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Universidade Estadual de Montes Claros Departamento de Ciências Agrárias – Setor de Solos – Professor Marcos Koiti Kondo LEVANTAMENTO UTILITÁRIO DO MEIO FÍSICO E CLASSIFICAÇÃO DE TERRAS NO SISTEMA DE CAPACIDADE DE USO [extraído de Lepsch et al. (1991)] CONDIÇÕES AGRÍCOLAS DAS TERRAS QUADRO 1. Índices para identificação da profundidade efetiva do solo. ÍNDICE PROFUNDIDADE 0 não identificada 1 muito profundos (mais de 2,00 m) 2 profundos (1,00 a 2,00 m) 3 ou (3)* moderadamente profundos (0,50 a 1,00 m), contato lítico ou litóide respectivamente 4 ou (4) rasos (0,25 a 0,50 m), contato lítico ou litóide respectivamente 5 ou (5) muito rasos (menos de 0,25 m), contato lítico ou litóide respectivamente *no caso de solos muito rasos, rasos e moderadamente profundos (5, 4 e 3 respectivamente) a notação deve diferenciar a limitação que impede completamente o desenvolvimento das raízes, sendo que o número deve aparecer entre parêntese: (3), (4) ou (5). Tal fato é comum em Neossolos Litólicos, por exemplo. QUADRO 2. Principais grupamentos texturais utilizados e suas respectivas convenções. ÍNDICE* CLASSE TEXTURAL 0 não identificada 1 textura muito argilosa (60% ou mais de argila) 2 textura argilosa (35 a 59% de argila) 3 textura média (menos que 35% de argila, mais que 15% de areia e menos que 50% de silte 4 textura siltosa (ou limosa), (50% ou mais de silte, menos que 35% de argila e menos que 15% de areia) 5 textura arenosa (menos que 15% de argila e mais de 70% de areia) *no caso de solos rasos ou orgânicos, utilizam-se os símbolos: r (rocha ou camada endurecida, onde raízes não penetram a menos de 100 cm de profundidade) e or (materiais orgânicos ou turfosos, definidos como aqueles que possuem 18% ou mais de carbono orgânico se a fração mineral possuir 60% ou mais de argila e 12% ou mais de carbono orgânico se a fração mineral não possuir argila ou valores intermediários). Solos orgânicos são aquels que apresentam camada(s) de materiais orgânicos ocupando mais de 50% dos primeiros 80 cm. Fragmentos grosseiros (diâmetro acima de 2,0 mm), são compostos por: Cascalho (c) fragmentos com diâmetro médio entre 2 e 20 mm Pedras ou calhaus (pd) fragmentos entre 20 e 200 mm Matacões (m) fragmentos com diâmetro médio superior a 200 mm Exemplos: 2/1 5c/3c, pd or/2 or/or 3pd/r solo argiloso na camada superficial e muito argiloso na subsuperficial solo arenoso com cascalho na camada superficial e textura média com cascalhos e pedras na subsuperficial orgânico na camada superficial e argiloso na subsuperficial solo com mais de 60 cm de sua espessura constituído de material orgânico (turfa) solo com textura média com pedras na camada superficial com rocha endurecida a menos de 100 cm de profundidade QUADRO 3. Graus de permeabilidade. ÍNDICE* PERMEABILIDADE 0 não identificada 1 rápida, quando o solo é de textura grosseira (arenosa), ou de estrutura forte, pequena granular e friável (horizonte B latossólico), apresentando canais para a fácil percolação de água, percolação essa que se apresenta superior a 150 mm de água por hora, nos testes de laboratório 2 moderada, quando o solo é de textura e estrutura compostas de tal forma que proporcionam moderada percolação de água, atingindo, em geral, nos testes de laboratório, níveis de 5 a 150 mm de água percolada por hora 3 lenta, quando o solo possui características de textura e estrutura tais que tornam a percolação mais difícil e, em geral, de velocidade inferior a 5 mm de água percolada por hora, nos testes de laboratório. Geralmente, ocorre em camadas argilosas ou muito argilosas (exceto nos Latossolos) ou nas de textura média, com argila de atividade elevada e/ou alta saturação com sódio *Combinando-se dois a dois os três graus de permeabilidade das camadas superficial e subsuperficial têm-se nove classes