Inovações PaRa ReCURsos FÓsseIs

Transcrição

Inovações PaRa ReCURsos FÓsseIs
A REVISTA PARA VOITHIANOS
Report
#3 | 2013
FOCO EM PETRÓLEO, GÁS E CARVÃO
Inovações
PARA
RECURSOS
FÓSSEIS
INSIGHT
LANÇAMENTO DO
VOITH 150+
NO LOCAL
USINAS HIDRELÉTRICAS
PARA A TURQUIA
DESTAQUES
ESTREIA
AUTOMOBILÍSTICA
NA CHINA
Operadora de ponte rolante
trabalhando na Voith Hydro
em Shanghai.
EXPEDIENTE
Edição:
Voith GmbH
Comunicação Corporativa
St. Pöltener Straße 43
89522 Heidenheim, Alemanha
www.voith.com
Responsável:
Lars A. Rosumek
Redação:
Markus Woehl, Kristine Adams
Contato com a redação:
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Em cooperação com:
G2 Printmedienmanufaktur GmbH,
Munique, Alemanha
Impressão:
Leograf Gráfica e Editora Ltda.
Créditos das imagens:
Dawin Meckel: Título, p.3, p.6, p.9, p.17,
p.18, p.22, p.23, p.24, p.27, p.28
Wesser: p.11
Jun Hu: p.37
Getty Images p. 40/41
Fotocommunity: p. 41, parte inferior.
Puchner: p. 20/21
Voith: todas as outras imagens.
Direitos de Reprodução:
A cópia e reprodução de artigos e imagens
requer prévia autorização da Voith.
A Voith Report é publicada em alemão, inglês, português e chinês.
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editorial
PREZADOS VOITHIANOS,
Quais serão os grandes desafios e oportunidades para a Voith
nos próximos anos? Essa foi uma pergunta central nos sete
Encontros Regionais da Voith, realizados em todo o mundo durante as últimas quatro semanas de 2013. Esta edição da Voith
Report dedica especial atenção a essas conferências, das quais
participaram cerca de 1.200 líderes da empresa.
Um dos temas mais importantes nos encontros foi o programa “Voith 150+”, que nos conduzirá ao longo dos próximos anos.
Esse é o programa que inclui diversas iniciativas já existentes, ou
recentemente lançadas, que prepararão a Voith para os desafios
do futuro. Você descobrirá exatamente do que se trata o programa
“Voith 150+” a partir da página 20. As próximas edições da Voith
Report também trarão informações regulares sobre o “Voith 150+”.
A presente edição trata de uma pedra fundamental do programa:
relatamos alguns avanços do “Excellence@Voith“ (página 22) e a
nova iniciativa de excelência, a “Excelência Administrativa” (página 25); além disso, também atualizamos o status do Programa
Diversidade & Inclusão (página 24).
As mudanças são muitas vezes acompanhadas por decisões
difíceis – como as reestruturações planejadas na Voith Paper, que o
Dr. Hans-Peter Sollinger, Presidente do Conselho de Administração
da Divisão Paper, esclarece em uma entrevista que começa na
página 28.
Melhorias contínuas e mudanças também constituem o ponto
em comum ao longo de diversas outras histórias nesta Edição. Na
seção Foco, a partir da página 8, você lerá por que os produtos e
serviços da Voith para a exploração e processamento de petróleo,
gás e carvão desempenham um papel tão importante: porque eles
precisam ser constantemente adequados a difíceis condições, seja
no deserto, no mar aberto ou em baixo da terra. O artigo da página
39 explica como a Voith revolucionou o processo de remoção de
tinta de papel reciclável. Por fim, na seção Perfil, que retrata a
nossa unidade operacional de Gliwice (página 40), você verá como
foram profundas as mudanças nessa cidade polonesa – de acordo
com a experiência de um homem que viveu tudo isso.
Eu desejo a vocês que desfrutem da leitura – além de um bom
ano novo.
Atenciosamente,
Lars A. Rosumek
Vice-Presidente Sênior de Comunicação Corporativa
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35
7
ÍNDICE
16
FOCO
08
O MOTOR DA MODERNIDADE
GLOBAL A Voith oferece todos os componentes – confiáveis e compactos –
para a extração, transporte e processamento de petróleo e gás.
10 FEITO PARA CONDIÇÕES EXTREMAS
OMÃ/EUA/NORUEGA Os componentes da Voith para a exploração de gás
e petróleo já foram aplicados no calor e no frio extremos, e tanto no mar
como no deserto.
13 OS INDESTRUTÍVEIS
CHINA/MONGÓLIA Na mineração, a confiabilidade é tudo – e os acoplamentos e tecnologia de válvulas são a sua garantia.
16 MUITA MOVIMENTAÇÃO NAS PARADAS
ALEMANHA/ANGOLA/NORUEGA Paradas de manutenção em refinarias são
um assunto muito delicado – e um tema para os especialistas da Voith.
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22
26
30
INSIGHT
20 VOITH 150+
NO LOCAL
30 COM FORÇA PRÓPRIA
GLOBAL Os Encontros
TURQUIA Para acompanhar
­Regionais de 2013
o seu surto de crescimento, o país aposta em hidrelétricas.
22 UMA EXCELENTE
ESCOLHA
GLOBAL “Excellence@Voith”
inicia campanha OPEX.
24 INCORPORANDO A
DIVERSIDADE
GLOBAL Roland Münch:
Avança com o programa
de D&I .
34 NÓRDICO POR
NATUREZA
HELSINKI Graças à Voith,
os trens da capital finlandesa são especialmente
robustos.
35 NO GRANDE RIO
CONGO/ANGOLA Dois pro-
25 EXCELÊNCIA NO
ESCRITÓRIO
GLOBAL Mais eficiência na
Administração da Voith.
26 APRENDIZADO PARA
TODA A VIDA
GLOBAL Um estágio na
­ oith significa aprendizado
V
para toda a vida.
28 NOVO FOCO PARA OS
NEGÓCIOS EUROPEUS
jetos da Voith contribuirão
para aproveitar o gigantesco potencial africano.
Destaques
36 JUNTOS SOMOS
FORTES
FOSHAN Com a automatização de uma
­fábrica de carros, a
­Voith descobre novas
dimensões.
PANORAMA
40 TRANSIÇÃO COM
MUITO ORGULHO
Gliwice Wojciech Cyz
tem orgulho de sua
cidade, que já passou
por muito e ainda tem
muitos planos pela
frente.
38 TUDO DE UM ÚNICO
FORNECEDOR
GRÃ-BRETANHA Quem
sabe de fabricação de
papel também entende
de tratamento de
efluentes – como é o
caso da Voith.
39 ELIMINANDO O
CINZA
ALEMANHA/SUÍÇA Os
processos de flotação e
remoção de tinta deixam branco o papel reciclado – a série sobre
as tecnologias de base
do Grupo explicam
como a Voith descobriu
esse processo.
02 EXPEDIENTE
03 EDITORIAL
06 NOTAS
EUROPA Entrevista com
Hans-Peter Sollinger.
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nOTAS
Rubrik
NOVOS MEMBROS DO CONSELHO
DE ADMINISTRAÇÃO DA TURBO
CRAILSHEIM/HEIDENHEIM O Conselho de Administração da Voith Turbo será integrado por
1
2
dois novos membros: Dr. Frank Gropengießer e Benno Morlock.
Gropengießer (Foto 1) é o novo CEO da divisão ferroviária desde meados de outubro.
Após completar seu doutorado, o matemático e economista Gropengießer trabalhou na
Smithkline Beecham, Phoenix e Vibracoustic. Seu trabalho mais recente foi de CEO da
Knorr-Bremse Schienenfahrzeuge GmbH. Com sua extensa experiência na indústria fornecedora do setor ferroviário, Gropengießer tem os melhores pré-requisitos para liderar e
desenvolver as tecnologias de trens de acionamento e sistemas de acoplamentos da Voith.
Ele sucederá Dr. Norbert Klapper, que deixará a Voith após oito anos de muito sucesso.
Morlock (Foto 2) já é membro do Conselho de Administração da Voith Turbo desde abril
de 2013. Em outubro, tornou-se CEO da nova divisão de mercado Mineração & Metais,
que surgiu da Divisão Industrial juntamente com a nova divisão Energia, Petróleo & Gás.
Morlock trabalha na Voith desde 2008, e era responsável pela Unidade de Negócios de
Componentes de Partida (start up components). Antes de juntar-se à Voith, o Administrador
foi Diretor de Distribuição da Partner Alliances Europe para a Kodak. Ele possui ampla
experiência internacional, em especial nas áreas de gerenciamento de produto, vendas
e estratégia. //
BOM TRABALHO!
GLOBAL O que realmente conta são clientes satisfeitos. É por isso que a Voith
Serviços Industriais está satisfeita por ter recebido três premiações de três
clientes diferentes no ano passado. Na China, pela segunda vez consecutiva,
a Voith foi escolhida pela Shanghai Volkswagen Powertrain para o prêmio
“Fornecedor Ouro” devido à excelente qualidade dos serviços prestados. Pela
primeira vez, a Esso da Noruega concedeu um prêmio a um indivíduo: Jan
Petersen, supervisor da Voith Ringstedt, na Dinamarca, foi premiado pelos
elevados padrões de segurança em uma parada de manutenção.
Por fim, Hamid Boukharta, supervisor da Voith na fábrica da Opel em
Rüssels­heim, recebeu uma premiação pessoal do cliente General Motors por
seu comprometimento independente e incansável. //
Premiação “Golden Supplier” na Shanghai Volkswagen Powertrain.
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VG POWER TORNA-SE
VOITH HYDRO
SUÉCIA A empresa VG Power AB, já
filiada à Voith, passará a se chamar
Voith Hydro AB. “Com a mudança
de nome, fortalecemos nosso papel
dentro da divisão da empresa. Nossa
empresa combina expertise específica
em geradores com a experiência de
longo prazo da Voith em soluções
completas para usinas hidrelétricas.
Nossos clientes gostam disso”, afirma
Stefan Borsos, CEO da Voith Hydro
AB, que é sediada em Västerås.
No início de 2013, a Voith adquiriu
o controle de todas as ações da VG
Power AB, aumentando assim a participação majoritária de 51% que ela
detinha na empresa desde 2006. A
Voith Hydro figura entre as principais
fornecedoras de tecnologia hidrelétrica da Suécia, dispondo de grande
know-how, em especial nas áreas de
novas usinas e na modernização de
geradores hidrelétricos. //
nOTAS
DUO NOVO EM FOLHA
LONG BEACH Oficiais da cidade californiana de Long Beach
fecharam um contrato para a construção de dois novos navios
de combate a incêndio para o corpo de bombeiros do porto.
Eles substituirão os dois antigos navios, “Liberty” e “Challenger”,
que vêm operando desde o início da década de 1980 e, assim,
contavam com tecnologia ultrapassada. A propulsão dos novos
navios será realizada por propulsores Voith Schneider (VSP).
