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A íntegra da revista Financeiro está disponível em arquivo pdf, cuja
Financeiro
A revista do crédito
ano 7 nº 59 jul-ago/2009
©iStockPhoto.com/tiridifilm/Montagem EDF
TIRAGEM DESTA EDIÇÃO: 20.000 EXEMPLARES
Bancos têm bom
desempenho
apesar da
turbulência
mundial
Mercado de crédito
Análise econômica
Relação entre liquidez e
ciclo econômico
Contradições da
crise internacional
Editorial:
Concentração bancária:
um bem ou um mal
para o País?
Rua Libero Badaró, 425 - 28º andar - São Paulo - SP
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Franco e Ricardo Malcon. Membros: Alencar Burti (ACSP), Francisco
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Conselho Fiscal
Domingos Spina e Istvan Karoly Kasznar.
Diretor Superintendente
Antônio Augusto de Almeida Leite (Pancho)
Economista-Chefe
Istvan Karoly Kasznar
Adalberto Savioli, Presidente da Acrefi
Desde meados da década passada, o processo de concentração bancária vem evoluindo
a cada ano. Com a implantação do Plano Real no País, havia 14 grandes bancos privados no
Brasil. Hoje, são apenas três.
Esse processo intensificou-se em 2008, mas ocorre há anos e atinge a concentração de
ativos dos bancos. Em dois anos, de 2001 a 2003, os ativos dos cinco maiores bancos nacionais passaram de 55% do total do sistema bancário para 63%. Já em 2007 esse percentual
chegou a 60%, passando a mais de 75% com as duas grandes fusões/incorporações recentes
(Itaú/Unibanco e Banco do Brasil/Nossa Caixa).
Este, porém, não é um fenômeno exclusivo do Brasil. O mundo todo viveu, e ainda vive,
um processo semelhante, afetado, principalmente, pela crise econômica.
Vários estudos mostram que a concentração pode ser benéfica. Quando se trata de um
ganho de escala das instituições, pode representar uma queda no custo total das operações
e, consequentemente, para os usuários do sistema, pois há maior volume para se trabalhar e
redução nas despesas operacionais.
Por outro lado, se o aumento da concentração se dá em função de a instituição querer ter
mais controle no mercado, pode resultar em falta de competitividade, afetando o consumidor
ou o tomador do crédito.
Porém, o nível de competição não pode ser medido apenas pela concentração. Existem
inúmeros fatores que interferem nessa contagem, como a rede de atendimento, a capacitação
tecnológica das instituições, o conhecimento de mercados específicos e, no caso brasileiro, os
bancos estatais também contribuem muito para manter o nível de competitividade.
Não se podem excluir os bancos pequenos e médios, que têm importância extrema para
mercados específicos, como os de veículos automotores usados, motocicletas e pequenas
lojas de varejo, ou seja, atendimento de nichos do mercado para manutenção da estabilidade,
tanto de emprego quanto de renda e manutenção do sistema.
Enfim, a concentração bancária traz inúmeros ganhos para o sistema financeiro, sempre
tendo em vista que é necessário manter seu equilíbrio.
Consultor Jurídico
Cassio M. C. Penteado Jr.
Nesta edição:
Financeiro
ISSN 1809-8843
A revista do crédito
Conselho Editorial: Adalberto Savioli, Prof. Istvan Kasznar,
Antônio A. A. Leite (Pancho) e Sérgio Tamer; Coordenação
Editorial: Tamer Comunicação Empresarial; Jornalista
Responsável: Eliana Nigro (MTB 15.005); Editoração e
Produção Gráfica: EDF (www.edf.com.br); Pré-impressão e
Impressão: Eskenazi; Periodicidade: bimestral
Tiragem: 20.000 exemplares
As opiniões emitidas nos artigos assinados não refletem
necessariamente as posições da ACREFI e são de exclusiva
responsabilidade dos autores. A reprodução total ou parcial do
conteúdo da publicação depende de autorização por escrito.
4 Mercado de crédito
O crédito e o ciclo econômico
6 Artigo
O cadastro positivo: uma
revolução cultural
8 Artigo
Propriedade fiduciária e recuperação judicial
10 Análise econômica:
Oportunidades e crises andam juntas
14 Política monetária
Por que a taxa de juros no Brasil é alta?
16 Efeitos da crise
Mercado de celulose desacelera
19 Indicadores econômicos
Sinais positivos
20 Sistema financeiro
Novas estratégias do Banco Central
22 Artigo
As ações revisionais e as novas
súmulas do STJ
24 Análise setorial
Desempenho dos principais bancos
brasileiros no primeiro trimestre de 2009
26 Concorrência bancária
Os mercados financeiros vistos pelo Cade
28 Banco de dados
Mercado de crédito:
O crédito e o ciclo
econômico
Julho/2009
©iStockPhoto.com/alexsl
por Carlos Thadeu de Freitas Gomes e Marianne Lorena Hanson
Os ciclos de crédito normalmente acompanham os ciclos
econômicos. Quando a economia se expande, a liquidez se
torna mais abundante, criando condições para expansão do
crédito tanto do lado da oferta quanto do lado da demanda.
O crescimento do crédito leva a um crescimento da atividade
econômica, que, por sua vez, leva a um crescimento do crédito.
Quando a atividade econômica se contrai, há uma retração no
crédito que reforça esse movimento.
Não se pode negar a importância do crédito para o crescimento econômico. Na verdade, alguns economistas acreditam
que os ciclos de crédito são os principais responsáveis pelos ciclos
econômicos. Há evidências de que crises econômicas de origem
financeira, como a atual, são mais longas e profundas do que as
demais, justamente porque o canal de crédito é interrompido,
FINANCEIROACREFI
formando o círculo de causa e efeito negativo sobre a economia.
No fim de junho deste ano, o Bank for International Settlements (BIS) divulgou seu 79º relatório anual. O diagnóstico da
instituição para o sistema financeiro dos países ricos é que, até o
primeiro trimestre do ano, o setor continuou sob forte estresse
e que o ritmo de recuperação será ditado pela capacidade das
empresas financeiras em administrar suas posições de “alavancagem” e capital sem restringir ainda mais o fluxo de crédito.
Nos primeiros estágios da crise, o processo de “desalavancagem”, juntamente com o custo elevado de financiamento, e
o fechamento de muitos mercados de securitização afetaram
a geração de novos créditos. No estágio atual, a concessão de
crédito continua sendo influenciada por esses fatores, mas suas
ligações com a macroeconomia, o círculo de causa e efeito,
Arquivo Acrefi
Arquivo Acrefi
Carlos Thadeu de Freitas Gomes é
chefe do Departamento Econômico da
Confederação Nacional do Comércio de
Bens, Serviços e Turismo
Marianne Lorena Hanson é assessora
econômica da Confederação Nacional do
Comércio de Bens, Serviços e Turismo
geraram condições em que há um crescimento contínuo nos
custos de crédito associado a maiores taxas de inadimplência.
Dessa forma, pode-se concluir que o mercado de crédito continuará a se contrair até que a recuperação da economia desses
países se mostre mais robusta.
No Brasil, o quadro é diferente. Apesar do crescimento exponencial do crédito nos últimos anos, em proporção ao Produto
Interno Bruto (PIB), o volume de crédito do País pode ainda ser
considerado baixo quando comparado a outros países. Quando
a crise se intensificou, as instituições financeiras estavam bem
capitalizadas. Ainda assim, o crédito foi fortemente afetado,
tanto o de origem externa quanto o de origem interna. Hoje,
mesmo com o processo de queda da taxa básica de juros,
embora com a persistência de spreads muito elevados, as condições de crédito interno continuam apertadas.
Apesar de a crise internacional ter afetado o financiamento
externo, essencial para bancos e instituições financeiras de
menor porte no Brasil, a queda da concessão de crédito não está
ligada à redução de liquidez do sistema bancário. Pelo contrário. Pode-se medir o excesso de liquidez da economia pela
posição líquida de financiamento com títulos públicos no mercado aberto, que consistem em operações com o excesso (ou
falta) de reservas bancárias junto ao Banco Central do Brasil.
Isso significa que, quando as reservas bancárias são maiores
do que o requerimento compulsório, os bancos aplicam esses
recursos em títulos públicos na carteira do Banco Central. Em
setembro de 2008, a média diária da posição líquida de financiamento no mercado aberto era R$ 278,7 bilhões. Em meados
de junho de 2009, chegou a R$ 411,9 bilhões.
Diversos fatores afetaram a oferta de crédito, entre eles:
as empresas que dependiam de financiamento de pequenos e médios bancos ficaram sem crédito; grandes empresas
exportadoras brasileiras que se financiavam no exterior com
condições mais favoráveis passaram a buscar financiamento
no mercado interno, desviando a oferta de crédito; as perdas
de empresas exportadoras com derivativos de crédito foram
transformadas em operações crédito.
Cabe ressaltar também que as incertezas quanto à evolução
da inadimplência fazem com que os bancos tomem uma posição mais defensiva com relação a novos empréstimos. Após
picos de crescimento do crédito, a taxa de inadimplência tende
a aumentar. O caráter pró-cíclico do crédito faz com que, durante períodos de desaceleração ou recessão, as condições de
liquidez se tornem menos favoráveis e as condições de crédito
sejam apertadas, com redução de linhas de crédito e aumento
do spread bancário. Os bancos públicos têm aumentado suas
carteiras de crédito sem conseguir compensar a queda da geração de crédito por bancos privados. De fato, os níveis de inadimplência tanto para os consumidores quanto para as empresas
aumentaram consideravelmente.
Do lado da demanda, também há um processo de desaceleração em curso. Contudo, para o consumidor, o alto nível de
endividamento das famílias e a desaceleração do crescimento
da renda real do trabalhador implicam maior necessidade de
financiamento com alongamento de prazos. As isenções fiscais para bens duráveis ajudaram o desempenho do crédito ao
consumidor, mas, mesmo com a extensão da duração dessas
medidas, seus efeitos sobre as vendas devem se dissipar ao
longo do tempo.
Quanto às empresas, a deterioração da confiança dos empresários em meio às incertezas, o excesso de estoques não
planejados e o desempenho mais fraco dos setores ligados à
exportação fizeram com que grande parte dos investimentos
fosse adiada ou cancelada, com redução da demanda por crédito de longo prazo.
O crescimento do crédito nos últimos anos foi proporcionado pela consolidação da estabilidade macroeconômica
interna e por um longo período de cenário externo favorável,
permitindo que a atividade creditícia se tornasse mais importante para a economia do País. Conjugada com o amplo crescimento real da massa de salários, contribuiu para o desenvolvimento do mercado de consumo interno.
Entretanto, assim como o crédito pode potencializar o crescimento econômico, a falta dele pode reforçar a retração da economia. No Brasil, os últimos dados mostram um quadro ainda
apertado para o crédito: queda nas concessões para pessoa jurídica e alta da inadimplência. Apesar do processo de distensão
da política monetária em curso, os spreads não recuaram proporcionalmente, mesmo com expectativas mais favoráveis para
a recuperação da economia. Para que o crescimento do crédito
retorne aos níveis próximos ao da pré-crise, é necessário que,
antes, ocorra uma recuperação dos investimentos produtivos. |
FINANCEIROACREFI
Artigo:
O cadastro positivo:
uma revolução cultural
por Francisco Valim, presidente da Serasa Experian e da Experian América Latina
O Brasil caminha para uma revolução em seu mercado de
crédito. Com o cadastro positivo, devem ser revistas as atuais
práticas do mercado. A assimetria de informações presente,
que é caracterizada por um regime imperfeito entre os concedentes de crédito, não é coerente com o cadastro positivo.
A assimetria no sistema de informações faz com que só o próprio consumidor conheça seus hábitos financeiros, seu endividamento e seu risco. De acordo com o Nobel de Economia
Joseph Stiglitz, a assimetria de informações possui problemas
estruturais bem característicos, a exemplo da seleção adversa,
que ocorre quando os credores não possuem uma clara identificação entre bons e maus pagadores. Tomar decisões nesse
ambiente é ter o risco mal dimensionado. A seleção adversa
causa profundas distorções no mercado de crédito, afetando o
seu desenvolvimento.
O cadastro positivo considera os aspectos comportamentais, os hábitos do consumidor no crédito, e é mais abrangente
do que as informações negativas isoladamente. Com esse novo
modelo estatístico, abandona-se a subjetividade dos critérios
atuais na concessão de crédito.
Para viabilizar o cadastro positivo e obter seus resultados,
como a maior disponibilidade de crédito, a redução da inadimplência, dos juros, do spread e ter maior segurança e rentabilidade
nos negócios, é preciso que as decisões de crédito sejam suportadas por uma arquitetura de amplo compartilhamento de informações, positivas e negativas, entre todos os setores da economia.
Nesse modelo, o cadastro positivo nunca existiu no Brasil.
Muitas vezes, entre as organizações, a não adesão ao sistema
compartilhado de informações de crédito é justificada pela concorrência. Impossível imaginar que, com os dados internos de
qualquer empresa, se tenha o retrato fiel, completo e atualizado
do mercado. O bom cliente de uma empresa já pode ter sido
identificado de forma oposta por outros concedentes de crédito
e vice-versa. Assim, não compartilhar informações é subestimar
o risco, perder negócios e competitividade.
FINANCEIROACREFI
Para Marco Pagano, professor da Universidade Federico II, na
Itália, e reconhecido estudioso sobre modelos de análise de risco
e sobre birôs de informação de crédito, nesse ambiente, a concorrência assume um padrão mais transparente em relação ao risco.
Em seus estudos, Pagano mostra que, com o conjunto de informações positivas e negativas compartilhadas, há maior precisão
nos modelos de crédito, ampliando a eficiência dos mercados e a
predicabilidade de default. Mais, as próprias ações de marketing
são mais bem direcionadas a partir do compartilhamento.
Do lado do consumidor, essa prática estimula sua disciplina
financeira e o motiva a construir um bom histórico de crédito
junto a todas as instituições, e não apenas junto a uma eletiva,
afastando o superendividamento e, portanto, diminuindo a probabilidade de inadimplência.
Onde há informação compartilhada, todos os outros
setores econômicos desenvolvem escala no crédito e, portanto, ampliam-se o consumo e a produção, gerando-se
emprego e renda. A situação atual é contrária, com o crédito
de acesso restrito e caro, por conta de uma inadimplência
socializada e crescente.
O Brasil, como décima economia mundial, vive seu lado
antagônico com o primitivismo do crédito, traduzido pelos altos
spreads. Por essa razão, o cadastro positivo a ser implantado no
País precisa ter uma configuração avançada. Não há mais tempo
nem espaço para retrocessos nas práticas da informação de crédito. A viabilização de um cadastro positivo eficiente e moderno
é a grande responsabilidade do Congresso Nacional, que está
avaliando a matéria.
Nesse ambiente de crise global, de ruptura da confiança nos
mercados, o Brasil precisa se antecipar e se preparar para o póscrise com um mercado diferenciado nesse atributo (confiança).
