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| e mais: Produto certificado, o cliente aprova • Sabonete líquido, lucro 8 vezes maior UMA PUBLICAÇÃO DO GRUPO LUND • ANO 40 • No 7 • JULHO 2009 Layouts WWW.SM.COM.BR INTERNACIONAIS dois projetos, um dos eua e outro da china, privilegiam perecíveis e os hábitos do público VEJA TAMBÉM Bebida de soja e refrigerante: Uma cai, a outra sobe Substituição tributária: Respostas às suas dúvidas Manual de peixes: Ensine o consumidor e estimule as compras | Supermercado moderno • julho 2009 carta ao leitor Valdir Orset ti editor emérito [email protected] SUPERMERCADO MODERNO Propriedade de Informa Publicações Especializadas Ltda. presidência do Grupo Robert Macody Lund informa publicações especializadas ltda. (didenheim holdings s/a) diretoria Telefone (11) 3327-4504 Diretor executivo Sergio L. A. da Veiga Oliveira Diretor Mauricio Pacheco eDitor emérito Valdir Orsetti O VAREJO ESTÁ OTIMISTA QUANTO A 2009! d irigentes de 53 redes de supermercados são unânimes em afirmar que, até maio, suas vendas cresceram. Na média, o faturamento aumentou 12,9% em relação ao mesmo período de 2008, comprovando a força do varejo brasileiro. O levantamento aconteceu durante evento realizado em junho por Supermercado Moderno em Belo Horizonte. Os entrevistados operam 329 lojas com faturamento bruto de mais de r$ 11 bilhões em 2008. indagados se haviam observado alguma mudança nos hábitos dos consumidores em relação ao ano anterior, 34% apontaram a migração para produtos mais em conta, seguidos por 29% que garantiram que seus clientes se tornaram mais cautelosos e exigentes. Outros 17% notaram que houve um aumento na procura por ofertas/promoções. devido ao novo comportamento dos consumidores, 56% conselho executivo Lauricéia Tavares Bernardino, Mário Nazar Mauricio Pacheco, Robert Macody Lund, Sergio L. A. da Veiga Oliveira redação Telefone (11) 3327-4514 / e-mail: [email protected] eDitora executiva Sheila Hissa chefe De reportagem Alessandra Morita repórteres Bruno Dias, Fernando Salles e Viviane Sousa estagiário Helton Gomes colaboradores Diretor De arte e projeto gráfico Alberto Mateus Diagramação e proDução Crayon Editorial resolveram ajustar o sortimento. desse total, a maioria vai privilegiar marcas mais acessíveis. os primeiros cinco meses foram muito bons e agora a expectativa é fechar 2009 com faturamento 7,63% superior ao obtido em 2008 Passados os primeiros cinco meses do ano, o otimismo continua. esses decisores estimam fechar 2009 com faturamento 7,63% superior ao obtido no ano anterior. e mais: os que afirmaram ter planos de investimentos programados para 2009 garantem que vão mantê-los Os principais aportes vão se concentrar em abertura de lojas (42%), ampliação (24%) e reformas (16%). fotos João de Freitas conselho editorial Alexandre Ribeiro (GPA), Carlos Fernandes (Wal-Mart), Celso Furtado (Coop), Eduardo Adrião (GPA), Eduardo Peralta (Paulistão), Giovane Costa (Wal-Mart), Gustavo Beltrati (Papagaio), José Augusto Saraiva (Saraiva), José Ricardo Scheurer (Sonda), Karla Trigo (Negreiros), Lucas Nassar (Mambo), Lucia Morita (Portal), Marcio do Valle (Coop), Mercedes Mosquera (Madrid), Milton Bento (Bento & Fernandes) assinatura Sueli Simão (11) 3327-4522 • [email protected] marKeting anunciante Camila Siqueira (11) 3327-4512 • [email protected] eventos Renata Franzini (11) 3327-4463 • [email protected] publicidade Telefone (11) 3327-4516 / e-mail: [email protected] apoio a vendas Carla Morais (11) 3327-4505 gerentes de vendas Marcelo Luz e Silva (11) 3327-4507 • [email protected] gerentes de contas Alexandre Niccolai (11) 3327-4520 • [email protected] Andreia Gonçalves (11) 3327-4652 • andreia.goncalves@ lund.com.br Danielle Carlos Moreira (11) 3327-4570 •[email protected] Vanda Maeda (11) 3327-4555 • [email protected] representantes INTERIOR SÃO PAULO Interage Comunicação: Rua Maria Custódia, 197, Santa Terezinha, 02460-070, São Paulo, São Paulo. Tel/Fax (11) 2236-3630. E-mail: [email protected] SÃO PAULO Ação Representação Com. S/C Ltda.: Rua Brigadeiro Tobias, 356, 10º andar, sl. 104-C, 01032-901, São Paulo, SP. Tel./fax (11) 3313-1433. E-mail: [email protected] RIO DE JANEIRO (RJ) e ESPÍRITO SANTO (ES) Rio Brasil Revistas: Rua da Glória, 214, apt 1107, 20241-180, Bairro da Glória, Rio de Janeiro, RJ. Tel. (21) 2556-6015. E-mail: [email protected] CURITIBA (PR) Spala Marketing e Representações: R. Conselheiro Laurindo, 825, conjunto 704, 80060-100, Curitiba, PR. Tel./fax (41) 3027-5565. E-mail: [email protected] PORTO ALEGRE (RS) Enterprise K: R. Xavier Ferreira, 16 - Bairro Auxiliadora, 90540-160, Porto Alegre, RS. Tel./fax (51) 3026-5570. E-mail: [email protected] para obter informações e solicitar serviços Fax (11) 3228 - 9333 - Site www.sm.com.br Supermercado Moderno: R. Brigadeiro Tobias, 356, 9º andar, CEP 01032-901. São Paulo, SP. Tel. (11) 3327-4400. Fax (11) 3227-6639. C. Postal 3349 - 01060-970. Supermercado Moderno, com tiragem de 32.320 exemplares, é enviada mensalmente a 26.000 executivos, proprietários, compradores, gerentes e encarregados das principais lojas de auto-serviço, lojas de conveniência, atacados e cooperativas responsáveis por 80% do volume de vendas do setor. Gerente de Produção - Arnaldo Sedrani (11) 3327- 4438. Coordenador de Produção - Denise Spedo Maciel (11) 3327- 4569. Distribuição - Door to Door Logística e Distribuição Ltda. Não autorizamos pessoa alguma a oferecer assinaturas. Se for procurado por alguém, denuncie-o às autoridades. Supermercado Moderno não aceita matérias pagas no espaço editorial. Proibida reprodução total ou parcial sem autorização dos editores. Registro de Publicação assentado no cadastro da Divisão de Censura de Diversões Públicas, D.P.F., nº 275.P209/73. Impresso por PROL Editora PROGRAMA DE TRABALHO PARA QUALIDADE ANO 40 | Nº7 • JULHO 2009 Layouts 19 EUA E CHINA Dois modelos para inspirar o seu negócio DOIS LAYOUTS INTERNACIONAIS Eles privilegiam perecíveis e hábitos do cliente . . . . . . . . . . 19 75 CAFETERIA Lucro com mix e serviços diferentes 65 CAPA MANUAL DE PEIXES Conheça espécies de todo o Brasil ESPECIAL 40 ANOS Executivos da indústria apontam novos rumos do setor . . 17 ESTRATÉGIA PRODUTOS COM CERTIFICAÇÃO Seu cliente paga mais por eles . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA 14 dúvidas do varejo são respondidas por especialistas 35 CATEGORIA BEBIDAS DE SOJA E REFRIGERANTES Introdução de SKUs influencia vendas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 SABONETE LÍQUIDO Potencial de crescimento e boa rentabilidade . . . . . . . . . . . 55 MANUAL DE PEIXES Entenda melhor e incentive as vendas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 LOJA CAFETERIA Serviço pode gerar margens de até 20% . . . . . . . . . . . . . . . . . 75 RH TRABALHO EM EQUIPE Sinergia potencializa qualidades individuais . . . . . . . . . . . 84 SEÇÕES CARTA AO LEITOR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 SM RESPONDE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 VOCÊ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 SM ON LINE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 PONTO DE VENDA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 MEGAMERCADO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62 NOVOS PRODUTOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82 CENAS DO VAREJO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86 | Supermercado moderno • julho 2009 sm responde Faça Sua pergunta • [email protected] • fax: (11) 3227-6639 Tenho uma loja com cinco checkouts e atendo um publico de classes A e B. Qual seria o mix de produtos ideal para o meu supermercado? joÃo DE FREITAS marcoS de mattoS LopeS, SÓCIo-PRoPRIETÁRIo, PADARIA, CoNFEITARIA E MERCADo CRAQuE Do PÃo, RIo DE jANEIRo, Rj Clientes de alto poder aquisitivo procuram produtos e serviços que facilitem seu dia a dia SM É o perfil e o comportamento do público somados às características da região onde fica a loja que determinarão o mix ideal. “Quem atende as classes A e B precisa trabalhar com marcas líderes e premiums nas categorias do dia a dia, como arroz, feijão e enlatados. Esse consumidor é exigente, não gosta de marcas próprias nem desconhecidas”, explica Wlamir Bello, consultor de marketing do Sebrae-SP. Marcas importadas de vinhos, conservas, azeites, queijos e itens gourmet são boas apostas. Na padaria, tenha pães especiais. Na rotisseria os pratos finos e incrementados com ingredientes nobres terão boa saída. Já no açougue, os cortes internacionais não podem faltar. Também é imprescindível ter boa variedade de itens em cada categoria. Bello recomenda a realização de pesquisa de ponto para ajudar a avaliar o comportamento dos frequentadores da loja. “Ensine as operadoras de checkout a perguntar aos clientes quais produtos gostariam de ter encontrado na loja”, sugere. O levantamento pode durar uma semana e, com o resultado, há possibilidade de saber quais itens devem ser acrescidos ao sortimento. Caso sua loja tenha uma seção de bazar, procure abastecê-la com um amplo mix de artigos para decoração da casa e presentes. “As consumidoras de maior poder aquisitivo gostam de comprar algo diferente para o lar ou para presentear os amigos”, destaca Bello. Plantas e flores não devem faltar, principalmente as espécies que podem ir direto para um vaso com água, como rosas e gérberas. Vale disponibilizar também a montagem de arranjos especiais. Oferecer orgânicos, frutas lavadas e cortadas, saladas prontas e até salada de frutas embaladas e mantidas sob refrigeração garantem bom retorno. Se o serviço atender as expectativas, esses clientes aceitarão pagar um pouco mais, garante o consultor. Recomenda-se, ainda, não esquecer os empacotadores, inclusive para levar as compras até o carro. É possível agregar serviços de conveniência, como, por exemplo, caixas eletrônicos. Uma pesquisa pode indicar o que seus clientes gostariam de encontrar. Pode ser uma sapataria, uma lanchonete ou cafeteria. Com a informação na mão, você saberá como atendê-los. Sebrae-SP: 0800 570 0800 www.sebraesp.com.br Como manter uma boa comunicação interna no meu supermercado? marceLo pÓVoaS, ASSESSoR DE MARKETING, BISTEK SuPERMERCADoS, CRICIÚMA, SC SM A comunicação interna é uma ferramenta indispensável no contato entre a empresa e os seus funcionários, pois é a forma mais eficaz de informar toda a equipe sobre as metas e as estratégias da instituição. De quebra, ajuda a mostrar a importância do comprometimento de cada colaborador no sucesso coletivo. Segundo Talita Martins, da Martins Assessoria e Consultoria em Gestão Empresarial, estratégias bemsucedidas nessa área costumam envolver a implementação de canais de comunicação direta, como jornais internos, murais, folders, intranet e até mesmo informativos específicos para gerentes e diretores da empresa. Talita destaca que as mensagens veiculadas pelos canais de comunicação interna devem ser claras, objetivas, consistentes, curtas e conter informações completas. Assim, ajudam a aumentar a interação entre os membros da equipe e a eficiência dos serviços, além de melhorar a satisfação com o ambiente de trabalho. O profissional responsável por essa área precisa ser observador, ter conhecimento do negócio e entender da cultura organizacional da empresa. Conhecimento técnico e respeito às pessoas são também atributos fundamentais. Martins Assessoria e Consultoria: (15) 9705-8766 / (15) 9141-8413 www.martinsconsultoria.com.br ErrATA A faixa de faturamento da categoria Leite Longa Vida, publicada na edição de junho (página 101), está errada. O correto é R$ 4 a R$ 5 bilhões. 