Com uma capacidade de até 155 metros cúbicos de água por
minuto para a extinção de incêndios, eles estarão entre os navios de combate a incêndio com maior capacidade do mundo.
Mas é no quesito de manobrabilidade que residem as maiores expectativas em relação a estes sucessores. Duas das quatro
bombas de combate a incêndio trabalharão com os motores
que também acionam os VSPs. Em operações, a potência dos
VSPs é limitada a 25%, ficando o restante à disposição das
bombas. Isso permite posicionar os navios com baixo consumo
de combustível ao mesmo tempo em que eleva a potência das
bombas sem requerer motores adicionais. O primeiro dos dois
navios estará pronto em meados de 2014. //
Os novos navios de combate a incêndio poderão alcançar
até 155 metros cúbicos de água por minuto.
LIMPEZA NOS
NEGÓCIOS
Uma das equipes vencedoras: “Runs with Scissors”, da Voith Hydro.
SAIA ANDANDO!
EUA Exercício faz bem para a saúde. As autoridades de saúde dos EUA recomendam dar um mínimo de 10.000 passos por dia. É por isso que a Voith
estimulou a sua equipe norte-americana a participar de uma “caminhada
pela América” virtual durante o verão. Na competição, 265 colaboradores
americanos e três colaboradores canadenses das divisões Turbo, Paper
e Hydro usaram um contador de passos por oito semanas. Durante esse
período, cada uma das equipes, com quatro integrantes, teria que dar um
mínimo 2.019.200 passos, o que equivale aproximadamente a uma caminhada de costa a costa. A equipe com o maior número de passos, a “Três
passos e meio”, da Voith Paper, deu um total de 5.700.688 passos – o
equivalente a 25.450 diários para cada colaborador. //
HEIDENHEIM Quando dois especialistas se juntam, geral resulta em alguma
coisa boa. Neste caso, foi uma linha de
produção completa para a fabricação
de não-tecidos. A Voith Paper e a especialista em lã Trützschler Nonwovens
recentemente juntaram forças para tentar realizar isso. As qualidades dos dois
parceiros se complementam de forma
ideal nesta cooperação: a Voith criou o
HydroFormer, que realiza a formação da
lã. Já a Trützschler Nonwovens entrou
com a tecnologia para o emaranhamento das fibras com seu AquaJet, um
processo de última geração na área de
hidroemaranhamento. O produto final
são não-tecidos que virão ao mercado
como toalhas úmidas de limpeza. Para
esta cooperação com a Trützschler
Nonwovens, além do HydroFormer, a
Voith também entrou com o seu conhecimento em sistemas de preparação de
massa e de água, conceitos de prensa,
vestimentas e calandras. //
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FOCO
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FOCO
CONDUZINDO NOVOS
DESENVOLVIMENTOS
Petróleo, gás e carvão continuam sendo insubstituíveis como fontes
de energia e matérias-primas básicas para a indústria. A economia
mundial e as sociedades do mundo atual dependem da disponibilidade
de recursos fósseis e seus derivados. Com sua tecnologia e expertise,
a Voith garante que o seu abastecimento não pare.
report
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FOCO
1
FEITO PARA
CONDIÇÕES
EXTREMAS
Seja no deserto, oceano ou em planícies extensas, petróleo e gás são
frequentemente extraídos, transportados e processados em regiões
especialmente inóspitas. E nesses ambientes, componentes da Voith
impressionam por sua confiabilidade, durabilidade e rentabilidade.
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FOCO
2
A
extração de gás no deserto de Omã é um desafio – e não só para as pessoas,
que precisam suportar os trabalhos mais difíceis debaixo de tempestades de
areia e temperaturas de até 60 °C. As máquinas também precisam suportar
esse clima inóspito. As tecnologias da Voith demonstram toda a sua capacidade
nessas condições – e um bom exemplo disso é o variador de velocidade variável
Vorecon. Confiável, à prova de explosões e compacto, ele agora está novamente operando em Omã. Uma empresa estatal encomendou quatro Vorecons para ampliação
de uma planta de processamento de gás, onde eles serão utilizados para controlar a
velocidade dos turbocompressores para a exploração de gás a partir de 2014.
“A pressão natural disponível no campo de exploração de gás muitas vezes não é
suficiente para continuar a operar a planta processadora”, explica Alexander Schust,
Gerente da Área de Vendas da Voith Turbo. “Os compressores que instalamos
agora aumentam a pressão, permitindo a exploração do que resta de gás no campo
de petróleo.” O Vorecon é um variador de velocidade. Sem ele, os compressores
operariam constantemente à carga máxima, e não teriam condições de reagir a
variações mínimas nos parâmetros operacionais. Assim, seria necessário diminuir
a vazão do gás, o que reduziria a rentabilidade da operação da planta. Isso poderia
ser comparado a alguém dirigindo um carro à máxima velocidade e ao mesmo tempo frear para respeitar o limite de velocidade, ao invés de manter uma velocidade
controlável somente usando o acelerador.
1Os variadores Vorecon
também são utilizados
em plataformas de
petróleo em alto mar.
2Uma planta de processamento de gás no
deserto de Omã – um
local inóspito que impõe grandes desafios
à tecnologia.
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FOCO
As engrenagens planetárias de
velocidade variável Vorecon da
Voith podem ser aplicadas de
forma versátil como, por exemplo, na exploração de petróleo
off­shore e em plataformas de
exploração de petróleo.
Seja no meio do deserto, no frio congelante ou no mar, os
componentes utilizados para a extração, transporte e processamento de óleo e gás precisam ser robustos, confiáveis,
compactos – e rentáveis. E a Voith fornece esses componentes,
a partir de sistemas de acionamentos através de instrumentação elétrica e tecnologia de controle para sistemas hidráulicos.
Entre eles estão os variadores de velocidade para compressores e bombas, acoplamentos de membrana e limitadores
de torque para turbinas, além dos propulsores e Voith Inline
Thrusters para o acionamento seguro de navios de apoio. Em
especial, a exploração de petróleo em mar aberto destaca a
versatilidade de produtos como o Vorecon da Voith. A empresa petroleira brasileira Petrobras, por exemplo, utiliza esses
variadores de velocidade em navios FPSO no Atlântico e além
disso, na área offshore, também utiliza os produtos da Voith
para assegurar a manobrabilidade precisa e segura de navios
especiais.
A confiabilidade conta – também nos EUA, onde a exploração de petróleo passa por um surto de crescimento. Nas
proximidades da cidade de Baker, no estado de Montana,
um novo componente da Voith que está sendo usado pela
primeira vez foi criado para desempenhar um papel fundamental: o acoplamento TurboCool. Ele regula a rotação dos
ventiladores no sistema de resfriamento da usina de bombeamento. Isso porque, no motor Diesel a gás, os compressores
dos pistões e o gás natural explorado precisam ser mantidos a
uma temperatura constante.
A característica especial do acoplamento é que produção
de refrigeração é determinada de acordo com a demanda –
uma melhoria significativa em comparação com equipamentos
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acionados convencionalmente. “Até então, era necessária uma
equipe para desligar a estação de funcionamento e regular
manualmente as pás do ventilador,” afirma Stefan Hutzenlaub,
Gerente de Projetos da Voith Turbo, “e isso era caro e
inflexível”.
Como o TurboCool é acionado mecanicamente pelo
motor a gás, ele não requer uma rede elétrica e, além disso,
a transmissão de potência é isenta de desgaste – tornando-a
ideal para aplicações em regiões isoladas, como as grandes
planícies de Montana. Condições climáticas extremas, com
verões quentes e invernos frios, tampouco representam um
problema, já que, graças a sua variação automática de velocidade, o sistema de resfriamento não esquenta e nem esfria.
A planta de Baker é o primeiro teste crítico do TurboCool,
que já havia passado por diversos testes anteriormente.
Hutzenlaub está satisfeito com as experiências em Montana:
“O acoplamento atendeu a todas as expectativas; os clientes
estão entusiasmados.”
A fase de teste do acoplamento limitador de torque
Safeset, por outro lado, já terminou há muito tempo. Ele
foi desenvolvido há cerca de 30 anos pela Voith Turbo em
Hudiksvall, na Suécia, e continua a ser o estado da arte em
sua categoria.
No campo de gás offshore de Troll, perto da costa norueguesa, dois Safesets instalados nos compressores onshore
garantem uma exploração contínua de gás natural liquefeito.
No caso de torques demasiadamente elevados, os acoplamentos de segurança interrompem a transmissão de potência no
trem de acionamento, minimizando assim outros prejuízos
que poderiam ser causados – bem como o tempo de parada
de produção. “Nossos acoplamentos limitadores de torque
vão um passo além dos outros da categoria”, afirma Daniel
Myrgren, Gerente de Vendas e Marketing da Voith Turbo
em Hudiksvall. “Eles se adequam à carga máxima no trem
de acionamento e, além disso, são extremamente precisos”.
Para completar, também são muito robustos: “Recentemente,
recondicionamos um modelo com 18 anos de idade, e o testamos novamente no campo. Ele operou com a mesma precisão
de sempre.” //
FOCO
INDESTRUTÍVEL
Para os engenheiros da Voith, condições ambientais extremas
estão no dia-a-dia, e não seria diferente na mineração. Os
especialistas asseguram a confiabilidade, com produtos
que resistem às mais severas condições.
Um tambor de corte realiza
a extração subterrânea de
carvão, que é então transportado por transportadores
de correntes.
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FOCO
U
m dia absolutamente normal na mina de carvão de
Sandaogou, a 700 quilômetros a oeste de Pequim: a
algumas centenas de metros embaixo da terra, mineradores extraem carvão das paredes sobre uma esteira de sete
metros de altura e 350 metros de largura. Grandes fragmentos
de pedras e carvão caem sobre o transportador de correntes,
que movimenta o material para o transportador de correia
propriamente dito. De vez em quando o acionamento desaparece completamente sob os fragmentos. Repetidamente, blocos de pedra ou carvão se prendem na carcaça do tambor de
corte, que às vezes provoca o bloqueio do sistema. E é então
que a máquina enfrenta o seu teste mais rigoroso, que é conseguir liberar suas correntes dentro de poucos segundos após
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acionada novamente. “Toda a energia do acionamento precisa ser direcionada para a corrente”, afirma Bernhard Schust.
“Isso exige enorme momento de torque – que precisará ser
injetado cuidadosamente.” Como Vice-presidente de Vendas
da Voith Turbo, Schust é responsável pelo componente que
torna isso possível: o acoplamento hidrodinâmico que, conforme a necessidade, absorve o momento de torque máximo
do motor, transmitindo-o para a corrente. Sem o acoplamento, levaria alguns dias para os trabalhadores desobstruírem o
equipamento e colocarem a máquina bloqueada em operação
novamente. “Isso seria uma catástrofe”, afirma Schust. “Já que
o mau funcionamento de apenas um elo da corrente transportadora deixaria toda a produção parada.” E a consequência
FOCO
Na mineração, os acoplamentos hidrodinâmicos da
Voith são componentes vitais
nos sistemas de acionamento de rodas de caçambas e
transportadores de correia.
seria uma enorme queda de faturamento. É por isso que os
motores simplesmente não podem parar; a esteira e o acionamento precisam trabalhar de forma confiável continuamente.
