n1 FINAL

Transcrição

n1 FINAL
A NO I - Nº 1
TOQ U E D E S A Í D A
DESTAQUES
A NOSSA ESCOLA
externatobenedita.net
Criada em 1964 como resultado
de uma parceria entre a sociedade
civil e a paróquia, veio preencher
uma lacuna na área da educação,
quer a nível de Cursos Técnicos
para ingresso na vida activa, quer
a nível do prosseguimento de estudos, tendo-se constituído, assim, a
primeira Cooperativa de Ensino da
Península Ibérica.
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Começando
O Toque de Saída nasce de um desafio lançado pelo Director Pedagógico aos docentes do Externato Cooperativo da Benedita: criar um projecto
que reconhece o meio como seu parceiro essencial e que ganha corpo com a edição de um jornal
que possa crescer em qualidade e manter-se no
tempo, instituindo-se em garante de memória e
em legado – não só dessa memória, mas também
de anseios, de experiência e de métodos de trabalho – legado que desejamos transmitir a futuras
gerações de alunos. Para que germine.
A equipa que arranca com este primeiro número do Toque de Saída – nome apurado por concurso, e da autoria do Fábio Fialho, do 12º J, tendo o
logótipo sido desenhado pela Patrícia Barros, do
12º G – é constituída por um grupo de professores voluntários. Mas inclui colaborações de outros
professores (inclusive de uma professora de outra
escola), de alunos nossos e ainda de ex-alunos,
testemunhando assim a manutenção de vínculos
de que sempre nos orgulhámos. Pretende captar
mais membros da comunidade educativa, fazendo-os sentir o jornal como um empreendimento de
partilhas e de reforço dos laços de pertença. Pre-
ALUNOS PREMIADOS
tende sobretudo captar mais alunos – enquanto
colaboradores, mas também como membros permanentes da equipa do jornal, proporcionandolhes ocasião de ensaiar desta forma a sua autonomia e de experimentar meios de reflectir e actuar
sobre o mundo que os rodeia.
Convidamos assim alunos, professores, outros
profissionais do Externato, pais e encarregados
de educação, bem como entidades locais, a colaborar no Toque de Saída, de que prevemos, para o
futuro, uma periodicidade trimestral. As contribuições poderão ser enviadas para o endereço electrónico: [email protected].
Neste ano lectivo, o do seu lançamento, sairão apenas dois números, apresentando notícias
relativas à vida da escola e ao meio, entrevistas,
artigos de opinião e crónicas, bem como informação sobre ciência, tecnologia, ambiente e desporto, apontamentos culturais, passatempos, e uma
rubrica de criação literária.
O Toque de Saída terá também uma versão
digital que poderá ser consultada na página do
ECB.
Um grupo de alunos do Externato Cooperativo da Benedita foi
galardoado com o prémio Alfredo
Bensaúde pelo Departamento de
Recursos e Minas do Instituto Superior Técnico de Lisboa.
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SER PROFESSOR
Um testemunho de Amélia Pais.
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ENTREVISTA
Conversa com a Presidente da
Junta de Freguesia da Benedita,
Maria José Filipe.
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CIÊNCIA
Eratóstenes de Cirene conseguiu
determinar o raio da Terra, há mais
de 2000 anos.
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PRESIDENCIAIS
Pela sétima vez, após o 25 de Abril,
os portugueses foram chamados
no dia 22 de Janeiro a escolher um
novo Presidente da República.
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TOQUE DE SAÍDA
Trianual - Março 2006
Ano I - Número 1 - 0,50 €
Director
Alfredo Lopes
Chefe de Redacção
Soledade Santos
Externato Cooperativo da Benedita
Rua Cooperativa de Ensino
2475 Benedita
[email protected].
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TO Q UE DE S AÍ DA
ANO I - N º 1
Editorial
O Projecto Educativo do Externato Coo-
ÍNDICE
para todos.
perativo da Benedita aponta para uma Escola de Projectos, muitos deles virados para
Desta forma, pretendemos contribuir
para a formação de todos aqueles que nele
a Comunidade.
participam, sendo uma janela aberta ao
O sonho de um Jornal que se constitua
trabalho realizado na Escola e procurando
como uma referência e um corolário do muito que de qualidade se produz na Escola
tem acompanhado a história deste Externato. Ao longo dos anos, foram aparecen-
aproximar cada vez mais a Escola da Comunidade.
A Direcção do Externato Cooperativo da
Benedita congratula-se por ter conseguido
do várias tentativas de produzir um Jornal
pôr em marcha este projecto e agradece a
Escolar, experiências efémeras que, na sua
maior parte associadas a projectos de turmas, não tiveram continuidade nem visibilidade para o exterior.
todos os elementos desta equipa a possibilidade de tornar este sonho uma realidade.
O Jornal Escolar que aqui se apresenta tem como objectivos promover diferentes
a todos os professores, alunos, funcionários
e comunidade educativa um ano lectivo de
formas de conhecimento, de expressão e
sucesso profissional e escolar.
Será a primeira de muitas edições.
Quero aproveitar este meio para desejar
Escola viva
Festa de Natal
Alunos do ECB premiados em Lisboa
Quadro de Mérito
Top 10 - livros mais lidos na biblioteca
Exposição de Arte
Os Gambuzinos
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Olhar Circundante
Moita do Poço - capela restaurada
Entrevista a Bruno Dias, treinador de natação
Entrevista à Presidente da Junta de Freguesia
Alunos do ECB visitam Museu do Chiado
As eleições presidenciais
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de comunicação; desenvolver capacidades
O Director Pedagógico
de trabalhar em equipa; e assumir a Escola como um projecto colectivo e um espaço
Director do Jornal: Alfredo Lopes
Redacção:
Deolinda Castelhano
Luísa Couto
Soledade Santos (Chefe de redacção)
Teresa Agostinho
Marketing e vendas:
Laura Boavida
Margarida Vinagre
Maria José Jorge
Composição gráfica:
Nuno Rosa
Paulo Valentim
Samuel Branco
Equipa de Reportagem:
Acácio Castelhano
Ana Duarte
Clara Peralta
Fátima Feliciano
Graça Silva
Isabel Paixão
José Carlos Saramago
José Cavadas
Margarida Vinagre
Maria de Lurdes Goulão
Maria José Guerra
Maria José Jorge
Miguel Fonseca
Sérgio Teixeira
Teresa Salgueiro
Morada: Rua Cooperativa de Ensino
2475-999 Benedita
Dr. Alfredo Lopes
ACONTECENDO
Aparecimento do Sol
Como foi determinado o Raio da Terra
Você sabia?...
Faça a diferença
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Fevereiro
- Oficina de Observação da Natureza (entre os dias 13 e 15), integrada na semana da Biologia e Geologia;
- Torneio de Jogos Matemáticos;
- O Encontro Nacional de escolas, de
Xadrez;
- Dia do Francês;
- Representação de Frei Luís de Sousa,
no CCGS (no dia 22, expressamente
para os alunos do 11º ano);
- Sessões temáticas com pais, sobre Adolescência;
Arte e Cultura
A obra de arte na era das indústrias culturais
Crítica de filme (Saraband)
Ainda há Heróis?
Ser Professor – Um Testemunho
A experiência estética da arte lírica
O Jazz
Sugestão de Leitura
Crítica de filme (O Ninja das Caldas)
Crítica de filme (Anne Frank)
Morangos com Açúcar
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Março
Recriar o mundo
- Semana da Físico-Química, com palestras e laboratórios abertos;
- Sessão sobre Portefólio Europeu de Línguas (no dia 8);
- Encontros Nacionais de Escolas de
Xadrez;
- Exame nacional intermédio de Matemática (no dia 17);
Abril
- Festteatro apresentará vários grupos de
teatro escolares;
- O 12º ano terá oportunidade de assistir
à encenação de Felizmente Há Luar!, no
CCJGS;
Email: [email protected]
Impressão: Relgráfica, Lda
Maio
Tiragem: 1000 exemplares
- Feira do Livro;
Data da publicação: Março 2006
- Semana das Artes;
Preço avulso: 0,50 €
- Dia da Informática;
- O 8º ano assistirá à representação de
Falar Verdade a Mentir, no CCJGS;
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Ciência, Tecnologia e Ambiente
Contos, poemas e prosa
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O Lugar da Memória
Notícias antigas do ECB
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Mente Sã em Corpo São
Noite Estapafúrdia
Desporto Escolar
Xadrez no ECB
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Passatempos e Curiosidades
O Mistério do Bilhete de Identidade
Sudoku
Enigmas
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A NO I - Nº 1
TOQ U E D E S A Í D A
Breve história e caracterização
A NOSSA ESCOLA
O INSTITUTO NOSSA SENHORA DA ENCARNAÇÃO foi criado em 1964 como resultado de uma parceria entre a sociedade civil
e a paróquia, vindo preencher uma lacuna
na área da educação, quer a nível de Cursos
Técnicos para ingresso na vida activa, quer a
nível do prosseguimento de estudos, tendose constituído, assim, a primeira Cooperativa
de Ensino da Península Ibérica.
O EXTERNATO COOPERATIVO DA BENEDITA é o único departamento do Instituto,
tendo beneficiado, em 12 de Novembro de
2004, da inauguração e entrada em funcionamento de uma nova valência – o Centro
Cultural Gonçalves Sapinho – onde está instalada a nova e bem apetrechada Biblioteca
do Externato, que serve igualmente toda a
população da Benedita.
O Externato conta, no ano lectivo 2005/06,
com 1408 alunos matriculados no Ensino Básico, Secundário e Recorrente, distribuídos
segundo o gráfico. Conta ainda com 116 professores, 13 funcionários administrativos, 19
auxiliares de educação, 3 psicólogas (GPOE/
UNIVA/Estagiária) e 2 funcionários técnicos.
ALGUNS SERVIÇOS E ENTIDADES
LIGADAS AO ECB
Gabinete de Psicologia e Orientação
Escolar: o ECB dispõe, desde o ano lectivo 1999/00, de um Gabinete de Psicologia e
Orientação Escolar, a funcionar nas suas instalações.
Este Gabinete é dirigido a todos os alunos do Externato e tem como objectivos contribuir para o desenvolvimento psico-afectivo
dos alunos e colaborar com os intervenientes
educativos com vista ao sucesso da aprendizagem. Assim, de entre as suas actividades,
destacam-se o acompanhamento individual a
ESCOLA VIVA
alunos, a avaliação das áreas cognitivas daqueles que evidenciam dificuldades de aprendizagem, a colaboração na tomada de decisões acerca das estratégias a utilizar com
estes alunos, a coordenação de projectos,
nomeadamente dos projectos: Crescer-Adolescência; DEA (Dificuldades Específicas de
Aprendizagem na leitura e escrita); Aprender
a Aprender (Método de Estudo); e Orientação
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200
bém brinquedos.
Associação de Pais e Encarregados de
Educação da Benedita – APEEB é constituída pelos Pais e Encarregados de Educação
dos alunos dos estabelecimentos de ensino
oficial e particular da Benedita. São objectivos principais da APEEB defender o direito
inalienável dos pais à educação e ensino dos
seus filhos e possibilitar a participação dos
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Vocacional para alunos do 7º ao 12º Ano.
Os alunos podem dirigir-se a este Gabinete por iniciativa própria, por indicação do
Director de Turma ou por sugestão do Encar-
regado de Educação, apresentada ao primeiro ou directamente ao Gabinete.
Ao dispor de alunos, professores e pais,
encontram-se a psicóloga Margarida Ferreira
(GPOE), Sónia Silva (UNIVA) e Helga Batista
(psicóloga estagiária).
Associação Sorriso Amigo: o ECB desenvolve, desde há alguns anos, um projecto
de solidariedade designado “Sorriso Amigo”,
que tem por objectivo prestar apoio a alunos particularmente carenciados em termos
económicos. Esta associação tem vindo a
distribuir às famílias desses alunos bens essenciais, como alimentos e vestuário, dando
ainda apoio diverso aos casos de maior necessidade. Na época natalícia, distribui tam-
pais na orientação da vida escolar e na resolução dos problemas educacionais, com vista a uma formação integral dos alunos. Cabe
igualmente à APEEB actuar em estreita colaboração com as escolas, no que respeita à
promoção de uma cada vez melhor qualidade
de ensino/aprendizagem, incentivando uma
participação mais activa dos pais e encarregados de educação no acompanhamento dos
seus educandos.
A Associação de Estudantes do ECB
foi criada em 3 de Março de 1993, tem a sua
sede neste estabelecimento de ensino e é a
estrutura representativa dos estudantes do
Externato, visando essencialmente representar esta comunidade estudantil, no que diz
respeito aos seus direitos, anseios e preocupações, junto da Direcção Pedagógica.