8 | SUPERMERCADO MODERNO • JULHO 2009 VOCÊ VALORIZANDO O PROFISSIONAL DO VAREJO Por Helton Gomes | [email protected] | DIVULGAÇÃO Cartazista transforma sucata em festa junina Q uem passar neste mês por São Bento do Sapucaí, interior paulista, e visitar uma das lojas da rede Simpatia ainda encontra uma decoração de festa junina diferente, feita com madeira e sucata. Trabalho do cartazista Marcus Álvaro Rosa, que usa materiais reciclados e elementos da cultura local para dar vida à loja nas datas festivas. Zumbi – apelido do funcionário – aprendeu o ofício com outro cartazista, em apenas um dia de aula. “Dominada a técnica, comecei a transformar o lixo em luxo”, conta. Ele revira o depósito de sucata atrás de objetos como arames, latas, madeira e garrafas. Em uma pequena oficina, transforma-os em barracas, Trabalho comunica ofertas e decora o supermercado o ano todo. Nas datas sazonais, é um espetáculo à parte. bonecos, cartazes e ilhas promocionais. “A iniciativa de reciclar os materiais partiu do próprio cartazista. Ele foi muito proativo”, atesta Amauri Quadros, diretor operacional da rede com quatro lojas. No Dia das Crianças, a Turma do Menino Maluquinho apareceu em meio a rabiolas de pipa e outros brinquedos. No Carnaval, a cultura local entrou em cena com bonecos gigantes de Zé e Maria Pereira, personagens tradicionais na cidade. Além das datas sazonais, a produção de Zumbi anuncia as ofertas do dia. “Já faz parte da decoração”, explica. Para não dificul- MARCUS ÁLVARO ROSA é um dos candidatos ao 6º Prêmio Destaque Você, que homenageará, em 2010, o profissional que mais representa a eficiência do autosserviço. tar o tráfego, algumas peças ficam penduradas no teto ou acondicionam alguns produtos. Reconhecido pelo seu trabalho na loja, o cartazista passou a assinar a ambientação da festa junina da cidade. Seus trabalhos custam os mesmos R$ 600 dos desenvolvidos por outros cartazistas da rede. O uso de 70% de material reciclável ajuda, mas é a visão artística de Zumbi que faz toda a diferença. | SUPERMERCADO MODERNO • JULHO 2009 sm.com.br Novas informações todos os dias no portal sm Wal-Mart oferece R$ 500 mi pelo Sonda Você quer reduzir o consumo de sacolas plásticas na sua loja? 2ª Festas Juninas – Mais tráfego na loja 3ª Wal-Mart abrirá atacado em Montes Claros O Wal-Mart anunciou a meta de reduzir em 50% a utilização de sacolas plásticas. Você acha que seus clientes aceitariam trocálas por outro tipo de embalagem? Opine e conte suas estratégias no fórum do Portal SM. 4ª Transforme os tabloides em arma estratégica R E P O R TA G E N S E X C L U S I V A S Wal-Mart elimina 19 cargos » Lucro adicional no checkstand 6ª Até setembro, fornecedores deverão emitir nota fiscal eletrônica » Scotch-Brite e Ipanema avançaram em 2008 7ª Pão de Açúcar compra o Ponto Frio 8ª Carrefour - Atacadão, mais vendas e liderança 9ª Decoração. Ideias simples e baratas. As 10 mais lidas Veja os títulos das matérias mais lidas no Portal SM durante o mês passado 1ª 5ª 10ª O Carrefour dos preços baixos JOÃO DE FREITAS 10 » Sua loja conhece o Twitter? » Wal-Mart leva sustentabilidade para a estratégia do negócio » Lojas do Paraná: promessa de bons resultados Ú LT I M A S N O T Í C I A S ENQUETE As maiores redes do setor não compram mais carne de fazendas onde há desmatamento. Você apoia a iniciativa? Sim Não 46% 54% Acompanhe todos os dias as principais notícias relacionadas ao setor e ao mercado. SM está de olho em tudo o que acontece para que você tenha o máximo de informação antes de tomar decisões. 12 | Supermercado moderno • julho 2009 ponto de venda divulgação Zona Sul lança pacote de assistência ao consumidor Para reforçar a Prestação de serviços como diferencial no mercado, a rede carioca Zona Sul lançou o primeiro programa de assistência ao consumidor do setor, o Assistência Zona Sul. O programa inclui dois pacotes de serviços. Um deles é voltado para oferecer assistência veterinária emergencial para cães e gatos. Os serviços podem ser adquiridos por R$ 16,90 mensais e incluem serviços como hospedagem, assistência funeral, entre outros. O segundo pacote oferece atendimento residencial, que dá direito a mais de 20 serviços, como emergências hidráulica, elétrica e chaveiro 24 horas. O valor mensal é R$ 14,90. O programa foi lançado em fevereiro e é uma parceria com a USS Tempo, empresa especializada em prestação de serviços. A aquisição dos pacotes pode ser feita pelo site ou telefone. O Assistência Zona Sul é exclusivo a domicílios no Estado do Rio de Janeiro. pV Imec crIa gIncana Interna Para suPerar a crIse nada melhor do que contar com a equipe para economizar e propor iniciativas. A rede gaúcha Imec organizou a gincana Esquadrão do Menor Preço entre os div ul ga çã funcionários de suas 24 lojas e o do Centro de Distribuição com o objetivo de despertá-los para ações em prol do faturamento da empresa em tempos de crise. Cada unidade montou uma equipe que tinha de cumprir oito tarefas. As atividades envolveram ações sociais em lares e instituições de caridade, divulgação da consciência ecológica entre clientes e a criação de novos produtos e serviços. O resultado foi o envolvimento direto dos 1.800 funcionários; redução do consumo de água, energia e diminuição de 10% no número de sacolas plásticas. Entre os novos produtos e serviços sugeridos pelos funcionários, muitos foram efetivados pelas lojas, como uma geleia típica de frutas feita com sobras do hortifrúti, um bolo feito de farinha de rosca da padaria e a criação de uma área para lanches rápidos na linha de checkouts. pV 17 Setor SUPERMERCADO MODERNO • JULHO 2009 O autosserviço evoluiu com o consumidor Para executivos da indústria, os super e hipermercados se aprofundaram no conhecimento de seus clientes nas últimas quatro décadas. Mas lembram que essa evolução não termina. “ JOÃO DE FREITAS “ Inúmeras redes já fazem pesquisas para conhecer o desejo de seus clientes. Para o futuro, a tendência é o autosserviço se especializar em serviços para atender cada vez melhor. Acredito que o novo site de SM fará tanto sucesso quanto a revista.” Os mercados perderam o balcão e abriram passagem para os clientes. Lojas familiares deram origem a redes nacionais e internacionais. O Brasil é um dos poucos Países que o autosserviço alcançou boa expansão dos formatos. Já vi clientes adotando ações propostas por SM, que conquistou confiança do público.” HUGUES GODEFROY Diretor de vendas da Sara Lee MOACIR SANINI Diretor executivo da Bertin “ L E A N D R O R O S S AT O Diretor de vendas da Mars Brasil DIVULGAÇÃO JOÃO DE FREITAS O autosserviço desempenhou papel significativo na mudança de comportamento de compra, com o aumento do sortimento e a segmentação das lojas. O setor ainda precisa evoluir no gerenciamento de categoria e na compreensão das necessidades do consumidor. E a revista Supermercado Moderno é parte desse processo.” 19 Estratégia Supermercado moderno • julho 2009 layouts InternacIonaIS dois exemplos de inovação N Por Sandra Cañada | [email protected] a China, um supermercado inovou ao integrar parte de sua área de vendas, dividida em dois andares, ao espaço comum do shopping center onde está localizado. No estado americano do Texas, uma loja foi criada especialmente para atender o público hispânico da região. Esses exemplos justificam o que o varejista brasileiro sabe bem: a localização das seções e o “caminho” traçado para o percurso do consumidor são decisões estratégicas para o sucesso do negócio. Na edição de agosto traremos mais um layout, SM publica plantas de supermercados com conceitos para inspirar o seu negócio. São duas lojas, uma dos Estados Unidos e outra da China, que privilegiam o cliente. o da rede americana Bloom, que traz percursos para quatro diferentes perfis de compras. Esses layouts mostram que é possível unir facilidade para o cliente com mais vendas para a loja. Os projetos foram desenvolvidos pelo escritório de arquitetura americano Api-Plus (www.apiplus. com), que atende varejistas do mundo todo e tem entre seus clientes redes como Whole Foods, WalMart e Sweetbay Supermarket. Juan Romero, presidente da ApiPlus, lembra que algumas redes ainda optam por layouts mais voltados às necessidades operacionais do que para as de seus clientes. E isso precisa mudar. Pesquisas feitas pela empresa mostram que o consumidor ao redor do mundo exige as mesmas coisas: agilidade no atendimento e uma boa relação custo-benefício, o que é pesado na escolha da loja. Por isso, a empresa desenvolve para seus clientes layouts que atendem tais necessidades. Caso do Carnival, nos EUA, e do Three Sixty, na China, cujos exemplos você encontra nas páginas seguintes. 20 | Estratégia | Supermercado moderno • julho 2009 layoutS Carnival Lojas são desenhadas para atender necessidades do público hispânico r e d e C a r n i va l número de lojas 25 Á r e a d e at uaç ão Norte do Texas empresa Controladora divulgação Minyard Food Stores Inc. (opera 58 supermercados, 32 farmácias e 13 postos de gasolina e emprega mais de 4.100 funcionários) A unidade padrão da rede tem um layout que confere bem mais espaço aos perecíveis. Ele abre à direita com hortifrútis e padaria, cujos produtos são de reposição frequente. D esde 2006 os consumidores hispânicos, residentes no Texas (EUA), contam com uma bandeira dedicada às suas necessidades: o Carnival Super Market, que pertence ao grupo Minyard Food Stores. A primeira loja foi inaugurada em Dallas, com um layout que valoriza as áreas de perecíveis e uma comunicação visual ‘mexicana’ com cores muito fortes. O sucesso da proposta pode ser medido pela expansão da bandeira. Hoje, são 25 unidades, o que representa 43% das 58 lojas operadas pelo Minyard. Para se ter uma ideia, apenas oito corredores da filial de Dallas correspondem à mercearia. Com 3.357 m2 de área de vendas e 28 mil itens disponíveis, a loja dedica a maior parte do espaço aos setores de perecíveis. Segundo a Api-Plus, escritório de arquitetura que desenhou o projeto , o público – 70% de origem hispânica – prioriza a compra de alimentos frescos. Juntas, as seções de carnes/peixaria, hortifrútis, lácteos, rotisseria e padaria/confeitaria respondem por 55% das vendas da loja, enquanto na média do mercado americano respondem por 41%. Já os congelados representam apenas 2% das vendas, contra a média de 7,2% . sortimento Especialidades mexicanas Outro trunfo da rede são as áreas de alimentos da culinária hispânica. Há, por exemplo, a Tortillería, que oferece tortillas – base da alimentação popular do México, 21 usada no preparo de pratos como o taco. Próximo ao setor ficam expostos complementos como guacamole. O layout também reserva espaço para uma Fruteria. Localizada entre a rotisseria e o hortifrútis, possibilita comprar frutas e verduras fatiadas. Nesse local também são vendidos refrescos, servidos como ponche. No México, essas bebidas são chamadas de águas frescas. Entre a Fruteria e a Tortillería, ficam 9 mesas de madeira que imitam as de picnic para quem deseja comer na própria loja. Esse espaço é chamado de Village Square. ComuniCação Visual Cores fortes ao gosto hispânico A ambientação do Carnival utiliza cores fortes nas paredes, no chão e até nas gôndolas. Os painéis de identificação das seções, por exemplo, são acompanhados de elementos que remetem à cultura hispânica. Os nomes são escritos em espanhol e, logo abaixo, traduzidos para o inglês. Na iluminação, o supermercado adotou um sistema que ajusta a luz interior e contribui para a redução de custos. Foram instaladas claraboias ao longo da área de não alimentos para armazenar e aproveitar a luz solar. eQuiPamentos e serViços Checkouts especiais só para perecíveis Para facilitar a identificação das seções, os expositores da Carnival divulgação são menores. Medem cerca de 1,62 m de altura, enquanto os de outras redes ficam em torno de 1,82 m. Também há checkouts específicos para agilizar a compra do consumidor. É o caso dos cinco caixas que atendem exclusivamente a padaria, refeições prontas, lanchonetes, peixaria e carnes. Quem vai à loja pode ainda usufruir de serviços como a MedXpress Clínica, que atende a preços populares pacientes sem seguro-saúde. Na entrada, antes da linha dos caixas, o espaço é alugado para lojas terceirizadas, como de joias. Outro exemplo é a Quinciñeria, especializada em itens para festas de 15 anos. O Carnival emprega na unidade de Dallas 250 colaboradores. Eles falam inglês e espanhol para garantir melhor atendimento aos clientes. Mai s i nforMações Carnival: www.carnivalsupermarkets.com a tortillería (acima) oferece das 4 h às 22 h as famosas tortillas – base da alimentação do méxico. Já a peixaria responde, com outras seções de perecíveis, por 55% das vendas de uma das lojas. as cores fortes caracterizam as 25 unidades da Carnival. 