Fichas Técnicas de Gestão Cinegética

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Fichas Técnicas de Gestão Cinegética
Fichas Técnicas
de
Gestão
Cinegética
Julho
2008
COELHO BRAVO
Espécie:
Orictolagus cuniculus
Distribuição:
Europa:
Portugal:
Encontra-se distribuído por toda a Europa.
Encontra-se espalhado por todo o País.
Peso:
1,2 a 2,5 Kg
Tamanho:
Cabeça- corpo:
Cauda:
Pata Posterior:
Orelha:
34 - 50 cm
0,40 a 0,80 cm
7,5 a 9,5 cm
6,5 a 7,0 cm
Formula dentária:
I 2/1, C 0/0, P 3/2, M 3/3
Longevidade:
9 anos
Dimorfismo sexual:
As fêmeas adultas possuem cabeças mais estreitas e alongadas que os machos adultos, por
sua vez estes possuem bochechas mais largas.
Só é possível diferenciar, com certeza, animais capturados, por observação dos órgãos
genitais.
Pelagem:
Orelhas de ponta castanha, com comprimento inferior ao da cabeça.
Parte superior da cauda castanho escura (branca por baixo, visível quando foge).
Zona superior do pescoço castanha-avermelhada e barriga cinzento-azulado.
Muda o pêlo entre Setembro e Outubro.
Cálculo da idade:
Entre os 7 e 9 meses, dá-se um engrossamento cartilaginoso na base do cúbito.
Além desta técnica, só se pode saber a idade, calculando o peso do cristalino, que vai
aumentando com a idade, cujo valor pode ser comparado com tabelas efectuadas a partir
de medições em animais de cativeiro.
Espaço Vital:
São animais sedentários, dentro do espaço que ocupam.
Os machos possuem domínios vitais de maior extensão que as fêmeas, sendo uma média
de 0,4-2 ha.
Os territórios dos machos podem abranger os de várias fêmeas reprodutoras.
Deslocam-se 150 a 400 m para se alimentarem.
Maturidade Sexual:
Fêmeas:
Machos:
3,5 meses
4 meses
Durante todo o ano, sendo o pico da fecundidade atingido entre Abril e Junho.
Cio:
Gestação e Partos:
28-33 dias
Nascimentos entre Fevereiro e Agosto.
3 a 12 crias por ninhada, em média 5.
3 a 7 ninhadas por ano (intervalo mínimo de 30 dias)
As crias nascem cegas e sem pêlos; abrem os olhos aos 10 dias e o desmame faz-se aos 28
Indícios de Presença:
Excrementos a) castanhos escuros ou pretos com forma e tamanho de uma grande ervilha,
arranhadelas no solo formando buracos pouco profundos de 3 a 10 cm, pegadas b) ossadas
c), tocas ou colónias d) e trilhos que utilizam regularmente, com excrementos isolados.
d)
FAPAS, 1999
a)
FAPAS, 1999
b)
c)
FAPAS, 1999
FAPAS, 1999
Habitat:
Solos cobertos de urze, campos abertos e prados, matagais, orlas dos terrenos agrícolas,
solos arenosos e secos, bosques.
O tipo de coelheira (sistema de túneis subterrâneos) varia com o habitat e densidade
populacional.
FAPAS, 1999
A toca de reprodução tem 1 a 2 m de comprimento terminando numa câmara forrada com
erva, musgo e pêlo da barriga (ninho).
FAPAS, 1999
Alimentação:
Selecciona as espécies mais nutritivas, a partir da diversidade do meio:
Folhas de culturas agrícolas (cereais em germinação, couves, etc. ...), rebentos de árvores,
gramíneas, bolbos, legumes e videiras, podendo ocasionar estragos. Recorre também a
toda a espécie de vegetais selvagens como silvas e cascas de diversos arbustos.
Pratica a coprofagia: ingere os seus próprios excrementos, porque não consegue assimilar
totalmente os alimentos que ingere recorrendo aos excrementos, que são ricos em
vitaminas e aminoácidos para que possa ter um maior aproveitamento destes nutrientes.
