Pátañjali Yôga dárshana - Centro de Artes Orientais

Transcrição

Pátañjali Yôga dárshana - Centro de Artes Orientais
Espaço Cultural
Cultural - Ashram Pashupati
Desde 1983
SwáSthya Yôga
Montijo
Para quem exige um trabalho sério
João Camacho, Yôgachárya
Anabela Silva, Chakrêshwarí
Discípulo de Shrí DeRose
Director-Geral
Discípula de João Camacho
Directora Financeira e Executiva
Pátañjala Yôga dárshana
Supõe-se que pelos vestígios encontrados no Vale do Indo, o Yôga era
conhecido pelo povo drávida e terá tido a sua origem, há mais de 6 000 anos entre este
povo. Na época o Yôga e o Sámkhya estariam intimamente ligados como se fossem uma só
disciplina. O Sámkhya era o conhecimento, o Yôga era o poder.
O Sámkhya explicava a cosmogonia, o desenvolvimento do Cosmos, o seu
suporte vibratório, a origem do homem e as estruturas íntimas do infinitamente grande e do
infinitamente pequeno. Já o Yôga constituía um método através do qual o homem podia
desenvolver-se e alcançar a compreensão do Universo, através da intuição linear, ao chegar ao
samádhi, a megalucidez. Nesses tempos de antanho, o Yôga era transmitido oralmente, do
Mestre ao discípulo.
É já no período ariano que o Yôga passa à escrita e surge nas Upanishadas, que
são comentários aos Vêdas. Estes são os livros mais antigos do hinduísmos e, quiçá, da
humanidade.
Mas é só no séc. III a. C. que o Mestre Pátañjali transforma o Yôga num
dárshaná, ou seja, sistema filosófico ortodoxo, do hinduísmo. A obra foi o Yôga Sútra. Pátañjali
propõe-se a falar de Sámkhya através do seu lado prático – o Yôga. E consegue colocá-lo ao lado
do Sámkhya que já constava como sistema filosófico do hinduísmo.
Pátañjali, com grande humildade, propõe-se a falar do que já existe, iniciando o
Yôga Sútra de modo muito semelhante ao que já constava no Yôga-shara Upanishada. Os dois
primeiros versículos de ambas as obras são quase coincidentes:
Yôga Shara upanishad
1
Yôga Sútra
I-1
Athatê Yôgam vyákhyáshyámah
Atha Yôganushásanam.
Agora a explanação sobre o Yôga
Agora o ensinamento do Yôga.
2
I-2
Yôgash chitta vritti nirôdhah
Yôgash chitta vritti nirôdhah.
Yôga é a supressão da instabilidade da
Yôga é a supressão da instabilidade da
consciência.
consciência.
A obra estrutura-se em 4 capítulos e 195 sútras:
1234-
Samádhi páda. A senda da iluminação (51 versículos)
Sádhana páda. A senda da prática (55 versículos)
Vibhuti páda. A senda dos poderes (55 versículos)
Kaivalya páda. A senda da libertação (34 versículos)
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www.nossacultura.org
Espaço Cultural - Ashram Pashupati
SwáSthya Yôga
Montijo
Para quem exige um trabalho sério
O caminho proposto por Pátañjali em tal obra designa-se por ashtánga Yôga (o
Yôga das oito partes) e estrutura-se do seguinte modo:
Bahiránga
(as partes externas)
Antaránga
(as
internas)
partes
samyama
12345-
yama
niyama
ásana
pránáyáma
pratyáhara
5 proscrições
6-
dháraná
concentração
7-
dhyána
meditação
8-
samádhi
ênstase, megalucidez
5 prescrições
procedimentos orgânicos
expansão da bio energia
Designado por
Hatha Yôga
na Idade Média
abstracção dos sentidos
Rája Yôga
Pátañjali estruturou o caminho do Yôga em oito módulos, etapas, ou estratos.
Sugere-se que cada uma dessas partes deva ter uma duração de 5 a 10 anos. Para que a
passagem ao módulo seguinte só se faça com o domínio pleno da etapa actual.
As normas éticas, o alicerce ético é constituído pelos dois primeiros estratos.
O primeiro estrato, yama, são os deveres do indivíduo enquanto ser social.
Estas cinco primeiras regras éticas devem ser sempre respeitadas, não sofrendo qualquer limite.
São o mahá vrata, isto é, o grande voto. São as obrigações para com a sociedade.
O segundo módulo, niyama, são as obrigações do individuo para consigo
próprio.
Estas normas são o alicerce ético de todas as escolas de Yôga. Sem esta ética o
sádhaka terá muito mais dificuldade em evoluir. Nalgumas escola, inclusive, ao adepto que não
respeitar as regras éticas não lhe é permitido continuar no caminho do Yôga.
Ásana é o terceiro módulo do Yôga de Pátañjali. A sua finalidade é a de
exercitar os corpos densos: físico e energético. Fortalece o corpo físico, reforça a estrutura
biológica, estimula as correntes energéticas, restabelece a harmonia corpo/mente e dá a esta
uma ampla consciência do corpo.
Na quarta etapa, pránáyáma, a chave biunívoca, dá-se a apropriação da energia
e aprende-se a dirigi-la mentalmente. Aprende-se a controlar o sistema neurovegetativo e
alcançam-se estados modificados de consciência como preparação para os estados meditativos.
Estas quatro etapas receberam o nome de Hatha Yôga na Idade Média.
Gôrakshanatha assim as apelidou.
O quinto módulo, pratyáhara, consiste na abstracção dos sentidos físicos. Dá-se
uma viragem para dentro do ser e participamos na sua interna observação. Dá-se como que
uma ida do macrocosmos para o fascinante microcosmos.
Estas primeiras cinco partes constituem as partes externas do caminho do Yôga
de Pátañjali. As três etapas seguintes são as internas.
Mestre Pátañjali apelidou às três últimas etapas do seu método de samyama.
Esta palavra significa "de uma assentada" ou "um após o outro" e são a sexta, dháraná –
concentração -, a sétima, dhyána – meditação - e a oitava, samádhi – ênstase. São estas últimas
etapas que conduzem o sádhaka à meta do Yôga.
As últimas quatro etapas receberam o nome de Rájá Yôga.
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Para quem exige um trabalho sério
Os principais comentários ao Yôga Sútra foram:
Yôga-Bháshya, de Vyása
Séc. VI-VII
Tattwavaisháradi, de Vachaspati Mishra (que por sua
Séc. IX
vez é um comentário ao Yôga-Bháshya)
Rájamártanda, do Rei Bhôja
Séc. IX
Yôgashárasamgraha, de Vijñanabhikshu
Séc. XVI
Yôgavárttika, de Vijñanabhikshu (outro comentário ao
Séc. XVII
comentário de Vyása)
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