
Gráfico 2 - Dentes inferiores ORTHOSIT
49%
Espaço ocupado pelos
dentes posteriores em
linha na carta molde (mm)
51%
Gráfico 7 - Dentes superiores GNATHOSTAR
47%
Espaço ocupado pelos
dentes posteriores em
montagem (mm)
53%
Gráfico 3 - Dentes superiores TRILUX
49%
Espaço ocupado pelos
dentes posteriores em
linha na carta molde (mm)
51%
47%
Espaço ocupado pelos
dentes posteriores em
montagem (mm)
Espaço ocupado pelos
dentes posteriores em
linha na carta molde (mm)
52%
51%
Espaço ocupado pelos
dentes posteriores em
montagem (mm)
Espaço ocupado pelos
dentes posteriores em
montagem (mm)
Gráfico 9 - Dentes superiores BIOLUX
49%
Espaço ocupado pelos
dentes posteriores em
montagem (mm)
Espaço ocupado pelos
dentes posteriores em
linha na carta molde (mm)
Espaço ocupado pelos
dentes posteriores em
linha na carta molde (mm)
53%
Espaço ocupado pelos
dentes posteriores em
linha na carta molde (mm)
51%
Espaço ocupado pelos
dentes posteriores em
montagem (mm)
Gráfico 10 - Dentes inferiores BIOLUX
Gráfico 5 - Dentes superiores ARTIPLUS
49%
Espaço ocupado pelos
dentes posteriores em
montagem (mm)
Gráfico 8 - Dentes inferiores GNATHOSTAR
Gráfico 4 - Dentes inferiores TRILUX
48%
Espaço ocupado pelos
dentes posteriores em
linha na carta molde (mm)
47%
Espaço ocupado pelos
dentes posteriores em
linha na carta molde (mm)
53%
Espaço ocupado pelos
dentes posteriores em
montagem (mm)
Gráfico 6 - Dentes Inferiores ARTIPLUS
48%
Espaço ocupado pelos
dentes posteriores em
linha na carta molde (mm)
52%
Espaço ocupado pelos
dentes posteriores em
montagem (mm)
INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 43
43
11.08.08 20:30:35
Endereço para correspondência:
Murilo Auler E. Salles
Rua Saint Martin, 28-50 - Ed. Caiapós, apto.12 - Jardim Aeroporto
CEP: 17012-433 - Bauru - SP
[email protected] - [email protected]
Referências Bibliográficas
1.
2.
BASSO, M.F.; NOGUEIRA, S.S.; LOFFREDO, L.C.M.
Estudo comparativo do tamanho dos incisivos centrais
superiores e da distância entre os caninos de duas marcas
comerciais de dentes artificiais. Ciên Odonto Bras., 2005, jul./
set.; 8 (3): 83-91.
BONACHELA, W. C.; ROSSETTI, P. H. O. Overdentures
- Das Raízes aos Implantes Osseointegrados. Planejamentos,
Tendências e Inovações. Livraria Santos Editora Com. Imp.
Ltda. 1ª edição. Cap.5, p.133-134, 2003.
3.
CASTRO Jr., O.V.; FRIGÉRIO, M.L.M.A. Avaliação das
larguras mesiodistais de dentes artificiais de três cartas moldes
utilizadas no Brasil. RPG Rev. Pós Grad., 2005; 2(2): 222-8
4.
CASTRO Jr., O.V.; HVANOV, Z.V.; FIGÉRIO, M.L.M.A.
Avaliação estética da montagem dos seis dentes superiores
anteriores em prótese total. Pesq Odont Bras, v. 14, n. 2, p. 177182, abr./jun. 2000.
5.
DAVIS, DAVID M.; PACKER, MARK E.; WATSON
ROGER, M. Maintennance Requirements Of ImplantSupported Fixed Prostheses Oppposed By Implant-Supported
Fixed Prostheses, Natural Teeth, Or Complete Dentures: A 5-Year
Restrospective Study. The International Journal of
Prosthodontics. v.16, n.5, p.521-523. 2003.
6. ESAN, T.A.; OLUSILE, A.O.; AKEREDOLU, P.A. Factors
infl
uencing tooth shade selection for completely edentulous
patients.
The Journal of Contemporary Dental Practice, v.7,
n.5, november1, 2006.
7.
FENTON, A. The decade of overdentures: 1970-1980. J.
Prosthet. Dent. v.79; 1; 31-37. dec.1998.
8.
FROSSARD, M. et al. Determinação da largura dos dentes
ântero-superiores na seleção dos dentes artificiais. Rev. Faculdade
de Odontologia de Bauru, V.6, n.2, p.53-65, abr. /jun., 1998.
9.
FRUSH, J.P.; FISHER, R.D. Introduction to dentinogenic
restourations. J. Prosthet. Dent., 1955; 5:586-95.
Masticatory Performance: a Systematic Reveiw. J. Prosthet.
Dent. v.98; 6; 470-477. dec.2007.
11. KIAUSINIS, M.D.; YAMADA, R.N.; KIAUSINIS, V.;
RODRIGUES, R.S. Estudo comparativo da largura dos dentes
naturais anteriores superiores em relação aos dentes artificiais
para prótese total. RPG Rev. Pós Grad., 2006;13(1);36-44.
12. KIAUSINIS, M.D. Estudo comparativo da largura de dentes
naturais anteriores superiores em relação aos dentes artificiais
para prótese total [Dissertação de Mestrado] São Paulo:
Faculdade de Odontologia da USP; 2005.
13. LA VERE, A.M.; MARCROFT, K.R.; SMITH, R.C.; SARKA,
R.J. Denture tooth selection: An analysis of the natural maxillary
central incisor compared to the length and width of the face
(Part I). J. Prosthet. Dent., 1992a; 67(5): 661-3.
14. LA VERE, A.M.; MARCROFT, K.R.; SMITH, R.C.; SARKA,
R.J. Denture tooth selection: An analysis of the natural maxillary
central incisor compared to the length and width of the face
(Part II). J. Prosthet. Dent., 1992b; 67(6): 810-2.
15. LA VERE, A.M.; MARCROFT, K.R.; SMITH, R.C.; SARKA,
R.J. Denture tooth selection: size matching of natural anterior
tooth width with artificial denture teeth. J. Prosthet. Dent.,
1994; 72 (4): 381-4.
16. LAVELLE, C.L.B. Maxillary and mandibular tooth size in
diff
erent racial groups and different occlusal categories. Am. J.
Orthod. 1972; 61(60): 29-37.
17. MIRA GLIA, S.S. et al.Análise comparativa das distâncias mésiodistal e gêngivo-incisal dos incisivos centrais superiores com a
régua Trubyte Tooth Indicator. PGRO-Pós-Grad. Rev. Odontol.,
v.5, n.2, maio/ago.,2002.
18. OKAWA, M.S. Estudo do tamanho dos dentes naturais
superiores e dentes artificiais de diferentes marcas comerciais
[Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Faculdade de Odontologia
da USP; 2005.
19. SELLEN, P.N.; PHIL, B.; JAGGER, D.C. Computer-generated
study of the correlation between tooth, face, arch forms and
palatal contour. J. Prosthet. Dent., 1998; 80(1-2):163-8.
20. TAMAKI, S.T. Determinação da largura dos dentes artificiais
em dentadura pela papila incisiva. Rev. Asssoc. Paul. Cir. Dent.
São Paulo, v.19, n.3, p 109-116, mai./jun., 1965.
21. VARJÃO, F.M. Estudo da largura dos dentes ântero-superiores
de prótese totais: estudo de quatro métodos fundamentados na
posição dos caninos em três grupos raciais da população brasileira
[Dissertação de Mestrado]. Araraquara: Faculdade de
Odontologia da Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita
F
ilho”; 2003.
10. FUEKI, K.; KIMOTO, K.; OGAWA, T.; GARETTT, N., R.
Eff
ect of Implant-Supoported or Retainerd Dentures on
44
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 44
11.08.08 20:30:39
Solda a laser em barras de Ti na busca da
passividade em carga imediata: relato de caso
Laser weld in Ti bars to passivity excellence on immediate loading:
case report
Renato de Freitas1; Antonio Alves de Almeida Júnior2; José Luiz Góes de Oliveira3; Leandro de Moura Martins4;
Celso Aparecido Catalan5
Resumo
A restauração imediata após a colocação do implante dental é uma excelente opção de tratamento que o cirurgião-dentista
pode oferecer a seus pacientes. Este procedimento provê uma restauração estável e estética. Durante a sessão de carga
imediata, a agilidade dos procedimentos cirúrgicos e protéticos garante um conforto maior ao paciente e à equipe de trabalho.
Para isso faz-se interessante usufruir da versatilidade da soldagem a laser dos componentes de uma prótese fixa sobre
implante. Durante a soldagem a laser não há contato direto com a área da solda, é um método rápido e promove soldagens
precisas e bem definidas, pois a região afetada pelo calor é pequena e o campo magnético não causa efeito sobre o feixe
laser. Outro procedimento que vem crescendo nos últimos anos é o uso do titânio na área odontológica. Isto se deve à sua
biocompatibilidade, resistência à corrosão, e propriedades físicas e mecânicas melhores em relação às ligas de Co-Cr e Ni-Cr. No
entanto, a utilização do titânio em infra-estruturas protéticas tem sido um processo lento. Apesar de suas ótimas características,
principalmente quando unidas às vantagens da solda a laser, muitos dentistas e laboratórios não conhecem o material e poucos
trabalhos mostram acompanhamento clínico. Neste ínterim, este trabalho expõe um caso clínico de reabilitação oral com
prótese sobre implante metaloplástica com infra-estrutura confeccionada em titânio e soldada pela técnica da solda a laser.
Unitermos: soldagem em odontologia; prótese dentária fixada por implante; titânio.
Abstract
The immediate restoration after placing the dental implant is an excellent option for treatment that the dentist can offer your
patients. This procedure provides a stable and aesthetic restoration. During the session of immediate load, the agility of surgical
and prosthetics procedures guarantees a greater comfort to the patient and team work. Therefore, it is interesting to enjoy
the versatility of the laser-welded technique of the components of a prosthesis implant-supported . During the laser welding
there is no direct contact with the solder area, is a rapid method and promotes precise and well defined welding, because
the region affected by the heat is small and the magnetic field causes no effect on the laser beam. Another procedure that
has been growing in recent years is the use of titanium in dentistry. This is due to its biocompatibility, resistance to corrosion,
and physical properties better than Co-Cr-Ni-Cr alloy. However, the use of titanium in infrastructure prosthetic has been a slow
process. Despite its great features, especially when attached to the benefits of laser welding, many dentists and laboratories do
not know the material and there are few longitudinal studies. In the meantime, this work presents a case of oral rehabilitation
with prosthetic implant on metaloplastic with titanium framework and the use of laser-welded technique.
Keywords: dental soldering; dental prosthesis, implant-supported; titanium.