Comportamento:
Crepuscular e nocturno, tendo actividade diurna se não houver interferência do Homem.
Com baixas densidades formam casais e em situação de aumento de densidade criam
grupos (colónias) de 1 a 5 machos com 1 a 6 fêmeas, até 20 adultos.
As colónias centram-se nas coelheiras, possuindo os animais dominantes os melhores
ninhos perto do centro. Existem hierarquias intra-sexuais onde as fêmeas competem pela
posse das tocas.
O único cuidado parental exercido pelos machos é a defesa dos juvenis, seus ou não, das
agressões das fêmeas.
Gestão:
Mortalidade:
(indivíduos por ano)
Ninho: 30 a 60%.
Juvenis: até 80% (desde a saída do ninho até à abertura da caça).
Adultos: 50%.
Factores:
Doenças:
Mixomatose e doença hemorrágica vírica VHD.
Raposas, mustelídeos, corvídeos, aves de rapina, gatos-bravos, cães
Predação:
vadios, etc. ...
Caça:
Para manter uma população a um nível constante, torna-se necessário
adaptar a pressão de caça às razões de Juvenis/Adultos.
Atropelamento: São vítimas da circulação automóvel e de maquinaria agrícola.
Melhoramento do Habitat:
Cultivo simultâneo de trigo, alfafa e trevo (preferentemente faixas
próximas das colónias e intercaladas umas com as outras).
Limpeza de linhas de água e criação de pontos de água.
Em zonas muito limpas, deve-se favorecer a reflorestação ou deixar que
se desenvolva a vegetação ao longo dos caminhos.
Criar zonas de refúgio (baldios, pilhas de madeira, restos das podas do
montado)
Criar aterros para a reprodução e limitar a intervenção humana durante
o período de reprodução.
Em zonas que foram atacados pelas doenças, tapar as tocas ou
desinfectá-las.
Instalação de coelheiras artificiais:
Ponto importante antes da instalação – Recorrer aos conselhos de
pessoas que conhecem o local, o tipo de solo e exposição que
anteriormente favoreceu o desenvolvimento e proliferação de coelhos
no local.
Limpar toda a vegetação existente no talude.
Cavam-se alguns canais em forma de franja para facilitar o escoamento
de água.
Cobrem-se as trincheiras com troncos, terra e ramos.
Repovoamentos:
As variáveis a analisar, antes de um repovoamento, são as seguintes:
− Território (preferem locais secos, pouco frequentados e muito diversificados,
deverão ter a possibilidade de encontrar alimentação variada e que seja o mais natural
possível.)
− Homem (os responsáveis têm que intervir e optar pela pureza genética da espécie,
zelar pelo estado sanitário dos animais, garantir a proveniência de locais próximos e
com características idênticas à zona de reintrodução.)
− Predadores (ao criar condições de habitat melhoram-se as defesas das colónias
contra os predadores, de qualquer forma, convém manter sempre um controlo mais
apertado relativamente ás densidades de predadores.)
Criação em Coelheira Artificial:
Poderá recorrer a um espaço isolado, coberto e rodeado por uma malha
cinegética de protecção contra rapinas e predadores terrestres, com dois
parques:
− O maior é utilizado para reprodução e refúgio, possuindo palha e feno
para que as fêmeas possam fazer os ninhos.
− O outro utiliza-se para a alimentação.
Larousse de La Caza, 2003
Na véspera das vacinações, bloqueiam-se as saídas para que os animais
não retornem ao parque de refúgio.
Nota: 20 coelhos introduzidos na coelheira entre Dezembro e Janeiro
podem produzir cerca de 100. Depois da vacinação e marcação, poderão
ser libertados pouco a pouco durante o verão e só no ano seguinte é que
se deverão caçar.
Controle de Predadores:
O impacto da predação nos juvenis é muito elevado, devido aos javalis e
gatos e cães vadios ou assilvestrados. 60 a 80% dos animais afectados são
juvenis com menos de 3 meses. O coelho é muito apetecível para a raposa,
rapinas e mustelídeos, o que podemos constatar quando instalamos uma
coelheira artificial.
