n1 FINAL
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A NO I - Nº 1 TOQ U E D E S A Í D A DESTAQUES A NOSSA ESCOLA externatobenedita.net Criada em 1964 como resultado de uma parceria entre a sociedade civil e a paróquia, veio preencher uma lacuna na área da educação, quer a nível de Cursos Técnicos para ingresso na vida activa, quer a nível do prosseguimento de estudos, tendo-se constituído, assim, a primeira Cooperativa de Ensino da Península Ibérica. Página 3 Começando O Toque de Saída nasce de um desafio lançado pelo Director Pedagógico aos docentes do Externato Cooperativo da Benedita: criar um projecto que reconhece o meio como seu parceiro essencial e que ganha corpo com a edição de um jornal que possa crescer em qualidade e manter-se no tempo, instituindo-se em garante de memória e em legado – não só dessa memória, mas também de anseios, de experiência e de métodos de trabalho – legado que desejamos transmitir a futuras gerações de alunos. Para que germine. A equipa que arranca com este primeiro número do Toque de Saída – nome apurado por concurso, e da autoria do Fábio Fialho, do 12º J, tendo o logótipo sido desenhado pela Patrícia Barros, do 12º G – é constituída por um grupo de professores voluntários. Mas inclui colaborações de outros professores (inclusive de uma professora de outra escola), de alunos nossos e ainda de ex-alunos, testemunhando assim a manutenção de vínculos de que sempre nos orgulhámos. Pretende captar mais membros da comunidade educativa, fazendo-os sentir o jornal como um empreendimento de partilhas e de reforço dos laços de pertença. Pre- ALUNOS PREMIADOS tende sobretudo captar mais alunos – enquanto colaboradores, mas também como membros permanentes da equipa do jornal, proporcionandolhes ocasião de ensaiar desta forma a sua autonomia e de experimentar meios de reflectir e actuar sobre o mundo que os rodeia. Convidamos assim alunos, professores, outros profissionais do Externato, pais e encarregados de educação, bem como entidades locais, a colaborar no Toque de Saída, de que prevemos, para o futuro, uma periodicidade trimestral. As contribuições poderão ser enviadas para o endereço electrónico: [email protected]. Neste ano lectivo, o do seu lançamento, sairão apenas dois números, apresentando notícias relativas à vida da escola e ao meio, entrevistas, artigos de opinião e crónicas, bem como informação sobre ciência, tecnologia, ambiente e desporto, apontamentos culturais, passatempos, e uma rubrica de criação literária. O Toque de Saída terá também uma versão digital que poderá ser consultada na página do ECB. Um grupo de alunos do Externato Cooperativo da Benedita foi galardoado com o prémio Alfredo Bensaúde pelo Departamento de Recursos e Minas do Instituto Superior Técnico de Lisboa. Página 4 SER PROFESSOR Um testemunho de Amélia Pais. Página 9 ENTREVISTA Conversa com a Presidente da Junta de Freguesia da Benedita, Maria José Filipe. Página 11 CIÊNCIA Eratóstenes de Cirene conseguiu determinar o raio da Terra, há mais de 2000 anos. Página 15 PRESIDENCIAIS Pela sétima vez, após o 25 de Abril, os portugueses foram chamados no dia 22 de Janeiro a escolher um novo Presidente da República. Página 20 TOQUE DE SAÍDA Trianual - Março 2006 Ano I - Número 1 - 0,50 € Director Alfredo Lopes Chefe de Redacção Soledade Santos Externato Cooperativo da Benedita Rua Cooperativa de Ensino 2475 Benedita [email protected]. 1 TO Q UE DE S AÍ DA ANO I - N º 1 Editorial O Projecto Educativo do Externato Coo- ÍNDICE para todos. perativo da Benedita aponta para uma Escola de Projectos, muitos deles virados para Desta forma, pretendemos contribuir para a formação de todos aqueles que nele a Comunidade. participam, sendo uma janela aberta ao O sonho de um Jornal que se constitua trabalho realizado na Escola e procurando como uma referência e um corolário do muito que de qualidade se produz na Escola tem acompanhado a história deste Externato. Ao longo dos anos, foram aparecen- aproximar cada vez mais a Escola da Comunidade. A Direcção do Externato Cooperativo da Benedita congratula-se por ter conseguido do várias tentativas de produzir um Jornal pôr em marcha este projecto e agradece a Escolar, experiências efémeras que, na sua maior parte associadas a projectos de turmas, não tiveram continuidade nem visibilidade para o exterior. todos os elementos desta equipa a possibilidade de tornar este sonho uma realidade. O Jornal Escolar que aqui se apresenta tem como objectivos promover diferentes a todos os professores, alunos, funcionários e comunidade educativa um ano lectivo de formas de conhecimento, de expressão e sucesso profissional e escolar. Será a primeira de muitas edições. Quero aproveitar este meio para desejar Escola viva Festa de Natal Alunos do ECB premiados em Lisboa Quadro de Mérito Top 10 - livros mais lidos na biblioteca Exposição de Arte Os Gambuzinos 4 4 5 5 8 13 Olhar Circundante Moita do Poço - capela restaurada Entrevista a Bruno Dias, treinador de natação Entrevista à Presidente da Junta de Freguesia Alunos do ECB visitam Museu do Chiado As eleições presidenciais 10 10 11 20 20 de comunicação; desenvolver capacidades O Director Pedagógico de trabalhar em equipa; e assumir a Escola como um projecto colectivo e um espaço Director do Jornal: Alfredo Lopes Redacção: Deolinda Castelhano Luísa Couto Soledade Santos (Chefe de redacção) Teresa Agostinho Marketing e vendas: Laura Boavida Margarida Vinagre Maria José Jorge Composição gráfica: Nuno Rosa Paulo Valentim Samuel Branco Equipa de Reportagem: Acácio Castelhano Ana Duarte Clara Peralta Fátima Feliciano Graça Silva Isabel Paixão José Carlos Saramago José Cavadas Margarida Vinagre Maria de Lurdes Goulão Maria José Guerra Maria José Jorge Miguel Fonseca Sérgio Teixeira Teresa Salgueiro Morada: Rua Cooperativa de Ensino 2475-999 Benedita Dr. Alfredo Lopes ACONTECENDO Aparecimento do Sol Como foi determinado o Raio da Terra Você sabia?... Faça a diferença 15 15 15 16 Fevereiro - Oficina de Observação da Natureza (entre os dias 13 e 15), integrada na semana da Biologia e Geologia; - Torneio de Jogos Matemáticos; - O Encontro Nacional de escolas, de Xadrez; - Dia do Francês; - Representação de Frei Luís de Sousa, no CCGS (no dia 22, expressamente para os alunos do 11º ano); - Sessões temáticas com pais, sobre Adolescência; Arte e Cultura A obra de arte na era das indústrias culturais Crítica de filme (Saraband) Ainda há Heróis? Ser Professor – Um Testemunho A experiência estética da arte lírica O Jazz Sugestão de Leitura Crítica de filme (O Ninja das Caldas) Crítica de filme (Anne Frank) Morangos com Açúcar 7 9 9 12 12 12 12 12 13 13 Março Recriar o mundo - Semana da Físico-Química, com palestras e laboratórios abertos; - Sessão sobre Portefólio Europeu de Línguas (no dia 8); - Encontros Nacionais de Escolas de Xadrez; - Exame nacional intermédio de Matemática (no dia 17); Abril - Festteatro apresentará vários grupos de teatro escolares; - O 12º ano terá oportunidade de assistir à encenação de Felizmente Há Luar!, no CCJGS; Email: [email protected] Impressão: Relgráfica, Lda Maio Tiragem: 1000 exemplares - Feira do Livro; Data da publicação: Março 2006 - Semana das Artes; Preço avulso: 0,50 € - Dia da Informática; - O 8º ano assistirá à representação de Falar Verdade a Mentir, no CCJGS; 2 Ciência, Tecnologia e Ambiente Contos, poemas e prosa 14 O Lugar da Memória Notícias antigas do ECB 6 Mente Sã em Corpo São Noite Estapafúrdia Desporto Escolar Xadrez no ECB 17 17 18 Passatempos e Curiosidades O Mistério do Bilhete de Identidade Sudoku Enigmas 19 19 19 A NO I - Nº 1 TOQ U E D E S A Í D A Breve história e caracterização A NOSSA ESCOLA O INSTITUTO NOSSA SENHORA DA ENCARNAÇÃO foi criado em 1964 como resultado de uma parceria entre a sociedade civil e a paróquia, vindo preencher uma lacuna na área da educação, quer a nível de Cursos Técnicos para ingresso na vida activa, quer a nível do prosseguimento de estudos, tendose constituído, assim, a primeira Cooperativa de Ensino da Península Ibérica. O EXTERNATO COOPERATIVO DA BENEDITA é o único departamento do Instituto, tendo beneficiado, em 12 de Novembro de 2004, da inauguração e entrada em funcionamento de uma nova valência – o Centro Cultural Gonçalves Sapinho – onde está instalada a nova e bem apetrechada Biblioteca do Externato, que serve igualmente toda a população da Benedita. O Externato conta, no ano lectivo 2005/06, com 1408 alunos matriculados no Ensino Básico, Secundário e Recorrente, distribuídos segundo o gráfico. Conta ainda com 116 professores, 13 funcionários administrativos, 19 auxiliares de educação, 3 psicólogas (GPOE/ UNIVA/Estagiária) e 2 funcionários técnicos. ALGUNS SERVIÇOS E ENTIDADES LIGADAS AO ECB Gabinete de Psicologia e Orientação Escolar: o ECB dispõe, desde o ano lectivo 1999/00, de um Gabinete de Psicologia e Orientação Escolar, a funcionar nas suas instalações. Este Gabinete é dirigido a todos os alunos do Externato e tem como objectivos contribuir para o desenvolvimento psico-afectivo dos alunos e colaborar com os intervenientes educativos com vista ao sucesso da aprendizagem. Assim, de entre as suas actividades, destacam-se o acompanhamento individual a ESCOLA VIVA alunos, a avaliação das áreas cognitivas daqueles que evidenciam dificuldades de aprendizagem, a colaboração na tomada de decisões acerca das estratégias a utilizar com estes alunos, a coordenação de projectos, nomeadamente dos projectos: Crescer-Adolescência; DEA (Dificuldades Específicas de Aprendizagem na leitura e escrita); Aprender a Aprender (Método de Estudo); e Orientação 220 200 bém brinquedos. Associação de Pais e Encarregados de Educação da Benedita – APEEB é constituída pelos Pais e Encarregados de Educação dos alunos dos estabelecimentos de ensino oficial e particular da Benedita. São objectivos principais da APEEB defender o direito inalienável dos pais à educação e ensino dos seus filhos e possibilitar a participação dos 217 208 202 180 181 141 150 100 50 31 32 0 Vocacional para alunos do 7º ao 12º Ano. Os alunos podem dirigir-se a este Gabinete por iniciativa própria, por indicação do Director de Turma ou por sugestão do Encar- regado de Educação, apresentada ao primeiro ou directamente ao Gabinete. Ao dispor de alunos, professores e pais, encontram-se a psicóloga Margarida Ferreira (GPOE), Sónia Silva (UNIVA) e Helga Batista (psicóloga estagiária). Associação Sorriso Amigo: o ECB desenvolve, desde há alguns anos, um projecto de solidariedade designado “Sorriso Amigo”, que tem por objectivo prestar apoio a alunos particularmente carenciados em termos económicos. Esta associação tem vindo a distribuir às famílias desses alunos bens essenciais, como alimentos e vestuário, dando ainda apoio diverso aos casos de maior necessidade. Na época natalícia, distribui tam- pais na orientação da vida escolar e na resolução dos problemas educacionais, com vista a uma formação integral dos alunos. Cabe igualmente à APEEB actuar em estreita colaboração com as escolas, no que respeita à promoção de uma cada vez melhor qualidade de ensino/aprendizagem, incentivando uma participação mais activa dos pais e encarregados de educação no acompanhamento dos seus educandos. A Associação de Estudantes do ECB foi criada em 3 de Março de 1993, tem