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Canal: SCBF Advogados Tipo de Clipping: WEB Veículo: Folha de São Paulo Publicação: 06/12/2014 Seção: Home Página: Indústria que vende energia perde com teto menor de preço Indústria que vende energia perde com teto menor de preço MACHADO DA COSTA DE SÃO PAULO 06/12/2014 02h00 As indústrias que aproveitaram o longo período de energia cara para gerir a queda da produção com lucro, ao vender a eletricidade excedente no mercado de curto prazo, vão enfrentar em 2015 um desafio: manter receitas sem alta da produção e com preços menores da energia. Segundo Folha apurou, o volume excedente das indústrias de grande porte é, em média, de 1.400 megawatts a cada hora. Isso representa 2% de todo a demanda do país. Esse excesso –disponibilizado no mercado de curto prazo e remunerado ao Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), que na maior parte do ano ficou próximo ao teto permitido em lei, de R$ 822,83 por megawatt-hora– gerou receitas próximas a R$ 5,5 bilhões a essas empresas entre janeiro e agosto de 2014. Dado Galdieri/Bloomberg Movimentação na mina de Brucutu (MG), da Vale; empresa vendeu R$ 556 mi em energia Movimentação na mina de Brucutu (MG), da Vale; empresa vendeu R$ 556 milhões em energia Com a definição da Aneel de cortar o teto do PLD para R$ 388,48 por MWh a partir de janeiro, as receitas das empresas com essa operação teriam caído 42%, em uma simulação da aplicação desses novos valores a este ano. "A demanda da indústria pode até cair para 2015, o que geraria um excedente de energia ainda maior. Enquanto isso, o mercado de curto prazo deixa de ser tão interessante para gerir essa baixa na produção", diz Roberto Lima, do escritório Souza, Cescon, Barrieu e Flesch Advogados. Segundo Paulo Pedrosa, presidente da Abrace, associação que reúne indústrias eletrointensivas, a receita proveniente da energia disponibilizada ao mercado de curto prazo é um pequeno efeito colateral positivo sobre um problema maior. "A decisão de não produzir custa muito mais para a indústria", diz. "É como se um parente morresse e um quarto na casa sobrasse para fazer uma sala de TV." Editoria de arte/Folhapress FORÇAR A PRODUÇÃO Os objetivos do governo por trás do corte do teto do PLD se resumem no desestímulo à venda de energia no mercado de curto prazo, principalmente para as indústrias e geradores. O efeito desejado, portanto, é forçar o crescimento da produção, deprimida neste ano. No entanto, a Abrace não vê com bons olhos os novos valores estabelecidos. "Essa mudança precisaria ocorrer de forma a dar prazo para as empresas se programarem. Quem contratou energia cara antes do anúncio para se proteger para 2015 agora pode ver concorrentes obter uma vantagem competitiva por não terem feito a lição de casa", diz Petrosa. Para João Carlos Melo, presidente da consultoria Thymos, a saída dessas empresas vai ao encontro do desejo do governo de elevar a produção industrial. "Não há outra saída a não ser apostar na produção. Para a maioria, vender energia a R$ 388 não justifica uma redução da produção", diz. A expectativa de algumas das empresas consultadas pela Folha é que a redução no teto do PLD ajude a baixar o valor da energia no mercado livre, segmento no qual elas negociam a eletricidade a um preço mais baixo do que é oferecido pelas distribuidoras. A queda ajudaria a dar fôlego à produção. Veja a matériaVeja Foto da Página