PERDIZ VERMELHA
Espécie:
Alectoris rufa
Distribuição:
Europa:
Encontra-se principalmente na Península Ibérica, França, Itália e
Inglaterra.
Encontra-se distribuída por todo o país, embora em maior número na
parte interior.
Portugal:
Peso:
Machos
Fêmeas
520 – 750 gr
450 – 560 gr
Comprimento:
Cauda:
Asas (envergadura):
Patas:
34 - 50 cm
Quase inexistente.
60 cm
Tamanho:
Dedo Exterior:
Dedo Central:
Dedo Interno:
35 mm
45 mm
30 mm
Longevidade:
3 a 4 anos, excepcionalmente 7 a 8 anos
Dimorfismo sexual:
Os machos adultos, são maiores, mais pesados e têm uma cabeça mais volumosa.
Apresentam tarsos mais compridos e grossos, esporões com base larga e extremidade
arredondada.
É possível diferenciar, com certeza, animais capturados, por observação dos órgãos
genitais.
Plumagem:
Cabeça cinzenta, com uma faixa branca comprida que passa por cima dos olhos. Lista
ocular estende-se pelo pescoço até à barra peitoral malhada, envolvendo o mento e a
garganta.
Cor parda e ocre, com largo babete orlado de preto.
Peito malhado de preto.
Flanco com riscas pardas, brancas e pretas.
Maturidade sexual:
A Maturidade sexual é atingida por volta dos 10 meses.
Juvenis:
Adultos:
Inicia a muda no primeiro mês de vida e prolonga-se até Outubro Novembro,
embora não haja substituição das duas últimas rémiges, estas penas, são
pontiagudas e podem apresentar uma pequena pinta branca na extremidade
Inicia a muda de todas as rémiges primárias duas ou três semanas antes do
juvenil. As duas últimas penas têm a extremidade arredondada.
Espaço Vital:
Dependente da disponibilidade de alimento, água e abrigo, podendo variar entre 1 ha e
valores acima dos 18 ha.
Cabe aos machos a escolha e defesa do território.
Cálculo da Idade:
Até às 3 Semanas:
4 Semanas:
6 Semanas:
8 Semanas:
10 Semanas:
12 Semanas:
1 Ano:
Adultos:
Dominância de penugem, bico e patas de cor rosa, cauda não visível;
Cabeça e pescoço com penugem, bico acinzentado, patas de cor rosa
claro;
Sem penugem em parte da cabeça, por trás do pescoço e parte das
costas, cauda bem visível;
Alinhamento de plumas tricolores nos flancos, manchas pretas no
pescoço, bico vermelho;
Dois alinhamentos de plumas tricolores nos flancos, peito azulado,
ventre amarelo-torrado;
Frente azulada, colar negro, garganta bem branca.
A primeira e segunda rémige são pontiagudas com pontas
amarelecidas.
Rémiges arredondadas e sem manchas.
Reprodução:
Acasalamento:
Postura:
Incubação:
Eclosão:
Janeiro e Fevereiro (sul do País);
Fevereiro e Março (norte do País).
Março e Abril (sul do País);
Abril e Maio (norte do País).
Em média, cada postura tem 12 ovos, podendo variar entre os 8 e os
23 ovos.
Poderá acontecer uma segunda postura e esta será incubada pelo
macho.
Duração de 23 dias.
Maio e Junho (sul do País);
Finais de Junho (norte do País).
Visto, ser uma espécie nidifuga, os perdigotos abandonam o ninho
logo quando nascem e seguem os adultos em busca de alimento.
Indícios de Presença:
O canto característico desta espécie, comum aos dois sexos – Tchouk-tchouk-tchoukartchoukar e do macho kok-tchak-tchak (2 vezes) e kok-tchak (2 vezes);
Excrementos isolados ou em monte, de cor esverdeada a bege claro de dimensões 0,2cm x
0.5 a 1cm no caso dos juvenis e 0,4cm x 1 a 2cm no caso dos adultos.