de permeabilidade do solo, a saber: Universidade Estadual de Montes Claros Departamento de Ciências Agrárias – Setor de Solos – Professor Marcos Koiti Kondo 0 1/1 1/2 1/3 2/1 2/2 2/3 3/1 3/2 3/3 não identificada rápida em ambas as camadas rápida na camada superficial e moderada na subsuperficial rápida na camada superficial e lenta na subsuperficial moderada na camada superficial e rápida na subsuperficial moderada nas duas camadas moderada na camada superficial e lenta na subsuperficial lenta na camada superficial e rápida na subsuperficial lenta na camada superficial e moderada na subsuperficial lenta em ambas as camadas QUADRO 4. Classes de declividade com limites rígidos. ÍNDICE DECLIVIDADE A declives inferiores a 2% B declives entre 2 e 5% C declives entre 5 e 10% D declives entre 10 e 15% E declives entre 15 e 45%* F declives entre 45 e 70% G declives superiores a 70% *A Lei Federal nº12.651, de 25/05/2012, novo Código Florestal: “Art. 11. Em áreas de inclinação entre 25° e 45°, serão permitidos o manejo florestal sustentável e o exercício de atividades agrossilvipastoris, bem como a manutenção da infraestrutura física associada ao desenvolvimento das atividades, observadas boas práticas agronômicas, sendo vedada a conversão de novas áreas, excetuadas as hipóteses de utilidade pública e interesse social.” QUADRO 5. Classes de erosão hídrica. ÍNDICE CLASSES DE EROSÃO HÍDRICA GERAL 0 presente, mas em grau não identificado erosão não aparente, tal como ocorre em solos virgens recobertos de vegetação EROSÃO LAMINAR 1 ligeira 2 moderada 3 severa 4 muito severa 5 extremamente severa 6 área desbarrancada ou translocações de blocos de terra. EROSÃO EM SULCOS* 7 ocasionais 8 frequentes 9 muito frequentes *Profundidade dos sulcos: 7, 8 e 9: sulcos superficiais (podem ser cruzados por máquinas agrícolas, e se desfazem com o preparo do solo) : sulcos rasos (podem ser cruzados por máquinas agrícolas, mas não se desfazem com o preparo do solo) : sulcos profundos (não podem ser cruzados por máquinas agrícolas e que ainda não atingiram o horizonte C) 7V, 8V e 9V: sulcos muito profundos (não podem ser cruzados por máquinas agrícolas e que já atingiram o horizonte C, sendo também denominados voçorocas) QUADRO 6. Símbolos usados para notação da erosão hídrica em sulcos. Profundidade dos sulcos Frequência dos sulcos Ocasionais Frequentes Superficiais 7 8 7 8 Rasos 7 8 Profundos Muito profundos ou 7V 8V voçorocas Muito frequentes 9 9 9 9V Universidade Estadual de Montes Claros Departamento de Ciências Agrárias – Setor de Solos – Professor Marcos Koiti Kondo Produtividade aparente (fertilidade) A produtividade aparente, no campo, é estimada principalmente pelo tipo de vegetação espontânea do solo e pelas colheitas obtidas pelos produtores. p1 muito alta: solos aparentemente com ampla reserva de nutrientes e propriedades físicas muito boas, produzindo ótimas colheitas, dentro dos melhores padrões e práticas de manejo da região; p2 alta: solos aparentemente com razoável reserva de nutrientes e propriedades físicas boas, produzindo colheitas boas dentro dos melhores padrões e práticas de manejo da região considerada; p3 média: solos aparentemente com reserva de nutrientes e ou propriedades físicas razoáveis, produzindo colheitas moderadas, dentro dos melhores padrões e práticas de manejo mais comuns da região considerada; p4 baixa: solos aparentemente com problemas de produtividade que só conseguem produizr colheitas consideradas como baixas, dentro dos melhroes padrões de manejo mais comuns da região considerada; p5 muito baixa: solos com sérios problemas de produtividade, nos quais só se conseguem colheitas muito baixas, ou nulas, mesmo usando-se os melhores padrões comuns de manejo da região. FATORES LIMITANTES DA TERRA Os fatores limitantes da terra, além daqueles possíveis de serem evidenciados