No passado dia 7 de Outubro de 2005 foi
eleita a nova direcção da Associação, à qual
se candidataram quatro listas. Após a votação de 856 alunos, a lista E foi proclamada
como vencedora, com 446 votos. O principal
objectivo da AE para este ano lectivo é a dinamização cultural do espaço escolar e, para
o 1º período, decidiu apostar na arte cinematográfica, através da passagem de filmes e
da realização de um concurso de curtas-metragens, cuja entrega de prémios decorreu no
último dia de aulas do 1º Período.
A AE colocou ainda matraquilhos na Sala
do Aluno.
Nos projectos propostos para o primeiro
período incluiu-se ainda a Rádio Escola, projecto em estudo pela Direcção do ECB, a Festa da Luta Contra a Sida, realizada, no dia 30
de Novembro, em parceria com a Comissão
de Finalistas, e um campeonato de FutSal a
cargo da comissão desportiva da AE.
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TO Q UE DE S AÍ DA
ANO I - N º 1
Promovida pelo Grupo de EMRC
FESTA DE NATAL
Realizou-se no passado dia 15 de Dezembro, às 20:30h, no auditório do Centro
Cultural Gonçalves Sapinho, a Festa de
Natal promovida pelos professores de Educação Moral e Religiosa Católica. À semelhança do ano anterior, este convívio contou
com a colaboração de outros docentes, bem
como com a participação de alunos.
Do espectáculo fizeram parte: um musical
em flauta transversal, clarinete e viola (por
alunos do 10º ano); um recital de poesia (por
alunos do 12º ano); uma canção de Natal em
versão inglesa e francesa (por alunos do 7º
F); um presépio vivo, no âmbito da disciplina
de Francês (por alunos do 7ºG e 8ºC); um
musical em violino (por uma aluna do 7ºH);
a actuação do grupo de dança de Hip Hop
– “Hit Big” – e dos “Cartoons” (alunos do 7º
ano); e, por fim, a actuação do tenor Filipe
de Moura, ex-aluno do Externato e actual estudante de Canto no Conservatório Nacional
de Lisboa.
O evento foi apresentado com muito
savoir-faire pelos alunos do 10ºB, Filipe e
Sara.
Após o espectáculo, realizou-se uma
quermesse, organizada pela Associação
CREPES ECUMÉNICOS
Tendo em vista a viagem à Comunidade
de Taizé, em França, a realizar entre 25 de
Fevereiro e 6 de Março pelos alunos de Edu-
Sorriso Amigo para angariação de fundos. E
a festa concluiu-se com um lanche para todos os presentes, promovendo um saudável
convívio entre alunos, pais e professores,
e proporcionando agradáveis momentos de
descontracção.
CONCERTO DE NA TAL
cação Moral e Religiosa Católica do Ensino
Secundário, estes decidiram desenvolver algumas actividades de angariação de fundos
para ajudar na comparticipação da visita.
Sendo Taizé uma comunidade ecuménica, surgiu a ideia, (por parte dos alunos que
realizaram esta viagem o ano passado), de
uma venda dos Crepes Ecuménicos. Sendo este prato uma especialidade da cozinha
francesa, adaptou-se o nome da cada confissão cristã ao sabor de cada crepe. Deste
modo, o crepe de chocolate é o Católico, o
de doce de morango o Protestante, o de canela e açúcar o Ortodoxo. E assim se deliciaram alunos, professores e funcionários da
nossa escola.
No passado dia 26 de Dezembro, pelas
21horas, no Auditório do Centro Cultural
Gonçalves Sapinho, realizou-se um Concerto de Natal, por iniciativa do tenor Filipe de
Moura, antigo aluno do Externato, e tenor do
Conservatório Nacional de Lisboa. O jovem
tenor abrilhantou o evento com a sua participação, tendo actuado ainda a Banda Filarmónica de Turquel, o Grupo Coral do Externato
Cooperativo da Benedita e os estudantes de
Guitarra Clássica do Conservatório de Leiria:
Miguel Luís e Gonçalo Lopes.
A este espectáculo assistiram várias entidades eclesiásticas, civis e autárquicas do
concelho e da nossa região, bem como inúmeros amigos, familiares e conterrâneos dos
artistas, numa noite de casa cheia.
INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO
1º PRÉMIO PARA ALUNOS DO ECB
Um grupo de alunos do Externato Cooperativo da Benedita, que frequentou no ano
lectivo anterior a disciplina de Geologia, foi
galardoado com o prémio Alfredo Bensaúde
pelo Departamento de Recursos e Minas do
Instituto Superior Técnico de Lisboa.
Habitualmente, este Instituto atribui apenas um prémio, mas, excepcionalmente, e
dada a grande qualidade dos trabalhos apresentados pelos nossos alunos, foi decidido
atribuir o primeiro lugar, exequo, às duas
equipas que concorriam pelo ECB, equipas
compostas pelos seguintes alunos: Daniela
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Custódio, Cláudio Lourenço, Sofia Santos,
Daniel Maio, Daniel Matias, Filipa Couto, Vânia Ferreira e Sara Pedro, recebendo cada
equipa um cheque no valor de duzentos e
cinquenta euros.
A cerimónia de entrega dos prémios decorreu no Salão Nobre daquele Instituto, no
dia 6 de Dezembro último, na presença dos
premiados, da professora de Geologia, Luísa
Fonseca, e das professoras Maria José Jorge e Margarida Vinagre em representação
do Externato.
ESCOLA VIVA
A NO I - Nº 1
TOQ U E D E S A Í D A
Os livros mais requisitados na Biblioteca
TOP 10
1º Morte na Praia
Agatha Christie
2º Metamorfose
Franz Kafka
3º Crónica de uma Morte Anunciada
Gabriel Garcia Marquez
4º A Siciliana
Sveva Casati Modgnani
5º O Alquimista
Paulo Coelho
6º Os Homens são como Chocolate
Tina Grube
7º As Palavras que Nunca te Direi
Nicholas Sparks
8º O Crime do Padre Amaro
Eça de Queirós
9º A Praia Roubada
Joanne Harris
10º Uma Proposta de Casamento
Myke Gayle
Quadro de Mérito
7º Ano
Beatriz Mateus Tiago
António Serrenho do Carmo
Sofia Ferreira Sebastião
Joana Teresa da Silva Bento
Ricardo Nazaré Serrazina
Rita Isabel Moreira Diniz
David Vieira Agostinho
Joana Maria dos Santos Boita
Nídia Quitério Ferreira
7º A
7ºC
7ºC
7ºF
7ºF
7ºF
7ºH
7ºH
7ºJ
8º Ano
Miguel Machado Lopes
Laura Catarino Gonçalves
Mónica Daniela Santos Fialho
Filipa Isabel Mendes M. Serrazina
Tatiana Marques Ladeira
Paulo Miguel Vicente Batista
Juliana Vieira Belo
Raquel Castelhano Dias
Beatriz Perista Serrazina
Catarina Fialho Perreira
Arlete Sofia Mendes Sineiro
8ºA
8ºC
8ºC
8ºD
8ºD
8ºE
8ºG
8ºG
8ºH
8ºI
8ºJ
9º Ano
Carla Colaço Serralheiro
Sofia Silva Lopes cavadas
ESCOLA VIVA
9º E
9º E
10º Ano
Flávio Daniel Costa Monteiro
Inês Rodrigues Pereira
Marta Bispo Pimenta
Verónica dos Santos Silva
Ana Carolina Pimenta Pedroso
Catarina Alexandra M. Caetano
Élia Filipa Fialho do Carmo
João Gabriel da Cruz Fialho
João Pedro de Sousa P. O. Ribeiro
Luís Daniel Machado Crisóstomo
Sandra Margarida Natário Guerra
Sara Maria Pimenta Rebelo
Sara Marques Vicente
Solange Ramalho Pereira
Tiago Mateus Madaleno
Joana Isabel Silva Lopes Cavadas
Anfré Quitério Ferreira Gerardo
Hélder Ricardo Santos Correia
Marina Alves do Rosário
Fávia Catarina Marques Grilo
Vera Lúcia Delgado da Silva
12º Ano
10º
10º
10º
10º
10º
10º
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10º
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10º
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10º
10º
10º
10º
A
A
A
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B
B
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B
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C
D
E
F
G
I
Adriana Lopes Ferreira
Carlos Manuel Silva Lúcio
Filipa Serrenho do Carmo
Inês Correia Pinto de Matos
Rodrigo Daniel Feteira Santos
Sara Raquel Baptista Lourenço
Tânia Costa Mentes
Vítor Hugo Fialho Lopes
David Gabriel Fialho Penas
Tiago Loureiro Siopa
Tiago Marques Félix Castelhano
Henrique Ramalho Machado
Marcelo Almeida Luís
José Luís Matias Ramalho
Fábio Veríssimo Santos
Flávio Miguel Gens Ramos
Joana Passarinho Santos
João Santos Filipe
Juliana Costa Rufino
Miguel Jorge Fragulha Belo
12º
12º
12º
12º
12º
12º
12º
12º
12º
12º
12º
12º
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12º
12º
12º
12º
12º
12º
12º
A
A
A
A
A
A
A
A
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B
C
D
D
F
G
H
J
J
J
J
RECORRENTE
11º Ano
Luís Manuel Ferreira da Silva
Mariana Belo da Cruz
Mauro Guilherme Augusto Luís
Rita Alexandra Silva Cristiano
Joana Cardoso Coelho
Luís António Santos Nazaré
Pedro Filipe Alexandre Rodrigues
Pedro Frazão Lopes Vieira Vaz
Ângela Susano Vicente
Carina Costa Borralho
Joana Marques Moreira
Margarida Isabel R. V. da Costa
Ana Isabel Lopes Mateus
Davide Delgado Nunes
11º
11º
11º
11º
11º
11º
11º
11º
11º
11º
11º
11º
11º
11º
A
A
A
A
B
B
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B
C
C
C
E
F
G
Cátia Ferreira Grosa
Marcos José Ramos Paixão
Pedro Leonel Luís Fialho
Ricardo Filipe Costa Vicente
C.S.H.
C.S.H.
C.S.H.
C.T
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TO Q UE DE S AÍ DA
ANO I - N º 1
HÁ 25 ANOS...
Externato Cooperativo da Benedita
ESPERANÇAS PARA O FUTURO
Dr. José Gonçalves Sapinho
O Ensino Particular e Cooperativo viveu, antes do 25 de Abril,
por mera tolerância dos poderes
públicos, que evitaram a sua expansão ao mesmo tempo que
aproveitaram os seus benefícios
em zonas onde o Estado não quis
assumir as suas responsabilidades.
Depois do 25 de Abril, apesar
de alguns benefícios atribuídos
— designadamente o estudo gratuito até ao 9.° ano de escolaridade — o ensino particular e cooperativo tem vivido um período de
indefinição que em nada contribui
para uma correcta estruturação
do sector.
A lei do Ensino Particular e Cooperativo vem definir, claramente,
o papel do ensino privado na sociedade portuguesa e abrir novas
perspectivas.
Assim, os alunos de qualquer
nível ou ramo de ensino, diurno ou
nocturno, têm garantida a igualdade com os alunos do ensino oficial
no que se refere a despesas com
propinas e matrículas e outros benefícios. Admitimos que no próximo ano lectivo, todos os alunos
do Externato possam estudar em
pé de igualdade com os alunos
das escolas oficiais.
Esta solução, sendo importante, não é suficiente para que os
problemas do Externato fiquem
resolvidos. Um outro problema
importante reside na situação do
corpo docente que, até aqui, está
coloca do numa situação de total
desigualdade em relação aos professores do ensino oficial. A nova
lei vem melhorar a situação dos
professores, no que se refere a
vencimentos, qualificação e classificação do serviço, liberdade de
transferência do ensino particular
para o oficial e vice-versa, estágios profissionais, etc..
Isto vai permitir acabar, a
curto prazo, com o regime de
acumulação de professores, reduzir-lhes o horário de trabalho
e estabilizar o corpo docente, o
que vai beneficiar a qualidade do
ensino.
Resolvidas estas questões,
dos alunos e professores, outros
problemas ficam de pé, como sejam a melhoria das instalações e
do mobiliário, a criação de uma
biblioteca, a construção de um
Pavilhão Gimnodesportivo e a
instalação de uma cantina.
Destes quatro problemas, dois
estão em vias de solução. O Secretário de Estado da Cultura já
emitiu um despacho favorável à
sua participação no apetrechamento da Biblioteca.
Ao Secretário de Estado dos
Desportos foi apresentada, em colaboração com a Junta de freguesia, a necessidade da construção
urgente do Pavilhão que serviria
todas as escolas e a população.