Depressões na terra devido a banhos de poeira, com o objectivo de eliminarem parasitas e
excessos de gordura das penas.
Habitat:
Prefere zonas com culturas cerealíferas e periferia das áreas incultas ou matos e em
vinhas. Gosta de zonas sem grande coberto para caminhar e avistar os predadores. Parece
ter preferência por zonas com sebes, caminhos e muros, pelo facto de se desenvolver uma
vegetação que lhe proporcione abrigo e protecção.
Alimentação:
Juvenis:
Adultos:
Insectívora evoluindo para herbívora.
Produtos de origem vegetal, grãos (trigo, cevada e aveia), bolota e folhas,
rebentos, bagas, flores e raízes de uma grande variedade de plantas
espontâneas.
Comportamento:
Espécie gregária
Bandos
Casais
Grupo familiar
Final do Verão e Outono.
Janeiro até à Primavera.
Verão
Gestão:
Mortalidade:
(indivíduos por ano)
Desde a postura até a idade adulta a taxa de mortalidade varia entre 47% a 87%.
Factores:
Doenças:
Não afecta muito a mortalidade, contudo referenciam-se doenças
víricas, bacterianas, fúngicas e parasitárias.
Predação:
Caça:
Agricultura:
Clima:
Raposa, Ginete, Gato-bravo, Rapinas, Javali, Corvídeos (ninhos e
perdigotos) e Cães e Gatos assilvestrados.
Para se manter um bom nível populacional não se deverá abater mais de
50% dos efectivos.
Abandono gradual da agricultura, nomeadamente de culturas
cerealíferas, destruição de ninhos por máquinas agrícolas e perturbação
por parte dos rebanhos.
Frio e chuva em Junho e Julho prejudicam os perdigotos. Um inverno
com gelo prolongado e neve compacta aumento muito a mortalidade nos
adultos.
Melhoramento do Habitat:
Diversificar os distintos usos do solo, conseguindo uma percentagem
elevada de cereal de ciclo alargado;
Optimizar a qualidade e quantidade de margens entre parcelas de
cultivo;
Sincronizar os trabalhos agrícolas com o ciclo biológico da perdiz:
Elaborar um plano de cultivos favorável à espécie;
Harmonizar o pastoreio, a ganadaria intensiva, a silvicultura e outros
aproveitamentos com os requerimentos da perdiz;
Criar lugares especiais para garantir a nidificação e a sobrevivência dos
perdigotos;
Manutenção de pontos de água (construção de pequenas charcas),
bebedouros e comedouros artificiais;
Eliminar os vectores e agentes patogénicos que geram doenças e
parasitoses;
Construir abrigos com materiais provenientes de podas de sobreiros e
azinheiras ou do desenraizamento de eucaliptos, assim como outro tipo
de árvores, deverão ser estrategicamente colocados no terreno, de forma
a proporcionarem abrigo e tranquilidade para a nidificação.
Repovoamentos:
Com Parque de Aclimatação:
Soltam-se alguns juvenis que já se encontram
num recinto protegido, tendo em atenção de
colocar previamente comedouros e bebedouros,
na proximidade, para que os animais não
dispersem no terreno.
Solta directa:
Implica uma taxa de sobrevivência mais baixa,
uma vez que os animais são largados das caixas
para o terreno, ficando muito vulneráveis e
desprotegidos.
Solta directa com negaças e maneio de habitat:
Colocam-se bebedouros e comedouros e um
animal em jaula para evitar a dispersão.
Solta de perdigões jovens no Verão:
Mais aconselhável, uma vez que estes são mais
resistentes que os adultos.
Solta de adultos na Primavera:
Aconselhável, se os animais forem de boa
qualidade e apenas no caso de terem nascido
antes do final de Julho.
Instalação de Parques de aclimatação:
São parques de fácil construção e económico, com
aproximadamente 11m2, coberto com uma rede de sombra para
protecção contra predadores, complementado com bebedouros e
comedouros.