1. Professor Assistente Doutor da Faculdade de Odontologia de Bauru - USP
2. Especialista em Prótese Dentária pela FUNBEO/USP; Mestrando em Reabilitação Oral pela FOAr/UNESP
3. Especialista em Prótese Dentária pela FUNBEO/USP; Mestrando em Reabilitação Oral pela FOB/USP
4. Mestre em Materiais Dentários pela FOB/USP; Doutorando em Reabilitação Oral pela FOB/USP
INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 45
45
11.08.08 20:30:41
INTRODUÇÃO
O termo soldagem, segundo o M
etals H andbook1
(1998), é usado comumente em odontologia para
descrever a maioria dos pr ocessos de união de metais
que envolvem o fl uxo de um metal de pr eenchimento
entre dois ou mais componentes metálicos. A soldagem
é a operação que assegura, por uma fusão localizada,
a continuidade metálica de um conjunto de peças,
permitindo a homogeneidade de suas pr
opriedades
físicas e mecânicas2. O processo envolve o derretimento
da liga de solda e o derramamento da solda liquefeita
pela ação de capilaridade entre as partes a serem unidas
sem fundi-las3, formando um composto intermetálico2.
Dentre as técnicas de soldagem mais utilizadas para esta
finalidade, temos: a brasagem com maçarico, conhecida
como solda conv encional; a brasagem com infravermelho; o Tungsten Inert Gas (TIG), que é um feix e
de elétrons e a técnica de soldagem a laser4.
Dentre todas estas técnicas, a solda a laser apar enta ser
bastante promissora5, 6. A soldagem a laser passou a ser
utilizada na odontologia para a confecção de pr óteses
fixas a par tir da década de 70 com os trabalhos de
SMITH e GORDON 7 (1972). N o Brasil, a soldagem
por laser foi introduzida em 1997 e tem sido empregada
em substituição aos demais pr ocessos de soldagem,
principalmente ao de brasagem, na confecção de pr
óteses
odontológicas. Este método apr esenta v antagens em
relação ao método convencional ao maçarico, no que diz
respeito à r esistência da junta soldada e v ários estudos
têm buscado quantifi car as alterações causadas por este
tipo de solda4, 6, 8.
O processo de soldagem a laser pode ser empr egado na
união de uma larga v ariedade de metais, bem como de
metais dissimilares4, 9. O laser é uma luz eletromagnética
monocromática cujo feix e de energia (de 1 a 25 kW )
pode ser concentrado em um ponto focal apresentando
as seguintes v antagens: a soldagem é r ealizada atrav és
de um vidro, não havendo contato direto com a área da
solda; é um método rápido e promove soldagens precisas
e bem definidas. A região afetada pelo calor é pequena e
o campo magnético não causa efeito sobre o feixe laser3,
10-14
. Porém, observa-se que a penetração do laser é de,
aproximadamente, 0,5 a 1,5 mm de pr ofundidade, o
que poderia alterar a longevidade de infra-estruturas de
grandes dimensões3, 15-17.
46
Figura 01. Instalação dos mini-pilares e sutura do
tecido gengival.
Figura 02. União dos transferentes ao guia
multifuncional com resina acrílica Duralay.
Figura 03. Posicionamento dos cilindros e
verificação do espaço para barra com auxílio do
guia multifuncional.
Figura 04. Soldagem a laser de partes da barra
pré-fabricada aos cilindros de titânio.
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 46
11.08.08 20:30:44
Sendo assim, um aspecto impor tante a ser lev ado em
consideração nos pr ocedimentos de soldagem é com
relação ao espaço para solda. A
pesar de existir em
7, 18
que r ecomendem que as faces a ser
em
autores
soldadas estejam em contato durante o pr ocesso de
soldagem, vários outros trabalhos como o de R YGE19
(1958) discor dam deste conceito . Este autor v erificou
que um espaço para solda inferior a 0,12 mm iria lev ar
à pr odução de um grande númer o de por osidades na
junta, diminuindo assim a sua resistência. Desta forma,
a maioria dos trabalhos5, 20, 21 recomenda um espaço para
soldagem entre 0,1 a 0,76 mm.
A solda a laser ganhou ainda mais for
ça com o
crescimento do uso do titânio na área odontológica nos
últimos anos, principalmente pela sua aplicação nos
implantes dentais e isto se dev
e à sua biocompatibilidade,
resistência à corr osão e pr opriedades físicas e
mecânicas22. J á existe uma tendência à substituição
das ligas usadas atualmente para fabricação de pr óteses
dentais por ligas à base de titânio, visto que esta possui
biocompatibilidade, menor densidade específi ca, maior
ductibilidade e menor condutividade térmica que as
ligas de Co-Cr e Ni-Cr22.
Todas estas pr opriedades, alcançadas pela utilização da
solda a laser juntamente com o titânio, vão ao encontro
de alguns fator es enumerados como fundamentais
para que a carga imediata seja possív el: componentes
cirúrgicos-protéticos confi áveis do ponto de vista
biomecânico; pr óteses bem ajustadas; conexão rígida
entre os implantes atrav és de infra-estr uturas metálicas
rígidas e bem r esistentes; preferência por pr óteses fi xas
ao invés de removíveis23.
A carga imediata trata-se da instalação de um
implante endósseo em condições ideais de estabilidade
primária seguida da ativ ação pr otética em até 48h,
evitando-se micromovimentações que pr omoveriam a
fibrointegração e não a osseointegração24.
A r estauração imediata do implante dental é uma
excelente opção de tratamento que o cir urgião-dentista
pode ofer ecer a seus pacientes. A incorporação da
restauração provisória durante a colocação do implante
provê ao paciente uma r estauração estável e estética. A
preservação do osso interdental, a criação ou manutenção
do tecido mole, a formação de uma boa largura gengiv
al,
o uso de uma restauração que imite a prótese definitiva
Figura 05. Prova em boca da barra soldada.
Figura 06. Prótese após o acabamento e o
polimento.
Figura 07. Caso final: vista frontal.
INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 47
47
11.08.08 20:30:48
com um perfil de emergência harmonioso, a presença de
contorno e contatos inter dentais, além da diminuição
do tempo de tratamento são os grandes benefícios da
restauração imediata25.
A utilização do titânio em infra-estr uturas pr otéticas
tem sido um pr ocesso lento . A pesar de suas ótimas
características, principalmente quando unidas às
vantagens da solda a laser
, muitos dentistas e laboratórios
não conhecem o material e poucos trabalhos mostram
acompanhamento clínico. Neste ínterim, este trabalho
expõe um caso clínico de reabilitação oral com prótese
sobre implante metaloplástica com infra-estr
utura
confeccionada em titânio e soldada pela técnica da
solda a laser.
RELATO DE CASO
Uma paciente edêntula, faz endo uso de pr óteses totais
duplas, se apr esentou no curso de I mplantodontia da
clínica Via O ral r elatando difi culdade de mastigação
e prejuízo estético. Após a anamnese e exames clínico
e radiográfi co, foi planejada, a princípio, a confecção
de no vas pr óteses totais e em seguida a colocação de
implantes no r ebordo inferior e instalação de uma
prótese do tipo protocolo.
A paciente fez o uso das no vas próteses e, após ajustes
periódicos, a pr ótese total inferior foi duplicada para
confecção do guia multifuncional (Figuras 6 e 7). Pôdese, então, planejar e instalar cinco implantes M aster
Screw (Conexão - Sistemas de Prótese, São Paulo, Brasil)
de plataforma protética regular.
Nesta mesma sessão, parafusou-se sobr
e os cinco
implantes os intemediários protéticos do tipo Microunit
(Conexão – S istemas de P rótese, São Paulo, Brasil) de
3,75mm a um tor que de 20Ncm (fi gura 1). N esse
momento, iniciou-se o procedimento de transferência,
sendo os transfer
entes parafusados sobr
e os
intermediários e unidos entre si e ao guia multifuncional
por meio da resina Duralay® (Reliance Dental MFG Co,
EUA) (Figura 2). O guia multifuncional serviu também
como registro inter-maxilar e como moldeira individual
para obtenção do modelo de trabalho.
Sobre os análogos do modelo de trabalho foram
parafusados cilindros de titânio e, com auxílio do guia
multifuncional, foi possível verificar o espaço disponível
para confecção da barra. Os cilindros foram então unidos
48
por barras fundidas pré-fabricadas de titânio, utilizando
para isto solda a laser (figuras 3 e 4).
A soldagem a laser foi r ealizada em uma máquina de
soldagem Dentaurum DL 20002S, que utiliza um cristal
Nd: YAG (N eodímio e Ytrium Aluminium G arnet)
como fonte de laser, e a potência máxima do feix e foi de
5,84 kW durante 12 milissegundos, gerando uma energia
de soldagem de apr oximadamente de 70,08 J. Todo o
procedimento durou aproximadamente 20 minutos.
A barra foi provada na boca para que fosse comprovada
sua adaptação aos intermediários (fi gura 5). Não foram
necessários ajustes, corroborando a qualidade da técnica
de solda a laser.
Após a pr ova da barra, foi aplicado um corante opaco
com o objetiv o de mascarar a pr esença de metal sob
o acrílico . F eito isto, iniciou-se o pr ocedimento de
união da pr ótese total, pr eviamente confeccionada, à
barra. A prótese foi desgastada por lingual, reposionada
na boca e unida à barra de titânio por meio de r esina
rosa fotopolimerizável. Após a captura, o conjunto foi
removido da boca para r ealização do acabamento e
polimento (fi gura 6). No mesmo dia da instalação dos
implantes, a pr ótese metaloplástica fi xa com barra em
titânio foi parafusada (figura 7).
Realizada as manutenções periódicas r ecomendadas
(24/48/72 horas e uma semana) após a instalação da
prótese, foram observados bom controle da higienização
e saúde dos tecidos gengiv ais, além da estabilidade da
prótese que não apresentou necessidade de re-aperto ou
substituição dos parafusos, mostrando a passividade que
a solda a laser favorece.
DISCUSSÃO
Uma pr ótese fi xa sobr e dentes e/ou implantes dev e
apresentar uma per feita adaptação, sem intr oduzir
tensões mecânicas. Esta passividade na adaptação é uma
das características mais buscadas na I mplantodontia,
uma vez que os efeitos danosos como r eabsorção óssea,
bem como o deslocamento e a fratura de componentes
da prótese e do implante são minimizados.
Sendo assim, a dificuldade de se obter uma adaptação e
passividade correta em próteses extensas confeccionadas
em monoblocos fundidos leva ao emprego da soldagem.
A escolha do pr ocesso a ser utilizado na soldagem de
próteses dev e pr eencher os seguintes r equisitos: gerar
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 48
11.08.08 20:30:51
uma quantidade de energia capaz de unir dois metais,
similares ou não, sem causar distorção na peça; propiciar
o controle da metalurgia de soldagem para que a região
da solda alcance as pr opriedades desejadas; pr opiciar a
qualidade da junta e considerar a viabilidade econômica
e técnica do equipamento8.
