As belezas e surpresas da única baía de Santa

Transcrição

As belezas e surpresas da única baía de Santa
BONS NEGÓCIOS
15 barcos seminovos que
são verdadeiros achados
edição nº 58 | janeiro — fevereiro 2016 | r$ 8,90
Bela
BaBitonga
As belezas e
surpresas da
única baía de
Santa Catarina
iNauGuRaÇÃO
MaRiNa itaJaÍ
A mais nova marina do país foi inaugurada com um
jantar à altura da relevância do empreendimento
FOTOS DIVULGAÇÃO E JORGE DE SOUZA
Aconteceu...
AGrAdecIMeNtO
Acima, o discurso
de Manoel Carlos,
que agradeceu a
ajuda que recebeu
da cidade. Ao
lado, a diretora
comercial da
marina, Barbara
Reiter, com
Francesco Caputto,
da Azimut
MuItA GeNte
Ao lado, Mário
Petrelli, do
Grupo Ric, com a
esposa Mônica,
e o Secretário de
Turismo, Agnaldo
Santos, com a
esposa Elizabeth.
Abaixo, Waldemar
Martins e Karin
Kowalski, e Patrícia
Almeida e Alexandre
Fernandes
No seu discurso,
o projetista
e sócio da
marina, Manoel
Carlos Oliveira,
agradeceu
especialmente ao
prefeito de Itajaí,
Jandir Bellini
8
Náutica Sul
NOIte de feStA
Acima, a família
de Manoel
Carlos, anfitriã
do evento, e,
abaixo, ele
com os filhos
Alexandre e
Carlos, que
cuidará da
marina. No alto,
o presidente
da Câmara de
Vereadores
de Itajaí, Luis
Pissetti e a
esposa Morgana.
Acima, David
Schurmann e
Álvaro Gayoso.
Ao lado, Fabrício
Bellini e Larissa
Vicente
A Marina Itajaí começou a operar
em dezembro, com 300 vagas para
barcos, tanto no seco quanto na água
BONS AMIGOS
Ao lado, Célio
Bernardino com
a esposa Luciana;
Elizabeth Yomoto
e Agnaldo Santos,
e o casal Patrícia
e Marcos Dias,
da Capitania
dos Portos.
Abaixo, Paulo
Bornhausen, com
Ernani Paciornik e
o prefeito de Itajaí,
Jandir Bellini, que
foi homenageado
na festa
O projeto da
marina prevê mais
flutuantes, um
boulevard e até um
shopping center
Quando estiver
com todas as suas
fases completas, a
Marina Itajaí tem
tudo para se tornar
a maior do Brasil
Náutica Sul
9
Aconteceu...
apReSeNtaÇÃO
RiO BOat ShOw 2016
O salão será o
primeiro teste prático
da nova marina do Rio,
visando às Olimpíadas
M
Y
MY
CY
CMY
K
Os principais
estaleiros do país
já confirmaram
presença no
salão carioca
Como sempre acontece, no Rio Boat Show, os
interessados poderão testar os barcos na água
HÁ 25 ANOS INVESTINDO EM QUALIDADE E CRIANDO UM NOVO ESTILO DE NAVEGAR
FOTOS OTTO AQUINO
GeNte dO
MercAdO
À esquerda, Marcio
Schaefer com Guto
e Kadu Cavalcanti,
À direita, Thibúrcio
Gonçalves, das
lanchas FS, e
Irajá Pereira, da
Mogadicho. Abaixo,
a dupla da Cimitarra,
Marçal Martins e
Tomas Freitag: todos
já confirmados no
salão do Rio
Náutica Sul
C
CM
vISItA ÀS OBrAS
Antes de
reservarem os
seus estandes,
os expositores
visitaram as obras
da nova marina
e gostaram do
que viram. Ao
lado, o presidente
da Associação
de Fabricantes,
Eduardo Colunna,
com José Galízio,,
da Intech
10
Foto e Projeto Gráfico www.brunocastaing.com.br/nautica
Em abril, o
mais famoso
salão náutico
do Brasil será
realizado na
(nova) Marina
da Glória e
os principais
expositores já
reservaram os
seus espaços
www.lanchascoral.com.br
Aconteceu...
SchaeFeR YachtS ShOw
O maior fabricante de lanchas de luxo do
Sul do país apresentou a sua linha completa
em um agradável evento em Floripa
ANfItrIôeS
dO ShOw
No Schaefer
Yachts Show,
os convidados
foram
recebidos por
Marcio Schaefer
e Pedro Odílio
(à esquerda)
e puderam
navegar nos
barcos da
marca
O Yachts Show aconteceu na sede social do
estaleiro, ao lado da histórica ponte Hercílio Luz
feStA e rAlI
A nova Schaefer
560, lançada
no último São
Paulo Boat
Show, foi a mais
visitada pelos
convidados na
bonita sede
do estaleiro,
bem ao lado
do maior
cartão-postal de
Florianópolis,
e muitos foram
para o mar
testá-la
FOTOS DIVULGAÇÃO/NORTON JOSé
A Schaefer produz lanchas entre
30 e 83 pés de comprimento e
é o mais sólido estaleiro brasileiro
A nova Schaefer 560,
lançada em outubro, foi a
principal atração do evento
12
Náutica Sul
Aconteceu...
caRpe Vita SuNGlaSSeS
A famosa rede social de
entretenimento Carpe
Vita promoveu mais uma
de suas baladas à beira
d’água, nas margens do
Guaíba, em Porto Alegre.
E, como sempre,
bombou de tanta gente
BAlAdA NA
BeIrA d’ÁGuA
Desta vez, a festa
foi no Parque
do Gigante,
às margens
do Guaíba,
onde o pôr do
sol é sempre
deslumbrante.
Mas a balada
avançou noite
adentro
Teve gente que chegou de
barco. Outros ficaram a bordo,
curtindo a festa bem diante dela
Redução do arrasto
Por quê não
> 1 knot extra velejando?
O único traje obrigatório
eram óculos escuros.
Daí o nome da festa: Sunglasses
FOTOS DIVULGAÇÃO/RAFAEL TORRES
Cerca de
3 000 pessoas
participaram da
balada, que teve o
famoso pôr do sol
do Guaíba como
pano de fundo
14
Náutica Sul
Sistema Overdrive
Economia de combustível em
longos cruzeiros
Eficiência à ré
Inversão das pás faz com que o
hélice tenha a mesma eficiência
avante ou à ré
Hélices folding para veleiros de cruzeiro ou regata com duas ou três pás.
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Aconteceu...
FeSta De aBeRtuRa DO VeRÃO
Para comemorar a chegada da temporada náutica mais
quente do ano, o Iate Clube de Caiobá promoveu uma festança
A comemoração começou
de manhã e foi até tarde da
noite. A grande maioria dos
sócios esteve presente
FOTOS DIVULGAÇÀO
A festa foi inspirada nos beach
clubs de Ibiza e nas pool’s parties
de Las Vegas. Um sucesso
feStA cOMpletA
Acima, o comodoro
Ewaldo Buschle
Neto e sua esposa
Rosane, com o
casal Scheyla e
Euclides Ciruelos,
mais Ricardo
Filizola e Luiz
Cartaxo e a família
Nickel, Luis, Ana
Cecília, Rogério e
Claudia. Abaixo,
Eros Gradowski,
José Jorge Neto,
Helmuth Altheim,
Francisco Martins,
Ivan Martins,
Cyro Camargo e
Luiz Pereira, além
de José Nolar e
Aguilar Borsato, na
festa que teve até
apresentação de
flyboarding
iNauGuRaÇÃO BRaVa SuShi
teDeScO MaRiNa
MArINA cheIA
Muita gente bonita
de Balneário
Camboriú esteve
na Tedesco para
a inauguração da
filial do sushi mais
falado da região,
que ali fica no
próprio píer, onde
param os barcos
da marina
O Brava Sushi tem tudo para se
tornar o novo ponto de encontro dos
donos de barcos na Tedesco Marina
16
Náutica Sul
FOTOS DIVULGAÇÀO/LU JP
O restaurante mais falado da praia do momento,
a Brava, entre Itajaí e Balneário Camboriú, abriu
filial na marina mais famosa de Santa Catarina
Na praia
Brava, o
restaurante
fica em
frente à
areia. Na
Tedesco,
ficará na
beira d’água
Aconteceu...
74 aNOS DOS
JaNGaDeiROS
NA ÁGuA e
NA feStA
No alto, cena
da regata
comemorativa e o
bonito clube, nas
águas do Guaíba.
Ao lado, parte da
diretoria: Günther
Staub, o comodoro
Manuel Rutkkay,
Antonio Machado
e Pedro Pesce
FOTOS DIVULGAÇÃO
O pra lá de tradicional clube náutico do
Rio Grande do Sul comemorou mais um
aniversário com festa e — claro — regata
O Jangadeiros já foi 110 vezes
campeão brasileiro de vela
GeNte
dA cIdAde
O vice-prefeito
de Porto Alegre,
Sebastião Melo
e sua mulher,
Valéria Leopoldino,
também
prestigiaram o
jantar de gala
no clube
Jantar, baile e uma animada
regata, que teve 80 barcos,
marcaram a comemoração da data
eXpOSiÇÃO De
BaRcOS SeBRae
aZiMut
ReD caRpet
Os estaleiros apoiados pelo Sebrae SC
mostraram os seus barcos em Floripa
A Azimut exibiu suas lanchas
em um bonito evento privado
RXP-X 300
Náutica Sul
FOTOS NORTON JOSé
DIVULGAÇÃO
O Sebrae
ajuda vários
pequenos
estaleiros a se
desenvolverem
18
Só pArA
cONvIdAdOS
60 clientes da
marca foram
convidados
a conhecer
os barcos,
em Balneário
Camboriú
DIVULGAÇÃO
NA ÁGuA
Abaixo, parte
das equipes
dos estaleiros
catarinenses
apoiados pelo
Sebrae, que
colocou alguns
barcos na água
para as pessoas
conhecerem e
testarem
GTI SE 130
A exibição dos barcos
aconteceu na Tedesco Marina.
