As belezas e surpresas da única baía de Santa
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As belezas e surpresas da única baía de Santa
BONS NEGÓCIOS 15 barcos seminovos que são verdadeiros achados edição nº 58 | janeiro — fevereiro 2016 | r$ 8,90 Bela BaBitonga As belezas e surpresas da única baía de Santa Catarina iNauGuRaÇÃO MaRiNa itaJaÍ A mais nova marina do país foi inaugurada com um jantar à altura da relevância do empreendimento FOTOS DIVULGAÇÃO E JORGE DE SOUZA Aconteceu... AGrAdecIMeNtO Acima, o discurso de Manoel Carlos, que agradeceu a ajuda que recebeu da cidade. Ao lado, a diretora comercial da marina, Barbara Reiter, com Francesco Caputto, da Azimut MuItA GeNte Ao lado, Mário Petrelli, do Grupo Ric, com a esposa Mônica, e o Secretário de Turismo, Agnaldo Santos, com a esposa Elizabeth. Abaixo, Waldemar Martins e Karin Kowalski, e Patrícia Almeida e Alexandre Fernandes No seu discurso, o projetista e sócio da marina, Manoel Carlos Oliveira, agradeceu especialmente ao prefeito de Itajaí, Jandir Bellini 8 Náutica Sul NOIte de feStA Acima, a família de Manoel Carlos, anfitriã do evento, e, abaixo, ele com os filhos Alexandre e Carlos, que cuidará da marina. No alto, o presidente da Câmara de Vereadores de Itajaí, Luis Pissetti e a esposa Morgana. Acima, David Schurmann e Álvaro Gayoso. Ao lado, Fabrício Bellini e Larissa Vicente A Marina Itajaí começou a operar em dezembro, com 300 vagas para barcos, tanto no seco quanto na água BONS AMIGOS Ao lado, Célio Bernardino com a esposa Luciana; Elizabeth Yomoto e Agnaldo Santos, e o casal Patrícia e Marcos Dias, da Capitania dos Portos. Abaixo, Paulo Bornhausen, com Ernani Paciornik e o prefeito de Itajaí, Jandir Bellini, que foi homenageado na festa O projeto da marina prevê mais flutuantes, um boulevard e até um shopping center Quando estiver com todas as suas fases completas, a Marina Itajaí tem tudo para se tornar a maior do Brasil Náutica Sul 9 Aconteceu... apReSeNtaÇÃO RiO BOat ShOw 2016 O salão será o primeiro teste prático da nova marina do Rio, visando às Olimpíadas M Y MY CY CMY K Os principais estaleiros do país já confirmaram presença no salão carioca Como sempre acontece, no Rio Boat Show, os interessados poderão testar os barcos na água HÁ 25 ANOS INVESTINDO EM QUALIDADE E CRIANDO UM NOVO ESTILO DE NAVEGAR FOTOS OTTO AQUINO GeNte dO MercAdO À esquerda, Marcio Schaefer com Guto e Kadu Cavalcanti, À direita, Thibúrcio Gonçalves, das lanchas FS, e Irajá Pereira, da Mogadicho. Abaixo, a dupla da Cimitarra, Marçal Martins e Tomas Freitag: todos já confirmados no salão do Rio Náutica Sul C CM vISItA ÀS OBrAS Antes de reservarem os seus estandes, os expositores visitaram as obras da nova marina e gostaram do que viram. Ao lado, o presidente da Associação de Fabricantes, Eduardo Colunna, com José Galízio,, da Intech 10 Foto e Projeto Gráfico www.brunocastaing.com.br/nautica Em abril, o mais famoso salão náutico do Brasil será realizado na (nova) Marina da Glória e os principais expositores já reservaram os seus espaços www.lanchascoral.com.br Aconteceu... SchaeFeR YachtS ShOw O maior fabricante de lanchas de luxo do Sul do país apresentou a sua linha completa em um agradável evento em Floripa ANfItrIôeS dO ShOw No Schaefer Yachts Show, os convidados foram recebidos por Marcio Schaefer e Pedro Odílio (à esquerda) e puderam navegar nos barcos da marca O Yachts Show aconteceu na sede social do estaleiro, ao lado da histórica ponte Hercílio Luz feStA e rAlI A nova Schaefer 560, lançada no último São Paulo Boat Show, foi a mais visitada pelos convidados na bonita sede do estaleiro, bem ao lado do maior cartão-postal de Florianópolis, e muitos foram para o mar testá-la FOTOS DIVULGAÇÃO/NORTON JOSé A Schaefer produz lanchas entre 30 e 83 pés de comprimento e é o mais sólido estaleiro brasileiro A nova Schaefer 560, lançada em outubro, foi a principal atração do evento 12 Náutica Sul Aconteceu... caRpe Vita SuNGlaSSeS A famosa rede social de entretenimento Carpe Vita promoveu mais uma de suas baladas à beira d’água, nas margens do Guaíba, em Porto Alegre. E, como sempre, bombou de tanta gente BAlAdA NA BeIrA d’ÁGuA Desta vez, a festa foi no Parque do Gigante, às margens do Guaíba, onde o pôr do sol é sempre deslumbrante. Mas a balada avançou noite adentro Teve gente que chegou de barco. Outros ficaram a bordo, curtindo a festa bem diante dela Redução do arrasto Por quê não > 1 knot extra velejando? O único traje obrigatório eram óculos escuros. Daí o nome da festa: Sunglasses FOTOS DIVULGAÇÃO/RAFAEL TORRES Cerca de 3 000 pessoas participaram da balada, que teve o famoso pôr do sol do Guaíba como pano de fundo 14 Náutica Sul Sistema Overdrive Economia de combustível em longos cruzeiros Eficiência à ré Inversão das pás faz com que o hélice tenha a mesma eficiência avante ou à ré Hélices folding para veleiros de cruzeiro ou regata com duas ou três pás. Calcule o hélice ideal para seu veleiro em nosso site. 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Abaixo, Eros Gradowski, José Jorge Neto, Helmuth Altheim, Francisco Martins, Ivan Martins, Cyro Camargo e Luiz Pereira, além de José Nolar e Aguilar Borsato, na festa que teve até apresentação de flyboarding iNauGuRaÇÃO BRaVa SuShi teDeScO MaRiNa MArINA cheIA Muita gente bonita de Balneário Camboriú esteve na Tedesco para a inauguração da filial do sushi mais falado da região, que ali fica no próprio píer, onde param os barcos da marina O Brava Sushi tem tudo para se tornar o novo ponto de encontro dos donos de barcos na Tedesco Marina 16 Náutica Sul FOTOS DIVULGAÇÀO/LU JP O restaurante mais falado da praia do momento, a Brava, entre Itajaí e Balneário Camboriú, abriu filial na marina mais famosa de Santa Catarina Na praia Brava, o restaurante fica em frente à areia. Na Tedesco, ficará na beira d’água Aconteceu... 74 aNOS DOS JaNGaDeiROS NA ÁGuA e NA feStA No alto, cena da regata comemorativa e o bonito clube, nas águas do Guaíba. Ao lado, parte da diretoria: Günther Staub, o comodoro Manuel Rutkkay, Antonio Machado e Pedro Pesce FOTOS DIVULGAÇÃO O pra lá de tradicional clube náutico do Rio Grande do Sul comemorou mais um aniversário com festa e — claro — regata O Jangadeiros já foi 110 vezes campeão brasileiro de vela GeNte dA cIdAde O vice-prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo e sua mulher, Valéria Leopoldino, também prestigiaram o jantar de gala no clube Jantar, baile e uma animada regata, que teve 80 barcos, marcaram a comemoração da data eXpOSiÇÃO De BaRcOS SeBRae aZiMut ReD caRpet Os estaleiros apoiados pelo Sebrae SC mostraram os seus barcos em Floripa A Azimut exibiu suas lanchas em um bonito evento privado RXP-X 300 Náutica Sul FOTOS NORTON JOSé DIVULGAÇÃO O Sebrae ajuda vários pequenos estaleiros a se desenvolverem 18 Só pArA cONvIdAdOS 60 clientes da marca foram convidados a conhecer os barcos, em Balneário Camboriú DIVULGAÇÃO NA ÁGuA Abaixo, parte das equipes dos estaleiros catarinenses apoiados pelo Sebrae, que colocou alguns barcos na água para as pessoas conhecerem e testarem GTI SE 130 A exibição dos barcos aconteceu na Tedesco Marina. Um deles foi vendido ali mesmo SPARK 2UP por jorge de SouzA bela ba bitonga o outro lado da baía Dentro da Babitonga, ilhas e águas tranquilas. Do lado de fora, lindas praias de mar aberto. A baía compreende as duas coisas divulgação As belezas e muitas surpre sas da única baía de Sa nta Catarina, que poucos conhecem como deveriam 20 Náutica Sul Náutica Sul 21 babitonga A A baía é tão grande que abriga dois portos. Mas nem eles interferem na sua beleza baía da Babitonga da do que deveria. Ou me- receria. Com raras exceções, só mesmo os donos de barcos da otto aquino é bem menos conheci- região de Joinville, ou um ou outro de Curitiba, costumam aproveitar as ilhas (são 24, tanto dentro quanto fora) e prainhas (estas, incontáveis, pois rodeiam toda a área) desta tran- é da região. Tanto que esta profunda baía (nos dois sentidos, já que penetra 20 quilômetros tanto terra adentro, com braços sinuosos que se ramificam em tranquilos remansos, quanto superfície abaixo, razão pela qual abriga dois grandes portos) também costuma ser chamada Brasil afora como “baía de São Francisco”, numa referência à mais famosa das quatro cidades banhadas por ela, a histórica São Francisco do Sul, “São Chico” para os íntimos. E são apenas os frequent adores habituais da Babitonga que costumam aproveit ar todas as suas delícias, como rústicos restaurantes de frutos do mar na beira d’água, prainhas de águas quentinhas e um cordão de ilhas permanentemente abrigadas, dentro da baía. Sem falar nos rios repletos de robalos que nela desaguam, nos manguezais preservados das margens e no extraordinário visual das montanhas da Serra do Mar ao fundo. A Babitonga é de babar. 