O momento é este para implantar o cadastro positivo e contar
com tudo que irá propiciar em benefício de toda a sociedade. Somente dessa maneira o País poderá se consolidar como atração
de investimentos internacionais e ter crescimento sustentado. |
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Julho/2009
Artigo:
Propriedade fiduciária e recuperação judicial
Julho/2009
A propriedade fiduciária, constituída por meio do negócio
de alienação ou cessão fiduciária, é sabidamente o mecanismo
mais eficaz de garantia do direito brasileiro. Seu uso e o respeito
às suas características permitem a redução do risco suportado
pelo credor, propiciando melhor, menos custosa e mais acessível oferta de crédito aos que dele necessitam e bem o usam para
o desenvolvimento econômico do País.
Nesse contexto, insere-se o art. 49, § 3º, da Lei de Falências
e Recuperações (Lei 11.101/2005), que criou uma regra específica para os credores garantidos por propriedade fiduciária,
excluindo os respectivos créditos dos efeitos da recuperação
judicial. Em outras palavras, o credor que conta com garantia de
propriedade fiduciária poderá utilizar normalmente as medidas
necessárias para satisfação do seu crédito, independentemente
do processo de recuperação judicial. A única limitação imposta
pela lei é o respeito a um período de 180 dias, contado do deferimento do processamento da recuperação judicial, para a venda
ou a retirada do estabelecimento do devedor dos bens de capital essenciais à sua atividade empresarial.
Apesar da clareza da lei, não tardou aparecerem teses que,
com a intenção de favorecer os devedores, procuram distorcer a
aplicação do dispositivo sob análise. Uma dessas teses busca afastar a propriedade fiduciária constituída sobre direitos de crédito
(comumente denominados “recebíveis”) da regra específica do
art. 49, § 3º, da Lei de Falências e Recuperações.
Em apertada síntese, tal tese aponta que apenas bens móveis
e imóveis estariam cobertos pela exceção trazida pela Lei de Falências e Recuperações com relação à propriedade fiduciária, pela que
os recebíveis não seriam contemplados pela exceção. Complementando o argumento, a tese indica que somente a “alienação fiduciária” teria sido objeto da previsão legal, não sendo possível estender
sua aplicação à “cessão fiduciária” aplicável no caso de recebíveis.
Porém, a posição dos devedores não resiste a uma análise
sistemática e imparcial do ordenamento jurídico. Exatamente em
função disso, a maioria das decisões de diferentes Tribunais de
Justiça do País vem reformando as decisões isoladas de primeira
instância baseadas na tese exposta.
Primeiro porque, segundo a classificação tradicional do
direito brasileiro, direitos de crédito, como direitos pessoais patrimoniais, são considerados bens móveis. Atualmente, essa regra
aparece no art. 83 e incisos do Código Civil de 2002. Na verdade, o
direito brasileiro só reconhece duas categorias de bens: móveis e
imóveis. Não existe uma suposta terceira categoria à qual pertenceriam os recebíveis. Assim, perde qualquer sentido o argumento
FINANCEIROACREFI
Fábio Rosas é sócio na área de
reestruturação e recuperação
de empresas de TozziniFreire
Advogados.
[email protected]
de que os direitos de crédito estariam fora da regra aplicável a
bens móveis e imóveis na Lei de Falências e Recuperações.
Segundo porque, ao mencionar o “credor titular da posição de
proprietário fiduciário”, o legislador da Lei de Falências e Recuperações simplesmente utilizou a terminologia correta do instituto
em função da situação jurídica por ele criada, não havendo motivo
para realizar distinção entre “alienação fiduciária” e “cessão fiduciária” na interpretação do art. 49, § 3º. Conforme já afirmado, a
“propriedade fiduciária” é o resultado de um negócio jurídico que
poderá se chamar “alienação fiduciária” ou “cessão fiduciária”,
dependendo do bem a que se referir. No caso dos recebíveis, o
negócio que gera a propriedade fiduciária é chamado de cessão
fiduciária e, assim como em qualquer outro negócio jurídico que
resulte em propriedade fiduciária, os respectivos créditos garantidos são excluídos da recuperação judicial por força do art. 49, § 3º.
Terceiro porque, ao excluir os créditos garantidos por propriedade fiduciária da recuperação judicial, a lei está apenas dando
efetividade à própria essência da propriedade fiduciária, como
bem de domínio de terceiro, o credor, e não do devedor. O direito
de propriedade é do credor. Em um primeiro momento, esse
direito de propriedade tem o caráter fiduciário e resolúvel pela
condição do cumprimento da obrigação. No entanto, uma vez
configurado o inadimplemento do devedor, o direito de propriedade do credor torna-se pleno, pois agora incondicional. No caso
da propriedade fiduciária sobre recebíveis, a propriedade plena
do credor significará que os valores pagos pelos devedores dos
recebíveis em questão serão propriedade do credor.
A exclusão dos efeitos da recuperação judicial com relação aos
créditos garantidos por propriedade fiduciária sobre recebíveis é
a única solução compatível com a lei. O entendimento contrário,
além de esbarrar nos aspectos jurídicos já apontados, traria todos
os malefícios da insegurança jurídica ao mercado de crédito, nacional e internacional, afetando o próprio desenvolvimento do País. |
Análise econômica:
Oportunidades e crises
andam juntas
por Istvan Kasznar
©iStockPhoto.com/Bim
Julho/2009
FINANCEIROACREFI
Fundamentos macroeconômicos tendem a indicar o futuro de macrovariáveis. No
Brasil, as reservas internacionais alcançaram US$ 209 bilhões em julho de 2009, que
correspondem a valores altos e confortáveis; a inflação pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) tendeu a cair para 4,42% anuais; e a evolução da produção indicou recessão, com taxa tímida de 0,8% de crescimento no primeiro semestre.
A força da crise norte-americana do subprime se fez sentir em todo o mundo, e o
Brasil também sentiu o tranco. Existem positivamente vasos comunicantes entre as
economias do globo, e o Brasil é um membro ativo e cada vez mais proeminente da
economia global. A retração de seus parceiros teria que o afetar, obviamente, e não
existem ajustes instantâneos que permitam a substituição de exportações contratadas para entregas de médio e longo prazos, por acréscimo de demanda instantânea
de curto prazo no mercado doméstico.
Por que então, apesar de inexistir pressão de demanda agregada sobre produtos e
serviços no Brasil e a taxa Selic ter caído de 9,25% ao mês em junho para 8,75% em julho,
existem expectativas de que a taxa volte a subir ligeiramente, em 2010, para 9,25%?
O crescimento de 41% nos
gastos do seguro-desemprego,
entre janeiro e junho, gera o
primeiro déficit registrado na
contabilização do FAT
Para contrarrestar a crise e a retração de demanda, o Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
participou do mercado de crédito com força e vigor notáveis.
Contudo, seus efeitos não se fizeram sentir uniformemente,
com equidade, em toda a economia. Ao agir com positividade
importante, incentivou a recuperação do volume de consultas
e empréstimos no primeiro semestre do ano de tal forma que a
procura por créditos alcançou R$ 112 bilhões, uma alta de 40,2%
em relação ao segundo semestre de 2008, açoitado pela grande
crise. As aprovações de crédito cresceram estatisticamente 50%,
chegando a R$ 77,2 bilhões quando comparadas a igual período
do ano malfadado de 2008.
Em setembro de 2008, a taxa de inadimplência das operações de crédito da pessoa física indicava 7,1%, com tendência ascendente. E, em junho de 2009, a taxa havia subido para
9,7%, numa demonstração de que os efeitos da crise não se
colhem instantaneamente, no curto prazo e de uma vez por
todas. Pelo contrário, quebrar, ficar insolvente (sem solvência, sem recurso financeiro e liquidez) e ficar inadimplente
Arquivo Acrefi
À primeira vista, não haveria razões para que a taxa voltasse a subir, posto que a inflação está caindo e sua rota está
mudando. Em 2006, ela fora de 3,14%, num ponto de mínimo,
subindo então para 4,46% em 2007 e 5,9% em 2008. Combatê-la
era preciso, o que foi feito com maior controle e rigor monetário.
E a crise mundial significou retração econômica, ocasião na qual
a capacidade ociosa do sistema produtivo aumentou, impelindo
as empresas a uma redefinição de seus preços de vendas, com
tendências baixistas. E o governo, resoluto, tem mantido o déficit público em condições bem equilibradas, em que pesem as
ameaças de queda da arrecadação, por conta da recessão.
As razões para a alta encontram-se, sobretudo, em duas
questões importantes que se farão sentir crescentemente ao
longo de 2009 e 2010, a saber: o aumento da taxa de inadimplência e a possibilidade de politização das decisões macro,
posto que as eleições presidenciais estão chegando e existe
forte correlação no Brasil entre aumento de gastos públicos,
taxa de inflação ascendente e períodos eleitorais.
Efetivamente, não é desejo de nenhum agente econômico
que ocorra aumento da taxa de inadimplência. Quando aumenta o índice de desemprego das pessoas físicas, que, em
junho de 2009, chegara a 8,1%, conforme o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), elas perdem rendimentos e suas
escassas reservas acabam rápido para se fazer face a despesas
correntes de família e pagamento de dívidas contratadas. Uma
vez finda a reserva – a poupança –, as contas devedoras ficam
em aberto, indicando a inadimplência.
Em maio, a taxa fora de 8,8%, finalmente uma queda nas seis
regiões metropolitanas do Brasil. Mas o contingente de “desocupados” continuou alto, de 1,9 milhão de cidadãos.
Acrescente-se a estes os “mal ocupados”, os desmotivados
em suas ocupações atuais, os subocupados, na linha paralela de
outros milhões de mal empregados, subempregados e “autoajustados” mediante ocupações de profissionais liberais ou de
estudantes à espera de mais um concurso público, e teremos
certamente um quadro de “realmente desempregados e subocupados”, que esse de 8,1% formalmente anunciado.
Sintomático foi o crescimento de 41% nos gastos do segurodesemprego entre janeiro e junho de 2009, para R$ 9,9 bilhões,
e os dispêndios 69,4% maiores com o abono salarial, que chegaram a R$ 218 milhões, gerando o primeiro déficit registrado na
contabilização do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), com
R$ 11,5 bilhões previstos no biênio 2009-2010.
Com a piora das contas do FAT, cortou-se o crédito de 1,75
milhão de pequenos devedores, tomadores de créditos em bancos públicos, como professores, taxistas, motoboys, enfermeiros, cabeleireiros e autônomos em geral. A continuar a situação,
poderá faltar recurso nessa modalidade em 2010, o que criará
sérios constrangimentos àqueles que dependem de giro nos
recursos do FAT.
Istvan Kasznar, Ph.D., é
economista-chefe da Acrefi
[email protected]
FINANCEIROACREFI
Análise econômica:
(sem pagamentos saldados, empurrando e renegociando dívidas para mais adiante) é situação que se faz sentir e ocorre
ao longo do tempo. Ao longo dos meses e anos pós-choque
negativo gerado por uma crise como a que ora se vive.
No caso das empresas, primeiro esvaem-se as suas reservas
técnicas e de caixa em tesouraria, para então, caso as vendas não
retomem e as margens não forem positivas e significativas, a empresa não honrar os seus compromissos e literalmente quebrar.
Mostram os estudos de recuperação, falências e concordatas de
empresas no Brasil que possíveis empresas problemáticas, que
atuam em setores conturbados e afetados por crises macroeconômicas, conseguem sobreviver em média por 22 meses após
um choque negativo de ordem global. E que sua probabilidade
de quebra salta de 8% em anos ditos normais e estáveis, sem
sobressaltos, para 17% dois anos após o choque negativo.
No município do Rio de Janeiro, segundo centro econômico
mais importante em comércio varejista e lojista no País, após São
Paulo, de acordo com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) do
Clube dos Diretores Lojistas (CDL-RJ), registrou-se o maior índice
de inadimplência de 2009 – 6,5% em relação a junho de 2008.
Podem ser adotadas as medidas que se queiram para contrarrestar essa onda. Como a de redução de impostos ou isenção temporária de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Podem
ser feitas mais compras pelo Estado, grande comprador e bom
pagador, em setores vistos como prioritários, fundamentais, por
razões diversas, como o de gerarem empregos maciçamente; ou
serem grandes exportadores, como a indústria automobilística.
O fato, todavia, é que, enquanto alguns setores se tornam defendidos, beneficiados e privilegiados por uma lógica econômica e
de poder político que aciona o governo, outros múltiplos e bem
mais numerosos setores são ignorados, esquecidos e deixados à
sua própria sorte – para dizer melhor, desgraça – e quebram, se
desfazem e entram em processo de desmonte.
Podem as estatísticas mostrar o que quiserem. Podem os
levantamentos numéricos relatar o que bem entenderem. Podem
as interpretações quantitativas revelar retomadas espetaculares
sobre fundos de poços à vontade.
Mas o fato puro, simples, escancarado e visível é que pessoas
físicas e jurídicas quebram, numerosamente, de forma aberta e
impossível de não se fazerem notar.
Quando se afirmou, em maio de 2009, que 45% das famílias
de São Paulo, a maior cidade do Brasil, possuíam e registravam
ter pelo menos um membro de sua família como desempregado, ou perdido o emprego nos últimos nove meses, passou-se
a ter um ângulo importante para a compreensão da crise mundial sobre o País.
Quando as estatísticas governamentais mostraram que o
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) havia executado
15% dos investimentos previstos para o ano de 2008, logo outros
85% não foram executados, por razões bem diversas – prioriFINANCEIROACREFI
dade dada a gastos correntes e de custeio; dificuldades de execução e de administração dos projetos na dura realidade diária;
enfrentamento de burocracia que gera lentidão em processos
e tramitações; impedimento de execução de projetos, dada a
crescente conscientização da defesa ambiental e ecológica, que
promove a defesa da natureza, dos melros e gambás, em detrimento do progresso e do desenvolvimento humano, segundo a
visão dos capitalistas; e, entre outros, preferência em contratar
pessoal, mais servidores públicos, bons potenciais votantes, a
investir na formação de capital a futuro –, a desaceleração da
economia estava dada como certa.
Neste quadro, em que a ânsia dos governos é mostrar serviço, injetar dinheiro na economia e nos bancos e mostrar que
tudo se resolve rápido, o prêmio de risco dos negócios reage e
mostra tendência inequívoca de alta.
Podem os governos internacionais aliar-se à imprensa, novidadeira e analista de eventos de curtíssimo prazo como se fossem verdades insofismáveis aceitáveis para o longo prazo – e
que não são –, e podem as publicidades afirmar o que quiserem
impor como visão geradora de motivação para retomada. O fato
é que crises agudas reduzem a confiança nas pessoas, nas empresas e nas instituições.
E quando a credibilidade é posta em xeque, os riscos dos sistemas de produção aumentam. As empresas cobram mais, porque antecipam a elevação dos riscos de quebra. E isso explica
em parte a aposta na alta das taxas de juros futuras.
Isto implica a feitura de um longo, complexo e bem trabalhoso
parque de operações de renegociação de dívidas e de posições
em aberto de devedores, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas.