Um deles foi vendido ali mesmo
SPARK 2UP
por jorge de SouzA
bela ba bitonga
o outro
lado da
baía
Dentro da
Babitonga,
ilhas e águas
tranquilas.
Do lado de
fora, lindas
praias de mar
aberto. A baía
compreende as
duas coisas
divulgação
As belezas e muitas surpre sas da única baía de Sa nta Catarina, que poucos conhecem como deveriam
20
Náutica Sul
Náutica Sul
21
babitonga
A
A baía é tão
grande que
abriga dois
portos. Mas nem
eles interferem
na sua beleza
baía da Babitonga
da do que deveria. Ou me-
receria. Com raras exceções, só
mesmo os donos de barcos da
otto aquino
é bem menos conheci-
região de Joinville, ou um ou outro
de Curitiba, costumam aproveitar as ilhas
(são 24, tanto dentro quanto fora) e prainhas
(estas, incontáveis, pois rodeiam toda a área) desta tran-
é da região. Tanto que esta profunda baía (nos dois sentidos, já que penetra
20 quilômetros tanto terra adentro, com braços sinuosos que se ramificam em tranquilos remansos, quanto superfície abaixo, razão pela qual abriga dois grandes portos) também costuma ser chamada Brasil afora como “baía de São Francisco”, numa referência à mais
famosa das quatro cidades banhadas por ela, a histórica São Francisco do Sul, “São Chico” para os íntimos. E são apenas os frequent adores habituais da Babitonga que costumam aproveit ar todas as suas delícias, como rústicos restaurantes de frutos do mar na beira
d’água, prainhas de águas quentinhas e um cordão de ilhas permanentemente abrigadas, dentro da baía. Sem falar nos rios repletos de robalos que nela desaguam, nos manguezais preservados das margens e no extraordinário visual das montanhas da Serra do Mar ao fundo. A Babitonga é de babar.
22
Náutica Sul
raul delavy
quilíssima baía, que, em área navegável é quatro vezes maior
do que a de Guanabara. Até o seu nome, “Babitonga” (“Morcego”, na língua dos índios carijós que a habitavam quando os colonizadores — ali franceses — chegaram) soa curioso para quem não
entre praias
e portos
O Porto de Itapoá
fica logo na
entrada da baía e
tão perto da praia
que impressiona.
Mas nenhum
resíduo vai para
a água e nem os
navios maculam
a beleza da
paisagem
Náutica Sul
23
babitonga
A baía tem 24 ilhas.
Algumas delas, com
deliciosas prainhas
A
ge d
jor
e So
uza
o
ott
in
aqu
o
água da baía da Babitonga não é
lá essas coisas, é verdade. É escura, por conta dos sedimentos
trazidos pelos rios que nela desaguam — razão pela qual tem
tantos peixes. “Mas é limpa”, garante o oceanógrafo Emilio Dolichney, da empresa Acquaplan,
que produz relatórios ambientais para as empresas da região.
E a água da baía (salgada na entrada, meia doce ao fundo)
ganha contornos de paraíso quando é aquecida pelo sol nos
remansos e piscininhas naturais que se formam nas praias, na
maré baixa, na região da península do Capri, logo na entrada
da baía. Quando isso acontece, a irresistível combinação de água
tranquila e quentinha atrai muitos donos de barcos para as margens, onde eles passam o dia inteiro felizes da vida por não fazerem
absolutamente nada. Quando muito, um churrasquinho a bordo ou
um banho de sol nas areias branquinhas das prainhas do Capri.
Ficar navegando pra lá e pra cá poucos fazem, porque não há necessidade disso. Há tantos atrativos na Babitonga (e, também, diante
dela, nas ilhas que fazem parte do arquipélago das Graças, como a do velho farol da Ilha da Paz, símbolo informal de toda a baía), que não é preciso ficar pulando de um canto para outro, a fim de preencher o dia. “Aqui,
qualquer cantinho agrada em cheio e vira um passeio completo”, garante o
argentino Raul Delavy, há muito radicado em Itapoá, cidadezinha na entrada
da baía, mas no lado oposto ao Capri, onde ele mantém uma marina.
Raul é vizinho do mais recente grande projeto da baía, o moderno porto
para navios de Itapoá, eleito recentemente o melhor do país pelos seus clientes, o que não é pouco. “A Babitonga é uma baía perfeita também para os navios, porque é calma, abrigada e profunda”, resume Alberto Machado, supervisor de marketing do porto, que é 100% privado e que praticamente não polui
nada, porque só trabalha com contêineres. Mesmo o outro porto da baía, o de São
Francisco do Sul, um dos mais antigos e relevantes do país, pouco afeta a Babitonga, exceto pela visão de um ou outro navio na paisagem. E que paisagem...
Por ficar praticamente colada à Serra do Mar, a Babitonga sempre oferece o visual das montanhas ao fundo, e isso, em conjunto com a água paradinha dentro da
baía, cria aquele tipo de cenário que ninguém cansa de apreciar. No pôr do sol fica
ainda mais espetacular. Por isso, quem frequenta estas águas não sente a menor necessidade de sair para navegar em outro lugar. Basta a Babitonga.
24
Náutica Sul
raul delavy
mar de
tranquilidade
A parte de dentro
da baía abriga
um punhado de
ilhas, como a das
Flores (acima),
dona da praia
mais concorrida.
Já, na península
do Capri, em São
Francisco do Sul
(ao lado), barcos
e casas convivem
lado a lado
Náutica Sul
25
babitonga
Uma cidade movida
pela história
26
Náutica Sul
o mUseU do mar pede ágUa
a cara de
A maior atração de São Chico sofre com a ação do tempo
são chico
O bonito casario
do centro
histórico e a
igreja que domina
maior atração de São Francisco do Sul depois da sua própria hispaisagem da
cidade que se
tória, expressa, em parte, no belo conjunto arquitetônico do seu
orgulha de ser
centrinho – que fica bem diante das águas da Babitonga —, é
a terceira mais
um museu dedicado aos barcos tipicamente brasileiros: o Museu Nacioantiga do Brasil
e que, de acordo
nal do Mar, considerado o maior do gênero no país, com cerca de 100 emcom a tradição,
barcações
autênticas e outro tanto desse de maquetes. Não há quem vá a
começou a
nascer quando
São Chico que não o visite. Por isso mesmo, o museu merecia estar em meo francês Binot
lhor estado — tanto que, anos atrás, Amyr Klink decidiu tirar de lá o famoso
de Gonneville
(acima) chegou
barco a remo com o qual atravessou o Atlântico (principal atração do museu,
a Babitonga,
que
será substituída, em breve, por uma réplica), por temer a precariedade das
em 1504. São
Chico continua
instalações, já que o museu funciona dentro de antigos galpões do velho porto
linda, mas o seu
da
cidade. Trata-se de um museu dentro do outro, o que torna a sua manutenção
principal museu
(acima) bem que algo complicado, ainda mais em um ambiente naturalmente úmido, como as marmerecia estar
gens de uma baía. Além disso, o seu sistema de administração é confuso, com nada
em melhor
menos que sete entidades envolvidas nas decisões (além do próprio Amyr Klink, que
estado
A
fotoS jorge de Souza
A
estrela maior da baía da Babitonga, que banha parte da
maior cidade de Santa Catarina,
Joinville, é outra cidade: a graciosa São Francisco do Sul, ou apenas
São Chico, como é carinhosamente chamada
pelos seus admiradores. Que são muitos. Diariamente, especialmente agora, época dos cruzeiros
marítimos, levas de turistas desembarcam no trapiche da cidade para apreciar a beleza do casario do
seu centro histórico e, de quebra, conhecer um pouco da história daquela que é considerada “a terceira cidade mais antiga do país”, embora pairem dúvidas sobre isso.
De acordo com a tradição, São Francisco do Sul teria começado a nascer apenas quatro anos depois do descobrimento oficial do Brasil, quando uma nau francesa,
comandada pelo navegador Binot Paulmier de Gonneville,
chegou à atual baía da Babitonga, depois de ter acidentalmente cruzado o Atlântico quando buscava o caminho para
as Índias Orientais. Gonneville teria ficado cerca de seis meses na região e travado contato tão intenso com os índios carijós, que, na sua volta à França, teria levado um deles a bordo:
um jovem índio chamado Iça-mirim (ou “Essomericq”, como o
seu nome fora interpretado pelos franceses), que, mais tarde, viria a se tornar um nobre na corte francesa, ao casar com a filha do
próprio Gonneville e tornar-se, de quebra, o primeiro legítimo brasileiro a ser alfabetizado.
Mas nem todos concordam com isso, porque não há provas concretas de que a expedição de Gonneville tenha sequer acontecido.
Para alguns historiadores, o verdadeiro “fundador” da cidade teria sido
o espanhol Juan Dias de Solís, que ali teria chegado em 1515, portanto
não muito depois de Gonneville, o que torna São Chico historicamente
interessante do mesmo jeito. E tão atraente quanto.
São Chico é a maior atração da baía
divulgação
São Francisco do Sul tem um casario gracioso
e muito o que contar para os mais curiosos
gosta tanto de São Chico que comprou uma casa ao lado dos galpões para erguer
o seu própro museu, no futuro), o que costuma emperrar os processos de melhorias.
Mas há sinais de dias melhores pela frente, porque a própria cidade está para ganhar
novas benfeitorias náuticas, como uma marina.
Náutica Sul
27
pro
jeto
ton
in
ha S
babitonga
o boto qUe
não é boto
A Babitonga abriga um das mais
cativas populações de toninhas do país
O visual da Serra do Mar está sempre ao fundo
28
Náutica Sul
aqu
in
o
uma baía
só sua
A Babitonga não
é tão famosa
quanto outras
baías da costa
brasileira, mas,
para os donos
de barcos, isso
é melhor ainda.
Porque suas
águas estão
sempre vazias
ott
o
O
o ano era 1940 e o mundo já vivia os horrores da Segunda Guerra Mundial quando, debaixo de muita pompa,
o então presidente Getúlio Vargas esteve na Babitonga
para inaugurar uma obra improvável: uma base de abastecimento para navios e submarinos na até então esquecida Ilha da Rita, uma das 24 porções de terra cercadas de água por todos
os lados da única baía catarinense. O objetivo era eminentemente bélico:
abastecer com água e combustível os navios brasileiros que estavam prestes
a entrar no conflito e as naves aliadas que precisassem de ajuda. Para tanto,
a outrora esquecida Ilha da Rita ganhou tanques de óleo diesel, depósitos de
carvão e um aqueduto que a ligava ao continente, ali a não mais que 200 metros de distância. Em seguida, as naves começaram a chegar, criando um até então inédito vaivém de grandes embarcações na baía.