22 Náutica Sul raul delavy quilíssima baía, que, em área navegável é quatro vezes maior do que a de Guanabara. Até o seu nome, “Babitonga” (“Morcego”, na língua dos índios carijós que a habitavam quando os colonizadores — ali franceses — chegaram) soa curioso para quem não entre praias e portos O Porto de Itapoá fica logo na entrada da baía e tão perto da praia que impressiona. Mas nenhum resíduo vai para a água e nem os navios maculam a beleza da paisagem Náutica Sul 23 babitonga A baía tem 24 ilhas. Algumas delas, com deliciosas prainhas A ge d jor e So uza o ott in aqu o água da baía da Babitonga não é lá essas coisas, é verdade. É escura, por conta dos sedimentos trazidos pelos rios que nela desaguam — razão pela qual tem tantos peixes. “Mas é limpa”, garante o oceanógrafo Emilio Dolichney, da empresa Acquaplan, que produz relatórios ambientais para as empresas da região. E a água da baía (salgada na entrada, meia doce ao fundo) ganha contornos de paraíso quando é aquecida pelo sol nos remansos e piscininhas naturais que se formam nas praias, na maré baixa, na região da península do Capri, logo na entrada da baía. Quando isso acontece, a irresistível combinação de água tranquila e quentinha atrai muitos donos de barcos para as margens, onde eles passam o dia inteiro felizes da vida por não fazerem absolutamente nada. Quando muito, um churrasquinho a bordo ou um banho de sol nas areias branquinhas das prainhas do Capri. Ficar navegando pra lá e pra cá poucos fazem, porque não há necessidade disso. Há tantos atrativos na Babitonga (e, também, diante dela, nas ilhas que fazem parte do arquipélago das Graças, como a do velho farol da Ilha da Paz, símbolo informal de toda a baía), que não é preciso ficar pulando de um canto para outro, a fim de preencher o dia. “Aqui, qualquer cantinho agrada em cheio e vira um passeio completo”, garante o argentino Raul Delavy, há muito radicado em Itapoá, cidadezinha na entrada da baía, mas no lado oposto ao Capri, onde ele mantém uma marina. Raul é vizinho do mais recente grande projeto da baía, o moderno porto para navios de Itapoá, eleito recentemente o melhor do país pelos seus clientes, o que não é pouco. “A Babitonga é uma baía perfeita também para os navios, porque é calma, abrigada e profunda”, resume Alberto Machado, supervisor de marketing do porto, que é 100% privado e que praticamente não polui nada, porque só trabalha com contêineres. Mesmo o outro porto da baía, o de São Francisco do Sul, um dos mais antigos e relevantes do país, pouco afeta a Babitonga, exceto pela visão de um ou outro navio na paisagem. E que paisagem... Por ficar praticamente colada à Serra do Mar, a Babitonga sempre oferece o visual das montanhas ao fundo, e isso, em conjunto com a água paradinha dentro da baía, cria aquele tipo de cenário que ninguém cansa de apreciar. No pôr do sol fica ainda mais espetacular. Por isso, quem frequenta estas águas não sente a menor necessidade de sair para navegar em outro lugar. Basta a Babitonga. 24 Náutica Sul raul delavy mar de tranquilidade A parte de dentro da baía abriga um punhado de ilhas, como a das Flores (acima), dona da praia mais concorrida. Já, na península do Capri, em São Francisco do Sul (ao lado), barcos e casas convivem lado a lado Náutica Sul 25 babitonga Uma cidade movida pela história 26 Náutica Sul o mUseU do mar pede ágUa a cara de A maior atração de São Chico sofre com a ação do tempo são chico O bonito casario do centro histórico e a igreja que domina maior atração de São Francisco do Sul depois da sua própria hispaisagem da cidade que se tória, expressa, em parte, no belo conjunto arquitetônico do seu orgulha de ser centrinho – que fica bem diante das águas da Babitonga —, é a terceira mais um museu dedicado aos barcos tipicamente brasileiros: o Museu Nacioantiga do Brasil e que, de acordo nal do Mar, considerado o maior do gênero no país, com cerca de 100 emcom a tradição, barcações autênticas e outro tanto desse de maquetes. Não há quem vá a começou a nascer quando São Chico que não o visite. Por isso mesmo, o museu merecia estar em meo francês Binot lhor estado — tanto que, anos atrás, Amyr Klink decidiu tirar de lá o famoso de Gonneville (acima) chegou barco a remo com o qual atravessou o Atlântico (principal atração do museu, a Babitonga, que será substituída, em breve, por uma réplica), por temer a precariedade das em 1504. São Chico continua instalações, já que o museu funciona dentro de antigos galpões do velho porto linda, mas o seu da cidade. Trata-se de um museu dentro do outro, o que torna a sua manutenção principal museu (acima) bem que algo complicado, ainda mais em um ambiente naturalmente úmido, como as marmerecia estar gens de uma baía. Além disso, o seu sistema de administração é confuso, com nada em melhor menos que sete entidades envolvidas nas decisões (além do próprio Amyr Klink, que estado A fotoS jorge de Souza A estrela maior da baía da Babitonga, que banha parte da maior cidade de Santa Catarina, Joinville, é outra cidade: a graciosa São Francisco do Sul, ou apenas São Chico, como é carinhosamente chamada pelos seus admiradores. Que são muitos. Diariamente, especialmente agora, época dos cruzeiros marítimos, levas de turistas desembarcam no trapiche da cidade para apreciar a beleza do casario do seu centro histórico e, de quebra, conhecer um pouco da história daquela que é considerada “a terceira cidade mais antiga do país”, embora pairem dúvidas sobre isso. De acordo com a tradição, São Francisco do Sul teria começado a nascer apenas quatro anos depois do descobrimento oficial do Brasil, quando uma nau francesa, comandada pelo navegador Binot Paulmier de Gonneville, chegou à atual baía da Babitonga, depois de ter acidentalmente cruzado o Atlântico quando buscava o caminho para as Índias Orientais. Gonneville teria ficado cerca de seis meses na região e travado contato tão intenso com os índios carijós, que, na sua volta à França, teria levado um deles a bordo: um jovem índio chamado Iça-mirim (ou “Essomericq”, como o seu nome fora interpretado pelos franceses), que, mais tarde, viria a se tornar um nobre na corte francesa, ao casar com a filha do próprio Gonneville e tornar-se, de quebra, o primeiro legítimo brasileiro a ser alfabetizado. Mas nem todos concordam com isso, porque não há provas concretas de que a expedição de Gonneville tenha sequer acontecido. Para alguns historiadores, o verdadeiro “fundador” da cidade teria sido o espanhol Juan Dias de Solís, que ali teria chegado em 1515, portanto não muito depois de Gonneville, o que torna São Chico historicamente interessante do mesmo jeito. E tão atraente quanto. São Chico é a maior atração da baía divulgação São Francisco do Sul tem um casario gracioso e muito o que contar para os mais curiosos gosta tanto de São Chico que comprou uma casa ao lado dos galpões para erguer o seu própro museu, no futuro), o que costuma emperrar os processos de melhorias. Mas há sinais de dias melhores pela frente, porque a própria cidade está para ganhar novas benfeitorias náuticas, como uma marina. Náutica Sul 27 pro jeto ton in ha S babitonga o boto qUe não é boto A Babitonga abriga um das mais cativas populações de toninhas do país O visual da Serra do Mar está sempre ao fundo 28 Náutica Sul aqu in o uma baía só sua A Babitonga não é tão famosa quanto outras baías da costa brasileira, mas, para os donos de barcos, isso é melhor ainda. Porque suas águas estão sempre vazias ott o O o ano era 1940 e o mundo já vivia os horrores da Segunda Guerra Mundial quando, debaixo de muita pompa, o então presidente Getúlio Vargas esteve na Babitonga para inaugurar uma obra improvável: uma base de abastecimento para navios e submarinos na até então esquecida Ilha da Rita, uma das 24 porções de terra cercadas de água por todos os lados da única baía catarinense. O objetivo era eminentemente bélico: abastecer com água e combustível os navios brasileiros que estavam prestes a entrar no conflito e as naves aliadas que precisassem de ajuda. Para tanto, a outrora esquecida Ilha da Rita ganhou tanques de óleo diesel, depósitos de carvão e um aqueduto que a ligava ao continente, ali a não mais que 200 metros de distância. Em seguida, as naves começaram a chegar, criando um até então inédito vaivém de grandes embarcações na baía. A base foi decisiva para as ações militares ao sul do continente, mas caiu em desuso com o fim dos conflitos e logo foi abandonada pela Marinha, que a transferiu para a administração do porto de São Francisco do Sul, que, por sua vez, a repassou à Universidade de Joinville, atual responsável pela ilha e pela manutenção da sua história. Que, no entanto, vai bem além da sua atuação como área de apoio na Segunda Grande Guerra. Estudos mostraram que, 3 000 anos atrás, a Ilha da Rita já era visitada pelos índios da região como ponto de pesca e depósito de conchas, os sambaquis, que existem aos montes por ali. Mas, como a ilha não tem praia nem nenhum atrativo turístico, a não ser a mata preservada em boa parte da sua área, quase nunca é visitada pelos barcos. Ou seja, para os navegadores de fim de semana da baía, não basta apenas a rica história da Ilha da Rita. uza e So A Ilha da rita não tem praias nem nenhum atrativo turístico. A não ser uma interessante história B otos, como os caiçaras genericamente chamam os golfinhos, são tão comuns nas águas da Babitonga quanto a paisagem da Serra do Mar ao fundo. É raro, raríssimo mesmo, um passeio que não tope com vários deles no caminho. Só que nem sempre nem sempre são realmente botos… O ser que você vê na foto acima é uma toninha, um cetáceo também