a sua sede neste estabelecimento de ensino e é a estrutura representativa dos estudantes do Externato, visando essencialmente representar esta comunidade estudantil, no que diz respeito aos seus direitos, anseios e preocupações, junto da Direcção Pedagógica. No passado dia 7 de Outubro de 2005 foi eleita a nova direcção da Associação, à qual se candidataram quatro listas. Após a votação de 856 alunos, a lista E foi proclamada como vencedora, com 446 votos. O principal objectivo da AE para este ano lectivo é a dinamização cultural do espaço escolar e, para o 1º período, decidiu apostar na arte cinematográfica, através da passagem de filmes e da realização de um concurso de curtas-metragens, cuja entrega de prémios decorreu no último dia de aulas do 1º Período. A AE colocou ainda matraquilhos na Sala do Aluno. Nos projectos propostos para o primeiro período incluiu-se ainda a Rádio Escola, projecto em estudo pela Direcção do ECB, a Festa da Luta Contra a Sida, realizada, no dia 30 de Novembro, em parceria com a Comissão de Finalistas, e um campeonato de FutSal a cargo da comissão desportiva da AE. 3 TO Q UE DE S AÍ DA ANO I - N º 1 Promovida pelo Grupo de EMRC FESTA DE NATAL Realizou-se no passado dia 15 de Dezembro, às 20:30h, no auditório do Centro Cultural Gonçalves Sapinho, a Festa de Natal promovida pelos professores de Educação Moral e Religiosa Católica. À semelhança do ano anterior, este convívio contou com a colaboração de outros docentes, bem como com a participação de alunos. Do espectáculo fizeram parte: um musical em flauta transversal, clarinete e viola (por alunos do 10º ano); um recital de poesia (por alunos do 12º ano); uma canção de Natal em versão inglesa e francesa (por alunos do 7º F); um presépio vivo, no âmbito da disciplina de Francês (por alunos do 7ºG e 8ºC); um musical em violino (por uma aluna do 7ºH); a actuação do grupo de dança de Hip Hop – “Hit Big” – e dos “Cartoons” (alunos do 7º ano); e, por fim, a actuação do tenor Filipe de Moura, ex-aluno do Externato e actual estudante de Canto no Conservatório Nacional de Lisboa. O evento foi apresentado com muito savoir-faire pelos alunos do 10ºB, Filipe e Sara. Após o espectáculo, realizou-se uma quermesse, organizada pela Associação CREPES ECUMÉNICOS Tendo em vista a viagem à Comunidade de Taizé, em França, a realizar entre 25 de Fevereiro e 6 de Março pelos alunos de Edu- Sorriso Amigo para angariação de fundos. E a festa concluiu-se com um lanche para todos os presentes, promovendo um saudável convívio entre alunos, pais e professores, e proporcionando agradáveis momentos de descontracção. CONCERTO DE NA TAL cação Moral e Religiosa Católica do Ensino Secundário, estes decidiram desenvolver algumas actividades de angariação de fundos para ajudar na comparticipação da visita. Sendo Taizé uma comunidade ecuménica, surgiu a ideia, (por parte dos alunos que realizaram esta viagem o ano passado), de uma venda dos Crepes Ecuménicos. Sendo este prato uma especialidade da cozinha francesa, adaptou-se o nome da cada confissão cristã ao sabor de cada crepe. Deste modo, o crepe de chocolate é o Católico, o de doce de morango o Protestante, o de canela e açúcar o Ortodoxo. E assim se deliciaram alunos, professores e funcionários da nossa escola. No passado dia 26 de Dezembro, pelas 21horas, no Auditório do Centro Cultural Gonçalves Sapinho, realizou-se um Concerto de Natal, por iniciativa do tenor Filipe de Moura, antigo aluno do Externato, e tenor do Conservatório Nacional de Lisboa. O jovem tenor abrilhantou o evento com a sua participação, tendo actuado ainda a Banda Filarmónica de Turquel, o Grupo Coral do Externato Cooperativo da Benedita e os estudantes de Guitarra Clássica do Conservatório de Leiria: Miguel Luís e Gonçalo Lopes. A este espectáculo assistiram várias entidades eclesiásticas, civis e autárquicas do concelho e da nossa região, bem como inúmeros amigos, familiares e conterrâneos dos artistas, numa noite de casa cheia. INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO 1º PRÉMIO PARA ALUNOS DO ECB Um grupo de alunos do Externato Cooperativo da Benedita, que frequentou no ano lectivo anterior a disciplina de Geologia, foi galardoado com o prémio Alfredo Bensaúde pelo Departamento de Recursos e Minas do Instituto Superior Técnico de Lisboa. Habitualmente, este Instituto atribui apenas um prémio, mas, excepcionalmente, e dada a grande qualidade dos trabalhos apresentados pelos nossos alunos, foi decidido atribuir o primeiro lugar, exequo, às duas equipas que concorriam pelo ECB, equipas compostas pelos seguintes alunos: Daniela 4 Custódio, Cláudio Lourenço, Sofia Santos, Daniel Maio, Daniel Matias, Filipa Couto, Vânia Ferreira e Sara Pedro, recebendo cada equipa um cheque no valor de duzentos e cinquenta euros. A cerimónia de entrega dos prémios decorreu no Salão Nobre daquele Instituto, no dia 6 de Dezembro último, na presença dos premiados, da professora de Geologia, Luísa Fonseca, e das professoras Maria José Jorge e Margarida Vinagre em representação do Externato. ESCOLA VIVA A NO I - Nº 1 TOQ U E D E S A Í D A Os livros mais requisitados na Biblioteca TOP 10 1º Morte na Praia Agatha Christie 2º Metamorfose Franz Kafka 3º Crónica de uma Morte Anunciada Gabriel Garcia Marquez 4º A Siciliana Sveva Casati Modgnani 5º O Alquimista Paulo Coelho 6º Os Homens são como Chocolate Tina Grube 7º As Palavras que Nunca te Direi Nicholas Sparks 8º O Crime do Padre Amaro Eça de Queirós 9º A Praia Roubada Joanne Harris 10º Uma Proposta de Casamento Myke Gayle Quadro de Mérito 7º Ano Beatriz Mateus Tiago António Serrenho do Carmo Sofia Ferreira Sebastião Joana Teresa da Silva Bento Ricardo Nazaré Serrazina Rita Isabel Moreira Diniz David Vieira Agostinho Joana Maria dos Santos Boita Nídia Quitério Ferreira 7º A 7ºC 7ºC 7ºF 7ºF 7ºF 7ºH 7ºH 7ºJ 8º Ano Miguel Machado Lopes Laura Catarino Gonçalves Mónica Daniela Santos Fialho Filipa Isabel Mendes M. Serrazina Tatiana Marques Ladeira Paulo Miguel Vicente Batista Juliana Vieira Belo Raquel Castelhano Dias Beatriz Perista Serrazina Catarina Fialho Perreira Arlete Sofia Mendes Sineiro 8ºA 8ºC 8ºC 8ºD 8ºD 8ºE 8ºG 8ºG 8ºH 8ºI 8ºJ 9º Ano Carla Colaço Serralheiro Sofia Silva Lopes cavadas ESCOLA VIVA 9º E 9º E 10º Ano Flávio Daniel Costa Monteiro Inês Rodrigues Pereira Marta Bispo Pimenta Verónica dos Santos Silva Ana Carolina Pimenta Pedroso Catarina Alexandra M. Caetano Élia Filipa Fialho do Carmo João Gabriel da Cruz Fialho João Pedro de Sousa P. O. Ribeiro Luís Daniel Machado Crisóstomo Sandra Margarida Natário Guerra Sara Maria Pimenta Rebelo Sara Marques Vicente Solange Ramalho Pereira Tiago Mateus Madaleno Joana Isabel Silva Lopes Cavadas Anfré Quitério Ferreira Gerardo Hélder Ricardo Santos Correia Marina Alves do Rosário Fávia Catarina Marques Grilo Vera Lúcia Delgado da Silva 12º Ano 10º 10º 10º 10º 10º 10º 10º 10º 10º 10º 10º 10º 10º 10º 10º 10º 10º 10º 10º 10º 10º A A A A B B B B B B B B B B B C D E F G I Adriana Lopes Ferreira Carlos Manuel Silva Lúcio Filipa Serrenho do Carmo Inês Correia Pinto de Matos Rodrigo Daniel Feteira Santos Sara Raquel Baptista Lourenço Tânia Costa Mentes Vítor Hugo Fialho Lopes David Gabriel Fialho Penas Tiago Loureiro Siopa Tiago Marques Félix Castelhano Henrique Ramalho Machado Marcelo Almeida Luís José Luís Matias Ramalho Fábio Veríssimo Santos Flávio Miguel Gens Ramos Joana Passarinho Santos João Santos Filipe Juliana Costa Rufino Miguel Jorge Fragulha Belo 12º 12º 12º 12º 12º 12º 12º 12º 12º 12º 12º 12º 12º 12º 12º 12º 12º 12º 12º 12º A A A A A A A A B B C D D F G H J J J J RECORRENTE 11º Ano Luís Manuel Ferreira da Silva Mariana Belo da Cruz Mauro Guilherme Augusto Luís Rita Alexandra Silva Cristiano Joana Cardoso Coelho Luís António Santos Nazaré Pedro Filipe Alexandre Rodrigues Pedro Frazão Lopes Vieira Vaz Ângela Susano Vicente Carina Costa Borralho Joana Marques Moreira Margarida Isabel R. V. da Costa Ana Isabel Lopes Mateus Davide Delgado Nunes 11º 11º 11º 11º 11º 11º 11º 11º 11º 11º 11º 11º 11º 11º A A A A B B B B C C C E F G Cátia Ferreira Grosa Marcos José Ramos Paixão Pedro Leonel Luís Fialho Ricardo Filipe Costa Vicente C.S.H. C.S.H. C.S.H. C.T 5 TO Q UE DE S AÍ DA ANO I - N º 1 HÁ 25 ANOS... Externato Cooperativo da Benedita ESPERANÇAS PARA O FUTURO Dr. José Gonçalves Sapinho O Ensino Particular e Cooperativo viveu, antes do 25 de Abril, por mera tolerância dos poderes públicos, que evitaram a sua expansão ao mesmo tempo que aproveitaram os seus benefícios em zonas onde o Estado não quis assumir as suas responsabilidades. Depois do 25 de Abril, apesar de alguns benefícios atribuídos — designadamente o estudo gratuito até ao 9.° ano de escolaridade — o ensino particular e cooperativo tem vivido um período de indefinição que em nada contribui para uma correcta estruturação do sector. A lei do Ensino Particular e Cooperativo vem definir, claramente, o papel do ensino privado na sociedade portuguesa e abrir novas perspectivas. Assim, os alunos de qualquer nível ou ramo de ensino, diurno ou nocturno, têm garantida a igualdade com os alunos do ensino oficial no que se refere a despesas com propinas e matrículas e outros benefícios. Admitimos que no próximo ano lectivo, todos os alunos do Externato possam estudar em pé de igualdade com os alunos das escolas oficiais. Esta solução, sendo importante, não é suficiente para que os problemas do Externato fiquem resolvidos. Um outro problema importante reside na situação do corpo docente que, até aqui, está coloca do numa situação de total desigualdade em relação aos professores do ensino oficial. A nova lei vem melhorar a situação dos professores, no que se refere a vencimentos, qualificação e classificação do serviço, liberdade de transferência do ensino particular para o oficial e vice-versa, estágios profissionais, etc.. Isto vai permitir acabar, a curto prazo, com o regime de acumulação de professores, reduzir-lhes o horário de trabalho e estabilizar o corpo docente, o que vai beneficiar a qualidade do ensino. Resolvidas estas questões, dos alunos e professores, outros problemas ficam de pé, como sejam a melhoria das instalações e do mobiliário, a criação de uma biblioteca, a construção de um Pavilhão Gimnodesportivo e a instalação de uma cantina. Destes quatro problemas, dois estão em vias de solução. O Secretário de Estado da Cultura já emitiu um despacho favorável à sua participação no apetrechamento da Biblioteca. Ao Secretário de Estado dos Desportos foi apresentada, em colaboração com a Junta de freguesia, a necessidade da construção urgente do Pavilhão que serviria todas as escolas e a população. Estamos esperançados no êxito desta conjunta iniciativa. Todos nós gostaríamos que os problemas se resolvessem todos de uma vez, mas as pessoas realistas sabem que isso não é possível. O que importa é que, de ano para ano, se tente melhorar a situação. Até agora, os subsídios con- O 12º Ano de Escolaridade no Externato Cooperativo da Benedita Todos os jornais diários, e até a TV, têm dito cobras e lagartos quanto ao funcionamento do 12.