Os produtos da Voith são criados para essas condições:
eixos cardan para rodas de caçambas ou equipamentos de levantamento, acoplamentos de partida para britadores, empilhadeiras e retomadoras, ou tecnologia de válvulas Valvex
para a supressão de poeira e controle do acoplamento de partida. A Voith fornece componentes para aproximadamente
20 diferentes aplicações em mineração. Os principais mercados são os EUA, China, Brasil, Austrália e África do Sul.
Mas, independentemente onde os produtos são utilizados, o
estreito contato com clientes é vital para a empresa no desenvolvimento de soluções completas orientadas a aplicações
específicas. “A confiabilidade dos produtos e a capacidade de
oferecer suporte de serviços para os mesmos em campo são a
chave para o sucesso de nossos clientes”, afirma Schust.
Esse é o caso da mina de carvão de Sandaogou, para a
qual a Voith forneceu o acoplamento hidrodinâmico CPC
1600, que a 1.600 kW é capaz de transmitir uma potência 60%
superior a acoplamentos usuais de tamanho similar. Graças
a isso, a mina pôde aumentar a sua produção em 350 mil toneladas mensais, mais do que dobrando a capacidade anterior.
Desde o comissionamento dos novos transportadores de correntes, em maio de 2012, não houve paradas imprevistas.
Como líder de mercado mundial em acoplamentos hidrodinâmicos, a Voith está atendendo às crescentes demandas
do setor no quesito confiabilidade. Isso porque os turnos de
manutenção vêm sendo continuamente reduzidos desde a
década de 1980 com o objetivo de aumentar a produção, e as
áreas de mineração se encontram em regiões cada vez mais
remotas. É raro encontrar mão de obra qualificada, por isso as
máquinas precisam ser fáceis de operar, além de conseguirem
funcionar sob quaisquer condições.
Atualmente, Schust está trabalhando em uma solução
para um cliente da Mongólia que deseja transportar carvão
em transportadores de correia no deserto de Gobi desde a
mina até a ferrovia Transiberiana a 33km de distância, sob
temperaturas que podem varia de +40°C até -43°C. Em temperaturas tão baixas, a correia de borracha endurece, passando
a movimentar-se com maior dificuldade, enquanto que a graxa para lubrificação dos rolos se torna viscosa. Consequência:
potências de transmissão extremamente elevadas acompanhadas de tempos de partida muito longos.
Apesar das elevadas forças de tração envolvidas, os transportadores de correia necessitam ser acionados o mais suavemente possível. A correia é composta de seções de até 300 metros de comprimento conectadas em sequência. Quanto mais
lenta e, portanto, mais suave, a partida da correia, menor o
risco de uma sobrecarga sobre as ligações. “Nossos acoplamentos de enchimento constante foram otimizados para essa
finalidade. E para um controle ainda mais fino de transmissão
de potência, desenvolvemos o acoplamento de enchimento
controlado”, afirma Schust. Nesse caso, o motor parte sem
carga e o enchimento do acoplamento é realizado aos poucos. Quanto mais fluido, maior é a transmissão de energia e
velocidade de saída.
Antigamente, os acoplamentos operavam principalmente com óleo, mas hoje em dia é comum utilizar água, ecológica e amplamente disponível na mineração de carvão. “Devido
ao risco de explosão a partir do pó de carvão e gás metano,
ela também é mais segura”, afirma Stefan Kröner, Gerente de
Vendas Sênior para a tecnologia de válvulas Valvex. As válvulas Valvex controlam o volume do fluxo de água, contribuindo
assim para a minimização do risco de explosão.
Além da robustez e do projeto mais simples das válvulas
solenoide, outra vantagem para os clientes é a sua facilidade
de manutenção. “Mesmo nos ambientes mais severos”, afirma
Kröner, “nossos produtos precisam desempenhar as suas funções da forma mais segura e confiável possível – pois só isso
permite uma produção sem interrupções.” //
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FOKUS
André Künstler falando por
rádio com seus colaboradores
na refinaria Holborn.
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FOCO
MUITA MOVI­
MENTAÇÃO NAS
PARADAS
A precisão e a segurança são o foco quando
a Voith Serviços Industriais executa paradas
de manutenção em refinarias ou realiza
­manutenções durante a operação de outros
equipamentos.
Muito lentamente, o guindaste eleva o gigante de várias toneladas para então descê-lo novamente de enormes alturas com
muito cuidado. O que está pendurado no gancho é a seção
superior de uma torre de lavagem de gás reciclado – um dos
recipientes indispensáveis para o processamento de petróleo
em que ocorrem etapas importantes da separação. Esses cilindros gigantescos caracterizam a silhueta de todas as refinarias
de petróleo – e não seria diferente na refinaria Holborn Europa,
em Hamburgo. Entre outras coisas, aqui hoje será feita a substituição de uma parte do meio da torre, “e a parte superior nós
colocaremos lá em cima de novo, no final”, afirma o engenheiro
André Künstler, Gerente de Projetos da parada de manutenção
que a Voith Serviços Industrias realizará nessa refinaria.
Sob o comando de Künstler, os especialistas da Voith realizarão um recondicionamento geral da planta. Eles ajudarão
a desligar os equipamentos da refinaria, desmontar os componentes e limpar, consertar ou substituir os diversos módulos dos
equipamentos. Por lei, todas as refinarias precisam ser submetidas a grandes revisões como esta a cada cinco ou seis anos.
Os projetos de parada de manutenção estão entre os principais serviços que a Voith Serviços Industriais presta para o
setor de petróleo e gás. Além destes, os Serviços de campo –
prestados durante a fase de operação de uma planta – também
desempenham um papel crucial. Em ambas as áreas de atuação,
a Voith conta com uma equipe altamente qualificada e dedicada,
e que se atenta tanto à qualidade como à segurança dos serviços
que prestam.
report 3/2013 | 17
FOKUS
1
2
3
4
Fotos 1-4
Imagens das diferentes
paradas de manutenção
realizadas pela Voith
Industrial Services na
Refinaria Holborn Europa,
em Hamburgo.
Aproximadamente 300 deles foram alocados para esta parada de
manutenção em Hamburgo. No jargão técnico, um projeto como
este é chamado de “parada de manutenção” – embora não se veja
nada parado neste dia de agosto: em todos os cantos, há pessoas
parafusando, soldando, furando ou esmerilhando. Nesta refinaria, que
processa 105.000 barris de petróleo cru ao dia, a Voith recondicionará,
entre outros equipamentos, 14 fornalhas de processo, 52 torres e 15
reatores, além de uma infinidade de recipientes, resfriadores de ar e
trocadores de calor.
Onde quer que estejam, os colaboradores da Voith estão em movimento com seus uniformes azul e cinza com o logo da Voith estampado
nas costas. E todos sabem o que os outros estão fazendo naquele
momento. Nessa coordenação tão precisa também estão incluídos os
colaboradores contratados de uma série de empresas que prestarão serviços debaixo do contrato da Voith: a empresa de guindastes, empresas
18 | report 3/2013
FOCO
de limpeza, demarcadores e montadores de andaimes. “Por
motivos de garantia e de segurança, as áreas de responsabilidade são muito bem separadas. Assim, um caldeireiro que
trabalhe em um andaime, por exemplo, não tem autorização
para levantar uma única peça da estrutura tubular. “Isso
deve ser feito pela empresa especializada”, explica Künstler.
O engenheiro de 42 anos é Gerente de Projetos de
paradas de manutenção na equipe da Voith desde 1995. A
parada de manutenção em Hamburgo é relativamente gerenciável, afirma Künstler. “Este ano, já estivemos em Roterdã
e na Antuérpia, onde tivemos de fazer reformas significativamente maiores. Ali tivemos que trocar componentes com
peso de 320 toneladas, além de realizar uma infinidade de
trabalhos de solda. Até mesmo os amarradores trabalharam
muito – cabe a eles assegurar que as cargas deslocadas
pelos guindastes estão seguras.”
De acordo com Künstler, a força da Voith reside em sua
ampla experiência na reforma de torres, plantas de craqueamento catalítico de fluidos e alquilação, além da reforma
de tubulações de fornalhas – “esse know-how nos torna
incomparáveis”.
Experiência abrangente também é essencial para tarefas
de tanta responsabilidade, já que “cada parada de manutenção é única”, afirma Künstler, “sempre há situações imprevisíveis”. É nesse momento que esse nativo da Francônia, na Baviera, também demonstra ser multitarefas: ele fala
em seu aparelho de rádio o tempo todo, dando explicações, instruções, tomando decisões e às vezes até mesmo entrando nos trabalhos. Como aconteceu quando um
componente de 15 toneladas da torre precisou ser posicionado pelo guindaste em dois apoios no chão. Um trabalho
de verdadeira precisão centimétrica – como tantos outros.
E quem conversa um pouco com os colaboradores da
Voith percebe que eles não apenas realizam o seu trabalho
com grande precisão, mas que também têm enorme orgulho
do que fazem – assim como de sua empresa. Como é o
caso do caldeireiro Hanns Giegold, que há 15 anos participa
de paradas de manutenção em projetos da Voith. “A gente
sempre reencontra as mesmas pessoas. Às vezes a gente
se cumprimenta já se abraçando. A atmosfera familiar é uma
coisa muito importante na Voith”, ele afirma.
E a experiência dos colaboradores está registrada em
seus capacetes: em cada parada de manutenção, o capacete ganha um novo adesivo. É assim que se distinguem
alguns Voithianos “altamente condecorados”. Holger
Breitlauch, Técnico da Segurança do Trabalho, destaca: “O
meu recorde foi o ano de 2005. Eu participei de 11 paradas
de manutenção em oito países diferentes.” O trabalho de
Breitlauch tem importância vital no campo. Antes de chegar
ao campo, ele já precisa saber dos perigos aos quais os
colaboradores poderão estar expostos. “Por exemplo, se
um trocador de calor precisa ser desmontado, eu combino
tudo com a empresa de guindastes para evitar a ocorrência
de quaisquer acidentes. Além disso, o planejamento das
áreas demarcadas garante que nenhum colaborador ingresse em áreas de risco. “Nós realizamos até 20 paradas
de manutenção por ano. Por isso, a segurança do trabalho
deve estar em primeiro lugar”, afirma Gerhard Boll.
Seminários de segurança para o pessoal da Voith são
apenas uma das tarefas que ele realiza com sua equipe. “Por
meio de treinamentos regulares, conversas de segurança
e análise de acidentes, trabalhamos diariamente para melhorar a qualificação e a segurança dos colaboradores no
trabalho.” E os clientes sabem valorizar isso: nos últimos
anos, a Voith recebeu mais de 20 premiações de segurança
de seus clientes.