da família dos golfinhos, mas não exatamente um boto. A começar pelo fato de ser menor (não chega a metro e meio de comprimento) e de comportamento bem mais discreto, não se expondo muito na superfície (só uma pequena parte do dorso sai fora d’água, ao contrário dos botos, que chegam a dar saltos) e evitando a aproximação com os barcos. Mesmo assim, as toninhas, uma das espécies mais ameaçadas entre os golfinhos, podem ser vistas na Babitonga com alguma frequência, porque a baía é um dos raros pontos da costa brasileira que abriga um grupo residente destes curiosos cetáceos de bicos bem longos e finos. Elas costumam frequentar o canal das Laranjeiras, entre as ilhas do miolo da baía, e as proximidades da Ilha da Rita, onde a quantidade de pequenos peixes, seu alimento predileto, é mais farta. “A Babitonga serve de moradia para cerca de 50 ou 60 toninhas, que são constantemente monitoradas pelos técnicos do nosso projeto, porque é raro encontrar grupos que ficam sempre no mesmo lugar”, diz a bióloga Marta Cremer, coordenadora do Projeto Toninhas, cuja sede nacional fica em São Francisco do Sul. “E nossas pesquisas mostram que a população da baía está estável e não diminuindo, como acontece em vários outros pontos da costa brasileira”, comemora. Portanto, também para quem quiser ver de perto uma toninha, a Babitonga é uma boa. Mas convém não acreditar muito quando alguém apontar para a água e gritar: — Olha lá o boto! Pode ser que o bicho seja outro. jor ge d a mais cUriosa das ilhas Náutica Sul 29 babitonga Do lado de fora da baía, o arquipélago das Graças oferece ainda mais ilhas otto aquino fotoS divulgação na onda das festas náuticas De tempos para cá, a loja Sanáutica, de Joinville, passou a organizar passeios coletivos de barco, que sempre terminam em uma das ilhas do lado de fora da baía, onde acontece um almoço. Cada vez mais gente quer ir junto 30 Náutica Sul Náutica SudeSte 31 babitonga nas ágUas do príncipe riSm tu Sec 32 Náutica Sul ão lá vem o príncipe Há 27 anos, o barco Príncipe, faz passeios pela baía, entre Joinville e São Francisco do Sul. Nenhum outro passeio regular de barco existe há tanto tempo no país ç lga ntre outros atributos, a baía da Babitonga possui o mais famoso — e antigo — passeio náutico do Bratado e o segundo uma escuna, ambos também sil: o do barco Príncipe, que batizados em homenagem ao francês François há 27 anos leva turistas para dar uma granFerdinand Phillippe, o Príncipe de Joinville, de volta pelas ilhas da baía, num percurso como quase tudo é chamado na maior cidade de de ida e volta entre Joinville e São FrancisSanta Catarina), Celso calcula que já tenha feito co do Sul. Em nenhuma outra parte do país, mais de mil viagens pela baía, sempre seguindo um passeio turístico regular de barco existe há o mesmo roteiro. E garante que não enjoa de ver tanto tempo. E com tamanho movimento. sempre a mesma paisagem, porque “ninguém Faça chuva ou faça sol, todos os sábados e cansa de ver coisa bonita”, diz. domingos (e também nos dias de semana, quanA bordo do atual Príncipe, que foi construído há, no mínimo, 80 passageiros), o Príncipe, um do em Itajaí, no final dos anos 90, a partir de um pequeno iate feito de aço, com capacidade para projeto do próprio Celso, há três bares, um res350 passageiros, parte de Joinville levando uma petaurante, música ao vivo, show de humor e, soquena multidão de turistas para passear entre as ilhas bretudo, muita área envidraçada, para ninguém da parte de dentro da baía, com direito a almoço e perder nada do passeio, que vai sendo narrado muita animação a bordo. “Quando eu criei este paspor um guia ao microfone. É uma festa. Tanto seio, em 1988, todo mundo dizia que não ia dar certo, na diversão quanto na paisagem, apesar do preço porque Joinville é uma cidade industrial e não turística. meio salgado do passeio: quase R$ 150 por pesHoje, 80% dos meus passageiros vêm para Joinville só para soa, com direito, no entanto, a almoço. passear de barco e acabam, também, visitando, a cidade. Mas, ao final do passeio, que vai das 11h às De certa forma, o Príncipe inventou o turismo em Joinville”, 15h, com direito a quase duas horas de parada no orgulha-se Celso Brittes, dono e até hoje único comandancentrinho de São Francisco do Sul, ninguém rete do Príncipe, que faz uma média de 15 saídas por mês, quase clama. A combinação da paisagem natural da todas com sua capacidade máxima — o que permite dizer que Babitonga com o casario histórico de São Chico mais de meio milhão de pessoas já fizeram este passeio. num mesmo passeio de barco é que nem anúnSomados os três barcos que já atuaram nos passeios nas cio de cartão de crédito: não tem preço. águas da Babitonga (o primeiro Príncipe foi um pesqueiro adap- divu E o A Babitonga tem o passeio de barco mais antigo e famoso do país . O comandante do Príncipe calcula já ter feito mais de 1 000 passeios pela baía.. E garante que não cansa. Náutica Sul 33 N o início do século 19, o socialista francês François Charles Fourier, um dos pais do cooperativismo e crítico ferrenho do capitalismo, propôs a criação de comunidades autossustentáveis (termo que não existia naquela época), que servissem de embriões para uma nova forma de vida em sociedade, baseada na criação de unidades de produção, as “falanges”, ou “falanstérios”, como a experiência foi batizada — algo, até então, inédito e bem ousado. Outros franceses aderiram à novidade e um deles foi o médico homeopata Benoit Mure, que decidiu vir para o Brasil aplicar os preceitos de Fourier. E adivinhe onde ele resolveu implantar uma comunidade experimental? Sim, na região na baía da Babitonga, mais precisamente no encontro dos rios São Francisco e Saí, este último usado para batizar o próprio falanstério. Em 1840, Benoit partiu da França com 100 famílias a bordo de um navio para implantar o Falanstério do Saí, depois de ter tido permissão do Imperador do Brasil para criar aquela comunidade franco-brasileira, que pretendia se tornar um exemplo de vida equilibrada, em contraponto às metrópoles europeias já superlotadas. Ali, entre outras coisas, Benoit implantou um centro homeopático, destinado a ensinar os princípios daquele tipo de medicina naturalista aos médicos brasileiros. Mas a experiência não deu certo e ele logo trocou a região pelo Rio de Janeiro, onde viria a se tornar um dos principais responsáveis pela popularização da homeopatia no Brasil. Mas parte dos franceses que vieram com Benoit ficaram na região da Babitonga e deram origem a clãs como os Ledoux, Reinert e Duvoisin, que vivem por lá até hoje. Boa parte deles na bucólica comunidade da Vila da Glória, que embora pertença à ilha de São Francisco do Sul, fica no continente, a apenas uma curta travessia de balsa de Joinville, na face norte da baía — e que ainda mantém algumas construções e ruínas daquela época. Sem falar em intrigantes sobrenomes franceses 34 Náutica Sul entre o mar e a lagoa Ibiraquera fica entre a Praia do Rosa e Imbituba sua lagoa ocupa uma grande área, ligada ao mar, em certas épocas do ano, por um canal que se forma Lá, as ondas perfeitas e o vento épocas do ano, por um canal que se forma Lá, as on Com uma prainha deliciosa, um velho farol e muitas histórias, esta ilhota é visita obrigatória T mo No século 19, a Babitonga foi usada para uma experiência sociológica que não deu certo, mas deixou herança até hoje entre o mar e a lagoa Ibiraquera fica entre a Praia do Rosa e Imbituba sua lagoa ocupa uma grande área, ligada ao mar, em certas épocas do ano, por um canal que se forma Lá, as ondas perfeitas e o vento épocas do ano, por um canal que se forma Lá, as on ah, a ilha da paz! uriS os franceses da baía símbolo da babitonga O farol da Ilha da Paz, hoje e quando foi instalado, 110 anos atrás (no detalhe): nada mudou no símbolo maior da Babitonga Sec.t babitonga al qual a histórica São Chico, este velho farol, que este ano completa 110 anos, é quase sinônimo da Babitonga — não há como falar de um sem lembrar do outro. O farol da Ilha da Paz fica, como o seu próprio nome indica, numa ilha (a Ilha da Paz, é claro) bem na entrada da baía e é uma espécie de xodó de todos que frequentam aquelas águas. É, também, a principal atração do arquipélago das Graças, um pequeno conglomerado de ilhotas na parte de fora da baía, e, como todo bom farol, guarda boas histórias. Uma delas prega que ali teria vivido, recluso, um ex-renegado conhecido como Penixe, que, de fato, deixou entalhado numa pedra da ilha o enigmático registro “1833 — Penixe habitação da paz”, que, inclusive, serviu para batizar a própria ilha. Outra conta que a ilha já havia sido ocupada bem antes disso, por não se sabe exatamente quem, já que abriga alguns vestígios de arte rudimentar rupestre. Depois, teria abrigado caçadores de baleia, que nela montaram um posto avançado de localização dos cetáceos, bem antes de ter sido ocupada pela Marinha, que ali fincou o farol, em 1906, e colocou faroleiros para tomar conta dele. Como Leovegildo Ozório, que viveu por longos 20 anos isolado na pequena ilha, com sua família, e ali viu nascer suas duas filhas – não por acaso batizadas de Maria da Paz (em homenagem à ilha) e Maria da Graça (ao arquipélago), que, mais