A base foi decisiva para as ações militares ao sul do continente, mas caiu em
desuso com o fim dos conflitos e logo foi abandonada pela Marinha, que a transferiu para a administração do porto de São Francisco do Sul, que, por sua vez, a repassou à Universidade de Joinville, atual responsável pela ilha e pela manutenção da
sua história. Que, no entanto, vai bem além da sua atuação como área de apoio na Segunda Grande Guerra.
Estudos mostraram que, 3 000 anos atrás, a Ilha da Rita já era visitada pelos índios da
região como ponto de pesca e depósito de conchas, os sambaquis, que existem aos montes
por ali. Mas, como a ilha não tem praia nem nenhum atrativo turístico, a não ser a mata
preservada em boa parte da sua área, quase nunca é visitada pelos barcos. Ou seja, para os
navegadores de fim de semana da baía, não basta apenas a rica história da Ilha da Rita.
uza
e So
A Ilha da rita não tem praias
nem nenhum atrativo turístico.
A não ser uma interessante história
B
otos, como os caiçaras genericamente chamam os golfinhos, são tão comuns nas águas da Babitonga quanto a paisagem da Serra do Mar ao fundo. É
raro, raríssimo mesmo, um passeio que não
tope com vários deles no caminho. Só que nem
sempre nem sempre são realmente botos…
O ser que você vê na foto acima é uma toninha, um cetáceo também da família dos golfinhos,
mas não exatamente um boto. A começar pelo fato
de ser menor (não chega a metro e meio de comprimento) e de comportamento bem mais discreto, não
se expondo muito na superfície (só uma pequena parte do dorso sai fora d’água, ao contrário dos botos, que
chegam a dar saltos) e evitando a aproximação com os
barcos. Mesmo assim, as toninhas, uma das espécies mais
ameaçadas entre os golfinhos, podem ser vistas na Babitonga com alguma frequência, porque a baía é um dos raros pontos da costa brasileira que abriga um grupo residente
destes curiosos cetáceos de bicos bem longos e finos.
Elas costumam frequentar o canal das Laranjeiras, entre as
ilhas do miolo da baía, e as proximidades da Ilha da Rita, onde
a quantidade de pequenos peixes, seu alimento predileto, é mais
farta. “A Babitonga serve de moradia para cerca de 50 ou 60 toninhas, que são constantemente monitoradas pelos técnicos do nosso
projeto, porque é raro encontrar grupos que ficam sempre no mesmo
lugar”, diz a bióloga Marta Cremer, coordenadora do Projeto Toninhas, cuja sede nacional fica em São Francisco do Sul. “E nossas pesquisas mostram que a população da baía está estável e não diminuindo,
como acontece em vários outros pontos da costa brasileira”, comemora.
Portanto, também para quem quiser ver de perto uma toninha,
a Babitonga é uma boa. Mas convém não acreditar muito quando alguém apontar para a água e gritar:
— Olha lá o boto!
Pode ser que o bicho seja outro.
jor
ge d
a mais cUriosa
das ilhas
Náutica Sul
29
babitonga
Do lado de fora da baía, o arquipélago
das Graças oferece ainda mais ilhas
otto aquino
fotoS divulgação
na onda
das festas
náuticas
De tempos
para cá, a loja
Sanáutica, de
Joinville, passou
a organizar
passeios coletivos
de barco, que
sempre terminam
em uma das ilhas
do lado de fora
da baía, onde
acontece um
almoço. Cada vez
mais gente quer
ir junto
30
Náutica Sul
Náutica SudeSte
31
babitonga
nas ágUas
do príncipe
riSm
tu
Sec
32
Náutica Sul
ão
lá vem o
príncipe
Há 27 anos, o
barco Príncipe,
faz passeios
pela baía, entre
Joinville e São
Francisco do Sul.
Nenhum outro
passeio regular
de barco existe
há tanto tempo
no país
ç
lga
ntre outros atributos, a
baía da Babitonga possui
o mais famoso — e antigo
— passeio náutico do Bratado e o segundo uma escuna, ambos também
sil: o do barco Príncipe, que
batizados em homenagem ao francês François
há 27 anos leva turistas para dar uma granFerdinand Phillippe, o Príncipe de Joinville,
de volta pelas ilhas da baía, num percurso
como quase tudo é chamado na maior cidade de
de ida e volta entre Joinville e São FrancisSanta Catarina), Celso calcula que já tenha feito
co do Sul. Em nenhuma outra parte do país,
mais de mil viagens pela baía, sempre seguindo
um passeio turístico regular de barco existe há
o mesmo roteiro. E garante que não enjoa de ver
tanto tempo. E com tamanho movimento.
sempre a mesma paisagem, porque “ninguém
Faça chuva ou faça sol, todos os sábados e
cansa de ver coisa bonita”, diz.
domingos (e também nos dias de semana, quanA bordo do atual Príncipe, que foi construído há, no mínimo, 80 passageiros), o Príncipe, um
do em Itajaí, no final dos anos 90, a partir de um
pequeno iate feito de aço, com capacidade para
projeto do próprio Celso, há três bares, um res350 passageiros, parte de Joinville levando uma petaurante, música ao vivo, show de humor e, soquena multidão de turistas para passear entre as ilhas
bretudo, muita área envidraçada, para ninguém
da parte de dentro da baía, com direito a almoço e
perder nada do passeio, que vai sendo narrado
muita animação a bordo. “Quando eu criei este paspor um guia ao microfone. É uma festa. Tanto
seio, em 1988, todo mundo dizia que não ia dar certo,
na diversão quanto na paisagem, apesar do preço
porque Joinville é uma cidade industrial e não turística.
meio salgado do passeio: quase R$ 150 por pesHoje, 80% dos meus passageiros vêm para Joinville só para
soa, com direito, no entanto, a almoço.
passear de barco e acabam, também, visitando, a cidade.
Mas, ao final do passeio, que vai das 11h às
De certa forma, o Príncipe inventou o turismo em Joinville”,
15h,
com direito a quase duas horas de parada no
orgulha-se Celso Brittes, dono e até hoje único comandancentrinho de São Francisco do Sul, ninguém rete do Príncipe, que faz uma média de 15 saídas por mês, quase
clama. A combinação da paisagem natural da
todas com sua capacidade máxima — o que permite dizer que
Babitonga com o casario histórico de São Chico
mais de meio milhão de pessoas já fizeram este passeio.
num mesmo passeio de barco é que nem anúnSomados os três barcos que já atuaram nos passeios nas
cio de cartão de crédito: não tem preço.
águas da Babitonga (o primeiro Príncipe foi um pesqueiro adap-
divu
E
o
A Babitonga tem o passeio de
barco mais antigo e famoso do país
. O comandante do Príncipe calcula
já ter feito mais de 1 000 passeios
pela baía.. E garante que não cansa.
Náutica Sul
33
N
o início do século 19, o socialista francês
François Charles Fourier, um dos pais
do cooperativismo e crítico ferrenho
do capitalismo, propôs a criação de comunidades
autossustentáveis (termo que não existia naquela
época), que servissem de embriões para uma nova
forma de vida em sociedade, baseada na criação de
unidades de produção, as “falanges”, ou “falanstérios”,
como a experiência foi batizada — algo, até então, inédito
e bem ousado. Outros franceses aderiram à novidade e um
deles foi o médico homeopata Benoit Mure, que decidiu
vir para o Brasil aplicar os preceitos de Fourier. E adivinhe
onde ele resolveu implantar uma comunidade experimental?
Sim, na região na baía da Babitonga, mais precisamente no
encontro dos rios São Francisco e Saí, este último usado para
batizar o próprio falanstério.
Em 1840, Benoit partiu da França com 100 famílias a bordo
de um navio para implantar o Falanstério do Saí, depois de ter tido
permissão do Imperador do Brasil para criar aquela comunidade
franco-brasileira, que pretendia se tornar um exemplo de vida
equilibrada, em contraponto às metrópoles europeias já superlotadas.
Ali, entre outras coisas, Benoit implantou um centro homeopático,
destinado a ensinar os princípios daquele tipo de medicina naturalista
aos médicos brasileiros. Mas a experiência não deu certo e ele logo
trocou a região pelo Rio de Janeiro, onde viria a se tornar um dos
principais responsáveis pela popularização da homeopatia no Brasil.
Mas parte dos franceses que vieram com Benoit ficaram na região da
Babitonga e deram origem a clãs como os Ledoux, Reinert e Duvoisin,
que vivem por lá até hoje. Boa parte deles na bucólica comunidade da
Vila da Glória, que embora pertença à ilha de São Francisco do Sul, fica no
continente, a apenas uma curta travessia de balsa de Joinville, na face norte da
baía — e que ainda mantém algumas construções e ruínas daquela época. Sem
falar em intrigantes sobrenomes franceses
34
Náutica Sul
entre o mar
e a lagoa
Ibiraquera fica
entre a Praia do
Rosa e Imbituba
sua lagoa ocupa
uma grande área,
ligada ao mar, em
certas épocas do
ano, por um canal
que se forma Lá,
as ondas perfeitas
e o vento épocas
do ano, por um
canal que se
forma Lá, as on
Com uma prainha deliciosa, um velho farol e
muitas histórias, esta ilhota é visita obrigatória
T
mo
No século 19, a Babitonga foi usada
para uma experiência sociológica que
não deu certo, mas deixou herança até hoje
entre o mar
e a lagoa
Ibiraquera fica
entre a Praia do
Rosa e Imbituba
sua lagoa ocupa
uma grande área,
ligada ao mar, em
certas épocas do
ano, por um canal
que se forma Lá,
as ondas perfeitas
e o vento épocas
do ano, por um
canal que se
forma Lá, as on
ah, a ilha da paz!
uriS
os franceses da baía
símbolo da
babitonga
O farol da Ilha
da Paz, hoje
e quando foi
instalado, 110
anos atrás
(no detalhe):
nada mudou no
símbolo maior da
Babitonga
Sec.t
babitonga
al qual a histórica São Chico, este velho farol, que este ano completa 110 anos, é quase sinônimo da Babitonga — não há como falar de um sem lembrar do outro. O farol da Ilha da Paz fica, como o
seu próprio nome indica, numa ilha (a Ilha da Paz, é claro) bem na
entrada da baía e é uma espécie de xodó de todos que frequentam
aquelas águas. É, também, a principal atração do arquipélago das Graças, um
pequeno conglomerado de ilhotas na parte de fora da baía, e, como todo bom
farol, guarda boas histórias.
