A Colossus Minerals divulgou hoje a estimativa preliminar de
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27 de Dezembro de 2013 O conteúdo das matérias é de inteira responsabilidade dos meios de origem A missão da ADIMB é a de promover o desenvolvimento técnico-científico e a capacitação de recursos humanos para a Indústria Mineral Brasileira SERRA PELADA TEM 254 MIL ONÇAS DE OURO EM ESTIMATIVA PRELIMINAR A Colossus Minerals divulgou hoje a estimativa preliminar de recursos para a mina de ouro e paládio Serra Pelada. No comunicado enviado hoje ao mercado, a mineradora diz que existem recursos da ordem de 254 mil onças de ouro, 78 mil onças de paládio e 53 mil onças de platina. A mineradora tem uma joint venture a Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp). A RPA Inc. foi a empresa contratada pela Colossus para completar a estimativa de recursos minerais para o projeto de Serra Pelada no Pará. A estimativa de recursos minerais é mostrada na tabela abaixo com um teor de corte de 5 g/t de ouro e vale para a data de 20 de dezembro de 2013. A estimativa de recursos minerais é baseada nos testemunhos retirados de 248 furos feitos a partir da superfície, perfurados pela Colossus de 2007 a 2012, e 26 furos subterrâneos realizados pela Colossus em 2013. Os testemunhos foram divididos longitudinalmente e as amostras foram testadas para ouro, platina e paládio. Estimativa preliminar de recursos para Serra Pelada. (Crédito: Colossus Minerals) A RPA construiu estruturas (em inglês, wireframes) tridimensionais para restringir a mineralização. Os teores foram interpolados para o modelo de blocos usando krigagem ordinária, um modelo de regressão geoestatístico. A estimativa de recursos minerais foi realizada por William E. Roscoe, geólogo responsável, e pelo geólogo Pierre Landry, ambos da RPA. Ambos são pessoas qualificadas como definido no NI 43101. Roscoe visitou o site de Serra Pelada de 18 a 20 de novembro deste ano. “A RPA forneceu à Colossus um cálculo inicial dos recursos de acordo com a NI 43-101. O modelo de restrições da RPA identifica as áreas onde as sondagens de diamante na superfície e no subsolo deixam lacunas no modelo de blocos. E indica onde os depósitos mineralizados têm potencial de expansão”, disse Graham Long, vice-presidente de Exploração da Colossus. Fonte: Notícias de Mineração Brasil Data: 23/12/2013 BRASIL FOI O MERCADO MAIS IMPORTANTE PARA URALKALI NO 3º TRIMESTRE O mercado mais ativo para a produtora de potássioUralkali, durante o terceiro trimestre deste ano, foi o brasileiro. A companhia russa, que divulgou os resultados financeiros nesta quinta-feira, citou números da Associação Nacional de Difusão de Adubos (Anda) para afirmar que as exportações para o Brasil vão crescer em 2014. Segundo a Anda, as importações brasileiras de potássio cresceram 2% entre janeiro e setembro deste ano na comparação com 2012, para 5,95 milhões de toneladas. A Uralkali diz que vai aproveitar a demanda contínua, mas não divulgou projeções de vendas. De acordo com a empresa, nos últimos dez anos a demanda mundial por potássio cresceu, em média, 0,9% ao ano, enquanto a capacidade de produção das empresas subiu 3% ao ano. “Esse fosso na relação oferta/demanda resultou na redução dos preços do potássio a partir de 2012 e que devem continuar no ano que vem”, disse em comunicado ao mercado. A Uralkali divulgou que sua receita líquida no terceiro trimestre caiu 21% na comparação com o mesmo período de 2012, para US$ 697 milhões. E a receita bruta caiu 19%, para US$ 856 milhões. Autor(a): Fernanda Pressinott Fonte: Valor Econômico Data: 19/12/2013 MERCADO VÊ BLEFE DA CHINA PARA BARATEAR O MINÉRIO DE FERRO A sinalização do governo chinês de que efetuará corte na produção de aço no país, inclusive com o desligamento de usinas obsoletas, visando menor agressão ao meio ambiente, não convenceu o mercado, que vê blefe do governo asiático na tentativa de derrubar o preço do minério de ferro, matéria-prima da produção siderúrgica. Se a China realizar redução significativa na fabricação de aço, a decisão causaria importantes alterações no mercado mundial, uma vez que o país asiático abriga o maior parque siderúrgico do mundo e é o maior importador de minério de ferro do planeta. Além da descrença sobre a redução da produção siderúrgica, especialistas veem apenas motivações sazonais na recente queda dos indicadores de produção de aço chinês. No mês passado, as usinas chinesas produziram 60,9 milhões de toneladas, uma queda de 6,5% em comparação com outubro, o nível mais baixo desde dezembro do ano passado, de acordo com dados do Escritório Nacional de Estatísticas. “Estamos em um período de inverno rigoroso na China, o que reduz a velocidade dos investimentos em construção e afeta até mesmo a operação de algumas usinas. Isso acontece todo ano. A China fala em reduzir a capacidade de produção há 20 anos e nunca o faz”, diz o analista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi. Uma usina na província de Hebei foi fechada recentemente, mas não foi o suficiente para vencer o descrédito do governo. Segundo a provedora de preços e notícias sobre commodities Platts, a planta que foi fechada em Hebei tem produção irrisória. Seriam menos de 7 milhões de toneladas por ano, em um total estimado em 1 bilhão de toneladas anuais. A diretora de energia e recursos naturais da consultoria EY (antiga Ernst & Young), Luciana Pires, observa que a própria Vale, maior produtora de minério de ferro do mundo, indica em seus balanços que a demanda na Ásia vai aumentar nos próximos anos e que as sobras de aço no mundo vão permanecer pressionando as margens de preço do setor siderúrgico. “No Brasil já temos uma ociosidade nas usinas maior do que a média mundial. A tendência é de que esse processo continue, com ociosidade alta, demanda em queda e preços mais baixos”, afirma. O sócio da consultoria PwC e especialista em mineração, Ronaldo Valiño, considera que a ideia propalada de redução da produção é uma estratégia de mercado da China para conter a valorização do minério. Porém, ele não acredita em sua efetividade. Minas ganha na mineração, mas perde na siderurgia Se a China precisa de minério mais barato para alimentar seus altos-fornos, Minas Gerais se beneficia quando a matéria-prima do aço está valorizada, uma vez que a balança comercial do Estado é sensível aos preços da commodity. Neste ano, até novembro, Minas Gerais contabiliza exportações totais de US$ 30 bilhões. Desse valor, 46,8% (US$ 14,2 bilhões) são minério de ferro, e 64,7% disso (US$ 9,2 bilhões) foram para a China. Em 2002, o país asiático era destino de 39% do minério extraído em Minas. A receita com exportações de minério para a China saiu de US$ 470 milhões em 2002 para os atuais US$ 9,2 bilhões em 11 meses deste ano. Um crescimento de 1.857. As altas taxas