pelas características de textura, profundidade, permeabilidade, declive e erosão, constam do Quadro 7. QUADRO 7. Fatores limitantes da terra, além daqueles possíveis de serem evidenciados pelas características de textura, profundidade, permeabilidade, declive e erosão. Símbolo Nome Diagnóstico pd Pedregosidade Presença de pedras, afloramentos de rochas ou matacões. i Inundação Ocorrência de inundações periódicas. ab Abrupto Mudança textura abrupta entre os horizontes A e B (aumento de mais de 100% de argila em distância vertical inferior a 7 cm). ve Vértico Argilas expansivas (Vertissolos). Solos com superfície argilosa que fendilha na época da seca e com alta capacidade de troca de cátions (argila Ta). hi Hidromorfismo Mosqueamento, material orgânico (turfas) ou saturação com água, em períodos superiores a dois meses, até 100 cm de profundidade. se Seca prolongada Solo seco entre 20 e 100 cm, por mais de 90 dias consecutivos na maior parte dos anos. gd Geada ou vento frio Ocorrência periódica de geada, vento frio ou neve. di Distrofismo Saturação por bases, entre 20 e 60 cm, inferior a 50% (ou saturação por alumínio entre 10 e 50% ou pH, em água, inferior a 5,0). al Álico Saturação por alumínio acima de 50% entre 20 e 60 cm (ou saturação por bases menor que 10% ou pH, em água, inferior a 5,0). ct Baixa retenção de Capacidade de troca (a pH 7) no horizonte superficial e subsuperficial (até 60 cm) cátions menor que 4,0 cmolc dm-3 (ou soma de bases com alumínio menor que 2,0 cmolc dm-3 de solo). ti Tiomorfismo Presença de sais de enxofre até 60 cm (pH, em água, na amostra depois de seca, menor que 3,5). so Sodificação Saturação elevada com sódio (mais de 15% de Na+ até 60 cm). sl Salinização Condutividade elétrica maior que 4mmhos/cm até 60 cm de profundidade. ca Carbonatos Presença de carbonatos até 60 cm (efervescência com ácido clorídrico e/ou pH superior a 7,3). 1. Pedregosidade (pd) O critério para classificação da pedregosidade do solo é a facilidade de trabalhos, e nos casos das pedras pequenas ou fragmentos grosseiros, também se torna importante a conservação da umidade, controle da erosão hídrica e eólica, infiltração de água, desgaste de implementos agrícolas e desenvolvimento do sistema radicular. Consideram-se os seguintes tamanhos e natureza de pedras: a) fragmentos grosseiros (c e pd): fragmentos rochosos entre 2 e 200 mm de diâmetro, integrantes da massa do solo, influenciando na distribuição do tamanho das partículas e abrangendo os cascalhos (c) ou fragmentos de 2 a 20 mm, e as pedras (pd) ou fragmentos de 20 a 200 mm; b) matacões (m): fragmentos rochosos soltos sobre e/ou dentro do perfil do solo, diâmetro médio superior a 200 mm; c) afloramento rochoso (r): rochas fixas aflorando na superfície. O critério para a classificação da pedregosidade do solo será, principalmente, a maior ou menor facilidade para o trabalho das máquinas agrícolas, distribuindo respectivamente, em três níveis para os fragmentos grosseiros, quatro níveis para os matacões e quatro níveis para os afloramentos de rochas. Universidade Estadual de Montes Claros Departamento de Ciências Agrárias – Setor de Solos – Professor Marcos Koiti Kondo Classes de pedregosidade do solo: pd0 significativamente presente, mas em grau e tipo não identificado; pd1 poucas pedras; menos de 15% da massa do solo em volume; ou matacões cobrindo menos de 0,01% da superfície do solo ou espaçados entre si por mais de 30 m [Ex. pd1(r)]; ou rochas cobrindo menos de 2% da superfície do solo ou espaçadas entre si por mais de 100 m [Ex. pd1(m)]; pd2 pedras abundantes; entre 15 e 50% da massa do solo em volume; presença de efeitos significativos das pedras sobre as propriedades de retenção e infiltração de água, de controle de enxurrada, de penetração das raízes e também efeitos de desgaste e/ou dificuldade de emprego de máquinas