O pr ocesso de soldagem conv encional por brasagem
com maçarico transfere um grande aporte de calor para
a peça a ser soldada, originando uma maior zona afetada
pelo calor no metal e causando maior es problemas de
distorção das peças. A soldagem por laser é um processo
que tem como característica uma fonte de calor
concentrada e, portanto, minimizar estes problemas4, 9.
Na soldagem a laser pode-se pr
ovocar taxas de
resfriamento de 103 a 108 Ks-1 e induzir v elocidades
de solidificação de 1 a 10 ms-1.4. Ou seja, durante o ato
da solda, o laser produz grande quantidade de calor, em
pouquíssimo tempo (alguns milissegundos), capaz de
fundir o metal antes que o calor possa se difundir para
a região adjacente à solda que permanece à temperatura
ambiente. Isto provoca um alto gradiente de temperatura,
causando um resfriamento muito rápido após a retirada
da fonte de calor.
Neste caso, a infra-estr utura da pr ótese metaloplástica
sobre implantes foi confeccionada em titânio . S abe-se
que a utilização do titânio depara-se com obstáculos
como a necessidade de aparato especial e de alto custo .
Devido a sua baixa densidade, elev ado ponto de fusão
(1.720º C) e a alta r eatividade química com elementos
do revestimento, a fundição do titânio exige máquinas
especiais que utilizam ar co elétrico/v ácuo/pressão de
argônio26, além do uso de r evestimentos especiais que
algumas vezes não conseguem favorecer ao titânio uma
adequada reprodução de detalhes.
Este inconv eniente pode ser eliminado quando são
utilizadas pequenas barras de titânio pr
é-fundidas
soldadas a cilindr os de titânio usinados, permitindo
assim o uso deste metal como infra-estr
utura de
próteses metaloplásticas sobre implantes com adaptação
e passividade adequados.
evitando distorções devido à baixa pr opagação de calor
e ausência de tensões; não há a necessidade de utilização
de fornos, modelos em r evestimento e ligas para solda,
o que evita contaminações e confer e maior r esistência
mecânica devido à homogeneidade da estr utura; além
do mais, é economicamente viáv el. Esta v ersatilidade
da solda a laser é muito útil durante a sessão de carga
imediata, uma v ez que a agilidade dos pr ocedimentos
cirúrgicos e pr otéticos garante um confor to maior ao
paciente e a equipe de trabalho, além de conferir uma
infra-estrutura de alta qualidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como obser vado, o pr ocedimento de solda a laser
apresenta-se rápido e prático . Além disso, a r egião
termicamente afetada é muito pequena e não há toques,
INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 49
49
11.08.08 20:30:53
Referências Bibliográficas
1.
Metals Handbook: Desk Edition. 2 ed: Asm International
Handbook Committee 1998.
2.
E
Anusavice K. Phillips, materiais dentários. Rio de Janeiro::
lsevier 2005.
3.
Zupancic R, Legat A, Funduk N. Tensile strength and corrosion
resistance of brazed and laser-welded cobalt-chromium alloy
joints. J Prosthet Dent. 2006 Oct;96(4):273-82.
4.
Bezerra RM, Souza PCRD, Ramires I, Bottino MA, Guastaldi
AC. Microestrutura e resistência à corrosão do Ti c.p. soldado
a laser utilizando em prótese sobre implantes. Eclética Química.
1999;24.
5.
Huling JS, Clark RE. Compratative distortion in three-unit
fixed prostheses joined by laser welding, conventioanl soldering,
or casting in one piece. J Dent Res. 1977 Feb;56(2):128-34.
6.
Wang RR, Welsch GE. Joining titanium materials with tungsten
inert gas welding, laser welding, and infrared brazing. J Prosthet
Dent. 1995 Nov;74(5):521-30.
7.
Smith DL, Burnett AP, Gordon TE, Jr. Laser welding of gold
alloys. J Dent Res. 1972 Jan-Feb;51(1):161-7.
8.
Santos ML, Souza PCRD, Vercik LCO, Guastaldi AC. Estudo
microestrutural e resistência à corrosão de uma liga de Au
soldada a laser, empregada em prótese sobre implantes. Eclética
Química. 2002;27
9.
Wainer E, Brandi SD, Mello FDH. Soldagem: processos e
metalurgia. São Paulo: Edgar Blucher 1992.
10. S jogren G, Andersson M, Bergman M. Laser welding of titanium
in dentistry. Acta Odontol Scand. 1988 Aug;46(4):247-53.
11. Berg E, Wagnere WC, Davik G, Dootz ER. Mechanical
properties of laser-welded cast and wrought titanium. J Prosthet
Dent. 1995 Sep;74(3):250-7.
16. Tambasco J, Anthony T, Sandven O. Laser welding in the
dental laboratory: an alternative to soldering. J Dent Technol.
1996
May;13(4):23-31.
17. Watanabe I, Topham DS. Laser welding of cast titanium and
dental alloys using argon shielding. J Prosthodont. 2006 MarA
pr;15(2):102-7.
18. Young AC. The technic of soldering. Dent Rays. 1939;14:39-42.
19. Ryge G. Dental soldering procedures. Philadelphia 1958.
20. Perdigon GJ, Van Eepoel EF. Minimizing solder joint warpage
in
fixed partial denture construction. J Prosthet Dent. 1957
M
ar;7(2):244-9.
21. Sarfat E, Harter JC. Comparative accurancy of fixed partial
denturesmade as one piece casting and joined by solver. J
Prosthet Dent. 1992 Mar;55(3):312-7.
22. Wang RR, Fenton A. Titanium for prosthodontic applications:
a review of the literature. Quintessence Int. 1996
J
un;27(6):401-8.
23. Vasconcelos L, Francischone C, Lima E, Takagui R. Carga
imediata para reabilitação de madíbulas desdentadas. In: Dinato
J, Polido W. Implantes Osseointegrados: Cirurgia e Prótese. 1a
ed. São Paulo: Artes Medicas 2001.
24. Lenharo A, Cosso F. Carga imediata em implantodontia. In:
Bezerra F, Lenharo A. Terapia Clínica Avançada em
Implantodontia. São Paulo: Artes Médicas 2002.
25. Petrungaro PS. Immediate implant placement and
provisionalization in edentulous, extraction, and sinus grafted
sites. Compend Contin Educ Dent. 2003 Feb;24(2):95-100,
3-4, 6 passim; quiz 13.
26. Nogueira F, Adabo G, Ferreira A, Rocha S, Fonseca R.
Resistência à compressão de revestimentos fosfatados para
fundição de titânio em diferentes temperaturas. Revista de
Odontologia da UNESP. 2006;35(3):171-75.
12. Chai T, Chou CK. Mechanical properties of laser-welded cast
titanium joints under different conditions. J Prosthet Dent.
1998
Apr;79(4):477-83.
13. Rocha R, Pinheiro AL, Villaverde AB. Flexural strength of pure
Ti, Ni-Cr and Co-Cr alloys submitted to Nd:YAG laser or TIG
welding. Braz Dent J. 2006;17(1):20-3.
14. W atanabe I, Baba N, Chang J, Chiu Y. Nd:YAG laser penetration
into cast titanium and gold alloy with different surface
preparations. J Oral Rehabil. 2006 Jun;33(6):443-6.
15. Neo TK, Chai J, Gilbert JL, Wozniak WT, Engelman MJ.
Mechanical properties of titanium connectors. Int J Prosthodont.
1996
Jul-Aug;9(4):379-93.
50
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 50
11.08.08 20:30:56
Implante cone morse ultra rosqueante de torque
interno - parte II: componentes cirúrgicos
e protéticos
Implant cone morse ultra self tapping of internal torque - part II:
surgical and prosthetic components
Michel Aislan Dantas Soares1; Ariel Lenharo2; André Zaninetti dos Santos3; Ariana Santos de Oliveira4;
Nelis Evangelista Luiz5; Rodolfo Alexandre André6
Resumo
Este trabalho apresenta características e resultados de ensaios realizados em componentes protéticos utilizados em
implantes com conexão cônica interna. Nele estão descritas as características principais dos componentes protéticos e o
sistema de fresagem para inserção do implante de acordo com a classificação óssea.
Unitermos: implantes dentários; cone morse; componentes protéticos.
Abstract
This work shows characteristics and tests results of implant prosthetics components used with internal taper connection. There
are described the main characteristics of the prosthetics components and milling system for insertion of the implant according
to the bone classification.
Keywords: dental implants; cone morse; prosthetic components.
1. Graduando em Tecnologia Mecatrônica pelo Centro Universitário Nove de Julho; Projetista da SIN
2. Doutor em Implantodontia pela UNESP - Araçatuba; Diretor, Presidente e Professor do INEPO
3. Graduando em Engenharia Mecânica pelo Centro Universitário da FEI; Desenhista da SIN
4. Graduando em Tecnologia em Processo de Produção pela FATEC; Técnico em Métodos e Processos da SIN
5. Doutor em Eng. Mecânica pela Universidade Federal de Uberlândia; Coordenador de Engenharia da SIN
6. Especialista em Periodontia - Unesp/APCD - Araraquara - SP; Especialista em Implantodontia - Profis/APCD - Bauru - SP;
Mestre em Implantologia - USC - Bauru – SP; Doutorando em Implantologia - USC - Bauru - SP
INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 51
51
11.08.08 20:30:58
INTRODUÇÃO
Com o av anço dos implantes ósseointegráv eis, as
reabilitações com pr óteses fi xas proporcionaram
resultados previsíveis, pois com a instalação de quatr o
a seis implantes e a confecção de uma pr
ótese total
fixa implanto-supor tada, também conhecida como
tipo pr otocolo, uma opção de tratamento foi criada.
Porém, com o passar dos anos os implantes passaram a
ser utilizados em pacientes par cialmente edêntulos ou
com ausência de um único dente e, em muitos casos,
em regiões anteriores e com grande apelo estético.
Essa necessidade alavancou o desenvolvimento de novos
implantes e componentes protéticos que minimizassem
potenciais pr oblemas estéticos. D essa forma os no vos
componentes pr opiciaram ao cir urgião e ao pr otético
uma nova opção de correção de altura e desvios angulares
relativos aos implantes. Esses no vos pr odutos foram
divididos em duas categorias:
- Prótese parafusada: composta por componentesotacionais
r
(mini-abutment) e anti-r otacionais (abutment cônico).
Necessitam de um componente tipo UCL A montado
acima do intermediário para fixação da prótese;
- P rótese dir eta sobr e implante: composta por
componentes anti-r otacionais e fi xada diretamente
sobre o implante. Esse componente também tem a
característica de personalização da pr ótese atrav és de
preparo prévio e cimentação da pr ótese direta sobre o
componente (abutment cimentado) (Coelho, 2006)1.
No presente artigo serão analisadas as características da
linha de soluções pr otéticas para implantes R evolution
Morse que apr esentam conexão cônica interna (Cone
Morse), também serão analisados os instr
umentais
cirúrgicos necessários para inserção do implante.
INTERMEDIÁRIOS
Mini-abutment
O mini-abutment, também conhecido como minipilar cônico, tem a função de ligar o implante à prótese
corrigindo diferenças de altura.