As perdizes irão permanecer 10 a 15 dias com o objectivo de se
adaptarem à área em questão.
Seguidamente serão construídos buracos de fuga, para que, com
tranquilidade, as perdizes se desloquem para fora do parque.
Controle de Predadores:
Os predadores que importam salientar são a Raposa, Saca-rabos, Ginete,
Gato-bravo, Aves de Rapina, Javali, Corvídeos (ninhos e perdigotos) e
Cães e Gatos assilvestrados. Para o controle destas espécies poderão ser
utilizados vários métodos como batidas, esperas, colocação de caixas
armadilhas, sempre com autorização da DGRF (Direcção Geral do
Recursos Florestais).
Bibliografia:
- Nadal, J. (1992). Problemática de las Poblaciones de Perdiz Roja, Bases Ecoetológicas para tener
Éxito con las Repoblaciones. In: La Perdiz Roja. Gestión del Hábitat. Primeira edição. Barcelona.
Fundación “La Caixa”. 92-94 pps.
- Notario, R. (1992). Panorámica de la Perdiz Roja en España. Análisis de los factores de amenaza
de sus poblaciones. In La Perdiz Roja. Gestión del Hábitat. Primeira edição. Barcelona. Fundación
“La Caixa”, 13 pp.
- Béjar, I. (1991). Reproducción de La Perdiz Roja. Análisis de la producción cuantitativa y
cualitativa. In: La Perdiz Roja. Primeira Edição. Barcelona. Fundación “La Caixa”, 30 pp.
- Pagés, A. (1991). Patología de La Perdiz Roja. Higiene y Profilaxis. In: La Perdiz Roja. Primeira
Edição. Barcelona. Fundación “La Caixa”,58 pp.
- Birkan, M. Critères D’Age. In: La perdix rouge.Office national de la chasse. 10 Pp.
- Birkan, M. Indices de Présence. In: La perdix rouge. Office national de la chasse. Paris14 pp.
- D.G.F. Algumas notas sobre a distinção entre a perdiz vermelha e outras espécies do mesmo
género. Direcção – Geral das Florestas – Departamento Zoología e Antropología – F.C.L.
- D.G.R.F. (2005). Carta de Caçador – Manual para exame. Divisão dos Recursos Cinegéticos –
Direcção de Serviços de Caça e Pesca nas águas Interiores. Soartes – artes gráficas, lda. Lisboa.
40-42 pp.
- Chasseur de France Union Nationale. Le petit livre vert. Du chasseur N.º 18. Office national de la
chasse. Paris.8 – 9 pps; 16 pp.
- Pimenta, A. (2006). Ordenamento Cinegético da Zona de Caça Municipal de Alijó. Relatório Final
do Cursode Engenharia Zootécnica. Universidade de Tras-os-Montes e Alto Douro. Vila Real.
104pp.
- http://www.confragi.pt/Caca/EspeciesCinegeticas/especie1.htm (Setembro, 2007)
- http://www.miga.pt/?p=20 (Setembro, 2007)
- APROFNA e ERENA (2006). Plano de Acção e Promoção Cinegética do Nordeste Alentejano.
Gestão Cinegética. Associação de Produtores Florestais e Agro-Pecuários do Nordeste Alentejano.
Ordenamento e Gestão de Recursos Naturais, Lda. Gráfica Monumental, Lda. Alter do Chão. 8 pp.
- DELIBES, J. 2003. Larousse de La Caza. SPES EDITORIAL, S. L. Barcelona. 407 pp.
- CORTAY, G.; DENUC, J; DESCHRYVER, C.; DURANTEL, P.; ROSSIGNOL, C. s/d.
Enciclopedia de La Caza. 280 pp.
CONHECER O JAVALI
Espécie:
Sus scrofa
Distribuição:
A nível mundial o javali encontra-se em quase toda a Europa, Ásia e
Norte de Africa (ausência na Escandinávia e Grã-Bretanha);
Encontra-se em toda a Península Ibérica;
Nos últimos anos tem sofrido uma grande expansão.