Uma delas prega que ali teria vivido, recluso, um ex-renegado conhecido
como Penixe, que, de fato, deixou entalhado numa pedra da ilha o enigmático registro “1833 — Penixe habitação da paz”, que, inclusive, serviu para batizar a própria ilha. Outra conta que a ilha já havia sido ocupada bem antes
disso, por não se sabe exatamente quem, já que abriga alguns vestígios de
arte rudimentar rupestre. Depois, teria abrigado caçadores de baleia, que
nela montaram um posto avançado de localização dos cetáceos, bem antes de ter sido ocupada pela Marinha, que ali fincou o farol, em 1906,
e colocou faroleiros para tomar conta dele. Como Leovegildo Ozório,
que viveu por longos 20 anos isolado na pequena ilha, com sua família, e ali viu nascer suas duas filhas – não por acaso batizadas de Maria da Paz (em homenagem à ilha) e Maria da Graça (ao arquipélago), que, mais tarde, virariam professoras em São Francisco do
Sul — oficialmente as duas únicas e legítimas “nativas” da ilha.
Por fim, bem mais recentemente, o farol da Ilha da Paz testemunhou o naufrágio, nunca bem explicado (o navio teria
perdido o controle do leme, segundo a versão oficial, ou atropelado a ilha porque todos a bordo estavam bêbados e drogados, de acordo com a tese local), do cargueiro Nedlloyd Recife, que, seja por um motivo ou outro, conseguiu a proeza
de bater nas pedras da ilha iluminadas pelo próprio farol
— e, na sequência, também provocou o naufrágio de um
dos rebocadores que vieram tentar salvá-lo, após colidir
com uma das pedras submersas no entorno da ilha.
Mas não são apenas as histórias que fascinam os
visitantes de fim de semana da Ilha da Paz. Tem,
também, o “Portinho”, como é chamada a prainha
da ilha, uma graciosa porção de areia entre pedras
roliças, que mais parece ter saído de algum livro
de histórias juvenis. Como as do próprio farol
que domina a ilha.
Além do
farol, a Ilha
da Paz tem
o “Portinho”,
uma idílica
prainha
Náutica Sul
35
fotoS divulgação
babitonga
itapoà
qUer navegar?
começe por aqUi
vila da gloria
São francisco do Sul
babitonga
joinville
A Babitonga tem algumas estruturas
náuticas que podem ajudar quem quiser
conhecer a baía com um barco particular
S
e você não conhece a Babitonga e passeios
organizados, como os do barco Príncipe, não
lhe agradam, a melhor alternativa é (tentar)
alugar um barco ou contratar um passeio particular em
uma das estruturas náuticas das cidades ao redor da baía.
A Babitonga abriga dois iates clubes, o Capri, em São
boas opÇÕes
O Centro Náutico
Francisco do Sul (tel. 47/3444-7247), e o Joinville, dentro
Porto do Sol
da própria cidade (tel. 47/3434-1744), além de meia dúzia
(no alto) é a
de marinas, das quais a maior e mais bem estruturada é o
marina mais bem
estruturada da
Centro Náutico Porto do Sol (tel. 47/3427-2143), do mesmo
região e inclui
dono
da maior cervejaria da região, a Opa Bier, Werner
um agradável
restaurante, que
Wegg. A Porto do Sol tem, também, um atrativo extra: um
homenageia
simpático restaurante temático, o Chris Smith, inspirado no
o criador das
lanchas Chris
criador das lendárias lanchas Chris Craft e aberto ao público,
Craft. Já a Marina
que
serve versões modernas da tradicional cozinha caiçara. Os
do Pontal, em
Itapoá (acima),
restaurantes dos dois iates clubes também são indicados para
tem um bar onde
comer
bons peixes e frutos do mar, bem como as mesas rústicas
os clientes podem
da Vila da Glória, onde se chega de barco ou de carro, neste caso
chegar até de
barco. Pela terra...
depois de atravessar uma balsa que vem de Joinville.
Outra marina que oferece um gostoso local para relaxar à beira
d’água é a Pontal (tel. 47/3443-7244), na praia de Itapoá, na entrada
da baía, que acaba de inaugurar um interessante bar, na beira da
areia, mas com um engenhoso trapiche, que permite aos usuários da
marina desembarcar dos barcos sem sequer sujar nem molhar o pé. E
o pôr do sol de lá é sensacional.
36
Náutica Sul
Santa Catarina
onde fica?
A Baía da Babitonga
fica no extremo
norte do litoral de
Santa Catarina,
quase na divisa com
o Paraná, e banha
tanto Joinville quanto
São Francisco do
Sul. Para quem vem
pelo mar (as baías
de Guaratuba e
Paranaguá não ficam
tão distantes de lá),
a entrada da baía
fica nas coordenadas
26º 09.762’S / 048º
30.858’W.
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O verão está aí e a única
maneira de você comprar
um barco e já sair
navegando, sem ter que
esperar a fábrica entregálo, é se ele for usado. Ou
melhor, seminovo — barco
praticamente novo mas já
com preço de usado, o que
costuma ser melhor ainda.
Para facilitar a busca,
selecionamos e mostramos
nas páginas seguintes 15
lanchas que estão à venda
na região Sul por brookers
especializados e que,
seja pelo seu preço,
estado, tempo de uso
ou equipamentos
instalados, são realmente
bons negócios.
Esta aqui é o mesmo caso
Usado com garantia de fábrica
Resumo do bom negócio
Quando recebe um barco usado da sua marca como parte do pagamento de
outro novo, a própria Schaefer Yachts, que produz as lanchas Phantom, promove uma revisão completa, antes de colocá-lo à venda, através de seus representantes. Isso resulta em lanchas com revisões garantidas pela própria fábrica, o
que é um ótimo negócio para quem as compra. É o caso desta Phantom 480
Fly, que, embora seja de 2007, vem com garantia do fabricante até para motor e gerador. Usado? Sim. Mas com a mesma tranquilidade de um barco novo.
Ano
2007
motor
Dois centro Volvo de 575 hp cada, diesel
Quanto custa?
R$ 1 600 000
Quanto vale?
Uma 500 nova (modelo que sucedeu a
480) custa cerca de R$ 2 300 000 mais
como paga?
Financiamento bancário e/ou aceita outro
barco como parte de pagamento
Por que é bom negócio? “Porque foi inteiramente revisada
pela própria fábrica”, diz o vendedor, o brooker Alfredo Neto,
de Florianópolis (tel. 048/3232-0345), que também representa
o próprio estaleiro.
Esta Phantom 500 HT, é o mesmo caso da 480 Fly
aqui ao lado: pertence à própria fábrica e foi inteiramente
revisada, antes de ser colocada à venda. Só que ela está
ainda mais bem equipada e tem madeira teca até no piso
da sala. Também, por ser do tipo teto rígido, é um pouco
mais barata do que a versão Fly, mesmo sendo do mesmo ano e com o mesmo tempo de uso dos motores (cerca de 1 000 horas). Mas, tal qual a outra oferta do estaleiro, está disponível para avaliação dos interessados na
sede à beira-mar da própria fábrica, em Floripa.
Resumo do bom negócio
Ano
2007
motor
Dois centro Volvo de 575 hp cada, diesel
Quanto custa?
R$ 1 500 000
Quanto vale?
Uma nova, com a mesma motorização,
custa cerca de R$ 3 800 000
fotos divulgação
como paga?
Financiamento bancário e/ou aceita outro
barco como parte de pagamento
Por que é bom negócio? “Porque foi revisada pela fábrica e,
se bem cuidada, não deprecia mais no preço”, diz o vendedor,
o brooker Alfredo Neto, de Florianópolis (tel. 048/3232-0345),
que também representa o próprio estaleiro.
40
Náutica Sul
Náutica Sul
41
fotos divulgação
bons negócios
Ano
2008
motor
Dois centro Volvo IPS 600, diesel
Quanto custa?
R$ 1 750 000
Quanto vale?
O preço de mercado deste barco
é R$ 1 850 000
como paga?
Financiamento bancário e/ou aceita outro
barco como parte de pagamento
Por que é bom negócio? “Porque só teve um dono e sempre
ficou guardada no seco”, diz o vendedor, Luiz Gomes Júnior,
da SP Marine, de Balneário Camboriú (tel. 047/3361-6139).
Resumo do bom negócio
Boa lancha com bom desconto
A Intermarine é uma marca consagrada e suas lanchas são sempre bem
valorizadas, por conta da qualidade. Esta intermarine 440 Full é um
bom exemplo disso. Mesmo sendo de 2008 e com motores (com sistema IPS de propulsão) com 380 horas de uso, está em perfeito estado, foi
recentemente revisada, tem todos os equipamentos, e, mesmo assim,
está sendo vendida por R$ 100 000 a menos do que vale no mercado.
quem vende é quem a construiu
Resumo do bom negócio
Ano
2005
motor
Dois centro Volvo de 300 hp cada, diesel
Quanto custa?
R$ 450 000
Quanto vale?
Uma nova, com estes motores, custa
cerca de R$ 1 milhão
como paga?
Eventual financiamento bancário ou
à vista, com possível desconto
Por que é bom negócio? “Porque os motores foram
totalmente revisados e ganharam seis meses de garantia do
fabricante”, diz o vendedor, a própria Schaefer Yachts, que
produz este barco (tel. 048/2106-0001).
Náutica Sul
2015
motor
Um popa Mercury 150 hp 4T
Quanto custa?