Silenciosamente, discretamente, nessas horas de problema multiplicado aos agentes em geral, os intermediários
financeiros passam a antecipar e propor medidas saneadoras
em suas carteiras, por clientes. Entre essas medidas, mudam a
tipologia dos créditos que concederam a quem tomou outrora
créditos, em cenário diferente e que parecia de estabilidade e
ameno; aumentam e prolongam os prazos das operações, com
mais parcelas a pagar; diminuem as taxas de juros dos devedores problemáticos, para dar uma chance maior de pagamento a
eles; injetam um prêmio maior logo nos que de fato conseguem
pagar – o que não deixa de ser um efeito transferência de riscos
injusto, em que o mais competitivo paga pelo menos competitivo, ou azarado; recebem bens dados em garantia, ou seja,
executam os bens dados como garantia real; e buscam outras
soluções criativas.
Entrementes, mesmo que medidas de solvência visem assegurar a saúde do sistema financeiro e que se evitem riscos sistêmicos e efeitos dominó, nos quais um banco abalroa outro,
que abate outro e assim indefinidamente, o que gera graves
situações econômicas. E os Estados Unidos mostraram como é
caro ver quebrar o Lehman Brothers, para início de conversa,
posto que todas as organizações acabaram debilitadas, no Brasil
os pequenos e médios bancos foram afetados e precisaram de
auxílios importantes e bem ativos do Banco Central.
Importantes, fundamentais para a prática da verdadeira concorrência e a movimentação das taxas de juros, assim como para
suprir nichos de mercado com crédito, os pequenos e médios
bancos viram seu lucro médio encolher 28% em 2008, segundo
estudo da EFC, de R$ 1,67 bilhão para R$ 1,2 bilhão. Enquanto
isso, os líderes do setor aumentaram os seus ganhos, de R$ 27
bilhões para R$ 31 bilhões, ou 15% a mais.
Os grandes bancos possuem economias de escala, diversidade completa e poder de barganha. Em fase de crise, a eles se
dirige a maior parte da população, por confiar mais na sua capacidade de sobrevivência. Os pequenos apresentam menor economia de escala e efeito conglomeração, com o que são sacrificados e se retraem em períodos de crise econômica aguda.
Dispor dos bancos pequenos, apoiá-los, mantê-los e lhes dar
funcionalidade com liquidez é imprescindível para que novos
períodos de arranque econômico aconteçam com maior rapidez
e com melhor capacitação de atendimento a todos quantos precisam de créditos. Incentivar a venda de carteiras e os repasses
aos grandes é atrasar o crescimento futuro.
As taxas de juros Selic, que ao longo dos últimos oito meses
foram caindo, justificavam-se como um estímulo anticíclico, para
fazer face à brusca contração da demanda agregada. Contudo,
2010 é um ano político, com significativo jogo de poderes estabelecido à mesa: o PT quererá se perpetuar, reforçando uma aliança
que é economicamente cara com o PMDB. E o PSDB e alianças
oposicionistas outras buscarão a recuperação do poder perdido.
Normalmente, conforme indicam as pesquisas, não apenas
as brasileiras, mas no mundo, governos tendem a ser mais soltos e generosos em anos políticos do que em início de governo.
Em fim de governo, eles abrem mais as comportas do Tesouro,
com a finalidade de lubrificar melhor monetariamente a economia, o que lança as taxas de juros para baixo, aumentando o
consumo, o que por sua vez aumenta a produção e cria maior
Dispor dos bancos
pequenos é imprescindível
para novos períodos de
arranque econômico
contratação de trabalhadores. Estes, mais seguros em empregos recém-conquistados, tendem a apontar seus votos ao governo que propiciou sua contratação.
Ora, um aumento de gastos correntes de governo, caso
financiado por emissão monetária – o que não tem sido feição
do governo atual –, é inflacionário. As taxas de juros nominais
sobem. Caso esse fenômeno venha a ocorrer, isso sucederá com
impacto visível em 2010.
Naturalmente, outros fatores podem estimular a alta inflacionária. Entre eles, é importante ficar atento à alta dos produtos alimentares. Além dos efeitos gerados pelas estações, com
produções variáveis segundo os efeitos de estiagens (maio a
setembro) e excessos de chuvas (dezembro a março), a cada
ano que passa sentem-se os efeitos gerados pela mudança no
clima mundial.
Em 50 anos, o Planeta esquentará 3ºC a mais. Áreas inteiras,
outrora férteis e bem irrigadas, se tornarão desérticas. E áreas
geladas, sem maior vegetação, serão conquistadas para a agricultura. Isso significa e implica uma mudança significativa no processo de assentamento de projetos rurais e de uso da terra. E, no
Brasil, o fenômeno vem ocorrendo e crescendo em intensidade.
A volatilidade da produção do setor agrícola vem e estará afetando os preços, crescentemente, ao longo dos próximos anos.
E isso também requisitará das autoridades maior rigor no
acompanhamento e afinação das políticas monetária, fiscal
e cambial. |
Política monetária:
Por que a taxa de juros
no Brasil é alta?
por Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados
A pergunta acima, às vezes, parece sem resposta no caso
brasileiro.
Mesmo anos depois das reformas que permitiram que
uros juros juros
juros juros juros juros juros
uros juros juros juros
juros juros juros
a situação macroeconômica geral ficasse estável, ainda suporjuros juros juros juros juros juros juros juros
tamos uma taxa real elevada na economia brasileira. Várias
uros
juros juros juros juros juros juros juros ju
razões são dadas para esse patamar que, em várias vezes,
s juros
juros juros juros
juros juro
foi recorde, mas também, várias vezes, não se chegou a
juros juros juros juros juros juros juros
juros j
um consenso. Há razões estruturais, como a incerteza
s juros juros juros juros juros juros juros
uros juros
juros juros juros juros juros juro
jurídica, ou seja, o fato de o devedor ter privilégios em
uros juros juros
juros juros juros juros juros
relação ao credor, até uma situação fiscal ainda precáuros juros juros juros
juros juros juros juros
ria. Sem querer esgotar um tema por certo inesgotável,
juros juros juros juros juros juros juros juros
considerarei aqui dois argumentos que normalmente
uros
juros juros juros juros juros juros juros ju
s juros
juros juros juros
juros juro
não são usados ou que são usados de outra forma para
juros j
juros juros juros juros juros juros juros
explicar os juros altos. Esse tema já foi desenvolvido por
s juros juros juros juros juros juros juros
mim em artigo que escrevi para o jornal Valor Econômico
uros juros
juros juros juros juros juros juro
uros juros juros
juros juros juros juros juros (13/07), mas explorarei mais nuances neste espaço.
Uma primeira motivação de uma taxa de juros elevada
uros juros juros juros
juros juros juros
juros juros juros juros juros juros juros juros é a existência de inúmeros índices de inflação na economia.
uros
juros juros juros juros juros juros juros ju
Numa economia normal, em geral, existem dois indicados juros
juros juros juros
juros juro
res apenas. Um é o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e
juros juros juros juros juros juros juros
juros j
outro é o Índice de Preços ao Produtor (IPP), que costumam
s juros juros juros juros juros juros juros
s juros
juros juros juros
juros juro ser calculados por instituições ligadas ao governo. No caso
juros juros juros juros juros juros juros
juros j
brasileiro, como resquício do período hiperinflacionário, coes juros juros juros juros juros juros juros
xistem diversos indicadores, nem sempre os mais adequados
uros juros
juros juros juros juros juros juro
uros juros juros
juros juros juros juros juros para medir a inflação. Veja o caso dos Índices Gerais de Preços
(IGPs). Esses indicadores são a base de muitos mecanismos
uros juros juros juros
juros juros juros
juros juros juros juros juros juros juros juros de reajuste ainda hoje, mas sua composição traz ruídos eleuros
juros juros juros juros juros juros juros ju
vados para os indicadores de preços. Isso porque os IGPs são
s juros
juros juros juros
juros juro
formados em 60% pelo Índice de Preços ao Atacado (IPA),
30% pelo IPC e 10% pelo Índice Nacional do Custo da Construção (INCC). Além de serem indicadores independentes, o
primeiro deles, o IPA, sofre de forte contaminação de outros
preços da economia, principalmente as commodities e a taxa
de câmbio. O exemplo de 2008 é muito claro. Enquanto o
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©iStockPhoto.com/DN-Group/geopaul/montagem EDF
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Julho/2009
Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou em 5%,
os IGPs fecharam em torno de 10%, por conta dos choques
de preços de commodities ao longo do ano. Só que, ao longo
de 2009, cerca de 50% do IPCA está olhando os IGPs passados (por volta de 30% de preços administrados e outros 20%
de serviços que implicitamente são impactados pelos IGPs,
como é o caso de aluguéis). Não há lei que obrigue que se use
um ou outro índice para reajuste, mas, por comodidade histórica, usa-se há muito tempo os IGPs. Mas esse IGP de 10% em
2008 significa um ruído para o IPCA de 2009, pois é algo que
o Banco Central não tem como afetar via política monetária.
Em parte, é por isso que o IPCA em 2009 ainda se segura nos
4,5%. Enquanto o mundo inteiro sofre com processos deflacionários, mesmo a China, o Brasil ainda carrega o fardo da
indexação com uma inflação que se mantém firme ao redor
da meta. Não é porque os IGPs serão baixos este ano e ajudarão em muito o IPCA de 2010 que se deveria ver alguma razão
para esses indicadores existirem. Tanto uma queda quanto
uma alta nesse sentido é ruim para o IPCA e tira o poder de
administração da inflação da política monetária.
Há a falsa impressão de que ter muitos índices é bom
porque aumenta a informação. Isso é verdade em economias com inflação elevada, quase hiperinflacionária, em que
a inflação diária se torna importante. Mas não há razão, em
uma economia estabilizada, existirem IGP-10, IGP-M, IGP-DI,
prévias de IGPs, índices da terceira idade, da classe média,
inflação diária, IPCA-15, INPC IPC-Fipe, ICV-Dieese e quaisquer outros indicadores além dos oficiais sugeridos neste
artigo. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
deveria ser munido de orçamento para ter um IPCA e um
IPP robustos. O IPCA existe, mas deveria ser aperfeiçoado. O
IBGE deveria fazer uma Pesquisa de Orçamento Familiar mais
rapidamente e não de cinco em cinco anos apenas, o que
traz distorção por usar o índice Paasche em seu cálculo. Da
mesma forma, o IPP, há tempos nos planos do IBGE, deveria
ser colocado logo em andamento. Ao diminuir a quantidade
de indicadores, seria mais fácil explicar para a população os
núcleos de inflação, também expurgados de alimentação,
por exemplo. Isso daria ainda mais poder para a política
monetária, pois tiraria mais um ruído em geral não passível
de mudança por política monetária de curto prazo.
O Brasil ainda carrega o
fardo da indexação com
uma inflação que se mantém
firme ao redor da meta
Ao mantermos a meta em 4,5%,
limitamos a queda da taxa
nominal e mantemos a taxa
real elevada
Devemos considerar que um índice de inflação é um
bem público puro para o consumidor final (ao menos o indicador geral) e, portanto, deveria ter algum tipo de regulação por parte do governo. Além de podermos comparar
melhor nossos indicadores com os de outros países, isso,
por si só, já tiraria grande parte da volatilidade da inflação
brasileira hoje. Vale lembrar que não basta trazer aos poucos a inflação para baixo. Basta algum choque de câmbio
ou de commodities nos IGPs para a inflação do ano seguinte
voltar a subir de forma artificial.
Conjuntamente a isso, a meta de inflação deveria ser baixada. Em estudo feito pela MB em 2007, mostramos que, já
naquela época, o Banco Central brasileiro estava mantendo
a inflação num patamar mais elevado do que os países que
adotavam as metas de inflação no mesmo período em que
estávamos usando. Ou seja, para período de sistema de
metas semelhantes, os outros países estavam com as metas
ao redor de 3%. Ao mantermos a meta em 4,5%, não só limitamos a queda da taxa nominal, mas também acabamos por
manter a taxa real elevada. Quanto mais alta a inflação, mais
difícil mantê-la naquele nível. Em outras palavras, maior a
taxa de juros real para conseguir segurar a inflação naquele
patamar. Mesmo que no curto prazo a taxa real ficasse mais
alta para trazer a inflação para baixo, no longo prazo os benefícios seriam inequívocos.
Se houvesse uma possibilidade de extinguir a maioria dos
indicadores de inflação e baixar a meta de inflação, com o
tempo a taxa real convergiria para números mais baixos. Isso
não significaria que a taxa real de juros não tivesse mais que
subir, mas sim que os patamares seriam diferentes ao minimizar a rigidez nos preços de serviços e administrados. As
condições macroeconômicas no Brasil já são relativamente
estáveis e permitiram que o País tivesse taxas reais menores.
Não as tem porque a cultura inflacionária montada ao longo
de três décadas persiste. Essa mesma cultura que não gerou
indexação agressiva em outros países da América Latina, por
exemplo, ainda existe no Brasil e impede a queda da inflação
e das taxas de juros nominal e real. Enquanto esses passos
não forem dados, dificilmente veremos taxas de juros baixas
por períodos longos na economia brasileira. |
FINANCEIROACREFI
Efeitos da crise:
Mercado de
celulose desacelera
O setor de celulose foi duramente atingido pela crise internacional quando a demanda desacelerou de maneira intensa. Em 2009,
o aumento de consumo chinês, alguma recuperação na Europa e a
racionalização na oferta internacional1 ajudaram no movimento de
diminuição de estoques e alguma recuperação nos preços.
A produção brasileira segue sendo bastante competitiva,
principalmente se comparada com os tradicionais produtores
escandinavos e norte-americanos que têm elevado custo de produção e, em muitos casos, estão sendo obrigados a fechar suas
plantas. As estimativas apontam para redução de produção de
1.300,5 mil toneladas na celulose de fibra curta e 827.500 toneladas na celulose de fibra longa. A redução de produção é maior na
América do Norte, que representa 67% do total de fechamento
de plantas na fibra longa, seguida pela Europa, com participação
de 29%. Na fibra curta, o fechamento de unidades na América do
Norte representa a eliminação de 265 mil toneladas (20,4%), mas
é na Ásia que a concentração é maior, com um volume de redução
previsto para 668,5 mil toneladas, que representa 51,4% da redução total de produção mundial (Tabela 1).
A redução de produção será compensada, no futuro, com
a maturação, até 2011, dos novos investimentos em plantas de
produção de celulose, principalmente de fibra curta. Por essa
razão, a celulose de fibra curta, produto fabricado no Brasil, está
com o preço mais pressionado para baixo. De fato, o volume
projetado de produção com a entrada das novas fábricas indica
maior demora no equilíbrio de oferta e demanda e, portanto,
maior pressão nos preços. A previsão de aumento de oferta até
2011 é de 625 mil toneladas na celulose de fibra longa e de 6.395
mil toneladas na celulose de fibra curta, justificando, assim, a
maior dificuldade de recuperação de preço nesta última.
Os números divulgados pela Foex, empresa finlandesa provedora de dados, na última semana de junho, indicam que os
preços de celulose praticados na Europa e na China apresentaram pequena recuperação. A celulose de fibra longa segue
apresentando mais força, com a cotação de US$ 621,3/t, 7,7%
acima da cotação do último trimestre, enquanto a de fibra
curta, com a cotação de US$ 505,8/t, está apenas 2,5% acima
da cotação do último trimestre. Ambas ainda estão bem abaixo
da cotação de 2008, com 31,3% de queda e 39,8% de queda respectivamente. A manutenção da diferença no comportamento
dos preços entre os dois tipos de celulose decorre basicamente
FINANCEIROACREFI
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Julho/2009
Tereza Maria Fernandez Dias da Silva,
diretora da MB Associados
do movimento de oferta. Enquanto na fibra longa o fechamento das fábricas provoca diminuição líquida na oferta, na
fibra curta, fábricas entram em operação, como o caso da VCP,
com a Usina de Três Lagoas, o que significa que, no curto prazo,
esse movimento deve continuar.