Peso:
Macho:
Fêmea:
80 a 200 Kg
60 a 110 Kg
Macho:
150 a 160 cm (comprimento)
90 cm (altura garrote)
120 a 140 m (comprimento)
59 a 89 m (altura garrote)
Tamanho:
Fêmea:
Longevidade:
Cerca de 15 anos
Dimorfismo sexual:
O macho possui maior tamanho corporal e caninos mais desenvolvidos.
Pelagem:
Verão:
Inverno:
Crias:
Cor acastanhada que vai escurecendo com a idade.
Pelagem mais densa, apresenta um sub-pêlo rijo e denso.
Bácoros ou Listados (até aos 6 meses) - amarelos e raiados de castanho escuro
(permite a camuflagem);
Farropos (dos 6 aos 12 meses) – a pelagem vai escurecendo até um tom cinzento
anegrado
Troféu:
Os caninos constituem o troféu de caça
Amoladeiras Caninos superiores (tamanho inferior)
Navalhas Caninos inferiores (tamanho superior)
Indícios de presença:
Pegadas; excrementos (4 a 6 cm de diâmetro); terra húmida onde se espoja; solo remexido e fossado
nos lugares de alimentação; odor forte; árvores raspadas; camas e ninhos (feitos com ramos e ervas);
ossadas.
Cálculo da idade:
Dentição:
0-6 meses – até 30 dentes de leite;
6-12 meses – aparecimento da segunda dentição;
1 ano – despontar dos colmilhos;
2 anos – 40 dentes; colmilhos visíveis (comprimento das navalhas =
10 cm; comprimento superior de desgaste = 3 cm);
3 anos – 44 dentes; as navalhas adquirem maior desenvolvimento
dirigindo-se para cima (comprimento das navalhas = 15 cm;
comprimento superior de desgaste = 4 cm);
4 anos - comprimento das navalhas = 17 cm; comprimento superior
de desgaste = 5 cm;
5 anos – os colmilhos inclinam-se para trás tornando-se menos
perigosos (comprimento das navalhas = 19 cm; comprimento superior
de desgaste = 6 cm);
6 anos - comprimento das navalhas = 20 cm; comprimento superior
de desgaste = 6,5 cm;
Formula dentária:
Jovem: (I3/3; C 1/1; P3/3; M 0/0) × 2 = 28 dentes
Adulto: (I3/3; C 1/1; P4/4; M 3/3) × 2 = 44 dentes
I – incisivos; C – caninos; P – pré-molares; M – molares
Comportamento:
Vive em grupo -Varas ou companhias – constituídas por animais dos dois sexos e idade variada (1 ou
2 fêmeas adultas com crias e juvenis do ano anterior, fêmeas e machos novos 2 a 4 anos e machos
adultos não solitários);
Os machos tendem a isolar-se com a idade, chegando mesmo ao isolamento completo só quebrado
no cio
Habitat:
Espécie extremamente flexível, em que a presença de alimento é a principal condicionante para a sua
distribuição;
Bosques de folha caduca e mista;
Prospera em terrenos cultivados e em presença de castanheiro e carvalhos;
Necessita de zonas de abrigo (matos cerrados) e presença de água.
Alimentação:
Omnívoro;
Baseia a dieta nos alimentos com maior abundância e disponibilidade em cada zona optando por
fontes de origem vegetal;
Preferência por raízes, herbáceas, invertebrados e frutos;
Nas culturas agrícolas tem tendência para campos de milho, cereais e produtos hortícolas.
Domínio vital:
Macho:
Fêmea:
1 500 a 10 000 ha
500 a 2 000 ha
Densidade populacional em liberdade:
Em bosque:
Em bosque com protecção de culturas agrícolas:
0,003 a 0,004 animais/ha
0,016 a 0,036 animais/ha
Reprodução:
Época do cio: Novembro a Dezembro;
Gestação de 3 meses; 3 semanas; 3 dias;
As porcas prenhes afastam-se da vara para local isolado onde parem
entre 2 a 8 crias no máximo 10 (em média 4 a 5);
O período reprodutivo pode-se estender pelo ano em função das
características da população e do habitat.