R$ 125 000
Quanto vale?
Uma zero é vendida por R$ 20 000 a mais
como paga?
40% entrada + 6 parcelas iguais
Por que é bom negócio? “Porque está completinha e ainda
na garantia de fábrica”, diz o vendedor, a loja Náutica WS, de
Balneário Camboriú (tel. 047/3361-9393).
nova com preço de seminova
Esta Focker 215 tem menos de dez meses de uso e só foi usada por pouco mais de 20 horas (seu antigo dono logo descobriu que ter barco era
bom, mas seria melhor ainda se ele fosse um pouco maior — então, a colocou como parte de pagamento de outra lancha). Ela está tão nova que
nem o plástico que reveste os estofamentos da cabine foi retirado. Também
está completa, com todos os equipamentos e acessórios desejáveis, incluindo som e churrasqueira. Além disso, a Focker 215 é uma das lanchas com
maior liquidez do mercado. Ou seja, se você não gostar, é fácil vender ou colocar como parte de pagamento em outro barco. Como fez o seu ex-dono.
nunca foi para a água!
É raro o estaleiro que, para vender um barco novo, não
aceite outro usado como parte de pagamento. A schaefer Yachts não é exceção a esta quase regra e a vantagem, neste caso, também vai para quem comprar o
usado, porque, antes de ser vendido, ele será inteiramente revisado por quem fabricou o próprio barco. É
o caso desta Phantom 345, que, embora seja de 2005,
está em perfeito estado (e muito bem equipada), já que
sairá da própria fábrica.
42
Ano
divulgação
Resumo do bom negócio
Esta bayliner 310 bR , produzida no Brasil mas com projeto americano, é uma raridade — porque, mesmo tendo
sido fabricada em 2013, nunca
foi usada. Seu casco jamais tocou as águas do Guaíba, já que,
em momento algum, ela saiu
de dentro da loja Nautiway, em
Porto Alegre, onde se encontra
até hoje. Mas há uma explicação para isso. A lancha foi comprada pelo pai do dono da loja
dois anos atrás, mas ele preferiu mantê-la ali guardada (porque sabia que ela seria constantemente revisada), até que
surgisse uma oportunidade de
usá-la. Só que problemas de
saúde sempre o impediram de
fazer isso. Agora, veio a decisão
de vendê-la. Sim, a lancha é de
2013. Mas tão zero quanto uma
2016. Só o preço é diferente.
Resumo do bom negócio
Ano
2013
motor
Um centro Mercruiser 380 hp
Quanto custa?
R$ 390 000
Quanto vale?
Uma nova custa quase R$ 100 000 a mais
como paga?
À vista ou financiamento bancário
Por que é bom negócio? “Porque ainda tem cheiro de
lancha nova, mas com preço de usada”, diz o vendedor, a loja
Nautiway, de Porto Alegre (tel. 051/3406-4040).
bons negócios
Resumo do bom negócio
Ano
2015
motor
Um popa Mercury 90 hp 4T
Quanto custa?
R$ 82 000
Quanto vale?
Uma zero igualzinha custa R$ 105 000
como paga?
40% entrada (R$ 32 800) + 6 X R$ 8 200
Por que é bom negócio? “Porque é uma lancha novíssima,
mas já com preço de usada”, diz o vendedor, a loja Náutica
WS, de Balneário Camboriú (tel. 047/3361-9393).
19 pés com apenas 19 horas
Esta Focker i9, de 19 pés, soma apenas 19 horas de uso e nunca navegou no mar — só na água doce, porque seu antigo dono
preferia navegar em represas do interior de Santa Catarina.
Mas ele usou tão pouco o barco que a carreta de encalhe, por
exemplo, jamais foi para a água — ela está tão zero quanto no
dia em que saiu da fábrica. Além disso, a lanchinha está bem
completa, com todos os equipamentos e acessórios necessários para já sair navegando. E ainda tem cor alegre e agradável.
Esta bayliner 250 bR de 2014, um projeto americano, mas já produzida na fábrica brasileira da marca, em Santa Catarina, nunca chegou a
ser propriamente vendida, porque sempre serviu apenas para demonstração do modelo e testes de interessados na representante da marca
que a está vendendo, em Joinville. Por isso mesmo, sempre foi muito
bem cuidada e com manutenção atenta — duas boas coisas para quem
se interessar em comprá-la. Mesmo assim, seu motor soma apenas 70
horas de uso, o que é outro ponto positivo deste barco.
Resumo do bom negócio
Ano
2014
motor
Um centro de 300 hp, gasolina
Quanto custa?
R$ 145 000
Quanto vale?
Uma nova custa quase R$ 50 000 a mais
como paga?
Financiamento bancário e/ou aceita outro
barco como parte de pagamento
Por que é bom negócio? “Porque, embora pouco usada, ainda
está dentro das garantias de fábrica”, diz o vendedor, Paulo
Sakai, da Sanáutica, de Joinville (tel. 047/3433-2800).
Dois motores e um bom preço
305 com preço de 280
Resumo do bom negócio
Ano
2014
motor
Um centro de 320 hp, gasolina
Quanto custa?
R$ 295 000
Quanto vale?
O modelo atual custa cerca de R$ 85 a mais
como paga?
À vista ou financiamento bancário
Por que é bom negócio? “Porque ainda está zero e nunca foi
para a água”, diz o vendedor, a loja Nautiway, de Porto Alegre
(tel. 051/3406-4040).
A Triton 295 é uma lancha bastante procurada no mercado,
especialmente pela boa relação custo-benefício. Esta aqui ainda
mais, porque, além de estar muito bem equipada (flaps, TV a
bordo, convés de madeira teca e tudo o mais, menos gerador e arrefrigerado), tem dois motores, em vez de apenas um, o que não é
tão comum assim em lanchas desse porte. E eles estão com pouco
mais de 150 horas de uso, já que a lancha só teve um dono. Mesmo
assim, ela custa menos de R$ 80 000 em relação a uma nova.
Resumo do bom negócio
Ano
2013
motor
Dois centro Mercruiser de 135 hp
cada, gasolina
Quanto custa?
R$ 249 000
Quanto vale?
Uma nova com estes motores R$ 330 000
como paga?
Financiamento bancário e/ou aceita barco
menor como parte de pagamento
Por que é bom negócio? “Porque, mesmo com dois motores,
é uma lancha extremamente econômica e gasta só 30 litros/
hora de gasolina”, diz o vendedor, Fernando Assinato, da Boat
SP, que tem lojas em Curitiba (tel. 041/3532-0754) e Balneário
Camboriú (tel. 47/3264-8315).
fotos divulgação
A linha Focker GT, de barcos mais completos, faz sucesso desde que foi
lançada, anos atrás. O modelo Focker 280 gT acaba de dar lugar ao
305, mas é basicamente o mesmo barco. Esta aqui se parece ainda mais
com o novo modelo, porque já tem a plataforma de popa estendida, que
gerou a 305. O motor, de 320 hp, também é o mesmo. A rigor, só o que
muda é o preço, porque esta 280 está sendo vendida por quase R$ 90
a menos. E embora seja um casco de 2014, nunca foi usada.
Dono mesmo ela nunca teve
44
Náutica Sul
bons negócios
Resumo do bom negócio
Ano
2011
motor
Dois centro Mercruiser de 150 hp cada, diesel
Quanto custa?
R$ 350 000
Quanto vale?
Uma nova, com estes motores, custa cerca
de R$ 70 000 a mais
como paga?
Eventual financiamento bancário ou à vista,
com possível desconto
Por que é bom negócio? “Porque os motores tiveram que
ser trocados e são zero”, diz o vendedor, a própria Schaefer
Yachts, que produz este barco (tel. 048/2106-0001).
Usada, mas com motores novos
fotos divulgação
A Phantom 300 (que sucedeu ao modelo 290) é uma das lanchas de
maior sucesso da história náutica brasileira. Por isso mesmo, seu valor de
mercado é alto — mas com garantia de boa revenda, mais tarde. Esta aqui
não custa exatamente pouco, mas por um ótimo motivo: seus dois motores
são novos e nunca foram usados, porque foram trocados pela fábrica ao fazer a revisão pré-venda. E quem a vende é a própria Schaefer Yachts, que a
recebeu como parte de pagamento em outro barco.
Uma sea Ray da própria fábrica
As lanchas americanas da Sea Ray são muito bem conceituadas no
mercado, especialmente os modelos importados, como é o caso
desta sea Ray 375 , que ainda pertence à própria fábrica brasileira da marca. Por isso mesmo, ela soma apenas 100 horas de mar e
só foi usada para demonstrações a clientes e eventos de divulgação do modelo, na região de Joinville, onde se encontra à venda.
Resumo do bom negócio
Ano
2013
motor
Dois centro Volvo de 320 hp cada, diesel
Quanto custa?
R$ 690 000
Quanto vale?
Uma nova custa pouco mais de R$ 1 milhão
como paga?
Financiamento bancário e/ou aceita outro
barco como parte de pagamento
Por que é bom negócio? “Porque está completa, com ar-refrigerado
e gerador, e ainda usa sistema Axius de propulsão”, diz o vendedor,
Paulo Sakai, da Sanáutica, de Joinville (tel. 047/3433-2800).
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46
Náutica Sul
viramos um pouco antes do
necessário e acho que por
isso não chegamos ainda mais
bem classificados. Foi curioso, como, muitas vezes, acontece no mundo da vela: quem
navegou uma distância maior
chegou na frente”.
zar a zona de depressão, para
só depois descer o Atlântico.
Chegamos a passar da Irlanda e levamos quase uma semana navegando no que parecia ser o rumo errado, mas
não era. Alguns barcos foram
ainda mais longe e se deram
bem, porque, depois, desceram mais rápido, impulsionados por ventos melhores. Nós
Parados no Atlântico
“A região da linha do Equador
é famosa pela terrível ausência de ventos. Você chega ali
e estanca, no meio do oceano.
