3º TRABALHO SELECIONADO (SUPLENTE)
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3º TRABALHO SELECIONADO (SUPLENTE)
5ª Jornada Científica da AB3E CENÁRIOS PARA O MODELO DE INTEGRAÇÃO VERTICAL NA INDÚSTRIA PETROLÍFERA Marcelo Archer Pedro Szpigel Dezembro - 2011 Confidencial Agenda Novos condicionantes da atividade petrolífera Cenários de novos rumos da industria: integração X especialização CADEIA PETROLÍFERA DOWNSTREAM E&P DISTRIBUIÇÃO GÁS & ENERGIA PETROQUÍMICA INTEGRAÇÃO VERTICAL • • • • • Menores custos de transação; Menor custo da matéria prima (petróleo); Captura de lucro ao longo da cadeia; Hedge natural entre os segmentos; Diversificação de portfólio como medida de mitigação do risco BIOCOMBUSTÍVEIS UM PARADIGMA EM XEQUE Redução de custos e riscos Elevados riscos Intensidade de capital Integração Vertical Acesso à reservas IOCs NOCs Economias de escala Barreira à entrada Poder de mercado NOCS X MAJORS NOCs Distribuição Refino Produção 25% 25% 49% Mbpd = 51.209 MAJORS 49% 31% 20% Mbpd = 46.091 As NOCs possuem reservas de relativo baixo custo de extração e vêm aumentando sua participação no downstream, impondo pressão sobre a oferta global de derivados Fonte: Fonte: Evaluate, 2011 Recente trajetória das majors 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 XTO (2010) Exxon Mobil 2012 Candidatas à especialização XOM PQS DEA Enterprise Amoco 2011 ... RDS Veba Castrol Arco BP TNK Chevron Texaco Unfocal CVX Plano Estratégico Fina TOT Elf Lasmo ENI Conoco Phillips upstream Burlingthon Lukoil (2004/2007) COP downstream O básico sobre Spin-off • É uma forma de reestruturação corporativa, a partir da qual uma nova entidade legal é criada mediante a distribuição de ações em uma base pro-rata • Tipicamente não envolve ingresso de caixa ou emissão de novas ações • É uma transação livre de impostos DIRECIONADORES DO SPIN-OFF Revelar Valor Oculto Vantagens tributárias Aumento do foco estratégico SPIN-OFF Aumentar a transparência do negócio Eliminar sinergia negativas Spin-Off ConocoPhillips Fonte: Site ConocoPhillips, 2011 O anúncio da ruptura do modelo de integração da ConocoPhillips revela uma mudança estrutural na estratégia de uma das grandes empresas de petróleo do mundo Evolução histórica do modelo integrado da ConocoPhillips O plano de separação de uma das maiores e tradicionais empresas de petróleo do mundo, a ConocoPhillips, em duas novas e independentes companhias de upstream e downstream, surpreendeu o mercado e os demais agentes da indústria Fonte: Site ConocoPhillips, 2011 ROACE 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% -5% 2001 2002 2003 2004 Companhias Integradas 2005 2006 Companhias de E&P 2007 2008 2009 2010 Companhias de Downstream Fonte: Fonte: Evaluate, 2011 CONDICIONANTES DA INDÚSTRIA • Queda da demanda de derivados nos EUA e Europa; • Continuidade do processo de dieselização na Europa; • Enfraquecimento do mercado de gasolina nos EUA; • Aumento da capacidade ociosa na Bacia do Atlântico; • Aumento da rentabilidade das refinarias localizadas no Golfo do México e no interior dos EUA; • Incremento da capacidade de refino dos países emergentes e aumento de exportações. O parque de refino dessas regiões não são competitivos devido à carga processada ser restrita a óleos relativamente leves e a baixa flexibilidade do rendimento de produtos, voltado para maximização de gasolina. O consumo final de gasolina apresentou queda ao longo dos últimos dez anos nos EUA. O diesel obteve boa recuperação do consumo entre 2005-07, mas também recuou para o nível mais baixo da década em 2010. EUA - Evolução do consumo final de combustíveis gasolina 75 diesel Políticas Governamentais MANDATO ETANOL – RFS (bilhões galões ano) MM/d Galões 