Resumo de Artigo Zika Virus Impairs Growth In Human
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Resumo de Artigo Zika Virus Impairs Growth In Human
Resumo de Artigo Zika Virus Impairs Growth In Human Neurospheres And Brain Organoids Patricia P. Garcez,2,1* Erick Correia Loiola,1† Rodrigo Madeiro da Costa,1†Luiza M. Higa,3† Pablo Trindade,1† Rodrigo Delvecchio,3Juliana Minardi Nascimento,1,4 Rodrigo Brindeiro,3 Amilcar Tanuri,3 Stevens K. Rehen1,2* Uma pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em parceria com o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) mostra que, in vitro, o vírus Zika infecta células cerebrais e destrói tecido cerebral. O estudo intitulado “Zika virus impairs growth in human neurospheres and brain organoids”, utilizou uma técnica de reprogramação celular e foi desenvolvido em apenas 25 dias. A reprogramação celular, descrita em 2007 e que rendeu o prêmio Nobel para Shinya Yamanaka em 2012, permite que células-tronco pluripotentes induzidas sejam guiadas para se transformarem em quaisquer células desejadas. Na pesquisa em questão, o grupo transformou essas células em células-tronco neurais, que vão formar o cérebro humano, mas especificamente o córtex cerebral. A partir de cultura de células, os autores observaram que o vírus Zika, de fato, é capaz de infectar as células que dão origem ao cérebro humano. O estudo in vitro, revelou que o vírus, além de infectar, consegue se dividir, se multiplicar e se replicar dentro das células que vão formar o cérebro. Além de trabalhar com as células isoladas, o grupo utilizou estruturas organizadas que simulam o desenvolvimento do cérebro. “Uma das formas de se fazer isso é utilizando neuroesferas, agregados celulares, onde há divisão celular e as células se conectam entre si, simulando estágios bem precoces do desenvolvimento humano”, e então foram mostrados os resultados da comparação que fizeram de neuroesferas com e sem infecção pelo vírus da zika. Aos três dias de ensaio, aquelas que foram infectadas apresentavam alteração significativa na organização das células. Após seis dias, houve total destruição do tecido, o que parece indicar que, em uma etapa muito precoce, equivalente aos primeiros 15 dias de desenvolvimento, há uma total destruição do tecido nervoso. Tais achados foram observados por microscopia eletrônica. A terceira parte da estratégia que a equipe utilizou durante a investigação foi baseada no uso de organoides, estruturas que simulam o desenvolvimento de diferentes órgãos do corpo. Com esses organoides, os pesquisadores criaram então “minicérebros”, com tamanho de dois milímetros. São estruturas que se consegue cultivar em laboratório por até três a quatro meses, que simulam o desenvolvimento cortical até dois meses de idade fetal. Apresentam as camadas corticais e outras características do desenvolvimento humano, sendo, portanto, um bom modelo para se estudar o cérebro em desenvolvimento. Como essa tecnologia, o grupo investigou como seria o desenvolvimento desses organoides quando há infecção pelo vírus Zika. Foi criada uma curva mostrando o crescimento natural em um período de 11 dias. Quando esses organoides estão infectados, temos uma redução dessa curva que mostra que existe uma redução de 40% desse crescimento. Quando o estudo foi feito em cultura de células-tronco neurais isoladas, já havia morte de 80% das células três dias após a infecção pelo vírus da Zika. Outro experimento realizado pelos pesquisadores foi comparar esses achados relacionados à zika com o que ocorre frente à infecção por dengue (DENV-2). A pesquisa mostrou, segundo o autor, que o vírus da dengue também é capaz de infectar as célulastronco neurais, tal como o vírus da zika, porém, apesar de a infecção ocorrer, ela não leva a nenhum tipo de alteração nociva durante o desenvolvimento celular: “não há morte celular, as neuroesferas crescem e a curva de crescimento dos organoides se assemelha ao observado na condição controle”, resumiu Rehen, lembrando que esses achados chamam a atenção para a particularidade do vírus da zika e a necessidade de mais estudos. De forma geral, os estudos mostram, portanto, que a infecção traz consequências que vão desde uma alteração de morfologia à completa destruição, dependendo do estágio de desenvolvimento em que acontece essa infecção. Os resultados deste estudo foram divulgados na revista Science inicialmente como preprint, visto grande importância do tema e urgência no esclarecimento da fisiopatologia envolvida com os casos de microcefalia. Link para artigo 1. http://science.sciencemag.org/content/sci/early/2016/04/08/science.aaf6116.full.pdf 2. http://portugues.medscape.com/verartigo/6500127