de crescimento da economia chinesa, que aumentaram a demanda global por ferro, puxaram também os preços. Entre 2002 e 2013, a disparada no preço do insumo chegou a 981%. O minério de ferro fechou o ano de 2002 com a tonelada cotada a US$ 12,68, para atingir neste ano US$ 136. Na queda de braço entre produtor e comprador, Minas está ganhando quando se trata apenas de minério de ferro, mas perde sob a ótica siderúrgica. A produção de aço em alta na China joga para baixo o preço do produto, do qual Minas é o maior fabricante do país. Autor(a): Bruno Porto Fonte: Hoje em Dia Data: 20/12/2013 USINA DE BELO MONTE MANTEVE EM SEGREDO VEIO DE OURO, AGORA JÁ SEPULTADO SOB CONCRETO "Quando analisamos as rochas escavadas do sítio Belo Monte, verificamos que várias delas continham traços de ouro. A partir daí, todo nosso esforço foi manter esse segredo, para evitar que Belo Monte se transformasse numa nova Serra Pelada." O "verdadeiro segredo de Belo Monte" -a existência do ouro- foi revelado ontem por Antônio Kelson Elias Filho, diretor de Construção da Norte Energia -detentora da concessão da hidrelétrica. Não chega a ser surpresa que um veio do metal tenha sido descoberto na região da cidade paraense de Altamira, à beira da Transamazônica. Afinal, a cerca de dez quilômetros de outro canteiro de Belo Monte, o do sítio de Pimental, começam os trabalhos para abrir a maior mina de ouro a céu aberto do Brasil, Belo Sun. E Serra Pelada, o maior garimpo do país, fica a 400 km dali, em linha reta (o que, em território amazônico, pode ser considerado perto). Tesouro Sepultado Segundo Kelson, o veio até seria economicamente viável, se fosse avaliado de maneira isolada. Como sua exploração implicaria adiar a construção da hidrelétrica de Belo Monte, no entanto, a ideia foi abandonada. "Não valia a pena. Fechamos o poço com concreto", afirma o diretor da Norte Energia. Assim se sepultou, para sempre, o segredo de Belo Monte. Kelson havia prometido "revelaria à Folha o verdadeiro segredo de Belo Monte" em setembro, durante visita à usina para a elaboração da reportagem "A Batalha de Belo Monte O segredo seria contado "se a reportagem resultasse equilibrada". Após o debate sobre a usina realizado no auditório do jornal, anteontem, Kelson, como é mais conhecido, cumpriu a promessa. Autor(a): Marcelo Leite Fonte: Valor Econômico Data: 20/12/2013 SPACE EXPLORATION CAN BRING TECHNOLOGICAL ADVANCES THAT WILL BENEFIT MANKIND China has scored huge success as its Chang'e-3 spacecraft deployed the Yutu rover on the moon, exerting enormous influence upon the nation and the world at large, as well as enlightening people with more profound knowledge of the significance of lunar exploration activities in the realms of science, technology, economics, politics and society. Because lunar exploration calls for intensive integration of sophisticated technologies, the Chang'e-3 mission has driven the development of technologies, including new energy conversion, new materials, photoelectrons and telecommunications, which have already been or will be applied to the national economy and defense industries. There is no denying that lunar exploration technologies and accomplishments will benefit mankind. The Apollo program carried out by the US in the 1960s and 1970s serves as a typical example. This grand project helped establish the US' leading position in astronautics, and earned it an incredible reputation and provided firsthand information and experience about the moon and lunar space. The technological breakthroughs made via the project have laid a solid foundation for later space missions and been widely used to spur economic growth. According to a report by Carl Zeiss, Project Apollo boosted the US economy by 2 percent, reduced the price index by the same percent and created around 800,000 jobs. Besides, the US national revenue was $406.2 billion in 1958, but $864 billion in 1968, which also partly came as a result of the human spaceflight program. In addition, the exploration activities promoted the development of key science and interdisciplinary subjects, so technologies concerned have in turn spurred economic growth and ensured national security. For instance, the "liquid cooled suit" was invented during the Apollo program and once used by China in combating the rampant Severe Acute Respiratory Syndrome outbreak in 2003. Intensive care units are also an achievement brought about by astronautic technologies. In 2004, an advertisement for Nike's new Air Max produced for the 35th anniversary of the Apollo manned mission drew a lot of attention from the public. Nike utilized the technology of the lunar boots worn by then cosmonauts to manufacture the Air Max. Similarly, the Chang'e-3 mission will push forward China's sustainable economic development. The nation's fast economic growth has thus far heavily depended on high energy consumption, resulting in severe pollution. The lunar exploration project will propel high-tech development that will advance an economy with low energy consumption, little pollution and high efficiency. Smog has become a severe problem throughout China and in particular in mega cities like Beijing and Shanghai. With the combustion furnace developed through rocket motor techniques, relevant departments have effectively prevented some hazardous substances from polluting the air. It is estimated that the fruits of space technologies will be gradually transformed into the driving force for China's various industries. One of our goals of the astronautic industry stipulated by the 12th Five-Year Plan (2011-15) is transforming more space technologies into civil use. Statistics show that a huge profit of more than $2 trillion has been generated by the industrialization of space technologies in the US. In comparison, China scored just $100 billion from the same sector in 2010. Our revenue from the space industry accounts for only 3 percent of the world total, so we have great potential to further expand the aeronautic and astronautic industry. Knowledge about the remote celestial bodies will also satisfy people's instinctive curiosity about outer space. It is unswerving exploration that constitutes the endless power for human development and creates glorious human civilization. Despite the fact that space technologies cannot directly solve such urgent problems like housing and hunger, they will bring about a variety of new concepts, methods, craft, materials and energy that are conducive to improving production forces in the long run. Investments in space projects will pay off in other areas. Numerous practices have demonstrated that any technology, once combined with astronautic technologies, will boast more functions with growing efficiency. Autor(a): Hang Tianren Fonte: Global Times Data: 22/12/2013 SERABI FINALIZA COMISSIONAMENTO