Estamos esperançados no êxito
desta conjunta iniciativa.
Todos nós gostaríamos que
os problemas se resolvessem todos de uma vez, mas as pessoas
realistas sabem que isso não é
possível. O que importa é que, de
ano para ano, se tente melhorar a
situação.
Até agora, os subsídios con-
O 12º Ano de Escolaridade
no Externato Cooperativo da Benedita
Todos os jornais diários, e até
a TV, têm dito cobras e lagartos
quanto ao funcionamento do 12.°
ano, antigo ano propedêutico para
a Universidade, em variadíssimas
escolas estatais. Por toda a parte
há queixas dos alunos, dos pais,
dos conselhos directivos. Há falta de instalações, de material, de
meios de apoio, de pessoal auxiliar, de docentes qualificados, de
horários decentes. Isto, evidentemente, nas escolas públicas, pomposamente (também) qualificadas
de «oficiais»! Mas os oficiais são
da tropa, e a tropa é... aquilo que
6
sabemos!
Neste aspecto, a Benedita
constitui um autêntico oásis. O
seu Externato Cooperativo, estabelecimento que prestigia e enobrece o ensino, competentemente
dirigido pelo Dr. José Gonçalves
Sapinho, um dos poucos homens
que conhece o ensino particular
de cima a baixo, além de variados
outros cursos diurnos e nocturnos,
tem também o 12.º ano.
Para os 45 alunos matriculados no início do ano, as aulas têm
decorrido com a normalidade própria de tudo quanto é programado
a tempo e horas. Estes alunos estão distribuídos em 3 cursos diferentes, consoante a sua escolha e
aptidão. Para eles existem 5 professores com habilitação própria e
com largos anos de experiência.
Estes são unânimes a reconhecer
o interesse e entusiasmo que os
alunos demonstram pelas aulas,
chegando ao ponto de estarem todos, professores e alunos, ansiosos pelos exames só para se ver
que classificações vão aparecer.
As estruturas de apoio também são de causar inveja a qualquer escola pública: uma belíssi-
cedidos pelo M.E.I.C., antes e depois do 25 de Abril, de cerca de
mil contos, foram absorvidos pelo
ensino, acontecendo o mesmo
com as rendas, também cerca de
mil contos, que o Estado paga à
Cooperativa, pois permitiu a utilização das sua instalações pelo
Ciclo Preparatório.
As perspectivas para futuro
são, fundamentalmente, melhores, em todos os aspectos, do que
no passado.
“Roma e Pavia não se fizeram
num dia”, mas fizeram-se.
Jornal da Benedita
1 de Novembro de 1980
ma e actualizada biblioteca onde
os alunos têm todo o material de
que os programas falam; um fotocopiador do mais moderno que
existe destinado a reproduzir
sem perdas de tempo todos os
textos e exercícios necessários;
horários excelentes, sem tempos
mortos. Além disto, dentro de breves dias irão ser inaugurados dois
laboratórios que são apenas isto:
do melhor que existe no Pais, a
nível de escolas secundárias.
Por tudo isto, «a Benedita
continua a ser um exemplo para
o País».
Não haja a mínima dúvida!
Jornal “O Alcoa”
02 de Abril de 1981
O LUGAR DA MEMÓRIA
A NO I - Nº 1
TOQ U E D E S A Í D A
A OBRA DE ARTE NA ERA DAS INDÚSTRIAS CULTURAIS
ARTE E TECNOLOGIA
A expressão indústria cultural refere-se
a um assunto bastante polémico nos dias de
hoje, dado o progresso tecnológico alcançado
no final do século XX e inícios do XXI. Actualmente, numa época em que a industrialização está implantada em quase todo o mundo,
poderá a arte ser vista como um processo industrial? Pode a obra de arte ser considerada
fruto de uma cultura cada vez mais industrializada?
A reprodução industrial da obra de arte foi
tornada possível graças aos avanços tecnológicos, gerando-se assim novas formas de
encarar a arte, tanto do ponto de vista do espectador, quanto do criador. Mas foi também
graças a esse desenvolvimento industrial que
assistimos à liberalização do conceito de arte,
com o surgimento de novas artes como o design industrial que ganha cada vez mais importância, consistindo na tentativa de fazer
com que os objectos utilitários, embora produzidos industrialmente, sejam esteticamente
atraentes.
Esta interacção da arte com a indústria
leva ao lucro, tornando possível aos artistas
fazer da arte o seu único meio de subsistência, sem terem de recorrer a outra profissão,
como ocorre, por exemplo, na indústria cinematográfica que move grandes quantias de
dinheiro.
Mas esta visão da arte como negócio é
ponto de partida para uma grande polémica:
estará a arte a ser alvo de banalização? Cada
obra de arte surge de maneira única, através
de um determinado artista e em determinadas
circunstâncias que não se repetem. E a importância da arte talvez resida nisso mesmo,
no seu valor de culto, na aura que envolve
a própria obra. O artista, ao pensar no lucro
que da sua obra reverterá, fá-la-á ao gosto do
público, e a obra perderá assim um pouco da
sua aura pessoal e singular, bem como a sua
autonomia artística. Se assim for, estamos perante um gerador de cultura de massas, em
ARTE E CULTURA
que a quantidade é
superior à qualidade, pelo menos à
vista dos críticos.
Do ponto de
vista do consumidor, podemos dizer
que este desenvolvimento industrial
é positivo, pois
permite-lhe aceder
mais facilmente a
meios culturais e
a obras de arte ou
reproduções. Mas,
tratando-se de uma
indústria, cujo objectivo principal é
gerar lucro, outros
problemas se levantam – a cultura
que assim se instala exige uma atitude
passiva do consumidor e enfraquece o seu sentido
crítico. E, de facto,
pelo que observamos actualmente, os meios
de comunicação social, tendo um importante
papel em relação à arte, inibem a construção
de opiniões pessoais.
Será esta a educação estética que a cultura industrial nos oferece?
No meu entender, a cultura industrial assenta no facto de o materialismo ser uma característica cada vez mais vincada da sociedade actual, quer queiramos quer não, pois gerar
dinheiro é um objectivo prioritário para a maior
parte das pessoas. Mas a arte distingue-se,
pois não é apenas um produto. Efectivamente,
é impossível criar arte tendo em conta apenas
o lucro. Mas é igualmente impossível julgar a
arte imune a todos os desenvolvimentos tecnológicos, económicos e sociais da nossa cultura. A solução passaria, então, por um equilíbrio, em que a liberalização causada por esta
reprodutibilidade das obras de arte e por esta
indústria fossem catalizadoras de uma educação cultural que não descurasse o sentido crítico e individual do artista e do espectador.
Margarida Costa, 11º E
7
TO Q UE DE S AÍ DA
ANO I - N º 1
O Filme
Exposição
DIÁRIO DE ANNE FRANK
EDUCAÇÃO VISUAL E EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA
O mundo da tecnologia está cheio de interrogações e situações controversas. De modo
a diminuí-las, este ano lectivo, na disciplina de Educação Tecnológica, realizaram-se trabalhos sob o tema “O Sol é fonte de vida”, dos quais se destacam: maquetes de centrais
eólicas, plataformas petrolíferas e barragens, entre outros trabalhos.
A experimentação foi utilizada como forma de ilustrar e mais facilmente compreender
os conceitos.
Anne Frank era uma rapariga judia de apenas 13 anos que vivia na Alemanha e que passou pelo horror dos campos de concentração,
onde faleceu. O seu diário tornou-se conhecido
mundialmente e deu origem a um filme, para
que mais pessoas pudessem ter conhecimento
do sofrimento de Anne e de muitos outros que,
apenas por terem nascido judeus, morreram
nos campos de concentração.
O filme mostra-nos a vida de Anne. antes e
durante a guerra. Devo dizer que me comoveu
imenso e que ficou marcado no meu pensamento, pelo facto de ser muito realista, pois caracteriza as atrocidades a que os judeus foram
submetidos. Na minha opinião, é um dos filmes
que melhor consegue retratar como estes prisioneiros da sua herança cultural sobreviviam,
e transporta-nos para um ambiente doloroso,
mas ao mesmo tempo de esperança, e, principalmente, faz-nos pensar acerca do mundo em
que vivemos. Caracteriza a guerra e alerta-nos
para a necessidade de a evitarmos.
Sem dúvida é um dos filmes que melhor
consegue mostrar como o homem é capaz de
chegar um ponto extremo de desumanidade.
Sara Barros, 10º E
HOLOCAUSTO
Holocausto refere-se ao extermínio, pelos
Nazis, de vários grupos que eles consideraram
indesejáveis, durante a Segunda Guerra Mundial, principalmente os Judeus, mas também
comunistas, homossexuais, ciganos, deficientes, prisioneiros de guerra soviéticos, membros
da elite intelectual polaca, russa e de outros
grupos eslavos, sacerdotes, sindicalistas, pacientes psiquiátricos e criminosos de delito comum. Todos eles pereceram lado a lado nos
campos de concentração e de extermínio, de
acordo com extensa documentação deixada pelos próprios nazis (textos e fotografias) e testemunhos de sobreviventes.
Adaptado de http://pt.wikipedia.org
8
Objectos feitos pelos alunos do 8º ano
ARTE E CULTURA
A NO I - Nº 1
TOQ U E D E S A Í D A
SARABAND, UM FILME DE INGMAR BERGMAN
Saraband, o último trabalho do
realizador sueco Ingmar Bergman,
e um dos melhores filmes que vi
em 2005, retoma as personagens
de Cenas de um Casamento, rodado em 1973, mostrando-nos,
trinta anos mais tarde, uma Marianne aparentemente serena, de
visita ao ex-marido, Johan, que
vive retirado.
No entanto, só marginalmente
poderá considerar-se uma continuação do primeiro filme, já que,
à excepção das duas personagens
que reaparecem em novas situações pessoais, Saraband não trata
o relacionamento do antigo casal,
mas centra-se no conflito entre
pais e filhos. De facto, durante a
sua visita a Johan, envelhecido e
doente, Marianne testemunha a
luta sem quartel entre Henrik,
o desprezado e carente filho de
Johan, e este. Henrik, além do
mais, num terrível processo de
transferência, combate a dor
causada pela morte da esposa
abusando da filha, Karin, de 19
anos, até ao incesto emocional.
Com este seu último filme,
Bergman, que fascinou gerações
de cinéfilos, despede-se do cinema de maneira implacável, com
um retrato desapiedado das relações familiares: um pai, Henrik,
que aprisiona a filha à falta de
sentido da própria vida; pai que,
por sua vez, é filho também – de
um homem incapaz de o amar,
senhor só de um desprezo olímpico que incapacitou o filho para a
vida, e de uma inveja edipiana invertida que ensombra ainda mais
a relação entre os dois homens.
Na floresta, na grande casa que
o tempo descasca, confrontam-se
a saudade idealizada de um anjo
redentor que passou breve sem
nada redimir (a esposa morta de
Henrik); e a crueldade, toda uma
herança de desafectos e de incapacidades. A própria Marianne,
instauradora de algum equilíbrio
neste universo sombrio, é ela própria mãe de uma filha deficiente
que nunca conseguiu reconhecer.
E a única pista de esperança talvez seja a ruptura da jovem Karin
que consegue enfim partir sozinha
em busca do seu destino, libertando-se da dependência afectiva
do pai (mas levando-o assim ao
suicídio) e das garras solitárias do
avô, espécie de Zeus decadente
que teme a morte.
Todo o filme ressuma a solidão essencial do ser humano sem
laços a nada nem a ninguém, em
especial aos da sua estirpe. Um
filme inquietante, como costuma
ser a grande arte, uma obra-prima
de realização, a fazer-nos reflectir
sobre os caminhos e descaminhos
do Humano, em especial os da família, lugar dos primeiros afectos
e das primeiras construções relacionais.
Soledade Santos, professora
SER PROFESSOR – UM TESTEMUNHO
O meu nome é Amélia Pais e fui professora durante
36 anos e meio. Vou falar-vos – liricamente dirão alguns – do ofício que escolhi desde criança.
Eu não sei bem o porquê da escolha – suponho que
a influência, primeiro, de uma velha tia que me ajudou
a criar (a importância das tias, não é, Alçada Baptista?)
e que, era eu pequenina, brincava comigo, contandome «histórias», não só de fadas ou de bruxas, mas, e
talvez sobretudo, de como se faz o pão, de como crescem as plantas ou se faz a dança dos planetas em torno do Rei Sol – ou de como, em tempos passados, Moisés conduzira o seu povo de regresso ao lar, ou ainda
de como Viriato, quase meu conterrâneo, enfrentara os
Romanos... Me ensinava, também, os jogos possíveis
com os números – ou então com as letras que, juntas,
formavam palavras e frases com que os livros se nos
abriam para a fantasia.