tarde, virariam professoras em São Francisco do Sul — oficialmente as duas únicas e legítimas “nativas” da ilha. Por fim, bem mais recentemente, o farol da Ilha da Paz testemunhou o naufrágio, nunca bem explicado (o navio teria perdido o controle do leme, segundo a versão oficial, ou atropelado a ilha porque todos a bordo estavam bêbados e drogados, de acordo com a tese local), do cargueiro Nedlloyd Recife, que, seja por um motivo ou outro, conseguiu a proeza de bater nas pedras da ilha iluminadas pelo próprio farol — e, na sequência, também provocou o naufrágio de um dos rebocadores que vieram tentar salvá-lo, após colidir com uma das pedras submersas no entorno da ilha. Mas não são apenas as histórias que fascinam os visitantes de fim de semana da Ilha da Paz. Tem, também, o “Portinho”, como é chamada a prainha da ilha, uma graciosa porção de areia entre pedras roliças, que mais parece ter saído de algum livro de histórias juvenis. Como as do próprio farol que domina a ilha. Além do farol, a Ilha da Paz tem o “Portinho”, uma idílica prainha Náutica Sul 35 fotoS divulgação babitonga itapoà qUer navegar? começe por aqUi vila da gloria São francisco do Sul babitonga joinville A Babitonga tem algumas estruturas náuticas que podem ajudar quem quiser conhecer a baía com um barco particular S e você não conhece a Babitonga e passeios organizados, como os do barco Príncipe, não lhe agradam, a melhor alternativa é (tentar) alugar um barco ou contratar um passeio particular em uma das estruturas náuticas das cidades ao redor da baía. A Babitonga abriga dois iates clubes, o Capri, em São boas opÇÕes O Centro Náutico Francisco do Sul (tel. 47/3444-7247), e o Joinville, dentro Porto do Sol da própria cidade (tel. 47/3434-1744), além de meia dúzia (no alto) é a de marinas, das quais a maior e mais bem estruturada é o marina mais bem estruturada da Centro Náutico Porto do Sol (tel. 47/3427-2143), do mesmo região e inclui dono da maior cervejaria da região, a Opa Bier, Werner um agradável restaurante, que Wegg. A Porto do Sol tem, também, um atrativo extra: um homenageia simpático restaurante temático, o Chris Smith, inspirado no o criador das lanchas Chris criador das lendárias lanchas Chris Craft e aberto ao público, Craft. Já a Marina que serve versões modernas da tradicional cozinha caiçara. Os do Pontal, em Itapoá (acima), restaurantes dos dois iates clubes também são indicados para tem um bar onde comer bons peixes e frutos do mar, bem como as mesas rústicas os clientes podem da Vila da Glória, onde se chega de barco ou de carro, neste caso chegar até de barco. Pela terra... depois de atravessar uma balsa que vem de Joinville. Outra marina que oferece um gostoso local para relaxar à beira d’água é a Pontal (tel. 47/3443-7244), na praia de Itapoá, na entrada da baía, que acaba de inaugurar um interessante bar, na beira da areia, mas com um engenhoso trapiche, que permite aos usuários da marina desembarcar dos barcos sem sequer sujar nem molhar o pé. E o pôr do sol de lá é sensacional. 36 Náutica Sul Santa Catarina onde fica? A Baía da Babitonga fica no extremo norte do litoral de Santa Catarina, quase na divisa com o Paraná, e banha tanto Joinville quanto São Francisco do Sul. Para quem vem pelo mar (as baías de Guaratuba e Paranaguá não ficam tão distantes de lá), a entrada da baía fica nas coordenadas 26º 09.762’S / 048º 30.858’W. O futuro da Pesca Esportiva está aqui todas as novidades em equipamentos, acessórios, serviços, turismo, varejo, atacado, barcos, motores, lojas e muito mais. Uma feira completa, com atrações para toda a família. 10 a 13 de março Expo Center Norte - São Paulo + 12 mil m² de área de exposição + 40 mil visitantes www.Feispesca2016.com.br RESERVE SUA ÁREA PISTA DE ARREMESSO Tel: (11) 2186-1068 [email protected] PESQUE E SOLTE Realização: VITRINE DA PESCA Apoio: MUITO + ATRAÇÕES... Organização e Promoção: bons negócios sEminovos qUE são Bon$ nEgócio$ B a rco s u s a d o s à ve n d a h á mu it o s p o r a í . M a s p o u cos tão bons quanto estes aqui O verão está aí e a única maneira de você comprar um barco e já sair navegando, sem ter que esperar a fábrica entregálo, é se ele for usado. Ou melhor, seminovo — barco praticamente novo mas já com preço de usado, o que costuma ser melhor ainda. Para facilitar a busca, selecionamos e mostramos nas páginas seguintes 15 lanchas que estão à venda na região Sul por brookers especializados e que, seja pelo seu preço, estado, tempo de uso ou equipamentos instalados, são realmente bons negócios. Esta aqui é o mesmo caso Usado com garantia de fábrica Resumo do bom negócio Quando recebe um barco usado da sua marca como parte do pagamento de outro novo, a própria Schaefer Yachts, que produz as lanchas Phantom, promove uma revisão completa, antes de colocá-lo à venda, através de seus representantes. Isso resulta em lanchas com revisões garantidas pela própria fábrica, o que é um ótimo negócio para quem as compra. É o caso desta Phantom 480 Fly, que, embora seja de 2007, vem com garantia do fabricante até para motor e gerador. Usado? Sim. Mas com a mesma tranquilidade de um barco novo. Ano 2007 motor Dois centro Volvo de 575 hp cada, diesel Quanto custa? R$ 1 600 000 Quanto vale? Uma 500 nova (modelo que sucedeu a 480) custa cerca de R$ 2 300 000 mais como paga? Financiamento bancário e/ou aceita outro barco como parte de pagamento Por que é bom negócio? “Porque foi inteiramente revisada pela própria fábrica”, diz o vendedor, o brooker Alfredo Neto, de Florianópolis (tel. 048/3232-0345), que também representa o próprio estaleiro. Esta Phantom 500 HT, é o mesmo caso da 480 Fly aqui ao lado: pertence à própria fábrica e foi inteiramente revisada, antes de ser colocada à venda. Só que ela está ainda mais bem equipada e tem madeira teca até no piso da sala. Também, por ser do tipo teto rígido, é um pouco mais barata do que a versão Fly, mesmo sendo do mesmo ano e com o mesmo tempo de uso dos motores (cerca de 1 000 horas). Mas, tal qual a outra oferta do estaleiro, está disponível para avaliação dos interessados na sede à beira-mar da própria fábrica, em Floripa. Resumo do bom negócio Ano 2007 motor Dois centro Volvo de 575 hp cada, diesel Quanto custa? R$ 1 500 000 Quanto vale? Uma nova, com a mesma motorização, custa cerca de R$ 3 800 000 fotos divulgação como paga? Financiamento bancário e/ou aceita outro barco como parte de pagamento Por que é bom negócio? “Porque foi revisada pela fábrica e, se bem cuidada, não deprecia mais no preço”, diz o vendedor, o brooker Alfredo Neto, de Florianópolis (tel. 048/3232-0345), que também representa o próprio estaleiro. 40 Náutica Sul Náutica Sul 41 fotos divulgação bons negócios Ano 2008 motor Dois centro Volvo IPS 600, diesel Quanto custa? R$ 1 750 000 Quanto vale? O preço de mercado deste barco é R$ 1 850 000 como paga? Financiamento bancário e/ou aceita outro barco como parte de pagamento Por que é bom negócio? “Porque só teve um dono e sempre ficou guardada no seco”, diz o vendedor, Luiz Gomes Júnior, da SP Marine, de Balneário Camboriú (tel. 047/3361-6139). Resumo do bom negócio Boa lancha com bom desconto A Intermarine é uma marca consagrada e suas lanchas são sempre bem valorizadas, por conta da qualidade. Esta intermarine 440 Full é um bom exemplo disso. Mesmo sendo de 2008 e com motores (com sistema IPS de propulsão) com 380 horas de uso, está em perfeito estado, foi recentemente revisada, tem todos os equipamentos, e, mesmo assim, está sendo vendida por R$ 100 000 a menos do que vale no mercado. quem vende é quem a construiu Resumo do bom negócio Ano 2005 motor Dois centro Volvo de 300 hp cada, diesel Quanto custa? R$ 450 000 Quanto vale? Uma nova, com estes motores, custa cerca de R$ 1 milhão como paga? Eventual financiamento bancário ou à vista, com possível desconto Por que é bom negócio? “Porque os motores foram totalmente revisados e ganharam seis meses de garantia do fabricante”, diz o vendedor, a própria Schaefer Yachts, que produz este barco (tel. 048/2106-0001). Náutica Sul 2015 motor Um popa Mercury 150 hp 4T Quanto custa? R$ 125 000 Quanto vale? Uma zero é vendida por R$ 20 000 a mais como paga? 40% entrada + 6 parcelas iguais Por que é bom negócio? “Porque está completinha e ainda na garantia de fábrica”, diz o vendedor, a loja Náutica WS, de Balneário Camboriú (tel. 047/3361-9393). nova com preço de seminova Esta Focker 215 tem menos de dez meses de uso e só foi usada por pouco mais de 20 horas (seu antigo dono logo descobriu que ter barco era bom, mas seria melhor ainda se ele fosse um pouco maior — então, a colocou como parte de pagamento de outra lancha). Ela está tão nova que nem o plástico que reveste os estofamentos da cabine foi retirado. Também está completa, com todos os equipamentos e acessórios desejáveis, incluindo som e churrasqueira. Além disso, a Focker 215 é uma das lanchas com maior liquidez do mercado. Ou seja, se você não gostar, é fácil vender ou colocar como parte de pagamento em outro barco. Como fez o seu ex-dono. nunca foi para a água! É raro o estaleiro que, para vender um barco novo, não aceite outro usado como parte de pagamento. A schaefer Yachts não é exceção a esta quase regra e a vantagem, neste caso, também vai para quem comprar o usado, porque, antes de ser vendido, ele será inteiramente revisado por quem fabricou o próprio barco. É o caso desta Phantom 345, que, embora seja de 2005, está em perfeito estado (e muito bem equipada), já que sairá da própria fábrica. 