PSQT A FESTA DA QUALIDADE Pela primeira vez, SESI premia 24
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PSQT A FESTA DA QUALIDADE Pela primeira vez, SESI premia 24
PSQT A festa da qualidade Pela primeira vez, SESI premia 24 empresas Ginástica laboral, programas habitacionais englobando tratamento de água e esgoto e cuidados com o meio ambiente, entre outras iniciativas, ajudaram a transformar a região do Vale do Aço, em Ipatinga (MG), de pólo do atraso em referência nacional de qualidade de vida. Boa parte dessa transformação se deve ao Programa Viver Pra Valer, da Usiminas, que rendeu à empresa em 2004 o Prêmio SESI Qualidade no Trabalho (PSQT) na categoria grande empresa. Selecionar as indústrias brasileiras mais engajadas para assegurar boas condições de trabalho e valorizar os colaboradores tem sido uma tarefa cada vez mais difícil para a comissão julgadora do PSQT. Os programas desenvolvidos pelas empresas e apresentados no prêmio estão cada vez mais abrangentes, como o da Usiminas, que beneficia pessoas direta ou indiretamente ligadas às fábricas. Além disso, cresce o número de participantes. Em sua última edição, o prêmio foi disputado por 1.051 indústrias, 40% mais do que em 2003. Na tradicional etapa nacional foram escolhidas quatro empresas. A Usiminas venceu na categoria grande porte. A Zanzini Móveis, indústria de Dois Córregos, interior de São Paulo, conquistou o prêmio na categoria média empresa. A Itaúna Siderúrgica, uma das seis usinas da Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira, ligada ao maior grupo siderúrgico do mundo, a Arcelor, levou o prêmio de pequena empresa. Na categoria microempresa, o prêmio ficou com a Embratel, de Roraima. Para melhor reconhecimento dos esforços empresariais na promoção da qualidade de vida do trabalhador, o PSQT introduziu uma novidade: a premiação regional para que as empresas tenham a oportunidade de disputar com concorrentes da mesma região e em iguais condições de infra-estrutura e desenvolvimento. FOTO: MIGUEL ÂNGELO Armando Monteiro Neto, presidente da CNI, fala na festa de entrega do PSQT 7 PSQT AS EMPRESAS PREMIADAS, POR REGIÃO Norte: Companhia Vale do Rio Doce, do Pará (grande); Recofarma Indústria, do Amazonas (média); Guascor do Brasil, do Acre (pequena) e GM Madeiras, de Rondônia (micro). Nordeste: Phoenix do Brasil, de Pernambuco (grande); Singer do Brasil Indústria e Comércio, do Ceará (média); Construtora Placic, de Alagoas (pequena) e Pão Delano, do Maranhão (micro). Centro-Oeste: Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, do Distrito Federal (grande); Mineração Corumbaense Reunida, do Mato Grosso do Sul (média); Companhia Cimento Portland Itaú, do Mato Grosso do Sul (pequena); e Camapi Motores, do Mato Grosso do Sul (micro). Sudeste: Tecumseh do Brasil, de São Paulo (grande); Comtran Serviços Industriais, de Minas Gerais (média); Indel Bauru Indústria Eletrometalúrgica, São Paulo (pequena) e Turbokit Eletrodiesel, de Minas Gerais (micro). Sul: Sercontel S.A Telecomunicações, do Paraná (grande); Pormade Portas de Madeira Decorativas, Paraná (média); Politorno Móveis, do Rio Grande do Sul (pequena) e Embafort Indústria e Comércio de Artefato de Madeira, do Paraná (micro). 8 como também preparados para assimilar novas tecnologias. Ele lembrou que a inserção competitiva do Brasil no mercado globalizado é ameaçada pela baixa escolaridade do trabalhador e que para resolver isso o SESI tem implementado programas FOTOS: MIGUEL ÂNGELO SEMINÁRIO Uma outra novidade da edição de 2004 marcou a entrega do prêmio: a realização de um seminário para mobilizar e conscientizar as empresas sobre o assunto. Com o tema Responsabilidade Social e Qualidade de Vida no Trabalho, o evento contou com a participação de quase 300 pessoas. Os assuntos foram abordados pelo jornalista Gilberto Dimenstein, pelo diretor de estratégia social da consultoria Corp Group, Roberto Gonzáles, e pelo empresário Ulisses Tapajós Neto, presidente da Multibrás da Amazônia. Na abertura do seminário, o diretor-superintendente do SESI Nacional, Rui Lima do Nascimento, destacou a importância da responsabilidade social para as empresas, que, segundo ele, necessitam de trabalhadores não só com bom nível escolar, educacionais por meio de projetos de alfabetização contando, desde o início, com o apoio da classe empresarial. O que se ouviu ao longo do seminário foi o que se constatou na prática entre as empresas premiadas. O jornalista Dimenstein enfatizou que as empresas engajadas socialmente com seus empregados, sua comunidade e seus parceiros são também as que têm mais produtividade e lucros maiores. “Os Estados Unidos já criaram