22 | Estratégia | Supermercado moderno • julho 2009 layoutS three sixty Supermercado na China é integrado à galeria comercial de um shopping center N trÊs entradas Facilitam as compras e evitam filas rede three sixty número de lojas 61 Á r e a d e at uaç ão Sudoeste da China o centro de beleza e saúde fica localizado no fundo da loja, para induzir o consumidor a percorrer boa parte da área de vendas center que abriga a loja em dois pisos, onde se localiza a galeria com lojas de roupas, entre outras. Um exemplo da junção de espaços é quando o cliente sobe pela escada rolante e sai direto na seção de hortifrútis, no terceiro piso. Ou quando encontra, no quarto andar, a praça de alimentação do Three Sixty. Os dois andares somam 2.137 m2 de área de vendas. empresa Controladora Dairy Farm (opera 4,6 mil outlets no mercado asiático e fatura US$ 7,7 bilhões/ano) No terceiro andar, o consumidor pode acessar o supermercado por três entradas, cada uma com checkouts para evitar filas. Carnes, peixaria e hortifrútis ficam entre os três acessos. Como são seções de maior fluxo, a ideia é facilitar a entrada e saída de pessoas. divulgação Esse projeto de arquitetura trabalha a junção de espaços e conta com três entradas. A estratégia é a de oferecer alimentação natural e orgânica aos consumidores. a loja do Three Sixty localizada em Hong Kong (China), algumas de suas seções se integram ao shopping no qual está instalada. Operada pelo grupo pan-asiático Dairy Farm, a loja se beneficia de um grande fluxo de consumidores. O supermercado fica no complexo Landmark, importante centro empresarial no coração de Hong Kong, formado por duas torres com 48 e 47 andares. Elas são interligadas pelo shopping 23 1° andar da loja seguindo tendência mundial, a loja chinesa também destina mais espaço para os perecíveis. a mercearia responde por cinco pequenos corredores. em vez de abrir mais espaço para produtos, a rede optou por uma diversificada praça de alimentação. afinal, o prédio onde a loja está instalada conta com duas torres de 47 andares cada. 2° andar da loja 24 | Estratégia | Supermercado moderno • julho 2009 layoutS three sixty divulgação Fácil acesso e agilidade no atendimento. Hortifrútis, peixaria e carnes, de alto giro, foram instalados na área que conta com duas entradas e vários checkouts. cremes naturais para tratamento do rosto e do corpo, além de produtos medicinais. Ao lado, profissionais especializados orientam os clientes sobre tratamentos e produtos do centro de beleza e saúde. Próximo ao setor, o consumidor encontra ainda a seção de vinhos, que fica praticamente no caminho até o centro de beleza. Praça de alimentação Pratos típicos do mundo todo a loja é a primeira na China com o conceito “saudável”. Em seu mix constam principalmente produtos orgânicos e naturais. Próxima à zona de checkouts C (veja a primeira planta na página anterior) está a padaria, localizada ao lado de uma parede de vidro com vista para a rua. Dessa forma, a variedade de pães e a beleza da seção atraem o público que circula pela área. A seção também pode ser vista por quem sobe a escada rolante do shopping, localizada na entrada principal do térreo. Já a iluminação foi pensada para transmitir a sensação de frescor dos produtos. Produtos de beleza Projeto leva cliente até o fundo da loja Ainda no terceiro piso, o centro de beleza e saúde (Wellness Center) foi instalado no fundo da loja para obrigar o consumidor a se deslocar até a área. Lá, é possível comprar No quarto andar, a rede mantém a praça de alimentação. À direita, o consumidor encontra a área de comida japonesa, a mais consumida pelo público local. À esquerda ficam os pratos frios, além dos sucos e cafés. E no centro, a culinária de outros países: burritos mexicanos, massas italianas, pizza e opções do oeste americano, como o roast-beef. Outro atrativo é a área de demonstração. Nela, todos os dias, os chefs de cozinha mostram como preparar os pratos. Os balcões desse espaço são mais baixos e curvados para que o público acompanhe os profissionais. E toda a preparação das receitas é transmitida ao vivo nos telões instalados no 3o andar. Sm Mai s i nforMações Three sixty: www.threesixtyhk.com 27 Estratégia Supermercado moderno • julho 2009 Produtos com selos Seu cliente paga mais por eles Pesquisa do Instituto Akatu aponta o crescimento do número de consumidores que observam os selos e certificações presentes nas embalagens dos produtos. Melhor: eles se dispõem a desembolsar até cinco vezes mais por esses itens. Por Bruno Dias | [email protected] O selo Procel informa que o produto consome menos energia. O da Fundação Abrinq garante que a empresa fornecedora valoriza ações em defesa da infância e da adolescência. Já o selo da da SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia) atesta os benefícios promovidos por biscoitos, margarinas e aveias à saúde do coração. Cada vez mais, os produtos vendidos na sua loja possuem alguma vantagem social, funcionalidade ou são feitos pensando nos recursos da cadeia produtiva. Eles tocam diretamente o cliente e você pode aproveitar suas qualidades para reforçar o caixa e melhorar a imagem do supermercado. Na mira dessa estratégia está o consumidor, cada vez mais sintonizado com as aspirações socioambientais e preocupado em conhecer a fundo as características dos alimentos que ingere. Segundo pesquisa do Instituto Akatu, feita em 2007, 32% dos entrevistados 28 | Estratégia | Supermercado moderno • julho 2009 produtoS com SeloS os selos diferenciam o produto e fazem com que o consumidor leve para casa atributos e valores, como qualidade, engajamento social e saúde atualmente, 107 produtos levam o selo da sBc que atesta os benefícios à saúde do coração reconhecem os selos nas embalagens dos produtos. Em 2003, essa participação era de apenas 19%. E mais: 37% declararam estar dispostos a pagar mais por produtos com selos voltados à preservação do meio ambiente. consciEntiZaçÃo Ela existe em todas as classes sociais Segundo Heloisa Torres de Mello, gerente de operações da Akatu, consumidores conscientes independem da idade e do grau de escolaridade e estão presentes em todas as classes sociais, embora ainda haja maior concentração nas classes A e B. Além de estarem atentas aos desejos dos consumidores, Francisco Rojo, consultor de varejo, destaca que as indústrias utilizam esses selos como forma de diferenciação em meio à grande diversidade de mercadorias. Dessa forma, o consumidor vai além da compra do produto e adquire juntamente os valores por ele transmitidos. atEstado dE saúdE Procura pelo benefício é grande Quem procura o coração vermelho nas embalagens tem certeza de que está levando um produto benéfico à saúde desse órgão vital. E a demanda não é pequena. Hoje, 40% dos brasileiros acima de 40 anos apresentam altas taxas de colesterol e 23% da população é composta por hipertensos. Seja por orientação médica ou preocupação pessoal, o selo da SBC é um dos mais conhecidos pelos consumidores. Atualmente são 107 produtos certificados e 20 na fila de espera. Criado por iniciativa da entidade, que reúne os cardiologistas brasileiros, o instrumento existe há 17 anos e é pioneiro entre as certificações concedidas das associações médicas. sELo do coraçÃo 96% dos médicos recomendam produtos Os produtos que recebem o selo da SBC são avaliados por um comitê científico formado por cardiologistas e nutricionistas que analisam a composição de nutrientes e suas indicações. Além do desenho do coração, há 13 frases que indicam as funcionalidades principais do produto, como Rico em fibras, Menor valor calórico por porção, entre outras. Para o médico Rui Ramos, diretor da entidade, a eficácia do selo é atestada pela força de sua recomendação entre os médicos. No último congresso da sociedade, realizado em 2006, 96% dos profissionais afirmaram que recomendam o uso dos alimentos certificados pela organização. São 12 mil associados que recebem informações sobre a certificação e inclusão de novos produtos pelo jornal e pela revista da SBC, além do portal da associação na internet. O principal motivo atribuído pelos médicos é a credibilidade e segurança que eles veem no selo. | Estratégia | Supermercado moderno • julho 2009 produtoS com SeloS além de alimentos com selo de saúde, o espaço Viver, do carrefour, reúne diet/ light, orgânicos e itens à base de soja tor Heitor Panzeri, do departamento de análise da associação, os testes utilizam normas internacionais adaptadas aos padrões de consumo dos brasileiros. O selo já estampa mais de 350 produtos, entre escovas, pastas, enxaguatórios, até balas e chicletes. Os produtos são revalidados a cada dois anos. DIVulGAÇÃo 30 orientar sobre saúde mostra que o supermercado se preocupa com o cliente, o que reforça a imagem São justamente esses valores que as empresas buscam para seus produtos. Caso da Nestlé, que atestou o selo da SBC na bebida à base de soja Sollys, nos biscoitos integrais Combina Com, no composto lácteo Molico ActiCol, entre outros. Para a multinacional, a aprovação de uma entidade científica garante aos consumidores e profissionais de saúde que se trata de um produto diferenciado desde seu conceito, apresentando teores adequados de nutrientes. A Quaker também utiliza o selo da sociedade em sua linha de aveias. O objetivo é reforçar a funcionalidade e os benefícios do produto na redução do colesterol, se consumido diariamente. A busca pela chancela de qualidade também acontece com os produtos voltados à saúde bucal. A ABO, entidade que congrega os dentistas do País, instituiu um selo na década de 1980. Segundo o dou- mais consUmo Supermercados podem ganhar mais Os varejistas também começam, aos poucos, a considerar essas informações na hora de compor o sortimento. “Hoje prezamos esses produtos no nosso mix, principalmente quando o atributo saúde faz parte do seu potencial”, comenta Oséias Vieira de Carvalho, gerente de compras dos Supermercados Palomax, com quatro lojas no interior de São Paulo. No entanto, o varejista atribui à indústria o papel de destacar esses valores para o público. “É importante que as empresas façam essas abordagens não só com o varejista, mas também com o consumidor”, reforça. Para Rojo, o varejo pode e deve aproveitar a divulgação desses atributos. “O fato de informar e orientar sobre saúde mostra que o supermercado tem preocupação com os clientes, um diferencial que traz ganhos à imagem de qualquer empresa”, destaca o consultor de varejo. 32 | Estratégia | Supermercado moderno • julho 2009 produtoS com SeloS Espaço da saúdE Nutricionistas orientam os clientes em suas compras Nas lojas voltadas ao público de maior poder aquisitivo e que concentram consumidores já identificados com as novas demandas, uma forma de valorizar essa informação nos produtos é reuni-los em uma única seção. Entre os gigantes, o Carrefour já utiliza essa estratégia no Espaço Viver. O projeto-piloto foi testado no ano passado em Brasília e lançado oficialmente em fevereiro deste ano em Porto Alegre. Segundo Fernando Del Grossi, gerente da área de Produtos e Qualidade da rede, além de promover o atributo saúde entre os consumidores, o Espaço serviu para evidenciar a marca própria da rede. Para isso, os principais investimentos foram em comunicação dentro da loja. Um pórtico identifica a seção, que ocupa 35 m² e está organizada em 25 gôndolas. Além de produtos com selos de saúde, a área reúne alimentos diet, light, à base de soja e orgânicos. A maioria dos itens é da indústria e 25% são da marca própria Carrefour. Orientação ao consumidor também foi outro ponto trabalhado no projeto. A seção conta ainda com uma nutricionista para atender os clientes e auxiliá-los em suas escolhas. rEdE nortE-amEricana Público queria identificar valores nutricionais facilmente Já entre o público mais popular e de menor renda, essa estratégia pode gerar a ideia de uma loja cara. No entanto, não significa que esse consumidor é menos atento à saúde, argumenta Rojo. “Para esses clientes, os selos devem ser uma forma de facilitar a escolha de produtos saudáveis”, afirma. O próprio supermercado pode montar o seu selo saúde, como fez a rede norte-americana Food Lion. Após entrevistar mais de três mil pessoas, a varejista descobriu que 84% dos respondentes utilizariam um sistema fácil de identificação de valo- DIVulGAÇÃo | 33 a Food Lion, dos Estados Unidos, indica a concentração de nutrientes dos produtos vendidos em suas lojas com estrelas res nutricionais. Por conta disso, os nutricionistas da empresa pesquisaram informações de mais de 35 mil itens. A partir desses dados, selecionaram e identificaram os