A forte queda de demanda provocada pela crise internacional implicou em um primeiro momento a elevação dos estoques
mundiais, que atingiram no pico 50 dias. Atualmente, encontram-se em um nível de 15 dias, abaixo da sua média histórica de
32 dias. Os indicadores têm apresentado ligeira melhora desde
março deste ano, como resultado de uma oferta mais equilibrada e um aumento de embarques. Esse movimento já fez com
que a capacidade de produção retornasse a 97%.
Os embarques mundiais, que caíram 9,2% no primeiro trimestre do ano (9.430 mil toneladas), vêm se recuperando e
devem atingir o volume de 4,3 milhões de toneladas mensais,
fazendo com que os estoques se aproximem da média histórica2. Este movimento pode implicar elevação mais rápida nos
preços no curto prazo. A China segue sendo responsável por
grande parte da absorção de celulose no mundo (Gráfico 1) e,
portanto, dessa recuperação de preço. O movimento chinês já
se refletiu em alguma melhora nas vendas da Suzano, Aracruz e
VCP. Segundo essas empresas, a China tem sido a principal responsável por esse movimento, já que a Europa e a América do
Norte estão com a demanda mais fraca e as vendas de celulose
ainda estão caindo. A China tem uma indústria de papel nova,
por isso consegue utilizar mais fibra curta e, portanto, o aumento de produção de papel naquele país irá implicar aumento
de demanda de celulose de fibra curta, em especial de eucalipto,
fato positivo para o Brasil.
A racionalização da oferta fez com que a capacidade de utilização da indústria
voltasse a 97% (de um piso de 76%).
2
No mês de abril, foram embarcados 3,5 milhões de toneladas, volume 2,2%
acima do embarcado no mês de março e 1% abaixo do valor de abril de 2008.
1
Softwood
(fibra longa)
Hardwood
(fibra curta)
Total
(t)
América do Norte
554.500
265.000
951.500
América Latina
25.000
196.000
221.000
Europa
238.000
171.000
431.000
Ásia
10.000
668.500
678.500
Total
827.500
Fonte: Credit Suisse. Elaboração: MB Associados.
1.300.500
2.28
Oct - 07
Apr - 07
Oct - 06
Apr - 06
Oct - 05
Apr - 05
Oct - 04
Apr - 04
Oct - 03
Apr - 03
Oct - 02
Apr - 02
Oct - 01
Apr - 01
Oct - 00
Apr - 00
No médio prazo, não há garantia de que o movimento chinês continue, mas pode se prolongar por mais um período, pois
o governo chinês, a exemplo do que vem fazendo em outros
setores, está fechando fábricas de celulose, não apenas pela ineficiência econômica, mas também por problemas ambientais.
Com isso, as empresas brasileiras tendem a ser beneficiadas,
pois a celulose de fibra curta, de eucalipto, especialidade dessas
empresas, tem custos e preços mais baixos do que as fibras longas produzidas na Europa, o que está fazendo com que os novos
projetos industriais utilizem cada vez mais as fibras curtas.
Outro fator de sustentação de preço está associado ao fato
de o governo russo ter implementado uma taxa de exportação
de madeira para a Europa que passará a valer a partir de janeiro
de 2010. Esta taxa (€ 35/m³) vai resultar em aumento de custo de
até US$ 200/t nas indústrias europeias que usam 100% da sua
matéria-prima originária da Rússia. A elevação de custos poderá
implicar fechamento de unidades nessa região.
Nos Estados Unidos, os dados seguem negativos. O volume de
produção de papel em maio deste ano foi 14% abaixo do que no
mesmo mês do ano passado, com crescimento de 1,5% em relação
à produção de abril. Aparentemente foi atingido o fundo do poço,
e não é esperada recuperação importante ao longo do ano.
Na Europa, as expectativas também não são otimistas,
2 Embarques mundiais de celulose para a China
devendo se manter demanda fraca. No primeiro trimestre, a
EM MIL TONELADAS
demanda de papel para impressão caiu mais de 20%, puxada
1.000
pela queda nas exportações de 40%. Nos meses de abril e
maio, o mercado apresentou uma ligeira melhoria em rela800
ção ao primeiro trimestre do ano.
600
O primeiro reflexo nas empresas brasileiras de papel
400
e celulose foi forte, principalmente pela queda nos preços da celulose, que foi mais veloz do que a queda de
200
alguns custos. Queda de preço do petróleo, do gás natu0
ral e de fretes minimizou o efeito negativo da queda de
vendas no primeiro momento, mas o aumento da cotação do petróleo já eliminou esse efeito positivo.
Fonte: Morgan Stanley.
O movimento de queda de demanda no mercado inter-
Apr - 09
1º TRIMESTRE/2009
nacional, que, no caso do setor, é mais forte pela sua exposição ao
mercado externo, se somou, no caso brasileiro, à alavancagem das
empresas, fazendo com que as expectativas de curto prazo permaneçam negativas. Algumas expansões previstas foram suspensas,
a exemplo do projeto da Aracruz Celulose e a Stora Enso (investimentos em aquisições de terras para a formação de florestas e a
construção de uma nova fábrica, mesmo com a grande vantagem
comparativa). O mercado começou a apresentar ligeira melhora a
partir do mês de abril, principalmente pela compra dos chineses.
Contudo, os analistas de mercado apontam para um preço de
break even de US$ 500/t na celulose, para que os chineses deixem
de comprar no mercado internacional e retomem a produção com
outras fibras que não de madeira (palha de arroz, milho etc.). Se
isso ocorrer e o mercado europeu não der sinal de recuperação, os
preços podem voltar a cair. Como o preço no fim do semestre já
foi ligeiramente superior a US$ 500,0/t, poderemos ter os primeiros
sinais de menor compra chinesa já no terceiro trimestre do ano.
A produção nacional começou a apresentar recuperação e, no
mês de maio, somou 1,2 milhão de toneladas, que representou alta
de 11,5% em relação ao mês de abril e de 2,4% sobre maio de 2008.
A exportação brasileira de celulose em maio representou o
segundo pior resultado do ano, com queda de 28,5% em relação
ao mês de abril de 2009 e 49,4% ante o mês de maio de 2008. Nos
primeiros cinco meses do ano, o setor acumulou exportações de
3,1 milhões de toneladas (alta de 3% em relação a 3,0 milhões de
toneladas de igual período do ano passado). Ainda assim, o setor
registrou superávit comercial de US$ 1,4 bilhão nos primeiros cinco
meses do ano (-22,8% em relação ao mesmo período de 2008).
O setor de papel e celulose pode apresentar leve recuperação em 2009. A queda de estoques mundiais sugere alguma
recuperação nas vendas. São fatores de risco para o cenário de
recuperação um recuo nas compras chinesas e a recente valorização do real. Os preços em real caíram 13,6% no segundo trimestre de 2009, fato negativo para as nossas empresas, já que
seus custos são, na maioria, em real. |
Oct - 08
Redução na oferta por conta do fechamento
de plantas de celulose de fibra curta e longa
Apr - 08
1
FINANCEIROACREFI
15 de setembro de 2009 - 13h30
Renaissance São Paulo Hotel
4º SEMINÁRIO
INTERNACIONAL
ACREFI
A Crise Mundial e Seus Impactos na Fraude
Abertura
Adalberto Savioli, Presidente da Acrefi
Alencar Burti, Presidente da ACSP
Informações
e inscrições em
www.acrefi.org.br
Palestrantes confirmados
Internacionais
Clark S. Abrams, Chief, Money Laundering and Financial Investigations Unit, Office of the Special
Narcotics Prosecutor for the City of New York
Dr. Massimo Nardo, Co-ordinator of Organised and Economic Crime Study Groups in the Italian
National Financial Intelligence Unit
Nacionais
Diego Torres Martins, Sócio-Diretor da Acesso Digital
Eduardo Daghum, Associação Comercial de São Paulo e Horus Prevention
George Henry Millard, Diretor da Performance Risk Management & Security Consultants
Mauro Negrete, Diretor de Operações da Gravames
Prof. Istvan Kasznar, Ph.D, Economista-Chefe da Acrefi
Tabajara Novazzi Pinto, Delegado de Polícia de Classe Especial no Estado de São Paulo
Patrocínio
Apoio Institucional
Apoio
Indicadores econômicos:
Divulgação
Sinais POSITIVOS
por Marcel Domingos Solimeo*
Julho/2009
Diversos indicadores da economia brasileira apontam para
mentos. O indicador que melhor reflete o impacto da crise intermelhora da situação e têm levado muitos analistas a considerar
nacional sobre o Brasil e que sintetiza os demais é o da produção
que “o pior já passou“, e alguns, mais otimistas, inclusive a defenindustrial, que apresentou queda de 20% em dezembro, sobre o
der que já voltamos a crescer e que o País deve fechar o ano com
pico de setembro/outubro de 2008, mostrando retração superior
crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), mesmo que modesto.
à observada em muitos países mais diretamente afetados pela
Dados relativos ao desempenho de alguns setores justificam o oticrise. O resultado da produção industrial em maio mostra uma
mismo de muitos agentes econômicos e analistas. As vendas de
recuperação da ordem de 7% sobre dezembro de 2008, isto é,
automóveis, impulsionadas pela redução do Imposto sobre Proainda 13% abaixo do pico registrado no ano passado. A indústria
dutos Industrializados (IPI), bateram todos os recordes em junho,
de bens de capital e a produção de manufaturados voltada para
o saldo da balança comercial vem sendo crescente, apontando
as exportações continuam muito abaixo do seu ponto máximo,
para um superávit expressivo neste
e existem dúvidas sobre a eficácia dos
ano, ao contrário do esperado. A inincentivos concedidos recentemente
dústria registrou crescimento em prapelo governo, por meio de redução de
ticamente todos os setores em maio,
impostos e de taxa de juros, para perPode-se falar em recuperação mitir a recuperação desses segmentos
comparativamente a abril, o emprego
apresenta estabilização, e a confiança
industriais. Isso porque, no caso de
da economia, mas não em
do consumidor, bem como a dos embens de capital, o que determina a
presários, começa a aumentar. Os índidemanda são os investimentos, que
crescimento, pois ainda falta
ces de inflação mostram acomodação
não devem se recuperar enquanto
bastante para voltarmos aos
dentro das metas fixadas para 2009 e
não se esgotar a capacidade ociosa
2010. As vendas dos super e hipermerda indústria. A produção voltada para
patamares
pré-crise
cados vêm se mantendo quase imunes
as exportações depende da demanda
aos efeitos da crise, e os incentivos aos
externa, que não deve aumentar no
materiais de construção estão procurto prazo, em virtude da crise que
piciando crescimento das vendas. O
assola quase todos os mercados.
crédito está quase normalizado, com queda de juros e volta aos
Assim, pode-se falar em recuperação da economia, mas
prazos mais longos, e a inadimplência dos consumidores subiu
não em crescimento, pois ainda falta bastante para voltarmos
menos do que o esperado, encontrando-se em patamar supeaos patamares de atividade econômica pré-crise, para, então,
rior ao do ano passado, mas muito abaixo do verificado em crises
o País voltar a crescer. Como o consumo doméstico tem sido,
anteriores. Deve-se ponderar que o desempenho não é uniforme
junto com os gastos do governo, o principal fator de cresciem todos os setores, havendo a coexistência de resultados supermento do PIB, pode-se esperar que o desempenho do comércio
positivos, como os de venda de veículos, e outros ainda bastante
no segundo semestre seja melhor do que o do primeiro e que
negativos, como a produção de bens de capital e as exportações
alguns segmentos possam até atingir patamares superiores aos
de produtos manufaturados.
observados no ano passado, mas, dificilmente, voltará a apreEm consequência, torna-se difícil avaliar o comportamento
sentar taxas de crescimento tão elevadas como as de 2007/2008
da economia como um todo, mas, tendo em vista o peso do setor
neste ano e no próximo. Crescimento sustentável da economia
industrial, que tem ainda grande influência no desempenho dos
depende de investimentos, e, somente quando o setor privado
serviços, talvez a melhor forma de avaliar como estamos no motiver retomado a confiança no crescimento dos mercados inmento seja verificar qual foi o tamanho da queda desse setor a
terno e externo, ele retomará os investimentos. |
partir de setembro, quando a paralisação do crédito provocou
queda violenta não apenas da produção industrial como das
* Marcel Domingos Solimeo é economista-chefe e superintendente
vendas internas e das exportações e, principalmente, dos investida Associação Comercial de São Paulo
FINANCEIROACREFI
Sistema financeiro:
Novas estratégias
do Banco Central
Antonio Cruz/ABr
Julho/2009
Dando prosseguimento às iniciativas para desenvolvimento e
aperfeiçoamento do sistema financeiro nacional, o Banco Central
do Brasil está iniciando projeto estratégico denominado Inclusão
Financeira. O projeto é uma iniciativa da área de Normas e Organização do Sistema Financeiro (Dinor) e será coordenado pelo
Departamento de Organização do Sistema Financeiro (Deorf).
Tem como premissa que um sistema financeiro sustentável
e inclusivo é possível a partir de parcerias entre as partes interessadas, estruturando a rede de competências. Assim, um dos
objetivos do projeto é realizar diagnóstico sobre o tema no Brasil,
buscando compreender os pontos fortes e principais desafios da
questão, com vista à obtenção de mais e melhor acesso da população a serviços financeiros adequados às suas necessidades. Mais do que aprofundar o conhecimento sobre o mercado
e articular parcerias, o projeto busca focar em soluções a partir
do seu objetivo final, que é a inclusão financeira, e não somente
soluções de curto prazo, que atendam a conjuntos isolados de
operadores, nichos de clientes ou ajustes normativos.
Entre as ações previstas, está a realização do I Fórum Banco
Central sobre Inclusão Financeira, no período de 16 a 18 de
novembro de 2009, em Salvador. Tendo em vista os objetivos
do projeto, o formato do evento será diferente daqueles anteriormente realizados pelo Banco Central, sobre Microfinanças,
sendo voltado para os atores do setor.
O evento está dividido em duas seções: a primeira, nos dias 16
e 17, abordará temas técnicos sobre a indústria das microfinanças
e será conduzida por meio de grupos de trabalho e palestras com
especialistas nas áreas; e a segunda, no dia 18, será dedicada ao
tema “Moedas Sociais, bancos comunitários e outras iniciativas”,
com os atores envolvidos com o tema. O dia 18 será, portanto,
para os demais atores, momento oportuno para reunião de segmentos específicos, visando parcerias e projetos.