° ano, antigo ano propedêutico para a Universidade, em variadíssimas escolas estatais. Por toda a parte há queixas dos alunos, dos pais, dos conselhos directivos. Há falta de instalações, de material, de meios de apoio, de pessoal auxiliar, de docentes qualificados, de horários decentes. Isto, evidentemente, nas escolas públicas, pomposamente (também) qualificadas de «oficiais»! Mas os oficiais são da tropa, e a tropa é... aquilo que 6 sabemos! Neste aspecto, a Benedita constitui um autêntico oásis. O seu Externato Cooperativo, estabelecimento que prestigia e enobrece o ensino, competentemente dirigido pelo Dr. José Gonçalves Sapinho, um dos poucos homens que conhece o ensino particular de cima a baixo, além de variados outros cursos diurnos e nocturnos, tem também o 12.º ano. Para os 45 alunos matriculados no início do ano, as aulas têm decorrido com a normalidade própria de tudo quanto é programado a tempo e horas. Estes alunos estão distribuídos em 3 cursos diferentes, consoante a sua escolha e aptidão. Para eles existem 5 professores com habilitação própria e com largos anos de experiência. Estes são unânimes a reconhecer o interesse e entusiasmo que os alunos demonstram pelas aulas, chegando ao ponto de estarem todos, professores e alunos, ansiosos pelos exames só para se ver que classificações vão aparecer. As estruturas de apoio também são de causar inveja a qualquer escola pública: uma belíssi- cedidos pelo M.E.I.C., antes e depois do 25 de Abril, de cerca de mil contos, foram absorvidos pelo ensino, acontecendo o mesmo com as rendas, também cerca de mil contos, que o Estado paga à Cooperativa, pois permitiu a utilização das sua instalações pelo Ciclo Preparatório. As perspectivas para futuro são, fundamentalmente, melhores, em todos os aspectos, do que no passado. “Roma e Pavia não se fizeram num dia”, mas fizeram-se. Jornal da Benedita 1 de Novembro de 1980 ma e actualizada biblioteca onde os alunos têm todo o material de que os programas falam; um fotocopiador do mais moderno que existe destinado a reproduzir sem perdas de tempo todos os textos e exercícios necessários; horários excelentes, sem tempos mortos. Além disto, dentro de breves dias irão ser inaugurados dois laboratórios que são apenas isto: do melhor que existe no Pais, a nível de escolas secundárias. Por tudo isto, «a Benedita continua a ser um exemplo para o País». Não haja a mínima dúvida! Jornal “O Alcoa” 02 de Abril de 1981 O LUGAR DA MEMÓRIA A NO I - Nº 1 TOQ U E D E S A Í D A A OBRA DE ARTE NA ERA DAS INDÚSTRIAS CULTURAIS ARTE E TECNOLOGIA A expressão indústria cultural refere-se a um assunto bastante polémico nos dias de hoje, dado o progresso tecnológico alcançado no final do século XX e inícios do XXI. Actualmente, numa época em que a industrialização está implantada em quase todo o mundo, poderá a arte ser vista como um processo industrial? Pode a obra de arte ser considerada fruto de uma cultura cada vez mais industrializada? A reprodução industrial da obra de arte foi tornada possível graças aos avanços tecnológicos, gerando-se assim novas formas de encarar a arte, tanto do ponto de vista do espectador, quanto do criador. Mas foi também graças a esse desenvolvimento industrial que assistimos à liberalização do conceito de arte, com o surgimento de novas artes como o design industrial que ganha cada vez mais importância, consistindo na tentativa de fazer com que os objectos utilitários, embora produzidos industrialmente, sejam esteticamente atraentes. Esta interacção da arte com a indústria leva ao lucro, tornando possível aos artistas fazer da arte o seu único meio de subsistência, sem terem de recorrer a outra profissão, como ocorre, por exemplo, na indústria cinematográfica que move grandes quantias de dinheiro. Mas esta visão da arte como negócio é ponto de partida para uma grande polémica: estará a arte a ser alvo de banalização? Cada obra de arte surge de maneira única, através de um determinado artista e em determinadas circunstâncias que não se repetem. E a importância da arte talvez resida nisso mesmo, no seu valor de culto, na aura que envolve a própria obra. O artista, ao pensar no lucro que da sua obra reverterá, fá-la-á ao gosto do público, e a obra perderá assim um pouco da sua aura pessoal e singular, bem como a sua autonomia artística. Se assim for, estamos perante um gerador de cultura de massas, em ARTE E CULTURA que a quantidade é superior à qualidade, pelo menos à vista dos críticos. Do ponto de vista do consumidor, podemos dizer que este desenvolvimento industrial é positivo, pois permite-lhe aceder mais facilmente a meios culturais e a obras de arte ou reproduções. Mas, tratando-se de uma indústria, cujo objectivo principal é gerar lucro, outros problemas se levantam – a cultura que assim se instala exige uma atitude passiva do consumidor e enfraquece o seu sentido crítico. E, de facto, pelo que observamos actualmente, os meios de comunicação social, tendo um importante papel em relação à arte, inibem a construção de opiniões pessoais. Será esta a educação estética que a cultura industrial nos oferece? No meu entender, a cultura industrial assenta no facto de o materialismo ser uma característica cada vez mais vincada da sociedade actual, quer queiramos quer não, pois gerar dinheiro é um objectivo prioritário para a maior parte das pessoas. Mas a arte distingue-se, pois não é apenas um produto. Efectivamente, é impossível criar arte tendo em conta apenas o lucro. Mas é igualmente impossível julgar a arte imune a todos os desenvolvimentos tecnológicos, económicos e sociais da nossa cultura. A solução passaria, então, por um equilíbrio, em que a liberalização causada por esta reprodutibilidade das obras de arte e por esta indústria fossem catalizadoras de uma educação cultural que não descurasse o sentido crítico e individual do artista e do espectador. Margarida Costa, 11º E 7 TO Q UE DE S AÍ DA ANO I - N º 1 O Filme Exposição DIÁRIO DE ANNE FRANK EDUCAÇÃO VISUAL E EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA O mundo da tecnologia está cheio de interrogações e situações controversas. De modo a diminuí-las, este ano lectivo, na disciplina de Educação Tecnológica, realizaram-se trabalhos sob o tema “O Sol é fonte de vida”, dos quais se destacam: maquetes de centrais eólicas, plataformas petrolíferas e barragens, entre outros trabalhos. A experimentação foi utilizada como forma de ilustrar e mais facilmente compreender os conceitos. Anne Frank era uma rapariga judia de apenas 13 anos que vivia na Alemanha e que passou pelo horror dos campos de concentração, onde faleceu. O seu diário tornou-se conhecido mundialmente e deu origem a um filme, para que mais pessoas pudessem ter conhecimento do sofrimento de Anne e de muitos outros que, apenas por terem nascido judeus, morreram nos campos de concentração. O filme mostra-nos a vida de Anne. antes e durante a guerra. Devo dizer que me comoveu imenso e que ficou marcado no meu pensamento, pelo facto de ser muito realista, pois caracteriza as atrocidades a que os judeus foram submetidos. Na minha opinião, é um dos filmes que melhor consegue retratar como estes prisioneiros da sua herança cultural sobreviviam, e transporta-nos para um ambiente doloroso, mas ao mesmo tempo de esperança, e, principalmente, faz-nos pensar acerca do mundo em que vivemos. Caracteriza a guerra e alerta-nos para a necessidade de a evitarmos. Sem dúvida é um dos filmes que melhor consegue mostrar como o homem é capaz de chegar um ponto extremo de desumanidade. Sara Barros, 10º E HOLOCAUSTO Holocausto refere-se ao extermínio, pelos Nazis, de vários grupos que eles consideraram indesejáveis, durante a Segunda Guerra Mundial, principalmente os Judeus, mas também comunistas, homossexuais, ciganos, deficientes, prisioneiros de guerra soviéticos, membros da elite intelectual polaca, russa e de outros grupos eslavos, sacerdotes, sindicalistas, pacientes psiquiátricos e criminosos de delito comum. Todos eles pereceram lado a lado nos campos de concentração e de extermínio, de acordo com extensa documentação deixada pelos próprios nazis (textos e fotografias) e testemunhos de sobreviventes. Adaptado de http://pt.wikipedia.org 8 Objectos feitos pelos alunos do 8º ano ARTE E CULTURA A NO I - Nº 1 TOQ U E D E S A Í D A SARABAND, UM FILME DE INGMAR BERGMAN Saraband, o último trabalho do realizador sueco Ingmar Bergman, e um dos melhores filmes que vi em 2005, retoma as personagens de Cenas de um Casamento, rodado em 1973, mostrando-nos, trinta anos mais tarde, uma Marianne aparentemente serena, de visita ao ex-marido, Johan, que vive retirado. No entanto, só marginalmente poderá considerar-se uma continuação do primeiro filme, já que, à excepção das duas personagens que reaparecem em novas situações pessoais, Saraband não trata o relacionamento do antigo casal, mas centra-se no conflito entre pais e filhos. De facto, durante a sua visita a Johan, envelhecido e doente, Marianne testemunha a luta sem quartel entre Henrik, o desprezado e carente filho de Johan, e este. Henrik, além do mais, num terrível processo de transferência, combate a dor causada pela morte da esposa abusando da filha, Karin, de 19 anos, até ao incesto emocional. Com este seu último filme, Bergman, que fascinou gerações de cinéfilos, despede-se do cinema de maneira implacável, com um retrato desapiedado das relações familiares: um pai, Henrik, que aprisiona a filha à falta de sentido da própria vida; pai que, por sua vez, é filho também – de um homem incapaz de o amar, senhor só de um desprezo olímpico que incapacitou o filho para a vida, e de uma inveja edipiana invertida que ensombra ainda mais a relação entre os dois homens. Na floresta, na grande casa que o tempo descasca, confrontam-se a saudade idealizada de um anjo redentor que passou breve sem nada redimir (a esposa morta de Henrik); e a crueldade, toda uma herança de desafectos e de incapacidades. A própria Marianne, instauradora de algum equilíbrio neste universo sombrio, é ela própria mãe de uma filha deficiente que nunca conseguiu reconhecer. E a única pista de esperança talvez seja a ruptura da jovem Karin que consegue enfim partir sozinha em busca do seu destino, libertando-se da dependência afectiva do pai (mas levando-o assim ao suicídio) e das garras solitárias do avô, espécie de Zeus decadente que teme a morte. Todo o filme ressuma a solidão essencial do ser humano sem laços a nada nem a ninguém, em especial aos da sua estirpe. Um filme inquietante, como costuma ser a grande arte, uma obra-prima de realização, a fazer-nos reflectir sobre os caminhos e descaminhos do Humano, em especial os da família, lugar dos primeiros afectos e das primeiras construções relacionais. Soledade Santos, professora SER PROFESSOR – UM TESTEMUNHO O meu nome é Amélia Pais e fui professora durante 36 anos e meio. Vou falar-vos – liricamente dirão alguns – do ofício que escolhi desde criança. Eu não sei bem o porquê da escolha – suponho que a influência, primeiro, de uma velha tia que me ajudou a criar (a importância das tias, não é, Alçada Baptista?) e que, era eu pequenina, brincava comigo, contandome «histórias», não só de fadas ou de bruxas, mas, e talvez sobretudo, de como se faz o pão, de como crescem as plantas ou se faz a dança dos planetas em torno do Rei Sol – ou de como, em tempos passados, Moisés conduzira o seu povo de regresso ao lar, ou ainda de como Viriato, quase meu conterrâneo, enfrentara os Romanos... Me ensinava, também, os