alerta singulair atual
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alerta singulair atual
CENTRO DE FARMACOVIGILÂNCIA DO CEARÁ (CEFACE) INFORME Nº76 ABRIL ‐ 2008 EM FARMACOVIGILÂNCIA Revisão sobre a bula do Singulair® O Food Drug Administration (FDA) emitiu um comunicado a respeito de uma investigação que está sendo realizada sobre a possibilidade de associação entre o uso de Singulair® (montelucaste) e mudanças de comportamento, pensamentos/comportamentos suicidas e o próprio suicídio. O Singulair® pertence à classe dos antagonistas de receptores de leucotrienos e tem como princípio ativo, o montelucaste sódico. Lançado no mercado brasileiro em maio/98, esse medicamento é utilizado no tratamento da asma e dos sintomas da rinite alérgica e na prevenção da asma induzida pelo esforço físico. O informe ainda relata sobre eventos adversos incluídos no ano passado e ainda este ano pela Merck & Co, Inc, laboratório produtor do Singulair® como forma de monitorização pós-comercialização. Esses eventos foram: a) tremor (Março/2007); b) depressão (Abril/2007); c) Pensamentos e comportamentos suicidas/Outubro/2007) e d) ansiedade (Fevereiro/2008). O FDA e o Laboratório Merck discutiram em fevereiro de 2008, como melhorar a comunicação desses eventos, através de mudanças na bula do produto para prescritores e pacientes. A Merck pretende trabalhar de forma clara essas mudanças através do corpo a corpo com os prescritores e fornecimento de folders informativos sobre o Singulair® aos mesmos para que esses repassem aos seus pacientes. Rinite É uma inflamação da mucosa de revestimento nasal, mediada por IgE, após exposição a alérgenos, cujos sintomas (obstrução nasal, rinorréia aquosa, espirros, prurido nasal) são reversíveis espontaneamente ou com tratamento. Um dos mediadores do processo alérgico de vias aéreas são os leucotrienos responsáveis, por exemplo, pelo aumento da permeabilidade vascular, aumento da produção de citocinas, formação de edema, etc. A classificação das rinites alérgicas consiste nos tipos sazonal, perene, circunstancial e ocupacional. O diagnóstico clínico é basicamente feito com a associação de vários sintomas: espirros em salva, coriza clara abundante, obstrução nasal e intenso prurido nasal e/ou no palato e nos olhos. Os sintomas podem ocorrer em qualquer idade, mas geralmente inicia-se na infância. A rinite, seja ela alérgica ou não-alérgica, está associada ao grande risco para o desenvolvimento de asma, conforme tem sido demonstrado por diversos estudos de coorte nos Estados Unidos e na Europa2. Relação do uso de Singulair® e os eventos adversos suspeitos As pesquisas sobre essa associação estão sendo realizadas em conjunto com a Merck e em resposta às indagações enviadas à agência reguladora americana. Devido à complexidade da análise, o FDA de antemão tem avisado que é preciso pelo menos nove meses para alguma conclusão. Logo que a revisão esteja completa, o FDA comunicará as conclusões e recomendações ao público. Outra situação que ainda está sendo analisada, refere-se às notificações pós-comercialização enviadas ao FDA sobre mudanças de comportamento, pensamentos/comportamentos suicidas e o próprio suicídio de pacientes tomando Accolate®. Recomendações aos usuários do produto Pacientes não devem parar de tomar o Singulair® antes de falar com o seu médico. Até que essas informações sejam avaliadas por completo, os profissionais de saúde, bem como os cuidadores, deverão acompanhar seus pacientes e observar a possibilidade da ocorrência desses eventos adversos. Maiores informações acessar www.singulair.com. Situação no Brasil Com relação à comercialização, tanto o Singulair® bem como o Accolate® são comercializados no Brasil. O Kotrar® (outra especialidade farmacêutica que contém montelucaste sódico) não foi emitido nenhum comunicado de possíveis eventos adversos. Segundo o Consenso Brasileiro sobre Rinites (2006), o antileucotrieno disponível para o tratamento da rinite alérgica é o montelucaste. Estudos clínicos demonstraram a eficácia de montelucaste no tratamento da rinite alérgica, principalmente no alívio dos sintomas congestão e secreção nasal, quando comparado ao placebo. O montelucaste pode ser considerado uma alternativa terapêutica para os pacientes com asma e rinite alérgica concomitantes, na rinite induzida pelo ácido acetil-salicílico e em pacientes com dificuldade de adesão aos regimes de tratamento com medicação tópica nasal, considerando-se seu benefício quando comparado ao placebo e, principalmente, pelo seu perfil de segurança. O CEFACE solicita que, seja notificada qualquer reação adversa observada com o produto descrito pelos fones 3366-8276 ou pelo www.gpuim.ufc.br no link CEFACE enviando anexada a ficha de notificação ou pelo formulário de notificação de reações adversas e/ou queixas técnicas, disponível no endereço eletrônico: >>http://www.anvisa.gov.br/form/fármaco/index_prof.htm Fonte consultada: 1. www.fda.gov/cder/drug/early_comm/montelukast.htm; 2. II Consenso Brasileiro sobre rinites 2006. In: Revista Brasileira de Alergia e Imunopatologia, vol.29, nº1, 2006. Responsável: Eudiana Vale Francelino (Farmacêutica do CEFACE). Revisão: Profª Mírian Parente (Coordenadora do GPUIM)