na bolsa de valores um índice de empresas socialmente responsáveis. Elas são mais lucrativas porque seus empregados são mais motivados, a comunidade respeita mais seus produtos.” Os resultados obtidos e a coleção de prêmios da Zanzini Móveis, vencedora na categoria média empresa, ilustram essa realidade. Vencedora de três PSQT seguidos, a empresa, com 221 empregados, recebeu também este ano o Prêmio RH Cidadão 2004, da Revista Gestão e RH, por seu programa social de reciclagem de lixo. Além disso, ficou em primeiro lugar entre As melhores na Gestão de Pessoas, do jornal Valor Econômico/Carreiras. As premiações da empresa não param por aí. A Zanzini conquistou também o 9o. lugar no Guia Exame das 150 Melhores Empresas Para Do Regional do Ceará para a entrega do PSQT: o teatro de bonecos agradou a platéia em Brasília Você Trabalhar e, pela terceira vez em função das práticas e iniciativas de responsabilidade social e pessoal, foi incluída entre As 100 Melhores Empresas para Você Trabalhar, América Latina. A empresa constou ainda das listas do Great Place do Work Institute (que inclui Brasil, Argentina, Peru, Chile, Colômbia, Uruguai e México), que medem o grau de satisfação dos colaboradores com o ambiente de trabalho. O esforço para melhorar as condições de trabalho na fábrica começou em 1999, quando a Zanzini deu início ao Programa da Qualidade Total. “Trata-se de uma forte política de compartilhamento de dados com os colaboradores, por meio de grupos de liderança e comitês, que utilizam diversas ferramentas de mecanismos de informações, desde quadro de avisos até rádios para comunicação”, explica Paulo Grael, da área de qualidade da empresa. Os diretores estão constantemente em contato com o pessoal e se encarregam da divulgação de valores, visão e políticas, revistos em reuniões de planejamento estratégico, análise crítica e desenvolvimento de projetos. Além dos serviços de treinamento e aperfeiçoamento para o trabalho e para a qualidade de vida, há atendimento especial em todos os momentos da vida dos trabalhadores, especialmente nos mais difíceis, como óbitos de familiares, acidentes, doenças e dependência química. E, para os momentos mais felizes, são organizadas festas de confraternizações e programas família-empresa, que vão de esporte e programas de integração a grupos de orações e treinamento comportamental de cunho psicológico. A Usiminas também já comprova no dia-a-dia as teorias dos especialistas. Segundo o diretor de estratégia social da consultoria Corp Group, outro palestran- O ministro Berzoini discursa na abertura da festa te do seminário, a gestão social responsável e os negócios andam juntos. “No passado, o foco das empresas era nos negócios. Sua função era apenas econômica. Hoje, as empresas se formam com a visão da responsabilidade social. Elas se preocupam com sua gestão, meio ambiente e comunidade porque nasceram com esse espírito”, afirmou. As ações do programa Viver pra Valer, da Usiminas, seguem essa linha, uma tendência já incorporada pela empresa há 42 anos. MUDANÇA NA PAISAGEM Fazem parte do programa ginástica laboral, segurança no trabalho, clubes de lazer, centro cultural, programas habitacionais, que incluem tratamento de água, de esgoto e preservação do meio ambiente, além de palestras para promoção da saúde e planos de previdência privada. Para Rinaldo Campos Soares, presidente da Usiminas, que recebeu o troféu das mãos do presidente da CNI, Armando Monteiro Neto, o prêmio representa o reconhecimento às iniciativas de alcance social focadas em áreas estratégicas, como saúde, ambiente, habitação, consumo, educação, cultura e capacitação profissional. “Essa ação mudou a face do Vale do Aço (em Minas Gerais), transformando uma região antes atrasada em pólo de desenvolvimento econômico e referência nacional de qualidade de vida”, afirmou. Para o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a gestão de recursos humanos é essencial numa boa administração. Empresários e trabalhadores, segundo ele, ultrapassaram os limites de um simples acordo coletivo de trabalho. “Priorizaram o acerto entre as partes, valorizaram as relações interpessoais e a satisfação do cliente, garantindo assim a produtividade e competitividade”, afirmou. Essa valorização 9 FOTOS: MIGUEL ÂNGELO PSQT 1º lugar categoria microempresa: Embratel, filial de Roraima. Max Ricardo Figueira Gomes e Eduardo Jorge Aucam Sefair 1º lugar categoria pequena empresa: Itaúna Siderúrgica, Minas Gerais. Jonas de Oliveira e Geraldo da Silveira dos colaboradores é uma das explicações para a vitória da Itaúna Siderúrgica, na categoria pequena empresa. Numa iniciativa de reconhecimento dos