Em memória de Irmã ANSELMA PALER, OSB *05.11.1924
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Em memória de Irmã ANSELMA PALER, OSB *05.11.1924
Em memória de Irmã ANSELMA PALER, OSB *05.11.1924 - + 03.10. 2015 Um coração alegre canta. Um coração que reza canta. Ir. Anselma era conhecida pela sua disposição alegre e certamente será lembrada de muitas maneiras: como Irmã, professora e missionária na Tanzânia/ África. Mas, para começar, de uma forma mais pessoal, muitas Irmãs vão se lembrar dela com carinho por seu dom natural e seu amor pela música. O fato que Irmã Anselma veio da região das Visayas, uma das 3 principais ilhas das Filipinas, onde as pessoas são especialmente conhecidas pelo dom inato pela música e dança, poderá explicar parcialmente esta musicalidade, apesar de sua formação educacional não estava na música, mas como professora da escola. Ir. Anselma nasceu com o nome de Dulia para o casal Bruno Paler e Esperanza Maceda, em Maria Clara, Maasin, que fazia parte da diocese de Palo, Sul de Leyte. O anúncio de sua morte (obituário) nos diários, dois dias depois de sua morte, dizia "para fazer música para ELE para sempre". Em primeiro lugar, algumas anedotas referentes a Irmã Anselma, a cantora e, mais tarde, a professora e missionária durante o tempo mais longo de sua vida como Irmã Beneditina Missionária. Quando Ir. Anselma, nos anos 60, se tornou a primeira superiora da recém fundada estação em Tabunok, Cebu, não demorou que o paróco, Pe. Alfafara, percebeu sua voz forte e poderosa. Na procissão do dia 2 de fevereiro, na Festa da Apresentação do Senhor, quando as Irmãs estavam cantando em Latim, ele chamou Ir. Anselma a "voz da catedral ". A voz forte e dominante da Irmã Anselma prestaria ainda um bom serviço, muitos anos depois, quando ela estava na missão estrangeira em Peramiho/ Tanzânia. Uma coirmã que vivia com ela durante 18 anos no mesmo convento, narra esta história: uma vez, Ir. Anselma, literalmente “salvou” um grupo dos seminaristas que estava cantando no coro acima, enquanto ela estava lá embaixo, cantando com o povo. Como ela notou as vozes ficando fracas em plena interpretação de "O Messias" de Händel, ela levantou de repente a voz na grande igreja e dominou todo o coro – que, em seguida, voltou para a música certa. Tendo feito sua primeira profissão em Manila, uma boa década antes do Vaticano II, e mais tarde sendo designada para as missões estrangeiras na Tanzânia, durante um total de 30 anos (18 em Peramiho: 1968-1986 e 12 em Ndanda: 1986-1998), Ir. Anselma certamente se sentia privilegiada por fazer parte da Congregação das Irmãs Beneditinas Missionárias, que canta suas orações. Ela gostava, acima de tudo, de cantar o Ofício Divino, de todo o coração e com plena voz. Dela se disse, muito mais tarde, mesmo quando seu câncer tinha avançado para a fase final mais dolorosa, que ela não faltava ao Ofício Divino na casa de São Bento em Marikina. Sua formação na Regra Beneditina deve tê-la acompanhada sempre, de "Nada preferir ao amor de Deus!" Deve ter sido um grande sacrifício para ela quando a enfermeira lhe proibiu de ir à capela, quando o câncer piorou. Ela nunca reclamou - nem dos ajustes necessários, nem da dor que ela estava sofrendo. Como sua força diminuía progressivamente, ela foi transferida para a enfermaria em Manila, onde a sua doença a forçou a tornar-se praticamente acamada. E, no entanto, o espírito de Irmã Anselma deve ter continuado a acompanhar os hinos e salmos da Liturgia das Horas, que diariamente a acompanharam por 62 anos de vida religiosa. No silêncio do eu coração, durante este longo período, devem ter surgidas recordações alegres quando cantava o Divino Ofício em várias Línguas: Latim, Alemão, Inglês, e também em Kishwahili, uma língua africana que ela falava. Mas um sorriso aparecia também em seu rosto se alguém cantarolasse para ela qualquer uma de suas mais seculares canções favoritas Visayanas: "Usahay" ("às vezes ..."); "Matud Nila" ("Eles dizem...") e "Ay, ay, Kalisud" ("Oh, quão difícil..."). Uma vez, ela não havia aberto os olhos por vários dias e se pensou que estivesse inconsciente. Mas de repente, quando alguém cantava para ela, ela sorriu, abriu os olhos e cantou junto! Ir. Anselma alcançou um ciclo pleno de vida no mosteiro. Devido à sua longa vida, ela presenciou as muitas mudanças de liderança espiritual através de várias Prioresas, tanto aqui, como na Tanzânia. Ela era um membro apreciado numa série de comunidades: Manila, Cebu, Baguio e Marikina. Ela completou sua formação educacional numa ampla gama de lugares espalhados de Tacloban até Maasin/ Cebu; mais tarde em Manila e Baguio, durante as aulas de verão. Finalmente, ela concluiu o grau de Bacharel em Ciências de Educação Superior em Inglês, no Colégio Santa Escolástica, Manila. Um Relatório de 1966, feito no Colégio Santa Escolástica, Manila, por uma equipe administradora de Irmãs Beneditinas avaliou o ensino de Irmã Anselma como “Exelente”. Ela ensinou Inglês, Religião e Educação Física. Na verdade, mesmo antes disso, Ir. Anselma já tinha uma longa experiência como professora, 1947-1965, escolas administradas pelas Beneditinas em Maasin, Leyte, Lapu-Lapu. A formação de Irmã Anselma foi aproveitada principalmente como professora de Inglês, tanto em seu país de origem, quanto nas missões. Ela é lembrada, especialmente, pelos longos anos que ensinou Inglês às Irmãs de Chipole, em Peramiho, ou às Irmãs Ndolo (Nossa Senhora Ajuda dos Cristãos) e a outras alunas das Escolas de Enfermagem e Obstetrícia do Hospital de Missão São Bento em Ndanda. Em toda parte, ela é lembrada como professora inspirada, vibrante entusiasmada, como alguém que sabia animar as alunas e trazer vida para dentro da sala de aula. Em 1986, a jornada de Ir. Anselma a levaria de volta para as Filipinas devido, principalmente, à idade e dos joelhos enfraquecidos. No ambiente tranquilo de Baguio, ela continuou fazendo diligentemente rosários, assim como ela estava acostumada a fazer nas missões. E este ofício ela partilhou voluntariamente com outras pessoas. Suas últimas estações, antes de sua morte, foram Marikina e Manila. Será que ela agora estava pronta para o último pedaço de sua jornada a Deus? Diz-se dela ter dito: "Estou apenas esperando pelo Senhor para buscar-me". No dia 03 de outubro de 2015, um quarto antes da meia-noite, ela estava consciente até o fim, quando o Senhor veio ao seu encontro. Ela precedeu seu irmão Bruno Paler, Jr. e muitos sobrinhos e sobrinhas. O Priorado de Manila continua ser inspirado pela vida de mais uma intercessora no céu. Pedimos aos leitores que rezassem pelo repouso da alma de nossa Irmã Anselma. Que ela agora cante para sempre a Deus na companhia dos Anjos e Santos no céu. Manila, 05 de outubro de 2015 A Prioresa e as Irmãs do Priorado de Manila /Filipinas