O ESTADO DE MARACAJÚ
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O ESTADO DE MARACAJÚ
O ESTADO DE MARACAJÚ Segunda-feira passada, dia 9 de julho, o Estado de São Paulo celebrou a memória da revolução constitucionalista de 1932, momento em que pegou em armas contra os demais estados da união exigindo uma constituição democrática. São Paulo não esteve sozinho na peleja. O único lugar do Brasil que apoiou a revolução foi o sul de Mato Grosso, que, ao se desligar do norte pela primeira vez, criou o Estado de Maracajú, em homenagem à famosa serra que corta toda essa região. Na verdade a revolução começou em nosso solo, quando o comandante militar local, general Bertoldo Klinger, se aliou ao general comandante da 2 a Região, de São Paulo, que havia sido destituído de seu comando por ordem de Getúlio Vargas. Tal fato encorajou os paulistas a desafiarem Getúlio. Bertoldo Klinger, por seu lado, é figura esquecida entre nós. Não deveria. Foi ele quem nomeou o governador do novo estado, Vespasiano Martins. Também foi este militar que, anos antes, lutou contra a Coluna Prestes na cabeceira do Apa. Hoje o general é pouco lembrado, mas foi sobretudo por sua razão que nos separamos pela primeira vez do norte. Com a derrota da revolução constitucionalista, o Estado de Maracajú deixou de existir. Apesar da curta duração, teve identidade forte, tendo organizado e enviado tropas ao combate, chegando a possuir diário oficial e sede de governo, situada em Campo Grande, na Avenida Calógeras, entre a Afonso Pena e a Rua 15 de Novembro. São poucos os povos ou estados que têm o orgulho de terem lutado por uma constituição democrática. Mato Grosso do Sul tem este privilégio. É importante que as novas gerações não se esqueçam deste passado, que enche de orgulho a todos nós. Por isso que a OAB, Seccional de Mato Grosso do Sul, propôs que o dia 9 de julho seja considerada data comemorativa. Não queremos mais um feriado, apenas a lembrança anula da importância do evento. Pode ser, também, o dia 11 de julho, quando foi fundado o Estado de Maracajú. Afinal, bem como diz nosso hino, reforjaram em Mato Grosso do Sul uma gente audaz. Vespasiano, Camisão, e o tenente Antonio João. Vamos lembrar também de Bertoldo Kingler, o primeiro a vislumbrar a pujança e a grandeza de fertilidades mil, de nossa terra. Leonardo Avelino Duarte Advogado e Presidente da OAB/MS