de preparo e cultivo de solo; pd3 pedras extremamente abundantes; mais de 50% da massa do solo em volume; forte efeito sobre as propriedades físicas do solo e sobre a durabilidade e a facilidade de emprego de máquinas de preparo e cultivo do solo; pd4 poucos matacões; matacões em quantidade suficiente para interferir no preparo mecanizado do solo, porém, não torna impraticável a exploração com culturas que exigem cultivos frequentes; matacões cobrem entre 0,01 e 1% da superfície do solo, equivalentes a fragmentos com 30 cm de diâmetro médio, ocorrendo entre 3 e 30 m; pd5 matacões abundantes; quantidade suficiente para impedir o uso de máquinas de tração mecânica para o preparo e cultivo do solo, porém, permite o uso de máquinas agrícolas simples de tração animal e instrumentos e ferramentas manuais para cultivo do solo e trato de certas culturas arbustivas ou arbóreas; matacões cobrem entre 1 e 10% da superfície do terreno, equivalentes a fragmentos com 30 cm de diâmetro médio, ocorrendo entre 1 e 3 m; pd6 matacões extremamente abundantes; impraticável qualquer cultura pela impossibilidade de emprego de máquinas ou instrumentos agrícolas, com algum valor para pastagem ou silvicultura; matacões cobrem entre 10 e 90% da superfície do solo, equivalentes a fragmentos com 30 cm de diâmetro médio, ocorrendo em distâncias inferiores a 1 m, ou matacões com 60 cm de diâmetro médio a intervalos menores que 2 m. Quando a ocorrência superar as condições descritas, ofuscando as demais características do solo e impossibilitando a prática de agricultura econômica, o terreno passará a ser indicado como rochoso (Er); pd7 solos rochosos; afloramentos rochosos ou rochas extremamente próximas da superfície, em quantidade significativa para impedir o uso das máquinas agrícolas mais comuns, mas ainda permitindo o uso das máquinas de tração animal. A cobertura da superfície varia entre 2 e 15%, correspondendo a aproximadamente, a distância entre 15 e 100 m uma da outra; pd8 solos muito rochosos; semelhante a pd7 quanto ao uso de máquinas, porém, são terrenos mais adaptados para pastagens, utilizados para certas culturas arbustivas ou arbóreas que não exigem frequentes cultivos. A cobertura da superfície varia entre 15 e 50% da superfície do solo, espaçadas aproximadamente, de 3 a 15 m; pd9 solos extremamente rochosos; exposições rochosas que impedem qualquer uso de máquina agrícola, entretanto, permitem o uso com pastagem e silvicultura. A cobertura da superfície varia entre 50 e 90%, correspondendo a distâncias inferiores a 3 m. Quando a ocorrência superar as condições descritas, ofuscando as demais características do solo e impossibilitando a prática de agricultura econômica, o terreno passará a ser indicado como rochoso (Er); As classes de pedregosidade também podem ser combinadas entre si, indicando condições comuns a duas classes (Ex. pd5-8). 2. Inundação (i) O risco das inundações de um solo será indicado pela frequência e pela sua duração usual. A frequência, estimada em razão do intervalo provável de recorrência, será considerada em três graus: a) ocasionais: mais de cinco anos de recorrência provável; b) frequentes: um a cinco anos de recorrência provável; c) muito frequentes ou anais: ocorrência sistemática todo ano, repetindo-se uma ou mais vezes nas várias estações do ano. A duração das inundações é avaliada em três graus, conforme o tempo em que águas cobrem o solo: a) curtas: durando menos de dois dias; b) médias: durando entre dois dias a um mês; c) longas: durando mais de um mês. i0 i1 i2 i3 i4 i5 i6 i7 i8 i9 Combinando-se dois a dois os graus de frequência e de duração das inundações, têm-se nove classes de inundação: presente em algum grau não identificado; ocasionais e curtas; ocasionais e médias; ocasionais e longas; frequentes e curtas; frequentes e médias; frequentes e longas; muito