Por se tratar de um componente r otacional, é indicado
para próteses múltiplas sendo utilizados em próteses fixas
parafusadas metalocerâmicas ou metaloplásticas ( Tipo
Protocolo), ou prótese classificada de Branemark.
Nos implantes de hexágono interno e externo é formado
por duas peças (parafuso e mini-abutment) (F igura 1.0);
52
no caso dos componentes para implantes Cone Morse ele
apresenta-se como corpo único (Figura 2.0), que aumenta
sua r esistência mecânica e, por ser um componente
rotacional, não gera difi culdade no posicionamento da
prótese. Os mini-abutments para implantes R evolution
Morse são selecionados de acor do com a sua altura
protética (distância entre a face da plataforma do implante
e a face de encaix e da pr ótese (Figura 3.0). Essa altura
pode variar de 1 a 4 mm de comprimento.
Para os abutments de corpo único é r ecomendado um
torque máximo para aperto do intermediário de 20 N.cm.
Abutment cônico
Possui as mesmas características dos mini-abutments,
porém possui um elemento anti-r
otacional que, adaptado
ao implante, pr oporciona precisão no posicionamento
da prótese.
Por se tratar de um componente anti-r
otacional, é indicado
para próteses unitárias, sendo utilizados em próteses fixas
parafusadas metalocerâmicas (Coelho, 2006)1.
Para implantes R evolution M orse, possui duas
configurações: corpo único (F igura 4.0) e com duas
peças (Figura 5.0), ambos com a mesma funcionalidade,
ficando sua escolha a critério do cirurgião. Também são
selecionados de acor do com a sua altura pr otética que
varia entr e 1 a 4 mm. É r ecomendado um tor que de
aperto de 20 N.cm.
Abutment cimentado
O abutment cimentado é um componente pr
otético
muito utilizado na confecção de cor
oas unitárias.
Embora tenham um perfil pré-fabricado, esses abutments
proporcionam ao profissional certo grau de liberdade, uma
vez que, utilizando-se de br ocas especiais, o pr ofissional
pode trabalhar esses componentes de forma personalizada.
Ao permitir modifi cações de sua forma original, tornase possív el corrigir pequenos err os de orientação dos
implantes ou limitações de espaço interoclusal.
Os abutments cimentados para implantes com conexão
interna do tipo Cone M
orse são fabricados geralmente em
corpo único. Nesse modelo o componente é parafusado
sobre o implante até seu ponto de trav amento (cone
com cone). Dessa forma, após o tor que recomendado,
o abutment não pode mais ser retirado.
Esse sistema apr esenta como característica a falta de
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 52
11.08.08 20:31:01
sincronismo entre abutment e implante. D evido a este
fator, os abutments cimentados de corpo único utilizam
um conceito de transfer ência e moldagem difer ente
do conv encional. N esse sistema o abutment também
não pode ser personalizado, obrigando o pr ofissional
à escolha pr évia do abutment com base na altura e
diâmetro da prótese.
O sistema de transferência é feito sobre o componente (já
fixado ao implante), através de um transferente de moldeira
fechada e depois r epassada para o modelo atrav és de um
análogo com o mesmo perfi l do abutment. A pr ótese é
trabalhada sobre um cilindro calcinável que após o término
é cimentada sobre o abutment (Figura 6.0).
Esse processo limita o profissional na busca pela melhor
estética do paciente, além de aumentar o tempo e o
processo de fabricação da prótese.
Os abutments cimentados para linha de implantes
Revolution M orse são fabricados em duas peças,
mantendo a possibilidade da personalização do
componente de acor do com a necessidade do
profissional. Com essa característica adicionou-se
um elemento anti-r otacional que garante a posição
da pr ótese e possibilita a transfer ência dir eta sobr e o
implante (Figura 7.0).
O no vo abutment adapta-se ao implante atrav és do
hexágono e do cone interno (F igura 8.0) e é fi xado
através do parafuso de titânio com torque de 20N.
Com essa configuração também é possível a fabricação de
abutment cimentado angulado com 17°(Figura 9.0).
O sistema de transfer ência da linha de abutments
cimentados R evolution M orse é composto por dois
tipos de transfer entes: moldeira aber ta e moldeira
fechada (Figura 10.0), e análogos referentes ao diâmetro
da plataforma do implante (Figura 11.0).
O processo de transferência para os abutments cimentados
Revolution Morse possui as seguintes etapas:
• transfer ência da posição do implante: acoplar o
transferente (aber to ou fechado) ao implante e faz er a
marcação através da moldeira;
• transfer ência para o modelo: r etirar a moldeira e
acoplar o análogo ao transferente, completar a moldeira
com resina e retirar a impressão da arcada;
• modelagem do componente: r etirar o transfer ente,
acoplar o abutment cimentado e dar início ao pr eparo
do componente.
Obs.: Durante a fase de pr eparo do componente dev e-
Figura 01. Componente formado por duas peças.
Figura 02. Componente com corpo único.
Figura 03. Altura protética do mini-abutment.
Figura 04. Componente com corpo único.
Figura 05. Componente formado por duas peças.
INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 53
53
11.08.08 20:31:04
se utilizar o parafuso de laboratório específi
co para
implantes Revolution Morse e, para fi xação da prótese,
utiliza-se o parafuso de titânio.
INSTRUMENTAIS CIRÚRGICOS
Chaves de transporte e instalação
O transpor te e a instalação do implante são feitos
através de uma única chave por meio de um sistema de
engate rápido cônico (F igura 12.0). Essa característica
reduz o tempo cir úrgico, pois elimina a necessidade de
montador e de dispositiv os para captura do implante.
Confeccionada em aço ino
xidável mar tensítico
temperado e r evenido, a chav e r ecebe um tratamento
com aplicação de nitreto de titânio atrav és do processo
PVD, que garante a manutenção de suas pr opriedades
mecânicas. A camada de nitr eto de titânio impede o
contato direto do aço inox com o implante, desta forma,
tem-se garantido que o mesmo não sofr erá qualquer
tipo de contaminação pelo material da chav e (S oares,
et. al 20072.
Sistema de fresagem
As fresas odontológicas são impor tantes instr umentais
cirúrgicos que têm a função de preparar o alvéolo ósseo
para posterior inser ção dos implantes. Cada família de
implante possui um sistema de fresagem específico para
sua instalação (Assis, 2000) 3. Os Implantes Revolution
Morse possuem corpo cilíndrico e transição da r osca
para plataforma com micr o-espiras. D evido ao corpo
cilíndrico, a seqüência de fr esagem fi ca simplificada,
sendo utilizadas fresas helicoidais comuns de acordo com
o diâmetro da rosca externa e fi nalizada com uma fresa
Countersink de acor do com o diâmetr o da plataforma
(3.8, 4.5 ou 5.5).
A Countersink tem a função de formar o perfi
l de
assentamento para as micr o-espiras, criando uma
compressão durante a inserção do implante, aumentando
o tor que no fi nal da instalação e aumentando a
estabilidade primária do implante.
Seqüência de fresagem de acordo com a
classificação óssea
Lekholm e Z arb4 em 1985 classifi caram a qualidade
óssea da mandíbula e maxila da seguinte forma:
• O sso Tipo I: osso formado de tecido compacto e
54
Figura 06. Sistema de transferência para abutment
cimentado de corpo único.
Figura 07. Abutment cimentado com 2 peças.
Figura 08. Fixação do abutment (adaptação Cone
Morse em vermelho).
Figura 09. Fixação do abutment angulado.
Figura 10. Transferentes de moldeira aberta e
fechada.
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 54
11.08.08 20:31:07
homogêneo com pouca irrigação sangüínea;
• Tipo II: osso formado de duas camadas cor
ticais
espessas, envolvendo uma camada trabecular densa;
• Tipo III: osso formado de fi
na camada cor tical,
envolvendo uma porção central trabecular denso;
• Tipo IV: osso formado por fi na camada de cor tical,
envolvendo um trabeculado de baixa densidade e de
resistência reduzida.
Essa variação da qualidade óssea interfere na estabilidade
dos implantes, pois em ossos com qualidade baixa (III
e IV ) a r esistência durante a inser ção é menor e em
alguns casos não se atinge o tor que necessário para
fixação do implante.
Os implantes R evolution Morse são indicados para os
quatro tipos de qualidade óssea, sendo utilizados nos
ossos de tipo I e II (F igura 14.0), uma seqüência de
fresagem diferente das utilizadas nos ossos tipo III e IV
(Figura 15.0).
Em osso de baixa qualidade a Countersink é r etirada,
deixando um v olume maior de osso a ser compactado
pela micro-espira, aumentando o torque próximo ao final
da instalação e aumentando a estabilidade primária.
A seqüência de fr esagem para os implantes R evolution
Morse é descrita abaixo.
Implante diâmetro 3.8 (osso Tipo I e II):
• Fresa Lança;
• Fresa Helicoidal 2,0mm;
• Fresa Piloto 2,0 p/ 3.0mm;
• Fresa Helicoidal 3,0mm;
• Fresa Countersink 3,8mm.
Para ossos Tipo III e IV , não se utiliza a fr esa
Countersink 3,8mm.
Implante diâmetro 4.5 (osso Tipo I e II):
• Fresa Lança;
• Fresa Helicoidal 2,0mm;
• Fresa Piloto 2,0 p/ 3,0mm;
• Fresa Helicoidal 3,0mm;
• Fresa Helicoidal 3,25(Opcional);
• Fresa Countersink 4,5mm.
Para ossos Tipo III e IV , utilizar a fr esa Countersink
3,8mm no lugar da fresa Countersink 4,5mm.
Implante diâmetro 5.5 (osso Tipo I e II):
• Fresa Lança;
• Fresa Helicoidal 2,0mm;
• Fresa Piloto 2,0 p/ 3,0mm;
Figura 11. Análogos.
Figura 12. Sistema de engate rápido cônico.
Figura 14. Seqüência de fresagem para implantes
com plataforma diâmetro 3.8 indicados para ossos
Tipo I e II.
Figura 15. Seqüência de fresagem para implantes
com plataforma diâmetro 3.8 indicados para ossos
Tipo III e IV.
Figura 16. Montagem utilizada nos ensaios de
carregamento oblíquo.
INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 55
55
11.08.08 20:31:09
• Fresa Helicoidal 3,0mm;
• Fresa Piloto 3,0 p/ 4.25mm;
• Fresa Helicoidal 4,25;
• Fresa Countersink 5,5mm.
Para osso Tipo III e IV , não se utiliza a fr
Countersink 5,5mm.
esa
ENSAIOS MECÂNICOS
Os ensaios realizados visam quantifi car a resistência de
cada linha de componente ao carr egamento oblíquo
(Figura 16.0), simulando as cargas ex ercidas pela for ça
mastigatória. O s ensaios foram r ealizados em uma
máquina universal de ensaios modelo EMIC DL10000,
onde o implante e o componente são fi
xados com
uma inclinação de 30° e depois submetidos a uma
carga vertical baseando-se na norma ISO 14801:2003.