À distância, vejo agora essa minha tia, que era
professora primária aposentada, como alguém que tornava o aprender algo que dava alegria e vontade de
saber mais – e creio que com ela aprendi o gosto de
proporcionar a outros essa troca de experiências, de
saberes e, talvez, principalmente de afectos, que é o
acto de ensinar.
Mais tarde, um outro professor, este de Português,
o Dr. Luís Simões Gomes (pai), ensinou-me, com a
descoberta dos textos, o sabor e a cor da liberdade
– e nesta segunda aprendizagem importante na minha
formação, a vontade reforçada de, como ele, ajudar os
outros a crescer livres e dignos, como seres que pensam e se pensam.
Assim me fiz oficial do mesmo ofício, há mais de
36 anos para cá. Não lamento a escolha feita – é ofício
que exige muito amor, muita abertura ao outro, muita
vontade de partilhar, muito entusiasmo (à letra: «deus
ARTE E CULTURA
em nós»). Mas que ofício melhor para crescermos e
nos enriquecermos durante uma vida inteira?
Sim, eu também sei que economicamente não compensa lá muito (mas, como dizia outro Professor, Agostinho da Silva, faço o que me dá gosto e ainda por cima
me pagam para fazer o que gosto...); sei também que
muitas vezes – demasiadas até – vêm desencantos, incompreensões, frustrações – porque o quotidiano fica
por vezes bem aquém do sonho. Mas que melhor do
que ver brilhar os olhos de um aluno quando, connosco, descobre um universo novo? Ou quando encontramos antigos alunos (por vezes pais de actuais alunos,
como me vai acontecendo mais) - que nos recordam
como alguém que os marcou positivamente e os ajudou
a entrar melhor na vida? (Bem certo é que só recordamos os professores que nos marcaram positivamente
ou negativamente, não aqueles que se ficaram por um
certo cinzentismo...). Ou antigos alunos que nos associam à descoberta da beleza de um ou mais versos d’
Os Lusíadas ou da Tabacaria de Álvaro de Campos?
Que satisfação maior do que esta de ver-se reconhecido e de nos sentirmos assim ligados à descoberta da
beleza e da vida?
E depois é bem verdade que bom professor não
envelhece nunca... e não morre – porque fica a sua
imagem bem viva na memória e no coração daqueles
com quem e para quem viveu.
Amélia Pais , professora
Amélia Pinto Pais foi professora na Escola Secundária Rodrigues Lobo, em Leiria. Está presentemente
aposentada. Foi formadora de professores e é autora
de manuais escolares, de uma versão em prosa de Os
Lusíadas, de uma História da Literatura Portuguesa e
de várias obras didácticas.
Saraband, 2003,
nomeado para o César do melhor filme europeu; vencedor do
Prémio da Crítica Argentina.
Direcção de Ingmar Bergman
Com: Liv Ulmann, Erland Josephson, Börje Ahlstedt, Julia Dufvenius - M/12 anos
SUGESTÃO DE LEITURA
Numa época de grande proliferação de best-sellers com uma
forte componente histórica,
umas vezes verídica, outras vezes fantasiosa e até delirante,
Rosa Brava, ou a vida de Leonor Teles, de José Manuel Saraiva, é uma agradável surpresa. A capa salienta a história de
“uma mulher emancipada, numa
corte de luxúria e sedução”, o
que, só por si, é entusiasmante.
Rapidamente o leitor se embrenha nos meandros das intrigas
palacianas e percorre, com avidez, as quatrocentas e quarenta e quatro páginas do romance
que, com uma extrema desenvoltura narrativa, lhe mostra
uma sociedade masculina que,
subitamente, é surpreendida
pela mulher, Leonor Teles, que
um dia confessou à sua fiel conselheira, Briolanja Mendes, que
queria casar com um homem
que amasse e que a quisesse
amar, desafiando todos os códigos de conduta da sua época. É, afinal, a história de uma
mulher, assumidamente sedutora, que usa a sua feminilidade
para conquistar aqueles que a
rodeiam, granjeando o ódio de
uns e a devoção de outros.
A história que se conta neste
livro tem intriga, traição, assassínio e, acima de tudo, um ritmo
narrativo que prende a atenção
do leitor, da primeira à última
página.
Rosa Brava, ou a vida de Leonor Teles
Autor: José Manuel Saraiva
Editora: Oficina do Livro
444 Página
Luisa Couto, professora
9
TO Q UE DE S AÍ DA
ANO I - N º 1
Entrevista a Bruno Dias
Porquê ser treinador de natação?
UMA VIDA E UM FUTURO REFLECTIDOS
EM ÁGUA
nha irmã fazer parte do grupo
de competição e pelo acompanhamento que fazia dos treinos
dela. Foi apenas passar para
outro nível.
Teve o apoio dos seus
pais?
Bruno Dias começou a praticar natação
com apenas cinco anos de idade. Com o
avançar dos anos, foi conquistando mais e
mais títulos na natação. Nasceu em Lisboa,
hoje tem 27 anos, frequenta o Mestrado em
Gestão Desportiva e treina a secção de natação do A.B.C.D., na Benedita. Bruno quer
ir muito mais longe na área de gestão desportiva.
Como iniciou a natação?
Iniciei a aprendizagem da natação aos 5
anos, rapidamente fui passando de nível e,
ano e meio depois, fui convidado para a competição, o que imediatamente aceitei.
O que o levou a fazer natação de competição?
Basicamente, já passava todos os dias
na piscina, influenciado pelo facto de a mi-
Inicialmente, e fruto da minha idade, os meus pais estiveram sempre presentes, o
apoio era total. Com o passar
dos anos foi desaparecendo,
chegando ao ponto de, aos 16
anos, estar na natação contra
a vontade deles. Penso que o
que se passou comigo se passa com todos, ou
quase todos, os atletas.
Com que idade abandonou a natação de
competição? Porquê?
Abandonei a natação de competição com
22 anos. Muito se deveu ao cansaço acumulado de 15 anos seguidos, mas foi o momento
em que estava quase a terminar a minha licenciatura e tinha mais vontade de ser treinador. Logo, ficando ligado à natação, optei por
trocar de lugar e aplicar-me como treinador.
Quais os sentimentos que surgiam cada
vez que ganhava uma prova ou batia um
novo recorde?
Os sentimentos que surgiam baseavam-se
na alegria, numa grande satisfação e na sensação de dever comprido.
Para além de ser um desporto que pratiquei toda a minha vida, quero estar ligado
à modalidade que mais ensinamentos me
deu para a vida que me fez homem. Espero poder transmitir todos os conhecimentos e toda a experiência que adquiri como
atleta de alto nível, bem como os mais modernos métodos de treino que estudei na
Faculdade, de modo a que os mais jovens
possam também viver os momentos excelentes que passei com a natação.
Como sentiu a grande mudança de
atleta para treinador?
A mudança senti-a normal, mas encaro-a como uma grande expectativa para o
futuro.
Actualmente, está a completar a sua
formação. Em que área?
É verdade, estou naturalmente a completar a minha formação académica, na
área de desporto, mais propriamente, estou a concluir um Mestrado em Gestão de
Organização Desportiva.
O que deseja para o futuro?
Desejo ser treinador de competição e
director de piscinas. Dar a conhecer às
pessoas as maravilhas da natação e de
outras actividades aquáticas. Se for possível, levar a cabo um trabalho de transformação da natação como modalidade
rainha de desporto, transformar atletas em
campeões, colocando a natação como modalidade preferida e praticada pela maioria da população. Gostaria, se possível, de
realizar isto tudo na Benedita.
Joana Policarpo, 10º E
Moita do Poço
CAPELA RESTAURADA
A capela de Nossa Senhora da Assunção, devido ao esforço e união dos populares, foi restaurada, e a sua inauguração teve lugar no dia 18 de Dezembro, com toda a pompa
e circunstância.
A capela de Nossa Senhora da Assunção, contruída em
1971, apresentava vários sinais de degradação, tendo a população e o pároco chegado a acordo no que dizia respeito
à necessidade de obras para restauração e melhorias do espaço, para melhor servir a comunidade.
As verbas necessárias para tal foram angariadas maioritariamente através de almoços de convívio promovidos pela
direcção do Centro Cultural e Recreativo da Moita do Poço.
A capela dispunha também de um fundo de manutenção que
assegurou o arranque e o seguimento das obras durante os
primeiros tempos.
Inês Santos Agostinho, 10ºE
10
OLHAR CIRCUNDANTE
A NO I - Nº 1
TOQ U E D E S A Í D A
Entrevista a Maria José Filipe
PRIMEIRA MULHER ELEITA PARA A PRESIDÊNCIA DA
JUNTA DE FREGUESIA DA BENEDITA
“Nunca quis prometer mais do que o que sabia que podia concretizar”
Na primeira edição do nosso jornal,
não quisemos perder a oportunidade de
conversar com a Presidente da Junta de
Freguesia da Benedita, Maria José Filipe,
para conhecer um pouco do seu trabalho
político – que, em grande parte, esteve
ligado, nos dois anteriores mandatos, à
Educação – e de conhecer as suas propostas para o futuro.
Como surgiu a ideia de se candidatar à
Junta de Freguesia?
Foi-me feito um convite por parte dos
representantes do meu partido. Inicialmente mostrei-me renitente, mas depois a ideia
foi-se consolidando, ao perceber que tinha
o apoio de muitas pessoas, nomeadamente
dos que trabalharam comigo ao longo dos
dois mandatos anteriores.
Há quanto tempo trabalha na Junta de
Freguesia?
Quais são os projectos que tem para
o futuro?
Estou ligada à Junta, como Secretária,
há oito anos – dois mandatos, portanto. Foi
um trabalho que envolveu grande esforço e
grande empenho da minha parte, pois comecei na área de Educação, trabalhei nas
nossas escolas, sobretudo melhorando condições a nível de infra-estruturas, e conseguindo-o, nalguns casos. Primeiro fizeramse obras na escola de Frei Domingos, e mais
tarde no ATL dos Candeeiros. Ainda se criou
a componente de apoio à família, seguindose depois todo o processo relacionado com
as Piscinas, às quais ainda estou a dar apoio
até ao final do ano. Ou seja, estive envolvida
em tudo quanto se relacionava com o ensino, o seu desenvolvimento e a resolução de
problemas, sendo também o elo de ligação
entre a Junta e a Câmara.
Também me envolvi nos trabalhos da feira
do gado, que é mensal, tratando de assuntos
relacionados com o controlo sanitário, entre
outros. Como vêem, estive sempre rodeada
de muito trabalho.
O futuro não é risonho. Não podem existir muitos projectos. Para já, até ao final do
ano, vou manter o que já estava planeado.
Mas está prevista a criação de um circuito de
manutenção na Fonte da Senhora e de ciclovias na Lagoa do Ferro. Com vista a melhorar o trânsito local, existirão mais rotundas
na Avenida principal, e já está em estudo a
criação de parques de estacionamento.
OLHAR CIRCUNDANTE
Como pensa concretizar as promessas
feitas durante a campanha eleitoral?
Nunca quis prometer mais do que o que
já sabia que podia concretizar. Vou tentando
corresponder às solicitações da população
na medida das nossas possibilidades.
Quantas horas passa na Junta?
Muitas, acreditem. Das 17h às 18h, excepto à quarta-feira, recebo as pessoas na
Junta, para exporem os seus problemas e se
conversar acerca da resolução dos mesmos.
Todos os dias, por volta das 8h, estou no
armazém, com vista a controlar a saída do
pessoal. Depois saio, quando é necessário,
para visitar sítios onde há problemas a resolver. Geralmente, à tarde, estou nas instalações da Junta.
A Junta desenvolve, ainda, bastante trabalho a nível social, de ajuda às famílias
mais carenciadas. Também estamos a desenvolver um projecto que inclui a ocupação
dos idosos. Todavia, diariamente deparo-me
com situações problemáticas de pedidos
que as pessoas da comunidade fazem e que
são difíceis de resolver. Mas vou tentando
satisfazer o maior número de solicitações.
Reparem, mesmo com toda a boa vontade,
nem sempre conseguimos corresponder da
melhor maneira a todas as solicitações dos
particulares, mas tentamos sempre ouvir,
para agir. Às vezes temos dificuldade em
levar avante os trabalhos de campo, como
no caso dos cantoneiros, porque temos poucos funcionários para o trabalho existente.
Quando o trabalho é mais exigente, temos
de pedir pessoal à Câmara, o que nem sempre é possível.