esforços de seus colaboradores, a empresa levou seis empregados das áreas industrial e administrativa à festa de entrega do PSQT. “O objetivo é dividir a satisfação da premiação, pois eles 10 são parte fundamental nesse processo e ficaram supersatisfeitos em ser prestigiados”, afirmou Márcia Araújo Byrro, gerente de Recursos Humanos e Meio Ambiente. Para o superintendente da empresa, Jonas de Oliveira, o prêmio, além de ter projetado o nome do município de Itaúna, foi uma grande motivação para os trabalhadores por representar valorização de seus esforços e da empresa, frente a fornecedores, clientes e acionistas. A política de recursos humanos também tem concedido prêmios consecutivos à Embratel de Roraima, vencedora da categoria microempresa, depois de três vitórias seguidas em âmbito estadual. “O PSQT é um reconhecimento da importância de nossa política de RH e também do trabalho em equipe”, avalia Eduardo Sefair, gerente-técnico da empresa. Segundo ele, dos nove empregados, seis estão na companhia há mais de 20 anos. Um deles é Antonio Carlos da Silva Fernandes, técnico em telecomunicações, há 22 anos no emprego. Há 20 anos, Fernandes e família pagam um preço simbólico pela moradia, um dos primeiros benefícios oferecidos pela Embratel ao trabalhador. “Nem dá para dizer que é aluguel”, afirma ele, que, ao longo dos anos, sentiu efeitos da ampliação da política de RH: plano de saúde e odontológico extensivo à família, auxílio alimentação, moradia, etc. “Percebemos que as pessoas trabalham mais motivadas, se comprometem com os resultados e entendem que os benefícios são um salário indireto”, diz Sefair, funcionário da companhia há 25 anos. Mais recentemente, a empresa passou a subsidiar cursos técnicos, MBA, graduação e até pós-graduação. Assim, Sefair fez seu curso MBA a distância e, como ele, Fernandes aperfeiçoou-se em cursos técnicos. O PRÊMIO A atribuição anual do PSQT segue os princípios do SESI: a promoção da qualidade de vida do trabalhador e o envolvimento com a comunidade para estimular a produtividade e a criatividade. O principal objetivo do prêmio é reconhecer publicamente as empresas, de qualquer porte, engajadas em assegurar boas condições de trabalho, valorizando e beneficiando o trabalhador pela sua importância para o processo produtivo. Com isso, pretende despertar um número crescente de empresários e de empregados para o exercício da ética e da transparência nas relações de trabalho. Empresas de todos os portes contribuintes do SESI podem candidatar-se ao prêmio. O processo de avaliação do PSQT considera quatro áreas de gestão: saúde, segurança e meio ambiente, educação e desenvolvimento, lazer e cultura, tendo como escopo o exercício da responsabilidade social pela empresa, particularmente relacionada ao compromisso com os empregados e às condições e ambiente de trabalho. O processo do PSQT inclui avaliação pelo empregado e a auto-análise da empresa, além de visita técnica do SESI e análise de documentação complementar. A seleção é realizada em três etapas: estadual, regional e nacional. Na etapa final são eleitas vencedoras 24 empresas, sendo quatro vencedoras nacionais e quatro por região. PESQUISA A premiação consta de troféu, certificado de participação e medalha de Honra ao Mérito do Trabalho concedida pelo Ministério do Trabalho e Emprego. As comissões são formadas por representantes de entidades de reconhecida atuação na área social e representantes de empregados. A comissão julgadora nacional é formada por representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Indústria (CNTI), Organização Internacional do Trabalho (OIT), Programa de Qualidade e Produtividade, Ministérios do Trabalho e Emprego, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, da Saúde, Ministério da Educação e do Esporte e Turismo, Organização Pan-Americana de Saúde, entre outros. O prêmio tem apoio e chancela do Ministério do Trabalho e Emprego, da OIT e da CNTI. Ao final da edição 2003 do PSQT, foi feita uma avaliação do prêmio, considerado importante estímulo à ampliação de benefícios para os trabalhadores por 96,2% das empresas consultadas e 95,5% disseram que o prêmio valoriza os recursos humanos como fator de produtividade e competitividade, favorecendo a visão de empresa moderna na gestão de pessoas. A pesquisa foi novamente aplicada na cerimônia deste ano e seus resultados serão divulgados proximamente. 1º lugar categoria média empresa: PB Zanzini, São Paulo. Denise Zanzini Torrano e Paulo Roberto Forcetto 1º lugar categoria grande empresa: Usiminas, Minas Gerais. Rinaldo Campos Soares e Nilson Luiz Camargos 11
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