DA PLANTA PALITO E VAI PRODUZIR EM JANEIRO A mineradora de ouro Serabi Gold divulgou, em comunicado ao mercado hoje (23), o progresso do comissionamento da planta Palito, em Carajás, no Pará. Cerca de 27 mil toneladas de minério estocadas na superfície apresentaram um teor médio acima de 8 gramas de ouro por tonelada e a previsão de início de produção é janeiro de 2014. Desde 13 de dezembro, toda a planta estava sendo operada em cinco ocasiões separadas em cerca de duas horas cada, incluindo um teste de três horas no dia 19 de dezembro. Cerca de 800 toneladas, de aproximadamente 5 gramas de ouro por tonelada de minério bruto, foram trituradas até um tamanho de menos de 8mm, aproximadamente 200 toneladas do que foi passado por todo o processo. A empresa afirmou que, até o momento, todas as partes da atual planta, que compreendem a britagem, o moinho de bola, o concentrador de gravidade e as seções de flotação, foram testadas e operadas de acordo com as expectativas do conselho. O concentrado de ouro tem sido produzido a partir da planta de gravidade e concentrado de cobre pela planta de flotação. De acordo com o comunicado, as operações e testes diários continuam, a fim de identificar eventuais problemas operacionais. O CEO da Serabi, Mike Hodgson, está no local acompanhando o trabalho de comissionamento inicial. "Pelo testemunho da nossa equipe de projeto, liderada pelo gerente geral Helio Tavares, e os esforços que todos eles têm feito ao longo dos últimos doze meses, iremos, como anunciado, alcançar nossa primeira produção de ouro em janeiro de 2014”, disse. De acordo com Hodgson, a primeira semana de sucesso de comissionamento, junto com cerca de 27 mil toneladas de minério estocadas na superfície com um teor médio acima de 8 gramas de ouro por tonelada, sugere que há capacidade de alcançar as taxas de produção de vida útil da mina no segundo trimestre do próximo ano. "Estou muito orgulhoso de termos alcançado este marco significativo, em acordo com o nosso calendário original. Como esperado, há algumas melhorias a serem feitas ao longo do caminho, e temos considerado um razoável ramp-up da produção de início de janeiro até o primeiro trimestre de 2014”, afirmou o CEO. A Serabi Ouro é uma companhia de exploração e desenvolvimento de ouro voltada para a avaliação e desenvolvimento de jazidas de ouro no Brasil. A mina de ouro Palito é considerada o principal interesse da mineradora e está localizado na região do Tapajós, no estado do Pará, envolvendo cerca de 53.000 hectares de áreas de exploração. Em julho de 2013, a Serabi concluiu a compra da Kenai Resources, adquirindo o projeto de ouro São Chico, um depósito pequeno, mas de alta qualidade, localizado a 30 quilômetros da mina Palito. Fonte: Notícias de Mineração Brasil Data: 23/12/2013 CÂMARA PODE APRESENTAR CÓDIGO DE MINERAÇÃO DIRETO NO PLENÁRIO APÓS RECESSO A bancada do PMDB na Câmara dos Deputados articula uma manobra para que o projeto de lei que prevê o novo código de mineração seja apresentado diretamente no plenário em 2014, após o recesso, segundo informações da coluna “Poder”, do jornal Folha de S.Paulo. De acordo com a seção, assinada pela colunista Vera Magalhães, a manobra tem o objetivo de evitar pressão de empresas mineradoras sobre deputados da comissão especial que discute o tema. Alguns desses parlamentares propõem a criação de uma participação especial para o setor, nos moldes do petróleo. O código de mineração deveria ter sido votado na Câmara, na semana passada, mas foi adiado mais uma vez e não tem uma nova data para ser apresentado. Nesta semana, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, disse que a presidente Dilma Rousseff poderá resgatar a urgência do novo código de mineração. A intenção, segundo a ministra, é garantir que a votação da matéria aconteça no próximo ano. Em entrevista ao jornal Valor Econômico, Ideli disse que esse será um dos principais temas sobre os quais o governo tratará em 2014 no Congresso, junto com o Marco Civil da Internet. O código que foi apresentado pelo Executivo no dia 18 de junho para o Congresso Nacional em regime de urgência, mas devido ao atraso na votação por parte da Câmara dos Deputados e da pressão dos parlamentares, a urgência foi retirada. Para isso a comissão especial que trata do código se comprometeu a votar o texto até outubro, o que não ocorreu. Alguns políticos, como o governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia, demonstraram interesse na volta da urgência do marco, considerando o tema como prioritário. O relator do texto, deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG), antes de apresentar o substitutivo do projeto, realizou uma série de reuniões em todo o país com diversas entidades e mineradoras. Como resultado das reuniões, o texto foi modificado, gerando conflito com o Executivo, que teve alterados pontos considerados base no projeto, como o estabelecimento das alíquotas da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) e a volta do regime de prioridade para concessão autorizações. Fonte: Notícias de Mineração Brasil Data: 20/12/2013 PALEONTÓLOGO BRASILEIRO QUE FOI PRESO PROCESSA GOVERNO EM R$ 1 MILHÃO Alexander Kellner, do Museu Nacional da UFRJ, pede R$ 1 milhão ao DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) por danos morais, após ter sido preso sob acusação de tráfico internacional de fósseis em 2012. Kellner diz que é vítima de uma trama e que funcionários do órgão usaram sua influência para confundir a polícia e prejudicar sua reputação. "Não é fácil processar o DNPM, onde eu comecei minha carreira. Mas está na hora de pararem de tratar cientista como bandido", diz. O departamento, vinculado ao Ministério de Minas e Energia, é o responsável por zelar pelo patrimônio fossilífero no Brasil. O processo de Kellner ainda está em fase inicial, mas a Justiça Federal e o Ministério Público Federal já afirmaram que a prisão de Kellner envolveu uma série de equívocos por parte do DNPM. Não há menção, porém, a uma possível conspiração. A detenção aconteceu no aeroporto de Juazeiro do Norte (CE), em 2012, quando Kellner – acompanhado pelo pesquisador francês Romain Amiot e por duas estudantes– foi abordado pela Polícia Federal, que havia recebido uma denúncia anônima dizendo que o grupo pretendia vender fósseis brasileiros no exterior, o que é crime. Chamado à delegacia para esclarecer a questão, o chefe do DNPM na região do Crato, José Artur de Andrade, disse à polícia que havia irregularidades na lavra e no transporte de fósseis. Andrade disse também que o cientista francês não tinha autorização do DNPM e não podia pesquisar na região. Kellner e Amiot foram presos em flagrante e passaram a noite na cadeia. Pesquisadores fizeram uma "vaquinha" para pagar a fiança. "Foi humilhante. Quem fez essa denúncia?", questiona. A Justiça