Outubro 2005
Centro Cultural
Gonçalves Sapinho
TEATRO
Nós te Adoramos
A peça Nós te Adoramos, produzida pelo Grupo de Teatro Os Gambuzinos, tem a estreia prevista para
o sábado, dia 11 de Março, pelas
22 horas, e será também apresentada nos dias 12, 18, 19, e 26, aos
sábados às 22 horas, e aos domingos às 17 horas.
Grupo de Teatro
Os Gambuzinos
11
TO Q UE DE S AÍ DA
ANO I - N º 1
A arte como fonte de prazer
O Ninja das Caldas
A EXPERIÊNCIA ESTÉTICA DA
ARTE LÍRICA
A arte é uma fonte de prazer sensível, produz fruição estética, satisfação e orgulho, tanto a quem a cria como a quem a contempla. É
também manifestação da cultura de um povo.
Mas precisa de um investidor para que seja
reconhecida socialmente, independentemente
do seu valor intrínseco.
Anteriormente havia o mecenato. Hoje, a
economia de mercado e a tecnologia apoderaram-se da arte, não só desenvolvendo-a,
mas também banalizando-a: valorizamos alguns artistas famosos, mas serão eles famosos pela sua capacidade de criar e inovar, ou
por terem sido promovidos, ganhando assim a
notoriedade?
O artista não pode reger-se apenas pelo
aspecto financeiro da arte, tem de sofrer uma
causa exterior que lhe dê força e inspiração
para criar e, para isso, é necessário um gosto
aprofundado pelo que exerce. Para criar uma
obra original e bela, o artista tem de possuir
sensibilidade; pelo seu imaginário, o artista
afasta-se dos objectos reais.
Cada artista segue a sua forma de expressão: a pintura, a escultura, a dança, a música,
a arquitectura, a literatura, o cinema, a poesia... E, de acordo com ela, cada um exprime
as suas ideias, vivências, emoções. Vejamos,
por exemplo, como se manifesta a experiência
estética na poesia.
A poesia surge da reflexão e da sensibilidade do homem face a si e ao que o rodeia.
Essa reflexão parte do conhecimento e induz
à questionação, por isso a poesia indaga tantas vezes, filosoficamente, a realidade:
«ELE JUROU VINGANÇA CONTRA AS
FORÇAS DO DRAGÃO»
Poema das coisas belas
As coisas belas,
As que deixam cicatrizes na memória dos
homens,
Porque motivo são belas?
E belas, para quê?
Põe-se o Sol porque o seu movimento é
relativo.
Derrama cores porque os meus olhos vêem.
Mas porque será belo o pôr-do-sol?
E belo, para quê?
Se acaso as coisas não são coisas em si
mesmas,
Mas só são coisas quando coisas percebidas,
Porque direi das coisas que são belas?
E belas, para quê?
Se acaso as coisas forem coisas em si mesmas
Sem precisarem de ser coisas percebidas,
Para quem serão belas essas coisas?
E belas, para quê?
António Gedeão
Em suma, a poesia não deve ser considerada uma tradução extravagante do que nos
rodeia, mas algo que nos faça reflectir sobre
um mundo diferente, de uma maneira diferente. Devemos, através das palavras, procurar
compreender o artista que se dá a conhecer a
si, aos outros e ao mundo, combinando artisticamente o material linguístico e contribuindo
para o desenvolvimento de cada ser humano.
Uma das minhas paixões
Patrícia Silva, 11º E
JAZZ
Ter feito rádio, na Rádio
Universidade
de Coimbra
– RUC –, durante cinco
anos,
marcou-me muito, no bom
sentido. Fui
responsável,
entre 1982 e
1987, por um programa de 60 minutos chamado “Jazzisticamente
– A Presença do Jazz”. Isto quer
dizer que passei pelas três fases
da RUC: rádio para as cantinas,
rádio pirata e estação de rádio já
legalizada.
O “Jazzisticamente” tinha
um objectivo pedagógico e de
12
divulgação do Jazz. Dava a conhecer um pouco da sua história
e, em cada programa, havia um
instrumento ou voz privilegiados,
por exemplo o piano (Chick Corea, Herbie Hancock, Bill Evans),
a voz (Maria João, Anita O’Day,
Sarah Vaughan, Bilie Holliday),
o saxofone (Charlie Parker, Rao
Kyao). E muitos outros.
Iniciei-me no gosto pelo
Jazz bastante cedo, com 18 anos.
Em 1978, comecei a ir à catedral
do Jazz em Portugal, os Festivais
de Jazz de Cascais que, mais tarde, passaram para o Pavilhão dos
Salesianos no Estoril, onde assisti
a excelentes concertos dos maiores intérpretes e compositores de
todo o mundo.
Para se apreciar Jazz é
O “Ninja das Caldas” é o primeiro filme de ninjas português. Realizado pelo
caldense Hugo Guerra (licenciado em
Artes plásticas, na ESTGAD), foi inicialmente um projecto anual da cadeira de
Pintura, no ano de 1999, mas ninguém
imaginava a projecção que iria ter três
anos mais tarde.
Octávio Lourenço, Ricardo Guerreiro,
Sónia Matos e José Serpa são os nomes
que fazem parte do elenco. Os trabalhos
de filmagem duraram quatro meses, com
o reduzido orçamento de 40 a 50 €, e decorreram em Caldas da Rainha, Óbidos
e Bombarral. O filme conta a história de
Toni Canelas, ninja caldense, que tenta
vingar a morte de sua amada, lutando
contra Evil Dragon pelo poder do Búzio
dourado.
O filme está cheio de erros técnicos e
narrativos, de cenas mal feitas e de gaffes: pessoas e carros a passar por detrás das personagens, chuva a cair em
cima de uma única personagem, pernas
cortadas com a força da mente, e muito,
muito sangue a jorrar às golfadas. Cheio
de coreografias e de exercícios marciais,
“Ninja das Caldas” tornou-se uma comédia que convenceu a SIC, passando-a na
SIC radical, e tornando-a assim bastante
conhecida.
Para além do filme ser um desastre
em termos de técnica, tornando-se cómico por isso mesmo, também a banda
sonora, criada pelo realizador, é, não só
ridícula, como totalmente desafinada.
Assim, pela sua originalidade, este
filme foi editado em
DVD, em 2003, e
Hugo Guerra já está a
preparar “O Ninja das
Caldas 2”.
Se é um amante
de filmes totalmente
cómicos, veja “O Ninja
das Caldas”. Espero
que o segundo tenha
muito mais rigor técnico, mas que não perca
a piada.
HC, aluno do 10º Ano
importante tê-lo ouvido
ao vivo, porque é uma
música que requer, por
parte de quem toca,
uma grande imaginação, uma vez que inclui
muito improviso. Uma
peça de Jazz tem três
partes: a primeira sem
improvisação, a segunda, de improvisação – na improvisação
todos os instrumentos fazem um
solo – e termina como começou,
com todos os instrumentos juntos.
No Jazz há vários tipos
de formações: trios, normalmente constituídos por piano, bateria
e contrabaixo, ou por guitarra,
bateria e contrabaixo; quartetos
(piano, bateria, contrabaixo e voz
ou trompete); e quintetos, até se
chegar às Big Bands. Existe uma
Big Band na Nazaré, por exemplo.
Há muitos beneditenses a
gostar de Jazz e que vão a concertos e compram CDs. Porque
não fazer um Festival de Jazz na
Benedita?
Acho que seria uma boa aposta!
José Cavadas, professor
ARTE E CULTURA
A NO I - Nº 1
TOQ U E D E S A Í D A
AINDA HÁ HERÓIS?
Morangos com Açúcar
O QUE OS TORNA TÃO DOCES?
N’ Os Lusíadas, o Homem, “bicho da
terra” tão pequeno, cantado por Camões,
conquistou, apesar da sua fraqueza, a terra
e os mares, realizando feitos heróicos inigualáveis. E assim transcendeu os limites
da sua condição, ultrapassando os próprios
deuses. Esses tempos mudaram. Existirá
ainda algum “bicho da terra” sonhador entre
nós? Alguém que deseje a transcendência
pessoal e sonhe e lute por aparentes impossíveis?
«Herói, s. m., indivíduo que se destaca
por um acto de extraordinária coragem, valentia, força de carácter ou outra qualidade
considerada notável».
Nos tempos que correm, a definição de
herói teria muito mais sentido se fosse al-
terada, designando simplesmente alguém
que procura a fama e a notoriedade a qualquer custo, alguém que causa impacto junto das pessoas. Com efeito, para se ser
considerado herói, hoje, já não é necessário realizar feitos inigualáveis nem, no
sentido metafórico que lhe dá Camões, ter
poderes mais que divinais; basta ser visto por todos, e, mais importante ainda, ser
comentado por boas ou más razões.
Temos bons exemplos na política: os
nossos governantes, aqueles que deveriam
comandar o país de uma forma competente e justa, e cumprir com a sua palavra e
colocar o bem comum à frente dos seus
interesses. E assim não fazem.
Até poderá haver um herói, um verdadeiro herói por aí, alguém com espírito
de sacrifício e bravura, alguém que realize
actos extraordinários, mas ninguém lhe dá
valor e, se lho derem, não será mais que
uma breve e quase insignificante notícia no
telejornal da noite, enquanto que aqueles
que quebram as leis têm direito a meses de
notícias, e, pelos vistos, esses são os verdadeiros heróis dos nossos tempos.
Homens, pequenos “bichos” capazes de
sonhar a transcendência e de a perseguir,
onde andais há tanto tempo, que tanta falta
nos fazeis? Será que ainda existis?
Pedro Passarinho, 12º C
OS GAMBUZINOS – GRUPO DE TEATRO DO ECB
O Grupo de Teatro Os
Gambuzinos, do ECB, nasceu em 1999 e, desde então,
levou à cena as seguintes
peças:
- Estranhas Dicotomias,
de José Carlos Saramago.
- O amor de D. Perlimplim
com Belisa no seu Jardim, de
Federico Garcia Lorca.
- O Segredo da Abelha,
de Ricardo Alberty.
- A Escola de Maridos, de
Molière.
- Auto dos Nojentos, de
José Carlos Saramago.
- O Homem ou é tonto ou
é mulher, de Gonçalo M. Tavares.
- Por que comi o meu pai,
ARTE E CULTURA
adaptação de José Carlos
Saramago.
- À beira do Lago dos Encantos, de Maria Alberta Meneres.
Estes trabalhos têm sido
recebidos com agrado por
parte do público, e é esse reconhecimento que vai dando
força ao grupo para continuar a fazer teatro.
A peça À Beira do lago
dos Encantos foi filmada em
Dezembro, pela editora ASA,
com o objectivo de integrar o
seu manual de Língua Portuguesa no próximo ano lectivo. Com o mesmo objectivo,
a peça O Segredo da Abelha
vai ser filmada, em Fevereiro, pela editora Folha Cultural.
Está a ser preparada,
desde Setembro último, a décima peça do grupo intitulada
Nós te adoramos, escrita por
José Carlos Saramago, director e encenador do grupo.
Nesta peça, constrói-se um
mundo futuro onde o sistema de governo é totalitário.
O Estado Único impera e o
Mestre, qual entidade quase
divina, controla toda a vida
dos cidadãos, transformando-os em ínfimas parcelas
de um todo e fazendo-os
perder a individualidade.
Neste mundo, todas as necessidades básicas estão
satisfeitas, mas o preço a
pagar foi a morte do amor e o
definhar da alma. Será este
o mundo que queremos?
Esta peça pretende agitar
as consciências e agudizar o
espírito crítico, factores essenciais para evitar que este
mundo tenebroso se instale
e o Mestre aconteça.
A primeira grande aposta de ficção nacional na TVI, virada para a juventude, tem vindo
a revelar-se um enorme sucesso, interrogando-se muitos de onde virão tais níveis de audiência.
A novela busca, no seio de um vasto grupo
de estudantes de um colégio de Cascais, assemelhar-se à vida real, mostrando-nos o seu
dia-a-dia, tanto na escola, como em casa com
a família.
Os pares românticos caracterizam cada série. Caras bonitas e a boys bands de momento,
os D´zrt, fazem sensação de Inverno, na escola, e de Verão, na praia.
O que parece uma bela história de encantar, acessível a toda a criança e jovem adolescente, é, na realidade, uma das piores influências transmitidas pela televisão dos nossos
dias.
Destruição da escola com graffiti, falta de
educação nas aulas e desrespeito para com
os pais são alguns dos exemplos transmitidos
que, juntamente com cenas ousadas e o uso
frequente de linguagem imprópria, actuam sobre o comportamento dos mais influenciáveis,
levando-os a agir de igual modo, pois, “comportamento gera comportamento”.
Como se não bastasse, uma enorme falta
de lógica marca a série. Seria então possível
a um adolescente de dezoito anos, proprietário de um bar de praia, ter rendimentos suficientes para se sustentar a si e aos seus três
irmãos, pagando, ainda, o colégio dos quatro?