frequentes e curtas; muito frequentes e médias; muito frequentes e longas. Universidade Estadual de Montes Claros Departamento de Ciências Agrárias – Setor de Solos – Professor Marcos Koiti Kondo 3. Hidromorfismo (hi) O hidromorfismo é um processo de formação do solo que indica deficiência de oxigênio e sua intensidade normalmente aumenta nas camadas mais profundas do solo. A profundidade de sua ocorrência é função do tempo e intensidade de encharcamento, sendo possível estabelecer as seguintes classes identificáveis no campo: hi0 presente em grau não identificado; hi1 gleização em profundidade igual ou superior a 100 cm, observando-se descoramento e/ou mosqueados típicos de hidromorfismo. A água escoa relativamente lenta, mantendo o perfil encharcado por um período curto, mas significativo. Com certas limitações, torna-se possível o desenvolvimento de culturas não adaptadas ao encharcamento sem drenagem artificial; hi2 gleização na profundidade de 50 a 100 cm, com forte descoramento e/ou mosqueamento típico. A água escola lentamente, conservando o solo encharcado por períodos significativos, porém não por todo o tempo. O desenvolvimento das culturas é marcadamente restrito, devendo-se utilizar drenagem artificial; hi3 gleização na profundidade de 25 a 50 cm, com nítida gleização cinza-clara abaixo dessa profundidade. Solo encharcado por longos períodos, lençol freático aflorando na superfície ou bem próximo dela durante parte do ano, seja por camadas de baixa permeabilidade, seja pela adição frequente de água. O desenvolvimento das culturas é restringido, exceto com drenagem artificial; hi4 gleização até a superfície do perfil, completo hidromorfismo, cores cinzentas a partir da superfície ou acúmulo de mais de 50 cm de material orgânico (turfa). O lençol freático aflora ou permanece sobre a superfície durante a maior parte do tempo. Solos de depressões sempre encharcadas e frequentemente inundadas. Impedem o desenvolvimento das culturas, em alguns casos, com exceção ao arroz, a menos que sejam drenados artificialmente. 4. Sodificação (so) presença de sódio em grau não identificado; moderada; pequena quantidade de sódio trocável, ocupando entre 6 e 15% da CTC a pH 7 (T). Problemas simples de uso com plantas cultivadas; forte; quantidades excessivas de sódio trocável, entre 15 e 20% do valor T. Problemas sérios para as culturas; muito forte: sódio trocável superior a 20%, impedindo completamente seu uso com plantas cultivadas. 5. Salinização (sl) presente, mas em grau não identificado; ligeira; quantidades totais de sais solúveis entre 0,1 e 0,3% e/ou, a condutividade elétrica variando entre 2 e 4 mmho cm-1, a 25ºC. O rendimento de culturas sensíveis pode ser afetado ou inibido. As culturas resistentes à salinidade pouco ou nada sofrem; moderada; sais solúveis com concentrações entre 0,3 e 1,0%, e/ou com a condutividade elétrica variando entre 4 e 15 mmho cm-1, a 25ºC. O rendimento de várias culturas é grandemente afetado e inibido pelos sais presentes, com sérias limitações para a capacidade de uso do solo; forte; solos que apresentam em alguma época do ano quantidade excessivas de sais solúveis com concentrações superiores a 1,0% e/ou, com condutividade elétrica acima de 15 mmho cm-1, a 25ºC. As culturas em geral não produzem, havendo exceção apenas para poucas espécies muito tolerantes. As áreas são desprotegidas de cobertura vegetal e apresentam crostas de sal na superfície. so0 so1 so2 so3 sl0 sl1 sl2 sl3 6. Seca Edafológica (déficit hídrico) (Norma de Execução Nº 2, 14/09/1999, INCRA) Este fator refere-se exclusivamente ao clima do solo. Ocorre em regiões cuja estação seca ultrapassa quatro meses, mas normalmente só em locais bem drenados. Solos situados em várzeas (baixios), mesmo em regiões semiáridas podem não apresentar esse fator, por causa de condições ótimas de