jogos possíveis com os números – ou então com as letras que, juntas, formavam palavras e frases com que os livros se nos abriam para a fantasia. À distância, vejo agora essa minha tia, que era professora primária aposentada, como alguém que tornava o aprender algo que dava alegria e vontade de saber mais – e creio que com ela aprendi o gosto de proporcionar a outros essa troca de experiências, de saberes e, talvez, principalmente de afectos, que é o acto de ensinar. Mais tarde, um outro professor, este de Português, o Dr. Luís Simões Gomes (pai), ensinou-me, com a descoberta dos textos, o sabor e a cor da liberdade – e nesta segunda aprendizagem importante na minha formação, a vontade reforçada de, como ele, ajudar os outros a crescer livres e dignos, como seres que pensam e se pensam. Assim me fiz oficial do mesmo ofício, há mais de 36 anos para cá. Não lamento a escolha feita – é ofício que exige muito amor, muita abertura ao outro, muita vontade de partilhar, muito entusiasmo (à letra: «deus ARTE E CULTURA em nós»). Mas que ofício melhor para crescermos e nos enriquecermos durante uma vida inteira? Sim, eu também sei que economicamente não compensa lá muito (mas, como dizia outro Professor, Agostinho da Silva, faço o que me dá gosto e ainda por cima me pagam para fazer o que gosto...); sei também que muitas vezes – demasiadas até – vêm desencantos, incompreensões, frustrações – porque o quotidiano fica por vezes bem aquém do sonho. Mas que melhor do que ver brilhar os olhos de um aluno quando, connosco, descobre um universo novo? Ou quando encontramos antigos alunos (por vezes pais de actuais alunos, como me vai acontecendo mais) - que nos recordam como alguém que os marcou positivamente e os ajudou a entrar melhor na vida? (Bem certo é que só recordamos os professores que nos marcaram positivamente ou negativamente, não aqueles que se ficaram por um certo cinzentismo...). Ou antigos alunos que nos associam à descoberta da beleza de um ou mais versos d’ Os Lusíadas ou da Tabacaria de Álvaro de Campos? Que satisfação maior do que esta de ver-se reconhecido e de nos sentirmos assim ligados à descoberta da beleza e da vida? E depois é bem verdade que bom professor não envelhece nunca... e não morre – porque fica a sua imagem bem viva na memória e no coração daqueles com quem e para quem viveu. Amélia Pais , professora Amélia Pinto Pais foi professora na Escola Secundária Rodrigues Lobo, em Leiria. Está presentemente aposentada. Foi formadora de professores e é autora de manuais escolares, de uma versão em prosa de Os Lusíadas, de uma História da Literatura Portuguesa e de várias obras didácticas. Saraband, 2003, nomeado para o César do melhor filme europeu; vencedor do Prémio da Crítica Argentina. Direcção de Ingmar Bergman Com: Liv Ulmann, Erland Josephson, Börje Ahlstedt, Julia Dufvenius - M/12 anos SUGESTÃO DE LEITURA Numa época de grande proliferação de best-sellers com uma forte componente histórica, umas vezes verídica, outras vezes fantasiosa e até delirante, Rosa Brava, ou a vida de Leonor Teles, de José Manuel Saraiva, é uma agradável surpresa. A capa salienta a história de “uma mulher emancipada, numa corte de luxúria e sedução”, o que, só por si, é entusiasmante. Rapidamente o leitor se embrenha nos meandros das intrigas palacianas e percorre, com avidez, as quatrocentas e quarenta e quatro páginas do romance que, com uma extrema desenvoltura narrativa, lhe mostra uma sociedade masculina que, subitamente, é surpreendida pela mulher, Leonor Teles, que um dia confessou à sua fiel conselheira, Briolanja Mendes, que queria casar com um homem que amasse e que a quisesse amar, desafiando todos os códigos de conduta da sua época. É, afinal, a história de uma mulher, assumidamente sedutora, que usa a sua feminilidade para conquistar aqueles que a rodeiam, granjeando o ódio de uns e a devoção de outros. A história que se conta neste livro tem intriga, traição, assassínio e, acima de tudo, um ritmo narrativo que prende a atenção do leitor, da primeira à última página. Rosa Brava, ou a vida de Leonor Teles Autor: José Manuel Saraiva Editora: Oficina do Livro 444 Página Luisa Couto, professora 9 TO Q UE DE S AÍ DA ANO I - N º 1 Entrevista a Bruno Dias Porquê ser treinador de natação? UMA VIDA E UM FUTURO REFLECTIDOS EM ÁGUA nha irmã fazer parte do grupo de competição e pelo acompanhamento que fazia dos treinos dela. Foi apenas passar para outro nível. Teve o apoio dos seus pais? Bruno Dias começou a praticar natação com apenas cinco anos de idade. Com o avançar dos anos, foi conquistando mais e mais títulos na natação. Nasceu em Lisboa, hoje tem 27 anos, frequenta o Mestrado em Gestão Desportiva e treina a secção de natação do A.B.C.D., na Benedita. Bruno quer ir muito mais longe na área de gestão desportiva. Como iniciou a natação? Iniciei a aprendizagem da natação aos 5 anos, rapidamente fui passando de nível e, ano e meio depois, fui convidado para a competição, o que imediatamente aceitei. O que o levou a fazer natação de competição? Basicamente, já passava todos os dias na piscina, influenciado pelo facto de a mi- Inicialmente, e fruto da minha idade, os meus pais estiveram sempre presentes, o apoio era total. Com o passar dos anos foi desaparecendo, chegando ao ponto de, aos 16 anos, estar na natação contra a vontade deles. Penso que o que se passou comigo se passa com todos, ou quase todos, os atletas. Com que idade abandonou a natação de competição? Porquê? Abandonei a natação de competição com 22 anos. Muito se deveu ao cansaço acumulado de 15 anos seguidos, mas foi o momento em que estava quase a terminar a minha licenciatura e tinha mais vontade de ser treinador. Logo, ficando ligado à natação, optei por trocar de lugar e aplicar-me como treinador. Quais os sentimentos que surgiam cada vez que ganhava uma prova ou batia um novo recorde? Os sentimentos que surgiam baseavam-se na alegria, numa grande satisfação e na sensação de dever comprido. Para além de ser um desporto que pratiquei toda a minha vida, quero estar ligado à modalidade que mais ensinamentos me deu para a vida que me fez homem. Espero poder transmitir todos os conhecimentos e toda a experiência que adquiri como atleta de alto nível, bem como os mais modernos métodos de treino que estudei na Faculdade, de modo a que os mais jovens possam também viver os momentos excelentes que passei com a natação. Como sentiu a grande mudança de atleta para treinador? A mudança senti-a normal, mas encaro-a como uma grande expectativa para o futuro. Actualmente, está a completar a sua formação. Em que área? É verdade, estou naturalmente a completar a minha formação académica, na área de desporto, mais propriamente, estou a concluir um Mestrado em Gestão de Organização Desportiva. O que deseja para o futuro? Desejo ser treinador de competição e director de piscinas. Dar a conhecer às pessoas as maravilhas da natação e de outras actividades aquáticas. Se for possível, levar a cabo um trabalho de transformação da natação como modalidade rainha de desporto, transformar atletas em campeões, colocando a natação como modalidade preferida e praticada pela maioria da população. Gostaria, se possível, de realizar isto tudo na Benedita. Joana Policarpo, 10º E Moita do Poço CAPELA RESTAURADA A capela de Nossa Senhora da Assunção, devido ao esforço e união dos populares, foi restaurada, e a sua inauguração teve lugar no dia 18 de Dezembro, com toda a pompa e circunstância. A capela de Nossa Senhora da Assunção, contruída em 1971, apresentava vários sinais de degradação, tendo a população e o pároco chegado a acordo no que dizia respeito à necessidade de obras para restauração e melhorias do espaço, para melhor servir a comunidade. As verbas necessárias para tal foram angariadas maioritariamente através de almoços de convívio promovidos pela direcção do Centro Cultural e Recreativo da Moita do Poço. A capela dispunha também de um fundo de manutenção que assegurou o arranque e o seguimento das obras durante os primeiros tempos. Inês Santos Agostinho, 10ºE 10 OLHAR CIRCUNDANTE A NO I - Nº 1 TOQ U E D E S A Í D A Entrevista a Maria José Filipe PRIMEIRA MULHER ELEITA PARA A PRESIDÊNCIA DA JUNTA DE FREGUESIA DA BENEDITA “Nunca quis prometer mais do que o que sabia que podia concretizar” Na primeira edição do nosso jornal, não quisemos perder a oportunidade de conversar com a Presidente da Junta de Freguesia da Benedita, Maria José Filipe, para conhecer um pouco do seu trabalho político – que, em grande parte, esteve ligado, nos dois anteriores mandatos, à Educação – e de conhecer as suas propostas para o futuro. Como surgiu a ideia de se candidatar à Junta de Freguesia? Foi-me feito um convite por parte dos representantes do meu partido. Inicialmente mostrei-me renitente, mas depois a ideia foi-se consolidando, ao perceber que tinha o apoio de muitas pessoas, nomeadamente dos que trabalharam comigo ao longo dos dois mandatos anteriores. Há quanto tempo trabalha na Junta de Freguesia? Quais são os projectos que tem para o futuro? Estou ligada à Junta, como Secretária, há oito anos – dois mandatos, portanto. Foi um trabalho que envolveu grande esforço e grande empenho da minha parte, pois comecei na área de Educação, trabalhei nas nossas escolas, sobretudo melhorando condições a nível de infra-estruturas, e conseguindo-o, nalguns casos. Primeiro fizeramse obras na escola de Frei Domingos, e mais tarde no ATL dos Candeeiros. Ainda se criou a componente de apoio à família, seguindose depois todo o processo relacionado com as Piscinas, às quais ainda estou a dar apoio até ao final do ano. Ou seja, estive envolvida em tudo quanto se relacionava com o ensino, o seu desenvolvimento e a resolução de problemas, sendo também o elo de ligação entre a Junta e a Câmara. Também me envolvi nos trabalhos da feira do gado, que é mensal, tratando de assuntos relacionados com o controlo sanitário, entre outros. Como vêem, estive sempre rodeada de muito trabalho. O futuro não é risonho. Não podem existir muitos projectos. Para já, até ao final do ano, vou manter o que já estava planeado. Mas está prevista a criação de um circuito de manutenção na Fonte da Senhora e de ciclovias na Lagoa do Ferro. Com vista a melhorar o trânsito local, existirão mais rotundas na Avenida principal, e já está em estudo a criação de parques de estacionamento. OLHAR CIRCUNDANTE Como pensa concretizar as promessas feitas durante a campanha eleitoral? Nunca quis prometer mais do que o que já sabia que podia concretizar. Vou tentando corresponder às solicitações da população na medida das nossas possibilidades. Quantas horas passa na Junta? Muitas, acreditem. Das 17h às 18h, excepto à quarta-feira, recebo as pessoas na Junta, para exporem os seus problemas e se conversar acerca da resolução dos mesmos. Todos os dias, por volta das 8h, estou no armazém, com vista a controlar a saída do pessoal. Depois saio, quando é necessário, para visitar sítios onde há problemas a resolver. Geralmente, à tarde, estou nas instalações da Junta. A Junta desenvolve, ainda, bastante trabalho a nível social, de ajuda às famílias mais carenciadas. Também estamos a desenvolver um projecto que inclui a ocupação dos idosos. Todavia, diariamente deparo-me com situações problemáticas