Ou alguém extremamente arrogante e cruel,
detestado por todos, ganhar uma nova personalidade, completamente diferente da anterior,
de um momento para o outro? Ou ainda dois
professores minimamente prestigiados disputarem imoralmente uma bibliotecária?
Por trás de toda esta fantasia pura, encontra-se um canal de televisão de baixo nível,
que tem como único intuito ganhar audiências
sem apostar na qualidade, recorrendo, neste
caso, a um elenco jovem, sem experiência,
que vai para a televisão a qualquer preço.
O melhor dos jogos de interesse: sucesso
garantido ao preço da chuva.
Ana Sofia Neto Pestana
Carina Costa Borralho
Igor Cernenchi
Alunos do 11º Ano
www.gambuzinos.com
J. C. Saramago, professor
13
TO Q UE DE S AÍ DA
ANO I - N º 1
ENTREI NUM QUADRO
Numa tarde de domingo, próximo do Natal, decidi ir a um museu ver a exposição de quadros
de uma pintora de origem portuguesa, Martha Telles. Lá fora a
chuva batia com força nos carros
e nos chapéus-de-chuva, mas o
meu fascínio pela pintura falou
mais alto e lá fui eu a correr até
ao autocarro que parava junto ao
museu.
Quando cheguei, fiquei encantada com aquelas gravuras que
pareciam reais. Gostei de todas as
obras, mas fiquei particularmente
encantada com um quadro que se
intitulava “Memórias de Infância
– Casa de Campo”, pintado em
1975. Estive durante alguns minutos imobilizada a olhar para aquele quadro que me fazia lembrar o
jogo do labirinto que eu inventara
e construíra com o meu avô.
Penetrámos os dois no bosque
e construímos um labirinto que ligava a nossa casa de campo à
pequena cabana na árvore, lugar
de refúgio para ler lindas histórias
de encantar nas tardes de Verão.
Mas o tempo passou, o meu
avô morreu e as ervas invadiram
os caminhos. Tenho saudades do
meu avô e de brincar nas veredas
confusas e misteriosas do labirinto.
Já os olhos me estavam a doer
quando uma das crianças que habitava o quadro me puxou para
dentro daquela pintura. Eu não
queria acreditar! Estava dentro do
quadro! O labirinto era o mesmo,
a cabana também existia. Ajudei
as crianças a sair daqueles corredores emaranhados e elas recompensaram-me com um delicioso
lanche.
Terminada a aventura, saí do
quadro e voltei para casa. Como o
Natal estava a aproximar-se, pedi
à minha mãe que comprasse o
quadro, que nem era assim muito
caro! Ela estranhou o pedido, mas
ficou contente com o meu recente
fascínio pela arte.
Na noite da consoada, recebi o
presente e pendurei-o na parede
do quarto para me lembrar do meu
avô e daquele dia tão especial.
Também esperei que as crianças
voltassem a chamar-me, mas isso
nunca mais voltou a acontecer.
Porém, nas tardes de Verão,
vejo duas delas a atravessar o labirinto.
ENTRE PISOS
OH GOTA
SOL, A FONTE DA VIDA
não sabia que há
um instituto oriental
na minha faculdade
no sexto piso
como havia de saber?
não olho para os papéis,
quando muito para as paredes
em que os colam
como se também eu
tivesse ânimo para colar papéis
onde se fala e informa
sobre o instituto oriental.
Oh gota
Como me fascinas.
Se um dia o Sol deixasse de nascer, os
olhos não veriam mais que a solidão, o
coração não sentiria mais que a tristeza,
os pés não pisariam mais que o vazio,
as mãos não tocariam mais que o frio, a
boca não saborearia mais que a amargura e os ouvidos não escutariam mais que
o silêncio.
Sem Sol, o que seria do perfume das flores, da frescura das águas, da alegria
dos animais, da imensidão dos oceanos,
do verde das montanhas? Sem Sol, o
que seria de nós?
O Sol é um dom único, há que saber respeitá-lo, desfrutá-lo, vivê-lo.
Sol: Passado, a origem da vida; Presente, a luz que aquece e ilumina; Futuro,
astro guia dos nossos sonhos.
Vens de lá,
Só tu.
Tu mesma.
Cá em baixo
Espera-te tudo...
O mar...
Os rios...
Como deves estar feliz...
poderia aprender japonês,
talvez um dia ler mishima no original.
talvez quando esses papéis
me permitirem
reconciliar com as paredes
sem o frio a dobrar-me perante
a sua espessura.
Luís Lucas, 2005
(ex-aluno do ECB)
Chegaste...
Caíste no mar...
Mas agora,
Não és gota...
És mar.
Raquel Dias, 8º G
MUNDO NORMAL
Mundo normal
Que me aflige.
Mundo que me angustia
com a calma de sempre.
Sou redondoCíclico Num mundo redondo.
Normal.
Coisas que olho
Sempre
Com os olhos de sempre
Que me parecem bemNormais.
Vivo uma vida normal
De gente normal
E sei-o.
Só isso me torna diferente.
Vieira McNeal, 12º Ano
Filipa Isabel Serrazina
8º D
Setembro/2005
Não és tu...
És tudo.
Morreste...
Vieira McNeal, 12º Ano
LARGO DA FEIRA
Acreditem-me:
Era só um espaço sem nada
Além de terra e algumas pedras
fui sugado por um Mar revolto em Espécies Más!
fui Rasgado defronte das Dunas que me Torturam!
O antigo largo da feira
Alimentava de pó e às vezes de profundos arranhões
Os miúdos da rua do largo da feira
gostava de Sorrir às paredes fechadas do meu Caixão,
quando morresse...
e que os que me amam chorassem por mim...
Sofrer custa até aos piores,
Sofrer rasga-me a Pele como se Mergulhasse num Mar ensanguentado de Ti!
se Te pudesses ver ao Espelho,
a Tua Imagem catalizadora de Desgraças sem fim,
fecharia o ciclo de Lágrimas nesta Era duma triste história por contar.
Gonçalo Britto, 2005
(ex-aluno do ECB)
14
O espaço era grande, mas ao meu pequeno
Ser parecia infinito,
Eu corria atrás da bola e dos outros,
Éramos um grande grupo de rapazes,
Não me lembro se havia raparigas
E de novo da bola, atravessando
Os limites do esforço e das pedras
Que saltavam abrindo caminho
Ao suor alegre mas já preocupado
Com a imensidão das coisas
Luís Lucas, 2005
(ex-aluno do ECB)
ARTE E CULTURA
A NO I - Nº 1
Caminhos da Ciência
COMO FOI DETERMINADO O
RAIO DA TERRA
Eratóstenes de Cirene – astrónomo, geógrafo, matemático e poeta grego (276 a. C.194 a. C.), proveniente da região de Cirene
no Norte de África – conseguiu determinar o
raio da Terra, há mais de 2000 anos.
TOQ U E D E S A Í D A
O SOL
A Humanidade não ficará na Terra para sempre, mas na sua busca de luz e espaço irá primeiro timidamente penetrar para lá dos
confins da atmosfera, e mais tarde conquistar para si própria todo
o espaço perto do Sol.
Konstantin E. Tsiolkovsky
A consulta de escritos em papiro, existentes na Biblioteca de Alexandria, permitiu-lhe
ter conhecimento de que próximo de Siena
(hoje Assuão), no dia mais longo do ano
(solstício de Verão), havia um poço cujo fundo ficava totalmente iluminado, não se produzindo por isso qualquer sombra. Por outro
lado, em Alexandria, à mesma hora desse
dia de solstício, uma vara colocada verticalmente no solo produzia sombra. Eratóstenes,
sabendo que a superfície da Terra era curva,
estabeleceu o seguinte raciocínio:
Se uma vara na vertical, em Alexandria,
produzia uma sombra com o comprimento
BC, então era possível determinar o ângulo
a. Se na construção geométrica, marcássemos um ponto que correspondesse ao centro
da Terra e o uníssemos com um segmento de
recta que passasse pela vara, definiríamos
a vertical do lugar, ou seja, o zénite, ponto
exactamente situado sobre a cabeça do observador colocado nesse lugar.
Esta observação permitiu calcular que
o Sol se encontrava afastado do seu zénite
cerca de 7,2°, ou seja, 1/50 de uma circunferência (o perímetro da Terra). Fazendo idêntica observação em Siena, confirmou que não
havia desvio do Sol, por este se encontrar no
zénite. Assim, Eratóstenes concluiu que o
arco de circunferência entre Alexandria e Assuão era de 7,2° e correspondia à diferença
de latitude entre esses dois lugares.
A Eratóstenes faltava apenas saber a distância entre Alexandria e Assuão. Para isso,
contratou um homem para medir essa distância, tendo este obtido 5000 stadia, ou seja,
cerca de 800 km.
Com base nestes dados, pode agora o
leitor calcular os valores do raio e perímetro
terrestre.
Envie os seus cálculos para o seguinte
endereço: [email protected]
CIÊNCIA TECNOLOGIA E AMBIENTE
O Sol é essencial à vida. Ele é a principal
fonte de luz e calor do nosso planeta. Sem
ele, as plantas não poderiam realizar a fotossíntese. Mas como se terá formado o Sol?
Pensa-se que o Sol, juntamente com os
restantes planetas do Sistema Solar, se terá
formado aproximadamente há 4,6 milhões de
anos. Os cientistas acreditam que até essa
data existiria apenas uma nuvem de gás (hidrogénio) e poeiras que vagueavam no Universo. Esta nuvem terá começado a comprimir-se, ficando mais pequena. As partículas
que a formavam, devido à compressão, começaram a atrair-se formando aglomerados
de partículas.
Consequentemente, a nuvem começou
a rodar sobre si própria e, quanto mais se
comprimia, maior a sua velocidade, como
uma patinadora sobre o gelo que roda mais
rapidamente quando recolhe os braços para
junto do seu corpo.
Na parte central desta nuvem começou a
juntar-se cada vez mais matéria, formando
uma espécie de bola. Essa bola era o SOL,
a nossa estrela, constituído essencialmente por hidrogénio. Os átomos de hidrogénio
colidiam entre si, produzindo calor. Devido
às colisões entre os átomos e ao aumento
da temperatura, os hidrogénios começaram
a juntar-se, formando outro átomo, o hélio.
É desta transformação de hidrogénio em hé-
lio (designada fusão nuclear) que é libertada
energia na forma de calor e luz.
No Sol actual, em cada segundo, 4 milhões de toneladas de hidrogénio são transformadas em hélio. A luz que provém do Sol
equivale a 4 biliões de lâmpadas.
Contudo, tal como as pessoas, o Sol e
todas as estrelas nascem, envelhecem e
morrem. O Sol é uma estrela de meia-idade,
pensando-se que daqui a aproximadamente
5 milhões de anos morrerá. Todo o hidrogénio, o combustível do Sol, se consumirá, restando apenas hélio; já não haverá libertação
de energia, nem sob a forma de calor nem
sob a forma de luz.
O Sol, segundo se pensa, está 20 vezes
mais pequeno e 100 vezes menos brilhante
do que na altura em que se formou. Quando
o Sol deixar de produzir energia, nós certamente já não assistiremos a esse fenómeno,
não saberemos o que acontecerá ao planeta Terra, mas a vida tal como a conhecemos
não poderá existir.
Adaptado de:
Sabes porquê? O grande circo da ciência – Júnior, Kathy Wollard e Debra Solomon,
Gradiva
SABIA… QUEM FOI GALILEU?
Galileu Galilei (1564-1642) foi um cientista, filósofo e
matemático italiano que contribuiu para o desenvolvimento do método científico. Descobriu a lei da inércia, que foi
usada pelo cientista Isaac Newton na formulação das suas
teorias.
Em astronomia, Galileu Galilei usou o telescópio para
observar os céus e fez descobertas importantes, como a
de que quatro luas giram em torno do planeta Júpiter. Foi
julgado pela Inquisição por defender a teoria heliocêntrica
de Copérnico, segundo a qual os planetas giram em torno
do Sol. Galileu foi forçado a repudiar a teoria heliocêntrica e recebeu uma leve sentença, sofrendo prisão domiciliar. No entanto, conta a lenda que, ao abjurar, Galileu
terá murmurado: «Et per si mueve» («E no entanto movese»).
15
TO Q UE DE S AÍ DA
ANO I - N º 1
Conservação do Planeta Azul
FAÇA A DIFERENÇA
Certamente já ouviu dizer que “deve fechar a torneira enquanto lava os dentes”,
que “o ambiente agradece se andar a pé em
vez de se deslocar de carro”, ou que “é muito importante separar o lixo que produz para
que possa ser reciclado”...