Mais informações sobre o evento ou o projeto podem ser
obtidas com a equipe do Deorf, no Rio de Janeiro, via email
inclusã[email protected], aos cuidados de Elvira Cruvinel
Ferreira Ventura, que é a gerente do projeto, ou com Alessandra
von Borowski Dodl, gerente substituta. |
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• Cobranças amigáveis (CDC, Leasing e cartões)
• Jurídico (Banco autor e Banco réu)
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Artigo:
As ações revisionais e as novas
súmulas do STJ
Reproduzindo as perfídias e ludíbrios da cortina lírica da ópera
de Pietro Mascagni Cavalleria Rusticana, surpreendentemente perseveram entre nós as altercações acerca das taxas de mútuo bancário e, como corolário desta babel, a profusão de ações revisionais.
A taxa praticada na contratação de mútuo bancário é, com
efeito, resultado de uma conjunção complexa de fatores sistêmicos
diversos, alguns de cunho econômico, outros de caráter jurídico,
outros ainda de natureza estrutural, que atuam como elementos
componentes da margem de spread que as instituições integrantes
do Sistema Financeiro Nacional (SFN), para sua intermediação, inserem nas operações de concessão de crédito que realizam.
Sobre a desarrazoada pretensão de tabelamento dos juros
bancários, a promulgação da Carta Magna em 5 de outubro de
1988 teve repercussão assaz importante nos contratos de mútuo
bancário. Com efeito, a redação do art. 192, § 3º da Norma Fundamental, prescrevia limitação aos juros reais praticados no País.
A partir de então, debates contundentes acerca da autoaplicabilidade ou não da norma insculpida no texto constitucional passaram a ser travados.
Após a elaboração do Parecer SR-70 do então consultor-geral
da República Saulo Ramos, asseverando a imprescindibilidade
da promulgação de lei complementar regulamentadora do SFN
para conferir eficácia plena ao dispositivo limitador dos juros reais
cobrados na dinâmica do mercado financeiro, o Partido Democrático Trabalhista (PDT) propôs ação direta de inconstitucionalidade distribuída sob o nº 4-7, pugnando pela autoaplicabilidade
da norma fixadora do teto dos juros reais. O Superior Tribunal
Federal (STF), por seis votos a quatro, julgou a ação improcedente,
entendendo que, efetivamente, a aplicabilidade da limitação estipulada pelo constituinte estava, por vontade do próprio poder
constituinte originário, sujeita à promulgação de lei complementar regulamentadora do SFN.
O julgamento da ADin 4-7 foi a senha para que fosse apresentado um sem-número de projetos de lei que dispunham acerca da
regulamentação do SFN, reproduzindo, com algumas variações, a
limitação à cobrança de juros reais a 12% ao ano estampada no art.
192, § 3º da Constituição Federal de 1988 (CF/88).
Entre tantos projetos, a maioria de qualidade duvidosa, cabe
menção, a título ilustrativo para meramente melhor referenciar a
questão objeto de exame, ao Projeto de Lei 36/00, de autoria do
ex-senador Carlos Bezerra (PMDB/MT). O projeto regulamentava
o § 3º do art. 192 da CF/88 e dispunha sobre a cobrança de juros
FINANCEIROACREFI
Julho/2009
©iStockPhoto.com/kristina-s
por Glauber M. Talavera*
reais máximos de 12% ao ano praticados em todas as operações
de concessões de crédito realizadas quer por integrantes quer
por não integrantes do SFN. Pela conceituação adotada, de tecnicidade questionável, consideraram-se juros reais “o excedente da
taxa nominal de juros, nela incluídas comissões e quaisquer outras
remunerações direta ou indiretamente vinculadas à concessão do
crédito, sobre a variação do Índice de Preços ao Consumidor (IPC)
no período de tempo a que se referir a taxa nominal”. A cobrança
de juros em patamares superiores ao limite imposto foi descrita
como crime – fato típico e antijurídico – cuja prática por instituição
integrante do SFN teria como consequência a punição de seus diretores com pena de reclusão de um a dois anos, sem prejuízo de
multa correspondente ao dobro do valor do crédito concedido
sobre o qual incidiria taxa de juros real superior ao limite estabelecido na lei. Por fim, fulminava com nulidade de pleno direito as
garantias contratualmente constituídas com objetivo de assegurar
o cumprimento de obrigações assumidas em avenças contendo
estipulações vedadas pela lei impositiva de limitações à contratação de juros acima do patamar estabelecido.
O projeto de lei referenciado é emblemático, pois a pregação pelo tabelamento dos juros praticados no mercado finan-
que parece, fez morada em alguns setores do Judiciário cujas
decisões nos trazem à lembrança o surrealismo do pintor catalão Joan Ponç e do romeno Victor Brauner.
Olvidando, entre outros muitos, o voto antológico do ministro Ari Pargendler no julgamento do REsp 407.097-RS e o voto
lapidar do ministro Carlos Alberto Menezes Direito proferido no
julgamento do REsp 271.214-RS, os setores insurgentes do Judiciário levaram o STF a editar em 20 de junho de 2008 a Súmula
Vinculante 7 (com redação idêntica à da Súmula 648 do STF),
na qual vociferou uma vez mais contra os que desconhecem a
matéria e insistem em enfunar o peito contra os Tribunais Superiores e fomentar o tabelamento dos juros por meio de decisões
que, não bastassem primar pela atecnia, têm o condão, cada
qual, de arregimentar nova brigada de inadimplentes que ensejam salvo-conduto para livrar-se das peias de suas obrigações
(vide Noam Chomsky, The Architecture of Language).
Nesse mesmo sentido, a Segunda Seção do STJ, como descritor normativo que se refere a fatos passados e prescritor de
condutas futuras, também padecendo dos efeitos colaterais
de tais decisões de bruscos diapasões, recentemente editou a
Súmula 380, na qual assevera que a simples propositura da ação
de revisão de contrato não inibe a caracterização da mora do
autor. Mais do que isso, o STJ editou a Súmula 381 que preceitua
que, nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer de
ofício a abusividade das cláusulas e, ainda, editou a Súmula 382,
na qual estabelece que a estipulação de juros remuneratórios
superiores a 12% ao ano, por si só, não indica abusividade.
Dessa forma, ressalvados os exageros que devem ser coibidos em qualquer seara, com a edição dessas Súmulas que
definitivamente juridicizam esses fatos e os subsumem às normas, resta totalmente exaurida sua análise sob as perspectivas
da sintática, da semântica e da pragmática. Assim, com apelo
meramente teorético, o discurso sobre as limitações de juros e
as ações revisionais doravante ganham exclusivamente os campos etéreos da metafísica, sendo página virada na experiência
concreta do mundo da vida.
Em outras palavras, parafraseando a esperança de Nicolo
Maquiavel em suas Histórias Florentinas: “Cosa fatta, capo ha”, ou
seja, “O que tem começo, tem fim”. |
Divulgação
ceiro foi progressivamente angariando novos adeptos e estabelecendo uma caixa de ressonância, tanto na doutrina quanto
na jurisprudência, embora notadamente adstrita aos que desconheciam a matéria.
Todavia, em boa hora, a tese defendida por aqueles que
tencionavam submeter a contratação de mútuo bancário a uma
espécie de tabelamento sucumbiu, perdendo seu principal ponto
de apoio por força do termo inicial de vigência da Emenda Constitucional 40, que, em 29 de maio de 2003, revogou os incisos e
parágrafos do art. 192 da Carta Magna, suprimindo do texto constitucional, consequentemente, a estipulação restritiva acerca da
cobrança de juros. Em boa hora, porque o tabelamento puro e
simples, apriorístico e em termos absolutos, dos juros praticados
no mercado financeiro parece-nos medida desarrazoada, defendida por aqueles que, no afã de dar vazão a seu inconformismo
por supostos abusos praticados pelas instituições integrantes do
SFN, desconhecem as especificidades do objeto – os juros, frutos
do capital, contrapartida pela disponibilidade do dinheiro, um
dos preços essenciais da economia.
Tantas e tão diversas entre si são as variáveis que atuam na
determinação da taxa de juros praticada pelos agentes do mercado financeiro, que não se concebe submetê-las a um mecanismo imobilizador de suas flutuações provocadas ora por influxos
endógenos, ora por influências exógenas (neste sentido, Frederick
Schauer. Las Reglas en Juego: Un Examen Filosófico de la Tomada de
Decisiones Baseada en Reglas en el Derecho y en la Vida Cotidiana).
Em suma, o descabimento da medida que impõe o tabelamento da taxa de juros praticada no mercado financeiro decorre
da inconveniência prática representada pela sujeição de um preço
da economia que é, em última análise, produto de uma conjugação
complexa de fatores sistêmicos a um limite pré-estabelecido, estático, que, absolutamente, não reflete a dinâmica do contexto em
que estão inseridos os agentes que atuam no mercado financeiro.
Em um cenário que tem a volatilidade como marca registrada,
é inoportuno e inconveniente privar a autoridade monetária nacional da possibilidade de manejo do arsenal instrumental de que dispõe para defender a moeda nacional de ataques especulativos e,
dessa forma, adequar o nível de liquidez e o volume de crédito da
economia aos padrões exigidos em face dos macro-objetivos perseguidos. A pré-fixação dos juros, à revelia das forças de mercado,
é, por esse motivo, um despropósito.
Conquanto a EC 40 tenha sido concebida com o evidente
propósito de extinguir a controvérsia sobre o tabelamento dos
juros e, nesse mesmo sentido, tentando reproduzir a melodia
da sonora flauta mágica de Mozart, tenha sido arquitetada para
pôr termo à banalização da propositura de ações revisionais,
cuja multiplicidade está relacionada menos ao suposto inconformismo dos autores e mais ao ingente trabalho de inculcação
por meio da publicidade imoderada veiculada por alguns advogados, o problema ainda persiste em face de ideologia que, ao
* Glauber M. Talavera é mestre
e doutor em Direito Civil
pela Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (PUCSP), é doutorando em Direito
Processual Civil pela mesma
universidade, advogado
e professor do Centro
Universitário das Faculdades
Metropolitanas Unidas (FMU)
FINANCEIROACREFI
Análise setorial:
Desempenho dos principais
bancos brasileiros no
primeiro trimestre de 2009
O ano de 2009 começou em meio à crise dos mercados financeiros globais. Alta volatilidade dos ativos financeiros, desconfiança de investidores, fuga de capitais, enfim, um
cenário econômico de insegurança. Em meio a toda essa instabilidade, é muito importante estar atento ao resultado de nossas instituições financeiras, pois, como sabemos,
são elas as responsáveis por grande parte da atividade de intermediação financeira do
País, direcionando os recursos financeiros e promovendo desenvolvimento econômico.
Feitas essas considerações, segue uma breve análise do resultado do setor bancário. A
análise será baseada na média dos saldos e resultados dos maiores bancos brasileiros,
por meio de um comparativo entre os primeiros trimestres de 2007, 2008 e 2009.
As receitas de intermediação financeira dos quatro maiores bancos brasileiros no
primeiro trimestre de 2009 apresentaram uma evolução positiva. No primeiro trimestre
dos anos de 2007 e 2008, a evolução dessas receitas foi de, respectivamente, 9,99%
e 31,55% em relação aos períodos passados. Já no primeiro trimestre de 2009, esses
números cresceram ainda mais, com aumento de 47,64% dessas receitas em relação ao
primeiro trimestre de 2008.
Em relação às despesas de intermediação financeira, é possível verificar aumento
expressivo em relação aos anos passados. No primeiro trimestre dos anos de 2007 e 2008,
essas contas apresentaram evolução de, respectivamente, 10,45% e 37,32%. Esse aumento é ainda mais expressivo no primeiro trimestre de 2009, quando os principais bancos brasileiros apresentaram aumento de 56,51% em relação ao mesmo período de 2008.
As contas de provisão para devedores duvidosos (PDD) continuam a aumentar em
volume. Nos anos de 2007 e 2008, a evolução das contas de PDD dos maiores bancos
nacionais foram de, respectivamente, 39,5% e 8,9%. Já no primeiro trimestre de 2009,
em relação ao mesmo período de 2008, o aumento no volume de PDD foi de 70,2%.
Esses dados são explicados pelos aumentos nos índices de atrasos de pagamentos do
ano de 2009, divulgados pelo Banco Central (BC).
Segundo o BC, até março de 2009, o volume de créditos em atraso para pessoas
físicas era de 5,83% (inadimplência) e 8,41% (insolvência), representando o maior índice
desde o ano de 2002. Para a carteira de pessoas jurídicas, o índice de atraso também
era relativamente elevado em relação aos outros anos. Em março de 2009, o índice de
atraso de pagamentos para operações como Hot Money, Capital de Giro e Conta Garantida totalizou volumes de, respectivamente, 7,41%, 5,34% e 2,38% (inadimplência) e
2,70%, 5,59% e 5,97% (insolvência), representando índices elevados se comparados
com a evolução histórica.
Se considerarmos o aumento das receitas de intermediação financeira, concomitantemente ao aumento também das despesas de intermediação financeira, citados
anteriormente, verificaremos resultados negativos na receita bruta de intermediação
financeira dos principais bancos brasileiros. No primeiro trimestre de 2007, a evolução
FINANCEIROACREFI
Mario Miranda/Agência Foto
Julho/2009
Alberto Borges Matias
Divulgação
por Prof. Dr. Alberto Borges Matias1 e Lucas Saura2
Lucas Saura
1
Prof. Dr. Alberto Borges Matias, professor titular do Departamento de Administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade
de São Paulo (FEA-USP) no câmpus de
Ribeirão Preto, livre-docente em finanças,
atuando nos programas de graduação,
pós-graduação e MBAs da universidade.
Atuou por 12 anos na Serasa. Fundou o
Ibmec em São Paulo. Foi consultor da Diretoria de Fiscalização do Banco Central do
Brasil, onde implantou o Sistema de Fiscalização Indireta. Participou da elaboração
do Planejamento Estratégico do Banco do
Brasil, CEF, Credicopa, Cocamar. É estrategista financeiro do Magazine Luiza,
Reuters, Bertin, Braskem, Banco Panamericano, Siemens, Ambev, Rhodia, Petrobras,
DuPont, dentre outros. É, também, diretor
de operações do Inepad
2
Lucas Saura, aluno de graduação do
curso de Economia Empresarial e Controladoria da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de
São Paulo (FEA-USP) no câmpus de Ribeirão Preto. É analista financeiro do Inepad
em relação ao mesmo período de 2006 foi
1 Resultado bruto da intermediação financeira (mil)
uma queda de 5,99%. No primeiro trimestre
de 2008, ocorreu uma evolução, com cresci9.600.000,00
mento do resultado bruto de intermediação
9.400.000,00
de 9,90%. E por fim, no primeiro trimestre de
9.200.000,00
2009, verificou-se novamente queda no re9.000.000,00
sultado bruto de intermediação financeira,
8.800.000,00
de 4,67% em relação ao período anterior.
8.600.000,00
Os bancos aumentaram no primeiro
8.400.000,00
8.200.000,00
trimestre de 2009 seu custo pessoal e
8.000.000,00
administrativo. A média geral dos maiores
mar/06
mar/07
mar/08
mar/09
bancos brasileiros indica que, no primeiro
trimestre dos anos de 2007, 2008 e 2009,
Fonte: Inepad & BC.
a evolução das despesas com pessoal foi
de 3,28%, 7,67% e 32,30%. Ainda em relação a esses períodos, os custos administrativos desses bancos
também apresentaram crescimento, com evolução de, respectivamente, 12,59%, 11,03% e 32,26% nos primeiros trimestres de
2007, 2008 e 2009.