Todos os ensaios foram realizados com os componentes
montados em implantes com diâmetro de 3.8 e 4.5mm
e com tor que de 20 N.cm. Também foram r ealizados
ensaios de tor que visando quantifi car o limite de
resistência da chave de inserção.
Ensaios de compressão - mini-abutment
e abutment cônico
Os r esultados dos ensaios de compr essão mostram que
o conjunto implante/mini-abutment supor ta cargas
máximas acima de 890N (Tabela 1.0) (CCDM, 2007)5.
Ensaios de compressão - abutment
cimentado
Os resultados destes testes mostram que os abutments
cimentados Morse suportam cargas máximas acima de
1000N (Tabela 2.0 e Figura 17.0) (CCDM,2007)6.
Figura 17. Amostra após os ensaios de compressão.
Figura 18. Amostra após os ensaios de torção.
Tabela 1 - Resultado dos Ensaios de Compressão
Amostra
Carga
Máxima
(N)
Momento
Máximo
(N.cm)
1
789,71
434
2
859,32
473
3
858,63
472
4
946,15
520
5
1001,96
551
Média
891,154
490
Desvio
Padrão
83,163
45,74
Tabela 2 - Resultado dos Ensaios de Compressão
Amostra
Carga
Máxima
(N)
Momento
Máximo
(N.cm)
Ensaios de torque - chave/implante
O ensaio de tor ção apr esentou média de tor que de
escoamento da ordem de 150 N.cm e de ruptura da ordem
de 219 N.cm (Tabela 3.0 e Figura 18.0) (CCDM, 2007)7.
1
---
---
2
986,26
444
3
971,73
437
4
1019,50
459
5
1075,50
484
CONCLUSÃO
• O s ensaios de Compr essão r ealizados nos conjuntos
implante/mini-abutment atestaram valores de cargas da
ordem de 890 N;
• O s ensaios de compr essão r ealizados nos conjuntos
implante/mini-abutment cimentado atestaram v alores
Média
1013,248
456
Desvio
Padrão
46,067
20,8
56
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 56
11.08.08 20:31:12
de cargas da ordem de 1000 N;
• A chav e de transpor te e inser ção supor ta tor ques
da or dem de 150 N.cm. Valor muito superior ao
indicado para instalação do implante que é de no
máximo 80N.cm;
• A seqüência de fresagem propicia a instalação do mesmo
modelo de implante nos difer entes tipos de qualidade
óssea, utilizando-se da técnica da sub-fresagem;
• A linha de componentes para implantes R evolution
Morse apresenta-se com grande diversidade de produtos
e soluções.
AGRADECIMENTO
Os autores agradecem ao Prof. Wellington Bonachela,
ao S r. A thos Jacomini e ao S r. Ricar do Ciuccio pelo
apoio r eferente ao desenv olvimento das linhas de
componentes pr otéticos, ao CCDM e ao INEPO
pela r ealização dos ensaios e testes com os pr odutos,
e à SIN - S istema de I mplante pelo fornecimento da
amostras, instalações e equipamentos necessários para
o desenvolvimento desse trabalho.
Referências Bibliográficas
1.
Telles, D.; Coelho, A. B. Próteses SobreImplantes.com. Rio de
Janeiro: SobreImplantes.com, 2006. Disponível em: <http://
www
.sobreimplantes.com/materialAcademico.asp#livro>.
Acesso em: 20.02.2008;
2.
Soares, M. A. D.; Lenharo, A.; Jacomini Filho, A.; Ciuccio, R.
L.; Evangelista Luiz, N.; Implante Cone Morse ultra rosqueante
de torque interno – parte I: Desenvolvimento do Produto. Rev
Implant News, v.2, n.3, p63-69, 2007.
3.
Assis, E. A. Capacidade de Corte de Brocas do Sistema 3i.
Brasília 2000, Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências
da Saúde da Universidade de Brasília.
4.
Lekholm, U.; Zarb, G. A. Patient selection and preparations.
In: Branemark, P. I. (Ed.); ZARB, G. A. (Ed.); Albrektsson,
T. (Ed.). Tissue integrated prostheses: osseointegration in clinical
dentistry. Chicago: Quintessence, 1985. cap. 5, p. 199-209.
5. CCDM, 2007 – Ensaios de Compressão, Certificado MET07000690
6. CCDM, 2007 – Ensaios de Compressão, Certificado MET07001788.
7. CCDM, 2007 – Ensaios de Torção, Certificado MET07000770.
Tabela 3 - Resultado dos Ensaios de Torção
Amostra
Torque
Ruptura
(N x cm)
Deformação
Angular
Ruptura (°)
Torque Escoamento
em 2° (N x cm)
1
212
76,29
135
2
246
75,23
202
3
205
65,39
134
4
218
59,41
145
5
215
62,58
137
Média
219
67,781
150
Desvio
Padrão
15,9
7,595
29,1
Endereço para correspondência:
Michel Aislan - [email protected]
Ariel Lenharo - [email protected]
André Zaninetti - [email protected]
Ariana Santos - [email protected]
Nelis Evangelista - [email protected]
Rodolfo Alexandre - [email protected]
Av. Paes de Barros, 700 - Mooca - SP
Cep: 03114-000
Fone / Fax: 55 11 6605-2929
INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 57
57
11.08.08 20:31:15
Avaliação da estabilidade primária de miniimplantes ortodônticos em diferentes regiões da
maxila e mandíbula de porcos
Evaluation the primary stability of orthodontic mini-implants
inserted into different regions maxilla and mandible of minipigs
Matheus Melo Pithon1; Lincoln Issamu Nojima2
Resumo
Objetivo: avaliar a estabilidade primária de mini-implantes ortodônticos inserido em diferentes regiões da maxila e
mandíbula de porcos. Materiais e Métodos: foram utilizados 36 mini-implantes ortodônticos distribuídos em seis grupos
(n=6). Os grupos foram nomeados de acordo com a região da cavidade bucal onde foram inseridos. Grupo incisivo
superior (IS), molar superior (MS), sutura palatina (S), incisivo inferior (II), molar inferior (MI) e retromolar (RM). Utilizou-se
3 porcos (Sus scrofa Piau), onde foram inseridos 12 mini-implantes em três áreas da mandíbula e três da maxila. Após
a inserção, os animais foram eutanasiados e foram obtidos blocos ósseos com o mini-implante inserido, os quais foram
utilizados para realização de ensaio mecânico de tração em máquina universal de ensaios universais (Emic, São José dos
Pinhais, Brasil) operada a uma velocidade de 0,5 mm/s. Os valores de força máxima para inserção obtidos em N.cm foram
anotados e submetidos à análise de variância (ANOVA) e ao teste de Tukey. Resultados: demonstraram maior estabilidade
para os mini-implantes inseridos na região de molar superior (MS) seguido de molar inferior (MI) e retromolar (RM).
Esses grupos não apresentaram diferenças estatísticas entre si (P>.05), entretanto foram estastisticamente superiores aos
demais. Os mini-implantes inseridos na região de sutura palatina (S) apresentaram menor estabilidade, resultado este
estatisticamente inferior aos demais (P<.05). Conclusão: as diversas regiões bucais diferem quanto à estabilidade primária
que, por sua vez, está diretamente relacionada à espessura da cortical óssea a qual o mini-implante está inserido.
Unitermos: biomecânica; mini-implante; força de tração.
Abstract
Objective: The objective of the present work is to assess the primary stability of orthodontic mini-implants inserted into different
swine maxillary and mandibular regions. Materials and Methods: 36 mini- implants orthodontic were used distributed in six
groups (n = 6). The groups were appointed in accordance with area of cavity mouth was inserted. Group upper incisor (IS),
upper molar (MS), suture palate (S), lower incisor (II), lower molar (MI) and retromolar (RM). It was used 3 pigs (Sus scrofa Piau),
which was added 12 mini-implants in three areas of the jaw and three of the jaw. After insertion, the animals were sacrificed
and osseous blocks containing the mini-implants were obtained for mechanical pull-out tests to be performed by a universal
test machine (Emic, São José dos Pinhais, Brazil) at cross-head speed of 0.5 mm/s. Maximum force values (N/cm) for insertion
were recorded and submitted to both analysis of variance (ANOVA) and Tukey’s test. Results: demonstrated more stability to
the mini-implants inserted in the region of upper molar (MS) followed by lower molar (MI) and retromolar (RM), the groups
showed no statistical differences between them (P> .05), have been statistical superior to the other. The mini-implants inserted
in the region of suture palate (S) had less stability, this result statistically lower than the other (P <.05). Conclusion: the various
regions differ in oral primary stability which in turn is directly related to the thickness of cortical bone which the mini-implant
is inserted.
Keywords: biomechanics; miniscrew; pullout strengths.
1. Especialista em Ortodontia pela Universidade Federal de Alfenas - UNIFAL; Mestre em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ
2. Doutor em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ; Professor adjunto de Ortodontia da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ
58
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 58
11.08.08 20:31:17
INTRODUÇÃO
A utilização de mini-implantes como r
ecurso de
ancoragem or todôntica já está bem estabelecida na
literatura1-3. O seu uso r evolucionou a or todontia,
possibilitando uma ancoragem compr
ovadamente
4,5
estável . E ntretanto, para que os mini-implantes
possam pr omover ancoragem adequada, contrapondo
as for ças r eacionárias ao mo vimento or todôntico, é
necessário que esses dispositiv os estejam inseridos em
tecido ósseo de maneira estável6.
Didaticamente a estabilidade de um mini-implante
é subdividida em primária, que é aquela decorr
ente
do contato dir eto entre o mini-implante e o osso, e a
secundária ou tar dia, que ocorr e após cicatrização 7. A
estabilidade primária é um importante indício do sucesso
na técnica de inser ção dos mini-implantes, visto que a
maioria dos casos de falha desses, ocorr e nos estágios
iniciais pós-inserção8,9.
Quando se deseja avaliar mecanicamente a estabilidade
de um mini-implante, uma das metodologias que v em
ganhando corpo é o ensaio de tração 10,11, amplamente
utilizado em ár eas médicas como a or
topedia12,
13,14
15
neurocirurgia , cir úrgia plástica e maxilofacial 16,
quando deseja-se testar a estabilidade primária de div
ersos
parafusos. O ensaio de tração consiste em extrair o miniimplante do tecido ósseo à uma v elocidade constante,
avaliando-se, dessa forma, a for ça máxima necessária
para remoção desse dispositivo do tecido ósseo.
O objetivo do presente trabalho é avaliar a estabilidade
primária de mini-implantes ortodônticos nas diferentes
regiões da cavidade bucal de por
cos, além de correlacionar
esses resultados com a espessura da cor tical das r egiões
utilizadas como sítio de instalação desses.
MATERIAIS E MÉTODOS
Foram utilizados 36 mini-implantes (SIN, S ão Paulo,
Brasil) com comprimento de 6 mm e diâmetr o de 1.6
mm, divididos em seis gr upos (n=6). O nome dos
grupos baseou-se aos locais onde os mini-implantes
foram inseridos, ou seja, gr upo incisiv o superior (IS),
molar superior (MS), sutura (S), incisiv o inferior (II),
molar inferior (MI) e retromolar (RM).