Como prova de sua excelente reputação como especialista em paradas de manutenção, a Voith recentemente assinou um contrato com uma empresa de energia de renome
que lhe permitirá explorar uma nova dimensão em paradas
de manutenção. A partir de outubro, ocorrerá a primeira
parada de manutenção offshore da Voith, no Atlântico, próximo à costa de Angola, em uma refinaria flutuante próxima
a uma plataforma de petróleo. Esta é uma estreia que só
pode ser administrada com uma preparação minuciosa, os
equipamentos adequados e uma equipe tão qualificada que
consiga trabalhar com precisão mesmo debaixo de ondas
e tempestades.
Mas a precisão não é necessária apenas nos casos de
contratos espetaculares; conta também em serviços contratados há tempos, como são os serviços On-site. Diferentemente das paradas de manutenção, que são limitadas a um
determinado espaço de tempo, nos trabalhos On-site, a empresa trabalha o ano inteiro em refinarias, em plantas químicas e petroquímicas, bem como em usinas de eletricidade.
Atualmente, estamos frequentemente realizando manutenções em tubulações, recipientes, reatores, torres, flanges,
bombas, compressores, ventiladores e motores em aproximadamente 50 locais. As equipes estão em serviço no campo 24 horas por dia, e estão completamente integradas aos
processos do cliente.
Esse será o caso da refinaria de Mongstad, na Noruega,
onde, além da parte elétrica, a Voith também será responsável pela manutenção da parte mecânica para a operadora Statoil. A vantagem para os clientes são todas as
competências integradas em um único pacote – além da
ampla experiência dos colaboradores alocados. Afinal, como
sempre, quando a Voith assina um contrato, não contam
apenas as qualificações dos profissionais, mas também a
sua excepcional capacidade para a resolução de problemas
inesperados. //
report 3/2013 | 19
INSIGHT
Voith 150+
1
2
3
Figura 1-5 Imagens dos Encontros Regionais de 2013
RUMO AO FUTURO
COM O “VOITH 150+”
O Programa “Voith 150+” foi lançado ao longo de sete Encontros
Regionais realizados em 2013. O Programa, que abrange todo o
Grupo, traz respostas aos desafios dos próximos anos.
Em que direção vai a Voith? Quais os desafios que o
Grupo terá de superar nos próximos anos? Como poderemos alcançar nossas metas? Ao longo dos sete Encontros
Regionais realizados em 2013, o CEO da Voith, Dr. Hubert
Lienhard, traçou um cenário claro para o futuro da Voith
para os cerca de 1.150 líderes da empresa: “A Voith foi, é, e
continuará sendo uma empresa de propriedade familiar e independente. Continuaremos a ter quatro fortes Divisões no
Grupo no futuro mas, além disso, desenvolveremos novas
áreas de negócios no médio prazo. Em todas as Divisões, a
Voith estabelecerá raízes profundas nas regiões, atendendo
aos seus clientes com produtos locais. Em tudo o que fazemos, colocaremos o cliente no foco das nossas iniciativas.”
Também em relação a estruturas e processos internos, a
Voith estabeleceu metas claras: “Queremos nos tornar uma
empresa de referência em nossos mercados não apenas
em capacidade de inovação e tecnologia, mas também
em relação à satisfação dos clientes e colaboradores e à
excelência em todos os processos e qualidade”.
20 | report 3/2013
O Voith 150+ é o programa que conduzirá a empresa
rumo a essas metas; ele consolida e foca as iniciativas e
ações já existentes ou que serão criadas. “O ano de 2017
marcará o aniversário de 150 anos da Voith. O Voith 150+
é o programa que nos levará a esse aniversário e além”,
afirma Lienhard. No seu cerne estão os aumentos de eficiência devido a otimizações em estruturas e processos,
juntamente com a otimização dos portfólios existentes e
o criterioso ajuste da cultura da empresa a um ambiente
sujeito a mudanças cada vez maiores e mais rápidas.
Por um lado, as medidas incluem as reestruturações
em curso e as readequações de capacidade, além do encerramento de atividades que não apresentam perspectivas estratégicas para o Grupo Voith como, por exemplo, a
fabricação de locomotivas. Por outro, o programa também
inclui a adequação do portfólio às novas condições de mercado e perspectivas de crescimento: “Continuamos muito
fortes nos mercados mais desenvolvidos, mas ainda não
INSIGHT
Voith 150+
4
5
estamos fortes o suficiente nas regiões que apresentarão o maior
crescimento nos próximos anos”, afirma Lienhard. Lienhard acredita que as oportunidades de desenvolvimento oferecidas pelo
portfólio existente estão longe de estarem esgotadas. “Vemos,
por exemplo, no segmento de serviços, um potencial significativo
para todas as divisões do Grupo.”
OS ENCONTROS
REGIONAIS
DE 2013
Outro importante componente do Voith 150+ é a iniciativa
“Excellence@Voith”, que abrange todo o grupo: “A meta é tornar
o pensamento em Excelência um padrão em todas as áreas e
níveis da empresa. A melhoria contínua se tornará uma condição inerente ao trabalho diário de cada Voithiano. A participação
ativa dos colaboradores desempenhará um papel vital para o
sucesso do programa Voith 150+. E uma pré-condição para isso
é permitir e estimular os colaboradores a discutirem abertamente
as oportunidades de melhoria. Esse tema também está incluído no programa Voith 150+, no projeto denominado “Speak-up
Culture”. “Nesse contexto, a maior prioridade é a liderança: queremos estimular os colaboradores a discutirem abertamente e a
se envolverem continuamente nos processos de melhoria”.
Ao longo de um período de quatro semanas entre outubro e novembro de 2013,
cerca de 1.150 líderes da Voith foram informados sobre o atual desempenho dos
negócios da Voith, bem como seu futuro
alinhamento estratégico, em uma série
de sete Encontros Regionais. “Queríamos
uma reunião de trabalho mais compacta,
eficiente e econômica. É por isso que
decidimos realizar as reuniões de modo a
informar as sete regiões diretamente uma
após a outra, e assim reduzimos o formato
anterior de dois dias para um dia”, afirma
Lars A. Rosumek, Diretor de Comunicação
Corporativa da Voith.
A resposta dos participantes foi muito positiva. “O resultado foi uma boa reunião e
uma boa perspectiva da forma como realizaremos as tarefas à nossa frente”, resume uma colega americana, representativa
dos 1.150 participantes dos Encontros
Regionais de 2013. //
O objetivo que engloba o programa Voith 150+ como um todo
é realizar contribuições significativas para podermos alcançar as
metas previstas para este ano, fortalecer a capacidade financeira
da Voith de forma sustentável para assim explorar a nossa flexibilidade estratégica. “Com a execução bem-sucedida dos projetos
e das iniciativas do Voith 150+, criaremos os recursos e forças
que investiremos no crescimento da Voith.” Todas as iniciativas e
projetos do Voith 150+ estão assentados sobre responsabilidades claras. “Nas reuniões do Conselho de Administração da nossa empresa, vamos medir e acompanhar o avanço do Voith 150+
regularmente”, afirma Lienhard, CEO da Voith. //
report 3/2013 | 21
Rubrik
INSIGHT
Voith 150+
1
UMA
EXCELENTE
ESCOLHA
A iniciativa “Excellence@Voith”, adotada em todo o Grupo, foi
criada para assegurar que o desempenho de primeira classe
se torne um padrão em toda a Voith. E o mais importante para
isso é que cada Voithiano deve se envolver na melhoria contínua.
22 | report 3/2013
INSIGHT
Voith 150+
1Tudo em seu lugar:
o cartaz da iniciativa
“Excellence@Voith”.
2Trabalho limpo – na
Voith em Garching.
Na Voith, já há diversas iniciativas em andamento no âmbito
do programa de Excelência Operacional (OPEX). O foco
dessas iniciativas é ilustrado por um cartaz instalado nas
ruas da fábrica de Heidenheim.
O cartaz mostra dois Voithianos trabalhando, impecavelmente vestidos com óculos, sapatos e luvas de segurança.
Isso porque a segurança do trabalho é o princípio e o fim
da redução de acidentes. Vestidos dessa forma, eles estão
montando uma transmissão; trabalham de forma eficaz e
eficiente ao invés de, por exemplo, saírem de seus postos
à procura de componentes ou ferramentas. A mensagem é
para reduzir o desperdício, tal como caminhadas ou transportes desnecessários e até mesmo retrabalhos que podem
ser evitados ou processos inadequadamente organizados.
Quem trabalha com o objetivo em mente contribui para
agregar valor aos produtos; já quem desperdiça energia ou
tempo, diminui o valor dos produtos. Porque o cliente paga
por uma transmissão montada com perfeição – e não por
esforços desnecessários.
O desperdício também pode ser reduzido por meio de
um ambiente de trabalho ordenado e limpo, como o que está
retratado no cartaz. O chão está limpo e brilhante, todas as
ferramentas necessárias estão organizadas e à mão dos
colaboradores em seus postos de trabalho, evitando que
eles tenham de ficar procurando por uma ferramenta que
precisem em determinado momento. Além disso, a parede
atrás dos funcionários ilustra como se faz uma boa gestão do
chão de fábrica: informações importantes sobre processos
estão afixadas para orientar os colaboradores. Indicadores
também ilustram o status dos vários passos de fabricação.
Os cartazes também ilustram as tarefas que cada colaborador está realizando, quais os pedidos pendentes e encerrados, quais os possíveis problemas que poderão surgir e
quem deverá ser contatado para resolvê-los. Servem ainda
de base para os encontros diários entre líderes e colaboradores, com o objetivo de possibilitar uma maior presença dos
líderes no chão de fábrica. Durante as reuniões, procura-se
identificar e superar rapidamente os obstáculos diários na
área de produção, como quando faltam componentes ou
então passos de fabricação anteriores que foram realizados
de forma insatisfatória.
No geral, os cartazes ilustram as regras básicas que
todos os Voithianos precisam internalizar. Mas o OPEX (foco
2
em produção e logística) é muito mais do que isso, e inclui
a pontualidade de entregas, otimização de almoxarifados e
tempos de processamento, elevada produtividade e flexibilidade na utilização de máquinas e colaboradores, além da
otimização da qualidade de produtos e processos. É por isso
que, nos últimos meses, a equipe “Excellence@Voith”, que
agora está focada no tema OPEX, desenvolveu uma visão
geral juntamente com as divisões do Grupo sobre o quanto
algumas fábricas individuais da Voith vêm abordando temas
de OPEX com sucesso. E como diminuir o desperdício e
obter bons resultados com maior velocidade.
“E com isso pudemos, em primeiro lugar, definir potenciais de melhorias individuais para as fábricas”, afirma
Jürgen Lochner, Gerente do programa “Excellence@Voith”.
“Em segundo lugar, definimos quais os temas que precisamos enfrentar conjuntamente no Grupo Voith para levar a
empresa como um todo adiante”. A excelente e contínua colaboração entre as divisões do Grupo e a equipe de Lochner
tem sido essencial para isso – porque, seja lá como for, a
cooperação traz frutos para ambos os lados: o “Excellence@
Voith” integra e consolida as atividades relativas a OPEX
que as Divisões do Grupo já haviam realizado anteriormente
de forma individual, proporcionando assim soluções de alto
valor para as Divisões do Grupo como, por exemplo, na
forma de novos métodos. Em encontros regulares, todos os
participantes consolidaram o conhecimento das Divisões do
Grupo, desenvolveram métodos que poderiam ser aplicados
nas diferentes fábricas, e estabeleceram os principais indicadores capazes de revelar os avanços do OPEX em todas
as áreas e em todos os níveis.