...mas será que cada um de nós pode
fazer assim tanta diferença?
Não seria óptimo poder saber exactamente
qual o impacto que cada
acção isolada tem no ambiente?
a
ou areia no depósito do autoclismo. Em sua
casa passará a poupar até 800 Iitros de água
por mês.
Se 1000 pessoas tomarem esta atitude,
ao fim de 9 meses terão poupado quantidade de água suficiente para encher completamente o aquário central do Oceanário.
Sabia que cerca de
40% da água potável
que gastamos em nossa casa é enviada diLeia e descubra
rectamente pela sanita
enorme importância
abaixo?
da sua
5. Um automóvel
emite cerca de 2760 kg
de dióxido de carbono
1. Cada pessoa propara a
(CO2) e outros gases
duz cerca de 1,5 kg de
causadores do efeito de
lixo por dia. Ao fim de 1
conservação
estufa por ano. Se reduano terá produzido uma
do nosso planeta azul
zirmos a velocidade de
quantidade de lixo equicondução, de 120 para
valente a 10 vezes o seu
100 km/h, poupamos
peso em adulto!
20% de gasolina. Se
Se colocar todo o pa1000 pessoas assumirem este compromisso,
pel sem utilidade no papelão, ao fim de 1
estaremos a evitar o envio de 5,5 toneladas
ano terá produzido uma quantidade de lixo
de dióxido de carbono para a atmosfera, por
equivalente a apenas 6 vezes o seu peso em
ano: o equivalente a menos dois carros a ciradulto. Se separar todo o lixo reciclável (pacularem nas estradas.
pel, vidro, embalagens, pilhas e orgânicos),
Sabia que o fabrico de cada automóvel
ao .fim de 1 ano terá produzido uma quantigera 25 toneladas de resíduos (lixo)?
dade de lixo equivalente a apenas um pouco
mais que o seu peso em adulto!
6. Os objectos de plástico são os prinSabia que se se colocasse todo o lixo procipais responsáveis pela morte de animais
duzido no país, durante um ano, num campo
marinhos. Um conjunto de 6 argolas de plásde futebol, teríamos um “monumento” com
tico “porta-latas” demora cerca de 400 anos
uma altura equivalente a 2,5 vezes a altura
da Serra de Sintra?
mudança de atitude
até se degradar completamente no mar. Este
tempo é suficiente para que pelo menos 1
animal marinho seja apanhado por esta “armadilha” e acabe por morrer preso ou asfixiado. Basta dar um corte em cada uma das
argolas antes de as colocar no lixo para salvar um grande número de animais.
Sabia que cerca de 1 000 000 de aves
marinhas e mais de 100 000 mamíferos marinhos morrem todos os anos devido à poluição por plásticos?
7. Envolva-se! Participe na limpeza das
praias, denuncie os locais de despejo e acumulação de lixo, inscreva-se numa associação de protecção ambiental, procure saber
mais sobre as espécies da fauna e flora da
zona onde vive.
Se convencer 3 pessoas a juntarem-se
a si nestas acções, estará a triplicar o seu
efeito.
Quando estas atitudes forem tomadas
por milhares de pessoas o nosso impacto
será enorme e teremos a certeza de que estamos a contribuir para um verdadeiro Planeta Azul!
Informações fornecidas pelo
Oceanário de Lisboa
2. Se uma família de 4 pessoas tomar,
todos os dias, duches de 5 minutos, gastará
mais de 2600 Iitros de água por semana: o
equivalente à água que uma pessoa bebe ao
longo de 3 anos.
Sabia que de toda a água que existe no
mundo, apenas 0,06% é potável e está disponível para uso humano?
3. Para produzir 1 kg de carne é necessário 100 vezes mais água doce do que para
produzir 1 kg de trigo. Se 1000 pessoas substituírem uma refeição de carne por um prato
vegetariano uma vez por mês, ao fim de um
ano teremos poupado mais de 100 000 m3
de água doce. Esta quantidade de água é suficiente para 5500 pessoas tomarem duche,
todos os dias, durante um ano!
4. Sabia que a água doce é apenas 3%
de toda a água existente na Terra?
Em cada descarga do autoclismo enviamos 10 a 15 litros de água potável directamente para o esgoto. Pode diminuir-se o
volume de água que se gasta nestas descargas colocando uma garrafa cheia de água
16
CIÊNCIA TECNOLOGIA E AMBIENTE
A NO I - Nº 1
TOQ U E D E S A Í D A
NOTÍCIAS DA EDUCAÇÃO FÍSICA
NOITE ESTAPAFÚRDIA
DESPORTO ESCOLAR
Após um ano de intervalo, o grupo de Educação Física volta a
realizar a Noite Estapafúrdia, este ano no dia 1 de Abril de 2006,
a partir das 21h30m, no pavilhão do Externato Cooperativo da
Benedita. Conta com actividades como Ginástica Rítmica e Acrobática, bem como os sempre presentes Trampolins. Para além
destas, haverá também actividades ligadas à dança, e entrega de
prémios.
Este ano, o Desporto
Escolar conta com as modalidades de Voleibol, Râguebi e Multi-Actividades de
Aventura (desportos alternativos). No Voleibol estão a
funcionar três escalões: infantis masculinos, iniciados
masculinos e femininos, a
cargo dos professores Joel
Machado, Estela Santana e
Miguel Fonseca. O Râguebi
funciona para todos os escalões, sendo a professora
Rita Pedrosa a responsável
pela actividade. Relativamente às Multi-Actividades
de Aventura, estas não se
dividem por escalões, sendo
o professor Tobias Marques
o responsável por esta actividade.
OUTRAS NOTÍCIAS
Realizou-se no dia 23 de Novembro de 2005 mais uma edição
do Corta Mato Escolar, que voltou a ser um sucesso, contando
com a participação de mais de uma centena de alunos distribuídos
pelos diferentes escalões (infantis, iniciados, juvenis e juniores).
As classificações ficaram ordenadas da seguinte forma:
Quadro 1 – Resultados por Escalões
Infantis
Masculinos
1º David Machado 7º C
2º Ivo Santos 7º D
3º Diogo Pires 7º B
Femininos
1ª Patrícia Ramalho 7º G
2ª Alexandra Fialho 7º I
3ª Catarina Isabel 7º D
Iniciados
Masculinos
Femininos
1ª Rita Luíz 9º E
1º Nuno Pina 9º C
2ª Mariana Fialho 8º D
2º Guilherme Sousa 9º D
3ª Catarina Silvério 8º J
3º Romeu Silva 9º D
Juvenis
Masculinos
Femininos
1ª Flávia Grilo 10º G
1º André Lourenço 9º F
2ª Inês Martins 10º I
2º Daniel Lopes 9º B
3ª Carla Santos 9º C
3º Luís Crisóstomo 10º B
Juniores
Masculinos
Femininos
1ª Andreia Silva 12º C
1º Carlos Fernandes 12º C
2ª Filipa Marques 12º C
2º André Marques 10º G
3ª Diana Bernardes 11º F
3º Joel Simplício 12º C
O grupo de Educação Física aderiu
aos projectos Compal Air 3x3 (Basquetebol) e Gira Volei
(iniciação ao Voleibol).
Inicialmente,
apuram-se as melhores equipas dentro de cada uma das
turmas da escola.
Posteriormente, haverá uma segunda fase, que envolve as escolas da região, onde
ficará apurado o campeão regional que, no caso de a organização
decidir realizar a fase nacional, aí irá representar a nossa região.
Nesta primeira edição do jornal da escola, não poderíamos
deixar de fazer uma breve referência à excelente prestação que
João Pedro Silva, antigo aluno do ECB, tem tido na selecção nacional de Triatlo. O Grupo de Educação Física em particular, e
toda a comunidade escolar torce pelo seu sucesso e exprime o
seu regozijo pelo que o João tem conseguido até agora.
MENTE SÃ EM CORPO SÃO
Este ano já decorreram alguns
encontros entre escolas, nomeadamente no Voleibol e no Râguebi,
sendo de salientar as excelentes
prestações dos alunos do Externato
Cooperativo da Benedita. No escalão de infantis masculinos, na modalidade de voleibol, as equipas do
Externato obtiveram dois primeiros
lugares e dois segundos lugares,
num total de quatro equipas que se
Modalidades/
escalão
Voleibol - Infantis
Masculinos
Voleibol - Iniciados
Masculinos
Voleibol – Iniciados
Femininos
Râguebi - Vários
Multi-Actividades
deslocaram à Atouguia da Baleia,
no dia 6 de Dezembro de 2005. Relativamente ao Râguebi, decorreu
um encontro em Torres Vedras, revelando-se bastante positivo para
os nossos alunos. Esteve presente,
neste encontro, a RTP 2, que fazia as habituais reportagens sobre
Desporto Escolar, exibidas no programa Desporto 2, aos fins-de-semana. Saliente-se que um dos nossos alunos foi entrevistado
Dias e horas de Treino
Professor
Responsável
3ª Feiras 13:30 – 14:30h
Miguel Fonseca
3ª Feiras 13:30 – 14:45h
5ª Feiras 13:30 – 14:45h
4ª Feiras 13:30 – 15 h
5ª Feiras 16 – 17:30 h
2ª Feiras 17:30 – 18:30 h
5ª Feiras 13 – 14:30 h
2ª Feiras 14 – 15 h
4ª Feiras 14:30 – 16:30 h
5ª Feiras 14:20 – 15:50 h
Joel Machado
Estela Santana
Rita Pedrosa
Tobias Marques
CLUBES
Estão em funcionamento os CLUBES DE GINÁSTICA, de HIP HOP e
de MULTI-ACTIVIDADES DE AVENTURA. Para participar, aparece nos
treinos que se realizam às 4ª feiras entre as 14:30 e as 16 horas, ou fala
com um dos professores de Educação Física. São responsáveis por esta
actividade os professores: Rita Pedrosa, Estela Santana, Ângela Gens,
Liliana Gens, Miguel Fonseca, José Vinagre, Joel Machado e Tobias Marques.
17
TO Q UE DE S AÍ DA
ANO I - N º 1
Natal de 2005 de Évora de Alcobaça
Xadrez
ANATOLIY VENCE
TORNEIO
ALUNO DO ECB VICE-CAMPEÃO
O ucraniano Anatoliy Ladyka, membro da Academia Xadrez Benedita – o mais novo clube federado
da Associação de Xadrez de Leiria – venceu o Torneio de Natal 2005 de Évora de Alcobaça.
O Torneio, organizado pelo Centro de Formação
de Xadrez da Benedita, Externato Cooperativo da
Benedita, com o apoio da Associação de Pais de
Évora de Alcobaça, disputou-se no sistema de Todos contra Todos, em partidas de 15 minutos por
jogador.
Só o Anatoliy pertence à Academia Xadrez Benedita. Os restantes participantes pertencem à secção de xadrez da Associação de Pais de Évora de
Alcobaça, são alunos da Escola Frei Estevão Martins, e têm treinos semanais com José Cavadas, nas
instalações da Associação de Pais de Évora de Alcobaça.
Pedro Rodrigues,
do Núcleo de Xadrez
do Externato Cooperativo da Benedita,
obtém o 2º lugar no I
ENCONTRO DE JOVENS DA ZONA CENTRO.
Na passado dia
19 de Dezembro de
2005, realizou-se, na
Secção de Xadrez do
Clube dos Galitos, um
encontro final entre os
melhores jovens dos
estágios dos distritos
de Aveiro, Coimbra, Leiria e Castelo Branco.
Os jogadores foram divididos em dois grupos: no Grupo A, os xadrezistas dos 14
aos 18 anos; no Grupo B, dos 9 aos 13 anos. Aveiro fez-se representar por 10 jovens
jogadores, Leiria por 2 (Pedro Rodrigues e David Rashidi, ambos do concelho de Alcobaça) e Coimbra por 4. Este torneio teve a particularidade de ter sido temático: o
Mestre Internacional António Fróis (treinador da Federação Portuguesa de Xadrez), colocava uma abertura no tabuleiro mural com cerca de 10 lances, e os jovens jogadores
começariam a partir desse lance a partida, após três minutos de análise da posição.
Pedro Rodrigues não perdeu nenhum jogo – cedendo apenas 2 empates, um frente
a Rashidi e outro ao vencedor do torneio, Jorge Cruz, de Montemor-O-Velho – obtendo
assim o 2º lugar e o título de vice-campeão.
CAE-Oeste - Xadrez
Xadrez no ECB
UM PERCURSO DE
SUCESSO
Sabia que:
- O Núcleo de Xadrez do Externato Cooperativo da
Benedita se manteve na III Divisão?
- Pedro Filipe Rodrigues; Vladimir Melnik; Mariana
Silva e Tiago Ferreira estão na Selecção Distrital de
Xadrez?