de pedidos que as pessoas da comunidade fazem e que são difíceis de resolver. Mas vou tentando satisfazer o maior número de solicitações. Reparem, mesmo com toda a boa vontade, nem sempre conseguimos corresponder da melhor maneira a todas as solicitações dos particulares, mas tentamos sempre ouvir, para agir. Às vezes temos dificuldade em levar avante os trabalhos de campo, como no caso dos cantoneiros, porque temos poucos funcionários para o trabalho existente. Quando o trabalho é mais exigente, temos de pedir pessoal à Câmara, o que nem sempre é possível. Outubro 2005 Centro Cultural Gonçalves Sapinho TEATRO Nós te Adoramos A peça Nós te Adoramos, produzida pelo Grupo de Teatro Os Gambuzinos, tem a estreia prevista para o sábado, dia 11 de Março, pelas 22 horas, e será também apresentada nos dias 12, 18, 19, e 26, aos sábados às 22 horas, e aos domingos às 17 horas. Grupo de Teatro Os Gambuzinos 11 TO Q UE DE S AÍ DA ANO I - N º 1 A arte como fonte de prazer O Ninja das Caldas A EXPERIÊNCIA ESTÉTICA DA ARTE LÍRICA A arte é uma fonte de prazer sensível, produz fruição estética, satisfação e orgulho, tanto a quem a cria como a quem a contempla. É também manifestação da cultura de um povo. Mas precisa de um investidor para que seja reconhecida socialmente, independentemente do seu valor intrínseco. Anteriormente havia o mecenato. Hoje, a economia de mercado e a tecnologia apoderaram-se da arte, não só desenvolvendo-a, mas também banalizando-a: valorizamos alguns artistas famosos, mas serão eles famosos pela sua capacidade de criar e inovar, ou por terem sido promovidos, ganhando assim a notoriedade? O artista não pode reger-se apenas pelo aspecto financeiro da arte, tem de sofrer uma causa exterior que lhe dê força e inspiração para criar e, para isso, é necessário um gosto aprofundado pelo que exerce. Para criar uma obra original e bela, o artista tem de possuir sensibilidade; pelo seu imaginário, o artista afasta-se dos objectos reais. Cada artista segue a sua forma de expressão: a pintura, a escultura, a dança, a música, a arquitectura, a literatura, o cinema, a poesia... E, de acordo com ela, cada um exprime as suas ideias, vivências, emoções. Vejamos, por exemplo, como se manifesta a experiência estética na poesia. A poesia surge da reflexão e da sensibilidade do homem face a si e ao que o rodeia. Essa reflexão parte do conhecimento e induz à questionação, por isso a poesia indaga tantas vezes, filosoficamente, a realidade: «ELE JUROU VINGANÇA CONTRA AS FORÇAS DO DRAGÃO» Poema das coisas belas As coisas belas, As que deixam cicatrizes na memória dos homens, Porque motivo são belas? E belas, para quê? Põe-se o Sol porque o seu movimento é relativo. Derrama cores porque os meus olhos vêem. Mas porque será belo o pôr-do-sol? E belo, para quê? Se acaso as coisas não são coisas em si mesmas, Mas só são coisas quando coisas percebidas, Porque direi das coisas que são belas? E belas, para quê? Se acaso as coisas forem coisas em si mesmas Sem precisarem de ser coisas percebidas, Para quem serão belas essas coisas? E belas, para quê? António Gedeão Em suma, a poesia não deve ser considerada uma tradução extravagante do que nos rodeia, mas algo que nos faça reflectir sobre um mundo diferente, de uma maneira diferente. Devemos, através das palavras, procurar compreender o artista que se dá a conhecer a si, aos outros e ao mundo, combinando artisticamente o material linguístico e contribuindo para o desenvolvimento de cada ser humano. Uma das minhas paixões Patrícia Silva, 11º E JAZZ Ter feito rádio, na Rádio Universidade de Coimbra – RUC –, durante cinco anos, marcou-me muito, no bom sentido. Fui responsável, entre 1982 e 1987, por um programa de 60 minutos chamado “Jazzisticamente – A Presença do Jazz”. Isto quer dizer que passei pelas três fases da RUC: rádio para as cantinas, rádio pirata e estação de rádio já legalizada. O “Jazzisticamente” tinha um objectivo pedagógico e de 12 divulgação do Jazz. Dava a conhecer um pouco da sua história e, em cada programa, havia um instrumento ou voz privilegiados, por exemplo o piano (Chick Corea, Herbie Hancock, Bill Evans), a voz (Maria João, Anita O’Day, Sarah Vaughan, Bilie Holliday), o saxofone (Charlie Parker, Rao Kyao). E muitos outros. Iniciei-me no gosto pelo Jazz bastante cedo, com 18 anos. Em 1978, comecei a ir à catedral do Jazz em Portugal, os Festivais de Jazz de Cascais que, mais tarde, passaram para o Pavilhão dos Salesianos no Estoril, onde assisti a excelentes concertos dos maiores intérpretes e compositores de todo o mundo. Para se apreciar Jazz é O “Ninja das Caldas” é o primeiro filme de ninjas português. Realizado pelo caldense Hugo Guerra (licenciado em Artes plásticas, na ESTGAD), foi inicialmente um projecto anual da cadeira de Pintura, no ano de 1999, mas ninguém imaginava a projecção que iria ter três anos mais tarde. Octávio Lourenço, Ricardo Guerreiro, Sónia Matos e José Serpa são os nomes que fazem parte do elenco. Os trabalhos de filmagem duraram quatro meses, com o reduzido orçamento de 40 a 50 €, e decorreram em Caldas da Rainha, Óbidos e Bombarral. O filme conta a história de Toni Canelas, ninja caldense, que tenta vingar a morte de sua amada, lutando contra Evil Dragon pelo poder do Búzio dourado. O filme está cheio de erros técnicos e narrativos, de cenas mal feitas e de gaffes: pessoas e carros a passar por detrás das personagens, chuva a cair em cima de uma única personagem, pernas cortadas com a força da mente, e muito, muito sangue a jorrar às golfadas. Cheio de coreografias e de exercícios marciais, “Ninja das Caldas” tornou-se uma comédia que convenceu a SIC, passando-a na SIC radical, e tornando-a assim bastante conhecida. Para além do filme ser um desastre em termos de técnica, tornando-se cómico por isso mesmo, também a banda sonora, criada pelo realizador, é, não só ridícula, como totalmente desafinada. Assim, pela sua originalidade, este filme foi editado em DVD, em 2003, e Hugo Guerra já está a preparar “O Ninja das Caldas 2”. Se é um amante de filmes totalmente cómicos, veja “O Ninja das Caldas”. Espero que o segundo tenha muito mais rigor técnico, mas que não perca a piada. HC, aluno do 10º Ano importante tê-lo ouvido ao vivo, porque é uma música que requer, por parte de quem toca, uma grande imaginação, uma vez que inclui muito improviso. Uma peça de Jazz tem três partes: a primeira sem improvisação, a segunda, de improvisação – na improvisação todos os instrumentos fazem um solo – e termina como começou, com todos os instrumentos juntos. No Jazz há vários tipos de formações: trios, normalmente constituídos por piano, bateria e contrabaixo, ou por guitarra, bateria e contrabaixo; quartetos (piano, bateria, contrabaixo e voz ou trompete); e quintetos, até se chegar às Big Bands. Existe uma Big Band na Nazaré, por exemplo. Há muitos beneditenses a gostar de Jazz e que vão a concertos e compram CDs. Porque não fazer um Festival de Jazz na Benedita? Acho que seria uma boa aposta! José Cavadas, professor ARTE E CULTURA A NO I - Nº 1 TOQ U E D E S A Í D A AINDA HÁ HERÓIS? Morangos com Açúcar O QUE OS TORNA TÃO DOCES? N’ Os Lusíadas, o Homem, “bicho da terra” tão pequeno, cantado por Camões, conquistou, apesar da sua fraqueza, a terra e os mares, realizando feitos heróicos inigualáveis. E assim transcendeu os limites da sua condição, ultrapassando os próprios deuses. Esses tempos mudaram. Existirá ainda algum “bicho da terra” sonhador entre nós? Alguém que deseje a transcendência pessoal e sonhe e lute por aparentes impossíveis? «Herói, s. m., indivíduo que se destaca por um acto de extraordinária coragem, valentia, força de carácter ou outra qualidade considerada notável». Nos tempos que correm, a definição de herói teria muito mais sentido se fosse al- terada, designando simplesmente alguém que procura a fama e a notoriedade a qualquer custo, alguém que causa impacto junto das pessoas. Com efeito, para se ser considerado herói, hoje, já não é necessário realizar feitos inigualáveis nem, no sentido metafórico que lhe dá Camões, ter poderes mais que divinais; basta ser visto por todos, e, mais importante ainda, ser comentado por boas ou más razões. Temos bons exemplos na política: os nossos governantes, aqueles que deveriam comandar o país de uma forma competente e justa, e cumprir com a sua palavra e colocar o bem comum à frente dos seus interesses. E assim não fazem. Até poderá haver um herói, um verdadeiro herói por aí, alguém com espírito de sacrifício e bravura, alguém que realize actos extraordinários, mas ninguém lhe dá valor e, se lho derem, não será mais que uma breve e quase insignificante notícia no telejornal da noite, enquanto que aqueles que quebram as leis têm direito a meses de notícias, e, pelos vistos, esses são os verdadeiros heróis dos nossos tempos. Homens, pequenos “bichos” capazes de sonhar a transcendência e de a perseguir, onde andais há tanto tempo, que tanta falta nos fazeis? Será que ainda existis? Pedro Passarinho, 12º C OS GAMBUZINOS – GRUPO DE TEATRO DO ECB O Grupo de Teatro Os Gambuzinos, do ECB, nasceu em 1999 e, desde então, levou à cena as seguintes peças: - Estranhas Dicotomias, de José Carlos Saramago. - O amor de D. Perlimplim com Belisa no seu Jardim, de Federico Garcia Lorca. - O Segredo da Abelha, de Ricardo Alberty. - A Escola de Maridos, de Molière. - Auto dos Nojentos, de José Carlos Saramago. - O Homem ou é tonto ou é mulher, de Gonçalo M. Tavares. - Por que comi o meu pai, ARTE E CULTURA adaptação de José Carlos Saramago. - À beira do Lago dos Encantos, de Maria Alberta Meneres. Estes trabalhos têm sido recebidos com agrado por parte do público, e é esse reconhecimento que vai dando força ao grupo para continuar a fazer teatro. A peça À Beira do lago dos Encantos foi filmada em Dezembro, pela editora ASA, com o objectivo de integrar o seu manual de Língua Portuguesa no próximo ano lectivo. Com o mesmo objectivo, a peça O Segredo da Abelha vai ser filmada, em Fevereiro, pela editora Folha Cultural. Está a ser preparada, desde Setembro último, a décima peça do grupo intitulada Nós te adoramos, escrita por José Carlos Saramago, director e encenador do grupo. Nesta peça, constrói-se um mundo futuro onde o sistema de governo é totalitário. O Estado Único impera e o Mestre, qual entidade quase divina, controla toda a vida dos cidadãos, transformando-os em ínfimas parcelas de um todo e fazendo-os perder a individualidade. Neste mundo, todas as necessidades básicas estão satisfeitas, mas o preço a pagar foi a morte do amor e o definhar da alma. Será este o mundo que queremos? Esta peça pretende agitar as consciências e agudizar o espírito crítico, factores essenciais para evitar que este mundo tenebroso se instale e o Mestre aconteça. A primeira grande aposta de ficção nacional na TVI, virada para a juventude, tem vindo a revelar-se um enorme sucesso, interrogando-se muitos de onde virão tais níveis de audiência. A novela busca, no seio de um vasto grupo de estudantes de um colégio de Cascais, assemelhar-se à vida real, mostrando-nos o seu dia-a-dia, tanto na escola, como em casa com a família. Os pares românticos caracterizam cada série. Caras bonitas e a boys bands de momento, os D´zrt, fazem sensação de Inverno, na escola, e de Verão, na