captação e retenção da água das chuvas e/ou pouca profundidade do lençol freático. O balanço hídrico é um elemento que poderá auxiliar na sua identificação. A seca prolongada, como fator limitante da terra, expressa a escassez de água na região ocupada pelas raízes das plantas cultivadas, sendo consequência tanto das propriedades do perfil do solo como do clima reinante da região. Portanto, o balanço hídrico, elaborado a partir dos parâmetros climáticos, poderá auxiliar na avaliação da quantidade de água presente no perfil dos solos em diferentes períodos do ano, indicando a ocorrência ou não deste fator limitante da terra. Dada a maior facilidade de obtenção dos dados e informações climatológicas, disponíveis através da classificação bioclimática de Gaussen, são utilizados parâmetros baseados no índice xerotérmico, que indicam o número de dias biologicamente secos, no decorrer dos meses secos. Como o índice xerotérmico relaciona-se com a duração da estação seca, ele tende a ser mais elevado quanto mais longa é a estação seca. Universidade Estadual de Montes Claros Departamento de Ciências Agrárias – Setor de Solos – Professor Marcos Koiti Kondo Os seguintes parâmetros do índice xerotérmico foram utilizados para caracterizar a Seca Edafológica (ajustado para a capacidade de uso, em ordem crescente do déficit hídrico): H0 ausente H1 muito curto: Ligeiramente Seco: 40 > x > 0 dias, apresentando l a 2 meses secos. H2 curto: Seca Curta: 100 > x > 40 dias, apresentando 3 a 4 meses secos. H3 médio: Seca Média: 150 > x > 100 dias, apresentando 5 a 6 meses secos. H4 longo: Seca Longa: 200 > x > 150 dias, apresentando 7 a 8 meses secos. H5 muito longo: Seca Muito Longa: 300 > x > 200 dias, apresentando 9 a 11 meses secos. As classes da Seca Edafológica, segundo o Índice Xerotérmico de Gaussen para a Região Nordeste (ajustado para a capacidade de uso, em ordem crescente do déficit hídrico): Classe Índice Xerotérmico Nº de meses secos Tipo Bioclimático H0 ausente H1 ligeira 40 > x > 0 la2 3dTh/4dTh/4dTh'/4d/Mês H2 curta 100 > x > 40 3a4 3cTh/4cTh/5cTh H3 média 150 > x > 100 5a6 3bTh/4bTh/5bTh H4 longa 200 > x > 150 7a8 3aTh/4aTh/5aTh H5 muito longa 300 > x > 200 9 a 11 2a/2b/2c USO ATUAL 1. Primeiro nível F floresta S cerrado T caatinga B babaçual C campo nativo O complexo vegetacional M manguezal G vegetação de restinga J alagadiço e pântano E terreno sáfaro ou estéril P pastagem L lavoura H horticultura V silvicultura I explorações irrigadas R explorações em rotação A cultura em consorciação D terreno em pousio ou descanso 2. Segundo nível (específico para Janaúba) Floresta Fp megatérmica pluvial perenifólia Fs megatérmica pluvial subperenifólia Fc megatérmica pluvial subcaducifólia Fe megatérmica pluvial espinhosa: corresponde à caatinga arbórea da região seca do Polígono das Secas Fn megatérmica pluvial não espinhosa: corresponde à mata seca no Nordeste e mata de cipó na Bahia Fm mesotérmica pluvial subperenifólia Fl formação local Fu explorada ou utilizada subsidiariamente Fx recentemente derrubada Fr em regeneração ou capoeira Cerrado Sg cerrado grosso ou cerradão Sc cerrado propriamente dito ou cerrado médio Ss cerrado ralo ou campo sujo Sl campo limpo Terreno sáfaro ou estéril Er rochoso Ea aquoso Universidade Estadual de Montes Claros Departamento de Ciências Agrárias – Setor de Solos – Professor Marcos Koiti Kondo Es Ee Ev salinizado erodido dunoso Pastagem Pn nativa não melhorada Pm nativa melhorada Pc cultivada Px capineira e plantas forrageiras Lavoura Lp perene ou permanente Lt temporária ou semiperene La anual Horticultura Hf fruticultura Ho olericultura e floricultura Silvicultura Va araucária Vd essências exóticas diversas Ve eucalipto Vn essências nativas Vp pinus Irrigadas Ip pastagem Il lavoura Ih horticultura Ir rotação Rotação Rc culturas em rotação Rp culturas e pastagens em rotação Consorciação Aa lavouras anuais Ah horticultura e lavoura Ac lavouras semiperenes e lavouras anuais Ap lavouras perenes e lavouras anuais As silvicultura e lavouras Ab silvicultura e pastagens LITERATURA CONSULTADA BRASIL. LEI Nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa e dá outras providências. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Disponível em < https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20112014/2012/lei/l12651.htm>. Acesso em 18/11/2014. BRASIL. Norma de Execução Nº 2, de 14 de setembro de 1999. Dispõe sobre procedimentos técnicos para levantamento de dados e informações de imóveis rurais. Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. Gabinete do Ministro Extraordinário de Política Fundiária. Diretoria de Recursos Fundiários. Disponível em <http://www.ipef.br/legislacao/bdlegislacao/arquivos/4045.rtf >. Acesso em 18/11/2014. LEPSCH, I.F., Coord. Manual para levantamento utilitário de meio físico e classificação de terras no sistema de capacidade de uso: 4ª aproximação. Campinas, Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 1991. 175p. Universidade Estadual de Montes Claros Departamento de Ciências Agrárias – Setor de Solos – Professor Marcos Koiti Kondo Fórmula mínima profundida de efetiva - textura - permeabili dade uso atual declividad e - erosão Fórmula obrigatória profundida de efetiva - textura - permeabili dade fatores limitantes - uso atual declividad e - erosão Fórmula máxima profundida de efetiva - textura - permeabili dade classe de solo fatores limitantes - uso atual declividad e - erosão Exemplo de fórmula máxima: 2 - 4pd/2c - 1/3 PV - 10R 3/6 - p3 pd1 - ab - di - LamBt1 C-3 7 “Argissolo Vermelho - matiz 10R valor 3/croma 6 - produtividade aparente média [Solo profundo (1,00 a 2,00 m) – textura siltosa com pedregosidade na superfície e cascalhenta na subsuperfície – permeabilidade rápida na superfície e lenta na subsuperfície] / [declividade entre 5 e 10% - erosão laminar severa erosão em sulcos ocasionais] poucas pedras – mudança textural abrupta – distrofismo – lavoura anual de milho tecnologia de nível baixo destocamento leve” Tabela de julgamento dos fatores limitantes da fórmula mínima. LIMITAÇÃO Profundidade Efetiva Textura Permeabilidade Declividade Erosão Laminar Sulcos Superficiais Sulcos Rasos CLASSE LIMITAÇÃO 0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 A B C D E F G 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 g h i não identificada > 200 cm 200-100 cm 100-50 cm 50-25 cm <25 cm muito argilosa argilosa média siltosa arenosa média/ argilosa não identificado rápida/rápida rápida/moderada rápida/lenta moderada/rápida moderada/moderada moderada/lenta lenta/rápida lenta/moderada lenta/lenta (<2%) (2-5%) (5-10%) (10-15%) (15-45%) (45-70%) (>70%) não aparente ligeira moderada severa muito severa extremamente severa áreas desbarrancadas ocasionais freqüentes muito freqüentes ocasionais freqüentes muito freqüentes I CLASSE DE CAPACIDADE DE USO II III IV V VI VII VIII Universidade Estadual de Montes Claros Departamento de Ciências Agrárias – Setor de Solos – Professor Marcos Koiti Kondo Sulcos Profundos Voçorocas Q R S 7V 8V 9V ocasionais freqüentes muito freqüentes ocasionais freqüentes muito freqüentes Tabela de julgamento dos fatores limitantes específicos. LIMITAÇÃO Fertilidade Aparente Pedregosidade Rochosidade Risco de inundação Salinidade Déficit Hídrico CLASSE LIMITAÇÃO F1 muito alta F2 alta F3 média F4 baixa F5 muito baixa P/R0 ausente P/R1 ligeiramente P/R2 moderadamente P/R3 pedregoso/rochoso P/R4 muito pedr./roch. P/R5 ext. pedr./roch. 10 ausente 11 ocasional 12 freqüente 13 muito freqüente S0 ausente S1 ligeiro S2 moderada S3 forte S4 muito forte H0 ausente H1 muito curto H2 curto H3 médio H4 longo H5 muito longo I CLASSE DE CAPACIDADE DE USO II III IV V VI VII VIII