produtos por sua qualidade nutricional com uma, duas ou três estrelas. Para montar o ranking, foram destacadas a alta concentração de vitaminas, fibras e minerais e a baixa ocorrência de colesterol, gordura trans, sal e açúcar adicionados. Sua loja pode começar identificando os produtos que já têm os selos, negociar melhores condições com os fornecedores e investir nos artigos da seção de hortifrútis. Sm Ma i s i n fo r Maçõ es : aBo: (11) 5083-4014 Carrefour: www.carrefour.com.br instituto akatu: (11) 3141-0177 nestlé: www.nestle.com.br Quaker: www.quaker.com.br sBC: (11) 3411-5511 35 Estratégia Supermercado moderno • julho 2009 Substituição tributária tire suas dúvidas Dois especialistas em Substituição Tributária respondem às principais dúvidas (e críticas) de supermercadistas de todo o País. Confira. V Por Viviane Sousa | [email protected] ocê ainda tem incertezas sobre a substituição tributária (ST)? Considera o sistema difícil de executar? Acredita que tem normas inconstitucionais? Pois saiba que não está sozinho. Desde que foi adotado e ampliado em alguns Estados, para melhorar a fiscalização do governo e reduzir a sonegação, o sistema tem gerado críticas. Também tem incomodado varejistas de regiões que poderão adotá-lo ou nas quais foram feitos os chamados Convênios e Protocolos ICMS. A maioria dos Estados já submete algumas mercadorias ao regime e São Paulo é o que mais tem feito acordos com outras unidades da Federação. Para você entender melhor esse sistema de tributação, Supermercado Moderno levantou as dúvidas de empresas de diferentes portes e localidades do País. Entre elas, Coop e Mambo (SP), Carvalho & Fernandes (PI) e Palato (AL). As respostas foram elaboradas pelo presidente e pelo secretário da Comissão Especial de Assuntos Tributários da OAB-SP, Walter Carlos Cardoso Henrique e Gustavo Dalla Valle da Silva. O resultado você encontra a seguir. | Estratégia | Supermercado moderno • julho 2009 ? 36 SubStituição tributária O IVA é o percentual médio de valorização do produto na cadeia comercial O uso do preço de pauta, por estimar o valor final de venda, pode apresentar distorções ? ? O ICMS ST não está abarcado no Simples Nacional. Por isso, deve ser recolhido em guia estadual separadamente. SM: Como funciona a cobrança da ST? vadas ao conhecimento do órgão fiscal para correção, podendo, em caso de insucesso, ser discutidas no Judiciário. A base da cobrança é a regra da presunção, e as formas de apuração do valor final da mercadoria são diversas. As mais comuns são a pauta fiscal VarEJiSTaS: Faz sentido utilizar o pree o IVA (Índice de Valor Agrega- ço de pauta para produtos primários do/Adicionado)/MVA (Margem (matérias-primas, insumos)? de Valor Agregado). TribuTariSTaS: O uso do preço No primeiro caso, o Fisco esta- de pauta, por estimar o valor final belece, mediante pesquisa, o valor de venda, pode apresentar distorfinal de venda, que corresponde a ções quando aplicado em itens uma média do mercado. Esse va- que serão empregados na produlor é divulgado em lista de preços ção industrial. (pauta fiscal) e serNa ponta inive de base para o cial da cadeia é dia cobrança recolhimento. fícil prever o rumo do icmS St é Por outro lado, que a mercadoria o IVA caracterizatomará. Muitas lefeita com base se pela divulgação, gislações estaduais na regra da pelo Fisco, do perretiram do regime presunção e centual médio de as mercadorias que, valorização da mersabidamente, serão nas formas de cadoria no transaplicadas na produapuração do correr da cadeia coção. Outros Estados preço fi nal da mercial, até o conestipulam formas de sumidor final. Para ressarcimento do mercadoria calcular o imposto valor pago a mais. devido, aplica-se esse percentual sobre o preço de VarEJiSTaS: Qual crédito deve ser utivenda (no caso do importador, lizado pelas empresas optantes do Sufabricante e produtor) ou sobre o per Simples? preço de compra, quando adqui- TribuTariSTaS: A alíquota consorida em outro Estado. lidada do Simples Nacional engloba o montante do ICMS devido pela micro ou pequena empresa, VarEJiSTaS: Por que alguns produtos têm o preço de pauta superior ao preço razão pela qual não se aplicam as regras de creditamento utilizadas praticado no mercado? pelas empresas não vinculadas ao TribuTariSTaS: O preço de pauta fiscal é elaborado pelo Fisco, se- regime simplificado. O ICMS ST não está abarcado gundo os critérios estabelecidos na legislação de cada Estado. As no Simples Nacional, devendo ser eventuais distorções devem ser le- recolhido separadamente, em guia TribuTariSTaS: 38 | Estratégia | Supermercado moderno • julho 2009 SubStituição tributária Muitos Estados não preveem ressarcimento do ICMS ST ? ? Os varejistas que se sentem prejudicados pelo não ressarcimento podem recorrer ao Judiciário estadual. O montante do ICMS ST equivale apenas à aplicação da alíquota sobre o que excede o valor da operação – no IVA ou na pauta de preço. A maioria dos Estados não prevê, em sua legislação, a possibilidade de ressarcimento do ICMS ST quando o preço de venda ao consumidor final for menor do que o percentual estimado. Mas também não VarEJiSTaS: Por que o débito relativo ao ICMS ST não pode ser compensado é exigido complemento na hipótese de venda final a um preço com alguns créditos? maior. Nos dois casos é o que TribuTariSTaS: A compensação entre créditos de natureza diversa chamamos de “tributação defi– no caso, ICMS ST e ICMS apu- nitiva”, algo sabidamente inconsrado pelo regime normal – depen- titucional, mas ainda em exame de de cada legislação estadual. A pelo Supremo Tribunal Federal (ADI 2777 SP, voimpossibilidade de tação empatada, compensação estiEm São Paulo, aguardando voto pulada em alguns com a edição final do Ministro Estados se deve ao Carlos Britto). fato de que o ICMS da lei nº 13.291, ST é recolhido em restringiu-se o guia e sob códigos VarEJiSTaS: Qual é ressarcimento próprios, não se a situação no Estado confundindo com de São Paulo? aos casos de o crédito escritural T r i b u Ta r i S Ta S : venda com preço do regime regular. No caso de São menor do que o Mas há EstaPaulo, até dezemdos que admitem a bro de 2008, havia presumido compensação, coa previsão legal de mo ocorre em São ressarcimento e Paulo, especialmente no pagamen- complemento em todos os casos. to do ICMS ST sobre o estoque Ocorre que, com a edição da Lei com crédito acumulado em perí- nº. 13.291, de 22.12.08, restrinodo anterior. No Estado, é permi- giu-se o ressarcimento aos casos tido ainda o abatimento de débito de venda preço menor do que o de regime regular. Isso com crédito presumido, porém quando o redecorrente de saída interestadual colhimento inicial tiver por base a de mercadoria já submetida ao re- pauta fiscal (não se aplicando ao gime da substituição tributária. IVA). Não é demais lembrar que aqueles que se sintam prejudiVarEJiSTaS: Por que foi proibido o ressarcimento do ICMS? Nossas mar- cados podem recorrer ao Judiciágens são menores do que o IVA da Subs- rio e lutar pelo afastamento da nova regra. tituição Tributária. TribuTariSTaS: 40 | Estratégia | Supermercado moderno • julho 2009 SubStituição tributária Várias situações envolvendo a ST exigem avaliação com base na lei de cada Estado ? ? Alguns produtos podem ser encontrados em uma ou mais categorias ? Em São Paulo, a entrada de mercadoria de outro Estado obriga a recolher o ICMS referente à substituição tributária sumidor final entre os produtos gar ST sobre o valor de um produto que destinados à limpeza e os aplicados a tintas e vernizes. chega do fornecedor com desconto? A única forma de solucionar TribuTariSTaS: A legislação nacional (geral) estabelece que os a questão é levando o problema descontos concedidos mediante ao Fisco para alterar a legislação. condição (exemplo: compra de Eventualmente, constatada a pecerta quantidade ou compra vin- culiaridade da situação do conculada a determinada forma de tribuinte, a Secretaria da Fazenda pagamento) não podem ser abati- poderá editar um regime especial, dos do preço para fins de cálculo com a criação de deveres auxiliares padronizados para ambas as do ICMS regular ou ST. As observações acima são de mercadorias (válidos apenas para cunho geral, não afastando a ne- o contribuinte solicitante do regicessidade de serem avaliadas as ca- me). Essa observação é de cunho geral e não afasta racterísticas pecua necessidade de liares de cada caso. descontos avaliação das caconcedidos nas racterísticas do VarEJiSTaS: Antes o MVA era único para negociações com caso, em face da legislação estadual. qualquer produto. AgoVarEJiSTaS: Por que a loja precisa pa- ra, cada produto tem um MVA. Por quê? T r i b u Ta r i STa S : o fornecedor não podem ser abatidos do preço para fins de cálculo do ICMS regular ou ST Em que pese trazer consigo a necessidade de maior cuidado e trabalho, o tratamento das mercadorias em maior número de classificações torna o sistema mais justo e próxismo da realidade. Resta saber se isto está sendo alcançado e questionar em caso negativo. VarEJiSTaS: Alguns produtos podem ser encontrados em uma ou mais categorias. A água sanitária é um exemplo. Está em limpeza e em tinta e verniz. Por quê? A diferença de tratamento deve ser fruto da diversidade de preços de venda ao con- TribuTariSTaS: SM: É cobrado algum tributo do varejista quando ele decide trocar ou devolver mercadorias de distribuidoras fora de São Paulo? T r i b u Ta r i STa S : A devolução de mercadorias torna insubsistente o fato presumido, em razão do qual houve o recolhimento do ICMS ST. No caso de São Paulo, a entrada de mercadoria vinda de outra unidade da Federação obriga o destinatário paulista, na entrada da mercadoria, a recolher o ICMS devido por substituição. Caso não venha a ocorrer a venda em território paulista, o imposto recolhido revela-se inde- 42 | Estratégia | Supermercado moderno • julho 2009 SubStituição tributária ? É possível encontrar a relação dos produtos da ST no site de cada secretaria vido, conferindo ao contribuinte o direito de ressarcir-se do pagamento. Em São Paulo o contribuinte pode fazê-lo por crédito escritural ou por ressarcimento junto à Secretaria da Fazenda, procedendo conforme a Portaria CAT 17/1999 (e alterações). SM: Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) – órgão que reúne os secretários estaduais de Fazenda, legitimados a entabular normas de interesse coletivo, por meio de “Convênios ICMS” ou “Protocolos ICMS”. A consulta pode ser feita no site eletrônico do Conselho (www. fazenda.gov.br/confaz). Como posso saber se meu Estado tem convênio com São Paulo? Se tiver, SM: Onde é possível encontrar a relação como sou afetado pela ST? Há uma lista dos produtos que estão na ST? desses Estados? TribuTariSTaS: A substituição tributária pode ser entabulada, em conjunto, por mais de uma unidade da Federação. A veiculação das regras conjuntas é feita no âmbito do TribuTariSTaS: As mercadorias sujeitas à substituição tributária, bem como as regras do cálculo do IVA e a pauta fiscal devem constar, expressamente, da legislação de cada Estado, divulga- | 43 das, em geral, no site eletrônico de cada secretaria. SM: Como funciona a ST de mercado- rias que estão no estoque das lojas? TribuTariSTaS: Normalmente, os Estados estabelecem a tributação dos estoques. Os estabelecimentos calculam e recolhem o ICMS ST das mercadorias que detêm em estoque. Feito isso, procedem à saída sem tributação, na mesma situação que as mercadorias de fabricantes e importadores. Em função do alto montante do tributo devido, é comum a concessão de prazo longo e forma de pagamento parcelada. É sabido que tal regra de transição tem sua validade questionável, especialmente por tratar como responsável aquele que, pelo novo regime, não teria tributo a recolher. É questionável ainda por tributar antes da própria realização do fato, que daria ensejo ao tributo. O ICMS envolve a necessária operação comercial, sendo o estoque conceito estranho a essa incidência. É importante avaliar se a regra foi criada de maneira legítima, questionando-a, se for o caso, perante o Poder Judiciário. Sm Mai s i nforM ações: oaB-sP: (11) 3244-2013 Os Estados normalmente cobram ICMS sobre as mercadorias em estoque ? Categoria Supermercado moderno • julho 2009 uma obe Bebida de soja e refrigerante as 44 r t ca i , a o u Estudo da Nielsen revela: em 2008, o