O que essa colaboração traz de concreto pode ser visto
em uma fábrica da Voith Turbo: os projetos e workshops
desenvolvidos em conjunto permitiram, por exemplo, otimizar
o tempo de preparação das máquinas de 30 a 50 por cento –
um resultado que motiva os colaboradores das fábricas a
trabalharem nos temas do OPEX com ainda mais energia e
velocidade. //
report 3/2013 | 23
INSIGHT
Voith 150+
Os Gerentes de D&I nas regiões
China: Yanbin Zhou
Europa: Bernd Gueldenberg, Paul Nicholson
Índia: Rajeev Kamboj
América do Norte: Somasundram Pillai
América do Sul: Ligia Palma
Implantando
a diversificação
No começo de 2013, a Voith Report relatou o início do programa válido para todo
o grupo de Diversidade & Inclusão (D&I) para a promoção da diversidade entre
colaboradores. O Dr. Roland Münch, membro do Conselho de Administração do
Grupo e CEO da Voith Hydro é o “patrocinador mundial” do projeto, e fala sobre os
avanços realizados ao longo dos últimos meses, bem sobre os próximos passos.
Dr. Münch, na última entrevista sobre D&I, o senhor falou que valeria a
pena implantar o assunto de D&I na
cultura da nossa empresa. Como o
senhor pretende fazer isso?
Acima de tudo, queremos conscientizar os colaboradores de que a D&I é
um assunto vital e importante para a
Voith. Diversidade, diferentes culturas
e experiências aumentam a criatividade de grupos e promovem visões e
abordagens diferentes para soluções.
E tornam a Voith mais resistente a
crises. Assim, a D&I nos faz avançar
tanto em termos humanos como nos
negócios. Para assegurar a disseminação dessa iniciativa, nos próximos
meses os Gerentes Regionais de D&I
e suas equipes serão treinados em
workshops. Em seguida, eles transmitirão o seu conhecimento a todos
os líderes da Voith. Esse processo
fará com que a iniciativa não se limite
apenas a questionamentos teóricos,
24 | report 3/2013
mas que envolva aspectos práticos
sobre como podemos integrar a
Diversidade & Inclusão em nosso trabalho cotidiano.
Que outras atividades estão sendo
realizadas atualmente?
As regiões identificaram diferentes
áreas prioritárias para as atividades
que estão sendo iniciadas agora. Uma
área de interesse conjunto para todas
as regiões é o aumento do número de
mulheres em posições de liderança. A
forma como lidamos com diferentes
faixas etárias entre os colaboradores
também é um assunto importante.
Como será organizado o trabalho
do projeto?
Os projetos terão, acima de tudo, um
foco regional, isto é, os Gestores da
D&I introduzirão as suas atividades
em suas respectivas regiões. No entanto, também garantimos que seja
disponibilizado know-how já existente
na empresa em áreas específicas de
conhecimento. Por exemplo, temos
especialistas nas áreas de Equilíbrio
entre Trabalho e Vida Pessoal, Gestão
de Saúde ou Recrutamento que podem aconselhar e dar suporte técnico
aos nossos Gestores de D&I, seja em
assuntos como modelos flexíveis de
trabalho, integração de deficientes
físicos ou o desenvolvimento de campanhas inovadoras para o recrutamento de novos colaboradores. //
O Dr. Roland Münch
é CEO da Divisão
Voith Hydro desde
2008. Desde o início
da sua implantação,
Münch, de 54 anos de
idade, é responsável
pela iniciativa.
INSIGHT
Voith 150+
ExcelLENCE@VOITH
Operations
Excellence
(OPEX)
Purchasing &
Supply Chain
Excellence
Administration
Excellence
HR
Excellence
R&D/
Engineering
Excellence
Sales
Excellence
EXCELÊNCIA
NO ESCRITÓRIO
A iniciativa “Excellence@Voith” sobe ao próximo nível: os processos de administração da empresa também precisam
tornar-se mais eficientes. Em breve, procuraremos identificar
onde se encontram os maiores potenciais de melhorias.
Mostrar o que há de melhor em todas as áreas da empresa: esse é o
lema da iniciativa “Excellence@ ­Voith”,
que foi iniciada há alguns meses e futuramente deverá se estender para
todo o Grupo. Os projetos e ações da
iniciativa “Excellence@Voith” estão divididos em seis grandes áreas principais (veja diagrama acima).
Na primeira área, Excelência Operacional (OPEX), realizamos alguns
avanços nos últimos meses (leia sobre eles também no artigo das páginas
22/23 desta edição). No começo de outubro do ano passado, foi dado o pontapé inicial às atividades da área “Excelência Administrativa”, o próximo passo
na introdução do “Excellence@Voith”.
A Excelência Administrativa estará
focada no trabalho realizado nos escritórios com o objetivo de otimizar todas as atividades administrativas. Isso
deverá reduzir a complexidade dos
processos internos ao mesmo tempo
em que assegura a utilização das capacidades administrativas com maior
eficiência e menores custos. A experiência e conhecimento dos colaboradores desempenharão o papel mais importante nesta iniciativa, uma vez que
o “Excellence@Voith” depende das
ideias e da cooperação entre todos os
Voithianos – que estão sendo incluídos
nas ações de melhorias desde o início.
O primeiro marco da Excelência Administrativa é o projeto “Mapa 360”. O
próprio nome já indica o seu objetivo:
com uma visão panorâmica de 360°,
esta iniciativa de excelência tem o objetivo de avaliar a administração da
Voith, também em comparação com
outras empresas. Dessa forma, procuraremos identificar quais as áreas
com os maiores potenciais de melhorias nos temas de eficácia e eficiência.
Para isso, examinaremos as áreas de
Recursos Humanos, Finanças e Controladoria, TI, Organização, Marketing,
Gestão de Qualidade e de Risco, Suprimentos e Gestão do Imobilizado,
dentre outras. A avaliação se estenderá primeiramente a cerca de 100 empresas da Voith escolhidas como representativas de todas as quatro
Divisões do Grupo e da Holding. Os
primeiros resultados dessa avaliação
deverão estar disponíveis em março
de 2014.
De modo análogo às atividades de
OPEX, as ações no âmbito da Excelência Administrativa também exigirão
uma estreita cooperação entre as Divisões do Grupo e a equipe de projeto.
Assim, os responsáveis pela realização
do “Mapa 360” serão os Diretores Financeiros (CFOs) das respectivas Divisões do Grupo. A Gestão do Projeto será realizada por Dietmar Schmid,
Stefan Pfau e Jürgen Lochner. //
report 3/2013 | 25
INSIGHT
APRENDIZADO PARA TODA A VIDA
Dar oportunidade aos jovens é uma
prioridade para a Voith, e o resultado do
trabalho dos estudantes e aprendizes da
empresa é extraordinário. O foco não se
limita apenas à qualificação profissional –
a Voith também enfatiza o desenvolvimento pessoal.
equipe obteve o suporte técnico dos colaboradores do centro de treinamento da Voith, em Heidenheim: os profissionais
e aprendizes ajudaram na fabricação dos componentes rotativos, bem como nos trabalhos de solda e brasagem.
Esse exemplo mostra o comprometimento que os jovens
dedicam à Voith no dia a dia, sejam eles estudantes ou
aprendizes. Os aprendizes da Voith frequentemente recebem prêmios ou menções honrosas em concursos profissionais, além de alcançarem excelentes notas em provas finais. Muitos deles fazem parte do “Club 100” da Câmara de
Comércio e Indústria de Württemberg Oriental. Esse clube
A área de energia solar poderia inspirar-se em cinco jovens
só aceita aprendizes que tenham obtido o resultado máxiadolescentes, estudantes da Universidade de Educação
mo de 100 pontos em pelo menos uma matéria na prova
Cooperativa de Baden-Württemberg (DHBW), em Heiden­
final – em 2012, 34% dos membros do clube eram Voithia­
heim, que concluíram a etapa prática de seu curso na Voith.
nos. O exemplo mais recente é do aprendiz Stefan Wöhrle:
Na final da edição deste ano do jogo de simulação de neentre todos os estudantes de desenho técnico que concluígócios “PrimeCup”, Franziska Bauer, Madeline Möbius,
ram aprendizado, este jovem de 21 anos obteve o melhor
Robert Oßwald, Volker Kampf e Moritz
resultado, em toda a Alemanha, na
kamp gerenciaram tão bem “Um aprendizado na Voith é
Möhlen­
prova final da Câmara de Comércio e
uma empresa de energia solar de caum investimento no futuro”. Indústria realizada no verão de 2013.
pital aberto, que terminaram a compeHubert Lienhard, Presidente do Conselho
tição em terceiro lugar – entre um total
No atual ano fiscal, a empresa está
de Administração do Grupo Voith
de 600 equipes e 3.600 participantes
treinando cerca de 900 jovens em
de todo o país. Este é apenas um exemplo do excepciocarreiras comerciais e administrativas na Alemanha. E esse
nal trabalho de treinamento promovido pela Voith. A emnúmero aumenta continuamente – juntamente como a crespresa oferece a seus alunos e aprendizes uma qualificação
cente demanda por jovens em todas as áreas da empresa.
profissional sólida, e promove o amadurecimento técnico e
Os aprendizes de mecânicos de usinagem, mecatrônicos
pessoal desses jovens. Um elemento central no treinamenou operadores de máquinas ou equipamentos da empresa,
to é a aplicação prática do conteúdo – algo que caiu muicontudo, não são treinados apenas em sua futura ocupato bem para a equipe do “PrimeCup”: “O foco da adminisção. Alguns aprendizes da Voith têm se dedicado a levantar
tração da empresa tinha de ser a sustentabilidade”, afirma
recursos para a criação de uma oficina-escola em uma alRobert Oßwald, “e nisso, sentimos que estávamos jogando
deia no Nepal. A oficina permitirá que as crianças aprendam
em casa”. A sustentabilidade é um assunto onipresente e
um ofício, melhorando assim as suas oportunidades futuras.
muito vivido na Voith, que vem sendo colocado em prática
No ano que vem, alguns desses jovens Voithianos viajarão
e, dessa forma, marca as experiências que os alunos e espessoalmente ao Nepal para trabalhar com as crianças.
tagiários vêm adquirindo.
A Voith busca um objetivo semelhante com o seu apoio
Graças ao conhecimento prático adquirido, dois outros
ao Projeto Formare, no Brasil. Esse projeto promove a intejovens também se destacaram recentemente: em julho,
gração de jovens carentes do bairro do Jaraguá à sociedade.