42 Ano divulgação Resumo do bom negócio Esta bayliner 310 bR , produzida no Brasil mas com projeto americano, é uma raridade — porque, mesmo tendo sido fabricada em 2013, nunca foi usada. Seu casco jamais tocou as águas do Guaíba, já que, em momento algum, ela saiu de dentro da loja Nautiway, em Porto Alegre, onde se encontra até hoje. Mas há uma explicação para isso. A lancha foi comprada pelo pai do dono da loja dois anos atrás, mas ele preferiu mantê-la ali guardada (porque sabia que ela seria constantemente revisada), até que surgisse uma oportunidade de usá-la. Só que problemas de saúde sempre o impediram de fazer isso. Agora, veio a decisão de vendê-la. Sim, a lancha é de 2013. Mas tão zero quanto uma 2016. Só o preço é diferente. Resumo do bom negócio Ano 2013 motor Um centro Mercruiser 380 hp Quanto custa? R$ 390 000 Quanto vale? Uma nova custa quase R$ 100 000 a mais como paga? À vista ou financiamento bancário Por que é bom negócio? “Porque ainda tem cheiro de lancha nova, mas com preço de usada”, diz o vendedor, a loja Nautiway, de Porto Alegre (tel. 051/3406-4040). bons negócios Resumo do bom negócio Ano 2015 motor Um popa Mercury 90 hp 4T Quanto custa? R$ 82 000 Quanto vale? Uma zero igualzinha custa R$ 105 000 como paga? 40% entrada (R$ 32 800) + 6 X R$ 8 200 Por que é bom negócio? “Porque é uma lancha novíssima, mas já com preço de usada”, diz o vendedor, a loja Náutica WS, de Balneário Camboriú (tel. 047/3361-9393). 19 pés com apenas 19 horas Esta Focker i9, de 19 pés, soma apenas 19 horas de uso e nunca navegou no mar — só na água doce, porque seu antigo dono preferia navegar em represas do interior de Santa Catarina. Mas ele usou tão pouco o barco que a carreta de encalhe, por exemplo, jamais foi para a água — ela está tão zero quanto no dia em que saiu da fábrica. Além disso, a lanchinha está bem completa, com todos os equipamentos e acessórios necessários para já sair navegando. E ainda tem cor alegre e agradável. Esta bayliner 250 bR de 2014, um projeto americano, mas já produzida na fábrica brasileira da marca, em Santa Catarina, nunca chegou a ser propriamente vendida, porque sempre serviu apenas para demonstração do modelo e testes de interessados na representante da marca que a está vendendo, em Joinville. Por isso mesmo, sempre foi muito bem cuidada e com manutenção atenta — duas boas coisas para quem se interessar em comprá-la. Mesmo assim, seu motor soma apenas 70 horas de uso, o que é outro ponto positivo deste barco. Resumo do bom negócio Ano 2014 motor Um centro de 300 hp, gasolina Quanto custa? R$ 145 000 Quanto vale? Uma nova custa quase R$ 50 000 a mais como paga? Financiamento bancário e/ou aceita outro barco como parte de pagamento Por que é bom negócio? “Porque, embora pouco usada, ainda está dentro das garantias de fábrica”, diz o vendedor, Paulo Sakai, da Sanáutica, de Joinville (tel. 047/3433-2800). Dois motores e um bom preço 305 com preço de 280 Resumo do bom negócio Ano 2014 motor Um centro de 320 hp, gasolina Quanto custa? R$ 295 000 Quanto vale? O modelo atual custa cerca de R$ 85 a mais como paga? À vista ou financiamento bancário Por que é bom negócio? “Porque ainda está zero e nunca foi para a água”, diz o vendedor, a loja Nautiway, de Porto Alegre (tel. 051/3406-4040). A Triton 295 é uma lancha bastante procurada no mercado, especialmente pela boa relação custo-benefício. Esta aqui ainda mais, porque, além de estar muito bem equipada (flaps, TV a bordo, convés de madeira teca e tudo o mais, menos gerador e arrefrigerado), tem dois motores, em vez de apenas um, o que não é tão comum assim em lanchas desse porte. E eles estão com pouco mais de 150 horas de uso, já que a lancha só teve um dono. Mesmo assim, ela custa menos de R$ 80 000 em relação a uma nova. Resumo do bom negócio Ano 2013 motor Dois centro Mercruiser de 135 hp cada, gasolina Quanto custa? R$ 249 000 Quanto vale? Uma nova com estes motores R$ 330 000 como paga? Financiamento bancário e/ou aceita barco menor como parte de pagamento Por que é bom negócio? “Porque, mesmo com dois motores, é uma lancha extremamente econômica e gasta só 30 litros/ hora de gasolina”, diz o vendedor, Fernando Assinato, da Boat SP, que tem lojas em Curitiba (tel. 041/3532-0754) e Balneário Camboriú (tel. 47/3264-8315). fotos divulgação A linha Focker GT, de barcos mais completos, faz sucesso desde que foi lançada, anos atrás. O modelo Focker 280 gT acaba de dar lugar ao 305, mas é basicamente o mesmo barco. Esta aqui se parece ainda mais com o novo modelo, porque já tem a plataforma de popa estendida, que gerou a 305. O motor, de 320 hp, também é o mesmo. A rigor, só o que muda é o preço, porque esta 280 está sendo vendida por quase R$ 90 a menos. E embora seja um casco de 2014, nunca foi usada. Dono mesmo ela nunca teve 44 Náutica Sul bons negócios Resumo do bom negócio Ano 2011 motor Dois centro Mercruiser de 150 hp cada, diesel Quanto custa? R$ 350 000 Quanto vale? Uma nova, com estes motores, custa cerca de R$ 70 000 a mais como paga? Eventual financiamento bancário ou à vista, com possível desconto Por que é bom negócio? “Porque os motores tiveram que ser trocados e são zero”, diz o vendedor, a própria Schaefer Yachts, que produz este barco (tel. 048/2106-0001). Usada, mas com motores novos fotos divulgação A Phantom 300 (que sucedeu ao modelo 290) é uma das lanchas de maior sucesso da história náutica brasileira. Por isso mesmo, seu valor de mercado é alto — mas com garantia de boa revenda, mais tarde. Esta aqui não custa exatamente pouco, mas por um ótimo motivo: seus dois motores são novos e nunca foram usados, porque foram trocados pela fábrica ao fazer a revisão pré-venda. E quem a vende é a própria Schaefer Yachts, que a recebeu como parte de pagamento em outro barco. Uma sea Ray da própria fábrica As lanchas americanas da Sea Ray são muito bem conceituadas no mercado, especialmente os modelos importados, como é o caso desta sea Ray 375 , que ainda pertence à própria fábrica brasileira da marca. Por isso mesmo, ela soma apenas 100 horas de mar e só foi usada para demonstrações a clientes e eventos de divulgação do modelo, na região de Joinville, onde se encontra à venda. Resumo do bom negócio Ano 2013 motor Dois centro Volvo de 320 hp cada, diesel Quanto custa? R$ 690 000 Quanto vale? Uma nova custa pouco mais de R$ 1 milhão como paga? Financiamento bancário e/ou aceita outro barco como parte de pagamento Por que é bom negócio? “Porque está completa, com ar-refrigerado e gerador, e ainda usa sistema Axius de propulsão”, diz o vendedor, Paulo Sakai, da Sanáutica, de Joinville (tel. 047/3433-2800). - REGATA MAIS CHARMOSA DO BRASIL ! VEM AÍ A 27 de Fevereiro de 2016 Participe e saiba mais: www.nautica.com.br/regatailhadecaras 46 Náutica Sul viramos um pouco antes do necessário e acho que por isso não chegamos ainda mais bem classificados. Foi curioso, como, muitas vezes, acontece no mundo da vela: quem navegou uma distância maior chegou na frente”. zar a zona de depressão, para só depois descer o Atlântico. Chegamos a passar da Irlanda e levamos quase uma semana navegando no que parecia ser o rumo errado, mas não era. Alguns barcos foram ainda mais longe e se deram bem, porque, depois, desceram mais rápido, impulsionados por ventos melhores. Nós Parados no Atlântico “A região da linha do Equador é famosa pela terrível ausência de ventos. Você chega ali e estanca, no meio do oceano. Chegamos a baixar todas as velas, porque elas nem se mexiam. Foi angustiante — você está numa corrida e não consegue sair do lugar. O consolo é que os nossos concorrentes também estavam parados. fotos divulgação velejador brasileiro e medalhista olímpico Eduardo Penido sempre teve vontade de disputar uma grande regata oceânica. O desejo virou realidade quando ele conheceu o empresário mineiro Roberto Araújo, até então um iniciante no mundo da vela, mas que ficou igualmente empolgado com a ideia de, juntos, formarem a primeira dupla brasileira a participar da regata internacional Transat-Jacques Vabre, que, entre outubro e novembro, trouxe mais de 40 barcos da França até Itajaí. Eles, então, alugaram um barco e, sob o patrocínio da empresa do próprio Araújo, a Zetra, competiram na classe 40, conquistando um brilhante sexto lugar, entre os 14 do gênero que largaram — bem mais do que eles almejavam alcançar, como Penido conta no depoimento abaixo. Navegando com cautela “Nosso único objetivo era chegar a Itajaí. Mesmo que fossemos os últimos. Por isso, como não conhecíamos o barco e não queríamos de jeito nenhum que ele quebrasse, fomos bem cautelosos no começo. Não forçávamos o ritmo, nem a nós mesmos — ao contrário da maioria dos franceses, que pareciam malucos, velejando 24 horas por dia no limite. Mas, com o passar dos dias, foi dando certa ansiedade de chegar a Santa Catarina e passamos a forçar um pouco mais. No final, já estávamos quase velejando como eles. Até porque, atrás