sortimento das duas categorias cresceu. Em bebida de soja, a saturação do mix fez a receita cair, enquanto em refrigerantes elevou as vendas. Entenda por quê. B Por Alessandra Morita | [email protected] ebidas à base de soja e refrigerantes tiveram aumento no número médio de itens por loja em 2008. No primeiro caso, a alta média foi de 26% e, no segundo, de 10%. No entanto, para cada item introduzido nessas categorias, o impacto nos resultados da cesta de bebidas foi diferente. Em bebida de soja, o aumento do sortimento respondeu de forma negativa, enquanto em refrigerantes contribuiu para que a receita da seção subisse. A conclusão é de um estudo da Nielsen com base na ferramenta Assortman, um software que trabalha com modelos estatísticos e avalia a eficiência de sortimentos. O levantamento das bebidas envolveu lojas da Grande São Paulo. É possível analisar o sortimento praticado por cada loja mensurando o que acontece com as vendas a partir da introdução de novos SKUs em uma categoria. O Assortman aponta se esses itens causaram perda ou aumento de faturamento em diversos níveis: na categoria, no departamento, na loja e até na rede. “Medimos a capacidade do item incluído de gerar ou não vendas adicionais, ou seja, de criar uma procura do consumidor pela categoria”, explica Ana Carolina Lui, responsável da Nielsen pelo Assortman para a América Latina. Segundo ela, o varejista nem sempre se dá conta de que a decisão de aumentar o espaço de uma categoria pode prejudicar o desempenho de outra. A partir da próxima página, você analisa o impacto da introdução de SKUs em refrigerantes e bebidas de soja. O importante é considerar os dados sob a ótica do seu negócio. Convém lembrar ainda que as conclusões do estudo podem ser diferentes dependendo da rede ou da região de atuação. Diante da inclusão de um item na categoria de refrigerantes, houve aumento nas vendas da cesta de bebidas por semana/loja. Já em bebida à base de soja o resultado foi negativo. A indústria de refrigerantes lançou embalagens diferentes, bem aceitas pelo público. Já a indústria de bebida de soja não trouxe nada novo em relação ao que já existe no mercado. TIPO DE LOJA Hipermercados supermercados médios supermercados pequenos CATEGORIA EVOLUÇÃO DAS VENDAS SEMANAIS COM INCLUSÃO DE UM ITEM* R$ 37,8 Refrigerante R$ 172,3 Bebida de soja Bebida de soja Refrigerante ai, a o u t ra o QUe aconteceU com o soRtImento em 2008 (% de aumento médio do número de SKUs por loja) reFriGeranteS R$ 40,8 Refrigerante uma c so ReFRIGeRantes eLevam as vendas. BeBIdas À Base de soJa, nÃo. be | 45 12% R$ 77,3 10% R$ 14,8 9% R$ 53,3 Bebida de soja o mIX IdeaL A ferramenta Assortman, que serviu de base para o levantamento, trabalha com modelos estatísticos capazes de simular o sortimento ideal para cada categoria. Isso a fim de incrementar o faturamento da cesta de bebidas. Compare o mix praticado e o sugerido. reFriGeranTeS Mix praticado (nº de SKUs por loja) Mix ideal (nº de SKUs por loja) Nº de SKUs adicionais Hipermercado Supermercado pequeno 138 106 66 150 126 82 12 20 16 bebida de SoJa Mix praticado (nº de SKUs por loja) Mix ideal (nº de SKUs por loja) Nº de SKUs para exclusão 98 57 26 88 45 21 10 12 5 Supermercado médio Hipermercado Supermercado médio Supermercado pequeno BeBida À BaSe de SOJa 34% 20% 24% Hiper Supe Supe Bebid Hiper Supe Supe ipermercado upermercado médio upermercado pequeno Hiperm Superm Superm Bebida Hiperm Superm Superm 46 | Categoria | Supermercado moderno • julho 2009 bebidaS Bebida de soja Excesso de versões prejudicou vendas O joão de Freitas Para acomodar novos fabricantes e novas versões, o varejista reduziu espaço de alguns itens e até de outras categorias, com prejuízo para a seção de bebidas bebidas por loja. Nos supermercados médios (10 a 50 checkouts), a queda foi de R$ 77,3/semana/loja, enquanto nos hipermercados (acima de 50 checkouts), a retração atingiu R$ 172,3. Para Ana Carolina Lui, da Nielsen, no ano passado, o mix ganhou sabores e versões diferentes, além de fabricantes que não atuavam na categoria. Para acomodar essas novidades, diz a executiva, uma das alternativas adotadas pelos supermercadistas foi reduzir espaço de outros produtos. “Essa adaptação ocorreu inclusive em outras categorias dentro da seção”, lembra. Quando uma categoria tem o espaço diminuído, a loja corre o risco de enfrentar falta de um produto se a reposição não acompanhar o giro. Resultado: queda de faturamento. Outra possibilidade é algum item ter o número de frentes reduzido drasticamente, o que faz com que passe despercebido pelo consumidor. Ou seja, ele não realiza a compra. O estudo também afunilou a análise para dentro da categoria de bebida à base de soja. Nesse caso, identificou queda nas vendas diante da introdução de novos SKUs. sortimento de bebida de soja no autosserviço precisa ser reavaliado, pois há um número excessivo de itens. Essa é uma das conclusões do estudo da Nielsen feito com lojas da Grande São Paulo. Segundo a ferramente Assortman, a introdução de SKUs na categoria já não está gerando acréscimos em vendas para a cesta de bebidas. Cada item introduzido em 2008 nas lojas estudadas provocou queda na receita total da cesta de bebidas. Entre os supermercados pequenos (até 10 checkouts), a entrada de novos SKUs levou a um prejuízo semanal de R$ 53,3 na cesta de desde que a Unilever lançou o ades, surgiram várias marcas e versões. Bom para o consumidor, mas complicado para o varejo. 48 | Categoria | Supermercado moderno • julho 2009 bebidaS a inclusão de lançamentos só gerou vendas adicionais nos hipermercados Esse prejuízo, por sua vez, foi causado pelo excesso de itens do segmento saborizado. É justamente nele que foram mais intensas as introduções no ano passado. “É bom lembrar que, muitas vezes, a presença de um novo item faz com que o consumidor troque uma versão mais cara por outra mais barata”, lembra a gerente da Nielsen. O pO rt u ni dade 1 S egundo o estudo da Nielsen, as bebidas de soja originais deram contribuições positivas para a categoria. Entre as versões regulares, praticamente todos os tipos de marcas vêm gerando resultados positivos nos três formatos de lojas avaliados. Nos estabelecimentos menores, foram as marcas próprias que contribuíram com receita adicional maior: R$ 46,4/semana. Entre os supermercados médios, as marcas primeiro preço tiveram o melhor resultado, gerando acréscimo de R$ 51,7. Nos hiper, foram também as marcas de menor preço que contribuíram com aumento semanal de R$ 99,7. “Há mais interesse do shopper pela bebida original, explica Ana Carolina, da Nielsen. Não é à toa que a Unilever relança neste mês sua linha original. Ela passará a ter o mesmo teor de cálcio do leite – 240 mg para cada porção de 200 ml – e igual quantidade de vitaminas, ácido fólico e zinco. O segmento original representa 27,5% do volume de bebida de soja, também de acordo com dados da consultoria Nielsen. Em média, cerca de 70% dos consumidores das versões originais têm acima de 41 anos. A maior concentração, porém, está entre as pessoas com mais de 56 anos. Quase a metade do público dessa versão encontra-se nas classes sociais com maior poder aquisitivo. joão de Freitas Segmento original Impacto nas vendas de onde vem o prejuízo Olhando ainda mais fundo, o Assortman apontou o que aconteceu dentro do segmento de bebida de soja regular saborizada. Ele foi prejudicado pela inclusão de marcas básicas – preço abaixo da média da categoria – e de lançamentos. Nos supermercados pequenos, cada inclusão de um SKU de marca básica contribuiu para uma queda de R$ 7,7 por semana/loja no segmento regular com sabor. Nas unidades médias, a queda foi de R$ 9,5 e nos hipermercados, de R$ 49,8. Para entender por que as marcas básicas contribuíram negativamente, Ana Carolina explica que nos hipermercados e nos supermercados pequenos a marca própria foi bem sucedida, gerando acréscimos positivos de vendas sempre que um item entrou no sortimento. “Tanto a básica quanto a marca própria oferecem uma proposta de preço baixo. E o consumidor preferiu a segundo opção”, afirma. Convém lembrar que a marca própria tem sido fomentada principalmente pelas maiores redes. Já a inclusão de lançamentos no segmento regular com sabor gerou vendas adicionais apenas nos hipermercados. Nesse canal, a alta semanal foi de R$ 48,2 por loja. Já nas lojas menores, a queda na receita semanal, pela inclusão de um novo produto, foi de R$ 26,8 e nos médios, de R$ 21,8. De acordo com Ana Carolina, os lançamentos não estão gerando interesse do consu- 50 | Categoria | Supermercado moderno • julho 2009 bebidaS Segmento diet/light O levantamento da Nielsen traz boas notícias para as versões diet/light da bebida à base de soja regular saborizada. O destaque fica para as marcas premium – preço acima da média da categoria. Nos supermercados menores, elas geraram aumento de R$ 27,3/semana/loja, sempre que um novo item foi introduzido. Nos médios, o acréscimo foi de R$ 37,8 e nos hiper, de R$ 54,7. Para Ana Carolina, da Nielsen, os diet/light são produtos de nicho e, por isso, geram maior faturamento, embora o volume ainda não seja tão grande. Alessandro Guerra, da Cocamar, acredita que os principais shoppers das versões são mulheres, com mais de 25 anos, das classes A e B, público que responde por 70% das vendas da empresa no segmento. Na Shefa, os produtos respondem por 15% das vendas. Para a Unilever, o mercado diet/light ainda pode se desenvolver mais. midor. E uma das razões é que boa parte das inclusões foi de produtos semelhantes aos que já havia no mercado, ou seja, com poucos diferenciais. É nisso que Unilever, Cocamar e Shefa acreditam. pRodUtos dIFeRentes entenda o que atrai novos consumidores Segundo esses fabricantes, seus produtos se destacaram porque ofereceram opções diferenciadas ao consumidor. A Unilever, por exemplo, continua apostando em inovações. Entre os lançamentos do ano passado, estiveram as versões cítricas de Ades e o Ades Nutrikids, para o público infantil, cujo apelo é a presença de cálcio, Um dos trunfos da Unilever, para mostrar o diferencial de sua marca ades, foi o lançamento dos sabores cítricos em 2008 dario de Freitas O pO rt u ni dade 2 vitaminas e ferro nas mesmas quantidades que o leite. “Nosso trunfo foi trazer para o consumidor qualidade e benefícios à saúde”, afirma Shelida Barsella, gerente de desenvolvimento de mercado da empresa. A marca Purity, da Cocamar, aponta como diferencial o fato de ser uma das poucas produzidas à base de extrato de soja. “Isso proporciona melhor sabor e qualidade ao produto”, afirma Alessandro Guerra, coordenador de marketing da indústria. Já a Shefa se respalda, entre outros fatores, nos sabores que considera diferentes em relação ao mercado: lichia, romã e morango com kiwi. As três empresas, no entanto, ressaltam que o mercado de bebida de soja foi um dos que mais cresceram no ano passado. De fato, em 2008, a categoria registrou alta de 23% no autosserviço em faturamento e de 20% em volume, segundo dados Nielsen. Ana Carolina explica que o estudo não indica queda no volume do mercado, mas avalia a eficiência do mix de um grupo de lojas. “É natural que ao aumentar, por loja, o mix de bebida à base de soja, a categoria apresente crescimento. Esse aumento, porém, pode acontecer em detrimento de outra categoria que gerava um faturamento adicional superior para a cesta de bebidas”, conclui. Mai S i nfoRMaçõeS CoCaMaR: (44) 3221-3069 nielSen: (11) 4613-7000 SHefa: (19) 3907-9700 UnileVeR: www.unilever.com.br 52 | Categoria | Supermercado moderno • julho 2009 bebidaS Refrigerantes Entrada de itens melhora desempenho Com a inclusão de SKUs na categoria, a cesta de bebidas cresceu. Nas lojas pequenas, a alta foi de R$ 14,8 por semana/loja. Nas médias, de R$ 40,7. E nos hiper, de R$ 37,8. E stimular o crescimento de refrigerantes não é tarefa fácil. Ainda assim, no ano passado, a introdução de SKUs na categoria conseguiu gerar vendas adicionais para o departamento de bebidas, conforme mostra o estudo da Nielsen com o software Assortman. O levantamento, realizado na Grande São Paulo, revela que, diante da inclusão de SKUs na categoria, a cesta de bebidas cresceu. Nas lojas pequenas, o au- mento foi de R$ 14,8 por semana/ loja. Entre as lojas médias, houve um incremento de R$ 40,7 e nos hipermercados, de R$ 37,8. “Em 2008, foram