- Vladimir Melnik é Vice Campeão Distrital Absoluto
(séniores, mais jovens) da época 2005?
- Pedro Filipe Rodrigues é Vice Campeão distrital de
Rápidas e Vice Campeão distrital Sub16?
- Mariana Silva é Campeã Nacional Feminina Sub14
em ritmo Semi-rápido, Campeã Distrital Feminina
Sub14 e está na Selecção Nacional?
- Tiago Ferreira é Campeão Distrital Sub 14 e conseguiu o seu primeiro bloco FIDE no I Torneio FIDE
da Academia de Xadrez da Benedita?
- Raquel Inácio, do 3º Ciclo, é Vice -Campeã Regional Feminina?
- Carina Santos, do 3º Ciclo, é 3ª Classificada no
Regional Feminino?
- Lídia Ferreira é Vice Campeã Distrital Feminina?
- Dimitri Scoropad fez o seu primeiro bloco FIDE no I
Torneio FIDE da Academia de Xadrez da Benedita?
CALENDÁRIO DO
DESPORTO ESCOLAR 2006
Data
Torneio/Actividade
Local
25 Jan
1º Torneio do V Circuito da CAE-OESTE
Escola Amadeu Gaudêncio
Nazaré
17 Fev
2º Torneio do V Circuito da CAE OESTE VI
Encontro Nacional Escolas Individual
Externato Cooperativo
Benedita
10 Março
VI Encontro Nacional Escolas Equipas
Externato Cooperativo
Benedita
28 Março
3º Torneio do V Circuito da CAE-OESTE
Escola 2,3 Secundária
S. Martinho Porto
3 Maio
4º Torneio do V Circuito da CAE-OESTE III
Memorial Professor Arnaldo Olivença
Escola Frei Estevão
Martins - Alcobaça
18 Maio
Torneio de Pares
Escola Profissional
Armando Lucena
Veja o site da Academia Xadrez da Benedita
Estamos na página da Federação Portuguesa de Xadrez
http://www.fpx.pt/form_desev/benedita/benedita.htm
Esta e outras notícias no site Xadrez na Benedita:
http://xadrezbenedita.no.sapo.pt
18
MENTE SÃ EM CORPO SÃO
A NO I - Nº 1
DESAFIOS
TOQ U E D E S A Í D A
O MISTÉRIO DO BILHETE DE IDENTIDADE
OS BALDES
Imagine que tem dois baldes vazios, um com a capacidade de 6 litros, o outro, de 11 litros. O desafio consiste em ir a um lago buscar exactamente 8 litros de água.
Como se consegue fazer isso?
10 SACOS
Temos 10 sacos de moedas, cada saco tem 10 moedas
de ouro e cada moeda pesa 10 gramas. Há no entanto
um saco que só tem moedas falsas e sabemos que
cada moeda falsa pesa menos um grama que cada moeda verdadeira.
Para descobrir qual dos sacos tem moedas falsas temos uma balança convencional de um prato que permite ver com rigor o peso em gramas. Só pode fazer-se
uma única pesagem para descobrir o saco de moedas
falsas.
Qual a estratégia para descobrir qual dos sacos tem
moedas falsas?
NO MURO DE BERLIM
Certo dia ouvi contar a seguinte história:
Um dia, F. Nietzsche escreveu no Muro de Berlim a
seguinte frase:
«Deus Morreu.» E assinou por baixo – Nietzsche.
Quando Nietzsche morreu apareceu no muro uma outra frase:
«Nietzsche morreu.» E por baixo, assinado – Deus.
Só mais tarde percebi o absurdo que a história continha; descubra-o também.
Certamente, o leitor terá já assistido,
no meio de uma conversa com amigos,
à seguinte discussão: a certa altura alguém se pronuncia, mais ou menos nos
termos que se seguem, sobre o algarismo suplementar que os bilhetes de identidade passaram a ter de há uns anos
para cá: “O algarismo suplementar que
se segue ao número do B. I. indica o número de pessoas em Portugal que têm
um nome exactamente igual ao portador
do B. I.”.
Esta é uma afirmação disparatada,
mas com imensos defensores que a propagam de forma acrítica, transformando-a numa espécie de lenda urbana portuguesa.
Afinal de contas, o que representa o
misterioso algarismo suplementar que
se segue ao nosso B. I.?
Não representa o número de pessoas com o mesmo nome, nem o número de multas de estacionamento que o
portador apanhou (versão que também
circula) ou qualquer outra disparatada
hipótese deste tipo. O algarismo suplementar é (ou seria, se as autoridades
portuguesas não tivessem cometido um
ridículo erro matemático!) apenas um algarismo de controlo que detecta se o número de B.I. está correctamente escrito
ou não, e que permitiria detectar bilhetes de identidade falsos.
Esse algarismo de controlo calculase da seguinte forma:
Admitindo que os números do bilhete de identidade têm a seguinte forma
x x x x x x x x x em que x repre1 2 3 4 5 6 7 8 9
i
senta o algarismo colocado na posição
i, começa por fazer-se a seguinte operação:
1 xx +2 xx +3 xx +4 xx +5 xx +6 xx +7 xx +8 xx +9 xx
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Depois, divide-se o resultado por 11 *
e o resto dessa divisão inteira é o famigerado algarismo suplementar.
Os restos possíveis são então os
números inteiros de 0 a 10, mas no B.
I. só há espaço para um algarismo de
controlo, decidindo os nossos responsáveis substituir o número 10 por 0, introduzindo assim um erro que impede o
uso deste método para detectar bilhetes
de identidade falsos, pois sempre que o
algarismo de controlo é 0, este tanto poderá ser oriundo de um resto 0, como de
um resto 10. Estima-se que em Portugal
cerca de 9% dos B. I. tenham um número de controlo errado.
Como curiosidade, adiantamos que
este é também o método usado nos códigos ISBN que são uma espécie de B. I.
dos livros, e que, nesse código, o algarismo de controlo referente ao resto 10 é
substituído por X, que representa 10 em
numeração romana.
* A escolha do 11 envolve propriedades matemáticas que não nos parecem relevantes para o
comum dos leitores.
AS IDADES
Dois amigos, o Arnesto e o Bicente, não se viam há
muito tempo, comunicando apenas por carta. Certo dia
encontram-se e travam o seguinte diálogo:
Arnesto: Quantos filhos tens?
Bicente: Tenho 3.
Arnesto: Quais as suas idades?
Bicente: O produto das suas idades é 36. A soma das
suas idades é igual ao número da minha porta, mas
isto não chega para tu resolveres. O mais velho já toca
piano.
Quais as idades dos filhos do Bicente?
A CORDA
Uma corda com 100 metros de comprimento tem cada
uma das suas extremidades presa nos topos de dois
postes.
Os postes têm alturas diferentes: um mede 90 metros,
o outro 70 metros e encontram-se ambos perpendiculares ao plano do solo.
O ponto da corda que está mais próximo do solo encontra-se a 30 metros deste.
Sabendo que a corda não está esticada, a que distância se encontram os postes um do outro?
As propostas de solução devem ser enviadas para o
endereço electrónico do Toque de Saída:
SUDOKU
É um puzzle lógico, num quadrado
de nove linhas por nove colunas, organizado em regiões de 3x3.
Use algarismos de 1 a 9, de modo a
que cada algarismo apareça uma única
vez em cada linha, coluna, ou região de
3x3.
Não é necessária qualquer operação
aritmética.
Aqui ficam três exemplares, de graus
de dificuldade diversificados.
Divirta-se!
2
5
1
8
3
1
7
1
5
3
5
9
1
5
2
4
8
4
4
5
9
2
6
9
6
7
6
3
8
6
4
2
6
8
6
5
9
3
5
4
7
6
5
4
1
9
2
1
8
8
Fácil
3
5
4
8
4
7
4
2
9
8
9
7
8
9
2
6
8
Médio
8
8
7
7
8
1
4
7
2
9
3
9
8
2
1
6
5
7
2
3
4
Difícil
[email protected]
PASSATEMPOS E CURIOSIDADES
19
TO Q UE DE S AÍ DA
ANO I - N º 1
Eleições Presidenciais
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA E AS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS
Pela sétima vez, após o 25
de Abril, os portugueses foram
chamados no dia 22 de Janeiro
a escolher um novo Presidente
da República.
Apesar de ser a sétima vez
que houve eleições para a Presidência da República, nunca
em nenhuma outra eleição foram tão discutidas as competências do Presidente da República
e os poderes que ele tem.
Essas competências e esses
poderes resultam do modelo que
foi escolhido pelos portugueses
para o seu Presidente. De entre
os modelos conhecidos, - como
o modelo parlamentar, que é
aquele em que o Presidente é
uma figura meramente repre-
sentativa, do tipo corta fitas,
como é exemplo o modelo alemão; o modelo presidencialista,
onde o Presidente é também o
detentor do poder executivo
e, por isso mesmo, o
chefe do Governo,
como é exemplo
o regime americano; ou ainda
os modelos semipresidencialistas, onde o
presidente é um
árbitro,
embora
com capacidade de
intervenção
efectiva
dentro de um parlamentarismo racionalizado; ou aquele outro em que o Presidente é
mais forte, sendo o regulador
do sistema político -, os portu-
gueses optaram por esta última
solução.
Assim, ao Presidente da República foram atribuídos poderes relativos ao Estado,
- representa a República,
garante
a independência
nacional e a unidade do Estado
-, à Constituição
e ao funcionamento dos outros
órgãos do Estado – o Presidente
da República garante
o normal funcionamento das
instituições democráticas, pode
dissolver a Assembleia da República, nomeia o Primeiro Ministro e o Governo e pode de-
mitir o Primeiro Ministro, declara
o estado de sítio e o estado de
emergência e promulga ou veta
as leis.
São estes, de modo genérico, os poderes do Presidente.
Afinal, o Presidente tem muitos poderes ou tem poucos poderes ?
O Presidente tem os poderes
que os portugueses querem que
ele tenha.
E o que os portugueses esperam do Presidente é que ele
use os poderes que tem, com
rigor, com firmeza, mas acima
de tudo com bom senso democrático.
Luís Castelhano, professor
O ECB VISITA O MUSEU DO CHIADO
Cabeças, Amadeo de Sousa Cardoso
Integrados nos objectivos da
disciplina de Educação Visual,
os alunos do 9º ano visitaram o
Museu do Chiado, com especial
destaque para a exposição, “Primeiros Modernismos em Portugal”.
A visita iniciou-se com uma
abordagem à arte portuguesa
do séc. XIX. Os exemplos do
naturalismo apresentados foram
diversos, com o objectivo de
despertar os alunos para as diferenças entre esta geração e a
geração modernista portuguesa,
e de os levar a entender o facto de os modernismos nas artes
plásticas portuguesas, iniciados
20
com grande esforço na primeira
década do séc. XX, mostrarem
momentos de euforia.
De facto, não existiram muitas rupturas com a pintura do
séc. XIX. O que tivemos foi um
surto futurista. Desse surto são
exemplo, na primeira sala dedicada ao modernismo, Cabeças
(1913), de Amadeo de Souza
Cardoso e Cabeça (1910-1912)
de Santa Rita.
A Revolta das Bonecas, de
Eduardo Viana, talvez tenha sido
a obra à qual os alunos dedicaram mais atenção.
Ao analisarmos esta obra,
reconhecemos formas geométricas, numa via abstractizante, e
outras numa via mais figurativa.
Assim, encontramos ao centro a
representação de bonecas que
descobrimos a partir de 3 pares
de pés. Em toda a obra são utilizados círculos, nomeadamente
à esquerda, em formas que nos
sugerem maçãs, e à direita, nas
copas das árvores. No canto superior direito é-nos ainda possível compreender como que uma
esplanada, através dos seus
chapéus-de-sol.
Já na segunda sala, encontrámos trabalhos de Almada Negreiros, nomeadamente estudos
para os frescos das Gares Ma-
rítimas de Alcântara e da Rocha
do Conde D’Óbidos, e alguns desenhos de grande expressividade, como Sesta de 1939.
Numa análise mais demorada seria possível encontrar
outras formas modernistas de
representar, mas o que nos moveu foi propiciar o encontro dos
alunos com a arte portuguesa,
contribuindo para o seu enriquecimento cultural, e levando-os a
valorizar o património artístico
português.
É de referir ainda o percurso
Pessoano - Modernista, realizado nos arredores do museu com
algumas turmas, tendo como local de paragem obrigatória o café
A Brasileira do Chiado, ponto de
tertúlia e reunião de Fernando
Pessoa com alguns pintores modernistas que aqui expuseram
obras.
Professoras de Educação Visual
A revolta das bonecas, Eduardo Viana

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