arquivou as queixas pouco tempo depois, dizendo que houve "imperícia" de funcionários do DNPM, além de "excesso de poder" e exigências que não fazem parte da atribuições do órgão. "A imperícia do chefe do escritório do DNPM [José Artur de Andrade] foi determinante para a prisão dos dois pesquisadores. (...) Mesmo não tendo competência para fiscalizar a pesquisa dos professores, foi contundente em afirmar perante a autoridade policial que estavam eles em atividade irregular", afirmou, em sua decisão o juiz José Eduardo de Melo Vilar Filho. Segundo o procurador do MPF do Ceará, Rafael Rayol, os pesquisadores vinculados a universidades e centros de pesquisa não precisam de autorização do DNPM, devendo apenas comunicar suas atividades ao órgão. "Se fosse um pesquisador estrangeiro sem vínculo, ele precisaria. Mas a pesquisa dele [Amiot] está ligada à URCA [Universidade Regional do Cariri] e à UFRJ, e ele estava com financiamento do CNPq [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico]. Isso o isentava." Procurado insistentemente pela reportagem, o DNPM disse que não iria se manifestar quanto ao processo e às afirmações de Kellner porque o caso está na Justiça. Kellner diz que tem sido ignorado pelo órgão. "Eu queria uma explicação, algo que mostre que eles entenderam a gravidade do que fizeram." Autor(a): Giuliana Miranda Fonte: Folha de S. Paulo Data: 23/12/2013 SÍTIO PALEONTOLÓGICO DO CEARÁ TEM "CLIMA DE TENSÃO", DIZEM CIENTISTAS Paleontólogos ouvidos pela Folha dizem que há um clima de tensão nas atividades de pesquisa na região do Cariri, no Sul do Ceará. É lá que fica a Chapada do Araripe, um dos principais sítios paleontológicos do Brasil, reconhecido pela Unesco. Apesar do reconhecimento, Alexander Kellner é uma figura polêmica na paleontologia brasileira, atraindo desafetos dentro da academia por conta da maneira como conduz suas pesquisas –é chamado de "centralizador". Em 2011, ele se candidatou à presidência da Sociedade Brasileira de Paleontologia e perdeu a eleição. Ainda assim, mesmo entre seus detratores, as sanções foram vistas como absurdas. Temendo represálias, ninguém quis se expor. "Se eles prenderam o Kellner, uma das pessoas mais conhecidas da área, o que não fariam comigo, que não tenho o mesmo reconhecimento?", diz o professor de uma universidade federal da região. "Quem é considerado amigo [do DNPM] acaba tendo menos exigências. Todo mundo que vai pesquisar lá sabe disso", afirmou. Outro pesquisador confirma: "Esse esquema é tão aberto que o chefe do DNPM na região [José de Artur Andrade] tem até espécie batizada em homenagem à colaboração". David Martill, paleontólogo britânico que defende abertamente a venda de fósseis brasileiros, batizou uma tartaruga marinha pré-histórica de Araripemys artur em homenagem ao funcionário público. Há indícios de que o exemplar tenha saído ilegalmente do Brasil. O procurador do Ministério Público Federal do Ceará Rafael Rayol não quis entrar na questão das disputas acadêmicas, mas disse que realizou um encontro com o DNPM e com pesquisadores para explicar os limites da atuação. "Não foi preciso assinar um termo de ajustamento de conduta, porque foi a primeira vez que houve um erro de proporções tão grandes [prisão sob acusação de tráfico de fósseis]. Mas precisamos trabalhar de todos os jeitos para que isso não se repita, porque só prejudica a pesquisa na região." Na opinião de Kellner, que é membro da Academia Brasileira de Ciências e recentemente foi eleito para a TWAS (academia de ciência para o mundo em desenvolvimento), o episódio já está afetando as colaborações de pesquisadores estrangeiros com o Brasil. "Quem quer vir a um país onde pode acabar sendo preso por fazer seu trabalho? Já é possível notar que os pesquisadores estão com medo." Autor(a): Giuliana Miranda Fonte: Folha de S. Paulo Data: 23/12/2013 EM 2014, VALE DEVE VENDER ATIVOS PARA FAZER FRENTE A INVESTIMENTOS O ano de 2014 continuará a ser um ano de corte de gastos e venda de ativos para a Vale. Analistas que acompanham a empresa apostam que os próximos passos da companhia será se desfazer de sua operação em bauxita (matéria-prima para o alumínio), de fatias em projetos logísticos e de participações em minas de fertilizantes. Em 2013, a companhia vendeu cerca de US$ 5 bilhões em ativos. O objetivo é fazer frente aos elevados investimentos planejados para os próximos anos e enfrentar o fim do “superciclo” das commodities. Estimativas apontam que o preço da tonelada do minério de ferro, carro-chefe da Vale, ficará entre US$ 110 a US$ 140 nos próximos dois anos, bem abaixo dos US$ 180 atingidos em 2011. Empresa leiloa ações da Log-in Os desinvestimentos fazem parte da estratégia que Murilo Ferreira implementou desde que assumiu presidência da Vale, em maio de 2011. Ao contrário do antecessor, Roger Agnelli, que buscou diversificar os negócios da companhia, Ferreira elegeu áreas prioritárias e abandonou segmentos como caulim e alumínio. A última operação da cadeia do alumínio que resta no portfólio da mineradora é a Mineração Rio do Norte (MRN), que tem minas de bauxita no Pará. A Vale tem 40% da empresa. A mineradora realiza hoje leilão de ações ordinárias (com voto) da Log-in, empresa de soluções logísticas. A Vale tem 31,3% da Log-in. Na área de logística, a Vale vendeu 36% da VLI, sua subsidiária para transporte de carga geral (de terceiros), por R$ 2,7 bilhões para a japonesa Mitsui e para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS), administrado pela Caixa Econômica Federal. Na ocasião do anúncio, feito em setembro, a mineradora adiantou que ainda negociava a venda de 26% da VLI com a Brookfield. A mineradora pretende também vender metade de sua participação em uma ferrovia em Moçambique, que integra o chamado corredor Nacala, que trasportará o carvão das minas de Moatize até o litoral moçambicano. - A Vale fechou o espectro e está se concentrando em ativos de classe mundial. Tem priorizado projetos com elevado retorno para compensar o fim do superciclo das commodities e o investimento que fará nos próximos anos - diz Luiz Caetano, analista de mineração da Planner. O maior projeto da Vale é o S11D, expansão do complexo de Carajás em Serra Sul, no Pará, orçado em U$ 19,5 bilhões (incluindo mina e logística) e com previsão de entrar em operação em 2016. Com isso, deve ampliar a dependência de sua receita em relação ao minério de ferro e da China, principal destino dos embarques de minério da companhia. Ano passado, a China respondeu por 34,2% . Considerando a receita por segmento, minério de ferro e pelotas representaram 68,2% do total. Para Victor Penna, analista de mineração do Banco do Brasil, a elevada dependência em relação à China é um risco, mas mudanças no direcionamento da economia chinesa a partir da última reunião do Partido Comunista (PC), em novembro, podem