Os mini-implantes foram inseridos em maxila de
mandíbula de três porcos, adultos, machos, da raça Piau
(Sus scrofa Piau), pesando em média 75 Kg com idade
de 18 meses. O s animais estav am em ótimo estado de
saúde e receberam água e ração ad libitum.
A ár ea eleita para inser ção dos mini-implantes foi
entre incisiv os laterais e caninos: segundo pr é-molar
e primeir o molar (superior es e inferior es); sutura
palatina mediana; e r egião retro-molar da mandíbula
como mencionado anteriormente.
Previamente à inserção dos mini-implantes foi induzida
anestesia pr ofunda nos animais utilizando-se como
medicação pr é-anestésica 0,1mg/kg de maleato de
acepromazina (Acepran 1%) e 2mg/kg de meperidina
(Dolosal) por via intramuscular
. Após cerca de15 minutos,
foi obtido o acesso vascular (veia cefálica) e administrado
imediatamente 20mg/kg de ampicilina sódica. A indução
anestésica foi r ealizada com propofol (2-4mg/kg), via
intravenosa, e após intubação orotraqueal, a anestesia
foi mantida com isofl urano em o xigênio à por centagem
de 100%, através de sistema reinalatório de anestesia. Sob
anestesia profunda foram realizados os procedimentos de
inserção dos mini-implantes.
A inserção dos mini-implantes foi r ealizada com auxílio
de guia cir úrgico confeccionado a par tir de composto
termoativado de r esina e borracha sintética - CTRBS
(Tramontina, Canoas, B rasil), que tev e a função de
moldar as super fícies oclusais e fi o metálico r etangular
.019”X .025” (Morelli, Sorocaba, São Paulo), que serviu
para localizar e mar car o melhor local para inser ção.
A par tir do guia cir úrgico, r ealizou-se a radiografi a
periapical, de modo que o raio central incidisse paralelo à
área interproximal. Após a localização, a área da inserção
foi higienizada à base de digluconato de clor exidina à
porcentagem de 0,12%.
Uma v ez localizado e r ealizada a desinfecção da ár ea,
realizou-se pequena incisão na gengiva, visando facilitar
procedimento de inser ção, visto que a gengiv a dos
porcos apresentam-se espessas.
A inser ção dos mini-implantes se deu com auxílio
de chav e de tor que acoplada ao tor químetro digital,
possibilitando, dessa forma, a inserção e mensuração do
torque com orientação perpendicular à superfície óssea.
Em seguida os tr ês animais foram eutanasiados com
anestesia geral pr ofunda, seguida da administração de
cloreto de potássio até cessar a função cár
dio-respiratória.
As maxilas e mandíbulas dos animais foram dissecadas e
forneceram blocos ósseos contendo os mini-implantes.
INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 59
59
11.08.08 20:31:20
As peças foram imersas em solução salina e congeladas
à temperatura de -15°C por um período de 15 dias. Ao
final do 15° dia pós-sacrifício, os blocos ósseos foram
descongelados à temperatura ambiente para r ealização
do ensaio mecânico.
O teste foi r ealizado em máquina de ensaios univ ersais
(Emic DL 10.00, S ão J osé do P inhais, B rasil). Para tal,
confeccionou-se dispositiv o em forma de garra que se
acoplava na par te superior da máquina, que ser viu para
remoção do mini-mplante e outr o dispositivo que ser viu
de base para fixar o bloco ósseo e manter o mini-implante
perpendicularmente durante o ensaio, evitando-se com
isso, a criação de momentos (F igura 1). Durante o ensaio
utilizou-se velocidade de 0.5 mm por segundo paraemoção
r
do mini-implante do bloco ósseo . O v alor da carga e do
deslocamento foram registrados e a for ça máxima (Fmax)
alcançada anotada para posterior avaliação.
Após ensaio mecânico, os blocos ósseos foram corados
com eosina para destacar o osso medular do cor
tical,
seguido de inclusão em r esina acrílica incolor (Clássico,
São P aulo, B razil). O s blocos foram seccionados com
disco diamantado e foram realizadas medidas da espessura
das corticais ósseas com paquímetr o digital (Starlet, São
Paulo, Brazil) e lupa estereoscópica (Carl Zeiss, Göttingen,
Alemanha), com aumento de 16 v ezes. Obteu-se, dessa
forma, a média da cor tical in vivo das seis r egiões onde
foram inseridos os mini-implantes, possibilitando dessa
forma, correlacionar os valores encontrados com o ensaio
de tração e a espessura da cortical.
Os dados obtidos do teste de tração foram analisados
estatisticamente com auxílio do pr ograma SPSS 13.0
(SPSS I nc.,Chicago, I llinois). O s v alores de for ça
máxima obtidos em N.cm² foram submetidos à análise
de v ariância (ANO VA) para determinar se havia
diferenças estatísticas entre os grupos e, posteriormente,
ao teste de Tukey. O s r esultados foram considerados
significativos estatisticamente quando P< .05.
Os v alores médios da espessura das cor ticais foram
de 1,58±0,14 (entr e incisiv os e caninos superior es),
2,56±0,08 (pr é-molares e molar
es superior es),
0,92±0,13 (sutura palatina mediana), 1,4±0,1 (incisivos
e caninos inferiores), (pré-molares e molares inferiores)
e 2,24±0,08 (retromolar inferior) (Figura 2).
DISCUSSÃO
O objetiv o do pr esente trabalho foi av
aliar a
estabilidade primária de mini-implantes or todônticos
em diferentes regiões de maxila e mandíbula de porcos.
Estas informações fornecem dados pr
eliminares ao
ortodontista quanto aos locais onde fornecem maior
estabilidade para aplicações específicas.
Para tal av aliação optou-se pelo ensaio de tração, que
consiste em extrair o mini-implante do tecido ósseo
em sentido perpendicular e v elocidade constante. Esse
método, muito utilizado em diversas áreas da medicina1216
, vem ganhando campo na ortodontia a partir do artigo
de Huja et al11.
Apesar da força comumente aplicada aos mini-implantes
não serem de tração, os valores da força fornecidos pelo
ensaio mecânico são representativos do “embricamento”
da rosca do mini-implante com o tecido ósseo ao qual
está inserido17.
O modelo animal utilizado nesse trabalho foi de porcos
da raça Piau (Sus scropha). A escolha desse se deu pela
similaridade já conhecida e estabelecida na literatura
entre o homem e o porco18,19; dessa forma, aproximando
ao máximo às condições dos ossos maxilares.
Nesse estudo foi av aliada a for ça a qual os miniimplantes estavam inseridos ao tecido ósseo de difer
entes
localidades da cavidade bucal de porcos. Após a inserção
os animais foram eutanasiados, não possibilitando, dessa
forma, que nenhum pr ocesso de cicatrização ocorr esse,
que poderia por sua v ez mudar os r esultados. D essa
forma, a estabilidade inicial entre os mini-implantes nas
diferentes áreas foi conseguida de forma fidedigna.
RESULTADOS
A região que forneceu maior estabilidade primária foi
Os maiores valores ao ensaio de tração foi conseguidos entre molares superiores (MS) com média de 227.786
pelos grupos MS, MI e RM. Esses foram estatisticamente N.cm, seguida de molar es inferior es (MI) 221.96 e
superiores aos demais (P<.05). Valores intermediários retromolar (RM) 221.8. A maior estabilidade dessa
foram obser vados nos gr upos IS e II. O s menor es áreas pode ser justificada pela maior espessura de cortical
valores encontrados foram do grupo S, estatisticamente encontrada. P or sua v ez, a r egião onde apr esentou
diferentes dos demais (P<.05) (Tabela 1).
menor estabilidade primária foi a r
egião de sutura
60
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 60
11.08.08 20:31:23
palatina mediana (S), com média de 86.476 N.cm. As
regiões de anterior es da maxila e mandíbula (IS e II)
se posicionaram com v alores intermediários ao ensaio
de tração, se diferindo estatisticamente dos demais
grupos avaliados (P<.05). Os valores encontrados nesse
trabalho estão de acor do com os achados de outr os
autores quando avaliou-se estabilidade primária in vivo
utilizando-se teste de tração11.
Como se r efere a um teste misto com par te in viv o
e posteriormente in vitr o, uma pr eocupação se faz
presente: como estocar a peça de estudo e quanto tempo
após a eutanásia dev e-se se r ealizar o ensaio mecânico?
Uma v ez que estudos pr ecedentes de for ça de tração
relataram variação na força encontrada, com alteração no
tempo desde a inserção até o ensaio mecânico de tração,
Roe20 relatou ausência de diferenças estatísticas quando
realizado o teste, imediatamente após o sacrifício dos
animais, quando comparado com testes uma semana
após sacrifício estocados a -20°C. O
utro trabalho
relata diminuição da for ça com aumento do tempo
de estocagem de cer ca de 4 a 8 semanas. N o presente
trabalho, as peças foram dissecadas imediatamente após
o sacrifício dos animais e estocados em solução salina por
15 dias a uma temperatura de -15°C, comoealizado
r
por
trabalhos pr ecedentes quando av aliou mini-implantes
ortodônticos10,11. Ao fim do 15° dia, a peça foi deixada à
temperatura ambiente para descongelamento gradual.
Objetivando fi xar o fragmento ósseo durante o ensaio
mecânico confeccionou-se dispositiv o metálico que foi
acoplado à máquina univ ersal de ensaios mecânicos. A
parte superior do dispositivo se acoplava na parte móvel
da máquina e a inferior na base. A par te inferior do
dispositivo foi confeccionado de tal maneira que o bloco
ósseo ficou imóvel sem a necessidade de incluir o mesmo
em resina como sugerido na literatura 10,11. A escolha da
não inclusão em resina se deve ao fato do bloco ósseo ser
pequeno e, em vir tude disso, a r esina poderia penetrar
no tecido ósseo, mascarando os resultados.
Em estudos, av aliando-se a tração de parafusos
imediatamente após a colocação e, 8 semanas depois,
não foram verificadas diferenças estatísticas21. Em outro
estudo, av aliando a for ça de ligação de implantes de
titânio em ossos faciais, permitindo cicatrização por
1, 2, 3, 4, 6, 9, 12 e 32 semanas, um modesto ganho
na for ça de tração foi medido quando comparado
Figura 01. A) dispositivo de suporte de bloco ósseo
e mini-implante; B) ensaio mecânico; y-célula de
carga, x- dispositivo para acoplar o mini-implante
e z-dispositivo de suporte.
Figura 02. Médias da espessura das corticais onde
foram inseridos os mini-implantes.
Tabela 1 - Força média e desvio padrão do ensaio de tração nas diferentes
regiões da maxila e mandíbula.