Doenças:
Triquinose – causada por parasitas é uma doença preocupante, uma vez que, pode ser transmitida ao
Homem.
Peste suína – é uma doença importante porque podem constituir “reservatórios” do vírus, dificultando
a erradicação da doença nos porcos domésticos.
Censos:
Permite avaliar o estado e a evolução da população para assim delinear estratégias para a correcta
gestão;
Podemos recorrer a Índices de Abundância:
Índice Kilométrico de Abundância (contagem de efectivos num percurso pré-estabelecido);
Índice Cinegético de Abundância (contagem de efectivos durante o acto venatório).
Gestão:
Incremento numérico e expansão na área de distribuição;
Aumento dos prejuízos nas áreas de cultivo;
Criação de um plano de gestão que evite a sua excessiva proliferação, mas que permita um bom
aproveitamento desta espécie, atendendo à faixa etária dos indivíduos, proporção dos sexos e à
produtividade anual da população
Bibliografia:
- Nadal, J. (1992). Problemática de las Poblaciones de Perdiz Roja, Bases Ecoetológicas para tener Éxito con
las Repoblaciones. In: La Perdiz Roja. Gestión del Hábitat. Primeira edição. Barcelona. Fundación “La
Caixa”. 92-94 pps.
- Notario, R. (1992). Panorámica de la Perdiz Roja en España. Análisis de los factores de amenaza de sus
poblaciones. In La Perdiz Roja. Gestión del Hábitat. Primeira edição. Barcelona. Fundación “La Caixa”, 13
pp.
- Béjar, I. (1991). Reproducción de La Perdiz Roja. Análisis de la producción cuantitativa y cualitativa. In: La
Perdiz Roja. Primeira Edição. Barcelona. Fundación “La Caixa”, 30 pp.
- Pagés, A. (1991). Patología de La Perdiz Roja. Higiene y Profilaxis. In: La Perdiz Roja. Primeira Edição.
Barcelona. Fundación “La Caixa”,58 pp.
- Birkan, M. Critères D’Age. In: La perdix rouge.Office national de la chasse. 10 Pp.
- Birkan, M. Indices de Présence. In: La perdix rouge. Office national de la chasse. Paris14 pp.
- D.G.F. Algumas notas sobre a distinção entre a perdiz vermelha e outras espécies do mesmo género.
Direcção – Geral das Florestas – Departamento Zoología e Antropología – F.C.L.
- D.G.R.F. (2005). Carta de Caçador – Manual para exame. Divisão dos Recursos Cinegéticos – Direcção de
Serviços de Caça e Pesca nas águas Interiores. Soartes – artes gráficas, lda. Lisboa. 40-42 pp.
- Chasseur de France Union Nationale. Le petit livre vert. Du chasseur N.º 18. Office national de la chasse.
Paris.8 – 9 pps; 16 pp.
- Pimenta, A. (2006). Ordenamento Cinegético da Zona de Caça Municipal de Alijó. Relatório Final do
Cursode Engenharia Zootécnica. Universidade de Tras-os-Montes e Alto Douro. Vila Real. 104pp.
- http://www.confragi.pt/Caca/EspeciesCinegeticas/especie1.htm (Setembro, 2007)
- http://www.miga.pt/?p=20 (Setembro, 2007)
- APROFNA e ERENA (2006). Plano de Acção e Promoção Cinegética do Nordeste Alentejano. Gestão
Cinegética. Associação de Produtores Florestais e Agro-Pecuários do Nordeste Alentejano. Ordenamento e
Gestão de Recursos Naturais, Lda. Gráfica Monumental, Lda. Alter do Chão. 8 pp.
- DELIBES, J. 2003. Larousse de La Caza. SPES EDITORIAL, S. L. Barcelona. 407 pp.
- CORTAY, G.; DENUC, J; DESCHRYVER, C.; DURANTEL, P.; ROSSIGNOL, C. s/d. Enciclopedia de La
Caza. 280 pp.

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