Chegamos a baixar todas as velas, porque elas nem se mexiam. Foi angustiante — você
está numa corrida e não consegue sair do lugar. O consolo é que os nossos concorrentes também estavam parados.
fotos divulgação
velejador brasileiro e medalhista olímpico Eduardo Penido sempre teve vontade de disputar uma grande regata oceânica. O desejo virou realidade quando ele conheceu o empresário mineiro Roberto Araújo, até então um
iniciante no mundo da vela, mas que ficou igualmente empolgado
com a ideia de, juntos, formarem a primeira dupla brasileira a participar da regata internacional Transat-Jacques Vabre, que, entre outubro e novembro, trouxe mais de 40 barcos da França até Itajaí. Eles,
então, alugaram um barco e, sob o patrocínio da empresa do próprio
Araújo, a Zetra, competiram na classe 40, conquistando um brilhante
sexto lugar, entre os 14 do gênero que largaram — bem mais do que
eles almejavam alcançar, como Penido conta no depoimento abaixo.
Navegando com cautela
“Nosso único objetivo era chegar a Itajaí. Mesmo que fossemos os últimos. Por isso, como
não conhecíamos o barco e não
queríamos de jeito nenhum
que ele quebrasse, fomos bem
cautelosos no começo. Não forçávamos o ritmo, nem a nós
mesmos — ao contrário da
maioria dos franceses, que pareciam malucos, velejando 24 horas por dia no limite. Mas, com
o passar dos dias, foi dando certa ansiedade de chegar a Santa Catarina e passamos a forçar
um pouco mais. No final, já estávamos quase velejando como
eles. Até porque, atrás de nós,
vinham alguns concorrentes,
ameaçando a nossa posição. A
reta final foi como uma corrida
de verdade. Muito animada.”
sexto lugar
com sabor
de vitória
Eduardo Penido
e Roberto
Araújo (no alto)
comemoram a
chegada a Itajaí,
com o barco que
eles alugaram
para a prova
(abaixo): foi
melhor que o
esperado
RELATOS DA REGATA
O
A única dupla brasileira
na regata internacional
Jacques Vabre, que
trouxe mais de 40 barcos
da França até Itajaí,
fala das dificuldades
da longa travessia e da
alegria de, mesmo assim,
chegar a Santa Catarina
bem colocada na prova
Largada com tempestades
“O começo das regatas que
partem da Europa no pré-inverno é geralmente complicado, por causa das depressões,
que chegam violentas. Desta vez, não foi diferente. Logo
na largada, todos os barcos tomaram o rumo oeste e não sudoeste, como seria mais lógico.
Tínhamos que, primeiro, cru48
Náutica Sul
E a calmaria durou dias a fio.
Depois, o vento voltou a acabar perto do Rio, já na reta final da travessia. Foi pior ainda.
Mas conseguimos manter nossa posição na regata.”
Melhor que o esperado
“Numa regata longa, chegar já é
uma vitória, não importa o resultado. Pelo menos, era assim que
nós pensávamos. Jamais sonhamos em chegar na frente de todo
mundo, até porque éramos estreantes no meio de um monte de
franceses já calejados nas travessias do Atlântico. Mas, para nossa própria surpresa, mantivemos
o sexto lugar na classe praticamente desde o começo. Foi bem
melhor que o esperado.”
Pena que só havia eles
“Muita gente me perguntou
se não nos sentíamos pressionados, por sermos os únicos
brasileiros na regata. Não sentimos isso. Sentimos pena de
sermos os únicos representantes do Brasil numa regata que
terminou justamente aqui. Os
brasileiros, em especial as pessoas de Itajaí, que fizeram uma
festa maravilhosa para receber os barcos, mereciam ter
mais conterrâneos para torcer.
E isso só não acontece porque
faltam patrocinadores para os
nossos velejadores. Mas, agora que já quebramos o jejum,
quem sabe se, na próxima
Jacques Vabre, o pessoal não se
anima e põe mais barcos brasileiros na água? O nosso, com
certeza, estará lá de novo.”
O mineirO dO mar
Roberto Araújo, parceiro de
Eduardo Penido na regata Jacques
Vabre, vive longe do mar e só
aprendeu a velejar oito anos atrás
A
té 2007, o parceiro de Eduardo Penido
na última regata Jacques Vabre, Roberto Araújo, jamais havia velejado e
mal tinha botado os pés num barco. Até porque ele havia nascido no interior de São Paulo
e vivia em Minas Gerais, que, como se sabe,
nem tem mar. Até que, um dia, um amigo o
convidou a fazer um cursinho de vela em uma
lagoa perto de Belo Horizonte e Roberto descobriu que adorava aquilo.
Foi uma revolução na vida deste empresário do setor de tecnologia, que não sossegou
mais enquanto não comprou um barco. E, depois, outro. E mais outro. Até que, na companhia da mulher e de um casal de amigos,
resolveu trazer um veleiro da Europa para o
Brasil, a despeito da completa falta de experiência em travessias oceânicas. E foi na marina de onde partiu, na França, que Roberto conheceu Penido, a quem pediu conselhos sobre
a viagem. Em troca, ouviu os planos do futuro parceiro sobre a participação de um barco
brasileiro na Jacques Vabre e topou na hora.
Quatro anos depois — e apenas oito após
ter aprendido a velejar! —, lá estava Roberto,
ao lado de Penido, no único barco brasileiro
da regata. “Eu só fazia o que ele me dizia para
fazer e nem discutia”, contou Roberto ao chegar a Itajaí, feliz da vida. “E passei a regata inteira me lembrando do conselho que ouvi de
um amigo na largada, de que o único problema da viagem seria quando desse um problema no barco, porque, quando isso acontece, a
tendência é a gente botar a culpa no outro antes de resolvê-lo, o que é um grande erro. Jamais esquecerei este conselho.”
Náutica Sul
49
Que tal
Ser Sócio
de uma
deSSaS?
Notícias náuticas do Sul do Brasil
divulgação
Farol
Empresa lança sistema de compra compartilhada de lanchas novas, que
pode ser ótimo negócio para quem quer ter um barco grande, sem gastar tanto
A
compra de um barco em sociedade é sempre tema
polêmico. Há quem não veja problemas e há quem
se apavore com a ideia. Os que aprovam o método
quase sempre colocam um amigo ou parente
como sócio, sem qualquer contrato formal entre eles. Mas há
uma segunda maneira de fazer isso e que não é nenhuma
novidade fora do Brasil – mas, por aqui, ainda sim: o sistema
de compartilhamento, no qual os sócios de um mesmo
barco nem precisam ser amigos ou conhecidos. “Em média,
um barco de lazer é usado pelo seu proprietário durante 35
dias no ano. Portanto, ele paga pelos outros 330 dias sem
usar o barco. Com o compartilhamento, você tem um barco
sem precisar desembolsar um valor alto e ainda divide as
despesas de manutenção, sem reduzir a satisfação”, garante o
empresário Luiz Henrique Schadrack, que junto com Manoel
Fontes criaram a empresa Monegasco, que está negociando,
na região sul do país, a venda em forma de compartilhamento
de alguns modelos de barcos do estaleiro Intermarine (42, 54,
60, 66 e 80 pés) e Sea Ray (375 e 395).
O sistema funciona assim: o valor do barco é dividido
em quatro cotas e cada cotista é proprietário dessa fração
(veja quadro para saber os valores). “Ao contrário do
sistema de tempo compartilhado, ou time share, o cliente é
realmente o dono do barco, ou seja, ele pode vender a sua
parte quando quiser”, explica Luiz Henrique.
Já o uso do barco é definido em função da
disponibilidade. “Quem usá-lo mais, terá preferência para
escolher quando quer navegar”, explica Luiz Henrique. “Mas,
se o barco estiver livre, qualquer um dos quatro sócios pode
requisitá-lo, sem pagamento extra.”
Apesar de ser um sistema profissional, a empresa busca
sócios com perfil similar, para evitar problemas entre eles. “Não
podemos unir uma família com um grupo de jovens para dividir
as cotas”, explica o sócio Manoel. Mas tudo isso fica claro em um
contrato assinado. É como diz o ditado: o combinado não sai
caro. No caso dos barcos compartilhados, sai ainda mais barato.
Quanto custa a sociedade?
A
compra compartilhada é uma saída inteligente para
ter um barco bem maior do que a pessoa conseguiria
sozinha. Exemplo: pelo sistema da Monegasco, uma lancha
Sea Ray 375 Sundancer nova, custa, para cada um dos quatro
sócios, cerca de R$ 350 mil à vista, já equipada com o que
há de melhor no mercado – ou R$ 115 mil de entrada, mais 12
parcelas de R$ 23 mil ou 36 vezes de R$ 7,7 mil. Depois disso,
cada cotista pagará, mensalmente, cerca de R$ 3,8 mil pela
manutenção da embarcação, o que inclui todas as despesas,
inclusive seguro. Já por R$ 750 mil (e mensalidade de R$ 5,9
mil), pode-se virar dono de uma Intermarine 42 igualmente
nova. Na ponta do lápis, outro bom negócio.
Náutica Sul 51
farol
divulgação
divulgação/luciano guerra
G
do barco para o Quarto
raças à iniciativa do professor catarinense
Rodrigo Berlim, os alunos do Senai de Itajaí
estão aprendendo, na prática, a restaurar um antigo
veleiro, o Grulla, um sloop com casco de madeira,
desenhado pelo famoso projetista German Frers e
construído na Argentina, em 1962. O barco, que tem
mais de meio século de vida e estava em péssimo
estado de conservação, foi comprado pelo próprio
professor e transformado em “sala de aula” para os
alunos do curso de construção naval, um dos que
mais crescem no Senai da cidade, no qual ele dá
aula. Apesar da complexidade do trabalho, dado
o mau estado do barco, um dos únicos do gênero
no país, a expectativa é que o Grulla fique pronto já
em abril. Para acompanhar os trabalhos, é só digitar
“grullasail” no facebook e no instagram.
A combinação de marina e bom hotel na
mesma praia torna Jurerê Internacional ainda
mais atraente para os donos de barcos
A
52
Náutica Sul
a SeSSa vai bem, obrigado
Estaleiro catarinense
atravessa a crise sem medo
divulgação
arquivo pessoal
bom exemplo
O empresário
Zein Sammour
(abaixo com a
família e o seu
barco) é cliente
da marina Blue
Fox e hóspede
assíduo do Il
Campanário
e curte a
praticidade da
proximidade
cena acontece com certa frequência em Jurerê
Internacional, especialmente agora, durante o verão,
quando aumenta o movimento na praia mais famosa de
Floripa. Quem chega de barco e não tem onde ficar, deixa
a embarcação na marina da própria praia, a Blue Fox, que,
inclusive, acaba de se expandir justamente para atender
aos novos clientes que chegam nesta época do ano, e se
hospeda no melhor hotel da região, o Il Campanário, que
fica ali pertinho, também em Jurerê.