Grupos
Média
Desvio
Padrão
Estatística
IS
161.268
10.1764
A
MS
227.786
14.3427
B
S
86.476
2.639
C
II
148.014
21.8369
A
MI
221.96
16.774
B
RM
221.8
10.214
B
* Letras iguais ausência de diferenças estatísticas
INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 61
61
11.08.08 20:31:25
com um dia de colocação 22. Baseado nesses trabalhos a
estabilidade secundária desejada durante o tratamento
está dir etamente r elacionada à estabilidade primária
conseguida durante a instalação dos mini-implantes.
Entretanto, mais estudos são necessários av aliando a
estabilidade primária e a secundária em mini-implantes
sem a colocação de forças.
A for ças necessárias para os mo vimentos or todônticos
geralmente variam entre 0.3 a 4 N. As forças de tração
encontradas neste trabalho foram substancialmente
maiores que as necessárias clinicamente, validando todas
as áreas bucais estudadas.
Uma vez que a espessura da cortical é reconhecidamente
importante na estabilidade primária dos mini-implantes,
fez-se necessário a medição, possibilitando, dessa
forma, qualificar e quantifi car as regiões as quais foram
escolhidas para inser ção dos mini-implantes. A ár ea
da sutura palatina mediana apr esentou-se com menor
espessura, com média de 0.92 mm. Esses r esultados
foram diretamente proporcionais à estabilidade primária
alcançada pelos mini-implantes e estão corr oborando
com a literatura11,23.
CONCLUSÕES
Pode-se concluir com a r ealização deste trabalho que:
a r egião de sutura palatina mediana fornece menor
estabilidade primária aos mini-implantes e a de molar
superior a maior; a estabilidade primária está dir
etamente
relacionada com a espessura da cortical óssea.
Referências Bibliográficas
1.
Telles, D.; Coelho, A. B. Próteses SobreImplantes.com. Rio de
Janeiro: SobreImplantes.com, 2006. Disponível em: <http://
www
.sobreimplantes.com/materialAcademico.asp#livro>.
Acesso em: 20.02.2008;
1.
S
2. Kanomi R. Mini-implant for orthodontic anchorage. J Clin
O
rthod 1997;31:763-767.
3.
Takano-Yamamoto T, Kuroda S. Titanium screw anchorage for
correction of canted occlusal plane in patients with facial
asymmetry. Am J Orthod Dentofacial Orthop 2007;132:237242.
4.
Kyung SH, Choi JH, Park YC. Miniscrew anchorage used to
protract lower second molars into first molar extraction sites. J
Clin Orthod 2003;37:575-579.
5.
Carano A, Velo S, Leone P, Siciliani G. Clinical applications of
the Miniscrew Anchorage System. J Clin Orthod 2005;39:9-24;
quiz
29-30.
6.
Favero LG, Pisoni A, Paganelli C. Removal torque of
osseointegrated mini-implants: an in vivo evaluation. Eur J
O
rthod 2007;29:443-448.
7.
Gedrange T, Hietschold V, Mai R, Wolf P, Nicklisch M, Harzer W.
An evaluation of resonance frequency analysis for the
determination of the primary stability of orthodontic palatal
implants. A study in human cadavers. Clin Oral Implants Res
2005;16:425-431.
8.
AGRADECIMENTOS
À SIN - S istema de I mplantes N acional pela doação
do matérial dessa pesquisa e em especial ao D r. Nélis
Luiz, sempre prestativo quando o assunto é ajuda aos
trabalhos científicos.
Motoyoshi M, Matsuoka M, Shimizu N. Application of
orthodontic mini-implants in adolescents. Int J Oral Maxillofac
urg 2007;36:695-699.
Lim S, Cha J, Hwang C. Insertion Torque of Orthodontic
Miniscrews According to Changes in Shape, Diameter and
Length. Angle Orthodontist 2008;78:234-240.
9.
Miyawaki S, Koyama I, Inoue M, Mishima K, Sugahara T,
Takano-Yamamoto T. Factors associated with the stability
of titanium screws placed in the posterior region for orthodontic
anchorage. Am J Orthod Dentofacial Orthop 2003;124:373378.
10. S truckhoff JA, Huja SS, Beck FM, Litsky AS. Pull-out strength
of monocortical screws at 6 weeks postinsertion. Am J Orthod
Dentofacial Orthop 2006;129:82-83.
Endereço para correspondência:
Matheus Melo Pithon
Rua México 78, Recreio - Vitória da Conquista - Bahia
Tel: (0xx77) 3084-2020/ 8805-2750
CEP: 45020-390
e-mail: [email protected]
62
11. H uja SS, Litsky AS, Beck FM, Johnson KA, Larsen PE. Pull-out
strength of monocortical screws placed in the maxillae and
mandibles of dogs. Am J Orthod Dentofacial Orthop
2005;127:307-313.
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 62
11.08.08 20:31:28
12. Johnston TL, Karaikovic EE, Lautenschlager EP, Marcu D.
Cervical pedicle screws vs. lateral mass screws: uniplanar fatigue
analysis and residual pullout strengths. Spine J 2006;6:667-672.
13. Abshire BB, McLain RF, Valdevit A, Kambic HE. Characteristics
of pullout failure in conical and cylindrical pedicle screws after
full insertion and back-out. Spine J 2001;1:408-414.
14. Hasegawa T, Inufusa A, Imai Y, Mikawa Y, Lim TH, An HS.
Hydroxyapatite-coating of pedicle screws improves resistance
against pull-out force in the osteoporotic canine lumbar spine
model: a pilot study. Spine J 2005;5:239-243.
15. Berzins A, Shah B, Weinans H, Sumner DR. Nondestructive
measurements of implant-bone interface shear modulus and
eff
ects of implant geometry in pull-out tests. J Biomed Mater
R
es 1997;34:337-340.
16. Heidemann W, Gerlach KL, Grobel KH, Kollner HG.
In
fluence of different pilot hole sizes on torque measurements
and pullout analysis of osteosynthesis screws. J Craniomaxillofac
S
urg 1998;26:50-55.
17. Inceoglu S, Ferrara L, McLain RF. Pedicle screw fixation
strength: pullout versus insertional torque. Spine J 2004;4:513518.
18. Mariano M. Miniature swine (minipig) in biomedical
experimental research: the Minipig br 1 Acta Cir Bras
2003;18:387-391.
19. Nkenke E, Lehner B, Weinzierl K, Thams U, Neugebauer
J, Steveling H et al. Bone contact, growth, and density around
immediately loaded implants in the mandible of mini pigs. Clin
Oral Implants Res 2003;14:312-321.
20 Roe SC, Pijanowski GJ, Johnson AL. Biomechanical properties
of canine cortical bone allografts: effects of preparation and
storage. Am J Vet Res 1988;49:873-877.
21. B aker D, London RM, O’Neal R. Rate of pull-out strength gain
of dual-etched titanium implants: a comparative study in
rabbits. Int J Oral Maxillofac Implants 1999;14:722-728.
22. Kellman RM, Huckins SC, King J, Humphrey D, Marentette
L, Osborn DC. Bioresorbable screws for facial bone
reconstruction: a pilot study in rabbits. Laryngoscope
1994;104:556-561.
23. Kim HJ, Yun HS, Park HD, Kim DH, Park YC. Soft-tissue and
cortical-bone thickness at orthodontic implant sites. Am J
Orthod Dentofacial Orthop 2006;130:177-182.
INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 63
63
11.08.08 20:31:30
TRANSFERÊNCIA DE CIÊNCIA
E
sta revista também destaca trabalhos apresentados em congressos e eventos científicos como pesquisa,
na forma de painéis, r esumos ou mesas clínicas. O objetiv o é contribuir com uma impor tante
informação para o leitor através de uma breve transferência de ciência.
Nesta edição, evidenciamos um painel que apr esenta a avaliação da biocompatibilidade de uma hidr oxiapatita
de origem natural em desenv olvimento, por meio de ensaios normatizados (citoto
xicidade e análise de
biocompatibilidade in vivo). As hidroxiapatitas são biomateriais bastante utilizados no tratamento de defeitos
ósseos na área médica e odontológica.
Este painel foi exibido em Toronto, no Canadá, durante o 86th General Session & Exhibition of International
Association for Dental Research. Este é um evento da área odontológica promovido em diferentes países, onde
cientistas e pesquisadores do mundo inteir o têm a opor tunidade para expor seus trabalhos e discutir sobr e os
mesmos com outros especialistas.
64
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 64
11.08.08 20:31:33
Avaliação da biocompatibilidade de diferentes
enxertos ósseos inorgânicos granulares porosos
de origem bovina
Biocompatibility evaluation of different granular porous anorganic
bovine bone grafts
E.R. Takamori1, C. Jardelino2, A. Lenharo3 e J.M.Granjeiro4
Resumo
Objetivo: Diferentes protocolos de processamento podem ser utilizados na produção de xenoenxertos. É essencial avaliar
a biocompatibilidade dos biomateriais obtidos previamente ao uso clínico. Xenoenxertos de apatita, tendo como base
apatitas, produzidos por quatro diferentes rotas, foram avaliados por ensaios de biocompatibilidade in vitro e in vivo.
Métodos: A citotoxicidade foi determinada por contato indireto (ISO 10993-5), DMEM sem o extrato dos biomateriais
e titânio grau 2, foram utilizados como controle negativo e fenol 0,2%, como controle positivo. Fibroblastos Balb/c
(3X104/cm2) foram tratadados por 24h com diluições seriadas do extrato puro dos materiais em desenvolvimento (A,
B, C e D), quando então as células foram tripsinizadas para contagem. No segundo nível de testes (10993-6), 50 mg de
cada xenoenxerto (2 em desenvolvimento (A e B) e um produto comercial disponível no mercado mundial (C) foram
colocados no tecido subcutâneo de camundongos (n=30). Os animais foram mortos após 1, 3 e 9 semanas e submetidos
a processamento histológico para análise por microscopia de luz. Resultados: o extrato puro dos biomateriais matou de
15 a 20% das células em comparação ao controle (p<0,05, ANOVA), entretanto não houve diferença entre as rotas de
processamento dos biomateriais (p>0,05). A análise histológica mostrou, em uma semana, um infiltrado inflamatório leve
em resposta à C e uma resposta moderada à A e B, particularmente nas áreas próximas às regiões mais irregulares. Leve
proliferação fibroblástica e angioblástica foram observadas ao redor das partículas dos enxertos. Nos tempos posteriores,
houve um decréscimo significante nas células inflamatórias, e um aumento no número de células gigantes multinucleadas
de corpo estranho e fibrose ao redor das partículas de todos os biomateriais. Vasos sanguíneos também foram observados
ao redor das partículas implantadas, confirmando o processo de angiogênese. Nenhuma diferença entre os materiais foi
observada após 9 semanas. Conclusão: os materiais testados foram biocompatíveis, e o seu comportamento e potencial
osteocondutor devem ser avaliados em defeitos ósseos.
Abstract
Objective: Different processing protocols could be used to producing xenografts. It is essential to evaluate the biocompatibility of biomaterials obtained
before the clinical use. Apatite-based xenografts produced by four different routes were investigated by in vitro and in vivo biocompatibility testing.