de nós, vinham alguns concorrentes, ameaçando a nossa posição. A reta final foi como uma corrida de verdade. Muito animada.” sexto lugar com sabor de vitória Eduardo Penido e Roberto Araújo (no alto) comemoram a chegada a Itajaí, com o barco que eles alugaram para a prova (abaixo): foi melhor que o esperado RELATOS DA REGATA O A única dupla brasileira na regata internacional Jacques Vabre, que trouxe mais de 40 barcos da França até Itajaí, fala das dificuldades da longa travessia e da alegria de, mesmo assim, chegar a Santa Catarina bem colocada na prova Largada com tempestades “O começo das regatas que partem da Europa no pré-inverno é geralmente complicado, por causa das depressões, que chegam violentas. Desta vez, não foi diferente. Logo na largada, todos os barcos tomaram o rumo oeste e não sudoeste, como seria mais lógico. Tínhamos que, primeiro, cru48 Náutica Sul E a calmaria durou dias a fio. Depois, o vento voltou a acabar perto do Rio, já na reta final da travessia. Foi pior ainda. Mas conseguimos manter nossa posição na regata.” Melhor que o esperado “Numa regata longa, chegar já é uma vitória, não importa o resultado. Pelo menos, era assim que nós pensávamos. Jamais sonhamos em chegar na frente de todo mundo, até porque éramos estreantes no meio de um monte de franceses já calejados nas travessias do Atlântico. Mas, para nossa própria surpresa, mantivemos o sexto lugar na classe praticamente desde o começo. Foi bem melhor que o esperado.” Pena que só havia eles “Muita gente me perguntou se não nos sentíamos pressionados, por sermos os únicos brasileiros na regata. Não sentimos isso. Sentimos pena de sermos os únicos representantes do Brasil numa regata que terminou justamente aqui. Os brasileiros, em especial as pessoas de Itajaí, que fizeram uma festa maravilhosa para receber os barcos, mereciam ter mais conterrâneos para torcer. E isso só não acontece porque faltam patrocinadores para os nossos velejadores. Mas, agora que já quebramos o jejum, quem sabe se, na próxima Jacques Vabre, o pessoal não se anima e põe mais barcos brasileiros na água? O nosso, com certeza, estará lá de novo.” O mineirO dO mar Roberto Araújo, parceiro de Eduardo Penido na regata Jacques Vabre, vive longe do mar e só aprendeu a velejar oito anos atrás A té 2007, o parceiro de Eduardo Penido na última regata Jacques Vabre, Roberto Araújo, jamais havia velejado e mal tinha botado os pés num barco. Até porque ele havia nascido no interior de São Paulo e vivia em Minas Gerais, que, como se sabe, nem tem mar. Até que, um dia, um amigo o convidou a fazer um cursinho de vela em uma lagoa perto de Belo Horizonte e Roberto descobriu que adorava aquilo. Foi uma revolução na vida deste empresário do setor de tecnologia, que não sossegou mais enquanto não comprou um barco. E, depois, outro. E mais outro. Até que, na companhia da mulher e de um casal de amigos, resolveu trazer um veleiro da Europa para o Brasil, a despeito da completa falta de experiência em travessias oceânicas. E foi na marina de onde partiu, na França, que Roberto conheceu Penido, a quem pediu conselhos sobre a viagem. Em troca, ouviu os planos do futuro parceiro sobre a participação de um barco brasileiro na Jacques Vabre e topou na hora. Quatro anos depois — e apenas oito após ter aprendido a velejar! —, lá estava Roberto, ao lado de Penido, no único barco brasileiro da regata. “Eu só fazia o que ele me dizia para fazer e nem discutia”, contou Roberto ao chegar a Itajaí, feliz da vida. “E passei a regata inteira me lembrando do conselho que ouvi de um amigo na largada, de que o único problema da viagem seria quando desse um problema no barco, porque, quando isso acontece, a tendência é a gente botar a culpa no outro antes de resolvê-lo, o que é um grande erro. Jamais esquecerei este conselho.” Náutica Sul 49 Que tal Ser Sócio de uma deSSaS? Notícias náuticas do Sul do Brasil divulgação Farol Empresa lança sistema de compra compartilhada de lanchas novas, que pode ser ótimo negócio para quem quer ter um barco grande, sem gastar tanto A compra de um barco em sociedade é sempre tema polêmico. Há quem não veja problemas e há quem se apavore com a ideia. Os que aprovam o método quase sempre colocam um amigo ou parente como sócio, sem qualquer contrato formal entre eles. Mas há uma segunda maneira de fazer isso e que não é nenhuma novidade fora do Brasil – mas, por aqui, ainda sim: o sistema de compartilhamento, no qual os sócios de um mesmo barco nem precisam ser amigos ou conhecidos. “Em média, um barco de lazer é usado pelo seu proprietário durante 35 dias no ano. Portanto, ele paga pelos outros 330 dias sem usar o barco. Com o compartilhamento, você tem um barco sem precisar desembolsar um valor alto e ainda divide as despesas de manutenção, sem reduzir a satisfação”, garante o empresário Luiz Henrique Schadrack, que junto com Manoel Fontes criaram a empresa Monegasco, que está negociando, na região sul do país, a venda em forma de compartilhamento de alguns modelos de barcos do estaleiro Intermarine (42, 54, 60, 66 e 80 pés) e Sea Ray (375 e 395). O sistema funciona assim: o valor do barco é dividido em quatro cotas e cada cotista é proprietário dessa fração (veja quadro para saber os valores). “Ao contrário do sistema de tempo compartilhado, ou time share, o cliente é realmente o dono do barco, ou seja, ele pode vender a sua parte quando quiser”, explica Luiz Henrique. Já o uso do barco é definido em função da disponibilidade. “Quem usá-lo mais, terá preferência para escolher quando quer navegar”, explica Luiz Henrique. “Mas, se o barco estiver livre, qualquer um dos quatro sócios pode requisitá-lo, sem pagamento extra.” Apesar de ser um sistema profissional, a empresa busca sócios com perfil similar, para evitar problemas entre eles. “Não podemos unir uma família com um grupo de jovens para dividir as cotas”, explica o sócio Manoel. Mas tudo isso fica claro em um contrato assinado. É como diz o ditado: o combinado não sai caro. No caso dos barcos compartilhados, sai ainda mais barato. Quanto custa a sociedade? A compra compartilhada é uma saída inteligente para ter um barco bem maior do que a pessoa conseguiria sozinha. Exemplo: pelo sistema da Monegasco, uma lancha Sea Ray 375 Sundancer nova, custa, para cada um dos quatro sócios, cerca de R$ 350 mil à vista, já equipada com o que há de melhor no mercado – ou R$ 115 mil de entrada, mais 12 parcelas de R$ 23 mil ou 36 vezes de R$ 7,7 mil. Depois disso, cada cotista pagará, mensalmente, cerca de R$ 3,8 mil pela manutenção da embarcação, o que inclui todas as despesas, inclusive seguro. Já por R$ 750 mil (e mensalidade de R$ 5,9 mil), pode-se virar dono de uma Intermarine 42 igualmente nova. Na ponta do lápis, outro bom negócio. Náutica Sul 51 farol divulgação divulgação/luciano guerra G do barco para o Quarto raças à iniciativa do professor catarinense Rodrigo Berlim, os alunos do Senai de Itajaí estão aprendendo, na prática, a restaurar um antigo veleiro, o Grulla, um sloop com casco de madeira, desenhado pelo famoso projetista German Frers e construído na Argentina, em 1962. O barco, que tem mais de meio século de vida e estava em péssimo estado de conservação, foi comprado pelo próprio professor e transformado em “sala de aula” para os alunos do curso de construção naval, um dos que mais crescem no Senai da cidade, no qual ele dá aula. Apesar da complexidade do trabalho, dado o mau estado do barco, um dos únicos do gênero no país, a expectativa é que o Grulla fique pronto já em abril. Para acompanhar os trabalhos, é só digitar “grullasail” no facebook e no instagram. A combinação de marina e bom hotel na mesma praia torna Jurerê Internacional ainda mais atraente para os donos de barcos A 52 Náutica Sul a SeSSa vai bem, obrigado Estaleiro catarinense atravessa a crise sem medo divulgação arquivo pessoal bom exemplo O empresário Zein Sammour (abaixo com a família e o seu barco) é cliente da marina Blue Fox e hóspede assíduo do Il Campanário e curte a praticidade da proximidade cena acontece com certa frequência em Jurerê Internacional, especialmente agora, durante o verão, quando aumenta o movimento na praia mais famosa de Floripa. Quem chega de barco e não tem onde ficar, deixa a embarcação na marina da própria praia, a Blue Fox, que, inclusive, acaba de se expandir justamente para atender aos novos clientes que chegam nesta época do ano, e se hospeda no melhor hotel da região, o Il Campanário, que fica ali pertinho, também em Jurerê. “É muito prático”, diz o empresário de São Paulo Zein Atef Sammour, que mantém sua lancha Intermarine 53 permanentemente guardada na Blue Fox, mas, como ainda não tem casa na praia, usa o hotel como “base” para as frequentes visitas que faz a Jurerê Internacional — todos os fins de semana do verão e cerca de duas vezes por mês durante o restante do ano. “Como tenho filhos pequenos e não é nada confortável dormir a bordo em Jurerê, sempre acabo optando pelo hotel, que, para mim, é como uma extensão da marina e viceversa.” E ele completa: “Só tenho barco por causa dessa praia e da facilidade de guardá-lo e me hospedar bem, sem precisar enfrentar o trânsito da ilha”. Por essas e outras é que, entra