Julian Fastner e Florian Frühsommer, alunos de engenharia
Em cursos de 10 meses de duração com aulas ministradas
mecânica que trabalham na Voith, fizeram parte de uma
por voluntários da empresa, todos os anos a Voith prepara
equipe da universidade DHBW Heidenheim que ficou em
20 jovens para entrarem no mercado de trabalho por meio
terceiro lugar na competição “Água do mar”, promovida
desse projeto. No final do curso, eles recebem a certificapela Universidade Técnica de Munique. O objetivo da comção de Assistentes de Sistemas e Serviços Industriais, além
petição era desenvolver um equipamento energeticamente
de adquirirem maior confiança em si mesmos e em suas
autossuficiente para a dessalinização de água do mar. A
capacidades, o que talvez seja mais importante para eles. //
26 | report 3/2013
34
INSIGHT
por cento dos estagiários da Voith alcançaram
resultados máximos em suas provas finais.
1
2
3
1Jovens brasileiros
participantes do
Projeto “Formare”.
2Uma equipe forte:
profissionais treinando
aprendizes na Voith.
3A Voith também forma
jovens em áreas
administrativas.
report 3/2013 | 27
INSIGHT | interview
NOVO FOCO PARA OS NEGÓCIOS EUROPEUS
Há poucos meses, foi oficialmente anunciado que a Voith Paper reduziria
outros 800 postos de trabalho em suas unidades europeias. Adequações
de capacidades da mesma ordem de grandeza também foram realizadas em
2012. Nesta entrevista, o Dr. Hans-Peter Sollinger, CEO da Voith Paper,
esclarece sua visão sobre os motivos para as medidas anunciadas, bem
como sobre as perspectivas para a Divisão do Grupo.
Dr. Sollinger, por que reduzir o número de colaboradores
na Europa pela segunda vez em um intervalo tão curto?
Como antes, estamos lutando contra as consequências das
mudanças estruturais enfrentadas pelo setor papeleiro, que
vêm sendo evidenciadas pelo recuo intenso e duradouro na
demanda por máquinas de papel gráfico. Nós já havíamos
reagido a essas mudanças no ano passado, contudo, as
consequências continuam a provocar impactos negativos
em nossa Divisão. Além disso, a conjuntura do mercado
papeleiro mundial está recuando de forma mais intensa do
que esperávamos. Na Europa, vemos que a demanda por
novas máquinas permanecerá em um nível tão baixo no
longo prazo, que não conseguiremos mais ocupar as nossas capacidades locais. Também em outras
partes do mundo, especialmente
na China, a demanda por máquinas
de papel também recuou. Esse cenário foi agravado pelo fato de que
o consumo de papel na China não
está aumentando da forma como
havíamos projetado há poucos meses. Em julho de 2013, o renomado
instituto de pesquisa de mercado RISI reduziu significativamente a sua projeção para o consumo de papel na China
em 2014, indo de 123 para 115 milhões de toneladas.
E embora o mercado chinês vá se recuperar, sua demanda será predominantemente por máquinas de médio
porte, compactas e de fabricação local, e não mais por
máquinas de grande porte, como as que vínhamos produzindo e desenvolvendo primordialmente em nossas unidades
europeias. A consequência dessa mudança é que não conseguiremos mais ocupar as nossas capacidades europeias
no longo prazo.
Quais as unidades afetadas?
Os cortes afetarão as unidades alemãs e austríacas, que até
o momento tinham as novas máquinas e grandes reformas
28 | report 3/2013
como o maior foco em seus negócios, e que assim garantiam a ocupação da maior parte de sua capacidade
produtiva. As plantas afetadas são Heidenheim, St. Pölten,
Krefeld, Ravensburg e Neuwied. Precisaremos adequar as
capacidades dessas unidades à menor demanda. Isso nos
dá muita pena, mas não há como evitá-lo.
Não há alternativas para essas medidas?
O Conselho de Administração não consegue tomar uma
decisão tão dura como essa de forma insensível. Se houvesse uma alternativa comercialmente viável e sensata, nós
a teríamos tomado. Mesmo que isso possa soar estranho
aos colegas cujos postos de trabalho estão sendo cortados, posso dizer que, exatamente porque a nossa
tradição é a de uma empresa familiar,
Dr. Hans-Peter
Sollinger, CEO da
nós sentimos uma obrigação especial
Voith Paper, esclarece
em relação aos nossos colaboradores.
as mudanças no
Sempre tentamos mantê-los conosco
mercado mundial de
papel e os próximos
o máximo possível. No entanto, seria
passos para a Divisão
uma irresponsabilidade nossa não reado Grupo.
gir às mudanças que estamos vivendo
no mercado. Lamentavelmente, precisamos aceitar que o segmento de novas máquinas nunca
mais será o mesmo na Europa – e especialmente não no
volume que nos permitiria manter ocupadas as nossas unidades europeias. Diferente das curtas quedas de vendas
pelas quais já passamos em outras ocasiões, o caso agora
não é o de uma crise de duração limitada que conseguiremos contornar. Uma análise do setor como um todo também confirma isso: nem os nossos clientes e nem os nossos concorrentes estão sendo poupados dessas mudanças
estruturais, e por isso também estão tendo que se adequar.
Qual o papel que o mercado europeu
desempenhará no futuro?
Um papel importante, com certeza, mas diferente do que
desempenhou até o momento. A Europa tem uma enorme
INSIGHT
base de máquinas instaladas. Isso oferece um grande potencial para a nossa divisão de serviços.Em última instância,
uma máquina de papel é feita para operar por décadas. No
decorrer do tempo, no entanto, elas só são viáveis comercialmente se forem adequadamente mantidas e modernizadas. Esse negócio de Aftermarket, e aqui incluímos tanto as
áreas de P&S como de FRS, claramente será o nosso foco
para o futuro na Europa. Na Linha de Negócios Projetos,
enxergamos um bom potencial em reformas e modernizações. Já para máquinas novas esperamos ver um nível
muito baixo de demanda e, mesmo assim, concentrado
principalmente na área de Tissue. É por isso que precisamos nos adaptar para sermos competitivos e lucrativos na
região do EOMA (Europa, Oriente Médio e África, ou EMEA,
em inglês).
E independente dos acontecimentos no mercado
europeu, a Europa, como unidade operacional, continuará desempenhando um papel muito importante para nós.
É aqui que as nossas três linhas de negócios estão em
casa. Suas atribuições são a gestão global de Pesquisa &
Desenvolvimento, produtos, e fabricação, além do suporte
tecnológico e de vendas para o mundo inteiro. Além disso,
é uma responsabilidade das linhas de negócios fortalecer
e ampliar a nossa posição como líder tecnológico no setor
papeleiro.
Quais as perspectivas da Voith Paper para os
próximos anos?
Após a adequação das nossas capacidades na Europa,
teremos uma organização ajustada ao mercado e um excelente ponto de partida para que a Divisão de Serviços
da Voith Paper possa desempenhar um papel importante
na Europa. Esse negócio, diga-se de passagem, já responde por cerca da metade das vendas da Voith Paper
em todo o mundo. Além disso, teremos quatros grandes
regiões. Tanto a região da EOMA como a Ásia serão responsáveis por um terço das vendas cada uma. Já as regiões das Américas do Norte e do Sul contribuirão com o
terço restante das vendas. Também teremos esse mesmo
equilíbrio entre as nossas linhas de negócios de Projetos,
Produtos & Serviços e Fabric & Roll Systems que, de forma
análoga, também contribuirão com um terço das vendas
cada uma. Dessa forma, chegaremos a uma distribuição
melhor, mais equilibrada e fundamentada em um maior número de pilares.
Permita-me esclarecer um ponto mais uma vez. Mesmo
que à primeira vista possa parecer diferente atualmente, o
mercado de papel continua sendo um mercado em crescimento, e por isso ele continua a ser um ramo de atividade
atraente para nós. Como material, no futuro o papel continuará a desempenhar uma função absolutamente fundamental
no dia a dia das pessoas em todo o mundo. Isso vale tanto
para as aplicações clássicas do papel (como papel higiênico,
papel jornal, papel para impressão e escrita ou papel cartão
e embalagem) como para as novas aplicações de papel,
que ainda estão no início, em sua infância (e incluem, por
exemplo, materiais compostos de papel e filmes plásticos
que poderão substituir outros materiais de embalagem em
indústrias como a alimentícia, por exemplo).
Nós, da Voith Paper, temos uma posição de mercado
sólida, um alto grau de reconhecimento, uma excelente
reputação e uma grande base instalada de máquinas de
papel. Embora tenhamos que superar algumas questões
difíceis no momento, o nosso ponto de partida é excepcional
para que possamos ter sucesso nesse mercado atrativo e
participar de seu crescimento de forma razoável. É nisso
que concentraremos toda a nossa atenção ao longo dos
próximos meses. //
report 3/2013 | 29
NO LOCAL
COM ENERGIA
PRÓPRIA
Juntamente com o desempenho econômico da Turquia nos
últimos anos, a demanda por energia também cresce no país –
e as usinas com tecnologia Voith ajudam a atendê-la.
30 | report 3/2013
NO LOCAL
M
esmo que o seu crescimento econômico tenha desacelerado recentemente, a
economia da Turquia ainda está se expandindo. O crescimento anual médio
do produto interno bruto do país entre 2002 e 2011 foi de nove por cento,
fazendo da Turquia o país que mais cresceu, depois da China, entre os países do G20 – o
grupo das 20 principais economias industrializados e emergentes do mundo. E embora
a Turquia também esteja em segundo lugar atrás do Reino Médio, a sua demanda por
gás natural e eletricidade é a que mais cresce: o consumo de eletricidade quase dobrou
na década passada, indo de 130 para 240 bilhões de quilowatts-hora, e o governo espera
um aumento ainda maior.
Infelizmente, a Turquia continua muito dependente da importação de eletricidade.
Segundo dados do Ministério de Energia, o país obtém 72 por cento de sua energia do
exterior – o que custa caro e contribui para o balanço comercial comercial negativo do
país. Mas isso deverá mudar. Ancara deseja se tornar menos dependente dessas importações, e aposta pesadamente na hidrogeração para suprir a demanda elétrica da Turquia.
E aqui a tecnologia e experiência da Voith desempenham um papel crucial: na usina da
Karge, localizada no rio Kizilirmak, na província de Corum, a empresa será responsável
por todo o equipamento eletromecânico, enquanto que na usina de Beyhan 1, no rio
Murat, no leste da Turquia, a Voith fornecerá três geradores.
Grande obra no rio Murat,
no leste da Turquia: Aqui
será construída a usina
hidrelétrica de Beyhan
1, que deverá entrar em
operação em janeiro de
2015, fornecendo eletricidade para cerca de
400.000 domicílios. Para
essa usina, a Voith fornecerá três geradores, além
de outros equipamentos.
report 3/2013 | 31
NO LOCAL
Usina de Beyhan
Três geradores Voith,
com uma potência de
235 MVA cada
400.000 domicílios na
região turca de Elazig
serão abastecidos com
eletricidade ecoamigável
Estas plantas são apenas duas de uma série de usinas hidrelétricas que estão sendo construídas ou planejadas na Turquia – ou até mesmo que foram concluídas.