abrir espaço para novos investimentos no país e para manutenção do apetite chinês por minério. - O principal consumidor de commodities no mundo é a China. A Vale não tem como fugir dessa dependência. Para os próximos dois anos, acredita-se que os preços do minério fiquem entre US$ 100 e US$ 140 a tonelada, abaixo do pico, mas ainda em um bom patamar. O problema é depois de 2015. Mas a promessa de abertura da economia chinesa, feita na última reunião do PC chinês, pode favorecer a Vale, na medida em que novos investimentos sejam feitos no país - avalia Penna. À procura de sócios O diretor de Ferrosos e Estratégia da Vale, José Carlos Martins, minimiza eventuais riscos da elevada dependência chinesa: - Ninguém se preocupa que a Austrália (principal concorrente do Brasil no fornecimento de minério à China) seja dependente dos chineses. Por que a Vale se preocuparia? A Vale também pretende atrair sócios para a área de fertilizantes. A empresa avalia vender parte da Vale Fertilizantes, holding que reúne os ativos de fertilizantes, ou atrair sócios para projetos isolados de potássio e fosfato. A companhia tenta ainda passar adiante o projeto Colorado, na Argentina, que foi suspenso em março, após aumento de custos locais. Autor(a): Danielle Nogueira Fonte: O Globo Data: 26/12/2013 ANÁLISE: GRANDES MINERADORAS DE COBRE TEMEM PANCADA TRIBUTÁRIA NO CHILE Muitos chilenos estão celebrando a vitória de Michelle Bachelet na eleição presidencial do país, mas as mineradoras de cobre, "o principal esteio da economia", estão suando frio. O setor, que responde por um terço da produção e das reservas mundiais de cobre e por um quinto da produção econômica chilena, viu alta de 100% em seus custos de produção nos últimos cinco anos, devido às despesas salariais e de energia mais altas e à queda na qualidade do minério extraído. E o novo governo provavelmente acrescentará impostos mais altos a esses percalços. Bachelet, uma líder de centro-esquerda que fez da educação gratuita uma de suas principais plataformas de campanha, planeja elevar de 20% para 25% a alíquota de impostos paga pelas grandes empresas. Além disso, o Chile talvez venha a revogar uma lei que protege o investimento estrangeiro no setor contra o pagamento de royalties mais elevados, o que pode desestimular alguns projetos. Além de uma queda de 30% nos preços do cobre desde o pico atingido dois anos atrás e de um excedente mundial na produção de cobre, a perda de competitividade do Chile ajudou a reduzir os potenciais investimentos na mineração do país de US$ 100 bilhões para US$ 30 bilhões, de acordo o Conselho da Mineração chileno. Dois dos maiores fantasmas do setor são os custos salariais e energia. As grandes mineradoras do país agora pagam salários semelhantes aos das empresas norte-americanas do setor, ainda que seu nível de produtividade seja 50% mais baixo. Desde que a Argentina parou de fornecer gás natural ao Chile, em 2010, os custos da energia também dispararam. A Codelco, a estatal de mineração, será outra fonte de problemas. Desde sua estatização, em 1976, a Codelco, reinvestiu menos de 5% de seus lucros, enquanto as companhias mineradoras do setor privado costumam reinvestir 50%. Assim, ela tem necessidade urgente de recapitalização para concluir um programa de investimento de seis anos e US$ 25 bilhões. A empresa quer que o governo banque um terço desse investimento e que o restante seja captado no mercado internacional. Autor(a): Benedict Mander Fonte: Folha de S. Paulo e Financial Times Data: 16/12/2013 CLEVELAND ACERTA COM ORINOCO PROCESSAMENTO DE MINÉRIO DO PROJETO DE CASCAVEL A mineradora júnior Cleveland Mining assinou um contrato para fazer o tratamento de minério proveniente do projeto de ouro Cascavel da Orinoco Gold, em Goiás. O material será processado na mina Premier, localizada a 120 quilômetros de Cascavel. A informação consta em boletim enviado hoje ao mercado. O acordo permite acesso da Cleveland a outras fontes de mineralização de ouro de alto teor, enquanto proporciona à Orinoco uma compreensão mais profunda do potencial do corpo mineral e da receita potencial da mina, uma vez que a empresa vai obter informações de difícil acesso para mineradores em estágios iniciais de exploração. O diretor da Cleveland, David Mendelawitz, considerou o acordo uma vitória. "Este é um grande resultado para ambas as empresas. As amostras tem comprovado que os projetos da Orinoco em Goiás tem potencial para fornecer teores de ouro significativos", afirmou. Um lote inicial de 500 toneladas está previsto para ser processado no primeiro trimestre de 2014, permitindo que ambas as companhias avaliem os processos, resultados e economia da operação. Caso os resultados sejam positivos, o acordo prevê outros lotes, de até 4 mil toneladas por mês, em que ambas as partes partilham a produção de ouro com base em uma fórmula acordada. "O acordo permitirá um caminho rápido para a compreensão do projeto Cascavel e avaliar uma futura operação comercial de ouro no local", disse Mark Papendieck, diretor de Gestão da Orinoco. A Orinoco iniciou, em setembro deste ano, a campanha de amostragem global para determinar o melhor método de mineração a ser adotado no projeto Cascavel. Em novembro, a companhia divulgou os resultados do último teste de bancada realizado com a amostra de minério extraída do prospecto Cascavel e Tinteiro, no projeto polimetálico, Faina Goldfields, em Goiás. A mineradora conseguiu recuperar 95% de ouro dos 200 kg de amostra por meio de separação por gravidade. Na ocasião, a companhia afirmou que o resultado significava que Cascavel teria potencial para o desenvolvimento de uma operação de ouro de baixo custo. A empresa está aguardando os resultados finais de cada fase do processo de amostragem, para calcular a capacidade total de ouro da amostra global. Fonte: Notícias de Mineração Brasil Data: 16/12/2013 MINÉRIO DE FERRO ArcelorMittal Brasil faz segundo embarque à Europa A ArcelorMittal Mineração Brasil concluiu seu segundo embarque transoceânico de minério de ferro. O excedente de produção de 70 mil t de sínter feed foi à Europa a partir do terminal portuário de produtos siderúrgicos de Tubarão, em Vitória (ES). O primeiro embarque aconteceu em setembro, a partir do minério extraído na Mina do Andrade, localizada em Bela Vista de Minas. Fonte: Brasil Mineral Data: 18/12/2013 A MINA DE CARVÃO QUE EXTINGUIU UM VILAREJO DE 800 ANOS NA ALEMANHA Após décadas de impasse, Justiça decidiu pela desapropriação da área em torno do campo de Garzweiler. Até 2045, mais de 30 mil moradores terão de deixar suas casas, muitos deles de Immerath, aldeia fundada no século 12. Apesar de a placa amarela ainda indicar o nome "Immerath", todos os moradores parecem ter ido embora há muito tempo. No hospital próximo à entrada do vilarejo, que existe há mais de oito séculos, as