Verificou-se, no primeiro trimestre de 2009, queda no resultado líquido das instituições analisadas. Em 2007, o resultado
líquido do primeiro trimestre em relação ao mesmo período
de 2006 foi uma diminuição de 5,95%. No primeiro trimestre de
instituições financeiras. Isso demonstra que não houve dimi2008, o setor reagiu com crescimento de 31,27% em relação ao
nuição de crédito concedido, e sim aumento de interesse pelo
ano anterior. E, em 2009, ano objetivo de nossa análise, o setor
crédito interno. É preciso considerar que o resultado inflado das
novamente enfrenta diminuição nos lucros do primeiro trimesoperações de crédito no primeiro trimestre de 2009 é também
tre, com queda de 14,80%.
devido à inclusão dos saldos do Unibanco nesse período.
As operações de crédito não apresentaram queda de cresciEm relação à evolução de tesouraria das maiores instituições
mento em relação aos primeiros trimestres dos anos anteriores.
bancárias do Brasil, o primeiro trimestre de 2009 apresentou
No primeiro trimestre de 2007 e 2008, essa conta apresentou
aumento de 32,49% em relação ao mesmo período do ano de
aumento de, respectivamente, 26,31% e 24,90% em relação aos
2008. A evolução do primeiro trimestre de 2007 para o primeiro
mesmos períodos passados. No primeiro trimestre de 2009,
trimestre de 2008 foi de 22,10%.
houve crescimento de 46,24% em relação ao primeiro trimestre
Mesmo em meio a um cenário de volatilidade na economia
de 2008, atingindo um saldo de aproximadamente R$ 315 bilhões
internacional, com fuga de capitais e investimentos, ainda
em operações de crédito, se consideradas as quatro principais
como reflexo da crise que se iniciou em 2008, os bancos brasileiros apresentam-se sólidos. Com o
aquecimento da economia, por meio
da volta gradativa do crédito e do con2 Operações de crédito das maiores instituições do País (mil)
sumo, os rumos econômicos devem
ser delineados de uma maneira mais
350.000.000,00
segura e isso se reflete em todos os
300.000.000,00
setores da economia, assim como se
250.000.000,00
reflete no setor bancário. É claro que
200.000.000,00
isso não impede que os bancos assu150.000.000,00
mam estratégias de prevenção, como
100.000.000,00
reduções em seus custos e despesas,
50.000.000,00
aumento de provisões para perdas,
0,00
concessão cuidadosa de crédito, enfim,
mar/06
mar/07
mar/08
mar/09
cuidados pela manutenção e evolução
do sistema bancário brasileiro. |
Fonte: Inepad & BC.
Mesmo em meio a um cenário
de volatilidade na economia
internacional, os bancos
brasileiros estão sólidos
FINANCEIROACREFI
Concorrência bancária:
Os mercados financeiros
vistos pelo Cade
por Leopoldo U. C. Pagotto
Do ponto de vista técnico, a tarefa de definir um mercado
relevante para fins de defesa da concorrência é das mais difíceis
e importantes. É difícil porque, com frequência, a ação e a visão
empresariais são incapazes de demonstrar os efetivos limites e
contornos do mercado – por vezes, o que o empresário julga ser
o seu mercado não o é, especialmente quando se verificam as
elasticidades entre os produtos e serviços. Do mesmo modo,
definir um mercado é importante, porque essa definição pautará toda a ação governamental no que diz respeito à defesa da
concorrência. A definição do mercado relevante esclarece, para
os agentes do mercado, quais concentrações econômicas e condutas são permitidas e aceitáveis.
Essas preocupações foram expostas em artigos anteriores,
especialmente no que diz respeito a uma falta de diretrizes
claras por parte das autoridades concorrenciais e regulatórias
para o mercado financeiro. Todavia, neste momento de mudança, em que se aproxima uma decisão final sobre como a
defesa da concorrência no mercado financeiro deve ser feita,
as autoridades brasileiras de defesa da concorrência têm
começado a fornecer indicações de como pretendem analisar
casos submetidos à sua apreciação.
Antes de tudo, é preciso diferenciar o contexto brasileiro
do internacional. Neste, a recente onda de fusões e aquisições
decorre muito mais da tentativa de saneamento do sistema
financeiro do que de atividade privada em que se busca o aumento da eficiência empresarial. Já no contexto brasileiro, após
a consolidação empreendida na segunda metade da década
de 1990, com o Programa de Estímulo à Reestruturação e ao
Sistema Financeiro Nacional (Proer) e do Programa de Apoio à
Infra-Estrutura Econômica e Social (Proes), a solidez das instituições financeiras nacionais e do Sistema Financeiro Nacional
(SFN) tem sido objeto de elogios quase unânimes, inclusive das
autoridades monetárias de países que figuram no epicentro da
atual crise financeira global. Por isso, a movimentação no mercado nacional de fusões e aquisições possui causas e motivos
distintos. Mesmo assim, como o próprio ministro da Fazenda,
Guido Mantega, sugeriu, o turbulento cenário de crise financeira faz com que a ideia de que grandes instituições financeiras
sejam mais capacitadas para enfrentar as turbulências.
FINANCEIROACREFI
Julho/2009
Sem entrar no mérito de tais declarações – afinal, é possível
que bancos grandes sejam grandes demais para falir (too big to
fail) e que, por isso, se aproveitem para tomar riscos elevados –,
o fato é que as fusões e aquisições no Brasil não podem ser vistas
sob a ótica de que é melhor permitir uma concentração econômica excessiva para evitar a falência do banco (failing company
defense). Tal cenário não acontece no mercado brasileiro.
Feitas essas considerações iniciais, deve-se atentar para
o conteúdo de duas decisões recentes do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade): o ato de concentração nº
08012.010081/2007-11 (Santander/Real) e o ato de concentração
nº 08012.011505/2008-38 (Banco do Estado do Piauí pelo Banco
do Brasil). Embora nenhuma dessas decisões seja vinculativa,
ambas fornecem diretrizes para o setor privado no contexto da
atual movimentação no mercado.
No ato de concentração nº 08012.010081/2007-11, o conselheiro relator Abraham Sicsú fez uso da síntese apresentada em
obra pretérita por este autor1 para a análise do mercado relevante no ato de concentração envolvendo o Grupo Santander
e o Banco ABN Amro. De fato, é possível o emprego de três
metodologias diferentes para se definir o mercado relevante,
quando a análise recai sobre as instituições financeiras: (i) considerar todos os produtos bancários em um único mercado relevante; (ii) considerar cada um dos produtos como um único
mercado relevante; e (iii) agrupar produtos como mercados
relevantes distintos.
Dentre essas alternativas, a terceira que foi aplicada no caso
mencionado e é aplicada reiteradamente pela Comissão Europeia. Esta corresponde a um meio termo entre as duas primeiras
opções de análise. Considerando tal entendimento, separamse os grupos de produtos ou setores de atuação da instituição.
Comumente, as atividades das instituições financeiras são divididas em duas classes distintas: (i) atividades não financeiras; e
(ii) atividades financeiras.
Segundo a legislação brasileira2, o conceito de atividade
financeira está intimamente ligado ao desenvolvimento de
atividades de coleta, intermediação e aplicação de recursos
de terceiros. Assim, a classe “atividades financeiras” corresponderá aos serviços de depósito e empréstimos, ou seja,
1
PAGOTTO LUC. Defesa da Concorrência no Sistema Financeiro. São Paulo:
Singular, 2006.
2
Leopoldo Ubiratan Carreiro
Pagotto é advogado de
Xavier, Bernardes, Bragança,
Sociedade de Advogados
Divulgação
©iStockPhoto.com/danleap
propriamente às atividades de intermediação financeira. Desse
modo, uma boa maneira de mensurar o produto bancário é analisar o volume de depósitos e o volume de empréstimos. Por outro
lado, à classe “atividades não financeiras” é possível atribuir os
serviços de arrendamento mercantil, seguros e corretagem de
seguros, corretagem e distribuição de títulos e valores mobiliários,
cartões de crédito e asset management.
A fusão entre o Grupo Santander e o Banco Real envolveu a
aquisição do Grupo ABN Amro pela RFS Holdings B.V., sociedade
sediada na Holanda criada com o intuito específico de adquirir o
Grupo ABN Amro. Esta, por sua vez, é formada por Santander, The
Royal Bank of Scotland e pelo Grupo Fortis – um prestador internacional de serviços financeiros –, sendo que todos possuem a
mesma participação acionária. Na análise da operação, tomandose o critério exposto anteriormente, foi considerado que as relações horizontais entre o Santander e o Banco ABN Amro no Brasil
são pouco significativas, não existindo em quaisquer segmentos
analisados concentração superior à quantia de 20%. Portanto,
para o Cade, a fusão gera prejuízos à ordem econômica quando
aprovada sem a imposição de quaisquer tipos de restrições. Essa
operação merece especial destaque porque foi o primeiro ato de
concentração em que o Cade analisou mais aprofundadamente as
atividades financeiras.
O segundo caso de destaque, o ato de concentração
nº 08012.011505/2008-38, envolvendo a aquisição do
Banco do Estado do Piauí pelo Banco do Brasil, foi julgado
mais recentemente pelo Cade. Nesse ato de concentração, o Banco do Brasil incorporou o Banco do Estado
do Piauí, passando à condição de seu sucessor a título universal quanto a todos os seus bens, direitos e obrigações.
Como na fusão entre Santander e Banco Real, a operação
foi aprovada sem restrições. Contudo, os órgãos instrutores do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência
(nomeadamente a SDE e a Seae) não analisaram o mercado de atividades financeiras, restringindo-se às atividades não financeiras. À semelhança do caso anteriormente
mencionado, o Cade solicitou às partes que lhe fossem
enviadas todas as informações encaminhadas ao BC e
outras informações acerca de suas atividades financeiras.
Nessa oportunidade, o conselheiro Paulo de Azevedo
Furquim também trouxe subsídios adicionais sobre a
forma de definição do mercado relevante. No voto, o relator analisou cada uma das localidades em que havia sobreposição horizontal entre as agências do Banco do Brasil e
do Banco do Estado do Piauí, concluindo, desse modo, que
o mercado de varejo bancário tem escopo geográfico local.
Mesmo havendo índices elevados de concentração resultante em algumas localidades, o Cade considerou o fato de
o Banco do Brasil ser público e importante instrumento de
implementação de políticas públicas.
Ainda é muito cedo para afirmar que a posição adotada pelo Cade nos julgamentos de operações envolvendo instituições financeiras já está consolidada. De
fato, os próprios conselheiros admitiram que não houve
ainda um caso que efetivamente exigisse a análise de
mérito mais aprofundada. Por isso, tudo indica que
o pronunciamento do Cade sobre a fusão entre Itaú e
Unibanco pode indicar quais elementos o Sistema de
Defesa da Concorrência Brasileira observará no futuro
para construir o seu posicionamento. |
Cf. art. 17 da Lei 4.595/64 e art. 1º da Lei 7.492/86.
FINANCEIROACREFI
Banco de dados: por Inepad
Taxas Médias : Geral
DATA
Aplicações % a.a.
Var. p.p.
Captações % a.a.
Var. p.p.
Spread % p.p.
Var. p.p.
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
abr/09
mai/09
37,6
38,0
39,4
40,1
40,4
43,0
44,1
43,3
42,4
41,3
39,2
38,6
37,9
0,2
0,4
1,4
0,7
0,3
2,6
1,1
-0,8
-0,9
-1,1
-2,1
-0,6
-0,7
13,1
13,5
13,8
13,9
14,0
14,5
13,9
12,6
11,9
11,6
10,7
10,4
9,8
0,7
0,4
0,3
0,1
0,1
0,5
-0,6
-1,3
-0,7
-0,3
-0,9
-0,3
-0,6
24,5
24,5
25,6
26,2
26,4
28,5
30,2
30,7
30,5
29,7
28,5
28,2
28,1
-0,5
0,0
1,1
0,6
0,2
2,1
1,7
0,5
-0,2
-0,8
-1,2
-0,3
-0,1
Variação Mai-Mai
0,3
-3,3
3,6
>> Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
Taxas Médias : Pessoa Física
DATA
Aplicações % a.a.
Var. p.p.
Captações % a.a.
Var. p.p.
Spread % p.p.
Var. p.p.
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
abr/09
mai/09
47,4
49,1
51,4
52,1
53,1
54,8
58,3
58,1
55,1
52,7
50,1
48,8
47,3
-0,3
1,7
2,3
0,7
1,0
1,7
3,5
-0,2
-3,0
-2,4
-2,6
-1,3
-1,5
13,9
14,4
14,8
14,5
14,5
15,1
15,1
12,9
11,5
11,2
10,4
10,3
9,9
0,8
0,5
0,4
-0,3
0,0
0,6
0,0
-2,2
-1,4
-0,3
-0,8
-0,1
-0,4
33,5
34,7
36,6
37,6
38,6
39,7
43,2
45,2
43,6
41,5
39,7
38,5
37,4
-1,1
1,2
1,9
1,0
1,0
1,1
3,5
2,0
-1,6
-2,1
-1,8
-1,2
-1,1
Variação Mai-Mai
3,7
-0,9
4,6
>> Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
Taxas Médias : Pessoa Jurídica
DATA
Aplicações % a.a.
Var. p.p.
Captações % a.a.
Var. p.p.
Spread % p.p.