Atualmente, cerca de um terço da capacidade de geração instalada na Turquia é
produzido em hidrelétricas. Não é de se espantar, já que “as condições naturais para
isso são muito boas na Turquia”, afirma Artur Pfeiffer, CEO da Voith Hydro em
Ancara. “Estima-se o potencial hidrelétrico tecnicamente viável do país em aproximadamente 58.000 megawatts, dos quais 45.000 megawatts seriam economicamente
viáveis nas condições atuais. No entanto, a potência instalada até o momento soma
20.400 megawatts – o que significa que ainda há muito a crescer.”
A usina de Kargi irá preencher esta lacuna. A potência da usina de 102 mega­
watts é o suficiente para abastecer até 150.000 lares com eletricidade. E a tecnologia
da Voith torna isso possível: como líder do consórcio, a empresa será responsável pela engenharia, fornecimento e comissionamento de duas turbinas Francis
verticais com potência nominal de 51,8 megawatts cada. Além disso, o escopo de
fornecimento inclui os geradores da usina, as válvulas de bloqueio e a automação e
controle. O cliente é a empresa norueguesa de energia Statkraft.
Segundo ­Christian Kalt, Gerente de Projetos da Voith no campo, ele e sua equipe estão dentro do cronograma: “No final de setembro, havíamos instalado todos
os principais componentes de grande porte, e isso nos permitiu iniciar os trabalhos
demorados na carcaça do gerador na casa de máquinas antes do que esperávamos.
Segundo Kalt, a usina de Kargi está longe de ser muito complicada t­ ecnicamente.
O que é especial neste caso é a cooperação entre os diferentes membros da equipe,
provenientes das unidades da Voith Hydro em Ancara, St. Pölten e Västerås. “Nem
32 | report 3/2013
NO LOCAL
A usina hidrelétrica de Kargi,
localizada no
rio Kizilirmak,
deverá entrar
em operação
ainda este ano.
sempre é fácil conciliar as personalidades dos colegas turcos, austríacos e suecos”, afirma Kalt,
“mas nós acabamos nos tornando uma verdadeira comunidade – e temos muito orgulho disso.”
E a Voith Hydro também pode se dar por satisfeita pelo desempenho alcançado na
Turquia. A empresa, que vem atuando aqui há mais de 75 anos, conseguiu conquistar uma
posição de liderança e, dadas as possibilidades oferecidas pelo país, deseja se envolver cada
vez mais. “Mas nós não somos os únicos que querem isso, o mercado turco é limitado, e a
concorrência é grande”, afirma Artur Pfeiffer.
Isso apenas torna mais notável o contrato que a Voith assinou com a empresa de energia
Kalehan Energy Production para o fornecimento da usina hidrelétrica de Beyhan 1, com
valor total de 39 milhões de euros. A Voith é líder do consórcio, e fornecerá três geradores
com potência de 235 MVA cada, além dos sistemas de excitação e monitoramento. A montagem na obra foi iniciada em agosto de 2013, e em janeiro de 2015 o primeiro gerador deverá
entrar em operação. A usina irá produzir eletricidade para cerca de 400.000 domicílios na
região de Elazig.
Beyhan 1 é apenas a primeira de uma cascata de quatro usinas que serão construídas
no rio Murat. A segunda usina, Upper Kaleköy, está localizada a montante de Beyhan 1, e
também será construída para a Kalehan Energy Production. Em agosto, a empresa assinou
um contrato para o fornecimento de três turbinas Francis de 202 megawatts de potência
cada uma. O valor total do contrato supera os 30 milhões de euros. Nome da empresa que
ganhou o contrato: Voith. //
report 3/2013 | 33
NO LOCAL
NÓRDICO POR
NATUREZA
Helsinki recebe 40 novos trens com tecnologia Voith,
que são capazes de operar nas condições climáticas
­extremas da cidade.
Helsinki, pouco antes do final do ano:
o sol permanece cerca de 19 horas
no céu, e até mesmo quando se põe,
o céu não escurece totalmente. As
Noites Brancas são um convite para
redescobrir a beleza da capital finlandesa à meia luz. Quem tiver um pouco
de tempo pode tomar o trem 3T e 3B
e desfrutar dos muitos locais bonitos
cobertos pelo trajeto de uma hora,
entre ida e volta: a praça do Senado,
com seu domo branco imponente, a
estação ferroviária central, com sua
fachada art nouveau, a torre esbelta
do estádio olímpico, a Ópera Nacional.
No entanto, por mais intermináveis que
os dias de verão possam parecer aqui,
a localização de Helsinki, no extremo
norte da Europa, submete a cidade a
invernos rigorosos, com presença de
34 | report 3/2013
gelo durante longos períodos. É por
isso que os veículos ferroviários e a
rede de trilhos também precisam suportar a condições extremas de clima.
O novo veículo ferroviário Ártico de
piso baixo atende a essas exigências.
O primeiro vagão dessa série foi inaugurado em 13 de junho pela Helsinki
City Transport. O total de 40 veículos
previstos são especialmente robustos,
econômicos e confiáveis – graças aos
seus sistemas de acionamento elétricos da Voith. Cada um dos oito eixos
do veículo de 27,6 metros de comprimento é acionado por uma unidade de
motor-transmissão com 65 kW de potência contínua, e a energia é alimentada por dois inversores duplos de tração EmCon. A Voith também forneceu
as rodas, eixos e rolamentos dos eixos,
bem como o controle da transmissão e
o sistema de diagnóstico dos veículos.
Graças ao projeto do seu acionamento, o Ártico também consegue operar
com o atrito caindo pela metade. Essa
força é minimamente suficiente para
retornar à garagem, evitando que o
veículo tenha de ser rebocado.
O gerenciamento de energia do sistema inteligente de frenagem também
garante maior eficiência. A energia
gerada pela frenagem é retornada à
rede elétrica ou então é armazenada
em trocadores de calor utilizados para
o aquecimento do piso – o que já é
um excelente argumento para fazer o
tour com o trem, mesmo nos meses
escuros, quando as temperaturas em
Helsinki facilmente caem abaixo de
-20 °C. //
NO LOCAL
Diante das cataratas do
Inga: dois funcionários
da Voith após reunião
sobre o projeto.
NO GRANDE RIO
A água é a origem da vida e oferece uma quantidade de energia praticamente inesgotável – isso vale especialmente para a África, com seus
inúmeros sistemas hidrográficos. O
potencial hidrelétrico do continente é
estimado em mais de 400 gigawatts,
embora apenas 25 gigawatts tenham
sido aproveitados até o presente. Com
dois novos projetos, a Voith Hydro
mais uma vez participará do desenvolvimento desta tecnologia que poupa
recursos. Na República Democrática
do Congo, a empresa está modernizando a usina hidrelétrica de Inga I.
Dois grupos geradores serão modernizados depois de 260.000 horas de
operação acumuladas desde o início
da década de 1970. Depois de sua
modernização pela Voith, cada um
dos grupos geradores será capaz de
gerar 55 megawatts e, graças à nova
tecnologia, com maior eficiência.
Em Angola, ainda falta equipar a
nova usina de Cambambe II, localizada
no rio Cuanza. Recentemente, a Voith
modernizou a planta Cambambe I, proporcionando um aumento de potência
de 40%. Para a nova usina hidrelétrica,
a Voith instalará grupos geradores. Assim, serão acrescentados mais 700 megawatts de energia à rede. Isso dobrará
a participação da energia hidrelétrica na
matriz energética de Angola. //
Turbina Francis da Voith para a usina
hidrelétrica de Cambambe I, em Angola.
report 3/2013 | 35
Destaques
1Coordenação dos trabalhos de otimização das
­esteiras para a linha de
montagem 1.
2Um funcionário da Voith
Shanghai testa o tempo de
ciclo da linha que monta a
lateral interior do VW 370.
JUNTOS SOMOS
FORTES
Em nenhum outro lugar do mundo são
emplacados tantos carros ao ano
como na China. A nova fábrica da VWAudi na cidade de Foshan, no sul da
China, dará a sua contribuição para
suprir a essa enorme demanda – e a
Voith será responsável por manter
a produção rodando bem.
Quando se fala sobre a China, é impossível escapar ao
uso de superlativos – e o Reino dos Recordes agora também inclui a indústria automobilística. Nos últimos anos, o
país se tornou o maior mercado automotivo do mundo, e
até o momento não é possível enxergar um fim para esse
crescimento. Segundo dados da Associação Internacional
dos Fabricantes de Veículos (OICA), a produção de veículos
de passageiros em 2012 aumentou em cerca de 7% na
comparação com o ano anterior, chegando a 15,5 milhões
de unidades. Com isso, a China é atualmente a maior fabricante de automóveis do mundo. No mesmo período, toda a
União Europeia fabricou um total de 14,6 milhões de carros.
Muitos fabricantes europeus aproveitam a oportunidade
oferecida pelo mercado para fabricarem localmente – como
é o caso da Volkswagen e da Audi. A joint venture FAWVolkswagen, constituída por duas empresas alemãs que
atuam em conjunto com a empresa estatal chinesa First
Automotive Works, opera sete fábricas na China. A mais nova
delas está localizada em Foshan, no sul da China. Desde o
final de 2013, estão sendo montados ali os modelos VW
Golf 7, além dos modelos Audi A3 Sportback e A3 Limousine.
Por ano, as linhas de montagem de Foshan deverão
produzir entre 150.000 e 200.000 carros. Ali, a Voith será
responsável por manter a operação rodando bem, já que a
empresa assumiu a automação de diversas etapas da produção da fábrica. A Voith Serviços Industriais de Chemnitz
será responsável pelas carrocerias das linhas de montagem
36 | report 3/2013
do Golf e de ambos os modelos da Audi, e ainda pela montagem da estrutura lateral dos dois modelos da Audi. Já
os colegas de Shanghai ficarão responsáveis pela estrutura
lateral do VW.
“O projeto é uma novidade em diversos aspectos”,
afirma Thomas Siegel, Gerente da Automação da Voith em
Chemnitz. “A VW e a Audi nunca montaram três modelos
diferentes em uma única linha. Nós agora estamos em uma
nova dimensão, com um volume de contrato de aproximadamente dez milhões de euros, que nos elevou a um
novo patamar, além disso, este é o primeiro projeto em que
estamos trabalhando para a Audi na China.”
O escopo dos trabalhos, que deverá se estender até
meados de 2014, inclui o projeto elétrico, a montagem e o
fornecimento dos painéis elétricos, a montagem elétrica da
fábrica, a programação dos robôs com as funções de solda,
solda a laser, brasagem a laser, manipulação, colagem e
vincagem, além do comissionamento. “Em um contrato tão
grande quanto este, um cronograma bem planejado desempenha um papel vital”, afirma Markus Prager, Engenheiro de
Projetos da Voith que gerencia o projeto no campo juntamente com seu colega Lothar Schraps.