Methods: Cytotoxicity was determined by indirect contact (ISO 10993-5), DMEM without the biomaterials extract and titanium degree 2 were used as
negative controls and phenol 0.2% as positive control. Fibroblasts Balb/c (3x104/cm2) was treated with serial dilutions of crude extracts for 24 hours of
developing materials A, B, C and D, when the cells were detached for counting. In the second level test (ISO 10993-6), 50 mg of each xenograft (two under
development (A and B) and a commercial product available in the wide world market (C)) were placed in subcutaneous tissue of mice (n=30). The animals
were killed after 1, 3 and 9 weeks and submitted to histological processing for light microscopy analysis. Results: Biomaterials crude extract killed
15 to 20% of the cells comparing to control (p<0.05, ANOVA), however there was no difference among the biomaterials processing routes (p>0.05).
Histological analysis showed at 1 week a mild inflammatory infiltrate in response to the C and a moderate response to A and B, particularly near the
most irregular regions. Mild fibroblastic and angioblastic proliferation were detected around the grafts particles. In later periods, there was a significant
decrease in the inflammatory cells and an increase in foreign body multinucleated giant cells and fibrosis around graft particles of all biomaterials. Blood
vessels were also observed, confirming the process of angiogenesis around the implants particles. No differences among the materials were observed
after nine weeks. Conclusion: the tested biomaterials were biocompatible and its behavior and osteoconduction potential should be evaluated in
bonny defects.
1. Universidade de São Paulo / Faculdade de Odontologia de Bauru, Brasil
2. Universidade Federal Fluminense, Instituto de Biologia, Niterói, Brasil
3. Instituto Nacional de Experimentos e Pesquisas Odontológicas, São Paulo, Brasil
4. Universidade Federal Fluminense, Instituto de Biologia, Niterói, Brasil
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 65
INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS
65
11.08.08 20:31:36
OBJETIVOS
Xenoenxertos de apatita, tendo como base apatitas, produzidos
por 4 difer entes r otas de pr ocessamento, foram inv estigados
por testes de biocompatibildade in vitro e in vivo.
Cirurgia
A
B
C
D
MATERIAL E MÉTODOS
I) Material
Osso bovino
Biomateriais em
desenvolvimento
Limpeza
mecânica
Tratamento
térmico
Produto
comercial
disponível no
mercado
Figura 01. Processamento de biomateriais xenogênicos.
II) Métodos
A) Teste de citocompatibilidade
Linhagem celular:
Balb/c 3T3 em DMEM
com 10% SFB, a 37oC e
5% de CO2
3X104 células plaqueadas/ poço
(microplaca de 24 poços)
Figura 04. Procedimento cirúrgico para implantação
dos biomateriais granulares porosos de origem
bovina “A”, “B” e C. Cada animal foi anestesiado
(A), submetidos à tricotomia e antissepsia. Uma
incisão reata (1,5 cm) foi feita no centro da região
dorsal (B). O tecido conjuntivo foi dissecado com
tesoura rombas na direção lateral para a colocação
de 50 mg de cada xenoenxerto (C). Após isso, os
tecidos foram suturados.
RESULTADOS
Tratamento com
diluições do extrato
puro
Contagem celular
usando a câmara de
Neubauer
GRÁFICO
Phenol = Fenol
Extract = Extrato
Titanium = Titânio
Figura 02. Determinação da citotoxicidade por contato
indireto (ISO 10993-5).
B) Teste de biocompatibilidade
- Grupos e tempos experimentais
• A - 5 animais /tempo experimental
• B - 5 animais /tempo experimental
• C - 5 animais / tempo experimental
0
1
2
3
9
Figura 05. Representação gráfica do efeito
das concentrações dos extratos de A, B, C e D,
sob o número de células. Controle negativo –
extrato do titânio, controle Positivo – solução de
fenol a 0,2%. Células Balb/c 3T3 foram tratadas
com diferentes concentrações do extrato dos
biomateriais em DMEM mais 10% SFB durante
24 horas, 37o C e 5% de CO2. Os resultados
foram expressos como porcentagem em relação
ao controle (sem extrato), considerado como
100%. Os dados representam a média de dois
estudos independentes em triplicata. As barras
representam o desvio padrão da média.
Tempos experimentais (semanas)
Cirurgia
Coleta do tecido de granulação
Figura 03. Grupos e tempos experimentais.
66
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 66
11.08.08 20:31:39
Figura 06. Fotomicrografias exibindo reação
tecidual a C, A e B no tempo experimental de 1
semana . (A-C): Asteriscos indicam grânulos dos
biomateriais, as setas azuis indicam áreas de
fibrose e os círculos delimitam áreas focais de leve
infiltrado inflamatório agudo. A cabeça de seta
indica células dentro de um poro. Coloração H/E.
Aumento 4 X (A, D), 10X (B, C e F), 12,5 X (G, H)
e 25X (I).
Figura
08.
reação
Fi
08 Fotomicrografi
F t i
fias exibindo
ibi d
ã
tecidual a C, A e B no tempo experimental de 9
semanas. (A-C): partículas regulares de C (*) no
tecido conjuntivo denso (TC), apresentando vasos
(setas). (D-F): partículas irregulares de A envolvidas
por tecido conjuntivo denso (TC), contendo vasos
congestos (setas). (G-H): Partículas irregulares de
B envolvidas por tecido conjuntivo denso (TC)
apresentado vasos congestos (setas). Coloração
HE. Aumento 3,2 X (A, D, G), 25X (B, C, E, F, H, I).
CONCLUSÃO
Os materiais testados foram bicompatív
comportamento e potencial osteocondutor dev
avaliados em defeitos ósseos.
eis; seu
em ser
Figura 07. Fotomicrografias exibindo reação
tecidual a C, A e B no tempo experimental de 3
semanas. (A-C): partículas regulares de C (*) no
tecido conjuntivo (TC), apresentando vasos (setas).
(D-F): Partículas irregulares de B envolvidas por
tecido conjuntivo denso (TC), contendo vasos
congestos (setas) e o início de formação de cápsula
fibrosa. (G-H): Partículas irregulares de B envolvidas
por tecido conjuntivo denso (TC), apresentando
vasos congestos (setas), e CGM (cabeça de seta) com
início de formação de cápsula fibrosa. Coloração
H/E. aumento 3,2X (A, D), 25X (B, C, E, F, H, I).
Endereço para correspondência:
Esther Rieko Takamori
e-mail: [email protected]
INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 67
67
11.08.08 20:31:48
N O RMA S
PARA
PU BL ICAÇÃO
MATERIAL
Serão aceitos artigos originais que não tenham sido enviados para outro jornal ou qualquer veículo de publicação. Artigos
relacionados à pesquisa, aplicações clínicas, novas tecnologias, simpósios, revisões de literatura e questões relacionadas são
bem-vindas para publicação.
Número de autores
Não há limite de autores. Convém apenas citar a participação de cada autor no trabalho.
Revisão dos manuscritos
Revisão por pares. O editor fará os ajustes necessários para a publicação.
PREPARO DOS MANUSCRITOS
• Seguir as recomendações do International Committee of Medical Journal Editors (Vancouver Group - Uniform requirements
for manuscripts submitted to biomedical journals. Ann Intern Med 1997;126:3647).
• Manuscritos. Digitados em espaço duplo, margem de uma polegada, todas as páginas numeradas. Página do título.
Página 1 incluindo título do artigo, nome, titulação, vínculo profissional, endereço de todos os autores, telefone, fax, e-mail.
• Resumo/palavras-chave. Página 2 do manuscrito incluindo o título, resumo de 160 palavras, 6 palavras-chave. A estruturação será: (1) Propósito, (2) Materiais e Métodos, (3) Resultados, (4) Discussão e (5) Conclusões. Outras modalidades (revisões
de literatura, relatos clínicos, tecnologias e relatos de casos) não precisam estar estruturadas desta forma.
• Introdução. Resuma o princípio e o propósito do estudo, colocando as referências pertinentes. No final, coloque claramente
as suas hipóteses.
• Materiais e métodos. Em detalhes, para permitir a confirmação das observações. Indique os métodos estatísticos usados.
• Resultados. Apresente os resultados numa seqüência lógica no texto, tabelas e ilustrações. Enfatize somente as
observações importantes.
• Discussão. Enfatize os aspectos novos e importantes do estudo e as conclusões que se seguem. Relacione suas observações
com a dos outros estudos relevantes e coloque as implicações dos seus achados e suas limitações.
• Agradecimentos. Pessoas cuja contribuição foi significativa. Cite o nome da organização financiadora e o número do processo.
• Abreviações. Coloque o termo completo e depois as abreviações durante o texto.
• Nomes comerciais. Nome comercial, nome do fabricante, cidade, estado, país, número do lote.
REFERÊNCIAS
• Todas devem ser citadas no texto, em ordem de citação.
• Listadas no final do artigo, em seqüência numérica.
• Comunicações pessoais são colocadas entre parênteses, incluindo a data.
• Evite resumos.
Estilo de referência para jornal
1. Johansson C, Albrektsson T. Integration of screw implants in the rabbit: A 1-year follow-up of removal torque of titanium implants.
Int J Oral Maxillofac Implants 1987;2:69-75.
Estilo de referência para livro
1. Skalak R. Aspects of biomechanical considerations. In: Brånemark P-l, Zarb GA, Albrektsson T (eds). Tissue-Integrated Prostheses:
Osseointegration in Clinical Dentistry. Chicago: Quintessence, 1985:117-128.
ILUSTRAÇÕES E TABELAS
• Todas as ilustrações devem ser numeradas e citadas no texto em ordem de aparição
• Todas as ilustrações e tabelas devem ser agrupadas no final do texto
• Os slides originais ou imagens de alta resolução devem ser enviadas para o escritório do editor caso o artigo seja aceito
• Serão aceitos no máximo 7 (sete) figuras por artigo, contendo no mínimo as seguintes dimensões: 4,5cm de altura por 8cm
de largura.
Preto e branco. Envie dois conjuntos de fotos em papel glossy de alta qualidade. As fotografias não devem vir montadas ou
recortadas.
Radiografias. Envie as originais e dois conjuntos em papel impresso.
Em cores. Serão aceitas a critério dos editores.
Desenhos. Encomendem os desenhos a um profissional, de modo que os mesmos possam ser reduzidos com qualidade
na publicação.
Arquivos eletrônicos. Resolução de pelo menos 300 dpi, em formato tiff ou eps.
Legendas. As legendas devem ser agrupadas numa folha separada e em espaço duplo.
68
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 68
11.08.08 20:31:50
ANOTAÇÕES
INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 69
69
11.08.08 20:31:52
A NOTAÇÕES
70
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 70
11.08.08 20:31:54
INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS
Revista Inovation Dezembro_2007.indd 71
71
11.08.08 20:31:57
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
ISSN 1809-2837
Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007
ISSN 1809-2837
capa innovations.indd 2
08.08.08 11:18:17

Documentos relacionados