Var. p.p.
mar/08
abr/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
26,9
26,6
27,5
28,3
28,3
31,8
31,4
30,7
31,0
30,8
28,9
28,8
28,5
-0,3
1,7
2,3
0,7
1,0
1,7
3,5
-0,2
-3,0
-2,4
-2,6
-1,3
-1,5
12,4
12,7
13,0
13,4
13,6
14,1
13,0
12,3
12,2
11,9
10,9
10,5
9,8
0,5
0,3
0,3
0,4
0,2
0,5
-1,1
-0,7
-0,1
-0,3
-1,0
-0,4
-0,7
14,5
13,9
14,5
14,9
14,7
17,7
18,4
18,4
18,8
18,9
18,0
18,3
18,7
0,1
-0,6
0,6
0,4
-0,2
3,0
0,7
0,0
0,4
0,1
-0,9
0,3
0,4
Variação Mar-Mar
1,6
>> Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
FINANCEIROACREFI
-2,6
4,2
Spread Financeiro
Crédito Pessoa Física
Volum e
R$ Milhões
50,0
45,0
A plicação
Capt ação
Volume
abr/09
mai/09
mar/09
fev/09
jan/09
dez/08
mai/08
mai/09
abr/09
mar/09
fev/09
jan/09
dez/08
nov/08
out/08
set/08
ago/08
jul/08
mai/08
jun/08
5,0
out/08
10,0
nov/08
15,0
set/08
20,0
jul/08
SPREAD
FINANCEIRO
25,0
ago/08
35,0
jun/08
150.000
140.000
130.000
120.000
110.000
100.000
90.000
80.000
70.000
60.000
40,0
30,0
Taxa de
Juros
62,00
60,00
58,00
56,00
54,00
52,00
50,00
48,00
46,00
44,00
Taxa de Juros
>> Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
Volume de Operações de Crédito : Pessoa Física - Prefixados - Recursos Livres (R$ Milhões)
MÊS / ANO
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
abr/09
mai/09
CHEQUE ESPECIAL
VARIAÇÃO
EM %
CRÉDITO PESSOAL
VARIAÇÃO
EM %
FINANCIAMENTO
IMOBILIÁRIO
VARIAÇÃO
EM %
CARTÃO DE
CRÉDITO
VARIAÇÃO
EM %
15.059 15.469 15.521 15.659 15.457 15.400 15.803 17.081 16.638 16.003 17.082 17.445 18.001 0,3%
0,9%
-1,3%
-0,4%
2,6%
8,1%
-2,6%
-3,8%
6,7%
2,1%
3,2%
0,1%
-2,5%
114.176 115.214 117.157 118.782 120.697 124.182 125.387 125.996 127.410 128.173 132.985 137.102 140.809 2,3%
0,9%
1,7%
1,4%
1,6%
2,9%
1,0%
0,5%
1,1%
0,6%
3,8%
3,1%
2,7%
440 466 482 508 540 575 597 619 650 694 732 754 761 4,3%
5,8%
3,4%
5,3%
6,5%
6,4%
3,7%
3,8%
4,9%
6,9%
5,4%
2,9%
0,9%
19.930 20.245 20.442 20.807 21.161 21.842 22.642 22.088 23.018 24.336 25.011 25.391 25.379 1,9%
1,6%
1,0%
1,8%
1,7%
3,2%
3,7%
-2,4%
4,2%
5,7%
2,8%
1,5%
0,0%
>> Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
Volume de Operações de Crédito : Pessoa Física
Prefixados/continuação - Recursos Livres (R$ Milhões)
AQUISIÇÃO
VARIAÇÃO
OUTROS
TOTAL
MÊS / ANO
VARIAÇÃO
VARIAÇÃO
VEÍCULOS VARIAÇÃO
OUTROS
TOTAL
EM %
EM %
EM %
EM %
fev/08
mar/08
abr/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
83.657 83.850 84.108 83.917 83.930 83.553 83.334 81.938 80.568 82.431 81.625 81.504 81.500 0,5%
0,2%
0,3%
-0,2%
0,0%
-0,4%
-0,3%
-1,7%
-1,7%
2,3%
-1,0%
-0,1%
0,0%
11.956 11.860 11.903 11.808 12.078 12.114 11.697 11.835 11.785 11.553 11.039 9.752 9.622 -0,8%
-0,8%
0,4%
-0,8%
2,3%
0,3%
-3,4%
1,2%
-0,4%
-2,0%
-4,5%
-11,7%
-1,3%
95.612 95.711 96.010 95.725 96.008 95.667 95.031 93.772 92.353 93.984 92.664 91.256 91.122 0,3%
0,1%
0,3%
-0,3%
0,3%
-0,4%
-0,7%
-1,3%
-1,5%
1,8%
-1,4%
-1,5%
-0,1%
9.931 10.377 10.761 10.634 11.009 11.483 11.501 7.164 7.217 7.427 7.490 7.532 8.207 -0,1%
4,5%
3,7%
-1,2%
3,5%
4,3%
0,2%
-37,7%
0,7%
2,9%
0,8%
0,6%
9,0%
248.765 253.161 256.839 257.943 260.554 262.646 264.732 264.616 264.833 266.118 268.313 269.436 275.113 VARIAÇÃO
EM %
1,3%
1,8%
1,5%
0,4%
1,0%
0,8%
0,8%
0,0%
0,1%
0,5%
0,8%
0,4%
2,1%
>> Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
FINANCEIROACREFI
Banco de dados: por Inepad
Volume de Operações de Crédito : Crédito Consignado (R$ Milhões)
MÊS / ANO
CRÉDITO
PESSOAL*
mai/08
128.352
jun/08
129.763
jul/08
132.555
ago/08
134.796
set/08
137.338
out/08
142.150
nov/08
144.448
dez/08
143.687
jan/09
145.197
fev/09
147.326
mar/09
151.147
abr/09
155.388
mai/09
159.488
Var. Mai-Mai 24,26%
CONSIGNADO
Públicos
Privados
Total
Amostra**
62.136
62.635
63.713
64.655
65.623
67.260
67.486
68.201
68.836
70.079
71.495
73.920
76.264
22,74%
9.778
9.950
10.210
10.216
10.494
10.722
10.594
10.689
10.857
10.942
11.239
11.724
12.047
23,20%
71.914
72.585
73.924
74.870
76.117
77.982
78.080
78.890
79.693
81.021
82.734
85.644
88.311
22,80%
47.637
48.202
48.975
49.313
49.900
52.833
53.095
53.758
54.641
55.105
56.226
60.061
61.654
29,42%
% Consignado***
56,0%
55,9%
55,8%
55,5%
55,4%
54,9%
54,1%
54,9%
54,9%
55,0%
54,7%
55,1%
55,4%
-1,17%
Concentração
Taxa de Juros %aa
do Consignado
Estimativa INEPAD Consignado Pessoal Diferença
66,2%
66,4%
66,3%
65,9%
65,6%
67,7%
68,0%
68,1%
68,6%
68,0%
68,0%
70,1%
69,8%
5,39%
27,5%
27,7%
28,4%
28,5%
28,8%
29,8%
31,0%
30,8%
30,8%
29,3%
28,7%
28,9%
28,6%
4,15%
48,4%
51,4%
53,6%
54,5%
56,3%
57,4%
59,9%
60,4%
56,5%
54,5%
50,8%
48,8%
46,6%
-3,72%
20,9%
23,7%
25,2%
26,0%
27,5%
27,6%
28,9%
29,6%
25,7%
25,2%
22,1%
19,9%
18,0%
-14,04%
>> Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
* Inclui empréstimos realizados pelas cooperativas de crédito. ** Pesquisa com treze das maiores instituições que operam com crédito pessoal. *** Total consignado sobre o total de crédito pessoal.
Inadimplência - Operações Prefixadas : Crédito Pessoal (R$ Milhões)
Saldo
Com atraso
Mês/Ano
sem atraso
de 15 a 30 dias
% sobre
Com atraso
Saldo da
de 31 a 90 dias
Carteira
% sobre
Saldo da
Carteira
Com atraso
maior que
90 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Saldo total
Carteira-
Brasil
Variação
em %
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
abr/09
mai/09
2,07%
1,93%
2,04%
1,87%
2,04%
2,19%
1,97%
2,02%
2,23%
2,19%
2,16%
2,14%
1,91%
2,43%
2,38%
2,35%
2,32%
2,27%
2,42%
2,49%
2,35%
2,58%
2,63%
2,57%
2,57%
2,29%
6.013.821
5.838.192
6.135.827
6.325.442
6.326.601
6.774.969
6.916.201
6.992.548
7.291.955
7.487.655
7.388.139
7.877.464
7.841.401
5,27%
5,07%
5,24%
5,33%
5,24%
5,46%
5,52%
5,55%
5,72%
5,84%
5,60%
5,75%
5,57%
114.175.722
115.213.871
117.156.761
118.782.371
120.696.738
124.181.618
125.386.795
125.996.164
127.409.755
128.172.982
132.000.636
137.101.508
140.809.083
2,29%
0,91%
1,69%
1,39%
1,61%
2,89%
0,97%
0,49%
1,12%
0,60%
2,99%
3,10%
2,70%
103.022.153
104.407.365
105.881.336
107.489.859
109.166.762
111.686.790
112.879.141
113.492.571
113.980.932
114.514.696
118.372.514
122.767.978
127.050.492
2.368.574
2.228.419
2.389.760
2.215.523
2.461.087
2.715.201
2.471.143
2.546.415
2.845.703
2.804.329
2.846.310
2.934.840
2.688.836
2.771.174
2.739.895
2.749.838
2.751.547
2.742.288
3.004.658
3.120.310
2.964.630
3.291.165
3.366.302
3.393.673
3.521.226
3.228.354
>> Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
Inadimplência - Operações Prefixadas : Aquisição de Bens - Veículos (R$ Milhões)
Saldo
Com atraso
Mês/Ano
sem atraso
de 15 a 30 dias
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
abr/09
mai/09
74.661.062
74.772.743
74.773.820
74.389.665
73.980.851
72.049.765
70.547.693
71.844.127
70.833.551
70.069.059
69.552.501
69.541.452
69.869.595
2.984.575
2.834.145
2.910.234
2.882.830
2.971.301
3.134.011
3.037.188
3.240.330
3.173.943
3.180.127
3.418.805
3.085.189
3.132.115
>> Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
FINANCEIROACREFI
% sobre
Com atraso
Saldo da
de 31 a 90 dias
Carteira
% sobre
Saldo da
Carteira
Com atraso
maior que
90 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Saldo total
Carteira-
Brasil
Variação
em %
3,55%
3,38%
3,47%
3,45%
3,57%
3,82%
3,77%
3,93%
3,89%
3,90%
4,19%
3,80%
3,84%
4,01%
3,94%
3,76%
3,75%
3,89%
4,22%
4,44%
4,57%
4,77%
5,23%
5,39%
5,38%
5,05%
3.091.054
3.000.720
3.089.297
3.147.053
3.143.326
3.295.902
3.403.791
3.575.603
3.725.811
3.992.345
4.133.864
4.234.217
4.407.063
3,68%
3,58%
3,68%
3,77%
3,77%
4,02%
4,22%
4,34%
4,56%
4,90%
5,07%
5,21%
5,41%
84.107.793
83.917.134
83.929.877
83.552.561
83.333.676
81.937.511
80.568.103
82.431.255
81.625.210
81.504.177
81.500.098
81.235.267
81.521.975
0,31%
-0,23%
0,02%
-0,45%
-0,26%
-1,68%
-1,67%
2,31%
-0,98%
-0,15%
-0,01%
-0,25%
0,35%
3.371.102
3.309.526
3.156.526
3.133.013
3.238.198
3.457.833
3.579.431
3.771.195
3.891.905
4.262.646
4.394.928
4.374.409
4.113.203
Inadimplência - Operações Prefixadas : Aquisição de Bens - Outros (R$ Milhões)
Saldo
Com atraso
Mês/Ano
sem atraso
de 15 a 30 dias
% sobre
Com atraso
Saldo da
de 31 a 90 dias
Carteira
% sobre
Saldo da
Carteira
Com atraso
maior que
90 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Saldo total
Carteira-
Brasil
Variação
em %
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
abr/09
mai/09
4,79%
4,70%
4,63%
4,54%
4,35%
4,58%
4,57%
4,35%
4,69%
4,31%
4,46%
4,33%
3,85%
5,75%
5,70%
5,21%
5,09%
4,90%
5,25%
5,53%
5,05%
5,45%
5,54%
5,86%
5,67%
4,87%
1.574.622
1.635.845
1.656.346
1.671.757
1.567.610
1.597.246
1.641.852
1.610.860
1.529.065
1.380.641
1.372.374
1.366.409
1.445.312
13,23%
13,85%
13,71%
13,80%
13,40%
13,50%
13,93%
13,94%
13,85%
14,16%
14,26%
14,60%
15,78%
11.902.544
11.808.288
12.077.730
12.114.380
11.697.003
11.834.722
11.784.884
11.553.033
11.038.639
9.751.942
9.622.375
9.355.811
9.157.798
0,36%
-0,79%
2,28%
0,30%
-3,45%
1,18%
-0,42%
-1,97%
-4,45%
-11,66%
-1,33%
-2,97%
-2,12%
9.073.687
8.943.932
9.232.647
9.275.580
9.047.148
9.073.078
8.953.218
8.855.844
8.389.707
7.410.243
7.257.355
7.053.429
6.913.873
570.362
555.532
558.922
549.895
509.192
542.505
538.079
502.912
518.212
420.737
428.818
405.174
352.474
683.873
672.979
629.815
617.148
573.053
621.893
651.735
583.417
601.655
540.321
563.829
530.799
446.139
>> Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
Inadimplência - Aquisição de Veículos - Prefixado
Março/2009 (em R$ mil)
Inadimplência - Crédito Pessoal - Prefixado
Março/2009 (em R$ mil)
21%
Atraso de mais
de 90 dias
7.841.401
54%
25%
Atraso de
15 a 30 dias
2.688.836
Atraso de mais
de 90 dias
4.407.063
18%
58%
24%
Atraso de
31 a 90 dias
4.113.203
36%
Inadimplência - Outras Operações - Prefixado
Março/2009 (em R$ mil)
Inadimplência - Aquisição Outros Bens - Prefixado
Março/2009 (em R$ mil)
Atraso de mais
de 90 dias
1.445.312
29%
35%
Atraso de
31 a 90 dias
3.228.354
Atraso de
15 a 30 dias
3.132.115
Atraso de
15 a 30 dias
352.474
Atraso de
15 a 30 dias
368.321
13%
Atraso de mais
de 90 dias
2.105.739
Atraso de
31 a 90 dias
446.139
63%
24%
Atraso de
31 a 90 dias
739.970
Inadimplência - Operações Prefixadas : Outras Operações (R$ Milhões)
Saldo
Com atraso
Mês/Ano
sem atraso
de 15 a 30 dias
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
abr/09
mai/09
7.639.437
7.979.469
8.197.258
8.545.006
8.771.558
4.953.544
4.973.464
5.082.673
5.055.098
4.946.070
5.559.508
5.174.972
5.356.111
396.545
364.998
404.991
419.976
417.343
287.556
264.112
296.416
307.374
405.729
352.672
351.158
368.321
% sobre
Com atraso
Saldo da
de 31 a 90 dias
Carteira
% sobre
Saldo da
Carteira
Com atraso
maior que
90 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Saldo total
Carteira-
Brasil
Variação
em %
3,68%
3,43%
3,68%
3,66%
3,63%
4,01%
3,66%
3,99%
4,10%
5,39%
4,30%
4,43%
4,30%
7,17%
7,05%
6,41%
6,27%
6,46%
7,07%
7,15%
6,86%
7,19%
7,20%
7,75%
8,72%
8,63%
1.953.249
1.539.449
1.701.217
1.797.996
1.568.322
1.416.093
1.462.718
1.538.170
1.588.855
1.638.018
1.658.667
1.707.916
2.105.739
18,15%
14,48%
15,45%
15,66%
13,64%
19,77%
20,27%
20,71%
21,21%
21,75%
20,21%
21,55%
24,57%
10.761.223
10.633.825
11.008.782
11.482.648
11.500.517
7.164.027
7.216.518
7.426.614
7.489.509
7.532.179
8.206.713
7.925.426
8.570.141
3,70%
-1,18%
3,53%
4,30%
0,16%
-37,71%
0,73%
2,91%
0,85%
0,57%
8,96%
0,97%
8,13%
771.992
749.909
705.316
719.670
743.294
506.834
516.224
509.355
538.182
542.362
635.866
691.380
739.970
>> Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
FINANCEIROACREFI
Banco de dados: por Inepad
Taxa de desemprego (%)
Brasil
>> Fonte: IBGE/INEPAD
SP
mai/09
abr/09
mar/09
1,50
1,20
0,90
0,60
0,30
0,00
-0,30
-0,60
-0,90
-1,20
-1,50
fev/09
-0,80
-0,40
0,10
-0,30
0,00
-0,30
0,50
-1,10
2,30
0,60
0,50
-0,30
0,00
jan/09
8,60 8,20 8,30 8,00 8,00 7,70 8,20 7,10 9,40
10,00
10,50
10,20
10,20
dez/08
-0,60
-0,10
0,30
-0,50
0,00
-0,10
0,10
-0,80
1,40
0,30
0,50
-0,10
-0,10
nov/08
7,90
7,80
8,10
7,60
7,60
7,50
7,60
6,80
8,20
8,50
9,00
8,90
8,80
Variação (p.p.)