introduzidas novas embalagens para atender necessidades específicas dos shoppers”, afirma Ana Carolina Lui, gerente da Nielsen. Em outras palavras: essas novidades incentivaram o consumo, evitando canibalização entre os itens. A executiva cita as embalagens retornáveis de | 53 1,5 litro e as de 3 litros ou mais. Evandro Tavares, diretor de contas nacionais da Coca-Cola, concorda. “Novidades favorecem a categoria quando oferecem propostas de valor em nichos de mercados não atendidos”, afirma ele. “Algumas estratégias de embalagens diferenciadas, como litragem e packs, estimulam o shopper a comprar um produto que normalmente não levaria”. O estudo também avaliou o desempenho das garrafas PET em diversos segmentos. Um deles é o de cola regular. O segmento contribuiu com giro rápido e vendas adicionais quando um novo SKU foi introduzido. A principal contribuição veio de marcas premium. A cada item introduzido em lojas pequenas houve um acréscimo nas vendas de R$ 204,3/semana/ loja. Nas médias, de R$ 255,3, e nos hipermercados, de R$ 336,3. Para Tavares, da Coca-Cola, esse resultado é fruto, sobretudo, da movimentação das indústrias para tornar suas marcas premium mais acessíveis. “Isso está sendo feito com diferentes pontos de preço e diversificação de embalagens”, explica o executivo. Sm Mai S i nfo RMaçõ eS CoCa-Cola: www.cocacolabrasil.com.br nielSen: (11) 4613-7000 as novas embalagens de 1,5 e de 3 litros ou mais favoreceram a categoria por atender novos nichos de mercado 55 Categoria Supermercado moderno • julho 2009 Sabonete líquido oito vezes mais rentável Segmento cresce mais de 15% ao ano e, se bem exposto, pode elevar faturamento e lucratividade da seção de higiene e beleza dario de Freitas De alto valor agregado, os sabonetes líquidos merecem espaço privilegiado na gôndola, como exposição à altura dos olhos N Por Fernando Salles | [email protected] os últimos três anos, o mercado de sabonetes líquidos cresceu mais de 50% em volume. Hoje, esse segmento já representa quase 11% do faturamento da categoria, informa a Colgate-Palmolive com base em dados Nielsen. Em números absolutos são mais de R$ 210 milhões em vendas por ano, três quartos desse valor comercializados em super e hipermercados. O potencial para o futuro é ainda maior, uma vez que as versões líquidas estão presentes em apenas 11% dos lares brasileiros, segundo a Unilever, dona das marcas Lux Gotas de Beleza e Dove. Incentivar a migração das consumidoras para as versões líquidas é, portanto, uma iniciativa interessante para aumentar a rentabilidade da categoria em sua loja. Quem confirma é Walter Faria, vice-presidente de vendas da Colgate-Palmolive. Com base em levantamento feito a partir das marcas que a empresa 56 | Categoria | Supermercado moderno • julho 2009 Sabonete líquido ve. Um banho mais prazeroso e relaxante, uma maior percepção de hidratação da pele e uma fragrância que permanece por mais tempo são alguns desses aspectos. Ao analisar o público consumidor de sua linha de sabonetes líquidos, a Unilever fez constatações semelhantes. Percebeu também que o produto é muito procurado por mulheres bem-sucedidas, informadas e seguidoras de tendências. Ou seja, são consumidoras que fazem absoluta questão de se sentirem bonitas e que gostam de chamar a atenção. Justamente por trazer consigo atributos como esses, a subcategoria de sabonetes líquidos tem conquistado um número crescente de adeptas nos últimos anos. Ainda há, no entanto, uma importante parcela de mulheres que reluta em aderir ao cosmético. Segundo a Unilever, uma das razões é a crença de que os sabonetes líquidos duram pouco. Para a empresa, o uso frequente desfaz essa impressão, já que, ao incorporar o produto ao dia a dia, a consumidora passa a adequar a quantidade utilizada às suas necessidades, evitando desperdícios. produz, o executivo informa que as versões líquidas são até oito vezes mais rentáveis se comparadas aos sabonetes em barra. PÚBLICO Mulheres jovens são maioria Empresas multinacionais como a Unilever e a Colgate têm apostado no segmento EXPOSIÇÃO reserve 30% da gôndola joÃo de Freitas Com alto potencial de crescimento, os sabonetes líquidos ainda estão presentes em apenas 11% dos lares brasileiros Pesquisas desenvolvidas pelo instituto Latin-Panel e pela agência de publicidade Young & Rubicam mostram o perfil de quem consome o produto. Em geral, são mulheres com idade entre 15 e 34 anos, sobretudo das classes A e B. Elas são atraídas por alguns fatores racionais, como qualidade, inovação e o fato de o produto ser mais higiênico, uma vez que as embalagens permitem contato apenas com a quantidade do produto a ser utilizada. Mas quem opta por consumir sabonetes líquidos valoriza também aspectos emocionais e sensoriais, garante a Colgate-Palmolive, responsável pelas marcas Protex e Palmoli- A experimentação do produto, portanto, levará uma parcela maior de consumidoras a se interessar por esse rentável segmento da seção de higiene e beleza. E cabe à sua loja incentivá-las a co- 58 | Categoria | Supermercado moderno • julho 2009 Sabonete líquido dario de Freitas nhecer um produto que já está no foco das ações de marketing desenvolvidas pela indústria. Segundo fabricantes, o melhor a fazer é garantir uma exposição privilegiada aos sabonetes líquidos. A Unilever recomenda utilizar displays e pontas de gôndola como alternativas para chamar a atenção das clientes e elevar as vendas do segmento. A empresa sugere ainda o cross merchandising com outros itens de higiene pessoal, para incentivar a compra Por serem mais rentáveis, os sabonetes líquidos podem ser alocados no início do fluxo da seção, de preferência na vertical | 59 por impulso. A iniciativa é especialmente importante para apresentar o produto a mais pessoas, lembrando que boa parte das consumidoras que experimenta sabonetes líquidos pela primeira vez passa a incluí-los em sua lista de compras. Já a Colgate-Palmolive lembra que em toda a categoria de sabonetes, 79% das decisões de compra ocorrem em frente à gôndola, índice bem superior à média da seção de higiene pessoal, de 40%. É fundamental, portanto, valorizar a exposição no ponto natural. O ideal, segundo recomendação da fabricante, é que os super- mercadistas exponham as versões líquidas no início do fluxo da gôndola, de preferência em posição vertical. Ainda segundo a Colgate-Palmolive, deve ser reservado espaço de pelo menos 30% da gôndola para os sabonetes líquidos. “A ideia é incentivar a interação da shopper com os produtos dessa subcategoria, o que, além de trazer ganhos em rentabilidade, trará oportunidade para o varejista aumentar o tíquete médio”, comenta Walter Faria, vice-presidente de vendas. Sm MAI S I NFORMAÇÕES COLGATE-PALMOLIVE: www.colgate.com.br UNILEVER: www.unilever.com.br 79% das compras de sabonetes são decididas em frente à gôndola 62 | SUPERMERCADO MODERNO • JULHO 2009 MEGAMERCADO DI VU LG AÇ ÃO Clientes Bertin poderão rastrear origem da carne DEPOIS DAS TRÊS MAIORES redes do autosserviço vetarem a compra de carnes oriundas de fazendas que desmatam a Amazônia, a Bertin decidiu abrir seu sistema interno de rastreabilidade. Com número de cadastro e da nota fiscal de compra na mão, basta acessar o site www.bertin.com.br para saber o nome da fazenda e do proprietário fornecedor da carne a ser entregue na sua loja. O passo seguinte é checar nos sites do Ibama (http://siscom.ibama.gov.br/geo_sicafi) e do Ministério do Trabalho (www.tem.gov.br/trab_escravo/cadastro_trab_escravo.asp), para ter certeza de que o produto não vem de áreas embargadas ou de fazendas que utilizam práticas repugnantes como o trabalho escravo. MM INTERNET NO BRASIL Pessoas com acesso: 44,5 MILHÕES Usuários ativos: 34,5 MILHÕES Tempo conectado: 40 HORAS E 41 MINUTOS/MÊS FONTE: IBOPE NIELSEN ONLINE - DADOS DE ABRIL/2009 A INTERNET NÃO PARA de ganhar importância como canal de vendas. Levantamento da consultoria e-bit mostra que o comércio eletrônico movimentou R$ 2,9 bilhões nos três primeiros meses do ano, uma alta de 24,6% em relação a 2008. Outra pesquisa da consultoria revela que entre os consumidores que compraram pelo menos um item pela web em abril, 86,3% aprovaram a experiência. O índice supera até resultados de países onde o comércio online é mais consolidado: no EUA, por exemplo, o índice de satisfação é de 82%. MM Osram destaca preocupação com sustentabilidade em nova promoção A FABRICANTE DE LÂMPADAS OSRAM desenvolveu uma campanha promocional, voltada ao consumidor final, para destacar sua preocupação com a sustentabilidade. Para isso, criou um kit com três lâmpadas do tipo Halógena Energy Saver Classic, que reduzem em até 30% o consumo de energia elétrica. Ao comprar o kit “Eco Mascote Osram”, o consumidor leva um urso polar de pelúcia, novo mascote da marca. A ideia é associar a imagem do urso polar, uma das espécies que mais sofrem com o aquecimento global, aos produtos ecologicamente responsáveis da empresa. As embalagens trazem ainda um cartão-postal para que os consumidores concorram a luminárias da empresa e a eletrodomésticos que consomem pouca energia. O sorteio ocorre no dia 20 de agosto. MM DIVULGAÇÃO Comércio eletrônico atinge 86% de aprovação DIVULGAÇÃO Del Valle investe para ser a “Coca-Cola” dos sucos A COCA-COLA INTEGROU todo o seu portfólio de sucos prontos sob a marca Del Valle, cuja imagem já está consolidada entre os consumidores da categoria. Com a mudança, Minute Maid Mais passa a se chamar Del Valle Mais e Kapo recebe o nome de Del Valle Kapo. O portfólio vai incorporar 28 produtos, entre néctares, bebidas de frutas e de soja e achocolatados, incluindo a nova linha Del Valle Frut, voltada ao público jovem. MM 65 Categoria SUPERMERCADO MODERNO • JULHO 2009 Por Viviane Sousa | [email protected] Manual de peixes ESTIMULE AS COMPRAS A carne branca e leve dos peixes é rica em proteínas, vitaminas e outros nutrientes, o que a torna uma das mais completas e saudáveis. Apesar dessas qualidades seu consumo ainda é baixo. A média por pessoa não passa de 7 kg por ano, enquanto o ideal, segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), seria de 12 kg. Esse cenário, entretanto, deve mudar. A crescente preocupação do público com uma vida mais saudável somada aos projetos do governo federal, como a Semana do Peixe e o Plano Mais Pesca e Aquicultura, prometem aumentar a produção do alimento em 40% e elevar seu consumo per capita para 9 kg/ano até 2011. Isso segundo Abrão Oliveira Neto, coordenador da Secretaria da Pesca e Aquicultura (Seap). Nas próximas páginas, você conhecerá Os peixes frescos garantem margem de 20% a 30%. E seu consumo per capita deve crescer 2 kg/ano até 2011. Entenda a categoria e incentive o consumo. melhor as principais espécies, para saber oferecê-las ao seu consumidor. Marcelo Malta, da FMU, Licinia de Campos, nutricionista, e as redes Giassi, Modelo, Pato Branco, Rio Branco, Pão de Açúcar e WalMart foram as fontes ouvidas por SM. Alguns dados são da Seap, do Ibama e do Conselho Nacional de Pesca e Aquicultura (Conepe). Para saber mais sobre os projetos do governo, acesse www.presidencia. gov.br/estrutura_presidencia/seap/. JOÃO DE FREITAS 66 | Categoria | SUPERMERCADO MODERNO • JULHO 2009 MANUAL DE PEIXES TIL ÁPIA JOÃO DE FREITAS REGIÃO SUDESTE C AÇ ÃO TIPO DE ÁGUA SAL MÃO Salgada TIPO DE ÁGUA CARACTERÍSTICAS DA Doce e salgada ESPÉCIE TIPO DE ÁGUA CARACTERÍSTICAS DA Doce ESPÉCIE Todo o salmão consumido no País vem praticamente de criações do Chile. Sua coloração externa não é tão rosada quanto a das espécies selvagens porque são alimentados com ração e não com camarões, cujo pigmento astaxantina é responsável pela coloração característica da espécie. Na vida selvagem, os salmões que vivem no Oceano Atlântico voltam à água doce para reprodução. Nas criações do Chile, eles chegam a quase 1 m de comprimento e mais de 5 kg. CARACTERÍSTICAS DA ESPÉCIE Nativa do continente africano e da Ásia Menor, a tilápia chegou ao Brasil na década de 1950 e hoje é um dos peixes mais importantes da aquicultura nacional. Há cerca de 100 tipos. A tilápia do Nilo, que tem corpo arredondado e cor cinza, pode chegar a mais de 1 kg e é uma das mais cultivadas no País. A espécie já ganhou alguns híbridos, como a tilápia Vermelha e o Saint Pierre ou Saint Peter, que têm valor comercial maior. CARACTERÍSTICAS DA CARNE Saborosa e geralmente gorda. A cor vai do rosa-claro ao rosa-alaranjado. Tem grande quantidade de proteínas e ômega-3. É muito utilizada na culinária japonesa para produção de sashimi. CARACTERÍSTICAS É o filhote de tubarão. Os tipos Anjo e Azul são os mais apreciados. O primeiro tem corpo achatado e a boca na ponta do focinho. As nadadeiras peitorais são largas e separadas da cabeça. Parecem com asas. Sua coloração é cinza e amarronzada com manchas. Pode atingir 2 m de comprimento e 30 kg. Já o tipo Azul, o mais abundante, tem corpo alongado, liso, com focinho comprido. As barbatanas peitorais têm a forma de foice, são estreitas, compridas e agudas. Pode atingir 4 m de comprimento. Os dois tipos têm couro duro. CARACTERÍSTICAS DA CARNE Clara, magra, adocicada, levemente úmida e de boa consistência DA CARNE DIVULGAÇÃO Branca, magra, firme e macia. Seu filé não tem espinhas. TIPO DE CORTE MAIS COMUM TIPO DE CORTE MAIS COMUM Filé e posta Filé e posta MODOS DE PREPARO Grelhado, assado no forno ou na brasa, frito ou cozido DARIL DE FREITAS MODOS DE PREPARO Assada, grelhada, ensopada ou frita TIPO DE CORTE MAIS COMUM Filé e posta MODOS DE PREPARO Ensopado, ao forno, assado ou grelhado. Muito usado em moqueca. 