60 Ano: 2012 Volume: 7,2 45 2022 36 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA – EPA/CAFE ( litros / 100 Km) 30 Ano: Km/l: 15 2016 2025 11,6 23,2 Atualmente são 8,7 Km/l 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Conforme a população norte-americana aumentar a preferência por veículos mais eficientes, maior será o impacto sobre o mercado de gasolina no país. A manutenção de patamar elevado do preço do petróleo ou a adoção de políticas governamentais de taxação de carbono podem incentivar mudanças de hábito do consumidor. Fonte: EIA, 2011 EMISSÕES LOCAIS X EMISSÕES GLOBAIS gasolina diesel IMPACTO DA REMOÇÃO DE S SOBRE AS EMISSÕES DE CO2 Emissões CO2 (Mt/a) EMISSÃO DE S PPM – GASOLINA & DIESEL Remoção S (Mt/a) PERMISSÕES DE EMISSÕES DE CO2 DAS REFINARIAS UE Caso Base As reduções compulsórias de emissões para combustíveis de transporte automotivo impôs grandes investimentos em processos de geração de H, que são muito intensivos energia, elevando as emissões de CO2 Emissões CO2 (Mt/a) Efi Energética >Consumo GN > C.Biocomb. Meta ETS Fonte:: Concawe, 2011 A saturação do mercado automotivo nos países desenvolvidos é um indicador da estagnação do consumo de derivados nesses mercados. Nos países emergentes, o aumento da taxa de motorização contribui para o crescimento da demanda por derivados nessas regiões. Evolução do licenciamento de veículos novos - MM 18,04 17,4 2000 2010 11,7 5,95 4,95 2,52 2,29 EUA Japão RU 2,61 2,71 França 2,7 3,51 2,16 Italia 2,07 China 1,49 Brasil 2,26 0,84 India Nos EUA, o programa de eficiência energética CAFE e o etanol devem sustentar tendência de queda no consumo de derivados, dado o peso do setor automotivo na demanda por petróleo (metade da demanda total de petróleo) . Fonte: Anfavea, 2011 VENDA DE PARTICIPAÇÃO EM REFINARIAS ENTRE (MBPD) 2000 – 2011 TOTAL uropa Africa 0 300 BP SHELL 600 Ásia Ásia Europa Europa EUA EUA 0 300 600 0 900 300 AQUISIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO EM REFINARIAS NA EUROPA (MBPD) 2009 – 2011 427 207 Chinesas 306 270 Indianas Especializadas Russas Fonte: Evaluate,2011 A Lukoil e a Rosneft fizeram aquisições na Holanda e Alemanha. A Petrochina comprou na França e a Essar Oil adquiriu refinaria da Shell na Inglaterra. Entre as especializadas, o destaque foi a entrada da Valero na Europa, ao comprar refinaria da Chevron de 220 mbpd, no País de Gales. 600 Totais em US$ Bi EVOLUÇÃO DO CAPEX DAS MAJORS: 2000 - 2010 Fonte: Evaluate, 2011 MAJORS: PRODUÇÃO DE ÓLEO - BI BPD MAJORS: PRODUÇÃO DE GÁS - BI CFD 45,4 11,8 11,0 Média 2005 – 10 = 11,5 Bi bpd 38,3 Média 2005 – 10 = 41,3 Bi bpd O aumento da produção de gás está abrindo novas oportunidades de negócio para as majors Fonte: Evaluate, 2011 DETENTORES DE TECNOLOGIA DE REATORES - GTL Shell Sasol Petro SA Statoil CoonoPhillips Exxon BP per Davy Rentech Syntroleum JOGMEC (Japan) Eni-Axens Velocys Compact GTL Parceiros Status PRINCIPAIS PROJETOS DE GTL NO MUNDO Operador Produção Ano Partida Localidade Shell 15 mbpd 1993 Malásia Petro SA 35 mbpd 2006/07 África do Sul Statoil/Lurgi Em operação Sasol(OrxyGTL) 34 mbpd 2006/09 Catar Qatar Petroleum Em operação Shell (PearlGTL) 140 mbpd 2011/12 Catar Gov. Catar Em operação Sasol(OrxyGTL) 98 mbpd 2013 EUA Chevron 34 mbpd 2013 Nigéria Em operação Planejamento NNPC Em construção • A Shell despendeu cerca de U$ 19 bi no projeto do Catar. Em 2003, ele havia sido estimado em U$ 5 bi. • A continuidade do diferencial óleo-gás nos EUA está incentivando investimentos em plantas de monetização de gás no país. Recentemente a Sasol anunciou estudo de viabilidade de GTL em Louiziana. Fonte: Site das empresas, IOD, 2011 PREÇOS DE GÁS HISTÓRICO E FUTURO: HENRY HUB X NBP X BRENT HH & NBP Brent • Nos EUA, as grandes descobertas de gás não convencional e a ausência de logística para escoamento do energético não permite a elevação do preço no HH, abrindo oportunidades para projetos de GTL • O forte crescimento da demanda de gás natural na Europa é refletido na trajetória de preço do NBP Fonte: Bloomberg, 2011 Combustíveis sintéticos GN / resíduos biomassa UND. Gaseificação FisherTropsh Diesel premium, QAV, Nafta PQM, GLP Gás síntese • Gás de síntese é a matéria prima para produção dos combustíveis sintéticos • Os combustíveis sintéticos são caracterizados por baixos teores de contaminantes (enxofre, nitrogênio, aromáticos, etc) e elevada performance de diesel (índice cetano elevado). Agenda Novos condicionantes da indústria petrolífera Cenários de novos rumos da industria: integração X especialização Definição e Conceito • Cenários são descrições realistas, qualitativas, desafiadoras, contrastantes e inteiramente consistentes de projeções alternativas plausíveis de como o presente evuluirá para possível resultado futuro, com atenção aos processos causais e pontos de decisão, na forma de ferramenta para tomada de decisão dentro de um processo de planejamento estratégico. (Fahey; Randall, 1998) • Cenários são uma ferramenta para ajudar as organizações a ter uma visão de longo alcance em um mundo de incertezas. Cenários ajudam a ver os possíveis futuros (estados finais), como eles podem se desenrolar (enredos), porque eles podem ocorrer (lógicas) e por que elementos (forças motrizes) serão direcionados. (Schwartz, 1995) • A análise de cenários se distingue das previsões por serem descrições mais qualitativas e contextuais de como o presente vai evoluir até o futuro, sem buscar previsão numérica, ou procurar uma extrapolação numérica de dados estatísticos passados (Millet, 1998) OBJETO DE ESTUDO Integração vertical na cadeia petrolífera: ruptura ou consolidação? Variáveis de Estado Variáveis de Influência Seleção de Incertezas Críticas e seus desdobramentos em hipóteses Análise Morfológica: Combinação das hipóteses Descrição dissertativa dos cenários O propósito de um cenário não é o de prever o futuro, mas sim identificar incertezas, explorando diferentes rumos. Os cenários são construídos com base no estado em que o objeto de estudo se encontra, caracterizado pelas variáveis de estado. PANORAMA ATUAL DA INDÚSTRIA PETROLÍFERA Cenários para o Modelo de Integração Vertical Cenário I Cenário II BIG OIL DEEP SPLIT VARIÁVEIS DE ESTADO •Queda da produção de óleo das majors • Forte rigor ambiental na Europa e nos EUA • Conflito entre emissões locais e globais • Aumento da atuação das NOCs no mercado de derivados • Incerteza acerca do diferencial entre óleos leves e pesados • Queda da demanda de derivados dos países OCDE • Aumento da complexidade do parque de refino mundial As variáveis de influência representam o ambiente externo, com base nas dimensões estratégicas. Essas variáveis são as forças motrizes com forte impacto sobre o modelo de integração DIMENSÕES ESTRATÉGICAS Sociedade Tecnologia Economia Meio Ambiente Política Econômica (Fiscal, Monetária e Cambial) Política Ambiental (metas emissões, eficiência energética, etc) Política Industrial (Mudanças na matriz energética) FORÇAS MOTRIZES Preferência do Consumidor - modal transporte e veicular) Política Setorial (desregulamentação de preços derivados) Consumo Energético Efeito atividade, estrutura e intensidade Com base nas forças motrizes, são selecionadas as principais incertezas críticas. Elas estão destacadas em dois eixos, os quais representam a lógica dos cenários, que se desdobram em dois caminhos antagônicos Eixo – Consumo Energético CENÁRIO A BIG OIL FOCO NA INTEGRAÇÃO O eixo vertical aponta