Outro desafio é o clima de Foshan: quente e úmido, com
temperaturas de até 40 °C no verão. Os Voithianos da unidade de Shanghai que estarão em Foshan até o final do ano,
junto com seus colegas alemães, devem estar acostumados a essas condições. A equipe de três engenheiros e dez
eletricistas será responsável pelo projeto do software e do
hardware, a montagem dos painéis elétricos, a instalação
elétrica, bem como o comissionamento e otimização da
planta.
Charles Gu, Gerente da Automação da Voith em
Shanghai, está satisfeito com o andamento dos trabalhos
até o momento, pois constituem território novo para a Voith:
“Foshan será o primeiro projeto da VW na China a adotar
um novo padrão de linhas de montagem válido para todo o
grupo, que é o padrão denominado VASS. Para os nossos
colaboradores, não há dúvida de que foi um desafio, mas
conseguimos superá-lo graças ao intercâmbio de ideias com
os nossos colegas de Chemnitz.”
MARCOS
1
2
report 3/2013 | 37
Destaques
TUDO DE UM ÚNICO
FORNECEDOR
A Voith fornece tecnologias para todas as etapas do processo
de fabricação de papel. Uma delas é o tratamento de efluentes.
No mercado papeleiro, há uma infinidade de fornecedores de soluções
para etapas individuais do processo
de fabricação de papel. E há empresas que fabricam equipamentos para
a preparação de massa, e outras que
fornecem máquinas de papel. A Voith
não só é uma especialista em ambas
as áreas, como também oferece sistemas para o tratamento de efluentes.
E essa é uma combinação muito
óbvia já que, quem conhece bem o
processo de fabricação de papel, também tem extenso conhecimento sobre
as exigências ambientais que precisam
ser cumpridas por fábricas de papel. E
é assim que surgem soluções abrangentes especialmente projetadas para
atender a fabricantes de papel. Por
um lado, os sistemas ajudam a assegurar que os efluentes estejam em
conformidade com os valores críticos
de descarte de poluentes previstos por
lei. Por outro lado, o investimento em
uma estação de tratamento de efluentes de alta tecnologia precisa ser comercialmente vantajoso, gerando uma
redução global dos custos envolvidos
com o descarte de materiais como, por
exemplo, lodos.
E essas são algumas das vantagens que vêm beneficiando a Saica,
uma das principais fabricantes europeias de papel corrugado. A Voith
forneceu a estação de tratamento de
efluentes para a nova fábrica da empresa, inaugurada em 2012, na cidade
inglesa de Partington.
Peça central do tratamento de efluente na Saica: o reator anaeróbico R2S da Voith.
38 | report 3/2013
Nessa fábrica, são fabricadas cerca
de 1.400 toneladas de papel com
fibras recicladas. Isso gera uma
enorme quantidade de efluentes – a
estação de tratamento tem uma capacidade para tratar até 500 metros
cúbicos de efluentes por hora. Como
qualquer moderna estação biológica
de tratamento de água, a planta inclui
um estágio anaeróbico, isto é, que
opera sem a presença de oxigênio, e
uma unidade aeróbica, que são etapas de tratamento com oxigênio. O
reator anaeróbico Voith-R 2S instalado em Partington já processa mais de
80 por cento dos efluentes da planta,
além de gerar um volume diário de
até 26.000 metros cúbicos de biogás,
que são utilizados pela Saica para a
geração de vapor e energia.
“O cliente está incrivelmente satisfeito com o sistema de tratamento
de efluentes; a planta se tornou uma
vitrine para nós”, afirma Axel Gommel,
Gerente de Projetos para estações
de tratamento de efluentes na Voith
Paper em Ravensburg. Esse sucesso
só pode ser explicado pela ampla
experiência que a Voith acumula
nessa área: a empresa instalou o seu
primeiro R2S em 2007, na fábrica de
papel italiana Lucca, e desde então já
existem 19 exemplares dessa estação
em operação no mundo. //
Destaques | SÉRIE
AS RAÍZES DO SUCESSO
Eliminando o cinza
A Voith é líder de mercado para plantas de
flotação e remoção de
tinta de grande porte.
Sem os processos de flotação e remoção de tinta para o papel reciclável
o dia a dia seria um pouco mais cinza – e o motivo disso é explicado
por este segundo artigo da série sobre as tecnologias de base da Voith.
Antigamente, na melhor das hipóteses, o papel recuperado ficava cinza
claro. Mas, atualmente, graças ao
processo que remove a tinta do papel
impresso, ele pode ficar intensamente branco. A Voith foi a empresa que
introduziu esse processo na indústria
papeleira, e até hoje continua a aprimorá-lo e a estabelecer o padrão do
mercado.
A Voith criou essa inovação básica
no final da década de 1950, quando
os seus engenheiros adaptaram um
método de flotação já conhecido na
indústria papeleira. Desde então, a
flotação vem sendo aplicada, por
exemplo, para separar os metais contidos em minérios moídos. Isso é feito
pela adição de produtos químicos a
uma mistura do material sólido e água,
formando uma espuma. Partículas
repelentes à água, como o ouro ou
cobre, se fixam nas bolhas de ar, e então basta escumar essa espuma para
obter o material desejado. “A flotação
para a remoção de tinta funciona da
mesma forma, com a diferença de
que a espuma acumula a tinta de
impressão, e são as fibras do papel
que ficam limpas”, afirma Herbert Britz,
engenheiro da Voith Paper.
A Voith então modificou o processo, promovendo uma aeração na
suspensão de papel e água em que
o tamanho das bolhas de ar pode ser
controlado – e é isso que permite remover uma maior quantidade de tinta.
Em meados da década de 1960, os
agitadores que geravam as bolhas
foram substituídos por injetores, que
aspiravam o ar de forma independente. O injetor aerava a suspensão
uniformemente, com 50% menos
tempo e energia, e as células de flotação passaram a ter metade de seu
tamanho original. Ao invés de retangulares, os recipientes para a suspensão agora eram redondos, o que
uniformizava a pressão em seu interior.
“Os recipientes elípticos que a Voith
desenvolveu na década de 1990 eram
ainda mais econômicos”, afirma Britz,
“porque eles aumentaram a superfície
da suspensão apesar de um aumento
mínimo no consumo de matéria-prima. Durante a parceira técnica com a
Sulzer, a Voith contribuiu com as denominadas “Células E”. A Sulzer então
criou um novo tipo de processo de
aeração, com diversos níveis de difusores ligados em série. A combinação
de ambas as inovações conduziu ao
EcoCell e, finalmente, ao seu sucessor,
o InjectaCell – a atual referência em
sistemas de remoção de tinta.
E agora o marco mais recente: o
LowEnergyFlotation (LEF), que reduz
o consumo de energia na flotação ao
mesmo tempo em que mantém a qualidade da massa. Por esse desenvolvimento, a Voith recentemente recebeu
o prêmio europeu de reciclagem de
papel, o European Paper Recycling
Award 2013. //
report 3/2013 | 39
Panorama
Transição com
muito orgulho
Q
Na cidade polonesa
de Gliwice, passado,
presente e futuro
­levam uma relação
viva – e é isso que
­caracteriza esta cidade
da Alta ­Silésia, afirma
­Wojciech Cyz, de
44 anos, ­Gerente da
­Filial da Voith Serviços
Industriais.
40 | report 3/2013
uer saber por que eu tenho tanto orgulho de Gliwice, a cidade onde nasci e moro? Então
gostaria de convidá-los para me acompanharem por uma curta incursão pelo
passado. No final dos anos 1980, quando eu estava cursando o segundo grau, a
Polônia ainda era governada pela ditatura comunista. A economia estava em
frangalhos, não havia liberdade e nem
perspectivas. Naquela época, eu jamais
ousaria sonhar que apenas 20 anos mais
tarde eu estaria vivendo e trabalhando
em uma sociedade moderna como a
que temos hoje, juntamente com pessoas que estão abertas para o novo.
E não sou nenhuma exceção, os
cidadãos de Gliwice têm consciência
da história de sua cidade, que foi documentada pela primeira vez em 1276.
E eles preservam esse patrimônio – paralelamente ao desenvolvimento estonteante que vemos em Gliwice como
centro econômico, científico e comercial no coração da Europa.
Essa relação de contraste caracteriza o jeito de ser de Gliwice: por um lado,
há numerosos monumentos, museus e
a estrutura medieval do centro histórico; por outro, estão a Universidade
Técnica da Silésia, empresas de alta
tecnologia e investimentos realizados
por empresas internacionais.
O símbolo da cidade de Gliwice
é a sua torre de transmissão de rádio
que, com seus 111 metros de altura, é
a torre de madeira mais alta do mundo.
Ela ganhou uma trágica notoriedade
em agosto de 1939, quando um falso
ataque à torre serviu de pretexto para a
Alemanha atacar a Polônia.
Um ponto de encontro central para
os turistas e os quase 190.000 habitantes da cidade é o mercado, com suas casas construídas nos tempos da fundação
da cidade. Nas tardes quentes de verão,
Panorama
st
ol Pia
futeb Cyz tem
e
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h
e
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cam do clube .
o
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go
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iliar co
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l da Vo
s
o o ge
it
h, na fo
com a
rente lo
espos
to
,
cal
d
iv
a e o fi
ertindo
lho.
-se
depois de um dia de trabalho, todos
podem encontrar diversão aqui como,
por exemplo, na pista de patinação, que
fica aberta o ano inteiro, nos muros de
escalada ou na piscina.
Quem preferir um pouco de tranquilidade, longe da agitação, pode ir a
um de seus numerosos parques. No parque Chopin, por exemplo, está a casa de
palmeiras, que abriga cerca de 5.600 tipos de plantas provenientes do mundo
inteiro, além de animais exóticos. Em
suma, Gliwice nunca será um tédio.
E se estiver em Gliwice em um
domingo, vá a um jogo no estádio do
meu time predileto, o Piast Gliwice.
Na última temporada, eles ficaram em
quarto lugar na melhor liga da Polônia.
Eu espero um dia poder ver um jogo
entre o Piast e o Manchester United. E
talvez até torcer pelo meu filho Franek
– mesmo que ele tenha apenas dois anos
de idade atualmente. //
A fonte com
chafarizes da
nçantes fica
frente do préd
na
io da prefeitu
ra, e é um do
símbolos de
s
Gliwice.
Nossa Unidade
O maior cliente da Voith Industrial Services em
Gliwice é a fábrica de automóveis da General
Motors, onde são fabricados diversos modelos da Opel. Desde o ano 2000 estamos
nessa ­fábrica, onde somos responsáveis pela
manutenção, o Gerenciamento da Planta, o
­gerenciamento do depósito e os serviços de
limpeza – e graças à nossa fantástica equipe,
temos feito um excelente trabalho por lá.
Eu gerencio as atividades da Voith Serviços
­Industriais na região da Silésia, e trabalho na
Voith desde 1998.
Gliwice
Polônia
report 3/2013 | 41
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A revista sobre tecnologia para
fabricação de papel
Edição:
Voith GmbH
Comunicação Corporativa
St. Pöltener Straße 43
89522 Heidenheim, Alemanha
www.voith.com
A revista sobre tecnologia
em transmissão
A revista sobre tecnologia
hidrelétrica

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