68 | Categoria | SUPERMERCADO MODERNO • JULHO 2009 MANUAL DE PEIXES REGIÃO SUL TIPO DE ÁGUA TAINHA Salgada e salobra TIPO DE ÁGUA CARACTERÍSTICAS DA Salgada ESPÉCIE CARACTERÍSTICAS DA ESPÉCIE Tem escamas grandes e corpo alongado e cilíndrico. Boca grande ou pequena dependendo de cada região e tipo. Nadadeira caudal furcada (em forma de forquilha). A coloração é prata-azulado e o dorso é mais escuro. O tamanho também varia. A Mugil brasiliensis e a Mugil cephalus são as maiores e mais comuns. Podem chegar a 1 m de comprimento e 10 kg. A Mugil liza também é comum, mas seu tamanho é menor. Há mais de 10 tipos de tainha. Corpo alongado, comprimido, redondo e com escamas. A cabeça é grande e a boca é larga com mandíbula saliente. Sua coloração externa é prateada, principalmente no ventre. Pode alcançar 1,5 m de comprimento e 20 kg. CARACTERÍSTICAS DA CARNE Cor mais escura, magra e de textura firme TIPO DE CORTE MAIS COMUM Filé CARACTERÍSTICAS DA CARNE MODOS DE PREPARO Branca, textura firme e geralmente gorda Grelhada, ao forno ou assada TIPO DE CORTE MAIS COMUM Inteira, filé e posta MODOS DE PREPARO DARIO DE FREITAS Frita, grelhada, ao forno, no vapor ou assada na brasa 7 kg é o consumo per capita no Brasil, enquanto o recomendado é 12 kg/ano. Até 2011, chegará a 9 kg/ano. DARIO DE FREITAS AN CH OVA SARD INHA TIPO DE ÁGUA Salgada CARACTERÍSTICAS DA ESPÉCIE Seu tamanho varia de 10 cm a 25 cm. Tem cor prateada. Há dois tipos mais comuns no Brasil, a verdadeira e a de boca torta. Ambas têm escamas ventrais em forma de escudo. A diferença é que a verdadeira tem corpo e cabeça mais finos, além de dorsal na cor cinza-escuro. Já a boca torta tem corpo e cabeça mais largos e cor mais clara. CARACTERÍSTICAS DA CARNE Saborosa, de cor vermelha-escura, boa textura e muitas espinhas. Geralmente gorda. Também é rica em ômega-3, ferro, fósforo, magnésio, vitaminas A, B, D, E e K TIPO DE CORTE MAIS COMUM Filé normal e filé borboleta MODOS DE PREPARO Frita, grelhada, ao forno, no vapor, assada na brasa ou ensopada 70 | Categoria | SUPERMERCADO MODERNO • JULHO 2009 MANUAL DE PEIXES TAMBACU REGIÃO CENTRO-OESTE PIN TAD O TIPO DE ÁGUA Doce CARACTERÍSTICAS DA PACU TIPO DE ÁGUA TIPO DE ÁGUA Doce. Facilmente encontrado em pesqueiros. Doce. Facilmente encontrado em pesqueiros. CARACTERÍSTICAS DA DARIO DE FREITAS ESPÉCIE CARACTERÍSTICAS DA ESPÉCIE No País há cerca de 30 tipos de pacu. Os mais comuns têm coloração cinza-escuro no dorso, com manchas em tons alaranjados no ventre. Também são encontrados na cor branca. O corpo é escamoso e tem forma de disco. Os exemplares variam de 2 kg a 5 kg e podem alcançar até 70 cm. A espécie é do Pantanal Mato-grossense. CARACTERÍSTICAS DA CARNE Firme, abundante e com pouca espinha. É de cor clara. TIPO DE CORTE MAIS COMUM Filé, ventrecha (costela) É o resultado do cruzamento da fêmea de tambaqui com o macho do pacu-caranha. Foi criada para combinar o maior crescimento do tambaqui com a resistência ao frio do pacu. Não é encontrada na natureza, apenas em criadouros. Tem corpo arredondado, escamas finas e lisas e coloração acinzentada e escura. Dependendo da região pode ser dourado (mais raros), cinza de nadadeiras e rabo pretos, ou marrom. Pode chegar a 40 kg, mas é mais comum o de 15 kg a 20 kg. A espécie não se reproduz sozinha. A cabeça é achatada e comprida. O corpo é longo, roliço e mais fino em direção à cauda. O abdome é levemente achatado. É uma espécie de couro e barbilhões (parecem bigodes). A coloração varia entre clara e escura, com pequenas pintas pretas arredondadas por todo o corpo. O ventre é branco. O peso varia entre 5 kg e 20 kg. Atinge mais de 1 m de comprimento. DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO ESPÉCIE CARACTERÍSTICAS DA CARNE Geralmente gorda e com poucas espinhas. Saborosa. TIPO DE CORTE MAIS COMUM Posta ou filé MODOS DE PREPARO Na brasa, grelhado, assado ou frito CARACTERÍSTICAS DA CARNE Abundante, com boa textura e saborosa. O teor de gordura varia conforme o modo como o animal é criado em cativeiro. TIPO DE CORTE MAIS COMUM Filé, ventrecha (costela) M O D OS D E P R E PA RO MOD0S DE PREPARO Cozido, frito, grelhado, assado na brasa ou ao forno Grelhado, assado na brasa ou ao forno A peixaria responde, em média, por 2% a 2,5% do faturamento de uma loja, segundo supermercadistas 72 | Categoria | SUPERMERCADO MODERNO • JULHO 2009 MANUAL DE PEIXES PE S C ADA AMAREL A DARIO DE FREITAS REGIÃO NORTE T U CUNARÉ TIPO DE ÁGUA Doce CARACTERÍSTICAS DA ESPÉCIE Originária da Amazônia. Seu porte é médio. Pode chegar a 1 m. Existem pelo menos 12 espécies. O colorido, a forma e o número de manchas do corpo variam bastante, porém todos os tucunarés apresentam uma mancha redonda, chamada de ocelo, na cauda. É um peixe com escamas. CARACTERÍSTICAS DA CARNE Firme, magra, branca, suculenta e poucas espinhas TIPO DE CORTE MAIS COMUM Filé ou posta TIPO DE ÁGUA Salgada e salobra. Comum em todo o litoral brasileiro. CARACTERÍSTICAS DA ESPÉCIE Tem corpo um pouco comprimido, alongado e com escamas. Sua dorsal é espinhosa e mole. Tem coloração amarela e pode alcançar 1 m de comprimento. São comuns os exemplares que variam de 2 kg a 5 kg. É uma espécie considerada nobre. Há cerca de 30 tipos. CARACTERÍSTICAS DA CARNE M O D OS D E P R E PA RO DIVULGAÇÃO Assado, gratinado, ensopado, grelhado ou frito Branca, magra e com pouca espinha TIPO DE CORTE MAIS COMUM Filé ou posta M O D OS D E P R E PA RO Ensopada, grelhada, frita ou ao forno | 73 D O UR AD O TIPO DE ÁGUA REGIÃO NORDESTE JOÃO DE FREITAS Doce e salgada CARACTERÍSTICAS DA ESPÉCIE As fêmeas de água doce podem atingir 1,2 m e mais de 25 kg. Os machos dificilmente ultrapassam os 8 kg. A coloração é quase que total amarelo-ouro. Os de água salgada têm corpo longo e comprido. A cor geralmente é dourada com o dorso verde a azul brilhante; ventre e cauda amarelas e manchas azuis. Atingem até 1,5 m e 35 kg. Ambos têm escamas e são apreciados na pesca esportiva. CARACTERÍSTICAS DA CARNE ÁGUA DOCE: branca e com espinhas MA I S I N FO R M AÇÕ ES SEAP: (61) 3218-3838 IBAMA: www.ibama.gov.br CONEPE: (61) 3323-5831 FMU: www.fmu.br NUTRICIONISTA: (11) 3667-6428 ÁGUA SALGADA: firme, com sabor doce e delicado TIPO DE CORTE MAIS COMUM ÁGUA DOCE: inteiro ou posta • ÁGUA SALGADA: filé ou posta PREPARO MAIS INDICADO Saiba como harmonizar peixes com vinhos e entenda como manipular e conservar: www.sm.com.br | editoria “Categoria” ÁGUA DOCE: assado ou cozido • ÁGUA SALGADA: todas as técnicas de cocção SM Loja Supermercado moderno • julho 2009 Bruno Dias | [email protected] cafeteria: negócio quente para a sua loja A implantação de cafeterias aumenta as vendas da padaria em até 40% e se firma como boa alternativa de serviço diferenciado nos supermercados. A margem bruta chega a 20%. C afé espresso e pão de queijo. Essa dupla provoca filas nas cafeterias de rua e também pode render bons resultados no autosserviço. Em uma só tacada, as cafeterias juntam valorização do espaço da loja, promoção de mercadorias e uma fonte de renda extra para o varejo. Em alguns supermercados, elas elevam as vendas da padaria em até 40%, além de oferecer margem bruta de 15% a 20%. O negócio pode parecer interessante, mas o primeiro passo é avaliar o retorno sobre o investimento inicial e calcular em quanto tempo ele se paga para evitar prejuízos. Um coisa é certa, as cafeterias fazem sucesso. A Abic, associação que reúne empresas do setor de café, calcula entre 2,5 mil e 3 mil casas de café no País até 2008. Para Enzo Donna, sócio-diretor da ECD Consultoria, a cafeteria oferece um momento de pausa no dia a dia agitado das pessoas. O negócio, quando junta atendimento qualificado e bom sortimento, ajuda a fidelizar os clientes. dario de Freitas 75 76 | Loja | Supermercado moderno • julho 2009 cafeteria CONSUMO EM ALTA NO PONTO DE DOSE S eis milhões de xícaras de café espresso é o consumo estimado apenas no Estado de São Paulo. Somente na classe C, houve aumento de 8% no consumo diário da bebida em todas as suas formas entre novembro de 2007 e outubro de 2008. Do consumo total de cafés no Brasil, os cappuccinos representam 13%, enquanto os espressos somam 7% de participação, segunda a Abic. O mesmo levantamento identificou que cada brasileiro toma, em média, 76 litros da bebida por ano. “Com atendimento qualificado e bom sortimento, a cafeteria ajuda a fidelizar clientes” divulgação ENZO DONNA, SÓCIO-DIRETOR DA ECD CONSULTORIA DeNTro Da Loja redes iniciam com área anexa à padaria Para ingressar nesse universo, as lojas que já operam com lanchonetes e restaurantes saem na frente. Elas já possuem a maioria dos equipamentos necessários e os funcionários estão acostumados a atender diretamente o público. Essa foi a estratégia adotada pela rede Vianense, com 16 lojas na cidade do Rio de Janeiro e região metropolitana do Estado. Mário Viana, presidente da empresa, queria potencializar as vendas da padaria da filial do centro de Nova Iguaçu. Para isso, abriu uma lanchonete junto ao setor em 2007. Após a inauguração, com a boa receptividade dos clientes, percebeu que não havia opções para o consumo de café na região. Seis meses depois, lançou o serviço. O primeiro passo do Vianense foi buscar parceria com a torrefadora Café Bom Dia. A exemplo de outras redes, o supermercado garante exclusividade na venda do produto e ganha melhores condições de preço e até ajuda para decorar o espaço e adquirir utensílios. O acordo foi feito pelo setor que compra o café vendido nas gôndolas da loja. Quem vai investir nesse negócio precisa decidir sobre a máquina de espresso, que, junto com a qualidade do grão, é responsável por um bom café. Ela deve ter boa pressão para extração e termômetros regulados antes do ponto de fervura, a 100°C, para o melhor resultado da bebida. aQUisiçÕes De MÁQUiNas avalie condições de manutenção Segundo Ana Claudia Bestetti, sócia-diretora da Café do Porto, rede com sete cafeterias em Porto Alegre, uma máquina profissional com duas ou três bocas de saída para a bebida é indicada para começar a operação. Boa parte das redes do setor, como o Vianense, opta pelo aluguel da máquina. A principal vantagem está na garantia de assistência técnica permanente e rápida. No caso de compra do equipamento, é preciso se certificar das condições de manutenção e reposição de peças em caso de avarias. O moinho para a moagem do grão fecha a lista de equipamentos fundamentais. Ana Claudia sugere que a área interna mínima da cafeteria tenha entre 10 m² e 15 m², se não houver cozinha na retaguarda. O espaço para o público, por sua vez, deve ter o dobro da área interna do balcão. É possível negociar até decoração da cafeteria com o fornecedor em troca de exclusividade na compra 78 | Loja | Supermercado moderno • julho 2009 cafeteria Diversificação atrativo do negócio divulgação O supermercadista também pode agregar serviços à seção, como revistas e jornais, além de acesso à internet. Outro ponto fundamental é a diversidade do sortimento. O café espresso e o cappucci- pre leva algum lanche”, afirma. Há opções quentes à base de café, de chocolate e com bebidas alcoólicas, como o irish coffee, todas com alto valor