“É muito prático”, diz o empresário de São Paulo
Zein Atef Sammour, que mantém sua lancha Intermarine
53 permanentemente guardada na Blue Fox, mas, como
ainda não tem casa na praia, usa o hotel como “base”
para as frequentes visitas que faz
a Jurerê Internacional — todos os
fins de semana do verão e cerca
de duas vezes por mês durante
o restante do ano. “Como tenho
filhos pequenos e não é nada
confortável dormir a bordo em
Jurerê, sempre acabo optando
pelo hotel, que, para mim, é como
uma extensão da marina e viceversa.” E ele completa: “Só tenho
barco por causa dessa praia e
da facilidade de guardá-lo e me
hospedar bem, sem precisar
enfrentar o trânsito da ilha”.
Por essas e outras é que,
entra verão, sai verão, e Jurerê
Internacional não sai de moda.
a Nova oNda
da praia brava
Um novo conceito de
evento está agitando o verão
da praia do momento
F
resh Market é o nome da mais nova atração
de verão que está rolando, até 14 de fevereiro, na praia do momento em Santa Catarina, a
Brava, entre Itajaí e Balneário Camboriú. Tratase de uma espécie de shopping temporário de
luxo ao ar livre, na beira da praia, com gostosas tendas que oferecem alguns dos prazeres
da vida, como boa música, gastronomia, cursos
e sonhos possíveis, como carros e até barcos
que alimentam os sonhos de muita gente. Inclui, também, um beach club na areia da praia, a
cargo do Café de La Musique, o mesmo que faz
ferver Jurerê Internacional. “É um ´mercado de
experiências, com produtos, artes, comidas, arquitetura e outros prazeres modernos, num ambiente muito agradável”, tentam definir os idealizadores da novidade, que não tem similar no
país (tanto que deverá ser exportada para outras praias) e que está levando ainda mais gente para a Brava neste verão. Ficou curioso? Vá
lá, conhecer e curtir também.
A
pesar da crise econômica e da redução
de cerca de 25% no volume de vendas
do setor náutico brasileiro em geral, o estaleiro catarinense Intech Boating, que produz
as lanchas da marca italiana Sessa Marine no
Brasil, não está sofrendo tanto assim. “Como
já tínhamos projetado um cenário bem desfavorável, criamos alternativas para que o estaleiro não sentisse tanto os efeitos deste difícil
momento da economia brasileira”, diz o presidente da Intech, José Galizio Neto. “Aproveitamos a queda na produção para fazer
melhorias na própria fábrica, visando a retomada do crescimento do setor naútico que
virá após a crise e, com isso, não demitimos
ninguém”, respira aliviado o empresário.
divulgação/léia senem
Alunos do Senai de Itajaí estão
fazendo renascer um velho sloop
divulgação
a reStauração
Que virou lição
Sup com tecNologia
As pranchas Old Wood, feitas em Floripa, são
retrôs e pra lá de modernas, ao mesmo tempo
A
s pranchas de stand up não são mais um simples modismo. E a maior
prova disso é que, mesmo não sendo mais uma novidade, as vendas —
e a qualidade — das pranchas não param de aumentar. Um bom exemplo é a
marca Old Wood, feita em Floripa (tel. 48/3389-6018), uma das mais desejadas
no momento, que usa um processo americano de produção, com prensagem
sob alta pressão (que evita excessos de resina e diminui o peso, que não
passa de 10 quilos), válvula para equilibrar a pressão interna, handle feito na
própria laminação, para evitar infiltrações, e lâminas de madeira aplicadas
sobre o bloco de espuma EPS dos dois lados, o que confere certa aparência
retrô às pranchas, que, no entanto, são ultramodernas. Tanto que a fábrica
catarinense é licenciada pela marca americana Santa Cruz, da Califórnia, uma
das mais respeitadas do mundo, e até produz pranchas também para ela.
turiSmo Náutico:
o Sebrae tambÉm aJuda
Até empresas de passeios podem se inscrever
N
ão é apenas propondo novos processos administrativos e
produtivos que o Sebrae de Santa Catarina está ajudando
os pequenos estaleiros do estado e crescerem. O empenho da
entidade inclui, também, a capacitação do setor de turismo náutico,
até como conseqüência natural do desejado fortalecimento dos
estaleiros do estado – havendo mais barcos, haverão, também,
mais consumidores do turismo movido a água. Nasceu daí o
Projeto de Desenvolvimento Sustentável do Turismo Náutico
Catarinense, uma ação conjunta entre o Sebrae e a Associação de Marinas Acatmar,
que começou no ano passado, mas já produziu alguns resultados. Como encontros
para entender as necessidades do setor, workshops e início da capacitação de
pequenas empresas que atuam nas áreas de passeios de barco, mergulho recreativo,
receptivo de navios e tudo o mais que tenha a ver com diversão no mar do litoral de
Santa Catarina. “O turismo representa 12,5% do PIB catarinense, mas o potencial dos
atrativos náuticos do estado ainda não foi explorado”, diz a coordenadora do Sebrae
da Grande Florianópolis, Soraya Tonelli, que está à frente do Projeto do Turismo
Náutico e que continuará sendo incrementado este ano. “Todas as pequenas
empresas que atuam nestas áreas, entre os municípios de Palhoça e Navegantes,
estão convidadas a participar”, completa Soraya.
Náutica Sul 53
farol
fotos arquivo pessoal
40 aNoS NavegaNdo
Com o lançamento de um site de compras a distância, a loja Sul Náutica
comemora quatro décadas ajudando os gaúchos a navegar
R
ecentemente, a loja Sul Náutica,
de Porto Alegre, completou 40
anos de atividade. Trata-se de uma
das mais antigas lojas do gênero do
país e a pioneira no Rio Grande do
Sul. Em 1975, quando foi inaugurada,
a náutica brasileira em geral ainda
engatinhava e o país vivia os duros
tempos do regime militar, com a
economia travada às importações
de equipamentos e sem nenhuma
opção na indústria nacional. Navegar
era, acima de tudo, um exercício
de improvisos e contorcionismos.
Naquela época, a maior parte dos
barcos ainda era de madeira e, para
solucionar os problemas, era preciso
bastante criatividade. Até coisas
hoje banais, como aço inox e fibra
de vidro, eram dificílimas de achar.
Só mesmo os apaixonados pela arte
de navegar faziam a coisa, mais ou
menos, funcionar.
Pois foi nessa época que três
amigos do Clube dos Jangadeiros,
Waldemar Bier, Roberto Portugal
(já falecido) e Rudi Schultz, os
dois últimos então velejadores da classe Snipe, tiveram a ideia de
se arriscar num negócio ainda virgem e incerto para os padrões
da época: uma loja náutica. Afinal, era preciso haver um local que
abastecesse os navegadores gaúchos. E assim foi feito.
Inicialmente, a Sul Náutica foi aberta dentro do próprio clube,
graças à ajuda de alguns sócios, como Kurt Egon Keller, e do então
comodoro, Edgar Willy Siegmann. Mas logo se mudou para o endereço
que ocupa até hoje, na avenida Wenceslau Escobar, entre os clubes
Veleiros do Sul e dos Jangadeiros, as duas maiores instituições
náuticas de Porto Alegre. Curiosamente, naquele mesmo prédio, anos
antes, a Carbrasmar havia instalado uma filial, dando assim certo
“ambiente náutico” ao endereço, que, na aparência, até lembrava o
deque de um navio. A loja oferecia tudo o que existia. Ou seja, quase
nada. Mas não demorou muito para se tornar representante da própria
Carbrasmar, que, por sua vez, era distribuidora oficial da Volvo Penta
para o Rio Grande do Sul. E a coisa começou a mudar.
54
Náutica Sul
A Sul Náutica foi a
primeira loja náutica
do Rio Grande do
Sul e é uma das mais
antigas de todo o país
ainda em atividade
Aos poucos, o mercado também
foi se desenvolvendo e surgiram
empresas e fornecedores de material
náutico já fabricados no Brasil. Como
os salva-vidas Ascot, os esquis Zemar
e Ricamar, os barcos Laser produzidos
pela Performance e os Hobbie Cats da
Coast Catamaram. Mas foi no próprio
Rio Grande do Sul que foram lançadas
diversas marcas locais, permitindo, de
certa forma, a explosão da náutica no
ontem e hoje
país inteiro. Como o estaleiro Mariner,
A Sul Náutica
que chegou a ser o maior fabricante
quando começou,
de barcos da América Latina, e a
em 1975 (no alto),
e o fundador Rudi
Equinox e a Nautec (hoje Nautos),
Schultz (acima),
pioneiras na fabricação de ferragens
que ainda toca a
para barcos no Brasil. Mesmo assim,
loja, agora com a
após os primeiros anos, dois sócios,
ajuda da família: a
loja nasceu com o
Bier e Portugal, deixaram a Sul
objetivo de ajudar
Náutica (que os clientes chamavam
e incentivar os
apenas de “a loja”, já que não
gaúchos a navegar
havia outra na cidade) e o negócio
passou a ser gerido apenas por
Rudi e sua família, como segue sendo até hoje.
Ao longo destes 40 anos, a Sul Náutica viu o
mercado prosperar e crescer significativamente,
mas viu também as seguidas crises praticamente
aniquilarem a indústria da vela, tanto no Rio Grande
do Sul quanto no resto do país. Também sobreviveu
à cruel sazonalidade causada pelo rigoroso inverno
gaúcho porque se manteve focada no atendimento
especializado. Para Rudi, nunca bastou apenas atender
bem. Sempre foi preciso entender do assunto para
ajudar e orientar bem os clientes. Foi isso que manteve
o barquinho da Sul Náutica sempre em movimento.