praia. O que parece uma bela história de encantar, acessível a toda a criança e jovem adolescente, é, na realidade, uma das piores influências transmitidas pela televisão dos nossos dias. Destruição da escola com graffiti, falta de educação nas aulas e desrespeito para com os pais são alguns dos exemplos transmitidos que, juntamente com cenas ousadas e o uso frequente de linguagem imprópria, actuam sobre o comportamento dos mais influenciáveis, levando-os a agir de igual modo, pois, “comportamento gera comportamento”. Como se não bastasse, uma enorme falta de lógica marca a série. Seria então possível a um adolescente de dezoito anos, proprietário de um bar de praia, ter rendimentos suficientes para se sustentar a si e aos seus três irmãos, pagando, ainda, o colégio dos quatro? Ou alguém extremamente arrogante e cruel, detestado por todos, ganhar uma nova personalidade, completamente diferente da anterior, de um momento para o outro? Ou ainda dois professores minimamente prestigiados disputarem imoralmente uma bibliotecária? Por trás de toda esta fantasia pura, encontra-se um canal de televisão de baixo nível, que tem como único intuito ganhar audiências sem apostar na qualidade, recorrendo, neste caso, a um elenco jovem, sem experiência, que vai para a televisão a qualquer preço. O melhor dos jogos de interesse: sucesso garantido ao preço da chuva. Ana Sofia Neto Pestana Carina Costa Borralho Igor Cernenchi Alunos do 11º Ano www.gambuzinos.com J. C. Saramago, professor 13 TO Q UE DE S AÍ DA ANO I - N º 1 ENTREI NUM QUADRO Numa tarde de domingo, próximo do Natal, decidi ir a um museu ver a exposição de quadros de uma pintora de origem portuguesa, Martha Telles. Lá fora a chuva batia com força nos carros e nos chapéus-de-chuva, mas o meu fascínio pela pintura falou mais alto e lá fui eu a correr até ao autocarro que parava junto ao museu. Quando cheguei, fiquei encantada com aquelas gravuras que pareciam reais. Gostei de todas as obras, mas fiquei particularmente encantada com um quadro que se intitulava “Memórias de Infância – Casa de Campo”, pintado em 1975. Estive durante alguns minutos imobilizada a olhar para aquele quadro que me fazia lembrar o jogo do labirinto que eu inventara e construíra com o meu avô. Penetrámos os dois no bosque e construímos um labirinto que ligava a nossa casa de campo à pequena cabana na árvore, lugar de refúgio para ler lindas histórias de encantar nas tardes de Verão. Mas o tempo passou, o meu avô morreu e as ervas invadiram os caminhos. Tenho saudades do meu avô e de brincar nas veredas confusas e misteriosas do labirinto. Já os olhos me estavam a doer quando uma das crianças que habitava o quadro me puxou para dentro daquela pintura. Eu não queria acreditar! Estava dentro do quadro! O labirinto era o mesmo, a cabana também existia. Ajudei as crianças a sair daqueles corredores emaranhados e elas recompensaram-me com um delicioso lanche. Terminada a aventura, saí do quadro e voltei para casa. Como o Natal estava a aproximar-se, pedi à minha mãe que comprasse o quadro, que nem era assim muito caro! Ela estranhou o pedido, mas ficou contente com o meu recente fascínio pela arte. Na noite da consoada, recebi o presente e pendurei-o na parede do quarto para me lembrar do meu avô e daquele dia tão especial. Também esperei que as crianças voltassem a chamar-me, mas isso nunca mais voltou a acontecer. Porém, nas tardes de Verão, vejo duas delas a atravessar o labirinto. ENTRE PISOS OH GOTA SOL, A FONTE DA VIDA não sabia que há um instituto oriental na minha faculdade no sexto piso como havia de saber? não olho para os papéis, quando muito para as paredes em que os colam como se também eu tivesse ânimo para colar papéis onde se fala e informa sobre o instituto oriental. Oh gota Como me fascinas. Se um dia o Sol deixasse de nascer, os olhos não veriam mais que a solidão, o coração não sentiria mais que a tristeza, os pés não pisariam mais que o vazio, as mãos não tocariam mais que o frio, a boca não saborearia mais que a amargura e os ouvidos não escutariam mais que o silêncio. Sem Sol, o que seria do perfume das flores, da frescura das águas, da alegria dos animais, da imensidão dos oceanos, do verde das montanhas? Sem Sol, o que seria de nós? O Sol é um dom único, há que saber respeitá-lo, desfrutá-lo, vivê-lo. Sol: Passado, a origem da vida; Presente, a luz que aquece e ilumina; Futuro, astro guia dos nossos sonhos. Vens de lá, Só tu. Tu mesma. Cá em baixo Espera-te tudo... O mar... Os rios... Como deves estar feliz... poderia aprender japonês, talvez um dia ler mishima no original. talvez quando esses papéis me permitirem reconciliar com as paredes sem o frio a dobrar-me perante a sua espessura. Luís Lucas, 2005 (ex-aluno do ECB) Chegaste... Caíste no mar... Mas agora, Não és gota... És mar. Raquel Dias, 8º G MUNDO NORMAL Mundo normal Que me aflige. Mundo que me angustia com a calma de sempre. Sou redondoCíclico Num mundo redondo. Normal. Coisas que olho Sempre Com os olhos de sempre Que me parecem bemNormais. Vivo uma vida normal De gente normal E sei-o. Só isso me torna diferente. Vieira McNeal, 12º Ano Filipa Isabel Serrazina 8º D Setembro/2005 Não és tu... És tudo. Morreste... Vieira McNeal, 12º Ano LARGO DA FEIRA Acreditem-me: Era só um espaço sem nada Além de terra e algumas pedras fui sugado por um Mar revolto em Espécies Más! fui Rasgado defronte das Dunas que me Torturam! O antigo largo da feira Alimentava de pó e às vezes de profundos arranhões Os miúdos da rua do largo da feira gostava de Sorrir às paredes fechadas do meu Caixão, quando morresse... e que os que me amam chorassem por mim... Sofrer custa até aos piores, Sofrer rasga-me a Pele como se Mergulhasse num Mar ensanguentado de Ti! se Te pudesses ver ao Espelho, a Tua Imagem catalizadora de Desgraças sem fim, fecharia o ciclo de Lágrimas nesta Era duma triste história por contar. Gonçalo Britto, 2005 (ex-aluno do ECB) 14 O espaço era grande, mas ao meu pequeno Ser parecia infinito, Eu corria atrás da bola e dos outros, Éramos um grande grupo de rapazes, Não me lembro se havia raparigas E de novo da bola, atravessando Os limites do esforço e das pedras Que saltavam abrindo caminho Ao suor alegre mas já preocupado Com a imensidão das coisas Luís Lucas, 2005 (ex-aluno do ECB) ARTE E CULTURA A NO I - Nº 1 Caminhos da Ciência COMO FOI DETERMINADO O RAIO DA TERRA Eratóstenes de Cirene – astrónomo, geógrafo, matemático e poeta grego (276 a. C.194 a. C.), proveniente da região de Cirene no Norte de África – conseguiu determinar o raio da Terra, há mais de 2000 anos. TOQ U E D E S A Í D A O SOL A Humanidade não ficará na Terra para sempre, mas na sua busca de luz e espaço irá primeiro timidamente penetrar para lá dos confins da atmosfera, e mais tarde conquistar para si própria todo o espaço perto do Sol. Konstantin E. Tsiolkovsky A consulta de escritos em papiro, existentes na Biblioteca de Alexandria, permitiu-lhe ter conhecimento de que próximo de Siena (hoje Assuão), no dia mais longo do ano (solstício de Verão), havia um poço cujo fundo ficava totalmente iluminado, não se produzindo por isso qualquer sombra. Por outro lado, em Alexandria, à mesma hora desse dia de solstício, uma vara colocada verticalmente no solo produzia sombra. Eratóstenes, sabendo que a superfície da Terra era curva, estabeleceu o seguinte raciocínio: Se uma vara na vertical, em Alexandria, produzia uma sombra com o comprimento BC, então era possível determinar o ângulo a. Se na construção geométrica, marcássemos um ponto que correspondesse ao centro da Terra e o uníssemos com um segmento de recta que passasse pela vara, definiríamos a vertical do lugar, ou seja, o zénite, ponto exactamente situado sobre a cabeça do observador colocado nesse lugar. Esta observação permitiu calcular que o Sol se encontrava afastado do seu zénite cerca de 7,2°, ou seja, 1/50 de uma circunferência (o perímetro da Terra). Fazendo idêntica observação em Siena, confirmou que não havia desvio do Sol, por este se encontrar no zénite. Assim, Eratóstenes concluiu que o arco de circunferência entre Alexandria e Assuão era de 7,2° e correspondia à diferença de latitude entre esses dois lugares. A Eratóstenes faltava apenas saber a distância entre Alexandria e Assuão. Para isso, contratou um homem para medir essa distância, tendo este obtido 5000 stadia, ou seja, cerca de 800 km. Com base nestes dados, pode agora o leitor calcular os valores do raio e perímetro terrestre. Envie os seus cálculos para o seguinte endereço: [email protected] CIÊNCIA TECNOLOGIA E AMBIENTE O Sol é essencial à vida. Ele é a principal fonte de luz e calor do nosso planeta. Sem ele, as plantas não poderiam realizar a fotossíntese. Mas como se terá formado o Sol? Pensa-se que o Sol, juntamente com os restantes planetas do Sistema Solar, se terá formado aproximadamente há 4,6 milhões de anos. Os cientistas acreditam que até essa data existiria apenas uma nuvem de gás (hidrogénio) e poeiras que vagueavam no Universo. Esta nuvem terá começado a comprimir-se, ficando mais pequena. As partículas que a formavam, devido à compressão, começaram a atrair-se formando aglomerados de partículas. Consequentemente, a nuvem começou a rodar sobre si própria e, quanto mais se comprimia, maior a sua velocidade, como uma patinadora sobre o gelo que roda mais rapidamente quando recolhe os braços para junto do seu corpo. Na parte central desta nuvem começou a juntar-se cada vez mais matéria, formando uma espécie de bola. Essa bola era o SOL, a nossa estrela, constituído essencialmente por hidrogénio. Os átomos de hidrogénio colidiam entre si, produzindo calor. Devido às colisões entre os átomos e ao aumento da temperatura, os hidrogénios começaram a juntar-se, formando outro átomo, o hélio. É desta transformação de hidrogénio em hé- lio (designada fusão nuclear) que é libertada energia na forma de calor e luz. No Sol actual, em cada segundo, 4 milhões de toneladas de hidrogénio são transformadas em hélio. A luz que provém do Sol equivale a 4 biliões de lâmpadas. Contudo, tal como as pessoas, o Sol e todas as estrelas nascem, envelhecem e morrem. O Sol é uma estrela de meia-idade, pensando-se que daqui a aproximadamente 5 milhões de anos morrerá. Todo o hidrogénio, o combustível do Sol, se consumirá, restando apenas hélio; já não haverá libertação de energia, nem sob a forma de calor nem sob a forma de luz. O Sol, segundo se pensa, está 20 vezes mais pequeno e 100 vezes menos brilhante do que na altura em que se formou. Quando o Sol deixar de produzir energia, nós certamente já não assistiremos a esse fenómeno, não saberemos o que acontecerá ao planeta Terra, mas a vida tal como a conhecemos não poderá existir. Adaptado de: Sabes porquê? O grande circo da ciência – Júnior, Kathy Wollard e Debra Solomon, Gradiva SABIA… QUEM FOI GALILEU? Galileu Galilei (1564-1642) foi um cientista, filósofo e matemático italiano que contribuiu para o desenvolvimento do método científico. Descobriu a lei da inércia, que foi usada pelo cientista Isaac Newton na formulação das suas teorias. Em astronomia, Galileu Galilei usou o telescópio para observar os céus e fez descobertas importantes, como a de que quatro luas giram em torno do planeta Júpiter. Foi julgado pela Inquisição por defender a teoria heliocêntrica de Copérnico, segundo a qual os planetas giram em torno do Sol. Galileu foi forçado a repudiar a teoria heliocêntrica e recebeu uma leve sentença, sofrendo prisão domiciliar. No entanto, conta a lenda que, ao abjurar, Galileu terá murmurado: «Et per si mueve» («E no entanto movese»). 