agregado. Entre as alternativas, destaca-se o milk shake de café e o Gelado Vianense. Por mês, a cafeteria vende cerca de 850 bebidas feitas com café. Junto à lanchonete, as principais saídas são salgados – integrais, tradicionais e folheados – e bolos e doces. Além da loja de Nova Iguaçu, o Vianense trabalha com o modelo de cafeteria-lanchonete na unidade da Barra da Tijuca. Duque de Caxias e Nilópolis, outras duas cidades do Grande Rio, serão as próximas lojas a ganhar o empreendimento. Lojas próprias Maior tíquete e inovação a cafeteria do vianense, anexa à padaria, oferece uma série de cafés e drinks diferenciados para atrair clientes. Mensalmente são servidas 850 bebidas feitas com café, muitas de alto valor agregado. no puxam o consumo de salgados, doces e refeições rápidas, como sanduíches, saladas e quiches. Mônica Souza, supervisora de padaria do Vianense, afirma que as bebidas elaboradas garantem o diferencial. “O consumidor fica interessado em conhecer as novidades e sem- Em cafeterias fora da área de vendas, o baixo valor do tíquete médio pode ser potencializado em momentos como o café da manhã. É o que fez a rede Savegnago. Nesse horário, combos promocionais – com bebida quente, bolo/doce, fruta e salgado – garantem uma margem bruta de 15% a 20%. Todas as 19 lojas da rede no interior de São Paulo possuem o serviço de café espresso, sendo que 11 unidades operam a cafeteria dentro da área de vendas, de forma contínua à padaria. Outras oito têm o serviço na entrada. Juntas, as cafeterias externas vendem 2.800 xícaras de espresso e 9.200 pães de queijo por mês. Cada unidade atende uma média de 150 a 200 pessoas por dia. 80 | Loja | Supermercado moderno • julho 2009 cafeteria divulgação combos servidos no café da manhã pela cafeteria da rede savegnago proporcionam margens brutas de 15% a 20% Valdir Ribeiro, gerente de marketing da rede, destaca que as lojas anexas à padaria oferecem melhor retorno na venda dos cafés pelo baixo investimento. Já as unidades próprias na entrada da loja registram maior tíquete médio. “O público dá preferência ao consumo no início ou no final da compra, principalmente nos finais de semana”, reforça o executivo. Outra vantagem é um melhor controle do atendimento. As cafeterias da rede operam com o nome de “Café & Cia” e ocupam cerca de 50 m². Deck de madeira no chão, vitrais nas paredes e diversos objetos de decoração transmitem um ar de sofisticação ao espaço. No cardápio, café espresso, cappuccino quente e gelado, além de chocolate quente e submarino (leite com pedaço de chocolate derretido). Entre as bebidas geladas, refrigerantes e sucos. Já o sortimento de comidas está focado nos sal- | 81 gados. Além do imbatível pão de queijo, sanduíches na baguete de peito de peru, presunto, mussarela e salame apresentam boa saída. O Savegnago vende ainda doces, bolos e salgados. Todos são feitos na padaria e podem ser encomendados pelos clientes diretamente no café. A empresa treinou os funcionários na cafeteria do supermercado Semprevale, em São José dos Campos, também no interior paulista. Em cada unidade trabalham quatro atendentes. A boa movimentação nos finais de semana fez o Savegnago lançar um buffet de café da manhã com preço único. O supermercado também realiza promoções relacionadas à compra de produtos na loja para elevar as vendas. “A ideia é oferecer o café de graça e aumentar o tíquete na venda de salgados e doces”, diz Marcela Cândido, nutricionista responsável pelas cafeterias. Antes de arregaçar as mangas, porém, o varejista deve pesquisar se o público aceitaria bem o serviço. O melhor é sempre minimizar possíveis riscos. Sm Mai s i nforM açõ es abic: (21) 2206-6161 café do Porto: (51) 3346-8385 ecd consultoria: (11) 3895-3616 savegnago: (16) 3946-2088 vianense: (21) 2666-6000 o público prefere consumir o café no início ou no fim da compra, especialmente aos sábados e domingos 82 | Supermercado moderno • julho 2009 novos produtos Pizza individual aproveita crescimento de 78% dos pratos congelados divulgAç ão Aproveitando o bom desempenho do mercado de pratos prontos, que cresceu 78% em volume no ano passado, a Sadia lança o Hot Pocket Pizza. Nos sabores calabresa e frango com requeijão, a novidade focará o público jovem dos grandes centros urbanos. O pedaço de pizza fica pronto em 1 minuto e 15 segundos no micro-ondas. O preço sugerido pela Sadia é R$ 2,20. Informações: 0800-7023311 Esponjas sintéticas A Condor lança sua nova linha de esponjas sintéticas e sugere 80% de margem líquida. A empresa almeja entrar para o grupo das três maiores fabricantes do setor. Para o sucesso do lançamento, a Condor conta com o alto índice de penetração do produto. A linha reúne diferentes versões e foi elaborada conforme os atributos mais valorizados pelos consumidores. O preço varia de R$ 1,20 a R$ 1,50. Informações: 0800-476767 divulgAção com 80% de margem líquida Novo tablete é aprovado por jovens de classe A/B divulgAção Dona de 9% de participação em valor do mercado de tabletes, a Hershey’s lança novo chocolate em parceria com a Ovomaltine. Em pesquisa, 91% de jovens, entre 15 e 21 anos, das classes A e B, declararam que gostariam de comprar o produto. A empresa focará as ações de divulgação nos jovens, com degustação em pontos frequentados por eles. O preço proposto é de R$ 3,69. Informações: (12) 3938-3878 | 83 vilma investe R$ 40 milhões em macarrão instantâneo divulgAção A fim de aumentar sua participação no mercado e movimentar mil toneladas de macarrão instantâneo por mês, a Vilma Alimentos investiu R$ 40 milhões em maquinário. O novo macarrão está disponível nos sabores picanha, legumes, quatro queijos cremoso, cheddar cremoso, frango cremoso e outros. Informações: (31) 3368-3300 Barra de cereal light em caixa de bombons o divulgAçã A Trio Alimentos lança a Delícias Trio Premium Light, uma caixa de bombons com barras de cereais em formato mini. A Trio foca o público consumidor de bombons variados, de olho nos R$ 2,3 bilhões movimentados pelo segmento. A embalagem traz sabores sortidos. Cada barra tem menos de 40 calorias. O preço de venda sugerido é R$ 7,80. Informações: (15) 3229-3030 divulgAç ão Telefone sem fio com tecnologia Multi Ramal digital A MDX Telecom, empresa licenciada da Motorola na América Latina, estima vender 50 mil unidades do telefone sem fio NOVA 800. O Wal-Mart já vende o produto e, inclusive, linkou o hotsite promocional em seu site. O Nova 800 é direcionado ao público sofisticado. Tem preço de venda de R$ 350. Como ponto forte, o telefone é fabricado com a tecnologia Multi Ramal Digital, o que possibilita o uso de até 5 ramais. Informações: (11) 4003-6110 84 RH Supermercado moderno • julho 2009 Sua empresa, grandes equipes Trabalhar em time exige envolvimento dos funcionários e pulso firme dos líderes. Aprimore esse comportamento na loja. I magine o que aconteceria a uma equipe de remadores, composta pelos melhores atletas do mundo, caso cada integrante resolvesse remar para um lado diferente. Certamente o barco não sairia do lugar. É isso o que Por Helton Gomes | [email protected] ocorre em empresas nas quais sobram talentos, mas falta trabalho em equipe. “Pensar em uma empresa é como pensar em um grande time: só um bom trabalho coletivo permite atingir desempenhos superiores”, sentencia Djalma Guimarães, coordenador do programa de equipes de alta performance da consultoria Franquality. Para ele, o trabalho em equipe pode se tornar um ponto forte da empresa ou do profissional, permitindo conquistar desempenhos superiores. Mas para isso é preciso assumir a postura de trabalho em grupo. Com isso, os resultados vêm de forma menos dolorosa. CaraCterístiCas Comuns o que faz uma equipe campeã Toda empresa tem diferentes equipes: a dos diretores, repositores, padeiros e assim por diante. É essencial um bom relacionamento interpessoal, com confiança mútua. Todos devem partilhar de resultados comuns e saber para onde estão caminhando. Os meios para alcançar os objetivos precisam ser executados conforme o planejado, sem alterações nas regras no meio do jogo. Por fim, as tarefas devem ser partilhadas, não só delegadas. Guimarães, da Franquality, destaca um conceito bastante difundido atualmente, o de equipe sinérgica. Essa visão tem como base a ideia de que os valores individuais somados valem mais do | 85 suPermerCaDos marCos Treinamento melhorou a imagem Para conduzir as ações do “time”, o líder é imprescindível. Na metáfora da equipe de remo, o líder é o atleta destacado para ficar à frente do barco, ditando o ritmo aos companheiros. Ele tem uma carga de responsabilidade maior, sabe mediar conflitos e abrir espaço para as diversas atuações. Assim, caso tenham dúvidas, os funcionários saberão em quem se espelhar. Além de dar o exemplo, o líder deve adotar outras formas de incentivar o trabalho em equipe. No Supermercado Marcos, 10 lojas em Goiás, o trabalho em equipe é um pré-requisito de todo treinamento, segundo Orlando Capuzo, gestor de RH da rede. Encontros trimestrais repassam procedimentos da operação, valorizam o atendimento e, claro, o trabalho em equipe. Antes de implementar os programas de treinamento, em 2006, o nível de clientes que consideravam o atendimento entre bom e excelente era de 72%, segundo pesquisa da ouvidoria da rede. Após dois anos, pulou para 92%. O resultado é medido também pelo programa Cliente Oculto, no qual consumidores circulam pelas lojas e avaliam cada setor atribuindo notas aos funcionários. Os participantes recebem um vale-compra no valor de R$ 80 e, no fim do mês, os funcionários mais bem avaliados participam de um treinamento em uma chácara. O evento ajuda a consolidar os conceitos de trabalho em grupo e a estreitar os laços entre os funcionários de diferentes setores. Outro resultado foi a redução do número de faltas e atrasos. O índice, que há três anos era de 5,5%, caiu para 3,8% no ano passado. Segundo o gestor, o funcionário pensa duas vezes antes de faltar ou se atrasar para evitar sobrecarregar o colega. Orlando Capuzo afirma: “Quem trabalha em equipe trabalha menos e o resultado semSm pre será melhor”. MAI S I NFORMAÇÕES: FRANQUALITY: (11) 3755-5520 SUPERMERCADO MARCOS: (62) 3018-3667 TRABALHO EM EQUIPE Dicas para desenvolver o trabalho em conjunto • Promover cursos de criação de equipes • Forçar interação entre áreas distantes, para os funcionários perceberem que toda a empresa é uma grande equipe • Criar formas de avaliação de desempenho coletivo, para combater o individualismo • Promover aqueles que se destacarem não só pelos resultados, mas também pela postura dentro do grupo • Conceder abono nos salários de funcionários que cumprirem bem o trabalho em equipe Fonte: FranQuaLitY “Em uma equipe sinérgica as tarefas não devem ser somente delegadas, e sim partilhadas” DJALMA GUIMARÃES, DA FRANQUALITY DIVulGAÇÃo que pesados separadamente. Nela, os membros da equipe devem conhecer claramente a divisão das tarefas e suas respectivas funções, além de colaborar com os companheiros. “Não basta cada um cumprir apenas a sua parte”, declara o consultor. Guimarães lembra que o ser humano é individualista. No entanto, os membros de uma equipe têm de abdicar dessa característica para ser lembrados como parte de um grupo vencedor. “Para trabalhar em equipe, o funcionário precisa saber ouvir e abrir mão de suas vontades em função do todo,” afirma. Ter competência técnica, ser comunicativo e entender o seu papel são atributos igualmente importantes. Quem tem essa postura, diz o consultor, é cada vez mais valorizado pelas empresas. 86 | Supermercado moderno • julho 2009 divulgação cenas do varejo Um pintor em seu ateliê? uma exposição de museu? nem uma coisa nem outra. É o cantinho da cultura da casa rena, rede mineira com quatro lojas em itaúna. desde 1993, o burburinho cultural local passa pela loja do centro da cidade. são exposições de fotografias, recitais de poesias, vernissages, eventos de autógrafos e um mural com a agenda cultural da cidade. até serestas e rodas de capoeira já aconteceram no cantinho. artistas locais, inclusive funcionários, como o cartazista daniel marques da silva (foto), são convidados a expor suas obras. a iniciativa deu certo e todas as futuras inaugurações da rede terão seu “cantinho”. n EnviE uma foto curiosa do passado ou prEsEntE para o E-mail: [email protected] sm sElEcionará as mElhorEs.