persianas que vedam as janelas estão tortas. O prédio de vários andares não é o único a passar uma imagem de abandono: em quase todas as casas, as persianas foram baixadas, as portas, pregadas com tábuas. No cemitério, os túmulos encontram-se vazios: os restos mortais foram exumados e enterrados a 12 quilômetros de distância, na localidade que se chama Immerath (neu) – "nova". Os letreiros na antiga cidade revelam que ela possuía duas padarias e uma farmácia. Somente algumas caixas de correio, os pontos de ônibus amarelos e os dentes-de-leão que crescem por toda parte trazem alguma cor a esse aparente deserto. Pássaros quebram o silêncio mortal, com seu canto. É opressiva a sensação de estar só nesta cidade-fantasma, esquecida por Deus. Atmosfera insuportável De repente, surge do nada um caminhão de entregas, com pisca-pisca de alerta ligado e buzinando alto. Como não há reação, a motorista desce do veículo, toca a campainha de uma casa e espera – até que finalmente a porta se abre. Mais um pouco, e a moradora que permaneceu em Immerath teria perdido a passagem da padaria ambulante. As duas não têm muito a se dizer, pois tudo o que querem é desaparecer o mais rápido possível deste local sinistro. "Eu perdi tantos clientes. E muitos idosos não aguentaram a perda do lar, morreram antes da remoção. Isso tudo não é bonito", deplora a padeira Laumanns. A cliente também já queria ter ido há muito tempo. "A atmosfera aqui é insuportável. Meu marido constrói telhados e trabalha nas casas da nova Immerath, não encontramos tempo para terminar de construir a nossa casa lá." Ela aponta para um grande portão. "Lá trás, está todo o material dele. Antes de ter utilizado ele todo, nós não podemos ir embora. Afinal, toda hora acontecem assaltos e saques. Na verdade, eu não queria ficar nem mais um dia aqui." A moradora esfrega os dedos, nervosa. Ela não sabe quantos ainda moram em Immerath, uns 50 ou 100 talvez. Antes do início da remoção, em 2006, eram 1.200. Cidade-fantasma Todos os moradores têm que estar fora da velha Immerath até 2014, quando chegam as escavadeiras para começar a demolição. Sob a localidade há jazidas de linhito, tipo de carvão mineral com elevado teor de carbono, utilizado para gerar eletricidade. A operadora de energia RWE, responsável pela exploração da área, já contratou empresas de segurança para patrulhar o local. Um morador armou seu portão com arame farpado e placas de aviso para desencorajar os ladrões. Enquanto isso, vão inexoravelmente se aproximando as escavadeiras rotativas, que arrancam da terra o ouro negro com que se produz eletricidade. E dinheiro. Tanto, que a RWE Power pode se permitir comprar e arrasar regiões inteiras, com suas casas e plantações junto. Desde meados do século passado, os habitantes da região no estado da Renânia do NorteVestfália, entre Aachen, Mönchengladbach e Colônia, se transformaram em refugiados, para que em algum outro local as casas tenham luz e as geladeiras funcionem. Até o final da extração dos 1,3 bilhão de toneladas de carvão do campo de exploração Garzweiler 2, em 2045, mais de 30 mil pessoas de 80 localidades da região estarão vivendo numa casa nova. O que não significa que tenham reencontrado um novo lar. Arbitrariedade e leis Esse processo de erradicação acarreta inúmeros problemas. Até hoje, cidadãos como Stephan Pütz consideram uma humilhação o fato de a administração municipal de Erkelenz ter instado os habitantes afetados a contatar a RWE para tratar da remoção. Afinal, ninguém queria deixar sua terra por vontade própria. O certo, do seu ponto de vista, seria a empresa ter ido até eles. A RWE também não disponibilizou casa nova para os removidos. Eles é que foram obrigados a organizar tudo, desde o local até a mudança. Um processo que dura anos. Pütz diz duvidar que o Estado tenha o direito de interferir nos planos de vida dos indivíduos por um período de tempo tão longo. Assim, juntamente com a Federação para Meio Ambiente e Proteção da Natureza da Alemanha (Bund, na sigla em alemão), ele entrou com o processo no Tribunal Federal Constitucional. Em 2007, porém, a instância superior, o Supremo Tribunal Administrativo, em Münster, decidiu que a remoção correspondia ao interesse público e que, portanto, os cidadãos podiam ser desapropriados, de fato. Última instância Nesta terça-feira (17/12), a decisão foi confirmada em última instância pelo Tribunal Federal Constitucional. Para Stephan Pütz, a expulsão tem um componente de violência, mas a massa se resignou ao seu destino. "Não há nada a fazer", dizem os cidadãos e políticos locais, dando de ombros. Heidi Terhardt também pensa assim. Ela e seu marido eram proprietários de uma das duas padarias da localidade, e se mudaram com planos de dar seguimento a seu negócio em Immerath (neu). Contudo, o marido ficou doente. "O ombro", faz questão de esclarecer, "o motivo da doença não foi desgaste psicológico causado pela mudança". O padeiro resolveu, então, aproveitar a situação inesperada, transformando a nova padaria em sua oficina de hobby. "Nossos novos vizinhos também são ótimos", elogia a aposentada. O novo assentamento não é apertado, as casas não são coladas umas às outras, há mais espaço entre elas. Monumentos e carvão No entanto, falta um núcleo à "cidade-dormitório", falta o charme do antigo lugarejo, crescido ao longo de séculos. Em Immerath (neu), falta a imponente basílica neorromânica, com suas torres duplas que anunciavam de longe a presença da cidade. No novo assentamento, não será construída uma igreja, apenas um local de reunião. Até mesmo o moinho de vento de Immerath, com mais de 400 anos, será vítima da escavadeira. Segundo Stephan Pütz, apenas a metade dos antigos moradores mudou para o novo vilarejo. Devido à falta de perspectiva, muitos compraram imóvel numa outra região, com a indenização paga pela RWE, comenta. Temendo atrair inveja, os moradores não comentam o valor das indenizações. Até porque todas as negociações entre empresa e proprietários foram realizadas da maneira mais individual e discreta possível. Com a construção da nova casa, cada um quer mostrar que superou o desalojamento. Por isso, há até quem assuma empréstimos que ultrapassam a soma da indenização. Os agricultores receberam, de fato, novas terras. Mas raramente se comenta que parte delas fica o leste do país, pois não havia mais terreno disponível no local. No final, ninguém precisará dormir na rua, mas Pütz enfatiza que o desgaste psicológico da desapropriação é enorme, citando um parecer do urbanista Peter Zlonicky sobre a viabilidade social da remoção de Immerath. Pütz não queria deixar sua terra, mas agora, após a decisão do tribunal, ele precisa procurar uma casa nova até 2016. "Estou decepcionado com a sentença", afirma, porém acrescentando: "Não adianta lamentar anos a fio a antigo lar. Por mais que