Mas, agora, há algo de novo na mais tradicional
loja náutica do Sul do país: as visitas, compras e até
aconselhamentos a distância, feitas através da internet,
no site sulnautica.com.br, que vende tudo o que existe
no mercado náutico. 40 anos depois, a Sul Náutica
mudou. Como sempre, para melhor.
cruzadas náuticas
3Expediente
perguntas
Você entende de mar?
bAIXE TAmbém AS EDIÇÕES ANTERIORES DE GRAÇA
BONS NEGÓCIOS
15 barcos seminovos que
são verdadeiros achados
EDIÇÃO Nº 58 | JANEIRO — FEVEREIRO 2016 | R$ 8,90
VERSÃO
ELETRÔNICA
paraná
santa catarina
rio grande do sul
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Bela
BaBitonga
As belezas e
surpresas da
única baía de
Santa Catarina
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esta edição de
NÁUTICA SUL
PRESIDEnTE E EDITOR
Ernani Paciornik
VICE-PRESIDEnTE
Denise Godoy
rio grande do sul
A NOVA CIMITARRA
O que pensa o dono do estaleiro
que não para de crescer
edição nº 55 | julho — agosto 2015 | R$ 8,90
IbIraquera
raquera
GRÁTIS!
horiZontais 1 Construção acima do convés principal, que serve de passagem entre o convés do castelo ou do tombadilho e uma superestrutura • 5 Uma das capitais sul-americanas banhadas pelo rio da Prata • 9 As conchas usadas como arte divinatória • 10 Estudo do relevo submarino • 12 A cidade litorânea baiana onde se desenrola a trama do romance “Gabriela, Cravo e Canela”, de Jorge Amado • 14 Cabo usado para içar velas, bandeiras etc. •
16 Fazer um navio que ficou preso em baixio, rochas etc. boiar novamente • 19 Um metal muito comum na construção de lanchas • 20 Embarcação miúda robusta, de duas proas, usada para serviço nos portos, praticagem e pesca • 22 Outro nome do flamingo, ave de plumagem carmim e bico vermelhoalaranjado, comum nas costas das Américas e Antilhas • 24 O arquipélago do Pacífico com tamanho aproximadamente igual à metade de Sergipe, com
capital Porto-Vila • 26 Chapa colocada em torno da escotilha, cockpit etc., para impedir a entrada de água que varre o convés • 27 Céu, firmamento • 28 Camada atmosférica mais próxima da superfície terrestre, situada de 10 km a 12 km de altitude • 29 É a maior ilha fluviomarinha do mundo • 30 (Ingl.) Moderno dispositivo dotado de alavancas e botões para controle de movimento e ações da embarcação • 31 Diz-se da água do mar, em oposição à doce.
santa catarina
colecionador
de barcos
O catarinense que tem uma frota particular
edição nº 54 | maio — junho 2015 | R$ 8,90
tem praia, tem lagoa e é o paraíso dos esportes na água de santa Catarina
Itajaí
voLvo oCean RaCe em
25 anos
depois...
O casal que levou
meia vida construindo
este barco
a mega
festa
da vela
que fim
levou?
O sumiço do
Tunante II, quase
um ano depois
bombas
de porão
O ADEUS DO VELHO
VELEJADOR
O que você precisa
saber para não
ficar na mão
Edição 54
itajaí
E + Colecionador
de barcos,
25 anos depois
A vida simples do argentino
que comoveu os brasileiros
com o seu barquinho
VELA AO
PÔR DO SOL
Os deliciosos
Velejaços Noturnos
em Porto Alegre
Edição 55
iBiraquEra
E + Nova fábrica da
Cimitarra, História do
navegador Victor Otaño
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COlAbORARAm nESTA EDIÇÃO: Haroldo J. Rodrigues (arte),
Aldo macedo (imagens), maitê Ribeiro (revisão)
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Nome desta ilha
famosa pelos búfalos
V
E
r
t
i
C
a
i
s
56
2 Nos guindastes e outros aparelhos de força, cilindro em que se enrola ou desenrola o cabo • 3 Barco usado para puxar outro • 4 Peixe dos rios brasileiros, também chamado saicanga • 5 Grande círculo que passa pelos polos da esfera celeste • 6 Cada uma das cavilhas que servem de apoio ao movimento dos remos
• 7 Viga estrutural transversal de porão que não recebe pavimento, servindo apenas para atracar as cavernas quando o porão é grande • 8 Diz-se de alimento
que teve a água retirada, para fins de conservação e facilidade no transporte • 9 Temporal com chuva e vento intensos, que deixa o mar muito agitado • 11 Num
contrato de seguro, parte com que o segurado tem de arcar, para cobrir as despesas decorrentes de eventuais acidentes • 13 Um dos rios brasileiros mais extenso (1.902 km) • 15 Cabo suspenso de uma margem à outra de um curso de água, sobre o qual os tripulantes das embarcações de travessia exercem tração manual para fazê-las deslocar • 17 Representação gráfica da direção de uma embarcação na carta náutica • 18 Um tipo de cata-vento • 21 Ferragem que, costurada
às tralhas, é usada em punhos de vela para servir de olhal • 23 Um dos cursos d’água que forma o famoso “encontro das águas”, em Manaus (1.700 km) • 24 A
cidade chilena com o principal porto do país • 25 Ameixa de cor amarela que dá em cachos • 28 Catamarã monotipo de regata, com 6,10 m de comprimento.
náutica sul
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3 perguntas
arquivo pessoal
A belA dA mArinA
Uma das raras mulheres a comandar a área náutica de um iate clube,
a jovem — e bela Merielin Viera, do Capri, de São Francisco do Sul, diz que o segredo
para trabalhar direito em um ambiente tipicamente masculino é a firmeza
U
m ano atrás, quando assumiu a gerência operacional do Capri Iate Clube, em São Francisco do Sul,
a catarinense Merielin Viera, de 32 anos, sabia que
teria pela frente um desafio. Não só pela complexidade do
trabalho de zelar de um clube náutico inteiro (o que inclui
guardar, cuidar, tirar e colocar na água os barcos de todos
os associados), mas também pelo ambiente de uma mari-
1
2
na ser tipicamente masculino. Além disso, ela é jovem, solteira e bonita. Mas “Meri”, como é chamada por todos no
clube, logo impôs seu estilo, usando a seriedade nas relações e no trabalho e aplicando, na marina do clube, os preceitos da logística, faculdade que ela cursa e que diz adorar tanto quanto o (duro) trabalho de pôr e tirar barcos na
água, como conta nesta rápida conversa.
É por isso que
Não é difícil para uma
dizem por aí que
moça jovem e bonita
comandar uma marina? você é bem brava?
“Sob o ponto de vista administrativo,
não é mais nem menos complicado do
que comandar qualquer atividade — pelo
menos é assim que eu sempre encarei
qualquer tipo de trabalho, com a mesma
dedicação e seriedade. Mas, por ser um
ambiente tipicamente masculino, tanto no
que diz respeito aos associados quanto
aos funcionários, que aqui somam quase
20 homens, procuro ser atenciosa, mas
bem séria nas conversas. Especialmente
com os marinheiros que vêm de fora e
não estão acostumados a verem uma
mulher no meu cargo. Quando preciso dar
alguma instrução ou chamar a atenção de
um proprietário de barco, faço isso com
educação mas com firmeza, para deixar
claro que não é uma mulher que está
dizendo aquilo e sim a gerente operacional
do iate clube. Daí eles respeitam.”
58
náuticA sul
“Brava, não. Sou firme. Procuro fazer
com que tudo funcione direitinho no clube
e, para que isso aconteça, às vezes, é preciso
não dar brechas a compreensões equivocadas. E os homens, em geral, têm tendência a
interpretar as coisas de maneira errada, quando elas vêm de uma mulher. Já ouvi gracinhas e convites dissimulados para ir a bordo só porque estava fazendo o meu trabalho
de falar com os barcos que chegam, pelo rádio. Advirto todo mundo de fora que chega ao clube sem avisar, porque não se pode
atracar sem antes consultar. Engraçado é
que nem sempre quem comete esse deslize
me conhece pessoalmente e fica imaginando que a gerente do Capri é uma sargentona.
Daí, quando o barco chega e vou lá falar com
eles, a reação, quase sempre, é de surpresa,
porque acho que esperavam encontrar alguém, no mínimo, mais velha...”
3
Quem dá mais trabalho:
os marinheiros ou os
donos de barcos?
“Os bons marinheiros sabem bem o
que têm que fazer e os donos de barcos
só dão trabalho quando descuidam da manutenção do barco e chegam aqui reclamando que o pneu da carreta está murcho
ou que a bateria arriou. Nós sempre avisamos quando algo precisa ser feito no barco, mas nem sempre os proprietários mais
relaxados tomam as medidas necessárias
para o passeio de fim de semana não ir por
água abaixo. Mas, felizmente, são poucos
desse tipo aqui no Capri. E não dão tanto
trabalho. Mas, de qualquer forma, adoro o
que faço. Amo o movimento do entra e sai
de barcos e vibro comigo mesma quando
tudo dá certo. Para me divertir no ambiente náutico, nem preciso navegar. Só o prazer de ver o nosso trabalho na marina recompensado, com os barcos indo para a
água, já me basta. De verdade.”
LICENCIAMENTO AMBIENTAL, ESTUDOS DE IMPACTO AMBIENTAL, ESTUDOS DE MANOBRAS,
MODELAGEM NUMÉRICA AMBIENTAL, LEVANTAMENTOS BATIMÉTRICOS E GEOFÍSICOS,
OCEANOGRAFIA OPERACIONAL, ANÁLISE DE RISCOS
O GRUPO ACQUAPLAN possui soluções de softwares
ideais para gestão ambiental de um ou mais
empreendimentos, permitindo desde o controle das
licenças e autorizações, realização de supervisão
ambiental, gestão de resíduos sólidos, até a criação e
manutenção de acervos de dados e arquivos referentes à
estudos e programas de monitoramentos ambientais.
Escritórios em:
B ALNE ÁRIO C AMBORIÚ, SC | ITAPOÁ , SC | PAR ANAGUÁ , PR | PORTO ALEGRE , RS
WWW.GRUPOACQUAPLAN.COM.BR

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