verão, sai verão, e Jurerê Internacional não sai de moda. a Nova oNda da praia brava Um novo conceito de evento está agitando o verão da praia do momento F resh Market é o nome da mais nova atração de verão que está rolando, até 14 de fevereiro, na praia do momento em Santa Catarina, a Brava, entre Itajaí e Balneário Camboriú. Tratase de uma espécie de shopping temporário de luxo ao ar livre, na beira da praia, com gostosas tendas que oferecem alguns dos prazeres da vida, como boa música, gastronomia, cursos e sonhos possíveis, como carros e até barcos que alimentam os sonhos de muita gente. Inclui, também, um beach club na areia da praia, a cargo do Café de La Musique, o mesmo que faz ferver Jurerê Internacional. “É um ´mercado de experiências, com produtos, artes, comidas, arquitetura e outros prazeres modernos, num ambiente muito agradável”, tentam definir os idealizadores da novidade, que não tem similar no país (tanto que deverá ser exportada para outras praias) e que está levando ainda mais gente para a Brava neste verão. Ficou curioso? Vá lá, conhecer e curtir também. A pesar da crise econômica e da redução de cerca de 25% no volume de vendas do setor náutico brasileiro em geral, o estaleiro catarinense Intech Boating, que produz as lanchas da marca italiana Sessa Marine no Brasil, não está sofrendo tanto assim. “Como já tínhamos projetado um cenário bem desfavorável, criamos alternativas para que o estaleiro não sentisse tanto os efeitos deste difícil momento da economia brasileira”, diz o presidente da Intech, José Galizio Neto. “Aproveitamos a queda na produção para fazer melhorias na própria fábrica, visando a retomada do crescimento do setor naútico que virá após a crise e, com isso, não demitimos ninguém”, respira aliviado o empresário. divulgação/léia senem Alunos do Senai de Itajaí estão fazendo renascer um velho sloop divulgação a reStauração Que virou lição Sup com tecNologia As pranchas Old Wood, feitas em Floripa, são retrôs e pra lá de modernas, ao mesmo tempo A s pranchas de stand up não são mais um simples modismo. E a maior prova disso é que, mesmo não sendo mais uma novidade, as vendas — e a qualidade — das pranchas não param de aumentar. Um bom exemplo é a marca Old Wood, feita em Floripa (tel. 48/3389-6018), uma das mais desejadas no momento, que usa um processo americano de produção, com prensagem sob alta pressão (que evita excessos de resina e diminui o peso, que não passa de 10 quilos), válvula para equilibrar a pressão interna, handle feito na própria laminação, para evitar infiltrações, e lâminas de madeira aplicadas sobre o bloco de espuma EPS dos dois lados, o que confere certa aparência retrô às pranchas, que, no entanto, são ultramodernas. Tanto que a fábrica catarinense é licenciada pela marca americana Santa Cruz, da Califórnia, uma das mais respeitadas do mundo, e até produz pranchas também para ela. turiSmo Náutico: o Sebrae tambÉm aJuda Até empresas de passeios podem se inscrever N ão é apenas propondo novos processos administrativos e produtivos que o Sebrae de Santa Catarina está ajudando os pequenos estaleiros do estado e crescerem. O empenho da entidade inclui, também, a capacitação do setor de turismo náutico, até como conseqüência natural do desejado fortalecimento dos estaleiros do estado – havendo mais barcos, haverão, também, mais consumidores do turismo movido a água. Nasceu daí o Projeto de Desenvolvimento Sustentável do Turismo Náutico Catarinense, uma ação conjunta entre o Sebrae e a Associação de Marinas Acatmar, que começou no ano passado, mas já produziu alguns resultados. Como encontros para entender as necessidades do setor, workshops e início da capacitação de pequenas empresas que atuam nas áreas de passeios de barco, mergulho recreativo, receptivo de navios e tudo o mais que tenha a ver com diversão no mar do litoral de Santa Catarina. “O turismo representa 12,5% do PIB catarinense, mas o potencial dos atrativos náuticos do estado ainda não foi explorado”, diz a coordenadora do Sebrae da Grande Florianópolis, Soraya Tonelli, que está à frente do Projeto do Turismo Náutico e que continuará sendo incrementado este ano. “Todas as pequenas empresas que atuam nestas áreas, entre os municípios de Palhoça e Navegantes, estão convidadas a participar”, completa Soraya. Náutica Sul 53 farol fotos arquivo pessoal 40 aNoS NavegaNdo Com o lançamento de um site de compras a distância, a loja Sul Náutica comemora quatro décadas ajudando os gaúchos a navegar R ecentemente, a loja Sul Náutica, de Porto Alegre, completou 40 anos de atividade. Trata-se de uma das mais antigas lojas do gênero do país e a pioneira no Rio Grande do Sul. Em 1975, quando foi inaugurada, a náutica brasileira em geral ainda engatinhava e o país vivia os duros tempos do regime militar, com a economia travada às importações de equipamentos e sem nenhuma opção na indústria nacional. Navegar era, acima de tudo, um exercício de improvisos e contorcionismos. Naquela época, a maior parte dos barcos ainda era de madeira e, para solucionar os problemas, era preciso bastante criatividade. Até coisas hoje banais, como aço inox e fibra de vidro, eram dificílimas de achar. Só mesmo os apaixonados pela arte de navegar faziam a coisa, mais ou menos, funcionar. Pois foi nessa época que três amigos do Clube dos Jangadeiros, Waldemar Bier, Roberto Portugal (já falecido) e Rudi Schultz, os dois últimos então velejadores da classe Snipe, tiveram a ideia de se arriscar num negócio ainda virgem e incerto para os padrões da época: uma loja náutica. Afinal, era preciso haver um local que abastecesse os navegadores gaúchos. E assim foi feito. Inicialmente, a Sul Náutica foi aberta dentro do próprio clube, graças à ajuda de alguns sócios, como Kurt Egon Keller, e do então comodoro, Edgar Willy Siegmann. Mas logo se mudou para o endereço que ocupa até hoje, na avenida Wenceslau Escobar, entre os clubes Veleiros do Sul e dos Jangadeiros, as duas maiores instituições náuticas de Porto Alegre. Curiosamente, naquele mesmo prédio, anos antes, a Carbrasmar havia instalado uma filial, dando assim certo “ambiente náutico” ao endereço, que, na aparência, até lembrava o deque de um navio. A loja oferecia tudo o que existia. Ou seja, quase nada. Mas não demorou muito para se tornar representante da própria Carbrasmar, que, por sua vez, era distribuidora oficial da Volvo Penta para o Rio Grande do Sul. E a coisa começou a mudar. 54 Náutica Sul A Sul Náutica foi a primeira loja náutica do Rio Grande do Sul e é uma das mais antigas de todo o país ainda em atividade Aos poucos, o mercado também foi se desenvolvendo e surgiram empresas e fornecedores de material náutico já fabricados no Brasil. Como os salva-vidas Ascot, os esquis Zemar e Ricamar, os barcos Laser produzidos pela Performance e os Hobbie Cats da Coast Catamaram. Mas foi no próprio Rio Grande do Sul que foram lançadas diversas marcas locais, permitindo, de certa forma, a explosão da náutica no ontem e hoje país inteiro. Como o estaleiro Mariner, A Sul Náutica que chegou a ser o maior fabricante quando começou, de barcos da América Latina, e a em 1975 (no alto), e o fundador Rudi Equinox e a Nautec (hoje Nautos), Schultz (acima), pioneiras na fabricação de ferragens que ainda toca a para barcos no Brasil. Mesmo assim, loja, agora com a após os primeiros anos, dois sócios, ajuda da família: a loja nasceu com o Bier e Portugal, deixaram a Sul objetivo de ajudar Náutica (que os clientes chamavam e incentivar os apenas de “a loja”, já que não gaúchos a navegar havia outra na cidade) e o negócio passou a ser gerido apenas por Rudi e sua família, como segue sendo até hoje. Ao longo destes 40 anos, a Sul Náutica viu o mercado prosperar e crescer significativamente, mas viu também as seguidas crises praticamente aniquilarem a indústria da vela, tanto no Rio Grande do Sul quanto no resto do país. Também sobreviveu à cruel sazonalidade causada pelo rigoroso inverno gaúcho porque se manteve focada no atendimento especializado. Para Rudi, nunca bastou apenas atender bem. Sempre foi preciso entender do assunto para ajudar e orientar bem os clientes. Foi isso que manteve o barquinho da Sul Náutica sempre em movimento. Mas, agora, há algo de novo na mais tradicional loja náutica do Sul do país: as visitas, compras e até aconselhamentos a distância, feitas através da internet, no site sulnautica.com.br, que vende tudo o que existe no mercado náutico. 