para dinâmica do consumo energético. A parte de cima do eixo indica forte crescimento da intensidade energética, desencadeada pelos efeitos da atividade econômica e da estrutura da indústria. Eixo – Políticas Públicas O eixo horizontal reflete o rigor da regulação nas esferas sócio-ambientais. À direita do eixo significa maior controle do estado sobre os impactos das atividades industriais e do setor de transporte na qualidade de vida da população. CENÁRIO B DEEP SPLIT FOCO NA ESPECILAIZAÇÃO A priorização das forças motrizes é realizada de acordo com a sua incerteza e grau de impacto sobre o objeto de estudo. Elas se desdobram em hipóteses que formam a história dos cenários Forças Motrizes Cenários para o modelo de integração vertical na indústria petrolífera Incertezas Críticas BIG OIL DEEP SPLIT Trajetória de crescimento econômico e endividamento Limites - emissões efeitos locais e globais Metas renováveis Metas eficiência energética Trajetória preço do petróleo Regulação preço derivados Comportamento do consumidor taxa licenciamento veículos, milhas rodadas, tamanho e potência veículos Demanda por gasolina países OCDE Regulação mercado carbono Produção de óleo e gás, fontes não convencionais Diferencial leve-pesado Investimento das majors no downstream Política fiscal expansionista, coordenação global e renegociação de dívidas, em prol do crescimento econômico Flexibilização emissões CO2 das refinarias para evitar conflito emissões locais GN ganha espaço na matriz energética mundial Países emergentes mantém preços controlados Nos países desenvolvidos há aumento milhas rodadas, recuperação taxa licenciamento veículos, motores potentes ganham espaço Aumento demanda gasolina países OCDE Trajetória crescente preço petróleo Aumento produção óleo pesado Elevação diferencial leve-pesado Majors retornam para downstream e consolidam integração na cadeia Políticas austeridade fiscal, elevação taxa juros países emergentes, estagnação economia mundial Rigor crescente das emissões de efeitos globais, penalizando refinarias ao redor do mundo Fortes incentivos a substituição da matriz energética por fontes renováveis, penalizando indústria energo-intensiva dos países desenvolvidos (certificado verde) Desregulamentação de preços de derivados, contração da demanda global e incentivos aos biocombustíveis Queda licenciamento veículos novos, aumento da eficiência energética na frota de veículos e novo padrão de consumo Restrições ao E&P e preço do petróleo baixo reduz oferta de pesados e diminui diferencial l-p Majors buscam especialização Principais Conclusões • O modelo de integração deixou de ser um paradigma da indústria do petróleo e passou a ser fonte de preocupação para determinados grupos de empresas, notadamente as majors. • O mercado financeiro tem demonstrado grande apetite pela quebra do modelo de integração, refletido no comportamento da ConocoPhillips e da Marathon. • A busca das empresas em atender aos anseios dos acionistas remete a uma dictomia de retorno de capital de curto e longo prazo. • Os novos condicionantes da indústria podem favorecer a ruptura do modelo de integração sob o ponto de vista de agregação de valor para determinado grupo de empresas. • A construção de dois cenários de extremos em relação a atratividade do modelo de integração vertical, indica novos rumos para as petroleiras que apostarem em um ambiente de negócio propício à especialização. • A opção pelo modelo de especialização pode apresentar ambiguidade do ponto de vista do decisor. A escolha pode ter sido influenciada tanto pelos ganhos de curto prazo, proveniente da valoração das ações, como pode ser fruto de uma decisão estratégica, pautada pela aposta em determinado cenário.