15 TO Q UE DE S AÍ DA ANO I - N º 1 Conservação do Planeta Azul FAÇA A DIFERENÇA Certamente já ouviu dizer que “deve fechar a torneira enquanto lava os dentes”, que “o ambiente agradece se andar a pé em vez de se deslocar de carro”, ou que “é muito importante separar o lixo que produz para que possa ser reciclado”... ...mas será que cada um de nós pode fazer assim tanta diferença? Não seria óptimo poder saber exactamente qual o impacto que cada acção isolada tem no ambiente? a ou areia no depósito do autoclismo. Em sua casa passará a poupar até 800 Iitros de água por mês. Se 1000 pessoas tomarem esta atitude, ao fim de 9 meses terão poupado quantidade de água suficiente para encher completamente o aquário central do Oceanário. Sabia que cerca de 40% da água potável que gastamos em nossa casa é enviada diLeia e descubra rectamente pela sanita enorme importância abaixo? da sua 5. Um automóvel emite cerca de 2760 kg de dióxido de carbono 1. Cada pessoa propara a (CO2) e outros gases duz cerca de 1,5 kg de causadores do efeito de lixo por dia. Ao fim de 1 conservação estufa por ano. Se reduano terá produzido uma do nosso planeta azul zirmos a velocidade de quantidade de lixo equicondução, de 120 para valente a 10 vezes o seu 100 km/h, poupamos peso em adulto! 20% de gasolina. Se Se colocar todo o pa1000 pessoas assumirem este compromisso, pel sem utilidade no papelão, ao fim de 1 estaremos a evitar o envio de 5,5 toneladas ano terá produzido uma quantidade de lixo de dióxido de carbono para a atmosfera, por equivalente a apenas 6 vezes o seu peso em ano: o equivalente a menos dois carros a ciradulto. Se separar todo o lixo reciclável (pacularem nas estradas. pel, vidro, embalagens, pilhas e orgânicos), Sabia que o fabrico de cada automóvel ao .fim de 1 ano terá produzido uma quantigera 25 toneladas de resíduos (lixo)? dade de lixo equivalente a apenas um pouco mais que o seu peso em adulto! 6. Os objectos de plástico são os prinSabia que se se colocasse todo o lixo procipais responsáveis pela morte de animais duzido no país, durante um ano, num campo marinhos. Um conjunto de 6 argolas de plásde futebol, teríamos um “monumento” com tico “porta-latas” demora cerca de 400 anos uma altura equivalente a 2,5 vezes a altura da Serra de Sintra? mudança de atitude até se degradar completamente no mar. Este tempo é suficiente para que pelo menos 1 animal marinho seja apanhado por esta “armadilha” e acabe por morrer preso ou asfixiado. Basta dar um corte em cada uma das argolas antes de as colocar no lixo para salvar um grande número de animais. Sabia que cerca de 1 000 000 de aves marinhas e mais de 100 000 mamíferos marinhos morrem todos os anos devido à poluição por plásticos? 7. Envolva-se! Participe na limpeza das praias, denuncie os locais de despejo e acumulação de lixo, inscreva-se numa associação de protecção ambiental, procure saber mais sobre as espécies da fauna e flora da zona onde vive. Se convencer 3 pessoas a juntarem-se a si nestas acções, estará a triplicar o seu efeito. Quando estas atitudes forem tomadas por milhares de pessoas o nosso impacto será enorme e teremos a certeza de que estamos a contribuir para um verdadeiro Planeta Azul! Informações fornecidas pelo Oceanário de Lisboa 2. Se uma família de 4 pessoas tomar, todos os dias, duches de 5 minutos, gastará mais de 2600 Iitros de água por semana: o equivalente à água que uma pessoa bebe ao longo de 3 anos. Sabia que de toda a água que existe no mundo, apenas 0,06% é potável e está disponível para uso humano? 3. Para produzir 1 kg de carne é necessário 100 vezes mais água doce do que para produzir 1 kg de trigo. Se 1000 pessoas substituírem uma refeição de carne por um prato vegetariano uma vez por mês, ao fim de um ano teremos poupado mais de 100 000 m3 de água doce. Esta quantidade de água é suficiente para 5500 pessoas tomarem duche, todos os dias, durante um ano! 4. Sabia que a água doce é apenas 3% de toda a água existente na Terra? Em cada descarga do autoclismo enviamos 10 a 15 litros de água potável directamente para o esgoto. Pode diminuir-se o volume de água que se gasta nestas descargas colocando uma garrafa cheia de água 16 CIÊNCIA TECNOLOGIA E AMBIENTE A NO I - Nº 1 TOQ U E D E S A Í D A NOTÍCIAS DA EDUCAÇÃO FÍSICA NOITE ESTAPAFÚRDIA DESPORTO ESCOLAR Após um ano de intervalo, o grupo de Educação Física volta a realizar a Noite Estapafúrdia, este ano no dia 1 de Abril de 2006, a partir das 21h30m, no pavilhão do Externato Cooperativo da Benedita. Conta com actividades como Ginástica Rítmica e Acrobática, bem como os sempre presentes Trampolins. Para além destas, haverá também actividades ligadas à dança, e entrega de prémios. Este ano, o Desporto Escolar conta com as modalidades de Voleibol, Râguebi e Multi-Actividades de Aventura (desportos alternativos). No Voleibol estão a funcionar três escalões: infantis masculinos, iniciados masculinos e femininos, a cargo dos professores Joel Machado, Estela Santana e Miguel Fonseca. O Râguebi funciona para todos os escalões, sendo a professora Rita Pedrosa a responsável pela actividade. Relativamente às Multi-Actividades de Aventura, estas não se dividem por escalões, sendo o professor Tobias Marques o responsável por esta actividade. OUTRAS NOTÍCIAS Realizou-se no dia 23 de Novembro de 2005 mais uma edição do Corta Mato Escolar, que voltou a ser um sucesso, contando com a participação de mais de uma centena de alunos distribuídos pelos diferentes escalões (infantis, iniciados, juvenis e juniores). As classificações ficaram ordenadas da seguinte forma: Quadro 1 – Resultados por Escalões Infantis Masculinos 1º David Machado 7º C 2º Ivo Santos 7º D 3º Diogo Pires 7º B Femininos 1ª Patrícia Ramalho 7º G 2ª Alexandra Fialho 7º I 3ª Catarina Isabel 7º D Iniciados Masculinos Femininos 1ª Rita Luíz 9º E 1º Nuno Pina 9º C 2ª Mariana Fialho 8º D 2º Guilherme Sousa 9º D 3ª Catarina Silvério 8º J 3º Romeu Silva 9º D Juvenis Masculinos Femininos 1ª Flávia Grilo 10º G 1º André Lourenço 9º F 2ª Inês Martins 10º I 2º Daniel Lopes 9º B 3ª Carla Santos 9º C 3º Luís Crisóstomo 10º B Juniores Masculinos Femininos 1ª Andreia Silva 12º C 1º Carlos Fernandes 12º C 2ª Filipa Marques 12º C 2º André Marques 10º G 3ª Diana Bernardes 11º F 3º Joel Simplício 12º C O grupo de Educação Física aderiu aos projectos Compal Air 3x3 (Basquetebol) e Gira Volei (iniciação ao Voleibol). Inicialmente, apuram-se as melhores equipas dentro de cada uma das turmas da escola. Posteriormente, haverá uma segunda fase, que envolve as escolas da região, onde ficará apurado o campeão regional que, no caso de a organização decidir realizar a fase nacional, aí irá representar a nossa região. Nesta primeira edição do jornal da escola, não poderíamos deixar de fazer uma breve referência à excelente prestação que João Pedro Silva, antigo aluno do ECB, tem tido na selecção nacional de Triatlo. O Grupo de Educação Física em particular, e toda a comunidade escolar torce pelo seu sucesso e exprime o seu regozijo pelo que o João tem conseguido até agora. MENTE SÃ EM CORPO SÃO Este ano já decorreram alguns encontros entre escolas, nomeadamente no Voleibol e no Râguebi, sendo de salientar as excelentes prestações dos alunos do Externato Cooperativo da Benedita. No escalão de infantis masculinos, na modalidade de voleibol, as equipas do Externato obtiveram dois primeiros lugares e dois segundos lugares, num total de quatro equipas que se Modalidades/ escalão Voleibol - Infantis Masculinos Voleibol - Iniciados Masculinos Voleibol – Iniciados Femininos Râguebi - Vários Multi-Actividades deslocaram à Atouguia da Baleia, no dia 6 de Dezembro de 2005. Relativamente ao Râguebi, decorreu um encontro em Torres Vedras, revelando-se bastante positivo para os nossos alunos. Esteve presente, neste encontro, a RTP 2, que fazia as habituais reportagens sobre Desporto Escolar, exibidas no programa Desporto 2, aos fins-de-semana. Saliente-se que um dos nossos alunos foi entrevistado Dias e horas de Treino Professor Responsável 3ª Feiras 13:30 – 14:30h Miguel Fonseca 3ª Feiras 13:30 – 14:45h 5ª Feiras 13:30 – 14:45h 4ª Feiras 13:30 – 15 h 5ª Feiras 16 – 17:30 h 2ª Feiras 17:30 – 18:30 h 5ª Feiras 13 – 14:30 h 2ª Feiras 14 – 15 h 4ª Feiras 14:30 – 16:30 h 5ª Feiras 14:20 – 15:50 h Joel Machado Estela Santana Rita Pedrosa Tobias Marques CLUBES Estão em funcionamento os CLUBES DE GINÁSTICA, de HIP HOP e de MULTI-ACTIVIDADES DE AVENTURA. Para participar, aparece nos treinos que se realizam às 4ª feiras entre as 14:30 e as 16 horas, ou fala com um dos professores de Educação Física. São responsáveis por esta actividade os professores: Rita Pedrosa, Estela Santana, Ângela Gens, Liliana Gens, Miguel Fonseca, José Vinagre, Joel Machado e Tobias Marques. 17 TO Q UE DE S AÍ DA ANO I - N º 1 Natal de 2005 de Évora de Alcobaça Xadrez ANATOLIY VENCE TORNEIO ALUNO DO ECB VICE-CAMPEÃO O ucraniano Anatoliy Ladyka, membro da Academia Xadrez Benedita – o mais novo clube federado da Associação de Xadrez de Leiria – venceu o Torneio de Natal 2005 de Évora de Alcobaça. O Torneio, organizado pelo Centro de Formação de Xadrez da Benedita, Externato Cooperativo da Benedita, com o apoio da Associação de Pais de Évora de Alcobaça, disputou-se no sistema de Todos contra Todos, em partidas de 15 minutos por jogador. Só o Anatoliy pertence à Academia Xadrez Benedita. Os restantes participantes pertencem à secção de xadrez da Associação de Pais de Évora de Alcobaça, são alunos da Escola Frei Estevão Martins, e têm treinos semanais com José Cavadas, nas instalações da Associação de Pais de Évora de Alcobaça. Pedro Rodrigues, do Núcleo de Xadrez do Externato Cooperativo da Benedita, obtém o 2º lugar no I ENCONTRO DE JOVENS DA ZONA CENTRO. Na passado dia 19 de Dezembro de 2005, realizou-se, na Secção de Xadrez do Clube dos Galitos, um encontro final entre os melhores jovens dos estágios dos distritos de Aveiro, Coimbra, Leiria e Castelo Branco. Os jogadores foram divididos em dois grupos: no Grupo A, os xadrezistas dos 14 aos 18 anos; no Grupo B, dos 9 aos 13 anos. Aveiro fez-se representar por 10 jovens jogadores, Leiria por 2 (Pedro Rodrigues e David Rashidi, ambos do concelho de Alcobaça) e Coimbra por 4. Este torneio teve a particularidade de ter sido temático: o Mestre Internacional António Fróis (treinador da Federação Portuguesa de Xadrez), colocava uma abertura no tabuleiro mural com cerca de 10 lances, e os jovens jogadores começariam a partir desse lance a partida, após três minutos de análise da posição. Pedro Rodrigues não perdeu nenhum jogo – cedendo apenas 2 empates, um frente a Rashidi e outro ao vencedor do torneio, Jorge Cruz, de Montemor-O-Velho – obtendo assim o 2º lugar e o título de vice-campeão. CAE-Oeste - Xadrez Xadrez no ECB UM PERCURSO DE SUCESSO Sabia que: - O Núcleo de Xadrez do Externato Cooperativo da Benedita se manteve na III Divisão? - Pedro Filipe Rodrigues; Vladimir Melnik; Mariana Silva e Tiago Ferreira estão na Selecção