se gostasse dele, é preciso olhar para frente e encontrar a paz interior." Fonte: Terra e Deutsche Welle Data: 19/12/2013 A RIQUEZA ESCONDIDA DE GOIÁS Junto com o agronegócio a mineração é a base do desenvolvimento da indústria goiana e fator de desenvolvimento descentralizado. O Estado de Goiás é o terceiro maior produtor de minérios do Brasil, com base no recolhimento da Compensação Financeira sobre a Exploração de Recursos Minerais (CFEM), com a participação de 4,1%, de acordo com a 7ª edição das Informações e Análises da Economia Mineral Brasileira, do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM). Segundo o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), com a publicação do Desempenho do Setor Mineral em 2013, tanto no valor de arrecadação da CFEM, quanto o valor da produção mineral alcançaram recordes sucessivos durante esses anos. O atual modelo minerador goiano, instituído no limiar do novo milênio, veio como alternativa de atuação institucional para o setor mineral, desde a decadência do modelo de forte atuação estatal, iniciado a partir dos anos 1960. A Metais de Goiás (Metago), que era a responsável pelas pesquisas e prospecção mineral no Estado, iniciou seu período de decadência, a partir de 1988, diante da crise do Estado brasileiro, quando a nova Constituição decretou o fim do Imposto Único sobre Minerais (IUM), que alimentava seu orçamento, e posteriormente foi substituído pela Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM). Tudo isso culminou com a liquidação (extinção) da Metago em 1999, diante de uma grave crise de gestão em função de ingerências políticas, num modelo de negócio já fracassado. Funmineral Lançado pelo então governador Marconi Perillo, em seu primeiro mandato, o Fundo de Fomento à Mineração (Funmineral) teve no Decreto nº 5.760, de 21 de maio de 2003, a aprovação de normas que regulamentam a atividade extrativista desde o dia 20 de outubro de 2003. Para os representantes do Funmineral, esse foi o marco inicial da atuação do setor em Goiás, cujos objetivos são incentivar as atividades de prospecção e pesquisa mineral, bem como o aproveitamento das suas jazidas minerais e, ainda, o beneficiamento e a industrialização dos bens minerais produzidos no território goiano. Nos últimos dez anos, o Funmineral já beneficiou, por meio de crédito diferenciado, diversas empresas (micro, pequenas e médias de mineração e pesquisa mineral) além de pessoas físicas empreendedoras (artesões e joalheiros) que utilizam matéria-prima de origem mineral. O fundo também contribuiu para agregar valor ao segmento, e atualmente, contabiliza um montante de R$ 35 milhões já financiados em Goiás. A política do Fundo também visa prestar suporte e assistência técnica aos mineradores, promovendo a mineração diante da sociedade civil, órgãos e entidades federais, estaduais e municipais, como um Serviço Geológico Estadual. O objetivo desse serviço é ser reconhecido nacionalmente e internacionalmente por seus valores e qualidade das suas ações. Atualmente, a atividade mineradora em Goiás reage como indutor do desenvolvimento regional e local, e está fundado em bases ambientalmente sustentáveis. O fundo que fomenta a mineração em Goiás também incentiva o desenvolvimento econômico e social por meio de apoio à implantação de novos projetos minero-industriais. Esses projetos devem adotar novas técnicas para a melhoria e ampliação de parques industriais goianos, e contam com vários incentivos. Para sua implantação são analisados a localização ideal para o investimento, de modo a proporcionar o desenvolvimento equilibrado na região, com o intuito de eliminar as desigualdades regionais e injustiças sociais por meio da valorização do trabalho e das atividades produtivas através de parcerias estratégicas junto com o setor privado. Melhoria de vida De acordo com pesquisas econômicas a mineração pode quebrar o ciclo da pobreza entre gerações e propiciar transferências de renda, alcançando melhoria nos resultados do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O IDH objetiva medir o grau de desenvolvimento econômico e a qualidade de vida de uma população, calculado com base em dados econômicos e sociais, em uma escala de vai de 0 a 1, onde zero corresponde nenhum desenvolvimento humano e 1 corresponde a desenvolvimento humano total. Quanto mais próximo de 1, mais desenvolvido é a região avaliada. No ano de 1991, o IDH do Brasil chegava a 0,696, enquanto em Goiás, o índice era de 0,700. Naquele mesmo ano, municípios goianos apresentavam IDH abaixo da média nacional e do Estado. O IDH de Alto Horizonte, por exemplo, chegava a 0,612; de Americano do Brasil era 0,634; de Barro Alto (0,624); de Faina (0,603); Fazenda Nova (0,658); e Rio Quente (0,672). Com a implantação de projetos de mineração nesses mesmos municípios, a partir da década de 1990, os seus índices tiveram crescimento acima da média nacional e estadual. Em 2000, o IDH brasileiro aumentou 10,06% chegando a 0,766 e o de Goiás chegou a 0,776, correspondendo a um aumento de 10,84%. Já o município de Alto Horizonte subiu para 0,743 (aumento de 21,41%); Americano do Brasil pulou para 0,743 (aumento de 15,46%); Barro Alto aumentou seu índice em 13,43% chegando a 0,708; Faina teve elevação de 16,58% e atingiu 0,703; Fazenda Nova chegou 0,746, com aumento de 16,58%; e Rio Quente atingiu IDH de 0,806, com o aumento de 19,94%. Essa alavancagem deve ser apenas o passo inicial. Com a regulamentação do Conselho Estadual de Geologia e Recursos Minerais (COGEMIN), pelo governo de Goiás, através do Decreto Nº 7.667/2012, com a finalidade de compor o Sistema de Gestão dos Recursos Hídricos e Minerais. Um dos objetivos é promover a elaboração da proposta do Plano Estadual de Recursos Hídricos e Minerais, que conterá as diretrizes e metas das políticas do setor mineral e, que são determinantes para os órgãos da administração pública direta e/ou indireta e, indicativas para o setor privado. (Com César Moraes Lopes) Financiamentos garantem mineração Para o sucesso dos empreendimentos, além dos financiamentos do Funmineral, a atividade mineira em sua verticalização industrial, também é fomentada pela concessão de outros financiamentos com recursos públicos da Secretaria de Indústria e Comércio (SIC), por meio de aprovação no Conselho Deliberativo do Programa de Desenvolvimento Industrial de Goiás (Produzir) e no Conselho do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO). Para isso, é necessária a apresentação de estudos e análises detalhadas sobre recursos, condições, potencialidades técnicas, econômicas e regionais, aspectos mercadológicos e humanos, conforme projetos apresentados. A execução dos projetos depende de apropriada infraestrutura e, nesse sentido, protocolos de cooperação técnica firmam compromissos dos órgãos públicos (Secretarias de