11,0
10,5
10,0
9,5
9,0
8,5
8,0
7,5
7,0
6,5
6,0
out/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
abr/09
mai/09
Taxa (%)
set/08
Var. p.p.
ago/08
SP
jul/08
Var. p.p.
jun/08
Brasil
mai/08
DATA
Var. p.p. - Brasil
>> Fonte: IBGE/INEPAD
Rendimento Médio Real
Habitualmente Recebido (R$)
2,5%
1.600
1.550
1.500
1.450
1.400
1.350
1.300
1.250
1.200
1.150
1.100
1.050
1.000
950
900
850
800
750
700
2,0%
1,5%
1,0%
0,5%
0,0%
-0,5%
-1,0%
Brasil
>> Fonte: IBGE/INEPAD
SP
mai/09
abr/09
mar/09
fev/09
jan/09
dez/08
nov/08
-1,5%
out/08
-1,1%
-0,7%
-0,4%
1,9%
1,1%
-2,1%
2,3%
1,1%
5,5%
-1,6%
-1,0%
-1,0%
-2,0%
set/08
Var. %
1.390,18
1.380,97
1.374,93
1.400,57
1.416,27
1.386,46
1.418,73
1.434,89
1.514,34
1.489,73
1.474,30
1.459,19
1.449,40
ago/08
SP
-0,9%
-0,3%
0,1%
2,1%
0,9%
-1,3%
0,9%
0,5%
2,2%
-0,1%
-0,2%
-0,7%
-1,1%
jul/08
Var. %
jun/08
Brasil
1.259,45
1.256,03
1.257,60
1.283,60
1.295,71
1.279,46
1.290,65
1.297,37
1.325,73
1.323,86
1.321,40
1.326,01
1.311,70
mai/08
DATA
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
abr/09
mai/09
Var. % - Brasil
>> Fonte: IBGE/INEPAD
6,9%
>> Fonte: IBGE/INEPAD
FINANCEIROACREFI
14,0%
-11,3%
Índice
Geral
Hipermercados
e Supermercados
abr/09
mar/09
fev/09
jan/09
5,8%
-4,0%
5,6%
5,7%
-8,7%
10,8%
-16,0%
-16,8%
14,8%
1,0%
-4,4%
31,9%
-19,9%
dez/08
186,77 179,22 189,31 200,01 182,63 202,27 169,93 141,45 162,41 164,10 156,81 206,91 165,67 nov/08
-9,2%
5,5%
-6,8%
3,9%
4,7%
-4,8%
6,3%
-0,7%
25,6%
-20,7%
-4,4%
6,8%
4,3%
out/08
125,34 132,27 123,32 128,07 134,08 127,63 135,73 134,75 169,19 134,20 128,34 137,03 142,95 set/08
-4,6%
9,3%
-6,8%
3,3%
2,8%
-2,9%
4,6%
-2,3%
34,2%
-26,3%
-8,9%
9,7%
0,6%
ago/08
135,47 148,06 137,92 142,50 146,54 142,24 148,79 145,42 195,20 143,94 131,18 143,93 144,82 220,00
210,00
200,00
190,00
180,00
170,00
160,00
150,00
140,00
130,00
120,00
110,00
100,00
90,00
80,00
jul/08
abr/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
abr/09
Variação
Abr-Abr
Índice
Hipermercados e Veículos,Motos, Var. %
Var. %
Var. %
Supermercados
Partes e Peças
Geral
jun/08
abr/08
Data
mai/08
Comércio Varejista : Volume de Vendas
Veículos, Motos,
Partes e Peças
Previsões Econômicas
Ano de 2009
Previsão 02/01/2009
4 semanas antes 12/06
1 semana antes 26/06
Previsão 03/07/2009
Ano de 2009
Previsão 02/01/2009
4 semanas antes 12/06
1 semana antes 26/06
Previsão 03/07/2009
PIB Total % a.a.
PIB Agropecuário % a.a.
PIB Indústria % a.a.
PIB Serviço % a.a.
Produção Industrial % a.a.
2,24
-0,57
-0,43
-0,37
2,58
-1,03
-0,68
-0,52
2,14
-3,60
-3,94
-4,00
2,50
1,28
1,59
1,61
2,34
-5,01
-5,48
-5,55
Selic
Taxa anual
IGP-DI
% a.a.
IPCA
% a.a.
Taxa de Câmbio
R$/US$
Saldo Comercial
US$ bilhões
12,08
8,97
8,86
8,83
4,77
4,39
4,01
3,95
4,91
4,02
4,06
4,08
2,27
2,01
1,98
1,97
14,29
18,61
19,71
20,22
>> Fonte: BC-Focus/INEPAD
Atividade Econômica
DATA
Taxa da Utilização da
Capacidade Instalada
Var. p.p.
DATA
Índice de Produção Física
Média Móvel Trimestral
Var. %
82,90
82,80
83,30
83,50
83,70
84,60
84,60
82,30
77,80
76,20
76,50
78,40
78,70
0,30
-0,10
0,50
0,20
0,20
0,90
0,00
-2,30
-4,50
-1,60
0,30
1,90
0,30
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
abr/09
mai/09
126,23
127,14
128,53
129,71
130,28
129,69
126,63
117,88
110,53
106,81
108,49
110,22
111,45
-0,07%
0,72%
1,09%
0,92%
0,44%
-0,45%
-2,36%
-6,91%
-6,24%
-3,37%
1,57%
1,59%
1,12%
abr/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
abr/09
Variação Abr-Abr -5,08%
Variação Mai-Mai >> Fonte: CNI/INEPAD
-11,71%
>> Fonte: IBGE/INEPAD
Produção (Índice) X Capacidade (%)
Capacidade
(%)
85,0
Produção
(Índice)
133
84,0
83,0
129
82,0
125
81,0
121
80,0
79,0
117
78,0
113
77,0
109
76,0
>> Fonte: INEPAD
Taxa da Utilização
da Capacidade Instalada
mar/09
fev/09
jan/09
dez/08
nov/08
out/08
set/08
ago/08
jul/08
jun/08
mai/08
105
abr/08
75,0
Índice de Produção Física
Média Móvel Trimestral
FINANCEIROACREFI
Banco de dados: por Inepad
Variação Mai-Mai-14,7%
Produção
mai/09
abr/09
mar/09
fev/09
jan/09
330.000
310.000
290.000
270.000
250.000
230.000
210.000
190.000
170.000
150.000
130.000
110.000
90.000
dez/08
-3,5%
4,8%
4,6%
-1,9%
-3,7%
-1,1%
-34,4%
-50,4%
91,3%
9,2%
35,6%
-6,3%
5,4%
nov/08
-10.667
13.900
13.993
-6.149
-11.408
-3.349
-102.082
-98.203
88.179
16.920
71.813
-17.172
13.921
out/08
291.120
298.073
303.815
311.063
309.875
302.906
263.960
196.082
158.713
161.012
219.983
243.836
266.690
set/08
289.884
303.784
317.777
311.628
300.220
296.871
194.789
96.586
184.765
201.685
273.498
256.326
270.247
ago/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
abr/09
mai/09
Var. Mensal (%)
jul/08
Produção Média Trim. Var. Mensal
jun/08
Data
mai/08
Indústria Automobilística - Automóveis de Passageiros, Mistos, Veículos Comerciais Leves e Pesados
Produção (em unidades)
Média Trim.
>> Fonte: Anfavea/INEPAD
Vendas Internas no Atacado
de Nacionais (em unidades)
Data
Vendas
Média Trim.
Variação
Variação(%)
300.000
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
abr/09
mai/09
261.486
279.382
287.604
281.839
270.660
233.420
150.227
150.686
183.680
195.076
280.365
243.804
261.396
259.285
269.424
276.157
282.942
280.034
261.973
218.102
178.111
161.531
176.481
219.707
240.057
262.164
-5.919
17.896
8.222
-5.765
-11.179
-37.240
-83.193
459
32.994
11.396
85.289
-37.488
17.592
-2,2%
6,8%
2,9%
-2,0%
-4,0%
-13,8%
-35,6%
0,3%
21,9%
6,2%
43,7%
-13,3%
7,2%
280.000
260.000
240.000
220.000
200.000
180.000
160.000
mai/09
abr/09
mar/09
fev/09
jan/09
dez/08
nov/08
out/08
Vendas
-0,03%
Variação Mai-Mai
set/08
ago/08
jul/08
jun/08
mai/08
140.000
Média Trim.
>> Fonte: Anfavea/INEPAD
Exportação Total (em unidades)
Variação Mai-Mai
>> Fonte: Anfavea/INEPAD
FINANCEIROACREFI
-46,4%
60.000
55.000
50.000
45.000
40.000
35.000
30.000
Exportações
Média trim.
mai/09
abr/09
mar/09
fev/09
jan/09
dez/08
nov/08
25.000
20.000
out/08
-15,5%
20,3%
-5,1%
1,3%
-8,1%
12,6%
-25,5%
-11,3%
-49,9%
28,1%
23,1%
5,8%
15,3%
set/08
-10.146
11.195
-3.401
797
-5.190
7.399
-16.831
-5.576
-21.760
6.138
6.447
1.997
5.368
70.000
65.000
ago/08
61.670
62.301
61.517
64.380
61.782
62.784
57.910
52.908
38.185
31.119
28.061
32.922
36.599
Variação(%)
jul/08
55.187
66.382
62.981
63.778
58.588
65.987
49.156
43.580
21.820
27.958
34.405
36.402
40.380
Variação
jun/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
abr/09
mai/09
Exportações Média Trim.
mai/08
Data
Indústria Automobilística
Licenciamento de Automóveis Nacionais e Importados (em unidades)
Data
Vendas
1000cc
% no Total
1000cc a 2000cc
% no total
>2000cc
% no total
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
abr/09
mai/09
191.262
200.697
224.772
188.082
208.162
181.029
132.370
150.401
158.154
155.365
214.833
183.853
195.532
97.103
103.398
115.919
97.884
106.283
85.522
61.155
71.711
77.641
80.904
111.154
97.315
104.231
50,8%
51,5%
51,6%
52,0%
51,1%
47,2%
46,2%
47,7%
49,1%
52,1%
51,7%
52,9%
53,3%
91.071
94.071
105.607
87.229
98.835
92.792
69.170
76.200
77.844
71.674
99.771
84.033
88.878
47,6%
46,9%
47,0%
46,4%
47,5%
51,3%
52,3%
50,7%
49,2%
46,1%
46,4%
45,7%
45,5%
3.088
3.228
3.246
2.969
3.044
2.715
2.045
2.490
2.669
2.787
3.908
2.505
2.423
1,6%
1,6%
1,4%
1,6%
1,5%
1,5%
1,5%
1,7%
1,7%
1,8%
1,8%
1,4%
1,2%
>> Fonte: Anfavea/INEPAD
Licenciamento por Categoria - Automóveis
110.000
90.000
70.000
50.000
30.000
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
1000cc
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
abr/09
mai/09
+1000cc a 2000cc
Taxas de Juros Prefixados : Pessoa Física (R$ milhões)
Crédito Pessoal
SALDO TOTAL
Aquisição de Bens - Veículos
TAXAS DE JUROS
SALDO TOTAL
TAXAS DE JUROS
% Variação % Variação
MÊS/ANO R$ milhões
a.m. p.p a.a. p.p
R$ milhões
% Variação %
a.m. p.p
a.a.
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
abr/09
mai/09
2,25
2,28
2,43
2,43
2,41
2,48
2,70
2,63
2,51
2,32
2,19
2,20
2,15
114.176
115.214
117.157
118.782
120.697
124.182
125.387
125.996
127.410
128.173
132.985
137.102
140.809
3,34
3,52
3,64
3,69
3,79
3,85
3,99
4,02
3,80
3,69
3,48
3,37
3,24
-0,13
0,17
0,12
0,05
0,10
0,06
0,14
0,03
-0,21
-0,11
-0,21
-0,12
-0,13
48,40
51,40
53,60
54,50
56,30
57,40
59,90
60,40
56,50
54,50
50,80
48,78
46,62
-2,20
3,00
2,20
0,90
1,80
1,10
2,50
0,50
-3,90
-2,00
-3,70
-2,02
-2,16
84.108
83.917
83.930
83.553
83.334
81.938
83.353
82.431
81.625
81.504
81.439
81.235
81.522
0,05
0,03
0,15
-0,01
-0,02
0,07
0,22
-0,07
-0,12
-0,19
-0,14
0,01
-0,05
30,61
31,09
33,46
33,34
33,05
34,15
37,71
36,51
34,66
31,75
29,67
29,88
29,15
Aquisição de Bens - Outros
SALDO TOTAL
TAXAS DE JUROS
Variação
% Variação %
R$ milhões
p.p
a.m.
p.p
a.a.
0,80
0,48
2,37
-0,12
-0,29
1,10
3,56
-1,20
-1,85
-2,91
-2,08
0,21
-0,73
11.903
11.808
12.078
12.114
11.697
11.835
11.785
11.553
11.039
9.752
9.643
9.356
9.158
3,89
3,81
3,88
3,95
3,94
4,05
4,38
4,71
4,32
4,21
4,20
4,02
3,77
0,09
-0,08
0,07
0,07
0,00
0,11
0,33
0,33
-0,39
-0,11
-0,01
-0,18
-0,25
58,07
56,69
57,89
59,15
59,07
61,08
67,26
73,79
66,14
63,96
63,81
60,41
55,84
Variação
p.p
1,67
-1,38
1,20
1,26
-0,08
2,01
6,18
6,53
-7,65
-2,18
-0,15
-3,40
-4,57
>> Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
FINANCEIROACREFI
27º
CONGRESSO
ACREFI
CRÉDITO
A importância do
para o Desenvolvimento
De 23 a 25 de outubro de 2009 no
Grande Hotel Campos do Jordão
do
BRASIL
Informações e inscrições:
www.acrefi.org.br
Abertura
Henrique de Campos Meirelles, presidente do Banco Central do Brasil
Palestrantes Internacionais
Jean Dermine, professor do Insead
William Charles Handorf, professor da Universidade George Washington
Palestrantes Nacionais
Adalberto Savioli, presidente da Acrefi
Antonio Carlos Bueno de Camargo Silva, diretor executivo do Fundo Garantidor de Créditos (FGC)
Francisco da Silva Coelho, presidente da Ordem dos Economistas do Brasil
Francisco Valim, presidente da Serasa Experian e da Experian América Latina
Gilberto Caldart, presidente da MasterCard Brasil
Milton Luiz de Melo Santos, presidente da Nossa Caixa Desenvolvimento
Patrocínio
Apoio Institucional
Apoio

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