Distrital de Xadrez? - Vladimir Melnik é Vice Campeão Distrital Absoluto (séniores, mais jovens) da época 2005? - Pedro Filipe Rodrigues é Vice Campeão distrital de Rápidas e Vice Campeão distrital Sub16? - Mariana Silva é Campeã Nacional Feminina Sub14 em ritmo Semi-rápido, Campeã Distrital Feminina Sub14 e está na Selecção Nacional? - Tiago Ferreira é Campeão Distrital Sub 14 e conseguiu o seu primeiro bloco FIDE no I Torneio FIDE da Academia de Xadrez da Benedita? - Raquel Inácio, do 3º Ciclo, é Vice -Campeã Regional Feminina? - Carina Santos, do 3º Ciclo, é 3ª Classificada no Regional Feminino? - Lídia Ferreira é Vice Campeã Distrital Feminina? - Dimitri Scoropad fez o seu primeiro bloco FIDE no I Torneio FIDE da Academia de Xadrez da Benedita? CALENDÁRIO DO DESPORTO ESCOLAR 2006 Data Torneio/Actividade Local 25 Jan 1º Torneio do V Circuito da CAE-OESTE Escola Amadeu Gaudêncio Nazaré 17 Fev 2º Torneio do V Circuito da CAE OESTE VI Encontro Nacional Escolas Individual Externato Cooperativo Benedita 10 Março VI Encontro Nacional Escolas Equipas Externato Cooperativo Benedita 28 Março 3º Torneio do V Circuito da CAE-OESTE Escola 2,3 Secundária S. Martinho Porto 3 Maio 4º Torneio do V Circuito da CAE-OESTE III Memorial Professor Arnaldo Olivença Escola Frei Estevão Martins - Alcobaça 18 Maio Torneio de Pares Escola Profissional Armando Lucena Veja o site da Academia Xadrez da Benedita Estamos na página da Federação Portuguesa de Xadrez http://www.fpx.pt/form_desev/benedita/benedita.htm Esta e outras notícias no site Xadrez na Benedita: http://xadrezbenedita.no.sapo.pt 18 MENTE SÃ EM CORPO SÃO A NO I - Nº 1 DESAFIOS TOQ U E D E S A Í D A O MISTÉRIO DO BILHETE DE IDENTIDADE OS BALDES Imagine que tem dois baldes vazios, um com a capacidade de 6 litros, o outro, de 11 litros. O desafio consiste em ir a um lago buscar exactamente 8 litros de água. Como se consegue fazer isso? 10 SACOS Temos 10 sacos de moedas, cada saco tem 10 moedas de ouro e cada moeda pesa 10 gramas. Há no entanto um saco que só tem moedas falsas e sabemos que cada moeda falsa pesa menos um grama que cada moeda verdadeira. Para descobrir qual dos sacos tem moedas falsas temos uma balança convencional de um prato que permite ver com rigor o peso em gramas. Só pode fazer-se uma única pesagem para descobrir o saco de moedas falsas. Qual a estratégia para descobrir qual dos sacos tem moedas falsas? NO MURO DE BERLIM Certo dia ouvi contar a seguinte história: Um dia, F. Nietzsche escreveu no Muro de Berlim a seguinte frase: «Deus Morreu.» E assinou por baixo – Nietzsche. Quando Nietzsche morreu apareceu no muro uma outra frase: «Nietzsche morreu.» E por baixo, assinado – Deus. Só mais tarde percebi o absurdo que a história continha; descubra-o também. Certamente, o leitor terá já assistido, no meio de uma conversa com amigos, à seguinte discussão: a certa altura alguém se pronuncia, mais ou menos nos termos que se seguem, sobre o algarismo suplementar que os bilhetes de identidade passaram a ter de há uns anos para cá: “O algarismo suplementar que se segue ao número do B. I. indica o número de pessoas em Portugal que têm um nome exactamente igual ao portador do B. I.”. Esta é uma afirmação disparatada, mas com imensos defensores que a propagam de forma acrítica, transformando-a numa espécie de lenda urbana portuguesa. Afinal de contas, o que representa o misterioso algarismo suplementar que se segue ao nosso B. I.? Não representa o número de pessoas com o mesmo nome, nem o número de multas de estacionamento que o portador apanhou (versão que também circula) ou qualquer outra disparatada hipótese deste tipo. O algarismo suplementar é (ou seria, se as autoridades portuguesas não tivessem cometido um ridículo erro matemático!) apenas um algarismo de controlo que detecta se o número de B.I. está correctamente escrito ou não, e que permitiria detectar bilhetes de identidade falsos. Esse algarismo de controlo calculase da seguinte forma: Admitindo que os números do bilhete de identidade têm a seguinte forma x x x x x x x x x em que x repre1 2 3 4 5 6 7 8 9 i senta o algarismo colocado na posição i, começa por fazer-se a seguinte operação: 1 xx +2 xx +3 xx +4 xx +5 xx +6 xx +7 xx +8 xx +9 xx 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Depois, divide-se o resultado por 11 * e o resto dessa divisão inteira é o famigerado algarismo suplementar. Os restos possíveis são então os números inteiros de 0 a 10, mas no B. I. só há espaço para um algarismo de controlo, decidindo os nossos responsáveis substituir o número 10 por 0, introduzindo assim um erro que impede o uso deste método para detectar bilhetes de identidade falsos, pois sempre que o algarismo de controlo é 0, este tanto poderá ser oriundo de um resto 0, como de um resto 10. Estima-se que em Portugal cerca de 9% dos B. I. tenham um número de controlo errado. Como curiosidade, adiantamos que este é também o método usado nos códigos ISBN que são uma espécie de B. I. dos livros, e que, nesse código, o algarismo de controlo referente ao resto 10 é substituído por X, que representa 10 em numeração romana. * A escolha do 11 envolve propriedades matemáticas que não nos parecem relevantes para o comum dos leitores. AS IDADES Dois amigos, o Arnesto e o Bicente, não se viam há muito tempo, comunicando apenas por carta. Certo dia encontram-se e travam o seguinte diálogo: Arnesto: Quantos filhos tens? Bicente: Tenho 3. Arnesto: Quais as suas idades? Bicente: O produto das suas idades é 36. A soma das suas idades é igual ao número da minha porta, mas isto não chega para tu resolveres. O mais velho já toca piano. Quais as idades dos filhos do Bicente? A CORDA Uma corda com 100 metros de comprimento tem cada uma das suas extremidades presa nos topos de dois postes. Os postes têm alturas diferentes: um mede 90 metros, o outro 70 metros e encontram-se ambos perpendiculares ao plano do solo. O ponto da corda que está mais próximo do solo encontra-se a 30 metros deste. Sabendo que a corda não está esticada, a que distância se encontram os postes um do outro? As propostas de solução devem ser enviadas para o endereço electrónico do Toque de Saída: SUDOKU É um puzzle lógico, num quadrado de nove linhas por nove colunas, organizado em regiões de 3x3. Use algarismos de 1 a 9, de modo a que cada algarismo apareça uma única vez em cada linha, coluna, ou região de 3x3. Não é necessária qualquer operação aritmética. Aqui ficam três exemplares, de graus de dificuldade diversificados. Divirta-se! 2 5 1 8 3 1 7 1 5 3 5 9 1 5 2 4 8 4 4 5 9 2 6 9 6 7 6 3 8 6 4 2 6 8 6 5 9 3 5 4 7 6 5 4 1 9 2 1 8 8 Fácil 3 5 4 8 4 7 4 2 9 8 9 7 8 9 2 6 8 Médio 8 8 7 7 8 1 4 7 2 9 3 9 8 2 1 6 5 7 2 3 4 Difícil [email protected] PASSATEMPOS E CURIOSIDADES 19 TO Q UE DE S AÍ DA ANO I - N º 1 Eleições Presidenciais O PRESIDENTE DA REPÚBLICA E AS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS Pela sétima vez, após o 25 de Abril, os portugueses foram chamados no dia 22 de Janeiro a escolher um novo Presidente da República. Apesar de ser a sétima vez que houve eleições para a Presidência da República, nunca em nenhuma outra eleição foram tão discutidas as competências do Presidente da República e os poderes que ele tem. Essas competências e esses poderes resultam do modelo que foi escolhido pelos portugueses para o seu Presidente. De entre os modelos conhecidos, - como o modelo parlamentar, que é aquele em que o Presidente é uma figura meramente repre- sentativa, do tipo corta fitas, como é exemplo o modelo alemão; o modelo presidencialista, onde o Presidente é também o detentor do poder executivo e, por isso mesmo, o chefe do Governo, como é exemplo o regime americano; ou ainda os modelos semipresidencialistas, onde o presidente é um árbitro, embora com capacidade de intervenção efectiva dentro de um parlamentarismo racionalizado; ou aquele outro em que o Presidente é mais forte, sendo o regulador do sistema político -, os portu- gueses optaram por esta última solução. Assim, ao Presidente da República foram atribuídos poderes relativos ao Estado, - representa a República, garante a independência nacional e a unidade do Estado -, à Constituição e ao funcionamento dos outros órgãos do Estado – o Presidente da República garante o normal funcionamento das instituições democráticas, pode dissolver a Assembleia da República, nomeia o Primeiro Ministro e o Governo e pode de- mitir o Primeiro Ministro, declara o estado de sítio e o estado de emergência e promulga ou veta as leis. São estes, de modo genérico, os poderes do Presidente. Afinal, o Presidente tem muitos poderes ou tem poucos poderes ? O Presidente tem os poderes que os portugueses querem que ele tenha. E o que os portugueses esperam do Presidente é que ele use os poderes que tem, com rigor, com firmeza, mas acima de tudo com bom senso democrático. Luís Castelhano, professor O ECB VISITA O MUSEU DO CHIADO Cabeças, Amadeo de Sousa Cardoso Integrados nos objectivos da disciplina de Educação Visual, os alunos do 9º ano visitaram o Museu do Chiado, com especial destaque para a exposição, “Primeiros Modernismos em Portugal”. A visita iniciou-se com uma abordagem à arte portuguesa do séc. XIX. Os exemplos do naturalismo apresentados foram diversos, com o objectivo de despertar os alunos para as diferenças entre esta geração e a geração modernista portuguesa, e de os levar a entender o facto de os modernismos nas artes plásticas portuguesas, iniciados 20 com grande esforço na primeira década do séc. XX, mostrarem momentos de euforia. De facto, não existiram muitas rupturas com a pintura do séc. XIX. O que tivemos foi um surto futurista. Desse surto são exemplo, na primeira sala dedicada ao modernismo, Cabeças (1913), de Amadeo de Souza Cardoso e Cabeça (1910-1912) de Santa Rita. A Revolta das Bonecas, de Eduardo Viana, talvez tenha sido a obra à qual os alunos dedicaram mais atenção. Ao analisarmos esta obra, reconhecemos formas geométricas, numa via abstractizante, e outras numa via mais figurativa. Assim, encontramos ao centro a representação de bonecas que descobrimos a partir de 3 pares de pés. Em toda a obra são utilizados círculos, nomeadamente à esquerda, em formas que nos sugerem maçãs, e à direita, nas copas das árvores. No canto superior direito é-nos ainda possível compreender como que uma esplanada, através dos seus chapéus-de-sol. Já na segunda sala, encontrámos trabalhos de Almada Negreiros, nomeadamente estudos para os frescos das Gares Ma- rítimas de Alcântara e da Rocha do Conde D’Óbidos, e alguns desenhos de grande expressividade, como Sesta de 1939. Numa análise mais demorada seria possível encontrar outras formas modernistas de representar, mas o que nos moveu foi propiciar o encontro dos alunos com a arte portuguesa, contribuindo para o seu enriquecimento cultural, e levando-os a valorizar o património artístico português. É de referir ainda o percurso Pessoano - Modernista, realizado nos arredores do museu com algumas turmas, tendo como local de paragem obrigatória o café A Brasileira do Chiado, ponto de tertúlia e reunião de Fernando Pessoa com alguns pintores modernistas que aqui expuseram obras. Professoras de Educação Visual A revolta das bonecas, Eduardo Viana
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