40 anos depois, a Sul Náutica mudou. Como sempre, para melhor. cruzadas náuticas 3Expediente perguntas Você entende de mar? bAIXE TAmbém AS EDIÇÕES ANTERIORES DE GRAÇA BONS NEGÓCIOS 15 barcos seminovos que são verdadeiros achados EDIÇÃO Nº 58 | JANEIRO — FEVEREIRO 2016 | R$ 8,90 VERSÃO ELETRÔNICA paraná santa catarina rio grande do sul paraná Bela BaBitonga As belezas e surpresas da única baía de Santa Catarina Acesse www. nautica.com. br/nauticasul e baixe, de graça, esta edição de NÁUTICA SUL PRESIDEnTE E EDITOR Ernani Paciornik VICE-PRESIDEnTE Denise Godoy rio grande do sul A NOVA CIMITARRA O que pensa o dono do estaleiro que não para de crescer edição nº 55 | julho — agosto 2015 | R$ 8,90 IbIraquera raquera GRÁTIS! horiZontais 1 Construção acima do convés principal, que serve de passagem entre o convés do castelo ou do tombadilho e uma superestrutura • 5 Uma das capitais sul-americanas banhadas pelo rio da Prata • 9 As conchas usadas como arte divinatória • 10 Estudo do relevo submarino • 12 A cidade litorânea baiana onde se desenrola a trama do romance “Gabriela, Cravo e Canela”, de Jorge Amado • 14 Cabo usado para içar velas, bandeiras etc. • 16 Fazer um navio que ficou preso em baixio, rochas etc. boiar novamente • 19 Um metal muito comum na construção de lanchas • 20 Embarcação miúda robusta, de duas proas, usada para serviço nos portos, praticagem e pesca • 22 Outro nome do flamingo, ave de plumagem carmim e bico vermelhoalaranjado, comum nas costas das Américas e Antilhas • 24 O arquipélago do Pacífico com tamanho aproximadamente igual à metade de Sergipe, com capital Porto-Vila • 26 Chapa colocada em torno da escotilha, cockpit etc., para impedir a entrada de água que varre o convés • 27 Céu, firmamento • 28 Camada atmosférica mais próxima da superfície terrestre, situada de 10 km a 12 km de altitude • 29 É a maior ilha fluviomarinha do mundo • 30 (Ingl.) Moderno dispositivo dotado de alavancas e botões para controle de movimento e ações da embarcação • 31 Diz-se da água do mar, em oposição à doce. santa catarina colecionador de barcos O catarinense que tem uma frota particular edição nº 54 | maio — junho 2015 | R$ 8,90 tem praia, tem lagoa e é o paraíso dos esportes na água de santa Catarina Itajaí voLvo oCean RaCe em 25 anos depois... O casal que levou meia vida construindo este barco a mega festa da vela que fim levou? O sumiço do Tunante II, quase um ano depois bombas de porão O ADEUS DO VELHO VELEJADOR O que você precisa saber para não ficar na mão Edição 54 itajaí E + Colecionador de barcos, 25 anos depois A vida simples do argentino que comoveu os brasileiros com o seu barquinho VELA AO PÔR DO SOL Os deliciosos Velejaços Noturnos em Porto Alegre Edição 55 iBiraquEra E + Nova fábrica da Cimitarra, História do navegador Victor Otaño PublICIDADE DIRETORA DE PublICIDADE mariangela bontempo [email protected] PARAná – SAnTA CATARInA | GEREnTE REGIOnAl Gustavo Ortiz [email protected], tel. 047/9210-2931 DIRETOR DE REDAÇÃO Jorge de Souza [email protected] COlAbORARAm nESTA EDIÇÃO: Haroldo J. Rodrigues (arte), Aldo macedo (imagens), maitê Ribeiro (revisão) mARKETInG Renata Camargos [email protected] GEREnTE DE CIRCulAÇÃO Débora madureira [email protected] Nome desta ilha famosa pelos búfalos V E r t i C a i s 56 2 Nos guindastes e outros aparelhos de força, cilindro em que se enrola ou desenrola o cabo • 3 Barco usado para puxar outro • 4 Peixe dos rios brasileiros, também chamado saicanga • 5 Grande círculo que passa pelos polos da esfera celeste • 6 Cada uma das cavilhas que servem de apoio ao movimento dos remos • 7 Viga estrutural transversal de porão que não recebe pavimento, servindo apenas para atracar as cavernas quando o porão é grande • 8 Diz-se de alimento que teve a água retirada, para fins de conservação e facilidade no transporte • 9 Temporal com chuva e vento intensos, que deixa o mar muito agitado • 11 Num contrato de seguro, parte com que o segurado tem de arcar, para cobrir as despesas decorrentes de eventuais acidentes • 13 Um dos rios brasileiros mais extenso (1.902 km) • 15 Cabo suspenso de uma margem à outra de um curso de água, sobre o qual os tripulantes das embarcações de travessia exercem tração manual para fazê-las deslocar • 17 Representação gráfica da direção de uma embarcação na carta náutica • 18 Um tipo de cata-vento • 21 Ferragem que, costurada às tralhas, é usada em punhos de vela para servir de olhal • 23 Um dos cursos d’água que forma o famoso “encontro das águas”, em Manaus (1.700 km) • 24 A cidade chilena com o principal porto do país • 25 Ameixa de cor amarela que dá em cachos • 28 Catamarã monotipo de regata, com 6,10 m de comprimento. náutica sul Elaboradas por A Recreativa — palavras cruzadas e passatempos — www.recreativa.com.br NÁuTICA SuL TAmbém ESTÁ NO... No Facebook facebook.com/revista.nautica Edição 56 o mElhor dE santa Catarina E + 10 anos da revista Náutica Sul Edição 57 marinas dE santa Catarina E + São Paulo Boat Show, Barco na laje PARA AnunCIAR [email protected] Tel. 11/2186-1022, fax 11/2186-1050 REDAÇÃO E ADmInISTRAÇÃO Av. brigadeiro Faria lima, 1306, 5o andar, CEP 01451-001, São Paulo, SP. Tel. 11/2186-1005 (adm.), fax 11/2186-1080 e tel. 11/2186-1006 (redação), fax 11/2186-1050 NÁUTICA SUL é uma publicação da G.R. um Editora ltda. – ISSn 1413-1412. Janeiro de 2016. Jornalista responsável: Denise Godoy (mTb 14037). Os artigos assinados não representam necessariamente a opinião da revista. Todos os direitos reservados. FOTO DE CAPA: Otto Aquino CTP, Impressão e Acabamento – Prol Editora Gráfica No Twitter No Instagram twitter.com/nauticaonline instagram.com/revistanautica 3 perguntas arquivo pessoal A belA dA mArinA Uma das raras mulheres a comandar a área náutica de um iate clube, a jovem — e bela Merielin Viera, do Capri, de São Francisco do Sul, diz que o segredo para trabalhar direito em um ambiente tipicamente masculino é a firmeza U m ano atrás, quando assumiu a gerência operacional do Capri Iate Clube, em São Francisco do Sul, a catarinense Merielin Viera, de 32 anos, sabia que teria pela frente um desafio. Não só pela complexidade do trabalho de zelar de um clube náutico inteiro (o que inclui guardar, cuidar, tirar e colocar na água os barcos de todos os associados), mas também pelo ambiente de uma mari- 1 2 na ser tipicamente masculino. Além disso, ela é jovem, solteira e bonita. Mas “Meri”, como é chamada por todos no clube, logo impôs seu estilo, usando a seriedade nas relações e no trabalho e aplicando, na marina do clube, os preceitos da logística, faculdade que ela cursa e que diz adorar tanto quanto o (duro) trabalho de pôr e tirar barcos na água, como conta nesta rápida conversa. É por isso que Não é difícil para uma dizem por aí que moça jovem e bonita comandar uma marina? você é bem brava? “Sob o ponto de vista administrativo, não é mais nem menos complicado do que comandar qualquer atividade — pelo menos é assim que eu sempre encarei qualquer tipo de trabalho, com a mesma dedicação e seriedade. Mas, por ser um ambiente tipicamente masculino, tanto no que diz respeito aos associados quanto aos funcionários, que aqui somam quase 20 homens, procuro ser atenciosa, mas bem séria nas conversas. Especialmente com os marinheiros que vêm de fora e não estão acostumados a verem uma mulher no meu cargo. Quando preciso dar alguma instrução ou chamar a atenção de um proprietário de barco, faço isso com educação mas com firmeza, para deixar claro que não é uma mulher que está dizendo aquilo e sim a gerente operacional do iate clube. Daí eles respeitam.” 58 náuticA sul “Brava, não. Sou firme. Procuro fazer com que tudo funcione direitinho no clube e, para que isso aconteça, às vezes, é preciso não dar brechas a compreensões equivocadas. E os homens, em geral, têm tendência a interpretar as coisas de maneira errada, quando elas vêm de uma mulher. Já ouvi gracinhas e convites dissimulados para ir a bordo só porque estava fazendo o meu trabalho de falar com os barcos que chegam, pelo rádio. Advirto todo mundo de fora que chega ao clube sem avisar, porque não se pode atracar sem antes consultar. Engraçado é que nem sempre quem comete esse deslize me conhece pessoalmente e fica imaginando que a gerente do Capri é uma sargentona. Daí, quando o barco chega e vou lá falar com eles, a reação, quase sempre, é de surpresa, porque acho que esperavam encontrar alguém, no mínimo, mais velha...” 3 Quem dá mais trabalho: os marinheiros ou os donos de barcos? “Os bons marinheiros sabem bem o que têm que fazer e os donos de barcos só dão trabalho quando descuidam da manutenção do barco e chegam aqui reclamando que o pneu da carreta está murcho ou que a bateria arriou. Nós sempre avisamos quando algo precisa ser feito no barco, mas nem sempre os proprietários mais relaxados tomam as medidas necessárias para o passeio de fim de semana não ir por água abaixo. Mas, felizmente, são poucos desse tipo aqui no Capri. E não dão tanto trabalho. Mas, de qualquer forma, adoro o que faço. Amo o movimento do entra e sai de barcos e vibro comigo mesma quando tudo dá certo. Para me divertir no ambiente náutico, nem preciso navegar. Só o prazer de ver o nosso trabalho na marina recompensado, com os barcos indo para a água, já me basta. De verdade.” LICENCIAMENTO AMBIENTAL, ESTUDOS DE IMPACTO AMBIENTAL, ESTUDOS DE MANOBRAS, MODELAGEM NUMÉRICA AMBIENTAL, LEVANTAMENTOS BATIMÉTRICOS E GEOFÍSICOS, OCEANOGRAFIA OPERACIONAL, ANÁLISE DE RISCOS O GRUPO ACQUAPLAN possui soluções de softwares ideais para gestão ambiental de um ou mais empreendimentos, permitindo desde o controle das licenças e autorizações, realização de supervisão ambiental, gestão de resíduos sólidos, até a criação e manutenção de acervos de dados e arquivos referentes à estudos e programas de monitoramentos ambientais. Escritórios em: B ALNE ÁRIO C AMBORIÚ, SC | ITAPOÁ , SC | PAR ANAGUÁ , PR | PORTO ALEGRE , RS WWW.GRUPOACQUAPLAN.COM.BR
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