Estado, Agetop, Celg, Saneago e demais autarquias) junto com a iniciativa privada, constituindo-se como fator indispensável à viabilidade e ao bom êxito da implementação dos projetos. Pesquisas do Funmineral Um dos pilares que sustentam a geração de novas jazidas minerais é a disponibilização da melhor tecnologia disponível e depende de informações geológicas básicas que apóiam à atividade exploratória, bem como suporte em tecnologia mineral que devem ser apoiados pelo setor público. Esse fator é o que constitui o elo inicial da cadeia produtiva, representando a etapa de mais alto risco de todo o processo, além de exigir investimentos significativos. O Funmineral foi responsável por desenvolver os Levantamentos Aerogeofísicos do Estado em parceria com Ministério de Minas e Energia, por meio da Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral (SGMTM) a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM). O objetivo desse levantamento é abordar o potencial de determinados compartimentos geotectônicos e, assim, atrair investimentos privados em pesquisa e prospecção para descoberta de depósitos minerais. O Projeto Levantamento Aerogeofísico do Estado de Goiás alcançou mais de 170 mil km² de cobertura aerogeofísica, entre 2004 e 2006. Na época foram investidos aproximadamente R$ 12 milhões. A maior parte dos terrenos catalogadas são pré-Cambrianos, considerados de maior potencial mineral, o que representa 50% do território goiano. Nos últimos anos, com base nesses levantamentos grandes projetos de mineração e transformação mineral foram empreendidos por uma gama de empresas brasileiras e estrangeiras com participação de canadenses, australianas e norte americanas. Nova estrutura A partir de 2011, foram implementadas várias ações que reformularam e reorganizaram as principais atividades do Funmineral, tais como a criação das gerências, coordenações e de “comitês técnicos” por área de atuação. Cada área passou a ter responsabilidade de avaliar, elaborar e apresentar propostas e planos de trabalho e melhoria da gestão através de relatórios periódicos e sistemas de controle. Fonte: Diário da Manhã Data: 16/12/2013 MINERAÇÃO SALVA ANO DIFÍCIL Balanço mostra que, embora volume de recursos tenha crescido 7,4% em relação a 2012, número de protocolos caiu pela metade, em função da desaceleração do país e do mundo Com o fraco desempenho da economia brasileira em 2013, o setor privado manteve a cautela na definição de investimentos pelo segundo ano. Em Minas Gerais, somaram R$ 18,8 bilhões os 88 acordos firmados entre a indústria, o comércio e as empresas prestadoras de serviços com o governo estadual para a implementação de projetos de novas instalações ou expansões. O número de protocolos de intenção de investimentos caiu quase 46%, comparado aos 165 documentos assinados em 2012, mas, graças aos recursos tradicionalmente vultosos da indústria da mineração, a cifra total anunciada superou em 7,4% o bolo do ano passado. Nos dois períodos, o fôlego da iniciativa privada ficou bem aquém dos R$ 28,3 bilhões que o estado atraiu em 2011. Computados os números deste mês, a projeção do governo de Minas é de que o balanço atinja R$ 19 bilhões, informou a presidente do Instituto de Desenvolvimento Integrado (Indi), Mônica Cordeiro, superando assim a meta de cerca de R$ 18 bilhões traçada para 2013. Os projetos anunciados prometem criar 23.818 empregos diretos e 43.058 terceirizados. Ao comentar o resultado, na tarde de ontem, a secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico, Dorothea Werncek, reconheceu 2013 como um período que desafiou as equipes dos órgãos de fomento em Minas. “Foi um ano difícil. Não há como fugir da situação nacional e dos efeitos da crise externa”, disse. No Brasil, o volume de investimentos na economia diminuiu 2,2% no terceiro trimestre, medido pelo item Formação Bruta de Capital Fixo que compõe o Produto Interno Bruto, a soma da produção de bens e serviços do país. Dos investimentos totais anunciados para Minas Gerais, apenas os projetos de expansão do minério de ferro extraído pelo grupo siderúrgico Gerdau na Região Central do estado, orçado em R$ 5,8 bilhões deste ano a 2020, e de aproveitamento da mesma matéria-prima pela Manabi S.A., dimensionado em R$ 6,25 bilhões, respondem por 64%. Os outros 86 projetos foram anunciados por pequenas a grandes empresas dos outros segmentos da indústria, do comércio e do setor de serviços – tão disputados pelo estado na sua estratégia de diversificação de uma economia muito concentrada na produção de minérios –, produtos agrícolas como o café e o leite e na indústria metalúrgica. Segundo Mônica Cordeiro, o governo está trabalhando na revisão da carteira de protocolos com o objetivo de tentar encurtar o prazo entre a assinatura do protocolo de intenção do investimento e sua implementação. Agilidade “Queremos menor quantidade de protocolos e mais decisão de implementação, o que qualifica a nossa carteira de investimentos”, afirmou. Cerca de metade dos documentos firmados está sendo implementada em no máximo 24 meses. A intenção do estado é de que o prazo médio diminua de quatro a cinco para três anos. Um dos destaques positivos do trabalho de atração de investimentos, de acordo com a presidente do Indi, foi o aumento da participação de projetos em setores de bens de consumo. O comércio e as empresas de serviços anunciaram 13 protocolos, com a intenção de investir R$ 201,244 milhões e de criar 1.217 empregos diretos. O esforço dos técnicos do governo foi maior, com duas missões de negócios à China e à Índia. Em Pequim, o estado ocupou o escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) para prospectar investimentos. Dorothea Werneck coordenou grupo que foi à Índia em outubro a convite da ACG Worldwise, que vai instalar uma fábrica de cápsulas de medicamentos em Pouso Alegre, no Sul de Minas. Ela visitou empresas do setor farmacêutico, clientes da ACG, que, na avaliação da secretária, podem incluir o estado nos seus alvos para investimentos. Isenção para caminhões O governo estadual prevê lançar em janeiro o Programa de Renovação de Frota de Caminhões, que vai conceder isenção do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) por 10 anos e da taxa de licenciamento no primeiro ano. Os interessados contarão com financiamento do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), por meio dos repasses do Programa Pró-Caminhoneiro, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A expectativa é de que sejam renovados 10% a 15% da frota acima de 30 anos. O programa beneficia quem optar pela aquisição de caminhões com 10 anos de uso, repassando parte do benefício ao terceiro que vender o veículo para adquirir o caminhão novo. Autor(a): Marta Vieira Fonte: Estado de Minas Data: 17/12/2013
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